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Administração de Infrastruturas de Água e Saneamento e Entidades Provinciais de Abastecimento de Água e Saneamento em Pequenas e Médias Cidades de Moçambique DOCUMENTO TÉCNICO # 3: Quadro de Políticas de Gestão Ambiental e Social (QPGAS) Para: AIAS – Administração de Infrastruturas de Água e Saneamento, Moçambique CRA – Conselho de Regulação do Abastecimento de Água, Moçambique

12 de Outubro de 2011

1

SERVIÇOS DE CONSULTORIA PARA ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA ESTABELECER E FORTIFICAR O ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO DE INFRASTRUTURAS DE ÁGUA E SANEAMENTO E DAS ENTIDADES PROVINCIAIS EM PEQUENAS E MÉDIAS CIDADES DE MOÇAMBIQUE – DOCUMENTO TÉCNICO 1

Número do Projecto: 5086017 | Revisão No. 0 | 12 de Julho de 2011 Pág. | ii

em associação com

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INDICELISTA DE ABREVIATURAS.............................................................................................41 INTRODUÇÃO...........................................................................................................5

1.1 Justificação e Objectivos do Projecto............................................................................51.2 Necessidade de Avaliação do Impacto Ambiental........................................................6

2 POLITICA E ESTRUTURAL LEGAL E ADMINISTRATIVO DO SECTOR AMBIENTAL...............................................................................................................82.1 Enquadramento na legislação e Regulamentos Ambientais Aplicáveis........................82.2 Constituição da República.............................................................................................8

2.2.1 Lei Ambiental.........................................................................................................82.2.2 Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental...................92.2.3 Outras Leis e Regulamentos Ambientais Aplicáveis...........................................112.2.4 Enquadramento Legal do Projecto nas Políticas Relevantes de Drenagem.......122.2.5 Outra Legislação Aplicável..................................................................................132.2.6 Melhores Práticas Internacionais.........................................................................14

2.3 Quadro Administrativo.................................................................................................182.3.1 A Nível Nacional e Provincial...............................................................................182.3.2 A Nível descentralizado) (Municipal)...................................................................19

3 METODOLOGIA GERAL DO ESTUDO...................................................................214 DESCRICAO DO PROJECTO.................................................................................22

4.1 Infra-estruturas de Drenagem Existentes....................................................................224.2 Natureza das Obras de Reabilitação e Expansão da Rede de Drenagem.................254.3 Beira Central................................................................................................................254.4 Zona Sul da cidade da Beira.......................................................................................254.5 Zona Norte da cidade da Beira...................................................................................26

4.5.1 Canais B1, BII e BIII.............................................................................................264.5.2 Canal BIV.............................................................................................................26

5 DESCRIÇÃO DA ÁREA DO PROJECTO................................................................295.1 Estado Actual do Ambiente.........................................................................................295.2 Geologia......................................................................................................................30

5.2.1 Planícies fluviais e litorais (Quaternário)..............................................................315.2.2 O Horst de Inhaminga (Terciário)........................................................................325.2.3 Características Geotécnicas................................................................................325.2.4 Eixo Savane-Nhangau.........................................................................................335.2.5 Eixo Beira - Dondo...............................................................................................335.2.6 Caracteristicas Geotécnicas locais......................................................................34

5.3 Hidrogeologia..............................................................................................................355.4 Climatologia.................................................................................................................365.5 Humidade....................................................................................................................375.6 Temperatura................................................................................................................375.7 Ventos e ciclones........................................................................................................385.8 Hidrologia....................................................................................................................385.9 Ecosistemas Terresteres.............................................................................................40

Ecossistema Estuarino: mangais...................................................................................425.10 Fauna..........................................................................................................................45

Áreas protegidas e áreas de interesse ecológico..........................................................456 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBINTAIS E SOCIAIS E MEDIDAS DE

MITIGAÇÃO E/OU DE POTENCIAÇÃO..................................................................466.1 Metodologia.................................................................................................................466.2 Principais Fontes de Impactos....................................................................................50

6.2.1 Fontes de Impactos ligados aos estudos preliminares........................................506.2.2 Fontes de Impactos ligados às obras de reabilitação e construção....................50

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6.2.3 Fontes de impactos ligados à exploração da nova rede de drenagem...............506.3 Impactos Resultantes da Fase de Concepção das Obras de Reabilitação e /ou

Construção..................................................................................................................516.4 Impactos Resultantes das Obras de Reabilitação e /ou Construção..........................51

6.4.1 Impactos sobre o meio biofísico..........................................................................516.4.2 Impacto no meio humano e socioeconómico.......................................................58

6.5 Impactos Ligados a Operação da Rede de Drenagem...............................................626.5.1 Impactos sobre o Meio Biofísico..........................................................................626.5.2 Impacto no meio humano e socioeconómico.......................................................63

7 PLANO DE GESTAO AMBIENTAL..........................................................................68Programa de Monitorização................................................................................................77Programa de Auditoria.........................................................................................................78

8 CONCLUSOES E RECOMENDACOES..................................................................799 REFERENCIAS:.......................................................................................................81

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LISTA DE ABREVIATURAS

AIAS: Administração de Infra-estruturas de Água e SaneamentoDPCAA: Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental DUAT: Direito do Uso e Aproveitamento da TerraEIA: Estudo de Impacto AmbientalEMP: Plano de Gestão AmbientalGdM: Governo de MoçambiqueHIV/SIDA: Vírus de Imunodeficiência Humana/ Síndroma de Imunodeficiência

AdquiridaMAE: Ministério da Administração EstatalMOPH: Ministério das Obras Publicas e HabitaçãoMICOA: Ministério de Coordenação para Acção AmbientalM&A: Monitoria e AvaliaçãoONG: Organização Não GovernamentalPNGA: Plano Nacional de Gestão AmbientalPGR: Plano de Gestão de Resíduos PI&As: Partes Interessadas e/ou Afectadas pelo ProjectoPAR: Plano de Acção para o ReassentamentoPROSIR: Provedor de serviços para Implementação do PARQPGAS: Quatro de Politicas de Gestão Ambiental e SocialTdRs: Termos de ReferenciaBM: Banco Mundial

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Número do Projecto: 5086017 | Revisão No. 1 | 12 de Outubro de 2011 Pág. | 5

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1 SUMARIO EXECUTIVO

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2 EXECUTIVE SUMMARY

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3 INTRODUÇÃO

3.1 Justificação e Objectivos do Projecto

A cidade da Beira possui um dos maiores índices de crescimento da zona da África Subsaariana de cerca de 6.4% por ano. Este crescimento foi em grande parte resultado de fluxo de população rural que em tempos de guerra procurou abrigo na cidade, ocupando informalmente os arredores da cidade. Como resultado, 50% das casas está em zonas de ocupação desordenada sem acesso a infra-estruturas básicas tais como a água potável e, saneamento, gestão de resíduos e oportunidades económicas sustentáveis.

Beira encontra-se na zona baixa. A maioria parte da cidade localiza-se abaixo de 10 metros acima do nível do mar. A natureza plana do terreno implica que a maioria parte da cidade fica inundada durante os períodos chuvosos. Este problema de inundações é mais acentuado nas zonas de ocupação desordenada que geralmente coincide com as zonas mais baixas da cidade.

Na zona central da cidade da Beira existe uma rede de drenagem destinada ao escoamento de águas pluviais para o mar. O resto da cidade é servido por um sistema extensivo de canais de drenagem. Todo o sistema de drenagem (tubagem e canais abertos) foi construído na década 50-60.

A natureza plana da cidade da Beira faz com que o lençol freático esteja próximo de superfície. Esta situação é mais crítica nas zonas propensas às cheias. Estudos realizados indicam que o lençol freático está a menos de um metro da superfície nas zonas mais baixas. Em algumas áreas, as populações tem as suas casas construídas em zonas pantanosas, ficando inundadas mesmo na época seca do ano. A disposição superficial do lençol freático também causa problemas para o sistema de saneamento da cidade.

Assiste-se infiltração das águas subterrâneas no sistema de tubagem de esgotos e estacões de bombagem, incrementando o volume de águas residuais a ser bombeado e tratado. Por outro lado, as fugas no sistema de esgoto têm contaminado as águas subterrâneas.

Os sistemas de saneamento Off-site, tais como fossas sépticas, bem como o uso de latrinas enfrentam ainda maiores problemas com alto nível do lençol freático, devido ao alto nível de contaminação das águas subterrâneas que estes sistemas geram já que o tratamento que normalmente deveria ocorrer nos tanques sépticos e nas latrinas já não ocorre normalmente com a saturação dos solos. Adicionalmente, as fossas sépticas tendem a transbordar devido á redução de capacidade de infiltração. Este fenómeno tem resultado em contaminação dos solos e águas superficiais e subterrâneas nas imediações dos sistemas sépticos e latrinas.

O uso para fins domésticos de água subterrânea captada a partir dos poços e de fontenárias dentro da cidade da Beira não é recomendável devido ao alto risco de contaminação.

No âmbito de um projecto de financiamento do Banco Mundial, a AIAS pretende fazer intervenções de reabilitação/expansão da rede de drenagem pluvial da cidade da Beira com o objectivos principal de reduzir o risco de inundação e estagnação de

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águas pluviais e de outra origem, e dessa forma evitar a cheias e facilitar as actividades futuras de desenvolvimento e direccionar o processo de melhoramento de condições de vida dos citadinos.

Adicionalmente, deverão ser efectuados recomendações para a drenagem das zonas como Alto da Manga que neste momento não tem infra-estruturas convencionais de drenagem pluvial.

O projecto de reabilitação e construção da rede de drenagem pluvial visa melhorar, gerir, optimizar, assim como manter a drenagem e transporte das águas pluviais nas seguintes zonas da cidade da Beira:

(a) Zona sul da cidade (Canais A, AI, AII e AIII; e o sistema de rede de tubagem de aguas pluviais).

(b) Zona norte da Beira (zona de Alto da Manga).

Os objectivos específicos do projecto compreendem os seguintes:

(a) Reabilitação do sistema existente de drenagem das águas pluviais (canais principais secundários e terciários);

(b) Extensão do sistema existente; e

(c) Desenvolvimento do sistema de drenagem primário na zona norte da cidade da Beira.

Espera-se que a implementação do projecto venha melhorar a qualidade da saúde pública através da diminuição de doenças de origem hídrica associadas a situação da morbilidade e mortalidade no que concerne às doenças diarreicas, a que acresce a malária e a febre tifóide, tornando mais catastrófica, apesar dos esforços dos Serviços de Saúde em termos de medidas curativas.

3.2 Necessidade de Avaliação do Impacto Ambiental

Tal como estabelecido pelas directivas do Banco Mundial para operações de fundos sociais, o projecto de reabilitação do sistema de drenagem da cidade da Beira deverá avaliar e mitigar potenciais impactos ambientais e sociais como parte do quadro de políticas de gestão ambiental e social (QPGAS) que deve incluir a elaboração de um plano de gestão ambiental (PGA). O projecto também dispõe de um QPGAS específico para as actividades financiadas pela componente 1 do projecto e para as obras de controlo de erosão previstas para Nacala.

O QPGAS representa uma avaliação preliminar que facilita uma pré-identificação os potenciais impactos do subprojecto sobretudo em relação ao local a ser proposto para a instalação do projecto, erosão dos solos, poluição de solos e de água, gestão de resíduos bem como a gestão de potenciais impactos associados aos aspectos de operação e manutenção dos projectos.

O QPGAS descreve o processo a seguir na identificação de categoria do projecto em referência e descreve os arranjos institucionais, bem como o horizonte temporal de implementação das medidas de mitigação e de monitoria da implementação das medidas de mitigação dos potenciais impactos associados ao projecto.

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As directivas do Banco Mundial também requerem a preparação de um Quadro de Politicas de Reassentamento (QPR) que tem como objectivo a avaliação das potencias razoes de reassentamento involuntário e observando os requisites do Banco Mundial especificamente a politica operacional sobre reassentamento Involuntário, OP 4.12. Para atender este requisito, foi preparado um QPR para o projeto. A Politica cobre impactos económicos e sociais directos que são causados pela aquisição involuntária da terra que resulta em:

• Impactos sobre, relocação ou perda de abrigo das populações;

• Impacto sobre, ou perda de bens;

• Perda de fontes de rendimento ou de sobrevivência; ou

• A perda de acesso a zonas que oferecem custos baixos a negócios ou pessoas.

O QPR estabelece que qualquer actividade de reassentamento das populações deve ser antecedido de uma análise sócio económica da situação dos afectados e um Plano de Acção de Reassentamento deve ser preparado para determinar os impactos positivos e negativos do projecto proposto perante às famílias a serem afectadas.

De igual modo, será elaborado um relatório do PAR baseado nas diretivas do Banco Mundial (OP 4.12).

1.3. Ampla aplicação para o Plano Director de Drenagem e Saneamento da região metropolitana de Maputo

Este QPGAS é específico para Beira por que os propostos investimentos já foram objecto de pré-planejamento, contando com estudos de pré-viabilidade. O QPGAS e o QPR preparados separadamente para Beira serão também utilizados pela Coordenação do Projeto para guiar o Plano Director para a região metropolitana de Maputo, bem como para identificar os documentos de salvaguardas que serão necessários (Estudo de Impacto Ambiental, e Plano de Ação de Reassentamento).

Estes documentos de salvaguardas serão enviados ao Banco para revisão, aprovação, e divulgação antes que o financiamento do Banco possa ser usado para obras civis identificadas pelo Plano Director. O Plano Director será financiado pelo Projeto financiado pelo Banco e portanto a descrição do proposto investimento não pode ser preparado até que o Plano Diretor esteja concluído e adoptado.

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4 POLITICA E ESTRUTURAL LEGAL E ADMINISTRATIVO DO SECTOR AMBIENTAL

4.1 Enquadramento na legislação e Regulamentos Ambientais Aplicáveis

Esta secção apresenta um resumo do quadro legal, as melhores práticas a nível internacional, assim como normas que deverão ser observadas pelas PI&As, em fase de construção e exploração.

A actividade é regulada por uma série de leis e regulamentos nacionais que inclui a Constituição de Moçambique, a Lei do Ambiente (Lei no. 20/97, de 1 de Outubro) e o Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto no. 45/2004, de 29 de Setembro, com emendas introduzidas pelo Decreto no.42/2008, de 4 de Novembro).

4.2 Constituição da República

A Constituição de Moçambique, aprovada a 16 de Novembro de 2004, nos seus artigos 45, 90 e 117 consagra as políticas e princípios gerais que guiam a protecção e preservação do meio ambiente. A Constituição destaca nos artigos 45 e 90 que todo a comunidade tem o direito de viver num meio ambiente equilibrado e o dever de o proteger. Enquanto o artigo 117 estabelece que todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a colectividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e gerações vindouras.

4.2.1 Lei Ambiental

A Lei Ambiental no. 20/97 foi aprovada pelo Parlamento Moçambicano em Julho de 1997. Esta lei reconhece a responsabilidade do Governo na promoção e implementação do Programa Nacional de Gestão Ambiental e tem por objectivos, promover um quadro legal para a gestão ambiental e os seus componentes por um lado e garantir o desenvolvimento sustentável de Moçambique por outro.

A Lei Ambiental é aplicável para todas actividades privadas ou públicas, que poderão ter influência sobre o meio ambiente de forma directa ou indirecta. As principais disposições contidas na Lei Ambiental são:

• A proibição de poluir o solo, subsolo, a água e atmosfera por quaisquer substâncias poluídas, ou de qualquer outra forma degradar o meio ambiente. Todas as actividades que podem ameaçar a conservação, reprodução, qualidade e quantidade dos recursos biológicos, e especialmente aqueles em via de extinção são proibidas. Aqueles que, com suas acções, poluam ou que degradam o meio ambiente são obrigados a reabilitá-lo ou pagar uma indemnização pelos danos provocados.

• A necessidade de submeter à um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) todos projectos e operações que potencialmente podem provocar impactos negativo sobre o meio ambiente. O EIA deverá ser efectuado por assessores independentes e culminará com a emissão de uma licença Ambiental pelo MICOA após aprovação do EIA.

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Número do Projecto: 5086017 | Revisão No. 1 | 12 de Outubro de 2011 Pág. | 11

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• A criação de zonas de protecção ambiental com vista a proteger os componentes ambientais que possuem um estatuto ecológico e um valor socioeconómico reconhecido.

Com vista a garantir a integração e coordenação efectiva dos planos e políticas sectoriais ligados à gestão ambiental ao seu mais alto nível, foi criada, com base numa cláusula da Lei Ambiental aprovada em Outubro de 2000, a Comissão Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (CNDS), que é um órgão ligada ao Conselho de Ministros.

4.2.2 Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental

O regulamento para a condução de EIA em Moçambique está definido no Decreto no. 76/98 de 29 de Dezembro de 1998 - Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental”, que foi emendado pelo Decreto No 45/2004 de 29 de Setembro 2004 -“ e recentemente actualizado pelo Decreto no.42/2008, de 4 de Novembro).

O Decreto No 45/2004 tem como objectivo harmonizar os procedimentos de condução de EIA com a realidade local e, simplificar e acelerar o processo de avaliação ambiental. Com relação à legislação anterior, o novo decreto introduz as seguintes como novas disposições:

• O MICOA é Autoridade máxima de Avaliação do Impacto Ambiental e exerce o seu papel através da Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental (DNAIA), responsável pela integridade do processo de avaliação e participação pública.

• As actividades sujeitas à avaliação ambiental passam a ser agrupadas em três categorias designadamente A, B e C. Actividades de categoria A são aquelas para as quais é obrigatório um Estudo detalhado de avaliação de impacto Ambiental (EIA detalhado), as actividades da categoria B são aquelas para as quais exige-se um Estudo Ambiental Simplificado (EAS) e as actividades de categoria C são aqueles projectos isentos da avaliação ambiental.

• A avaliação do relatório do EIA é efectuada por uma Comissão Técnica de Avaliação designada pela DNAIA.

• A noção de consulta pública é substituída pela noção de participação pública. A opinião do público é recolhida durante as audiências ou consultas públicas conduzidas durante todas as etapas da avaliação, em particular durante a identificação dos impactos. A condução dos processos de consulta pública é da responsabilidade do promotor do projecto até a aprovação do relatório do EIA altura em que o processo passa para a responsabilidade da DNAIA.

Para além destas novas disposições do novo decreto, os artigos ou disposições do regulamento que importa mencionar neste estudo são:

O Artigo 50 do Decreto que estipula as responsabilidades da Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, o que inclui o poder de: (i) publicar as directivas gerais dos procedimentos de avaliação relativos ao impacto ambiental, (ii) aprovar os Termos de Referências propostos pela pessoa responsável de conduzir os estudos de impacto ambiental, (iii) empreender revisões dos estudos de impacto ambiental em colaboração com as entidades governamentais, a sociedade civil e as comunidades

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afectadas interessadas (iv) realizar audiências públicas e garantir que a participação pública seja observada e (v) emitir licenças ambientais baseando-se nos resultados do EIA.

O Artigo 60 do decreto que estipula que para iniciar a avaliação de impacto ambiental, o interessado deve apresentar ao MICOA a seguinte documentação: (i) descrição, justificação e enquadramento legal da actividade, (ii) informação biofísica e socioeconómica do meio ambiente onde está localizada a actividade, (iii) uso actual da terra na área da actividade (iv) informação sobre as etapas de realização da AIA e (v) Ficha de Informação Ambiental Preliminar devidamente preenchida.

O Artigo 70 do decreto, que especifica que todas as actividades não tratadas no apêndice dos regulamentos de EIA (mencionados acima), mas capazes de provocar um impacto ambiental significativo são sujeitas a uma pré-avaliação ambiental conduzida pela DNAIA. Antes de pedir a autorização para iniciar as actividades do projecto, o interessado é obrigado a preencher uma ficha de avaliação ambiental elaborada pelo Ministério. A pré-avaliação determina a categoria a que se enquadra(m) a(s) actividade(s) em questão (A, B ou C) e se é necessário efectuar uma EIA, EAS ou nada.

O Artigo 80 do decreto que estabelece os seguinte critérios para avaliar uma actividade proposta:

• O número de pessoas e comunidades atingidas;

• Os ecossistemas, plantas e animais afectados;

• A localização e o tamanho da área afectada;

• A duração e a intensidade do impacto;

• Os efeitos directos, indirectos, potenciais, globais e cumulativos do impacto;

• A reversibilidade (ou outra) do impacto.

O Artigo 100 do decreto que estipula que todas as actividades de categoria A precisam ser submetidas a um Estudo de pré-viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) que tem por objectivo determinar as questões relativas à implementação da actividade assim como ao âmbito do Estudo de Impacto Ambiental e, consequentemente, ao desenho dos TdR naqueles casos em que não há questões que tornem inviável a actividade. Ainda de acordo com o mesmo artigo, o relatório de EPDA deve incluir (i) a identificação e avaliação das questões da actividade, (ii) a indicação dos impactos ambientais potenciais da actividade e (iii) a identificação e descrição dos aspectos a investigar em detalhe durante o EIA. O EPDA deve ser apresentado em conjunto com os TdR definidos para o EIA.

O Artigo 120 que se refere ao conteúdo do estudo de impacto ambiental. A preparação dum EIA e dum programa de monitoria ou gestão ambiental é da inteira responsabilidade do interessado. Em termos de conteúdo, o Artigo 12 estipula que, um EIA deve, no mínimo, incluir os seguintes elementos: (i) um resumo não técnico que cobre as questões e respostas principais, (ii) o enquadramento legal da actividade (iii) a localização geográfica da zona de influência da actividade, tal como uma descrição básica da situação ambiental, (iv) uma descrição da actividade e das suas alternativas na planificação, construção, fase de funcionamento e, no caso de actividade temporária, a sua desactivação, (v) a comparação das alternativas e uma previsão dos impactos ambientais para cada uma, (vi) a identificação e avaliação das medidas de mitigação, (vii) um programa de gestão

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ambiental, incluindo a monitoria dos impactos, prevenção de acidentes e os planos de contingência, (viii) a identificação do grupo de trabalho responsável pelo estudo e (ix) o relatório de participação publica.

