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QUESTÕES

Gustavo Mello Knoplock

Direito Administrativo

Cespe

1.200 Questões Comentadas

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QUESTÕES

Gustavo Mello Knoplock

Questões Comentadas

Direito Administrativo

Cespe

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CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte.Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

_________________________________________________________________________

K78m 

Knoplock, Gustavo Mello, 1966-  Manual de direito administrativo [recurso eletrônico] : CESPE / GustavoMello. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2012.

recurso digital (Questões comentadas) 

Formato: PDF  Requisitos do sistema: Adobe Acrobat Reader  Modo de acesso: World Wide Web  ISBN 978-85-352-6127-1 (recurso eletrônico) 

1. Direito administrativo - Brasil. 2. Serviço público - Brasil - Concursos.3. Livros eletrônicos. I. Título. II. Série.

12-2121. CDU: 342.9(81)_________________________________________________________________________

© 2012, Elsevier Editora Ltda.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei no 9.610, de 19/02/1998.Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida outransmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográcos, gravação ouquaisquer outros.

Copidesque: Adriana KramerRevisão: Carla das NevesEditoração Eletrônica: SBNigri Artes e Textos Ltda.

Coordenador da Série: Sylvio Motta

Elsevier Editora Ltda.Conhecimento sem FronteirasRua Sete de Setembro, 111 – 16o andar20050-006 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Brasil

Rua Quintana, 753 – 8o andar04569-011 – Brooklin – São Paulo – SP – Brasil

Serviço de Atendimento ao [email protected]

ISBN 978-85-352-6127-1 (recurso eletrônico)

Nota: Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer errosde digitação, impressão ou dúvida conceitual. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a comunicaçãoao nosso Serviço de Atendimento ao Cliente, para que possamos esclarecer ou encaminhar a questão.

Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas apessoas ou bens, originados do uso desta publicação.

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 A meu filho Rafael, por me iluminar a cada dia.

 A meus pais, Faurio e Maria José, pelo que sou hoje.

 A Deus, sobretudo pela saúde que me permite fazer o

 que gosto.

 Aos amigos que estiveram ao meu lado, me apoiaram e

incentivaram sempre. A meus alunos, que, com suas perguntas inéditas e

inimagináveis, fazem com que eu estude e me dedique

mais e mais de modo a não desapontá-los. A vocês,

 obrigado e boa sorte!

Dedicatória

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O Autor

Gustavo Mello Knoplock é Fiscal de Rendas do município do Rio de Janeiro, tendo sido aprovado em 4o lugar geral em seu concurso, atualmenteatuando na fiscalização do ISS. Já foi servidor do Tribunal de Contas domunicípio do Rio de Janeiro, atuando nas atividades de controle externo eOficial da Marinha.

Professor de Direito Administrativo desde 2001, leciona em diversoscursos preparatórios para concursos públicos e é autor do livro MANUAL

DE DIREITO ADMINISTRATIVO, lançado pela Editora Campus/Elsevierem 2007 e sucessivamente reeditado.

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Este livro foi elaborado especialmente para o treinamento daquelesalunos que já possuem algum embasamento teórico na disciplina de Direito

 Administrativo. Dessa forma, procuramos apresentar uma grande quan-tidade de questões recentes da banca Cespe/UnB e elaborar comentáriosobjetivos e diretos, evitando embasamentos históricos aos temas suscitados eabordagens demasiadamente aprofundadas, a fim de se criar uma ferramentaágil, dinâmica e muito eficiente na preparação objetiva dos alunos para

os concursos elaborados por essa banca.Foram aqui reproduzidas todas as questões dos diversos concursos uti-lizados, ao invés de serem selecionadas questões específicas em concursosdiferentes; com isso, percebe-se que, em determinados capítulos, há questõessemelhantes ou muito parecidas de concursos diferentes. Eu preferi repetiressas questões para que o aluno consiga, assim, perceber quais são os assuntosmais cobrados e aqueles que raramente são exigidos e como são as questõesmais frequentes da banca Cespe/UnB.

Sugerimos, para um estudo aprofundado e detalhado da disciplina, o

livro MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO, elaborado também peloprofessor Gustavo Mello Knoplock, e de onde foram retirados todos os quadrosesquemáticos utilizados nos comentários das presentes questões.

Apresentação

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Sumário

C APÍTULO 1 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................11.1. Órgãos e entidades; desconcentração e descentralização .................... 1

1.2. Entidades da Administração Indireta ................................................. 11

1.3. Entidades Paraestatais (Terceiro Setor) ............................................. 24

1.4. Agências Reguladoras e Executivas .................................................... 28

C APÍTULO 2 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO ..........................................352.1. Princípios Constitucionais Expressos ................................................. 35

2.2. Princípios Gerais ou Implícitos ...........................................................45

2.3. Regime Jurídico-Administrativo ......................................................... 51

C APÍTULO 3 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO .............................................533.1. Disciplinar, Hierárquico, Regulamentar e Poder de Polícia ............... 53

3.2. Poderes Vinculado e Discricionário ..................................................... 60

3.3. Abuso de Poder ..................................................................................... 62

C APÍTULO 4 DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS ..........................................654.1. Agentes Públicos; Cargos, Empregos e Funções ................................65

4.2. Acumulação de Cargos Públicos .......................................................... 77

4.3. Espécies Remuneratórias ....................................................................80

4.4. Regime Previdenciário dos Servidores Efetivos .................................87

C APÍTULO 5 ESTATUTO FEDERAL – LEI NO 8.112/1990 ...........................915.1. Cargos Públicos, Provimento e Vacância ............................................ 91

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5.2. Deslocamento: Remoção e Redistribuição ........................................ 101

5.3. Substituição ........................................................................................ 103

5.4. Vencimento e Remuneração ..............................................................103

5.5. Vantagens ...........................................................................................105

5.6. Férias ..................................................................................................1085.7. Licenças ..............................................................................................108

5.8. Afastamentos ...................................................................................... 111

5.9. Concessões ..........................................................................................112

5.10. Direito de Petição ............................................................................... 114

5.11. Regime Disciplinar – deveres e proibições ........................................ 115

5.12. Regime Disciplinar – responsabilidades............................................116

5.13. Regime Disciplinar – penalidades ..................................................... 1185.14. Processo Administrativo Disciplinar ................................................. 121

5.15. Seguridade Social do Servidor ...........................................................127

C APÍTULO 6 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA .........................................1296.1. Atos de Improbidade Administrativa ................................................ 129

6.2. Penas Aplicáveis ................................................................................. 132

6.3. Prescrição ...........................................................................................136

6.4. Processos Administrativo e Judicial ................................................. 137

C APÍTULO 7 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ...............................1477.1. Responsabilidade Objetiva e Subjetiva ............................................. 147

7.2. Excludentes de Responsabilidade ..................................................... 152

7.3. Evolução das Teorias sobre a Responsabilidade Estatal .................. 155

7.4. Responsabilidade Estatal por Atos Jurisdicionais e AtosLegislativos .........................................................................................157

7.5. Ação Indenizatória ............................................................................. 159

C APÍTULO 8 ATOS ADMINISTRATIVOS ...................................................1658.1. Definição .............................................................................................165

8.2. Atributos .............................................................................................167

8.3. Requisitos de Validade ....................................................................... 172

8.4. Classificação ....................................................................................... 176

8.5. Espécies ..............................................................................................183

8.6. Formas de Extinção; Convalidação ................................................... 1848.7. Disposições Gerais .............................................................................. 192

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9.1. Alcance da Lei no 8.666/1993 ............................................................. 199

9.2. Princípios ............................................................................................201

9.3. Modalidades de Licitação ...................................................................206

9.4. Tipos de Licitação...............................................................................2249.5. Registro de Preços .............................................................................. 226

9.6. Exceções ao dever de Licitar ..............................................................227

9.7. Disposições Gerais .............................................................................. 235

C APÍTULO 10 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ..........................................24310.1. Contratos Firmados pela Administração .......................................... 243

10.2. Cláusulas Exorbitantes ...................................................................... 245

10.3. Características dos Contratos Administrativos ................................254

10.4. Inexecução Contratual ....................................................................... 259

10.5. Execução Contratual .......................................................................... 260

10.6. Anulação do Contrato ........................................................................ 262

10.7. Disposições Gerais .............................................................................. 263

C APÍTULO 11 SERVIÇOS PÚBLICOS .........................................................269

11.1. Descentralização ................................................................................ 26911.2. Delegação de Serviços Públicos .........................................................270

11.3. Classificação ....................................................................................... 276

11.4. Parcerias Público-Privadas – PPP .................................................... 278

11.5. Consórcios Públicos ........................................................................... 281

C APÍTULO 12 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO .........................................28512.1. Classificação ....................................................................................... 285

12.2. Controle Administrativo .................................................................... 29412.3. Controle Legislativo ........................................................................... 296

12.4. Controle Judicial ................................................................................ 298

C APÍTULO 13 PROCESSOS ADMINISTRATIVOS ..........................................30513.1. Princípios ............................................................................................305

13.2. Competência ....................................................................................... 308

13.3. Recursos Administrativos ..................................................................312

13.4. Anulação, Revogação e Convalidação dos Atos Administrativos ..... 31413.5. Disposições Gerais .............................................................................. 315

C APÍTULO 9 LICITAÇÕES PÚBLICAS ......................................................199

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C a p í t u l o 1

A Administração Pública

1.1. Órgãos e entidades; desconcentração e descentralização

Questão 1. (Cespe/Delegado/ES/2011) Em sentido material ou objetivo, a Administração

Pública compreende o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas encarregadas,por determinação legal, do exercício da função administrativa do Estado.

Questão 2. (Cespe/Abin/TécnicoOficial técnico de inteligência/Direito/2010) A Administra-ção Pública é caracterizada, do ponto de vista objetivo, pela própria atividadeadministrativa exercida pelo Estado, por meio de seus agentes e órgãos.

Questão 3. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) Atividades admi-nistrativas são também desempenhadas pelo Poder Judiciário e pelo PoderLegislativo.

Questão 4. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) A Administração Pública emsentido formal consiste na própria atividade administrativa executada peloEstado por meio de seus órgãos ou entidades.

Questão 5. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) Em uma concepção fun-cional, a Administração Pública abrange as seguintes atividades admi-nistrativas: fomento, polícia administrativa, serviço público e intervençãoadministrativa.

Gabarito:

1. E 2. C 3. C 4. E 5. C

  COMENTÁRIO 1.1.1

O termo Administração Pública não é sinônimo de Poder Executivo,não se restringindo a esse poder; na verdade, ele engloba todos os poderes doEstado enquanto estiverem desempenhando funções administrativas. Assim,estão excluídas as funções legislativa (desempenhada de forma típica peloPoder Legislativo) e jurisdicional (desempenhada de forma típica pelo Poder

 Judiciário), mas abrange os Poderes Legislativo e Judiciário nas suas funções

administrativas, como, por exemplo, quando realizam licitação pública paracontratação de serviços.

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De forma estrita, o termo Administração Pública se refere apenas àsfunções administrativas desempenhadas pelo Estado, mas, de forma ampla,

engloba ainda a função política, como a de elaboração do orçamento.

Resumo esquemático:

Função Legislativa

Função Jurisdicional

Função Administrativa →  Administração Pública Administração  (sentido estrito) Pública

Função Política (sentido amplo)

O termo Administração Pública pode ainda ser entendido nos seguintessentidos:

– Sentido subjetivo, formal ou orgânico→  quando nos referimos à Administração comosujeito, ou seja, aos órgãos e entidades  que acompõem.

– Sentido objetivo, material ou funcional→ quando nos referimos à Administração como objeto,ou seja, às atividades, funções administrativas,que se resumem à prestação de serviços públi-

cos, polícia administrativa, fomento a atividadesprivadas e intervenção.

Questão 1: Errada. A afirmativa se refere à Administração em sentido sub- jetivo, formal, orgânico (“órgãos e pessoas jurídicas”), e não em sentidomaterial ou objetivo.

Questão 2: Certa. Em sentido objetivo, o termo Administração Pública serefere de fato à “própria atividade administrativa exercida pelo Estado”.

Questão 3: Certa. As atividades administrativas são desempenhadas por todosos poderes, e não apenas pelo Poder Executivo.

Questão 4: Errada. Em sentido formal, está-se referindo aos órgãos e enti-dades, e não à “atividade administrativa executada pelo Estado”.

Questão 5: Certa. Em sentido funcional, objetivo ou material, a Adminis-tração Pública se resume às referidas atividades administrativas.

Questão 6. (Cespe/Previc/Nível superior/2011) Há desconcentração administrativaquando se destaca determinado serviço público do Estado para conferi-lo a

outra pessoa jurídica, criada para essa finalidade.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Questão 7. (Cespe/Perito Criminal/ES/2011) Por apresentarem personalidade jurídicade Direito Público e, portanto, serem revestidas de direitos e obrigações,as secretarias criadas no âmbito dos estados da Federação são dotadas de

atribuições específicas que recebem o nome de competência.

Questão 8. (Cespe/TRE – ES/ – AnalistaAnalista Judiciário/Área administrativa/2011) Adesconcentração mantém os poderes e as atribuições na titularidade de ummesmo sujeito de direito, ao passo que a descentralização os transfere paraoutro sujeito de direito distinto e autônomo, elevando o número de sujeitostitulares de poderes públicos.

Questão 9. (Cespe/TRE-BA/AnalistaAnalista Judiciário Área administrativa/2010) AAdministração Indireta (ou descentralizada) é composta por entidades sempersonalidade jurídica.

Questão 10. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) Do ponto de vista orgânico, a AdministraçãoPública compreende as diversas unidades administrativas (órgãos e entida-des) que visam cumprir os fins do Estado.

Questão 11. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) No processo de descentralização administrati-va, há distribuição de competências materiais entre unidades administrativasdesprovidas de personalidade jurídica.

Questão 12. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) A criação de determinado órgão prescinde deautorização legislativa do chefe do Poder Executivo.

Questão 13. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) Os órgãos possuem personalidade jurídicaprópria, motivo pelo qual é amplamente aceita pelos tribunais a sua capaci-dade processual para estar em juízo.

Questão 14. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) Ocorre desconcentração administrativa quandodeterminada entidade federativa cria autarquia mediante lei específica.

Questão 15. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) O órgão público é um centrode competência instituído, elemento juridicamente personalizado, podendoser de direito público e privado.

Questão 16. (Cespe/MPE-RR/Contador/2008) Órgão público pode ser definido como pessoa jurídica de natureza pública, dotada de personalidade jurídica própria e comatribuições para atuar em prol do interesse público.

Questão 17. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) A partilha de um órgão públicoe, consequentemente, de suas atribuições, em dois ou mais, caracteriza adescentralização.

Questão 18. (Cespe/ME/Administração/2008) A descentralização administrativa tem comovantagem básica a maior uniformidade dos procedimentos da organização.

Questão 19. (Cespe/MPE-RR/Contador/2008) As secretarias de estado são órgãos públicosque integram a Administração Direta.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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Gabarito:

06-E 07-E 08-C 09-E 10-C 11-E 12-E 1 3 - E

14-E 15-E 16-E 17-E 18-E 19-C

  COMENTÁRIO 1.1.2

Desconcentração é o fenômeno pelo qual são criadas subdivisões internasem uma entidade da Administração, denominadas como órgãos, de formaque cada órgão esteja subordinado hierarquicamente ao órgão superior. Aentidade é uma pessoa jurídica, ou seja, possui personalidade jurídica,enquanto os órgãos não possuem personalidade, são apenas divisõesinternas de uma pessoa jurídica.

Descentralização, de forma diversa, é o fenômeno de criação de novasentidades, com personalidade jurídica própria e distinta, para que estasprestem, por sua conta, determinados serviços. Essas novas entidades criadasintegrarão a Administração Indireta, e não serão subordinadas à entidadeda Administração Direta que as criou, mas estarão a ela apenas vinculadas, havendo sobre elas uma supervisão ministerial, um controle finalístico, ouseja, a fim de se verificar se as mesmas estão cumprindo com seus deveres ealcançando a sua finalidade, mas não havendo nenhum controle hierárquico,fundado na hierarquia, portanto, em regra, sem a possibilidade de ditar-lhesordens e rever seus atos.

Resumo esquemático:

Questão 6: Errada, pois define a descentralização, e não a desconcentração,

uma vez que o serviço é conferido a “outra pessoa jurídica”, e não a um órgão.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Questão 21. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Quanto à composição, os órgãos públicos seclassificam em singulares e coletivos. Os singulares são aqueles integradospor um só agente, como os chefes do Poder Executivo, e os coletivos, aqueles

compostos por vários agentes.

Questão 22. (Cespe/Auditor/TCU/2009) Em regra, os órgãos, por não terem personalidade jurídica, não têm capacidade processual, salvo nas hipóteses em que os órgãossão titulares de direitos subjetivos, o que lhes confere capacidade processualpara a defesa de suas prerrogativas e competências.

Questão 23. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) A Presidência da Repúblicae o Ministério Público podem ser classificados como órgãos autônomos noque tange a sua posição estatal.

Questão 24. (Cespe/PGE/PI/2008) Segundo a doutrina, os órgãos públicos podem serclassificados em coletivos e singulares, sendo a Presidência da Repúblicaexemplo de órgão público singular.

Questão 25. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Os órgãos públicostêm personalidade jurídica própria.

Questão 26. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Os órgãos públicosnão têm personalidade jurídica, mas detêm, via de regra, capacidade proces-sual para buscar seus direitos, em nome próprio, nas ações judiciais.

Questão 27. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Na classificação dosórgãos quanto à composição, são considerados compostos aqueles integradospor outros órgãos públicos menores.

Questão 28. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Os órgãos públicospodem ser criados e extintos, livremente, por decreto do chefe do PoderExecutivo.

Questão 29. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008)A Secretaria de Es-tado da Segurança e da Defesa Social do Estado da Paraíba não é um órgãodo estado da Paraíba.

Questão 30. (Cespe/PCRN/AgenteAgente de Polícia Civil/2008) É correto afirmar queos órgãos públicos superiores são os de direção, controle e comando, massujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia. Eles gozamde autonomia administrativa e financeira.

Questão 31. (Cespe/PCRN/AgenteAgente de Polícia Civil/2008) É correto afirmar que osórgãos públicos autônomos são originários da Constituição e representati-vos dos três poderes do Estado, sem qualquer subordinação hierárquica oufuncional.

Questão 32. (Cespe/PCRN/AgenteAgente de Polícia Civil/2008) É correto afirmar que osórgãos públicos subalternos são órgãos de direção, controle e comando, massujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Questão 33. (Cespe/PCRN/AgenteAgente de Polícia Civil/2008) É correto afirmar que osórgãos públicos autônomos não gozam de autonomia administrativa nemfinanceira.

Gabarito:

20-C 21- C 22-C 23-E 24-C 25-E 26-E 27-C

28-E 29-E 30-E 31-E 32-E 33-E

  COMENTÁRIO 1.1.3

Espécies de órgãos:

• Quanto à posição estatal:• Independentes: estão no “topo” dos Poderes, originários da Cons-

tituição Federal. Ex: Presidência da República, Senado Federal,Ministério Público...

•  Autônomos: estão imediatamente subordinados aos órgãos inde-pendentes, mas com autonomia administrativa e financeira. Ex:Ministérios.

• Superiores: exercem funções de direção e controle, mas sem au-tonomia. Ex: Secretaria da Receita Federal do Brasil.

• Subalternos: estão na base da pirâmide. Ex: Departamento de

pessoal.• Quanto à estrutura e composição:

• Simples: não possuem órgãos menores em sua estrutura.• Composto: possuem órgãos menores internamente, desconcen-

trados.• Singular: em que apenas um agente decide. Ex: Presidência da

República.• Colegiado: em que a maioria dos membros decide. Ex: TCU.

Questão 20: Certa, uma vez que alguns órgãos (apesar de não possuírem perso-nalidade jurídica) têm capacidade processual, ou seja, podem atuar diretamenteem juízo, em algumas hipóteses, defendendo os seus interesses institucionais.Isso ocorre quanto aos órgãos independentes e autônomos.

Questão 21: Certa. Na verdade, o órgão singular não precisa ser integradopor um único agente, mas que as decisões e responsabilidades sejam deum único agente.

Questão 22: Certa, como na questão 20.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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Questão 23: Errada, pois esses são órgãos independentes, originários dire-tamente da Constituição Federal, e não “autônomos”.

Questão 24: Certa, uma vez que a Presidência da República é titularizadapor um único agente, o Presidente da República.

Questão 25: Errada, pois os órgãos públicos não possuem personalidade.

Questão 26: Errada. O erro sutil é o termo “via de regra”, pois a capacidadeprocessual dos órgãos não é a regra, mas sim exceção, vez que está presenteapenas nos órgãos independentes e autônomos.

Questão 27: Certa, pois esses órgãos são compostos por outros órgãos me-nores, frutos da desconcentração.

Questão 28: Errada, pois a criação e extinção de órgãos exigem lei, de inicia-tiva privativa do Chefe do Poder Executivo.

Questão 29: Errada, uma vez que as secretarias são órgãos da AdministraçãoDireta.

Questão 30: Errada. Os órgãos superiores são de direção, controle e comando,mas não possuem autonomia, conferida aos órgãos autônomos.

Questão 31: Errada, pois os órgãos originários da Constituição, representa-

tivos dos Poderes, são os órgãos independentes, e não “autônomos”.Questão 32: Errada, pois esta é a definição de órgãos superiores, e não“subalternos”.

Questão 33: Errada porque os órgãos autônomos gozam de autonomia.

Questão 34. (Cespe/Abin/TécnicoOficial técnico de inteligência – Direito/2010) Consideran-do-se que, de acordo com a teoria do órgão, os atos praticados pelos agentespúblicos são imputados à pessoa jurídica de direito público, é correto afirmarque os atos provenientes de um agente que não foi investido legitimamente

no cargo são considerados inexistentes, não gerando qualquer efeito.

Questão 35. (Cespe/Finep/Analista – Administração Geral/2009)Pela teoria da represen-tação, a vontade das pessoas físicas, em virtude de lei, exprime a vontade dapessoa jurídica, suprindo-se a ausência, momentânea ou perene, da vontade.O representante legal desenvolve uma série de atos em nome da pessoa jurídica representada, como ocorre na tutela ou curatela.

Questão 36. (Cespe/Finep/Analista – Administração Geral/2009)Segundo a teoria do man-dato, os atos dos agentes são da pessoa jurídica estatal que delegou poderesgerais ou especiais para que o indivíduo atue em seu nome ou administre seusinteresses, o que assegura que o Estado responda pelos atos praticados emexcesso pelos poderes outorgados.

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3. Teoria do órgão, ou da imputação: é a teoria atualmente ado-tada pela doutrina; os atos praticados pelos órgãos (por meio dos

seus agentes) são imputados ao Estado. Como consequência, aresponsabilidade pela atuação de um agente público será impu-tada ao Estado, que responderá civilmente por eventuais danoscausados a terceiros.

Questão 34: Errada, uma vez que o Estado responde por TODOS os atos pra-ticados por seus agentes, mesmo que, posteriormente, venha a se descobrir quehouve alguma ilegitimidade na investidura desse agente, tal como em caso deposse do servidor sem aprovação em concurso público. Esse agente configuraum agente de fato e, assim, seus atos não podem ser considerados inexis-tentes, uma vez que eles têm existência e geram efeitos. De forma diversa, oEstado não responde pelos atos praticados pelo usurpador de função, que éaquele que se faz passar por agente público sem nunca ter sido investido emqualquer função (diferentemente de não ter sido investido “legitimamente”,como sugere a questão); esses atos sim serão inexistentes.

Questão 35: Certa, porque dá a definição da teoria da representação, emque o agente público seria um representante do Estado, como se fosse um tu-tor, ou curador do Estado (teoria esta não acatada atualmente pela doutrina

brasileira).Questão 36: Errada. Pela teoria do mandato, o Estado estaria outorgandopoderes nos estritos limites contidos no instrumento do mandato, por isso,não poderia responder pelos atos praticados pelos agentes públicos além dospoderes outorgados; dessa forma, o Estado não responderia por atos ilícitospraticados pelos agentes (como o Estado é obrigado a responder por esses atos,essa teoria também não é aceita pela doutrina brasileira).

Questão 37: Certa, por apresentar a precisa definição da teoria do órgão.

Questão 38:  Certa, pois na desconcentração  não é criada outra pessoa jurídica.

Questão 39: Certa, embora esses “órgãos que legislam e órgãos que julgam”não se insiram no conceito de Administração Pública.

Questão 40: Errada, pois alguns órgãos podem, excepcionalmente, possuircapacidade processual e, assim, impetrar mandado de segurança, conformecomentários anteriores.

Questão 41: Errada, pois TODOS os atos (lícitos ou ilícitos) praticados por

agentes públicos nessa qualidade são imputados ao Estado, pela atual teoriada imputação.

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Questão 53. (Cespe/Técnico/TCU/2009) As sociedades de economia mista que exploramatividade econômica não se submetem à exigência constitucional do concursopúblico e, quanto às obrigações trabalhistas, sujeitam-se ao regime próprio

das empresas privadas.

Questão 54. (Cespe/Técnico/TCU/2009) A autarquia, por possuir autonomia adminis-trativa, econômica e financeira, além de personalidade jurídica própria,possui capacidade processual própria para ser parte em processos judiciais.

Questão 55. (Cespe/SEJUS-ES/Agente Penitenciário/2008) A sociedade de economia mista,pessoa jurídica de direito privado, deve ser organizada sob a exclusiva formade sociedade anônima.

Questão 56. (Cespe/TJ-CE/Oficial de Justiça/2008) As sociedades de economia mista nãoprecisam realizar licitação para aquisição de bens móveis.

Questão 57. (Cespe/Auditor/Sefaz-ES/2008) O estado-membro pode, a exemplo do queocorre no âmbito federal, criar autarquia destinada ao desempenho de ativi-dade administrativa de forma descentralizada. Para tanto, é indispensável aobservância do princípio da reserva legal.

Questão 58. (Cespe/Auditor/Sefaz-ES/2008) A Administração Pública, compreendida nosentido subjetivo como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas que, porforça de lei, exercem a função administrativa do Estado, submete-se exclu-

sivamente ao regime jurídico de direito público.

Gabarito:

44-E 45-E 46-B 47-E 48-E 49-C 50-C 51-C

52-C 53-E 54-C 55-C 56-E 57-C 58-E

  COMENTÁRIO 1.2.1

• Entidades da Administração Direta ou entidades políticas: União,estados, Distrito Federal e municípios.

• Entidades da Administração Indireta: Autarquias, Fundações Pú-blicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

Características comuns às entidades da Administração indireta:

• Obrigatoriedade de concurso público e licitação

• Controle pelo Tribunal de Contas

• Exigência de lei para sua criação

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Resumo esquemático:

AUTARQUIA FUNDAÇÃOPÚBLICA

EMPRESAPÚBLICA

SOC. ECON.MISTA

Atividades Serviços Públicos(somente atividade típica de Estado)

Serviços Públicos(área social)

Serviços Públi-cos ou atividade

econômica

Serviços Públi-cos ou atividade

econômicaFins lucrativos NÃO NÃO PODE PODEPersonalidade

 jurídicaDireito Público Direito Público ou

Direito PrivadoDireito Privado Direito Privado

Pessoal Servidor PúblicoEmpregado Público

Servidor PúblicoEmpregado

Público

EmpregadoPúblico

EmpregadoPúblico

RegimeJurídico

EstatutárioCLT

EstatutárioCLT

CLT CLT

Capital – – 100% público >50% públicoTipo desociedade

– – qualquer tipoadmitido em

Direito

S/A

Questão 44: Errada, uma vez que as empresas públicas possuem personali-dade jurídica de direito privado, não possuindo as prerrogativas das pessoasde direito público.

Questão 45: Errada. Não podemos dizer que as empresas públicas e as socie-dades de economia mista se submetem exclusivamente ao regime de direitoprivado, uma vez que devem obedecer algumas regras de direito público, taiscomo a obrigatoriedade de concurso público e de licitação pública, assim, di-zemos que o regime dessas estatais é híbrido (predominantemente de direitoprivado, mas com alterações, derrogações de direito público), estando errada,portanto, a palavra “inteiramente”.

Questão 46: A composição do capital é diferente, uma vez que o capital social

de uma empresa pública é inteiramente público, enquanto na sociedade deeconomia mista admite-se o capital privado, contanto que a maioria do capitalvotante (ações com direito a voto) seja público.

Questão 47: Errada; autarquias integram a Administração Indireta.

Questão 48: Errada; empresas públicas têm personalidade jurídica de direitoprivado.

Questão 49:  Certa; sociedade de economia mista deve ser constituída naforma de S/A.

Questão 50: Certa; a personalidade jurídica é distinta.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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Questão 51: Certa; as autarquias devem ser criadas para exercer atividadestípicas de Estado, aquelas vedadas à iniciativa privada, tal como as ati-

vidades de fiscalização e controle de empresas privadas, realizadas pelo BancoCentral, Ibama, entre outros.

Questão 52: Certa; a empresa pública pode ser constituída por qualquer forma admitida em direito, tal como uma “Ltda.” e, inclusive, como sociedade anônima.

Questão 53: Errada, uma vez que são obrigadas a realizar concurso público As empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista),pessoas de direito privado, não têm as prerrogativas, privilégios das pessoasde direito público, mas estão sujeitas a algumas de suas obrigações, restrições.

Questão 54: Certa; todas as entidades da Administração Indireta possuempersonalidade jurídica e, portanto, capacidade processual.

Questão 55: Certa. As sociedades de economia mista devem ser S/A para teremseu capital social dividido em ações, que podem ser vendidas a particulares,admitindo-se, assim, o capital misto.

Questão 56: Errada; todas as entidades da Administração Direta e Indiretaestão obrigadas a realizar licitação pública.

Questão 57: Certa. A descentralização, criação de entidades da Administração

Indireta, pode ocorrer em qualquer ente federado, mas sempre observando o prin-cípio da reserva legal, significando dizer que é obrigatória a edição de lei para tal.

Questão 58: Errada. O erro é a palavra exclusivamente, uma vez que al-gumas entidades da Administração Indireta submetem-se ao regime jurídicode direito público e outras ao direito privado.

Questão 59. (Cespe/Analista/TRE-GO/2009) Assinale a opção correta a respeito da orga-nização da Administração Pública direta e indireta.

a) A União, os estados, os municípios e o Distrito Federal são entidades políticas quecompõem a Administração Pública indireta.

b) Por meio do processo de descentralização vertical da Administração Pública, sãocriadas entidades com personalidade jurídica, às quais são transferidas atribui-ções conferidas pela Constituição (CF) aos entes políticos.

c) Na estrutura dos entes políticos, os órgãos estão estruturados a partir de crité-rios de hierarquia. Contudo, há órgãos independentes, que não se subordinam aqualquer outro, devendo, apenas, obediência às leis. É o caso da presidência daRepública, na estrutura do Poder Executivo federal, e dos gabinetes dos governa-dores, na estrutura do Poder Executivo estadual.

d) De forma geral, as autarquias corporativas, como a OAB e os demais conselhos deprofissões regulamentadas, devem prestar contas ao Tribunal de Contas da União(TCU), fazer licitações e realizar concursos públicos para suas contratações.

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Gabarito:

59- C

  COMENTÁRIO 1.2.2

O gabarito é a letra C, conforme Comentário 1.1.3.

 A letra A está correta em afirmar que essas são entidades políticas, signi-ficando dizer que possuem capacidade política, para legislar, mas integram a

 Administração Direta, e não Indireta; o erro na letra B é que a descentralizaçãonão é vertical, pois não há hierarquia, a desconcentração, sim, é vertical; naletra D o erro é que, conforme entendimento do STF, a OAB é uma autarquia

regida por normas especiais e, assim, de forma extremamente excepcional, nãodeve se submeter à exigência de concurso público.

Questão 60. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) Para o estabelecimento deuma empresa pública, é necessário ato do Poder Legislativo que editará leiespecífica de sua criação.

Questão 61. (Cespe/Especialista/Anac/2009) A criação de sociedades de economia mistae empresas públicas deve, necessariamente, ser autorizada por lei.

Questão 62. (Cespe/Analista/Anac/2009) São características das fundações a criação por

lei, a personalidade jurídica pública, a capacidade de autoadministração, aespecialização dos fins ou atividades e a sujeição a controle ou tutela.

Questão 63. (Cespe/Auditor/TCU/2009) A criação de fundações públicas, pessoas jurídicasde direito público ou privado, deve ser autorizada por lei específica, sendo acriação efetiva dessas entidades feita na forma da lei civil, com o registro dosseus atos constitutivos, diferentemente do que ocorre com as autarquias.

Questão 64. (Cespe/PCPB/Agente de Investigação e Escrivão de Polícia/2008) Julgue ositens subsequentes, relativos à Administração Direta e indireta.

I – As empresas públicas e as sociedades de economia mista são criadas por leiespecífica.II – A criação de uma fundação pública se efetiva com a edição de uma lei específica.III – Cabe à lei complementar definir as áreas de atuação das fundações públicas.IV – As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, cria-

das sob a forma de sociedades anônimas para o exercício de atividade econômi-ca ou, eventualmente, a prestação de serviços públicos.

V – O regime jurídico das empresas públicas e sociedades de economia mista é decaráter exclusivamente privado.

Estão certos apenas os itens

a) I e II. d) III e IV.b) I e V. e) III e V.c) II e IV.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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Questão 65. (Cespe/TJ-CE/Oficial de Justiça/2008) A criação de subsidiárias de socie-dades de economia mista depende de autorização legislativa, assim como aparticipação de empresa pública em empresa privada.

Questão 66. (Cespe/Ministério das Comunicações/Direito/2008) A criação de subsidiáriasdistintas da sociedade de economia mista matriz, em consonância com aConstituição Federal, exige autorização legislativa, ainda que haja previsãopara esse fim na própria lei que instituiu a sociedade-matriz.

Gabarito:60-E 61-C 62-E 63-E 64-D 65- C 66-E

  COMENTÁRIO 1.2.3

CF 88 Art. 37, XIX  – somente por lei específica poderá ser  criada au-

tarquia e  autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de

 economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,

definir as áreas de sua atuação;

CF 88 Art. 37, XX  – depende de autorização legislativa, em cada caso, a

 criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim

 como a participação de qualquer delas em empresa privada;

De forma genérica, todas as entidades da Administração Indireta precisamde lei específica para sua criação, no entanto, somente a Autarquia é criada diretamente pela lei específica; as demais entidades têm a sua criação apenasautorizada por lei específica.

 A Constituição Federal dispõe, de maneira geral, que a fundação deve tersua criação autorizada por lei, entretanto, conforme a doutrina, as funda-ções públicas podem ser constituídas com personalidade jurídica de direitopúblico ou de direito privado; as fundações públicas de direito públicosão equiparadas às autarquias (por isso denominadas autarquias funda-cionais), devendo ser criadas por lei, enquanto as fundações públicas dedireito privado seguem as regras das empresas estatais, ou seja, têm

a sua criação autorizada por lei (a efetiva criação ocorrerá com o registro deseu estatuto nos órgãos competentes).

Questão 60: Errada no sentido literal da palavra, pois na empresa públicanão há lei para a sua criação, e sim para a autorização de sua criação.

Questão 61: Certa, sendo exigida lei para a autorização.

Questão 62: Errada, uma vez que se referiu a “fundações” de forma genéricae, de forma literal, nos termos da Constituição Federal, a criação não ocorrerápor lei, que só autoriza a criação; quanto à personalidade jurídica, a maioria

delas é de direito público, mas há outras de direito privado. O restante podeser considerado correto, uma vez que se autoadministram, são especializadase sujeitas a controle (finalístico) da Administração Direta.

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Questão 63: Errada. Esta questão se referiu a ambas as espécies de fundaçõespúblicas. A afirmativa estaria correta apenas em relação às fundações públicas

de direito privado, mas as fundações públicas de direito público serão criadas por lei, como as autarquias.

Questão 64: Os itens I e II estão errados conforme comentários anteriores;o item III está correto nos termos do art. 37 XIX da Constituição Federal; oitem IV está correto como visto antes; no item V o erro é a palavra exclusiva-mente; em regra, o regime é de direito privado, mas existem algumas regrasde direito público, como a necessidade de concurso e licitação, por exemplo.

Questão 65: Certa, repetindo de forma literal o disposto no art. 37 XX da CF.

Questão 66: Errada, pois, de acordo com decisão do STF, a autorização legis-lativa para a criação de subsidiárias pode já estar presente na lei que autorizoua criação da própria entidade e, assim, não será necessária nova autorização.

Questão 67. (Cespe/Agente/MMA/2009) Autarquias podem ser criadas para exercerematividades de ensino, em que se incluem as universidades.

Gabarito:67-C

  COMENTÁRIO 1.2.4

Foi dito que as Autarquias só devem desempenhar atividades típicas de Estado, que são aquelas atividades que não podem ser prestadas pela ini-ciativa privada. Nesse contexto, saúde e educação não são atividades típicas,uma vez que podem ser exploradas por empresas privadas e, assim, devem serprestadas por fundações. Ocorre que algumas universidades públicas federaisforam criadas como fundações públicas de direito público, consideradas comoespécies de autarquias, as autarquias fundacionais.

Questão 68. (Cespe/TCE-AC/Administrador/2008) Segundo o STF, o TCU pode instaurartomada de conta especial, contra administradores e responsáveis por dinheiro,bens e valores públicos, das entidades integrantes da:

a) Administração Direta, somente;b) Administração Indireta, somente;c) Administração Indireta, incluindo-se as prestadoras de serviços públicos e as ex-

ploradoras de atividade econômica, e da Administração Direta;d) Administração Indireta, exceto as prestadoras de serviços públicos, e da Adminis-

tração Direta;

e) Administração Indireta, exceto as exploradoras de atividade econômica, e da Ad-ministração Direta.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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 A letra B está errada, pois o capital de uma empresa pública deve ser intei-ramente público, ou seja, com a participação unicamente de entidades da

 Administração, direta ou indireta, de qualquer ente federado. A letra C está errada uma vez que as regras dos arts. 40 e 41 da CF, no quetange à aposentadoria e à estabilidade, só se aplicam aos servidores es-tatutários efetivos, e não aos empregados públicos celetistas das empresasestatais.

 As empresas públicas e sociedades de economia mista (prestadoras de serviçopúblico ou de atividade econômica) são pessoas jurídicas de direito privado e,assim, não gozam das prerrogativas das pessoas jurídicas de direito público(tal como a impenhorabilidade de seus bens). Entretanto, como o serviçopúblico não pode ser paralisado, em obediência ao princípio da continuidadedo serviço público, já decidiu o STF que as empresas estatais prestadorasde serviço público (e não as que exploram atividade econômica) gozarãode algumas prerrogativas, tais como a impenhorabilidade dos seus bensindispensáveis à continuidade da prestação do serviço público e,quando não tiverem fins lucrativos, não concorrendo com a iniciativa pri-vada, gozarão ainda de imunidade quanto aos seus impostos, tal como nocaso da ECT – letras D e E.

Questão 70: Certa, como visto na questão 69.Questão 71: Errada. Há a impenhorabilidade de seus bens indispensáveisà continuidade do serviço público postal, mas não quanto aos demaisbens da empresa, que podem ser penhorados caso não pague suas dívidascom terceiros.

Questão 72. (Cespe/TCE-AC/Administrador/2008) Acerca da Administração Pública federal,assinale a opção correta.

a) A sua organização compreende a Administração Indireta, com personalidade ju-

rídica de direito público, e Administração Direta, com personalidade jurídica dedireito privado.b) Não é necessária lei para a criação de autarquias e fundações.c) As fundações possuem patrimônio próprio, mas carecem de autonomia financei-

ra e administrativa.d) A empresa de economia mista é uma entidade criada para a exploração de ati-

vidade econômica, sob forma de sociedade anônima, dotada de personalidade jurídica de direito privado.

e) A empresa pública tem o objetivo de explorar atividade econômica que o governoseja levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa, e,

nesse caso, a maioria das ações com direito a voto deve pertencer à União.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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Questão 73. (Cespe/PCRN/AgenteAgente de Polícia Civil/2008) Com relação aos órgãosintegrantes da Administração Indireta, assinale a opção correta.

a) A ação popular é cabível contra as entidades da Administração Indireta.

b) Em relação a mandado de segurança, as autoridades das fundações públicas dedireito público não podem ser tidas como coatoras.

c) No ordenamento jurídico pátrio não se admite empresas públicas federais com oobjetivo de explorar atividade econômica.

d) Sociedade de economia mista não pode ser prestadora de serviço público.e) Todas as causas envolvendo autarquia federal serão processadas e julgadas na

 justiça federal.

Gabarito:

72-D 73-A

  COMENTÁRIO 1.2.6

Questão 72: O gabarito oficial foi a letra D, mas, na minha visão, a opçãoE estaria mais correta, uma vez que a letra D chamou de “empresa deeconomia mista” o que na verdade a lei denomina sociedade de economiamista. O Decreto-Lei no 200/1967, que define as entidades da AdministraçãoIndireta federal, dispõe que a empresa pública possui “patrimônio próprio

 e capital exclusivo da União”, mas o Decreto-Lei no 900/1967 esclarece,

em seu art. 5o

, que “Desde que a  maioria do capital votante perma-neça de propriedade da União , será admitida, no capital da Empresa

 Pública), a participação de outras pessoas jurídicas de direito público

interno bem como de entidades da Administração Indireta da União, dos

 Estados, Distrito Federal e Municípios”, o que faz com que a letra E estejacorreta (a não ser que a expressão “nesse caso” da questão queira dizerque somente no caso de “conveniência administrativa” a maioria das açõescom direito a voto tenha de ser da União, o que de fato faria com que aafirmativa estivesse errada).

O DL no

 200/1967 dispõe que ambas as entidades atuarão na exploração deatividade econômica, mas admite-se a prestação de serviços públicos.

 As demais opções foram tratadas nos itens anteriores.

Questão 73:  A letra A está certa, e a letra B está errada, uma vez que écabível tanto ação popular quanto mandado de segurança contra atos pra-ticados por entidades da Administração, seja direta ou indireta, envolvendotodas as entidades (esse assunto será tratado no capítulo relativo ao controleda Administração). As letras C e D estão erradas, pois as empresas públicase sociedades de economia mista podem prestar serviço público ou atividadeeconômica.

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Na letra E, o erro é a palavra “todas”, uma vez que, de acordo com o art.109 I da Constituição Federal, aos juízes federais compete processar e julgar

as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federalforem interessadas, exceto as de falência, acidentes de trabalho e as sujeitasà Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.

Questão 74. (Cespe/TJ-CE/Oficial de Justiça/2008) Os empregados da Caixa EconômicaFederal, por trabalharem em uma empresa pública, são regidos pelo mes-mo regime dos servidores públicos federais, e não se submetem ao que fordecidido em dissídio coletivo da categoria dos bancários.

Questão 75. (Cespe/Auditor/TCU/2009) Os dirigentes das sociedades de economia mista,

sejam eles empregados ou não da referida empresa, são regidos pela Con-solidação das Leis do Trabalho.

Questão 76. (Cespe/PGE-CE/2008) Assinale a opção correta acerca das autarquias.a) As autarquias são detentoras, em nome próprio, de direitos e obrigações, pode-

res e deveres, prerrogativas e responsabilidades.b) As autarquias são hierarquicamente subordinadas à Administração Pública que

as criou.c) As autarquias são criadas e extintas por ato do chefe do Poder Executivo.d) Ao criar uma autarquia, a Administração Pública apenas transfere a ela a exe-

cução de determinado serviço público, permanecendo com a titularidade desseserviço.e) As autarquias não estão sujeitas ao controle externo do Poder Legislativo.

Questão 77. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) Não colide materialmente com a CF a de-terminação de que sejam previamente aprovadas, pelo Poder Legislativo, asindicações dos presidentes das entidades da Administração Pública indireta.

Questão 78. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) Devido à natureza privada das empresaspúblicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econô-mica, não há espaço para que essas entidades sejam fiscalizadas pelo TCU.

Questão 79. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) Prevalece o entendimento de que as funda-ções públicas com personalidade jurídica de direito público são verdadeirasautarquias, as quais devem ser criadas por lei e não por ato infralegal.

Questão 80. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) As autarquias são caracterizadas pela suasubordinação hierárquica a determinada pasta da Administração Pública dire-ta. Dessa forma, contra a decisão proferida por elas cabe recurso hierárquicopróprio para o chefe da pasta.

Questão 81. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) O consórcio público, mesmo com personali-

dade jurídica de direito público, não passa a integrar a Administração Indiretade todos os entes da Federação consorciados.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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Questão 82. (Cespe/Sejus-ES/Agente Penitenciário/2008) A autarquia, embora possuapersonalidade jurídica própria, sujeita-se ao controle ou à tutela do ente quea criou.

Questão 83. (Cespe/Procurador TCE-ES/2009) A Administração Pública, em sentido obje-tivo, abrange as atividades exercidas por pessoas jurídicas, órgãos e agentesincumbidos de atender concretamente às necessidades coletivas.

Questão 84. (Cespe/Procurador TCE-ES/2009) Os órgãos públicos, por não possuírempersonalidade jurídica, não têm legitimidade para impetrar mandado desegurança, nem mesmo quando o objeto dessa impetração visa à defesa desuas prerrogativas, atribuições ou competências.

Questão 85. (Cespe/Procurador TCE-ES/2009) Empresas públicas e sociedades de econo-

mia mista, quando exploradoras de atividade econômica, não estão sujeitasao controle do TCU.

Questão 86. (Cespe/AUGE-MG/2008) Acerca da Administração Pública, julgue os itens aseguir.

I – As autarquias possuem personalidade jurídica de direito público, e sua criaçãodeve se dar por lei específica.

II – As empresas públicas e as sociedades de economia mista destinam-se à presta-ção de serviços públicos ou à exploração de atividade econômica.

III – Os órgãos da Administração Pública devem ser criados por lei, e a iniciativa des-

ta está reservada tanto ao chefe do Executivo quanto aos parlamentares.IV – As entidades da Administração Indireta, a exemplo do que ocorre na Adminis-

tração Direta, sujeitam-se ao controle externo exercido pelo Legislativo com oauxílio do Tribunal de Contas da União (TCU).

V – As empresas públicas e as sociedades de economia mista são constituídas porcapital público e privado, com participação majoritária do poder público.

Estão certos apenas os itensa) I, II e III.b) I, II e IV.c) II, III e IV.

d) II, III e V.e) III, IV e V

Questão 87. (Cespe/PGM-Natal/2008) Com relação às autarquias, assinale a opção correta.

a) A relação entre uma autarquia e o ente que a criou é de subordinação.b) A criação de uma autarquia federal é feita por decreto do presidente da República.c) O dirigente de autarquia não pode figurar como autoridade coatora em mandado

de segurança.d) Uma autarquia municipal pode litigar em juízo contra o município que a criou.

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Gabarito:

74-E 75-E 76-A 77-E 78-E 79-C 80-E 81-E

82-C 83-C 84-E 85-E 86-B 87-D

  COMENTÁRIO 1.2.7

Questão 74: Errada. Os empregados públicos das empresas públicas e socieda-des de economia mista são regidos pela CLT, e não pelo regime dos servidoresestatutários, logo, estão sujeitos, como todo empregado celetista, a “dissídiocoletivo”, de forma diversa dos servidores estatutários, não sujeitos a conven-ções coletivas de trabalho.

Questão 75: Errada, pois os dirigentes das empresas estatais são ocupantesde cargo em comissão, nomeados pelo Chefe do Poder Executivo sem concursopúblico, ou seja, não são empregados celetistas, e sim estatutários ocupantesde cargo comissionado.

Questão 76: A letra B está errada uma vez que elas não estão subordinadas,e sim vinculadas; na letra C o erro é que a criação depende de lei; na letra Do erro é que, na descentralização, é transferida a titularidade do serviço àentidade da Administração Indireta criada por lei; e a letra E está errada porqueTODA a administração, direta e indireta, está sujeita ao controle externo do

Legislativo, realizado com o auxílio do TCU (esse assunto deve ser estudadono capítulo referente a controle da Administração).

Questão 77: Errada. A determinação, de forma generalizada, de que anomeação, pelo Presidente da República, de todo dirigente de entidade da

 Administração Indireta dependa de aprovação do Legislativo seria incons-titucional, embora a Constituição Federal, em seu art. 52 III, disponha quea nomeação para alguns cargos dependa de aprovação prévia pelo SenadoFederal.

Questão 78: Errada, pois o controle pelo TCU se estende a toda  a Administração.

Questão 79: Certa. Defende a doutrina que as fundações públicas com per-sonalidade jurídica de direito público possuem todas as características dasautarquias, uma vez que são autarquias fundacionais, logo, a sua criaçãoserá feita por lei específica.

Questão 80: Errada, uma vez que as entidades da Administração In-direta estão vinculadas à Administração Direta e não subordinadas.

 Assim sendo, não é cabível recurso hierárquico, que exige subordinação

hierárquica.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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Questão 81: Errada. O tema abordado – consórcios públicos – será visto nocapítulo relativo a serviços públicos; preliminarmente, podemos adiantar que

os consórcios públicos são pessoas jurídicas formadas a partir da reunião deentes federativos, com personalidade jurídica de direito público ou de direitoprivado; os consórcios públicos de direito público são espécies de autarquias,integrando a Administração Indireta de todos os referidos entes federados.

Questão 82: Certa, uma vez que as entidades da Administração Indireta estãosujeitas a supervisão ministerial, a um controle finalístico (mas não controlehierárquico) pelo órgão da Administração Direta ao qual estão vinculadas.

Questão 83: Certa, pois em sentido objetivo, o termo Administração Públicase refere às atividades da Administração, conforme estudado anteriormente.

Questão 84: Errada, pois os órgãos independentes e autônomos, emboranão possuam personalidade jurídica, possuem capacidade processual, legitimi-dade para propor mandado de segurança, conforme estudado anteriormente.

Questão 85: Errada, pois toda a Administração está sujeita a controle peloTCU.

Questão 86: O erro da afirmativa III é que a iniciativa de lei para criaçãode órgãos públicos é privativa do chefe do Poder Executivo, conforme art.

61 § 1o

 II, e, da Constituição Federal. O item V dá a definição de sociedade deeconomia mista, mas não de empresa pública. Os demais itens já foram vistosanteriormente.

Questão 87: A letra D é a correta, uma vez que a autarquia é pessoa jurídicae pode litigar em juízo, inclusive contra a entidade da Administração Diretaà qual está vinculada. As demais opções já foram comentadas anteriormente.

1.3. Entidades Paraestatais (Terceiro Setor)

Questão 88. (Cespe/TRF/JuizJuiz Federal/2007) O Estado compõe o primeiro setor, ao

passo que o mercado configura o segundo setor.

Questão 89. (Cespe/TCE-AC/Administrador/2008) As instituições e empresas particularesque colaboram com o Estado no desempenho de serviços de utilidade públicaintegram o conceito restrito de Administração Pública.

Questão 90. (Cespe/TRF/JuizJuiz Federal/2007) A ação de controle do Estado sobre or-ganizações do terceiro setor que recebem, utilizam e gerenciam recursospúblicos está amparada na Constituição Federal. Com o controle estatal,objetiva-se assegurar não apenas a regular aplicação dos recursos públicostransferidos, mas também a observância dos princípios da legitimidade e daeconomicidade na aplicação desses recursos, de forma a preservar o bempúblico, a correta identificação dos beneficiários e a minimização dos custos

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dos recursos utilizados na consecução das atividades, sem comprometimentodos padrões de qualidade, buscando-se, em suma, a eficiência alocativa dodinheiro público.

Questão 91. (Cespe/TRF/JuizJuiz Federal/2007) A qualificação de entidades como organiza-ções sociais e a celebração de contratos de gestão tiveram origem na necessidadede se desburocratizar e otimizar a prestação de serviços à coletividade, bemcomo de se viabilizarem o fomento e a execução de atividades relativas às áreasespecificadas na Lei no 9.637/1998, como ensino, pesquisa científica, desenvol-vimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.

Questão 92. (Cespe/Técnico/TCU/2009) De acordo com o TCU, entidade paraestatal éaquela que se qualifica administrativamente para prestar serviços de utilidadepública, de forma complementar ao Estado, mediante o repasse de verbapública, motivo pelo qual é sempre obrigatória, nessa espécie de entidade,a realização de licitação e concurso público para contratação.

Questão 93. (Cespe/Auditor/TCU/2009) As entidades do Sistema S (Sesi, Sesc, Senai etc.),conforme entendimento do TCU, não se submetem aos estritos termos da Leino 8.666/1993, mas sim a regulamentos próprios.

Questão 94. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Por não fazerem parte da AdministraçãoPública direta, ou mesmo indireta, e terem recursos exclusivamente dasempresas privadas, as entidades componentes do sistema S conseguiram,

recentemente, reverter, a seu favor, posicionamento do Tribunal de Contasda União (TCU) que dispunha sobre a obrigatoriedade de observância dosprincípios licitatórios às entidades integrantes desse sistema.

Gabarito:

88-C 89-E 90-C 91-C 92-E 93-C 94-E

  COMENTÁRIO 1.3.1

O Estado, aqui entendido como Administração Pública direta e indireta,

configura o chamado primeiro setor; o mercado, abrangendo as empresasprivadas que atuam com fins lucrativos, é o segundo setor, enquanto asempresas privadas sem fins lucrativos que atuam colaborando com o Estadosão as entidades paraestatais, integrantes do terceiro setor, que nãointegram a administração. Estas se subdividem em:

• Serviços sociais autônomos: Sesi, Sesc, Senai... (atuam na áreade treinamento e ensino nas determinadas áreas).

• Fundações (ou entidades) de apoio: formadas por associações

de servidores públicos que prestam serviços complementares deapoio à administração, mantendo vínculo jurídico com ela por meiode convênio.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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• Organizações sociais (OS): prestam serviços sociais de interessepúblico mantendo vínculo jurídico com a administração por meio

de contrato de gestão.• Organizações da sociedade civil de interesse público (OS-

CIP): prestam serviços sociais de interesse público mantendo vín-culo jurídico com a administração por meio de termo de parceria.

Todas as entidades paraestatais recebem recursos públicos para pagamentode suas despesas e, assim, se sujeitam ao controle do TCU, devendo atenderaos princípios da Administração, tais como impessoalidade, moralidade, eco-nomicidade, eficiência, entre outros, embora não estejam (por não integrarema Administração) obrigadas a realizar licitação e concurso público. Para isso,editam normas internas próprias para compras, admissão de pessoal e outrosgastos, devendo prestar contas dos recursos recebidos.

 As entidades paraestatais não estão, portanto, obrigadas a realizar lici-tação pública nos moldes da legislação específica, mas, uma vez que recebemdinheiro público, conforme decisão do TCU, estão obrigadas a obedecer aosprincípios da Administração.

Questão 88: Certa. O Estado é o primeiro setor, o mercado é o segundo setore as entidades paraestatais compõem o terceiro setor.

Questão 89: Errada, uma vez que essas entidades compõem o terceiro setore não integram a Administração, como já comentado.

Questão 90: Certa. Essas entidades estão sujeitas a controle financeiro peloEstado, uma vez que recebem verbas públicas, devendo prestar contas dosrecursos recebidos.

Questão 91: Certa. As organizações sociais são entidades paraestatais quecelebram contrato de gestão com o Poder Público, com o objetivo de prestarserviços mais eficientes à população.

Questão 92: Errada. Conforme o TCU, as entidades paraestatais devem obe-diência aos princípios da Administração, mas não estão obrigadas a realizarconcurso público ou licitações, uma vez que não integram a Administração.

Questão 93: Certa. Essas entidades podem editar regulamentos para suascompras, de forma a observar a transparência, economicidade...

Questão 94: Errada, uma vez que, conforme o TCU, essas entidades continuamobrigadas a observar os princípios licitatórios para suas contratações (econo-micidade, transparência, impessoalidade...) embora não estejam obrigadas afazer licitações públicas nos estritos termos da Lei no 8.666/1993.

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Questão 95. (Cespe/Analista/Ibram/2009) Se determinada associação, com natureza depessoa jurídica privada, sem fim lucrativo, que tenha por objeto a proteçãoe a preservação do meio ambiente, firme contrato de gestão com o poder

público, por meio do qual passe a ser qualificada como organização social,então, com essa qualificação, ela poderá celebrar contratos de prestaçãode serviços com o poder público, para desempenhar as atividades con-templadas no contrato de gestão, sem que haja necessidade de prévialicitação.

Questão 96. (Cespe/MMA/Analista/2008) Uma das características dos contratos firmadosentre a Administração Pública e as OS é a obrigatoriedade de realizar lici-tação para selecionar aquela efetivamente qualificada para a prestação dedeterminado serviço público.

Questão 97. (Cespe/AGU/2009) As entidades de apoio são pessoas jurídicas de direito pri-vado sem fins lucrativos, que podem ser instituídas sob a forma de fundação,associação ou cooperativa, tendo por objeto a prestação, em caráter privado,de serviços sociais não exclusivos do Estado. Tais entidades mantêm vínculo jurídico com a Administração Pública direta ou indireta, em regra, por meio deconvênio. Por sua vez, os serviços sociais autônomos são entes paraestatais,de cooperação com o poder público, prestando serviço público delegado peloEstado.

Questão 98. (Cespe/AUGE-MG/2008) De acordo com a Lei no 9.790/1999 – Lei das Orga-nizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), é correto afirmarque:

a) as pessoas jurídicas de direito público podem qualificar-se como OSCIPs;b) as sociedades comerciais podem qualificar-se como OSCIPs;c) o deferimento ou indeferimento ao pedido de qualificação de uma organização

como OSCIP é atribuição de competência do Ministério da Fazenda;d) pessoa jurídica de direito privado que disponha dentre seus objetivos sociais a

finalidade de promover a segurança alimentar e nutricional poderá, nos termosda Lei, qualificar-se como OSCIP;

e) uma organização social pode também ser qualificada como OSCIP.

Questão 99. (Cespe/MMA/Analista/2008) As OSCIP — que podem atuar na preservaçãoe conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sus-tentável — são criadas para assumir a responsabilidade pela execuçãode serviços públicos, com vistas à extinção de órgãos ou entidades daadministração. O vínculo das OSCIP com a Administração Pública seestabelece por meio de termo de parceria e elas não estão impedidasde obter lucros.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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Gabarito:

95-C 96-E 97-E 98-D 99-E

  COMENTÁRIO 1.3.2

Questão 95: Certa, uma vez que as OS podem ser contratadas pela Adminis-tração com dispensa de licitação conforme art. 24, XXIV da Lei no 8.666/1993.

Questão 96: Errada a palavra “obrigatoriedade”, uma vez que para aassinatura do contrato de gestão necessário para a qualificação da entidadecomo OS não haverá licitação.

Questão 97: A definição quanto às entidades de apoio está correta; o erro é

apenas que, quanto ao serviço prestado pelas entidades paraestatais, não ocorredelegação de serviços públicos, como ocorre, por exemplo, para empresas queprestam serviço público de transporte coletivo.

Questão 98:  Esta questão é literal. Conforme a citada lei, a OSCIP deveser pessoa jurídica de direito privado (erro da letra A) e não pode ser, dentreoutras, uma sociedade de economia mista ou uma OS – letras B e E, cabendoa análise quanto ao deferimento ao Ministério da Justiça, e não da Fazenda(erro da letra C).

Questão 99: Errada. A diferença entre o contrato de gestão (firmado comas OS) e o termo de parceria (firmado com OSCIP) é que o primeiro tem ocaráter de longa duração, e, com isso, torna-se desnecessária a manutençãode estruturas da própria administração para prestar aqueles serviços queagora serão prestados pela OS, ocasionando, portanto, a extinção de órgãose entidades da Administração, o que não ocorre com o termo de parceria, queé transitório; além disso, a OSCIP não pode ter fins lucrativos, daí os doiserros da questão.

1.4. Agências Reguladoras e ExecutivasQuestão 100. (Cespe/TCE-BA – Procurador do MP junto ao TCE/2010) Nas infrações prati-

cadas por pessoa jurídica, a Anatel, no exercício de sua função fiscalizadora,não pode aplicar multa aos respectivos administradores ou controladores,sem prévia autorização judicial, mesmo quando eles tenham agido de má-fé.

Questão 101. (Cespe/Especialista/Anac/2009) Às agências reguladoras é atribuída a natu-reza jurídica de autarquias de regime especial.

Questão 102. (Cespe/Analista/Anatel/2009) As agências reguladoras têm caráter nacional,sendo vedado aos estados e ao Distrito Federal criar suas próprias agênciasestaduais quando se tratar de serviço público, por ausência de previsãoconstitucional.

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Questão 103. (Cespe/PGM-Natal/2008) Com relação às agências reguladoras, assinale aopção correta.

a) As agências reguladoras são órgãos da Administração Pública cuja finalidade é

fiscalizar e controlar determinada atividade.b) A CF criou, por meio de norma inserida em seu texto, duas das atuais agências

reguladoras, quais sejam a Anatel e a Aneel.c) O quadro de pessoal das agências reguladoras é vinculado ao regime celetista,

conforme expressa disposição legal.d) Segundo jurisprudência do STF, a subordinação da nomeação dos dirigentes das

agências reguladoras à prévia aprovação do Poder Legislativo não implica viola-ção à separação e à independência dos poderes.

Questão 104. (Cespe/Analista/Anatel/2009) O regime jurídico aplicável aos servidores das

agências reguladoras atualmente é o do emprego público, regulado pelaConsolidação das Leis do Trabalho, dado o caráter de autarquia especialconferido às agências.

Questão 105. (Cespe/AUGE-MG/2008) A respeito das agências reguladoras, assinale a opçãocorreta.

a) São exemplos de agências reguladoras federais a Aneel, a ANP e o Inmetro.b) Os dirigentes das agências reguladoras não dispõem de mandato fixo.c) As agências reguladoras são órgãos da Administração Pública direta.d) Essas agências são consideradas autarquias sob regime especial.

e) Essas agências são diretamente vinculadas à presidência da República.

Questão 106. (Cespe/Anvisa/Técnico/2007) A Anvisa é imune ao pagamento de impostosobre propriedade predial e territorial urbana referente a imóveis utilizadospara o exercício de suas competências legalmente definidas.

Questão 107. (Cespe/Anvisa/Técnico/2007) A Anvisa não é imune ao pagamento de taxasinstituídas pelos estados e pelo Distrito Federal.

Questão 108. (Cespe/Anvisa/Técnico/2007) Violaria a Constituição Federal um decreto dopresidente da República que extinguisse a Anvisa e transferisse as compe-tências dessa agência para um órgão do MS.

Gabarito:

100-E 101-C 102-E 103-D 104-E 105-D 106-C 107-C

108-C

  COMENTÁRIO 1.4.1

 As agências (reguladoras e executivas) não são novas espécies de entidadesalém das já estudadas; retratam apenas um título, uma qualificação conferida,

por razões diversas, a uma entidade da Administração Indireta (autarquia oufundação), federal, estadual, distrital ou municipal; sendo assim, possuem, deantemão, todas as características básicas dessas entidades.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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 A agência reguladora é uma autarquia criada para regular determi-nado setor de interesse público, podendo criar normas, fiscalizar e punir as

empresas daquele setor; diz-se que é uma autarquia de regime especial porpossuir poderes e autonomia ainda maiores que as autarquias comuns. Dentreesses poderes se encontra o mandato fixo de seus dirigentes, que não poderãoser exonerados pelo chefe do Poder Executivo antes do término do mandato,além do que suas nomeações pelo Chefe do Executivo dependerão de préviaaprovação do Senado Federal.

Questão 100: Errada, uma vez que as agências reguladoras podem aplicarsanções independentemente de prévia autorização judicial.

Questão 101: Certa, uma vez que possuem prerrogativas maiores que asautarquias normais.

Questão 102: Errada, pois podem ser criadas por qualquer ente federado.

Questão 103: O erro da letra A é que as agências não são órgãos, e simentidades da Administração; as agências reguladoras, como são autarquias,são criadas por lei específica, e não diretamente pela CF (erro da letra B) eadotam o regime estatutário (erro da letra C). A letra D está correta, comovisto anteriormente.

Questão 104: Errada, como a letra C da questão 103.Questão 105: Na letra A, o Inmetro não é agência reguladora; na letra E, asagências, como as autarquias em geral, estão vinculadas aos ministérios, e nãodiretamente à Presidência. As demais opções já foram tratadas anteriormente.

Questões 106 e 107: Como toda autarquia, a agência reguladora é imuneao pagamento de impostos (Constituição Federal art. 150 § 2o), mas não detaxas.

Questão 108: Certa. A autarquia, assim como qualquer entidade da Admi-

nistração Indireta, deve ser criada e extinta por lei, e não simplesmente pordecreto.

Questão 109. (Cespe/Juiz/TRF/2009) As agências reguladoras têm permissão constitucio-nal expressa para editar regulamentos autônomos que ultrapassem a meraelaboração de normas técnicas.

Questão 110. (Cespe/Analista/Anatel/2009) O mandato dos conselheiros e dos diretores dasagências reguladoras terá o prazo fixado na lei de criação de cada agência.

Questão 111. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Os conselheiros e os diretores das agências

reguladoras somente perdem o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar, não

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podendo a lei de criação da agência prever outras condições para a perda domandato.

Questão 112. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Durante o período de impedimento para oexercício de atividades no setor regulado, o ex-dirigente de agência regula-dora ficará vinculado à agência, fazendo jus a remuneração compensatóriaequivalente à do cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes.

Questão 113. (Cespe/Analista/Anatel/2009) O ex-dirigente de agência reguladora fica im-pedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setorregulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses, contadosda exoneração ou do término do seu mandato.

Questão 114. (Cespe/Analista/Anatel/2009) O presidente, o diretor-geral ou o diretor-

-presidente das agências reguladoras devem ser escolhidos pelo Presidenteda República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal.

Questão 115. (Cespe/Analista/Antaq/2009) Os diretores das agências reguladoras serãoescolhidos pelo presidente da República, mas essa escolha deve ser aprovada,por meio de voto secreto, após arguição pública, pelo Senado Federal.

Questão 116. (Cespe/Analista/Antaq/2009) As agências reguladoras federais possuemelevado grau de independência em face do poder central, razão pela qualnão estão submetidas ao controle por parte do Tribunal de Contas da União,no que se refere aos aspectos de eficiência do serviço público concedido,

fiscalizado pelas agências.

Questão 117. (Cespe/Analista/Antaq/2009) O Poder Judiciário não pode anular ato de no-meação dos diretores das agências reguladoras.

Gabarito:

109-E 110-C 111-E 112-C 113-C 114-C 115-C 116-E

117-E

  COMENTÁRIO 1.4.2

Questão 109: As agências reguladoras podem editar atos normativos de suacompetência, mas somente o Presidente da República pode editar regulamen-tos autônomos, de acordo com a Constituição Federal art. 84, VI, conformeserá estudado no capítulo relativo a atos administrativos.

Questão 110: Certa, pois o prazo do mandato de seus dirigentes é fixo.

Questão 111: Errada, pois a lei de criação da respectiva agência pode preveroutras hipóteses de perda do cargo de seus dirigentes, além das genéricas

apresentadas na questão. Não se admite, no entanto, a possibilidade de livreexoneração.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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Questões 112 e 113: Retratam a “quarentena”, período posterior à saída docargo do dirigente, no qual ele não poderá exercer atividade privada naquele

setor.Questões 114 e 115: Certas, como já comentado.

Questões 116 e 117: Erradas, pois, como qualquer autarquia, as agênciasreguladoras estão sujeitas ao controle feito pelo TCU e a controle judicial,inclusive quanto à legalidade das nomeações.

Questão 118. (Cespe/AGU/2009) As agências reguladoras são autarquias sob regime es-pecial, as quais têm, regra geral, a função de regular e fiscalizar os assuntosrelativos às suas respectivas áreas de atuação. Não se confundem os conceitos

de agência reguladora e de agência executiva, caracterizando-se esta últimacomo a autarquia ou fundação que celebra contrato de gestão com o órgãoda Administração Direta a que se acha hierarquicamente subordinada, paramelhoria da eficiência e redução de custos.

Questão 119. (Cespe/PGE-AL/2009) O presidente da República editou o Decreto n o 9.999/2009 para qualificar determinada autarquia. A edição desse decreto sófoi possível porque a referida autarquia tinha celebrado contrato de gestãocom seu ministério supervisor, além de ter um plano estratégico de rees-truturação e de desenvolvimento institucional em andamento. No plano de

reestruturação, estavam definidas várias medidas voltadas para a racionali-zação de suas estruturas, inclusive em relação aos seus servidores. QuestãoCom a nova caracterização do citado ente, passou a ser possível a dispensade licitação nas compras de até R$16.000,00.

Diante dessa situação hipotética, assinale a opção correta.a) O decreto em questão criou, na verdade, uma organização social.b) O decreto em apreço criou, na verdade, uma organização da sociedade civil de

interesse público.c) O citado decreto criou, na verdade, uma agência executiva, sem, contudo, criar

nova pessoa jurídica.d) Para se chegar à conclusão de que o referido decreto criou uma agência regu-

ladora, bastava a situação hipotética sob exame revelar que o ente passou a terpoder de regulamentar a prestação de determinado serviço público.

e) O presidente da República poderá editar novo decreto para extinguir a autarquia,desde que haja iniciativa do ministério supervisor.

Questão 120. (Cespe/Analista/Ibram/2009) Uma autarquia pode ser qualificada comoagência executiva desde que estabeleça contrato de gestão com o ministériosupervisor e tenha também plano estratégico de reestruturação e de desen-

volvimento institucional em andamento.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Gabarito:

118-E 119-C 120-C

  COMENTÁRIO 1.4.3

 Agência executiva é um título conferido à autarquia ou fundação que celebrar contrato de gestão com o poder público para melhoria de suaeficiência e, com isso, ganhar um aumento de sua autonomia. Assim, contarácom um limite duas vezes maior para contratar sem licitação, conforme art.24 I e II da Lei no 8.666/1993. O limite para contração direta sem licitação deserviços e compras das autarquias comuns é de R$8.000,00, enquanto, paraas agências executivas, será de R$16.000,00; em relação à contratação deobras e serviços de engenharia, os limites são de R$15.000,00 e R$30.000,00,respectivamente, assunto que será detalhado no capítulo relativo a licitaçõespúblicas.

Questão 118: O único erro é o termo “hierarquicamente subordinada”,uma vez que a agência executiva, como qualquer entidade da AdministraçãoIndireta, está apenas vinculada ao órgão da Administração Direta; o restanteda questão está correto.

Questão 119: Trata da criação de uma agência executiva, conforme con-

ceitos citados. A autarquia poderá, por decreto, ser qualificada como agênciaexecutiva, assim, poderá, também por decreto, ser desqualificada, voltando aser uma simples autarquia, mas só por lei poderá essa autarquia ser extinta(letra E).

Questão 120: Certa, uma vez que a autarquia (ou fundação) que possuir oreferido plano estratégico poderá ser qualificada como agência executiva.

Capítulo 1 I  A Administração Pública

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C a p í t u l o 2

Princípios da Administração

2.1. Princípios Constitucionais Expressos

Questão 1. (Cespe/Abin/TécnicoOficial técnico de inteligência/Direito/2010) A Adminis-

tração Pública deve obedecer a vários princípios expressos na CF, como oda legalidade e da impessoalidade, e, ainda, a princípios implícitos ao textoconstitucional, tais como o do interesse público, que é fundamental à discus-são no âmbito da administração.

Questão 2. (Cespe/Analista/TRE-MA/2009) Nenhuma situação jurídica pode perdurar notempo se estiver em confronto com a CF, sendo fundamental a observânciados princípios constitucionais. A Administração Pública, em especial, devenortear a sua conduta por certos princípios. Na atual CF, estão expressamenteinformados os princípios da:

a) impessoalidade, legalidade, publicidade e indisponibilidade;b) eficiência, publicidade, impessoalidade e moralidade;c) legalidade, moralidade, impessoalidade e continuidade dos serviços públicos;d) indisponibilidade, legalidade, moralidade e autotutela;e) legalidade, publicidade, hierarquia e moralidade.

Questão 3. (Cespe/Especialista/Anac/2009) São princípios da Administração Públicaexpressamente previstos na CF: legalidade, impessoalidade, moralidade,publicidade, eficiência e motivação.

Questão 4. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) Os princípios bá-sicos referentes à atividade administrativa possuem previsão restritamenteconstitucional, não havendo hipótese de ampliação, em respeito ao princípioda legalidade.

Questão 5. (Cespe/Papiloscopista da Polícia Federal/2004) Prevê-se expressamente quea Administração Pública deve obedecer aos princípios de legalidade, impes-soalidade, moralidade, publicidade, eficiência, economicidade e probidade.

Gabarito:

01-C 02- B 03- E 04-E 05-C

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  COMENTÁRIO 2.1.1

Questão 1: Certa. Os princípios constitucionais expressos aos quais a Ad-ministração deve obediência são aqueles citados de forma expressa no textoconstitucional, no caput do art. 37, quais sejam: legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade e eficiência (a expressão LIMPE). Além desses, a

 Administração deve obedecer ainda a outros princípios não expressamenteprevistos na Constituição, conhecidos como princípios implícitos, que serãoestudados na Seção 2.2, tal como o princípio do interesse público.

Questão 2: Os princípios da indisponibilidade, continuidade, autotutela ehierarquia, previstos nas opções A, C, D e E, são implícitos e serão estudadosna Seção 2.2.

Questão 3: Errada, pois motivação é princípio implícito.

Questão 4: Errada, pois há princípios não restritamente constitucionais,previstos em leis específicas, tais como a Lei no 9.784/1999, que trata de pro-cessos administrativos.

Questão 5: No meu livro  Manual de Direito Administrativo comento que,infelizmente, o Cespe/UnB tem aceitado outros princípios como expressos,além do LIMPE, por serem equivalentes ou sinônimos desses últimos. Foi o

que aconteceu na questão, com relação à economicidade  (abrangida pelaeficiência) e probidade (sinônimo de moralidade); em outra questão da mesmabanca, foi aceito ainda o princípio da finalidade (sinônimo de impessoalidade).

Questão 6. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) Em exames deavaliação psicológica para seleção de candidatos a cargos públicos, é inadmis-sível a existência de sigilo e subjetivismo, sob pena de afronta aos princípiosda publicidade e da legalidade.

Gabarito:

06-C

  COMENTÁRIO 2.1.2

O princípio da legalidade dispõe que o agente público só pode fazer aquiloque esteja previsto em lei; dessa forma, a Administração só poderá exigir examepsicotécnico em concurso público caso haja previsão legal nesse sentido paraaquele cargo específico. Além disso, a avaliação psicológica não pode adotarcritérios subjetivos e pouco transparentes, por afronta à publicidade.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Questão 7. (Cespe/Abin/TécnicoOficial técnico de inteligência – Direito/2010) O princípioda impessoalidade decorre, em última análise, do princípio da isonomia e dasupremacia do interesse público, não podendo, por exemplo, a Administração

Pública conceder privilégios injustificados em concursos públicos e licitaçõesnem utilizar publicidade oficial para veicular promoção pessoal.

Questão 8. (Cespe/TCE-AC/Administrador/2008) As atividades do administrador públicodevem ser orientadas para o bem comum da coletividade administrada.

Questão 9. (Cespe/Polícia Militar-DF/2009) Rodrigo, tenente da PMDF, e sua namoradaforam assistir a um filme que estava em cartaz. Rodrigo, que comprou apenaso ingresso de sua namorada, mostrou sua identidade funcional e entrou sempagar o ingresso. Considerando a situação hipotética descrita e os princípiosda Administração Pública, julgue: Rodrigo agiu com desvio de poder, vistoque se valeu de prerrogativa legal para atingir fim pessoal não amparadopelo ordenamento jurídico.

Questão 10. (Cespe/Analista/Anac/2009) A inserção de nome, símbolo ou imagem de au-toridades ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras,serviços ou campanhas de órgãos públicos fere o princípio da impessoalidadeda Administração Pública.

Questão 11. (Cespe/ME/2008) A inauguração de uma praça de esportes, construída comrecursos públicos federais, e cujo nome homenageie pessoa viva, residente

na região e eleita deputado federal pelo respectivo estado, não chega a con-figurar promoção pessoal e ofensa ao princípio da impessoalidade.

Questão 12. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) Caso o Ministériodas Comunicações resolva conceder a exploração do serviço de distribuição desinais de TV em um determinado estado, pode dar preferência de contrataçãoà empresa que já esteja explorando tal serviço, tendo em vista a prevalênciada continuidade das atividades da Administração Pública.

Questão 13. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) A contratação deassessores informais para exercerem cargos públicos sem a realização de

concurso público, além de ato de improbidade, configura lesão aos princípiosda impessoalidade e da moralidade administrativa.

Questão 14. (Cespe/Analista/Abram/2009) Ofende os princípios constitucionais que regema Administração Pública a conduta de um prefeito que indicou seu filho paracargo em comissão de assessor do secretário de fazenda do mesmo município,que efetivamente o nomeou.

Questão 15. (Cespe/Auditor Tributário/Ipojuca-ES/2009) A vedação do nepotismo não exigea edição de lei formal para coibir a prática, uma vez que decorre diretamentedos princípios contidos na CF. No entanto, às nomeações para o cargo deconselheiro do Tribunal de Contas Estadual, por ser de natureza política, nãose aplica a proibição de nomeação de parentes pelo governador do estado.

Capítulo 2 I  Princípios da Administração

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Gabarito:7-C 8-C 9-C 10-C 11-E 12-E 13-C 14-C 15-E

  COMENTÁRIO 2.1.3

Questões 7 e 8: Certas. O princípio da impessoalidade significa que o agentepúblico deve atuar sempre buscando alcançar o interesse público, benefician-do a todos de forma igual, com isonomia, e nunca uma finalidade que sejapessoal, trazendo benefício ao próprio agente.

Questão 9: Certa. Quando o agente age em benefício próprio, se afastandodo bem comum, ocorre o desvio de poder, ou desvio de finalidade, ferindo o

princípio da impessoalidade ou finalidade.Questões 10 e 11: Retratam ações pessoais, visando promover determinadaspessoas, em desobediência ao princípio da impessoalidade, em afronta ao art.37 § 1o da Constituição Federal.

Questão 12: Errada, pois a escolha de determinada empresa para prestarum serviço sem licitação, como na situação apresentada, configura uma escolhapessoal, sem imparcialidade.

Questão 13: Certa. A obrigatoriedade de concurso público para admissão a

cargos públicos, sem escolhas pessoais de determinadas pessoas, é exemplode aplicação do princípio da impessoalidade; excepcionalmente, é permitida anomeação de pessoas de confiança para assumir cargos em comissão semconcurso público, conforme Constituição Federal, art. 37 II.

