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CEETEPS – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA “PAULA SOUZA” ETEC FERNANDO PRESTES TÉCNICO EM INFOMÁTICA Michel das Neves Wesley Germano Otávio LINUX E SOFTWARE LIVRE

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CEETEPS – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA “PAULA SOUZA”

ETEC FERNANDO PRESTES

TÉCNICO EM INFOMÁTICA

Michel das Neves Wesley Germano Otávio

LINUX E SOFTWARE LIVRE

Sorocaba – SP2013

Michel das Neves Nº24

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Wesley Germano Otávio Nº40 1º TIN

LINUX E SOFTWARE LIVRE

Trabalho da disciplina Gestão de sistemas operacionais sobre sistemas de arquivos e partições.

Professor (a): Jones Artur

Sorocaba-SP2013

SUMÁRIO

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1. INTRODUÇÃO......................................................................................................4

2. LINUX E SOFTWARE LIVRE...............................................................................5

2.1. Linux...............................................................................................................5

2.1.1. História.....................................................................................................5

2.1.2. Núcleo......................................................................................................6

2.1.3. Sistema Operacional................................................................................8

2.1.4. Distribuições.............................................................................................9

2.1.5. Código aberto e programas livres..........................................................11

2.1.6. Controvérsias quanto ao nome..............................................................12

2.1.6.1. Sobre o símbolo..................................................................................12

2.2. Software Livre...............................................................................................13

2.2.1. Definição...................................................................................................13

2.2.1.1. Ideologia: as diferenças entre Software Livre e Código Aberto.............15

2.2.2. Vantagens e Desvantagens do Software Livre.........................................16

2.2.3. Breve histórico...........................................................................................16

2.2.4. Principais Projetos de Software Livre........................................................17

2.2.4.1. GNU/Linux..............................................................................................18

2.2.4.2. GNOME..................................................................................................18

2.2.4.3. Servidor Apache.....................................................................................18

2.2.4.4. Eclipse....................................................................................................18

2.2.5. Movimento Software Livre.........................................................................19

2.2.5.1. Motivação...............................................................................................19

2.2.6. Movimentos Relacionados........................................................................19

2.2.7. Tipos de Licença de Software Livre..........................................................20

2.2.7.1. Software Livre e Software em Domínio Público.....................................20

2.2.7.2. Software Livre e Copyleft.......................................................................20

2.2.8. Modelos de Negócio com Software Livre..................................................21

2.2.9. Principais entidades ligadas ao Software Livre.........................................21

2.2.9.1. Free Software Foundation (FSF)............................................................22

2.2.9.2. Open Source Initiative (OSI)..................................................................22

2.2.10. Principais Fundações ligadas ao Software Livre....................................22

2.2.10.1. Apache Software Foundation..............................................................22

2.2.10.2. Eclipse Foundation.............................................................................23

2.2.10.3. Linux Foundation................................................................................23

2.2.10.4. GNOME Foundation...........................................................................23

2.2.10.5. Mozilla Foundation..............................................................................23

2.2.10.6. Electronic Frountier Foundation (EFF)................................................23

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2.2.10.7. Software Freedom Law Center (SFLC)..............................................24

2.2.10.8. Creative Commons.............................................................................24

2.2.11. Principais empresas ligadas ao Software Livre......................................24

2.2.11.1. Cygnus Solutions................................................................................24

2.2.11.2. Canonical (Ubuntu).............................................................................24

2.2.11.3. Red Hat...............................................................................................24

2.2.11.4. IBM.....................................................................................................25

2.2.11.5. Google................................................................................................25

2.2.11.6. Oracle Corporation..............................................................................25

2.2.11.7. Hewlett-Packard (HP).........................................................................25

2.2.11.8. LocaWeb.............................................................................................25

2.2.11.9. 4Linux.................................................................................................25

2.2.12. Participação do Software Livre na Indústria...........................................26

2.2.13. Indivíduos...............................................................................................27

2.2.14. O QUE É COPYLEFT?..........................................................................28

2.2.15. SOFTWARES MAIS POPULARES........................................................29

3. REFERÊNCIAS..................................................................................................31

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1. INTRODUÇÃO

Nos dias atuais a informática passou ser um instrumento extremamente importante na vida de muitas pessoas, nesse contexto, é importante encontrar formas acessíveis de utilizar os meios técnicos do computador de maneira a gerar mais funcionalidades para atingir objetivos específicos.

Dessa forma é importante ter um olhar abrangente em relação aos instrumentos e equipamentos a serem utilizados, visando selecionar os melhores e mais acessíveis. Usuários, desenvolvedores interessados, ou alunos envolvidos com trabalhos acadêmicos devem buscar conhecer diversas formas de ter seu conteúdo analisado e seu estudo facilitado. Assim, o software livre pode ser uma excelente opção para aqueles que buscam aprimorar sua forma de aprendizado de maneira acessível, dinâmica e abrangente.

Para melhor entendimento, Software é a parte interna do computador, aquela que traz os programas e não envolve o equipamento técnico, como monitor e teclado. Já o Software Livre é todo programa de computador que possa ser copiado e alterado sem impedimentos legais. Opõe-se, portanto, ao software que é restrito a um proprietário e com isso exige rendimentos financeiros para ser utilizado e distribuído.

A opção pelo software livre não pode ser motivada apenas por aspectos econômicos, mas pelas possibilidades que inaugura no campo da produção e da circulação de conhecimento, no acesso às novas tecnologias e no estímulo ao desenvolvimento de software em ambientes colaborativos.

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2. LINUX E SOFTWARE LIVRE

2.1. Linux

Linux é um termo utilizado para se referir a sistemas operativos que utilizem o núcleo Linux. O núcleo Linux foi desenvolvido pelo programador finlandês Linus Torvalds, inspirado no sistema Minix. O seu código fonte está disponível sob a licença GPL (versão 2) para que qualquer pessoa o possa utilizar, estudar, modificar e distribuir livremente de acordo com os termos da licença.

Inicialmente desenvolvido e utilizado por grupos de entusiastas em computadores pessoais, os sistemas operativos com núcleo Linux passaram a ter a colaboração de grandes empresas como IBM, Sun Microsystems, Hewlett-Packard (HP), Red Hat, Novell, Oracle, Google, Mandriva e Canonical.

Apoiado por pacotes igualmente estáveis e cada vez mais versáteis de softwares livres para escritório (LibreOffice, por exemplo) ou de uso geral (projeto GNU) e por programas para micro e pequenas empresas que na maioria dos casos em nada ficam a dever aos seus concorrentes proprietários, e interfaces gráficas cada vez mais amigáveis como o KDE e o GNOME, o núcleo Linux, conhecido por sua estabilidade e robustez, tem gradualmente caído no domínio popular, encontrando-se cada vez mais presente nos computadores de uso pessoal atuais. Há muito, entretanto destaca-se como o núcleo preferido em servidores de grandes porte, encontrando-se quase sempre presente nos mainframes de grandes empresas comerciais e até mesmo no computador mais rápido do mundo, o K computer, japonês (lista TOP500).

2.1.1. História

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O núcleo Linux foi, originalmente, escrito por Linus Torvalds do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Helsinki, Finlândia, com a ajuda de vários programadores voluntários através da Usenet (uma espécie de sistema de listas de discussão existente desde os primórdios da Internet).