O Artigo 140 que se refere à participação pública. A participação pública compreende a consulta e audiência pública. Ela implica o fornecimento de informação e a auscultação de todas partes interessadas afectadas. Da fase da concepção ate à submissão de relatório de EIA, a participação pública é da responsabilidade do proponente, da fase de revisão dos TdR até ao licenciamento ambiental, a participação pública é da responsabilidade do MICOA. A participação pública é obrigatória para as actividades de categoria A e deve ocorrer sempre que implique a deslocação das populações ou comunidades, a deslocação de bens ou uma restrição no uso de recursos naturais.

O Artigo 160 que trata dos procedimentos de revisão do EIA que são conduzidos pelo MICOA através da DNAIA. A DNAIA nomeia uma Comissão Técnica de Avaliação (CTA) que é encarregue ao mesmo tempo da avaliação do EPDA e do relatório do EIA. Feita a apreciação, a CTA elabora um relatório técnico de revisão e emite uma declaração final de avaliação. A acta lavrada pela CTA constitui a fundamentação da decisão sobre o licenciamento ambiental pelo MICOA. A revisão é feita na base dos Termos de Referência aprovados durante o período final do relatório do EIA.

Os Apêndices do Decreto fornecem a lista das actividades categorizados nas diferentes categorias ambientais designadamente: A (obrigação do EIA), B (obrigação do EAS) e C (isento de estudo ambiental). A aplicação dos critérios contidos no apêndice do decreto para o caso vertente do projecto de reabilitação da rede de drenagem da cidade da Beira indica que:

As "instalações de deposição/tratamento de águas residuais/esgotos com capacidade para mais de 150 000 habitantes" são classificados na categoria A (Anexo I; parágrafo 4.8, alínea d).

De acordo com os critérios precedentes, o presente projecto é classificado na categoria C isto porque no caso particular da Estação de Tratamento de Água residual, os caudais a tratar no ano horizonte (2017) atingem somente 24 000 m3/d, ou seja aproximadamente 120000 habitantes equivalentes i.e. inferior aos 150.000 habitantes., equivalente que levaria o projecto numa intervenção de categoria A.

O presente projecto pode também provocar o deslocamento de um número moderado de pessoas/famílias, o que, de princípio o torna um projecto da categoria A, por aplicação da alínea b no anexo I no que se refere à classificação das actividades: "Áreas povoadas que impliquem a necessidade de reassentamento".

As actividades mais importantes do presente projecto são especificamente mencionadas no Ponto 6: "Sistemas de abastecimento de água, de saneamento urbano, suas condutas, estações de tratamento e sistemas de deposição de efluentes’’.

4.2.3 Outras Leis e Regulamentos Ambientais Aplicáveis

Paralelamente aos dispositivos legais mencionados, foi criada uma série de Decretos e Diplomas, sendo de destacar:

• Diploma Ministerial no. 130/2006, de 19 de Julho (Directiva Geral para o Processo de Participação Pública), estabelece as linhas mestres a tomar em

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consideração durante o processo do envolvimento do público no quadro da gestão ambiental dos projectos. Portanto, define os princípios a seguir num processo de participação pública no AIA, incluindo os princípios da acessibilidade, inclusão, representação, funcionalidade, negociação e responsabilidade. O relatório sobre as consultas públicas deverá incluir detalhes das audiências realizadas e as discussões dos assuntos de preocupação.

• Decreto n.º 32/2003, de 20 de Agosto (Regulamento sobre Processo de Auditoria Ambiental) indica que qualquer actividade pública ou privada pode ser objecto de auditorias ambientais públicas (realizada pelo MICOA), ou privadas (internas).

• Decreto nº 11/2006, de 15 de Julho (Regulamento sobre Inspecções Ambientais) tem como objectivo principal regular a actividade de supervisão, controlo e fiscalização do cumprimento das normas de protecção ambiental a nível nacional para todas actividades públicas e privadas, que directa ou indirectamente são passíveis de causar impactos negativos no ambiente. Portanto, para verificar o desempenho do projecto serão realizadas auditorias ambientais internas e/ou externas.

• Decreto no. 18/2004, de 2 de Junho (Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes) O regulamento aplica-se para todas actividades públicas ou privadas que directa ou indirectamente possam interferir nas componentes ambientais (Artigo 3). O artigo 7 fixa os parâmetros para a manutenção da qualidade do ar, enquanto o artigo 8 providencia os padrões de emissão de poluentes atmosféricos por estabelecimento industrial.

O artigo 10 estipula mecanismos a serem observados para as descargas de poluentes atmosféricos através de chaminés apropriadas e o artigo 16 estabelece padrões de emissão das descargas de poluentes líquidos industriais, bem como a sua qualidade antes do destino final no meio receptor.

O artigo 20 determina que os níveis de ruídos serão estabelecidos tendo em conta a fonte emissora do ruído, cujos padrões e limites o MICOA estabelecerá, em legislação especial, depois de auscultação dos sectores de tutela da actividade.

4.2.4 Enquadramento Legal do Projecto nas Políticas Relevantes de Drenagem

O projecto de melhoramento do sistema de drenagem das águas pluviais para a Cidade da Beira é aplicável ao Regulamento dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais (Decreto no. 30/2003, de 1 de Julho).

O Decreto estabelece que a concepção dos sistemas de drenagem de águas residuais deve ser acompanhada pela análise prévia e cuidada do destino final, tanto de ponto de vista de protecção do meio ambiente, como da saúde pública e da economia global da obra.

O Artigo 91 do Decreto estipula a necessidade da avaliação técnico-económica da obra para reabilitação de sistemas existentes devendo ser considerados também os custos sociais resultantes do prejuízo causado aos utentes, assim como aos peões, ao trânsito automóvel e ao comércio na área de obra como consequência do projecto.

O dispositivo estabelece ainda condições inerentes aos serviços responsáveis pela operação e manutenção dos sistemas públicos das drenagens das águas residuais,

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incluindo manutenção de informação actualizada sobre os limites de variação de níveis e caudais nas secções mais importantes da rede de colectores e valas de drenagem, bem como indicadores de qualidade física, química e bacteriológica.

O Decreto regulamenta também o dimensionamento hidráulico sanitário de colectores, assim como de valas de drenagem superficial, diâmetro permissível dos colectores, implantação, requisitos estruturais e profundidade aceitável dos colectores.

O Regulamento, nos seus artigos 126 e 127, estabelece ainda normas gerais de admissão de águas residuais, assim como lançamentos interditos na rede de colectores, respectivamente.

O Artigo 171, por sua vez, estabelece a necessidade de medição de caudais em pontos estratégicos cuidadosamente seleccionados, incluindo a entrada das estações de tratamento, bem como na descarga final do meio receptor, ou a montante deste, quando isso for possível, e ainda a jusante de instalações elevatórias, assim como imediatamente a jusante das zonas industriais. O Artigo 172 estabelece por sua vez as características finais das águas residuais domésticas e industriais, assim como de resíduos resultantes do processo de tratamento de modo a garantir a sua adequada integração no meio envolvente, no que respeita à protecção da saúde pública, do meio ambiente e da economia global do empreendimento.

O Decreto estabelece ainda que o destino das águas pluviais deve assegurar que as descargas sejam compatíveis com as linhas receptoras de modo a não provocar inundações ou cheias, erosão das margens e leitos, nem assoreamento por deposição de resíduos sólidos.

Finalmente, o regulamento delega responsabilidade da entidade proprietária a elaboração e actualização do Plano Geral de Drenagem de Águas Residuais, compatível com os restantes instrumentos de planeamento municipal, que deve manter-se actualizado através de revisões periódicas com intervalo máximo de 5 anos.

4.2.5 Outra Legislação Aplicável

Para além destes instrumentos, o projecto proposto é também regulamentado pelos seguintes dispositivos:

• Lei de Terras (Lei no. 19/97, de 1 de Outubro), que estabelece os termos para operação, constituição, exercício, modificação, transmissão e extinção do direito de uso e aproveitamento da terra, cuja aplicação está regulamentada no Regulamento da Lei de Terras e no Anexo Técnico ao Regulamento da Lei de Terras.

• Lei do Trabalho (Lei 8/98, de 20 de Julho), que define os princípios gerais e estabelece o regime jurídico aplicável às relações individuais e colectivas de trabalho subordinado, prestado por conta de outrem e mediante remuneração. Entre outros, a lei determina condições de higiene, segurança e saúde dos trabalhadores.

• Lei no. 23/2007, de 1 de Agosto sobre a Higiene, Segurança e Saúde dos trabalhadores, estabelece princípios gerais e específicos em relação as normas de higiene, saúde e segurança no trabalho a serem observadas pelos empregadores e empregados, cabendo a Inspecção do Trabalho zelar o cumprimento dessas normas, podendo requerer a colaboração de outros organismos governamentais competentes, sempre que o entenda necessário.

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• O Regulamento da Lei de Terras (Decreto no. 66/98, de 15 de Julho), bem como as directrizes de compensação básica produzidas pelas Direcções Provinciais de Agricultura, abrangendo os custos mínimos de diversas árvores e colheitas, regulamenta, portanto, a compensação de perdas incorridas pelo processo de relocação. As directrizes para avaliação dos valores das casas, produzidas pelas Direcções Provinciais de Obras Públicas e Habitação, baseiam-se no Diploma Ministerial no. 119/94, de 14 de Setembro.

• Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto n.º 13/2006, de 15 de Junho), que obriga as entidades geradoras de resíduos a minimizar a produção de resíduos e a assegurar que a “eliminação de resíduos dentro e fora do local de produção não tenha impacto negativo sobre o ambiente ou sobre a saúde e segurança públicas” (artigo 9).

4.2.6 Melhores Práticas Internacionais

4.2.6.1 Banco Mundial

O projecto proposto será financiado pelo Banco Mundial e, consequentemente, sujeito às Directivas do Banco Mundial e as suas várias políticas operacionais e padrões como orientação para cumprimento das melhores práticas internacionais.

Considerando a natureza do projecto e das actividades propostas, as Politicas Operacionais do Banco Mundial aplicáveis incidem sobre a OP 4.01: Avaliação Ambiental, e a OP 4.12 sobre Reassentamento Involuntária. As políticas são descritas a seguir.

OP 4.01 Avaliação Ambiental

O objectivo da OP 4.01 é garantir que os projectos financiados pelo Banco Mundial sejam ambiental e socialmente sustentáveis, e garantir uma melhor tomada de decisão através da integração de questões ambientais e sociais de impacto a partir de um planeamento e execução de acções de desenvolvimento.

Os principais objectivos da Avaliação Ambiental são garantir que os aspectos ambientais (ar, água e terra), a segurança da saúde humana, aspectos sociais (reassentamento involuntário, as comunidades locais e do património cultural) são considerados, bem como efeitos transfronteiriços e globais como as alterações climáticas.

Assim, OP 4.01 é aplicável sempre que um projecto proposto ou acções têm o potencial de causar efeitos ambientais negativos. Com relação as actividades de reabilitação e construção da rede de drenagem são susceptíveis de resultar impactos negativos ambientais e sociais, especificamente em relação à erosão e poluição do solo e das águas subterrâneas, poluição do ar, perturbação e/ou perda de vegetação, impactos na saúde pública, como perturbação do trânsito rodoviário, incomodidade do ruído e poeira, e interferência de práticas sociais e culturais.

O presente documento é elaborado de modo que os efeitos potenciais sejam considerados na fase de concepção das actividades de reabilitação / construção do sistema de drenagem pluvial.

OP 4.12 Reassentamento Involuntário

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Foi elaborado para um Quadro da Política de Reassentamento para o projecto, cujos princípios gerais são descritos a seguir:

• Evitar o reassentamento sempre que possível ou, nos casos em que o reassentamento é inevitável, minimizar a sua dimensão e explorar todas as alternativas viáveis

• As actividades de reassentamento devem ser concebidas e executadas como programas de desenvolvimento sustentável. Por conseguinte, devem ser disponibilizados recursos de investimento suficientes de modo a permitir que as pessoas reassentadas pelo projecto também tirem benefícios do mesmo.

• As pessoas a serem realocadas devem ser consultadas de forma significativa e devem ter oportunidades de participar na planificação e implementação dos programas de reassentamento.

• As pessoas reassentadas devem ser apoiadas nos seus esforços para melhorar seus meios e padrões de vida ou, pelo menos, para restaurá-los a nível em que se encontravam antes do início da implementação do projecto, podendo se optar pela melhor alternativa.

A política não abrange apenas o deslocamento físico, mas também qualquer perda de terrenos ou outras propriedades associadas às acções propostas, resultando em:

• Transferência ou perda de abrigo;

• Perda e/ou acesso de bens; e

• Perda de fontes de renda ou meios de subsistência, ou não a pessoa afectada é realojada para uma nova área.

Esta política é também aplicável à restrição involuntária de acesso a áreas de conservação legalmente demarcadas como parques e outras áreas protegidas, resultando em impactos negativos sobre os meios de vida das pessoas deslocadas. Sempre que a aquisição de terras for necessário para a execução da actividade a AIAS (por intermédio das autoridades locais) irá cumprir com as directrizes estabelecidas pela PAR, que foi preparado separadamente e em paralelo com o presente estudo.

Os princípios específicos de reassentamento involuntário, segundo a OP 4.12 compreendem:

• As pessoas afectadas, quer directa, quer indirectamente pelo do projecto devem ser compensadas como parte do projecto.

O Reassentamento abarca o deslocamento físico acompanhado de impactos económicos por detrás da perda de acesso ou falta de acesso a quaisquer bens que se encontrem permanentemente instalados no terreno, ou que estejam sendo desenvolvidos no mesmo, tais como abrigos, construções e plantações bem como os impactos por detrás da perda de, ou falta de acesso a uma base de recursos económicos ou meios de subsistência das comunidades locais.

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• Se os impactos incluírem a necessidade de deslocamento físico, devem ser tomadas medidas de forma a garantir que as pessoas afectadas tenham assistência (como subsídios de deslocação) durante o reassentamento e sejam garantidas imóveis residenciais, ou locais de habitação, ou, se necessário, zonas agrícolas para que uma combinação de potencial produtivo, vantagens de localização e outros factores sejam pelo menos equivalentes às vantagens do local anterior.

• As perdas podem ser totais ou parciais. As leis e regulamentos locais adoptaram o que a maioria das políticas dos doadores reitera, de tal maneira que a ausência ou falta do título legal de uso e aproveitamento da terra não limita os direitos à compensação. Deve-se priorizar as estratégias de reassentamento baseadas na terra para as pessoas reassentadas cuja subsistência é baseada na terra. Caso não exista terra alternativa suficiente, deve-se optar por criar alternativas não baseadas na terra, mas sim baseadas nas oportunidades de emprego ou autoemprego, além de compensação em dinheiro pelas terras e outros bens perdidos. A falta de terra adequada deve ser devidamente demonstrada e documentada.

• Reitera-se a necessidade do envolvimento das pessoas afectadas pelo projecto na planificação e implementação de intervenções que resultam dessas políticas. A planificação do reassentamento compreende: projecção inicial, delimitação do âmbito de questões-chaves, selecção do instrumento de reassentamento e informações necessárias para a preparação da actividade de reassentamento.

• As pessoas potencialmente afectadas devem ser informadas na fase inicial sobre os aspectos de reassentamento e os planos de desenvolvimento devem ter em conta as suas opiniões. Devem ser identificados mecanismos de resolução de conflitos como parte integrante da planificação e implementação acima referidos. Deve-se prestar atenção especial às necessidades dos grupos vulneráveis, especialmente aqueles que vivem abaixo da linha da pobreza, os “sem-terra”, os idosos, mulheres e crianças.

• É provável que seja necessário assegurar que as pessoas reassentadas sejam apoiadas após o reassentamento, durante o período de transição, com base numa estimativa razoável do tempo provável que seja necessário para restabelecer a sua subsistência e padrões de vida. Além de medidas de compensação, como a preparação da terra, facilidades de crédito, treinamento ou oportunidades de emprego, os reassentados podem beneficiar, durante esse período, de assistência ao desenvolvimento.

• A implementação das actividades de reassentamento deve estar ligada à implementação da componente de investimento do projecto para garantir que o reassentamento, os impactos económicos ou restrição de acesso não ocorram antes que as medidas necessárias para o reassentamento estejam a ser implementadas.

• As medidas a serem tomadas antes do impacto consistem na provisão de compensações e outras formas de assistência necessárias para o reassentamento, preparação e provisão de locais de reassentamento com instalações adequadas.

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• Sempre que possível, a terra e os respectivos bens devem ser tomados após o pagamento da respectiva compensação e os locais de reassentamento e subsídios de deslocamento tenham sido fornecidos às pessoas afectadas pelo projecto.

• O pagamento de compensação em dinheiro pelos bens perdidos é adequado quando os meios de subsistência não são baseados na terra ou onde são, mas a terra tomada para o projecto é uma pequena fracção do bem afectado e o residual é economicamente viável. Também pode ser paga se houver mercados activos para títulos de uso da terra, habitação e emprego, as pessoas afectadas pelo projecto usarem tais mercados, e haja oferta suficiente de terra e habitação. Os níveis de compensação devem ser suficientes para substituir os activos a um custo total de substituição nos mercados locais.

• As pessoas afectadas pelo projecto e suas respectivas comunidades, bem como as comunidades hospedeiras devem ser informadas em tempo útil, consultados sobre as opções de reassentamento, dadas oportunidades para participar na planificação, implementação e monitoria do reassentamento, e serem informadas sobre os mecanismos de reclamação adequados e acessíveis que sejam capazes de dar respostas atempadas e em tempo útil.

• As infra-estruturas e serviços públicos nas zonas de reassentamento devem ser fornecidas de tal forma que seja possível melhorar, restaurar ou manter o acesso e níveis de serviço para as pessoas reassentadas e bem como para as comunidades hospedeiras. Portanto, devem ser fornecidos recursos alternativos ou similares de forma a compensar a perda de acesso a recursos da comunidade, tais como áreas agrícolas e áreas de extracção de lenha.

• Os padrões de organização comunitária adequados às circunstâncias novas de reassentamento devem ser baseados nas escolhas feitas pelas pessoas reassentadas. Os programas de reassentamento devem incluir arranjos institucionais adequados para garantir planeamento efectivo e atempado, concepção e implementação do reassentamento e medidas de reabilitação. Devem ser criadas condições adequadas para a monitoria interna e externa efectivas e no tempo devido sobre a implementação de todas as medidas de reassentamento.

4.2.6.2 Convenções e tratados Internacionais

Moçambique é signatário de convenções e metas internacionais que serão tomadas em consideração na AIA do proposto projecto. Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM’s) são uma declaração assinada pelos estados membro da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000 e que fixam objectivos de desenvolvimento específicos a serem alcançados até ao ano 2015 nas áreas de combate à pobreza.

O projecto dos sistemas de saneamento e drenagem das águas pluviais tem como objectivo a melhoria dos serviços de saneamento e drenagem das águas pluviais e para além das metas definidas nos Planos de Desenvolvimento e para Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (Objectivo 7) do qual Moçambique é signatário.

As metas previstas, de acordo com os ODM e assumidas no contexto nacional para as áreas urbanas e suburbanas, são:

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• Atingir a cobertura de 67% em saneamento no ano 2015 nas áreas urbanas (serviço cobrindo 8 milhões de pessoas);

• Atingir a cobertura de 70% em abastecimento de água em 2015 (serviço cobrindo cerca de 6 milhões de pessoas);

• A longo prazo, garantir acesso universal a um serviço seguro e fiável de abastecimento de água;

• Aumentar a eficiência dos sistemas de abastecimento de água através de programas adequados de gestão;

• Aumentar a cobertura de saneamento para atingir uma meta universal a longo prazo;

• Garantir a adopção de práticas de higiene nas famílias, comunidades e escolas.

O objectivo 7 de DM refere-se à necessidade de garantir a sustentabilidade ambiental pois reconhece-se que os destinos das pessoas e do ambiente estão interligados.

O mesmo conceito está também por detrás dos Princípios de Equador estabelecidos em 2002 e que são um conjunto de exigências mínimas para a concessão de crédito, que asseguram que os projectos financiados sejam desenvolvidos de forma socialmente e ambientalmente responsável (CpS, 2009). Estes princípios têm por objectivo garantir a sustentabilidade, o equilíbrio ambiental, o impacto social e a prevenção de acidentes de percurso que possam causar embaraços no transcorrer dos empreendimentos, reduzindo também o risco de incumprimento dos compromissos de pagamentos assumidos.

4.3 Quadro Administrativo

4.3.1 A Nível Nacional e Provincial

A nível central, o MICOA é a entidade responsável pela coordenação e controlo de acções conducentes à preservação do meio ambiente. No entanto, outros Ministérios e em particular, o Ministério da Saúde, podem ser envolvidos na gestão ambiental e nos projectos de drenagem.

O MICOA é responsável pela implementação do PNGA e está associado à legislação e política ambiental. O Ministério, tal como indica o seu nome, tem o papel de coordenador como função primária. As principais responsabilidades do MICOA são: (i) rever e desenvolver políticas e planos de desenvolvimento multi-disciplinarios e sustentáveis assim como promover a legislação sectorial, (ii) coordenar a implementação da política ambiental, (iii) educar e promover a consciência pública, e (iv) elaborar regulamentos ambientais.

O MICOA é também responsável pelo controlo e regulação dos procedimentos dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) em Moçambique (ver acima).

Actualmente, o MICOA é constituído por 5 (cinco) Direcções Nacionais designadamente:

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• A Direcção para a Avaliação do Impacto Ambiental. Esta direcção é constituída por dois departamentos designadamente: O Departamento de Auditoria Ambiental e o Departamento de Revisão do EIA.

• A Direcção para a Gestão dos Recursos Naturais. Esta direcção é constituída por 5 departamentos designadamente: Departamento das Zonas Costeira; Departamento Ambiental Urbano; Departamento de Controle de Qualidade; Departamento de Conservação dos Recursos Naturais e a Direcção para a Coordenação das Convenções.

• A Direcção de Planificação da Terra.

• A Direcção para a Promoção da Consciência Ambiental. Esta direcção é constituída por dois departamentos designadamente: Departamento de Treino e Departamento de Disseminação.

• A Direcção para a Planificação Territorial.

