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Ideias & Desafios www.ideiasedesafios.com +351 21 934 7758 [email protected] Autoras: Maria Vieira & Anabela Conde Artigos Publicados de: Abril 2011 a Novembro de 2012 Gerir uma Farmácia de Sucesso Versão 1.0

Livro de Dicas Gerir uma Farmácia de Sucesso V2 revista · Gerir’uma’Farmácia’de’Sucesso’!! Pág.!1! Índice INTRODUÇÃO’.....’3

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Ideias  &  Desafios  www.ideiasedesafios.com  

+351  21  934  7758  [email protected]  

 

   Autoras:  M

aria  Vieira

 &  Ana

bela  Con

de  

   Artigos  Pub

licad

os  de:  

   Abril  20

11  a  Nov

embro  de

 201

2  

   Gerir  um

a  Farm

ácia  de  Su

cesso  

   Versão  1.0    

 

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

Pág.  1  

Índice

INTRODUÇÃO  ..............................................................................................................  3

SOBRE  AS  AUTORAS  ....................................................................................................  5

UTILIZAÇÃO  DOS  ARTIGOS  EM  OUTRAS  PUBLICAÇÕES  ................................................  7

PRÓXIMAS  EDIÇÕES  DESTE  LIVRO  ................................................................................  7

ARTIGOS  DE  LIDERANÇA  E  COACHING  DE  EQUIPAS  ......................................................  8

• Tem  a  melhor  Equipa  do  Mundo?  .............................................................................  8

• À  procura  da  Fórmula  Mágica?  ...............................................................................  10

• Foram-­‐se  os  tempos  do  x-­‐acto,  e  agora?  ................................................................  12

• A  precisar  de  uma  vacina?  ......................................................................................  14

• Há  quanto  tempo  não  investe  na  sua  Equipa?  .......................................................  16

• Mais  uma  volta  no  carrossel?  .................................................................................  18

• Alguém  ligou  o  complicómetro?  .............................................................................  21

• De  que  massa  são  feitos  os  líderes?  .......................................................................  23

• A  sua  equipa  precisa  de  cotonetes?  ........................................................................  25

• Quais  são  as  dores  da  sua  Farmácia?  ......................................................................  26

• Não  estará  na  hora  de  tomar  um  Suplemento?  ......................................................  28

• Tem  saudades  dos  tempos  em  que  era  Farmacêutico?  ..........................................  31

• A  sua  Farmácia  está  com  Soluços?  ..........................................................................  33

• Líder  ou  Psicólogo?  .................................................................................................  35

• Há  receita  para  vencer  no  próximo  ano?  ................................................................  37

• Próximo  passo,  precisa-­‐se!  .....................................................................................  39

• O  que  é  que  está  no  TOP?  .......................................................................................  41

• À  procura  de  um  lugar  ao  Sol?  ................................................................................  43

• Mergulha  de  cabeça  ................................................................................................  45

• O  seu  cérebro  tira  férias?  ........................................................................................  47

• A  sua  farmácia  virou  lixo?  .......................................................................................  49

• Por  onde  vai  começar  a  cortar?  ..............................................................................  51

• A  sua  farmácia  precisa  de  baby  sitter?  ...................................................................  53

• Tem  a  certeza  que  quer  reunir  com  a  sua  equipa?  .................................................  54

• Já  apertou  a  sua  equipa  hoje?  ................................................................................  56

• Todos  juntos  é  mais  giro?  .......................................................................................  57

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

Pág.  2  

• O  Luto  ou…  os  3  Pilares?  .........................................................................................  59

• 2013,  uma  missão  de  Gigantes?  .............................................................................  61

ARTIGOS  DE  MARKETING  E  VENDAS  ..........................................................................  64

• Onde  foram  parar  as  nossas  vendas?  .....................................................................  64

• O  que  vendemos  na  nossa  Farmácia?  .....................................................................  65

• A  pensar  nos  “tesourinhos  deprimentes”?  .............................................................  68

• Já  chamou  o  INEM?  .................................................................................................  70

• O  comando  é  SEU?  ..................................................................................................  72

• Por  ser  mais  caro  é  melhor?  ...................................................................................  74

• E  se  o  sucesso  fosse  uma  rotina?  ............................................................................  76

• Lembra-­‐se  da  prova  de  Sabor  Planta?  ....................................................................  78

• Anda  à  espera  de  um  milagre?  ...............................................................................  79

• Já  fez  a  carta  ao  Pai  Natal?  ......................................................................................  81

• Prefere  o  carrossel  ou  a  montanha  russa?  .............................................................  82

• Quantos  clientes  quer  perder  este  ano?  .................................................................  84

• Os  clientes  fogem  de  si  na  Farmácia?  .....................................................................  85

ARTIGOS  DE  MEDIÇÃO  E  AVALIAÇÃO  .........................................................................  88

• E  o  melhor  remédio  é…?  .........................................................................................  88

• Já  levou  a  injeção  hoje?  ..........................................................................................  90

• Com  vontade  de  chorar  e  comer  bolachas?  ...........................................................  92

• A  sua  farmácia  ainda  está  de  luto?  .........................................................................  94

• Tem  medo  dos  números  da  Farmácia?  ...................................................................  96

• Uma  esperança  na  escuridão?  ................................................................................  98

• O  que  o  trouxe  até  aqui…  .......................................................................................  99

• Anda  com  humor  de  cão?  .....................................................................................  101

• E  se  a  crise  não  existisse?  ......................................................................................  103

• A  sua  Farmácia  está  em  alerta  laranja?  ................................................................  105

• Sabe  o  que  pensa  a  sua  equipa?  ...........................................................................  106

• As  empresas  medem-­‐se  aos  palmos?  ...................................................................  108

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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INTRODUÇÃO

Bem-­‐vindo  à  Primeira  edição  do  nosso  livro  de  dicas  para  Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso.    Desde  2006  que  trabalhamos  com  Farmácias  em  regime  de  consultoria,  sob  a  forma  de  Programas  de  Acompanhamento  e  Formação  com  grande  impacto  na  motivação  e  envolvimento  de  toda  a  Equipa  na  construção  de  um  futuro  diferente  para  a  empresa.      De  uma  forma  pragmática  e  intensiva,  apoiamos  em  áreas  tão  diversas  como  a  definição  de  funções  e  a  avaliação  do  desempenho,  a  criação  de  planos  de  marketing  e  a  implementação  de  novas  dinâmicas  comerciais,  a  negociação  nas  compras  e  a  rentabilidade,  a  formação  e  o  recrutamento.    A  partir  de  2011,  e  à  semelhança  do  que  já  vinha  sendo  feito  para  outras  áreas  de  negócio  que  acompanhamos,  criámos  a  Pharma  News,  uma  newsletter  dedicada  inteiramente  à  Farmácia,  onde  se  pretende  verter  conhecimento,  ferramentas  e  ideias  para  serem  aproveitadas  e  implementadas  pelo  leitor.      Este  livro  resulta  da  compilação  dos  artigos  mais  importantes  publicados  na  Pharma  News,  organizados  em  três  temas  fundamentais:  

• Liderança  e  Coaching  de  Equipas  • Marketing  e  Vendas    • Medição  e  Avaliação  

 Os  artigos  foram  escritos  com  um  simples  objectivo  em  mente  -­‐  serem  de  fácil  leitura  e,  acima  de  tudo,  muito  práticos  na  abordagem.  Muitos  contêm  acções  e  ideias  implementadas  pela  nossa  equipa  quando  trabalha  com  farmácias.            

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Gostou  destes  artigos?      Então  venha  descobrir  como  aumentar  o  desempenho  da  sua  Farmácia  com  a  Ideias  e  Desafios!      Temos  várias  soluções  ao  seu  dispor  para  o  ajudar  e  que  poderão  passar  por:      -­‐  Formação  da  sua  Equipa  na  Farmácia    

-­‐  Atendimento  e  Venda  Cruzada  -­‐  Liderança  e  Coaching  de  Equipas  -­‐  Medição  e  Rentabilidade  

 -­‐  Business  Coaching  

-­‐  Programas  de  Acompanhamento  na  Farmácia  -­‐  Programas  de  Liderança  para  Directores  Técnicos  /  Proprietários  /  Farmacêuticos  Adjuntos  -­‐  Acções  para  Grupos  de  Farmácias  

 -­‐  Recrutamento    

-­‐  Aplicável  aos  diversos  perfis    

 A  Ideias&Desafios  é  uma  entidade  certificada  pela  DGERT  e  dispõe  de  várias  acções  de  formação  acreditadas  pela  Ordem  dos  Farmacêuticos.      Se  gostar  da  nossa  publicação,  reenvie  por  favor  para  um  amigo  ou  colega!   Boa Leitura!

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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SOBRE AS AUTORAS

Sobre  Maria  Vieira:  

Maria  Vieira  tem  uma  experiência  de  mais  de  6  anos  nas  áreas  de  Dinamização  Empresarial,  Consultoria  de  Negócio  e  Formação  de  Vendas  e  Liderança.    Desde  2007  que  na  Ideias  e  Desafios  é  a  Partner  responsável  pela  área  de  Dinamização  Empresarial,  liderando  uma  vasta  equipa  especializada  nesta  vertente.      Para  melhor  apoiar  as  empresas,  conta  com  uma  experiência  de  quase  uma  década  numa  multinacional,  em  cargos  comerciais  e  chefia  de  equipas,  completada  com  Formação  na  Universidade  Católica  Portuguesa  em  Empreendedorismo  e  Gestão  da  Inovação.      É  apaixonada  pela  leitura  de  livros  de  marketing,  gestão  e  motivação  pessoal,  tendo  ainda  participado  em  acções  de  formação  com  personalidades  como  Jay  Levinson,  Anthony  Robbins,  Jake  Canfield  e  Jeffrey  Guitomer.      Os  programas  de  Dinamização  Empresarial  que  lidera  apoiam  a  performance  das  empresas  e  das  equipas,  permitindo-­‐lhes  alcançar  metas  mais  ousadas  em  menor  tempo,  aumentando  a  dinâmica  pessoal  de  cada  colaborador  e  envolvendo  e  alinhando  a  equipa  na  estratégia  global  da  empresa.    Nestes  6  anos  de  actividade  foram  muitas  as  empresas  e  projectos  que  apoiou  na  sua  caminhada  face  ao  sucesso.      O  gosto  por  ajudar,  motivar  e  fazer  com  que  atinjam  as  suas  metas  são  a  sua  força  motriz,  sendo  que  em  todo  este  processo  sente  que  recebe,  por  vezes,  mais  do  que  dá.    Tem  a  convicção  de  que  todos  somos  capazes  de  feitos  fantásticos  e  que  temos  de  desafiar  o  preestabelecido  constantemente  se  queremos  crescer  e  ser  mais.    O  seu  objectivo  de  vida  é:    “Levar  as  pessoas  a  atingirem  o  seu  mais  elevado  potencial  pessoal  e  profissional,  tornando-­‐se  pessoas  melhores!”  

   

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Sobre  Anabela  Conde:  

Anabela  Salgueiro  Conde  é  Associate  da  Ideias  &  Desafios,  empresa  nacional  com  um  reconhecido  percurso  nas  áreas  da  Formação  de  Vendas  e  Liderança,  Business  Coaching  e  Recrutamento.    A   experiência   acumulada   ao   longo   de   mais   de   uma   década   em   diversas   multinacionais   de  Consultoria   e   a   liderança   de   projectos   e   equipas   multidisciplinares,   nacionais   e   internacionais,  permitiram-­‐lhe  reunir  a  versatilidade  que  hoje  possui  no  contacto  com  as  mais  diversas  realidades  e  recursos  empresariais,  internos  ou  externos  às  organizações.      Nos  programas  de  Business  Coaching  que  lidera,  conduz  um  trabalho  orientado  a  resultados  com  a  Gestão   de   Topo,   Chefias   Intermédias   ou   com  as   Equipas,   que   visa   contribuir   para   o   crescimento  pessoal   e   profissional   de   cada   indivíduo,   transformando   atitudes   e   criando   a   disciplina   e   a  motivação  para  o  ajustar  de  comportamentos  futuros.    A  frequência  do  Programa  Avançado  em  Empreendedorismo  e  Gestão  de  Inovação  da  Universidade  Católica   Portuguesa   veio   consolidar   a   vontade   de   colocar   o   seu   conhecimento   ao   serviço   das  empresas,  contribuindo  para  maximizar  o  desenvolvimento  do  capital  humano  das  Organizações.    Apaixonada  pelas  áreas  da  estratégia,  da  liderança  e  do  desenvolvimento  pessoal,  da  persuasão  e  da   influência,   encontra   em   Brian   Tracy,   Robert   Cialdini,   Anthony   Robbins   e   Warren   Bennis  verdadeiros  mentores.      Entende   que   tanto   no   plano   pessoal   como   no   profissional   temos   a   capacidade   de   construir   um  percurso  de  sucesso  a  cada  dia.      O  seu  objectivo  de  vida  é:    “Fazer   a   diferença,   ao   encaminhar   aqueles   com   que   se   cruza   no   construir   de   um   trilho   muito  especial...”    

   

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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UTILIZAÇÃO DOS ARTIGOS EM OUTRAS PUBLICAÇÕES

Gostaria  de  utilizar  os  nossos  artigos?    Caro  leitor,  os  nossos  artigos  são  um  meio  ideal  de  formação  junto  dos  seus  clientes.      Caso  deseje  utilizar  os  nossos  conteúdos  sobre  Liderança  e  Coaching  de  Equipas,  Marketing  e  Vendas  ou  Avaliação  e  Medição  no  seu  site  ou  em  qualquer  outro  tipo  de  comunicação  que  faça  com  os  seus  clientes,  basta  que  nos  solicite  autorização  para  tal.      A  utilização  é  gratuita.      As  únicas  condições  que  existem  são:    1.  Ser  sempre  mencionada  a  autoria  do  artigo,  incluindo  sempre  os  seguintes  elementos:      Maria  Vieira  ou  Anabela  Conde  www.ideiasedesafios.com  [email protected]    2.  Solicitar  autorização  prévia  para  o  efeito.      

PRÓXIMAS EDIÇÕES DESTE LIVRO

Importante!    Caso  este  livro  lhe  tenha  sido  enviado  por  um  amigo  ou  colega,  garanta  já  a  recepção  gratuita  das  próximas  edições.      Para  tal,  basta  que  seja  utilizador  registado  da  nossa  Newsletter  PharmaNews.    Veja  como  no  nosso  site:  www.ideiasedesafios.com  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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ARTIGOS DE LIDERANÇA E COACHING DE EQUIPAS

Tem  a  melhor  Equipa  do  Mundo?  

Uma  equipa  motivada  e  comprometida  com  os  objectivos  permite-­‐nos  avançar  e  superar  qualquer  desafio,  sobretudo  quando  o  contexto  é  exigente,  como  o  actual.  O  ambiente  e  o  espírito  de  equipa  geram  o  alento  que  qualquer  Farmácia  precisa  de  respirar…    Que  equipa  escolho  ter?    Outro  dia  num  Programa  de  Acompanhamento  perguntaram-­‐me  “Se  esta  Farmácia  fosse  sua,  quem  é  que  escolhia  para  ter  na  sua  Equipa?”  Marotos…    

Se  a  Farmácia  é  nossa  ou  a  sua  gestão  está  à  nossa  responsabilidade,  não  podemos  permitir-­‐nos  ter  um  único  elemento  que  não  estejamos  convictos  que  queiramos/precisemos  de  ter  a  bordo.  Necessitamos  das  melhores  pessoas,  mais  perspicazes,  mais  comprometidas,  com  mais  garra  e  a  trabalhar  orientadas  a  objectivos  e  resultados.  Enquanto  não  tiver  a  melhor  equipa  para  trabalhar,  não  baixe  os  braços!  

Há  situações  em  que  recrutar  barato  sai  caro,  há  situações  em  que  não  dispensar  os  casos  complicados,  sai  muito  mais  caro.  Sabemos  que  não  são  decisões  fáceis,  mas  se  calhar  é  mesmo  preciso.    

A  Farmácia  é  uma  empresa,  a  produtividade  e  a  rentabilidade  têm  que  ser  medidas  e  estar  no  topo  das  nossas  prioridades.  Se  agora  não  estamos  a  aumentar  o  volume  de  negócios,  que  consigamos  libertar  mais  e  ter  uma  empresa  mais  saudável,  caso  contrário  estaremos  apenas  a  trabalhar  para  aquecer  ou  com  um  nível  de  ansiedade  relativamente  aos  números  que  não  recomendaríamos  a  nenhum  utente…  

É  determinante  percebermos  o  que  motiva  cada  colaborador  em  particular.  Temos  a  noção  clara  que  do  ponto  de  vista  de  mindset  de  gerações  nos  é  difícil  perceber  porque  é  que  os  mais  novos  agora  pedem  primeiro  e  depois  dão  de  volta,  porque  é  que  se  envolvem  mais  ao  de  leve  nas  coisas,  e  até  porque  é  que  têm  uma  ambição  aparentemente  qb.  Mas  têm  tantas  coisas  boas,  é  preciso  conhecê-­‐las  e  tirar  o  melhor  partido  da  diversidade.    

Às  vezes  assumimos  que  todos  estão  comprometidos  e  depois  surpreendemo-­‐nos.  Talvez  seja  por  isso  que  dizemos  determinadas  coisas  dezenas  de  vezes  e  até  parece  que  não  nos  ouvem,  ou  não  lhe  acontece?  O  facto  de  as  pessoas  não  estarem  comprometidas,  contrariamente  à  leitura  que  por  vezes  fazemos,  não  quer  dizer  que  não  se  interessem,  não  é  necessariamente  sinónimo  de  alheamento  ou  sequer  de  desleixo,  têm  é  que  perceber  o  que  está  no  outro  prato  da  balança,  o  que  é  que  ganham  com  isso.  E  esse  é  um  caminho  que  temos  que  ajudar  a  percorrer,  pelo  diálogo,  pela  confiança.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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E  mesmo  que  a  nossa  equipa  seja  fantástica,  não  se  progride  ainda  mais  sem  desafiar,  sem  pedir  e  dar  de  volta.  Premiar  quem  tem  um  desempenho  de  excelência  é  uma  forma  de  reconhecer  o  contributo  diferenciador  de  cada  um.  Como  analisa  habitualmente  a  performance  da  sua  equipa?  Tem  um  modelo  de  avaliação  de  desempenho  em  vigor?  Como  premeia  e  como  celebra  o  sucesso  de  cada  um?  

 Que  líder  escolho  ser?    É  curioso  que  dificilmente  conseguimos  responder  à  questão  “Que  equipa  escolho  ter”  sem  nos  perguntarmos  “Que  líder  escolho  ser?”.  

Muitas  vezes  a  liderança  da  Farmácia  é  um  processo  solitário  e  isso  acontece  sobretudo  se  a  nossa  equipa  não  tiver  crescido  suficientemente.  Há  situações  ou  apostas  que  não  se  validam  ou  partilham  com  o  FA  ou  o  FS  e  acabamos  por  protelar  determinadas  decisões,  por  ficar  à  espera  de  melhor  altura,  por  não  dinamizar  as  coisas  como  deveríamos…  Parece  que  falta  alguém  que  nos  sussurre  “boa  ideia”,  “vai”,  “avança”  ou  que  nos  suporte  adequadamente.    Existe  ainda  muito  a  filosofia  da  liderança  do  tipo  “a  galinha  e  os  seus  pintainhos”.  Protegemos  muito  os  nossos  pintainhos  para  que  eles  não  se  magoem  e  não  façam  asneiras,  mas  também  não  os  deixamos  ganhar  asas.  E  os  nossos  Adjuntos,  Farmacêuticos  e  Técnicos  nunca  fazem  mais,  nunca  fazem  diferente,  pelo  que…  continuamos  a  fazer  nós!  Todos  sabemos  que  as  equipas  crescem  à  medida  dos  desafios  que  lhes  são  lançados,  por  isso  é  importante  semear,  para  colher  mais  tarde.  Mesmo  que  isso  pressuponha  delegar,  acompanhar,  fazer  coaching  e  investir  mais  do  nosso  tempo  no  curto  prazo.    Outro  aspecto  tem  a  ver  com  a  Comunicação.  É  verdade  que  falamos  muito  com  eles,  não  fosse  o  estarmos  sempre  juntos…  Mas,  aqui  entre  nós,  comunicamos  de  forma  eficaz?  Somos  assertivos,  ou  somos  demasiado  conciliadores  porque  é  preferível  não  melindrar  ninguém.  Falamos  do  que  é  essencial,  com  todos,  ao  mesmo  tempo?  Quando  foi  a  última  reunião  de  equipa  que  fizemos  na  nossa  Farmácia?    Ter  a  capacidade  de  inspirar  a  equipa  com  diversas  as  linhas  de  orientação  a  perseguir  e  as  metas  a  atingir,  alinharmos  objectivos  de  vendas,  de  campanhas,  de  iniciativas  na  Comunidade  e  de  novos  serviços  a  lançar  é  fundamental.  Costumamos  dizer  que  o  atingir  dos  objectivos  tem  que  ter  para  cada  elemento  um  valor  percebido  superior  ao  seu  salário  no  final  do  mês,  tem  que  conter  desafio,  apelar  ao  brio  pessoal  e  dar  a  oportunidade  de  fazer  a  diferença,  mais  não  seja  permitir  chegar  ao  tal  prémio.  Só  assim  a  meta  entra  na  agenda  de  cada  um…    Naturalmente  que  a  comunicação  assume  um  papel  fundamental  na  criação  de  uma  atmosfera  de  confiança.  A  disponibilidade  para  comunicar  permite  esbater  inseguranças,  clarificar  gradualmente  o  caminho,  sentir  que  haverá  apoio  nas  decisões  a  tomar,  nos  passos  que  se  forem  dando…  Quando  a  confiança  prevalece,  as  equipas  estão  mais  predispostas  e  melhor  preparadas  para  lidar  com  períodos  mais  desafiantes,  para  gerir  os  altos  e  baixos,  até  mesmo  para  perceber  determinadas  perdas.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

Pág.  10  

O  buy-­‐in  de  cada  nova  iniciativa,  de  cada  novo  projecto  pela  equipa  é  fundamental  para  que  se  consiga  avançar  no  caminho  certo.  Tal  como  cada  elemento  da  equipa,  o  líder  também  terá  as  suas  questões,  as  suas  dúvidas,  os  seus  receios.  É  importante  que  a  equipa  o  percepcione,  para  reconhecer  que,  afinal,  os  desafios  são  para  todos…  

Não  fique  à  espera  de  melhores  dias  para  dinamizar  a  sua  Farmácia,  ou  o  seu  negócio  pode  esperar?!  

 

À  procura  da  Fórmula  Mágica?  

Não  nos  vamos  iludir,  já  sabemos  que  não  há  em  definitivo  fórmulas  mágicas  para  o  sucesso.  Há  que  as  descobrir  e  reinventar  a  cada  mês,  a  cada  semana,  a  toda  a  hora…  ver  o  que  resulta  e  replicar,  e  ousar  abandonar  o  que  não  nos  está  a  levar  mais  longe.    Mas  há  algumas  fórmulas  que  são  um  valente  empurrão…    O  desafio  que  lhe  queremos  propor  hoje  é  que  reflita  connosco  sobre  a  fórmula:  Po  –  I  =  Pe,  ou  seja,  em  que  medida  é  a  que  o  nosso  potencial  é  afetado  por  um  conjunto  de  circunstâncias  que  não  nos  permitem  otimizar  a  nossa  performance?      Vamos  explorar  esta  ideia?!      Po  (Potencial)    O  potencial  de  cada  colaborador  na  Farmácia  depende  da  estrutura  do  seu  “iceberg  de  identidade”,  do  contexto  em  que  cresceu  e  vive,  dos  padrões  familiares,  das  pessoas  de  quem  se  rodeia,  da  sua  educação  e  formação,  das  experiências  vividas  e  da  sua  própria  personalidade.    No  nosso  dia-­‐a-­‐dia,  tanto  no  plano  profissional  como  pessoal,  somos  confrontados  com  imensas  situações  mais  ou  menos  exigentes  –  para  uns  são  problemas,  para  outros  são  oportunidades.  As  escolhas  que  fazemos  ou  a  reposta  que  damos  às  situações  resultam  nas  nossas  experiências.      Quantos  mais  desafios  tivermos,  quantas  mais  experiências  vivermos,  quanto  mais  aprendermos  e  ganharmos  competências,  quanto  mais  estimularmos  a  nossa  criatividade,  quanto  mais  feedback  obtivermos  dos  outros,  quando  mais  investirmos  no  nosso  desenvolvimento,  mais  estaremos  a  desenvolver  o  nosso  potencial.  E  se  o  fizermos  relativamente  aos  nossos  colegas,  não  estaremos  a  contribuir  exponencialmente  para  o  crescimento  do  potencial  da  Equipa?    Então,  de  que  estamos  à  espera?        

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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I  (Interferência)    Ou  ainda  estamos  focados  nas  interferências  e  não  conseguimos  dar  este  salto?    Vamos  assumir  como  fatores  de  interferência  tudo  o  que  põe  em  causa  a  nossa  motivação,  que  nos  desvia  dos  nossos  sonhos,  dos  nossos  objetivos,  de  acreditar,  de  lutar,  de  correr…      Mas  que  ruído  é  este?  Está  nos  outros?  Está  em  nós?      A  interferência  tem  nome,  chama-­‐se  medo,  falta  de  confiança,  falta  de  liderança,  desfocalização,  a  opinião  que  não  queríamos  ouvir,  os  sucessos  dos  outros,  as  notícias  que  lemos  ou  vemos  na  televisão,  o  mercado  da  Farmácia  que  não  estabiliza,  o  pensarmos  com  a  carteira  do  utente…      A  maior  interferência  está,  de  facto,  em  nós.  Nos  “não  consigo”  de  cada  um,  nas  nossas  boas  desculpas,  no  que  sai  da  nossa  zona  de  conforto.  Acha  que  se  continuar  a  dizer  a  si  próprio  “não  consigo  porque  não  sei  ou  nunca  fiz,  não  sou  bom  a  abrir  portas,  não  sei  lidar  com  a  equipa,  não  tenho  tempo  para  pensar  o  negócio”  ou  outras  situações  deste  género,  vai  conseguir  ter  mais  sucesso?    Nós  próprios  somos,  muitas  vezes,  o  nosso  maior  inimigo,  a  maior  barreira  que  nos  impede  de  maximizar  o  nosso  potencial,  de  chegar,  ou  mesmo  superar,  as  metas  que  traçamos,  ou  de  colocar  metas  mais  ambiciosas.  Não  estará  já  na  altura  de  pensarmos  “acima  da  linha”?    Depois  temos  os  outros…  O  nosso  melhor  amigo(a)  que  a  cada  nova  ideia  nos  diz  “Tu  és  louco,  vais  fazer  isso  numa  altura  destas?”,  a  ex-­‐colega  da  Faculdade  que  vai  connosco  às  reuniões  e  nos  diz  ”A  sério,  achas  mesmo  que  isso  vai  dar  em  alguma  coisa?  Eu  agora…”,  a  Família  que  nos  sugere  mais  calma,  mais  cautela,  a  nossa  Equipa  que  diariamente  faz  um  chorrilho  de  lamentações,  o  utente  que  nos  consome  tanta,  tanta  energia,  etc,  etc.      Eu  sei,  às  vezes  dava  vontade  de  os  sacudir  a  todos,  não  dava?  Mas  é  que  se  não  o  fizermos  no  nosso  subconsciente,  não  vamos  mesmo  ter  condições  de  lançar  novas  iniciativas,  fazer  determinadas  coisas  de  forma  diferente  ou  ter  a  coragem  de  nos  desafiar  a  ponto  de  alcançar  um  patamar  diferente  de  resposta  ao  mercado.    É  preciso  perceber  e  conhecer  os  fatores  de  ruído  que  estão  à  sua  volta,  é  importante  avaliar  os  impactos  que  possam  ter  no  seu  negócio  e  nos  seus  colaboradores,  mas  é  absolutamente  crítico  separar  o  trigo  do  joio  e  pôr  o  que  a/o  impede  de  progredir  para  trás  das  costas.      Acima  de  tudo,  já  não  há  margem  para  ficar  à  espera  de  melhores  dias…      Pe  (Performance)    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Os  tempos  só  serão  melhores  pelo  que  tivermos  a  capacidade  de  operacionalizar  nesse  sentido.  A  partir  do  momento  em  que  corrigirmos  esta  postura  e  ajustamos  os  nossos  comportamentos  e  ações,  teremos  toda  a  credibilidade  e  congruência  para  o  fazer  junto  das  nossas  equipas.      A  performance  individual  e  coletiva  nas  Farmácias,  à  semelhança  de  todas  as  Empresas,  depende  de  como  desenvolvemos  e  aplicamos  o  nosso  potencial.  Por  mais  fantástico  que  ele  seja,  por  mais  brilhantes  que  sejam  os  talentos  que  temos  nas  equipas,  se  não  os  pusermos  a  render  no  rumo  certo,  a  performance  ficará,  no  melhor  dos  casos,  no  nível  em  que  sempre  esteve,  numa  altura  em  que  precisamos  de  mais  resultados.    E  se…  não  ficasse  agarrado  às  interferências  e  transformasse  de  vez  o  seu  negócio  ainda  este  ano?  

 

Foram-­‐se  os  tempos  do  x-­‐acto,  e  agora?  

Quem  não  se  lembra  do  ritual  do  x-­‐acto,  em  que  os  colaboradores  da  Farmácia  tiravam  cautelosamente  o  código  de  barras  de  cada  embalagem  e  colavam,  um  a  um,  com  fita-­‐cola  na  receita?    Pois  é,  trocámos  esses  tempos  pela  leitura  óptica,  pelas  receitas  electrónicas,  e  trocámos  tantas  coisas  mais…  Como  vos  ouvimos  frequentemente  dizer,  “foram-­‐se  os  tempos  das  favas  contadas”!    Se  o  contexto  mudou,  se  a  tecnologia  se  renovou  para  suportar  os  novos  processos,  o  que  é  que  nós  ajustámos  na  nossa  Farmácia  para  ir  em  busca  de,  pelo  menos,  os  mesmos  resultados?    As  Pessoas    É  curioso  que  aqui  há  um  ou  dois  anos  atrás  era  dificílimo  encontrar  um  Farmacêutico  para  incorporar  a  Equipa;  é  ainda  mais  curioso  que  agora,  quando  asseguramos  um  processo  de  recrutamento  para  uma  Farmácia,  numa  semana  e  com  um  mero  anúncio  gratuito  on-­‐line,  chegamos  a  receber  cerca  de  60  CVs.  Faz  pensar,  não  faz?      A  realidade  mudou  e  há  muitas  pessoas  nas  equipas  que  não  têm  esta  noção,  que  continuam  a  fazer  as  coisas  da  forma  que  sempre  fizeram  (leia-­‐se  a  dispensar  medicamentos…),  que  quase  deixam  o  atendimento  a  meio  e  começam  a  despir  a  bata  porque  está  na  hora  da  saída,  que  acham  que  o  posto  de  trabalho  é  tão  seguro  como  sempre  foi,  e  que  continuam  tão  acomodados,  alguns  até  partilhando  com  os  utentes  a  ladainha  da  crise…    Mesmo  em  relação  à  gestão  do  negócio,  o  que  mudou  na  nossa  liderança?  Agora  necessariamente  presentes  e  focados,  já  nos  demos  conta  que  temos  menos  tempo  e  mais  papelada  e  processos  para  cumprir…  Mas,  quão  efectivo  é  o  nosso  tempo?  Somos  suficientemente  assertivos  e  disciplinados?    

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Como  envolvemos  e  motivamos  a  equipa?  O  que  comunicamos  nas  reuniões  com  eles?  Que  responsabilidade  afectamos  a  cada  um?  Como  distinguimos  as  distintas  performances  dos  elementos  da  Equipa?  Que  retorno  é  que  estamos  dispostos  a  dar-­‐lhes  se  eles  trouxerem  mais  para  a  Farmácia?    Os  Processos    Reinventar  os  processos  e  fechar  o  ciclo  são  agora  palavras  de  ordem.    Fazer  o  que  sempre  fizemos  já  não  nos  permite  chegar  sequer  aos  mesmos  resultados,  todos  sabemos  isso.  O  que  está  nas  nossas  mão  fazer  (não  vale  ficar  pelo  “tentar”)  para  nos  diferenciarmos,  para  comprarmos  melhor,  para  angariarmos  novos  clientes,  para  retermos  os  que  já  temos?    Já  alguma  vez  questionou  a  sua  Equipa  sobre  isto?  Reunião  de  brainstorming,  post-­‐its  coloridos  para  registar  cada  ideia…  Experimente,  vai  ver  que  resulta.  Muitas  cabeças  funcionam  melhor  que  uma!    Que  outros  modelos  de  negócio  podemos  trazer  para  a  Farmácia?  Que  parcerias,  que  protocolos?  Como  podemos  dar-­‐nos  a  conhecer  na  Comunidade  em  que  estamos  inseridos?  Que  panóplia  de  serviços  temos  à  disposição  dos  nossos  utentes?  Temos  algum  serviço  que  mais  ninguém  tenha?    Apostar  por  marketing,  por  campanhas  periódicas,  o  que  nos  impede?  O  que  estamos  a  fazer  de  diferente?  E  se  fazemos  campanhas,  que  resultados  é  que  elas  estão  a  ter?  É  curioso  porque  quando  perguntamos  “Então  Dra.,  a  campanha  correu  bem?”,  a  resposta  inicial  é  muitas  vezes  “Sim,  sim,  mexeu!”  E…  correr  bem,  para  si,  é  quanto?!    Por  cada  acção  que  fazemos,  como  fechamos  o  ciclo?  Planear,  definir  objectivos  e  apurar  resultados,  testar  e  medir  estratégias  implementadas…  não  há  forma  de  fugir  a  isto,  senão  o  sucesso  nunca  vai  ter  uma  dimensão  mensurável.  E  ninguém  consegue  melhorar  ou  corrigir  o  que  não  mede…    A  Tecnologia    A  Tecnologia  tem  que  estar  lá  para  nos  ajudar!  Não  importa  se  temos  Sifarma  2000,  clássico,  WinFar,  SoftPharma,  robot,…  nem  se  no  fim  exportamos  e  tratamos  os  dados  todos  numa  mera  folha  de  cálculo.    O  importante  é  onde  nos  leva  a  informação  e  como  ela  impacta,  semana  a  semana,  as  nossas  decisões  sobre  o  negócio.  Afinal  de  contas,  a  informação  de  gestão  está  no  sistema,  que  partido  estamos  a  conseguir  tirar  dela?    Se  eu  só  olhar  para  as  vendas  do  mês  quando  recebo  a  DR  do  Contabilista,  o  mês  já  passou  e  já  não  é  possível  influenciar  os  números.  Se  o  fizermos  semana  a  semana,  se  virmos  que  as  vendas  ou  os  

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atendimentos  estão  abaixo  dos  objectivos,  podemos  “picar”  a  equipa,  podemos  despoletar  campanhas,  podemos  correr  atrás  da  nossa  venda  média  objectivo  em  cada  atendimento…    Vamos,  roube  o  tempo  suficiente  para  pensar  o  seu  negócio!        

A  precisar  de  uma  vacina?  

Não  poderia  haver  melhor  mês  para  falar  deste  tema,  ou  não  estivéssemos  nós  em  Outubro…  É  verdade  que  as  vacinas  estão  na  ordem  do  dia,  mas  não  era  exactamente  da  prevenção  da  gripe  que  pretendemos  falar  hoje…      Toda  e  qualquer  prevenção  é  importante,  mas  há  uma  Farmácia  para  gerir  e  aportar  resultados,  por  isso  vamos  falar  de  outras  injecções!    Injecção  @1:  Motivação  e  Compromisso    “Eu  motivo-­‐ME!”  Enquanto  cada  um  dos  rostos  aí  na  Farmácia  não  for  um  espelho  desta  afirmação,  o  compromisso  não  estará  a  100%.  Sabemos  que  não  é  fácil,  sobretudo  no  contexto  actual,  mas  é  possível  dar  passos  individuais  e  como  Equipa  nesse  sentido.    Quando  foi  a  última  ação  de  Teambuilding  em  que  a  equipa  participou?  Quando  foi  a  última  reunião  de  Equipa  que  realizaram?  Quando  celebrou  a  última  conquista  de  alguém  do  grupo  de  trabalho?      As  gratificações  ajudam,  mas  não  são  tudo…      E  não  há  qualquer  tipo  de  obrigatoriedade  para  que  os  prémios  sejam  iguais  para  todos,  ou  há?!  É  tal  e  qual  como  quando  instituímos  o  16º  mês,  o  15º  mês  passa  a  “favas  contadas”,  e  por  aí  fora.      Na  sua  Farmácia  todos  contribuem  por  igual  para  os  resultados?  Então…    E  quando  não  há  condições  para  premiar,  quando  “não  há  dinheiro”…  Porque  é  que  nos  confinamos  a  que  o  prémio  tenha  que  ser  monetário?  Onde  paira  a  nossa  criatividade?      Desafiar  é  palavra  de  ordem.  E  trabalhar  por  objectivos  também,  para  que  haja  um  nível  de  compromisso  adequado  de  cada  um.      Se  eu  não  souber  o  que  é  esperado  de  mim,  não  me  sinto  envolvido  o  suficiente  para  me  motivar  com  o  “como  vou  lá  chegar”  ou  com  “o  que  de  bom  isso  vai  impactar  em  mim”.  E  a  motivação  intrínseca  começa  aqui!      

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Injecção  @2:  Liderança  e  Coaching  à  Equipa    Agora  ninguém  se  motiva  se  não  se  sentir  verdadeiramente  inspirado  com  os  exemplos  que  tem  à  volta.    Você  contagia,  com  a  sua  garra,  com  a  sua  energia  e  determinação,  com  o  seu  exemplo?  Já  me  têm  dito:  “bem,  tem  dias!”.  E  nos  outros  dias?  Penduramo-­‐nos  todos  e  lamentamo-­‐nos  na  copa  (ou  no  laboratório)  que  isto  está  mau?!    Saia  desse  registo,  não  é  que  não  seja  até  uma  realidade,  mas  onde  é  que  isso  o  leva?  Ao  invés,  deixe-­‐se  levar  pelo  que  o  faz  chegar  mais  longe.    Desenvolva  as  suas  competências  de  gestão,  supere-­‐se  e  procure  focar-­‐se  mais  nos  outros  do  que  em  si.  Não  há  outra  forma  da  sua  equipa  crescer,  não  prescinda  de  fazer  um  bocadinho  de  coaching  a  cada  um…    Uma  vez  atribuídas  responsabilidades  e  estabelecidos  determinados  objectivos,  há  que  ajudar  a  persegui-­‐los,  a  torná-­‐los  possíveis.    Se  fosse  absolutamente  fácil  ou  imediato,  já  pensou  que  a  sua  equipa  não  precisava  de  si?    A  sua  equipa  não  é  pior  do  que  a  de  ninguém.  Pode  “estar  mais  verde”  em  certos  aspectos,  mas  tudo  se  trabalha  quando  temos  as  situações  identificadas  e  existe  no  indivíduo  a  humildade  de  querer  fazer  diferente,  de  querer  aprender  a  fazer  melhor  e  de  forma  mais  alinhada…  E  os  problemas  que  existem,  são  para  serem  resolvidos  senão,  todos  sabemos,  ficam  maiores!    E  mesmo  quando  anda  tudo  orquestrado  e  os  processos  estão  optimizados,  ainda  assim,  pode  sempre  correr  melhor…      Afinal  de  contas,  qual  é  a  missão  da  sua  Farmácia?  Ainda  que  tenha  uma  missão  interna  definida  (o  que  é  um  exercício  bem  giro  de  fazer),  há  que  cumprir  a  missão  que  temos  fora  de  portas,  para  os  nossos  utentes,  para  a  Comunidade  em  que  estamos  inseridos.    E  é  aqui  que  falamos  de  vendas,  da  excelência  do  nosso  atendimento…    Podemos  ter  a  melhor  orquestra,  o  melhor  maestro,  mas  sem  público,  o  espectáculo  não  tem  magia…  nem  retorno!  E  a  afinação  não  nos  vale  de  grande  coisa…      Injecção  @3:  Vendas  e  Atendimento    Precisamos  de  cada  atendimento  como  nunca…  Na  verdade,  necessitamos  que  cada  minuto  com  o  nosso  utente  seja  mágico.    

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Não  imaginam  como  fico  incomodada  quando  percebo  a  indiferença  de  alguns  colegas  a  encaminharem-­‐se  para  o  gabinete  de  utente  para  fazer  uma  determinação  bioquímica…  Quantos  minutos,  em  média,  necessita  para  fazer  uma  DPB?  Cinco,  sete,  dez  minutos?      Uau,  que  tempo  precioso  para  nos  diferenciarmos!    Agora  temos  que  saber  investir  nesses  minutos,  para  que  não  sejam  a  mais  pura  perda  de  tempo…  Quando  vendemos  sorrisos,  confiança,  aconselhamento,  mesmo  que  a  venda  não  caia  no  imediato,  esse  tempo  tem  um  impacto  imprescindível.    E  claro  que  “estar  a  atender”  é  vender!  Vender  com  um  sentido  de  missão,  com  a  consciência  plena  do  rigor  e  ética  profissionais  que  a  actividade  em  que  estamos  exige,  mas  vender  aquilo  que  precisamos  de  vender…  E  no  “merge”  das  necessidades  do  utente  com  as  nossas  prioridades  é  que  está  o  ponto  de  equilíbrio  que  todos  procuramos.  Há  sempre  uma  necessidade  que  se  alarga,  outra  que  se  cria,  basta  escutar  activamente  e  fazer  algumas  boas  perguntas…    O  que  é  uma  boa  venda?  Ainda  anda  a  impingir?  Ainda  pensa  se  o  produto  é  bom  ou  se  o  teste  é  fiável  no  momento  do  atendimento?  E  com  a  sua  equipa,  é  diferente?  Se  houvesse  uma  injecção  para  alinhar  o  discurso  na  venda,  para  ajudar  a  criar  empatia  de  forma  acelerada,  para  ajudar  a  “abrir  o  cérebro”  das  nossas  equipas  para  as  orientações  que  precisamos  impreterivelmente  de  seguir,  administrava?    Porque  é  que  eles  bloqueiam  a  cada  objecção  do  utente,  porque  é  que  ainda  sugerem  que  o  utente  vá  à  farmácia  da  frente,  porque  é  que  às  vezes  parece  que  vestem  mais  a  camisola  dos  clientes  do  que  a  da  Farmácia?      Vamos,  previna-­‐se…      

Há  quanto  tempo  não  investe  na  sua  Equipa?  

