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Livro CBEm4 · Emmanuel Zagury Tourinho ... Dr. Osvaldo dos Santos Barros ... professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática do Instituto de

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ReitorCarlos Edilson de Almeida Maneschy

Vice-ReitorHoracio Schneider

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-GraduaçãoEmmanuel Zagury Tourinho

Pró-Reitor de ExtensãoFernando Arthur de Freitas Neves

Pró-Reitora de EnsinoMarlene Rodrigues Medeiros Freitas

Diretor do IEMCIAdilson Oliveira do Espírito Santo

Diretor Adjunto do IEMCITadeu Oliver Gonçalves

Coordenadora do PPGECMIsabel Cristina Rodrigues de LucenaVice-Coordenadora do PPGECMNádia Magalhães da Silva Freitas

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contribuições na área de História da Matemática. Em 2005 foi ganhador a medalha Felix Klein, da Comissão Internacional de Instrução Matemática, pelo reconhecimento de suas contribuições no campo da educação matemática. Seu nome figura como signatário de importantes documentos no mundo da ciência, como a Declaração de Veneza de 1986 e Carta da Transdisciplinaridade de 1994. Junto com Edgar Morin e Bassarab Nicolescu fundou o Centre International de Recherches et Études Transdisciplinaires (CIRET).

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Comissão Científica Nacional

Ademir Donizeti Caldeira (UFSCar - SP)Dra. Alexandrina Monteiro (UFS)

Dr. Benerval Pinheiro Santos (Univ. Fed. de Uberlândia- FACED-UFU)Dra. Bernadete Barbosa Morey (UFRN - Natal)

Dr. Daniel Clark Orey (CEAD/UFOP)Dr. Eduardo Sebastiani Ferreira (UNICAMP - Campinas)Dr. Erasmo Borges de Souza Filho (UFPA/ICA/IEMCI)

Dra. Fernanda Wanderer (UFRGS)Dr. Francisco de Assis Bandeira (UFRN-Caicó)

Dra. Gelsa Knijnik (UNISINOS - São Leopoldo)Dr. Iran Abreu Mendes (UFRN)

Dra. Ieda Maria Giongo (UNIVATES – RS)Dr. José Ricardo e Souza Mafra (UFT)Dr. José Pedro Machado Ribeiro (UFG)

Dra. Maria Cecilia de Castello Branco Fantinato (UFF-Niterói)Dra. Maria do Carmo Santos Domite (USP-São Paulo)

Dr. Milton Rosa (CEAD/UFOP)Dr. Osvaldo dos Santos Barros (UFPA-Cametá)

Dr. Rogério Ferreira (UFG)Dr. Roger Miarka (UESC - Joinville)

Dr. Ubiratan D'Ambrosio (UNIBAN - São Paulo)

Comissão Organizadora Nacional

Dr. Iran Abreu Mendes (UFRN-Natal)Dra. Fernanda Wanderer (UFRGS)

Dra. Isabel Cristina Rodrigues de Lucena (UFPA-Pará)Dra. Maria Cecilia de Castello Branco Fantinato (UFF-Niterói)

Dra. Maria do Carmo Santos Domite (USP- São Paulo)Ms. Maria Augusta Raposo Brito (UFPA- Bragança)

Dr. Benerval Pinheiro Santos (FACED-UFU)

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Goiás (1988), mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1997) e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (2007). Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso e tutora do Programa de Educação Tutorial (PET) - Matemática Interdisciplinar. Pelo segundo ano consecutivo, coordena projeto/programa de extensão financiado pelo ProExt/MEC/SESU. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores, etnomatematica, ensino de matemática e diferentes mídias, história da matemática.

Wilma de Nazaré Baia CoelhoGraduada em Pedagogia pela Universidade da Amazônia (1987), Especialista em Educação e Problemas Regionais pela Universidade Federal do Pará (1995), Mestre em Gestão e Ensino Superior pela Universidade da Amazônia (2000) e Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2005). Professor Adjunto IV da Universidade Federal do Pará (UFPA) e, atualmente, atua na condição de docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPA (PPGED) e do Programa de Pós-graduação em História Social da Amazônia da UFPA (PPHIST); Membro de diversas sociedades científicas. Forma e orienta novos profissionais nos campos da Educação, História da Educação, Formação de Professores, Educação e Relações Raciais. Coordena projetos de pesquisa em diálogo com áreas afins à Educação. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Formação de Professores, Praxiologia de Pierre Bourdieu no contexto educacional e História da Educação. Atua, principalmente, nos seguintes temas: Formação de Professores, Relações Étnico-Raciais na Escola, História da Educação, Ensino de História, Legislação Educacional, História do Pensamento Educacional Brasileiro. Atualmente, desenvolve pesquisa sobre o consumo de músicas entre jovens de escolas paraenses. Coordena o NEAB\UFPA Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais (GERA/UFPA).

Ubiratan D'AmbrosioDoutor em Matemática, Teórico da Educação Matemática e um dos pioneiros no estudo da Etnomatemática. É Professor Emérito de Matemática da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente é Professor do Programa Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Bandeirante de São Paulo. Professor credenciado no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo; professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP-Rio Claro); e professor visitante no Programa Sênior da Universidade Regional de Blumenau (FURB). Lecionou no Programa de Pós-Graduação em História da Ciência da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 2001, ganhou da Comissão Internacional de História da Matemática a medalha Kenneth O'May por importantes

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Comissão Organizadora Local

Dr. Erasmo Borges de Souza Filho (UFPA/ICA/IEMCI)Dr. Osvaldo dos Santos Barros (UFPA-Cametá)

Dr. Tadeu Oliver Gonçalves(IEMCI/UFPADra. Isabel Cristina Rodrigues de Lucena (IEMCI/UFPA)

Dra. Maria Lúcia Rocha (IFPA)Ms. Eliana Ruth Sousa (UEPA)

Ms. Maria Augusta Raposo Brito (UFPA- Bragança)Ms. Miguel Chaquiam (UNAMA/UEPA)Ms. Osvando dos Santos Alves (UEPA)

Ms. Rita Sidmar Alencar Gil (IFPA)Ms. Roberto Paulo Bibas Fialho (UNAMA/UEPA)

Membros do GEMAZ

Aldenora Amador (Mestranda - PPGECM)Ana Sgrott (Doutoranda - PPGECM)

Carlos Nobre (Mestrando - PPGECM)Eliana Ruth Sousa (Profa. UEPA – Egressa PPGECM)

Erasmo Borges de Souza Filho (Prof. UFPA/ICA/IEMCI)Flavio Mesquita (Egresso PPGECM)

Filardes Silva (Doutorando - PPGECM)Gleyss Queiroz (IC – Lic. em Matemática – UFPA)

Helio Monteiro (Egresso PPGECM)Ingrid Praça (IC – Lic. em Matemática – UFPA)

Isabel Lucena (Coordenadora)Janaina Souza (Egressa PPGECM)

Janderson Vieira (Doutorando - PPGECM)Jorge Ney Dias (IC – Lic. em Matemática – UFPA)

Josete Leal (Doutorando - PPGECM)Lahis Oliveira (IC – Lic. em Matemática – UFPA)

Lucélida Maia (Profa. UEA- Parintins)Magali Rocha (Profa. SEDUC – Egressa PPGECM )

Marcelo Serrão (Prof. da Ed. Básica)Maria Augusta Raposo Brito (Profa. UFPA- Bragança)

Mario Ferreira (IC – Lic. em Matemática – UFPA)Monica Sanches (Mestranda – Univer. De Évora)

Noemia Santos (Profa. SEDUC/SEMEC)Osvaldo dos Santos Barros (UFPA-Cametá)

Osvando dos Santos Alves (Doutorando - PPGECM)Patrícia Feitosa Santos (Prof. SEDUC – Egressa do PPGECM)

Roberto Bibas (Doutorando - PPGECM)Rodolfo Fernandes (IC – Lic. em Matemática – UFPA)

Sávio Bicho (Egresso PPGECM)Valéria Risuenho Marques (Doutoranda - PPGECM)

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Osvaldo dos Santos BarrosPossui graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade do Estado do Pará (1998), Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas pela Universidade Federal do Pará (2004) e Doutorado em Educação, na linha Educação Matemática, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2010). Atua como professor adjunto do Departamento de Matemática do Campus de Cametá, da Universidade Federal do Pará - UFPA, ministrando disciplinas pedagógicas relacionadas ao ensino e aprendizagem da Matemática. Desenvolve pesquisas nas áreas de: Etnomatemática, Etnoastronomia, História da Matemática e Ensino de Matemática. Participa de produções artísticas na área do teatro e exposições didáticas.

Roger MiarkaPossui Bacharelado e Licenciatura em Matemática pela Universidade Estadual de Londrina (2003), Mestrado (2008) e Doutorado (2011) em Educação Matemática pela UNESP de Rio Claro. Pesquisa em Educação Matemática com ênfase em Etnomatemática e Filosofia da Educação Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: Concepções de Mundo e de Conhecimento, Relações entre Fenomenologia e Educação Matemática, e Fundamentações Metodológicas e Filosóficas para a Etnomatemática. Atualmente é Professor Assistente Doutor na Universidade Estadual Paulista, campus de Rio Claro.

Rogério FerreiraPossui pós-doutorado em Educação (2009) e doutorado em Educação (2005) pela Universidade de São Paulo, mestrado em Matemática (1995) e graduação em Matemática (1991) pela Universidade Federal de Goiás - UFG. Atualmente é Professor Adjunto III da UFG atuando no Instituto de Matemática e Estatística, no Programa de Mestrado em Educação em Ciências e Matemática e na Licenciatura Intercultural Indígena. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Educação Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: etnomatemática, educação escolar indígena, tecnologia educacional, jogos estratégicos, filosofia do conhecimento e cultura.

Samuel Edmundo Lopez BelloPossui licenciatura em Matemática (1990). Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (1995) e Doutorado em Educação: Educação Matemática pela Universidade Estadual de Campinas (2000). Atualmente é Professor Associado I da Universidade Federal do Rio Grande do Sul- DEC/FACED. Tem experiência na área de Educação Matemática, com ênfase em Formação de Professores, atuando principalmente nos seguintes temas: Currículo, Ensino de Matemática, Etnomatemática, Prática Pedagógica: Linguagens e Subjetivações.

Wanderléya Nara Gonçalves CostaPossui graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Federal de

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Diretoria da ABEm

Maria do Carmo Santos Domite (Presidente)

Convidados

Dra. Alexandrina Monteiro (USF)Dr. Antônio Joaquim Severino (UNINOVE)

Ms. Gleide de Almeida Ribeiro (UFRR)Dra. Cristiane Coppe Oliveira (FACIP/UFU)Dr. Eduardo Sebastiani Ferreira (UNICAMP)

Dra. Ieda Maria Gongo (UNIVATES)Dr. Iran Abreu Mendes (UFRN)Dra. Jane Felipe Beltrão (UFPA)

Dr. José Ricardo e Souza Mafra (UFT)Dr. Júlio Roberto Groppa Aquino (USP)

Dr. Lawrence Shirley (Towson University)Ms. Lucélida de Fátima Maia da Costa (UEA)

Dra. Maria Cecilia de Castello Branco Fantinato (UFF)Dra. Maria da Conceição Xavier de Almeida (UFRN)

Dra. Maria do Carmo Santos Domite (USP)Dr. Milton Rosa (UFOP)

Dr. Osvaldo dos Santos Barros (UFPA)Dr. Roger Miarka (UNESP)Dr. Rogério Ferreira (UFG)

Dr. Samuel Edmundo Lopez Bello (UFRGS)Dra. Wanderléya Nara Gonçalves Costa (UFMT)

Dra. Wilma de Nazaré Baia Coelho (UFPA)Dr. Ubiratan D'Ambrósio (UNIBAN)

Maria Cecilia de Castello Branco Fantinato (Vice-presidente) Benerval Pinheiro dos Santos (Secretário Geral)

Samuel Bello (Primeiro Secretário)Rogério Ferreira (Primeiro Tesoureiro)

Isabel Cristina R. de Lucena (Membros Conselheiro)Fernanda Wanderer. (Membro Conselheiro)

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Pensamento Complexo. Consultora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Membro da Associação Internacional para o Pensamento Complexo e membro do comitê científico internacional - Universidad de Valladolid. Membro do conselho editorial das revistas: Famecos - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Cronos - Programa de Pós-Graduaçao em Ciencias Sociais- UFRN; Educação em questão - PPGEd/UFRN. Tem experiência na área de antropologia e complexidade, com ênfase em Epistemologia, atuando principalmente nos seguintes temas: complexidade, educação, cultura, ciência e conhecimento.

Maria do Carmo Santos DomiteBacharelado e Licenciatura em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1969), mestrado em Master of Arts In Mathematics Education - University of Georgia (1984) e doutorado em Psicologia da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1993). Atualmente é Professora Associada da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Atua na área de Educação, com ênfase em Educação Matemática, nas linhas de pesquisa: formulação de problemas, etnomatemática e formação de professores e educação indígena. Coordena, desde 1998, junto com o Prof. Ubiratan D'Ambrosio, o Grupo de Estudos e Pesquisa em Etnomatemática-GEPEm, sediado na FE-USP. Desde 2001vem trabalhando junto à formação dos professores indígenas do Estado de São Paulo (Guarani, Tupi, Kaingang, Terena e Krenak), coordenando o Curso de Magistério Indígena (2001-2003) e o Curso de Formação Intercultural Indígena (2005-2008).

Milton RosaPossui graduação em Ciências com Especialização em Matemática pela Faculdade de Ciências e Letras Plinio Augusto do Amaral (1983), graduação em Pedagogia pela Faculdade de Ciências e Letras Plinio Augusto do Amaral (1993), Especialização em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1999), Mestrado em Educação, Currículo e Instrução pela California State University, Sacramento (2000) e Doutorado em Educação, Liderança Educacional pela California State University, em Sacramento (2010). Atualmente é Professor Adjunto I do Centro de Educação a Distância (CEAD) na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). No CEAD, exerce a função do Curso de Licenciatura em Pedagogia. Foi Professor Titular de Matemática na Encina Preparatory High School de 1999 a 2011, foi membro do National Evaluation System (NES) e colaborador do Educational Testing System (ETS) para matemática e espanhol. É parecerista, entre outros,.dos seguintes periodicos: Journal of Mathematics and Culture, IJREE, TODOS TEEM Journal, Acta Scintae, Educational Research, The Mathematics Teacher, Journal Of Transformative Leadership and Policy Studies, International Journal of Piece and Development, International Journal of English and Literature. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Educação, atuando principalmente nas seguintes áreas: matemática, etnomatemática, currículo, modelagem matemática, etnomodelagem, história da matemática e liderança educacional.

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PREÂMBULO

UFPA

A Universidade do Pará foi criada pela Lei nº 3.191, de 2 de julho de 1957, sancionada pelo Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, após cinco anos de tramitação legislativa. Congregou as sete faculdades federais, estaduais e privadas existentes em Belém: Medicina, Direito, Farmácia, Engenharia, Odontologia, Filosofia, Ciências e Letras e Ciências Econômicas, Contábeis e Atuariais. Desde 28 de novembro do mesmo ano, já estava em exercício o primeiro reitor, Mário Braga Henriques (1957 a 1960).Em dezembro de 1960, tomou posse José Rodrigues da Silveira Netto. Em 1963 foi publicado o novo Estatuto. Foram implantados novos cursos e novas atividades básicas. De 1969 a 1973, Aloysio da Costa Chaves , reitor da época, teve o novo plano de reestruturação da Universidade Federal do Pará aprovado em sua gestão. Uma das mudanças foi a criação dos Centros, com a extinção das Faculdades existentes, e a definição das funções dos Departamentos.

Em 1970, o Conselho Federal de Educação aprovou o Regimento Geral da Universidade Federal do Pará. Uma revisão regimental foi procedida em 1976/1977, o que gerou um novo Regimento. Clóvis Cunha da Gama Malcher tomou posse em 1973, seguido por Aracy Amazonas Barretto (1977 a 1981) e Daniel Queima Coelho de Souza (1981 a 1985). No exercício de 1985, o Regimento da Reitoria foi reformulado passando a vigorar até 2008.

José Seixas Lourenço ocupou a Reitoria de 1985 a 1989, Nilson Pinto de Oliveira (1989 a 1993), Marcos Ximenes Ponte (1993 a 1997) e Cristovam Wanderley Picanço Diniz (1997 a 2001). Nos períodos de 2001 a 2005 e 2005 a 2009, foi Reitor da Universidade Federal do Pará, o Prof. Alex Bolonha Fiúza de Mello.De 2001 a 2009 novas mudanças estruturais ocorreram. Houve a aprovação de novo regimento. Centros e departamento foram extintos e Institutos, Núcleos foram criados como Unidades Acadêmicas e Faculdades e Pós-Graduações como Subunidades.Atualmente, a Universidade Federal do Pará é uma instituição federal de ensino superior, organizada sob a forma de autarquia, vinculada ao Ministério da Educação (MEC), através da Secretaria de Ensino Superior (SESu). O atual Reitor é o Prof. Carlos Edilson Maneschy (2009- 2013).

A UFPA denominada Universidade Multicampi, além do Campus de Belém possui mais 10 campi vinculados: Abaetetuba, Altamira, Bragança, Breves,Cametá, Capanema, Castanhal, Marabá, Soure e Tucuruí. Atualmente conta com aproximadamente 40 mil estudantes matriculados e um quadro com cerca de 2.522 professores efetivos.

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Lawrence ShirleyMestre em Educação Comparada e Internacional em Illinois, Doutor em Educação Matemática pela Ahmadu Bello University (Nigéria). Natural do Arizona. É um educador matemático com interesse na história e cultura da matemática e etnomatemática. Foi professor por quinze anos de Educação Matemática e foi chefe da Seção de Educação Matemática na Ahmadu Bello University na Nigéria. Desde 1989 está na Towson University, mas já havia atuado como Vice-Presidente e Presidente Adjunto do Departamento de Matemática. Foi presidente do Gupo de Estudos Norte-americano de Etnomatemática e organizador da IV Conferência Internacional de Etnomatemática, em 2010.

Lucélida de Fátima Maia da CostaMestre em Estudos Amazônicos (2009) pela Universidade Nacional da Colômbia. Possui Especialização em Metodologia e Didática do Ensino Superior (2002) pela Faculdade de Educação de Cacoal e em Tecnologia Educacional (2004) pela Universidade Federal do Amazonas. Graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal do Amazonas (2001). Atualmente é professora da Universidade do Estado do Amazonas-UEA. Tem experiência na área de Ensino de Matemática, com ênfase em Didática e Metodologia do Ensino de Matemática. Atuando principalmente nos seguintes temas: Etnomatemática e Formação de professores.

Maria Cecilia de Castello Branco FantinatoPossui graduação em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1980), mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1987) e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (2003), incluindo a realização de Doutorado Sanduiche na Rutgers University (NJ, USA), em 2001. Atualmente é Professor Adjunto IV da Universidade Federal Fluminense, atuando na Faculdade de Educação, no curso de Pedagogia e na Pós-Graduação Stricto Sensu, e também na Especialização do Instituto de Matemática. É líder do NEPEM-UFF, grupo de pesquisa do CNPq, coordenando o Grupo de Etnomatemática da UFF. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino e Aprendizagem de Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: etnomatemática, educação matemática, educação matemática de jovens e adultos, formação contínua do educador e pesquisa etnográfica.

Maria da Conceição Xavier de AlmeidaPossui graduação em Sociologia e Política pela Fundação Jose Augusto (1972), mestrado (1979) e doutorado (1992) em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É Professora Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, coortdenadora do Grupo de Estudos da Complexidade (GRECOM). colaboradora e consultora da Multiversidad Mundo Real Edgar Morin, membro da catedra itinerante. Unesco "Edgar Morin" - Universidad Del Salvador/Instituto Internacional para o

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PPGECM-IEMCI

O Núcleo Pedagógico de Apoio ao Desenvolvimento Científico – NPADC – (atualmente Instituto de Educação Matemática e Científica – IEMCI) era uma unidade acadêmica da UFPA – ligada diretamente ao Reitor. Visava o desenvolvimento de programas, projetos e ações em prol da melhoria do ensino de ciências e matemática em todos os níveis de ensino. Para tanto, desenvolvia programas de formação continuada de professores, no âmbito da extensão universitária e de pós-graduação lato e stricto sensu, além de manter um programa de iniciação científica na Escola Básica, há 24 anos, por meio do Clube de Ciências da UFPA, integrante do NPADC.

O início do trabalho ocorreu em 1979, como um dos resultados da dissertação de mestrado de Terezinha Valim Oliver Gonçalves, que buscava o desenvolvimento de novos valores para o ensino de Ciências (Física, Química e Biologia) e Matemática. O Clube de Ciências da UFPA – CCIUFPA – nasceu de um projeto coletivo dos estudantes de graduação com sua professora, buscando construir um laboratório pedagógico, onde pudessem “aprender a ensinar, podendo errar e acertar, sem a pressão da aprovação/reprovação, como ocorreria a partir do semestre seguinte, no Estágio Supervisionado”, buscando vivenciar a “prática adequada, de Popham” (Gonçalves, 1981; 2000).

No ano de 1981, com apoio do CNPq, o Clube de Ciências iniciou sua consolidação no âmbito da UFPA e um caminho sem volta para o Ensino de Ciências e Matemática no Estado. A sua filosofia de trabalho, no âmbito da iniciação científica e no da formação de professores teve muita repercussão entre os professores de Belém. Em 1986, foi a vez do projeto FREC - Feiras Regionais e Estaduais de Ciências ser aprovado e financiado pelo SPEC/PADCT. O financiamento permitiu a realização de cursos de formação continuada semipresenciais a professores em 15 municípios-sede de Unidade Regional de Educação (URE). Conscientes de que um grupo da capital não poderia garantir mudanças efetivas em locais tão longínquos, os integrantes da equipe do FREC propuseram a formação de grupos de professores que pudessem ser mediadores entre os professores e o NPADC, pelo menos no sentido de apontar dificuldades, fazer contatos para um retorno de membros da equipe para novas orientações e outros cursos.

No ano de 1991, foi iniciado o programa PIRACEMA – RPADC (Rede Pedagógica de apoio ao Desenvolvimento Científico), também financiado pelo Subprograma Educação para a Ciência - SPEC/PADCT/CAPES. Era um programa em rede, como aponta a própria denominação, constituído pelo NPADC/UFPA, SEDUC, FEP (hoje, UEPA – Universidade do Estado do Pará), SEMEC/BEL, UNAMAZ e ERC CIDADE DE EMAÚS.

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No decorrer de todo o trabalho desenvolvido, um período de grande efervescência foi o de 1987 a 1994, quando a PROEX/UFPA somou esforços aos financiamentos já obtidos do SPEC/PADCT para o atendimento de demandas dos municípios, obtendo um financiamento da OEA. Condição importante de trabalho também foi obtida por convênio com a Secretaria de Estado de Educação SEDUC e com a Secretaria Municipal de Educação de Belém, por meio dos quais foi constituído um grupo interinstitucional de elaboração, execução e avaliação das ações em prol da melhoria do processo ensino-aprendizagem na região, especialmente centradas na formação continuada de professores.

Em 2000 o NPADC apresentou proposta a CAPES para a criação do Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Educação em Ciências e Matemáticas - ao nível de mestrado acadêmico - tendo sido aprovada em final de 2001 e a primeira turma iniciada em 2002.

A partir de então, o Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas (ppgecm) investiu nas condições de infra-estrutura física e de produção intelectual do corpo docente e discente, no sentido de consolidar-se para a proposição de um curso de doutorado. Em 2009 o PPGECM iniciou sua 1ª turma de doutorado juntamente com a 8ª de mestrado. Para a aula magna tivemos a ilustre participação do Prof. Dr. Ubiratan D'Ambrosio que em meados da década de 1970 foi responsável pela oferta de vagas de mestrado de um curso inédito no Brasil “Ensino de Ciências e Matemática” onde os fundadores do atual IEMCI, professores Terezinha Valim Oliver Gonçalves (atual coordenadora da Rede Amazônica de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática – REAMEC – polo Pará) e Tadeu Oliver Gonçalves (atual diretor-adjunto do IEMCI) tiveram oportunidade de acesso a formação pós-graduada e configurarem os primeiros mestres da área de Ensino de Ciências e Matemática do Pará e também fundadores do antigo NPADC e atual IEMCI.

Enfim, em junho de 2009, pela chancela do Conselho Superior Universitário da

UFPA o NPADC deixa de ser Núcleo para ser Instituto de Educação Matemática e

Científica da UFPA (IEMCI). Essa modificação aconteceu essencialmente por conta da

criação de uma subunidade acadêmica em nível de graduação: Curso Licenciatura

Integrada em Educação em Ciências, Matemática e Linguagens para a formação de

professores dos anos iniciais, pois, de acordo com o Estatuto e o Regimento da UFPA,

apenas Institutos podem conter cursos de graduação, enquanto os Núcleos mantêm, apenas,

cursos de pós-graduação. Nasce o IEMCI com o sonho e o compromisso de atuar pela

melhoria da educação em ciências e matemáticas para os anos iniciais por meio do ensino,

da pesquisa e da extensão universitária.

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Isabel cristina Rodrigues de LucenaProfessora Adjunta da Universidade Federal do Pará. É licenciada em Matemática pela Universidade do Estado do Pará (1993). Possui cursos de mestrado e doutorado em Educação - área de concentração Educação Matemática - pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2002 e 2005). Atua no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas e no curso de Licenciatura em Matemática da UFPA. Desempenha atividades de pesquisa e extensão na área da Educação Matemática. Os principais temas enfocados nos projetos os quais coordena ou participa são: etnomatemática, cultura amazônica, processos de ensino e aprendizagem de matemática na Educação Básica e formação de professores que ensinam matemática.

Jane Felipe BeltrãoGraduação em História pela Universidade Federal do Pará (1973). Mestre em Antropologia pela Universidade de Brasília (1979) e Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas (1999). Exerce, como Professor Associado, atividades junto a Universidade Federal do Pará no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas com atuação nos Programas de Pós-Graduação em Antropologia e em Direito. Atua nas áreas de Antropologia, Direito e Saúde dentro de perspectiva interdisciplinar. Coordena projetos de pesquisa com faces interdisciplinares com ênfase nas áreas de Antropologia, História e Direito entre povos tradicionais indígenas e não-indígenas dialogando a partir da educação, da saúde e dos direitos diferenciados, com os necessários recortes de gênero e etnicidade, de educação e cidadania, e particularmente de direitos humanos e étnicos.

José Ricardo e Souza MafraPossui Graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade do Estado do Pará (1999), Mestrado (2003) e Doutorado (2006) em Educação, área de concentração em Educação Matemática, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atualmente é Professor Adjunto da Fundação Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Metodologia do Ensino de Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: educação matemática, etnomatemática e estágios supervisionados em matemática.

Júlio Roberto Groppa AquinoLivre-docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, com mestrado e doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, bem como pós-doutorado pela Universidade de Barcelona. Pesquisador do CNPq. Vem desenvolvendo trabalhos de pesquisa voltados à apropriação do pensamento foucaultiano na pesquisa educacional brasileira, bem como aos processos de governamentalização em curso na atualidade educacional, especialmente aqueles em torno das práticas de escrita.

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ABEm

A Associação Brasileira de Etnomatemática (ABEm) é uma organização que espera reunir educadores com interesses e preocupações de caráter científico-cultural. Criada em regime de assembleia geral no Terceiro Congresso Brasileiro de Etnomatemática–CBEm3, em 28 de março de 2008, na Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense -Niterói, RJ, tem hoje como sede a cidade de São Paulo. A ABEm tem por finalidade prestar serviços sociais, educacionais e culturais por meio do estudo e da pesquisa, subsidiar tecnicamente agências e entidades afins, assim como promover seminários, simpósios, congressos e eventos congêneres sobre Etnomatemática. Desde sua criação, a associação tem como presidente a professora Maria do Carmo Santos Domite (FEUSP) e como membros da diretoria: Maria do Carmo Santos Domite , como Presidente; Maria Cecilia de Castello Branco Fantinato, como Vice-presidente; Benerval Pinheiro dos Santos , como Secretário Geral; Samuel Bello, como primeiro Secretário; Rogério Ferreira como primeiro Tesoureiro; Membros Conselheiros: Isabel Cristina R. de Lucena e Fernanda Wanderer.

CBEm - Histórico

O 4o Congresso Brasileiro de Etnomatemática (CBEm4) vem dar continuidade ao processo iniciado no CBEm1, realizado de 01 a 04 de novembro de 2000 na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – em São Paulo - SP, com cerca de 300 participantes, que teve por objetivos reconhecer o potencial das diferenças culturais no processo ensino-aprendizagem, compartilhar resultados de pesquisa/análise das raízes culturais das ideias matemáticas, compartilhar modos de recuperar/investigar como o "outro" compreende e discutir as bases teóricas da etnomatemática.

