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Literário, sem frescuras! ® ISSN 1664-5243 Ano 6 - Dezembro de 2014—Edição Especial no. 32B

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Literário, sem frescuras!

®

ISSN 1664-5243

Ano 6 - Dezembro de 2014—Edição Especial no. 32B

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FELIZ N@T@L

E

PRÓSPERO 2015!

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Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15

www.varaldobrasil.com 3

EXPEDIENTE Revista Literária VARAL DO BRASIL

NO. 26B - Edição Especial de Natal e Ano

Novo - Genebra - CH - ISSN 1664-5243

Copyright : Cada autor detém o direito sobre o seu texto. Os direitos da revista pertencem a Jacqueline Aisenman.

O VARAL DO BRASIL é promovido, organiza-do e realizado por Jacqueline Aisenman

Site do VARAL: www.varaldobrasil.com

Blog do Varal: www.varaldobrasil.blogspot.com

Textos: Vários Autores

Ilustrações: Vários Autores

Foto capa: © Andrey Kiselev — Fotolia com

Imagens diversas (vetores): Garcya Design

Muitas imagens encontramos na internet sem ter o nome do autor citado. Se for uma foto ou um desenho seu, envie um e-mail aqui para a gente e teremos o maior prazer em divulgar o seu talento. Agradecemos sua compreensão.

Revisão parcial de cada autor

Revisão geral VARAL DO BRASIL

Composição e diagramação:

Jacqueline Aisenman

PARITICIPE DAS PRÓXIMAS EDIÇÕES:

• Até 25 de JANEIRO você pode enviar tex-tos para nossa edição de março que trará o tema MULHER.

• As inscrições podem ser encerradas antes se um número ideal de partici-pantes for atingido.

• Participe do III Prêmio Varal do Brasil de Literatura!

• Participe do Salão do Livro de Genebra!

Para participar do Varal do Brasil é muito simples:

• Peça o formulário de inscrição através de nosso

e-mail

[email protected] e envie seu texto, acompanhado

do formulário, para este mesmo e-mail!

Toda participação é gratuita!

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Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15

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®

ISSN 1664-5243

LITERÁRIO, SEM FRESCURAS

Genebra, Natal e Ano Novo de 2014/15

Ano 6 - Edição Especial 32B

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Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15

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Mais um ano vai chegando ao fim e começamos a fazer um balanço de nossas conquistas, de nossas atitu-des, de nossos planos.

Paramos para pensar nos sonhos que realizamos e naqueles que ain-da estão por se realizar.

O sentimento de amor e o desejo de paz vão invadindo aos poucos os corações e a compaixão renasce como uma flor na alma.

Pensamos nos milhares de seres humanos que não têm sequer um pouco do que temos e percebemos o quanto somos plenos de bên-çãos. A saúde, o amor, a família, os amigos, nosso trabalho, nossa ca-sa... São tantas coisas a agradecer que ficamos subitamente pequenos diante da imensidão da bondade universal.

Aqui no Varal passamos o ano de 2014 a realizar sonhos, os nossos e os de muita gente, através de nos-so amor comum: a literatura. E, sem frescuras, como é nosso lema, realizamos concursos, editamos muitas revistas, participamos do Salão Internacional do Livro de Ge-nebra, editamos duas antologias, viajamos por aí divulgando nosso caminho de amor literário, como o objetivo de levar a literatura para onde ela deve estar sempre: junto

do povo, junto da-queles que preci-sam dela como nin-guém!

Agora, nos preparamos para um novo ano que chega. Esperamos 2015 já em plena atividade: novo concurso, nova antologia, nova par-ticipação no Salão do Livro de Ge-nebra! Já vemos 2015 como um ano rico de atividades e alegrias!

E no meio de toda esta euforia, nosso desejo de paz universal se manifesta nesta edição especial, onde dedicamos todo o espaço ao espírito natalino e pacífico, na in-tenção de bem iniciar 2015.

Obrigada a todos que estiveram co-nosco em 2014, desde já bem-vindos sejam todos os que vierem escrever e ler conosco em 2015.

Possa o amor ser nosso motor maior, engendrando em nossos co-rações a paz que precisamos para nós mesmos e para auxiliar a todos os que necessitam.

Feliz Natal, Feliz Ano Novo!

Jacqueline Aisenman Editora-Chefe Varal do Brasil

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• ALESSANDRO BORGES

• ALEXANDRA M. ZEINER

• AMBROSINA CORADI

• ANNA RIBEIRO

• ANTONIO CABRAL FILHO

• ANTONIO MARCOS

• BETE FRANÇA JUFER

• CARLOS ALBERTO DE SOUZA

• CARMEN DI MORAES

• CARMEN LUCIA HUSSEIN

• CERES MARYLISE REBOUÇAS

• DEIDIMAR ALVES BRISSI

• DULCE RODRIGUES

• ELENA MATTOS

• ELINALVA OLIVEIRA

• ELISA ALDERANI

• ELOISA MENEZES PEREIRA

• ESTHER ROGESSI

• GAIÔ

• HAZEL DE SÃO FRANCISCO

• IOLANDA MARTHA BELTRAME

• ISABEL C. S. VARGAS

• ISIS DIAS VIEIRA

• IZABELLA PAVESI

• JACQUELINE AISENMAN

• JANIA SOUZA

• JOSÉ HILTON ROSA

• JULIA REGO

• LEANDRO MARTINS DE JESUS

• LOLA PRATA

• LORENI F. GUTIERREZ

• LUCIANE MARI DESCHAMPS

• LUIZ MANOEL

• MARIA ANGELA M.DA SILVA

• MARIA MOREIRA

• MARIA (NILZA) DE C. LEPRE

• MARIA SOCORRO DE SOUSA

• MARILINA B. DE ALMEIDA LEÃO

• MARINA GENTILE

• MARIO REZENDE

• MARLY RONDAN

• MARTA E. S. DE CARVALHO

• MIRIAN M. DE OLIVEIRA

• NATO MATOS

• NILDA DIAS TAVARES

• ODENIR FERRO

• OLIVEIRA CARUSO

• OTACILIO MONTEIRO

• PAULA ALVES

• REGINA MERCIA S. SOARES

• ROGÉRIO ARAÚJO (ROFA)

• ROSANGELA CALZA

• ROVANA CHAVES

• SANDRA NASCIMENTO

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• SERGIO EDUARDO DEL CORSO

• SILVIO PARISE

• SIMONE PESSOA

• SONIA NOGUEIRA

• THEREZA TOSCANO

• VARENKA DE FÁTIMA ARAÚJO

• VERA SALBEGO

• VIVIAN DE MORAES

• VÓ FIA (MARIA A. FELICORI)

• WADAD NAIEF KATTAR

• WILTON PORTO

• YARA DARIN

Penso sempre no dia 24 de dezembro, nas pessoas que trabalham o dia e a noite toda. Ou que nem lembram que dia é porque estão doentes ou simplesmente despidas de vi-da, jogadas na rua ou em qual-quer canto do mundo. Meu "Feliz Natal!" matinal, aquele que digo logo quando acordo no dia 24, vai para eles e para os meus que já estão em outra dimensão.

Jacqueline Aisenman

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Natal acreano

Por Alessandro Borges

Toda vez que chega o mês de Dezembro...

O Acre fica mais lindo e iluminado

Um sinal no céu revela a estrela guia

As famílias em suas casas reúnem todos os seus membros

As árvores ganham um tom mais esverdeado

E não há nada que se compare a toda essa magia.

Que vai emanando da ponte metálica rumo ao canal da maternidade.

Deixando no ar um brilho cristalino

Tal qual, a mais límpida esperança.

Banhando de amor e ternura toda cidade

Que novo tempo vai construindo...

Num futuro de glória e bonança.

Dizendo que é tempo de ser mais solidário

De plantar milhões de rosas coloridas da amizade

De abraçar os órfãos e os mendigos

De doar a metade de tudo do abastado armário

De viver sem falsidade

De fazer valer os ensinamentos dos mais antigos.

E cheios de afeto e liberdade

Palpitantes, sair às ruas rumo às praças.

Apregoando eloquentemente nos coretos: há chama natalina...

Permitindo que no peito esquerdo flua tão somente essa caridade

Que milagrosamente afasta para longe todas as desgraças

E fraternos, afeiçoa-nos à própria sina.

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NATAL

Por Ambrosina Coradi

Natal Festa cristã:

Aniversário de Jesus

Renovação da fé

Natal Festa da família

Confraternização mundial

Manifestação de amizade entre amigos

Natal Festa Mundial:

Desperta sentimentos

Gestos de afeto e amor

Encontro entre amigos e familiares

Ceia e troca de presentes

Celebração eucarística para comemorar

Natal festa religiosa

Nascimento de Jesus

Sinos jubilosos sonorizam no ar

Canções alegres de louvor

Roupagem reluzente pra festejar

Noite feliz e paz no Céu e na Terra

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TROVA DE NATAL

Por Antonio Cabral Filho

Neste Natal que vem vindo,

Jesus quer só um presente:

Toda criança sorrindo

pra deixar seu Pai contente.

TROVA DE ANO NOVO

Que o Ano Novo lhe flua,

conforme você almeja

e que Deus lhe retribua

em dobro o que me deseja.

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O NATAL EM CORDEL Por ANTONIO MARCOS

BANDEIRA

MEU NOME É MARCOS BANDEIRA

MEU ESTADO É O CEARÁ

JARDIM JATOBÁ O BAIRRO

SOU ARTISTA POPULAR

PROFESSOR DE PORTUGUÊS

E DO TEATRO MILENAR

SOU AINDA CORDELISTA

VOU VERSAR SOBRE O NATAL

FESTAS, BEBIDA E COMIDA

MAIS ALGUÉM ESPECIAL

É ESQUECIDO, O ESQUECEM

EXCLUEM O ESSENCIAL

NO NATAL TEM OS PRESENTES

A FAMÍLIA REUNIDA

TODOS SE ABRAÇAM E CHORAM

PROMESSAS ANTES NÃO CUMPRIDAS

SÃO RETOMADAS AGORA

MAIS NÃO DÃO SENTIDO Á VIDA

POIS A PRINCIPAL PESSOA

FICA FORA, NÃO É CONVIDADO

REPARTEM O PERU ASSADO

O VINHO PRO EMBRIAGADO

REPARTEM ROUPAS E PERFUMES

MAIS JESUS? É ENXOTADO!

INDEPENDENTE DE CRENÇA

DE FÉ OU RELIGIÃO

DE IGREJA OU SACERDOTE

ACREDITE MEU IRMÃO

TENS ALGUÉM QUE TE CRIOU

FEZ TUA RESPIRAÇÃO!

ENFIM O NATAL É:

O MOMENTO! TODO DIA!

TEMOS O MUNDO! O SOL!

O MAR!A MÚSICA!ALEGRIA!

TEMOS POIS A VIDA!

NÃO A ESQUEÇAMOS NA LIDA

NO AMOR QUE IRRADIA!!!

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Noite consolação

Por Carmen Lucia Hussein

Capelinha de Jesus

Noite de Natal

Noite de amor

Deus é amor

É tempo para desabrochar

E cultivar o amor no nosso coração

Assistimos a missa do galo

E nós oramos uma prece de mãos dadas

À meia –noite

O coral entoa lindas músicas e canções

O incenso enche toda a igreja

O nosso coração está cheio de alegria

O céu está estrelado na noite escura

A grama está coberta de orvalho

A noite escura está coberta de neblina

Capelinha de Jesus

Noite de amor

O nosso coração está cheio de amor.

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Bacalhau com Emulsão de azeite

Receita enviada por Ambrosina Coradi

Ingredientes

4 posta de bacalhau desalgado

1 xicara e 1/2 de farinha de mandioca ou farinha de biscoito água e sal triturado

1 colher de sopa de uvas passas

1 cebola média em rodelas

2colheres sopa de margarina ou manteiga sem sal

1 litro de azeite extra virgem

4 dentes de alho

Sal e pimenta do reino a gosto

Preparo

Farofa: coloque numa frigideira a cebola para mexa até esta ficar escura, coloque a manteiga ou margarina e a uva passas. Mexa bem.

Acrescente a farinha. Reserve.

Bacalhau:numa panela coloque o bacalhau .Acrescente em cima o azeite e o alho,e os outros temperos(sal,pimenta) . Deixe em

fogo baixo a temperatura de 75 graus para o bacalhau cosinhar.Cozinhar mais ou menos 20 min.

Em seguida retire o máximo o líquido que si formou. Arrume o bacalhau num prato finalize com o molho formado. Sirva com a farofa e arroz de sua preferência

junte todos os ingredientes

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A magia do Natal

Por Ceres Marylise Rebouças

Dizem-me que escrever para Papai No-el é bobagem e perda de tempo. Que ele é apenas personagem de uma antiga lenda cristã cada vez menos crível. Mesmo assim, insisto em escrever esta carta:

Querido Papai Noel

Se até hoje você vive na alma de tan-tas crianças, se permanece na recordação nostálgica dos adultos mergulhados momen-taneamente na memória de suas infâncias, se ainda é capaz de evocar tantos sonhos e fantasias em cada mágica madrugada na véspera de Natal, se ainda desperta energia criadora, força e esperança; então, você está muito mais vivo e palpável do que muitas pessoas que vivem enclausuradas nos pró-prios egoísmos. Quando criança, a magia de Natal sempre me envolvia ao escrever cartinhas para você, num esforço desesperado de listar supostos atos de bondade durante o ano in-teiro querendo receber em troca bonecas com roupinhas bonitas e conjuntos de paneli-nhas. Depois, eu as entregava aos meus pais convencida de que eles sabiam executar o impossível serviço postal que os levaria até o bom velhinho sentado sobre um trenó puxado por renas num longínquo lugar coberto de ne-ve e cheio de pinheiros. Sim, era essa magia que me impulsio-nava a fazer num cantinho da sala de visitas sobre um pouco de areia e folhas de pitan-gueira, um pequenino presépio cheio de bi-chinhos de brinquedo e uma caminha de pa-lha com o menino Jesus. Era magia o que me mantinha acorda-da certa de que poderia ver entre as sombras da noite e no silêncio da madrugada, sua sombra se esgueirando para colocar presen-tes nos meus sapatinhos ao lado da cama. Era magia o que enchia as ruas de cri-anças na manhã seguinte, mostrando seus brinquedos umas às outras, convertendo o mundo numa cidade feliz. Um dia, puseram fim à magia do meu encanto: uma bruxa sinistra, crendo que me

fazia um favor, contou-me que você, Papai Noel, não existia. Naquele instante, o mundo se transformou: Papai Noel eram nossos pais, era a invenção publicitária de algum shopping center, eram os políticos levando esmolas para os bairros pobres em troca de votos... Como pode haver espaço para a ma-gia num mundo assim? Mas nesta véspera de Natal, a criança que sobrevive em mim se apossa de minha mão e me impulsiona a escrever esta carta para você, Papai Noel, e ficará dentro de um velho sapatinho ao lado de minha cama com os meus pedidos. Traga-me de presente forças para ain-da crer que é possível construirmos um Brasil e um mundo melhores. Que apesar de tanta corrupção e impunidade, os brasileiros não caiam na desesperança e no erro de que já não vale a pena clamar e lutar. Que apesar de tantas notícias ruins, também acontecem coisas boas e belas. Que ainda há gente ho-nesta, idealista e o melhor está ali, real e ao nosso lado, nas casas vizinhas onde seus moradores dividem conosco as tristezas e alegrias do dia-a-dia. Que nos faça descobrir que podemos nos ajudar uns aos outros, des-providos do veneno da arrogância e do egoís-mo. Que ainda podemos nos unir superando as diferenças e pensando no Brasil que que-remos deixar para nossos filhos e netos. Abraça-lhe com todo encanto da magia de Natal, sua eterna menina: Lise

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À Volta da Mesa de Natal em Portugal

Por Dulce Rodrigues

Embora o Natal seja hoje celebrado em to-do o mundo, as suas tradições variam de país para país, de religião para religião, con-forme os usos e costumes. Para os cristãos, o Natal significa o nascimento do Menino Jesus, mas quer para eles ou para os ou-tros, esta quadra do ano proporciona a reu-nião com familiares e amigos à volta da me-sa de Natal, partilhando alegremente de uma refeição.

A gastronomia, que igualmente faz parte da cultura de um povo, não podia deixar de ter as suas tradições natalícias e, tanto os ricos como os pobres, tanto os que vivem nas ci-dades como os que vivem no campo, todos apreciam uma gastronomia especial nesta quadra do ano.

Em Portugal, obviamente que não se podia fugir a esta magia e seguem-se as tradições natalícias herdadas dos nossos antepassa-dos, embora essas tradições por vezes te-nham particularidades próprias a cada regi-ão do país. De Norte a Sul de Portugal nes-ta quadra festiva, o ar enche-se do aroma da canela vinda de lugares distantes, do perfume do mel das encostas do Douro, e da fragrância das laranjeiras do Algarve...

Desde o século XIX que um bolo especial tem vindo a conquistar o coração e a mesa de Natal dos Portugueses: o Bolo-Rei. A ideia deste bolo chegou a Lisboa pelas mãos do Sr. Baltazar Castanheiro Júnior, um emigrante português em França, que adaptou a receita ao gosto e preferências gastronómicas do povo português. No início, tal como o seu nome indica, o Bolo-Rei era fabricado somente no dia de Reis, pela Con-feitaria Nacional em Lisboa, propriedade da família Baltazar Castanheiro, porém, em breve o seu fabrico se estendeu ao resto do país e a todo o período do Natal. Este bolo ganhou prestígio e é presentemente um ex-libris da gastronomia portuguesa da quadra natalícia, sendo também fabricado e vendido em países estrangeiros como o Luxemburgo e a França.

Desejo-lhe um santo e feliz Natal e, se qui-ser deliciar-se com algumas das receitas desta quadra do ano, que são de comer e chorar por mais, não hesite em visitar o meu portal www.dulcerodrigues.info/gastro/pt/. Aqui, neste espaço que a nossa amiga Jac-queline gentilmente nos preparou, deixo-vos a receita do “Bolo de Natal” dos Açores, muito gostoso, além de ter ingredientes que é fácil encontrar além-fronteiras portugue-sas.

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Bolo de Natal

Por Dulce Rodrigues

Este bolo, que deve ser feito pelo menos com 8 dias de antecedência, serve-se no Natal sem qualquer enfeite ou apenas enfeitado com frutas cristalizadas.

É usado também como bolo de noiva ou de aniversário, sendo nestas circunstâncias muito enfeitado com glacé de açúcar moldado à mão e trabalhado à seringa.

Ingredientes:

. 500 g de farinha

. 500 g de açúcar

. 250 g de manteiga

. 6 ovos

. 3 colheres de chá de fermento em pó

. raspa da casca de 1 limão

. noz-moscada

. 1 cálice de aguardente

. 1 cálice de vinho do Porto

. 125 g de nozes

. 1,5 dl de melaço

. 500 g de frutas cristalizadas (inclui obrigatoriamente cidrão)

. 2 variedades de doce de fruta (2 colheres de sopa de cada: uva, figo, marmelo, morango, capucho, etc.)

Preparação:

1 - Picam-se as frutas e polvilham-se com farinha.

2 - Bate-se a manteiga com o açúcar até se obter um creme. Juntam-se as gemas, mistu-ram-se bem e adicionam-se os restantes ingredientes com excepção das claras, sendo a farinha peneirada com o fermento.

3 - Batem-se as claras em castelo bem firme e juntam-se ao preparado anterior.

4 - Deita-se a massa numa forma redonda bem untada com manteiga e polvilhada com fari-nha e leva-se a cozer em forno médio durante cerca de hora e meia. Verifica-se a cozedura com um palito, que deve sair seco.

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UM NOVO ANO Por Izabella Pavesi

Conto as horas para um novo ano...

A natureza, os povos e a mídia

Anunciam um novo tempo por vir.

No limiar de 2015...

Cintila uma inabalável esperança!

Adivinhos debruçam-se sobre enigmas,

Prenunciam dores, amores e perdas.

Não me avisem!... de futuros dias...

Persevera em mim o incontestável:

Serei feliz!...

Hei de espargir sorrisos!

Além das nuvens...

Um cristalino arco-íris corta os céus,

Ilumina o firmamento!

Além do horizonte,... submersos,

Tesouros despontam...

Além do suor que me embaça a visão,

Meus olhos veem o esplendor das galáxias.

Apesar das rusgas que me cercam,

Fúcsias orquídeas e tulipas florescerão

No meu coração!

Campos de lavanda luxuriantes

Exalarão seus perfumes inebriantes.

Não faltarão estrelas... sobre nós!

Anjos pulverizarão a paz!

Apesar dos tornados, ciclones e ventanias,

Tivemos generosidade sem igual.

A esperança... essa doce melodia,

Me agita a alma co’ uma certeza:

Hei de vencer!...

Farei a vida acontecer!

Farei meus dias... admiráveis!

E o faça... você também!!!

FELIZ ANO NOVO!

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MAIS UM NATAL

Por Elisa Alderani

Vamos somar em nossas vidas mais um Natal!

Para alguns ainda são poucos, para outros são mais...

Para os muitos que já passaram guardamos lembranças,

Nem sempre alegres, nem sempre tristes.

Agora esperamos o novo Natal.

Preparamos nossos corações decorados com o Amor,

Pois, por fora a felicidade brilha nas vitrines...

Tão efêmera como a luz.

Passado o Natal se apaga na rotina de nossa vida.

Preparamos nosso Presépio com a família unida, nas confraternizações.

Com os amigos, sejam os novos que os antigos.

Colocamos nos nossos lábios o sorriso sincero,

As palavras saiam do coração...

Tirando as máscaras da vaidade e do orgulho...

