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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO LITERATURA INFANTIL: ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS ESCOLAS JULIANA CAVALCANTI ALVES TEIXEIRA SILVA NATAL RN 2017

LITERATURA INFANTIL: ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

LITERATURA INFANTIL: ESTRATÉGIA DE

PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS

ESCOLAS

JULIANA CAVALCANTI ALVES TEIXEIRA SILVA

NATAL – RN

2017

JULIANA CAVALCANTI ALVES TEIXEIRA SILVA

LITERATURA INFANTIL: ESTRATÉGIA DE

PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS

ESCOLAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Graduação em Nutrição da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

como requisito final para obtenção do grau de

Nutricionista.

Orientadora: Profª. Dra. Célia Márcia Medeiros de Morais

Co-orientador: Ms. Diôgo Vale

NATAL – RN

2017

JULIANA CAVALCANTI ALVES TEIXEIRA SILVA

LITERATURA INFANTIL: ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS ESCOLAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do

grau de Nutricionista.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

Profª Drª Célia Márcia Medeiros de Morais

(Orientadora)

________________________________________________________

Ms. Diôgo Vale

(Co-orientador)

_________________________________________________________

Profª. Ms. Rebekka Fernandes Dantas

(3º membro)

Natal, 18 de Agosto de 2017.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me guiar dia após dia, e porque tudo o que acontece na minha vida é por

sua permissão.

À minha família, minha base, por me apoiar sempre e compreender meus momentos de

ausência em decorrência da faculdade.

Ao meu noivo, por ser meu melhor amigo e companheiro, me incentivar e apoiar,

compreender meus momentos de estresse e sempre me dar a certeza de que tudo dará

certo.

Aos trabalhadores honestos do Brasil, que contribuindo com seus impostos me

possibilitaram estudar numa universidade pública.

Aos estimados mestres que me orientaram nessa caminhada: Ms. Diôgo Vale, Dra.

Célia Márcia Medeiros, Dra. Vera Lúcia Xavier e Ms. Rebekka Fernandes, sem os

quais esse trabalho não existiria. Em especial a Diôgo por sua incansável paciência e

dedicação, e à Célia Márcia por se preocupar com seus alunos como uma verdadeira

mãe.

Às diretoras das escolas visitadas na pesquisa, que me acolheram e possibilitaram o

desenvolvimento desse estudo.

SILVA, Juliana Cavalcanti Alves Teixeira. Literatura Infantil: estratégia de

promoção da alimentação saudável nas escolas. 2017. 104 f. TCC (Graduação) -

Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017.

RESUMO

A infância é um período marcado por intensos aprendizados e formação de conceitos. É

durante essa fase que se formam os hábitos que perdurarão por toda a vida, inclusive os

hábitos alimentares. Dessa forma, o ambiente escolar, mais especificamente durante a

educação infantil, exerce um papel fundamental na promoção de hábitos alimentares

saudáveis. Isso explica a existência de políticas públicas voltadas ao incentivo da

educação alimentar e nutricional nas escolas. Neste trabalho, buscamos estudar a

literatura infantil como estratégia de promoção da alimentação saudável nas escolas, por

ser algo corriqueiramente presente no cotidiano desse nível educativo. Para tanto,

analisamos o acervo literário de 10 escolas públicas de Natal e região metropolitana,

buscando obras relacionadas aos princípios do Marco de Referência de EAN para as

Políticas Públicas e aos 10 passos para uma alimentação saudável do Guia Alimentar

para a População Brasileira. Encontramos 50 obras relacionadas aos documentos

supracitados, sendo passíveis de serem utilizadas em ações de educação alimentar e

nutricional nas escolas. A partir delas, desenvolvemos “Animais, Avós e Crianças: um

guia prático sobre o uso da literatura infantil na educação alimentar e nutricional”

contendo dados sobre os livros escolhidos, bem como dicas práticas para sua utilização.

Concluímos que a literatura infantil apresenta um grande potencial enquanto estratégia

de educação alimentar e nutricional, devendo ser utilizada juntamente a atividades

práticas, como as sugeridas no guia elaborado.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “sustentabilidade social,

ambiental e econômica” (primeiro) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e

região metropolitana, 2017............................................................................................20

Quadro 2. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “abordagem do sistema

alimentar na sua integralidade” (segundo) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN

e região metropolitana, 2017...................................................................................21

Quadro 3. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “valorização da cultura

alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a

legitimidade dos saberes de diferentes naturezas” (terceiro) disponíveis em escolas

públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017........................................................23

Quadro 4. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “a comida e o alimento

como referências; valorização da culinária enquanto prática emancipatória” (quarto)

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,

2017............................................................................................................................24

Quadro 5. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “A promoção do

autocuidado e da autonomia” (quinto) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e

região metropolitana, 2017......................................................................................26

Quadro 6. Obras selecionadas não relacionadas diretamente aos princípios preconizados

pelo Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas

Públicas (BRASIL, 2012)........................................................................................26

Quadro 7. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um animal, disponíveis

em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,

2017.......................................................................................................................28

Quadro 8. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um animal e o cenário

principal é seu habitat natural (fazendas ou florestas), disponíveis em escolas públicas

de Natal/RN e região metropolitana,

2017......................................................................................................................29

Quadro 9. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um animal e o cenário

principal é a cozinha, disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região

metropolitana, 2017........................................................................................................30

Quadro 10. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é uma criança,

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,

2017...........................................................................................................................32

Quadro 11. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um avô ou avó,

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,

2017.........................................................................................................................34

Quadro 12. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um alimento,

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,

2017.............................................................................................................................35

Quadro 13. Obras literárias infantis, cujos cenários principais são hortas ou florestas,

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,

2017...............................................................................................................................36

Quadro 14. Obras literárias infantis, cujo cenário principal é cozinha, disponíveis em

escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,

2017............................................................................................................................37

Quadro 15. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “fazer de alimentos in natura

ou minimamente processados a base da alimentação” (primeiro) disponíveis em escolas

públicas de Natal/RN e região metropolitana,

2017...............................................................................................................................38

Quadro 16. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “utilizar óleos, gorduras, sal e

açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações

culinárias” (segundo) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região

metropolitana, 2017.........................................................................................................40

Quadro 17. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “comer com regularidade e

atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia” (quinto)

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,

2017...............................................................................................................................41

Quadro 18. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “fazer compras em locais que

ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados” (sexto)

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,

2017...............................................................................................................................42

Quadro 19. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “desenvolver, exercitar e

partilhar habilidades culinárias” (sétimo) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e

região metropolitana, 2017...........................................................................................43

Quadro 20. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “planejar o uso do tempo para

dar à alimentação o espaço que ela merece” (oitavo) disponíveis em escolas públicas de

Natal/RN e região metropolitana, 2017......................................................................44

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................7

2. NOSSA FESTA DAS LETRAS: REVISANDO A LITERATURA................9

2.1.PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS ESCOLAS:

DIRETRIZES, MARCO DE REFERÊNCIA, AÇÕES

.....................................................................................................................9

2.2.EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA CRIANÇA NO

AMBIENTE ESCOLAR.............................................................................12

2.3.UTILIZAÇÃO DE ESTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL........................14

2.4.UTILIZAÇÃO DE ESTÓRIAS NA EDUCAÇÃO ALIMENTAR E

NUTRICIONAL.................................................................................................15

3. A UVINHA AVENTUREIRA: O CAMINHO A

TRILHAR.........................................................................................................17

4. O MUNDO INTEIRO: NOSSAS DESCOBERTAS LITERÁRIAS.............20

4.1.DIÁLOGOS ENTRE O MARCO DE REFERÊNCIA DE EAN E A

LITERATURA INFANTIL................................................................................20

4.2. A ALIMENTAÇÃO NA LITERATURA INFANTIL: ANIMAIS,

CRIANÇAS, AVÓS E ALIMENTOS.....................................................................27

4.2.1. Fome de Urso: os animais como personagens principais (e racionais)....27

4.2.1.1. A Raposa e as Uvas: o animal caçador e coletor.........................................29

4.2.1.2. A Cozinha da Maria Farinha: o animal cozinheiro.................................... 30

4.2.2. Lis Não Quer Comer Vegetais: as crianças como personagens

principais.................................................................................................................31

4.2.3. Visitas à Casa da Vovó: a presença dos avós na alimentação e na

literatura..................................................................................................................33

4.2.4. Coco Louco: o alimento em evidência.........................................................34

4.2.5. O Rato do Campo e o Rato da Cidade: a importância do

ambiente..................................................................................................................36

4.3. POESIA É FRUTA DOCE E GOSTOSA: OS 10 PASSOS PARA A

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA LITERATURA INFANTIL..........................38

5. UM + UM + UM + TODOS: NOSSAS CONSIDERAÇÕES FINAIS............46

REFERÊNCIAS.....................................................................................................47

APÊNDICE 1. FICHA PARA CATALOGAÇÃO DOS LIVROS.....................53

APÊNDICE 2. ANIMAIS, AVÓS E CRIANÇAS: UM GUIA PRÁTICO

SOBRE O USO DA LITERATURA INFANTIL NA EDUCAÇÃO

ALIMENTAR E NUTRICIONAL........................................................................54

7

1. INTRODUÇÃO

O ensino infantil compreende a primeira etapa da educação básica, e é

oferecida em creches e pré-escolas a crianças de 0 a 5 anos de idade, conforme a

Resolução de número 5, de 17 de dezembro de 2009 (BRASIL, 2009).

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

Infantil (BRASIL, 2012, p.12), a criança é definida como:

Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas

cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva,

brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta,

narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,

produzindo cultura.

É nessa fase que ocorrem intensos aprendizados, construção de conceitos,

e formação de hábitos, inclusive alimentares, que perdurarão por toda a vida. Trata-se

de um período de intensas mudanças fisiológicas e psicológicas, durante o qual são

formados e consolidados os hábitos alimentares (LANES et al, 2012). A escola é,

portanto, um espaço privilegiado para a construção de práticas alimentares saudáveis,

por meio de estratégias e ações de educação alimentar e nutricional (YOKOTA et al,

2010).

Considerando a importância do ambiente escolar na promoção de hábitos

alimentares saudáveis na infância, a Portaria Interministerial Nº 1.010 de 8 de Maio de

2006 (BRASIL, 2006), instituiu as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável

nas Escolas (PASE) de educação infantil, fundamental e nível médio. Esse documento

destaca que as concepções acerca da saúde e do que é saudável devem processar-se

regularmente e de forma contextualizada no cotidiano escolar. (BRASIL, 2006).

O Marco Teórico de Referência de Educação Alimentar e Nutricional

para Políticas Públicas (BRASIL, 2012) propõe alguns princípios que devem ser

norteadores das práticas educativas em EAN, são eles: sustentabilidade social,

econômica e ambiental; abordagem do sistema alimentar na sua integralidade;

valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e

perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas; a comida

e o alimento como referências; valorização da culinária enquanto prática emancipatória;

a promoção do autocuidado e da autonomia; a educação enquanto processo permanente

e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos; a diversidade nos

8

cenários de prática; intersetorialidade e planejamento, avaliação e monitoramento das

ações (BRASIL, 2012).

Esse documento trata a EAN sob uma perspectiva complexa e

problematizadora, ao abordá-la como um campo de conhecimento transdisciplinar,

intersetorial e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de

hábitos alimentares saudáveis (BRASIL, 2012).

Para Edgar Morin, educar nessa perspectiva complexa requer o esforço

da substituição de um pensamento que isola e separa por um que unifica, isto é, evitar a

dissociação dos problemas, quando na realidade, eles devem ser reunidos e integrados

(MORIN, 2003).

Na ótica freireana, problematizar consiste em detectar uma realidade e

tomar consciência crítica dela, avaliando todos os aspectos de sua existência, bem como

questioná-los (VASCONCELOS; BRITO, 2010). Na educação, a problematização leva

o aluno a refletir, reavaliar e representar a realidade na forma de problema na

perspectiva de promover uma transformação. Considerando as questões alimentares,

essa transformação deve ser positiva e promotora de saúde.

Enquanto práticas pedagógicas em EAN complexas e transformadoras, a

contação de estórias parece ser uma estratégia valiosa. Para Souza e Bernardino (2011),

no momento de contação dessas estórias, a criança recebe um estímulo à sua

imaginação, desenvolve habilidades cognitivas, e dinamiza o processo de leitura e

escrita. Silva, Garcia e Silva (2013), observam que a contação no ensino infantil é capaz

de promover diálogos e trocas efetivas de experiências, podendo repercutir

positivamente na educação das crianças. Dessa forma, podemos enxergar a literatura

infantil como um recurso profícuo para a PASE, por ser algo corriqueiramente presente

nas salas de aula de educação infantil e impactar no processo de ensino-aprendizagem.

Assim, no presente estudo, objetivamos analisar os acervos de literatura

infantil de escolas públicas de ensino infantil, com base nos princípios do marco de

referência de EAN para as políticas públicas (BRASIL, 2012), enquanto estratégia

educativa de promoção da alimentação saudável escolar.

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2. NOSSA FESTA DAS LETRAS1: REVISANDO A LITERATURA

2.1. PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS ESCOLAS:

DIRETRIZES, MARCO DE REFERÊNCIA, AÇÕES

A alimentação e a nutrição são essenciais à promoção e proteção da

saúde, influenciando diretamente o potencial de crescimento e desenvolvimento

humano, bem como a qualidade de vida (BRASIL, 2008). A oferta de uma alimentação

balanceada desde a infância é fundamental na promoção de saúde, favorecendo o

desenvolvimento físico e intelectual, e estimulando a capacidade de aprender, bem

como prevenindo infecções e patologias na vida adulta (CRUZ, SANTOS, CARDOZO,

2015).

É na infância, período de intensas mudanças fisiológicas e psicológicas,

que são formados e consolidados os hábitos alimentares (LANES et al., 2012). Durante

essa fase da vida, a escola configura-se como um espaço de promoção da saúde no qual

há estímulos ao desenvolvimento da autonomia, ao exercício dos direitos e deveres, e ao

controle das condições de saúde e qualidade de vida, exercendo influência sobre a

obtenção de comportamentos e atitudes considerados saudáveis (CAMOZZI et al.,

2015).

Diante da importância de promover a alimentação saudável durante a

fase escolar, os Ministérios da Saúde e da Educação, por meio da Portaria

Interministerial Nº 1.010 de 8 de Maio de 2006 (BRASIL, 2006), instituíram as

diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil,

fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional.

A fim de cumprir esse propósito, a portaria define alguns eixos

prioritários e ações a serem implementados, dentre eles: a promoção de ações de

educação alimentar e nutricional; a definição de estratégias em conjunto com a

comunidade escolar para favorecer escolhas saudáveis; o desenvolvimento de um

programa contínuo de promoção de hábitos alimentares saudáveis; além de incorporar o

tema alimentação saudável no projeto político pedagógico das escolas (BRASIL, 2006).

1A Festa das Letras, uma das obras selecionadas para o presente estudo, é uma espécie de

glossário, no qual cada letra do alfabeto recebe um poema que trata uma palavra que comece

com a respectiva letra. Por isso, fazemos aqui a referência entre nossa revisão literária e a

universalidade da Festa das Letras (MEIRELES, C; CASTRO, J. A Festa das Letras. Belo

Horizonte: Nova Fronteira, 1996. 60 p.)

10

Além da Portaria Interministerial Nº 1.010 de 8 de Maio de 2006

(BRASIL, 2006), foi criado também o Marco de Referência de Educação Alimentar e

Nutricional para as Políticas Públicas (BRASIL, 2012).

Esse documento, dentre outras providências, elenca 9 princípios

norteadores para as ações de EAN. São eles:

I- Sustentabilidade social, ambiental e econômica: esse princípio aborda

uma alimentação saudável e sustentável em um sentido amplo, que envolve relações

humanas, sociais e econômicas estabelecidas em todas as etapas do sistema alimentar,

bem como utilização dos recursos naturais renováveis e não renováveis. (BRASIL,

2012).

II- Abordagem do sistema alimentar na sua integralidade: defende que as

ações de EAN adotem uma perspectiva complexa, abordando o sistema alimentar como

algo que “abrange desde o acesso à terra, à água e aos meios de produção, as formas de

processamento [...] a escolha e consumo dos alimentos [...] as práticas alimentares

individuais e coletivas, até a geração e a destinação de resíduos” (BRASIL, 2012, p. 25).

III- Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de

opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes

naturezas: esse princípio trata da diversidade da cultura alimentar regional, logo, a EAN

deve considerar os saberes oriundos da cultura, religião e ciência e respeitar a cultura e a

culinária regionais de cada local. (BRASIL, 2012).

IV- A comida e o alimento como referências; valorização da culinária

enquanto prática emancipatória: defende a perspectiva de que o valor da comida vai

além dos micronutrientes e macronutrientes fornecidos, mas há um inestimável valor

simbólico nos alimentos e seus aromas, texturas, sabores e formas de preparo.

(BRASIL, 2012).

V- A promoção do autocuidado e da autonomia: “O autocuidado é um

dos aspectos do viver saudável. É a realização de ações dirigidas a si mesmo ou ao

ambiente” (BRASIL, 2012, p. 26). Esse princípio defende que o autocuidado é um dos

principais caminhos para se garantir o envolvimento do indivíduo nas ações de EAN.

VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e

participação ativa e informada dos sujeitos: estabelece que as abordagens utilizadas em

EAN privilegiem os processos ativos, de forma que o indivíduo alcance a autonomia e

haja um “aumento da capacidade de interpretação e a análise do sujeito sobre si e sobre

11

o mundo e, complementarmente, a capacidade de fazer escolhas, governar, transformar

e produzir a própria vida” (BRASIL, 2012, p. 27).

VII- A diversidade nos cenários de prática: o sétimo princípio defende

que as estratégias e os conteúdos de EAN sejam desenvolvidos de forma harmônica,

além de estarem disponíveis em variados espaços sociais para diferentes grupos

populacionais, garantindo acesso a todas as pessoas (BRASIL, 2012).

VIII- Intersetorialidade: enfatiza a articulação de distintos setores

governamentais de forma que se corresponsabilizem por garantir alimentação adequada

e saudável para a população. Defende que o processo de construção de ações

intersetoriais deve envolver uma construção coletiva de saberes a fim de produzir

soluções inovadoras para a melhoria da qualidade da alimentação e da vida (BRASIL,

2012).

