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Grupo de Comunicação
CLIPPING 23 de julho de 2019
https://guiadeareasprotegidas.sp.gov.br/ap/pe-rio-turvo/
2
Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 4
“Predominantemente boa”, diz Cetesb sobre qualidade do ar em Americana ......................................... 4
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ....................................................................... 5
Caminhão a serviço da Sabesp joga entulho em área irregular, diz Guarda de Monte Mor ....................... 5
Roteiro para se divertir com a família no inverno ............................................................................... 6
Qualificada para o Município VerdeAzul, São Carlos trabalha para melhorar índices com baixa pontuação . 9
Prefeitura inicia replantio de árvores que estavam comprometendo muro de arrimo e calçamento na rua
Rui Barbosa ................................................................................................................................ 10
Usina de Lixo Verde tem expectativa de desfecho ............................................................................ 11
Índice de qualidade de aterros de resíduos cresce na cidade ............................................................. 12
O 'lixo verde' vai ter dia decisivo hoje ............................................................................................ 13
Estado de São Paulo destina 95,6% de seu lixo para aterros adequados ............................................. 14
Os argumentos de quem defende a ponte e o túnel ......................................................................... 16
Carros de passeio são responsáveis por 62% das emissões de monóxido de carbono e ônibus emitem 2%,
diz Cetesb .................................................................................................................................. 19
Fetcesp participa e campanha de conscientização da Cetesb ............................................................. 21
CETESB confirma autorização para o início da construção da Ponte .................................................... 22
Inverno intensifica riscos de queimadas ......................................................................................... 23
Relatório da Cetesb mostra melhora na qualidade do ar ................................................................... 24
Relatório da Cetesb mostra melhora na qualidade do ar ................................................................... 24
Justiça determina que Sabesp pare de despejar esgoto na lagoa do João Aranha ................................ 25
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 26
Todo apoio ao empreendedorismo ................................................................................................. 26
Aquecedores de ar requerem cuidados ao serem instalados .............................................................. 27
Saneamento básico: maior parte das grandes cidades reinveste menos de 30% do que arrecada .......... 28
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 32
Painel: Sob impacto de mensagens, STF deve analisar no segundo semestre duas ações que questionam Moro .......................................................................................................................................... 32
Ministro de Minas e Energia quer trocar diesel por gás nos caminhões ............................................... 34
Mudança de diesel por gás é viável, mas exige renovação de frota brasileira ...................................... 36
Municípios que menos precisam são os que mais investem em saneamento ........................................ 37
Bunge se une no Brasil a gigante do petróleo para produzir etanol .................................................... 39
Para não ser 'pego de calças curtas', Bolsonaro quer embargar dados de desmate .............................. 40
Marcos Pontes também questiona dados do Inpe e chama diretor para conversa ................................. 42
Bolsonaro repete tática de Dilma e Sarney ao tentar controlar dados de desmatamento ....................... 43
Mônica Bergamo: Menores de SP poderão viajar desacompanhados sem autorização expressa da Justiça44
ESTADÃO ................................................................................................................................... 46
Comitê vai monitorar mercado de gás ............................................................................................ 46
Atenta a consumidor, UPL investe em controle biológico ................................................................... 47
Preservar a Amazônia é mais do que uma questão de ativismo: é um negócio muito rentável ............... 49
Bunge e BP se unem e vão disputar a vice-liderança em açúcar e álcool no País .................................. 51
Eliane Cantanhêde: ‘Paraíbas’ e ‘melancias’ .................................................................................... 53
3
Grupo de Comunicação
Especialistas defendem dados de monitoramento da Amazônia divulgados pelo Inpe ........................... 54
Bolsonaro quer acesso prévio a dados sobre desmatamento para 'não ser pego de calças curtas' .......... 56
Ministro da Ciência endossa Bolsonaro e questiona Inpe sobre dados de desmatamento ....................... 58
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 60
Quem pagará a conta do carro elétrico? ......................................................................................... 60
BP e Bunge criam joint venture em bioenergia ................................................................................ 62
Benefícios em escala no novo mercado do gás ................................................................................ 64
GE fornece turbina para térmica da Eneva ...................................................................................... 66
Importação de produtos químicos vai a US$ 20,4 bi e déficit pode ser recorde .................................... 67
Dona da Sigma prospecta projetos de níquel e cobalto ..................................................................... 68
Fracassa plano chileno para atrair fabricantes de baterias de lítio ...................................................... 69
Proteção de dados como garantia fundamental ............................................................................... 70
Pontes segue Bolsonaro e diz estranhar dados do Inpe .................................................................... 72
4
Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS Veículo: O Liberal – Americana
Data: 23/07/2019
“Predominantemente boa”, diz Cetesb
sobre qualidade do ar em Americana
http://visualizacao.boxnet.com.br/#/?t=00812955D0A5FF
01A9915D2EEB9B0BF50200000099D0AC35E4E770F11CD
9F4C7AB1F629B5C361485046A966A942EE2553C5F796B5
2D512A50C0BFDDACFB9ACE05968A96CE006E448290B51
6C5F108CFD05D036FB396925F72609355A126BFB1664A5
4760
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5
Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo: G1 Campinas e região / EPTV
Data: 22/07/2019
Caminhão a serviço da Sabesp joga
entulho em área irregular, diz Guarda de
Monte Mor
Segundo a Prefeitura, caminhão responsável
pelo descarte irregular foi apreendido e o caso
será apresentado na delegacia da cidade.
Por G1 Campinas e Região
Guarda Municipal flagra descarte de entulho em área
ambiental de Monte Mor — Foto: Guarda Civil
Municipal/Divulgação
A Guarda Municipal de Monte Mor (SP) flagrou
o descarte irregular de entulho em uma área
de proteção ambiental no bairro São
Domingos, nesta segunda-feira (22). O
despejo do material foi realizado por um
caminhão a serviço da Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp), na beira do Rio Capivari.
De acordo com a prefeitura de Monte Mor,
uma bióloga da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente esteve no local e o veículo foi
apreendido. O caso será apresentado na
delegacia do município e a limpeza do local
deverá ser realizada pela Sabesp.
A empresa responsável pelo caminhão
informou à EPTV, afiliada TV Globo, que possui
um contrato para o descarte no local, fato
confirmado pelo dono do terreno. Apesar
desse acerto, a Polícia Civil destacou que as
partes irão responder por crime ambiental.
Procurada pelo G1, a Sabesp informou em
nota que "oferece todas as condições e orienta
a seus fornecedores e terceirizados que sigam
rigorosamente a legislação ambiental." A
companhia acrescenta que "o caso citado será
apurado e as medidas cabíveis serão
adotadas."
Entulho é descartado em área ambiental do bairro São
Domingos — Foto: Guarda Civil Municipal/Divulgação
https://g1.globo.com/sp/campinas-
regiao/noticia/2019/07/22/caminhao-a-
servico-da-sabesp-joga-entulho-em-area-
irregular-diz-guarda-de-monte-mor.ghtml
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6
Grupo de Comunicação
Veículo: Cruzeiro do Sul
Data: 22/07/2019
Roteiro para se divertir com a família no
inverno
Região do cone leste do Estado abriga
importantes unidades de conservação
Roteiro para se divertir com a família no
inverno
Serras da Mantiqueira e do Mar abrigam unidades de conservação que oferecem desde trilhas, cachoeiras e florestas até praias. Crédito da foto: Wikipedia
São Paulo oferece um grande número de
opções para quem não abre mão de passear
mesmo nos dias frios do inverno. Entre os
destinos preferidos estão os parques estaduais
das serras da Mantiqueira e do Mar.
Localizados no cone leste do Estado —
distantes entre 270 e 370 quilômetros de
Sorocaba –, a região abriga importantes
unidades de conservação, como o Parque
Estadual Campos do Jordão, a Área de
Proteção Ambiental São Francisco Xavier, a
Estação Ecológica de Bananal e o Núcleo
Cunha do Parque Estadual Serra do Mar.
Os programas contemplam roteiros para
turistas de todos os gostos, idades e condições
físicas. É possível escolher entre trilhas em
florestas, praias, montanhas, cachoeiras,
cavernas e paisagens diversas. Confira
sugestões da Secretaria Estadual do Meio
Ambiente para passeios que podem ser feitos
em um fim de semana ou feriado prolongado:
Trilhas na mata, montanhas e ar puro
Para quem gosta do ar puro e do friozinho da
montanha, o Parque Estadual Campos do
Jordão (PECJ) é uma boa opção. Primeiro
parque do Estado, ele possui um patrimônio
natural riquíssimo e sua história guarda
ligação estreita com o desenvolvimento
econômico paulista, principalmente a partir de
culturas florestais madeireiras.
Pedra do Baú é um dos principais pontos de escalada técnica. Crédito da foto: Divulgação / Prefeitura de Campos do Jordão
Sugestões de passeio são as trilhas Monteiro
Lobato (indicada para as crianças, com
referências à obra do escritor); das Quatro
Pontes; Cachoeira do Galharada; do Rio
Sapucaí; e Celestina. Tem também a Trilha
dos Campos, que serpenteia pela Mata
Atlântica, araucárias e campos de altitude, até
atingir 1.900 metros. Do ponto mais alto se
tem uma visão panorâmica de quase todo o
Vale do Paraíba.
Horário: de segunda a domingo, das 9h às
17h
Ingresso: R$ 15 (exceto às quartas-feiras)
Informações: (12) 3663-3762
Pedra do Baú
Quem vai a Campos do Jordão não pode
deixar de conhecer a Pedra do Baú, na vizinha
São Bento do Sapucaí. O Monumento
Natural Estadual (MoNa) Pedra do Baú é
formado por um fantástico complexo rochoso
situado no meio da exuberante Mata Atlântica,
da qual restam aproximadamente 8% da sua
porção original. Está encravado na Serra da
Mantiqueira e é considerado um dos principais
pontos de escalada técnica do Estado de São
Paulo, contendo inúmeras vias de escalada.
Sugestões de passeio: trilhas do Bauzinho, do
Baú e da Ana Chata.
Endereço: Estrada Municipal do Bauzinho, km
6 Bairro Paiol Grande
Horário: de segunda a domingo, das 8h às
18h
Ingresso: R$ 10,00
7
Grupo de Comunicação
Informações: (12) 3663-1977
Passeio entre animais ameaçados de
extinção
Espécies em risco, como o sagui-da-serra-escuro vivem em Cunha. Crédito da foto: Divulgação / Guia de Áreas Protegidas
O Núcleo Cunha do Parque Estadual da
Serra do Mar protege importante
remanescente de matas nebulares — a mais
de mil metros de altitude –, com árvores de
grande porte como cedro, peroba,
maçaranduba e araucária, que abrigam
bromélias, orquídeas e samambaias. As
florestas preservam importantes mananciais
para o abastecimento de água das cidades do
Vale do Paraíba e até mesmo do Rio de
Janeiro. Há também muitas espécies
exclusivas em risco de extinção, como o sagui-
da-serra-escuro, o mono-carvoeiro e o sauá, e
aves como o macuco, a jacutinga, a saudade,
o cuiú-cuiú, o -negrinho-do-mato, o pavó e o
gavião-de-penacho.
Sugestões de passeio: trilhas do Rio Bonito,
das Cachoeiras e do Rio Paraibuna.
Endereço: Estrada Municipal do Bairro do
Paraibuna, km 20 Bairro Paraibuna (Cunha)
Horário: de segunda a domingo, das 8h às
17h
Ingresso: gratuito
Informações: (12) 3111-2353
São Francisco Xavier: água e cultura
tropeira
Cachoeira Pedro David, refresco no meio da caminhada. Crédito da foto: Divulgação / Guia de Áreas Protegidas
Antes de tomar o rumo da serra ou do litoral,
outra opção é a Área de Proteção
Ambiental São Francisco Xavier, no distrito
do município de São José dos Campos. Os
principais atributos da APA são seus recursos
hídricos, a cultura tropeira e o primata
muriqui, considerado o maior macaco das
Américas. Esse é um importante local de
atração para o turismo regional. Possui
belíssimas paisagens e cachoeiras
características dos ecossistemas da Serra da
Mantiqueira.
Sugestões de passeio: Trilha do Mirante ou
Pedra da Onça, Pedra do Porquinho e
Cachoeira Pedro David.
Endereço: rua 15 de novembro, 1.051 –
Distrito de São Francisco Xavier
Horário: das 8h às 17h
Ingresso: gratuito
Informações: (12) 39261790
Na Bocaina, o paraíso das bromélias
Estação do Bananal abriga inúmeras plantas. Crédito da foto: Divulgação / EE Bananal
8
Grupo de Comunicação
A Estação Ecológica de Bananal ajuda a
proteger um dos últimos remanescentes de
Mata Atlântica do Estado de São Paulo. Está
localizada na Serra da Bocaina, próxima à
divisa com o Rio de Janeiro. Além de ser
conhecida como o paraíso das bromélias,
abriga muitas espécies importantes de fauna.
Lá se encontra, também, um trecho
preservado de 800 metros da histórica trilha
do ouro, um caminho de mais de 300 anos,
construído por mão de obra escrava e todo
calçado com rochas.
Sugestões de passeio: trilhas da Cachoeira
Sete Quedas, do Ouro e do Mirante.
Endereço: rodovia SP-247, km 15 + 10 km
pela estrada da Madeirith Bairro Sertão do
Ariró
Horário: de segunda a domingo, das 8h às
17h
Ingresso: gratuito
Informações: (12) 3116-2008
https://www.jornalcruzeiro.com.br/suplement
os/turismo/roteiro-para-se-divertir-com-a-
familia-no-inverno/
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9
Grupo de Comunicação
Veículo: Cidade On
Data: 22/07/2019
Qualificada para o Município VerdeAzul,
São Carlos trabalha para melhorar índices
com baixa pontuação
Programa trabalha a elaboração e a execução
de políticas públicas voltadas para o
desenvolvimento sustentável dos municípios
São Carlos foi qualificada para a próxima fase
do Programa Município VerdeAzul, ação
desenvolvida pela Secretaria de
Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado
de São Paulo (SIMA), em parceria com as
cidades. Cento e sessenta e quatro cidades
obtiveram o certificado de qualificação e serão
reavaliados para o Ranking Ambiental dos
Municípios Paulistas.
O Programa trabalha a elaboração e a
execução de políticas públicas voltadas para o
desenvolvimento sustentável dos municípios.
A qualificação é considerada pelos executivos
um "simulado" para a certificação que ocorre
ao final de cada ciclo anual.
"A qualificação de São Carlos significa que o
município está progredindo na área de meio
ambiente. Estamos trabalhando em todas as
áreas para que São Carlos esteja entre as
melhores cidades do estado do ponto de vista
ambiental e assim oferecer melhores serviços
para a população", contou o secretário de Meio
Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação,
José Galizia Tundisi.
O município encaminha aos técnicos do PMVA
as 85 tarefas, baseadas em ações ligadas às
diretivas do Programa. De acordo com a nota
alcançada, a cidade é qualificada para
certificação. "Estamos orgulhos dessa edição
que recebeu um volume recorde de inscritos
para a qualificação. Isso mostra o quanto os
municípios estão atentos com suas
responsabilidades, com o meio ambiente,
sobretudo com a qualidade de vida de toda a
população", destacou o coordenador do
Programa Município VerdeAzul, José
Walter Figueiredo Silva.
Os municípios certificados ganham o direito de
utilizar a logomarca da certificação e assim
agregar valor às transações comerciais de
seus produtos. "Esta marca possibilita agregar
valor para os produtos gerados nos
municípios. É um símbolo que gera recurso. O
mundo sustentável abre uma nova
oportunidade para vocês e vamos buscar a
certificação para que essa seja a consciência
do nosso Estado", disse o secretário de
Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos
Penido.
No final do ano, a Secretaria de
Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado
de São Paulo (SIMA) fará a divulgação do
Ranking Ambiental dos Municípios Paulistas a
partir de uma nova avaliação dos índices.
"Para melhorar ainda mais a nossa nota e
subir no ranking ambiental, estamos
finalizando o Plano de Gestão Integrado de
Resíduos e o de Saneamento e desenvolvendo
um grande projeto de arborização", informou
o professor Tundisi.
Em 2018, São Carlos ficou na 111ª colocação
no ranking ambiental do Estado de São Paulo,
subindo 27 posições em relação ao ano de
2017. Na cidade, os servidores Anna Paula
Luiza e Rogério, da Secretária de Meio
Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação são
os interlocutores do Programa Município
VerdeAzul.
Para saber
Atualmente, estão inscritos no Programa 638
municípios do Estado que, ao participarem de
um ciclo, são avaliados em ações
fundamentadas em dez diretivas: Município
Sustentável, Estrutura e Educação Ambiental,
Conselho Ambiental, Biodiversidade, Gestão
das Águas, Qualidade do Ar, Uso do Solo,
Arborização Urbana, Esgoto Tratado e
Resíduos Sólidos.Voltar ao Sumário
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=27735728&e=577
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10
Grupo de Comunicação
Veículo: JE online
Data: 22/07/2019
Prefeitura inicia replantio de árvores que
estavam comprometendo muro de arrimo
e calçamento na rua Rui Barbosa
Por motivo de segurança, a Prefeitura
Municipal de São Roque, por meio do
Departamento de Meio Ambiente, iniciou o
replantio de duas árvores localizadas na rua
Rui Barbosa, Centro, nesta manhã (22).
A substituição foi definida após visita técnica
dos engenheiros do Departamento de
Planejamento, uma vez que as árvores de
espécie Ficcus estão danificando as calçadas e
tubulações subterrâneas, e começaram a
comprometer o muro de arrimo e contenção
localizado na Rua Quiriro Capuzzo. Se
mantidas podem ainda levar a abalos
estruturais mais sérios e, consequente, causar
risco aos moradores e pessoas que transitam
por alí.
O plantio de novas árvores adequadas para o
local, será realizado nos próximos dias.
Programa de poda e plantio
O trabalho de poda consciente, assim como de
novos plantios tem sido uma prática da atual
Administração.
Por meio dos programas "Nascer Verde" e
"Floresta Urbana", já foram plantadas tantas
novas árvores, em vários pontos da Cidade,
de 2017 para cá já foram plantadas mais de
2000 mudas.
Nós últimos anos a Cidade tem se destacado
pelo cuidado com o Meio Ambiente, tendo
neste mês, se qualificado pela primeira vez na
História, para receber o "Selo Município
Verde Azul", de reconhecimento estadual às
Cidades que, efetivamente, se destacam na
preservação da Natureza.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=27730851&e=577
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11
Grupo de Comunicação
Veículo: Correio Popular
Data: 23/07/2019
Usina de Lixo Verde tem expectativa de
desfecho
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=27737214&e=577
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12
Grupo de Comunicação
Veículo: Folha Metropolitana-Guarulhos
Data: 23/07/2019
Índice de qualidade de aterros de
resíduos cresce na cidade
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=27743040&e=577
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13
Grupo de Comunicação
Veículo: Cidades já
Data: 23/07/2019
O 'lixo verde' vai ter dia decisivo hoje
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=27752446&e=577
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14
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal Joseense
Data: 228/07/2019
Estado de São Paulo destina 95,6% de
seu lixo para aterros adequados
Informação consta no Inventário Estadual de
Resíduos Sólidos Urbanos 2018 elaborado pela
CETESB
O Inventário Estadual de Resíduos
Sólidos Urbanos elaborado anualmente
pela CETESB (Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo) mostra que no ano
passado dos 645 municípios do Estado, 612
descartaram seus resíduos sólidos urbanos em
aterros classificados pela Companhia como
adequados, equivalente a 95,6%.
'Em fevereiro criamos na Secretaria, o Comitê
de Integração de Resíduos Sólidos para
trabalhar de forma regionalizada soluções
definitivas para separação e reutilização dos
resíduos sólidos urbanos no Estado', explica o
secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente,
Marcos Penido.
O estudo elaborado pelos técnicos da CETESB
indica que em 2018, 97,8% das 40,7 mil
toneladas geradas diariamente no Estado
foram dispostas em aterros avaliados como
adequados. A população urbana atendida por
aterros com disposição adequada, entre 2011
e 2018, passou de 81,8% de habitantes
servidos para 97,5%.
'A melhoria das condições ambientais nas
áreas para disposição de resíduos se deve ao
conjunto de ações de controle e às políticas
públicas exercidas pela Secretaria de
Infraestrutura e Meio Ambiente e a
CETESB. O foco é erradicar a disposição
inadequada no Estado e aprimorar as ações
técnicas, para obter uma evolução significativa
nos resultados', explica a diretora-presidente
da CETESB, Patrícia Iglecias.
Não foram considerados no levantamento, os
municípios de Arapeí e Bananal, que
dispuseram seus resíduos em Barra Mansa, no
Rio de Janeiro, Casa Branca e Igarapava, que
encaminharam para Uberaba, Minas Gerais, e
Ribeira, que destinou para Rio Negrinho, Santa
Catarina.
O aporte de recursos de programas com
financiamento governamental como Fundo
Estadual de Prevenção e Controle da Poluição
- FECOP e o Fundo Estadual de Recursos
Hídricos - FEHIDRO, contribuem para a
solução dos problemas ambientais e sanitários
no Estado.
Os municípios que receberam a avaliação
máxima, por destinação adequada foram:
Altinópolis, Américo Brasiliense, Analândia,
Araraquara, Barretos, Barrinha, Batatais,
Bebedouro, Boituva, Brodowski, Cajuru,
Cananeia, Cesário Lange, Corumbataí,
Descalvado, Dumont, Itapetininga, Itirapuã,
Jaboticabal, Jardinópolis, Laranjal Paulista,
Monte Alto, Morro Agudo, Nuporanga,
Orlândia, Pariquera-Açu, Patrocínio Paulista,
Pereiras, Pontal, Porangaba, Pradópolis,
Ribeirão Preto, Rincão, Sales de Oliveira,
Santa Rosa de Viterbo, São Carlos, São
Joaquim da Barra, Serrana, Sertãozinho,
Tatuí, Guatapará, Torre de Pedra e Quadra.
Para conferir o estudo completo clique aqui:
https://cetesb.sp.gov.br/residuossolidos/wp-
content/uploads/sites/26/2019/06/Invent%C3
%A1rio-Estadual-de-Res%C3%ADduos-
S%C3%B3lidos-Urbanos-2018.pdf
Sobre o Inventário
A Cetesb, desde 1997, disponibiliza
anualmente, para população, informações
sobre as condições ambientais e sanitária das
áreas de destinação final de resíduos sólidos
urbanos nos municípios paulistas, publicadas
no Inventário Estadual de Resíduos Sólidos
Urbanos.
A presente edição reflete as condições
ambientais dos sistemas em operação de
compostagem e de disposição final de resíduos
em aterro, a partir de dados coletados e
consolidados até 2018, em cada um dos 645
municípios do Estado.
O método utilizado para avaliação foi o Índice
de Qualidade de Aterro de Resíduos - IQR,
oficializado no Inventário de 2012. A
metodologia agrega novos critérios de
pontuação e classificação dos locais de
destinação, incorporando o conhecimento e a
experiência adquirida ao longo dos 50 anos da
Cetesb. As informações coletadas nas
inspeções realizadas pelos técnicos foram
processadas a partir da aplicação de um
questionário padronizado, que avalia as
características locacionais, estruturais e
15
Grupo de Comunicação
operacionais das instalações de compostagem
de aterros.