Questão 14: Certa. Mesmo quanto aos cargos em comissão, decidiu o STFque a escolha de parentes próximos fere a impessoalidade, com a edição dasúmula vinculante no 13:

 A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, co-lateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade

nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargode direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo emcomissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Adminis-tração Pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dosestados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajustemediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

Questão 15: Errada. Decidiu o STF que a referida súmula vinculante não seaplica aos cargos em comissão de natureza política, assim, não está vedada a nomeação de parentes para os auxiliares diretos do Chefe do Poder Executivo

(Ministro de Estado, Secretário Estadual e Secretário Municipal), estando vedadaa nomeação aos demais cargos, tal como para Conselheiro de Tribunal de Contas.

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Questão 16. (Cespe/Aneel – Especialista e Analista/2010) O princípio da moralidade admi-nistrativa tem existência autônoma no ordenamento jurídico nacional e deveser observado não somente pelo administrador público, como também pelo

particular que se relaciona com a Administração Pública.

Questão 17. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Associa-se de formamais apropriada à ideia de probidade e boa-fé o princípio da:

a) legalidade;b) impessoalidade;c) publicidade;d) moralidade administrativa;e) eficiência.

Questão 18. (Cespe/CGE-PB/2008) Em relação ao princípio da moralidade administrativa,marque certo ou errado. A moralidade administrativa, por traduzir conceito jurídico indeterminado, não se submete, em sua acepção pura, ao controle judicial.

Questão 19. (Cespe/CGE-PB/2008) Em relação ao princípio da moralidade administrativa,marque certo ou errado. Na realização de ato administrativo, o agente públiconão precisa observar o princípio da moralidade administrativa para condutasentre órgãos da Administração Direta e da Indireta.

Questão 20. (Cespe/CGE-PB/2008) Em relação ao princípio da moralidade administrativa,marque certo ou errado. Na prática de atos administrativos vinculados, oadministrador não está obrigado a observar a moralidade administrativa,mas apenas os limites previstos em lei.

Questão 21. (Cespe/CGE-PB/2008) Em relação ao princípio da moralidade administrativa,marque certo ou errado. A moralidade administrativa surgiu inicialmentecomo explicação para o controle jurisdicional do desvio de poder.

Questão 22. (Cespe/CGE-PB/2008) Em relação ao princípio da moralidade administrativa,marque certo ou errado. A veiculação de propaganda de obra pública que

promova o administrador público, se autorizada por lei, não implica violaçãoda moralidade administrativa.

Questão 23. (Cespe/TCE-AC/Administrador/2008) Assinale a opção correta a respeito dosprincípios da Administração Pública.

a) O princípio da legalidade tem por escopo possibilitar ao administrador públicofazer o que a lei permitir. No entanto, esse princípio não tem caráter absoluto,uma vez que um administrador poderá editar um ato que não esteja previsto emlei, mas que atenda ao interesse público.

b) O princípio da moralidade administrativa está relacionado com o princípio da le-galidade, mas pode um ato administrativo ser considerado legal, ou seja, estarem conformidade com a lei, e ser imoral.

Capítulo 2 I  Princípios da Administração

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c) O princípio da publicidade não se aplica aos julgamentos realizados por órgãos doPoder Judiciário, uma vez que a presença às sessões dos tribunais é restrita aosinteressados e advogados.

d) Segundo o princípio da impessoalidade, a atividade administrativa é imputada aoagente e não aos órgãos administrativos.

e) A publicidade dos atos administrativos é adstrita ao Poder Executivo e aos órgãosde controle externo, como o Tribunal de Contas do Estado do Acre.

Questão 24. (Cespe/PCPB/ Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Assinale certo ouerrado acerca do princípio da moralidade. A análise da proporcionalidadeentre meios e fins é um dos instrumentos para se avaliar a ocorrência ou nãoda violação ao princípio da moralidade. O princípio da razoabilidade, contudo,

não auxilia nessa avaliação.Questão 25. (Cespe/PCPB/ Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Assinale certo ou

errado acerca do princípio da moralidade. O princípio da moralidade não seriade observância obrigatória se a sua previsão fosse excluída do caput do art.37 da CF.

Questão 26. (Cespe/PCPB/ Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Assinale certo ouerrado acerca do princípio da moralidade. Somente se considera violado oprincípio da moralidade se a conduta praticada pelo administrador estiverexpressamente prevista em lei como atentatória a esse princípio.

Questão 27. (Cespe/PCPB/ Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Assinale certo ouerrado acerca do princípio da moralidade. A violação ao princípio da mora-lidade perpetrada por agente público pode ensejar obrigação pecuniária dereparar dano à própria administração ou aos administrados.

Questão 28. (Cespe/PCPB/ Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Assinale certo ouerrado acerca do princípio da moralidade. A ideia de probidade na Adminis-tração Pública se dissocia completamente da ideia de moralidade.

Questão 29. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Governadores de estado devem obrigatoria-

mente observar o princípio da moralidade pública na prática de atos discri-cionários.

Questão 30. (Cespe/Auditor/TCU/2009) Os princípios constitucionais, assim como asregras, são dotados de força normativa. Com base nesse entendimento dou-trinário, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem entendido que o princípio damoralidade, por exemplo, carece de lei formal que regule sua aplicação, nãopodendo a administração disciplinar, por meio de atos infralegais, os casosem que reste violado esse princípio, sob pena de desrespeito ao princípio dalegalidade.

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Gabarito:

16-C 17-D 18-E 19-E 20-E 21-C 22-E 23-B 24-E

25-E 26-E 27-C 28-E 29-C 30-E

  COMENTÁRIO 2.1.4

O princípio da moralidade indica que a Administração e seus agentes de-vem, além de obedecer à lei, agir de forma moral, com probidade, retidão. Oagente deve decidir não só entre o legal e o ilegal, mas também entre o honestoe o desonesto, o certo e o errado, o justo e o injusto.

Questão 16: Certa. A moralidade deve ser observada em toda atuação rela-

tiva à Administração, inclusive no que tange aos particulares que com ela serelacionam.

Questão 17: A moralidade está relacionada a probidade e boa-fé.

Questão 18: Errada. A moralidade envolve conceitos subjetivos, relativos, quenão podem ser definidos de forma objetiva, denominados conceitos jurídicosindeterminados, tal como “boa-fé”, reputação “ilibada”, entre outros. Aindaassim, cabe ao Poder Judiciário, além de à própria Administração, verificar amoralidade da atuação administrativa.

Questão 19: Errada, pois a moralidade deve ser observada em todas as atu-ações da Administração, direta e indireta.

Questão 20: Errada. Nos atos vinculados, o agente não tem nenhuma liber-dade para decidir como agir, ao contrário dos atos discricionários. De qualquerforma, em qualquer atuação, deverá ele observar a moralidade administrativa.

Questão 21: Certa. A verificação da moralidade na atuação do agente estádiretamente relacionada à necessidade de se buscar o interesse público, impe-dindo o desvio de poder pelo agente, ou seja, a busca por uma finalidade pessoal.

Questão 22: Errada, pois essa atuação fere a impessoalidade e, com isso, amoralidade administrativa. Se ela estiver “autorizada por lei”, essa lei é in-constitucional, ferindo o princípio da impessoalidade.

Questão 23:  A letra A está errada, pois o agente público só pode fazer oque está previsto em lei; as letras C e E estão erradas porque os princípios seaplicam a todos os Poderes, e não apenas ao Executivo, e a letra D porque aatividade administrativa é imputada à Administração e não à pessoa do agente,demonstrando a impessoalidade.

Questão 24: Errada. Como a moralidade é algo subjetivo, deve-se analisar cadasituação concreta, utilizando-se dos princípios implícitos da razoabilidade e pro-porcionalidade. A atuação deve ser razoável e proporcional ao caso em questão.

Capítulo 2 I  Princípios da Administração

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Questão 25: Errada, pois assim deveria ser considerado um princípio implícito.

Questão 26: Errada. A lei pode não ter previsto expressamente aquela atuação

imoral, sendo necessário por isso utilizar-se dos princípios da Administração.

Questão 27: Certa, uma vez que o agente pode ser condenado a indenizar oprejuízo causado à Administração ou a terceiros, sobretudo em uma ação porato de improbidade administrativa.

Questão 28: Errada. Probidade e moralidade são termos análogos.

Questão 29: Certa. A moralidade deve ser observada por todos os agentesem todos os atos.

Questão 30: Errada, pois o princípio da moralidade não depende da edição delei, uma vez que possui base constitucional; a Administração deve disciplinare combater os atos ilegais e ainda os atos imorais. Nesse sentido, a Adminis-tração dispõe acerca de alguns atos imorais por decreto, que é ato infralegal,como ocorre com o código de ética do servidor federal (decreto no 1.171/1994).

Questão 31. (Cespe/Agente/ABIN/2008) Com base no princípio da publicidade, os atosinternos da Administração Pública devem ser publicados no diário oficial.

Questão 32. (Cespe/MPOG/Analista/2008) De acordo com o princípio da publicidade, a

publicação no Diário Oficial da União é indispensável para a validade dos atosadministrativos emanados de servidores públicos federais.

Questão 33. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Administrador/2008) Considerada um princípiofundamental da Administração Pública, a impessoalidade representa a di-vulgação dos atos oficiais de qualquer pessoa integrante da AdministraçãoPública, sem a qual tais atos não produzem efeitos.

Questão 34. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Pelo princípio da pu-blicidade, é vedado à Administração Pública qualquer comportamento quecontrarie os princípios da lealdade e da boa-fé.

Questão 35. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) As sociedades de economia mista e as em-presas públicas que prestam serviços públicos estão sujeitas ao princípio dapublicidade tanto quanto os órgãos que compõem a Administração Direta,razão pela qual é vedado, nas suas campanhas publicitárias, mencionarnomes e veicular símbolos ou imagens que possam caracterizar promoçãopessoal de autoridade ou servidor dessas entidades.

Gabarito:

31-E 32-E 33-E 34-E 35-C

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  COMENTÁRIO 2.1.5

O princípio da publicidade impõe, como regra, a transparência, a divulga-ção, o não sigilo dos atos da Administração, podendo essa publicidade ser dadapela publicação dos atos no diário oficial ou por outras formas, portanto, apublicidade não exige obrigatoriamente a publicação.

Questões 31 e 32: Erradas, pois nem todos os atos devem ser obrigatoriamentepublicados no diário oficial, mesmo que devam ser públicos e transparentes.

Questão 33: Errada. A divulgação dos atos está relacionada à publicidade, enão à impessoalidade. Quando essa divulgação tem a intenção de promover de-terminada autoridade, tal atitude estará ferindo a impessoalidade e moralidade.

Questão 34: Errada, pois essa vedação se deve à moralidade e não publi-cidade.

Questão 35: Esta questão foi considerada correta, apesar de não estar coe-rente; toda a Administração (órgãos e entidades) está realmente sujeita aoprincípio da publicidade, e de fato é vedado “mencionar nomes e veicular sím-bolos ou imagens que possam caracterizar promoção pessoal de autoridadeou servidor dessas entidades”, no entanto, a razão pela qual há essa vedaçãonão é o princípio da publicidade, mas sim o da impessoalidade (como o próprio

termo em negrito sugere).Questão 36. (Cespe/STM – Apoio Especializado/Administração/2011) Uma das manifes-

tações do princípio da eficiência está nas rotinas de controle de resultados aque se submete o poder executivo.

Questão 37. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Pelo princípio da eficiência,a Administração Pública Direta e a Indireta têm a obrigação de realizar suasatribuições com rapidez, perfeição e rendimento.

Questão 38. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Administrador/2008) Além do dever de probidade,

o administrador público tem, entre outros, o dever de eficiência e o dever deprestar contas.

Questão 39. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) O princípio daeficiência se concretiza também pelo cumprimento dos prazos legalmentedeterminados, razão pela qual, em caso de descumprimento injustificado doprazo fixado em lei para exame de requerimento de aposentadoria, é cabívelindenização proporcional ao prejuízo experimentado pelo administrado.

Questão 40. (Cespe/Técnico/STJ/2008) A exigência de que o administrador público atuecom diligência e racionalidade, otimizando o aproveitamento dos recursos

públicos para obtenção dos resultados mais úteis à sociedade, se amolda aoprincípio da continuidade dos serviços públicos.

Capítulo 2 I  Princípios da Administração

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Questão 41. (Cespe/MPE-RR/Assistente/2008) Apesar de não estar previsto expressa-mente na Constituição Federal, o princípio da eficiência é aplicado na Admi-nistração Pública por força de lei específica.

Questão 42. (Cespe/PCPB/Agente de Investigação e Escrivão de Polícia/2008) O princípioda eficiência na Administração Pública foi inserido no caput do art. 37 daCF apenas com a edição da Emenda Constitucional no 19/1998. Entretanto,mesmo antes disso, já era considerado pela doutrina e pela jurisprudênciapátria como um princípio implícito no texto constitucional. Sob o enfoquedesse princípio, assinale a opção correta.

a) A burocracia administrativa é considerada um mal necessário, de forma que aadministração não deve preocupar-se em reduzir as formalidades destituídas desentido.

b) O princípio da eficiência, relacionado na CF apenas na parte em que trata da Ad-ministração Pública, não se aplica às ações dos Poderes Legislativo e Judiciário.

c) O princípio da gestão participativa, que confere ao administrado interessado emdeterminado serviço público a possibilidade de sugerir modificações nesse servi-ço, não guarda relação com o princípio da eficiência.

d) A imparcialidade e a neutralidade do agente administrativo na prática dos atosnão contribuem para a efetivação do princípio da eficiência.

e) A transparência dos atos administrativos é um importante aspecto do princípioda eficiência, na medida em que coíbe a prática de atos que visam à satisfação deinteresses pessoais.

Questão 43. (Cespe/PGE-PB/2008) O princípio da eficiência, introduzido expressamentena Constituição Federal (CF) na denominada Reforma Administrativa, traduza ideia de uma administração:

a) descentralizada;b) informatizada;c) moderna;d) legalizada;e) gerencial.

Gabarito:36-C 37-C 38-C 39-C 40-E 41-E 42-E 43-E

  COMENTÁRIO 2.1.6

O princípio da eficiência, inserido no art. 37 caput da Constituição Federalpela Emenda Constitucional no 19/1998, impõe à Administração e seus agenteso dever de atuar com qualidade, economicidade e rapidez, controlando resul-tados e respeitando prazos (questões 36, 37, 38 e 39).

Questão 36: Certa, uma vez que o controle de resultados está ligado à buscapor eficiência.

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Questão 37: Certa, pois a eficiência está relacionada a rapidez, perfeição erendimento.

Questão 38: Certa, como visto anteriormente.

Questão 39: Certa. A eficiência passa pelo cumprimento de prazos. O des-cumprimento desses prazos dá ao prejudicado direito de exigir indenizaçãopelos prejuízos.

Questão 40: Errada. A utilização de recursos buscando deles se obter omelhor resultado está ligada à economicidade na atuação, portanto, ligada àeficiência e não à continuidade dos serviços públicos – princípio implícito da

 Administração.

Questão 41: Errada. O princípio da eficiência está, sim, previsto expressa-mente na Constituição.

Questão 42: O princípio da eficiência está relacionado à desburocratização,à gestão participativa, à imparcialidade dos agentes e à necessidade de trans-parência, ou publicidade, aplicando-se a todos os Poderes.

Questão 43: Apenas com a inserção do princípio da eficiência, com a EmendaConstitucional no 19/1998, denominada Reforma Administrativa, é que a Ad-ministração Pública procurou se afastar do antigo modelo de administração

burocrática e passou a buscar a qualidade dos serviços, adotando a ideia deadministração gerencial.

2.2. Princípios Gerais ou Implícitos

Questão 44. (Cespe/STM – Apoio EspecializadoAdministração/2011) O princípio da razo-abilidade refere-se à obrigatoriedade da Administração Pública em divulgara fundamentação de suas decisões por meio de procedimento específico.

Questão 45. (Cespe/TRE-BA/AnalistaAnalista Judiciário Área administrativa/2010) Comoexemplo da incidência do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicionalsobre os atos administrativos no ordenamento jurídico brasileiro, é corretocitar a vigência do sistema do contencioso administrativo ou sistema francês.

Questão 46. (Cespe/Abin – Agente Técnico de Inteligência/2010) Se determinada unidadeda Federação constituir grupo de trabalho para avaliar a situação funcionaldos professores da rede pública de ensino e esse grupo, contrariando alegislação de regência, colocar, equivocadamente, inúmeros servidoresem padrões superiores àqueles a que fariam jus, a administração, tão logoverifique a ilegalidade, deve, antes de desfazer o equívoco cometido, dar aosservidores indevidamente beneficiados a oportunidade do exercício do direito

ao contraditório e à ampla defesa.

Capítulo 2 I  Princípios da Administração

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Questão 47. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Pelo princípio da igualda-de, é vedado à lei conceder aos entes da Federação tratamento privilegiadoem relação ao particular.

Questão 48. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Por um princípio que regea Administração Pública, as pessoas administrativas não têm disponibilidadesobre os interesses públicos confiados à sua guarda e realização.

Questão 49. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) Consoante preceitua oprincípio da indisponibilidade, os bens e interesses públicos não pertencemà administração nem a seus agentes. Cabe-lhes geri-los, conservá-los e poreles velar em prol da coletividade, que é a verdadeira titular dos direitos einteresses públicos.

Questão 50. (Cespe/Analista/Anac/2009) O princípio da razoabilidade impõe à Administra-ção Pública a adequação entre meios e fins, não permitindo a imposição deobrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamentenecessárias ao atendimento do interesse público.

Questão 51. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) A adequação e a exigibili-dade da conduta estatal são fundamentos do princípio da proporcionalidade.

Questão 52. (Cespe/PCRN/AgenteAgente de Polícia Civil/2008) Os princípios da razoa-bilidade e da proporcionalidade não podem ensejar o controle judiciário dadiscricionariedade do ato praticado.

Questão 53. (Cespe/MDS/2008) Caso a Administração Pública tenha tomado uma provi-dência desarrazoada, a correção judicial embasada na violação do princípioda razoabilidade invadirá o mérito do ato administrativo, isto é, o campo deliberdade conferido pela lei à administração para decidir-se segundo umaestimativa da situação e critérios de conveniência e oportunidade.

Questão 54. (Cespe/PCRN/Agente de Polícia Civil/2008) Não compete ao Poder Judiciárioo controle da legalidade de atos administrativos.

Questão 55. (Cespe/MPE-RR/Contador/2008) De acordo com o princípio da autotutela, a

Administração Pública pode exercer o controle sobre seus próprios atos, com apossibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos.

Questão 56. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) Em atenção ao princípio dapermanência, não poderá ser suspensa a prestação do serviço público.

Questão 57. (Cespe/MDS/2008) De acordo com o princípio da continuidade dos serviçospúblicos, se uma pessoa satisfizer às condições legais, ela fará jus à prestaçãode determinado serviço, sem qualquer distinção de caráter pessoal.

Questão 58. (Cespe/MPE-RR/Contador/2008) Segundo o princípio da continuidade do

serviço público, os órgãos da Administração Pública são estruturados deforma a criar uma relação de coordenação e subordinação entre eles, cadaqual com suas atribuições previstas em lei.

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Questão 58: Errada. Aqui se trata do princípio da hierarquia  existenteinternamente na administração, e não da continuidade do serviço.

Questões 59 e 60: Certas, ao tratar do princípio da motivação. Ligado aoprincípio da publicidade, significa que a Administração deve motivar seusatos, ou seja, demonstrar expressamente os motivos pelos quais agiu, ospressupostos de fato e de direito pelos quais praticou determinado ato. Assim,por exemplo, quando indefere um pedido de um particular, deve motivar essadecisão, mostrando as razões; se a decisão estiver embasada em determinadoparecer, já estará motivada essa decisão.

Questão 61. (Cespe/PCRN/Agente de Polícia Civil/2008) Assinale a opção correta acerca

dos princípios da administração.a) O princípio da indisponibilidade objetiva a igualdade de tratamento que a admi-

nistração deve dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica situa-ção jurídica.

b) O princípio da continuidade do serviço público tem caráter absoluto, o que permi-te a administração, em qualquer hipótese, utilizar os equipamentos e instalaçõesde empresa que com ela contrate, para assegurar a continuidade do serviço.

c) O núcleo do princípio da publicidade é a procura da economicidade e da produ-tividade, o que exige a redução dos desperdícios do dinheiro público, bem como

impõe a execução dos serviços com presteza e rendimento funcional.d) O princípio da supremacia do interesse público tem como objetivo impor ao ad-ministrador público não dispensar os preceitos éticos que devem estar presentesem sua conduta, pois, além de verificar os critérios de conveniência e oportuni-dade, deve distinguir o que é honesto do que é desonesto.

e) Pelo princípio da autotutela, a Administração Pública controla seus próprios atos,com a possibilidade de revogar os inconvenientes ou inoportunos, independente-mente de recursos ao Poder Judiciário.

Gabarito:

61- E

  COMENTÁRIO 2.2.2

O gabarito é a letra E, que retrata a autotutela; a letra A trata do princí-pio da isonomia, igualdade (e não indisponibilidade); na letra B, como vistoanteriormente, o princípio da continuidade do serviço público não é absoluto;a letra C trata da eficiência, e não publicidade, e a letra D trata da morali-dade, e não supremacia do interesse público.

Capítulo 2 I  Princípios da Administração

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Questão 62. (Cespe/TCE-ES/2009) É ilegítima a verificação pelo Poder Judiciário deregularidade de ato discricionário, mesmo no que se refere a suas causas,motivos e finalidade.

Questão 63. (Cespe/TCE-ES/2009) Considere que determinado servidor tenha se apo-sentado no serviço público e que, sete anos depois, o TCU tenha negado oregistro dessa aposentadoria. Nessa situação, conforme entendimento doSTF, de acordo com o princípio da segurança jurídica, deveria esse servidorser convocado para participar do processo administrativo em tela diante dagarantia do contraditório e da ampla defesa.

Questão 64. (Cespe/TCE-ES/2009) O princípio da segurança jurídica não pode ser con-cretizado desconsiderando-se o princípio da legalidade. Nesse sentido jáentendeu o STF, para o qual, se uma lei editada após o advento da CF forpor ele declarada inconstitucional, no âmbito do controle difuso, não haverácomo se aplicar a técnica da modulação dos efeitos para que essa declaraçãosomente passe a vigorar a partir de outra data, pois, se a lei é inconstitucional,toda declaração de inconstitucionalidade deverá retroagir (eficácia ex tunc)para extirpar a lei do ordenamento jurídico, desde o seu nascimento.

Questão 65. (Cespe/TCE-ES/2009) A alteração das regras do edital de um concurso públi-co já em curso não afronta o princípio da moralidade ou da impessoalidade,mesmo que seja para coibir que haja, no curso de determinado processo deseleção, ainda que de forma velada, escolha direcionada dos candidatos habi-litados às provas orais, especialmente quando já concluída a fase das provasescritas subjetivas e divulgadas as notas provisórias de todos os candidatos.

Questão 66. (Cespe/Finep/Analista/Direito/2009) A observância, por parte da administra-ção, dos princípios da ampla defesa e do contraditório não encontra previsãoexpressa na CF.

Questão 67. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) João, servidor público federal, obteve, median-te ação judicial transitada em julgado, determinada vantagem pecuniária que,cerca de 15 anos depois, foi incorporada aos proventos da sua aposentadoria.

O TCU, ao examinar a concessão da aposentadoria, determinou a suspensãodo pagamento da parcela, arguindo estar em conflito com jurisprudênciapacífica do STF. Considerando essa situação hipotética, para impedir o atodo TCU, a defesa de João deve arguir o princípio da:

a) legalidade;b) moralidade;c) impessoalidade;d) segurança jurídica;e) responsabilidade do Estado por atos administrativos.

Gabarito:

62-E 63-C 64-E 65-E 66-E 67-D

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  COMENTÁRIO 2.2.3

Questão 62: Errada. A finalidade de todo ato administrativo deve ser sem-pre o interesse público, ou haverá afronta à impessoalidade, e os motivos oucausas da atuação administrativa devem ser verdadeiros e justos; todos esseselementos são passíveis de verificação pelo Judiciário.

Questão 63: Certa. O princípio da segurança jurídica serve para prote-ger a pessoa de boa-fé que se relaciona com a Administração; dessa forma, a

 Administração não deve alterar uma situação que beneficia essa pessoa, de-pois de longo período de tempo, trazendo-lhe prejuízos em relação ao períodopassado, ou seja, esse princípio veda que a Administração aja retroativamenteem prejuízo ao particular de boa-fé que com ela se relaciona.

 A questão, em verdade, trata de assunto específico e que possui particularidades quedevem ser estudadas no capítulo referente a controle da Administração; prelimi-narmente, podemos aqui verificar que a atuação administrativa que causa prejuízoa uma pessoa que de boa-fé obteve o reconhecimento de determinado direito pela

 Administração, após longo tempo, fere, sim, o princípio da segurança jurídica.

Questão 64: Errada. A declaração de inconstitucionalidade de uma lei pelo STFtem, em regra, efeito retroativo ( ex tunc), desconstituindo-se todos os efeitosgerados por aquela lei desde sua edição, mas, pelo princípio da segurança

 jurídica, pode o STF decidir que essa declaração só terá efeito a partir de de-terminado momento, a fim de proteger determinadas situações já consolidadas.

Questão 65: Errada. A alteração das regras do edital de um concurso públicoem andamento de forma geral para todos os candidatos não fere, em tese, oprincípio da impessoalidade; no caso concreto, verificando-se que a alteraçãotem como finalidade beneficiar determinado candidato de forma pessoal, aísim haverá afronta aos princípios da moralidade, impessoalidade e isonomia.

Questão 66: Errada. Esses princípios encontram-se expressamente previstos

no art. 5o

 LV da Constituição.Questão 67: Da mesma forma que nas questões 63 e 64, considerando-se queaquela decisão judicial já transitou em julgado, ou seja, a decisão era definitiva,a alteração dessa posição pelo TCU afetaria a segurança jurídica, prejudi-cando o particular de boa-fé.

2.3. Regime Jurídico-Administrativo

Questão 68. (Cespe/STM/Apoio Especializado/Administração/2011) Em situações em quea administração participa da economia, na qualidade de Estado-empresário,explorando atividade econômica em um mercado concorrencial, manifesta-sea preponderância do princípio da supremacia do interesse público.

Capítulo 2 I  Princípios da Administração

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Questão 69. (Cespe/MPU/Analista de Orçamento/2010) As prerrogativas do regime jurídicoadministrativo conferem poderes à administração, colocada em posição desupremacia sobre o particular; já as sujeições servem de limites à atuação

administrativa, como garantia do respeito às finalidades públicas e tambémdos direitos do cidadão.

Questão 70. (Cespe/Auditor/TCU/2009) O regime jurídico-administrativo fundamenta-se,conforme entende a doutrina, nos princípios da supremacia do interessepúblico sobre o privado e na indisponibilidade do interesse público.

Gabarito:

68-E 69-C 70-C

  COMENTÁRIO 2.3.1

O regime jurídico-administrativo é o conjunto de princípios que regema atuação da Administração. Alguns desses princípios servem para demonstrar,por um lado, que o Estado não se coloca no mesmo nível que os particulares,uma vez que possui prerrogativas não estendidas a esses (supremacia dointeresse público sobre o privado) e, por outro lado, outros princípiosconferem sujeições ao Estado, restringindo e limitando a atuação dos agentespúblicos, o que é verificado, por exemplo, no princípio da indisponibilidade

do interesse público (questões 69 e 70).Os princípios que preveem prerrogativas, vantagens, por constituírem

regras de direito público, só poderão se aplicar às pessoas jurídicas dedireito público, e não às pessoas jurídicas de direito privado, assim, afirmaa doutrina que o regime jurídico-administrativo só se aplica, em sua inte-gralidade, às pessoas de direito público (Administração Direta, autárquica efundacional). Por outro lado, os princípios que aplicam sujeições à Adminis-tração, tais como os princípios constitucionais expressos, se aplicam a toda a

 Administração, Direta e Indireta.

Questão 68: Errada. Quando a Administração explora atividade econômica ofaz por suas empresas públicas e sociedades de economia mista, pessoas jurídi-cas de direito privado, sem que se possa falar em supremacia do interessepúblico (prerrogativa de direito público).

Questão 69: Certa. As prerrogativas se aplicam à Administração Direta,autarquias e fundações de direito público; as sujeições se aplicam a toda a

 Administração, direta e indireta.

Questão 70: Certa. Conforme a doutrina majoritária, os princípios da su-

premacia do interesse público (prerrogativa) e da indisponibilidade dointeresse público (sujeição) são os princípios basilares do Regime jurídico--administrativo.

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C a p í t u l o 3

Poderes da Administração

3.1. Disciplinar, Hierárquico, Regulamentar e Poder de Polícia

Questão 1. (Cespe/Abin/Agente Técnico de Inteligência/2010) O poder de polícia permite

que a Administração Pública puna internamente as infrações funcionais deseus servidores.

Questão 2. (Cespe/TRE-BA/Analista Judiciário Área administrativa/2010) Quando umfiscal apreende remédios com prazo de validade vencido, expostos em prate-leiras de uma farmácia, tem-se exemplo do poder disciplinar da AdministraçãoPública.

Questão 3. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) O poder de fiscalização que o Estado exercesobre a sociedade, mediante o condicionamento e a limitação ao exercício dedireitos e liberdades individuais, decorre do seu poder disciplinar.

Questão 4. (Cespe/PGM-Natal/Assessor/2008) As sanções impostas aos particularespela Administração Pública são exemplos de exercício do poder disciplinar.

Questão 5. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) O poder de fiscalização que o Estado exercesobre a sociedade, mediante o condicionamento e a limitação ao exercício dedireitos e liberdades individuais, decorre do seu poder disciplinar.

Questão 6. (Cespe/Oficial/Abin/2008) Decorre do poder disciplinar do Estado a multaaplicada pelo poder concedente a uma concessionária do serviço público quetenha descumprido normas reguladoras impostas pelo poder concedente.

Questão 7. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) A punição adminis-trativa de determinado servidor, decorrente do poder disciplinar, impede queesse mesmo servidor seja penalmente responsabilizado pelo mesmo fato.

Gabarito:

01-E 02-E 03-E 04-E 05-E 06-C 07-E

  COMENTÁRIO 3.1.1

O poder disciplinar é aquele pelo qual a Administração aplica punições disci-

plinares a todos aqueles sujeitos a obedecer às normas disciplinares da Administra-ção, tais como seus próprios servidores e pessoas contratadas pela Administração.

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O poder de polícia, diferentemente, é aquele pelo qual a Administraçãointerfere na esfera privada de particulares, limitando as suas liberdades e

aplicando-lhes punições; por essa razão estão erradas as afirmativas 1 a 5,que se referem a “poder disciplinar” quando deveriam se referir a “poder depolícia” e vice-versa.

O poder disciplinar permite a aplicação de punições a todas as pessoasobrigadas a respeitar as normas da Administração por meio de algum víncu-lo, tais como os servidores (vínculo estatutário) e pessoas físicas ou jurídicascontratadas (vínculo contratual), diversamente do que ocorre no poder depolícia, uma vez que os particulares punidos pela Administração, atravésdas fiscalizações que executa, não possuem nenhum vínculo para com a Ad-

ministração.Questão 1: Errada. Não retrata o poder de polícia, mas sim o poderdisciplinar.

Questões 2, 3, 4 e 5: Erradas. Não retratam poder disciplinar, mas sim opoder de polícia.

Questão 6: Está correta uma vez que as concessionárias são pessoas jurídicasque firmam contratos administrativos com o Poder Público, havendo entãovínculo contratual.

Questão 7: Está errada, uma vez que a punição na esfera administrativa nãoafasta as punições judiciais civis e penais.

Questão 8. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) A correção dos erros ad-ministrativos pela ação revisora do superior, o ordenamento das atividadesadministrativas e a coordenação das funções para que haja funcionamentoharmônico são objetivos do poder hierárquico.

Questão 9. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Derivam do poderhierárquico a fiscalização e a revisão dos atos praticados pelos agentes denível hierárquico mais baixo, mas não a delegação e a avocação de atribuições.

Questão 10. (Cespe/PCRN/Delegado de Polícia Civil/2008) O poder disciplinar consiste emdistribuir e escalonar as funções, ordenar e rever as atuações e estabeleceras relações de subordinação entre os órgãos, inclusive seus agentes.

Questão 11. (Cespe/AUGE-MG/2008) A avocação, como elemento que decorre do poderhierárquico, autoriza a autoridade superior a avocar para si, de forma indis-criminada e com a frequência que entender necessária, as funções origina-riamente atribuídas a um subordinado.

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Gabarito:08- C 09- E 10-E 11-E

  COMENTÁRIO 3.1.2

O poder hierárquico é aquele pelo qual, no âmbito da Administração, ossuperiores hierárquicos podem dar ordens a seus subordinados, fiscalizar suasatuações, orientá-los, delegar e avocar competências; enquanto a delegaçãode competência ocorre frequentemente na Administração, a avocação decompetência ocorre quando o superior atrai para si o que é de competênciade seu subordinado, devendo esta ser feita sempre de forma excepcional.

Questão 8: Certa, pois todas as atividades pressupõem hierarquia.Questão 9: Errada, uma vez que o poder hierárquico envolve também aspossibilidades de delegação e avocação de competências.

Questão 10: Errada. A questão trata do poder hierárquico, e não poderdisciplinar.

Questão 11: Errada. A avocação deve ser feita sempre de forma excepcio-nal, e não de forma “indiscriminada”, como afirmado na questão.

Questão 12. (Cespe/PCRN/Agente de Polícia Civil/2008) Poder regulamentar típico é aatuação administrativa de complementação de leis, ou atos análogos a elas,tendo, portanto, caráter derivado.

Questão 13. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Poder regulamentaré a prerrogativa conferida à Administração Pública de editar atos concretospara limitar a liberdade e a propriedade dos particulares.

Questão 14. (Cespe/Oficial/Abin/2008) O ato normativo do Poder Executivo que contenhauma parte que exorbite o exercício de poder regulamentar poderá ser anuladona sua integralidade pelo Congresso Nacional.

Gabarito:12- C 13- E 14-E

  COMENTÁRIO 3.1.3

O poder regulamentar é aquele pelo qual a Administração edita normas,atos normativos a fim de complementar, explicar o conteúdo das leis, não seequiparando ou se sobrepondo às mesmas. As leis criam obrigações de formaoriginária, as normas administrativas apenas as complementam, de forma

derivada.  As normas editadas pela Administração são, assim como as leis,gerais e abstratas, uma vez que se dirigem de forma generalizada a todas aspessoas, mas se destinam apenas a complementar, regulamentar as leis.

Capítulo 3 I  Poderes da Administração

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Questão 12: Certa. No poder regulamentar, os atos normativos editados nãopoderão contrariar a lei.

Questão 13: Errada. Os atos normativos são gerais e abstratos, tratam desituações genéricas; esses atos concretos da questão, ou seja, aplicáveis deforma direta, naquela situação concreta, a determinada(s) pessoa(s), que limi-tam a liberdade dos particulares, decorrem do poder de polícia.

Questão 14: Errada. Caso apenas uma parte do ato normativo seja ilegal, essaparte deverá ser anulada, e não o ato na sua integralidade.

Questão 15. (Cespe/Delegado/ES/2011) A atividade do Estado que condiciona a liberdadee a propriedade do indivíduo aos interesses coletivos tem por fundamento odenominado poder hierárquico.

Questão 16. (Cespe/AUGE-MG/2008) No exercício do poder de polícia, a administraçãopode restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade em favor dointeresse da coletividade.

Questão 17. (Cespe/PGM-Natal/2008) Com o estado de direito, passou-se a afirmar aexistência de uma função de natureza administrativa cujo objeto é a proteçãodo bem-estar geral, mediante a regulação dos direitos individuais, expressaou implicitamente reconhecidos no sistema jurídico. Nesse contexto, o poder

público, além de impor certas limitações, emite atos preventivos de controle,aplica penalidades por eventuais infrações e, em determinados contextos,exerce coação direta em face de terceiros para preservar interesses sociais.

Raquel M. U. de Carvalho. Curso de direito administrativo.Salvador: Juspodivum, 2008, p. 327 (com adaptações).

Esse texto trata do poder:a) discricionário;b) de polícia;c) regulatório;d) disciplinar.

Questão 18. (Cespe/Ministério das Comunicações/Direito/2008) O fundamento do poder depolícia é o princípio da predominância do interesse público sobre o particular.

Questão 19. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) A administração exerce o poder de políciapor meio de atos e operações materiais de aplicação da lei ao caso concreto,compreendendo medidas preventivas e repressivas. A edição, pelo Estado, deatos normativos de alcance geral não pode ser considerada meio adequadopara o exercício do poder de polícia.

Questão 20. (Cespe/Gestor/Ibama/2008) A Administração Pública pode exercer o seu poderde polícia por meio de atos administrativos gerais, de caráter normativo, oupor meio de atos concretos, como o de sancionamento.

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Questão 24. (Cespe/Agente/MMA/2009) Uma das características do poder de polícia é a discri-cionariedade, que é a possibilidade que tem a administração de pôr em execuçãoas suas decisões, sem precisar recorrer previamente ao Poder Judiciário.

Questão 25. (Cespe/Agente/Abin/2008) O poder de polícia do Estado pode ser delegado aparticulares.

Questão 26. (Cespe/Gestor/Ibama/2008) O poder de polícia é delegável a particulares ea outros órgãos e entidades públicas, apesar de decorrer da imperatividadedo poder estatal e da própria força de coerção sobre os administrados.

Questão 27. (Cespe/Gestor/Ibama/2008) Os atos praticados com esteio no poder de políciaadministrativa possuem os atributos da presunção de legitimidade, autoexe-cutoriedade e imperatividade.

Questão 28. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Direito/2008) O Estado pode delegar o exercício dopoder de polícia a uma empresa privada.

Questão 29. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) Se, no exercício do poder de polícia, determina-da prefeitura demolir um imóvel construído clandestinamente em logradouropúblico, o invasor de má-fé não terá direito nem à retenção nem à indenizaçãorelativas a eventuais benfeitorias que tenha feito.

Questão 30. (Cespe/Ministério das Comunicações/Direito/2008) A polícia judiciária é umaexpressão do poder de polícia da Administração Pública, sendo a primeira

um gênero da qual o segundo é espécie.Questão 31. (Cespe/PGM-Natal/Assessor/2008) O poder de polícia, regido pelo Direito

Administrativo, é o meio pelo qual a Administração Pública exerce atividadede segurança pública, seja por meio da polícia civil, seja pela polícia militar,a fim de coibir ilícitos administrativos.

Gabarito:

24-E 25-E 26-E 27-C 28-E 29-C 30-E 31-E

  COMENTÁRIO 3.1.5O poder de polícia é expressão da supremacia do Estado, assim, seus atos

gozarão, em regra, de coercibilidade, imperatividade (imposição coercitivaao particular), autoexecutoriedade (serão executados, cumpridos pela pró-

 pria Administração, sem necessidade de consulta prévia ao Poder Judiciário)e discricionariedade (dependentes da análise de conveniência da Adminis-tração em editá-los), só podendo ser exercido por pessoas jurídicas de direitopúblico, assim, não poderá ser exercido por empresas públicas, sociedades deeconomia mista ou empresas privadas. Como qualquer ato da Administração,

os atos decorrentes do poder de polícia gozam ainda de presunção de legitimi-dade, até prova em contrário.

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Questão 24: Errada. O erro é que essa característica não é a discricionarie-dade, e sim a autoexecutoriedade.

Questões 25 e 26: Erradas. O poder de polícia não pode ser delegado a par-ticulares, uma vez que demonstra prerrogativa inerente a pessoas jurídicasde direito público.

Questão 27: Certa. Apresenta características do poder de polícia.

Questão 28: Errada. O poder de polícia não pode ser delegado a particulares.

Questão 29: Certa. Como a construção em área pública é ilegal, a demoliçãonão dará ao particular nenhum direito a indenização. Como o invasor agiu demá-fé, não há que se falar em afronta ao princípio da segurança jurídica.

Questão 30: Errada. O poder de polícia ( gênero) abrange duas  espécies:polícia administrativa, que atua fiscalizando as atividades exercidas pelosparticulares, no âmbito administrativo, e a polícia judiciária, realizadapelas polícias civil e federal, atuando no âmbito do ilícito penal (a afirmativaestá invertida).

Questão 31: Errada. A atuação da polícia civil não é “regida pelo Direito Ad-ministrativo” nem atua no âmbito dos “ilícitos administrativos”. Ela atua noâmbito do ilícito penal e exerce atividades de investigação criminal inseridas

no conceito de poder de polícia  judiciária, por atuar fornecendo subsídios aoPoder Judiciário, que julgará determinada pessoa que tenha cometido ilícitopenal.

Questão 32. (Cespe/AGU/Procurador/2010) Atos administrativos decorrentes do poderde polícia gozam, em regra, do atributo da autoexecutoriedade, haja vista aadministração não depender da intervenção do Poder Judiciário para torná-losefetivos. Entretanto, alguns desses atos importam exceção à regra, como, porexemplo, no caso de se impor ao administrado que este construa uma calça-da. A exceção ocorre porque tal atributo se desdobra em dois, exigibilidadee executoriedade, e, nesse caso, falta a executoriedade.

Gabarito:

32-C

  COMENTÁRIO 3.1.6

 A autoexecutoriedade  é um atributo, uma característica do ato de-

corrente do poder de polícia, mas há hipóteses em que a mesma não estápresente, assim, os atos que impõem alguma ação ao particular não poderão

Capítulo 3 I  Poderes da Administração

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ser executados unicamente pela Administração. No exemplo da questão 32,se o particular não atender à ordem de construção, poderá ser aplicada multa

e, se esta não for paga, a Administração precisará recorrer ao Judiciário paraexecutar o particular, forçando-o a pagar. Nesse caso, esse ato não possuiautoexecutoriedade (a Administração precisará do Judiciário); diz-se que amulta tem exigibilidade (a Administração exige seu pagamento), mas nãotem executoriedade (a Administração sozinha não pode executar esse ato).

3.2. Poderes Vinculado e Discricionário

Questão 33. (Cespe/TRE – ES/Técnico Judiciário – Área administrativa/2011) Comoexemplos de poder de polícia, as licenças são atos vinculados e, como regra,

definidos, ao passo que as autorizações espelham atos discricionários eprecários.

Questão 34. (Cespe/PGM-Natal/Assessor/2008) O poder vinculado não existe como poderautônomo; em realidade, ele configura atributo de outros poderes ou com-petências da Administração Pública.

Questão 35. (Cespe/PCRN/Delegado de Polícia Civil/2008) O poder vinculado significaque a lei deixou propositadamente certa faixa de opção para o exercício davontade psicológica do agente, limitado, entretanto, a escolha dos meios eda oportunidade para a concretização do ato administrativo.

Questão 36. (Cespe/PCRN/Delegado de Polícia Civil/2008) O poder discricionário é con-ferido à administração de forma expressa e explícita, com a norma legal játrazendo em si própria a determinação dos elementos e requisitos para aprática dos respectivos atos.

Questão 37. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) O poder de políciaé sempre exercido de forma discricionária.

Questão 38. (Cespe/Defensor Público/ES/2009) Apesar de a discricionariedade constituirum dos atributos do poder de polícia, em algumas hipóteses, o ato de polícia

deve ser vinculado, por não haver margem de escolha à disposição do admi-nistrador público, a exemplo do que ocorre na licença.

Questão 39. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Com fundamento no poder disci-plinar, a Administração Pública, ao ter conhecimento de prática de falta porservidor público, pode escolher entre a instauração ou não de procedimentodestinado a promover a correspondente apuração da infração.

Questão 40. (Cespe/MDS/2008) O Poder disciplinar é discricionário. Assim, se o adminis-trador tiver conhecimento de falta praticada por servidor, terá a liberdade deescolha entre punir e não punir.

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Gabarito:

33-C 34-C 35-E 36-E 37-E 38-C 39-E 40-E

  COMENTÁRIO 3.2.1

Questões 33 e 34: Certas. Os poderes vinculado  e discricionário  são,na verdade, características de um dos quatro poderes já estudados, assim,não são poderes autônomos; o poder será vinculado quando a lei dispuserexatamente como será a atuação do agente público em cada caso concreto, nãodeixando a ele nenhuma margem de liberdade para decidir como agir; por outrolado, o poder será discricionário sempre que a lei permitir alguma margemde liberdade, tal como na desapropriação, quando a Administração decide seé ou não conveniente desapropriar determinados imóveis para a construçãode uma escola. Exemplo de poder vinculado está na edição de uma licença,uma vez que a Administração é obrigada a concedê-la sempre que o particularcumprir os requisitos legais, e o poder discricionário está presente na ediçãode autorizações, uma vez que a Administração tem a liberdade de decidirpela sua concessão ou não.

Questão 35: Errada. A questão define o poder discricionário, uma vez quea lei deixou opção.

Questão 36: Errada. Define o poder vinculado, vez que a norma determina os elementos e requisitos.

Questões 37 e 38: O erro da questão 37 é a palavra sempre, uma vez queexcepcionalmente o poder de polícia poderá ser vinculado, como na edição delicenças a quem cumprir os requisitos legais.

Questão 39: Errada. A instauração de processo administrativo é obrigatória,vinculada.

Questão 40: Errada. A doutrina majoritária defende que o poder disciplinar

é discricionário no que tange à quantificação da pena aplicável em cada casoconcreto, dependendo, entre outros, da gravidade do ato, mas essa discricio-nariedade não inclui a análise de conveniência, a liberdade de escolha entrepunir ou não punir diante da constatação da falta praticada.

Questão 41. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) O princípio daproporcionalidade deve ser observado pela administração no exercício dospoderes discricionário, regulamentar e de polícia.

Questão 42. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) O agente público, no uso do

poder discricionário, poderá agir com arbitrariedade.

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Questão 43. (Cespe/STJ/Analista-Administrador/2008) Se uma agência reguladora federalaplicar multa a uma empresa motivada por determinada infração administrativacuja lei de regência autorize a aplicação de multa a ser fixada entre R$500,00

e R$1.000.000,00, nesse caso, como a penalidade de multa emana de poder doadministrador, o qual está balizado pelos critérios de conveniência e oportu-nidade, o Poder Judiciário não poderá alterar o valor da multa, mesmo que oconsidere exacerbado, mas tão-somente anular a própria sanção (multa), sehouver ilegalidade, sob pena de violação do princípio da separação dos poderes.

Gabarito:

41-C 42-E 43-E

  COMENTÁRIO 3.2.2 A discricionariedade do agente público deve ser exercida com bom senso,

de forma razoável, ou seja, deve o agente observar o princípio da razoabili-dade e proporcionalidade, a fim de não se transformar em arbitrariedade, aconfigurar a ilicitude da conduta; havendo clara afronta a esse princípio peloagente, caberá controle do ato pelo Poder Judiciário.

Questão 41: Certa. A razoabilidade e proporcionalidade devem limitar osexcessos da discricionariedade.

Questão 42: Errada. O excesso da discricionariedade configura a arbitrariedade.Questão 43: Errada. Essa discricionariedade na determinação do valor damulta está relacionada à possibilidade de aplicação de valores mais altos emsituações mais graves, ou seja, a proporcionalidade, e não na análise de con-veniência e oportunidade na aplicação ou não da sanção.

3.3. Abuso de Poder

Questão 44. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Área Administrativa/2011) Caso a autoridade

administrativa deixe de executar determinada prestação de serviço a que porlei está obrigada e, consequentemente, lese o patrimônio jurídico individual,a inércia de seu comportamento constitui forma omissiva do abuso de poder.

Questão 45. (Cespe/AUGE-MG/2008) Caracteriza-se como excesso de poder a condutaabusiva dos agentes que, embora dentro de sua competência, afastam-sedo interesse público que deve nortear todo o desempenho administrativo.

Questão 46. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) A remoção de servidor comomeio de vingança caracteriza abuso de poder em razão do desvio de finalidade.

Questão 47. (Cespe/Técnico/TRT-ES/2009) A remoção de servidor ocupante de cargoefetivo para localidade muito distante da que originalmente ocupava, comintuito de puni-lo, decorre do exercício do poder hierárquico.

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Gabarito:

44-C 45-E 46-C 47-E

  COMENTÁRIO 3.3.1

O abuso de poder ocorre quando o agente pratica ato para o qual temcompetência, porém o fazendo de forma abusiva; o abuso pode ocorrer em suaforma comissiva ou mesmo em sua forma omissiva, quando o agente deixa defazer o que deveria. São espécies do gênero abuso de poder o excesso depoder e o desvio de poder (ou de finalidade); o excesso se dá quando o agen-te pratica o ato além do limite de sua competência, como quando é aplicadapor um fiscal multa de valor superior ao máximo estabelecido em lei; o desviose dá quando o ato é praticado visando uma finalidade que não é o interessepúblico, mas sim de forma pessoal.

Questão 44: Certa. O abuso de poder pode ocorrer em sua forma omissiva.

Questão 45: Errada. A questão define o desvio de poder, uma vez que aconduta se afasta do interesse público, e não o excesso de poder.

Questão 46: Certa. Na questão, a finalidade do ato de remoção não é o inte-resse público, mas sim represália contra o servidor, caracterizando o desviode finalidade.

Questão 47: Errada. O desvio de finalidade configura ato ilícito que não podeser encarado como decorrência natural da hierarquia.

Capítulo 3 I  Poderes da Administração

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C a p í t u l o 4

Disposições Constitucionais

4.1. Agentes Públicos; Cargos, Empregos e Funções

Questão 1. (Cespe/TRE – ES/Técnico Judiciário – Área administrativa/2011) Alguns

agentes políticos, a exemplo dos terceiros colaboradores, como os notários— titulares de registro e ofícios de notas —, sujeitam-se a regime semelhanteao dos servidores públicos, aplicando-se-lhes a necessidade de aprovação emconcurso público, o benefício da estabilidade e a aposentadoria compulsóriaaos 70 anos de idade.

Questão 2. (Cespe/Analista/Anac/2009) Diferentemente dos servidores estatutários edos empregados públicos, os servidores temporários não são consideradosservidores públicos.

Questão 3. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Os jurados das sessões de tribunal do júri e osmesários convocados para os serviços eleitorais nas eleições são classificadospela doutrina majoritária do Direito Administrativo como agentes particularescolaboradores que, embora sejam particulares, executam certas funçõesespeciais que podem ser qualificadas como públicas.

Questão 4. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Aos agentes políticos compete a execução erealização das diretrizes estabelecidas ao Estado pela Constituição Federal(CF), como é o caso dos titulares de ofícios de notas e de registro não oficia-lizados, ou seja, os titulares de cartórios extrajudiciais e os concessionáriose permissionários de serviços públicos.

Questão 5. (Cespe/SEJUS-ES/Agente Penitenciário/2008) O servidor temporário, con-tratado por tempo determinado para atender a necessidade temporária deexcepcional interesse público, exerce função, sem estar vinculado a cargo ouemprego público, e se submete a regime jurídico especial.

Questão 6. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) O indivíduo contratadode forma temporária não é considerado estatutário nem celetista, pois nãoocupa cargo na Administração Pública.

Questão 7. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) A contratação de pessoal

temporário na esfera federal tem de ser feita mediante concurso público.

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Questão 8. (Cespe/Aneel – Especialista e Analista/2010) No que se refere aos vocábuloscargo, emprego e função pública, é correto afirmar que o servidor contratadopor tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcio-

nal interesse público exerce função pública.

Gabarito:

01-E 02-E 03-C 04-E 05-C 06-C 07-E 08-C

  COMENTÁRIO 4.1.1

 Agentes públicos  são todos aqueles que, de alguma forma, exercemfunções administrativas; de acordo com a classificação do mestre Hely LopesMeirelles, esses agentes estão divididos em cinco espécies:

1.  Agentes políticos: autoridades do alto escalão nos Poderes Exe-cutivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Tribunais deContas, além dos diplomatas;

2.  Agentes administrativos: funcionários em relação continuadacom a Administração, tais como os servidores públicos  (ocu-pantes de cargos públicos, pelo regime estatutário), empregados públicos  (contratados pelo regime celetista) e funcionários temporários  (regime especial diferenciado, baseado no art. 37

IX da Constituição Federal, não ocupando cargo ou emprego, masapenas desempenhando uma  função  pública, excepcionalmentesem concurso público);

3.  Agentes honoríficos: funções especiais, em razão da honorabi-lidade do agente, tais como os mesários em eleições e os jurados;

4.  Agentes delegados: prestam serviços públicos mediante delega-ção do Estado, tal como os notários e os que atuam no transportecoletivo;

5.  Agentes credenciados: são credenciados a representar o Esta-do em situações especiais.

Os agentes das três últimas espécies são também chamados de terceiros colaboradores, ou particulares em colaboração.

Questão 1: Errada. Define os agentes delegados e não políticos.

Questão 2: Errada. Não se sabe se a banca utilizou o termo servidorespúblicos em sentido amplo ou estrito; em sentido amplo, o termo “servidorpúblico” pode ser encarado como sinônimo de agente administrativo, englo-bando os estatutários, os celetistas e os funcionários temporários; em sentidoestrito, “servidores públicos” são apenas os servidores estatutários.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Se a questão utilizou o termo em sentido amplo está errada, uma vez que os ser-vidores temporários também seriam servidores públicos (em sentido amplo); se

foi adotado o sentido estrito, os empregados públicos celetistas é que não seriamconsiderados servidores públicos. De qualquer forma, está errada a afirmativa.

Questão 3: Certa. São os agentes honoríficos, particulares em colaboração.

Questão 4: Errada. Faz referência aos agentes delegados.

Questões 5 e 6: Certas. Os funcionários temporários  exercem funçãotemporária e não ocupam cargo ou emprego público.

Questão 7: Errada. Conforme art. 37 IX da Constituição Federal, a lei esta-belecerá os casos de contratação por tempo determinado, e a referida dispõeque essa contratação prescinde, ou seja, dispensa concurso público.

Questão 8: Certa. Como visto anteriormente.

Questão 9. (Cespe/TRE – ES/AnalistaJudiciário/Área administrativa/2011) Cargo públicoé o conjunto de atribuições e responsabilidades que, previstas na estruturaorganizacional, devem ser cometidas a um servidor.

Questão 10. (Cespe/TRE – ES/Técnico Judiciário – Área administrativa/2011) Considereque João pretenda ingressar como empregado na Petrobras, sociedade deeconomia mista, integrante da Administração Indireta da União. Nessa situ-ação, João não precisa ser previamente aprovado em concurso público, vistoque o regime jurídico dessa empresa é o celetista.

Questão 11. (Cespe/Analista/TRE-MA/2009) Não se exige a realização de concurso públicopara o exercício de função pública.

Questão 12. (Cespe/Analista/TRE-MA/2009) Os empregados públicos são contratados sobregime da legislação trabalhista, aplicável com as alterações oriundas da CF,bem como mediante as derrogações promovidas pelos estados no âmbito dasrespectivas constituições estaduais.

Questão 13. (Cespe/Analista/Anac/2009) Os empregados públicos, pelo fato de seremcontratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, não se sub-metem às normas constitucionais referentes a requisitos para a investidura,acumulação de cargos e vencimentos, entre outros previstos na ConstituiçãoFederal de 1988 (CF).

Questão 14. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) Não são considerados servidorespúblicos aqueles que ocupam empregos nas empresas públicas e nas socie-dades de economia mista.

Questão 15. (Cespe/Analista/Ibram/2009) Para o preenchimento dos empregos públicos,

admite-se apenas o concurso de provas, diferentemente do que ocorre para opreenchimento de cargos públicos, caso em que, dependendo da natureza e dacomplexidade do cargo, impõe-se a realização de concurso de provas e títulos.

Capítulo 4 I  Disposições Constitucionais

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Questão 16. (Cespe/Defensor Público/ES/2009) A investidura em cargo, emprego ou funçãopública depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provase títulos, de acordo com a natureza e a complexidade das atividades desenvolvidas.

Questão 17. (Cespe/PGE-ES/2008) A Administração Pública direta, autárquica e funda-cional das esferas federal, estadual e municipal não pode livremente optarpelo regime de emprego público, uma vez que o STF restabeleceu a redaçãooriginal de artigo da Constituição, que prevê o Regime Jurídico Único.

Questão 18. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Toda investidura em cargoou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público deprovas ou de provas e títulos.

Questão 19. (Cespe/Técnico/Antaq/2009) Os cargos públicos em comissão não poderão

ser providos segundo as disposições da Consolidação das Leis do Trabalho.

Questão 20. (Cespe/Técnico/STJ/2008) Dalton exerceu, por dois anos, o cargo comissio-nado de assessor especial de ministro de Estado. Nessa situação, emboranão tenha feito concurso público, durante o citado período Dalton atuou nacondição de agente público.

Gabarito:

9-C 10-E 11-C 12-E 13-E 14-C 15-E 16-E 17-C

18-E 19-C 20-C

  COMENTÁRIO 4.1.2

O art. 37 II da CF dispõe que a investidura em cargo ou empregopúblico depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou deprovas e títulos (não é permitido o concurso exclusivamente de títulos), nãosendo exigido concurso para as funções temporárias. Os cargos públicos, na

 Administração Direta, autárquica e fundacional, serão regidos pelo respectivoestatuto, e os empregos públicos, nas empresas públicas e sociedades de eco-nomia mista, serão regidos pela CLT.

O art. 39 caput da CF determinou que na Administração Direta, au-tárquica e fundacional, todo o pessoal fosse regido por um Regime JurídicoÚnico (estatutário); a emenda constitucional 19/1998 alterou a redação dessedispositivo, passando a não exigir essa exclusividade, ou seja, admitindo-sepessoal regido pela CLT, mas, ao julgar a ADI 2.135, em 02/08/2007, o STFdeterminou, liminarmente, o regime estatutário, até a decisão definitiva.Com isso, entre 1998 e 2007, houve a admissão de pessoal celetista na Ad-ministração Direta, autárquica e fundacional, mas no momento, atéo julgamento definitivo da ação, está proibida pelo STF a entrada de novosagentes pelo regime CLT.

Questão 9: Certa. Dá a definição precisa de cargo público.

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Questão 23. (Cespe/ME/2008) Os cargos e os empregos públicos não são acessíveis aosestrangeiros, ainda que por meio do concurso público.

Questão 24. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) O prazo de validade doconcurso público será de até dois anos, admitindo-se a prorrogação por atéduas vezes, por igual período.

Gabarito:

21-C 22-E 23-E 24-E

  COMENTÁRIO 4.1.3

Questões 21 e 22: Conforme art. 61 §1o II a da CF, exige-se LEI (não sendo

permitido decreto) de iniciativa privativa do Presidente da República para acriação de cargos, funções ou empregos na Administração Direta e autárquica(questão 21), mas não nas empresas públicas e sociedades de economia mista(erro da questão 22).

Questão 23: Errada. Cargos, empregos e funções são acessíveis aos brasileirose aos estrangeiros na forma da lei (Constituição Federal art. 37, I).

Questão 24: Errada. O prazo de validade do concurso será de até dois anosprorrogável uma única vez, por igual período (Constituição Federal art. 37, III).

Questão 25. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Não cabe exoneração emcaso de infração disciplinar de servidor comissionado, mas sim destituição.

Questão 26. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) O servidor público nãogoza do direito de greve, pois ainda não existe uma lei que discipline o tema.

Questão 27. (Cespe/AGU – Procurador/2010) É constitucional o decreto editado por chefedo Poder Executivo de unidade da Federação que determine a exoneraçãoimediata de servidor público em estágio probatório, caso fique comprovadaa participação deste na paralisação do serviço, a título de greve.

Questão 28. (Cespe/TRE – ES/Analista Judiciário – Área administrativa/2011) A simplescircunstância de o servidor público estar em estágio probatório é justificativapara a sua demissão fundamentada na participação em movimento grevistapor período superior a 30 dias, visto que, dada a ausência de regulamen-tação do direito de greve, os dias de paralisação são considerados faltasinjustificadas.

Questão 29. (Cespe/Aneel – Especialista e Analista/2010) Aplica-se ao serviço públicoo princípio da mutabilidade do regime jurídico, segundo o qual é possível aocorrência de mudanças no regime do serviço para adequá-lo ao interesse

público, que pode sofrer mudanças com o decurso do tempo.

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Gabarito:

25-C 26-E 27-E 28-E 29-C

  COMENTÁRIO 4.1.4

Questão 25: Certa. A exoneração difere da demissão e da destituição, umavez que a primeira não tem qualquer efeito punitivo, ocorrendo, por exemplo,pela reprovação em estágio probatório, enquanto as duas últimas ocorremcomo forma de punição (ao servidor efetivo ou ao servidor ocupante de cargoem comissão, respectivamente) após processo administrativo disciplinar.

Questão 26: Errada. Na falta de uma lei específica a regular o direito de

greve do servidor público conforme prevê a Constituição Federal no art. 37 VII,o STF determinou que se aplique, no que couber, a lei de greve da iniciativaprivada, Lei no 7.783/1989. Assim, não podemos afirmar que “o servidor públiconão goza do direito de greve”, embora não haja ainda uma lei regulando essedireito especificamente para o servidor público.

Questões 27 e 28: Erradas. Já decidiu o STF, na ADI no 3.235/2010, que éilegal a dispensa de servidor em estágio probatório unicamente por partici-pação em greve.

Questão 29: Certa. Da mesma maneira, já se pronunciou o STF que servidorpúblico não tem direito adquirido frente a possíveis mudanças no estatuto.

 Assim, por exemplo, os servidores federais tiveram, no passado, direito a adi-cional por tempo de serviço e licença prêmio, mas ambos foram retirados apósa revogação dos referidos dispositivos do estatuto federal, sem que se pudessealegar direito adquirido a eles.

Questão 30. (Cespe/AGU/2009) Com base no princípio da eficiência e em outros fundamen-tos constitucionais, o STF entende que viola a Constituição a nomeação decônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até

o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesmapessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, parao exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função grati-ficada na Administração Pública Direta e Indireta em qualquer dos poderesda União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido oajuste mediante designações recíprocas.

Questão 31. (Cespe/AGU/2009) Considere que Platão, governador de estado da Federação,tenha nomeado seu irmão, Aristóteles, que possui formação superior na áreade engenharia, para o cargo de secretário de estado de obras. Pressupondo-se

que Aristóteles atenda a todos os requisitos legais para a referida nomeação,conclui-se que esta não vai de encontro ao posicionamento adotado em recente julgado do STF.

Capítulo 4 I  Disposições Constitucionais

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Questão 32. (Cespe/Procurador Judicial/Ipojuca-ES/2009) A vedação do nepotismo nãoexige a edição de lei formal para coibir a prática, uma vez que decorre di-retamente dos princípios contidos na CF. No entanto, às nomeações para o

cargo de conselheiro do Tribunal de Contas Estadual, por ser de naturezapolítica, não se aplica a proibição de nomeação de parentes pelo governadordo estado.

Gabarito:

30-C 31-C 32-E

  COMENTÁRIO 4.1.5

Questão 30: Certa. O STF decidiu que as nomeações, para cargos em comissão,de cônjuges e parentes, ferem os princípios da impessoalidade e da moralida-de; nesse sentido, editou o STF a súmula vinculante no 13, a fim de vedar onepotismo no serviço público.

Questões 31 e 32: Não se aplica a vedação da questão anterior à nomeação,pelo respectivo Chefe do Poder Executivo, de seus Ministros de Estado, Se-cretários Estaduais e Secretários Municipais (questão 31), estando vedada anomeação para demais cargos, tal como o de Conselheiro do TCE (questão 32).

Questão 33.

(Cespe/Agente/Abin/2008) Não é inconstitucional a lei que fixa requisitos erestrições ao ocupante de cargo ou emprego da Administração Direta quetenha acesso a informações privilegiadas.

Questão 34. (Cespe/STJ/Analista-Administrador/2008) As formas de participação popularna gestão da coisa pública previstas na CF incluem a autorização para a leidisciplinar a representação do usuário do serviço público contra o exercícionegligente ou abusivo do cargo público.

Questão 35. (Cespe/PGE/PI/2008) De acordo com a CF, o servidor público estável só per-derá o cargo em decorrência de sentença judicial condenatória transitada

em julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja asseguradaampla defesa.

Questão 36. (Cespe/Agente Administrativo/MS/2008) Considere a seguinte situação hipo-tética. Lucas foi investido no exercício de cargo público, mediante nomeaçãopor concurso público, sendo-lhe assegurado, após três anos de exercício, odireito de permanência no cargo, do qual só poderá ser destituído por sen-tença judicial, por processo administrativo em que seja assegurada ampladefesa ou por procedimento de avaliação periódica de desempenho, tambémassegurado o direito à ampla defesa. Nessa situação, o ato de provimento

pode ser classificado, quanto à duração, como vitalício.

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Questão 37. (Cespe/Técnico/STJ/2008) Maria Lúcia conseguiu aprovação em concursopúblico, e, depois de cinco anos de efetivo exercício no cargo, este foi extinto,e ela, posta em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo que

trabalhara. Nessa situação, Maria Lúcia nada poderá fazer para reverter asituação, pois o ato praticado atende aos princípios que informam a Admi-nistração Pública, cujo interesse prevalece no caso.

Gabarito:

33-C 34-C 35-E 36-E 37-C

  COMENTÁRIO 4.1.6

Questão 33: Correta, conforme Constituição Federal art. 37 § 7o.

Questão 34: Correta, conforme Constituição Federal art. 37 § 3o III.

 A Constituição Federal estabelece, no art. 41 § 1o, três formas de perda do cargodo servidor estável: “em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei

 complementar, assegurada ampla defesa”. Além dessas, há mais uma formaestabelecida no art. 169 §§ 3o e 4o, qual seja, por necessidade de redução degastos com pessoal.

Questão 35: Errada, pois há mais duas formas, vistas anteriormente, estandoerrada a palavra só.

Questão 36: Errada. Além do mesmo erro da palavra só, verificamos queesse cargo é efetivo, e não cargo vitalício, que é aquele restrito a magistrados,membros do MP e membros dos Tribunais de Contas.

Questão 37: Certa, nos termos da Constituição Federal art. 41 § 3o. Como ocargo foi extinto e ela já é estável, será posta em disponibilidade com remune-ração proporcional ao tempo de serviço. Se não fosse estável, seria exonerada.

Questão 38. (Cespe/Analista/TRE-MA/2009) Considerando a forma como a AdministraçãoPública, em todas as esferas de poder, está organizada, assinale a opçãocorreta.

a) Os agentes políticos são assim chamados por exercerem um mandato, decorren-te de processo eleitoral, mas, apesar disso, gozam das mesmas prerrogativasconferidas aos demais agentes públicos.

b) Mesmo que seja por um período previamente determinado, todos aqueles queexercerem uma função pública, independentemente de sua natureza, são consi-

derados agentes públicos.

Capítulo 4 I  Disposições Constitucionais

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c) Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário possuem os denominados cargosem comissão em suas respectivas estruturas, os quais são os cargos escolhidospelo chefe de cada poder para serem de livre nomeação e exoneração.

d) A diferença mais visível entre cargo, emprego e função pública é que apenas oprimeiro possui os atributos da vitaliciedade e da inamovibilidade.

e) Os cargos em comissão devem ser exercidos preferencialmente por servidoresde carreira, nos casos, nas condições e nos percentuais mínimos previstos em lei.

Questão 39. (Cespe/Finep/Analista – Administração Geral/2009) Acerca da Administra-ção Pública direta e indireta, marque certo ou errado: Veda-se a prática denepotismo em todas as esferas da Administração Pública, federal, estaduale municipal, razão pela qual um governador não pode nomear o seu irmão

para o cargo de secretário estadual de transporte.Questão 40. (Cespe/Finep/Analista – Administração Geral/2009) Acerca da Administração

Pública direta e indireta, marque certo ou errado: Exige-se edição de lei formalpara coibir a prática do nepotismo, uma vez que a sua vedação não decorrediretamente dos princípios contidos na Constituição Federal (CF).

Questão 41. (Cespe/Finep/Analista – Administração Geral/2009) Acerca da AdministraçãoPública direta e indireta, marque certo ou errado: A CF prevê que os cargospúblicos são acessíveis aos brasileiros e aos estrangeiros, independente-mente de regulamentação legal.

Questão 42. (Cespe/PGE/PI/2008) Quanto à Administração Pública, marque certo ou er-rado conforme a CF: Somente por emenda constitucional poderá ser criadaautarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade deeconomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste últimocaso, definir as áreas de sua atuação.

Questão 43. (Cespe/PGE/PI/2008) Quanto à Administração Pública, marque certo ouerrado conforme a CF: A administração fazendária e seus servidores fiscaisterão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobreos demais setores administrativos, na forma da lei.

Questão 44. (Cespe/PGE/PI/2008) Quanto à Administração Pública, marque certo ou erradoconforme a CF: É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à contado regime de previdência dos servidores públicos, ainda que os cargos sejamacumuláveis na atividade.

Questão 45. (Cespe/PGE/PI/2008) Quanto à Administração Pública, marque certo ou erradoconforme a CF: Ao servidor ocupante, exclusivamente, de emprego públicoou de cargo temporário, bem como de cargo em comissão declarado em leide livre nomeação e exoneração, aplica-se o regime de previdência social dosservidores públicos efetivos, observados o tempo de contribuição e a idadedo servidor.

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Questão 46. (Cespe/PGE/PI/2008) Quanto à Administração Pública, marque certo ou erradoconforme a CF: Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidorestável ficará em disponibilidade, com remuneração integral do cargo, até

seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Questão 47. (Cespe/PCPB/Agente de Investigação e Escrivão de Polícia/2008) O estado daParaíba editou uma lei cujo art. 1o foi assim redigido: Art. 1o Ficam criadas 80funções de confiança de Agente Judiciário de Vigilância, de provimento emcomissão, para prestar serviços de vigilância aos órgãos do Poder Judiciário.Nessa situação hipotética, o artigo em questão:

a) não fere qualquer dispositivo legal ou constitucional;b) fere apenas dispositivos legais, mas respeita todas as normas e princípios cons-

titucionais relacionados à Administração Pública;

c) obedece o inciso V do art. 37 da CF, que assim dispõe: “V as funções de confiança,exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargosem comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos caso, condi-ções e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuiçõesde direção, chefia e assessoramento”;

d) fere, tão-somente, a regra constitucional que prevê a obrigatoriedade da préviaaprovação em concurso público para a investidura em cargos e empregos públi-cos.

e) viola regra constitucional que prevê que as funções de confiança destinam-seapenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento, além de ferir a regratambém inscrita na CF que prevê a obrigatoriedade da prévia aprovação em con-curso público para a investidura em cargos e empregos públicos.

Questão 48. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) De acordo com aConstituição Federal de 1988 (CF), no que diz respeito ao acesso às funçõesde cargos e de empregos públicos, o candidato aprovado dentro do númerode vagas em determinado concurso público perde o direito a nomeação se,dentro do prazo de validade do certame, a instituição vier a promover novaseleção, tendo os recém-aprovados prioridade na nomeação para o cargo

público.Questão 49. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) De acordo com a

Constituição Federal de 1988 (CF), no que diz respeito ao acesso às funções decargos e de empregos públicos, o provimento de cargo ou emprego público ede cargo em comissão exige prévia aprovação em concurso público de provasou provas e títulos.

Questão 50. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) De acordo com aConstituição Federal de 1988 (CF), no que diz respeito ao acesso às funções decargos e de empregos públicos, o prazo de validade de um concurso público é

de, no máximo, dois anos, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igualperíodo.

Capítulo 4 I  Disposições Constitucionais

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Questão 51. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) De acordo com aConstituição Federal de 1988 (CF), no que diz respeito ao acesso às funçõesde cargos e de empregos públicos, apenas os brasileiros podem submeter-

-se a concursos públicos, não sendo permitida a estrangeiros a ocupação decargos de provimento efetivo na Administração Pública.

Questão 52. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) De acordo com aConstituição Federal de 1988 (CF), no que diz respeito ao acesso às funçõesde cargos e de empregos públicos, o órgão responsável pela realização deconcurso tem competência exclusiva para decidir a reserva de vagas destina-das a portadores de necessidades especiais, podendo, até mesmo, entenderque não haja necessidade de reserva para determinado cargo.

Gabarito:38-B 39-E 40-E 41-E 42-E 43-C 44-E 45-E 46-E

47-E 48-E 49-E 50-C 51-E 52-E

  COMENTÁRIO 4.1.7

 Além de todos os comentários já feitos anteriormente, seguem os seguintes:

Questão 38: O erro da letra A é que os agentes políticos têm prerrogativasnão estendidas aos demais agentes; a letra C trata dos cargos em comissão,

que são de livre nomeação e livre exoneração e de fato existem em todos osPoderes; o erro é que não é só o “chefe de cada Poder” que pode nomearpessoas para ocupar cargo em comissão, assim, por exemplo, os Ministros deEstado também podem nomear assessores para cargos em comissão. Na letraD, não é todo cargo que possui vitaliciedade e inamovibilidade, mas apenas o cargo vitalício. Na letra E, o erro é a palavra preferencialmente, vez quea Constituição Federal, em seu art. 37 V dispõe que os cargos em comissão,nas condições e percentuais previstos em lei, serão obrigatoriamentepreenchidos por servidores de carreira (fora desses percentuais, o cargo em

comissão é de livre nomeação).Questão 39: Errada, uma vez que, como já visto anteriormente, a nomeaçãopara Ministro de Estado, Secretário Estadual e Secretário Municipal são ex-ceções à súmula anti-nepotismo do STF.

Questão 40: Errada. A proibição do nepotismo não exige a edição de lei formal,pois decorre dos princípios constitucionais de impessoalidade e moralidade.

Questão 41: Errada. O erro é a palavra independentemente, pois os cargosserão ocupados por estrangeiros na forma da lei,  conforme Constituição

Federal art. 37, I (não havendo previsão legal expressa de que determinadocargo poderá ser ocupado por estrangeiros, o mesmo só poderá ser ocupadopor brasileiros).

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Questão 54. (Cespe/AGU – Procurador/2010) Caso uma enfermeira do Ministério da Saú-de ocupe também o cargo de professora de enfermagem da UniversidadeFederal de Goiás e, em cada um dos cargos, cumpra o regime de quarenta

horas semanais, tal acumulação, segundo o entendimento da AGU, deveráser declarada ilícita.

Questão 55. (Cespe/Agente/ABIN/2008) Considere a seguinte situação hipotética: Antônioé professor em uma universidade federal e em uma universidade estadual,localizadas no mesmo município. Em cada uma delas, cumpre uma cargahorária de 20 horas. Recentemente, Antônio foi contratado para trabalharcomo consultor, sob o regime da CLT, em uma sociedade controlada indi-retamente pela PETROBRAS, com carga horária também de 20 horas. Nahipótese apresentada, há acumulação vedada de cargos remunerados.

Questão 56. (Cespe/UNIPAMPA/Auxiliar de Administração/2009) É permitido que ummédico cumule dois cargos públicos, mas a mesma regra não se aplica aosodontólogos.

Questão 57. (Cespe/Defensor Público – ES/2009) Tendo-se aposentado em 1995, um ser-vidor público federal, após aprovação em concurso público, foi investido emnovo cargo público em 1997, no âmbito estadual. Nesse caso, ele não pôdeacumular os proventos da sua aposentadoria no regime próprio dos servidorespúblicos federais com a remuneração do novo cargo efetivo.

Questão 58. (Cespe/UNIPAMPA/Auxiliar de Administração/2009) O servidor comissionadopode acumular a remuneração do cargo com proventos de aposentadoria.

Questão 59. (Cespe/Defensor Público – ES/2009) O servidor público em exercício de manda-to tem o direito de ficar afastado do cargo, emprego ou função, computando-seo tempo para todos os efeitos legais, até mesmo para fins de promoção porantiguidade e merecimento.

Questão 60. (Cespe/TCE-AC/2009) Com relação à administração pública e seus servidores,assinale a opção correta.

a) Ao servidor público civil é vedada a associação sindical.

b) O servidor público no exercício de mandato eletivo terá seu tempo de serviço con-tado para todos os fins, inclusive promoção por merecimento.c) O servidor público investido no mandato de prefeito ficará afastado do cargo, em-

prego ou função, podendo, no entanto, optar por receber a respectiva remuneração.d) Segundo a CF, os ocupantes de cargo público não têm direito a remuneração do

trabalho noturno superior à do diurno.e) Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, serão

acrescidos de 20% da remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em quese deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão.

Questão 61. (Cespe/PGM-Natal/2008) A CF veda a acumulação de cargos e empregospúblicos, mas permite, excepcionalmente, a acumulação de dois cargos deprofessor ou dois cargos científicos ou técnicos.

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GABARITO:

53-E 54-C 55-C 56-E 57-E 58-C 59-E 60-C 61-E

  COMENTÁRIO 4.2.1

 A acumulação de remunerações, em sentido amplo, pagas pelos cofrespúblicos é em regra vedada, no entanto, de forma excepcional, permite-se:

1) a acumulação remunerada de cargos públicos na ativa, desde quehaja compatibilidade de horários, nas seguintes hipóteses confor-me art. 37 XVI da Constituição:– 2 cargos de professor

– 2 cargos de profissionais de saúde– 1 cargo de professor com 1 cargo técnico ou científico

2) a acumulação da remuneração da ativa com proventos de aposen-tadoria de servidores e militares nas seguintes hipóteses, confor-me art. 37 § 10 da Constituição:– Cargos acumuláveis na ativa (3 hipóteses acima)– Provento com a remuneração de cargo em comissão– Provento com a remuneração de cargo eletivo

3) a acumulação dos vencimentos do servidor com a remuneração de

um mandato eletivo, desde que haja compatibilidade de horários,na seguinte hipótese conforme art. 38 da Constituição:– Remuneração do cargo com a do mandato eletivo de vereador

Questão 53: Errada. A possibilidade de acumulação de cargos privativos daárea de saúde se dá nas esferas civil e militar. É possível a acumulação de umcargo civil da área de saúde com um cargo militar da área de saúde desdeque esse cargo na esfera militar não desempenhe qualquer função tipicamentemilitar, ou seja, apenas a função de saúde.

Questão 54: Certa. O cargo de enfermeira exige conhecimentos técnicosespecíficos, portanto, é considerado um cargo técnico, acumulável com o deprofessor, entretanto, se ambos exigem 40 horas semanais, não há compati-bilidade de horários.

Questão 55: Certa. Aqui haveria acumulação de três remunerações, o que é ilícito.

Questão 56: Errada, pois odontólogo, assim como médico, é profissional de saúde.

Questão 57: Errada. Essa acumulação é hoje vedada, no entanto, essa veda-ção disposta no citado art. 37 § 10 da Constituição foi incluída pela Emenda

Constitucional no

 20, em 1998, e foram preservadas as acumulações para quemreingressou no serviço público antes da emenda, como acontece na questão,em 1997 – art. 11 da referida emenda constitucional nº 20.

Capítulo 4 I  Disposições Constitucionais

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Questão 58: Certa. Conforme comentário 4.2.1, é permitida a acumulação deproventos com a remuneração de cargo em comissão.

