Literatura Brasileira Prof Sarah

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  • 8/17/2019 Literatura Brasileira Prof Sarah

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    LITERATURA BRASILEIRA

    FASES E MESTRES

     Origens

    O estudo sobre as  origens da literatura brasileira deve ser feito levando-se em conta duas vertentes: a histórica e aestética. O ponto de vista histórico orienta no sentido de que aliteratura brasileira é uma expressão de cultura gerada no seioda literatura portuguesa. Como até bem pouco tempo erammuito pequenas as diferenças entre a literatura dos dois

     pases! os historiadores acabaram enaltecendo o processo da

    formação liter"ria brasileira! a partir de uma multiplicidade decoincid#ncias formais e tem"ticas.

    $ outra vertente %aquela que salienta a estética como pressuposto para a an"lise liter"ria brasileira& ressalta asdiverg#ncias que desde o primeiro instante se acumularam nocomportamento %como nativo e coloni'ado& do homemamericano! influindo na composição da obra liter"ria. (moutras palavras! considerando que a situação do colono tinhade resultar numa nova concepção da vida e das relaç)eshumanas! com uma visão própria da realidade! a corrente

    estética valori'a o esforço pelo desenvolvimento das formasliter"rias no *rasil! em busca de uma expressão própria! tantoquanto possvel original

    (m resumo: estabelecer a autonomia liter"ria é descobrir osmomentos em que as formas e artifcios liter"rios se prestama fixar a nova visão estética da nova realidade. $ssim! aliteratura! ao invés de perodos cronológicos! dever" ser dividida! desde o seu nascedouro! de acordo com os estiloscorrespondentes +s suas diversas fases! do ,uinhentismo aoodernismo! até a fase da contemporaneidade.

    Duas eras - $ literatura brasileira tem sua história divididaem duas grandes eras! que acompanham a evolução poltica eeconmica do pas: a (ra Colonial e a (ra /acional!separadas por um perodo de transição! que corresponde +emancipação poltica do *rasil. $s eras apresentamsubdivis)es chamadas escolas liter"rias ou estilos de época.

    $ (ra Colonial abrange o ,uinhentismo %de 0122! ano dodescobrimento! a 0320&! o 4eiscentismo ou *arroco %de 0320

    a 0536&! o 4etecentismo %de 0536 a 0626& e o perodo de7ransição %de 0626 a 0683&. $ (ra /acional! por sua ve'!

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    envolve o 9omantismo %de 0683 a 0660&! o 9ealismo %de0660 a 068&! o 4imbolismo %de 068 a 0;;& e oodernismo %de 0;; a 0?! correspondendo + introdução da cultura européia emterras brasileiras. /ão se pode falar em uma literatura @do@*rasil! como caracterstica do pas naquele perodo! mas simem literatura @no@ *rasil - uma literatura ligada ao *rasil! masque denota as ambiç)es e as intenç)es do homem europeu.

     /o ,uinhentismo! o que se demonstrava era o momentohistórico vivido pela Aennsula ?bérica! que abrangia umaliteratura informativa e uma literatura dos Besutas! como

     principais manifestaç)es liter"rias no século =>?. ,uem produ'ia literatura naquele perodo estava com os olhosvoltados para as rique'as materiais %ouro! prata! ferro!madeira! etc.&! enquanto a literatura dos Besutas se

     preocupava com o trabalho de catequese.

    Com exceção da carta de Aero >a' de Caminha! considerada

    o primeiro documento da literatura no *rasil! as principaiscrnicas da literatura informativa datam da segunda metadedo século =>?! fato compreensvel! B" que a coloni'ação só

     pode ser contada a partir de 0182. $ literatura Besutica! por seu lado! também caracteri'a o final do ,uinhentismo! tendoesses religiosos pisado o solo brasileiro somente em 01

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    achamento do *rasil@! além do inestim"vel valor histórico! éum trabalho de bom nvel liter"rio. O texto da carta mostraclaramente o duplo obBetivo que! segundo Caminha!impulsionava os portugueses para as aventuras martimas!

    isto é! a conquista dos bens materiais e a dilatação da fé cristã

    Literatura jesuíta  - ConseqF#ncia da Contra-9eforma! a principal preocupação dos Besutas era o trabalho decatequese! obBetivo que determinou toda a sua produçãoliter"ria! tanto na poesia quanto no teatro. esmo assim! do

     ponto de vista estético! foi a melhor produção liter"ria do,uinhentismo brasileiro. $lém da poesia de devoção! os

     Besutas cultivaram o teatro de car"ter pedagógico! baseadoem trechos bblicos! e as cartas que informavam aos

    superiores na (uropa sobre o andamento dos trabalhos nacolnia.