Com a publicação do Inventário, atesta-se que
os decorreres dos últimos 22 anos foram
alcançados melhorias substanciais nas
condições ambientais dos locais de destinação
final de resíduos urbanos no Estado.
Destaca-se, a evolução da quantidade de
resíduos sólidos dispostos adequadamente,
que passou de 84,7% do total gerado, em
2011, para 97,8% em 2018, conforme a
tabela 5 e gráfico3.
Foto:Arquivo/Agência Brasil
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=27721945&e=577
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16
Grupo de Comunicação
Veículo: PortoGente
Data: 18/07/2019
Os argumentos de quem defende a ponte
e o túnel
Márcia Costa*
Especialistas, Ecovias e Codesp falam prós e
contras das duas propostas que impactariam
Porto de Santos e sociedade
O projeto da ponte da Ecovias que liga as duas
margens do Porto de Santos (SP) vem
recebendo críticas sobre os possíveis impactos
ocasionados. Entre eles estão os danos à
natureza, limitações ao futuro do porto e do
aeroporto civil, além da real contribuição à
sociedade.
As duas cidades do litoral paulista discutem, há muito
tempo, a viabilidade de uma ligação seca. Em 2019, o
debate reacende com força. Foto: Márcia Costa.
A concessionária afirmou que o projeto não
tem vocação para a mobilidade urbana, mas
atenderia ao fluxo de veículos do Sistema
Anchieta-Imigrantes (SAI) e do Porto de
Santos, unindo a Anchieta à rodovia Cônego
Domênico Rangoni e serviria também de
alternativa à Baixada Santista. 'Não elimina a
balsa, apenas reduz o seu volume. A ponte
contribui para a mobilidade urbana, mas foca
e agrega à mobilidade logística, que é, na
verdade, a vocação dela", argumentou Rui
Klein, presidente da Ecovias.
Do outro lado, o setor portuário aponta os
prejuízos que o projeto pode trazer ao
desenvolvimento econômico, já que há planos
de expansão do porto em andamento. Por
isso, defende a construção de um túnel.
O engenheiro Tarcísio Barreto Celestino,
professor doutor da Escola de Engenharia de
São Carlos, Universidade de São Paulo e
presidente da International Tunnelling and
Underground Space Association (ITA), afirma
que a proposta da ponte não atende à
demanda urbana de quase um século por uma
travessia para pedestres, ciclistas,
automóveis, caminhões. 'Cerca de 20 mil
veículos atravessavam pela balsa antes da
crise econômica. No mundo todo ferry boats já
foram solucionados com travessia seca,
evitando atrasos, acidentes, mortes, colisões
entre balsa e navio, que é motivo de tristeza.'
Para o especialista, existem outras demandas
de ligação pelo mar no estuário, e outras
soluções são necessárias. 'Além da demanda
urbana há a demanda rodoviária e portuária
de caminhões de contêiner que precisam ir da
margem de Santos à margem de Guarujá, e
como não são autorizados a trafegar na balsa,
dão uma grande volta na Rodovia Cônego
Domênico Rangoni, que resulta em uma
viagem de 40km, enquanto uma ligação por
uma ponte ou túnel representaria uma
travessia de 500 m, 1.000 m, que evitaria a
atual elevação do custo de operação nos
portos.' Por isso, o engenheiro defende a
necessidade tanto de uma ponte quanto de
um túnel para a região:
'O túnel que foi projetado entre Outeirinhos e
Vicente de Carvalho e o projeto da ponte [da
Ecovias] próxima à ilha de Barnabé são duas
soluções não excludentes, mas
complementares. Participei de várias
audiências entre 2008, 2009, em que já se
falava da travessia necessária no estuário
entre Santos e Guarujá. Há três demandas e
não há uma obra única que atenda a todas as
três.'
O engenheiro Eduardo Lustoza, da Associação
dos Engenheiros de Santos, reforça que a
quantidade de pistas dos dois projetos é algo
importante a se considerar. A localização
também é uma questão crucial, segundo ele:
'A ponte sai na região da Ilha do Barnabé,
longe do urbanismo, sem atrativo para
bicicletas e pedestres, longe das zonas
17
Grupo de Comunicação
residenciais.' Já a construção do túnel seria
muito positiva para o porto, afirma. 'A ponte
vai ligar a rodovia Anchieta à Rodovia
Piaçaguera [Cônego Domênico], conectando o
cais do Saboó à Ilha do Barnabé. Já o túnel
iria da região do Armazém 30, no Macuco, até
Vicente de Carvalho, estabelecendo uma
ligação entre as perimetrais, da margem
esquerda e direita do porto.'
O túnel ligaria as duas cidades, enquanto a
ponte ligaria as rodovias. A ponte
estabeleceria conexões entre rodovias. É por
isso que a Autoridade Portuária tem
preferência pelo túnel, explica Lustoza. 'Para a
Ecovias, o foco está no 'amor' ao pedágio. O
porto tem foco nas cargas e desoneração dos
pedágios. Já o projeto do túnel não acarretaria
em pedágio para a população. 'Não há muita
facilidade da Engenharia viária para se colocar
praça de pedágio no túnel nem em Santos
nem em Guarujá. São interesses e
necessidades diferentes. A população quer
royalties portuários e a Ecovias quer
pedágios', alega Lustoza.
Sob o aspecto ambiental, o túnel também
seria a melhor opção, observa. 'O túnel não
promove supressão do mangue e, quanto ao
impacto visual, o túnel é muito mais discreto,
pois mantém a paisagem sem grandes
obstáculos.'
Do ponto de vista da segurança, os dois
engenheiros citam o perigo de um navio
desgovernado colidir com a ponte. 'Além
disso, a proposta da ponte tangencia a Ilha do
Barnabé, que tem o maior parque de
tancagem de combustíveis do porto, o que
implica em risco de incêndio e explosão que
poderiam afetar a ponte', alerta Lustoza.
Custo social e econômico
O túnel tem custo social com a questão da
desapropriação em Santos e em Guarujá,
previne Lustoza. 'Em Santos o traçado
escolhido não é o melhor possível, pois, ao
invés de sair exclusivamente de dentro do
porto, sai de dentro de bairro, atraindo
caminhões. A alça do projeto antigo não foi
bem planejada.'
Para o presidente da Companhia Docas do
Estado de São Paulo (Codesp), Casemiro
Tércio Carvalho, há dois tipos de ponderações
sobre a ligação entre as duas margens do
porto: uma é sobre os aspectos de solução de
Engenharia, já que hoje, segundo ele, há boas
soluções técnicas para o túnel submerso, com
base em exemplos internacionais. 'O segundo
eixo é a solução túnel e ponte como está
sendo posto hoje. Não tem projeto básico, só
executivo, só conceitual, não tem projeto
ambiental e o governador [João] Doria busca
com urgência aprovar algo que avalia como
mais rápido.'
Codesp elaborou quadro comparativo entre as
duas propostas.
Casemiro aposta no projeto do túnel por
considerá-lo mais amplo, trazendo soluções
para o porto e o trânsito das duas cidades,
Guarujá e Santos, com a proposta da pista
para ciclistas, pedestres e a ligação com o VLT
(Veículo Leve sobre Trilhos). Ele ressalta que a
ponte afetaria uma área que faz parte de um
projeto de ampliação portuária importante,
ainda mais necessário após a saída da Libra
Terminais. 'A obra afetaria o grande terminal
de contêiner da margem direita. Temos
projeto de ampliar a BTP [Brasil Terminal
Portuário], e além disso a ponte vai ficar em
cima de uma bacia de evolução para manobra
de embarcações.' E acrescenta: 'A Engenharia
dá solução para o calado aéreo com uma
ponte levadiça, que se adequa à passagem
dos navios grandes, mas não dá solução pra
projeto de ampliação portuária.'
Além disso, argumenta que a ponte pode
absorver de 30% a 40% do tráfego de
veículos que atravessam as margens, mas
exige que o morador de Santos vá até a
Anchieta para só então acessá-la. 'A ponte só
está resolvida porque tem a verba da Ecovias,
tem pedágio da Imigrantes.'
O túnel, afirma o presidente da Codesp, já
tem licenciamento ambiental e para a
Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo (Cetesb) foi um dos melhores projetos
de Relatório de Impacto Ambiental (Rima),
tem licença prévia e projeto executivo, e ainda
18
Grupo de Comunicação
consegue capturar de 70% a 100% do tráfego
da balsa, reforça. 'A ponte não melhora o
problema centenário da travessia Santos-
Guarujá', critica. O valor utilizado em
dragagem ao longo de dois anos pelo Porto
daria para arcar com a diferença para
construir o túnel, acredita. 'Estamos propondo
abrir a discussão sobre o túnel, e estamos
discutindo agora com o governo federal.'
Direito de fala
A Codesp está trabalhando para trazer as
perimetrais para o âmbito da Agência de
Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). A
ideia é que as pistas do lado de Guarujá e de
Santos possam passar para a concessão da
Ecovias, e o túnel também faria parte dela.
Para tal, Casemiro está buscando a aprovação
de processos jurídicos necessários. 'Em três
meses consigo aprovar convênios com a
Prefeitura, Departamento de Estradas de
Rodagem (DER), Artesp', acredita.
Enquanto o projeto do túnel não é colocado
em discussão, Casemiro propõe que a
discussão sobre a ponte traga discussões mais
técnicas. Sugeriu, no governo federal, a
realização de audiências técnicas, mas não
ocorreram. Cita que a única que ocorreu foi
obrigatória pelo estudo da Cetesb, de
âmbito estadual. Há, portanto, uma demanda
visível de diálogo entre as instâncias de poder
decisivo.
Há, principalmente, necessidade da
participação da sociedade civil nas decisões. A
oportunidade parece ser o 1º Fórum de
Debates Porto & Negócios - "O Porto e a
Ligação Seca entre Santos e Guarujá", em 12
de agosto próximo, promovido pela Santa
Cecília TV. Enquanto audiências públicas não
ocorrem no âmbito executivo, legislativo e
municipal, este é o próximo espaço de debate
que a população terá para usufruir do seu
direito de fala.
O debate volta essa semana com novo texto
nesta quarta-feira (24/07). Mas nossa
conversa continua.
* Jornalista, fotógrafa, pesquisadora, docente,
pós-doutora em Comunicação e Cultura e
diretora da Cais das Letras Comunicação
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=27744882&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo1: Cimm
Veículo2: Notícias de Campinas
Data: 23/07/2019
Carros de passeio são responsáveis por
62% das emissões de monóxido de
carbono e ônibus emitem 2%, diz Cetesb
Segundo relatório, aperfeiçoamento de
combustíveis e motores contribuiu para
melhoria de qualidade do ar no da grande São
Paulo, mesmo assim, órgão recomenda
coletivos mais eficientes e com tecnologias
alternativas ao diesel, já que emissões de
materiais particulados e de óxidos de
nitrogênio preocupam
O excesso de veículos na Região Metropolitana
de São Paulo, ainda é o grande vilão da
poluição, apesar de uma melhoria na
qualidade do ar no ano de 2018.
É o que revela o relatório 'Qualidade do Ar no
Estado de São Paulo-2018', da Cetesb -
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo,
divulgado nesta quinta-feira, 18 de julho de
2019.
Segundo o levantamento, na Região
Metropolitana de São Paulo havia em 2017,
7,2 milhões de veículos (7.282.803), dos
quais, 5,2 milhões são carros de passeio
(5.249.040).
Por sua vez, os ônibus somam na Grande São
Paulo uma frota de 55,4 mil unidades (55.402)
entre urbanos, micros e rodoviários. Em
algumas cidades, como na capital paulista,
somente os ônibus urbanos são responsáveis
pelo deslocamento de mais de 30% das
pessoas.
Apesar de praticamente transportarem o
mesmo número de pessoas que os ônibus, os
carros poluem bem mais dependendo da
substância a ser analisada.
De acordo com o relatório, os carros foram
responsáveis pelas emissões de 62,91 % de
monóxido de carbono na Grande São Paulo,
considerando os diferentes combustíveis:
Gasolina Comum, Etanol Hidratado, Flex-
Gasolina Comum e Flex Etanol Hidratado.
Já o transporte coletivo sobre pneus, somando
ônibus urbanos, micro-ônibus e ônibus
rodoviários foram responsáveis por 1,92 %
das emissões de monóxido de carbono.
Entretanto a grande preocupação quantos aos
veículos a diesel são as emissões de óxidos de
Nitrogênio - NOx e Materiais Particulados - MP.
Segundo o relatório da Cetesb, na Grande
São Paulo, enquanto os carros de passeio
somados emitiram 12,47% dos Ã'xidos de
Nitrogênio lançados no ar e 1,69% dos
Materiais Particulados que foram apurados, os
ônibus foram responsáveis por 17,76% das
emissões de Ã'xidos de Nitrogênio e por
11,25% dos Materiais Particulados.
O relatório também levou em conta a
influência dos veículos comerciais leves,
caminhões e motos.
Por este motivo, a Cetesb conclui em seu
relatório que é necessário reduzir o número de
viagens motorizadas, em especial de carros,
que o transporte coletivo limpo deve ser
estimulado, assim como a circulação dos
ônibus se torne mais eficiente.
'A atual situação da poluição do ar na RMSP
requer também medidas complementares que
viabilizem a redução do número de viagens
motorizadas e dos congestionamentos, como a
redução das distâncias a serem percorridas, a
maior oferta de transporte público não
poluente, o aumento da eficiência do
transporte público por ônibus e do transporte
de carga, a melhoria da gestão do sistema
viário complementada com ações de
planejamento do uso do solo voltado para a
redução do impacto da mobilidade e da
logística. Dessa forma, a redução dos níveis de
poluição do ar não deve se basear,
exclusivamente, em medidas tecnológicas
para a redução das emissões dos veículos
isoladamente, mas numa ação integrada dos
diversos setores da sociedade.'
Entre as medidas para o aumento da eficiência
dos ônibus está a prioridade no espaço
urbano, com mais corredores e faixas
exclusivas.
Em espaços preferenciais ou exclusivos, o
ônibus operam com motores em rotações
cujas as emissões são menores.
Queda nos níveis de poluentes
De o geral, os níveis dos poluentes
atmosféricos monóxido de carbono (CO) e
dióxido de enxofre (SO2) registrados pela
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Grupo de Comunicação
Cetesb na Região Metropolitana de São Paulo
em 2018 estão entre os mais baixos da
década. A informação também consta no novo
relatório anual de qualidade do ar publicado
nessa quinta-feira.
No ano de 2001, a média anual de SO2 na
Região Metropolitana de São Paulo era de 14
µg/m3, frente uma média de 2 µg/m3, em
2018, conforme divulgado pelo estudo.
No caso do monóxido de carbono, desde 2008,
não ocorre ultrapassagem do padrão de
qualidade do ar desse poluente, em nenhuma
estação da região.
'Apesar das variações naturais meteorológicas,
a qualidade média do ar se manteve nos
últimos três anos na região mais populosa do
Brasil. Isso mostra o quanto impacta na
qualidade de vida da população os programas
e ações de controle de emissão de poluentes',
explicou o secretário de Infraestrutura e Meio
Ambiente, Marcos Penido, em nota.
Na Região Metropolitana de São Paulo, a
concentração média anual de partículas
inaláveis (MP10) de 29 microgramas/m³ se
manteve igual aos valores observados nos
últimos dois anos.
'Desde 2013, a Cetesb utiliza os padrões de
referência internacionais para a medição da
qualidade do ar conforme estipulado pela
Organização Mundial da Saúde', esclareceu a
diretora-presidente da Cetesb, Patrícia
Iglecias.
O documento mostra ainda que o ano passado
foi marcado por condições meteorológicas que
influenciaram no regime de chuvas, variando
com meses chuvosos, outros secos e quentes
nas regiões do estado.
'Embora na maioria das estações as
concentrações médias de partículas inaláveis
tenham sido inferiores ou semelhantes às
observadas em 2017, houve ligeiro aumento
dessas concentrações em algumas estações do
interior do estado, o que pode estar associado
à ocorrência do longo período de estiagem.
Foram registradas ultrapassagens dos padrões
de qualidade do ar de material particulado
(MP) em algumas estações da RMSP, da
Baixada Santista e do interior', informou a
Cetesb, em nota.
Ozônio
A RMSP, que possui 39 municípios, apresenta
um alto potencial de formação de ozônio
devido principalmente às emissões veiculares,
mesmo assim, foram registrados apenas 18
dias de ultrapassagens do padrão estadual de
8 horas desse poluente (140 µg/m3) em 2018,
contra 28 dias em 2017, segundo a Cetesb.
Apesar da diminuição do número de dias de
ultrapassagem do padrão em relação ao ano
anterior, o documento mostra que não há uma
tendência de comportamento definida para
esse poluente.
'Nas estações da Baixada Santista, houve uma
única ultrapassagem do padrão estadual de
ozônio, em Cubatão-Vale do Mogi. No interior,
ocorreram ultrapassagens do padrão de
qualidade do ar do poluente nas estações de:
Americana, Campinas-Taquaral, Jundiaí,
Limeira, Paulínia, Paulínia-Santa Terezinha e
Piracicaba.'
Controle de poluição
A Cetesb informou ainda que possui diversos
programas como o Plano de Controle de
Poluição Veicular (PCPV), o Plano de Redução
de Emissão de Fontes Estacionárias (PREFE),
além da fiscalização e controle das emissões
industriais e o programa de fiscalização de
fumaça dos veículos a diesel (Fumaça Preta).
Para realizar o diagnóstico da qualidade do ar
no estado, a Cetesb contou em 2018 com um
total de 88 estações de monitoramento, sendo
61 automáticas, 30 na RMSP, outras 31
espalhadas pelo o Estado além de 26 pontos
de monitoramento manual.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=27744753&e=577
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
n=27585606&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Frota & Cia
Data: 22/07/2019
Fetcesp participa e campanha de
conscientização da Cetesb
Ingrid Alves
A Fetcesp (Federação das Empresas de
Transporte de Cargas do Estado de São
Paulo), nesta última quinta-feira (18),
participou da campanha de conscientização
sobre poluição veicular realizada pela
Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo (Cetesb), no Terminal de Cargas
Fernão Dias, em São Paulo.
A companhia foi a responsável pela campanha
sobre a importância das corretas práticas de
manutenção dos veículos diesel. Além disso,
demonstrou o método utilizado para avaliar a
qualidade do Arla 32, agente líquido de uso
obrigatório para os veículos fabricados a partir
de 2012 que, ao ser injetado no catalisador,
reduz a emissão dos óxidos de nitrogênio
(NOx).
Foram realizados testes de opacidade nos
veículos movidos a diesel com as unidades
móveis do Programa Despoluir da FETCESP,
para verificação de seus estados de
manutenção.
'Os testes foram feitos em caráter voluntário e
educativo e os veículos que apresentam
alguma irregularidade não foram atuados,
recebendo informações para correção', explica
a assessora técnica da FETCESP, Sandra
Caravieri.
Dos 40 caminhões que foram atendidos no
teste de opacidade apenas quatro foram
reprovados.
A Fetrabens (Federação dos Caminhoneiros),
com unidade móveis e a Associação dos
Empresários de Transporte de Carga do
Terminak Fernão Dias também apoiaram a
campanha de conscientização.
Representando a FETCESP, também
participaram da Campanha o coordenador
Despoluir, Flávio Ferreira Teixeira Juninior, e
os técnicos Junior e os técnicos Sidney Manoel
dos Santos (Sindicamp-Campinas) e Ricardo
Augusto Rocha Franco (Setcarso-Sorocaba).
Fonte: Fetcesp.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=27707129&e=577
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22
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal o Anhanguera
Data: 14/07/2019
CETESB confirma autorização para o início
da construção da Ponte
Por Veridiano Peixoto
A Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo (CETESB) e o Departamento de
Águas e Energia Elétrica (DAEE) em
resposta à solicitação do jornal O Anhanguera
confirmaram a autorização para o início das
obras da construção da Ponte sobre o rio Tietê
em Santana de Parnaíba. De acordo com o
DAEE a outorga de uso de recursos hídricos
foi emitida em 29 de setembro de 2015, já a
CETESB informou que emitiu as Licenças
Prévias em agosto de 2018, e a de Instalação
em março deste ano, entretanto, a
autorização para o início das obras ocorreu na
última sexta-feira (19) após o cumprimento
das exigências da LI pelo empreendedor.
O prefeito Elvis Cezar (PSDB) através de um
vídeo anunciou no domingo (21) o início da
construção da ponte sobre no trecho de
ligação da Avenida Tenente Marques com a
Rua Padre Luís Alves de Siqueira e Castro. De
acordo com o prefeito as obras já seriam
iniciadas nesta segunda-feira, contudo,
nenhuma movimentação ocorreu no local no
decorrer do dia. Segundo Elvis em comunicado
realizado em maio, o valor total da construção
é de R$ 20 milhões, e seria executado pela
Construtora Cidade, de Porto Alegre.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=27748339&e=577
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23
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal O Ouvidor
Data: 22/07/2019
Inverno intensifica riscos de queimadas
por Assessoria de Imprensa da Prefeitura de
Arujá
Clima frio, seco e ausência de chuva são
características do período de inverno, de junho
a setembro. Devido às condições climáticas, a
época é bastante propensa a queimadas,
principalmente em cidades como Arujá, que
apresenta ampla vegetação e áreas florestais.
Destruição de áreas verdes, prejuízo ao meio
ambiente e ameaça à vida dos animais são
alguns dos problemas causados pelos
incêndios. Além disso, a fumaça tóxica é
prejudicial à saúde, principalmente de
crianças, idosos e pessoas com doenças
respiratórias crônicas.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente faz
um alerta para que a população fique atenta a
possíveis focos de incêndio e colabore com a
prevenção destes incidentes. A Pasta orienta
ainda os moradores a avisarem ao Corpo de
Bombeiros ou à própria Secretaria os casos de
ocorrência de focos de queimadas, sejam elas
de qualquer proporção, para que as devidas
providências sejam tomadas.
Não soltar balões, ação inclusive proibida por
lei, não queimar lixos e entulhos, não atear
fogo em matagais e terrenos baldios são
outras medidas importantes de prevenção a
serem adotadas pela população e que
contribuem no combate às queimadas.
É crime
A Lei Federal 9.605, de 12 de fevereiro de
1998 (artigos 41 e 42), especifica as
penalidades para quem provoca incêndio em
mata ou floresta. O crime praticado
intencionalmente pode gerar detenção de dois
a quatro anos e multa. Para a ação acidental,
a detenção é de seis meses a um ano, e
multa. Fabricar, vender, transportar ou soltar
balões também é infração. A punição é
detenção de um a três anos e/ou multa.
Serviço
Corpo de Bombeiros - 4651-2963 (Unidade de
Arujá) ou 193
Operação Mata Fogo (Cetesb) - 0800-
113560 Polícia Florestal - 4799-6427 (Unidade
de Mogi das Cruzes) ou 190
Secretaria Municipal do Meio Ambiente - 4652-
1186
Departamento de Fiscalização: 4652-7621
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=27731471&e=577
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24
Grupo de Comunicação
Veículo1: Rádio Aparecida 820 AM
Veículo2: Rádio Educadora 1490 AM
Veículo3: Rádio Piratininga
Data: 23/07/2019
Relatório da Cetesb mostra melhora na
qualidade do ar
RÁDIO APARECIDA 820 AM/APARECIDA |
NOTÍCIAS EM 30
Data Veiculação: 23/07/2019 às 07h21.