IX- Planejamento, avaliação e monitoramento das ações: por fim, o nono

princípio destaca a importância do planejamento para as ações de EAN, bem como a

importância do diagnóstico local, possibilitando um planejamento mais específico, além

de defender que esse processo deve ser participativo, de forma que as pessoas possam

estar legitimamente envolvidas nas decisões (BRASIL, 2012).

Esses princípios devem ser norteadores das ações de EAN, pois

incentivam a promoção da alimentação saudável de maneira sustentável, isto é, levando

em consideração as relações de trabalho, transporte e utilização dos recursos naturais

envolvidas na obtenção dos alimentos, abordando o sistema alimentar na sua

integralidade. Além de promoverem valorização da cultura alimentar local e do

alimento como algo simbólico, dotado de texturas, aromas, cores e significados, e não

apenas como fonte de nutrientes. Bem como por sua característica de estimular as ações

de auto-cuidado como uma forma de garantir o envolvimento dos indivíduos nas ações

de EAN, e estimular que as ações de EAN sejam desenvolvidas em variados espaços

sociais para diferentes grupos populacionais, como as escolas, por exemplo.

Diversos tipos de ações de EAN podem ser realizados a fim de promover

a alimentação saudável nas escolas, sempre de acordo com a realidade da escola, dos

professores, e dos alunos em questão. São exemplos: implementação de hortas em

escolas com participação dos alunos em oficinas de plantio, produção de mudas,

manutenção, colheita, degustação dos gêneros cultivados, e exploração desse tema em

sala de aula pelos professores (BEZERRA et al., 2013); realização de jogos educativos e

atividades motivacionais (CRUZ; SANTOS; CARDOZO, 2015); desenvolvimento de

12

atividades educativas com figuras e ilustrações (LANES et al., 2012); leitura de

histórias e utilização de vídeos e músicas (MELO et al., 2012).

Yokota et al (2010), por meio do projeto “A Escola Promovendo Hábitos

Alimentares Saudáveis”, concluíram que a escola é um espaço de destaque para a

construção e a consolidação de práticas alimentares saudáveis em crianças. As autoras

ressaltam a necessidade de incentivar a realização de programas de educação nutricional

nesse espaço. Germano (2017) reforça essa ideia ao afirmar que a escola é um espaço

propício à formação de hábitos e práticas comportamentais em geral, o que inclui os

hábitos e práticas alimentares.

Gomes et al (2016), relatando a experiência realizada durante o estágio

supervisionado em alimentação escolar do curso de graduação em Nutrição da

FACISA/UFRN, concluíram que a partir das atividades desenvolvidas, as crianças

participantes conseguiram diferenciar alimentos saudáveis e não saudáveis e os

associarem com a saúde e a qualidade de vida. Semelhantemente, a partir de uma ação

de extensão com o objetivo de promover a adesão de práticas alimentares saudáveis em

crianças com idade pré-escolar e escolar, pode-se concluir que “a educação alimentar e

nutricional, associada à promoção das boas práticas de higiene, é uma forma eficaz e

positiva de promoção da saúde” (MELO et al, 2012, p. 4).

O papel decisivo da infância sobre a formação e manutenção dos hábitos

alimentares justifica a importância da EAN durante essa fase, sendo a escola um lugar

singular para tanto. Tal fato confirma a importância da PASE, ferramenta para a

formação de indivíduos com hábitos alimentares saudáveis.

2.2. EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA CRIANÇA NO AMBIENTE

ESCOLAR

A EAN pode ser descrita como um processo educativo que parte da troca

de experiências e conhecimentos entre o educador e o educando, cujo objetivo é gerar

autonomia e segurança no que tange às escolhas alimentares a fim de garantir uma

alimentação saudável, prazerosa e que atenda as necessidades fisiológicas, psicológicas

e sociais dos indivíduos (CAMOSSA et al,. 2005).

Silva et al (2016), pesquisando sobre o comportamento alimentar de

crianças filhas de universitárias, concluíram que os hábitos alimentares das crianças são

influenciados pelo ambiente escolar, dentre outros fatores. Uma das mães entrevistadas

13

na pesquisa mencionou que o início da vida escolar alterou os hábitos alimentares de

seu filho, que passou a comparar sua merenda com a dos colegas de sala. Tendo em

vista a influência do ambiente escolar sobre a alimentação, identificamos a importância

da EAN desde a infância, para que, na escola, a criança possa aprender também sobre

alimentação saudável.

Araújo et al (2010), estudando as práticas pedagógicas relacionadas à

EAN de crianças em uma escola no município de Natal/RN, notaram que os temas

relacionados à culinária, à alimentação e aos alimentos são citados nas disciplinas de

forma indireta, não sendo abordados explicitamente em um momento dedicado a essa

temática. Diante dessa realidade, as autoras propuseram a inserção de atividades lúdicas,

como jogos e brincadeiras, relacionadas à EAN no currículo escolar. Para tanto, as

práticas devem estar sempre relacionadas aos conteúdos estudados nas disciplinas

escolares, bem como à idade e ao contexto social das crianças.

Uma das atividades sugeridas pelas autoras é apresentar aos alunos um

livro com receitas da culinária regional, e, a partir desse contato, montar junto a eles um

livro próprio da turma, no qual as receitas seriam elaboradas e ilustradas por eles. Nessa

atividade, o professor pode direcionar os alunos à escolha de ingredientes saudáveis, e

culminar a experiência com uma oficina culinária para que as crianças possam degustar

a preparação que elas elaboraram. Outra sugestão é, na aula de artes, abordar as cores,

sabores e sensações relacionadas com a alimentação, e propor aos alunos que montem

seus pratos com figuras e colagens, e expor esses pratos para que os outros alunos

possam ver, e assim, promover um contato inicial com a alimentação (ARAÚJO et al.,

2010).

Costa et al (2009) utilizaram teatro de fantoches, dinâmicas de grupo e

arte culinária como ferramentas de EAN. A partir dessa vivência, os autores concluíram

que houve “resultados significativos quanto ao conhecimento dos alunos em nutrição,

podendo em longo prazo modificar não só o conhecimento, mas também diminuir o

excesso de peso e consumo alimentar da população estudada” (COSTA et al., 2009, p.

242).

Maia et al (2012), trabalharam a EAN de crianças por meio de quatro

ferramentas: a “dinâmica de avaliação”, na qual foram desenvolvidos dois painéis onde

as crianças deveriam colar figuras de alimentos saudáveis em um, e no outro, alimentos

inadequados à saúde conforme sua percepção, sem influência nem intervenção dos

pesquisadores. No segundo momento, “minuto-cinema”, assistiu-se um vídeo sobre a

14

importância nutricional de frutas e verduras. Realizou-se também o “momento-teatro”,

em que houve a leitura de um livro relacionado à alimentação, seguida da elaboração de

uma peça teatral adaptada ao público. E por fim, realizou-se o jogo da “caixa dos

sentidos”, que consistia em introduzir um alimento em uma urna, e levar as crianças a

descobrirem que alimento era aquele apenas utilizando o tato. Concluiu-se, ao fim do

estudo, que tais estratégias possibilitaram o aprendizado acerca de hábitos alimentares

saudáveis e sua importância para o adequado desenvolvimento infantil, e as crianças

mostraram-se motivadas a aprender sobre uma nutrição adequada (MAIA et al., 2012).

Diante disso, podemos entender que, para promover a EAN de crianças,

diversas ferramentas podem ser utilizadas a fim de adentrar o universo infantil e

propiciar uma aprendizagem efetiva. Para isso, podemos lançar mão de recursos como

oficinas culinárias, utilização de músicas e cantigas relacionadas, fantoches, dinâmicas

de grupo, contação de histórias, colagem de figuras, desenho e pintura, vídeos, jogos e

brincadeiras, teatro, dentre outros.

2.3. UTILIZAÇÃO DE ESTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

Infantil (BRASIL, 2010), a educação infantil deve possibilitar às crianças experiências

de narrativas e interação com a linguagem oral e escrita, e o convívio com diferentes

gêneros textuais e escritos. Isso evidencia a importância da utilização de estórias nessa

fase da vida escolar.

A tradição da contação de estórias é uma das atividades mais antigas da

humanidade, e remonta à época do surgimento do homem há milhões de anos. Trata-se

de uma atividade capaz de transmitir conhecimentos e valores, sendo importante no

processo ensino-aprendizagem (MATEUS et al, 2013).

Trata-se de uma estratégia pedagógica valiosa, que pode favorecer

significativamente a docência na educação infantil. Ao ouvir estórias, a criança recebe

um estímulo à sua imaginação, desenvolve habilidades cognitivas, e dinamiza o

processo de leitura e escrita (SOUZA e BERNARDINO, 2011). Respaldando essa ideia,

Silva, Garcia e Silva (2013) concluíram que a contação de estórias envolvendo a

comunidade escolar infantil e seus familiares foi capaz de promover diálogos e trocas

efetivas de experiências, podendo repercutir positivamente na educação das crianças.

Por sua vez, Andrade e Costa (2015, p. 358), trabalhando com contação de estórias na

educação infantil, concluíram que: “a literatura infantil como uma grande arma

15

prazerosa, que o professor deve abusar em sala de aula, pois a história estimula a

imaginação das crianças, fazendo-as pensar, criticar, indagar; o que faz delas leitoras

críticas, no presente e no futuro”.

Diante disso, percebemos a eficácia do uso desse instrumento na

educação infantil, tendo obtido resultados positivos em muitos projetos de pesquisa e

extensão como forma de incentivar e facilitar o aprendizado de pré-escolares.

2.4.UTILIZAÇÃO DE ESTÓRIAS NA EDUCAÇÃO ALIMENTAR E

NUTRICIONAL

Diante dos achados que demonstram a utilidade do uso da contação e

leitura de estórias como ferramenta para o processo de aprendizagem no ensino infantil,

bem como da importância da promoção da EAN desde esse período, é pertinente estudar

também a utilização das estórias na EAN de crianças.

Pinto (2011) corrobora a ideia da relação entre literatura e alimentação,

afirmando que “os registros literários nos fazem testemunhas de vivências cotidianas,

como saborear uma fruta, passar um café, lambuzar-se de mel [...] sentir fome, comer

demais [...] dentre tantas outras cenas imagináveis” (PINTO, 2011, p. 54).

Diversas situações relacionadas à alimentação são encontradas na

literatura infantil tradicional, podendo ser exploradas no ambiente escolar. São

exemplos: a cesta de piquenique de Chapeuzinho Vermelho e a casa de guloseimas

encontrada por João e Maria. Tais estórias são “ferramentas simples que permitem que

pais, educadores e nutricionistas explorem inúmeros conceitos sobre alimentação e

nutrição de forma lúdica e integrando diversas áreas do conhecimento” (JUZWIAK,

2013, p. 481).

Além das obras clássicas da literatura infantil, há estórias cujo tema

central são os alimentos ou a alimentação, como por exemplo, “Poesia é Fruta Doce e

Gostosa”, do autor Elias José (JOSÉ, 2006), composta por poemas sobre 24 frutas e

ilustrações.

Há, ainda, obras escritas propriamente com o objetivo de serem utilizadas

em ações de PASE. Medeiros (2016a, 2016b, 2016c) em uma série de três livros aborda

temas relativos à alimentação, culinária e nutrição, são elas: “Oníria: meio cozinheira,

meio mágica” (MEDEIROS, 2016b) voltada para os anos iniciais do ensino

fundamental, “Françoise: alquimista das maravilhas culinárias” (MEDEIROS, 2016a)

indicada para os anos finais do ensino fundamental, e “Tita: cozinheira dos afetos”

16

(MEDEIROS, 2016c), recomendada para o ensino médio. Sendo uma ideia interessante

para ser aplicada também ao ensino infantil.

As obras da literatura infantil constituem um recurso relevante e eficaz

para a PASE, por serem ferramentas lúdicas que despertam o interesse dos alunos.

Praxedes et al (2016), realizaram um momento de contação utilizando um livro de pano

e um baú contendo frutas artificiais. Concomitantemente à leitura, as frutas artificiais

foram apresentadas às crianças e os benefícios de seu consumo para a saúde foram

explicados de uma maneira apropriada ao público. Como resultado, os autores

constataram que as crianças foram capazes de assimilar o conteúdo da estória,

demonstrando modificações positivas quanto às suas opiniões iniciais acerca do

consumo de guloseimas.

Nóbrega (2017), analisando a viabilidade de utilização da literatura

infantil para apoiar práticas de promoção de EAN de crianças, analisou obras de Clarice

Lispector, a partir das quais criou cartilhas destinadas a desenvolver ações de PASE

envolvendo professores e alunos de uma rede pública de ensino, que culminou com a

execução de uma oficina culinária inspirada pelas obras analisadas. A autora concluiu

que sua intervenção foi avaliada pelas educadoras envolvidas como uma maneira

prazerosa de falar de alimentação e estimular escolhas alimentares saudáveis, sendo a

literatura infantil um meio profícuo para tanto.

Portanto, notamos que a utilização de estórias na EAN é uma ferramenta

proficiente por estar presente no dia a dia das salas de aula de educação infantil, sendo

um recurso conveniente e reconhecido pela literatura científica para o ensino durante a

infância.

17

3. A UVINHA AVENTUREIRA2: O CAMINHO A TRILHAR

O Marco Teórico de Referência de Educação Alimentar e Nutricional

para Políticas Públicas (BRASIL, 2012) aborda a EAN como um campo intersetorial e

multidisciplinar, e portanto, outros profissionais além do nutricionista podem e devem

envolver-se em ações desse gênero, bem como ter acesso a programas de formação e

educação continuada que abordem essa temática, como por exemplo, professores.

Além disso, o documento fala sobre a importância da articulação entre

diferentes campos do saber, não especificamente relacionados à parte biológica da

Nutrição, como sociologia e antropologia da alimentação, ética e filosofia, pedagogia e

educação (BRASIL, 2012).

O posicionamento adotado nesse documento parece resgatar o conceito

do Pensamento Complexo de Edgar Morin. Para ele, “é preciso substituir um

pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une. É preciso

substituir um pensamento disjuntivo e redutor por um pensamento do complexo, no

sentido originário do termo complexus: o que é tecido junto” (MORIN, 2003, p. 89).

Assim, o autor critica a redução do complexo ao simples, bem como o

distanciamento entre as disciplinas no ensino, trata-se de uma dissociação dos

problemas, quando na realidade, eles deveriam ser reunidos e integrados. Para ele, a

ramificação tende a limitar o conhecimento.

Por isso, propomos a articulação entre os profissionais da Nutrição e os

da Pedagogia na PASE, promovendo uma integração de saberes entre nutricionistas e

pedagogos, levando em consideração o caráter de educador do nutricionista, e a

possibilidade de uma ação de educação continuada exercida pelos professores, que

lidam diariamente com as crianças em sala de aula.

Paulo Freire, em sua Pedagogia Libertadora, extrai os conteúdos de

ensino dos chamados “temas geradores”, que são extraídos da problematização das

práticas cotidianas dos educandos visando despertar uma nova forma da relação com a

experiência vivida (LIBÂNEO, 2006).

Além disso, observamos a importância do pensamento freireano no fato

de que o Marco Teórico de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para

2 A Uvinha Aventureira narra a estória de uma uva que cai do cacho e vai passear pelo bosque, a

fim de conhecer o mundo que a cerca. Assim como a uvinha, nós trilhamos um caminho para

desenvolver esse trabalho, por isso utilizamos seu exemplo para intitular nossa metodologia

(EDIÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA (Ed). A Uvinha Aventureira. São Paulo: Dcl, 1997. 8

p.)

18

Políticas Públicas considera que “a prática da EAN deve fazer uso de abordagens e

recursos educacionais problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo junto a

indivíduos e grupos populacionais” (BRASIL, 2012, p. 23).

Por isso, optamos por estudar a literatura infantil como ferramenta para a

Educação Alimentar e Nutricional: por ser um instrumento muito presente no dia a dia

da educação infantil.

Para tanto, visitamos 10 escolas de ensino infantil da rede pública, tanto

de competência municipal como estadual, e federal, localizadas no município de Natal e

região. Procedemos a catalogação sistemática do acervo literário dessas escolas,

buscando obras que abordassem diretamente ou indiretamente temáticas relacionadas

aos alimentos e à alimentação, com ênfase em sete dos nove princípios para as ações de

EAN preconizados pelo Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para

as Políticas Públicas (BRASIL, 2012).

As obras foram relacionadas aos princípios da educação alimentar e

nutricional: I- Sustentabilidade social, ambiental e econômica, II- Abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade, III- Valorização da cultura alimentar local e

respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos

saberes de diferentes naturezas, IV- A comida e o alimento como referências;

Valorização da culinária enquanto prática emancipatória, V- A promoção do

autocuidado e da autonomia, VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador

de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos, VII- A diversidade nos

cenários de práticas (BRASIL, 2012).

As informações obtidas foram catalogadas em fichas (apêndice 1)

contendo o nome da obra, autor, ano de publicação, editora, número de páginas,

escola(s) em que está disponível, princípios da EAN relacionados à estória, palavras-

chave, além de um breve resumo. Incluímos obras cujo enredo abordavam direta ou

indiretamente a alimentação. Não foram inclusas obras que não se relacionem com essa

temática, bem como livros com páginas rasgadas ou faltantes, ou estórias muito

extensas.

Além disso, foram também relacionadas aos Dez Passos para uma

Alimentação Saudável recomendados pelo Guia Alimentar para a população Brasileira

(BRASIL, 2014). São eles: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação, 2º: utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em

pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias,

19

3º: limitar o consumo de alimentos processados, 4º: evitar o consumo de alimentos

ultraprocessados, 5º: comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e,

sempre que possível, com companhia, 6º: fazer compras em locais que ofertem

variedades de alimentos in natura ou minimamente processados, 7º: desenvolver,

exercitar e partilhar habilidades culinárias, 8º: planejar o uso do tempo para dar à

alimentação o espaço que ela merece, 9º: dar preferência, quando fora de casa, a locais

que servem refeições feitas na hora, 10º: Ser crítico quanto a informações, orientações e

mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.