Investir  é  comunicar,  envolver,  motivar,  escutar,  delegar,  formar,  acreditar,  responsabilizar,  reconhecer…  Investir  na  Equipa  é  hoje,  mais  do  que  nunca,  um  exercício  diário!    Motivar  e  Comunicar    Muito  recentemente  comentavam  comigo  que  “estar  desmotivado  era  muito  mais  simples,  dava-­‐nos  a  possibilidade  de  baixar  os  braços,  de  não  ter  muito  que  fazer,  de  não  ter  pressão,  de  não  nos  desgastarmos  tanto  e  que  facilmente  se  encontrava  companhia…”    Pois,  e  onde  é  que  este  marasmo  nos  leva?  Parece  que  está  provado  que  não  nos  trás  qualquer  tipo  de  resultado,  certo?!  Numa  altura  em  que  tanto  se  fala  de  motivação,  ou  da  falta  dela,  o  que  está  ao  nosso  alcance  fazer  para  motivar  as  nossas  Equipas?    

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 É  interessante  porque,  de  acordo  com  a  maior  parte  dos  benchmarkings,  quando  questionamos  os  colaboradores  sobre  o  que  mais  gostam  ou  valorizam  na  Empresa  onde  trabalham,  encontramos  maioritariamente  as  seguintes  respostas:  fazer  o  que  gosto,  liderança,  visão  de  futuro,  desenvolvimento  profissional,  sentido  de  pertença,  reconhecimento,  autonomia,  relacionamento  inter-­‐pessoal,  comunicação,  condições  de  trabalho,  salário  e  benefícios,  formação.    Perante  estes  factores  estamos  naturalmente  a  falar  de  motivação  intrínseca,  dos  motivos  que  condicionam  e  impactam  na  acção  de  cada  um.  Longe  vai  o  tempo  em  que  se  entendia  que  a  motivação  da  equipa  era  da  inteira  responsabilidade  do  líder.  Cada  vez  mais,  cada  pessoa  é  responsável  pela  sua  auto-­‐motivação,  por  saber  o  que  determina  a  sua  conduta  e  actuação  na  organização  a  ponto  de  poder  estar  a  120%...  Claro  que  o  contexto  ajuda,  mas  está  longe  de  ser  tudo!    Sabe  o  que  motiva  cada  um  dos  seus  colaboradores?  Conhece  cada  um  ao  ponto  de  perceber  o  que  o  move,  o  que  o  leva  a  agir  de  determinada  maneira?  Entender  e  valorizar  os  factores  de  motivação  intrínseca  são  aspectos  fundamentais  para    conseguirmos  pessoas  motivadas  e  comprometidas  no  trabalho,  de  forma  sustentada  e  permanente.    Implementar  ou  não  implementar  um  sistema  de  Avaliação  de  Desempenho  é  um  dilema  que  muitas  Farmácias  têm  vindo  a  partilhar  connosco.  Fazê-­‐lo  por  categoria  profissional,  diferenciado  por  Farmacêuticos  e  Técnicos,  correr  o  risco  de  ao  estabelecer  objectivos  individuais  dividir  a  equipa  e  cada  um  começar  a  olhar  para  o  seu  umbigo,  fazer  bem  de  início  mas  acabar  por  deixar  cair  como  aconteceu  com  outros  temas  no  passado  e  tantas,  tantas  outras  questões…    Comecemos  pelo  princípio!  Para  que  é  que  a  nossa  Empresa  /  Farmácia  precisa  de  um  sistema  de  Avaliação  de  Desempenho?  O  que  queremos  controlar,  melhorar  e  corrigir  com  esse  processo?  É  que  só  para  controlar  ou  “encher”  já  temos  processos  a  mais…    Quais  são  os  pequenos  ganhos  de  que  a  Farmácia  precisa,  em  termos  individuais  e  de  grupo?  O  que  nos  impede  de  estabelecer  Indicadores  de  Equipa  e  Individuais,  alinhados  com  a  função  de  cada  um?        Prever  uma  avaliação  trimestral  garante  que,  encontraremos  quatro  momentos  no  ano  para  nos  sentarmos  individualmente  com  cada  colaborador,  orientarmos  construtivamente  o  que  deve  ser  melhorado  e  reconhecermos  o  bom  trabalho  pelo  que  foi  atingido.  É  verdade  que  estamos  todos  os  dias  juntos,  mas  se  calhar  estamos  o  ano  inteiro  sem  dar  feedback…    Não  raras  vezes  me  dizem  “agora  motivar  está  difícil  porque  não  há  dinheiro  para  dar…”.  E  não  dá  para  motivar,  porque?  Pode  não  dar  para  premiar  como  dava  dantes,  mas  pode  dar  para  mimar  se  formos  mais  criativos.  Além  disso,  nem  todos  se  movem  pela  cenoura…    Por  muito  que  todos  se  dediquem  ou  esforcem,  nem  todos  contribuirão  igualmente  para  os  resultados.  Quem  mais  retorno  trouxer  à  Farmácia  deverá  ser  reconhecido  e  distinguido  por  isso,  

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para  ter  uma  vontade  indiscutível  de  permanecer  nesse  registo.  Ou  não  precisa  de  mais  e  melhores  resultados?!    Uma  coisa  é  certa,  não  envolver,  não  comunicar,  não  escutar,  cria  distância,  inibe  o  diálogo,  permite  as  famosas  conversas  de  corredor  e,  seguramente,  não  motiva  ninguém!    Responsabilizar  e  Formar  para  Crescer    Costuma  dizer-­‐se  que  as  equipas  crescem  à  medida  dos  desafios  que  lhes  são  lançados.  Às  vezes  não  crescem  mais  porque  não  acreditamos,  porque  não  desafiamos  o  suficiente,  porque  não  delegamos  e  não  investimos  o  tempo  necessário  para  colher  o  retorno  adequado.    Mas  para  podermos  delegar,  temos  que  estar  seguros  de  que  existem  as  competências  motivacionais  e  técnicas  do  colaborador  para  assumir  a  nova  função,  a  nova  tarefa  ou  aquele  projecto  específico.      Falámos  até  agora  de  competências  motivacionais,  mas  e  quanto  a  promover  as  competências  técnicas?      Quantas  vezes  pensamos  se  é  preferível  continuar  a  ter  um  excelente  Farmacêutico  ou  arriscarmo-­‐nos  a  ter  um  Substituto  /  Adjunto  mediano?  As  competências  relacionais,  de  comunicação,  de  saber  negociar  com  os  fornecedores,  conhecer  os  indicadores  do  negócio,  saber  comunicar  e  liderar  a  Equipa  vêm  com  o  tempo,  com  a  experiência.  Mas  vêm  também  com  a  aprendizagem,  com  a  formação  e  preparação  para  o  efeito.  Excelentes  profissionais  na  Farmácia  não  são  necessariamente  excelentes  gestores  ou  líderes  se  não  forem  preparados  para  tal.      E  toda  a  Equipa  em  geral  necessita  de  evoluir,  de  ajustar  a  sua  postura  em  função  das  novas  realidades  do  mercado,  de  perceber  melhor  o  todo  para  optimizar  a  sua  parte,  o  seu  contributo.      A  Empresa  só  crescerá  se  cada  elemento  crescer  individualmente.  O  líder  só  crescerá  se  estiver  genuinamente  preocupado  com  o  crescimento  da  Equipa.  E  não  constituirá  um  factor  motivacional  indiscutível  para  o  líder  reconhecer  o  crescimento  e  a  maturidade  da  Equipa  que  gere?    

 

Mais  uma  volta  no  carrossel?  

Quem  se  lembra  das  voltas  de  carrossel  que  dávamos  nos  parques  de  diversões?  Sem  surpresas,  em  torno  de  um  eixo  e  lá  girávamos  nós.    Pois  é,  mas  definitivamente  trocaram-­‐nos  as  voltas  e  há  carrosséis  bem  mais  complexos!  As  voltas  agora  são  outras,  de  maior  risco  e  muito  mais  conturbadas.    

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 Sem  falar  na  reviravolta  dos  preços,  que  a  do  próximo  trimestre  está  prestes  a  chegar…  Os  preços,  a  crise,  as  medidas  de  austeridade  e  aquilo  em  que  se  tornou  o  TROIKA+,  as  receitas  aviadas  por  metade,  o  dinheiro  que  agora  vai  todo  para  o  material  escolar,  etc.      A  questão  é,  podemos  mudar  alguma  destas  coisas?  Pois,  N-­‐Ã-­‐O!      As  viravoltas  que  já  vieram  e  o  que  estiver  para  vir,  vai  vir  para  todos.  Por  isso,  toca  a  olhar  para  dentro  e  mudar  o  que  há  que  mudar…  É  que  se  não  o  fizermos,  ninguém  o  vai  fazer  por  nós,  e  não  vamos  ter  a  capacidade  de  nos  diferenciar.      Quem  não  se  prepara,  quem  não  antecipa  uma  série  de  coisas  está  e  estará  cada  vez  mais  às  voltas,  isso  sim,  com  os  números  do  negócio.      E  que  voltas  podemos  dar?    @1  –  Emergir,  parar  e  pensar!    Deixar  o  pic  pic  da  conferência  da  receita,  do  medicamento  que  não  há,  da  D.  Maria  que  só  levou  metade  da  receita,  da  não-­‐sei-­‐quantas  que  não  troca  a  folga,  do  delegado  que  está  à  espera,  das  devoluções  que…  STOP  ou  vai  continuar  a  sair  da  Farmácia  às  quinhentas  todos  os  dias?  Estes  são  temas  de  rotina,  mas  são  da  equipa,  não  são  necessariamente  os  seus.    Já  olhou  para  os  números  este  mês,  esta  semana?  Facturação,  atendimentos,  venda  média.  E?  Como  vamos  influenciar  os  resultados?  É  muito  diferente  sabermos  ao  dia  8  que  estamos  10%  abaixo  do  período  homólogo  ou  sabermos  ao  dia  31.  É  a  diferença  entre  termos  3  semanas  para  agir  ou  lamentarmos  que  o  Agosto  ainda  foi  mais  terrível  que  o  do  ano  passado.    @2  –  Apostar  e  agir    É  isso  mesmo,  o  para  além  do  “E  se…  ?”    Quando  me  perguntam  “E  se…”  a  minha  resposta  é  tipicamente  “Fogo  à  peça!”.    Mesmo  quem  pensa  novas  coisas,  e  às  vezes  surgem  excelentes  ideias”,  depois  parece  que  fica  naquele  marasmo…  A  liderança  da  Farmácia  é  de  certa  forma  solitária,  há  muita  necessidade  de  ter  alguém  ao  lado  para  validar,  para  nos  dar  um  empurrão,  para  nos  dizer  o  tal  “fogo  à  peça”  em  direcção  ao  próximo  passo.    Arrisque,  mesmo  que  algumas  situações  não  resultem,  errar  faz  parte  do  processo.  Não  vai  ter  outros  resultados  se  não  operacionalizar  outro  tipo  de  acções.  É  que  hoje  o  carrossel  já  não  nos  leva  ao  mesmo  sítio!    @3  –  Fazer  crescer  a  Equipa  

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 Director  Comercial,  precisa-­‐se!  Director  de  Marketing,  precisa-­‐se!  Director  de  Compras,  precisa-­‐se!  Director  Financeiro,  precisa-­‐se…  e  como!    A  sua  é  uma  empresa  à  séria,  não  é?  Então  todas  as  funções  empresariais  têm  que  ser  asseguradas.  Admitindo  que  é  o  Director  Geral,  as  restantes  caixas  do  organigrama  não  vão  ter  todas  o  seu  nome,  ou  vão?  Conseguimos  ter  tempo  para  fazer  tudo?  Fazemos  tudo  igualmente  bem?    Parece  que  chegou  a  hora  de  envolver  e  responsabilizar  mais,  de  puxar  mais  pelas  pessoas  e  de  resolver  os  calcanhares  de  Aquiles  que  por  aí  andem…  Se  está  disposto  a  deixar  alguém  de  fora,  esse  alguém  está  a  tornar-­‐se  dispensável,  o  que  é  um  problema  a  endereçar  rapidamente.      A  sua  equipa  precisa  urgentemente  de  um  novo  olhar  sobre  o  negócio,  de  sair  da  zona  de  conforto  de  a(o)  ter  a  resolver  todas  as  situações  e  de  ganhar  as  competências  e  a  desenvoltura  para  agir  como  o  contexto  agora  exige.      @4  –  Vender,  vender,  vender…    Sorrisos,  mimos,  atenção,  disponibilidade,  flexibilidade,  velocidade  na  resposta,  …  surpreender  o  mais  possível  para  deixar  a  vontade  de  voltar!  O  atendimento  de  excelência  tem  que  ser  uma  missão  para  além  da  que  consta  do  website  da  Farmácia.    Mas  esta  postura  tem  que  surgir  de  braço  dado  com  uma  postura  muito  assertiva  na  venda.    Às  vezes  alguns  elementos  da  Equipa  dizem-­‐me  “ai,  isto  está  muito  parado”,  mas  quando  vamos  ver  as  Vendas  por  Empregado,  há  colegas  a  facturar  o  triplo…      Não  é  fácil,  claro  que  não,  mas  as  técnicas  de  venda  e  os  guiões  de  atendimento  têm  que  estar  na  ponta  da  língua  (e  no  topo  do  subconsciente,  para  que  este  não  nos  pregue  algumas  partidas!).    As  campanhas  ajudam  a  focalizar  a  Equipa  naquilo  que  se  quer  vender.  Ou  não  tem  ainda  um  “Director  de  Marketing”  a  pensar  o  que  é  prioritário  vender?  Mais  do  que  nunca,  há  que  trabalhar  com  objectivos,  para  que  a  equipa  esteja  alinhada  no  que  pretendemos  fazer  sair  em  termos  de  Iva  23%,  OTC’s  e  genéricos.      @5  –  Optimizar  e  celebrar    Optimize  o  que  ainda  não  está  tão  bem.      Dê  por  instantes  uma  varinha  de  condão  a  cada  elemento  da  equipa  e  pergunte-­‐lhes  o  que  mudavam,  o  que  abandonavam  ou  o  que  fariam  de  novo  /  de  diferente…  Vai  ter  algumas  surpresas  muito  interessantes,  vai  ver…  Este  espaço  de  comunicação  e  de  escutar  activamente  as  nossas  pessoas  é  fundamental.  

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 Optimize  sobretudo  os  processos  que  lhe  permitam  chegar  mais  perto  dos  seus  utentes,  que  lhes  dêem  valor  diferenciador.  Comunique  mais  com  os  seus  clientes,  tem  ao  seu  dispor  ferramentas  gratuitas  como  as  redes  sociais,  newsletters,  mailings…  Faça  aquele  inquérito  de  satisfação  que  anda  para  fazer  desde  o  ano  passado.  Pense  seriamente  nas  ideias  que  ficaram  no  notebook  e  dê  vida  a  essas  notas  no  seu  caderninho:  a  entrega  ao  domicílio,  as  encomendas  on-­‐line,  o  arranque  da  lista  de  nascimento,  a  parceria  com  o  ginásio,  o  apoio  à  IPSS  da  freguesia,  etc.    Caso  para  dizer…  “Fogo  à  peça”!  E,  já  sabe,  por  cada  iniciativa  que  correr  bem,  grande  ou  pequenina,  toca  a  partilhar  e  festejar  em  equipa.  Cada  passo  que  faz  a  diferença  tem  que  ficar  bem  marcado,  para  aguçar  o  apetite  para  dar  mais  uns  quantos  passos  desses…        

Alguém  ligou  o  complicómetro?  

 Se  ligaram  é  porque  você  deixou!    Os  tempos  e  as  novas  condições  na  Farmácia  já  são  suficientemente  desafiantes  e  a  focalização  é  uma  preocupação  constante.  Não   importa  a  dimensão  da  equipa  ou  o  ambiente  onde  a   farmácia  está   inserida,   é   necessário   apostar   em   recursos   humanos   de   elevada   qualidade,   os   chamados  talentos,  para  que  a  produtividade  seja  cada  vez  maior.      O  que  nós  observamos  cada  vez  mais  quando  trabalhamos  em  processos  de  business  coaching  com  as  empresas,  é  que  está  a  instalar-­‐se  a  epidemia  do  Complicado  e  do  Impossível.    Assistimos   a   este   fenómeno   transversal,   em   equipas   de   maior   ou   menos   dimensão,   em  colaboradores  mais  e  menos  diferenciados.  Tudo  é  extremamente  complicado,  difícil  de  atingir  e  quase   impossível   de   fazer.   A   necessidade   de   aumentar   vendas,   de   gerir   as   novas   regras   das  margens   regressivas,   de  manter  os  princípios  éticos  que  existem  numa   farmácia,   de  melhorar  os  processos  por  vezes  como  menos  pessoas,   fazer   face  a  um  decréscimo  de  atendimentos  e  outras  desafios   consomem   imensa   energia.   Além   disso   o   tempo   continua   a   ser   um   excelente   bode  expiatório.      Mas  como  travar  este  fenómeno?    Na   grande   maioria   das   vezes   actuamos   como   facilitadores   de   mudança   intra   e   inter   equipas.  Noutros   casos,   criamos   alguns   sistemas   que   permitem   a   criação   de   uma   cultura   mais   arrojada  dentro  das  farmácias.    E  quais  as  acções  que  implementamos?    

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-­‐  Mind  Set    Os  tempos  são  de  imensa  mudança  e  os  colaboradores  têm  de  aderir  a  estas  mudanças.  Preparar  o  mind   set   é   fundamental,   seja   com   uma   preparação   dos   trabalhos,   seja   através   de   eventos   de  teambuilding.  É  fundamental  abrir  a  mente  da  equipa.    -­‐  Criação  de  Reuniões  de  Brainstorming    Mesmo   com   todas   as   dificuldades   de   horários,   é   uma   estratégia   ganhadora.   O   problema   é   que  muitas  vezes,  as  reuniões  de  equipa  são  consideradas  um  desperdício  de  tempo  por  não  haver  uma  agenda  definida  ou  uma  acta  de  reunião.    Crie   um   ambiente   diferente   nas   reuniões.   Imagine   que   dispõe   de   todo   o   tempo,   dinheiro   do  mundo.  Não  questione  de   imediato  as   ideias  e  ouse.  Escolha  alguém  que  actue  como   facilitador,  alguém   que   de   algum  modo   medeia   a   reunião,   garantindo   que   a   agenda   é   cumprida,   havendo  sempre  uma  acta  final  partilhada  por  todos.  Se  não  pusermos  barreiras   às   ideias,   o   que  observamos  nestas   reuniões   é   que  de   cada  uma   são  extraídas  um  numero  elevado  de  propostas,  de  hipóteses  e  de  ideias  e  curiosamente,  o  tempo  ou  investimento  necessário  para  as  colocar  em  prática,  acabam  por  aparecer,  para  além  do  plano  de  acção  para  as  mesmas.    -­‐  Detalhar  as  metas  a  atingir    Parte  da  aversão  à  mudança   tem  a  ver  com  a  dificuldade  que  existe  em  detalhar  cada  objectivo.  Revele   os   objectivos   que   necessitam   ser   atingidos.   A   equipa   precisa   de   conhecer   a   realidade   da  farmácia,  pois  dessa  forma,  sentem-­‐se  envolvidos  de  forma  diferente  e  mais  integrada.      -­‐  Fortalecer  a  comunicação    Já  falámos  muitas  vezes  na  importância  da  comunicação  dentro  das  empresas.  Mas  nunca  esquecer  a  qualidade  mais  que  a  quantidade  dessa  mesma  comunicação.  Não  é  por  fazer  mais  reuniões  que  a  equipa   vai   estar   mais   motivada,   é   por   fazer   melhores   reuniões,   por   partilhar   sucessos   e   gerir  problemas  quando  estes  ocorrem.    -­‐  Valores  ou  Cultura    O   propósito   da   farmácia   é   sem   duvida   contribuir   para   a   saúde   dos   seus   utentes,   seja   de   forma  curativa  ou  preventiva.  É  fundamental  a  existência  de  um  conjunto  de  valores  na  empresa,  valores  estes  que  sejam  entendidos  e  partilhados  por  todos.  Um  deles  deve  referir  o  compromisso  com  a  melhoria  continua  de  serviços,  para  que  nada  seja  impossível  a  ninguém.    -­‐  Proibido  dizer  “não  consigo”    

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E  que  tal  tentar?  É  completamente  diferente  e  não  é  tão  negativo.  Quando  uma  Farmácia,  que  tem  como  objectivo  servir  o  cliente  diz  que  não  consigo,  é  colocar  em  causa  a  essência  do  serviço,  do  estar  para  o  outro,  da  genuína  preocupação  com  os  outros.        

De  que  massa  são  feitos  os  líderes?  

 Mais  do  que  nunca  necessitamos  de  lideres  fortes,  pois  o  contexto  que  as  farmácias  atravessam  hoje  em  dia  é  no  mínimo  desafiante.  Quando  estamos  a  falar  de  padrões  de  liderança,  podemos  estar  a  pensar  em  determinada  “massa”  de  líderes,  mas  mais  importante  que  a  massa  é  a  sua  consistência,  sabor,  doçura  e  durabilidade.    E  como  o  mundo  está  desafiante,  é  algo  que  desafiamos  muitos  dos  lideres  de  farmácias,  directores  técnicos  ou  farmacêuticos  adjuntos  e  proprietários,  a  terem  uma  postura  de  verdadeira  liderança  sabendo  como  motivar  e  gerir  a  equipa.    Ao  longo  dos  anos  foram  conduzidos  milhares  de  estudos  de  padrões  de  liderança,  procurando  encontrar  padrões  comuns  entre  as  pessoas  que  se  destacam  como  líderes.  No  fundo,  procurou-­‐se  sempre  a  constituição  e  o  segredo  da  massa.  Quais  os  ingredientes  que  transformam  as  pessoas  em  bons  lideres.    Se  pudéssemos  resumir  um  pouco  diríamos  que  o  segredo  não  está  só  na  massa,  e  são  vários  os  factores  que  ajudam  a  criar  um  outro  nível  de  liderança.    Factores  Internos    Há  quem  nasça  um  líder  e  há  quem  o  aprenda  a  ser…  Por  pressões  ou  condicionamentos  durante  a  infância,  ou  pura  e  simplesmente  porque  se  nasce  com  esse  dom,  muitas  pessoas  nascem  líderes.  No  entanto,  é  possível  aprender  a  liderar  e  não  existe  um  único  padrão,  mas  vários  factores  comuns.    Aprender  a  ouvir  e  a  ter  respeito  pelos  outros,  saber  estar  junto  de  pessoas,  querer  conduzir  mais  que  ser  conduzido  e  preocupar-­‐se  com  o  impacto  das  decisões  nas  pessoas  que  o  rodeiam,  são  factores  importantes  quando  falamos  de  liderança.  Mas  existem  outras  características  intrínsecas:    Há  pessoas  mais  directivas  e  decididas,  que  lideram  através  do  dinamismo  e  da  orientação  que  têm  para  os  resultados  e  ter  as  “coisas  feitas”.  São  os  que  procuram  dinamizar  as  farmácias  com  soluções  inovadoras  e  diferenciadoras.    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Há  outro  tipo  de  líderes  que  influenciam  as  equipas  com  quem  estão  a  trabalhar,  e  sendo  menos  bruscos  no  tacto,  conseguem  mobilizar  a  equipa  no  sentido  de  os  levar  a  bons  resultados.  São  como  imanes  de  pessoas  e  atraem  por  isso  mesmo.    Outros  existem  em  que  a  parte  relacional  não  é  de  todo  explorada,  pois  o  seu  foco  principal  é  os  resultados.  São  detalhados  e  minuciosos  e  gostam  que  a  equipa  também  o  seja.    Por  fim  temos  os  “low  profile”  que  procuram  nunca  destacar-­‐se  movimentando-­‐se  quase  na  sombra  e  não  querem  ficar  com  os  louros  do  sucesso.  Procuram  gerar  ambientes  de  trabalho  saudáveis  para  que  todos  sem  excepção  trabalhem  no  mais  elevado  estado  de  motivação.    Como  costumamos  dizer,  há  lideres  de  puxam  e  outros  que  empurram  a  equipa  no  atingimento  de  resultados  verdadeiramente  fantásticos.      Factores  Externos    Para  uma  boa  massa  crescer  precisa  de  uma  temperatura  adequada  para  levedar,  cozer  e  depois  é  sempre  necessário  decorar!  Não  basta  o  que  cada  um  de  nós  é  em  termos  de  orientação  para  pessoas  ou  para  tarefas  e  resultados,  seremos  sempre  condicionados  pelo  ambiente  onde  estamos  incluídos,  seja  este  pessoal  ou  profissional.      Há  no  entanto  factores  importantes  e  condicionantes  de  uma  boa  liderança,  e  hoje  em  dia  nas  farmácias,  lidamos  com  imensos  factores  externos  que  podem  influenciar  os  resultados:    -­‐  Cultura  da  empresa,  pois  é  muito  importante  que  a  cultura  da  empresa  siga  padrões  sociais  e  éticos  de  conduta,  motivação,  gestão  e  apoio  de  pessoas    -­‐  Escada  de  liderança,  sendo  que  seremos  tão  melhores  lideres  quanto  melhor  formos  liderados    -­‐  Liberdade  de  fazer,  criar  e  gerir  equipas  no  sentido  de  apostar  na  sua  formação  e  crescimento.  Mais  do  que  nunca,  as  equipas  de  farmácia  necessitam  de  estar  orientadas  a  um  conjunto  de  objectivos  e  metas.    -­‐  Existência  de  planos  de  desenvolvimento  pessoal  para  cada  colaborador.  Mesmo  numa  farmácia  em  que  parece  que  a  carreira  não  é  factor  decisivo,  temos  de  pensar  que  as  nossas  equipas  podem  crescer  em  conhecimentos  e  competências  novas  e  com  isso  acrescentar  valor  ao  serviço  que  a  farmácia  presta,  bem  como  contribuir  para  aumentar  a  motivação  de  cada  um    -­‐  Abertura  para  crescer…pois  o  verdadeiro  líder  é  aquele  que  deseja  que  todos  na  equipa  venham  a  ser  melhores  que  ele.  É  a  única  maneira  dele  ser  também  desafiado!      

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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A  sua  equipa  precisa  de  cotonetes?  

 Pois,  por  vezes  parece  que  para  além  de  cotonetes,  necessita  de  uma  bela  lavagem  aos  ouvidos.    

As  condições  no  mercado  das  Farmácias  estão  cada  vez  mais  stressantes,  e  as  equipas  andam  mais  dispersas,  menos  focadas  e  concentradas  no  que  são  as  suas  prioridades,  as  suas  funções  ou  mesmo  como  definir  a  estratégia  de  abordagem  aos  clientes.  

Quando  trabalhamos  com  equipas,  frases  como  “nunca  ouvem  nada”,  “tenho  de  repetir  as  coisas  1000  vezes”,  “  estou  sempre  a  dizer  o  mesmo”,  “está  tudo  distraído”,  e  paramos  por  aqui  para  não  continuar  o  rol,  são  muito  comuns.  E  se  já  o  eram  no  passado,  agora  em  ambientes  um  pouco  mais  desafiantes,  ainda  aumentam  mais  de  frequência.  

Notamos,  que  por  desfocalização,  as  pessoas  estão  de  facto  mais  impermeáveis  à  escuta.  E  enquanto  entre  pessoas  da  mesma  equipa,  entre  lideres  e  liderados,  o  problema  da  comunicação  vai  sendo  colmatado  com  mensagens,  lembretes  e  ralhetes,  com  os  clientes  já  não  é  tão  simples.  

Esse  é  o  principal  problema!    

Se  não  escutar  os  colegas  é  mau,  não  ouvir  com  atenção,  com  todos  os  “sentidos”  o  cliente  é  muito  pior,  pois  mais  do  que  nunca  as  farmácias  necessitam  de  fidelizar  e  reter  os  seus  clientes.  Para  tal,  têm  de  ser  desenvolvidas  algumas  competências:    

Saber  ouvir  

E  quando  dizemos  saber  ouvir,  dizemos  ouvir  em  todos  os  sentidos.  Ouvir  com  a  barriga,  ouvir  com  os  olhos  e  claro…com  os  ouvidos.  

Para  saber  ouvir  temos  em  primeiro  lugar  que  nos  calar!  Para  isso,  temos  de  “desligar”  o  nosso  rádio  e  todos  os  pensamentos  que  nos  vão  passando  pela  mente.  Estar  focado  inteiramente  em  satisfazer  as  necessidades  dos  clientes,  em  abordar  de  forma  proactiva  a  venda  e  a  prestar  de  facto  um  serviço  de  excelência.  

Por  isso,  quando  estiver  a  escutar,  encoste  a  língua  ao  céu  da  boca  ou  morda-­‐a  mesmo,  para  não  ceder  à  tentação  de  falar  de  imediato  ou  que  a  sua  mente  vá  divagando  por  aí.  

Depois  oiça  com  a  barriga  e  com  os  olhos.  Num  atendimento  ao  balcão,  todos  os  sinais  são  importantes,  desde  a  linguagem  corporal  do  utente,  à  forma  como  comunica  connosco.  Cabe  a  quem  atende  não  se  deixar  contaminar  pelo  discurso  negativo  que  muitos  utentes  trazem  hoje  em  dia.  Há  alguns  cujas  histórias  de  vida  conhecemos,  outros  que  nos  impressionam  ou  impactam  de  forma  mais  negativa  e  todos  os  guiões  de  vendas  caem  por  terra,  por  medo!  

 

Servir  sempre  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Costumamos  dizer  que  não  compete  a  quem  trabalha  em  farmácia  decidir  o  que  o  cliente  vai  levar,  compete  ao  cliente  essa  decisão.  À  equipa,  compete  prestar  o  melhor  atendimento  possível,  abordar  de  forma  ética  os  produtos,  preocupar-­‐se  em  ajudar  o  cliente  e  acreditar  que  o  faz  por  uma  postura  de  confiança.    

Impingir  é  palavra  que  não  utilizamos,  mas  mais  do  que  nunca  as  farmácias  têm  de  lutar  por  um  lugar  e  por  uma  posição  que  antes  era  mais  garantida.  Por  isso,  como  em  muitas  subfamílias  de  produtos  existem  semelhanças  com  outros  espaços  comerciais,  há  que  abordar  o  serviço  como  algo  verdadeiramente  diferenciador  e  mágico!  

Colocar-­‐se  na  posição  do  cliente  

Venda  aos  outros  como  eles  querem  que  se  venda  a  eles  e  não  como  quer  que  se  venda  a  si  mesmo!  Muitas  colaboradores  de  farmácia  têm  ainda  esta  dificuldade  de  abordar  de  forma  diferenciada  cada  utente.  Quanto  mais  depressa  perceber  qual  o  perfil  de  comunicação  que  cada  cliente  tem,  melhor  será  o  seu  atendimento  e  a  sua  abordagem.  

É  mesmo  colocar-­‐se  do  outro  lado  da  barricada,  e  assim  pensar  em  ser  de  facto  parceiro,  em  que  se  estabelecem  ligações  onde  todos  ganham  e  ninguém  perde,  pois  as  soluções  são  conseguidas  em  conjunto.  

Serve  ainda  para  perceber  o  porquê  de  certas  objecções,  resistências  e  preocupações  do  cliente.  Se  as  entendermos  poderemos  dar  as  melhores  respostas.  

Se  estas  regras  forem  seguidas,  o  que  temos  é  a  capacidade  fantástica  de  criar  empatia  com  as  pessoas,  de  forma  natural  e  quase  automática,  passando  a  ser  alguém  que  tem  os  ouvidos  bem  abertos,  que  entende  as  dificuldades  dos  clientes  e  que  se  preocupa  em  ser  mais  do  que  um  “vendedor”  ou  prestador  de  serviços.  

   

Quais  são  as  dores  da  sua  Farmácia?  

Se  nos  deixarmos  contagiar  pelo  panorama,  parece  que  não  faltaria  muito  para  estarmos  à  beira  de  um  ataque  de  nervos…  Temos  sempre  a  outra  opção,  a  de  olhar  para  a  situação  de  frente,  analisá-­‐la  criticamente,  e  ver  o  que  está  ao  nosso  alcance  mudar,  abandonar  ou  introduzir  de  novo.      Podemos  queixar-­‐nos  das  nossas  dores  e  ficar  à  espera  que  passem,  ou  podemos  ver  quais  são  os  remédios  de  que  precisamos…  pelo  menos  para  impedir  que  o  estado  não  se  agrave!    Nos  nossos  programas  de  acompanhamento  junto  das  Farmácias,  sobretudo  no  último  ano,  temos  vindo  a  constatar  de  forma  muito  clara  entre  as  dores  típicas  estão  as  Vendas  e  a  Motivação  e  Coaching  às  Equipas.  Quando  estes  pilarem  abanam,  é  muito  difícil  edificar  tudo  o  resto…    Dor  =  Vendas    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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 Ainda  que  cada  um  dos  recursos  da  equipa  esteja  convicto  que  dá  o  seu  melhor,  o  cerne  da  questão  é  se  dão  o  que  sempre  deram  ou  se  estão  efectivamente  a  dar  o  que  a  Farmácia  precisa.  É  por  isso  que  é  determinante  clarificar  e  partilhar  objectivos  e  linhas  de  actuação,  para  que  cada  elemento  da  equipa  trabalhe  de  forma  focalizada  e  em  linha  com  o  que  se  pretende  atingir  ou  fazer.        Ainda  que  as  equipas  tenham  uma  noção  clara  de  que  o  mercado  e  os  utentes  mudaram,  será  que  efectivamente  se  adaptaram  o  necessário?  Quando  recentemente  partilhavam  comigo  numa  formação  de  Vendas  a  afirmação  -­‐  “Sou  Farmacêutica,  não  sou  comercial”  –  não  resisti  a  questionar  aquela  pessoa  se  acha  que  efectivamente  alguém  hoje  se  pode  dar  ao  luxo  de  ser  só  Farmacêutico.  Se  o  mercado  mudou,  a  postura  e  atitude  têm  que  ser  ajustadas  pelo  menos  igualmente  rápido…        Depois  temos  outra  limitação  transversal…  Quem  é  que  se  lembrou  de  disponibilizar  a  palavra  “impingir”  no  dicionário?!  É  que  o  nosso  subconsciente  às  vezes  não  nos  ajuda.  Porque  é  que  não  acreditamos  no  produto  ou  no  serviço?  Porque  é  que  3  produtos  é  muito  ou  30€  é  caro?  Claro  que  é  preciso  estar  focado  para  fazer  boas  perguntas  e  podermos  ouvir  a  resposta  que  precisamos  ouvir.  Claro  que  é  preciso  cruzar  vendas  e  criar  ou  alargar  necessidades  em  conjunto  com  o  utente.  Para  sermos  assertivos  temos  que  estar  muito  atentos,  muito  orientados  aos  resultados  de  que  tanto  precisamos,  e  sim,  toda  a  Equipa.    Falar  de  atendimento  de  excelência  é  uma  buzzword  que  por  aí  circula  e  que  todos  almejam,  mas  às  vezes  o  que  está  por  detrás  deste  chavão  fica  um  pouco  no  ar.  Já  experimentou  definir  na  sua  Farmácia,  com  a  sua  Equipa,  e  em  termos  práticos,  em  que  é  que  isso  se  traduz  no  vosso  contexto  específico.  Mimar  e  exceder  expectativas,  ter  respostas  rápidas,  sorrir,  escutar,  antecipar  objecções  (os  utentes  estão  mais  (des)informados,  mas  não  convém  que  saibam  mais  que  nós),  ter  pharmadrive,  ter  aquele  serviço  que  mais  ninguém  tem,  entregar  ao  domicílio,  e  tudo  o  que  vos  der  a  vantagem  competitiva  de  se  diferenciarem.    Dor  =  Motivação  e  Coaching  da  Equipa    E  quando  às  9h15  se  esgota  a  vontade  de  sorrir?  “Ai,  andamos  todos  tão  desmotivados…”  é  o  desabafo  na  ordem  do  dia.    É  verdade  que  um  líder  desmotivado  não  contagia  positivamente  ninguém,  mas  aqui  está  outro  luxo…  Não  será  minha  responsabilidade  motivar-­‐me?!  Enquanto  líder,  enquanto  Adjunto,  enquanto  Técnico,  enquanto  responsável  pelo  backoffice?      O  “Eu  motivo-­‐me!”  é  uma  escolha  que  cada  um  precisa  de  ter,  antes  que  fique  desmotivado  por  não  ter  onde  trabalhar  às  9h15…  Nós  fazemos  as  oportunidades  e  cada  elemento  da  equipa  tem  que  estar  bem  ciente  disto.    E  enquanto  líder,  que  coaching  estou  a  fazer  à  minha  equipa?  Debito  a  informação  e  o  que  é  para  fazer  ou  comunico?  Consigo  escutar  o  suficiente?  Questiono  e  desafio  o  necessário?  Estou  a  ajudá-­‐

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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los  a  crescer,  a  enriquecer-­‐se  e  a  desenvolver  competências  ou  ainda  acho  que  “agora  não  dá”.  Estou  a  pedir-­‐lhes  mais  ou  a  dar-­‐lhes  mais?  Quando  peço  uma  excepção,  dou  de  volta?    E  que  espécie  de  líder  sou,  que  estilo  de  liderança  adopto?  Dou  o  exemplo?  Dou  o  exemplo  que  gostaria  de  receber?  Lidero  de  forma  assertiva,  com  o  rumo  bem  definido,  ou  concilio  a  vontade  de  todos,  para  não  melindrar  ninguém  e  ficar  tudo  bem?  É  que  se  não  houver  objectivos  a  perseguir,  não  sabemos  onde  queremos  chegar  e,  se  tal  acontecer,  jamais  teremos  cada  um  a  saber  o  que  esperam  de  si…          Com  que  frequência  reúne  com  a  sua  Equipa?  Eu  sei  que  está  à  espera  que  voltem  todos  de  férias,  mas  isso  é  quando…  marque  a  data,  comprometa-­‐se,  o  que  tiver  que  ser  preparado  (e  por  quem)  vai  surgir.  Não  espere  por  ter  algo  grandioso  para  comentar  ou  juntar  várias  boas  notícias  para  partilhar.  Também  é  preciso  encararmos  o  menos  bom,  ter  a  capacidade  de  o  partilhar,  fazer  as  nossas  aprendizagens,  e  comprometer  com  as  medidas  correctivas,  ou  não  concorda?      Trate  das  suas  dores  antes  que  elas  tratem  do  seu  negócio!              

Não  estará  na  hora  de  tomar  um  Suplemento?  

Estamos  em  época  de  reforço  vitamínico.  Todos  sabemos  que  as  multivitaminas  surgem  como  suplemento  alimentar  para  uma  saúde  mais  equilibrada,  como  forma  de  reforço  de  defesas  e  prevenção  de  doenças  crónicas.    

Desta  vez  vamos  reflectir  sobre  saúde,  mas  não  sobre  a  nossa  ou  a  dos  nossos  utentes…  Queremos  pensar  como  andamos  a  tratar  da  saúde  da  nossa  Farmácia?    

É  que  se  nós  não  pensamos  no  complexo  vitamínico  que  a  empresa  e  a  equipa  precisam,  já  sabemos  quem  é  que  nos  trata  da  saúde  a  nós,  e  de  que  maneira  nos  últimos  tempos…  

 

Vitamina  A…  de  Acreditar  

A  melhor  inspiração  vem  sempre  dos  mais  pequenos,  dos  nossos  filhos,  de  todas  as  crianças  que  acreditam  que  tudo  é  possível…  Com  o  tempo,  acabamos  por  esbater  essa  capacidade  fantástica,  mas  lá  por  isso  não  é  preciso  prescindir  dela  totalmente.    

Desafio-­‐vos  a  ir  ao  youtube  e  fazer  uma  pesquisa  por  “toi  india  tree”.  Para  quem  não  conhece,  entregue-­‐se  por  uns  minutinhos  a  esse  filme…  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Por  mais  difícil  que  seja  a  barreira  a  vencer,  por  mais  desacreditados  ou  adormecidos  os  que  estiverem  à  nossa  volta,  o  que  importa  é  o  primeiro  passo!  E  confiar  que  haveremos  de  descobrir  o  resto  do  caminho…  

 

Vitamina  M…  de  Motivação  

“Isto  está  muito  mau,  a  crise  que  vai  lá  fora,  a  Troika  e  a  Troika+,  as  vendas  que  baixam  de  dia  para  dia,  os  clientes  que  não  têm  dinheiro,  as  receitas  que  não  são  aviadas  por  inteiro,  o  centro  de  conferência  que  começou  a  verificar  as  receitas  dos  meses  anteriores,  as  regras  do  sector  que  mudam  de  dia  para  dia,  a  notícia  de  ontem  dos  genéricos  na  televisão  e  a  Ordem  dos  Médicos  e  dos  Farmacêutico  que  não  se  entendem,  …”    

Uoh,  páre!  

Sim,  é  verdade,  já  foi  mais  fácil,  e?  Não  vai  fazer  nada?  Chorar  ou  ter  a  equipa  toda  de  cada  pendurada  ou,  pior,  a  chorar-­‐se  a  si  adianta  alguma  coisa?  

Investir  nas  pessoas,  mais  não  seja  envolvendo  e  comunicando  objectivos,  iniciativas,  resultados,  desvios,  é  fundamental.    

Como  dizia  um  Cliente  nosso  um  dia  destes,  “já  que  não  consigo  fazer  um  outdoor  nesta  fase,  vou  fazer  um  indoor…”  Se  não  podemos  investir  muito  dinheiro,  toca  a  investir  tempo  e  criatividade,  experimente.  Porque  não  rouba  um  dia  ao  dia-­‐a-­‐dia  da  empresa  para  fazer  uma  jornada  de  comunicação,  com  manhã  mais  formativa,  e  tarde  mais  lúdica,  com  jogos.  Há  tanta  coisa  que  se  pode  fazer…  Meio  dia  que  seja!  

Os  horários  da  Farmácia  são  alargados?  É  possível  reunir  com  a  Equipa  ao  Domingo  à  tarde,  às  22h00,  o  que  for.  Se  outras  Farmácias  o  fazem,  porque  é  que  nós  não  o  estamos  a  fazer  ainda?    

 

Vitamina  C…  de  Compromisso  

O  nível  desceu,  não  desceu?  Pois…  mas  é  preciso  voltar  a  elevá-­‐lo,  precisamos  do  empenho  de  todos  a  120%.    

Precisamos  que  cada  elemento  da  equipa  perceba  qual  a  sua  quota  parte  de  responsabilidade  no  que  queremos  atingir.  Precisamos  também  de  deixar  claro  o  que  é  esperado  de  cada  um,  e  isso  nem  sempre  acontece.  

É  o  vestir  a  camisola…  mas  para  a  vestirmos,  temos  que  gostar  dela,  temos  que  achar  que  ela  nos  fica  bem,  pelo  menos  que  nos  serve.  Se  nem  nós  enquanto  líderes  a  vestirmos,  dificilmente  a  equipa  a  vai  vestir…  E  é  mesmo  gira?  A  sua  Farmácia  poderia  ser  a  melhor  empresa  para  trabalhar?  