Duração: 00:02:41
RÁDIO EDUCADORA 1490
AM/FERNANDÓPOLIS | NOTÍCIAS EM 30
Data Veiculação: 23/07/2019 às 07h21
Duração: 00:02:41
RÁDIO PIRATININGA 96,3 FM/PIRAJU |
NOTÍCIAS EM 30 Data Veiculação: 23/07/2019
às 07h21. Duração: 00:02:41
Transcrição
Cetesb, melhora, qualidade, ar, Estado de SP,
Governo Paulista, Patrícia Iglesias (sonora),
controle, emissão de poluentes,
http://visualizacao.boxnet.com.br/#/?t=00812955D0A5FF01A9915D2EEB9B0BF502000000D8FE1BD30931C90243CCD472821813C8FF40242A2B7A2B14F0B191A11757CD665FFEF2590C6BFF5A6D58D919B5769A0AB5D98C6CE67329EA56FC8D910E5F757681E9FACAE6CCC14230F2B50C6F8C9A8F http://visualizacao.boxnet.com.br/#/?t=00812955D0A5FF01A9915D2EEB9B0BF502000000B16206E6CA311E1126488BE5D5B675EF5A15D997B5B2C87057A013BAE45E00F94F990063080509E7E5779DDF35306F313E55B8E2F7ECDFD217C081491EF5B1CEA0E23E38465A22DF992E640781574
B64 http://visualizacao.boxnet.com.br/#/?t=00812955D0A5FF01A9915D2EEB9B0BF502000000B5295BA4699DFC70A44984A0B25A87AE7DC5886E7A7B67DE479A5D84CC7CF9BC8F2DEFB84E56BEF562DF9672922318C9239592CA370554951351070746A269854E147613445CFECA6EFD44677A9E5F56
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Veículo1: Rádio Brasil 1270 AM
Veículo2: Rádio Nova Voz 91,3 FM
Veículo3: Rádio Interativa
Data: 23/07/2019
Relatório da Cetesb mostra melhora na
qualidade do ar
RÁDIO BRASIL 1270 AM/CAMPINAS |
NOTÍCIAS EM 30.
Data Veiculação: 23/07/2019 às 07h21.
Duração: 00:02:41
RÁDIO NOVA VOZ 91,3 FM/FARTURA |
NOTÍCIAS EM 30 Data Veiculação: 23/07/2019
às 07h21. Duração: 00:02:41
RÁDIO INTERATIVA FM-S. JOSÉ DO RIO
PRETO | NOTÍCIAS EM 30 Data Veiculação:
23/07/2019 às 07h21. Duração: 00:02:41
Transcrição
Cetesb, melhora, qualidade, ar, Estado de SP,
Governo Paulista, Patrícia Iglesias (sonora),
controle, emissão de poluentes,
http://visualizacao.boxnet.com.br/#/?t=00812955D0A5FF
01A9915D2EEB9B0BF502000000538738905406AC0A29AF
F8FCB96182E71ABBFC122482D5C38E73C22B771C9DA29
5EC9DFC7768CCFAF6216F600B6393A280FE44A8A1B5E4C
73343E81BFAE5866CBEA6119EC78B47C47C7059CF2D24
C438
http://visualizacao.boxnet.com.br/#/?t=00812955D0A5FF
01A9915D2EEB9B0BF502000000D0D29A2D69EC85F6294
0AAFE4D65E6E89E20B26F9A03F27970ABD9C278EB953B
8F315AA7847CAD652A4184E66ABF0862AD89422CEAA11
125D003AE0F9C1399C7FC39B938C57CBA54377A725E2A
CA8047
http://visualizacao.boxnet.com.br/#/?t=00812955D0A5FF
01A9915D2EEB9B0BF5020000002BBE6BED2E86304F42B
D0233A25DFD46CB2357B594E9D3233BCEF301069CC1FE
20AEC28764964FD0B671BABB26AEB1AC056B3B722A231
667C3024F70C0468A7BA5E1724D35BD6C30895B8C59A5
2FCF8F
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25
Grupo de Comunicação
Veículo: Tribuna de Paulínia
Data: 22/07/2019
Justiça determina que Sabesp pare de
despejar esgoto na lagoa do João Aranha
Caso a empresa não cumpra a decisão, multa
diária é de R$ 15 mil
O juiz da 1ª Vara de Paulínia, Bruno Luiz
Cassiolato, determinou que a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp) pare de jogar esgoto “in
natura” na Lagoa do João Aranha.
Na sentença, proferida na última segunda-
feira (15), o juiz afirma que há “perigo de
dano irreversível” e que não são necessários
estudos aprofundados para constatar as
consequências ao meio ambiente, caso o
esgoto continue sendo despejado na lagoa. A
multa diária foi fixada em R$ 15 mil, em caso
de descumprimento da decisão.
O problema foi detectado na semana passada
por frequentadores da Praça Waldemar
Perissinoto, onde fica localizada a lagoa, que
denunciaram a mortandade de peixes no local.
Na ocasião, a Secretaria de Defesa e
Desenvolvimento do Meio Ambiente
(Seddema) checou a situação, acionou a
Cetesb e emitiu um alerta à população, para
que evitassem pescar e consumir peixes da
lagoa em razão da contaminação.
A decisão determina, ainda, que a empresa
providencie aeradores de grande porte, para
oxigenação; reposição de água por meio de
caminhão pipa; além da reposição dos peixes
mortos. Também caberá à Sabesp elaborar
plano de recuperação ambiental, conforme
legislação específica. A companhia tem prazo
de 30 dias para se pronunciar.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=27738863&e=577
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26
Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: A Tribuna – Santos
Data: 21/07/2019
Todo apoio ao empreendedorismo
https://edicaodigital.atribuna.com.br/pub/trib
unadesantos/?numero=43589&edicao=9391#
page/3
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Grupo de Comunicação
Veículo: A Tribuna – Santos
Data: 23/07/2019
Aquecedores de ar requerem cuidados ao
serem instalados
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nadesantos/#page/7
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28
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Economia
Data: 23/07/2019
Saneamento básico: maior parte das
grandes cidades reinveste menos de 30%
do que arrecada
Levantamento do Instituto Trata Brasil foi feito
considerando as 100 maiores cidades do país.
Baixo investimento compromete atendimento
de água e esgoto e é sinal de má gestão, diz
presidente executivo da ONG.
A maior parte das grandes cidades do país
tem um baixo nível de reinvestimento no setor
de saneamento básico. Isso quer dizer que, do
valor arrecadado, apenas uma pequena
parcela é utilizada para fazer melhorias no
serviço, como a manutenção e a troca de
redes e a expansão dos atendimentos. A maior
parte é gasta com pagamento de funcionários
ou insumos, como produtos químicos.
É o que mostra um estudo do Instituto Trata
Brasil e da GO Associados divulgado nesta
terça-feira (23) e feito com base nas 100
maiores cidades do Brasil, que concentram
40% da população do país, e nos dados mais
recentes do Sistema Nacional de Informações
sobre Saneamento (SNIS), referentes ao ano
de 2017.
Das 100 cidades, 70 reinvestem 30% ou
menos do que arrecadam no setor. Apenas 5
investem 60% ou mais na melhoria dos
serviço – são tão poucas que são consideradas
“outliers” pelo estudo, ou seja, atípicas ou
“fora da curva” da tendência geral.
Investimento sobre arrecadação
Entre as 100 maiores cidades do país, 70
investem menos de 30% do que arrecadam no
próprio setor
Segundo Édison Carlos, presidente executivo
do Instituto Trata Brasil, o baixo investimento
no setor compromete o acesso da população
aos serviços de água e esgoto. Isso porque,
sem investimento, o sistema não avança para
atender as pessoas que ainda não têm acesso
e, sem manutenção, as redes existentes têm
mais vazamentos ou falhas.
"Está investindo em saneamento? Não?
Então a cidade não vai sair daquela situação
nunca. Uma cidade mais próxima da
universalização pode até se dar ao luxo de
usar o dinheiro arrecadado para virar caixa e
lucro para acionista. O duro é a cidade em
uma situação ruim que não investe nada do
que arrecada porque o dinheiro vai pagar
funcionário e produto químico", diz Édison
Carlos, do Instituto Trata Brasil.
O Brasil ainda apresenta quase 35 milhões de
brasileiros sem acesso à água tratada e quase
100 milhões sem coleta de esgoto. Além disso,
apenas 46% dos esgotos gerados nos país são
tratados.
As maiores cidades do país, que, segundo o
estudo, deviam ser exemplo de evolução no
setor por terem melhores condições
econômicas e de infraestrutura para fazer
planejamentos e grandes obras de
saneamento, têm a maioria dos índices acima
da média nacional, mas, mesmo assim, aquém
do esperado (veja a comparação nos gráficos
abaixo).
Somente 46 cidades têm mais de 80% da
população com coleta de esgoto, e mais de 80
têm perdas de água potável no sistema de
29
Grupo de Comunicação
distribuição superiores a 30%. Isso quer dizer
que, a cada 100 litros de água tratada, 30 são
perdidos em vazamentos e fraudes.
Além disso, Édison Carlos destaca que o alto
comprometimento do caixa com os gastos de
folha de pagamento e de insumos é um sinal
de má gestão das empresas prestadoras de
serviços de água e esgoto. "O investimento
para ampliar os serviços tem que vir da tarifa,
não pode ficar dependendo de empréstimo de
banco", afirma.
"Se a empresa usa toda a arrecadação para
pagar despesa e não sobra nada para investir,
a gestão está errada. Pode ser uma empresa
inchada, sem planejamento de gastos de
energia elétrica e produtos. A arrecadação
pode estar baixa, o que é sinal de
inadimplência e de muita perda de água na
distribuição. Com essas problemas, a empresa
não consegue ter sobra para investir mesmo."
Os problemas apontados por Édison Carlos
podem explicar outro achado do estudo: um
ciclo de investimento que pode ser tanto
vicioso quanto virtuoso para o saneamento
básico de cada cidade. Ou seja, municípios
com melhores índices de acesso a água e
esgoto investem mais do que os piores, que
gastam muito pouco. Então os melhores
continuam melhorando, e os piores seguem
estagnados — ou, em alguns casos, piorando.
Segundo o estudo, as 20 melhores cidades
investiram quatro vezes mais que as 20 piores
em cinco anos (entre 2013 e 2017). O
investimento médio anual por habitante das
melhores foi de R$ 84,61, contra R$ 25,02 das
piores (veja mais informações na tabela
abaixo).
"Existe uma política de saneamento de
longo prazo nessas cidades com índices
melhores. O mais interessante é que isso não
se altera com a alternância política, o que é
muito raro. A sociedade local já não permite
mais retrocesso. então pressiona a gestão
pública a manter o padrão alto", diz Édison
Carlos. "São cidades que há tempo estão entre
as melhores e que continuam investindo para
manter o padrão."
O mesmo acontece, porém, com o que o
presidente executivo do instituto chama de
"zona de rebaixamento", com cidades que
também estão há anos entre as piores.
"Investem pouco e têm empresas com
situação deficitária, então não têm perspectiva
de melhoria a não ser que mude algo
relevante no sistema."
Como estão entre as maiores cidades do país,
mesmo as que têm os piores índices são
superavitárias. Por isso, Édison Carlos sugere
que o problema central do baixo investimento
30
Grupo de Comunicação
e dos baixos índices em saneamento está em
um modelo de gestão ineficiente.
"Mesmo grandes cidades que poderiam e
deveriam ser modelos financeiramente
saudáveis não são. Mas não existe lugar 'ruim'
para investir em saneamento. Tem que
investir para ter retorno."
Para chegar ao fundo do problema da má
gestão, o caminho não é fácil e envolve uma
série de percalços políticos. "Primeiro, precisa
olhar para a situação da empresa operadora
na cidade. Qual é a capacidade de
investimento que ela tem que fazer frente aos
desafios da cidade?", questiona Édison Carlos.
"Segundo, precisa ter uma cobrança por parte
dos prefeitos, já que saneamento básico é de
responsabilidade municipal. O prefeito não
pode esperar eternamente a companhia
avançar. Ele tem que procurar parceiro
privado, tem que reorganizar o setor. Terceiro,
o governador tem que colocar uma gestão
profissional na empresa. Sem isso, a empresa
não tem perspectiva nenhuma de mudança. E
nem o saneamento básico."
O estudo também fez um ranking das 100
maiores cidades do país baseado nos diversos
indicadores de saneamento básico, como
acesso ao abastecimento de água e à coleta
de esgoto, o percentual de esgoto tratado e
investimentos e arrecadação do setor. Veja a
lista abaixo:
1. Franca (SP)
2. Santos (SP) 3. Uberlândia (MG) 4. Maringá (PR) 5. Vitória da Conquista (BA) 6. Cascavel (PR) 7. São José do Rio Preto (SP)
8. Piracicaba (SP) 9. São José dos Campos (SP) 10. Niterói (RJ) 11. Limeira (SP) 12. Curitiba (PR)
13. Ribeirão Preto (SP) 14. Campinas (SP)
15. Londrina (PR) 16. São Paulo (SP) 17. Ponta Grossa (SP) 18. Goiânia (GO) 19. Jundiaí (SP) 20. Sorocaba (SP) 21. Taubaté (SP)
22. Suzano (SP) 23. Palmas (TO)
24. Mauá (SP)
25. Petrolina (PE) 26. Mogi das Cruzes (SP) 27. Uberaba (MG) 28. Campina Grande (PB)
29. Praia Grande (SP) 30. São José dos Pinhais (PR) 31. Campo Grande (MS) 32. João Pessoa (PB) 33. São Bernardo do Campo (SP) 34. Belo Horizonte (MG) 35. Caruaru (PE)
36. Montes Claros (MG) 37. Taboão da Serra (SP) 38. Porto Alegre (RS) 39. Petrópolis (RJ) 40. Campos de Goytacazes (RJ) 41. Osasco (SP)
42. Brasília (DF)
43. Carapicuíba (SP) 44. Contagem (MG) 45. Boa Vista (RR) 46. Anápolis (GO) 47. Serra (ES) 48. Feira de Santana (BA)
49. Salvador (BA) 50. Santo André (SP) 51. Rio de Janeiro (RJ) 52. Florianópolis (SC) 53. Guarujá (SP) 54. Caxias do Sul (RS) 55. Diadema (SP)
56. São Vicente (SP) 57. Betim (MG) 58. Cuiabá (MT) 59. Vitória (ES)
60. Governador Valadares (MG) 61. Bauru (SP)
62. Juiz de Fora (MG) 63. Aparecida de Goiânia (GO) 64. Itaquaquecetuba (SP) 65. Paulista (PE) 66. Aracaju (SE) 67. Blumenau (SC) 68. Camaçari (BA)
69. Ribeirão das Neves (MG) 70. Santa Maria (RS) 71. Olinda (PE) 72. Vila Velha (ES) 73. Maceió (AL) 74. Canoas (RS) 75. Joinville (SC)
76. Fortaleza (CE)
77. Mossoró (RN) 78. Caucaia (CE) 79. Recife (PE) 80. Pelotas (RS) 81. Guarulhos (SP)
82. Nova Iguaçu (RJ) 83. São Luís (MA) 84. Natal (RN) 85. Teresina (PI) 86. Várzea Grande (MT) 87. Gravataí (RS) 88. Cariacica (ES)
31
Grupo de Comunicação
89. São João de Meriti (RJ)
90. Belém (PA) 91. Duque de Caxias (RJ) 92. São Gonçalo (RJ) 93. Rio Branco (AC)
94. Jaboatão dos Guararapes (PE) 95. Belford Roxo (RJ) 96. Macapá (AP) 97. Santarém (PA) 98. Manaus (AM) 99. Ananindeua (PA) 100. Porto Velho (RO)
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/
07/23/saneamento-basico-maior-parte-das-
grandes-cidades-reinveste-menos-de-
30percent-do-que-arrecada.ghtml
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Data: 18/07/2019
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Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO Painel: Sob impacto de mensagens, STF
deve analisar no segundo semestre duas
ações que questionam Moro
O dobro ou nada
O Supremo deve avaliar no segundo semestre,
sob impacto das revelações de mensagens com
bastidores da Lava Jato, não uma, mas duas
ações que questionam a atuação do ex-juiz
Sergio Moro. Além do habeas corpus que tramita
na Segunda Turma e no qual o ex-presidente
Lula alega a suspeição do hoje ministro de Jair
Bolsonaro, há, nas mãos de Edson Fachin,
integrante da corte, uma queixa-crime por abuso
de autoridade impetrada pela defesa do petista.
Este caso tramita em sigilo.
Tente outra vez
As alegações da defesa de Lula foram rejeitadas
pelo TRF-4 e também por cortes superiores. O
próprio Fachin já negou provimento aos pedidos
do petista, mas em 17 de julho sua defesa
apresentou novo recurso.
Desvio de rota
Segundo o Painel apurou, há entre os
argumentos para uma reavaliação da ação
menção às conversas obtidas e divulgadas pelo
The Intercept Brasil.
Caravana passa
O ministro Luís Roberto Barroso usou o recesso
do STF para fazer um giro de estudos e
seminários internacionais. Participou do
Congresso Mundial de Direito Constitucional da
Sociedade Internacional de Direito Público, no
Chile –é o primeiro latino-americano a ser
convidado para o evento.
Caravana passa 2
Depois, a convite do Instituto Max Planck, isolou-
se em Heidelberg, na Alemanha, para palestras e
pesquisas. Trabalha, neste momento, em um
texto sobre a educação básica no Brasil. O
intento é mobilizar o interesse da comunidade
jurídica sobre o assunto.
Pelas beiradas
Sem alarde, a cúpula do DEM começou a discutir
meios de criar um ambiente favorável à migração
de alguns dos quadros do PDT e do PSB que
estão sob ameaça de retaliação de suas legendas
após votarem a favor da reforma da Previdência.
Joia da coroa
A deputada Tabata Amaral (PDT-SP), claro, está
no centro das conversas. Pela rápida projeção no
cenário político, ela se tornou figura disputada
por diversas siglas.
Intramuros
Palco de ato com Jair Bolsonaro, nesta terça
(23), o novo aeroporto de Vitória da Conquista
(BA) foi coberto por tapumes. Não será possível
ver o presidente do lado de fora. É a primeira
visita à região após ter chamado governadores
de “paraíbas”.
Órfão
Assim como o governador Rui Costa (PT-BA),
Paloma Rocha, uma das filhas de Glauber Rocha,
cancelou participação na inauguração do
aeroporto –a obra leva o nome do cineasta.
Poeira
A fala de Bolsonaro segue sendo explorada pela
oposição. “Ele acha que governar é arrumar
briga. Tem sido um frasista infeliz e um
presidente deplorável. Só destila preconceito e
ódio”, diz o senador Jaques Wagner (PT-BA).
Reprise
Militares observam com preocupação os ataques
de Carlos Bolsonaro e Marco Feliciano
P(Podemos-SP) ao general Rêgo Barros, porta-
voz da Presidência. Veem um roteiro que já levou
a demissões.
Sentido!
O general da reserva Paulo Chagas saiu em
defesa do colega. “Rêgo Barros é preparado.
Tudo o que ele está fazendo, faz com
consentimento. Acho que Carlos quer assumir o
papel de porta-voz. E Feliciano tem ciúme de
quem tem prestígio com Bolsonaro.”
Visitas à Folha
Benedito Braga, presidente da Sabesp
(Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo), visitou a Folha nesta
segunda-feira (22), onde foi recebido em almoço.
Estava acompanhado de Adriano Candido
Stringhini, diretor de Gestão Corporativa da
Sabesp, Fabio Toreta, superintendente de
Comunicação, Wilson Gasino, assessor da
Superintendência de Comunicação, e Isabela
Salgueiro, assessora de imprensa.
Rafael Greca, prefeito de Curitiba, visitou a Folha
nesta segunda (22). Estava acompanhado de
Mônica Santanna, secretária de Comunicação, e
Lucas Navarro de Souza, assessor especial.
Data: 18/07/2019
33
Grupo de Comunicação
TIROTEIO
A campanha acabou. Frases de efeito devem dar
lugar a ações. Discursos não as substituem. Há
tempo para a virada
Do senador Álvaro Dias (Podemos-PR), após o
Datafolha mostrar que 39% dizem que Bolsonaro
não fez nada que mereça destaque
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/07/23/s
ob-impacto-de-mensagens-stf-deve-analisar-
duas-acoes-que-questionam-moro-no-segundo-
semestre/
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Data: 18/07/2019
34
Grupo de Comunicação
Ministro de Minas e Energia quer trocar diesel por gás nos caminhões Julio Wiziack
O ministro de Minas e Energia, Bento
Albuquerque, quer usar o novo mercado de gás,
que será lançado pelo presidente Jair Bolsonaro
nesta terça-feira (23), para diminuir o consumo
do diesel no país e estimular a conversão de
caminhões para o gás natural veicular, uma
forma de reduzir o custo do frete no país.
Atualmente, cerca de 10,6% do gás
comercializado no país abastece veículos,
segundo dados do setor.
A frota a gás representa somente 2,2% do total
em circulação, de acordo com informações do
Departamento Nacional de Trânsito.
Ainda com uma rede de abastecimento veicular
limitada, focada nos maiores centros urbanos, o
gás fica concentrado em grandes indústrias e na
geração de energia elétrica por centrais hoje
movidas, em sua maioria, por diesel e outros
combustíveis fósseis.
“Vamos anunciar um planejamento para
substituir todas as térmicas movidas a diesel”,
disse Albuquerque em entrevista à Folha. “Os
contratos [de fornecimento de diesel] que forem
vencendo serão substituídos [por gás].”
Segundo o ministro, a base do plano que será
anunciado pelo governo reside na retirada da
Petrobras do mercado de transporte e
distribuição de gás. A estatal concentra hoje 70%
do mercado.
“Ninguém ganhou com esse monopólio, que já
deveria ter sido quebrado desde 2002”, afirmou o
ministro.
“Acho que faltou vontade política. Os governos
sempre usaram a Petrobras como um agente de
suas políticas e, por isso, não houve margem
para competição. Naquela época, havia mais de
20 empresas operando no país e sobraram cerca
de cinco”, disse.
A tendência, ainda segundo o ministro, é de
reduzir ainda mais a participação, porque a
estatal também acertou com o Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica) a venda de
sua participação no gás e no refino.
Pelo acordo, a estatal venderá 8 de suas 13
refinarias, abrindo mão de cerca de metade do
mercado de derivados do petróleo.
Capitaneado pelo Cade, os acordos, fechados
entre junho e julho, foram uma troca feita pela
estatal para evitar ser condenada pelo conselho
em dois processos por práticas anticompetitivas.
Em um deles, a empresa terá de vender sua
participação em 19 distribuidoras estaduais de
gás, o controle no gasoduto Brasil-Bolívia, além
dos dutos de transporte (que ligam as
plataformas às estações de tratamento no
continente).
Em outro, o acerto impôs a venda das refinarias.
Ambos terão de ser concluídos até o fim de 2021
sob pena de os processos sancionatórios serem
retomados.
Com o novo cenário para o gás, a distribuidora
Celse (Centrais Elétricas do Sergipe), por
exemplo, contratou um navio estrangeiro que
funcionará como estação fixa de tratamento de
gás para abastecer as usinas térmicas no estado
até 2044.
