livro-1 bilogia

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    ESCOLA DR. PEDRO AFONSO DE MEDEIROS - EPAM www.escolas.educacao.pe.gov.br/mas.pamedeiros

    [email protected](081) 3662 2062 / 3662 7021

    Professora Amara Maria Pedrosa Silva www.clickbio.rg3.net

    [email protected]

    BIOLOGIA

    Aluno(a):............................................................. N.:.....Srie: 1 Turma:..... Curso: ........................

    Palmares, 2004

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    N D I C E

    I N T R O D U O ...................................................................2

    CARACTERSTICAS DOS SERES VIVOS .......................................................3

    A COMPOSIO QUMICA DOS ORGANISMOS ...................................................5

    A gua ..............................................................................5 Os Sais Minerais ....................................................................6 Os Carboidratos ou Glicdios ........................................................7 Os Lipdios .........................................................................8 Os cidos Nuclicos .................................................................8 As Protenas .......................................................................10 As Vitaminas .......................................................................12

    A ORGANIZAO CELULAR DOS SERES VIVOS ................................................14

    A Clula Sua Estrutura e seu Funcionamento........................................14 Membranas Celulares: Os Portes das Clulas.........................................16 O Citoplasma e Suas Estruturas......................................................18 O Ncleo Celular ...................................................................20 Os Cloroplastos e o Processo de Fotossntese ........................................23 As Mitocndrias e o Reprocessamento de Energia na Clula ............................24

    H I S T O L O G I A ..................................................................25

    HISTOLOGIA ANIMAL ..................................................................26 O Tecido Epitelial: A Cobertura Protetora do Corpo ..................................26 O Tecido Conjuntivo: O Trabalho de Ligar e Sustentar ................................27 O Tecido Muscular: Responsvel pelos Movimentos do Corpo ............................30 O Tecido Nervoso: A Coordenao e a Resposta aos Estmulos ..........................31

    HISTOLOGIA VEGETAL .................................................................32

    Os Meristemas: Tecidos Embrionrios ou de Formao ..................................32 Os Tecidos Permanentes .............................................................32

    BIBLIOGRAFIA .........................................................................35

    ANEXOS.................................................................................37

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    I N T R O D U O

    Querido aluno,

    A cada dia o conhecimento se torna imprescindvel tanto na vida pessoal como navida profissional.

    A globalizao e o capitalismo tornam o mundo cada vez mais competitivo, e quemno estiver bem instrumentalizado corre o risco de ficar margem do processo.

    A tecnologia est presente em tudo, desde o ato de escovar os dentes at o acesso Internet via telefonia celular.

    A Biologia desponta como uma das cincias que mais se destacou no cenriotecnolgico com as tcnicas de clonagem, os transplantes de rgos e tecidos, a criaodos transgnicos, a decifrao do cdigo gentico humano, etc.

    Estudar Biologia compreender a ns mesmos e ao mundo que nos rodeia.Decifrar os mistrios da natureza.

    Maravilhar-se com a beleza do universo.Curvar-se diante do CRIADOR!

    Este material de estudo foi elaborado pensando em ajud-lo a ingressar neste mundo fantstico. Ele no substitui o uso de livros, apenas os complementa.

    Espero que voc possa ter sucesso nos seus estudos.

    Um abrao,

    Amara Maria Pedrosa [email protected]

    Esta apostila parte integrante do site.:. Clickbio .:. Biologia sem mistrios

    * www.clickbio.rg3.net *

    Permitida a reproduo desde que citados a fonte e o autor

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    CARACTERSTICAS DOS SERES VIVOS

    A Biologia estuda os seres vivos, como as plantas, os animais, os micrbios eoutros. Originada do grego (bios = vida, e logos = tratado), a cincia que estuda osseres vivos em todos os seus aspectos de abrangncia, quer sejam anatmicos, funcionais,genticos, ambientais, comportamentais, evolutivos, geogrficos ou taxonmicos.

    Ela compreende muitos princpios e leis, mas se baseia essencialmente naobservao e na descrio dos fenmenos intrnsecos natureza dos chamados sistemasorganizados. Como cincia, a Biologia filha da curiosidade, da investigao, do longopensar, da experimentao e do emocionante prazer da concluso.

    A Biologia ensina os nossos ouvidos a ouvir a Natureza; nossos olhos a enxerg-la; nosso crebro a entender e respeitar todas as formas de vida.

    Os seres vivos possuem caractersticas peculiares que no so encontradas nosseres no vivos, como as rochas, conhecidos como seres brutos.

    cidos Nuclicos

    Podemos dizer que ser vivo aquele que possui cido nuclico (DNA ou RNA), defato essa a nica caracterstica encontrada em todos os seres vivos e exclusivamenteneles.

    Composio Qumica Complexa

    Os seres vivos so formados por compostos orgnicos e inorgnicos.Os compostos orgnicos apresentam sempre o elemento qumico carbono e so as

    protenas, carboidratos, lipdios, vitaminas e cidos nuclicos.Os compostos inorgnicos so a gua e os sais minerais.

    Organizao Celular

    Todos os seres vivos, com exceo dos vrus, so constitudos por unidadesconhecidas como clulas.

    Alguns seres so formados por uma nica clula, so os Moneras (bactrias ecianobactrias), Protistas (protozorios e algas) e alguns fungos; conhecidos comounicelulares. Os animais, as plantas e os fungos em geral so formados por muitas

    clulas, sendo chamados de pluricelulares ou multicelulares.As clulas constam essencialmente de membrana plasmtica, citoplasma e ncleo.Quando a clula no apresenta uma membrana separando o material nuclear do citoplasma dita procariota, e quando a clula apresenta uma membrana nuclear ou carioteca ditaeucariota.

    No ncleo celular ficam os cromossomos onde est o DNA com os genes responsveispela transmisso das caractersticas hereditrias.

    Ciclo Vital

    Todo ser vivo nasce, cresce, reproduz-se e morre.Embora alguns organismos individuais no completem todo o ciclo, ele acontece na

    espcie em geral.

    Reproduo

    Atravs da reproduo, os seres vivos so capazes de produzir outros seres vivossemelhantes a si mesmos, dessa forma as espcies se mantm atravs dos tempos. H doistipos fundamentais de reproduo: assexuada e sexuada.

    Na reproduo assexuada ou agmica, um organismo se divide em duas ou mais partesque formaro novos organismos. comum nos seres unicelulares.

    Na reproduo sexuada ou gmica acontece a formao de clulas especiaisdenominadas gametas. necessrio que o gameta masculino se uma ao gameta feminino paraacontecer a formao de um novo organismo. comum nos seres pluricelulares.

    Mutao

    Consiste na alterao de uma ou mais caractersticas dos seres vivos, ocasionadapor alteraes em um ou mais genes, ou por alteraes nos cromossomos.

    Se essa alterao ocorrer nas clulas que vo formar os gametas, ela sertransmitida aos descendentes.

    As mutaes explicam, em parte, o aparecimento, ao longo do tempo, de muitasespcies novas a partir de outras j existentes; no processo conhecido como evoluo dasespcies.

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    Metabolismo

    Nos seres vivos ocorrem, a todo instante, reaes qumicas onde molculas simplesse transformam em molculas complexas. o processo chamado de anabolismo.

    Por outro lado, molculas complexas podem ser rompidas, formando molculas maissimples. o que se denomina catabolismo.

    A esse conjunto de reaes qumicas, nas quais algumas molculas complexas soformadas e outras so rompidas, originando molculas simples, denomina-se metabolismo.

    Os seres vivos esto em constante atividade e isso os obriga a um consumopermanente de energia. Para que isso acontea, os seres vivos realizam a nutrio e arespirao.

    Quanto forma de nutrio os organismos podem ser auttrofos ou hetertrofos.Os auttrofos utilizam a matria inorgnica para sintetizar matria orgnica,

    como os vegetais. Os hetertrofos capturam a matria orgnica existente no ambiente, comoos animais.

    Quanto forma de respirao podem ser anaerbios ou aerbios.Os anaerbios produzem energia na ausncia de oxignio molecular (O 2) e os

    aerbios utilizam o oxignio molecular para obter energia.

    Excitabilidade

    a capacidade de reagir aos estmulos do ambiente como luz, som, calor,eletricidade, movimentos, concentrao de gases, hormnios, etc.

    O crescimento das razes dos vegetais sempre em direo ao solo; o fechamento dasfolhas da sensitiva quando tocada; o fechamento dos olhos diante de uma luz forte, soexemplos de excitabilidade.

    Crescimento

    Os organismos vivos retiram do ambiente os nutrientes necessrios suasobrevivncia. Dessa maneira, suas clulas aumentam de volume, se multiplicam e o tamanhodo organismo aumenta. Esse crescimento, porm, limitado; e acontece por acmulo de

    matria assimilada.

    Adaptao

    A Terra apresenta ambientes com condies diferentes e muitas vezes inadequados vida, como os desertos e montanhas muito altas.

    Cada regio do planeta apresenta seres vivos diferentes, adaptados s condiesambientais, como o urso polar e o norte americano; as florestas de pinheiros e os

    manguezais.

    Observe a figura a seguir.O animal representado vive em regies ridas e possui urina muito hipertnica em

    relao ao sangue. Ausncia de transpirao mesmo em altas temperaturas. Eliminao deamnia como produto nitrogenado. Eliminao de fezes praticamente desidratadas.Eliminao de pouca gua na urina. Hbitos noturnos e ocupao de buracos na terradurante o dia.

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    A COMPOSIO QUMICA DOS ORGANISMOS

    Na natureza dos seres viventes, a gua o componente qumico que entra em maiorquantidade, mas as substncias orgnicas predominam em variedade, pois grande o nmerode protenas, cidos nuclicos, lipdios e carboidratos diferentes que formam a estruturadas clulas e dos organismos. Sais minerais e vitaminas participam em doses pequenas, mastambm desempenham papis importantes.

    A gua e os sais minerais formam os componentes inorgnicos da clula. Oscomponentes orgnicos abrangem as demais substncias.

    O estudo da composio qumica dos organismos tem a sua maior parte fundamentadana bioqumica da clula ou Citoqumica. Afinal, os seres viventes tm a sua estruturabasicamente organizada e estabelecida na clula.

    Os elementos qumicos que participam da composio da matria viva estopresentes tambm na matria bruta. Entretanto, nesta ltima, os tomos se dispem deforma mais simples, compondo substncias cujas frmulas so pequenas e de pequeno peso

    molecular, que muitas vezes no chegam a formar molculas. o que acontece nos compostosinicos como o cloreto de sdio (NaCl sal de cozinha).

    Embora a matria vivente tambm apresente muitas substncias da QumicaInorgnica, o seu grande predomnio qualitativo se prende aos compostos da QumicaOrgnica, cujas molculas revelam cadeias de carbono que vo de uma discreta simplicidade(monossacardeos) mais extraordinria complexidade (protenas).

