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Livro de nevogilde

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Coordenação: Prof. Luís Ângelo FernandesColaboração: Prof.ª Sílvia Moreirae Prof.ª Patrícia VasconcelosTextos: Ana Ribeiro, Herlânder Araújo,Lucas Gomes, Marta Pachecoe Raquel Monteiro (A terra de Leovigildo),Bárbara Magalhães, Gonçalo Alexandre Moreira,Inês Sousa, Letícia Costa, Maria Beatriz Nunese Pedro Torres (Monumentos), Diana Sousa,Maria Borges, Maria Luís, Rafael Gomese Ricardo Sousa (Personalidades), Cláudio Sousa,Gonçalo Daniel Bessa, Jéssica Ferreira,João Magalhães, Luana Leale Sara Ferreira (Património oral).

Fotos: Carlos Mota (Presidente da Associação de Pais)Paginação: Pais CunhaTratamento eletrónico: Prof. Luís Costa

Maio de 2016

Ficha técnica

Trabalho da turma do 3.º ano da EscolaBásica de Campo (Nevogilde),Agrupamento de Lousada Oeste,realizado ao longo do ano letivo2015/2016, no âmbito do projeto“Aprender com a Biblioteca Escolar”e da atividade“Vamos conhecer melhor a nossa terra”.

ÍndiceMapa de Nevogilde

A TERRA DE LEOVIGILDO .......... 5EtimologiaForalPadroeiroToponímia

MONUMENTOS ........................... 9CastroIgrejaCapela da Senhora da AjudaAquedutoPonte de LagoasCaminho do CarreiroCasa das VinhasCasa de Carreiro de BaixoCasa de Carreiro de CimaCasa da AfreitaCasa da JusamCasa de CamCasa de BarrimauCasa de LagoasCasa de Valmesio

PERSONALIDADES ................... 19Manuel Albino PachecoManuel Albino Pacheco CordeiroConde de NevogildeDr. Francisco Xavier PachecoSebastião Pinto GarcêsGuilherme do Carmo PachecoCoronel Soares de Moura

ACONTECIMENTOS.................. 22O comboio passou em NevogildeA morte de Ribeiro da SilvaQueda de aviãoFesta da Senhora da Ajuda

PATRIMÓNIO ORAL.................. 25CançõesOraçõesEnsalmos

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Lição heráldica

Escudo de azul, vaca passante de prata, ungulada de negro.Significa a criação de gado, muito importante na freguesia.

Em chefe, dois cachos de uvas de ouro, sustidos de prata: representa a agricultura,especialmente a cultura da vinha, fonte de rendimento

da população durante muitos anos. Em campanha, ponte de prata de quatro pilares, lavrada de negro,

movente dos flancose da ponta: constitui uma referência ao Aqueduto,

um dos principais monumentos da nossa terra.Coroa mural de prata de três torres: são três torres porque Nevogilde é uma freguesia.

Listel branco, com a legenda a negro: «NEVOGILDE - LOUSADA».

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Bibliografia:http://saizbel.com/heraldica/kml1/1305.kml

Nevogilde é uma freguesia do concelho de Lousada, distrito do Porto. Está rodeada pelas freguesias(ou união de freguesias) de Casais, Nespereira e Figueiras (concelho de Lousada), Beire (Paredes)

e Ferreira (Paços de Ferreira).Tem cerca de 3,6km2 de área e 2.600 habitantes.

A paisagem é agrícola, cultivando-se os produtos próprios da região.Ainda há poucos anos havia muitos negociantes de gado.

A população está principalmente empregada em fábricas de móveis e de confeção de vestuário.Como serviços à comunidade temos a Junta de Freguesia, escola básica e secundária com pavilhão gimnodesportivo onde

se praticam várias modalidades, Centro Escolar de Campo, escola básica de Lagoas, campos de futebol da UniãoDesportiva de Lagoas e da Associação de Solidariedade Social de Nevogilde, e o Rancho Folclórico de Senhora da Ajuda.