Existem também, sob a responsabilidade da Direcção Ministerial, um Departamento Jurídico e um Departamento de Cooperação Internacional.

Finalmente, no âmbito das suas competências, o MICOA supervisiona as seguintes instituições nacionais ambientais: o Fundo Nacional Ambiental, o Centro Nacional de Treino para a Planificação Territorial e os Centros de Desenvolvimento Sustentável das Zonas Costeiras, Urbanas e Rurais. Devido ao seu papel de ministério coordenador, o desempenho do MICOA depende muito da maneira como este coopera com os outros ministérios e sectores. Isso significa que o MICOA tem que estabelecer uma relação de trabalho com cada sector com actividades relacionadas com o meio ambiente.

Desde a sua criação em 1995, o MICOA foi criando direcções provinciais em todas as capitais provinciais do país, incluído na Beira. O MICOA não está no entanto representado ao nível distrital.

A estrutura do MICOA a nível provincial segue mais ou menos a estrutura central embora com alguns pequenos desvios. Em termos de capacidade, as direcções provinciais têm a capacidade e a responsabilidade de controlar processo de avaliação ambiental sob suas áreas de jurisdição e também de monitorar os impactos resultantes de projectos de desenvolvimento executados/implementados nessas mesmas áreas.

A nível Provincial as Direcções Provinciais de Coordenação da Acção Ambiental são as entidades responsáveis pela coordenação e controle de acções conducentes à preservação do meio ambiente. As DPCAA trabalham também em coordenação com as direcções provinciais de Ministérios afins em particular, a Saúde, Agricultura, Água e outros.

4.3.2 A Nível descentralizado) (Municipal)

4.3.2.1 Quadro legal

De acordo com a Lei 11/97, os Municípios têm o direito de promover o seu desenvolvimento local, proteger os recursos naturais e gerir o solo. Integrando acções de vários sectores, os Municípios são responsáveis por: (i) promover e

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proteger o património cultural, estético ou urbano; (ii) promover a protecção e reabilitação do meio ambiente; (iii) promover a protecção de zonas verdes tais como os jardins e viveiros, e (iv) promover a florestação, plantação e conservação de árvores nos espaços urbanos.

De acordo com a Lei do quadro jurídico-legal para a implantação de autarquias locais, (Lei n°21/97 de 18 de Fevereiro de 1997), os conselhos municipais devem garantir o interesse dos residentes no que se refere à: (i) desenvolvimento social e económico, (ii) qualidade do meio ambiente urbano e sistemas básico de saneamento, (iii) saúde, (iv) educação, (v) cultura, lazer e desporto.

O Artigo 46 da Lei das autarquias refere-se especificamente às competências dos Municípios no que diz respeito à protecção e gestão do meio ambiente. Neste contexto, as Assembleias Municipais têm competência para aprovar projectos ambientais e de demarcação da zona ecológica dos Municípios; procedimentos de recolha, tratamento e armazenamento de resíduos sólidos, incluído resíduos tóxicos e hospitaleiros e; normas para a aplicação de multas e outras sanções para determinadas actividades, especialmente as que causam poluição dentro da área municipal.

4.3.2.2 Competências e Capacidade Ambiental do Município da Beira

O Município da Beira é composto por secções principais e possui uma equipa completa de trabalhadores e um pessoal técnico bem qualificado para gerir e monitorar a componente ambiental dos programas e intervenções de Engenharia Civil ali implantadas.

A título de exemplo, o Município dispõe de um serviço de Gestão Ambiental Urbana com uma Direcção de Gestão Ambiental integrada. Este departamento integra um pessoal, a maior parte integrada nos serviços de recolha e transporte de resíduos provenientes da limpeza das vias principais. Outros trabalhadores estão integrados na limpeza e manutenção das valas de drenagem.

No seu quadro orgânico, o Município da cidade da Beira dispõe também de um Departamento de Protecção Costeira. O Departamento depende directamente do Departamento de Construção e Urbanização, e a sua existência traduz a necessidade de controlar a erosão costeira que é um problema sério na cidade da Beira.

Nos outros sectores do Município a capacidade existente em termos de formação e qualificações é variável. A maioria dos técnicos possui nível médio e outros de nível superior.

Do ponto de vista de coordenação de acções ligadas à gestão de questões ambientais no Município da Beira, é importante mencionar o facto de entre os Serviços Municipais e a Direcção Provincial de Coordenação Ambiental na Beira existir já uma boa relação de trabalho e colaboração.

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5 METODOLOGIA GERAL DO ESTUDOO presente estudo foi realizado com base na literatura e relatórios elaborados sobre o

projecto em poder na Administração de Infra-estruturas de Agua e Saneamento, nomeadamente:

• Relatório de Estudo de Avaliação de Impacto Ambiental para a Reabilitação da Rede de Saneamento da Cidade da Beira (SEURECA, Novembro, 2005, DNA).

• Environmental Impact Asseessment: Feasibility Study and Conceptual Design of the Storm Water Drainage System in Central and Northern Parts of Beira and Dondo Municipality, Sofala Province. Mozambique. BKS Global, July 2008:

• Feasibility Study and Conceptual Design of the Storm Water Drainage System of Beira Report BKS Global, July 2008.

Adicionalmente, foram levadas a cabo consultas a pessoas chaves a nível da AIAS em relação a proposta reabilitação e expansão da rede de drenagem na Cidade da Beira.

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6 DESCRICAO DO PROJECTO

6.1 O Projecto de Cidades e Mudanças Climáticas

A. Componentes do Projecto

O projeto proposto irá ajudar Moçambique no desenvolvimento de instituições apropriadas, e melhorias de infra-estrutura para fortalecer a resiliência das cidades selecionadas no âmbito dos impactos relacionados com o clima.

O Investimento de infra-estrutura consistirá na reabilitação de esgotos, canalizações, aterros, barragens e instalações de armazenamento de água.

A nível institucional, os nvestimentos institucionais incluem a melhoria do planeamento urbano e gestão ambiental do uso da terra; capacidade de aumento de receitas própria, eficiencia e transparência da gestão financeira municipal, e um modelo de prestação sustentável de serviços para operação e manutenção de limpeza urbana e sistemas de drenagem.

Componente 1: Fortalecimento Municipal (USD$ 35 milhões)

O objetivo deste componente é aumentar a capacidade de planeamento municipal de forma sustentável, gerir e financiar o desenvolvimento do clima urbano. Vai igualmente fortalecer as instituições municipal do país, a fim de melhorar o financiamento descentralizado e gestão sustentável do ambiente urbano e das infra-estruturas.

Subcomponente 1A: apoio local para o melhoramento da governação municipal (USD27,5 milhões)

Será dado apoio para 20 municípios para aumentar a resiliência municipal aos riscos ambientais e da capacidade municipal para a gestão urbano sustentável descentralizada. Os 19 municípios a serem apoiados no âmbito da capacitação, assistência técnica e subsídios de desempenho são indicados a seguir (incluindo as respectivas populações Censo de 2007):

Província de Maputo: Municipio de Manhiça (56.165), Municipio da Matola (671.556), e Namaacha (12.725);

Província de Gaza: Município Chibuto (63.184), Chokwé (53.062), Macia / Bilene (27.795), Mandlakazi (10.317), e Xai-Xai (115 752);

Província de Inhambane: Municipio de Inhambane (65149), Massinga (20.930), Maxixe (108.824), e Vilankulos (37.176);

Província de Sofala: Gorongosa (18.761);

Província de Manica: Catandica (22.271), Chimoio (237.497), Gondola (33.877), e Vila Manica (36.124) e

Província de Tete: Municipio de Moatize (38.924), Cidade de Tete (155.870), e Ulongue (13.620).

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As atividades da subcomponente 1A incluem:

(a) Bolsas de Desempenho Municipal para fornecer recursos e capital suplementares que incentivem um melhor desempenho no planeamento do uso do solo municipal e gestão financeira;

(b) Melhoria de Planejamento Urbano e Gestão de Uso da Terra, incluindo: avaliações de vulnerabilidade climática, planeamento básico espacial, e os instrumentos de gestão do solo urbano em todos os municípios abrangidos, bem como os instrumentos urbanos de gestão ambiental e água nos municípios vulneráveis a inundações relacionadas com o clima e a erosão;

(c) Reforço da Sustentabilidade Financeira Municipal através da melhoria da gestão financeira e aprimoramento da receita municipal.

Subcomponente 1B: Suporte Nacional para Melhoria da Governação Municipal (USD$ 7,5 milhões) pretende reforçar as principais instituições nacionais que regulam e apoiam o sistema municipal. Esta subcomponente inclui:

(a) Apoio à Política Nacional e de Regulamentação para o Governo Municipal para o reforço da capacidade da DNDA e de unidades relevantes dentro do Ministério das Finanças para monitorar o desempenho dos municípios e desenvolver melhores políticas intergovernamentais e sistemas municipais;

(b) Capacitar e fortalecer a Associação Nacional de Municípios em Moçambique (ANAMM) na prestação de serviços relevantes para os seus membros, incluindo suporte e capacitação política e defesa da regulamentação em questões municipais e intergovernamentais.

(c) Apoio à Coordenação e Gestão de Implementação de Componentes através do financiamento de uma Unidade de Implementação do Projecto em DNDA para garantir a capacidade administrativa e técnica para a implementação de componentes e para realizar a aquisição, gestão financeira, e salvaguardas ambientais e sociais relacionadas com as actividades da componente, e financiar auditorias do projecto.

Componente 2 - Reforço da resiliência estratégica das cidades costeiras (USD $ 85 milhões)

Este componente irá aumentar as capacidades municipais das cidades seleccionadas para gestão sustentável dos riscos ambientais. A componente irá se concentrar em:

(a) Identificação de prioridades de investimento nas cidades seleccionadas para reforçar a resistência às inundações relacionadas com o clima e a erosão, assim como formulação de programas de investimento estratégico para enfrentar a crescente vulnerabilidade das cidades;

(b) Fortalecimento da Cidade da Beira em termos de planeamento, concepção e implementação de acções de controlo de inundações, reabilitação e realinhamento de cerca de 9,3 km do canal principal do sistema de drenagem da Cidade da Beira, incluiindo o fortalecimento institucional do Serviço utónoma de Saneamento da Beira que é responsável pela operação e manutenção do sistema de drenagem municipal.

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(c) Fortalecimento da da Cidade de Nacala no controlo da erosão, concepção e execução de obras de drenagem em três canais principais (de cerca de 6 km) 6), classificação e plantio de vegetação a para aumentar a estabilidade e reduzir a deposição de sedimentos, e fortalecimento da capacidade municipal para a operação e manutenção de infra-estrutura de drenagem urbana;

(d) Fortalecimento da Área municipal de Maputo para o controlo de inundações, financiando o desenvolvimento de um Plano Mestre de Drenagem e Saneamento para a área de Grande Maputo e no planeamento de investimentos de drenagem em áreas prioridades;

(e) Apoio à coordenação e gestão de implementação de componente de assistência técnica a AIAS para garantir a capacidade administrativa e técnica na implementação das componentes e na aquisição, gestão financeira e salvaguardas ambientais e sociais relacionadas com as atividades da componente, assim como financiar auditorias do projecto.

6.2 Infra-estruturas de Drenagem Existentes

A zona central da cidade da beira pode ser caracterizada como sendo plano, limitado pela costa. Existe uma drenagem natural limitada da área para o Rio Macuti na zona Este da cidade para o Rio Chiveve na zona Oeste. A maior parte da cidade encontra-se construída nas terras naturalmente pantanosas.

A drenagem natural foi aumentada pela construção do sistema de canais de drenagem de águas pluviais e de tubagem. Estes sistemas fazem aproximadamente 81 km de tubagem e 33 km de canais abertos. O sistema de drenagem de tubagem apenas encontra-se na zona formal da cidade da Beira.

Os sistemas de tubagem e de canais abertos recolhem águas pluviais para um sistema de canais de drenagem primário que descarrega directamente no mar. A drenagem dos pântanos na zona norte da cidade é ligada também aos canais primários. Entre a vizinhança das áreas urbanas existem áreas desocupadas sujeitas a inundações durante as chuvas.

Todos os sistemas enfrentam problemas sérios, essencialmente devido á falta de manutenção, bem como falta de concertação de partes destruídas, consequentemente inundações frequentes ocorrem na cidade. Os canais existentes na zona sul da cidade são os seguintes:

• Canal A: é o canal principal que recebe águas pluviais de todos outros canais e dos subsistemas AI, All e AIII (comprimento 450m);

• Canal AI: O canal primário AI estende-se desde a zona de Chota, que é uma zona ainda desocupada e atravessada por dreinos de cursos de água (comprimento 2,270m);

• Canal All: O Canal primário AII tem o seu inicio na zona de Munhava Central e forma o limite entre as zonas de Esturo e de Matacuane e continua até a junção com o Canal AI (comprimento 4100m);

• Canal AIII. O Canal primário AIII tem o seu inicio entre as vizinhanças de Chota e Macuti, e corre em direcção ao sul, ligando estes com o Canal principal A

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depois de aproximadamente 6,220 metros de comprimento. Todos os subsistemas do AIII ligam-se ao Canal AIII;

• Canal AIV. Este Canal não incluído como parte do sistema primário original, predominantemente drena a área de Munhava. O Canal forma o limite entre a zona industrial no norte e a zona do porto no sul.

A Figura 1 mostra o mapa geral com canais. Na zona norte da cidade, a infra-estrutura é muito menos desenvolvida em comparação com o centro da cidade, e não existe um sistema de drenagem apropriado.

Ao longo da estrada para Dondo, existem numerosos canais alinhados e não alinhados bem como canais de drenagem de diferentes tamanhos e formatos ao longo da estrada. Entretanto, existe um sistema completo de drenagem de águas pluviais com respectivos colectores e descarregadores.

O único curso de água na secção de norte é o Rio Chicota, que tem o seu início do lado Este da linha férrea e corre em direcção oeste atravessando as zonas baixas do Rio Pungue coberto de plantações de arroz, até ao estuário.

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Figura 1: Vista geral dos canais abertos do sistema de drenagem das águas pluviais da Cidade da Beira

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6.3 Natureza das Obras de Reabilitação e Expansão da Rede de Drenagem

A modernização dos sistemas de drenagem abrange um conjunto de medidas estruturais e não estruturais capazes de proteger ou reduzir o risco de inundações. As medidas estruturais consistem em infra-estruturas de drenos, esgotos, aterros, barragens e instalações de armazenamento. As medidas não estruturais incluem a regulação do uso do solo, normas de construção, gestão de várzea, previsão de inundações, alerta de cheias e preparação para emergências. A capacidade de implementar as medidas não estruturais implica o controlo do uso da terra e capacidade institucional eficaz para garantir a sustentabilidade.

O planeamento e, em particular, o desenho de medidas de controlo estrutural da inundação geralmente devem cumprir uma série de critérios, nomeadamente critérios de minimização do risco de danos às propriedades e infra-estruturas, assim como a inconveniência pública causada pela ocorrência de ciclones e proteger o público das inundações e das falhas dos sistemas de drenagem. Outros critérios incluem a prevenção da erosão e de sedimentação e do meio ambiente, assim como a minimização de custos.

De forma a atingir este objectivo, vários elementos infra-estruturais foram equacionados com base nos modelos hidráulicos para períodos de retorno diferentes. No geral, os elementos do sistema de drenagem pluvial consistem em canais, ou tubagens, atravessando obstáculos através de aquedutos, ou drenos para atenuar as cheias.

Com base na avaliação das condições geotécnicas, os solos, são no geral muito vulneráveis a erosão e colapso. Sendo assim, os canais deverão ser construídos com inclinações baixas, ou que sejam canais revestidos com betão, método que também poderá minimizar o bloqueio dos canais através da vegetação, e resultar em baixos custos de manutenção.

6.4 Beira Central

A zona central da cidade da Beira consiste principalmente em um sistema de drenagem de tubagem. A maior parte do sistema de tubagem de drenagem está em paralelo com a rede de esgotos separados apenas por alguns metros. Com o bloqueio dos esgotos ao longo dos anos, a rede de águas residuais encontra-se interligada com a tubagem do sistema de drenagem, facto que resultou na danificação do sistema de drenagem pluvial. Por isso, com a proposta de reabilitação e expansão do sistema de drenagem das águas pluviais, a rede de drenagem pluvial necessita de reabilitação como parte da mesma actividade.

6.5 Zona Sul da cidade da Beira

Partes do sistema existente tais como pontes e secções estreitas dos canais foram investigados para determinar se a sua remoção resolveria os problemas de inundação. Os resultados indicam que os factores limitantes principais no sistema existente é a própria capacidade global dos canais e as secções estreitas apenas contribuiriam pouco para resolver o problema de inundações.

Para resolver este problema, seria necessário construir novos canais, bem como novas travessias da Estrada e com capacidade apropriada para evitar as inundações. Devido á natureza plana da topografia da área, todos os canais seriam revestidos com betão armado.

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Para além das investigações efectuadas, foram identificadas algumas não suficientemente drenadas pelo sistema existente. As extensões de drenagem destas áreas foram modeladas como parte integrada da reabilitação do sistema existente para assegurar a sua capacidade de drenagem. Um total de 4650 metros de canais foi adicionado. As investigações foram centradas para duas áreas seguintes:

Norte da Rua Kruss Gomes; e

Mananga

Os modelos hidráulicos indicam que a reabilitação de apenas sistema existente para o estado anterior não irá resolver o problema das inundações. Sendo assim, todos os canais requerem uma intervenção. Foi assim proposta uma nova rede de canais terciários.

6.6 Zona Norte da cidade da Beira

Quase que não existem infra-estruturas de drenagem na zona norte da cidade da Beira com excepção do Rio Chicota. A solução proposta para esta parte da cidade consiste em construir canais de drenagem e bacias de retenção capazes de atenuar as descargas nos períodos de pico. Dois sistemas primários foram identificados, nomeadamente:

6.6.1 Canais B1, BII e BIII

Este sistema de canais abertos e revestidos de betão encontra-se localizado ao longo da zona Oeste da berma da Estrada que liga a cidade da Beira a Dondo, e drena maior parte das águas pluviais recebidas da área de captação da parte norte, atravessando as margens do Rio Pungue e descarregando no mesmo Rio. Na parte das margens do Pungue, o sistema de canais segue maioritariamente segue a direcção do curso do rio existente. Será necessária a construção de 2 grandes bacias de retenção com estrutura de prevenção de inundações neste sistema, de forma a limitar os fluxos de água da área de captação e assim minimizar o custo capital da infra-estrutura.

A estrutura de controlo de inundações também minimizaria inundações de outras áreas fora da área de estudo. No total, a capacidade de bacias de retenção é de aproximadamente 1.2 milhões de metros cúbicos e 16,200 metros de canais novos são propostos para drenar inundações de período de retorno de 1 vez por cada 10 anos (ver Figura 2).

6.6.2 Canal BIV

O Rio Chicota (Canal BIV) também necessita de uma construção completa e revestimento com betão. A saída do referido canal está localizado no limite da zona Este da margem do Rio Pungue, onde corre desaguando no curso de água existente atravessando a margem. As 3 estruturas principais de aquedutos mostram se com capacidade de suportar inundações de período de retorno de 1 em cada 10 anos.

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Figura 2: Cenários de inundações de período de retorno de 1 em cada 10 anos

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Alternativas imediatas

Para se obter impactos positivos imediatos poderão ser melhorados os seguintes aquedutos:

Canal No. No de travessias. Razões de intervenção

AI 6Ponte existente não é estruturalmente

apropriada. A ponte deverá ser substituída. A largura da ponte é muito estreita. Há que

substituir esta ponte com caixa de aquedutos que abrange a largura de todo o canal.

4Os pilares das pontes estão

inadequadamenteAI espacejados.AIII 17 Há que reparar/ substituir.

Para além desta reabilitação da descarga ao mar e a limpeza continua dos canais de drenagem não revestidos com betão é recomendável.

Atenção especial será necessária durante a implementação, especificamente em relação ao espaço para trabalhar e lidar com inundações durante a execução das actividades de reabilitação da drenagem.

Um plano detalhado de reassentamento e um plano de facilitação comunitário serão igualmente necessários durante a construção para assegurar que a perturbação as vidas das pessoas e suas fontes de rendimento sejam mínimos. Estes aspectos poderão ser parte do PGA.

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7 DESCRIÇÃO DA ÁREA DO PROJECTOA cidade da Beira, é hoje a segunda cidade mais importante do país do ponto de vista

económico, político, social e cultural. Construída um pouco mais a norte da antiga Sofala e localizada aproximadamente a 1 200 km norte de Maputo, a cidade é a capital provincial de Sofala.

Todo o vasto distrito é servido por boas vias de comunicação, tanto ferroviárias como rodoviárias, destacando-se entre as últimas a ligação com o Zimbabwe e Malawi, atravessando vastas e férteis regiões agrícolas e florestais.

Beira continua a desempenhar um papel económico importante como porto para a transacção de mercadorias nacionais e estrangeiras, desde a importação de petróleo dos países árabes, que em gasodutos segue para o Zimbabwe, até à exportação de ferro, cobre, citrinos e muitos outros produtos para diversos países do mundo. As estradas e linhas férreas fazem esse "corredor" tornar-se mais operacional economicamente. Existem planos recentes de utilização da linha de cena para o escoamento do carvão de Moatize.

O projecto da reabilitação do sistema de drenagem das águas pluviais será realizado na cidade da Beira que compreende a zona cimento com alguma estrutura formal e nos bairros dos arredores da cidade onde certas zonas apresentam características de ocupação desordenada do espaço pelas populações, com o objectivo de minimizar as inundações que ciclicamente afectam a cidade.

7.1 Estado Actual do Ambiente

A cidade da Beira está localizada na margem esquerda da foz do rio Púngoè, à beira-mar do Oceano Índico, numa estreita faixa de terra entre o rio e o mar. Este lugar foi descrito, na fundação da cidade, como um lamaceiro líquido de humidade e pestilência permanentemente ameaçado pelas marés e temporais. O litoral, onde se construíram os bairros de Chaimite, Ponta-Gêa, Chipangara, Palmeiras e Macúti, é constituído por um cordão baixo e estreito de dunas. A largura do cordão de dunas faz geralmente menos de 50m e a altitude das dunas situa-se entre os 7 e 9 m.