Questão 59: Errada. Conforme art. 38 da Constituição, quando não for possível a

acumulação do cargo com o mandato eletivo (o que só pode ocorrer em relação a ve-

readores), o servidor será afastado do seu cargo para exercer o mandato, e o tempo do

mandato será contado para todos os efeitos salvo para promoção por merecimento (ou seja,

o tempo é contado também para efeito de promoção por antiguidade). Ainda conforme o

artigo, o servidor afastado para mandato eletivo municipal (vereador – quando não hou-

ver compatibilidade de horários – ou prefeito) poderá optar pela remuneração do cargo.

Questão 60: A letra A está errada uma vez que esse direito é assegurado pelo art. 37

VI da Constituição Federal. A letra B está errada e a letra C está certa conforme visto

na questão anterior. A letra D está errada pois o direito à “remuneração do trabalhonoturno superior à do diurno” assegurado aos trabalhadores pelo art. 7º IX daConstituição Federal se estende ao servidor público por força do art. 39 §   3ºda carta magna. A letra E está errada porque a Constituição Federal, em seuart.  40 § 2º, dispõe que “os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião

de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor,

no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria”.

O referido art. 39 § 3º dispõe quais dos direitos sociais dos trabalhadores pre-

vistos no art. 7º da Constituição se estendem aos servidores públicos, sendo asua leitura importantíssima para efeito de concursos públicos.

Questão 61: Errada, pois é possível a acumulação de 1 cargo de professor com 1

cargo técnico ou científico, mas não 2 cargos técnicos ou científicos

4.3. Espécies Remuneratórias

Questão 62. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) O vencimento é a retribuição pecuniária peloexercício do cargo público, acrescida das vantagens pecuniárias permanentesestabelecidas em lei.

Questão 63. (Cespe/STM – Analista Judiciário/Área Administrativa/2011) A remuneraçãode servidor público pode ser fixada ou alterada apenas mediante lei específica.

Questão 64. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) A fixação ou alteração dovalor da remuneração de determinado cargo somente poderá ser feita porintermédio de lei ordinária.

Questão 65. (Cespe/ME/2008) A remuneração dos servidores públicos somente poder serfixada ou alterada por decreto do presidente da República, assinado conjunta-mente com o respectivo ministro de Estado, assegurada revisão geral anual,

sempre na mesma data e sem distinção de índices.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Questão 68. (Cespe/TCE-AC/Administrador/2008) O teto remuneratório dos servidorespúblicos estaduais relativo ao subsídio mensal, em espécie, recebido:

a) pelo governador do estado será o limite para os três poderes;

b) pelos deputados estaduais será o limite para os três poderes;c) pelo presidente da República será o limite para o Poder Executivo estadual;d) pelo governador do estado será o limite para o Poder Executivo estadual;e) pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça, será o limite para o Poder Judi-

ciário estadual.

Questão 69. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) O servidor públicoestadual integrante do Poder Executivo tem como teto remuneratório o sub-sídio relativo ao cargo de:

a) ministro do Supremo Tribunal Federal;

b) deputado estadual;c) presidente da República;d) desembargador do tribunal de justiça estadual;e) governador do estado.

Questão 70. (Cespe/Técnico/TCU/2009) A regra constitucional do teto remuneratório seaplica às empresas públicas federais e suas subsidiárias, mesmo na hipótesede não receberem recursos da União para pagamento de despesas de pessoal.

Questão 71. (Cespe/Agente/Abin/2008) A regra constitucional que determina o limite máximode remuneração e subsídio na Administração Pública não é autoaplicável.

Gabarito:

67-C 68-D 69-E 70-E 71-E

  COMENTÁRIO 4.3.2

O art. 37 X da Constituição Federal estabelece os tetos remuneratórios na Administração, em cada esfera:

U→  Ministro do STF

  Poder Executivo →  GovernadorE Poder Legislativo →  Deputado Estadual

  Poder Judiciário →  Desembargador do TJ

M→  Prefeito

• Desembargadores do TJ, procuradores, defensores públicos e membrosdo Ministério Público→ 90,25% do Ministro do STF.

Os referidos tetos são aplicáveis a Administração Direta, autarquias e

fundações; quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista, ape-nas aquelas que receberem verbas públicas para despesas de custeio estarãosujeitas ao teto.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Questão 67: Certa. O teto municipal, incluindo os Poderes Executivo e Le-gislativo, é o subsídio do Prefeito.

Questão 68: Nos Estados, os tetos remuneratórios são diferenciados porPoderes, diferentemente do que acontece nos âmbitos federal e municipal,conforme visto anteriormente.

Questão 69: No executivo estadual, o teto é o subsídio do Governador.

Questão 70: Errada. O teto só se aplica àquelas empresas estatais que rece-berem recursos.

Questão 71: Errada. O erro é que o referido dispositivo constitucional é au-toaplicável, não dependendo de regulamentação.

Questão 72. (Cespe/PGM-Natal/2008) A CF proíbe a vinculação ou a equiparação dequalquer espécie remuneratória para efeito de remuneração de pessoal doserviço público.

Questão 73. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) É vedada a vincula-ção ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito deremuneração de pessoal do serviço público.

Questão 74. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) A remuneração dos

servidores públicos pode ser fixada e alterada por decreto do chefe do PoderExecutivo.

Questão 75. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Uma lei que tratada organização e estrutura de determinado órgão do Poder Executivo podeincluir em suas disposições a nova tabela de remuneração dos servidoresdesse órgão.

Questão 76. (Cespe/Finep/Analista/Administração Geral/2009) É inconstitucional todamodalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem préviaaprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que

não integra a carreira na qual foi anteriormente investido.Questão 77. (Cespe/Finep/Analista/Administração Geral/2009) Após a CF de 1988, é nula

a contratação para a investidura em cargo ou emprego público sem préviaaprovação em concurso público, até mesmo para as empresas públicas esociedades de economia mista.

Questão 78. (Cespe/Finep/Analista/Administração Geral/2009) Para preservar-lhes opoder aquisitivo, é admissível a vinculação do reajuste de vencimentos deservidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.

Questão 79. (Cespe/Finep/Analista/Administração Geral/2009) Apesar de haver previsãoconstitucional para o exercício do direito de greve, a fixação de vencimentosdos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva.

Capítulo 4 I  Disposições Constitucionais

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Questão 80. (Cespe/Finep/Analista/Administração Geral/2009) Comprovada a necessida-de de contratação de pessoal, deve-se nomear os candidatos aprovados noconcurso em vigor em detrimento da renovação de contrato temporário.

Questão 81. (Cespe/TJ-CE/Oficial de Justiça/2008) É inconstitucional lei federal que es-tabeleça o denominado gatilho para reajustar automaticamente os saláriosde empregados de sociedades de economia mista a cada aumento dado aosservidores públicos das carreiras de Estado do Poder Executivo.

Questão 82. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) Com base nas disposições contidas na CFrelativas à Administração Pública, assinale a opção correta.

a) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário podem sersuperiores aos pagos pelo Poder Executivo, em razão da iniciativa privativa decada poder para dispor a respeito da remuneração de seus servidores.

b) É proibida a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratóriascom vistas à remuneração de pessoal do serviço público.

c) A vedação de acumular dois cargos públicos não abrange empregados de em-presas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedadescontroladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

d) Os cargos, os empregos e as funções públicas são acessíveis apenas aos brasi-leiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, não havendo qualqueracessibilidade aos estrangeiros.

e) O prazo de validade de concurso público é de até um ano, prorrogável uma vez,

por igual período.

Questão 83. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) É permitida a vinculaçãodo reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índicesfederais de correção monetária.

Gabarito:

72-C 73-C 74-E 75-E 76-C 77-C 78-E 79-C 80-C

81-C 82-B 83-E

  COMENTÁRIO 4.3.3

O art. 37 XIII da Constituição Federal veda a equiparação e a vinculação de remunerações. Assim, é inconstitucional, por exemplo, a lei que equiparaa remuneração do cargo de técnico administrativo à remuneração do cargo detécnico de controle; da mesma forma, a lei não pode vincular a remuneraçãode um cargo à remuneração de outro cargo superior a ele, ou a índices prede-terminados, conhecidos como “gatilhos”.

Questões 72 e 73: Certas, conforme art. 37 XIII da Constituição.

Questão 74: Errada, exigindo-se lei específica para isso.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Questão 75: Errada. A remuneração dos servidores deve ser tratada por leiespecífica, não podendo ser tratada em uma lei geral, como aquela que trata

de toda a estrutura do órgão.Questão 76: Certa. É exigida aprovação em concurso público para a inves-tidura inicial.

Questão 77: Certa, considerando-se que a regra é a exigência de concursopúblico. Excepcionalmente, admite-se a investidura em cargos em comissão,sem a exigência de concurso público.

Questão 78: Errada. É vedada a vinculação a qualquer coisa.

Questão 79: Certa. O art. 37 VII da Constituição prevê o direito à greve, masa remuneração de servidores só pode ser alterada por lei específica, nãohavendo possibilidade de convenção ou acordo coletivo de trabalho, existenteapenas para celetistas.

Questão 80: Certa. Em obediência ao princípio da moralidade, não se podeprorrogar contratos de funcionários temporários, contratados sem concursocom base no art. 37 IX da Constituição, antes de se nomearem os aprovadosem concurso público.

Questão 81: Certa. A lei não pode criar gatilhos automáticos para reajuste

de salários.Questão 82: A letra A está errada em função do art. 37 XII da ConstituiçãoFederal, que estabelece que os vencimentos do Legislativo e do Judiciário nãopodem ser superiores aos do Executivo; de forma excepcional, aqui a própriaConstituição prevê uma forma de equiparação. Na letra C, a proibição de acu-mulação engloba a Administração Direta, Indireta, controladas e subsidiárias.Na letra D o erro é a palavra apenas. Na letra E, o prazo é de até dois anos.

Questão 83: Errada. É vedada a vinculação de remunerações.

Questão 84. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) As vantagens pecuniárias,como adicionais e gratificações, somente incidirão sobre o vencimento básico.

Questão 85. (Cespe/STJ/Analista/Administrador/2008) Caso um servidor público ocupe cargoefetivo cuja remuneração seja composta do vencimento básico somado a umagratificação de produtividade (X) e, além dessas parcelas, tal servidor faça jus auma gratificação (Y) que incida sobre o vencimento básico e a gratificação X, nãohaverá vício de inconstitucionalidade quanto à percepção da gratificação Y.

Questão 86. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) A irredutibilidade dos

vencimentos e dos subsídios impede a criação ou majoração de tributosincidentes sobre os vencimentos ou subsídios.

Capítulo 4 I  Disposições Constitucionais

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Questão 87. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) A irredutibilidade dosvencimentos e dos subsídios é nominal, ou seja, não confere direito a rea- justamento em decorrência de perda de poder aquisitivo da moeda.

Questão 88. (Cespe/Auditor/TCU/2009) Se uma lei federal instituir e disciplinar, para osservidores públicos de determinado órgão, autarquia ou fundação públicafederal, que não são remunerados por subsídio, prêmio de produtividade aser custeado com recursos orçamentários provenientes da economia comdespesas correntes, a referida lei não será materialmente inconstitucional.

Gabarito:

84-C 85-E 86-E 87-C 88-C

  COMENTÁRIO 4.3.4

O art. 37 XIV da Constituição Federal, após a Emenda Constitucional19/1998, vedou  o chamado “efeito cascata”, ao proibir que um acréscimoremuneratório, ao ser concedido, seja computado sobre a remuneração total doservidor que já continha um acréscimo; assim, qualquer aumento agora só podeser computado sobre o vencimento básico, que não comporta qualquer acréscimo.

O art. 37 XV da Constituição Federal dispõe que o subsídio e os vencimen-tos dos agentes são irredutíveis, mas prevê basicamente quatro exceções,

permitindo a redução quando a remuneração ultrapassar o teto constitucional,quando tiver sido calculada incorretamente com o “efeito cascata”, quandose identificarem acréscimos sendo pagos sobre o subsídio ou em função daincidência de tributação.

Questão 84: Certa, como visto anteriormente, de forma a evitar o “efeitocascata”.

Questão 85: Errada. A gratificação Y deve incidir somente sobre o vencimentobásico.

Questão 86: Errada. A redução da remuneração em função da carga tributáriaé uma das exceções, ou seja, uma das hipóteses em que é admitida.

Questão 87: Certa. O valor nominal dos vencimentos não pode ser reduzido,embora esse valor vá perdendo seu poder em decorrência da inflação. Com oobjetivo de repor essa perda é que, em tese, deve haver a revisão geral anualdos vencimentos, prevista no art. 37 X da Constituição, o que é costumeira-mente desrespeitado pela Administração.

Questão 88: Certa. A questão retrata o art. 39 § 7o da Constituição Federal,

que prevê a possibilidade de pagamento de prêmio aos servidores em funçãode economia com a redução de despesas, com o objetivo de estimular a parti-cipação dos servidores.

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Resumo de regras de aposentadoria:  70

P h 65  m 60  h 60 e 35 e 10 e 5I m 55 e 30

P: Proventos proporcionais ao tempo de contribuição:

70 anos de idade: compulsória, para homens e mulheres;65 anos de idade (homem), além de (10 e 5)60 anos de idade (mulher), além de (10 e 5)

I: Proventos integrais (100% da remuneração média):

60 anos de idade (homem) e 35 de contribuição, além de (10 e 5)55 anos de idade (mulher) e 30 de contribuição, além de (10 e 5)

(10 e 5): 10 anos de serviço público e 5 anos no cargo em que se deu a apo-sentadoria

Questão 89: Errada. A Constituição prevê a possibilidade de criação deregras diferenciadas para estes, por leis complementares.

Questão 90: Certa, assim como em atividades insalubres e perigosas.

Questão 91: Errada, uma vez que as aposentadorias voluntárias exigemsempre 10 anos de serviço público e cinco anos no cargo em que se deu a apo-sentadoria, enquanto a aposentadoria compulsória, aos 70 anos de idade,não exige nenhum desses requisitos.

Questão 92: Errada, pois, nos termos do art. 40 § 19 da Constituição Fede-ral, o abono de permanência só é devido nas hipóteses de aposentadoria comproventos integrais (e não proporcionais). Nessas hipóteses, o servidor quepreferir não se aposentar, continuando em atividade, receberá um abono, novalor da sua contribuição previdenciária, até que se aposente.

Questão 93: Errada. O erro é que o regime de previdência é único para todosos Poderes.

Questão 94. (Cespe/Defensor Público/ES/2009) Caso um servidor público, detentor de car-go efetivo, tenha exercido cargo em comissão durante o período de cálculo desua aposentadoria, os valores recebidos pelo exercício do cargo em comissãopoderão ser considerados para fins de fixação dos proventos desse servidor,de forma que o valor dos proventos seja maior que o valor da remuneraçãono cargo efetivo que ocupava no momento da aposentadoria.

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Questão 95. (Cespe/TCE-ES/2009) O servidor público, por ter regime próprio de previdênciasocial, terá direito, em qualquer hipótese, à aposentadoria por invalidez, comproventos integrais.

Questão 96. (Cespe/TCE-ES/2009) Servidor público detentor de cargo efetivo, com regimepróprio de previdência social, que vier a ser beneficiado por uma licençasem remuneração, conforme a legislação de regência, poderá se inscreverno RGPS, como contribuinte facultativo, embora a CF tenha dispositivo quevede, de maneira geral, essa filiação ao RGPS.

Questão 97. (Cespe/TCE-ES/2009) O benefício de pensão por morte, a partir do advento daEmenda Constitucional no 41/2003, no âmbito do regime próprio de previdênciasocial, deve corresponder à totalidade da remuneração do falecido.

Questão 98. (Cespe/TCE-ES/2009) Servidor público detentor de cargo efetivo, com regimepróprio de previdência social, que seja também professor de escola privadanão deverá contribuir para o RGPS.

Questão 99. (Cespe/TCE-ES/2009) Suponha que determinado servidor público que possuaregime próprio de previdência social venha a ser demitido do serviço públicoquando já possuía todos os requisitos para se aposentar. Nessa situação, otempo de contribuição no regime próprio não poderá ser utilizado para lograrum benefício previdenciário do RGPS.

Questão 100. (Cespe/PCRN/Agente de Polícia Civil/2008) Mesmo aos servidores que exer-

çam atividades de risco é vedada a adoção de requisitos e critérios diferen-ciados para concessão de aposentadoria.

Questão 101. (Cespe/PCRN/Agente de Polícia Civil/2008) Os requisitos de idade e tempo decontribuição para o regime de previdência dos servidores públicos de cargosefetivos dos estados serão reduzidos em cinco anos, para o professor quecomprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magis-tério na educação infantil, no ensino fundamental, médio e superior.

Questão 102. (Cespe/PCRN/Agente de Polícia Civil/2008) Somente a lei pode estabelecercontagem de tempo de contribuição fictício para o regime de previdência dosservidores titulares de cargos efetivos da União.

Gabarito:

94-E 95-E 96-C 97-E 98-E 99-E 100-E 101-E 102-E

  COMENTÁRIO 4.4.2

Questão 94: Errada. A questão está baseada no art. 40 § 2o da ConstituiçãoFederal, que dispõe que os proventos de aposentadoria, por ocasião de sua

concessão, não poderão exceder a remuneração do servidor no cargo efetivoem que se deu a aposentadoria.

Capítulo 4 I  Disposições Constitucionais

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C a p í t u l o 5

Estatuto Federal – Lei no 8.112/1990

5.1. Cargos Públicos, Provimento e Vacância

Questão 1. (Cespe/Analista/Anac/2009) A readaptação, a reversão e a recondução são

formas de provimento de cargo público.

Questão 2. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) A ascensão é forma de provimentode cargo público.

Questão 3. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) Não constitui hipótese de provimento em cargopúblico:

a) a nomeação;b) a reintegração;c) a transferência;d) o aproveitamento;e) a promoção.

Questão 4. (Cespe/Técnico/TCU/2009) Considere a seguinte situação hipotética.Determinado ente federativo, sob o argumento de modernizar a gestão administra-tiva e reestruturar o quadro de pessoal, editou lei regulamentando a realização deconcurso interno e ascensão funcional em determinada carreira típica do Estado,no qual pessoas anteriormente admitidas, mediante concurso público, para cargosde nível médio poderão ascender às carreiras de nível superior, atendidos certosrequisitos próprios.

Nessa situação, conforme a jurisprudência majoritária do STF, a conduta do referidoente encontra suporte na CF, já que não violou a exigência do concurso público.

Questão 5. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) É forma de provi-mento originário:

a) a recondução;b) a reintegração;c) a nomeação;d) a promoção;e) o aproveitamento.

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Questão 6. (Cespe/STM – Analista Judiciário/Área Judiciária/2011) Um servidor públicofederal que, por meio de concurso público, ingressar como enfermeiro emum hospital federal e, após quatro anos, concluir o curso de medicina poderá

ser promovido ao cargo de médico.

Questão 7. (Cespe/TRF 1a Região – Juiz Federal/2009) Readaptação é a investidura doservidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com alimitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, verificadaem inspeção médica.

Questão 8. (Cespe/TRF 1a Região/Juiz Federal/2009) Na hipótese de inexistência de cargovago, o servidor sujeito à readaptação será aposentado.

Questão 9. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/Área: Administração/2011) As formas de pro-

vimento de cargo incluem a readaptação, que consiste no retorno de servidoraposentado por invalidez à atividade, em decorrência de comprovação, por junta médica oficial, de cessação dos motivos da aposentadoria.

Questão 10. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) Readaptação é o retorno à atividadede servidor aposentado por invalidez, quando junta médica oficial declararinsubsistentes os motivos da aposentadoria.

Questão 11. (Cespe/Técnico/Anatel/2009) Servidor aposentado por invalidez mediantelaudo de junta médica oficial de agência reguladora estadual poderá reinte-grar-se ao cargo antes ocupado, quando declarado insubsistente o motivo

pela mesma junta que o aposentou.

Questão 12. (Cespe/TRF 1a Região – Juiz Federal/2009) Recondução é o retorno à atividadede servidor aposentado por invalidez, quando junta médica oficial declararinsubsistentes os motivos da aposentadoria.

Questão 13. (Cespe/STM – Nível superior/2011) Considere a seguinte situação hipotética.João, servidor público estável e detentor de cargo efetivo, aposentou-se vo-luntariamente em 5/10/2006, quando tinha 68 anos de idade, e, em 10/6/2009,requereu a sua reversão a cargo vago no serviço público, visto que era estávele sua aposentadoria havia ocorrido nos últimos cinco anos. Nessa situaçãohipotética, João não poderá retornar à atividade no interesse da administração.

Questão 14. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) Jorge, servidor público de carreira, foi aposen-tado por invalidez em dezembro de 2005. No mês de março de 2009, Jorge foisubmetido a uma junta médica oficial, que considerou insubsistentes os motivospara a sua aposentadoria por invalidez e sugeriu o imediato retorno do servidorà ativa. Nessa situação hipotética, no retorno de Jorge à ativa, ocorre:

a) readaptação;b) reversão;c) reintegração;d) recondução;e) remoção.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Gabarito:01-C 02-E 03-C 04-E 05-C 06-E 07-C 08-E 09-E

10-E 11-E 12-E 13-C 14-B

  COMENTÁRIO 5.1.1

Questão 1: Certa. O provimento do cargo público é a ocupação do referidocargo e, conforme o art. 8o da Lei no 8.112/1990, são formas de provimento anomeação, a promoção, a readaptação, a reversão, o aproveitamento,a reintegração e a recondução.

Questões 2 e 3: A ascensão e a transferência foram revogadas do estatuto

federal, uma vez que caracterizavam formas de provimento em cargos de outrascarreiras sem concurso público, portanto, inconstitucionais.

Questão 4: Errada. A ascensão funcional, por caracterizar fraude à exi-gência de concurso público, é inconstitucional.

Questão 5:  A nomeação é a forma de provimento que ocorre quando umservidor ingressa pela primeira vez na carreira, independentemente de haverou não qualquer relação anterior daquela pessoa com o serviço público, neces-sariamente a partir da aprovação em concurso público, para os cargos efetivos,sendo por isso chamada de provimento originário, ao contrário das demais

formas, que constituem provimento derivado.Questão 6: Errada. A promoção ocorre quando o servidor passa a uma classesuperior dentro da mesma carreira. Assim, o enfermeiro classe 1 pode serpromovido a enfermeiro classe 2, mas nunca a médico, que é cargo de carreiradiversa da de enfermeiro. Isso na verdade seria a ascensão funcional, proibida.

Questões 7 e 8:  A readaptação, conforme art. 24 do estatuto, é a “inves-

tidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis

 com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental”.

Caso o cargo no qual esse servidor possa ser readaptado tenha sua quantidadetotalmente ocupada, não restando cargo vago, o servidor irá mesmo assimdesempenhar as funções desse cargo na condição de excedente, evitando,assim, que ele tenha de ser aposentado por invalidez (questão 8).

Questão 9: Errada. Essa forma de provimento é a reversão. A reversão se dáquando o servidor aposentado volta a ocupar o cargo anterior, podendo ocorrer de

 ofício – quando os motivos da aposentadoria por invalidez cessam – ou a pedido doservidor, desde que: a solicitação seja feita em até cinco anos após a aposentadoria,ele fosse estável quando da aposentadoria, haja cargo vago, ele ainda não tenha

completado 70 anos de idade e, sobretudo, dependendo do interesse da Adminis-tração (ou seja, é ato discricionário da Administração). Em caso de reversão de

 ofício, caso os cargos estejam ocupados, o servidor ficará também como excedente.

Capítulo 5 I Estatuto Federal – Lei no 8.112/1990

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Questões 10, 11 e 12: Erradas. Em todas ocorrerá a reversão de ofício e nãoreadaptação, reintegração ou recondução.

Questão 13: Certa. Não poderá ocorrer a reversão, pois já estará com maisde 70 anos de idade e, portanto, terá de haver a aposentadoria compulsória.

Questão 14: Ocorrerá reversão  de ofício, desde ele que ainda não tenhacompletado 70 anos de idade.

Questão 15. (Cespe/Técnico/Anatel/2009) Readaptação é a reinvestidura do servidorestável no cargo anteriormente ocupado quando invalidada a sua demissãopor decisão judicial.

Questão 16. (Cespe/Agente/Abin/2008) Será reconduzido ao cargo de origem o servidorcuja demissão tenha sido anulada por decisão judicial ou ato administrativo.

Questão 17. (Cespe/STM – Analista Judiciário/Área Judiciária/2011) No caso de reinte-gração, o servidor deve retornar ao cargo de origem, com o ressarcimentode todas as vantagens a que teria direito durante o período de afastamento,inclusive as promoções por antiguidade.

Questão 18. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Paulo, em função da reintegra-ção de um colega, será reconduzido ao cargo que anteriormente ocupava,cabendo-lhe devolver ao erário os emolumentos percebidos no período.

Nessa situação, caso Paulo não faça a devolução dos referidos emolumentosno prazo de 90 dias, ele estará sujeito à suspensão e ao pagamento de multadiária.

Questão 19. (Cespe/Analista/TRE-MA/2009) Nos casos de reorganização ou extinção deórgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgãoou entidade, o servidor que não for redistribuído é colocado em disponibilidadeou, ainda, fica sob a tutela do Sistema de Pessoal Civil (SIPEC). Essa formade provimento denomina-se:

a) readaptação;

b) reversão;c) reintegração;d) recondução;e) aproveitamento.

Questão 20. (Cespe/AGU/2009) O ato de designação de alguém para titularizar cargopúblico denomina-se provimento, que, segundo Celso Antônio Bandeira deMello, pode ser originário ou derivado. O aproveitamento, forma de provi-mento derivado horizontal, consiste na transferência efetuada para prover oservidor em outro cargo mais compatível com sua superveniente limitação de

capacidade física ou mental, apurada em inspeção médica, distinguindo-seda reversão ou provimento derivado horizontal.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Gabarito:

15-E 16-E 17-C 18-E 19-E 20-E

  COMENTÁRIO 5.1.2

Resumo esquemático:

 A reintegração ocorre quando a demissão de um servidor estável é inva-

lidada, judicial ou administrativamente, e este retorna ao cargo anterior (comressarcimento de tudo o que deixou de receber); caso esse cargo esteja ocupado,o seu ocupante, se estável, será reconduzido ao cargo anterior (sem direito aqualquer indenização) ou ocorrerá o seu aproveitamento em outro cargo (ou serácolocado em disponibilidade momentânea para um posterior aproveitamento).

Questões 15 e 16: Erradas, pois definem a reintegração, e não a readaptaçãonem a recondução ao cargo de origem.

Questão 17: Certa. Em caso de reintegração, o servidor tem direito a serindenizado por tudo que deixou de receber, inclusive eventuais promoções aque teria direito.

Questão 18: Errada. O erro é que o servidor reconduzido não terá direito aindenização por voltar a um cargo com remuneração inferior, mas tambémnão devolverá o que recebeu antes da recondução.

Questão 19: A questão (muito mal formulada) quer dizer que nessas hipóteses,quando o servidor for colocado em disponibilidade ou sob a tutela do Sipec,será posteriormente aproveitado em outro cargo.

Questão 20: Errada. Na questão não ocorre aproveitamento, mas sim rea-daptação.

Capítulo 5 I Estatuto Federal – Lei no 8.112/1990

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Questão 21. (Cespe/Analista/Cerpro/2008) Para os empregados públicos das empresaspúblicas, é opcional a apresentação, no ato da posse, da declaração de bense valores que compõem o seu patrimônio privado.

Questão 22. (Cespe/Analista/Cerpro/2008) Conforme entendimento do Supremo TribunalFederal, os empregados de empresa pública e de sociedade de economia mistaadmitidos antes da Emenda Constitucional no19/1998 fazem jus à estabilidadeno serviço público.

Questão 23. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) Os cargos públicos para provimento em caráterefetivo ou em comissão somente podem ser criados por lei.

Questão 24. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) O ocupante de cargo em comissãosubmete-se ao regime de dedicação integral ao serviço público.

Questão 25. (Cespe/Técnico/Antaq/2009) Durante o estágio probatório, é vedado ao ser-vidor público assumir cargo em comissão.

Questão 26. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Os servidores públicos têm estabilidade, garan-tida na CF, razão pela qual a eles não se aplica a avaliação de desempenho.

Questão 27. (Cespe/Analista/Ibram/2009) O atual entendimento do STJ é no sentido deque o estágio probatório compreende o período entre o início do exercício docargo e a aquisição de estabilidade no serviço público, que, desde o adventoda Emenda Constitucional (EC) no 19/1998, tem a duração de três anos.

Gabarito:

21-E 22-E 23-C 24-C 25-E 26-E 27-C

  COMENTÁRIO 5.1.3

 A Lei no 8.112/1990 se aplica aos servidores da União, autarquias e fun-dações públicas federais, razão pela qual são denominados servidores públicosestatutários, enquanto os empregados públicos das empresas públicas e socie-dades de economia mista são regidos pela CLT. Os empregados públicos não

ocupam cargo público, portanto, não há para estes posse ou estabilidade. Oscargos públicos, por sua vez, dividem-se em cargos efetivos (exigem aprovaçãoem concurso público e dão direito a estabilidade) e cargos em comissão (delivre nomeação e exoneração).

O cargo em comissão submete-se a regime de integral dedicação ao serviço(art. 19 § 1o do estatuto) e pode ser ocupado por servidor ainda não estável,em estágio probatório (art. 20 § 3o do estatuto).

 A estabilidade e o estágio probatório são institutos diversos. A estabilidade

é adquirida no serviço público, enquanto o estágio probatório é uma avaliaçãoque se dá no cargo público, assim, mesmo o servidor estável que venha a tomarposse em outro cargo deverá se submeter a novo estágio probatório.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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“Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo deprovimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de

24 meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto deavaliação para o desempenho do cargo.”

“Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado emcargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço públicoao completar 2 anos de efetivo exercício.”

Com a edição da Emenda Constitucional no 19, em 1998, o prazo paraaquisição de estabilidade passou a ser de três anos, razão pela qual o art. 21do estatuto foi implicitamente revogado, em função de inconstitucionalidade

superveniente. No entanto, a Constituição Federal não trata de período deestágio probatório, razão pela qual o art. 20 do mesmo estatuto não foi re-vogado, estando ainda, em tese, em vigor. Em função de grande divergênciadoutrinária sobre o prazo do estágio probatório, o STF e o STJ decidiram queo mesmo também passou a ser de três anos. Sobre essa polêmica questão,aconselhamos a leitura do livro  Manual de Direito Administrativo  – Prof.Gustavo Mello Knoplock.

Questão 21: Errada. Os empregados públicos celetistas não estão submetidosa posse.

Questão 22: Errada. Os empregados públicos não adquirem estabilidade.

Questão 23: Certa. Os cargos públicos, tanto efetivos quanto em comissão sópodem ser criados por lei.

Questão 24: Certa. Cargo em comissão submete-se a regime de integral de-dicação ao serviço (Lei no 8.112/1990 art. 19 § 1o).

Questão 25: Errada. O cargo em comissão pode ser ocupado por servidor emestágio probatório. (Lei no 8.112/1990 art. 20 § 3o).

Questão 26: Errada. O erro inicial é que nem todo servidor público tem di-reito a estabilidade, devendo para isso ser submetido a avaliação especial dedesempenho durante o prazo de três anos, considerado estágio probatório.

Questão 27: Certa. Conforme entendimento jurisprudencial tanto do STJquanto do STF, o período de estágio probatório passou a ser de três anos.

Questão 28. (Cespe/Agente/Abin/2008) A nomeação é forma originária de provimento decargo público.

Questão 29. (Cespe/MPOG/Analista/2008) Júlio, aprovado em concurso público, foi nome-ado para cargo de provimento efetivo em uma autarquia federal vinculada aoMinistério do Meio Ambiente (MMA). Como, após 35 dias da data da nome-

Capítulo 5 I Estatuto Federal – Lei no 8.112/1990

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ação, ele não se apresentou para tomar posse, a autoridade administrativacompetente anulou a sua nomeação e convocou o próximo candidato da listade aprovados. Com base nessa situação hipotética, a nomeação de Júlio não

deveria ter sido anulada.

Questão 30. (Cespe/Bacen/Procurador/2009)Se um indivíduo tomar posse em cargo pú-blico federal, mas não entrar em exercício no prazo legal, será tornado semefeito o ato de posse.

Questão 31. (Cespe/Agente Administrativo/MS/2008) Será demitido o indivíduo que, apro-vado em concurso público para provimento de cargo efetivo, tomar posse nocargo, mas não entrar em exercício no prazo legalmente estabelecido.

Questão 32. (Cespe/Agente/Abin/2008) O cidadão que, tendo sido nomeado para ocupar

cargo público efetivo no prazo de 30 dias e que, passado esse prazo, nãotenha tomado posse, será exonerado do cargo, para que se possa nomear opróximo candidato.

Questão 33. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) O servidor que, após ter tomado posse, nãoentrar em exercício no prazo de 15 dias, será, então, exonerado.

Questão 34. (Cespe/TRF 1a Região/Juiz Federal/2009) O prazo para o servidor empossadoem cargo público entrar em exercício é de 30 dias, contados da data da posse.

Questão 35. (Cespe/TRF 1a Região/Juiz Federal/2009) Posse é o efetivo desempenho das

atribuições do cargo público ou da função de confiança.Questão 36. (Cespe/Técnico/TCU/2009) A posse em cargo público, que poderá ser realizada

mediante procuração específica, terá de ocorrer no prazo de 30 dias contadosda publicação do ato de provimento, enquanto o prazo para o servidor entrarem exercício será de 15 dias, contados da referida posse.

Questão 37. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) Caso um candidato, aprovado emconcurso público, esteja realizando tratamento de saúde no exterior e, porisso, não possa comparecer ao órgão no dia marcado para a posse, ele poderáoutorgar procuração pública a seu irmão com poderes tanto para tomar posse

quanto para entrar para exercício.

Questão 38. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) É obrigatório o comparecimento doservidor no ato de posse, não sendo permitida a posse mediante procuraçãoespecífica.

Questão 39. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) São requisitos básicos para a investidura emcargo público, entre outros, o gozo dos direitos políticos e a quitação com asobrigações militares e eleitorais.

Questão 40. (Cespe/Técnico/TCU/2009) Em conformidade com a jurisprudência do STF, a

simples aprovação em concurso público, ainda que fora do número de vagas,gera, para o habilitado, direito adquirido à nomeação.

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Questão 41. (Cespe/Técnico/TCU/2009) Enquanto a função de confiança deve ser exercidaexclusivamente por servidor público efetivo, o cargo em comissão pode serocupado também por agente público não concursado, desde que destinado

apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Questão 42. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) O servidor ocupante de cargo em comissãopoderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo deconfiança, sem prejuízo das atribuições do que antes ocupava. Nessa hipó-tese, o servidor pode perceber, simultaneamente e por prazo determinado,a remuneração de ambos os cargos.

Gabarito:

28-C 29-C 30-E 31-E 32-E 33-C 34-E 35-E 36-C

37-E 38-E 39-C 40-E 41-C 42-E

  COMENTÁRIO 5.1.4

 Após a aprovação no concurso público, haverá a nomeação do aprovado(provimento originário) e depois a posse (investidura no cargo), que deveráocorrer no prazo de até 30 dias (ou o ato de nomeação “será tornado semefeito”). Após a posse, o servidor deverá entrar em exercício em até 15 dias,ou será exonerado.

Conforme o art. 15 caput do estatuto, o “exercício é o efetivo desempenhodas atribuições do cargo público ou da função de confiança”.

 A posse do servidor pode se dar por procuração com poderes específicos paratal, mas não a entrada em exercício, que exige a presença do próprio servidor.

São requisitos básicos para investidura em cargo público, conforme art. 5o do estatuto, a nacionalidade brasileira, o gozo dos direitos políticos, a quitaçãocom as obrigações militares e eleitorais, o nível de escolaridade exigido para oexercício do cargo, a idade mínima de 18 anos e aptidão física e mental, sendo

que “as atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitosestabelecidos em lei”.

Questão 28: Certa. A única forma de provimento originário, que independeque qualquer cargo anterior do servidor, é a nomeação.

Questão 29: Certa. A nomeação, caso a posse não ocorra em 30 dias, é auto-maticamente tornada sem efeito, não devendo ser anulada.

Questão 30: Errada. Após a posse o indivíduo passa a ser um servidor e, por-tanto, se não entrar em exercício deverá ser exonerado, e não será “tornado

sem efeito” o ato de posse, como ocorre com o ato de nomeação.

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Questão 31: Errada. Nesse caso ele será exonerado e não demitido, umavez que a demissão é uma punição administrativa aplicável quando o servidor

comete infração, apurada em processo administrativo disciplinar.Questão 32: Errada. A nomeação será tornada sem efeito. Ele não será exo-nerado do cargo uma vez que nem chegou a ocupá-lo.

Questão 33: Certa, como na questão 31.

Questão 34: Errada. O prazo é de 15 dias.

Questão 35: Errada. O efetivo desempenho das atribuições do cargo é o exercício, e não a posse.

Questões 36, 37 e 38: A posse poderá ocorrer por procuração específica, masnão a entrada em exercício.

Questão 39: Certa. São requisitos básicos para investidura em cargo públicoa nacionalidade brasileira, o gozo dos direitos políticos, a quitação com as obri-gações militares e eleitorais, o nível de escolaridade exigido para o exercício docargo, a idade mínima de 18 anos e aptidão física e mental.

Questão 40: Errada. O entendimento atual do STF, alterando a posição quea Corte durante muito tempo sustentou, é o de que o candidato aprovadodentro do número de vagas estipulado no edital do concurso público temdireito subjetivo à nomeação até o final do prazo de validade do concurso,e não mais uma mera “expectativa de direito”.

Questão 41: Certa. O cargo em comissão  pode ser ocupado por pessoasem concurso público, enquanto a função de confiança é uma designaçãoreservada para servidores efetivos, concursados. Tanto o cargo em comissãoquanto a função de confiança são reservadas para atribuições de direção, chefiae assessoramento (Constituição Federal art. 37 V).

Questão 42: Errada. De acordo com o art. 9o parágrafo único do estatuto fe-

deral, o ocupante de cargo em comissão poderá ser nomeado para ter exercício,interinamente, em outro cargo de confiança, hipótese em que deverá optarpela remuneração de um deles.

Questão 43. (Cespe/MPU/Analista de Orçamento/2010) A vacância do cargo públicodecorre de: exoneração, demissão, promoção, ascensão, transferência,readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável e faleci-mento.

Questão 44. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) Uma das formas de declarar-se

a vacância de determinado cargo público é a promoção do servidor.

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Questão 45. (Cespe/Analista/TRE-MA/2009) Se um servidor público estável for aprovadoem outro concurso público que ofereça melhor remuneração, em cargo ina-cumulável, após sua posse no novo cargo, ficará caracterizada, em relação

ao cargo anterior:a) redistribuição;b) vacância por posse;c) remoção;d) demissão do servidor, gerando a vacância no antigo cargo;e) exoneração do cargo.

Gabarito:

43-E 44-C 45-B

  COMENTÁRIO 5.1.5

Formas de vacância são as formas pelas quais um cargo público fica vagoe, conforme art. 33 do estatuto, decorre de exoneração, demissão, promoção,readaptação, aposentadoria, falecimento ou posse em outro cargo inacumulável.

 A promoção e a readaptação são as únicas formas simultâneas de provimentoe vacância, lembrando que a ascensão e a transferência não mais existem.

Questão 43: Errada, pois ascensão e transferência não são formas de vacância.

Questão 44: Certa. Na promoção há a vacância do cargo inferior e o pro-vimento no cargo superior, na mesma carreira. Somente na promoção e nareadaptação ocorrem simultaneamente a vacância e o provimento.

Questão 45: Quando um servidor federal estável é aprovado em concursopara outro cargo federal, ele não pede exoneração do cargo anterior, uma vezque ocorrerá a vacância, em relação a este, quando da posse no novo cargoinacumulável com o anterior.

5.2. Deslocamento: Remoção e Redistribuição

Questão 46. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Maria, servidora pública federal,é esposa de Pedro, que foi recentemente aprovado em concurso público naesfera federal em localidade distinta do domicílio do casal. Nesse caso, Mariatem direito a ser removida para acompanhar o seu cônjuge.

Questão 47. (Cespe/Analista/Antaq/2009) Pedro, servidor público federal, é casado comMaria, servidora pública do estado de Minas Gerais. Maria foi deslocada, nointeresse da administração, para trabalhar em outro município. Nesse casohipotético, Pedro poderá, independentemente do interesse da administraçãofederal, ser removido para o mesmo município do deslocamento de Maria,com o objetivo de acompanhá-la.

Capítulo 5 I Estatuto Federal – Lei no 8.112/1990

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Questão 48. (Cespe/Técnico/Antaq/2009) A redistribuição caracteriza-se quando o servidoré deslocado de lugar, o que pode ocorrer a pedido ou de ofício.

Questão 49. (Cespe/Abin/Oficial técnico de inteligência – Administração/2010) O servidorpúblico removido de ofício, no interesse da administração, pode alegar a ga-rantia da inamovibilidade para permanecer no local onde exerce suas funções.

Gabarito:

46-E 47-C 48-E 49-E

  COMENTÁRIO 5.2.1

 A remoção difere da redistribuição uma vez que, no primeiro caso, háo deslocamento do servidor sempre dentro do mesmo quadro (por exemplo,quando um AFRFB lotado em uma cidade é removido para outra cidade,tudo dentro da mesma Receita Federal), enquanto na redistribuição ocorre odeslocamento do cargo público  para outro quadro, (por exemplo, quandoalguns cargos de digitador saem de um ministério e passam a integrar outroministério diferente), o que ocorre por necessidade de ajustamento da lotaçãodos órgãos públicos, portanto, sempre de ofício.

 A remoção pode ocorrer:• de ofício;

• a pedido com a concordância da Administração;• a pedido independentemente de concordância da Administração:

• para acompanhar seu cônjuge (servidor público ou militar, dequalquer ente federado), que foi deslocado no interesse da Admi-nistração;

• por motivo de saúde do servidor, cônjuge ou dependente;• em virtude de processo seletivo, quando o número de interessados

for superior ao número de vagas.

Questão 46: Errada, uma vez que Pedro não foi deslocado pela Administração(como ocorre na questão 47), mas sim, por interesse próprio, em decorrênciade aprovação no concurso, veio a tomar posse em localidade distinta.

Questão 47: Certa. Neste caso, a servidora estadual Maria foi deslocada pela Administração estadual, razão pela qual seu esposo, servidor federal,terá direito à remoção.

Questão 48: Errada. A questão dá a definição da remoção, e não da redis-tribuição.

Questão 49:Errada. O servidor público pode ser deslocado pela Administra-

ção, não tendo direito à inamovibilidade (direito assegurado aos detentoresde cargo vitalício).

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5.3. Substituição

Questão 50. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Joana, que ocupa determinado

cargo em comissão, é a substituta legal de Adriana, que ocupa cargo em co-missão superior ao de Joana, e que vai gozar férias durante um mês. Nessecaso, durante as férias de Adriana, Joana assumirá o exercício dos dois cargos,podendo ainda optar pela remuneração de um deles.

Gabarito:

50-C

  COMENTÁRIO 5.3.1

Os servidores em funções de direção e chefia terão seus respectivos subs-titutos para as hipóteses de afastamentos e impedimentos do titular. Se o pe-ríodo da substituição for de até 30 dias, o substituto poderá optar pela maiorremuneração durante o período; após esse prazo, ele receberá uma retribuiçãopelo exercício da função, de forma proporcional aos dias que ultrapassarem operíodo de 30 dias.

5.4 . Vencimento e Remuneração

Questão 51. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) O vencimento do cargo efetivo, acrescido dasvantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei, denomina-se:

a) remuneração;b) vantagem pecuniária;c) salário;d) indenização;e) comissão.

Questão 52. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Posto ser direito fundamental social dos tra-balhadores em geral, previsto na CF, é possível a fixação de vencimentosdos servidores públicos via convenção coletiva; contudo, deve haver dotaçãoorçamentária prévia para tal despesa.

Questão 53. (Cespe/TRE – ES/Técnico Judiciário/Área administrativa/2011) O vencimen-to, a remuneração e o provento de um servidor somente podem ser objetode penhora nos casos de indenização ao erário e prestação alimentícia queresultem de decisão judicial.

Questão 54. (Cespe/Polícia Federal – Agente/2009) O vencimento, a remuneração e oprovento não podem ser objeto de penhora, exceto no caso de prestação de

alimentos resultante de decisão judicial.

Capítulo 5 I Estatuto Federal – Lei no 8.112/1990

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Questão 55. (Cespe/Inmetro/Recursos Humanos/2009) Nos termos da Lei no 8.112/1990,em nenhuma hipótese pode incidir desconto sobre a remuneração ou o pro-vento, salvo mediante autorização do servidor, quando pode haver consignação

em folha de pagamento em favor de terceiros.

Questão 56. (Cespe/Inmetro/Recursos Humanos/2009) O vencimento, a remuneração e oprovento do servidor, pela sua natureza, não podem ser, em hipótese alguma,objeto de arresto, sequestro ou penhora.

Questão 57. (Cespe/Inmetro/Recursos Humanos/2009) A indenização referente a danoscausados pelo servidor à administração deve ser feita em parcelas cujo valornão exceda a 10% da remuneração ou do provento.

Questão 58. (Cespe/Analista/Ibram/2009) Considere que a Administração Pública, em

interpretação equivocada da lei, tenha incorporado à remuneração de umservidor duas vantagens que não poderiam ser cumuladas, e que após cincomeses dessa incorporação, percebendo o equívoco na concessão, passou adescontar 10% da remuneração mensal do servidor, até a integral restituição.Nessa situação, segundo o entendimento do STJ, essa restituição foi feita va-lidamente, uma vez que observou o limite legal de desconto na remuneraçãomensal, previsto no patamar de 30%, nos termos da Lei no 8.112/1990.

Questão 59. (Cespe/Analista/Ibram/2009) Considere que um servidor receba R$10.000,00de remuneração, composta de 50% do valor em vencimento básico e 50%

em gratificação específica. Considerando essa composição, uma lei novaque reestruture sua carreira não pode diminuir o percentual da gratificaçãoespecífica, ainda que mantida, ao final, a mesma remuneração.

Gabarito:

51-A 52-E 53-E 54-C 55-E 56-E 57-E 58-E 59-E

  COMENTÁRIO 5.4.1

Vencimento é a “retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público” 

enquanto as vantagens são as demais parcelas remuneratórias recebidas peloservidor; essas vantagens podem ter caráter permanente (ou seja, não podemser retiradas do servidor) ou eventual (tal como o adicional de hora extra).O estatuto dispõe que a soma do vencimento com as vantagens permanentescompõe a remuneração, e que este é irredutível. Provento é a espécie remu-neratória recebida pelo inativo, como o aposentado.

Todas essas formas de remuneração devem ser estabelecidas em leiespecífica, não havendo espaço para acordos coletivos, que só podem ser fir-mados com empregados celetistas, em relação contratual com o empregador,

portanto situação diversa dos servidores, que possuem uma relação legal coma Administração.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Questão 62. (Cespe/TRE-BA - Analista Judiciário Área: Administrativa/2010) As diáriassão devidas ao servidor que se ausenta a serviço da sede da repartição paraoutro ponto do território nacional em caráter eventual ou transitório. Se o

deslocamento em caráter eventual ou transitório se der para o exterior, oservidor fará jus ao recebimento de ajuda de custo.

Questão 63. (Cespe/Inmetro/Recursos Humanos/2009) É possível a concessão de ajudade custo a servidor público, concursado ou não.

Questão 64. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) O auxílio-moradia pago pela administraçãopública

a) é incorporado ao vencimento do servidor após 3 anos de recebimento ininterrupto.b) é incorporado ao vencimento do servidor imediatamente após ser concedido.c) é incorporado ao vencimento do servidor apenas quando pago em caráter defini-

tivo e irrevogável.d) não é incorporado ao vencimento do servidor, por ser pago apenas em caráter

transitório.e) não é incorporado ao vencimento do servidor, por ter caráter indenizatório.

Questão 65. (Cespe/Técnico Administrativo/ANAC/2009) Não será concedida ajuda de custoao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandatoeletivo.

Questão 66. (Cespe/Técnico Administrativo/ANAC/2009) No caso de o deslocamento do

servidor decorrer de alteração de lotação ou da nomeação para cargo efetivo,será concedido pela administração auxílio-moradia.

Questão 67. (Cespe/Técnico/STJ/2008) Um servidor público ocupante de função de direçãono Ministério das Comunicações, ao tirar férias regulamentares, somentereceberá o adicional de um terço também sobre a função que exerce se fizersolicitação formal nesse sentido ao setor de recursos humanos.

Gabarito:

60-E 61-E 62-E 63-C 64-E 65-C 66-E 67-E

  COMENTÁRIO 5.5.1

 As vantagens são divididas em indenizações, gratificações  eadicionais.

•  As indenizações são ressarcimentos, ou seja, valores pagos aos ser-vidores como compensação em função de gastos do servidor devidos à

 Administração.•  As gratificações e adicionais são acréscimos remuneratórios pagos

por motivos diversos.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Por estas razões, as indenizações não se incorporam à remuneração, en-quanto que as gratificações e adicionais poderão se incorporar, na forma da lei.

 As indenizações dividem-se em:• ajuda de custo (quando o servidor é removido pela Administração

para localidade distinta, para cobrir despesas de deslocamento);• diárias (para custear afastamentos transitórios);• indenização de transporte  (para gastos com o próprio meio de

locomoção do servidor);• auxílio-moradia  (para custear despesa com a moradia do servidor

deslocado para ocupar cargo em comissão). As gratificações e adicionais são:

• retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;• gratificação natalina;• adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;• adicional pela prestação de serviço extraordinário;• adicional noturno;• adicional de férias;• gratificação por encargo de curso ou concurso;• outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.

Questão 60: Errada, pois o adicional de serviço extraordinário é de 50%, e

não 25%. Questão 61: Errada. A ajuda de custo é devida quando o servidor é deslocadopela Administração, e não quando o deslocamento ocorre por interesse doservidor, como ocorre quando o mesmo se candidata a mandato eletivo e é eleito;

Questão 62: Errada. A diária é devida quando o servidor é deslocado emcaráter eventual, dentro do País ou para o exterior.

Questão 63: Certa. O art. 53 do estatuto prevê o pagamento de ajuda de custoao servidor, de forma genérica, significando dizer que abrange os servidores

efetivos e comissionados.Questão 64: Como o auxílio-moradia  é uma indenização, não pode serincorporado.

Questão 65: Certa, uma vez que o afastamento se deu por interesse do servidor.

Questão 66: Errada. O auxílio-moradia é devido em caso de nomeação paracargo em comissão, e não para nomeação de cargo efetivo.

Questão 67: Errada. O adicional de férias, conforme art. 76 do estatuto serácalculado inclusive sobre a retribuição pelo exercício da função, independen-temente de solicitação.

Capítulo 5 I Estatuto Federal – Lei no 8.112/1990

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5.6. Férias

Questão 68. (Cespe/TRE – ES – Técnico Judiciário – Área administrativa/2011) O gozo de

férias do servidor pode ser interrompido, entre outros motivos, por convo-cação de júri, serviço eleitoral ou por necessidade do serviço declarada pelaautoridade máxima do órgão ou entidade em que o servidor desempenhesuas funções.

Questão 69. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Paulo não gozou as férias relativasao ano de 2008 e, em 16 de julho desse mesmo ano, foi exonerado do cargo emcomissão que ocupava. Nessa hipótese, Paulo fará jus a indenização relativaao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de umdoze avos por mês de efetivo exercício de fração superior a 14 dias.

Questão 70. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) O pagamento da remuneração refe-rente ao período de férias de servidor deve ser realizado até dois dias antesdo início do respectivo período.

Gabarito:

68-C 69-C 70-C

  COMENTÁRIO 5.6.1

Questão 68: Certa, conforme art. 80 do estatuto federal: “As férias somente

 poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna,

 convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço

declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade”.

Questões 69: Certa.  A indenização de férias será calculada sobre os meses deefetivo exercício e os períodos incompletos superiores a 14 dias.

Questão 70: Certa. Conforme art. 78 do estatuto, o pagamento das férias deveser feito até dois dias antes do início do período de férias.

5.7. LicençasQuestão 71. (Cespe/Inmetro/Recursos Humanos/2009) Para acompanhar o cônjuge ou

companheiro, para o serviço militar, para atividade política, para capacitaçãoprofissional e para tratar de interesses particulares, o servidor deve gozarde licença sem remuneração.

Questão 72. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) José, servidor público federal, é casadocom Maria e reside em São Luís – MA. Maria foi eleita deputada federal e,por esse motivo, transferiu sua residência para Brasília. José requereu alicença por motivo de afastamento do cônjuge, para acompanhar sua esposa

em Brasília.

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Nessa situação hipotética, a licença será por prazo:a) indeterminado e remunerada nos primeiros seis meses;b) indeterminado e remunerada durante todo o período da licença;

c) determinado de quatro anos e sem remuneração;d) indeterminado e sem remuneração;e) determinado de um ano e com remuneração integral.

Questão 73. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) Será licenciado com remuneraçãointegral o servidor acidentado no percurso da residência para o trabalho evice-versa, posto que essa situação equipara-se ao acidente em serviço.

Questão 74. (Cespe/Técnico/Anatel/2009) O servidor público que estiver cumprindo es-tágio probatório não faz jus à licença para tratar de interesses particularesa critério da Administração Pública.

Questão 75. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Área Administrativa/2011) Servidor públicofederal que esteja cumprindo o período de estágio probatório pode obterlicença para exercer mandato classista em um sindicato.

Questão 76. (Cespe/Administrador/FUB/2008) A todo servidor ocupante de cargo efetivopode ser concedida licença não remunerada para tratar de assuntos particu-lares. A licença pode durar até três anos, e pode ser interrompida a qualquertempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço público.

Questão 77. (Cespe/Anvisa/Técnico/2007) Um servidor público da Anvisa solicitou a con-

cessão de licença para tratar de interesses particulares, pelo período de seismeses. O servidor, com cinco anos de efetivo exercício e que nunca gozou dequalquer licença, teve seu pedido indeferido sob a alegação de que não haviainteresse administrativo na concessão dessa licença. O referido indeferimen-to é ilegal, pois a concessão de licença para tratar de interesse é direito detodo servidor que conta com três anos de efetivo exercício, sendo, portanto,descabido o seu indeferimento por razões de interesse da administração.

Questão 78. (Cespe/AGU/Procurador/2010) Carlos, servidor público federal desde abril de2000, jamais gozou o benefício da licença para capacitação. Nessa situação,

considerando-se que ele faz jus ao gozo desse beneficio por três meses, acada quinquênio, Carlos poderá gozar dois períodos dessa licença a partirde abril de 2010.

(Cespe/Ancine/Especialista/2009) Pedro é servidor público federal regido pela Lei no 8.112/1990. Ana, esposa de Pedro, é médica da iniciativa privada. Ana ganhou uma bolsade dois anos para fazer especialização em cirurgia plástica na Inglaterra. Pedro queracompanhá-la e, para isso, solicitou licença do serviço público. Com base nessa situ-ação hipotética e no que dispõe a Lei no 8.112/1990, julgue os dois itens subsequentes:

Questão 79. Pedro poderá tirar licença por motivo de afastamento do cônjuge pelo prazo

máximo de um ano.Questão 80. A licença prevista na lei para o afastamento de Pedro é sem remuneração.

Capítulo 5 I Estatuto Federal – Lei no 8.112/1990

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Questão 81. (Cespe/Abin/Agente Técnico de Inteligência/2010) Suponha que um servidorpúblico apresente ao setor de recursos humanos do órgão em que seja lotadoatestado médico particular para comprovar que seu pai é portador de doença

grave e informar que necessita assisti-lo durante a realização de tratamentoem cidade distante do local de trabalho. Nesse caso, o referido servidor fará jus a licença por motivo de doença.

Questão 82. (Cespe/TRE – ES/Técnico Judiciário – Área administrativa/2011) Se deter-minado servidor, na data de publicação do ato de provimento de certo cargopúblico, estiver em gozo de licença por motivo de doença em pessoa da família,o prazo para a posse será contado do término do respectivo impedimento.

Gabarito:

71-E 72-D 73-C 74-C 75-E 76-E 77-E 78-E 79-E

80-C 81-E 82-C

  COMENTÁRIO 5.7.1

Resumo esquemático das licenças:

LICENÇA PRAZO REMUNERAÇÃO

Doença na família 60+90 C/ R: 60S/R: +90

EP

Afastamento do cônjuge Indeterminado S/R EPServiço militar Duração do serviço

(mais até 30 dias S/R)Forma da lei EP

Atividade política Escolha convenção até registro da can-didatura

S/R

EPRegistro da candidatura até 10 dias apóseleição

C/R (máx. 3 meses)

Capacitação Até 3 meses a cada 5 anos C/R

Interesse particular Até 3 anos S/R

Mandato classista Duração do mandato (mais 1 reeleição) S/R

Legenda:• C/R: com remuneração; S/R: sem remuneração.• EP: Licenças permitidas para o servidor em estágio probatório. O estágio fica suspenso, exceto na licença

para serviço militar.• 60+90: 60 dias, prorrogáveis por mais 90 (período total máximo de 150 dias).

Questão 71: Errada, uma vez que a licença para capacitação é com remu-neração, as licenças para acompanhar o cônjuge e para tratar de interesseparticular  são sem remuneração, a licença para atividade política  temum período remunerado e outro não remunerado e na licença para o serviçomilitar a remuneração será disposta em lei específica, conforme quadro.

Questão 72: Essa licença é por tempo indeterminado e sem remuneração.

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Questão 73: Certa. Essa licença por acidente em serviço, assim como alicença maternidade e outras, não está prevista no capítulo de direitos e

vantagens do servidor, mas sim como seguridade social do servidor, no art.185 do estatuto; conforme art. 212 do estatuto, o acidente no trajeto casa--trabalho equipara-se a acidente em serviço.

Questões 74 e 75: O servidor em estágio probatório só pode tirar as quatroprimeiras licenças do quadro (com EP) e não as três últimas.

Questão 76: Errada. O erro da questão é a palavra todo, uma vez que oservidor efetivo (concursado) mas ainda em estágio probatório não pode tiraressa licença.

Questão 77: Errada. O pedido pode, sim, ser indeferido pela Administração,caso entenda que o licenciamento daquele servidor trará prejuízo ao serviçopúblico, uma vez que as licenças para capacitação e interesse particular sãodiscricionárias, dependentes do interesse para a Administração.

Questão 78: Errada. Preliminarmente, como visto na questão 77, o gozo dessalicença depende do juízo de conveniência da Administração e, ainda, conformeo art. 87 do estatuto federal, os períodos dessa licença são inacumuláveis.

Questão 79: Errada. Quando a esposa do servidor federal (que não precisa

ser servidora pública) muda sua residência para outra localidade, o servidortem direito a uma licença por afastamento do cônjuge para acompanhá--la, sendo que essa licença será por prazo indeterminado, ou seja, enquantoperdurar o afastamento.

Questão 80: Certa. Nesse caso, essa licença dar-se-á sem remuneração.

Questão 81: Errada. Em caso de doença do pai do servidor, este terá direitoa licença por doença na família; caso seja necessário acompanhá-lo, noentanto, a doença deve ser atestada por perícia médica oficial, conforme art.83 do estatuto, e não por atestado particular.

Questão 82: Certa, uma vez que o art. 13 § 2o do estatuto dispõe que se oservidor estiver em gozo dessa licença, além de outras também ali previstas, oprazo para a posse começará a correr apenas ao final do referido impedimento.

5.8. Afastamentos

Questão 83. (Cespe/STM – Nível superior/2011) Considere a seguinte situação hipoté-tica. Paulo tomou posse, pela primeira vez, em cargo efetivo no âmbito daAdministração Pública direta da União, em fevereiro de 2008, e, em março de

2010, requereu a concessão de afastamento para participação em programade pós-graduação stricto sensu no Brasil. Nessa situação, Paulo poderá serafastado sem perda de remuneração.

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Questão 84. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) Conforme a Lei no 8.112/1990, o servidorpúblico federal detentor de cargo efetivo ou em comissão poderá afastar--se do exercício do cargo, com a respectiva remuneração, para participar de

programas de mestrado ou doutorado no país ou no exterior.

Gabarito:

83-E 84-E

  COMENTÁRIO 5.8.1

 As quatro espécies de afastamentos estão previstas na Lei no 8.112/1990em seus arts. 93 a 96-A, quais sejam, afastamento para servir a outro órgãoou entidade, para mandato eletivo, para estudo ou missão no exterior epara participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país.

Em qualquer hipótese, o afastamento não gera a vacância do cargo, sendoque cada uma das espécies possui suas particularidades próprias.

Questão 83: Errada. O afastamento para participação em programa de pós--graduação stricto sensu no país, incluído no estatuto pela Lei no 11.907, de2009, prevê, no art. 96-A, entre outros, que o afastamento só será concedidoapós três anos (para mestrado) ou quatro anos (doutorado e pós-doutorado).No caso concreto, o servidor possui pouco mais de dois anos.

Questão 84: Errada, uma vez que o afastamento para programa de pós-gra-duação é restrito para servidores efetivos (e não para cargos em comissão).Esses afastamentos serão remunerados e dependem do interesse da Adminis-tração, podendo haver pós-graduação mesmo no exterior, nos termos do art.96-A § 7o do estatuto federal.

5.9. Concessões

Questão 85. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) O servidor poderá ausentar-se

do serviço por um dia, para doação de sangue, sem qualquer prejuízo.Questão 86. (Cespe/Inmetro/Recursos Humanos/2009) Considere que João, servidor

estatutário, desejando realizar sua primeira graduação em curso que existeapenas em horário que colide com o do seu trabalho, continue exercendo seucargo, compensando o horário que não esteja na repartição pública. Nessecaso, cabe ao chefe de João, discricionariamente, conceder ou não o horárioespecial ao servidor estudante.

Questão 87. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) Ao servidor público estudanteque for removido de ofício será assegurada, na localidade da nova residência,

matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, indepen-dentemente de vaga.

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Questão 88. (Cespe/Técnico/TRT-ES/2009) As faltas justificadas decorrentes de casofortuito podem ser compensadas a critério da chefia imediata e, então, sãoconsideradas como efetivo exercício.

Questão 89. (Cespe/Inmetro/Recursos Humanos/2009) As faltas do servidor, mesmo que justificadas, não podem ser consideradas como efetivo exercício.

Gabarito:

85-C 86-E 87-C 88-C 89-E

  COMENTÁRIO 5.9.1

O art. 97 do estatuto, a título de concessões, assegura ao servidor o direito

de ausentar-se do serviço por um dia para doação de sangue, dois dias paraalistamento eleitoral e oito dias em razão de seu casamento ou de falecimentodo cônjuge, pais, filhos, irmãos e menores sob sua guarda sem qualquer prejuízoe sem a necessidade de compensação posterior desses horários.

É também direito do servidor, constituindo poder vinculado da Admi-nistração, o horário especial do servidor estudante, compatível com o horáriodo estudo, mediante compensação de horário e a “matrícula em instituiçãode ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga”, aoservidor deslocado pela Administração.

Questão 85: Certa. É uma hipótese de concessão, não se exigindo compen-sação de horário.

Questão 86: Errada. Nessa hipótese, o horário especial é direito do servidore, assim, não cabe a qualquer pessoa “indeferir” esse pedido.

Questão 87: Certa, constituindo direito do servidor deslocado pela Admi-nistração a matrícula em instituição “congênere”. Nesse sentido, já decidiuo STF que servidor matriculado em universidade particular que venha a serdeslocado pela Administração terá direito à matrícula em outra universidade

particular, ou seja, ele não terá direito a matrícula em universidade pública,a menos que não haja, na localidade, universidade particular.

Questão 88: Certa. As faltas ao serviço decorrentes de caso fortuito nãoconstituem concessões  (uma vez que nas hipóteses de concessões não seexigirá qualquer compensação de horário), mas poderão ser consideradascomo de efetivo exercício (não havendo assim perda da remuneração relativaàquela falta) desde que justificadas e compensadas a critério da chefia,conforme art. 44 do estatuto.

Questão 89: Errada, pois se justificadas e compensadas, as faltas serão“abonadas”.

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5.10. Direito de Petição

Questão 90. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) O servidor que, após dirigir requerimento

a uma autoridade administrativa, obtiver resposta negativa, pode formularpedido de reconsideração à autoridade imediatamente superior à que decidiucontrariamente ao pedido formulado.

Questão 91. (Cespe/Anvisa/Técnico/2009) Um servidor público da Anvisa solicitou aconcessão de licença para tratar de interesses particulares, pelo períodode seis meses. O servidor, com cinco anos de efetivo exercício e que nuncagozou de qualquer licença, teve seu pedido indeferido sob a alegação de quenão havia interesse administrativo na concessão dessa licença. Um pedidode reconsideração acerca do referido indeferimento deveria ser dirigido à

autoridade imediatamente superior à que indeferiu a solicitação do servidor.

Gabarito:

90-E 91-E

  COMENTÁRIO 5.10.1

O direito de petição, disposto nos arts. 104 a 115 do estatuto, tratado direito de o servidor pleitear algo perante a própria Administração, nasseguintes figuras:

• Requerimento é o pedido dirigido à autoridade competente paradecidir;

• Pedido de reconsideração é o pedido feito à própria autoridade que já decidiu, no intuito de que esta reconsidere sua posição anterior;

• Recurso é o pedido feito à autoridade imediatamente superior à que decidiu, para que ela modifique a decisão anterior de seusubordinado.

Resumo esquemático:

Direito de petição Prazos Prazo para aAdministração:

Requerimento Atos de demissão, cassação, que afetem in- teresses patrimoniais ou créditos de trabalho

5 anos • Despachar: 5 dias;• Decidir: 30 dias

Demais casos 120 dias

Pedido de reconsideração 30 dias

Recursos 30 dias ----------

Questões 90 e 91: Erradas, uma vez que o pedido de reconsideração é dirigido à própria autoridade que já decidiu, e o recurso em sentido

estrito é que é dirigido à autoridade imediatamente superior à primeira.

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5.11. Regime Disciplinar – deveres e proibições

Questão 92. (Cespe/TRE-BA – Analista Judiciário Área administrativa/2010) É proibido ao

servidor retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquerdocumento ou objeto da sua repartição.

Questão 93. (Cespe/Técnico/STJ/2008) Qualquer servidor público concursado e estável,ainda que demonstre competência na execução de suas atribuições, estarásujeito à demissão por faltas reiteradas ao trabalho.

Questão 94. (Cespe/TRE-BA/Analista Judiciário Área administrativa/2010) O servidor emgozo de licença para tratamento de assuntos particulares pode participarde gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou nãopersonificada, bem como exercer o comércio.

Gabarito:

92-C 93-C 94-C

  COMENTÁRIO 5.11.1

No estatuto federal, os deveres dos servidores estão previstos no art. 116,enquanto o art. 117 prevê as proibições ao servidor, além do art. 132, queapresenta fatos puníveis com demissão. Nos artigos subsequentes, o estatutofederal passa a fixar quais punições poderão ser aplicadas em cada caso con-creto, como veremos nos próximos comentários.

Questão 92: Certa. Esta proibição está prevista no art. 117 II do estatutofederal.

Questão 93: Certa. Estas faltas reiteradas ao trabalho poderão caracterizaro abandono de cargo (“ausência intencional ao serviço por mais de 30 dias

 consecutivos”) ou a inassiduidade habitual (“falta injustificada ao serviço

 por 60 dias interpoladamente no período de 12 meses”), previstas respectiva-mente nos arts. 138 e139 do estatuto federal, as quais, nos termos do art. 132

II e III, serão punidas com a demissão.Questão 94: Certa. É proibido ao servidor, conforme art. 117 X “participar

de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não

 personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista

 ou comanditário”, entretanto, o parágrafo único desse artigo ressalva que aproibição não se aplica quando o servidor estiver em licença para tratar deinteresses particulares.

Capítulo 5 I Estatuto Federal – Lei no 8.112/1990

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5.12. Regime Disciplinar – responsabilidades

Questão 95. (Cespe/Inmetro/Recursos Humanos/2009) Se já tiver sido condenado na esfera

administrativa, não pode o servidor que causou lesão ao patrimônio públicoser imputado na esfera penal, em função da impossibilidade de cumulaçãode penas ao servidor, nessa qualidade, em duas esferas (administrativa epenal) pelo mesmo crime ou contravenção.

Questão 96. (Cespe/Abin/Oficial técnico de inteligência – Administração/2010) Afasta-sea responsabilidade penal do servidor público que pratique fato previsto, nalegislação, como contravenção penal, dada a baixa lesividade da conduta,subsistindo a responsabilidade civil e administrativa.

Questão 97. (Cespe/TCE-AC/Administrador/2008) Administrador público que não se

sujeitar aos ditames da lei e praticar ato inválido no exercício de suas ativi-dades funcionais estará sujeito à responsabilidade civil e disciplinar, pois oadministrador que sofrer qualquer pena disciplinar no âmbito administrativofica isento da penalidade na esfera criminal.

Questão 98. (Cespe/Inmetro/Recursos Humanos/2009) É possível que a obrigação de re-parar o dano decorrente de lesão ao patrimônio público causada por servidorpúblico estenda-se aos seus sucessores e seja contra eles executada.

Questão 99. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Direito/2008) Considere a seguinte situação hipo-tética: João, servidor público federal, foi demitido após processo adminis-trativo, pois estava sendo processado criminalmente por homicídio doloso;entretanto, foi absolvido pelo tribunal do júri mediante o fundamento danegativa de autoria. Nessa situação, João deverá ser reintegrado aos quadrosda Administração Pública.

Questão 100. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Sônia foi destituída do seu cargo emcomissão, ao fundamento de que teria recebido propina para firmar contratoadministrativo de compra e venda de um imóvel público, sem que houvesselicitação. Se, pelo mesmo fato, Sônia for absolvida em processo penal a queresponda, ao fundamento de ausência de prova da materialidade do crime,

então, nesse caso, ela terá direito à anulação do ato de destituição do cargoem comissão, em face da teoria dos motivos determinantes.

Questão 101. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) O funcionário que, demitido administrati-vamente do serviço público por ter praticado infração, também capituladacomo crime, seja absolvido do crime por insuficiência de provas, deverá serreintegrado no cargo efetivo.

Questão 102. (Cespe/Ministério das Comunicações/Qualquer área/2008) Em função daresponsabilidade objetiva do Estado, a fazenda pública está impedida deimpetrar ação regressiva contra o servidor nos casos em que for chamada aressarcir dano causado a terceiros.

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Gabarito:

95-E 96-E 97-E 98-C 99-C 100-E 101-E 102-E

  COMENTÁRIO 5.12.1

No estatuto federal, as responsabilidades dos servidores estão previstasnos arts. 121 a 126. O servidor responde penal, civil e administrativamentepelos seus atos; dessa forma, se a sua atuação ao mesmo configurar ilícito pe-nal, civil e administrativo, ele responderá às três ações independentes entresi, podendo ser condenado ou absolvido em cada uma delas, e até condenadoem todas elas, de forma cumulativa.

Ocorre que, após o trânsito em julgado da sentença penal, o que tiversido ali decidido poderá determinar a alteração do que já tinha sido decididoanteriormente nas esferas civil e administrativa.

 Assim, quando, após a condenação administrativa do servidor, ele éabsolvido penalmente por inexistência do fato ou de sua autoria (es-tando, portanto, comprovado que o ilícito não ocorrera ou que, tendo ocorrido,não fora o servidor o seu autor), a punição administrativa anteriormenteaplicada será anulada.

Se a absolvição penal tiver qualquer outro fundamento  (como, porexemplo, a falta ou insuficiência de provas) a punição administrativa não

será cancelada.Questão 95: Errada, uma vez que haverá a acumulação de penas em todasas esferas.

Questão 96: Errada, pois não será afastada a responsabilidade penal pelacontravenção cometida pelo servidor, além das penas civis e administrativas.

Questão 97: Errada. A punição em uma esfera não afasta a possibilidade depunição nas outras esferas.

Questão 98: Certa. Em caso de condenação civil, a obrigação de indenizar,em caso de morte do servidor, estender-se-á aos sucessores do servidor falecido,até o limite da herança por eles recebida.

Questão 99: Certa. Nessa questão, verifica-se que o servidor tinha sido demi-tido e, posteriormente, absolvido penalmente por negativa de autoria,situação na qual sua demissão será anulada e, se estável, o servidor será rein-tegrado ao cargo. O que é estranho nessa questão é a descrição de que o servi-dor “foi demitido após processo administrativo, pois estava sendo processadocriminalmente por homicídio doloso”, uma vez que o fato de estar respondendo

criminalmente o servidor por homicídio não pode ser motivo para sua demissão,uma vez que até aí não se configurou qualquer ilícito administrativo.

Capítulo 5 I Estatuto Federal – Lei no 8.112/1990

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Questão 100: Errada. A absolvição penal por falta de provas não des-constitui a sua punição administrativa de destituição do cargo em comissão.

Questão 101: Errada. A absolvição penal por insuficiência de provas não anula a sua demissão.

Questão 102: Errada. Caso a União seja condenada a indenizar um particularpor prejuízos causados por seus agentes públicos, ela terá, posteriormente,direito a mover ação regressiva contra o servidor pleiteando a devolução dovalor pago a título de indenização ao particular, desde que se comprove o doloou a culpa na atuação do agente. Esse tema será tratado no capítulo relativoà responsabilidade civil do Estado.

5.13. Regime Disciplinar – penalidades

Questão 103. (Cespe/STM/Apoio Especializado/Administração/2011) O ocupante de cargoem comissão que não tenha vínculo efetivo com a administração, caso incorraem fatos puníveis com suspensão ou demissão, sujeita-se à destituição doreferido cargo.

Questão 104. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/Administração/2011) Aplica-se suspensãoem caso de reincidência de falta punida com advertência e de violação deproibição que não tipifique infração sujeita à penalidade de demissão, não

podendo a suspensão exceder a 90 dias.Questão 105. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) Se dois servidores públicos federais discuti-

rem na repartição pública em que trabalham e, nessa discussão, um deles,exaltado, agredir fisicamente o outro, tal atitude poderá acarretar, para oagressor, a penalidade administrativa de:

a) advertência;b) suspensão;c) demissão;d) prestação de serviços sociais;

e) multa em favor do servidor agredido.Questão 106. (Cespe/Técnico/Antaq/2009) A exoneração não se caracteriza como uma

penalidade administrativa disciplinar aplicável aos servidores públicos.

Gabarito:

103-C 104-C 105-C 106-C

  COMENTÁRIO 5.13.1

O estatuto federal dispõe qual penalidade será aplicada para cada tipo de

infração praticada, mas, basicamente:

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•  Advertência (sempre por escrito) será aplicada em infrações maisleves que as puníveis com suspensão;

• Suspensão (por até 90 dias) será aplicada unicamente em quatrohipóteses: art. 117 XVII e XVIII, “recusar-se a ser submetido ainspeção médica” e em “reincidência de advertência”;

• Demissão será aplicada em infrações mais graves que as passíveisde suspensão;

• Cassação de aposentadoria (ao servidor inativo aposentado) ecassação de disponibilidade (ao servidor inativo posto em dis-ponibilidade) serão aplicadas nas hipóteses nas quais, ao servidor

ativo, seria aplicada a pena de demissão.

• Destituição de cargo em comissão (ao servidor ocupante de cargoem comissão) e destituição de função comissionada (ao servidorem função comissionada) serão aplicadas nas hipóteses nas quais, ao

 servidor efetivo, seriam aplicadas as penas de suspensão ou demissão.

Questão 103: Certa. As infrações do servidor efetivo puníveis com suspensãoou demissão geram, para o comissionado, a destituição do cargo em comissão.

Questão 104: Certa, como visto anteriormente e conforme art. 130 do esta-tuto federal.

Questão 105: Configura a proibição do art. 132 VII do estatuto. Esse fato émais grave do que aqueles que geram apenas suspensão.

Questão 106: Certa. A exoneração é forma de vacância do cargo que nãoconfigura qualquer tipo de punição administrativa.

Questão 107. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) A penalidade de cassação de aposentadoriade um servidor concursado do Senado Federal deve ser aplicada pelo:

a) presidente da República;b) ministro da Justiça;

c) ministro presidente do STF;d) presidente do Senado Federal;e) presidente da Câmara dos Deputados.

Questão 108. (Cespe/Analista/Cerpro/2008) Conforme determina a Lei no  8.112/1990,prescreve em cinco anos a pretensão punitiva da administração nos casosde acúmulo ilegal de cargos públicos.

Questão 109. (Cespe/Técnico/STJ/2008) Considere a seguinte situação hipotética: Umservidor público foi punido, em maio de 1999, com suspensão de 15 dias, emdecorrência de processo administrativo disciplinar, e, desde então, esteve em

efetivo exercício sem incorrer em nova infração disciplinar. Nessa situação,o registro da punição aplicada deverá ser cancelado pela administração.

Capítulo 5 I Estatuto Federal – Lei no 8.112/1990

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Questão 110. (Cespe/Técnico/TCU/2009) A abertura de sindicância ou a instauração deprocesso disciplinar interrompe o prazo prescricional, até a decisão finalproferida por autoridade competente.

Questão 111. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) A abertura de sindicância ou ainstauração de processo disciplinar não interrompem a prescrição, mas tãosomente a decisão final proferida pela autoridade competente.

Questão 112. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) Considere que tenha sidoinstaurado processo disciplinar contra Marcelo, servidor público da União.Nesse caso, a instauração do processo disciplinar interrompe a prescriçãoda ação disciplinar até a apresentação da defesa de Marcelo.

Questão 113. (Cespe/Abin/Oficial técnico de inteligência/Direito/2010) Se um servidorpúblico federal for punido, após o devido processo administrativo disciplinar,com suspensão, e, após atividade de correição, entenda-se que a penalidadea ser aplicada na espécie seria a de demissão, a Controladoria-Geral da Uniãopoderá avocar o processo e aplicar a penalidade que entender adequada.

Gabarito:

107-D 108-C 109-C 110-C 111-E 112-E 113-E

  COMENTÁRIO 5.13.2

O art. 141 do estatuto define quais autoridades possuem competência paraaplicação de cada penalidade, mas, basicamente:• Demissão e cassação: pela “autoridade máxima” de cada poder;• Suspensão superior a 30 dias: autoridade imediatamente inferior

à supracitada;• Suspensão por até 30 dias e advertência: chefe da repartição ou

outra autoridade de menor escalão disposta no regimento;• Destituição: autoridade que nomeou o servidor.