Além da associação entra as estórias e os princípios do Marco Teórico de

Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas (BRASIL,

2012) e os 10 passos para uma alimentação saudável preconizados pelo Guia Alimentar

para a População Brasileira (BRASIL, 2014), analisamos os personagens principais das

narrativas e os ambientes em que as mesmas se passam.

Após isso, produzimos um guia contendo informações bibliográficas

referentes a cada um dos livros e dicas práticas para seu uso, intitulado “Animais, Avós

e Crianças: um guia prático sobre o uso da literatura infantil na educação alimentar e

nutricional” (apêndice 2).

20

4. O MUNDO INTEIRO3: NOSSAS DESCOBERTAS LITERÁRIAS

4.1. DIÁLOGOS ENTRE O MARCO DE REFERÊNCIA DE EAN E A

LITERATURA INFANTIL

Após a análise dos acervos de literatura infantil das 10 escolas públicas

de ensino infantil visitadas, localizamos 50 livros passíveis de serem utilizados em

ações de EAN. Destes, 25 foram encontrados em mais de uma escola.

Do total de livros, nove se relacionam ao 1º princípio preconizado pelo

Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas

(BRASIL, 2012), “sustentabilidade social, ambiental e econômica” (BRASIL, 2012).

São obras cujo cenário é a natureza, seja em florestas, fazendas ou hortas.

Elas abordam temas relacionados ao plantio, colheita e coleta de

alimentos, expondo as ações estabelecidas nas etapas básicas do sistema alimentar, bem

como a utilização dos recursos naturais renováveis e não renováveis (quadro 1).

Quadro 1. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “sustentabilidade social,

ambiental e econômica” (primeiro) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e

região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

Dia de Feira Maurício Veneza 2003

João e o Pé de Feijão Ruth Rocha 2010

João Feijão Sylvia Orthof 2008

Lis Não Quer Comer

Vegetais

Diana Gomide

2011

O Caso das Bananas Milton Célio de O. Filho 2003

O Coelho Faz Nhéc Editora Vale das Letras 2012

O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002

Que Horta! Tatiana Belinky 1987

Um + Um + Um + Todos Anna Göbel 2013

3 O Mundo Inteiro é um livro que trata da vastidão do mundo e a conexão entre os diversos

elementos que envolvem a vida. A cada livro lido, sentíamos a sensação de conhecer um novo

mundo com nossas descobertas literárias (SCANLON, E. G. O Mundo Inteiro. 2. ed. São

Paulo: Paz e Terra, 2013. 40 p.)

21

A partir da leitura de “Dia de Feira”, por exemplo, podemos conversar

com os alunos sobre o que é uma feira, o que se pode encontrar nela, e fazer uma aula

de campo na feira livre do bairro em que se encontra a escola.

Já com a leitura de “João Feijão”, conseguimos abordar questões

relativas à sustentabilidade ambiental como o ciclo da água, além do processo de plantio

e colheita dos alimentos. Após o momento de leitura, podemos fazer o plantio de

sementes de feijão em um copo com algodão molhado, seguido de uma explicação sobre

a importância do feijão na alimentação, servindo como incentivo para que as crianças

consumam as preparações à base de feijão servidas na merenda escolar.

Dezenove obras foram associadas ao 2º princípio, “abordagem do sistema

alimentar na sua integralidade” (BRASIL, 2012), ao tratar a alimentação desde seus

processos mais básicos, como plantio, colheita, escolha e preparo dos alimentos. Essas

estórias (listadas no quadro 2 abaixo), se passam em ambientes como feiras, fazendas e

cozinhas, nos quais as pessoas adquirem, preparam e compartilham os alimentos; além

de cenários da natureza, nos quais os animais saem em busca de alimentos.

Partindo da leitura do livro “A Cesta de Dona Maricota”, podemos

perguntar aos alunos quais alimentos eles podem encontrar na feira, como fez a dona

Maricota. Além disso, é interessante realizar o preparo de uma sopa ou de uma compota

de frutas, como ocorre no livro, seguidos da degustação dos pratos preparados.

Lendo “O Mundo Inteiro”, podemos conversar com a turma sobre os

diversos fatores que envolvem a alimentação, como acesso à terra, plantio e colheita,

transporte dos alimentos, compra e preparo. Ensinando-os que muito esforço é

despendido para que o alimento esteja em seus pratos, e conscientizando-os sobre a

importância de não desperdiçar os alimentos.

Quadro 2. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “abordagem do sistema

alimentar na sua integralidade” (segundo) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN

e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

A Cesta de Dona

Maricota

Tatiana Belinky

2012

A Cozinha da Maria José de Castro 2001

22

Farinha

A Raposa e as Uvas Dulcy Grisólia 2001

Cachinhos de Ouro Ana Mª Machado 2013

Cachinhos Dourados e os

Três Ursos

Ingrid Biesemeyer

Bellinghausen

2006

Delícias e Gostosuras Ana Mª Machado 2005

Dia de Feira Maurício Veneza 2003

Hum, que Gostoso Sônia Junqueira 2013

João e o Pé de Feijão Ruth Rocha 2010

K de Kiwi e a Aventura

das Frutas

Paulo Ricardo Kralik

Angelini

2009

Lis Não Quer Comer

Vegetais

Diana Gomide

2011

O Mundo Inteiro Elizabeth Garton 2013

O Ovo Ivan Zigg 2011

O Ovo e o Vovô Simone Scharpira Waiman 2011

O Ratinho, O Morango

Vermelho Maduro

e o Grande Urso

Esfomeado

Don Wood

2012

Panela de Arroz Luís Camargo 1991

Que Horta! Tatiana Belinky 1987

Um + Um + Um + Todos Anna Göbel 2013

Visitas à Casa da Vovó Elias José 2006

Com relação ao 3º princípio “valorização da cultura alimentar local e

respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos

saberes de diferentes naturezas” (BRASIL, 2012), encontramos doze estórias

relacionadas. São obras que tratam o alimento e a alimentação sob uma perspectiva

cultural, valorizando a forma de preparo dos alimentos, bem como a tradição alimentar

regional (quadro 3).

“A Cozinha da Maria Farinha” descreve de maneira lúdica o preparo de

diversas receitas feitas pela personagem, como pirão da Maria Farinha, abobrinha

batida, frango com quiabo, pé de moleque, doce de mamão, descrevendo seus

23

ingredientes e modo de preparo. Após a leitura, é interessante realizar oficinas culinárias

preparando as receitas que a Maria Farinha prepara na estória, degustando-as

posteriormente.

O Livro “Coco Louco” narra a estória de um coco que, ao cair do

coqueiro, acaba sendo achado pela vovó, que o transforma em cocada e bala de coco, e

os distribui para as crianças. Após sua leitura, podemos conversar com os alunos sobre

o coco (perguntar quem já viu um coqueiro como o ilustrado no livro, falar sobre o

formato do coco, a água de coco, a polpa do coco, as receitas feitas com coco), e em

seguida, degustar água de coco e a polpa do coco seco.

Quadro 3. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “valorização da cultura

alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a

legitimidade dos saberes de diferentes naturezas” (terceiro) disponíveis em escolas

públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

A Cozinha da Maria

Farinha

José de Castro 2001

Coco Louco Gustavo Luiz 2013

Delícias e Gostosuras Ana Mª Machado

2005

Lis Não Quer Comer

Vegetais

Diana Gomide

2011

O Rato do Campo e o

Rato da Cidade

Flávio de Souza

2011

Panela de Arroz Luís Camargo 1991

Pêssego, Pera, Ameixa no

Pomar

Janet Ahlberg

2007

Rimas Saborosas César Obeid

2009

Tudo por um Pacote de

Amendoim

Gládis Barcelos

2010

Visitas à Casa da Vovó Elias José 2006

Vovô Bastião vai

Comendo Feijão

Sylvia Orthof

2007

24

Só Mais um Minutinho Yuyi Morales 2006

O 4º princípio, “a comida e o alimento como referências; valorização da

culinária enquanto prática emancipatória” (BRASIL, 2012) foi associado a vinte obras,

(quadro 4). Em sua narrativa, elas enaltecem o valor simbólico dos alimentos, bem

como seus aromas, texturas, sabores, e formas de preparo. Além de abordar o prazer

envolvido em cozinhar, comer, e compartilhar refeições tanto no cenário humano,

quanto no animal.

O livro “A Sopa dos Pássaros” conta a estória de três pássaros que,

enjoados de comer grãos, voam até a casa do dragão que sempre fazia sopa, para

cozinhar e comer com ele. Após a leitura, é possível fazer, com a ajuda dos alunos, uma

lista de ingredientes que podem ser utilizados em uma sopa (como tomate, cenoura,

batata, frango, coentro, cebolinha, jerimum), e realizar com eles uma oficina culinária

de preparo de sopa.

Quadro 4. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “a comida e o alimento

como referências; valorização da culinária enquanto prática emancipatória” (quarto)

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

A Cesta de Dona

Maricota

Tatiana Belinky

2012

A Cozinha da Maria

Farinha

José de Castro 2001

A Galinha Ruiva Elza Fiuza

2006

A Sopa dos Pássaros Vani Mehra

2013

Coco Louco Gustavo Luiz 2013

Comer Ruth Rocha 2011

Delícias e Gostosuras Ana Mª Machado

2005

Grão de Milho Olalla González 2010

Hum, que Gostoso Sônia Junqueira 2013

Lis Não Quer Comer

Vegetais

Diana Gomide

2011

25

O Rato do Campo e o

Rato da Cidade

Flávio de Souza

2011

Panela de Arroz Luís Camargo 1991

O Caso do Bolinho Janet Ahlberg

2007

O Cozinheiro

Atrapalhado

Silvio Costa 2013

O Ovo e o Vovô Simone Scharpira Waiman 2011

Poesia é Fruta Doce e

Gostosa

Elias José 2006

Rimas Saborosas César Obeid

2009

Visitas à Casa da Vovó Elias José 2006

Vovô Bastião vai

Comendo Feijão

Sylvia Orthof

2007

Só Mais um Minutinho Yuyi Morales 2006

Com relação ao 5º princípio “A promoção do autocuidado e da

autonomia” (BRASIL, 2012), selecionamos estórias que, em seu enredo, mostram o

personagem principal realizar ações direcionadas ao próprio bem estar, estando ou não

relacionadas diretamente à alimentação (quadro 5).

“A Uvinha Aventureira”, por exemplo, cai do seu cacho que inicia um

aventura pelo bosque, a fim de conhecer o mundo. Após sua leitura, é interessante

conversar com os alunos sobre as características das uvas (seu sabor, aroma, textura,

cor), e em seguida, degustar uvas in natura e suco de uva.

Em “Fome de Urso”, ao acordar com fome, o urso Hugo sai em busca de

Mel por toda a floresta para saciar sua fome. Partindo desse momento, podemos

conversar com as crianças sobre como o mel é produzido (pelas abelhas), questioná-los

acerca de suas características (como cor, sabor, aroma, textura) e fazer um momento de

degustação de frutas com mel.

Quadro 5. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “A promoção do

autocuidado e da autonomia” (quinto) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e

região metropolitana, 2017.

26

Título da Obra Autor Ano de Publicação

A Uvinha Aventureira Edipar – Edições e

Participações

1997

Estou em Forma?:

aprendendo sobre

nutrição e atividade física

Claire Llewellyn

2002

Fome de Urso Heinz Janisch 2007

Só um Minutinho Yuyi Morales 2006

Os demais princípios (6º: a educação enquanto processo permanente e

gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos, 7º: a diversidade

nos cenários de prática, 8º: intersetorialidade e 9º: planejamento, avaliação e

monitoramento das ações (BRASIL, 2012) não se relacionaram a nenhuma estória por

terem caráter técnico-organizacional, não sendo, portanto, contemplado nas estórias

encontradas.

Por fim, dez livros não se relacionaram diretamente a nenhum princípio

preconizado pelo Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as

Políticas Públicas (BRASIL, 2012), mas foram incluídos por tratarem a alimentação de

maneira adequada ao público infantil, podendo ser utilizados em ações de PASE

(quadro 6).

A estória das “10 galinhas” mostra a reação que comer milho gera em

cada uma delas. Após a leitura, podemos conversar com os alunos sobre o milho e fazer

uma degustação de milho cozido, ou realizar uma oficina culinária com algum alimento

a base de milho, como cuscuz, broa de milho ou bolo de milho.

A “Festa das Letras”, uma espécie de glossário, no qual cada letra

corresponde a algum poema sobre algo (por exemplo, letra C: carambola, letra E:

elefante, Letra N: natureza), sendo muitos deles sobre alimentos. Partindo de sua leitura,

podemos conversar com os alunos sobre os alimentos retratados na obra (seus sabores,

cores, texturas e aromas) e promover a degustação deles.

Quadro 6. Obras selecionadas não relacionadas diretamente aos princípios

preconizados pelo Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as

Políticas Públicas (BRASIL, 2012).

Título da Obra Autor Ano de Publicação

27

10 Galinhas Ivo Minkovicius 2011

A Alegre Vovó Guida, que

é um Pouco Distraída

Tatiana Belinky

2010

A Banana Mary França 2000

A Festa das Letras Cecília Meireles e Josué de

Castro

1996

Brisa, a Lagarta

Comilona

Vani Mehra

2013

Confusão no Mingau Editora Ciranda Cultural 2013

O Caso do Favo de Mel Milton Célio de O. Filho 2013

O Ratinho Faz Nhóc Editora Vale das Letras 2012

O Sanduíche da Maricota Avelino Guedes 2002

Rinocerontes não Comem

Panquecas

Anna Kemp

2011

4.2. A ALIMENTAÇÃO NA LITERATURA INFANTIL: ANIMAIS, CRIANÇAS,

AVÓS E ALIMENTOS

De acordo com Vieira (2016), os personagens possuem como principal

função expor o enredo de uma estória. Eles exercem total importância sobre o valor

literário da mesma, uma vez que a eles estão relacionados a ação, os fatos e

acontecimentos da sucessão narrativa.

Ao analisar as obras escolhidas, pode-se observar a presença majoritária

de 4 diferentes tipos de personagens principais: animais (quinze obras), crianças (nove

obras), avós (sete obras) e alimentos animados (cinco obras), sobre os quais

discorreremos.

4.2.1. Fome de Urso4: os animais como personagens principais (e racionais)

Santos et al (2014), afirmam que a figura do animal, diante das crianças,

desperta sentimentos positivos que contribuem para uma boa socialização e para o

desenvolvimento da comunicação verbal.

Segundo Würdig (2014), os animais são elementos muito presentes no

universo lúdico infantil, surgindo como personagens em desenhos, filmes e livros

4 Em Fome de Urso, o urso Hugo acorda com muita fome, e parte em uma jornada até as

montanhas de mel em busca de seu alimento preferido – mel de abelha (HEINZ, J. Fome de

Urso. São Paulo: Brinque-book, 2007. 28 p.)

28

voltados para esse público, bem como sendo componentes recorrentemente presentes

em suas brincadeiras.

Isso pode explicar sua presença predominante como personagens

principais nas estórias encontradas neste estudo (quadro 7). Nelas, os animais são seres

racionais, que se relacionam entre si e com os seres humanos. Desempenham papéis

como o de coletar alimentos e ingredientes, cozinhar, viajar, e até mesmo furtar e

desenvolver investigações.

“O Sanduíche da Maricota” conta a estória de uma galinha, Maricota, que estava

preparando um sanduíche para comer, mas seus amigos foram, cada um, colocando

ingredientes que achavam gostosos nele. Irritada, Maricota o joga fora e começa um

novo sanduíche – dessa vez, só com coisas que ela gosta. Após a leitura, podemos

convidar as crianças para criarem seu próprios sanduíches em uma oficina culinária,

dispondo em recipientes: pão integral, frango desfiado, alface, cenoura ralada e rodelas

de tomate, e deixando que elas montem seus sanduíches como preferirem.

Quadro 7. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um animal, disponíveis

em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

10 Galinhas Ivo Minkovicius 2011

A Cozinha da Maria

Farinha

José de Castro

2007

A Galinha Ruiva Elza Fiuza 2006

A Raposa e as Uvas Dulcy Grisólia 2001

A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013

Confusão no Mingau Editora Ciranda Cultural 2013

Fome de Urso Heinz Janisch 2007

O Caso das Bananas Milton Célio de O. Filho

2003

O Coelho faz Nhéc Editora Vale das Letras 2012

O Ratinho Faz Nhóc Editora Vale das Letras 2012

O Ratinho, O Morango

Vermelho Maduro e o

Grande Urso Esfomeado

Don Wood

2012

O Rato do Campo e o Flávio de Souza 2011

29

Rato da Cidade

O Sanduíche da Maricota Avelino Guedes 2002

Rinocerontes não Comem

Panquecas

Anna Kemp

2011

4.2.1.1. A Raposa e as Uvas5: o animal caçador e coletor

Nos livros “A Raposa e as Uvas”, “A Sopa dos Pássaros”, “10 Galinhas”,

“Fome de Urso”, “O Caso das Bananas”, “O Coelho faz Nhéc”, e “O Ratinho, O

Morango Vermelho Maduro e o Grande Urso Esfomeado”, os animais aparecem em seu

habitat natural, procurando, coletando, e comendo alimentos encontrados por eles na

natureza (quadro 8).

“O Ratinho, O Morango Vermelho Maduro e o Grande Urso Esfomeado”

narra a estória de um rato que colhe um morango vermelho maduro que parecia estar

delicioso. Até que o narrador o convence de que há um grande urso esfomeado que ama

morango a solta, e que a única forma de despistar o urso é dividindo com ele o

morango. Depois de lê-la, podemos conversar com os alunos sobre as características do

morango (cor, textura, sabor, formato) e os benefícios de seu consumo para a saúde. Em

seguida, realizar uma oficina culinária com o preparo de receitas à base dessa fruta,

como suco de morango e geleia de morango, e posterior degustação.