    COMPONENTES INORGNICOS COMPONENTES ORGNICOS

    guaSais minerais

    CarboidratosLipdios

    Protenascidos Nuclicos

    Vitaminas

    Composio Qumica Elementar Mdia da Clula

    PRINCIPAIS ELEMENTOS PRINCIPAIS SUBSTNCIAS

    Oxignio.........65,0%Carbono..........18,0%Hidrognio.......10,0%Nitrognio....... 3,05%

    Subtotal:........96,0%Clcio (Ca).......1,80%Fsforo (P).......1,20%Potssio (K)......0,35%Enxofre (S).......0,25%Sdio (Na)........0,15%Cloro (Cl)........0,15%Magnsio (Mg).....0,05%Flor (F).........0,007%Ferro (F)........0,005%

    Subtotal:.......3,962%

    Outros(Zn,Br,Mn,Cu,I,Co)..................0,038%TOTAL...........100,00%

    gua............65%Protenas.......15%Lipdios........ 8%Carboidratos.... 6%

    Sais Minerais... 5%Outros.......... 1%TOTAL.......100%

    A GUA

    A quantidade de gua e sais minerais na clula e nos organismos deve serperfeitamente balanceada, qualificando o chamado equilbrio hidrossalino. Esse equilbrio fator decisivo para a manuteno da homeostase. Alm disso, eles desempenham numerosospapis de relevante importncia para a vida da clula.

    A queda do teor de gua, nas clulas e no organismo, abaixo de certo limite, gerauma situao de desequilbrio hidrossalino, com repercusses nos mecanismos osmticos ena estabilidade fsico-qumica (homeostase). Isso caracteriza a desidratao e pe em

    risco a vida da clula e do organismo.A gua obtida atravs da ingesto de alimentos slidos ou pastosos, de lquidose da prpria gua. Alguns animais nunca bebem gua, eles a obtm exclusivamente atravsdos alimentos.

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    Ao fim das reaes de sntese protica, glicdica e lipdica, bem como ao finaldo processo respiratrio e da fotossntese, ocorre a formao de molculas de gua. Porisso o teor de gua no citoplasma proporcional atividade celular. Nos tecidos

    muscular e nervoso sua proporo de 70 a 80%, enquanto que no tecido sseo de cercade 25%.

    Alm da atividade da clula ou tecido, o teor de gua em um organismo dependetambm da espcie considerada. Nos cnidrios (guas-vivas) sua proporo pode chegar a98%, nos moluscos um pouco maior do que 80%, na espcie humana varia entre 60 e 70%.

    A proporo varia tambm com a idade do indivduo. Nos embries, a quantidade degua maior do que nos adultos.

    Importncia da gua

    Ela representa o solvente universal dos lquidos orgnicos. o solvente dosangue, da linfa, dos lquidos intersticiais nos tecidos e das secrees como a lgrima,o leite e o suor.

    a fase dispersante de todo material citoplasmtico. O citoplasma nada mais doque uma soluo coloidal de molculas proticas, glicdicas e lipdicas, imersas em gua.

    Atua no transporte de substncias entre o interior da clula e o meioextracelular.

    Grande nmero de reaes qumicas que se passam dentro dos organismos compreendereaes de hidrlise, processos em que molculas grandes de protenas, lipdios ecarboidratos se fragmentam em molculas menores. Essas reaes exigem a participao da

    gua. Pelo seu elevado calor especfico, a gua contribui para a manuteno datemperatura nos animais homotermos (aves e mamferos).

    Noo de pH

    Na gua lquida, h uma tendncia natural de algumas molculas passarem forma ionizada.

    H2O H+ + OH-

    Na gua pura, o nmero de ons H+ que se formam exatamente igual ao nmero deons OH-. Entretanto, quando uma substncia inica ou polar dissolvida na gua, pode

    mudar o nmero relativo desses ons.Por exemplo, quando cido clordrico (HCl) dissolvido na gua quase

    completamente dissociado em ons H+ e Cl-. A soluo passa a conter maior nmero de onsH+ do que ons OH-. Dizemos nesse caso que a soluo est cida.

    Quando o hidrxido de sdio (NaOH) dissolvido na gua forma ons Na+ e OH-.Ento essa soluo passa a conter maior nmero de ons OH- do que ons H+. Dizemos que asoluo est bsica ou alcalina.

    Para expressar o grau de acidez ou de alcalinidade de uma soluo, utiliza-se oque se denomina pH (potencial de ons hidrognio ou hidrogeninico).

    A escala de pH varia de 1 a 14.Quando as concentraes dos ons H+ e OH- so iguais, a soluo est neutra e seu

    pH vale 7.Quando a concentrao de ons H+ maior do que a de ons OH-, a soluo est

    cida e o seu pH menor do que 7.Quando a concentrao de ons H+ menor do que a de ons OH-, a soluo est

    alcalina ou bsica e o pH maior do que 7.

    OS SAIS MINERAIS

    Eles representam substncias reguladoras do metabolismo celular. So obtidos pelaingesto de gua e junto com alimentos como frutos, cereais, leite, peixes, etc.

    Os sais minerais tm participao nos mecanismos de osmose, estimulando, emfuno de suas concentraes, a entrada ou a sada de gua na clula.

    A concentrao dos sais na clula determina o grau de densidade do materialintracelular em relao ao meio extracelular. Em funo dessa diferena ou igualdade deconcentrao que a clula vai se mostrar hipotnica, isotnica ou hipertnica emrelao ao seu ambiente externo, justificando as correntes osmticas ou de difusoatravs da sua membrana plasmtica.

    Portanto, a gua e os sais minerais so altamente importantes para a manutenodo equilbrio hidrossalino, da presso osmtica e da homeostase na clula.

    Importncia dos Sais Minerais

    Os sais podem atuar nos organismos na sua forma cristalina ou dissociados emons.

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    Cn(H 2O)m + O 2 CO2 + H 2O + energia

    H2O + CO 2 + luz C n(H 2O) m + O 2

    Os sais de ferro so importantes para a formao da hemoglobina. A deficincia deferro no organismo causa um dos tipos de anemia.

    Os sais de iodo tm papel relevante na ativao da glndula tireide, cujoshormnios possuem iodo na sua frmula. A falta de sais de iodo na alimentao ocasiona obcio.

    Os fosfatos e carbonatos de clcio participam na sua forma cristalina dacomposio da substncia intercelular do tecido sseo e do tecido conjuntivo da dentina.A carncia desses sais na alimentao implica no desenvolvimento anormal de ossos edentes, determinando o raquitismo. Como ons isolados, os fosfatos e carbonatos atuam noequilbrio do pH celular.

    Os ons de sdio e potssio tm ativa participao na transmisso dos impulsosnervosos atravs dos neurnios.

    Os ons clcio atuam na contrao das fibras musculares e no mecanismo decoagulao sangnea.

    Os ons magnsio participam da formao da molcula de clorofila, essencial paraa realizao da fotossntese.

    Os ons fsforo fazem parte da molcula do ATP (composto que armazena energia) eintegra as molculas de cidos nuclicos (DNA e RNA).

    Os sais mais comuns na composio da matria viva so os cloretos, os carbonatos,os fosfatos, os nitratos e os sulfatos (de sdio, de potssio, de clcio, de magnsio eoutros).

    OS CARBOIDRATOS OU GLICDIOSCarboidratos, glicdios, glcides ou hidratos de carbono so compostos formados

    por cadeias de carbono, ricos em hidrognio e oxignio, e que representam as primeirassubstncias orgnicas formadas na natureza, graas fotossntese das plantas equimiossntese das bactrias. Podemos representar o processo pela equao simplificada:

    Observe que como produto secundrio da reao forma-se o oxignio. Nessescompostos, para cada tomo de carbono existem 2 tomos de hidrognio e 1 de oxignio, naproporo da molcula da gua. Da o nome hidrato de carbono, podendo-se representargenericamente por Cn(H 2O)m (onde n pode ser igual ou diferente de m).

    A energia foi incorporada nas molculas de carboidrato. No processo inverso(respirao) a energia ser liberada. Os carboidratos so substncias essencialmenteenergticas. A oxidao dos mesmos na clula libera considervel quantidade de energia.

    Sob o aspecto biolgico, os carboidratos podem ser classificados em: monossacardeos, dissacardeos e polissacardeos.

    Monossacardeos ou oses so carboidratos que no sofrem hidrlise. Suas molculaspossuem de 3 a 7 tomos de carbono e podem ser chamadas de trioses, tetroses, pentoses,hexoses e heptoses. Apresentam valor biolgico as hexoses [(C 6H12 O6) glicose, frutose egalactose} e as pentoses {ribose (C 5H10 O5) e desoxirribose (C 5H10 O4)].

    A glicose encontrada em todos os carboidratos. No sangue humano deve estar naproporo de 70 a 110 mg por 100 ml. a principal fonte de energia dos seres vivos. Afrutose encontrada no mel e nas frutas. A galactose componente do acar do leite. Aribose componente das molculas de RNA e a desoxirribose do DNA.

    Dissacardeos so carboidratos que, por hidrlise, fornecem duas molculas de monossacardeos. Os principais so a maltose, a sacarose e a lactose.A maltose (glicose + glicose) um produto da hidrlise do amido. A sacarose

    (glicose + frutose) o acar da cana e da beterraba. A lactose (glicose + galactose) o acar do leite.

    Polissacardeos so carboidratos constitudos de grande nmero de molculas de monossacardeos. Os principais so o amido, o glicognio e a celulose.

    O amido forma-se como produto de reserva dos vegetais. encontrado na mandioca,batatas, trigo, arroz, milho, etc. Pode ser reconhecido pela reao com uma soluoalcolica de iodo ou lugol, quando adquire uma colorao arroxeada.

    O glicognio forma-se como produto de reserva dos animais e fungos. Nos animaisacumula-se no fgado e nos msculos.

    A celulose forma a parede das clulas vegetais, onde serve de proteo esustentao. insolvel na gua. Os animais herbvoros dependem de bactrias e fungos(flora intestinal) para a digesto da celulose. Nos seres humanos ela importante naformao do bolo fecal e no peristaltismo intestinal.

    Existem polissacardeos que apresentam tambm tomos de nitrognio, como aquitina (parede celular dos fungos e exoesqueleto dos artrpodes), coniferina (conferas)e digitalina (usada no tratamento de doenas cardacas).

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    OS LIPDIOS

    Os lipdios ou lpides so compostos orgnicos que tm a natureza de steres,pois so formados pela combinao de cidos (graxos) com lcoois.

    cidos graxos so cidos orgnicos que revelam longas cadeias, variando entre 14e 22 carbonos. Alguns cidos graxos so saturados e outros so insaturados.

    Os cidos graxos saturados no possuem qualquer ligao dupla entre os tomos decarbono, o que significa que no tm disponibilidade para receber mais tomos de

    hidrognio. Os cidos graxos insaturados possuem uma ou mais ligaes duplas entre ostomos de carbono, o que lhes permite receber tomos de hidrognio na molcula.O lcool mais comumente encontrado na composio dos lipdios o glicerol, que

    possui apenas 3 tomos de carbono. O glicerol pode se combinar com 1, 2 ou 3 molculas decidos graxos iguais ou diferentes entre si, formando os monoglicerdeos, diglicerdeos etriglicerdeos, estes ltimos muito comentados por suas implicaes com as doenas dosistema cardiocirculatrio, como a aterosclerose.