A ampla planície aluvional que se estende atrás do cordão de dunas é uma terra plana caracterizada por altitudes muito baixas. Na parte sul da planície, onde se desenvolveu a maioria parte da infra-estrutura e habitações urbanas, mais de 85% da área encontra-se à altitude inferior à 5m, o que é inferior ao nível das marés altas (ver abaixo § 4.8.2). A infra-estrutura e construções urbanas da cidade encontra-se geralmente concentrada em cerca de 30% da zona da cidade onde a

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altitude média é superior à 4m. Algumas das construções precárias porém encontram-se distribuídas em zonas onde a altitude média é menor o que as torna susceptíveis de inundação. O declive médio da planície aluvional é de menos de 1%.

Devido às características morfológicas das região, sempre que ocorrem fortes precipitações ou durante períodos de maré alta acompanhadas de precipitação moderada, o escoamento superficial torna-se deficiente devido à falta de declive o que faz com que grande parte da cidade fique inundada. Esta situação que se verifica quase todos os anos tem como consequência a paralisação durante algumas semanas da vida na cidade devido à inundação ou intrusão de água do mar pelo rio ou canais de drenagem.

À norte da cidade, a altitude média pode atingir os 10m. Exceptuam-se neste caso as margens do rio Púngoè onde estão localizadas as planícies de cheia deste mesmo rio.

7.2 Geologia

A cidade da Beira estende-se sobre uma planície costeira que se formou por acumulação de material aluvial durante a Alta Pleistocene (início da era quaternária) quando o nível das águas do mar baixou. Este fenómeno aconteceu em toda a costa africana oriental, e permitiu que os Rios Púngoè e Búzi depositassem sedimentos continentais originários do afloramento de rochas terciárias (grés) localizadas a montante. O estrato (camada) superficial aluvial é principalmente composto de material arenoso, mas geralmente cobre uma aluvião argiloso que, de facto, provem de um velho solo orgânico que se desenvolveu nas zonas pantanosas. Este estrato impermeável subjacente explica a baixa capacidade de autodrenagem dos solos.

Durante o período Holocene (médio quaternária), a ocorrência de uma regressão marinha atrasada deu origem a uma cintura de dunas costeiras que demarcam actualmente o limite ocidental da cidade, o que ao mesmo promove a fraca capacidade de drenagem (saída para o mar) verificada em grande parte da cidade e o desenvolvimento de zonas vulneráveis à inundação. Na zona Norte da cidade da Beira encontram-se ainda afloramentos de grés da idade terciária.

Nos parágrafos que se seguem, descreve-se de forma sumária as características geológicas principais da cidade da Beira e áreas de expansão futura, com destaque à caracterização geológica, dos processos dinâmicos de formação da costa na baía de Socapa, e à dinâmica estuarina dos rios Búzio e Punjo. Descrevem-se também as características das formações terciárias que ocorrem na direcção NW, constituindo o Orça de Maminha.

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A descrição que se segue da geologia da zona de implantação da cidade da Beira baseia-se fundamentalmente na análise da informação recolhida numa visita de campo realizada durante a elaboração do Plano de Estrutura da Beira–Dondo em 1998.

7.2.1 Planícies fluviais e litorais (Quaternário)

O relevo desta região é dominado por uma extensa planície de baixa altitude e praticamente plana na direcção S-E, e por uma planície aluvionar plana na direcção SW, formada por aluviões trazidos peplos rios Búzi e Púngoè. Sondagens efectuadas durante a primeira fase de urbanização da cidade da Beira mostram uma alternância de depósitos silto-argilosos e arenosos.

A regressão que se verificou no fim do período Pleistocene contribuiu para aumentar a deposição de aluviões dos rios Búzi e Púngoè e mais tarde para a formação da linha costeira. A última regressão Holocénica é responsável pela formação das dunas da costa oceânica, que criam condições para a formação de lagoas ao longo da costa e de extensas planícies de inundação. A cidade e as áreas de expansão desenvolvem-se entre o graben Urema-Chire e a estrutura morfológica que conferem a orientação NE-SW à linha costeira ao longo da baía de Sofala.

Figura 3: Carta geológica da região onde está implantada a cidade da Beira; escala 1:250.000 (1968)

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O desvio da corrente marítima, provocado por ventos dominantes também contribui para os processos de erosão e sedimentação. Além dos ventos, a corrente marítima sofre o choque das correntes fluviais dos rios que desaguam na baía. A deposição e o volume dos materiais transportados ficam deste modo acumulados pelas marés. Os sedimentos arenosos mais pesados depositam-se imediatamente, os mais leves são transportados ao longo do litoral, depositando-se na praia ou junto ao estuário. Os materiais mais finos permanecem em suspensão.

A corrente marítima que se desloca paralelamente à costa contribui para a ampliação das áreas de inundação, tendo em conta o fraco declive da plataforma continental. Esta é muitas vezes responsável pela destruição que se verifica nos cordões de dunas constituídos por dunas móveis de areia branca.

Um outro factor importante na formação da costa é os ventos predominantes do quadrante leste cuja acção reflecte-se na formação das dunas costeiras (móveis) e das dunas do interior (fixas), espalhadas pela planície em áreas restritas. A planície costeira é assim constituída por superfícies de planeamento recobrindo uma ocorrência argilo-arenosa fluvial e parcialmente eólica (QP1) alternando com superfícies de aplanamento recobrindo uma ocorrência argilosa fluvio-lacustre (QP2). Encontram-se também extensas áreas de aluviões recentes (QAl) e pequenas manchas de dunas costeiras móveis (QDc).

A areia ao longo da costa marítima da Beira é, no geral, grossa quanto à sua composição. Durante o Estudo do Porto da Beira (Nedeco, 1982), foram efectuados estudos granulométricos ao longo do litoral à altura da praça de Independência, do hospital e do farol de Macúti. O diâmetro médio dos grãos (D50), medido ao longo da praia, apresentava um valor compreendido entre 400 e 500 µm na linha de água atingida em maré alta, 600 e 800 µm na linha de água média, e 250 e 350 µm na linha de água atingida em maré baixa, com excepção da praia junto à rotunda, onde o diâmetro é de cerca de 750 µm em média. Junto ao farol de Macúti também se encontra saibro fino (areia de grão mais grosso) que é transportada por acção da deslocação sedimentar ao longo da costa, do oriente em direcção ao ocidente.

7.2.2 O Horst de Inhaminga (Terciário)

Na direcção noroeste em direcção ao Dondo e Inhaminga, encontram-se as formações terciárias do Mioceno-Plioceno, que se estendem desde Mopeia, formando uma mancha recortada ao longo da face oriental do vale de Urema. Existem duas fases distintas de acordo com os geólogos da Gulf Oil Co., designadamente:

• grés vermelho (TTs1) : os afloramentos de grés vermelho situam-se no rio Mazamba, cerca de 25 km a SW de Inhaminga. São constituídos na parte inferior por grés argilosos de grão fino a médio de cor avermelhada e na parte superior por leitos grosseiros, formados por conglomerados com calhaus de granito, gneisse e basalto.

• grés de Inhaminga (TTs2): o grés de Inhaminga sobrepõe-se ao grés vermelho e é constituído por grés acróstico de grão médio a grosso de cor amarelo acastanhada. Intercalados neste grés ocorrem leitos conglomeráticos irregulares.

7.2.3 Características Geotécnicas

As planícies junto à costa e as planícies dos estuários dos rios Búzi e Púngoè são largamente afectadas pela flutuação periódica dos níveis da superfície de água, isto

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é, marés e cheias. Devido ao fraco declive da planície litoral e da plataforma continental, a influência das marés é muito grande. Durante as marés equinociais acompanhadas por grandes inundações, a amplitude da maré chega a atingir 7,5 metros, e as correntes de maré penetram cerca de 50 km a montante da foz do rio Púngoè. Nas marés baixas a massa da água dos rios, menos densa, penetra pelo oceano até algumas dezenas de quilómetros.

São classificadas como terras baixas também identificadas como terras húmidas:

• Argilas marinhas: Nas planícies costeiras que sofrem a influência da maré, depositam-se argilas moles com humidade natural muito para além dos 50 %, encontrando-se assim habitualmente, acima do seu limite líquido. Nestas condições, a sua resistência mecânica é praticamente nula e a sua sensibilidade é totalmente influenciada pela natureza e quantidade de sais contidos na água.

• Solos fluviais : Os solos das planícies estuarinas são constituídos principalmente por depósitos de areias médias a finas e por depósitos de siltes e argilas siltosas, depositando-se estas últimas próximo do mar. Observa-se normalmente a alternância de camadas silto-argilosas com camadas arenosas. Estes depósitos estão sujeitos a ciclos alternados de humidade e secagem. Os depósitos das planícies aluvionares possuem melhores características geotécnicas que os depósitos das planícies costeiras.

7.2.4 Eixo Savane-Nhangau

A primeira zona identificada ao longo deste eixo é a zona junto à costa que inclui as dunas costeiras (Qdc) e o mangal onde não é aconselhável considerar qualquer ocupação urbana ou industrial. Loo a seguir e, ao longo da estrada de terra em aterro desenvolvem-se por um e outro lado da estrada as chamadas terras húmidas. Algumas câmaras de empréstimo abertas durante a construção da estrada mostram um nível freático compreendido entre 0,0 m e 0,5 m. É fácil imaginar que estas áreas são inundadas durante a época chuvosa.

À excepção de algumas áreas muito limitadas coincidentes com as dunas interiores (Qd), informações obtidas no local indicam que as zonas denominadas terras húmidas ficam por vezes inteiramente submersas na época chuvosa.

A vegetação que cobre esta área é baixa com ocorrência de pequenas florestas com árvores de dimensão média a alta em áreas restritas. Algumas manchas com vegetação mais verde indicam água na superfície, ou pequenas lagoas formadas durante as épocas chuvosas húmidas. Tratando-se de terras periodicamente inundadas elas são usadas para fins agrícolas.

É importante notar que nesta zona, as estradas secundárias de acesso às propriedades privadas são construídas sempre em aterro.

7.2.5 Eixo Beira - Dondo

Os solos ao longo da estrada Beira-Dondo são completamente diferentes. No início, na direcção NO encontram-se áreas inundadas periodicamente, com solos da mesma natureza daqueles que foram descritos ao longo da estrada Savane-Nhangau. A partir de determinada altura a estrada começa a atravessar as formações do Mioceno-Plioceno (horst de Inhaminga). Na direcção SO os terrenos inclinam-se e são atravessados por uma vasta rede de cursos de água em direcção ao rio

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Púngoè. Na base do talude é fácil traçar a linha que separa as terras inundadas periodicamente.

7.2.6 Características Geotécnicas locais

A rede de drenagem da cidade da Beira estende-se por uma grande área, desde a costa oceânica e zona estuarina do rio Púngoè até aos limites norte dos bairros da Munhava e Chota, abrangendo assim três zonas com características geotécnicas destintas: 1) as dunas costeiras móveis; 2) a zona estuarina do rio Púngoè, e 3) a zona permanentemente húmida junto à costa oceânica e antes de alcançar as dunas.

Na posse do conhecimento das condições geológico-geotécnicas gerais considerou-se oportuno abordar a questão do reconhecimento geotécnico local efectuando um levantamento o mais abrangente possível, da informação existente de estudos de investigação até agora realizados e destinados a outros projectos, recorrendo aos arquivos das entidades que participaram como projectistas ou como coordenadores de projectos de desenvolvimento da infra-estrutura na cidade da Beira, aos arquivos do Laboratório de Engenharia de Moçambique, e aos arquivos do autor deste relatório. Com base nessa pesquisa, obtiveram-se os seguintes registos com interesse:

• Sondagens mecânicas com recolha de amostras e ensaios de penetração estática com o cone penetrómetro holandês de 100 kN destinados á construção, sobre as dunas costeiras, da igreja de Macúti no bairro Macúti.

• Sondagens mecânicas com recolha de amostras e ensaios de penetração estática com o cone penetrómetro holandês de 200 kN realizados numa área representada por um quarteirão confinando com as ruas gov. Augusto Gouveia e Centro Comercial, localizado na Baixa da cidade sobre as terras húmidas.

• Ensaios de penetração estática com o cone penetrómetro holandês de 100 kN realizados próximo do edifício da EMOSE no bairro Chaimite, sobre a zona estuarina do rio Púngoè.

• Sondagens mecânicas com recolha de amostras e ensaios de penetração estática com o cone penetrómetro holandês de 100 kN realizados para a implantação dos tanques de combustível das companhias BP Moçambique Ltd e Petromoc na área industrial do bairro da Munhava, sobre a zona estuarina do rio Púngoè.

• Sondagens mecânicas com recolha de amostras e ensaios de penetração dinâmica com um penetrómetro ligeiro para a implantação de silos e um complexo habitacional, destinados à Merec Industries Ltd no bairro da Munhava, sobre a zona estuarina do rio Púngoè.

Outros estudos de menor interesse foram também consultados alguns dos quais descartados desta análise por não trazerem qualquer informação adicional. A informação recolhida foi analisada e convenientemente tratada para posterior caracterização geotécnica das zonas onde está implantada a rede de drenagem da cidade da beira. Assim, considera-se que as três zonas, distintas do ponto de vista geológico-geotécnico e de génese das formações quaternárias e que cobrem as formações conglomeráticas do Mioceno-Plioceno na baía de Sofala, podem ser caracterizadas do seguinte modo:

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• As dunas da costa oceânica representadas pelos registos das sondagens realizadas nas dunas do bairro Macúti.

• As terras húmidas da costa oceânica representadas pelos registos das sondagens realizadas na baixa da cidade.

• As terras inundáveis da zona estuarina do rio Púngoè representadas pelos registos das sondagens realizadas nos bairros Chaimite (baixa da cidade) e Munhava (área industrial).

Uma análise comparativa da informação disponível mostra uma boa semelhança de características geotécnicas entre os solos das terras húmidas da costa oceânica e os solos da zona estuarina do rio Púngoè. Atendendo à esta semelhança e ao conhecimento da geologia geral e génese das formações quaternárias na baía de Sofala, pode aceitar-se e aplicar-se como legítimo a extrapolação destes resultados aos bairros Esturro, Matacuane, Macurungoe na zona norte do bairro Munhava.

Assim, a zona estuarina do rio Púngoè e as terras húmidas da costa oceânica caracterizam-se pela ocorrência de siltes e argilas com traços de areia fina, de compacidade muito baixa, que pode atingir profundidades até 3-4 m, seguindo-se areias médias a grossas, de compacidade medianamente densa e areias médias a grossas por vezes misturadas com cascalho, de compacidade muito densa. Nos casos em que foi possível obter informação sobre a posição do nível freático, este situa-se entre 1,0 m e 2,5 m abaixo do nível do terreno. Durante o lançamento dos primeiros aterros na área industrial da Munhava para a posterior construção do complexo habitacional destinado à companhia Merec Industries Ltd, em 2004, os trabalhos tiveram que ser interrompidos durante toda a época chuvosa por os terrenos terem ficado inteiramente submersos.

As dunas costeiras oceânicas são essencialmente constituídas por areias médias a finas na superfície, seguindo-se areias médias a grossas, e areias grossas com seixos à profundidade máxima atingida, entre 7,0 m e 8,0 m.

7.3 Hidrogeologia

A zona da Beira tem uma cobertura aluvionar arenosa, que pode conter água subterrânea a pequena profundidade, ao longo dos vales principais e na faixa costeira. Numerosos lagos e lagoas temporários ocupam leitos argilosos locais, o que revela que o lençol freático encontra-se muito próximo da superfície do terreno.

O lençol freático situa-se entre os estratos aluviais argilosos e arenosos. As condições da recarga natural são pouco favoráveis e a produtividade dos furos é muito limitada, mesmo quando o nível hidrostático é superficial (-3 m a -5 m). A proximidade com o mar faz que a água salgada se possa introduzir-se facilmente no subsolo e como consequência, o lençol freático mais profundo é muitas vezes salobre e impróprio para uso doméstico ou agrícola.

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Figura 4 – Carta hidrogeológica da região da Beira (Fonte : Carta hidrogeológica do Moçambique, Ref. 19)

7.4 Climatologia

O clima da cidade da Beira é influenciado pelos ventos de Monção, que sopra da África Oriental, e que, por assim dizer, divide o ano em duas estações: a estação seca (de Abril até Outubro), e a estação húmida (de Novembro até Março). O clima da zona é do tipo tropical húmido, caracterizado por temperaturas moderadas a quentes e uma estação seca acentuada.

A estação fresca e seca estende-se de Abril a Outubro e a estacão quente e chuvosa de Novembro a Março. A pluviosidade média anual é de aproximadamente 1 600mm. A pluviosidade média anual é no entanto bastante variável havendo registo de variações entre 1 027 mm e 2 135 mm durante o período 1961-2003.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ0

50

100

150

200

250

300

350

Figura 5: Chuvas mensais médias 1961-2011 (em mm)

Note-se que mesmo nos meses mais secos do ano (Setembro) a pluviosidade média não é nula (cerca de 20mm) o que significa que não existem meses realmente secos. A pluviosidade dos meses mais chuvosos, (Janeiro, à Marco), situa-se geralmente entre 250 e 300mm, mas a sua distribuição temporal é muito irregular:

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(Fonte : Centro de Investigações Meteorológicas da Beira)

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períodos de seca podem facilmente ser seguidos por períodos de grandes cheias. Eventos ciclónicos comuns naquela região conduzem também a variações significativas na pluviosidade diária : A título de exemplo, em 1986 foi registado num só dia (24 h) uma pluviosidade de 386 mm. A falta de chuva ocorre geralmente entre Julho e Setembro.

7.5 Humidade

Apesar de a pluviosidade média sofrer grandes variações acentuadas na zona, a humidade relativa é mais ou menos constante e elevada na região estando compreendida entre 67 e 85% ao longo de todo o ano.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ72

73

74

75

76

77

78

79

80

Figura 6 : Humidade relativa média mensal 1961-2003 (em %) Fonte : Centro de Investigações Meteorológicas da Beira)

7.6 Temperatura

Ao contrário da pluviosidade, as temperaturas médias mensais apresentam variações moderadas (ver Anexos 5.3 e 5.4) : de 20 °C na estacão fresca (Junho-Julho) até 29 °C na estacão quente (Janeiro-Fevereiro). Uma máxima de 43 °C e uma mínima de 8 °C foram já registadas entre os anos 1961-2004.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

15.0

17.0

19.0

21.0

23.0

25.0

27.0

29.0

31.0

33.0

T. Max.

T. Méd.

T. Min.

Figura 7- Temperaturas diárias médias máximas e mínimas 1961-2004 (em °C) Fonte : Centro de Investigações Meteorológicas da Beira)

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7.7 Ventos e ciclones

Durante a estação húmida, a África Central torna-se uma zona de baixa pressão atmosférica; isto provoca uma direcção do vento bastante constante, soprando para sudoeste. Durante a estação seca, o clima sofre a pressão da Monção vindo de sudoeste, soprando sobre a Ásia central, o que faz a direcção dos ventos tender mais para Sul-Sueste. O vento é bastante constante durante todo o ano, tanto no que diz respeito à direcção como à velocidade. Dada a diferença de temperatura entre o mar e a terra, surgem ao fim do dia ventos marítimos, que avivam a intensidade do vento. Além de serem constantes, os ventos são também muitos moderados.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

14.0

16.0

18.0

Figura 8 - Velocidade média do vento mensal 1961-2001 (km/h) Fonte : Instituto Nacional de Meteorologia)

A média mensal de velocidade dos ventos varia entre 11 e 16 km/h, enquanto que a média mensal para a velocidade máxima varia entre 30 e 40 km/h. Em ambos casos, os ventos de alta velocidade sopram principalmente na estação húmida.

A costa moçambicana é regularmente alvo de furacões vindo de Este ou Noroeste entre Dezembro e Abril e mais frequentemente em Fevereiro e Março. Entre os anos 1960 e 2000, um total de 24 ciclones atingiram a costa moçambicana. Nesses períodos, os ventos podem então ultrapassar os 200 km/h e são geralmente acompanhados de mar agitado e chuvas torrenciais tornando-se assim em ciclones violentos que podem provocar grandes danos e prejuízos às infra-estruturas e construções. A título de exemplo, a combinação de fortes chuvas seguidas pelo Ciclone Eline que penetrou no interior das terras na zona central do país em Fevereiro de 2000 provocou cheias e danificou todas as estradas e os caminhos-de-ferro nas bacias dos rios Incomáti, Limpopo e Búzi.

7.8 Hidrologia

Na baía de Sofala desaguam os rios Búzi e Púngoè. Nascendo em regiões montanhosas de Manica e do Zimbabwe, atravessam uma planície fluvial de mais de 400 km de extensão. A sua importância reside na sua contribuição para a dinâmica dos processos que se desenvolvem na baía de Sofala, depositando materiais a predominância silto-argilosos e arenosos, como é possível constatar nas imagens por satélite do Anexo 6. da mesma figura nota-se que existem na margem esquerda do rio Púngoè uma série de cursos de água com direcção dominante NE-SW, segundo o declive das formações terciárias.

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Os cursos de água do litoral oceânico orientam-se no sentido dos ventos dominantes NO-SE. Face ao fraco declive desta planície a maior parte deles não dispõe de capacidade para atravessar as dunas costeiras, formando pequenas lagoas nas depressões da planície. Estas lagoas transformam-se em pântanos na época seca. O perfil longitudinal destes cursos de água é suave e desenvolve-se inteiramente na planície de inundação.

À excepção do Chiveve, a maior parte da cidade da Beira propriamente dita não é atravessada por nenhuma linha de água natural. As condições hidrólogicas da cidade foram entretanto modificadas profundamente pela crescente intervenção humana na cidade. A hidrologia da cidade da Beira e arredores explica-se principalmente pela sua localização na planície litoral de inundação, onde convergem influências de natureza oceânica e fluvial.