Quadro 8. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um animal e o cenário

principal é seu habitat natural (fazendas ou florestas), disponíveis em escolas públicas

de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

A Raposa e as Uvas Dulcy Grisólia 2001

A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013

Fome de Urso Heinz Janisch 2007

O Caso das Bananas Milton Célio de O. Filho

2003

O Coelho faz Nhéc Editora Vale das Letras 2012

5 GRISÓLIA, D. A Raposa e as Uvas. São Paulo: Ftd, 2001. 24 p.

30

O Ratinho, O Morango

Vermelho Maduro e o

Grande Urso Esfomeado

Don Wood

2012

4.2.1.2. A Cozinha da Maria Farinha6: o animal cozinheiro

Outro ambiente em que são retratados é a cozinha. Nos livros “A

Cozinha da Maria Farinha”, “A Galinha Ruiva”, “Confusão no Mingau”, e “O

Sanduíche da Maricota” os animais aparecem cozinhando suas refeições. A obra

“Rinocerontes não Comem Panquecas” se passa também na cozinha, mas o personagem

principal (isto é, o enorme rinoceronte roxo) não cozinha seu próprio alimento, mas

come as panquecas que a mãe de Dayse preparou para ela (quadro 9).

A estória “A Sopa dos Pássaros” ocorre em dois cenários distintos: além

da coleta de cenoura, tomate e cogumelos na floresta, há também a narração do preparo

da sopa na cozinha do senhor dragão, bem como da refeição compartilhada por eles

após o preparo.

Quadro 9. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um animal e o cenário

principal é a cozinha, disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região

metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

A Cozinha da Maria Farinha José de Castro

2007

A Galinha Ruiva Elza Fiuza 2006

Confusão no Mingau Editora Ciranda Cultural 2013

O Ratinho Faz Nhóc Editora Vale das Letras 2012

O Sanduíche da Maricota Avelino Guedes 2002

Rinocerontes não Comem

Panquecas

Anna Kemp

2011

A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013

O fato de os animais serem objeto de afeição por parte das crianças lhes

confere uma característica interessante enquanto protagonistas de estórias envolvendo a

6 CASTRO, J. A Cozinha da Maria Farinha. São Paulo: Paulinas, 2007. 31 p.

31

alimentação. Ao serem retratados, nas estórias, comendo alimentos naturais e

preparando receitas, pode-se utilizar seus exemplos como incentivo às crianças para que

conheçam e experimentem novos alimentos, e participem ativamente do preparo de sua

alimentação.

4.2.2. Lis Não Quer Comer Vegetais7: as crianças como personagens principais

Em nove das obras analisadas as crianças são personagens principais da

narrativa. Seja em clássicos como “João e o Pé de Feijão” e “Cachinhos Dourados e os

Três Ursos”, ou em livros menos conhecidos, como os demais, elas aparecem como

personagens ativos, questionadores, inteligentes e articulados (quadro 10).

Nelas, passam por experiências variadas como viagens (Lis Não Quer

Comer Vegetais), experiências com elementos mágicos (João e o Pé de Feijão),

interação com animais (Cachinhos Dourados e os Três Ursos), observação do cenário

em que estão inseridas (Dia de Feira), convivência familiar (Tudo por um Pacote de

Amendoim), processos de emancipação (Grão de Milho), introdução de novos

alimentos (Hum, que gostoso), além das idas à casa dos avós (Delicias e Gostosuras).

A criança personagem principal é um objeto de identificação para a

criança leitora. Ao observar, na narrativa, as ações da criança personagem, o aluno pode

sentir-se estimulado a repetir os atos vivenciados na estória.

Na obra “Dia de Feira”, por exemplo, uma menina que mora perto de

uma feira descreve as coisas que ela se pode encontrar por lá, como frutas, legumes,

verduras, e peixes. Após sua leitura, pode-se planejar uma aula de campo em uma feira,

a fim de colocar em prática a vivência observada no livro, promovendo o contato com

os alimentos que nela são comercializados.

A leitura de “João e o Pé de Feijão”, por sua vez, retrata o personagem

principal, João, plantando feijões mágicos. Pode-se utilizá-la em uma ação de EAN na

qual, após sua leitura, proceda-se o plantio de sementes de feijão, seguido de uma

explicação sobre o papel do feijão na alimentação humana, servindo como incentivo

para que as crianças consumam as preparações à base de feijão servidas na merenda

escolar.

7 Lis Não Quer Comer Vegetais narra a estória de Lis, que só gosta de comer fast-foods e

comidas industrializadas, como muitas crianças. Mas tudo muda quando ela viaja para o interior

e conhece a horta e as comidas de sua avó (GOMIDE, D. Lis Não Quer Comer Vegetais. Belo

Horizonte: Cedic, 2011. 16 p.).

.

32

Já o livro “Lis Não Quer Comer Vegetais” retrata um cenário comum na

vida de muitas crianças: a aversão a vegetais e preferência por alimentos

industrializados. Em sua estória, Lis viaja para a fazenda de sua avó, onde vê pela

primeira vez uma horta, se encanta pelo cultivo dos alimentos, e decide provar os

vegetais que sua avó colhe na horta e prepara para elas comerem no almoço. Ela fica tão

surpresa por gostar deles, que ao voltar de viagem, compartilha sua experiência com

suas professoras e colegas na escola, que então decidem implantar uma horta escolar.

Essa obra pode ser utilizada como instrumento de EAN nas escolas em

que haja rejeição aos vegetais oferecidos na merenda escolar. A partir de um momento

de leitura, seguido de uma aula de campo com visita à uma fazenda ou horta, e posterior

preparo de refeições à base de vegetais pelos alunos com auxilio dos professores e

merendeiras, pode-se sensibilizar as crianças quanto ao seu consumo e aumentar sua

aceitação no cardápio.

Quadro 10. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é uma criança,

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

Cachinhos de Ouro Ana Mª Machado 2013

Cachinhos Dourados e os

Três Ursos

Ingrid Biesemeyer

Bellinghausen

2006

Delícias e Gostosuras Ana Mª Machado 2005

Dia de Feira Maurício Veneza 2003

Grão de Milho Olalla González 2010

Hum, que Gostoso Sônia Junqueira 2013

João e o Pé de Feijão Ruth Rocha 2010

Lis Não Quer Comer

Vegetais

Diana Gomide

2011

Tudo por um Pacote de

Amendoim

Gládis Barcelos

2010

33

4.2.3. Visitas à Casa da Vovó8: a presença dos avós na alimentação e na literatura

Os avós habitam o horizonte afetivo e intelectual dos netos, sendo figuras

que exercem influência nas suas vidas, sobretudo no que diz respeito ao aspecto

emocional e de transmissão de conhecimento. Seu retrato na literatura infantil

contemporânea é de entes detentores da sabedoria e ternura (AZEVEDO,

RABINOVICH, 2012). Silva e Correa (2014) corroboram esse posicionamento ao

defenderem que os avós têm um papel importante na transmissão da cultura e da

tradição familiar, transmitindo heranças simbólicas, além influenciarem diretamente o

desenvolvimento intelectual e a formação psíquica de seus netos.

No presente estudo, os avós aparecem como personagens principais em

sete obras (quadro 11). Eles desempenham papéis como cozinhar para os netos e acolhê-

los em sua casa. São representados, nas obras estudadas, em um ambiente de afeto e

ternura, e em momentos marcados pela comensalidade.

Nas obras, eles aparecem como personagens que agregam e unem a

família, como em “Só um Minutinho”, “O Grande Rabanete”, “O Ovo e o Vovô” e

“Visitas à Casa da Vovó”. Além de serem, também, retratados como pessoas que

cozinham preparações deliciosas, tal qual em “O Caso do Bolinho”, “Só um

Minutinho”, “Visitas à Casa da Vovó”, e “Vovô Bastião vai Comendo Feijão”.

“Vovô Bastião vai Comendo Feijão” conta de vovô Bastião, que está

preparando o feijão para o almoço. No decorrer do livro, ele vai temperando e

cozinhando o feijão, até o momento da refeição em família. Após sua leitura, assim

como na estória de “João Feijão” podemos fazer o plantio de sementes de feijão em um

copo com algodão molhado, seguido de uma explicação sobre a importância do feijão

na alimentação, servindo como incentivo para que as crianças consumam as preparações

à base de feijão servidas na merenda escolar.

Na obra “O Ovo e o Vovô” vemos claramente o retrato do afeto e da

ternura existente entre avós e netos. Vovô David tinha dois netos, Denis e Delane, que

quando era pequena não sabia falar a palavra vovô, e o chamava de ovo. O livro narra

os momentos vividos entre os netos e seu avô, e cita as características do mesmo,

comparando sempre suas características à do ovo ou de preparações feitas com ovos.

Após sua leitura, podemos conversar com os alunos sobre as características do ovo (sua

8 Visitas à Casa da Vovó narra a estória de uma criança que vai à casa de sua avó visitá-la, e no

decorrer das páginas, vai contando as aventuras que viveu por lá, bem como os alimentos que

comeu (JOSÉ, E. Visitas à Casa da Vovó. São Paulo: Paulus, 2006. 16 p.)

34

cor, textura, aroma, e sabor), e sobre os benefícios de seu consumo para a saúde e

realizar uma degustação com diferentes modos de preparo de ovos: ovos de galinha

cozidos, ovos de codorna cozidos, ovos de galinha mexidos, e omeletes.

Era muito gostoso estar com o vovô.

Por fora, parecia duro como a casca do ovo,

Mas por dentro era mole, mole,

Como a clara e a gema

(Waiman, 2011, p. 4)

Quadro 11. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um avô ou avó,

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

A Alegre Vovó Guida, que é

um Pouco Distraída

Tatiana Belinky

2010

O Caso do Bolinho Tatiana Belinky 2004

O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002

O Ovo e o Vovô Simone S.Waiman

2011

Só um Minutinho Yuyi Morales 2006

Visitas à Casa da Vovó Elias José 2006

Vovô Bastião vai Comendo

Feijão

Sylvia Orthof

2007

Diante do afeto que há entre as crianças e seus avós, tanto na vida real

quanto ilustrado nas narrativas, e da representação destes relacionada a deliciosas

comidas, a utilização de estórias nas quais sua figura esteja presente é interessante para

a EAN das crianças, podendo sua presença sensibilizá-las, aumentando a chance de

aceitação do alimento envolvido no enredo da estória.

4.2.4. Coco Louco9: o alimento em evidência

Os alimentos foram os personagens principais em cinco das estórias

encontradas (quadro 12).

9 Nesse livro o coco louco cai do coqueiro e bate na cuca do macaco, e sai rolando por vários

locais, até que a vovó o leva para casa, coloca-o na panela, e o transforma em cocada e bala de

coco, e distribui para a criançada (LUIZ, G. Coco Louco. São Paulo: Melhoramentos, 2013. 24

p.).

35

Nos livros “Coco Louco” e “O ovo” os alimentos possuem uma postura

passiva, apesar de serem os personagens principais. Não falam nem se relacionam com

ninguém, apenas se movimentam no espaço, e o enredo da estória dá-se a partir dessa

movimentação.

Quadro 12. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um alimento,

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

Coco Louco Gustavo Luiz 2013

João Feijão Sylvia Orthof 2008

K de Kiwi e a Aventura das

Frutas

Paulo Ricardo Kralik

Angelini

2009

A Uvinha Aventureira Edipar – Edições e

Participações 1997

O Ovo Ivan Zigg 2011

“Coco Louco”, conta a estória de um coco que cai do coqueiro e sai

rolando pela cidade. Nesse percurso, seu caminho cruza com o de uma senhora que o

leva para casa e o transforma em cocada e bala de coco, e os distribui essas preparações

para as crianças.

Por sua vez, “O ovo” conta a estória de um ovo que, em um certo dia,

some do galinheiro. No decorrer das páginas, o leitor vai acompanhar a procura pelo

ovo perdido, até que ele é encontrado no milharal, após ser chocado e virar um pintinho.

Nos demais livros (“João Feijão”, “K de Kiwi e a Aventura das Frutas” e

“A Uvinha Aventureira”), no entanto, os alimentos possuem características humanas,

como sentimentos, fala, e interação social.

Se por um lado tê-los como protagonistas das narrativas coloca-os em

evidência, despertando o interesse das crianças por eles, por outro, ao conferir-lhes

características humanas pode-se gerar um vínculo afetivo entre a criança e o alimento

retratado. Com o estabelecimento desse vínculo afetivo, há a possibilidade de que a

criança perca o interesse em consumir o alimento retratado, por sentir-se apegada a ele,

sentindo pena de comê-lo. Portanto, como o objetivo do uso dos livros é incentivar o

consumo dos alimentos apresentados nas estórias, pode ser que o surgimento desse

vínculo afetivo não seja interessante.

36

Com base no exposto, recomenda-se utilizar, nas ações de EAN, estórias

cujos personagens principais são animais, crianças e avós, bem como alimentos, porém

essas últimas devem ser escolhidas de maneira mais criteriosa.

4.2.5 O Rato do Campo e o Rato da Cidade10

: a importância do ambiente

Ao se passar no ambiente natural, a narrativa tende a despertar a atenção

das crianças para a utilização dos recursos naturais renováveis e não renováveis, e a

abordagem integral do sistema alimentar, como o acesso à terra, à água e aos meios de

produção, como preconizado pelo 1º e 2º princípios do Marco de Referência de

Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas (BRASIL, 2012) (quadro

13).

“O Coelho Faz Nhéc”, por exemplo, tem como cenário uma fazenda, na

qual havia um coelho muito guloso. Sempre que o fazendeiro dava as costas, ele saia da

toca para comer os vegetais deliciosos da plantação. Até que um dia, o fazendeiro foi

para a cidade, e como estava demorando muito para voltar, o coelho acabou comendo

todos os vegetais da plantação. Depois de ler essa estória, podemos perguntar aos alunos

quais alimentos podem ser encontrados em uma plantação, e anotar suas respostas.

Depois disso, escolher alguns dos alimentos citados, e conversar sobre suas

características (cor, sabor, textura, formato, cheiro) e seus benefícios para a saúde,

finalizando com uma degustação dos alimentos escolhidos, ou de uma preparação à base

deles.

Quadro 13. Obras literárias infantis, cujos cenários principais são hortas ou florestas,

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

A Banana Mary França 2000

A Galinha Ruiva Elza Fiuza 2006

A Raposa e as Uvas Dulcy Grisólia 2001

A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013

10

O Rato do Campo e o Rato da Cidade mostra a diferença entre as comidas do campo e as

comidas do meio urbano, de forma que o rato da cidade se surpreende com os hábitos

alimentares do rato do campo, e vice-versa (ESOPO. O Rato do Campo e o Rato da Cidade.

Belo Horizonte: Ledic, 2011. 16 p.).

37

A Uvinha Aventureira Edipar – Edições e

Participações 1997

Brisa, a Lagarta Comilona Vani Mehra 2013

Fome de Urso Heinz Janisch 2007

João Feijão Sylvia Orthof 2008

O Caso das Bananas Milton Célio de O. Filho 2003

O Caso do Favo de Mel Milton Célio de O. Filho 2013

O Coelho faz Nhéc Editora Vale das Letras 2012

O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002

O Ratinho, O Morango

Vermelho Maduro e o Grande

Urso Esfomeado

Don Wood

2012

Que Horta Tatiana Belinky 1987

Um + Um + Um + Todos Anna Göbel 2013

Ao passo que, abordando o ambiente da cozinha, a predisposição é de

que os leitores reflitam sobre a cultura alimentar regional e o valor simbólico dos

alimentos e de suas texturas, aromas, sabores e formas de preparo, como aconselham os

3º e 4º princípios do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as

Políticas Públicas (BRASIL, 2012) (quadro 14).

“Delícias e Gostosuras” conta a estória de Isadora e Henrique, dois

irmãos que quando vão para a casa da vovó, comem muitas comidas deliciosas

preparadas por ela. No livro, conta-se as delícias devoradas por eles, além de compará-

las com as comidas que personagens famosos como Popeye, Branca de Neve e João e

Maria comem em suas estórias. Podemos escolher, com os alunos, uma das receitas que

aparece no livro, e prepará-la em uma oficina culinária.

Quadro 14. Obras literárias infantis, cujo cenário principal é cozinha, disponíveis em

escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

A Cesta de Dona Maricota Tatiana Belinky 2012

A Cozinha da Maria Farinha José de Castro 2007

A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013

Confusão no Mingau Editora Ciranda Cultural 2013

38

Delícias e Gostosuras Ana Mª Machado 2005

O Cozinheiro Atrapalhado Silvio Costa 2013

Só um Minutinho Yuyi Morales 2006

Vovô Bastião vai Comendo

Feijão

Sylvia Orthof

2007

4.3. POESIA É FRUTA DOCE E GOSTOSA11

: OS 10 PASSOS PARA A

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA LITERATURA INFANTIL

Aconselha-se planejar as ações de EAN à luz dos dez passos para uma

alimentação saudável recomendados pelo Guia Alimentar para a População Brasileira

(BRASIL, 2014). São eles:

I - Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da

alimentação (BRASIL, 2014): diante disso, deve-se optar por ações de EAN que

abordem alimentos in natura ou minimamente processados como frutas, verduras,

legumes, leite, iogurtes, ovos, carnes, castanhas, bem como utilizar esses gêneros nas

oficinas culinárias e degustações. Nesse estudo, encontramos vinte e quatro obras que se

relacionam a esse passo (quadro 15).

“A Banana”, por exemplo, tem seu enredo em torno de um rato que quer

entregar uma banana ao bode. Após sua leitura, podemos conversar com os alunos sobre

as características da banana (cor, textura, cheiro), sobre seus nutrientes, e fazer uma

degustação de variados tipos de banana (nanica, ouro, maçã, pacovã).

Quadro 15. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “fazer de alimentos in natura

ou minimamente processados a base da alimentação” (primeiro) disponíveis em escolas

públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

10 Galinhas Ivo Minkovicius 2011

A Banana Mary França 2000

A Cesta de Dona Maricota Tatiana Belinky 2012

11

Essa obra é um compilado de poesias e charadas sobre variadas frutas, desde as mais

tradicionais como goiaba e banana, às mais exóticas, como carambola e damasco (JOSÉ, E.

Poesia é fruta doce e gostosa. São Paulo: Ftd, 2006. 55 p.).