Linus Torvalds começou o desenvolvimento do núcleo como um projeto particular, inspirado pelo seu interesse no Minix, um pequeno sistema UNIX desenvolvido por Andrew S. Tanenbaum. Ele limitou-se a criar, nas suas próprias palavras, "um Minix melhor que o Minix" ("a better Minix than Minix"). E depois de algum tempo de trabalho no projecto, sozinho, enviou a seguinte mensagem para comp.os.minix:

“Você suspira pelos bons tempos do Minix-1.1, quando os homens eram homens e escreviam seus próprios "device drivers"? Você está sem um bom projecto em mãos e deseja trabalhar num S.O. que possa modificar de acordo com as suas necessidades? Acha frustrante quando tudo funciona no Minix? Chega de noite ao computador para conseguir que os programas funcionem? Então esta mensagem pode ser exactamente para você. Como eu mencionei há um mês atrás, estou trabalhando numa versão independente de um S.O. similar ao Minix para computadores AT-386. Ele está, finalmente, próximo do estado em que poderá ser utilizado (embora possa não ser o que você espera), e eu estou disposto a disponibilizar o código-fonte para ampla distribuição. Ele está na versão 0.02... contudo eu tive sucesso ao executar bash, gcc, gnu-make, gnu-sed, compress etc. nele.”

Curiosamente, o nome Linux foi criado por Ari Lemmke, administrador do site ftp.funet.fi que deu esse nome ao diretório FTP onde o núcleo Linux estava inicialmente disponível. Linus inicialmente tinha-o batizado como "Freax".No dia 5 de outubro de 1991 Linus Torvalds anunciou a primeira versão "oficial" do núcleo Linux, versão 0.02. Desde então muitos programadores têm respondido ao seu chamado, e têm ajudado a fazer do Linux o sistema operacional que é hoje. No início era utilizado por programadores ou só por quem tinha conhecimentos, usavam linhas de comando. Hoje isso mudou, existem diversas empresas que criam os ambientes gráficos, as distribuições cada vez mais amigavam de forma que uma pessoa com poucos conhecimentos consegue usar o Linux. Hoje o Linux é um sistema estável e consegue reconhecer muitos periféricos sem a necessidade de se instalar os drivers de som, vídeo, modem, rede, entre outros.

2.1.2. Núcleo

O termo Linux refere-se ao núcleo (em inglês: "kernel") do sistema operativo. O termo também é usado pelos meios de comunicação e usuários para referir-se aos sistemas operacionais baseados no núcleo Linux agregado a outros programas. Segundo Tanenbaum e Silberschatz, um núcleo pode ser considerado o próprio

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sistema operativo, quando este é definido como um gerenciador de recursos de hardware.

2.1.2.1. Arquitetura

O Linux é um núcleo monolítico: as funções do núcleo (escalonamento de processos, gerenciamento de memória, operações de entrada/saída, acesso ao sistema de arquivos) são executadas no espaço de núcleo. Uma característica do núcleo Linux é que algumas das funções (drivers de dispositivos, suporte à rede, sistema de arquivos, por exemplo) podem ser compiladas e executadas como módulos (em inglês: LKM - loadable kernel modules), que são bibliotecas compiladas separadamente da parte principal do núcleo e podem ser carregadas e descarregadas após o núcleo estar em execução.

2.1.2.2. Portabilidade

Embora Linus Torvalds não tinha como objetivo inicial tornar o Linux um sistema portátil, ele evoluiu nessa direção. Linux é hoje um dos núcleos de sistemas operativos mais portáteis, correndo em sistemas desde o iPaq (um computador portátil) até o IBM S/390 (um denso e altamente custoso mainframe).

Os esforços de Linus foram também dirigidos a um diferente tipo de portabilidade. Portabilidade, de acordo com Linus, era a habilidade de facilmente compilar aplicações de uma variedade de código fonte no seu sistema; consequentemente, o Linux originalmente tornou-se popular em parte devido ao esforço para que os códigos-fonte GPL ou outros favoritos de todos corressem em Linux.

O Linux hoje funciona em dezenas de plataformas, desde mainframes até um relógio de pulso, passando por várias arquitecturas: x86 (Intel, AMD), x86-64 (Intel EM64T, AMD64), ARM, PowerPC, Alpha, SPARC e etc, com grande penetração também em sistemas embarcados, como handhelds, PVR, consola de videojogos, celulares, TVs e centros multimídia, entre outros.

2.1.2.3. Termos de Licenciamento

Inicialmente, Torvalds lançou o Linux sob uma licença de software que proibia qualquer uso comercial. Isso foi mudado de imediato para a GNU General Public License. Essa licença permite a distribuição e mesmo a venda de versões possivelmente modificadas do Linux mas requer que todas as cópias sejam lançadas dentro da mesma licença e acompanhadas do código fonte.

Apesar de alguns dos programadores que contribuem para o núcleo permitirem que o seu código seja licenciado com GPL versão 2 ou posterior, grande parte do código (incluído as contribuições de Torvalds) menciona apenas a GPL

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versão 2. Isto faz com que o núcleo como um todo esteja sob a versão 2 exclusivamente, não sendo de prever sua adoção da nova GPLv3.

2.1.2.4. Sistemas de arquivos suportados

O Linux possui suporte de leitura e escrita a vários sistema de arquivos, de diversos sistemas operacionais, além de alguns sistemas nativos. Por isso, quando o Linux é instalado em dual boot com outros sistemas (Windows, por exemplo) ou mesmo funcionando como Live CD, ele poderá ler e escrever nas partições formatadas em FAT e NTFS. Por isto, Live CDs Linux são muito utilizados na manutenção e recuperação de outros sistemas operacionais.

Entre os sistemas de ficheiros suportados pelo Linux, podemos citar UFS (Unix), FAT, NTFS, JFS, XFS, HPFS, Minix e ISO 9660 (sistema de ficheiros usado em CD-ROMs), este último também com as extensões RRIP (IEEE P1282) e ZISOFS . Alguns sistemas de ficheiros nativos são, dentre outros, Ext2, Ext3, Ext4, ReiserFS e Reiser4. Alguns sistemas de ficheiros com características especiais são SWAP, UnionFS, SquashFS, Tmpfs, Aufs e NFS, dentre outros.

2.1.3. Sistema Operacional

Richard Stallman, fundador do projeto GNU para um sistema operacional livre.

Logo que Linus Torvalds passou a disponibilizar o Linux, ou seja na sua versão 0.01, já havia suporte ao disco rígido, tela, teclado e portas seriais, o sistema de arquivos adotava o mesmo layout do Minix (embora não houvesse código do Minix no Linux), havia extensos trechos em assembly, e ela já era capaz de rodar o bash e o gcc.

A linha guia quando implementei o Linux foi: fazê-lo funcionar rápido. Eu queria o núcleo simples, mas poderoso o suficiente para rodar a maioria dos aplicativos Unix.

O próprio usuário deveria procurar os programas que dessem funcionalidade ao seu sistema, compilá-los e configurá-los. Talvez por isso, o Linux tenha carregado consigo a etiqueta de sistema operativo apenas para técnicos. Foi neste ambiente que surgiu a MCC Interim Linux, do Manchester Computer Centre, a primeira distribuição Linux, desenvolvida por Owen Le Blanc da Universidade de Manchester, capaz de ser instalada independentemente em um computador. Foi uma primeira tentativa de facilitar a instalação do Linux.

Desde o começo, o núcleo Linux incluía um sistema básico para chamadas do sistema e acesso aos dispositivos do computador. O núcleo de um sistema operativo define entre várias operações, o gerenciamento da memória, de processos, dos

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dispositivos físicos no computador e é uma parte essencial de qualquer sistema operacional utilizável, contudo para um sistema operacional adquirir funcionalidade são necessários também vários outros aplicativos que determinam funções específicas que aquele sistema será capaz de desenvolver, os aplicativos existentes em um sistema operacional com a única exceção do núcleo são determinados pelo usuário do computador, como por exemplo: interpretadores de comandos, gerenciadores de janelas, que oferecem respectivamente uma interface para o usuário do computador, CLI ou GUI, e outros aplicativos como editores de texto, editores de imagem, tocadores de som, e, mas não necessariamente, compiladores.

A maioria dos sistemas inclui ferramentas e utilitários baseados no BSD e tipicamente usam XFree86 ou X.Org para oferecer a funcionalidade do sistemas de janelas X — interface gráfica. Assim como também oferecem ferramentas desenvolvidas pelo projeto GNU.