“Esse navio tem capacidade de 1,5 GW
(gigawatt). É a maior usina do tipo na América
Latina”, afirmou o ministro.
Ainda segundo ele, foram importados diversos
caminhões chineses movidos a gás que serão
usados para levar o combustível para outros
pontos de distribuição.
“Não acho que haverá só construção de dutos
com a abertura do mercado. Vamos usar muitos
navios e caminhões para fazer o combustível
chegar a mais lugares.”
A ideia do governo, quando o mercado de gás
estiver consolidado, é estimular a conversão dos
caminhões de carga.
“Não dá para dizer que haverá subvenção ao
caminhoneiro. Não tem isso no momento, mas o
preço vai cair tanto com essa expansão, que
ficará atrativo fazer a conversão.”
Segundo estimativas da Abegás, associação que
representa distribuidores de gás canalizado, a
conversão faz sentido para quem roda mais de
250 km por dia durante 22 dias por mês.
Data: 18/07/2019
35
Grupo de Comunicação
Neste caso, o investimento se paga com a
redução do gasto com o combustível. A economia
pode chegar a 50% sobre o litro do diesel e 65%
sobre o litro da gasolina.
Por enquanto, a ideia do governo é atrair
investidores na construção de infraestrutura de
transporte e distribuição. Para isso, eles terão de
fechar contratos de fornecimento com a
Petrobras, que ficará restrita à produção do gás.
Pelos cálculos do governo, o preço deve cair dos
atuais US$ 12 (cerca de R$ 48) para US$ 6 por
milhão de BTU.
O Brasil pretende se valer da energia que será
produzida com o gás para barganhar um preço
mais baixo da energia.
Na última revisão do contrato, o Brasil estava
com escassez de energia e ficou refém da
pressão exercida pelo Paraguai na venda do
excedente da energia pelo lado paraguaio.
De acordo com o ministro, para suportar o
crescimento econômico nos próximos dez anos, o
país terá de crescer 35% sua produção de
energia.
Por isso, além da expansão do gás e a
renegociação com o Paraguai, será preciso trazer
investimentos para a Eletrobras. Albuquerque
afirmou que o modelo de capitalização está
pronto e será apresentado a Bolsonaro nas
próximas semanas.
A ideia é retirar a União do controle por meio de
emissão de papéis que serão adquiridos por
investidores privados de forma que o governo
tenha sua participação acionária diluída.
No entanto, esse modelo terá de passar pelo
Congresso e a expectativa é que o processo seja
concluído somente no próximo ano.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/07
/ministro-de-minas-e-energia-quer-trocar-diesel-
por-gas-nos-caminhoes.shtml
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Data: 18/07/2019
36
Grupo de Comunicação
Mudança de diesel por gás é viável, mas
exige renovação de frota brasileira
Segundo a CNT (Confederação Nacional do
Transporte), idade média da frota de caminhões
é de 15,2 anos
Eduardo Sodré
SÃO PAULO
Embora raros, caminhões movidos a gás natural
já existem e mais modelos devem chegar ao
mercado nacional entre 2020 e 2021. Além disso,
é tecnicamente possível fazer a conversão parcial
de modelos a diesel.
Porém, há problemas para a implementação em
larga escala, como a falta de pontos de
abastecimento nas estradas e a inexistência de
um programa de renovação de frota.
A Iveco testa essa opção desde o início da
década, com aplicação em modelos pesados que
fazem transporte dentro de fábricas ligadas ao
grupo CNH Industrial.
O GNV (gás natural veicular) é oferecido também
em veículos comerciais de menor porte (uso
urbano) vendidos por encomenda, em pequena
escala.
A Scania anunciou um ciclo de investimentos de
R$ 1,4 bilhão a partir de 2021.
Um dos pontos contemplados é a produção em
maior volume de caminhões grandes movidos a
gás.
As primeiras unidades devem sair da fábrica de
São Bernardo do Campo já no próximo ano. O
protótipo que está sendo desenvolvido pela
montadora sueca consume GNV ou biometano,
que pode ser extraído de lixo orgânico.
A redução nas emissões de CO₂ chega a 85% em
comparação ao diesel, de acordo com a
fabricante.
Já os sistemas de conversão disponíveis fazem
caminhões queimarem uma mistura de GNV e
diesel, não sendo possível rodar somente com
gás.
Contudo, essa conversão esbarra no
envelhecimento dos veículos.
De acordo com pesquisa divulgada neste ano
pela CNT (Confederação Nacional do Transporte),
a idade média da frota de caminhões em
circulação no Brasil é 15,2 anos.
Uma alteração desse tipo pressupõe inspeções
regulares do sistema, como já ocorre nos carros
adaptados para rodar com GNV.
Quanto mais velho o veículo, maior a
necessidade de vistorias e reparos. No caso da
comercialização de caminhões novos movidos a
gás, o desafio está em criar um modelo viável de
renovação de frota.
Caminhoneiros autônomos têm dificuldade para
trocar um caminhão com 20 anos de uso por
outro 10 anos mais novo. Adquirir um modelo
zero-quilômetro mais eficiente e com a mesma
capacidade é uma meta distante para esses
profissionais.
Hoje, a retomada de vendas no setor se deve aos
grandes frotistas, embalados pelo agronegócio.
Com o incentivo ao gás, o programa de
renovação de frota de pesados deve voltar à
discussão, embora pouco se tenha avançado no
tema nos últimos 20 anos.
Se uma nova proposta incluir a troca de veículos
a diesel por outros movidos a GNV, haverá um
longo período de transição.
As fábricas de caminhões, mesmo as que já têm
a tecnologia pronta, demorariam anos para
conseguir suprir o mercado. É uma mudança que
exige alto investimento e precisaria conviver com
a produção de modelos a diesel por um bom
tempo.
Aí há outro problema: se a ideia é substituir um
combustível pelo outro, os modelos a diesel
podem sofrer desvalorização acentuada, o que
não é bom nem para montadoras nem para
proprietários.
Toda essa movimentação só fará sentido se
houver estrutura de reabastecimento.
Dificilmente um caminhão movido 100% a GNV
terá a mesma autonomia dos modelos a diesel, o
que exigirá mais paradas nos postos.
Na estrutura atual, em que o gás ainda é raro
nas estradas, torna-se inviável.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/07
/mudanca-e-viavel-mas-exige-renovacao-de-
frota-brasileira.shtml
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Data: 18/07/2019
37
Grupo de Comunicação
Municípios que menos precisam são os que
mais investem em saneamento
Marina Estarque
Os municípios que menos precisam são os que
mais investem em saneamento básico, segundo o
ranking de 2019 elaborado pelo Instituto Trata
Brasil, que avalia as cem maiores cidades do
país.
Os 20 municípios brasileiros com os melhores
índices de saneamento têm investimento médio
anual por habitante de R$ 84,61 no setor, mais
de três vezes o valor gasto pelos vinte mais mal
colocados no ranking, de R$ 25,02.
Em cinco anos, o primeiro grupo investiu cerca
de R$ 15,08 bilhões, cinco vezes o valor
desembolsado pelos 20 piores, de R$ 2,67
bilhões.
"Quem está perto da universalização continua
investindo muito mais. Os últimos 20 estão há
dez anos nessas posições. Então aumenta cada
vez mais a desigualdade", diz o presidente-
executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos.
"Estamos criando municípios com padrão de
primeiro mundo, cercados de esgoto por todos os
lados.”
Segundo Carlos, é mais difícil de progredir
quando a cidade já está perto de ter 100% de
atendimento.
"O esforço para sair de 90% para 95%, por
exemplo, é muito maior, porque precisa atingir
as últimas áreas, que são mais distantes e
complicadas. E mesmo assim esses municípios
seguem investindo forte”, diz.
O ranking, obtido com exclusividade pela Folha,
leva em consideração índices de coleta e
tratamento de esgoto, acesso à água tratada,
perdas na rede de distribuição, número de novas
ligações, investimento, entre outros.
O levantamento é feito com base nos dados mais
recentes do Snis (Sistema Nacional de
Informações sobre Saneamento), de 2017.
Entre os 20 piores, há capitais como Belém,
Natal, Teresina, Manaus, Macapá, Rio Branco,
São Luís e Porto Velho.
Há também grandes cidades de regiões
metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro,
como Duque de Caxias, São Gonçalo e Guarulhos
—a cidade paulista foi a que teve a maior
variação negativa no ranking, caiu 24 posições
em relação ao ano anterior.
“Os piores municípios, em muitos casos, têm
uma gestão do saneamento pouco estruturada,
com concessionárias sem capacidade de investir.
Faltam planejamento e uma boa regulação dos
serviços”, diz o economista Pedro Scazufca, da
consultoria Go Associados, que faz o estudo para
o Trata Brasil há oito anos.
Já entre os 20 melhores municípios, 10 são do
estado de São Paulo e 5 do Paraná. Apenas três
capitais ficaram no grupo: São Paulo, Goiânia e
Curitiba. A capital paulista, sozinha, teve
investimentos de cerca de R$ 10 bilhões em
cinco anos.
Segundo Carlos, a maior parte dos municípios
teve um avanço muito pequeno.
A população com acesso à coleta de esgoto, por
exemplo, passou de 72,15% para 72,77%, e o
volume de esgoto tratado foi de 54,33% para
55,61%.
"Isso que são os cem maiores, não tem município
aí que não sabe fazer projeto ou licitação. Eles
deveriam puxar o desenvolvimento do
saneamento do país. Se Belém ou Boa Vista não
consegue avançar, como vamos cobrar o prefeito
de Cabrobó?”, diz Carlos.
Estudo da CNI (Confederação Nacional da
Indústria) apontou que, entre 2010 e 2012, 26%
dos municípios tiveram investimento nulo, ou
seja, não fizeram qualquer expansão ou
manutenção dos sistemas de água e esgoto.
Segundo a entidade, o país precisa praticamente
dobrar o investimento anual, para R$ 21,6
bilhões, a fim de universalizar os serviços até
2033, meta prevista pelo Plano Nacional de
Saneamento Básico.
Cerca de 17% dos brasileiros não têm acesso à
água tratada, e 48% não têm coleta de esgoto.
Mais da metade do esgoto gerado no país não é
tratado.
"Estamos na contramão, porque o investimento
diminui e a demanda só cresce com as cidades",
diz Carlos.
Data: 18/07/2019
38
Grupo de Comunicação
Para atrair recursos, ele defende a abertura do
mercado. Apenas 6% das companhias de água e
esgoto do país são privadas, segundo a CNI. Elas
respondem por 20% dos investimentos no setor.
"É uma questão de matemática: nós temos R$ 10
bilhões e precisamos de R$ 20, quem vai entrar
com o que falta? Não importa se vai ser público
ou privado, queremos que o cidadão tenha o
serviço”, diz.
Como a MP do Saneamento Básico caducou em
junho, o Congresso avalia outros projetos de lei
que facilitem a entrada de empresas privadas no
setor.
O Senado aprovou em junho uma proposta de
novo marco legal do saneamento, do senador
Tasso Jereissati (PSDB-CE). O projeto seguiu
para a Câmara dos Deputados.
Além de estarem concentrados, os gastos com
infraestrutura de saneamento têm caído desde
2014, quando atingiram um pico de R$ 13,29
bilhões. O valor em 2017 foi de R$ 10,9 bilhões.
"O governo federal passa por uma grave crise
fiscal, e o saneamento sempre foi o primo pobre
da infraestrutura. Além disso, o setor tem um
quadro muito ruim de gestão, até para usar os
recursos que ainda existem", afirma Carlos.
Ele diz que as emendas parlamentares, que
costumavam ser aplicadas em saneamento,
também foram contingenciadas. "Fora isso, os
recursos a fundo perdido sumiram, ficamos só
com financiamento da Caixa e BNDES.”
Ainda assim, a maior parte das operadoras
públicas não tem mais capacidade de
endividamento, afirma Carlos. "Esses bancos só
conseguem financiar sempre as mesmas
concessionárias de São Paulo, Minas."
Uma forma de aumentar os investimentos,
segundo o Trata Brasil, é combater o desperdício
de água.
De acordo com o instituto, para cada 100 litros,
38 ficam pelo caminho por vazamentos, erros de
leitura dos hidrômetros ou furtos. A perda custou
para o país R$ 11,3 bilhões em 2017, mais do
que foi investido em saneamento no ano.
"Esse indicador só piora e é sinônimo de má
gestão, uma empresa não pode perder quase
40% do faturamento. Mesmo estados
desenvolvidos como São Paulo têm perdas de
30%”, afirma Carlos.
O problema, diz ele, se resolve com manutenção
e troca de redes antigas.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/07
/municipios-que-menos-precisam-sao-os-que-
mais-investem-em-saneamento.shtml
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Data: 18/07/2019
39
Grupo de Comunicação
Bunge se une no Brasil a gigante do
petróleo para produzir etanol
A trader americana de produtos agrícolas Bunge
e a principal empresa britânica de energia, a BP,
assinaram acordo para formar uma joint venture
de etanol de cana-de-açúcar no Brasil.
A BP combinará seus empreendimentos
brasileiros em biocombustíveis e bioenergia com
os da Bunge. A entidade autônoma, BP Bunge
Bioenergia, terá 11 usinas de biocombustíveis no
Brasil, com 32 milhões de toneladas de
capacidade de moagem por ano. Ela produzirá
etanol e açúcar.
A Bunge disse que receberá recursos em dinheiro
de US$ 775 milhões como parte do acordo. A BP
pagará à trader US$ 75 milhões, e a joint
venture assumirá US$ 700 milhões de dívida
associada aos ativos da Bunge
A Bunge saiu do mercado de açúcar no ano
passado e foi forçada a suspender uma oferta
pública inicial de seu negócio brasileiro de açúcar
devido à falta de interesse de investidores. A
americana procurou se concentrar em grãos,
sementes oleaginosas e ingredientes
alimentícios.
A empresa apostou mais de US$ 1 bilhão na
demanda por açúcar e etanol em 2010, quando
adquiriu a Moema, operadora brasileira de usinas
de açúcar. Mas o investimento teve dificuldades
porque o mau tempo prejudicou as safras de
cana, os preços do açúcar caíram e Brasília
conteve o preço da gasolina, combustível
concorrente do etanol. Há quatro anos, a Bunge
anunciou que estava avaliando a venda das
usinas deficitárias.
Enquanto isso, algumas das principais empresas
de petróleo e gás do mundo tentam expandir a
produção de estoques de combustíveis líquidos
mais ecológicos, enquanto apostam na demanda
contínua por combustíveis, especialmente para
transporte, como caminhões pesados e aviões.
"Os biocombustíveis serão parte essencial da
transição energética", disse Bob Dudley,
presidente-executivo da BP. "O Brasil lidera o
caminho para mostrar como eles podem ser
usados em escala, reduzindo as emissões do
transporte."
A joint venture, sediada em São Paulo, também
produzirá eletricidade renovável gerada por
biomassa de resíduos de cana-de-açúcar.
Em 2018, os negócios da BP e da Bunge
produziram 2,2 bilhões de litros de equivalente a
etanol. Ambas as entidades empregam mais de
10 mil pessoas no Brasil.
Os biocombustíveis emitem carbono em
quantidade semelhante aos combustíveis fósseis
quando queimados. Mas eles são considerados
mais verdes porque são produzidos a partir de
material orgânico que absorveu dióxido de
carbono da atmosfera.
Hoje, nos EUA e na Europa, os biocombustíveis
são geralmente consumidos na mistura de
pequenas quantidades com os tradicionais
estoques de combustíveis fósseis líquidos. Mas
dois terços dos carros no Brasil operam com
etanol.
O acordo deverá ser concluído no quarto
trimestre de 2019.
Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/07
/bunge-e-bp-fecham-acordo-para-criar-empresa-
de-bioenergia-no-brasil.shtml
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Data: 18/07/2019
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Grupo de Comunicação
Para não ser 'pego de calças curtas',
Bolsonaro quer embargar dados de desmate
Presidente diz que dados têm que chegar ao
conhecimento dele antes porque podem
prejudicar negociações
Talita Fernandes
BRASÍLIA
Três dias depois de criticar a divulgação de dados
sobre desmatamento pelo Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais) não condizem
com a verdade e prejudicam o Brasil, o
presidente Jair Bolsonaro defendeu que as
informações sobre derrubada de floresta passem
antes por ele porque não quer ser “pego de
calças curtas” com questões importantes que
podem prejudicar negociações do país.
“Você pode divulgar os dados, mas tem que
passar pelas autoridades até para não ser
surpreendido. Até por mim, eu não posso ser
surpreendido por uma informação tão importante
como essa daí. Eu não posso ser pego de calças
curtas. As informações têm que chegar a nosso
conhecimento de modo que nós possamos tomar
decisões precisas em cima dessas informações”,
disse.
Ao deixar um almoço no Comando da
Aeronáutica, ele também afirmou que os dados
deveriam passar pelo crivo do Ministério da
Ciência e Tecnologia.
“Eu estou acostumado com hierarquia e
disciplina, e no governo sei que a maioria é civil.
Então quando o Inpe detecta um dado qualquer,
ele tem que subir os dados para o ministro
Marcos Pontes, de Ciência e Tecnologia, antes
passando pelo Ibama para divulgar”, disse.
Bolsonaro se referia aos dados mais recentes
sobre desmatamento do sistema Deter, do Inpe,
um instrumento de fiscalização cujos dados são
enviados diariamente ao Ibama para ajudar no
combate ao desmatamento.
Embora o Deter tenha sido desenvolvido como
um suporte à fiscalização, ele pode ser usado
como indicador de tendências do desmate anual.
Segundo esses dados preliminares de satélites,
mais de 1.000 km² de floresta amazônica foram
derrubados na primeira quinzena deste mês —um
aumento de 68% em relação a julho de 2018.
Já os dados consolidados sobre o desmatamento
total no ano (período entre julho de um ano e
agosto do ano seguinte) são produzidas pelo
Prodes, do Inpe. Ele usa sensores de satélite
mais potentes e apresenta a totalização apenas
uma vez por ano.
A publicidade de dados de desmatamento é
garantida pela Lei de Acesso à Informação e
também pela política de dados abertos do
governo federal, instituída por decreto em 2016 e
confirmada por Bolsonaro em abril, quando o
presidente passou à CGU (Controladoria-Geral da
União) a responsabilidade de coordenar o
processo de abertura de dados dos órgãos do
Executivo.
O monitoramento do desmatamento já havia sido
alvo de críticas do ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles. À Folha ele disse que “os dados
do Inpe são bons, mas não são precisos”.
Também culpou o atual monitoramento pela
ineficácia no combate ao desmate e já
demonstrou o desejo de trocá-lo por uma
empresa privada.
Mas, na sexta, foi a vez de o próprio presidente
dirigir as críticas ao Inpe. Além de questionar a
idoneidade dos dados e seu efeito na imagem do
país no exterior, sugeriu que o diretor do
instituto, o engenheiro Ricardo Galvão, poderia
estar a serviço de ONGs.
No domingo voltou ao tema. “O que nós não
queremos é uma propaganda negativa do Brasil.
A gente não quer fugir da verdade, mas aqueles
dados pareceram muito com os do ano passado”,
afirmou Bolsonaro.
Galvão respondeu. Disse que pode até ser
demitido, mas que o instituto é cientificamente
sólido o suficiente para resistir aos ataques do
governo. A comunidade científica saiu em sua
defesa.
“É um momento importante de apoio ao Inpe e
os resultados desse esforço que está fazendo a
comunidade científica já estão aparecendo. Eu
recebi uma mensagem do ministro de Ciência e
Tecnologia, que está nos EUA para a
comemoração dos 50 anos do homem na Lua, e
ele pediu que eu desse mais informações sobre
os métodos [de detecção do desmatamento]. Ele,
na verdade, sempre apoiou o Inpe e está
tentando abrir um canal de diálogo com a
Presidência para que consigamos estabelecer
uma solução apaziguadora.”
Nesta segunda, porém, o ministro da Ciência,
Marcos Pontes, endossou as críticas feitas por
Bolsonaro. Em nota publicada em rede social, ele
disse compartilhar da estranheza expressa pelo
Data: 18/07/2019
41
Grupo de Comunicação
presidente quanto aos dados. Afirmou também
discordar da maneira como agiu Galvão, ao se
dirigir à imprensa, e que chamou o diretor do
Inpe para “esclarecimentos e orientações”.
O ministro disse solicitou ao instituto relatório
técnico com resultados da série histórica dos
últimos 24 meses, assim como dados brutos,
metodologia aplicada e “quaisquer alterações
significativas desses fatores” no período.
Depois de dizer que chamaria Galvão para dar
explicações, Bolsonaro disse agora que o chefe
do Inpe vai ser ouvido por seus ministros.
“Você pode ver, é a mesma coisa aqui que um
sargento e um cabo passa para frente uma
notícia sem passar pelo capitão, coronel,
brigadeiro, não está certo isso daí”, disse.
Em junho, na véspera do G20, o presidente
francês, Emmanuel Macron, chegou a ameaçar
suspender as tratativas comerciais entre a União
Europeia e o Mercosul se Bolsonaro não se
comprometesse com o Acordo de Paris, que trata
de questões climáticas. Após a conversa entre
ambos e compromisso do brasileiro, o tratado foi
assinado.
“Não pode alguém na ponta da linha
simplesmente resolver divulgar esses dados
porque pode haver algum equívoco e neste caso,
como divulgou, há um enorme estrago para o
Brasil. A questão ambiental o mundo todo leva
em conta. Outros países, com os quais estamos
negociando a questão do Mercosul, ou até um
acordo bilateral, dificultam [as tratativas] com a
divulgação desses dados”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de o diretor
ser demitido, o porta-voz da Presidência, general
Otávio Rêgo Barros, disse que Bolsonaro não
tratou do assunto com ele
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
7/bolsonaro-diz-que-nao-pode-ser-pego-de-
calcas-curtas-em-divulgacao-sobre-
desmatamento.shtml
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Data: 18/07/2019
42
Grupo de Comunicação
Marcos Pontes também questiona dados do
Inpe e chama diretor para conversa
Daniel Carvalho
O ministro Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações) afirmou, em nota
publicada em rede social nesta segunda (22),
que compartilha da estranheza expressa pelo
presidente Jair Bolsonaro quanto aos dados do
desmatamento que o Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais) produz.
"Com relação aos dados de desmatamento
produzidos pelo Inpe, organização pelo qual
tenho grande apreço, entendo e compartilho a
estranheza expressa pelo nosso presidente
Bolsonaro", diz Pontes. "A contestação de
resultados, assim como a análise e discussão de
hipóteses, são elementos normais e saudáveis do
desenvolvimento da Ciência."
Além disso, em nota divulgada no início desta
tarde, Pontes disse discordar da maneira como
agiu o engenheiro Ricardo Galvão, diretor do
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais),
ao dar entrevistas para a imprensa criticando os
questionamentos de Bolsonaro, e o chamou para
"esclarecimentos e orientações". O Inpe é
vinculado ao ministério.
Na sexta-feira (19), Bolsonaro criticou Galvão por
causa dos dados recentes sobre desmatamento.
Segundo esses dados preliminares de satélites do
Inpe, mais de 1.000 km² de floresta amazônica
foram derrubados na primeira quinzena deste
mês —um aumento de 68% em relação a julho
de 2018. As informações são do Deter, sistema
da instituição que lança alertas sobre mudanças
de vegetação.