Rio Púngoè

A bacia do Púngoè situa-se entre a bacia do Rio Zambeze ao Norte e a bacia do Búzi ao Sul, entre as latitudes de 18°S e 20°S e as longitudes de 33°E e 35°E. A bacia cobre uma área de aproximadamente 31 151 km2, o que torna o Púngoè um dos maiores rios de Moçambique. A bacia situa-se na parte central de Moçambique, com uma pequena parte (1 500 km2) localizada no vizinho Zimbabwe. O Rio Púngoè tem a sua origem nas montanhas do Inyangani no Zimbabwe. Drena em direcção a Este, atravessando uma distância de aproximadamente 395 km, dos quais 50 km estão no Zimbabwe.

Na zona da Beira, o rio Púngoè desagua no Estreito de Moçambique (Oceano Índico). A bacia do rio Púngoè é actualmente objecto dum estudo integrado que assenta sobre uma Estratégia Conjunta de Gestão Integrada de Recursos Hídricos da Bacia do rio Púngoè, no contexto de um esforço de cooperação entre os governos do Zimbabwe e Moçambique para criar um quadro de gestão sustentável e equitativa, desenvolvimento e conservação dos recursos hídricos.

O projecto é financiado pela Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional (ASDI), através de um acordo com o Zimbabwe e Moçambique. É implementado sob os auspícios do Departamento de Desenvolvimento da Água (DWD), no Ministério dos Recursos Naturais, Desenvolvimento da Água e Irrigação (MRRWD&I) do Zimbabwe, e da Direcção Nacional de Águas (DNA), no Ministério das Obras Publicas e Habitação em Moçambique. As agências de implementação são a Autoridade Nacional da Água do Zimbabwe (ZINWA) e da Administração Regional da Água da zona centro (ARA-Centro), respectivamente.

Marés e níveis de água

A maré na Beira muda 4 vezes por dia, com uma diferença de cerca de 0,40 m. Isto significa que em cada dia há duas vezes maré alta e duas vezes maré baixa, apresentando uma diferença de nível entre elas de 0,40 m. A maré apresenta um ciclo maré viva/maré morta muito marcado. A diferença média entre a maré alta e a baixa, a maré vertical, é durante a maré morta aproximadamente de 1,6 m e durante a maré viva em média 5,6 m, com extremos de 7 m. Durante a maré viva da maré baixa, grande parte do banco de Sofala encontra-se seco.

Dependendo do escoamento do rio (estação seca/húmida) e da maré (maré viva/morta), a influência da maré nota-se entre 50 km e 100 km acima da foz. Os níveis da água na Beira encontram-se resumidos na Tabela 2.8.2. Os dados aí citados relacionam-

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se com o nível de referência local "Chart Date", isto é o campo de redução da carta náutica, e corresponde ao nível mais baixo da água durante a maré viva.

Tabela 1 - Média dos níveis da água do mar na Beira relativamente ao nível de referência local (Chart Date) (Fonte : Ingenieurs bureau, Ref. 35)

Situação Nível de água (m)Maré alta, maré viva + 6,5

Maré alta, maré morta + 4,2

Nível médio do mar + 3,56

Maré baixa, maré morta + 2,7

Maré baixa, maré viva + 0,9

O nível do mar varia durante o ano sob a influência das estações. As diferenças em relação ao valor médio aqui apresentado de 3,56 m, varia entre + 0,2 m em Março/Abril e – 0,2 m em Julho/Agosto.

7.9 Ecosistemas Terresteres

Dunas

Ao longo da orla marítima da cidade da Beira, estende-se uma cadeia de dunas baixas, que atinge 150-200m de largura em várias zonas e que se estendem por cerca de 7 km a partir do porto de pesca. A cadeia de dunas foi o foco inicial da urbanização da Beira nos princípios do ano 1900 daí que, actualmente, a maior parte desta cadeia de dunas é completamente urbanizada com uma estrada costeira que se estende ao longo da crista da duna. A crista da duna possui entre 10 e 30 metros de largura. De modo geral, a duna tem entre 1,5 a 3 metros de altura.

Em muitos locais, a crista da duna está plantada de Casuarinas (conhecidas localmente como "Macúti") e em baixo há capim e ervas. Onde é estável, a duna frontal está coberta de vegetação dominada por plantas rasteiras e ervas tais como Canavalia marítima, Cucumis sp., Ipoamea pes-capre, Sporobolus virginicus (espécie de erva) e Cyperus spp. Existem poucas Casuarinas na cadeia de dunas a Este do farol de Macúti. A Casuarina é uma espécie (exótica) que foi introduzida e não parece existir qualquer regeneração natural desta espécie.

A mudança que ocorreu nas dunas foi interpretada por Giesen (1998) a partir de fotografias aéreas de 1956, 1964/7, 1982 e 1983. Em 1956, a largura média da

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zona frontal da duna ao longo dos 7km da orla marítima era de 8,2 m, mais por volta de 1998 esta média baixou para apenas 0,4 m, embora esta diminuição não se tenha espalhada uniformemente. A área entre os esporões 9 e 14b não tinha nenhuma duna frontal em 1956 como é o caso hoje.

A maior redução ocorreu entre os esporões 29 e 39, onde entre 14 e 50 metros de duna frontal desapareceram, e também entre os esporões 3 e 9, onde entre 3 e 17,5 metros de duna frontal desapareceram igualmente. O número médio de filas de Casuarinas ao longo dos 7km da orla marítima era somente de 3 em 1956, e desceu para 1,8 em 1998, representando uma diminuição de cerca de 40%. A perda média sobre a largura das dunas e dunas frontais é de cerca de 15-16 metros na orla marítima. A erosão da duna frontal é provocada pela combinação de ondas/vento, enquanto a erosão na parte da terra da crista da duna é só devida à erosão pelo vento.

De acordo com Giesen (1998), a erosão das dunas tem sido acelerada devido a factores como: retirada de areia, excessiva circulação (de pessoas), condução de viaturas nas dunas, construção do escoadouro nas Palmeiras reduzindo assim o movimento de areia através do transporte do litoral, colapso dos esporões, falta de manutenção do muro entre a crista da duna e a estrada.

Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais

Uma grande parte da área localizada por detrás das dunas costeiras e dos mangais possui um mosaico de pântanos de água (salobra) doce, caniçais e arrozais. O mosaico de água doce e pântanos de água salobra poderá ser importante para a conservação, uma vez que pode ser um habitat atraente para pássaros, anfíbios, peixes e plantas. Todavia, muitas habitações precárias invadiram esses pântanos de água doce, criando más condições de vida para os residentes.

A maior parte do interior da Beira é constituída por planícies com más condições de drenagem, que são sazonalmente inundadas principalmente na época chuvosa. A camada de capim que cobre essas zonas inclui a Setaria sp. e várias espécies de Paniceae e Andropogoneae. Imensas marras de muchen são típicas destas planícies e são cobertas de espécies como Euphorbia sp., Euclea sp., Ximenia americana, Phoenix reclinata (uma palmeira), etc.

Estas planícies podem igualmente possuir comunidades de Euphorbia sp., Salvadora persia, Kadaba kirkii, Thylacium africanum, Epaltes alata e muitas Acanthaceae.

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Esta espécie de térmite que forma a marra de muchen tem um papel singular na avaliação das paisagens. O seu impacto na paisagem nota-se claramente a partir das fotografias aéreas onde as marras de muchen espaçadas uniformemente tornam-se notáveis pela presença de ilhas de pequenas matas numa paisagem de planície.

O papel geológico fundamental desta espécie de térmite na avaliação das planícies de inundação foi descrito em pormenor por Tinley (1977). O desenvolvimento das marras de muchen resulta muitas vezes: (i) na formação de uma depressão anular em volta da parte da base do montículo devido, (ii) um ligeiro aluimento resultante da remoção do subsolo para a formação do montículo, (iii) a acção de esparrinhar a água da chuva, ou (iv) simplesmente ambos fenómenos. Estas depressões anuais em volta da termiteira contêm água durante as chuvas e são os lugares iniciais do desenvolvimento de cavidades no solo.

Numa ilha de planície aberta as marras de muchen são os centros de atracção dos pássaros e outras espécies de fauna tais como percas, postos de observação ou refúgios, inundações ou fogos. As sementes concentram-se aqui, depositadas por pássaros atraídos por estes locais. O subsequente crescimento de matas é, portanto, composto de quase todas as espécies cujos frutos são preferidos pelos pássaros. O rebento de cobertura rica que então surge é usado por animais tais como cabritos e pequenas espécies de antílopes que comem folhas ou rebentos.

Bosques em solo elevado nas planícies de água com um nível freático alto

As zonas elevadas (solos arenosos) existem nas planícies de água com um nível freático alto. Enquanto vastas planícies podem ser inundadas na estação húmida (verão), as zonas elevadas escapam destas cheias. Quando, no seu estado natural, estas zonas elevadas não são perturbadas, possuem uma cobertura de planície densa. As espécies de arvores que aí se desenvolvem incluem os Milletia stuhlmanii, Tabemaeamontana elegans e Afzelia quanzensis. As inundações mostram claramente como as planícies e a cobertura arborizada estão separadas por micro relevos (esta última sendo confinada as convexidades que escapam às inundações).

As zonas arborizadas mais próximas da Beira urbana têm sido progressivamente removidas devido à recolha de lenha, cortes de árvores e queimadas para a agricultura (salvo a Floresta de Nhangau, protegida por guardas dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia). Assim, quanto mais nos afastamos da cidade, a cobertura arborizada vai aumentando e vice-versa. Com efeito, está a aumentar progressivamente o desaparecimento de florestas com o corte de lenha por agricultores de pequena escala que procuram lenha para a Beira urbana

Ecossistema Estuarino: mangais

Os mangais desenvolvem-se nas planícies lodosas, nos riachos e ilhas estuarinas (estas últimas no estuário do rio Púngoè) com solos possuindo aluviões fluvio-marítimos pesados. Nos riachos perto de Savana e Nhangau desenvolvem-se mangais em grande número, e em pequena medida na margem sul do estuário do Rio Púngoè. Nas margens interiores dos mangais encontram-se muitas pequenas como extensas planícies lodosas hipersalinas, desprovidas de vegetação.

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A medida que as planícies descobertas eram cortadas pela força erosiva das águas vivas e da chuva, as mesmas tornaram-se afluentes e regadios. Esses cortes superficiais na terra, alargados pela erosão progressiva e típica de ponta e fissura, foram invadidos por mangais (espaço típico da Avicennia marina). Esses sedimentos podem estar enclausurados ao longo do litoral mais próximo por cadeias de dunas paralelas e tendo à frente uma costa escavada com pequenos fragmentos de secções de dunas de pequena cota formadas por espécies de plantas costeiras pioneiras. A barreira da duna está cortada em intervalos por enseadas relativas às marés, ligando os canais ao mar que estão constantemente a mudar de posição.

Os mangais cobrem uma área relativamente pequena na zona urbana, com cerca de 8 ha nas enseadas relativas às marés da Praia Nova, e cerca de 10-20 ha ao longo do rio Chiveve e canais de drenagem. Antigamente, o Chiveve tinha uma ligação aberta com o estuário do rio Púngoè, mas a foz do canal de drenagem foi em grande parte invadida pela construção do porto de pesca. A mudança de marés no mangal do Chiveve é agora impedida e estende-se através de uma estreita galeria de drenagem par baixo da ponte.

Nas planícies lodosas adjacentes à terminal de petróleo no estuário do rio Púngoè encontram-se pequenos afloramentos de mangais,principalmente o mangal branco Avicennia marina, mas também o Lumnitzera racemosa.

Todas as ilhas estuarinas possuem vastos mangais, embora alguns deles estejam a ser explorados por colectores de lenha que vendem a sua mercadoria na Beira. Isto representa um problema significativo de deflorestação na área. Vastos mangais vêm-se também na margem ocidental do estuário do Púngoè.

Em termos gerais, há cerca de cinco espécies de árvores de mangal registados na zona da cidade da Beira designadamente: Avicennia marina, Sonneratia alba, Hierita littoralis, Rhizophora mucronata e Lumnitzera racemosa,. Existem no entanto outras espécies associadas de mangais misturadas ou aflorando no meio das especies principais. A espécie de árvore de mangal que é de longe a mais abundante é a Avicenia marina, que domina a periferia do mangal em direcção a terra. Espécies de árvores tais como o Hibiscus

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tiliaceus e o Peltophorum pterocapum são comuns, juntamente com arbustos tais como o Pluchea sp.

Os mangais que existem ao longo do Chiveve e na Praia Nova estão cercados de residências e infra-estruturas urbanas. As árvores são geralmente de estatura pequena, com uma altura média de 3m.

Antigamente, os mangais da zona urbana da Beira estendiam-se numa área de cerca de 100 ha, na zona situada entre o paredão da Ponta-Gêa e Praia Nova. Está zona é actualmente coberta por um mosaico de água doce e pântanos de água salobra, áreas de caniço, pequenos pedaços de terras agrícolas e arrozais. Fotografias aéreas de 1956 e 1967 mostram claramente que os mangais se estendiam nas planícies lodosas até o paredão.

Em 1982, esses mangais já tinham desaparecido, salvo uma pequena área de 8-10 ha perto da Praia Nova e uma extensão de terreno ao longo do rio Chiveve e de alguns canais de drenagem (conforme o constatado nas fotografias aéreas). Uma série de acontecimentos contribuiu para o desaparecimento dos mangais entre Ponta-Gêa e Praia Nova. A duna baixa que liga actualmente Ponta-Gêa a Praia Nova é intermitente: em 1056, por exemplo, havia varias ligações entre o mangal localizado atrás da cadeia de dunas com o mar, cuja mais importante estendia-se em direcção ao noroeste. Entre 1956 e 1993, a cadeia de dunas deslocou-se cerca de 300m em direcção ao este, ao mesmo tempo coalescendo para uma barreira mais sólida. O recuo da cadeia de dunas foi provavelmente devido à construção do escoadouro das Palmeiras, que reduziu o transporte do litoral e o fornecimento de areia.

A formação de uma cadeia de dunas mais sólida e o depósito de camadas de areia sobre a zona do mangal foi acelerada pela deposição de uma grande quantidade de areia na Praia Nova nos finais dos anos 1970. Está areia foi dragada a partir dos canais de navios e amontoada na Praia Nova. Actualmente, a antiga zona do mangal está coberta por variadas camadas de areia. O desaparecimento dos mangais ocorreu nos finais dos anos 1970, provavelmente devido à combinação de inundações frequentes e a cobertura dos mangais originais por depósitos de areia. Os pântanos actuais são em grande parte de água doce e ligeiramente salobra.

Até cerca de dez anos atrás, existiam cerca de 2-3 ha de mangal do lado do mar, na cadeia de dunas baixas. No entanto, estas árvores foram cortadas há já bastante tempo embora os tocos dos troncos ainda se encontrem-se no local até hoje.

Os mangais urbanos são importantes para o habitat de certas espécies de moluscos e crustáceos assim como para a avifauna. Os mangais urbanos podem contribuir igualmente para o controle da erosão embora seja a um nível local. Na zona estuarina, os mangais destruídos em tempos, podem voltar a ser re-introduzidos nas planícies lodosas onde os tocos dos mangais cortados há cerca de 10 anos ainda lá estão. As águas do mar são demasiadas dinâmicas para permitirem uma regeneração natural, e as plantas grandes e robustas como a Avicennia marina (80-100 cm), presas a paus compridos enterrados firmemente (cerca de 1m na lama), teriam o apoio suficiente para sobreviver. A reintrodução de mangais nesta área é aconselhável porque o mangal poderá conter a dinâmica do mar e retardar (mas provavelmente não evitar) a erosão, e ao mesmo tempo, desempenharia um papel significativo para a pesca e a fauna marinha.

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7.10 Fauna

Devido à caça, as espécies de grandes mamíferos não são comuns nesta área. Dentro do perímetro urbana, a diversidade de pássaros reduz-se ao Pardal doméstico (Passer motitensis) e ao Corvo Malhado (Corvus albus). Os numerosos pântanos que circundam a cidade, mangais e as zonas influenciadas pelas marés proporcionam no entanto um habitat adequado para uma diversidade de pássaros incluindo as aves pernaltas e as andorinhas do mar. As espécies mais comuns são o Euplectes orix (Red Bishop), a Egretta garzeta (Little egret) e a Chlidonias hybrida (Whiskered Tern).

Áreas protegidas e áreas de interesse ecológico

A protecção dos Parques nacionais e Reservas existentes em Moçambique foi considerada como prioritária após a Independência do país em 1975 (Decreto N° 40040 de 20 de Janeiro de 1955). Existem seis categorias de áreas protegidas: Parques Nacionais, Reservas Especiais, Reservas Parciais, Regimes de Vigilância, Coutadas (zonas reservadas a caça e safari de fotos) e Reservas Florestais. Desde 2001, a responsabilidade pela gestão e conservação de Parques e reservas nacionais foi transferida para o Ministério de Turismo.

O parque Nacional de Gorongosa é a zona protegida oficial mais próxima da cidade da Beira. Esta, localiza-se a cerca de 120km à noroeste da Beira, e é atravessado pelo rio Púngoè. O parque tem uma superfície de 3 570 km2 e engloba o maciço isolado da montanha de Gorongosa com cume à cerca de 1 863 m de altitute assim como mais à Sul, do lado Moçambicano, o Rift Valley africano (conhecido como o Urema). O ponto mais baixo permanece a 15 m acima do nível do mar a uma distancia de 120 km da costa. Dada a sua altitude, a zona do parque caracteriza-se por um clima húmido de floresta tropical, e montanhosa nos seus cumes , com matagal e prados na planície. Muitas plantas e animais endémicos e quase endémicos encontram-se nos habitates montanhosos.

A Reserva de Búfalo de Marromeu está localizada a cerca de 200 km no noroeste da Beira, no limite sul do delta zambeziano. Não é uma área oficialmente protegida mas é considerada como uma zona de valor excepcional pela sua biodiversidade e protecção da avifauna em Moçambique.

As zonas ao longo das margens do rio Púngoè e da costa Estoril/Savane foram identificadas como zonas ecológicas para a protecção das espécies de mangais e da vegetação de dunas. Além disso, existe uma vasta zona de terrenos pantanoso na Chota que se propõe seja mantida como uma zona ecologicamente protegida. O Rio Chiveve é igualmente uma zona protegida por causa de existência dum cinturão de mangal ao longo do campo de golfe e constitui um solo muito adequado para a criação dum espaço aberto público no centro da cidade.

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8 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBINTAIS E SOCIAIS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E/OU DE POTENCIAÇÃO

8.1 Metodologia

Esta secção faz a identificação, descrição e avaliação preliminar dos impactos ambientais e sociais significativos, assim como as correspondentes medidas de mitigação e/ou potenciação das obras civis de melhoramento do sistema de drenagem das águas pluviais da Cidade de Beira. Além de identificar os impactos ambientais e sociais, faz-se a classificação qualitativa, de forma a compará-los e determinar a sua relevância no conjunto.

A avaliação dos impactos do projecto foi baseada ao método de Matriz Interacções. O método consiste em definir listas de verificação para a) componentes ambientais e sociais, e b) actividades de desenvolvimento humano. A avaliação inclui também outros aspectos necessários com base nos quais permite a tomada de decisão. Estes aspectos foram analisados em termos de:

• Probabilidade: referente ao grau de possibilidade de ocorrência do impacto que pode ser classificado em:

Improvável ou pouco provável: a possibilidade de ocorrência se verificar é baixa quer seja pelo desenho do projecto quer pela natureza do mesmo

Certa ou Provável: existe uma possibilidade distinta de o impacto acontecer

Altamente provável: quando é quase certo que o impacto ocorrerá

Definitiva: quando há certeza que o impacto ocorrerá independentemente das medidas preventivas adoptadas.

• Extensão: refere ao comportamento espacial da actividade que poderá possuir impactos nos limites da região do projecto, na área envolvente, na região ou a nível nacional.

• Duração: o tempo de vida do impacto que poderá ser

De curto prazo: (0 a 5 anos)

De médio prazo: (5 a 15 anos)

De longo prazo: o impacto cessa quando termina o tempo de vida da actividade a que se refere.

Permanente ou irreversível: quando o impacto prolonga-se mesmo depois de terminar a actividade e mesmo após a aplicação de medidas de mitigação.

• Intensidade: Neste parâmetro, avalia-se com que magnitude os impactos infringem normas e regulamentos, atingem populações e processos sociais e, afectam o funcionamento dos processos ambientais. Nesse âmbito, se classifica a intensidade de:

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Baixa: caso o impacto ocorra para que o funcionamento dos processos naturais, culturais e sociais não sejam afectados

Média: caso o impacto altere o funcionamento dos processos naturais culturais ou culturais,

Alta: quando o funcionamento dos processos naturais, culturais ou sociais seja temporariamente ou permanentemente interrompido.

• Grau de significância: O significado do impacto passa a ser determinável através da síntese dos aspectos anteriores (extensão, duração, intensidade e probabilidade) e pode ser referido como:

Baixo: se o impacto não deve influenciar nas decisões (p.ex: fazer ou não fazer)

Médio: se deve influenciar nas decisões (a não ser que seja mitigável)

Alto: se deve influenciar decisões qualquer que seja o grau de mitigação.

A análise dos impactos das actividades foi então comparada com a lista das características ambientais, numa relação de causa efeito no contexto da Matriz de Avaliação (Tabela 2). A avaliação feita foi qualitativa, com objectivo de visualizar o peso de diferentes impactos. O resumo da caracterização dos impactos do projecto está apresentado nas Tabelas 3 e 4 correspondentes as componentes ambientais e sociais durante as fases de construção e operação.

Em geral, os principais impactos negativos estão associados à fase de construção, enquanto os positivos estão confinados à fase de operação do projecto. Com a implementação das medidas de mitigação durante a construção do empreendimento, a magnitude dos impactos negativos vai diminuindo e torna-se estável durante a fase de operação.

O estudo não faz uma avaliação dos impactos que poderão surgir da fase de desactivação do projecto devido ao largo horizonte de tempo das infra-estruturas, assim como da possibilidade de remodelação e ampliação das mesmas, com o decorrer do tempo.

A concretização das actividades de reabilitação e construção está associada a ocorrência de impactos ambientais e sociais positivos significativos na Cidade da Beira, pois contribuirá para melhorar a qualidade de vida da população, caso as infra-estruturas do sistema de drenagem venham ser exploradas, como se espera, de forma eficiente e sustentável.