No momento do desenvolvimento do Linux, vários aplicativos já vinham sendo reunidos pelo Projeto GNU da Free Software Foundation (‘Fundação Software Livre’), que embarcara em um subprojeto que ainda continua para obter um núcleo, o GNU Hurd. Porém devido a várias complicações o projeto GNU e demora em desenvolver o Hurd, Stallman acabou adotando o núcleo Linux como base para distribuir os programas do projeto GNU , não obstante diversas pessoas e instituições tiveram a mesma ideia e assim várias distribuições começaram a surgir baseadas no núcleo desenvolvido inicialmente por Linus.

2.1.4. Distribuições

Atualmente, um Sistema Operacional (em Portugal Sistema Operativo) Linux ou GNU/Linux completo (uma "Lista de distribuições de Linux ou GNU/Linux") é uma coleção de software livre (e por vezes não-livres) criados por indivíduos, grupos e organizações de todo o mundo, incluindo o núcleo Linux. Companhias como a Red Hat, a SuSE, a Mandriva (união da Mandrake com a Conectiva) e a Canonical (desenvolvedora do Ubuntu Linux), bem como projetos de comunidades como o Debian ou o Gentoo, compilam o software e fornecem um sistema completo, pronto para instalação e uso. Patrick Volkerding também fornece uma distribuição Linux, o Slackware.

As distribuições do Linux ou GNU/Linux começaram a receber uma popularidade limitada desde a segunda metade dos anos 90, como uma alternativa livre para os sistemas operacionais Microsoft Windows e Mac OS, principalmente por parte de pessoas acostumadas com o Unix na escola e no trabalho. O sistema tornou-se popular no mercado de Desktops e servidores, principalmente para a Web e servidores de bancos de dados.

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No decorrer do tempo, várias distribuições surgiram e desapareceram, cada qual com sua característica. Algumas distribuições são maiores outras menores, dependendo do número de aplicações e sua finalidade. Algumas distribuições de tamanhos menores cabem num disquete com 1,44 MB, outras precisam de vários CDs, existindo até algumas versões em DVD.

Todas elas tem o seu público e sua finalidade, as pequenas (que ocupam poucos disquetes) são usadas para recuperação de sistemas danificados ou em monitoramento de redes de computadores.

Dentre as maiores, distribuídas em CDs, podem-se citar: Slackware, Debian, Suse, e Conectiva. Cada distribuição é, em tese, um sistema operacional independente, de modo que os programas compilados para uma distribuição podem não rodar em outra, embora usem o mesmo núcleo (o Linux propriamente dito). A distribuição Conectiva Linux, por exemplo, tinha as suas aplicações traduzidas em português, o que facilitou que usuários que falam a Língua Portuguesa tenham aderido melhor a esta distribuição. Hoje esta distribuição foi incorporada à Mandrake, o que resultou na Mandriva. Para o português, existe também a distribuição brasileira Kurumin (essa distribuição foi descontinuada pelo seu mantenedor), construída sobre Knoppix e Debian, e a Caixa Mágica, existente nas versões 32 bits, 64 bits, Live CD 32 bits e Live CD 64 bits, e com vários programas open source: LibreOffice, Mozilla Firefox, entre outros.

Existem distribuições com ferramentas para configuração que facilitam a administração do sistema.

As principais diferenças entre as distribuições estão nos seus sistemas de pacotes, nas estruturas dos diretórios e na sua biblioteca básica. Por mais que a estrutura dos diretórios siga o mesmo padrão, o FSSTND é um padrão muito relaxado, principalmente em arquivos onde as configurações são diferentes entre as distribuições. Então normalmente todos seguem o padrão FHS (File Hierarchy System), que é o padrão mais novo. Vale lembrar, entretanto, que qualquer aplicativo ou driver desenvolvido para Linux pode ser compilado em qualquer distribuição que vai funcionar da mesma maneira.

Quanto à biblioteca, é usada a Biblioteca libc, contendo funções básicas para o sistema Operacional Linux. O problema está quando do lançamento de uma nova versão da Biblioteca libc, algumas das distribuições colocam logo a nova versão, enquanto outras aguardam um pouco. Por isso, alguns programas funcionam numa distribuição e noutras não.

Existe um movimento LSB (Linux Standard Base) que proporciona uma maior padronização. Auxilia principalmente vendedores de software que não liberam para

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distribuição do código fonte, sem tirar características das distribuições. O sistemas de pacotes não é padronizado.

ArchLinux, Debian, Fedora, Mandriva, Mint, Opensuse, PCLinuxOS, Puppy, Sabayon, Slackware e Ubuntu são algumas das distribuições mais utilizadas actualmente, listadas aqui por ordem alfabética.

Um exemplo de distribuição que corre num CD é o Kurumin Linux, criado por Carlos Eduardo Morimoto, baseada no Knoppix.

De entre as distribuições consideradas mais difíceis de gerir (por preferirem assegurar a estabilidade tecnológica em detrimento da interface de utilizador), destacam-se a Debian, Gentoo e Slackware.

Existem também distribuições Linux para sistemas móveis, como tablets e smartphones, sendo o Android, desenvolvido pelo Google, a mais difundida de todas. Outras distribuições Linux para sistemas móveis são o Maemo e o MeeGo.

2.1.5. Código aberto e programas livres

Um programa, assim como toda obra produzida atualmente, seja ela literária, artística ou tecnológica, possui um autor. Os Direitos sobre a ideia ou originalidade da obra do autor, que incluem essencialmente distribuição, reprodução e uso é feito no caso de um programa através de sua licença.

Existem dois movimentos que regem o licenciamento de programas no mundo livre, os programas de código aberto e os programas livres. Os dois representados respectivamente pela OSI e pela FSF oferecem licenças para produção de software, sendo seus maiores representantes a licença BSD e a GPL.

O Linux oferece muitos aplicativos de open source, contudo nem todos podem ser considerados programas livres, dependendo exclusivamente sob qual licença estes programas são distribuídos. Os programas distribuídos sob tais licenças possuem as mais diversas funcionalidades, como desktops, escritório, edição de imagem e inclusive de outros sistemas operacionais.

Também existem organizações inclusive no mundo livre como a organização Linux Simples para o Usuário Final (SEUL) que tem como objetivo adotar a maior gama possível de aplicativos de alta qualidade produzidos sobre a GPL. É um projeto voluntário que atualmente se foca no aprendizado de Linux, seu uso na ciência e em documentos de advocacia, bem como gerenciar e coordenar projetos de desenvolvimento de aplicativos.

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2.1.6. Controvérsias quanto ao nome

Linux foi o nome dado ao núcleo de sistema operacional criado por Linus Torvalds. Por extensão, sistemas operacionais que usam o núcleo Linux são chamados genericamente de Linux. Entretanto, a Free Software Foundation afirma tais sistemas operacionais são, na verdade, sistemas GNU, e o nome mais adequado para tais sistemas é GNU/Linux, uma vez que grande parte do código-fonte dos sistemas operacionais baseados em Linux são ferramentas do projeto GNU.

Há muita controvérsia quanto ao nome. Eric Raymond afirma, no Jargon File, que a proposta da FSF só conseguiu a "aceitação de uma minoria" e é resultado de uma "disputa territorial". Linus Torvalds afirma que consideraria "justo" que tal nome fosse atribuído a uma distribuição do projeto GNU, mas que chamar os sistemas operacionais Linux como um todo de GNU/Linux seria "ridículo". Linus disse não se importar sobre qual o nome usado, considera a proposta da GNU como "válida" ("ok"), mas prefere usar o termo "Linux".

2.1.6.1. Sobre o símboloO símbolo do software foi escolhido pelo seu criador (Linus Torvalds),que um

dia estava no zoológico e foi surpreendido pela mordida de um pinguim. Fato curioso e discutido até hoje.