É  importante  que  todos  participem,  é  determinante  envolver  toda  a  equipa  e  não  deixar  ninguém  de  fora.  Às  vezes  deixamos  as  nossas  pessoas  numa  posição  muito  passiva,  cumprem  as  suas  funções  de  Farmacêuticos  ou  Técnicos  e  ficam  à  margem  de  tudo  o  resto.  Não  nos  podemos  dar  ao  luxo  de  ter  estas  pessoas  só  ao  balcão,  ou  podemos?  Que  participem  nas  reuniões,  que  apresentem  tópicos  nessas  reuniões,  que  partilhem  com  os  colegas  os  conhecimentos  adquiridos  nas  formações  a  que  foram  (leverage  interno!),  que  brilhem  junto  dos  outros  partilhando  como  criaram  empatia  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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com  determinado  utente,  que  falem  da  forma  como  superaram  determinada  objecção  ou  como  venderam  aquele  genérico,  dos  casos  de  sucesso…    

 

Vitamina  O…  de  Operacionalizar  

Parece  que  esta  não  consta,  mas  devia!  É  que  a  falta  de  acções  que  sejam  efectivamente  diferenciadoras  está  a  virar  doença  crónica…  

“Estrategizámos”,  planeámos,  distribuímos…  está  na  altura  de  fazer,  de  implementar  o  tal  plano  que  nunca  saiu  do  papel!  

Às  vezes  está  tudo  definido,  mas  falhamos  na  concretização,  no  fazer  acontecer.  Estamos  tão  envolvidos  na  resposta  ao  dia-­‐a-­‐dia  que  nos  esquecemos  que  este  ano  tínhamos  posto  mais  umas  quantas  coisas  na  agenda…  E,  lá  está,  como  não  é  urgente,  fica  para  trás.  Mas  é  tão  importante…  

Abrir  portas,  pensar  alguns  protocolos,  procurar  outros  parceiros,  dinamizar  acções,  fazer  coisas  novas,  lançar  campanhas  e  apurar  resultados,  lançar  a  newsletter  ou  aquele  mailing,  criar  finalmente  a  página  da  Farmácia  no  Facebook,  reunir  mensalmente  com  a  equipa,  escutar  e  dar  feedback  a  cada  um,  retomar  os  almoços  com  os  colegas  da  área,  ...    

Quer  um  conselho?  Não  guarde  para  quando  tiver  tempo!  

 

Vitamina  R…  de  Rir  

E,  já  agora,  rir  continua  a  ser  o  melhor  remédio!  É  tão  mais  fácil  (e  giro)  quando  estamos  bem  dispostos…  

Já  reparou  que  quando  vamos  de  manhã  para  o  trabalho,  vai  tudo  com  uma  cara  no  trânsito…  Se  paramos  no  café  para  tomar  o  pequeno  almoço  a  menina  da  caixa  está  com  uma  cara,  se  ligamos  para  uma  assistência,  a  voz  de  cassete  do  outro  lado  tem  um  som…  Está  tudo  deprimido,  e  onde  é  que  isso  nos  leva?!  

Onde  foi  parar  o  brilho,  a  emoção,  a  garra?  

Podemos  passar  a  vida  a  pensar  no  que  não  temos  ou  a  estar  gratos  pelo  que  temos.  Talvez  a  segunda  seja  mais  interessante,  não?  Se  temos  saúde,  família,  amigos,  trabalho  e  oportunidades  para  fazer  coisas,  puxa,  já  não  é  fantástico?  Queremos  ter  mais?  Toca  a  agir  mais,  melhor,  diferente…    

E  se  pudermos  dar  uma  boa  gargalhada,  de  vez  em  quando?  Passamos  muito  mais  tempo  com  os  nossos  colegas  do  que  com  as  nossas  famílias…  o  que  nos  impede  de  tornar  esses  momentos  o  mais  divertidos  e  desafiantes  possível?    

Se  calhar,  fazer  um  CheckSaúde  à  nossa  Farmácia  não  era  de  todo  mal  pensado.  E  se  faltarem  alguns  nutritivos  essenciais  de  A  a  Z,  talvez  valha  a  pena  corrigir  essas  carências.  Caso  contrário,  o  que  vai  acabar  por  sentir  é  mesmo  carência…  mas  de  resultados,  de  expectativas,  de  atitude.  

Vamos  a  isso?!  

 

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Tem  saudades  dos  tempos  em  que  era  Farmacêutico?  

Muito  provavelmente  sim!    

Ainda  outro  dia  num  dos  nossos  Workshops  de  Dinamização  para  Farmácias  uma  colega  vossa  dizia-­‐me  exatamente  isso:  ”Eu  tenho  saudades  é  de  ser  só  Farmacêutica”…  

Não  duvidamos,  mas  esse  tempo  de  estar  sempre  ao  balcão  a  aconselhar  e  em  que  o  resto  acontecia  por  si  passou,  e  não  creio  que  volte  mais.  É  preciso  ser  diariamente  Diretor  Comercial,  é  preciso  ser  vendedor,  é  preciso  ser  Diretor  de  Recursos  Humanos,  é  preciso  ser  colega  exemplar,  é  preciso  ser  líder,  é  preciso  ser  Relações  Públicas  e,  é  verdade,  é  preciso  ser  Diretor  Financeiro.  

Se  o  mercado  mudou,  não  nos  podemos  permitir  ficar  no  mesmo  registo,  não  é  mais  possível  deixar  de  operacionalizar  novas  dinâmicas,  não  nos  podemos  demitir  de  procurar  outros  resultados.    

Ou  a  sua  Farmácia  não  pretende  ser  uma  empresa  saudável,  com  uma  tesouraria  que  não  o  angustia,  e  que  persegue  rentabilidade  e  sustentabilidade?!  

É  curioso  que,  de  forma  nem  sempre  consciente  nestes  tempos  difíceis,  em  vez  de  adotarmos  uma  postura  proactiva,  acabamos  por  desistir  antes  de  começar,  por  culpabilizar  a  dita  crise  e,  mais  recentemente,  o  novo  decreto  das  margens  pelo  nosso  insucesso  e  acabamos  a  encontrar  todas  as  justificações  plausíveis  na  conjuntura  atual.      A  questão  é  que  às  vezes  baixamos  os  braços  sem  esgotar  as  alternativas  todas,  perdemos  a  disciplina,  e  acabamos  por  não  fazer  tudo  o  que  estaria  nas  nossas  mãos  fazer…    Mas,  será  mesmo  que  temos  o  caos  instalado?    

Vamos  ao  check-­‐up?  

Tome  as  rédeas  do  negócio  na  Farmácia,  reveja  os  objetivos  definidos  e  o  porquê  das  estratégias  adotadas.  É  importante  perceber  em  termos  financeiros  que  receitas  as  nossas  opções  estão  a  gerar,  em  que  custos  fixos  e  variáveis  estamos  a  incorrer  (para  os  podermos  racionalizar)  e  que  tipo  de  rentabilidade  estamos  efetivamente  a  conseguir  gerar  para  que  possa  valer  a  pena.  

Como  compramos,  sozinhos  ou  em  grupo?  Com  que  condições?  Com  que  contrapartidas  -­‐    comerciais,  financeiras,  em  termos  de  ações  das  marcas  ou  que  elevem  a  motivação  e  competências  da  equipa?  

No  que  toca  à  organização  do  trabalho,  que  tarefas  assegura  e  que  tarefas  podiam  estar  na  responsabilidade  de  outros?  Chama  a  si  temas  em  demasia  e  isso  impede-­‐o  de  pensar  o  que  efetivamente  precisa  de  pensar  e  que  mais  ninguém  pensará  por  si?  E  quando  delega,  acompanha,  pressiona,  dá  feedback?  Ou  revê-­‐se  no  grupo  dos  que  deixam  de  dizer  as  coisas  para  não  melindrar,  para  não  ferir  suscetibilidades?  

A  autodisciplina,  o  planear  e  o  delegar  são  fundamentais!  Ou  a  sua  agenda  não  está  sempre  cheia?  Quando  chegamos  o  dia  está  garantidamente  preenchido,  mas  com  que  andamos  a  ocupá-­‐lo?  A  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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nossa  atuação,  as  nossas  ações  deixam-­‐nos  mais  perto  dos  objetivos?  E  dos  resultados?  Muitas  vezes,  em  vez  de  estarmos  numa  área  de  resposta,  limitamo-­‐nos  a  iludir-­‐nos  com  o  tratamento  do  que  é  urgente  e  não  é  importante.    

Se  Deus  quiser  (e  nós  fizermos  por  isso!),  vamos  ter  sempre  a  Farmácia  com  utentes,  com  os  utentes  problemáticos,  com  os  utentes  que  vão  lá  só  para  nos  cumprimentar,  com  os  delegados  que  chegam  sem  marcar,  com  os  colegas  que  nos  chamam  porque  não  estão  habituados  a  ter  de  pensar  as  soluções…  Será  mesmo  tudo  urgente  para  nós,  ou  estamos  num  ponto  em  que  nos  sentimos  90%  do  tempo  os  bombeiros  de  serviço?!  

Porque  é  que  os  seus  utentes  vão  à  sua  Farmácia?  O  que  vos  diferencia  das  outras  Farmácias  em  redor?  O  que  é  que  vocês  têm  ou  vão  ter  que  os  outros  não  disponibilizam?  O  que  vos  disseram  no  último  inquérito  de  satisfação?    

Se  agora  lhe  perguntasse  “Quais  são  as  dores  da  sua  Farmácia?”,  o  que  me  respondia  em  termos  da  Equipa,  das  Vendas  e  dos  Processos?  

 

E  que  estratégias  persegue?  

De  sobrevivência  ou  de  sucesso?  

Há  quem  ainda  ache  que  as  Farmácias  são  todas  iguais…  No  seu  caso,  o  que  vos  torna  únicos?  E  como  é  que  estamos  a  comunicar  isso  aos  clientes?  Os  seus  clientes  são  seus  fãs?  Preocupa-­‐se  em  dar-­‐lhes  mais  do  que  eles  esperam?    

Já  pensou  que  é  muito  isto  que  nos  faz  voltar  a  qualquer  lado…  

Se  queremos  sobreviver  sabemos  que  temos  que  fazer  bem,  mas  se  queremos  ter  sucesso,  temos  que  nos  superar  (nós  e  toda  a  equipa),  que  alavancar  tudo  o  que  estiver  ao  nosso  alcance.  Do  atendimento  à  diversidade  de  serviços  e  consultas,  do  plano  de  marketing  às  campanhas  mensais,  das  ações  na  Farmácia  à  interação  na  Comunidade,  das  compras  à  política  de  stocks,  da  formação  técnica  da  equipa  à  formação  comportamental,  das  dinâmicas  motivacionais  aos  prémios  de  performance,  do  controlo  dos  resultados  à  gestão  financeira…  há  que  promover  todos  os  pequenos  “danoninhos”  nos  diversos  sistemas  da  empresa  que  nos  permitam  ganhos  de  produtividade  e  rentabilidade.  

E  porque  o  mais  importante  são  as  pessoas,  o  que  torna  a  sua  Equipa  uma  Equipa  vencedora?  Não  há  dúvida  nenhuma  que  a  liderança  é  uma  peça  fundamental  neste  processo,  que  os  colaboradores  têm  que  perseguir  objetivos  profissionais  e  pessoais  o  mais  alinhados  possível  e  que  é  imprescindível  serem  parte  ativa  de  um  plano  de  ação  bem  delineado.  Agora,  enquanto  líderes,  há  que  assegurar  que  ninguém  está  fora  do  barco  e  que,  no  risco  e  no  erro,  se  está  lá  para  eles…  porque  só  assim  se  cresce  e  ajudamos  a  desenvolver  o  potencial  de  cada  um.  

Nos  dias  de  hoje,  as  maiores  barreiras  ao  crescimento  ou  ao  sucesso  das  empresas  reside  aqui,  na  motivação  e  na  determinação  das  suas  equipas  e  até  dos  líderes.    Muitas  vezes  o  caminho  dos  líderes  e  gestores  é  um  percurso  solitário  e  fechado.  Por  outro  lado,  não  estamos  habituados  a  pensar  “fora  da  caixa”  ou  não  temos  a  confiança  de  que,  se  o  fizermos,  vamos  ser  bem  sucedidos.  Se  calhar  nem  confiamos  na  capacidade  da  equipa  para  avançar  com  iniciativas  distintas.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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 Mudar  é  preciso...  mas  sabemos  onde  está  o  desafio  de  mudança  na  Farmácia?  

A  sua  Farmácia  está  com  Soluços?  

Há  alturas  na  vida  das  empresas  em  que  nos  damos  conta  que  ora  fazemos  tudo,  ora  não  fazemos  nada  do  que  planeamos.  A  sensação  é  a  de  que  funcionamos  “aos  bochechos”,  como  que  “aos  soluços”,  e  na  Farmácia  não  é  diferente…    E  não  é  que  a  táctica  do  susto  também  funciona?!  O  problema  é  que,  na  maior  parte  das  vezes,  precisamos  do  susto  para  percebermos  que  os  soluços  estavam  lá…  E  no  contexto  actual,  o  preço  a  pagar  é  demasiado  elevado!    Quando  os  resultados  não  chegam  e  as  vendas  baixam,  rodopiamos  a  reunir  com  a  equipa,  com  os  armazenistas  e  os  laboratórios,  insistimos  na  venda  cruzada,  reinventamos  as  campanhas  que  no  passado  tiveram  sucesso,  seguimos  cada  utente  como  se  fosse  o  único,  focalizamos  as  energias  em  duas  ou  três  apostas  fundamentais…  a  equipa  anda  mais  motivada,  os  líderes  mais  orgulhosos  e  cheios  de  si,  e  os  resultados  aparecem!    Quando  os  resultados  estão  mais  ou  menos  em  linha  com  os  do  período  homólogo  do  ano  anterior  (o  que  nesta  fase  é  quase  um  mérito…),  a  pressão  abranda,  o  sentido  de  urgência  não  está  tão  presente,  a  liderança  torna-­‐se  menos  focada  ou  menos  assertiva  porque  as  coisas  até  estão  a  rolar,  menosprezamos  a  comunicação  e…  lá  vêm  eles  por  aí  abaixo  –  os  resultados  caem!    E  depois  começa  tudo  outra  vez…    Motivação  aos  soluços      A  da  Equipa  e  a  nossa!  Claro  que  a  motivação  proporcionada  pela  Farmácia  a  cada  colaborador,  por  cada  DT  ou  Farmacêutico  Adjunto  à  sua  equipa  são  fundamentais.  Mas  serão  suficientes  hoje  em  dia?  Não  será  cada  indivíduo  responsável  por  se  auto-­‐motivar?  

Nas  reuniões  anuais,  em  eventos  lúdicos  como  ir  andar  de  kartings  ou  participar  num  workshop  de  maquilhagem,  logo  após  um  jantar  de  Natal  ou  um  almoço  de  equipa,  em  regra,  anda  tudo  numa  animação,  com  a  camisola  mais  do  que  vestida.  Claro  que  sim,  que  estes  momentos  ajudam,  mas  jamais  podem  ser  tudo.    

Os  desabafos  como  “Fizemos  esta  ou  aquela  iniciativa  no  início  do  ano  mas,  sabe  como  é,  a  equipa  esmoreceu,  e  agora  já  precisávamos  de  fazer  outra  coisa  qualquer”  são  cada  vez  mais  frequentes.    

Temos  na  nossa  equipa  elementos  que  estejam  à  espera  de  uma  injecção  de  motivação  todas  as  semanas,  de  uma  palmadinha  nas  costas  todos  os  dias,  que  lhe  passem  a  mão  pelo  pêlo  sempre  que  cumprem  determinado  objectivo?  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Então,  e  onde  fica  a  quota  parte  de  motivação  de  cada  um?  O  que  se  passa  com  a  minha  motivação  intrínseca?  O  que  é  que  eu  valorizo,  que  objectivos  profissionais  ou  pessoais  persigo  para  me  motivar?  Quais  as  escolhas  que  posso  fazer,  como  as  valorizo  e  por  que  estou  grato?  E,  já  agora,  o  que  faço  para  motivar  os  outros?  

A  Farmácia,  hoje,  não  se  pode  dar  ao  luxo  de  ter  as  pessoas  motivadas  só  de  vez  em  quando,  já  pensou  nisso?  

Liderança  aos  soluços  

Recentemente  uma  DT  de  uma  Farmácia  que  acompanhamos,  dizia-­‐me  “Era  tão  tranquilo  quando  podia  ser  apenas  uma  excelente  farmacêutica”…  Tempos  diferentes  exigem  abordagens  diferenciadoras!  

Se  o  responsável  máximo  na  Farmácia  não  estiver  motivado,  não  consegue  ser  um  bom  líder,  dificilmente  terá  a  capacidade  de  inspirar  ou  contagiar  alguém.    

Se  exigimos  às  equipas  dedicação,  compromisso  e  flexibilidade  constantes,  temos  que  estar  preparados  para  comunicar,  apoiar  e  delegar  a  toda  a  hora.  Temos  que  estar  presentes.  É  uma  questão  de  congruência.  

Se  não  queremos  “picos”  de  produtividade  (porque  depois  vêm  os  “vales”),  também  não  nos  podemos  permitir  estar  lá  só  quando  é  preciso  (leia-­‐se  quando  a  coisa  complica),  senão  o  sucesso  também  se  engasga…  e  muito!  

E,  como  será  de  prever,  a  liderança  soluça.  

Não  é  fácil  (nem  expectável)  liderar-­‐se  sempre  de  forma  excepcional,  não  há  líderes  perfeitos.  Os  líderes  servem  as  equipas  que  têm  e,  se  não  servirem  adequadamente,  não  são  bons  líderes.  A  experiência  ajuda  muito  mas,  em  matéria  de  liderança,  infelizmente  não  nos  traz  todas  as  respostas…  

O  DT  /  Gestor  /  Proprietário  não  tem  que  encontrar  todas  as  respostas  sozinho.  Quando  não  tem  uma  visão  clara  do  caminho,  ou  da  melhor  forma  para  lá  chegar,  há  que  escutar  activamente  a  equipa,  rodear-­‐se  de  outros  líderes  e  perceber  como  estão  a  actuar,  reforçar  as  competências  que  possui,  desenvolver  outras…  crescer  continuadamente.    

Resultados  aos  soluços  

Quando  a  liderança  perde  o  foco,  já  todos  sabemos  que  é  muito  provável  que  aconteça  o  mesmo  com  a  equipa.  Agora  se  precisamos  do  melhor  de  todos  os  Farmacêuticos  e  Técnicos  na  equipa  para  fazer  os  números,  não  podemos  deixar  de  chegar  a  eles,  mesmo  que  não  nos  agrade  o  que  temos  para  comunicar  ou  que  não  tenhamos  nada  de  diferente  para  dizer.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Se  o  maestro  falha,  a  equipa  desafina  e  os  resultados  não  aparecem.  Infelizmente,  nestas  circunstâncias  o  efeito  dominó  funciona  bem  demais…  Mas  está  nas  nossas  mãos  parar  os  soluços!  Antes  do  susto,  que  tal  o  típico  sopro?  

Temos  o  problema  mais  do  que  identificado,  está  na  hora  de  partir  para  a  solução!  E  a  solução  chama-­‐se  invariavelmente  acção,  consistência,  trazer  continuadamente  coisas  novas  à  agenda.  

Chama-­‐se  também  disciplina,  para  planear,  seguir  e  controlar  de  forma  sistemática,  sem  deixar  para  amanhã,  para  a  semana  ou,  pior  ainda,  para  quando  houver  tempo.  Esse,  dessa  forma,  nunca  chega.    

E  chama-­‐se  ainda  perseverança,  porque  as  coisas  não  acontecem  de  um  dia  para  o  outro  e,  às  vezes,  só  não  acontecem  porque  desistimos  cedo  demais  ou  porque  deixámos  de  acreditar.  

E  quando  o  sopro  interno  não  for  suficiente,  dê  um  voto  de  confiança  a  quem  o  possa  ajudar…  

 

Líder  ou  Psicólogo?  

A  resposta  ao  mercado  que  atualmente  é  pedida  às  Farmácias  mudou  vertiginosamente.  As  variáveis  do  negócio  ampliam-­‐se  e  os  pressupostos  alteram-­‐se  mais  e  mais  rápido.  O  cliente  questiona  mais,  está  mais  desperto,  mas  nem  sempre  mais  informado.  O  nosso  tempo  de  resposta  e  capacidade  de  diferenciação  são,  como  nunca,  sinónimo  de  vantagem  competitiva.    Mas  essa  capacidade  de  resposta  ao  mercado  não  é  mais  do  que  a  soma  das  prestações  individuais  de  cada  Farmacêutico,  Técnico  ou  colaborador  do  back-­‐office.  Potenciar  ao  máximo  o  contributo  de  cada  um  e  orquestrá-­‐lo  numa  abordagem  diferenciadora  é  o  verdadeiro  desafio  de  qualquer  DT  ou  Gestor  de  Farmácia  de  hoje!    Se  gerir  as  competências  técnicas  da  equipa  nos  coloca  os  desafios  que  todos  conhecemos,  lidar  com  os  “seres  pensantes”  que  as  possuem  exige-­‐nos  quase  uma  pós-­‐graduação  em  psicologia  comportamental…  É  que  a  natureza  humana  tem  muito  que  se  lhe  diga  e,  sobre  pressão,  é  determinante  descortinar  como  motivar  cada  um.    Mas  porque  é  que  a  equipa  não  funciona?    Onde  é  que  já  ouvimos  isto?!    Dependendo  do  seu  perfil  comportamental,  cada  indivíduo  gosta  ou  tem  mais  apetência  para  determinadas  tarefas  ou  ações,  tem  diferentes  zonas  de  conforto  e,  consequentemente,  motivações,  atitudes  e  comportamentos  distintos.  Perceber,  respeitar  e  lidar  com  estas  realidades  comportamentais  é,  cada  vez  mais,  absolutamente  imprescindível  para  maximizarmos  os  resultados  pretendidos,  mesmo  que  não  tenhamos  muita  “paciência”  para  o  efeito…  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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 Nos  nossos  programas  de  coaching  e  motivação  de  equipas  aplicamos  frequentemente  dinâmicas  que  nos  permitam  endereçar  as  5  “disfunções”  tipo  de  uma  equipa,  enunciadas  por  Patrick  Lencioni  no  seu  livro  “The  five  dysfunctions  of  a  team”.      Convidamo-­‐la(o)  a  refletir  um  pouco  sobre  cada  um  destes  aspetos:    Confiança  –  Até  que  ponto  as  pessoas  são  transparentes  e  sinceras  umas  com  as  outras  na  equipa?  Em  que  medida  é  que  existe  a  confiança  necessária  para  o  trabalho  em  equipa  aportar  os  resultados  pretendidos?  O  que  origina  a  falta  de  confiança  no  grupo  que  lidero?      Conflito  –  Será  que  os  elementos  do  meu  grupo  de  trabalho  participam  ativamente,  expõem  as  suas  ideias  e  se  atrevem  a  dar  sugestões  sem  recear  consequências?  Ou  defendem-­‐se,  guardando  os  comentários  por  medo  de  gerar  conflito?    Compromisso  –  “Comprar”  as  decisões  da  Farmácia  ou  do  Grupo  de  Farmácias  em  que  se  está  inserido  implica  assumir  outro  patamar  de  compromisso,  não  será  mais  fácil  ou  mais  cómodo  não  o  fazer?  Percebo  porque  é  que  as  pessoas  por  vezes  preferem  ficar  como  estão,  pela  exigência  do  que  lhes  é  pedido  ou  por  recearem  encontrar  novas  barreiras,  outros  desafios?  Assumir  responsabilidades  exige  mais  de  cada  um  e  se  uns  se  sentem  desafiados,  outros  ficam  aterrorizados…  Como  é  que  estou  a  dar  suporte  e  a  acompanhar  estas  situações?    Responsabilidade  –  Sem  a  comunicação  das  decisões  tomadas  e  um  plano  de  ação  bem  definido,  dificilmente  ganhamos  o  compromisso  dos  elementos  da  equipa  para  os  objetivos  propostos.  Será  por  isso  que  até  os  membros  mais  empenhados  hesitam  em  pedir  apoio  aos  colegas  e  evitam  novas  responsabilidades  que  possam  ferir  suscetibilidades  ou  a  harmonia  aparente  da  equipa?    Orientação  a  Resultados  –  Trabalhamos  em  função  dos  recursos,  da  boa  vontade,  da  dedicação,  do  melhor  que  sabemos,  do  ajudar  ou  o  driver  são  os  resultados?  Cada  elemento  da  minha  equipa  percebe  quais  são  os  resultados  esperados  para  a  Farmácia,  para  os  processos  em  que  está  envolvido  ou  de  que  é  responsável,  sabe  qual  é  o  valor  médio  de  venda  objetivo  e  onde  o  deve  levar  cada  venda  cruzada?  Sem  compromisso,  sem  esta  focalização,  os  objetivos  pessoais  ou  das  famosas  “quintas”  da  nossa  equipa  prevalecem  sobre  as  metas  coletivas.    Gerir  uma  equipa  nunca  foi  muito  linear,  mas  passar  a  liderá-­‐la  é  um  processo  que  exige  competências  alargadas  para  as  quais  o  percurso  profissional,  independentemente  dos  nossos  anos  de  experiência,  nem  sempre  nos  preparou  adequadamente.  Se  não  estamos  atentos,  acabamos  por  ser  pais,  mães,  amigo(a)s,  colegas,  confidentes,  e  até  psicólogos  das  nossas  pessoas!  E  isso  suga-­‐nos  tanta  energia…          Liderança,  a  quanto  obrigas…    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Um  dos  fatores  críticos  de  sucesso  quando  nos  tornamos  líderes  é  a  capacidade  de  adequar  o  nosso  estilo  de  liderança  às  competências  e  à  motivação  de  cada  indivíduo.  E  este  sim  é  um  processo  de  aprendizagem  gradual…    …  a  ser  Coach  dos  colaboradores  com  competências  escassas  e  um  baixo  nível  de  motivação  que,  por  estarem  desiludidos  ou  necessitarem  de  melhorar  a  sua  autoestima,  esperam  mais  apoio  e    orientação,  apreciando  a  comunicação  bidirecional,  os  elogios  e  o  reforço  positivo;    …  a  Dirigir  os  elementos  que,  apesar  de  terem  ainda  poucas  competências,  estão  fortemente  motivados,  quer  por  serem  colaboradores  particularmente  entusiastas,  estagiários,  ou  terem  assumido  recentemente  uma  nova  função,  e  a  quem  será  necessário  dar  diretivas,  seguir  e  controlar  constantemente;    …  a  Apoiar  e  acompanhar  quem  tem  níveis  de  competência  muito  interessantes,  decorrentes  da  elevada  experiência,  mas  cuja  motivação  deixa  muito  a  desejar  ou  leva  a  que  duvidem  do  seu  potencial.  Este  grupo  precisa  de  ter  quem  os  escute  ativamente,  quem  suporte  as  suas  decisões  e  quem  os  apoie  no  mitigar  do  risco  de  aceitação  de  novos  desafios;    …  a  Delegar  nos  membros  da  equipa  com  alta  competência  e  forte  motivação  (que  não  terão  que  ser  necessariamente  a(o)  Farmacêutica(o)  Adjunta(o)…),  responsabilizando  na  tomada  de  decisões,  dando  gradualmente  autonomia  para  resolução  de  problemas  e  apresentando  desafios  cada  vez  maiores,  para  promover  o  respetivo  crescimento.    Parece  que  está  tudo  na  afirmação  de  Jack  Welch  quando  diz  que  antes  de  sermos  líderes,  o  sucesso  tem  a  ver  com  o  nosso  crescimento  pessoal;  quando  nos  tornamos  líderes,  o  sucesso  tem  a  ver  com  o  crescimento  dos  outros.    E  se  considera  que  a  sua  liderança  não  é  à  prova  de  fogo  mas  está  certa(o)  que  não  quer  fazer  carreira  de  psicóloga(o)  na  sua  Farmácia,  deixe  que  o  desafiemos!      

Há  receita  para  vencer  no  próximo  ano?  

A  resposta  é  sim!    Ingredientes:  -­‐  500  gramas  de  Motivação  -­‐  250  gramas  de  Acreditar  -­‐  750  gramas  de  muita  Ação      Modo  de  preparar:  -­‐  Misture  com  forte  Liderança    -­‐  Tempere  com  Objetivo  comum  e  Compromisso  -­‐  Bata  por  muitos  anos  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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 Se  todos  conhecemos  os  ingredientes  mágicos,  provavelmente  o  segredo  estará  na  descoberta  do  que  é  o  SUCESSO  de  cada  um,  e  esse  é  o  verdadeiro  desafio...  

O  facto  de  estarmos  demasiado  ocupados  com  o  dia  a  dia  e  com  as  preocupações  da  nossa  equipa  ou  os  resultados  do  nosso  negócio,  não  nos  deixa  muitas  vezes  margem  para  refletirmos  sobre  o  percurso  que  estamos  a  fazer  nem  sobre  o  caminho  que,  efetivamente,  nos  realizaria  e  posicionaria  num  patamar  diferente.    Mas  parar  é  preciso!    Hoje,  propomos-­‐lhe  um  diagnóstico  sobre:  -­‐  Até  que  ponto  é  que  está  a  afastar  o  seu  sucesso?      Revê-­‐se  nestas  situações?    -­‐  Leio  livros  de  desenvolvimento  pessoal  e  sobre  competências  soft  (liderança,  comunicação,  etc),  mas  acabam  por  não  fazer  qualquer  diferença  na  minha  vida  -­‐  Tento  ser  tudo  para  toda  a  gente  -­‐  Dou  por  mim  a  iniciar  projetos  e  a  não  os  concluir  -­‐  Acabo  por  não  conseguir  aportar  o  meu  talento  ou  as  minhas  competências  ao  meu  trabalho  -­‐  Acho  sempre  que  não  estou  a  fazer  o  suficiente,  se  bem  que  dê  o  meu  máximo  -­‐  Sinto-­‐me  responsável  pelas  emoções  e  sentimentos  dos  outros  -­‐  Quando  estou  perto  de  ter  sucesso,  é  quando  o  medo  se  instala  -­‐  Tendo  a  menosprezar-­‐me,  ainda  que  os  outros  elogiem  a  minha  inteligência,  empenho  e  competência  -­‐  Tendo  a  cobrar  pouco  pelos  meus  serviços  ou  vejo  os  outros  a  ter  mais  sucesso  do  que  eu  -­‐  Sinto-­‐me  ansioso  e  impotente  perante  o  contexto,  e  isso  paralisa-­‐me  -­‐  Estou  frustrado  com  a  minha  situação  financeira    E  o  veredicto  é?    1  –  Revejo-­‐me  muito  pouco.    Excelente,  deu  permissão  a  si  próprio  para  ter  sucesso  e  lida  bem  com  a  sua  realização  e  as  suas  conquistas.  Muito  provavelmente  os  que  o  rodeiam  têm-­‐no  como  um  exemplo  em  termos  de  relacionamento  interpessoal  e  profissional.    2  –  Ups,  detive-­‐me  a  pensar  em  metade  das  afirmações.    Está  a  travar  o  seu  sucesso  até  determinado  ponto.  Reserve  algum  tempo  para  celebrar  os  seus  sucessos,  relaxar  e  mimar-­‐se.  Provavelmente  poderia  ter  ainda  muito  mais  conquistas  para  celebrar...    3  –  Bingo,  este  é  o  meu  diagnóstico  atual...    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Admitimos  que  poderá  sentir-­‐se  um  pouco  esgotado  e  até  perdido.  Provavelmente,  sentirá  dificuldade  em  acreditar  que  pode  ter  resultados  diferentes,  em  terminar  alguns  projetos,  em  levar  por  diante  iniciativas  diferenciadoras,  ou  acabará  mesmo  por  pôr  de  parte  algumas  coisas  que  aprecia  verdadeiramente.    Provavelmente  está  agora  a  pensar  onde  vai  encontrar  a  motivação  para  agir  de  forma  diferente…      Precisa  de  inspirar  e  contagiar  a  sua  equipa,  de  assegurar  que  todos  possam  estar  dentro  do  barco  e  a  remar  necessariamente  na  mesma  direção?  Precisa  de  voltar  a  ser  dono  do  seu  tempo  e  de  fazer  o  que  mais  ninguém  pode  fazer  por  si,  ou  vai  continuar  a  fazer  o  trabalho  de  todos?  Precisa  de  melhorar  os  indicadores  de  negócio  e  a  sua  rentabilidade,  ou  isso  pode  esperar?    Bem  vistas  as  coisas,  não  é  à  toa  que  se  diz  que  motivação  =  motivo  +  ação...      Vamos  trabalhar  melhor  e  de  forma  mais  estruturada?  Ou  não  precisa  de  fintar  a  crise  que  aí  anda?!      

Próximo  passo,  precisa-­‐se!  

Será  que  o  1º  passo  foi  o  mais  acertado?  Onde  nos  leva  o  passo  seguinte?  Sobretudo  no  desafiante  contexto  actual  do  mercado  da  Farmácia,  estas  estarão  seguramente  entre  as  questões  que  lhe  ocorrem  diariamente  na  1ª  pessoa.    

Mas  será  que  nos  apercebemos  que  surgirão  igualmente  aos  elementos  das  nossas  equipas?  Como  é  para  cada  um  dar  o  primeiro  passo?  O  que  vai  na  cabeça  de  cada  colaborador  relativamente  a  cada  passo  seguinte?  

 

Apoiar  ou  Empurrar  

Cada  passo  não  é  mais  do  que…  uma  decisão,  uns  passos  serão  maiores  e  por  isso  mais  críticos,  outros  serão  pequeninos,  sem  grande  impacto,  mas  todos  relevantes  e  indispensáveis  para  avançar.      Estamos  a  ser  eficazes  no  “apoiar”  ou  “empurrar”  das  decisões  dos  nossos  colaboradores?  Aqui  vai  uma  pista,  sabemos  como  decidem  os  nossos  Farmacêuticos  Adjuntos  /  Substitutos,  os  nossos  Gestores  de  Farmácia?  Ora  vejamos…    Os  que  nunca  mais  decidem  

Estes  são  os  que  enrolam,  os  que  querem  fazer  acontecer  e  nos  contagiam  com  a  sua  visão  fazendo-­‐nos  criar  grandes  expectativas,  mas  que,  ainda  que  tendo  excelentes  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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competências/recursos  para  fazer  as  coisas  acontecer,  não  percebermos  muito  bem  porquê,  mas  nada  acontece…      A  estes  falta  pegar  na  primeira  peça  e  começar  o  puzzle;  se  calhar  até  sabem  bem  qual  é,  mas  necessitam  do  aval  de  alguém,  de  sentir  que  o  risco  é  partilhado,  de  reconhecer  que  mais  alguém  confia  na  sua  aposta.    A  questão  é  que  eles  não  vêm  ter  connosco,  saberemos  nós  ir  ter  com  eles?    Os  que  decidem…  mal    

Pois  é,  decidir  mal  faz  parte  do  processo  de  aprender  a  decidir…  ou  de  estar  mais  perto  de  decidir  bem.  Se  não  errarmos,  não  descobrimos  o  caminho  certo.    

É  importante  que  as  pessoas  sintam  que  Proprietários  e  Directores  Técnicos  estão  dispostos  a  correr  um  risco  calculado,  que  nós  estamos  lá  para  os  apoiar  e  que,  se  não  experimentarmos  levar  por  diante  determinadas  ideias,  jamais  elas  chegarão  a  ter  a  oportunidade  para  se  converter  em  iniciativas  de  sucesso.  Não  podemos  é  cair  repetidamente  nos  mesmos  erros.  

Os  que  ficam  à  espera  

…do  reconhecimento!  Estruturam  as  iniciativas,  operacionalizam-­‐nas,  têm  sucesso,  começam  a  pensar  na  próxima…  mas  o  ego  lá  continua  irrequieto  a  aguardar  a  palmadinha  nas  costas,  o  elogio,  o  processo  social  de  reconhecimento.  Se  de  facto  estas  pessoas  nos  trouxerem  mais  resultados  e  se  soubermos  que  valorizam  que  as  reconheçam,  porque  não  haveremos  de  ter  a  atenção  para  o  fazer?    Contribuir  para  a  evolução  do  processo  decisional  dos  elementos  chave  da  equipa  é  um  aspecto  interessantíssimo  do  processo  de  delegação,  e  isso  passa  por  escutar  activamente,  por  se  interessar  genuinamente  pelos  colaboradores,  por  acreditar  no  seu  potencial  e  por  partilhar  experiências  e  aprendizagens.    E,  por  falar  nisso…  há  sempre  alguém  que  nos  toca  de  forma  especial,  um  professor,  um  formador,  um  colega,  um  líder,  alguém  que  nos  deixa  uma  mensagem  que  achamos  útil  praticar,  um  valor  que  acrescentamos  à  nossa  postura,  experiências  que  capitalizamos  e  repetimos  na  nossa  dinâmica  empresarial.    Qual  foi  o  melhor  conselho  que  já  recebeu?    Escutar  e  aprender  com  as  aprendizagens  dos  outros  é  algo  de  imprescindível.      Muito  provavelmente,  os  conselhos  que  se  seguem  estarão  entre  as  melhores  recomendações  que  já  lhe  deram  ou  que  poderão  vir  a  dar-­‐lhe:  -­‐  Não  guardar  decisões  para  amanhã  -­‐  Não  se  pôr  em  bicos  de  pés  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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-­‐  Não  dar  um  passo  maior  que  a  perna  -­‐  Ter  cuidado  com  o  que  pede  -­‐  Investir  na  sua  realização  -­‐  Não  trabalhar  para  os  100%,  mas  pelo  menos  para  os  120%  -­‐  Criar  consensos…  e  rupturas  também  -­‐  Rodear-­‐se  dos  que  sonham,  dos  que  são  positivos  e  entusiastas,  dos  que  discutem  ideias  -­‐  Lembrar-­‐se  que  o  utente  tem  sempre  razão  (mesmo  quando  não  é  bem  assim)  -­‐  Saber  escutar  os  outros  -­‐  Escolher  os  melhores  para  a  equipa    E,  quando  acreditamos  nestes  ou  noutros  valores  /  estratégias,  temos  a  preocupação  de  os  partilhar  com  a  equipa?      Delegamos  apenas  trabalho  ou  estamos  comprometidos  em  fazer  crescer  novos  líderes?  Afinal  de  contas,  partilhamos  diariamente  os  melhores  conselhos  que  já  recebemos  ou  que  são  fruto  das  nossas  aprendizagens?    Não  será  também  este  um  dos  nossos…  próximos  passos?  Fará  este  nosso  próximo  passo  a  diferença  nos  passos  seguintes  da  nossa  Farmácia?  

Há  quanto  tempo  não  testa  a  sua  Liderança?  

       

O  que  é  que  está  no  TOP?  

Com  o  ano  praticamente  a  meio,  o  nível  de  incerteza  instalado  e  os  desafios  que  temos  pela  frente,  é  mesmo  imprescindível  parar  para  pensar  e  assentar  ideias  sobre  o  que  vamos  melhorar  ou  iniciar  neste  2º  semestre  de  2012.  

A  proposta  de  hoje  é  refletirmos  em  conjunto  sobre  alguns  aspetos  nucleares  no  funcionamento  da  sua  Farmácia  e  da  sua  Equipa,  sobre  o  ponto  de  viragem  que  temos  que  perseguir  firmemente  nos  próximos  meses.  

 TOP  3  Objetivos    

É  muito  provável  que  lhe  seja  mais  fácil  nesta  fase  saber  para  onde  não  quer  ir  ou  que  erros  não  quer  voltar  a  cometer,  do  que  estar  já  a  visualizar  o  caminho…  Mas  temos  que  nos  forçar  a  fazê-­‐lo!  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Que  não  nos  deixemos  contagiar  pela  incerteza  do  impacto  da  recente  aprovação  da  prescrição  por  DCI,  da  constante  descida  das  margens  e  dos  preços  dos  medicamentos,  de  tudo  o  que  está  sempre  a  mudar,  e  permitirmos  que  a  nossa  angústia  passe  para  as  nossas  equipas.  

Se  não  pensarmos  no  que  nos  leva  mais  longe,  ninguém  vai  pensar  por  nós…  

Isso  não  significa  que  tenha  que  pensar  sozinho.  O  que  o  impede  de  agendar  uma  ação  diferente,  de  fazer  uma  “retirada  estratégica”  com  a  sua  equipa?  Se  no  início  do  ano  se  fazem  reuniões  de  kick-­‐off,  porque  é  que  não  faz  uma  reunião  de  “kick-­‐on”,  em  jeito  de  balanço  e  realinhamento?!    

E  que  tal  marcar  uma  reunião  de  equipa…  diferente?  Se  já  está  a  pensar  que  não  tem  dinheiro  para  fazer  uma  coisa  em  grande,  faça  como  puder,  peça  apoios,  mas  faça,  aqui  também  é  preciso  ser  criativo…  senão  ficamos  curtos,  de  resultados!  

Traga  à  agenda  as  prioridades  estratégicas.  Em  que  direção  é  determinante  avançar?  O  que  é  que  está  a  correr  bem  ou  mal?  De  que  é  que  não  pode  em  absoluto  prescindir?  A  que  é  que  os  utentes  estão  recetivos?  Como  reter  os  utentes  atuais  e  angariar  novos  clientes?  Como  potenciar  o  IVA  23?  Que  necessidades  queremos  criar?  Qual  é  o  único  serviço  que  ainda  não  existe  nas  Farmácias  aqui  à  volta?  O  que  é  que,  efetivamente,  ainda  não  fizemos?    

Faça  da  diferenciação  uma  peça  chave  e  encontre  novos  nichos,  se  for  o  caso.  