Os dados consolidados sobre o desmatamento
total no ano (período entre julho de um ano e
agosto do ano seguinte), são produzidas pelo
Prodes, outro projeto do Inpe. O Deter, contudo,
é um forte indicativo sobre as tendências de
desmate na Amazônia.
Além disso, os dados produzidos pelo projeto
Deter são diariamente enviados ao Ibama.
As informações de alertas de desmatamento são
públicas e podem ser acessados no site do Inpe.
As imagens disponíveis, porém, têm menor
resolução do que as que o Ibama tem acesso.
Bolsonaro disse que conversaria com Galvão e
que são "matérias repetidas que apenas ajudam
a fazer com que o nome do Brasil seja malvisto
lá fora”.
“Vou conversar com qualquer um que esteja a
par daquele comando, onde haja a coisa
publicada, que não confere com a realidade, vai
ser chamado para se explicar. Isso é rotina, toda
semana, todo dia, acontece isso aí”, disse na
sexta-feira.
Bolsonaro disse ainda que o diretor do Inpe
estaria a "serviço de alguma ONG" e que a
divulgação do desmatamento que ocorre na
Amazônia prejudica o nome do Brasil no exterior.
Já no domingo, Bolsonaro recuou e afirmou que
não falaria com o diretor do Inpe, tarefa que
caberia aos ministros Marcos Pontes e Ricardo
Salles (Meio Ambiente). "Eu não vou falar com
ele", disse. "O que nós não queremos é uma
propaganda negativa do Brasil. A gente não quer
fugir da verdade, mas aqueles dados pareceram
muito com os do ano passado."
Cientistas saíram em defesa das pesquisas e
monitoramento realizado no Inpe. Neste domingo
(21) a SBPC (Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência), a maior sociedade
científica do país, lançou um documento com
críticas às falas de Bolsonaro. A Folha teve
acesso ao texto em primeira mão.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
7/marcos-pontes-tambem-questiona-dados-do-
inpe-e-chama-diretor-para-conversa.shtml
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Data: 18/07/2019
43
Grupo de Comunicação
Bolsonaro repete tática de Dilma e Sarney
ao tentar controlar dados de desmatamento
José Sarney divulgou dados errados e Dilma
Rousseff adiou divulgação próxima à eleição
Marcelo Leite
SÃO PAULO
A história se repete, agora como farsa. O
presidente Jair Bolsonaro (PSL) quer adiar a
divulgação das taxas de desmatamento na
Amazônia porque não gosta delas, mais uma
prova de que nada conhece de ciência e nada
aprendeu com a história.
O incômodo palaciano com dados da devastação
apurados pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) é antigo. No governo de José
Sarney, quando a destruição da Amazônia se
tornou um caso internacional, a tentativa
pioneira foi de manipulação.
Em resposta a governantes europeus que o
pressionavam pelas queimadas na floresta
amazônica em 1988, Sarney divulgou que o
desmatamento acumulado no Brasil era de 251,4
mil km2. Queria dizer que era pouco, só 5% da
Amazônia Legal.
Reportagem de Maurício Tuffani na Folha,
contudo, mostrou que a cifra omitia 92,5 mil km²
de derrubadas no Pará e no Maranhão. Foi um
escândalo, que contou com a ajuda da direção do
Inpe.
Depois disso, o instituto se redimiu. Investiu em
tecnologia de interpretação de imagens de
satélite e tornou transparente a divulgação dos
dados do sistema Prodes, publicados uma vez
por ano.
A cifra anual pouco ajudava no trabalho de
prevenção. Em 2004 começou a funcionar um
sistema mais ágil, o Deter, para detecção do
desmatamento em tempo real, fornecendo
alertas de derrubadas a cada quinzena para o
Ibama autuar quem estivesse destruindo floresta
sem autorização.
Foi um enorme avanço, que contribuiu para
derrubar as taxas de devastação, em conjunto
com restrições ao crédito de proprietários
faltosos. De mais de 27 mil km², em 2004, a
devastação caiu para 4.500 km², em 2012.
Esse feito do governo federal credenciou o Brasil
a receber parcelas do bilionário Fundo Amazônia,
criado pela Noruega e alimentado também pela
Alemanha. Nada disso teria sido possível sem os
pesquisadores do Inpe ora sob ataque
presidencial.
Com a chegada de Dilma Rousseff (PT) ao
Planalto, as coisas começaram a mudar para
pior. Ainda ministra-chefe da Casa Civil, ela
passou a sabotar políticas da ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva, que deixou o governo
Lula em 2008.
Na cadeira de presidente, Dilma deu cada vez
mais espaço para políticas a favor de ruralistas e
sua agenda anti-amazônica. As taxas de
desmatamento voltaram a subir, ainda que
distantes do recorde de 2004.
Candidata à reeleição em 2014, Dilma partiu
para a ignorância, como faz agora Bolsonaro.
Sabia que a devastação em alta abria um flanco
na sua imagem e determinou que a divulgação
dos dados do Deter fosse adiada. Nova grita da
parte da opinião pública, dentro e fora do país,
que dá valor à floresta.
O atual ocupante do Planalto reedita agora a
tática de ocultação de informações do governo do
PT. Quer acesso antecipado aos dados, alegando
que precisa deles para tomar providências.
Para evitar aumento da destruição, porém, as
providências têm de vir antes dos dados que o
atestam. E o que o governo de Bolsonaro tem
feito até aqui, sobretudo no Ministério do Meio
Ambiente sob Ricardo Salles (Novo), só tem
contribuído para que as taxas subam.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
7/bolsonaro-repete-tatica-de-dilma-e-sarney-ao-
tentar-controlar-dados-de-desmatamento.shtml
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Data: 18/07/2019
44
Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Menores de SP poderão
viajar desacompanhados sem autorização
expressa da Justiça
Medida autoriza que criança embarque com
permissão por escrito dos pais, com firma
reconhecida
Os pais de crianças menores de 16 anos que
moram em São Paulo não precisam mais pedir à
Justiça autorização expressa para que as crianças
viagem desacompanhadas.
LICENÇA
A medida será publicada nesta terça (23) pelo
Tribunal de Justiça de SP (TJ-SP). A partir de
agora, basta uma permissão por escrito dos
próprios pais, com firma reconhecida, para que a
criança embarque.
NA VOLTA
Os pais precisam, no entanto, ficar atentos: se os
filhos viajarem dentro de SP, poderão ir e voltar
com o documento assinado por um deles. Mas,
se forem para outro estado, será necessário
verificar se o local aceita essa autorização para
que os menores embarquem de volta.
DE NOVO
Em caso negativo, será preciso recorrer à Justiça.
NA MESMA
Viagens internacionais seguem com as mesmas
regras, que desde 2011 dispensam a autorização
de um juiz para o embarque de menores.
RODA GIGANTE
O jantar que o ministro Luís Roberto Barroso
ofereceu em Brasília, em 2016, e que teve Sergio
Moro e Deltan Dallagnol entre os convidados, não
teve nada de secreto —outras 23 pessoas
compareceram ao evento.
BEM-VINDA
O jantar não era para eles, e sim para a
professora Susan Ackerman, da Universidade
Yale, que visitava Brasília para um seminário no
UniCeub sobre corrupção.
NA RODA
“Fiz uma pequena recepção em torno dela em
minha casa, para a qual foram convidados alguns
professores e expositores do seminário”, diz
Barroso. Entre eles estavam Moro e Dallagnol.
SEM ALARDE
Na semana passada, diálogos do arquivo obtido
pelo site The Intercept Brasil mostravam Barroso
pedindo “máxima discrição” aos dois ao convidá-
los para o jantar.
SEM ALARDE 2
“Era apenas algo privado e reservado aos
participantes do seminário”, afirma Barroso.
“Ninguém lá falou de Operação Lava Jato.”
LUZ
Com a repercussão da publicação dos diálogos, o
ministro decidiu esclarecer o assunto, publicando
um texto também em seu blog.
ENTRE ELAS
A advogada Rosangela Moro, mulher do ministro
Sergio Moro, participou de debate com
empreendedoras na casa M.inq, em São Paulo,
na segunda (22). O evento foi organizado pelo
Lide Mulher, pelo escritório Nelson Wilians &
Advogados Associados e pelo shopping Cidade
Jardim, representado por Bruno Astuto, CCO do
Grupo JHSF. A presidente do Instituto NW, Anne
Wilians, a escritora Fabi Saad e a diretora de
marketing da EY, Marly Parra, estiveram lá. O
evento teve abertura feita pela empresária
Clemilda Thomé e contou com pausa para o café.
ORELHA QUENTE
Os governadores do Nordeste vão se reunir em
Salvador, na segunda (29), para divulgar
medidas do consórcio que criaram em março. O
presidente Jair Bolsonaro deve entrar na pauta.
FERVENDO
“Não esperava na vida ver um presidente falar
tanta baixaria”, diz o governador da Bahia, Rui
Costa (PT-BA), antecipando o clima.
OS ELEITOS
Na semana passada, Bolsonaro se referiu aos
“governadores de paraíba” e disse que os do
Maranhão, Flávio Dino (PCdoB-MA), e da Paraíba,
João Azevêdo (PSB-PB), são “intragáveis”.
NA CABEÇA
“E como um presidente brinca com o tamanho da
cabeça de um ministro para dizer que ele pode
ser do Nordeste?”, segue Rui Costa.
SÓ PODE
Numa live no Facebook, Bolsonaro perguntou ao
ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, se
ele tinha “parente pau-de-arara”. “Com essa
cabeça aí, tu não nega, não”, disse o presidente,
dando uma gargalhada.
Data: 18/07/2019
45
Grupo de Comunicação
PÉ NA ESTRADA
O diretor de teatro Roberto Alvim, que assumirá
a direção do Centro de Artes Cênicas da Funarte,
se reuniu na sexta (19) com integrantes da
produtora Brasil Paralelo, especializada em lançar
filmes sobre história do país com viés de direita.
ESTRADA 2
Do encontro, ele diz que “nascerão projetos
incríveis”. “Estamos pensando na criação do
Brasil Paralelo ao vivo, com palestras, debates e
exibições de filmes, a excursionar pelos teatros
da rede federal”, afirma Alvim.
ABAIXO
Grupos nacionais e internacionais como o
Conselho Nacional de Mulheres Encarceradas
(EUA) e NiUnaMenos (Argentina) assinam carta
pedindo a revogação das prisões de quatro
líderes de movimentos sem-teto detidos em
junho.
ASSINADO
O documento será entregue ao Tribunal de
Justiça de SP nesta terça (23). Segundo a Polícia
Civil, os detidos são suspeitos de extorsão por
cobrarem aluguel em ocupações. O inquérito é
um desdobramento da investigação sobre a
queda do edifício Wilton Paes de Almeida, em
2018.
RUBRICA
Com 212 assinaturas, a carta diz que nenhum
dos presos tem relação com o edifício, que o
inquérito se apoia na “fabricação de relações” e
que as prisões configuram “mais uma violação de
direitos humanos e garantias constitucionais” no
país.
com BRUNA NARCIZO, BRUNO B. SORAGGI,
GABRIEL RIGONI e VICTORIA AZEVEDO
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/07/menores-poderao-viajar-por-sp-
desacompanhados-sem-autorizacao-expressa-da-
justica.shtml
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Data: 18/07/2019
46
Grupo de Comunicação
ESTADÃO Comitê vai monitorar mercado de gás
- Economia - Estadão
BRASÍLIA - Para garantir que o “choque da
energia barata” chegue efetivamente à indústria,
o governo vai passar a monitorar de perto a
adoção das medidas do programa.
Nesta terça-feira, 23, em cerimônia no Palácio do
Planalto, o presidente Jair Bolsonaro vai lançar
oficialmente o programa, que é uma das grandes
apostas para retomar o crescimento. Uma das
medidas a serem anunciadas é a criação, por
decreto, do comitê de monitoramento da
abertura do mercado de gás.
Farão parte representantes dos Ministérios de
Minas e Energia, Economia e Casa Civil, além da
Agência Nacional de Petróleo, Gás e
Biocombustíveis (ANP) e Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (Cade).
'Não há nenhuma proposta de revisão unilateral
ou arbitrária dos contratos ou regras
regulatórias', disse Alexandre Manoel.
O grupo deverá elaborar relatórios trimestrais
sobre o andamento do programa. Caberá ao
comitê assegurar a efetividade das medidas e
dos prazos pela Petrobrás e pelas agências
estaduais. Também será tarefa do colegiado
propor ações adicionais e complementares – caso
os resultados estejam aquém do esperado pelo
governo.
De acordo com o secretário de Planejamento,
Energia e Loteria do Ministério da Economia,
Alexandre Manoel, o comitê vai avaliar se as
medidas levaram ao aumento da concorrência no
setor e da oferta de gás a preços mais baixos.
“O comitê vai monitorar de perto se as medidas
estão sendo implementadas, se está tendo mais
concorrência, se há mais empresas
comercializando gás e se o preço está
diminuindo”, afirmou ao Estadão/Broadcast.
Na avaliação dele, a presença do Cade no comitê
é fundamental, pois foi o órgão que assinou os
acordos com a Petrobrás para que a empresa
saia dos setores de transporte e distribuição.
Para o secretário, uma das vantagens é que a
companhia já havia demonstrado interesse
estratégico em focar na exploração e produção
em águas profundas – algo que converge com a
visão do governo para o setor.
Para o presidente da Associação Brasileira de
Grandes Consumidores (Abrace), Paulo Pedrosa,
a criação do comitê demonstra o
comprometimento do governo com o programa.
“Isso sinaliza que as escolhas em nossa
economia serão feitas com racionalidade e
promoção da competição”, disse.
Contratos
Alexandre Manoel garantiu que o programa não
prevê a quebra contratos firmados entre Estados
e distribuidoras e não tem nada a ver com a
Medida Provisória 579/2012, que reduziu o preço
da energia em 20% no governo da ex-presidente
Dilma Rousseff. “A MP 579 foi uma agressão às
regras contratuais estabelecidas junto ao setor
privado. Foi uma infeliz intervenção estatal, cujos
custos são pagos até hoje pela sociedade
brasileira”, disse.
Também segundo ele, o programa respeita a
autonomia dos Estados e os incentiva a
modernizar sua regulação para atrair mais
investimentos e gerar emprego, renda e
arrecadação. As práticas propostas visam
incentivar a eficiência no investimento e na
operação e manutenção da malha.
Quanto mais práticas forem adotadas, maior será
a contrapartida do governo federal – como
empréstimos com garantia do Tesouro e acesso a
recursos do Fundo Social do Pré-Sal. Os recursos
poderão ser usados para indenizar as
distribuidoras na renegociação dos contratos.
“Não há nenhuma proposta de revisão unilateral
ou arbitrária dos contratos ou regras
regulatórias. Os incentivos provisionados pelo
governo federal respeitam a competência que a
Constituição delegou aos Estados de
regulamentar a prestação de serviço de
distribuição do gás”, disse. “Mas a decisão final é
dos governos estaduais e distrital.”
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,c
omite-vai-monitorar-mercado-de-
gas,70002933329
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Data: 18/07/2019
47
Grupo de Comunicação
Atenta a consumidor, UPL investe em
controle biológico
Coluna do Broadcast
A gigante indiana de agroquímicos UPL, quinta
maior do setor no mundo após a compra da
americana Arysta LifeScience, em 2018, decidiu
entrar no jogo já disputado por alguns de seus
concorrentes, como a Syngenta. Ciente da
crescente cobrança do consumidor quanto à
segurança dos alimentos, aproveitou a integração
com as operações da Arysta para passar a
oferecer, em conjunto, produtos de controle
biológico e químico e tecnologias digitais para
combate de pragas e doenças nas lavouras.
Até então, a venda era separada e feita por
diferentes equipes comerciais. A estratégia
prevê, ainda, o investimento de US$ 200
milhões, nos próximos cinco anos, em pesquisa
de soluções nessas três vertentes e em nutrição
vegetal, conta à coluna Fábio Torretta, presidente
da UPL no Brasil. “Aproveitamos a aquisição para
redesenhar a companhia”, continua. “Temos feito
mais de mil ensaios por ano explorando a
sinergia entre agroquímicos e biológicos.” O
executivo planeja, além disso, a expansão da
linha de produção de biológicos dentro de um
ano e as de herbicidas e fungicidas, em dois ou
três.
Menina dos olhos.
O Brasil, que já é o principal mercado da UPL,
terá relevância cada vez maior. Hoje o País
representa 20%, ou US$ 1,07 bilhão, do
faturamento global de US$ 5 bilhões, seguido da
Índia. No mercado interno, a companhia situa-se
em quinto lugar. Em três anos, Torretta projeta
subir ao terceiro posto, alcançando receita de
US$ 1,5 bilhão em 2022.
Nova China.
Ter bases na Índia favorece a operação da UPL
no Brasil, pois é naquele país que ela obtém a
maior parte das matérias-primas de que precisa.
Isso elimina a dependência da China, principal
fornecedor de insumos para agroquímicos, mas
que fechou diversas fábricas após adotar
fiscalização ambiental mais rígida. Além disso, a
Índia tem preocupação com segurança alimentar
e interesse na produção brasileira. “Temos um
projeto incipiente e grande de fornecer alimentos
para lá”, diz Torreta.
Parceiros e concorrentes.
Para atender à demanda por carne bovina da
União Europeia após o acordo UE-Mercosul e não
perder espaço para os vizinhos concorrentes, o
Brasil deve focar em aumento da produção e na
qualidade, defende Nabih Amin El Aouar,
presidente da Associação dos Criadores de Nelore
do Brasil. “O volume reservado ao Mercosul pela
UE é de 99 mil toneladas de carne/ano, fora da
Cota Hilton, que o Brasil não atende
completamente”, conta. “Se não nos
movimentarmos, Argentina e Uruguai dominarão
os embarques.”
Carne em massa.
Aouar também se preocupa com a China. Ele diz
que, se os chineses passarem a comer 2 quilos
de carne a mais/ano, o Brasil terá de exportar,
só para lá, o dobro do que já vende ao mundo.
Ele espera que, com a viagem do presidente Jair
Bolsonaro à China, em agosto, mais 25 unidades
frigoríficas sejam habilitadas.
Apostas.
A exoneração de Sebastião Barbosa do cargo de
presidente da Embrapa, na semana passada, e os
possíveis sucessores foram assunto em grupos
de WhatsApp do agronegócio. A notícia, diz fonte
do setor, já era esperada, pelo desejo do
governo de ter à frente da Embrapa alguém mais
próximo – Barbosa foi escolhido por Michel
Temer. Entre os nomes cogitados, surgiram o de
Pedro de Camargo Neto, vice-presidente da
Sociedade Rural Brasileira, Xico Graziano, ex-
secretário de Agricultura de SP, e Luis Carlos
Guedes Pinto, ex-ministro da Agricultura.
Cadê?
A MP que deve viabilizar a emissão de
Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
Data: 18/07/2019
48
Grupo de Comunicação
referenciados em dólar, prometida pelo Ministério
da Agricultura para os dias seguintes ao
lançamento do Plano Safra 2019/20, no meio de
junho, ainda não tem data de publicação.
Conforme a assessoria do Ministério da
Agricultura, o texto de consenso entre a pasta e
o Ministério da Economia seguiu para a Casa Civil
na última quarta-feira (17). “São 12 equipes do
governo trabalhando na MP. Para esta semana, é
pouco provável”, diz uma fonte. Os CRAs em
dólar ainda não vingaram, entre outras razões,
por causa da regra atual de tributação da
variação cambial.
Em bando.
A gaúcha SkyDrones, empresa brasileira que
produz drones para pulverização de
agroquímicos, vai lançar em 30 de julho, em
Sertãozinho (SP), um sistema pelo qual vários
drones podem operar ao mesmo tempo,
conectados. O objetivo é atender grandes
lavouras, já que um equipamento, sozinho,
consegue pulverizar apenas 20 hectares/dia –
ante até 600 hectares por um avião agrícola. O
projeto é parceria com a israelense SkyX, que
entra com o software responsável por fazer os
equipamentos “conversarem” sobre localização,
obstáculos na área e outras informações.
Cirúrgica.
Com a novidade, será possível fazer a
“pulverização de catação”, na qual drones voam
até os talhões com falhas na aplicação ou focos
de pragas e usam o produto só no local. O
alemão Ulf Bogdawa, CEO da SkyDrones,
acredita que no primeiro ano serão vendidos em
torno de 100 sistemas, com dois ou três drones
cada.
Fast food.
A primeira fábrica de batatas pré-fritas e
congeladas da McCain no Brasil será construída
em Araxá (MG), diz à coluna Aluizio Neto,
diretor-geral da McCain no Brasil. A companhia,
líder mundial na produção do alimento, aplicará
US$ 100 milhões na unidade, a ser inaugurada
no 1.º semestre de 2021. Assim, a empresa
reforça a estratégia de expansão no Brasil – após
ter adquirido 49% da Forno de Minas em 2018 e
70% da Serya.
Colaboraram Augusto Decker E Tânia Rabello
https://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-
do-broad/atenta-a-consumidor-upl-investe-em-
controle-biologico/
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Data: 18/07/2019
49
Grupo de Comunicação
Preservar a Amazônia é mais do que uma
questão de ativismo: é um negócio muito
rentável
Amcham Brasil
O desafio hoje na preservação da Amazônia é
criar uma nova mentalidade de exploração
baseada em serviços da floresta. “Falta política
pública, sim, de precificar o valor da floresta em
pé. A partir do momento que você coloca um
valor nisso, as pessoas passam a fazer conta”,
afirma o Sócio de Serviços de Sustentabilidade
da KPMG, Ricardo Zibas.
Serviços ambientais ecossistêmicos envolvem
temas como oferta de água, regulação do clima e
manutenção da fertilidade do solo. Também há
serviços que podem ser precificados, como o
impacto na saúde, turismo e biodiversidade.
Na visão de Zibas, o tema principal é mudar o
pensamento de políticas de precificação de
insumos florestais. “Existem ativos, como a água,
que achamos erroneamente que são de graça.
Então quando começarmos a mudar esse
mindset, será possível realmente calcular o
potencial”, comenta.
Em junho deste ano, o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou aumento de
88% no desmatamento da Amazônia
comparando com o mesmo período em 2018.
Isso porque, na visão de Zibas, existe uma
precificação errada da floresta em pé. “No fim do
mês, não há preocupação com a preservação e
questões de longo prazo, preocupa-se em fechar
as contas”, declara.
Ele acrescenta também que hoje são abordadas
questões erradas sobre a monetização dos
serviços ecossistêmicos: “Quanto vale preservar
uma nascente? Quanto vale manter, por
exemplo, uma floresta nativa na sua
propriedade? Isso, hoje, na verdade é só ônus”.
Como alternativa aos negócios de deflorestação,
o Diretor Executivo do Centro de
Empreendedorismo da Amazônia, Raphael
Medeiros, sugere a inserção da inovação na
floresta. “Desta forma, podemos mostrar que é
possível ganhar dinheiro com ela [a Amazônia]
de pé”, explica.
Assim, o Centro de Empreendedorismo da
Amazônia está criando uma aceleradora de
negócios da floresta biodiversidade. “Uma
empresa que vai colocar dinheiro (tíquete médio
de 50 a 200 mil reais) – podendo ser até mais –
em startups ligadas à floresta ou biodiversidade,
encorajando-as a alcançar mercados dentro ou
fora do Brasil”, conta Medeiros.