Ao final somos todos iguais, feitos do mesmo barro.

Mas, edificados pela Graça do Jesus Menino!

Ele assumiu nosso semblante para nos dizer:

Coragem! Nasça de novo!

É... Mais um Natal! É tempo de restaurar o coração!

Seremos mais dignos!

Á frente da manjedoura em adoração!

Pedimos com Amor...

Sabedoria e Humildade...

Encontraremos a verdadeira Felicidade!

Feliz Natal

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SONHOS DE NATAL

Por EstherRogessi

Era Natal e eu não entendia o porquê daque-las crianças estarem bem vestidas, cheiro-sas, e acompanhadas pelos pais a brincarem alegremente, nas praças e parques... En-quanto que eu tinha que vender balas des-calço, e com roupas surradas. Algumas cri-anças corriam alegremente em suas bicicle-tas, outras brincavam com carrinhos, alguns tinham motor e uns botões, que os seus do-nos apertavam, e os carros andavam sozi-nhos... sem cordões.

Que bonito! Como eu queria brincar com eles...

Às crianças sorriam... Eram tão felizes! Con-versavam eufóricas, e mostravam os seus brinquedos dizendo: – Foi o Papai Noel que me deu!

Segurando o meu tabuleiro de confeitos, eu ficava a olhá-las pensando: Papai Noel... Se-rá que ele dá presentes aos pobres?

Comecei a conversar com uma das crianças queria saber sobre papai Noel. Quando a mãe do garoto o viu, conversando comigo, gritou: – Vem Marcos! E, ligeiramente aproxi-mou-se, o pegou pelo braço, e o levou para longe de mim... Ah! Eu queria perguntar tan-tas coisas ao Marcos...

Ouvi falar de um homem bom, barrigudo e amigo das crianças; um velhinho, que satisfa-zia os desejos de cada uma delas... Que as fazia felizes. Pensei..., no próximo Natal, eu vou fazer um pedido a ele.

Alegre e ansioso, pela chegada do próximo Natal, enfim vi chegar o mês de dezembro. Perguntei aqui, ali, e acolá... Como fazer? Como ele vai saber o que eu quero? Como ele vai saber onde moro?

– Escreve... Pede a ele! – Disse Pauli-nho, o meu vizinho.

Mesmo pobre, o Paulinho pediu um brinque-do e Papai Noel atendeu. A mãe dele era do-

méstica e trabalhava na casa de uma doutora que morava num bairro nobre da cidade.

Fiz uma carta, para o Papai Noel pedindo-lhe uma bicicleta. Escrevi e só Deus entendeu: –Quero nova, como as das crianças da praça; um carrinho para os meus irmãos, e uma bo-neca para a minha irmã. Pensei: se os brin-quedos dos meninos da praça são novinhos, os nossos também serão.

Paulinho, o meu vizinho, falou que pediu um carro de bombeiros, que colocou o pedido dentro do seu sapato. – Paulinho... Eu não tenho sapatos, posso colocar dentro das mi-nhas havaianas?

– Acho que sim!

Coloquei e quase que não dormi. Não pelo desconforto, eu dormia apertado entre os meus cinco irmãos, em um colchão velho no chão de barro batido, mas pela ansiedade. Eu queria ver a alegria dos meus irmãos, e tam-bém, poder andar de bicicleta. Eu tinha só sete anos de idade, mas trabalhava, ajudava a minha mãe vendendo balas, para eles co-merem; sentia-me responsável por eles.

Amanheceu, e... Nada! Nenhum presente, nem bicicleta, nem carrinhos, tampouco a boneca... Que decepção! Chorei e chorei muito! A minha mãe chorou comigo, ela era diarista e no dia seguinte, lá vem ela.., de uma casa onde trabalhou, com uns pacotes, tão diferentes dos feitos nas lojas... Uma bo-neca velha e careca, para a minha irmã, e uns carrinhos com as rodas quebradas para nós, os meninos.

Entendi que papai Noel não é o mesmo para todas às crianças. Ele dá brinquedos ricos para as crianças ricas e pobres, para as cri-anças pobres... E, muitas vezes, não dá na-da!

O real entendimento desse fato veio depois... Muito depois, quando eu cresci. Descobri que Papai Noel é só fantasia... Doce, ou amarga.

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Para participar do Varal do Brasil é muito simples:

• Peça o formulário de inscrição através de nosso e-mail

[email protected] e envie seu texto, acompanhado do formulário, para este

mesmo e-mail!

Toda participação é gratuita!

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Estrela Cadente Que os sonhos se realizem No Ano que vem e vai, Bateu meia-noite Cruzam o Céu lentamente Três Estrelas-guias...

Por Hazel de São Francisco.

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ESPÍRITO DE NATAL

Isabel C S Vargas

O Natal se aproxima

Um espírito de paz

E confraternização se instaura.

Crianças se empolgam

Antevendo presentes.

A televisão faz chamamentos,

As famílias enfeitam as casas,

Tudo parece em comunhão.

Parece que todos serão felizes.

Papai Noel é o centro das atenções.

Pois neste Natal, mais do que nunca

Desejo lembrar Jesus.

Que nasceu pobre, assim cresceu,

Sofreu e morreu e amou a todos,

Sem importar se pobre ou rico, bom ou mau,

Preto ou branco, judeu ou não.

Quero lembrar Jesus

Para nunca esquecer de agradecer,

Pela família que formei,

Pelos filhos que tive

Pelos amigos, pelo trabalho, por tudo

Que somei nesta vida.

Quero agradecer neste Natal

Pelas novas razões de viver,

Pela renovação da esperança

Com Marina, Otávio, Francisco, Augusto

E Amanda.

Amados todos!

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O Presente do Papai Noel

Jacqueline Aisenman

Acordaram e não viram o menino. Procuraram pela casa toda e nada. O desespero já começara a se instalar quando encontraram um bilhete perto da árvore: Mamãe, papai, já volto. Fui levar um presente para o Papai Noel. Assinado: Joel. Agonia completa! Presente para o Papai Noel? Que loucura era esta? De repente a porta se abre e ele entra, de pijamas, um pouco amassado e todo sorridente. Corre abraçar os pais ainda sem fala e sem espera começa a falar: Lembram ontem quando fomos à missa? Ele estava lá, lá na calçada o Papai Noel. A barba estava muito suja, a roupa puída e só o chapéu e o sininho na mão fizeram que visse que era realmente ele. Ah, e o saco ao lado de-le. Era o Papai Noel. Fora falar com ele mas ele estava pedindo comi-da para os passantes com o saco vazio estendido. Foi quando pensou que desta vez ele tinha que ser o Papai Noel para aquele velhinho que todo ano vinha trazer coisas para ele no Natal. Mudos e estarrecidos os pais não conseguiam dizer palavra alguma. Mas o menino terminou seu discurso dizendo, todo feliz: Levei a comida do jantar, a estrela da árvore e aquelas roupas que o papai disse que não queria mais. Ma-mãe, papai, vocês não podem imaginar a felicidade dele! Disse que eu viesse pra casa correndo que meu presente ia estar aqui... Mas agora que o conheci pessoalmente nem preciso mais de presente! E naquela manhã de Natal três pessoas festejaram dentro de casa o que o Papai Noel festejava sozinho na rua: um Feliz Natal!

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Natal: o menino Jesus nasceu e cresceu...

Por Rogério Araújo (Rofa)

Natal, nos tempos atuais, é compreendido de forma equivocada por muita gen-

te em determinadas ocasiões. É comum quando recebemos cartões comemorativos nessa época, vermos al-

guma mensagem assim: “Que o menino Jesus ilumine sua vida!”. O Natal é, sim, o nascimento de Cristo que veio ao mundo enviado pelo seu

Pai (Deus), como diz o conhecido versículo de João 3.16: “Porque Deus amou o mun-do, de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Talvez o equívoco não esteja somente no fato que Jesus não tenha nascido no dia 25 de dezembro, como é amplamente comprovado, inclusive em dados históricos. O menino Jesus nasceu, mas cresceu, marcou sua passagem na Terra de maneira única e tudo para “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10).

Não é o “menino Jesus” que ilumina a nossa vida, como diz aquela citada mensagem natalina, mas CRISTO como enviado do Senhor que pode nos guiar e abençoar em nossa caminhada diária.

Devemos celebrar o Natal o ano todo e não pura e simplesmente durante esse mês. Jesus é Emanuel, o Deus conosco, e sempre presente em nossos co-rações. Para isso, basta que o deixemos entrar e fazer morada em nossa vida, reinan-do sobre ela.

Como disse uma frase do pastor e escritor Israel Belo de Azevedo: “Natal é de Deus o maior projeto, tendo-lhe custado o oferecimento do Seu Filho de tanto afeto”.

Comemore da melhor forma para agradar a DEUS e não ao mundo que tanto o desagrada usando e abusando de quitutes pseudo símbolos natalinos.

Feliz Natal em Jesus Cristo! A Ele toda honra e glória!

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CULTíssimo

Por @n[ Ros_nrot

Eles estavam a quilômetros de distância de seus países, casas e familiares; a tristeza e o cansaço estampados em cada rosto, à morte espreitando nas trincheiras, o futuro incerto, nebuloso; naquele mês de dezembro de 1914, com a Grande Guerra (“Primeira Guer-ra Mundial”, eles ainda nem sabiam haveria uma segunda) recém-declarada o Natal era somente uma dolorosa lembrança dos tem-pos idos, de uma época de paz que talvez nunca mais voltasse. A Europa não era mais constituída de países irmãos, mas dividida entre a Tríplice Entente (britânicos, franceses e russos) e a Tríplice Aliança (Império Ale-mão, Austro-Húngaro e Turco-Otomano) e aqueles homens, antes amigos e vizinhos, agora eram soldados lutando sem saber exa-tamente por que ou por quem. Mas contra todas as possibilidades uma trégua não auto-rizada foi feita e os lados inimigos se uniram numa comemoração natalina emocionante, com direito a árvore de natal, lindas canções, a divisão de tudo o que possuíam numa “quase” ceia e o mais importante: paz. Essa comovente história real foi adap-tada e contada de forma emocionante pelo francês Christian Carion (que descobriu a história por acaso num livro chamado "Battles of Flanders and Artois 1914-1918", de Yves Buffetaut) no clássico Feliz Natal (Joyeux Noël, 2005), ótima pedida para ser visto em família nas festas de fim de ano ou até mesmo sozinho num momento de refle-xão; totalmente voltado para a humanização dos personagens, nos identificamos com aqueles pobres soldados que se confraterni-zam, riem, mostram fotos dos familiares, per-cebem afinidades entre si e desejam a mes-ma coisa: um futuro melhor. Esse episódio foi brevemente retratado, no épico de Richard Attenborough "Oh! Que Bela Guerra!", de

1969. Aproveitando o 100º Aniversário da Pri-meira Guerra Mundial e a Edição Especial de Natal da Revista Varal do Brasil, quero indi-car esse filme que traz uma poderosa lição de humanidade, de tolerância e de amor ao próximo, perfeito para qualquer época do ano. Não deixem de ver e se emocionar! Obrigada e até o ano que vem! Boas Festas! (Segue)

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Feliz Natal (Joyeux Noël, Alemanha/Bélgica/França/Inglaterra/Romênia - 2005) O Natal chega em 1914. O mundo vive a tensão da Primeira Guerra Mundial e o clima não está na-da ameno para soldados e seus familiares. Mas o que parecia ser impossível acontece: ocorre um cessar-fogo e os inimigos largam as trincheiras para celebrar a data. O acordo temporário de paz conta ainda com Anna Sorensen (Diane Kruger) e Nikolaus Sprink (Benno Fürmann), uma dupla de cantores alemães que emociona a todos com canções na-talinas. Baseado numa história real.

Para contato e/ou sugestões é só mandar uma mensagem: anarosen-

[email protected] Curtam no facebook a página Cultíssimo-

Ana Rosenrot - https://www.facebook.com/cultissimoanarosenrot

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É natal no mundo

Por José Hilton Rosa

Não esconda o belo

Acenda a tocha e queime o mal

Não respire o que sobra do mal

Apenas ajoelha e reza

Ofereça o sangue aos bons

Ofereça uma flor

Sinta o perfume do prazer

Faça que tenha prazer junto com você

Diga sim a um beijo de qualquer mulher

Mesmo que seja sua mãe

Diga amém para a praga jogada

Mesmo achando que não mereça

Peça perdão ao seu amor

Abraça a futura amante

Peça um filho no útero da amada

Ofereça seu sangue posto no cálice

Doe seus olhos para as coisas belas

Chame de meu bem todo sexo feminino

Jogue seu ódio no rio que corre

Ofereça seu corpo para o prazer

Não relute o tempo

Peça uma benção ao sábio

Chame o inimigo para um abraço

Use sua cama para confortá-lo

Deixe a tristeza só

Dê um sorriso para a vida

Abrace seus sonhos

Relute para não soltá-los

Tenha o carinho ao seu lado

Diga ao fraco que chore

Dê um grito de ânimo para ele

Ofereça seu sono para a noite fria

Faça afago ao calor de todo ser feminino

Dê um beijo na felicidade

Sempre que ela aparecer

Ofereça uma flor para aquela que te der um sorriso

Dê a mão para as travessias difíceis

Olha para o céu e ofereça seu corpo

Não maltrate a mulher adultera

Não reprima o desejo feminino

Faça sempre o prazer de uma mulher

Mesmo que dela não produza uma semente

Regue as entranhas numa tarde fria e sem sol

Deixe as lágrimas lavar seu rosto

Peça que volte sempre ao seu aposento

Chame de linda, mesmo a feia

Dê prazer sem olhar a cor de sua pele

Obedeça sua vontade noturna

Molhe o corpo da companheira com seu suor

Deixe entrelaçar seus perfumes

Peça o sexo de sua esposa

Ofereça outro prazer que você não possa dar

Chame-a para passear na neve

Abraçados, o frio é diminuído

Cante com todos os fiéis

Cante o natal!

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QUANDO SE ABRIREM AS CORTINAS DO NATAL

Por Wilton Porto

Quando se abrirem as cortinas do Natal

E tu fores abraçar os teus amigos,

Afasta-te um instante desse círculo

E silente abre a tela de tua mente...

Lembra-te que em algum canto da cidade,

Alguém – que talvez triste – pensa em ti

E como muitos, quer ao menos um abraço.

Leva-o, então, de encontro ao peito,

Dize-lhe – que seja apenas nesse dia...

Dize-lhe para os céus todos sentirem:

“Entranha das minhas entranhas,

Recanto da minha dor.

Se a solidão te é tamanha,

A minha não é menor.

Não apenas neste Natal,

Enquanto viva eu for:

Eu serei a tua estrela,

Tua amante, teu amor!”

Não apenas neste Natal:

Enquanto viva eu for!”

Sentirei tua presença,

A paz em mim suspensa

Chegar-me-á em um jasmim.

Entre minhas mãos, o teu rosto,

De beijos, farei um porto,

No Porto que há em mim.

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Nascimento do Salvador

Por Leandro Martins de Jesus

Na cidade de Nazaré

Gabriel foi avisar

A uma virgem desposada

Que a luz iria dar

Não temas cheia de graça!

O Senhor contigo está!

Jesus, o filho de Deus

Do teu santo ventre nascerá

Filho do Altíssimo Ele será

Terá o trono de Davi

Na casa de Jacó reinará

Infinito, seu Reino será...

No tempo em que Quirino governava

Recenseamento César Augusto ordenou

José subiu da Galileia

De Nazaré com Maria viajou...

Seguindo pelo deserto da Judéia

A cidade de Davi avistou

Em Belém, Maria grávida

A gestação se completou

E deu a luz seu Filho primogênito

Envolvendo-o em faixas, reclinou

Dentro de uma manjedoura qual berço

Pois instalação, ali não achou

Um anjo do Senhor apareceu

E aos pastores avisou

Na cidade de Davi hoje nasceu

A Boa Nova, o Grande Rei, o Salvador!

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Bolachas de Natal

Receita enviada por Ambrosina Coradi

]Ingredientes: 200 gramas de açúcar confeiteiro

235 de amêndoas moídas no liquidificador

100 gramas de amêndoas em pó

100 gramas de claras 200 gramas de açúcar Corante de sua preferência ou chocolate

1 colher de sobremesa de fermento em pó.

Preparo: peneire o açúcar numa vasilha coloque todos os in-gredientes, acrescente as claras batidas . amasse bem. Deixe a massa descansa cerca de 20 ou 30 min.

Abra a massa corte com um cortador. Pode ser em formato de arvore, peixe circulo.

Coloque os biscoitos numa assadeira. Asse à temperatura de 30 ou 20 min. Forno a 160 graus. Faça o recheio de sua prefe-rencia doce de leite, chocolate, pasta de frutas.

Depois de assados recheios ou não fica a seu critério. Sirva os biscoitos com café ,chá ou bebida apropriada.

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Bolo Gelado

Receita enviada por Ana Rosenrot

Tempo de Preparo: 1h 00min Rendimento: 12 porções

Ingredientes

4 ovos 2 xícaras de açúcar 3 xícaras de farinha de trigo 1 copo de suco de laranja ( 250ml) 1 colher de sopa de fermento em pó Para a cobertura:

1 garrafa pequena de leite de coco 1 garrafa de leite ( utilize a mesma garrafa do leite de coco como medida) 1 lata de leite condensado 1 pacote de coco ralado sem açúcar

Modo de preparo:

Na batedeira bata as claras em neve Acrescente o açúcar e bata por mais uns 3 minutos Coloque as gemas, o trigo, o suco e continue batendo até formar uma massa homogênea. Por último ponha o fermento, bata por mais 40 segundos na menor velocidade da batedeira. Despeje a massa numa forma média e untada Asse em forno pré-aquecido em temperatura média por aproximadamente 40 minutos ou até dourar Cobertura:

Misture bem numa tigela o leite de coco, o leite e o leite condensado e reserve. Assim que o bolo tiver assado, retire do forno e fure toda a sua superfície com garfo ou faca, assim a cobertura penetrará bem. Com o bolo ainda quente e já furado despeje a cobertura sobre ele salpique

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ALISTADECE SARAUGUSTO

Por Lóla Prata

- Recenseamento? Por que Cé-

sar Augusto quer contar as pessoas?

Para cobrar mais impostos? Os roma-

nos inventam esse tipo de coisas para

nos subjugar ainda mais... e Cirino,

governador da Síria, obedece como

carneiro! Sinto-me exausta de tanta

trabalheira! Tem gente alojada por to-

dos os cantos! Creio que hoje não

chegará mais ninguém; é tarde e a

noite esfria. Marido, já imaginou o

transtorno para essa gente? Virem das

cidades vizinhas, abandonarem as ca-

sas, forçando os jumentos nas areias,

tropeçando pelas pedras do caminho,

enfrentando colinas e vales? Todos,

descendentes de Davi. Como cresceu

a família do rei! Mas de rei, só o título,

pois são tão pobres, aliás, somos tão

miseráveis... nem liberdade possuí-

mos. Bem, eu não posso reclamar, o

de comer não nos falta, sempre um ou

outro peregrino de Jerusalém passa e

se aloja por aqui...

- Então, cala; é pra isso que tra-

balhamos, mulher. Moramos na Cida-

de do Pão. Não nos faltando pão, não

nos falta vida...

- Vida? Que vida? Sou quase um

camelo; vivo para servir os beduínos...

- Algum dia, nos livraremos des-

se jugo romano! O Salvador está per-

to!

- Marido, desconfia do que falam

por aí...

- E vou descrer dos profetas?

- Todos morreram, como nós.

Gente da mesma cepa. Gente que vi-

ve e morre...

- Ouvi falar que até Herodes an-

da inquieto com as profecias de Mi-

quéias. Sabes, não? Ele nascerá aqui

em Belém de Judá, conforme está es-

crito, em tempos de agora. - Fecha os

olhos, marido sonhador, e descansa.

Qual morador daqui é nobre e rico o

bastante, para gerar um libertador?

- Esqueceste que Davi aqui nas-

ceu e cá foi ungido rei?

- Faz muito tempo, muito tempo!

Agora, só vejo revolta em cada esqui-

na. Dorme! Amanhã teremos mais ser-

viço. Ao primeiro clarão, ponho a mas-

sa a levedar! Oh, tocam o sinete... se-

rão hóspedes? Oh, Javé, dai-me paci-

ência...

- Não pronuncies o nome sagra-

do! Perdes o respeito, mulher?

(Segue)

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- Pois vou desvencilhar-me dos intrusos e já volto.

- Espera... vou eu a dispensar os viajantes..., dizer-lhes que não há mais

lugar na estalagem. Ora, ora, vem vê-los daqui da janela: é uma mulher grávida,

amparada no braço do esposo. São pobres. O que fazemos? A noite é fria, ape-

sar daquela estrela maravilhosa e diferente... vem olhar o céu, mulher. Mira a es-

trela, está tão perto...

- É lindíssima como a aurora! Há de ser um bom augúrio! Bem, a essa ho-

ra avançada, vamos acolhê-los, coitados. Se forem humildes, aceitarão o teto da

estrebaria. Só que não tenho mais forças para servir-lhes nem um caldo. Imagi-

no que vou ter trabalho de parteira, logo mais. Resolve como puderes! Deixai-

me dormir um pouco!

E o estalajadeiro recebeu-os e acomodou-os na gruta...

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É DEZEMBRO, mais um!

Por Marina Gentile

É dezembro, mais um,

Mais famílias unidas neste dia,

Festas, confraternizações,

Mas ao redor do mundo,

Um monte de hipocrisias,

Guerras, dor, conflitos.

É dezembro, mais um,

Paremos para refletir,

Paremos para compartilhar,

Para fazer a nossa parte,

DOAR AMOR.