Em mais um passo de consolidação da Etnomatemática como uma tendência das pesquisas e estudos em Educação Matemática, ocorreu de 04 a 07 de abril de 2004 o CBEm2, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal - RN, que contou com aproximadamente 200 participantes. Vale destacar o Segundo Encontro Internacional de Etnomatemática, que ocorreu durante o mesmo período, na Universidade Federal de Ouro Preto, em julho de 2002, com a presença de 300 pesquisadores, enfatizando a importância do Brasil na consolidação desta linha de estudos e pesquisas.

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Fredy Enrique GonzálezPosee Grado de Profesor de Matemática, obtenido em el Instituto Pedagógico de Caracas (Venezuela, 1974); obtuvo el grado de Magister Scientiarun en Matemàtica, mención Docencia, en la Universidad de Carabobo (Venezuela, 1987), y el Doctorado en Educación (énfasis en Educación Matemática en la Universidad de Carabobo (Venezuela, 1997). Actualmente es profesor titular, dedicación exclusiva, en la Universidad Pedagógica Experimental Libertador (Núcleo Maracay), Coordinador del Núcleo de Investigación en Educación Matemática “Dr. Emilio Medina” (NIEM), y responsable de la Comisión Organizadora del Doctorado en Educación Matemática (UPEL Maracay). Tiene experiencia en la formación de profesores que enseñan Matemática; sus asuntos de interés indagatorio se refieren a la Resolución de Problemas desde la perspectiva de las Ciencias Cognitivas, y coordina el Proyecto de Investigación sobre Historia Social de la Educación Matemática en América Latina, y específicamente desarrolla el Proyecto de Reconstrucción Histórica de la Educación Matemática en Venezuela. Junto con educadores matemáticos de Brasil, Colômbia y Venezuela está impulsando la idea de llevar a cabo un Congrego Amazónico de Educación Matemática

Ieda Maria GongoPossui graduação em Matemática pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (1991), Especialização em Ensino de Matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1995), Mestrado em Educação (2001) e Doutorado em Educação (2008) pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Atualmente é professora vinculada à Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul e ao Centro Universitário Univates de Lajeado, RS. Também atua, como membro docente permanente, no Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Exatas da UNIVATES. Tem experiência na área de Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: etnomatemática, trabalho, calculadora, matemática oral e educação matemática.

Iran Abreu MendesPesquisador Nível 2 do CNPq, possui graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal do Pará (1983), graduação em Licenciatura em Ciências pela Universidade Federal do Pará (1983), especialização em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal do Pará (1995), Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1997) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2001). Pós-doutorado em Educação Matemática pela UNESP/Rio Claro, SP (2008). Atualmente é professor Titular do Departamento de Práticas Educacionais e Currículo do Centro de Educação da da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em História e Pedagogia da Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: história da matemática, ensino de matemática, educação matemática, história da matemática em sala de aula e etnomatemática.

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O CBEm3, realizado de 26 a 29 de março de 2008 na Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense – UFF, em Niterói - RJ, reuniu um público aproximado de 300 pessoas e procurou resgatar os pontos positivos e as preocupações levantadas nos eventos anteriores, tanto nacionais quanto internacionais. Teve como objetivo principal promover amplo debate sobre os problemas de pesquisa no âmbito da Etnomatemática no Brasil e no mundo, tendo como referências principais os estudos realizados pelos pesquisadores nos últimos anos, assim como o estabelecimento de novas perspectivas diante das atuais demandas do ensino nos diferentes grupos culturais e nas consequentes necessidades de formação do professor.

Os dois primeiros congressos nacionais, CBEm1 (em 2000) e CBEm2 (em 2004) já apontavam à necessidade de aprofundar as questões relativas à Etnomatemática e à sala de aula, motivo pelo qual o tema do CBEm3 (2008) veio a ser os novos desafios teóricos e pedagógicos da Etnomatemática e teve como objetivo principal promover amplo debate sobre os problemas de pesquisa no âmbito da Etnomatemática no Brasil e no mundo, tendo como referências principais os estudos realizados pelos pesquisadores nos últimos anos, assim como o estabelecimento de novas perspectivas diante das atuais demandas do ensino nos diferentes grupos culturais e nas consequentes necessidades de formação do professor.

O 4º Congresso Brasileiro de Etnomatemática – CBEm4 - envolve professores e pesquisadores de educação matemática e de demais áreas de interesse - de diferentes regiões do país, de países vizinhos e de outros países estrangeiros. Em 2012 ocorre na cidade de Belém, Estado do Pará - Brasil, no período de 13 a 17 de novembro de 2012, nas dependências da Universidade Federal do Pará - UFPA. O tema do Cbem4,“Cultura, Educação Matemática e Escola” intenta abordar as possíveis relações entre as matemáticas, conhecimentos e saberes entre dos grupos culturais e seu papel no espaço escolar.

O importante e necessário diálogo entre os distintos grupos socioculturais está sendo desenvolvido em diversos trabalhos de pesquisadores da área. Nesse sentido, o CBEm4 tem a expectativa de promover amplo debate sobre os problemas de pesquisa no âmbito da Etnomatemática, em sua relação com a escola, tendo como referências principais os estudos realizados pelos pesquisadores nos últimos quatro anos, as demandas atuais do processo de ensino/aprendizagem, formação de professores, formação da escola, assim como o estabelecimento de novas perspectivas educacionais nos diferentes grupos socioculturais.

brasileira.

Cristiane Coppe OliveiraPossui graduação em Matemática pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1996), mestrado em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001) e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (2007). Atualmente é Professor Adjunto II da Universidade Federal de Uberlândia - UFU. É líder do Núcleo de Pesquisas e Estudos em Educação Matemática - NUPEm e coordenadora científica do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros - NEAB/UFU, nos quais desenvolve projetos relacionados à História da Educação Matemática Brasileira e Etnomatemática, enfatizando a pessoa e obra de Júlio César de Mello e Souza - Malba Tahan (1885-1975) e os discursos que se estabelecem em suas obras raras. Em uma perspectiva cultural investiga a importância da inserção da história e cultura africana e afrobrasileira no currículo em Matemática, por meio da implementação da Lei 10639/03 e as possibilidades de rompimento com o racismo científico que se estabelece em ideias eurocêntricas. Participa ainda como membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Etnomatemática da Universidade de São Paulo -GEPEm e do Grupo de Pesquisas e Estudos em Cultura Popular da Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia - GEPECPOP. Na vertente extensionista desenvolve vários projetos, sendo coordenadora da Área Relações Etnicorraciais do Projeto Rede Nacional de Formação de Professores da Educação Básica - MEC; participa como formadora do Projeto A Cor da Cultura promovido pela Fundação Roberto Marinho, TV Futura, SEPPIR, MEC e Petrobrás. Na vertente do ensino superior é vice-coordenadora do Projeto de Formação Inicial em História e Cultura Africana e Afrobrasileira promovido pelo NEAB/UFU em parceria com a PROGRAD/UFU, ministrando módulo referente à Etnomatemática. Atua com disciplinas da Educação Matemática nos cursos de Matemática e Pedagogia da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da Universidade Federal de Uberlândia - FACIP/UFU.

Eduardo Sebastiani FerreiraPossui graduação em Bacharel em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1962), mestrado em Matemática pela Universidade de Brasília (1965), doutorado em Doctorat de Troisiemme Cycle pela Université Joseph Fourier - Grenoble I (1970), pós-doutorado pela Université Joseph Fourier - Grenoble I (1976) e pós-doutorado pela Michigan State University (1989). Foi Professor da Universidade de Campinas, Universidade de São Paulo, Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho” – Rio Claro, Universidade Federal do Ouro Preto e Universidade de Santa Úrsula no Rio de Janeiro. Atuante pesquisador em Etnomatemática desde a década de 80. Foi responsável pela organização internacional e local do 2º Congresso Internacional de Etnomatemática, promovido pelo Internacional Study Group on Ethnomathematics, ocorrido no Brasil em 2002. Considerado no meio acadêmico mundial como um dos precursores da pesquisa em Etnomatemática.

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OS CONVIDADOS

Alexandre José Santos PaisDepois de ensinar matemática por nove anos em várias escolas públicas de ensino portugueses, Alexandre Pais decide parar e pensar. Segundo ele “Um projecto de doutoramento apareceu como a desculpa de verdade para fazer toda a leitura, pensando e escrevendo que ser um professor em tempo integral estrategicamente inibe. Submerso em leituras, eu tropecei em que alguém chamou o Eixo do Mal: Hegel-Marx-Lacan. No momento, o meu trabalho consiste em desenvolver uma crítica materialista dialética da educação, usando a educação matemática como um estudo de caso, e na investigação em termos de ideologia as relações entre ciência, tecnologia e sociedade”. Atualmente Alexandre realiza pós-doutorado da Universidade de Aalborg, e é professor convidado na Faculdade de Educação da Universidade da Groenlândia. Também é membro de pesquisa do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, onde trabalha nos limites do projeto urbano, financiado pela Fundação Português de Ciência e Tecnologia.

Alexandrina MonteiroPossui graduação em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas(1989), Mestrado em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1992) e Doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1998). Atualmente é Professora Titular da Universidade São Francisco. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Estudos Curriculares, Estudos Culturais, Linguagem e Práticas Sociais. Atua principalmente nos seguintes temas: Currículo, Etnomatemática, Educação de Jovens e Adultos, Modelagem Matemática, Formação de Professores, Educação Escolarizada.

Antônio Joaquim SeverinoProfessor aposentado de Filosofia da Educação na Faculdade de Educação da USP, na categoria de Professor Titular, MS-6. Licenciou-se em Filosofia na Universidade Católica de Louvain, Bélgica, em 1964. Na PUCSP, apresentou seu doutorado, defendendo tese sobre o personalismo de Emmamuel Mounier, em 1972. Prestou concurso de Livre Docência em Filosofia da Educação, na Universidade de São Paulo, em 2000. Em 2003, prestou concurso de titularidade. Atualmente participa do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Nove de Julho, de São Paulo (Uninove). Dentre suas publicações, destacam-se Metodologia do trabalho científico (Cortez, 1975; 21. ed. 2000); Educação, ideologia e contra-ideologia. (EPU, 1986); Métodos de estudo para o 2o. Grau (Cortez, 1987; 5. ed. 1996); A filosofia no Brasil (ANPOF, 1990); Filosofia (Cortez, 1992; 5. ed. 1999); Filosofia da Educação (FTD, 1995; 2. ed. 1998); A filosofia contemporânea no Brasil: conhecimento, política e educação (Vozes, 1999), Educação, sujeito e história (Olho d´Água, 2002) e vários artigos sobre temas de filosofia da educação. Seus estudos e pesquisas atuais situam-se no âmbito da filosofia e da filosofia da educação, com destaque para as questões relacionadas com a epistemologia da educação e para as temáticas concernentes à educação brasileira e ao pensamento filosófico e sua expressão na cultura

ÍNDICE

PROGRAMAÇÃO.........................................................................................................21

DESCRIÇÃO DOS EIXOS TEMÁTICOS/DENOMINAÇÕES DOS GTs

GT1 - ETNOMATEMÁTICA E EDUCAÇÃO DOS POVOS DA FLORESTA

Compreende a divulgação de pesquisas ou relatos de experiências desenvolvidas junto aos grupos indígenas, ribeirinhos e quilombolas, estudantes e professores, dentre outros que possui a floresta como ambiente de moradia, de relações de trabalho, de políticas ou de instituições educativas.

GT2 - ETNOMATEMÁTICA E A EDUCAÇÃO DO CAMPO

Compreende a divulgação de pesquisas desenvolvidas ou relatos de experiências junto aos grupos de agricultores, artesãos, estudantes, professores dentre outros que possui o campo como ambiente de moradia, de relações de trabalho, de políticas ou de instituições educativas.

GT3 - ETNOMATEMÁTICA E AS RELAÇÕES ENTRE TENDÊNCIAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Compreende a divulgação de pesquisas ou relatos de experiências divulgação de pesquisas desenvolvidas de pesquisa que promovem a integração da etnomatemática com outras tendências de pesquisa/ ensino da Educação Matemática, relacionadas a grupos profissionais, estudantes, professores, dentre outros.

GT4 - ETNOMATEMÁTICA E EDUCAÇÃO PARA INCLUSÃO

Compreende a divulgação de pesquisas ou relatos de experiências desenvolvidas que promovem, discutem e descrevem os processos de inclusão de grupos minoritários em termos sociopolíticos, a partir das práticas matemáticas que consideram a identidade e/ou as necessidades educativas especiais.

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ÉTICA DA DIVERSIDADE: UMA PROPOSTA PARA O PIBID/UFUC. C. de Oliveira¹

¹ [email protected]

RESUMOEste trabalho apresenta as primeiras ações do subprojeto Diversidade Cultural do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID da Universidade Federal de Uberlândia (UFU/MG) em duas escolas públicas na cidade de Ituiutaba/MG. As primeiras ações do PIBID Diversidade Cultural, trazem luz a uma proposta de atividades que denominamos Ciclos da Diversidade, os quais servirão de alicerce para a promoção de ações sistemáticas de formação que auxiliem, cada vez mais, futuros profissionais da educação e professores em serviço, na compreensão das relações que envolvem a temática Diversidade Cultural. Os Ciclos da Diversidade terão como objetivos principais trabalhar com a temática da Diversidade Cultural, focalizando temas das africanidades brasileiras e das relações indígenas, pautados na implementação das Leis 10639/03 e 11645/08 do 6º ao 9º ano e refletir sobre as ciências tradicionais da sabedoria africana e indígena, na temática da Diversidade Cultural, soluções possíveis para o contexto escolar e sobre como irradiar uma consciência mais integrada e ampla do cotidiano. Tal proposta tem como base os princípios da interdisciplinaridade - na medida em que busca romper com a fragmentação das áreas e busca o diálogo entre elas - e as teorizações de D´Ambrosio (1997) sobre a Ética da Diversidade e pode contribuir com um novo olhar para a temática da Diversidade Cultural, construindo e disseminando saberes na formação inicial e continuada das diversas áreas do conhecimento, bem como no reconhecimento de expressões culturais no contexto escolar.

Palavras-chave: diversidade cultural; ética da diversidade; PIBID.

PENSAR O DIFERENTE: A INCLUSÃO DE SUJEITOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA ETNOMATEMÁTICA

B. Y. F. Riffel¹, J. R. Mendes²¹ CEFET/MG, ²USF

[email protected] neste texto problematizar a inclusão de alunos com deficiência visual na escola regular, dentro de uma perspectiva Etnomatemática. O objetivo é de aprofundar o conhecimento sobre a temática, apresentando reflexões que nos remetam às inúmeras facetas presentes nas práticas educativas inclusivas, principalmente no que se refere à construção de saberes matemáticos em alunos com deficiência visual. Abordamos o fato de que estes alunos frequentemente se utilizam de uma forma singular de representação e concepção matemática, iniciada a partir da linguagem braille, e acrescida de vivências exclusivas e individuais, em função de sua especificidade sensorial, diferentes daquelas que os docentes da escola regular estão habituados a trabalhar. Percebemos que algumas questões merecem reflexão, tornando válidos olhares que reconheçam os saberes e as práticas que circulam nos grupos sociais e culturais de pessoas com deficiência visual.

Palavras-chave: deficiência visual; inclusão; etnomatemática.

COLÓQUIO DE ABERTURA “Cultura, Educação Matemática e Escola”

Ÿ APONTAMENTOS SOBRE A GOVERNAMENTALIZAÇÃO DAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEAS - Júlio Groppa Aquino (USP)................................. ....23Ÿ ETNOMATEMÁTICA: PRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS E RESSONÂNCIAS NO ENSINO E NA PESQUISA - Antônio Joaquim Severino (USP)................................................................. ....24Ÿ NOTAS SOBRE O CONCEITO DE CULTURA: CONTRIBUIÇÕES PARA A ETNOMATEMÁTICA - Maria da Conceição Xavier de Almeida (UFRN)....................................25

MESA REDONDA TEMÁTICA 01“Etnomatemática na Pan-Amazônia”

Ÿ LA ETNOMATEMÁTICA EN VENEZUELA: UN BREVE INVENTARIO PRELIMINAR - Fredy Enrique González (Universidad Pedagógica Experimental Libertador)...............................26Ÿ COOPERAÇÃO EM PESQUISA E EDUCAÇÃO ETNOMATEMÁTICA NA PANAMAZÔNIA: NOVOS MAPEAMENTOS POSSÍVEIS - Iran Abreu Mendes(UFRN)..........27Ÿ CULTURA, EDUCAÇÃO ESCOLAR E ETNOMATEMÁTICA: POSSIBILIDADES NA/PARA PAN-AMAZÔNIA - Jane Felipe Beltrão (UFPA)......................................................28

MESA REDONDA TEMÁTICA 02“A Produção Brasileira em Etnomatemática”

Ÿ BALANÇO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA DOS CONGRESSOS BRASILEIROS DE ETNOMATEMÁTICA - Maria Cecilia Fantinato (UFF).............................................................. 29Ÿ ESTRIAS, SARDAS E CORES: A MARCA DA MATURIDADE DA PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA ETNOMATEMÁTICA EM PERIÓDICOS NACIONAIS - Wanderleya Nara Gonçalves Costa (UFMT)...............................................................................................................30

CONFERENCIA DE DISCUSSÃO 1

OS LIMITES DA CULTURA - Alexandre José Santos Pais (Aalborg University)...........................31.

CONFERENCIA DE DISCUSSÃO 2

THE WORK OF ETHNOMATHEMATICS - Lawrence Shirley (Towson University - EUA)..........31

CONFERENCIA DE ENCERRAMENTO

ETNOMATEMÁTICA: UM PROGRAMA DE PESQUISA TRANSDISCIPLINAR E TRANSCULTURAL - Ubiratan D'Ambrosio (UNIBAN)................................................................32

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COLECIONANDO TAMPINHAS: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS SURDOSS. P. Madalena¹, M. do V. de Oliveira¹

¹ [email protected]

RESUMORelato de experiência com alunos surdos, usuários de Língua Brasileira de Sinais-Libras, de uma escola bilíngue da cidade do Rio de Janeiro. A atividade teve como proposta a coleção de tampinhas de garrafa pet com o objetivo de concretizar a passagem do tempo, para os alunos mais novos, e instigar reflexões acerca do nosso sistema de numeração de base decimal, a partir da ação de “agrupar para contar” como procedimento mais econômico. O envolvimento dos alunos no projeto foi surpreendente, ao todo foi arrecadado um número bastante expressivo de tampinhas: 9.906 unidades. Isto possibilitou o enriquecimento da atividade, tornando significativa a aprendizagem dos conteúdos envolvidos. Ao final do projeto, as tampinhas foram utilizadas na confecção de quatro quadros. Considerando-se que a etnomatemática busca investigar e valorizar aspectos peculiares de produção de conhecimento numa perspectiva cultural, o projeto desenvolvido, em consonância com estes princípios, oportunizou aos alunos surdos vivenciar diferentes estratégias de contagem, em Libras, paralelamente à apropriação das regras que regem o sistema de numeração.

Palavras-chave: educação especial; matemática; surdez.

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA: O JOGO MANCALA COMO POSSIBILIDADE

J. S. B. de Oliveira¹¹ UFPA

[email protected] relato de experiência resulta da apresentação de um minicurso realizado com licenciandos para os anos iniciais do ensino fundamental com o objetivo de apresentar o uso dos jogos Mancala como possibilidade pedagógica para o ensino de História e Cultura Africana no âmbito das aulas de Matemática. Partiu-se do princípio que a Etnomatemática possibilita a valorização das culturas no contexto escolar. Desse modo, a Etnomatemática pode contribuir para um ensino de matemática que valorize aspectos da cultura negra, e, assim, para que os negros afro-brasileiros compreendam-se como parte da história da formação do povo brasileiro e entendam melhor sua própria história. Com a realização do minicurso foi possível identificar possibilidades do uso do jogo Mancala como recurso pedagógico para o ensino de matemática no que tange as relações étnico-raciais no contexto educacional.

Palavras-chave: etnomatemática; história e cultura afro-brasileira; mancala.

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EIXO TEMÁTICO 1ETNOMATEMÁTICA E EDUCAÇÃO DOS POVOS DA FLORESTA

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

Ÿ A EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA RIKBAKTSA EM TRÊS DIMENSÕES DA ETNOMATEMÁTICA...................................................................................................................33Ÿ ALGUNS ASPECTOS DO SISTEMA DE CONTAGEM A'UWẼ/ XAVANTE: OUTROS SABERES, OUTROS CONHECIMENTOS, OUTRAS SOLUÇÕES...........................34Ÿ ALGUNS CONHECIMENTOS DE ETNOMATEMÁTICA ASHANINKA............................34Ÿ APROPRIAÇÃO DE PRÁTICAS DE NUMERAMENTO EM UM CONTEXTO DE FORMAÇÃO PARA EDUCADORES INDÍGENAS: UM ESTUDO ETNOMATEMÁTICO......35Ÿ AS POTENCIALIDADES MATEMÁTICAS DAS ESCOLAS INDÍGENAS DAS ALDEIAS APINAYE SÃO JOSÉ E MARIAZINHA.......................................................................................35Ÿ ATIVIDADES MATEMÁTICAS A PARTIR DOS SABERES E FAZERES NA PRODUÇÃO DO ADOBE DA COMUNIDADE QUILOMBOLA LAGOA DA PEDRA – ARRAIAS/TO..........36Ÿ CONCEPÇÕES DOS ALUNOS DE ESCOLAS RIBEIRINHAS SOBRE A PROVINHA BRASIL DE MATEMÁTICA.........................................................................................................36Ÿ CUBAGEM DE TERRAS: BRAÇA, QUADRO E TAREFA ....................................................37Ÿ DA ALDEIA PARA A CIDADE A MATEMÁTICA DA ETNIA PARESI..................................38Ÿ DO TRANÇADO AMAZÔNICO À EDUCAÇÃO MATEMÁTICA.......................................38Ÿ EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA ATRAVÉS DE UM CURRÍCULO ETNOMATEMÁTICO ..................................................................................................................39Ÿ EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGINA RIKBAKTSA: DAS ROÇAS E CASAS PARA AS ESCOLAS ......................................................................................................................................39Ÿ ETNOMATEMÁTICA NO CONTEXTO DE ESTUDANTES RIBEIRINHOS DO ENSINO MÉDIO ..........................................................................................................................................40Ÿ NOTAS SOBRE A ETNOMATEMÁTICA WARI....................................................................40Ÿ ORALIDADE, CUIDADO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA INDIGENA KAINGANG: UM PROJETO COLABORATIVO ................................................................................................41Ÿ ETNOMATEMÁTICA, TEORIA DA COMPLEXIDADE E EDUCAÇÃO INDÍGINA: UMA ABERTURA EPISTEMOLÓGICA ...............................................................................................41Ÿ ORALIDADE, ESCRITA E ESCOLA: VISÕES DE UM PRETÉRITO INCABADO..............42Ÿ OS MARCADORES DE TEMPO INDÍGENAS E A SOLIDARIEDADE ENTRE O AMBIENTE E OS POVOS QUE O HABITAM: UM OLHAR ETNOMATEMÁTICO .................42Ÿ PERSPECTIVA ETNOMATEMÁTICA NA APRENDIZAGEM DA GEOMETRIA COM UTILIZAÇÃO DOS BRINQUEDOS DE MIRITI..........................................................................42Ÿ PROFESSORES INDÍGENAS DO ESTADO DO TOCANTINS EM FORMAÇÃO INICIAL: A ETNOMATEMÁTICA NO CONTEXTO DO MAGISTÉRIO INDÍGENA ...............................43Ÿ PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO NAS AULAS DE MATEMÁTICA EM ESCOLAS RIBEIRINHAS...............................................................................................................................44Ÿ SISTEMA DE NUMERAÇÃO GUARANI: ASPECTOS BÁSICOS .......................................44Ÿ UM OLHAR ETNOMATEMÁTICO SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENAS ..................................................................................................................................45

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também a singular proeminência da inclusão quanto a sua capacidade em propor mudanças substanciais na sociedade/escola, para que as pessoas com condições biológicas-físicas-sensoriais distintas possam ter, assim como as demais pessoas, as suas diferenças e a diversidade respeitadas e valorizadas por todos nesses ambientes. Então, para que isso ocorra, sugerimos olhar para educação – matemática – a partir de uma ética que tenha como base princípios de respeito, solidariedade, cooperação, diálogo simétrico, reconhecimento dos diferentes saberes e da alteridade, o que nos remete especialmente à repensar a formação do professor.

Palavras-chave: inclusão; diferença; formação; mito; educação etnomatemática.

SOBRE PRÁTICAS EDUCATIVAS EM MATEMÁTICA NO CONTEXTO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA

R. C. G. Meneghetti¹, M. F. de Azevedo², R. Kucinskas³

¹ USP, ² UNESP-Bauru, ³UFSCar [email protected]

RESUMOEste trabalho focaliza a Educação Matemática no contexto da Economia Solidária tendo por finalidade abordar nossa atuação, visando atender demandas específicas da Educação Matemática, junto a dois Empreendimentos em Economia Solidária (EES): uma cooperativa de limpeza e uma marcenaria coletiva feminina. Com base na Etnomatemática, buscamos trabalhar a Matemática no contexto cultural desses EES a partir dos conhecimentos prévios de seus integrantes. A intervenção junto à cooperativa ocorreu por meio de um minicurso ministrado às suas cooperadas, partindo de situações-problema relacionadas ao cotidiano do grupo. A intervenção junto à marcenaria se deu de maneira informal e inserida nas atividades do cotidiano de trabalho. Dessas intervenções percebemos que, no caso da cooperativa, houve uma resistência inicial em relação à abordagem empregada e que a motivação e a participação aumentaram no transcorrer do minicurso; no caso da marcenaria, foi preciso construir um conhecimento no próprio fazer das marceneiras, sendo que o diálogo e o respeito pelo conhecimento experimental que elas traziam foram fundamentais na construção conjunta de conhecimentos. De forma geral, observou-se que a abordagem aplicada pôde contribuir com mudanças de atitudes, favoráveis tanto ao aprendizado dos conceitos, quanto à reinserção socioeconômica, em direção a uma postura mais crítica e emancipatória. Apesar das intervenções nem sempre ocorrerem da mesma forma, compreendemos que ambas inserem-se na educação não formal, por meio da qual identificamos um mecanismo capaz de contribuir com os ideais da Educação e da Economia Solidária, como forma de inserir socialmente aqueles que foram excluídos pela educação formal apresentada na escola.

Palavras-chave: etnomatemática; economia solidária; práticas educativas em matemática;

empreendedorismo; educação não formal.

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Ÿ A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NA AMAZÔNIA RIBEIRINHA: PESQUISA E FORMAÇÃO DE PROFESSOR COMO FOCO DE REFLEXÃO.................................................45Ÿ A PRODUÇÃO DE FARINHA DE TAPIOCA COMO CONTEXTO DE ENSINO PARA ALUNOS DO 6º ANO DA VILA DE AMERICANO – PA..............................................................46Ÿ A RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA EM UMA ESCOLA MULTISSERIADA DE NOVO HAMBURGO/RS........................................................................46Ÿ AÇÕES PEDAGÓGICAS EM COMUNIDADES INDÍGINAS: UM ESTUDO MATEMÁTICO COM AS CRIANÇAS-ESTUDANTES KRAHÔ...............................................47Ÿ ATIVIDADES INVESTIGATIVAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA E LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA EM COMUNIDADES INDÍGINAS.........................................47Ÿ ATIVIDADES MATAVIDADES DE MATEMÁTICA EM ESCOLA INDÍGINA KRAHÔ: CERTOS OLHARES......................................................................................................................48Ÿ O ENSINO DE GEOMETRIA NA ESCOLA INDÍGENA KRAHÔ 19 DE ABRIL - ALDEIA MANOEL ALVES..........................................................................................................................48Ÿ RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO INDÍGENA, NO ESTADO DO TOCANTINS.................................................................................................................................49

EIXO TEMÁTICO 2ETNOMATEMÁTICA E A EDUCAÇÃO DO CAMPO

COMUNICAÇÃO CINETÍFICA

Ÿ A EDUCAÇÃO DO CAMPO COMO VETOR DE POTÊNCIA PARA A ETNOMATEMÁTICA...................................................................................................................49Ÿ A ETNOMATEMÁTICA NA CERÂMICA PERUANA EM JARDIM DO SERIDÓ (RN)................................................................................................................................................50 ETNOMATEMÁTICA NO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO.........................................................................50Ÿ AS BASES DE UM PROJETO POPULAR DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PARA O MST................................................................................................................................................51Ÿ CULTURA E ETNOMATEMÁTICA: APRESENTAÇÃO DE ALGUMAS ESTRATÉGIAS MATEMÁTICAS DOS LAVRADORES DO ASSENTAMENTO RURAL NATUR DE ASSIS (BA)................................................................................................................................................51Ÿ EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E A CULTURA DA VITIVINICULTURA: UM ESTUDO NA PERSPECTIVA DA ETNOMATEMÁTICA..................................................................................52Ÿ ETNOMATEMATICA E MEIO AMBIENTE: OS IMPACTOS AMBIENTAIS PROVOCADOS PELOS RESÍDUOS DA PRODUÇÃO DE FARINHA DE MANDIOCA E SEUS DERIVADOS..................................................................................................................................52Ÿ ETNOMATEMATICA: OS SABERES MATEMATICOS OBSERVADOS NA PRODUÇÃO DE FARINHA DE MANDIOCA E SEUS DERIVADOS NO MUNICIPIO DE GARRAFÃO DO NORTE – PA...................................................................................................................................53Ÿ AS NARRATIVAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NORMALISTAS RURALISTAS: UM OLHAR ETNOMATEMÁTICO.............................................................................................54

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

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se aplica ao processo de aprendizagem de surdos. Neste estudo, em que áreas distintas como surdez e matemática se interrelacionam, buscou-se investigar os conhecimentos aritméticos de alunos surdos, por meio do TDE – Teste de Desempenho Escolar. Os dados apontam que há progressão acadêmica ao longo dos anos escolares na população como um todo, considerando-se os conhecimentos aritméticos. Além de poder colaborar para pesquisas em etnomatemática com este grupo cultural, este trabalho contribui com a adaptação para a Língua de Sinais das questões previstas para aplicação oral do TDE de aritmética.