A aceleradora está prevista para começar no
segundo semestre e, segundo o executivo, já
existem investidores fora da Amazônia que
acenaram positivamente na procura de ideias de
negócio local em favor da riqueza da região.
Hoje, o Centro de Empreendedorismo da
Amazônia apoia a formulação de políticas
públicas favoráveis à promoção dos negócios
sustentáveis com foco na área rural da Amazônia
e promove e articula esses negócios.
Números falam mais que mil palavras
Além de valor ecológico, a floresta em pé tem
mais potencial econômico. Pode promover
extrativismo de frutos e fármacos que ainda
estão por ser descobertos. Isso vai impulsionar o
desenvolvimento de 25 milhões de pessoas da
região norte.
Segundo pesquisas do economista Bernardo
Strassburg, diretor do Instituto Internacional
para a Sustentabilidade e professor da PUC-Rio,
um hectare de floresta em pé na Amazônia
presta rende serviços precificados em R$ 3.500
por ano. O mesmo hectare desmatado para a
pecuária daria um lucro de R$ 60 a R$ 100 por
ano.
Se usado para soja, o valor será de R$ 500 a R$
1 mil por ano. Outros serviços que podem ser
precificados, mas não estão nesse cálculo, são o
impacto na saúde, o turismo e a biodiversidade
em si. Cerca de 40% dos produtos farmacêuticos
dependem da riqueza biológica desses biomas
brasileiros.
Segundo a presidente do Conselho Empresarial
Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável
(CEBDS), Marina Grossi, a precificação dos
serviços ambientais é necessária. Ela afirma que
há 15 milhões de hectares de pastagens na
Amazônia que foram degradadas. É um número
mais que suficiente para aumentar a
produtividade da agricultura. “Hoje se pode
manter a floresta e produzir. Pode-se integrar
pecuária com lavoura”, declara.
Data: 18/07/2019
50
Grupo de Comunicação
Extrair sem destruir
Atuando em parceria com diversas comunidades
produtoras em diversas regiões da Amazônia, a
Natura compra óleos essenciais e óleos fixos
como insumos para suas linhas de sabonetes e
perfumaria, tendo inclusive estabelecido uma
fábrica de sabonetes, massa base e essências.
“Os recursos, de fato, ficam na região pela
movimentação dessa nova economia de floresta
em pé”, menciona a gerente de sustentabilidade
da Natura, Luciana Villa Nova.
O projeto da empresa para a Amazônia tem o
objetivo movimentar R$ 1 bilhão em volume de
negócios – que inclui a compra de insumos e
matéria-prima, os investimentos na comunidade,
os investimentos na fábrica e em parceiros e
contratação de mão de obra local – até 2020.
Segundo Luciana, essa meta já foi batida. “já
estamos em R$ 1,5 bilhões com 4,8 mil famílias
beneficiadas com o intuito de chegar a 10 mil”,
explica.
O trabalho da empresa envolve o
desenvolvimento de toda a cadeia de
fornecimento extrativista, gerando renda,
capacitação e empoderamento nas mesmas.
Modelos de sistemas agroflorestais também estão
sendo implantados na Amazônia como forma de
aumentar a produtividade de fornecedores
minimizando o impacto ambiental da produção.
Em 2009, a Natura ganhou o Prêmio ECO na
antiga categoria Modelo de Negócios pelo projeto
de Engajamento de Públicos-Chave na
Biodiversidade. O objetivo da iniciativa era
conhecer o efeito ambiental da produção e definir
estratégias de neutralização dos efeitos do
carbono.
https://economia.estadao.com.br/blogs/ecoando/
preservar-a-amazonia-e-mais-do-que-uma-
questao-de-ativismo-e-um-negocio-muito-
rentavel/
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Data: 18/07/2019
51
Grupo de Comunicação
Bunge e BP se unem e vão disputar a vice-
liderança em açúcar e álcool no País
Com 11 usinas em 5 Estados, BP Bunge
Bioenergia brigará pelo segundo lugar com a
Biosev e a Atvos, da Odebrecht; múltis entraram
no setor no início dos anos 2000 e, após
tentativas de vendas por causa da crise do
etanol, resolveram juntar operações
Mônica Scaramuzzo e Augusto Decker, O Estado
de S.Paulo
A gigante do agronegócio Bunge e a petroleira BP
anunciaram nesta segunda-feira, 22, a criação de
uma nova empresa na qual atuarão juntas na
produção de açúcar e etanol no Brasil. Foi a saída
que as duas companhias encontraram para
ganhar competitividade no setor, que está em
crise há quase dez anos. Na BP Bunge
Bioenergia, ambas dividirão o controle, com 50%
de participação cada.
A nova companhia terá 11 usinas (8 da Bunge e
3 da BP) em cinco Estados e vai disputar palmo a
palmo a vice-liderança neste setor. A maior
empresa da área é a Raízen (joint venture entre
os grupos Cosan e Shell), com capacidade de
moagem de cana-de-açúcar superior a 60
milhões de toneladas anuais. A nova empresa
terá capacidade para 32 milhões de toneladas,
alcançando a Biosev, da rival Louis Dreyfus, e a
Atvos, do grupo Odebrecht. A produção anual de
etanol pode chegar a 1,5 bilhão de litros e a de
açúcar, a 1,1 milhão de toneladas.
Em comunicado, os dois grupos informaram que
a sede da nova companhia deve ficar em São
Paulo. O presidente será Geovane Consul, da
Bunge, e Mario Lindenhayn, da BP, ficará no
comando do conselho de administração da
empresa. Ambas as companhias terão
representação igual no conselho de
administração.
Acordo
Com a joint venture, a Bunge receberá US$ 775
milhões pela operação, dos quais US$ 700
milhões são “relativos à dívida sem recurso da
Bunge a ser assumida pela união das empresas
no fechamento da operação” e US$ 75 milhões
da BP. Além disso, a Bunge não vai mais
consolidar suas operações de açúcar e bioenergia
no Brasil em demonstrações financeiras
consolidadas.
Uma das maiores empresas globais do
agronegócio, a Bunge estava tentando há pelo
menos cinco anos se desfazer de suas unidades
de açúcar e etanol, segundo fontes a par do
assunto. A companhia faz parte do grupo de
tradings chamado ABCD, ao lado das gigantes
ADM, Cargill e Louis Dreyfus. Todas entraram no
setor sucroalcooleiro no País, mas foram
reduzindo sua exposição ao segmento. A Bunge
fez sua estreia no setor em 2006 e, quatro anos
mais tarde, adquiriu o grupo Moema, ficando
entre as cinco maiores do País.
A British Petroleum também entrou no setor com
a compra da usina Tropical Energia, em parceria
com o produtor de grãos Jorge Maeda (que
vendeu posteriormente sua fatia). A companhia
adquiriu outras duas usinas.
Competitividade
Para Plinio Nastari, presidente da Datagro, uma
das principais consultorias de açúcar e etanol do
Brasil, a união entre Bunge e BP trará ganhos
para as duas companhias. Além da redução de
custos, a nova empresa deverá se beneficiar da
distribuição do biocombustível a partir do
terminal da BP em Paulínia (SP).
Entre 2003 e 2010, o setor sucroalcooleiro
passou por um forte movimento de consolidação,
impulsionado pela alta no preço do petróleo e o
maior consumo de álcool. O etanol voltou a
ganhar relevância no início dos anos 2000, com o
avanço dos carros flex (gasolina e etanol). Foi
nesse período que grupos estrangeiros entraram
no setor com mais peso – além da Bunge, rivais
como Cargill e Dreyfus (dona da Biosev) e
conglomerados nacionais, como Odebrecht,
fizeram sua estreia no setor. Com investimentos
bilionários, inflacionaram os preços dos ativos
àquela época, mas muitos foram ficando pelo
caminho, por conta das pesadas dívidas.
Data: 18/07/2019
52
Grupo de Comunicação
Agravamento da crise
No governo de Dilma Rousseff, as usinas
passaram a enfrentar sua maior turbulência, com
o controle dos preços dos combustíveis, afirma
Plínio Nastari. Mas não foi somente o controle de
preço dos combustíveis que abateu os principais
grupos.
A Atvos (do grupo Odebrecht), por exemplo,
também foi contaminada pelas dificuldades
financeiras de seus controladores, que tiveram
envolvimento da Lava Jato. Em seu período de
auge, o setor chegou a quase 450 usinas, mas
mais de cem foram fechadas.
Planos da empresa
A BP Bunge Bioenergia terá como objetivo o
investimento na renovação dos canaviais e a
ampliação da capacidade utilizada das usinas no
Brasil.
Segundo Geovane Consul, executivo da Bunge,
que será presidente da nova empresa, num
primeiro momento a estratégia será investir em
canaviais para aumentar o aproveitamento das
11 usinas. “Hoje as duas empresas combinadas
têm 90% de capacidade utilizada”, disse.
Segundo Mario Lindenhayn, executivo da BP
Biocombustíveis que assumirá o conselho
administrativo, BP e Bunge compartilham uma
visão de demanda crescente por etanol no Brasil.
“Ambas investiram continuamente nos últimos
anos, quando o mercado não investiu tanto.”
Uma eventual abertura de capital da joint
venture está no radar. “É uma possibilidade, mas
o objetivo da gestão vai ser a integração das
empresas, obtenção de sinergias e a elaboração
de um plano de negócios que gere caixa”, disse
Consul. /COLABOROU LETÍCIA PAKULSKI
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
bunge-e-bp-criam-joint-venture-de-acucar-e-
bioenergia-no-brasil,70002932266
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Data: 18/07/2019
53
Grupo de Comunicação
Eliane Cantanhêde: ‘Paraíbas’ e ‘melancias’
Bolsonaro contra institutos, governadores,
conselhos, fundações e mais um general
Nas democracias, líderes políticos e governantes
devem ter relações institucionais e ampliar
contatos, interlocutores e aliados. O presidente
Jair Bolsonaro faz justamente o oposto: ele
parece determinado a confrontar e irritar todo
mundo que não pensa exatamente igual a ele.
Uns são “paraíba”, outros são “melancia”, e só
ele sabe o que é bom para o País. Isso não soma,
só divide e acirra os ânimos.
Depois de usar um termo pejorativo contra
nordestinos e dizer que “não é para dar nada” ao
governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB),
Bolsonaro não se contentou com a reação em
bloco dos governadores da região – a mais
oposicionista do País – e foi cutucar Rui Costa, da
Bahia. O que seria uma festa de inauguração de
aeroporto, hoje, em Vitória da Conquista, virou
motivo de guerra.
Na versão do governador, que é do PT, Bolsonaro
“excluiu o povo” e transformou a festa numa
“reunião político-partidária” com os seus
apoiadores, com uma claque organizada. De 300
convites, só 70 teriam sido para o governo local.
Rui Costa decidiu não ir e gravou um vídeo de
desagravo.
Bolsonaro também partiu para cima do general
da reserva Luiz Rocha Paiva, que considerou
“antipatrióticas e incoerentes” suas
manifestações sobre os nordestinos. Segundo o
presidente, na tréplica, o general não passa de
um “melancia”. Sabem o que é isso? É um militar
com a farda verde por fora e alma vermelha por
dentro. Ou seja, um militar de esquerda. Ou o
general se irritou ou deve ter dado muita
gargalhada. E não só ele...
O diretor do Inpe, Ricardo Galvão, é outro que
entrou na mira e não abaixou a cabeça. Depois
de desqualificado publicamente por Bolsonaro,
como se estivesse “a serviço de ONGs”, ele
avisou ao Estado que não vai se demitir e
classificou a atitude do presidente de “pusilânime
e covarde”. E o que será que a Ancine e a turma
ativa e organizada do cinema andarão
aprontando para se defender dos ataques
palacianos?
As investidas do presidente, porém, não param
por aí e agora não são mais só de tempos em
tempos, mas de horas em horas. Ontem, ele
voltou as baterias novamente para os conselhos,
tão essenciais para a troca de experiência, o
debate, o contraditório e, principalmente, a
definição de políticas públicas. E atingiu um em
cheio: o de políticas sobre drogas, o Conad.
O Supremo já decidiu em junho, por
unanimidade, mas provisoriamente, que o
presidente não pode extinguir por decreto
conselhos que foram criados por lei, ou seja, com
aval do Congresso. Mas Bolsonaro manteve
exatamente o mesmo discurso de antes,
avisando que vai enxugar os conselhos e
extinguir “a maioria” deles. É até possível que
haja excesso de conselhos, mas o corte de
Bolsonaro tem motivação particular: é um corte
ideológico.
Detalhe: ele é o presidente que mais governa via
decretos, só atrás (ainda) de Collor. Decretos
entram em vigor imediatamente, dispensando
aval de Câmara e Senado. Têm, pois, menos
força do que projetos de lei. E são mais
autoritários.
Após submeter o ministro Sérgio Moro ao
constrangimento de desconvidar a pesquisadora
Ilona Szabó para o Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária, Bolsonaro acaba de
excluir do Conad os especialistas que lidam com
drogas no cotidiano: jurista, médico, psicólogo,
assistente social, enfermeiro, educador e
cientista. Um espanto!
É assim que, depois do Inpe, Ancine, IBGE,
FioCruz, Ibama, ICMBio, Funai e universidades,
Bolsonaro atrai contra si chuvas e trovoadas da
OAB, da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (a emblemática SBPC) e dos conselhos de
Medicina, Psicologia, Serviço Social, Enfermagem
e Educação. Já imaginou se o saque do FGTS for
só de R$ 500, conforme antecipou o Estado?
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,par
aibas-e-melancias,70002933405
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Data: 18/07/2019
54
Grupo de Comunicação
Especialistas defendem dados de
monitoramento da Amazônia divulgados
pelo Inpe
Bolsonaro disse que quer ter acesso prévio aos
índices de desmate para não ser 'pego de calças
curtas'
Giovana Girardi e Gilberto Amendola, O Estado
de S.Paulo
SÃO PAULO - A comunidade científica do Brasil e
especialistas em sensoriamento remoto e
avaliação do desmatamento vem se
manifestando desde domingo em defesa dos
dados divulgados pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe). E da transparência
dessa informação como a melhor forma de
combater o problema.
Nesta segunda-feira, 22, o presidente Jair
Bolsonaro afirmou que quer acesso aos dados de
desmatamento da Amazônia antes de eles serem
divulgados para não ser “pego de calças curtas”.
Ele criticou o que considera uma quebra de
“hierarquia e disciplina” e voltou a dizer que a
divulgação das informações pode causar um
“enorme estrago para o Brasil”.
A declaração foi dada em meio a uma série de
críticas que o presidente tem feito desde sexta-
feira ao Inpe, órgão ligado ao Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e
responsável, entre outras coisas, por monitorar o
desmatamento na Amazônia e oferecer a taxa
oficial de perda anual da floresta.
“Os dados do Inpe são respeitados e
inquestionáveis. É consenso na comunidade
internacional de que o sistema de monitoramento
da Amazônia é de excelência”, comentou o
pesquisador Gilberto Câmara, ex-diretor do Inpe
(entre 2006 e 2013) e hoje diretor do
secretariado do Grupo de Observações da Terra
(GEO).
O GEO é um organismo intergovernamental,
ligado às Nações Unidas, de uso de dados de
observação da Terra para monitoramento das
condições do planeta. Basicamente todo mundo
que trabalha com imagens de satélites está
reunido ali. “O respeito a essas informações se
dá justamente porque são abertas e podem ser
checadas por outras instituições internacionais.”
"Os países que contribuem com o Fundo
Amazônia entendem os dados do Inpe como a
referência (para atestar se o desmatamento caiu)
e para pagar pelos resultados", complementou
Câmara. "Sem um dado oficial de credibilidade
para atestar a situação do combate ao
desmatamento na Amazônia, como o Fundo
Amazônia poderá ter continuidade?", questiona o
pesquisador.
Câmara lembrou que o trabalho do Inpe em
monitorar o desmatamento surgiu em 1988
depois que o Banco Mundial divulgou um
relatório alertando que o Brasil estava
desmatando cerca de 80 mil km2 por ano. "Foi aí
que o Prodes começou a verificar e calculou algo
em torno de 20 mil km2. Ainda assim era
altíssimo, mas 1/4 do que o governo estava
falando", conta. "Se o governo parar com os
dados do Inpe, quem vai ter credibilidade para
contestar qualquer outro dado que surgir lá
fora?"
O pesquisador Raoni Rajão, da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), que trabalha
com sensoriamento remoto, lembra que houve
tentativas de outros presidentes de controlar a
regularidade de publicação dos dados do Inpe em
momentos de crise. “Nos anos 1990 e até o início
dos anos 2000, a divulgação dos dados era mais
restritiva. Passavam pela presidência e, inclusive,
pela área militar do governo. É uma queda de
braço que não é inédita”, afirma.
“Mas hoje o Inpe é reconhecido
internacionalmente como fonte confiável de
dados por causa de sua transparência”, diz o
cientista. Para ele, levar a medida adiante é jogar
fora um trabalho de décadas. “Como
consequência, o mercado buscará outras fontes
de dados produzidas por ONGs ou instituições
estrangeiras poderão se tornar o novo parâmetro
para julgar o desmatamento no Brasil.”
"Assim como os dados de todos os
levantamentos do IBGE, dados de
monitoramento de desmatamentos nos biomas
brasileiros devem ser divulgados publicamente,
pois podem guiar políticas públicas de controle de
desmatamentos ilegais - que são a grande
maioria na Amazônia - e também orientar o setor
privado responsável", comentou o climatologista
Carlos Nobre, um dos principais especialistas em
mudanças climáticas do País.
Data: 18/07/2019
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Grupo de Comunicação
"Em ciência, os dados podem ser questionados,
porém sempre com argumentos científicos
sólidos, e não por motivações de caráter
ideológico, político ou de qualquer outra
natureza. Desmerecer instituições científicas da
qualificação do Inpe gera uma imagem negativa
do País e da ciência que é aqui realizada.
Reafirmamos nossa confiança na qualidade do
monitoramento do desmatamento da Amazônia
realizado pelo Inpe, conforme a carta
anteriormente enviada ao Presidente da
República, e manifestamos nossa preocupação
com as ações recentes que colocam em risco um
patrimônio científico estratégico para o
desenvolvimento do Brasil e para a soberania
nacional", destacou a Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência (SBPC), em manifesto
apresentado no domingo.
A Sociedade Brasileira de Física (SBF) também
divulgou nota em apoio ao Inpe e a seu diretor,
Ricardo Galvão. "O presidente colocou em
dúvida, de forma leviana, não apenas os dados
científicos obtidos pelo Inpe como também a
idoneidade do seu diretor, Ricardo Galvão." Na
sexta-feira, Bolsonaro disse à imprensa
estrangeira que os dados que vêm mostrando
alta no desmatamento são “mentirosos” e que
Galvão está “a serviço de alguma ONG”.
Em nota divulgada em seu site, a SBF lembrou
que "as atividades experimentais sempre foram
um ponto forte do Inpe", que "trabalha em
colaboração com a Nasa e outras organizações
nacionais e estrangeiras". A entidade destaca que
"a história de grandes iniciativas do Inpe traduz a
sua capacidade em dar respostas científicas às
demandas da sociedade e dos desafios científicos
e tecnológicos".
Quanto a Galvão, a SBF disse que "questionar
sua postura ética é não apenas um ataque a
todos os pesquisadores altamente qualificados no
Inpe, mas também um ataque à ciência e
tecnologia no Brasil. Somam-se a esta declaração
irresponsável do presidente os recentes ataques
às universidades públicas e os recentes cortes de
recurso para educação, ciência e tecnologia no
Brasil".
A sociedade disse ainda que "de fato, o
desmatamento da Amazônia traz um grande
prejuízo para a imagem do Brasil no exterior".
Mas, na visão da SBF, "este desgaste não será
revertido com a omissão na divulgação de dados
científicos, mas sim através de políticas de
desenvolvimento sustentável para a região, que
preservem a Amazônia para as futuras gerações
de brasileiros. Atribuir este problema
internacional à obtenção e divulgação das
informações pelo Inpe é como tentar curar a
febre quebrando o termômetro."
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,especialistas-defendem-dados-de-
monitoramento-da-amazonia-divulgados-pelo-
inpe,70002933421
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Data: 18/07/2019
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Grupo de Comunicação
Bolsonaro quer acesso prévio a dados sobre
desmatamento para 'não ser pego de calças
curtas'
Presidente contesta pela terceira vez dados de
desmatamento do instituto e cobra 'mais
responsabilidade' na divulgação dos números
Giovana Girardi, O Estado de S. Paulo
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta
segunda-feira, 22, que quer acesso aos dados de
desmatamento da Amazônia antes de eles serem
divulgados para não ser “pego de calças curtas”.
Ele criticou o que considera uma quebra de
“hierarquia e disciplina” e voltou a dizer que a
divulgação das informações pode causar um
“enorme estrago para o Brasil”. Os dados,
porém, já são divulgados pelo órgão de
monitoramento, o Inpe, em tempo real para o
governo, para orientar as ações de fiscalização, e
ficam disponíveis na internet.
A declaração foi dada em meio a uma série de
críticas que o presidente tem feito desde sexta-
feira ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações e
responsável, entre outras coisas, por monitorar o
desmatamento na Amazônia e oferecer a taxa
oficial de perda anual da floresta.
Na sexta, Bolsonaro disse à imprensa estrangeira
que os dados que vêm mostrando alta no
desmatamento são mentirosos e que o diretor do
Inpe, Ricardo Galvão, estaria "a serviço de
alguma ONG". A manifestação ocorreu em razão
de reportagens que, citando dados do instituto,
apontaram para alta de 88% no desmate em
junho, ante o mesmo mês do ano anterior.
No sábado, foi confrontado por Galvão, que disse
ao Estado considerar a atitude do presidente
“pusilânime e covarde”. O pesquisador afirmou
que Bolsonaro fez comentários “sem nenhum
embasamento” e “ataques inaceitáveis” e o
desafiou a repetir os comentários olhando nos
olhos dele. O imbróglio continuou no domingo,
quando Bolsonaro afirmou que divulgar dados
“alarmantes” de desmatamento “prejudica” o
País.
A comunidade científica saiu em defesa tanto do
Inpe e dos dados produzidos pela instituição
quanto de Ricardo Galvão. A Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC) encaminhou
uma carta a Bolsonaro apontando que houve
"críticas sem fundamento a uma instituição
científica, que atua há cerca de 60 anos e com
amplo reconhecimento no País e no exterior" e
disse que são "ofensivas, inaceitáveis e lesivas ao
conhecimento científico".
Nesta segunda, Bolsonaro retomou as críticas e
cobrou acesso prévio às estatísticas de
desmatamento. “Pode divulgar os dados, mas
tem de passar para as autoridades. Não posso
ser surpreendido por uma informação tão
importante como essa daí. Não posso ser pego
de calças curtas. As informações têm de chegar
ao nosso conhecimento de modo que a gente
possa tomar decisões precisas em cima dessas
informações e não ser surpreendido”, afirmou, ao
ser questionado sobre se tinha intenção de reter
os dados.