É dezembro, mais um,

Que a PAZ seja instalada,

De vez, nos nossos corações,

Como boa semente,

A serem espalhadas.

É dezembro, mais um,

Que o AMOR seja o elo,

Salvando a humanidade...

Do flagelo!

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SER CRIANÇA

Por Mário Rezende

Ah, Como é bom ser criança!

Ser feliz e cheia de esperança.

Problemas? Tô fora!

Isso é coisa de adulto.

Agora eu só quero é dar na mamãe

e no meu papai, também,

o meu beijo de bom dia

e lambuzar de manteiga os rostinhos deles.

É muito bom café com leite e pão,

de manhã, cedinho, receber sorrindo

o olhar carinhoso dos meus herói e heroína

bem no comecinho e me acompanhar até o fim do dia.

Como são bonitos o meu papai e minha mamãe!

É bem legal acreditar que a vida

é cheia de brincadeira e poesia.

Eu amo vocês que me fazem sentir desse jeito:

o meu mundo completo de alegria

e entendendo que a vida pode ser assim, tão bela.

Esperar a noite chegar e receber a visita do Papai Noel,

Quem eu não vou ver, lógico. Não sei como ele consegue fazer isso;

chega assim, de mansinho, deixa lá um presentinho pra todo mundo

e vai embora sem ser percebido.

Ele deve ter um coração imenso, cheinho de felicidade.

Eu acho que foi o jeito que encontrou pra repartir com todo mundo.

Eu também vou querer ser assim.

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Ressurreição

Por Leandro Martins de Jesus

Eu vi o Senhor! Exclamou Maria...

Não a de Nazaré, mas, a Madalena.

Era manhã de domingo,

Bem de madrugada...

O túmulo estava vazio...

Jesus ressuscitara!

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Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15

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EU VOCÊ E A LAREIRA

Por EstherRogessi

É Natal! A alegria em minha volta me contagia. Faz-se mais forte o meu desejo de olhar-te direto nos olhos, e com muito amor abraçar-te; curar-me da saudade doída; sentir o teu cheiro que se perdeu no ar, mas que ficou em mim... Lembro que era muito bom.

Quero esquecer as dores passadas, e no passado deixar tudo. Às feridas aber-tas...Tentei curá-las, por muito tempo... Não deu certo. Porém, o tempo “milagreiro” tem esse poder, e assim... aprendi a perdoar.

Dezoito anos... Sem contar contigo, tampouco, partilhar das alegrias do Natal. Os nos-sos filhos, não são mais crianças – embora, para mim, sejam eternamente – seguiram rumos diferentes, têm suas vidas independentes e moram fora do país. Recebi pre-sentes, e cartões, expressando desejos de felicidade.

Sou daquelas criaturas que amam uma só vez na vida. Há pessoas que fazem de suas vidas um laboratório de amor e dos seus corações tubos de ensaio – estão sempre propensas às novas experiências amorosas. Contento-me com boas lembranças, do que julguei eterno.

Depois destes longos anos, de solidão arrumei à casa com esmero. Estás voltando... Decorei tudo de acordo com a época, e preparei a lareira, que está queimando, igual ao meu coração. Nada mudou, sinto a mesma emoção, de quando namorávamos, e na saída, no portão, beijávamo-nos ternamente. Éramos tão jovens... Fomos tão feli-zes!

Do infernal desencontro... Prefiro não mais falar! Chegarás no voo das 23 horas. Es-pero passar à noite aconchegada em teus braços, no calor da lareira, e feliz... Enfim, sorrir, não mais chorar.

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Natal é presente

Por Maria Moreira

Neste natal quero um presente!

Nada que seja caro ou raro.

Uma quimera bem original,

Tirada do coração num repente.

Quero muito compartilhar alegrias,

Na imensidão deste universo.

No apagar das estrelas,

Para o raiar do novo dia.

A meia noite com o badalar do sino

Anunciando a chegada do menino,

Meu coração se enche de contentamento,

Por este presente do ouro, o mais fino!

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O melhor Natal da minha

infância

Por Maria (Nilza) Campos Lepre

Estamos nos aproximando da época mais festiva do ano cristão, o nascimento de Cristo, mas, infelizmente este ano, pa-pai esta com sérios problemas financeiros.

Tudo que plantou e colheu durante este ano, em sua fazenda, não conseguiu vender pelos valores merecidos, e, por is-so, o prejuízo foi imenso, até o café este ano teve uma queda assustara na sua cota-ção do mercado.

Mamãe, com toda calma, tentou ex-plicar para nós crianças, que este ano, os brinquedos seriam substituídos pela com-pra de roupas, pois a situação não estava boa para gastos supérfluos.

Eu como a mais velha dos filhos, compreendi imediatamente, a seriedade da situação que eles estavam vivenciando.

Acredito que os mais novos, não en-tenderam nada do que ela falou, só queri-am saber dos presentes que iriam receber do Papai Noel.

Eu nesta época já havia completado dez anos de idade, mas, sempre me manti-ve atenta a tudo que se passava ao meu re-dor, principalmente sobre assuntos da fa-mília.

Já faz algum tempo que percebera a imensa tristeza que papai trazia estampada em seu rosto.

Costumava, nos fins de semana quan-

do vinha para a cidade, ficar por horas, e horas, sentado em sua escrivaninha, fazen-do contas, e, muitas vezes o peguei com a cabeça entre as mãos, e, com o olhar triste e perdido no espaço.

Mamãe sempre tentava animá-lo com frases de conforto, mas, eu notava a grande aflição que ele carregava dentro de si. Na presença dos filhos, procurava se compor-tar como sempre fizera.

A minha maior preocupação era com minha irmãzinha caçula, pois, só tinha três aninhos, e, não entenderia o porquê de não receber um belo brinquedo do seu querido Papai Noel.

Os outros já eram mais crescidos e já tiveram o prazer de belos e fartos Natais, regados de alegria e muitos presentes, mas, ela pobrezinha, só agora começava a en-tender realmente o significado desta festa.

Quanto mais pensava a respeito, mais meu coração se apertava, tinha que de al-guma forma resolver esta situação.

Num estalo achei como conseguir di-nheiro para garantir o natal da pequenina.

Todos os fins de semana, papai apesar dos problemas, nos dava uma pequena me-sada, era o suficiente para irmos assistir a matinê do cinema, e, comprar um pacote de balas.

Morava conosco uma tia, irmã mais nova de minha mãe. Ela trabalhava de ven-dedora, na sessão de brinquedos, de um grande magazine de nossa cidade.

(Segue)

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Conversei com ela e fiquei sabendo que por ser funcionária da loja, conseguiria comprar brinquedos com um grande abati-mento nos preços.

Minha cabecinha começou a criar va-rias estratégias de como resolver esta situa-ção, sem que meus pais percebessem o que eu estava fazendo.

Passei a visitar minha tia enquanto ela estava trabalhando, pois, só assim poderia verificar os preços dos brinquedos e ver quais os mais baratinhos.

Para minha sorte, as fábricas haviam acabado de lançar no mercado, produtos feitos de plástico que seriam vendidos em forma de unidade. Consegui achar cadei-ras, mesas, fogões estantes, camas e outras coisas mais, com as quais poderia montar uma casinha de bonecas para minha irmã-zinha.

Depois de saber o quanto iria custar, passei a parte mais difícil, a de conseguir a verba. Teria que ser muito criativa, pois meus pais não poderiam desconfiar do que eu esta tramando.

A partir deste dia, todo o domingo, ao chegarmos ao cinema, comprava os ingres-sos, e um o pacote de balas para meus ir-mãozinhos, que eram bem mais novos que eu; esperava que entrassem no cinema, juntamente com seus coleguinhas, e eu fi-cava do lado de fora esperando até que a sessão acabasse.

Eles não perceberam o que eu estava fazendo, porque costumavam se sentar na primeira fileira de cadeiras, e, eu sempre ficava mais no fundo em companhia de mi-nhas amigas. Quando saiam, eu já os esta-

va esperando para voltarmos para casa.

Não via a hora de terminar o domin-go, pois, na segunda feira iria fazer uma nova visita a minha tia, só que desta vez, começaria a compra das pequenas peças. Ela acabou se tornando cúmplice neste meu projeto, era ela que me ajudava na es-colha das peças mais baratas. Depois ia até o caixa e comprava em seu nome.

Durante varias semanas, assim agi, até os dias que antecederam o Natal. Só ai, pedi permissão a uma prima, que morava perto de nós, e, consegui montar em sua casa, usando caixas de sapatos, três cômo-dos de uma casa, um era a cozinha, outro o quarto e o terceiro a sala de jantar.

Sempre tive grande habilidade com as mãos, e, usando uma tesoura, um pouco de cola, folhas de papeis coloridos, e muita imaginação, eu consegui construir os cená-rios, onde iria colocar as peças compradas.

Agradeci minha prima e minha tia, que acabaram me ajudando na confecção do presente, coloquei tudo dentro de uma sacola, e, rumei para casa, rezando para que ninguém me visse ao entrar, pois, pre-tendia esconder tudo dentro de meu guarda-roupa. Minhas preces foram ouvidas e tu-do correu como eu havia planejado.

Dois dias depois seria véspera de Na-tal, e, toda família iria assistir a Missa do Galo, teria de achar uma forma de colocar o brinquedo perto do sapatinho de minha irmãzinha sem que ninguém percebesse.

(Segue)

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Chegou o dia, mas antes de partirmos, mamãe como sempre, arrastou uma mesi-nha, para perto de uma janela, cobriu com uma toalha bordada, e, colocou em cima dela um lindo bolo que havia feito à tarde; era para matar a fome do velhinho Noel, quando passasse por nossa casa.

Como em todos os Natais anteriores, colocamos nossos sapatos no parapeito da janela, para que ele ali depositasse algum presente.

Voltamos da missa muito tarde, fomos para cama assim que chegamos, pois, este seria o primeiro Natal que não teríamos a ceia. Esperei acordada até que todos dor-missem, e, me levantei pé-ante-pé, peguei a sacola, e rumei para a sala a fim de mon-tar os cômodos que havia criado para a pe-quenina. Estava tão entretida que não per-cebi a chegada de minha mãe, que também vinha colocar alguns pequenos presentes para seus filhos; quando me viu, compre-endeu imediatamente o que estava aconte-cendo e acabou me ajudando na montagem da casinha.

Ao final do serviço, nos levantamos, ficando por alguns momentos paradas uma frente a outra somente nos encarando, quando, sem mais nem menos, ela me abraçou emocionada. Pairava no ar uma onda mágica de amor e carinho. Não preci-sou que disséssemos nada, nem ao menos uma palavra, pois nossos olhares diziam tudo que estávamos sentindo.

Meu coração transbordava de alegria, fui para cama dormir, ansiosa para que lo-go chegasse o amanhã, queria ver a reação da pequerrucha quando visse os presentes que Noel havia deixado.

A minha expectativa era tão grande, que acabei levantando antes de todos, em baixo dos meus sapatos, encontrei um al-manaque Tico-tico (Publicação destinada a crianças), e fiquei muito contente, pois adorava essa revista.

Próximo ao sapatinho de meus irmão-zinhos, dois carrinhos os aguardavam, não eram iguais aos antigos presentes que esta-vam acostumados a ganhar, mas já era al-guma coisa. Olhei para o chão onde havía-mos colocado o presente que eu havia con-seguido e vi também uma pequena boneca, que certamente vai completar os cenários que criei.

Mamãe acordou e foi para a cozinha preparar o café para a família, me desejou Feliz Natal. Fui agradecer o presente rece-bido, mas, ela me encarou com os olhos rasos de água e disse: - filha eu é que tenho de agradecer a Deus por ter me dado você.

Fiquei sem saber o que falar; sentei-me a mesa e comecei a tomar o meu lan-che. As palavras de mamãe ficaram ribom-bando dentro de minha cabeça, porque será que ela havia dito aquilo? (Hoje consigo entender, mas, na época foi um mistério para mim).

Papai acordou e se juntou a nós, me deu um beijo e também desejou Feliz Na-tal. Meus irmãos também despertaram, e, rapidamente foram até a janela para pegar o seu presente, chegaram à cozinha, feli-zes, carregando nas mãos os carrinhos que Noel havia deixado.

(Segue)

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Mamãe me avisou que iria trocar a minha irmãzinha para que pudesse vir receber os presentes que Papai Noel havia deixado.

A minha aflição era muito grande, queria ver logo, qual seria a sua reação frente ao regalo que eu criei. Sentei-me em uma poltrona que ficava próxima a janela, e espe-rei a chegada dela.

Jamais vou esquecer a sua expressão de espanto e alegria. Seu rostinho se ilumi-nou e um largo sorriso apareceu contaminando de felicidade todo o ambiente a sua vol-ta. Ficou tão encantada, que, demorou em colocar as mãozinhas, nos móveis que mon-tavam a sala, o quarto e a cozinha. Primeiro pegou uma espreguiçadeira que ficava em baixo de um guarda sol, que fazia parte do quintal da pequena casa e correu a mostrar para a mamãe.

A felicidade que consegui dar a este pequenino ser, retornou a mim multiplicada em milhões de vezes. Nunca havia sentido nada igual. Só sei que com este meu gesto, o Natal que se prenunciava, triste e sombrio, acabou se transformando no melhor que tive em toda minha vida.

Adorei ver a fisionomia de papai e mamãe, um pouco mais desanuviada, pois, o dia que tanto os preocupava acabou sendo muito alegre e feliz, o Espírito Natalino aca-bou tomando conta de todos nós.

Fazer o bem enche os nossos corações de paz e harmonia, e, traz muitas vezes mais alegria a quem dá, do a quem recebe.

PARTICIPE DAS

ATIVIDADES DO VARAL!

Informe-se e veja como

é bom fazer literatura

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O SEGUNDO PRESÉPIO Por Lóla Prata

Em 1223, oh, ideia feliz...

convida Francisco, o menor de Assis:

- Amigo, vamos honrá-Lo ?

Diz João:- Sim, nossa missão é amá-Lo;

a festa de Natal está bem perto,

devemos louvá-Lo, é o certo.

E o homem de Greccio, espírito nobre,

unido na arte ao santo pobre,

começa a criar algo singelo;

de Belém, a reviver o fato belo

do Rei recém-vindo das alturas

até nós, tão perdidas criaturas.

Escolheram no bosque, um recanto

onde exporiam todo o encanto

acontecido na gruta-estrebaria

que abrigou o filho de José e Maria.

Fizeram uma estrela fulgurante,

trouxeram boi, burro, palha refrescante

e um pequeno berço-manjedoura

que acolheria a criança vindoura.

Então, na branca noite de Natal

surge o primeiro presépio artesanal

exaltando a real simplicidade,

louvando a pobreza e a humildade.

Os astros intensificaram seu brilho

na Missa em torno do divino filho

e o feliz povo do italiano lugarejo

cantava o angelical solfejo:

- Aleluia! A Deus, toda a glória

pois hoje, se santifica a história...

e Paz na Terra aos de Boa-vontade!

... e sorria, na fé, o bom frade.

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Nosso Salvador

Por Leandro Martins de Jesus

Noite escura em Jerusalém

No campo, pastores, ovelhas e o silêncio...

Repentinamente, o povo que andava nas trevas

Viu uma grande luz

Nasceu para nós Jesus!

Os pastores veem anjos em coros...

Os reis magos, a estrela de Davi...

Se achegam todos ao santo lugar

Pobre e isolado onde Deus se fez estar

Em carne resplandecente

Fez-se homem, criança frágil, salvador dos indigentes!

Ouro, incenso e mirra...

Ao Rei

Ao Deus e Redentor!

Um filho nos foi dado: nosso Salvador!

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NASCIMENTO DA CRIANÇA ESPERANÇA

Por Marly Rondan

NATAL, data mundial de comemoração.

É hora de renascer com essa criança,

hora de agradecer, hora de adoração.

Abandone a tristeza, chame a esperança.

O menino nasceu para o amor ensinar.

Um pequeno Deus feito homem, é Jesus!

Filho de Deus, veio só para nos salvar.

Tirar o mundo das trevas... trazer a luz.

Ensinou pra nós o amor incondicional.

Mas, egoístas que somos, não conseguimos!

Sabemos que existe esse amor, que é o ideal.

Vamos evoluir para retribuirmos

todo amor de Jesus, vamos buscar a luz,

renascer com o menino Deus no Natal.

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MEU NATAL INESQUECÍVEL Por Mirian Menezes de Oliveira

Caros amigos,

Se Papai Noel existe, podem ter certe-za de que nem sempre aparece convencio-nalmente. Muitas vezes, assume disfarces diversos, como se humano fosse. E não é?!

Pois... foi no natal de 1977... Tinha dez anos na época. Como pode isso? Lem-brar-me do natal de 77?! Parece que foi on-tem! (Desculpem-me, mas a frase banal faz-se necessária!)

Pois foi no natal de 1977, quando, por alguns momentos, pensei que nem teria um natal.

Papai estava doente (Ah, que sauda-des do velho, que nem chegou a envelhe-cer!)... Estava doente da alma, tamanha era a depressão! Tornou-se um papai noel às avessas: estava magro, olhos fundos, cabe-los ralos; só a barba branca aproximava-o do bom velhinho. Arrastava-se pela casa, sem vontade de viver.

Eu era muito pequena... não entendia muito dessas coisas... Só sei que doía em mim! Era dor sem tradução: dessas que “fincam” lá dentro e em nós constroem mo-rada. Sabia que havia algo diferente naque-le ano... justamente, naquele ano, em que uma colega de escola esclareceu-me, raci-onalmente, sobre a inexistência de papai noel.

Duplo sofrimento! Papai Noel não existia e papai também parecia não mais existir... Estava sumindo nas nuvens. Qua-se não sentia mais sua presença!

Mamãe permanecia calada... Seu so-frimento era embutido. Não haveria festa alguma! Com a ausência de papai noel, a despensa tornou-se minguada... a escas-sez tomou conta de tudo e somente os brin-quedos dariam ao natal... um toque de na-tal! (Foram comprados com antecedência... antes da grande nuvem residir sobre nossa casa!)

Morríamos com meu pai, que, na ver-

dade, só veio a falecer anos depois, no car-naval de 1985...

Grande tristeza se apossava da famí-lia! A nuvem cobria a todos... Meus olhos choviam tanto, que tive medo de morrer na enchente de minha vida.

(...)

De repente, como num passe de má-gica... brechas se abriram nas nuvens...

Cinco pessoas (sem face agora!) des-ceram de um carro bem grande e foram en-trando na sala de casa, com caixas de do-ces, de alimentos, de bebidas e outras coi-sinhas mais! Três rapazes e duas moças diziam-se colegas de trabalho de papai, mas eu podia jurar que eram papais noéis disfarçados... (Uma delas até alisou meus cabelos, distribuindo-me balas!)

Esse natal foi, realmente, inesquecí-vel, principalmente, porque depois de mui-tos meses, vi meu pai sorrir... e o aspecto daquele sorriso, embora tímido e fraco, as-semelhava-se à estrela-guia, que cruzou o céu, antes de Jesus nascer.

Natal de 77! Há muito o que lembrar!

Graças às emoções vividas, rompi o casulo e virei borboleta, com muita dor! A partir de tudo aquilo, “adolesci”... Hoje, Fê-nix sinto-me “mutante”...

“Adolesci”, amadureci, cresci... Acho até que envelheci! ... Mas a menina de dez anos ainda está em mim, por isso, permito-me acreditar em papai noel.

FELIZ NATAL! QUE DEUS OS ABENÇOE!

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AGENDA DO VARAL

∗ Abertas as inscrições para o III Prêmio Varal do Brasil de Lite-ratura a partir de 1o de dezembro.

∗ Até fim de novembro estamos recebendo textos para o Con-curso da Orelha e da Capa do livro Varal Antológico 5. Tam-bém fotos e artes para o Concurso da Capa do mesmo livro.

∗ Até fim de dezembro estamos recebendo textos para o livro Varal Antológico 5.

∗ Até 10 de dezembro estamos recebendo textos para a edição de janeiro da revista Varal que trará tema livre.

∗ Inscrições para o Salão do Livro de Genebra estão abertas (para autografar e para enviar livros).

∗ Até 25 de janeiro estaremos recebendo textos para a edição de março da revista Varal que terá a Mulher como tema.

∗ Está sempre aberto o espaço no blog do Varal para divulga-ção de seus textos, sua arte, seus convites e eventos cultu-rais.

Toda informação: [email protected]

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Tributo a Minha Avó Por Nilda Dias Tavares Elegante e orgulhosa nos seus sessenta anos, com a sua inseparável bengala preta com castão pratea-do, minha avó Ana parecia uma figura saída de algum castelo francês, das histórias que eu lia quando menina. Seus cabelos totalmente brancos estavam sempre impecavelmente arrumados e presos por uma tra-vessa de prata, presente do vovô Paulo. Seus olhos verdes, grandes como duas esmeraldas, teimavam sempre em revelar as emoções que vovó queria esconder. Suas roupas sóbrias e elegantes inspiravam respei-to e admiração a todos que a conheciam. Era uma mulher forte que sofrera perdas terríveis, mas mantendo-se firme como uma rocha, manti-nha a família unida. Muito cedo aprendi com meus pais a admirar e amar vovó Ana. Meu pai era um professor alegre e carismático. Criado em um orfanato sem conhe-cer seus pais, apaixonou-se imediatamente pelo carinho de vovó Ana. Ele costumava brincar com minha mãe dizendo: -Só me casei com você pra ficar com “mãe Ana. Em 1959, com catorze anos, perdi meus pais em um acidente de automóvel e vim para esta casa morar com vovó Ana. Ela era mãe da minha mãe e sofreu tanto quanto eu a morte dos meus pais, a quem ela amava profundamente e perdeu tão pre-maturamente. Eu nunca tinha visto vovó chorar, mas seus olhos eram a testemunha muda da dor que ela escondia. A princípio, unidas pela dor, nos amparamos uma na outra, mas, com o passar dos dias os conflitos de gerações afloraram inevitável e fortemente. Vovó Ana tinha ideias pré-concebidas sobre quase tudo, incluindo bailes, minissaias, “Rock and Roll” e namorados. Como era de se esperar, rebe-lei-me. Quando vovó me comprava roupas comportadas, eu usava mini-saias ou jeans. Quando me proibia de usar maquiagem, eu levava tudo na bolsa e usava no banheiro da escola. Fazia pirraças todo o tempo, queria mostrar que era adulta e ninguém devia me controlar. Queria liberdade.