    Os lipdios so tambm compostos energticos, pois, na falta de glicose, a clulaos oxida para liberao de energia. Uma molcula lipdica fornece o dobro da quantidadede calorias em relao ao que oferece uma molcula glicdica. Entretanto, por ser maisfcil a oxidao de uma molcula de glicose, os lipdios s so metabolizados na faltadesta.

    Na clula eles tm tambm um papel estrutural. Participam da formao daestrutura da membrana plasmtica e de diversas outras. Nos animais homotermos, existe umacamada adiposa sob a pele que tem a funo de isolante trmico, evitando a perdaexcessiva de calor.

    Os lipdios atuam como solventes de algumas vitaminas (A, D, E, K) e outrassubstncias ditas lipossolveis, de grande importncia para os organismos.

    Uma caracterstica importante de todos os lipdios a circunstncia de no sedissolverem na gua, sendo solveis apenas nos chamados lquidos orgnicos como o lcool,o ter, o clorofrmio e o benzeno.

    Classificao dos Lipdios

    TIPOS CARACTERSTICAS EXEMPLOSGlicerdeos lcool: glicerol Gorduras e leos

    Cerdeos lcool: superior ao glicerol Ceras animal e vegetalSimples

    Esterdeos ouEsterides lcool de cadeia fechada(colesterol) Hormnios sexuais e docrtex das supra-renais

    Complexos Fosfolipdios Com radical fosforadoLecitina, cefalina e

    esfingomielina

    Os glicerdeos compreendem as gorduras e os leos. As gorduras so derivadas decidos graxos saturados e os leos de cidos graxos insaturados.

    As gorduras se mostram slidas temperatura ambiente, enquanto os leos seapresentam lquidos. Existem gorduras animais (banha de porco) e gorduras vegetais(gordura de coco), bem como leos animais (leo de fgado de bacalhau) e leos vegetais(de oliva, soja, milho, etc.).

    Os cerdeos ou ceras abrangem produtos de origem animal (cermen do ouvido e cerade abelha) e de origem vegetal (cera de carnaba, cutina).

    Os fosfolipdios possuem um radical fosforado, integrando uma cadeia nitrogenada.Constituem exemplos: a lecitina, integrante da membrana plasmtica de todas as clulasanimais e vegetais; a cefalina e a esfingomielina, encontradas na estrutura do encfalo eda medula espinhal.

    OS CIDOS NUCLICOS

    Existem dois tipos bsicos de cidos nuclicos: o cido desoxirribonuclico (DNA)e o cido ribonuclico (RNA).

    So substncias orgnicas bastante complexas que se apresentam dentro das clulascom duas importantes funes: coordenar a sntese de todas as protenas da clula etransmitir as informaes genticas durante a reproduo celular e atravs das geraes.Essas duas funes conferem aos cidos nuclicos o papel de principais responsveis pelavida e pelo tipo de atividade de cada clula.

    As clulas realizam suas funes, catalisando-as atravs das enzimas, que soprotenas, cuja sntese comandada pelos cidos nuclicos. Sem cidos nuclicos, asclulas no receberiam de suas antecessoras as informaes genticas para orientarem asntese das enzimas certas capazes de catalisar as reaes responsveis pelo tipo deatividade a ser desenvolvido por cada variedade de clula.

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    Os cidos nuclicos esto sempre associados a protenas, constituindo umanucleoprotena. Eles constituem a base qumica da hereditariedade.

    So encontrados em todos os seres vivos, entretanto, os vrus possuem apenas umtipo de cido nuclico, DNA ou RNA.

    Nas clulas, o DNA encontrado quase exclusivamente no ncleo, embora existatambm nos cloroplastos e nas mitocndrias. Tem a funo de sintetizar as molculas deRNA e de transmitir as caractersticas genticas. O DNA se encontra no ncleo celular,compondo o retculo nuclear e os cromossomos; encontrado tambm no interior dos plastose das mitocndrias. Eles formam os genes, pois no longo cdigo gentico de cada DNA,registrado na seqncia de suas bases nitrogenadas, est implcita a programao de um ou

    mais carter hereditrio. Se o DNA encerra no seu cdigo a programao para um certocarter, preciso que ele forme um RNA que transcreva o seu cdigo.

    O RNA encontrado tanto no ncleo como no citoplasma, embora sua funo decontrole da sntese de protenas seja exercida exclusivamente no citoplasma. Soencontrados no ncleo, formando os nuclolos e no citoplasma, formando os ribossomos.OsRNA so formados modelando-se em molculas de DNA (transcrio). O RNA, formado no moldedo DNA, passa ao citoplasma, levando consigo a mensagem do DNA. No citoplasma ele vaicumprir o seu papel, determinando a sntese de uma protena (traduo). Essa protenater um papel na manifestao do carter hereditrio condicionado pela presena daqueleDNA nas clulas do indivduo.

    Logo, o DNA tem uma funo eminentemente gentica, mas que s exercida pelaatividade dos RNA, que so sintetizadores de protenas.

    As unidades estruturais de um cido nuclico so as mesmas, tanto numa bactriacomo em um mamfero. Todos os cidos nuclicos so constitudos de filamentos longos nosquais se sucedem, por polimerizao, unidades chamadas nucleotdeos.

    Cada nucleotdeo constitudo por um fosfato (P), uma pentose (ribose oudesoxirribose) e uma base nitrogenada (adenina, guanina, citosina, timina ou uracila).

    O radical fosfato (HPO 4) (1) proveniente do cido fosfrico.A ose (uma pentose, monossacardeo com 5 tomos de carbono) a ribose no RNA, e

    a desoxirribose (2) no DNA.As bases (3-4-5-6) so de dois tipos: bases pricas e

    bases pirimdicas.As bases pricas so a adenina (A) e a guanina (G),

    ambas encontradas tanto no DNA como no RNA.As bases pirimdicas so a citosina, encontrada no

    DNA e no RNA; a timina (T), encontrada no DNA; e a uracila(U), encontrada no RNA.

    DNA RNA

    No DNA, encontramos sempre duas cadeias paralelas de nucleotdeos. No RNA, s huma cadeia de nucleotdeos. As cadeias de cidos nuclicos so longas e encerram muitascentenas de nucleotdeos. Elas se mostram como filamentos enrolados em trajetriahelicoidal. No caso do DNA, especificamente, as bases nitrogenadas se comportam como osdegraus de uma escada de corda.

    Verificou-se que no DNA a quantidade de adenina sempre igual de timina, e aquantidade de guanina sempre igual de citosina. Isso porque a adenina est ligada timina e a guanina se liga citosina. Essas ligaes so feitas por meio de pontes dehidrognio, duas pontes nas ligaes A-T e trs pontes nas ligaes C-G.

    A molcula de DNA tem a forma de uma espiral dupla, assemelhando-se a uma escadaretorcida, onde os corrimes seriam formados pelos fosfatos e pentoses e cada degrauseria uma dupla de bases ligadas s pentoses. A seqncia das bases nitrogenadas ao longoda cadeia de polinucleotdeos pode variar, mas a outra cadeia ter de ser complementar.

    Se numa das cadeias tivermos: A T C G C T G T A C A TNa cadeia complementar teremos: T A G C G A C A T G T A

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    As molculas de DNA so capazes de seautoduplicar (A - replicao), originando duasnovas molculas com a mesma seqncia de basesnitrogenadas, onde cada uma delas conserva a

    metade da cadeia da molcula original.Pela ao da enzima DNA-polimerase, as

    pontes de hidrognio so rompidas e as cadeias deDNA separam-se. Posteriormente, por meio da aode outra enzima, a DNA-ligase, novas molculas denucleotdeos vo-se ligando s molculascomplementares j existentes na cadeia original,seguindo as ligaes A-T e C-G.

    Dessa forma surgem duas molculas de DNA,cada uma das quais com uma nova espiralproveniente de uma molcula-me desse cido. Cadauma das duas novas molculas formadas contm

    metade do material original. Por esse motivo, oprocesso recebe o nome de sntese semiconservativa.

    A autoduplicao do DNA ocorre sempre que uma clula vai iniciar os processos dediviso celular (mitose ou meiose).

    1 - replicao2 - transcrio3 traduo

    Na figura ao lado tem-se uma representaoplana de um segmento da molcula de DNA- Um nucleotdeo formado por um grupo fosfato (I),uma molcula do acar desoxirribose (II) e uma

    molcula de base nitrogenada.- Um nucleotdeo com Timina (T) em uma cadeia pareiacom um nucleotdeo com Adenina (A) em outra cadeia.- Um nucleotdeo com Guanina (G) em uma cadeia pareiacom um nucleotdeo com Citosina (C) em outra cadeia.- Pontes de hidrognio se estabelecem entre as basesnitrogenadas T e A e entre as bases nitrogenadas C eG.

    AS PROTENAS

    Elas constituem o componente orgnico mais abundante na clula e isso se explicaporque so as principais substncias slidas que formam praticamente todas as estruturascelulares. Ainda que possam fornecer energia, quando oxidadas, as protenas so muito

    mais compostos plsticos ou estruturais e que tm relevantes funes na organizao, nofuncionamento, no crescimento, na conservao, na reconstruo e na reproduo dosorganismos.

    So sempre compostos quaternrios, pois possuem carbono, hidrognio, oxignio enitrognio na sua composio.

    Apresentam sempre elevado peso molecular, j queso formadas pela polimerizao de centenas deaminocidos, constituindo molculas enormes de estruturacomplexa. A hidrlise completa de uma molcula proticadetermina a liberao de um grande nmero de aminocidos.

    Aminocidos ou cidos aminados so os monmeros(molculas unitrias) de todas as protenas. Socompostos orgnicos cujas cadeias de carbono tminvariavelmente duas caractersticas: um radical COOH(carboxila ou grupamento cido) e um radical NH 2

    (grupamento amina); o restante da cadeia de carbonos que diferencia um aminocido de outro. Os aminocidos secombinam encadeando-se uns aos outros por meio deligaes peptdicas que so ligaes entre o grupo COOHde um aminocido e o radical NH 2 de outro, com a sada de uma molcula de gua.

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    Na natureza das protenas comuns que formam a matria viva so comumenteencontrados cerca de 20 aminocidos diversos. Nos animais, um aminocido consideradoessencial quando no pode ser sintetizado pelas clulas, tendo que ser absorvido atravsda alimentao, e natural quando pode ser sintetizado pelas clulas. Nos seres humanos, ofgado o responsvel pelas reaes de transaminao ou sntese de aminocidos.

    Classificao dos Aminocidos nos Seres Humanos

    ESSENCIAIS NATURAISFenilalanina (FEN)Isoleucina (ILE)Leucina (LEU)Lisina (LIS)Metionina (MET)Treonina (TRE)Triptofano (TRI)

    Valina (VAL)

    Alanina (ALA)cido asprtico (ASP)cido glutmico (GLU)Arginina (ARG)Asparagina (ASN)Cistena (CIS)

    Glutamina (GLN)Glicina (GLI)Histidina (HIS)Prolina (PRO)Serina (SER)Tirosina (TIR)

    A seqncia de aminocidos em cadeias peptdicas determina a formao dedipeptdios, tripeptdios, etc., a partir de 4 aminocidos se qualifica o polmero depolipeptdio. A disposio intercalada, repetitiva, invertida dos 20 aminocidos, em

    molculas que podem chegar a mais de mil monmeros, o que justifica o nmeroincalculvel de protenas diferentes na natureza. s vezes, basta uma inverso na posio

    entre dois aminocidos, a ausncia de um ou a presena de mais um, em qualquer ponto daseqncia, para que j se tenha uma nova protena, com propriedades diversas.