39

A Festa das Letras Cecília Meireles e Josué

de Castro

1996

A Raposa e as Uvas Dulcy Grisólia 2001

A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013

A Uvinha Aventureira Edipar – Edições e

Participações 1997

Dia de Feira Maurício Veneza 2003

Grão de Milho Olalla González 2010

João Feijão Sylvia Orthof 2008

K de Kiwi e a Aventura das

Frutas

Paulo Ricardo Kralik

Angelini

2009

Lis não Quer Comer

Vegetais

Diana Gomide

2011

O Caso das Bananas Milton Célio de O.

Filho

2003

O Coelho faz Nhéc Editora Vale das Letras 2012

O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002

O Ovo Ivan Zigg 2011

O Ovo e o Vovô Simone Scharpira

Waiman

2011

O Ratinho faz Nhóc Editora Vale das Letras 2012

O Ratinho, o Morango

Vermelho Maduro e o

Grande Urso Esfomeado

Don Wood

2012

Poesia é Fruta Doce e

Gostosa

Elias José

2006

Que Horta Tatiana Belinky 1987

Rimas Saborosas César Obeid 2009

II - Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao

temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias (BRASIL, 2014): é

importante, nas ações de EAN que envolvam degustação de alimentos e oficinas

culinárias, moderação ao utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar nas preparações,

explicando para os alunos a importância desse uso moderado. As obras que abordam,

em seu enredo, ato de cozinhar alimentos podem ser utilizadas para conscientizar as

crianças quanto a esse segundo passo.

40

O Livro “Panela de Arroz” conta a estória de Maneco Caneco, que

encontra uma casa em formato de panela, e para passar pelas portas da casa, precisa

decifrar uma série de charadas sobre alimentos, até conseguir entrar no cômodo em que

o arroz está sendo preparado, e acompanhar esse processo de preparo. Partindo de sua

leitura, podemos conversar com os alunos sobre o arroz, suas características (cor,

formato, textura, sabor). Em seguida, preparar, em uma oficina culinária com os alunos,

bolinhos de arroz assados, e degustá-los, aproveitando o momento para falar da

importância do uso moderado de sal, açúcar e óleo.

Quadro 16. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “utilizar óleos, gorduras, sal

e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações

culinárias” (segundo) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região

metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

A Cesta de Dona Maricota Tatiana Belinky 2012

A Cozinha da Maria Farinha José de Castro

2007

A Galinha Ruiva Elza Fiuza 2006

A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013

O Cozinheiro Atrapalhado Silvio Costa 2013

Panela de Arroz Luís Camargo 1991

Só um Minutinho Yuyi Morales 2006

Vovô Bastião vai Comendo

Feijão

Sylvia Orthof

2007

III - Limitar o consumo de alimentos processados (BRASIL, 2014): isto

é, estimular o consumo moderado de alimentos como conservas, compotas e queijos

processados apenas como ingredientes de preparações ou parte de refeições

balanceadas.

Um livro ideal para tratar dessa temática com as crianças é “Lis não Quer

Comer Vegetais”, por se tratar de uma estória na qual uma criança que só gostava de

comer alimentos industrializados, passa a gostar dos alimentos naturais ao conhecer

uma horta e ver sua avó cozinhar os alimentos colhidos nela. Após sua leitura, podemos

41

ensinar aos alunos quais são os alimentos processados, fazendo um jogo no qual eles

diferenciem o alimento in natura e o alimento processado feito à base dele.

IV – Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados (BRASIL, 2014):

propõe-se, a partir desse passo, encorajar as crianças a consumir menos alimentos

processados, como biscoitos recheados, sucos de caixa, refrigerantes e salgadinhos de

pacote, comunmente consumidos durante essa fase da vida, explicando-as os malefícios

associados ao seu consumo. Assim como no passo anterior, o quarto passo pode ser

abordado com os alunos a partir da leitura do livro “Lis não Quer Comer Vegetais”.

Após isso, Após sua leitura, podemos ensinar aos alunos quais são os alimentos

ultraprocessados, fazendo um jogo no qual eles diferenciem o alimento in natura e os

alimento processado e ultraprocessados feitos à base dele

V - Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e,

sempre que possível, com companhia (BRASIL, 2014): deve-se fornecer, na escola, um

ambiente apropriado para a alimentação dos alunos, bem como respeitar os horários

definidos para as refeições, além de estimular a comensalidade nos momentos de

merenda escolar, aproveitando as ações de EAN para explicar às crianças a importância

desse quinto passo. O mesmo vale para as ações que envolvam degustação de alimentos

e oficinas culinárias. Os livros que abordam em sua narrativa momentos de

comensalidade podem ser utilizados para abordar o quinto passo (quadro 17).

Um exemplo de livro que pode ser utilizado é “Brisa, a Largarta

Comilona”, que sente fome o tempo todo, e em um momento de descuido, come todas

as folhas da fazenda, aborrecendo o fazendeiro. Podemos conversar com os alunos sobre

a importância de comer com calma, estando atento ao momento da refeição, além de

perguntar a eles qual é a cor das folhas que Brisa come (verde), e em seguida listar no

quadro os alimentos verdes que eles conhecem. Em seguida, conversar com eles sobre

os nutrientes contidos nos alimentos de cor verde, e seus benefícios para a saúde.

Quadro 17. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “comer com regularidade e

atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia” (quinto)

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

Brisa, a Lagarta Comilona Vani Mehra 2013

O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002

42

Pêssego, Pera, Ameixa no

Pomar

Janet Ahlberg

2007

Só um Minutinho Yuyi Morales 2006

Um + Um + Um + Todos

Vovô Bastião vai Comendo

Feijão

Sylvia Orthof

2007

VI - Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in

natura ou minimamente processados (BRASIL, 2014): o sexto passo preconiza que,

para uma alimentação saudável, é importante fazer compras em locais que ofertem

variedades de alimentos in natura ou minimamente processados, como por exemplo,

feiras e hortas. Uma boa estratégia é utilizar estórias que abordem a temática das feiras e

hortas (quadro 18), e partindo desse momento, fazer uma visita a esses locais com os

alunos.

“Dia de Feira” conta a estória de uma menina que mora bem perto de uma

feira, e descreve as coisas que ela vê e escuta da feira, e o que se pode encontrar por lá:

roupas, rapadura, peixe, alface, couve, ervilha, cenoura, vagem, repolho, tomate, e laranja.

Após sua leitura, podemos conversar com os alunos sobre o que é uma feira, o que se

pode encontrar nela, e fazer uma aula de campo na feira livre do bairro em que se

encontra a escola.

Quadro 18. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “fazer compras em locais

que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados” (sexto)

disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

Que Horta Tatiana Belinky 1987

A Cesta de Dona Maricota Tatiana Belinky

2012

Dia de Feira Maurício Veneza 2013

Lis não Quer Comer

Vegetais

Diana Gomide

2011

O Coelho faz Nhéc Editora Vale das Letras 2012

O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002

43

VII - Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias (BRASIL,

2014): de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, cozinhar é um

passo para uma alimentação saudável, logo, é interessante desenvolver ações de EAN

envolvendo oficinas culinárias com os alunos, incentivando-os a cozinhar e conhecer de

forma prática os alimentos e preparações culinárias. Para tanto, pode-se utilizar livros

que tratem do ato de cozinhar (quadro 19).

“Só um Minutinho” conta a estória de vovó Carocha, que a partir de suas

habilidades culinárias, reunindo sua família para uma festa com muitas comidas

deliciosas, consegue despistar o senhor esqueleto, que queria levá-la, ganhando muitos

anos de vida. Após sua leitura, podemos conversar com os alunos sobre comidas de festa,

listando-as no quadro, e escolher uma delas para preparar na escola, adaptando a receita

original para torná-la mais saudável, como por exemplo, coxinha de batata doce assada,

pastel de forno integral e mini pizza integral com molho de tomate caseiro.

Quadro 19. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “desenvolver, exercitar e

partilhar habilidades culinárias” (sétimo) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e

região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

A Alegre Vovó Guida, que é

um Pouco Distraída

Tatiana Belinky

2010

A Galinha Ruiva Elza Fiuza 2006

A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013

Coco Louco Gustavo Luiz 2013

Lis não Quer Comer

Vegetais

Diana Gomide 2011

O Caso do Bolinho Tatiana Belinky

2004

O Cozinheiro Atrapalhado Silvio Costa 2013

O Sanduíche da Maricota Avelino Guedes 2002

Panela de Arroz Luís Camargo 1991

Só um Minutinho Yuyi Morales 2006

Vovô Bastião vai Comendo

Feijão

Sylvia Orthof 2007

44

VIII - Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela

merece (BRASIL, 2014): como as crianças não são responsáveis por preparar suas

próprias refeições, que é o enfoque dado pelo Guia Alimentar nesse passo, propõe-se,

então, um momento de reflexão com as crianças sobre a importância do período do

turno letivo destinado às refeições, e sobre a importância de valorizar esse momento de

partilha de refeições com os colegas. Aqui, podemos utilizar livros que abordem os

momentos de cozinhar e de se alimentar (quadro 20).

No livro “Rinocerontes não Comem Panquecas”, Dayse está sentada à

mesa para comer, quando um enorme rinoceronte roxo aparece e come suas panquecas.

Ela tenta várias vezes contar ao seus pais o ocorrido, porém o esforço é em vão, pois

eles não prestam atenção no que ela está dizendo por estarem sempre muito ocupados.

Então ela e o rinoceronte acabam tornando-se amigos, até que ele comer todas as

panquecas. Podemos conversar com a turma sobre a falta de atenção dos pais de Dayse

com o momento das refeições, a ponto de não notarem a presença do rinoceronte,

ensinando-os a importância de reservar um tempo do dia para as refeições, e fazê-las de

maneira calma e atenta. Em seguida, podemos listar os alimentos em tons de roxo, como

o do rinoceronte, (repolho roxo, cebola roxa, berinjela, beterraba) e ensinar aos alunos

os benefícios de seu consumo.

Quadro 20. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “planejar o uso do tempo

para dar à alimentação o espaço que ela merece” (oitavo) disponíveis em escolas

públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.

Título da Obra Autor Ano de Publicação

A Galinha Ruiva Elza Fiuza 2006

O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002

Pêssego, Pera, Ameixa no

Pomar

Janet Ahlberg

2007

Rinocerontes Não Comem

Panquecas

Anna Kemp

2011

Só um Minutinho Yuyi Morales 2006

Um + Um + Um + Todos

Anna Göbel

2013

Vovô Bastião vai Comendo Sylvia Orthof 2007

45

Feijão

IX - Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições

feitas na hora (BRASIL, 2014): como comentado no item anterior, as crianças não são

responsáveis por preparar suas próprias refeições nem pela escolha dos locais em que

elas serão feitas, porém se conscientizadas sobre as melhores escolhas, é possível que

elas repassem esses conhecimentos aos seus pais. Outra possibilidade é a realização de

ações de EAN voltadas para essa temática que envolva, de forma conjunta, pais e filhos

no ambiente escolar. Um ótimo livro para ser utilizado nesse passo é “Lis não Quer

Comer Vegetais”, por abordar a questão dos fast-foods e da comida natural. Após sua

leitura, podemos conversar com os alunos sobre os malefícios de consumir fast-foods, e

os benefícios de consumir alimentos minimamente processados.

X - Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre

alimentação veiculadas em propagandas comerciais (BRASIL, 2014): é um dos

objetivos da EAN que as crianças problematizem sua alimentação a fim de que possam

fazer escolhas alimentares mais saudáveis. Por isso, as ações devem despertar nelas esse

espírito problematizador, para que possam ter uma postura crítica diante das mensagens

sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.

Nesse estudo, não foram encontrados livros relacionados a esse passo.

Portanto, é interessante, em estudos posteriores, proceder a busca por obras que possam

ser utilizadas nessa temática nos acervos das escolas de educação infantil públicas.

46

5. UM + UM + UM + TODOS12

: NOSSAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos concluir, ao fim desse estudo, que a literatura infantil apresenta

um grande potencial enquanto estratégia de PASE.

Encontramos 50 obras em conformidade com o Marco de Referência de

EAN para as Políticas Públicas (BRASIL, 2012) e com os 10 passos para uma

alimentação saudável do Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014),

sendo um resultado satisfatório.

Contudo, não basta que os livros estejam disponíveis na escolas, é

necessário que eles sejam utilizados de forma regular na rotina escolar. Para isso, é

necessário um vínculo entre os nutricionistas e professores, capacitando os professores,

que lidam diariamente com os alunos, a fim de promover a EAN de maneira eficaz.

Diante dessa necessidade, o fruto desse trabalho, “Animais, Avós e

Crianças: um guia prático sobre o uso da literatura infantil na educação alimentar e

nutricional” (Apêndice II) busca fornecer aos professores e gestores da rede pública de

educação infantil recomendações práticas e de fácil execução para utilização dos livros

disponíveis na rede de ensino como instrumento de EAN.

Recomendamos que estudos posteriores se dediquem a utilizá-lo em

intervenções nas escolas, instruindo a equipe pedagógica quanto à sua utilização e

ratificando sua eficácia.

12 Nesse livro, um agricultor não tem força suficiente para colher sozinho uma planta, e pede

ajuda a vários outros personagens. Então, num esforço conjunto, conseguem colher uma enorme

cebola roxa, e comemoram a conquista compartilhando uma refeição. Para nós, realizar esse

trabalho tem o gosto de uma deliciosa refeição partilhada, fruto de um esforço conjunto

(GÖBEL, A. Um + Um + Um + Todos. Belo Horizonte: Gutenberg, 2013. 28 p.).

47

48

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ZIGG, I. O Ovo. Rio de Janeiro: Edigraf, 2011. 12 p.

54

APÊNDICES

Apêndice I. Ficha para catalogação dos livros.

Título do Livro:

Autor:

Ano:

Editora:

Número de páginas:

Escola visitada:

Resumo do Livro:

Referência:

Palavras-chave:

Princípios da EAN relacionados:

1) ( )

2) ( )

3) ( )

4) ( )

5) ( )

6) ( )

7) ( )

8) ( )

9) ( )

Não se aplica ( )

55

Apêndice II. Animais, Avós e Crianças: um guia prático sobre o uso da

literatura infantil na educação alimentar e nutricional

Animais, avós e crianças: um guia prático sobre o uso da literatura

infantil na educação alimentar e nutricional

Este guia contém 50 livros - todos encontrados em escolas públicas de

ensino infantil. Para cada livro há uma ficha com seu resumo, informações

bibliográficas, dicas práticas para seu uso, além dos princípios da EAN (BRASIL,

2012) e passos para uma alimentação saudável (BRASIL, 2014) a ele relacionados.

O que são os princípios da EAN? São princípios que devem ser

norteadores das práticas educativas em EAN, eles foram indicados pelo Marco Teórico

de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas (BRASIL,

2012), e são nove no total. Cada livro se relaciona a diferentes princípios, que estão

descritos nas respectivas fichas.

E o que são os passos para uma alimentação saudável? São dez atitudes

recomendadas pelo Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014) para

se obter uma alimentação mais saudável. Semelhantemente, cada livro se relaciona a

diferentes passos, que estão descritos nas respectivas fichas.

Após a leitura de cada uma das estórias em sala de aula, recomendamos

conduzir ações práticas como oficinas culinárias, brincadeiras lúdicas, degustações e

aulas de campo. Há, nas fichas, sugestões de atividades para cada um dos livros

presentes nesse guia. São ideias que podem ser colocados em prática ou podem servir

como inspiração para outras atividades.

56

Livro 1: 10 Galinhas

Autor: Ivo Minkovicius

Ano de publicação: 2011

Editora: Editora de Cultura

Nº de páginas: 28

Palavras Chave: Galinha; Milho; Natureza; Alimentação

Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º passo - fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações práticas: após a leitura, conversar com

os alunos sobre o milho e fazer uma degustação de milho

cozido, ou realizar uma oficina culinária com algum

alimento a base de milho, como cuscuz, broa de milho ou

bolo de milho.

Referência: MINKOVICIUS, I. 10 Galinhas. São Paulo:

Editora de Cultura, 2011. 28 p.

Resumo: O livro conta a

estória de 10 galinhas que

comem milho, e em cada uma,

ele gera uma reação diferente.

57

Livro 2: A Alegre Vovó Guida, que é um Pouco Distraída

Autora: Tatiana Belinky

Ano de publicação: 2010

Editora: Editora do Brasil

Nº de páginas: 16

Palavras Chave: Comida; Avó; Alegre; Distraída

Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

7º - desenvolver, exercitar e partilhar habilidades

culinárias; 5º: comer com regularidade e atenção, em

ambientes apropriados e, sempre que possível, com

companhia;

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com

os alunos sobre a importância de prestar atenção no

momento de preparar e comer as refeições, ao contrário da

vovó Guida, que é sempre distraída.

Referência: BELINKY, T. A Alegre Vovó Guida, que é

um Pouco Distraída. 2. ed. São Paulo: Editora do Brasil,

2010. 16 p.

Resumo: Vovó Guida é uma

senhora muito alegre, e também

muito distraída, que vive

aprontando travessuras por suas

distrações, até mesmo quando

vai preparar a comida.

58

Livro 3: A Banana

Autora: Mary França

Ano de publicação: 2000

Editora: Ática

Nº de páginas: 16

Palavras Chave: Banana; Frutas; Animais; Natureza;

Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com

os alunos sobre as características da banana (cor, textura,

cheiro), sobre seus nutrientes, e fazer uma degustação de

variados tipos de banana (nanica, ouro, maçã, pacovã).

Referência: FRANÇA, M. A banana. São Paulo: Ática,

2000. 16 p.

Resumo: O rato que pede ao galo que

leve uma banana para o bode. Porém,

ao invés de fazer o combinado, o galo

come a banana, e pede ao porco que

leve um abacaxi para o bode... E assim

por diante. Até que o gato pede ao

pato que leve um caju para o bode,

porém o gato come o caju, e acaba

entregando um banana para o bode.