Tenho certeza, que naquela época eu transformei a vida de vovó Ana num verdadeiro furacão. Mas, as coisas foram se ajeitando com o passar do tem-po e com a paciência e o carinho da minha avó, eu aprendi a ceder de vez em quando para manter a nossa paz. Ela cedeu muitas vezes também. Vovó Ana era uma pessoa séria, mas atenciosa e bondosa e eu só a via rir com vontade, junto aos netos. Não era uma pessoa fria, pois cercava de amor toda a família. Ajudava inúmeras obras as-sistenciais, mas, não permitia que comentássemos com ninguém. Aos dezesseis anos, no Natal de 1961, eu queria dar a minha avó um presente todo especial, algo que falasse do meu amor, do quanto ela me havia ajudado a superar a perda dos meus pais e também pedir perdão por todas as vezes que eu fiz uma verdadeira revolução em sua vida. Encontrei num antiquário o caderno mais lindo que eu já tinha visto! Na capa havia um camafeu de madrepérola e em volta, violetas pequeninas adornavam toda a capa. Escrevi no caderno todas as palavras que eu não disse, todas as desculpas que eu não pedi e todo o amor e gratidão que eu sentia. Colei fotos antigas comigo, vovó e meus pais, coloquei uma rosa en-tre as páginas e assinei meu nome: Mariana! De-pois, botei tudo em uma linda caixa desenhada com rosas amarelas e amarrei com um grande laço de fita branca. Ficou lindo! O dia 24 de dezembro começou com a chegada dos meus tios e primos e a alegria contagiando a todos. O espírito do Natal pairava no ar! Enquanto vovó e as tias cuidavam da preparação da ceia, meus tios arrumavam o quintal e o jardim com mil lâm-padas que piscavam alegremente. Eu, minhas quatro primas e dois primos, enfeitá-vamos com bolas coloridas a árvore de Natal, ar-rumávamos os presentes e a decoração da casa. Parecíamos formigas agitadas cuidando de um formigueiro. A noite chegou e todos elegantemente vestidos, nos sentamos à mesa. Como sempre fazíamos, demo-nos nossas mãos e fizemos uma oração de agradecimento a Deus, por estarmos juntos e por todas as bênçãos recebidas. (Segue)

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Fechei os olhos e pedi a Deus, que meus pais esti-vessem em um lugar bem bonito, de preferência, que tivesse um balanço em um jardim, como o que tínhamos em nossa casa. A ceia transcorreu animada e alegre e quando ter-minamos, fizemos a tradicional troca de presen-tes. Recebi muitos presentes e também dei presentes para todos, mas deixei de propósito o da minha avó por último. Como que adivinhando, vovó também deixou o meu presente por último. Abraçou-me fortemente, depois abriu a delicada caixa que eu lhe havia dado. Vovó Ana olhou o caderno com um brilho intenso nos olhos verdes, pediu licença e retirou-se para o quarto. Eu sabia que ela queria ter as suas emoções sem que nin-guém visse. Só então abri o presente de vovó Ana e com grande surpresa, vi que era um caderno an-tigo, com a foto de uma jovem muito parecida com a minha mãe, mas, não podia ser minha mãe, pois seus olhos eram verdes e os da minha mãe eram castanhos, como os meus. Estava trancado. Tinha uma fechadura dourada e no cantinho, havia uma corrente com uma chave, também douradas. Era um diário. O diário de vo-vó Ana. A jovem linda na capa era a vovó bem mocinha. A emoção tomou conta de todos naquela sala. Meus tios enxugaram as lágrimas disfarçadamente ao perceber a falta que minha mãe fazia naquele momento. A alegria e espontaneidade da minha mãe, sempre brincando, sempre de bom-humor, nos fazia imensa falta! Todos, compreendemos que aquele diário seria dela, se estivesse viva. A saudade nos envolveu a todos naquele instante! Fiquei assustada e confusa: eu não merecia aquele diário! Não havia feito nada para merecê-lo. Corri para o meu quarto carregando aquele tesou-ro que vovó Ana havia guardado por tanto tempo e comecei a folhear aquelas páginas amareladas pelo passar dos anos. Meu coração batia descompassado e a emoção fazia minhas mãos tremerem! O diário começava pelo dia 4 de fevereiro de 1915. Vovó comemorava 15 anos. Ali, naquelas páginas, estavam registradas todas as dúvidas, mágoas, vaidades e rebeldias de uma adolescente, que como toda adolescente, pensava ser o centro do universo.

Ali estava também a jovem grávida que se entre-gara ao amor sem reservas e viu seu amado partir e partir também seu coração. Ali estava o casa-mento com um jovem oficial do exército, que as-sumiu a paternidade da minha mãe e por amor a minha avó nunca deixou que ninguém soubesse a verdade. Vovô Paulo foi o homem mais amoroso que eu conheci e naquele momento, eu descobri que ele era também o maior coração do mundo. Ali estava toda a carga emocional que a jovem Ana sofrera. Vovó Ana guardou aquele segredo por toda vida. Ali estavam também registrados todos os momen-tos felizes: o nascimento de cada um dos filhos e netos. Todos os Natais, aniversários, e todas as reuniões tão felizes em família que vovó tanto apreciava. Estava também toda a dor. A traição do homem que amara, a morte dos seus pais, a morte da mi-nha mãe, que morreu sem conhecer a verdade so-bre o seu nascimento. A morte do vovô Paulo. Vovó Ana e vovô Paulo tiveram mais três filhos e todos tiveram o mesmo amor. Eles eram para mim o modelo de casal, sempre carinhosos e atenciosos um com o outro e com a família toda. Viveram felizes por 40 anos, quando um câncer levou vovô Paulo. Ali estava toda a dor e o desespero da perda do companheiro a quem ela amara por 40 anos. Ali estavam as lágrimas que vovó nunca deixou que ninguém visse. Mas ali estava também, toda a alegria e esperança que ela depositava na minha vinda para esta casa. A neta que ela amava e que compensaria a falta da filha que o destino lhe tirou. Lendo aquele diário, compreendi que eu não pre-cisava dizer o quanto eu a amava e nem pedir per-dão: Ela sabia. Ela compreendia. Ela havia sido uma jovem como eu. Seus cuidados às vezes exa-gerados eram para me proteger. Não queria que eu sofresse. Passei a noite acordada lendo aquele diário. Eu estava fascinada pela verdadeira história da minha avó. Como vovó poderia adivinhar que a filha que tan-to amava, partiria antes de receber o seu diário? (Segue)

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Cada linha foi escrita para ela. Era para minha mãe que vovó havia guardado todos aqueles senti-mentos. Todas as lágrimas ali guardadas. Eram para minha mãe, todas as emoções contidas naque-las páginas. E que orgulho eu sentia por tê-las re-cebido! Eu sempre amei a minha avó, mas naquele mo-mento eu a compreendia muito mais. Era como se de repente, minha avó tivesse deixado de ser santa e se transformado em ser humano. Em uma simples mulher: pecado e virtude. Quando o dia amanheceu, arrumei-me e fui para a sala. Aos poucos a família foi se preparando para o café e eu estava impaciente, queria abraçar mi-nha avó, dizer-lhe tantas coisas. Fui até seu quarto e vovó estava sentada em frente ao espelho, seus cabelos completamente brancos, delicadamente penteados contrastando com os seus enormes olhos verdes. Estava linda, como sempre! Não precisamos dizer nada. Só nos abra-çamos com força, contendo as lágrimas que queri-am cair... Tudo foi dito naquele abraço. O Natal passou, outros Natais vieram e se foram. E os anos se sucederam. Vovó Ana e eu vivemos juntas, dividindo todos os momentos. Quando eu me formei, vovó Ana estava lá. Quando me casei, vovó Ana estava no altar, mara-vilhosa em seu vestido longo. A cada tropeço do meu caminho, era para vovó Ana que eu corria. Eram os seus conselhos que me guiavam. Vovó Ana nos deixou em 1972, aos 72 anos. Mor-reu dormindo, calma e serena como sempre viveu. Nunca falamos sobre os nossos presentes no Natal de 1961... Não foi preciso. Os Natais nunca mais foram os mesmos e a famí-lia aos poucos, foi se distanciando. Restaram as lembranças que moram nesta casa até hoje. Guardei o segredo de vovó Ana, enquanto meus tios viveram... Não queria que julgassem minha avó por não ter lhes contado o seu segredo. Este ano farei 60 anos e percebi que o meu tempo está se esgotando. Por isso, resolvi escrever a his-tória de vovó Ana, como um tributo a uma mulher que foi para mim, um exemplo de coragem, amor, fé, bondade e integridade.

Em algumas ocasiões eu me olho ao espelho e ve-jo refletida a imagem da vovó Ana, de olhos casta-nhos... Aí, me lembro que sou eu, dentro do espe-lho. Em datas especiais, eu sinto a presença dela junto a mim, sinto seu perfume de alfazema e sei que ela está comigo. Até breve, vovó Ana, eu já estou indo.

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É Natal

Por Nilda Dias Tavares

É Natal... O Amor aflorando Nos corações que seguem acreditando,

Num mundo de paz e solidariedade. É noite de sonho, de festa e poesia, São momentos de intensas alegrias,

Quando o ar impregna-se de musicalidade.

É quando Jesus abençoa do céu, As crianças que vêm no Papai Noel, Um representante de Nosso Senhor. E a paz que transborda dos corações,

Transforma o mundo com doces canções... Comemora o nascer do próprio amor.

E no ar há um perfume sutil de amor

Renovando as bênçãos de Nosso Senhor Iluminando a Terra com Sua Luz. E ouve-se então a canção do além,

Quando os Anjos de Deus pronunciam: Amém! É aniversário do próprio Jesus.

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Aldravia ao pescador

Por Oliveira Caruso

pescador

paciência

para

conseguir

seu

fruto

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Pequeno Conto de Natal sincero

Por Otacílio Monteiro

Dizem os antigos, mesmo sem saber que o dizem, que em qualquer cantinho desse mundão de Deus, seja nos fundões de Minas, no Saara ou em Paris, costuma cruzar o céu, a qualquer hora do dia, uma estrela sorridente.

Não são todos que a veem. Isso pede pureza d'alma, coisa que não se aprende, não se compra e nem se aluga.

Uma dica aos desapercebidos: Quando nasce uma paixão, um amor ou amizade, é que brilha a tal estrela. Assim dizem os antigos, das mais diferentes formas.

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HISTÓRIAS QUE APRENDEMOS SOBRE O NATAL

Por Loreni Fernandes Gutierrez

Comemorado na antiguidade em datas diferentes, por não se saber com exatidão a data do nasci-mento de Cristo, somente no século IV é que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma antiga o início do inver-no era comemorado no dia 25 de dezembro. Acre-dita-se aí numa relação com a oficialização do Na-tal. Contam que as antigas comemorações do Na-tal duravam até 12 dias, tempo em que os três Reis Magos, guiados por uma estrela, chegaram a Belém para presentear Jesus. Árvores de Natal e outras decorações natalinas são montadas no iní-cio de dezembro e desmontadas em 06 de janeiro, dia dos Santos Reis (simbolicamente é como se se desfizesse os indícios do nascimento de Cristo, para que os soldados de Herodes não o encontras-sem). No Brasil já se montam enfeites natalinos no início de novembro, como fazem muitos euro-peus. O que vale é o espírito natalino de cada um! Cronologicamente, o Natal é uma data importante para o Ocidente, marcando o ano 1 da nossa histó-ria. Diz a lenda que quando Cristo nasceu, todas as árvores lhe deram presentes. Apenas o pinheiro nada tinha para oferecer. Então as estrelas do céu, solidárias, colocaram em cada galho do pinheiro estrelinhas miúdas e brilhantes: Foi o mais lindo presente que o menino Jesus recebeu. Ainda, se-gundo a lenda, o pinheiro, única árvore que per-manece verde sob a neve, foi escolhido como sím-bolo do natal em decorrência de sua forma trian-gular, representando a Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. Noticiam que a primeira árvore de Natal foi montada por Marti-nho Lutero, na Alemanha, em 1530. Caminhando numa noite pela floresta, ele ficou impressiona-do com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa, utilizando algodão, figuras de estrelas e velas acesas para mostrar à família a cena que presenciara na floresta. E a tradição da árvore de Natal foi se expandindo. No Brasil, país de maio-

ria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares. Além da beleza da decoração, simbolizam alegria, paz e esperança. O presépio também é uma importante decoração natalina, simbolizando o nascimento de Cristo, numa manjedoura. Segundo contam, cabe a São Fran-cisco de Assis a tradição de montar presépios. Músicas natalinas, singelas, complementam o evento. Origem e tradição de Papai Noel. Di-zem que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu em Pata-ra, Ásia Menor (atual Turquia), no ano 280 d.C. Bondoso, ajudava as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas de ouro próximos às cha-minés das casas. Foi canonizado pela Igreja Cató-lica, após relatos de milagres a ele atribuídos. Em meados do século XIII, a comemoração do dia de São Nicolau passou a ser em 06 de dezembro, data de seu falecimento e sua figura a ser relacionada com as crianças, para as quais deixava presentes. Foi a contrarreforma católica que transferiu o dia da entrega dos presentes para o dia de Natal, em homenagem a Jesus. Mas, em alguns países da Europa ainda se comemora, com a entrega de pre-sentes, o dia de São Nicolau. Dizem que a associ-ação da imagem de São Nicolau ao Natal teve início na Alemanha, espalhando-se depois pelo mundo. No Brasil recebe o nome de Papai Noel; Estados Unidos, Santa Claus e, em Portugal, Pai Natal. Até o final do século XIX, Papai Noel era representado com uma roupa de inverno, mar-rom. Em 1881, graças a uma campanha publici-tária da Coca-cola, o bom velhinho passou a ser visto com roupa de inverno nas cores vermelha e branca (cores do refrigerante) e, na cabeça, um gorro vermelho com pompom branco. E assim o vemos por aí... Impressionante como nos torna-mos melhores na época do Natal, quando aflora, em nossos corações, a criança que ainda acredi-ta em Papai Noel. Não importa quem somos, de onde viemos ou para onde vamos - todo final de ano nos contagiamos com a aura de fraternidade que, rememorando o nascimento de Cristo, se faz presente em nós. Quem sabe um dia ela nos contagie para sempre! Imprescindível, apenas, que não nos esqueçamos do aniversariante deste dia!

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Carta de um velho amigo

Lisboa, 30 de Dezembro de 2013

Amigo Tempo,

Espero que esta missiva te encontre bem disposto e de boa saúde!

Deves estar a pensar há quantas luas não falas comigo, ora eu não te sei responder pois a memória já me falha mas como ainda sei escrever qualquer coisita, aqui te dedico estas letras embora reumáticas e cansadas. Andas por aí, a passear nas curvas da aurora, a espreitar pelas esquinas, a lançar-me pragas por que ainda cá ando mas não páras para me cumprimentar, nem para me dizer onde vais, nem por quê, pelo quê, sem mais quê.

Ontem adormeci no banco do jardim e ninguém me acordou quando caí adormecido. Nes-ta altura não há cidade, só silêncio e chuva. Passaste por mim e não me disseste que estava a cair, sem destino num sono profundo

a seguir à refeição esquecida. Despertei sem me conseguir levantar sozinho e felizmente lá apareceu o Fortunato que me pegou como pôde, também ele coxo, trôpego e artrítico mas com bom aparato sempre alguém repara e uma senhora simpática lá se dispôs para pegar nos dois velhos tontos e colocá-los no seu lugar. Bem te vi ali, claramente a rires-te na minha cara, a mostrar-me o quadro da minha infân-cia, a correr pelos campos atrás dos animais cheio de vigor e de uma força que não se sente no músculo, que não se sabe se é pouca, se muita, se sem medida, que apenas es-tá lá na celeridade da vida!

Pois bem, dizem que se passou o Natal e é hora de renovar votos para o novo ano. Que me dizes tu disso? Sabes bem que foste inventado para nos guiarmos e não cairmos das balizas da convenção para fora, vá-se lá o homem desorientar!... E agora, que planei-as para o novo ano?

Não haja dúvida, estás velho, camarada, e eu, cá por mim, ainda não tenho votos para imaginar. Pensei que escrever a carta me ajudasse a desvendá-los. Queres dar uma aju-dinha? Leva-me ou mantém-me mas caso queiras responder a esta carta, fá-lo só em 2014, que eu vou celebrar noutra dimensão ou no centro de dia!

Sempre teu,

Um velho amigo

Por Paula Alves

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Natal 2014

Estimado amigo,

Espero que esta resposta não te encontre desiludido com tamanho atraso.

Há um ano escrevias ao teu amigo Tempo e, ele, pouco amigo, só hoje consegue “pôr a escrita em dia”.

Cedi às pressões do mundo e como tal andei veloz nas encostas da pressa e da distra-ção. Não me preocupei em saber se a tua saúde te folga, não me sentei no banco de jar-dim contigo e com o Fortunato e não disse à senhora que passava que eu ficaria contigo a jogar mais uma mão de sueca.

Lamento e não peço desculpa por que não a tenho.

Venho apenas comunicar-te que, no entanto, não me esqueço, aqui me sento, aqui te es-cutaria. Hoje, nesta data marcada pelos homens, sei que tens o gosto de não estar no jardim.

Nasceu-te um neto e tu celebras de joelhos no chão a brincar com ele sob os sorrisos da família.

Folgo em saber que, hoje, estarás tu distraído e não terás tempo para me ler.

Folgo em saber que hoje sou eu esquecido.

Votos de um preenchido Ano Novo.

O teu amigo Tempo

Por Paula Alves

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Ingredientes Rende: 1 bolo

• 200 g de tâmaras cortadas em tiras

• 50 g de nozes picadas

• 50 g de amêndoas em lascas

• 50 g de damasco cortado em tiras

• 3 colheres (sopa) de rum

• 120 g de manteiga

• 200 g de açúcar

• 1 pitada de sal

• 3 ovos

• 350 g de farinha de trigo

• 2 colheres (chá) de fermento em pó

• 1 xícara de leite

• Cobertura

• 500 g de creme de leite fresco

• 3 colheres (sopa) de açúcar

300 g de frutas cristalizadas picadas

Modo de preparo Preparo:30mins › Cozimento: 1hora › Pronto em:1hora30mins

1. Coloque os frutos secos para macerar no rum e pré-aqueça o forno em temperatura média (180ºC).

2. Numa tigela, bata a manteiga com o açúcar, uma pitada de sal e os ovos, até virar um creme esbranquiçado. Acrescente os frutos já macerados. Reserve.

3. Peneire a farinha com o fermento e junte à mistura de ovos, alternando com o leite. Misture e mexa até for-mar uma massa homogênea.

4. Unte e enfarinhe uma forma de 25 a 30 cm de diâmetro e despeje a massa nela. Leve para assar por cerca de uma hora ou até um palito espetado no bolo sair limpo.

5. Cobertura. Bata o creme de leite com o açúcar, até virar um chantilly.

Cubra o bolo com esse chantilly e distribua as frutas cristalizadas picadas por cima.

BOLO DE NATAL Fonte: h&p://allrecipes.com.br/

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Dezembro

Por Nato Matos

Noite. Veem-se luzes,

Agarram-se esvoaçantes sentimentos,

Tem-se invólucros coloridos,

Amores ocultos presentes, ou solitários.

Luzidios natais. Dezembro.

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Em Busca da Paz

Por Regina Mércia Sene Soares

Nossa paz cresce pela vida!

Se continuarmos a restaurar as nossas forças

É o balsamo dos corações aflitos

Onde o amor procura a caricia!

Das benditas horas de saudades

Revendo as imagens dos segredos

Que estão em nossas entranhas...

Onde o desencontro espera que a vida!

Ofereça esperança e nos leve

Por uma estrada a caminho da luz

Bendita seja essa luz!

A estrada que caminhamos

Para encontrá-la esta guardada

Num recanto distante...

Escondendo-se com carinho

O vislumbre de um sagrado amor

No qual as palavras são sublimes

E se perderam no tempo!

Em busca da luz...

Que protege os segredos

Mais puros e preciosos

Que traz a paz!

A ressurreição e a vida

Que bate a nossa porta

Trazendo a alegria

De Jesus Salvador!

Porque é Natal!

Regina Régia

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Feliz Natal

Por Regina Mércia Sene Soares

Que o verdadeiro sentimento

De Natal toque nossos corações

Nossas vidas e que nossos

Corações pulsem no mesmo

Ritmo de nossa vida diária

Neste Natal devemos colocar

Mais um tijolinho na construção

De nossa vida e devemos pedir

Ao Menino Jesus que nos dê

Esperança, Amor, Fraternidade

E que faça este mundo melhor

Para que possamos realizar todos

Os sonhos de nossa vida e que

Procuremos viver sempre com

Alegria de termos sempre

Ao nosso lado o nosso

Querido Jesus!!!