    Algumas molculas proticas se mostram como finos e longos filamentos que soinsolveis em gua. Essas so as protenas fibrosas como o colgeno e a fibrina. Na

    maioria dos casos, a molcula protica formada por cadeias enroscadas como um novelo,assumindo aspecto globular. Estas participam das estruturas celulares (na membranaplasmtica, no colide citoplasmtico, na formao dos cromossomos e genes, etc.) ou tmao ativadora das reaes qumicas (enzimas).

    Existem protenas simples que so formadas apenas pelo encadeamento deaminocidos, e protenas complexas, em cuja composio se encontra tambm um radical noprotico. So as glicoprotenas, as lipoprotenas, as cromoprotenas e asnucleoprotenas.

    As protenas necessitam de temperaturas e pH especficos. Alteraes muitograndes na temperatura ou no pH podem inativar ou desnaturar as protenas. Ao se tornarinativa ela deixa de realizar suas funes, porm pode voltar ao normal se o meio setornar propcio. Ao se desnaturar ela perde a sua forma e funo caractersticas e no

    mais retorna condio inicial.

    As Enzimas

    Enzimas so protenas especiais que tm ao catalisadora (biocatalizadoresorgnicos), estimulando ou desencadeando reaes qumicas importantssimas para a vida,que dificilmente se realizariam sem elas. So sempre produzidas pelas clulas, mas podemevidenciar sua atividade intra ou extracelularmente. Realizada a sua ao, a enzimapermanece intacta. Ela acelera a reao, mas no participa dela. Assim, uma mesma

    molcula de enzima pode atuar inmeras vezes.

    So caractersticas das enzimas:- Atividade especfica na relao enzima-substrato:

    So considerados substratos as substncias sobre as quais agem asenzimas. Cada enzima atua exclusivamente sobre determinado oudeterminados substratos, no tendo qualquer efeito sobre outros.- Atividade reversvel:A atividade enzimtica pode ocorrer nos dois sentidos da reao(a+b=c ou c=a+b).- Intensidade de ao proporcional temperatura:Dentro de certos limites, a intensidade de ao daenzima aumenta ou diminui quando a temperatura seeleva ou abaixa. O ponto timo de ao das enzimasvaria de um organismo para outro. Variaes muitograndes de temperatura levam inativao oudesnaturao da enzima.- Intensidade de ao relacionada com o pH:Algumas enzimas s agem em meio cido, outras somenteem meio alcalino. Mudanas no pH podem inativar oudesnaturar a enzima.

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    Os Anticorpos

    Outro grupo importante de protenas so os anticorpos.Quando uma protena estranha (antgeno) penetra em um organismo animal, ocorre a

    produo de uma protena de defesa chamada anticorpo. Eles so produzidos por clulas dosistema imunolgico (linfcitos).

    Os anticorpos so especficos; determinado anticorpo age somente contra aqueleantgeno particular que induziu a sua formao.

    Desde que um certo antgeno tenha penetrado uma primeira vez no organismo,provocando a fabricao de anticorpos, o organismo guarda uma lembrana da protenainvasora. Ocorrendo novas invases, o organismo se defende com os anticorpos formados.Diz-se que o organismo ficou imunizado.

    Se a ao do antgeno for muito rpida, perigosa ou letal, a cincia recorre avacinas e soros.

    As vacinas vo induzir o organismo a produzir anticorpos contra determinadoantgeno (imunizao ativa) enquanto os soros j contm o anticorpo especfico(imunizao passiva).

    AS VITAMINASSo substncias orgnicas especiais que atuam a nvel celular como

    desencadeadores da atividade de enzimas (coenzimas). Elas so atuantes em quantidades mnimas na qumica da clula, com funo exclusivamente reguladora. So produzidas

    habitualmente nas estruturas das plantas e por alguns organismos unicelulares.Os seres mais desenvolvidos necessitam obt-las atravs da alimentao. Algumas

    vitaminas so obtidas pelos animais na forma de provitamina, substncia no ativa,precursora das vitaminas propriamente ditas. Assim acontece com a vitamina A, que encontrada como provitamina A ou caroteno; e a vitamina D 2 (calciferol), obtida de certosleos vegetais na forma de ergosterol ou provitamina D 2. A falta de determinada vitaminano organismo humano causa distrbios que caracterizam uma avitaminose ou doenacarencial. A melhor forma de se evitar as avitaminoses consumir uma dieta rica emfrutos, verduras, cereais, leite e derivados, ovos e carnes.

    As vitaminas se classificam em hidrossolveis e lipossolveis, conforme sejamsolveis em gua ou lipdios (leos e gorduras). So lipossolveis as vitaminas A, D, E eK; as demais so hidrossolveis. As vitaminas hidrossolveis dissolvem-se na gua duranteo processo de cozimento de verduras e legumes, por isso, recomenda-se o aproveitamento docaldo resultante.

    Vitamina A (axeroftol ou retinol)Pode ser encontrada no leite, na manteiga, na gema de ovos, nos leos de fgado

    de bacalhau e baleia, na cenoura, nas pimentas e outros vegetais amarelos, alaranjados evermelhos.

    termoestvel, pois suporta temperaturas de at 100 0C. importante nosprocessos de cicatrizao e entra na composio da rodopsina ou prpura visual,substncia formada na retina e necessria para o bom funcionamento da viso.

    A sua carncia provoca dificuldade de adaptao da viso em locais poucoiluminados, o que conhecido como hemeralopia ou cegueira noturna. Tambm provoca a

    xeroftalmia, que um processo de ressecamento e ulcerao da crnea transparente doolho, podendo levar cegueira parcial ou total.

    Vitamina B 1 (tiamina ou aneurina)Encontrada no arroz e trigo integrais, na levedura de cerveja e em vegetais

    verdes folhosos (couve, repolho, alface), fgado, ovos, soja, nozes, feijes, leite ederivados, frutas frescas, carne e peixes.

    Atua nos processos de oxidao da glicose e outros carboidratos.Sua carncia provoca o beribri, caracterizado por fraqueza e atrofia muscular,

    inflamao de nervos perifricos (polineurite), absoro defeituosa de alimentos nointestino, falta de apetite (anorexia), crescimento retardado, inchaos (edemas) einsuficincia cardaca.

    Vitamina B 2 (riboflavina)Tambm obtida de vegetais folhosos, de cereais, do leite e de frutos.Tambm previne contra neurites.Sua carncia provoca leses na mucosa bucal (glossite) e rachaduras nos cantos

    dos lbios (queilose).

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    Vitamina B 12 (cianocobalamina e hidroxicobalamina) encontrada na carne fresca, no fgado, nos rins e produzida no intestino por

    alguns microorganismos (leveduras do gnero Streptomyces). essencial para o processo de maturao dos glbulos vermelhos na medula ssea.

    Tem ao antineurtica e antianmica.Sua carncia provoca a formao de hemcias imaturas, ocasionando a chamada

    anemia perniciosa ou megaloblstica.

    Vitamina PP (niacina ou nicotinamida)Pertence ao complexo B, sendo obtida das mesmas fontes das anteriores.Sua carncia ocasiona a pelagra, distrbio que provoca diarria, dermatite

    (inflamao da pele) e leses nervosas que afetam o sistema nervoso central, levando demncia. chamada doena dos trs D: dermatite, diarria, demncia.

    Alm dessas, fazem parte do Complexo B as vitaminas B 6 (piridoxina), H (biotina)e P (rutina), assim como o cido flico, o cido pantotnico, a colina e o inositol.

    Vitamina C (cido ascrbico)Encontrada nos frutos ctricos (laranja, limo, tangerina), na acerola, no caju,

    no pimento, na goiaba e nas hortalias em geral.Decompe-se facilmente quando exposta s condies normais do meio ambiente. essencial para a produo adequada de colgeno, participa do desenvolvimento do

    tecido conjuntivo e estimulante da produo de anticorpos pelo organismo. por isso

    chamada de vitamina antiifecciosa, sendo largamente usada no tratamento e preveno dosestados gripais.Sua carncia provoca o escorbuto, caracterizado por leses da mucosa intestinal

    com hemorragias digestivas, vermelhido das gengivas que sangram facilmente eenfraquecimento dos dentes.

    Vitamina E (tocoferol)Encontrada nas verduras, cereais (aveia, cevada, milho, trigo, arroz),

    leguminosas (feijo, ervilha, soja), leite e seus derivados, ovos, etc.Age como estimulante da gametognese, retarda o envelhecimento e regulariza a

    taxa de colesterol.

    Vitamina K (filoquinona) encontrada em vegetais folhosos e no alho. Tambm sintetizada naturalmente

    pela flora bacteriana do nosso intestino delgado. conhecida como anti-hemorrgica porque atua no mecanismo de formao da

    protrombina, substncia que entra no processo de coagulao sangnea.Sua carncia ocasiona um tempo maior para a coagulao do sangue, o que pode ser

    fatal em alguns casos.

    Vitamina D [calciferol (D 2 vegetal) e 7-deidrocolesterol ativado (D 3 - animal)]Na forma de provitamina D 2 (ergosterol), encontrada nos leos vegetais e de

    fgado de bacalhau e baleia, leite e seus derivados, gema de ovos, fgado bovino, etc. Sse forma pela transformao das provitaminas na pele, quando o indivduo se expe sradiaes ultravioletas dos raios solares.

    Ela atua estimulando a absoro dos sais de clcio nos intestinos, regulando asua fixao nos ossos e nos dentes.

    A carncia de vitamina D implica no raquitismo, doena que se caracteriza pelaformao defeituosa dos ossos e dentes. Os ossos ficam moles e deformveis, comprometendo

    o crescimento. Os ossos da cabea se alargam e os do trax se deformam, originando ochamado peito de pombo (curvatura ssea do trax para fora), os ossos da perna securvam para fora, a coluna vertebral se apresenta com salincias anormais (rosrioraqutico).

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    A ORGANIZAO CELULAR DOS SERES VIVOSA CLULA SUA ESTRUTURA E SEU FUNCIONAMENTO

    Com exceo dos vrus, todos os demais seres tm as suas estruturas fundamentadasna clula. Muitos so apenas unicelulares, outros so multicelulares. Mas, a despeito dealgumas diferenas, a arquitetura fundamental da clula se repete com impressionantesemelhana em todos os nveis de organizao, o que justifica considerarmos a clula comoa unidade biolgica.

    Na sua diminuta dimenso, a clula demonstra um admirvel arranjo na disposiode microestruturas diferentes, que representam os seus orgnulos. A ela cabe a realizaode importantes funes, como o determinismo gentico, a sntese de protenas, oarmazenamento e a liberao de energia, a produo de substncias que devem atuar no meioextracelular controlando as funes do organismo, ou at mesmo cuidando em manter oequilbrio fsico-qumico (hidrossalino e cido-bsico) fundamental preservao davida.