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A terra de Leovigildo

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Antes de pertencer a Lousada,Nevogilde integrou o concelho de Aguiar deSousa, que, no dia 25 de Novembro de 1513,recebeu Foral do Rei D. Manuel I.Os impostos a pagar vinham neste documento.Sabe-se, por exemplo, que Álvaro Fernandes,da Ratoeira, pagava meio maravedi, que eram24 reais e três dinheiros (tudo moedas da época).Vinham, também, mencionados, Gonçalo Anes,do casal de Paços e proprietário no lugardo Cão; João do Cão e um tal João Álvares.Só o lugar de Lagoas estava no concelhode Lousada.

Bibliografia:LOPES, Eduardo Teixeira (2004).

Lousada e as suas freguesias na Idade Média.Lousada: Câmara Municipal de Lousada.

Foral

Carta ForalNevogilde inserida no foral de Aguiar de Sousa,

em 25 de novembro de 1513.

Estátua de Leovigildo em Espanha.

O nome Nevogildevem de Leovigildo, o primeiro

rei godo que governoua Lusitânia.

Morreu em Toledo em 586.

Etimologia

Bibliografia:http://www.arteguias.com/biografia/leovigildo.htm

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O padroeiro é São Veríssimo. Terá sido mártir em Lisboa.

Padroeiro

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Afreita – terreno cultivado.Aido – o mesmo que Eido. Pequeno campo junto da ha-bitação.Ai do Monte – o termo Aido é uma variante popular deEido. A expressão Eido significa campo de cultivo, que,neste caso, fica perto de um monte.Alça a Perna – origem desconhecida. Terá a ver comalguma zona de passagem, talvez obrigando a passagemde um regato?Aldeia de Baixo – pequeno casario que por oposição aoutro está abaixo.Barreiro – lugar de onde se extrai barro. Também podesignificar terreno inculto.Barrimau – terreno inculto ou bouça. Por vezes tambémse relaciona com uma zona de onde se extrai ou extraiubarro de má qualidade.Barroca – terreno inculto, ou terreno fundo, que podeestar cerrado por elevações ou árvores.Belos Ares – território aberto e arejado, de paisagem larga.Bento – forma de ‘Bendito’. Surge por vezes devido àinfluência da devoção a São Bento em certas regiões.Boavista – local de onde se obtém uma boa visão dapaisagem.Bouça – terreno inculto, que normalmente apenas cria mato.Cam – nome de pessoa. Antigamente era Cão.Campelos – campos pequenos em socalco, talvez cer-cados por muretes ou árvores de fruto.Campo – terreno cultivado e normalmente de terra arável.Carreiro – caminho estreito, normalmente aberto pelapassagem continuada de animais e pessoas a pé.Carreiro de Baixo – parte inferior do caminho do Carreiro.Carreiro de Cima – parte superior do caminho doCarreiroCarvalhal – terreno onde abundam carvalhos.Caselha – casa pequena.Costa – o mesmo que encosta, zona com algum declivena base ou a meia altura de certo monte.Covilhão – tem origem numaespécie de urze.Devesa – terreno ou campo cercado de árvores.Fermentões – local povoado e ligado à Coroa, ao servi-ço da montaria (o foro dos «montados», ou «monteiros»).Igreja – espaço onde está construído um edifício religioso.Jusam – (ou Jusã, Jusão ou Juzam). – significa o estáem baixo.Lagoas – pequenos charcos de água.Lama – terreno alagadiço, enlameado, parcela de terraonde há abundante presença de água.

Toponímia

A toponímia é o nome dado a ruas e lugares.Vamos tentar encontrar a explicação para os nomes dos lugares da nossa freguesia.