     /ão se pode comentar! no entanto! a literatura dos Besutassem refer#ncias ao que o padre Gosé de $nchieta representa

     para o ,uinhentismo brasileiro. Chamado pelos ndios de@Hrande AiahI@ %supremo paBé branco&! $nchieta veio para o*rasil em 0118 e! no ano seguinte! fundou um colégio no

     planalto paulista! a partir do qual surgiu a cidade de 4ãoAaulo.

    $o reali'ar um exaustivo trabalho de catequese! Gosé de$nchieta deixou uma fabulosa herança liter"ria: a primeiragram"tica do tupi-guarani! insuper"vel cartilha para o ensinoda lngua dos nativosJ v"rias poesias no estilo do versomedievalJ e diversos autos! segundo o modelo deixado pelo

     poeta portugu#s Hil >icente! que agrega + moral religiosacatólica os costumes dos indgenas! sempre com a

     preocupação de caracteri'ar os extremos! como o bem e omal! o anBo e o diabo.

     buscando a pure'a da fé! mas tendo ao mesmo tempo

    necessidade de viver a vida mundana. Contradição que osituava com perfeição na escola barroca do *rasil.

    Antônio ieira - 4e por um lado! Hregório de atos mexeucom as estruturas morais e a tolerDncia de muita gente - comoo administrador portugu#s! o próprio rei! o clero e oscostumes da própria sociedade baiana do século =>?? - por outro! ninguém angariou tantas crticas e inimi'ades quanto o@impiedoso@ Aadre $ntnio >ieira! detentor de um inveB"velvolume de obras liter"rias! inquietantes para os padr)es daépoca.

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    Aoliticamente! >ieira tinha contra si a pequena burguesiacristã %por defender o capitalismo Budaico e os cristãos-novos&J os pequenos comerciantes %por defender o monopóliocomercial&J e os administradores e colonos %por defender os

    ndios&. (ssas posiç)es! principalmente a defesa dos cristãos-novos! custaram a >ieira uma condenação da ?nquisição!ficando preso de 0331 a 0335.

    $ obra do Aadre $ntnio >ieira pode ser dividida em tr#stipos de trabalhos: Arofecias! Cartas e 4erm)es.

    $s Arofecias constam de tr#s obras: @Kistória do futuro@!@(speranças de Aortugal@ e @Clavis Arophetarum@. /elas senotam o sebastianismo e as esperanças de que Aortugal se

    tornaria o @quinto império do undo@. 4egundo ele! tal fatoestaria escrito na *blia. $qui ele demonstra bem seu estiloalegórico de interpretação bblica %uma caracterstica quaseque constante de religiosos brasileiros ntimos da literatura

     barroca&. $lém! é claro! de revelar um nacionalismomegalomanaco e servidão incomum.

    O grosso da produção liter"ria do Aadre $ntnio >ieira est"nas cerca de 122 cartas. (las versam sobre o relacionamentoentre Aortugal e Kolanda! sobre a ?nquisição e os cristãosnovos e sobre a situação da colnia! transformando-se em

    importantes documentos históricos.

    O melhor de sua obra! no entanto! est" nos ;22 serm)es. Eeestilo barroco conceptista! totalmente oposto ao Hongorismo!o pregador portugu#s Boga com as idéias e os conceitos!segundo os ensinamentos de retórica dos Besutas. Lm dosseus principais trabalhos é o @4ermão da 4exagésima@!

     pregado na capela 9eal de Misboa! em 0311. $ obra tambémficou conhecida como @$ palavra de Eeus@!  Aol#mico! estesermão resume a arte de pregar. Com ele! >ieira procurouatingir seus advers"rios católicos! os gongóricos

    dominicanos! analisando no sermão @Aor que não frutificava aAalavra de Eeus na terra@" atribuindo-lhes culpa.