    A parte da Biologia que estuda a clula se chama Citologia.O termo clula foi usado pela primeira vez em 1665, por Robert Hooke, quando

    observava em um microscpio rudimentar um pequeno fragmento de cortia. A cortia umtecido vegetal obtido da casca de caules velhos de certas rvores, no qual as clulas j

    morreram e desapareceram. Mas as clulas deixam o seu vestgio no contorno das camadas desuberina, substncia que antes as envolvia. Vendo aquela grande quantidade de diminutosespaos vazios na estrutura da planta, Hooke resolveu cham-los de clulas pequeninascelas. Tempos depois outros cientistas conseguiram ver a clula viva e descobriram queela um corpo minsculo, cheio de contedo e com funes muito importantes. Mas o nomeclula foi conservado.

    Em virtude de suas minsculas dimenses, as clulas s podem ser estudadas comajuda do microscpio. Ele um aparelho que aumenta as imagens.

    O microscpio ptico ou de luz (MO) usa um feixe de luz que atravessa a clula,passa por um sistema de lentes e vai projetar no olho do observador a imagem imensamenteaumentada. Como a maior parte da estruturas celulares no tem cor, usam-se corantesespecficos para determinadas partes da clula. Os tecidos tm de ser preparados emcortes finssimos, para que a luz os atravesse. Pode-se observar a clula viva,dependendo da tcnica de preparao.

    O microscpio eletrnico (ME) usa um feixe de eltrons que detonado por umcanho de eltrons numa cmara de vcuo, onde posto o material com a clula a serexaminada. A imagem observada, indiretamente, em uma tela. S podemos observar clulas

    mortas embora seja possvel v-la por todos os ngulos.

    O microscpio ptico oferece aumentos de 100 at 1 200 vezes, enquanto oeletrnico pode ampliar a imagem mais de 500 000 vezes. A capacidade de aumento de um microscpio denominada poder de resoluo, que a capacidade de distino entre dois

    pontos muito prximos.

    Clulas Procariotas e Eucariotas

    Em alguns organismos mais simples a clula no apresenta um ncleoindividualizado, bem visvel, em cujo interior se concentra o material gentico. Falta-lhe a membrana nuclear, carioteca ou cariomembrana; o contedo nuclear se apresentaespalhado por todo o interior celular, dando a impresso de que a clula no possuincleo. Ela o possui, apenas no est individualizado; encontra-se disperso ou difuso nocitoplasma. Esse tipo de clula chamado de procariota e, os organismos que so formadospor clulas desse tipo so os procariontes. Bactrias e cianfitas (algas cianofceas)so procariontes e esto agrupadas no reino Monera.

    Todos os demais seres possuem clulas com ncleo bem individualizado, dotadas decariomembrana e so chamados eucariontes, e suas clulas, visivelmente nucleadas, soqualificadas de eucariotas. So os protistas, fungos, vegetais e animais.

    Clula procariota Clula eucariota animal

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    Clula vegetal. O nmero 1 representa oretculo endoplasmtico, o nmero 2

    corresponde ao cloroplasto e o nmero 3refere-se estrutura responsvel pororganizar ribossomos.

    A Origem das Clulas

    Segundo a hiptese que tenta explicar a origem da vida, as primeiras clulas quesurgiram eram procariotas anaerbias. Essas clulas, para sobreviver, realizavam afermentao. Posteriormente apareceram as clulas procariotas fotossintetizantes. Estastinham a capacidade de realizar a fotossntese, liberando o oxignio (O2) para aatmosfera terrestre. Depois delas surgiram as clulas procariotas aerbias, que passarama utilizar o O2 para respirar.

    Tudo isso aconteceu h cerca de 3,5 bilhes a 2 bilhes de anos. A partir dessapoca surgiram as clulas eucariotas. A princpio, essas clulas tinham a estrutura deuma clula procariota anaerbia. Sua membrana comeou a formar evaginaes e invaginaesde tal forma que sua superfcie tornou-se bastante ampliada. Essas transformaes da

    membrana foram originando organelas, como o retculo endoplasmtico, o complexo de Golgie a prpria carioteca.

    Acredita-se que os cloroplastos e as mitocndrias so as nicas organelas que notiveram essa origem. As mitocndrias teriam se formado a partir de bactrias aerbias queforam englobadas por seres eucariontes anaerbios. A partir da, passaram a viver numarelao mutualstica: o eucarionte dava proteo bactria aerbia (agora mitocndria) edesta aproveitava a capacidade respiratria que lhe fornecia a energia necessria suasobrevivncia.

    Da mesma forma, alguns procariontes fotossintetizadores associaram-se com certoseucariontes passando a viver mutualisticamente. No curso da evoluo esses procariontestornaram-se cloroplastos vivendo em organismos eucariontes, agora fotossintetizadores.

    As Dimenses das Clulas

    1 m (micrmetro) = 0,001 mm (1 milsimo de milmetro)1 nm (nanmetro) = 0,000 001 mm (1 milionsimo de milmetro)1 (ngstrm) = 0,000 000 1 mm (1 dcimo milionsimo de milmetro)

    A grande maioria ou quase totalidade das clulas tem dimenses microscpicas, medidas em micrmetros. Existem, porm, clulas macroscpicas como a gema do ovo, a fibra

    do algodo e as clulas das algas Nitella sp. e Acetabularia sp. , que so medidas emcentmetros (cm).

    As menores clulas conhecidas pertencem s bactrias do gnero Mycoplasma (PPLO),que podem ser menores que alguns vrus e so medidas em nanmetros.

    Estruturas Celulares dos Eucariontes

    Existem algumas diferenas notveis entre clulas animais e vegetais, mas, aarquitetura e o padro geral de funcionamento so os mesmos para todas. As clulasvegetais costumam ter contornos prismticos, com grandes vacolos centrais, deixando ocitoplasma comprimido na periferia. A sua membrana plasmtica protegida por uma paredecelular formada de celulose. A clula animal costuma ser arredondada ou achatada, semngulos acentuados, revelando ausncia de grandes vacolos, bem como de parede celular.

    A maior parte dos orgnulos intracelulares delimitada por membranaslipoproticas. So os orgnulos membranosos como o retculo endoplasmtico, complexogolgiense, mitocndrias, cloroplastos, lisossomos e ncleo que, juntamente com a membranaplasmtica, formam o sistema de membranas da clula.

    Alguns poucos orgnulos no so delimitados por membranas como os ribossomos,centrolos e cromossomos que formam o sistema no-membranoso.

    Clula Animal

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    Esquema ultra-estrutural da membrana celular. A natureza

    qumica dos componentes 1, 2 e 3,respectivamente, : lpides;lpides; protenas.

    1 indica a camada de fosfolipdios.2 indica protena responsvel pelo transporte

    de certas substncias que atravessam a membrana.3 indica carboidrato que forma o glicoclix.

    MEMBRANAS CELULARES: OS PORTES DAS CLULAS

    A membrana plasmtica o envoltrio celular, regula a entrada e sada desubstncias e impede que o contedo celular se derrame para o exterior. Ela se apresentaao ME com duas camadas escuras, mais densas, separadas por uma camada mais clara, menosdensa. Atualmente se admite que a membrana plasmtica formada por uma dupla camadalipdica (fosfolipdios) e mergulhadas nessa matriz lipdica encontram-se as molculas deprotenas com ampla capacidade de movimentao e deslocamento, cabendo-lhes papel de

    relevante importncia na reteno e no transporte de outras molculas atravs da membrana, entre os meios intra e extracelulares.

    As substncias lipossolveis atravessam a membrana, passando diretamente atravsda dupla camada lipdica. As demais so transportadas pelas molculas proticas que se

    movimentam, recolhendo-as de um lado e largando-as do outro. ons e pequenas molculashidrossolveis, inclusive a prpria gua, atravessam a membrana por minsculos canaisformados pelas molculas proticas.

    Especializaes da Membrana Plasmtica

    A membrana plasmtica revela adaptaes especiais como: microvilosidades,desmossomos, interdigitaes, plasmodesmos, clios e flagelos.

    Microvilosidades (A) so minsculas expansesem forma de dedos na superfcie da clula que seprojetam para o meio extracelular quando se tornanecessrio ampliar a rea de absoro da clula. Sonumerosssimas nas clulas epiteliais de revestimentoda mucosa intestinal.

    Desmossomos (B) so destinados maiorfixao de uma clula s suas vizinhas. Cadadesmossomo compreende duas metades, cada umpertencente a uma clula. O espao entre eles contmuma substncia cimentante formada por molculas deglicoprotenas.

    Interdigitaes representam um recurso para proporcionar a melhor ligao das

    clulas entre si num tecido. A superfcie celular descreve salincias e reentrncias quese encaixam perfeitamente nas das clulas vizinhas.Plasmodesmos compreendem pontes de continuidade do citoplasma entre clulas

    vizinhas, graas a diminutas interrupes nas membranas de separao entre tais clulas.So exclusivos das clulas vegetais.

    Clios e flagelos so expanses celulares finas e muito mveis que contribuempara a movimentao celular com deslocamento ou para proporcionar o aparecimento decorrentes lquidas ao redor das clulas. Em bactrias, protozorios, euglenfitas,pirrfitas e em clulas reprodutoras (gametas masculinos) de plantas e animais(anterozides e espermatozides) esses orgnulos atuam na motricidade celular. Em tecidosanimais, como no epitlio ciliado das trompas de Falpio e no epitlio ciliado datraquia, eles formam um fluxo de lquido. Em clulas bacterianas essas estruturas soapenas expanses citoplasmticas. J nos protozorios e organismos multicelulares,flagelos e clios so mais complexos e ligados ao centrolo (microtbulos).Os clios socurtos e numerosssimos, enquanto os flagelos so longos e pouco numerosos.

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    A figura ao lado representa uma hemcia (A)que sofre plasmlise quando mergulhada em um

    meio hipertnico (1), e turgescnciaquando mergulhada em um meio hipotnico (2).

    A Parede Celular ou Parede Esqueltica

    Aparece nas clulas dos vegetais, das algas protistas, dos fungos e dosorganismos procariontes (bactrias e cianofceas) como um envoltrio rgido e espesso,que serve de proteo e suporte. No existe nas clulas dos animais ou dos protozorios.Sua composio qumica varia segundo o tipo celular. Assim, nas bactrias composta deglicoprotenas; nas algas diatomceas compe-se de slica; nos fungos constituda dequitina, etc.

    Nas clulas vegetais jovens, a parede celular compe-se de celulose e pequenaquantidade de pectina e glicoprotenas. Essa a parede celular primria que poucorgida, apresentando certa elasticidade e permeabilidade. medida que a clula sediferencia, tornando-se adulta, na parede celular primria depositam-se substncias denatureza qumica diferente como, por exemplo, a lignina e a suberina, formando a paredecelular secundria. O espao ocupado pelo lmen celular diminui devido ao espessamentodessa parede. Em alguns casos o contedo vivo acaba por morrer, restando um lmen vaziocomo acontece na cortia.