Resumo esquemático

SANÇÕES COMPETÊNCIA PRESCRIÇÃO CANCELAMENTODO REGISTRO

Advertência Chefe da repartição 180 dias 3 anos sem infração

Suspensão Até 30 dias: Chefe da repar- tição

2 anos 5 anos sem infração

31 dias a 90 dias: Autoridadeimediatamente abaixo da “au-

 toridade máxima”

Demissão Cassação “Autoridade máxima” 5 anos ---------Destituição Autoridade que nomeou

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(Questão Cespe/TRE – ES – Analista Judiciário – Área administrativa/2011) Em 2000,João ingressou no serviço público federal como médico concursado de um hospitalpúblico. Desde 2008, João é o diretor desse hospital e, em 2010, ele foi aprovado em

concurso e nomeado para o cargo de professor em uma universidade federal. Emvirtude do grande volume de trabalho nos dois cargos, João sai, habitualmente, dauniversidade, durante as aulas, para atender chamados urgentes do hospital. Nosmomentos em que se ausenta da universidade, João comunica a ausência a um colegaprofessor, que, então, o substitui. A filha de João ocupa cargo de confiança, como suaassessora, na direção do hospital, o que o deixa à vontade para se ausentar do hospitalcom frequência, pois sabe que o deixa em boas mãos. Com referência a essa situaçãohipotética, e considerando as normas aplicáveis aos servidores públicos federais, julgue (as questões 116 a 118):

Questão 116. Eventual procedimento administrativo disciplinar para apurar as faltas deJoão ao hospital deve-se dar por procedimento sumário.

Questão 117. João poderá sofrer sanção administrativa, nos âmbitos civil e penal, por mantersua filha sob sua chefia imediata.

Questão 118. João somente poderá perder o cargo público de médico em razão de sentença judicial transitada em julgado.

Questão 119. (Cespe/Analista/Ibram/2009) Para investigar a conduta de um servidor que

tenha participado de conluio com uma empresa, a fim de que esta ganhasseuma licitação com sobrepreço, deverá ser instaurado obrigatoriamente pro-cesso administrativo disciplinar, e não sindicância, pois a pena cabível parao fato irregular, em tese, é a de demissão.

Questão (Cespe/TCU/Analista/AuditorIA/2008) Maria, servidora pública federal, com25 anos de idade, tomou posse e entrou em exercício no seu cargo efetivo de analistano TCU, cargo para o qual se exige formação de nível superior em qualquer área doconhecimento. Tempos depois, ela tomou posse e entrou em exercício no cargo públicode professor universitário, na Universidade de Brasília (UnB). Somente um ano depois

de ter tomado posse na UnB, Maria comunicou esse fato ao setor de pessoal do TCU,ocasião em que tomou posse em cargo em comissão nesse tribunal. A respeito dessasituação hipotética, julgue (as questões 120 e 121):

Questão 120. O prazo para prescrição da pretensão punitiva, considerando-se que a acu-mulação de cargos citada fosse ilegal, seria de cinco anos, a contar da datada entrada em exercício do cargo de professor e não da data da comunicaçãodo fato ao setor de pessoal do TCU.

Questão 121. Eventual processo administrativo disciplinar aberto contra Maria, pelo fatodescrito, seguirá o rito sumário.

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Gabarito:

114-C 115-C 116-C 117-C 118-E 119-C 120-E 121-C

  COMENTÁRIO 5.14.1

Resumo esquemático

Faltas PrazoSINDICÂNCIA Puníveis com: advertência, suspensão até 30 dias 30 + 30

PAD PROCESSO SUMÁRIOFaltas Puníveis com: suspensão maior que 30

dias, demissão, destituição, cassação.

Acumulação ilegal de cargos;

Abandono de cargo (mais de 30 dias);Inassiduidade habitual (60 dias).Comissão 3 servidores estáveis 2 servidores estáveisPrazo 60 + 60 30 + 15Fases • Instauração;

• Inquérito Administrativo (instrução,defesa, relatório);

• Julgamento.

• Instauração;• Instrução Sumária (indiciação,

defesa, relatório);• Julgamento.

Prazo dedefesa

10 + 20 (um acusado);20 + 40 (mais de um acusado).

5

Prazo de julgamento 20 5

Questão 114: Certa. Só nos casos de abandono de cargo, inassiduidadehabitual e acumulação ilícita de cargos haverá processo sumário.

Questão 115: Certa. Em caso de acumulação ilícita de cargos, a opção porum dos cargos até o final do prazo de defesa resulta no pedido de exoneraçãodo outro e configura boa-fé.

Questão 116: Certa. Na questão há hipótese de acumulação ilícita, uma

vez que o cargo de diretor do hospital exige dedicação exclusiva, havendoincompatibilidade de horários para a acumulação, portanto, haverá processosumário.

Questão 117: Certa. Na questão ocorre atuação vedada (“manter sob sua

 chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou

 parente até o segundo grau civil”), conforme art. 117 VIII do estatuto. Se aconduta ainda configurar ilícito civil e penal, poderá haver a acumulação desanções.

Questão 118: Errada. O erro é a palavra somente, uma vez que a perda docargo poderá ocorrer no processo administrativo disciplinar.

Capítulo 5 I Estatuto Federal – Lei no 8.112/1990

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Questão 119: Certa, uma vez que o crime contra a Administração gerademissão, e os atos puníveis com demissão exigem um PAD – Processo Ad-

ministrativo Disciplinar, e não apenas uma sindicância.Questão 120: Errada, uma vez que a prescrição começa a correr a partir dequando o fato é conhecido, ou seja, a partir de quando ela comunicou essefato.

Questão 121: Certa, pois haverá processo sumário para averiguação depossível acumulação ilegal de cargos.

Questão 122. (Cespe/Inmetro/Recursos Humanos/2009) Caso tenha conhecimento de irre-gularidade em função do cargo, o servidor público é obrigado a comunicá-laà autoridade superior, sob pena de responder por omissão.

Questão 123. (Cespe/Analista/Ibram/2009) Na hipótese de aplicação da penalidade de ad-vertência a servidor público, o poder disciplinar deve ser harmonizado comos princípios da ampla defesa e do contraditório.

Questão 124. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Administrador/2008) Em processo administrativodisciplinar, deverá ser observada a garantia dos direitos à comunicação, àapresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição derecursos.

Questão 125. (Cespe/Agente/Abin/2008) Na fase do inquérito, a comissão de processoadministrativo disciplinar promoverá a tomada de depoimentos, acareações,investigações e diligências cabíveis, sendo assegurados ao acusado o con-traditório e a ampla defesa.

Questão 126. (Cespe/AGU/2009) Segundo o STF, a falta de defesa técnica por advogado, noâmbito de processo administrativo disciplinar, não ofende a CF. Da mesmaforma, não há ilegalidade na ampliação da acusação a servidor público, se,durante o processo administrativo, forem apurados fatos novos que constitu-am infração disciplinar, desde que rigorosamente observados os princípios

do contraditório e da ampla defesa. O referido tribunal entende também quea autoridade julgadora não está vinculada às conclusões da comissão deprocesso administrativo disciplinar.

Questão 127. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) No Direito Administrativo, aocontrário do Direito Penal, prevalece o princípio da atipicidade. A maior partedas infrações não está descrita na lei e fica sujeita à discricionariedade admi-nistrativa em face de cada situação concreta. Para efeito de enquadramentodo ilícito, deve-se levar em conta sua gravidade e as consequências para osetor público.

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Gabarito:

122-C 123-C 124-C 125-C 126-C 127-C

  COMENTÁRIO 5.14.2

Questão 122: Certa, conforme art. 143 do estatuto: “Art. 143. A autoridade

 que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover

a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo

disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.”

Questão 123: Certa, conforme art. 153 do estatuto: “Art. 153. O inquérito

administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado

ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.”

Questão 124: Certa, conforme o mesmo art. 153 do estatuto.

Questão 125: Certa, conforme art. 155 do estatuto: “Art. 155. Na fase do inqué-

rito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações

 e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando neces-

 sário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.”

Questão 126: Certa. A falta de advogado no PAD não ofende a CF (súmulavinculante no 5 do STF); o relatório elaborado pela comissão e encaminha-

do à autoridade julgadora não obriga a autoridade, podendo o julgamentodivergir do relatório desde que de forma motivada, conforme art. 168do estatuto.

Questão 127: Certa. O Direito Penal obedece ao princípio da tipicidade fecha-da, no qual a infração cometida deve se enquadrar perfeitamente no tipo penallegalmente previsto para que se configure o ilícito penal; o mesmo não ocorreno Direito Administrativo, em que as infrações são previstas de forma genérica,sendo necessário analisar cada caso concreto, sua gravidade e consequências.Como exemplo, podemos citar a possibilidade de demissão por “insubordinação

grave em serviço” ou por “conduta escandalosa na repartição”.

Questão 128. (Cespe/Analista/Anac/2009) O presidente de comissão de processo disciplinardeverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nívelde escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

Questão 129. (Cespe/AbinOficial técnico de inteligência-Direito/2010) Um servidor públicofederal que, admitido no serviço público, sem concurso público, em 1982, eatualmente lotado em determinado órgão público federal, seja indicado paraintegrar comissão de processo administrativo disciplinar estará impedido

legalmente de presidir essa comissão.

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Questão 130. (Cespe/Agente/Abin/2008) Após a abertura de processo administrativo disci-plinar, é possível, como medida cautelar, o afastamento, pelo prazo de 60 dias,prorrogável pelo mesmo prazo, do servidor envolvido, sem prejuízo da sua

remuneração, para que este não venha a influir na apuração da irregularidade.

Questão 131. (Cespe/Ministério das Comunicações/Qualquer área/2008) Como medida cau-telar, a autoridade instauradora de processo administrativo disciplinar paraapuração de irregularidades no serviço público pode indicar o afastamentodo servidor envolvido por prazo indeterminado, até a conclusão do processo.

Questão 132. (Cespe/Agente/Abin/2008) Qualquer pessoa da família de servidor falecidopoderá, a qualquer tempo, requerer a revisão de decisão punitiva que tenhaa ele sido aplicada, quando houver fatos novos ou circunstâncias suscetíveisde justificar a inocência ou a inadequação da penalidade aplicada.

Gabarito:

128-C 129-C 130-C 131-E 132-C

  COMENTÁRIO 5.14.3

Questão 128: certa. O estatuto dispõe em seu art. 149 que “o processo dis-

 ciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis

designados pela autoridade competente, ... que indicará, dentre eles, o seu

 presidente , que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmonível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado”. Repareque apenas o presidente, e não os dois outros servidores estáveis integrantesda comissão, deve ter cargo ou escolaridade igual ou superior ao indiciado.

Questão 129: Certa. De acordo com a Constituição Federal, os servidores nãoconcursados em exercício há mais de cinco anos quando da promulgação daConstituição são considerados estáveis, mas, como eles não fizeram concurso,não podem ser considerados efetivos, e o presidente da comissão deve serefetivo, além de estável.

Questão 130: Certa. O art. 147 dispõe que “como medida cautelar e a fim de

 que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade

instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento 

do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 dias, sem prejuízo da remuneração”.

Questão 131: Errada quanto ao prazo do afastamento, que será por até 60 dias.

Questão 132: Certa. A questão trata do pedido de revisão, cabível após aaplicação de punição no processo, no caso de surgirem novas provas. Este deveser feito pelo próprio servidor, ou por familiar em caso de morte, podendo ser

feito a qualquer tempo e não sendo permitida a reformatio in pejus, ouseja, o agravamento da punição imposta.

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126

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Questão 135: Errada. O vale-alimentação, assim como alguns outros bene-fícios, não se incorporam à remuneração e, portanto, não poderão ser pagos

ao servidor aposentado.Questão 136: Pelo mesmo motivo a opção correta na questão 136 é a letra A,uma vez que essa gratificação é transitória e não se incorpora à remuneração.

 A letra B está errada, pois os proventos são proporcionais; a letra C estáerrada, uma vez que o provento não poderá ser inferior a 1/3 da remuneraçãona ativa (art. 191), e a letra D está incorreta, uma vez que o art. 194 dispõeque “ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o dia 20

do mês de dezembro, em valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o

adiantamento recebido”.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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C a p í t u l o 6

Improbidade Administrativa

6.1. Atos de Improbidade Administrativa

Questão 1. (Cespe/STM – Apoio Especializado/Administração/2011) Um ato de impro-

bidade administrativa corresponde, necessariamente, a um ilícito penal queacarreta indisponibilidade dos bens do agente que o praticou.

Questão 2. (Cespe/TRF 1a Região/Juiz Federal/2009) Sendo meramente culposa a condutacomissiva do agente público que ocasione prejuízo ao erário, isso não poderáensejar responsabilização por improbidade administrativa.

Questão 3. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Constitui enriquecimento ilícito oato de um agente público receber para seu filho um automóvel zero quilômetrocomo presente de um empresário que tenha tido interesse direto amparado poromissão decorrente das atribuições desse agente público como servidor público.

Questão 4. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) Constitui ato de improbidade administrativa acontratação de empresa privada da qual um dos sócios seja, ao mesmo tempo,gestor de contratos do órgão ou ente da Administração Pública que celebrouo contrato, ainda que o respectivo contrato não cause lesão ao erário.

Questão 5. (Cespe/CGE-PB/2008) Não pratica ato de improbidade administrativa o agentepúblico que:

a) revela fato sobre o qual não recai sigilo, mas que soube em razão do cargo que exerce;b) exerce atividade de consultoria para pessoa jurídica que tenha interesse suscetí-

vel de ser amparado em decorrência de uma de suas atribuições;c) realiza operação financeira com a aceitação de garantia insuficiente;d) nega publicidade a atos oficiais;e) celebra contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação

orçamentária.

Questão 6. (Cespe/CGE-PB/2008) Assinale a opção que apresenta um ato de improbidadeadministrativa que importa enriquecimento ilícito.

a) Agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que dizrespeito à conservação do patrimônio público.

b) Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tole-rar a exploração ou a prática de jogos de azar.

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c) Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preçosuperior ao de mercado.

d) Conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades

legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.e) Frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente.

Questão 7. (Cespe/Ministério das Comunicações/Direito/2008) Constitui ato de impro-bidade administrativa que causa lesão ao erário celebrar contrato ou outroinstrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meioda gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei ou cele-brar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotaçãoorçamentária.

Questão 8. (Cespe/MDS/2008) O servidor público que retardar, indevidamente, ato deofício praticará ato de improbidade administrativa.

Questão 9. (Cespe/PC-ES/Agente de Polícia/2008) A Lei de Improbidade Administrativarelacionou os atos de improbidade administrativa em três dispositivos: os queimportam em enriquecimento ilícito, os que importam dano ao erário e osque importam violação dos princípios norteadores da Administração Pública.

Questão 10. (Cespe/MMA/Analista Ambiental/2011) Considere que um servidor públicorequisite, seguidamente, para proveito pessoal, os serviços de funcionários deuma empresa terceirizada de serviços de limpeza, contratada pelo órgão emque o servidor exerce função de chefia. Nessa situação, esse fato é caracte-rizado como ato de improbidade administrativa que importa enriquecimentoilícito.

Questão 11. (Cespe/TCE-AC/2009) Segundo entendimento do STJ, a contratação depessoal pela prefeitura sem concurso público não conduz às puniçõesprevistas na lei de improbidade administrativa, desde que não configuradoo enriquecimento ilícito do administrador público nem o prejuízo ao eráriomunicipal.

Gabarito:01-E 02-E 03-C 04-C 05-A 06-B 07-C 08-C 09-C

10-C 11-C

  COMENTÁRIO 6.1.1

 A Lei no 8.429/1992 apresenta os atos considerados como de improbidadeadministrativa distribuídos em três espécies, quais sejam, os atos que impor-tam enriquecimento ilícito, os que causam prejuízo ao erário e os que

atentam contra os princípios da Administração, em seus arts. 9o

, 10 e11, respectivamente.

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Cumpre verificar que os referidos artigos são meramente exemplifica-tivos, assim:

“Constitui ato de improbidade administrativa importando enriqueci-

mento ilícito auferir  qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida 

em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou ativida-

de”, notadamente, os atos apresentados no art. 9o;

“Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erá-

rio qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje  perda

 patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos

bens ou haveres das entidades”, notadamente, os atos apresentados

no art. 10;

“Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os

 princípios da Administração Pública qualquer ação ou omissão que

viole os deveres  de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade

às instituições”, notadamente os atos apresentados no art. 11.

O ato de improbidade administrativa é um ilícito civil; assim, por exem-plo, caso um servidor receba propina para atuar de determinada maneira,ele deverá, por esse ato, responder a uma ação penal pelo crime de corrupção

passiva, uma ação civil por ato de improbidade administrativa e ainda a umprocesso administrativo disciplinar pelo ilícito.

O ato que causa prejuízo ao erário é aquele que causa lesão financeiraà Administração mas o agente não recebe qualquer vantagem  (se elerecebe, passa a configurar enriquecimento ilícito); assim, quando um agentefiscal deixa de autuar um amigo, é apenas lesão ao erário.

O ato que atenta contra os princípios é aquele no qual o agente nãorecebe qualquer vantagem (ou seria enriquecimento ilícito) e nem causaqualquer prejuízo (ou seria prejuízo ao erário).

Questão 1: Errada. O ato pode configurar improbidade administrativa (ilícitocivil) e não configurar ilícito penal.

Questão 2: Errada, uma vez que o ato de improbidade pode derivar de dolo (intenção de agir) ou de culpa (negligência, imprudência ou imperícia); umato do servidor sem dolo e sem culpa, ainda que cause prejuízo ao erário, nãoconfigura improbidade administrativa.

Questão 3: Certa, configura enriquecimento ilícito o recebimento devantagem indevida.

Capítulo 6 I Improbidade Administrativa

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Questão 4: Certa, configurando ao menos um atentado contra os princí-pios da Administração, por ferir o princípio da impessoalidade, ainda que

não haja prejuízo financeiro ao erário.Questão 5: Configura enriquecimento ilícito a letra B; prejuízo ao erárioas letras C e E; atentado contra os princípios da Administração a letra D.

Questão 6:  A letra B configura enriquecimento ilícito; as demais letrascaracterizam ato que gera prejuízo ao erário.

Questão 7: Certa. Esse ato ilícito relacionado a consórcios públicos deve serestudado no capítulo relativo a serviços públicos, e gera lesão ao erário.

Questão 8: Certa, configurando atentado contra os princípios da Ad-ministração.

Questão 9: Certa, apresentando as três espécies de atos de improbidadeadministrativa.

Questão 10: Certa. Se ele utiliza os serviços da empresa para proveito pessoal,ele economiza ao deixar de pagar por esses serviços, auferindo uma vantagemindevida e configurando enriquecimento ilícito.

Questão 11: Certa. A questão foi mal formulada; o gabarito foi correto, masna verdade não é esse o entendimento. A contratação de pessoal sem concurso,se não gera vantagem para o agente público nem prejuízo ao erário, não podegerar para o agente a obrigação de ressarcir os cofres públicos, uma vez quenão houve prejuízo, mas pode configurar ato imoral e conduzir a outras puni-ções previstas na lei de improbidade. A definição correta é a que se encontrana questão 67.

6.2. Penas Aplicáveis

Questão 12. (Cespe/TRE – ES/Técnico Judiciário/Área administrativa/2011) Os atos de

improbidade administrativa que, nos termos da Constituição Federal, im-portem na suspensão dos direitos políticos, na perda da função pública, naindisponibilidade de bens e no ressarcimento ao erário têm natureza penal.

Questão 13. (Cespe/PC-ES/Agente de Polícia/2008) Os atos tipificados nos dispositivosda Lei de Improbidade Administrativa, de regra, não constituem crimes noâmbito da referida lei, porquanto muitas das condutas ali definidas, apesarde se revestirem de natureza criminal, são definidas como crime em outrasleis.

Questão 14. (Cespe/ANA/Analista/2009) Um prefeito municipal, desde janeiro de 2005,

vem respondendo a processo judicial por, supostamente, ter cometido ato deimprobidade administrativa. Nesse caso, segundo os dispositivos da Lei no 8.429/1992, o prefeito poderá sofrer sanções administrativas, mas não civis.

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Questão 15. (Cespe/TRF 1a Região/Juiz Federal/2009) Praticado ato de improbidade admi-nistrativa que importe enriquecimento ilícito, o responsável estará sujeito àsseguintes cominações: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao

patrimônio; ressarcimento integral do dano, quando houver; perda da funçãopública; suspensão dos direitos políticos por período de oito a dez anos; pa-gamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; eproibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivosfiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio depessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

Questão 16. (Cespe/PC-ES/Agente de Polícia/2008) Caso um funcionário público, no exer-cício do cargo, contribua para que pessoa jurídica incorpore indevidamenteem seu patrimônio particular, valores integrantes do acervo patrimonial de

uma fundação pública, esse funcionário público, uma vez demonstrada a suaresponsabilidade, estará sujeito, entre outras cominações, à perda da funçãopública e à obrigação de ressarcir integralmente o dano.

Questão 17. (Cespe/TRE – ES/Analista Judiciário/Área administrativa/2011) De acordocom a CF, os atos de improbidade administrativa, entre outras consequências,importarão a cassação dos direitos políticos.

Questão 18. (Cespe/MMA/Analista/2008) A indisponibilidade dos bens do indiciado, decor-rente de ato de improbidade que cause lesão ao patrimônio público ou ensejeenriquecimento ilícito, recairá sobre bens que assegurem o ressarcimento

integral do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriqueci-mento ilícito.

Questão 19. (Cespe/ANA/Analista/2006) Um governador de estado vem sofrendo gravesataques na imprensa local, por ser suspeito de ter causado prejuízo ao eráriono exercício de seu mandato. Caso responda a processo por enriquecimentoilícito nos termos da Lei de Improbidade Administrativa, o citado governadorpoderá ser condenado a ressarcir o dano ao erário, podendo tal obrigaçãoatingir seu sucessor, até o limite do valor da herança.

Questão 20. (Cespe/ANA/Analista/2006) Considere-se que um servidor público de carreirada Administração Direta federal dispense, indevidamente, o procedimentolicitatório para a aquisição de 600 equipamentos de informática. Nesse caso,estará o servidor sujeito a sanção disposta na Lei de Licitações e Contratos, e,ainda, à Lei no 8.429/1992, por ter cometido ato de improbidade administrativaque causa lesão ao erário.

Questão 21. (Cespe/PGE/PI/2008) O servidor público processado por ato de improbidadeadministrativa que importe em violação aos princípios da AdministraçãoPública está sujeito à perda do cargo público.

Questão 22. (Cespe/ME/2008) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio públicoou se enriquecer ilicitamente não estará de forma alguma sujeito às comi-nações da Lei de Improbidade Administrativa.

Capítulo 6 I Improbidade Administrativa

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Questão 23. (Cespe/ Fiscalização Tributária/Vila Velha/2008) Na fixação das penas pre-vistas na lei de improbidade, o juiz deve levar em conta a extensão do danocausado, independentemente do proveito patrimonial obtido pelo agente, o

qual é mero exaurimento do crime.

Questão 24. (Cespe/Fiscalização Tributária/Vila Velha/2008) A aplicação das sanções previstasna lei de improbidade independe da ocorrência de dano ao patrimônio público.

Questão 25. (Cespe/Aneel – Especialista e Analista/2010) Considere que Pedro tenhadenunciado o agente público João por ato de improbidade, sabendo que esteera inocente. Nesse caso, Pedro perderá automaticamente sua função públicae terá seus direitos políticos suspensos, além de ser condenado à pena dereclusão e ao pagamento de multa.

Questão 26. (Cespe/MP-RN/2009) É crime a representação por ato de improbidade con-tra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia temconhecimento de que este é inocente.

Questão 27. (Cespe/Ministério das Comunicações/Direito/2008) Constitui crime a repre-sentação por ato de improbidade contra agente público, quando o autor dadenúncia o sabe inocente.

Gabarito:

12-E 13-C 14-E 15-C 16-C 17-E 18-C 19-C 20-C

21-C 22-E 23-E 24-C 25-E 26-C 27-C

  COMENTÁRIO 6.2.1

Resumo esquemático

PENAS SUSPENSÃODOS DIREITOSPOLÍTICOS

MULTA CIVIL PROIBIÇÃO de contratarcom a Administração oudela receber benefício

EnriquecimentoIlícito

8 a 10 anos Até 3 vezes o valoracrescido

10 anos

Prejuízo ao Erário 5 a 8 anos Até 2 vezes o valor doprejuízo

5 anos

Atentar contraprincípios

3 a 5 anos Até 100 veze s a suaremuneração

3 anos

OBS: Além de perda da função pública, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,indisponibilidade dos bens (que assegurem o integral ressarcimento da lesão) e ressarcimento integraldo dano (quando houver).

Na fixação das referidas penas, o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveitopatrimonial obtido pelo agente.

Questão 12: Errada. O ato de improbidade é ilícito civil e não penal.

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Questão 13: Certa. Os atos descritos na lei de improbidade administrativaconstituem ilícito de natureza civil, sendo que alguns são também descritos

como crime nas leis penais.Questão 14: Errada. Ele poderá sofrer sanções civis e administrativas.

Questão 15: Certa, conforme o quadro anterior em caso de enriquecimentoilícito.

Questão 16: Certa, conforme o quadro anterior.

Questão 17: Errada. O ato de improbidade administrativa importa a sus-pensão dos direitos políticos (por tempo determinado, variável conforme oquadro) e não a perda (sanção por prazo indeterminado) nem a cassaçãodos direitos políticos (terminantemente vedada em qualquer hipótese nostermos da Constituição Federal art. 15).

Questão 18: Certa, conforme o quadro anterior.

Questão 19: Certa. A obrigação de indenizar imposta ao agente condenadopor improbidade se estenderá, em caso de sua morte, aos seus sucessores, deforma limitada ao valor da herança.

Questão 20: Certa. Estará sujeito à lei de improbidade por ato que causalesão ao erário, além de se sujeitar às penas da lei de licitações.

Questão 21: Certa. Essa pena pode ser aplicada em qualquer ato de impro-bidade administrativa.

Questão 22: Errada, uma vez que a obrigação de indenizar se estende aossucessores, conforme a questão 19.

Questão 23: Errada. O erro é que o juiz levará em conta a extensão do danocausado e o proveito patrimonial obtido pelo agente a fim de quantificar a pena.

Questão 24: Certa. As sanções por ato de improbidade administrativa poderão

ser aplicadas independentemente, ou seja, ainda que não haja efetivamenteum dano, conforme art. 21 I da Lei no 8.429/1992, mas a extensão do dano serálevada em consideração na dosimetria da pena aplicada pelo juiz.

Questão 25: Errada. De acordo com os arts. 19 e 20 da lei de improbidade, arepresentação por ato de improbidade contra alguém quando o autor o sabeinocente é crime, punível com detenção e multa, além de sujeitar o autor asanções civis; de qualquer forma, a perda da função pública e a suspensão dosdireitos políticos só serão aplicadas com a condenação definitiva, transitadaem julgado, e não de forma “automática”, como afirmado.

Questões 26 e 27: Certas, conforme visto na questão 25.

Capítulo 6 I Improbidade Administrativa

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6.3. Prescrição

Questão 28. (Cespe/Especialista/Anac/2009) Caso um indivíduo tenha exercido as funções

de prefeito de certo município e, no curso de seu mandato, que se findouem 2008, tenha praticado atos de improbidade administrativa, então a ação judicial a ser movida contra esse indivíduo pelos atos praticados deverá serproposta até dezembro de 2009, sob pena de prescrição.

Questão 29. (Cespe/TJ-CE/Oficial de Justiça/2008) Considere a seguinte situação hipo-tética. Antônio ocupou, de 1/1/2001 a 31/12/2006, exclusivamente, o cargocomissionado de diretor de empresa pública, responsável direto por todas aslicitações. Em janeiro de 2007, o MP ajuizou ação de improbidade administra-tiva contra Antônio, por ilegalidade cometida em concorrência realizada no

dia 20/2/2002. Nessa situação, em face da prescrição, a ação de improbidadenão deve ser conhecida pelo juízo a que couber tal matéria.

Questão 30. (Cespe/TRF 1a Região/Juiz Federal/2009) As ações destinadas a levar a efeito assanções previstas na lei podem ser propostas em até três anos após o términodo exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança.

Questão 31. (Cespe/TCE/AC/Direito/2009) Considere a seguinte situação hipotética. Fran-cisco ocupava exclusivamente cargo comissionado em tribunal de justiça e foiresponsável pela licitação da obra de reforma do fórum da capital ocorridano período de 30/6/2003 a 12/9/2003. Em 30/6/2004, ele foi exonerado do

cargo. Após regular processo administrativo, foi constatada a prática de atode improbidade, razão pela qual, em fevereiro de 2009, foi ajuizada ação deimprobidade contra Francisco. Nessa situação, está prescrita a aplicação dapena por ato de improbidade.

Questão 32. (Cespe/Sefaz-ES/Administrador/2008) Pedro é servidor público do estado doEspírito Santo. Ocupa cargo exclusivamente em comissão desde março de2002. Responde a ação de improbidade administrativa por ter, em janeiro de2003, no mesmo cargo, praticado ato de improbidade que importou no seuenriquecimento ilícito. Nessa situação, o prazo prescricional será de cinco

anos, a contar do conhecimento do fato pela administração.Questão 33. (Cespe/MP-RN/2009) As ações de improbidade administrativa de atos que

atentem contra os princípios da Administração Pública podem ser propostasaté dez anos após o término da função de confiança de quem as tenha praticado.

Questão 34. (Cespe/Procurador/Vitória/2007-adaptada) José, prefeito do Município W,durante sua gestão, aplicou irregularmente verbas federais oriundas deconvênio firmado entre o município e o Ministério da Saúde. O mandato deJosé terminou em 31 de dezembro de 1996. A apuração administrativa dofato ocorreu anos mais tarde e, durante a gestão de um dos prefeitos que o

sucederam, o município ajuizou contra José, em 27 de abril de 2006, uma açãocivil pública tendo como fundamento a prática de improbidade administrativa.

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O juiz recebeu a ação e, de pronto, determinou a citação de José, abrindoprazo para contestação. Na situação hipotética anteriormente apresentada,não havia ocorrido, na data do ajuizamento da ação contra José, a prescrição.

Gabarito:

28-E 29-E 30-E 31-E 32-E 33-E 34-E

  COMENTÁRIO 6.3.1

 A Lei no 8.429/1992 estabelece, em seu art. 23, prazo prescricional para apropositura da ação judicial por ato de improbidade administrativa, conformeo “status” do autor:

• se servidor público estatutário ou empregado público celetista: no prazoprescricional, previsto em leis específicas, para a “demissão a bem doserviço público” por ilícitos administrativos;

• se detentor de mandato eletivo, ocupante de cargo em comissão oufunção de confiança: no prazo de cinco anos a partir do término domandato, cargo em comissão ou função.

 Após esse prazo, o agente não estará mais sujeito às penas previstas na leide improbidade administrativa, no entanto, ele ainda poderá ser condenado, a

qualquer tempo, a ressarcir o prejuízo causado ao Estado, uma vez que, nostermos do art. 37 § 5o da Constituição Federal, as ações de ressarcimentosão imprescritíveis.

Questões 28 a 34: Erradas, uma vez que em todas as hipóteses apresentadas,o prazo prescricional é de cinco anos a partir do término do mandato,cargo em comissão ou função de confiança.

6.4. Processos Administrativo e Judicial

Questão 35. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Administrador/2008) Devido às suas características

peculiares, são considerados atos de improbidade administrativa apenasaqueles praticados por servidor público estatutário, integrante da Adminis-tração Direta da União, dos estados, do DF e dos municípios.

Questão 36. (Cespe/Auditor/Sefaz-ES/2008) A lei de improbidade é endereçada não somenteao agente público. Suas disposições são aplicáveis, no que for cabível, àqueleque, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática doato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Questão 37. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) Podem ser sujeitos ativos do ato de improbi-

dade administrativa o agente público e terceiro que induza ou concorra para aprática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma diretaou indireta.

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Questão 38. (Cespe/Especialista/Anac/2009) Para os fins da Lei de Improbidade Adminis-trativa, agente público é todo aquele que, ainda que transitoriamente ou semremuneração, exerce mandato, cargo, emprego ou função na Administração

Direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos estados,do Distrito Federal, dos municípios, de território, de empresa incorporada aopatrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio ou erário hajaconcorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual.

Questão 39. (Cespe/Técnico/STJ/2008) Adriano foi nomeado pelo presidente da Repúblicamembro de um conselho nacional, com mandato de dois anos e sem direito aqualquer remuneração. Nessa situação, ao exercer referido mandato, Adrianonão poderá responder pela prática de ato de improbidade administrativa, poisnão deterá a condição de agente público.

Questão 40. (Cespe/Ministério das Comunicações/Direito/2008) As disposições da lei sobreas sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícitono exercício de mandato, cargo, emprego ou função na Administração Públicadireta, indireta ou fundacional e que é conhecida como lei de improbidade admi-nistrativa são aplicáveis não só a agentes públicos, mas também a particulares.

Questão 41. (Cespe/ME/2008) A Lei de Improbidade Administrativa é aplicável a agentespúblicos, servidores ou não, bem como a particulares.

Questão 42. (Cespe/PC-ES/Agente de Polícia/2008) Somente o agente público em exercício,

ainda que transitoriamente ou sem remuneração e independentemente daforma de investidura no cargo ou função, é considerado sujeito ativo de atosde improbidade administrativa.

Gabarito:

35-E 36-C 37-C 38-C 39-E 40-C 41-C 42-E

  COMENTÁRIO 6.4.1

O ato de improbidade pode ser praticado, por qualquer agente, contra

a Administração Pública ou entidade na qual os cofres públicos concorramcom mais de 50% do patrimônio ou da receita; pode ainda ser cometido contraqualquer entidade na qual a participação seja inferior a 50%, mas, nesse caso,a sanção imposta ao agente será proporcional à repercussão do ilícito sobre acontribuição dos cofres públicos.

O art. 2o da Lei no 8.429/1992 define que “reputa-se agente público , para

 os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem

remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer

 outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função

nas entidades mencionadas”, mas as disposições da lei “são aplicáveis,  no que couber , àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra

 para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma

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direta ou indireta”. Assim, por exemplo, quando um agente fiscal e um em-presário acertam determinada propina para que este não seja autuado, os dois

praticam ato de improbidade administrativa que gera enriquecimento ilícito;nessa hipótese, a sanção de perda da função não se aplica ao particular, maso ressarcimento ao erário e, sobretudo, a impossibilidade de contratarcom a Administração por determinado prazo a ele serão aplicadas.

Questão 35: Errada. O erro é a palavra “apenas”, uma vez que outros agentespúblicos e até particulares respondem por improbidade.

Questões 36 e 37: Certas. A lei se aplica inclusive a particulares que ajamem conluio com um agente público, concorrendo para o ilícito.

Questão 38: Certa, reproduzindo a lei de improbidade administrativa.Questão 39: Errada. O agente público, ainda que transitório, responde porimprobidade.

Questões 40 e 41: Certas, como visto na questão 36.

Questão 42: Errada. O erro é a palavra “somente”, uma vez que outraspessoas respondem por improbidade, mesmo em caráter transitório.

Questão 43. (Cespe/PGE/PI/2008) Segundo a Lei no  8.429/1992 – Lei de Improbidade

Administrativa, para que o servidor público seja punido com as penalidadesnela previstas, é imprescindível a efetiva ocorrência de dano ao patrimôniopúblico.

Questão 44. (Cespe/TJ-CE/Oficial de Justiça/2008) A aprovação das contas do agentepúblico por tribunal de contas afasta a possibilidade de incidência em atoímprobo pelo servidor que o praticou.

Questão 45. (Cespe/ME/2008) Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimôniopúblico ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativaresponsável pelo inquérito avaliar a conveniência de representar ao Ministério

Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Questão 46. (Cespe/MDS/2008) Na hipótese de o ato de improbidade causar lesão aopatrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridadeadministrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público,para que este proponha a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Questão 47. (Cespe/TRF 1a Região/Juiz Federal/2009) A ação de improbidade adminis-trativa terá o rito ordinário e será proposta pelo MP ou pela pessoa jurídicainteressada, dentro de 60 dias da efetivação da medida cautelar.

Questão 48. (Cespe/Analista/Inmetro/2009) Qualquer pessoa pode representar à au-toridade administrativa competente para que seja instaurada investigaçãodestinada a apurar a prática de ato de improbidade.

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Questão 49. (Cespe/MP-RN/2009) Qualquer pessoa que tome conhecimento de prática deato de improbidade administrativa deve representar ao MP estadual.

Questão 50. (Cespe/TCE – AC/Direito/2009) A rejeição de representação de improbida-de realizada por uma autoridade administrativa impede um particular derequerê-la pelos mesmos fatos ao MP.

Questão 51. (Cespe/TCE-ES/2009) Pessoas jurídicas de direito público, mesmo queinteressadas, não têm legitimidade ativa para propor ação civil pública deimprobidade administrativa.

Questão 52. (Cespe/TJ-CE/Oficial de Justiça/2008) Mediante concessões recíprocas emque haja recomposição do dano, será lícito transacionar-se na ação de im-probidade administrativa.

Questão 53. (Cespe – TRF 1a Região – JuizJuiz Federal/2009) Ao MP não é permitido efetuartransação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade administrativa.Essa vedação, legalmente, não se aplica à fazenda pública, tendo em vistaque o ajuste feito com o agente público infrator poderá ser economicamentevantajoso ao erário.

Questão 54. (Cespe/TCE – AC/Direito/2009) É legal a conduta de um indivíduo que, arre-pendido de ter praticado ato de improbidade, procure o promotor de justiçada cidade para dispor-se a transação em que seja proposta à autoridade arecomposição do dano como forma de evitar o prosseguimento da ação que

 já fora proposta e, por consequência, a aplicação de pena.

Gabarito:

43-E 44-E 45-E 46-C 47-E 48-C 49-E 50-E 51-E

52-E 53-E 54-E

  COMENTÁRIO 6.4.2

Questões 43 e 44: Erradas. O art. 21 da lei de improbidade dispõe que aaplicação de sanções

independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio

público e da aprovação ou rejeição das contas seja pelos órgãos de controleinterno (Controladorias Gerais) ou de controle externo (Tribunais de Contas).

Questão 45: Errada. Em caso de ato de improbidade administrativa quegere enriquecimento ilícito ou que gere prejuízo ao erário, a autoridadeadministrativa responsável pelo inquérito deverá de imediato representar aoMinistério Público, para que este requeira a decretação judicial da indisponibi-lidade dos bens do indiciado, em quantidade suficiente a assegurar o integralressarcimento ao erário; essa medida é cautelar, a fim de que o indiciado não

possa, ao longo do processo, se desfazer do seu patrimônio. O erro da questãoé que a autoridade administrativa não pode “avaliar a conveniência” da re-presentação, sendo obrigada a fazê-lo.

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Questão 46: Certa. A autoridade administrativa representará ao MP.

Questão 47: Errada. A ação civil por ato de improbidade administrativa (que

terá rito ordinário) deverá ser proposta (pelo MP ou pela pessoa jurídica inte-ressada) no prazo de até 30 dias a partir da efetivação dessa cautelar. O erroé o prazo, que não é de 60 dias.

Questão 48: Certa. Conforme art. 14 da lei de improbidade, qualquer pessoaque tome conhecimento de ato de improbidade administrativa poderá repre-sentar, ou seja, denunciar o fato à autoridade administrativa para que sejainstaurada uma investigação. Essa representação não pode ser feita de formaanônima, devendo conter a identificação do denunciante e a descrição dos fatos,ou então essa representação será rejeitada pela Administração.

Questão 49: Errada. O erro é a palavra deve, uma vez que qualquer pessoapode (e não deve) representar ao MP.

Questão 50: Errada. A rejeição da representação pela Administração, comodisposto na questão 48, não impede o particular de representar diretamenteao MP.

Questão 51: Errada. O erro é que a pessoa jurídica interessada pode propora ação de improbidade administrativa, além do MP.

Questões 52, 53 e 54: Erradas. Conforme § 1o do art. 17 da lei de impro-bidade, é vedada qualquer transação, acordo ou conciliação com a pessoaindiciada por ato de improbidade administrativa, seja feita pela Administraçãointeressada seja pelo MP.

Questão 55. (Cespe/TCE-ES/2009) De acordo com a lei de regência, não há previsão legalpara que o TCU venha a designar um representante para acompanhar proce-dimento administrativo que vise apurar fatos que possam fundamentar umatomada de contas especial.

Questão 56. (Cespe/Técnico/TRT-ES/2009) A posse e o exercício de agente público em seucargo ficam condicionados à apresentação de declaração de bens e valores quecomponham seu patrimônio, a fim de ser arquivada no setor de pessoal do órgão.

Questão 57. (Cespe/STJ/Analista-Administrador/2008) Se um indivíduo pretende tomarposse e entrar em exercício em cargo público efetivo no âmbito do STJ, nessecaso, como não se trata de cargo em comissão, ele não estará obrigado a for-necer a declaração de bens e valores que compõem seu patrimônio privado,a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.

Questão 58. (Cespe/TCE-ES/2009) Servidor público estadual que, notificado para apresentar

a declaração anual de bens, recusar-se a apresentá-la, dentro do prazo especifi-cado, será punido com a pena de demissão, conforme previsto na lei de regência.

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Questão 59. (Cespe/MP-RN/2009) Ação culposa de terceiro não dará ensejo ao integralressarcimento de dano, quando ocorrer lesão ao patrimônio público.

Questão 60. (Cespe/MP-RN/2009) No caso de enriquecimento ilícito, o terceiro beneficiárionão perde os valores acrescidos ao seu patrimônio.

Questão 61. (Cespe/TCE – AC/Direito/2009) Ação de improbidade proposta contra ministrodo Supremo Tribunal Federal (STF) será neste processada e julgada.

Gabarito:

55-E 56-C 57-E 58-C 59-E 60-E 61-C

  COMENTÁRIO 6.4.3

Questão 55: Errada. Quando for instaurado processo administrativo disciplinar– PAD, nos termos do estatuto do servidor, a fim de apurar ato ilícito por estecometido que possa configurar ato de improbidade administrativa, a comissãoprocessante deverá dar conhecimento do fato ao Ministério Público e ao Tribu-nal de Contas, que poderão designar representantes para acompanhar o PAD.

Questões 56 e 57: A lei de improbidade determina, em seu art. 13, que “a

 posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de

declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado”, devendoser atualizada anualmente e na data em que o agente deixar a função, acrescen-tando que “será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem

 prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar

declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa”.

Questão 58: Certa. Defende a melhor doutrina que a lei de improbidadeextrapolou a competência da União ao fazer essas determinações, uma vezque compete a cada ente federado legislar sobre a situação de seus servidoresestatutários; assim, não poderia essa lei federal impor demissão a servidorestadual, como ocorre nesta questão. Considerando, no entanto, que a referida

questão não se referiu a entendimentos doutrinários, é melhor considerarmosa literalidade da lei e assinalar como certa a questão.

Questão 59: Errada, uma vez que é punível a ação dolosa e culposa do agente.

Questão 60: Errada, uma vez que o agente perderá os valores acrescidosilicitamente a seu patrimônio.

Questão 61: Certa. O STF já decidiu que a prerrogativa de foro dos agentespolíticos que são julgados diretamente pelo STF (Constituição Federal, art.102) se restringe a ações penais, e não a ações por ato de improbidade admi-

nistrativa, que são ações civis, devendo os agentes políticos ser julgadossem esse foro diferenciado; apesar disso, entendeu a Corte que os Ministrosdo STF não poderiam ser submetidos a outro juízo que não o próprio STF.

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Questão 62. (Cespe/PGE-CE/2008) Francisco, presidente de determinada autarquia es-tadual, contratou os serviços de vigilância da empresa Zeta, com dispensade licitação, argumentando que não havia tempo hábil para realizar proce-

dimento licitatório e que a autarquia não poderia ficar sem aquele serviço.Posteriormente, descobriu-se que a empresa Zeta pertencia a Carlos, amigode Francisco, e que a emergência alegada fora criada intencionalmente pelopróprio agente público, que deixou de iniciar processo licitatório mesmo cientede que o contrato anterior estava prestes a vencer. Os valores pagos à empresaZeta eram 50% maiores que os preços praticados no mercado. Descobriu-se,também, que Carlos depositara valores em dinheiro nas contas de Francisco.Diante desses fatos, o governador demitiu Francisco da presidência da au-tarquia, e o Ministério Público (MP) do estado denunciou-o, juntamente com

Carlos, por crimes de dispensa ilegal de licitação e corrupção. Com basenessa situação hipotética, assinale a opção correta.a) Francisco não poderá ser processado por improbidade administrativa com base

na Lei no 8.429/1992 porque, em razão da demissão, não será considerado maisagente público.

b) Carlos não pode ser sujeito passivo da ação de improbidade administrativa de quetrata a Lei no 8.429/1992.

c) A ação de improbidade administrativa só poderá ser ajuizada se ficar constatadoprejuízo financeiro aos cofres públicos.

d) A ação de improbidade administrativa poderá ser proposta pelo MP ou pela pes-

soa jurídica interessada. Caso a ação seja ajuizada pelo MP, a pessoa jurídicainteressada poderá atuar ao lado do autor da ação ou abster-se de contestar opedido, desde que isso se afigure útil ao interesse público.

e) Caso os envolvidos procurem o MP ou os representantes da pessoa jurídica lesa-da e proponham a recomposição dos prejuízos causados, as partes poderão rea-lizar transação com o objetivo de extinguir a ação de improbidade administrativa.

Questão 63. (Cespe/CGE-PB/2008) Quanto à improbidade administrativa, assinale a opçãocorreta.

a) Pessoa jurídica de direito privado não pode praticar ato de improbidade adminis-trativa.

b) A lesão ao patrimônio público somente caracteriza improbidade administrativamediante dolo do agente público.

c) A aquisição de bem, no exercício de mandato, cujo valor seja desproporcional àevolução do patrimônio ou à renda do agente público constitui improbidade admi-nistrativa.

d) O agente público que se recusar a apresentar declaração de bens anualmenteserá suspenso.

e) Sociedade de economia mista não pode ser sujeito passivo de prática de ato de

improbidade administrativa.

Capítulo 6 I Improbidade Administrativa

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Questão 64. (Cespe/PGM-Natal/2008) O dirigente de uma empresa pública municipalrealizou contratação de produtos de informática sem o cumprimento préviode licitação. Para a dispensa de licitação, alegou-se que os bens precisavam

ser adquiridos com urgência. Os serviços foram corretamente prestados, enão restou demonstrado superfaturamento de preços. Após a execução docontrato, descobriu-se que o fornecedor dos produtos de informática haviapresenteado o referido dirigente com uma TV de LCD e um notebook. Diantedesses fatos, o MP estadual ajuizou ação de improbidade administrativa contrao dirigente. Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) A situação descrita configura ato de improbidade administrativa, que importa emenriquecimento ilícito.

b) Considerando não ter havido prejuízo para o ente público, o MP pode transacionar

com o agente público e desistir da ação caso os bens indevidamente recebidossejam devolvidos.c) O MP é o único titular legitimado a propor ação de improbidade nesse caso, visto

que não houve prejuízo para a Administração Pública.d) Uma eventual ação proposta pelo MP deve, necessariamente, ser precedida de

inquérito civil público no qual seja oportunizada ao dirigente a apresentação dedefesa preliminar.

Questão 65. (Cespe/PGM-Natal/Assessor/2008) João, servidor público efetivo, ocupa ocargo de presidente da comissão de licitações de um órgão público. No curso

de determinado certame, João recebeu, da empresa X, que era uma das em-presas licitantes, um pacote de viagem para o exterior com todas as despesaspagas e direito a acompanhante. Ao final do processo, a empresa X sagrou-sevencedora em razão da desclassificação das demais concorrentes, embora opreço dos serviços oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respon-deu a processo administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampladefesa, restando demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres dehonestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições.

Com base na situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.a) A única pena a ser imposta ao servidor, no âmbito civil, é a perda do cargo público.b) O ordenamento jurídico brasileiro não tem instrumentos legais para punir condu-

tas antiéticas.c) A situação hipotética apresentada configura improbidade administrativa.d) O servidor pode eximir-se de punição, caso devolva o valor do pacote de viagem.

Questão 66. (Cespe/PGE-AL/2009) Considere a seguinte situação hipotética. O prefeitode determinado município resolveu mudar-se de sua casa de campo para acidade com o propósito de ficar mais perto dos problemas urbanos. Para isso,utilizou um caminhão da municipalidade para transportar móveis de seu uso

particular. Após a instauração de ação de improbidade, o prefeito admitiu osfatos, mas alegou que não teria agido com culpa, pois mudou de domicílio

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para atender ao interesse público. Além disso, comprovou o ressarcimentoaos cofres públicos da importância de nove reais referente ao combustívelutilizado. Nessa situação, ao julgar a demanda apresentada, o juiz pode-se

valer do princípio da insignificância para absolver o prefeito, uma vez que alesão ao bem jurídico protegido pela lei foi mínima.

Questão 67. (Cespe/PGE-AL/2009) O STJ fixou entendimento no sentido de que a con-tratação de agentes públicos sem a realização de concurso público ensejaviolação ao princípio da moralidade. Isso não quer dizer, contudo, que osresponsáveis pela contratação devam ser condenados a ressarcir o erário,pois essa condenação depende da demonstração do enriquecimento ilícito edo prejuízo para a administração.

Questão 68. (Cespe/PGE-AL/2009) Em ação de improbidade administrativa, se verificadoque o ato praticado pelo agente público ou beneficiário caracteriza-se comoculposo, não pode o juiz da causa condená-los a ressarcir o dano ao erário.

Questão 69. (Cespe/PGE-AL/2009) Segundo orientação do STF, os agentes políticosrespondem por improbidade administrativa com base na Lei no 8.429/1992independentemente da sujeição dos mesmos aos crimes de responsabilidadetipificados nas respectivas leis especiais.

Gabarito:

62-D 63-C 64-A 65-C 66-E 67-C 68-E 69-E

  COMENTÁRIO 6.4.4

Questão 62: O gabarito está fundado no art. 17 § 3o da lei de improbidade, aodispor que, no caso de a ação por improbidade administrativa ser proposta nãopela pessoa jurídica interessada, mas sim pelo MP, aplica-se o art. 6o § 3o da Leino 4.717/1965, que regula a ação popular; esse dispositivo retrata exatamenteo disposto na letra D. As demais opções já foram tratadas anteriormente.

Questão 63: A opção correta (letra C) configura ato que gera enriquecimen-

to ilícito; o erro da opção A é que qualquer pessoa, física ou jurídica, podepraticar ato ímprobo; na letra B, o erro é a palavra somente, pois há ato deimprobidade a partir de dolo ou culpa; na letra D, o servidor será demitido,e não “suspenso”, e na letra E, a sociedade de economia mista, integrante da

 Administração, pode ser sujeito passivo.

Questão 64: O recebimento dessas vantagens configura enriquecimentoilícito, mesmo que não tenha havido prejuízo ao erário. Na letra B, o erro éque não pode haver transação; na letra C está errado o termo “único”, pois apessoa jurídica interessada pode propor a ação, e na letra D o erro é a palavra“necessariamente”, pois a instauração do inquérito não é obrigatória.

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Questão 65: O ato configura ato de improbidade que importa enriquecimen-to ilícito, sendo aplicáveis as penas cabíveis. O erro da letra A é a palavra

única, uma vez que há as demais punições; a letra D trata da transação ouacordo, vedado conforme a lei de improbidade.

Questão 66: Errada, uma vez que não se pode, em função do referido ato deimprobidade administrativa, conceber o princípio da insignificância pelo baixovalor financeiro da lesão.

Questão 67: Certa. Os responsáveis pelo ato de improbidade estão sujeitosàs penas da Lei no 8.429/1992, inclusive o ressarcimento ao erário se houverprejuízo a ser ressarcido.

Questão 68: Errada, uma vez que é punida tanto a conduta dolosa quantoa culposa.

Questão 69: Errada em função de decisão do STF (RCL no 2.138 e RCL no 5.126); alguns agentes políticos estão sujeitos a uma legislação específicade crime de responsabilidade (Lei no  1.079/1950), assim, quando  esses agentes praticarem ato tipificado ao mesmo tempo como improbidade admi-nistrativa e crime de responsabilidade, responderão somente por crimede responsabilidade; os agentes políticos que não possuem essa legislaçãoespecífica (tais como os parlamentares) responderão por ato de improbidade.

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C a p í t u l o 7

Responsabilidade Civil do Estado

7.1. Responsabilidade Objetiva e Subjetiva

Questão 1. (Cespe/TRE – ES/Analista Judiciário/Área administrativa/2011) A marca ca-

racterística da responsabilidade objetiva é a desnecessidade de o lesado pelaconduta estatal provar a existência da culpa do agente ou do serviço, ficandoo fator culpa desconsiderado como pressuposto da responsabilidade objetiva;a caracterização da responsabilidade objetiva requer, apenas, a ocorrênciade três pressupostos: o fato administrativo, a ocorrência de dano e o nexocausal.

Questão 2. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Área Judiciária/2011) Com referência àresponsabilidade civil do Estado e supondo que um aluno de escola públicatenha gerado lesões corporais em um colega de sala, com uma arma de fogo,

no decorrer de uma aula, julgue: No caso considerado, existe a obrigação doEstado em indenizar o dano causado ao aluno ferido.

Questão 3. (Cespe/TRE – ES/Analista Judiciário/Área administrativa/2011) A responsa-bilidade civil do Estado no caso de morte de pessoa custodiada é subjetiva.

Questão 4. (Cespe/TRE – ES/Analista Judiciário/Área administrativa/2011)A responsabi-lidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, sendo necessária acomprovação da negligência na atuação estatal, ou seja, a prova da omissãodo Estado, em que pese o dever legalmente imposto de agir, além do dano edo nexo causal entre ambos.

Questão 5. (Cespe/Analista/TRE-MA/2009) A responsabilidade civil subjetiva funda-sena teoria do risco.

Questão 6. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) O fundamento da teoria da responsabilidadeobjetiva, trazida na CF e adotada atualmente no Brasil, é a teoria do riscoadministrativo.

Questão 7. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) Para configurar-se a responsabilidade ob- jetiva do Estado, basta apenas a comprovação de dois pressupostos: o fatoadministrativo e o dano.

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(Cespe/MPE-RR/Contador/2008) Determinada autarquia do Estado, cuja finalidade érecuperar estradas em más condições de uso, realizava obras em trecho movimentadoda rodovia, sendo obrigada a interditar uma das pistas. Em razão da má sinalização

existente nas proximidades da obra, um motorista alegou que o acidente com seuveículo foi causado pela imprudência dos responsáveis pela obra e decidiu ingressarcom ação de reparação de danos junto ao Poder Judiciário. Com base nessa situaçãohipotética, julgue os dois itens a seguir, sobre a responsabilidade civil do Estado.

Questão 8. No caso descrito, o condutor deverá, obrigatoriamente, demonstrar que oacidente ocorreu por culpa ou dolo da autarquia.

Questão 9. Caso o Estado venha a ser condenado pelos danos causados ao motorista, terádireito de regresso contra os servidores responsáveis, se restar demonstradoque eles agiram com dolo ou culpa.

Questão 10. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Caso a Administra-ção Pública observe que determinado agente público tenha causado danoa particular, ela poderá, antes mesmo de ser condenada, entrar com açãoregressiva contra o referido agente, buscando ressarcir-se dos prejuízos quelhe forem causados.

Questão 11. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) A administraçãopode ingressar com ação regressiva contra o agente público causador dodano, independentemente da comprovação de culpa ou dolo.

Questão 12. (Cespe/AUGE-MG/2008)Considere a seguinte situação hipotética. Determinadoservidor público, ao praticar ato de natureza funcional, causou dano direto aterceiro. Restou provado, porém, que o servidor não agiu com culpa ou dolo.Nessa situação, o Estado deve responder pelo dano, mas exercer seu direitode regresso contra o servidor, cuja culpa é presumida, tendo em vista serobjetiva a responsabilidade dos agentes estatais frente ao poder público.

Questão 13. (Cespe/Direito/CEF/2010) Na hipótese de falha do serviço público prestadopelo Estado, é desnecessária a comprovação do nexo de causalidade entre aação omissiva atribuída ao poder público e o dano causado a terceiro.

Questão 14. (Cespe/Analista/Finep/2009) Em se tratando de conduta omissiva do Estado, aresponsabilidade indenizatória é objetiva, logo não deve ser discutida a culpaestatal, mas apenas o dano e o nexo de causalidade.

Questão 15. (Cespe/Analista/Finep/2009) A responsabilidade civil do estado nos casos de mortede pessoas custodiadas é subjetiva, uma vez que ela está baseada na ausência doserviço de proteção à integridade física dos detentos. Logo, além do dano e do nexode causalidade, faz-se necessária a comprovação da culpa estatal.

Questão 16. (Cespe/Direito/CEF/2010) No caso de danos causados por rebelião em presídio,

que resulte na morte de detento, o STJ possui entendimento pacificado deque a responsabilidade do Estado somente ocorrerá na hipótese de restardemonstrada a culpa (ou dolo) do agente público responsável pela guarda.

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Gabarito:

01-C 02-C 03-E 04-C 05-E 06-C 07-E 08-E 09-C

10-E 11-E 12-E 13-E 14-E 15-E 16-E

  COMENTÁRIO 7.1.1

Conforme art. 37 § 6o da Constituição Federal, as pessoas jurídicas dedireito público e as de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que os seus agentes causarem a terceiros; poste-riormente, essas pessoas jurídicas poderão se voltar contra o agente públicopleiteando a devolução do valor indenizado ao particular (é o chamado direitode regresso) em se comprovando o dolo ou a culpa do agente.

Isso significa dizer que a responsabilidade do agente é subjetiva (depen-dente de comprovação de dolo ou culpa) enquanto a responsabilidade civil do

 Estado é objetiva (independente de dolo ou culpa); essa sistemática adotadano Brasil como regra  pelo referido dispositivo constitucional é a chamadateoria do risco administrativo.

 Além dessa, é aplicada no Brasil, ainda que de forma excepcional, a teoriada culpa administrativa, pela qual o Estado será obrigado a indenizar pre-

 juízos causados a um particular pela falha na prestação de um serviço público

(por exemplo, por não consertar buracos em rodovias de forma reiterada); nessahipótese, o particular será obrigado a provar a culpa do Estado, ou seja, que oprejuízo ocorrido derivou da não prestação do serviço corretamente, pelo que,aqui, a responsabilidade do Estado é subjetiva.

Em regra, a teoria do risco administrativo se aplica às ações dos agen-tes, ou seja, aos atos comissivos, enquanto a teoria da culpa administra-tiva, ou anônima, se aplica às omissões do Estado, aos atos omissivos.

 Apesar disso, quando o Estado se omite em seu dever de zelar pelas pes-

soas colocadas sob sua responsabilidade, sob sua custódia (por exemplo, emdanos sofridos por alunos em escolas públicas ou por detentos em prisões) aresponsabilidade será objetiva.

Para que haja a responsabilidade objetiva é necessário demonstrar--se, além do dano sofrido, o nexo causal (ou seja, que o dano sofrido estárelacionado com a Administração, mesmo que não se exija provar a  culpa da

 Administração, uma vez que a responsabilidade é objetiva).

Na responsabilidade subjetiva é necessária a comprovação (além de danoe nexo causal) de culpa do agente/do Estado.

Questão 1: Certa. Na responsabilidade objetiva exige-se a demonstração dodano e do nexo causal, mas não da culpa.

Capítulo 7 I  Responsabilidade Civil do Estado

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Questão 2: Certa. Nesse caso, o Estado responde objetivamente pelos danoscausados ao aluno que estava sob sua custódia.

Questão 3: Errada. Nesse caso a responsabilidade é objetiva.

Questão 4: Certa. Em caso de omissão na prestação de um serviço público aresponsabilidade civil estatal é subjetiva. Cabe ao particular provar a culpado Estado, por ter se omitido quando deveria, e poderia, ter agido a fim deevitar o prejuízo causado.

Questão 05: Errada. A responsabilidade subjetiva baseia-se na teoria daculpa.

Questão 6: Certa. No caso da responsabilidade objetiva aplica-se a teoriado risco.

Questão 7: Errada. É necessária a comprovação ainda do nexo causal.

Questão 8: Errada. Neste caso a Autarquia causou prejuízo ao particularem sua atuação, uma vez que estava realizando os serviços de recuperação daestrada, e não por sua omissão, razão pela qual só precisa ser comprovado odano e o nexo causal, e não a culpa do Estado.

Questão 9: Certa. O Estado terá direito de regresso  contra os agentesresponsáveis em caso de dolo ou culpa dos mesmos.

Questão 10: Errada. O Estado não pode querer obter regressivamente contrao agente um valor que ainda não foi condenada a pagar, uma vez que isso ca-racterizaria enriquecimento sem causa. O erro, portanto, é a expressão “antesmesmo de ser condenada”.

Questão 11: Errada. A ação regressiva exige a prova de dolo ou culpa do agente.

Questão 12: Errada. A responsabilidade do agente é subjetiva, e não objetiva,não podendo ser “presumida” a culpa do agente.

Questão 13: Errada. Em qualquer hipótese de responsabilização do Estadodeve-se comprovar o nexo causal.

Questão 14: Errada. A responsabilidade aqui é subjetiva, em razão daomissão estatal.

Questão 15: Errada. Em caso de pessoas custodiadas, responde o Estado deforma objetiva, como comentado anteriormente.

Questão 16: Errada. Também nesse caso a responsabilidade estatal é obje-tiva, portanto, não se exige a comprovação de dolo ou culpa na conduta dos

agentes públicos encarregados.

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Questão 17. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) As pessoas jurídicas de direito privado presta-doras de serviços públicos estão sujeitas à responsabilidade subjetiva comum.

Questão 18. (Cespe/AUGE-MG/2008)Considere a seguinte situação hipotética. O empregadode uma empresa pública que se dedica à exploração de atividade econômicapraticou ato que causou prejuízo a terceiro, ficando comprovado que nãohouve culpa ou dolo na conduta do empregado. Nessa situação, a empresapública citada deve responder pelo prejuízo causado, à luz do conceito daresponsabilidade comum do Direito Civil, pois, por se dedicar à exploraçãode atividade econômica, ela é regida pelas normas aplicáveis às empresasprivadas, não estando sujeita à responsabilidade civil objetiva.

Questão 19. (Cespe/AUGE-MG/2008)Considere a seguinte situação hipotética. O empre-gado de uma empresa privada prestadora de serviço público, no exercíciode suas atribuições, causou dano a terceiro. Nessa situação, o empregadodeve responder individualmente pelos prejuízos, uma vez que as empresasprivadas, mesmo que prestem serviço público, não estão sujeitas à teoria daresponsabilidade civil objetiva aplicável às pessoas de direito público.

Questão 20. (Cespe/Analista/MDIC/2008) Os atos das pessoas jurídicas de direito privadoprestadoras de serviços públicos podem gerar a responsabilidade do Estado.

Questão 21. (Cespe/Analista/Finep/2009) Na hipótese de concessão ou permissão deserviço público, o particular afetado injustamente por ato de agente vinculado

à empresa concessionária ou permissionária deve acionar judicialmente opoder concedente, que é o responsável pela indenização a ser paga.

Gabarito:

17-E 18-C 19-E 20-C 21-E

  COMENTÁRIO 7.1.2

Não é qualquer pessoa jurídica que possui responsabilidade objetiva pelosdanos causados por seus agentes, só as de direito público e as de direito

privado prestadoras de serviço público, assim:• União, estados, Distrito Federal, municípios, autarquias, fundações

de direito público (PJ de direito público): responsabilidade objetiva

• Empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações de direitoprivado e empresas privadas (PJ de direito privado) que prestem serviçopúblico: responsabilidade objetiva

• Empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações de direitoprivado e empresas privadas (PJ de direito privado) que NÃO prestem

serviço público: responsabilidade subjetiva

Capítulo 7 I  Responsabilidade Civil do Estado

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Ou seja, nem toda a Administração possui responsabilidade objetiva, umavez que as EP e as SEM que desempenhem atividade econômica, não presta-

doras de serviço público, estão excluídas, respondendo de forma subjetiva, nosmoldes do direito privado (por exemplo, a Caixa Econômica Federal, o Bancodo Brasil e a Petrobras), e, por outro lado, possuem responsabilidade objetiva pessoas jurídicas privadas prestadoras de serviço público que não integrama Administração, como as concessionárias de serviços públicos, empresas detelefonia, transporte, telecomunicações, entre outras.

Questão 17: Errada. As pessoas jurídicas privadas prestadoras de serviçopúblico estão sujeitas a responsabilidade civil objetiva.

Questão 18: Certa. Empresa pública não prestadora de serviço público res-ponde subjetivamente.

Questão 19: Errada. A responsabilidade é da empresa privada prestadora deserviço público, de forma objetiva, e não diretamente do empregado. Poste-riormente, poderá a empresa ter o direito de regresso contra o empregadonos casos de dolo ou culpa deste.

Questão 20: Certa. Responsabilidade civil objetiva.

Questão 21: Errada. Aqui, quem responde objetivamente pelos danos cau-

sados é a própria concessionária  (pessoa jurídica privada prestadora deserviço público) e não o Poder Concedente, ou seja, o Estado, que concedeu aprestação do serviço à empresa.

7.2. Excludentes de Responsabilidade

Questão 22. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) De acordo com a responsabilidade objetivaconsagrada na CF, mesmo na hipótese de o poder público comprovar a culpaexclusiva da vítima, ainda assim persiste o dever de indenizá-la.

Questão 23. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) O Estado não responde civilmente pelos danos

causados por atos praticados por agrupamentos de pessoas ou multidões, porse tratar de atos de terceiros que caracterizam uma excludente de causalidade,salvo quando se verificar omissão do poder público em garantir a integridadedo patrimônio danificado, hipótese em que a responsabilidade civil é subjetiva.

Questão 24. (Cespe/Analista/MDIC/2008) Em caso de danos causados por atos de mul-tidões, somente é possível responsabilizar o Estado caso se comprove suaparticipação culposa.

Questão 25. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Administrador/2008) A responsabilidade civil daAdministração Pública implica a reparação de danos causados a terceiros

em virtude da prestação de serviços públicos, mesmo em situações de forçamaior ou nos casos em que se comprove a culpa exclusiva da vítima.

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Questão 26. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) A administraçãopode ser condenada a ressarcir danos causados, ainda que se comprove culpaexclusiva do particular.

Questão 27. (Cespe/Analista/Finep/2009) Considere que determinado paciente, que sofrede depressão, esteja internado há dois meses em hospital público estadualpara tratamento de tuberculose crônica. Nessa situação, caso venha a sesuicidar dentro da unidade hospitalar, não há responsabilidade civil indeniza-tória do Estado, ainda que a administração não tenha providenciado vigilânciapermanente sobre o enfermo.

Questão 28. (Cespe/Analista/Finep/2009) Considere que João tenha ajuizado ação deindenização por danos morais e materiais, em desfavor do estado do Rio deJaneiro, a fim de ser indenizado pelos prejuízos suportados em virtude dofalecimento do filho, em decorrência de uma bala perdida que atingiu a cabeçadele, disparada por arma de fogo portada por menor, foragido há oito dias deunidade de semiliberdade da capital, o qual pretendia alvejar dois desafetospara vingar a morte de um colega. Nesse caso, em razão da falha do serviçode custódia do estado, este deve ser condenado a indenizar João.

Questão 29. (Cespe/Analista/TRE-GO/2009) Um caminhão trafegava por uma rodoviamantida pela União quando sofreu um acidente com capotagem. A velocida-de empreendida pelo motorista era a permitida, e a capotagem foi causadapelos bruscos movimentos realizados para desviar de uma série de buracos

presentes na pista. O acidente danificou o caminhão e gerou a perda de todaa carga. Com base nessa situação, assinale a opção correta.

a) Houve culpa exclusiva da vítima.b) Está presente o caso fortuito.c) A responsabilização do Estado ocorrerá na forma subjetiva.d) No caso presente, a identificação do agente público causador do dano é de fácil

identificação, o que possibilita ao Estado valer-se de ação regressiva, caso sejaobrigado a indenizar a vítima.

Questão 30. (Cespe/TCE-AC/Administrador/2008) Quanto à responsabilidade civil doEstado, assinale a opção correta.a) A absolvição do servidor público na esfera penal, por ausência de provas, afasta a

responsabilidade civil do Estado.b) O Estado arcará integralmente com o dano causado à vítima, independentemente

de a culpa ser ou não exclusiva do servidor.c) O Direito brasileiro adota a teoria do risco administrativo na responsabilidade civil

do Estado.d) No Direito brasileiro, adota-se a teoria da responsabilidade civil subjetiva do Es-

tado.

e) É cabível ação regressiva contra servidor responsável por dano, apenas quandoficar comprovado que ele agiu com dolo.

Capítulo 7 I  Responsabilidade Civil do Estado

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Gabarito:

22-E 23-C 24-C 25-E 26-E 27-C 28-E 29-C 30-C

  COMENTÁRIO 7.2.1

São hipóteses que excluem, afastam a responsabilidade civil do Estado ocaso fortuito, a força maior e a culpa exclusiva do particular. O casofortuito e a força maior significam situações imprevisíveis, em que o Estado nãopoderia prever o acontecimento. Parte da doutrina defende que o caso fortuitoseria evento da natureza, como um raio ou uma tempestade, enquanto a forçamaior seria um evento humano, como uma guerra ou um tumulto provocadopor uma multidão. Para que, nesses dois casos, haja a exclusão de responsa-bilidade do Estado, deve haver a real impossibilidade de o Estado prever ese antecipar ao dano, caso contrário, haverá a responsabilidade estatal porsua omissão, ao não agir preventivamente, respondendo o Estado de formasubjetiva (questões 23 e 24).

Questão 22: Errada. A culpa exclusiva do particular afasta completamentea responsabilidade do Estado. Caso a culpa do particular fosse concorrentecom a culpa do Estado, haveria aqui uma responsabilidade mitigada, ou seja,dividida com o particular.

Questão 23: Certa. A força maior, ou a culpa de terceiros, quando imprevisível,afasta a responsabilidade estatal.

Questão 24: Certa. Como na questão anterior, o Estado só responderá seprovado que o Estado sabia ou deveria saber que poderiam ser causados danospor multidões e nada fez, agindo culposamente por sua omissão.

Questão 25: Errada. A força maior e a culpa exclusiva da vítima afastama responsabilidade estatal.

Questão 26: Errada, conforme questão anterior.

Questão 27: Certa. Entendeu-se que houve culpa exclusiva do particu-lar, que se suicidou, afastando a responsabilidade estatal; como o paciente foiinternado para tratamento de tuberculose, o Estado não poderia prever queele sofria de depressão e que talvez tentasse se suicidar, portanto, não se podealegar a omissão do Estado em cuidar do paciente colocado sob sua custódia.

Questão 28: Errada. A questão é polêmica; tem entendido o STF que só háresponsabilidade estatal em caso de crimes praticados por fugitivos do sistemaprisional quando devidamente caracterizado o nexo causal, ou seja, quando

provado que, se o mesmo estivesse preso, o crime não ocorreria. Na questão,

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como ele estava em regime de semiliberdade, saindo da unidade durante o diae retornando à prisão à noite, o crime poderia ter ocorrido ainda que ele não

estivesse foragido, durante o período diurno.Questão 29: O Estado responde subjetivamente, por sua omissão  naprestação do serviço de manutenção da rodovia, pela teoria da culpa adminis-trativa; é difícil identificar o agente que se omitiu, razão pela qual é tambémconhecida como culpa anônima.

Questão 30: A letra C retrata a regra, sendo o gabarito, afastando, portanto,a letra D que, apesar de não estar errada, demonstra teoria adotada de formaexcepcional. A letra A está errada, pois a condenação ou absolvição penal doservidor não interferem na responsabilidade civil do Estado. A letra B, malformulada, quis dizer que, se a culpa não for exclusiva do servidor, é porquedeve ter havido culpa exclusiva ou ao menos concorrente da vítima, quandoentão a responsabilidade do Estado será afastada ou ao menos reduzida. Naletra E o erro é a palavra “apenas”, pois haverá ação regressiva também nahipótese de culpa, além de dolo.

7.3. Evolução das Teorias sobre a Responsabilidade Estatal

Questão 31. (Cespe/Direito/CEF/2010) A teoria do risco integral somente é prevista pelo

ordenamento constitucional brasileiro na hipótese de dano nuclear, caso emque o poder público será obrigado a ressarcir os danos causados, ainda queo culpado seja o próprio particular.

Questão 32. (Cespe/Procurador/Vitória/2007) A doutrina da culpa administrativa repre-senta um estágio de transição entre a doutrina da responsabilidade civilísticae a tese objetiva do risco administrativo.

Questão 33.- (Cespe/TJDFT/2008) A responsabilidade civil passou por vários estágios,iniciando-se com a irresponsabilidade do Estado, evoluindo para a responsabi-lidade com culpa, chegando, na atualidade, à teoria do risco integral, adotada

pela CF, segundo a qual a responsabilidade independe da demonstração deculpa ou dolo.

Questão 34. (Cespe/PGE-CE/2008) Nos Estados absolutistas, negava-se a obrigação daAdministração Pública de indenizar os prejuízos causados por seus agentesaos administrados, com fundamento no entendimento de que o Estado nãopodia causar males ou danos a quem quer que fosse (the king can do nowrong). Segundo a classificação da doutrina, a teoria adotada nesse períodoera a teoria do risco integral.

Questão 35. (Cespe/Analista/Cerpro/2008) Pela teoria do risco integral, a ambulância de

um hospital público que venha a atropelar um ciclista não será civilmenteresponsável pelo fato se houver culpa exclusiva do ciclista.

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Gabarito:

31-C 32-C 33-E 34-E 35-E

  COMENTÁRIO 7.3.1

Resumo esquemático

1) Teoria da irresponsabilidade: Estado não pode ser responsabi-lizado.

2) Teoria da culpa: Estado poderá ser responsabilizado se compro-vada sua culpa (responsabilidade subjetiva):2.1) Teoria da culpa civil: respondendo nos moldes do Direito

Civil.2.2) Teoria da culpa administrativa: omissão na prestação deserviço público.

3) Teoria do risco: Estado será responsabilizado independente-mente de culpa (responsabilidade objetiva):3.1) Teoria do risco administrativo: presunção relativa da res-

ponsabilidade estatal3.2) Teoria do risco integral: presunção absoluta da responsabi-

lidade estatal

 As teorias acerca da responsabilidade civil do Estado passaram por umaevolução ao longo dos tempos, iniciando pela teoria da irresponsabilidadedo Estado por atos dos seus agentes (teoria adotada nos países absolutistas,que nunca chegou a ser adotada no Brasil), passando pela culpa civil (res-ponsabilidade subjetiva adotada pelo Código Civil no Direito privado, em quesó há responsabilidade em caso de culpa), depois pela culpa administrativa(adotada no Brasil de forma excepcional), chegando ao risco administrati-vo (regra no Brasil) e a do risco integral, na qual a presunção de culpa doEstado seria absoluta, ou seja, sem a possibilidade de comprovação de culpado particular como causa excludente de sua responsabilidade, teoria esta nãoadotada em nosso país.

Questão 31: Certa. Parte da doutrina defende que a teoria do risco integralpode ser aplicada em apenas uma única hipótese, qual seja, a responsabilidadecivil da União por danos nucleares causados aos particulares, ainda que com aculpa desses particulares. Assim, por exemplo, se um particular furtar materialradioativo de uma usina nuclear e sofrer danos, terá de ser ressarcido peloEstado, não podendo ser alegada a culpa exclusiva da vítima como excludentede responsabilidade.

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Questão 40. (Cespe/AUGE-MG/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Um ex--detento ingressou com ação de indenização contra o Estado por ter sido con-denado em virtude de sentença que continha erro judiciário. Nessa situação,

o Estado não pode ser civilmente responsabilizado, pois quem responderápelo erro judiciário é o juiz que proferiu a sentença.

Questão 41. (Cespe/Abin/Oficial técnico de inteligência/Direito/2010) De acordo com a jurisprudência atual do Supremo Tribunal Federal (STF), não se aceita a teseda responsabilidade civil do Estado nos casos de prisão preventiva de acusadoque, depois, seja absolvido.

Questão 42. (Cespe/TCE-BA/Procurador do MP junto ao TCE/2010) Se determinada pessoa,submetida a investigação penal pelo poder público, for vítima da decretaçãode prisão cautelar, embora não tenha tido qualquer participação ou envolvi-mento com o fato criminoso, e, em decorrência direta da prisão, perder o seuemprego, tal situação acarretará responsabilidade civil objetiva do Estado.

Questão 43. (Cespe/AUGE-MG/2008) Quando o dano causado a particular resultar de atolegislativo, o Estado estará isento da obrigação de repará-lo, mesmo que a leitenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF),pois o Poder Legislativo, no exercício de suas atribuições, atua com indepen-dência e soberania, editando normas gerais e abstratas que alcançam todasas pessoas indistintamente, sem que haja quebra do princípio da igualdadede todos perante a lei.

Gabarito:

36-C 37-E 38-C 39-E 40-E 41-C 42-C 43-E

  COMENTÁRIO 7.4.1

• Em regra, a responsabilidade civil do Estado se refere aos danos cau-sados pelo Poder Público em sua função administrativa, e não emsuas funções jurisdicionais e legislativas.

•  A  atuação jurisdicional,  em regra,  não gera responsabilidadecivil do Estado, salvo em caso de erro judiciário (erro na sentençacondenatória, somente na esfera penal; assim, uma decisão traba-lhista equivocada, por exemplo, não gera obrigação de indenização aoparticular prejudicado).

Um mandado de prisão preventiva que, posteriormente, se verifique incor-reto, não caracteriza um erro judiciário (pois não houve sentença alguma),sendo assim, em regra, não gera a responsabilidade estatal (questão 41), noentanto, o STF já determinou a indenização civil quando essa prisão traz pre-

 juízo irreparável ao particular, como no caso de perda do emprego (questão 42).

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•  A atuação legislativa em regra não gera a possibilidade de indeni-zação do Estado, uma vez que o Estado edita normas gerais e abstratas

que beneficiam ou prejudicam a todos. Excepcionalmente, poderáhaver essa responsabilização quando a lei é editada de forma concreta,vindo a atingir determinada(s) pessoa(s) de forma particular; parte dadoutrina entende ainda que possa haver responsabilidade estatal porleis posteriormente declaradas inconstitucionais (questão 43).

Questão 36: Certa. A questão retrata típica atuação administrativa do Estado,de intervenção no domínio econômico, razão pela qual é possível a responsa-bilização objetiva por danos causados aos particulares.

Questão 37: Errada. Devemos entender a afirmativa da questão no sentido

de que “nunca haverá a responsabilidade do Estado por atos judiciais”, o que éincorreto uma vez que, ainda que de forma excepcional, o Estado responderá,sim, por erro judiciário.

Questão 38: Certa. A responsabilidade estatal não se aplica aos atos jurisdi-cionais, salvo na hipótese legal de erro judiciário.

Questão 39: Errada. O magistrado é um agente político, portanto agente pú-blico e, assim, a responsabilidade é do Estado, e não diretamente do magistrado,podendo haver posteriormente ação regressiva contra o mesmo.