Palavras-chave: surdez; matemática; escolaridade; crianças; educação especial.

EDUCAÇÃO DE ADULTOS EM PORTUGAL: UMA LEITURA ETNOMATEMÁTICAM. C. de C. B. Fantinato¹

¹ [email protected]

RESUMOEste texto tem por objetivo analisar, sob o enfoque da Etnomatemática, o processo de desenvolvimento de um projeto de pós-doutorado realizado em Portugal, que buscou compreender práticas pedagógicas em contextos de educação de adultos, na área de Matemática. Foi realizada uma pesquisa qualitativa multissituada, acompanhando a dinâmica dos Centros Novas Oportunidades, os profissionais que trabalham com os adultos e particularmente os formadores da área intitulada “Matemática para a Vida” (MV) do Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC). Pelo fato de a metodologia do Processo RVCC envolver o reconhecimento de adquiridos experienciais dos adultos, os formadores de MV parecem desenvolver uma postura dialógica e de legitimação de saberes matemáticos do cotidiano, que muito se aproxima de uma perspectiva etnomatemática.

Palavras-chave: etnomatemática; educação de adultos; reconhecimento de adquiridos experienciais; práticas profissionais de formadores de adultos.

MELHOR QUE INTEGRAR, É INCLUIR: UMA CONCEPÇÃO DA EDUCAÇÃO ETNOMATEMÁTICA

M. Lubeck¹, T. D. Rodrigues¹¹ UNESP

[email protected] nosso propósito neste trabalho é articular alguns dos fundamentos da educação etnomatemática e da educação inclusiva. Portanto, para iniciar a nossa reflexão, fazemos uso de um mito conhecido como O Leito de Procusto, bem como da sua possível aproximação metafórica com algumas das práticas adotadas pelo atual sistema escolar. Metodologicamente, buscamos ancorar as nossas ponderações em um estudo teórico/bibliográfico, a partir do qual evidenciamos os conceitos de integração e de inclusão. E analisando estes conceitos com uma postura crítica, destacamos algumas incompatibilidades entre eles, como

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Ÿ CONSTRUINDO CURRAIS E PONTES: UMA ABORDAGEM ETNOMATEMÁTICA......54Ÿ ETNOMATEMÁTICA: UM DIÁLOGO ENTRE SABERES TRADICIONAIS E SABER MATEMÁTICO ESCOLAR...........................................................................................................55Ÿ ETNOMATEMÁTICA: UMA RELAÇÃO ENTRE OS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS FORMAIS E CULTURAIS NA PRODUÇÃO DE FARINHA DE MANDIOCA............................55Ÿ JOGOS DE LINGUAGEM MATEMÁTICOS EM UM CURSO EM GESTÃO DE COOPERATIVAS...........................................................................................................................56Ÿ O ENSINO DE MATEMÁTICA NA PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA: UM OLHAR PARA A EFA DE COLINAS-TO...............................................................................................................56Ÿ O SOL E A LUA: PRÁTICAS DE MEDIDAS DE TEMPO EM ATIVIDADES AGRÍCOLAS ........................................................................................................................................................57Ÿ PRÁTICAS SOCIAIS E ETNOMATEMÁTICA: ESTUDO COM PESCADORES ARTESANAIS DE SANTA CATARINA........................................................................................58

PÔSTER

Ÿ APRENDENDO MATEMÁTICA ATRAVÉS DA PESQUISA: UM OLHAR ETNOMATEMÁTICO DO POVOADO CENTRO DOS RAMOS................................................58Ÿ BRAZ PIRES: UM OLHAR ETNOMATEMÁTICO PARA OS PRIMEIROS POVOADOS DA ZONA DA MATA MINEIRA..........................................................................................................59Ÿ ETNOMATEMÁTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE OS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS ENVOLVIDOS NA PRODUÇÃO DA FARINHA DE MANDIOCA................59Ÿ INVESTIGAÇÃO ETNOMATEMÁTICA NA INDÚSTRIA CERÂMICA PERUANA (RN)................................................................................................................................................60Ÿ JOGOS DE LINGUAGEM DE PESCADORES DO LITORAL CATARINENSE ................... 60

EIXO TEMÁTICO 3ETNOMATEMÁTICA E AS RELAÇÕES ENTRE TENDÊNCIAS

EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

COMUNICAÇÃO CINETÍFICA

Ÿ “NUNCA VI NA VIDA”: PRÁTICAS DE NUMERAMENTO, COTIDIANO E ESCOLA.........................................................................................................................................61Ÿ A ETNOMATEMÁTICA A PARTIR DE UM ESTUDO DA VIDA E OBRA DE TERESA VERGANI......................................................................................................................................61Ÿ A ETNOMATEMÁTICA AFRICANA COMO UM MEIO DE CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO MATEMÁTICO......................................................................................................62Ÿ A MATEMÁTICAS DAS NOTAS MUSICAIS.........................................................................62Ÿ APROPRIAÇÃO DE JOGOS DE LINGUAGEM EM PRÁTICAS DE NUMERAMENTO NOS PROJETOS SOCIAIS XACRIABÁ: UMA ABORDAGEM ETNOMATEMÁTICA............63Ÿ AS POSSIBILIDADES DA PERSPECTIVA ETNOMATEMÁTICA NO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM A DISTÂNCIA NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES.............................................................................................................................63Ÿ AS PRÁTICAS DE REGISTROS NOS PROCESSOS AVALIATIVOS DA ALFABETIZAÇÃO INICIAL SOB A PERSPECTIVA DA ETNOMATEMÁTICA........................................................64

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

Page 16: Livro CBEm4 · Emmanuel Zagury Tourinho ... Dr. Osvaldo dos Santos Barros ... professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática do Instituto de

do Subgrupo Matemática e Leitura - GML. A pesquisa foi iniciada em fevereiro de 2010 e finalizada em junho de 2011, implementada junto às trabalhadoras de algumas unidades produtivas da Ong Ação Moradia localizada no Bairro Morumbi da cidade de Uberlândia-MG. A investigação qualitativa do tipo pesquisa-ação (IBIAPINA, 2008), buscou compreender as atividades desenvolvidas nas unidades produtivas - UPs, as necessidades formativas das trabalhadoras no que diz respeito à matemática. Para isso, como metodologia, utilizamos as Rodas de Conversas (WARSCHAUER, 2001; SILVA e BERNARDO, 2007), com influência dos círculos de cultura e relações dialógicas freireanas (FREIRE, 2001). Para a compreensão dos dados/fatos e apontamentos dos resultados ancoramo-nos nas elaborações próprias do programa de pesquisa etnomatemática (D´AMBROSIO, 1993, 2001), na modelagem matemática (BASSANEZI, 2002), nas teorizações sobre empreendedorismo e educação popular (CRUS e GUERRA, 2009; OLIVEIRA, 2003; e outros), em Freire (2000, 2001, 1996, 1979) e Marx (2005). A análise de diversos dados/fatos nos permitiu apresentar conclusões positivas em termos de redirecionamentos de algumas práticas das trabalhadoras e a compreendermos alguns dos condicionantes próprios de uma sociedade capitalista que levam as trabalhadoras à hierarquização e à centralização das decisões. Os principais ganhos de nossas ações relacionam-se à implementação de processos que possibilitaram às trabalhadoras construírem uma visão crítica acerca dos meios de produção de suas UPs.

Palavras-chave: empreendedorismo; educação popular; etnomatemática; meios de produção; trabalhadoras populares.

ETNOMATEMÁTICA E NORMALIZAÇÃO CULTURALG. R. Silva¹

¹ [email protected]

RESUMOEste artigo se propõe a apresentar as técnicas matemáticas escolares como um discurso dos grupos dominantes que se transformou em norma quando se fala em conhecimentos matemáticos. Essas estratégias têm origem europeia e foram positivadas tal como a cultura daquele continente, enquanto as formas de conhecimento matemático de outras tradições culturais foram desvalorizadas. O texto é uma fração de uma dissertação de mestrado e utiliza a construção identitária de gênero, etnia e sexualidade para mostrar o poder discursivo dos grupos dominantes.

Palavras-chave: normalização; identidade; construção.

INVESTIGAÇÃO DE HABILIDADES ARITMÉTICAS DE ALUNOS SURDOSS. P. Madalena¹, F. H. dos Santos², M. M. da

¹ INES, ²UNESP, ³[email protected]

RESUMOA matemática está presente em cada segmento do mundo atual e é uma das ferramentas mais importantes para inserção do homem na sociedade. Dentre as habilidades matemáticas, aprender a fazer cálculos, distinguindo quando e como empregá-los, amplia a visão de mundo e transforma de modo determinante nossa maneira de pensar. Tal fato diz respeito não só aos ouvintes, mas também

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Ÿ ATELIÊ DE MATEMÁTICA: ARTE E CURRÍCULO............................................................64Ÿ CONTEXTO ESCOLAR E O CONHECIMENTO ETNOMATEMÁTICO DE TRABALHADORES DAS CERÂMICAS DE RUSSAS-CE: UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA..............................................................................................................................65Ÿ DA MATEMÁTICA BABILÔNICA À MATEMÁTICA ESCOLAR........................................66Ÿ EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO ENTRE ETNOMATEMÁTICA E CIBERCULTURA.................................................................................66Ÿ ETNOMATEMÁTICA E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM OLHAR SOBRE A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE 2005 A 2009.................................................................................66Ÿ ETNOMATEMÁTICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A POSTURA DO PROFESSOR NUM PROJETO ETNOMATEMÁTICO.......................................................................................67Ÿ ETNOMATEMÁTICA NUM PROJETO INTERDISCIPLINAR.............................................67Ÿ ETNOMATEMÁTICA: DA ARTE AOS CONHECIMENTOS EM SALA DE AULA.............68Ÿ GEOMETRIA AFRICANA: ATIVIDADES ETNOMATEMÁTICAS EM SALA DE AULA..68Ÿ IDEIAS MATEMÁTICAS E CONTEXTOS SINGULARES: O QUE SE MOSTRA NAS PESQUISAS DO GEMA................................................................................................................69Ÿ O ETNOCONHECIMENTO NAS AULAS DE ÁLGEBRA LINEAR: A VALORIZAÇÃO DO S A B E R D O A L U N O N O E N C O N T R O C O M A S T E C N O L O G I A S D A INFORMAÇÃO.............................................................................................................................69Ÿ O JOGO DE LINGUAGEM “CALCULAR” E CRIANÇAS CATADORAS: UM ESTUDO ETNOMATEMÁTICO...................................................................................................................70Ÿ PROVINHA BRASIL: AVALIANDO A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA NAS TURMAS DE CICLO 1....................................................................................................................................70Ÿ O LUGAR DO OLHAR: SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE GUARULHOS – A ETNOMATEMÁTICA COMO PROPOSTA CURRICULAR....................................................71Ÿ PRESCRIÇÕES CURRICULARES PARA A EJA E A MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA CULTURAL...................................................................................................................................72Ÿ REFLETINDO SOBRE UMA AÇÃO PEDAGÓGICA PARA O PROGRAMA ETNOMATEMÁTICA: A PERSPECTIVA DA MODELAGEM....................................................72Ÿ TICAS DE MATEMA BRASILEIRAS: BREVE DIÁLOGO TEÓRICO ENTRE O O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA.........................................................................................................................................73Ÿ TRANSDISCIPLINARIDADE, ETNOMATEMÁTICA E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: NO LIMIAR DE UMA NOVA EPISTEMOLOGIA..............................................................................73Ÿ PESQUISA EM ETNOMATEMÁTICA: UM RECORTE DA PRODUÇÃO ACADÊMICA DO GEMAZ .........................................................................................................................................74Ÿ UMA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA EM MATEMÁTICA COM BASE NOS PRINCÍPIOS DA ETNOMATEMÁTICA: ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTO POR UM GRUPO DE FABRICAÇÃO DE SABÃO CASEIRO.........................................................................................74Ÿ UMA PROPOSTA DE ATIVIDADES INVESTIGATIVAS A PARTIR DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS CONFECCIONADOS COM RESÍDUOS DE MADEIRA PARA O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA.........................................................................................................................................75

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

Page 17: Livro CBEm4 · Emmanuel Zagury Tourinho ... Dr. Osvaldo dos Santos Barros ... professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática do Instituto de

e de produção do conhecimento que promova ações afirmativas onde o peso e o valor das palavras e de qualquer saber mobilizado concretizam o respeito ao paradigma etno e todos os saberes que ele trás em seu bojo.

Palavras-chave: etnodesenvolvimento; etnomatemática; inclusão social; educação; doutorado.

CULTURA SURDA NA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA DA SALA DE RECURSO DO

INSTITUTO FELIPE SMALDONE: UMA ABORDAGEM ETNOMATEMÁTICAK. T. A. Carneiro¹

¹Instituto Felipe [email protected]

RESUMOReferenciando a dissertação de mestrado: “CULTURA SURDA NA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA: O SOM DO SILÊNCIO EM UMA SALA DE RECURSO MULTIFUNCIONAL” (2009), compartilho com a comunidade acadêmica e científica um dos eixos de análise deste trabalho, refletindo o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem dos conceitos matemáticos construídos por um grupo de cinco alunos com surdez, levando em consideração a Cultura Surda e as idéias matemáticas construídas em correlação com essa cultura. A pesquisa ocorreu da Sala de Recurso do Instituto Felipe Smaldone no município de Belém. As estratégias metodológicas utilizadas na pesquisa foram pautadas no princípio da pesquisa qualitativa. Foram realizadas observações da dinâmica das aulas, da organização didática e pedagógica, das metodologias aplicadas, do processo comunicativo das idéias matemáticas construídas no grupo. Com finalidade de capturar movimentos e expressões faciais no processo da troca de experiências matemáticas entre os membros do grupo utilizou-se a mídia visual, haja vista, a comunicação ser em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). A investigação está fundamentada principalmente em aportes teóricos embasados nos estudos da Cultura Surda e na abordagem Etnomatemática. Ao analisar os resultados verificou-se que estes apontam para a importância da troca de experiências durante a socialização em grupo, adequações metodológicas que atendam suas especificidades, bem como, a ligação entre o conhecimento matemático e a realidade vivencial dos alunos em apreciação. A pesquisa traz contribuições para o (re) conhecimento da construção de saberes realizados no processo de ensino-aprendizagem na sala de recurso em estudo, identificando as possíveis necessidades educacionais no âmbito da educação matemática dos alunos com surdez.

Palavras-chave: Etnomatemática; Cultura Surda; Inclusão Educacional.

DO TIJOLO AO COMPUTADOR: EMPREENDEDORISMO, MEIOS DE PRODUÇÃO E ETNOMATEMATICA

B. P. Santos¹, I. R. da Silva², M. A. de Sousa¹, R. E. C. de Araújo¹; A. F. B. da Silva¹

¹ UFU, ²[email protected]

RESUMOApresentamos os resultados de uma investigação vinculada ao “Projeto Rede de Educação Popular” do Grupo de Pesquisa em Educação e Culturas Populares – GPECPOP, desenvolvida pelos membros

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PÔSTER

Ÿ A ETNOMATEMÁTICA EM DIFERENTES ESPAÇOS SOCIOCULTURAIS.......................76Ÿ A PRODUÇÃO ACADÊMICA EM ETNOMATEMÁTICA NO BRASIL: POSSIBILIDADES PARA UMA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA?............................................................................76Ÿ A ETNOMATEMÁTICA NO PROCESSO AVALIATIVO DA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA ESCOLAR...........................................................................................................77Ÿ A MATEMÁTICA NA BUSCA DA PROFISSÃO ..................................................................77Ÿ A UTILIZAÇÃO DA HISTÓRIA DA MATEMATICA COMO METODOLOGIA DE ENSINO EM TURMAS DE 6° ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL .......................................................78Ÿ ATELIÊ DE MATEMÁTICA: TRANSDISCIPLINARIDADE E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA.............................................................................................................................78Ÿ CONSOLIDANDO A ETNOMATEMÁTICA EM MUNICÍPIO DO NOROES FLUMINENSE...............................................................................................................................79Ÿ ETNOMATEMÁTICA: ENSINANDO A ENSINAR MATEMÁTICA....................................79Ÿ IDEIAS MATEMÁTICAS NA CONSTRUÇÃO DE CASAS EM PARINTINS: POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA..........................................................80Ÿ LABORATÓRIO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: A UTILIZAÇÃO DO GEOPLANO NO CÁLCULO DE ÁREA E PERIMETRO..........................................................................................81Ÿ MARCAS DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA E DA CULTURA....................................81Ÿ MATEMÁTICA E CAPOEIRA: UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO.................................82Ÿ O PROFESSOR DE MATEMÁTICA: APRENDIZAGENS PELA CULTURA.......................82Ÿ RELAÇÕES ENTRE A MATEMÁTICA ESCOLAR E A MATEMÁTICA DO COTIDIANO PROFISSIONAL............................................................................................................................82

EIXO TEMÁTICO 4ETNOMATEMÁTICA E EDUCAÇÃO PARA INCLUSÃO

COMUNICAÇÃO CINETÍFICA

Ÿ A CULTURA NEGRA E EDUCAÇÃO ETNOMATEMÁTICA: CAMINHOS E POSSIBILIDADES........................................................................................................................83Ÿ A ETNOMATEMÁTICA E INCLUSÃO JOVENS E ADULTOS: A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E IDENTIDES DA PROFISSÃO........................................................................83Ÿ A ETNOMATEMÁTICA NOS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS .........................................................................................84Ÿ ALFABETIZAÇÃO, ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA E INCLUSÃO DIGITAL: UMA PRÁTICA ETNOMATEMÁTICA.................................................................................................85 Ÿ DO PESO E DO VALOR DAS PALAVRAS AO ETNODESENVOLVIMENTO: LIÇÕES DE INCLUSÃO COM VISTAS À ETNOMATEMÁTICA...................................................................85Ÿ CULTURA SURDA NA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA DA SALA DE RECURSO DO INSTITUTO FELIPE SMALDONE: UMA ABORDAGEM ETNOMATEMÁTICA....................86Ÿ DO TIJOLO AO COMPUTADOR: EMPREENDEDORISMO, MEIOS DE PRODUÇÃO E ETNOMATEMATICA...................................................................................................................86Ÿ ETNOMATEMÁTICA E NORMALIZAÇÃO CULTURAL....................................................87

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

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ALFABETIZAÇÃO, ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA E INCLUSÃO DIGITAL: UMA PRÁTICA ETNOMATEMÁTICA

B. P. Santos¹, C. C. O. de Camargo¹, R. E. C. de Araujo¹M. A. de Sousa¹; I. R. da Silva¹; A. F. B. da Silva¹

¹ FACED /[email protected]

RESUMOApresentamos aqui resultados parciais de uma investigação vinculada ao “Projeto Rede de Educação Popular” do Grupo de Pesquisa em Educação e Culturas Populares – GPECPOP, desenvolvida pelos membros do Subgrupo Matemática e Leitura – GML. A pesquisa foi iniciada em agosto de 2011 com término previsto para dezembro de 2012 e desenvolvida junto às trabalhadoras de algumas unidades produtivas da Ong Ação Moradia localizada no Bairro Morumbi da cidade de Uberlândia-MG. A investigação qualitativa do tipo pesquisa-ação (IBIAPINA, 2008; FRANCO, 2005) buscou compreender as dificuldades e as necessidades formativas das trabalhadoras no que diz respeito à utilização do computador e da internet; e, também, implementar processos de alfabetização, de alfabetização matemática e de inclusão digital, de modo crítico. Como referencial teórico ancoramo-nos nas elaborações do programa de pesquisa etnomatemática (D´AMBROSIO, 1993, 2001) e nas contribuições de Freire (1967, 1983, 1986, 1987). Podemos inferir, mesmo que parcialmente, que as atividades desenvolvidas contribuíram significativamente para a compreensão e ressignificação/desmistificação do uso do computador e da internet pelas trabalhadoras, assim como já observamos avanços significativos em termos da alfabetização, alfabetização digital e matemática junto a este grupo.Palavras-chave: alfabetização; alfabetização matemática; inclusão digital; educação popular; etnomatemática.

DO PESO E DO VALOR DAS PALAVRAS AO ETNODESENVOLVIMENTO: LIÇÕES DE INCLUSÃO COM VISTAS À ETNOMATEMÁTICA

R. P. B. Fialho¹, J. F. Beltrão²¹ UEPA, ²UFPA

[email protected] texto apresenta um relato etnográfico de experiência tomado durante uma defesa de doutorado na área de Direito, no Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) da Universidade Federal do Pará (UFPA), com foco interdisciplinar à Antropologia, no qual se direciona um olhar voltado ao etnodesenvolvimento, com vistas ao entendimento do que seja o viés de inclusão social a ser compreendido no âmbito da etnomatemática. Isso é revelado através da descrição do próprio fato em si, como defesa pública, no seu significado educacional acadêmico, onde finalmente se vê uma participação inclusiva de aprendizado, que pode ser indistintamente absorvida por qualquer indivíduo partícipe, na sua experiência de vida, domínio de linguagem e interesse. Foram trabalhados como referencial sobre etnodesenvolvimento Verdum (2006), Little (2002), Sousa Lima, Barroso-Hoffmann & Peres (2004), Beltrão (1991), Beltrão e Acevedo-Marín (2012); a respeito de inclusão social, Russell (2002) e Calderon (2003); sobre cultura e etnomatemática, foram referenciados, Almeida (2010) e D'Ambrosio (2005), respectivamente. A metodologia trabalhada foi a etnográfica, procurando uma descrição fidedigna do evento e posteriormente realizando a sua análise. Resultante deste processo, fica a reflexão a respeito da condução de uma prática de vivência

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Ÿ INVESTIGAÇÃO DE HABILIDADES ARITMÉTICAS DE ALUNOS SURDOS.................87Ÿ EDUCAÇÃO DE ADULTOS EM PORTUGAL: UMA LEITURA ETNOMATEMÁTICA.....88Ÿ MELHOR QUE INTEGRAR, É INCLUIR: UMA CONCEPÇÃO DA EDUCAÇÃO ETNOMATEMÁTICA...................................................................................................................88Ÿ SOBRE PRÁTICAS EDUCATIVAS EM MATEMÁTICA NO CONTEXTO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA...................................................................................................................................89

PÔSTER

Ÿ COLECIONANDO TAMPINHAS: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS SURDOS...........90Ÿ EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA: O JOGO MANCALA COMO POSSIBILIDADE..................................................90Ÿ ÉTICA DA DIVERSIDADE: UMA PROPOSTA PARA O PIBID/UFU....................................91Ÿ PENSAR O DIFERENTE: A INCLUSÃO DE SUJEITOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA ETNOMATEMÁTICA...........................................................91

OS CONVIDADOS.........................................................................................................92

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

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entrevista semi-estruturada, aplicada a professores de matemática atuantes na EJA de uma escola da rede municipal do município de Duque de Caxias. Em analise preliminar ao observar inicialmente algumas das falas de professores levantamos algumas hipóteses: (1) os professores, mesmo quando desconhecem a Etnomatemática, fazem uso de algumas dessas práticas no seu fazer pedagógico ao valorizar o saber que o aluno trás das suas atividades socioculturais; (2) os professores reconhecem a Etnomatemática como uma ferramenta teórico-metodológica na atuação em EJA, todavia, acabam por valorizar somente os saberes matemáticos acumulados em experiências escolares anteriores pelos alunos; e (3) os professores não reconhecem a Etnomatemática e não fazem uso deste referencial em sala de aula. De acordo com o observado inicialmente, o desconhecimento teórico e/ou prático da Etnomatemática se dá pela ausência ou falta de profundidade dessas discussões tanto na formação inicial/universitária, quanto na formação continuada em serviço, onde mesmo que parcialmente conclui-se que as representações sociais dos professores de matemática da EJA acerca da proposta da Etnomatemática, estão ainda em processo de construção.

Palavras-chave: etnomatemática; formação de professores; EJA; identidade do professor.

A ETNOMATEMÁTICA NOS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM OLHAR SOBRE AS PESQUISAS

A. V. Freitas¹

¹ [email protected]

RESUMOEste artigo tem como objetivo apresentar e analisar algumas das contribuições da Etnomatemática e da Educação Matemática para o debate sobre Currículos da Educação de Jovens e Adultos. Trata-se de um recorte de nossa pesquisa de doutorado, em que realizamos um Estado da Arte sobre as publicações em periódicos que fazem parte da Listagem Qualis na área de Ensino de Ciências e Matemática. A principal ênfase observada nesses trabalhos é a de que a prescrição prévia de um currículo para EJA acaba por desconsiderar as singularidades de seus alunos, seus saberes anteriores e as conexões que cada um estabelece entre os conhecimentos. Tais verificações indicam a existência do distanciamento e certo artificialismo dos cursos de EJA com a vida cotidiana fora da escola. Na busca de soluções para este e outros problemas, são ressaltados os benefícios que podemos colher ao nos utilizarmos das contribuições da etnomatemática para desenvolvermos o currículo que será empregado nos cursos direcionados para estes aprendentes. Mas é importante também que se abra espaços para a discussão sobre os mecanismos que estão ativamente envolvidos na legitimação do que conta como próprio/impróprio, válido/não válido na composição do currículo na área de matemática.

Palavras-chave: educação de jovens e adultos; educação matemática; etnomatemática; currículos.

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PROGRAMAÇÃODia 13/11/201214h15 – Credenciamento

Local: UFPA - Centro de Convenções Benedito Nunes17h - Cerimônia de Abertura

18h - Colóquio de AberturaConferencistas:

Prof. Dr. Antonio Joaquim Severino (USP)Profª. Drª. Maria da Conceição Almeida (UFRN)Prof. Dr. Júlio Groppa Aquino (USP)Coordenador: Prof. Dr. Eduardo Sebastiani (UNICAMP)

19h30 - Apresentação Cultural

Dia 14/11/201208h30 às 10h30 - Mesa Redonda Temática I “Etnomatemática na Pan-amazônia”

Local: Auditório do IFPA

Conferencistas:

Prof. Dr. Fredy Gonzalez (Universidad Pedagogica Experimental Libertador - Venezuela)Prof. Dr. Iran Abreu Mendes (UFRN)Profª. Ms. Gleide de Almeida Ribeiro (UFRR)Profª. Drª. Jane Felipe Beltrão (UFPA)Coordenadora: Profª. Drª. Isabel Cristina R. de Lucena (UFPA)

10h30 às 10h50 - Intervalo

10h50 às 12h - Composição e Reunião de Grupos de Trabalho (GT)Local: Miniauditórios do IFPAGT1 - Etnomatemática e educação dos povos da florestaGT2 - Etnomatemática e a educação do campoGT3 - Etnomatemática e as relações entre tendências em educação matemáticaGT4 - Etnomatemática e educação para inclusão

12h às 14h - Intervalo para almoço

14h às 16h - Apresentação de Comunicações CientíficasLocal: UFPA - Salas IEMCI -

16h às 16h15 - Intervalo

16h15 às 18h30 - Apresentação de Comunicações CientíficasLocal: UFPA - Salas IEMCI -

Dia 15/11/201208h30 às 10h30 - Mesa Redonda Temática II “A Produção Brasileira de Etnomatemática”

Local: Auditório do IFPA

Conferencistas:Profª. Drª. Cecília Fantinato (UFF)Profª. Drª. Wanderleya Nara G. Costa (UFMT)Coordenador: Prof. Dr. Osvaldo Barros (UFPA - Cametá)

9h30 às 10h - Intervalo

114, 115, 116, 117, 119, 202, 203 e 204.

114, 115, 116, 117, 119, 202, 203 e 204.

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

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importante para a vida profissional, independente da área e/ou profissão que eles desejam seguir. Assim, propomos no decorrer descrever passo a passo algumas atividades a serem realizadas para que nossos objetivos sejam alcançados através da tendência Etnomatemática.

Palavras-chave: profissão; etnomatemática; matemática.