59

Livro 4: A Cesta de Dona Maricota

Autora: Tatiana Belinky

Ano de publicação: 2012

Editora: Paulinas

Nº de páginas: 22

Palavras Chave: Feira; Cozinha; Cozinheira; Frutas;

Legumes; Vegetais; Hortaliças; Compota; Sopa; Culinária;

Princípios da EAN relacionados: II- abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade; IV – a comida e o

alimento como referências; valorização da culinária

enquanto prática emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 2º: utilizar óleos,

gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao

temperar e cozinhar alimentos e criar preparações

culinárias; 6º: fazer compras em locais que ofertem

variedades de alimentos in natura ou minimamente

processados; 7º: desenvolver, exercitar e partilhar

habilidades culinárias;

Recomendações Práticas: após a leitura, perguntar aos

alunos quais alimentos eles podem encontrar na feira,

como a dona Maricota. Pode-se também realizar o preparo

de uma sopa ou de uma compota de frutas, seguidas da

degustação dos pratos preparados. Aproveitar o momento

para falar da importância do uso moderado de sal, açúcar e

óleo.

Referência: BELINKY, T. A Cesta de Dona

Maricota. 14. ed. São Paulo: Paulinas, 2012. 22 p.

Resumo: Dona Maricota é uma

bela cozinheira, e voltou da

feira com uma cesta cheia de

frutas e legumes. Então, os

vegetais começaram a debater

para ver quem era o mais belo,

citando, cada um, suas cores,

texturas e nutrientes. Dona

Maricota, então, transforma

todas as frutas em uma

deliciosa compota, e todos os

legumes em uma incrível sopa.

60

Livro 5: A Cozinha da Maria Farinha

Autor: José de Castro

Ano de publicação: 2007

Editora: Paulinas

Nº de páginas: 22

Palavras Chave: Maria Farinha; Fauna; Crustáceo;

Animal; Natureza; Cozinha; Culinária; Receitas;

Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade; III - valorização da

cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões

e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de

diferentes naturezas; IV - comida e o alimento como

referências; valorização da culinária enquanto prática

emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

2º: utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas

quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar

preparações culinárias; 7º: desenvolver, exercitar e

partilhar habilidades culinárias;

Recomendações Práticas: após a leitura, realizar oficinas

culinárias preparando as receitas que a Maria Farinha

prepara na estória, degustando-as posteriormente.

Aproveitar o momento para falar da importância do uso

moderado de sal, açúcar e óleo.

Referência: CASTRO, J. A Cozinha da Maria

Farinha. São Paulo: Paulinas, 2007. 31 p.

Resumo: A Maria Farinha é

um crustáceo, e em especial, da

estória adora cozinhar, e a

estória se passa em sua

cozinha. Nesse cenário, o livro

descreve de maneira lúdica o

preparo de diversas receitas

preparadas pela personagem,

como pirão da Maria Farinha,

abobrinha batida, frango com

quiabo, pé de moleque, doce de

mamão, dentre outros. No livro,

o modo de preparo das receitas

é explicado e ilustrado.

61

Livro 6: A Festa das Letras

Autores: Cecília Meireles e Josué de Castro

Ano de publicação: 1996

Editora: Nova Fronteira

Nº de páginas: 60

Palavras Chave: Poesia; Poema; Alfabeto; Alimentos;

Frutas; Vegetais;

Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 7º: desenvolver,

exercitar e partilhar habilidades culinárias;

Recomendações Práticas: após a leitura, pode-se

conversar com os alunos sobre os alimentos retratados na

obra (seus sabores, cores, texturas e aromas) e promover a

degustação deles.

Referência: MEIRELES, C; CASTRO, J. A Festa das

Letras. Belo Horizonte: Nova Fronteira, 1996. 60 p.

Resumo: A obra contém

poemas para cada letra do

alfabeto, de A a Z, e muitas

delas falam sobre alimentos.

62

Livro 7. A Galinha Ruiva

Autora: Elza Fiuza

Ano de publicação: 2006

Editora: Moderna

Nº de páginas: 31

Palavras Chave: Galinha; Milho; Bolo de Milho;

Culinária; Cozinhar;

Princípios da EAN relacionados: IV - comida e o

alimento como referências; valorização da culinária

enquanto prática emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 2º: utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas

quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar

preparações culinárias; 8º: planejar o uso do tempo para

dar à alimentação o espaço que ela merece;

Recomendações Práticas: após a leitura, perguntar às

crianças quais receitas preparadas com milho elas

conhecem. Em seguida, listá-las no quadro, escolhendo

uma para ser preparada pela turma e posteriormente

degustada. Aproveitar o momento para falar da

importância do uso moderado de sal, açúcar e óleo.

Referência: FIUZA, E. A Galinha Ruiva. São Paulo:

Moderna, 2006. 31 p.

Resumo: Um dia, enquanto

ciscava, a dona galinha

começou a imaginar as delícias

que poderia preparar com o

milho: bolo, biscoito, mingau

de fubá, pamonha... E resolveu

fazer deliciosos bolinhos de

milho, e pediu a ajuda do

patinho e do porquinho, que

não quiseram ajudar porque só

queriam brincar. Então quando

o bolo ficou pronto, eles

quiseram comer também, e ela

os deu uma lição.

63

Livro 8: A Raposa e as Uvas

Autora: Dulcy Grisólia

Ano de publicação: 2001

Editora: FTD

Nº de páginas: 24

Palavras Chave: Raposa; Uvas; Floresta; Alimentação;

Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com

os alunos sobre as características das uvas (seu sabor,

aroma, textura, cor), e em seguida, degustar uvas in natura

e suco de uva.

Referência: GRISÓLIA, D. A Raposa e as Uvas. São

Paulo: Ftd, 2001. 24 p.

Resumo: A Raposa e as Uvas

conta a estória de uma raposa

que, um dia, depois de

descansar, sai para procurar

alimentos. Depois de muita

procura, ela se depara com um

apetitoso cacho de uvas, e faz

de tudo para conseguir comê-

las.

64

Livro 9: A Sopa dos Pássaros

Autora: Vani Mehra

Ano de publicação: 2013

Editora: Artler

Nº de páginas: 16

Palavras Chave: Sopa; Pássaros; Floresta; Natureza;

Cozinha; Cozinhar; Coletar; Dragão;

Princípios da EAN relacionados: IV - a comida e o

alimento como referências; valorização da culinária

enquanto prática emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 2º: utilizar óleos,

gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao

temperar e cozinhar alimentos e criar preparações

culinárias; 7º: desenvolver, exercitar e partilhar

habilidades culinárias;

Recomendações Práticas: após a leitura, fazer, com a

ajuda dos alunos, uma lista de ingredientes que podem ser

utilizados em uma sopa (como tomate, cenoura, batata,

frango, coentro, cebolinha, jerimum), e realizar com eles

uma oficina culinária de preparo de sopa. Aproveitar o

momento para falar da importância do uso moderado de

sal, açúcar e óleo.

Referência: MEHRA, V. A Sopa dos Pássaros. Belo

Horizonte: Artler, 2013. 16 p.

Resumo: Os passarinhos Juca, Cuca

e Leco cansaram de comer grãos, e

ficaram com vontade de comer

sopa. Então resolveram voar até a

casa do dragão que sempre fazia

sopa, e ele aceitou recebê-los,

contanto que ajudassem no

preparo. O trio, então, saiu voando

pela floresta e coletou vegetais,

ajudando o dragão a preparar uma

deliciosa sopa, e a saborearam

juntos.

65

Livro 10: A Uvinha Aventureira

Autor: Edipar – Edições e Participações

Ano de publicação: 1997

Editora: DCL

Nº de páginas: 8

Palavras Chave: Frutas; Uva; Aventura; Conhecimento;

Princípios da EAN relacionados: V - a promoção do

autocuidado e da autonomia;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com

os alunos sobre as características das uvas (seu sabor,

aroma, textura, cor), e em seguida, degustar uvas in natura

e suco de uva.

Referência: EDIÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA

(Ed). A Uvinha Aventureira. São Paulo: Dcl, 1997. 8 p.

Resumo: O livro narra a estória

de uma uva que cai do cacho e

vai passear pelo bosque em

busca de aventurar, querendo

conhecer o mundo. Até que, ao

fim de sua aventura, se

reencontra com o cacho de

onde caiu, e é acolhida por suas

amigas uvas.

66

Livro 11: Brisa, a Lagarta Comilona

Autora: Vani Mehra

Ano de publicação: 2013

Editora: ArtLer

Nº de páginas: 16

Palavras Chave: Lagarta; Fazenda; Alimentação; Folhas;

Plantas;

Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 5º: comer com

regularidade e atenção, em ambientes apropriados e,

sempre que possível, com companhia;

Recomendações Práticas: perguntar aos alunos qual é a

cor das folhas que Brisa come (verde), e em seguida listar

no quadro, com a participação dos alunos, os alimentos

verdes que eles conhecem. Em seguida, conversar com

eles sobre os nutrientes contidos nos alimentos de cor

verde, e seus benefícios para a saúde.

Referência: MEHRA, V. Brisa, a Lagarta

Comilona. [s.l.]: Artler, 2013. 16 p.

Resumo: Uma pequena lagarta

sente fome o tempo todo, e está

sempre a comer muitas plantas

e folhas. Até que ela come as

folhas da planta de um

fazendeiro, que se aborrece

com ela por isso.

67

Livro 12: Cachinhos de Ouro.

Autor: Robert Souhtey (Recontado por Ana Mª Machado)

Ano de publicação: 2013

Editora: FTD

Nº de páginas: 30

Palavras Chave: Mingau; Ursos; Infância;

Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 5º: comer com regularidade e atenção, em ambientes

apropriados e, sempre que possível, com companhia;

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com

as crianças sobre a importância de um ambiente

apropriado para comer, tomando o mau exemplo de

cachinhos dourados, que come o mingau de

desconhecidos. Depois disso, realizar com os alunos uma

oficina culinária de preparo de mingaus variados: com

aveia, com cacau, com frutas. Finalizar o momento com a

degustação dos mingaus preparados por eles.

Referência: SOUHTEY, R. Cachinhos de Ouro. São

Paulo: Ftd, 2013. 30 p.

Resumo: Três ursos vivem em

uma casa, o pai, a mãe e o

filho. A mamãe urso prepara

mingau para os três, e eles

saem para passear enquanto

eles esfriam. Ao passar pela

casa, Cachinhos Dourados, que

ama mingau, não resiste e entra

na casa para prová-lo, até que

os ursos voltam e levam um

susto com a intrusa, que por sua

vez, também se assusta pela

presença dos ursos.

68

Livro 13: Cachinhos Dourados e os Três Ursos

Autora: Ingrid Biesemeyer Bellinghausen

Ano de publicação: 2006

Editora: DCL

Nº de páginas: 24

Palavras Chave: Mingau; Ursos; Infância;

Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 5º: comer com regularidade e atenção, em ambientes

apropriados e, sempre que possível, com companhia;

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com

as crianças sobre a importância de um ambiente

apropriado para comer, tomando o mau exemplo de

cachinhos dourados, que come o mingau de

desconhecidos. Depois disso, realizar com os alunos uma

oficina culinária de preparo de mingaus variados: com

aveia, com cacau, com frutas. Finalizar o momento com a

degustação dos mingaus preparados por eles.

Referência: BELLINGHAUSEN, I. B. Cachinhos

Dourados e os Três Ursos. São Paulo: Dcl, 2006. 24 p.

Resumo: Três ursos vivem em

uma casa, o pai, a mãe e o

filho. A mamãe urso prepara

mingau para os três, e eles

saem para passear enquanto

eles esfriam. Ao passar pela

casa, Cachinhos Dourados, que

ama mingau, não resiste e entra

na casa para prová-lo, até que

os ursos voltam e levam um

susto com a intrusa, que por sua

vez, também se assusta pela

presença dos ursos.

69

Livro 14: Coco Louco

Autor: Gustavo Luiz

Ano de publicação: 2013

Editora: Melhoramentos

Nº de páginas: 24

Palavras Chave: Coco; Macaco; Avó; Culinária; Comida

Regional; Cocada; Bala de Coco;

Princípios da EAN relacionados: III - valorização da

cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões

e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de

diferentes naturezas; IV - a comida e o alimento como

referências; valorização da culinária enquanto prática

emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 2º: utilizar óleos,

gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao

temperar e cozinhar alimentos e criar preparações

culinárias; 7º: desenvolver, exercitar e partilhar

habilidades culinárias;

Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre

o coco (perguntar quem já viu um coqueiro como o

ilustrado no livro, falar sobre o formato do coco, a água de

coco, a polpa do coco, as receitas feitas com coco), e em

seguida, degustar água de coco e a polpa do coco seco.

Referência: LUIZ, G. Coco Louco. São Paulo:

Melhoramentos, 2013. 24 p.

Resumo: O coco louco cai do

coqueiro e bate na cuca do

macaco, e sai rolando por

vários locais, até que a vovó o

leva para casa, coloca-o na

panela, e o transforma em

cocada e bala de coco, e

distribui para a criançada.

70

Livro 15: Comer

Autora: Ruth Rocha

Ano de publicação: 2011

Editora: Melbook

Nº de páginas: 24

Palavras Chave: Alimentos; Sabor; Textura; Aroma;

Gustação;

Princípios da EAN relacionados: IV - a comida e o

alimento como referências; valorização da culinária

enquanto prática emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: N.A. (são se aplica);

Recomendações Práticas: após a leitura, realizar as

brincadeiras sensoriais do livro, como por exemplo,

degustar alimentos utilizando uma venda e tentar

adivinhar quais são.

Referência: ROCHA, R. Comer. São Paulo: Melbook,

2011. 24 p.

Resumo: A obra fala sobre o

sabor e a textura dos alimentos,

associando essa percepção ao

sentido da gustação. Além

disso, propõe brincadeiras

sensoriais como, por exemplo,

utilizando uma venda, levar

alimentos à boca e tentar

adivinhar quais são.

71

Livro 16: Confusão no Mingau

Autor: Editora Ciranda Cultural

Ano de publicação: 2013

Editora: Ciranda Cultural

Nº de páginas: 9

Palavras Chave: Mingau; Pata; Lagarta;

Princípios da EAN relacionados: NA (não se aplica);

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: N.A. (são se aplica);

Recomendações Práticas: após a leitura, realizar com os

alunos uma oficina culinária de preparo de mingaus

variados: com aveia, com cacau, com frutas. Finalizar o

momento com a degustação dos mingaus preparados por

eles.

Referência: CIRANDA CULTURAL (Ed.). Confusão do

Mingau. Jandira, 2013. 9 p.

Resumo: Quando a Pata Poli ia

comer seu delicioso mingau,

surge uma lagarta no prato,

criando uma grande confusão.

72

Livro 17: Delícias e Gostosuras

Autora: Ana Mª Machado

Ano de publicação: 2005

Editora: Salamandra

Nº de páginas: 28

Palavras Chave: Infância; Irmãos; Avó; Culinária;

Comida;

Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade; III - valorização

da cultura alimentar local e respeito à diversidade de

opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos

saberes de diferentes naturezas; IV - comida e o alimento

como referências; valorização da culinária enquanto

prática emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 7º: desenvolver, exercitar e partilhar habilidades

culinárias

Recomendações Práticas: após a leitura, escolher uma

das receitas presentes na estória, e prepará-la numa oficina

culinária com os alunos.

Referência: MACHADO, A. M. Delícias e

Gostosuras. São Paulo: Salamandra, 2005. 28 p.

Resumo: Isadora e Henrique

são irmãos que, quando vão

para a casa da vovó, comem

muitas comidas deliciosas

preparadas por ela. No livro,

conta-se as delícias devoradas

por eles, além de compará-las

com as comidas que

personagens famosos como

Popeye, Branca de Neve e João

e Maria comem em suas

estórias.

73

Livro 18: Dia de Feira

Autor: Maurício Veneza

Ano de publicação: 2003

Editora: Atual

Nº de páginas: 15

Palavras Chave: Feira; Frutas; Verduras; Legumes;

Vegetais;

Princípios da EAN relacionados: I - Sustentabilidade

social, ambiental e econômica; II - Abordagem do sistema

alimentar na sua integralidade;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 6º: fazer compras em

locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou

minimamente processados;

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com

os alunos sobre o que é uma feira, o que se pode encontrar

nela, e fazer uma aula de campo na feira livre do bairro em

que se encontra a escola.

Referência: VENEZA, M. Dia de Feira. 4. ed. São Paulo:

Atual Editora, 2003. 15 p.

Resumo: Conta a estória de

uma menina que mora bem

perto de uma feira, e descreve

as coisas que ela vê e escuta da

feira, e o que se pode encontrar

por lá: roupas, rapadura, peixe,

alface, couve, ervilha, cenoura,

vagem, repolho, tomate, e

laranja.

74

Livro 19: Estou em Forma? aprendendo sobre Nutrição e atividade física

Autora: Claire Llewellyn

Ano de publicação: 2002

Editora: Scipione

Nº de páginas: 32

Palavras Chave: Saúde; Alimentação Saudável;

Atividade Física; Exercício;

Princípios da EAN relacionados: V - A promoção do

autocuidado e da autonomia;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 5º: comer com regularidade e atenção, em ambientes

apropriados e, sempre que possível, com companhia;

8º: planejar o uso do tempo para dar à alimentação o

espaço que ela merece;

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com

os alunos sobre a importância do consumo de frutas e

vegetais para a saúde, e convidá-los para preparar e

posteriormente degustar uma sala de frutas.

Referência: LLEWELLYN, C. Estou em

Forma?: Aprendendo sobre Nutrição e atividade física.

São Paulo: Scipione, 2002. 32 p.

Resumo: Nesta obra aborda-se

informações sobre alimentação

saudável e atividade física em

uma linguagem adequada ao

público infantil.

75

Livro 20: Fome de Urso.

Autor: Heinz Janisch

Ano de publicação: 2007

Editora: Brinque-Book

Nº de páginas: 28

Palavras Chave: Fome; Urso; Mel; Comida;

Princípios da EAN relacionados: V - A promoção do

autocuidado e da autonomia;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação.

Recomendações Práticas: conversar com as crianças

sobre como o mel é produzido (pelas abelhas), questioná-

los acerca de suas características (como cor, sabor, aroma,

textura) e fazer um momento de degustação de frutas com

mel.

Referência: HEINZ, J. Fome de Urso. São Paulo:

Brinque-book, 2007. 28 p.

Resumo: Certo dia, o urso

Hugo acorda sentindo muita

fome, uma verdadeira fome de

urso. Então, uma abelha o

aconselha a ir procurar as

montanhas de mel, e ele parte

em uma jornada rumo à tais

montanhas, passando por

diversos locais e conhecendo

novos colegas no caminho.