Lavandeira – poderá significar pequeno ribeiro ou o nomede uma ave.Monte – elevação de terreno.Mouta – o mesmo que moita. Zona de vegetação compouca altura.Nogueira – árvore que produz nozes.Orge – de provável origem francesa. Nesta língua signi-fica cevada. No caso de Nevogilde deve ter-se cuidadonuma tradução direta, uma vez que poderemos estar pe-rante a alteração de uma palavra que acabou por resultarna modificação da escrita original.Outeiro – pequena elevação de terreno.Paços – do latim – ‘palatiu’ - «palácio». Refere-se à exis-tência na zona de uma residência senhorial de abastadoproprietário de uma quinta ou vila.Passal – terreno da igreja.Penedo – pedra de grandes dimensões.Penedo de Baixo – rochedo situado, por oposição a ou-tro, numa cota inferior.Penedo de Cima – grande pedra situada, por oposição aoutra, numa parte superior.Peso – deverá significar ‘Penso’, refeição dada a ani-mais de transporte ou indicar o local onde era costumedar-se-lhes essa refeição.Poças – charco de água de dimensão variável.Pomar – sítio de plantio de árvores de frutosPonte – passagem sobre o rio Mesio.Pourixil – origem indeterminada.Presas – grande poça onde é represada água para regadio.Randinha – diminutivo de Rande? Rande tem origemem ‘Randi’ (vila), devendo ser de origem germânica.Ratoeira – origem obscura.Remanga – no Brasil é uma espécie de rede em volta daembarcação para apanhar os peixes, que, da mesma, seevadem aos saltos. Será que se pode buscar aqui o seusentido?Senhora da Ajuda – local onde se situa a Capela deNossa Senhora da Ajuda.Vale – terreno aplanado na base e entre montes, bemservido de água.Vinha Dona – local onde há lugar ao plantio de videiras.Vinhais – local onde existem ou existiram vinhas.Vinhas – terreno plantado de videiras.

Colaboração: Gabinete de Arqueologiae Património da Câmara Municipal de Lousada

(Drs. Cristiano Cardoso e Luís Sousa).

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Monumentos

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A igreja paroquial está construídana encosta do monte de São Tiago,numa das partes mais altas da freguesia.É um edifício de raiz seiscentista, ampliadono século XIX, supõe-se que construídoem cima de outra igreja mais antiga,talvez do século X ou XI.O cemitério é de 1899.

Bibliografia:NUNES, Manuel; Sousa, Luís e Gonçalves, Carlos (2008). Carta Arqueológica do Concelho de Lousada.

Lousada: Câmara Municipal de Lousada.

Igreja Paroquial

Castro

Num ponto elevadoda freguesia, que

se destaca na paisagem,e com muitos elementos

de granito, surge-noseste antigo

castro, onde terãoaparecido restos

de cerâmica.Teria, também,

uma muralha defensiva.

Bibliografia:NUNES, Manuel; Sousa, Luís e Gonçalves, Carlos (2008). Carta Arqueológica do Concelho de Lousada.

Lousada: Câmara Municipal de Lousada.

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Bibliografia:MOURA, Augusto Soares de (2009). Lousada Antiga: Das Origens à Primeira República.

2.ª parte: das freguesias. Lousada: edição do autor.

É uma das mais belas, importantes e antigas capelas do nosso concelho. Já existia em1690 e teve algumas reparações e alterações, principalmente nos séculos XIX e XX.

O muro à volta foi construído em 1802. Sabe-se que foi restaurada em 1830 por ManuelAlbino Pacheco, da Casa das Vinhas. Em 1909, foi concluída a torre sineira, colocados

quatro sinos e o relógio, e executados outros melhoramentos. A grande festade inauguração oficial ocorreu no dia 4 de Setembro de 1910.

Em 1937 foi feita a sua eletrificação e iluminação.Na sacristia encontra-se um lavatório com data de 1828, e retratos a óleo de importantes

beneméritos: Guilherme do Carmo Pacheco, Conde de Nevogilde e Comendador JoséFerreira Ribeiro de Meireles, natural da freguesia e emigrado no Brasil.