Em 1996, muitos integrantes da lista de discussão "Linux-Kernel" estavam discutindo sobre a criação de um logotipo ou de um mascote que representasse o Linux. Muitas das sugestões eram paródias ao logotipo de um sistema operacional concorrente e muito conhecido (Windows). Outros eram monstros ou animais agressivos. Linus Torvalds acabou entrando nesse debate ao afirmar em uma mensagem que gostava muito de pinguins. Isso foi o suficiente para dar fim à discussão.

Depois disso, várias tentativas foram feitas numa espécie de concurso para que a imagem de um pinguim servisse aos propósitos do Linux, até que alguém sugeriu a figura de um "pinguim sustentando o mundo". Em resposta, Linus Torvalds declarou que achava interessante que esse pinguim tivesse uma imagem simples: um pinguim "gordinho" e com expressão de satisfeito, como se tivesse acabado de comer uma porção de peixes. Torvalds também não achava atraente a ideia de algo agressivo, mas sim a ideia de um pinguim simpático, do tipo em que as crianças perguntam "mamãe, posso ter um desses também?". Ainda, Torvalds também frisou que trabalhando dessa forma, as pessoas poderiam criar várias modificações desse pinguim. Isso realmente acontece.

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Quando questionado sobre o porquê de pinguins, Linus Torvalds respondeu que não havia uma razão em especial, mas os achava engraçados e até citou que foi bicado por um "pinguim assassino" na Austrália e ficou impressionado como a bicada de um animal aparentemente tão inofensivo podia ser tão dolorosa.

2.2. Software Livre

Software Livre, software libre ou libre software é software que respeita a liberdade dos usuários de computador (particulares, bem como organizações e empresas), colocando os usuários em primeiro lugar e conceder-lhes a liberdade de controle na execução e adaptação a sua computação e processamento de dados às suas necessidades (concessão plena liberdade de controle e independência, através da disponibilidade de código fonte para análise e alterações); bem como lhes permitindo a liberdade social, para ser capaz de cooperar ativamente com todos os usuários e desenvolvedores de sua escolha. Os usuários de software livre estão livres dessas atividades, porque eles não precisam pedir qualquer permissão, eles estão não estão restritos nas atividades por meio de licenças proprietárias restritivas (por exemplo, cópia restrita), ou requisitos de ter de concordar com as cláusulas restritivas dos outros (por exemplo, acordos de não divulgação), e eles não estão restritos desde o início (por exemplo, através deliberada a não disponibilidade de código fonte).

Os objetivos do Software Livre (controle na própria computação e cooperação livre) são atingidas por concessão do seguinte-direitos de liberdade: os usuários são livres para executar, copiar, distribuir, estudar, mudar e melhorar o software, estas liberdades são explicitamente concedidos e não suprimidas (como é o caso do software proprietário). Assim, o software livre é uma questão de liberdade, não de preço (os usuários são livres - os que incluem a liberdade de redistribuir o software, que pode ser feito gratuitamente ou por uma taxa). Software livre garante as liberdades dos usuários: estudar e modificar software, pela disponibilidade do código fonte, bem como a liberdade de copiar e distribuir.

2.2.1. Definição

As duas principais organizações internacionais responsáveis pela proteção e promoção do software livre, a Free Software Foundation (FSF) e a Open Source Initiative (OSI), atuam também para garantir que os termos Free Software e Open Source sejam utilizados de forma correta.

A Free Software Foundation considera um software como livre quando atende aos quatro tipos de liberdade para os usuários:

Liberdade 0: A liberdade para executar o programa, para qualquer propósito;

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Liberdade 1: A liberdade de estudar o software; Liberdade 2: A liberdade de redistribuir cópias do programa de modo que

você possa ajudar ao seu próximo; Liberdade 3: A liberdade de modificar o programa e distribuir estas

modificações, de modo que toda a comunidade se beneficie.

Para que as quatro liberdades sejam satisfeitas é necessário que o programa seja distribuído juntamente com o seu código-fonte e que não sejam colocadas restrições para que os usuários alterem e redistribuam esse código.

A liberdade de executar o programa significa que qualquer tipo de pessoa física ou jurídica pode utilizar o software em quantos computadores quiser, em qualquer tipo de sistema computacional, para qualquer tipo de trabalho ou atividade, sem nenhuma restrição imposta pelo fornecedor.

A liberdade de redistribuir o programa executável (em formato binário) necessariamente inclui a obrigatoriedade de disponibilizar seus códigos-fonte. Caso o software venha a ser modificado e o autor da modificação queira distribui-lo, gratuitamente ou não, será também obrigatória a distribuição do código-fonte das modificações, desde que elas venham a integrar o programa. Não é necessária a autorização do autor ou do distribuidor do software para que ele possa ser redistribuído, já que as licenças de software livre assim o permitem.

A OSI, por conta da ambiguidade da palavra “free” em inglês, prefere a expressão Open Source, que em língua portuguesa é traduzida por software livre, software de código aberto ou software aberto. A disponibilidade do código-fonte não é condição suficiente para que ele seja considerado de código aberto. É necessário satisfazer dez critérios, inspirados nas Orientações sobre Software Livre do projeto Debian:

1. Livre redistribuição: Sua licença não pode restringir ninguém, proibindo que se venda ou doe o software a terceiros;

2. Código-fonte: O programa precisa obrigatoriamente incluir código-fonte e permitir a distribuição tanto do código-fonte quanto do programa já compilado;

3. Obras derivadas: A licença deve permitir modificações e obras derivadas que possam ser redistribuídas dentro dos mesmos termos da licença original;

4. Integridade do código do autor: A licença pode proibir que se distribua o código-fonte original modificado desde que a licença permita a distribuição de patch files com a finalidade de modificar o programa em tempo de construção;

5. Não discriminação contra pessoas ou grupos: A licença não pode discriminar contra pessoas ou grupos;

6. Não discriminação contra áreas de utilização: A licença não pode restringir os usuários de fazer uso do programa em uma área específica;

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7. Distribuição da licença: Os direitos associados ao programa através da licença são automaticamente repassados a todas as pessoas às quais o programa é redistribuído sem a necessidade de definição ou aceitação de uma nova licença;

8. Licença não pode ser específica a um produto: Os direitos associados a um programa não dependem de qual distribuição em particular aquele programa está inserido. Se o programa é retirado de uma distribuição, os direitos garantidos por sua licença continuam valendo;

9. Licenças não podem restringir outro software: A licença não pode colocar restrições em relação a outros programas que sejam distribuídos junto com o software em questão; e

10.Licenças devem ser neutras em relação as tecnologias: Nenhuma exigência da licença pode ser específica a uma determinada tecnologia ou estilo de interface.

2.2.1.1. Ideologia: as diferenças entre Software Livre e Código Aberto

Muitos defensores do software livre argumentam que a liberdade é essencial não só do ponto de vista técnico, mas também sob a ótica da moral e da ética. É neste aspecto que o movimento de software livre (liderado pela FSF) se distingue do movimento de código aberto (liderado pela OSI), que enfatiza a superioridade técnica em relação ao software proprietário, ao menos em potencial.

Os defensores do código aberto (também conhecido como open source em inglês) normalmente argumentam a respeito das virtudes pragmáticas do software livre ao invés das questões morais. A definição de software livre da FSF concentra-se prioritariamente na questão da liberdade do usuário, a definição de Software Aberto da OSI abrange as mesmas características, mas incluem algumas restrições adicionais focadas no modelo corporativo e em negócios comerciais elaborados em torno do software. Não há uma grande discordância entre as duas vertentes e boa parte da comunidade se identifica com ambas as organizações ( FSF e OSI). A diferença sutil está no discurso e no público-alvo. O conjunto de licenças aprovadas pela FSF e pela OSI é quase idêntico e, portanto, em termos pragmáticos, podemos considerar que o movimento pelo software livre e a iniciativa pelo código aberto se preocupam com o mesmo software. Desta forma, todo software de código aberto não pode ser considerado um software livre. O simples fato do programa estar com seu código aberto, não garante nada sobre a sua distribuição, modificação e comercialização. Pode-se ter um programa com código aberto, mas, impossibilitado de modificações, contrariando o conceito de software livre.