76

Livro 21: Grão de Milho

Autora: Olalla González

Ano de publicação: 2010

Editora: Kalandraka Brasil

Nº de páginas: 38

Palavras Chave: Grão de Milho; Milho; Culinária;

Cozinha; Mãe; Família;

Princípios da EAN relacionados: IV - A comida e o

alimento como referências; valorização da culinária

enquanto prática emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação.

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com

os alunos sobre o milho e fazer uma degustação de milho

cozido, ou realizar uma oficina culinária com algum

alimento a base de milho, como cuscuz, broa de milho ou

bolo de milho.

Referência: GONZÁLEZ, O. Grão de Milho. São Paulo:

Kalandraka Brasil, 2010. 38 p.

Resumo: Havia uma família que

tinha um filho tão pequeno como

um grão. Por isso lhe chamaram

de Grão de Milho. Um dia,

quando a sua mãe estava fazendo

o almoço, viu que não tinha

açafrão. Grão de Milho, então se

ofereceu para ir à mercearia. A

mãe nunca o deixava sair sozinho

de casa, porque tinha medo que as

pessoas não o vissem e o

pisassem. Mas Grão de Milho

insistiu. Disse à mãe que iria a

cantar; assim, mesmo que não o

vissem, ouviam-no e ninguém o

pisaria.

77

Livro 22: Hum, que Gostoso

Autora: Sônia Junqueira

Ano de publicação: 2013

Editora: Autêntica

Nº de páginas: 16

Palavras Chave: Amamentação; Alimentação;

Alimentação Infantil; Introdução Alimentar; Hábitos

Alimentares;

Princípios da EAN relacionados: II - Abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade; IV - A comida e o

alimento como referências; valorização da culinária

enquanto prática emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

N.A. (não se aplica);

Recomendações Práticas: conversar com as crianças

sobre a evolução da alimentação, desde a amamentação,

passando pelas papas e chegando até sua alimentação

atual. Em seguida, escolher um dos alimentos retratados

no livro, e degustá-lo.

Referência: JUNQUEIRA, S. Hum, que gostoso. Belo

Horizonte: Autêntica, 2013. 16 p.

Resumo: O livro conta a

estória de uma criança que

narra a trajetória de sua

alimentação, começando com o

aleitamento materno, passando

pela introdução de sopas e

papas, introdução de alimentos

sólidos, e vai citando os

alimentos que fazem parte de

sua alimentação.

78

Livro 23: João e o Pé de Feijão

Autora: Ruth Rocha

Ano de publicação: 2010

Editora: Moderna

Nº de páginas: 29

Palavras Chave: Feijão; Magia; Gigante; Ovos de Ouro;

Princípios da EAN relacionados: I - sustentabilidade

social, ambiental e econômica II - Abordagem do sistema

alimentar na sua integralidade;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: após sua leitura, pode-se fazer

o plantio de sementes de feijão em um copo com algodão

molhado, seguido de uma explicação sobre a importância

do feijão na alimentação, servindo como incentivo para

que as crianças consumam as preparações à base de feijão

servidas na merenda escolar.

Referência: ROCHA, R. João e o Pé de Feijão. São

Paulo: Moderna, 2010. 29 p.

Resumo: João é um pobre menino

camponês, que sai de casa para

vender a vaca de sua mãe, porém

acaba gastando o dinheiro ganho

em feijões mágicos. Ao plantá-los,

nasce um gigante pé de feijão, e ao

escalá-lo, o garoto adentra em um

universo mágico com gigantes e

galinhas de ovos de ouro.

79

Livro 24: João Feijão

Autora: Sylvia Orthof

Ano de publicação: 2008

Editora: Ática

Nº de páginas: 24

Palavras Chave: Feijão; Natureza; Chuva; Água; Ciclo

da Água;

Princípios da EAN relacionados: I - sustentabilidade

social, ambiental e econômica;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: após sua leitura, pode-se fazer

o plantio de sementes de feijão em um copo com algodão

molhado, seguido de uma explicação sobre a importância

do feijão na alimentação, servindo como incentivo para

que as crianças consumam as preparações à base de feijão

servidas na merenda escolar.

Referência: ORTHOF, S. João Feijão. São Paulo: Ática,

2008. 24 p.

Resumo: João Feijão é um pé de

feijão que ao nascer, procurou

água para beber, mas a terra estava

seca demais. Então, ele pede ao

passarinho que peça à nuvem para

mandar chuva. O passarinho se

encarrega do pedido, e finalmente

chove. Depois disso, ele deixou

cair um grão de feijão na terra, que

brotou, e virou João Filho do Pé de

Feijão.

80

Livro 25: K de Kiwi e a Aventura das Frutas.

Autora: Paulo Ricardo Kralik Angelini

Ano de publicação: 2009

Editora: Edelbra

Nº de páginas: 23

Palavras Chave: Kiwi; Frutas; Fruteira; Cozinha;

Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: após a leitura, listar no quadro,

com a participação dos alunos, as frutas que eles

conhecem, indagando-os sobre suas características (cor,

sabor, textura). Depois disso, realizar uma oficina

culinária de preparo de uma salada de fruta, e degustá-la.

Referência: ANGELINI, P. R. K. K de Kiwi e a

Aventura das Frutas. Porto Alegre: Edelbra, 2009. 23 p.

Resumo: O Kiwi, nativo do

Japão, chegando ao Brasil, foi

parar na fruteira de uma casa,

onde havia várias outras frutas.

Logo tentou conquistar a

amizade delas, que interagiram

como ele, expondo suas

características como tamanho,

textura, cor, valor nutritivo,

sabor, formato, até todas se

conhecerem.

81

Livro 26: Lis Não Quer Comer Vegetais

Autora: Diana Gomide

Ano de publicação: 2011

Editora: Cedic

Nº de páginas: 16

Palavras Chave: Alimentação; Hábitos; Sanduíche;

Batata Frita; Fazenda; Culinária; Avó; Horta; Vegetais;

Frutas;

Princípios da EAN relacionados: I - sustentabilidade

social, ambiental e econômica; II - Abordagem do sistema

alimentar na sua integralidade; III- Valorização da cultura

alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e

perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de

diferentes naturezas; IV - A comida e o alimento como

referências; valorização da culinária enquanto prática

emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 3º: limitar o consumo

de alimentos processados; 4º: evitar o consumo de

alimentos ultraprocessados; 6º: fazer compras em locais

que ofertem variedades de alimentos in natura ou

minimamente processados; 7º: desenvolver, exercitar e

partilhar habilidades culinárias;

9º: dar preferência, quando fora de casa, a locais que

servem refeições feitas na hora

Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre

quais vegetais fazem parte de sua alimentação, explicando

a importância de seu consumo.

Fazer uma aula de campo a uma horta, ajudando-os a

reconhecer os vegetais encontrados.

Realizar uma oficina culinária de uma preparação a base

de vegetais, como uma salada para acompanhar o almoço

ou o jantar na escola.

Resumo: Lis é uma garota que só gosta de

comer hambúrguer, batata frita, dentre

outras coisas da praça de alimentação do

shopping. Até que um dia ela viaja para a

fazenda onde sua avó mora, e fica

encantada ao ver as frutas e vegetais

crescendo nas plantas, e sente vontade de

prová-los. E sua avó prepara vários pratos

caseiros deliciosos, e a menina se

apaixonada por suas comidas, inclusive

pelos vegetais. Ela fica tão feliz que ao

voltar da viagem, conta tudo para seus

amigos e professores da escola, que então

resolvem plantar uma horta na escola.

82

Conversar com os alunos sobre os malefícios que o

consumo de fast foods pode trazer para a saúde.

Referência: GOMIDE, D. Lis Não Quer Comer

Vegetais. Belo Horizonte: Cedic, 2011. 16 p.

Livro 27: O Caso das Bananas

Autor: Milton Célio de Oliveira Filho

Ano de publicação: 2003

Editora: Brinque-Book

Nº de páginas: 32

Palavras Chave: Macaco; Banana; Floresta; Selva;

Animais; Coruja; Comida; Investigação;

Princípios da EAN relacionados: I- sustentabilidade

social, ambiental e econômica;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com

os alunos sobre as características da banana (cor, textura,

cheiro), sobre seus nutrientes, e fazer uma degustação de

variados tipos de banana (nanica, ouro, maçã, pacovã).

Referência: OLIVEIRA FILHO, M. C. O Caso das

Bananas. Brinque-book: São Paulo, 2003. 32 p.

Resumo: O livro narra a estória de

um macaco que, ao acordar, não

encontra seu cacho de bananas, e

prontamente chama a coruja para

iniciar uma investigação a fim de

descobrir que bicho as roubou.

Depois de toda a investigação,

descobre-se que ele mesmo as

comeu durante um episódio de

sonambulismo.

83

Livro 28: O Caso do Bolinho

Autora: Tatiana Belinky

Ano de publicação: 2004

Editora: Moderna

Nº de páginas: 32

Palavras Chave: Bolo; Culinária; Cozinha; Avô; Avó;

Raposa;

Princípios da EAN relacionados: IV - A comida e o

alimento como referências; valorização da culinária

enquanto prática emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 2º: utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas

quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar

preparações culinárias; 7º: desenvolver, exercitar e

partilhar habilidades culinárias;

Recomendações Práticas: após a leitura, preparar com os

alunos uma receita de bolo, e degustá-la posteriormente.

Optar por bolos que levem frutas em seu ingrediente, em

detrimento de bolos com caldas de chocolate e brigadeiro.

Sugestões: bolo de maçã com canela, bolo de banana com

aveia, bolo de abacaxi com açúcar mascavo, bolo de

milho, e bolo de fubá. Aproveitar o momento para falar da

importância do uso moderado de sal, açúcar e óleo.

Referência: BELINKY, T. O Caso do Bolinho. 2. ed.

São Paulo: Moderna, 2004. 32 p.

Resumo: À pedido do vovô, a

vovó prepara um delicioso

bolo, e o coloca para esfriar na

janela. Entediado com a espera,

o bolo resolve sair rolando por

aí, até que acaba sendo

devorado por uma raposa

faminta.

84

Livro 29: O Caso do Favo de Mel

Autor: Milton Célio de Oliveira Filho

Ano de publicação: 2013

Editora: Brinque-Book

Nº de páginas: 32

Palavras Chave: Abelha; Mel; Favo de mel; Colmeia;

Urso; Animais; Floresta; Selva; Natureza;

Princípios da EAN relacionados: NA (não se aplica);

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação.

Recomendações Práticas: conversar com as crianças

sobre como o mel é produzido (pelas abelhas), questioná-

los acerca de suas características (como cor, sabor, aroma,

textura) e fazer um momento de degustação de frutas com

mel.

Referência: OLIVEIRA FILHO, M. C. O Caso do Favo

de Mel. São Paulo: Brinque-book, 2013. 32 p.

Resumo: Um dia, ao voltar

para a colmeia, a abelha notou

que alguém comeu seu mel.

Ela, então, sai pela floresta

falando com cada um dos

animais, à procura do culpado.

Até que, ao fim, ela descobre

que quem comeu seu mel foi o

urso, que não resiste a um favo

de mel.

85

Livro 30: O Coelho faz Nhéc

Autor: Editora Vale das Letras

Ano de publicação: 2012

Editora: Vale das Letras

Nº de páginas: 8

Palavras Chave: Coelho; Fazenda; Vegetais; Plantação;

Princípios da EAN relacionados: I - sustentabilidade

social, ambiental e econômica;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação.

Recomendações Práticas: perguntar aos alunos quais os

alimentos podem ser encontrados em uma plantação, e

anotar suas respostas. Escolher alguns dos alimentos

citados, e conversar sobre suas características (cor, sabor,

textura, formato, cheiro) e seus benefícios para a saúde.

Finalizar com uma degustação dos alimentos escolhidos,

ou de uma preparação à base deles.

Referência: VALE DAS LETRAS (Ed.). O Coelho Faz

Nhéc. Blumenau: Vale das Letras, 2012. 8 p.

Resumo: Havia, na fazenda, um coelho

muito guloso. Sempre que o fazendeiro

dava as costas, ele saia da toca para

comer os vegetais deliciosos da

plantação. Até que um dia, o fazendeiro

foi para a cidade, e como estava

demorando muito para voltar, o coelho

resolveu experimentar todos os tipos de

vegetais que havia na plantação.

Quando o fazendeiro voltou e viu que

todos os vegetais haviam sido comidos,

resolveu, então, passar a plantar apenas

flores.

86

Livro 31: O Cozinheiro Atrapalhado

Autor: Silvio Costa

Ano de publicação: 2013

Editora: Paulinas

Nº de páginas: 31

Palavras Chave: Cozinha; Cozinheiro; Omelete;

Culinária; Atrapalhado;

Princípios da EAN relacionados: IV - A comida e o

alimento como referências; valorização da culinária

enquanto prática emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 2º: utilizar óleos,

gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao

temperar e cozinhar alimentos e criar preparações

culinárias; 7º: desenvolver, exercitar e partilhar

habilidades culinárias;

Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre

o ovo (sua cor, textura, aroma, e sabor), e realizar uma

oficina culinária com o preparo de omeletes com recheios

variados. Sugestões de recheios: ricota, tomate e

manjericão; frango, cenoura ralada e coentro; queijo minas

frescal, cebola e salsa. Aproveitar o momento para falar da

importância do uso moderado de sal, açúcar e óleo.

Referência: COSTA, S. O Cozinheiro Atrapalhado. São

Paulo: Paulinas, 2013. 31 p.

Resumo: Havia um cozinheiro

muito atrapalhado, que vivia

correndo para cima e para

baixo. Um dia, entrou em sua

cozinha todo apressado para

preparar um omelete. Separou

ovos, queijo, presunto, cebola,

alho, salsa e tomate, e começou

o preparo. Quando o cheirinho

delicioso já estava no ar, ele se

distraiu e deixou a omelete

queimar, porque era muito

atrapalhado.

87

Livro 32: O Grande Rabanete

Autora: Tatiana Belinky

Ano de publicação: 2002

Editora: Moderna

Nº de páginas: 32

Palavras Chave: Horta; Vovô; Avô; Plantação; União;

Refeição; Rabanete;

Princípios da EAN relacionados: I - sustentabilidade

social, ambiental e econômica;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 5º: comer com

regularidade e atenção, em ambientes apropriados e,

sempre que possível, com companhia 7º: desenvolver,

exercitar e partilhar habilidades culinárias;

Recomendações Práticas: perguntar às crianças quem

sabe o que é um rabanete, como o da estória, e em seguida

conversar com a turma sobre esse alimento, e mostrar a

elas um rabanete in natura. Em seguida, utilizá-lo no

preparo de uma salada, e servi-la junto ao almoço ou

jantar na escola.

Referência: BELINKY, T. O Grande Rabanete. São

Paulo: Moderna, 2002. 32 p.

Resumo: O vovô plantou um

rabanete em sua horta, mas ele

cresceu tanto, mas tanto, que

ele sozinho não conseguia tirá-

lo da terra. Então ele foi

chamando a família para

ajudar, e um a um, iam-se

somando forças, até que

conseguiram colher o grande

rabanete. Para comemorar,

cozinharam-no e comeram-no

todos juntos.

88

Livro 33: O Mundo Inteiro

Autora: Elizabeth Garton

Ano de publicação: 2013

Editora: Paz e Terra

Nº de páginas: 40

Palavras Chave: Perspectiva Complexa; Complexidade;

Mundo; Relações;

Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: N.A. (não se aplica);

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com a

turma sobre os diversos fatores que envolvem a

alimentação, como acesso à terra, plantio e colheita,

transporte dos alimentos, compra e preparo. Ensinando-os

que muito esforço é despendido para que o alimento esteja

em seus pratos, e conscientizando-os sobre a importância

de não desperdiçar os alimentos.

Referência: SCANLON, E. G. O Mundo Inteiro. 2. ed.

São Paulo: Paz e Terra, 2013. 40 p.

Resumo: O livro trata da

vastidão do mundo e a conexão

entre todos os elementos

envolvidos na vida de uma

pessoa, falando, inclusive, da

fome, da alimentação, e da

culinária.

89

Livro 34: O Ovo

Autor: Ivan Zigg

Ano de publicação: 2011

Editora: Edigraf

Nº de páginas: 12

Palavras Chave: Ovo; Fazenda; Pintinho;

Princípios da EAN relacionados: II - Abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre

as características do ovo (sua cor, textura, aroma, e sabor),

e sobre os benefícios de seu consumo para a saúde.

Realizar uma degustação com diferentes modos de preparo

de ovos: ovos de galinha cozidos, ovos de codorna

cozidos, ovos de galinha mexidos, e omeletes.

Recomendações Práticas:

Referência: ZIGG, I. O Ovo. Rio de Janeiro: Edigraf,

2011. 12 p.

Resumo: O livro conta a

estória de um ovo que, em um

certo dia, some do galinheiro.

No decorrer das páginas, o

leitor vai acompanhar a procura

pelo ovo perdido, até que ele é

encontrado no milharal, após

ser chocado e virar um

pintinho.

90

Livro 35: O Ovo e o Vovô

Autora: Simone Scharpira Waiman

Ano de publicação: 2011

Editora: Paulinas

Nº de páginas: 16

Palavras Chave: Ovo; Ovos; Avô; Netos; Infância;

Família; Culinária;

Princípios da EAN relacionados: II- Abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade; IV- comida e o

alimento como referências; valorização da culinária

enquanto prática emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 7º: desenvolver,

exercitar e partilhar habilidades culinárias;

Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre

as características do ovo (sua cor, textura, aroma, e sabor),

e sobre os benefícios de seu consumo para a saúde.

Realizar uma degustação com diferentes modos de preparo

de ovos: ovos de galinha cozidos, ovos de codorna

cozidos, ovos de galinha mexidos, e omeletes.

Referência: WAIMAN, S. S. O Ovo e o Vovô. 7. ed. São

Paulo: Paulinas, 2011. 16 p.

Resumo: Vovô David tinha dois netos,

Denis e Delane. Delane quando era

pequenina, não sabia falar a palavra

vovô, e o chamava de ovo. A partir

disso, o livro narra os momentos vividos

entre os netos e seu avô, e cita as

características do mesmo, sempre

comparando suas características com as

do ovo ou de preparações feitas com

ovos.