 TOP  3  Ideias    E  quando  souber  para  onde  quer  ir  não  perca  a  oportunidade  de  dar  forma  a  essas  metas…  Como  vamos  lá  chegar?      Lembre-­‐se  que  muitas  cabeças  pensam  melhor  do  que  uma  por  isso,  à  partida,  a  probabilidade  é  de  todos  juntos  pensarem  melhor.  Divida  o  grupo  em  subequipas,  distribua  uns  post-­‐it  coloridos  e  deixe  que  o  pensamento  criativo  role…    Às  vezes  crepitam  umas  “pipocas”  estranhas  nas  nossas  equipas,  nós  sabemos,  mas  não  comece  por  dizer  NÃO.  Nunca  se  sabe!    Identifique  por  cada  objetivo  pelo  menos  as  TOP  3  ideias.    Encoraje  a  partilha  e  a  discussão  dessas  ideias  por  todos  os  participantes,  valide  a  recetividade  e  verifique  em  que  medida  é  que  estão  alinhadas  com  as  missões  externa  e  interna  da  sua  Farmácia.    E,  já  agora,  se  ainda  não  tem  uma  missão  interna,  é  só  uma  ideia…  É  que  cada  colaborador  sente,  hoje  como  nunca,  a  necessidade  de  ver  endereçada  a  preocupação  da  sua  empresa  em  dar  resposta  à  sua  realização  pessoal  e  profissional.  No  contexto  Farmácia  não  é  diferente!    Depois  das  ideias,  é  relativamente  fácil  encontrar  as  ações  que  lhes  permitem  dar  sustentabilidade.  Na  maior  parte  das  situações,  até  temos  plano  de  marketing  ou  plano  de  ação  definido,  mas  não  se  fazem  milagres  se  tivermos  sempre  o(s)  mesmo(s)  responsáveis  por  todas  as  tarefas  ou  se  não  existe  sequer  uma  data  objetivo  a  perseguir.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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 Aliás,  na  maior  parte  dos  casos,  não  é  o  plano  operacional  que  falha…  é  justamente  o  fazer  acontecer.    Sabe  o  que  vos  falhou  até  agora  este  ano,  o  que  vos  tem  impedido  de  ir  mais  longe?!    TOP  3  Hábitos    Pergunte  à  sua  equipa!    De  que  hábitos  poderíamos  prescindir?  Que  outros  nos  ajudariam  mais?  Quais  são  os  3  hábitos  ou  comportamentos  que  cada  um  se  compromete  a  adotar?  E  porque  falamos  de  hábitos,  toca  a  repetir  por  21  dias  para  se  tornarem  efetivos…    E  eu?  Sim,  agora  é  só  consigo…    Enquanto  líder,  o  que  é  que  persigo?  O  que  é  faço  a  cada  semana,  a  cada  mês  para  conseguir  melhorar  a  minha  liderança?      O  que  preciso  de  desenvolver?  Será  que  também  há  hábitos  que  não  me  estão  a  levar  suficientemente  longe  de  que  deva  abdicar?  Que  hábitos  novos  procuro  integrar?      Novo  semestre,  novo  paradigma  e,  porque  não,  eleger  um  novo  TOP…  Aceita  o  desafio?!    

À  procura  de  um  lugar  ao  Sol?  

Não  vamos  falar  de  solares,  mas  do  seu  destino  de  eleição.  Tem?    Sim,  é  consigo!  Pegue  na  agenda  e  venha  daí…    Numa  altura  em  que  as  férias  estão  à  porta,  já  sabia  bem  voar  para  outras  paragens.  Mas,  antes  de  partir,  vamos  lá  bloquear  uns  períodos  na  agenda  para  pensar  noutros  destinos,  os  do  negócio,  e  como  vamos  encontrar  o  nosso  lugar  ao  sol  no  meio  das  outras  Farmácias  e  dos  desafios  de  mercado  que  constantemente  nos  assolam.        Problemas  e  decisões  a  marinar?    Muitas  vezes  o  que  falta  à  Farmácia,  tal  como  às  empresas  em  geral,  é  a  agilidade  e  capacidade  de  decisão  perante  as  oportunidades  que  se  colocam.  A  estratégia  até  está  definida,  as  ideias  têm  potencial,  mas  depois  começa  o  jogo  do  empurra.    À  partida  poder-­‐se-­‐ia  pensar  que  esta  agilidade  estaria  garantida  pela  estrutura  hierárquica  ser  mais  flat,  em  detrimento  da  pesada  hierarquia  em  pirâmide  de  outras  organizações  mais  

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complexas,  em  que  os  processos  decisionais  são  mais  longos.  Só  que  nem  sempre  é  assim…  Se  numa  estrutura  matricial  os  elementos  jogarem  defensivamente  para  o  empate,  as  coisas  também  não  avançam!      Há  que  jogar  para  ganhar  mas,  para  isso,  é  preciso  Acreditar  e  Confiar!    A  comunicação  sistemática  é  fundamental  para  se  identificarem  os  problemas  e  as  limitações,  para  que  surjam  ideias  e  se  parta  para  a  acção.  Importa,  mais  do  que  nunca,  assegurar  momentos  para  parar  e  pensar  criativamente  o  futuro,  tanto  a  nível  individual  de  cada  DT,  Proprietário  ou  Gestor,  como  entre  pares,  entre  os  vários  Farmacêuticos,  por  exemplo.  E  isto  que  estamos  a  falar  não  tem  nada  a  ver  com,  perdoem-­‐me  a  expressão,  reuniões  infindáveis  a  serrar  presunto…        Se  chegar  primeiro,  tem  que  investir  menos…    Nas  viagens  também  é  assim!  Quando  deixamos  para  a  última,  é  o  que  for,  certo?!  E  lá  temos  a  família  em  peso  a  buzinar-­‐nos  aos  ouvidos  as  férias  que  estão  por  marcar.    Mas,  na  realidade  actual  da  Farmácia,  não  nos  podemos  sujeitar,  quando  não  o  preço  a  pagar  é  demasiado  alto…    A  focalização,  a  capacidade  de  diferenciação  e  o  tempo  de  resposta  são  determinantes.  Há  iniciativas  fabulosas  que  caem  por  terra  porque  simplesmente  perdemos  o  timing  e  outros  chegaram  lá  primeiro.      Para  fazer  as  coisas  acontecer  é  preciso  um  Plano  de  Acção,  com  diversos  responsáveis  pelas  distintas  iniciativas,  que  seja  medido  de  forma  consistente  ao  longo  da  sua  operacionalização.  Senão,  passamos  a  vida  a  “chutar”  as  metas  para  a  frente,  por  causa  das  urgências  do  dia-­‐a-­‐dia  e  acabamos  por  nunca  ter  tempo  para  nada.    Se  continuar  a  vestir  só  o  fato  de  bombeiro  diariamente,  tem  alguma  dúvida  que  nunca  vai  estar  a  trabalhar  o  amanhã?!    A  antecipação  e  a  execução  fazem  toda  a  diferença,  podem  mesmo  fazer  a  diferença  entre  prosperar  ou  rapidamente  tornar-­‐se  parte  daquelas  deprimentes  estatísticas  que  todos  conhecemos  neste  mercado.    Se  no  passado  as  Farmácias  respondiam  a  necessidades,  tinham  guiões  de  venda  reactivos,  hoje  vinga  quem  se  antecipa  no  mercado,  quem  cria  novas  necessidades  e  presta  um  serviço  assente  em  guiões  proactivos,  quem  tem  aquele  único  serviço  que  mais  ninguém  tem,  quem  deixa  em  cada  utente  aquele  efeito  “UAU”  que  tanto  surpreende.  Hoje,  com  tanta  oferta,  a  fidelização  dos  utentes  passa  necessariamente  por  aqui…    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Por  outro  lado,  todos  sabemos  que  o  fazer  acontecer,  o  executar  coisas  novas,  o  realizar  em  linha  com  objectivos  simples  e  tangíveis  são  aspectos  cruciais  na  motivação  das  equipas.  E  como  precisamos  de  equipas  motivadas!  As  empresas  mais  bem  sucedidas  estão  a  premiar  os  seus  colaboradores  pela  capacidade  de  antecipar  algumas  situações,  de  trazer  ideias  ou  de  as  executar  melhor.  Se  não  pode  premiar  sozinho,  peça  apoios,  solicite  patrocínios,  ou  estas  contrapartidas  ainda  não  fazem  parte  do  seu  mapa  negocial?    Não  raras  vezes,  certos  projectos  ficam  em  carteira  e  não  assumem  contornos  que  poderiam  vir  a  ser  muito  interessantes  porque  não  temos  dentro  de  portas  as  competências  para  lhes  dar  corpo  ou  os  Adjuntos  /  Substitutos  para  os  gerir.    Porque  estamos  tão  presos  ao  receio  de  recrutar  as  competências  de  que  precisamos?  Não  precisaremos  de  ter,  HOJE,  a  melhor  equipa  do  mundo?      Para  além  de  atentos,  temos  que  estar  receptivos,  sempre  em  alerta!  No  imediato  é  mais  seguro  e  até  confortável  continuar  adormecido,  mas  temos  mesmo  que  encontrar  forças  para  dar  mais  força  à  tal  agilidade…    Se  a  crise  for  de  expectativas  e  de  atitude,  então,  prepare-­‐se  porque  vai  ser  mesmo  a  doer!  Porque  haveremos  de  querer  ir  simplesmente  ao  Bugio  ou  às  Berlengas,  se  podemos  ir  tão  longe?  Porque  nos  haveremos  de  contentar  em  igualar  o  período  homólogo?      Gente  brilhante,  procura-­‐se!    Podia  até  ser  o  título  de  um  anúncio  de  recrutamento!      Uma  das  razões  pelas  quais  não  se  estão  a  admitir  certas  competências,  sobretudo  Farmacêuticos  ou  Técnicos  mais  experientes,  prende-­‐se  com  a  forma  como  isso  vai  onerar  os  custos  de  estrutura  e  com  a  dúvida  permanente  se  os  Resultados  aportados  serão  compensadores.    Na  semana  passada  comentaram-­‐me  algo  do  género  “o  que  eu  precisava  mesmo  era  de  um  gestor  em  part-­‐time  para  dar  a  volta  a  isto”.  Tem  momentos  em  que  se  sente  assim?  Então,  de  que  está  à  espera?    Há  inúmeras  formas  de  empreender  um  novo  ritmo  ao  negócio,  de  contar  com  o  compromisso  de  alguém  externo,  que  esteja  focado  e  comprometido  com  o  seu  Sucesso  e  o  da  sua  Equipa.      

Mergulha  de  cabeça  

Na  verdade,  nesta  altura  do  ano  já  saberia  bem  mergulhar  de  qualquer  maneira,  mas  infelizmente  não  é  sobre  praias  ou  piscinas  fantásticas  a  reflexão  que  proponho  hoje…  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Em  muitas  alturas,  tanto  na  Farmácia  como  nas  empresas  em  geral,  temos  tudo  para  fazer  as  coisas  acontecer  mas  depois,  sem  conseguirmos  explicar  muito  bem  porquê,  mergulhamos  num  misto  de  falta  de  disciplina,  pouca  determinação  e,  à  medida  que  o  tempo  passa,  ainda  menos  energia.    

Sobretudo  nas  áreas  em  que  é  necessário  abrir  novas  portas  ou  operacionalizar  outras  dinâmicas  comerciais  e  de  marketing,  é  muito  assim!  Mas  porque  será?    

Na  semana  passada,  numa  reunião  com  uma  Farmácia  que  procurava  conhecer  os  nossos  Programas  de  Acompanhamento  um  pouco  melhor,  constatei  isso  mesmo.  A  estratégia  estava  delineada  e  o  plano  de  acção  definido  em  traços  gerais,  os  responsáveis  identificados,  mas  tudo  o  que  estava  calendarizado  supostamente  para  o  primeiro  semestre,  tinha  agora  passado  para  Outubro,  para  depois  das  Férias,  já  que  não  tinha  havido  tempo  para  implementar…  

Porque  é  que  isto  acontece?  A  Farmácia  pode  esperar  estes  meses  todos?  Ou  não  aguardamos  por  outro  tipo  de  resultados?  

 

O  poder  de  uma  ideia…  

Quanto  não  vale  uma  boa  ideia?  Muitas  delas  até  parecem  absurdas  de  início  mas,  à  medida  que  ganham  forma,  podem  constituir  um  ponto  de  viragem  para  o  sucesso  da  Farmácia  ou  de  determinada  área  em  especial.  

É  verdade  que  existem  ainda  algumas  empresas  que  não  se  renovam,  que  não  possuem  uma  cultura  de  inovação  em  que  se  encoraje  os  Farmacêuticos  e  Técnicos  a  contribuir  com  sugestões,  ou  mesmo  em  que  se  criem  os  momentos  e  os  forums  adequados  para  que  isso  aconteça.  Mas  felizmente,  na  maioria  das  Farmácias,  até  existem  excelentes  ideias,  só  que  por  vezes  não  saem  do  papel  ou  da  cabeça  de  cada  um…  E  são  tantas  as  oportunidades  que  se  deixam  para  trás.  Não  raras  vezes,  até  chegamos  à  situação  em  que  o  recurso  que  teve  a  ideia  a  leva  consigo  para  a  Farmácia  da  concorrência…  

De  que  vale  a  ideia  se  não  equacionarmos  o  caminho  a  percorrer  para  a  sua  implementação?  

 

Luzes,  câmara,  …  acção!  

Parece  que  é  a  sequência  natural  de  qualquer  filme…  Então  porque  havemos  de  querer  retirar  alguma  parte  ao  nosso  próprio  filme?  

Retomemos  as  dinâmicas  comercial  e  de  marketing,  que  não  há  ninguém  que  não  precise  de  mais  e  melhores  vendas…    

Nunca  deu  consigo  a  pensar  que  dantes  não  haviam  tempos  mortos  no  atendimento  e  que  agora  há  alturas  em  que  quase  rogamos  para  que  nos  entrem  pela  porta  a  dentro?!  Como  nos  organizamos  nesses  tempos  mortos?    

Preparamos  as  campanhas  comerciais,  analisamos  rentabilidade,  arrumamos  lineares,  tiramos  as  listagens  dos  monos,  fazemos  o  cartaz  promocional,  preparamos  um  guião  de  atendimento  para  os  genéricos,  confirmamos  as  consultas  do  dia  seguinte?!  Ou  pegamos  naquela  boa  desculpa  de  que  não  vale  a  pena  porque  deve  estar  quase  a  chegar  alguém  e  depois  a  tarefa  é  interrompida.    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Já  somou  estes  minutos  todos  ao  longo  do  dia,  da  semana,  do  mês?  Agora  multiplique  pelo  número  de  colaboradores…  

Estas  convicções  limitam-­‐nos,  fazem-­‐nos  baixar  os  braços,  e  se  a  elas  juntarmos  o  contexto,  a  crise,  a  falta  de  poder  de  compra,  o  não  tenho  sorte  e  o  não  consigo,  tanto  pior…  Mas  o  que  é  que  andamos  a  dizer  a  nós  próprios?  Isso  ajuda-­‐nos?  E  que  tal  irmos  por  outro  caminho?!  

Primeiro  que  tudo,  onde  nos  levam  mais  e  melhores  vendas,  um  serviço  diferenciador  e  um  atendimento  ímpar?  Qual  o  retorno  individual  para  mim  e  para  a  Farmácia?  Que  objectivos  individuais  (pessoais  /  profissionais)  ou  da  empresa  consigo  atingir?  Então,  comecemos  pelos  objectivos…  

Se  eu  não  tiver  os  objectivos  pessoais  alinhados  com  os  profissionais  e  souber  claramente  o  que  é  que  o  atingir  de  uma  determinada  meta  profissional  me  permite  realizar  a  nível  pessoal,  o  meu  compromisso  vai  estar  muito  mais  esbatido…  Se  eu  souber  que  cumprir  as  campanhas  me  assegura  um  fim-­‐de-­‐semana  fora,  que  o  atingir  dos  objectivos  de  Equipa  nos  permite  ganhar  o  prémio  de  produtividade  e  com  ele  tenho  acesso  a  umas  férias,  que  vou  finalmente  ficar  responsável  por  aquele  projecto  de  que  tanto  corri  atrás,  que  o  meu  desempenho  este  ano  me  permitirá  ser  promovido,  será  que  não  me  vou  por  a  caminho  de  forma  diferente?    

Se  eu  vir  a  minha  equipa  a  desenvolver-­‐se  e  os  recursos  a  crescerem,  se  tiver  outro  tipo  de  reconhecimento  na  Farmácia,  vou  ficar  indiferente  a  isso?  Acha  que  com  a  sua  equipa  é  diferente?    

Então,  o  que  nos  impede?  

Fixar  objectivos  individuais  e  de  curto  prazo  (semanais/mensais/trimestrais)  ajuda  imenso.  É  muito  mais  palpável  e  cada  elemento  fica  a  conhecer  qual  é  o  contributo  que  lhe  é  esperado.    

Faça  de  início  um  pouco  de  coaching  de  seguimento  sobre  o  cumprimento  desses  objectivos  por  parte  de  toda  a  equipa.  Para  os  que  não  gostam  de  trabalhar  por  objectivos,  há  fases  em  que  o  líder  tem  mesmo  que  pressionar,  senão  os  resultados  não  chegam…  Não  temos  margem  para  quem  não  seja  produtivo,  ou  temos?  Não  podemos  dar-­‐nos  ao  luxo  de  ter  estratégias  delineadas  mergulhadas  em  banho-­‐maria,  certo?  

Podemos  ter  tudo  alinhado  e  preparado  a  rigor,  os  melhores  recursos  ou  a  equipa  mais  experiente,  feito  os  investimentos  necessários,  mas  se  não  partirmos  para  a  acção  sistemática  ou  se  deixarmos  as  pontas  soltas,  sabemos  que  deitamos  tudo  a  perder…  

É  verdade,  precisamos  de  potenciar  todas  as  ferramentas  de  Liderança  Intrapessoal.  Todos  na  equipa  têm  que  estar  motivados  e  a  contribuir  os  tais  120%!  

Toca  a  mergulhar  de  cabeça,  mas…  no  Plano  de  Acção!  

 

O  seu  cérebro  tira  férias?  

 

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Por  um  lado  era  uma  bênção!  Ter  a  capacidade  de  pura  e  simplesmente  desligar  enquanto  se  gozam  uns  dias  de  merecido  descanso  seria  para  muitos  o  ideal,  mas  raramente  se  consegue.  

Mas  por  outro  lado,  os  meses  de  férias  poderão  ser  os  melhores  em  termos  de  aproveitar  o  cérebro  dos  que  ficam.  

Para  todas  as  farmácias  que  estão  junto  a  praias  ou  zonas  mais  turísticas,  e  o  nosso  país  tem  uns  bons  quilómetros  de  costa,  chegou  a  época  alta!  Para  outras,  embora  não  fechando,  fica  tudo  um  pouco  mais  calmo  e  a  equipa  rende-­‐se  para  poder  também  tirar  uns  dias  de  descanso.    

Para  muitas  pessoas,  é  muitas  vezes  uma  altura  fantástica  para  trabalhar,  pois  há  menos  trânsito,  menos  confusão  e  os  clientes  também  estão  de  férias.  

Mas  o  nosso  cérebro  não  pára,  e  ainda  bem,  mas  será  que  pudemos  tirar  o  melhor  partido  disso?  

Para  quem  fica  

Pois,  ainda  não  chegou  a  sua  vez  de  ir  de  férias,  por  isso,  porque  não  aproveitar  a  100%  o  tempo  de  trabalho?  

Esta  altura  mais  calma  é  a  ideal  para  tantas  coisas:  

-­‐  Verificar  o  stock  físico  da  farmácia  e  aproveitar  para  fazer  alguns  ajustes  

-­‐  Escolher  produtos  próximos  do  final  da  validade  ainda  podem  ser  escoados  

-­‐  Criar  acções  diferenciadas  que  podem  ser  realizadas  para  os  utentes  

-­‐  Pensar  com  calma  o  próximo  trimestre  de  trabalho  e  dar  assim  o  tudo  por  tudo  na  rentrée  

-­‐  Em  dias  mais  parados,  aumentar  os  conhecimentos  em  certas  áreas,  nomeadamente  cosmética,  ou  suplementos  alimentares,  entre  outros  

-­‐  Construir  guiões  de  atendimento  para  ajudar  os  colegas  

Nem  todos  os  seus  utentes  estão  de  férias,  e  há  que  dinamizar  a  farmácia  de  modo  a  potenciar  o  movimento.  Se  tiver  numa  zona  mais  turística,  aproveite  para  treinar  atendimentos  de  excelência!  Mais  do  que  nunca  em  férias,  queremos  ter  tratamento  VIP,  e  por  isso,  procure  exceder  as  expectativas  dos  seus  clientes.  E  provavelmente  aprender  inglês  não  é  assim  uma  ideia  de  todo  disparatada.  

Em  farmácias  cujo  movimento  baixa  muito,  é  sem  dúvida  importante  manter  o  espirito  animado  de  quem  fica  e  aproveitar  o  tempo  para  estudar  mais,  desenvolver  acções  e  pensar  mais  o  negócio.  

Para  quem  vai  

Se  for  o  Director  Técnico  ou  proprietário,  sabemos  bem  que  está  sempre  a  pensar  no  que  se  passa  na  farmácia.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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É  difícil  desligar  por  completo,  e  a  grande  maioria  está  sempre  em  contacto  com  a  farmácia  para  saber  o  que  se  passa!  

No  nosso  trabalho  com  farmácias,  percebemos     que  o  “desligar”  é  muito  difícil  e  de  alguma  forma,  justifica-­‐se  a  preocupação,  mais  que  não  seja  para  saber  noticias  sobre  as  vendas,  que  tendem  em  baixar.  

Para  ajudar  a  desligar,  há  várias  estratégias  que  se  podem  adoptar.  Se  já  existir  um  organigrama  funcional,  deverão  estar  já  definidos  as    tarefas  de  cada  colaborador,  e  para  além  da  tarefa,  quem  é  o  backup  n.º  1  e  n.º  2  de  cada  uma  dessas  tarefas.  A  ideia  é  de  que  todas  as  pessoas  saibam  fazer  tudo,  mas  não  o  tenham  de  fazer.  Assim,  quando  houver  férias  ou  folgas,  entra  em  acção  o  próximo  da  lista,  sabendo  de  antemão  tudo  o  que  tem  pela  frente.  

Se  ainda  não  construir  o  seu  próprio  organigrama  funcional,  pense  em  termos  de  funções  em  quem  vai  fazer  o  quê,  como  e  quando,  e  prepare  desde  já  os  seus  backups.  Assim,  tem  oportunidade  de  treinar  alguns  dos  seus  colaboradores  em  determinadas  funções  e  poderá  ir  de  férias  um  pouco  mais  descansado.  

Quanto  ao  negócio  propriamente  dito,  este  ano  ninguém  descansa  a  100%,  pois  tem  sofrido  reviravoltas  constantes,  mas  já  que  vai  estar  a  preocupar-­‐se  com  isso,  que  tal  pensar  em  acções  para  realizar  durante  o  próximo  ano?  Sondar  outros  mercados,  ver  onde  pode  fazer  a  diferença,  pensar  “fora  da  caixa”  e  mais  relaxado,  para  que  quando  chegar  possa  implementar  de  imediato  o  que  pensou.  

Por  isso,  mesmo  indo  de  férias  o  seu  cérebro  não  as  consegue  tirar,  a  100%.  E  se  puder  aproveitar  isso  mesmo  a  seu  favor,  melhor!  Existem  imensa  literatura  de  “verão”  excelente  na  área  da  motivação  e  liderança  de  equipas,  que  podem  ser  uma  mais  valia  para  si.  

Por  isso  já  sabe,  para  quem  vai  e  para  quem  fica,  o  tempo  de  férias  pode  ser  verdadeiramente  produtivo  e  um  momento  em  que  pára  um  pouco  para  pensar  e  planear  novos  passos  para  vencer  no  futuro.  

 

A  sua  farmácia  virou  lixo?  

 O  nosso  país,  pelo  que  dizem  as  agências  de  rating,  vale  muito  pouco.  E  aparentemente  a  grande  maioria  dos  países  da  Europa  estão  em  vias  de  receber  títulos  semelhantes,  o  que  agrava,  cada  vez  mais  a  frágil  situação  em  que  nos  encontramos.  E  quando  a  situação  já  parecia  tão  desesperada,  ainda  se  torna  pior.  

Os  últimos  meses  para  quem  gere  uma  farmácia,  têm  sido  dos  mais  desafiantes.  Se  desde  2010  as  coisas  se  têm  vindo  a  alterar,  houve  agora  um  salto  ainda  maior  e  muitas  vezes,  sentimos  que  a  Farmácia  onde  estamos  está  de  facto  no  lixo,  ou  que  nos  atiram  para  o  lixo.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

Pág.  50  

Mas  nós  acreditamos  que  não  existem  impossíveis  e  que  estes  se  tornam  todos  possíveis  se  tivermos  a  persistência  e  a  sagacidade  de  perceber  os  sinais,  e  enfrentá-­‐los.  Também  acreditamos  que  o  bom  senso  e  a  noção  da  realidade  nos  poderão  ajudar  a  parar  e  a  reflectir,  tomando  decisões  importantes  no  futuro.  

Quando  trabalhamos  com  as  equipas  de  farmácias,  e  como  estamos  de  fora,  conseguimos  de  facto  encontrar  algum  “lixo”,  um  mais  tóxico  que  outro,  outros  que  são  mais  contaminantes  e  alguns  que  até  poderiam  ser  reciclados  e  não  são…(e  não  estou  a  falar  dos  sacos  para  devolução)  

Lixo  na  comunicação  

Vemos  com  muita  frequência!  

Em  tempos  de  mais  aflição,  a  comunicação  dentro  da  equipa  torna-­‐se  decisiva  para  o  bem  e  para  o  mal.  E  devido  ao  stress,  a  comunicação  falha  por  ser  em  excesso  ou  por  ser  deficiente.  O  lixo  na  comunicação  são  todas  as  frases  que  são  ditas  e  que  não  contribuem  para  o  moral  da  equipa,  comentários  menos  necessários  que  servem  para  desmoralizar  e  que  não  ajudam  a  motivar.  

É  nestas  alturas  mais  criticas  que  a  comunicação  tem  de  ser  assertiva,  directa  à  questão,  sem  rodeios  e  sem  contaminações.  Esse  é  o  tipo  de  lixo  que  tem  de  ser  eliminado.  

Tenha  a  coragem  de  dizer  à  equipa  o  “real  estado”  das  contas,  as  variações  nas  vendas,  as  apostas  a  perseguir,  a  margem  que  tem  de  aumentar.  Não  permita  que  se  contaminem  uns  aos  outros  com  mensagens  negativas  e  menos  claras.  O  mercado  está  a  mudar  e  os  clientes  também,  por  isso  também  com  estes  modifique  a  sua  maneira  de  comunicar.  Seja  afável,  empático,  construa  relações  de  futuro.  

Se  na  equipa  a  comunicação  estiver  a  fluir,  esse  bom  ambiente  passa  também  para  os  utentes.  

 

Lixo  na  motivação  

Ou  no  espírito  de  equipa.  Mais  do  que  nunca  é  algo  a  não  esquecer.  As  equipas  estão  mais  aflitas  e  o  ambiente  está  mais  pesado  em  muitas  farmácias  assim  como  no  próprio  país.  Por  isso,  é  necessário  encontrar  motivação  nos  pequenos  nadas  que  vão  acontecendo,  pequenas  vitórias  e  conquistas  devem  ser  um  pouco  mais  apreciadas:  

-­‐  Os  produtos  de  baixa  rotação  que  conseguiram  ser  escoados  

-­‐  A  capacidade  de  transformar  uma  boa  compra  numa  boa  venda  

-­‐  Celebrar  um  dia  em  que  o  numero  de  atendimentos  tenha  sido  particularmente  elevado  

-­‐  Ficar  feliz  porque  se  conseguiram  rebater  muitos  pontos  nos  cartões  das  farmácias  portuguesas  

-­‐  Conseguir  ter  os  serviços  de  aconselhamento  de  nutrição  ou  podologia  sempre  cheios!  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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E  para  todos  os  responsáveis  de  equipa  que  se  sentem  sozinhos  e  sem  reconhecimento  por  parte  dos  seus  colaboradores,  até  que  ponto  já  partilharam  com  eles  as  vossas  preocupações?  Se  não  mostrar  as  suas  preocupações  com  o  futuro  e  se  não  der  a  conhecer  as  vulnerabilidades  e  porque  razão  precisa  da  ajuda  dos  seus  colaboradores,  eles  não  sabem  como  o  fazer.  

Lixo  na  estratégia  

Este  tipo  de  lixo  é  particularmente  nocivo.  Com  a  urgência  de  sobreviver,  muitas  farmácias  estão  a  fazer  más  apostas  quer  em  termos  de  compras,  quer  de  vendas,  quer  da  estratégia  em  termos  de  recursos  humanos.  

Antes  de  mais,  faça  muitas  contas,  reúna  com  o  seu  contabilista  e  com  a  sua  equipa.  Procure  planear  com  mais  tempo  as  acções  que  vão  permitir  não  só  vender  mais,  como  diferenciar  a  sua  farmácia  de  todas  as  outras.    

Não  deixe  o  lixo  apoderar-­‐se  da  sua  farmácia  e  da  sua  equipa.  E  sempre  que  for  possível,  destrua  esse  lixo  e  não  o  esconda  debaixo  do  tapete.  

Não  vale  a  pena  manter  conversas  que  não  são  construtivas,  estratégias  que  não  estão  centradas  no  clientes,  comentários  que  depreciam  e  não  geram  motivação.    

Por  onde  vai  começar  a  cortar?  

Já  deve  ter  tido  a  experiência  de  cortar  as  pernas  a  um  banco  para  que  este  fique  mais  nivelado.  Aposto  ainda,  que  depois  de  cortar  a  primeira  perna,  verificou  que  estava  um  pouco  mais  curta  que  as  outras,  e  assim  começou  a  cortar  uma  a  uma  até  estarem  com  o  comprimento  perfeito.  

No  final  o  que  acontece  sempre?  Após  umas  horas  de  trabalho  de  medição  e  cortes,  chegamos  sempre  à  conclusão  que  mais  valia  não  termos  começado  a  cortar.  

Nas  empresas  acontece  o  mesmo  e  na  conjuntura  actual,  as  farmácias  enfrentam  desafios  enormes.  Os  cortes  nas  margens  são  enormes  e  por  vezes  é  difícil  suportar  os  custos  e  as  decisões  em  tempos  de  “sufoco”  nem  sempre  são  as  melhores.    

Mas  a  nossa  pergunta  é  sempre  a  mesma,  será  que  está  a  fazer  os  cortes  certos?  

Não  poderá  dar-­‐se  o  caso  de  estarmos  a  cortar  a  “perna  do  banco”  errada?  

Observamos  muitas  vezes  que  os  cortes  podem  ter  consequências  desastrosas.  Resolvem  o  curto  prazo  em  termos  de  liquidez  financeira,  margem  e  muitas  vezes  encargos,  mas  depois  hipotecamos  o  futuro  com  a  nossa  acção.  A  razão  está  muitas  vezes  pelo  facto  dos  cortes  serem  nos  sítios  errados.  

Senão,  vejamos  alguns  exemplos  de  bons    maus  cortes  e  veja  o  que  pode  estar  a  provocar  na  sua  empresa  em  termos  de  garantia  de  futuro.  

Cortes  nos  Recursos  Humanos  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Pois,  muitas  vezes  é  por  aqui  que  se  começa…a  tentação  é  grande  pois  é  um  custo  muito  pesado.  Mas  será  que  estamos  a  fazer  o  mais  lógico?  Para  certas  farmácias  entendemos  que  é  a  única  solução,  pois  o  movimento  decai  abruptamente  e  não  existe  capacidade  instalada  para  manter  toda  a  equipa.    Mas  antes  da  decisão  têm  de  ser  ponderado  os  prós  e  contras  da  decisão.    

Do  nosso  trabalho  com  farmácias  ao  longo  destes  últimos  anos,  observamos  que  nem  sempre  sai  a  pessoa  correcta.  Verificamos  que  por  vezes,  rearranjar  horários  pode  ser  uma  outra  opção  a  considerar,  e  eventualmente  ponderar  deixar  de  estar  tantas  horas  aberto.    

Os  custos  de  perda  são  elevados,  não  só  para  quem  sai  obviamente,  mas  acima  de  tudo  para  quem  está  à  volta  podendo  criar  uma  onde  de  choque  que  destrói  a  confiança  e  motivação  no  futuro.  

Cortes  no  Horário  

Claro  que  quanto  mais  horas  estiver  uma  farmácia  aberta,  mais  factura.  No  entanto,  a  questão  paira  sempre  no  ar.  Será  que  compensa?    

Como  a  maioria  das  farmácias  tem  de  recorrer  a  colaboradores  extra  ou  aproveitar  os  existentes  na  equipa,  existe  sempre  ou  um  custo  extra  ou  um  cansaço  extra  na  equipa.  Se  for  uma  farmácia  de  Shopping  não  há  muito  a  fazer,  mas  as  de  rua,  talvez  deva  ser  visto  de  outro  modo.    

Se  está  sem  saber  se  corta  ou  se  aumenta  no  seu  horário  de  atendimento,  sugerimos  apenas  que  faça  umas  contas:  

-­‐  faça  uma  estimativa  dos  clientes  que  poderá  ganhar  ou  perder  com  o  corte  ou  aumento  de  horas  de  atendimento  

-­‐  se  souber  qual  o  seu  valor  médio  de  venda,  sabe  quanto  perde  ou  ganha  

-­‐  os  sistemas  informáticos  dão  uma  estatística  de  frequência  na  farmácia  interessante,  observe-­‐a  

-­‐  Veja  quanto  tem  de  custos  caso  abra  ou  feche  durante  algumas  horas.  No  caso  de  abrir,  já  sabe  que  tem  pelo  menos  de  multiplicar  por  5  os  custos  mensais,  para  saber  quanto  tem  de  facturar  no  mesmo  período  de  tempo.  

-­‐  Envolva  a  equipa.  Se  estes  estiverem  ao  corrente  das  dificuldades  poderão  agir  de  modo  a  apoiar  e  ajudar  ao  sucesso  da  farmácia.  

Cortes  na  Formação  

Se  estamos  com  pouca  liquidez,  se  o  mercado  está  exigente,  então  tudo  o  que  for  para  além  do  estritamente  necessário  é  normalmente  “cortado”.  As  horas  de  formação  são  obrigatórias,  mas  de  modo  a  reduzir  custos,  aposta-­‐se  muitas  vezes  em  formação  que  não  está  adequada  a  quem  a  recebe,  só  para  cumprir  os  requisitos.  

Sabemos  que  as  equipas  das  farmácias  são  bombardeadas  com  acções  de  formação  e  isso  é  extremamente  positivo.  Mas  antes  de  enviar  os  seus  colaboradores  à  formação,  elabore  um  Mapa  de  Formação  para  cada  um.  Uns  terão  mais  necessidades  de  formações  nos  éticos,  outros  de  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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dermocosmética,  outros  de  OTC,  enfim…consoante  as  necessidades  de  lacunas  de  cada  um,  assim  se  vai  alocando  a  formação.  

Mas  se  mesmo  assim,  a  coisa  está  complicada  para  disponibilizar  as  pessoas  para  formação,  promova  as  mesmas  DENTRO  da  equipa.  Se  um  deles  vai  à  formação,  terá  mais  do  que  capacidade  para  dar  uma  mini  formação  interna.    Esta  maneira  de  dar  formação,  é  menos  dispendiosa  e  pode  contribuir  para  a  motivação  de  quem  a  dá  e  de  quem  recebe.  

Outros  pequenos  cortes  

Sempre  ouvi  dizer  que  grão  a  grão  enche  a  galinha  o  papo.  Nem  imagina  onde  podemos  desta  feita  cortar  em  custos  extra  sem  prejudicar  ninguém.  Reveja  os  planos  de  pagamento  de  clientes  e  fornecedores,  reveja  todos  os  custos  de  redes  móveis  e  fixas  e  procure  consultas  de  valores  de  modo  a  ter  a  melhor  oferta.    

Envolva  a  equipa  em  reuniões  e  coloque-­‐a  ao  corrente  da  situação  que  a  farmácia  está  a  viver  e  poderá  ser  surpreendido  pela  compreensão  de  quem  se  entrega  ao  que  faz  e  quer  manter  o  seu  presente  e  semear  o  futuro.    

 

A  sua  farmácia  precisa  de  baby-­‐sitter?  

 Não  seria  muito  mais  simples  para  todos  se  tal  fosse  possível?    Da  nossa  experiência  no  coaching  e  acompanhamento  de  Farmácias,  muitos  são  os  desabafos  sobre  a  falta  de  motivação,  a  necessidade  de  estar  sempre  a  repetir  alguma  instrução,  a  auto  gestão  que  leva   a   alguns   erros,   entre   outras.  Mas   há   ainda   a   necessidade   de   levar   a   equipa   para   um   outro  patamar  de  desenvolvimento,  de  fazer  cumprir  regras,  de  estimular  a  criatividade  e  de  premiar  o  empenho.      No   fundo,   de   cuidar   da   equipa,   como  uma   baby-­‐sitter   cuida   de   uma   criança   e   nós   sabemos   por  experiência,   que   quando   alguém   de   fora   nos   apoia   as   dificuldades   são   mais   fáceis   de   serem  enfrentadas.    Muitas  das  nossas  acções  como  nas  farmácias,  desenvolvem-­‐se  no  sentido  de  criar  mecanismos  de  gestão  de  equipa  sem  termos  de  recorrer  ao  baby-­‐sitting  constante!    -­‐  Envolver  toda  a  equipa  ou  equipas  no  plano  estratégico  da  Farmácia.  É  fundamental  que  saibam  para  onde  a  empresa  se  dirige  e  quais  as  metas  a  atingir  pessoalmente  e  no  seu  todo    -­‐  Atribuição  de   indicadores  de  performance  a   cada   colaborador,   sendo  que  estes   são  específicos  para   cada   função.   Pelo   cumprimento   dos   indicadores   de   performance   deverá   ser   atribuído   um  prémio,  que  depende  por  sua  vez,  da  Farmácia  ter  atingido  os  seus  objectivos  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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 -­‐   Efectuar   reuniões   periódicas   com   as   pessoas.   Reuniões   que   sejam   de   facto   produtivas,   pouco  tempo,  agenda  definida,  momento  de  brainstorming,  alguém  a  tirar  as  notas  e  a  fazer  uma  “acta”.    Mesmo  com  os  horários  mais  alargados  que  hoje  observamos,  consegue-­‐se  criar  um  momento  para  a  reunião,  ainda  que  fora  de  horas,  e  todos  aderem.    -­‐   Lutar   contra   a   complexidade!   Muitas   equipas   pensam   que   antes   de   se   lançarem   em   acções  concretas,  têm  de  ter  tudo  bem  esquematizado  e  depois…ligam  o  complicómetro.  Torne  as  coisas  simples,  descomplicadas…    -­‐  Crie  um  responsável  de  marketing.  Temos  observada  que  quando  esta  figura  existe  na  Farmácia,  criam-­‐se  mais  acções  de  divulgação,  rastreios,  promoções  de  produtos,  acções  de  charme  a  clientes  entre   outros.   Além   disso,   por   ter   alguém   alocado   a   esta   função,  mais   facilmente   se   conseguem  apoios,  e  as  vendas  aumentam!    -­‐  Se  a   informação  de  gestão  está  no  suporte   informático,  utilizem-­‐na!  Os  programas   informáticos  disponibilizados  na  Farmácia  ajudam  imenso  a  estudar  a  dinâmica  dos  produtos,  a  fazer  apostas  nas  compras,  a  perceber  a  sazonalidade  de  produtos,  entre  outros  indicadores    -­‐  Criação  de  um  período  de  passagem  do  baby-­‐sitter  à  escola.  A  passagem  da  equipa  por  esta  fase  tem  de  ser  gradual  e  adequada  a  cada  um  dos  envolvidos.  Há  equipas  mais  dinâmicas  e  temerárias  que  outras.  O  ideal  é  dar  liberdade  pouco  a  pouco  e  ver  os  resultados    -­‐  Celebração  das  vitórias  conseguidas  pela  sua  equipa.  Muitos  Responsáveis  de  Equipa  esquecem-­‐se  de   celebrar  as   vitórias  dos   seus   colaboradores  e   sem   isso,   como  saberão  eles  que  estão  no  bom  caminho?    Faça  da  celebração  um  hábito.  Encoraja  os  outros  e  cria  um  processo  de  auto  estima  muito  forte      Será  sempre  necessária  a  supervisão,  mas  o  micro-­‐controlo  deixa  de  ser  necessário.    As   equipas   só   crescem   à   altura   dos   desafios   que   lhes   impomos   e   como   responsáveis   de   equipa  temos  de  querer  que  os  nossos  colaboradores  sejam  cada  vez  melhores  e  autónomos.  Só  assim  as  empresas  crescem.        

Tem  a  certeza  que  quer  reunir  com  a  sua  equipa?  

 Se  sim,  é  porque  o  processo  está  instituído  e  é  considerado  como  positivo  para  todos,  o  que  hoje  em  dia  no  contexto  farmácia  é  por  si  só  um  verdadeiro  desafio.    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Se  não,  então  ou  não  as  tem,  ou  são  sempre  iguais,  sem  ideias,  sem  participação,  sem  conclusões  de  qualquer  espécie.      Mas  valerá  a  pena  reunir  com  a  equipa?    Provavelmente  é  o  tipo  de  acção  que  em  projectos  com  equipas  de  farmácia  mais  frequentemente  implementamos.   Infelizmente,   são   ainda   muitas   as   empresas   que   não   entendem   a   ferramenta  poderosa  que  pode  ser  uma  reunião  de  equipa.  Verificamos  também  que  muitas  farmácias  que  já  o  fazem,  não  parecem  obter  os  resultados  esperados,  e  ou  mantêm  por  instituição  ou  abandonam  o  hábito.    Acima  de  tudo  todos  entendem  que  a  comunicação  em  ambiente  farmácia  é  um  desafio,  por  isso,  criar  uma  dinâmica  em  que  a  informação  mais  importante  é  convenientemente  passada,  reveste-­‐se  de  uma  enorme  importância.    As  reuniões  de  equipa  quando  bem  esquematizadas  podem  ser  muito  poderosas.  Mas  então  qual  o  segredo?    Para  quem   já   as   faz   e   para  quem  as   vai   implementar,   junto   seguem  alguns   conselhos,   normas   e  dicas  para  garantir  reuniões  produtivas  e  dinâmicas.      -­‐  Antes  de   tudo…estabeleça  as  Regras.   Parecem  desnecessárias  para  um  ambiente   informal   e  de  brainstorming,  mas  as  regras  são  necessárias.  A  honestidade  acima  de  tudo,  a  aceitação  de  todas  as  ideias  como  válidas  numa  primeira  fase,  a  obrigação  da  participação  de  toda  a  equipa,  entre  outras.      -­‐   Como   hoje   em   dia   o   horário   na   Farmácia   é   muito   alargado,   tente   encontrar   uma   hipótese  consensual.  Ou  uma  vez  por  mês  numa  tarde  de  sábado,  ou  então  ao  final  de  um  dia,  ou  mesmo  entre  os  2  turnos  do  dia.  Mas  uma  vez  fixada  a  frequência,  não  a  altere.    -­‐  Mantenha   a   frequência   da   reunião,   ou   seja,   sempre   o  mesmo  dia   à  mesma   hora.   Este   tipo   de  acção  tem  de  passar  a  ser  considerado  como  um  hábito.        -­‐  Quem  disse  que  tem  de  ser  o  director  Técnico  a  promover  a  reunião?  Envolva  a  sua  equipa  e  puxe  por   ela.   Certifique-­‐se   que   há   uma   agenda   bem   definida   e   tempos   para   cada   apresentação.   Dê  sempre  a  oportunidade  de  todos  participarem  e  terem  o  seu  pequeno  “tempo  de  antena”.    -­‐  Mantenha  a  reunião  o  mais  informal  possível.  O  objectivo  é  melhorar  a  comunicação,  saberem  os  objectivos   atingidos   e   prepararem-­‐se   para   os   que   se   seguem.   É   a   altura   por   excelência   para  comunicar  noticias,  novidades,  alterações  que  estejam  a  ser  necessárias.    -­‐  Quanto  aos   temas,   faça  o  possível  por   sugerir  os   temas  com  alguma  antecedência,  para  que  as  pessoas  da  sua  equipa  o  possam  preparar      -­‐  Elogie  as  boas  ideias  e  partilhe  com  o  grupo  os  resultados  de  outras  já  implementadas.      