    O Ar#a$ismo

    O $rcadismo no *rasil começa no ano de 0536! com doisfatos marcantes: a fundação da $rc"dia Lltramarina e a

     publicação de @Obras@! de Cl"udio anuel da Costa. $ escolasetecentista! por sinal! desenvolve-se até 0626! com a chegadada Namlia 9eal ao 9io de Ganeiro! que! com suas medidas

     poltico-administrativas! permite a introdução do pensamento

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     pré-romDntico no *rasil.

     /o incio do século =>??? d"-se a decad#ncia do pensamento barroco! para a qual v"rios fatores colaboraram! entre eles ocansaço do pblico com o exagero da expressão barroca e dachamada arte cortesã! que se desenvolvera desde a9enascença  e atinge em meados do século um est"gioestacion"rio %e até decadente&! perdendo terreno para osubBetivismo burgu#sJ o problema da ascensão burguesasuperou o problema religiosoJ surgem as primeiras arc"dias!que procuram a pure'a e a simplicidade das formas cl"ssicasJos burgueses! como forma de combate ao poder mon"rquico!começam a cultuar o @bom selvagem@! em oposição aohomem corrompido pela sociedade.

    %osto &urgu's - $ssim! a burguesia atinge uma posição dedomnio no campo econmico e passa a lutar pelo poder 

     poltico! então em mãos da monarquia. ?sso se refleteclaramente no campo social e das artes: a antiga artecerimonial das cortes cede lugar ao poder do gosto burgu#s.

    Aode-se di'er que a falta de substitutos para o Aadre $ntnio>ieira e Hregório de atos! mortos nos ltimos cinco anos doséculo =>??! foi também um aspecto motivador dosurgimento do $rcadismo no *rasil. Ee qualquer forma! suas

    caractersticas no pas seguem a linha européia: a volta aos padr)es cl"ssicos da $ntigFidade e do 9enascimentoJ asimplicidadeJ a poesia bucólica! pastorilJ o fingimento

     poético e o uso de pseudnimos. ,uanto ao aspecto formal! aescola é marcada pelo soneto! os versos decasslabos! a rimaoptativa e a tradição da poesia épica. O $rcadismo tem como

     principais nomes: Cl"udio anuel da Costa! 7om"s $ntnioHon'aga! Gosé de 4anta 9ita Eurão e *aslio da Hama.

    O Romantismo

    O 9omantismo se inicia no *rasil em 0683! quandoHonçalves de agalhães publica na Nrança a @/iterói -9evista *rasiliense@! e! no mesmo ano! lança um livro de

     poesias romDnticas intitulado @4uspiros poéticos e saudades@.

    (m 06;;! Eom Aedro ? concreti'a um movimento que sefa'ia sentir! de forma mais imediata! desde 0626: aindepend#ncia do *rasil. $ partir desse momento! o novo pasnecessita inserir-se no modelo moderno! acompanhando asnaç)es independentes da (uropa e $mérica. $ imagem do

     portugu#s conquistador deveria ser varrida. K" a necessidadede auto-afirmação da p"tria que se formava. O ciclo da

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    mineração havia dado condiç)es para que as famlias maisabastadas mandassem seus filhos + (uropa! em particular Nrança e ?nglaterra! onde buscam soluç)es para os problemas

     brasileiros. O *rasil de então nem chegava perto da formação

    social dos pases industriali'ados da (uropa%burguesiaPproletariado&. $ estrutura social do passado

     próximo %aristocraciaPescravo& ainda prevalecia. /esse *rasil!segundo o historiador Gosé de /icola! @o ser burgu#s aindanão era uma posição econmica e social! mas mero estado deesprito! norma de comportamento@.