EIXO TEMÁTICO 4ETNOMATEMÁTICA E EDUCAÇÃO PARA INCLUSÃO

COMUNICAÇÃO CINETÍFICA

A CULTURA NEGRA E EDUCAÇÃO ETNOMATEMÁTICA: CAMINHOS E POSSIBILIDADES

V. L. da Silva¹¹ USP

[email protected] presente artigo é parte de um projeto de doutoramento que objetiva refletir sobre as circunstâncias históricas de adoção do racionalismo para o ensino de matemática no Brasil; sobre suas consequências no desempenho escolar dos educandos negros; sobre as fundamentações do conceito de africanidades brasileiras; e sobre a opção dos educadores matemáticos envolvidos com a inserção digna da população negra na educação escolar pela etnomatemática. Este texto, em especial, faz um levantamento dos trabalhos desenvolvidos por tais educadores, tendo como pano de fundo o programa de pesquisa Etnomatemática; e busca entender como tais pesquisas indicam tendências, caminhos e possibilidades, que, por meio de elementos culturais, contribuam com atividades, modos e processos nas aulas de matemática a fim de adequar essa disciplina às determinações das Leis 10.639/03 e 11645/08

Palavras-chave: educação matemática; modernidade; cultura negra, etnomatemática.

A ETNOMATEMÁTICA E INCLUSÃO JOVENS E ADULTOS: A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E IDENTIDES DA PROFISSÃOM. de A. Vianna¹, T. C. de Souza¹, D. B. e S. Vianna²

¹ UFRRJ, ² SEEDUC –[email protected]

RESUMOO presente texto buscará discutir, neste ensaio inicial ainda em fase embrionária, o qual faz parte de uma pesquisa do Grupo de Estudos e Pesquisas em Etnomatemática da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, as representações sociais de professores de matemática da Educação de Jovens e Adultos (EJA) acerca da Etnomatemática enquanto referencial teórico e metodológico nesta modalidade de ensino. Sendo assim, está sendo coletado material discursivo através da aplicação de

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10h às 12h- Apresentação de PôsteresLocal: Hall do auditório do IFPA

12h às 14h- Intervalo para o almoço

14h às 18h- Apresentação de Comunicações Científicas

Local: Miniauditórios do IFPA18h às 19h- Lançamento de livro

Local: Auditório do IFPA

Dia 16/11/2012MANHÃ LIVRE

15h às 16h - Conferência de Discussão I “Os limites da Cultura”Local: Auditório do IFPA

Conferencista:Prof. Dr. Alexandre José Santos Pais (Aalborg University)Coordenador / Debatedor: Prof. Dr. Samuel Lopes Bello (UFGRS)

16h às 18h00 – Reuniões dos GtsLocal: Miniauditórios do IFPA

18h30 às 19h30 – Conferênciad e Discussão II - “The work of Ethnomathematics” Local: Auditório do IFPA

Conferencistas:

Prof. Dr. Coordenadora: Profª. Drª. Maria do Carmo Santos Domite (USP)Debatedor: Prof. Dr. Roger Miarka (UNESP - Rio Claro)

19h30 às 20h30 - Reunião de Gts

Dia 17/11/20129h às 10h30 - Apresentação das sínteses dos Gts

10h30 às 11h30 - Conferência de EncerramentoLocal: UFPA - Centro de Convenções Benedito Nunes

Conferencista:Prof. Dr. Ubiratan D'Ambrosio (UNIBAN)Coordenador: Prof. Dr. Iran Abreu Mendes (UFRN)

11h30 às 12h30 - Deliberações Gerais da ABEm

Lawrence Shirley (Towson University - EUA)

PÔSTER

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MATEMÁTICA E CAPOEIRA: UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIOM. P. F. da Silva¹, M. B. da Rocha¹, M. de O. Pontes¹

¹ [email protected]

RESUMOO presente trabalho resulta de uma das experiências adquiridas na disciplina de Estágio Supervisionado para Formação de Professores para o Ensino Médio do curso de Licenciatura em Matemática pela UFRN. Através da observação de uma escola pública de Natal elaboramos um projeto de intervenção, onde procuramos agregar aos projetos de ensino que já existiam na escola, à Matemática. Assim surgindo uma interação entre as aulas de capoeira e a Matemática, mostrando o quão presente ela está no dia-a-dia dos alunos, fazendo uma ponte à Etnomatemática. Mediante a uma pesquisa e estudo sobre o assunto, buscamos evidenciar a vivência dessa ciência, muitas vezes vista como “chata” e “difícil”, de forma dinâmica, interativa e com fácil acesso, onde os alunos sem perceber utilizam conceitos matemáticos para desenvolver suas habilidades na capoeira. Destacaremos a visão dos alunos em relação ao assunto, bem como suas observações ao longo do projeto e ainda os resultados obtidos.

Palavras-chave: etnomatemática; capoeira; estágio supervisionado.

O PROFESSOR DE MATEMÁTICA: APRENDIZAGENS PELA CULTURAJ. V. de Souza¹, I. C. R. de Lucena¹

¹ [email protected]

RESUMONeste artigo pretendemos mostrar algumas reflexões como proposição de tese doutoral e caminhos percorridos até o presente momento. Faremos uma exposição de forma incipiente nossa proposta de tese que efetivamente está associada à identificação de aspectos formativos nas práticas de professores formadores que compreendem a matemática como produto cultural e se essas práticas indicam como caminho uma educação ligada a complexidade. Para isso, esboçamos algumas concepções associados ao: educador matemático, matemática como produto cultural, pensamento complexo e seus operadores, a questão norteadora, procedimentos metodológicos e algumas considerações iniciais.

Palavras-chave: etnomatemática; formação de professores; pensamento complexo.

RELAÇÕES ENTRE A MATEMÁTICA ESCOLAR E A MATEMÁTICA DO COTIDIANO PROFISSIONAL

K. S. da Cruz¹, M. I. da C. Pereira¹, J. dos S. Medeiros¹¹ UFRN

[email protected] trabalho visa apresentar um projeto desenvolvido pelo PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) de Matemática da UFRN, com alunos da 3ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Governador Walfredo Gurgel (Natal-RN), – uma das escolas a qual os bolsistas do PIBID atuam. Tal projeto tem como finalidade mostrar aos alunos que a Matemática estudada por eles é

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COLÓQUIO DE ABERTURA

“Cultura, Educação Matemática e Escola”

Conferencistas: Júlio Groppa Aquino (USP) Antônio Joaquim Severino (USP) Maria da Conceição Xavier de Almeida (UFRN)

Coordenador: Eduardo Sebastiani (UNICAMP)

APONTAMENTOS SOBRE A GOVERNAMENTALIZAÇÃO DAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEAS

Julio Groppa Aquino¹

¹[email protected]

RESUMOA contemporaneidade tem testemunhado um alargamento progressivo do raio da

ação escolar, consubstanciado na multiplicação do rol de incumbências de seus profissionais. As missões atribuídas à escolarização não ocultam uma ambição ultrarreformista das mais variadas esferas sociais, expressa na multidimensionalidade de funções reparatórias ou salvacionistas dos usos e costumes dos segmentos populacionais sob sua guarda. Um espírito não menos idealista do que utilitarista parece, assim, sobrepairar as mentalidades pedagógicas, independentemente de suas inclinações ideológicas, teóricas e/ou metodológicas, todas elas atadas a uma retórica expansionista da escola contemporânea, na acepção de António Nóvoa.

Todavia, um rastro de vulnerabilidade pode ser atestado entre seus efeitos concretos, redundando num misto paradoxal de exuberância de seus propósitos declarados e de labilidade de sua consecução empírica, esta caracterizada, amiúde, pela queixa recorrente de impotência por seus profissionais, assombrados por efeitos desagregadores, seja do âmbito propriamente pedagógico de sua atuação, seja no plano do difícil convívio com as novas gerações. Daí a alegação recorrente de “crise” da educação formal.

Como processar analiticamente tal paradoxo? Na companhia de alguns pressupostos teóricos foucaultianos, é possível admitir uma tendência de embotamento da função disciplinar clássica em estreito convívio com uma robustez crescente dos processos de governamentalização social – agora não mais restritos ao âmbito escolar, embora dele jamais prescindam – que o projeto educacional moderno, desde sua fundação, nunca cessou de levar a cabo.

Assim, é possível deduzir uma espécie de fulgor governamentalizador imanente às práticas educacionais atuais – sejam elas formais, ou não. Trata-se, mais especificamente, de uma modalidade de controle social de amplo espectro e em larga escala, baseada na conformação voluntária dos cidadãos a determinados imperativos de teor autogestionário, não obstante sempre tuteladas pelo discurso dos especialistas, com vistas à incorporação de modos de vida mais salutares, mais inclusivos, mais produtivos etc. Em suma, a educação –

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LABORATÓRIO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: A UTILIZAÇÃO DO GEOPLANO

NO CÁLCULO DE ÁREA E PERIMETROV. de S. Mendonca¹, E. R. Coutinho¹, J. V. de Souza¹

¹ UFT [email protected]

RESUMOEste trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Educação Matemática da Universidade Federal do Tocantins com o intuito de facilitar o ensino da matemática por meio de utilização de materiais manipuláveis, sendo o geoplano nosso objeto de estudo. O LEMAT/UFT do campus de Araguaína trata-se de um espaço destinado a professores e discentes como um local de pesquisa e de contato direto com materiais concretos visando o maior aprofundamento e interesse no ensino/aprendizagem da matemática por meio de objetos concretos, almejando com isso facilitar o ensino de alguns conceitos matemáticos. A partir disso, procuraremos neste artigo mostrar algumas possibilidades de se trabalhar conteúdos matemáticos de maneira pratica e investigativa. Assim, estruturamos nosso trabalho nos seguintes subtítulos: o contato com material manipulável durante a graduação – que é uma das disciplinas substanciada por atividades associadas Laboratório de Ensino de matemática na Formação de professores-, a utilização do geoplano na sala de aula, o que é o geoplano?, que objetivam explanar sobre o material instrucional adotado na experiência investigativa, o estudo de área e perímetro e algumas considerações iniciais.Palavras-chave: geoplano; materiais manipuláveis.

MARCAS DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA E DA CULTURAR. P. B. Fialho¹

¹ [email protected]

RESUMOEste trabalho apresenta a discussão a respeito do raciocínio matemático manifestado no saber/ fazer dos artesãos ceramistas, em particular dos residentes no Distrito Municipal de Icoaraci (Belém/ PA), visando o entendimento cognitivo e cultural desta prática, para abstrair contribuições à educação matemática – área de conhecimento na qual se inscreve, especialmente no âmbito da educação matemática. Ao trabalhar o aspecto citado, o entendimento sobre o pensamento matemático por parte do artesão percorre diferentes caminhos a serem analisados, entre as esferas cultural, cognitiva e motora, levando em conta a realidade que nas atividades realizadas pelos sujeitos diferentes aspectos são considerados para o desempenho das suas atividades.

Palavras-chave: raciocínio matemático; psicologia da educação matemática; campos conceituais; cultura material; artesanato cerâmico.

NOTAS SOBRE O CONCEITO DE CULTURA: CONTRIBUIÇÕES PARA A ETNOMATEMÁTICA

Maria da Conceição Xavier de Almeida¹

¹[email protected]

RESUMOA cultura é a marca da sociedade humana. Para Edgar Morin é o capital cognitivo dos conhecimentos adquiridos, das competências aprendidas, das experiências vividas, da memória histórica e das crenças míticas de uma sociedade. Esse capital cognitivo é a base para a constituição de nossa condição corpórea em permanente simbiose com o sistema ambiental. É pouco rigoroso falar de cultura fragmentando-a em cultura material e cultura imaterial; cultura erudita e cultura popular. Cultura é conhecimento construído individual e coletivamente, a partir da herança biológica, da inscrição genética e da confabulação mítico-simbólica comum a todos os homens. Circunscrita originalmente ao âmbito da Antropologia e, posteriormente, ao das Ciências Humanas, a cultura é um conceito-esfinge, expressão de Edgar Morin, para se referir à multiplicidade e ao conflito das interpretações acerca de um termo que tem ressonância em todas as áreas do conhecimento. A partir de meados do século 20 e, sobretudo, por meio de pensadores como Claude Lévi-Strauss e Edgar Morin, a ideia de cultura passa a ser reproblematizada e ganha contornos epistemológicos que permitem afirmar a unidade da condição humana. O fenômeno da cultura passa a ser agora compreendido como simultaneamente biológico, simbólico, histórico, metahistórico, uno e diverso, padrão e desvio, singular e universal, consciente e inconsciente, material e imaterial, psicológico e espiritual, imanente e transcendente, físico e metafísico, cognitivo e précognitivo. Mesmo que a unidade humana se expresse pelas diversidades culturais é inadequado falar de pensamento selvagem e pensamento científico. Não há um pensamento do selvagem e um pensamento do homem da ciência. Há sim, duas estratégias distintas que se complementam e constituem, juntas, a universalidade das formas de pensar e construir conhecimento. Essas duas estratégias são concebidas por Claude Lévi-Strauss a partir das metáforas do bricoleur e do engenheiro. No final do século 20 emergem domínios do conhecimento chamados de etnomatematica, etnoecologia, etnobiologia, entre outros. De nossa perspectiva, e em sintonia com as ideias de Bruno Latour, todo conhecimento e toda a produção da ciência é fruto de uma cultura local e, portanto, todo conhecimento é uma etnociência. Mesmo que a cultura científica se expresse no singular (a Ciência) e se oponha a outros conhecimentos (concebidos como etnoconhecimentos), ela é uma etnociência de raízes europeias. Uma crítica a europeização dos saberes e a monocultura da mente é agora fundamental para repor a diversidade das ciências, todas etnociências.

Palavras-chave: Cultura, Etnomatemática, Etnociências.

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supervisionado vividos em escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio, da cidade de Parintins-AM. Decorrente desse panorama decidiu-se desenvolver uma pesquisa com o objetivo de compreender as concepções de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental sobre a matemática aprendida na escola e a percebida na vida, na qual os sujeitos da pesquisa foram os alunos de uma turma de 9° ano da Escola Estadual Gentil Belém. Para a obtensão de informações utilizou-se observação direta em sala de aula, estudo do meio, do qual foram extraídas notas etnográficas e, a aplicação de questionários. Os resultados da investigação, que teve duração de 18 meses, apontam para a necessidade do professor de Matemática ser conhecedor dos fundamentos da etnomatemática, para que nas suas aulas possa utilizar-se de estratégias didáticas que levem os alunos a reconhecer e valorizar os diversos tipos de ideias e noções matemáticas desenvolvidas por distintos grupos socioculturais e presentes no dia a dia.

Palavras-chave: matemática escolar; matemática da vida; etnomatemática, contextualização.

IDEIAS MATEMÁTICAS NA CONSTRUÇÃO DE CASAS EM PARINTINS: POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA

A. G. Menezes¹, L. de F. M. da Costa¹¹ UEA

[email protected] ponto de partida para a pesquisa aqui apresentada foi à percepção do panorama do ensino de matemática no município de Parintins, cujas aulas de matemática seguem o estilo livresco com pouca ou nenhuma contextualização e sem utilização de recursos. Essa realidade demonstra a necessidade de se despertar para uma prática docente que utilize meios e estratégias alternativas para que a aprendizagem seja duradora e os alunos aprendam os conteúdos ensinados para a vida.Assim utilizou-se aportes etnográficos no desenvolvimento da pesquisa realizada na cidade de Parintins, cujo objetivo era compreender como as ideias matemáticas mobilizadas na construção de casas em Parintins, por pedreiros e carpinteiros, constituem possibilidades para o ensino de matemática. Para a coleta de dados foi necessário o uso de técnicas como observação direta e participativa e entrevistas semi-estruturadas que foram realizadas com pedreiros e carpinteiros com o intuito de conhecer as ideias matemáticas mobilizadas por eles. Aqui evidencia-se a relação das ideias matemáticas, as quais podem ser consideradas uma etnomatemática, identificadas no processo de construção de uma casa e sua relação com a matemática formal estudada na escola, para mostrar que esse processo se constitui num espaço para a contextualização de conceitos matemáticos na educação básica.

Palavras-chave: construção de casas; contextualização; aprendizagem significativa; ensino de

matemática.

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sobrecodificada doravante em termos de educabilidade – vê-se converter não apenas numa estratégia de governo dos cidadãos, mas num de seus fins precípuos.

Palavras-chave: “crise” da educação formal; processos de governamentalização educacional; educabilidade dos cidadãos.

sobrecodificada doravante em termos de educabilidade – vê-se converter não apenas numa estratégia de governo dos cidadãos, mas num de seus fins precípuos.

Palavras-chave: “crise” da educação formal; processos de governamentalização educacional; educabilidade dos cidadãos.

ETNOMATEMÁTICA: PRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS E RESSONÂNCIAS NO ENSINO E NA PESQUISA

Antônio Joaquim Severino¹¹USP

RESUMOA reflexão explicita alguns pressupostos de natureza filosófica que se articulam

com a prática investigativa e pedagógica desenvolvida pela Etnomatemática, bem como suas ressonâncias que configuram determinadas perspectivas para um novo modelo educacional no ensino e na aprendizagem. Utiliza, com bastante liberdade, a força metafórica do fenômeno da ressonância com o intento de se evidenciar aquelas implicações relacionadas ao conhecer, ao avaliar e ao existir humano quando se quer praticar a matemática a partir da vivência cultural singular de comunidades específicas, em contraponto à referência a algum modelo universal de representação conceitual. Ao evidenciar tais ressonâncias, princípios que sustentam essa postura, a reflexão busca destacar, junto àqueles que pensam a educação, a significativa contribuição que a Etnomatemática traz para a ampliação da abrangência do olhar filosófico sobre a educação. Ao levar em conta a realidade sociocultural do aprendiz, exercendo-se como arte de explicar, de entender e de se desempenhar na realidade dentro de um contexto cultural próprio, mediante (re)construções e reflexões a partir desses contextos, a Etnomatemática implica um conjunto de posicionamentos epistemológicos, antropológicos e pedagógicos, representativos de uma profunda mudança na própria concepção de conhecimento, da ação e da existência humana. Assim, de uma perspectiva epistemológica, pratica a etnografia, como forma de abordagem da condição concreta do existir das comunidades, ressalta a condição multi-inter-transdisciplinar do saber, dando melhor conta da complexidade da vida, valoriza a fecundidade da experiência singular de cada aprendiz, propiciando que cada um se torne artífice de seu próprio aprendizado; de um ponto de vista, antropológico, valoriza o multiculturalismo afirmando a especificidade de variadas formas de expressão cultural, posicionando-se contra um universalismo abstrato e pretensioso, reforçando o respeito das culturas entre si, bem como a luta contra a exclusividade e a hegemonia de racionalidades não ocidentais, combatendo assim toda forma de genocídio epistemológico.

Palavras-chave: Filosofia, Etnomatemática, a interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade.

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MESA REDONDA TEMÁTICA 1

“Etnomatemática na Pan-Amazônia”

Apresentadores: Fredy Enrique Gonzalez (Universidad Pedagogica Experimental Libertador - Venezuela)

Iran Abreu Mendes (UFRN)Gleide de Almeida RibeiroJane Felipe Beltrão (UFPA)

Coordenadora: Isabel Cristina R. de Lucena (UFPA)

LA ETNOMATEMÁTICA EN VENEZUELA: UN BREVE INVENTARIO PRELIMINAR

Fredy Enrique González¹¹UPEL

[email protected]

Asumiendo la definición de Etnomatemática aportada por Ubiratan D´Ambrosio, se esbozan algunos de los principios que, acerca de la enseñanza y el aprendizaje de la Matemática, se derivan de esta perspectiva epistemológica de la Educación Matemática: papel de las condiciones socioculturales de los estudiantes en la construcción de su conocimiento matemático; reconocimiento, identificación y descripción de las prácticas matemáticas que tienen lugar fuera de la escuela y su consecuente valorización; necesidad de incorporar formalmente los conocimientos matemáticos que los estudiantes utilizan en la ejecución de actividades que se derivan de de las múltiples situaciones sociales en las que ellos intervienen cotidianamente; explicitación de las relaciones entre Matemática y Cultura; necesidad de asumir a la Matemática como un conocimiento transdisciplinar; incidencia sobre los procesos de formación de los profesores que enseñan Matemática. Partiendo del anterior referente, se ofrece información descriptiva relacionada a los trabajos de investigación realizados en Venezuela, enfocados desde la Etnomatemática. Se comienza mencionando a los pioneros de los trabajos etnomatemáticos en nuestro país (Fernando Castro y Cecilia Tirapegui); luego, son señaladas las principales instituciones donde se promueve la investigación en Etnomatemática en Venezuela; a continuación se mencionan algunos de los trabajos de investigación acerca de la Matemática construida por los habitantes originarios de Venezuela; seguidamente, se refieren los estudios que aluden a: la reivindicación del conocimiento matemático extraescolar; a los conocimientos matemáticos implicados en varias labores artesanales; Matemática presente en entornos habitacionales; la sección final está dedicada a explicitar la contribución de la Etnomatemática a la formación de profesores que enseñan Matemática, donde se muestran dos trabajos llevados a cabo en entornos rurales.

Palabras-Clave: Matemática Extraescolar; Formación de Profesores, Educación Matemática

Ensino de Matemática têm sido estudadas e apresentadas como possibilidades de mudar a precariedade do ensino de Matemática. Procura-se ir mais além. A criação de metodologia para a sala de aula, a viabilidade da formação do professor e do aluno pesquisador no Ateliê de Matemática e a transdisciplinaridade na construção dos conceitos Matemáticos − foram os objetivos selecionados a serem alcançados. A possibilidade de eles acontecerem no Ateliê fica garantida pelo respaldo teórico e metodológico que a Etnomatemática e as demais tendências da Educação Matemática proporcionam.

Palavras-chave: arte; matemática; educação matemática; tendências em educação matemática.

CONSOLIDANDO A ETNOMATEMÁTICA EM MUNICÍPIO DO NOROESTE FLUMINENSEJ. B. B. de Farias¹

¹ [email protected]

RESUMOEste trabalho é um relato de experiência acerca do desenvolvimento e do desdobramento, nos últimos quatro anos, de um projeto de extensão da Universidade Federal Fluminense, intitulado Ciclo de Estudos em Etnomatemática (CEEm), desenvolvido no município de Santo Antônio de Pádua, situado no estado do Rio de Janeiro. Este projeto que tem como um de seus objetivos propor, por meio de encontros com professores, alunos e outros interessados em matemática, um ambiente de estudo, de reflexão, de divulgação, de análise, a partir dos trabalhos científicos publicados sobre etnomatemática, tem como metodologia, a prática de planejamento específico e atitudes que percorrem os caminhos desde a formalização acadêmica até o fiel cumprimento de seu cronograma, durante cada ano. Isto inclui, também, rotineiramente, encontros para agendar, apreciar e/ou avaliar nossos compromissos. Em cada ano, o resultado alcançado tem sido: a formação de grupos de estudos, a preparação e a ampliação de uma exposição interativa sobre etnomatemática, além da organização de pequenos projetos educacionais que têm em vista a vivência das questões inerentes à dimensão educacional da etnomatemática. Com isto, exploramos uma comunicação multicultural, identificamos diferentes grupos culturais vinculados ao mundo do trabalho e experimentamos possibilidades de atividades favoráveis ao trato com a matemática. Assim, esperamos ter estimulado o exercício da ética da diversidade, e transformações necessárias para a formação de professores adaptados às novas exigências do futuro.

Palavras-chave: educação etnomatemática; multiculturalismo; ética da diversidade.

ETNOMATEMÁTICA: ENSINANDO A ENSINAR MATEMÁTICAT. M. R. de Lima¹, L. de F. M. da Costa¹

¹ [email protected]

RESUMOExiste, no contexto escolar brasileiro, a crença de que a Matemática é uma disciplina de difícil aprendizagem o que acarreta certa aversão e dificuldade, em muitos alunos, em percebê-la e utilizá-la nas situações problemas do dia a dia. Essa realidade foi percebida durante dois anos de estágio

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Profissões, buscamos despertar o interesse dos discentes em estudá-la, trabalhabdo em paralelo no contexto de diversas profissões mediante questionários, entrevistas, palestras, debates e mostras de conhecimento os quais sejam pautados na Etnomatemática à medida que emergem as matemáticas próprias dos grupos sociais distintos. Deste modo, esse conhecimento é importante para maturidade dos alunos quanto à escolha do caminho profissional.

Palavras-chave: etnomatemática; profissional; profissões.

A UTILIZAÇÃO DA HISTÓRIA DA MATEMATICA COMO METODOLOGIA DE ENSINO EM TURMAS DE 6° ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

P. S. da S. Celedonio¹¹ UFT

[email protected]ários são os problemas enfrentados atualmente pelo professor de matemática: o comportamento dos alunos durantes as aulas, a falta de interesse e motivação dos discentes pelo conteúdo, enfim abre-se um leque de possibilidades que influenciam no bom andamento da aula no dia-a-dia do professorado. Com o objetivo de investigar a História da Matemática como facilitadora do ensino de conteúdos de matemática, nas turmas de 6° anos, asseveramos desenvolver este trabalho. Nossa proposta é que o professor utilize a história para desenvolver conceitos de potenciação e raiz quadrada, observando se a utilização dessa metodologia será proveitosa para a aprendizagem dos educandos, isto é, ao utilizar-se da história o professor conseguira tornar suas aulas mais interessantes e se servirá como estimulo ao desenvolvimento dos conteúdos matemático. Para isso, fizemos uma pesquisa do tipo qualitativa, tendo como características um estudo de caso, realizando uma pesquisa de campo numa escola no município de Araguaína no Tocantins.

Palavras-chave: educação matemática; história da matemática; formação de professores.

ATELIÊ DE MATEMÁTICA: TRANSDISCIPLINARIDADE E EDUCAÇÃO MATEMÁTICAM. L. C. Teixeira¹

¹[email protected]

RESUMONão obstante a Matemática e os seus conceitos tenham natureza essencialmente abstrata, nas artes, em geral, o conhecimento matemático apresenta-se relacionado ao real e ao concreto. Desse modo, a arte torna-se a matéria viva da superação do conhecimento matemático. A criatividade, por exemplo, aflora nos jogos, nas histórias, nos contos e nas brincadeiras, e a abertura de novos canais são as saídas para o exercício da criação por meio do Ateliê de Matemática. Os resultados obtidos com a Matemática e as Artes emergem como inspirações que lançam a diversidade como proposta de um conhecimento mais significativo. A Etnomatemática considera a ciência não meramente como descobridora, mas como construtora da evolução dos conhecimentos matemáticos. Nesse sentido, a Etnomatemática é a arte que cria a teoria matemática. A cultura é, na visão dessa tendência pedagógica da Educação Matemática, o motor da diversidade e das complexas relações que levam os cientistas do saber matemático ao fazer pedagógico. Nesse sentido, as tendências pedagógicas para o

COOPERAÇÃO EM PESQUISA E EDUCAÇÃO ETNOMATEMÁTICA NA PANAMAZÔNIA: NOVOS MAPEAMENTOS POSSÍVEIS

Iran Abreu Mendes¹¹UFRN

RESUMOUm dos desafios para a concretização de um diálogo entre os aspectos socioculturais e a matemática escolar está situado no âmbito das relações interdisciplinares e multiculturais estabelecidas no trabalho docente. Tais atitudes e práticas dependem de um aglomerados de elementos que constituem o ambiente educativo da escola, dentre os quais faz poarte a formação do professor e o projeto politico-pedagógico da escola, considerando para a isso a multiculturalidade e transversalidade do conhecimento matemático a ser abordado em sala de aula. Sobre a multiculturalidade que envolve os saberes matemáticos e suas relações com o ensino de matemática, é necessário o desenvolvimento de certas ações pela escola atual em virtude da emergência estabelecida pela sociedade planetária. O uso do conhecimento gerado em diversos contextos discutidos pela etnomatemática e a solução dos problemas surgidos, dever ser alvo de nossas reflexões, considerando a urgência e emergência de estabelecermos uma rede de ações na qual seja possível desencadear um processo que conduza a uma educação etnomatemática inter e multicultural.Questões a responderAlgumas questões referentes a instituição da etnomatemática indagam sobre em quais saberes as tradições se nutrem e realimentam continuamente ao longo da história e como esses saberes se instituem como pensamento, prática e linguagem cultural? Considerando a existência de múltiplos tipos de conhecimentos em um mesmo espaço sócio-histórico e cultural, atendendo aos diversos valores envolvidos na geração de conhecimentos, apontamos a possibilidade de se estabelecer uma rede de conexões que possam congregar as culturas amazônicas em prol de uma elaboração cognitiva dentro de âmbitos do espaço panamazônico.Propostas de cooperaçãoAo considerar que temática envolve cultura, educação matemática e escola e perpassa conexões entre sociedade, cognição e cultura matemática tecidas cotidianamente na forma de práticas etnomatemáticas na panamazônia, asseguro ser de extrema relevãncia propor alguns apontamentos para uma possível cooperação futura que possa viabilizar exercícios de pesquisa e formação compartihada que focalize as sociointerações entre países da América Latina que fazem parte da Amazônia. Os estudos em etnomatemática podem revitalizar as ações escolares panamazônicas sem a preocupação com os ditames eurocêntricos e sim apoiados pelo princípio integrador real-imaginário que muito caracterizam a região. As práticas etnomatemáticas quando inseridas nas atividades escolares podem ser nossas aliadas naturais para a superação dos problemas de educação matemática sob uma perspectiva transversal e globalizante.