Capela de Nossa Senhora da Ajuda

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Pequena ponte sobre o rioMesio, com uma larguramáxima de 3,40m.Está assente em dois arcosiguais de volta perfeita.A primeira construçãodeve ser do século XVIII,com melhoramentosnos anos seguintes.

Bibliografia:NUNES, Manuel; Sousa, Luís e Gonçalves, Carlos (2008). Carta Arqueológica do Concelho de Lousada.

Lousada: Câmara Municipal de Lousada.

Ponte de Lagoas

O Aqueduto é, talvez, do princípio do século XIX. Tem cerca de 100m de comprimento,é composto por 27 pilares quadrangulares (16 na margem esquerda do rio Mesio,10 na margem direita e um no leito), e encontra-se situado numa área de cultivo,

junto à chamada Ponte de Lagoas. A altura mínima dos pilares é de 2m,nas extremidades do aqueduto, onde o desnível do terreno é menor. O vão médio entreos pilares é de 2,30cm. Apesar de atualmente já não se encontrar em funcionamento,

destinava-se antigamente à rega dos campos, a partir de presas de água situadasem pontos elevados da freguesia.

Bibliografia:NUNES, Manuel; Sousa, Luís e Gonçalves, Carlos (2008). Carta Arqueológica do Concelho de Lousada.

Lousada: Câmara Municipal de Lousada.

Aqueduto

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É uma calçada “à antigaportuguesa”, com grandes

lajes de granito, para serviro conjunto de casas que se

encontram ao longodo seu percurso.

Foi alargada na décadade 1930.

Atualmente tem cerca de170m de comprimento, maso caminho antigo devia ter

cerca de 350m, talvezligando ao caminho velho

para Sousela.

Bibliografia:NUNES, Manuel; Sousa, Luís e Gonçalves, Carlos (2008). Carta Arqueológica do Concelho de Lousada.

Lousada: Câmara Municipal de Lousada.

Caminho do Carreiro

A Casa das Vinhas é uma casa senhorial do séc. XVI. Possui um aspeto de fortaleza:as fundações assentam sobre uma rocha, tem seteiras para defesa, possuía alçapõese redutos de defesa já desaparecidos e tem vindo a sofrer adaptações ao longodos tempos. Tem passado de geração em geração até a atualidade na família Pacheco.É rodeada pela parte agrícola, com as produções tradicionais da região,principalmente vinho e milho.

Bibliografia:MOURA, Augusto Soares de (2009). Lousada Antiga: Das Origens à Primeira República.

2.ª parte: das freguesias. Lousada: edição do autor.

Casa das Vinhas

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A Casa do Carreirode Baixo tem uma planta

em L, em cujo ângulose encontra uma escadaria

semicircular. É umaconstrução seiscentista.No piso de baixo ficam

a adega e outros serviços,enquanto o andar nobre

é para habitação. Emvárias divisões é possívelencontrar seteiras, paradefesa da casa durante

o período das lutas liberais.Tem ainda um belo jardim.

Casa do Carreiro de Baixo

Bibliografia:MOURA, Augusto Soares de (2009). Lousada Antiga: Das Origens à Primeira República.

2.ª parte: das freguesias. Lousada: edição do autor.

A Casa do Carreiro deCima apresenta fachadas abertas por janelas retas de moldurasimples, com acesso por uma escadaria ao piso de cima. O brasão exibia as armas

dos Pinto, Morais, Bacelar e Sarmento. A pedra de armas não podia estar colocadaporque a família não tinha ligações à da Casa de Rio de Moinhos (Covas), proprietária

também da Casa de Ribas, de onde o brasão veio. Esse brasão foi levado para outraregião do país. O jazigo da Casa do Carreiro de Cima foi mandado executar em 1923

pelo senhor da casa, Pedro Lobo Machado de Sousa Meireles.

Bibliografia:MOURA, Augusto Soares de (2009). Lousada Antiga: Das Origens à Primeira República.