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Uma Janela Nada Virtual

Por Rovana Chaves

Semana que antecede o Natal, e lá esta-

va eu. Mais uma vez de mudanças. Trocar de lu-

gar onde morar já não é algo tão estranho assim

pra mim. Isso acontece sempre desde quando de-

cidi sair da pequena cidade do interior onde mo-

rei, denominada de Porto Feliz, para a Capital.

Essa mudança aconteceu em virtude de mercado

de trabalho.

Sou formado em Ciências da Computação, inclu-

sive fiz especialização na área. E sabe como é,

este campo profissional encara algumas dificulda-

des em cidades muito pequenas. Já em maiores,

as chances de se chegar a uma estabilidade são

melhores. Pois bem... Uma semana antes do Natal

deste ano, estou eu ocupando um novo aparta-

mento. Confesso a você que gostei do bairro. É

um lugar calmo, e isso me traz doces lembranças

de minha infância, e por que não dizer de minha

adolescência também. Moro no terceiro andar.

Pelas janelas da minha mais nova morada, posso

ver várias paisagens, lugares muito bonitos mes-

mo que sejam ao longe. E a visão de maior proxi-

midade que tenho é a de uma pequena praça, e de

vários prédios lado a lado.

Meus familiares decidiram vir até minha nova

casa para fazermos a ceia de Natal, já que se tor-

naria muito difícil eu ir até lá, em virtude de eu

estar montando e reorganizando meu novo lar. E

é exatamente na noite de Natal que o que havia de

mais mágico aconteceu: Eu me apaixonei.

Havia já alguns anos que este homem de

vinte e nove anos não se apaixonava. Tudo bem...

O motivo você pode achar que é sempre o mes-

mo, mas resolvi me fechar um pouco, devido aos

tombos que levei em romances em vão. Optei por

curar as feridas do coração, e se surgisse alguém

legal, até tentaria encarar, afinal de contas, sem-

pre pode acontecer o inesperado, não é?

E assim foi... Estávamos nos abraçando e

desejando Feliz Natal, quando de repente por so-

bre o ombro de minha mãe, olho diretamente para

a janela de um prédio que fica a cerca de cinco

metros de distância de onde eu moro. Vejo uma

mulher encantadora, de sorriso doce, expressões

calmas que denotavam a ideia de alguém muito

carinhosa, sorridente e simplesmente incrível.

Sabe aquele negócio de amor a primeira vista?

Bem, não seria exatamente isso que aconteceu

comigo, mas foi algo parecido. Afinal de contas,

ela nem sabia que eu existia.

A partir daquela noite, procurei de todas

as maneiras saber mais dela. Detalhe: pela janela

do apartamento. Percebi que ela gosta muito de

cores alegres, já que sua sala é pintada em tons

neutros, mas a decoração basicamente é lilás, em

vários tons, e branca. Cheguei a fazer mímicas

para ver se chamava a sua atenção pela janela,

mas o que consegui foi fazer a senhora de cerca

de uns setenta anos de idade – sua vizinha – mor-

rer de rir e ficar sem entender nada sobre meus

gestos.

Fiz novas tentativas. Pensei sobre as jane-

las virtuais que são mais familiares para mim.

Tentar algo por meio delas. Mas, não encontrei

muitas opções, pois sequer sabia o nome da mo-

ça! Confesso a você que eu estava sentindo uma

imensa dificuldade em lidar com essas janelas

reais... Talvez mais até do que as digitais. Outra

foi colocar um cartaz na minha janela pedindo

para que a moça morena do terceiro andar entras-

se em contato, me escrevendo um e-mail.

(Segue)

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Mas... de nada adiantou. Colei pelo lado

de fora, por ele ser maior do que a proporção da

minha janela, mas choveu. Resultado: o cartaz

molhou e caiu.

Outra tentativa foi atirar um bilhete com

bodoque. Mas... não chegou nem perto. Pois o

vento levava para longe. Já cansado de insistir,

pensei em fazer plantão na frente do seu prédio.

Mas dei azar, porque naquele final de semana ela

não apareceu: talvez tenha ido viajar.

Quando tudo parecia perdido, e eu já não

tinha mais nem a cozinha abastecida, pois minhas

concentrações oscilavam entre entrar em contato

com ela e meu trabalho, percebi que não tinha ab-

solutamente nada para matar a fome, e então, fui

ao mercado. Chegando lá, após encher a cesta

com os alimentos que me faltavam, fui até a ses-

são de livros. Encontrei um livro de poemas da

autora Florbela Espanca, o qual há tempos eu pro-

curava e não achava. E no exato momento em que

pego o exemplar, uma mão feminina também pe-

ga-o. Adivinha quem era? A vizinha!!

Naquele instante eu já não sabia mais o

que fazer, se pegava o livro, se a deixava pegar, se

pronunciava pelo menos um "oi", ou algo do gê-

nero. Fiquei em estado de choque. O momento

parou para mim, afinal de contas eu estava diante

da moça pela qual meu coração bateu mais forte,

mesmo que estivéssemos separados por alguns

metros de distância, podendo observá-la por este

tempo todo somente pela janela.

Mais do que depressa, deixei que ela pe-

gasse o livro, e palavras gaguejadas soltaram-se

com dificuldade:

- Olá, como vai? Meu nome é Eduardo.

Sou seu vizinho de prédio. Você também mora no

terceiro andar, mas no Edifício Escala, certo?

Inacreditável... Mas ela estava olhando

para mim. Abriu um sorriso delicado e respondeu:

- Sim, de fato moro neste Edifício. Você

mora onde?

- Moro no Prédio Orquídea. Sabe qual é?

- Sei sim, claro! Afinal de contas ele tem o

nome da minha flor favorita. Mas, pode levar o

livro de Florbela, eu levarei outro exemplar nou-

tra oportunidade. Eu venho buscando há tempos

este exemplar, pois sou uma leitora nata de suas

produções.

- Sem problemas, pode ficar com ele.

Também aprecio muito suas escritas, é uma das

poucas escritoras que leio. Eu não sabia que você

gostava tanto assim de ler, pois geralmente quan-

do a vejo, está entretida nas janelas do computa-

dor, ou ainda com o olhar vago para a paisagem...

Naquele momento ela ficou quieta. Acre-

dito eu, que pensando sobre como eu sabia de

seus hábitos, e como eu sabia que ela ficava va-

gando pelas janelas virtuais ou pela janela de seu

apartamento. Foi então que ela disse:

- Mas, como você sabe que eu faço isso?

Moro sozinha, e nunca percebi alguém me obser-

vando assim ...

- Me desculpe linda moça, mas desde a

noite de Natal fiquei absolutamente encantado por

você. A partir daquele momento mágico, tentei de

várias maneiras chamar sua atenção para poder-

mos entrar em contato. Inclusive saí na segunda

noite após o natal, pelas janelas virtuais pergun-

tando em chats se alguém era minha vizinha, que

naquela dada noite estaria vestindo uma blusa

branca. Mas todas as tentativas foram em vão.

Fico muito feliz de poder falar com você aqui,

pessoalmente. Neste momento tão inesperado.

Os olhos castanhos e grandes daquela lin-

da moça de pele alva como a lua ficaram ainda

mais brilhantes. Ela sorriu, pegou o exemplar de

Florbela e disse:

(Segue)

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- Eu não sabia que eu tinha um admirador com tamanho empenho! Quem sabe então, pos-

samos nos conhecer melhor, e apreciar a leitura deste exemplar, juntos?

Fiquei mais uma vez sem ação, mas sem pensar duas vezes, é claro que aceitei o convite. E

foi só quando ela já estava saindo do supermercado, que me dei por conta que devia perguntar o

seu nome, depois de ter me declarado sobre meu sentimento. Foi então que ela virou-se, delicada-

mente, com os cabelos soltos balançando pelo ar e disse:

- Sarah!

Nome delicado, simples, tendo como um dos significados ser envolvente. De fato, ela fazia

jus ao nome, já que mesmo sem ter trocado uma palavra sequer com ela até aquele momento, eu já

estava envolvido por ela.

É... E quem diria que eu estaria aqui hoje tentando mais uma vez um relacionamento. Todo

esperançoso, com o coração apaixonado e radiante como se eu fosse um adolescente em contato

com seu primeiro amor! Ora ora ora... sempre há tempo para tudo. Sempre há tempo para tentar

outra vez seguir um caminho que complete ainda mais a felicidade que carregamos dentro de nós

mesmos.

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Natal

Por Silvio Parise

Todo cristão sabe

que o Natal é uma festa sagrada

e, contanto, sendo assim,

indiferentes à grana,

festejam sem pensar em poupança

devido a grande fé que têm no Senhor.

Portanto, graciosamente, anualmente festejam

o nascimento do filho de Deus

com presentes, jantares e orações

praticadas dentro e fora das igrejas,

Natal das eternas consagrações,

como também felicitações,

festa cujo amor e paz revela-nos

sua profunda beleza e grandeza.

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NOITE ILUMINADA

Por Simone Pessoa

Noite. Nos arredores do shopping center, José pernoita na surrada esteira de pa-

pelão, que um dia embalou um eletrodoméstico, ofuscado pela chuva de estrelas que

reluz nas árvores circunvizinhas e evidencia o buraco negro da exclusão. O ruge-ruge

frenético dos transeuntes carregados de sacolas cheias de presentes e o som contínuo

de canções natalinas que ecoam das lojas acalentam o sono daquele mendigo. Sonhou

que era um cidadão bem apessoado. Barba e cabelo cortados, vestia calça e camisa

bem passadas e calçava tênis da moda, um desses com amortecedores. Dirigia um au-

tomóvel vermelho lustroso, ao lado da mulher: uma loura exuberante. Ao chegar em ca-

sa, foi recebido com entusiasmo pelos filhos bem nutridos. Antes da ceia farta, a família

unida pôs-se a montar a árvore de natal que se erguia até o teto. Porém, no instante de

acionar o pisca-pisca para ver o brilho da árvore, foi acordado bruscamente pelo foco

da lanterna de um segurança que fazia a ronda naquele quarteirão e ordenava sua saí-

da.

A menos de uma quadra dali, outro José chegava em seu apartamento numa ex-

travagante camioneta de luxo (com tração nas quatro rodas, que nunca utilizou). Não foi

recebido pela mulher, que por essas horas acotovelava-se fanática nas catedrais do

consumo ultimando as compras para as festas de final de ano. Já os filhos, nem perce-

beram a chegada do pai por estarem entorpecidos em seus mundos virtuais. Improvi-

sou um sanduíche duplo e tomou um refrigerante para incrementar seu sobrepeso na

sala de jantar, onde uma árvore de natal jazia esquecida no fundo do baú. Em seguida,

do alto do seu vigésimo andar, apreciou o mar de luzes que se estendiam sob a varan-

da.

Enquanto isso, seu marginalizado xará – refugo social - vagueava pela cidade

buscando um lugar à sombra da noite iluminada. Finalmente encontrou sossego na pe-

numbra de um estacionamento deserto onde só ouvia o ronco de seu estômago vazio.

Contemplando o firmamento sem estrelas, aquietou-se e voltou a adormecer, dessa

vez, sem sonho algum.

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Cinco Anos de Varal

Por Sonia Nogueira

Varal é uma corda estendida, esticada, que acomoda em

seu percurso centenas de cordéis abraçando letras divulgando

arte. É assim o Varal do Brasil, fundado pela brasileira, residente

em Genebra, Suíça, Jacqueline Aisenman. Inventou de divulgar a

Literatura sem Frescura, mas de um frescor contagiante, que pro-

voca cada escritor a postar seus textos, pendurados no varal vir-

tual.

Cinco anos faz o Varal, revista Online. Mãos artesãs e se-

quiosas das palavras digitam com sabedoria, verso e prosa, que

voam num clique para além-fronteiras. Arte e literatura, sedentas

de um olhar apaixonado para saborear cada fragmento da mente

silenciosa, oculta na palavra ou tela.

A palavra, essa força universal, criou asas no mundo virtual.

Um clique substitui a longevidade do transporte aéreo ou terres-

tre, contudo, sem intenção de isolar o livro, mas com segundas e

terceiras intenções de acelerar informações, criar hábito de leitu-

ra, alimentar a mente, fomentar informações e sabedoria.

Cinco natais atravessou o Varal do Brasil. Cada escritor

descreve esta data natalina na esperança de recomeçar, reconci-

liar o amor, treinar o perdão, falar de Jesus. O mundo reverencia

a história e perpetua o criador e junto o Varal segue no decorrer

de cada ano até o limite que será infinito, visto que a palavra, a

maior invenção do século, siga rumos longínquos, porque foi in-

ventada para ser eterna como a vida.

Feliz natal.

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O VARAL DO BRASIL AGRADECE A PARTICIPAÇÃO

DE TODOS OS

AUTORES DESTA EDIÇÃO E DE TODAS AS EDIÇÕES

REALIZADAS DESDE NOVEMBRO DE 2009!

É VOCÊ, QUE ESCREVE COM O SEU CORAÇÃO QUE

TRANSFORMA NOSSA REVISTA EM ALGO ESPECIAL DENTRO

DA LITERATURA BRASILEIRA E PORTUGUESA. VOCÊ, COM SUAS EMOÇÕES, PINTA O

MUNDO COM AS CORES DAS EMOÇÕES E FAZ DELE UM

LUGAR

MELHOR PARA SE

VIVER!

OBRIGADA!

FELIZ NATAL, FELIZ 2015!

III PRÊMIO

VARAL DO BRASIL

DE LITERATURA 2015!

Venha participar!

Peça o regulamento através de nosso e-mail

[email protected]

Ou leia em nosso site:

www.varaldobrasil.com

Inscrições abertas a partir de 1o de dezembro!

Textos infantis

Contos, crônicas e poemas!

Venha!

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TORTA DE AMEIXA COM RECHEIO DE NOZES

Receita enviada por Thereza Toscano

2 xícaras de açúcar

2 xícaras de farinha de trigo

2ovos

2 colheres de sopa de fermento

1 xícara ou uma lata pequena de ameixas pretas picadas

1 colher de chá de baunilha

100 g de manteiga ou margarina

1 xícara de água fervente

Bater a manteiga com o açúcar, os ovos e as ameixas na batedeira. Acrescentar os outros ingredientes.

Por último, acrescentar a água fervente. Continuar a bater.

Forma redonda, untada e enfarinhada.

Assar.

Depois de fria e desenformada, abra ao meio e molhe com a calda de ameixa. Use o recheio abaixo. Tampe com a outra metade e cubra com mais recheio. Decore com ameixas e nozes moídas.

RECHEIO E COBERTURA.

1 lata de leite condensado

2 colheres de sopa de nozes moídas ou bem picadas

1 colher cheia de manteiga.

Leve ao fogo até o ponto de brigadeiro mole.

Obs. Se quiser mais quantidade, dobre a receita deste recheio.

Sirva gelada.

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ENCONTRO COM O PAPAI NOEL

Por Vera Salbego

QUANDO EU TINHA CINCO ANOS

SONHAVA COM O NATAL.

POIS COM ELE VINHA O PAPAI NOEL.

VELHINHO BONZINHO...

QUE TRAZIA NOSSOS BRINQUEDOS.

ATÉ FUGI, PARA ENCONTRÁ-LO.

NAQUELA NOITE.

EM QUE ELE CHEGAVA.

NAQUELA LOJA TRADICIONAL

DE MINHA CIDADE NATAL.

ENQUANTO MINHA BABÁ NAMORAVA

MEU AMIGO BETO E EU

APROVEITAMOS O DESCUIDO.

E FOMOS AO ENCONTRO

DA MAGIA DO NATAL.

CRIANÇAS FELIZES

PARTEM ATRÁS DO SONHO

INFANTIL.

ONDE O BOM VELHINHO

TRAZ A FIGURA

DA PAZ!

E NO CORAÇÃO DA CRIANÇA

UM MUNDO DE BRINCADEIRA

E O GOSTO DOCE DE NATAL.

HOJE, EU VEJO.

AS CRIANÇAS SEM ILUSÃO ALGUMA

DA IMAGEM DO PAPAI NOEL.

APENAS NOS SEUS ROSTOS

A IMAGEM DA REALIDADE.

UM MUNDO CONSUMISTA.

E A PUREZA DO SONHO DE NATAL

NÃO TEM O MESMO SABOR.

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Feliz Ano Novo

Por Vivian de Moraes

Sinto-me eufórica esta noite

Não vou dormir

Vou escrever até o amanhecer

E quando raiar o dia

Vou andar de bicicleta

Colher flores num terreno baldio

Colocar na minha cestinha

E tirar umas fotos do meu novo cabelo

Também vou me lembrar dos meus amigos

Com excitação inigualável

Pensando o quanto estou próxima deles

Mesmo que estejam do outro lado do mundo

Amanhã cedo vou ligar a internet

Vou mandar presentes virtuais para quem amo

Vou deixar beijos de saudade e tentar explicar para meus amigos [americanos

O que é ter saudade

Vou também ver o riso de uma criança

E as lágrimas de uma mãe que não ama seu filho

E vou dar a ela uma nova esperança desejando-lhe um bom dia

Vou fazer ginástica, vou estudar francês

Vou desenhar gatos espreguiçando-se

E vou manter um riso meio nervoso, mas divertido

Tudo isso, e mais um pouco, vou fazer como treino

Para o ano que está chegando

O ano que eu quero para mim e desejo para você

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Reflexões sobre a manhã do primeiro dia do ano

Por Wadad Naief Kattar

Acordo neste primeiro dia de janeiro, sem o barulho da chuva no telhado. Abro a janela do sobrado e vislumbro o horizonte à distância. A temperatura está amena, seca, depois de vários dias chuvosos. Os bairros ( quatro que avisto do ponto onde estou) ainda estão sem movimento. Muita gente ainda dorme o 31 de dezembro ou ainda não se refez da comemoração da passagem de ano.

Agradeço a Deus, a oportunidade de iniciar um novo ano. Como todos os espe-rançosos decentes, meus desejos são para um mundo menos cruel, mais pacífico, mais humano.

Ligo o rádio na cozinha e ouço a en-trevista de um saudosista que se referia a um tempo em que se andava a cavalo e de bicicleta pelos campos onde hoje existem asfalto e prédios. De um tempo em que até os bandidos famosos ( e quem não se lembra de meia dúzia deles e de suas faça-nhas ?) eram um pouco român'cos. Esca-lavam prédios, roubavam jóias e saíam sem molestar ninguém. E quem possuía jóias? Os ricos, àquela época, ricos mes-mo, cujo furto não fazia diferença em suas vidas.

Interesso-me pela entrevista. Sento-me para tomar café, trazendo o radinho mais perto. Falou de um deles, em evidên-cia àquela época, que por mo'vos pesso-ais e óbvios, decidiu matar um delegado. Escondeu-se, aguardando a chegada do mesmo. E foi embora, sem nada fazer, en-

ternecido ao ver o desafeto acariciar os ca-belos louros da ne'nha que o recebeu à porta. Fato este contado pelo próprio meli-ante durante uma entrevista.

Tudo é passado. O progresso a'ngiu tudo e a todos e facilitou nossa vida. Mas o asfalto cobriu nosso roman'smo, nossa vontade de conversar à porta à noite e in-fluiu em nossa generosidade. A quem pe-de água ou comida, servimos por entre a grade do portão.

Hoje, morremos por mo'vos banais: por não termos dinheiro, porque nossa ca-ra não agradou ao bandido, ou porque ele a'ra à esmo, por deleite.

Tudo mudou. Há alguns anos, desligá-vamos a campainha durante a madrugada do 1º de janeiro para podermos dormir, porque as crianças vinham "desejar bom ano", para ganhar moedas. Havia um ritu-al. No dia 31 de dezembro, Mnhamos o cui-dado de ajuntar moedas para distribuir à garotada que vinha durante todo o dia.

Sinto falta disso. Hoje, ninguém bateu à minha porta para desejar bom ano. E não desligamos a campainha. Será que não pedem, por que podem tomar o dinheiro quando quiserem? Ou os novos tempos acabaram com o roman'smo e an'gos ri-tuais próprios de cada data?

Ainda assim, neste primeiro dia do ano, oro pedindo paz, trabalho, saúde e todas aquelas coisas que desejamos, com muita saudade daquele tempo. O mundo era melhor, então!

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Adeus Ano Velho... a Deus, o Ano Novo!

Por Rogério Araújo (Rofa)

Todo fim de ano e inicio de outro é a mesma coisa: fazemos avaliações e plane-jamentos que sequer são iniciados, quanto mais concretizados. E, por que isso aconte-ce ano após ano? Por uma razão muito simples: tudo o que foi “pensado” não foi colo-cado nas mãos de Deus!

Tem uma famosa música de final de ano que diz “Adeus ano velho, feliz ano no-vo. Que tudo se realize no ano que vai nascer. Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender...”. Bonitas palavras, mas não parece faltar alguma coisa para estar comple-ta? Sim! Falta a atuação de Deus no ano vindouro.

Todos parecem dar importância extrema às necessidades materiais e pouco “lembram” daquelas espirituais e emocionais da vida. O dinheiro pode comprar todas as coisas materiais, mas não vale nada no que diz respeito à vida espiritual, bastando a fé em Jesus e também o amor dos outros que requer um gesto de coração para fluir. Quanta gente rica por ai é a pessoa mais infeliz porque dá importância somente ao que se obtêm pelo poder do “vil metal” (grana, “dim-dim”)?

É preciso dar “adeus”, sim, ao ano de 2014 que passou, tendo a certeza que foram 365 dias de oportunidades nem sempre bem aproveitadas por nós, pela nossa falta de tempo para nos dedicarmos ao que realmente importa nesta vida.

E o que mais nos deixará de alma lavada para o novo tempo a ser vivido é po-der fazer metas sim, mas colocando-as no altar do Senhor, dedicando a Deus o Ano novo!