    As clulas vegetais que permanecem em contato direto com a atmosfera apresentamuma cobertura de substncias de natureza graxa (cutina ou cera), cujo objetivo evitar aperda excessiva de gua. Geralmente a parede celular no contnua, deixa uns poros oupontuaes em certas regies por onde o citoplasma de uma clula se comunica com ocitoplasma de clulas vizinhas atravs dos plasmodesmos.

    Apesar de rgida, a parede celular permevel gua, que a atravessa livrementeem ambos os sentidos. Ela pode se destacar da membrana plasmtica se a clula for

    submetida a uma soluo hipertnica e perder gua para o meio extracelular. Neste caso, ocitoplasma se retrai e a membrana plasmtica se desgarra da parede celular.

    Atividades da Membrana Plasmtica

    O que caracteriza a vida da clula a sua inaltervel constituio fsico-qumica, e compete membrana celular manter um controle rgido do intercmbio desubstncias entre os meios intra e extracelular. O conjunto de substncias que formam a

    matria viva e ativa da clula recebe o nome de protoplasma e compe-se de soluescoloidais, solues qumicas e suspenses. As solues coloidais no atravessam as

    membranas semipermeveis, entretanto a gua e as solues qumicas podem atravessarfacilmente a membrana pelo processo de difuso simples que compreende a osmose e adilise.

    A osmose a passagem de molculas de gua atravs de uma membrana semipermevelsempre no sentido do meio hipotnico para o meio hipertnico. Se a clula no se mantiverem isotonia com o meio extracelular pode ocorrer a turgescncia ou a plasmlise. Naturgescncia a clula absorve um excesso de gua que a faz aumentar de volume, podendoocorrer a ruptura da membrana e a morte celular. Na plasmlise a clula perde gua parao meio e se desidrata. Seu volume sofre retrao, podendo ocorrer a morte celular.Recolocada em meio isotnico ela volta ao volume normal.

    A dilise a difuso de partculas do soluto das solues qumicas atravs da membrana plasmtica sempre no sentido da soluo mais concentrada para a soluo menos

    concentrada.Na difuso facilitada participam molculas de natureza protica que recolhem

    pequenas molculas e ons do meio extracelular e os descarregam no meio intracelular evice-versa.

    A osmose, a dilise e a difuso facilitada so consideradas como transportepassivo, pois em nenhuma delas ocorre dispndio de energia pela clula. Em funo dessasatividades, dizemos que a membrana plasmtica dotada de permeabilidade seletiva,controlando as substncias que entram ou saem do meio celular.

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    Na figura acima, as setasnumeradas indicam osentido do fluxo de guaem duas clulas.

    I e II - osmose,III - transporte ativo.

    1 - Captura de ons Na +

    2 - Liberao de ons Na +3 - Captura de ons K +

    4 - Liberao de ons K +

    transporte ativo

    A membrana realiza ainda o transporte ativo e o transporte em bloco.

    No transporte ativo j se observa o consumo de energia pela clula. Ele consistena passagem de molculas de um lado para o outro da membrana plasmtica sempre contra umgradiente de concentrao, contra as leis da difuso.

    A absoro de sais pelas razes das plantas e a passagem da glicose para ointerior das clulas so exemplos de transporte ativo.

    O transporte em bloco compreende o englobamento de substncias cujo volume nopoderia atravessar a membrana sem romp-la. A clula promove modificaes na suasuperfcie no sentido de englobar o material a ser recolhido ou eliminado. Compreende aendocitose (fagocitose e pinocitose) e a exocitose. A fagocitose o englobamento departculas slidas. Amebas, leuccitos e macrfagos (tecido conjuntivo) realizamfagocitose emitindo pseudpodos (expanses citoplasmticas) que abraam o material a serenglobado. A pinocitose o englobamento de partculas lquidas. As clulas da mucosaintestinal absorvem os nutrientes resultantes da digesto por pinocitose. A exocitose ouclasmocitose um movimento contrrio endocitose destinado expulso de substncias.

    Fagocitose

    O CITOPLASMA E SUAS ESTRUTURAS

    O citoplasma tem uma estrutura complexa com uma emaranhada rede de canalculos, eos espaos que permeiam essa rede so preenchidos por um material que constitui ohialoplasma ou citoplasma fundamental.

    No espao entre a membrana plasmtica e a nuclear encontram-se: retculoendoplasmtico, mitocndrias, complexo ou aparelho golgiense, cloroplastos, centrolos oucentrossomos, ribossomos, lisossomos, vacolos e microtbulos.

    O retculo endoplasmtico um sistema de canalculos que confluem para pequenosvacolos ou se abrem em bolsas achatadas ou cisternas, formando uma emaranhada rede queocupa a maior parte do citoplasma. Todo esse sistema delimitado por membranaslipoproticas. Ele s encontrado nas clulas dos eucariontes, estendendo-se muitasvezes desde a membrana plasmtica at a carioteca, aumentando grandemente a superfcieinterna celular.

    Em alguns pontos observa-se a presena de grande nmero de ribossomos aderidos face externa das membranas do retculo endoplasmtico. Os ribossomos so grnulosformados de protenas e RNA que atuam na sntese protica. As regies do retculo

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    endoplasmtico onde se acumulam os ribossomos caracterizam o retculo endoplasmticogranuloso (REG). Nas clulas glandulares e naquelas onde a sntese protica intensa, oREG se mostra muito desenvolvido.

    Quando o retculo endoplasmtico apresenta membranaslisas, sem ribossomos, chamado de retculo endoplasmtico no-granuloso (RENG), funcionando na sntese de lipdios e como via detransporte de substncias de um ponto para outro do citoplasma.

    O RENG desempenha as seguintes funes:. nele se realizam reaes enzimticas facilitadas por sua amplasuperfcie;. transporta substncias atravs da formao de vesculas;. armazena substncias por meio de vacolos;. sintetiza lipdios como o colesterol, a lecitina e os hormnios sexuais.

    O REG, alm dessas funes, sintetiza protenas graas presena dos ribossomos.

    O complexo golgiense uma regio especial do RENG que se mostra como umempilhamento de bolsas achatadas ou cisternas, rodeadas de pequenos vacolos ou vesculasque se desprendem da bolsa por brotamento. Existe emtodas as clulas eucariotas.

    Desenvolve as seguintes atividades:acmulo de protenas sintetizadas no REG para

    posterior eliminao por clasmocitose;produo de glicoprotenas graas associao de

    molculas de protenas provenientes do REG compolissacardeos sintetizados no prprio complexogolgiense pela polimerizao de monossacardeos obtidospela alimentao;

    sntese de esterides, como sucede em clulas dasglndulas supra-renais e nas gnadas.

    As mitocndrias so encontradas em todas as clulas eucariotas. O seu contorno delimitado por uma dupla membrana lipoprotica.A externa lisa e a interna pregueada oufranjada, com numerosas dobras perpendicularesao eixo do orgnulo chamadas de cristas

    mitocondriais. Essas cristas dividem o interiorda mitocndria em lojas que fazem continuidadeentre si. O interior do orgnulo preenchidopor um material homogneo, a matriz

    mitocondrial.Desenvolvem importante atividade nos

    processos metablicos celulares. Reprocessam aenergia contida nas molculas dos compostosorgnicos obtidos pela alimentao (respiraocelular), transferindo o acmulo energtico paraoutras molculas especializadas paraarmazenamento e liberao rpida de energia. Elas produzem molculas de ATP (adenosinatrifosfato).

    Dispem de molculas de DNA e RNA, ribossomos, sintetizam suas prprias protenase se auto-reproduzem.

    Plastos ou plastdios so orgnulos de estrutura membranosa encontrados em todas

    as clulas vegetais e em alguns protistas como as euglenfitas e diatomceas. Soinexistentes nas moneras, nos fungos e nos animais.Os plastos so dotados de uma dupla membrana de natureza lipoprotica. A externa

    lisa e a interna faz dobras ou franjas que se dispem como lminas paralelas no sentidodo maior eixo do plasto. Essas dobras se chamam lamelas e na sua estrutura qumica seencontra a clorofila, substncia extremamente importante para a realizao dafotossntese. So portadores de DNA, RNA, ribossomos e se auto-reproduzem.

    Compreendem algumas variedades que se distinguem essencialmente pela cor, emfuno dos pigmentos de que so portadores. Cloroplastos (verdes com clorofila),leucoplastos (brancos com amido ou lipdios) e cromoplastos ou cromatforos (amarelos xantoplastos; pardos feoplastos; vermelhos eritroplastos).

    De qualquer cor, todos eles so cloroplastos disfarados, queacumularam pigmentos diversos, encobrindo a clorofila. Osleucoplastos so brancos pelo acmulo de amido, lipdios ouprotenas. So abundantes nas clulas de armazenamento das razes,caules e frutos. Os cromoplastos acumulam pigmentos carotenides quelhes do a cor amarela, alaranjada ou vermelha. Podem ser vistos nasfolhas, nos frutos, na cenoura, beterraba, etc.

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    Os lisossomos so minsculas vesculas delimitadas por membrana lipoprotica eespalhadas pelo citoplasma. Existem sempre nas clulas animais. Desempenham papelimportante na realizao da digesto intracelular, pois encerram no seu interior razovelquantidade de enzimas hidrolisantes (proteolticas, lipolticas e glicolticas).

    Atuam intensamente na autlise e autofagia. Quando um orgnulo envelhecido digerido no lisossomo ocorre a autofagia e quando h necessidade da destruio total daclula os lisossomos se rompem e seu contedo se derrama no citoplasma, realizando aautlise (metamorfose dos sapos, por exemplo).

    O desenvolvimento de seres multicelularesdepende da morte programada de certas clulas. Essefenmeno biolgico, regulado por genes, conhecidocomo apoptose e est ilustrado nestas figuras:I - Durante a metamorfose, desaparecem as guelras, asnadadeiras e a cauda.II - No embrio, os sulcos dos dedos das mos soformados como conseqncia da morte das clulas das

    membranas interdigitais a apoptose que ocorre no caso Iresulta da ao de enzimas digestivas presentes noslisossomos.

    A ocorrncia de alteraes nos genesresponsveis pela apoptose, nos casos I e II, pode ser transmitida aos descendentes

    Os peroxissomos so pequeninas vesculas contendo enzimas oxidantes e limitadas

    por membrana lipoprotica. Originam-se a partir do RENG, onde acumulam enzimasprovenientes do REG. Dentre as enzimas acumuladas, a de ao mais notvel a catalase,que oxida a gua oxigenada ou perxido de hidrognio (H 2O2), decompondo-a em gua comum eoxignio nascente. A gua oxigenada se forma nas clulas como produto final de certasreaes e tem efeito altamente lesivo.

    Os vacolos dividem-se em trs tipos essenciais: digestivos, pulsteis e de sucocelular.

    Os vacolos digestivos so resultantes da fuso de fagossomos ou pinossomos comos lisossomos (fagocitose e pinocitose).

    Os vacolos pulsteis ou contrteis so encontrados nosprotozorios e euglenfitas, nos quais contribuem para a

    manuteno do equilbrio homeosttico, pois eliminam o excesso degua e alguns derivados nitrogenados do metabolismo protico, comoamnia.