Segundo ele, é necessário que os dados passem
primeiro pelo ministro da Ciência e Tecnologia,
Marcos Pontes. “Quando o Inpe detecta um
número qualquer, tem de subir esses dados para
o ministro Marcos Pontes, da Ciência e
Tecnologia, antes passando pelo Ibama, antes de
divulgar. Não pode ir na ponta da linha alguém
simplesmente divulgar esses dados. Porque pode
haver um equívoco. E nesse caso, como
divulgou, há enorme estrago para o Brasil. A
questão ambiental, o mundo todo leva em
conta”, disse em relação ao acordo Mercosul-
União Europeia e a acordos bilaterais. A agenda
ambiental do presidente tem sido alvo de
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Grupo de Comunicação
atenção internacional. Em junho, a chanceler
alemã, Angela Merkel, disse que gostaria de ter
uma “conversa clara” com Bolsonaro sobre
perdas na Amazônia.
“O chefe do Inpe será ouvido pelos ministros,
para conversar com ele, para que isso não
continue acontecendo”, disse. “É o mesmo que
um cabo passar uma notícia sem passar pelo
capitão, coronel ou brigadeiro. Não está certo
isso aí.”
Mais cedo, Pontes já havia endossado o chefe.
Em nota, disse que compartilha a “estranheza”
de Bolsonaro quanto à variação dos dados e
pediu um “relatório técnico completo” sobre os
últimos dois anos de análises. Também afirmou
que convidou Galvão para “esclarecimentos e
orientações”.
"Com relação aos dados de desmatamento
produzidos pelo Inpe, organização pelo qual
tenho grande apreço, entendo e compartilho a
estranheza expressa pelo nosso presidente
Bolsonaro quanto à variação porcentual dos
últimos resultados na série histórica”, escreveu o
ministro.
O Estado apurou que uma das possibilidade
avaliadas pelo ministério é uma demissão por
justa causa, caso se considere que Galvão agiu
para prejudicar a imagem do Brasil. O
pesquisador tomou posse no Inpe em setembro
de 2016 para um mandato de quatro anos.
Dados públicos
Procurado pelo Estado nesta segunda, o diretor
do Inpe voltou a dizer que “não existe isso de
divulgarmos os dados”. Eles são apresentados de
modo transparente no site Terrabrasilis, do Inpe,
depois que são encaminhados para o Ibama.
“Mandamos os dados do Deter (sistema de
detecção em tempo real) para o Ibama. Os dados
do Prodes (sistema que aponta a taxa anual, e
oficial, de desmatamento) são sempre mandadas
com antecedência ao ministério antes de
divulgação. Os dados de junho mesmo foram
mandados uma semana antes. Estranho dizerem
que não avisamos”, afirmou Galvão. “Além disso,
temos de cumprir a Lei de Acesso à Informação”,
disse. “E é ingenuidade supor que se pode
esconder esses dados. Os satélites estão todos
em cima. Não tem como embargar”, afirmou
Galvão.
Cientista chefia Inpe desde 2016
Ricardo Galvão foi nomeado diretor do Inpe em
setembro de 2016, na gestão Michel Temer. Ele
iniciou a carreira no órgão federal na década de
1970. Galvão é formado em Engenharia de
Telecomunicações pela Universidade Federal
Fluminense (UFF), doutor em Física de Plamas
Aplicada pelo Instituto de Tecnologia de
Massachussets (MIT). Foi escolhido dentro de
uma lista tríplice elaborada por um comitê de
busca formado por especialistas, a pedido do
Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável
pelo Inpe. Seu mandato é de quatro anos. /
Colaboraram Bruno Moura E Rebeca Ramos
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,bolsonaro-sobre-inpe-e-o-mesmo-que-um-
cabo-passar-noticia-sem-passar-pelo-
capitao,70002932805
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Data: 18/07/2019
58
Grupo de Comunicação
Ministro da Ciência endossa Bolsonaro e
questiona Inpe sobre dados de
desmatamento
Três dias após o início da polêmica entre
Bolsonaro e o instituto de pesquisa, Marcos
Pontes disse, em nota, que compartilha a
"estranheza" do presidente quanto aos dados e
que convocou o diretor do Inpe a prestar
esclarecimentos
Giovana Girardi
Três dias após o início das contestações do
presidente Jair Bolsonaro sobre os dados
apresentados pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) do desmatamento da
Amazônia, o ministro da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, se
manifestou no início da tarde desta segunda-
feira, 22, endossando o chefe.
Ele disse que compartilha a “estranheza” de
Bolsonaro quanto à variação dos dados e pediu
um “relatório técnico completo” sobre os últimos
dois anos de análises. Também afirmou que vai
cobrar um posicionamento do diretor do Inpe,
Ricardo Galvão.
“Com relação aos dados de desmatamento
produzidos pelo Inpe, organização pelo qual
tenho grande apreço, entendo e compartilho a
estranheza expressa pelo nosso presidente
Bolsonaro quanto à variação percentual dos
últimos resultados na série histórica”, escreveu o
ministro em nota divulgada pela pasta.
Na última sexta-feira, Bolsonaro, em café da
manhã com jornalistas estrangeiros, disse que os
dados que mostram aumento da perda da
floresta em junho e neste início de julho são
mentirosos. Ele também insinuou que o diretor
do Inpe, Ricardo Galvão, esteja “a serviço de
alguma ONG“.
No dia seguinte, em entrevista ao Estado, Galvão
afirmou que o presidente fez “comentários
impróprios” e “ataques inaceitáveis” que mais
parecem “conversa de botequim” e disse que a
atitude dele foi “pusilânime e covarde“. O
pesquisador ainda desafiou o presidente a repetir
os comentários olhando nos olhos dele e disse
que não pediria demissão.
No domingo, Bolsonaro voltou a criticar os dados,
desta vez dizendo que divulgar dados
“alarmantes” de desmatamento “prejudica” o
País. O presidente jogou a bola para o seu
ministro e disse que Pontes falaria com Galvão. O
Estado vem procurando o ministro desde sexta-
feira, uma vez que o Inpe é subordinado à pasta,
mas só hoje recebeu a nota em resposta.
No texto, Pontes diz que a “contestação de
resultados, assim como a análise e discussão de
hipóteses, são elementos normais e saudáveis do
desenvolvimento da Ciência, suas teorias e
metodologias” e que está solicitando ao Inpe “um
relatório técnico completo contendo os resultados
da série histórica dos últimos 24 meses, assim
como informações detalhadas sobre os dados
brutos, a metodologia aplicada e quaisquer
alterações significativas desses fatores no
período”.
De acordo com a nota, o relatório será analisado
por técnicos do ministério, do próprio Inpe e
também do Ministério do Meio Ambiente.
Segundo Pontes, isso visa à “melhoria continuada
do monitoramento e preservação ambiental,
assim como o aperfeiçoamento das ferramentas
e metodologias empregadas no sistema”.
Sobre as declarações feitas por Galvão à
imprensa, disse: “Embora entenda o contexto do
fator emocional, discordo do meio e da forma
utilizada pelo diretor, visto que não
corresponderam ao tratamento esperado na
relação profissional, especialmente com o chefe
do Executivo do País”. E afirmou que convidou
Galvão a comparecer ao ministério para
“esclarecimentos e orientações”. Segundo o
ministro, “a partir dessa reunião serão definidos
novos passos”.
Na entrevista de sábado ao Estado, Galvão disse
que vinha tentando há três semanas ter uma
audiência com o ministro justamente para falar
sobre os dados do desmatamento, que já tinham
sido questionados anteriormente pelo ministro do
Meio Ambiente, Ricardo Salles.
“Há três semanas mandei um ofício para o
Ministério da Ciência e Tecnologia falando que
polêmicas não ajudavam em nada o Brasil,
inclusive com relação à repercussão
internacional, e propus ao ministro Marcos Pontes
abrir um canal de comunicação com o ministro
Ricardo Salles, com a ministra da Agricultura,
Tereza Cristina, com o general Augusto Heleno
(ministro do Gabinete de Segurança
Institucional), para explicar o que fazemos,
Data: 18/07/2019
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Grupo de Comunicação
oferecer ferramentas para entenderem melhor os
nossos dados e tentar arrefecer esse clima de
disputa que havia”, disse. Segundo ele, não
houve resposta.
Galvão contava, porém, que teria o apoio. “Quero
tirar dessa polêmica algo que ele (Pontes)
sempre declarou, que a questão (dos dados) do
desmatamento da Amazônia é científica e não
política e ele sempre demonstrou confiança nos
dados do Inpe”, disse ao Estado.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/a
mbiente-se/ministro-da-ciencia-endossa-
bolsonaro-e-questiona-inpe-sobre-dados-de-
desmatamento/
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Data: 18/07/2019
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Grupo de Comunicação
VALOR ECONÔMICO Quem pagará a conta do carro elétrico?
Por Marli Olmos
5-7 minutos
Os fabricantes de veículos decidiram não esperar
pela infraestrutura pública de carregamento de
baterias para lançar carros elétricos no Brasil. A
aposta do setor é que o consumidor com alto
poder aquisitivo se interessará pela novidade e
se dará por satisfeito com os kits oferecidos pelas
montadoras para carregar as baterias em casa.
Dispensará, assim, a necessidade de postos de
carregamento semelhantes aos que existem na
Europa.
Para a pessoa que usa o carro em centros
urbanos, basicamente para ir e voltar do trabalho
e outros trajetos curtos, uma única carga,
calculam os fabricantes, será suficiente para toda
a semana. Em geral, a autonomia de uma bateria
completa permite rodar entre 240 e 300
quilômetros. Assim, quem não percorre mais do
que 50 quilômetros por dia não teria com o que
se preocupar.
Se pensarmos na transformação pela qual o
automóvel vai passar nos próximos anos, a
eletrificação é um caminho sem volta. Trata-se
do primeiro passo para uma série de avanços
tecnológicos que estão a caminho, como veículos
que se moverão sem motorista. Muitas certezas,
mas também muitas dúvidas envolvem o carro
elétrico. Depende de que país estamos falando.
O brasileiro, em geral, entusiasma-se com o
tema. À pesquisa que a Nissan apresentou na
semana passada durante o lançamento do Leaf,
seu modelo 100% elétrico, 56% dos
entrevistados responderam achar que veículos
movidos a eletricidade serão uma realidade no
Brasil num prazo de dez anos. Entre os que
disseram que gostariam de ter um carro assim,
mais de 70% apontaram a preocupação com a
questão ambiental como motivo.
À primeira vista, o apelo do elétrico é, de fato,
fascinante. Um vídeo exibido pela Nissan na
apresentação do Leaf simula um elétrico
circulando na avenida de uma grande cidade do
Japão. Como esse tipo de veículo não faz
nenhum ruído, outros sons começam a ser
notados pelas pessoas, como pássaros cantando.
Quem não gostaria de viver numa cidade assim?
O carro elétrico, no entanto, ainda provoca
grandes discussões em todo o mundo. O preço,
ainda elevado na comparação com outros
veículos, é um dos maiores empecilhos à
produção em massa. Governos de vários países
da Europa e os Estados Unidos oferecem bônus
ao consumidor que trocar seu carro convencional
por um eletrificado. Na França, o incentivo com
dinheiro público é de € 6 mil, o que equivale,
mais ou menos, a 20% do valor do carro. Os
valores são semelhantes na China e nos EUA.
É por causa de incentivos que na Noruega quase
a metade dos carros vendidos hoje são movidos
a eletricidade. Além dos descontos, o país
provavelmente é o que oferece melhor
infraestrutura para carregar baterias em pontos
públicos.
Indústria receia que automóvel se torne
'mobilidade elitista'
Mas é interessante notar como em outras nações
que também oferecem incentivos a participação
do elétrico nas vendas ainda é pequena: 2,1% na
França e nos Estados Unidos. Na China, onde o
governo determinou a eletricidade como matriz
energética veicular, modelos elétricos
representam 4,4% do mercado.
No caso da Europa, o incentivo atende à
ambiciosa meta de redução de quase 40% no
nível de emissões de dióxido de carbono, por
veículos, entre 2020 e 2030. Mas isso tem
provocado discussões na indústria.
Numa recente visita ao Brasil, Carlos Tavares,
presidente mundial da PSA Peugeot Citröen,
Data: 18/07/2019
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Grupo de Comunicação
queixou-se do "excesso de ingerência dos
governos" na decisão sobre matrizes energéticas.
Segundo ele, o elétrico não pode ser visto como
solução única. Além disso, as exigências
governamentais impõem aumentos de custos que
podem "transformar o automóvel em uma
mobilidade elitista".
No Brasil, o elétrico mais barato, o modelo
Renault Zoe, custa R$ 150 mil. O Leaf sai por R$
195 mil. Em maio, o primeiro modelo Jaguar
elétrico começou a ser vendido no país por R$
437 mil. Em geral, a indústria tem colocado
vários itens de tecnologia para fazer dos elétricos
um desejo de consumo que vá além de ser
carregado numa tomada. O presidente da Nissan
do Brasil, Marcos Silva, reconhece que a indústria
está longe de desenvolver um popular elétrico.
Mas, diz, vai chegar lá.
Ninguém no Brasil consegue imaginar que um
governo que luta para sair do déficit fiscal
poderia oferecer descontos para carro elétrico.
Além disso, parte das montadoras e outros
entusiastas do etanol argumentam que um país
que encontrou na cana-de-açúcar uma opção de
energia alternativa não precisa perder tempo
num projeto elétrico.
Mas essa não é a única questão. Apesar de
fascinado pela novidade, o consumidor tem
várias dúvidas. Quem vai pagar a conta de
energia na garagem de um edifício residencial? E
se esse prédio for muito antigo? E se dezenas de
donos de carros elétricos decidirem carregar as
baterias na garagem do escritório? A indústria
automobilística nunca foi tão questionada.
Marli Olmos é repórter especial do Valor
https://www.valor.com.br/brasil/6360631/carro-
eletrico-encara-desafios-extras-no-brasil
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Data: 18/07/2019
62
Grupo de Comunicação
BP e Bunge criam joint venture em
bioenergia
Por Camila Souza Ramos e Fernanda Pressinott |
De São Paulo
A americana Bunge e a britânica BP encontraram
uma na outra a solução que procuravam para
seus negócios de bioenergia e uma oportunidade
de crescimento. Há anos buscando, se não a
saída imediata, ao menos sócios para reduzir
dívidas, a Bunge recebeu no fim do ano passado
um convite da petrolífera britânica, que agora
vem ampliando suas apostas no setor de
energias renováveis, para unir suas operações e
disputar a segunda posição no ranking de
produção de açúcar e etanol do Brasil.
Ontem, as duas companhias anunciaram a fusão
dos negócios brasileiros de bioenergia, criando a
joint venture BP Bunge Bioenergia - cada uma
terá 50% de participação. Os negócios de cana
têm peso ínfimo na receita global de cada uma.
Da receita da britânica em 2018, de US$ 303
bilhões, nem 1% saiu das usinas no Brasil. Do
faturamento de US$ 45 bilhões da Bunge, as
usinas não representaram mais de 2%. Ainda
assim, o negócio é relevante em um setor que há
tempos não vê transações deste porte.
A nova empresa contratará um empréstimo de
US$ 700 milhões com bancos estrangeiros e
nacionais, assumindo a dívida que a Bunge
Açúcar e Bioenergia tem com sua controladora
nos EUA. Essa transferência da dívida dá um
alívio imediato ao balanço da múlti americana,
dado que 17% de sua dívida de longo prazo (de
US$ 4,2 bilhões no fim de 2018) está atrelada ao
seu negócio de bioenergia no Brasil.
A BP, por entrar no novo negócio com menos
ativos (três usinas frente oito da Bunge), ainda
pagará US$ 75 milhões diretamente à nova
sócia. Com esse passo, ampliará sua presença
em bioenergia em 50%. Até então, a britânica
tinha capacidade para moer 10 milhões de
toneladas de cana por safra no país.
Para a Bunge, a operação é o primeiro marco da
gestão de Gregory Heckman como CEO. O
executivo assumiu em abril, após pressão dos
acionistas Continental Grain e do fundo de hedge
DE Shaw, com o objetivo de destravar
negociações.
Em comunicado, Heckman admitiu que o negócio
pode ser o primeiro passo para uma saída
definitiva da Bunge da área de açúcar e etanol.
"Temos na BP um parceiro forte e comprometido,
assim com flexibilidade no médio e longo prazos
para monetização futura, com potencial de saída
total via oferta pública inicial ou outra rota
estratégica", disse.
A união dos negócios criará uma empresa capaz
de moer até 32 milhões de toneladas de cana por
safra - atrás da Raízen (73 milhões de
toneladas), da Atvos (37 milhões de toneladas),
e da Biosev (33 milhões de toneladas). As
empresas esperam que o Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
aprove a operação até o fim do ano.
Por enquanto, as usinas estão usando 90% dessa
capacidade, moendo cerca de 29 milhões de
toneladas. Se a joint venture já existisse, teria
receita de R$ 4,8 bilhões, estimou a RPA
Consultoria com base no desempenho médio do
setor esperado nesta safra.
Nesse nível, a BP Bunge Bioenergia estaria
próxima do faturamento que a vice-líder no
segmento, a Biosev, teve na safra passada
(2018/19), com vendas de açúcar, etanol e
energia de R$ 4,9 bilhões (excluídas as receitas
com bagaço e outras commodities), e já
superaria a receita da Atvos, que ficou em R$ 4,2
bilhões.
Segundo Mario Lindenhayan, chefe de toda a BP
para o Brasil e que acumulará a função de
presidente do conselho da BP Bunge Bioenergia,
a sociedade surfará no crescimento que o setor
de etanol deve ter nos próximos anos,
impulsionado pelo RenovaBio, que deve ampliar a
demanda por biocombustíveis em 70% até 2030.
Data: 18/07/2019
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Grupo de Comunicação
"Queremos participar como player ativo nessa
transição", disse Lindenhayan, ao Valor. Segundo
o executivo, as duas empresas "buscam na união
não uma solução, mas uma oportunidade de criar
uma plataforma de crescimento".
O primeiro passo é acabar com a ociosidade atual
das 11 usinas que o novo grupo terá. Para isso, a
empresa terá que garantir oferta adicional de 3
milhões de toneladas de cana. A RPA Consultoria
estima que o investimento necessário ficaria em
torno de R$ 320 milhões.
Geovane Consul, atual vice-presidente da Bunge
Açúcar & Bioenergia e futuro presidente da nova
companhia, afirmou que os investimentos nas
lavouras serão feitos de forma escalonada para
não "estressar" o caixa e para garantir que os
canaviais não envelheçam todos juntos. A
alavancagem da companhia, no entanto, oferece
um conforto para que a joint venture realize
investimentos, garantiu Consul.
As usinas que farão parte da joint venture
produziram na safra passada 1,5 bilhão de litros
de etanol, o que a colocaria como uma das três
maiores produtoras do país. As três plantas da
BP conseguem hoje voltar até 72% de sua cana à
produção de biocombustível, e as da Bunge,
65%. Segundo os executivos, características
como localização e tecnologias usadas devem
facilitar a integração.
https://www.valor.com.br/agro/6360437/bp-e-
bunge-criam-joint-venture-em-bioenergia
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Data: 18/07/2019
64
Grupo de Comunicação
Benefícios em escala no novo mercado do
gás
Por João Carlos Mello
O "choque de energia barata" prometido pelo
governo tem dominado boa parte das discussões
sobre o Novo Mercado de Gás, cujas diretrizes
acabam de ser divulgadas pelo Conselho Nacional
de Política Energética (CNPE). O projeto atende
às principais demandas do setor de energia e
evidencia que existe uma rota - e vontade
política para alcançá-la. Entre os pontos de maior
destaque figuram a desverticalização do setor,
uma harmonização tributária entre as esferas
federal e estaduais e a promoção do livre acesso
ao insumo e às vias de transporte e distribuição.
Há ainda muito a ser feito para a implantação do
projeto, mas é consenso que o acesso ao gás
natural a preços acessíveis terá impactos
importantes na retomada do crescimento
econômico, destravando investimentos e
trazendo competitividade à indústria nacional. O
Ministério de Minas e Energia estima que a
instalação de infraestrutura para atender à
demanda desse novo mercado movimentará R$
34 bilhões até 2032. Os grandes consumidores -
entre eles, setores industriais pujantes, como o
ceramista, o químico e setor de vidros -
aguardam a possibilidade de adquirir o insumo
diretamente do polo produtor, negociando preços
e prazos em contratos de longo prazo. Mas eles
não são os únicos que podem ganhar com a
proposta de abertura do mercado.
Para o governo federal, as vantagens são
evidentes: destravar a economia, estimular
investimentos e, claro, dar um destino nobre ao
gás natural proveniente da exploração do pré-sal.
O Brasil produz cerca de 100 milhões de m3 de
gás por dia. Quando tiver início a exploração da
Bacia de Sergipe-Alagoas, estima-se um
acréscimo de quase um terço nesse volume. Em
2018, o consumo médio no país foi de 64 milhões
de m3 diário, segundo a Associação Brasileira
das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado
(Abegás), mas tem potencial de crescer caso
haja redução no preço. Hoje, a indústria
brasileira paga em média US$ 13 pelo metro
cúbico. Na Europa, a média é próxima a US$ 7,
nos Estados Unidos, chega a US$ 3. Em muitos
casos, o gás natural substitui a queima de outros
combustíveis fósseis com maior impacto
ambiental, como carvão ou óleo diesel.
Os Estados, responsáveis pelos serviços de
distribuição, exercem papel fundamental para a
viabilidade de um mercado livre. As diretrizes
preveem estímulos importantes para que os
governos locais negociem suas participações em
empresas de gás e promovam a criação da figura
do consumidor livre. Muitos governos estaduais,
no entanto, ainda hesitam em aderir à proposta.
A dúvida pode se dissolver à medida que as
lideranças políticas percebam os diversos
benefícios que o mercado de gás pode gerar:
parte das dívidas que os Estados detêm com a
União poderão ser renegociadas, tendo como
contrapartida investimentos em obras de
gasodutos, terminais de gás natural liquefeito
(GNL) e unidades de processamento de gás
natural (UPGNs) capazes de dinamizar a
economia, atrair empresas, gerar divisas e abrir
vagas de emprego nas respectivas unidades
federativas. Na prática, troca-se uma dívida pela
possibilidade de estímulo à economia local.
Também para a Petrobras, esta é uma
oportunidade de obter divisas e recuperar sua
saúde financeira. A companhia vem reduzindo os
índices de alavancagem, moderando as taxas de
endividamento e se desfazendo de ativos que
não fazem parte de seu principal negócio: a
exploração e produção de petróleo e gás. Em
2015, a estatal acumulava US$ 126,3 bilhões em
dívidas; ao final de 2018, já havia conseguido
reduzir o montante para US$ 84,4 bilhões. A
alavancagem atual é de 2,34 vezes, mas o
governo já anunciou a meta de 1,5 vez, para
evitar a exposição da empresa às flutuações do
preço das commodities.
Parte das dívidas que os Estados detêm poderão
ser renegociadas, tendo como contrapartida
investimentos em obras
Data: 18/07/2019
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Grupo de Comunicação
Hoje a Petrobras detém o controle de
praticamente toda a malha de transportes e
também possui participações em 19 das 27
empresas estaduais de distribuição de gás
natural. O plano de desinvestimento da
companhia nesse segmento já teve início com a
venda da TAG (Transportadora Associada de Gás)
e da NTS (Nova Transportadora Sudeste); a
resolução do CNPE avança nesse sentido e prevê
a alienação total das ações que a Petrobras
detém, direta ou indiretamente, nas empresas de
transporte e distribuição.