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10Pratostradicionaisdaceia

deNatalPeru, rabanada e nozes...conheça a história dessas delícias que compõem o tradicional jan-tar natalino

Fonte: http://viajeaqui.abril.com.br/

Biscoitos de gengibre

Muitas histórias cercam o a real origem dos bis-

coitos de gengibre e mel, ingredientes principais

dos “pequenos homenzinhos natalinos”. Uma de-

las remete ao século 15, na Europa, onde já havia

a tradição de construir casas e bonequinhos de

pão de mel – fato que inspirou, séculos mais tar-

de, os irmãos Grimm a criarem o famoso conto

João e Maria.

Outras histórias atestam que os biscoitos natali-

nos foram criados nesta mesma época, por mon-

ges que 'nham acesso aos ingredientes principais

para criar os bonecos. Já outra corrente de pes-

quisadores aposta em uma versão inglesa, em

que a rainha Elizabeth I, em uma de suas festas,

disse aos cozinheiros para confeccionarem pe-

quemos homens com o rosto de cada convidado.

O que se sabe, com certeza, é que o um 'po rudi-

mentar de pão de mel já exis'a por volta do sécu-

lo 10 e era consumida na região que hoje perten-

ce ao território russo. Chamado de "pryaniki", o

bolo era cons'tuído de uma mistura de farinha,

mel e suco de frutas, mas o mel cons'tuía quase

metade de todos os outros ingredientes.

Peru assado

Um dos pratos mais famosos da ceia de Natal, o

peru tem sua origem relacionada aos povos que

habitavam o con'nente americano pouco antes

do “descobrimento” pelos europeus. Natural das

florestas da América do Norte, a ave já era do-

mes'cada e criada pelos astecas e pelos índios

americanos há tempos, sendo tratada com um

verdadeiro prêmio quando uma tribo dominava

outro território

Feito em banquetes, o peru era servido acompa-

nhado por cebolas, alho-poró e um molho a base

de pimenta. A ave (que até então se chamava

“galinha da Índia”) foi levada para o velho con'-

nente e em pouco tempo subs'tuiu o cisne, o

ganso e o pavão como ave oficial da ceia natalina

Panetone

Não se sabe muito sobre a origem do bolo de fru-

tas cristalizadas, mas é fato que ele nasceu na

Itália. Uma das possibilidades mais aceitas é a de

que o primeiro panetone saído de um dos fornos

das diversas padarias de Milão, em meados de

1400 d.C.

De acordo com esta história, que já ganhou status

de lenda, um jovem padeiro, apaixonado pela fi-

lha de seu patrão, elaborou uma versão rudimen-

tar do bolo doce para impressioná-lo.

(Segue)

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A inicia'va deu certo e a receita fez o maior su-

cesso entre os clientes do lugar, que pediam in-

sistentemente pelo “Pani de Toni” (pão do Toni).

Com o tempo, a palavra evoluiu para

“pana&ón” (vocábulo milanês) e depois para

“panetone” (italiano).

Após passar por diversas transformações ao lon-

go dos séculos, o ”pão do Toni” ganhou o seu as-

pecto atual no século 18, com o formato circular

e a disposição das frutas cristalizadas. Há tam-

bém variações feitas com chocolate, sorvete e

também panetones salgados.

Nozes e Castanhas

A associação entre o Natal e as nozes remonta às

espécies de nogueira na'vas da Europa e Ásia,

que costumam soltar seus frutos no fim do outo-

no e começo do inverno. Devido à facilidade de

seu armazenamento e valor calórico, acabaram

se tornando alimentos bastante consumidos para

quem pretender suportas temperaturas extrema-

mente baixas. Es'ma-se que as nozes façam par-

te da dieta dos humanos desde os primórdios da

espécie.

Contos de Natal, como O quebra-nozes, de

Ernst Theodor Amadeus Hoffmann, publicado em

1881, ajudaram a popularizar a fruto seco aos

quatro cantos do mundo. No Brasil, as mesas de

Natal incluem nas receitas dos pratos variantes

nacionais, como a castanha-do-pará, que é servi-

da com outros 'pos de castanhas.

Bolinho de bacalhau

Assim como outros pratos que compõem a ceia

brasileira, o bolinho de bacalhau tem sua origem

atrelada aos colonizadores da América, neste ca-

so, os portugueses. Considerado uma das heran-

ças da culinária mediterrânea, o pe'sco já era

consumido em larga escala há pelo menos dois

séculos atrás.

Feito com batata e lascas do peixe, que é farta-

mente encontrado nos mares da região, o boli-

nho teve sua primeira versão oficial documenta-

da em 1904, no livro Tratado de Cozinha e Copa,

escrito pelo oficial português Carlos Bandeira de

Melo, que adotava o pseudônimo de Carlos Ben-

to de Maia .

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Frutas

Servir frutas e usá-las para decorar a mesa natali-

na é uma das variações de um costume an'go,

adotado na Roma an'ga para homenagear o

“solsMcio de inverno” – a noite mais longa do

ano, quando a Terra a'nge o ponto mais distante

do sol. No hemisfério norte, esse fenômeno

acontece por volta do dia 25 de dezem-

bro. Tâmaras, uvas e pêssegos eram banhadas

em ouro para ornamentar a casa. Hoje, com a

variedade de frutas vendidas no verão brasileiro,

a ceia ganhou uma variedade tremenda de cores

e sabores.

Leitão assado

Homens assam leitões em ocasiões especiais

desde a fundação do Império Romano. Porém, o

comércio destes animais só teve inicio no século

8, devido, provavelmente, a uma superpopula-

ção em diversos pontos da região conhecida hoje

como península ibérica e também da Itália.

Por conter muita gordura acumulada, geralmen-

te o suíno era consumido no inverno, quando as

pessoas precisavam de uma alimentação mais

forte. Outra vantagem atribuída à alimentação

do animal neste período é a conserva de sua car-

ne, que poderia ser feita na própria banha do

leitão.

Rabanada

A receita feita com pães, leite e ovos, que hoje é

apreciada em nove entre dez ceias, foi criada pa-

ra recuperar mulheres após o parto. Natural da

península ibérica, o doce foi caindo no gosto do

povo aos poucos, sendo que no começo do sécu-

lo 20 se tornou um alimento comum nas taber-

nas de Madri, na Espanha.

Acompanhado de vinho, a rabanada também é

muito associada aos períodos religiosos, como a

quaresma, talvez pela falta de carne no cardápio.

Seus primeiros registros históricos são datados

do século 14, em Portugal, e foram feitos pelo

poeta espanhol Juan del Encina. Já a primeira

receita documentada pertence ao livro de Fran-

cisco Mar'nez Mon'ño, servidor da Coroa Real

da Espanha no período .

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Salpicão

Raros são os pratos da ceia do brasileiro que, de

fato, nasceram em solo tupiniquim. Um destes

escassos exemplos é o salpicão, que contrarian-

do a regra, nasceu como conhecemos bem aqui

no Brasil.

O nome da salada veio da palavra salpicón, co-

mum na culinária mexicana e francesa, que é o

ato de preparar um ou mais ingredientes crus ou

cozidos em um determinado 'po de molho. Já

em Portugal, a palavra salpicão é atribuída a um

'po de embu'do.

A versão atual deste prato no Brasil tem seus pri-

meiros registros em meados da década de 50.

Entre as variações conhecidas ao paladar brasi-

leiro, os ingredientes que correntemente são

atribuídos ao prato são: a maionese, cenouras,

batatas, pimentão de varias cores, carne de fran-

go ou peru, salsão e pimenta, além de frutas co-

mo abacaxi, cereja, maçã verde e uva passa.

Vinho

Uma das mais an'gas bebidas da humanidade, o

vinho tem seus primeiros relatos retratados na

China, quase seis mil anos antes de Cristo. Po-

rém, o auge de seu consumo aconteceu na Idade

Média, quando a forte influência da Igreja Católi-

ca baniu até mesmo a cerveja da Alemanha

(considerada bárbara) para que o vinho fosse

adotado como bebida oficial para as celebrações

cristãs.

Pode parecer estranho, mas a origem da ceia de Natal remete a tempos anteriores a Jesus e dos registros bíblicos do novo tes-tamento. Constantemente atribuído ao nasci-mento do Cristo católico, o banquete natali-no (em versão rudimentar) era preparado por povos pagãos em comemoração ao solstício de inverno, antes mesmo do império Roma-no.

Coincidentemente, a noite mais longa do ano no hemisfério norte geralmente aconte-ce entre os dias 22 e 25 de dezembro, dia do Natal. Nesta festa do solstício, os alimen-tos eram servidos entre os cidadãos da al-deia, que também os usavam para presente-ar os seus entes queridos.

Os alimentos que hoje fazem parte da ceia brasileira têm diversas origens. O peru assa-do, por exemplo, é uma herança dos índios da América do Norte, enquanto que a raba-nada e o bolinho de bacalhau, por sua vez, vieram com os patrícios portugueses.

Por Anderson Estevan

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NATAL É JESUS

Cada Natal em nós renasce Nova imagem do Senhor A repetir por milênios Ele é o nosso Salvador Semeou a paz e a unidade Agindo como um pastor Aos homens de boa vontade Serviu ao Pai, seu Senhor Venceu a dor e a injustiça Sofreu injúria o seu apreço Salvou irmãos corpo e alma Deu a vida como preço

Por Iolanda Martha Beltrame

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Em nome do pai,

Em nome dos homens

E do sagrado,

Eu te saúdo.

Ave, Iluminada!

Sim, mulher!

Eu sei que a festa é dele.

Sei que luzes se acendem

Em todos os cantos,

Igrejas, praças,

Em todos os lares,

Para celebrar o aniversário

Do teu filho amado.

Quero louvar-te

Pela garra e coragem,

Quando naquele dia

Num momento de prece,

Ouviste a profecia:

“Darás a luz ao filho de Deus!”

Mulher cheia de graça,

Não negaste tua missão.

Mesmo sozinha

Esperaste com fé,

O menino predestinado.

Sentindo o momento,

Explosão do divino,

Elevaste em oração

Os teus sentimentos.

A natureza Divina

Revelou-se em teu ventre

Mostrando-nos um Deus

Cheio de humanidade.

-E pela primeira vez

A terra contemplou

Uma Estrela Guia-

Tua presença no presépio

Me faz refletir

Sobre compaixão,

Solidariedade,

-Chamas de amor-

Legado que nos deixaste.

Salve Rainha!

Grande Iniciada!

Deusa!

Serás sempre louvada.

Existe natal

Por que és a Mãe,

Aquela que deu a luz,

Ao grande Mestre-Jesus!

Por Elena Mattos

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Sob a égide da esperança: revigorando nossa essência!

Por Elinalva Oliveira

Em cada nova viagem que faço, confirmo a vastidão desse universo, esse lugar, obra divina e acolhedora recheada de tamanha beleza, segredos de uma civiliza-ção que precedeu a esta, outros seres que trataram de deixar vestígios por meio das memórias fincadas no tempo. Compara-se ao nosso viver tendo em nosso co-ração o lugar sagrado que comporta sentimentos mil: de amor, saudades doidas, lembranças preservadas, alegrias declaradas, emoções e desejos contidos em ca-da ser abatido pela dor, ou será pelo sofrimento levando ao desamor?

E na imensidão desse vale, esqueçamos as lágrimas, sigamos tecendo nossa exis-tência, com os fios resistentes e coloridos, juntando-os, desatando nós, enlaçando outros, completando esse trançado, emaranhados talvez, compondo e trilhando essa vida, sustentadas e revigoradas por novas forças, novos valores, expressa-dos na alegria do encontro com tantos iguais a nós, repletos de emoções, triste-zas, desencantos e, saudades. Mesmo assim sigamos amando, nos permitindo renascer em outros amores, buscando ouvir belas canções, empreender novo ser-vir, que nos alenta, assim, seremos fortes, isso irá revigor nosso ser.

Por isso, se a incompreensão das fatais realidades, vier ao seu encontro, não a deixe que se instale em sua vida, lute, desbanque esse mal estar e, assim, conti-nuemos a bordar nossa história com fios dourados, o dourado que é luz, riqueza e poder trazido pela imensa claridade do Sol, buscando forças partindo para outras vias que nos reencante, reavivando a chama para que a felicidade se faça presen-te, afastando de nós, a dor, a ausência daquilo que nos entristece para buscar o que nos dar alento.

E nessa efêmera passagem pela vida, aceitemos a felicidade, conforme ela vem a nós, embora que momentânea. Voltemos nosso olhar para outras paisagens, para outros caminhos, novas emoções, alegremos o nosso eu sofrido, sufocando a terrí-vel melancolia traduzida em saudade que teima em nos maltratar. Mesmo assim, mostremos fortaleza, busquemos ânimo para nossas vidas, empreendendo novos projetos, sejamos ousados e passemos a colorir a vida com os mais belos matizes existentes nesse planeta, afastando os dias cinza de nosso eu. Sejamos felizes, seguindo o curso da história acreditando que vale a pena viver.

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É N ATAL

Por Marilina Baccarat de Almeida Leão

Hoje, não quero falar da tristeza, que, vez ou outra, invade nossas almas, ou, sequer, do que vem por aí... Hoje, quero falar do Natal. Mas, daquele Natal, no sentido mais amplo, mais abrangente, mais transformador. Gostaria de dar um abraço muito apertado em cada um de vocês, meus amigos e amigas, que têm me mandado suas mensagens de um feliz Natal, com muito amor e pensamentos bons. Na forma desse amor, gostaria de acarinhar cada cabeça e encostar a mi-nha em cada ombro, ser como um polvo de mil braços e abraçar apertado ca-da corpo, cada um, que tem me deixado tão feliz e emocionada, a cada vez que leio as mensagens. Quero dizer-lhes que não percam a esperança, o Natal renova nossos sen-timentos, mas, para isso, temos que lutar e enfrentar, pois que muito ainda terá que ser feito. Quem sabe o Natal será surpreendente! O que nos cabe é ter esperança, enxergar um caminho, que possa ser per-corrido com a força, que temos em nós e mais o amor e união, que o Natal nos traz...Ele, de novo, que temos recebido, como dádiva, por podermos ter mais um Natal em nossas vidas. Não vamos pensar que este poderá ser o último Natal, vamos imaginar, sim, que todos nós estaremos juntos, lado a lado, celebrando mais um Natal e muitos, que ainda virão pela frente. Que cada palavra, cada frase, cada demonstração de agradecimento, pelo Natal, estejam aos pés da minha árvore iluminada ou entre seus galhos enfei-tados, pendurados como prendas, alegrando o meu Natal. Olhem para o Natal e entreguem-se ao amor. Ao amor por si mesmos, principalmente, e deixem vir, entrar o espirito do Natal, tomar conta de todos os espaços, o amor por todos e tudo. O Natal é um bálsamo curativo da de-sesperança, poderoso, que faz brotar todos os bons sentimentos... Que o Natal de cada um de vocês, meus amigos, seja cercado de um amor verdadeiro, cheio de luz, celebrado com muita PAZ e UNIÃO. FELIZ NATAL!

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É NATAL!

Por Marta Eliane S. de Carvalho

TODO ANO PARECE TUDO SEMPRE IGUAL,

QUANDO CHEGA A ÉPOCA DO NATAL.

TUDO FICA ENFEITADO E HARMONIOSO

E TODO MUNDO MAIS GENEROSO.

SEMPRE TROCAMOS PRESENTES

COM NOSSOS AMIGOS E PARENTES,

MAS O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL,

PARECE ESTAR CADA VEZ MAIS AUSENTE.

QUANDO NOSSO SENHOR

NOS DEMONSTROU

SEU GRANDE AMOR

NOS ENVIANDO SEU FILHO

O SALVADOR,

NOS ENSINOU O VERDADEIRO AMOR.

NÃO APENAS UMA CONFRATERNIZAÇÃO MUN-DIAL

MAS O GRANDE AMOR FRATERNAL,

NO DIA A DIA, DEVE SER O NOSSO NATAL.

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Ao fabricante de Papai Noel

Por Varenka de Fátima Araújo

Que a bem dos seus direitos

preciso urgente de dizer: Sr fabricante

precisamos de um Papai Noel

com muito empenho, enorme saco cheio

de sapatos, chinelos, roupas, cobertores,

de chocolates, fitas de várias cores

que façam laços de fraternidade

Não importa os salgados, vinhos, perus

em mesas fartas em tremendas festas

muitos no meio da multidão, estão só

raivosos, rasgando a história verdadeira

Silêncio Sr. Fabricante! Pode continuar fabricando

de improviso, vai o meu recado:

o Papai Noel era um velhinho muito bom

sem ambição que distribuiu brinque para às crianças.

É preciso que todos saibam, como eu amava Papai Noel,

tenho uma certa urgência de dizer: Feliz Natal

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Participe de nossas atividades, entre pela porta da frente no mundo literário europeu!

29o Salão Internacional do Livro e da Imprensa de Genebra, Suíça

29 de abril a 3 de maio de 2015

Informe-se! Inscreva-se!

[email protected]

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PEQUENA HISTÓRIA DE NATAL

Por Bete França Jufer

Aconteceu há alguns anos na Suíça, na cidade de Uster, cantão de Zurique. Em uma escola primá-ria. Li no jornal local, já faz muito tempo, e o fato foi tão bonitinho que não me esqueci.

Era época de Natal e naquela escola, mesmo que leiga, como na maioria das escolas de países cristãos, as crianças prepararam um teatrinho, encenando o nascimento de Jesus.

Muito bem ensaiado, com delicados cânticos na-talinos, versinhos, roupas adequadas.

Havia até um burrinho, composto de um cober-tor marrom sobre dois pais de alunos, com uma cestinha em cima, pra menina que representava Nossa Senhora sentar-se de lado, enquanto o que fazia o papel de São José puxava o animalzinho improvisado.

O casal de crianças ia com o burrinho pelo gran-de palco da escola, lentamente, e pedia hospeda-gem em diferentes hospedarias. Ninguém tinha um lugarzinho para eles. Tudo lotado, e Maria em estado de gravidez muito avançado!

A plateia, composta de pais e professores, seguia o desenrolar da peça, feliz com o desempenho das crianças. Até que algo inusitado aconteceu.

Um menino que representava um dos hoteleiros, muito compadecido, não aguentou tanta tristeza, e quando São José e Nossa Senhora se aproxi-maram de seu albergue pedindo abrigo, ele per-mitiu que eles entrassem e se hospedassem lá, dizendo:

-Tenho lugar sim, podem entrar!

Isso, naturalmente, estava fora do programa, e deixou o pequeno São José muito bravo, pois de repente ele não sabia mais o que fazer, o que di-

zer, provocando um bate-boca entre os dois ato-res.

Nesse momento subiu ao palco o pai da criança hoteleira, um senhor italiano, que se desculpou e explicou num alemão meio limitado, mas com-preensível, que desde o começo seu filho não queria mesmo fazer esse papel, estava sofrendo em estar entre aqueles que recusavam ajuda à Sagrada Família.

Com sua alma infantil, decidiu, de improviso, mudar as coisas!

A plateia aplaudiu carinhosamente a sensibilida-de da criança e a peça seguiu seu curso - como sempre.

Jesus nasceu na manjedoura - como sempre.

Impossível mudar.

Como todos sabemos, naquela noite distante de 25 de dezembro, a verdadeira noite de Natal, em Belém, um astro resplandecente, com uma cauda majestosa, brilhou muito, muito forte, indicando a chegada do Redentor.

Esta estrela ainda brilha nos corações dos que creem, indicando que Cristo está entre nós, dan-do-nos força na caminhada, iluminando nossos dias e nossas noites - como sempre. Para sempre.

Feliz Natal!

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Natal Por Elosia Menezes Pereira

Com magia.

Para nossa alegria

Nasceu Jesus!

Jesus desceu lá do céu

Foi no Natal que nasceu; Alegria e felicidade eu devo

sentir,

Pois Ele nos veio remir

Sobem louvores ao céu profundo:

Jesus nasceu! É Natal! Na manjedoura esteve quem

salvou o mundo, Quem ama os fracos, quem

perdoa o mal.

Num só pensamento

Viveremos aquele momento

A festa que nos seduz Nos lembra Jesus na cruz

Dia de festa, de alegria sem igual

Festejamos Seu nascimento no Natal

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2014 – Passagem - 2015

E no profundo silêncio que a noite envolve,

vê-se o ser humano tocado por um sentimento do que é mais nobre de significados:

A celebração do ser que em si traz, espelhado

num menino, envolto em simplicidade

e que nasce ampliado no coração dos homens...

E podemos todos nos reunir em Belém...É Natal!

E juntos, para lá vamos, compondo o corpo de luz do universo,

Levando no peito o amor e nossas conquistas que reverberam nossas memórias

Através da historia...

E ao longo das eras vimos traçando caminhos, carregando propósitos, novos desafios que se abrem a mil possibilidades diante da vida, na ma-cro dimensão do Ser...

Façamos a caminhada das novas descobertas, sem medos.

O universo está aí, bem dentro de ( você) , de nós...

E as estrelas falam no silêncio... Elas nos reco-nhecem nas partículas que delas herdamos.

Há mais vida, há mais organização do que suspei-tamos.

Cada astro, cada estrela, cada lua, cada sol, cada um de nós... tem seu lugar.

Aquietemo-nos... Ouçamos, interior adentro, to-da a beleza que se faz riqueza quando nos pomos a ouvir o que diz o coração. ..

Ouçamos nossas vibrações pessoais...

Algo novo, oculto, calmo, silencioso, nasce da inteligência do coração.

Desde a eternidade, o trazemos em nosso pulso evolucionário.

Em ritos de passagem, de dentro pra fora vai se instalando uma revolução silenciosa e lenta numa conspiração global, espiritual, como se células se espalhassem em cada canto do Planeta em novas

transformações.