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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 E  tudo  isto  em  60  minutos  ou  menos.      Lembre-­‐se   que   quantidade   não   é   qualidade,   mas   se   necessário,   deixe   um   tempo   para   a  descontracção.  Não  alimente  quezílias  nem  pequenos  conflitos.  Estes  deverão  ser   resolvidos   fora  da  reunião.  E  boas  reuniões!    

Já  apertou  a  sua  equipa  hoje?  

 Pode  ser  considerada  violência  se  apertarmos  demais  a  nossa  equipa?    

Ainda  esta  semana  me  disseram  que  quando  “apertavam”  algumas  pessoas  na  equipa,  os  resultados  apareciam  e  voltavam-­‐se  a  cumprir  os  procedimentos.  Entendemos  que  quando  se  aviva  a  memória  dos  colaboradores,  quando  se  insiste  para  fazer  algo,  quando  se  espevita  a  motivação  e  o  foco  no  resultado,  os  resultados  aparecem  ou  são  francamente  melhores.    

Mas  o  estar  constantemente  a  apertar  a  sua  equipa  pode  causar  efeitos  secundários  e  estes  poderão  não  ajudar  em  nada  a  sua  empresa  a  longo  termo.  

Um  dos  grandes  desafios  na  liderança  é  saber  quando,  como  e  com  que  intensidade  de  podem  pressionar  os  colaboradores.  Nem  todos  reagem  do  mesmo  modo  a  uma  pressão  e  o  ideal  é  descobrir  o  ponto  de  equilíbrio.  

Quando  lidamos  com  equipas,  procuramos  conhecer  o  modo  como  todas  as  pessoas  reagem  à  pressão,  ao  stress,  à  exigência  e  às  necessidades  de  ter  resultados  para  saber  como  será  a  melhor  maneira  de  exercer  a  pressão.  

Pressão  a  menos  

Poderá  ser  o  aparentemente  mais  simples,  mas  não  é  de  todo  o  mais  eficaz.  Sem  alguma  pressão  poderá  fazer  com  que  toda  a  sua  equipa  perca  o  entusiasmo  que  tem,  e  acomodar-­‐se  aos  resultados  que  tem  vindo  a  apresentar.    

Num  contexto  actual,  onde  o  mercado  das  farmácias  enfrenta  desafios  constantes,  muitos  optam  por  deixar  passar  as  falhas.    

A  pressão  pode  ajudar  em  vários  casos,  como  na  adequação  a  uma  nova  tarefa  ou  acção,  como  para  espevitar  alguém  mais  “cristalizado”  na  sua  função.  Pode  ainda  servir  para  quem  precisa  de  ser  lembrado  de  que  está  quase  a  cumprir  os  objectivos  a  que  se  propôs  e  só  precisa  de  um  empurrão  para  o  fazer.  

Tenha  em  consideração  que  a  inexistência  de  pressão  pode  ainda  tornar  uma  pessoa  dinâmica  da  sua  empresa,  em  alguém  pouco  entusiasmado.  Normalmente  os  colaboradores  mais  ambiciosos  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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adoram  um  pouco  de  pressão,  metas  e  objectivos  de  venda  entre  outros  desafios.  Se  não  os  desafiamos,  podemos  perdê-­‐los  também.  

Por  outro  lado,  os  colaboradores  que  detestam  ser  pressionados,  vêm  estes  ambientes  como  excelentes  para  se  manterem  dentro  do  que  está  estabelecido,  sem  desvios  e  sem  espírito  de  entrega,  pois  de  facto  cumprem  com  o  que  é  pedido.  

 

Pressão  a  mais  

Se  de  menos  não  obtém  o  que  mais  deseja  em  termos  de  performance,  com  pressão  a  mais  tende  a  causar  rupturas  na  sua  equipa.  Observamos  a  necessidade  de  manter  a  facturação  por  parte  das  farmácias,  mas  2011  será  um  ano  atípico  e  onde  o  aumento  de  facturação  será  muito  difícil.  A  pressão  a  mais  não  só  desgasta  quem  é  pressionado  como  também  quem  pressiona.    

Com  o  decréscimo  de  facturação,  as  pessoas  sentem-­‐se  mais  aflitas  e  exigem  mais  de  todos.  Já  reparou  como  fica  cansado  depois  de  um  dia  a  “brigar”  com  a  sua  equipa?  Parece  que  todos  andam  zangados  e  não  se  produz  o  suficiente.    

Se  estivermos  a  falar  de  um  colaborador  mais  dinâmico,  a  pressão  a  mais  pode  funcionar  durante  uns  tempos  por  uma  questão  de  brio  mas  depois  pode  levar  ao  desgaste.  No  caso  de  pessoas  mais  acomodadas,  o  medo  do  desconhecido  e  da  mudança  é  por  vezes  tão  grande,  que  vão  manter-­‐se  na  empresa,  mas  sem  qualquer  entusiasmo,  gosto  ou  motivação  pessoal.    

Pressão  Q.B  

Mas  será  possível  o  meio  termo?    

Esse  meio  termo  é  conseguido  com  o  profundo  conhecimento  da  equipa  com  quem  trabalha.    

Se  forem  pessoas  dinâmicas  e  orientadas  para  o  que  têm  de  fazer,  a  pressão  tem  de  ser  positiva  e  desafiadora,  para  os  puxar  para  elevados  patamares  de  performance.  Mas  não  o  faça  demais  pois  eles  gostam  de  mais  responsabilidade  e  acção,  mas  podem  assustar-­‐se  com  o  exagero!  

Se  os  seus  colaboradores  forem  desejosos  de  agradar  mas  ainda  pouco  competentes  nas  tarefas,  então  terá  de  colocar  pressão  apenas  no  que  respeita  às  suas  funções  e  métodos  a  utilizar,  e  não  no  comportamento.  O  que  precisam  nesta  fase  são  directrizes  justas  e  assertivas  para  que  cresçam  na  função  e  mantenham  a  motivação.  

Pode  ainda  acontecer  que  os  seus  colaboradores  sejam  pessoas  acomodadas  à  situação  que  vivem  na  sua  empresa,  e  estejam  inclusivamente  desmotivados…nesse  caso  a  pressão  tem  de  ser  um  pouco  maior  para  as  tirar  da  zona  de  conforto  e  assim  conseguir  o  melhor  de  cada  uma!  

 

Todos  juntos  é  mais  giro?  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Pois  é  sim  senhor!  

Em  equipa  é  sempre  muito  mais  divertido  trabalhar.  E  num  contexto  Farmácia  é  absolutamente  imperativo  trabalhar  dessa  forma.  Podemos  não  só  motivar-­‐nos  uns  aos  outros,  como  aproveitar  o  que  de  melhor  existe  em  cada  um  para  conseguir  atingir  metas  ainda  mais  audazes.  Quando  existe  verdadeiro  espírito  de  equipa,  temos  presenciado  resultados  verdadeiramente  incríveis.    

Mas  e  se  eu  tiver  uma  mini  equipa?  Ou  se  for  complicado  reunir  com  a  minha  equipa?  

Da  nossa  experiência,  devido  a  horários  alargados,  folgas,  férias,  fechos  de  receituário  e  outros  motivos,  é  cada  vez  mais  difícil  reunir  toda  a  equipa  de  uma  farmácia  para  que  se  discutam  temas  pertinentes,  se  dêem  a  conhecer  novas  regras  de  mercado,  se  analisem  os  valores  de  facturação  ou  indicadores  de  desempenho,  entre  outras  muitas  outras  tarefas  e  estratégias.  No  entanto,  também  já  experimentámos  que  quando  existe  vontade  e  empenho  nada  é  impossível.  

Existem  no  entanto  alguns  pontos  importantes  a  ter  em  conta:  

Para  quê?  

Acredito  que  muitas  pessoas  se  questionam  para  quê  a  reunião,  quer  na  óptica  de  quem  a  lidera,  quer  na  óptica  de  quem  participa.  As  reuniões  são  excelentes  momento  para  partilhar,  comunicar,  discutir  o  que  está  a  correr  bem  ou  mal,  anunciar  novas  acções,  entre  outras.    

A  sua  duração  não  é  directamente  proporcional  à  qualidade  da  mesma,  por  isso,  reuniões  de  3  horas  não  têm  forçosamente  de  ser  eficazes.    

Por  vezes,  10  minutos  é  mais  poderoso  e  incisivo  em  termos  de  reunirão,  pois  temos  de  ir  direitos  ao  assunto  sem  perder  tempo  com  conversas  paralelas  que  tanto  tempo  sugam.    

Diversão  

Quando  aprendemos  em  conjunto  e  quando  nos  divertimos,  a  aquisição  de  conhecimentos  é  muito  elevada!  Imagina-­‐se  num  ambiente  de  formação  onde  o  seu  input  e  experiência  pessoal    é  importante  e  onde  a  partilha  de  casos  pessoais  se  torna  a  maior  aprendizagem  possível?  

Quando  se  trabalha  num  ambiente  descontraído,  a  partilha  acontece  naturalmente  e    

Responsabilização  

O  nosso  problema  quando  trabalhamos  com  algumas  empresas  é  a  capacidade  de  se  cumprir  o  plano  estabelecido,  ou  como  carinhosamente  chamamos,  o  Trabalho  Para  Casa.  

Há  sempre  um  problema  que  surge,  uma  confusão,  um  imprevisto  e  por  vezes  os  TPC  acabam  no  fundo  da  pilha  dos  To  Do’s  

Quando  em  equipa  existe  uma  acção  e  um  compromisso  por  parte  de  todos  em  que  as  suas  tarefas  serão  realizadas,  existe  uma  pressão  maior  para  cumprir  o  planeado.    

A  ideia  destes  trabalhos  é  fazer  acontecer  o  futuro  mais  depressa,  com  mais  segurança,  e  com  alicerces  mais  sólidos.  De  algum  modo,  a  obrigatoriedade  de  os  fazer  e  de  os  apresentar  cria  uma  maior  responsabilização  e  a  ideia  de  que  somos  responsáveis  a  100%  por  criar  o  nosso  futuro.  

Preparação  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Eu  sei  que  muitos  detestam  ter  de  preparar  a  reunião,  mas  e  se  um  colaborador  seu  também  ajudar  nessa  parte?  O  envolvimento  de  todos  é  importante  para  qualquer  que  seja  a  tarefa.    

 

O  Luto  ou…  os  3  Pilares?  

Podemos  aderir  a  Campanhas,  assinar  Petições,  lutar  por  um  sector  que  tem  vindo  a  sofrer  fortes  mutações  recentemente.  Podemos  colocar  um  laço  para  nos  sentirmos  solidários  com  a  realidade  complexa  que  assola  algumas  centenas  de  Farmácias  no  nosso  País…  Que  este  simbolismo  seja  uma  verdadeira  preocupação  e  até  sinónimo  de  inconformismo  com  o  mercado  e  dos  profissionais  que  vivem  esta  realidade!  

Mas,  para  que  este  luto  não  chegue  a  ser  o  nosso  e  o  sonho  não  se  desvaneça,  o  que  é  que  está  nas  nossas  mãos  fazer?  

Não  posso  deixar  de  partilhar  convosco  algumas  questões  que  sistematicamente  surgem,  a  cada  arranque  dos  nossos  Programas  de  Acompanhamento  na  Farmácia,  nas  sessões  de  diagnóstico  com  os  Directores  Técnicos:    -­‐  Como  tornar  as  mensagens  motivadoras?  -­‐  Como  comunicar  más  notícias?  -­‐  Como  dar  e  receber  feedback?  -­‐  Quando  e  como  ser  eficaz  na  comunicação  escrita?  -­‐  Usar  a  razão  ou  a  emoção  para  comunicar  de  forma  mais  efectiva?  -­‐  O  que  fazer  quando  já  não  se  consegue  persuadir?  -­‐  Isso  do  coaching  à  Equipa  funciona  mesmo?  E  a  mim,  quem  faz?  -­‐  Como  é  que  se  pode  ser  criativo…  se  a  angústia  é  tão  grande?  -­‐  Competir  ou  cooperar  com  os  demais?  -­‐  O  mapa  negocial  também  é  para  nós?  Negociar  na  Farmácia,  pois…  -­‐  Como  é  que  hoje  roubamos  tempo  para  reflectir  e  agir,  se  já  saímos  daqui  às  10  da  noite?    Numa  altura  em  que  o  dia-­‐a-­‐dia  se  tornou  um  virote,  em  que  as  rotinas  deram  lugar  a  situações  constantes  que  requerem  a  nossa  resolução,  em  que  o  mais  difícil  de  gerir  são  as  pessoas  e  as  suas  motivações,  dentro  ou  fora  de  portas,  que  estratégias  e  ferramentas  permitem  melhorar  a  nossa  capacidade  de  lidar  com  os  colegas,  com  os  subordinados,  com  os  utentes,  com  os  laboratórios,  com  os  armazenistas,  com  as  entidades  reguladoras,  ou  até  com  a  Farmácia  do  lado?  

Quais  são  hoje  os  3  pilares  de  sucesso  profissional  e  pessoal?  

 

Comunicar  

Mesmo  quando  não  há  nada  de  especial  para  dizer!  É  que  o  silêncio,  os  meses  em  que  nada  é  dito,  geram  ruído,  desconfiança  e  até  alguma  criatividade  maléfica…  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Em  qualquer  relação,  temos  que  investir  nela.  Se  não  semearmos,  não  colhemos;  se  não  regarmos,  a  planta  não  cresce…  Com  as  equipas  não  é  diferente.  

Há  que  falar  do  bom  e  do  mau,  falar  de  forma  estruturada  sobre  os  números,  explicar  algumas  decisões,  clarificar  o  rumo,  apontar  estratégias,  definir  o  que  vai  ser  feito,  dar  o  exemplo,  dar  feedback  e  corrigir  o  que  vai  menos  bem.    

Há  que  pedir  sugestões;  afinal  de  contas,  várias  cabeças  pensam  melhor  do  que  uma…  Há  que  envolver  na  geração  de  ideias  e  estar  disponível  para  implementar  algumas  delas.  

Dialogar,  explicar,  comentar,  partilhar,  elogiar,  antecipar…  e,  sim,  ouvir  em  dobro  porque  quando  se  escuta  apreende-­‐se  muito  nas  entrelinhas,  na  linguagem  gestual  e  na  expressão  corporal.  

Caso  contrário,  comprometemos  seriamente  o  nível  de  compromisso,  permitimos  que  cada  um  não  saiba  o  que  é  esperado  de  si  e  não  se  sinta  responsável  por  isso.  

 

Persuadir  

Mas,  e  como  é  que  os  pomos  a  fazer  o  que  precisamos?  

O  treino,  a  formação,  o  reforço  das  competências  técnicas…  são  a  parte  fácil.  E  o  resto?  

Quando  necessitamos  que  os  nossos  colaboradores  (já  não  temos  empregados,  certo?!)  achem  que  ser  pontual  é  chegar  dez  minutos  antes,  que  saiam  do  back-­‐office  quando  a  zona  de  público  está  cheia,  que  dêem  entrada  de  mercadoria  sem  ser  em  modo  caracol,  que  vendam  o  que  é  necessário  vender,  que  cruzem  vendas,  que  trabalhem  adequadamente  os  genéricos,  que  estejam  focados  nos  guiões  de  atendimento  proactivos,  que  conheçam  a  rentabilidade  dos  produtos…  e  os  sentimos  amorfos,  como  que  indiferentes  ao  que  vai  ao  redor,  o  que  fazer?!  

Murro  na  mesa  e  gritos  à  parte  (dava  vontade,  mas  não  leva  a  lado  nenhum!),  como  ajudamos  a  reforçar  na  Grupo  as  atitudes  que  conduzem  ao  ajuste  efectivo  dos  comportamentos?  

Não  há  como  inspirar  e  influenciar  sem  conhecer…  conhecer-­‐me  a  mim  em  primeira  instância  e  fazer  um  esforço  genuíno  por  conhecer  o  outro,  perceber  o  que  o  faz  correr,  como  age  e  como  decide.    

Estamos  muito  viciados  em  premiar  mas,  se  já  não  há  como,  não  será  desafiar  a  melhor  compensação?  Não  será  o  coaching  um  processo  fundamental  para  ajudar  a  crescer?  

Perceber  as  tipologias  comportamentais  da  Equipa,  ajustar  estratégias  de  comunicação  e  influência  em  função  de  cada  um,  adoptar  inclusivamente  estilos  de  liderança  específicos  situação  a  situação,  fazem  parte  de  algumas  das  novas  competências  que  hoje  se  tornaram  absolutamente  indispensáveis  para  qualquer  líder  de  sucesso.  

 

Negociar  

E,  como  não  há  bela  sem  senão,  as  cedências  fazem  parte  do  processo.  Se  já  fazem  com  a  cara  metade,  com  os  filhos  e  com  os  amigos,…  com  a  Equipa,  e  com  os  Fornecedores  nem  se  fala!  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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“Está  tudo  muito  difícil,  já  não  há  rastreios  nem  mini-­‐faciais.  Dantes  é  que  as  marcas  ainda  tinham  essas  coisas…”  –  este  é  o  discurso  limitativo  que  ainda  vamos  escutando  em  algumas  Farmácias.  

Conhece  aquele  ditado  “Quem  não  chora,  não  mama”?  No  mundo  empresarial  chama-­‐se  Negociar.    

Que  contrapartidas  valoriza?  Prazos,  Preço,  rappel,  condições  de  pagamento,  flexibilidade  nas  devoluções,  promotoras,  merchandising,  formação  à  Equipa,  outras  apostas  na  equipa?    

Falamos  claramente  do  Mapa  Negocial  da  Farmácia.  E,  por  falar  nisso,  já  tem  o  seu?  

Bons  resultados  resultam  de  boas  apostas,  de  boas  compras.  Uma  boa  venda  na  Farmácia  começa  sempre  na  melhor  compra…  depois  é  deixar  a  arte  de  vender  surgir!  

Coperar,  ter  os  parceiros  certos,  filtrar  as  apostas  que  se  fazem  é  hoje  o  caminho  certo  para  que  a  nossa  margem  seja  a  que  efectivamente  precisamos.        

Interessante?!  Faz  sentido  ou…  está  prestes  a  lançar  um  SOS?!    

2013,  uma  missão  de  Gigantes?  

Que  o  desafio  que  aí  vem  é  bem  grande,  é  verdade,  mas  é  para  todas  as  Farmácias!  

Desengane-­‐se  quem  pensa  que  dimensão  é  garantia  de  sucesso.  Não  é  por  a  Farmácia  facturar  um  milhão  acima  do  que  a  sua  que  o  caminho  fica  mais  fácil.    

Esta  semana,  numa  sessão  de  trabalho  com  um  Grupo  de  Farmácias  que  acompanhamos,  o  líder  dizia  para  os  Directores  Técnicos:  “vamos  lá  trabalhar  2013,  que  2012  já  deu  o  que  tinha  a  dar…”.  Ainda  que  possamos  fazer  muita  coisa  neste  final  de  ano,  não  tenho  dúvidas,  o  ano  que  se  avizinha  será  tanto  melhor  quanto  mais  cedo  começarmos  a  pensar  nele…    

E  trabalhar  no  ano  que  vem,  é  trabalhar  agora  as  nossas  pessoas,  envolvê-­‐las  o  mais  possível,  investir  no  crescimento  das  suas  competências,  promover  a  liderança  dos  Farmacêuticos  Adjuntos  e  Farmacêuticos  Substitutos,  assegurar  que  os  nossos  pilares  empresariais  estão  bem  firmes  e  começar  a  delinear  o  quanto  antes  a  nossa  missão.  

 

Agentes@2013…  

Não  há  missão  bem  sucedida  sem  os  melhores  agentes,  por  isso  só  queremos  ter  de  James  Bond  para  cima!  A  aventura  vai  ser  alucinante,  razão  pela  qual  precisamos  de  agentes  com  determinação  letal,  que  estejam  focados  nos  objectivos  e  comprometidos  com  os  resultados,  cientes  que  não  têm  margem  para  não  serem  no  mínimo  fenomenais…  É  verdade,  já  não  chega  ser  bom,  precisamos  de  excelentes  balcões,  de  excelentes  back-­‐offices,  e  de  excelentes  líderes!  

Nesta  altura  estará  a  pensar…  até  parece  fácil,  mas  depois  vem  o  dia-­‐a-­‐dia.  2013  não  vai  compactuar  com  protelarmos  mais  decisões,  com  encontrarmos  explicações  emocionais  para  a  falta  de  compromisso,  de  resultados,  com  os  inúmeros  anos  de  casa  que  fizeram  da  antiguidade  um  posto,  com  remunerações  brutais  típicas  de  outros  tempos…    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Há  mesmo  que  tomar  este  tipo  de  decisões  rapidamente  porque  continuar  assim  é  abortar  a  missão,  mais  cedo  ou  mais  tarde.  Sentimos  já  isto  nas  reuniões  de  equipa,  sobretudo  nos  grupos  de  trabalho  onde  a  maturidade  é  maior  e  há  mais  confiança.  Já  não  ficam  todos  calados  quando  alguém  não  cumpre  ou  lesa  a  equipa  pela  falta  de  ritmo  e  pela  performance  deficitária.  Comportamentos  que  fogem  à  rota  do  que  é  necessário  começam  a  ser  equacionados  pelos  próprios  colegas,  prejudicar  o  outro  já  é  posto  em  causa  porque,  no  limite,  põe-­‐me  a  mim  também  em  causa…  

Não  dá  mais  para  ser  morno!  

E  quem  está  ávido  de  crescer,  de  se  diferenciar,  de  assumir  novas  responsabilidades,  vai  acenar  como  nunca…  Sabemos  que  é  nestas  alturas  que  os  melhores  encontram  as  oportunidades  e  se  destacam  da  média.  Só  temos  que  ter  a  sabedoria  (e  a  disponibilidade)  de  fazer  desses  os  nossos  braços  esquerdos  e  braços  direitos,  e  como  precisamos  deles!      

 

Missão:  Possível!  

Há  missões  que  parecem  quase  impossíveis,  como  a  que  se  avizinha,  quando  se  fala  do  número  de  Farmácias  que  estão  previstas  fechar  para  o  ano,  do  volume  de  Farmácias  com  fornecimentos  suspensos,  das  dívidas  litigiosas  aos  grossistas….  

Mas  temos  alternativa?  Queremos  fazer  parte  destas  estatísticas?  Podemos  ficar  à  espera,  de  braços  desarmados,  que  algo  aconteça?  O  que  nos  leva  mais  longe,  não  será  mesmo  Acreditar  e  Agir?!  

Se  sair  detonado  não  é  opção,  então  toca  a  pensar  no  longe  que  queremos  ir!  É  esse  ponto  B  que  os  nossos  objectivos  marcam,  talvez  nos  falte  é  mesmo  esmiuçá-­‐los…  

Não  fazer  a  mínima  ideia  é  o  começo  de  quase  todos,  estar  desalinhado  também…  por  isso  não  se  sinta  sozinho!  Só  é  mau  continuar  aí,  só  é  mau  acharmos  que,  quando  há  alguém  errado,  são  sistematicamente  os  outros,  ou  se  há  coisas  por  definir,  foram  sempre  “eles”  que  não  o  fizeram.    

Os  objectivos  têm  que  ser  mais  SMART  do  que  nunca,  se  não  podemos  fazer  coisas  grandes,  dar  os  tais  passos  de  gigante,  vamos  fazer  pequenas  grandes  coisas  de  forma  extraordinária  e  dar  os  passos  sustentados  que  temos  que  dar.  Vamos  “cortar  o  bolo  às  fatias”  e  definir  metas  realistas,  que  possamos  perseguir  e  medir,  como  o  crescimento  dos  MNSRM,  a  concentração  dos  genéricos  de  aposta,  a  rentabilidade  das  marcas  estratégicas  da  dermocosmética,  a  redução  das  devoluções,  a  média  mensal  de  receituário  devolvido  devidamente,  a  taxa  de  rebate  do  Programa  das  FP  superior  a  120%  e  tantos,  tantos  outros  indicadores  operacionais…  

E  mesmo  que  ache  que  sabe  o  caminho  (e  não  duvido  que  saiba),  evite  apresentar  tudo  delineado  e  fechado  à  sua  Equipa.  Experimente  deixar  que  as  ideias  da  equipa  enriqueçam  esse  percurso,  esteja  receptivo  a  uma  ou  outra  situação  mais  fora  da  caixa,  acreditar  também  tem  que  ser  connosco…  A  comunicação  exclusiva  por  mail,  por  post-­‐its  ou  por  circulares  que  todos  têm  que  ler  e  assinar  não  faz  a  diferença,  não  elimina  o  ruído,  não  inspira  nem  contagia…  porque  falta  o  brilho  das  pessoas,  dos  líderes  e  das  equipas.    

Ainda  que  se  sinta  esgotado  e  sem  paciência,  vamos  desdobra-­‐nos  mais  uma  vez?!  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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A  Chave  secreta…  

…  está  em  SI,  nunca  duvide  disso!    

Tal  como  o  código  secreto  é  único,  a  chave  para  o  sucesso  está  em  cada  um.  Experimente  pegar  num  espelho  e  olhar  para  lá.  Vê  a  resposta,  não  vê?!  

Então,  toca  a  programar  a  missão,  para  que  esta  seja  infalível  e  Boa  Sorte!  

             

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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ARTIGOS DE MARKETING E VENDAS

Onde  foram  parar  as  nossas  vendas?  

Quando  foi  o  último  dia  neste  ano  em  que  não  fez  a  si  própria(o)  esta  pergunta?  Olhar  para  o  fecho  de  caixa  diariamente  é  um  exercício  que,  ultimamente,  traz  à  maior  parte  dos  Directores  Técnicos  ou  Gestores  uma  grande  dose  de  angústia.  

Num  contexto  que  se  tem  vindo  a  agravar  significativamente  pelo  menos  nos  últimos  6  meses,  em  que  em  Março  último  o  mercado  total  da  Farmácia  decresceu,  em  termos  de  valor,  9,7%  a  nível  nacional  e,  por  exemplo,  11,2%  no  distrito  de  Lisboa,  com  tudo  o  que  se  tem  ouvido  dizer  recentemente,  dá  mesmo  para  pensar  “que  mais  ainda  poderá  acontecer”…  

Uma  coisa  é  certa,  o  que  estiver  para  vir  será  igual  para  todos  e  correrá  melhor  para  quem  estiver  mais  bem  preparado  e  tiver  a  capacidade  de  responder  mais  rapidamente  e  de  se  diferenciar.  

 

Mas,  o  que  está  nas  nossas  mãos  fazer?  

Já  que  futurologia  não  é  propriamente  a  nossa  especialidade,  que  margem  de  actuação  temos  então?      

Esta  é  a  questão  fulcral  que  orienta  os  Programas  de  Acompanhamento  e  de  Formação  da  Ideias  &  Desafios  nas  Farmácias,  junto  das  Equipas  e  da  realidade  em  que  estão  inseridas.    

Se  não  fizermos  nada,  não  vamos  ter  resultados  diferentes.  Se  calhar  até  já  sabemos  que  isso  nos  leva  a  ter  resultados  abaixo  do  que  é  a  média  da  nossa  Região.  E  se  fizermos  o  que  fizemos  no  ano  passado  ou  há  dois  anos,  também  já  percebemos  que  isso  já  não  nos  leva  onde  nos  levava  na  altura.  

Então,  por  onde  começar?  

-­‐  Apostar  por  uma  liderança  mais  assertiva  –  se  conseguirmos  duas  horas  do  nosso  tempo  por  semana  para  pensar  o  negócio,  seguramente  que  vamos  estar  mais  focados  e  orientar  melhor  a  nossa  equipa  –  ou  tem  alguém  na  equipa  que  pense  o  negócio  por  si?!;  

-­‐  Definir  e  partilhar  objectivos  e  linhas  de  orientação  para  a  Farmácia  -­‐  a  responsabilidade  pelos  resultados  é  de  todos,  cada  um  merece  saber  o  que  é  esperado  dele,  caso  contrário  nunca  estará  alinhado;  chamar  tudo  a  si  não  é  necessariamente  a  melhor  opção,  mesmo  que  até  se  considere  um  super-­‐homem  ou  uma  supermulher...  

-­‐  Comunicar  efectivamente  com  a  equipa  –  é  verdade  que  estão  todos  os  dias  juntos,  mas  é  preciso  dizer  o  que  é  relevante…  e  a  todos;  

-­‐  Falar  do  que  vai  bem  e  menos  bem  –  se  não  soubermos  o  que  não  está  bem,  não  podemos  corrigir  ou  melhorar;  dar  e  receber  feedback  é  fundamental;  

-­‐  Comprar  bem  -­‐  que  não  tem  nada  a  ver  com  comprar  muito  ou  pouco,  que  põe  a  léguas  a  altura  em  que  se  comprava  sozinho  ou  que  se  dava  “um  bocadinho  a  todos  porque  os  delegados  são  uns  amores”  (e  são  mesmo,  mas  há  que  ter  parceiros  preferenciais);      

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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-­‐  Planear  as  acções  a  realizar  na  Farmácia  –  costuma-­‐se  dizer  “Planear  para  fazer  acontecer”,  senão  o  tempo  passa  por  nós  e  nós  não  o  influenciamos;  

-­‐  Avaliar  o  desempenho  e  premiar  os  bons  resultados  –  sabemos  que  todos  na  equipa  se  esforçam  muito…,  mas  isso  é  muito  distinto  dos  resultados  que  cada  um  aporta;  é  determinante  premiar  quem  faz  a  diferença,  essas  pessoas  têm  que  saber  que  contamos  indiscutivelmente  com  elas;  e  não,  não  vale  premiar  o  estivemos  “quase”  lá!;  

-­‐  Reconhecer  que  o  Contabilista  não  pode  falar  um  dialecto  diferente  –  ui,  desculpem,  mas  em  algumas  situações  ainda  acontece;  há  mesmo  que  perceber  os  números  e  os  indicadores  do  negócio,  e  saber  como  os  influenciar.  

 

Balcão,  balcão,  balcão…  

Ter  as  responsabilidades  bem  definidas  na  Farmácia  e  o  back-­‐office  bem  estruturado,  com  tarefas  rotativas  ou  permanentes,  é  imprescindível  para  que  tudo  esteja  articulado.    

Agora  o  óptimo  é  inimigo  do  bom…  Ou  não  fosse  não  haver  nenhum  elemento  na  sua  Farmácia  que  se  pela  por  vir  cá  para  trás  conferir  receituário  uma  tarde  inteira...  E  também  nunca  aconteceu,  por  magia,  nós  vermos  pelas  câmaras  a  Farmácia  cheia  e  mais  ninguém  ver…  

O  mote  é  vender  muito  e,  sobretudo,  vender  o  que  é  importante  vender.    

A  diferença  faz-­‐se  por  antecipar  as  necessidades  dos  utentes,  por  sermos  pioneiros  na  oferta  de  serviços  que  temos,  por  sabermos  porque  é  que  os  nossos  utentes  têm  vontade  de  voltar.  Se  não  souber,  faça  um  inquérito  de  satisfação,  os  seus  clientes  vão  saber.  Pergunte-­‐lhes  o  que  gostariam  de  ver  na  Farmácia…  

Se  o  valor  do  medicamento  baixou,  para  chegar  ao  mesmo  volume  de  vendas,  temos  que  incrementar  o  número  de  utentes  que  nos  visita.  E  isso  faz-­‐se  de  forma  gradual,  com  muita  persistência,  abrindo  as  portas  à  Comunidade,  pensando  outros  modelos,  proporcionando  serviços  complementares,  comunicando  com  os  utentes,  apostando  na  divulgação  de  campanhas,  de  rastreios,  de  acções  específicas  com  promotoras.  

E  relativamente  a  estratégias  para  IVA  23,  nas  vertentes  de  Dermo  e  OTC’s,  o  que  está  a  implementar?  Que  quota  representam  os  Genéricos  na  sua  Farmácia?  

Não  deixe  que  as  margens  dêem  cabo  do  negócio,  senão  são  os  números  que  dão  cabo  de  si!    

Esqueça  o  depois  do  Verão  é  que  vai  ser…  Sabemos  que  o  período  de  Férias  é  sempre  conturbado  mas,  o  seu  Negócio  pode  mesmo  esperar?!  

 

O  que  vendemos  na  nossa  Farmácia?  

MSRM,  OTC’s,  Produtos  de  Saúde,  Dermocosmética  todas  as  Farmácias  vendem…  Mas,  na  nossa,  o  que  queremos  vender?  Como  nos  diferenciamos,  o  que  nos  distingue,  qual  é  a  nossa  Missão?    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Ainda  esta  semana,  numa  acção  de  formação  a  um  Grupo  de  Farmácias,  falávamos  disto  mesmo  e  alguém,  do  canto  da  sala,  dizia  “Vendemos  saúde  e  respiramos  boa  disposição”…  Fácil?  Nada.  Determinante?  Em  absoluto…    O  nosso  Propósito    Qual  é  a  Missão  da  nossa  Farmácia?      Podemos  querer  ser  os  melhores,  os  mais  inovadores…  os  maiores  até.  Podemos  querer  diferenciar-­‐nos  pelo  serviço  de  excelência  (atendimento  e  satisfação  do  utente),  podemos  querer  ser  os  únicos  na  nossa  área  geográfica  a  disponibilizar  um  determinado  serviço,  podemos  até  ter  objectivos  de  responsabilidade  social  na  Comunidade  em  que  estamos  inseridos…    O  que  nos  torna  únicos?  Quais  são  os  nossos  valores?  De  que  é  que  não  abdicamos  ou  prescindimos?  Qual  é  a  nossa  cultura?  O  rigor  e  as  competências  científicas,  a  aposta  continuada  em  formação,  a  simpatia  e  disponibilidade,  a  energia  e  a  dinâmica,  o  trabalho  em  equipa,  a  procura  contínua  por  inovar  e  estar  actualizado.    Quando  alguém  lhe  pergunta  onde  trabalha  e  o  que  faz,  o  que  responde?      Se  um  amigo  ou  alguém  nos  questionar  sobre  a  nossa  Farmácia,  o  que  lhe  dizemos  em  um  minuto  para  lhe  deixar  uma  vontade  imperdível  de  lá  ir?  Treinamos  os  chamados  “elevator  pitch”?  Experimente  lá  em  casa,  ao  espelho…  Um  minuto  é  tão  curto  e  parece  que  não  encontramos  as  palavras  suficientes  para  preencher  o  tempo  todo.  Curioso?  E  estamos  na  Farmácia  o  dia  todo,  todos  os  dias  da  semana,  todas  as  semanas  do  ano!    A  resposta  que  eu  dou  a  esta  questão  enquanto  líder,  enquanto  responsável  da  Farmácia,  é  distinta  da  que  qualquer  outro  elemento  da  Equipa  poderia  dar?  Se  não  for,  fico  muito  contente;  se  ficarmos  na  dúvida,  talvez  seja  importante  pensar  uma  missão  interna…    O  que  é  que  faz  cada  colaborador  identificar-­‐se  com  a  Farmácia  em  que  trabalha?  São  os  valores  ou  o  propósito  da  Farmácia?  São  as  oportunidades  de  crescimento  e  de  realização  pessoal?  É  o  compromisso  com  os  objectivos?  Ou  é  o  que  leva  para  casa  ao  final  do  mês?    E  quando  não  temos  ainda  Visão,  Missão  e  Valores  definidos  para  a  Farmácia,  o  que  nos  impede  de  o  fazer?  Que  tal  um  lema  do  ano  ou  para  o  segundo  semestre,  que  funcione  como  âncora  positiva  para  toda  a  equipa?  Às  vezes  é  só  reservar  30  minutos  de  uma  reunião  de  equipa  para  fazer  um  brainstorming  conjunto…  não  há  melhor  maneira  de  os  envolver  do  que  tornar  o  processo  participado,  certo?!      Na  Farmácia  vendemos…    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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…  cuidados  de  saúde,  e  muitos,  muitos  sorrisos,  boa  disposição,  mimos,  atenção,  alento,  disponibilidade  para  escutar!      Na  nossa  Farmácia  vendemos  os  minutos  mágicos  que  fazem  os  nossos  utentes  ter  vontade  de  voltar,  de  contar  aos  amigos  o  que  fizemos  por  eles.    Isto  assim  parece  fácil  mas,  e  quando  há  objecções?  As  objecções  devem  ser  encaradas  como  pedidos  de  informação  adicional.  Se  tivermos  as  respostas  niveladas  pela  equipa,  não  vamos  ficar  a  tremer  cada  vez  que  levantam  a  questão  do  preço,  do  stock,  do  “isso  resulta?”.    Neste  Workshop  perguntavam-­‐me  também  “E  o  que  fazemos  quando  nos  pedem  a  explicação  sobre  o  produto  e  nos  dizem  que  vão  comprar  a  outras  superfícies  comerciais  em  que  o  preço  é  mais  baixo?”      O  que  é  que  está  nas  nossas  mãos  fazer?  Semear,  ver  como  investimento.  É  uma  oportunidade  fantástica  para  vender  confiança,  para  criar  relação,  na  certeza  de  que  um  dia  virão  buscar  o  que  não  encontram  nesses  outros  espaços  comerciais,  seja  produto  ou  seja  o  nosso  atendimento  diferenciador:  o  aconselhamento  e  as  respostas  que  só  nós  lhes  conseguimos  dar.      O  que  é  que  os  utentes  nos  querem  comprar?    E  o  que  é  que  nós  lhes  queremos  vender?    Também  se  comentava  nesta  Formação  “Não  dá  mais  para  ser  só  Farmacêutico,  pois  não?!”.  Se  me  perguntarem  se  é  preciso  ajustar  a  abordagem  comercial  e  a  dinâmica  de  vendas  e  de  marketing  na  Farmácia,  naturalmente  que,  no  contexto  actual,  a  resposta  é  um  grande  SIM…      Se  a  facturação  não  cresce,  que  não  baixe  tanto,  que  a  rentabilidade  melhore  para  aumentarmos  a  nossa  liquidez.  Isto  dá-­‐nos  um  sentido  de  urgência  para  ultrapassar  algumas  das  convicções  que  ainda  vamos  tendo  do  “impingir”,  do  “mais  que  dois  produtos  é  muito”,  do  “não  tenho  jeito  para  a  dermo”,  entre  tantas  outras.      É  certo  que  os  tempos  mudaram,  mas  continuamos  e  deveremos  continuar  sempre  de  braço  dado  com  o  nosso  bom  senso,  com  a  certeza  de  que  o  NÃO  está  garantido  e  de  que  se  nós  não  vendermos  mais  ou  melhor,  ninguém  o  vai  fazer  por  nós…  É  que,  se  assim  não  for,  é  lógico  que  depois  os  números  não  se  fazem…    O  bom  senso,  aliado  ao  nosso  propósito  e  aos  factores  de  diferenciação  que  queremos  veicular,  têm  que  nos  ajudar  a  fazer  do  que  nós  queremos  vender  o  que  nos  querem  comprar.    Se  vendemos  através  da  confiança  e  da  relação,  se  fizermos  as  perguntas  certas  para  perceber  os  sintomas,  se  identificarmos  os  benefícios  que  as  pessoas  procuram  quando  vêm  à  Farmácia,  seguramente  que  clarificamos  as  necessidades  que  elas  nos  apresentam  inicialmente,  que  as  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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alargamos  e  até,  se  as  conhecermos,  provavelmente  teremos  a  capacidade  de  criar  novas  necessidades…    Às  vezes  temos  as  técnicas,  temos  as  ferramentas,  mas  falta  operacionalizar,  falta  nivelar  pela  equipa,  falta  acreditar,  e  falta  o  tal  sentido  de  urgência  para  procurar  outros  modelos  de  negócio.    Vamos  a  isso?!  

         

A  pensar  nos  “tesourinhos  deprimentes”?  

Agora  que  o  2º  semestre  está  a  começar,  como  é  que  está  a  pensar  dinamizar  a  Farmácia  nesta  segunda  metade  do  ano?  Que  resultados  pretende  ou  precisa  de  ter?  O  que  vai  fazer  de  novo  ou  de  diferente?    

 

Plano  de  Marketing  

Já  tem?  Se  sim,  óptimo.  Se  não,  o  que  a(o)  impede  de  pensar  o  seu?  

Que  acções  vai  fazer  e  quando,  quem  vai  estar  envolvido,  com  que  ajudas  poderá  contar?  

Muitas  vezes  até  temos  as  ideias,  mas  depois  mergulhamos  na  dinâmica  do  dia-­‐a-­‐dia  e  acabamos  por  não  delinear  nem  estruturar  nada…  

Numa  altura  em  que  manter  a  facturação  está  a  ser  um  desafio  tremendo,  incrementar  a  notoriedade  da  Farmácia,  darmo-­‐nos  mais  a  conhecer,  termos  maior  visibilidade  no  contexto  em  que  estamos  inseridos,  chegar  a  mais  pessoas,  proporcionar  outros  serviços  constitui  uma  das  abordagens  para  elevarmos  o  número  de  utentes  que  nos  visitam.  

Naturalmente  que  o  retorno  não  é  imediato,  mas  semear  é  preciso…  E  se  rotinarmos  certas  dinâmicas,  claro  que  os  resultados  vão  aparecer!  

É  por  isso  que  não  resisto  a  partilhar  uns  quantos  exemplos/ideias:  

-­‐  Interacção  com  as  escolas,  através  da  realização  de  workshops  destinados  a  diferentes  idades  e  subordinados  a  temas  como:  protecção  solar,  prevenção  oral,  alimentação  saudável  (envolva  a  sua  nutricionista),  pediculose,  acne,…      -­‐  Rastreios  gratuitos:  determinação  de  parâmetros  bioquímicos  no  dia  dos  avós,  no  mês  do  coração,  em  feiras  da  saúde    -­‐  Rastreios  da  pele,  do  cabelo,  osteoporose,  cardiovascular,  …  -­‐  Presença  assídua  das  Promotoras  das  marcas  na  Farmácia  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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-­‐  Aulas  de  ginástica,  sessões  de  maquilhagem  às  avós,  sensibilização  para  o  uso  de  preservativo  à  saída  da  discoteca  -­‐  Parcerias  e  protocolos  com  empresas,  associações,  lares,  centros  de  dia,  IPSS,  etc  -­‐  Artigos  de  sensibilização  e  aconselhamento  no  Jornal  da  Região,  patrocínio  de  prémios  nas  escolas  -­‐  Newsletter  mensal  da  Farmácia,  enviada  por  e-­‐mail  para  a  BD  de  utentes  -­‐  Presença  e  divulgação  activa  de  acções  no  Facebook  -­‐  Campanhas  periódicas  mensais  ou  quinzenais    

Não  há  como  equacionar,  testar  e  medir  resultados  para  vermos  o  que  resulta  e  o  que  não  resulta.  E  o  que  resulta  na  Farmácia  do  lado  ou  da  frente,  não  terá  que  resultar  necessariamente  na  minha…  Os  utentes  são  diferentes,  as  Equipas  são  diferentes.    