2.ª parte: das freguesias. Lousada: edição do autor.

Casa do Carreiro de Cima

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É uma construção do século XIX, situada na parte mais alta da do chamado Caminhodo Carreiro. Tem uma bonita fonte de pedra com carranca para afugentar os maus

espíritos, numa parede do recinto de acesso à casa. Na parede detrás do edifício,há outra fonte da mesma época, também com carranca que despeja muita água

para um tanque quandrangular.Possui uma capela considerada de interesse público.

Bibliografia:OLIVEIRA, Rosa Maria (1999). Portões e Fontes do Concelho de Lousada. Lousada:

Câmara Municipal de Lousada.

Casa da Afreita

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A casa de Cam não é brasonada, mas tem capela em honrade Nossa Senhora Bom Sucesso. Pertence à família Sousa Lopes.

Casa de Cam

Casa senhorialdo século XVIII com capela.

Aqui morreu Joaquimdo Vale Cabral, natural

do Porto e diretor de váriasassociações.

Outro senhor desta casa foio Dr. Joaquim Burmester, que

foi presidenteda Câmara Municipal

de Lousada.No portão principal

há um brasão das famíliasAbreu e Pinto da Veiga.

Bibliografia:OLIVEIRA, Rosa Maria (1999). Portões e Fontes do Concelho de Lousada. Lousada:

Câmara Municipal de Lousada.

Casa da Jusam

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A Casa de Barrimau, com capela do século XIX em honra da Senhora da Conceição,o seu pátio de arvoredo e o belo portal a ferro forjado, é um bom exemplo de casa

agrícola melhorada, no meio de campos, aumentada nos séculos XVIII e XIX.Pertence atualmente a D. Carolina Lencastre, mas está desabitada.

Possui pedra de armas, mandada esculpir por Bernardino Machado Pachecoda Rocha Neto, senhor da Casa, nascido em 1798. Está embutida na parede

de granito ao fundo do patamar da escada lateral, que dá acesso à entrada principalda casa, no 2.º piso. O jazigo do cemitério de Nevogilde possui também um escudo

de fantasia, feito em mármore na segunda metade do século XIX.Este jazigo foi mandado construir por D. Mariana Júlia de Sousa Freire Peixoto

Vilas-Boas, que tinha comprado a Casa com o seu marido Luís Pinto de Faria Soaresde Almeida, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real.

Casa de Barrimau

Bibliografia:Nóbrega, Artur Vaz-Osório da (1999). A Heráldica de Família no Concelho de Lousada. Lousada:

Câmara Municipal de Lousada.

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A Casa de Valmesio chamava-se antigamente Casa ou Quinta de Lagoas,por estar situada no lugar deste nome. Foi mandada construir pelo Contra-Almirante

Sebastião Pinto Garcês, no início do século XX. Possui uma capela mais antiga,em honra de Santa Ana.

Bibliografia:MOURA, Augusto Soares de (2009). Lousada Antiga: Das Origens à Primeira República.

2.ª parte: das freguesias. Lousada: edição do autor.

Casa de Valmesio

Não tem brasão, mas é uma bonita casa com capela, propriedade da família Pestana.

Casa de Lagoas

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Personalidades

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Nasceu talvez em 1780, filho de Manuel Pacheco da Rochae de Mariana Luísa Nogueira de Miranda.

Senhor da Casa das Vinhas, emigrante no Brasil por duasvezes, e Presidente da Câmara Municipal de Aguiar de Sousa.

Restaurou a Capela da Nossa Senhora da Ajuda, devido a umagraça recebida. Faleceu em 1862.

Manuel Albino Pacheco

Bibliografia:MIGUÉIS, Cristina (2003). Presidentes da Câmara Municipal de Lousada desde1838 até 1900. Câmara Municipal de Lousada.