Os impactos negativos previstos associados as actividades de reabilitação e construção da proposta rede de drenagem serão localizados e de curta duração. Esses impactos poderão ser minimizados significativamente através de uma planificação e execução adequadas de um PGA a ser implementado pelo empreiteiro durante as obras, assim como pelo Operador durante a exploração do sistema. O PGA preliminar está incluído na presente avaliação ambiental.

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Tabela 2: Matriz de Avaliação dos Impactos Causa/Efeito

Fase

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Actividades e/ou Aspectos de Impacto

Identificação dos Potenciais Impactos

Fase de ConstruçãoFase de

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das

Estabelecimento de estaleiros e parques de materiais

x x x x x x x x x x x x x x

Criação ou reabilitação de acessos x x x x x x x x x x x x x

Escavações e movimentação de terras associadas às obras

x x x x x x x x x x x x x x x x

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Fase

de

Desmatação, limpeza e decapagem das áreas de intervenção

x x x x x x x x x x

Escavações de valas, colocação de tubagens, aquedutos e acessórios

x x x x x x x x x x x x x x x

Construção de câmaras de visita x x x x x x x x x

Execução de arranjos exteriores, incluindo de pavimentos

x x x x x

Expropriação de terras e situações de reassentamento

x x x

Transporte de materiais e circulação de veículos e maquinaria

x x x x x x x x

Execução de obras associadas a projectos complementares

x x x x x x x x x x x

Fase

Escoamento orientado de águas pluviais x

Actividades de manutenção da rede x x x x

Controle da qualidade das águas pluviais nos locais de descarga

x x x x x x

Capacitação institucional x x x x x

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8.2 Principais Fontes de Impactos

8.2.1 Fontes de Impactos ligados aos estudos preliminares

Durante esta fase, os impactos são restritos a componente antrópica e ocorrem basicamente da definição da área de inserção, elaboração das componentes de engenharia e estudos sócio-ambientais e de viabilidade técnica e ambiental, assim como divulgação da actividade. Estes aspectos foram considerados nos estudos existentes sobre o projecto.

Assim, as fontes de potenciais impactos do projecto na fase de estudo dirão respeito à localização e disposição precisa no espaço das novas instalações e, assim como dimensionamento das valas e construções complementares (vias de acesso, etc.).

Estas disposições poderão ser a origem do aumento ou redução dos impactos positivos ou negativos do projecto.

8.2.2 Fontes de Impactos ligados às obras de reabilitação e construção

Durante a fase de execução das obras construção e reabilitação, as principais fontes de impactos negativos serão:

• O trânsito de máquinas e camiões nos principais eixos rodoviários;

• A criação e gestão de câmaras de empréstimo de materiais finos e as pedreiras de materiais rochosos;

• O estacionamento e trabalho das máquinas nas obras da rede (serviço de limpeza urbano), escavação das valas, assentamento de canalização, etc.;

• Estabelecimento e funcionamento dos estaleiros e instalações fixas;

• A deposição de material vegetal proveniente da decapagem, de terras escavadas não reutilizadas e de detritos diversos provenientes da limpeza, incluindo lamas retiradas das valas durante a realização das obras e canalizações.

A principal fonte de impactos positivos das obras será a criação de mais oportunidade de empregos temporários pelas empresas encarregues de realizar as obras.

8.2.3 Fontes de impactos ligados à exploração da nova rede de drenagem

Durante a exploração do sistema, as principais fontes de impactos negativos ligados a operação da rede de drenagem serão:

• As descarregas directas de águas pluviais contaminadas ao nível das saídas para o mar;

• Disfunção do sistema por má utilização por parte dos utentes, bem como a falta de manutenção adequada das infra-estruturas; e

• Produção e transporte de resíduos de limpeza das valas e condutas de drenagem.

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As fontes de impactos positivos resultarão fundamentalmente da eliminação dos impactos negativos causados pelo funcionamento deficiente actual da rede de drenagem, ou seja, a estagnação prolongada das águas pluviais, o contacto entre a população e as águas residuais, poluição das praias e redução de doenças ligadas a agua, consequentemente a melhoria das condições higieno-sanitarias e de vida das populações na Cidade da Beira.

8.3 Impactos Resultantes da Fase de Concepção das Obras de Reabilitação e /ou Construção

Nesta fase, os impactos negativos potenciais de grande importância, considerados de baixa intensidade, localizados, temporários e reversíveis incluem a desvalorização das áreas de intervenção directa (pavimentos, passeios, áreas de inundação e destinadas as novas valas, drenagens adicionais, acessos etc.) e possíveis conflitos regionais gerados pelas expectativas diversas junto aos membros das comunidades da área de influência do projecto, dúvidas quanto às intervenções a serem realizadas, assim como indemnização de propriedades afectadas, etc.

Medidas de Mitigação

Para minimizar a eventual desvalorização das áreas de intervenção directa (pavimentos, passeios, áreas de inundação, áreas de intervenção para implantação das drenagens adicionais, acessos etc. deverá ser preparado um plano de recuperação e integração paisagística das obras e dos locais perturbados, de forma a garantir o enquadramento paisagístico adequado resultante da implantação do projecto a desenvolver em simultâneo com a execução das obras.

Quanto a efeitos de eventuais conflitos deverá proceder-se a divulgação do projecto na área envolvente antes do arranque dos trabalhos da obra. Algumas disposições deverão ser tomadas para limitar os impactos do projecto, tal como a necessidade de abrir espaços em zonas construídas e a necessidade de reassentamento da população.

A informação fornecida deverá incluir, entre outros aspectos o objectivo, a natureza, a localização das obras, as principais acções a realizar e a respectiva calendarização e eventuais afectações nas acessibilidades. Deverá ser implementado igualmente um mecanismo de atendimento ao público para esclarecimento de dúvidas e eventuais reclamações das partes afectadas e/ou interessadas.

O empreiteiro deverá realizar acções de formação e de sensibilização ambiental e da saúde e segurança para todos os trabalhadores e encarregados da obra antes do arranque do projecto. Sempre que possível, deverá ser afectada a construção do projecto pessoal local.

8.4 Impactos Resultantes das Obras de Reabilitação e /ou Construção

8.4.1 Impactos sobre o meio biofísico

Efeitos na paisagem

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As actividades de construção que ocorrerão na zona urbana vão resultar na alteração da qualidade visual e estética da área e do meio envolvente. Este impacto resultará essencialmente das escavações nos passeios e pavimentos, movimento de maquinaria. Este impacto resultará da colocação de vedações, implantação de estaleiros e estabelecimento de valas de drenagem, galerias e aquedutos.

Medidas de Mitigação

As actividades das escavações devem ser restritas apenas às áreas destinadas para o efeito, e o material escavado deverá ser conservado em áreas previamente perturbadas ou lavradas. Este empilhamento deverá ser claramente demarcado e acessível por veículos.

O armazenamento temporário de terras deve efectuar-se a sua protecção com coberturas impermeáveis e as pilhas de terras devem ter uma altura que garanta a sua estabilidade.

Os estaleiros e parques de viaturas devem ser instalados no interior da área de intervenção, minimizando afectar outras áreas preferencialmente estes serviços deverão ser localizados em áreas degradadas ou de solo inculto, em zonas de declive reduzido e de fácil acesso, devendo-se evitar a movimentação de terras e abertura de novos acessos.

Os estaleiros e parques devem ser vedados para melhor segurança, assim como salvaguardar eventuais estruturas existentes nas imediações. Deverá ser usado material que permite reduzir o contraste paisagístico. Os produtos de escavação inaproveitáveis ou em excesso devem ser armazenados em locais com características adequadas para depósito e onde não interferem com o aspecto visual e estético da paisagem.

Efeitos sobre a qualidade do ar

Durante a execução das obras, haverá emissão de poeiras e outras substâncias poluidoras para o ar que resultarão da:

• Circulação e trabalho das máquinas e viaturas nos bairros urbanos (reabilitação e construção da rede) e no local das novas infra-estruturas de drenagem pluvial.

• Extracção de materiais finos e materiais rochosos nas zonas de empréstimo e pedreiras.

• Fabricação e aplicação de betão betuminoso para reposição, se necessário, do revestimento das estradas e passeios.

Nos bairros urbanos, a produção e emissão de poeiras acontecerá essencialmente nas zonas que não possuem estradas revestidas. Nos locais das obras onde a presença do lençol freático esteja quase à superfície, irá limitar o levantamento de poeiras causadas pelos trabalhos de escavação e circulação de máquinas.

No entanto, os solos trazidos das câmaras de empréstimo (materiais para os aterros dos canais irão provocar forte emissões de partículas finas para o ar. As outras emissões serão essencialmente ligadas à circulação das viaturas

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na obra, em particular os camiões que transportam as terras dos aterros necessários à construção das obras.

Medidas de Mitigação

Deverão ser adoptadas velocidades moderadas sempre que a travessia de zonas habitadas ou sensíveis for inevitável, de forma a minimizar a emissão de poeiras.

O transporte de materiais de natureza pulverulento ou do tipo particulado deverá ser feito em veículos adequados, com carga coberta, de forma a impedir a dispersão de poeiras.

Deverá ser assegurada a limpeza regular dos acessos não pavimentados e da área afecta à obra, de forma a evitar a acumulação e levantamento de poeiras, quer por acção do vento, quer por acção da circulação de veículos e equipamentos afectos à construção. A remoção possível de vegetação deverá ser evitada sempre que possíveis e as áreas expostas deverão ser revestidas ou restabelecidas o mais rápido possível.

Proceder à aspersão regular e controlada de água, a uma taxa que não cause escoamento superficial, sobretudo durante os períodos secos e ventosos, nas zonas de trabalhos, assim como nos acessos utilizados pelos diversos veículos de construção, onde poderá ocorrer a produção, acumulação e levantamento de poeiras.

Efeitos sobre os níveis sonoros

Os principais locais de emissões sonoras perceptíveis para a população local serão os locais de execução das obras. A este nível, a perturbação sonora será provocada pela circulação das viaturas e pelo funcionamento de algumas máquinas tais como compressores, e perfuradoras, martelos pneumáticos e betoneiras. Na maioria das vezes (troços urbanos), o impacto destas emissões será diminuído pelos barulhos já elevados que existem à volta das principais vias de circulação da cidade.

Medidas de Mitigação

Devem ser escolhidos os percursos mais adequados para o transporte de equipamentos e materiais de/para o estaleiro e para áreas de outros serviços, evitando-se no máximo a passagem no interior das áreas residenciais ou de aglomeração de pessoas.

Assegurar que são utilizados equipamentos e métodos de construção que originam menor ruído possível. Deverá igualmente assegurar-se que o equipamento encontra-se em bom estado de conservação/manutenção e dentro dos parâmetros aceitáveis pela legislação aplicável, assim como pelos seus fabricantes.

Deverá ser assegurada a manutenção e revisão periódica de todas máquinas e veículos afectos à obra, de forma a manter as normais condições de funcionamento e cumprimento das normas relativas a emissão de ruído e vibração.

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Garantir que as operações mais ruidosas realizadas na proximidade de habitações e outros locais de receptores sensíveis se restringem ao período diurno.

Em escolas, hospitais e outras áreas sensíveis ao ruído, deverá comunicar-se as partes afectadas 15 dias antes de início das actividades de construção. Algumas actividades excessivamente ruidosas poderão ter lugar fora do período normal das aulas.

Efeitos sobre os solos e as águas

Destruição dos solos. Os solos naturais serão principalmente destruídos no local das obras (quer por escavação, quer por recobertura), e nas zonas das câmaras de empréstimo, assim como de estabelecimento de acessos e vias de acesso as valas.

Poluição dos solos, águas subterrâneas e de superfície. Em todos os locais das obras (abertura de valas adicionais de drenagem, redes, instalações fixas, postos de produção de material betuminoso para revestimento das estradas, pedreiras e zonas de empréstimo), poderão produzir-se despejos voluntários ou involuntários de detritos sólidos e líquidos poluidores (óleos de esvaziamento, hidrocarbonetos, produtos químicos, etc.). Estes detritos sólidos e líquidos poderão contaminar:

• Os solos, por deposição directa.

• Os canais e cursos de água, de forma directa ou indirecta, após ser levados pelo escoamento pluvial. O destino final desta poluição superficial será o estuário do rio Púngoè e o litoral marinho, onde os volumes de água disponíveis garantirão uma diluição considerável das cargas poluentes. No entanto, alguns dos elementos poluentes (tais como os hidrocarbonetos pesados ou elementos metálicos) podem aderir aos solos das margens e nos sedimentos dos riachos, e eventualmente libertar lentamente produtos tóxicos.

• O manancial subterrâneo (lençol freático e de profundidade), indirectamente através do solo ou directamente através dos cursos de água superficiais.

No meio urbano, os efeitos de poluição causados pelas obras terão pouco impacto sobre os solos e mananciais hídricos uma vez existir já um certo grau de poluição causada por outras fontes.

Escoamento das águas superficiais. Escavações, terraplanagens e construção de valas e canais de escoamento das águas pluviais da obra são actividades que poderão afectar a rede de drenagem natural e linhas de água próximas, podendo conduzir à modificação na drenagem natural.

A circulação de veículos e maquinaria de construção concorrem à compactação de solos, conduzindo a impermeabilização e aumento do escoamento superficial e consequente diminuição de infiltração e perturbação da rede natural de drenagem.

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Medidas de Mitigação

Deverão ser adoptados dispositivos de bombagem e de drenagem das áreas de trabalho para situações em que ocorrerem escavações a interferem com o nível de água, particularmente na estação chuvosa, dada a previsível subida dos níveis de água locais.

Deverá ser estabelecido um bom sistema de drenagem das águas pluviais, incluindo a protecção das mesmas e todas áreas de armazenamento dos solos empilhados, assim como prevenir a formação de possíveis inundações associadas às obras.

Fica interdita a deposição deliberada de quaisquer resíduos, ainda que provisória, nas margens, leitos de linhas de água, bem como em zonas de grande infiltração.

Os óleos, lubrificantes, tintas, colas e resinas usados devem ser armazenados em recipientes adequados e estanques, para posterior envio a destino final apropriado, preferencialmente a reciclagem. A mudança de óleo das viaturas e máquinas deverá ser exclusivamente realizada a nível das instalações fixas, com zonas de manuseamento de carburantes e lubrificantes. Estas zonas deverão ser devidamente impermeabilizadas e equipadas com dispositivos de recuperação dos óleos.

Os efluentes domésticos devem ser acondicionados de acordo com a legislação em vigor, ou alternativamente, recolhido em tanques ou fossas estanques e encaminhados definidos pelo município.

A área de armazenamento de produtos e o parque de estacionamento de viaturas devem ser drenados para uma bacia de retenção, impermeabilizada e isolada da rede de drenagem natural, de forma a evitar que os derrames acidentais de óleos e combustíveis contaminem solos e recursos hídricos na envolvente. A bacia de retenção deve possuir um separador de hidrocarbonetos.

No caso de se verificar a existência de materiais de escavação com vestígios de contaminação, estes devem ser armazenados em local que não permita a contaminação das linhas de drenagem, mesmo com ocorrência de precipitações.

Efeitos sobre Produção gestão de resíduos

O projecto vai acrescer a produção de resíduos resultantes das escavações (entulhos das demolições, terras sobrantes, sacos de cimento, etc.), lixo proveniente dos estaleiros e de trabalhadores nos locais de intervenção (obras) com estatuto de resíduos sólidos domésticos. Para além de produção de resíduos sólidos de construção serão gerados efluentes constituídos por águas residuais da obra e dos trabalhadores.

Durante as obras de reabilitação das valas serão eventualmente gerados resíduos industriais perigosos resultantes da limpeza de algumas valas que recebem lançamentos de resíduos industriais (tais como de natureza química, de fabricas de tintas, curtumes e outros). Por outro lado, serão geradas lamas retiradas de canais durante a realização das obras que deverão ser transportadas e dispostas de forma adequada.

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A produção dos resíduos vai incrementar os actuais problemas de gestão do lixo na cidade de Beira com consequências na sanidade do meio, assim como na saúde pública.

Medidas de Mitigação

Deverá ser implementado um PGR, considerando todos os resíduos susceptíveis de serem produzidos nas actividades da obra, sua identificação, classificação e definição de responsabilidades de gestão, assim como a identificação dos destinos finais mais adequados, priorizando a reciclagem, e os resíduos não valorizáveis armazenados em lugares onde não constituam ameaça para o meio ambiente.

Será proibida a deposição de resíduos, ainda que provisória, nas margens, leitos de linhas de água e zonas de grande infiltração. Fica igualmente proibida a queima, a céu aberto, de qualquer tipo de material residual proveniente das obras

Os óleos, lubrificantes, tintas, colas e resinas usados devem ser armazenados em recipientes adequados e estanques, para posterior envio a destino final apropriado, preferencialmente a reciclagem. A mudança de óleo das viaturas e máquinas deverá ser exclusivamente realizada a nível das instalações fixas, com zonas de manuseamento de carburantes e lubrificantes. As zonas deverão ser devidamente impermeabilizadas e equipadas com dispositivos de recuperação dos óleos contaminados.

As lamas retiradas do sistema de drenagem deverão ser encaminhadas para a lixeira municipal da Beira uma vez que não são resíduos perigosos. Contudo, antes de se começar com os trabalhos de limpeza e remoção das lamas deverão ser inventariadas as unidades industriais ligadas as valas e estabelecer pontos de amostragem para análises laboratoriais para determinar o nível de contaminação das mesmas. Caso as lamas mostrem níveis de contaminação não aceitáveis, serão manuseadas e depositadas em locais onde não constituam perigo para o meio ambiente e saúde pública.

As lamas em fase líquida deverão ser removidas e expostas in situ para permitir a evaporação do conteúdo aquoso e em seguida transportadas em carros de caixa fechada até a lixeira municipal onde será eliminado numa área destinada apenas para a deposição deste tipo de resíduos. Alternativamente, a lama será recolhida em tanques ou fossas estanques para deposição na lixeira municipal.

O relatório final do EIA procurar consolidar estas medidas de mitigação considerando as características do material a ser removido, assim como a sua qualidade, níveis de contaminação através de analises laboratoriais de amostras ao longo dos canais de drenagem pluvial, procedimentos de remoção e deposição de acordo com o nível de contaminação, e ainda as quantidades do material a ser removido e transportado para os locais de deposição, incluindo as rotas, tipo de veículos a ser usado.

O EIA irá igualmente especificar ainda as descargas industriais na rede de drenagem e a sua interferência com o mesmo, identificar as quantidades e qualidades das lamas, bem como a sua interferência com outras redes (de abastecimento de água, de esgotos, de estradas, telefónica, entre outras).

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Caso se verifique esta interferência, os locais intersetados deverão ser desarticulados e bloqueados.

A área de armazenamento de produtos e o parque de estacionamento de viaturas e maquinaria da obra devem ser drenados para uma bacia de retenção, impermeabilizada e isolada da rede de drenagem natural, de forma a evitar que os derrames acidentais de óleos e combustíveis contaminem solos e recursos hídricos na envolvente. A bacia de retenção deve possuir um separador de hidrocarbonetos.

Deve-se garantir que os óleos usados e de lubrificação de maquinaria sejam depositados em locais autorizados pela entidade municipal e sempre que ocorra um derrame de produtos químicos deve proceder-se à recolha do solo contaminado, com produto absorvente, armazenado e enviado ao destino final ou recolhido por operador licenciado.

O operador do sistema deve assegurar a sensibilização das populações, incluindo as fábricas localizadas ao longo das valas de sentido de evitarem o lançamento de resíduos sólidos e outros materiais na rede de colectores das águas pluviais.

Efeitos sobre a fauna e flora

Destruição da flora. As actividades de reabilitação e/ou construção do sistema de drenagem envolvendo a remoção de vegetação poderão conduzir a perturbação ou perda de habitats para a fauna. No troço da vala próximo ao mar o revestimento da vegetação típica do mangal será retirado durante as obras, perturbando o seu habitat..

Durante as obras, haverá também destruição de vegetação nas zonas das câmaras de empréstimo porém, a área a afectar será relativamente pequena. De forma similar, a vegetação afectada nestas zonas não apresenta nenhuma riqueza em termos de biodiversidade. Nas zonas de intervenção localizadas no meio urbano, a destruição de vegetação natural será mínima em termos de qualidade e quantidade.

Perturbação da fauna. À semelhança do que acontecerá com flora, a destruição prevista na flora do local do mangal e das zonas de empréstimo irá provocar uma perda substancial de habitat para as espécies locais, que não entanto poderão reinstalar-se em zonas relativamente próximas As espécies de interesse ecológico particular confinadas a zonas mais sensíveis (mangal) poderá ser atingida pelas obras e portanto servirá de alternativa para o projecto financiar o fomento da revegetação do mangal. No meio urbano, o efeito irá limitar-se à perturbação da fauna aviaria, que utiliza as árvores localizadas no alinhamento das obras (directamente) e nos espaços verdes municipais (indirectamente).

A abertura de possíveis novos acessos, aumento da presença humana e acréscimo dos níveis do ruído durante o funcionamento da maquinaria, poderão conduzir a uma alteração do comportamento dos animais (redução do sucesso reprodutor das espécies ou a uma menor eficácia de alimentação).

A circulação de veículos poderá igualmente aumentar o risco de atropelamento de espécies de animais pequenos mais susceptíveis. Não

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menos importante, o manuseamento inadequado de substâncias poluentes pode perturbar espécies faunísticas e vegetais em caso de ocorrência do derrame acidental ou propositada de poluentes.

Medidas de Mitigação

Os estaleiros e parques de materiais não deverão localizar em zonas onde seja necessário destruir a vegetação, principalmente com estatuto de interesse ou protegida, assim como em locais sensíveis de ponta de vista paisagístico e de protecção ecológica. Em relação a reposição da vegetação típica de mangal recomenda-se a sua revegetação. O relatório final do EIA discutirá as melhores formas de revegetação do mangal destruído a favor do projecto.

A maquinaria e equipamento afecto nas actividades de construção do projecto devem estar em bom estado mecânico controlando eventuais fugas de óleos e lubrificantes.