Questão 40: Errada. Nessa hipótese, haverá a responsabilidade civil do Estadopor erro judiciário.

Questão 41: Certa. Como comentado, o mandado de prisão preventiva incor-reto não caracteriza erro judiciário, logo, não gera direito à indenização.

Questão 42: Certa. Conforme decisão do STF, nesse caso excepcional, o Estadoserá obrigado a indenizar o prejuízo do particular com a perda do emprego,ainda que, nesse caso, não tenha havido qualquer erro judiciário.

Questão 43: Errada. A questão adotou a tese doutrinária não pacífica de que

o Estado responde civilmente por prejuízos causados por leis posteriormentedeclaradas inconstitucionais.

7.5. Ação Indenizatória

Questão 44. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) As ações de ressarcimento propostas peloEstado contra os seus agentes prescrevem no prazo de dez anos.

Questão 45. (Cespe/Analista/MDIC/2008) Prescreve em dez anos o direito de regresso doEstado contra seu agente diretamente envolvido na produção de dano a terceiro.

Questão 46. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) O prazo para a Ad-ministração Pública entrar com ação regressiva contra o agente causador dedano é de cinco anos.

Capítulo 7 I  Responsabilidade Civil do Estado

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Questão 47. (Cespe/Analista/Cerpro/2008) Uma concessionária do serviço público fede-ral causou danos morais a determinado usuário do serviço. Nesse caso, aresponsabilidade da concessionária será objetiva, e o prazo prescricional da

ação de cinco anos.

Questão 48. (Cespe/AGU – Procurador/2010) A responsabilidade civil objetiva da conces-sionária de serviço público alcança também não usuários do serviço por elaprestado.

Questão 49. (Cespe/Direito/CEF/2010) Segundo a jurisprudência atual do STF, o art. 37, §6o da Constituição Federal de 1988 (CF) deve ser interpretado no sentido dedefinir que a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privadoprestadoras de serviço público é objetiva somente em relação aos usuáriosdo serviço, não se estendendo tal entendimento para os não usuários.

Questão 50. (Cespe/PGE-CE/2008) Perante o transportado, a responsabilidade da trans-portadora que exerça função pública sob concessão é contratual e subjetiva.

Questão 51. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Os sucessores de ser-vidor público causador de dano a particular podem ser responsabilizados pelosprejuízos que a administração seja obrigada a pagar, estando a responsabilidadelimitada ao valor do patrimônio deixado pelo falecido aos seus sucessores.

Questão 52. (Cespe/Procurador-Vitória/2007) No atual estágio da doutrina da responsa-bilidade da Administração Pública pelos atos de seus agentes, a indenização

decorrente de atos lesivos limita-se aos danos materiais.

Questão 53. (Cespe/Direito/CEF/2010) Segundo a jurisprudência majoritária do STJ, nasações de indenização fundadas na responsabilidade civil objetiva do Estado, éobrigatória a denunciação à lide do agente supostamente responsável pelo atolesivo, até mesmo para que o poder público possa exercer o direito de regresso.

Gabarito:

44-E 45-E 46-E 47-C 48-C 49-E 50-E 51-C 52-E

53-E

  COMENTÁRIO 7.5.1

O particular lesado por ato estatal deverá ingressar com ação judicialpleiteando a indenização enquanto ainda não tiver ocorrido a prescrição; deacordo com a Lei no 9.494/1997, “prescreverá em cinco anos o direito de obter

indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito

 público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de ser-

viços públicos”. De forma diversa, o Estado poderá ingressar com ação civil

de ressarcimento contra quem lhe tenha causado lesão a qualquer tempo sendo, portanto, imprescritível essa ação, conforme determina o art. 37 § 5o da CF (assim, não há qualquer prazo, nas questões 44 a 46).

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O STF, pacificando controvérsia sob a questão, decidiu que as concessio-nárias de serviços públicos respondem objetivamente pelos danos causados

aos particulares, sejam estes usuários dos serviços públicos (como o particulartransportado por empresa de ônibus, da questão 50) ou não (como um pedestreao atravessar a rua, em relação à mesma empresa de ônibus).

Pelo princípio da impessoalidade, não é a pessoa do agente público quecausa prejuízo ao particular, mas sim o Estado, assim, deve o particular acionar

 judicialmente o Estado, não podendo fazê-lo diretamente contra o agente,nem mesmo acionar simultaneamente Estado e agente público (litisconsórciopassivo), nem poderá o agente ser chamado a se defender nessa ação entreo particular e o Estado (denunciação à lide). O agente só pode responder

regressivamente perante o Estado, após a condenação estatal, em caso dedolo ou culpa.

Questão 44: Errada. A ação civil de ressarcimento aos cofres públicos é im-prescritível.

Questões 45 e 46: Erradas. Da mesma forma, a ação civil de regresso contrao agente público é imprescritível.

Questão 47: Certa. Conforme a Lei no 9.494/1997, a ação civil contra a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público (caso da concessioná-

ria) prescreve em cinco anos.Questões 48 e 49: A responsabilidade objetiva da pessoa jurídica prestadorade serviço público abrange os prejuízos causados a usuários e não usuários do serviço.

Questão 50: Errada. A responsabilidade da empresa prestadora de serviçopúblico é objetiva.

Questão 51: Certa. A obrigação de indenizar regressivamente o Estado seestende aos sucessores do servidor, limitada ao valor do patrimônio deixado

para eles.

Questão 52: Errada. A indenização civil abrange os danos materiais, incluindoos danos emergentes (prejuízos imediatos) e lucros cessantes (valores que oparticular deixa de receber em decorrência do fato ocorrido, como, por exemplo,o que o taxista deixa de lucrar durante o período em que seu táxi é consertado),e os danos morais causados à vítima.

Questão 53: Errada. A ação de indenização é movida em face do Estado, e oagente não pode ser chamado a se defender nessa ação (não há denunciação à

lide). Posteriormente, se condenado, poderá o Estado acionar regressivamenteo agente, quando então precisará provar a culpa ou o dolo desse agente.

Capítulo 7 I  Responsabilidade Civil do Estado

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Questão 54. (Cespe/PGE-PB/2008) A obrigação do Estado de indenizar o particular inde-pende de culpa da administração, visto que a responsabilidade é objetiva. Oagente público causador do dano deverá ressarcir a administração, desde que

comprovada a existência de culpa ou dolo do agente. Com relação aos efeitosda ação regressiva do Estado contra o agente público, julgue os seguintes itens.

I – Os efeitos da ação regressiva transmitem-se aos herdeiros e sucessores doagente público culpado, respeitado o limite do valor do patrimônio transferido.

II – A ação regressiva pode ser movida mesmo após terminado o vínculo entre oagente e a Administração Pública.

III – A ação por meio da qual o Estado requer ressarcimento aos cofres públicos deprejuízo causado por agente público considerado culpado prescreve em cincoanos.

IV – A orientação dominante na jurisprudência e na doutrina é de ser cabível, emcasos de reparação do dano, a denunciação da lide pela administração a seusagentes.

Estão certos apenas os itens

a) I e II. d) I, III e IV.b) I e IV. e) II, III e IV.c) II e III.

Questão 55. (Cespe/PGE-AL/2009) É firme e atual o entendimento do STF de que a respon-sabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviçopúblico de transporte é objetiva relativamente aos usuários do serviço, nãose estendendo a pessoas outras que não ostentem a condição de usuário.

Questão 56. (Cespe/PGE-AL/2009) Não resta caracterizada a responsabilidade civil objetivado Estado se um policial militar, em seu período de folga e em trajes civis,efetua disparo com arma de fogo pertencente à corporação e atinge pessoainocente, provocando-lhe danos.

Questão 57. (Cespe/PGE-AL/2009) O Estado não é objetivamente responsável por danocausado por funcionário de fato.

Questão 58. (Cespe/PGE-AL/2009) A responsabilidade civil pelos atos causados pelosagentes das empresas públicas e sociedades de economia mista prestadorasde atividade econômica é objetiva.

Questão 59. (Cespe/PGE-AL/2009) Considere a seguinte situação hipotética: Geraldo foicondenado e submetido a regime prisional aberto. Em sete ocasiões, Geraldopraticou a falta grave de evasão, sem que as autoridades responsáveis pelaexecução da pena lhe passassem para o regime fechado. Na oitava fuga, Ge-raldo estuprou Vânia justamente no período em que deveria estar recolhidoà prisão. Nessa situação, está configurado o nexo de causalidade entre a

omissão do Estado e o evento danoso a ensejar a responsabilidade civil doente público.

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Questão 60. (Cespe/TCE-ES/2009) Maria utilizava todos os dias determinada linha deônibus, de empresa concessionária de serviço público. Como eram muitocomuns assaltos em determinada região da cidade, devido à ausência de po-

liciamento ostensivo, mesmo após as várias correspondências e solicitaçõesencaminhadas ao secretário de segurança pública, Maria acabou sendo mortapor um projétil disparado por Pedro, que estava em uma parada de ônibusassaltando Jorge, o qual resistiu ao assalto, o que acabou por forçar Pedroa efetuar os disparos. Com base nessa situação hipotética, assinale a opçãocorreta a respeito da responsabilidade civil do Estado.

a) Conforme recente entendimento do STJ, na situação descrita, o prazo prescricio-nal da ação civil de reparação de danos contra o Estado é de cinco anos, conformepreceitua o Código Civil.

b) Nessa situação, a ação civil deverá ser proposta contra a concessionária de servi-ço público, já que ela é responsável objetivamente pela segurança do transportepúblico, não havendo qualquer causa excludente dessa responsabilidade.

c) Nessa situação, o STF tem entendido que haveria responsabilidade civil objeti-va do Estado, diante da falta de um serviço específico de segurança pública aque estaria obrigado o Estado, que, no caso, estava ciente dos constantes crimesocorridos na área.

d) Na situação descrita, uma vez identificado o servidor público que se omitiu, seráobrigatória a sua denunciação à lide, nas ações de indenização fundadas na res-ponsabilidade civil objetiva do Estado, sob pena da perda do direito de regresso.

e) Na hipótese, a ação poderá ser proposta diretamente contra o servidor omisso,alegando-se a responsabilidade civil objetiva.

Gabarito:

54-A 55-E 56-E 57-E 58-E 59-C 60-C

  COMENTÁRIO 7.5.2

Questão 54: A obrigação de indenizar se estende aos sucessores (item I); aação civil contra o agente pode se dar após o desligamento do servidor (item

II) ou mesmo da sua morte, ou seja, a qualquer tempo (item III); não se admitea denunciação da lide ao agente público (item IV).

Questão 55: Errada. Como já visto, a responsabilidade objetiva abrangeusuários e não usuários.

Questão 56: Errada. Uma vez que o policial utiliza uma arma da corporação,o Estado tem responsabilidade pelos danos causados. Se o agente policial dirigeviatura ou porta arma de fogo da corporação, ainda que em período de folga,há a responsabilidade in vigilando do Estado, ou seja, por não ter vigiado,controlado a atuação do seu agente e a responsabilidade in eligendo, por terescolhido (“eleito”) um agente que não possui capacidade para atuar em nomedo Estado.

Capítulo 7 I  Responsabilidade Civil do Estado

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Questão 57: Errada. O “funcionário de fato” é aquele que atua regularmentecomo agente público durante certo período de tempo apesar de haver algum

vício em sua investidura que só é descoberto a posteriori, como o que ocorre emrelação a um servidor que tenha tomado posse irregularmente sem aprovaçãoem concurso público. O Estado deve se responsabilizar pelos atos praticadospor esse agente da mesma forma que os demais agentes, uma vez que, parao particular prejudicado, pouco importa que aquele agente tenha ou não sidoinvestido regularmente no cargo.

Questão 58: Errada. A responsabilidade dessas pessoas jurídicas de direitoprivado que não prestam serviço público, uma vez que exploram atividadeeconômica, é subjetiva.

Questão 59: Certa. Nesse caso, a Administração deveria ter agido de formaa se antecipar e impedir as seguidas fugas do detento, restando demonstradaa sua omissão e o nexo causal entre a sua atuação e o dano causado à vítima,gerando a responsabilização estatal.

Questão 60: A letra A retrata entendimento (ainda não pacificado na doutrinae na jurisprudência) segundo o qual, a partir do novo Código Civil de 2002, oprazo prescricional contra o Estado não mais seria aquele de cinco anos pre-visto na Lei no 9.494/1997, uma vez que o novo Código Civil estabeleceu prazo

prescricional de três anos para ações de reparação civil na órbita privada (art.206 § 3o, V do C.C). Como, para o acusado, o prazo prescricional de três anosé mais benéfico que o de cinco anos, entendeu-se que não se poderia aplicarao Estado uma norma menos benéfica que aquela aplicável aos particulares e,assim, aplicar-se-ia às pessoas jurídicas de direito público e às pessoas jurídicasde direito privado prestadoras de serviço público o mesmo prazo prescricionalde três anos.

O erro da letra B é que a ação civil poderá ser proposta contra o Estado, queagiu de forma omissa na prestação do serviço público de segurança, e não

contra a concessionária, que não tem essa incumbência. As letras D e E estão erradas, uma vez que não se admite denunciação à lidenem a ação diretamente contra o servidor, como visto no Comentário 7.5.1.

Por exclusão, a melhor resposta é a letra C, vez que a responsabilidade será doEstado. Na verdade, essa responsabilidade não é objetiva, uma vez que aqui setrata da omissão do Estado na prestação do serviço de segurança; a responsa-bilidade estatal é subjetiva, e nesse caso concreto haverá a responsabilizaçãodo Estado por estar prontamente demonstrada a sua omissão mesmo diantedos constantes crimes ocorridos na região.

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C a p í t u l o 8

Atos Administrativos

8.1. Definição

Questão 1. (Cespe/STM/Apoio Especializado/Administração/2011) Os atos administrativos

têm origem no Estado ou em agentes investidos de prerrogativas estatais.

Questão 2. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Ato administrativo é aquele praticado no exer-cício concreto da função administrativa pelos órgãos do Poder Executivo oupelos órgãos judiciais e legislativos. Assim, um tribunal de justiça estadual,quando concede férias aos seus servidores, desempenha uma função admi-nistrativa.

Questão 3. (Cespe/Técnico/Anatel/2009) Atos administrativos são aqueles praticadosexclusivamente pelos servidores do Poder Executivo, como, por exemplo,um decreto editado por ministro de estado ou uma portaria de secretário de justiça de estado da Federação.

Questão 4. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) A nomeação do presidente do BancoCentral, após aprovação pelo Senado Federal por voto secreto, não constituiato administrativo.

Questão 5. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) O ato administrativo podeser conceituado segundo o critério orgânico e o funcional. Para ambos oscritérios, ato administrativo é todo aquele emanado dos órgãos legislativos.

Questão 6. (Cespe/Agente/MMA/2009) Todo ato praticado no exercício de função admi-

nistrativa é considerado ato administrativo.

Questão 7. (Cespe/TCE-AC/2009)O ato administrativo se sujeita ao regime jurídico dedireito público ou de direito privado.

Questão 8. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) Os chamados atos adminis-trativos não são necessariamente praticados pelos órgãos e entidades quecompõem o Poder Executivo, que, por outro lado, pode praticar atos que nãose caracterizam como administrativos. No primeiro caso, um exemplo é ocontrato firmado pelo Poder Judiciário com uma entidade privada para arealização de concurso público; o segundo exemplifica-se com a concessãodo indulto de Natal.

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Questão 9. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) A revogação de ato administrativoocorre por manifestação bilateral de vontade, ou seja, por vontade da admi-nistração e do administrado.

Questão 10. (Cespe/Administrador/FUB/2008) A Administração Pública pode praticarato em regime de direito privado, abrindo mão de sua supremacia de poderpúblico.

Gabarito:

01-C 02-C 03-E 04-E 05-E 06-E 07-E 08-C 09-E

10-C

  COMENTÁRIO 8.1.1

O ato administrativo  é manifestação de vontade do Poder Públicoquando desempenha função administrativa, assim, os atos praticados pelosPoderes Legislativo e Judiciário em funções administrativas são consideradosatos administrativos (como a licença concedida a um servidor do Judiciário),mas os atos praticados nas funções legislativa e judicial (como uma sentença

 judicial) não são considerados atos administrativos.

Mas nem todo ato editado pelo Estado, ainda que na função administrativa,é considerado ato administrativo. Para que seja considerado ato administra-

tivo, ele deve contar com as seguintes características essenciais:1 – Ser regido por normas de direito público (ou será um ato pri-

vado praticado pela Administração, que não é ato administrativopropriamente dito);

2 – Constituir uma manifestação unilateral de vontade da Admi-nistração, e não um acordo bilateral de vontades (ou será um con-trato administrativo);

3 – Deve produzir efeitos jurídicos, criando, extinguindo ou mo-

dificando direitos  (ou será mero ato da Administração, um  fatoadministrativo).

Questão 1: Certa. Os atos administrativos provêm do Estado, através deseus agentes.

Questão 2: Certa. Os atos administrativos são editados pela AdministraçãoPública, incluindo-se aí os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário quandoexerçam funções administrativas, tal como na concessão de férias a um servidordo Poder Judiciário.

Questão 3: Errada. O erro da questão é a palavra exclusivamente, uma vezque abrange os demais poderes.

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Questão 4: Errada. A nomeação de um agente público é exercício de funçãoadministrativa, constituindo ato administrativo, ainda que nesse caso, e de

forma excepcional, essa nomeação dependesse de aprovação prévia pelo SenadoFederal.

Questão 5: Errada. Em uma visão orgânica ou subjetiva, estamos analisandoos atos a partir do órgão que o editou; já em sentido funcional ou objetivo, nospreocupamos em verificar o objeto, a matéria do ato. Sendo assim, nem todoato emanado do Poder Legislativo é ato administrativo, mas apenas aquelasrelacionados a suas funções administrativas.

Questão 6: Errada. Nem todo ato praticado na função administrativa é atoadministrativo, como ocorre, por exemplo, com os contratos administrativosque, por constituírem atos bilaterais, e não unilaterais, não são atos admi-nistrativos.

Questão 7: Errada. Os atos de direito privado não são atos administrativos.

Questão 8: Certa. O ato administrativo não é necessariamente editado peloPoder Executivo e, por outro lado, esse mesmo Poder Executivo pode editaratos que não são classificados como atos administrativos.

Questão 9: Errada. O ato de revogação, assim como qualquer outro ato ad-

ministrativo, é manifestação unilateral de vontade da Administração, e nãobilateral.

Questão 10: Certa, sendo considerados atos privados, e não atos administra-tivos próprios.

8.2. Atributos

Questão 11. (Cespe/Previc – Nível superior/2011) Com fundamento no atributo da au-toexecutoriedade, a Administração Pública pode apreender mercadoriasou interditar estabelecimento comercial sem autorização prévia do Poder

Judiciário.

Questão 12. (Cespe/Previc – Nível superior/2011) As certidões e os atestados emitidospela Administração Pública possuem presunção de veracidade, razão pelaqual não podem ser anulados de ofício pelo Poder Judiciário.

Questão 13. (Cespe/Polícia Federal/Agente/2009) O princípio da presunção de legitimida-de ou de veracidade retrata a presunção absoluta de que os atos praticadospela Administração Pública são verdadeiros e estão em consonância com asnormas legais pertinentes.

Questão 14. (Cespe/Técnico/TCU/2009) A doutrina majoritária afirma ser a presunção delegitimidade atributo dos atos administrativos, privilégio típico de um Estadoautoritário, por ser absoluta e não admitir prova em contrário.

Capítulo 8 I  Atos Administrativos

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Questão 15. (Cespe/TCE-AC/2009)A imperatividade é atributo presente em todos os atosadministrativos, inclusive naqueles que conferem direitos solicitados pelosadministrados e nos atos enunciativos.

Questão 16. (Cespe/TCE-AC/2009)A tipicidade é atributo do ato administrativo constanteunicamente nos atos unilaterais, razão pela qual não se faz presente noscontratos celebrados pela Administração Pública.

Questão 17. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) Acerca dos atos administrativos, julgue ositens que se seguem.

I – A imperatividade é a característica do ato administrativo que faz com que esseato, tão logo seja praticado, possa ser imediatamente executado e seu objeto,imediatamente alcançado.

II – A presunção de legitimidade dos atos administrativos é iuris tantum.

III – Todo ato administrativo é autoexecutável.IV – São atributos dos atos administrativos a presunção de legitimidade, a imperati-

vidade, a exigibilidade e a autoexecutoriedade.Estão certos apenas os itens

a) I e III. d) I, II e III.b) II e IV. e) I, II e IV.c) III e IV.

Questão 18. (Cespe/Agente/MMA/2009) Pelo atributo da presunção de veracidade,presume-se que os atos administrativos estão em conformidade com a lei.

Questão 19. (Cespe/Analista/INSS/2008) A presunção de legitimidade do ato administra-tivo implica que cabe ao administrado o ônus da prova para desconstituir oreferido ato.

Questão 20. (Cespe/MDS/2008) Os atos administrativos gozam de presunção juris tantumde legitimidade (atributos do ato administrativo). Desse modo, presume-se,até prova em contrário, que os atos administrativos tenham sido emitidoscom observância da lei.

Questão 21. (Cespe/MPE-RR/Assistente/2008) Os atos administrativos têm presunção de

legitimidade e veracidade.Questão 22. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Administrador/2008) A autoexecutoriedade é o

atributo pelo qual o ato administrativo deixa automaticamente de surtir efeito,após decorrido o período nele designado.

Questão 23. (Cespe/TCE-AC/Administrador/2008) Em relação aos atos administrativos,assinale a opção correta.

a) Imperatividade é atributo dos atos administrativos que impõe obrigações às par-tes e não, perante terceiros.

b) A Administração Pública depende de prévia intervenção do Poder Judiciário para

autoexecutar seus atos.c) O interessado no ato administrativo deverá pleitear exclusivamente pela via ad-

ministrativa a suspensão do ato ainda não executado pela Administração Pública.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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d) A autoexecutoriedade é atributo do ato administrativo que independe, em qual-quer caso, de previsão legal, podendo o administrador público empregar meiosdiretos de coerção, compelindo o administrado mediante o uso da força.

e) Se uma casa noturna próxima a uma rodovia que liga dois estados da Federaçãofor fechada pela polícia, após intensa investigação, por traficar mulheres para oexterior e vender bebidas alcoólicas para adolescentes, nessa situação, o ato defechamento praticado pela polícia consistirá no atributo da autoexecutoriedadedos atos administrativos, segundo o qual os atos podem ser executados pela pró-pria Administração Pública.

Questão 24. (Cespe/Defensor Público/ES/2009) A autoexecutoriedade é atributo presenteem qualquer ato administrativo.

Questão 25. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Os atributos da presunçãode legitimidade, imperatividade e autoexecutoriedade estão presentes emtodos os atos praticados pela Administração Pública.

Questão 26. (Cespe/Auditor/Sefaz-ES/2008) Considere a seguinte situação hipotética.O Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor, após constatar aocorrência de irregularidades, e a presença dos pressupostos legais, inter-ditou determinado estabelecimento. Nessa situação, o ato é inválido já que aAdministração Pública não poderia tomar referida providência sem a préviaautorização judicial.

Questão 27. (Cespe/Sefaz-ES/Administrador/2008) Paulo foi notificado, pela prefeitura, aconstruir uma calçada em frente à sua casa, sob pena de multa. Nessa situ-ação, o atributo do ato administrativo em tela, especificamente identificadona hipótese, é o da exigibilidade.

Gabarito:

11-C 12-C 13-E 14-E 15-E 16-C 17-B 18-E 19-C

20-C 21-C 22-E 23-E 24-E 25-E 26-E 27-C

  COMENTÁRIO 8.2.1

Os atributos  ou características  dos atos administrativos são as se-guintes:

1 – Presunção de legitimidade: presume-se que os atos adminis-trativos são legítimos, ou seja, que foram editados conforme a lei e atendendo a todos os princípios da Administração; a presun-ção de legalidade,  mais restrita, significa presumir que o atofora editado conforme a lei, enquanto a presunção de veraci-dade importa que as declarações feitas pela Administração são

verdadeiras. Todas essas presunções são relativas, juris tantum(e não absolutas, juris et de jure), ou seja, até prova em contrário,admitindo-se que seja provada a irregularidade do ato.

Capítulo 8 I  Atos Administrativos

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2 – Imperatividade: Os atos são imperativos, ou seja, a Administra-ção faz uma imposição, de forma coercitiva, ao particular.

3 – Autoexecutoriedade:  A Administração pode executar, cum-prir, pôr em prática o ato sem precisar recorrer previamente ao

 Judiciário.

4 – Tipicidade: Os atos são tipificados, padronizados, para garantiruma maior segurança jurídica aos administrados.

Ressalte-se que esses atributos em regra estão presentes nos atos ad-ministrativos, mas não sempre, de modo que alguns atos podem não possuiralgumas dessas características, assim:

• Os atos editados a pedido dos particulares (como a autorização e alicença) não possuem imperatividade.

• Os atos pelos quais a Administração exige alguma atuação do parti-cular não possuem autoexecutoriedade (como em uma intimaçãopara que ele construa ou derrube uma construção, ou em uma multa,em que a Administração exige que o particular pague determinadaquantia), uma vez que, caso o particular não obedeça, a Administraçãonão poderá, sozinha, forçá-lo a isso, executá-lo, necessitando recorrer

ao Judiciário para a execução judicial do particular. Nesse sentido,esses atos administrativos possuem exigibilidade – são  exigidos pela Administração –, mas não executoriedade – não podem ser

 executados diretamente pela Administração.

Questão 11: Certa. A autoexecutoriedade  de fato significa dizer que aatuação administrativa de apreensão de mercadorias e interdição de estabe-lecimentos independe de prévia autorização do Poder Judiciário.

Questão 12: Certa. Presume-se que os fatos dispostos nas certidões e nosatestados são verdadeiros; como essa presunção é relativa, existe a possibili-dade de que seja provada a falsidade das declarações, mas o Poder Judiciáriosó poderá fazê-lo quando provocado pelo interessado, nunca de ofício, poriniciativa própria.

Questão 13: Errada. Essas presunções são relativas, e não absolutas.

Questão 14: Errada. A presunção é relativa, admitindo prova em contrário.

Questão 15: Errada. Nem todo ato administrativo possui imperatividade, ca-pacidade de impor algo ao particular independentemente de sua concordância.

 Assim, os atos editados a pedido do particular, conferindo-lhe algum direito,como a licença para construir, não gozam de imperatividade.

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3 – Forma: o ato deve ter sido editado de acordo com a forma e for-malidades exigidas em lei.

4 – Motivo: o motivo, os pressupostos de fato e de direito apresen-tados pela Administração como fundamento para a edição do atodevem ser verdadeiros, reais.

5 – Objeto: o objeto, conteúdo, resultado do ato deve ser lícito, morale possível.

Questão 28: Certa. A finalidade da remoção aqui não foi o interesse público,mas sim, punir de forma pessoal o agente, configurando o desvio da finalidadedo ato.

Questão 29: Certa. Nesse caso, como o motivo para a concessão do alvaráera falso, falta um requisito de validade, devendo ser anulado, ou invalidado,o ato administrativo.

Questão 30: Errada. Não cabe ao próprio órgão público, diretamente porato administrativo, estabelecer a competência, que deve ser disposta por lei.

Questão 31: Certa. Quando a finalidade não é aquela prevista em lei, há odesvio de finalidade.

Questão 32: Certa, uma vez que define o elemento competência, como vistoanteriormente.

Questão 33: O erro da letra A é a palavra “todos”.  A letra B está errada, poisdefine a finalidade e não o motivo; as demais opções foram vistas no itemsobre atributos dos atos, inclusive no que tange à definição da tipicidade,corretamente apresentada na letra C.

Questão 34: A letra A, correta, demonstra que há vício de forma do ato quandoocorrer a omissão completa ou incompleta no cumprimento de formalidades essenciais para a edição do ato e não apenas quando a omissão for completa

(letra C) ou a observância for incompleta (letra D); a letra B trata da “matériaem que se fundamenta o ato”, ou seja, seu motivo, portanto, há vício de motivo (e não de objeto) e na letra E há vício de finalidade (e não de competência).

Questões 35 e 36: Certas. Ocorre o desvio de finalidade já comentado an-teriormente.

Questão 37: Certa. Competência é um dos requisitos de validade do atoadministrativo.

Questão 38: Certa. A questão se refere ao elemento forma; a forma e asformalidades exigidas para a edição do ato são as mesmas exigidas para o des-fazimento do ato, princípio conhecido como o do paralelismo das formas.

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Questão 39. (Cespe/Defensor Público/ES/2009) Segundo a doutrina, integra o conceitode forma, como elemento do ato administrativo, a motivação do ato, assimconsiderada a exposição dos fatos e do direito que serviram de fundamento

para a respectiva prática do ato.

Questão 40. (Cespe/MPOG/Analista/2008) Considere que uma autoridade pública tenharevogado determinado ato que autorizava o uso de um bem público. Nessasituação, a motivação é um requisito de validade do ato revocatório.

Questão 41. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) As razões explicitadas na motivaçãode um ato administrativo são determinantes na aferição da validade e daeficácia do ato em eventual exame pelo Poder Judiciário.

Questão 42. (Cespe/Técnico/TCU/2009) De acordo com a teoria dos motivos determinantes,

o agente que pratica um ato discricionário, embora não havendo obrigato-riedade, opta por indicar os fatos e fundamentos jurídicos da sua realização,passando estes a integrá-lo e a vincular, obrigatoriamente, a administração,aos motivos ali expostos.

Questão 43. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) A motivação do ato administrativodeve ser sempre prévia ou concomitante à sua edição.

Questão 44. (Cespe/SEJUS-ES/Agente Penitenciário/2008) O ato administrativo, quandomotivado, somente é válido se os motivos indicados forem verdadeiros, mesmoque, no caso, a lei não exija a motivação.

Gabarito:

39-C 40-C 41-C 42-C 43-C 44-C

  COMENTÁRIO 8.3.2

 A motivação está relacionada com os elementos do ato administrativo;retrata a necessária demonstração expressa dos motivos do ato e, sendo assim,é uma das formalidades indispensáveis para a edição do mesmo, relacionada,

portanto, à forma do ato (questão 39), devendo a motivação ser feita quandoda edição do ato ou mesmo antes, de forma que, quando editado o ato, já hajaa motivação.

 A motivação é, em regra, obrigatória, tanto para os atos vinculadoscomo para os atos discricionários, como o ato de revogação da questão 40;

 excepcionalmente, existem atos que dispensam a motivação, tal qual no ato deexoneração de cargo em comissão.

 A teoria dos motivos determinantes, ou vinculantes, dispõe que a Administração fica vinculada aos motivos apresentados, inclusive naquelas

hipóteses excepcionais em que a motivação não era exigida, de forma que, emse verificando a falsidade do motivo apresentado, o ato deve ser invalidado.

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Questão 39: Certa. A motivação é a demonstração dos motivos que levarama Administração a editar aquele ato e, sendo uma formalidade necessária,

integra o conceito de forma do ato.Questão 40: Certa. Uma vez que a motivação integra a forma do ato, é requi-sito de validade do ato administrativo.

Questão 41: Certa. A motivação retrata o direito do particular de conheceros motivos alegados pela Administração e, assim, em caso de discordância emrelação a estes, exercer o seu direito de ampla defesa junto à Administraçãoou ao Judiciário contestando a veracidade dos mesmos.

Questão 42: Certa. Mesmo nos atos que dispensem a motivação, se a Admi-

nistração motivar esse ato estará vinculada aos motivos apresentados.Questão 43: Certa. A motivação deve ocorrer até o momento de edição do ato,não se admitindo a motivação apenas a posteriori.

Questão 44: Certa. Demonstra a teoria dos motivos vinculantes, já tra-tada anteriormente.

8.4. Classificação

Questão 45. (Cespe/STM – Analista Judiciário – Área Administrativa/2011) Denomina-se

ato composto aquele que ocorre quando existe a manifestação de dois ou maisórgãos e as vontades desses órgãos se unem para formar um só ato.

Questão 46. (Cespe/TRE-BA – Analista Judiciário Área: Administrativa/2010) Ato admi-nistrativo complexo é aquele que resulta do somatório de manifestações devontade de mais de um órgão, por exemplo, a aposentadoria.

Questão 47. (Cespe/AGU – Procurador/2010) O ato administrativo pode ser inválido e,ainda assim, eficaz, quando, apesar de não se achar conformado às exigênciasnormativas, produzir os efeitos que lhe seriam inerentes, mas não é possívelque o ato administrativo seja, ao mesmo tempo, perfeito, inválido e eficaz.

Questão 48. (Cespe/Técnico/TCU/2009) Conforme jurisprudência recente do STF e doSuperior Tribunal de Justiça, a aposentadoria é um ato complexo que seaperfeiçoa com o registro no TCU.

Questão 49. (Cespe/TCE-AC/2009) Se o governador de um estado nomear um conselheirodo TCE sem a aprovação da assembleia legislativa, tal fato caracterizará umato administrativo:

a) válido, desde que convalidado pelo TCE e pela assembleia legislativa.b) válido, mas imperfeito.c) lícito, ineficaz, mas perfeito.d) existente, mas inválido.e) inexistente e ilegal.

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Questão 50. (Cespe/TCE-AC/2009) A obra de construção de um grande centro comercial,em adiantado estágio, foi embargada pelo departamento de obras e posturasdo município por invadir área pública. Nesse caso, a administração praticou

ato de:a) império.b) postura.c) controle.d) gestão.e) polícia.

Questão 51. (Cespe/TCE-AC/Administrador/2008) Quanto à classificação dos atos admi-nistrativos, assinale a opção correta.

a) Ato de expediente, também denominado de ato de autoridade, é ato de rotinainterna.b) A administração depende de autorização judicial para a prática dos atos de

império.c) O ato de nomeação de procurador-geral de justiça de Ministério Público estadual

por um governador de estado constitui, segundo a doutrina do direito administra-tivo brasileiro, um ato administrativo simples.

d) Atos de gestão são aqueles que a administração pública pratica sem coerção so-bre os administrados.

e) Atos administrativos complexos dependem de várias vontades provenientes de

um mesmo órgão administrativo.

Questão 52. (Cespe/Analista/ANAC/2009) Um decreto assinado pelo chefe do Poder Exe-cutivo e referendado por um ministro de Estado e uma dispensa de licitaçãodependente de homologação por uma autoridade superior para produzirefeitos são exemplos, respectivamente, de ato complexo e ato composto.

Questão 53. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) O edital de con-curso para provimento de cargos públicos é um ato administrativo individual,pois seus efeitos afetam pessoas previamente identificadas.

Questão 54. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) O ato de nomeaçãode candidato aprovado em concurso público é ato administrativo interno.

Questão 55. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) Os decretospresidenciais são atos administrativos simples, pois são gerados a partir damanifestação de vontade de um único órgão da administração.

Questão 56. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) A classificação dosatos administrativos em atos de império e de gestão desempenhou importantepapel na evolução da teoria da responsabilidade civil do Estado.

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Questão 57. (Cespe/MPE-RO/Promotor/2008) O ato de aposentadoria é considerado,conforme entendimento do STF, como ato composto, visto que o TCU apenasatua homologando o que já foi feito, não participando da formação do ato.

Questão 58. (Cespe/MPE-RR/Assistente/2008) Ato administrativo composto é o queresulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um éinstrumental em relação à de outro, que edita o ato principal.

Questão 59. (Cespe/PGE-PB/2008) A respeito dos atos administrativos, julgue os itenssubsequentes.

I – Ato perfeito é aquele que teve seu ciclo de formação encerrado, por ter esgotadotodas as fases necessárias à sua produção.

II – Ato consumado é o que já produziu todos os seus efeitos.III – Ato pendente é aquele que, embora perfeito, está sujeito a condição ou termo

para que comece a produzir efeitos.IV – Ato imperfeito é o que apresenta aparência de manifestação de vontade da admi-

nistração pública, mas que não chegou a aperfeiçoar-se como ato administrativo.Estão certos apenas os itens

a) I e II. d) II e IV.b) I e IV. e) I, II e III.c) II e III.

Questão 60. (Cespe/SEPLAG-DFTRANS/Administrador/2008) No que se refere aos desti-

natários, o ato administrativo classifica-se em individual, quando é dirigido adestinatário certo e determinado, ou geral, quando atinge toda a coletividade.

Questão 61. (Cespe/SEPLAG-DFTRANS/Direito/2008) Um ato administrativo inválido nãopode ser eficaz.

Questão 62. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) O ato administrativo simples resultada vontade de um órgão, mas depende da verificação por parte de outro órgãopara se tornar exequível.

Questão 63. (Cespe/UNIPAMPA/Auxiliar de Administração/2009) Atos de império da ad-

ministração pública são indelegáveis.Questão 64. (Cespe/UNIPAMPA/Auxiliar de Administração/2009) A nomeação de um cida-

dão para ocupar determinado cargo público que dependa da prévia aprovaçãodo Senado Federal caracteriza o que se denomina de ato administrativocomplexo.

Gabarito:

45-E 46-C 47-E 48-C 49-D 50-A 51-D 52-C 53-E

54-E 55-E 56-C 57-E 58-C 59-E 60-C 61-E 62-E

63-E 64-E

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  COMENTÁRIO 8.4.1

Dentre as várias classificações apresentadas pela doutrina podemos apon-tar as seguintes:

1.  Quanto à formação da vontade:1.1.  ato simples – editado por um único órgão.1.2.  ato complexo – editado com a participação de mais de um

órgão editando um único ato; os órgãos são independen-tes entre si.

1.3.  ato composto – editado com a participação de mais de umórgão onde cada órgão edita um ato, sendo um ato prin-cipal e outro(s) ato(s) acessório(s); os órgãos não são

independentes entre si, sendo que um órgão ratifica oato editado pelo outro órgão.

OBS: essa classificação não é unânime na doutrina, exigindo um estudo maisaprofundado no livro Manual de Direito Administrativo do Prof. Gustavo MelloKnoplock. Ocorre que (numa visão abreviada) pela doutrina da professora Ma-ria Sylvia Di Pietro, o fator fundamental está na quantidade de atos editados(1 só ato – complexo; 2 ou mais atos – composto), enquanto que na visão deHely Lopes Meirelles o fator preponderante está na relação existente entre osórgãos (independentes – complexo; relação de dependência com necessidade

de ratificação do órgão superior – composto).Resumo esquemático

  1 ato único ato complexo• Quantidade de atos

2 atos (principal e acessório) ato composto

  independentes ato complexo• Vontades dos órgãos

dependentes (só ratifica) ato composto

2.  Quanto à exequibilidade:2.1.  ato perfeito – aquele que cumpriu todo seu ciclo de forma-

ção (caso contrário será imperfeito).2.2.  ato válido – que está de acordo com todos os requisitos de

validade (caso contrário será inválido).2.3.  ato eficaz – que pode gerar efeitos imediatamente (caso

contrário será ineficaz, pendente do advento de termo oucondição).

2.4.  ato consumado – aquele que já se extinguiu após ter gera-

do todos os efeitos que dele se esperava, não podendo maisser desfeito.

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  Válido ou Inválido  Perfeito

Eficaz ou IneficazATO

Imperfeito

ATO consumado

3.  Quanto à posição da Administração:3.1.  ato de império –  Administração se coloca em posição de

superioridade impondo alguma coisa ao particular (exem-plo: desapropriação).

3.2.  ato de gestão –  Administração quase se nivela ao parti-cular, atendendo a uma solicitação feita por ele (exemplo:autorização, licença).

3.3.  ato de expediente – mera formalidade burocrática de tra-mitação processual.

4.  Quanto ao alcance:4.1.  ato interno – alcança apenas agentes da própria Adminis-

tração.4.2.  ato externo – alcança particulares externamente à Admi-

nistração.

5.  Quanto à liberdade do agente:5.1.  ato vinculado – não há qualquer liberdade na atuação do

agente.5.2.  ato discricionário – quando há certo grau de liberdade,

previsto em lei, para a atuação do agente diante de cadacaso concreto.

6.  Quanto ao destinatário:6.1.  ato geral – dirigido a pessoas de forma geral e abstrata (ex:

regulamento).6.2.  ato individual – dirigido a pessoas de forma individualiza-

da (ex: demissão de determinado servidor).

7.  Quanto ao vício:7.1.  ato nulo – possui vício insanável de legalidade.7.2.  ato anulável –  possui vício sanável, que pode, depen-

dendo de determinados requisitos, ser convalidado pela Administração.

7.3.  ato inexistente –  editado por um usurpador de função,alguém que, sem nenhuma conivência ou participação da

 Administração, se fez passar por agente público.

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Questão 45: Errada. O ato é complexo uma vez que é editado “um só ato”.

Questão 46: Certa. O ato de aposentadoria, conforme entendimento do STF,

ao adotar a doutrina de Hely Lopes Meirelles, é complexo, por depender da Administração Pública que defere a aposentadoria e do TCU que a registra, ra-tifica, contando assim com a participação de órgãos independentes entre si.

Questão 47: Errada. Conforme classificação 2, o ato precisa ser perfeito paraentão ser classificado como válido/inválido e eficaz/ineficaz, sendo que essasduas últimas classificações são independentes entre si, podendo haver atoperfeito, inválido e eficaz, como por exemplo o decreto publicado no diáriooficial, que entra em vigor imediatamente embora tenha sido assinado poragente incompetente.

Questão 48: Certa, conforme questão 46.

Questão 49: Conforme a classificação 7, o ato é inválido, ilegal, pois não hou-ve a aprovação exigida, mas não inexistente, pois foi editado pelo governadorestadual, e não por um usurpador de função.

Questão 50: De acordo com a classificação 3, o ato de embargo de uma obra,de forma coercitiva, é ato de império, pois é imposto ao particular, e não atode gestão, que é aquele editado a pedido do particular.

Questão 51: Ainda conforme a classificação 3, os atos de expediente da letra A, de rotina interna, não são atos de autoridade, ou de império, e os atos degestão da letra D não são imperativos, coercitivos.

Questão 52: Certa. Essa questão, conforme classificação 1, está claramentefundada na vontade dos órgãos, na relação existente entre esses órgãos, enão na quantidade de atos que estão sendo editados. O decreto é assinado peloPresidente da República e depois encaminhado ao Ministro, que, não sendosuperior ao Presidente, não “ratifica” o ato por este editado (sendo então atocomplexo) diferente do que ocorre quanto à ratificação, homologação pelo

órgão superior do ato de dispensa editado pelo órgão inferior (ato composto).

Questão 53: Errada. Conforme classificação 6, o edital do concurso é um atogeral, por se dirigir a todos os candidatos de forma indiscriminada, dife-rentemente da nomeação, que é um ato individual;

Questão 54: Errada. De acordo com a classificação 4, a nomeação é ato ex-terno, uma vez que alcança pessoas no âmbito externo da Administração,tanto os nomeados, que ainda não integram a Administração, quanto outraspessoas interessadas em conhecer quem foi nomeado.

Questão 55: Errada. Como já visto, o decreto é ato complexo, e não simples,uma vez que não depende de um único órgão.

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Questão 56: Certa, pois em época distante, ao longo da evolução do temaresponsabilidade civil do Estado, o mesmo não podia ser responsabilizado

por danos causados por seus atos de império, aceitando-se a responsabilizaçãoapenas quanto aos atos de gestão.

Questão 57: Errada. É ato complexo, conforme comentário feito naquestão 46.

Questão 58: Certa. No que tange à classificação 1, a questão adotou a doutrinada professora Maria Sylvia Di Pietro, baseada na quantidade de atos editados,pela utilização da expressão “ato principal”, presumindo a existência demais de um ato.

Questão 59: Quanto à classificação 2, os itens I, II e III apresentaram asdefinições de ato perfeito, consumado e pendente; o item IV não define o atoimperfeito, que é aquele ainda em formação.

Questão 60: Certa. A questão retrata a classificação 6; na verdade, o atogeral  não precisa necessariamente atingir TODA a coletividade, podendodirigir-se a determinados grupos de forma generalizada, como a gratuidadeno transporte coletivo aos maiores de 65 anos.

Questão 61: Errada. A classificação “válido/inválido” independe da classifi-

cação “eficaz/ineficaz”, tratando de critérios distintos, podendo sim haver atoinválido mas eficaz, como um ato que entra em vigor na data da sua publicaçãomas contém vício em qualquer dos seus elementos.

Questão 62: Errada. A questão define o ato composto, uma vez que é editadopor um órgão e depende ainda de outro órgão para sua ratificação.

Questão 63: Errada. Em regra é admitida delegação de competência para aedição de atos administrativos, salvo quando a lei declará-los como de compe-tência exclusiva ou para a edição de atos normativos e a decisão de recursos,assim, não há vedação para edição de atos de império.

Questão 64: Errada. Essa questão é a mais difícil, para não dizer impossívelde ser respondida, devendo, em minha opinião, ter sido anulada. O ato denomeação de autoridade pelo Presidente da República que dependa doato de aprovação pelo Senado é, na visão de Maria Sylvia Di Pietro, ato com-posto (uma vez que conta com dois atos, sendo a nomeação o ato principale a aprovação o acessório); na visão de Hely Lopes Meirelles, contudo, esseato é complexo, pois conta com a participação de órgãos independentes entre si. O gabarito utilizou a primeira corrente, ao defender que o ato écomposto.

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8.5. Espécies

Questão 65. (Cespe/PGE-PB/2008) Os atos administrativos enunciativos são os que

declaram, a pedido do interessado, situação jurídica preexistente relativa aparticular. É exemplo de ato enunciativo o(a):

a) autorização;b) instrução;c) parecer;d) decreto;e) portaria.

Questão 66. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Assinale a opçãocorreta no que se refere às espécies de atos administrativos.

a) A licença é espécie de ato normativo.b) A certidão caracteriza-se por ser ato ordinatório.c) As circulares internas são exemplos de atos negociais.d) O parecer é espécie de ato punitivo.e) O atestado é modalidade de ato enunciativo.

Gabarito:

65-C 66-E

  COMENTÁRIO 8.5.1

Os atos administrativos são divididos nas seguintes espécies:

•  Atos normativos: editados de forma geral e abstrata, de acordo como poder regulamentar ou normativo da Administração, dispondo regrasaptas a regulamentar, explicar as leis, tais como os decretos, regula-mentos, resoluções, regimentos, deliberações e instruções normativas.

•  Atos ordinatórios: editados no âmbito interno da Administração,a fim de ordenar a atuação administrativa, fazendo imposições aosagentes públicos, tais como as portarias, instruções, circulares, ofícios,

despachos e memorandos.•  Atos negociais: são os atos de gestão, editados a pedido do particular,

tais como as autorizações e licenças.•  Atos enunciativos: pelos quais a Administração enuncia, declara

algo, como as certidões, pareceres e atestados.•  Atos punitivos: pelos quais a Administração aplica uma punição,

como a multa, interdição, embargo, cassação e demissão.

Questão 65: Como visto anteriormente, o parecer é ato enunciativo.

Questão 66: A licença é ato negocial, a certidão é ato enunciativo, a circularinterna é ato ordinatório, o parecer e o atestado são atos enunciativos.

Capítulo 8 I  Atos Administrativos

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8.6. Formas de Extinção; Convalidação

Questão 67. (Cespe/PREVIC – Nível Superior/2011) Os atos normativos editados pelo Poder

Executivo, por sua própria natureza, estão sujeitos exclusivamente ao controledo Poder Legislativo, não podendo ser invalidados pelo Poder Judiciário.

Questão 68. (Cespe/ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – Direito/2010) A revogação deum ato revogador não restaura, automaticamente, a validade do primeiro atorevogado.

Questão 69. (Cespe/MPU – Analista de Orçamento/2010) A legalidade dos atos adminis-trativos vinculados e discricionários está sujeita à apreciação judicial.

Questão 70. (Cespe/Técnico/TCU/2009) Não é possível o controle de legalidade exercido

pelo Poder Judiciário na hipótese de remoção de servidor público de ofício,mas com características de perseguição política, em razão de a motivaçãoatender ao interesse da administração.

Questão 71. (Cespe/TCE-AC/2009)A revogação do ato administrativo produz efeitos ex tunc.

Questão 72. (Cespe/Auditor Tributário/IPOJUCA-ES/2009) O Poder Judiciário pode revogaros atos administrativos por razões de conveniência e oportunidade.

Questão 73. (Cespe/PMDF/2009) O Poder Judiciário pode avaliar a legalidade dos atosadministrativos, sejam eles vinculados ou discricionários.

Questão 74. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) De acordo com a teoria dos motivos determi-nantes, os atos administrativos, quando tiverem sua prática motivada, ficamvinculados aos motivos expostos, para todos os efeitos jurídicos. Havendodesconformidade entre os motivos e a realidade, ou quando os motivos foreminexistentes, a administração deve revogar o ato.

Questão 75. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) Tendo em vista razões de conveniência eoportunidade no atendimento do interesse público, mesmo os atos admi-nistrativos dos quais resultarem direitos adquiridos poderão ser revogadosunilateralmente pela administração.

Questão 76. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) O direito de a administração anular os atos ad-ministrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários expiraem cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovadamá-fé.

Questão 77. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) O ato administrativo nulo, por ter vício insaná-vel, opera sempre efeitos ex tunc, isto é, desde então. Dessa forma, mesmoterceiros de boa-fé são alcançados pelo desfazimento de todas as relações jurídicas que se originaram desse ato.

Questão 78. (Cespe/Analista/ANAC/2009) A revogação, possível de ser feita pelo Poder

Judiciário e pela administração, não respeita os efeitos já produzidos peloato administrativo.

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Questão 79. (Cespe/Analista/IBRAM/2009) Conforme entendimento do Superior Tribunalde Justiça (STJ), o controle jurisdicional a respeito do ato administrativo queimpõe sanção disciplinar restringe-se aos seus aspectos meramente formais.

Questão 80. (Cespe/Analista/IBRAM/2009) Apenas o Poder Judiciário pode declarar anulidade dos atos da administração; esta, por sua vez, pode revogá-los.

Questão 81. (Cespe/Oficial/ABIN/2008) Na segunda fase do concurso para provimento decargo de policial, Flávio matriculou-se no curso de formação, já que tinha sidoaprovado nas provas objetivas, no exame psicotécnico e no teste físico, quecompunham a chamada primeira fase. No entanto, a administração públicaanulou o teste físico, remarcando nova data para a sua repetição, motivo peloqual foi anulada a inscrição de Flávio no curso de formação. Considerandoque a motivação apresentada pela administração não seja a medida maisadequada para anular o teste físico de Flávio, o juiz poderá aplicar a teoriados motivos determinantes para anular o ato anulatório.

Questão 82. (Cespe/Oficial/ABIN/2008) Não há que se confundir a discricionariedade doadministrador em decidir com base nos critérios de conveniência e oportu-nidade com os chamados conceitos indeterminados, os quais carecem devaloração por parte do intérprete diante de conceitos flexíveis. Dessa forma,a discricionariedade não pressupõe a existência de conceitos jurídicos inde-terminados, assim como a valoração desses conceitos não é uma atividadediscricionária, sendo passível, portanto, de controle judicial.

Questão 83. (Cespe/Analista/INSS/2008) O Poder Judiciário pode revogar ato administra-tivo violador do princípio da legalidade administrativa.

Questão 84. (Cespe/Agente Administrativo/MS/2008) Apenas o Poder Judiciário podedeclarar a nulidade dos atos da administração; esta, por sua vez, poderevogá-los.

Questão 85. (Cespe/Técnico/STJ/2008) Ainda que um ato praticado pela administraçãotenha observado todas as formalidades legais, ela poderá revogá-lo se julgarconveniente, desde que respeite os direitos adquiridos por ele gerados.

Questão 86. (Cespe/CGE-PB/2008) Em relação à motivação dos atos administrativos,assinale a opção correta.

a) Na hipótese de motivação de um ato discricionário, as razões anotadas peloagente público serão determinantes no exame de sua validade pelo Judiciário.

b) A motivação do ato administrativo deve ser sempre prévia ao ato.c) Os atos administrativos simples dispensam a motivação.d) A administração pode alterar em juízo os motivos determinantes do ato adminis-

trativo discricionário.e) O Judiciário, quando instado a se manifestar sobre a motivação do agente público,

pode revogar o ato administrativo por entendê-lo inconveniente aos interesses daadministração.

Capítulo 8 I  Atos Administrativos

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Questão 87. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) A administraçãodeve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, epode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados

os direitos adquiridos.

Questão 88. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) O direito daadministração de anular os atos administrativos de que decorram efeitosfavoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data emque foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Questão 89. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) O agente público, no usodo poder discricionário, realizará uma apreciação subjetiva dos atos admi-nistrativos, no que tange à oportunidade e à conveniência da prática desseato.

Questão 90. (Cespe/MDS/2008) Se a administração pública reconhecer que praticou atoadministrativo ilegítimo ou ilegal, deverá haver a revogação desse ato, quepoderá ser feita pela própria administração ou pelo Poder Judiciário.

Questão 91. (Cespe/MDS/2008) Em regra, o direito da administração de anular os atosadministrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários nãose sujeita a prazo de decadência.

Questão 92. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) O juiz federal, ao julgar mandadode segurança impetrado contra ato de autoridade de ministério, não poderá

revogar o ato administrativo que se imputa ilegal.

Questão 93. (Cespe/Auditor/SEFAZ-ES/2008) Somente o Poder Judiciário tem a prerro-gativa de invalidar ato administrativo que contém vício de legalidade.

Questão 94. (Cespe/Auditor/SEFAZ-ES/2008) Suponha que a Assembleia Legislativado estado do Espírito Santo instaurou processo administrativo destinado arever as aposentadorias de seus servidores, diante de denúncias relacio-nadas à prática de ilegalidade. Contra referido ato, foi impetrado mandadode segurança, sob o fundamento de que a garantia constitucional do direitoadquirido estaria sendo violada. Considerando esta situação hipotética, élegítima a atuação da Assembleia Legislativa do estado, porquanto a admi-nistração pública tem o poder-dever de rever seus atos quando praticadoscom ilegalidade.

Questão 95. (Cespe/Seger-ES/Contador/2008) Caso um ato administrativo discricionário já praticado se mostre inconveniente e inoportuno, a administração poderá,via de regra, revogá-lo. Esse ato de revogação produzirá efeitos ex nunc.

Questão 96. (Cespe/SEPLAG-DFTRANS/Administrador/2008) Diferentemente da revoga-ção, que pode ser feita pela própria administração pública, a anulação de um

ato administrativo somente pode ser decretada pelo Poder Judiciário.

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Questão 97. (Cespe/PCRN/Agente de Polícia Civil/2008) Nas atividades administrativas,cuja execução estiver inteiramente definida em lei, à administração caberáavaliar a conveniência e a oportunidade da conduta.

Questão 98. (Cespe/PGE-CE/2008) Com relação aos atos administrativos, assinale a opçãocorreta.

a) A revogação do ato administrativo incide sobre ato inválido.b) A revogação do ato administrativo tem efeitos ex tunc.c) Somente a administração pública possui competência para revogar os atos admi-

nistrativos por ela praticados.d) O Poder Legislativo pode invalidar atos administrativos praticados pelos demais

poderes.e) O ato administrativo discricionário é insuscetível de exame pelo Poder Judiciário.

Questão 99. (Cespe/TJDFT/2008) O STF, em posição já tradicional de sua jurisprudência,classificou os atos administrativos eivados de vícios em ilegais, inconvenientesou inoportunos, dizendo serem os ilegais passíveis de anulação, e os últimos,de revogação, mas, em qualquer dos casos, os direitos existentes devemser sempre respeitados, por terem sido incorporados na esfera jurídica doindivíduo.

Questão 100. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) Se a administração do municípioconceder alvará de funcionamento para um tipo de estabelecimento, de acordo

com as exigências legais, contra os interesses particulares dos moradores dedeterminado local, tendo como objetivo o aumento da arrecadação tributária,o Poder Judiciário estará autorizado a decretar a nulidade do ato, por ser elevinculado, e não discricionário.

Questão 101. (Cespe/Polícia Militar-DF/2009) O Poder Judiciário pode avaliar a legalidadedos atos administrativos, sejam eles vinculados ou discricionários.

Gabarito:

67-E 68-C 69-C 70-E 71-E 72-E 73-C 74-E 75-E

76-C 77-E 78-E 79-E 80-E 81-C 82-C 83-E 84-E85-C 86-A 87-C 88-C 89-C 90-E 91-E 92-C 93-E

94-C 95-C 96-E 97-E 98-C 99-E 100-E 101-C

  COMENTÁRIO 8.6.1

 As principais formas de desfazimento, extinção de um ato administrativosão a anulação e a revogação. A primeira se dá por motivo de ilegalidade na edição do ato, enquanto a segunda ocorre em função do juízo de conveni-ência da Administração em se extinguir um ato perfeitamente legal quando

isso é possível, ou seja, somente nos atos discricionários.

Capítulo 8 I  Atos Administrativos

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Resumo esquemático

REVOGAÇÃO ANULAÇÃOMotivo Por conveniência Por ilegalidade

Ato discricionário Por avaliação de Motivo ou Objeto Por vício em qualquer elemento

Ato vinculado Não pode ser revogado Por vício em qualquer elemento

Competência Própria Administração Própria Administração ouPoder Judiciário

Efeitos ex nunc ex tunc  

Poder Discricionário Vinculado

Questão 67: Errada. Sobre o ato normativo recai controle efetuado pelo PoderLegislativo tendente a verificar se o mesmo não extrapola o poder regulamen-tar conferido à Administração, no entanto, como todo ato administrativo, estásujeito também a controle pelo Poder Judiciário.

Questão 68: Certa, uma vez que não existe a chamada repristinação tá-cita, ou seja, a restauração do ato 1 revogado pelo ato 2 quando esse ato 2 érevogado pelo ato 3.

Questão 69: Certa. Todo ato administrativo, vinculado ou discricionário,está sujeito a controle de legalidade em todos os seus elementos pelo Poder Judiciário.

Questão 70: Errada. O ato de remoção de servidor público é ato discricionário,dependente da análise de conveniência para a sua edição, a cargo da própria

 Administração que o editou, não sendo possível ao Poder Judiciário analisaressa conveniência, no entanto, cabe ao Judiciário analisar a legalidade deseus elementos, tal como se dá na questão, onde há vício de finalidade do ato,editado para punir o servidor.

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Questão 82: Certa. A doutrina majoritária costuma estabelecer dois conceitosdistintos para a discricionariedade; o primeiro deles se refere à capacidade de

avaliar sua atuação conforme os critérios de conveniência e oportunidade,e o segundo é aquele que se refere à valoração dos chamados conceitos ju-rídicos indeterminados, que são aqueles carentes de definição objetiva, comopor exemplo o termo “infração grave”. Assim, haveria “discricionariedade”da Administração para decidir se determinada infração é ou não grave. Essaquestão, no entanto, adotou o entendimento segundo o qual só há discricio-nariedade quanto ao primeiro critério (conveniência na atuação), mas nãoquanto ao segundo (valoração dos conceitos jurídicos indeterminados).

Questão 83: Errada. Nessa hipótese o Judiciário deve anular o referido ato.

Questão 84: Errada quanto à palavra “apenas”, uma vez que a Administraçãotambém pode anular o ato administrativo.

Questão 85: Certa, considerando que o referido ato seja discricionário, quandoentão poderá ser revogado, desde que sejam respeitados os direitos adquiridos.

Questão 86: A opção correta é a letra A, que demonstra a teoria dos motivosdeterminantes, já estudada. A motivação do ato administrativo é em regraobrigatória (erro da letra C), deve ser feita antes ou concomitantemente com aedição do ato (e não sempre de forma prévia, como na letra B), não podendo ser

posteriormente alterada (erro da letra D). O erro da letra E é que o Judiciárionão pode revogar o ato.

Questão 87: Certa, conforme disposição expressa na Lei nº 9.784/1999.

Questão 88: Certa, também conforme a Lei nº 9.784/99, em obediência aoprincípio da segurança jurídica, que visa proteger o particular de boa-fé.

Questão 89: Certa, ao se referir à análise de conveniência e oportunidadedos atos discricionários.

Questão 90: Errada apenas quanto à palavra “revogação”, que deveria sersubstituída pela palavra “anulação”.

Questão 91: Errada. Conforme já verificado, a anulação dos atos pela Admi-nistração está sujeita a prazo decadencial de cinco anos, salvo em se verificandoa má-fé do destinatário.

Questão 92: Certa. Nessa hipótese o juiz poderá, em se verificando a ilegali-dade, anular o ato, e não revogá-lo.

Questão 93: Errada. A Administração também pode invalidar, anular o ato

ilegal.

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Questão 94: Certa. Nessa hipótese a Assembleia Legislativa, atuando como Administração Pública, e não propriamente como Poder Legislativo,

deve anular seus próprios atos ilegais.Questão 95: Certa. A extinção de um ato necessariamente discricionário porconveniência e oportunidade se dá por revogação, com efeitos ex nunc, ou seja,dali em diante, e nunca de forma retroativa.

Questão 96: Errada, uma vez que a anulação pode ser declarada pela própria Administração Pública.

Questão 97: Errada. Quando a atividade administrativa estiver “inteiramentedefinida em lei”, o ato administrativo será vinculado, e não discricionário, não

havendo, portanto, qualquer avaliação de conveniência e oportunidade.Questão 98: A única afirmativa correta é a letra C, uma vez que somente a

 Administração responsável pela edição do ato poderá revogá-lo. A revogaçãoincide sobre atos válidos, porém inconvenientes, com efeitos ex nunc. O erroda letra D é que não cabe ao Poder Legislativo analisar a legalidade dos atoseditados pelos demais Poderes. Na letra E, o erro é que é possível o exame dequalquer ato pelo Poder Judiciário, desde que, quanto aos atos discricionários,esse exame não se refira à análise de conveniência, denominada mérito administrativo, a cargo da própria Administração.

Questão 99: Errada. A anulação possui efeitos retroativos e, assim, de umato nulo não se originam direitos. A anulação, portanto, não respeita direitosadquiridos, ao contrário da revogação, que deve sim respeito a direitos ante-riormente adquiridos.

Questão 100: Errada. Se o alvará é legal, embora inconveniente (contrárioaos interesses dos moradores), não poderá ser anulado.

Questão 101: Certa. A legalidade  de qualquer ato, vinculado ou discri-cionário, pode ser avaliada pelo Judiciário, ensejando a possibilidade de sua

anulação.

Questão 102. (Cespe/Perito Criminal – ES/2011) O agente público, com o objetivo de con-validar ato administrativo anteriormente editado, pode editar outro ato paraefetuar a supressão do defeito sanável existente. Entretanto, os seus efeitosnão retroagirão à edição do primeiro, sob pena de ofensa ao princípio dasegurança jurídica.

Questão 103. (Cespe/Ministério das Comunicações/Administração/2008) Os atos queapresentarem defeitos, mesmo que comprovadamente sanáveis, ainda que

não acarretem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, devemser revogados pela administração pública.

Capítulo 8 I  Atos Administrativos

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Questão 104. (Cespe/PGE/PI/2008) Segundo o STJ, a administração pública não podeconvalidar um ato administrativo viciado se este já tiver sido impugnado judicialmente.

Gabarito:

102-E 103-E 104-E

  COMENTÁRIO 8.6.2

Questão 102: Errada. A convalidação manterá a validade integral do atodesde a sua edição, ou seja, retroagirá à data de edição do mesmo, tendoefeito ex tunc.

Questão 103: Errada. Um ato administrativo viciado, desde que o defeitoseja considerado sanável e que a convalidação não traga prejuízos ao interessepúblico ou a terceiros, deve ser convalidado (e não revogado), de forma apreservar os terceiros de boa-fé e atender ao princípio da segurança jurídica.

Questão 104: Errada. A Administração pode convalidar o ato administrativomesmo enquanto este está sendo discutido judicialmente.

8.7. Disposições Gerais

Questão 105. (Cespe/MP-RN/2009) Assinale a opção correta com relação ao decreto.a) O presidente da República pode, mediante decreto, extinguir cargos públicosquando vagos.

b) O presidente da República pode, mediante decreto, extinguir órgãos e entespúblicos.

c) O presidente da República pode dispor, por meio de decreto, sobre o aumento desalário para os servidores públicos.

d) O decreto autônomo é, em regra, admitido no ordenamento jurídico brasileiro,desde que não viole direitos fundamentais.

e) O decreto, no ordenamento jurídico brasileiro, não pode inovar na ordem jurídica,

visto que tem natureza secundária, e deve sempre regulamentar uma lei.

Questão 106. (Cespe/TCE-AC/2009)A permissão é ato administrativo bilateral e vinculadopelo qual a administração faculta ao particular a execução de serviço públicoou a utilização privativa de bem público.

Questão 107. (Cespe/Analista/TRE-GO/2009) Assinale a opção correta a respeito da discri-cionariedade administrativa, como prerrogativa do agente público e do seucontrole pelo Poder Judiciário.

a) A discricionariedade administrativa decorre da ausência de lei para reger deter-

minada situação.b) Não só a escolha do ato a ser praticado, como também a escolha do melhor mo-

mento para praticá-lo, revela hipótese de discricionariedade da administração.

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c) Nas situações em que o Poder Judiciário anula ato discricionário, o juiz podedeterminar providência que defina o conteúdo do novo ato a ser praticado.

d) Discricionariedade e mérito são conceitos equivalentes, até mesmo para fins de

controle judicial.

Questão 108. (Cespe/AUGE-MG/2008) Com relação à teoria dos atos administrativos, as-sinale a opção incorreta.

a) A revogação de um ato administrativo só produz efeitos a partir de sua vigência,de modo que os efeitos produzidos pelo ato revogado devem ser inteiramenterespeitados.

b) A administração pública pode anular seus atos administrativos independente-mente de provocação da parte interessada.

c) Os atos administrativos de caráter normativo não podem ser objeto de delegação.d) A administração pública pode convalidar os atos que apresentarem defeitos sa-náveis, desde que essa decisão não acarrete lesão ao interesse público nem pre-

 juízo a terceiros.e) Os atos administrativos trazem em si a presunção de legitimidade, ou seja, a

presunção de que nasceram em conformidade com as normas legais, razãopela qual só podem ser contestados na via judicial, mas não na via administra-tiva.

Questão 109. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) O decreto regulamentar é o

instrumento utilizado pelos diversos agentes públicos dos três poderes comobjetivo de explicitar a lei, visando à sua correta execução.

Questão 110. (Cespe/SEPLAG-DFTRANS/Administrador/2008) Considerando que um atoadministrativo tenha como finalidade única conceder férias a um servidordo DFTRANS, o gozo das férias representa a extinção do ato administrativo,em virtude do pleno cumprimento de seus efeitos.

Questão 111. (Cespe/TCE-AC/Administrador/2008) Acerca do ato administrativo, assinalea opção correta.

a) A demissão de um servidor público, por motivo diverso do que constou da funda-mentação do ato administrativo, é legal.

b) O desvio de finalidade ofende ao princípio da impessoalidade administrativa.c) Por considerar que o motivo indicado pelo administrador não correspon-

de à melhor escolha, o Poder Judiciário pode anular ato administrativodiscricionário.

d) O silêncio da administração é forma de manifestação da vontade, significando seuconsentimento tácito.

e) O ato que exige a participação de mais de um órgão, cada um deles com manifes-tação de vontade autônoma, é um ato composto.

Capítulo 8 I  Atos Administrativos

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Questão 112. (CespePCPB/Agente de Investigação e Escrivão de Polícia/2008) Quanto àrevogação e invalidação (ou anulação) de atos administrativos, assinale aopção correta.

a) O desuso não é suficiente para se revogar um ato administrativo.b) Em razão de sua natureza, os atos vinculados são, em regra, revogáveis.c) A revogação dos atos administrativos produz efeitos ex tunc, uma vez que os atos

revogáveis são aqueles que possuem vício de legalidade.d) A invalidação de um ato administrativo, ao contrário da revogação, deve ser ana-

lisada pelo administrador sob o enfoque da conveniência e da oportunidade.e) O poder de autotutela da administração não encontra limites no rol dos direitos

previstos no art. 5.o da Constituição Federal de 1988 (CF).

Questão 113. (Cespe/PCPB/Papiloscopista e Técnico em Perícia/2008) Assinale a opçãocorreta com relação aos atos administrativos.a) Dada a presunção absoluta de legitimidade dos atos administrativos, os adminis-

trados estão obrigados ao seu cumprimento desde a sua edição.b) A administração não pode impor obrigações ou restrições aos seus administra-

dos antes de o Poder Judiciário analisar a validade dos atos.c) Em regra, ainda que o ato administrativo seja ilícito, somente por existir como

manifestação de vontade da administração, ele deve ser cumprido até que venhaa ser retirado do mundo jurídico ou tenha seus efeitos suspensos.

d) Os atos administrativos autoexecutórios podem ser imediata e diretamente exe-

cutados pela administração, ainda que seja necessário o uso da força, ficando oPoder Judiciário, em razão do princípio da separação dos poderes, impedido deexaminar a validade jurídica desses atos.

e) Somente em se tratando de situação de urgência está autorizada a administraçãoa fazer cumprir as ações administrativas diretamente, sem a prévia autorizaçãodo Poder Judiciário.

Questão 114. (Cespe/TJDFT/2008) Como regra, entende-se a permissão administrativa, emseu sentido tradicional, como o ato administrativo de caráter discricionárioe precário pelo qual o poder público autoriza o particular a executar serviçode utilidade pública ou a utilizar privativamente bem público, sendo possívela revogação do consentimento, não sendo, porém, devida indenização aoprejudicado.

Questão 115. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) Os atos administrativos possuematributos típicos. Por exemplo, se alguém invade a área pública, estendendoos limites de suas instalações além do permitido para construção, caracte-riza-se não apenas a exigibilidade, com o que se obriga ao cumprimento daobrigação sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário, como tambéma executoriedade, pois a administração pode, por iniciativa própria, derrubar

construção erigida em área pública.

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Questão 116. (Cespe/TCE-ES/2009) A respeito dos atos administrativos, assinale certo ouerrado: Maria Sylvia Zanella Di Pietro define o ato administrativo como a de-claração de vontade do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos

 jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direitopúblico e sujeita ao controle do Poder Judiciário. Dessa forma, admite a citadaautora a inclusão, nesse conceito, dos chamados atos de opinião, como ospareceres.

Questão 117. (Cespe/TCE-ES/2009) A respeito dos atos administrativos, assinale certo ouerrado: Ato administrativo complexo é o que resulta da manifestação de doisou mais órgãos, havendo vontade de um instrumental em relação à de outro,que dita o ato principal.

Questão 118. (Cespe/TCE-ES/2009) A respeito dos atos administrativos, assinale certoou errado: Não se confundem perfeição e validade do ato administrativo.A primeira diz respeito às etapas de formação do ato, exigidas por lei paraque ele produza efeitos. Por exemplo, um ato que seja motivado, reduzidoa escrito, assinado, publicado, está perfeito em sua formação se a lei nãocontiver qualquer outra exigência. A validade diz respeito à conformidadedo ato com a lei, sendo que a motivação deve referir-se a motivos reais, aautoridade que assina deve ser a competente, a publicação deve ser a formaexigida para divulgar o ato.

Questão 119. (Cespe/TCE-ES/2009) A respeito dos atos administrativos, assinale certo ouerrado: A cassação ou a anulação não desconstituem os atos administrativos,pois não atacam sua origem, mas apenas impedem que continuem a produzirefeitos.

Gabarito:

105-A 106-E 107-B 108-E 109-E 110-C 111-B 112-A 113-C

114-C 115-C 116-E 117-E 118-C 119-E

  COMENTÁRIO 8.7.1

Questão 105: Decreto é ato administrativo de competência do Presidente daRepública; em regra, os decretos são os regulamentares, ou de execução(regulamentam leis preexistentes – CF art. 84 IV), havendo ainda, de formaexcepcional, os chamados decretos autônomos, ou independentes (sem quehaja qualquer lei anterior nesse sentido, extinguem cargos vagos e tratam daorganização da Administração Pública federal, desde que não sejam extintos oucriados novos órgãos nem haja qualquer aumento de despesa – CF art. 84 VI).O erro da letra D é o termo “em regra”, uma vez que os decretos autônomossão excepcionais, e o da letra E é a palavra “sempre”, uma vez que os decretos

autônomos não regulamentam lei alguma.

Capítulo 8 I  Atos Administrativos

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Questão 106: Errada. A permissão é ato administrativo unilateral e dis-cricionário.

Questão 107: No ato discricionário há certa margem de liberdade para aatuação do agente público, mas essa liberdade estará sempre prevista emlei, assim, o erro da letra A é a expressão “ausência de lei”; na letra C o erroé que o Judiciário pode anular um ato administrativo, mas não pode definiro conteúdo do novo ato, o que deve ser feito pela própria Administração, e aletra D se reporta à questão 82, uma vez que a discricionariedade (avaliação deconveniência e oportunidade) não pode ser controlada pelo Judiciário, enquantoque o mérito (para valorar, quantificar um conceito jurídico indeterminado)poderia ser controlado judicialmente a partir do princípio da razoabilidade.

Questão 108: O erro na letra E é a palavra “só”, uma vez que o ato admi-nistrativo pode ser contestado na via judicial e na administrativa; as demaisopções corretas já foram tratadas nos itens anteriores.

Questão 109: Errada. O único erro é que o decreto é ato administrativo decompetência do chefe do Poder Executivo e não de “diversos agentes públicosdos três Poderes”.

Questão 110: Certa. O pleno cumprimento de todos os efeitos que deveriamser gerados pelo ato importa a sua extinção.

Questão 111: Na letra A o ato é ilegal por vício na motivação; na letra C, o Judiciário não pode interferir na escolha, na discricionariedade da Adminis-tração quanto à “melhor escolha”; na letra D, o silêncio da Administração nãopode ser considerado manifestação de vontade, e, na letra E, o ato é complexo,uma vez que as vontades dos órgãos são “autônomas”, ou seja, as vontades dosórgãos são independentes entre si.

Questão 112:  A opção correta é a letra A, pois o desuso não significa quedeterminado ato está revogado; os atos vinculados não podem ser revogados,

a revogação possui efeito ex nunc, a invalidação (ou anulação) se dá por ilega-lidade e não por conveniência, e a atuação da Administração está sim limitadapelo art. 5º da CF, assegurando-se o respeito aos direitos dos particulares, comoampla defesa, contraditório, devido processo legal.

Questão 113: A letra C está correta uma vez que todo ato administrativo temexistência até que o mesmo seja extinto ou suspenso. A presunção de legitimi-dade dos atos administrativos é relativa; a Administração pode agir sem que o

 Judiciário analise previamente seus atos pelo atributo da auto-executoriedade(letras B e E), o que não significa dizer que o Judiciário esteja impedido de

examinar-lhes a validade (letra D).

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Questão 114: Certa. A permissão é ato discricionário e precário que pode serrevogado a qualquer momento pela Administração, não havendo, em regra,

indenização ao particular.Questão 115: Certa. No caso do embargo da obra e demolição da construção,estão presentes a exigibilidade (uma vez que a Administração exige que oparticular respeite suas determinações) e a executoriedade (uma vez quea Administração pode executar sozinha a demolição sem a participação do

 Judiciário) compondo assim o conceito de auto-executoriedade.

Questão 116: errada. Os atos enunciativos, ou de opinião, tais como os pare-ceres, apenas atestam uma situação, e assim, não produzem “efeitos jurídicosimediatos”.

Questão 117: Errada. O ato administrativo é composto, pois estão sendoeditados dois atos (um ato principal e um ato instrumental).

Questão 118: Certa. A questão se refere à classificação quanto à exequibilida-de. O ato perfeito é aquele que cumpriu todo seu ciclo de formação enquantoo ato válido é o que está de acordo com todos os requisitos de validade.

Questão 119: Errada. A anulação e a cassação são formas de extinção doato administrativo, sendo que a anulação possui efeito ex tunc, retroativo,

ou seja, desconstitui o ato administrativo desde a sua origem. A cassação defato não possui efeito retroativo e, assim, apenas impede que o ato continue aproduzir efeitos dali em diante.

Capítulo 8 I  Atos Administrativos

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C a p í t u l o 9

LICITAÇÕES PÚBLICAS

9.1. Alcance da Lei no 8.666/1993

Questão 1. (Cespe/MPU/Analista de Orçamento/2010) Os órgãos da Administração Direta,

os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas pú-blicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladasdireta ou indiretamente pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal epelos municípios estão subordinados ao regime da lei 8.666/93.

Questão 2. (Cespe/Unipampa/Administrador/2009) As normas gerais acerca das li-citações e dos contratos públicos, previstas na Lei no 8.666/1993, não sãoaplicáveis às empresas públicas nem às sociedades de economia mista.

Questão 3. (Cespe/Agente/MMA/2009) As normas gerais sobre licitações estabelecidasna Lei no 8.666/1993 restringem-se à União, aos estados e ao Distrito Federal.

Questão 4. (Cespe/Analista/INSS/2008) – Em razão de o INSS ser autarquia especialde intervenção no domínio econômico, nos aspectos de ingerência no setorprivado, ele não se submeterá a procedimentos licitatórios.

Questão 5. (Cespe/Analista/MDIC/2008) Estados e municípios podem editar normas es-pecíficas sobre contratação das administrações públicas diretas, autárquicase fundacionais no âmbito de suas esferas de atuação.

Questão 6. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) A sociedade de economia mista,diferentemente das empresas públicas, não é obrigada a licitar.

Questão 7. (Cespe/Especialista/Anac/2009) Devem obediência à Lei de Licitações a União,os estados, o Distrito Federal, os municípios, bem como os fundos especiais,as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedadesde economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamentepelos órgãos da Administração Pública.

Questão 8. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Segundo liminar em mandado de segurançadeferida à Petrobras, o Supremo Tribunal Federal abriu a possibilidadepara que as empresas públicas e sociedades de economia mista que atuemem atividades econômicas e tenham regulamentos próprios licitatórios nãoprecisem seguir a Lei no 8.666/1993.

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Gabarito:

01-C 02-E 03-E 04-E 05-C 06-E 07-C 08-C

  COMENTÁRIO 9.1.1

De acordo com o art. 22 XXVII da CF, compete à União legislar sobre“ normas  gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para

as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,

 Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e

 para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art.

173, § 1o , III”, assim:

1 – Os estados, Distrito Federal e municípios não estão impedidos deeditar leis específicas sobre as licitações que promoverem, desdeque as mesmas não contrariem as normas gerais estabelecidaspela União (Leis no 8.666/1993 e no 10.520/2002).

2 – Serão criadas por LEI regras diferenciadas de licitação aplicá-veis às empresas públicas e sociedades de economia mista queexercerem atividade econômica, nos termos da CF art. 173 §1o III. Como até o momento essa lei ainda não foi editada, perma-necem todas as entidades da Administração obrigadas a obedecer

a Lei no

 8.666/1993.3 – Como a referida lei até o momento não foi editada, a Petrobras

passou a adotar um regime simplificado de licitações, estabelecidopor decreto, considerado inconstitucional pelo TCU. O STF está

 julgando a matéria e, enquanto isso, concedeu liminar para que aentidade continuasse a se utilizar do regime até decisão final.