Com maior oferta e um mercado competitivo, a
redução dos preços do insumo será consequência
lógica. Mesmo que o índice de 40% de queda nos
preços aventado pelo governo não seja atingido,
podemos esperar um impacto bem relevante,
para baixo, no custo do gás. E, com a integração
dos mercados de gás natural e energia elétrica, a
tal "energia barata" poderá finalmente atingir os
consumidores residenciais de forma indireta. As
usinas termelétricas serão protagonistas desse
processo.
Diversos fatores climáticos e de infraestrutura
têm exigido o despacho de usinas térmicas a
óleo, que apresentam alto custo financeiro - o
que gera impacto em todo o Sistema Interligado
Nacional e também no bolso dos cidadãos
brasileiros. A substituição dessas usinas por
térmicas a gás natural resultará em economia e
ainda em ganhos de eficiência energética.
A região Nordeste, nesse caso, merece atenção
especial: servida historicamente pelas usinas
hidrelétricas da bacia do rio São Francisco, ela
vem enfrentando situação bastante adversa nos
últimos anos. Estudos da Thymos Energia
evidenciam que a implantação de uma térmica a
gás natural nesse subsistema poderá evitar um
custo de R$ 8,5 bilhões por ano entre 2024 e
2030, além de garantir segurança energética ao
sistema e compensar a intermitência das fontes
renováveis, abundantes no local. Cerca de 80%
dos parques eólicos brasileiros estão no
Nordeste, e o potencial para expansão da
geração de energia solar fotovoltaica na região
também é grande.
Os próximos passos do Novo Mercado de Gás
devem ser dados em até sessenta dias - prazo
estabelecido pelo governo para a definição da
governança e das informações necessárias ao
monitoramento do projeto. Estimativas do
governo federal dão conta de que uma redução
de 10% no preço do gás provocaria um
crescimento de 2,1% no PIB industrial.
Somando-se a isso os benefícios em escala que o
Novo Mercado do Gás pode gerar, a expectativa
é de que o projeto avance com celeridade e se
torne a nova realidade do setor.
João Carlos Mello é presidente da consultoria
Thymos Energia.
https://www.valor.com.br/opiniao/6360419/bene
ficios-em-escala-no-novo-mercado-do-gas
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Data: 18/07/2019
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Grupo de Comunicação
GE fornece turbina para térmica da Eneva
Por Camila Maia | De São Paulo
A GE Power, braço de equipamentos e serviços
da GE para área de geração de energia, assinou
um contrato de US$ 100 milhões com a ítalo-
argentina Techint para fornecer equipamentos
que vão garantir a expansão da termelétrica
Parnaíba, da Eneva, no Maranhão, em 385
megawatts (MW), chegando ao total de 1,4 GW
de capacidade instalada.
Não haverá consumo adicional de gás para o
aumento de capacidade do complexo
termelétrico.
Com a nova turbina, será feito o "fechamento de
ciclo" da usina Parnaíba I, a primeira unidade
geradora do complexo, que foi inaugurada em
abril de 2013. A geração adicional de energia
será possível pois a usina vai deixar de ser uma
planta de ciclo-simples (na qual a energia é
gerada por meio da queima de combustível em
caldeiras ou turbinas simples, com eficiência
menor) para uma de ciclo-combinado (além da
queima de combustível, o vapor gerado vai para
outra caldeira, que aciona uma nova turbina e
sobe a eficiência média do empreendimento).
Na prática, trata-se de um aumento de eficiência
do empreendimento. Os novos equipamentos vão
compor a usina Parnaíba V, que foi contratada no
leilão A-6 realizado em agosto do ano passado,
com início de operação previsto para janeiro de
2024. Segundo Daniel Meniuk, líder da GE Power
para a América Latina, quando a Eneva colocou a
expansão da usina no leilão, já tinha estruturado
o contrato com a Techint e também com a GE.
"Apesar de estarmos falando em fechamento de
ciclo, é um projeto grande e importante, e um
contrato significativo em termos de valor", disse
Meniuk.
A GE vai fornecer uma turbina a valor, quatro
caldeiras de recuperação de calor, um
condensador e válvulas. A turbina e os principais
componentes serão fabricados na Europa, e as
caldeiras serão feitas na Ásia, disse Meniuk. A
entrega dos equipamentos está prevista para o
primeiro trimestre de 2021, sendo que a
instalação será finalizada em setembro de 2022.
"É um prazo bem agressivo. A Eneva teria mais
tempo para concluir a obra de acordo com o
contrato", afirmou o executivo da GE.
A americana também forneceu as turbinas das
usinas em operação no complexo de Parnaíba, e
tem contratos de longo prazo com a Eneva para
fazer a manutenção dos empreendimentos. No
caso de Parnaíba V, o contrato só prevê o
fornecimento de equipamentos, mas a GE espera
seguir o mesmo caminho e também assegurar a
manutenção no longo prazo.
O acordo com a Techint é importante também
por inaugurar a parceria da GE com a companhia
no Brasil. "Isso para nós é importante. A Techint
é nossa parceira e cliente em outras partes do
mundo, como México e Argentina", afirmou
Meniuk.
A GE aposta na expansão do setor de geração
termelétrica no Brasil. "É óbvio que a expansão
da geração sempre depende de demanda, mas
agora a abertura do mercado de gás traz uma
perspectiva de novos negócios no setor. Os
astros estão se alinhando de forma positiva e
temos certeza de que teremos novos projetos",
disse o diretor.
A companhia também conta com a retomada do
crescimento econômico no Brasil, o que
contribuirá para o desenvolvimento do setor de
gás, já que será necessária a expansão da oferta
de energia. "A área de gás terá novas
oportunidades de projetos importantes com
grandes investimentos", disse Meniuk.
https://www.valor.com.br/empresas/6360579/ge
-fornece-turbina-para-termica-da-eneva
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Data: 18/07/2019
67
Grupo de Comunicação
Importação de produtos químicos vai a US$
20,4 bi e déficit pode ser recorde
Por Stella Fontes | De São Paulo
As importações brasileiras de produtos químicos
alcançaram US$ 20,4 bilhões no primeiro
semestre, com alta de 6,1% ante o mesmo
período do ano passado, de acordo com o
Relatório de Comércio Exterior da Associação
Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Desde
de março de 2018, o valor mensal importado
supera os US$ 3 bilhões. Com esse desempenho,
as importações praticamente voltaram aos níveis
prévios à crise econômica que teve início em
2014 e o déficit acumulado da balança comercial
alcançou US$ 14,1 bilhões de janeiro a junho.
Conforme a Abiquim, o saldo negativo nos
últimos 12 meses até junho chegou a US$ 31
bilhões, "sinalizando para a crescente
possibilidade de um déficit recorde em 2019,
caso se confirmem as projeções de um aumento
mais intenso da atividade econômica nacional no
segundo semestre", informou. No ano passado, o
saldo da balança foi negativo em US$ 29,6
bilhões.
Em volume, as compras externas de produtos
químicos subiram 14,8% no semestre, para 20,5
milhões de toneladas, o segundo maior resultado
na série histórica da entidade.
As exportações, por sua vez, somaram US$ 6,3
bilhões de janeiro a junho, com queda de 3,6%.
Em volume, as vendas externas caíram 5,5%,
para 6,6 milhões de toneladas - o aumento de
2% nos preços médios dos produtos químicos
exportados compensou parte desse desempenho.
Segundo a Abiquim, a redução da alíquota do
Reintegra, em junho de 2018, de 2% para 0,1%
teve impacto negativo nas exportações do setor,
que estão estagnadas em torno de US$ 1 bilhão
por mês, frente a US$ 1,2 bilhão a US$ 1,4
bilhão anteriormente.
Em nota, o presidente-executivo da Abiquim,
Fernando Figueiredo, diz que a conclusão do
acordo entre Mercosul e União Europeia está em
linha com a postura do setor químico brasileiro
em favor de uma inserção comercial responsável.
"Temos certeza que a conclusão do maior acordo
comercial de todos os tempos, Mercosul e União
Europeia, é um sinal para o mundo de uma
política comercial forte para um novo Brasil e
entendemos ser imprescindível a implementação
de uma agenda de competitividade consistente,
alicerçada nas reformas estruturantes nacionais",
afirma.
https://www.valor.com.br/empresas/6360555/im
portacao-de-produtos-quimicos-vai-us-204-bi-e-
deficit-pode-ser-recorde
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Data: 18/07/2019
68
Grupo de Comunicação
Dona da Sigma prospecta projetos de níquel
e cobalto
Por Ana Paula Machado | De São Paulo
A boutique de investimentos A10, que tem como
investidores os fundos BlackRock, Citrino e
Waratah, prepara nova investida no Brasil na
área de mineração. O A10, que já tem na sua
carteira a Sigma Mineração que acabou de
conseguir a licença de operação para explorar e
produzir lítio grau bateria em Minas Gerais, está
em busca de projetos maduros na área de níquel
e cobalto.
Ana Cabral, co-fundadora do A10, disse ao Valor
que a ideia é replicar o mesmo modelo de
negócio da Sigma nessa nova empreitada.
"Queremos produzir no Brasil minérios de grau
bateria, que são produtos de maior valor
agregado. Fizemos isso com o lítio e estamos em
busca de projetos na área de níquel e cobalto. O
país tem um potencial enorme nesses minerais",
disse Cabral.
A Sigma produz concentrado de lítio grau bateria
e consegue aumentar em 11 vezes o valor do
mineral que é extraído na lavra de Itinga, no Vale
do Jequitinhonha (MG). "O projeto do lítio
desenvolvemos durante sete anos. Para
conseguirmos a certificação de concentrado de
lítio grau bateria demorou um ano."
Segundo ela, com a expertise adquirida com a
Sigma, tanto na produção quanto na área
comercial, o projeto de níquel e cobalto deve
demorar menos tempo para entrar em operação.
"Temos um cheque em branco dos investidores.
Não há limites. Agora vamos avaliar projetos já
existentes que tenham um teor bom, sejam
ambientalmente amigáveis e regras de
compliance já implantadas."
Segundo ela, esses são tópicos que são avaliados
pela indústria de baterias para carros elétricos.
"Não entra nesse mercado se não tiver tudo isso
bem definido dentro da empresa. É uma indústria
verde. É uma mineração verde."
Na Sigma, a A10 e os investidores devem aplicar
R$ 500 milhões este ano e em 2020 e mais R$
240 milhões em 2021. Cabral ressaltou que a
capacidade de produção da usina será de 220 mil
toneladas de concentrado de lítio por ano. Já
prevê beneficiar 110 mil toneladas em 2020 e,
em 2021, chegar à capacidade máxima.
Atualmente, a produção mundial de LCE -
concentrado de lítio com beneficiamento químico
- é de 300 mil toneladas ao ano. Em 2024,
segundo estimativas, deve saltar para 1 milhão
de toneladas. "Queremos montar na A10 uma
área de concentrados de minérios para bateria,
no nível pré-beneficiamento químico, que é a
atividade mais rentável. Fazer baterias não é um
negócio com uma margem boa. Não vamos
entrar nisso", disse Cabral.
Para dar início ao projeto, a A10 trouxe há dois
meses o executivo da montadora americana
Tesla que foi responsável pelo relacionamento
com fornecedores. Vivas Kumar terá a função
dentro da companhia de correr o Brasil e
identificar os projetos que podem entrar para a
carteira de investimentos da boutique.
Segundo a executiva, o que viabilizou o início do
projeto foi justamente as novas regras que
entraram em vigor com o novo Código da
Mineração no país. Cabral ressaltou que a
regulamentação deu ao Brasil a segurança
jurídica que não existia no mercado brasileiro.
"Foi realmente um marco para o setor mineral. E
todos os investidores estão olhando o Brasil de
uma nova maneira. É a chance do país se
destacar no cenário mundial de produção de
minerais para a produção de baterias para carros
elétricos."
https://www.valor.com.br/empresas/6360553/do
na-da-sigma-prospecta-projetos-de-niquel-e-
cobalto
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Data: 18/07/2019
69
Grupo de Comunicação
Fracassa plano chileno para atrair
fabricantes de baterias de lítio
Por Dave Sherwood | Reuters, de Santiago
Em março de 2018, o governo chileno anunciou
uma grande notícia: grandes investidores, entre
eles a gigante sul-coreana de produtos
eletrônicos Samsung, iriam construir três fábricas
no Chile para produzir peças de baterias para
veículos elétricos.
O Chile, segundo maior minerador de lítio do
mundo, havia atraído as companhias com uma
proposta sedutora. Em troca da ajuda para dar
início à sua própria indústria de baterias de
carros elétricos, as empresas receberiam a
garantia de suprimento do metal a preços
atraentes por quase três décadas, em meio a
uma corrida global para assegurar a matéria-
prima.
Agora, esse acerto está ruindo. O governo do
Chile não conseguiu entregar o abundante lítio a
preços baixos que prometeu, num mercado que
vem mudando rapidamente. É o que constatou
uma análise feita pela "Reuters" sobre os
registros regulatórios e documentos internos de
uma agência estatal de desenvolvimento.
A companhia química chilena Molymet, que
planejava erguer uma das fábricas de peças para
baterias, anunciou na semana passada que está
desistindo desse esforço. Ela não quis dizer o
motivo. Isso acontece depois da desistência da
sul-coreana Posco. A siderúrgica disse em junho
que estava saindo de uma joint venture para a
construção de uma fábrica no Chile com a
unidade de baterias da Samsung, alegando
preocupação com o fornecimento de lítio. A
Samsung disse à "Reuters" que agora está
revendo o projeto.
A Sichuan Fulin Transportation Group da China
também não tirou do papel sua planejada fábrica
chilena. A companhia não respondeu a pedidos
para comentários.
Os negócios dependiam da maior produtora de
lítio do mundo - a Albemarle Corp - aumentar a
produção de suas operações no Chile para suprir
as fábricas planejadas. Mas a expansão da
Albemarle foi atrasada por problemas
tecnológicos e reguladores. A mineradora sediada
nos EUA se desentendeu com o governo chileno
por causa do preço que as fabricantes de baterias
iriam pagar pelo lítio. E ela não produz hidróxido
de lítio no Chile, a matéria-prima exigida pela
Posco-Samsung.
Embora o Chile possua as maiores reservas
mundiais do "ouro branco", ele não tira proveito
total dessas riquezas. Assim como a Albemarle, a
SQM, a outra grande mineradora de lítio do país,
enfrenta dificuldades em aumentar a produção
em meio à forte demanda global, que deverá
triplicar até 2025. E o governo tem sido lento em
permitir a entrada de novos concorrentes no
mercado.
O mais recente fracasso no esforço do Chile para
atrair fabricantes de baterias mostra que tirar
essa indústria da Ásia não será fácil, segundo
Emily Hersh, da consultoria DCDB Group de
Washington.
"É um grande choque de realidade", diz Hersh.
"O Chile é uma potência na produção de produtos
químicos para baterias. Se eles não conseguem
fazer isso, todo mundo precisa prestar atenção e
descobrir por que."
https://www.valor.com.br/internacional/6360641
/fracassa-plano-chileno-para-atrair-fabricantes-
de-baterias-de-litio
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Data: 18/07/2019
70
Grupo de Comunicação
Proteção de dados como garantia
fundamental
Por Benedito Villela e Dayana Caroline Costa
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 17
de 2019, que inclui a proteção de dados como
um dos direitos fundamentais do cidadão bem
como fixa a competência privativa da União para
legislar sobre a matéria, foi aprovada pelo
Senado Federal com ampla margem de votos (64
em primeira votação, e 62 em segunda) e agora
segue para a Câmara dos Deputados para ser
votada, com expectativa de votação rápida e
positiva, para posterior promulgação.
Mas o que significa tornar a proteção de dados
um direito fundamental?
Elencados no artigo 5º da Constituição Federal,
os Direitos Fundamentais possuem a natureza de
cláusulas pétreas e, por isso, têm em si a
garantia de não serem mais revistos, tornando-
se definitivos e sem chance de serem diminuídos
ou excluídos, salvo mediante a formação de uma
nova Constituinte e promulgação de uma nova
Constituição Federal. Ou seja, enquanto a
Constituição de 1988 viger, eles serão parte do
ordenamento jurídico pátrio. Isso porque, como
muito bem explicado pelo ministro e Professor
Luis Roberto Barroso, as cláusulas pétreas
existem para proteger a essência da identidade
original da Constituição, o núcleo de decisões
políticas e de valores fundamentais que
justificaram a sua criação.
Civilmente, a medida confere maior legitimidade
ao tema, fazendo com que a Lei de Proteção de
Dados consiga engajar toda a sociedade
Dessa forma, elencar a proteção de dados ao rol
taxativo dos Direitos Fundamentais tem diversos
efeitos jurídicos e comerciais. Juridicamente,
passa a ter garantia constitucional, o que
agregado ao texto da PEC 17, faz com que toda e
qualquer discussão sobre regulação do tema seja
federal, impedindo assim Estados e municípios de
criarem regras próprias, sobrepostas e confusas,
que minam ainda mais a segurança jurídica.
Como exemplo pode ser citada a Lei
Complementar 161/2018 de Vinhedo, que foi a
primeira Lei de Proteção de dados municipal e
que será declarada inconstitucional caso a PEC
17/19 seja aprovada.
Civilmente, essa medida confere maior
legitimidade e importância ao tema, fazendo com
que a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei
13.709/2018) consiga engajar todos os setores
da sociedade, ainda dividida em relação a sua
aplicabilidade. Muitas empresas e instituições
ainda ficam receosas com a nova norma,
apostando no desuso manifesto, que é quando
uma lei não é aplicada e embora vigente, é
socialmente ignorada. Incorporada pela Carta
Magna a tendência é mitigar essa desconfiança e
as empresas abraçarem de uma vez por todas a
necessidade de adaptação.
Por sua vez, internacionalmente, habilita o Brasil
a passar a ser signatário de tratados que
unifiquem a proteção de dados mundialmente, o
que vem sendo defendido no G20 por países
como o Japão, o que faz todo o sentido tendo
sido a LGPD inspirada pelo regramento europeu.
O Brasil vem em um processo de letargia diante
de outros países que já possuem uma legislação
específica sobre proteção de dados e agora além
da LGPD, haverá uma previsão constitucional que
reforça ainda mais o compromisso do país em
acompanhar um movimento mundial de
valorização e proteção de dados pessoais, o que
contribui, inclusive, para mudança do
comportamento dos indivíduos que passarão a
dar mais valor aos seus dados e entender a
importância da proteção das suas informações
pessoais.
Como um todo, criminal e processualmente, a
constitucionalização da proteção de dados
comunica a todas demais áreas do Direito, vez
que os direitos constitucionais possuem remédios
próprios e defesa até a última instância. E aquele
que desrespeitar disposições da LGPD pode estar
cometendo também uma infração constitucional,
o que eleva ainda mais a importância do tema e
Data: 18/07/2019
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Grupo de Comunicação
urgência das empresas iniciarem seu processo de
adequação.
Analisando a questão sob o viés comercial, o
tratamento uniforme e federativo sobre os dados
certamente levará em aspectos práticos,
evitando assim que empresas presentes em
diversos Estados e cidades tenham que se
adaptar a um regramento esparso - o que
implicaria em um investimento muitas vezes
incompatível com o que seria a atividade
principal da empresa.
É importante frisar que a privacidade vai muito
além da proteção à vida íntima, atingindo dados
pessoais que são uma projeção da personalidade
do indivíduo, como posição política, orientação
sexual, constituição familiar, pontuações de
crédito, histórico judicial, credo, classe social,
nacionalidade, profissão, etnia.
Com as mídias sociais servindo de pré-cadastro
de informações de diversos sites e serviços, com
constantes vazamentos de dados e melhoria
contínua das ferramentas de BI, todos esses
fatores passam a ser ainda mais mapeáveis e
passíveis de serem objetos de listas
discriminatórias ou inclusivas.
Tais listas são totalmente ilegais e imorais e,
embora, atualmente existentes, são combatidas
judicialmente, sendo fundamental uma forte
proteção legal à privacidade de dados e nenhuma
proteção é maior do que aquela conferida pela
Constituição Federal.
A partir dessa nova realidade, para muitos
especialistas no assunto, a resistência do Direito
não pode permanecer constante e inerte a esse
novo paradigma Constitucional.
Benedito Villela e Dayana Caroline Costa são,
respectivamente, gestor jurídico, professor do
IBMEC e ESA-SP; advogada de Direito Digital,
vice-presidente da Comissão de Direito Digital da
OAB-SP, subseção de Santo Amaro
https://www.valor.com.br/legislacao/6360313/pr
otecao-de-dados-como-garantia-fundamental
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Data: 18/07/2019
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Grupo de Comunicação
Pontes segue Bolsonaro e diz estranhar
dados do Inpe
Por Folhapress, de São Paulo e Brasília
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações, Marcos Pontes, publicou nota em
rede social ontem na qual compartilha da
estranheza expressa pelo presidente Jair
Bolsonaro quanto aos dados do desmatamento
que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) produz.
"Com relação aos dados de desmatamento
produzidos pelo Inpe, organização pelo qual
tenho grande apreço, entendo e compartilho a
estranheza expressa pelo nosso presidente
Bolsonaro", diz a nota. "A contestação de
resultados, assim como a análise e discussão de
hipóteses, são elementos normais e saudáveis do
desenvolvimento da ciência."
Ele disse discordar da maneira como agiu Ricardo
Galvão, diretor do Inpe, ao dar entrevistas
criticando os questionamentos de Bolsonaro, e o
chamou para "esclarecimentos e orientações". O
Inpe é vinculado ao ministério.
Na sexta-feira Bolsonaro criticou Galvão por
causa dos dados recentes sobre desmatamento.
Segundo esses dados preliminares de satélites do
Inpe, mais de mil quilômetros quadrados de
floresta amazônica foram derrubados na primeira
quinzena deste mês, 68% mais que em julho de
2018. As informações são do Deter, sistema da
instituição que lança alertas sobre mudanças de
vegetação.
Os dados consolidados sobre o desmatamento
total no ano (período entre julho de um ano e
agosto do ano seguinte), são produzidas pelo
Prodes, outro projeto do Inpe. O Deter, contudo,
é um forte indicativo sobre as tendências de
desmate na Amazônia.
Os dados são públicos e estão disponíveis no site
do Inpe.
Bolsonaro disse na sexta que conversaria com
Galvão e que são "matérias repetidas que apenas
ajudam a fazer com que o nome do Brasil seja
malvisto lá fora".
O presidente afirmou ainda que o diretor do Inpe
estaria a "serviço de alguma ONG" e que a
divulgação do desmatamento que ocorre na
Amazônia prejudica o nome do Brasil no exterior.
Já no domingo, Bolsonaro recuou e afirmou que
não falaria com o diretor do Inpe, tarefa que
caberia aos ministros Marcos Pontes e Ricardo
Salles (Meio Ambiente). "O que nós não
queremos é uma propaganda negativa do Brasil.
A gente não quer fugir da verdade, mas aqueles
dados pareceram muito com os do ano passado."
https://www.valor.com.br/brasil/6360603/pontes
-segue-bolsonaro-e-diz-estranhar-dados-do-inpe
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