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2.2.2. Vantagens e Desvantagens do Software Livre

Uma importante característica do software livre é o compartilhamento de código-fonte. Esse compartilhamento pode simplificar o desenvolvimento de novas aplicações, que não precisam ser programadas a partir do zero. Essa vantagem tem impacto significativo na redução de custos e na diminuição da duplicação de esforços. Além disso, o compartilhamento se refere à possível melhoria na qualidade devido ao maior número de desenvolvedores e usuários envolvidos com o software. Um maior número de desenvolvedores é capaz de identificar e corrigir mais bugs (falhas) em menos tempo e um número maior de usuários gera situações de uso e necessidades variadas. É esperado que o desenvolvedor seja mais cuidadoso com o seu trabalho pois sabe que a sua produção será avaliada por outros profissionais e possivelmente terá reflexos em sua carreira profissional.

Do ponto de vista econômico, o software livre promove o estabelecimento de vários fornecedores com base no mesmo software. A competição entre fornecedores traz vantagens aos usuários, como melhorias nos serviços de suporte e redução nos preços de pacotes (manuais, CDs, etc). Cerca de 80% do dinheiro gasto com software pelas empresas são voltados para aplicações personalizadas e treinamento. Esse modelo de negócio (suporte e venda de pacotes) incentiva o surgimento de pequenas empresas que podem atender os mercados locais e consequentemente redução da dependência de empresas estrangeiras.

A pouca experiência do mercado em lidar com o software livre e o próprio fato do software ser, em geral, gratuito, podem gerar dúvidas sobre a viabilidade econômica ou a qualidade do software. Estes conceitos estão sendo revertidos aos poucos. As empresas estão percebendo que é mais vantajoso aprimorar/contribuir com o software livre do que investir na construção de um novo software similar e proprietário.

2.2.3. Breve histórico

Durante a década de 60, os computadores de grande porte, utilizados quase exclusivamente em grandes empresas e instituições governamentais, dominavam o mercado da Computação. Nesta época, não era comum do ponto de vista comercial a ideia do software como algo separado do hardware. O software era entregue junto com o código-fonte ou, em muitas vezes, apenas o código-fonte. Existiam grupos de usuários que compartilhavam código e informações. Assim, no início, o software era livre: pelo menos para aqueles que tinham acesso à tecnologia da época .

Em 1984, Richard Stallman, funcionário do Laboratório de Inteligência Artifical do MIT, passou por uma experiência negativa com software comercial e deu origem ao Projeto GNU. Durante o período que estava no MIT identificou uma falha no software de uma impressora Xerox. Tentou corrigi-la, mas a empresa não liberou o

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código-fonte. Esse fato motivou Richard Stallman a criar um mecanismo legal de garantia para que todos pudessem desfrutar dos direitos de copiar, redistribuir e modificar software, dando origem a Licença GPL. Para institucionalizar o Projeto GNU, Stallman fundou a Free Software Foundation ( FSF). Nasce assim o Movimento do Software Livre.

Em julho de 1991, Linus Torvalds, um estudante finlandês da Universidade de Helsinki, divulgou uma mensagem mencionando sobre seu projeto de construir um núcleo livre, similar ao Minix, e obteve ajuda de vários desenvolvedores. Em setembro do mesmo ano, Linus lançou a versão oficial do que é hoje o Linux. Centenas de desenvolvedores se juntaram ao projeto para integrar todo o sistema GNU (compilador, editor de textos, shell, etc) em torno do núcleo do Linux. Nasce então, sob a licença GPL, o sistema operacional GNU/Linux.

Em 1997, Eric Raymond, apresenta o artigo A catedral e o bazar, onde discute as vantagens técnicas do software livre e aborda os mecanismos de funcionamento do desenvolvimento descentralizado. Em 1998, Raymond foi um dos protagonistas, junto com Linus Torvalds, da criação da OSI, defendendo a adoção do software livre por razões técnicas e sugerindo o uso da expressão open source ao invés de free software, evitando a ambiguidade do termo free (que pode significar tanto livre quanto gratuito, na língua inglesa).

A pluralidade de ideias e concorrência natural entre os sistemas e aplicações dentro do movimento software livre fazem parte de seu mecanismo de evolução, bem como influencia positivamente em sua qualidade. A concorrência entre os navegadores, ferramentas de escritório, gerenciador de janelas e banco de dados são os exemplos mais conhecidos. Do restante da história do software livre até os dias atuais podemos encontrar uma grande quantidade de soluções de alta qualidade que foram e estão sendo liberadas sob licenças livres, e em geral apoiadas tanto pela OSI quanto pela FSF.

2.2.4. Principais Projetos de Software Livre

Ao longo da evolução do modelo de desenvolvimento empregado em software livre, alguns projetos se destacaram dentro da comunidade de desenvolvedores e ganharam prestígio dos usuários pela sua qualidade. Esses projetos podem ser considerados ícones que representam o sucesso de uma metodologia que no início não atraiu empresas a adotarem-no devido à sua informalidade e a valorização dos indivíduos sobre o processo.

Dentre os projetos que conquistaram tal prestígio, podemos citar o Mozilla Firefox, considerado um dos melhores navegadores disponíveis , e o Android, o sistema operacional para smartphones e tablets mais popular do mercado .

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2.2.4.1. GNU/Linux

Considerado o principal projeto de software livre existente, o GNU/Linux é a junção do núcleo Linux (Linux kernel), desenvolvido por Linus Torvalds e o pacote de serviços e ferramentas originados do projeto GNU, liderado por Richard Stallman. O GNU/Linux é o sistema operacional mais usado em servidores , o que pode ser justificado pelo seu bom desempenho e confiabilidade. Ele foi o principal responsável pelo reconhecimento do sucesso do modelo de desenvolvimento de software livre. O núcleo Linux é a base para o Android, tornando-se o sistema dominante em smartphones e tablets. Além disso, é o software mais utilizado em dispositivos com computação embarcada.

2.2.4.2. GNOME

GNOME é um ambiente de área de trabalho e interface gráfica com o usuário (GUI) que roda sobre o sistema operacional. Composto inteiramente por software livre, ele pode ser usado em sistemas operacionais compatíveis com Unix. Atualmente é um dos principais ambientes gráficos para computadores pessoais, sendo a GUI padrão para as duas distribuições GNU/Linux mais populares do mercado : Linux Mint e Ubuntu. Além disso, é também utilizado no OpenSolaris e em outras importantes distribuições, tais como Debian, Red Hat Enterprise Linux e Fedora.

2.2.4.3. Servidor Apache

O servidor HTTP Apache, ou simplesmente Apache, é um exemplo de software livre notável, pois é o servidor HTTP mais popular da WEB e, desta forma, responsável pelo processamento da maior parte das páginas disponibilizadas atualmente na Internet. Ao contrário de alguns servidores web proprietários, o Apache é multiplataforma, podendo ser usado em sistemas POSIX (Unix, GNU/Linux, FreeBSD, etc), Windows e Mac OS.

2.2.4.4. Eclipse

Originado a partir do VisualAge da IBM, o Eclipse é um dos principais ambientes integrados de desenvolvimento de software (IDE) para a plataforma Java. Desenvolvido na própria linguagem Java, é considerado um dos melhores IDEs do mercado, sendo o pioneiro em diversos recursos de refatoração. Sua qualidade atraiu a comunidade de desenvolvedores, que criou suporte à diversos SDKs e linguagens de programação, tais como C/C++, Php e Python. Atualmente é usado como ferramente oficial para diversas plataformas. Um exemplo notável é sua

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adoção como a IDE padrão para desenvolvimento de aplicativos para o sistema operacional Android.