Assegurar a recolha e manuseamento correcto dos óleos de mudanças, assim como das águas residuais contaminadas de modo a que estas matérias não sejam despejadas no meio aquático.

Caso haja necessidade de deposição de terras excedentes, a selecção das zonas deve excluir as áreas onde se prevê a perturbação de espécies arbóreas e faunísticas.

Privilegiar o uso de caminhos já existentes para aceder aos locais das obras e outras áreas de actividades paralelas. Caso seja necessário abrir novos acessos ou melhoramento das vias existentes devem ser realizadas de modo a reduzir ao mínimo as alterações na perturbação do solo fora das zonas que posteriormente ficarão ocupadas pelo acesso.

8.4.2 Impacto no meio humano e socioeconómico

Deslocação e reassentamento da população

O projecto irá ocupar de forma temporária ou permanente espaço para implantação de infra-estruturas, o que poderá afectar elementos com importância comunitária ou particular ao seu acesso ou utilização. O local de implantação das valas não poderá ser utilizado por outras actividades a médio ou longo prazo.

A maior parte da rede a ser reabilitada ou construída (extensão) está situada em bairros urbanos minimamente estruturados. Se em alguns bairros, as estradas planificadas ainda não foram construídas, a habitação existente foi construída dentro de parcelas delimitadas conforme um plano de desenvolvimento que considera a construção futura de estradas e das redes de drenagem. Neste caso a maioria das intervenções propostas no âmbito do presente projecto não conduzirá à necessidade de deslocação e posterior reassentamento de populações.

As obras confinadas aos passeios, assim como ruas poderão perturbar durante um determinado período de tempo a circulação dos peões, o acesso aos diversos serviços e locais residências, bem como induzir a interrupção temporária do tráfego em determinadas artérias durante o tempo necessário para obras.

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Medidas de Mitigação

Será elaborado um plano de reassentamento e compensação que fará descrição exacta das infra-estruturas e bens afectadas, como será conduzido o processo de reassentamento, incluindo as medidas de compensação e ainda o plano de monitorização.

Por outro lado, a questão da circulação da informação com todos afectados e interessados é crucial. É importante referir que a elaboração do PAR e sua implementação será feita baseada nas directrizes do BM sobre o reassentamento involuntário.

Efeito sobre a saúde, bem-estar e segurança das populações vivendo próximo dos locais das obras

Lesões e traumatismos : O trânsito de máquinas e viaturas ligadas à execução das obras irá aumentar o risco de acidentes para as pessoas que circulam nas proximidades dos locais das obras. A existência de trabalhos de escavações mal assinaladas ou com pouca sinalização e iluminação poderá vir a constituir perigo para a circulação de viaturas e peões.

Desconforto gerado pelo ruído: Mesmo considerando que nos locais onde as obras vão ser executadas já existe um nível de ruído/barulho significativo, as emissões sonoras causadas pelas obras poderão provocar, nos indivíduos residentes ou que trabalhem nas proximidade das obras, uma sensação de desconforto que poderá levar à situações de stress generalizado e, para os indivíduos mais sensíveis, distúrbios nervosos passageiros.

Doenças relacionadas com a qualidade do ar : As emissões poluidoras causadas pelas obras poderão causar mal-estar e sensação de desconforto e distúrbios moderados na saúde da população residente ou trabalhadora nas proximidades das obras em particular nas camadas mais sensíveis (crianças). Os efeitos previstos são no entanto de natureza reversível (tosse, sensação de afogamento etc.)

Doenças transmitidas por vectores específicos: Durante a estação chuvosa, os pontos de estagnação de água causados pelas obras poderão ser a origem de proliferação de insectos vectores causadores de doenças (pex:: anófele, culex, etc.)

Aumento do risco de incidência de Cólera : Surtos de cólera são frequentes e cíclicos na cidade da Beira, em particular nas zonas consideradas insalubres. Caso ecluda um surto de cólera perto das zonas de obras, a transmissão desta doença far-se-á facilmente da população residente (se afectada), para os trabalhadores da obra, isto devido ao consumo de produtos contaminados (comida vendida no local e ao uso de casas de banho sujas. Caso o(s) portador(es) da doença seja um dos trabalhadores da obra e este utilizar sanitários locais, a doença poderá, mas com pouca probabilidade, ser transmitida à partir da população trabalhadora para a população residente.

DST e SIDA : A existência das obras de reabilitação do sistema de drenagem na Beira não deverá em si aumentar de forma significativa, os riscos de transmissão de DSTs e do SIDA entre os trabalhadores da obra uma vez que a maioria será contratada a nível local o que significa que não haverá

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acampamentos com concentração de homens. Esta opção de contratação irá igualmente limitar a possibilidade de relações sexuais de risco entre a população trabalhadora da obra e a população vivendo próximo das obras. O potencial existente de aumento dos níveis de transmissão (para além dos já existente que são altos) devido à existência das obras é referente aos dias de pagamento do salário uma vez que esses dias representam sempre um potencial para saídas nocturnas e relações sexuais ocasionais.

Medidas de Mitigação

Deverá ser contratada uma entidade especializada em assuntos relacionados com a prevenção para promover campanhas de sensibilização dos trabalhadores, assim como a população vizinha.

A actividade de sensibilização deverá fazer o uso do material apropriado tal como painéis, meios audiovisuais, projecção de filmes, palestras, acessórios publicitários, etc., o material deverá abordar questões relacionadas com os riscos de transmissão de doenças infecto-contagiosas, incluindo o SIDA. Por outro lado, a(s) empresa(s) deverá(ão) ainda proceder a disponibilização do preservativo.

Efeitos sobre o trânsito automóvel e os serviços urbanos

As obras de limpeza ou lançamento de colectores e infra-estruturas localizadas ao longo dos eixos de circulação muito movimentados poderão conduzir à engarrafamentos principalmente nas horas de ponta.

De princípio, na execução de obras urbanas dever-se-á no máximo evitar a ocupação da totalidade da largura das estradas por forma a perturbar o mínimo, o trânsito. Na execução das obras inerentes à este projecto somente as vias estreitas (de uma só faixa de rodagem com ou sem dois sentidos de circulação) serão totalmente bloqueadas no entanto, para estas existe sempre a possibilidade de desvios ou rotas alternativas.

Para os arruamentos mais largos (2 faixas ou mais), dever-se-á organizar cenários de circulação alternada com interdição de circulação e/ou parqueamento numa das faixas de rodagem se for necessário. A circulação de viaturas pesadas e de autocarros (serviços públicos) deverá ser condicionada à rotas e desvios obrigatórios de e para o centro da cidade.

Medidas de Mitigação

Informar às populações, com antecedência, através de meios eficazes (em particular via afixação e anúncios na impressa), sobre qualquer interrupção temporária nas redes de abastecimento de água, electricidade ou telecomunicação que sejam ditadas pela necessidade de execução de obras inerentes ao projecto. Os avisos deverão ser disseminados com a devida antecedência e indicar claramente os bairros ou troços afectados, a natureza da rede afectada e as datas e duração da interrupção, com indicação clara da hora de restabelecimento.

Informar às populações sobre os cuidados a ter durante os períodos de interrupção (como, por exemplo, que todas as instalações eléctricas deverão ser consideradas duma forma geral em carga).

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Assegurar que os caminhos ou acessos alternativos nas imediações da área da obra não fiquem obstruídos ou em más condições de transitabilidade, possibilitando a sua normal utilização por parte da população loca e outros utentes.

Os locais das obras deverão ser adequadamente sinalizados, em particular à noite, e a circulação regulamentada através de porta-bandeiras.

Efeitos sobre o património pessoalConforme mencionado anteriormente, na execução das obras inerentes a este

projecto está prevista a ocorrência de reassentamentos. Para além da demolição de habitações completas, está também prevista a demolição ou afastamento de quintais, vedações, passeios e outros componentes de algumas habitações ou estabelecimentos cuja localização ou alinhamento sobreponha-se à zona de servidão da rede.

Medidas de Mitigação

Conforme referido anteriormente, será elaborado um plano de reassentamento e compensação que fará descrição exacta das infra-estruturas e bens afectadas, como será conduzido o processo de reassentamento, incluindo as medidas de compensação e ainda o plano de monitorização.

Efeitos sobre o património público, cultural e religioso

Nenhum local público, cultural ou religioso (igrejas, templos, mesquita, cemitérios etc.) será afectado pela execução das obras inerentes à este projecto. De igual modo, nenhum edifício ou infra-estrutura (estátuas, monumentos etc.) de valor histórico ou patrimonial localizados no espaço urbano da cidade da Beira, será afectado pela execução das obras.

Efeitos sobre as actividades socioeconómicas

Criação de emprego : As obras, que de princípio terão a duração de 3 anos, irão criar oportunidades de emprego temporário para um grande número de residentes da cidade Beira que presentemente conhece uma taxa de desemprego elevada.

Medidas de Potenciação

Deverá ser empregada, sempre que possível, a mão-de-obra de origem local e de ambos os sexos. Está situação ajuda igualmente o sucesso na execução do projecto.

Deverá ser dada maior atenção a famílias vulneráveis em especial as mães líderes de família ou filhos órfãos. Para a melhor efectividade os líderes comunitários deverão ser envolvidos no processo de contratação em especial na identificação deste grupo alvo.

Deverá providenciar-se informação sobre o número de vagas de trabalho disponível e as qualificações requeridas.

Perturbação de actividades comerciais: A existência de obras de reabilitação ao longo de ruas com actividade comercial formal ou ao longo de mercados

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formais, poderá dificultar, mas não irá interditar o acesso ao comércio para os clientes e fornecedores.

Já no que diz respeito ao comércio informal, (vendedores de rua) que geralmente instalam-se ao longo dos passeios e vias por onde haverá obras de reabilitação, estes, deverão cessar as suas actividades naqueles locais ou deslocar-se para outros locais principalmente durante o período das obras. Alguns deste vendedor de rua possuem bancas simples construídas em madeira com 1 ou 2 m2 que, de forma similar deverão ser temporariamente deslocadas para outros locais.

Medidas de Mitigação

Deverão ser definidos itinerários ou rotas alternativas para se chegar ao local das obras, processo que deverá ser feito com cautela para minimizar os impactos daí resultantes. Em termos práticos, será eventualmente necessário modificar alguns sentidos de circulação viária ou deslocar provisoriamente mercados ou outras fontes de estorvo à circulação viária.

8.5 Impactos Ligados a Operação da Rede de Drenagem

8.5.1 Impactos sobre o Meio Biofísico

Efeitos sobre a Qualidade das Águas no meio das descargas

A descarga de águas pluviais com altos níveis de contaminação vai alterar a qualidade das águas no meio receptor e deturpar o ecossistema aquático, incluindo o meio marinho.

Medidas de Mitigação

Todas actividades de operação que possam colocar em risco a qualidade das águas dos rios de descarga devem ser evitadas e supervisionadas pelo operador do sistema, incluindo as descargas de águas residuais não tratadas, descargas de efluentes hospitalares, ligações com fossas sépticas com o sistema de drenagem, resíduos perigosos e outros.

O operador do sistema estabelecido deverá sensibilizar as populações para evitarem descargas de águas contaminadas no sistema de drenagem, assim como de resíduos sólidos.

Efeitos sobre Potencial Contaminação do meio Receptor por Disfunção do Sistema

A má utilização, bem como a falta de manutenção adequada das infra-estruturas poderão conduzir ao mau funcionamento do sistema, contaminando o meio receptor. O despejo de matérias impróprias (resíduos de laboratórios ou hospitalares, produtos químicos, matérias flutuantes ou precipitáveis, gorduras, óleos) na rede de drenagem pode entupir ou danificar as condutas estabelecidas. O entupimento ou danificação da rede de drenagem provocaria derrame de águas pluviais com consequências e desastres incalculáveis sobre o ambiente, assim como na saúde pública.

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Medidas de Mitigação

Para melhor operacionalização do sistema de drenagem estabelecido passa pela capacitação institucional do futuro operador em termos de recursos humanos, materiais, financeiros e gestão da actividade. Portanto o futuro operador do sistema deverá demonstrar experiência e/ou capacidade na gestão de sistemas do tipo proposto de modo a assegurar o desempenho adequado da rede pluvial. Quanto mais elevada for a exigência institucional, menores são os riscos de falha de operação da rede de drenagem estabelecida.

O operador do sistema deve assegurar a sensibilização das populações no sentido de evitar a deposição de resíduos sólidos e outros materiais na rede de colectores das águas pluviais.

Efeitos sobre Redução de Inundações no Período Chuvoso

Durante a época das chuvas, a maior parte das zonas mais baixas da cidade é temporariamente inundada, devido à drenagem pluvial insuficiente. O projecto pretende melhorar a rede pluvial, o que irá diminuir a estagnação de água durante o período chuvoso.

Medidas de Potenciação

Todas saídas das águas pluviais reabilitadas e construídas deverão ser alvos de manutenção adequada de modo a permitir o bom funcionamento (escoamento) das valas a céu aberto, e assim permitir o despejo final sem riscos de inundação nas zonas adjacentes.

O operador do sistema deverá assegurar o funcionamento eficiente da rede de drenagem das escorrências o que pressupõe uma consistência na limpeza dos arruamentos pelos serviços municipais para evitar o entupimento ou redução de capacidade dos dispositivos interceptores (sarjetas, sumidouros e caixas de visita) que tem como resultado a redução da capacidade de drenagem e consequentemente o aumento dos riscos de inundação urbana durante a época das monções.

8.5.2 Impacto no meio humano e socioeconómico

Efeitos sobre a saúde e segurança das comunidades A presença de valas passando em áreas habitacionais constitui risco para a saúde e segurança das comunidades, especialmente as crianças. Por outro, eventuais descuidos ou desleixos durante a limpeza e manutenção da rede de drenagem constitui risco da saúde pública, incluindo dos trabalhadores devido a exposição a resíduos e trabalhos subterrâneos.

Medidas de Mitigação

O operador do sistema será responsável pela sensibilização das comunidades sobre o risco que as valas constituem para a saúde e segurança pública, principalmente para as crianças. Adicionalmente deverão ser fixadas placas de advertência do perigo.

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Os trabalhadores deverão ser igualmente sensibilizados a agirem de modo responsável durante as actividades de manutenção e limpeza das infra-estruturas de drenagem pluvial.

Efeitos sobre Ocorrência de doenças via hídrica

A implementação sucedida do projecto vai contribuir para a eliminação progressiva de águas residuais estagnadas que geralmente são causadoras de vectores de doenças.

A eliminação dos vários pontos de estagnação de águas existentes na cidade e na periferia da Cidade da Beira trará impactos positivos no que se refere a redução do potencial de proliferação de mosquitos, agente transmissor da malária que actualmente é uma das doenças mais frequentes nas cidades e vilas de Moçambique.

A redução dos índices de prevalência de doenças de transmissão via hídricas será um dos principais efeitos positivos do presente projecto. De forma directa, o projecto irá contribuir para a eliminação progressiva dos pontos de contacto entre as populações (especialmente as mais desfavorecidas e as crianças) com as águas pluviais que geralmente carregam consigo organismos de origem fecal a maioria dos quais causadores de doenças.

Resultados de estudos publicados pela OMS (Esrey et al., 1991. Bulletin of WHO 69-5 609-621) indicam que a melhoria das condições de saneamento pode diminuir em cerca de 25% os casos de diarreias e disenterias registados em determinado aglomerado urbano.

Considerando a base de 15.000 casos de doenças diarreicas registadas anualmente nos centros de saúde da Beira, esta média será reduzida em cerca de 4000 casos. Por outro lado, se consideramos que uma em cada quatro consultas nos centros de saúde é referente à um indivíduo em idade de trabalhar, e que um em cada 5 casos de diarreia aguda é referente à uma pessoa adulta e resulta em média, em 2,5 dias de internamento, o número de dias de trabalho perdidos nessa base em função dos casos de doenças diarreicas registados na Beira é equivalente à cerca de 10 000 dias/ano.

A execução das obras inerentes à este projecto irá permitir reduzir os níveis de perdas em termos de actividade produtiva. Para além dos casos comuns de diarreias, a cidade da Beira é regularmente assolada por surtos de cólera que afectam entre 3000 e 4000 pessoas vulneráveis, cuja incidência será drasticamente reduzida e o seu impacto minimizado em consequência deste projecto.

Paludismo e doenças transmitidas por vectores : A eliminação dos vários pontos de estagnação de águas existentes na cidade da Beira e que resultará da realização deste projecto trará impacto positivo no que se refere a redução do potencial de proliferação de mosquitos, e consequentemente sobre a incidência e prevalência do paludismo e outras doenças transmitidas pelos insectos vivendo próximo de águas estagnadas (arbovirose, etc.).

O impacto resultante desta medida é dificilmente mensurável no entanto, se tomar-se como base anual de 100.000 casos de paludismo que são registados anualmente nos centros de saúde daquela cidade, conclui-se que

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uma diminuição em 10% apenas, dos casos reportados, conduz à uma redução de casos em cerca de 10.000 o que do ponto de vista de consultas e medicação curativa é bastante significativo.

Impacto sobre a actividade turística: A melhoria qualidade sanitária da cidade da Beira irá certamente repercutir-se sobre a atractividade da cidade Beira em termos de actividades turísticas e irá certamente desenvolver a infra-estrutura turística da cidade que apresenta um forte potencial mas que actualmente é inexplorado.

Medidas de Potenciação

A redução dos índices de prevalência de doenças de transmissão via hídrica, a melhoria das qualidade das aguas de banho, incluindo da praia constituem principais efeitos positivos do presente projecto. Assim sendo deverá ser assegurado o funcionamento adequado de todo o sistema estabelecido de drenagem das pluviais.

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Tabela 3: Resumo dos Impactos sobre a Compoente Ambiental

Componente Ambiental Fase de Construção/reabilitação Fase de Operação

Natureza Intensidade Probabilidade Duração Natureza Intensidade Probabilidade Duração

Qualidade do ar (▬) Bax Ce tem Med Ce Tem NS NS NS NS

Níveis sonoros (▬)Med Ce tem Med Ce Tem NS NS NS NS

Destruição/erosão dos solos (▬)Bax Ce Per Bax Pr Per NS NS NS NS

Poluição dos solos (▬)Bax Pr tem Bax Pr Tem NS NS NS NS

Águas superficiais (▬)Bax Ce Per Bax Pr Tem ()

Alt Ce Per Med med Ce Per Per

Águas subterrâneas (▬)Bax Pr tem Bax Pr Tem NS NS NS NE

Aguas marinhas costeiras (▬)Bax Pr tem Bax Po Tem ()

Alt Ce Per Med bax Ce Per Per

Ecossistema e flora terrestre (▬)Bax Ce Per Bax Pr Per NS NS NS NS

Ecossistema e flora aquática (▬) Bax Ce tem Bax Po Per NS NS NS NS

Fauna terrestre (▬) Bax Ce tem Bax Ce Per NS NS NS NS

Fauna aquática (▬) Bax Ce tem Bax Po Tem NS NS NS NS

Paisagens naturais (▬) Bax Ce Per Alt Ce Tem Per NS NS NE NS

Natureza Intensidade Probabilidade de Ocorrência

Duração

(▬) : negativo Alt : Alta Ce : certa Per : permanente() : positivo med : média Pr : provável tem : temporáriaNS : não significativo ou não aplicável bax : baixa Po : Pouco provável

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Tabela 4: Resumo Dos Impactos sobre a Compoente Socioeconomica

Componente Socioeconómico Construção/reabilitação Fase de Operação

Natureza Intensidade Probabilidade Duração Natureza Intensidade Probabilidade Duração

Deslocamento das populações ▬Alt Ce Per Med Ce Tem Per NS NS NS NS

Transtornos devido ao ruído▬med Ce

temMed Ce Tem NS NS NS NS

Lesões e traumatismos▬med po

temBax Po Tem NS NS NS NS

Doenças de transmissão hídrica▬ med po

temBax Po Tem ()

Alt Ce Per Med Ce Per

Sida e DST▬med po

temBax Pr Tem NS NS NS NS

Trânsito automóvel▬med Pr

temMed Ce Tem NS NS NS NS

Paisagens urbanas NS Alt NS Per ()bax Ce Per Med Ce Per

Emprego()med Ce

temMed Ce Tem ()

bax Ce Per Bax Ce Per

Actividades comerciais▬med Pr

temMed NS Tem NS NS NS NS

Actividades turísticas NS NE NS NS ()Alt Ce Per Med Ce Per

Natureza Intensidade Probabilidade de Ocorrência

Duração

(▬) : negativo Alt : Alta Ce : certa Per : permanente() : positivo med : media Pr : provável Tem : temporáriaNS : não significativo ou não aplicável Bax : Baixa Po : Pouco provável

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9 PLANO DE GESTAO AMBIENTALEm geral, o projecto é potencial de gerar impactos positivos, uma vez que

poderá resolver o problema de inundações e águas estagnadas que está associado a vectores de doenças como a malária, reduzindo assim os custos relacionados aos cuidados de saúde e mortes causadas por tais doenças e consequentemente contribuir na melhoria das condições de vida das populações na Cidade da Beira.

No entanto, as obras actividades de reabilitação / construção são susceptíveis de resultar em impactos ambientais negativos. Para mitigar tais impactos potenciais negativos foi elaborado um PGA como parte desta avaliação. A Tabela 5 apresenta o resumo dos impactos potenciais significativos de impacto ambiental e social, bem como as respectivas medidas de gestão e as responsabilidades pela execução de tais medidas, assim como das acções de monitorização durante a construção e operação do projecto.

O presente PGA tem como objectivos gerais assegurar que as actividades do projecto sejam desenvolvidas, conduzidas e administradas duma maneira ambientalmente responsável.

Constituem objectivos específicos do PGA estabelecer procedimentos práticos para a mitigação dos impactos negativos potenciais, bem como de valorização dos impactos positivos identificados no EIA. Tem como objectivos ainda identificar acções, responsabilidades e medidas de monitorização das questões de impacto, incluindo de saúde e segurança, de modo a garantir que a actividade seja implementada de forma sustentável, tanto de ponto de vista ambiental, como socioeconómico.