    Os vacolos de suco celular so observados nas clulasvegetais. Contm gua com algumas substncias e pigmentos.Pequenos e numerosos nas clulas vegetais jovens, crescem e sefundem na clula vegetal adulta, formando poucos e enormes vacolos repletos de lquidosque deslocam o citoplasma para a periferia.

    O centrossomo, centro-celular ou centrolo uma estrutura no membranosa docitoplasma, existente em clulas de animais e de vegetais inferiores (algas e brifitas).S bem visvel durante a mitose (diviso celular), quando dele se irradiam os

    microtbulos que orientam a distribuio dos cromossomos para as clulas-filha. Soimportantes tambm na formao de flagelos e clios.

    Os ribossomos so gros formados por RNA e protenas. Esto presentes emtodos os seres vivos, at nos mais simples como os PPLO. Podem ser encontrados dispersos

    no citoplasma (procariontes) ou ligados ao REG (eucariontes)

    O NCLEO CELULAR

    uma estrutura na maioria das vezes esfrica, delimitada por uma membrana duplacom numerosos poros e que se apresenta praticamente em todas as clulas, pois nasprocariotas ele se encontra difuso. As nicas clulas verdadeiramente anucleadas so ashemcias dos mamferos. Algumas clulas podem apresentar mais de um ncleo(polinucleadas) como as clulas musculares estriadas esquelticas dos seres humanos.

    O ncleo encerra nos seus cromossomos todo o material gentico (DNA) que respondepela programao completa das atividades que a clula dever desenvolver durante toda asua vida e pela transmisso dos caracteres hereditrios; controla a formao dos RNA, queno citoplasma vo comandar a sntese de protenas; tem, portanto uma importncia decisivano comportamento e na vida da clula. Se ela perder o ncleo morrer.So componentes gerais do ncleo: - membrana nuclear, cariomembrana ou carioteca;

    - nucleoplasma, suco nuclear ou cariolinfa;- cromatina;- cromossomos;- nuclolos.

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    Cariomembrana uma membrana dupla de natureza lipoprotica, com numerosos poros,que faz continuidade com o retculo endoplasmtico. Durante a mitose (diviso celular)ela se desfaz para voltar a se restaurar no final do processo.

    Nucleoplasma, Suco nuclear ou Cariolinfa um lquido claro, homogneo, contendogua e protenas globulares, onde se encontram mergulhados os outros componentes.

    Cromatina uma rede de filamentos delgados que se denominam cromonemas.A cromatina uma protena composta por grande nmero de aminocidos ligados a um

    radical de cido nuclico (DNA). Durante a interfase, os cromonemas ficam distendidos,formando uma rede.

    Cromossomos so cordes curtos e grossos formados pelo espiralamento doscromonemas. Possuem centrmeros e braos.

    So classificados em metacntricos (A), submetacntricos (C), acrocntricos (B) etelocntricos.

    Durante a interfase (fora do perodo de diviso), no se observam os cromossomos.O material que os forma est desenrolado, constituindo-se em pequenos filamentos decromatina. Durante a diviso celular, esses filamentos se enrodilham e individualizam oscromossomos.

    As numerosas molculas de DNA encerradas no cromossomo representam os seus genes,o material gentico responsvel pela transmisso dos caracteres hereditrios de pais afilhos. Cada cromossomo contm um grande nmero de genes.

    - satlite

    - braoA B C

    Nuclolos so conglomerados de molculas de RNAr, s observveis durante ainterfase.

    Caritipo e Genoma

    Caritipo a constante cromossmica diplide (2n) das clulas somticas. oconjunto de cromossomos da espcie. Nos seres humanos 2n = 46.

    Na espcie humana, os cromossomos so classificados em 7 grupos, compreendendo 22pares de cromossomos autossmicos, e mais um par de cromossomos sexuais que, no homem, XY e, na mulher, XX.

    Caritipo Humano

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    A partir da anlise de caritipos, informaes valiosas podem ser obtidas, taiscomo a existncia de cromossomos extras ou de quebras cromossmicas, auxiliando nodiagnstico de certas anomalias genticas.

    Em fetos, normalmente a cariotipagem s deve ser feita quando h real suspeita dealgum tipo de alterao cromossmica, j que as tcnicas de coleta de material apresentamrisco de aborto.

    Genoma a constante cromossmica haplide (n) dos gametas. a metade doscromossomos da espcie. Nos seres humanos n = 23.

    A diviso, multiplicao ou reproduo celular

    o fenmeno pelo qual uma clula se divide em duas novas clulas, o que poderepresentar fator importante no desenvolvimento de um organismo ou constituir-se numrecurso de reproduo quando se trata de espcie unicelular.

    As clulas dos organismos multicelulares apresentam dois tipos de divisocelular: a mitose e a meiose.

    Mitoseocorre geralmente nas clulas somticas (do corpo) e tem a funo de proporcionar

    o desenvolvimento do organismo e a renovao ou regenerao dos tecidos. uma divisocom profundas alteraes citoplasmticas e nucleares. Cada clula-me (2n) d origem aduas clulas-filhas (2n). Ocorre uma equilibrada distribuio dos cromossomos para as

    clulas-filhas, que sero idnticas clula-me, pois encerram o mesmo nmero decromossomos e contm a mesma programao gentica.

    Fases da Mitose:Durante a interfase (A), perodo de crescimento celular, os cromonemas se duplicam.B - Prfase: espiralamento e individualizao dos cromossomos. Formao do fuso mitticoe desaparecimento da cariomembrana.C - Metfase: arrumao dos cromossomos entre as fibrilas do fuso mittico. Disposiodos cromossomos na placa equatorial.D - Anfase: separao e ascenso polar dos cromossomos.E - Telfase: reconstituio nuclear, desespiralamento dos cromonemas e citodirese(diviso do citoplasma).

    Citodirese animal e vegetal

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    A meiose observada na formao de gametas e esporos (clulas reprodutoras). Sraramente ela contribui para a formao de clulas somticas. o processo pelo qual umaclula diplide (2n) pode originar quatro clulas haplides (n), o que se faz atravs deduas divises celulares sucessivas. As clulas-filhas no so iguais geneticamente entresi, pois ocorre uma recombinao gnica.

    OS CLOROPLASTOS E O PROCESSO DE FOTOSSNTESE

    Os cloroplastos so ricos em clorofila e so responsveis pela fotossntese. Oseu nmero varivel de clula para clula. Apresentam duas membranas, uma externa(lisa) e uma interna (pregueada, formando lamelas). Possuem DNA e so capazes de auto-reproduo.

    A fotossntese o fenmeno pelo qual os organismos clorofilados retm a energiada luz e a utilizam na reao entre o CO 2 e a gua para obteno de glicose (matriaorgnica), com liberao de O 2 para o meio. A fotossntese representa uma fontepermanente de matria orgnica que usada como alimento por todos os seresheterotrficos, como tambm possibilita a renovao constante do ar atmosfrico,retirando o gs carbnico e liberando o oxignio.

    6CO2 + 12H 2O C 6H12 O6 + 6H 2O + 6O 2

    A fotossntese compreende duas etapas: a fase luminosa e a fase escura. A faseluminosa exige a participao da luz para a formao de ATP (adenosina trifosfato) e

    fotlise da gua (rompimento da molcula de gua com liberao de oxignio). Encerrada aprimeira fase, tem prosseguimento a segunda, mesmo na ausncia de luz.

    A membranasB - tilacideC - granumD - estroma

    Adenosina trifosfato - ATP

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    O processo 1 anaerbico, eparte da energia fica nolcool etlico, enquanto oprocesso 2 aerbico, e aenergia vem da glicosedecomposta em gua e gscarbnico.

    I cloroplasto > fotossnteseII mitocndria > respirao

    AS MITOCNDRIAS E O REPROCESSAMENTO DE ENERGIA NA CLULA

    As mitocndrias apresentam duas membranas: uma externa (lisa) e uma interna(pregueada, formando as cristas mitocondriais). Elas extraem a energia acumulada nas

    molculas orgnicas formadas na fotossntese, guardando-a em molculas de ATP, noprocesso chamado de respirao.

    A respirao pode ser aerbia ou anaerbia.A respirao aerbia uma seqncia de reaes de degradao das molculas

    orgnicas, visando liberao da energia nelas contidas, afim de guard-las em molculasde ATP, com a participao do oxignio molecular (O 2). Acontece em trs etapas:gliclise, ciclo de Krebs e cadeia respiratria.

    A gliclise acontece no citoplasma; o ciclo de Krebs ocorre na matriz mitocondrial e a cadeia respiratria nas cristas mitocondriais. Durante o processo so

    utilizados a glicose ou outros metablitos, o O 2 e ADP, resultando na formao de CO 2, H 2Oe 38 molculas de ATP.

    C6H12 O6 + 6O 2 6CO2 + 6H 2O + ENERGIA

    A respirao anaerbia uma forma de obteno de energia pela oxidao decompostos orgnicos, porm com a utilizao de substncias inorgnicas como nitratos,sulfatos ou carbonatos no lugar do oxignio. O ganho energtico inferior ao darespirao aerbia. Ocorre em microorganismos como as bactrias denitrificantes do solo,as leveduras, etc.

    O principal tipo a fermentao que pode ser alcolica, ltica ou actica.A fermentao uma modalidade de respirao anaerbia em que os ons hidrognio

    liberados no so recolhidos nem pelo oxignio (r. aerbia) nem pelos compostosinorgnicos, mas sim pelos prprios subprodutos da degradao da glicose, como o cidopirvico.

    Na fermentao alcolica, o cido pirvico d como produtos finais o lcooletlico e CO 2 . Na fermentao ltica, o cido pirvico se transforma em cido ltico. Nafermentao actica, o cido pirvico forma cido actico e CO 2.

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    H I S T O L O G I A

    A clula a unidade bsica do ser vivo. Poucos seres, porm, so formados poruma nica clula. A maioria dos seres multicelular, o que significa que o seu corpo formado por um aglomerado de clulas.

    Na maioria dos seres multicelulares, existem grupos de clulas com formas efunes diferentes. Isso ocorre porque nesses seres cada grupo de clulas responsvelpor um determinado tipo de trabalho. As clulas com a mesma funo tm geralmente formassemelhantes, uma vez que a forma de uma clula est adaptada funo que ela exerce.

    Estes grupos de clulas reunidas para executar um determinado trabalho sochamados de tecidos.

    A Histologia a parte da Biologia que estuda os tecidos.

    Como Surgem os Tecidos?

    Nos seres de reproduo sexuada todas as clulas surgem a partir de uma nicaclula, a clula-ovo. Esta clula sofre divises e produz um grupo de clulasinicialmente muito semelhantes. Aps um certo tempo, elas comeam a se especializar paraa execuo das diversas funes e vo se tornando cada vez mais diferentes. Este processo chamado diferenciao celular.

    A diferenciao celular torna possvel a histognese ou formao dos tecidos.O mecanismo de diferenciao celular ainda no foi completamente desvendado.