2.2.5. Movimento Software Livre

2.2.5.1. Motivação

Os desenvolvedores de software na década de 70 frequentemente compartilhavam seus programas de uma maneira similar aos princípios do software livre. No final da mesma década, as empresas começaram a impor restrições aos usuários com o uso de contratos de licença de software. Em 27 de setembro de 1983, Richard Stallman postou uma mensagem nos grupo de notícias net.unix-wizards e net.usoft com o assunto new Unix implementation. Nessa mensagem, ele informa que está começando a escrever um sistema compatível com UNIX chamado GNU (um acrônimo recursivo para Gnu’s Not Unix) e que ele será dado a todas as pessoas interessadas. No início de 1984 largou seu emprego no laboratório de Inteligência Artificial do MIT, para dedicar-se em tempo integral ao projeto. E em outubro de 1985 Stallman fundou a Free Software Foundation ( FSF) e introduziu os conceitos de software livre e Copyleft, os quais foram especificamente desenvolvidos para garantir que a liberdade dos usuários fosse preservada.

O movimento software livre não costuma tomar uma posição sobre trabalhos que não sejam programas de computador, i.e., software e suas respectivas documentações, mas alguns defensores do software livre acreditam que outros trabalhos que servem a um propósito prático também devem ser livres (veja Free content).

Para o Movimento do software livre, que é um movimento social, não é ético aprisionar conhecimento científico, que deve estar sempre disponível, para assim permitir a evolução da humanidade. Já o movimento pelo Código Aberto, que é um movimento mais voltado ao mercado, prega que o software desse tipo traz diversas vantagens técnicas e econômicas. O segundo surgiu para levar as empresas a adotarem o modelo de desenvolvimento de software livre.

Como a diferença entre os movimentos "Software Livre" e "Código Aberto" está apenas na argumentação em prol do mesmo tipo de software, é comum que esses grupos se unam em diversas situações ou que sejam citados de uma forma agregadora através da sigla "FLOSS" (Free/Libre and Open Source Software).

2.2.6. Movimentos Relacionados

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Inspirados na GPL e nas propostas do movimento do software livre, foi criado um repositório de licenças públicas, chamado Creative Commons, cujos termos se aplicam a variados trabalhos criativos, como criações artísticas colaborativas, textos e software, Entretanto, a maioria destas licenças não são reconhecidas como realmente livres pela FSF e pelo movimento de software livre.

O software livre está inserido num contexto mais amplo onde a informação (de todos os tipos, não apenas software) é considerada um legado da humanidade e deve ser livre (visão esta que se choca diretamente ao conceito tradicional de propriedade intelectual). Coerentemente, muitas das pessoas que contribuem para os movimentos de Conhecimento Aberto — movimento do software livre, sites Wiki, Creative Commons, etc. — fazem parte da comunidade científica.

Cientistas estão acostumados a trabalhar com processos de revisão mútua (ou por pares) e o conteúdo desenvolvido é agregado ao conhecimento científico global. Embora existam casos onde se aplicam as patentes de produtos relacionados ao trabalho científico, a ciência pura, em geral, é livre.

2.2.7. Tipos de Licença de Software Livre

Todo software livre deve ser licenciado através de uma licença de software livre. Uma das mais conhecidas é a GNU GPL. Entretanto, existem diversas outras: GNU AGPL, GNU LGPL, GNU FDL , MPL (Licença pública Mozilla), Licença Apache, Licença MIT e Licença BSD.

2.2.7.1. Software Livre e Software em Domínio Público

Software livre é diferente de software em domínio público. O primeiro, quando utilizado em combinação com licenças típicas (como as licenças GPL e BSD), garante a autoria do desenvolvedor ou organização. O segundo caso acontece quando se passam os anos previstos nas leis de cada país de proteção dos direitos do autor e este se torna bem comum. Ainda assim, um software em domínio público pode ser considerado como um software livre, desde que atenda as liberdades definidas pela Free Software Foundation, como citadas anteriormente.

2.2.7.2. Software Livre e Copyleft

Licenças como a GPL contêm um conceito adicional, conhecido como copyleft. Ao contrário de copyright, em copyleft o autor cede alguns direitos. Por isto o termo left. Na prática isto significa que o autor continua sendo o dono, mas sua obra pode ser utilizada/modificada/distribuída por outras pessoas, respeitando

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termos específicos de licença. Um software livre sem copyleft pode ser transformado em não-livre por um usuário, caso assim o deseje. Já um software livre protegido por uma licença que ofereça copyleft, se distribuído, deverá ser sob a mesma licença, ou seja, repassando os direitos.

Associando os conceitos de copyleft e software livre, programas e serviços derivados de um código livre devem obrigatoriamente permanecer com uma licença livre (os detalhes de quais programas, quais serviços e quais licenças são definidos pela licença original do programa). O usuário, porém, permanece com a possibilidade de não distribuir o programa e manter as modificações ou serviços utilizados para si próprios.

2.2.8. Modelos de Negócio com Software Livre

Devido ao crescimento substancial do software livre, empresas têm obtido sucesso em sua exploração comercial com diferentes modelos de negócio. Existem abordagens específicas para um tipo de produto ou situação, outras para um nicho de mercado limitado ou ainda as que se adaptam ao porte da empresa.

É possível distinguir os modelos de negócio em dois grandes grupos, baseado no aspecto de participação no desenvolvimento. O primeiro financia o desenvolvimento do software remunerando os profissionais envolvidos. O segundo estimula a adoção do software no mercado e promove treinamentos e consultoria. No entanto, ambos pertencem econômico e tecnológico do software livre no mercado.

Entre os modelos existentes destacam-se:

Redistribuição (CDs e DVDs com software livre) Extensões não-livres Produtos e serviços privilegiados Licenciamento dual Licença com prazo de validade Integração com produtos de hardware Serviços baseados em software livre Serviços diretos e padronizados Propaganda e Franquias

2.2.9. Principais entidades ligadas ao Software Livre

O fortalecimento do movimento de software livre se deu, em grande parte, graças à colaboração de voluntários organizados em comunidades, associações de corporações e empresas que contribuíram significativamente com o

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desenvolvimento e financiamento de projetos de código aberto. As entidades atuam em diferentes níveis, desde a divulgação do movimento pela liberdade até o financiamento de desenvolvedores e projetos diretamente ligados à produção de softwares livres.

2.2.9.1. Free Software Foundation (FSF)

A Fundação do Software Livre (Free Software Foundation - FSF) é uma organização sem fins lucrativos fundada por Richard Stallman em 4 de outubro de 1985 para apoiar o movimento do software livre, baseado em copyleft e que visa promover a liberdade universal para criar, distribuir e modificar software. A FSF é sediada em Massachusetts, EUA. Desde sua fundação até meados da década de 1990, seus recursos eram usados em maior parte para contratar desenvolvedores para trabalhar em software livre para o projeto GNU. Posteriormente, direcionou seus empregados e voluntários para atuar em questões legais e estruturais para o movimento e a comunidade do software livre.

2.2.9.2. Open Source Initiative (OSI)

A OSI - Iniciativa pelo código aberto - é uma organização dedicada a promover o software de código aberto. Ela foi criada para incentivar uma aproximação de entidades comerciais com o software livre. Sua atuação principal é a de certificar quais licenças se enquadram como licenças de software livre, e promovem a divulgação do software livre e suas vantagens tecnológicas e econômicas.

A organização foi fundada em fevereiro de 1998, por Bruce Perens e por Eric S. Raymond. A formação da OSI começou com a publicação do trabalho de Eric Raymond, A Catedral e o Bazar em 1997.

2.2.10. Principais Fundações ligadas ao Software Livre

2.2.10.1.Apache Software Foundation

A Apache Software Foundation (ASF) é uma organização sem fins lucrativos criada para suportar os projetos Apache, é uma comunidade descentralizada de desenvolvedores que trabalham na produção de Softwares Livres, distribuídos sob a licença Apache. Suas contribuições ao Software Livre vão além do desenvolvimento, pois um dos seus objetivos é proteger legalmente os participantes dos seus projetos, e prevenir que o nome Apache seja utilizado por outras organizações sem a devida permissão.