É esperado que os custos estimados para implementação e monitoramento do PGA são da ordem de 3% dos custos da obra. Ou seja, com base nos custos preliminares estimados para as obras, o custo de implementação e monitoramento do PGA é da ordem de US$1,800,000.

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Tabela 5: Resumo dos Potenciais Impactos do Projecto de Medidas de Gestão Recomendadas e Responsabilidades pela Implementação

Identificação dos Potenciais Impactos Medidas de Mitigação e de Gestão Recomendadas

Responsabilidade

Execução Supervisão/ Monitorização

Fase de Construção

Alteração da percepção visual e estética da paisagem devido às escavações e principalmente a instalação de novas infra-estruturas em relação a reabilitação das existentes

As infra-estruturas serão instaladas no interior de áreas antes intervencionadas, preferencialmente em locais degradados ou de solo inculto.

Os locais devem ser vedados não só para salvaguardar eventuais estruturas existentes nas imediações, mas também para melhor segurança. Para o efeito, deverá ser usado material que permite reduzir o contraste paisagístico.

As escavações serão restritas apenas às áreas destinadas para o efeito, confinando as obras a esses. O material escavado deverá ser conservado em áreas previamente perturbadas e as pilhas claramente demarcadas e acessíveis por veículos.

Empreiteiro do Projecto (OA)

AIASEngenheiro

ResidenteAutoridades

Municipais e Auditores

Alteração física e consequente surgimento ou agravamento da erosão dos solos por causa da modificação da rede natural de drenagem pluvial e extracção de solos de empréstimo

Evitar a acumulação de solos nas linhas naturais de drenagem, assim como a conclusão rápida e eficiente dos trabalhos de escavação.

Acondicionar os solos em todas as áreas escavadas, assegurando que as áreas voltem as características semelhantes as anteriores.

Empreiteiro do Projecto (OA)

AIASEngenheiro

ResidenteAutoridades

Municipais e Auditores

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Identificação dos Potenciais Impactos Medidas de Mitigação e de Gestão Recomendadas

Responsabilidade

Execução Supervisão/ Monitorização

As áreas susceptíveis a desmoronamentos ou a erosão deverão ser estabilizadas plantando vegetação ou aplicando obras de engenharia.

Risco de contaminação das águas superficiais e subterrâneas e solos por conservação inadequada de resíduos sólidos e líquidos, assim como derrames ocasionais de óleos, combustíveis e lubrificantes de máquinas e veículos das obras, restos de tintas e de produtos químicos.

Manter um sistema de drenagem das águas pluviais, assim como a protege-las, assim como todas áreas de armazenamento dos solos empilhados.

Interditar a deposição deliberada de quaisquer resíduos, ainda que provisória, nas margens, leitos de linhas de água, bem como em zonas de grande infiltração.

Os óleos, lubrificantes, tintas e combustíveis, assim como os produtos químicos devem armazenado e manuseados adequadamente usando recipientes adequados.

Os óleos, lubrificantes, tintas e combustíveis usados deverão ser eliminados convenientemente, preferencialmente a reciclagem.

No caso de se verificar a existência de materiais de escavação com vestígios de contaminação, estes devem ser armazenados em local que não permita a contaminação das linhas de drenagem, mesmo com ocorrência de precipitações.

Empreiteiro do Projecto (OA)

AIASEngenheiro

ResidenteAutoridades

Municipais e Audito

Incomodidade de poeiras e gases poluentes do ar Transportar o material pulverulento ou do tipo particulado

Empreiteiro do Projecto (OA)

AIASEngenheiro

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Identificação dos Potenciais Impactos Medidas de Mitigação e de Gestão Recomendadas

Responsabilidade

Execução Supervisão/ Monitorização

resultantes das escavações, demolição de infra-estruturas degradadas, extracção e transporte de materiais de construção (solos, brita, cimento, etc.) e veículos afectos às obras

com carga coberta.

Limpar regularmente os acessos não pavimentados e a área afecta à obra para evitar a acumulação e levantamento de poeiras, quer por acção do vento, quer por acção da circulação de veículos.

Reabilitar progressivamente as áreas de empréstimo de solos materiais de construção usando material residual e vegetação autóctone.

As áreas expostas e/ou susceptíveis a levantamento de poeiras serão humedecidas com a água a jacto a uma taxa que não cause escoamento superficial.

Manutenção adequada das viaturas e máquinas, bem como controlar o funcionamento do sistema de retenção de partículas finas resultantes da combustão de modo que estejam a operar dentro da recomendações dos seus fabricantes.

ResidenteAutoridades

Municipais e Audito

Incomodidade do ruído e vibração resultante da utilização de equipamentos tais como compressores, compactadores, perfuradoras, martelos pneumáticos e betoneiras e circulação de veículos pesados.

Os equipamentos e métodos de construção usados devem ser os que originam menor ruído possível. Deverá igualmente ser assegurado o bom estado dos equipamentos e máquinas, tendo como referência as recomendações dos seus fabricantes.

Restringir as obras ruidosas durante o dia nas proximidades de habitações e outros locais de receptores sensíveis. Em escolas as actividades excessivamente ruidosas deverão ter lugar fora do período normal das aulas. Em

Empreiteiro do Projecto (OA)

AIASEngenheiro

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SERVIÇOS DE CONSULTORIA PARA ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA ESTABELECER E FORTIFICAR O ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO DE INFRASTRUTURAS DE ÁGUA E SANEAMENTO E DAS ENTIDADES PROVINCIAIS EM PEQUENAS E MÉDIAS CIDADES DE MOÇAMBIQUE – DOCUMENTO TÉCNICO 3

Número do Projecto: 5086017 | Revisão No. 1 | 12 de Outubro de 2011 Pág. | 76

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Identificação dos Potenciais Impactos Medidas de Mitigação e de Gestão Recomendadas

Responsabilidade

Execução Supervisão/ Monitorização

escolas, hospitais e outras áreas sensíveis ao ruído, deverá comunicar-se as PI&As 15 dias antes de início das obras.

Perturbação e/ou perda da vegetação (incluindo do mangal) e da fauna durante as obras de implantação de novas infra-estruturas e reabilitação do sistema, bem como extracção de solos de empréstimo.

Localizar os acampamentos, estaleiros e parques de máquinas, assim como câmaras de empréstimo em locais perturbados, de baixa biodiversidade e/ou em locais não sensíveis sob o ponto de vista paisagístico e de protecção ecológica.

Assegurar a recolha e manuseamento correcto dos óleos usados e produtos químicos, assim como águas residuais contaminadas de modo não sejam despejadas em áreas onde se prevê perturbar espécies arbóreas e faunísticas.

Privilegiar o uso de caminhos já existentes para aceder aos locais das obras. Caso seja necessário abrir novos acessos ou melhoramento das vias existentes devem ser realizadas de modo a reduzir ao mínimo a perturbação do habitat fora das zonas que posteriormente ficarão ocupadas pelo acesso.

Em relação a reposição do mangal recomenda-se o fomento de sua revegetação. As áreas ocupadas pelas dunas serão privilegiadas para a revegetação do mangal, assim como nas câmaras de empréstimo de solos de construção.

Empreiteiro do Projecto (OA)

AIASEngenheiro

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Número do Projecto: 5086017 | Revisão No. 1 | 12 de Outubro de 2011 Pág. | 77

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Identificação dos Potenciais Impactos Medidas de Mitigação e de Gestão Recomendadas

Responsabilidade

Execução Supervisão/ Monitorização

Perda de habitação, acesso e áreas de interesse, bem perturbação de serviços privados e públicos

Deverá ser elaborado um plano de reassentamento e compensação baseado nas directrizes do BM sobre o reassentamento involuntário.

Informar às populações, com antecedência, através de meios eficazes (em particular via afixação e anúncios na impressa), sobre qualquer interrupção temporária nas redes de abastecimento de água, electricidade ou telecomunicação que sejam ditadas pela necessidade de execução de obras inerentes ao projecto. Os avisos deverão ser disseminados com a devida antecedência e indicar claramente os bairros ou troços afectados, a natureza da rede afectada e as datas e duração da interrupção, com indicação clara da hora de restabelecimento.

Informar às populações sobre os cuidados a ter durante os períodos de interrupção dos serviços (como, por exemplo, que todas as instalações eléctricas deverão ser consideradas duma forma geral em carga).

Assegurar que os caminhos ou acessos alternativos nas imediações da área da obra não fiquem obstruídos ou em más condições de transitabilidade, possibilitando a sua normal utilização por parte da população loca e outros utentes.

Empreiteiro do Projecto (OA)

AIASEngenheiro

ResidenteAutoridades

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Impacto do projecto na saúde e segurança dos As empresas envolvidas nas obras devem cumprir

rigorosamente a legislação em vigor em matéria de

MCA - AIASEngenheiro

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Identificação dos Potenciais Impactos Medidas de Mitigação e de Gestão Recomendadas

Responsabilidade

Execução Supervisão/ Monitorização

trabalhadores e das comunidades locais, incluindo o aumento incidência de HIV e SIDA e doenças profissionais

saúde e segurança e estender esse cumprimento a todos os locais de obra, especialmente a obrigação de usar equipamentos de segurança, tais como: capacetes, dispositivos de protecção contra o ruído, luvas, botas, macacão de alta visibilidade coletes fluorescentes, etc.

Máquinas e veículos também devem estar equipados com dispositivos adequados de segurança.

As obras e os estaleiros locais devem ter os kits de primeiros socorros e em caso de acidente os feridos e os que ficam doentes devem ser transportados em veículos seguros e confortáveis. A empresa também deverá pagar antecipadamente os custos de saúde para garantir a prestação imediata de assistência médica pela equipe de saúde para as pessoas afectadas.

Os trabalhadores deverão ser devidamente informados sobre ITS e HIV e SIDA, por essa razão será contratada uma entidade especializada para promover campanhas de sensibilização dos trabalhadores e população vizinha. Por outro lado, a(s) empresa(s) deverá(ão) proceder a disponibilização do preservativo em locais ou instalações fixas ou móveis.

Assegurar que todas as medidas necessárias para a segurança do tráfego durante a construção são implementadas, tais como montar e manter barricadas, incluindo sinais, marcas, bandeiras, luzes, etc.

Empreiteiro do Projecto (OSS) & Provedor dos Serviços de HIV e SIDA

ResidenteAutoridades

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Identificação dos Potenciais Impactos Medidas de Mitigação e de Gestão Recomendadas

Responsabilidade

Execução Supervisão/ Monitorização

Nas vias de terra batida e a sensivelmente até 500 metros do local das obras, os veículos do Empreiteiro e dos seus fornecedores não deverão exceder a velocidade de 45 km/h.

Fase de Operação

Alteração da qualidade das águas no meio recetor (ambiente costeiro marinho) devido a contaminantes contidos nas águas pluviais

Todas as actividades de operação que possam colocar em risco a qualidade das águas dos rios receptores deverão ser evitadas e controladas pelo operador do sistema, incluindo as descargas de esgotos não tratados (águas residuais hospitalares, ligações ilegais de esgotos e fossas sépticas na rede de drenagem, deposição de resíduos sólidos perigosos, entre outros.

Assegurar a sensibilização dos citadinos no sentido de evitar o lançamento de resíduos e efluentes contaminados na rede de drenagem de águas pluviais.

Operador do Sistema

AIAS/ Autoridades Municipais e do Governo Local

Obstrução e / ou danos a alguns componentes da rede de drenagem consequente poluição do meio ambiente por falta de manutenção adequada das infra-estruturas da rede e ma utilização pelos utentes

Capacitação institucional do futuro operador, em termos de recursos humanos, materiais, financeiros e gestão, devendo demonstrar experiência e/ou capacidade de gestão do sistema para assegurar o desempenho adequado da rede.

As infra-estruturas deverão ser limpas e feitas as manutenções necessárias.

O operador deve assegurar a sensibilização das populações

Operador dos Sistemas

AIAS/ Autoridades Municipais e do Governo Local

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Identificação dos Potenciais Impactos Medidas de Mitigação e de Gestão Recomendadas

Responsabilidade

Execução Supervisão/ Monitorização

no sentido de evitarem a deposição de resíduos sólidos na rede de colectores das águas pluviais.

Risco de saúde e segurança dos trabalhadores e das comunidades

Deverão ser observadas todas as medidas associadas a higiene, segurança no ambiente de trabalho em sistemas de drenagem das águas pluviais. Para o efeito o operador deverá dispor de um Manual de Procedimentos de Saúde, Segurança e Ambiente no Trabalho de conhecimento público (trabalhadores).

O operador será responsável pela sensibilização das comunidades sobre o risco que as valas constituem para a saúde e segurança pública. Adicionalmente deverão ser fixadas placas de advertência do perigo.

Os trabalhadores também devem ser ter equipamentos de protecção adequados, como luvas, botas, etc., durante as actividades de manutenção do sistema.

Operador dos Sistemas

AIAS/ Autoridades Municipais e do Governo Local

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9.1 Programa de Monitorização

Para assegurar o cumprimento de todos os requisitos legais aplicáveis, bem como as condicionantes e recomendações associadas a actividade na sequência das medidas de mitigação dos impactos negativos e valorização dos impactos positivos propostas no EIA, fica estabelecido um Programa Geral de Monitorização Ambiental que contempla a realização dos seguintes planos de monitorização:

• Plano de monitorização da paisagem.

• Plano de monitorização qualidade dos recursos hídricos.

• Plano de monitorização do ambiente sonoro.

• Plano de monitorização de resíduos. e

• Plano de monitorização da segurança, higiene e saúde no trabalho.

Para efeitos do Programa de Monitorização, as normas e regulamentos a aplicar devem ser os moçambicanos, designadamente o Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissões de Efluentes (Decreto no. 18/2004, de 2 de Junho) e o Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto no. 13/2006, de 15 de Junho), ambos do MICOA, assim como o Regulamento dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais (Decreto no. 30/2003, de 1 de Julho), emitido pelo MOPH.

Na ausência de subsídios legais locais devem ser adoptadas as Normas Internacionais (ISO) ou outras que sejam consideradas adequadas ou aceitáveis internacionalmente).

O presente Programa de Monitorização tem como objectivo principal fazer o acompanhamento ambiental e social periódico, dos impactos específicos que cada actividade da obra, assim como de operação e manutenção poderá provocar no ambiente receptor.

Desde que previsto nos respectivos planos de monitorização e em função dos resultados obtidos nas campanhas anteriores, poderá justificar-se o ajustamento do conjunto de parâmetros a analisar relativamente a um dado factor ambiental e social e/ou das periodicidades de amostragem, diminuindo ou aumentando o número de campanhas subsequentes a realizar no âmbito do processo.

A revisão do plano de monitorização poderá decorrer da necessidade da sua adequação à evolução, a médio/longo prazo, das condições que ocasionaram a sua elaboração.

Com base nos dados obtidos em cada uma das campanhas de amostragem, o responsável pela equipa que executa o plano de monitorização elaborará o respectivo Relatório de Monitorização.

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O custo de implementação do PGA, assim como do programa de monitorização é assumida sob proposta financeira da firma Contratada para ser submetido ao Proponente antes do início das obras e como parte do processo de licitação. De acordo com o processo de licitação o proponente deve declarar explicitamente a necessidade de implementação efectiva do PGA e deverá ser condicionada ao Contrato.

9.2 Programa de Auditoria

A auditoria e a avaliação ambientais serão realizadas por forma à apurar o desempenho ambiental do projecto e a aderência às condições da Licença Ambiental, assim como os objectivos alvos especificados neste PGA e no programa de monitorização.

Os principais objectivos de uma auditoria são avaliar o cumprimento dos requisitos do PGA estipulados, identificar qualquer caso de não conformidade e determinar se os objectivos e metas foram alcançados. O Operador do sistema deve estabelecer um programa e procedimentos de auditoria para garantir que as auditorias sejam suficientemente abrangentes e calendarizadas. A auditoria deve considerar os resultados da monitorização para avaliar se os objectivos e metas foram atingidos, e se existe algum caso de não conformidade em relação ao estabelecido nos termos de autorização e requisitos legais, assim como neste PGA.

A auditoria deve também verificar se a execução do PGA foi realizada de acordo com os esquemas planificados e se este está a ser adequadamente actualizado com base nos requisitos das operações e impactos identificados. A auditoria deverá verificar se todas as acções correctivas identificadas foram realizadas e avaliar a eficácia dessas acções.

De salientar que a natureza da auditoria ambiental deverá ser conservadora. Sempre que haja campo para interpretações, o auditor assumirá a posição mais conservadora (pior caso). Só se dará crédito a acções de gestão que cumpram claramente o padrão das operações. Deve-se manter registos de todas as acções levadas a cabo para cumprir os requisitos do PGA e registos e motivações de todas as mudanças / alterações a este documento.

Os resultados das avaliações externas, interna e informal serão registados e informadas às estruturas competentes do MICOA e outras pertinentes e os aspectos que requeiram acções específicas deverão ser prontamente identificados a partir das recomendações efectuadas. A execução das acções recomendadas da auditoria feita será avaliada durante a realização da auditoria seguinte.

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10 CONCLUSOES E RECOMENDACOES Este QPGAS é específico para Beira por que os propostos investimentos já foram

objecto de pré-planejamento, contando com estudos de pré-viabilidade. O QPGAS e o QPR preparados separadamente para Beira serão também utilizados pela Coordenação do Projeto para guiar o Plano Director para a região metropolitana de Maputo, bem como para identificar os documentos de salvaguardas que serão necessários (Estudo de Impacto Ambiental, e Plano de Ação de Reassentamento).

Estes documentos de salvaguardas serão enviados ao Banco para revisão, aprovação, e divulgação antes que o financiamento do Banco possa ser usado para obras civis identificadas pelo Plano Director. O Plano Director será financiado pelo Projeto financiado pelo Banco e portanto a descrição do proposto investimento não pode ser preparado até que o Plano Diretor esteja concluído e adoptado.

A execução do projecto de reabilitação e expansão da rede de drenagem pluvial da Cidade da Beira é crucial para a melhoria da saúde e do bem-estar da população da Beira, e na qual uma grande parte da população, especialmente os mais desfavorecidos, sofre os efeitos da degradação das condições de vida e higiene da cidade.

A principal causa dos problemas existentes é a estagnação quase permanente das águas pluviais em vários pontos da cidade favorecida pela topografia plana, a incursão de águas marinhas, assim como a péssima evacuação das águas residuais que constituem uma ameaça séria para a saúde pública.

A execução do projecto de reabilitação e construção da rede de drenagem da cidade da Beira terá vários impactos positivos sobre a população da Beira, dentre os quais se destaca a melhoria das condições sanitárias na urbe permitindo assim a diminuição da incidência de doenças relacionadas com a água e drenagem deficiente, em particular as doenças diarreicas e a cólera que afectam mais as crianças e as populações pobres, e a malária, causa número um de consultas nos hospitais e centros de saúde.

Os impactos positivos que advirão do presente projecto, far-se-ão sentir de forma progressiva e serão condicionados pelo funcionamento contínuo das infra-estruturas instaladas. Significa isto que o cenário crítico que se vive hoje na Beira poderá voltar a fazer-se sentir a curto prazo caso o funcionamento das infra-estruturas mostre-se deficiente ou a manutenção das mesmas seja precária.

A manutenção correcta e cuidada da infra-estrutura e a disponibilização atempada e gestão correcta dos recursos financeiros para garantir a operação e manutenção das infra-estruturas, são fundamentais para se poder alcançar os objectivos específicos do projecto.

A execução do projecto de reabilitação do sistema de drenagem pluvial na Beira irá também produzir impactos negativos, geralmente limitados no espaço, e dos

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quais os mais prejudicáveis serão: reassentamento involuntário; degradação, moderada e muito localizada, da qualidade das águas no meio receptor das águas pluviais; Eventuais perturbações da população vivendo próximo das áreas das obras; Transtornos gerais provocados pelos trabalhos no meio urbano: ruído, poluição do ar e das águas, perturbação na circulação, etc.

O presente estudo de avaliação prevê um conjunto de medidas de mitigação dos impactos identificados, assim como um conjunto de modalidades de execução e controlo. O presente estudo prevê ainda um plano de seguimento dos principais impactos.

A eficácia das medidas ambientais visando reduzir os impactos negativos implica a participação activa de todas as partes interessadas do projecto, dentre os quais, o Empreiteiro, AIAS, as autoridades municipais, as autoridades do governo local e a população em geral e seus representantes.

Por forma a estabelecer e consolidar as medidas de mitigação relativas a gestão das lamas a serem removidas, o EIA final fará a descrição das características do material a ser removido, assim como a sua qualidade, níveis de contaminação através de análises laboratoriais de amostras ao longo dos canais de drenagem pluvial, procedimentos de remoção e deposição de acordo com o nível de contaminação, e ainda as quantidades do material a ser removido e transportado para os locais de deposição, incluindo as rotas, tipo de veículos a ser usado.

Os estudos de engenharia deverão especificar ainda as descargas industriais na rede de drenagem e a sua interferência com o mesmo, identificar as quantidades e qualidades das lamas, bem como a sua interferência com outras redes (de abastecimento de água, de esgotos, de estradas, telefónica, entre outras).

Para além da identificação dos principais intervenientes, seus deveres e responsabilidades, o presente estudo faz uma proposta de um PGA cujos objectivos gerais são assegurar que as actividades sejam desenvolvidas, conduzidas e administradas duma maneira ambientalmente responsável cuja operacionalização será articulada pelas PI&As.

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11 REFERENCIAS:1 DHV & Consulted, Lad (1995): Provincial Towns Water Sector Study. Escudos

das 12 Cicadas. Final Report Part C town Report 05. Technical Aspects. Maputo.

2 INE, Censo populacional, 2007

3 MICOA (2004): Decreto 45/2004 de 29 de Setembro. Regulamento sobre o

Processo de Avaliação do Impacto Ambiental. Maputo.

4 MICOA (1997): Lei-Quadro do Ambiente (1997) Maputo

5 SEURECA & Passela, A. P (2004): Plano de Gestão Ambiental para o Projecto

de Reabilitação do Sistema de Abastecimento de Água de Maputo, para FIPAG.

6 Richard Helmer & Ivanildo Hespanhol (1997): Water Pollution Control, a Guide to

the Use of Water Quality Management Principles (Edited by, WHO/UNEP.

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