Palavras-chave: Educação Etnomatemática. Panamazônia. Cultura Amazônica.

[email protected]

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Licenciatura em Matemática. A pesquisa F está sendo realizada com professores do Ensino Médio participantes de um projeto com enfoque etnomatemático e vem apontar a postura e o compromisso do professor mediante sua participação no projeto, bem como as contribuições que um projeto que se fundamenta na Etnomatemática pode trazer para a formação docente do grupo pesquisado. A pesquisa K está sendo realizada com os próprios professores do curso de Licenciatura em Matemática da UFT que escolheram a Etnomatemática como área de formação e linha de pesquisa, e tem como proposta buscar entender o porquê desta escolha e compreender quais as possíveis contribuições da Etnomatemática para a formação de professores-formadores de professores. A pesquisa M está sendo realizada com um grupo de artesãos da cidade de Ananás – TO e tem como proposta de estudo tentar compreender as técnicas etnomatemáticas utilizadas por estes artesãos na fabricação dos artesanatos.

Palavras-chave: etnomatemática; formação de professores; cultura.

A ETNOMATEMÁTICA NO PROCESSO AVALIATIVO DA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA ESCOLAR

J. C. de S. Pereira¹¹SEDUC (PA)

[email protected] estudo mostra como podemos aliar elementos da etnomatemática na elaboração de questões da matemática escolar e assim propor uma alternativa avaliativa que aproxime o meio social, econômico e cultural dos alunos. A prova de matemática é um dos instrumentos avaliativos que admite esses tipos de questões e é o instrumento predominante no contexto escolar. A análise sintetizada das respostas dos alunos do sexto ano do ensino fundamental, que foram avaliados por meio de uma prova de matemática consta neste estudo.

Palavras-chave: etnomatemática; matemática escolar; avaliação da aprendizagem.

A MATEMÁTICA NA BUSCA DA PROFISSÃOJ. dos S. Medeiros¹, M. I. da C. Pereira¹, K. S. da Cruz¹

¹ [email protected]

RESUMOEste trabalho visa mostrar um projeto desenvolvido pelo PIBID de Matemática com alunos da 3ª série do ensino médio da Escola Estadual Castro Alves (Natal-RN). Tal proposta respalda-se em dados que apontam que alguns estudantes encaram a escolha da profissão ou curso que desejam seguir, mediante a existência ou não da matemática na atividade. À luz da Etnomatemática buscamos motivar nossos alunos a encarar as profissões de maneira mais séria e consciente, tentando visualizar como é o dia a dia de cada profissional, além disso, almejamos que eles identifiquem a matemática utilizada pelos profissionais em sua atividade, pois, como posto em pesquisas preliminares, muitos alunos escolhem os cursos pelo fato de acreditar que não precisarão utilizar a Matemática em tais profissões, assim sendo só precisam estudar a Matemática para conseguir passar no Ensino Médio, ENEM e /ou vestibular. Portanto, ao trabalharmos com esta disciplina, via o projeto Matemática e

CULTURA, EDUCAÇÃO ESCOLAR E ETNOMATEMÁTICA: POSSIBILIDADES NA/PARA PAN-AMAZÔNIA

Jane Felipe Beltrão¹¹UFPA/CNPq

RESUMO

O estabelecimento de diálogos interculturais na Pan-Amazônia que contemple em especial a experiência do Brasil é um desafio radical, pois implica em trabalhar com a diversidade cultural e, sobretudo, incluir povos e populações tradicionais, fato que produziu poucas interrogações entre os educadores – até os anos 60 e 70 do século passado – no tensionado campo de trabalho da Antropologia, por exemplo. E não só no campo da Antropologia, pois os profissionais atuantes desde então foram treinados, quando muito, para compreender a diversidade, mas o treinamento se limitava a explicar o “outro“ e não a trabalhar em conjunto. Na contemporaneidade, por força do movimento em favor da descolonização e da crescente ascensão dos Direitos Humanos, há esforços por parte da Antropologia e das demais ciências em conceber a diversidade e abrigar o pluralismo tendo em conta as circunstâncias globais e o etnodesenvolvimento de grupos sociais com os quais se deve manter interlocução necessária aos novos tempos. Considerando os objetivos da discussão, apresentam-se como possibilidade trabalhar com povos indígenas tentando vencer as barreiras relativas à “transposição” da tradição oral para a escrita sem produzir grandes alterações aos povos que mantém a tradição oral como forma de comunicação, viabilizando a formação em nível superior para que o diálogo plural possa ser feito de forma mais simétrica. Especialmente, considerando que a falha da academia é ter desconhecido sempre os protagonistas da Amazônia plural. Como chaves da discussão indicamos os problemas relativos ao equilíbrio das relações, ainda, assimétricas em termos de educação escolar? Como ter informações no campo de interlocução que se modificou e comtemplar culturas diferenciadas que não se limitam a formas diversas, mas outras consistências epistemológicas do pensar? Como considerar a tradição oral dos povos tradicionais? E como desatar os “nós“ (desafios) que existem entre a oralidade e a escrita? Elaborar proposta de Etnomatemáticas na/para a Pan-Amazônia parece um desafio intransponível, pois exige preparação interdisciplinar e não apenas disposição em praticá-la; além de requer diálogos com interlocutores detentores de conhecimentos imprescindíveis à execução de propostas alicerçadas por parâmetros plurais e respeitosos, dentro dos quais os povos e populações tradicionais sejam parceiros.

Palavras-chave: Interculturalidade, Oralidade, Escrita, Etnomatemáticas, Pan-Amazônia, Ética.

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MESA REDONDA TEMÁTICA 2

“A Produção Brasileira em Etnomatemática”

Apresentadores: Maria Cecilia Fantinato (UFF)Wanderleya Nara Gançalvez Costa (UFMT)

BALANÇO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA DOS CONGRESSOS BRASILEIROS DE ETNOMATEMÁTICA

Maria Cecilia Fantinato¹¹UFF

[email protected]

RESUMOEste artigo tem por objetivo realizar um balanço da produção acadêmica em Etnomatemática dos últimos doze anos, a partir da análise dos trabalhos dos quatro congressos brasileiros da área, respectivamente o Primeiro Congresso Brasileiro de Etnomatemática (CBEm1), o II Congresso Brasileiro de Etnomatemática (CBEm2), o Terceiro Congresso Brasileiro de Etnomatemática (CBEm3) e o Quarto Congresso Brasileiro de Etnomatemática (CBEm4). Propõe-se a ser um relato reflexivo da história da Etnomatemática no Brasil, na perspectiva da autora, e contribuir para uma melhor compreensão dos caminhos desta área no país e de seus impactos na educação matemática. O texto está dividido em quatro partes. Em primeiro lugar, contextualiza os três congressos brasileiros já realizados, assim como o CBEm4, previsto para novembro de 2012. Os eventos são apresentados em termos de suas características principais, organização e marcos para a área. Em segundo lugar, são descritos os procedimentos metodológicos adotados para a leitura dos documentos dos congressos. Foram tomados como fonte de consulta os Anais dos congressos, as páginas da internet que disponibilizam informações sobre os eventos, assim como os livros de resumos. Após a seleção do material para análise, procedeu-se a uma leitura cuidadosa dos resumos dos quatro eventos. Como categorias de análise, foram escolhidos os eixos temáticos do CBEm3, considerados como representativos de tendências na pesquisa na área da Etnomatemática. Tais eixos foram utilizados como um parâmetro, com o objetivo de comparar e verificar as tendências de crescimento ou decréscimo de uma ou outra linha de pesquisa. Na terceira parte do artigo, é realizada uma análise comparativa da produção em Etnomatemática ao longo dos quatro congressos, por meio de uma interpretação qualitativa dos gráficos e tabelas construídos com o tratamento dos dados. Por fim, o artigo é finalizado levantando algumas questões quanto às perspectivas para a pesquisa em Etnomatemática no Brasil.

Palavras-chave: Etnomatemática, Produção Acadêmica, Congresso Brasileiros de Etnomatemática.

A PRODUÇÃO ACADÊMICA EM ETNOMATEMÁTICA NO BRASIL:

POSSIBILIDADES PARA UMA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA?F. L. M. dos Santos¹

¹ [email protected]

RESUMOUm dos objetivos é realizar uma investigação sobre as pesquisas em Etnomatemática com base em sua própria produção acadêmica e que, de certo modo, se aproxima de um trabalho do tipo “estado da arte”. A partir da revisão bibliográfica e da análise inicial das dissertações e teses associadas à Etnomatemática no Brasil algumas questões emergiram e, como resultado desta primeira etapa, surgiu uma percepção de que a produção acadêmica que trata da fundamentação teórica da etnomatemática parece ser pouco recorrente e que, em maior medida, é percebida nos congressos ou artigos de periódicos. Decorre desta percepção que um dos focos da investigação passou a ser a fundamentação teórica e a pesquisa em Etnomatemática. Ao tratar especificamente da evolução da pesquisa acadêmica em Etnomatemática obtive suporte nos trabalhos de Fiorentini e Melo (2005); Fantinato (2008, 2011) ; Conrado (2005); Knijnik (2002) e Guerdes (1996). Tentando perceber as tendências teóricas que buscam fundamentações ou delimitações para a Etnomatemática encontrei suporte nos trabalhos de Knijnik (2002, 2008), Barton (1996), Vilela (2008), Wanderer (2008),Costa (2008), Clareto (2008) e Miarka (2011). A partir daí duas questões despontaram como possibilidades para nortear a investigação: 1. Em que medida a produção acadêmica em Etnomatemática no Brasil tem contribuído para construção dos seus fundamentos teóricos? 2. Com base na produção acadêmica em Etnomatemática no Brasil qual poderia ser uma fundamentação teórica para este campo de pesquisa? O objetivo principal desse estudo passa a ser traçar um perfil da produção acadêmica associada às pesquisas em Etnomatemática com base em sua evolução histórica e, neste contexto, tentar investigar como andam as pesquisas teóricas nesta área quando observada a sua produção (dissertações e teses) e, possivelmente, analisar sugestões para a construção teórica desta área de pesquisa. Busco então contribuir para o debate acerca do estudo e produção dos possíveis fundamentos teóricos deste campo de investigação e sua relevância em dissertações e/ou teses no âmbito acadêmico.

Palavras-chave: etnomatemática; produção acadêmica; história da etnomatemática; fundamentação teórica.

A ETNOMATEMÁTICA EM DIFERENTES ESPAÇOS SOCIOCULTURAISF. G. de Brito¹, M. de F. C. de Sousa¹, K. B. Moura¹

¹ [email protected]

RESUMOEste presente resumo expandido tem como objetivo relatar um pouco sobre três pesquisas (pesquisa F, pesquisa K e pesquisa M) que estão sendo realizadas junto a Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Araguaína, por acadêmicas do curso de

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PÔSTER

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que, embora haja uma divergência de maneiras de utilização de conhecimentos matemáticos, cada uma das integrantes do grupo, de uma maneira própria e fazendo uso de seus conhecimentos matemáticos prévios, conseguiu elaborar um orçamento, de modo a satisfazer as necessidades de seus clientes, respeitando também as do grupo. Assim, compreendemos que a Etnomatemática e a Economia Solidária podem ser aliadas na busca pela autogestão, sobretudo em matemática, de um EES.

Palavras-chave: educação matemática; empreendimento em economia solidária; etnomatemática; grupo de fabricação de sabão caseiro.

UMA PROPOSTA DE ATIVIDADES INVESTIGATIVAS A PARTIR DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS CONFECCIONADOS COM RESÍDUOS DE MADEIRA PARA O

ENSINO E A APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

M. F. de Azevedo¹, R. C. G. Meneghetti², R. Kucinskas³

¹ UNESP, ² USP, ³ [email protected]

RESUMOEste artigo aborda o processo de elaboração de atividades didáticas de Matemática para alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, por meio da utilização de materiais didáticos manipulativos confeccionados com resíduos de madeira em um Empreendimento Econômico Solidário (EES). Essa tarefa está sendo realizada por um grupo de pesquisa em Educação Matemática em uma marcenaria coletiva guiada pelos princípios da Economia Solidária (autogestão, democracia, cooperação e solidariedade). Considerando princípios da Etnomatemática elaboramos atividades de caráter investigativo, em forma de sequência didática, para o Ensino de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental partindo da proposta de um material didático manipulável, a Tábua Quadriculada Geoplanar. O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir um conjunto de atividades elaboradas focando conceitos básicos do plano cartesiano, tais como noções de localização espacial e de distâncias. Percebe-se que tais atividades possuem caráter investigativo porque possibilitam a formulação de conjecturas e ideias diversas, dependendo dos conhecimentos prévios do aluno e da intervenção do educador. No contexto da Economia Solidária, esse trabalho visa à geração de renda dos EES, uma vez que a confecção de tais materiais será realizada por uma marcenaria coletiva, de forma a aproveitar os resíduos de madeira gerados neste tipo de empreendimento; no âmbito da Educação Matemática, ao aplicar as atividades sugeridas, espera-se contribuir com o ensino e a aprendizagem de Matemática ao propor atividades que visem uma aprendizagem significativa e que levem em consideração os conhecimentos prévios dos alunos e que contemplem situações que possam fazer parte do cotidiano dos mesmos.

Palavras-chave: etnomatemática; materiais manipuláveis; sequência didática; economia solidária; investigações matemáticas.

ESTRIAS, SARDAS E CORES: A MARCA DA MATURIDADE DA PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA ETNOMATEMÁTICA EM PERIÓDICOS NACIONAIS

Wanderleya Nara Gonçalves Costa¹¹UFMT

[email protected] séculos, a partir das proposições de Sócrates, Descartes e John Locke, distinguimos totalmente o corpo do pensamento humano, mas, atualmente, o corpo é considerado elemento fundamental na constituição da subjetividade, pois é na superfície corporal que cada um de nós exibe as suas verdades. Entretanto, trata-se de um corpo dócil, disciplinado, que tem extirpado, muitas vezes cirurgicamente, as suas marcas - rugas, estrias, cicatrizes..., enfim, os sinais de vivências e da maturação. Corporificando a Etnomatemática, e fazendo um caminho diverso, busco as marcas “na sua pele”, as inscrições deixadas por artigos publicados no BOLEMA e na Zetetiké. Para tanto, tracei um paralelo entre um olhar no espelho e a abordagem da questão “como a Etnomatemática tem-se apresentado nos trabalhos publicados em periódicos nacionais de Educação Matemática?”. Nas análises, enfatizei as marcas: o tema, o objetivo, os procedimentos de pesquisa, a modalidade do texto, os aspectos teóricos e os autores mais citados. Compreendendo um período de vinte e cinco anos de BOLEMA e dezenove de Zetetiké, as análises indicaram que: a) muitas informações empíricas foram disponibilizadas e referenciais teóricos consideráveis foram desenvolvidos, b) os pesquisadores têm optado por diferentes gêneros textuais; c) tem-se ampliado o número de instituições que abrigam pesquisadores, assim como de regiões do País que congregam grupos de pesquisa na área. Concluí que a Etnomatemática tem-se revelado como área na qual existe vitalidade, polissemia e sensibilidade, mas que carece, entre outros, da constituição de uma rede de pesquisadores e de fortalecer grupos de pesquisa em algumas regiões do País. Essas conclusões estabeleceram condições para criticar pesquisas que apontam baixa representatividade dos artigos que tematizam a Etnomatemática. Em pelo menos uma pesquisa que analisou os artigos do BOLEMA e da Zetetiké, publicações etnomatemáticas não foram reconhecidas como tal. Voltados para aspectos filosóficos, psicológicos, históricos, da formação de professores (não índios) e/ou para a apresentação de propostas pedagógicas, trabalhos etnomatemáticos foram classificados como afeitos a outras áreas. Isto indica que, equivocadamente, a Etnomatemática tem sido extirpada de algumas das suas marcas de vivência, sobretudo quando é compreendida somente como a matemática praticada por grupos culturais específicos, tais como grupo de trabalhadores, classes profissionais, sociedades indígenas, comunidades urbanas e rurais, dentre outras. Conclui-se que ainda existem dificuldades para que o 'corpo da etnomatemática' seja reconhecido de forma integrada à sua alma, o que anuncia a complexidade e os desafios que se colocam para aqueles que se dedicam a pesquisas na área. Palavras-chave: Periódicos científicos. Publicações etnomatemáticas. Pesquisa Etnomatemática.

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CONFERÊNCIA DE DISCUSSÃO I

Conferencista: Alexandre Pais (Aalborg-Dinamarca)Coordenador/Debatedor: Samuel Lopes Bello (UFGRS)

OS LIMITES DA CULTURAAlexandre Pais¹

¹Aalborg

RESUMOA etnomatemática faz parte de uma tendência contemporânea que enfatiza a multiculturalidade como base para uma educação inclusiva. Nos últimos anos os estudos nesta área têm vindo aumentar, bem como as consequências pedagógicas que dela derivam. Nesta palestra irei enfantizar as potencialidades bem como os problemas associados à valorização da cultura na aprendizagem da matemática escolar. Os últimos derivam de uma desvalorização do papel económico da escola, o que pode levar a que a etnomatemática sirva propósitos contrários àqueles que explicitamente advoga.

Palvras-chave: cultura, economia.

CONFERÊNCIA DE DISCUSSÃO 2

Conferencista: Lawrence Shirley (Towson University - EUA)Coordenadora: Maria do Carmo Santos Domite (USP)

Debatedor: Roger Miarka (UNESP - Rio Claro)

THE WORK OF ETHNOMATHEMATICSLawrence Shirley¹

¹Towson [email protected]

RESUMOA Etnomatemática como um campo acadêmico tem de cerca de três décadas de idade, por isso pode ser bom para refletir sobre o trabalho que tem sido realizado em etnomatemática com um olhar para onde ela possa estar indo. Esta apresentação será baseada em uma de revisão histórica, em algumas lembranças pessoais do autor, em algumas apresentações recentes de congressos e conferências recentes, e também em algumas questões mais antigas do campo que podem ter sido esquecidas, de modo a sugerir orientações para a próxima década da etnomatemática. Uma característica estrutural da etnomatemática é a divisão dos trabalhos em quatro áreas específicas, porém sobrepostas: o levantamento de dados de vários grupos culturais no trabalho de campo, a aplicação da etnomatemática no

PESQUISA EM ETNOMATEMÁTICA: UM RECORTE DAPRODUÇÃO ACADÊMICA DO GEMAZ

V. R. Marques¹, F. de J. F. da Silva², A. P. Amador³¹UFPA,²IFMA, ³IFPA

[email protected] artigo visamos mapear a produção acadêmica sobre a etnomatemática, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da Universidade Federal do Pará, em particular as dissertações que foram orientadas por pesquisadores que integram o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática e Cultura Amazônica (GEMAZ). Para tanto, assumimos como categorias de análise os grupos propostos por Knijnik (2002) para mapear a produção científica dentro do campo da etnomatemática. O referido mapeamento foi realizado no período 2006-2011. Inicialmente dialogamos com pesquisadores que contribuíram de forma significativa para difusão dessa linha de pesquisa dentro da Educação Matemática a saber: Ubiratan D'Ambrosio, Paulus Gerdes, Eduardo Sebastiani Ferreira, Márcia Ascher, Gelsa Knijnik e Alan Bishop, que foram selecionados em virtude de serem referenciados nos trabalhos produzidos pelo GEMAZ. Na sequência faremos considerações sobre alguns grupos de pesquisa cadastrados no CNPq e que apresentam o termo etnomatemática, seja na denominação dos grupos e/ou como linha de pesquisa. As análises apontam para a maior incidência de produção no grupo Etnomatamática e Educação Rural, com ênfase, em estudos sobre temas ribeirinhos.

Palavras-chave: etnomatemática; pesquisa; grupo de pesquisa; GEMAZ.

UMA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA EM MATEMÁTICA COM BASE NOS PRINCÍPIOS DA ETNOMATEMÁTICA: ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTO POR UM

GRUPO DE FABRICAÇÃO DE SABÃO CASEIROG. Z. Shinkawa¹, R. C. G. Meneghetti²

¹UNESP, ²[email protected]

RESUMOO presente artigo aborda a Educação Matemática no contexto da Economia Solidária, tendo como sujeito de pesquisa um Empreendimento em Economia Solidária denominado Grupo de fabricação de sabão caseiro, o qual é constituído por três moradoras de um bairro carente, situado em uma cidade do interior do estado de São Paulo. Este trabalho foca uma intervenção pedagógica na qual, com base nos princípio da Etnomatemática, procuramos auxiliar as sócias deste Grupo na elaboração de orçamentos para venda de produtos, a partir dos conhecimentos e habilidades que cada uma utiliza no cotidiano. Para tanto, esta investigação segue uma abordagem qualitativa e é constituída de duas partes, das quais trataremos neste trabalho somente a segunda, que consiste de uma intervenção pedagógica informal, que seu deu durante observações participantes. Realizamos o acompanhamento individual de cada sócia, a fim de que elas fizessem uso de seus conhecimentos prévios em matemática, que poderiam variar de sócia para sócia. Com este trabalho, percebemos

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TICAS DE MATEMA BRASILEIRAS: BREVE DIÁLOGO TEÓRICO ENTRE O CURRÍCULO E O ETNOMATEMÁTICA

O. S. Sousa¹¹SEC – BA

[email protected] ensaio busca refletir e estabelecer relações entre o currículo e o programa Etnomatemática, com base em D'Ambrosio, no que se refere às ações de compreender e explicar (matema) que se estabelecem na construção de conhecimentos, na diversidade do espaço urbano (ticas). Insere-se e estende estudos em defesa do programa etnomatemática como teoria geral do conhecimento, numa proposta de investigação com abordagem qualitativa, na perspectiva crítica da pesquisa-ação. Pretende discutir alguns aspectos contributivos ao debate teórico de professores e pesquisadores sobre tendências em educação matemática, e em educação em geral, e, com especial atenção à relação entre matemática e arte, à busca de respostas ao seguinte questionamento: como o estudo das ticas de matema brasileiras pode ser considerado nos currículos escolares?

Palavras-chave: arte; currículo; espaço urbano; programa etnomatemática; ticas de matema.

TRANSDISCIPLINARIDADE, ETNOMATEMÁTICA E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: NO LIMIAR DE UMA NOVA EPISTEMOLOGIA

G. A. de Miranda¹¹ FAM

[email protected] objetivo da presente comunicação é discorrer sobre uma experiência de pós-graduação que, embora tenha funcionado apenas num curto período – de 1975 a 1984 –, ainda pode fornecer subsídios práticos e teóricos na relação entre transdisciplinaridade, etnomatemática e educação matemática. O Primeiro Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática da Unicamp, dentre os primeiros cursos a ter iniciado a pesquisa em educação matemática no Brasil (MELO, 2006), integrou o Projeto para a Melhoria do Ensino de Ciências – PROMULMEC (patrocinado pela OEA). Ubiratan D'Ambrosio foi um de seus idealizadores na década de 1970 e, concomitantemente ao florescimento da transdisciplinaridade e da etnomatemática, arquitetou uma proposta que propiciou a prática de um novo modelo curricular. Com base em alguns documentos de época e nos arquivos pessoais reunidos no APUA (Arquivo Pessoal Ubiratan D'Ambrosio – organizado pelo GHEMAT), pretende-se no texto argumentar, por um lado, que se trata de um caso histórico digno da consideração de educadores matemáticos em geral; por outro, que tal proposta oferece novos caminhos para refletir sobre educação matemática e etnomatemática, tamanha a riqueza das questões. A conclusão aponta para uma crítica epistemológica, indicando algumas trilhas possíveis no ensino de ciências e matemática.

Palavras-chave: educação matemática; etnomatemática; transdisciplinaridade.

currículo escolar de matemática, o trabalho em matemática em contextos transculturais e / ou multiculturais, e o estudo das bases teóricas para os trabalhos em etnomatemática. Cada uma dessas abordagens será analisada historicamente e nos trabalhos da atualidade.

Palvras-chave: etnomatemática; história, currículo, aplicação.

CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO

Conferencista: Ubiratan D'Ambrosio (UNIBAN)Coordenador: Iran Abreu Mendes (UFRN)

ETNOMATEMÁTICA: UM PROGRAMA DE PESQUISA TRANSDISCIPLINAR E TRANSCULTURALUbiratan D'Ambrosio¹

¹UNIBAN

RESUMOA partir de algumas reflexões sobre os conceitos de cultura e de história, apresento o Programa Etnomatemática como um programa de pesquisa sobre as estratégias de sobrevivência e de transcendência gerados pela espécie humana e acumuladas em estilos de comportamento e em corpos de conhecimento, ancorados em sistemas de valores. A síntese da palestra é: 1) como essas estratégias se desenvolveram ao longo da evolução da espécie humano, em resposta ao ambiente natural e social, dando origem a diferentes culturas; 2) a importância da dinâmica de encontros de culturas nesse desenvolvimento; 3) implicações para a educação.Na discussão sobre cultura, examino as várias propostas de uma definição de cultura a partir de Gustav E. Klemm, 1802-67, que foi popularizada por Edward Burnett Tylor (1832-1917), considerado o pai do conceito moderno de cultura e que, basicamente, considera cultura humana como única. Tylor é considerado um representante do evolucionismo social e é associado ao uso frequente do termo “primitivo”. A partir da obra referencial básica de A. L. Kroeber, Clyde Kluckhohn, Wayne Untereiner, Alfred G. Meyer: Culture: A Critical Review of Concepts and Definitions, 1952, onde são apresentadas e discutidas centenas de acepções para o conceito de cultura, defino cultura de um grupo (família, agremiação, comunidade, povo) como o conjunto de seus i) comportamentos praticados; ii) conhecimentos compartilhados; iii) valores acordados. Essa definição sintetiza o que há de essencial nas várias definições conhecidas.Na discussão sobre dinâmica cultural, faço uma rápida análise dos encontros, desde encontros familiares até encontros entre povos em situação de conquista e de guerra. Destaco o papel fundamental dos in-between nessa dinâmica. Nas implicações para a educação, apresento a educação como a dinâmica do encontro das culturas dos “velhos” (pais, professores, mestres, catequistas) e dos “novos” (filhos, alunos, aprendizes, iniciados). Discutirei as possíveis conseqüências dessa dinâmica dos encontros de culturas,

[email protected]

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PRESCRIÇÕES CURRICULARES PARA A EJA E A MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA CULTURALG. Januario¹

¹ [email protected]

RESUMOA recomendação de diferentes documentos oficiais (BRASIL, 2000, 2001, 2002a, 2002b) para a EJA ser concebida como um modelo pedagógico próprio objetivando criar um ambiente propício a promover situações de aprendizagem que venham ao encontro das necessidades de jovens e adultos e, sobretudo, para que o currículo conceba os diferentes saberes desses alunos advindos de suas experiências nas relações no contexto sociocultural, evidencia a necessidade de estudos acerca de discussões curriculares para essa modalidade de ensino. Essa necessidade acentua-se principalmente no entendimento da Matemática como fenômeno social e cultural, o que implica no desenvolvimento curricular na perspectiva da enculturação. Neste artigo, temos por objetivo apresentar um recorte de nossa dissertação de mestrado (JANUARIO, 2012), para a qual realizamos pesquisa sobre o currículo de Matemática prescrito para a Educação de Jovens e Adultos. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, do tipo análise documental, que considera a Proposta Curricular para a Educação de Jovens e Adultos, segundo segmento do Ensino Fundamental (volume 1: Introdução e Volume 3: Matemática), como currículo prescrito. Para este recorte, nos pautamos na questão “que características enculturadoras têm esse currículo?”.

Palavras-chave: currículo de matemática; currículo enculturador; educação matemática.

REFLETINDO SOBRE UMA AÇÃO PEDAGÓGICA PARA O PROGRAMA

ETNOMATEMÁTICA: A PERSPECTIVA DA MODELAGEMD. Orey¹, M. Rosa¹

¹ [email protected]

RESUMONesse artigo, os autores tecem algumas reflexões sobre a possibilidade da utilização harmoniosa do programa etnomatemática e da metodologia da modelagem matemática na educação matemática para o ensino e aprendizagem em matemática. A modelagem atua como uma ponte entre a etnomatemática e a matemática acadêmica para a ação pedagógica que será requerida nas atividades presentes na sociedade contemporânea. Deve-se ter consciência de que cada grupo cultural desenvolveu um conjunto de ideias matemáticas próprias; dentre as quais destacam-se algumas ferramentas básicas que são utilizadas no processo da modelagem.

Palavras-chave: etnomatemática; modelagem matemática; ação pedagógica; modelo matemático.

que são a perda de dignidade, portanto exclusão social, ou o estímulo à criatividade.Em todo trabalho, o enfoque teórico é o Programa Etnomatemática.

Palavras-chave: Cultura. História. Educação, Etnomatemática.