Era senhor da Casa das Vinhas, filho de Manuel Albino Pachecoe de Maria de Jesus Pacheco Cordeiro. Foi médico e presidente de Câmara Municipal

de Lousada (1850-1852). Faleceu em Monção em 1897.

Manuel Albino Pacheco Cordeiro

Bibliografia:MIGUÉIS, Cristina (2003). Presidentes da Câmara Municipal de Lousada desde 1838 até 1900.Câmara Municipal de Lousada.

Conde de Nevogilde

Bibliografia:MOURA, Augusto Soares de (2009). Lousada Antiga: Das Origens à Primeira República.2.ª parte: das freguesias. Lousada: edição do autor.

Nasceu a 6/6/1853, na Casa da Devesa e chamava-seClaudino Correia Lousada. Emigrou para o Brasil,

onde fez fortuna e foi Presidente da SociedadePortuguesa de Beneficência. No dia em que completava

54 anos, em 1907, o Rei D. Carlos concedeu-lheo título de Visconde. Em 1909, o rei D. Manuel II deu-lhe o título de Conde.

Em visita a Nevogilde, custeou as obras na capela da Sra. da Ajuda.Por isso tem um retrato a óleo na capela.

Nasceu na Casa das Vinhas em 3 de dezembro de 1864. Era filho de Manuel AlbinoPacheco e de D. Ana Maria de Jesus Pacheco Cordeiro e último irmão do Conselheiro

José Guilherme Pacheco, que tem uma estátua no centro de Paredes.Depois de tirar o curso de Medicina exerceu longos anos no Brasil.

Regressado a Portugal, foi médico da Real Câmara do Rei D. Luís.Faleceu em 1916.

Dr. Francisco Xavier Pacheco

Bibliografia:Jornal de Lousada, 31/12/1916, p. 2.

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O Contra-Almirante Sebastião Maria Cardoso Pinto Garcês nasceu a 3 de maiode 1851. Cavaleiro e Grande Oficial de S. Bento de Avis. Em 4/4/1905 foi condecoradocom a Medalha Militar de Comportamento Exemplar e a 8 de Novembro desse ano com

a Medalha de Socorros a Náufragos. A 20/12/1910 reformou-se como Contra-Almirante.Casou com d. Maria Adelaide de Castro Neves Pinto Garcês.

Faleceu a 29 de Março de 1918, na sua Casa de Vale do Mesio e está sepultadono cemitério de Nevogilde.

Bibliografia:Jornal de Lousada, 31/3/1918, p. 2; 7/4/1918, p. 2, e 9/1/1921, p. 1.

Sebastião Pinto Garcês

Guilherme do Carmo Pacheco

Bibliografia:MOURA, Augusto Soares de (2009). Lousada Antiga: Das Origens à Primeira República.2.ª parte: das freguesias. Lousada: ediçãodo autor.

Nasceu no Porto em 1881 e foi senhor da casadas Vinhas e benemérito da capela da Senhora da Ajuda.

Foi presidente do Futebol Clube do Porto,diretor do “Jornal de Notícias”, advogado e presidente

da Câmara de Vila Flor, onde morreu em 1978.

Augusto Cândido Pinto Coelho Soares de Moura,filho do Dr. Augusto Pinto Coelho Soares de Moura e de Maria

Alice de Castro Neves Pinto Garcês, nasceu a 28 de Setembrode 1923, na Casa de Vale do Mesio. Ainda criança foi viver

para a Casa da Lama, em Lodares, propriedade da família,onde faleceu a 11 de Fevereiro de 2011.

Frequentou a Faculdade de Ciências da Universidadede Lisboa e a Academia Militar, onde completou o cursode Aeronáutica. Serviu a Força Aérea durante 23 anos,

e reformou-se no Posto de Coronel.Foi presidente do Grémio da Lavoura de Lousada e da Adega

Cooperativa, professor no Colégio Eça de Queirós, em Lousada, escritore historiador, publicando importantes livros sobre a História de Lousada.