O  que  importa  é  identificar,  marcar  a  data  e  começar…  Dado  o  primeiro  passo,  os  restantes  são  sempre  mais  fáceis!  

Recentemente  a  Directora  Técnica  de  uma  Farmácia  com  que  mantemos  um  Programa  de  Acompanhamento  partilhava  comigo  que  uma  utente  lhe  tinha  dito  algo  similar  a  “Dra.,  vocês  agora  estão  tão  dinâmicos…”    

A  que  Farmácia  é  que  acha  que  as  pessoas  têm  vontade  de  ir?  

A  uma  Farmácia  que  tem  sempre  as  últimas  novidades,  que  faz  acontecer  coisas,  que  interage  com  a  Comunidade  em  que  se  insere,  onde  o  ambiente  é  positivo  e  há  sempre  um  sorriso  para  oferecer?  Ou  às  outras?  

É  que  os  utentes  da  nossa  Farmácia  não  são  diferentes…  Andamos  arrasados  com  os  problemas  que  o  contexto  nos  impõe  ou  empenhados  em  procurar  as  soluções  que  estão  ao  nosso  alcance  operacionalizar?!  

 

Campanhas  

Mês  a  mês,  quinzena  a  quinzena,  sobre  que  produtos  ou  serviços  recai  o  nosso  maior  esforço  de  venda?  Se  quando  solicitamos  à  nossa  equipa  uma  maior  atenção  relativa  ao  produto  A  ou  B,  os  nossos  colaboradores  o  conseguem  encaminhar,  porque  não  o  havemos  de  fazer  de  forma  sistemática  e  assim  conseguir  que  toda  a  equipa  esteja  alinhada?  

Potenciar  o  que  é  sazonal  ou  possa  estar  associado  a  uma  época  festiva  (ex:  Solares  na  chegada  do  Verão,  coffrets  no  Dia  da  Mãe  ou  no  dia  da  Mulher,  brinquedos  no  Dia  da  Criança;  determinações  no  dia  da  diabetes,  no  mês  do  coração),  focalizar  em  produtos  cujo  stock  seja  elevado  e  não  se  consiga/pretenda  devolver  e,  sobretudo,  vender  mais  o  que  compramos  melhor  constituem  talvez  as  razões  principais  para  a  dinamização  de  campanhas  periódicas.  

Independentemente  da  nomenclatura  que  utilizemos  para  denominar  estas  iniciativas  na  nossa  Farmácia,  é  determinante  definirmos  os  objectivos  para  a  equipa  e  traduzi-­‐los  expressamente  no  que  é  esperado  de  cada  um.  É  muito  diferente  dizer  a  uma  equipa  que  os  objectivos  de  venda  são  40  solares,  ou  que  cada  elemento  da  equipa  deverá  vender  4.  Imaginemos  que  falamos  de  uma  campanha  mensal  numa  equipa  de  10  pessoas…  1  por  semana  é  perfeitamente  exequível!    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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E  voltando  à  nomenclatura,  partilho  alguns  exemplos  “espaço  económico”,  “sugestão  da  semana”,  “campanha  do  mês”,  “saiba  o  que  destacámos  para  si  esta  quinzena”.    

Que  este  tipo  de  iniciativas  seja  batizado  de  forma  positiva  e  que  internamente  não  se  vislumbre  podermos  estar  a  referir-­‐nos  a  um  ou  outro  tesourinho  deprimente  que  por  lá  anda…  

Consegue  oferecer  uma  prenda  de  que  não  gosta?  Pois…  Então  também  não  exija  ao  seu  subconsciente  ou  ao  da  Equipa  sugerir  algo  que  não  ajude  a  promover  a  venda!  Tudo  o  que  comprámos  e  temos  na  Farmácia  é  bom,  certo?!  

 

Resultados  e  Rentabilidade  

Quando  dialogamos  com  as  Equipas,  comentam-­‐nos  muitas  vezes  que  não  se  fecha  o  ciclo,  que  eventualmente  até  se  estabelecem  os  objectivos,  mas  que  depois  não  são  partilhados  os  resultados,  ou  se  o  são,  em  regra  essa  partilha  não  é  consistente  no  tempo.    

E  sabe  tão  bem  ouvir  um  “Bom  trabalho”  ou  um  “Parabéns”  sempre  que  nos  determinámos  a  cumprir  um  objectivo  e  o  atingimos!  Mas,  para  isso,  temos  que  avaliar  os  resultados  de  cada  iniciativa,  saber  o  que  resultou  e  o  que  foi  cumprido,  e  o  que  não  se  atingiu  para  se  poder  corrigir  ou  abandonar.  

Outra  perspectiva  prende-­‐se  com  o  facto  de  que,  mesmo  que  nesta  fase  não  se  consiga  influenciar  positivamente  o  volume  de  negócios,  ainda  assim,  está  ao  nosso  alcance  melhorar  a  rentabilidade.    

Evidentemente  que  isto  passa  por  adoptar  determinadas  estratégias,  como  sejam  melhorar  as  condições  de  compra  (quer  pela  selecção  de  parceiros  estratégicos  quer  pela  aposta  em  compras  conjuntas  com  outras  Farmácias,  potenciando  o  incremento  do  poder  negocial  junto  dos  Fornecedores),  transferir  a  boa  rentabilidade  da  compra  para  a  venda,  seleccionar  criteriosamente  os  produtos  que  colocamos  em  campanha,  assegurar  que  a  equipa  está  a  implementar  a  política  de  genéricos  interna,  a  sugerir  os  OTC’s  preferenciais  e  comprometida  em  subir  as  vendas  de  IVA  23%.  

Pode  não  haver  mais  facturação,  mas  o  facto  de  libertarmos  mais  rentabilidade  é  sinónimo  de  que  temos  uma  empresa  mais  saudável…  E  isso  dá-­‐nos  mais  escolhas!  

Há  ocasiões  é  que  é  mesmo  necessário  actuar  de  imediato,  sem  hesitações,  sem  receios  e  de  forma  eficaz.  Nas  farmácias  acontece  precisamente  o  mesmo.  Por  vezes  temos  de  accionar  mecanismos  de  emergência  para  que  as  situações  mais  difíceis  sejam  ultrapassadas.    

 

Já  chamou  o  INEM?  

Verificamos  da  nossa  experiência  a  trabalhar  com  farmácias,  que  muitas  vezes  até  existem  estratégias  definidas,  processos  sólidos  e  métodos  comprovados  de  que  tudo  funciona,  ocorrem  períodos  de  crise,  sejam  estes  de  pequena  ou  grande  dimensão.  Nestas  alturas  é  necessário  garantir  que  existe  implementado  na  empresa  um  sistema  de  alerta  máximo  e  um  INEM.  

Por  isso  a  preparação  é  tudo.      

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Não  passa  pela  cabeça  de  ninguém  ir  sem  preparação  médica  ou  paramédica  adequada  para  uma  ambulância  do  INEM.  O  mesmo  se  passa  nas  empresas,  quanto  mais  depressa  colocar  a  sua  equipa  a  postos  para  emergências  mais  fácil  será  depois  detectar  e  responder  a  desafios  internos  e  externos.  

Mas  então  como  preparar  a  equipa  para  as  emergências?  Precisa  de  construir  na  sua  empresa  o  seu  próprio  INEM:  Inovação;  Negociação;  Envolvimento;  Motivação  

Inovação  

Tem  de  estar  sempre  presente  o  conceito  de  inovação,  principalmente  num  contexto  em  que  as  Farmácias  estão  a  ser  bombardeadas  de  alterações  e  mudanças  no  mercado.  

Todos  os  colaboradores  da  farmácia  têm  de  pensar  constantemente  em  inovar.  E  como  neste  contexto?  A  inovação  pode  ser  um  serviço  diferenciador  e  único  aos  seus  utentes,  pode  ser  uma  acção  dirigida  a  um  determinado  nicho  da  população  e  de  que  ainda  ninguém  se  lembrou  na  sua  zona.  Ainda  podemos  considerar  inovação  uma  forma  diferenciadora  de  dispor  os  lineares  na  farmácia,  abordar  o  utente  “fora  do  balcão”  e  no  espaço  da  farmácia,  entre  outros.  

Para  isso,  a  inovação  deve  ser  explicada  como  um  processo  normal  de  imaginação  e  criatividade,  e  os  colaboradores  têm  de  estar  alerta  e  preparados  para  pensarem  neles  de  modo  diferenciador.  

Ajudamos  muitas  farmácias  a  desenvolver  processos  que  ajudam  as  equipas  a  sair  fora  da  caixa,  tais  como:  

-­‐  Bancos  de  Ideias:    uma  maneira  de  os  obrigar  a  pensar  em  algo  de  diferente  todos  os  dias  

-­‐  Reuniões  de  brainstorming:  também  chamada  de  reunião  do  post-­‐it.  As  ideias  são  ventiladas  sem  receio  e  sem  limitações  de  budget,  tempo  ou  recursos  humanos.  Os  post-­‐its  são  colocados  num  quadro  e  escolhidos  os  melhores  no  final  de  cada  reunião  

-­‐  Tempo  para  pensar:  com  a  “loucura”  do  dia  a  dia,  nem  sempre  nos  conseguimos  abstrair  do  que  se  passa,  por  isso  nada  melhor  do  que  ter  a  disciplina  de  parar  para  pensar  um  pouco  todos  os  dias.  E  aproveite  a  altura  em  que  se  sente  mais  proveitoso,  pois  bastam  10  minutos  e  uma  frase  em  mente…veja  a  floresta  e  não  a  árvore.  

Negociação  

A  sua  equipa  deve  estar  toda  preparada  para  negociar  com  sucesso.  Tipicamente  dedicamos  mais  tempo  na  negociação  com  as  equipas  comerciais,  mas  todos  os  colaboradores  que  contactam  com  fornecedores,  clientes  e  outros  devem  estar  preparados.    

As  técnicas  têm  de  ser  aplicadas  no  seu  devido  contexto,  mas  o  facto  de  estarem  alerta  para  negociarem  em  qualquer  altura  é  importante.  

Envolvimento  

Toda  a  equipa  deve  estar  envolvida  e  conhecer  o  que  se  passa  na  farmácia.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Já  por  diversas  vezes  referimos  a  importância  de  todos  estarem  envolvidos  e  ser-­‐lhes  comunicadas  as  decisões  de  fundo  da  farmácia,  pois  se  conseguirmos  que  todos  entendam  o  seu  papel  e  que  cada  uma  das  funções  são  absolutamente  fundamentais  para  um  TODO  mais  sólido,  melhor.  

Notamos  uma  enorme  diferença  entre  equipas  que  estão  por  dentro  das  maiores  decisões  da  empresa  das  que  desconhecem  o  que  se  passa.  Quanto  mais  envolvidos  estiverem  mais  depressa  se  irão  unir  e  trabalhar  em  equipa,  nos  momentos  de  crise  ou  aflição.  

Medição  

É  óbvio  que  para  alterarmos  ou  actuarmos  de  maneira  eficaz  nos  problemas  que  surgem  na  Farmácia,  teremos  de  medir  o  que  acontece!  

Sem  medição  contínua  de  alguns  indicadores  não  será  possível  identificar  os  problemas  e  prevenir  que  aconteçam,  bem  como  actuar  sobre  eles  atempadamente.  

Crie  mecanismos  de  medição  que  afiram  com  bastante  precisão  e  num  espaço  de  tempo  reduzido  as  actividades  criticas  e  chave  da  sua  farmácia:  

-­‐  Objectivos  de  vendas  por  subfamília  de  produtos  

-­‐  Objectivos  de  valor  médio  de  venda  

-­‐  Numero  de  acções  de  marketing  realizadas  mensalmente,  desde  promoções  na  farmácia  a  montras  diferenciadoras,  a  dinamização  de  site  e  Facebook.  

-­‐  Percentagem  de  erros  de  receituário  

-­‐Rentabilidade  do  negócio  

Só  para  referir  alguns  dos  mais  importantes.  Quanto  mais  apertada  for  a  medição,  mais  fácil  será  actuar  e  conseguir  resolver  as  situações.    

O  comando  é  SEU?  

O  que  é  que  vende  na  sua  Farmácia?    

Medicamentos,  genéricos,  OTC’s,  dermocosmética,  testes  bioquímicos,  produtos  dietéticos,  produtos  naturais?  Ou  vende  alegrias,  sonhos,  experiências,  prevenção,  bem-­‐estar  e  novas  emoções  aos  seus  clientes?  

Vendemos  porque  temos  excelentes  produtos  e  serviços  que  precisamos  de  vender  ou  vendemos  porque  o  Utente  A  precisa  disto  ou  o  Utente  B  se  vai  sentir  melhor  com  aquilo?  

E  quando  não  vendemos  nós,  porque  vende  a  Farmácia  da  frente  ou  do  lado  que  tem  os  mesmos  produtos?  

 

O  Rapport  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Tal  como  choques  e  pisadelas  não  são  desejáveis  numa  dança  a  dois,  sabemos  todos  que  “beliscar”  o  cliente  na  sua  forma  de  pensar,  estar,  comunicar  ou  decidir  também  não  nos  leva  muito  longe.  

O  utente  precisa  que  lhe  vendam  como  ele  gosta  de  comprar,  caso  contrário  acabaremos  por  lhe  impingir  qualquer  coisa.  Mas,  para  isso,  é  necessário  aplicarmos  as  nossas  competências  relacionais  no  processo  de  criação  de  empatia  ao  ponto  de  replicarmos  comportamentos  e  atitudes.    

E  há  imensas  técnicas  e  ferramentas  de  que  podemos  tirar  partido  para,  de  forma  quase  imediata,  fazermos  o  nosso  cliente  sentir  que…  somos  iguais  a  ele(a).  Afinal  de  contas,  é  também  isso  que  nos  faz  sentir  bem  quando  somos  nós  os  compradores.  

Agora  há  que  estar  disposto  a  ser  empático,  a  sair  da  nossa  zona  de  conforto  e  funcionar  no  registo  do  outro,  a  dar-­‐lhe  o  tempo  e  a  ajuda  que  ele  precisa  (nem  mais,  nem  menos).  

E  somos  tão  eficazes  quando  começamos  com  um  sorriso  bem  genuíno…  Haverá  alguém  que  não  aprecie  chegar  a  um  sítio  onde  encontre  pessoas  bem  dispostas,  em  que  se  respire  um  ambiente  positivo  e  estejam  disponíveis  para  nos  escutar?  

 

A  Emoção  

A  nossa  barriga  é  fantástica.  Aquelas  terminações  nervosas  à  boca  do  estômago  dizem-­‐nos  tudo…  mas  às  vezes  dão-­‐nos  voltas  a  mais.    

Só  nós  temos  um  ou  outro  utente  que  são  os  verdadeiros  “cromos”,  que  nos  perseguem,  que  vão  lá  várias  vezes  ao  dia,  que  intencionalmente  esperam  por  nós  o  tempo  que  for  preciso  e  que  quase  nos  dão  vontade  de  fugir.  Sim,  porque  os  nossos  colegas  não  devem  ter  desses…  

Parece  que  rezamos  para  que  não  entrem  porta  dentro,  com  voz  alterada  e  a  reclamar  não  sabemos  do  quê.  Quanto  mais  preparados  tivermos  para  lidar  com  eles  menos  as  nossas  pernas  vão  tremer.  Este  medo  é  um  contra  censo  absoluto,  ou  não  acha?  

De  quem  é  o  comando?  Vamos,  diga,  é  MEU.    

Ter  mais  sucesso  só  depende  de  si,  do  foco,  do  alinhamento  com  os  objetivos,  de  todos  os  “não  consigo”,  “nunca  vendi”,  “não  tenho  jeito”,  “não  tenho  sorte”  e  “não  sei”  que  souber  lançar  para  trás  das  costas.  

Ninguém  vai  vender  por  si,  temos  que  usar  a  nosso  favor  o  que  nos  ajuda  e  não  o  que  nos  puxa  para  trás.  Não  vender  já  sabemos  onde  nos  leva…    

E  se  vendermos,  se  vendermos  mais  do  que  o  colega  do  lado,  se  saudavelmente  formos  quem  vende  mais  na  equipa?  Como  é  que  isso  nos  realiza,  em  que  medida  é  que  melhora  a  nossa  vida  e  o  que  podemos  proporcionar  a  nós  próprios  ou  às  nossas  famílias?  E  o  que  nos  impede  de  antecipar  e  visualizar  tudo  isso  durante  o  processo  de  venda?  

E  sabe  qual  é  a  melhor  altura  para  fazer  uma  boa  venda?  Depois  de  um  nebulizador,  de  uma  almofada,  de  um  jarro,  daqueles  coffrets  de  cremes…  É  verdade,  logo  a  seguir  a  uma  venda  anterior  de  valor  interessante,  aproveitando  esse  pico  mágico  de  emoção:  o  “yes”  de  cada  um,  aqueles  segundos  em  que  sentimos  que  estamos  focados  nos  objetivos  e  que  conseguimos  tudo!  

 

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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E  uma  boa  venda  é?  

Nos  dias  de  hoje…  eles  comprarem  ou  eles  comprarem  o  que  nós  queremos  vender?  

Não  sabemos  o  que  faz  de  uma  venda  uma  boa  venda  enquanto  não  nos  disserem  ou  enquanto  não  perguntarmos…  Cada  elemento  da  equipa  tem  que  ter  a  noção  clara  do  que  é  esperado  dele,  de  qual  é  o  valor  médio  de  venda  objetivo  a  perseguir,  de  quais  os  produtos  ou  serviços  estratégicos  e  de  maior  rentabilidade  que  pretendemos  vender.  

“Pois,  mas  o  cliente  não…”  –  Pare  com  isso!  

A  nossa  missão  na  venda  é  perceber  as  necessidades  do  utente  e,  pela  escuta  ativa  e  por  um  conjunto  de  boas  perguntas,  ir  obtendo  as  respostas  que  nos  permitam  construir  conjuntamente  a  solução  que  melhor  se  adequa  às  suas  necessidades.  

Se  não  investirmos  neste  processo,  temos  apenas  a  necessidade  inicial…  Cada  cliente  conta,  ou  tem  utentes  a  mais?  Então,  venda  a  venda,  há  que  alargar  o  espectro  de  necessidades  dos  nossos  clientes.      

E  uma  venda  é  tão  boa  quanto,  ultrapassado  o  valor  de  venda  média,  estivermos  a  trabalhar  para  a(s)  venda(s)  seguintes…    

Se  o  preço  do  medicamento  baixou  e  se  nós  precisamos  dos  resultados  de  2010  (diria  eu…),  ou  trazemos  mais  pessoas  à  Farmácia  ou,  num  pressuposto  de  que  o  número  de  atendimentos  se  mantém,  alavancamos  no  IVA  23,  nos  OTC’s,  nas  Consultas  e  nos  Serviços.  

Se  está  a  ficar  difícil  fazer  face  à  estrutura  de  custos  fixos  e  se  precisamos  de  mais  tesouraria,  não  nos  podemos  permitir  continuar  a  não  explorar  as  alternativas  que  possam  estar  ao  nosso  alcance  para  comprar  melhor,  prescindir  de  negociar  ou  de  solicitar  contrapartidas  para  ações  a  dinamizar  na  Farmácia  ou  na  Comunidade.  

Ou  não  concorda?  

Só  estando  melhor  preparados  é  que  podemos  ir  mais  longe,  fazer  melhor,  agir  de  forma  diferenciadora…  e,  sim,  acreditar  que  os  Resultados  vão  chegar!  

 

Por  ser  mais  caro  é  melhor?  

 Por  incrível  que  possa  parecer  ouvi  este  argumento  uma  vez  numa  farmácia,  quando  a  cliente,  ou  utente  se  preferirem,  tentava  saber  porque  dois  produtos  de  dermocosmética  apresentavam  uma  enorme  diferença  de  preço.  O  profissional  que  estava  ao  balcão  respondeu  apontando  para  o  mais  caro:  “este  é  mais  caro  por  isso  é  melhor”.  

Como  é  obvio  a  cliente  não  levou  nem  o  mais  caro  nem  o  mais  barato!  

A  experiência,  o  conhecimento  dos  produtos,  são  competências  fundamentais  para  um  profissional  de  farmácia.  Mas  saber  vender  também,  ou  se  preferir,  saber  responder  e  corresponder  às  necessidades  dos  utentes.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

Pág.  75  

Quando  fazemos  intervenções  com  as  equipas  de  farmácia,  preocupamo-­‐nos  em  aliar  aos  conhecimentos  e  competências  técnicas,  todo  um  conjunto  de  métodos  para  que  os  profissionais  vendam  melhor.  

Mesmo  em  tempos  difíceis,  não  compete  às  pessoas  que  estão  na  farmácia  decidir  o  que  o  cliente  quer  levar,  compete-­‐lhes  apenas  prestar  o  melhor  serviço  possível,  explicar  convenientemente  as  vantagens  dos  produtos  e  deixar  que  seja  ele  a  escolher.  

Mas  hoje  não  vou  falar  de  técnicas  de  vendas,  mas  sim  de  rentabilidade.  Num  contexto  em  que  o  preço  dos  medicamentos  tem  vindo  a  baixar,  onde  as  margens  regressivas  são  uma  realidade  por  vezes  assustadora  e  onde  o  poder  de  compra  vai  diminuindo,  a  rentabilidade  é  um  assunto  muito  sério.  

Conhecer  a  rentabilidade  dos  produtos  na  farmácia  e  partilhar  essa  informação  pela  equipa  pode  fazer  toda  a  diferença  em  tempos  onde  cada  cêntimo  é  de  aproveitar.  Quando  organizamos  com  as  equipas  a  lista  de  produtos  que  compõem  campanhas  mensais,  procuramos  acima  de  tudo  apostar  na  rentabilidade  e  transferir  a  margem  da  compra  numa  boa  venda.  

Mas  então  onde  ir  buscar  essa  rentabilidade?  

Preço  da  compra  

Sem  duvida  que  cada  vez  mais  tem  de  existir  cuidado  a  comprar,  mas  acima  de  tudo,  comprar  bem  e  de  forma  pensada.  Ou  seja,  se  a  equipa  não  trabalha  o  produto  ele  nunca  sairá,  pois  existem  produtos  que  estão  “vendidos”  à  partida  e  outros  que  implicam  esforço.  

Cuidado  com  as  compras  exageradas,  pois  as  condições  podem  ser  atractivas,  mas  depois  corremos  o  risco  de  ocupar  espaço  de  prateleira  e  isso  custa  dinheiro!  

Se  está  em  fase  de  negociações  com  os  laboratórios,  organize  um  plano  negocial  e  contemple  várias  variáveis.  Só  assim  poderá  de  facto  comparar  valores,  mais  importante  que  preços.  Esse  mapa  negocial  deve  incluir  prazos  de  entrega,  descontos,  apoio  extra,  formação  à  equipa,  facilidade  em  trocar  quantidades  ou  produtos,  prazos  de  pagamento,  condições  financeiras,  entre  outras.  

 

Preço  da  Venda  

Tão  ou  mais  importante  que  o  anterior!  

Se  os  valores  da  compra  foram  bons,  há  que  apostar  em  vender  os  produtos.  Mas  aqui  precisamos  de  saber  se  o  produto  mais  caro  é  de  facto  o  melhor!  Em  principio  todos  diríamos  que  sim,  mas  temos  de  pensar  que  a  margem  libertada  pode  ser  bem  menor  que  outro  produto  de  valor  um  pouco  menor  ou  até  semelhante.  

Daí  a  extrema  importância  de  comunicar  objectivos  à  equipa!  Para  que  eles  entendam  o  porquê  de  certas  apostas,  quer  em  genéricos,  quer  em  produtos  de  IVA  23%.  Só  precisam  de  saber  quais  são  e  como  podem  sugeri-­‐los  aos  utentes.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Outras  formas  de  rentabilidade  

Existem  outras  maneiras  de  ir  à  procura  de  rentabilidade.    

Se  a  sua  farmácia  é  Farmácia  Portuguesa,  mede  mensalmente  a  taxa  de  rebate  de  pontos?  Motive  a  equipa  para  o  fazer,  com  ou  sem  o  catálogo,  mas  rebater  pontos  é  trazer  mais  valias  à  farmácia.  

Liberte  as  prateleiras  dos  produtos  “mais  parados”.  Ocupam  espaço  e  empatam  capital.  Mesmo  por  vezes  recorrendo  a  promoções,  compensa  mais  do  que  devolver.  Se  tem  tido  muitos  produtos  para  devolução,  então  passe  a  seguir  mais  de  perto  os  prazos  de  validade  e  em  vez  de  tirar  listagens  de  3  meses,  tire  de  6.  Assim  ainda  vai  a  tempo  de  os  escoar.  

Tente  aproveitar  todos  os  descontos  financeiros  possíveis!  Por  muito  pequenos  que  pareçam,  podem  fazer  a  diferença.  Boa  sorte  e  boas  vendas!  

 

E  se  o  sucesso  fosse  uma  rotina?  

Como  conseguimos  que  o  sucesso  seja  a  regra  nas  Farmácias  em  Portugal?  No  contexto  tão  tenebroso  que  é  este  ano  de  2012,  o  que  pode  ser  considerado  realmente  SUCESSO?  

E  será  que  temos  receio  em  ter  sucesso?  E  o  que  pensarão  as  outras  pessoas  do  nosso  sucesso  e  em  que  medida  isso  as  poderá  afectar?  

Em  primeiro  lugar,  sucesso  é  uma  escolha  que  cada  um  de  nós  faz,  e  é  simplesmente  a  consequência  de  efeitos  combinados  de  uma  variedade  de  factores  diferentes.    

Parte  da  nossa  actuação  no  contexto  Farmácia  é  motivar  e  criar  uma  dinâmica  de  sucesso  junto  da  equipa.  Mas  para  isso,  temos  de  saber  cumprir  vários  passos:  

Passo  1  

Antes  de  mais  temos  de  definir  como  é  o  Sucesso!  Como  irá  saber  e  como  o  reconhecer  quando  o  atingir?  Sem  definir  metas  objectivas  e  detalhadas  é  impossível  dar  os  passos  certos  para  atingir  o  que  queremos.  Se  não  atraímos  as  oportunidades  elas  não  vêm  ter  connosco.  E  essa  atracção  tem  de  ser  feita  com  pequenos  passos  diários.  Se  para  si  o  sucesso  é  ter  uma  equipa  vencedora,  meça  a  sua  performance  constantemente,  marque  objectivos  de  venda  e  estabeleça  um  plano  e  um  intervalo  de  tempo  para  as  atingir  

Seja  cauteloso  com  o  que  escolhe  para  medir  o  seu  sucesso,  porque  irá  aparecer…  

Passo  2  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Observe  os  padrões  que  entregam  sucesso  consecutivo.  Existem  empresas,  inclusivamente  Farmácias  que  estão  a  ter  sucesso.  A  atitude  mais  correcta  que  podemos  tomar  para  melhorar  a  nossa  performance  é  perceber  o  que  fazem  de  bem  para  podermos  adequar  a  nossa  maneira  de  actuar.  Não  é  imitar,  mas  talvez  a  “concorrência”  tenha  uma  equipa  que  está  sempre  a  sorrir  e  disposta  a  ajudar  o  utente.    

Temos  de  saber  reconhecer  modelos  e  seguir  os  seus  passos.  

Passo  3  

Escolha  o  seu  ambiente!  E  este  ambiente  pode  incluir  o  ambiente  físico  e  o  ambiente  de  pessoas  que  nos  rodeia.  Até  que  ponto  os  nossos  familiares,  amigos  e  colaboradores  nos  estão  a  encaminhar  para  o  sucesso  que  decidimos  ter?    

Motive  a  sua  equipa  para  que  possa  rodear-­‐se  de  pessoas  positivas,  de  espírito  aberto,  com  valores  éticos  fortes  que  o  ajudem  a  crescer.  Afaste-­‐se  de  quem  não  lhe  traz  valor  e  acima  de  tudo  choca  com  tudo  aquilo  que  mais  preza.  

Passo  4  

Conhecimento.  Existem  várias  formações  na  área  farmacêutica  que  podem  ajudá-­‐lo  a  sai  e  à  sua  equipa.  E  dentro  da  equipa  existem  pessoas  muito  conhecedoras  na  área  da  dermocosmética,  ou  puericultura,  ou  outras  áreas.  Aproveite  o  seu  saber  para  ensinar  os  outros.    

Crie  momentos  de  formação  internos  e  vai  ver  o  que  ganha  em  motivação  e  conhecimento.  

Passo  5  

Diga  SIM!  Quando  uma  oportunidade  surgir,  agarre-­‐a.  E  essa  oportunidade  pode  vir  de  variadas  maneiras.  Quem  disse  que  uma  farmácia  não  pode  ter  caminhadas,  acções  de  charme  com  os  seus  utentes  nomeadamente  eventos,  workshops,  entre  outras.  Os  laboratórios  estão  ainda  receptivos  a  promover  algumas  destas  acções  e  a  ajudar  a  farmácia  na  sua  organização.    

Passo  6  

O  que  importa  não  é  o  destino  mas  a  viagem  acima  de  tudo.  O  tempo  é  o  nosso  bem  mais  precioso  e  o  recurso  mais  limitado.  Organize  o  seu  tempo  e  o  dos  seus  colegas,  crie  um  organigrama  de  funções  e  delegue  o  que  puder…será  que  o  receituário  tem  de  ser  visto  todo  por  si,  será  que  alguém  da  equipa  pode  ajudar  a  retirar  dados  do  Sifarma  ou  outro  software…  

Passo  7  

Acredite  que  é  possível.  Vemos  farmácias  ter  sucesso,  criar  equipas  mais  coesas,  facturar  mais  e  melhor,  desenvolver  dinâmicas  de  fidelização  de  clientes  e  tudo  porque  teimaram  em  acreditar  que  era  possível.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

Pág.  78  

       

Lembra-­‐se  da  prova  de  Sabor  Planta?  

 Esperemos  que  sim,  pois  consiste  numa  técnica  poderosa,  de  extrema  eficácia  e  que  não  está  de  todo  limitada  aos  bens  alimentícios!  

É  algo  que  não  passa  de  moda,  uma  maneira  simples  de  “experimentar”  novas  sensações,  novos  produtos,  e  de  modo  totalmente  gratuito.  Podemos  considerar  um  pequeno  investimento  face  ao  potencial  de  muitas  pessoas  a  poderem  experimentar  o  nosso  produto.  

Mas  será  que  só  funciona  com  comida?    

Quando  foi  a  última  vez  que  deixou  os  seus  clientes  “provarem”  algo?  

Ainda  hoje  vemos  que  muitas  empresas  têm  alguma  relutância  em  DAR.  No  contexto  farmácia  já  vai  existindo  alguma  dinâmica  nesta  área,  mas  mesmo  assim,  muito  alicerçadas  nas  empresas  e  nos  seus  apoios.    

Uma  das  técnicas  de  influência  mais  poderosas  consiste  em  dar  para  depois  receber.  A  reciprocidade  existe  desde  tempos  imemoriais,  as  trocas  comerciais  eram  feitas  dessa  forma  e  ainda  hoje,  se  nos  dão  algo  temos  sempre  vontade  de  retribuir  de  alguma  maneira,  nem  que  seja  com  um  sorriso!  

Temos  é  de  saber  dar  e  de  estar  preparados  para  receber!      

Nos  projectos  de  Farmácias  que  temos  realizado,  desafiamos  sempre  os  responsáveis  e  as  equipas  em  puxar  pela  imaginação  e  por  isso  segue  um  conjunto  de  acções  que  pode  e  deve  fazer  para  que  os  seus  clientes  e  que  podem  diferenciar  a  sua  farmácia  de  outras.  

Dinamizar  os  Produtos  

Aqui  estamos  mais  à  vontade,  pois  de  algum  modo  é  muito  mais  fácil  dar  a  experimentar  um  produto.    

Quando  falamos  em  produtos,  dá  para  experimentar,  provar  ou  sentir  alguns.  Porque  não  promover  pequenas  amostras  de  produtos  para  que  os  seus  clientes  fiquem  com  vontade  de  ter  o  mesmo,  mas  em  embalagem  familiar?  

Aproveite  a  disponibilidade  da  realização  de  aconselhamentos,  mini  faciais,  atividades  de  promoção,  mas  treine  toda  a  equipa  para  promover  o  mesmo.  Não  é  só  a  promotora  que  tem  de  estar  preparada  para  depois  fazer  a  “venda”.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Dinamizar  os  Serviços  

Quando  foi  a  ultima  vez  que  promoveu  as  medições  de  perfis  bioquímicos  na  sua  farmácia?  Ou  a  consulta  de  nutrição?    

Acredite,  que  não  é  por  ter  lá  avisos  dos  serviços  que  disponibiliza  que  os  seus  clientes  vão  sentir-­‐se  mais  inclinados  a  comprar.  

Já  experimentou  organizar  uma  sessão  de  formação  em  escolas,  mas  sem  ser  a  típica  da  pediculose  ou  da  higiene  oral?  E  que  tal  orientar-­‐se  para  outro  nicho  de  clientes,  como  os  jovens,  com  formação  sobre  Acne  ou  Educação  sexual?  

Temos  inclusivamente  visto  exemplos  como  workshops  para  grávidas,  workshops  de  nutrição,  aulas  de  ginástica  ao  ar  livre,  entre  outras.  

Tem  é  de  ser  bem  difundido  por  toda  a  equipa  e  tem  de  existir  um  objectivo  mensurável  para  qualquer  destas  acções.  

Dê  de  coração  aberto  

E  mesmo  as  que  não  dependem  dos  laboratórios  ou  da  boa  vontade  de  terceiros,  podem  ser  “provas  de  sabor”  excelentes!  

Ofereça  algo  que  será  mais  difícil  de  ver  num  contexto  farmácia!  Deste  maçãs  e  peras  no  dia  da  alimentação,  a  uma  aula  de  ioga  do  riso  e  de  tai  chi,  a  ofertas  promocionais  de  aulas  de  ginástica,  criar  um  jornal  próprio  da  farmácia,  são  imensas  as  coisas  que  pode  dar.  

Se  já  faz  tudo  isto,  parabéns.  Se  quer  passar  a  fazer,  força!  Vai  ver  que  quando  os  seus  clientes  “provarem”aquilo  de  que  são  capazes  de  fazer  vão  sentir-­‐se  mais  especiais.  E  isso  em  suma,  é  o  que  nós  queremos  para  fidelizá-­‐los  à  NOSSA  farmácia.    

 

Anda  à  espera  de  um  milagre?  

 Provavelmente  não  será  o  único  e  acredito  piamente  que  muitas  Farmácias  e  suas  equipas  têm  neste  momento  não  um,  mas  dezenas  de  milagres  em  lista  de  espera.  

E  muitas  delas  assim  vão  continuar.  A  aguardar  por  algo  que  neste  momento  poderá  ser  impossível!  Será  muito  pouco  provável  que  se  alterem  todas  as  novas  directrizes  sobre  margens,  que  de  repente  todos  os  clientes  passem  a  comprar  o  dobro  dos  produtos,  que  o  crescimento  da  facturação  na  farmácia  suba  para  níveis  históricos,  enfim….  Já  para  não  falar  de  uma  prestação  fantástica  por  parte  de  toda  a  equipa,  uma  motivação  imparável  e  um  gosto  por  fazer  a  diferença.  

Mas  será  que  é  assim  tão  difícil  conseguir  milagres?    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Não  será  que  estamos  rodeados  de  pequenos  milagres  e  não  nos  apercebemos  disso?  

Exemplos  a  seguir  

Já  parou  para  olhar  em  volta  e  observar  o  que  as  outras  empresas,  sejam  ou  não  farmácias,  fazem  de  bem  feito,  e  o  que  pode  aprender  com  isso?  

A  vida  está  cheia  de  pessoas  que  nos  mostram  pequenos  milagres  diariamente.  E  essas  pessoas  são  parte  integrante  de  equipas  e  de  empresas.  Vemos  sorrisos  em  pessoas  que  nos  atendem,  mesmo  quando  o  dia  vai  longo,  vemos  profissionais  de  balcão  que  prestam  de  facto  um  atendimento  diferenciador  e  dão  um  aconselhamento  de  confiança,  vemos  colegas  que  se  esforçam  por  resolver  problemas  que  aparecem,  chefias  que  puxam  pela  motivação  da  equipa,  entre  tantos  outros  exemplos.  

Pense  nos  pequenos  milagres  que  pode  ter  todos  os  dias  na  Farmácia  e  que  provavelmente  já  tem  e  não  se  apercebeu.    

Clientes  novos  que  nunca  tinham  entrado  na  nossa  farmácia,  uma  venda  difícil,  uma  organização  da  equipa,  a  motivação  extra  que  muitos  colocam  no  seu  trabalho,  a  vontade  e  a  garra  de  pessoas  que  se  recusam  a  desistir.  Nunca  me  lembro  de  ver  milagres  acontecerem  a  quem  não  acredita  que  eles  podem  de  facto,  acontecer.  

Acção  

Mas  para  resultar  é  necessário  passar  à  acção.  Não  basta  a  creditar  que  as  coisas  vão  mudar,  que  algo  de  espantoso  vai  acontecer.  

No  contexto  farmácia,  pode  de  facto  ter  e  fazer  um  serviço  único.  Divulgue-­‐o,  promova-­‐o,  dê  a  entender  isso  mesmo  aos  seus  clientes  para  que  a  palavra  se  espalhe.  E  se  não  funcionar  logo,  não  desista  de  imediato.    

Quando  trabalhamos  com  as  equipas  das  farmácias  adoramos  perguntar:  Tem  a  certeza  que  não  se  pode  fazer  mais  nada?  E  ver  as  reacções  das  pessoas  pensando  noutras  maneiras  de  fazer  o  que  já  foi  tentado,  de  investigar  novas  opções,  de  rever  o  que  correu  bem  e  o  que  correu  mal,  apostando  na  inovação  e  noutra  maneira  de  encarar  os  desafios.  

Mais  do  que  palavras,  as  acções  fazem  de  facto  a  diferença  e  há  que  aproveitar  tudo  o  que  nos  é  disponibilizado  hoje  em  dia  

Marketing  

Se  o  considerar  um  investimento  terá  sempre  muito  mais  a  ganhar!  E  muitos  dos  laboratórios  querem  genuinamente  ajudar.  Não  são  milagres,  mas  por  vezes  novos  serviços,  novas  abordagens  ao  mercado,  ir  ao  encontro  das  populações  em  lares,  escolas,  associações.    

Se  considerarmos  a  farmácia  como  um  local  de  saúde  e  não  de  doença,  poderemos  estar  a  captar  faixas  etárias  que  normalmente  não  frequentam  a  farmácia,  porque  lá  está…estão  bem.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Crie  planos  de  acção  e,  como  costumamos  dizer,  aumente  o  tamanho  da  sua  porta  de  entrada  sem  fazer  as  obras!  

 

Já  fez  a  carta  ao  Pai  Natal?  

E  será  que  a  carta  foi  igual  à  do  ano  passado?  E  ao  anterior?  

Acreditamos  que  no  contexto  actual  a  carta  tenha  um  conjunto  de  pedidos  bem  urgentes,  e  no  caso  das  Farmácias,  quase  desesperados,  para  que  o  ano  de  2013  não  seja  tão  pesado  quanto  se  anuncia.  

Mas  infelizmente,  e  não  querendo  quebrar  a  magia,  o  Pai  Natal  em  principio  não  lhe  irá  trazer  melhores  margens,  mais  clientes,  melhor  poder  de  compra  e  mais  organização  na  Farmácia,  ou  estaremos  errados?  

E  se  desta  vez,  for  mesmo  possível  realizar  os  seus  desejos  através  do  Pai  Natal?  Pelo  menos,  com  ou  sem  essa  mítica  figura  de  barbas,  todos  podemos  lutar  por  conseguir  melhores  dias  e  um  ano  de  2013  mais  leve.  

Melhores  margens  

Com  as  novas  margens  a  serem  aplicadas  aos  medicamentos  éticos,  vemos  que  se  estabeleceu  uma  angústia  e  aflição  generalizadas.    

Da  nossa  experiência  a  trabalhar  com  farmácias,  notamos  muita  apreensão,  mas  também  procuramos  escolher  outras  maneiras  de  controlar  as  margens  e  evitar  que  estas  causem  um  impacto  muito  elevado.  

Antes  de  mais,  melhores  compras  geram  melhores  margens.  E  notamos  uma  preocupação  cada  vez  maior  com  as  compras  que  se  fazem.  Comprar  menos  e  com  melhores  condições  é  cada  vez  mais  importante.  Nem  sempre  a  quantidade  é  a  melhor  aposta  e  fazer  stock  a  mais  também  não.  

Por  forma  a  aumentar  a  margem  global  do  negócio,  é  imperativo  aumentar  o  volume  de  vendas  em  produtos  que  não  sejam  medicamentos  sujeitos  ou  não  a  receita  médica.  Para  isso  deve  apoiar-­‐se  nas  ferramentas  de  gestão  que  existem  para  o  auxiliar,  como  software  existente,  ANF  online,  entre  outros.  Permitem  conhecer  as  variações  de  faturação  por  subfamília  de  produtos  e  com  isso,  permitir  uma  análise  mais  correcta  sobre  onde  e  como  apostar.  

Mais  clientes  

Esse  seria  basicamente  o  melhor  desejo  do  mundo…  

Como  trazer  mais  clientes  à  sua  farmácia?  Crie  valor!    

Se  o  mercado  está  no  estado  em  que  nos  encontramos,  tente  diferenciar  a  sua  farmácia  de  forma  inequívoca.  Pelo  serviço  que  presta  aos  seus  utentes,  pelo  carinho  com  que  os  trata,  pela  simpatia  e  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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postura  profissional.  Crie  momentos  de  convívio  com  os  seus  clientes  e  faça-­‐os  sentirem-­‐se  bem  com  a  sua  equipa.  

Pense  em  serviços  alternativos  que  podem  ser  realizados  sem  custos  adicionais  para  a  sua  empresa,  mas  que  podem  ser  altamente  lucrativos  em  termos  de  fidelização  de  clientes  e  retenção  dos  mesmos.  