    Mar#o (ina)  - /esse perodo! Honçalves de agalhãesviaBava pela (uropa. (m 0683! ele funda a revista /iterói! daqual circularam apenas dois nmeros! em Aaris. /ela! ele

     publica o @(nsaio sobre a história da literatura brasileira@!considerado o nosso primeiro manifesto romDntico. (ssaescola liter"ria só teve seu marco final no ano de 0660!quando foram lançados os primeiros romances de tend#ncianaturalista e realista! como @O mulato@! de $lu'io $'evedo! e@emórias póstumas de *r"s Cubas@! de achado de $ssis.anifestaç)es do movimento realista! ali"s! B" vinhamocorrendo bem antes do incio da decad#ncia do 9omantismo!como! por exemplo! o liderado por 7obias *arreto desde0652! na (scola de 9ecife.

    O 9omantismo! como se sabe! define-se como modismo nasletras universais a partir dos ltimos ;1 anos do século =>???.$ segunda metade daquele século! com a industriali'açãomodificando as antigas relaç)es econmicas! leva a (uropa auma nova composição do quadro poltico e social! que tantoinfluenciaria os tempos modernos. Ea a importDncia que osmodernistas deram + 9evolução Nrancesa! tão exaltada por Honçalves de agalhães. (m seu @Eiscurso sobre a históriada literatura do *rasil@! ele di': @...(is aqui como o *rasildeixou de ser colnia e foi depois elevado + categoria de9eino Lnido. 4em a 9evolução Nrancesa! que tanto

    esclareceu os povos! esse passo tão cedo se não daria...@.

    $ classe social delineia-se em duas classes distintas eantagnicas! embora atuassem paralelas durante a 9evoluçãoNrancesa: a classe dominante! agora representada pela

     burguesia capitalista industrial! e a classe dominada!representada pelo proletariado. O 9omantismo foi uma escola

     burguesa de car"ter ideológico! a favor da classe dominante.Ea porque o nacionalismo! o sentimentalismo! osubBetivismo e o irracionalismo - caractersticas marcantes do9omantismo inicial - não podem ser analisados isoladamente!

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    sem se fa'er menção + sua carga ideológica.

    *o+as in()u'n#ias - /o *rasil! o momento histórico em queocorre o 9omantismo tem que ser visto a partir das ltimas

     produç)es "rcades! caracteri'adas pela s"tira poltica deHon'aga e 4ilva $lvarenga. Com a chegada da Corte! o 9iode Ganeiro passa por um processo de urbani'ação! tornando-seum campo propcio + divulgação das novas influ#nciaseuropéias. $ colnia caminhava no rumo da independ#ncia.

    $pós 06;;! cresce no *rasil independente o sentimento denacionalismo! busca-se o passado histórico! exalta-se anature'a p"tria. /a realidade! caractersticas B" cultivadas na(uropa! e que se encaixaram perfeitamente + necessidade

     brasileira de ofuscar profundas crises sociais! financeiras eeconmicas.

    Ee 06;8 a 0680! o *rasil viveu um perodo conturbado! comoreflexo do autoritarismo de E. Aedro ?: a dissolução da$ssembléia ConstituinteJ a Constituição outorgadaJ aConfederação do (quadorJ a luta pelo trono portugu#s contraseu irmão E. iguelJ a acusação de ter mandado assassinar Mbero *adaró e! finalmente! a abolição da escravatura.4egue-se o perodo regencial e a maioridade prematura deAedro ??. neste ambiente confuso e inseguro que surge o

    9omantismo brasileiro! carregado de lusofobia e! principalmente! de nacionalismo.

     /o final do 9omantismo brasileiro! a partir de 0632! astransformaç)es econmicas! polticas e sociais levam a umaliteratura mais próxima da realidadeJ a poesia reflete asgrandes agitaç)es! como a luta abolicionista! a Huerra doAaraguai! o ideal de 9epblica. a decad#ncia do regimemon"rquico e o aparecimento da poesia social de Castro$lves. /o fundo! uma transição para o 9ealismo.

    O 9omantismo apresenta uma caracterstica inusitada: revelanitidamente uma evolução no comportamento dos autoresromDnticos. $ comparação entre os primeiros e os ltimosrepresentantes dessa escola mostra traços peculiares a cadafase! mas discrepantes entre si. /o caso brasileiro! por exemplo! h" uma distDncia consider"vel entre a poesia deHonçalves Eias e a de Castro $lves. Ea a necessidade de sedividir o 9omantismo em fases ou geraç)es. /o romantismo

     brasileiro podemos reconhecer tr#s geraç)es: geraçãonacionalista ou indianistaJ geração do @mal do século@ e a@geração condoreira@.