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2.2.10.2.Eclipse Foundation

A Fundação Eclipse é uma organização sem fins lucrativos, com membros que apoiam e desenvolvem o Eclipse, um projeto de Software Livre, e que ajudam e cultiva tanto a comunidade de código aberto, como também o conjunto de produtos e serviços complementares da mesma plataforma.

2.2.10.3.Linux Foundation

A Fundação Linux (Linux Foundation - LF) é um consórcio de tecnologias sem fins lucrativos criados para fomentar o crescimento do sistema operacional Linux. Fundado em 2007 pela junção do Laboratório de Desenvolvimento Open Source (Open Source Develpment Labs - OSDL) e o Grupo de Padrões Livres (Free Standards Group - FSG), a LF patrocina o trabalho do criador do Linux, Linus Torvalds, e é apoiada por empresas líderes de Linux e código aberto a desenvolvedores de todo o mundo. A LF promove, protege e padroniza o Linux "fornecendo um conjunto abrangente de serviços para competir eficazmente com plataformas fechadas".

2.2.10.4.GNOME Foundation

A Fundação GNOME (GNOME Foundation) é uma organização sem fins lucrativos que coordena o desenvolvimento do projeto GNOME. Trabalha com o objetivo de criar uma plataforma de computação de uso público e geral completamente livre.

2.2.10.5.Mozilla Foundation

A Mozilla Foundation é uma fundação que mantém todos projetos de software livre da linha Mozilla, como Firefox, Thunderbird e complemetos entre outros.

2.2.10.6.Electronic Frountier Foundation (EFF)

A Electronic Frontier Foundation (EFF), é uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de proteger os direitos de liberdade de expressão, no contexto da era digital. Tem atuado de várias maneiras, proporcionando ou financiando defesa legal nos tribunais para indivíduos e novas tecnologias do efeito inibitório provocado por ameaças legais que sejam consideradas infundadas e sem razão, entre outras.

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2.2.10.7.Software Freedom Law Center (SFLC)

A Software Freedom Law Center (SFLC) é uma organização de profissionais voluntários que fornece auxílio e representação legal sobre aspectos jurídicos aos desenvolvedores de projetos de software livre sem fins lucrativos.

2.2.10.8.Creative Commons

Creative Commons é uma organização não governamental sem fins lucrativos voltados a expandir a quantidade de obras criativas disponíveis, através de suas licenças que permitem a cópia e compartilhamento com menos restrições que o tradicional todos direitos reservados. Para esse fim, a organização criou diversas licenças, conhecidas como licenças Creative Commons, que tem sido adotada por muitos criadores de conteúdo, pois permitem controle sobre a maneira como a propriedade intelectual será compartilhada.

2.2.11. Principais empresas ligadas ao Software Livre

2.2.11.1.Cygnus Solutions

Cygnus Solutions, originalmente Cygnus Support, foi fundada em 1989 por John Gilmore, Michael Tiemann e David Henkel-Wallace para prover suporte comercial ao software livre. Depois de dez anos de existência, a Cygnus se funde com a Red Hat.

2.2.11.2.Canonical (Ubuntu)

Canonical Ltd. é uma companhia privada fundada para atuar no suporte e serviços para o Ubuntu Linux e projetos relacionados.

2.2.11.3.Red Hat

Red Hat, Inc. é um dos principais fornecedores de distribuição Linux. A Red Hat fornece plataformas de sistema operacional, juntamente com middleware, aplicações e produtos de gerenciamento, bem como suporte, treinamento e serviços de consultoria. Red Hat cria, mantém e contribui para muitos projetos de software livre e também adquiriu vários pacotes de software proprietário e lançou o seu código fonte sob a licença GNU GPL.

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2.2.11.4. IBM

A IBM é uma das principais empresas de tecnologia, tem investido em pesquisa e desenvolvimento, as tecnologias que desenvolve têm influenciado projetos que vão de supercomputadores a consoles de vídeo game e nanotecnologia. A IBM além do projeto Eclipse mantém um portal para fomentar o desenvolvimento de software livre.

2.2.11.5.Google

Google Inc. (Google) tem investido muito em projetos de software livre, um bom exemplo disso é o Google Summer of Code que incentiva estudantes do mundo todo a participarem do desenvolvimento de softwares livres.

2.2.11.6.Oracle Corporation

Oracle Corporation em Janeiro de 2010, anunciou a aquisição da Sun Microsystems, que foi importante para alguns membros da comunidade Open Source e também para algumas outras companhias, que temiam que a Oracle fosse acabar com o apoio tradicional que a Sun dava a projetos Open Source. O apoio aos projetos tem sido mantido. Em junho de 2011, a Oracle doou o OpenOffice para a Fundação Apache.

2.2.11.7.Hewlett-Packard (HP)

A Hewlett-Packard, uma das gigantes do setor de informática, aderiu ao Software Livre usando-o em suas linhas de produtos, como também, contribuindo para o desenvolvimento de produtos com essa a essa filosofia. Um exemplo é sua plataforma WebOS.

2.2.11.8.LocaWeb

A Locaweb é uma empresa de hospedagem de sites, serviços de internet e pioneira em Cloud computing no Brasil. Todos os seus servidores rodam GNU/Linux, a empresa também patrocina eventos de software livre.

2.2.11.9.4Linux

A 4Linux oferece cursos, soluções e serviços de T.I. baseados em softwares livres e padrões abertos para ambientes de missão crítica.

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2.2.12. Participação do Software Livre na Indústria

O Software livre se tornou um fenômeno comercial a partir do final dos anos 90 e desde então sua participação na Indústria de TI tem crescido em ritmo constante.

Existem várias abordagens para a exploração comercial de software livre. Dessas, algumas tem se mostrado mais viáveis, algumas se mostram mais adequadas para empresas de grande porte, enquanto outras se mostram mais adequadas para empresas de pequeno porte. Por se tratar de um fenômeno relativamente novo, há ainda espaço para experimentar outros modelos de negócio.

No ano de 2005, uma pesquisa entitulada "Impacto do Software Livre e de Código Aberto (SL/CA) na Indústria de Software do Brasil" foi realizada pelo Observatório Econômico da Sociedade Softex em parceria com o Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT. O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento das formas de organização técnica e econômica de Software Livre e de Código Aberto (SL/CA) no Brasil.

Os resultados dessa pesquisa apresentam dados a respeito do perfil dos usuários, dos desenvolvedores, das empresas usuárias e das empresas desenvolvedoras de software livre. Além disso, a pesquisa apresenta as dimensões econômicas do SL/CA: motivações, setores e modelos de negócios adotados pelas empresas.

Na apresentação do documento, afirma-se que "o SL/CA ameaça fortemente o modelo de pacotes (plataformas e sistemas operacionais), componentes de software (enquanto a ênfase de sua utilização for como produto) e produtos customizáveis, exatamente porque esses modelos têm na apropriabilidade (manter códigos fechados) um fator essencial de concorrência". Ainda, considera que os modelos de serviços e de sotware embarcado - que possuem objetivo mais específico e considerados menos importantes no que diz respeito a sua apropriação por meio de códigos fechados - representam as maiores oportunidades de investimento.

Finalmente, a pesquisa aponta que o SL/CA está se profissionalizando no país e começa a sair da periferia da indústria em direção ao seu centro, e tem despertado a atenção de muitos, desde usuários e desenvolvedores que se posicionam contra a apropriação restritiva do conhecimento, passando por corporações que enxergam no SL/CA uma oportunidade de se desfazer de uma taxa de monopólio restritiva para seus negócios.

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2.2.13. Indivíduos

Alan Cox – programador envolvido no desenvolvimento do núcleo Linux.

Benjamin Mako Hill - hacker colaborador dos projetos Debian e Ubuntu

Bill Joy - Bill Joy - co-fundador da Sun Microsystems em 1982 e autor do editor de texto vi.