    Supe-se que, apesar de todas as clulas de um indivduo possurem os mesmos genes,

    alguns esto em funcionamento em determinada clula enquanto outros se encontraminativos. Depois de diferenciadas, as clulas quando se reproduzem, s originam outras do

    mesmo tipo.No incio da formao do embrio existem grupos de clulas com potencialidades

    diferentes. H uma fase em que o embrio animal formado por apenas duas camadas declulas: a externa e a interna.

    A camada externa chamada ectoderma e d origem aos tecidos que revestem o corpodo embrio. J a camada interna ou endoderma, d origem ao revestimento do tubo digestivoe do aparelho respiratrio. Posteriormente surge uma terceira camada, o mesoderma, que responsvel pela produo dos vrios tecidos encontrados no interior do corpo do animal.

    Nos animais um tecido no formado apenas por clulas, mas tambm pelo materialfabricado por elas. Este material chamado de substncia intercelular, s vezes funcionasomente como ligao entre as clulas e s vezes desempenha um papel importante na funodo tecido. Existe tambm um lquido que sai dos vasos sangneos levando ao tecidoalimento, oxignio e hormnios e removendo dele o gs carbnico e os resduos do

    metabolismo, o lquido intersticial ou intercelular.Os tecidos animais diferem bastante dos tecidos vegetais. Essa diferena, como

    muitas outras, deve-se ao fato de os vegetais serem autotrficos, em oposio aosanimais, que so heterotrficos.

    Estudaremos primeiro os tecidos animais, dando nfase aos vertebrados e,especialmente, aos seres humanos. Depois estudaremos os vegetais, especialmente asplantas com flores.

    CLASSIFICAO DOS TECIDOS

    TECIDOS ANIMAIS TECIDOS VEGETAIS1. Tecidos epiteliais2. Tecidos Conjuntivos

    a)tecido conectivob)tecido adiposoc)tecido cartilaginosod)tecido sseoe)sangue e tecido hemopotico

    3. Tecidos Muscularesa)tecido muscular lisob)tecido muscular estriado esquelticoc)tecido muscular estriado cardaco

    4. Tecido Nervoso

    1. Tecidos Embrionrios (meristemas)2. Tecidos Permanentes

    a)tecidos de proteo e arejamentob)tecidos de sustentaoc)tecidos absorventes e condutoresd)tecidos de sntese e armazenamentoe)tecidos de secreo

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    HISTOLOGIA ANIMALO TECIDO EPITELIAL: A COBERTURA PROTETORA DO CORPO

    Cobrindo o nosso corpo e forrando seus tubos e suas cavidades internas,encontramos um tecido, formado por clulas estreitamente unidas, denominado tecidoepitelial ou simplesmente epitlio.

    Entre as clulas desse tipo de tecido no h substncia intercelular; apesar depossurem terminaes nervosas, esse tecido no tem vasos sangneos e sua nutrio

    feita pelo tecido conjuntivo sobre o qual ele sempre repousa. H dois tipos bsicos deepitlio: de revestimento e glandular.

    Epiderme, Mucosas e Serosas: O Tecido Epitelial de Revestimento.

    A epiderme forma a camada externa da pele, o maior rgo do corpo. Ela protege oorganismo contra a entrada de agentes estranhos e contra seu desgaste pelo atrito.

    formada por grande nmero de camadas superpostas de clulas, sendo classificadacomo tecido epitelial estratificado. As clulas superficiais possuem forma achatada(pavimentosas) e nos animais terrestres fabricam uma protena impermevel, a queratina.Aps acumular uma boa quantidade de queratina em seu citoplasma, estas clulas morrem,dando origem a uma camada impermeabilizante que evita a desidratao dos animaisterrestres. Essa camada de queratina tambm uma proteo eficiente contra o atrito, porisso ela mais espessa na palma das mos e na sola dos ps. Nas regies do corposubmetidas a atritos constantes, a espessura da camada de queratina aumenta bastante,formando os calos. Os plos e as unhas tambm so feitos de queratina.

    As clulas das camadas mais profundas da epiderme esto em constante diviso,substituindo as clulas superficiais que se desgastam. Nas camadas profundas da epidermeencontram-se os melancitos, clulas que fabricam um pigmento denominado melanina,responsvel pela cor da pele e dos plos e que protege contra o excesso de raiosultravioleta.

    As impresses digitais so formadas por dobras da epiderme e do tecido conjuntivosubjacente; estas dobras, presentes tambm nas palmas das mos e nas solas dos ps, sogeneticamente determinadas durante o desenvolvimento embrionrio. Certas doenashereditrias, como a Sndrome de Dawn, alteram o padro normal dessas dobras.

    O epitlio que forra o interior das cavidades bem diferente da epiderme, pois constitudo por uma nica camada de clulas de formato cilndrico e forma as mucosas. Aproteo contra o atrito fornecida por uma substncia viscosa, formada porglicoprotenas, denominada de muco. Este muco produzido no estmago e intestino por

    clulas especiais (caliciformes). No aparelho respiratrio o muco retm partculas depoeira e bactrias que sero varridas para fora pelos clios encontrados nas clulascilndricas deste tecido.

    O epitlio que reveste os vasos sangneos e que forma as membranas que cobremexternamente os rgos situados nas grandes cavidades do corpo constitui as serosas. Apleura envolve os pulmes, o pericrdio reveste o corao e o peritnio reveste oestmago e o intestino.

    A - epidermeB - derme1 glndula sudorpara

    As Glndulas: O Tecido Epitelial de Secreo

    Algumas clulas do tecido epitelial, como as caliciformes, podem se especializarpara produzir substncias. Estas clulas ou grupos de clulas formam as glndulas.

    Algumas glndulas apresentam um canal atravs do qual lanam suas secrees parao exterior do corpo ou para dentro de cavidades dos rgos. Estas glndulas so chamadasde excrinas ou de secreo externa, ex: sudorparas, sebceas, lacrimais, salivares,

    mamrias.Quando a glndula elimina sua secreo diretamente no sangue chamada de

    endcrina ou de secreo interna. As substncias produzidas por elas recebem o nome dehormnio. o caso da hipfise, tireide, supra-renais.Algumas glndulas lanam suas secrees tanto no sangue como em cavidades

    abertas. So as glndulas mistas, mescrinas ou anfcrinas. o caso do pncreas, fgado,testculos e ovrios.

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    O TECIDO CONJUNTIVO: O TRABALHO DE LIGAR E SUSTENTAR

    As funes bsicas desse tecido so ligar e sustentar os rgos e demais tecidos,funcionando como uma armao para o corpo, dando-lhe a sua forma caracterstica;preencher os espaos entre os rgos; armazenar substncias; participar da defesa,cicatrizao e nutrio dos tecidos.

    Essa capacidade de ligar e sustentar fornecida pela grande quantidade desubstncia intercelular presente no tecido conjuntivo. Esta substncia tem consistncia

    varivel, de acordo com as necessidades de sustentao de cada parte do corpo. Ela podeser gelatinosa como no tecido conjuntivo frouxo, flexvel como na cartilagem, ou duracomo no osso. So originados do mesoderma.

    O Tecido Conjuntivo Frouxo: O Acolchoamento do Corpo

    um tecido delicado e flexvel espalhado por todo o corpo. Envolve os rgos,preenche os espaos entre eles e liga um tecido a outro. No seu interior passam vasossangneos que iro nutrir tecidos sem vascularizao, como o tecido epitelial.

    Sua substncia intercelular formada por uma parte gelatinosa (substnciaamorfa) onde se acham imersos fios de protenas (fibras).

    A substncia amorfa constituda de glicoprotenas e gua. O principal glicdio o cido hialurnico. As fibras so de dois tipos: as colgenas e as elsticas. Asfibras colgenas so formadas por uma protena chamada colgeno (ao ser fervida produzuma cola) e so muito resistentes trao. As fibras elsticas so constitudas por umaprotena chamada elastina e so capazes de voltar posio normal aps terem sidodistendidas.

    A substncia intercelular do tecido conjuntivo frouxo fabricada por clulasespecializadas, os fibroblastos. H tambm clulas indiferenciadas que so capazes deoriginar qualquer outra clula do tecido conjuntivo sempre que necessrio; da o grandepoder de regenerao desse tecido.

    O tecido conjuntivo que est embaixo do tecido epitelial funciona como umasegunda barreira contra os microorganismos invasores, pois apresentam clulas de defesa(macrfagos e plasmcitos), formadas a partir de glbulos brancos que saem do sangue einvadem o tecido conjuntivo.

    O Tecido Conjuntivo Denso: A Resistncia a Tenses

    um tecido mais resistente encontrado na derme e nos tendes. Essa resistncia maior conseqncia de uma grande concentrao de fibras.

    Na derme (tecido conjuntivo situado sob a epiderme) as fibras esto dispostas deforma irregular, distribuindo-se nas mais variadasdirees, o que explica a grande resistncia daderme, observvel no couro curtido. Nos tendes asfibras colgenas esto todas orientadas no sentido dacontrao muscular, o que lhe permite suportar atenso imposta pelo msculo.

    Os tecidos conjuntivos conectivos (frouxo edenso) so chamados de tecidos conjuntivospropriamente ditos (TCPD), em oposio aos tecidosconjuntivos mais especializados como a cartilagem, oosso e os tecidos adiposo e hemopotico.

    O jogador Ronaldo, do Inter de Milo e daSeleo Brasileira, sofreu uma leso no tendo que

    liga a rtula (patela) ao osso denominado tbia,conforme figura adiante. O tendo patelar formadopor fibras colgenas orientadas.

    O Tecido Adiposo

    O acmulo de clulas adiposas embaixo da pele formao tecido adiposo, que funciona como uma reserva de alimentoe como proteo contra o frio e traumatismos. Esse tecidotambm preenche os espaos entre os rgos, evitando que sedesloquem de sua posio normal. O excesso de tecidoadiposo (obesidade) prejudicial, pois aumenta o trabalhodo corao.

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    A Cartilagem e o Osso: Os Tecidos Duros do Corpo e a Sustentao

    A cartilagem e o osso possuem, alm das fibras, uma substncia intercelular maisrgida que os tecidos conjuntivos propriamente ditos. Tal fato torna esses tecidos maisaptos a sustentar o peso e dar forma ao corpo.

    A cartilagem possui uma substncia intercelular de consistncia dura e flexvel. formada por clulas cartilaginosas jovens (os condroblastos) que se transformam emclulas cartilaginosas adultas (os condrcitos). No apresenta vasos sangneos. O tecidocartilaginoso divide-se em: hialino (nariz, traquia, etc.), elstico (orelha, epiglote,etc.) ou fibroso (discos intervertebrais).

    O crescimento da cartilagem adulta se d por aposio (de fora para dentro), ocrescimento intersticial (de dentro para fora) observado apenas em cartilagens jovens.

    Quase todo o esqueleto do embrio formado inicialmente por tecidocartilaginoso. Ainda durante o desenvolvimento embrionrio, a maior parte da cartilagem substituda por um tecido preparado para sustentar o peso do corpo, o tecido sseo. Noadulto completamente desenvolvido, a cartilagem encontrada apenas no pavilho auditivo,nas vias respiratrias (nariz, traquia, laringe e brnquios) e nas articulaes,cobrindo a extremidade dos ossos.