Questão 1: Certa. A Lei no  8.666/1993 se aplica a toda  a Administração,conforme art. 1o da referida Lei.

Questão 2: Errada, conforme visto anteriormente.Questão 3: Errada, abrangendo ainda os municípios.

Questão 4: Errada, conforme art. 1o da Lei no  8.666/1993, abrangendo asautarquias.

Questão 5: Certa. Os entes federados podem editar leis específicas sobre licita-ção e contratos, contanto que não contrariem as leis gerais editadas pela União.

Questão 6: Errada. Ambas estão obrigadas a licitar.

Questão 7: Certa, conforme art. 1o da Lei no 8.666/1993.

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Questão 8: Certa. O STF “abriu a possibilidade” de que as empresas estatais exploradoras de atividade econômica tenham regras próprias de licitação, a

partir da liminar concedida à Petrobras. O STF ainda está julgando a matéria(MS no 25.888 e outros) e, enquanto isso, permitiu que a Petrobras utilize oseu regulamento específico.

9.2. Princípios

Questão 9. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Área Administrativa/2011) De acordo coma legislação brasileira, a licitação deve seguir, obrigatoriamente, os princí-pios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade,da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento

convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.Questão 10. (Cespe/STM/Apoio Especializado/Administração/2011) Considere que seja

realizada uma licitação para a contratação de empresa de engenharia parapavimentação asfáltica. Nessa situação, é legal a exigência constante do edital,como requisito de qualificação técnica, relativa à necessidade de comprovação,no momento da sessão de abertura, da propriedade de usina de concretobetuminoso — matéria-prima utilizada em pavimentações — pelo licitante.

Questão 11. (Cespe/STM/Apoio Especializado/Administração/2011) A existência de re-lação de parentesco entre o fiscal do contrato e qualquer sócio da empresa

contratada pela Administração Pública configura violação ao princípio damoralidade.

Questão 12. (Cespe/Previc/Analista Administrativo/Administração/2011) Para executarcontrato de terceirização de serviços, a contratada deve estar em dia comsuas obrigações trabalhistas e previdenciárias, sendo dever do gestor públicoobservar se a contratada cumpre essa exigência, devendo, inclusive, cobrar,quando do processo licitatório, certidões específicas que comprovem a suasituação de adimplente.

Questão 13. (Cespe/Previc – Técnico Administrativo/2011) A Lei de Licitações destina-se agarantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionara proposta mais vantajosa para a administração, que deve ser processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, daimpessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidadeadministrativa, da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamentoobjetivo.

Questão 14. (Cespe/MPU/Analista de Orçamento/2010) Todos os valores, preços e custosutilizados nas licitações têm como expressão monetária a moeda correntenacional, ressalvadas as concorrências de âmbito internacional, para as quais

o edital deve ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércioexterior e atender às exigências dos órgãos competentes.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 15. (Cespe/Técnico/TCU/2009) Se determinado estado da Federação, em processode licitação para aquisição de um produto encontrado em todo o territórionacional, inserir no instrumento convocatório cláusula estabelecendo prefe-

rência por contratar empresas sediadas no próprio estado, a fim de fomentaro desenvolvimento econômico local, a referida cláusula ofenderá o dispostona lei, especialmente o princípio da isonomia.

Questão 16. (Cespe/Analista/Anac/2009) A administração fica estritamente vinculada àsnormas e às condições do edital e qualquer cidadão é parte legítima para im-pugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação da Lei no 8.666/1993.

Questão 17. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) O procedimento licitatório serásempre sigiloso, com exceção da fase de abertura das propostas, que deveráser pública e acessível a todos os interessados.

Questão 18. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) Nem mesmo nas licitações deâmbito internacional é permitida aos licitantes a cotação de preços em moedaestrangeira, sejam os licitantes estrangeiros ou nacionais.

Questão 19. (Cespe/Técnico/Anatel/2009) O princípio da vinculação ao instrumento con-vocatório é a garantia do administrador e dos administrados. Significa que asregras traçadas para o procedimento devem ser rigorosamente observadaspor todos os participantes.

Questão 20. (Cespe/Assistente/MI/2009) A publicidade dos atos licitatórios é ampla e

irrestrita em todas as fases da licitação, tanto aos participantes do certamecomo ao público em geral.

Questão 21. (Cespe/Técnico/STJ/2008) Licitação é o procedimento administrativo peloqual um órgão público convoca interessados para apresentação de propostaspara alienação, aquisição, locação de bens, bem como a realização de obrasou serviços.

Questão 22. (Cespe/Gestor/Ibama/2008) O autor do projeto básico ou executivo da obra,serviço ou fornecimento de bens que estejam sendo alvo de licitação nãopode dela participar na fase licitatória, mas pode atuar na fase da execuçãodo contrato, como consultor ou técnico, em funções específicas e exclusiva-mente a serviço da Administração Pública.

Questão 23. (Cespe/Analista/MDIC/2008) A legislação brasileira permite que a Adminis-tração Pública conceda, nas contratações públicas, tratamento favorecidopara microempresas e empresas de pequeno porte.

Questão 24. (Cespe/ME/Contador/2008) A fim de não limitar a competição, não devem serconsentidas especificações excessivas, irrelevantes ou desnecessárias nadefinição dos bens comuns a serem adquiridos por licitação na modalidade

de pregão.

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Questão 25. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Viola o caráter competitivo docertame a existência de cláusula do edital que preveja que somente os lici-tantes cuja sede seja localizada na sede da repartição pública é que poderão

participar da licitação.

Questão 26. (Cespe/PGE/PI/2008) Com relação a licitações e contratos, assinale a opçãocorreta.

a) O princípio do sigilo na apresentação das propostas foi implicitamente revogadocom o advento da CF de 1988 e legislação posterior, que determina que o proce-dimento licitatório será regido pelo princípio da publicidade.

b) Segundo o princípio da adjudicação compulsória, a Administração Pública estáobrigada a atribuir o objeto da licitação ao vencedor, não sendo mais permitida,nessa fase, a revogação.

c) Conforme o princípio do julgamento objetivo, o julgamento das propostas deveser feito de acordo com os critérios fixados no instrumento convocatório.

d) De acordo com o princípio da moralidade, o vencedor da licitação tem direito sub- jetivo à adjudicação do objeto licitado.

e) O princípio da vinculação ao instrumento convocatório destina-se exclusivamentea garantir o direito dos licitantes perante a Administração Pública.

Questão 27. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Administrador/2008) Além de garantir a observân-cia do princípio constitucional da isonomia, a licitação deve ser julgada emconformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade,

da publicidade e da vinculação ao instrumento convocatório.

Questão 28. (Cespe/PGE-ES/2008) É abusivo exigir, em edital de licitação, que, na fase dehabilitação, as empresas participantes comprovem capital mínimo circulanteou patrimônio líquido de 10% do valor da contratação.

Questão 29. (Cespe/TJ-CE/Analista/Contador/2008) A qualificação econômico-financeirados interessados em uma licitação passa pela exigência de índices que evi-denciem a capacidade financeira do licitante para assumir os compromissosinerentes à adjudicação do contrato. Tais índices deverão constar do edital.

Questão 30. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) O licitante deverá observar as nor-mas e condições estabelecidas no ato convocatório, todavia à AdministraçãoPública é dado direito de, discricionariamente, não observar o objeto ou ascondições contidas no edital, em virtude do seu poder de império.

Questão 31. (Cespe/TRF/Juiz Federal/2007) O edital, que é a lei interna da concorrência eda tomada de preços, traduz-se em uma verdadeira norma porque subordinaadministradores e administrados às regras que estabelece. Para a adminis-tração, desse modo, o edital é ato vinculado e não pode ser desrespeitadopor seus agentes.

Questão 32. (Cespe/Unipampa/Administrador/2009) A atribuição do objeto da licitação aovencedor do processo licitatório é obrigatória e constitui atividade vinculadada Administração Pública.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 33. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Não viola o princípio daigualdade entre os licitantes o estabelecimento de requisitos mínimos quetenham por finalidade exclusiva garantir a adequada execução do contrato.

Questão 34. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) A violação ao sigilo daspropostas constitui crime.

Questão 35. (Cespe/MPU/Analista de Orçamento/2010) Os princípios básicos a serem ob-servados no processamento e julgamento de licitações incluem: a moralidade,a igualdade, a publicidade, a legalidade, a impessoalidade, a probidade admi-nistrativa, a vinculação ao instrumento convocatório e o julgamento objetivo.

Questão 36. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) É possível a realizaçãode procedimento licitatório de forma sigilosa.

Gabarito:

09-C 10-E 11-C 12-C 13-C 14-C 15-C 16-C 17-E

18-E 19-C 20-E 21-C 22-C 23-C 24-C 25-C 26-C

27-C 28-E 29-C 30-E 31-C 32-E 33-C 34-C 35-C

36-E

  COMENTÁRIO 9.2.1

 A Lei no 8.666/1993 prevê os seguintes princípios a serem seguidos:

• Legalidade, impessoalidade, moralidade (ou probidade) e pu-blicidade – dos princípios constitucionais expressos, não há previsãoquanto ao princípio da eficiência, por ter sido inserido na CF pelaemenda constitucional no 19/1998, portanto, após a edição da Lei no 8.666/1993.

• Isonomia, igualdade (ou competitividade) – impede que sejaminseridas no edital de licitação condições que só possam ser atendidaspor uma ou poucas empresas, restringindo a ampla competição (ques-

tão 24). Assim, são inaceitáveis as restrições dispostas nas questões10, 15 e 25, mas admitem-se as exigências feitas igualmente a todosos licitantes (questões 12, 28 e 33).

• Vinculação ao instrumento convocatório – o instrumento convo-catório, que em regra é o edital, obriga tanto a Administração quantoos licitantes, não podendo haver descumprimento a qualquer de suascláusulas.

• Julgamento objetivo  – A análise das propostas deve ser feita de

acordo com o critério estabelecido no edital, não se permitindo avalia-ções subjetivas.

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 Além desses, há os princípios implícitos do sigilo das propostas (o con-teúdo dos envelopes de propostas deve ser sigiloso até o seu recebimento pela

 Administração) e da adjudicação compulsória, significando que o objetolicitado não pode ser entregue (adjudicado) a outra pessoa que não seja ovencedor da licitação; nesse sentido, poderá a Administração, em situaçõesexcepcionais e de forma motivada, não adjudicar o objeto licitado a ninguém,mas, se o fizer, deverá fazê-lo obrigatoriamente ao vencedor.

Questão 09: Certa, conforme a Lei no 8.666/1993.

Questão 10: Errada. A exigência de propriedade de uma usina impede aparticipação de um número maior de licitantes, afrontando o princípio dacompetitividade.

Questão 11: Certa, afrontando ainda a impessoalidade.

Questão 12: Certa. Essas exigências são legais e razoáveis, não ferindo aisonomia.

Questão 13: Certa, conforme a Lei no 8.666/1993.

Questão 14: Certa. A regra é a utilização da moeda nacional, salvo em con-corrências internacionais, assim garantindo a isonomia entre os licitantes emambas as hipóteses – art. 42 da Lei no 8.666/1993.

Questão 15: Certa. Essa exigência é desproporcional e discriminatória, afas-tando a plena competitividade.

Questão 16: Certa. Retrata o princípio da vinculação ao instrumentoconvocatório.

Questão 17: Errada. A licitação é pública, salvo o conteúdo das propostas,que é sigiloso até a abertura.

Questão 18: Errada. A cotação em moeda estrangeira nas licitações inter-nacionais, permitida a todos os licitantes, estrangeiros e nacionais, atende aoprincípio da isonomia.

Questão 19: Certa. A vinculação ao instrumento convocatório obriga a todos,licitantes e Administração Pública.

Questão 20: Errada. O erro foi a palavra “todas”, vez que, quanto ao conteúdodas propostas, não há publicidade, e sim o sigilo.

Questão 21: Certa. A regra é a necessidade de licitação para essas contratações.

Questão 22: Certa. O autor do projeto não pode participar da licitação, pois

estaria em situação de vantagem, em desrespeito ao princípio da isonomia,mas pode atuar fiscalizando o contrato, a serviço da Administração, conformeart. 9o da Lei no 8.666/1993.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 23: Certa. A Lei Complementar no 123/2006 prevê preferências paraas ME e EPP nas licitações.

Questões 24 e 25: Certas. Essas exigências desnecessárias limitam a com-petitividade.

Questão 26: O erro da letra B é que o princípio da adjudicação com-pulsória não impede que a Administração revogue ou anule a licitação e,assim, não seja atribuído o objeto licitado a ninguém; assim, o vencedor nãotem um direito absoluto ao objeto, como está na letra D. O erro na letraE é que o princípio da vinculação ao instrumento convocatório tratatambém de impor deveres ao licitante, e não “exclusivamente” garantiros seus direitos.

Questão 27: Certa, dispondo alguns princípios licitatórios.

Questão 28: Errada. Essa exigência está prevista no art. 31 § 3o  da Leino 8.666/1993 e não fere a competitividade.

Questão 29: Certa. Essa exigência deve estar prevista no edital, em obediênciaà vinculação ao instrumento convocatório.

Questão 30: Errada. A Administração também está vinculada ao edital.

Questão 31: Certa. Retrata o princípio da vinculação ao instrumento con-vocatório.

Questão 32: Errada. A adjudicação (atribuição do objeto licitado ao vence-dor) não é obrigatória, uma vez que a licitação pode ser revogada. O princípioda adjudicação compulsória impede que o objeto seja adjudicado a qualquerpessoa que não o vencedor da licitação.

Questão 33: Certa. As exigências razoáveis e proporcionais não ferem acompetitividade.

Questão 34: Certa. A violação ao princípio do sigilo das propostas é crimeprevisto no art. 94 da Lei no 8.666/1993.

Questão 35: Certa, como comentado anteriormente.

Questão 36: Errada. A licitação deve atender ao princípio da publicidade.De forma excepcional, será sigiloso apenas o conteúdo das propostas.

9.3. Modalidades de Licitação

Questão 37. (Cespe/STM – Analista Judiciário – Área Judiciária/2011) Na modalidade

convite, apenas as empresas convidadas poderão apresentar propostas.

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Questão 38. (Cespe/STM – Apoio Especializado – Especialidade: Administração/2011)Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados do ramopertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em

número mínimo de três pela unidade administrativa responsável pelo certame.

Questão 39. (Cespe/PREVIC – Analista Administrativo – Administração/2011) É possívelao gestor público realizar concorrência para aquisição de um bem de valorinferior a R$ 50.000,00.

Questão 40. (Cespe/PREVIC – Analista Administrativo – Administração/2011) Para parti-cipar da modalidade de licitação denominada convite, os participantes devemser prévia e formalmente convidados pela administração pública.

Questão 41. (Cespe/Delegado – ES/2011) O procedimento do convite é simplificado e

pode ser realizado por servidor designado pela autoridade competente,dispensando-se a comissão de licitação.

Questão 42. (Cespe/MMA – Analista Ambiental/2011) Concorrência, tomada de preços econvite são modalidades de licitação que apresentam estruturação diversapara as fases de divulgação, proposição e habilitação.

Questão 43. (Cespe/TRE – ES – Analista Judiciário – Área: Administrativa/2011) Conviteé a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao objetoa ser licitado, cadastrados ou não, escolhidos e convidados, em número mí-nimo de três, pela unidade administrativa, devendo, na impossibilidade de

obtenção do número mínimo de licitantes exigidos, a administração elegeroutra modalidade para a realização do ato.

Questão 44. (Cespe/Técnico/TCU/2009) Para a contratação de compras governamentaise serviços que não sejam de engenharia, com valor estimado de contrato deseiscentos e quarenta mil reais, o estatuto das licitações indica a modalidadede tomada de preços, mas é admitida, em qualquer caso, a concorrência.

Questão 45. (Cespe/Especialista/ANAC/2009) De acordo com a Lei de Licitações, conviteé a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha detrabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de remune-ração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado naimprensa oficial com antecedência mínima de 90 dias.

Questão 46. (Cespe/Técnico Administrativo/ANAC/2009) Nas situações em que couber atomada de preços, a administração poderá utilizar o convite e, em qualquercaso, a concorrência.

Questão 47. (Cespe/Analista/ANATEL/2009) O instrumento convocatório com as regras dalicitação na modalidade convite deve ser encaminhado para as empresas quepertençam ao ramo do objeto do contrato, para livre escolha do administrador,

exclusivamente entre as empresas cadastradas.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 48. (Cespe/Assistente/MI/2009) A carta-convite é um instrumento convocatóriopara a modalidade convite e deve ser publicada em jornal de grande circulaçãona localidade do processo licitatório.

Questão 49. (Cespe/Analista/MI/2009) Visando dar maior flexibilidade aos atos de gestãoda administração pública, essa lei permite que se combinem as modalidadesde licitação existentes.

Questão 50. (Cespe/Analista/MI/2009) Quando, devido a limitações do mercado ou ma-nifesto desinteresse dos convidados, for impossível obter o número mínimode licitantes para o convite, a licitação deve ser realizada sob a modalidadede tomada de preços.

Questão 51. (Cespe/Defensor Público – ES/2009) Considerando a relevância de seu objeto,

as licitações internacionais devem ser realizadas obrigatória e exclusivamentena modalidade de concorrência.

Questão 52. (Cespe/Técnico/ANTAQ/2009) Na modalidade convite, se existirem na praçamais de três possíveis interessados, é obrigatório o chamamento a todos osinteressados.

Questão 53. (Cespe/Técnico/ANTAQ/2009) Edital é o instrumento por meio do qual aadministração torna pública a realização de uma licitação; é o meio utilizadopor todas as modalidades de licitação, exceto pela modalidade convite.

Questão 54. (Cespe/Analista/Inmetro/2009) Nos casos em que couber convite, a ad-ministração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, aconcorrência.

Questão 55. (Cespe/Agente Administrativo/MS/2008) A administração pública pretendiarealizar uma licitação para um contrato de pequeno valor. Assim, convocou,por meio de carta, quatro interessados do ramo pertinente ao seu objeto, osquais estavam previamente cadastrados. Além disso, afixou, em local apro-priado, cópia do instrumento convocatório e estendeu-o aos demais cadas-trados na correspondente especialidade que manifestassem seu interesseem participar da licitação, com antecedência de até 24 horas da apresentaçãodas propostas. Não houve publicação de edital. Nessa situação, a modalidadede licitação adotada foi a tomada de preços.

Questão 56. (Cespe/ME/Administração/2008) Mesmo que não tenha sido convidada, umaempresa pode participar de uma licitação por convite, desde que esteja re-gularmente cadastrada e solicite um convite com antecedência mínima de24 horas da apresentação das propostas.

Questão 57. (Cespe/ME/Contador/2008) A exigência de que os interessados estejam devi-damente cadastrados para participarem da licitação na modalidade tomada

de preços não se aplica à licitação na modalidade convite.

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Questão 58. (Cespe/ME/Contador/2008) Quando a licitação é feita na modalidade concor-rência, o prazo mínimo entre os avisos que contêm os resumos dos editais e orecebimento da proposta ou realização do evento, contado a partir da data da

última publicação, será de até quarenta e cinco dias, se a licitação for do tipomelhor técnica ou técnica e preço, ou mesmo se o contrato a ser celebradocontemplar o regime de empreitada integral.

Questão 59. (Cespe/Unipampa/Administrador/2009) A legislação brasileira não permitea criação de outra modalidade de licitação além da concorrência, da tomadade preços, do convite, do concurso e do leilão.

Questão 60. (Cespe/PGE-PB/2008) O edital é o meio pelo qual a administração torna pú-blica a realização de uma licitação. A modalidade de licitação que não utilizao edital como meio de tornar pública a licitação é o(a)

a) concorrência.b) leilão.c) tomada de preços.d) convite.e) concurso.

Questão 61. (Cespe/SEPLAG-DFTRANS/Administrador/2008) Em ordem crescente delimites para a contratação, o convite, a tomada de preços e a concorrênciasão modalidades de licitação.

Questão 62. (Cespe/SEPLAG-DFTRANS/Direito/2008) Edital é o instrumento pelo quala administração torna pública a realização de uma licitação. A modalidadeconvite é a única que não utiliza o edital para tornar pública a licitação.

Questão 63. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Todas as modalidadesde licitação serão precedidas de edital, que torna pública a realização dalicitação.

Questão 64. (Cespe/ANA/Analista/2006) Considere a seguinte situação hipotética. Osecretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-

to presidirá comissão de licitação para a construção de superintendênciaregional de recursos hídricos no estado de Minas Gerais. O custo da obra foiorçado em R$ 16.000.000,00. Nessa situação, o presidente da comissão deveráutilizar, necessariamente, a modalidade de tomada de preço ou concorrência.

Questão 65. (Cespe/ANA/Analista/2006) Em casos de urgência e relevância, os ministrosde Estado podem, com autorização do presidente da República, criar outramodalidade de licitação que não esteja prevista na Lei no 8.666/1993.

Questão 66.  (Cespe/PREVIC – Analista Administrativo – Administração/2011) O gestorpúblico, mesmo visando maior garantia de concorrência e lisura entre os

possíveis interessados, não pode combinar as modalidades de licitaçãoexistentes para torná-las mais eficientes e eficazes.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Gabarito:

37-E 38-E 39-C 40-E 41-C 42-C 43-E 44-C 45-E

46-E 47-E 48-E 49-E 50-E 51-E 52-E 53-C 54-C55-E 56-C 57-C 58-C 59-E 60-D 61-C 62-C 63-E

64-E 65-E 66-C

  COMENTÁRIO 9.3.1

 A Lei nº 8.666/1993 dispõe, em seus arts. 22 e 23, as cinco modalidades delicitação de concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão;dessas, as três primeiras são as mais usais, distinguindo-se em razão do valorestimado da contratação e da complexidade do procedimento:

Resumo esquemático

MODALIDADE CONCORRÊNCIATOMADA

DE PREÇOSCONVITE

PARTICIPANTES • Aberto a qualquerlicitante.

•  Licitante cadas- trado;

•  L i c i t a n t e q u eatender as con-dições para ca-dastro até 3 diasantes.

•  Licitantes convidados(cadastrados ou não), nomínimo 3;

•  Licitantes cadastradosque manifestarem inte-resse até 24 horas.

HABILITAÇÃO Fase de habilitação Prévia Prévia

• Obras e serviços de engenharia:

  Convite Tomada de preços Concorrência

  R$ 150.000,00 R$ 1.500.000,00

• Compras e demais serviços:

  Convite Tomada de preços Concorrência

R$ 80.000,00 R$ 650.000,00

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Convocação dos interessados ANTECEDÊNCIA MÍNIMA

CONCORRÊNCIA 45 dias Empreitada integral

Melhor técnica ou técnica e preço30 dias Demais casos

TOMADA DE PREÇOS 30 dias Melhor técnica ou técnica e preço

15 dias Demais casosCONVITE 5 dias úteis

CONCURSO 45 diasLEILÃO 15 diasPREGÃO 8 dias úteis

 A concorrência é procedimento altamente complexo usado em contrata-

ções de alto valor, a tomada de preços é procedimento menos complexo emcontratações de valor intermediário e o convite é procedimento rápido paracontratações de baixo valor, sendo que os procedimentos mais complexos po-dem ser utilizados em contratações de menor valor, mas não o contrário, assim:

1 – concorrência: consubstancia procedimento complexo uma vezque, por admitir qualquer participante, exige fase preliminarde habilitação de todos os licitantes.

2 – tomada de preços: não há fase de habilitação, uma vez que sóparticipam licitantes cadastrados ou que cumprirem condições

até 3 dias antes da licitação.3 – convite: são convidadas no mínimo 3 empresas, cadastradasou não; se houver na praça mais de 3 empresas, deverá ser con-vidada ao menos uma nova empresa a cada novo convite.

  Além das convidadas, poderão participar licitantes cadastradosque até 24 horas antes da entrega das propostas manifestarem ointeresse de participar.

  O instrumento convocatório no convite é a própria carta-convite en-caminhada às empresas, não havendo edital publicado em diário ofi-cial ou jornal.

4 – concurso: é a “modalidade de licitação entre quaisquer interes- sados para escolha de trabalho técnico, científico ou artís-tico , mediante a instituição de prêmios ou remuneração aosvencedores, conforme critérios constantes de edital publicado naimprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias”  (Lei nº8.666/1993, art. 22 §4º).

5 – leilão: é a “modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para

a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação”  (Lei nº8.666/1993, art. 22 §5º).

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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 A Lei nº 8.666/1993 dispõe em seu art. 22 § 8º que é vedada a criação deoutras modalidades de licitação ou a combinação entre elas, significando dizer

que a Administração não poderá fazê-lo por ato administrativo, uma vez quenada impede que outra LEI institua nova modalidade, como de fato ocorreucom a criação do pregão pela Lei nº 10.520/2002.

Questão 37: Errada. As empresas cadastradas que manifestarem interesse até 24 horas antes da licitação também poderão participar do convite.

Questão 38: Errada. Essa é a definição de convite, e não de tomada de preços.

Questão 39: Certa. A modalidade típica nessa hipótese é o convite, mas atomada de preços e a concorrência, de forma excepcional, poderão ser

utilizadas para essa contratação de menor valor.Questão 40: Errada. O erro é a palavra “devem”, uma vez que licitantescadastrados podem participar, ainda que não convidados.

Questão 41: Certa. A comissão de licitação é composta por no mínimo trêsmembros; em caso de convite, a comissão poderá, excepcionalmente, ser subs-tituída por apenas um servidor, nas pequenas unidades administrativas (Leinº 8.666/1993 art. 51).

Questão 42: Certa. Cada uma dessas modalidades possui suas próprias ca-

racterísticas.Questão 43: Errada. Quando for impossível obter 3  convidados, aindaassim  será utilizado o convite, com a devida justificativa no processo (Leinº  8.666/1993 art. 22 § 7º).

Questão 44: Certa. Com o valor estimado inferior a R$ 650.000,00 deve serusada a tomada de preços, podendo ainda haver concorrência.

Questão 45: Errada. Essa é a definição da modalidade de concurso, e nãoconvite, salvo quanto ao prazo mínimo de antecedência da publicação do edital,

que é de 45 dias.Questão 46: Errada. Quando couber convite a Administração poderá utilizara tomada de preços, e não o contrário.

Questão 47: Errada. O erro é a palavra “exclusivamente”, uma vez que asempresas poderão ser convidadas, cadastradas ou não.

Questão 48: Errada. O convite não deve ser publicado em jornal.

Questão 49: Errada. Não se admite a combinação de modalidades licitatórias.

Questão 50: Errada. Ainda assim haverá convite, com a devida justificativano processo.

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Questão 51: Errada. A modalidade cabível em regra para licitações interna-cionais é de fato a concorrência, embora possa ser utilizada tomada de preços

ou convite.Questão 52: Errada. É obrigatório o chamamento de uma nova empresa acada novo convite, e não “todos” os interessados.

Questão 53: Certa. Apenas no convite não há edital publicado.

Questão 54: Certa, conforme disposição literal da Lei nº 8.666/1993.

Questão 55: Errada. Essa modalidade é a de convite.

Questão 56: Certa. A empresa cadastrada poderá participar ainda que não

tenha sido convidada.Questão 57: Certa. As empresas convidadas podem ser cadastradas ou não.

Questão 58: certa, conforme quadro esquemático anterior. Nas demais hipó-teses, para a concorrência, o prazo será de no mínimo 30 dias.

Questão 59: Errada. A lei pode criar nova modalidade de licitação, tal comose deu em relação ao pregão.

Questão 60: O convite é a única modalidade de licitação que não utiliza edital.

Questão 61: Certa. Os valores limites dessas modalidades de licitação se en-contram em ordem crescente, como verificado no quadro esquemático anterior.

Questão 62: Certa, como na questão 60.

Questão 63: errada a palavra “todas” uma vez que o convite não usa edital.

Questão 64: Errada. Com esse valor elevado, obrigatoriamente será usadaa concorrência.

Questão 65: Errada. Os agentes administrativos não podem criar nova mo-dalidade de licitação uma vez que essa criação só pode ser feita por LEI.

Questão 66: Certa. É vedada a combinação de modalidades licitatórias.

Questão 67. (Cespe/Analista/MI/2009) Na compra ou alienação de bens imóveis, qualquerque seja o valor de seu objeto, é cabível a modalidade de concorrência.

Questão 68. (Cespe/PGE-PB/2008) A modalidade de licitação apropriada para a venda debens imóveis da administração cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento é denominada

a) convite. d) tomada de preços.

b) concorrência ou leilão. e) concursoc) leilão ou pregão.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 69. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) Em processo licitatório que objetivealienar imóvel público, conforme previsto na Lei no 8.666/1993, poderá serutilizada a modalidade convite, desde que estejam todos os participantes

previamente cadastrados.

Gabarito:

67-C 68-B 69-E

  COMENTÁRIO 9.3.2

Resumo esquemático

• Bens móveis:• Venda →  Regra: Leilão  Exceção: Concorrência (acima de R$ 650.000,00)• Compra →  Convite, tomada de preços, concorrência ou pregão.

• Bens imóveis:• Venda →  Regra: Concorrência

Exceção: Leilão (se o imóvel é derivado de procedimentosjudiciais ou de dação em pagamento, poderá serpor leilão ou concorrência).

• Compra →  Concorrência

Questões 67, 68 e 69: Independentemente do valor do imóvel, a compraserá feita sempre por concorrência e a alienação em regra será feita porconcorrência. A alienação também poderá ser feita por leilão caso o imóveltenha sido transferido de um particular para a Administração por daçãoem pagamento (o particular cede o imóvel à Administração como forma depagamento, para quitar uma dívida) ou forçosamente por meio de um proce-dimento judicial de execução.

Questão 70. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) O concurso é uma moda-lidade de licitação.

Questão 71. (Cespe/Técnico/ANTAQ/2009) A modalidade concurso deve ser escolhidapreferencialmente para os contratos de prestação de serviços técnicos pro-fissionais especializados, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

Questão 72. (Cespe/Analista/ANTAQ/2009) A modalidade consulta de licitação é previstaapenas para as agências reguladoras.

Gabarito:

70-C 71-C 72-C

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  COMENTÁRIO 9.3.3

Questões 70 e 71: A modalidade de concurso, utilizada para a contrataçãode trabalho mediante prêmio, deve ser a escolhida, preferencialmente, paraa prestação de serviços técnicos profissionais especializados, conforme art. 13§ 1º da Lei nº 8.666/1993.

Questão 72: Certa. Além das cinco modalidades de licitação previstas na Leinº 8.666/1993 e da modalidade de pregão, criada pela Lei nº 10.520/2002, háainda a modalidade de consulta, disciplinada na resolução nº 05/1998 da Ana-tel, após previsão nas leis nº 9.472/1997 e nº 9.986/2000, a ser utilizada pelasagências reguladoras. Essa modalidade licitatória, tendo sido disciplinadapor ato administrativo e não por lei, tem sido muito criticada pela doutrina,inclusive porque a referida resolução não dispõe de forma objetiva como se dáa sua utilização.

Questão 73. (Cespe/MMA – Analista Ambiental/2011) É facultado à administração públicaexigir garantia de proposta aos participantes de certame licitatório na mo-dalidade pregão.

Questão 74. (Cespe – TRF 1a Região – Juiz Federal/2009) Na modalidade de licitação de-nominada pregão, o prazo de validade das propostas será de sessenta dias,se outro não estiver fixado no edital.

Questão 75. (Cespe/TRF 5a/Juiz/2009) O pregão não pode ser utilizado para a contrataçãode bens e serviços de tecnologia da informação.

Questão 76. (Cespe/Analista/ANAC/2009) O pregão é a modalidade utilizada para a vendade bens móveis inservíveis para a administração e de produtos legalmenteapreendidos ou penhorados.

Questão 77. (Cespe/Técnico/ANATEL/2009) O pregão não pode ser considerado umamodalidade de licitação, em razão de não integrar a Lei no 8.666/1993.

Questão 78. (Cespe/Analista/ANTAQ/2009) Na modalidade pregão, é vedada a exigênciade garantia da proposta.

Questão 79. (Cespe/Técnico/ANTAQ/2009) Somente poderá atuar como pregoeiro o servi-dor que tenha realizado capacitação específica para exercer a função, sendouma de suas atribuições o credenciamento dos interessados em participarda licitação.

Questão 80. (Cespe/Técnico/ANTAQ/2009) Na modalidade pregão, examinada a propostaclassificada em primeiro lugar, caberá ao ordenador de despesas decidirmotivadamente a respeito da aceitabilidade dessa proposta.

Questão 81. (Cespe/Técnico/ANTAQ/2009) Na modalidade pregão, a habilitação dos lici-tantes é fase posterior ao julgamento e classificação.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 82. (Cespe/Analista/Inmetro/2009) Com relação à fase externa do pregão, o prazofixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação doaviso, é inferior a oito dias úteis.

Questão 83. (Cespe/Analista/Inmetro/2009) Com relação ao pregão, para julgamento eclassificação das propostas, é adotado o critério de menor preço, observa-dos os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e osparâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital.

Questão 84. (Cespe/ME/Contador/2008) Em nenhuma hipótese, poderá o pregoeiro deuma licitação negociar diretamente com o proponente, ainda que para obtermelhor preço.

Questão 85. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) No pregão, os licitantes devem

apresentar, primeiramente, as suas propostas e, somente depois de en-cerrada a fase competitiva, inclusive com possibilidade de lances verbais esucessivos, com vistas à obtenção do menor preço, é que se dará a análisedos documentos de habilitação do licitante vencedor.

Questão 86. (Cespe/Especialista em Gestão Pública/Vila Velha/2008) Na fase preparatóriado pregão, a equipe de apoio deverá ser integrada exclusivamente por servi-dores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, obrigatoria-mente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotorado evento.

Questão 87. (Cespe/SEGER-ES/Contador/2008) O pregão, por ser um procedimento sim-plificado, não pode ser utilizado para a aquisição de bens de valores vultosos,mesmo que as especificações desses bens possam ser concisa e objetiva-mente definidas em edital, em conformidade com especificações usuais demercado.

Questão 88. (Cespe/SEPLAG-DFTRANS/Contador/2008) A autoridade competente deverádesignar, entre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, opregoeiro e a respectiva equipe de apoio.

Questão 89. (Cespe/TCE-AC/Administrador/2008) Na modalidade de licitação denominadapregão,

a) é lícito exigir, como condição para participar da licitação, que os licitantes adqui-ram o edital.

b) o pregoeiro, antes de passar para a fase da classificação, deve analisar os docu-mentos apresentados pelos licitantes, verificando se foram cumpridas as condi-ções constantes do edital.

c) após examinar os documentos de habilitação de todos os licitantes, o pregoeiropode declarar quem venceu a licitação.

d) é lícita a exigência, no edital, de que o licitante apresente garantia de sua propos-

ta, como condição para participar da licitação.e) é proibido o pagamento de taxas e emolumentos, exceto no que se refere ao custo

do edital e à utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Questão 94. (Cespe/Agente/MMA/2009) Bens e serviços comuns são os taxativamenteestipulados em decreto.

Questão 95. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) Considere que, em umasessão pública, a empresa X foi declarada vencedora de determinado pre-gão eletrônico. Nesse caso, a falta de manifestação, imediata e motivada daempresa Y, quanto à intenção de recorrer, importará na decadência dessedireito, ficando o pregoeiro autorizado a adjudicar o objeto ao licitante decla-rado vencedor.

Questão 96. (Cespe/SEGER-ES/Contador/2008) O procedimento do pregão é mais céleree mais eficiente do que as demais modalidades de licitação. Dois dos fatoresque contribuem para essa celeridade são o critério de julgamento apenaspelo menor preço e a verificação dos documentos de habilitação apenas dolicitante que apresentou a melhor proposta aceita pelo pregoeiro.

Questão 97. (Cespe/SEPLAG-DFTRANS/Contador/2008) No pregão, a definição do objetodeverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que limitem acompetição.

Questão 98. (Cespe/MPOG/Analista/2008) No pregão eletrônico, o pregoeiro deve verificara habilitação dos licitantes antes da apresentação das propostas.

Gabarito:

73-E 74-C 75-E 76-E 77-E 78-C 79-C 80-E 81-C82-E 83-C 84-E 85-C 86-E 87-E 88-C 89-E 90-E

91-C 92-B 93-A 94-E 95-C 96-C 97-C 98-E

  COMENTÁRIO 9.3.4

 A Lei nº 10.520/2002 instituiu, para todos os entes federados, a modalidadede pregão, a ser utilizado para a aquisição (portanto nunca para a venda) debens e serviços comuns (aqueles que possam ser definidos de forma clara eobjetiva no edital) independentemente do valor da contratação, por meio

de lances sucessivos dos licitantes em sessão pública, obrigatoriamente pelocritério do menor preço.

 A referida lei veda: •  A exigência de garantia de proposta como forma de habilitação da

licitante (exigência permitida para as modalidades de licitação previstasna Lei nº 8.666/1993, quando a empresa que não apresenta garantia novalor de até 1% do valor estimado da contratação é inabilitada – art.  31,III da Lei nº 8.666/1993);

•  A exigência de que os licitantes adquiram o edital, como condição

para participar do pregão;•  A cobrança de taxas aos licitantes, salvo para cobrir custos do edital.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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O pregoeiro receberá o envelope de habilitação e o envelope de propostade preços de todos os licitantes, sendo convocados a oferecer lances sucessivos

os licitantes que estiverem com o preço até 10% acima do menor preço (sendonecessária a convocação de no mínimo três empresas a oferecer lances); opregoeiro analisará as propostas e poderá negociar o preço com os licitantesaté a obtenção do menor lance que a Administração concorde em pagar e,somente após essa fase, será verificada a habilitação do licitante vencedor (e não de todos os licitantes). Caso esse licitante seja inabilitado, será abertoo envelope de habilitação do segundo colocado e assim sucessivamente até adeterminação do vencedor da licitação.

Questão 73: Errada. Como já visto, essa exigência é vedada pela lei do pregão.

Questão 74: Certa, conforme art. 6º da lei do pregão.

Questão 75: Errada. A Lei nº 10.520/2002 não define objetivamente quais bense serviços podem ou não ser adquiridos por pregão. O decreto nº 3.555/2000, queregulamenta o pregão no nível federal, veda a utilização do pregão apenaspara “contratações de obras e serviços de engenharia, locações imobiliárias ealienações em geral” e dispõe que o pregão para bens e serviços de informáticae automação deverá observar regulamentação específica.

Questão 76: Errada. O pregão não pode ser utilizado para vendas; nesse caso

deve-se utilizar o leilão. Ambos têm comum o fato de admitirem lances verbais,mas, no pregão, os lances são decrescentes até a aquisição pelo menor preço,enquanto que no leilão os lances são crescentes até a venda pelo maior lance.

Questão 77: Errada. O pregão é modalidade de licitação criada posteriormenteà Lei nº 8.666/1993, pela Lei nº 10.520/2002.

Questão 78: certa, conforme disposição expressa da lei do pregão.

Questão 79: Certa. O art. 3º da Lei nº 10.520/2002 dispõe que a autoridadecompetente designará, dentre os servidores do órgão, o pregoeiro e a respec-

tiva equipe de apoio. No nível federal, o decreto nº 3.555/2000, em seuart. 7º, dispõe que só poderá atuar como pregoeiro o servidor com capacitaçãoespecífica para a função.

Questão 80: Errada. Examinada a melhor proposta, caberá ao pregoeirodecidir acerca da sua aceitabilidade, podendo para isso negociar diretamenteo preço com os licitantes.

Questão 81: Certa. A abertura do envelope de habilitação do proponentede menor preço se dá após a fase de lances.

Questão 82: Errada. O prazo para apresentação das propostas é não inferiora oito dias úteis.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 83: Certa, por disposição expressa na lei do pregão.

Questão 84: Errada. O pregoeiro pode negociar diretamente o preço com os

licitantes, visando obter proposta de menor preço.

Questão 85: Certa. A habilitação é a posteriori, após os lances.

Questão 86: Errada. O art. 3º IV da Lei nº 10.520/2002 dispõe que a autoridadecompetente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotorada licitação, o pregoeiro e a respectiva equipe de apoio. Esta “deverá ser

integrada  em sua maioria  por servidores ocupantes de cargo efetivo ou

 emprego da administração, preferencialmente pertencentes ao quadro per-

manente do órgão ou entidade promotora do evento”. Os erros são as palavras

exclusivamente e obrigatoriamente.Questão 87: Errada. O pregão é utilizado para a contratação de bens e serviçoscomuns, de qualquer valor.

Questão 88: Certa, de acordo com a questão 86.

Questão 89: As exigências dispostas nas letras A, D e E são vedadas pelalei do pregão. Na fase de habilitação, posterior à fase de classificação (enão “antes”, como aparece na letra B), será verificada a documentaçãoapenas  da licitante de melhor proposta, e não de todos os licitantes,

como na letra C.Questão 90: Errada. No pregão poderá participar qualquer interessado, e nãoapenas aqueles “previamente cadastrados”.

Questão 91: Certa. O aluno deve tomar cuidado com essa afirmativa. A Lei nº 10.520/2002, aplicável a todos os entes federados, dispõe que opregão é facultativo para a contratação de bens e serviços comuns. Nonível federal, o Decreto nº 5.450/2005 (regulamento do pregão eletrônico)dispõe, em seu artigo 4º, que “nas licitações para aquisição de bens e ser-

viços comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencial autilização da sua forma eletrônica”. Resumindo, em concursos estaduais emunicipais (como o da questão 91), devemos entender que a utilização dopregão é facultativa, ou “alternativa”, como dispõe a lei geral do pregão,mas, em concursos federais, por força do decreto que só se aplica à Admi-nistração federal direta e indireta, devemos entender que a utilização dopregão é obrigatória.

Questão 92: O erro da letra A é a palavra somente; na letra C o erro é quea Lei nº 8.666/1993 se aplica subsidiariamente aos pregões; na letra D o

erro é que não há limite de valores para o pregão e, na letra E, os erros são aspalavras apenas e obrigatoriamente, como visto na questão 86.

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Questão 93: O erro da letra B é a palavra previamente, uma vez que adocumentação é verificada pelo pregoeiro apenas posteriormente; na letra

C, o licitante vencedor que não celebrar o contrato será punido nos termosdo art. 7º da Lei nº 10.520/2002, devendo o pregoeiro examinar as ofertassubsequentes; na letra D, o erro é que o registro de preços pode ser feito namodalidade concorrência (conforme Lei nº 8.666/1993) ou pregão (conformeLei nº 10.520/2002) e na letra E o erro é que, não havendo 3 empresas naquelasituação, serão chamadas a oferecer lances verbais as 3 licitantes de menorpreço, ainda que seus preços estejam acima dos 10%.

Questão 94: Errada. O Decreto nº 3.555/2000, que regulamenta o pregão nonível federal, havia instituído uma lista de bens e serviços considerados “co-

muns” para fins de aquisição por pregão, no entanto, essa lista foi revogadaem 2010. O erro da questão de 2009 é que, na época, entendia-se que a listaera exemplificativa, e não taxativa; de qualquer forma, atualmente não hálista alguma.

Questão 95: Certa. O licitante que deseje recorrer quanto ao resultado dopregão deverá manifestar imediatamente sua intenção, sob pena de decadên-cia, sendo-lhe então concedido o prazo de 3 dias para apresentação das razões.

Questão 96: Certa. A habilitação é feita a posteriori e o tipo licitatório é o

menor preço.Questão 97: Certa. Os bens e serviços comuns são aqueles objetivamentedefinidos no edital por especificações usuais de mercado.

Questão 98: Errada. A habilitação é feita a posteriori.

Questão 99. (Cespe/PREVIC – Técnico Administrativo/2011) Os pedidos de cotação eletrôni-ca de preços devem ser divulgados aos fornecedores, a fim de que se garantaa competitividade, independentemente da linha de fornecimento exigida edesde que o fornecimento possa ser entregue no local do órgão promotor.

Questão 100. (Cespe/MMA – Analista Ambiental/2011) Para a aquisição de bens e serviçoscomuns, a administração pública federal deve utilizar a modalidade pregão,obrigatoriamente na forma eletrônica.

Questão 101. (Cespe – TRF 1a Região – Juiz Federal/2009) O pregão na forma eletrônicanão se aplica, no âmbito da União, às contratações de obras de engenharia,bem como às locações imobiliárias e alienações em geral.

Questão 102. (Cespe/Assistente/MI/2009) Acerca da modalidade de licitação pregão, durantea sessão pública, os licitantes são informados, em tempo real, do valor do

menor lance registrado, sem que haja identificação do licitante.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 103. (Cespe/Assistente/MI/2009) Antes da realização de um pregão eletrônico,os pedidos de esclarecimentos referentes ao processo licitatório devem serenviados ao pregoeiro, até três dias úteis anteriores à data fixada para aber-

tura da sessão pública, exclusivamente por meio eletrônico, pela Internet, noendereço indicado no edital.

Questão 104. (Cespe/Assistente/MI/2009) O pregão eletrônico não se aplica à contrataçãode obras de engenharia.

Questão 105. (Cespe/Assistente/MI/2009) A qualquer interessado é permitido acompanharem tempo real o pregão eletrônico pela Internet.

Questão 106. (Cespe/Analista/MI/2009) No âmbito federal, é obrigatória a modalidade depregão para a aquisição de bens e serviços comuns, assim entendidos aqueles

cujos padrões de desempenho e de qualidade possam ser concisa e objetiva-mente definidos pelo edital, em perfeita conformidade com as especificaçõesusuais praticadas no mercado.

Questão 107. (Cespe/Analista/Inmetro/2009) A modalidade de licitação na forma eletrônicanão se aplica a contratações de obras de engenharia, bem como a locaçõesimobiliárias e a alienações em geral.

Questão 108. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) Atualmente, a modalidade de lici-tação denominada pregão é muito utilizada via Internet, caso em que todosos participantes, online, apresentam suas propostas dentro de um prazo de

tempo predeterminado.

Questão 109. (Cespe/FINEP/Analista – Administração Geral/2009) No que se refere aodisposto no Decreto no 5.450/2005, que regulamenta o pregão na forma ele-trônica, assinale a opção correta.

a) Empresas públicas e sociedades de economia mista não se subordinam às dispo-sições do referido decreto.

b) O pregão, na forma eletrônica, deve ser conduzido diretamente pela Secretaria deLogística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamentoe Gestão, no âmbito da administração pública federal.

c) O pregão, na modalidade eletrônica, só deve ser utilizado pela administração pú-blica de forma subsidiária, ou seja, quando não houver outra forma de se conduziro processo licitatório.

d) O pregão, na forma eletrônica, como modalidade de licitação do tipo menor preço,realiza-se quando a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns forfeita à distância em sessão pública, por meio de sistema que promova a comuni-cação pela Internet.

e) A licitação na modalidade de pregão, na forma eletrônica, pode ser aplicada àscontratações de obras de engenharia, bem como às locações imobiliárias e alie-nações em geral.

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Questão 110. (Cespe/MPOG/Analista/2008) Na contratação de serviços comuns, tais comoobras de engenharia de pequeno vulto e locações de imóveis, a modalidadelicitatória a ser aplicada é o pregão eletrônico.

Gabarito:

99-E 100-E 101-C 102-C 103-C 104-C 105-C 106-C 107-C

108-C 109-D 110-E

  COMENTÁRIO 9.3.5

Questão 99: Errada. A questão se referiu ao pregão eletrônico e nesse, comono pregão presencial, somente bens e serviços comuns podem ser adquiridos;

assim, o erro é a palavra independentemente, uma vez que o pregão não seaplica a “qualquer linha de fornecimento”.

Questão 100: Errada. Como visto na questão 91, a Administração Federaldeve usar obrigatoriamente o pregão, preferencialmente o eletrônico.

Questão 101: Certa. O Decreto nº 3.555/2000, em seu art. 5º, veda a utilizaçãode pregão para obras de engenharia, locações imobiliárias e alienações.

Questão 102: Certa. Em obediência ao princípio da publicidade, todos os lici-tantes, bem como qualquer interessado, podem acompanhar os lances pela in-

ternet, sem identificação das empresas, a fim de assegurar a impessoalidade.Questão 103: Certa, conforme art. 19 do Decreto nº 5.450/2005.

Questão 104: Certa, conforme questão 101.

Questão 105: Certa, conforme art. 7º do regulamento do pregão eletrônico.

Questão 106: Certa, “no âmbito federal”, como visto na questão 91.

Questão 107: Certa, conforme questão 101.

Questão 108: Certa. Esse prazo não será inferior a oito dias úteis.

Questão 109: O erro da letra A é que o pregão se aplica a toda a Admi-nistração, direta e indireta; na letra B o erro é que o pregão eletrônico éconduzido pelo órgão ou entidade que promove a licitação, com o apoioda citada Secretaria; na letra C o erro é que o pregão eletrônico é utilizadopreferencialmente e não “subsidiariamente” e a letra E está errada comovisto na questão 101.

Questão 110: Errada. O pregão não pode ser usado para obras de engenhariae locações.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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9.4. Tipos de Licitação

Questão 111. (Cespe/Previc/Técnico Administrativo/2011) A modalidade eletrônica de

licitação do tipo técnica e preço deve ser realizada quando a disputa for re-alizada à distância e em sessão pública, por meio de sistema que promova acomunicação pela Internet.

Questão 112. (Cespe/Analista/Antaq/2009) Diferentemente das modalidades de licitação,que estabelecem o critério de julgamento, os tipos de licitação definem osprocedimentos a serem adotados.

Questão 113. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) O objetivo primordial da licitaçãoé garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, sempreselecionando a proposta que apresente o menor preço.

Questão 114. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/Administração/2011) Melhor técnica ou téc-nica e preço são tipos de licitação que não podem ser utilizados para serviçosde natureza intelectual, na elaboração de projetos, cálculos, estudos técnicospreliminares e projetos básicos e executivos e na fiscalização, supervisão egerenciamento de engenharia consultiva, em geral.

Questão 115. (Cespe/Analista/MI/2009) A respeito da modalidade de pregão, apesar de amodalidade de menor preço ser mais utilizada, é pela sua natureza o critérioda melhor técnica.

Questão 116. (Cespe/Técnico/Antaq/2009) Os tipos de licitação a serem utilizados na mo-dalidade pregão são menor preço e menor lance ou oferta.

Questão 117. (Cespe/Técnico/STJ/2008) Menor preço e melhor técnica são modalidadesde licitação.

Questão 118. (Cespe/ME/Administração/2008) Se um órgão público tiver a intenção decontratar uma empresa para operar e manter estações pluviométricas, nessecaso, o tipo de licitação escolhido não poderá ser de técnica e preço ou melhortécnica.

Questão 119. (Cespe/PGM-Natal/Assessor/2008) Assinale a opção que contém um tipo delicitação previsto expressamente em lei.a) concorrênciab) técnica e preçoc) pregãod) adjudicação

Questão 120. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) Tipo de licitação é o critério de julga-mento utilizado pela administração para seleção da proposta mais vantajosa,enquanto modalidade de licitação é procedimento e, portanto, ambos não se

confundem.

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Gabarito:

111-E 112-E 113-E 114-E 115-E 116-E 117-E 118-C 119-B

120-C

  COMENTÁRIO 9.4.1

Diferentemente do que ocorre quanto às modalidades de licitação,que demonstram os procedimentos a serem seguidos, os tipos de licitaçãosimbolizam o critério de escolha da proposta vencedora, havendo os tipos demenor preço, maior lance ou oferta (utilizado para alienações), melhortécnica e técnica e preço. Esses dois últimos tipos levam em consideração,além do preço oferecido, a capacitação técnica de cada licitante, só podendoser utilizados em contratações de serviços de natureza predominante-mente intelectual, portanto, de forma restrita, conforme art. 46 da Leino 8.666/1993.

O pregão, uma vez que é usado para aquisição, não admite o tipomaior lance e, como é usado para bens e serviços  comuns, não admitemelhor técnica ou técnica e preço, assim, o pregão só poderá utilizar o tipomenor preço.

Questão 111: Errada. O pregão eletrônico, assim como o pregão presencial,

só pode adotar o tipo menor preço, e não técnica e preço.Questão 112: Errada, uma vez que inverte os conceitos; as modalidadesdefinem os procedimentos e os tipos estabelecem o critério de julgamento.

Questão 113: Errada. O erro é a palavra sempre, uma vez que nem todalicitação utiliza o tipo menor preço, havendo licitações pelos tipos de licitaçãomaior lance ou oferta, melhor técnica e técnica e preço.

Questão 114: Errada. O erro é a palavra não. Para os serviços de naturezaintelectual devem ser usados os tipos melhor técnica ou técnica e preço.

Questões 115 e 116: Erradas. O pregão só admite o menor preço.

Questão 117: Errada. Esses são tipos de licitação, e não modalidades.

Questão 118: Certa. O serviço de operação de estação pluviométrica não épredominantemente intelectual.

Questão 119: Somente a letra B apresenta tipo de licitação; as letras A e Capresentam modalidades de licitação.

Questão 120: Certa, conforme comentado anteriormente.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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9.5. Registro de Preços

Questão 121. (Cespe/STM – Nível superior/2011) A aquisição de bens e serviços mediante

registro de preços deve ser realizada por meio de tomada de preços ou convite,conforme o valor do bem ou serviço.

Questão 122. (Cespe/Abin/Oficial técnico de inteligência/Direito/2010) O pregão é moda-lidade inaplicável na formação do registro de preços, dada a exigência legalda concorrência.

Questão 123. (Cespe/Abin/Oficial técnico de inteligência/Administração/2010) O sistema deregistro de preços da administração federal direta, autárquica e fundacional éadotado, preferencialmente, nas seguintes hipóteses, entre outras: quando,pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações

frequentes e quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação deserviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programasde governo.

Questão 124. (Cespe/TRF 5a Região/Juiz/2009) No sistema de registro de preços, ao preçodo primeiro colocado poderão ser registrados tantos fornecedores quantosnecessários para que, em função das propostas apresentadas, seja atingidaa quantidade total estimada para o item. Quando das contratações, contudo,deverá ser respeitada a ordem de classificação das empresas constantes daata.

Questão 125. (Cespe/Gestor/Ibama/2008) O processamento das compras por meio desistema de registro de preços deve ser realizado sempre que se mostrepossível. O sistema de registro de preços demanda prévia e ampla pesquisade mercado, publicação trimestral dos preços registrados por meio da im-prensa oficial e permite que qualquer cidadão impugne preço constante doquadro geral, caso verifique a incompatibilidade desse preço com o vigenteno mercado.

Questão 126. (Cespe/Assistente/MI/2009) A partir da existência de preços registrados,a Administração Pública está desobrigada de firmar as contratações que

deles podem advir, facultando-se a realização de licitação específica para aaquisição pretendida.

Questão 127. (Cespe/Assistente/MI/2009) É vedada a participação de sociedade de economiamista em um sistema de registro de preços.

Questão 128. (Cespe/Assistente/MI/2009) Pode ser adotado, na modalidade de concorrên-cia, o tipo técnica e preço, para licitação do registro de preços, a critério doordenador de despesas.

Gabarito:

121-E 122-E 123-C 124-C 125-C 126-C 127-E 128-E

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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  COMENTÁRIO 9.5.1

O sistema de registro de preços é utilizado para que a Administraçãoforme uma “tabela de preços” de vários bens que costumam ser adquiridosfrequentemente. Dessa forma, a Administração faz uma licitação na qual asempresas interessadas comparecem e apresentam seus preços de fornecimentodos bens solicitados, sendo então formada uma tabela com os preços vencedoresde cada item, pelo critério menor preço. As empresas vencedoras não têmdireito adquirido a fornecer para a Administração nenhum item, mas a Ad-ministração, dentro do prazo de validade daqueles preços (não superior a umano), poderá convocar diretamente a empresa vencedora para fornecimentoimediato daqueles bens pelo preço registrado.

 A Lei no 8.666/1993, em seu art. 15, dispôs que a licitação para formaçãode registro de preços seria feita por concorrência, no entanto, posterior-mente, a Lei no 10.520/2002 dispôs que poderia também ser utilizado o pregão.

Questão 121: Errada. O registro de preços só admite as modalidades pregão(para bens e serviços comuns) ou concorrência.

Questão 122: Errada, como visto na questão 121.

Questões 123, 124 e 125: Certas. Essas são as condições ideais para a utili-

zação de registro de preços e suas características, dispostas no art. 15 da Leino 8.666/1993.

Questão 126: Certa. A Administração pode contratar diretamente a empre-sa vencedora da licitação para registro de preços, pelo preço registrado, masnão está obrigada a isso, podendo realizar nova licitação para determinadaaquisição.

Questão 127: Errada. O sistema de registro de preços se aplica a toda a Administração.

Questão 128: Errada. O registro de preços só pode usar o tipo menor preço.

9.6. Exceções ao dever de Licitar

Questão 129. (Cespe/STM – Nível Superior/2011) Considerando-se que um bem imóvel tenhasido recebido pela União como forma de pagamento de dívida de particular,é correto afirmar que a alienação desse bem poderá ocorrer por meio dedispensa de licitação.

Questão 130. (Cespe/STM – Nível Superior/2011) A contratação do arquiteto Oscar Niemeyerpara realizar um projeto arquitetônico em Brasília é um exemplo de situação

que enseja dispensa de licitação.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 131. (Cespe/STM – Apoio Especializado – Especialidade: Administração/2011)Configura-se situação de inexigibilidade de licitação a contratação realizadapor empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias

e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtençãode serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticadono mercado.

Questão 132. (Cespe/STM – Apoio Especializado – Especialidade: Administração/2011)Caracteriza-se como compulsória a licitação para a celebração de contratosde prestação de serviços com organizações sociais assim qualificadas noâmbito das respectivas esferas do governo.

Questão 133. (Cespe/STM – Técnico Judiciário – Área: Administração/2011) As diversassituações em que é possível aplicar a hipótese de dispensa de licitação previstana Lei no 8.666/1993 incluem a caracterizada pela urgência concreta e efetivade atendimento a situação decorrente de estado emergencial ou calamitoso,visando afastar risco de danos a bens, à saúde ou à vida das pessoas.

Questão 134. (Cespe/PREVIC – Analista Administrativo – Administração/2011) É consideradainexigível a licitação para a aquisição de um produto de marca consagradae notoriamente preferida no âmbito da organização pública que realiza alicitação.

Questão 135. (Cespe/PREVIC – Analista Administrativo – Administração/2011) A União, ao

intervir no domínio econômico para normalizar o abastecimento ou regularpreços, pode dispensar a licitação.

Questão 136. (Cespe/TRE – ES – Analista Judiciário – Área: Administrativa/2011) É dispen-sável a licitação caso haja possibilidade de comprometimento da segurançanacional nos casos estabelecidos em decreto do presidente da República,ouvido o Conselho de Defesa Nacional.

Questão 137. (Cespe/TRE – ES – Técnico Judiciário – Área: Administrativa/2011) É hipótesede dispensa de licitação a aquisição de materiais que só possam ser fornecidospor produtor exclusivo.

Questão 138. (Cespe/MPU – Analista de Orçamento/2010) Na forma da lei, é dispensável alicitação na situação em que a União tenha de intervir no domínio econômicopara regular preços ou normalizar o abastecimento.

Questão 139. (Cespe/MPU – Analista de Orçamento/2010) Admite-se a inexigibilidade delicitação caso haja inviabilidade de competição, incluindo-se nessa situaçãoa contratação de serviços técnicos de publicidade e divulgação.

Questão 140. (Cespe/ANEEL – Especialista e Analista/2010) De acordo com a Lei de Lici-tações, é inexigível a licitação nos casos de guerra ou grave perturbação da

ordem.

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Questão 149. (Cespe/Analista/ANAC/2009) Enquanto na dispensa há possibilidade de com-petição que justifique a licitação, nos casos de inexigibilidade, a competiçãonão é possível porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às

necessidades da administração.

Questão 150. (Cespe/Técnico Administrativo/ANAC/2009) É inexigível a licitação paralocação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas daadministração, cujas necessidades de instalação e de localização condicionema sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercadosegundo avaliação prévia.

Questão 151. (Cespe/Técnico/ANATEL/2009) A licitação é dispensável em algumas situa-ções, como em casos de segurança nacional ou grave perturbação da ordem.

Questão 152. (Cespe/Analista/MI/2009) A licitação é dispensável para serviços e comprasde valor até 10% do limite previsto para a modalidade de convite, desde quenão se refiram a parcelas de um mesmo serviço ou compra de maior vultoque possa ser realizada de uma só vez.

Questão 153. (Cespe/Analista/MI/2009) A licitação será dispensável quando ficar caracte-rizada a inviabilidade de competição, como a contração de serviços técnicosespecializados com profissionais ou empresas de notória especialização.

Questão 154. (Cespe/Agente/MMA/2009) As hipóteses de inexigibilidade de licitaçãoprevistas na Lei no 8.666/1993 podem ser conceituadas como meramente

exemplificativas.

Questão 155. (Cespe/Técnico/ANTAQ/2009) Verifica-se a dispensa de licitação sempre quehouver impossibilidade jurídica de competição.

Questão 156. (Cespe/Técnico/ANTAQ/2009) A licitação será dispensável quando não acu-direm interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puderser repetida sem prejuízo para a administração.

Questão 157. (Cespe/Analista/INSS/2008) – Suponha que a União pretenda contratarorganização social para o desenvolvimento de atividades contempladas em

contrato de gestão. Nesse caso, haverá inexigibilidade de licitação.

Questão 158. (Cespe/Gestor/IBAMA/2008) A contratação de instituição brasileira incumbidaregimental ou estatutariamente de pesquisa, ensino ou desenvolvimentoinstitucional pode ser feita mediante inexigibilidade de licitação, desde quea instituição possua inquestionável reputação ético-profissional e não tenhafins lucrativos.

Questão 159. (Cespe/Ministério das Comunicações/Direito/2008) Considere que determina-do ministério pretenda realizar uma pequena obra, orçada em R$ 10.000,00.Nesse caso, a licitação é dispensável, em razão do pequeno valor, mas ainda

que não esteja obrigado a licitar, caso queira, o ministério pode vir a realizara licitação.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Questão 160. (Cespe/MDS/2008) A licitação destina-se a garantir a observância do princípioconstitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa paraa administração. Caso inexista viabilidade de competição, a licitação será

dispensada.

Questão 161. (Cespe/ME/Contador/2008) A licitação será dispensável quando houver in-viabilidade de competição, devidamente atestada por órgão competente, emespecial no caso de aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros quesó possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercialexclusivo, vedada a preferência de marca.

Questão 162. (Cespe/ME/Contador/2008) Entre as situações em que a licitação é dispen-sável, inclui-se a contratação da coleta, processamento e comercialização deresíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis em áreas com sistemade coleta seletiva de lixo, efetuado por associações ou cooperativas formadasexclusivamente por pessoas físicas de baixa renda, reconhecidas pelo poderpúblico como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentoscompatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

Questão 163. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Quando a União tiver que intervirno domínio econômico para regular preço, poderá proceder à dispensa delicitação do produto que for adquirir.

Questão 164. (Cespe/MTE/Administrador/2008) Para que a sociedade de economia mista

adquira o asfalto de sua subsidiária integral, há possibilidade de se dispensara licitação, desde que o preço exigido seja compatível com o de mercado.

Questão 165. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Caso a União pretenda contratardeterminados artistas para cantar nas celebrações de final de ano em Brasília,deverá, necessariamente, utilizar-se de uma das modalidades de licitaçãoprevista na Lei no 8.666/1993, ou mesmo do pregão.

Questão 166. (Cespe/PGM-NATAL/2008) As hipóteses de inexigibilidade de licitação incluema) a contratação de profissional de qualquer setor artístico, desde que consagrado

pela crítica especializada ou pela opinião pública.

b) a compra de material de uso pelas forças armadas — com exceção de materiaisde uso pessoal e administrativo —, quando houver necessidade de manter a pa-dronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos eterrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto.

c) o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no país, que envol-vam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, me-diante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máximado órgão.

d) a contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás naturalcom concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legis-lação específica.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 167. (Cespe/Auditor/SEFAZ-ES/2008) Considere a seguinte situação hipotética.O estado do Espírito Santo pretende adquirir equipamentos fornecidos porrepresentante comercial exclusivo no país. Nessa situação, tem-se a hipótese

caracterizadora de dispensa de licitação.

Questão 168. (Cespe/SEFAZ-ES/Administrador/2008) A empresa pública X pretende con-tratar determinado serviço prestado por uma de suas subsidiárias. Nessasituação, esse contrato poderá ser firmado com dispensa de licitação, desdeque o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

Questão 169. (Cespe/SEPLAG-DFTRANS/Administrador/2008) Nos termos da legislaçãoespecífica, a licitação é dispensável ao ser contratado serviço de fornecimentode energia elétrica junto a concessionário.

Questão 170. (Cespe/MMA/Analista/2008) Uma diferença importante entre dispensa einexigibilidade de licitação é que, em relação à dispensa, os casos não podemser ampliados, porque constituem exceção à regra geral que exige licitaçãoquando houver possibilidade de competição, e, em relação à inexigibilidade,a possibilidade de ampliação está implícita e a competição é inviável.

Questão 171. (Cespe/TJDFT/2008) É dispensável a licitação em caso de fornecimento de bensou serviços, produzidos ou prestados no país, desde que envolvam tanto a altacomplexidade tecnológica como a defesa nacional, situação que exige parecerde comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.

Questão 172. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) A contratação de serviçostécnico-profissionais especializados será feita com dispensa de licitação,dada a inviabilidade de competição. Esse é o caso da construção de prédiospúblicos na capital da República, tombada como patrimônio histórico.

Questão 173. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/2008) No que tange à dispensa de licitação,o rol de casos previstos na Lei no 8.666/1993 é taxativo e, portanto, outrassituações, mesmo que similares às previstas, não ensejam a dispensa.

Questão 174. (Cespe/Unipampa/Administrador/2009) No caso de aquisição de materiais,equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor exclu-sivo, a licitação pode ser dispensada.

Questão 175. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) As hipóteses de dispensa delicitação encontram-se taxativamente enumeradas na Lei no 8.666/1993.

Gabarito:

129-E 130-E 131-E 132-E 133-C 134-E 135-C 136-C 137-E

138-C 139-E 140-E 141-C 142-C 143-C 144-C 145-C 146-E

147-E 148-E 149-C 150-E 151-C 152-C 153-E 154-C 155-E

156-C 157-E 158-E 159-C 160-E 161-E 162-C 163-C 164-C

165-E 166-A 167-E 168-C 169-C 170-C 171-C 172-E 173-C

174-E 175-C

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  COMENTÁRIO 9.6.1

Há duas hipóteses distintas nas quais a Administração pode contratardiretamente sem licitação, quais sejam, a inexigibilidade de licitação e ahipótese de dispensa de licitação:

• Inexigibilidade: quando a competição é inviável, não havendo pos-sibilidade de se realizar o procedimento licitatório, com previsão noart. 25 da lei de licitações (lista exemplificativa):• Fornecedor exclusivo;•  Artista consagrado;• Serviço técnico especializado de natureza singular, com empresa

de notória especialização, vedado para serviços de publicidade edivulgação.

• Dispensa: quando em tese haveria possibilidade de realização de li-citação, mas alguma situação específica permite a contratação direta(lista taxativa):• Licitação dispensada: hipóteses de alienação de bens da Ad-

ministração sem licitação, quando a dispensa é obrigatória (art.17 da Lei nº 8.666/1993);

• Licitação dispensável: hipóteses em que a lei faculta a contra-tação sem licitação (art. 24 da Lei nº 8.666/1993).

Normalmente, quando a questão se refere a hipótese de “dispensa” delicitação ela está se referindo à licitação dispensável, prevista no art. 24 dalei de licitações.  As questões mais frequentes são aquelas que procuram con-fundir dispensa de licitação com inexigibilidade de licitação, que, como jávimos, são situações inconfundíveis, estando erradas as questões que fazemreferência a dispensa de licitação quando em verdade expõem situações deinexigibilidade e vice-versa. Assim:

Questões 130, 142, 153 e 172: Dispõem hipóteses de inexigibilidade de

licitação por se tratar de serviço técnico especializado de natureza singularcom empresa de notória especialização.

Questões 137, 161, 167 e 174: Dispõem hipóteses de inexigibilidade delicitação por se tratar de contratação de fornecedor exclusivo.

Questões 148, 165 e 166: Dispõem hipóteses de inexigibilidade de licita-ção por se tratar de contratação de artista consagrado.

Questões 155 e 160: Dispõem de forma genérica hipóteses de inexigibi-lidade de licitação uma vez que expõem situações em que a realização de

licitação é inviável.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questões 131, 164 e 168: Dispõem hipóteses de licitação dispensável,previstas no art. 24 XXIII da Lei nº 8.666/1993.

Questões 132, 145, 147 e 157: Dispõem hipóteses de licitação dispensável,previstas no art. 24 XXIV da Lei nº 8.666/1993.

Questões 133 e 141: Dispõem hipóteses de licitação dispensável, previstasno art. 24 IV da Lei nº 8.666/1993. A questão 141 demonstra que a contrataçãofeita às pressas por falta de planejamento da Administração não pode carac-terizar situação emergencial.

Questões 135, 138, 144 e 163: Dispõem hipóteses de licitação dispensável,previstas no art. 24 VI da Lei nº 8.666/1993.

Questões 136 e 151: Dispõem hipóteses de licitação dispensável, previstasno art. 24 IX da Lei nº 8.666/1993.

Questão 140: Dispõe hipótese de licitação dispensável, prevista no art. 24III da Lei nº 8.666/1993.

Questão 150: Dispõe hipótese de licitação dispensável, prevista no art. 24 X da Lei nº 8.666/1993.

Questão 152: Dispõe hipótese de licitação dispensável, prevista no art. 24II da Lei nº 8.666/1993.

Questão 156: Dispõe hipótese de licitação dispensável, prevista no art. 24 V da Lei nº 8.666/1993 – “licitação deserta”.

Questão 158: Dispõe hipótese de licitação dispensável, prevista no art. 24 XIII da Lei nº 8.666/1993.

Questão 159: Dispõe hipótese de licitação dispensável, prevista no art. 24I da Lei nº 8.666/1993.

Questão 162: Dispõe hipótese de licitação dispensável, prevista no art. 24

 XXVII da Lei nº 8.666/1993.Questão 169: Dispõe hipótese de licitação dispensável, prevista no art. 24

 XXII da Lei nº 8.666/1993.

Questão 171: Dispõe hipótese de licitação dispensável, prevista no art. 24 XXVIII da Lei nº 8.666/1993.

Questão 129: Errada, pois não há previsão legal para dispensa de licitaçãonessa hipótese de alienação de bens.

Questão 134: Errada, pois não pode haver inexigibilidade de licitaçãosomente porque a marca é “preferida” pela Administração.

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Questão 139: Errada, pois não pode haver inexigibilidade para contrataçãode serviços de publicidade e divulgação por previsão expressa no art. 25 II da

Lei nº 8.666/1993. Questão 143: Errada, pois não caracteriza situação emergencial a contrataçãode serviços para a realização de festa comemorativa.

Questão 146: Errada. Essa contratação com dispensa de licitação, calcada noart. 24 XIII da Lei nº 8.666/1993 é feita de forma personalíssima, dependendoda condição particular da empresa (“inquestionável reputação ético-profis-sional”) e, portanto, não poderá ser transferida a execução a terceira pessoa.

Questão 149: Certa. Como já comentado, na inexigibilidade não há a possibi-

lidade de competição que, em tese, existe nas hipóteses de dispensa de licitação.Questões 154, 170, 173 e 175: Certas. As três hipóteses de inexigibilidade delicitação previstas no art. 25 da lei de licitações são exemplificativas, podendohaver contratação direta com inexigibilidade em outras hipóteses além dessas,desde que haja inviabilidade de competição. De forma contrária, as hipóteses dedispensa de licitação previstas nos arts. 17 e 24 da mesma lei são taxativas,não se admitindo dispensa em outras hipóteses não previstas legalmente.

9.7. Disposições Gerais

Questão 176. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) A permuta de bens móveis, permitidaexclusivamente entre órgãos e entidades da Administração Pública, dependede avaliação prévia, mas a licitação poderá ser dispensada nesse caso.

Questão 177. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) É vedada a realização sucessivade contratações diretas por dispensa de licitação para aquisição do mesmoobjeto ou para prestação de serviços de mesma natureza.

Questão 178. (Cespe/Assistente/MI/2009) Caso o ganhador da licitação não celebre o con-trato, a Administração Pública deve obrigatoriamente convocar os licitantes

remanescentes, segundo a ordem de classificação obtida anteriormente.Questão 179. (Cespe/Analista/MI/2009) Tendo em vista a situação de calamidade pública,

as obras de reparo e reconstrução de barragens danificadas nas enchentesocorridas na região Nordeste em 2009 podem ser contratadas com dispensade licitação, desde que possam ser concluídas no prazo de dois anos con-secutivos, a partir da ocorrência da calamidade, permitida a prorrogação docontrato uma única vez, por igual período.

Questão 180. (Cespe/Defensor Público – ES/2009) A adjudicação produz o efeito de sujei-tar o adjudicatário às penalidades previstas no edital e à perda de eventuais

garantias oferecidas, caso não assine o contrato no prazo e nas condiçõesestabelecidas.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 181. (Cespe/Analista/Ibram/2009) A administração pode conceder título de pro-priedade de imóveis quando o uso destinar-se a outro órgão ou entidadeda Administração Pública, por meio de um processo de inexigibilidade de

licitação.

Questão 182. (Cespe/AGU/2009) As hipóteses de dispensa de licitação previstas na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, são taxativas, não comportando ampliação,segundo entendimento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Já em relação àinexigibilidade, a referida lei não prevê um numerus clausus . No caso dedoação com encargo, estabelece o mencionado diploma legal que deverá aAdministração Pública realizar licitação, dispensada no caso de interessepúblico devidamente justificado.

Questão 183. (Cespe/Gestor/Ibama/2008) No caso da adoção da modalidade convite paraa realização de uma licitação, e não havendo demonstração de interesse emapresentação de propostas por parte dos licitantes convidados, não pode serrealizada a contratação direta pela administração, sem antes realizar novalicitação.

Questão 184. (Cespe/Ministério das Comunicações/Direito/2008) Configura irregularidadea prática de realizar obras e serviços contratados sem licitação em razão doseu pequeno valor, mas que necessite futuramente de acréscimos, quandoo valor somado da contratação inicial com o valor que será gasto com osacréscimos futuros resultar em valor total que exigiria licitação.

Questão 185. (Cespe/Ministério das Comunicações/Direito/2008) No que diz respeito aosvalores que legitimam a contratação sem licitação, as sociedades de eco-nomia mista e empresas públicas, assim como as fundações ou autarquiasqualificadas como agências executivas, se submetem ao mesmo limite legalaplicável à Administração Direta.

Questão 186. (Cespe/Ministério das Comunicações/Direito/2008) As situações de emergêncialegitimam a dispensa de licitação, mas a falta de planejamento da administraçãoque gera a urgência não é motivo aceitável para a contratação direta.

Questão 187. (Cespe/STJ/Analista/Direito/2008) A concessão de direito real de uso debens públicos imóveis construídos, destinados ou efetivamente utilizados noâmbito de programas habitacionais desenvolvidos por órgãos ou entidadesda Administração Pública não precisa ser licitada.

Questão 188. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Nas situações descritascomo de licitação dispensada, o administrador não poderá realizar a licitação,uma vez que a lei determinou expressamente a sua dispensa.

Questão 189. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Área Administrativa/2011) No processo lici-tatório, a desistência de proposta após a fase de habilitação só é permitida

por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela comissão delicitação.

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Questão 190. (Cespe/STM/Apoio Especializado/Administração/2011) Caso seja feitaqualquer modificação no edital, deve-se divulgar a modificação, da mesmaforma que foi divulgado o texto original, e reabrir-se o prazo inicialmente

estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar aformulação das propostas.

Questão 191. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/Administração/2011) Após a homologação delicitação, ocorre a adjudicação, que consiste na atribuição, ao vencedor dalicitação, do objeto da contratação.

Questão 192. (Cespe/AGU/2009) A Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, prevê modalida-des diversas de licitação, conforme o valor da contratação a ser feita pelaAdministração Pública. Apenas no caso de consórcios formados por mais detrês entes da Federação, a referida lei toma por base valores diferentes decontratação para definir a modalidade de licitação cabível.

Questão 193. (Cespe/Técnico/TCU/2009) O processo de licitação será iniciado, obrigato-riamente, mediante a realização de audiência pública pela autoridade res-ponsável, sempre que o valor estimado para a contratação for superior a 1,5milhão de reais, a fim de ampliar o acesso a todos os interessados.

Questão 194. (Cespe/Técnico/TCU/2009) Qualquer cidadão é parte legítima para impugnaredital de licitação por irregularidade na aplicação da Lei no 8.666/1993, assimcomo para representar ao tribunal de contas responsável pela fiscalização

dos recursos.Questão 195. (Cespe/MP-RN/2009) A fase da licitação na qual se atribui ao vencedor o

objeto da licitação é a:a) adjudicação;b) homologação;c) contratação;d) habilitação;e) classificação.

Questão 196. (Cespe/TRF 5a

  região/Juiz/2009) No procedimento previsto na Leino 8.666/1993, em qualquer fase da licitação, a comissão pode promoverdiligências destinadas a complementar a instrução do processo, permitindo,inclusive, a juntada posterior de documento que deveria constar originaria-mente da proposta.

Questão 197. (Cespe/Analista/INSS/2008) Considere que a administração tenha anuladolicitação durante a execução do respectivo contrato administrativo. Nessasituação, há dever de indenizar o contratado na parte do contrato que este jáhouver executado.

Questão 198. (Cespe/Analista/Anac/2009) A nulidade do procedimento licitatório induz a docontrato, portanto, a administração não fica obrigada a indenizar o contratadopelo que houver sido executado até a data da declaração.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 199. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) Nenhuma compra será feita sema indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena denulidade do ato.

Questão 200. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) A alienação de bens imóveis daAdministração Pública Direta e Indireta independe da autorização legislativa,bastando a realização de avaliação prévia e de licitação na modalidade deconcorrência.

Questão 201. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) Após a fase de habilitação, emnenhuma hipótese, é possível a desistência da proposta apresentada por umdos licitantes, a fim de se evitar fraude contra a administração.

Questão 202. (Cespe/Assistente/MI/2009) A adjudicação é o ato de celebração do contrato

realizado pela Administração Pública com o ganhador do processo licitatório.Questão 203. (Cespe/Analista/MI/2009) As obras, os serviços e as compras efetuadas pela

administração devem ser divididos em tantas parcelas quantas se compro-varem técnica e economicamente viáveis, passando-se à licitação visando aomelhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliaçãoda competitividade, sem perda da economia de escala.