Bob Young - fundador da Red Hat.

Brian Behlendorf – primeiro desenvolvedor da Apache Web Server. Ex-diretor da OSI.

Bruce Perens – criou a versão inicial do Open Source Definition. Foi Co-fundador da OSI.

Bruno Souza - presidente do SOUJava, Grupo brasileiro de usuários Java. Também conhecido como "JavaMan". Ex-diretor da OSI.

Chip Salzenberg - programador envolvido em comunidades de software livre e da linguagem Perl e ex-diretor da OSI.

Chris DiBona – gerente de engenharia do setor público e de código aberto da Google. Ex-diretor da OSI.

David Henkel-Wallace - co-fundador da Cygnus, a primeira empresa que essencialmente começou a prover serviços para software livre.

Dennis Ritchie - criador do UNIX em 1965 e da linguagem de programação C.

Donald Knuth - desenvolvimento do TeX, um sistema eletrônico

de formatação de textos, distribuído como software livre.

Donald Pederson - em 1973 colocou em domínio público o SPICE - software livre de referência para simuladores de circuitos integrados.

Eric Allman – desenvolveu o sendmail e seu precursor delivermail.

Eric Steven Raymond – ícone do movimento de código aberto e software livre. co-fundador da OSI.

Guido van Rossum – autor da linguagem de programação Python. ex-diretor da OSI.

Hal Abelson - fundador do Creative Commons e ex-diretor da FSF.

Ian Murdock – fundador da distribuição Debian e ex-diretor da OSI.

John Gilmore - co-fundador da Cygnus, a primeira empresa que essencialmente começou a prover serviços para software livre.

Joi Ito – diretor do MIT Media Lab. Ex-diretor da OSI.

Jon "Maddog" Hall – diretor Executivo da Linux International.

Ken Coar – conhecido pelo seu envolvimento com a Apache Software Foundation. Ex-diretor da OSI.

Ken Thompson – criador do UNIX em 1965.

L Peter Deutsch – criador do Ghostscript.

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Larry Wall – criador da linguagem de programação Perl.

Lawrence Lessig - co-fundador da Creative Commons.

Len Tower – ativista do software livre e membro fundador da FSF.

Linus Torvalds – criador do Linux.

Marc Ewing - criador da primeira versão do Red Hat Linux.

Marcelo Tosatti – Brasileiro responsável pela manutenção do núcleo Linux entre 2001 e 2006.

Matthias Ettrich – fundou o KDE Michael Tiemann – atual

presidente da OSI e co-fundador da Cygnus, a primeira empresa

que essencialmente começou a prover serviços para software livre.

Nnenna Nwakanma – co-fundadora da The Free Software and Open Source Foundation for Africa. Ex-diretora da OSI.

Paul Vixie – um dos autores do UNIX.

Richard M. Stallman – fundador da FSF. Criador do projeto GNU.

Rishab Aiyer Ghosh – definiu o acrônimo FLOSS (free/libre/open source) e ex-diretor da OSI.

William John Sullivan - ativista do software livre e diretor executivo da FSF.

2.2.14. O QUE É COPYLEFT?

O objetivo do projeto GNU era garantir as liberdades citadas acima para os usuários, foi criado então um sistema de distribuição chamado copyleft, que visava impedir que o software se tornasse fechado. O Copyleft é uma expressão que surgiu para se opor ao Copyright, é uma extensão das quatro liberdades básicas do software livre que garante a cópia, distribuição e alteração do software. Segundo o site da Free Software Foundation, “O copyleft diz que qualquer um que distribui o software, com ou sem modificações, tem que passar adiante a liberdade de copiar e modificar novamente o programa. O copyleft garante que todos os usuários tenham liberdade.”

Pode ser entendido também como uma característica atribuída a determinadas obras publicadas sob licenças livres – como a GPL ou algumas licenças da Creative Commons - estas obrigam que outros distribuam obras derivadas somente sob uma licença livre idêntica a que rege a obra originária.

Existem hoje várias licenças que integram os conceitos de copyleft, mas nem todas as licenças de software livre incluem essa característica, a licença GNU GPL (General Public License) é uma das mais utilizadas no que diz respeito a programas de computadores e a FDL GNU (Free Documentation License) em relação aos textos.

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Enfim, a criação de condições políticas favoráveis à manutenção e ao desenvolvimento de softwares livres faz com que a sociedade manifesta-se em defesa do conhecimento coletivo. A disseminação do software livre no âmbito brasileiro incentiva jovens e adultos a disponibilizarem seus conhecimentos de forma livre e solidária. A disponibilização desse tipo de programa propiciará um caminho viável para construção de uma nova sociedade, preparada tecnologicamente para as mudanças sociais necessárias.

2.2.15. SOFTWARES MAIS POPULARES

A variedade de softwares livres disponíveis no mercado é considerada ampla. Vão desde editor de imagens à blogs pessoais. Com isso, houve-se a necessidade de se criar uma lista com os mais populares aplicativos de código aberto. Tal lista foi iniciada pela Trippwire Magazine, que é um blog que fornece informações úteis, ferramentas, dicas e tutoriais para web designers e desenvolvedores de softwares. Mas com tamanha diversidade de novos softwares que veem sendo criados ele requer sempre uma atualização.

Wordpress: Uma das plataformas mais populares de blogs. Contém uma grande variedade de plug-ins que podem ser utilizados para transformar um blog padrão em um blog personalizado. É ao mesmo tempo um software livre e gratuito.

Magento: softwares de comércio eletrônico, que proporciona crescimento nos setores de negócios, oferecendo aos comerciantes total flexibilidade e controle sobre a apresentação, conteúdo e funcionalidade do seu canal on-line.

Mozzila Firefox: é um dos navegadores mais utilizados atualmente. Oferece uma navegação segura e eficaz. Permite o uso de outros navegadores junto com ele. É um software livre desenvolvido pela Mozilla Corporation.

GNUCash: software livre de contabilidade financeira, para micro e pequenas empresas. Utilizado para controlar contas bancárias, ações, rendimentos e gastos, baseando-se em princípios da contabilidade profissional.

GIMP: editor de imagens que possui recursos como retoque de fotografias, composição de imagens, além das funções básicas necessárias a um editor de imagens.

7-Zip: é um compactador de arquivos, que supero o também conhecido winzip, contendo uma alta taxa de compreensão.

PDF Creator: é um gerador de documentos em formato PDF. Pode ser usado também como impressora a qualquer aplicativo.

Existem ainda iniciavas de desenvolvimento de software livre para bibliotecas que já estão em uso no mercado, dos quais os mais populares serão citados abaixo.

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7.1 Softwares para Bibliotecas GnuTeca: desenvolvido pela Solis - Cooperativa de Soluções Livres, é um

sistema para automação de todos os processos de uma biblioteca, independentemente do tamanho de seu acervo ou da quantidade de usuários. Sua criação se deu partindo de critérios definidos e validados por um grupo de bibliotecários.

Biblivre: software desenvolvido para catalogação e difusão de acervos de bibliotecas públicas e privadas dos mais variados portes. Possui ainda o recurso de que o próprio usuário pode publicar seus textos, além de músicas, imagens, filmes ou quaisquer tipos de objetos digitais que queira compartilhar online.

KOHA: é considerado o primeiro software livre do Sistema Integrado de Bibliotecas. Utilizado como um gerenciador de documentos ou biblioteca digital. Permite atualizações de circulação e catalogação.

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3. REFERÊNCIAS

Wikipédia, a enciclopédia livre. Software livre (acesso 04/06/2013)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Software_livre

Wikipédia, a enciclopédia livre. Linux (acesso 04/06/2013)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Linux

Software Livre Brasil

http://softwarelivre.org/

GNU Operating System

http://www.gnu.org/philosophy/free-sw.pt-br.html

Br – Linux.org. O que é software livre

http://br-linux.org/2008/01/faq-softwarelivre.html