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    $ primeira %nacionalista ou  indianista& é marcada pelaexaltação da nature'a! volta ao passado histórico!medievalismo! criação do herói nacional na figura do ndio!de onde surgiu a denominação @geração indianista@. O

    sentimentalismo e a religiosidade são outras caractersticas presentes. (ntre os principais autores! destacam-se Honçalvesde agalhães! Honçalves Eias e $raBo Aorto.

    Ego#entrismo - $ segunda %do @mal do século@! tambémchamada de geração bIroniana! de Mord *Iron& é impregnadade egocentrismo! negativismo bo#mio! pessimismo! dvida!desilusão adolescente e tédio constante. 4eu tema preferido éa fuga da realidade! que se manifesta na ideali'ação dainfDncia! nas virgens sonhadas e na exaltação da morte. Os

     principais poetas dessa geração foram Qlvares de $'evedo!Casimiro de $breu! Gunqueira Nreire e Nagundes >arela.

    $ geração condoreira! caracteri'ada pela poesia social elibert"ria! reflete as lutas internas da segunda metade doreinado de E. Aedro ??. (ssa geração sofreu intensamente ainflu#ncia de >ictor Kugo e de sua poesia poltico-social! daser conhecida como geração hugoana. O termo condoreirismoé conseqF#ncia do smbolo de liberdade adotado pelos BovensromDnticos: o condor! "guia que habita o alto da cordilheirados $ndes. 4eu principal representante foi Castro $lves!

    seguido por 7obias *arreto e 4ousDndrade.

    Euas outras variaç)es liter"rias do 9omantismo merecemdestaque: a prosa e o teatro romDntico. Gosé de /icolademonstrou quais as explicaç)es para o aparecimento edesenvolvimento do romance no *rasil: @$ importação ousimples tradução de romances europeusJ a urbani'ação do 9iode Ganeiro! transformado! então! em Corte! criando umasociedade consumidora representada pela aristocracia rural!

     profissionais liberais! Bovens estudantes! todos em busca deentretenimentoJ o esprito nacionalista em conseqF#ncia da

    independ#ncia poltica a exigir uma @cor local@ para osenredosJ o Bornalismo vivendo o seu primeiro grande impulsoe a divulgação em massa de folhetinsJ o avanço do teatronacional@.

    Os romances respondiam +s exig#ncias daquele pblicoleitorJ giravam em torno da descrição dos costumes urbanos!ou de amenidades das 'onas rurais! ou de imponentesselvagens! apresentando personagens ideali'ados pelaimaginação e ideologia romDnticas com os quais o leitor seidentificava! vivendo uma realidade que lhe convinha.

    $lgumas poucas obras! porém! fugiram desse esquema! como

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    @emórias de um 4argento de ilcias@! de anuel $ntniode $lmeida! e até @?noc#ncia@! do >isconde de 7aunaI.

    $o se considerar a mera cronologia! o primeiro romance brasileiro foi @O filho do  pescador@! publicado em 06

     pois abandona a visão da burguesia urbana! para retratar o povo com toda a sua simplicidade.

    ,asamento,  - Gosé de $lencar! por sua ve'! aparece naliteratura brasileira como o consolidador do romance! umficcionista que cai no gosto popular. 4ua obra é um retratofiel de suas posiç)es polticas e sociais. (le defendia o@casamento@ entre o nativo e o europeu coloni'ador! numatroca de favores: uns ofereciam a nature'a virgem! um soloespl#ndidoJ outros a cultura. Ea soma desses fatores resultariaum *rasil independente. @O guarani@ é o melhor exemplo! ao

    se observar a relação do principal personagem da obra! ondio Aeri! com a famlia de E. $ntnio de ari'.