Questão 204. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) A impugnação do editalda licitação poderá ser feita apenas pelos participantes do certame.

Questão 205. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Todos os membros dascomissões de licitação deverão ser servidores qualificados e pertencentesaos quadros permanentes dos órgãos da administração.

Questão 206. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) O recurso contra ainabilitação de um licitante não possui efeito suspensivo, prosseguindo oprocedimento licitatório para todos os que foram habilitados.

Questão 207. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Após a fase da habilitação,o licitante não poderá mais desistir da proposta apresentada, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela comissão de licitação.

Gabarito:

176-C 177-C 178-E 179-E 180-C 181-E 182-C 183-C 184-C

185-E 186-C 187-C 188-C 189-C 190-C 191-C 192-E 193-E

194-C 195-A 196-E 197-C 198-E 199-C 200-E 201-E 202-E

203-C 204-E 205-E 206-E 207-C

  COMENTÁRIO 9.7.1

Questão 176: Certa, ao apresentar hipótese de licitação dispensada prevista

no art. 17 da Lei no 8.666/1993.

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Questão 177: Certa. Em caso de dispensa de licitação em razão do baixo va-lor, conforme art. 24 I e II da Lei no 8.666/1993, é vedado o parcelamento da

contratação a fim de serem efetuadas várias dispensas, de forma a fraudar anecessidade de licitação para a contratação integral.

Questão 178: Errada. A Administração pode convocar os licitantes rema-nescentes, na ordem de classificação, mas não é obrigada a isso (hipótese delicitação dispensável, na qual a dispensa é facultativa e não obrigatória).

Questão 179: Errada. A contratação emergencial com dispensa exige que osserviços sejam prestados em 180 dias a partir da calamidade, vedada a pror-rogação contratual.

Questão 180: Certa. O adjudicatário é obrigado a assinar o contrato quandoconvocado a fazê-lo no prazo de 60 dias após a apresentação das propostas,ou será punido.

Questão 181: Errada. Essa é uma hipótese de licitação dispensada previstano art. 17 da lei de licitações, e não de “inexigibilidade”.

Questão 182: Certa. A doação de bens com encargo (com alguma contrapres-tação obrigatória do donatário) em regra deve ser licitada, mas constituiráhipótese de licitação dispensada quando houver interesse público, conforme

art. 17 § 4o

 da Lei no

 8.666/1993.Questão 183: Certa. No caso de convite, não comparecendo nenhum licitan-te, a Administração não pode declarar a licitação deserta e, assim, contratardiretamente, devendo repetir a licitação, conforme entendimento do TCUsobre a matéria.

Questão 184: Certa. Configura fraude à necessidade de licitação a contrataçãocom dispensa de licitação e posterior acréscimo.

Questão 185: Errada. Os valores limites para dispensa de licitação serão

dobrados para as autarquias e fundações qualificadas como agências execu-tivas, empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios públicos,conforme art. 24 parágrafo único da Lei no 8.666/1993.

Questão 186: Certa. A falta de planejamento da Administração não podecaracterizar situação emergencial.

Questão 187: Certa, caracterizando hipótese de licitação dispensada, con-forme art. 17 da Lei no 8.666/1993.

Questão 188: Certa. Nas hipóteses de licitação dispensada, a dispensa é

obrigatória, ao contrário das hipóteses de licitação dispensável, quando adispensa é facultativa.

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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Questão 189: Certa. A desistência após a fase de habilitação só poderá ocor-rer por motivo justo e devidamente aceito, sujeitando o licitante a sanções em

caso contrário.Questão 190: Certa, conforme art. 21 § 4o da Lei no 8.666/1993.

Questão 191: Certa. Conforme dispõe a Lei no 8.666/1993, as últimas fasesda licitação (nesta ordem) são a homologação (pela qual a Administraçãoreconhece a legalidade de todo o procedimento licitatório efetuado) e a ad- judicação (pela qual é atribuído o objeto licitado ao vencedor da licitação).Com relação ao pregão, de acordo com a Lei no 10.520/2002, há uma inversão,ocorrendo primeiro a adjudicação e posteriormente a homologação.

Questão 192: Errada. O erro é a palavra apenas, uma vez que, de acordo como art. 23 § 8o da lei de licitações, no caso de consórcios públicos, os valoreslimites das modalidades de licitação serão diferenciados, sendo o dobro quandoo consórcio for formado por até três entes da federação e triplicado quandohouver mais de três entes.

Questão 193: Errada. Conforme art. 39 da Lei no 8.666/1993, haverá audiênciapública preliminar para explicar os detalhes da licitação que será realizadaquando seu valor estimado for superior a R$150 milhões, e não R$1,5 milhão.

Questão 194: Certa. Qualquer cidadão pode impugnar item do edital, e nãoapenas os licitantes, conforme art. 41 §1o da Lei no 8.666/1993.

Questão 195: O ato pelo qual se atribui ao vencedor o objeto licitado, reco-nhecendo-se o vencedor da licitação, é a adjudicação.

Questão 196: Errada. A juntada posterior de documento que deveria constaroriginariamente da proposta fere o princípio da vinculação ao instrumentoconvocatório.

Questão 197: Certa. Em caso de anulação da licitação ou do contrato, por

motivo de ilegalidade, subsiste a obrigatoriedade de indenizar ao contratadoo que este já houver executado e demais prejuízos que sofrer, contanto que nãotenha sido ele o causador da ilegalidade.

Questão 198: Errada, como visto na questão 197. A anulação da licitaçãodecorre de ilegalidade no procedimento, que pode ser descoberta só após aassinatura do contrato. A revogação da licitação, durante o procedimento,se dá por razões de conveniência, em decorrência de fato superveniente ao edital.

Questão 199: Certa, conforme art. 14 da Lei no 8.666/1993.

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Questão 200: Errada. Os requisitos necessários para a venda de bens da Administração são a demonstração de interesse público, avaliação pré-

via, licitação e, em caso de imóveis da Administração Direta, autárquica e fundacional, a autorização legislativa.

Questão 201: Errada. O erro é a expressão em nenhuma hipótese, pois,de forma excepcional, admite-se a desistência por motivo justo devidamenteaceito pela comissão.

Questão 202: Errada. A adjudicação não se confunde com a assinatura docontrato, que só ocorrerá posteriormente ao término da licitação.

Questão 203: Certa. As compras e contratações de serviços devem ser divi-

didas em parcelas a fim de se aumentar a competição, permitindo que váriasempresas possam fornecer para a Administração em vez de se contratar umaúnica empresa para um só fornecimento de uma grande quantidade total.

Questão 204: Errada. Qualquer cidadão pode impugnar item do edital delicitação.

Questão 205: Errada. A comissão de licitação contará com no mínimo trêsmembros, sendo pelo menos dois deles servidores qualificados pertencentesaos quadros permanentes da Administração.

Questão 206: Errada. No decorrer da licitação, o licitante poderá recorrercontra o resultado da habilitação  e contra o  julgamento da proposta,sendo que, nessas hipóteses, o recurso terá efeito suspensivo, suspendendo-sea licitação até a decisão final.

Questão 207: Certa, conforme comentado na questão 189.

Questão 208. (Cespe/TRF 1a Região/Juiz Federal/2009) Tarefa é o regime de execução indi-reta mediante o qual se contrata um empreendimento em sua integralidade,compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias,sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante,

atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições desegurança estrutural e operacional.

Questão 209. (Cespe/ME/Administração/2008) Se o regime de execução de uma obra for deempreitada por preço unitário, a forma de execução não poderá ser direta.

Gabarito:

208-E 209-C

  COMENTÁRIO 9.7.2

Os serviços podem ser efetuados de forma direta pela Administração oude forma indireta, com a contratação de terceiros pelos seguintes regimes:

Capítulo 9 I LICITAÇÕES PÚBLICAS

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1 – Empreitada por preço global: contratação por preço certo etotal do serviço.

2 – Empreitada por preço unitário: contratação por preço de uni-dades determinadas, como, por exemplo, um valor por cada metrode muro erguido.

3 – Empreitada integral:  conhecida como contratação “porteirafechada”, quando é contratado um empreendimento em sua inte-gralidade, que deve ser entregue totalmente funcionando, envol-vendo todas as suas fases, sob inteira responsabilidade do contra-tado, como quando se contrata a execução do metrô.

4 – Tarefa: contratação de mão de obra para pequenos serviços.

Questão 208: Errada, pois define o regime de empreitada integral e nãotarefa.

Questão 209: Certa. Se há a contratação, por qualquer regime, é porque aexecução é indireta e não direta.

Questão 210. (Cespe/Técnico/TRT-ES/2009) Após empate em todos os critérios definidos emedital, uma empresa brasileira terá preferência em relação a uma empresasuíça, na celebração de contrato administrativo com o município de São Paulo.

Gabarito:210-C

  COMENTÁRIO 9.7.3

Em caso de empate das propostas, conforme determina o art. 3o § 2o daLei no 8.666/1993, haverá preferência, sucessivamente, para bens e serviços:

1 – produzidos no país;2 – produzidos ou prestados por empresa brasileira;3 – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa

e no desenvolvimento de tecnologia no país.Persistindo o empate, haverá sorteio.

Questão 210: Certa. De acordo com a lei de licitações atualmente em vigor,após alteração feita em 2010, a afirmativa deve ser encarada com cautela. Sea empresa brasileira produz no Brasil e a empresa suíça produz naquele país,a afirmativa estará correta, uma vez que a preferência é para bens produzidosno Brasil. Entre uma empresa suíça que produza no Brasil e uma empresabrasileira que produza na Suíça, por exemplo, haveria preferência para a

empresa suíça.

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C a p í t u l o 1 0

Contratos Administrativos

10.1. Contratos Firmados pela Administração

Questão 1. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Área Administrativa/2011) Todos os contratos

celebrados pela Administração Pública são regidos por normas de direitopúblico.

Questão 2. (Cespe/Previc/Analista Administrativo/Administração/2011) As cláusulasdo contrato administrativo devem ser negociadas de comum acordo entre aadministração e os interessados.

Questão 3. (Cespe/Previc/Analista Administrativo/Administração/2011) O contrato ce-lebrado pela Administração Pública possui natureza personalíssima.

Questão 4. (Cespe/Abin/Oficial técnico de inteligência – Administração/2010) No contrato

de adesão, todas as cláusulas são fixadas unilateralmente pela administração.Questão 5. (Cespe/Técnico/TCU/2009) É possível a celebração de contratos pela Adminis-

tração Pública em posição de igualdade com o particular contratante, sendoestes considerados como contratos administrativos atípicos; além disso, éfacultativa a sua formalização, desde que possam ser substituídos por outrosinstrumentos hábeis de comprovação.

Questão 6. (Cespe/Analista/Anatel/2009) O regime de contratação do direito privado di-verge fundamentalmente do adotado no âmbito público. Como característicade todos os contratos feitos com base na Lei no 8.666/1993 tem-se a existência

das denominadas cláusulas exorbitantes.

Questão 7. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Os contratos administrativos regulam-se pelascláusulas e preceitos de direito público, não havendo aplicação subsidiáriado direito privado.

Questão 8. (Cespe/Analista/MI/2009) Enquanto o contrato se caracteriza por interessesopostos que se encontram, o convênio é marcado pela coexistência de inte-resses convergentes que nele se integram.

Questão 9. (Cespe/MDS/2008) Os contratos administrativos regem-se não só pelas suas

cláusulas, mas, também, pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhessupletivamente as normas de direito privado.

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Questão 10. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) O convênio se distingue docontrato, pois, neste, os interesses são opostos e contraditórios, e, naquele,recíprocos. Por outro lado, os entes conveniados têm objetivos institucionais

comuns, não se admitindo cláusula de permanência obrigatória.

Questão 11. (Cespe/ANA/Analista/2006) Os contratos administrativos são regulados pelospreceitos de direito público, com aplicação supletiva das disposições de direitoprivado.

Gabarito:

01-E 02-E 03-C 04-C 05-C 06-E 07-E 08-C 09-C

10-C 11-C

  COMENTÁRIO 10.1.1

Contratos são acordos de vontade firmados entre duas (ou mais) partessendo, assim, atos bilaterais. No entanto, nem todo contrato firmado pela

 Administração é considerado contrato administrativo propriamente dito.

O contrato administrativo é aquele no qual a Administração se co-loca em posição de supremacia, superioridade em relação ao contratado, ouseja, esses contratos são regidos por normas de direito público, admitindocláusulas que quebram a isonomia entre as partes, consideradas cláusulas

exorbitantes.Há contratos que a Administração firma, no entanto, em que esta se coloca

em condição de igualdade com o contratado particular, contratos esses regidospor normas de direito privado, nos quais não se admitem em regra as taiscláusulas exorbitantes, contratos esses ditos contratos da Administração(e não contratos administrativos).

Ocorre que nenhuma dessas disposições é absoluta sendo, portanto, ad-mitidos conceitos de direito privado nos contratos administrativos de forma

apenas supletiva e, em contrapartida, admitidas regras de direito públiconos contratos privados da Administração no que couber.

Diferentemente do que ocorre no contrato, em que os interesses daspartes contratantes são opostos (o interesse da Administração é a prestaçãodo serviço e o interesse do contratado é o devido pagamento), no convênioos interesses das partes são idênticos (por exemplo, em um convênio entrea União e o Cespe/UnB para a realização de um concurso público, o interessede ambos é a realização de uma seleção bem feita a fim de escolher pessoalcapacitado para a Administração, sendo o pagamento um mero ressarcimento

dos custos havidos com o concurso, não havendo, por parte do Cespe/UnB,interesse em lucro).

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Questão 1: Errada. O erro é a palavra todos, uma vez que há contratos re-gidos predominantemente pelo direito privado.

Questão 2: Errada. O contrato administrativo tem suas cláusulas impostasunilateralmente pela Administração, sem possibilidade de negociação, confi-gurando típico contrato de adesão.

Questão 3: Certa. O contrato é personalíssimo, sendo firmado com determi-nado contratado em função de suas condições particulares.

Questão 4: Certa, como na questão 2.

Questão 5: Certa. Os contratos regidos predominantemente pelo direitoprivado não são contratos administrativos típicos. Em algumas hipóteses, oscontratos podem ser substituídos por outros instrumentos, tais como a Notade Empenho, nas situações que serão vistas no Comentário 10.3.1.

Questão 6: Errada. O erro mais uma vez é a palavra todos, uma vez quenem todo contrato possui cláusulas exorbitantes, apenas os ditos contratosadministrativos típicos.

Questão 7: Errada. Nos contratos administrativos aplicam-se subsidiaria-mente normas de direito privado.

Questão 8: Certa, como comentado anteriormente.

Questão 9: Certa, como na questão 7.

Questão 10: Certa. Uma vez que, no convênio, os convenentes têm o mesmoobjetivo, não existe obrigatoriedade de permanência dos mesmos, sendo quequalquer deles pode, a qualquer tempo, desistir do convênio.

Questão 11: Certa, conforme questão 7.

10.2. Cláusulas Exorbitantes

Questão 12. (Cespe/STM/Apoio Especializado/Administração/2011) A aplicação de multaimpede a Administração Pública de rescindir o contrato e de impor penas deadvertência, suspensão temporária ou declaração de inidoneidade.

Questão 13. (Cespe/STM/Apoio Especializado/Administração/2011) O regime jurídico doscontratos administrativos confere à Administração Pública a prerrogativade modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades deinteresse público, ou mesmo rescindi-los unilateralmente.

Questão 14. (Cespe/STM/Apoio Especializado/Administração/2011) A critério da autoridadecompetente, e desde que prevista no instrumento convocatório, pode-se exigir

a prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras, taiscomo caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, seguro-garantia efiança bancária.

Capítulo 10 I  Contratos Administrativos

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Questão 24. (Cespe/Técnico/TCU/2009) É possível a alteração unilateral pela Administra-ção Pública do contrato administrativo celebrado na hipótese de reforma deedifício, até o limite de 50% do valor inicial atualizado do contrato, para os

seus acréscimos.

Questão 25. (Cespe/Técnico/TCU/2009) Como exemplo de prerrogativa ou poder exorbi-tante da Administração Pública, esta poderá alterar as cláusulas econômico--financeiras e monetárias dos contratos administrativos, mesmo sem a préviaconcordância do contratado.

Questão 26. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) A administração possui a prer-rogativa de ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis vinculados aoobjeto do contrato, nos casos de serviços essenciais que envolvam rescisãodo contrato administrativo.

Questão 27. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) Os contratos administrativos po-derão ser alterados, unilateralmente, pela administração, para acrescer oudiminuir, quantitativamente, no caso de obras, serviços e compras, até 25%do valor inicial atualizado do contrato.

Questão 28. (Cespe/Analista/MI/2009) O regime jurídico dos contratos administrativosconfere à administração a prerrogativa de modificá-los unilateralmente,com vistas à melhor adequação às finalidades do interesse público, mas nãopermite rescindi-los em qualquer caso em decisão unilateral.

Questão 29. (Cespe/Técnico/Antaq/2009) A escolha da modalidade de garantia cabeao contratado e não pode ultrapassar o correspondente a 5% do valor docontrato, a não ser no caso de ajustes que importem entrega de bens pelaadministração, dos quais o contratado ficará depositário. Ao valor da garantiadeverá ser acrescido o valor desses bens.

Questão 30. (Cespe/Analista/MDIC/2008) Nos contratos administrativos, é vedada a alte-ração unilateral pela Administração Pública.

Questão 31. (Cespe/MPE-RO/Promotor/2008) Se determinado município firmar contratode reforma de um prédio, onde funciona um hospital público, e, após a assi-natura do contrato, a administração resolver alterar o projeto com vistas aaumentar a capacidade de atendimento desse hospital, de modo que o novovalor da reforma supere em 45% o valor previsto inicialmente no contrato,nessa hipótese, o contratado não será obrigado a cumprir o contrato.

Questão 32. (Cespe/Auditor/Sefaz-ES/2008) Nos contratos administrativos, a Adminis-tração Pública dispõe da faculdade de promover a alteração unilateral docontrato.

Questão 33. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Administrador/2008) A modificação unilateral dos

contratos administrativos é prerrogativa exclusiva da Administração Pública.

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Questão 34. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Administrador/2008) Em virtude do regime jurídicodos contratos administrativos, a Administração Pública somente tem o poderde aplicar sanções ao contratado, se estas forem motivadas pela inexecução

total do contrato.

Questão 35. (Cespe/MPOG/Analista/2008) Nos contratos de concessão de serviço público,diversamente do que ocorre nos contratos de permissão de serviço público,a Administração Pública não pode alterar unilateralmente cláusulas contra-tuais.

Questão 36. (Cespe/Analista/Antaq/2009) A exigência ou não de garantia para execuçãodo contrato é decisão discricionária da autoridade competente.

Questão 37. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Em respeito às garantias constitucionais do

processo administrativo, é facultada, nos termos da Lei no 8.666/1993, a defesaprévia ao contratado, no caso de aplicação das penalidades decorrentes docontrato, garantido o prazo de três dias úteis à sua apresentação.

Questão 38. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) A administração pode impedir amanutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativonas hipóteses de interesse público relativo à segurança nacional.

Gabarito:

12-E 13-C 14-C 15-C 16-C 17-E 18-E 19-C 20-E

21-C 22-E 23-E 24-C 25-E 26-C 27-C 28-E 29-E30-E 31-E 32-C 33-C 34-E 35-E 36-C 37-E 38-E

  COMENTÁRIO 10.2.1

 As cláusulas exorbitantes mais expressivas são as seguintes:

1 – Discricionariedade da Administração para exigir a apresenta-ção de uma garantia da empresa para a assinatura do contrato,que será utilizada pela Administração em caso de descumprimen-

to contratual por parte da empresa. O contratado pode escolherlivremente a modalidade de garantia a ser apresentada, entrecaução em dinheiro ou títulos da dívida, seguro garan-tia  e fiança  bancária. O valor da garantia será em regra deaté 5%, podendo chegar a 10% do valor contratado no casode fornecimentos de grande vulto, conforme art. 56 § 3o da Leino 8.666/1993.

2 – Aplicação de sanções ao contratado (advertência, multa, suspen-são temporária por até dois anos e declaração de inidoneidade,

podendo a multa ser aplicada conjuntamente com as demais).

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3 – Restrição à aplicação do princípio  exceptio non adimpleti con-tractus, ou exceção do contrato não cumprido, contra a Ad-

ministração, significando dizer que a simples falta de pagamen-to por parte da Administração não dá ao contratado o direito deparalisar imediatamente a prestação do serviço, o que só poderáocorrer após 90 dias de atraso de pagamento.

4 – Possibilidade de ocupação dos bens do contratado para a conti-nuidade dos serviços, em caso de rescisão contratual.

5 –  Alteração unilateral do contrato pela Administração  noque se refere à mudança de especificações e alteração das quan-tidades contratadas, em regra de até 25% para acréscimos ou di-minuições (podendo, em caso de reforma, alcançar 50% de acrés-

 cimo), havendo necessariamente  a alteração proporcional dovalor contratual para que se mantenha o equilíbrio econômico--financeiro inicial do contrato.

  O valor contratual pode ser alterado indiretamente, em funçãoda alteração de especificações ou quantidades, mas não podemser alteradas diretamente as cláusulas financeiras (preço e formade pagamento).

6 – Rescisão unilateral do contrato pela Administração – Nashipóteses do Comentário 10.2.2.

Questão 12: Errada. A multa pode ser aplicada conjuntamente com as demaissanções.

Questão 13: Certa. As possibilidades de alteração unilateral e de resci-são unilateral do contrato constituem cláusulas exorbitantes presentes noscontratos administrativos.

Questão 14: Certa. A Administração pode exigir garantia para a assinatura

do contrato, desde que haja essa previsão no edital de licitação, em obediênciaao princípio da vinculação ao instrumento convocatório.

Questão 15: Certa. O valor contratual pode ser diminuído, em decorrênciada mudança das especificações ou da redução das quantidades contratadas.

Questão 16: Certa. A Administração pode assumir a execução e ocupar osbens do contratado a fim de garantir a continuidade do serviço público.

Questão 17: Errada. A Administração não é obrigada a exigir a garantiae, ainda que a exija, não poderá fixar o tipo de garantia a ser prestada pelo

contratado.

Capítulo 10 I  Contratos Administrativos

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Questão 18: Errada. A multa pode ser aplicada conjuntamente com qualqueroutra sanção.

Questão 19: Certa. Os contratos administrativos são atos bilaterais, aocontrário dos atos administrativos, que são atos unilaterais. Esses contratospodem ser alterados.

Questão 20: Errada. A alteração unilateral, assim como a rescisão, deve sermotivada pela Administração.

Questão 21: Certa. A exceptio non adimpleti contractus permite a paralisaçãona prestação do serviço pelo contratado por falta de pagamento, mas apenasapós 90 dias de atraso.

Questão 22: Errada. As sanções aplicadas ao contratado por um ente federadonão podem, em função da autonomia de cada ente da federação, obrigar outroente federado.

Questão 23: Errada. A alteração contratual nessa hipótese não se dará deforma unilateral, uma vez que não se trata de alteração de especificaçõesnem de quantidades, mas sim será uma alteração contratual por acordo daspartes, conforme art. 65 II, d, da Lei no 8.666/1993.

Questão 24: Certa. Em caso de reforma a alteração contratual pode chegar

até a 50%, em caso de acréscimos.Questão 25: Errada. A Administração só pode alterar unilateralmente, sem aconcordância do contratado, as cláusulas de serviço (especificações, execução e ou-tras), mas não as cláusulas econômico-financeiras (preço e forma de pagamento).

Questão 26: Certa, a fim de garantir a continuidade do serviço público.

Questão 27: Certa. Esta questão se referiu à regra, que é a diminuição ouacréscimo em até 25% do valor inicial, não se referindo à possibilidade excep-cional de acréscimo de até 50% em se tratando de reformas.

Questão 28: Errada. A Administração tem a prerrogativa de rescisão unila-teral do contrato.

Questão 29: Errada. A garantia poderá sim ultrapassar 5% do valor contratuale chegar a 10% em caso de obras, fornecimentos e serviços de grande vulto,conforme art. 56 § 3o da Lei no 8.666/1993. Em se tratando de entrega de bensda Administração ao contratado, o valor desses bens deve ser acrescido aovalor da garantia, nos termos do § 5o do mesmo artigo.

Questão 30: Errada. É possível a alteração unilateral.

Questão 31: Errada. Em caso de reforma, o acréscimo pode chegar a 50%,sendo o contratado obrigado a aceitar a alteração.

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Questão 32: Certa. É uma prerrogativa da Administração nos contratosadministrativos.

Questão 33: Certa. Sendo o contrato administrativo regido por normas dedireito público, a Administração possui prerrogativas que não se estendemao contratado, assim, somente a Administração, e nunca o contratado, poderáse utilizar de qualquer das chamadas cláusulas exorbitantes.

Questão 34: Errada. As sanções podem ser aplicadas em caso de inexecuçãototal ou parcial do contrato pelo contratado.

Questão 35: Errada. Em qualquer contrato administrativo, seja de concessãoou permissão de serviços públicos como nos demais contratos, existe a possi-

bilidade de alteração unilateral pela Administração.Questão 36: Certa, em termos. A exigência de garantia pela Administração é defato discricionária, mas desde que houvesse essa previsão no edital de licitação.

Questão 37: Errada. De fato o contratado tem direito a defesa no caso deimposição de sanções pela Administração, mas o prazo para sua interposiçãonão é de três dias úteis, mas sim de cinco dias úteis nos casos de advertência,multa e suspensão temporária e de 10 dias úteis em caso de declaração deinidoneidade, conforme art. 109 da Lei no 8.666/1993.

Questão 38: Errada. A possibilidade de alteração unilateral de especificaçõese quantidades contratadas pela Administração não pode impedir a manutençãodo equilíbrio econômico-financeiro do contrato, ou seja, a alteração proporcio-nal do valor contratual.

Questão 39. (Cespe/Delegado – ES/2011) De acordo com a legislação de regência, é possívela rescisão unilateral do contrato pela Administração Pública por motivo deinteresse público, hipótese em que o contratado tem direito ao ressarcimentodos prejuízos, à devolução da garantia, aos pagamentos atrasados e ao pa-

gamento do custo da desmobilização.Questão 40. (Cespe/MMA – Analista Ambiental/2011) Se a parte contratada atrasa in-

 justificadamente o início do serviço, mesmo assim a Administração Públicaprecisará de autorização judicial para rescindir unilateralmente o contratoadministrativo.

Questão 41. (Cespe/AGU – Procurador/2010) Se a empresa de turismo X for contratadapara fornecer passagens aéreas para determinado órgão da União e, duranteo prazo do contrato, essa empresa alterar o seu objeto social, de forma a con-templar também o transporte urbano de turistas e passageiros, mesmo que

não haja prejuízo para o cumprimento do contrato administrativo já firmadocom o órgão federal, a Administração Pública poderá rescindir unilateral-mente o contrato.

Capítulo 10 I  Contratos Administrativos

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Questão 42. (Cespe/Auditor/TCU/2009) A ocorrência de caso fortuito ou de força maior que,regularmente comprovada, seja impeditiva da execução do contrato autoriza arescisão do contrato, por parte da administração, por ato unilateral e escrito.

Questão 43. (Cespe/Analista/TRE-MA/2009) A inexecução total ou parcial do contrato deuma obra de engenharia civil enseja a sua rescisão, com as consequênciascontratuais e as previstas em lei ou regulamento. Não constitui motivo paraa rescisão do contrato:

a) o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;b) a decretação de falência;c) a alteração social ou da estrutura da empresa que prejudique a execução do con-

trato;d) o atraso de 30 dias dos pagamentos devidos pela administração decorrentes de

obras já executadas;e) a não liberação, por parte da administração, de área ou local para a execução da

obra, nos prazos contratuais.

Questão 44. (Cespe/Técnico/Antaq/2009) É cabível a rescisão unilateral do contrato, pormeio de ato escrito da administração, pelo cometimento reiterado de faltasna execução do contrato, anotadas em registro próprio pelo representanteda administração.

Questão 45. (Cespe/Analista/Ibram/2009) A rescisão de contrato administrativo é deter-

minada por ato unilateral e escrito e, se ocorrer no interesse da administra-ção, sem culpa do contratado, este deverá ter seus prejuízos integralmenteressarcidos.

Questão 46. (Cespe/ME/Administração/2008) O contrato administrativo pode ser rescin-dido unilateralmente pela administração em caso de interesse público ouconveniência, o que implicará o dever de indenizar o particular.

Questão 47. (Cespe/PGE-ES/2008) A administração pode rescindir o contrato administra-tivo em razão de seu descumprimento, mas não pode promover retenção dopagamento que lhe é devido.

Questão 48. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) Os contratos administrativospodem ser rescindidos de forma unilateral ou amigável, neste último casopor iniciativa das partes, de acordo com o que lhes for mais adequado e con-veniente.

Questão 49. (Cespe/AuditorTributário/Ipojuca-ES/2009) Segundo a Lei no 8.666/1993, asubcontratação dos serviços contratados, sem previsão contratual, constituimotivo para a rescisão contratual.

Questão 50. (Cespe/Sefaz-ES/Administrador/2008) A empresa X, prestadora de serviços

públicos, teve a sua falência decretada. Nessa situação, o seu contrato admi-nistrativo será rescindido, de forma unilateral e escrita, pela administração.

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Gabarito:

39-C 40-E 41-E 42-C 43-D 44-C 45-C 46-C 47-C

48-E 49-C 50-C

  COMENTÁRIO 10.2.2

Conforme arts. 77, 78 e 79 da Lei no 8.666/1993, o contrato administrativopoderá ser rescindido em 18 hipóteses distintas (incisos I a XVIII do art. 78)de três formas: unilateralmente pela Administração, amigavelmente ou judicialmente.

•  A rescisão amigável ou judicial ocorrerá:• Por “culpa” da Administração, ou seja, quando ela dá causa à res-

cisão (incisos XIII a XVI).•  A rescisão unilateral ocorrerá:

• Por interesse público (inciso XII);• Em caso fortuito e força maior (inciso XVII);• Por “culpa” do contratado (demais incisos do art. 78).

Toda vez que o contrato for rescindido sem “culpa” do contratado,terá esse direito à indenização pelos prejuízos sofridos em decorrência darescisão.

Resumo esquemático

Rescisão contratual

  Rescisão unilateral pela Administração  Com culpa do contratado

  Interesse público  Sem culpa do contratado Caso fortuito ou força maior  (direito a indenização) “Culpa” da Administração

Essa rescisão não será unilateral, vez que a própria Admi-nistração deu causa à rescisão (será amigável ou judicial)

Questão 39: Certa. Em caso de interesse público não há a “culpa” da Ad-ministração, logo, a rescisão será unilateral; e, como também não há “culpa”do contratado, ele terá direito à indenização.

Questão 40: Errada. Quando há “culpa” do contratado, a rescisão será uni-lateral pela Administração, sem necessidade de autorização judicial.

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Questão 41: Errada. Se a alteração do contrato social da empresa não temqualquer relevância para a prestação do contrato administrativo, não há por

que punir a empresa.Questão 42: Certa. Em caso fortuito ou força maior não há a “culpa” da

 Administração, logo, a rescisão será unilateral.

Questão 43: Nas letras A, B e C haverá rescisão unilateral, pois há a culpado contratado; na letra E haverá rescisão amigável ou judicial por culpada Administração. A letra D não é hipótese de rescisão contratual; somenteapós 90 dias de atraso de pagamento pode o contratado suspender a prestaçãodo serviço e pleitear a rescisão contratual amigável ou judicial, por culpa da

 Administração.

Questão 44: Certa. Pode haver rescisão unilateral, por culpa do contratado.

Questões 45 e 46: Certas. Em caso de interesse da Administração, sem culpado contratado, a rescisão será unilateral e ele terá direito à indenização.

Questão 47: Certa. Por culpa do contratado o contrato poderá ser rescindidounilateralmente. Nessa hipótese a Administração não pode reter os pagamentosa que a empresa tem direito, embora possa lhe aplicar as multas cabíveis pelainadimplência contratual.

Questão 48: Errada. A rescisão amigável ocorrerá por iniciativa do contrata-do prejudicado por culpa da Administração, e não por “iniciativa das partes”.

Questão 49: Certa. A subcontratação sem previsão contratual configura“culpa” do contratado e, assim, haverá a rescisão unilateral.

Questão 50: Certa. A falência também configura “culpa” do contratado e,assim, haverá a rescisão unilateral.

10.3. Caracterísiticas dos Contratos Administrativos

Questão 51. (Cespe/STM – Analista Judiciário/Área Administrativa/2011) As cartas--contrato, notas de empenho de despesa, autorizações de compra e ordensde execução de serviço podem substituir os termos do contrato desde quenão se refiram a: licitações realizadas nas modalidades concorrência, tomadade preços e pregão; dispensa ou inexigibilidade de licitação, cujo valor estejacompreendido nos limites das modalidades concorrência e tomada de preços;contratações de qualquer valor das quais resultem obrigações futuras.

Questão 52. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Área Administrativa/2011) Nos casos deemergência ou de calamidade pública, é permitido o contrato com prazo de

vigência indeterminado.

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Questão 53. (Cespe/STM/Apoio Especializado/Administração/2011) Na Lei no 8.666/1993constam dispositivos legais que permitem a realização de contrato verbalcom a Administração Pública em alguns casos.

Questão 54. (Cespe/Previc/Analista Administrativo/Administração/2011) O contratoadministrativo deve ser executado até o fim sem alterações das condiçõesremuneratórias, mesmo que elas se tornem desvantajosas para o contratado.

Questão 55. (Cespe/MMA/Analista Ambiental/2011) O contrato será obrigatório caso aAdministração Pública realize procedimento licitatório nas modalidadesconcorrência e tomada de preço, bem como nos casos de dispensas e inexi-gibilidades cujos preços estiverem compreendidos nos limites das referidasmodalidades de licitação.

Questão 56. (Cespe/TRE – ES/Analista Judiciário/Área administrativa/2011) A duração doscontratos regidos pela Lei no 8.666/1993 fica adstrita à vigência dos respecti-vos créditos orçamentários, excetuando-se os contratos relativos a projetosde longo prazo que estejam autorizados no plano plurianual. Nesse caso, oscontratos podem ser prorrogados motivadamente, desde que tal prorrogaçãotenha sido prevista no ato convocatório.

Questão 57. (Cespe/Abin/Oficial técnico de inteligência/Administração/2010) Procedimentolegal é uma das características do contrato administrativo. Essa caracterís-tica pode variar de uma modalidade de contrato para outra e compreende

medidas como autorização legislativa, avaliação, motivação, autorização pelaautoridade competente, indicação de recursos orçamentários e licitação.

Questão 58. (Cespe/Abin/Oficial técnico de inteligência/Direito/2010) Se, após procedi-mento de dispensa de licitação, a administração convocar o contratado parafirmar o contrato, no valor de R$6.000,00, não será facultado à administraçãosubstituir o instrumento do contrato por outros instrumentos hábeis.

Questão 59. (Cespe/MPU/Analista de Orçamento/2010) Toda prorrogação de contrato deveser previamente justificada pela autoridade detentora da atribuição legalespecífica; portanto, é nula toda cláusula contratual que disser ser a avença

automaticamente prorrogável.

Questão 60. (Cespe/TCE-BA/Procurador do MP junto ao TCE/2010) Para o TCU, ainda queexpirado o termo original, mas desde que expressamente autorizado pelaautoridade competente, poderá haver a prorrogação dos prazos previstosnos contratos administrativos.

Questão 61. (Cespe/Auditor/TCU/2009) É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal coma administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assimentendidas as que tenham até determinado valor previsto em lei, feitas emregime de adiantamento.

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Questão 62. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) Em nenhuma hipótese é possívela celebração de contrato verbal com a administração em razão do rígidoformalismo exigido, a fim de evitar abusos e prejuízos ao erário.

Questão 63. (Cespe/Analista/MI/2009) O instrumento de contrato será facultativo quandoa licitação ocorrer na modalidade de convite, bem como nas situações dedispensa e inexigibilidade cujos preços estejam compreendidos nos limitesdessa modalidade.

Questão 64. (Cespe/Analista/MI/2009) Na prestação de serviços a serem executados deforma contínua, é permitida a prorrogação do contrato por períodos iguaise sucessivos, com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosospara a administração, até o máximo de 60 meses.

Questão 65. (Cespe/Técnico/Antaq/2009) O instrumento de contrato é obrigatório noscasos de dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidosnos limites das modalidades de licitação concorrência e tomada de preços.

Questão 66. (Cespe/Analista/MDIC/2008) São características do contrato administrativo:formalismo, comutatividade e bilateralidade.

Questão 67. (Cespe/ME/Administração/2008) A contratação verbal com a administraçãoé aceita para pequenas compras de pronto pagamento.

Questão 68. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Administrador/2008) Os contratos administrativostêm prazo de vigência limitado a 60 meses, podendo ser prorrogados umaúnica vez, por igual período.

Questão 69. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) No caso de a administraçãovaler-se continuamente de uma empresa para a prestação de serviços dedigitação, os respectivos contratos devem ser renovados no início de cadaexercício. Apesar disso, poderão ser incluídos em cada PPA, com a indicaçãodos valores correspondentes ao período.

Questão 70. (Cespe/ANA/Analista/2006) A Administração Pública direta, empresas pú-blicas e sociedades de economia mista poderão, em caráter excepcional,

celebrar contrato com pessoa jurídica, com prazo de vigência indeterminado.Questão 71. (Cespe/STM – Apoio Especializado/Administração/2011) É dispensável a

realização de termo de contrato e facultada sua substituição por outros ins-trumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa,autorização de compra ou ordem de execução de serviço, a critério da Ad-ministração Pública, desde que a compra enseje entrega imediata e integraldos bens adquiridos e não ultrapasse o limite de R$80.000,00.

Gabarito:

51-C 52-E 53-C 54-E 55-C 56-C 57-C 58-E 59-C

60-E 61-C 62-E 63-C 64-C 65-C 66-C 67-C 68-E

69-E 70-E 71-E

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Questão 56: Certa. Essa é uma das hipóteses em que se permite ultrapassaro término do exercício financeiro.

Questão 57: Certa, ao demonstrar a característica do procedimento legal.

Questão 58: Errada. O valor de R$6.000,00 é compatível com a modalidadede convite, logo, poderá haver a substituição, ainda que tenha havido dispensa.

Questão 59: Certa. A prorrogação contratual deve sempre ser motivada.

Questão 60: Errada. Só pode ocorrer a prorrogação do prazo contratual antesde terminado o mesmo.

Questão 61: Certa, conforme art. 60 parágrafo único da Lei no 8.666/1993 já

comentado.Questão 62: Errada, como visto na questão 61.

Questão 63: Certa, conforme comentado na questão 51.

Questão 64: Certa. Essa é uma das hipóteses em que se permite ultrapassaro exercício financeiro, conforme art. 57 II da Lei no 8.666/1993. Nesse caso, oprazo contratual pode se estender a até 60 meses e, em situações excepcionais,poderá haver a prorrogação por mais 12 meses, conforme § 4o do mesmo artigo.

Questão 65: Certa, conforme questão 55.

Questão 66: Certa. Os contratos administrativos são atos bilaterais, comu-tativos (uma vez que as obrigações de cada contratante estão perfeitamentedefinidas) e formais.

Questão 67: Certa, no valor de até R$4.000,00.

Questão 68: Errada. O prazo dos contratos administrativos em regra deve seiniciar e terminar no mesmo exercício.

Questão 69: Errada. Os contratos que envolvem esses serviços de natureza

continuada podem (e não devem, como está na questão) ter seu prazo con-tratual prorrogado ao seu término (e não ao “início de cada exercício”).

Questão 70: Errada. É vedado o contrato com prazo indeterminado em qual-quer hipótese.

Questão 71: Errada. No caso de compra de bens no valor de até R$80.000,00(valor de convite) é de fato facultada a substituição do contrato por outrosinstrumentos, mas, quando se trata de compra de bens com a entrega imediatae integral dos mesmos, é facultada essa substituição seja qual for o valor da

compra. O erro é a construção “desde que a compra enseje entrega imediatae integral dos bens adquiridos e não ultrapasse o limite de R$80.000,00”. Sea expressão e fosse substituída por ou, a questão estaria Certa.

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10.4. Inexecução Contratual

Questão 72. (Cespe/TCE-AC/2009) A teoria do fato do príncipe é aplicada, por exemplo,

quando o Estado, parte na relação contratual, onera a carga tributária afetandoo particular contratado, sendo devido o reequilíbrio econômico-financeiro docontrato. Tratando-se, no entanto, de monopolização ou estatização de certasatividades objeto de contrato administrativo em curso, o pacto poderá serrescindido de forma unilateral pela administração, não sendo devida qualquerindenização ao particular contratado.

Questão 73. (Cespe/TCE-AC/2009) No âmbito dos contratos administrativos, a teoria da impre-visão, assentada no instituto da equidade, é sustentada no ordenamento jurídicobrasileiro pela jurisprudência e pela doutrina, uma vez que não está integrada ao

Direito positivo, especialmente para o fim de recompor o equilíbrio econômico--financeiro do contrato ou justificar a prorrogação de prazos contratuais.

Questão 74. (Cespe/ME/Administração/2008) O aumento da carga tributária que repercutano contrato administrativo somente implicará revisão deste se o aumentotiver ocorrido após a sua celebração.

Questão 75. (Cespe/TJDFT/2008) Caracteriza-se o fato do príncipe quando alteração nocontrato administrativo, decorrente de fato imprevisível, extracontratual eextraordinário licitamente provocado pelo Estado, causa prejuízo ao particularque contratou com o poder público.

Questão 76. (Cespe/TRF/Juiz Federal/2007) Não pode ser aplicada a teoria da imprevisãopara a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato admi-nistrativo na hipótese de aumento salarial concedido, em virtude de dissídiocoletivo, aos empregados da empresa contratada pela administração paraterceirização de serviço, pois tal dissídio constitui evento certo que deveriaser levado em conta quando da efetivação da proposta.

Gabarito:

72-E 73-E 74-E 75-C 76-E

  COMENTÁRIO 10.4.1

Hipóteses de inexecução contratual são aquelas situações nas quais ocontrato não mais poderá ser executado como previsto inicialmente. Essassituações, quando impedirem  completamente a continuidade do contrato,importarão a sua rescisão e, quando apenas dificultarem, onerarem a suacontinuidade, importarão a revisão do valor contratual.

São hipóteses de inexecução contratual:1 – Caso fortuito: evento da natureza imprevisível;

2 – Força maior: evento humano imprevisível;

Capítulo 10 I  Contratos Administrativos

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3 – Fato do Príncipe: medida de governo, de autoridades distantesda execução contratual, tal como a proibição de importação de

determinado equipamento;4 – Fato da Administração: ação ou omissão da Administração res-ponsável pela execução contratual, tal como não liberação de áreade trabalho;

5 – Interferências imprevistas:  fato ocorrido antes da assina-tura do contrato e só descoberto durante a sua execução, talcomo a descoberta, durante a execução contratual, que os dutospor onde deveriam ser passados cabos de energia pela empresacontratada estão obstruídos há muito tempo.

Questão 72: Errada. Está correta a definição de fato do príncipe; o erro éque a rescisão contratual na segunda situação gera o dever de indenizar, umavez que não houve culpa do contratado.

Questão 73: Errada. A questão afirma que a recomposição do equilíbrioeconômico-financeiro do contrato e a prorrogação dos prazos contratuais ne-cessários em função da teoria da imprevisão (fatos imprevistos ocorridos aolongo do contrato) estão baseados na jurisprudência e na doutrina, mas nãopossuem previsão legal, o que está incorreto, uma vez que a Lei no 8.666/1993prevê expressamente essa possibilidade.

Questão 74: Errada. A teoria da imprevisão, que envolve os acontecimentosimprevisíveis, ou mesmo previsíveis, mas de consequências incalculáveis querepercutem no contrato, autoriza a revisão dos valores contratados em razãode alteração em tributos ou encargos legais ocorrida após a apresentaçãoda proposta (e não após a celebração do contrato), estando prevista no art.65 § 5o da Lei no 8.666/1993.

Questão 75: Certa, apresentando definição de fato do príncipe, consideran-do que o fato foi “provocado pelo Estado”, no sentido de que foi uma medida

estatal, governamental, externa ao contrato.Questão 76: Errada. Deve ser recomposto o equilíbrio econômico-financeirodo contrato decorrente de dissídio coletivo de trabalho, uma vez que esse acon-tecimento é previsível, mas de consequências incalculáveis, nos termosdo art. 65 II, d, da Lei no 8.666/1993.

10.5. Execução Contratual

Questão 77. (Cespe/STM/Apoio Especializado/Administração/2011) A inadimplência docontratado, em relação aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais, não

transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento,nem onera o objeto do contrato ou mesmo restringe a regularização e o usodas obras e edificações, inclusive perante o registro de imóveis.

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Questão 78. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) A Administração Pública respondesolidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantesda execução do contrato.

Questão 79. (Cespe/Analista/Anatel/2009) A Lei no 8.666/1993 prevê, mas somente emrelação aos encargos trabalhistas, a responsabilidade subsidiária da admi-nistração tomadora dos serviços.

Questão 80. (Cespe/Técnico/Antaq/2009) O contratado é responsável pelos encargostrabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais da execução do contrato,porém, em caso de inadimplência, a responsabilidade por seu pagamento étransferida à Administração Pública.

Gabarito:

77-C 78-C 79-E 80-E

  COMENTÁRIO 10.5.1

 A Lei no 8.666/1993, em seu art. 71, dispõe que a inadimplência do con-tratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais nãotransfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento eque, somente quanto aos encargos previdenciários devidos pelo contratadoresponderá de forma solidária a Administração.

Questão 77: Certa. A inadimplência do contratado referente a esses encargos não gera nenhuma responsabilização para a Administração.

Questão 78: Eerta. Apenas quanto aos encargos previdenciários haveráa responsabilidade solidária da Administração.

Questão 79: Errada. Em relação aos encargos trabalhistas, não há qualquerresponsabilidade da Administração.

Questão 80: Errada. Somente quanto aos encargos previdenciários  res-ponderá a Administração.

Questão 81. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Área Administrativa/2011) No caso de obrase serviços, após executado o contrato, o objeto só pode ser recebido por co-missão designada pela autoridade competente para tal fim.

Questão 82. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Área Administrativa/2011) Quando o objetodo contrato interessar a mais de uma entidade pública, caberá a todas asentidades envolvidas, solidariamente, responder pela sua boa execução efiscalização.

Questão 83. (Cespe/Previc/Analista Administrativo/Administração/2011) É permitido aogestor público elaborar contrato administrativo sem a cláusula de reajusta-mento.

Capítulo 10 I  Contratos Administrativos

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Questão 84. (Cespe/Analista/Anatel/2009) Para efeitos de fiscalização dos contratos,a Lei no 8.666/1993 prevê a possibilidade de contratação de terceiros pelaadministração para se desincumbir de tal mister.

Questão 85. (Cespe/Técnico/Antaq/2009) A execução do contrato deverá ser acompanhadae fiscalizada por representante da administração, especialmente designadopara tanto, permitida a contratação de terceiros para substituí-lo.

Gabarito:

81-E 82-E 83-E 84-E 85-E

  COMENTÁRIO 10.5.2

Questão 81: Errada. O erro é a palavra só, pois, conforme art. 73 da Lei no 8.666/1993, em se tratando de obras e serviços, o seu objeto será recebido pro-visoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, e defi-nitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente.

Questão 82: Errada. De acordo com o art. 112 da lei de licitações, quando oobjeto do contrato interessar a mais de uma entidade pública, caberá ao órgãocontratante a fiscalização.

Questão 83: Errada. São cláusulas necessárias nos contratos aquelas previs-tas no art. 55 da Lei no 8.666/1993, dentre elas, a cláusula de reajustamento,prevista no inciso III.

Questões 84 e 85: Erradas. A execução do contrato deve ser fiscalizada porum representante da Administração, admitindo-se a contratação de terceirospara auxiliá-lo nessa tarefa, conforme art. 67 da lei de licitações, e não paraque a Administração possa se desincumbir da tarefa, nem para que o terceirocontratado substitua o representante da Administração.

10.6. Anulação do Contrato

Questão 86. (Cespe/Técnico/TCU/2009) Se comprovada a efetiva atuação de servidorpúblico para favorecer determinada empresa, o órgão da Administração Pú-blica decidir por anular o contrato administrativo já celebrado, a declaraçãode nulidade terá efeitos ex tunc e desobrigará a administração de indenizara empresa contratada pelos serviços efetivamente prestados.

Questão 87. (Cespe/Técnico Administrativo/Anac/2009) Os efeitos produzidos pela decla-ração de nulidade do contrato administrativo não são retroativos.

Questão 88. (Cespe/TRF/Juiz Federal/2007) Considere a seguinte situação hipotética. Umcidadão ajuizou ação popular para anular um contrato ilegal, por ausênciade licitação. Restou demonstrado que a determinação do ressarcimento,por força de ilegalidade de contratação, conduziria ao enriquecimento sem

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causa. Nessa situação, por ter a empresa contratada prestado efetivamenteà população o serviço, a determinação de devolução ao Estado dos valorespercebidos pela contratada configuraria locupletamento indevido.

Questão 89. (Cespe/Defensor Público/ES/2009) A ilegalidade comprovada no procedi-mento licitatório, apurada após a celebração do contrato, macula o contratoadministrativo dele decorrente, impondo sua consequente anulação pelaAdministração Pública.

Gabarito:

86-E 87-E 88-C 89-C

  COMENTÁRIO 10.6.1

 A anulação do contrato ocorre, de forma similar ao que acontece em rela-ção aos atos administrativos, em caso de ilegalidade constatada no contratoou mesmo descoberta em relação à licitação feita anteriormente à assinaturado mesmo. A anulação opera retroativamente, ex tunc, desconstituindo-se ocontrato desde a sua assinatura, mas exige que a Administração pague ao con-tratado o que ele efetivamente houver realizado e ainda os prejuízos decorrentesda anulação, desde que ele não tenha dado causa à anulação.

Questão 86: Errada. A Administração é obrigada a pagar pelos serviços

prestados.Questão 87: Errada. A anulação tem efeito ex tunc, retroativo.

Questão 88: Certa. A Administração não pode exigir a devolução dos paga-mentos feitos em função dos serviços efetivamente prestados.

Questão 89: Certa. A ilegalidade, seja no contrato seja na licitação, gera aanulação do contrato.

10.7. Disposições Gerais

Questão 90. (Cespe/MP-RN/2009) Assinale a opção correta com relação aos contratosadministrativos e à Lei de Licitações.

a) Os contratos administrativos são caracterizados, via de regra, por sua imutabili-dade.

b) Cláusulas exorbitantes são aquelas que não constavam do contrato administrati-vo quando de sua elaboração, mas que foram posteriormente acrescentadas pormeio de aditivo contratual firmado entre as partes.

c) Segundo a lei em tela, a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associa-ção do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem

como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato, sãomotivos para a rescisão do contrato.

Capítulo 10 I  Contratos Administrativos

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d) Contratos administrativos são aqueles em que uma das partes é uma pessoa ju-rídica de direito público.

e) Fato da administração são medidas de ordem geral não relacionadas diretamente

com o contrato, mas que nele repercutem, provocando desequilíbrio econômico--financeiro em detrimento do contratado.

Questão 91. (Cespe/TCE-AC/2009) Assinale a opção correta a respeito dos contratosadministrativos.

a) A inadimplência do contratado quanto aos encargos comerciais relativos à obracontratada não transfere à administração sua responsabilidade por seu paga-mento.

b) Não se admite a contratação verbal de particular pela administração em razão da

oficialidade dos atos administrativos.c) O aumento da carga tributária que tenha produzido consequências no contratoadministrativo somente acarretará sua revisão para adequação se ocorrido apósa sua celebração.

d) A administração pode unilateralmente deixar de manter o equilíbrio econômi-co-financeiro do contrato administrativo quando verificada hipótese de forçamaior.

e) O contrato entre a administração e empresa para execução de serviços de con-servação e limpeza torna-se eficaz a partir da assinatura pelo particular.

Questão 92. (Cespe/Auge-MG/2008) Acerca dos contratos administrativos, regidos pelaLei no 8.666/1993, assinale a opção correta.

a) O fato do príncipe distingue-se do fato da administração na medida em que oprimeiro se relaciona diretamente com o contrato, enquanto o segundo (fato daadministração) só reflexamente repercute sobre o contrato.

b) A administração pode rescindir unilateralmente o contrato administrativo se ocontratado não cumprir devidamente as cláusulas contratuais, devendo ressarci--lo dos prejuízos regularmente comprovados.

c) A administração possui a prerrogativa de aplicar sanções de natureza adminis-trativa — entre as quais se incluem a advertência, a multa e a suspensão tempo-rária de participação em licitação — sendo a pena de multa a única passível deser aplicada juntamente com qualquer uma das outras.

d) O contrato deve ser publicado resumidamente no Diário Oficial no prazo máximode 20 dias a contar da assinatura, sendo dispensável essa publicação se tiver sidoformalizado por instrumento lavrado em cartório de notas.

e) Os contratos para os quais a lei exige licitação são firmados intuitu personae, ouseja, em razão de condições pessoais do contratado, razão pela qual são termi-nantemente vedadas, em qualquer hipótese, a subcontratação, total ou parcial,do seu objeto, a associação do contratado com outrem e a sua cessão ou transfe-

rência.

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Questão 93. (Cespe/PGE-PB/2008) A respeito dos contratos administrativos, assinale aopção incorreta.

a) É possível a existência de contrato administrativo com prazo de vigência indeter-

minado.b) Fato do príncipe é situação ensejadora da revisão contratual para a garantia da

manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.c) Força maior e caso fortuito são eventos imprevisíveis e inevitáveis, que geram

para o contratado excessiva onerosidade ou mesmo impossibilidade da normalexecução do contrato.

d) Ocorre fato da administração quando uma ação ou omissão do poder público es-pecificamente relacionada ao contrato impede ou retarda a sua execução.

e) Interferências imprevistas consistem em elementos materiais que surgem du-

rante a execução do contrato, dificultando extremamente a sua execução e tor-nando-a insuportavelmente onerosa.

(Cespe/STJ/Analista-Administrador/2008) O estado X firmou contrato administrativo deobra pública, no regime de administração contratada. Para tanto, foi feita a licitação,sendo vencedora a empresa Y, ficando a empresa Z em segundo lugar. Passados novemeses do início da execução da obra, o referido contrato foi rescindido pela contratada.Acerca dessa situação hipotética, dos contratos administrativos e da licitação, julgueos três seguintes itens.

Questão 94. Na hipótese considerada, a administração poderá contratar a empresa Z,segunda colocada na referida licitação, com dispensa de licitação, desde quemantidas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor.

Questão 95. Uma das características do contrato administrativo é a existência das cha-madas cláusulas exorbitantes e da limitação ao princípio geral dos contratospacta sunt servanda. No entanto, constitui motivo legítimo para rescisão docontrato, por iniciativa do contratado, o atraso superior a 90 dias dos paga-mentos devidos pela administração decorrentes de obras ou parcela destas já executadas.

Questão 96. Conforme determina a lei de regência, a execução indireta de obras, quandofeita por administração contratada, faz com que a administração contrate umempreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas daobra, dos serviços e das instalações.

Questão 97. (Cespe/PGE-CE/2008) Assinale a opção correta com relação a contratosadministrativos.

a) Quando a administração celebra contratos administrativos, as cláusulas exorbi-tantes existem implicitamente, ainda que não expressamente previstas. Quando aadministração celebra contratos de direito privado, as cláusulas exorbitantes têm

de ser expressamente previstas, com base em lei que derrogue o direito comum.

Capítulo 10 I  Contratos Administrativos

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b) Uma das peculiaridades do contrato administrativo é a possibilidade de a ad-ministração rescindi-lo unilateralmente. Porém, essa faculdade somente poderáser exercida se houver inadimplemento por parte da contratada.

c) Caracteriza-se o fato do príncipe quando a administração, como parte contratual,torna impossível a execução do contrato ou provoca seu desequilíbrio econômico.

d) Álea administrativa é todo acontecimento externo ao contrato, estranho à vontadedas partes, imprevisível e inevitável, que causa um desequilíbrio muito grande,tornando a execução do contrato excessivamente onerosa para o contratado.

e) Entre as modalidades de contrato administrativo estão a concessão de serviçopúblico, o contrato de obra pública, a permissão de uso de bem público e a auto-rização administrativa.

Questão 98. (Cespe/Finep/Analista/Administração Geral/2009) Quanto a contratos admi-nistrativos, assinale a opção correta.a) Os contratos administrativos regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos

de direito público, sendo vedado aplicar-lhes as disposições de direito privado.b) A obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em

compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de ha-bilitação e qualificação exigidas na licitação não é uma cláusula necessária aocontrato público. Essa obrigação decorre do dever moral do contratado, que podeser exigido pela administração mesmo sem previsão expressa.

c) Nos contratos celebrados pela Administração Pública, exceto aqueles firmados

com pessoas físicas, deve constar necessariamente cláusula que declare compe-tente o foro da sede da administração para dirimir qualquer questão contratual.

d) A nulidade não exonera a administração do dever de indenizar o contratado peloque este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros pre-

 juízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promo-vendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

e) É nulo e de nenhum efeito todo contrato verbal com a administração.

Gabarito:

90-C 91-A 92-C 93-A 94-C 95-C 96-E 97-A 98-D

  COMENTÁRIO 10.7.1

 Além de todos os pontos já comentados anteriormente, a fim de não repetirtudo o que já foi dito, cabe apenas acrescentar:

Questão 90: Na letra B, o erro é que as cláusulas exorbitantes já estão previstasinicialmente no contrato; na letra C, qualquer daquelas ações, quando nãoadmitidas no contrato, configura descumprimento contratual e é motivo pararescisão unilateral; na letra D, nem todo contrato firmado por uma pessoa

 jurídica de direito público é considerado contrato administrativo; a letra Edá a definição de fato do príncipe, uma vez que as medidas não estão relacio-nadas diretamente com o contrato, ao contrário do fato da Administração.

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Questão 91: O erro da letra E é que é condição para a eficácia do contrato aobrigatória publicação do seu resumo no diário oficial, portanto, o contrato

só adquire eficácia a partir da publicação, e não da sua assinatura.Questão 92: Na letra A as definições de fato do príncipe e fato da ad-ministração estão invertidas; na letra B, como a rescisão se dá por culpado contratado, ele não será indenizado pelos prejuízos; na letra D, o erro éque o contrato não deve ser publicado em até 20 dias a partir da assinatura,e sim em até 20 dias a partir do quinto dia útil do mês seguinte à assinatura,conforme parágrafo único do art. 61 da lei de licitações. O erro da letra E éque não é “terminantemente vedada, em qualquer hipótese” a subcontrataçãoparcial do seu objeto, se o contrato assim o permitir; a subcontratação total

do objeto de fato é vedada, uma vez que o contrato administrativo é firmadointuitu personae, ou seja, de forma personalíssima com aquele contratado.

Questão 93: Na letra E, as interferências imprevistas de fato “surgem”durante a execução do contrato, embora já existissem anteriormente a ele.

Questão 94: Certa, constituindo hipótese de dispensa de licitação já estudada.

Questão 95: Certa. O princípio  pacta sunt servanda significa dizer que ocontrato faz “lei” entre as partes contratantes, ou seja, elas estão obrigadasa acatar o teor inicial do contrato e cumpri-lo como estipulado, o que, como já

vimos, é limitado nos contratos administrativos em função de sua mutabili-dade em determinadas situações.

Questão 96: Errada. Esse regime é a empreitada integral, e não “admi-nistração contratada”.

Questão 97: Na letra A, os contratos administrativos são regidos por normasde direito público e, assim, as cláusulas exorbitantes já são presumidas, noentanto, nos contratos da Administração, regidos por normas de direito priva-do, para que, excepcionalmente, sejam admitidas essas cláusulas, deve haver

previsão expressa baseada em lei; na letra D, os fatos externos imprevistos quecausam desequilíbrio econômico (como no caso fortuito) são conhecidos comoálea econômica e não álea administrativa, uma vez que não são geradospela Administração; na letra E, a permissão de uso e a autorização são atosadministrativos, e não contratos administrativos.

Questão 98: O erro da letra A é que são aplicáveis, supletivamente, dispo-sições de direito privado; o disposto na letra B é cláusula necessária em todocontrato, prevista no art. 55 da lei de licitações, assim como a letra C (o erroé a palavra exceto); na letra E o erro é a palavra todo.

Capítulo 10 I  Contratos Administrativos

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C a p í t u l o 1 1

Serviços Públicos

11.1. Descentralização

Questão 1. (Cespe/Especialista/Anac/2009) Na concessão de serviço público, o poder

concedente transfere ao concessionário apenas a execução do serviço,continuando titular do mesmo, razão pela qual pode rescindir o contratounilateralmente por motivo de interesse público.

Questão 2. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) A descentralização podedar-se pela outorga legal ou pela delegação negocial. Na outorga, o Estadocria, por meio de uma lei, uma pessoa jurídica para exercer o serviço des-centralizado, como é o caso da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos;na delegação, o Estado descentraliza, por meio de um negócio jurídico, comoocorre, por exemplo, no transporte coletivo de ônibus.

Questão 3. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) A concessão do serviçopúblico é um contrato administrativo por força do qual o poder público, cha-mado concedente, transfere a pessoa privada, chamada concessionária, atitularidade de um serviço público mediante remuneração, denominada taxa,fixada pelo poder público e paga diretamente pelo usuário do serviço.

Questão 4. (Cespe/Analista/Anac/2009) Incumbe ao poder público, na forma da lei, di-retamente ou sob regime de concessão ou de permissão, sempre mediantelicitação, a prestação de serviços públicos.

Gabarito:01-C 02-C 03-E 04-C

  COMENTÁRIO 11.1.1

Quando um ente federado entrega a prestação de um serviço público de suacompetência a outra pessoa ocorre descentralização, nas seguintes formas:

• Descentralização por outorga: é transferida a titularidade do refe-rido serviço público a uma entidade da Administração Indireta,

sempre a partir de uma lei. Essa transferência só poderá ser desfeitaa partir de outra lei nesse sentido.

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• Descentralização por delegação: é transferida apenas a execução do serviço a outra pessoa, por meio de ato ou contrato, nas formas de

concessão, permissão ou autorização. Essa delegação poderá ser des-feita administrativamente pelo desfazimento daquele ato ou contrato.

Questão 1: Certa. Na delegação transfere-se apenas a execução do serviço. A concessão ocorrerá por contrato administrativo, que pode ser rescindido.

Questão 2: Certa. Na outorga, o serviço é repassado à entidade da Adminis-tração Indireta criada por lei; na delegação transfere-se apenas a execução.

Questão 3: Errada. Na delegação não é transferida a titularidade do serviço.

Questão 4: Certa, retratando literalmente o art. 175 caput da ConstituiçãoFederal.

11.2. Delegação de Serviços Públicos

Questão 5. (Cespe/TRE – ES – Analista Judiciário/Área administrativa/2011) É vedadaa outorga de concessão ou permissão de serviços públicos em caráter deexclusividade, uma vez que qualquer tipo de monopólio é expressamenteproibido pelo ordenamento jurídico brasileiro.

Questão 6. (Cespe/Analista/TRE-MA/2009) A autorização de serviço público constitui ato

administrativo bilateral, vinculado e precário.Questão 7. (Cespe/Especialista/Anac/2009) A concessão de serviço público deve ser

necessariamente instrumentalizada por contrato.

Questão 8. (Cespe/Analista/Cerpro/2008) No contrato de concessão, é permitida a sub-concessão, desde que prevista no contrato, autorizada pelo poder concedentee precedida de concorrência.

Questão 9. (Cespe/Analista/Cerpro/2008) A permissão é definida legalmente como adelegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços pú-blicos, feita pelo poder concedente a pessoa física ou jurídica que demonstrecapacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

Questão 10. (Cespe/Auge-MG/2008) A permissão é formalizada por contrato administrati-vo, tem como objeto a prestação de serviços públicos e pode ser firmada tantocom pessoa física quanto com pessoa jurídica ou consórcio de empresas.

Questão 11. (Cespe/Auge-MG/2008) As concessões de serviço público só podem ser ou-torgadas por prazo determinado.

Questão 12. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) A concessão pública poderáser fornecida apenas a pessoa jurídica e por prazo determinado.

Questão 13. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) As formas permitidas delicitação para concessão pública são tomada de preços e concorrência.

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Questão 14. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) A unilateralidade e preca-riedade são características da concessão pública.

Questão 15. (Cespe/TJDFT/2008) Como regra, entende-se a permissão administrativa, emseu sentido tradicional, como o ato administrativo de caráter discricionárioe precário pelo qual o poder público autoriza o particular a executar serviçode utilidade pública ou a utilizar privativamente bem público, sendo possívela revogação do consentimento, não sendo, porém, devida indenização aoprejudicado.

Questão 16. (Cespe/TRF/Juiz Federal/2007) A permissão de serviço público para explo-ração de serviço de transporte intermunicipal é negócio jurídico unilateral e,portanto, não se sujeita ao princípio determinador do respeito ao equilíbriofinanceiro do contrato.

Questão 17. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) Se uma empresa apresentar-se como lici-tante para firmar contrato de concessão e, na fixação da tarifa apresentadacomo proposta, estiverem incluídos subsídios específicos que a empresapossua, não disponíveis para os demais licitantes, nesse caso, a propostadeverá ser analisada.

Questão 18. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) Diante do princípio da indisponibilidade dointeresse público, o contrato de concessão não poderá prever o emprego demecanismos privados para a resolução de disputas decorrentes ou relacio-

nadas ao contrato, como a arbitragem.Questão 19. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) Incumbe à concessionária a execução do

serviço concedido e cabe-lhe responder por todos os prejuízos causados aopoder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercidapelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.

Questão 20. (Cespe/TCE-ES/2009) Suponha que determinada empresa, pretendendoparticipar de uma licitação para firmar contrato de concessão de serviçopúblico, tenha, na fase da apresentação das propostas, arrolado algunssubsídios específicos que possui, razão pela qual foi a que apresentou menor

tarifa. Nessa situação, por esse motivo, não haverá qualquer impedimento àassinatura do contrato de concessão, já que o valor da tarifa foi o menor.

Questão 21. (Cespe/TCE-ES/2009) O contrato de concessão firmado entre uma concessio-nária de serviço público e o poder concedente deverá prever o foro de eleição,não sendo admitida a arbitragem.

Questão 22. (Cespe/Sefaz-ES/Administrador/2008) O fornecimento de energia elétrica dacasa de Rosa foi suspenso por falta de pagamento. Rosa alega ser pobre eque está desempregada, razão pela qual pretende ingressar com ação judicialvisando restabelecer o serviço. No caso de Rosa, a interrupção por falta depagamento do serviço de energia elétrica viola o princípio da continuidadedo serviço público.

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Questão 23. (Cespe/Defensor Público/ES/2009) A autorização de serviço público constituicontrato administrativo pelo qual o poder público delega a execução de umserviço de sua titularidade a determinado particular, para que o execute em seu

próprio nome, por sua conta e risco, predominantemente em benefício próprio,razão pela qual não depende de licitação e, quando revogado pela AdministraçãoPública, gera, para o autorizatário, o direito à correspondente indenização.

Questão 24. (Cespe/PGE/PI/2008) Contrato administrativo pelo qual a Administração Pú-blica delega a outrem a execução de um serviço público, para que o executeem seu próprio nome, por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuárioou outra forma de remuneração decorrente da exploração do serviço.

Maria Sylvia Di Pietro. Parcerias na administração

pública. São Paulo: Atlas, 1999, p. 72 (com adaptações).

A definição apresentada no texto refere-se ao instituto denominado:a) autorização de serviço público;b) permissão de serviço público;c) contrato de empreitada de obra pública;d) concessão de obra pública;e) concessão de serviço público.

Gabarito:

05-E 06-E 07-C 08-C 09-C 10-E 11-C 12-C 13-E

14-E 15-C 16-E 17-E 18-E 19-C 20-E 21-E 22-E

23-E 24-E

  COMENTÁRIO 11.2.1

 As formas de delegação de serviços públicos são as seguintes:

Resumo esquemático

AUTORIZAÇÃO PERMISSÃO CONCESSÃO

Licitação NÃO SIMqualquer modalidade SIMModalidade concorrência

Forma Ato discricionárioContrato de adesão pre-cário e revogável pelaAdministração

Contrato administrativo

Delegatário pessoa física oupessoa jurídica

pessoa física oupessoa jurídica

pessoa jurídica ouconsórcio de empresas

 A figura da permissão gera divergências, uma vez que, conforme seuconceito doutrinário tradicional, seria um ato discricionário pelo qualo Estado autoriza a prestação de um serviço público ou a utilizaçãode um bem público (conceito pedido na questão 15). No entanto, em se

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tratando especificamente de serviços públicos, o conceito legal dado pela Leino 8.987/1995, que regula a delegação de serviços públicos, é o de contrato de

 adesão precário, portanto, negócio jurídico bilateral (questão 16).Questão 05: Errada. A Lei no 8.987/1995 dispõe, em seu art. 16, que “A outorga

de concessão ou permissão não terá caráter de exclusividade, salvo no caso de

inviabilidade técnica ou econômica justificada”.

Questão 06: Errada. A autorização é ato unilateral discricionário, e nãobilateral vinculado.

Questão 07: Certa. A concessão é formalizada por contrato.

Questão 08: Certa. A Lei no 8.987/1995, em seu art. 26, dispõe que é admiti-da a subconcessão, desde que autorizada pelo poder concedente e sempre pormeio de concorrência.

Questão 09: Certa, definindo a permissão de serviço público, conformequadro esquemático.

Questão 10: Errada. A permissão é formalizada por contrato de adesão enão pode ser firmado com consórcio de empresas.

Questão 11: Certa. Uma vez que as concessões são formalizadas por con-trato, os contratos não podem ser firmados por prazo indeterminado.

Questão 12: Certa. A questão, ao afirmar que a concessão só pode ser for-necida a pessoa jurídica, deve ser entendida no sentido de que não pode serconcedida a pessoa física, uma vez que ela pode ser dada a pessoa jurídica oua um consórcio de pessoas jurídicas.

Questão 13: Errada. A concessão não admite tomada de preços, mas apenasconcorrência.

Questão 14: Errada.  A concessão é contrato bilateral estável, e não unila-

teral e precário.Questão 15: Certa. Esta questão pediu o “sentido tradicional” da permissão,de ato administrativo discricionário e precário, revogável a qualquermomento.

Questão 16: Errada. Como esta questão não se referiu ao sentido doutrinário,devemos nos ater à definição legal, no sentido de que a permissão de serviço públicoé contrato de adesão precário, portanto, negócio bilateral, e não unilateral.

Questão 17: Errada. A Lei no 8.987/1995, em seu art. 17, dispõe que “Consi-

derar-se-á desclassificada a proposta que, para sua viabilização, necessite devantagens ou subsídios que não estejam previamente autorizados em lei e à

disposição de todos os concorrentes”, em decorrência do princípio da isonomia.

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Questão 18: Errada. A Lei no 8.987/1995, em seu art. 23-A, dispõe que “O

 contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para

resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive aarbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa”. Significa di-zer que, na falta de consenso entre a Administração e a empresa contratada,relacionada ao contrato, poderá ser designado um árbitro a fim de resolvera disputa de forma isenta, caso haja essa previsão inicial no contrato.

Questão 19: Certa. A Lei no 8.987/1995, no art. 25, dispõe que “Incumbe à

 concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos

 os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que

a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsa-

bilidade”, significando dizer que o concessionário pode ser responsabilizadopor defeitos no serviço, ainda que esses serviços tivessem sido aprovados pelafiscalização.

Questão 20: Errada. Como já visto, se a empresa possui subsídios específicos,que não se estendem a todas as empresas, estará quebrada a isonomia entreos licitantes.

Questão 21: Errada. Como já vimos, admite-se a arbitragem.

Questão 22: Errada. A Lei no 8.987/1995 dispõe que os usuários do serviço

público têm direito à prestação de um serviço adequado, que, nos termosdo art. 6o  é “o que satisfaz as condições de regularidade,  continuidade ,

 eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e

modicidade das tarifas”, no entanto, ressalva o § 3o do mesmo artigo que nãocaracteriza descontinuidade do serviço a sua interrupção em situaçãode emergência por razões técnicas ou de segurança e, após prévio aviso, por inadimplemento do usuário.

Questão 23: Errada. A autorização não é contrato, e sim um ato discricio-nário revogável que, em regra, não gera a obrigação de indenizar.

Questão 24: Define a concessão de serviço público, formalizada por contrato.

Questão 25. (Cespe/Abin/Oficial técnico de inteligência/Direito/2010) Constitui hipótese decaducidade a retomada do serviço público pelo poder concedente, durante oprazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizadoraespecífica e após prévio pagamento da indenização.

Questão 26. (Cespe/Analista/TRE-MA/2009) No contrato de concessão de serviço público,havendo a encampação, o concessionário não tem direito à indenização por

eventuais prejuízos.

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Questão 27. (Cespe/TCE-AC/2009) A caducidade do contrato de concessão pública poderá serdeclarada pelo poder concedente quando houver a retomada do serviço duranteo prazo da concessão por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa

específica e após prévio pagamento da indenização devida ao contratado.

Questão 28. (Cespe/TCE-ES/2009) Ocorre encampação quando:a) o serviço está sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base

as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade desseserviço;

b) a concessionária descumpre cláusulas contratuais ou disposições legais ou regu-lamentares concernentes à concessão;

c) a concessionária é condenada em sentença transitada em julgado por sonegaçãode tributos, inclusive contribuições sociais;

d) há a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão,por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após préviopagamento da indenização;

e) há rescisão do contrato de concessão, por iniciativa da concessionária, no caso dedescumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação

 judicial especialmente intentada para esse fim.

Gabarito:

25-E 26-E 27-E 28-D

  COMENTÁRIO 11.2.2

 A Lei no 8.987/1995, em seus arts. 35 a 39, define as formas de extinçãodo contrato de concessão, que são as seguintes:

• termo contratual, ou reversão: quando do término do prazo con-tratual;

• encampação, ou resgate: por motivo de interesse público, comindenização prévia e dependente de autorização legislativa;

• caducidade: por inadimplência  do contratado, com indenizaçãoposterior (descontados os prejuízos causados ao poder concedente);

• rescisão: por iniciativa do concessionário, após decisão judicial;• anulação: por constatação de ilegalidade no contrato ou na licitação;• falência ou extinção da concessionária (ou falecimento ou inca-

pacidade do titular, no caso de empresa individual).

Questão 25: Errada, pois define a encampação.

Questão 26: Errada, pois a encampação gera direito à indenização prévia.

Questão 27: Errada, pois define a encampação, por interesse público.

Questão 28: As letras A, B e C determinam a caducidade, e a letra E deter-mina a rescisão contratual.

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11.3. Classificação

Questão 29. (Cespe/Previc/Nível superior/2011) Quanto à maneira como concorrem para

a satisfação do interesse geral, alguns serviços sociais, como assistência eprevidência social, são considerados serviços uti singuli.

Questão 30. (Cespe/Analista/Anac/2009) O serviço postal, o Correio Aéreo Nacional, osserviços de telecomunicações e de navegação aérea são exemplos de serviçospúblicos exclusivos do Estado.

Questão 31. (Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2008) São exemplos de serviçospúblicos classificados como impróprios: transporte, energia e telefonia.

Questão 32. (Cespe/PCRN/Delegado de Polícia Civil/2008) Quanto ao objeto, os serviços

públicos serão administrativos, executados pelo Estado para atender ne-cessidades coletivas de ordem econômica, e industriais, que se destinam aatender as próprias necessidades da administração.

Questão 33. (Cespe/PCRN/Delegado de Polícia Civil/2008) Quanto à exclusividade datitularidade, os serviços públicos serão uti universi, de utilização coletiva eimensurável, e uti singuli, de utilização particular e mensurável.

Questão 34. (Cespe/PCRN/Delegado de Polícia Civil/2008) Quanto à utilização, os serviçospúblicos serão privativos, prestados em regime de monopólio pelo Estado, enão privativos, prestados pelo Estado ou por entidade particular.

Questão 35. (Cespe/PGE-CE/2008) Os serviços públicos privativos do poder público nãosão passíveis de concessão.

Questão 36. (Cespe/Analista/TRE-MA/2009) A prestação de serviço público não abrangeo desempenho de atividades de natureza comercial e industrial.

Questão 37.- (Cespe/Auditor/Sefaz-ES/2008) Os serviços de defesa nacional, segurança inter-na e fiscalização de atividades são exemplos de serviços públicos indelegáveis.

Questão 38. (Cespe/Analista/Ibram/2009) Os serviços públicos prestados por concessio-nárias são remunerados por tarifas.

Gabarito:

29-C 30-C 31-C 32-E 33-E 34-E 35-E 36-E 37-C

38-C

  COMENTÁRIO 11.3.1

Um dos temas mais difíceis em se tratando de concurso público com provasobjetivas se refere às classificações de serviços públicos, uma vez que diversosautores utilizam denominações distintas e às vezes até contraditórias em seusensinamentos. As classificações mais comumente apresentadas pela doutrinasão as seguintes:

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• Originário (ou próprio, na visão de Hely Lopes Meirelles): sópode ser prestado diretamente pelo Estado, indelegável;

  Derivado (ou impróprio, na visão de Hely Lopes Meirelles): podeser prestado por particulares, mediante delegação, delegável.  (A questão 31 exemplifica serviços impróprios na visão apresentada).

•  Privativo (ou exclusivo, na visão de Maria Sylvia Zanella DiPietro): A Constituição Federal prevê que possam ser prestadospelo Estado diretamente ou indiretamente por meio de concessãoou permissão, após licitação pública;

• Não privativo (ou não exclusivo, na visão de Maria Sylvia Za-nella Di Pietro): Aqueles que podem ser prestados pelo Estado, mas

podem ser prestados por particulares mediante autorização.  (A questão 30 exemplifica serviços exclusivos nessa visão).

•  Administrativo: prestado diretamente para a própria Adminis-tração;

• Comercial: serviços de ordem econômica prestados à população;• Social: serviços de ordem social prestados à população;

• Geral, uti universi: prestado de forma geral a toda a coletivida-de, não sendo possível identificar o usuário direto, como na limpe-za urbana e iluminação pública;

• Individual, uti singuli: prestado individualmente a determi-nada pessoa, como na coleta de lixo domiciliar e fornecimento deenergia elétrica residencial.

• Obrigatório: usuário não tem a opção de não recebê-lo, pois écolocado à disposição de forma potencial;

• Facultativo: usuário pode optar por recebê-lo ou não.

Resumo esquemático

– Gerais(prestados à coletividade, com pagamento obrigatório) custeados porexemplo: saneamento, saúde, IMPOSTOSlimpeza urbana, iluminação pública.