91

Livro 36: O Ratinho faz Nhóc

Autor: Editora Vale das Letras

Ano de publicação: 2012

Editora: Vale das Letras

Nº de páginas: 8

Palavras Chave: Rato; Restaurante; Queijo; Frutas;

Bolos;

Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 7º: desenvolver,

exercitar e partilhar habilidades culinárias;

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com

os alunos sobre o queijo – alimento muito associado aos

ratos no imaginário infantil, bem como na capa do livro.

Abordar os tipos de queijo, sua textura, cor, sabor, e os

benefícios do seu consumo para a saúde. Culminar com

uma brincadeira de experimentar um queijo e tentar

descobrir qual é, por exemplo, ricota, mussarela, ou

coalho.

Referência: VALE DAS LETRAS (Ed.). O Ratinho Faz

Nhóc. Blumenau: Vale das Letras, 2012. 8 p.

Resumo: Um ratinho faminto

resolve entrar escondido em um

restaurante para lanchar. Lá ele

come tudo o que encontra:

frutas, queijos, bolos,

macarrão... Após encher a

barriga, ele resolve tirar um

cochilo, quando o chef do

restaurante volta para a cozinha

e fica furioso ao ver a bagunça

feita pelo ratinho.

92

Livro 37: O Ratinho, O Morango Vermelho Maduro e o Grande Urso Esfomeado

Autor: Don Wood

Ano de publicação: 2012

Editora: Brinque Book

Nº de páginas: 8

Palavras Chave: Floresta; Natureza; Morango; Rato;

Planta; Urso; Fome;

Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com

os alunos sobre as características do morango (cor, textura,

sabor, formato) e os benefícios de seu consumo para a

saúde. Em seguida, realizar uma oficina culinária com o

preparo de receitas à base de morango, e posterior

degustação. Sugestões: suco de morango e geleia de

morango com bolacha de água e sal.

Referência: WOOD, D. O Ratinho, O Morango

Vermelho Maduro e o Grande Urso Esfomeado. 2. ed.

São Paulo: Brinque-book, 2012. 36 p.

Resumo: Um dia, o ratinho

saiu de casa com uma escada

para colher o morango

vermelho maduro, que parecia

estar delicioso e exalava um

cheiro incrível. Até que o

narrador o convence de que há

um grande urso esfomeado que

ama morango a solta, e que

pode acha-lo onde quer que o

ratinho o esconda. Então, o

narrador o convence de que a

única forma de despistar o urso

é dividindo com ele o morango.

93

Livro 38: O Rato do Campo e o Rato da Cidade

Autor: Flávio de Souza

Ano de publicação: 2011

Editora: Ledic

Nº de páginas: 16

Palavras Chave: Rato; Comida; Regionalização; Urbano;

Rural;

Princípios da EAN relacionados: III- valorização da

cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões

e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de

diferentes naturezas; IV- a comida e o alimento como

referências; valorização da culinária enquanto prática

emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 3º: limitar o consumo

de alimentos processados; 4º: evitar o consumo de

alimentos ultraprocessados;

Recomendações Práticas: após a leitura, com a ajuda das

crianças, montar duas tabelas no quadro: uma com as

comidas do campo, e outra com as comidas da cidade,

sugeridas pelos alunos. Em seguida, falar sobre o que são

alimentos in natura ou minimamente processados,

processados, e ultraprocessados e seu consumo.

Referência: SOUZA, F. O Rato do Campo e o Rato da

Cidade. Belo Horizonte: Ledic, 2011. 16 p.

Resumo: Um dia o rato da cidade foi

visitar seu primo, o rato do campo,

que o recebeu com as comidas que

ele mais gostava: queijo e frutas.

Porém o rato da cidade não gostou

do jantar, nem da vida rural, e o

convidou para conhecer a cidade.

Chegando lá, lhe ofereceu as

comidas da cidade, isto é, sobras de

queijo, tortas, bolos, e o rato do

campo amou. Até que o gato chegou

e os ratinhos precisaram fugir

correndo.

94

Livro 39: O Sanduíche da Maricota

Autor: Avelino Guedes

Ano de publicação: 2002

Editora: Moderna

Nº de páginas: 30

Palavras Chave: Galinha; Sanduíche; Culinária; Cozinha;

Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

7º: desenvolver, exercitar e partilhar habilidades

culinárias;

Recomendações Práticas: após a leitura, convidar as

crianças para criarem seu próprios sanduíches em uma

oficina culinária. Dispor em recipientes: pão integral,

frango desfiado, alface, cenoura ralada e rodelas de

tomate, deixando que elas montem seus sanduíches como

preferirem.

Referência: GUEDES, A. O Sanduíche da

Maricota. São Paulo: Moderna, 2002. 30 p.

Resumo: A galinha Maricota

preparou um sanduíche de pão, milho

e ovo. Quando ela ia comê-lo, o bode

chegou em sua casa e colocou um

pedaço de capim no sanduíche.

Depois dele, chegou o gato e colocou

uma sardinha. Então chegou o

cachorro e colocou um osso, e assim

por diante. Maricota, irritada com a

intromissão dos seus amigos, jogou o

sanduíche fora, e fez outro do jeito

que ela gosta: pão, milho e ovo.

95

Livro 40: Panela de Arroz

Autor: Luís Camargo

Ano de publicação: 1991

Editora: Ática

Nº de páginas: 32

Palavras Chave: Arroz; Culinária; Charadas; Cozinha;

Princípios da EAN relacionados: II- abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade; III- valorização da

cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões

e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de

diferentes naturezas; IV- a comida e o alimento como

referências; valorização da culinária enquanto prática

emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 2º: utilizar óleos,

gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao

temperar e cozinhar alimentos e criar preparações

culinárias 7º: desenvolver, exercitar e partilhar habilidades

culinárias;

Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre

o arroz, suas características (cor, formato, textura, sabor).

Em seguida, preparar, em uma oficina culinária com os

alunos, bolinhos de arroz assados, e degustá-los.

Aproveitar o momento para falar da importância do uso

moderado de sal, açúcar e óleo.

Referência: CAMARGO, L. Panela de Arroz. São

Paulo: Ática, 1991. 32 p.

Resumo: Maneco Caneco

encontra uma casa em formato

de panela, a casa do arroz. Ao

chegar lá, para passar pelas

portas da casa, ele precisa

decifrar uma série de charadas

sobre alimentos, até conseguir

entrar no cômodo em que o

arroz está sendo preparado, e

acompanhar esse processo de

preparo.

96

Livro 41: Pêssego, Pera, Ameixa no Pomar

Autora: Janet Ahlberg

Ano de publicação: 2007

Editora: Moderna

Nº de páginas: 37

Palavras Chave: Torta; Pomar; Piquenique;

Comensalidade;

Princípios da EAN relacionados: III- valorização da

cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões

e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de

diferentes naturezas;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

5º: comer com regularidade e atenção, em ambientes

apropriados e, sempre que possível, com companhia;

Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre

a importância das refeições compartilhadas, como na parte

final do livro. Em seguida, fazer uma oficina culinária,

preparando uma torta de ameixa (ou de pêra, ou de

pêssego), e como no livro, reunir todos os alunos para

comerem juntos a receita preparada.

Referência: AHLBERG, J. Pêssego, Pera, Ameixa no

Pomar. São Paulo: Moderna, 2007. 37 p.

Resumo: Nesse livro, o autor

percorre as páginas buscando,

através do enredo da estória,

itens que estão nas próximas

páginas. A busca culmina com

uma torta, que é compartilhada

em um piquenique por várias

pessoas.

97

Livro 42: Poesia é Fruta Doce e Gostosa

Autor: Elias José

Ano de publicação: 2006

Editora: FTD

Nº de páginas: 55

Palavras Chave: Poesia; Poema; Frutas; Charada;

Princípios da EAN relacionados: IV - a comida e o

alimento como referências; valorização da culinária

enquanto prática emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: após a leitura dos poemas,

escolher junto aos alunos algumas frutas para serem

degustadas. Sugestões: cortar as frutas e deixar que eles as

provem separademente, preparar com eles uma salada de

frutas, ou espetar as frutas no palito de churrasco, fazendo

um espetinho de frutas junto com os alunos.

Referência: JOSÉ, E. Poesia é fruta doce e gostosa. São

Paulo: Ftd, 2006. 55 p.

Resumo: Esta obra é um

compilado de poesias e

charadas sobre variadas frutas,

desde as mais tradicionais

como goiaba e banana, às mais

exóticas, como carambola e

damasco.

98

Livro 43: Que Horta

Autora: Tatiana Belinky

Ano de publicação: 1987

Editora: Paulus

Nº de páginas: 16

Palavras Chave: Horta; Plantação; Vegetais; Agricultura;

Princípios da EAN relacionados: I- sustentabilidade

social, ambiental e econômica; II- abordagem do sistema

alimentar na sua integralidade;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: tentar descobrir, junto com os

alunos, quais são os vegetais que deram origem aos

vegetais misturados de Zimpolho e Zimpão. Em seguida,

utilizá-los para preparar, junto com a turma, uma salada

para acompanhar o almoço ou o jantar na escola.

Referência: BELINKY, T. Que Horta! São Paulo:

Paulus, 1987. 16 p.

Resumo: Narra a estória de

Zimpolho e Zimpão, que

resolvem construir uma horta,

ilustrando desde o momento de

cavar o solo até o momento da

colheita, em que eles colhem

inusitados vegetais que na

verdade, são misturas de outros

dois vegetais.

99

Livro 44: Rimas Saborosas

Autor: César Obeid

Ano de publicação: 2009

Editora: Moderna

Nº de páginas: 64

Palavras Chave: Frutas; Vegetais; Cordel;

Princípios da EAN relacionados: III- valorização da

cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões

e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de

diferentes naturezas; IV- a comida e o alimento como

referências; valorização da culinária enquanto prática

emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: após a leitura dos cordeis,

escolher junto aos alunos algumas frutas e vegetais para

serem degustadas. Sugestões: frutas - cortar as frutas e

deixar que eles as provem separademente, preparar com

eles uma salada de frutas, ou espetar as frutas no palito de

churrasco, fazendo um espetinho de frutas junto com os

alunos; vegetais – pré cortá-los, e deixar que as crianças os

misturem para formar uma colorida salada.

Referência: OBEID, C. Rimas Saborosas. São Paulo:

Moderna, 2009. 64 p.

Resumo: O livro fala sobre

diversas frutas e vegetais

utilizando versos de cordel,

além de ilustrações feitas com

massinha.

100

Livro 45: Rinocerontes não Comem Panquecas

Autora: Anna Kemp

Ano de publicação: 2011

Editora: Paz e Terra

Nº de páginas: 32

Palavras Chave: Rinoceronte; Panqueca; Infância;

Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

8º: planejar o uso do tempo para dar à alimentação o

espaço que ela merece;

Recomendações Práticas: conversar com a turma sobre a

falta de atenção dos pais de Dayse com o momento das

refeições, a ponto de não notarem a presença do

rinoceronte. Em seguida, listar os alimentos em tons de

roxo como o do rinoceronte (repolho roxo, cebola roxa,

berinjela, beterraba) e ensinar aos alunos os benefícios de

seu consumo.

Referência: KEMP, A. Rinocerontes Não Comem

Panquecas. São Paulo: Paz e Terra, 2011. 32 p.

Resumo: Num belo dia, Dayse está

sentada à mesa para comer, quando um

enorme rinoceronte roxo aparece e

come suas panquecas. Ela tenta várias

vezes contar ao seus pais o ocorrido,

porém o esforço é em vão, pois eles

não prestam atenção no que ela está

dizendo por estarem sempre muito

ocupados. Então ela e o rinoceronte

acabam tornando-se amigos, até que ele

comer todas as panquecas.

101

Livro 46: Só um Minutinho

Autor: Yuyi Morales

Ano de publicação: 2006

Editora: FTD

Nº de páginas: 31

Palavras Chave: Avó; Festa; Comida; Cozinha;

Culinária; Comensalidade; Aniversário; Esqueleto.

Princípios da EAN relacionados: III- valorização da

cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões

e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de

diferentes naturezas; IV- a comida e o alimento como

referências; valorização da culinária enquanto prática

emancipatória; V- a promoção do autocuidado e da

autonomia;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

7º: desenvolver, exercitar e partilhar habilidades

culinárias;

Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre

comidas de festa, listando-as no quadro, e escolher uma

delas para preparar na escola, adaptando a receita original

para torná-la mais saudável. Sugestões: coxinha de batata

doce assada, pastel de forno integral, mini pizza integral

com molho de tomate caseiro.

Referência: MORALES, Y. Só um Minutinho. São

Paulo: Ftd, 2006. 31 p.

Resumo: Um dia, o Sr. Esqueleto bateu à

porta da casa da vovó Carocha para levá-la.

Ela, então, começou a enrolá-lo, pois não

queria ir. Pediu que ele esperasse enquanto

ela estava cozinhando, e preparou várias

comidas típicas da culinária mexicana, como

tortilhas de milho. Ao fim do dia, depois de

muito cozinhar, seus netos chegaram a sua

casa, pois era seu aniversário, e o Sr.

Esqueleto juntou-se à família para comer as

delícias preparadas pela vovó e comemorar

seu aniversário. Ele gostou tanto das

comidas que desistiu de levá-la, e foi

embora, deixando a vovó Carocha em paz.

102

Livro 47: Tudo por um Pacote de Amendoim

Autor: Gládis Barcelos

Ano de publicação: 2010

Editora: Paulinas

Nº de páginas: 23

Palavras Chave: Amendoim; Irmãos; Alimentação;

Princípios da EAN relacionados: III - valorização da

cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões

e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de

diferentes naturezas;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

2º: utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas

quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar

preparações culinárias; 3º: limitar o consumo de alimentos

processados; 4º: evitar o consumo de alimentos

ultraprocessados

Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre

a quantidade de sal e gordura utilizada nos petiscos de

amendoim industrializados, e em seguida, preparar e

degustar, com eles, amendoins assados caseiros,

explicando a importância do preparo caseiro para a saúde.

Referência: FERRÃO, G. B. M. Tudo por um Pacote de

Amendoim. São Paulo: Paulinas, 2010. 23 p.

Resumo: Os irmãos João e

Juarez ganham de sua mãe um

pacote de amendoim para cada

um. Juarez come rapidamente o

seu, e toma o pacote de João,

que então inicia uma saga a fim

de recuperar seu pacote de

amendoim, recorrendo à ajuda

de vários personagens.

103

Livro 48: Um + Um + Um + Todos

Autora: Anna Göbel

Ano de publicação: 2013

Editora: Gutenberg

Nº de páginas: 28

Palavras Chave: Colheita; Cebola; Cebola Roxa; Campo;

Fazenda; Agricultura; Cultivo; Fazendeiro; Refeição;

União;

Princípios da EAN relacionados: I - sustentabilidade

social, ambiental e econômica; II- abordagem do sistema

alimentar na sua integralidade;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente

processados a base da alimentação; 7º: desenvolver,

exercitar e partilhar habilidades culinárias;

Recomendações Práticas: perguntar às crianças quem já

viu uma cebola roxa, como a da estória, e em seguida

conversar com a turma sobre esse alimento, e mostrar a

elas esse alimento. Em seguida, utilizá-lo no preparo de

uma salada, e servi-la junto ao almoço ou jantar na escola.

Referência: GÖBEL, A. Um + Um + Um + Todos. Belo

Horizonte: Gutenberg, 2013. 28 p.

Resumo: Trata-se de uma obra

composta apenas por ilustrações, na

qual um agricultor não tem força

suficiente para colher sozinho uma

planta, e pede ajuda para vários

outros personagens. Então todos se

juntam num esforço conjunto, e

conseguem colher uma enorme

cebola roxa, e comemoram juntos a

conquista compartilhando uma

refeição.

104

Livro 49: Visitas à Casa da Vovó

Autor: Elias José

Ano de publicação: 2006

Editora: Paulus

Nº de páginas: 16

Palavras Chave: Comida; Casa de avó; Avó; Família;

Infância;

Princípios da EAN relacionados: II- abordagem do

sistema alimentar na sua integralidade; III- valorização da

cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões

e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de

diferentes naturezas; IV- a comida e o alimento como

referências; valorização da culinária enquanto prática

emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 7º: desenvolver, exercitar e partilhar habilidades

culinárias;

Recomendações Práticas: conversar com as crianças

sobre as comidas que elas comem na casa de seus avós, e

juntos, escolher uma para cozinhar em uma oficina

culinária, e degustar posteriormente.

Referência: JOSÉ, E. Visitas à Casa da Vovó. São

Paulo: Paulus, 2006. 16 p.

Resumo: A obra narra a estória

de uma criança que vai à casa

de sua avó visitá-la, e no

decorrer das páginas, vai

contando as aventuras que

viveu por lá, bem como os

alimentos que comeu.

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Livro 50: Vovô Bastião vai Comendo Feijão

Autora: Sylvia Orthof

Ano de publicação: 2007

Editora: Paulinas

Nº de páginas: 28

Palavras Chave: Família; Culinária; Fome; Feijão;

Cozinha; Tempero

Princípios da EAN relacionados: III- valorização da

cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões

e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de

diferentes naturezas; IV- a comida e o alimento como

referências; valorização da culinária enquanto prática

emancipatória;

Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:

7º: desenvolver, exercitar e partilhar habilidades

culinárias; 1º: fazer de alimentos in natura ou

minimamente processados a base da alimentação;

Recomendações Práticas: após sua leitura, pode-se fazer

o plantio de sementes de feijão em um copo com algodão

molhado, seguido de uma explicação sobre a importância

do feijão na alimentação, servindo como incentivo para

que as crianças consumam as preparações à base de feijão

servidas na merenda escolar.

Referência: ORTHOF, S. Vovô Bastião vai Comendo

Feijão. São Paulo: Paulinas, 2007. 28 p.

Resumo: Vovô Bastião está

preparando o feijão para o

almoço, sempre de olho em seu

apressado relógio, preocupado

em servi-lo antes do meio dia

porque todos estão com fome.

No decorrer do livro, ele vai

temperando e cozinhando o

feijão, até o momento da

refeição em família.