EIXO TEMÁTICO 1ETNOMATEMÁTICA E EDUCAÇÃO DOS POVOS DA FLORESTA

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

A EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA RIKBAKTSA EM TRÊS DIMENSÕES DA ETNOMATEMÁTICA

G. A. Poligatti¹, J. R. L. de Mattos²

¹IFMT, ²[email protected]

RESUMO A Educação Escolar Indígena com professores indígenas tem despontado como um grande desafio pedagógico, político e antropológico para o ensino e aprendizagem da cultura indígena, a qual a escola indígena esteja inserida, com a cultura do não índio também necessária à sobrevivência das sociedades indígenas. Neste encontro cultural, em sala de aula de uma escola indígena, destaca-se o conhecimento matemático que é muito importante em uma sociedade tecnológica como a nossa. Mas como trabalhar a matemática nas escolas indígenas, aqui em destaque as dos Rikbaktsa, sem desconsiderar a “Cultura Matemática” deles? A abordagem dos conteúdos curriculares de matemática pela ótica da etnomatemática nos mostra ser um bom caminho procurarmos um equilíbrio no encontro dessas duas culturas. A etnomatemática atuando em suas três dimensões (pedagógica, política e antropológica) torna sua abordagem mais significativa, valorizando a cultura de quem a pratica, nesse caso em particular a “Cultura Matemática” do povo Rikbaktsa, e ainda promove uma articulação entre os demais saberes étnicos envolvidos. O trabalho aqui apresentado é um recorte de uma pesquisa maior que aborda a nomenclatura decimal dos Rikbaktsa pelos dedos das mãos e a utilização da canoa rikbaktsa como modelo para a introdução do estudo da função quadrática. A partir dessas duas situações os professores indígenas rikbaktsa, em suas aulas nas aldeias, podem trabalhar a matemática a partir da própria cultura de seu povo, e ainda convidar os demais professores indígenas, de outras disciplinas, para realizarem juntos, uma abordagem transdisciplinar dos conteúdos curriculares da escola indígena.

Palavras-chave: Cultura; Matemática; Educação Escolar Indígena; Etnomatemática; Rikbaktsa.

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COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

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Matemática com a Alfabetização na Língua Materna, apontando o desenvolvimento simultâneo desses dois processos como essenciais para a aprendizagem efetiva do aluno na escrita, leitura, raciocínio lógico, operações e escrita formal, contribuindo assim para o bom desempenho dos alunos no processo de letramento. A Provinha Brasil tem como objetivo avaliar o nível de alfabetização dos educandos nos anos iniciais do ensino fundamental, possibilitando observar a qualidade da alfabetização e diagnosticar as dificuldades de aprendizagem dos alunos em processo de alfabetização. Com base nesse objetivo, desenvolvemos na SEMEC, um processo de formação continuada dos professores alfabetizadores para que trabalhem simultaneamente, os dois processos de alfabetização - na língua materna com escrita e leitura e, na Matemática, com o desenvolvimento dos conceitos matemáticos básicos dos alunos em fase de alfabetização.

Palavras-chave: alfabetização; alfabetização matemática; avaliação; provinha brasil; ensino de matemática.

O LUGAR DO OLHAR: SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE GUARULHOS – A ETNOMATEMÁTICA COMO PROPOSTA CURRICULAR

M. C. N. Ribeiro¹¹ USP

[email protected] intenção do presente trabalho é de relatar a I OLIMPÍADA MUNICIPAL DE MATEMÁTICA - ETNOMATEMÁTICA, CAMINHOS DO LETRAMENTO NA MATEMÁTICA , do município de Guarulhos. A Secretaria Municipal de Educação – Departamento de Orientações Educacionais e Pedagógicos ( DOEP), realizou em 2011 a 1ª Olimpíada Municipal de Matemática, com os educandos das Escolas da Prefeitura, regularmente matriculados no 5º ano do Ensino Fundamental. O evento ocorreu em duas etapas: a primeira em agosto e a segunda em outubro. O objetivo da Olimpíada: estimular e desenvolver o interesse pelo conhecimento matemático, propiciando aos educandos o desenvolvimento de habilidades para enfrentar os desafios no decorrer da Vida. Foram realizadas seis formações ao longo do ano para os educadores das escolas que se inscreveram nas Olimpíadas, com o objetivo de possibilitar reflexão/discussão do processo ensino-aprendizagem dos educandos do 5° ano em Linguagem Matemática e relacionando os saberes do QSN (Quadro de Saberes Necessários- Proposta Curricular da Secretaria de Educação de Guarulhos) à Literacia, Materacia e Tecnoracia, valorizando sempre o conhecimento primeiro do educando ( a cultura de cada educando). Acredita-se que o ensino de Matemática precisa ter como base a participação ativa, direta e objetiva do educando na elaboração do conhecimento a ser construído por ele. Assim, a Olimpíada foi estruturada com foco na Resolução de Situações Problemas. Essa opção traz implícita a convicção de que o conhecimento matemático ganha significado quando os educandos têm situações desafiadoras, e trabalham com o desenvolvimento de estratégias para resolvê-las.

Palavras-chave: etnomatemática; formação de professores; currículo; cultura;letramento.

ALGUNS ASPECTOS DO SISTEMA DE CONTAGEM A'UWẼ/XAVANTE: OUTROS SABERES, OUTROS CONHECIMENTOS,

OUTRAS SOLUÇÕESA. A. da Silva¹

¹[email protected]

RESUMODe maneira geral podemos dizer que a matemática do povo A'uwẽ/Xavante é gerada, sistematizada e difundida a partir da vivência, convivências e transcendência do povo e ancorada/sedimentada diretamente nos seus valores socioculturais. Consequentemente, as lógicas de quantificação, medição, ordenação, classificação, etc., estão ancoradas nestes valores. Partindo dessa premissa, o presente artigo tem como objetivo central discutir/refletir alguns aspectos do sistema de contagem A'uwẽ/Xavante. Os dados aqui apresentados resultam do projeto de pesquisa “A Educação Escolar do Povo Xavante da Terra Indígena de Pimentel Barbosa – investigação e registro de um processo” (financiado FAPEMT/2009-2011) e das observações realizadas nas Oficinas Pedagógicas de Matemática no mesmo período. Observações que foram feitas, na maior parte, por meio da participação direta e indireta nos eventos realizados no dia-a-dia da comunidade, assim como também, na convivência com os professores pertencentes à T.I. - Pimentel Barbosa (Ribeirão Cascalheira-MT e Canarana-MT). Com os resultados dessa investigação foi possível perceber o quanto a matemática desse povo, especificamente o sistema de contagem, sofre influência dos aspetos culturais e cosmológicos. Neste processo de interação, diálogo, troca e observações in loco, a Etnomatemática foi a base para analisarmos e entendermos a maneira como esses saberes estão/são sistematizados e difundidos nesse contexto.

Palavras-chave: Sistema de Contagem; A'uwẽ/Xavante; Cultura;

Etnomatemática.

ALGUNS CONHECIMENTOS DE ETNOMATEMÁTICA ASHANINKAE. Mesquita¹

¹[email protected]

RESUMOÉ notório que os povos indígenas têm um grande conhecimento em todas as áreas, assim também os Ashaninka. Esse povo que vive também no extremo noroeste do Estado do Acre, advindos da região conhecida como Gran Pajonal – Peru tem sua cosmologia associada aos seus saberes que são utilizados em seu mundo da vida. Abordaremos incipientemente a Etnomatemática Ashaninka e a relação intercultural desse povo com o conhecimento da matemática linear do mundo dos brancos. Bem como a utilização de ambas as Matemáticas | 34 | 71

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICACOMUNICAÇÃO CIENTÍFICA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

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em uma dimensão horizontal entre professores e alunos, quando ambos experimentam e trocam mutuamente conhecimentos na busca por soluções matemáticas e computacionais, em ambientes de sala de aula dotados de recursos multimídia. Para isso foram registradas e analisadas as falas de uma aluna do curso tecnológico superior de análise de sistemas informatizados do Instituto Superior de Tecnologia da rede FAETEC de ensino na cidade do Rio de Janeiro (IST-Rio) ao longo das aulas de Álgebra Linear no ano de 2009. Os resultados obtidos a partir do diálogo proposto, foi a legitimação dos saberes matemáticos e computacionais trazidos pela aluna no sentido de contribuir para a democratização e do empoderamento do saber de “fora” da escola para “dentro” da escola.

Palavras-chave: saber do aluno; valorização; tecnologias da informação.

O JOGO DE LINGUAGEM “CALCULAR” E CRIANÇAS CATADORAS: UM ESTUDO ETNOMATEMÁTICO

D. M. Bocasanta¹¹ UNISINOS

[email protected] trabalho apresenta uma análise atualizada do material de uma pesquisa realizada em 2006. Essa investigação foi realizada com seis alunos da 2ª série do Ensino Fundamental de 8 anos, de uma escola municipal do Bairro Santa Marta, região onde vivem catadores de resíduos sólidos para a reciclagem da cidade de São Leopoldo –RS. O material examinado é composto por cadernos de matemática e entrevistas. Os resultados de uma pesquisa são sempre parciais e provisórios. Disso resulta o exercício realizado, em que se procurou atribuir outros sentidos ao que outrora foi produzido. O objetivo da pesquisa foi identificar e analisar jogos de linguagem que constituem a matemática escolar e aqueles praticados pela forma de vida daquela comunidade. Como aporte teórico, utilizou-se a Etnomatemática em seus entrecruzamentos com o pensamento de Michel Foucault e teorizações presentes na obra de maturidade de Ludwig Wittgenstein. O estudo permitiu inferir que a) o jogo de linguagem “calcular” ensinado e valorizado pela escola carrega marcas próprias de sua gramática, como o formalismo, a abstração, a escrita, a linearidade e a transcendência; e b) o jogo de linguagem “calcular” utilizado nas atividades cotidianas pelos sujeitos da pesquisa guardava semelhanças de família com a matemática escolar, porém era caracterizado pela oralidade e a contingência.

Palavras-chave: matemática escolar; jogos de linguagem; etnomatemática.

PROVINHA BRASIL: AVALIANDO A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA NAS TURMAS DE CICLO 1

L. P. da Silva¹, C. E. dos S. Silva¹¹SEMEC/BELÉM

[email protected] texto apresenta uma reflexão analítica da aplicação da Provinha Brasil no Ciclo I – segundo ano, da Rede Municipal de Educação de Belém - Pará, SEMEC, relacionando a Alfabetização

nas Escolas bilíngues Ashaninka. A metodologia utilizada foi a observação participante e a participação observante - nos termos de Geertz (1989) – em trabalho de campo nas aldeias Ashaninka da região do alto Juruá.

Palavras-chave: Etnomatemática; Etnologia; Ashaninka; Acre; Amazônia

APROPRIAÇÃO DE PRÁTICAS DE NUMERAMENTO EM UM CONTEXTO DE FORMAÇÃO PARA EDUCADORES INDÍGENAS: UM ESTUDO

ETNOMATEMÁTICOR. P. da S. Brito¹, M.da C. F. R. Fonseca¹

¹[email protected]

RESUMOO presente trabalho traz reflexões elaboradas a partir de uma investigação sobre a apropriação de práticas de numeramento em um contexto de formação de educadores e educadoras indígenas, licenciandos e licenciandas de um curso de Formação Intercultural de Educadores Indígenas para lecionar Matemática. No delineamento da metodologia dessa investigação, julgamos fértil buscar apoio em procedimentos de inspiração etnográfica, bem como nos recursos da análise de discurso. Nossa análise aponta para a importância de se indagar sobre os valores e as perspectivas da matemática produzida em contextos indígenas no confronto com aqueles da matemática escolar para a negociação de significados promovida por uma proposta intercultural de Educação Escolar Indígena.

Palavras-chave: Apropriação; Práticas de Numeramento; Educação Escolar Indígena; Etnomatemática.

AS POTENCIALIDADES MATEMÁTICAS DAS ESCOLAS INDÍGENAS DAS ALDEIAS APINAYE SÃO JOSÉ E MARIAZINHA

L. P. da Costa¹, S. O. Apinaye², F. E. Albuquerque¹¹UFT, ²SEDUCTO

[email protected]

RESUMOO presente texto tem por objetivo contribuir com os professores indígenas Apinayé, por meio de ações de formação continuada na área de Matemática, considerando os saberes e as práticas culturais como eixos norteadores de ensino e aprendizagem. Perpassando o conhecimento formal, esses saberes e práticas visam a redimensionar a ação educativa dos que fazem acontecer o ensino em contexto que configura as mais variadas lições de manifestação e expressão. Com a reflexão produzida conjuntamente com os professores, acreditamos que tal articulação pode favorecer a criação e/ou geração de novas ações

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Quiocos), Lunda, Luena, Xinge e Minungo, que habitam o nordeste de Angola (África Austral). Neste sentido este relato mostrou que estas oficinas trouxeram aos alunos apreciação e respeito a outras culturas, estimulo a resolução de problemas a partir de um conhecimento matemático, a realização de atividades de forma autônoma e criativa, bem como a cooperação com outros alunos. O trabalho traz luz à Etnomatemática, revelando sua importância para o educador-pesquisador matemático. A Etnomatemática é definida por D'Ambrósio como a matemática praticada por alguns grupos culturais, tais como comunidades urbanas, rurais, grupos de trabalhadores, classes profissionais, crianças de certa faixa etária, sociedades indígenas, e tantos outros grupos que se identificam por objetivos e tradições comuns aos grupos (D'AMBRÓSIO, 2001, p.9).

Palavras chave: Etnomatemática; Cultura; Geometria Africana.

IDEIAS MATEMÁTICAS E CONTEXTOS SINGULARES: O QUE SE MOSTRA NAS PESQUISAS DO GEMAZ

J. L. Dias¹, M. A. R. de B. Brito¹¹ UFPA

[email protected] artigo explicita a trajetória do GEMAZ em âmbitos pesquisativos e busca compreender como o Grupo estabelece o diálogo entre as ideias matemáticas a perspectiva cultural em contextos singulares. Foram selecionadas as produções acadêmicas de 2007 a 2011. Na tentativa de indicar o ver formativo e o que se mostra nas produções, esses dois termos tem fundamento na sociologia do conhecimento e na fenomenologia. Como resultado é possível dizer que o olhar investigativo do Grupo foi sustentado pela necessidade de anunciar se há relações entre as ideias matemáticas e os contextos singulares apontando possíveis objetos matemáticos em uso. Nesses termos, podemos afirmar que nossas produções têm como marca de seu solo histórico pesquisativo as ideias primeiras do campo da etnomatemática: as relações entre a matemática e a cultura. Ideia esta que precisa avançar em termos de pesquisa para melhor compreendermos as interfaces que a própria etnomatemática busca realizar com a antropologia, a história e as ciências da cognição.Palavras-chave: educação matemática; cultura amazônica; ver formativo; ideias matemáticas; GEMAZ.

O ETNOCONHECIMENTO NAS AULAS DE ÁLGEBRA LINEAR: A VALORIZAÇÃO DO SABER DO ALUNO NO ENCONTRO COM AS TECNOLOGIAS DA

INFORMAÇÃOM. de A. Vianna¹

¹ [email protected]

RESUMOO presente texto apresenta a necessidade da valorização dos saberes não-escolares nas instituições acadêmicas como uma forma de socialização das experiências de vida dos alunos

didáticas e pedagógicas. Como referência teórica, valemo-nos das produções da Etnomatemática e da Educação Escolar Indígena, considerando os diferentes olhares na busca da evidência das práticas socioculturais que culminarão em ações educativas. As reflexões aqui se constituem sob o viés da pesquisa qualitativa e suas técnicas, em especial a observação, que nos conduziram, apesar das limitações encontradas e sentidas no decorrer da realização da investigação, à compreensão do quão rica é a produção dos etnoconhecimentos do povo Apinayé. Tais conhecimentos nos possibilitaram refletir sobre o papel social e de cidadania da escola indígena e, ainda, sobre os modos pelos quais se efetivam o ensino de Matemática em diferentes espaços de vivência e aprendizagem.Palavras-chave: Povo Apinayé; Educação Escolar Indígena; Ensino de Matemática; Práticas Culturais.

ATIVIDADES MATEMÁTICAS A PARTIR DOS SABERES E FAZERES NA PRODUÇÃO DO ADOBE DA COMUNIDADE QUILOMBOLA LAGOA DA

PEDRA – ARRAIAS/TOJ. A. Klein¹

¹[email protected]

RESUMOEste presente artigo tem como objetivo apresentar atividades a partir das ideias matemáticas presentes no processo de produção ao acondicionamento do adobe utilizado na construção de casas de pessoas da Comunidade Quilombola Lagoa da Pedra, localizada no município de Arraias/TO. As ideias matemáticas identificadas no processo de produção do adobe possibilitaram a elaboração de atividades matemáticas com base nas discussões sobre o ensino da matemática, na perspectiva da Etnomatemática. Essas atividades foram elaboradas com o intuito de aproximar os alunos com a realidade da sua comunidade promovendo as inter-relações no sentido de contribuir com o ensino e aprendizagem matemática dos alunos de escolas da Comunidade Quilombola Lagoa da Pedra, dentre outras, bem como contribuir para uma possibilidade de significação da função da escola nessas comunidades.Palavras-chave: quilombola; produção de adobe; etnomatemática; atividades matemáticas.

CONCEPÇÕES DOS ALUNOS DE ESCOLAS RIBEIRINHAS SOBRE A PROVINHA BRASIL DE MATEMÁTICA

M. P. Ferreira¹, R. T. Fernandes¹, I. C. R. de Lucena¹¹UFPA

[email protected] trabalho teve como objetivo a Aplicação da Provinha Brasil de Matemática para obter uma

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ETNOMATEMÁTICA: DA ARTE AOS CONHECIMENTOS EM SALA DE AULAC. G. Sabba¹

¹ [email protected]

RESUMOA presente pesquisa busca elementos para trabalhar o conhecimento de um modo integrado e transdisciplinar, valorizando assim o programa Etnomatemática e as relações entre a arte e a matemática – contidas na cultura − como base de uma nova didática em sala de aula. A ideia fundamental pesquisada e desenvolvida, por meio de leituras e práticas, envolve não apenas a experiência da espécie humana em adquirir estilos de comportamento e de conhecimento, mas também a utilização de tais conhecimentos para sobreviver e transcender as dificuldades mediante a utilização dos saberes adquiridos. Nesse contexto é que a pesquisa se justifica, pois trazer o programa etnomatemática para a educação, em especial para a sala de aula, é algo extremamente valioso e urgente para despertar a necessidade de manter uma cultura brasileira viva além de incentivar a curiosidade e a vontade de aprender dos mais novos. Da pesquisa da experiência dessa união com a arte, surgem novos modos de comunicação, permitindo que os jovens passem por um processo de formulação e concepção de conceitos que os levem a expressar/pensar de modo abstrato na expressão do conhecimento matemático adquirido pela pesquisa e pela prática. Nesse sentido, o olhar do professor incide sobre as relações que envolvem na formação do mais novo à cultura, à arte e à matemática. Assim, estas novas práticas educativas, elaboradas por meio de oficinas pedagógicas de origami arquitetônico, oferecem possibilidade de revalorizar as relações de ensino e aprendizado na formação de novos professores e professoras. Dessa forma, para tecer essas relações de modo transdisciplinar, buscou-se estudar a vida e obra de Leonardo Da Vinci, pois este estudioso nunca respeitou as barreiras disciplinares, que a escola nos impôs, e possuía grande curiosidade e vontade de apreender o mundo, algo que alguns dos mis jovens perderam. Frente a isso, a pesquisa em questão desenvolveu-se com futuros professores de matemática, alunos de Iniciação Científica, os quais foram incentivados a estudar as relações da etnomatemática, da Matemática e da Arte, e participaram de oficinas – as quais teciam pontes entre estas áreas do conhecimento bem com leituras de autores renomados, a fim de que pudessem pensar novas oficinas a partir das iniciais, ampliá-las e multiplicá-las. Os resultados puderam ser avaliados após apresentações na ETEC-Tiquatira e na Semana da Matemática da Universidade.Palavras-chave: programa etnomatemática; arte; conhecimentos matemáticos.

GEOMETRIA AFRICANA: ATIVIDADES ETNOMATEMÁTICAS EM SALA DE AULAM. F. Paiva¹, A. R. S. Duarte¹

UNIBAN¹[email protected]

RESUMOO presente artigo relata a visita do Professor Doutor Paulus Gerdes em um colégio de ensino fundamental da cidade de Guarulhos no estado de São Paulo, onde ele promoveu duas oficinas para alunos do 6º ao 9º. As oficinas ocorreram em dois dias do mês de abril de 2011, elas basearam-se na metodologia sugerida por Paulus Gerdes, para serem trabalhados os Sona (desenhos) e trançados ambos pertencentes a culturas africanas dos povos Tchokwe (ou

abordagem sobre a educação matemática nos anos iniciais em escolas ribeirinhas do município de São Domingos do Capim no estado do Pará. O processo de investigação foi realizado em duas escolas ribeirinhas do município em questão, no período de abril à junho de 2012. Neste processo foram realizadas visitas as escolas ribeirinhas, aplicação da Provinha Brasil de Matemática e entrevistas com alguns alunos que participaram da aplicação, coletando dados para analisar se as questões da provinha de matemática estão relacionadas com o cotidiano destes alunos. Como instrumentos de construção de dados foram utilizados materiais didáticos que compõem o teste bem como o quadro de correção estipulado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP. Os resultados obtidos a partir das analises é possível afirmar que houve um rendimento preocupante com relação a acertos das questões, que é confirmado na fala dos próprios alunos, pois os mesmos demonstram não terem c o n t a t o c o m d e t e r m i n a d o s c o n t e ú d o s d e m a t e m á t i c a .

Palavras-chave: Alfabetização Matemática; Educação Ribeirinha; Etnomatemática; Provinha Brasil de Matemática.

CUBAGEM DE TERRAS: BRAÇA, QUADRO E TAREFAA. N. Mendes¹, I. Vizolli¹

¹[email protected]

RESUMONeste artigo apresentamos resultados de uma pesquisa que teve como objetivos analisar o modo como pessoas da Comunidade Quilombola Lagoa da Pedra, Arraias – TO, efetuam medidas de terra e identificar ideias matemáticas presentes nesse processo. Para coletar dados e informações, visitamos a Comunidade, conversamos com as pessoas, fizemos anotações, realizamos entrevistas, filmamos e fotografamos pessoas e espaços. Para analisar os dados e informações, inspiramo-nos no programa Etnomatemática proposto por D'Ambrosio, que tem como um de seus pressupostos, a associação dos saberes e fazeres de um grupo social à sua cultura. Assim, foi possível identificar, analisar e compreender alguns dos elementos da arte ou técnicas de explicar, de conhecer e de entender da Comunidade Quilombola Lagoa da Pedra. Os resultados desse estudo indicam que, mesmo conhecendo o sistema de medidas agrárias convencional, os Quilombolas da Lagoa da Pedra, fazem uso de unidades de medidas não convencionais, como braça, quadro e tarefa, além de utilizar modos próprios para efetuar a cubagem da terra, sobretudo a quadratura.

Palavras-chave: Comunidade Quilombola; Cubagem de Terra; Etnomatemática.

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ETNOMATEMÁTICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A POSTURA DO PROFESSOR NUM PROJETO ETNOMATEMÁTICO

F. G. de Brito¹, A. Fonseca¹¹ UFT

[email protected] artigo apresenta uma reflexão sobre dados preliminares de uma pesquisa com abordagem qualitativa, realizada com professores participantes de um projeto com enfoque etnomatemático. Busca mostrar a postura do professor neste projeto, bem como seu papel e compromisso com o mesmo. Aborda também as contribuições que um projeto que se fundamenta na Etnomatemática pode trazer para a formação docente do grupo pesquisado. Focaliza a Etnomatemática como meio de melhoria para o diálogo simétrico entre professor e aluno, e o reconhecimento das raízes socioculturais de ambas as partes a fim de reduzir a existência da relação de subordinação que o dominador impõe sobre os dominados, onde ambas as culturas possam contribuir para a construção de conhecimento. Logo, algumas das contribuições da Etnomatemática que serão tratadas ao longo do texto são: a mudança de postura do professor, o reconhecimento das raízes socioculturais do aluno na construção de conhecimento e as contribuições para a formação docente dos que se destinam a trabalhar com Etnomatemática.

Palavras-chave: etnomatemática; formação de professores; cultura; diálogo simétrico.

ETNOMATEMÁTICA NUM PROJETO INTERDISCIPLINARA. Fonseca¹

¹ [email protected]

RESUMOEste artigo tem como finalidade apresentar um projeto de extensão em andamento (período 2011-2013), que busca ser interdisciplinar e que se configura num trabalho de caráter etnomatemático desenvolvido numa escola pública estadual de Araguaína/TO. Contando com a participação de professores e alunos do Ensino Médio, esta ação de extensão, vinculada a um projeto de pesquisa iniciado em 2009, contempla: a formação continuada dos professores envolvidos, pertencentes às diversas áreas do conhecimento; o estudo do Programa Etnomatemática pelos professores; a pesquisa e o estudo da realidade cultural do/pelo grupo social pesquisado – uma turma de alunos; a compreensão das relações e contribuições entre o conhecimento etnomatemático acadêmico e o conhecimento etnomatemático do grupo social. Para que os objetivos propostos neste projeto fossem alcançados, adotou-se o trabalho a partir de alguns temas relacionados com a realidade cultural dos alunos. O primeiro destes temas, definido pelos alunos, a saber, a matemática dos deficientes físicos, foi investigado e estudado pelo próprio grupo, em colaboração com os professores, na condição de representantes da “outra cultura”. Os resultados do estudo e investigação deste tema foram sociabilizados em sala de aula, que se constitui como um espaço sociocultural, e não somente de transmissão de um único conhecimento.

Palavras-chave: educação etnomatemática; conhecimentos etnomatemáticos; cultura; ensino e aprendizagem; interdisciplinaridade.

DA ALDEIA PARA A CIDADE A MATEMÁTICA DA ETNIA PARESIE. C. S. do Nascimento¹, M. P. S. da Silva²

¹UFRRJ, ²[email protected]

RESUMOO estudo apresentado aborda um pouco sobre a cultura da Etnia Paresí, em aldeias situadas no município de Campo Novo do Parecis – MT, relacionando a cultura dessa etnia com o conhecimento matemático, sendo então um estudo pautado na etnomatemática. Essa abordagem teve como objetivo entender as dificuldades sofridas pelos alunos, quando inseridos na chamada escola regular, uma vez que os mesmos são alfabetizados na aldeia em uma escola bilíngue, na língua materna e na língua portuguesa, e depois prosseguem seus estudos na cidade. Essa realidade cultural, com foco em matemática, tem sido objeto do nosso estudo, relatado no presente trabalho, através do método observacional, pois pouco se sabe sobre etnia, e não há registros de estudos que abordem a relação entre a cultura e o conhecimento matemático provenientes da mesma. A riqueza dessa relação é o foco dessa pesquisa aqui apresentada.

Palavras-chave: cultura, etnia Paresi, etnomatemática.

DO TRANÇADO AMAZÔNICO À EDUCAÇÃO MATEMÁTICAV. dos S. Dias¹

¹[email protected]

RESUMOEste artigo é oriundo de uma pesquisa realizada no período de 2009 a 2011 em nível de mestrado que buscou identificar: Como as sensibilidades etnomatemáticas que se constituem prática ribeirinha, vista nos artefatos confeccionados pelos moradores da Ilha do Combu (Município de Belém/PA), se relacionam com a matemática escolar? As peneiras de palha tecidas artesanalmente pelos combuenses que vivem nesta Ilha, a qual se encontra na região insular da capital do Estado, com distância de 1,5 Km de sua área continental, foram os artefatos estudados em questão. As reflexões analisaram não somente as formas pelas quais as sensibilidades etnomatemáticas emergem no contexto dos moradores da Ilha, mas também o papel que desempenham na estrutura social, nos sistemas de troca e nas relações com a natureza.

Palavras-chave: Etnomatemática; Artefatos; Educação Ribeirinha.

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DA MATEMÁTICA BABILÔNICA À MATEMÁTICA ESCOLARJ. D. S. de Oliveira¹, M. I. da C. Pereira¹

¹ [email protected]

RESUMOEste artigo visa mostrar um estudo realizado por bolsista e ex-bolsista do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) da UFRN, a partir de estudos e discussões realizadas em uma disciplina ofertada pelo PPGECNM (Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática), a qual estávamos matriculados como aluno especial e/ou ouvinte. Focamos neste trabalho parte da obra de Manuel Campos de Almeida intitulada Origens da matemática, sendo este um dos livros abordados nesta disciplina, o qual trata da Matemática produzida e praticada pelos Babilônicos. Para tanto, buscamos traçar um paralelo da visibilidade da matemática babilônica e a matemática escolar, através do ensino da história da matemática, para que possamos produzir um material voltado ao ensino desta disciplina, a qual faça uso de metodologias de ensino que possam propiciar aos alunos uma aprendizagem significativa.Palavras-chave: matemática babilônica; contabilidade arcaica; matemática escolar.