E comungando talentos e dons anônimos, pode-mos todos participar de cada cultura do mundo, se espalhando pelas cidades, vilas e vales, tribos e ilhas.

E se revelam todos os mistérios que buscamos entender, sem quase nunca compreender...

E acariciados pelos sentidos, ouçamos nossos sons, sintamos em cada movimento, nossa luz irradiando a verdade, vibrando a energia que aco-lhe e soma fraternidade.

Façamos mudanças, novos caminhos, nem sem-pre fáceis, ao encontro de novos olhares, ilumina-dos de boa vontade e bondade na construção do mundo novo em redes múltiplas de amor e solida-riedade. Sem fronteiras, ricas de verdades límpi-das, singelas, transparentes plantadas no coração maior de cada um.

Num sopro inspiramos a força que vem do cos-mos, exalando cuidado , investindo no delicado, colaborando por um mundo melhor, num plano maior...

Seja esta a religião do século 21...transpondo mais um degrau da evolução ao encontro de uma novo estado de consciência.

E harmonizados, impregnados pelo Divino, vi-bremos em uníssono com a luz pela Paz, inspiran-do cada som, cada melodia, desta orquestra de dons e talentos em celebração.

Feliz Natal! Feliz Ano Novo!

Por Gaiô (Maria Aparecida de Rezende Gaiofatto)

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MENSAGEM DE NATAL:

Natal é um momento singular de amor, de ternura e de amizade; uma opor-tunidade para lembrar do nascimento de um cara incrível e revolucionário que nos ensinou que o amor e a amizade são mais importantes e que so-mente através do amor podemos construir um mundo melhor. Então, Natal tem que ser um dia para renascermos no amor a nós mesmos e, apesar das nossas imperfeições, podermos brilhar neste mundo como estrelas no firmamento, sermos felizes sem perder de vista a consciência da nossa hu-manidade e do lugar de responsabilidade que ocupamos neste planeta.

MENSAGEM DE ANO NOVO:

Que sempre uma nova luz surja em sua visa, significando uma novidade fe-liz para os anos futuros. Que você encontre a verdadeira liberdade ao en-frentar o dia-a-dia, ao fazer suas escolhas, aperfeiçoando-se sempre na ar-te de bem viver neste planeta. Que a consciência de que estamos vivendo e morrendo a cada dia dê um sentido maior à sua existência e às suas ações no mundo. Que você seja amado e valorizado pelo ser especial que você é.

Por Isis Dias Vieira

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PRESENTE DE NATAL

Por Luciane Mari Deschamps

Betina era a boneca mais linda do mundo! Tinha no rostinho de borracha a expres-são das crianças felizes. Usava um vestido de flores miúdas e coloridas, com rendas na barra da saia e nas manguinhas fofas. Os cabelos loiros e lisinhos eram presos em duas partes, com laços vermelhos de cetim. Betina representava as meninas de um grupo es-pecial de crianças bem tratadas e nutridas, pois tinha as bochechas grandes e rosadas. Trazia um sorrisinho meigo no rosto angelical.

A boneca chegou numa noite de Natal, embrulhada em um papel de presente ver-de, todo cheio de Papais-Noéis sorridentes. Foi comprada em um Shopping Center recém-inaugurado, na ala sul da cidade, e disputadíssima entre três mães muito preocupadas em realizar o desejo de consumo de uma filhinha mimada.

O nome Betina já veio da fábrica. Era o nome de uma atriz famosa de uma novela infantil de um canal de televisão que sempre estava em audiência. Para alegria das pe-quenas fãs, a atriz foi “transformada” em brinquedo que foi desejado de uma hora para outra, depois de um anúncio publicitário na TV. Aliás, depois de muitas propagandas de variados brinquedos.

A menina que a ganharia na manhã de Natal a quis logo que soube do lançamen-to. A garotinha nem mais brincava com bonecas. Suas atividades estavam relacionadas a celulares, internet, redes sociais e jogos eletrônicos. Já estava “grande” demais para brin-car com bonecas! Imagine, já tinha cinco anos! Era uma mocinha!

Betina foi desembrulhada com a euforia desejosa de todas as crianças. Foi admira-da e levada no colo para ser exibida na casa dos avós e primos. No início da conversa dos parentes, as atenções até foram voltadas a ela, mas isso logo mudou quando todos resolveram falar dos artistas e da novela das nove que começou em substituição àquela que Betina, a atriz, era a personagem principal. Mesmo a dona da boneca não falava mais do brinquedo que ganhara. Logo ficou bem interessada pelo jogo eletrônico do pri-mo um ano mais velho do que ela.

A bonequinha de vestido florido e rostinho de anjo ficou jogada no sofá enquanto as crianças se divertiam em disputar a próxima fase. Somente foi recolhida dali na hora da saída por um dos adultos da casa. Betina era só mais um brinquedo e não tinha nada de especial e atraente para a menina que a esquecera no sofá da casa dos avós em um dia de Natal.

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É Natal!

Por Anna Ribeiro

N oite de muitas esperanças

O mundo grita por Paz!

I grejas em correntes de amor

T antos hinos e louvores

Em oração ao senhor

D eus em graças abençoai

E sta corrente de Fé

N atal do menino

A bençoado sejas!

T antos amores e ternuras

A legrias de puros desejos

L indo seja seu NATAL !!!

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Minha Prece de Natal

Por Yara Darin

Senhor,

Verta o Teu olhar bondoso, benevolente

Aos nossos fraternos irmãos desprotegidos

Fortaleça-os no espírito e na devoção

Para um novo renascer no Altíssimo.

Nunca os desampare na fiel quietação

Para toda e verdadeira fé em Ti

Tire-os da amargura e total solidão

Intensifica de júbilo o interior de cada vida

Confiança e compreensão aos seus corações.

Senhor,

Que haja paz entre os homens sobre a Terra

Lares aconchegados, sem conflitos , sem sofrimentos

Uma luz na escuridão aos menos afortunados

Não nos desampare na coragem e na disciplina

Plena de sabedoria no mundo espiritual .

Inunda nossos corações de irmandade

Esperança e crença em dias melhores

Faze-nos merecedores da Tua benignidade

Desperta em todos a compaixão e a caridade.

Senhor,

Perdoa os meus pensamentos injustos

Por vezes meu silêncio e omissão

Declaro a Ti minha sincera gratidão

Na graça ,na glória e nas alturas

Por Teu imenso Amor , sem igual

Porque hoje é Natal!

Amém.

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NATAL DE OUTRORA

Quantas recordações o Natal nos trás, de quando éramos crianças. A família feliz e as crianças esperando o ano todo para que ele chegasse. Contávamos os meses e quando chegava setembro, junto com a primavera chegava a esperança... O Natal estava perto, faltam só três meses, parece que tudo se iluminava. Nem era tanto pelos presentes, mas sim, pela felicidade e alegria de estarmos todos juntos, minha mãe e o meu pai, minhas irmãs, as minhas avós e meus tios, ainda não tínhamos primos. Era uma verdadeira comemoração de um aniversário, o do Menino Jesus, uns abraçando os outros, desejando um feliz Natal, com aquele ar de alegria. O Me-nino estava sempre presente no presépio em sua manjedoura... Nossa família era grande, nem precisava convidar mais pessoas, a casa já ficava cheia de gente ale-gre e feliz. Ir á igreja, ao culto no dia de Natal era infalível, a minha mãe nunca dei-xava de ir. Naquele dia o agradecimento pela vida, saúde, paz e felicidade era espe-cial ao Menino que acabava de vir a esse mundo... “Bate os sinos pequeninos, sinos de Belém, já nasceu o Deus Menino para o nosso bem”. Aonde passávamos ouvia-se as músicas de bem vindo, ao Menino.. Hoje já não se houve quase mais essas músicas natalinas... Mas, a lembrança desse tempo permanece em nossos cora-ções... Agora tudo é diferente, tudo é muito rápido, quando se vê O Natal já foi, e logo já está de volta, nem dá tempo para sentir uma saudade boa... ou contar os meses... Tem pessoas que festejam o Natal sem nem saber que é um aniversário, e muito menos sabem de quem é. Só sabem que é dia de receber presentes e às ve-zes retribuir até o dia 06/01... Um abraço a todos e um feliz Natal....

Por Carmen Di Moraes

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Mais uma vez

Por Silvio Parise

Mais uma vez sem surpresas vejo

outro ano seu fim chegar,

ciclo que para mim acho perfeito,

embora o ano não tenha sido espetacular.

E assim, mais uma vez,

verei um novo ano chegar,

realmente repleto de esperança,

pois esse ano que agora está terminando

foi verdadeiramente conturbado

porque faltou-lhe bonança

juntamente com o sempre desejado bem estar.

Contanto, mais uma vez,

um novo ano está chegando,

espero que seja repleto

de novas oportunidades, bom senso e amor

pois, é exatamente isso que está faltando

para então, mais uma vez celebrarmos

a sua vinda com todo fulgor.

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Receita para Festas de Fim de Ano

Por Alexandra Magalhães Zeiner

Porções mágicas de Paz,

Diversas misturas de Amor,

Solidariedade e união,

De formas e tamanhos variados,

Sem esquecer um especial componente:

Gratidão infinita,

Recitada em prece diária,

Criando cores, artes e palavras,

De dentro para fora,

No aqui e agora,

Pelo que foi, é e será,

Para cada ser vivo,

Habitante do planeta azul,

Astro-lar no Universo,

Mãe Terra.

Imagem by NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (SSC-Caltech)

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O Natal Que Desejamos

Por Luiz Manoel

Desejamos celebrar O Natal com muita luz Em espírito de amor

Na presença de Jesus A proclamar Glória a Deus A cantar de braços dados

A desejar Paz na Terra Todos serão convidados Vamos celebrar o Natal Ao redor de nossa mesa

Farta de bons sentimentos Desejamos a fé renovar

Com nossas vozes em hino Ao lado de anjos cantar

Bem-vindo Jesus Menino

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Um Sonho de Natal

Por Maria Angela Manzi da Silva

Noite mágica e bela! O céu pontilhado de estrelas...

Na rua, um menino cansado e triste ofe-recia doces aos passantes, que apressados mal ouviam o que ele dizia.

Precisava vender seus doces. A mãe os havia feito com tanto esmero e carinho, na esperança de ganhar um pouco de dinheiro para juntos festejarem o Natal. No entanto, ele nada havia vendido.

Estava triste, pois se lembrava dos ir-mãos menores, esperando pelos presentes que não ganhariam. Os sonhos afugentados pela realidade nua e fria.

- Senhor compra um doce.

- Moça leva um doce.

Nada. A noite avançava. Já não havia quase ninguém nas ruas. Todos estavam em suas casas, para festejar a noite de Natal com a família. Uma chuva fina começou a cair, molhando sua roupa. Os pingos da chu-va se misturaram às lágrimas que caiam aos borbotões.

Cansado, sem coragem de voltar para casa, sentou-se na soleira de uma porta e, sem perceber, adormeceu.

Acordou, com a porta sendo aberta, e uma linda moça, sorrindo, perguntou-lhe: - Ei garoto, o que você está fazendo aí?

O menino, assustado, respondeu de-pressa: - Não se preocupe moça, eu já vou sair. Mas, ela, solidária, com pena do meni-no, pegou sua mão e o convidou a entrar.

Lá dentro, extasiado, ele viu a reluzente árvore e, debaixo dela, um menino com seus braços abertos, parecendo lhe sorrir. Viu, também, um jovem, de roupa vermelha, colo-cando vários pacotes em um grande saco vermelho. Era o Papai Noel! E não era so-nho, ele era real, de verdade!

O garoto não sabia o que dizer. Pergun-taram-lhe onde morava, mas ele não queria dizer. Sua família era muito pobre, a casa muito simples ficava tão longe. Mas, insisti-ram bastante e ele acabou contando.

O casal quis levá-lo até sua casa. Che-

garam a um bairro distante, com casas sim-ples, quase às escuras. Havia poucas luzes nas ruas de terra, esburacadas. Chegaram buzinando, cantando, e toda a vizinhança, curiosa, foi saindo de suas casas e se acer-cando do carro. Ainda sonolentas, as crian-ças não entendiam o que estava acontecen-do.

O casal começou a distribuir presentes a todas as pessoas que estavam ali. A ale-gria tomava conta daquelas crianças e seus olhos brilhavam ao abrir aqueles embrulhos de papel brilhante, com grandes e coloridos laços.

O menino não cabia em si de contenta-mento, juntamente com seus irmãos e as pessoas da vila. Parecia ser ele o responsá-vel por toda aquela alegria.

Naquela noite, as estrelas do céu brilha-ram mais, talvez refletindo a luz do olhar da-quelas crianças felizes. Foi uma noite mágica e inesquecível.

Aquele casal realizou sonhos e o menino presenciou um verdadeiro milagre de Natal...

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É Natal!

Por Rosangela Calza

Os sinos repicam alegremente,

Crianças brincam contentes,

E esperam, ansiosas, pelo melhor momento:

A hora de abrir seus presentes.

É Natal!

As estrelas de seu melhor brilho se vestem,

Os homens aos céus por tudo agradecem humildemente.

Uma criança solitária faz sua prece:

Ao lado da cama quer encontrar um presente.

É Natal!

Pinheirinhos enfeitados,

Festas pra todo lado...

Presentes, presentes e mais presentes...

É tanta celebração que tantos do mais importante se esquecem

Jesus...

A razão de o Natal ser comemorado:

pra própria festa Ele não é convidado.

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ARROZ DE BRIGADEIRO

Receita enviada por Vó Fia

Um quilo de arroz

Duzentos e cinquenta gramas de ameixa preta sem caroços picadas

Duzentos e cinquenta gramas de azeitonas verdes sem caroço picadas

Um prato raso de batatas fritas

Três maçãs verdes com a casca em cubinhos

Duas colheres de sopa de suco de limão

Cento e cinquenta gramas de manteiga

Meio quilo de farinha de mandioca branca

Um copo grande de molho de tomates temperado com caldo de galinha, cebola ralada, alho e cebolinha verde.

PREPARO

Prepare o arroz bem solto e firme e reserve; molhe os cubos de maçã com o suco de limão, aqueça a manteiga e junte as frutas e a batata frita e mexa um pouco para secar a umidade, junte a farinha e mexa para tor-rar um pouquinho, tempere com sal e pimenta do reino e reserve; coloque o arroz em uma vasilha grande e junte o molho de tomate e misture bem e junte a farofa de frutas e misture novamente. Na hora de misturar é pre-ciso que todos os componentes estejam bem quentes. Esse prato serve 20 porções e pode servir quente ou frio.

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FESTAS

Natal chegando...chuva caindo

Povo alegre...comprando

Com dinheiro ou sem dinheiro

Paga agora ou em janeiro.

Aniversário de Jesus

Alguém se lembra?

Claro pois está na agenda

Se olhar para ela

Se lembra...se lembra...

Passou o Natal

Ano Novo vai chegar

Vai ter nova festa

Voltem a comprar e comprar.

Ainda não acabou

Dia de Reis vem logo ali

As folias estão nas ruas

Dançando cantando acolá e aqui

Novamente vamos gastar e dançar ...e rezar?

Por Maria Aparecida Felicori {Vó Fia}

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Natal definitivo

Por Carlos Alberto Carneiro Souza

E no céu

Um brilho inimaginável

De seu azul

Uma dourada estrela

Surgiu e ascendeu

De um estranho contentamento

O espírito natalino reviveu

A todos invadiu

O endurecimento d’alma

Se desfez em dança

Brincadeira

Sorriso infantil

O alimento se transformou

Como mágica

Se multiplicou

Se espalhando aos quatro cantos

Saciando toda fome derradeira

E a todo doente curando

Mesmo de uma vida inteira

E o natal se fez plenamente

Em todo momento presente

E a paz e o amor

Insurgiu

Contaminando definitivamente

As Américas, a Europa, a África, a Ásia, o Oriente Médio

Enfim , todos os confins da Terra

E fez de seu berço esplêndido...

O Brasil.

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ESPERANÇA

Por Deidimar Alves Brissi

A tempestade passa A noite amanhece O deserto é finito A semente cresce

O esterco aduba A tragédia ensina O pântano é fértil

A dor doutrina

O fogo renova A exaustão segura A pedra constrói O veneno cura

Em tudo há esperança!

Imagem by Mikael Lunar

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Outra vez é Natal

Por Jania Souza

Os dias correm velozes.

A cada momento passam a sensação de uma pressa desenfreada para chegar a um evento muito especial.

Sem se perceber, despertar-se.

Surpresa!

Outra vez é Natal.

O tempo tem pressa de revelar aos huma-nos a importante necessidade de celebrar a salvação.

A redenção com o Eterno.

Lembra: Em Belém, no céu, cantam anjos. Na manjedoura, repousa a razão.

Razão do existir, do ser, do estar.

Razão do vir, do permanecer.

O sentido.

Paz e amor...

Na construção de uma nova era, de uma nova consciência, que já dura há dois mil e quatorze anos.

Ufa!...

O tempo tem pressa.

A humanidade ignora.

Pensa que Natal é apenas uma festa do consumo, do glamour, do gasto perdulário, da superficialidade.

Esquece que a pressa do tempo é para tornar o Natal diário.

Acontecimento palpável ao acordar, ao relacionar-se, ao trocar bons fluídos em toda e em qualquer parte.

Espalhar-se em famílias, em lares, em empresas.

Saltitar nas ruas e até em bares, pubs, restaurantes, shoppings, cinemas.

Em qualquer evento em que a gentileza seja a premissa maior do relacionamento, do confraternizar-se, do compartilhar.

Outra vez é Natal.

As árvores enfeitam-se com corações e ações de fraternidade, de amor, de compaixão.

Revela-se enfim a cara do mundo dantes normalmente fantasiada com a máscara do egoísmo, da maldade, da violência macabra, adornando em jornais, revistas, livros, pas-quins e até em obras ditas infantis com mor-didas vampirescas, bombas atômicas, pedofilia, discriminação, corrupção, escravidão, vícios, mercados ilícitos de al-mas, corpos, mentes, corações.

Outra vez é Natal.

Tempo de purificação.

O velho renova-se. Adquiri novo significado. Descobre a gratidão.

Perdoa-se e concede perdão.

O tempo tem pressa.

Pressa de revelar a cada ser vivente que Natal se comemora todo dia no ninho de cada coração.

Olhos abrem-se. Brilham.

Bocas sorriem. Cantam louvores. Sussurram bênçãos. Consolam.

Estendem-se as mãos.

Renasce a esperança.

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Pequeno milagre de Natal Por Sandra Nascimento

No shopping, Roberta subiu apressada a escada rolante pelo lado de descer. Entrou numa loja de brinquedos que já estava quase fechando e conseguiu encontrar um foguete branco que ainda naquela semana precisava decolar. Saiu feliz com o brinquedo embrulhado em papel de ursos e de-pois buscou uma padaria para comprar ovos, cane-la, licor, açúcar e café. Tinha muita gente por ali, as filas estavam enormes e o cansaço já formigava em suas pernas. Depois dos papos na fila do caixa, conseguiu ajeitar a carga e rumar para casa, num ônibus que demorou quase duas horas para chegar ao destino. Saltou no ponto final e caminhou por ruas estreitas, até avistar o portão de sua casa, que de tão azul parecia exibir a tinta fresca. Entrou com muitos cuidados para não perturbar o silêncio. Um jardinzinho cheirava à terra molhada, por con-ta das chuvas ligeiras de verão que visitavam a noite. Na sala, o aroma de camomila aguçava o paladar. Sorriu para a mãe – dona Doroteia –, e foi convidada a sentar: “Vem tomar um chá e comer alguma coisinha.”

– O Pedro dormiu? – perguntou. – Sim, faz pouco. Pão com manteiga e um chazinho foi a ceia

do dia. – Você está bem, mãe? – Agora estou melhor, mantendo o controle

da dor com os remédios. A conversa estava amistosa, mas logo ela

subiu ao quarto para beijar o filho adormecido. De-pois desceu, viu o jornal das onze na TV e de can-sada dormiu no sofá. Acordou no dia seguinte, quando o sol já visitava a sala e, assim que tomou o banho merecido, foi ajudar dona Doroteia, que há horas estava em pé ocupada com roupas e va-rais. Fez café, esquentou leite e começou a prepa-rar rabanadas – suculentas e açucaradas.

– Toma cuidado com esse braço, mãe, não vai quebrar de novo. – bradou Roberta da cozinha.

– Não corro esse risco, filha. De repente, a escada rangeu repetidas ve-

zes. Pedrinho acordara e descia correndo para ver a mãezinha. E que festa fizeram nesse encontro cheio de pulos, abraços, beijos e tantas histórias pra contar.

– Hoje a mamãe vai ficar em casa. – disse Roberta

– A que horas chega o Natal, mamãe? – Logo, logo, filhinho, logo mais. Mas ali mesmo, a mesa já estava servida

com o doce mais gostoso do Natal. E depois Pedro passaria o dia se escondendo atrás de cortinas e dentro de armários, para que a mãe o achasse e

acontecesse o festival de abraços. Aquele era um dia para estar junto, quase um milagre, momentos intensos que compensavam ausências e distâncias tão comuns no dia a dia.

– Depois que o Natal chegar, nós podere-mos subir num foguete e visitar os planetas, ma-mãe?

– Poderemos sim, Pedro, mas antes precisa-mos varrer o quintal e molhar as plantas.

– Mas e se chover, mãe, não precisa molhar nada não.

– Precisa sim, Pedrinho, os vasinhos meno-res não ficam lá fora, precisamos cuidar deles, va-mos dividir o trabalho.