    (ste Bogo de interesses entre o ndio e o europeu! proposto por $lencar! aparece também em @?racema@ %um anagrama da palavra $mérica&! na relação da ndia com o portugu#sartim. oacir! filho de ?racema e artim! é o primeiro

     brasileiro fruto desse casamento.

    Gosé de $lencar diversificou tanto sua obra que tornou possvel uma classificação por realista tinham do homem

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    durante e logo após o declnio do 9omantismo.

    (ste estilo de época teve uma prévia: os romDnticos Castro$lves! 4ousDndrade e 7obias *arreto! embora fi'essem uma

     poesia romDntica na forma e na expressão! utili'avam temasvoltados para a realidade poltico-social da época %final dadécada de 0632&. Ea mesma forma! algumas produç)es doromance romDntico B" apontavam para um novo estilo naliteratura brasileira! como algumas obras de anuel $ntniode $lmeida! NranRlin 7"vora e >isconde de 7aunaI.Começava-se o abandono do 9omantismo enquanto surgiamos primeiros sinais do 9ealismo.

     /a década de 52 surge a chamada  (scola de 9ecife! com

    7obias *arreto! 4ilvio 9omero e outros! aproximando-se dasidéias européias ligadas ao positivismo! ao evolucionismo e! principalmente! + filosofia. 4ão os ideais do 9ealismo queencontravam ressonDncia no conturbado momento históricovivido pelo *rasil! sob o signo do abolicionismo! do idealrepublicano e da crise da onarquia.

     /o *rasil! considera-se 0660 como o ano inaugural do9ealismo. Ee fato! esse foi um ano fértil para a literatura

     brasileira! com a publicação de dois romances fundamentais!que modificaram o curso de nossas letras: $lu'io $'evedo

     publica @O mulato@! considerado o primeiro romancenaturalista do *rasilJ achado de $ssis publica @emóriasAóstumas de *r"s Cubas@! o primeiro romance realista denossa literatura.

     /a divisão tradicional da história da literatura brasileira! oano considerado data final do 9ealismo é 068! com a

     publicação de @issal@ e @*roquéis@! ambos de Cru' e 4ousa!obras inaugurais do 4imbolismo! mas não o término do9ealismo e suas manifestaç)es na prosa - com os romancesrealistas e naturalistas - e na poesia! com o Aarnasianismo

    ,.rín#i/e $os /oetas,  - Ea mesma forma! o incio do4imbolismo! em 068! não representou o fim do 9ealismo!

     porque obras realistas foram publicadas posteriormente a essadata! como @Eom Casmurro@! de achado de $ssis! em 022!e @(sa e Gacó@! do mesmo autor! em 02

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    manifestaç)es! o 4imbolismo e o Aré-odernismo! que sóconhecem o golpe fatal em 0;;! com a 4emana de $rteoderna.

    O 9ealismo reflete as profundas transformaç)es econmicas! polticas! sociais e culturais da segunda metade do século=?=. $ 9evolução ?ndustrial! iniciada no século =>???! entranuma nova fase! caracteri'ada pela utili'ação do aço! do

     petróleo e da eletricidadeJ ao mesmo tempo! o avançocientfico leva a novas descobertas nos campos da fsica e daqumica. O capitalismo se estrutura em moldes modernos!com o surgimento de grandes complexos industriais!aumentando a massa oper"ria urbana! e formando uma

     população marginali'ada! que não partilha dos benefcios do

     progresso industrial! mas! pelo contr"rio! é explorada e suBeitaa condiç)es subumanas de trabalho.

    O *rasil também passa por mudanças radicais tanto no campoeconmico quanto no poltico-social! no perodocompreendido entre 0612 e 022! embora com profundasdiferenças materiais! se comparadas +s da (uropa. $campanha abolicionista intensifica-se a partir de 0612J aHuerra do Aaraguai %063

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    realista de achado de $ssis apresentam nomes próprios emseus ttulos %@*r"s Cubas@J @,uincas *orba@J @EomCasmurro@! @(sa e Gacó@0 e @$ires@&. ?sto revela uma clara

     preocupação com o indivduo. O romance realista analisa asociedade por cima. (m outras palavras: seus personagens

    são capitalistas! pertencem + classe dominante. O romancerealista é documental! retrato de uma época.