Bibliografia:RIBEIRO, Lígia (2002). Lousada. Colectânea de Autores Locais. Volume II. Lousada: Câmara Municipal de Lousada.

Coronel Soares de Moura

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Acontecimentos

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A 8 de Novembro de 1913 era inaugurado o troçodo caminho de ferro entre Novelas e Lousada.

Era mais uma etapa da linha ferroviária que ligavaPenafiel à Lixa, projeto em que participaram muitas

pessoas ilustres da região.O comboio passava na reta de Lagoas.

Ainda existe o apeadeiro, mandado construirpelo Visconde de Lousada,

da Casa do Cáscere (Nespereira). A Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o aparecimento de um novo meio

de transporte, o camião, e a falta de interesse das autoridades prejudicaram muitoa exploração. Em 1931 os carris já estavam a ser levantados.

Bibliografia:FERREIRA, José Fernando Coelho (2000). O caminho-de-ferro de Penafiel à Lixa e Entre-os-Rios. Lousada:Câmara Municipal de Lousada.

O comboio passou em Nevogilde

No dia 9 de Abril de 1958, cercadas 19h00, deu-se um trágico

acidente de viação no cruzamentode Lagoas. Ribeiro da Silva,

que tinha 23 anos e era um grandeciclista, conduzia uma moto, chocou

de frente com uma camionetae morreu. No ano anterior

foi o vencedor da Volta a Portugal.Tinha sido 4.º classificado na Volta

à Espanha e venceu uma etapano Tour de França. Por isso, a notícia da sua morte causou um grande choque

e emocionou o país. O funeral estava repleto de gente.O corpo seguiu da morgue de Lousada num carro dos Bombeiros e foi a sepultar

em Lordelo (Paredes), terra da sua naturalidade.

A morte de Ribeiro da Silva

Bibliografia:Ribeiro, Lígia (1999). O Século XX em Lousada. 100 Factos e Personalidades.Lousada: Câmara Municipal de Lousada.

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No dia 7 de Novembro de 1958 um avião militar,depois de ter sobrevoado a vila de Lousada,

caiu na zona do atual campo de futebolde Lagoas e os ocupantes ficaram carbonizados.

Eram eles o Furriel Adriano Joaquimde Carvalho, de 23 anos, natural de Amarante,

e o 1.º Cabo Serafim Freitas de Sousa Lopes,da Casa do Cam (Nevogilde).

Próximo do local, andavam várias pessoasem trabalhos agrícolas que foram atingidas

pelas chamas do avião. Receberam tratamentono hospital e apareceram os bombeiros de Lousada, Penafiel e Paredes.

Queda de avião em Lagoas

Bibliografia:Ribeiro, Lígia (1999). O Século XX em Lousada. 100 Factos e Personalidades.Lousada: Câmara Municipal de Lousada.

A festa da Senhora da Ajudaé o principal acontecimento

da freguesia. Todos os anos, no últimofim de semana de agosto acorrem

milhares e milhares de pessoas.Já se realiza, pelo menos, desde 1758,

mas nem sempre foi na mesma data.Cantores, procissão e marcha luminosa

sãos os mais importantes elementosde um programa que enche de orgulho

toda a população.

Festa da Senhora da Ajuda

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Património Oral

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Margarida moleiraÓ Margarida moleiracomo se chama o teu homemAi ai aiChama-se batata assadaAi ai aiQue ele crua não a come.

Ó Margarida moleiraDá-me da tua farinhaAi ai aiQue eu a quero peneirarAi ai aiCom a nova peneirinha.

Canções

Ó Margarida moleiraEmpresta-me o teu crescenteAi ai aiQue eu amanhã vou cozerAi ai aiVou fazer pão quente.

Ó Margarida moleiraQue é da outra MargaridaAi ai aiA outra ficou em casaAi ai aiCom a espinhela caída.

No alto daquela serraNo alto daquela serraEstá um lençoEstá um lenço a acenarEstá dizendo viva vivaEstá dizendo viva vivaMorra quem, morra quemNão sabe amar.