E foram mexer com flores e varrer quintal, enquanto dona Doroteia organizava a casa e orna-va um pinheiro natural com luzes e laços. No pe-queno quintal, o menino regava as plantas e se mo-lhava o quanto podia.

– Se continua assim te deixo de molho, me-nino. – avisava a mãe.

E antes que pudesse juntar as mesas, arru-mar as cadeiras e acender o forno de barro para assar pães e bolos, Roberta apanhou o filho molha-do e o deixou brincando numa banheira bem re-dondinha, cheia de água quente.

Quando a noite chegou, trouxe a tia Amé-lia, o tio Eduardo com a viola e tio Lula com as crianças. Nesse momento, dona Doroteia já termi-nava a caprichada salada de bacalhau. E enquanto pães e bolos eram retirados do forno, o tio Lula procurava o azeite e sacava a rolha de um vinho para regar a ceia.

– Venha Pedrinho, deixa a mamãe amarrar os cadarços e pentear os seus cabelos, porque ago-ra já é Natal e todos nos esperam.

– Ele já entrou na sala, mamãe? – pergun-tou o menino. E a mãe apenas sorriu.

Minutos após, seguiram para o quintal onde os parentes já faziam a festa. Era sempre assim, com o Natal ressurgiam a dança, o canto, tantas conversas, brincadeiras e piadas. E para a alegria de todos tinha sorvete. Perto da meia noite, a luz da árvore de Natal iluminou presentes, meninos e um papai Noel – que mais uma vez reviveu o seu realismo maravilhoso.

Altas horas, e Pedrinho abraçado ao brin-quedo novo foi levado, pela mãe, à sua caminha. Seguindo o coração, Roberta decidiu permanecer ao lado do filho, e na quietude do quarto, através da janela semiaberta, eles sentiram a brisa leve e contemplaram as estrelas cintilantes. Suave, o aca-lanto da noite encantou a ambos. E lentamente o sono irresistível foi envolvido pela paz.

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LUPA CULTURAL

Por Rogério Araújo

(Rofa)

A vida como uma

“roda de poesias”...

Por Rogério Araújo (Rofa) *

Estive presente num evento informal

promovido pelo “Portal do Poeta Brasileiro”,

na casa de uma escritora, onde encerrou com

algo que nunca havia presenciado e que foi

de um resultado surpreendente.

A chamada “roda de poesias”, onde

poetas e escritores presentes fazem como se

fosse um “repente”, que é cantado, com as

poesias que são iniciadas e construídas na

hora, de improviso, por outros.

O que vi na hora foi um “poemão”, feito

sem prévia organização, nascer de um encon-

tro de poetas e escritores de toda parte do

Brasil e alguns doe exterior. Interessantíssimo

observar o produto final que sequer foi anota-

do por ninguém para virar um novo livro...

A emoção, o bom humor, o desprendi-

mento... são características a serem destaca-

das. E, para alguns, ainda a interpretação que

valeriam um “Oscar” pela atuação. Uma prova

que nem sempre de quem escreve não é so-

cial e gosta de escrever no silêncio...

Como seria bom se, na vida, pudésse-

mos viver, assim, como uma “roda de poesi-

as”, compartilhando o que se passa conosco

com outro que completa o que nos falta e

prossegue ideias que iniciamos e por aí vai...

Diversas personalidades já falaram da

importância de escrever em suas vidas e não

custa destacar algumas dessas frases para

enriquecer esse vasto tema de uma formação

relâmpago de frases e versos para o cotidiano

nosso...

Darcy Ribeiro disse que “Escrever é

ter coisas para dizer”. Quem não tem o que

dizer, falará muito e dirá pouco. E o escritor,

muitas vezes, faz o contrário: escreve pouco

e diz muito.

Clarice Lispector afirmou: “Eu escre-

vo como se fosse salvar a vida de alguém.

Provavelmente a minha própria vida”. E quem

escreve sente-se assim mesmo, inquieto, co-

mo se necessitasse soltar o que tem dentro

de si através da escrita, para poder viver.

Roland Barthes polemizou com uma

grande verdade: “Escrever é sacudir o sentido

do mundo”. E não é mesmo? O que seria do

mundo se não existissem quem escrevesse

para que pudesse ao menos pensar no que

leu, mesmo que alguns leiam e nem enten-

dam, ou melhor, nem pensem...

(Segue)

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Margaret Atwood foi categórica

quando disse que “Escrever é deixar uma

marca. É impor ao papel em branco um sinal

permanente, é capturar um instante em for-

ma de palavra”. Que bela afirmação! O mo-

mento sagrado de escrever, inspirado, para

pôr no papel ou na tela do computador a in-

quietação sobre algo que precisa ser produ-

zido e cada um tem sua “marca registrada”,

seja amado ou odiado, mas tem.

Carlos Drummond de Andrade sol-

tar essa pérola sobre o que ele mesmo fazia:

“pinterestEscritor: não somente uma certa

maneira especial de ver as coisas, senão

também uma impossibilidade de as ver de

qualquer outra maneira”. Que foi “picado” por

esse inseto chamado “escritor” jamais será o

mesmo e se contentará em ficar quieto, sem

escrever. Sua maior necessidade é expurgar

o que está dentro de si em palavras.

E para encerrar as citações sobre o

tema, Dady Malene resumiu bem sua função:

“Escrever é mandar recado. Ler, entender o

recado”. Quem escreve manda inúmeros

“recados” que somente serão assimilados ou

entendidos por quem no mínimo LER e de-

pois, mesmo que seja com muito esforço,

PENSA. Pois quem apenas passa os olhos

num texto, sem fixa-lo, é como quem ouve

algo desatento: entra por um ouvido e sai pe-

lo outro.

Enfim, que o “ofício” de escrever seja

entendido de diversas maneiras na vida. E

que possa, de repente, seja como uma “roda

de poesias” feita na hora, com as situações

cotidianas. Nem que seja na mente de quem

lê algo e constrói ideias ou mesmo discorda

do que leu. Isso é “interagir” em sua essên-

cia. É o feedback do escritor ainda que nun-

ca ouvido, mas pelo menos feito na mente do

leitor.

Essa é a “paixão” de quem escreve.

Só quem faz, sabe o que é isso. As pessoas

de fora até chamam de loucura ou de aliena-

ção. É, simplesmente, ser um canal de cone-

xão com o “mundo das ideias” para que leve

quem lê à refletir e viver melhor num mundo

onde tudo é supérfluo e visto com a síndro-

me do “deixa para lá”...

Vamos continuar na árdua missão de

escrever e deixar para os leitores o

“julgamento” e que cumprimento do objetivo

seja realizado ou não.

Um forte abraço do Rofa!

* Escritor, jornalista, autor do lançamento e livro-

duplo “O super-herói do Natal” e “Presentão do Na-

tal”, para o público infanto-juvenil, ilustrado e colori-

do, de “Crônicas, poesias e contos que u te con-

to...” (Literarte), lançado na 23ª Bienal Internacional

do Livro de São Paulo, em 2014 e de “Mídia, bênção

ou maldição?” (Quár'ca Premium, 2011); colunista do

“Jornal Sem Fronteiras”; par'cipações em diversas

antologias no Brasil e exterior; vencedor de prêmios

literários e culturais; membro de várias academias

literárias brasileiras e mundiais.

O que achou da coluna “Lupa Cultural” e deste texto?

Contato: [email protected]

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De Natais e Perus

Por Julia Rego Ando pelas ruas da cidade e me deparo com um shopping center todo enfeitado para o Natal. Sur-preendo-me, consulto o calendário para saber se estou perdida no tempo, e constato que ainda fal-tam quatro meses. Papai Noel tem chegado mais cedo em nossas vidas. Antigamente o Natal demorava muito para chegar. Lembro-me que, quando criança, passava o ano inteiro, e como parecia longo, à espera do dia em que o bom velhinho chegaria trazendo o brinquedo que pedira. Esforçava-me por me comportar bem para que meu pedido fosse atendido, o que nem sempre acontecia, para decepção minha. O mês de dezembro era sempre o que eu mais gos-tava. Trazia-me uma sensação gostosa de felicida-de plena. A tranquilidade nos preparativos para a grande ceia, o acompanhar o peru engordando no quintal da casa para ser embebedado de véspera, a compra dos enfeites coloridos, das frutas cristali-zadas, das amêndoas, nozes, figos, castanhas do Pará, sem falar na toalha de mesa vermelha, usada natais após natais, que trazia apliques de anjos ce-lestiais azuis com suas trombetas, anunciando o nascimento do Menino Jesus... Tudo isso me en-chia de alegria e expectativa para aguardar a festa mais bonita do ano. Nessa época, o ambiente parecia ser tomado por uma áurea encantada que envolvia a todos com sentimentos de verdadeiro amor ao próximo. A lista de presentes era grande, e todos escolhidos com muito carinho para fazer alguém feliz, pelo menos naquela noite. Os cartões que enviávamos e recebíamos em profusão traziam imagens, sons e mensagens inesquecíveis. Íamos à Missa do Galo, sempre celebrada à meia-noite, para depois degus-tarmos com muita cerimônia a ceia preparada den-tro de um ritual que jamais será resgatado. Depois as crianças iam “dormir” a contragosto para que o Papai Noel pudesse colocar o presente nos sapati-nhos, estrategicamente, arrumados na janela ou embaixo da cama. Aquele tempo me traz grande nostalgia. Quando me deparo com os enfeites tecnológicos, e tão an-tecipadamente, expostos nas vitrines das lojas e nos corredores dos grandes centros comerciais,

não sinto mais o espírito natalino da minha época de infância, ao contrário, sinto cheiros e sabores impregnados de amor ao capital. Ao invés de uma doce e calma espera pelo Natal, percebo pressa e artificialidade. As pessoas se atropelam em busca de uma lembrancinha qual-quer, apenas para os mais chegados, preferindo presentear a si próprio com roupas e objetos de marca, realizando sonhos de consumo patrocina-dos pelo décimo-terceiro salário. As crianças não mais vivem a emoção da surpresa quando recebi-am os presentes. Elas mesmas escolhem os mais modernos brinquedos entre choros e sapateados cheios de vontades. As ceias caracterizam-se por perus congelados e os pratos sorteados pelos nu-merosos parentes que quase se estapeiam, dispu-tando uma dura e ressecada coxa da ave. Hoje ninguém tem mais tempo para nada. A corre-ria e as mil atribuições do dia a dia impostas pela sociedade contemporânea nos deixaram cegos para a vida e para o verdadeiro sentido do Natal. E as-sim ele chega sem que percebamos o quanto de felicidade deixamos para trás quando trocamos a essência humana pela necessidade de, apenas, con-sumir ao invés de, simplesmente, celebrar. Mais uma vez contemplo as luzes de led em dife-rentes modelos e formatos do vazio Natal contem-porâneo, e continuo tendo a certeza de que conti-nuo preferindo os antigos pisca-piscas que, humil-demente, enfeitavam o pinheiro verde coberto de algodão na sala da nossa casa. O presépio, embai-xo, não nos fazia esquecer que, naquele dia Jesus, estava nascendo para o mundo.

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Magia de celebrar

Por Sergio Eduardo Del Corso

“Tempo de reflexão,

indagar o que diz a alma,

florescer essências,

satisfazer ansiedades,

coroar transformações.

Comunhão de seres,

iguais valores,

união em cores.”

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Luz Do Amor

Por Maria Socorro de Sousa

Neste Natal celebremos com luz

A luz do nosso olhar

Olhemos para a Estrela que guia

Ilumina os caminhos, nosso andar

Luz que conquista Belém de Judá

Traz Boas Novas de grande alegria

Glória a Deus nas alturas,

Paz na terra,

Boa vontade para com os homens

Alegremo-nos com grande júbilo

Ofertemos o nosso tesouro em dádivas:

Ouro, incenso e mirra

Ao menino Jesus

A Luz do mundo

Haja muitas luzes

No Ano Novo 2015

Cantemos um Novo cântico

Harmonia, Força e Fé

Espalhemos as Boas Novas

Alegrem-se e regozijem-se as Nações

Sabeis que o Senhor é Deus

Luz do Amor

Deus é Fiel.

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NATAL DE 2014 Por Odenir Ferro

Como deveríamos nos comedir, dentro de mais e mais enleios materiais – já tão fartos em nossos convívios sociais – que não sabe-ríamos nem ao menos, através deles, redes-cobrirmo-nos, quanto ser tão humanos emo-cionais que somos...!

Neste Natal, devemos pedir o que, ao mitigo Papai Noel? “Que ele nos conceda as bem-aventuranças de nos reencontrarmos com o Grande Mestre Jesus Cristo?!”

“Quais são as pessoas humanas – que na atualidade –, estão vivenciando, experimen-tando e até criando, num crescimento expo-nencial os reais valores virtuais, e, verdadei-ros – dentro dos exemplos deixados na His-toria da Humanidade – pelo nosso Grande Mestre Jesus Cristo?”

“Nós estaríamos prontos para comemorar os Festejos Natalinos em mais este final de ano”?

– Mas, estaríamos realmente aptos, para – em mais este ano –, ao de novo consagrá-Lo em nossas vidas, dentro dos nossos mais profundos sentimentos, dentro da alma do nosso coração, para aceitar a plenitude finita da nossa presença física aqui no planeta, enquanto nos estagiamos para avançarmos rumo à plenitude da Eternidade – que Ele, em sua sabedoria e benevolência creditou a todos nós?!”

Enquanto ele meditava, o dia vinha clarean-do. Final de madrugada, primeiro dia do mês de Outubro. No silencio do quarto, ele se pôs a refletir mais, e mais, ainda. E, dentro de muitas conclusões e inconclusos pensamen-tos sobre a fé, os ensinamentos, a história pessoal de vida – conciliando-se com a His-tória Geral da Humanidade – pode sentir, pensar, intuir, sobre Jesus... E eu posso lhes dizer que:

“Ele pensou profundamente no quanto o Mestre Jesus o ampara. Dentro da sua atua-lidade existencial. Mas também soube dis-cernir dentro de si, a dolorosa potencialidade de sentir e ressentir, sobre o quanto a Huma-nidade está se flagelando, corrompendo-se e vivendo em meios supérfluos de encanta-mentos proporcionados por inumeráveis ti-pos de vícios e artifícios. Cujos preços, em todos os átimos de momentos que se pas-sam, estão ficando mais e mais, a cada vez mais, caros, fatídicos, trágicos... A incompre-ensão e a falta de respeito pelo nosso próxi-mo estão estampadas nos reflexos e nos preâmbulos dos mais íntimos âmagos da nossa alma...!”

Quando ouviu um barulho, ele se levantou, saindo repentinamente, do seu transe medi-tativo. E, logo em seguida, foi até a entrada da casa. Instintivo, logo percebeu ser o baru-lho da motocicleta do entregador de jornais.

“E em meio a tudo isto, o que dizermos do Amor que deveríamos nutrir pelo nosso gran-de Mestre Jesus?”

“O que dizermos sobre os laços fraternais, ou, sobre os valores pessoais mais íntimos – aqueles que se constituem dentro do nosso amor próprio?” Prosseguiam nos diálogos espirituais que os Anjos, invisíveis para ele, mas presentes aos seus envolvimentos lite-rários continuavam freneticamente, a dialo-garem entre si. E ele, compenetrado como estava, enquanto se dirigia até a porta princi-pal da casa, conseguia – em forma de intui-ção e de motivada inspiração – captar alguns relances desta conversa espiritual. Pois que estava, e muito, sintonizado com a magia do universo ao seu redor.

(Segue)

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Abriu a porta com cuidado. Recolheu o jornal. E deixou-o do seu lado, sobre a impressora, tão logo regressou ao seu quarto. O computa-dor permanecia desligado. O ventilador, tam-bém. Já de manhãzinha, podia sentir o calor.

“Ao nota-lo assim, sem que ele nos notasse, pudemos, claramente, percebermos, no quan-to ele estava apreensivo e decepcionado com tudo. Ou quase tudo, ao que se referisse aos assuntos da Humanidade. E assim, prosse-guia ele, enquanto deixava a câmera de filma-gem ligada. De vez em quando ele olhava pa-ra o monitor, para se certificar de que tudo estava sendo registrado. Ele tinha por hábito, gravar a sua imagem, e depois verbalizar os seus pensamentos... Registrados... Pondo entonação teatral aos seus sentimentos. E depois de analisar o material, transformá-lo em literatura poética.”

Foi desta forma, que compulsivamente, ele escreveu a Mensagem de Natal, que nós co-mo, colaboradores Universais, “assopramos” dentro da sua alma, tornando o seu espirito mais envolvente com as dimensões paranor-mais deste mundo em que todos nós, ho-mens, anjos, e todos os reinos animais e ve-getais, espirituais ou não, vivemos...

Querido Papai Noel:

“Sei que através do seu mito universal secu-lar, o senhor está mais próximo de Nosso Se-nhor Jesus Cristo”. Assim sendo, venho hu-mildemente pedir-te para que nos conceda a graça da sabedoria de podermos em oração, compartilharmos as nossas aflições coletivas, no tocante aos nossos envolvimentos socio-culturais. Sinto que estamos vivenciando as comodidades dos benefícios materiais, e es-tamos ausentes, a cada momento que se pas-sa, dos nossos verdadeiros valores espiritu-ais, valores emocionais... Aqueles valores que nos fazem vibrar de felicidade o nosso cora-ção, pelos nossos gestos mais simples, em relação ao nosso próximo!

Neste Natal, desejo que haja uma conciliação definitiva e harmônica com o Nosso Senhor Jesus Cristo, e contigo, meu querido Papai

Noel! Como o senhor é um sábio conselheiro e amigo das crianças, tive a ideia de pedir-lhe, para que lhes ensine o quanto foi, é e se-rá sempre valorosa a Vida e Obra do Nosso Grande Mestre Jesus Cristo, deixada através de inúmeros e sábios ensinamentos, para to-dos nós, seres humanos habitantes deste Pla-neta Terra.

“E... Assim sendo, meu querido Papai Noel, estes festejos natalinos, começarão a terem mais e mais, a cada vez mais, graduados va-lores de intensidades emocionais, espiritu-ais... E, que será, dentro do nosso cotidiano, no ano vindouro, após os festejos, imensa fonte de inspiração de luz, motivando-nos a vivenciarmo-nos todos, como verdadeiros ir-mãos, dentro desta carismática e feliz realida-de que sempre está a motivarmo-nos a se-guirmos avante, em frente, sempre de cabeça erguida, enfrentando os enleios da vida. Po-dendo assim, desta forma, darmos prossegui-mento a trajetória da nossa história pessoal, marcando-a com todos os aparatos divinais que a verdadeira sabedoria das palavras dei-xadas pelo nosso grande mestre Jesus Cristo, ainda sobrevive dentro das fagulhas dilace-rantes do amor de cada um de nós, indo de encontro da luz, da esperança, do amor pro-fundo e verdadeiro que porventura pudermos compartilhar com os nossos irmãos!”

Grande abraço, meu querido Papi Noel!

Ps.: Espero, amorosamente, a visita em mi-nha casa, do nosso Grande Mestre Jesus! E, é claro, a sua, meu querido e bom velhinho!

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Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15

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ACREDITAR É UM DOM!

ACREDITE NO BEM, ACREDITE NO BOM!

CONFIE EM VOCÊ E NO UNIVERSO!

TENHA UM FELIZ NATAL E UM ANO DE 2015 PLENO DE REALIZAÇÕES!

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A LITERATURA DE JACQUELINE AISENMAN

Márcio Almeida

Com que leveza escreve Jacqueline Aisenman! Com que estilo viscoso atrai o leitor para contextualizar a imagética do seu pensamento! Com que nobreza ela trata a Literatura! Em meio a tanto experimentalismo e distorções que sangram talen-tos em vão, de rebuscamentos sôfregos da linguagem, de psi-cologismos que esvaziam o ser humano de sua essência até a medula do nada, - esta autora é simples com profundidade, mergulha onde a gente é por ser o que é e traz a verdade de cada um no que somos de humanidade.

Informações sobre os livros:

[email protected]

[email protected]

Karaokê a capela

Escrevo porque é mais simples do que falar. É mais

simples do que muita coisa. E quando não escrevo é como

se sangrasse PA dentro numa hemorragia interna preen-

chendo todas as frestas que não têm como conter tanto

sangue. Escrevo porque é a minha vida e a minha vida é sol-

tar de mim o que só sai escrevendo. (...) Antes de soltar de

mim as palavras, tenham elas o peso das âncoras. Sejam

elas banhadas no mel. Possam elas ancorar seguras no co-

ração de quem me ouve. (...) A pior palavra é a que você

não quer ouvir. (...) Não existem palavras silenciosas. No

momento exato em que você decidiu ser algo mais do que a

sua imagem no espelho, os seus gestos irão tocar alguém.

Isto é vida. (...) As palavras saem do fundo da mente ou do

fundo ventre. De quem mente ou de quem sente. As pala-

vras soam, zoam, passam, vibram, voam...(...) No meu silên-

cio encontram-se palavras que não querem vida: não que-

rem sair, não querem dizer, não querem tornarem-se vivas.

No meu silêncio as emoções circulam sem se fazer notar. E

dentro dele, do meu silêncio, consigo exis'r sem a ameaça

dos ecos. (...) Palavras devem ser bênçãos, jamais maldi-

ções. (Jacqueline Aisenman)

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Stampfenbachstrasse 138

8006 Zürich-ZH

Fax: 044 206 90 21

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Revista Varal do Brasil

A revista Varal do Brasil é uma revista inde-pendente, realizada por Jacqueline Aisenman.

Todos os textos publicados no Varal do Brasil receberam a aprovação dos autores, aos quais agradecemos a participação.

Se você é o autor de uma das imagens que encontramos na internet sem créditos, faça-nos saber para que divulguemos o seu talento!

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