Aproveite  todos  os  apoios  que  conseguir,  venham  eles  de  onde  vierem,  para  chamar  mais  pessoas  à  sua  farmácia.  

Não  podendo  mexer  no  poder  de  compra  dos  nossos  clientes,  podemos  sim  criar  momentos  em  que  a  sua  vinda  à  farmácia  se  torne  um  momento  simpático  e  com  um  serviço  impecável.    

Organização  na  Farmácia  

Se  tudo  estiver  mais  organizado,  será  mais  fácil  trabalhar  e  inclusivamente  atender  melhor.  

Rever  a  maneira  de  fazer  stocks,  os  locais  de  arrumação  dos  produtos,  criar  procedimentos  ou  workflow  de  trabalho  para  que  todos  saibam  o  que  fazer  e  quando,  agiliza  o  trabalho  de  todos  os  colaboradores.  

Procure  ainda  optimizar  os  prazos  de  validade  procurando  escoar  sempre  os  com  validade  mais  curta  e  se  tal  não  for  possível,  crie  também  processos  de  devolução  rápidos  e  eficazes.  

Crie  um  organigrama  funcional  com  as  principais  tarefas  alocadas  às  pessoas  da  sua  equipa  que  estão  mais  detalhadas  para  elas.    

E  espere  que  o  Pai  Natal  concretize  os  seus  desejos  e  os  ponha  no  seu  sapatinho  para  os  próximos  anos.  

 

Prefere  o  carrossel  ou  a  montanha  russa?  

Muitos   líderes   adoravam   ter   uma   montanha   russa,   quando   se   sentem   no   carrossel.   Mas  contrariamente   ao  que   se  diz,   quando  mencionamos  um  carrossel,   é   porque  de   facto   a   vida  nas  farmácias  é  muitas  vezes  um  verdadeiro  carrossel.  Não  só  andam  de  cima  para  baixo,  como  não  vão  a  lado  nenhum  e  continuam  a  passar  em  círculos  pelo  mesmo  lugar.      Quer  uma  prova  que  isto  acontece?    Quantas   vezes   prometeu   a   si  mesmo   ser   este   o   último   ano   em   que   não   fazia   uma   avaliação   de  performance  à  equipa?    Quantos  meses  já  passaram  desde  as  ultimas  metas  pessoais  e  profissionais  que  estabeleceu  para  si  ficaram  esquecidas  na  gaveta?    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Sente   que   está   constantemente   às   voltas   com   a   sua   equipa,   sem   saber   castigar   ou   sem   saber  recompensar  e  todos  os  dias  se  aborrece  com  as  mesmas  coisas?    Se  a  resposta  a  qualquer  uma  destas  questões  foi  um  SIM,  então  pare  o  carrossel  e  saia!    A  vida  nas  farmácias  não  tem  de  ser  assim,  nem  pode  ser  assim.  Mas  a  montanha  russa  não  será  no  entanto,  o  destino  mais  simpático.  Não  andamos  para  cima  e  para  baixo  no  mesmo  sitio,  mas  as  subidas  e  descidas  abruptas  são  perigosas  e  no  final,  paramos  sempre  no  sitio  onde  entrámos.      Evitar  as  dificuldades  é  impossível.  No  contexto  actual,  as  farmácias  têm  sido  muito  martirizadas  e  enfrentam  dificuldades  nunca  antes  sentidas.  Por  isso  há  que  jogar  na  antecipação  e  perceber,  sem  pânico,  como  tornar  esta  viagem  mais  calma.    Mas  então  como  escolher  a  viagem?    Quem  andou  de  rafting  poderá  entender  na  perfeição  a  analogia,  mas  a  quem  nunca  andou  deixo  algumas  considerações  importantes:    

1. O  ponto  de  partida  e  chegada  são  diferentes,  sendo  que  normalmente  a  partida  é  suave  e  podemos  chegar  a  uma  meta  localizada  mais  à  frente  e  num  local  mais  amplo,  maior  

 2. Cada  barco  leva  uma  equipa,  todos  posicionados  à  direita  e  esquerda  consoante  o  “jeito”  e  

o  timoneiro  pode  ir  à  frente  ou  atrás  do  barco.  Não  importa  a  constituição  física  ou  força  de  cada  um,  basta  empenho  

 3. A   viagem   terá   percursos   mais   sinuosos   e   algumas   quedas   de   água   mais   rápidas,   mas   a  

adrenalina  até  revigora  o  espírito  e  torna  a  viagem  mais  fantástica  4. Um  dos  pontos  fundamentais  é  comunicação.  Do  líder  do  barco  para  toda  a  equipa  e  desta  

para  o  líder.  As  ordens  têm  de  ser  cumpridas,  mesmo  no  receio  de  que  o  barco  vire  ou  fique  preso.   Tem  de  haver  por   isso,  uma  confiança  absoluta  das  ordens  que   são  dadas,  pois   só  assim  a  equipa  aceita  cumpri-­‐las.  

 5. Existem  regras  a  cumprir  e  do  seu  cumprimento  depende  inclusivamente  a  sobrevivência.  O  

cuidado  quando  se  cai  em  águas  bravas  é  fundamental  para  assegurar  que  tudo  corre  bem,  mesmo  em  caso  de  perigo.  Manter  a  calma,  a  posição  e  a  protecção  da  cabeça  são  factores  fundamentais,  e  mesmo  numa  situação  perigosa,  a  calma  tem  de  imperar.  

 6. Já   reparou  que   a   força   com  que   rema  não  o   faz   chegar  mais   longe?   Fazer   andar   o   barco  

correctamente,  depende  apenas  da  sincronização  das  pagaias  e  não  da  força  com  que  são  empurradas.  Se  todas  estiverem  a  entrar  na  água  ao  mesmo  ritmo,  o  barco  avança  de  forma  ritmada  e  sem  problemas…mesmo  em  águas  bravas  

 Por   isso   há   viagens   que   podem   ser   tão   interessantes   como   estas   sem   ser   com   altos   e   baixos  vertiginosos  e  agoniantes,  para  alguns,  e  sem  ser  em  rotativo,  com  toda  a  monotonia  que  isso  traz.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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 Crie   uma   equipa   preparada   para   pensar   o   futuro   na   farmácia   e   construa   um   conjunto   de  procedimentos  e  regras  a  seguir  para  que  todos  saibam  para  onde  vão.    Mantenha  uma   tabela  de  metas  e  objectivos,  e   se  não  puder   ser  de  venda  de  MSRM  e  MNSRM,  construa  de  todas  as  outras  famílias  de  produtos,  com  IVA  a  23%  e  que  lhe  poderão  trazer  imensa  rentabilidade.    Envolva   toda   a   equipa   sob   uma   voz   de   comando,   não   na   base   do   “grito”   mas   na   base   do  envolvimento,  responsabilização  e  inclusão  a  100%  de  todos.    

Quantos  clientes  quer  perder  este  ano?  

E  o  que  pretende  fazer  para  que  nada  disso  aconteça?      No  universo  das  Farmácias  está  cada  vez  mais  difícil  manter  clientes.  E  são  muitos  os  factores  extrínsecos  ao  negócio  que  contribuem  para  isso:  elevada  concorrência,  guerras  de  preços,  serviços/produtos  cada  vez  mais  competitivos,  acções  de  marketing  agressivas,  diversificação  de  produtos/serviços,  a  crise  económica,  dificuldades,  entre  muitos  outros  factores.    Mas  para  combater  o  impacto  dos  factores  externos,  pouco  ou  nada  podemos  fazer,  o  que  já  não  acontece  com  os  factores  internos.  Muito  do  que  pode  fazer  na  sua  farmácia  para  manter  os  clientes,  está  nas  suas  mãos,  só  tem  de  começar.  Temos  apoiado  a  criação  e  implementação  de  muitas  estratégias  para  a  retenção  de  clientes  bem  como  para  o  aumento  de  vendas  em  farmácias.      Acreditamos  que  dentro  de  normas  de  serviço  de  excelência,  podemos  e  devemos  ver  o  cliente  como  um  todo  e  vender  não  mais,  mas  melhor.  Mas  para  tal  são  necessárias  várias  estratégias:    1.  Elabore  um  plano    Raramente  vemos  em  farmácias  planos  efectivos  de  manutenção  de  clientes.  Ao  longo  dos  anos  foram  realizadas  mais  acções  de  fidelização,  cartões  de  Farmácias  Portuguesas  para  quem  pertence,  mas  poucas  são  as  farmácias  que  apostaram  no  SEU  próprio  cartão.      Com  a  existência  de  ferramentas  informáticas  nas  Farmácias,  torna-­‐se  mais  fácil  aproveitá-­‐las  para  manter  a  proximidade  com  os  nossos  clientes  e  podem  ser  muitas  e  variadas  as  acções  de  fidelização:    -­‐  Envio  de  e-­‐mail  ou  sms  por  altura  do  aniversário  -­‐  Realização  de  acções  especiais  a  clientes  de  uma  certa  marca  -­‐  Convites  para  acções  que  acrescentem  valor  à  saúde  dos  clientes  -­‐  Criar  uma  Newsletters  ou  outras  publicações  importantes    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Uma  vez  postas  em  marcha,  não  podem  ser  alteradas  pois  os  clientes  apreciam  pequenas  atenções  e  recordam  se  estas  deixam  de  existir.    2.  Treine  a  equipa    E  por  equipa,  referimo-­‐nos  a  todos  os  seus  colaboradores.      Qualquer  pessoa  mais  ou  menos  qualificado  que  faça  balcão  e  venda  tem  de  estar  ao  corrente  do  que  se  está  a  desenvolver  em  termos  de  programas  de  fidelização  de  clientes.    Primeiro  todos  terão  de  entender  que  quando  um  atendimento  é  verdadeiramente  excepcional  os  clientes  desejam  voltar.  Podem  mudar  de  vez  em  quando  por  uma  questão  de  distância  ou  comodidade,  mas  todos  gostamos  de  ir  onde  nos  sentimos  bem.    Ouvir  com  atenção,  sorrir,  perceber  o  que  o  cliente  quer  de  facto  são  requisitos  absolutamente  indispensáveis  no  atendimento.    Mas  não  podemos  esquecer-­‐nos  que  técnicas  de  venda  são  igualmente  importantes.    Daí  a  enorme  importância  de  fazer  treino  não  apenas  técnico,  sobre  os  medicamentos,  OTC,  produtos  de  dermocosmética,  mas  também  em  vendas.  Não  basta  ter  a  técnica  sem  se  ser  genuíno.      Compreendemos  que  “vender  mais”  faz  muita  aflição  a  muitas  equipas.  Não  estamos  a  impor  vendas  de  forma  desleal  ou  a  “impingir”,  algo  que  para  nós  também  é  inadmissível,  mas  as  vendas  na  farmácia  têm  de  ser  profissionais,  éticas  e  orientadas  a  ver  o  utente  como  um  todo  e  não  apenas  a  patologia.    O  aconselhamento  farmacêutico  é  algo  tão  especial,  exactamente  pelo  impacto  que  tem  nos  utentes,  mas  há  que  o  fazer  de  modo  correcto,  em  consciência  e  com  a  noção  clara  de  que  estamos  a  ajudar  o  cliente.    Desde  2006  que  formamos  equipas  e  orientamos  programas  especialmente  dedicados  a  farmácias,  na  área  das  vendas  e  do  planeamento  comercial.  Acreditamos  que  quando  aplicamos  a  teoria  com  a  prática,  podemos  reverter  as  condições  e  motivar  a  equipa  a  aderir  a  uma  venda  profissional  e  mais  consistente.      

Os  clientes  fogem  de  si  na  Farmácia?  

Ou  a  sua  Farmácia  não  os  chama  como  devia?  

Por  experiência  a  trabalhar  há  mais  de  4  anos  nesta  área,  é  uma  das  frases  que  escutamos  mais  dos  vários  Directores  Técnicos  e  responsáveis  de  Farmácia.    

O  desafio  hoje  em  dia  é  que  cada  vez  menos  pessoas  vêm  à  Farmácia,  acima  de  tudo  por  uma  questão  concorrencial  e  que  por  essa  razão  é  cada  vez  é  mais  difícil  fidelizar  clientes.    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Sendo  este  um  dos  problemas  mais  prementes,  propomos  sempre  às  equipas  um  exercício  de  pró-­‐atividade.  Considerando  que  cada  vez  existem  mais  e  maiores  farmácias,  que  numa  altura  de  crise  qualquer  desconto  pode  ser  importante,  que  a  retenção  de  clientes  é  um  desafio  diário  face  à  quantidade  de  oferta,  e  que  os  produtos  e  serviços  apresentados  são  de  um  modo  geral  bastante  semelhantes  entres  as  várias  Farmácias,  o  que  poderá  fazer  de  facto  a  diferença?  

Perante  este  cenário,  a  pró-­‐atividade  baseia-­‐se  na  construção  dos  factores  chave  de  sucesso  da  Farmácia.  O  que  pode  fazer  a  diferença  entre  conseguir  ou  não  um  cliente?  Será  a  abordagem?  Serão  os  produtos  diferenciadores?  Serão  os  serviços  que  presta  à  comunidade?  Será  a  qualidade  no  atendimento?  

Assim  aconselhamos  um  conjunto  de  procedimentos  que  apoiam  as  vendas  na  Farmácia:  

1. Guerra  de  preços  não  fideliza  se  a  sua  Farmácia  não  prestar  um  Serviço  de  Excelência.  Por  isso  a  sua  missão  é  garantir  que  a  equipa  de  balcão  conhece  princípios  de  empatia,  rapport,  venda  cruzada,  escuta  activa  e  competências  técnicas    

2. Esteja  atento  aos  media  e  aposte  nos  produtos  que  estão  a  ser  mais  falados  ou  ouvidos  em  campanhas.  Os  seus  utentes  já  memorizaram  alguns  e  poderá  ajudar  a  decisão  em  caso  de  interesse  na  compra    

3. Crie  campanhas  de  produtos  sazonais  e  dê  um  enfoque  importante  à  venda  cruzada.  Alguém  que  tem  gripe  provavelmente  tem  também  febre,  dores  de  garganta,  congestionamento  nasal,  entre  outros  sintomas.      

4. O  IMPINGIR  está  proibido.  Para  nós  um  bom  vendedor  não  é  o  que  vende  frigorifico  a  esquimós,  mas  aquele  que  se  preocupa  em  prestar  um  bom  atendimento,  que  conhece  o  produto  de  que  está  a  falar,  que  deixa  espaço  ao  cliente  para  este  decidir,  sem  pressionar.  Lembre-­‐se  que  ao  não  sugerir  certos  produtos,  está  a  perder  vendas  e  provavelmente,  clientes.  Quantas  vezes  não  chegou  a  casa  e  só  ai  se  recordou  que  faltava  mais  qualquer  coisa?    

5. Trate  a  pessoa  como  um  TODO.  Na  farmácia  são  “vendidos”  cuidados  de  saúde.  Não  compete  ao  balcão  decidir  pelo  cliente,  mas  têm  a  obrigação  de  prestar  o  melhor  serviço  ao  cliente  e  deixá-­‐lo  decidir  em  consciência    

6. Aproveite  as  ideias  da  equipa  para  mais  acções  de  dinamização.  Muitas  equipas  estão  com  vontade  de  criar  novas  dinâmicas  na  empresa,  de  apostar  em  áreas  diferenciadoras,  de  iniciar  projectos.  Até  que  ponto  tem  dado  margem  de  manobra  a  que  algumas  dessas  acções  sejam  implementadas.    

7. Meça  o  sucesso  do  que  implementa.  Se  está  a  fazer  acções  de  venda  cruzada  ou  a  promover  determinado  tipo  de  produtos  vai  ter  de  confirmar  que  está  a  correr  como  previsto.  Hoje  em  dia  as  ferramentas  informáticas  apoiam  a  medição  destas  campanhas,  pois  só  através  da  sua  avaliação  poderemos  tomar  acções  correctivas.    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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 Não  faça  com  que  os  seus  clientes  procurem  o  que  não  lhes  dá  noutro  lugar.  E  não  me  estou  a  referir  a  esgotados  ou  marcas  diferentes,  estou  mesmo  a  falar  de  um  atendimento  e  serviço  de  excelência.          

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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ARTIGOS DE MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO

E  o  melhor  remédio  é…?  

Agir  e…  fechar  o  ciclo!      Ainda  esta  semana  num  dos  nossos  Programas  de  Acompanhamento,  falávamos  de  campanhas,  de  como  a  equipa  adere  à  focalização  na  venda  dos  produtos  e  serviços  que  estão  em  campanha  e  de  como  estas  estão  a  correr  bem.      Mas,  o  que  é  afinal  “correr  bem”?    Só  podemos  saber  se  uma  iniciativa  teve  sucesso  se,  de  início,  definirmos  objectivos  e  se  estes  forem  efectivamente  ultrapassados.  Se  não  tivermos  nenhuma  ferramenta  ou  modelo  de  medição,  nunca  vamos  passar  de  uma  avaliação  empírica…    É  que  se  para  o  colaborador  A  uma  campanha  mensal  correr  bem  são  1.000€  da  facturação  extra,  para  o  Colaborador  B  são  2.500€  e  para  o  Director  Técnico  menos  de  5.000€  e  de  46%  de  rentabilidade  não  são  resultados  que  se  apresentem!    Começar…  pelos  objectivos    Se  tivesse  definido  como  objetivo  da  campanha  6.000€  e  se  tivessem  atingido  7.000€  poderíamos  ter  o  Colaborador  A  contente  pela  sua  quota  parte  de  contributo  para  o  sucesso  da  campanha  e  o  Vendedor  B  orgulhoso  da  sua  equipa.  Paralelamente,  até  o  Director  Técnico,  em  vez  de  criticar  os  resultados,  poderia  estar  disposto  a  premiar  o  facto  de  estes  terem  sido  atingidos.  Interessante,  não?      E  o  mesmo  acontece  com  as  vendas  em  geral  e  com  todos  os  outros  indicadores  de  gestão  a  perseguir  na  Farmácia,  como  sejam  o  crescimento  do  peso  dos  produtos  de  IVA  23,  o  aumento  da  quota  de  genéricos,  o  valor  médio  de  venda,  o  número  de  atendimentos,  o  nível  de  stock,  entre  outros.  Se  não  definirmos  o  que  queremos  atingir,  nunca  vamos  saber  se  lá  chegámos…    Na  mesma  linha,  e  a  par  com  a  melhoria  destes  resultados,  importa  pensarmos  que  é  imperativo  melhorar  a  rentabilidade.  Se  não  definirmos  em  termos  percentuais  como  a  margem  bruta  de  que  necessitamos,  não  sentimos  a  urgência  e  a  pressão  de  nos  organizarmos  de  outra  forma  no  processo  de  compras,  de  avaliar  as  propostas  das  casas  e  armazenistas  (trabalhemos  ou  não  com  eles)  e  de  sermos  autênticos  Directores  de  Compras  no  processo  de  Negociação.    Ou  ainda  não  nos  consciencializámos  que  temos  mesmo  que  negociar?!  Sim,  as  condições,  os  prazos  de  pagamento,  as  contrapartidas,  as  acções  na  Farmácia,  as  promotoras,  os  rastreios,  a  ajuda  que  nos  vão  dar  quando  fizermos  aquela  sessão  na  escola  com  os  miúdos  ou  a  workshop  para  grávidas,  etc…  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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 Poderá  estar  a  pensar  que  estamos  numa  Farmácia…  e  que  os  indicadores  de  gestão  não  estão  certinhos  num  tableaux  de  bord  ou  num  balanced  scorecard  estruturado,  como  nas  grandes  empresas.  Que  isso  não  sirva  de  refúgio  para  não  começar,  ou  não  precisa  de  grandes  resultados?!    Não  importa  a  ferramenta,  nem  que  seja  uma  simples  folha  de  cálculo,  com  as  iniciativas  /  áreas  a  medir  em  linha  e  o  planeado,  o  real  e  os  desvios  em  coluna,  são  mais  do  que  o  suficiente  para  começar.    Assegure-­‐se  que  cada  elemento  da  equipa  percebe  as  suas  responsabilidades  e  está  inteiramente  ciente  do  que  é  esperado  dele  em  determinado  horizonte  temporal.  Se  fizer  sentido  (e  a  equipa  tiver  maturidade  para  isso),  individualize  colunas  para  os  objectivos  e  o  real  de  cada  colaborador.    Perseguir…  os  objectivos    Se  os  objectivos  dão  tanto  trabalho  a  definir,  porque  é  que  nos  permitimos  esquecer  deles?    Testar  e  medir,  testar  e  medir,  testar  e  medir…  sempre!  Fazê-­‐lo  quinzenal,  semanal  ou  trimestralmente,  de  forma  sistemática  e  sem  abandonar.    Definir  objectivos  ou  linhas  de  orientação  é  crítico,  mas  operacionalizá-­‐los  é  muito  mais.  Ao  testar  e  medir,  temos  a  oportunidade  de  abandonar  o  que  não  funciona  de  todo,  melhorar  ou  corrigir  o  que  está  um  pouco  aquém  e  influenciar  o  que  vamos  fazer  no  dia,  na  semana,  no  mês  seguinte  para  atingir  os  números.  É  por  isso  que  costumamos  dizer  que  o  que  é  medido  acontece!      Para  o  fazer  ao  longo  de  um  trimestre,  de  um  semestre,  de  todo  o  ano,  é  preciso  perseverança  e  muita  disciplina.  É  preciso  fazer  reuniões  periódicas  com  as  equipas,  comunicar  e  dar  feedback  de  forma  sistemática,  e  voltar  a  alinhar  as  ideias  e  as  acções  na  agenda…    É  nesta  vertente  que  a  maior  parte  das  empresas  falha.  Muitas  vezes  até  existem  ferramentas  bem  estruturadas,  começa-­‐se  bem  no  início  do  ano  mas,  passados  2  ou  3  meses,  o  processo  cai…  e  a  equipa  coloca-­‐o  em  dúvida.      Lá  está  mais  uma  das  situações  em  que  a  gestão  é  deixada  para  trás  para  acudir  às  urgências,  às  portarias  que  saem,  aos  preços  que  baixam,  às  margens  que  perdemos…      2012  não  vai  ser  diferente  neste  sentido,  o  virote  do  que  aí  vier  vai  sempre  alimentar  a  nossa  ansiedade  e  incerteza!  Para  não  perdermos  o  fio  à  meada,  não  podemos  é  deixar  de  nos  focar  naquilo  que  está  ao  nosso  alcance  fazer…    E…  fechar  o  ciclo!    “Fazemos  tudo  bem  até  ao  controlo,  o  que  nos  está  a  faltar  é  apurar  os  resultados”  –  onde  é  que  já  ouvimos  isto?      

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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 Partilhe  os  resultados  de  cada  iniciativa,  das  campanhas,  das  acções,  do  mês,  do  trimestre,  com  a  sua  equipa.  Tire  elações  do  que  correu  menos  bem,  reforce  positivamente  o  que  e  quem  se  destacou.  E  se  alguma  coisa  correr  mal,  crie  uma  oportunidade  para  o  comunicar  de  forma  individualizada  com  o  elemento  em  causa,  nem  sempre  o  nosso  silêncio  é  a  melhor  forma  de  ajudar  as  pessoas  a  crescer…    Obviamente  que  cada  colaborador  se  motiva  por  diferentes  coisas  e  que  são  muitos  e  complexos  os  factores  que  contribuem  para  o  aumento  da  produtividade  na  Farmácia,  mas  entusiasmo  na  acção  e  reforço  positivo  nunca  desiludiram  ninguém.    Fechar  o  ciclo  passa  também  por,  medido  o  desempenho  da  equipa,  premiar  de  forma  diferenciada  quem  se  distinguiu.  Agora  está  a  pensar…  “Eu,  premiar  numa  altura  destas?!”  Se  houver  mais  resultados  diferenciadores  para  a  empresa,  o  que  o  impede  de  premiar  cada  um  pelo  seu  contributo  para  esses  mesmos  resultados?      Não  me  vai  dizer  que  os  bónus  estão  de  dieta,  ou  vai?  Mesmo  que  a  política  de  compensação  esteja  um  pouco  mais  esbelta  do  que  noutros  tempos,  há  sempre  maneiras  criativas  de  contornar  a  questão.    E,  já  agora,  uma  regra  de  ouro,  não  feche  um  ciclo  sem  iniciar  outro…  A  sua  equipa  fará  o  que  o  vir  fazer.  O  exemplo  não  é  a  melhor  maneira  de  influenciar  alguém,  é  a  única!  

Já  levou  a  injeção  hoje?  

E  já  deu  a  injeção  hoje?  Nada  de  arrepios,  e  nada  de  utentes,  falamos  de  injeções…  de  motivação!    

Ou  pode  dar-­‐se  ao  luxo  de  estar  ou  ter  alguém  desmotivado  na  sua  Equipa?  

A  motivação  é  sem  dúvida  o  motor  principal  para  conseguirmos  inovar,  fazer  acontecer  outras  coisas  e  ter  sucesso  nas  Organizações.  Sem  ela,  não  conseguimos  ajustar  comportamentos,  não  conseguimos  promover  a  mudança  nem  obter  o  nível  de  compromisso  e  o  envolvimento  que  precisamos  de  cada  colaborador.    

Motivação,  ON  ou  OFF?  

Quando  a  motivação  está  presente,  vive-­‐se  um  ambiente  positivo,  há  uma  pré-­‐disposição  da  equipa  para  se  empenhar  no  que  de  novo  se  define  ou  pretende  fazer,  para  se  comprometer  com  prazos  e  ser  entusiasta  relativamente  ao  plano  de  ação  estabelecido.    Inversamente,  quando  estamos  perante  uma  equipa  desmotivada,  entre  os  principais  indícios  de  desmotivação  encontramos  resistência  à  mudança,  pouca  vontade  de  cooperar,  baixa  energia  e  uma  indiferença  assustadora,  já  para  não  falar  no  ruído  na  área  de  back-­‐office...        

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Mas  o  que  motiva  cada  um?  

Um  estudo  recente  revelou  que  as  opiniões  sobre  o  que  motiva  os  colaboradores  das  empresas  se  prendem  com:  

-­‐  Para  Proprietários  /  Líderes  /  Gestores:  pacote  de  remuneração,  segurança  no  emprego  e  oportunidades  de  carreira  -­‐  Para  Colaboradores:  reconhecimento,  uma  atitude  compreensiva,  segurança  no  emprego    Curiosamente,  outro  benchmarking  veio  mostrar  que  a  razão  principal  que  leva  um  colaborador  a  deixar  a  empresa,  em  46%  dos  casos,  resulta  de  sentir  falta  de  reconhecimento,  de  apreço…    

 

Injeção  de  motivação  –  toma  diária!  

Por  tradição,  ainda  vai  havendo  muito  a  filosofia  de  que  a  motivação  da  equipa  é  da  inteira  responsabilidade  do  líder,  o  que  traz  um  peso  enorme  aos  ombros  de  cada  Gestor  ou  Diretor  Técnico.    Vivemos  atualmente  um  modelo  em  que  a  motivação  intrínseca  assume  um  papel  crescente,  em  que  é  importante  percecionarmos  os  motivos  que  condicionam  e  impactam  na  ação  de  cada  um  de  nós,  líderes  ou  colaboradores.  Cada  vez  mais,  cada  pessoa  é  responsável  pela  sua  automotivação,  por  definir  as  suas  metas  profissionais  e  pessoais  e,  consequentemente,  por  saber  o  que  determina  a  sua  conduta  e  atuação  no  trabalho.      É  caso  para  dizer  que  ninguém  hoje  pode  ficar  à  espera  que  nos  deem  a  injeção,  temos  que  a  tomar  nós  próprios…  E  as  nossas  equipas  têm  que  perceber  isto,  têm  que  entender  que  quando  chegam  de  manhã  não  podem  vir  na  expectativa  do  “  Vá,  motiva-­‐me!”.  

Naturalmente  que,  enquanto  líderes,  perceber  o  que  motiva  cada  colaborador,  conhecê-­‐lo  ao  ponto  de  perceber  o  que  o  move,  o  que  o  leva  a  agir  de  determinada  maneira,  entender  e  valorizar  os  seus  fatores  de  motivação  intrínseca  acaba  por  ser  uma  ferramenta  fundamental  para  conseguirmos  pessoas  motivadas  e  comprometidas  no  trabalho,  de  forma  sustentada  e  permanente.    Agora,  o  contexto  que  o  líder  pode  proporcionar  à  Equipa  é  determinante.  A  injeção  de  motivação  não  é  mais  do  que  investirmos  continuadamente  em  comunicar,  envolver,  escutar,  delegar,  formar,  acreditar,  responsabilizar,  reconhecer…  Investir  na  Equipa  é  hoje,  mais  do  que  nunca,  um  exercício  diário!  

Costuma  dizer-­‐se  que  as  equipas  crescem  à  medida  dos  desafios  que  lhes  são  lançados.  Às  vezes  não  crescem  mais  porque  não  acreditamos,  porque  não  desafiamos  o  suficiente,  porque  não  delegamos  e  não  investimos  o  tempo  necessário  para  colher  o  retorno  adequado.  

 

Reconhecimento…  muito!  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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E  por  falar  em  reconhecimento,  já  que  parece  que,  por  enquanto,  não  conhecemos  ninguém  que  se  queixe  de  reconhecimento  a  mais…,  agradecemos?  

Sabemos  que  o  agradecimento  é  uma  das  formas  mais  poderosas  para  motivar  as  equipas,  e  muitas  das  vezes  só  custa  tempo,  o  que  nos  impede  de  o  fazer?  

Muitas  vezes  não  o  fazemos  porque  não  valorizamos,  e  esquecemo-­‐nos  o  quanto  o  outro  o  pode  valorizar!  Há  bem  pouco  tempo  um  Técnico  desabafou  algo  como  “Estou  aqui  há  20  anos  e  nunca  ninguém  me  tinha  dito:  Obrigado,  bom  trabalho!”.  Curioso,  não?!  

Para  alguns  líderes  não  será  fácil  elogiar,  não  é  o  seu  registo  natural,  mas  também  só  custa  a  primeira  vez…    

Se  tiver  um  modelo  de  Avaliação  de  Desempenho  implementado,  haverá  um  conjunto  de  critérios  de  medição  definidos  que  lhe  permitem,  de  forma  o  mais  objetiva  possível,  medir  o  contributo  de  cada  elemento  da  Equipa  para  os  resultados.  Basear  um  feedback  periódico  na  avaliação  que  for  feita  é  um  instrumento  muito  simples  (e  estruturado)  para  promover  o  reconhecimento  pelo  que  correu  bem  e  para  ajudar  genuinamente  a  corrigir  ou  melhorar  o  que  ainda  não  está  ao  nível  do  que  é  pretendido.  

E  se  tiver  condições  de  adotar  um  sistema  de  compensação  associado  e  premiar  quem  mais  se  distingue  e  excede  as  expectativas,  então  teremos  uma  injeção  XL…  

 

Com  vontade  de  chorar  e  comer  bolachas?  

Acredito,  mas  baixar  os  ombros  não  faz  parte  da  solução!    Deixe-­‐me  adivinhar,  quando  pensa  na  sua  Equipa  não  é  raro  dar-­‐se  conta  de  estar  a  falar  nestes  termos  para  com  os  seus  botões:  -­‐  Digo  uma  coisa  dezenas  de  vezes  e  repito-­‐a  outras  tantas  e,  ao  fim  de  dois  dias,  está  tudo  na  mesma;  -­‐  Empurram  tudo  uns  para  os  outros;  -­‐  Deixam  as  pontas  todas  soltas;  -­‐  Têm  uma  visão  muito  limitada,  não  veem  para  além  do  que  se  lhes  diz  ou  se  lhes  pede;  -­‐  Na  dúvida,  não  pensam  e  vêm  a  correr  perguntar;  -­‐  Darem  sugestões  e  ideias…  eu  que  as  tenha!;  -­‐  Com  menos  dois  ou  três  elementos  fazia  o  mesmo;  -­‐  Não  cruzam  vendas  porque  não  têm  sorte;  -­‐  Andam  iludidos  à  espera  de  aumento,  não  têm  noção  nenhuma  do  esforço  que  se  faz;  -­‐  Se  tivessem  que  pagar  faturas  e  ordenados…;    Revê-­‐se  nestas  situações?  Então  parece  que  os  desafios  não  são  muito  distintos  na  realidade  atual  da  Farmácia.    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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É  certo  que  sabemos  que  o  valor  do  mercado  sofreu  uma  perda  acumulada  de  17,5%  entre  2009  e  2011,  que  desde  2010  os  genéricos  viram  o  seu  preço  reduzido  em  38%,  que  no  fim  de  2011  haviam  795  farmácias  com  fornecimentos  suspensos,  que  o  modelo  de  margens  regressivas  em  função  do  escalão  do  PVA  está  a  gerar  uma  instabilidade  tremenda,  que  se  estima  que  a  margem  média  das  farmácias  baixe  de  20%  para  17,5%,  que,  que  ,  que…    Pare,  não  se  deixe  contagiar!  2012  começou  assim  e  vai  continuar  assim…      O  que  está  a  fazer  pela  sua  Farmácia?  O  que  é  que  introduziu  de  novo,  o  que  está  a  fazer  de  modo  diferente?  Sim,  porque  estes  são  os  tempos…  planear,  agir  e  medir!    Planear…  para  fazer  acontecer!    Sabemos  que  a  postura  de  bombeiro  de  serviço  já  não  é  de  todo  sustentável.  É  preferível  parar  para  rever  aquilo  que  pretendemos,  repensar  como  nos  queremos  posicionar  /  diferenciar  e  visualizar  o  que  o  sucesso  vai  permitir  trazer  de  bom  à  empresa,  à  equipa,  a  nós  próprios  e  à  comunidade.    Para  que  este  ano  não  seja  mais  do  mesmo  e  o  “tapa  aqui  para  destapar  acolá”  habitual,  desafio-­‐a(o)  a  delinear  um  plano  de  marketing  consistente,  que  lhe  permita  atingir  as  metas  traçadas.      Se  não  acreditarmos  e  não  tivermos  um  nível  de  confiança  que  nos  permita  ser  congruentes  nas  nossas  ações  e  nos  exemplos  que  damos  à  equipa,  jamais  teremos  a  capacidade  de  envolver  e  inspirar  os  nossos  colaboradores  de  forma  adequada.      Que  ações  nos  vão  deixar  mais  perto  de  um  venda  média  de  24,00€,  como  vou  crescer  o  peso  do  IVA  23  para  16%,  que  serviço  inovador  é  que  vou  ter  para  rentabilizar  o  gabinete  que  ficou  giríssimo,  quando  é  que  vamos  fazer  a  tal  reunião  com  as  outras  farmácias  para  iniciar  as  compras  em  grupo,  o  que  vou  dinamizar  na  Comunidade  em  que  me  insiro,…  ?    Antecipar  com  três  meses  o  que  vamos  fazer  permite-­‐nos  envolver  parceiros  e  contar  com  a  sua  ajuda,  permite-­‐nos  alinhar  a  equipa  e  comunicar  cada  ação  aos  utentes  de  forma  eficaz.  Só  esta  disciplina  torna  possível  que  a  agenda  esteja  cheia  a  cada  consulta,  a  cada  rastreio.    Agir…  orientado  a  Resultados!    Sabemos  que  muitas  vezes  é  mais  fácil  decidir  o  que  não  fazer,  do  que  o  que  dinamizar…  mas  decidir  é  preciso,  porque  temos  cada  vez  menos  tempo  para  pôr  o  plano  a  rolar  e  fazer  acontecer!    E  é  preciso  desbravar  novos  caminhos,  por  mais  do  que  isso  seja  desconfortável  para  alguns  de  nós.  Mas  concordará  comigo  que  à  primeira  custa,  à  segunda  já  nos  desenrascamos  mais  ou  menos  e  à  terceira  estamos  craques,  ou  não  é?    Negociar  rastreios,  mini-­‐faciais,  promotoras  como  contrapartida  das  compras;  escalar  montras,  duratrans;  tirar  da  gaveta  o  esboço  da  newsletter,  dar  vida  ao  Facebook,  marcar  presença  no  jornal  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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da  região;  interagir  na  comunidade,  conduzir  workshops  nas  escolas,  prever  ações  para  grávidas;  lançar  novos  serviços  como  a  gestão  da  terapêutica,  as  entregas  ao  domicílio;  promover  aulas  de  ginástica,  ioga  do  riso,  tantas,  tantas  dinâmicas…  tantas  quantas  as  que  vos  funcionarem!    A  partir  do  momento  em  que,  para  cada  ação,  se  identifica  uma  data  e  um  responsável,  o  cronograma  ganha  forma  e  o  nível  de  compromisso  eleva-­‐se  exponencialmente.    Na  agenda  de  cada  um  as  coisas  acontecem,  às  vezes  basta  marcar  a  data…      Medir…  porque  o  que  é  medido  acontece    E,  não  menos  importante,  por  cada  ação,  a  cada  campanha  mensal,  importa  aferir  como  correu  e  apurar  resultados.    O  seguimento  das  ações  permite-­‐nos  aferir  os  resultados  reais  face  aos  objetivos  traçados.  Haverá  sempre  iniciativas  que  será  preferível  abandonar,  porque  não  estão  a  trazer  os  resultados  adequados.  Certo  é  que  sem  as  lançarmos,  jamais  saberíamos  se  resultariam  ou  não.  É  determinante  refletir  sobre  alguns  bons  resultados  que  deixaríamos  de  ter  se  não  tivéssemos  apostado  pela  operacionalização  de  determinadas  estratégias…      O  que  necessitamos  é  de  ter  sempre  um  conjunto  de  ideias,  uma  espécie  de  bateria  de  iniciativas  em  carteira  para  ir  lançando,  que  nos  permitam,  de  forma  atempada,  não  nos  desviarmos  dos  objetivos  estipulados.    Comunicar  os  resultados,  bons  e  menos  bons,  é  essencial  para  manter  a  equipa  alinhada  e  comprometida.  Uma  liderança  assertiva,  mesmo  que  para  determinadas  situações  se  tenha  que  adotar  um  estilo  mais  pressionador,  e  o  investimento  no  coaching  à  equipa  podem  fazer  toda  a  diferença  a  nível  da  atitude  e  da  motivação  dos  nossos  colaboradores.  Para  que  os  resultados  cheguem,  precisamos  de  estar  todos  a  120%...    Muitas  vezes  não  se  reflete  sobre  o  custo  de  oportunidade  de  ter  um  elemento  da  equipa  que  não  esteja  no  patamar  de  resultados  esperado?  Na  sua  Farmácia,  de  que  modo  é  que  cada  colaborador  está  comprometido  com  os  resultados?      E  se  há  práticas  de  gestão  que  sabemos  que  são  seguidas  nas  empresas  mais  produtivas,  porque  não  temos  nós  ainda  um  modelo  de  avaliação  de  desempenho  a  funcionar?  Cada  pessoa  tem  que  sentir  que  faz  a  diferença…  da  mesma  maneira  que  não  gostamos  de  premiar  o  quase,  não  cumprir  tem  que  ter  consequência!      

A  sua  farmácia  ainda  está  de  luto?  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Durante  o  ano  de  2012  viveram-­‐se  momentos  difíceis.  Temos  de  reconhecer  que  o  sector  enfrenta  desafios  como  nunca  enfrentou  sendo  que  está  mais  difícil  que  nunca  conseguir  os  resultados  tidos  em  anos  anteriores.  

As  farmácias,  especialmente  nos  últimos  dois  anos,  têm  sofrido  um  conjunto  de  reveses  em  termos  de  baixa  de  preços  dos  medicamentos,  de  margens  regressivas,  afectadas  depois  pela  diminuição  do  poder  de  compra  dos  utentes,  dificuldades  de  fornecimento,  rateio  dos  produtos,  etc.    

Desde  2006  que  acompanhamos  de  perto  este  nicho  de  negócio  e  reconheço  que  também  para  a  nossa  equipa,  tem  sido  uma  curva  de  aprendizagem  enorme.  As  mudanças  no  mercado  à  velocidade  a  que  estão  a  surgir  imprimem  uma  urgência  em  ajustar,  alinhar  e  focalizar  que  antes  não  era  tão  critica  neste  sector.  

Mas  nem  tudo  são  más  noticias!  

Temos  a  felicidade  e  o  privilégio  de  estar  a  trabalhar  e  conhecer  casos  de  sucesso  neste  “mundo  das  farmácias”.  Todas  as  que  se  precaveram  e  desde  há  uns  anos  a  esta  parte  assumiram  outra  forma  de  ver  os  resultados,  organizar  a  gestão  do  negócio,  rever  politica  de  preços  e  de  fornecimentos,  negociar  de  forma  mais  exaustiva  com  os  vários  laboratórios,  comunicação  à  equipa  do  “real  estado  da  nação”,  cautela  com  investimentos,  entre  outros,  estão  entre  os  casos  de  farmácias  que  não  estão  nas  estatísticas  horríveis  que  conhecemos.  

E  mais  importante  do  que  antecipar  problemas,  é  preparar  a  equipa  para  os  enfrentar,  e  se  pudéssemos  eleger  algumas  das  estratégias  verdadeiramente  ganhadoras,  poderíamos  apontar  algumas.  

Comunicação  

Contar  à  equipa  sem  rodeios  o  “verdadeiro  estado  da  nação”  é  meio  caminho  andado  para  a  conseguir  focar  em  avançar  em  simultâneo  nas  estratégias  de  melhoria.  

Muitas  equipas  apenas  ouvem  “as  coisas  estão  mal!”  mas  mais  do  que  quererem  saber  que  estão  mal,  precisam  de  saber  o  que  isso  significa.  Temos  casos  de  farmácias  com  quem  trabalhamos  que  não  estão  a  aumentar  o  valor  de  facturação,  mas  têm  aumentado  os  serviços,  o  numero  de  atendimentos  e  as  vendas  de  produtos  de  IVA  a  23%.  Para  além  disso,  compram  melhor  e  menos  volume,  gerando  por  vezes  margens  brutas  bastante  melhores  que  o  ano  anterior.  

Mas  é  preciso  dar  pelos  menos  algumas  indicações  à  equipa  do  sentido  em  que  as  vendas  estão  a  caminhar,  bem  como  as  compras  e  outras  variáveis.  

Quando  as  equipas  estão  envolvidas  e  conhecem  esta  realidade,  avançam  com  outra  segurança.  

Além  disso,  ouvirem  que  “está  mal”  é  uma  coisa,  perceberem  “o  que  está  mal”  é  outra  completamente  diferente  

Qual  o  caminho  

Em  alturas  como  esta,  todos  os  tostões  importam!    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Em  termos  de  gestão,  há  muito  por  onde  trabalhar  e  sem  envolvermos  a  equipa  é  difícil  conseguir  resultados.  