– Individuais

(prestados a Obrigatórios (não se pode optar)cada pessoa exemplo: coleta domiciliar do lixo TAXASindividualmente)  Facultativos (pode querer ou não)  exemplo: energia, gás, telefone. TARIFAS

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Questão 29: Certa. A previdência social e a assistência social são prestadasde forma individualizada, configurando serviços individuais, e não gerais.

Questão 30: Certa. Na visão da professora Di Pietro são serviços exclusivos,uma vez que são prestados pelo Estado diretamente ou indiretamente porconcessão ou permissão.

Questão 31: Certa. Na visão do mestre Hely Lopes Meirelles seria serviçoimpróprio, pois admite delegação.

Questão 32: Errada. Os serviços administrativos atendem à própria Ad-ministração.

Questão 33: Errada. Essa classificação não é quanto à “exclusividade datitularidade”, mas sim quanto à abrangência do mesmo.

Questão 34: Errada. O serviço privativo pode ser prestado também porparticulares, desde que por meio de concessão ou permissão, sempre apóslicitação pública.

Questão 35: Errada, conforme questão 34.

Questão 36: Errada. Os serviços públicos podem ser administrativos, comer-ciais ou sociais, portanto, podem ter essa natureza.

Questão 37: Certa. Esses serviços são originários, indelegáveis.Questão 38: Certa. O serviço público prestado pelas concessionárias é facul-tativo, portanto, remunerado por tarifa.

11.4. Parcerias Público-Privadas – PPP

Questão 39. (Cespe/TCE-BA/Procurador do MP junto ao TCE/2010) Diante do princípioda moralidade, a administração pública, nos contratos celebrados por meiode PPP, deverá ser a titular da maioria do capital votante das sociedades depropósito específico, constituídas para implantar e gerir o objeto da parceria,sob pena de responsabilidade dos administradores envolvidos.

Questão 40. (Cespe/TRF 1a região/Juiz Federal/2009) É permitida a celebração de contratode parceria público-privada que tenha como objeto único o fornecimento demão de obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execuçãode obra pública, desde que o período de prestação do serviço seja superiora cinco anos.

Questão 41. (Cespe/TRF 1a Região/Juiz Federal/2009) Antes da celebração do contratode parceria público-privada, deverá ser constituída sociedade de propósito

específico, que terá de assumir a forma de companhia aberta, com valoresmobiliários admitidos à negociação no mercado.

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Questão 42. (Cespe/TRF 1a Região/Juiz Federal/2009) Concessão administrativa é o con-trato de prestação de serviços de que a administração pública seja a usuáriadireta ou indireta, desde que não envolva o fornecimento e a instalação de

bens.

Questão 43. (Cespe/TRF 1a Região/Juiz Federal/2009) A contraprestação da administraçãopública terá de ser obrigatoriamente precedida da disponibilização do serviçoobjeto do contrato de parceria público-privada.

Questão 44. (Cespe/TRF 1a Região/Juiz Federal/2009) A contratação de parceria público--privada terá de ser precedida de licitação, nas modalidades de concorrênciaou tomada de preços, estando a abertura do processo licitatório condicionadaà autorização da autoridade competente.

Questão 45. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) Nas concessões de parcerias público--privadas, não se admite a emissão de empenho em nome dos financiadoresdo projeto em relação às obrigações pecuniárias da administração pública.

Questão 46. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) A constituição da sociedade de propósitoespecífico dar-se-á após a celebração do contrato de concessão, no âmbitodas parcerias público-privadas.

Questão 47. (Cespe/TCE-ES/2009) Nas concessões da parceria público-privada, a so-ciedade de propósito específico terá necessariamente de assumir a formade companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no

mercado.

Questão 48. (Cespe/TCE-ES/2009) As cláusulas dos contratos de parceria público-privadadeverão prever a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentesa caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária.

Questão 49. (Cespe/Auge-MG/2008) O poder público pode celebrar parcerias público--privadas independentemente do valor do contrato e do prazo de prestaçãodo serviço a ser desenvolvido.

Questão 50. (Cespe/Auge-MG/2008) A contratação de parceria público-privada deve ser

precedida de licitação, adotando-se sempre a modalidade da tomada depreços.

Questão 51. (Cespe/Auge-MG/2008) Em razão do princípio da continuidade do serviçopúblico, a concessionária não pode requerer judicialmente a rescisão docontrato de concessão, nem mesmo se o poder concedente descumprir asnormas contratuais.

Gabarito:

39-E 40-E 41-E 42-E 43-C 44-E 45-E 46-E 47-E

48-C 49-E 50-E 51-E

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  COMENTÁRIO 11.4.1

 As PPPs, criadas pela Lei no 11.079/2004, são parcerias feitas entre osetor público e o setor privado para a exploração de serviços públicos emque uma empresa privada sozinha não teria interesse em explorar, em funçãodos altos custos e riscos envolvidos. Dessa forma, o Estado e a empresa consti-tuirão uma Sociedade de Propósito Específico – SPE, na qual a Administraçãonão poderá deter a maioria do capital votante, unicamente para explorar aqueleserviço com repartição dos gastos e riscos envolvidos na prestação.

O que diferencia, portanto, a concessão pelo regime de PPP da concessãocomum, já estudada, é que na PPP haverá aplicação de verba pública,havendo dois tipos:

1 – Concessão patrocinada: há aplicação de verba pública + apli-cação de verba privada (que a empresa buscará recuperar a partirda cobrança de tarifa aos usuários).

2 – Concessão administrativa: só há remuneração feita pela Ad-ministração, uma vez que a empresa não poderá cobrar tarifa dosusuários, como por exemplo na exploração por PPP de um hospi-tal público.

 Às concessões para PPP se aplicam, por expressa previsão na referidalei, diversos dispositivos das leis no 8.666/1993 e no 8.987/1995, referentes alicitação e contratos e delegação de serviços públicos.

Questão 39: Errada. É vedado à Administração ser a titular da maioria docapital votante da SPE.

Questão 40: Errada. Conforme a lei das PPP, em seu art. 2o § 4o, é vedada acelebração de PPP cujo valor contratual seja inferior a vinte milhões de reais,cujo período de prestação de serviço seja inferior a cinco anos ou unicamentepara fornecimento de mão de obra, fornecimento e instalação de equipamentos

ou execução de obra pública.

Questão 41: Errada. A SPE deve ser constituída antes da celebração do con-trato, podendo assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliáriosadmitidos a negociação no mercado, conforme art. 9o da Lei das PPP.

Questão 42: Errada. Na concessão administrativa (formalizada de fato porum contrato), a Administração é a própria usuária direta ou indireta dos ser-viços, ainda que envolva execução de obra e fornecimento de bens, conformeart. 2o da lei das PPP.

Questão 43: Certa. A contraprestação da Administração só poderá ocorrerapós a efetiva disponibilização do serviço, conforme art. 7o da Lei das PPP.

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Questão 44: Errada. Como na PPP se dá uma concessão, haverá obriga-toriamente uma licitação por concorrência, não se admitindo a tomada

de preços.Questão 45: Errada. Admite-se a emissão de empenho diretamente em nomedos financiadores do projeto, conforme art. 5o § 2o II da Lei das PPP.

Questão 46: Errada. Conforme art. 9o da lei, a SPE deverá ser constituídaantes da celebração do contrato.

Questão 47: Errada. A SPE poderá assumir a forma de companhia aberta,com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado.

Questão 48: Certa. A repartição de todas as responsabilidades e riscos doempreendimento é condição básica da PPP, uma vez que essa parceria  éefetivada justamente com o objetivo de atrair a iniciativa privada para umempreendimento de grande risco, no qual a empresa, sozinha, não se interes-saria em ingressar.

Questão 49: Errada. É vedada a celebração de PPP cujo valor contratual sejainferior a vinte milhões de reais ou cujo período de prestação de serviço sejainferior a cinco anos.

Questão 50: Errada. Na concessão haverá obrigatoriamente uma licitação

por concorrência.Questão 51: Errada. Na PPP são aplicáveis todas as formas de extinçãodo contrato de concessão previstas na Lei no 8.987/1995, inclusive a res-cisão judicial por iniciativa da concessionária a partir de inadimplemento da

 Administração.

11.5. Consórcios Públicos

Questão 52. (Cespe/MMA/Analista Ambiental/2011) Tanto os consórcios quanto os convê-

nios administrativos são acordos de vontades e não adquirem personalidade jurídica.

Questão 53. (Cespe/PGE-CE/2008) Consórcio administrativo é o acordo de vontade entreduas ou mais pessoas jurídicas públicas da mesma natureza e mesmo nívelde governo, constituído sob a forma de pessoa jurídica.

Questão 54. (Cespe/TCE-ES/2009) Suponha que alguns municípios do estado do EspíritoSanto e do Rio de Janeiro venham a firmar um consórcio público com o estadodo Rio de Janeiro, visando o aperfeiçoamento do serviço público da região.Nessa situação, não haveria impedimento de a União também integrar esse

consórcio.

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Questão 55. (Cespe/TCE-ES/2009) Podem participar como consorciados tanto as pessoas jurídicas de direito público quanto as pessoas jurídicas de direito privado.

Questão 56. (Cespe/TCE-ES/2009) O ente consorciado poderá ser excluído, após préviasuspensão, quando não consignar, em sua lei orçamentária ou em créditosadicionais, as dotações suficientes para suportar as despesas assumidas pormeio de contrato de rateio.

Questão 57. (Cespe/TCE-ES/2009) A União não poderá celebrar convênios com consórciopúblico em que não figure como consorciada.

Questão 58. (Cespe/TCE-ES/2009) Por meio de contrato de programa poderá ser atribuídoao contratado o exercício dos poderes de planejamento, regulação e fiscali-zação dos serviços por ele mesmo prestados.

Gabarito:

52-E 53-E 54-E 55-E 56-C 57-E 58-E

  COMENTÁRIO 11.5.1

Os consórcios públicos, regulados pela Lei no 11.107/2005 são “par-cerias” feitas por entes federados que se reúnem a partir da assinatura deum contrato, constituindo uma pessoa jurídica distinta da pessoa dos entesfederados para lhes prestar determinado serviço público. Assim, por exemplo,

diversos municípios limítrofes criam o consórcio público responsável por prestaruma rede ampla de saúde pública em toda aquela região.

O consórcio pode ser formado por municípios, estados e até a União, des-de que integrem o consórcio todos os estados em cujos territórios haja ummunicípio consorciado. Assim, por exemplo, em um consórcio formado pormunicípios do Rio de Janeiro, a União só poderá ingressar caso o estado doRio de Janeiro também ingresse.

Esse consórcio poderá ter personalidade jurídica de direito público (constituindo uma associação pública, espécie de autarquia integrante da

 Administração Indireta de todos os entes consorciados) ou de direito privado (não integrando a Administração Indireta dos entes consorciados).

Resumo esquemático

Personalidade jurídica:

Direito público Nasce com a vigência das leis de(autarquia) ratificação do protocolo de intenções

Direito privado Nasce com o registro do contrato de consórcio

  (após autorização legislativa do ente consorciado)

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Questão 52: Errada. Os convênios, como já estudado no capítulo relativo acontratos administrativos, são simples acordos de vontade entre pessoas jurí-

dicas, que não constituem nova pessoa jurídica, no entanto, os consórcios pú-blicos adquirem, sim, personalidade, constituindo-se uma nova pessoa jurídica.

Questão 53: Errada. Os entes federados não necessariamente serão de “mesmonível de governo”, uma vez que o consórcio pode ser formado por municípios,estados e até a União.

Questão 54: Errada. A União não pode integrar esse consórcio, uma vez quehá municípios do Espírito Santo consorciados, mas o estado do EspíritoSanto não faz parte do consórcio.

Questão 55: Errada. Só entes federados podem integrar o consórcio admi-nistrativo, portanto, apenas pessoas jurídicas de direito público.

Questão 56: Certa. A questão reproduz literalmente o art. 8o § 5o da Lei no 11.107/2005.

Questão 57: Errada. A União, ainda que não integre o consórcio, poderáfirmar convênios com ele para a prestação do serviço público.

Questão 58: Errada. O responsável pela prestação dos serviços não pode, porrazões lógicas, ser o responsável pelo planejamento, regulação e fiscalização

dos mesmos, conforme art. 13 § 3o da Lei no 11.107/2005.

Capítulo 11 I  Serviços Públicos

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C a p í t u l o 1 2

Controle da Administração

12.1. Classificação

Questão 1. (Cespe/STM/Apoio Especializado/Administração/2011) Entre as formas de

exercício do controle interno no âmbito do Poder Legislativo incluem-se ascomissões parlamentares de inquérito.

Questão 2. (Cespe/Delegado/ES/2011) O controle que o Poder Legislativo exerce sobrea administração pública limita-se às hipóteses previstas na ConstituiçãoFederal de 1988 (CF) e abrange aspectos de legalidade e de mérito do atoadministrativo.

Questão 3. (Cespe/TRE – ES/Técnico Judiciário/Área administrativa/2011) As decisões doTribunal de Contas da União que importarem na aplicação de multas devemser homologadas pelo Congresso Nacional, antes de sua cobrança judicial.

Questão 4. (Cespe/TCE-AC/2009) A CF, ao estender aos tribunais e conselhos de contasdos estados, do Distrito Federal e dos municípios as disposições aplicáveisno âmbito da União, destacou, como um dos aspectos objeto do controle, alegitimidade, que envolve diversos critérios. Não faz parte dessas conside-rações o exame da:

a) conveniência; d) pertinência;b) legalidade; e) oportunidade.c) prioridade;

Questão 5. (Cespe/Juiz/TRF/2009) Cada vez mais a doutrina e a jurisprudência caminhamno sentido de admitir o controle judicial do ato discricionário. Essa evoluçãotem o propósito de substituir a discricionariedade do administrador pela doPoder Judiciário.

Questão 6. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) O controle financeiro exercido pelo Poder Le-gislativo com o auxílio do Tribunal de Contas alcança qualquer pessoa físicaou entidade pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administredinheiro, bens e valores públicos. Em razão do sistema de jurisdição únicaadotado no Brasil, as pessoas privadas, físicas ou jurídicas, estão sujeitas

apenas ao controle de legalidade exercido pelo Poder Judiciário, não sendopassíveis de controle legislativo.

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Questão 7. (Cespe/Auditor Tributário/Ipojuca-ES/2009) Segundo o princípio da autotutela,é vedado aos demais poderes e ao Ministério Público realizar o controle dosatos discricionários do Poder Executivo.

Questão 8. (Cespe/Analista/Anatel/2009) As agências reguladoras, por fazerem parte dacategoria de autarquias especiais, criadas por lei, não se submetem a controlepor parte do Poder Executivo; contudo, não escapam ao controle externo feitopelo Poder Legislativo, auxiliado pelo TCU.

Questão 9. (Cespe/Oficial/Abin/2008) Devido a sua natureza singular, a Abin não sesubmete ao controle externo por parte do Tribunal de Contas da União, masapenas ao controle interno da própria Presidência da República.

Questão 10. (Cespe/Oficial/Abin/2008) A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,

operacional e patrimonial dos órgãos da União realizada pelo sistema decontrole externo ou interno pode questionar aspectos que envolvam a própriadiscricionariedade do administrador.

Questão 11. (Cespe/Analista/Cerpro/2008) Não compete ao tribunal de contas da Uniãoexercer o controle externo em relação às empresas públicas e sociedadesde economia exploradoras de atividade econômica, já que os bens dessasentidades são privados.

Questão 12. (Cespe/Auge-MG/2008) Diferentemente do que ocorre nos Poderes Executi-vo e Judiciário, as unidades administrativas do Poder Legislativo não estão

sujeitas a inspeções e auditorias do TCU.

Questão 13. (Cespe/Auge-MG/2008) Compete ao TCU a fiscalização contábil, financeira,orçamentária, operacional e patrimonial da União, dos estados, do DistritoFederal e dos municípios.

Questão 14. (Cespe/ME/Administração/2008) O Poder Judiciário pode revogar ato admi-nistrativo por ele editado, desde que o considere inconveniente e inoportunoao serviço.

Questão 15. (Cespe/MPE-RR/Contador/2008) O controle da administração pública no

âmbito externo é feito exclusivamente pelo Poder Judiciário.Questão 16. (Cespe/MPE-RR/Contador/2008) Os tribunais de contas realizam apenas o

controle posterior dos atos administrativos.

Questão 17. (Cespe/MPE-RR/Contador/2008) Os atos administrativos discricionários nãosão passíveis de controle pelo Poder Judiciário.

Questão 18. (Cespe/PGM-Natal/Assessor/2008) A fiscalização financeira e orçamentáriado Poder Executivo pelos tribunais de contas é uma forma de controle daadministração pública pelo Poder Judiciário.

Questão 19. (Cespe/PGM-Natal/Assessor/2008) Ao Poder Judiciário é defeso analisar osatos administrativos dos demais poderes.

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Questão 20. (Cespe/PGM-Natal/Assessor/2008) Os servidores públicos federais responsá-veis pelo controle interno de órgãos e entidades, ao tomarem conhecimentode qualquer irregularidade ou ilegalidade, devem comunicá-la ao TCU, sob

pena de responsabilidade solidária.

Questão 21. (Cespe/Seger-ES/Contador/2008) Os tribunais de contas não têm a atribuiçãode analisar os atos administrativos sob o enfoque da economicidade, umavez que essa análise diz respeito ao mérito administrativo, que é campo deatuação exclusivo do gestor público.

Questão 22. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Administrador/2008) As atividades de controle ex-terno envolvem a fiscalização contábil, financeira, patrimonial e operacionalda administração pública, buscando analisar a legalidade, a legitimidade e aeconomicidade dos atos praticados.

Questão 23. (Cespe/SEPLAG-DFTRANS/Administrador/2008) Na esfera federal, o controle judiciário da administração pública é exercido pelo Tribunal de Contas da União.

Questão 24. (Cespe/MPOG/Analista/2008) A aplicação de verbas repassadas aos estadospela União, mediante convênio para a realização de atividades ligadas à alfabe-tização de adultos, está sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas da União.

Questão 25. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) Entre as atribuições típicas dafunção de controle exercida pelo Poder Legislativo, figuram a convocaçãode ministro de Estado, para a prestação de informações pessoalmente, e

os pedidos escritos de informação, cujo desatendimento implica crime deresponsabilidade.

Questão 26. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) Cada poder é dotado de meca-nismos de controle sobre os demais poderes, assegurando o equilíbrio e aharmonia caracterizada pelo sistema de freios e contrapesos. Nesse sentido,a atuação do Ministério Público, como fiscal institucional por excelência,consiste em demandar perante o Poder judiciário, participando do controle jurisdicional, provocando sua incidência.

Questão 27. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) O controle administrativo é opoder de fiscalização e correção que a administração pública exerce sobreseus próprios atos. Na Administração Direta, decorre do poder de autotutela,que permite à administração rever os seus próprios atos. Na AdministraçãoIndireta, decorre do poder de tutela sobre as respectivas entidades e secircunscreve aos limites fixados em lei.

Questão 28. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) Entre as funções precípuas docontrole externo, a de julgamento se caracteriza como de caráter jurisdicional,pois, além de os tribunais e conselhos de contas examinarem tecnicamenteas contas dos administradores e demais responsáveis, apreciam também a

responsabilidade do agente público, aplicando, inclusive, as sanções previstasem lei, como, por exemplo, multas.

Capítulo 12 I  Controle da Administração

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Questão 29. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) Ao conferir maior abrangênciaà fiscalização exercida pelo Poder Legislativo, com o auxílio dos tribunais econselhos de contas, a CF introduziu dois importantes tipos de controles: o

da legitimidade e o da economicidade. Nesse último caso, dá-se ênfase aomodo mais econômico, mais racional de utilização dos recursos, à combina-ção ótima dos meios, dos fatores de produção dos bens e serviços. É, pois,relevante estabelecer e verificar uma adequada ou a mais adequada relaçãocusto-benefício.

Questão 30. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) No controle dos atos adminis-trativos, a regra aplicável ao Poder Judiciário é examiná-los sob o prisma dalegalidade e, quanto ao mérito, apreciar sua conveniência e oportunidade,sobretudo em se tratando de atos motivados, o que importa dizer que são

passíveis de anulação, independentemente de eventuais lesões aos cofrespúblicos.

Questão 31. (Cespe/TRF/JuizJuiz Federal/2007) Reside, primariamente, nos PoderesLegislativo e Executivo a prerrogativa de formular e executar políticas pú-blicas. Assim, é impossível ao Poder Judiciário determinar, ainda que embases excepcionais, a implementação de tais políticas aos órgãos estataisinadimplentes, mesmo que presente a possibilidade de se comprometerema eficácia e a integridade de direitos sociais e culturais constitucionais.

Questão 32. (Cespe/TRF/Juiz Federal/2007) Compete ao tribunal de contas realizar por

iniciativa própria, e não por requisição de qualquer das casas do CongressoNacional ou de comissão parlamentar de inquérito, inspeções e auditoriasde natureza contábil e financeira, orçamentária, operacional e patrimonialem qualquer das atividades administrativas dos três poderes.

Questão 33. (Cespe/TRF/Juiz Federal/2007) O controle externo da administração pública— contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial — é tarefaatribuída ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas. O primeiro, quandoatua nessa seara, o faz com o auxílio do segundo, que, por sua vez, detémcompetências que lhe são próprias e exclusivas e que, para serem exerci-

das, independem da interveniência do Poder Legislativo. Como os prefeitosmunicipais assumem dupla função, política e administrativa, ou seja, a tarefade executar orçamento e o encargo de captar receitas e ordenar despesas,submetem-se a duplo julgamento: um político, perante o parlamento, pre-cedido de parecer prévio; o outro, técnico, a cargo da corte de contas e quepode gerar um julgamento direto com imputação de débito e multa.

Questão 34. (Cespe/TRF/Juiz Federal/2007) Os órgãos de controle interno da administraçãopública têm, praticamente, as mesmas competências deferidas constitucio-nalmente aos tribunais de contas, no que se refere ao objeto do controle das

matérias sindicadas, sendo diversas somente a forma de exteriorização e asconsequências do exercício desse controle.

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Questão 35. (Cespe/Defensor Público/ES/2009) O controle financeiro realizado pelo PoderLegislativo em face da administração pública envolve o denominado controlede economicidade, de modo a permitir o exame do mérito, com a finalidade

de verificar se o órgão procedeu da forma mais econômica na aplicação dadespesa pública, atendendo à relação custo-benefício.

Questão 36. (Cespe/Analista/TRT-ES/2009) O TCU integra a estrutura do Poder Legislativoe exerce a atividade auxiliar de controle externo da administração pública, daqual não faz parte o controle da legalidade dos atos administrativos, porqueessa atribuição é reservada ao Poder Judiciário.

Questão 37. (Cespe/Auge-MG/2008) É vedada a criação de tribunais, conselhos ou órgãosde contas municipais, salvo no que diz respeito às capitais dos estados, emque se admite a existência de tribunais próprios, que auxiliam as câmarasmunicipais no controle externo das contas públicas.

Questão 38. (Cespe/MPE-RO/Promotor/2008) O TCU tem natureza jurídica de órgãointegrante da estrutura administrativa do Poder Legislativo, ao qual estásubordinado hierarquicamente.

Gabarito:

01-E 02-C 03-E 04-B 05-E 06-E 07-E 08-E 09-E

10-C 11-E 12-E 13-E 14-C 15-E 16-E 17-E 18-E

19-E 20-C 21-E 22-C 23-E 24-C 25-C 26-C 27-C

28-E 29-C 30-E 31-E 32-E 33-C 34-C 35-C 36-E

37-E 38-E

  COMENTÁRIO 12.1.1

O controle da Administração pode ser classificado:

1 – Quanto ao âmbito:

1.1 – Interno: feito dentro  da própria estrutura, baseado na

autotutela, quando o órgão controlador e o órgão contro-lado integram uma mesma estrutura hierárquica.

1.2 – Externo: feito por uma estrutura externa à que está sen-do controlada, baseado na tutela. O controle interno deveauxiliar e subsidiar o controle externo.

2 – Quanto ao órgão:

2.1 – Administrativo: feito pela Administração sobre os atos da Administração.

2.2 – Legislativo: feito pelo Poder Legislativo das seguintes for-mas:

Capítulo 12 I  Controle da Administração

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• financeiro: sobre matéria financeira, com o auxílio do Tribunalde Contas;

• político: demais controles de natureza política previstos na CF,como por exemplo o efetuado pelas CPIs.

2.3 – Judicial: feito pelo Poder Judiciário na sua função jurisdi-cional, por meio de ações judiciais.

O controle administrativo é exercido pela  Administração sobre osseus atos; quando o ente da Administração Direta controla seus próprios atos,como, por exemplo, quando a União controla os atos de seus ministérios, isso sedeve à autotutela (controle hierárquico, interno), e quando a Administração

Direta intervém em uma entidade da Administração Indireta isso se deve àtutela (controle finalístico, externo).

O controle legislativo financeiro é aquele exercido pelo Legislativocom o auxílio do respectivo Tribunal de Contas. Conforme art. 71, I e II daConstituição Federal, compete ao TCU “ apreciar as contas prestadas anu-

almente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio...” e “ julgar 

as contas dos administradores...”. No primeiro caso, a atuação do TCU serestringe à elaboração de parecer, para subsidiar o julgamento das contas dochefe do Executivo pelo Congresso; no segundo caso, o TCU julgará direta-

mente uma ilegalidade cometida por um agente público podendo inclusiveaplicar-lhe multa.

3 – Quanto ao momento:

3.1 – Prévio: feito antes do fato a ser controlado;

3.2 – Concomitante: feito durante a execução, como nas fiscali-zações das execuções contratuais feitas pelo TCU;

3.3 – Posterior: feito após a ocorrência do fato.

4 – Quanto ao aspecto:

4.1 – De legalidade: verifica se o ato foi editado conforme a leie os princípios que regem a Administração.

4.2 – De mérito: quando a Administração verifica a conveniên-cia e oportunidade na manutenção ou na revogação de seusatos discricionários, conforme o mérito administrativo.

O controle de mérito, em regra, deve ser feito pela própria Administra-

ção e, excepcionalmente, pode ser feito pelo Legislativo, mas não pelo Poder Judiciário, que só julga a legalidade dos atos.

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Questão 11: Errada. O controle externo exercido com o auxílio do TCU abran-ge toda a Administração, Direta e Indireta de todos os poderes.

Questão 12: Errada. Como visto, o controle efetuado pelo TCU abrange in-clusive o próprio Legislativo.

Questão 13: Errada. Em função da autonomia de cada ente federado, competeao TCU fiscalizar as contas federais, mas não as dos demais entes, sujeitasa controle pelo Legislativo local.

Questão 14: Certa. Como visto no capítulo relativo a atos administrativos,só a própria Administração pode avaliar a conveniência de seus atos discri-cionários e, com isso, revogá-los, não cabendo ao Judiciário, de forma externa,

fazê-lo. No caso descrito na questão, relativo a atos administrativos editadospelo Judiciário, este estará agindo administrativamente e, como Administra-ção, poderá revogá-los.

Questão 15: Errada. O controle externo dos atos do Executivo é feito pelo Judiciário e pelo Legislativo.

Questão 16: Errada. O controle financeiro efetuado pelos tribunais de contasé feito de forma posterior e também concomitante, como nas inspeções reali-zadas durante a execução dos contratos.

Questão 17: Errada. Os atos discricionários podem, sim, ser controlados pelo Judiciário, desde que quanto à sua legalidade, e não quanto ao seu mérito.

Questão 18: Errada. O tribunal de contas é órgão independente que integrao Poder Legislativo e não o Poder Judiciário.

Questão 19: Errada. Não é defeso (proibido) ao Judiciário controlar os atosdos demais Poderes.

Questão 20: Certa. O controle interno deve subsidiar o controle externo ecomunicar irregularidades, sob pena de responsabilidade solidária.

Questão 21: Errada. Como visto anteriormente, o controle externo realizadopelo Legislativo abrange questões de mérito, quanto à legitimidade e eco-nomicidade dos atos da Administração.

Questão 22: Certa, conforme art. 70 da Constituição Federal.

Questão 23: Errada. O TCU é órgão do Poder Legislativo, e não do Judiciário.

Questão 24: Certa. Não cabe ao TCU, por exemplo, fiscalizar um Estado quan-to à aplicação de sua receita de impostos estaduais, uma vez que essa verba

é estadual, mas pode, sim, fiscalizar a correta aplicação de verbas federaisrepassadas a estados e municípios mediante convênio.

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Questão 25: Certa, conforme art. 50 da Constituição Federal. Esse controleé legislativo e político.

Questão 26: Certa. Cabe ao Ministério Público, entre outras funções, provocara atuação do Poder Judiciário.

Questão 27: Certa, conforme comentado anteriormente.

Questão 28: Errada. Cabe de fato aos tribunais de contas atuar no controleexterno da Administração, julgando as contas dos administradores e, até,aplicando multa aos responsáveis, mas esse controle não tem caráter juris-dicional, e sim legislativo, uma vez que os tribunais de contas não integramo Poder Judiciário.

Questão 29: Certa. A economicidade na atuação administrativa está dire-tamente relacionada à necessidade de obediência ao princípio da eficiência.

Questão 30: Errada. Como já visto, não cabe ao Judiciário avaliar a conveni-ência e oportunidade dos atos administrativos.

Questão 31: Errada. Sempre que a execução das políticas públicas, a cargodos Poderes Executivo e Legislativo, ou a sua omissão, revelar qualquer ile-galidade, caberá o controle pelo Judiciário.

Questão 32: Errada. Conforme art. 71 IV da Constituição Federal, com-pete ao TCU “realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados,

do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e

auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional

 e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,

 Executivo e Judiciário”.

Questão 33: Certa. Como visto, o controle Legislativo se divide em financeiro e político. O julgamento das contas de qualquer administrador pelo tribunalde contas configura o controle financeiro, enquanto o julgamento do chefe

do Executivo pelo Parlamento demonstra o controle político.Questão 34: Certa. O controle interno, que no Executivo federal é efetuadopela CGU, e o controle externo, efetuado pelo Legislativo com o auxílio do TCU,têm praticamente a mesma competência fiscalizatória, sendo que o primeirodecorre da autotutela e o segundo da tutela. Ao controle externo cabe aindaaplicar sanções.

Questão 35: Certa, como comentado na questão 4.

Questão 36: Errada. O controle legislativo abrange os controles de legalidade

e de mérito dos atos da Administração.

Capítulo 12 I  Controle da Administração

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Questão 37: Errada. O controle externo estadual é feito pelas AssembleiasLegislativas estaduais com o auxílio do respectivo TCE; no âmbito muni-

cipal, o controle está a cargo das Câmaras Municipais  com o auxílio domesmo TCE do respectivo Estado, uma vez que, em regra, não há tribunaisde contas municipais, com exceção dos municípios do Rio de janeiro e de SãoPaulo, que possuem seus próprios tribunais de contas municipais, estandovedada a criação de qualquer outra corte de contas municipal, conforme art.31 da Constituição Federal.

Questão 38: Errada. O TCU auxilia o Congresso mas não é subordinado a ele.

12.2. Controle Administrativo

Questão 39. (Cespe/TRE – ES/Técnico Judiciário/Área administrativa/2011) O recursointerposto fora do prazo não será conhecido, o que não impede que a admi-nistração reveja, de ofício, o ato ilegal.

Questão 40. (Cespe/TCE-AC/2009) O controle exercido por órgãos da Administração Diretasobre a Administração Indireta apresenta uma série de peculiaridades, asquais incluem a:

a) subordinação hierárquica da entidade ao ministério ou secretaria a que as ativi-dades se relacionem;

b) obrigatoriedade da existência de contrato de gestão, para verificação do cumpri-

mento das metas estabelecidas;c) independência da entidade para escolha dos próprios dirigentes;d) possibilidade de intervenção sob determinadas circunstâncias, para resguardar o

interesse público;e) faculdade incondicional de recurso à Administração Direta, quanto às decisões

dos dirigentes da entidade.

Questão 41. (Cespe/Analista/TRE-MA/2009) No que se refere ao controle da administraçãopública, assinale a opção correta.

a) Invade o mérito do ato administrativo o exame, pelo Poder Judiciário, dos motivosque levaram à prática desse ato.

b) Configura controle interno, decorrente da autotutela, aquele exercido pela pró-pria administração sobre os atos administrativos praticados no âmbito da admi-nistração pública direta e da indireta.

c) Os recursos administrativos terão efeito suspensivo somente quando houver pre-visão legal expressa.

d) A reclamação constitui modalidade de recurso administrativo por meio do qual éveiculada denúncia de irregularidades perante a própria administração públicaou perante os demais entes de controle.

e) As constituições estaduais podem estabelecer outras modalidades de controle doPoder Legislativo sobre a administração pública além das previstas na CF.

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Questão 42. (Cespe/Defensor Público/ES/2009) O recurso hierárquico próprio é dirigidoà autoridade imediatamente superior, no mesmo órgão em que o ato foi pra-ticado, enquanto o recurso hierárquico impróprio é dirigido à autoridade de

outro órgão, não inserido na mesma hierarquia do que praticou o ato, sendoque o cabimento de ambos depende de previsão legal expressa.

Questão 43. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) O órgão competente para decidir o recursoadministrativo poderá, de ofício, confirmar, modificar, anular ou revogar, total ouparcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência, mesmoquando o tema não for objeto de recurso voluntário. Da mesma maneira, não hánecessidade de, na hipótese de a nova decisão agravar a situação do recorrente,dar oportunidade ao interessado para formular alegações antes da nova decisão.

Gabarito:39-C 40-D 41-C 42-E 43-E

  COMENTÁRIO 12.2.1

O controle administrativo é o que é efetuado pela Administração sobreos seus próprios atos. Esse controle pode se dar de ofício (a Administração, poriniciativa própria, independentemente de provocação de terceiros, revê os atos porela mesma editados) ou mediante provocação do interessado. Os particularespodem provocar a Administração por meio das seguintes modalidades de recursos:

• Recurso hierárquico próprio: pedido dirigido à autoridade imediata-mente superior àquela que editou o ato impugnado, para sua decisão;

• Recurso hierárquico impróprio: pedido dirigido a uma autoridadeque não é hierarquicamente superior à que editou o ato, em casosexcepcionais, quando houver previsão legal expressa nesse sentido;

• Pedido de reconsideração: pedido dirigido à própria autoridadeque editou o ato, para que esta reconsidere sua atuação;

• Representação: denúncia de irregularidades feita à Administração.Os recursos administrativos em regra possuem efeito devolutivo, e não

suspensivo, ou seja, o recebimento do recurso pela Administração em regranão suspende de imediato o ato atacado, salvo quando a lei expressamente assegurar que determinado recurso possua efeito suspensivo, quando, então,o ato será imediatamente suspenso até a decisão administrativa final.

Questão 39: Certa. A legislação que regule os processos administrativos emcada ente federado preverá prazo para que os particulares exerçam o seu direitode recurso contra os atos administrativos, após o qual a Administração não

acatará o recurso, no entanto, em função do princípio da moralidade, deve a Administração, ao verificar que determinado ato é ilegal, independentementede recurso, rever esse ato.

Capítulo 12 I  Controle da Administração

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Questão 40:  A Administração Direta exerce controle sobre a entidade da Administração Indireta a ela vinculada  (e não subordinada, como está na

letra A), independentemente de qualquer contrato de gestão, como afirma aletra B. Essas entidades são independentes, não havendo, em regra, se falarem possibilidade de recurso hierárquico de seus atos à Administração Di-reta exatamente por falta de subordinação hierárquica, no entanto, de formaexcepcional, é possível haver o chamado recurso hierárquico impróprio e até uma intervenção em situações extremas (o erro da letra E é a palavra“incondicional”). Os dirigentes dessas entidades não são escolhidos e nomeadospela própria entidade, e sim pelo Chefe do Executivo.

Questão 41: O Judiciário, quando analisa o motivo do ato quanto à lega-

lidade (e não quanto à conveniência), não invade o mérito administrativo,portanto, está errada a afirmativa generalizada da letra A; o erro da letra B éque o controle da Administração Direta sobre os seus próprios atos configuraautotutela, mas o controle sobre os atos da Administração Indireta configuraa tutela, e não a autotutela; a letra D dá a definição da representação, enão “reclamação”; na letra E, o erro é que o sistema de controle previsto naConstituição é de simetria obrigatória, portanto, as constituições estaduais nãopodem inovar a respeito; o gabarito é letra C, como comentado anteriormente.

Questão 42: Errada. O erro é que apenas o recurso hierárquico impróprio 

depende de previsão legal expressa nesse sentido, já que é excepcional.

Questão 43: Errada. A decisão do recurso pode manter o ato atacado oumodificá-lo; caso a decisão seja prejudicial ao particular, agravando a situação,o interessado terá direito a se defender contra esse agravamento, usando de seudireito à ampla defesa e ao contraditório, podendo formular novas alegaçõescontra essa nova decisão.

12.3. Controle Legislativo

Questão 44. (Cespe/AGU/Procurador/2010) A anulação ou revogação de ato administra-tivo que beneficie o interessado, nos processos que tramitem no TCU, deverespeitar o contraditório e a ampla defesa, o que se aplica, por exemplo, àapreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reformae pensão.

Questão 45. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) É privativo do Senado Federal o controle po-lítico a ser exercido mediante a aprovação prévia, após arguição em sessãosecreta, da escolha de chefes de missão diplomática de caráter permanente.

Questão 46. (Cespe/Técnico/TRE-MA/2009) O titular do controle externo da atividade

financeira do Estado é o TCU.

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Questão 47. (Cespe/Seplag-DFTRANS/Administrador/2008) Mesmo que não seja detentorde mandato político, qualquer cidadão é parte legítima para, nos termos legais,denunciar irregularidades ou ilegalidades junto aos respectivos tribunais de

contas.

Questão 48. (Cespe/TRF/Juiz Federal/2007) O tribunal de contas, ao julgar a legalidade daconcessão de aposentadoria, exerce o controle externo que lhe foi atribuídopela Constituição, estando, em tal momento, condicionado pelo princípio docontraditório.

Questão 49. (Cespe/Auditor/TCU/2009) Caso o TCU identifique que uma aposentadoria porele já registrada tenha sido concedida de forma ilegal, sem que se caracterizemá-fé do aposentado, a referida corte poderá anular esse ato, a qualquertempo.

Gabarito:

44-E 45-C 46-E 47-C 48-E 49-E

  COMENTÁRIO 12.3.1

No tocante à aposentadoria de servidores, dispõe a Constituição em seuart. 71 III que compete ao Tribunal de Contas apreciar para fins de registroa legalidade dos atos de concessão de aposentadoria, significando dizer que,

após a aposentadoria de um servidor pela Administração, a documentação seráencaminhada para análise junto à corte de contas e, em caso de aprovação, aaposentadoria será registrada; em havendo irregularidade, poderá haver asustação do ato de aposentadoria.

 A súmula vinculante no 03 do STF dispõe que “nos processos perante o

tribunal de contas da união asseguram-se o contraditório e a ampla defesa

 quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administra-

tivo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato

de  concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”.  Ou seja,

para que o TCU tome medida prejudicial ao servidor, deverá lhe assegurarpreviamente o direito à defesa, salvo em se tratando da análise da concessãode aposentadoria, reforma ou pensão, que poderá ser sustada sem direito àprévia defesa do servidor.

Questão 44: Errada. Como visto, o único erro é que o direito ao contraditório eà ampla defesa não se estende à análise de aposentadorias, reformas e pensões.

Questão 45: Certa. A questão retrata exemplo de controle político exercidopelo Senado Federal nos termos do art. 52, IV da Constituição Federal.

Questão 46: Errada. Conforme art. 71 da Constituição Federal, o titular docontrole externo é o Congresso Nacional, que o exerce com o auxílio do TCU.

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Questão 47: Certa. Qualquer pessoa pode denunciar irregularidades peranteos Tribunais de Contas ou a Administração.

Questão 48: Errada. Como visto, nessa hipótese não há direito a contraditóriodo servidor junto ao tribunal de contas.

Questão 49: Errada.

De acordo com o STF, o ato de aposentadoria, uma vez que conta com a partici-pação de órgãos independentes entre si (o órgão administrativo que concedeua aposentadoria e o TCU, que a registra) retrata ato complexo, seguindodoutrina de Hely Lopes Meirelles, que, assim, só se aperfeiçoa após o ato deregistro; assim sendo, enquanto não ocorre o registro pelo TCU, ele ainda não

se encontra acabado e, por isso, não corre qualquer prazo decadencial quantoà possibilidade de revisão do ato pelo TCU.

Em outras palavras, entende o STF que o TCU poderá avaliar a legalidade doato concessivo inicial de aposentadoria a qualquer tempo; no entanto, após oprazo de cinco anos o TCU deverá assegurar ao servidor o direito àprévia defesa, em função do princípio da segurança jurídica.

 A questão 49, no entanto, trata de aposentadoria “já registrada” pelo TCU. Após o registro da aposentadoria pelo TCU, ela já se encontra finalizada e,

aí, começará a correr o prazo decadencial de cinco anos para sua anulaçãoem caso de boa-fé do aposentado, não podendo mais essa anulação pelo TCUocorrer “a qualquer tempo”.

12.4. Controle Judicial

Questão 50. (Cespe/STM – Apoio Especializado/ AdministraçãoAdministração/2011) Ospré-requisitos para a ação civil pública incluem a ocorrência ou a ameaça dedano ao patrimônio público.

Questão (Cespe/STM – Analista Judiciário/Área Judiciária/2011) No que diz respeito à Lei no 

12.016/2009, que estabelece as normas referentes ao mandado de segurança, julgue os dois itens que se seguem.

Questão 51. Para efeitos do mandado de segurança, equiparam-se às autoridades os diri-gentes de pessoa jurídica de direito privado ou as pessoas naturais, desdeque no exercício das atribuições do poder público e somente no que disserrespeito a essas atribuições.

Questão 52. Quando várias pessoas forem, ao mesmo tempo, titulares de direito ameaçadoou violado e amparado por mandado de segurança, este só poderá ser impe-trado por todos os titulares em conjunto.

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Questão 53. (Cespe/TCE – AC/Direito/2009) Vêm-se ampliando, consideravelmente, ashipóteses de participação popular no controle da administração. O exercíciodesse controle mediante ação popular, por exemplo, no que diz respeito à

lesão ao patrimônio público, é bastante abrangente, mas não abrange:a) as organizações não governamentais mantidas com recursos de instituições pú-

blicas internacionais;b) as pessoas jurídicas subvencionadas pelos cofres públicos;c) os serviços sociais autônomos;d) as fundações públicas;e) as entidades com participação minoritária do Estado.

Questão 54. (Cespe/TCE – AC/Direito/2009) O mandado de segurança é o meio correto para

determinar à administração a retificação de dados relativos ao impetrantenos arquivos da repartição pública.

Questão 55. (Cespe/TCE – AC/Direito/2009) É vedado ao condenado por improbidadeadministrativa com a perda de direitos políticos, enquanto perdurarem osefeitos da decisão judicial, a propositura de ação popular.

Questão 56. (Cespe/TCE – AC/Direito/2009) A conduta omissiva do administrador públicoimpede a fluência de prazo decadencial para a impetração de mandado desegurança, quando a lei fixa prazo para a prática do ato.

Questão 57. (Cespe/TCE – AC/Direito/2009) O mandado de injunção não é instrumento ade-quado à determinação de edição de portaria por órgão da Administração Direta.

Questão 58. (Cespe/TCE – AC/Direito/2009) A ação civil pública não é o instrumento ade-quado ao controle de atos lesivos ao meio ambiente.

Questão 59. (Cespe/Sefaz-ES/Administrador/2008) O fornecimento de energia elétrica dacasa de Rosa foi suspenso por falta de pagamento. Rosa alega ser pobre eque está desempregada, razão pela qual pretende ingressar com ação judicialvisando restabelecer o serviço. Com base nessa situação hipotética, julgue oitem seguinte.

Rosa poderá impetrar mandado de segurança contra o diretor responsável da conces-sionária de serviço de energia elétrica, mesmo sendo esta uma empresa privada nãointegrante da administração pública.

Questão 60. (Cespe/PMDF/2009) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popu-lar, visando ao controle da administração pública, com finalidade de invalidaratos e contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio público, à mo-ralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

Questão 61. (Cespe/Analista/Anatel/2009) O mandado de segurança individual tem comorequisito para sua impetração a fundamentação em alegações que dependamexclusivamente de dilação probatória, segundo jurisprudência pacífica dostribunais.

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Questão 62. (Cespe/Analista/Ibram/2009) Conforme a jurisprudência do Supremo TribunalFederal (STF), não cabe impetração de mandado de segurança quando o ato coatorpuder ser impugnado por recurso administrativo provido de efeito suspensivo.

Questão 63. (Cespe/MPE-RR/Contador/2008) A ação popular e a ação civil pública sãoexemplos de instrumentos de controle da administração pública.

Questão 64. (Cespe/CGE-PB/2008) Em relação ao controle judicial da administração pú-blica, assinale a opção correta.

a) O mandado de segurança é o instrumento adequado para determinar à adminis-tração a retificação de dados.

b) Não há decadência para a impetração de mandado de segurança contra ato omissivo.c) A ação civil pública não se presta ao controle de atos lesivos ao meio ambiente.d) O condenado por improbidade administrativa à perda de direitos políticos, tran-

sitada em julgado, não pode, enquanto perdurarem os efeitos da decisão judicial,propor ação popular.

e) O mandado de injunção não é instrumento adequado à determinação de edição deportaria por órgão da Administração Direta.

Questão 65. (Cespe/ME/Administração/2008) Não há decadência para a impetração demandado de segurança contra ato omissivo do administrador público.

Questão 66. (Cespe/PGM-Natal/Assessor/2008) O mandado de segurança é meio decontrole da administração pública cuja finalidade é a invalidação de atos econtratos administrativos ilegais, lesivos ao patrimônio público, à moralidadeadministrativa e ao meio ambiente.

Gabarito:

50-C 51-C 52-E 53-A 54-E 55-C 56-E 57-E 58-E

59-C 60-C 61-E 62-C 63-C 64-D 65-E 66-E

  COMENTÁRIO 12.4.1

O controle judicial se dá por meio de ações judiciais, seja por meio de

ações ordinárias ou ações específicas para o controle dos atos da Administração:•  Ação popular:  A Constituição, em seu art. 5o  LXXIII, dispõe que

“qualquer cidadão é parte legítima para propor  ação popular que

vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que

 o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e

ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada

má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.

•  Ação civil pública: Conforme art. 129 III da Constituição, a ação civilpública visa “a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente

 e de outros interesses difusos e coletivos”, podendo ser repressiva, dian-te de um dano efetivo, ou preventiva, diante de uma ameaça de dano.

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• Mandado de injunção: O art. 5o LXXI da Constituição dispõe que“conceder-se-á mandado  de injunção sempre que a falta de norma

regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobe-

rania e à cidadania”, podendo essa “norma regulamentadora” faltanteser uma lei em sentido estrito ou um ato normativo.

• Mandado de segurança: O art. 5o LXIX da Constituição dispõe que“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido

 e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o

responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou

agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”.

O habeas-corpus  trata de proteger o direito de locomoção, enquanto ohabeas-data  trata de assegurar o “conhecimento de informações relativas à

 pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entida-

des governamentais ou de caráter público” ou “para a retificação de dados”

(Constituição Federal, art. 5o LXXII).

Cabe mandado de segurança em hipóteses de ação ou omissão que venhama ferir o direito líquido e certo, ou seja, contra ato comissivo ou contra atoomissivo, nesse caso, a partir de quando se verifica que o agente deveria ter

agido e se omitiu.O direito líquido e certo é aquele que deve estar comprovado de forma

inequívoca quando da sua impetração.

Questão 50: Certa. Como visto, essa ação pode ser repressiva, diante de umdano efetivo, ou preventiva, diante de uma ameaça de dano.

Questão 51: Certa. No mandado de segurança, o responsável pelo ato é “ au-

toridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício  de  atribuições 

do Poder Público”.

Questão 52: Errada. O art. 1o § 3o da Lei no 12.016/2009 dispõe que “quando o

direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá

requerer o mandado de segurança”, portanto, não há a obrigatoriedade de que“todos os titulares em conjunto” impetrem a ação.

Questão 53: Conforme a Lei no 4.717/1965, que regula a ação popular, amesma pode ser proposta por lesão causada a qualquer entidade em que hajacontribuição dos cofres públicos, excluindo-se, portanto, a letra A, mantidacom recursos de instituições internacionais.

Questão 54: Errada. A ação própria é o habeas-data, e não o mandado desegurança.

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Questão 55: Certa. A ação civil pública  pode ser usada para controlaratos de improbidade administrativa, assim, em uma ação civil pública por ato

de improbidade administrativa poderão ser aplicadas as penas de suspensãodos direitos políticos, perda da função, ressarcimento ao erário, entre outras.Como decorrência da suspensão (que a questão incorretamente definiu como“perda”) dos direitos políticos, o condenado não poderá propor ação popular,uma vez que não será considerado cidadão.

Questão 56: Errada. Quando a lei fixa prazo para a ação de um agente públicoe este não age, aí estará caracterizada sua omissão, a partir do que começa acorrer o prazo decadencial para a impetração do mandado de segurança. Difícilé verificar o início desse prazo decadencial, por ato omissivo da Administração,

quando a lei não fixa qualquer prazo para a ação administrativa.Questão 57: Errada. Quando a falta da regulamentação por portaria admi-nistrativa impede o exercício do direito constitucional, o mandado de injunçãoé o remédio constitucional adequado.

Questão 58: Errada. A ação civil pública visa, entre outros, proteger o meioambiente.

Questão 59: Certa. Cabe mandado de segurança por ato de “ autoridade

 pública ou agente de pessoa jurídica no exercício  de  atribuições do Poder

 Público”, assim, cabe mandado de segurança contra ato de concessionária deserviço público, “mesmo sendo esta uma empresa privada não integrante daadministração pública”.

Questão 60: Certa, ao definir o objeto da ação popular.

Questão 61: Errada. O mandado de segurança serve para proteger direito líquido e certo, que é aquele que deve estar demonstrado de forma inequí-voca quando da sua impetração, não sendo admitido nos casos em que aindaé necessária a sua comprovação, que ainda dependam de dilação probatória.

Questão 62: Certa. A Lei no 12.016/2009 dispõe, em seu art. 5o I, que nãose concederá mandado de segurança “quando se tratar de ato do qual

 caiba recurso administrativo com efeito suspensivo independentemente de

 caução”. Se contra determinado ato da Administração é cabível recurso, eesse recurso suspende o ato sem que haja a necessidade de qualquer tipo depagamento ou garantia, não há direito imediato sendo ferido, diferentementedo que ocorreria se o recurso administrativo tivesse efeito apenas devolutivoou, ainda que suspensivo, houvesse a exigência de apresentação de algum tipode caução, garantia ou pagamento.

Questão 63: Certa, dentre outros instrumentos.

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Questão 64: A letra A se refere ao habeas data; as letras B, C e E estão er-radas, como já comentado anteriormente; o gabarito é a letra D, apesar de

se referir impropriamente à “perda dos direitos políticos” quando deveria sereferir à suspensão.

Questão 65: Errada, conforme questão 56.

Questão 66: Errada. Esse remédio constitucional é a ação popular.

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C a p í t u l o 1 3

Processos Administrativos

13.1. Princípios

Questão 1. (Cespe/STM/Nível Superior/2011) Se um servidor público federal intimado,

em processo administrativo, a solicitar ou apresentar provas a seu favor nãoatender à intimação nem fizer nenhum requerimento, ficará configurado oreconhecimento da verdade dos fatos contra ele imputados.

Questão 2. (Cespe/TRE – ES – Analista Judiciário/Área administrativa/2011) Entre osprincípios que orientam a condução do processo administrativo, está o daverdade formal, segundo o qual a administração pública deve decidir a con-trovérsia fundamentando-se somente nas provas produzidas no processo.

Questão 3. (Cespe/AGU/Procurador/2010) Os atos do processo administrativo dependemde forma determinada apenas quando a lei expressamente a exigir.

Questão 4. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) A administração pública pode,independentemente de provocação do administrado, instaurar processoadministrativo, como decorrência da aplicação do princípio da oficialidade.

Questão 5. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) A Lei no 9.784/1999 regulao processo administrativo no âmbito da administração pública de todos osentes da Federação.

Questão 6. (Cespe/TCE-ES/2009) No que se refere à Lei do Processo Administrativo (Leino 9.784/1999), julgue a seguinte afirmação: Se determinado ato for praticado

com base em parecer jurídico, deverá constar desse ato a transcrição daquelamotivação, não sendo suficiente a mera referência ao anterior parecer.

Questão 7. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Como regra, é vedadoaos interessados que tiverem pedido com conteúdo e fundamentos idênticosformularem requerimento único perante a administração.

Questão 8. (Cespe/Defensor Público/ES/2009) O princípio da oficialidade, aplicável aoprocesso administrativo, encontra-se presente no poder da administraçãode instaurar e instruir o processo, bem como de rever suas decisões.

Questão 9. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) É obrigatória a participaçãode advogado nos processos administrativos, para atuação em favor do acusado.

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Questão 10. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Pelo princípio da oficialida-de, nos processos administrativos, a administração pode requerer diligênciase solicitar pareceres e laudos.

Questão 11. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Requerimento perante aadministração deve conter o reconhecimento de firma do requerente.

Questão 12. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Nos processos adminis-trativos, a administração pública, para atuar, deve observar tanto a lei quantoo direito.

Gabarito:

01-E 02-E 03-C 04-C 05-E 06-E 07-E 08-C 09-E

10-C 11-E 12-C

  COMENTÁRIO 13.1.1

 A Lei no 9.784/1999 dispõe, em seu art. 2o, que “a Administração Pública

 obedecerá, dentre outros , aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,

razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,

 segurança jurídica, interesse público e eficiência” acrescentando, em seu pa-rágrafo único, que serão observados, ainda, outros critérios ali enumeradosque, implicitamente, aduzem a outros princípios gerais.

Os princípios apresentados são na verdade princípios gerais a serem ob-servados pela Administração em todas as suas atuações, e não somente no quetange aos processos administrativos (recomenda-se o estudo desses princípiosnas questões apresentadas no capítulo relativo a princípios da Administração),havendo outros princípios especificamente relacionados ao tema “processosadministrativos”, sendo os mais importantes os seguintes:

1 – Verdade material: em um processo judicial, envolvendo inte-resses opostos de duas pessoas distintas na área do Direito Civil,

o juiz deverá decidir a questão analisando os fatos apresentadospor cada um deles. O juiz não deve, por conta própria, indicar auma das partes as provas que ela deve apresentar e as medidasque deve tomar a fim de provar as suas pretensões, uma vez que,se assim o fizesse, estaria se inclinando para um lado e perdendoa sua imparcialidade. Assim sendo, a decisão buscará a verdadeformal, a verdade obtida na forma dos autos, que, possivelmente,poderá não corresponder à verdade real dos fatos.

 A Administração, em um processo administrativo, estará julgando um

conflito entre um particular e a própria Administração. Ela é parte envolvidano conflito e, ainda assim, deverá julgar a questão de forma imparcial, assimsendo, de forma diversa do que ocorre no Judiciário, a Administração deverá,

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em função do princípio da moralidade, tomar todas as medidas necessáriasa fim de descobrir a verdade real dos fatos, buscando a verdade material;

nesse sentido, deverá auxiliar o particular a provar a verdade do que alega,mostrando-lhe quais provas deve apresentar.

2 – Oficialidade: em decorrência da busca da verdade material, a Administração deve atuar de ofício, independentemente de alega-ção do particular, dando andamento ao processo até o seu desfechofinal, buscando a verdade. Assim, por exemplo, a simples falta deatendimento a uma intimação não pode significar o reconhecimen-to da verdade dos fatos, por disposição expressa no art. 27 da lei deprocessos, em decorrência da busca de ofício pela verdade material.

3 – Informalismo: ainda em decorrência da busca da verdade mate-rial, a Administração não pode indeferir ou decidir contrariamen-te a um pleito administrativo simplesmente por defeitos quantoàs formalidades, salvo quando a lei expressamente exigi-las.Diversamente do que ocorre nos processos judiciais, os proces-sos administrativos devem ser informais, interessando a análisedo mérito da ação, e não o cumprimento de formalidades. Emconsequência, não é exigida a participação de advogados no pro-cesso nem o reconhecimento de firma do requerente – art. 3o IV e

art. 

22 § 2o

 da lei de processos, respectivamente.O princípio geral da motivação tem grande importância no que se refere

aos processos administrativos, uma vez que o art. 50 da Lei no 9.784/1999 enu-mera hipóteses nas quais a motivação é obrigatória; na verdade, essa lista émeramente exemplificativa, uma vez que a motivação deve ser encarada comoregra, e não como exceção, sendo decorrência do princípio da publicidade.

Por fim, cabe verificar que a Lei no 9.784/1999 regula os processos admi-nistrativos apenas no nível federal, incluindo-se a Administração Direta ea Indireta, devendo os demais entes federados editar suas próprias leis sobrea matéria. Em regra essas leis estaduais e municipais, quando existem, selimitam a reproduzir o texto da lei federal, com pequenas alterações.

Questão 1: Errada, em função do princípio da verdade material, conformeart. 27 da Lei no 9.784/1999.

Questão 2: Errada. Os processos administrativos, ao contrário dos proces-sos judiciais na área civil, estão baseados na verdade material, baseada emquaisquer provas lícitas, ainda que estejam fora do processo.

Questão 3: Certa, de acordo com o princípio do informalismo, e conformeart. 22 da Lei no 9.784/1999.

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Questão 4: Certa. A Administração pode atuar de ofício ou a pedido.

Questão 5: Errada. A Lei no 9.784/1999 regula apenas os processos adminis-

trativos federais, abrangendo a Administração Direta e Indireta.

Questão 6: Errada. O inciso VII do art. 50 da Lei no 9.784/1999 trata da obri-gatoriedade de motivação dos atos que “deixem de aplicar jurisprudência

 firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e rela-

tórios oficiais”, assim, quando já existe jurisprudência firmada sobre aquelaquestão ou já há parecer anterior, bastará à Administração citar que a decisãose baseia na referida jurisprudência ou em tal parecer para que a decisão estejamotivada. Diversamente, a decisão de forma contrária a esses pareceres e

 jurisprudências é que deverá ser claramente motivada.

Questão 7: Errada. A lei de processos dispõe, em seu art. 8o, que “quando os

 pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos

idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito

legal”, a fim de se buscar a economicidade, em decorrência do princípio daeficiência (isso não é uma imposição).

Questão 8: Certa. A Administração deve agir de ofício, instaurando pro-cessos, revendo decisões e tudo o mais a fim de buscar a verdade material.

Questão 9: Errada. A participação de advogado é uma faculdade, e não umaobrigação, em decorrência do informalismo dos processos administrativos.

Questão 10: Certa, como já comentado anteriormente.

Questão 11: Errada. Não há essa obrigatoriedade, em decorrência do infor-malismo, conforme art. 22 § 2o da Lei no 9.784/1999.

Questão 12: Certa. O art. 2o parágrafo único I da Lei no 9.784/1999 dispõeque a Administração deve atuar conforme a lei e o Direito, ou seja, atendendoa todos os princípios gerais.

13.2. Competência

Questão 13. (Cespe/MMA/Analista Ambiental/2011) Um órgão administrativo e seu titularpodem delegar competências a outros que não lhe sejam hierarquicamentesubordinados, cabendo, como objeto de delegação, entre outros, a edição deatos normativos e a decisão de recursos administrativos.

Questão 14. (Cespe/TCE-ES/2009) No que se refere à Lei do Processo Administrativo(Lei no 9.784/1999), julgue a seguinte afirmação: Suponha que um servidorpúblico tenha recebido uma delegação de poderes e, com base nela, tenha

editado determinado ato. Nessa situação, como houve delegação, eventualimpugnação judicial ao ato deve ser feita contra a autoridade delegante.

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Questão 15. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Quando uma autoridadeadministrativa delega determinado ato, ela poderá revogar essa delegaçãoa qualquer tempo.

Questão 16. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Para que um órgão delegueparte de sua competência a outro órgão, este deverá ser hierarquicamentesubordinado àquele.

Questão 17. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Ato de delegação decompetência deve ser publicado em meio oficial.

Questão 18. (Cespe/Agente Administrativo/MS/2008) Um órgão administrativo e seu titularpoderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competênciaa outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente

subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índoletécnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

Questão 19. (Cespe/AGU/Procurador/2010) O ato de delegação não retira a atribuiçãoda autoridade delegante, que continua competente cumulativamente com aautoridade delegada para o exercício da função.

Questão 20. (Cespe/Auditor/TCU/2009) Uma autoridade poderá, se não houver impedimen-to legal, delegar parte da sua competência a outros titulares de órgãos, desdeque estes lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente,unicamente em razão de circunstâncias técnicas, sociais e econômicas.

Questão 21. (Cespe/TJ-CE/Analista/Direito/2008) A autoridade competente pode delegara decisão sobre recurso administrativo, se tal ato implicar maior eficiência eceleridade processuais.

Questão 22. (Cespe/Administrador/FUB/2008) É intransferível e irrenunciável a compe-tência para praticar ato administrativo.

Questão 23. (Cespe/Administrador/FUB/2008) Para que haja delegação de competência paraa prática de ato administrativo, é necessário que exista subordinação hierárquica.

Questão 24. (Cespe/Administrador/FUB/2008) Uma vez publicado, o ato de delegação nãopode ser revogado antes de decorrido o prazo de vigência fixado.

Questão 25. (Cespe/Administrador/FUB/2008) Avocação é o ato pelo qual o superior hie-rárquico traz para si o exercício temporário de parte da competência atribuídaoriginariamente a um subordinado.

Questão 26. (Cespe/PC-ES/Agente de polícia/2008) Na delegação de competência, a ti-tularidade da atribuição administrativa é transferida para o delegatário queprestará o serviço.

Questão 27. (Cespe/PC-ES/Agente de Polícia/2008) Para que haja a avocação não é neces-

sária a presença de motivo relevante e justificativa prévia, pois esta decorreda relação de hierarquia existente na administração pública.

Capítulo 13 I Processos Administrativos

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Questão 28. (Cespe/TJ-CE/Analista/Administração/2008) A edição de atos de caráternormativo e a decisão de recursos administrativos poderão ser objeto dadelegação de um órgão administrativo, desde que a outro órgão hierarqui-

camente subordinado.

Gabarito:

13-E 14-E 15-C 16-E 17-C 18-C 19-C 20-E 21-E

22-C 23-E 24-E 25-C 26-E 27-E 28-E

  COMENTÁRIO 13.2.1

 A Lei no 9.784/1999 trata sobre o tema nos art.arts. 11 a 17; conforme oart. 11, a “ competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrati-

vos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação

legalmente admitidos”. A delegação e a avocação de competência decorremdiretamente da hierarquia existente na Administração, embora possa haver,de forma excepcional, a delegação de competência de um órgão a outro quenão lhe seja hierarquicamente subordinado.

Enquanto a delegação de competência ocorre de forma rotineira na Administração, por razões de conveniência e oportunidade, o que denotadiscricionariedade, a avocação de competência (quando um órgão atrai

para si competência de outro órgão a ele subordinado) deve se dar apenas deforma excepcional e temporária, com a devida justificativa.

 Apenas em três hipóteses a lei veda a possibilidade de delegação decompetência, quais sejam, para a edição de atos normativos, para a de-cisão de recursos e quando a lei expressamente definir que a matéria é decompetência exclusiva de determinado órgão ou agente. Embora a lei nãomencione, entende a melhor doutrina que, nessa última hipótese (competênciaexclusiva), também não se admite a avocação de competência.

 A delegação de competência deve ser publicada no diário oficial a fim depoder se verificar, em determinado momento, quem detém a competência paraa edição de cada ato administrativo, uma vez que, em caso de irregularidadeno ato editado, a responsabilidade caberá à autoridade delegada, que editouo ato irregular, e não à autoridade delegante, a que delegou a competência. Adelegação poderá ser revogada a qualquer momento a critério da autoridadedelegante.

Questão 13: Errada. As competências para edição de atos normativos e paradecisão de recursos administrativos são indelegáveis.

Questão 14: Errada. A responsabilidade pelo ato editado é do agente delega-do, e não do delegante, conforme art. 14 § 3o da Lei no 9.784/1999.

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Questão 15: Certa, conforme art. 14 § 2o da Lei no 9.784/1999.

Questão 16: Errada. O erro é a palavra “deverá”, uma vez que a Lei

no 9.784/1999 admite a delegação a órgão não subordinado, em seu art. 12.

Questão 17: Certa, conforme art. 14, caput, da Lei no 9.784/1999.

Questão 18: Certa, ao reproduzir literalmente o art. 12,  caput  da Leino 9.784/1999.

Questão 19: Certa. Quando uma autoridade delega sua competência, essacompetência não é transferida, em caráter definitivo, para o delegatário, umavez que o delegante pode a qualquer tempo revogar a delegação e, embora nãodiga a lei, o delegante pode continuar exercendo sua competência, ao mesmotempo que o delegatário.

Questão 20: Errada. Essa questão, demasiadamente literal, está errada ape-nas quanto à palavra “unicamente”, pois a delegação ainda pode ocorrer porcircunstâncias jurídicas e territoriais, como visto na questão 18.

Questão 21: Errada. A competência para a decisão de recursos é indelegável.

Questão 22: Certa. A competência é irrenunciável (a Administraçãodeve exercer sua competência obrigatoriamente, não podendo renunciara isso, deixar de fazê-lo) e intransferível (não pode ser transferida deforma definitiva a outrem, uma vez que, excepcionalmente, admite-se asua delegação).

Questão 23: Errada. Admite-se a delegação a órgão não subordinado.

Questão 24: Errada. A delegação pode ser revogada pela autoridade dele-gante a qualquer tempo. Na revogação da delegação de competência,esta volta  à autoridade que originalmente era competente para tal, deforma diversa do que ocorre na avocação de competência, quando aautoridade superior avoca para si competência que originalmente é de

seu subordinado.Questão 25: Certa, conforme comentado na questão anterior.

Questão 26: Errada. Quando uma autoridade delega sua competência, essacompetência não é transferida, em caráter definitivo, para o delegatário.

Questão 27: Errada. A avocação é excepcional e depende de motivo relevante,conforme art. 15 da Lei no 9.784/1999.

Questão 28: Errada. Existem dois erros na questão; primeiro porque essas

matérias são de competência indelegável, e segundo porque, se fosse possível,a delegação independe de subordinação do órgão delegado.

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13.3. Recursos Administrativos

Questão 29. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/ Administração/2011) O prazo para a interpo-

sição de recurso administrativo é, em regra, de dez dias, contados a partir daciência ou da divulgação oficial da decisão recorrida e quando a lei não fixarprazo diferente.

Questão 30. (Cespe/AGU/Procurador/2010) No processo administrativo, eventual recursodeve ser dirigido à própria autoridade que proferiu a decisão, podendo essamesma autoridade exercer o juízo de retratação e reconsiderar a sua decisão.

Questão 31. (Cespe/TCE-ES/2009) No que se refere à Lei do Processo Administrativo (Leino 9.784/1999), julgue a seguinte afirmação: A decisão proferida em recursoadministrativo não poderá prejudicar a situação da pessoa do recorrente.

Questão 32. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) O prazo para a adminis-tração decidir um processo administrativo, após a conclusão da instrução, éde 30 dias improrrogáveis.

Questão 33. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Quando se tratar de inte-resses coletivos, associações representativas têm legitimidade para interporrecurso administrativo.

Questão 34. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Recurso administrativoque for interposto perante órgão incompetente será arquivado, ocorrendo a

preclusão administrativa.Questão 35. (Cespe/TCE-ES/2009) No que se refere à Lei do Processo Administrativo (Lei

no 9.784/1999), julgue a seguinte afirmação: Na hipótese de decisão admi-nistrativa contrariar enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridadeprolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes deencaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ouinaplicabilidade da súmula, conforme o caso.

Gabarito:

29-C 30-C 31-E 32-E 33-C 34-E 35-C

  COMENTÁRIO 13.3.1

Os recursos administrativos, em sentido amplo, incluem as seguintesespécies:

1 – recurso em sentido estrito, ou recurso hierárquico: aquele julgado pela autoridade imediatamente superior à que editou oato contestado;

2 – pedido de reconsideração: aquele decidido pela própria auto-ridade que editou o ato, reconsiderando a sua atuação;

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3 – revisão: contra a decisão punitiva aplicada, após o término doprocesso e aplicação de uma sanção, desde que baseada em fatos

novos, não conhecidos quando do julgamento inicial do processo.O recurso (em sentido amplo) apresentado pelo particular à Administra-

ção no prazo de até dez dias será encaminhado ao agente que editou o ato contestado (assumindo o caráter de pedido de reconsideração), que, senão o reconsiderar em cinco dias, deverá encaminhar o pedido a seu superiorhierárquico (assumindo então o caráter de recurso estrito). Em caso de inde-ferimento do recurso pelo superior, caberá novo recurso à autoridade superiorà que decidiu anteriormente e assim sucessivamente, em até três instâncias.

 A decisão proferida após o recurso  pode agravar a situação reclamada,ou seja, ser ainda mais prejudicial ao particular, sendo admitida, portanto, achamada reformatio in pejus – “reformar para pior”, sendo-lhe asseguradonovo direito à defesa; no pedido de revisão, de forma diversa, não se admite o agravamento da sanção já imposta anteriormente.

Questão 29: Certa, conforme art. 59, caput da Lei no 9.784/1999.

Questão 30: Certa. O agente poderá reconsiderar sua decisão no prazo decinco dias ou encaminhar o recurso à autoridade superior, conforme art. 56 §1o da Lei no 9.784/1999.

Questão 31: Errada. A decisão proferida em recurso pode, sim, prejudicara situação do recorrente (desde que se lhe assegure novo direito a defesa),diferentemente da decisão proferida em pedido de revisão, que não podeagravar a decisão anterior.

Questão 32: Errada. O prazo para a administração decidir um processo ad-ministrativo é de 30 dias prorrogável por igual período, conforme art. 49 daLei no 9.784/1999.

Questão 33: Certa. Podem interpor recursos, além do titular do direito e aque-

les indiretamente afetados pela decisão, os cidadãos e associações (quanto adireitos difusos) e organizações e associações representativas (quanto a direitoscoletivos de interesse dessa coletividade), conforme art. 58 da Lei no 9.784/1999.

Questão 34: Errada. O recurso não será conhecido pela Administração quandointerposto fora do prazo, por quem não seja legitimado, após exaurida a esferaadministrativa ou perante órgão incompetente. Nessa última hipótese, emobediência ao princípio do informalismo, será indicado ao particular quemé a real autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso,conforme art. 63 § 1o da Lei no 9.784/1999. De qualquer forma, em decorrênciada busca pela verdade material e da oficialidade, o não conhecimento dorecurso não impede que a Administração, de ofício, reveja o ato ilegal.

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Questão 35: Certa. Se o particular alegar que a decisão administrativa con-traria alguma súmula vinculante do STF, a autoridade, se não reconsiderar

a sua decisão, deverá demonstrar as razões pelas quais entende ser aplicávelou inaplicável, ao caso concreto, a referida súmula, conforme art. 64-A da Leino 9.784/1999.

13.4. Anulação, Revogação e Convalidação dos Atos Administrativos

Questão 36. (Cespe/TCE-BA/Procurador do MP junto ao TCE/2010) No entendimento doSTJ, antes da regulamentação, por lei específica, do processo administrativono âmbito federal, a administração podia rever seus próprios atos, a qualquertempo e quando eivados de nulidade.

Questão 37. (Cespe/Procurador Judicial/Ipojuca-ES/2009) O direito da administração deanular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para osdestinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,salvo comprovada má-fé.

Questão 38. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) A convalidação de atoadministrativo dispensa motivação.

Questão 39. (Cespe/Bacen-Procurador/2009) Se determinado ato administrativo queconcedeu vantagens pessoais a um servidor público federal foi praticado em

1997, e somente em março de 2003 foi dado início a processo administrativoimpugnando a sua validade, nesse caso, havendo boa-fé da pessoa do desti-natário, o prazo decadencial de cinco anos já se operou, de forma que decaiuo direito de a administração anulá-lo, em março de 2003.

Gabarito:

36-C 37-C 38-E 39-E

  COMENTÁRIO 13.4.1

 A Administração deve anular seus próprios atos ilegais e pode revogar seus atos discricionários por razões de conveniência. Excepcionalmente,poderá a Administração convalidar um ato ilícito desde que o vício do ato sejasanável e que a convalidação não prejudique nem o interesse público nemterceiros (recomendamos o estudo do assunto no capítulo relativo a atos admi-nistrativos). De qualquer forma, a anulação, a revogação e a convalidação de atos administrativos devem ser motivadas pela Administração.

O prazo para que a Administração anule seus atos é de cinco anos após aedição dos mesmos, salvo em caso de comprovada má fé do particular, conforme

art. 54 da lei de processos.

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Questão 36: Certa. A lei de processos administrativos federais foi editada em janeiro de 1999 sendo que, antes disso, não havia previsão legal de prazo para

que a Administração pudesse anular seus atos.Questão 37: Certa, conforme art. 54 da Lei no 9.784/1999.

Questão 38: Errada. A convalidação de um ato administrativo, assim comoa sua revogação ou anulação devem ser motivados.

Questão 39: Errada. Como antes da edição da lei de processos, em 1999, nãohavia prazo para a anulação dos atos administrativos pela Administração,decidiu-se que, para os atos editados antes da entrada em vigor da referidalei, o prazo de cinco anos só poderia começar a correr após a vigência da lei, ou

seja, janeiro de 1999. É o que ocorre com o ato da questão, editado em 1997,cujo prazo para anulação é de cinco anos apenas a partir de janeiro de 1999,portanto, até janeiro de 2004.

13.5. Disposições Gerais

Questão 40. (Cespe/AGU/Procurador/2010) Se um parecer obrigatório e vinculante deixarde ser emitido no prazo fixado, o processo pode ter prosseguimento e serdecidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem seomitiu no atendimento.

Questão 41. (Cespe/Inmetro/Ciências Contábeis/2009) Inexistindo competência legalespecífica, o processo administrativo não deve ser iniciado.

Questão 42. (Cespe/Inmetro/Ciências Contábeis/2009) Salvo por motivo de força maiordevidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem.

Questão 43. (Cespe/TCE-ES/2009) No que se refere à Lei do Processo Administrativo (Leino 9.784/1999), julgue a seguinte afirmação: Pessoa absolutamente incapaz,de 10 anos de idade, tem legitimidade para instaurar processo relativo a pe-dido de concessão de pensão, decorrente da morte do titular, nessa situação,

independente de estar devidamente representada.Questão 44. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) A urbanidade é um dever

legal do administrado perante a administração.

Questão 45. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Pessoa jurídica podefigurar como interessada em processo administrativo.

Questão 46. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Se o sobrinho de deter-minado servidor participar como testemunha em processo administrativo, oservidor estará impedido de atuar no referido processo.

Questão 47. (Cespe/Unipampa/Auxiliar de Administração/2009) Se determinado servidorpúblico estiver como interessado em processo administrativo, a ele seráassegurado obter cópias de documentos do correspondente processo.

Capítulo 13 I Processos Administrativos

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Questão 48. (Cespe/Bacen-Procurador/2009) Assinale a opção correta a respeito da Leino 9.784/1999.

a) O processo administrativo iniciar-se-á somente a pedido de interessado.

b) O processo administrativo regido pela Lei no 9.784/1999 não protege os direitos ouinteresses difusos.

c) Os atos praticados sob o manto da delegação imputam-se ao delegante e ao de-legado, de forma concorrente.

d) Está impedido de atuar no processo administrativo o tio daquele que atuou comotestemunha.

e) O parecer do órgão consultivo deverá ser emitido impreterivelmente no prazomáximo de 15 dias.

Gabarito:

40-E 41-E 42-C 43-E 44-C 45-C 46-C 47-C 48-D

  COMENTÁRIO 13.5.1

Questão 40: Errada. A Lei no 9.784/1999 dispõe, em seu art. 42, que emalgumas situações pode ser obrigatório o parecer do órgão consultivo,emitido em até 15 dias, e que a falta de emissão do parecer obrigatóriogera a responsabilização de quem se omitiu. Se o parecer obrigatório é vinculante, o processo não poderá ter seguimento, mas se o parecer

obrigatório é não vinculante, o processo poderá prosseguir e ser de-cidido sem ele.

Questão 41: Errada. O art. 17 da lei de processos dispõe que “inexistindo

 competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado

 perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir”.

Questão 42: Certa. Os prazos processuais não podem ser suspensos, salvo emcaso de força maior, conforme art. 67 da Lei no 9.784/1999.

Questão 43: Errada. Conforme art. 10 da Lei no 9.784/1999, são capazes os

maiores de 18 anos. Esse menor, no entanto, poderá ser representado poroutra pessoa.

Questão 44: Certa. O art. 4o da Lei no 9.784/1999 dispõe que são deveres doadministrado “expor os fatos conforme a verdade, proceder com lealdade, ur-

banidade e boa-fé, não agir de modo temerário, prestar as informações que lhe

 forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos”.

Questão 45: Certa. O art. 9o da Lei no 9.784/1999 ressalta que podem serlegitimados como interessados pessoas físicas ou jurídicas.

Direito Administrativo Cespe I Gustavo Mello Knoplock

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Page 331: Livro de Questões Comentadas - Direito Administrativo CESPE 2012

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Questão 46: Certa. A Lei no 9.784/1999 trata, em seus arts. 18 a 21, dos ins-titutos do impedimento e da suspeição. É impedido de atuar no processo

administrativo o agente que “tenha interesse direto ou indireto na matéria”,“tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou represen-

tante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e

afins até o terceiro grau” ou “esteja litigando judicial ou administrativamente

 com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro”; nesses casos, o pro-cesso será anulado, por vício insanável. A afirmativa está correta, uma vezque sobrinho é parente de terceiro grau.

Diferentemente, “ pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor

 que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados

 ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau”, significando dizer que nessas hipóteses poderá ser alegada a suspeiçãopela parte interessada, o que dependerá de análise da questão.

Questão 47: Certa. Em decorrência do princípio da publicidade, nos termosdo art. 46 da lei de processos, os “interessados têm direito à vista do processo e a

 obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram”.

Questão 48: O processo se inicia de ofício ou a pedido do interessado (erroda letra A), podendo proteger direitos difusos, conforme Comentário 13.3.1

(erro da letra B). O ato editado mediante delegação é imputado ao delegado,e não ao delegante, e nem a ambos de forma concorrente (erro da letra C). Otio é impedido de participar no processo, uma vez que é parente de terceirograu (letra D). O erro da letra E é a palavra impreterivelmente, pois, con-forme art. 42 da Lei no 9.784/1999, esse prazo poderá ser diferente caso haja“norma especial” em contrário ou mesmo quando “comprovada necessidadede maior prazo”.

Capítulo 13 I Processos Administrativos

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