Ajoelha-te aos meus pés e rezaFaz a tua oraçãoLevanta-te e vem dançarAmor do meu coração.

No alto daquela serraEstá um lençoEstá um lenço de mil cores.Está dizendo viva, vivaMorra quemMorra quem não tem amor.

Lembrai-Vos…Lembrai-Vos, ó puríssima Virgem Maria,que nunca se ouviu dizer que algum daquelesque tenha recorrido à Vossa proteção,implorado a Vossa assistência e reclamadoo Vosso socorro, fosse por Vós desamparado.Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós,Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro,de Vós me valho, e, gemendo sob o pesodos meus pecados, me prostro aos Vossos pés.Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãedo Filho de Deus humanado, mas dignai-Vosde as ouvir propícia e de me alcançaro que Vos rogo. Amen.

Oração popularOca, marnoca,Três vezes ocaPé no pé,Freio na boca,Tista com tista,Três vezes tista,São Pedro, São Paulo, São João Evangelista,Derredor da nossa casa assista.

Orações

Algumas cançõespopulares,

interpretadaspelo Rancho Folclórico

de Nossa Senhorada Ajuda:

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Talhar a dor de cabeçaDeus te fezDeus te criouDeus te tire o malQue contigo entrou.

Talhar o bichoEu te talho aranha, aranhãoSapo, sapão, cobra, cobrãoToda a qualidade de bichoQue anda de rastos pelo chãoEm louvor de São Julião,Que emagreças e que apodreças.

Talhar o bicho (variante)Eu que te talhe bicho bichãocobra cobrãosapo sapãobicho de qualquer naçãoseco sejas tucomo este carvão.

Talhar as aftas na boca/lábiosEstrelinha lá de alguémtira estas aftas que este/a menino/a tem.Em nome do Pai, do Filho e do Espírito SantoÁmen.É pelo poder de Deus e de São Paulo,São Tiago, São João, São Silvestree Jesus Cristo verdadeiro mestretudo o que lhe talho tudo lhe presto.Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.Amen.

Rezar o Pai Nosso e Ave-Maria.Fazer e dizer o sinal da cruz.

Talhar aftas (variante)Estrelinha do além talha-me esta afta que a minhaboca tem.

Talhar aftas (variante)Estrelinha do lado de além,sare as aftas que esta menina tem,pelo poder de Deus da Virgem Maria,São Pedro, São Paulo, São Silvestre,E Jesus Cristo que é o verdadeiro mestre.

Benzedura contra o mau-olhadoLinda estrela da manhã,Que por aqui ando guiada,É a toda a hora do diaE a pino do meio-dia.Maus olhos me não possam ver.Pai Nosso.Ave-Maria.

Benzedura da dor de cabeçaBenzemo-nos em cruz e dizemos:“Pelo sinal da Santa Cruzlivre-nos Deus Nosso Senhor dos nossos inimigosem nome do Pai, do Filho e do Espírito SantoAmen(Nome da pessoa), eu te benzo da dor de cabeçaque tensou dos maus olhos que para ti olharamou vento ou sol, ou o mau tempo que por ti passou.

Diz-se três ou cinco vezes. Põe-se água numa tigelinhae três ou cinco gotas de azeite e dois pauzinhos emcruz. Se o azeite espalhar é porque temos mau olhado.

Benzedura da dor de barrigaJesus que é o Santo nome de Jesusonde está o Santo nome de Jesus não entra malnenhum.Quando a Nossa Senhora pelo mundo andavachegou a casa de um homem mansoe de uma mulher brava,pedindo-lhes pousada.O homem dava e a mulher não.Onde Nossa Senhora se foi deitarágua por baixo e água por cimacom estas mesmas palavrascura a dor de barrigaem louvor de Deus e da Virgem MariaPadre Nosso e Ave-Maria.(Esta oração diz-se 9 vezes)

Ensalmos

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