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO ENTRE ETNOMATEMÁTICA E CIBERCULTURA

M. J. S da Silva¹¹ SEDUC (PA)

[email protected] Artigo apresenta a relação entre Etnomatemática, Cibercultura e o processo de ensino-aprendizagem da Matemática, abordando sobre a utilização do computador dentro da convergência tecnologia e cultura. Também discutiremos um pouco sobre a origem da utilização do computador na educação em especial da Matemática, a partir das Máquinas de ensinar como propiciando o avanço dessa nova cultura na sala de aula, buscando verificar que estas impuseram desafios sem respostas imediatas. E por fim, abordaremos algumas possíveis situações de sala de aula utilizando as potencialidades do uso do computador.Palavras-chave: etnomatemática, cibercultura; matemática; ensino-aprendizagem.

ETNOMATEMÁTICA E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM OLHAR SOBRE A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE 2005 A 2009

E. do S. V. Belo¹¹ UFPA

[email protected] trabalho analisa as abordagens/contribuições da Etnomatemática na Formação de Professores a partir da produção científica entre os anos de 2005 a 2009. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo documental, na qual foram analisados resumos de teses e dissertações disponíveis no Banco de Teses da CAPES. A aproximação entre as temáticas é adotada na perspectiva de compreender como têm sido abordadas nas pesquisas brasileiras as contribuições da Etnomatemática na Formação de professores. As implicações deste trabalho suscitam reflexões aos modelos de formação de professores pensados e exercidos pelas instituições formadoras.Palavras-chave: formação de professores; etnomatemática; ensino superior.

EDUCAÇÃO ESCOLAR INDIGENA ATRAVÉS DE UM CURRÍCULO ETNOMATEMÁTICO

J. R. L. de Mattos¹, G. A. Poligatti²¹UFF, ²IFMT

[email protected] escola indígena é um ambiente onde as ideias se contrapõem e coexistem, influenciadas por diferentes culturas que nesta instância social se encontram, se identificam, se contradizem, se fundem e se transcendem. De um lado a cultura da etnia na qual ela esta inserida e do outro a cultura do não índio. Centralizando esta tensão temos a “Cultura Matemática” de uma etnia se contrapondo e se integrando à matemática tradicional do não índio. O Currículo de qualquer escola indígena deve prever esses encontros, com suas diferenças e proximidades, com uma perspectiva etnomatemática e transdisciplinar. Este trabalho é parte de uma pesquisa sobre a educação escolar indígena do povo Rikbaktsa. Abordamos aqui um elemento da cultura desse povo, por meio da confecção da “canoa de um pau só”, e como essa cultura pode fazer parte do currículo escolar das escolas indígenas nas aldeias. Utilizamos o formato de uma dessas canoas, exposta em um museu, para contextualizar um componente curricular de matemática.Palavras-chave: Cultura Matemática; Currículo; Educação Escolar Indígena; Etnomatemática; Rikbaktsa.

EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGINA RIKBAKTSA: DAS ROÇAS E CASAS PARA AS ESCOLAS

G. A. Poligatti¹, J. R. L. de Mattos²¹IFMT, ²UFF

[email protected] escola é um ambiente onde construímos o conhecimento. Mas para que nesse conhecimento a aprendizagem seja significativa, é preciso que haja contextualização no cotidiano da comunidade. Pensando assim, a construção do conhecimento em uma escola indígena perpassa pela consideração do conhecimento e do cotidiano da aldeia da etnia a qual essa escola esteja relacionada. Nesse contexto o conhecimento matemático tem despontado como um dos grandes desafios para as escolas indígenas. Esse trabalho é parte de uma pesquisa maior sobre a educação escolar indígena, mais precisamente a educação escolar do povo Rikbaktsa. Abordamos aqui a possibilidade do professor indígena de matemática contextualizar conteúdos da matemática formal, com a construção de suas moradias antes de seu contato com os não índios e também atualmente. A maneira que eles faziam e como fazem suas roças. Como os Rikbaktsa matematizam a realidade de suas casas e de suas roças. Como o professor indígena rikbaktsa pode trabalhar os conteúdos propostos, relacionando-os com a “cultura matemática” do seu povo.Palavras-chave: Etnomatemática; Educação Escolar Indígena; Rikbaktsa.

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resolução de problemas, no laboratório de matemática, em visita a museus e no Ateliê de Matemática. As modalidades de pesquisa se fundamentaram na dialética e na pesquisa-ação. As artes, produzidas no Ateliê, durante 15 anos, nas disciplinas do curso de Pedagogia e de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a publicação do catálogo “Matemática e os caminhos das artes” e o livro “Alfabetização matemática” foram alguns resultados obtidos.

Palavras-chave: arte; tendencias em educação matematica; educação; educação matemática; currículo.

CONTEXTO ESCOLAR E O CONHECIMENTO ETNOMATEMÁTICO DE

TRABALHADORES DAS CERÂMICAS DE RUSSAS-CE: UMA PROPOSTA

PEDAGÓGICAP. G. F. Gonçalves¹, F. de A. Bandeira¹, G. C. de A. Junior¹

¹ [email protected]

RESUMOSurgindo a partir de questionamentos de alguns dogmas da Matemática acadêmica e por valorizar e reconhecer conhecimentos desenvolvidos em diversos contextos socioculturais no âmbito da Educação Matemática, a Etnomatemática vem se consolidando como um campo de pesquisa. Contudo, se considerarmos o número de pesquisas etnográficas, pouco tem sido feito sobre a relação entre Etnomatemática e o contexto escolar. O presente trabalho apresenta um recorte de uma pesquisa de dissertação, que consiste na elaboração e aplicação de uma proposta pedagógica, que contempla os conhecimentos etnomatemáticos de um grupo sociocultural em consonância com a matemática escolar. A presente pesquisa vem sendo desenvolvida com uma turma do 6º ano da Escola Municipal José Ricardo Matos, localizada no Sítio Ingá, zona rural de Russas-CE e ainda, com trabalhadores das Cerâmicas desta cidade. A referida turma é constituída por filhos de trabalhadores das Cerâmicas e em alguns casos, os próprios alunos são trabalhadores destas indústrias. A presente pesquisa é do tipo etnográfica e utiliza como recursos metodológicos a observação, a entrevista, a análise documental e o portfólio. Este último instrumento sendo utilizando tanto como recurso metodológico quanto avaliativo da experiência educacional. Espera-se a partir da inclusão de aspectos inerentes do contexto sociocultural dos alunos no contexto escolar que os mesmos percebam que a matemática também faz parte do seu contexto. Além disso, a partir das pesquisas de campo desenvolvidas pelos estudantes, almejamos colocá-los como sujeitos críticos de sua realidade, valorizando o conhecimento matemático de seu contexto sociocultural e motivá-los para o aprendizado da matemática escolar.

Palavras-chave: educação matemática, etnomatemática, conhecimentos socioculturais, matemática escolar.

ETNOMATEMÁTICA NO CONTEXTO DE ESTUDANTES RIBEIRINHOS DO ENSINO MÉDIO

E. R. S. Sousa¹¹UEPA

[email protected] artigo encontram-se algumas reflexões e resultados da pesquisa intitulada Etnomatemática: saberes matemáticos no cotidiano de estudantes ribeirinhos que teve como objetivo analisar como o aluno faz a apreensão do conceito matemático e percebe/usa esse conceito na sua prática e, como ele articula os saberes e fazeres do cotidiano ribeirinho na sala de aula. As características de ação em campo desenvolvidas nesta pesquisa podem ser abarcadas por uma abordagem etnográfica, assim, esta pesquisa desenvolveu-se em dois momentos empíricos: observações em sala de aula da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Edgar Pinheiro Porto; o outro momento ocorreram as observações na Ilha do Combu, com visitas aos estudantes em seu ambiente familiar e comunitário, lá observei as atividades cotidianas de quatro estudantes. No âmbito das pesquisas que englobam os saberes não reconhecidos pela escola trazemos para discussão D'Ambrosio (2001, 2002, 2005). A partir das análises dos saberes e fazeres vivenciados pelos alunos foi possível perceber as possibilidades de mudança em dois ambientes vividos pelos alunos em questão. Essa mudança poderia ser iniciada/efetivada/desenvolvida pela proposta de uma educação Matemática que envolva/considere o caráter transdisciplinar do conhecimento, assim, o conhecimento matemático escolar deveria estar entrelaçado por outros saberes, que estão ausentes do ambiente da sala de aula, os saberes matemáticos do cotidiano de estudantes ribeirinhos.

Palavras-chave: Etnomatemática, Cultura Amazônica, Comunidades Ribeirinhas.

NOTAS SOBRE A ETNOMATEMÁTICA WARIK. G. Leite¹

¹[email protected]

RESUMO Este artigo apresenta notas introdutórias sobre saberes etnomatemáticos do povo indígena Wari identificados a partir do convívio com professores indígenas em formação na Universidade Federal de Rondônia ao longo do ano de 2011 e resultantes de observações realizadas durante atividades nas aldeias Piranhas, Rio Negro Ocaia e Três Bocas, da Terra Indígena Pacaas Novos, no primeiro semestre de 2012. O Povo Wari, falante de língua da família txapakura, foi contatado pela primeira vez no ano de 1798. Porém, o primeiro contato pacífico data de 1956. Desde então, tal qual ocorreu com outros povos indígenas da região amazônica, muitos desafios se impuseram, desde a sobrevivência física, ameaçada por não indígenas e por doenças desconhecidas, até a preservação da língua, dos modos próprios de organização social e de produção material. Ao longo de 46 anos de convívio com a sociedade envolvente, muitos saberes e fazeres tradicionais foram caindo em desuso, substituídos por saberes e fazeres não-indígenas, introduzidos nas aldeias principalmente por missionários religiosos, por relações comerciais e pela própria educação escolar, esta última, inicialmente, numa perspectiva integracionista. Atualmente, novas gerações de índios Wari

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modalidade a distância, a investigação das práticas matemáticas locais desenvolvidas nos polos de apoio presencial. Nesse contexto, o objetivo principal desse artigo é apresentar alguns caminhos viáveis para a aplicação da perspectiva etnomatemática nas práticas pedagógicas desenvolvidas no ensino e aprendizagem da modalidade, na modalidade a distância.

Palavras-chave: perspectiva etnomatemática; ambiente virtual de aprendizagem a distância; formação de professores; polo de apoio presencial; grupos culturais.

AS PRÁTICAS DE REGISTROS NOS PROCESSOS AVALIATIVOS DA ALFABETIZAÇÃO INICIAL SOB A PERSPECTIVA DA ETNOMATEMÁTICA

C. C. O. de Camargo¹, B. P. Santos¹¹UFU

[email protected] artigo abordaremos parte de uma investigação-ação iniciada em fevereiro de 2011, ainda em andamento, junto a alunos e alunas do 3º ano do Ensino Fundamental I (Alfabetização Inicial) da Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia, ESEBA/UFU, no que se refere ao desenvolvimento e implementação de práticas de registros discentes nos processos avaliativos. Ancorada nas contribuições de Freire, no Programa de Pesquisa Etnomatemática, dentre outros, a investigação desenvolvida na referida escola tem por objetivo: a) romper com a compreensão da avaliação enquanto instrumento de poder, de controle, de seleção social e de exclusão; b) observar e refletir sobre os processos avaliativos propondo-as de modo que evidencie o seu caráter emancipatório. Assim, partindo da concepção de pesquisa baseada na investigação-ação educacional de vertente emancipatória, utilizamos como procedimento metodológico as etapas: conscientização, planejamento, ação, registro e reflexão. Em termos de contribuições, tal investigação tem fortalecido o ensino-pesquisa e contribuído para a transformação discente e docente no que se refere à tomada de consciência do processo ensino-aprendizagem. Embora reconheçamos que a investigação encontra-se em andamento, consideramos a partir das análises dos registros discentes coletados até o momento, que as ações desenvolvidas apontam para um redirecionamento da prática docente e para as possibilidades de transformação das praticas avaliativas.

Palavras-chave: avaliação; registro; etnomatemática.

ATELIÊ DE MATEMÁTICA: ARTE E CURRÍCULOM. L. C. Teixeira¹

¹ [email protected]

RESUMONeste trabalho, o objetivo central é explorar estratégias de conhecimento e interação entre arte e currículo no Ateliê de Matemática. As artes, as línguas e, enfim, as culturas se colocam como possibilidade de proceder a mudanças. As licenciaturas mudam e o currículo se torna diversificado e articulado. Usaram-se, como base metodológica, atividades com o lúdico, com o jogo e com a

desconhecem grande parte dos saberes tradicionais de seu povo. Restam, como fieis depositários do patrimônio cultural imaterial, os mais velhos, que preservam na memória e na tradição oral lembranças dos modos próprios de viver do povo Wari. Os dados que se apresentam nesse artigo sobre termos numéricos foram coletados, em grande parte, em conversas direcionadas e pontuais com os membros mais velhos nas aldeias acima mencionadas.

Palavras-chave: Etnomatemática; Indígena; Wari.

ORALIDADE, CUIDADO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA INDIGENA KAINGANG: UM PROJETO COLABORATIVO

L. T. M. dos S. Bernardi¹, E. de O. Borges¹¹Unochapecó

[email protected] presente trabalho apresenta ações resultantes de um processo de formação continuada de um grupo de trabalho colaborativo de professores indígenas Kaingang que ensinam matemática, na Terra Indígena Xapecó, em Ipuaçu, SC, Brasil. A formação proposta buscou promover uma reflexão sobre os desafios da educação escolar indígena brasileira na construção de um processo educativo na Educação Matemática, mais especificamente que, na construção desse processo educativo, contemplasse a matemática tradicional dos povos indígenas Kaingang daquela região e a matemática escolar. O resultado aponta para o protagonismo dos professores na busca de qualidade de educação e de vida para sua comunidade, articulando e refletindo sobre a educação indígena e a educação escolar indígena; apresenta o projeto “oralidade, cuidado e aprendizagem da criança indígena Kaingang” resultante dessa reflexão, um desafio às condições impostas ao povo Kaingang que nos possibilita compreender o significado da articulação entre projetos pessoais e projetos coletivos na educação: a construção de um processo educativo que valorize o respeito, a solidariedade e a justiça, orientado pela cultura e pela história de um povo.

Palavras-chave: trabalho colaborativo; professor indigena kaingang; protagonismo.

ETNOMATEMÁTICA, TEORIA DA COMPLEXIDADE E EDUCAÇÃO INDÍGINA: UMA

ABERTURA EPISTEMOLÓGICAS. de Oliveira¹

¹[email protected]

RESUMONa presente Comunicação Científica, pretendo submeter à crítica algumas evidências que me permitem estabelecer um diálogo inicial entre a Etnomatemática, a Teoria da Complexidade, e a Educação Indígena. A tessitura da discussão apresenta as possíveis limitações e “gaiolas epistemológicas” (D'AMBROSIO, 2005) que o paradigma científico ocidental está acometido, à medida que evidencia uma possibilidade de confluência teórica entre a Etnomatemática, a Teoria da Complexidade e a Educação Indígena, a qual se expressa por meio de uma abertura epistemológica, ao passo que, do meu ponto de vista, contribui para o debate a respeito da natureza dos produtos epistêmicos dos educadores indígenas imbricados nas suas práticas socioculturais.

Palavras-chave: Apinayé; Epistemologia; Etnomatemática; Teoria da Complexidade; Educação Indígena.

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seu dia a dia, de sua cultura, pode-se chegar à construção de algum modelo matemático. Desenvolvemos esta produção com base nas relações matemáticas que se apresentam na música para ensinar conteúdos e elaborar atividades matemáticas, tentando assim minorar os problemas advindos da falta de proximidade entre o ensino de matemática e o cotidiano do aluno.

Palavras-chave: etnomatemática; música; modelagem matemática; ensino-aprendizagem.

APROPRIAÇÃO DE JOGOS DE LINGUAGEM EM PRÁTICAS DE NUMERAMENTO NOS PROJETOS SOCIAIS XACRIABÁ: UMA ABORDAGEM ETNOMATEMÁTICA

A. A. N. de Mendonça¹, M. da C. F. R. Fonseca¹¹ UFMG

[email protected] trabalho, apresentamos o recorte de pesquisa de doutorado em curso, que tem a perspectiva etnográfica como orientação metodológica. Focalizamos a Abordagem Etnomatemática com o objetivo de identificar e analisar a apropriação pelos adultos indígenas Xacriabá de diferentes jogos de linguagem que constituem práticas de numeramento forjadas nas instâncias dos projetos sociais desse grupo, e que o desenvolvimento desses projetos demanda e oportuniza. Nas diversas etapas dos projetos se confrontam modos diferentes de matematicar, que ora se aproximam do modelo escolar, ora se aproximam da cultura local, e que aqui entendemos como práticas de numeramento e analisamos como práticas sociais, marcadas pelas contingências contextuais e por relações de poder. Esses confrontos definem jogos de linguagem (e por eles se definem) que instituem as práticas discursivas nas quais os sujeitos assumem diferentes posições.

Palavras-chave: etnomatemática; jogos de linguagem; práticas de numeramento; projetos sociais.

AS POSSIBILIDADES DA PERSPECTIVA ETNOMATEMÁTICA NO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM A DISTÂNCIA NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE

PROFESSORESM. Rosa¹, D. Orey¹

¹ [email protected]

RESUMOA proposta da etnomatemática para a formação dos futuros professores de matemática está em sintonia com as tendências atuais da Educação Matemática. Nessa perspectiva, esses professores podem desenvolver habilidades específicas para investigarem as ideias e as práticas matemáticas que ocorrem fora do contexto escolar para utilizá-las por meio de atividades contextualizadas, que são desenvolvidas no ambiente virtual de aprendizagem a distância. Nesse sentido, é importante que o trabalho pedagógico com a etnomatemática, nesse ambiente de aprendizagem, esteja relacionado com a realidade dos polos de apoio presencial para que, no momento de apresentar novos conteúdos matemáticos, seja possível utilizar situações contextualizadas, que tenham relação com o conhecimento prévio, as experiências vivenciadas e o background cultural dos futuros professores. Assim, existe a necessidade de inserir nos cursos de formação de professores de matemática, na

ORALIDADE, ESCRITA E ESCOLA: VISÕES DE UM PRETÉRITO INCABADOR. R. Santos¹, R. Ferreira¹

¹[email protected]

RESUMOEste artigo é parte de uma pesquisa de mestrado e aborda as relações existentes entre a oralidade e a escrita, no contexto educacional do povo Apyãwa (Tapirapé). Nesse sentido, são evidenciadas as ações pedagógicas de professores Apyãwa que têm sido desenvolvidas na escola e entre o povo. Para isso, foram realizadas entrevistas com 5 professores – também graduandos da Licenciatura Intercultural da Universidade Federal de Goiás – e analisados 15 cadernos de estágio desses docentes. Por meio dos diálogos obtidos e a análise realizada foi possível perceber o movimento que esses professores têm praticado junto aos alunos e à comunidade em prol do fortalecimento de várias práticas culturais. A conquista da escrita passa a ser um instrumento de registro de muitos costumes pouco praticados entre os jovens Apyãwa, rompendo com a dualidade entre a oralidade e a escrita. Dessa forma, essas ações docentes passam a ter um papel fundamental na construção de uma educação escolar do povo.

Palavras-chave: povo Apyãwa/Tapirapé; oralidade; escrita.

OS MARCADORES DE TEMPO INDÍGENAS E A SOLIDARIEDADE ENTRE O AMBIENTE E OS POVOS QUE O HABITAM: UM OLHAR ETNOMATEMÁTICO

J. S. Filho¹¹UNESP

[email protected] texto constitui uma síntese das discussões que tenho desenvolvido sobre Os Marcadores de Tempo Indígenas. O tema foi abordado em minha pesquisa de mestrado, a partir da articulação entre os conceitos da Educação Ambiental trazidos por Enrique Leff (2002); da Sociologia, por Boaventura Santos (2007); da Etnomatemática, por Ubiratan D'Ambrósio (2005), entre outros. A dissertação de mestrado apontou novos caminhos que resultaram em questionamentos que estão sendo propostos e discutidos enquanto pesquisa de doutorado em Educação Matemática, cuja realização tem como objetivo constituir um conjunto de reflexões sobre o conhecimento de povos indígenas e suas epistemologias. A realidade, estudada e descrita a partir do “olhar” do povo indígena Tapirapé, nas observações dos gestos, dos discursos, das decisões e das influências que os fenômenos astronômicos exercem sobre o cotidiano da comunidade, tem seu principal eixo de orientação na Etnomatemática, a qual reconhece nas produções de conhecimentos e de significados resultantes da própria concepção que as sociedades têm sobre tempo e sobre o ambiente da vida cotidiana articulações de pensamentos matemáticos.

Palavras-chave: Astronomia indígena; Marcadores de tempo indígenas; Solidariedade; Etnomatemática; Tapirapé.

PERSPECTIVA ETNOMATEMÁTICA NA APRENDIZAGEM DA GEOMETRIA COM UTILIZAÇÃO DOS BRINQUEDOS DE MIRITI

I. N. L. dos Santos¹, M. de F. V. da Silva¹¹UFPA

[email protected] trabalho visa contribuir para a prática pedagógica de professores e alunos na aprendizagem das geometrias plana e espacial na disciplina matemática. Utiliza-se dos brinquedos de miriti como meio

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analisamos duas de suas obras. Por fim, tecemos considerações sobre possíveis articulações compreensivas entre a vida de Vergani e seu trabalho em etnomatemática, atentando-nos ao panorama histórico em que se situavam. Com esse trabalho foi possível destacar a importância do contexto africano no fim da década de 1970 na constituição da etnomatemática como campo de pesquisa, além de compreender como as experiências vividas por Vergani a encaminharam para essa região de inquérito.

Palavras-chave: memorial; interdisciplinaridade; transdisciplinaridade; história da etnomatemática.

A ETNOMATEMÁTICA AFRICANA COMO UM MEIO DE CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO MATEMÁTICO

A. C. G. G. de Oliveira¹

¹EMEF Raimundo Correia do Estado de São [email protected]

RESUMOO presente artigo visa contribuir com o currículo matemático desenvolvido no cotidiano escolar de algumas escolas periféricas na cidade de São Paulo que, de algum modo, presumo ser o responsável pela desmotivação e pouca participação de alunas e alunos nas aulas de matemática. Neste intuito, considerando que nossa comunidade é formada, predominantemente, por negros e pardos, o intuito é verificar se uma proposta curricular calcada em conceptualizações etnomatemáticas favorece uma mudança deste contexto. Com a perspectiva de contribuir no processo educacional, o trabalho busca perceber se o contato dos educandos com atividades/situações-problemas matematizadas por povos/etnias que, em geral os planos de aula e os materiais didáticos não contemplam, propicia novas relações com o aprendizado matemático. A proposta visa uma reflexão sobre as práticas educacionais, em como intervir e mediar ações que sejam significativas, ou seja, “mediações etnomatemáticas” que reconheçam as características culturais, sociais e históricas destas crianças e adolescentes, bem como, contribuir para cumprimento da Lei 10.639/03.

Palavras-chave: currículo; etnomatemática; significação; cultura; mediação.

A MATEMÁTICAS DAS NOTAS MUSICAISH. C. M. da Silva¹, R. G. B. de Campos¹

¹ [email protected]

RESUMOEste trabalho apresenta uma mescla de ideias de duas atuais tendências em Educação Matemática: Etnomatemática e Modelagem Matemática, com a finalidade de promover novas abordagens no ensino de matemática e mostrar a intima relação que esta tem com a música. Assim, o objetivo desta proposta é envolver o contexto social e cultural dos alunos com um enfoque nas teorias musicais básicas, tirando destas os modelos próximos a realidade que matematicamente possam ser discutidos e assim situações podem ser resolvidas com o uso destes modelos. O intuito é demonstrar que através da matemática informal dos alunos, de

concreto para visualização, manipulação, observação e identificação das formas geométricas moldadas nesse artesanato, com intuito de resgatar conceitos geométricos já concebidos pelos alunos e introduzir outros, considerados elementares. O trabalho está fundamentado numa pesquisa com 30 alunos da 2ª etapa do Ensino Médio da Educação de jovens e adultos (entre 19 e 35 anos) – EJA, da Escola Estadual em Regime de Convênio Cristo Redentor, no município de Abaetetuba – PA, no ano de 2009. Houve expressiva melhoria das percepções referentes à geometria plana e espacial, com o desenvolvimento das atividades utilizando os brinquedos de miriti. Esse trabalho sugere indicadores relevantes na aprendizagem da geometria de forma significativa e agradável, buscando um ensino de melhor qualidade.

Palavras-chave: Etnomatemática; educação matemática; geometria; brinquedos de miriti.

PROFESSORES INDÍGENAS DO ESTADO DO TOCANTINS EM FORMAÇÃO INICIAL: A ETNOMATEMÁTICA NO CONTEXTO DO MAGISTÉRIO INDÍGENA

H. S. R. Monteiro¹, E. B. de S. Filho²¹SEDUC-TO, ²UFPA

[email protected] artigo relata parte de uma pesquisa de dissertação de mestrado que teve como objetivo investigar o quanto os estudos etnomatemáticos podem contribuir com as diferentes relações e práticas do meio cultural indígena, podendo as mesmas serem utilizadas como elementos motivadores no ambiente escolar para o fortalecimento da identidade cultural indígena e particularmente para o aprendizado da matemática. A pesquisa justifica-se por buscar compreender as dificuldades enfrentadas pelos professores indígenas do Estado do Tocantins no ensino de matemática, os motivos pelos quais esses professores não conseguem articular, fazer dialogar o conhecimento matemático expresso na sua formação e difundido nas escolas e o conhecimento próprio de suas culturas. Teve como sujeitos de pesquisa alunos-professores indígenas, matriculados no curso de Formação Inicial em Magistério Indígena do Estado do Tocantins. Para isso, os procedimentos metodológicos utilizados são de abordagem qualitativa, onde se procurou analisar as respostas dos alunos-professores aos questionários elaborados para esse fim, diário de campo do pesquisador e entrevistas semi-estruturadas. A pesquisa procura ainda situar o ensino de matemática no contexto das políticas públicas em vigência no país no que se refere à educação escolar indígena e teve como questão norteadora “Como podemos reconhecer as facilidades e os impedimentos, referentes ao professor indígena, em utilizar os elementos da própria cultura indígena em atividades nas aulas de matemática?”.

Palavras-chave: Estudos Etnomatemáticos; Aprendizado de Matemática; Formação de

Professores Indígenas; Magistério Indígena.

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EIXO TEMÁTICO 3ETNOMATEMÁTICA E AS RELAÇÕES ENTRE TENDÊNCIAS EM EDUCAÇÃO

MATEMÁTICA

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

“NUNCA VI NA VIDA”: PRÁTICAS DE NUMERAMENTO, COTIDIANO E ESCOLAV. R. de S. Cabral¹, M. da C. F. R. Fonseca¹

¹[email protected]

RESUMONeste artigo, analisamos, como ação social, a enunciação, por alunas e alunos da Educação de Pessoas Jovens e Adultas (EJA), de comentários sobre as práticas de numeramento escolares em sua relação com práticas forjadas em outras instâncias da vida social. A produção do material empírico do qual selecionamos os episódios que aqui focalizamos envolveu a observação de aulas de matemática de uma turma de pessoas adultas que cursavam o equivalente ao atual 4º ano do Ensino Fundamental num Projeto de EJA de uma escola da rede pública na região metropolitana de Belo Horizonte. Nossa abordagem vale-se de estudos que contemplam as práticas de numeramento como práticas discursivas para apontar como o jogo interlocutivo marcado pelas relações entre esses conhecimentos definem as possibilidades de significação e delineiam seus parâmetros. As intervenções denunciam o distanciamento entre conhecimentos matemáticos do cotidiano e da escola. Desvalorizando as práticas matemáticas de alunas e alunos, a escola não só os silencia, como também domestica as suas maneiras de ver e entender o mundo, direcionando os seus olhares para o conhecimento que ela, sob a ótica da cultura hegemônica, reputa legítimo.

Palavras-chave: educação de pessoas jovens e adultas (EJA); educação matemática; rede de significação; práticas de numeramento.

A ETNOMATEMÁTICA A PARTIR DE UM ESTUDO DA VIDA E OBRA DE TERESA VERGANI

D. E. N. Kieckhoefel¹, R. Miarka¹¹UDESC

[email protected] neste artigo os resultados de uma pesquisa cujo foco recaiu no estudo sobre a vida e a obra de Teresa Vergani a fim de responder a pergunta de pesquisa: como se constituiu o trabalho em etnomatemática de Teresa Vergani? Nossos objetivos eram que a realização da pesquisa nos propiciasse uma compreensão do trabalho de Teresa Vergani e da sua inserção no campo de pesquisas da etnomatemática, além de abrir um horizonte de compreensões sobre a constituição do campo de pesquisas em etnomatemática a partir do trabalho de Teresa Vergani. O ponto de partida para tal investigação se deu com a apreciação e com o estudo do memorial de Vergani publicado pela Universidade Aberta de Lisboa (Portugal). Para o aprofundamento do trabalho, selecionamos e

PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO NAS AULAS DE MATEMÁTICA EM ESCOLAS RIBEIRINHAS

C. A. N. da Silva¹, I. C. R. de Lucena²

¹Escola Bosque "Prof. Eidorfe Moreira", ²[email protected]

RESUMOO presente estudo refere-se a uma pesquisa de mestrado acadêmico em andamento e visa refletir acerca da pertinência da utilização de projetos de investigação na educação matemática nas séries iniciais do ensino fundamental em comunidades ribeirinhas do arquipélago belenense, mais especificamente na comunidade do Poção na ilha de Cotijuba, localizada a oeste do município de Belém. Com o aporte teórico da etnomatemática, podem-se evidenciar múltiplas relações entre o processo de ensino/aprendizagem de matemática com os problemas que se relacionam com questões culturais, socioeconômicas e políticas. O objetivo é desenvolver uma proposta de aprendizagem da matemática que partindo do ambiente da cultura ribeirinha promova uma primeira aproximação com os conteúdos matemáticos necessários ao desenvolvimento da competência crítica e democrática (Skovsmose, 2003). A metodologia da pesquisa centra-se na observação, conversas com alunos, professora e pais de alunos da comunidade do Poção, além da presença ativa em momentos onde se evidencia a prática social do grupo cultural analisado, buscando favorecer a aparição de dados concretos, em vistas de captar as realidades humanas vivenciadas pelos ribeirinhos em suas distintas dimensões. Como conclusão ainda inicial deste processo saliento a potencialidade deste fazer pedagógico no ensino/aprendizagem de matemática baseados em atividades desenvolvidas em interconexão com outros campos da própria matemática e de outras disciplinas.