A  gestão  de  vendas  por  cada  subfamília  é  importante  para  saber  onde  apostar  e  qual  a  melhor  margem  e  de  que  produtos.  Quando  as  equipas  sabem  quais  os  produtos  a  apostar,  gerem  as  vendas  cruzadas  de  uma  outra  maneira  e  procuram  escoar  os  que  dão  melhores  condições  à  farmácia.  

As  devoluções  e  notas  de  encomenda  que  estão  na  rua  têm  de  ser  rapidamente  verificadas  por  forma  a  garantir  que  não  se  perdem  e  são  rectificadas.  

Para  quem  tem  cartão  das  farmácias  portuguesas,  pode  ajudar  e  muito  atribuir  pontos,  mas  ainda  é  mais  necessário  rebater  pontos.  

A  equipa  tem  de  ter  a  noção  que  é  importante,  mais  vantajoso  económica  e  logisticamente  apostar  nos  produtos  que  existem  na  farmácia,  em  vez  de  ir  a  correr  comprar  outros  que  o  cliente  deseja.  Sem  tentar  promover  os  que  tem  primeiro,  será  sempre  difícil  controlar  as  vendas  e  os  stocks.  

Medir,  medir,  medir  

Mais  do  que  nunca  é  fundamental  ter  todos  os  números  do  negócio  bem  presentes,  aconselhamos  reuniões  mensais  com  o  TOC,  bem  como  informação  mensal  das  margens  brutas  e  liquidas,  investimentos,  prazos  de  pagamento  e  descontos  financeiros.  

No  contexto  esforço  comercial,  se  estamos  a  fazer  esforço  pela  saída  de  determinadas  gamas  de  produtos,  precisamos  de  medir  o  sucesso  dessas  vendas!  

Tem  medo  dos  números  da  Farmácia?  

Da  nossa  experiência  de  acompanhar  farmácias  em  regime  intensivo,  percebemos  que  números  não  são  propriamente  o  assunto  favorito!    

Mas  mais  do  que  nunca  os  números  têm  de  ser  vistos  e  revistos,  estudados  e  percebidos  dentro  das  farmácias,  sob  pena  de  não  conseguirmos  ter  sucesso  na  conjuntura  actual.  

E  por  números  entendam-­‐se  várias  áreas  na  Farmácia,  várias  dinâmicas  diferentes  e  a  comunicação  à  equipa  da  necessidade  de  os  ver,  rever,  gerir  e  aferir.  E  são  imensos  os  números  como  todos  sabemos,  para  além  das  vendas,  as  compras,  as  margens  regressivas,  a  rentabilidade  do  negócio,  as  receitas  devolvidas,  os  valores  de  vendas  para  cada  subfamília  de  produtos,  e  só  para  referir  alguns.  

A  partilha  destes  números  por  parte  dos  Directores  Técnicos  e  responsáveis  de  equipas  nas  farmácias  serve  para  alinhar  toda  a  equipa,  que  se  apercebe  de  outro  modo,  do  estado  da  nação.    

E  se  pudéssemos  escolher  os  principais  a  comunicar,  temos  uma  lista  simpática  dos  números  que  mais  gostamos  e  que  por  experiência  observamos  serem  os  favoritos  das  equipas:  

VMA  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Valor  médio  de  Atendimento  ou  valor  médio  de  uma  venda!  Se  alguém  me  pedisse  um  numero  apenas  para  divulgar  à  equipa,  para  que  esta  se  focasse  de  outro  modo  ao  balcão,  eu  diria  este.  Pode  estar  acompanhado  de  uma  certa  taxa  de  erro  associado,  mas  não  deixa  de  ajudar  em  muito  a  venda.  

O  VMA  ou  VMV  é  calculado  dividindo  o  valor  da  faturação  mensal  pelo  numero  de  atendimentos  realizado.  Sabemos  que  terá  o  seu  erro  associado,  pelo  facto  de  várias  receitas  puderem  ser  consideradas  um  ou  mais  atendimentos,  mas  não  deixa  de  ser  algo  aproximado  ao  que  pretendemos.  

Se  por  cada  “venda”  feita,  este  numero  não  for  atingido,  então  estaremos  a  fazer  vendas  pequenas  e  a  não  tentar  promover  a  venda  cruzada.    

Por    exemplo,  se  alguém  pede  um  antigripal  e  não  nos  preocupamos  em  saber  como  está  a  garganta,  se  tem  tosse  ou  corrimento  nasal,  se  mais  alguém  em  casa  está  constipado  ou  se  tem  febre,  a  venda  será  muito  pequena,  e  para  o  tal  VMV  que  queremos,  faltariam  muitos  euros.  Por  outro  lado,  se  por  acaso  fazemos  uma  venda  maior,  não  podemos  “descansar”  pois  temos  de  compensar  as  mais  pequenas  que  vão  aparecendo.  

Vendas  por  Subfamília  

Todos  os  programas  informáticos  nos  dão  essa  informação,  de  forma  mais  ou  menos  directa.  Se  a  equipa  perceber  o  histórico  das  vendas  de  cada  subfamília,  e  a  sua  evolução,  percebe  onde  incindir  as  atenções  para  que  as  vendas  aumentem.  

Há  subfamílias  mais  fáceis  de  escoar  que  outras.  Os  produtos  de  veterinária  apenas  necessitam  de  estar  bem  visíveis  que  têm  uma  boa  saída.  As  famílias  da  dietética  infantil  e  de  nutrição  infantil  encontram-­‐se  a  descer  nos  últimos  meses,  mas  provavelmente  poderemos  abordar  estratégias  diferenciadoras  quer  de  venda,  quer  de  compra,  para  garantir  que  não  temos  prejuízo.  

Números  de  erros  do  receituário  

Cada  pessoa  deve  saber  onde  se  engana  mais  no  receituário,  para  poder  estar  mais  atento  e  corrigir-­‐se.  Eu  sei  que  muitas  pessoas  nos  dizem  que  o  receituário  uma  vez  corrigido,  o  valor  é  devolvido.  No  entanto,  todos  sabemos  o  consumo  de  tempo  que  a  correcção  do  receituário  leve  e  quanto  mais  célere  tornarmos  esta  acção,  maior  será  o  tempo  de  todos  ao  balcão  ou  em  outras  actividades  mais  produtivas.  

Objectivos  

Mais  do  que  nunca,  as  equipas  necessitam  saber  para  onde  se  dirigem.  Saber  quais  os  objectivos  de  vendas  da  farmácia,  dá  um  foco,  orientação  e  concentração  maior  à  equipa.  Além  disso,  saber  qual  o  objectivo  que  nos  é  colocado  é  foco  de  motivação  para  a  equipa.  Ficam  a  perceber  a  visão  da  empresa,  para  onde  se  estão  a  dirigir,  qual  a  meta  que  querem  conquistar  e  acima  de  tudo,  percebem  como  será  possível  lá  chegar.  

Rentabilidade  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Passível  ou  não  de  ser  transmitido  à  equipa,  os  responsáveis  têm  de  o  ter  bem  gravado.  Quer  a  margem  bruta  quer  a  margem  liquida  são  valores  que  devem  ser  mensalmente  aferidos  com  o  maior  detalhe  possível.  Por  isso  aconselhamos  reuniões  com  os  TOC’s  e  análises  das  compras  e  das  vendas,  para  além  dos  valores  de  descontos  financeiros,  entre  outros.    

Não  são  muitos  os  números  mais  importantes,  e  se  os  souber,  pode  fazer  a  diferença  na  sua  abordagem  ao  negócio,  na  forma  como  encara  o  crescimento  ou  decréscimo  das  vendas,  na  forma  como  motiva  e  envolve  a  sua  equipa.  

Não  fuja  dos  números  e  faça  com  que  sejam  os  seus  melhores  amigos.    

Uma  esperança  na  escuridão?  

 Desde  2006  que  trabalhamos  em  regime  de  consultoria  prática,  coaching  de  equipas  e  formação  em  vendas  e  dinamização  com  Farmácias  e  um  pouco  por  todo  o  país.  Temos  assistido  a  todas  as  convulsões  e  revoluções  que  têm  ocorrido,  e  que  abalaram  de  forma  brutal  um  dos  sectores  que  funcionava  com  qualidade  em  Portugal.  

A  delapidação  de  margens  e  preços  acaba  por  não  só  prejudicar  as  farmácias  e  suas  equipas,  como  obviamente  os  fabricantes,  armazenistas  e  no  final  de  tudo,  a  população  que  se  dirige  à  farmácia.  Estudos  recentes,  completamente  isentos,  são  muito  acutilantes  e  sem  dúvida  que  apresentam  o  futuro  como  algo  muito  negro,  sem  exageros  em  demasia,  mas  realistas.  As  “contas”  estão  a  ser  feitas  e  infelizmente  não  estão  muito  longe  da  realidade.  

Medidas  políticas  à  parte,  achámos  importante  numa  semana  de  luto  e  de  luta  em  Portugal,  dar  o  nosso  testemunho  do  que  poderá  ser  uma  esperança.      

Felizmente  temos  o  privilégio  de  estar  a  trabalhar  com  algumas  farmácias  onde,  poderemos  dizer,  estamos  a  ter  sucesso.  Este  “sucesso”  é  sem  dúvida  relativo,  mas  podemos  indicar  um  pouco  o  que  desde  há  uns  meses,  e  em  alguns  casos  anos,  conseguimos  criar  em  termos  de  dinâmica,  de  abordagens  e  de  apostas  e  quais  os  resultados  que  obtivemos  e  estamos  a  obter  dessas  acções.  

Os  números  do  negócio  

Esta  tem  sido  a  nossa  prioridade  #1!  Desde  reunir  com  os  TOC’s  até  analisar  friamente  os  números  na  farmácia,  pode  fazer  toda  a  diferença.  Analisam-­‐se  as  margens  brutas  e  liquidas  e  percebemos  onde  podemos  fazer  as  melhores  apostas,  renegoceiam-­‐se  prazos  de  pagamentos  com  várias  entidades.    

Se  conhecermos  os  números  sabemos  onde  podemos  “cortar”  e  acima  de  tudo,  como  o  fazer.  Algumas  das  farmácias  com  quem  estamos  a  trabalhar  apresentam  boas  margens  brutas,  através  de  um  estudo  das  melhores  compras  a  fazer,  face  às  vendas.    

Para  além  de  se  conhecerem  todos  os  valores  do  negócio,  as  equipas  têm  de  estar  ao  corrente  do  que  se  passa.  Não  podemos  exigir  que  estejam  motivadas,  que  trabalhem  mais,  exigir  alguns  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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sacrifícios  devido  aos  novos  códigos  de  trabalho,  entre  outros,  sem  dar  a  conhecer  a  realidade  da  farmácia.    

A  equipa  

Importantíssimo  nesta  fase!  Os  valores  dos  vencimentos,  horas  extra,  etc  estão  a  ser  “mexidos”.  Os  colaboradores  entendem  desde  o  momento  em  que  se  expliquem  os  números.  Sem  essa  abordagem  franca,  e  a  promessa  de  que  as  coisas  voltem  ao  normal  caso  dias  melhores  apareçam,  pode  mitigar  um  pouco  a  desmotivação  e  tristeza  causadas  por  estes  impactos  financeiros.  

Cabe  aos  directores  técnicos  e  proprietários  darem  o  exemplo  e  serem  os  primeiros  a  arregaçar  as  mangas  e  a  mostrar  onde  se  pode  fazer  a  diferença.  

As  vendas  

Uma  das  áreas  onde  temos  conseguido  excelentes  resultados,  é  na  abordagem  às  vendas.  Para  além  de  analisar  à  lupa  as  compras,  stocks,  etc,  procuramos  formar,  motivar  e  investir  na  formação  comercial  dos  colaboradores  das  farmácia.  

Através  da  formação  de  vendas  cruzadas,  do  desmistificar  do  processo  de  “venda”  por  parte  de  muitos  colaboradores,  do  mostrar  que  a  população  precisa  que  se  mantenha  o  serviço  de  excelência  sem  utilizar  nunca  a  palavra  impingir,  temos  observado  aumentos  significativos  nas  vendas  de  subfamílias  de  produtos.  Não  conseguimos  que  este  aumento  de  vendas  em  produtos  de  IVA  23%,  por  exemplo,  seja  suficiente  para  colmatar  a  falha  pelo  abaixamento  de  preços  nos  medicamentos,  mas  contribui  para  um  aumento  de  facturação  nessas  famílias,  aumento  de  motivação  na  equipa,  e  melhoria  de  margem  bruta.  

Sempre  dentro  da  ética  e  valores  que  nós  também  nos  regemos,  temos  conseguido  envolver  equipas  em  dinâmicas  muito  interessantes,  em  processos  comerciais  desafiantes,  em  acções  de  marketing  para  a  comunidade,  no  fundo,  a  semear  para  depois  colher,  mantendo  assim  um  serviço  e  atendimento  que  em  nada  prejudica  o  utente,  antes  pelo  contrário.  

Em  resumo,  não  queríamos  deixar  passar  esta  semana  sem  uma  mensagem  de  esperança.  Mesmo  baixando  as  vendas,  podemos  conseguir  manter  a  margem  líquida,  que  as  equipas  podem  continuar  motivadas  e  unidas,  que  os  utentes  não  irão  fugir  desde  que  a  farmácia  saiba  “mimá-­‐los”,  que  as  compras  têm  de  ser  vistas  à  lupa  e  que  todos  os  tostões  importam.  

 

O  que  o  trouxe  até  aqui…  

…Não  o  leva  até  outro  sitio!  

Este  é  um  dos  maiores  problemas  que  vemos  nas  empresas  e  nas  farmácias  hoje  em  dia,  ainda  é  maior  esta  diferença  de  actuação!  Durante  muitos  anos,  as  Farmácias  estiveram  numa  área  mais  ou  menos  protegida,  com  capacidade  de  investir  na  melhoria  da  imagem  e  nos  serviços  diferenciados.  Fizeram-­‐se  determinadas  apostas,  acções  e  planos  e  ao  longo  dos  tempos  foram  prosperando  sem  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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sofrer  muito  com  as  alterações  no  mercado.  Mas  hoje  em  dia,  o  negócio  Farmácia  deu  uma  tremenda  reviravolta  e  os  proprietários  e  directores  técnicos,  estão  a  chegar  à  conclusão  de  que  para  alcançarem  metas  diferentes  terão  de  fazer  coisas  diferentes.  

Para  além  do  sobejamente  conhecido  abaixamento  de  preços  e  margens,  os  clientes  estão  mais  exigentes,  o  poder  de  compra  está  a  diminuir  e  as  equipas  necessitam  de  abordar  o  mercado  de  forma  diferenciadora.  A  concorrência  agora  está  mais  agressiva  que  nunca  e  as  equipas  andam  aflitas  e  desmotivadas.  Neste  contexto  não  faz  qualquer  sentido  manter  determinadas  dinâmicas  ou  estratégias.  

Por  essa  questão  colocam-­‐se  várias  questões:  O  que  fazer  de  diferente?  Onde  cortar  e  como?  Como  fazer  no  fundo  “as  omeletes  sem  ovos”?  

O  que  funciona  

Antes  de  começar  a  transformar  toda  a  estratégia  da  farmácia  tem  de  pensar  no  que  está  neste  momento  a  funcionar.    

Nem  todas  as  acções  são  passíveis  de  ser  excluídas,  mas  tem  de  medir  o  que  está  a  funcionar.  Se  tem  uma  quantidade  de  serviços  que  não  estão  a  funcionar,  será  que  o  problema  está  nos  serviços?  Vemos  muitas  farmácias  que  têm  a  Nutricionista,  a  Podologia  e  outros  serviços  completamente  subaproveitados.  Não  basta  ter  um  dístico  a  anunciar  que  os  tem,  tem  de  encaminhar  os  seus  utentes  para  esse  mesmo  serviço.  

Avaliar  as  vendas  por  subfamília  é  também  uma  mais  valia.  Se  conseguir  determinar  o  histórico  de  vendas  ao  longo  dos  anos  das  diferentes  áreas  da  farmácia,  fica  a  perceber  quais  as  subfamílias  que  funcionam  melhor  e  as  que  têm  mais  dificuldade  em  ser  escoadas.  Depois  é  apostar  no  que  funciona  e  vende!  

Se  não  sabe  o  que  funciona,  pergunte  aos  seus  clientes!  Muitos  questionários  de  satisfação  servem  para  medir  a  qualidade  do  nosso  atendimento,  o  modo  como  é  feito,  a  rapidez  e  a  eficiência/eficácia  do  mesmo.  Se  souber  o  que  corre  bem,  procure  manter  essa  qualidade  no  atendimento,  pois  fideliza  mais  do  que  muita  outra  acção  que  possa  realizar.  

O  que  os  outros  fazem  

E  quando  falamos  de  outros,  sim,  falamos  de  outras  farmácias!  

Há  imensas  farmácias  que  realizam  frequentemente  acções  muito  positivas  e  diferenciadoras,  e  com  essa  dinâmica  acabam  por  conquistar  os  clientes.  

Atenção  que  com  isto  não  estamos  a  promover  o  copiar  o  que  os  outros  fazem,  mas  sim  em  modelar  o  que  se  faz  de  bem  feito  a  uma  dimensão  diferente.  

Temos  muito  esta  mania  que  a  galinha  do  vizinho  é  sempre  melhor  do  que  a  nossa,  e  em  vez  de  vermos  como  o  vizinho  cuida  da  galinha,  preferimos  criticar  o  modo  como  o  faz.    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Por  isso,  preste  mais  atenção  às  farmácias  que  estão  na  sua  zona  a  trabalhar  bem,  a  criar  diferença  para  os  seus  utentes.  Procure  apostar  em  serviços  que  ainda  não  existem  na  sua  zona,  em  vez  de  ser  mais  um  igual  a  tantos.    

Não  deixe  de  planear  nem  de  medir  

A  grande  diferença  que  existe  hoje  na  definição  de  objectivos  é  que  temos  de  os  rever  com  maior  frequência.  No  contexto  farmácia,  nem  sempre  se  fixavam  objectivos  de  vendas  anuais.  No  contexto  que  atravessamos,  é  basicamente  imprescindível  fazê-­‐lo,  ainda  que  sejam  um  pouco  por  aproximação.    

Algumas  farmácias  hoje  em  dia  estão  a  medir  os  seus  resultados  mensalmente  ou  até  quinzenalmente,  e  essa  será  uma  das  principais  diferenças.  Para  além  da  definição  de  objectivos  ser  mais  complicada,  é  imperativo  medir  se  está  a  resultar.  

As  ferramentas  de  gestão  que  existem  hoje  em  dia  nas  farmácias,  ajudam  em  muito  a  medição  das  metas  e  objectivos  definidos.  Sem  medição  não  há  maneira  de  confirmar  se  as  coisas  estão  a  dar  resultado.  

Mas  ainda  que  seja  quase  uma  lotaria,  não  deixe  de  planear,  de  marcar  metas,  de  agendar  acções  e  de  rever  modos  de  actuação.  

Quanto  à  medição,  esta  não  pode  ser  vista  como  um  controle  do  erro,  mas  de  o  identificar  e  de  o  corrigir  para  que  se  possa  actuar  em  tempo  real  e  não  quando  já  não  existe  nenhuma  hipótese  de  reparação.  

 

Anda  com  humor  de  cão?  

Pois  sabemos  que  as  coisas  não  estão  bem,  e  achamos  que  quando  alguém  tem  sucesso  teve  foi  uma  enorme  sorte!  

Desde  há  muito  tempo  que  sentimos  que  o  “humor”  das  equipas  de  farmácia  anda  completamente  em  baixo.  E  não  é  só  neste  tipo  de  empresas,  mas  é  generalizado.  Olhamos  em  redor  e  o  que  vemos  são  pessoas  tristes,  zangadas,  desmotivadas,  desiludidas  e  ansiosas  com  o  futuro.  Se  temos  razão  para  nos  preocuparmos,  temos  também  de  fazer  o  que  melhor  sabemos.    

O  que  me  custa  mais  é  de  facto  outra  coisa,  ainda  mais  grave  que  as  mencionadas  antes,  que  é  o  sentimento  do  “baixar  os  braços”.    

O  desalento  toca  o  desespero  e  faz-­‐me  pensar  sobre  a  nossa  postura  perante  os  problemas.  É  óbvio  que  nos  últimos  tempos,  as  farmácias  têm  sofrido  profundas  alterações  e  de  forma  muito  rápida,  sem  ter  tempo  suficiente  de  adaptar  pessoas  e  ferramentas  às  novas  alterações.    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Da  nossa  experiência  neste  tipo  de  empresas,  está  na  altura  de  não  baixar  os  braços  nem  de  andar  desalentado,  mas  sim  a  altura  de  com  calma  por  em  marcha  muito  do  que  se  queria  ter  feito  e  ainda  não  o  foi.    

Se  fizer  uma  breve  análise  SWOT,  as  forças,  fraquezas,  oportunidades  e  ameaças  ao  mercado  de  farmácia,  penso  que  se  podem  tirar  conclusões  muito  interessantes.  como  cada  farmácia  é  diferente  da  outra,  queria  concentrar-­‐me  em  algo  que  nos  esforçamos  muito  por  trabalhar:  as  OPORTUNIDADES.  

 

 

Margens  Regressivas  

Sim  pode  ser  uma  excelente  oportunidade  de  perceber  bem  as  margens  que  tem  na  farmácia,  e  como  poderemos  trabalhar  melhor  os  produtos  que  vendemos.  

Temos  trabalhado  com  alguns  clientes  nossos  o  impacto  que  estas  novas  margens  terão  na  facturação,  mas  acima  de  tudo,  passamos  a  ter  uma  noção  mais  concreta  e  envolver  a  equipa  neste  processo.  

 

Diferenciar  pelos  serviços  

Se  as  farmácias  ainda  são  especiais,  podemos  torná-­‐las  um  pólo  de  saúde  e  não  apenas  de  doença.  Há  todo  um  conjunto  de  serviços  às  populações,  diferente  para  cada  realidade,  que  tem  de  ser  explorado.    

Podem  passar  desde  ter  consultas  de  pé  diabético,  a  fisioterapia,  a  massagem  terapêutica,  a  outras  determinações  bioquímicas,  entre  outras.    

Vamos  ter  de  ir  procurar  novos  clientes,  como  se  a  porta  da  farmácia  aumentasse  3  vezes  mais.  

Melhores  compras  

A  diminuição  da  facturação,  tendo  em  conta  o  abaixamento  dos  preços,  é  quase  impossível  de  evitar,  mas  podemos  aumentar  a  rentabilidade  com  melhores  compras.  Algumas  farmácias  estão  a  descer  muito  menos  que  a  média  nacional,  e  outras  estão  inclusivamente  a  subir,  mas  onde  estão  todas  a  apostar  é  na  melhoria  da  margem  bruta.    

Organização  interna  

Tempos  difíceis  obrigam  a  medidas  diferentes!  Muitas  farmácias,  perante  estes  novos  tempos,  vêm-­‐se  na  obrigação  de  reorganizar  a  equipa.  Não  há  melhor  altura  senão  esta.  Temos  de  fazer  mais  com  o  mesmo,  e  ter  as  pessoas  certas  nos  lugares  certos  pode  fazer  toda  a  diferença.  

Comunicação  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Não  tenha  medo  de  desabafar  com  a  sua  equipa.  Claro  que  todos  temos  os  nossos  momentos.  Nas  empresas  temos  de  criar  uma  comunicação  aberta  para  que,  quando  nos  apetecer  estar  de  mau  humor  ninguém  fique  aborrecido  ou  melindrado.  Somos  humanos  e  latinos,  as  crises  de  mau  humor  ou  de  desabafo  são  normais,  mas  não  podemos  ficar  sempre  com  esse  estado  de  espírito  

Muitos  de  vós  passam  mais  tempo  na  farmácia  que  em  casa,  por  isso  é  imperativo  que  o  ambiente  seja  de  equipa.  Por  vezes  pequenas  reuniões  de  equipa  com  uma  abordagem  mais  lúdica  e  recreativa  operam  milagres  na  motivação.    

As  nossas  equipas  são  a  nossa  imagem  no  espelho  e  tanto  se  contagia  o  bom  como  o  mau  humor.    

 

 

 

E  se  a  crise  não  existisse?  

 Bem,  que  a  palavra  está  mais  que  esgotada  não  temos  dúvidas.  E  são  muitas  as  noticias  que  nos  chegam  dos  mais  diversos  meios,  nomeadamente,  no  universo  das  farmácias  com  toda  a  nova  maneira  de  cálculo  de  margens,  novas  condições  de  trabalho  e  baixa  de  poder  de  compra  entre  outras  coisas.    

Se  os  ventos  não  são  de  todo  simpáticos,  não  consigo  deixar  de  pensar  se  nós,  de  algum  modo,  contribuímos  um  pouco  para  “alimentar”  esta  crise?  E  mais,  até  que  ponto  a  crise  não  se  torna  uma  excelente  desculpa  para  não  sermos  melhores?  

O  que  me  custa  mais  ouvir  quando  começamos  a  trabalhar  com  certas  empresas,  seja  em  que  contexto  for,    é  a  frase  “estamos  mal,  mas  há  outros  bem  piores…”.  Até  que  ponto  nos  nivelamos  por  baixo  e  não  por  cima?  Quais  os  padrões  de  qualidade  da  nossa  equipa?  

De  que  forma  as  farmácias  poderão  “fintar”  a  chamada  crise,  e  conseguirem  bons  resultados  em  2012?    

Acreditamos  que  muito  da  crise  poderá  estar  nas  nossas  mãos  e  temos  de  mudar  radicalmente  de  paradigma  e  começar  a  pensar  a  Farmácia  de  uma  forma  diferente.  

Standards  Elevados  

Que  um  ano  de  crise  não  seja  desculpa  para  não  manterem  os  vossos  standards  de  qualidade  de  serviço  elevados.    

Quando  as  dificuldades  ameaçam  aparecer,  há  a  tendência  em  baixar  drasticamente  os  objectivos  da  empresa.  Mas  sugerimos  outro  tipo  de  acção:  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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-­‐  Motive  a  sua  equipa  e  partilhe  com  todos  o  verdadeiro  “estado  da  nação”  sem  exageros  quer  pela  positiva  quer  pela  negativa,  e  trace  em  linhas  gerais  como  vai  ser  o  ano  de  2012,  ou  seja,  as  “mega  metas”  

-­‐  Mantenha  os  indicadores  de  medição.  Há  sempre  a  ideia  de  que  com  as  coisas  a  “rebentar”  o  que  menos  necessitamos  é  de  perder  tempo  com  medição.  Nós  somos  apologistas  do  inverso.  Por  estarmos  num  contexto  mais  desafiante,  precisamos  mais  do  que  nunca  de  ter  e  de  medir  os  indicadores  fundamentais  do  negócio.    

-­‐  Reveja  todos  os  custos  que  tem,  peça  reuniões  frequentes  com  o  seu  contabilista  para  perceber  como  está  a  sua  margem  

-­‐  Mais  do  que  nunca,  tome  atenção  às  compras.  Se  a  facturação  não  subir  pode  tentar  alterar  a  rentabilidade,  e  as  margens  regressivas  poderão  ser  uma  oportunidade  excelente  de  passar  a  medir  melhor  os  investimentos  que  faz,  as  compras  e  até  a  dinâmica  da  farmácia.  

-­‐  Mantenha  algumas  das  rotinas  que  se  estabeleceram  ao  longo  dos  anos.  Procure  manter  os  convívios  e  reuniões  de  equipa,  se  possível  as  ações  de  teambuilding.  Existem  várias  maneiras  de  se  realizarem  acções  de  equipa  sem  custos  elevados.  Inove,  crie  momentos  divertidos,  experimente  e  peça-­‐lhes  ajuda.  

As  equipas  precisam  mais  do  que  nunca  de  manter  a  coesão,  e  estes  momentos  são  fundamentais  para  que  tal  aconteça.    

Aposte    

Temos  dito  ao  longo  deste  ano  que  o  mercado  está  a  fazer  selecção  natural:  os  mais  aptos  sobrevivem  não  necessariamente  os  maiores!  

Mantenha  a  sua  equipa  apta  para  o  futuro  que  a  espera:  

-­‐  Aposte  em  formação  que  seja  diferenciadora  e  acima  de  tudo,  que  fortaleça  as  competências  e  técnicas  de  venda.  Para  nós  a  palavra  “impingir”  é  proibida,  mas  em  contexto  farmácia,  podemos  sim  ver  o  cliente  como  um  todo  e  através  de  perguntas  aumentar  o  valor  médio  de  uma  venda.  Aproveite  as  competências  que  alguns  dos  colaboradores  têm  ou  então  peça  apoio  a  muitos  dos  laboratórios  existentes  que  têm  promotoras  e  formadores  especiais.    

-­‐  Inove,  aposte  em  novas  maneiras  de  se  fazer  o  mesmo,  crie  serviços  diferenciadores  e  mantenha  um  atendimento  de  excelência.  

-­‐  Conheça  bem  a  concorrência.  Como  dizia  Sun  Tzu,  vigie  os  seus  amigos  e  tenha-­‐os  por  perto,  e  os  inimigos  ainda  mais  perto.  

Este  ano  que  se  aproxima,  queremos  continuar  a  apoiar  as  Farmácias  a  acreditarem  que  é  possível  vencer,  que  as  grandes  soluções  não  passam  de  muitos  pequenos  detalhes  somados,  e  que  não  vamos  conseguir  resultados  diferentes  fazendo  as  mesmas  coisas.    

 

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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A  sua  Farmácia  está  em  alerta  laranja?  

Quer  seja  para  medir  o  risco  de  incêndio,  quer  para  nos  indicar  o  estado  do  mar  e  da  velocidade  do  vento,   os   alertas   da   protecção   civil   permitem   avisar   as   populações   e   prevenir   a   ocorrência   de  acidentes.    E  quais  os  alertas  que   temos  na  nossa  empresa?  E  estamos  atentos  aos  alertas  e  avisos  que  nos  dão?    Alerta  VERDE    Não  há  problemas,  a  Farmácia  está  a  operar  em  condições.  Os  clientes  estão  satisfeitos,  a  equipa  está   motivada,   existe   capacidade   de   fazer   melhor   e   aumentar   a   rentabilidade,   muito   embora  estejamos  todos  ao  corrente  do  abaixamento  dos  preços  dos  medicamentos.    Mas  ainda  há  muitas  farmácias  que  preferem  estar  de  tal  maneira  focados  na  actividade  que  nem  sonham  que  as  condições  se  possam  alterar.        Por   vezes   notamos   que   certos   directores   técnicos   e   responsáveis   por   equipas   estão   tão  embrenhados  no  dia  a  dia  que:  -­‐  Se  esquecem  de  arranjar  maneiras  de  fidelizar  os  clientes    -­‐  Descuram  a  formação,  pois  a  equipa  tem  de  estar  no  terreno  -­‐  Adia  a  criação  de  procedimentos  e  a  sistematização,  pois  neste  momento  as  coisas  funcionam  -­‐  Acha  que  a  equipa  está  motivada  e  tem  mais  de  ficar  feliz  por  ter  trabalho      Alerta  AMARELO    As   condicionantes  do  mercado,  a   crise,  a   falta  de   liquidez   financeira   começam  de  algum  modo  a  afectar-­‐nos…Existem  aqui  certas  farmácias  que  optam  por  negar  a  situação  e  continuam  a  trabalhar  do  mesmo  modo,  outras  enfiam  a  cabeça  na  areia  e  esperam  que  passe.  Outras,  param  um  pouco,  alinham  a  afinam  as  baterias.    -­‐  Percebem  que  a  venda  e  o  atendimento  de  excelência   são   factores  decisivos  no  que   respeita  a  fidelizar  os  clientes    -­‐   Procuram  avaliar   as   necessidades   de   formação  da   equipa   e   ver   se   existe   capacidade   financeira  para  as  mesmas  -­‐  Os  procedimentos  são  necessários  se  quisermos  trabalhar  melhor  e  ser  mais  produtivo.  A  pouco,  as  equipas  vão  sistematizando  o  que  têm  de  rotina.  -­‐  Avaliam  o  grau  de  motivação  da  equipa  e  esforçam-­‐se  por  integrar  e  responsabilizar  todos    Neste  momento,  a  empresa  tem  tudo  para  se  sair  bem!      Alerta  LARANJA    

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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A  crise  está  instalada  e  o  pânico  também!  Nesta  altura,  cortam-­‐se  orçamentos,  reduz-­‐se  o  pessoal,  aumentam-­‐se  as  horas  de  atendimento...  Ainda  vamos  a  tempo  de  iniciar  o  plano  de  segurança  que  algumas  empresas  começaram  quando  o  alerta  era  amarelo.  Agora  temos  menos  tempo,  e  menos  capacidade  financeira.  Mas  podemos  ainda  fazer  qualquer  coisa.        -­‐  Esforço  comercial  grande  no  sentido  de  aumentar  as  vendas  -­‐  Aposta  em  Formações  de  vendas  que  possam  não  ser  as  mais  adequadas,  mas  depois  esquecem  de  fazer  seguimento  da  formação  -­‐  sistemas…quais  sistemas?  Não  há  tempo  para  parar  e  analisar  o  que  está  a  correr  menos  bem.  Por  isso  temos  equipas  a  trabalhar  em  “sobre  aquecimento”  -­‐  É  motivação  suficiente  ainda  estarem  empregados!    Alerta  VERMELHO    Agora   pode   ser   tarde   de   mais.   A   equipa   está   em   colapso   e   as   resoluções   nem   sempre   são   as  melhores,  pois  são  tomadas  no  calor  do  momento.  Cortam-­‐se  custos  que  são  investimentos,  reduz-­‐se  o  pessoal,  entre  outras  coisas.  Todos  sabemos  o  que  acontece  se  chegamos  ao  alerta  vermelho.                    

Sabe  o  que  pensa  a  sua  equipa?  

Ou  acha  que  tem  uma  ideia?    

Nas  empresas,  e  em  cargos  de  liderança  de  equipas,  temos  muitas  vezes  a  percepção  de  que  conhecemos  muito  bem  os  nossos  colaboradores,  que  sabemos  o  que  sentem,  o  que  dizem  de  nós    

 

e  como  o  fazem,  e  como  aceitam  todas  as  mudanças  e  novidades  que  vão  ocorrendo.    

Nas  farmácias,  pela  dinâmica  inerente  de  folgas,  férias,  turnos  e  afins,  sentimos  que  muitas  vezes  os  lideres  de  equipa  não  têm  oportunidade  de  comunicar  como  gostariam.  Da  parte  dos  colaboradores,  sentimos  a  necessidade  de  serem  ouvido,  mas  também  a  pouca  capacidade  de  interiorizarem  o  que  lhes  é  dito.  A  comunicação  dentro  de  uma  equipa  tem  vários  sentidos  e  direcções,  e  numa  Farmácia  não  é  excepção.  Deve  ser  feita  de  cima  para  baixo,  de  baixo  para  cima  e  para  ou  lados  esquerdo  e  direito  em  simultâneo.  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Mas  como  criar  uma  cultura  de  empresa  em  que  as  a  comunicação  e  a  mudança  são  bem  vindas  e  são  acima  de  tudo,  trabalhadas  pela  empresa?  

Dar  feedback    

Os  responsáveis  de  equipa,  os  líderes  de  hoje  estão  muito  preocupados/ocupados  com  esta  palavra,  feedback!    

Cada  vez  é  mais  importante  abordar  de  forma  sincera  os  comentários  dos  nossos  colaboradores.  Esta  sinceridade  transmite-­‐se  de  várias  maneias:  

-­‐  Ouvir  com  ouvidos  de  ouvir  as  sugestões/questões/comentários  feitos  por  eles.  De  que  outra  forma  conseguiremos  assimilar  aquilo  que  nos  dizem?  

-­‐  Não  responder  com  o  NÃO  de  forma  imediata  

-­‐  Não  cortar  as  ideias  ou  “gozar”  com  as  mesmas,  pois  não  sabemos  o  tempo  investido  pelos  nossos  colegas  na  elaboração  de  cada  uma  dessas  ideias  e  não  é  simpático  

-­‐  Mostrar  curiosidade  pelas  sugestões,  fazer  perguntas,  indagar  pormenores,  questionar  a  equipa,  não  numa  perspectiva  de  dúvida,  mas  de  interesse.    

Já  imaginou  se  todas  as  ideias  e  sugestões  que  a  sua  equipa  desse  por  reunião  fossem  discutidas  sem  qualquer  tipo  de  censura?  

Por  vezes  questionamos  equipas  com  esse  fim  em  vista,  não  se  limitarem  e  apenas  queremos  saber  o  que  faziam  se  tempo  e  dinheiro  não  fossem  obstáculos.  Não  imagina  a  criatividade  que  os  seus  colaboradores  têm  em  passar  das  ideias  mirabolantes  que  tiveram  para  algo  concretizável.  

Receber  feedback  

Dar  feedback  é  simples,  mas  receber  feedback  é  uma  história  bem  diferente.  

Se  somos  tão  expeditos  em  emitir  a  nossa  opinião,  temos  de  estar  preparados  para  ouvir  o  que  dizem  das  nossas  ideias  e  sugestões.  E  ouvir  sem  reservas.    

Se  dermos  o  exemplo  do  que  pode  ser  um  bom  feedback,  a  nossa  equipa  dará  a  sua  opinião  de  uma  forma  aberta  e  sincera,  sem  reservas  ou  receios  de  consequências.    

Temos  de  nos  habituar  que  não  gostar  das  ideias  dos  outros  não  significa  não  gostar  dos  outros.  E  da  discussão  sensata  saem  muitas  vezes  ideias  fantásticas.    

 -­‐  Escute  sem  reservas  e  aceite  

-­‐  Não  conteste  de  imediato  e  não  se  defenda.  Espere  e  oiça  até  ao  fim  

-­‐  Coloque-­‐se  na  posição  dos  seus  colaboradores  quando  os  ouvir  a  dar  feedback  e  procure  entender  o  que  está  por  trás  das  palavras  e  que  muitas  vezes  eles  receiam  dizer  

Plano  de  acção  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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Se  de  facto  têm  ideias,  que  tal  tentar  fazê-­‐las  funcionar?  

Ao  longo  dos  anos  a  trabalhar  com  várias  equipas  de  Farmácia,  ter  ideias,  dar  feedback,  pensar  o  impensável  nunca  foi  exactamente  o  problema.  A  questão  onde  falha  é  na  execução  e  implementação  das  mesmas.  

-­‐  Atribua  um  responsável  a  cada  projecto,  não  interessa  qual  a  graduação.  Faça-­‐o  baseado  na  experiência  e  motivação  

-­‐  Crie  o  ambiente  propicio  à  realização  das  acção/inovações,  mas  com  cuidado  e  algum  controlo.  Por  vezes  um  teste  piloto  é  a  melhor  maneira  de  aferir  a  exequibilidade  da  ideia.  Depois  é  “aumentar  a  escala”  

-­‐  Defina  sempre  que  possível  um  budget  para  a  implementação  e  outro  para  a  continuação  da  acção  

-­‐  Defina  objectivos  e  pense  no  retorno  que  a  acção  lhe  pode  trazer.  Por  vezes  descobrimos  verdadeiros  ovos  de  Colombo  

A  sua  equipa  está  preparada  para  assumir  uma  posição  de  destaque  e  de  criar  coisas  novas.  Precisam  muitas  vezes  de  uma  oportunidade.  

 

As  empresas  medem-­‐se  aos  palmos?  

Se  não  o  fazemos  às  pessoas  porque  o  pensamos  no  caso  das  empresas?  

Infelizmente  as  aparências  ainda  são  muito  importantes.    

Sendo  que  não  medimos  as  empresas,  sentimos  no  entanto  que  existem  certos  processos  que  são  tão  vantajosos  para  as  empresas  maiores  como  para  as  mais  modestas.  No  fundo,  um  conjunto  de  melhores  práticas  que  permitem  às  empresas  conquistar  outros  patamares  de  crescimento,  de  desempenho,  de  motivação  e  de  sucesso.  

As  farmácias  são  pequenas,  grandes  empresas  que  se  orientam  no  sentido  de  prestar  cuidados  globais  de  saúde.  O  problema  é  que  no  dia  a  dia  cada  vez  mais  exigente,  um  conjunto  de  ferramentas  e  projectos  não  são  contemplados  e  acabam  por  cair  no  esquecimento.    

Mas  porque  é  que  as  empresas  Farmácia  não  podem  ter  o  que  todas  as  outras  têm?  

Visão  e  Missão  

Se  um  único  individuo  pode  ter  uma  missão  e  visão  pessoal  da  vida,  porque  razão  uma  farmácia  não  tem?  

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Gerir  uma  Farmácia  de  Sucesso  

 

 

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A  visão  é  uma  meta  desafiadora,  tão  desafiadora  que  por  vezes  pode  ser  inatingível  ou  difícil  de  provar  a  sua  veracidade,  mas  é  algo  que  inspira  a  equipa,  a  dar  o  seu  máximo  e  a  fazer  o  seu  melhor.  

A  Missão  é  o  caminho,  a  jornada  que  permite  a  equipa  atingir  a  visão  desenhada  e  pensada.  Não  existe  contra  indicação  para  a  criação  de  visão  e  missão,  nunca  prejudicou  ninguém  e  na  maioria  das  vezes  torna-­‐se  um  factor  de  motivação  extra.    

E  o  mais  emocionante  é  que  os  seus  colaboradores  sabem  bem  qual  a  visão  e  missão  que  gostariam  para  a  empresa,  por  isso,  arranje  tempo  na  agenda,  reúna  com  a  equipa  e  pense,  sonhe,  crie  a  visão  da  sua  empresa  e  comece  a  criar  já  hoje  um  futuro  diferente.  

Já  imaginou  que  a  sua  farmácia  pode  ser  “A  que  mais  fideliza  clientes!”  

Indicadores  de  Performance  

Por  forma  a  medirmos  o  desempenho  das  empresas  teremos  de  implementar    indicadores  de  performance,  que  permitem  a  monitorização  real  das  vendas  ao  balcão,  do  sucesso  de  acções  especificas  na  Farmácia,  da  correcção  de  receituário,  da  monitorização  de  prazos  de  validade,  entre  outros.    

Se  medir,  sabe  como  actuar,  melhorar  ou  ainda  refazer  acções  que  tenha  criado.    

Se  não  fizer  este  exercício  de  matemática  simples,  como  vai  saber  onde  tem  de  melhorar  ou  investir  na  sua  farmácia?  

Formação  

A  formação  nunca  é  demais  e  hoje  em  dia  estão  disponibilizados  imensos  recursos,  desde  livros  gratuitos  a  formações  patrocinadas  por  laboratórios.    

E  para  além  disso,  o  que  impede  a  sua  equipa  de  dar  formações  aos  colegas?  Se  hoje  em  dia  é  mais  difícil  ter  disponibilidade  para  participar  em  formações,  nada  impede  que  se  faça  uma  “dentro  de  portas”  sobre  os  produtos  ou  sobre  outros  temas  de  interesse  comum  a  toda  a  equipa.  

                         

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