Palavras-chave: etnomatemática; educação ribeirinha; projetos de investigação; séries iniciais.

SISTEMA DE NUMERAÇÃO GUARANI: ASPECTOS BÁSICOSF. S. F¹., A. D. Caldeira²

Instituto Federal de Santa Catarina - ¹IFSC, ²[email protected]

RESUMOEste artigo tem como objetivo apresentar os aspectos gerais de “números pequenos” do sistema de numeração dos Guarani das Aldeias Itaty do Morro dos Cavalos e M'Biguaçu, respectivamente localizadas nos municípios de Palhoça e Biguaçu, no estado de Santa Catarina (SC). Trata-se de um “estudo de caso do tipo etnográfico” realizado com líderes das aldeias citadas. Sustentada teoricamente pelos princípios do “Programa Etnomatemática”, os resultados mostraram que esses indígenas, além de possuírem um sistema de numeração próprio, identificam na construção deste sistema relações de caráter ligado a sua forma de pensar sobre o mundo.

Palavras-chave: etnomatemática. educação escolar indígena. sistema de numeração dos guarani.

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é fundamental explorar a relação que o meio cultural possui com os conteúdos ministrados pelo professor, o que facilita por sua vez a concretização de conceitos por parte do aluno, de forma a relacionar sempre a matemática formal escolar, com a matemática cultural produzida no âmbito da cultura em que este aluno está inserido.

Palavras-chave: etnomatemática; farinha de mandioca; cultura; educação.

INVESTIGAÇÃO ETNOMATEMÁTICA NA INDÚSTRIA CERÂMICA PERUANA (RN)G. C. de A. Junior¹, F. de A. Bandeira¹, P. G. F. Gonçalves¹

¹[email protected]

RESUMOO presente artigo apresenta um recorte de nossa dissertação, em andamento, cujo objetivo principal é investigar conhecimentos matemáticos utilizados como ferramentas na fabricação e comercialização de telhas de cerâmica vermelha pelos oleiros da comunidade Povoado Currais Novos/RN, localizada a 250 km da capital do Rio Grande do Norte. Para alcançarmos nosso objetivo, estamos nos apoiando nas técnicas da pesquisa etnográfica, além das concepções d'ambrosianas de Etnomatemática e de outros pesquisadores que trabalham como essa linha de pensamento.

Palavras-chave: matemática; cultura; conhecimentos socioculturais; etnomatemática.

JOGOS DE LINGUAGEM DE PESCADORES DO LITORAL CATARINENSEA. Magalhães¹, V. L. Costa¹

¹[email protected]

RESUMOEste pôster tem como finalidade evidenciar conhecimentos matemáticos intrínsecos às atividades laborais de alguns pescadores que vivem no litoral catarinense. O material empírico aqui apresentado é resultante de entrevistas que realizamos em uma comunidade pesqueira de Florianópolis, localizada na Praia do Forte e na Praia do Rosa, em Imbituba. Neste pôster, nos baseamos na perspectiva “D'Ambrosiana” de Etnomatemática e procuramos também articular a investigação que realizamos com as ferramentas teóricas disponibilizadas por Ludwig Wittgenstein em sua fase de maturidade. Nossa intenção com esta investigação foi identificar os usos dados às expressões que são específicas deste modo de vida e pensar a partir daí a racionalidade que se configura. Além disto, temos como objetivo reconhecer e valorizar os saberes historicamente produzidos por essas comunidades.

Palavras-chave: Etnomatemática; pescadores artesanais; jogos de linguagem; formas de vida.

UM OLHAR ETNOMATEMÁTICO SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENAS

L. de F. M. da Costa¹, E. Ghedin²

¹UEA, ²[email protected]

RESUMOA formação do professor indígena é um processo complexo que requer o reconhecimento de especificidades que determinam as formas de ensinar e aprender em distintas etnias. A discussão presente neste trabalho é fruto de uma experiência desenvolvida num Curso de Licenciatura Indígena, que compunha uma pesquisa cujo objetivo foi compreender o processo de ensino e de aprendizagem matemática na escola indígena. A experiência adquirida neste processo permitiu perceber as possibilidades que se abrem ao ensino da Matemática quando se segue as indicações da Etnomatemática. A observação participativa e as entrevistas constituíram as técnicas utilizadas para a obtenção de informações. Ademais, os pressupostos da Etnografia e da Etnomatemática permitiram a interpretação e a compreensão das relações que se estabelecem no processo de formação de professores indígenas, nesse caso particular, do professor Ticuna no Centro de Formação de Professores Ticunas Torü Nguepataü.

Palavras-chave: Formação de Professor; Escola Indígena; Etnomatemática; Ensino de Matemática.

A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NA AMAZÔNIA RIBEIRINHA: PESQUISA E FORMAÇÃO DE PROFESSOR COMO FOCO DE REFLEXÃO

L. C. M. de Oliveira¹, G. de N. S. Queiroz¹, J. V. de Souza¹

¹[email protected]

RESUMOEste trabalho apresenta um relato de experiência/observação nas escolas situadas em comunidades ribeirinhas de São Domingos do Capim. Esta atividade está inserida no projeto de pesquisa intitulado Alfabetização Matemática na Amazônia Ribeirinha: Condições e Proposições, desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Educação Matemática e Cultura Amazônica - GEMAZ, no qual fazemos parte como bolsistas de iniciação científica e como doutorando (último co-autor). Nessa experiência observamos aspectos físico-geográficos e algumas condições de vida e de educação escolar dos alunos das escolas ribeirinhas de São Domingos do Capim. Nas visitas às escolas, realizamos o levantamento dos seguintes dados: espaços físicos e geográficos das escolas, condições das salas de aula, formação dos docentes, materiais didáticos utilizados, número e faixa-etária dos alunos, condições sócio-econômica dos docentes e discentes, conteúdos trabalhados e as metodologias.

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Apresentamos uma descrição da experiência e algumas reflexões sobre o aspecto formativo, em nível de iniciação científica, relativa à nossa própria formação.

Palavras-chave: Amazônia Ribeirinha; Formação de Professores; Alfabetização Matemática.

A PRODUÇÃO DE FARINHA DE TAPIOCA COMO CONTEXTO DE ENSINO PARA ALUNOS DO 6º ANO DA VILA DE AMERICANO – PA

K. L. dos Santos¹, E. R. S. Sousa¹¹UEPA

[email protected] presente texto apresenta os resultados iniciais de um Trabalho de Conclusão de Curso em que a proposta percorre a questão da utilização das tendências matemáticas focando a Etnomatemática, tendo por objetivo facilitar o processo de ensino-aprendizagem da Matemática. De fato a Matemática ainda nos dias atuais é taxada como uma disciplina desinteressante, muitos alunos não gostam da disciplina por que os professores não conseguem transmitir os assuntos de maneira clara e objetiva, algo que tenha sentido para o aluno, transformando, assim, o conhecimento matemático em algo abstrato. Desta forma surge a necessidade de explorar o ensino da matemática partindo da cultura de um determinado grupo, optamos assim, a desenvolver um estudo fazendo relação entre a produção de farinha de tapioca para ensinar questões de medidas de capacidades e massa dando ênfase o saber/fazer matemático através dos conhecimentos de uma determinada comunidade.

Palavras-chave: Educação Matemática, Etnomatemática, Produção de Farinha de Tapioca.

A RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA EM UMA ESCOLA MULTISSERIADA DE NOVO HAMBURGO/RS

D. de L. V. Junges¹¹Unisinos

[email protected] estudo procura compreender a relação família-escola agregando um novo elemento de discussão pouco estudado no Brasil sobre esta relação, o âmbito da educação matemática. Neste sentido o objetivo deste trabalho é discutir, de forma preliminar, a relação família-escola no que diz respeito à educação matemática, mais especificamente, essa relação em uma escola rural multisseriada da região de colonização alemã do Vale do Rio dos Sinos – RS. O referencial teórico está baseado na perspectiva da Etnomatemática proposta por Knijnik em seus entrecruzamentos com os pensamentos de Ludwig Wittgenstein em sua obra de maturidade "Investigações Filosóficas". Foram realizadas entrevistas com sete

reconstrução de conceitos matemáticos a partir de experiências realizadas em sua própria comunidade.

Palavras-chave: etnomatemática; educação; pesquisa; ensino; aprendizagem.

BRAZ PIRES: UM OLHAR ETNOMATEMÁTICO PARA OS PRIMEIROS POVOADOS DA ZONA DA MATA MINEIRA

E. D. Moreira¹¹UNINOVE

[email protected] objetivo deste trabalho é mostrar a contribuição etnomatemática na construção dos primeiros povoados da região da zona da mata mineira. Justifica-se, sobretudo, pelos aspectos contidos na completude entre o contexto natural e cultural. Segundo D'Ambrosio (2010, p. 29) “Torna-se cada vez mais difícil motivar alunos para uma ciência cristalizada. Não é sem razão que a história vem aparecendo como um elemento motivador de grande importância.” Acredita-se que a interligação entre os fatos históricos e os conteúdos (etno)matemáticos apresentados são, neste trabalho, considerados relevantes. Utilizou-se como fundamentação teórica os autores D'Ambrosio (2010); Domite (2004); Costa (1977); Garnica (2006); Gomes (1951) entre outros. A questão primordial consiste em fornecer respostas aos alunos sobre a (etno)matemática ensinada nos primórdios da colonização do Brasil. Para isso, se fez necessária investigação sobre o tipo de matemática ensinada aos filhos dos colonizadores “desbravadores” do Brasil. Dessa maneira, optou-se em buscar subsídios na conhecida zona da mata de MG – Braz Pires, onde as entradas e bandeiras foram responsáveis, principalmente, pela colonização e busca pelo ouro naquela região. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica fundamentada basicamente no depoimento histórico realizado por Abel Gomes. Pretende-se que este trabalho seja levado às salas de aula como importante contextualização da matemática com o objetivo de proporcionar aprendizagem significativa, pois sabe-se que os alunos demonstram emoção, entusiasmo e interesse ao perceber que, assim como eles, aquele povo também “fazia matemática”. Ainda do ponto de vista de motivação contextualizada, as aulas, a partir dessa experiência, podem apresentar a introdução histórica aos conteúdos.

Palavras-chave: educação matemática; história da educação matemática no brasil; educação do campo; etnomatemática

ETNOMATEMÁTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE OS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS ENVOLVIDOS NA PRODUÇÃO DA FARINHA

DE MANDIOCAA. N. da Cruz¹, O. I. de S. Neto¹, T. R. dos Santos¹

¹[email protected]

RESUMOEste estudo tem a finalidade de apresentar as possibilidades de relacionar a matemática utilizada em sala de aula com a matemática informal utilizada culturalmente em meios de produção da farinha de mandioca. Considerando o conhecimento presente em métodos de produção da farinha desde o plantio da maniva até o estágio final de sua produção bem como sua comercialização. Buscou-se conhecer a realidade na qual os alunos participantes da pesquisa estão inseridos, assim como buscamos conhecer também a realidade escolar a qual ele pertence. Visamos propor métodos de ensino guiados por conceito de Etnomatemática que possam garantir um meio de ensino mais eficaz, uma vez que para a concretização de tal processo

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PRÁTICAS SOCIAIS E ETNOMATEMÁTICA: ESTUDO COM PESCADORES ARTESANAIS DE SANTA CATARINA

A. Magalhães¹, V. L. Costa¹, C. G. Duarte¹¹ UFSC

[email protected]

RESUMOEste artigo tem como finalidade evidenciar conhecimentos matemáticos intrínsecos às atividades laborais de alguns pescadores que vivem no litoral catarinense. O material empírico aqui apresentado é resultante de entrevistas que realizamos em uma comunidade pesqueira de Florianópolis, localizada na Praia do Forte e na Praia do Rosa, em Imbituba. Neste artigo, nos baseamos na perspectiva “D'Ambrosiana” de Etnomatemática e procuramos também articular as investigação que realizamos com as ferramentas teóricas disponibilizadas por Ludwig Wittgenstein em sua fase de maturidade. Nossa intenção com esta investigação foi identificar os usos dados às expressões que são específicas deste modo de vida e pensar a partir daí a racionalidade que se configura. Além disto, temos como objetivo reconhecer e valorizar os saberes historicamente produzidos por essas comunidades.

Palavras – chave: etnomatemática; pescadores artesanais; jogos de linguagem; formas

de vida.

APRENDENDO MATEMÁTICA ATRAVÉS DA PESQUISA: UM OLHAR ETNOMATEMÁTICO DO POVOADO CENTRO DOS RAMOS

A. P. de S. Sampaio¹¹UEMA

[email protected] matemática de forma contextualizada e significativa é um desafio cada vez maior, principalmente em escolas da rede pública, localizadas na zona rural, onde por falta de estrutura os alunos encerram sua vida escolar na 8ª série / 9º ano do ensino fundamental. Nesse contexto, é primordial que o professor de matemática procure romper com a típica aula expositiva, promovendo situações de aprendizagem que extrapolem a dimensão escolar valorizando o meio social do educando, colocando em cena os conhecimentos matemáticos culturais existentes e estimulando os alunos a continuarem seus estudos. Uma proposta pedagógica viável é o programa etnomatemática que através da valorização dos saberes culturais torna a aprendizagem da matemática lúdica e significativa. O projeto Aprendendo matemática através da pesquisa: um olhar etnomatemático do povoado Centro dos Ramos, analisa as atividades profissionais de lavradores, pubeiras, pedreiros, carpinteiros, artesões, marchantes e açougueiros, possibilitando aos alunos de 5ª a 8ª série/ 6° a 9° ano do ensino fundamental da Unidade Integrada Ismael Moussalém Salomão, localizada no município de Barra do Corda – Maranhão, a construção e

famílias ligadas a EMEF Tiradentes, localizada no município de Novo Hamburgo - RS. Dois elementos foram observados na análise das entrevistas com as famílias. O primeiro de que a matemática escolar ocupa um lugar privilegiado em relação à matemática utilizada no cotidiano familiar e o outro de que há valorização da professora e do seu estilo de ensinar matemática.

Palavras-chave: relação família-escola; educação matemática; etnomatemática; dever de casa; classe multisseriada.

AÇÕES PEDAGÓGICAS EM COMUNIDADES INDÍGINAS: UM ESTUDO MATEMÁTICO COM AS CRIANÇAS-ESTUDANTES KRAHÔ

M. de S. Chagas¹¹UFT

[email protected] modo geral, este trabalho tem por objeto de estudo a Etnomatemática no contexto dos povos indígenas da região norte do Tocantins, em particular os Krahô, da Aldeia Manoel Alves, do município de Itacajá, localizados ao nordeste do estado, área conhecida como Kraholândia. Os Krahô são pertencentes linguisticamente ao Tronco Macro-Jê, da família Jê, do grupo Timbira, juntamente com os Apinayé, ambos os povos residem no estado do Tocantins, desde tempos imemoriáveis.

Palavras-chave: Povo Indígena Krahô; Crianças-Estudantes Indígenas; Didática da Matemática; Etnomatemática.

ATIVIDADES INVESTIGATIVAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA E LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA EM COMUNIDADES INDÍGINAS

W. R. Garcia¹¹UFT

[email protected] trabalho é parte integrante da pesquisa e do projeto em andamento com as comunidades indígenas da região norte do Tocantins, onde temos observado as simultâneas trocas de conhecimentos acadêmicos e culturais, que têm sido vivenciadas por meio das ações do Projeto de Extensão - Formação Continuados para Professores Indígenas nas Áreas Disciplinares de Laboratório de Ensino de Matemática e Didática da Matemática: o elo entre Universidade e povos indígenas.

Palavras-chave: Atividades Investigativas; Didática da Matemática; Laboratório de Ensino de

Matemática; Educação Escolar Indígena.

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ATIVIDADES MATAVIDADES DE MATEMÁTICA EM ESCOLA INDÍGINA KRAHÔ: CERTOS OLHARES

J. C. G. Araujo¹¹UFT

[email protected] que atingíssemos os objetivos proposto, delineamos, como metodologia de investigação e execução das atividades, um estudo etnográfico ou de campo por meio das técnicas da observação, caderno de registro, falas, vivência e ação participativa nos espaços de aprendizagem da Aldeia Manoel Alves, do povo Krahô. Assim pudemos observar como acontecem as relações interpessoais e o pertencimento dos indivíduos nos clãs e nos grupos cerimoniais.

Palavras chave: Povo Indígena Krahô; Formação de Professores; Ensino de Matemática; Etnomatemática.

O ENSINO DE GEOMETRIA NA ESCOLA INDÍGENA KRAHÔ 19 DE ABRIL - ALDEIA MANOEL ALVES

H. R. de Aguiar¹, E. A. P. de Melo¹¹UFT

[email protected] povo Krahô se divide em dois grupos mitológicos dentro da comunidade denominados Wakmẽye e Katamye, os quais, segundo Melatti (1978, p. 82), são assim compreendidos: “[...] A metade Wakmẽye está associada ao dia e à estação seca (verão), enquanto a outra está associada à noite e à estação chuvosa (inverno)”. Destaca-se que as atividades de sobrevivência e permanência da cultura são separadas entre os grupos mencionados anteriormente. Conforme os relatos obtidos no decorrer da realização da investigação que estamos ainda desenvolvendo com os professores indígenas Krahô, ao se reportarem a sua história de vida que remonta há a vários e vários anos, desde o período em que habitavam a região do Rio Balsas no Estado do Maranhão, devido ao contato com a colonização, eles recuaram para a margem direita do rio Tocantins, estando hoje ocupando as Terras Indígenas conhecidas como Kraolândia, nos municípios de Itacajá e Goiatins, entre os Rios Manoel Alves Grande e o Rio Manoel Alves Pequeno. Os Krahô são considerados povos do cerrado amazônico, conhecidos como grandes corredores e caçadores, tendo a sua organização social evidenciada essencialmente pelo contexto cultural da comunidade que é preservado no seu aspecto de mitos, dos símbolos, do trabalho, dos valores religiosos e nas diversas maneiras de se fazer valer os saberes da tradição frente aos conhecimentos da sociedade não indígena, de modo que esses hábitos novos, ainda que de forma tímida, adentrem os espaços de vivência e de aprendizagem dos indígenas.

Palavras-chave: Pintura Corporal Krahô; Ensino de Geometria; Educação Escolar Indígena.

Colinas – TO, também conhecida como EFA “Zé de Deus” que tem como principal característica a Pedagogia da Alternância, uma proposta educacional diferenciada aos filhos (as) de pequenos agricultores que possibilita a permanência do aluno na escola em consonância com o meio em que vive. Na parte metodológica perseguimos reflexões numa abordagem da pesquisa qualitativa. Foi utilizada a análise documental, conjuntamente com a pesquisa bibliográfica e a técnica da observação direta. Evidenciamos que o ensino de matemática, ainda que enfrente problemas de aprendizagem dos conteúdos é sustentado pela interlocução entre educação formal e educação informal no sentido de valorizar aspectos culturais das pessoas que vivem no campo. Conseguintemente o ensino contextualizado engendra uma maior capacidade para enfrentar novas situações da vida escolar, familiar e comunitária camponesa.

Palavras – chave: ensino de matemática; pedagogia da alternância; escola do campo.

O SOL E A LUA: PRÁTICAS DE MEDIDAS DE TEMPO EM ATIVIDADES AGRÍCOLAS

A. Monteiro¹, J. L. Brolezzi¹

¹ [email protected]

RESUMOEsse trabalho é um recorte de uma pesquisa que discutiu os usos e saberes que circulam em relações tempo-espaço utilizados por um grupo de agricultores no interior da Estado de São Paulo em suas práticas cotidianas. Apoiando-nos em estudos foucaultianos, partimos da perspectiva de que os saberes são produções discursivas complexas, tecidas por diversos enunciados que cumprem funções específicas dentro das práticas de um grupo. Esses discursos instituídos como verdades produzem efeitos sobre os sujeitos ao instituírem, por exemplo, regras e normas de governo e subjetivação. Desse modo a partir dessa perspectiva não podemos atribuir aos saberes qualquer verdade essencial, visto que ambos são construções demarcadas histórica e socialmente. Assim, nos interessa aqui discutir alguns saberes relacionados aos fenômenos astronômicos (tempo-espaço) que circulam nas práticas agrícolas a partir da analise de fragmentos de narrativas de um grupo agricultores, caracterizado pela prática da agricultura familiar para problematizar questões relativas ao currículo escolar.

Palavras – chave: educação; práticas sociais; agricultura; currículo.

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conhecer a realidade na qual os alunos participantes da pesquisa estão inseridos, assim como buscamos conhecer também a realidade escolar a qual ele pertence. Visamos propor métodos de ensino guiados por conceito de Etnomatemática que possam garantir um meio de ensino mais eficaz, uma vez que para a concretização de tal processo é fundamental explorar a relação que o meio cultural possui com os conteúdos ministrados pelo professor, o que facilita por sua vez a concretização de conceitos por parte do aluno, de forma a relacionar sempre a matemática formal escolar, com a matemática cultural produzida no âmbito da cultura em que este aluno está inserido.

Palavras – chave: etnomatemática; farinha de mandioca; cultura; educação.

JOGOS DE LINGUAGEM MATEMÁTICOS EM UM CURSO EM GESTÃO DE

COOPERATIVASJ. M. Schreiber¹

¹[email protected]

RESUMOO trabalho apresenta resultados de uma atividade de pesquisa que tem como objetivo analisar as questões vinculadas à Educação Matemática no curso de Tecnologia em Gestão de Cooperativas. Os aportes teóricos e metodológicos estão baseados no campo da Etnomatemática, em seus entrecruzamentos com as teorizações de Wittgenstein apresentadas em sua obra "Investigações Filosóficas". O material de pesquisa foi constituído por entrevistas realizadas com educandos do curso. A análise até aqui feita apontou a) Os jogos de linguagem matemáticos praticados nos processos de gestão de uma cooperativa apresentam semelhança de família com aqueles praticados no Curso TGC. Essa semelhança foi estabelecida via formalismo e exatidão; b) Os jogos de linguagem matemáticos praticados no setor de produção de cooperativas camponesas se caracterizam por processos de aproximação.

Palavras-chave: cooperativas, etnomatemática, educação.

O ENSINO DE MATEMÁTICA NA PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA: UM OLHAR PARA A EFA DE COLINAS-TOE. P. N. Ferraz¹, L. R. da Cruz¹

¹[email protected]

RESUMOEsta pesquisa imprime uma reflexão sobre o ensino de matemática na perspectiva da educação do campo. Foi desenvolvida durante o Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Matemática da UFT Campus de Araguaína-TO. Teve como objetivo mostrar o ensino da matemática numa realidade não urbana focalizando uma alternativa de trabalho pedagógico diferenciada das demais escolas no campo. Assim, analisamos o processo de ensino e aprendizagem da matemática. Tomamos com locus para a realização da pesquisa de campo as séries finais do ensino fundamental especificamente o 9º ano da Escola Família Agrícola de

RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO INDÍGENA, NO ESTADO DO TOCANTINS

J. R. e S. Mafra¹¹UFT

[email protected] Agosto de 2011 realizamos uma experiência relacionada à formação indígena no Estado do Tocantins, na cidade de Miracema. Durante uma semana foram realizadas ações específicas para a formação e o aperfeiçoamento de procedimentos e propostas pedagógicas indicadas para o ensino da matemática e de ciências naturais á um grupo de 120 professores indígenas da etnia Xerente, pertencentes às diversas aldeias existentes nas cidades de Miracema, Tocantínia e cidades adjacentes abrangidas pela Diretoria Regional de Ensino da Secretaria de Estado do Tocantins. Este relato aponta o desenvolvimento das ações, planejamento e efetivação da proposta de formação ao longo de 2011, conforme diretrizes e orientações curriculares propostos pela equipe da formação indígena vinculado à Secretaria de Educação.

Palavras-chave: educação matemática; formação indígena; etnomatemática.

EIXO TEMÁTICO 2ETNOMATEMÁTICA E A EDUCAÇÃO DO CAMPO

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

A EDUCAÇÃO DO CAMPO COMO VETOR DE POTÊNCIA PARA A ETNOMATEMÁTICA

C. G. Duarte¹¹UFSC

[email protected] artigo busca refletir sobre as condições favoráveis que são oferecidas pela Educação do Campo para experiências etnomatemáticas. Os princípios que sustentam tal educação aliado a sua forma de organização dos tempos e espaços – Pedagogia da alternância constituem-se em um terreno bastante favorável para a investigação de diferentes racionalidades. No entanto, tal condição favorável exige, por sua vez, uma intensa reflexão no sentido de não subordinarmos as racionalidades presentes no campo à racionalidade acadêmica. É na perspectiva desta discussão que este artigo pretende inserir-se.

Palavras – chave: Etnomatemática; Educação do Campo; Pedagogia da Alternância; Ciência de Estado; Ciência Nômade.

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A ETNOMATEMÁTICA NA CERÂMICA PERUANA EM JARDIM DO SERIDÓ (RN)G. C. de A. Junior¹, F. de A. Bandeira¹, P. G. F. Gonçalves¹

¹[email protected]

RESUMOO presente artigo apresenta um recorte da nossa pesquisa de dissertação, em andamento, cujo objetivo principal é investigar conhecimentos matemáticos utilizados como ferramentas na fabricação e comercialização de telhas de cerâmica vermelha pelos oleiros da comunidade Povoado Currais Novos/RN, localizada a 250 km da capital do Rio Grande do Norte. A olaria Peruana, campo de nossa pesquisa, fica situada nessa comunidade, um distrito do Município de Jardim do Seridó, cuja economia principal é a fabricação e comercialização de telhas de cerâmica vermelhas para o Rio Grande do Norte e estados circunvizinhos. Para alcançarmos nosso objetivo, estamos nos apoiando nas técnicas da pesquisa etnográfica, além das concepções d'ambrosianas de Etnomatemática e de outros pesquisadores alinhados a essa linha de pensamento. Nas pesquisas de campo a essa olaria, até o presente momento, podemos inferir que há conhecimentos matemáticos no manejo da fabricação e comercialização de telhas, muitas vezes diferentes do conhecimento matemático formal. Conhecimentos esses que são passados de pai para filho, principalmente no manejo com as medidas de tempo, métodos de contagem, cubagem da matéria prima, áreas, volume, comercialização das telhas, entre outros conhecimentos.

Palavras – chave: Matemática; Cultura; Conhecimentos Socioculturais; Etnomatemática; Ensino de Matemática.

A ETNOMATEMÁTICA NO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO

M. M. Formigosa¹, B. das G. S. da Silva²¹UFPA, ²PMA

[email protected] presente trabalho tem por objetivo apresentar uma análise do Projeto Político Pedagógico (PPP) do Curso de Licenciatura em Educação do Campo (Habilitação em Matemática) do Programa de Apoio a Formação Superior em Educação do Campo – PROCAMPO/UFPA/Abaetetuba – visando identificar, no mesmo, vertentes da Etnomatemática, uma das tendências da Educação Matemática, que busca valorizar os saberes oriundos de grupos sociais diversos que contribuem para o ensino de Matemática nos diversos níveis de ensino. A relevância para tal pesquisa justifica-se pelo fato de o PPP ser o documento norteador de um curso de Graduação, onde nele estão contidas as diretrizes que determinam o perfil do egresso que se pretende formar, nesse caso, Licenciados Plenos em Educação do Campo, que atuarão em escolas do campo, com uma sólida formação teórico-prática em Matemática. Por se tratar de um curso que poucas instituições de ensino ofertam, o seu PPP, fruto de uma discussão de atores sociais locais (movimentos sociais do campo, instituições de ensino e

não-acadêmicos, exigidos para estas construções, buscando o respeito por esses saber a sua valorização.

Palavras – chave: etnomatemática; educação matemática; conhecimento não-acadêmico.

ETNOMATEMÁTICA: UM DIÁLOGO ENTRE SABERES TRADICIONAIS E SABER MATEMÁTICO ESCOLAR

M. A. L. de Queiroz¹¹SEDUC (PA)

[email protected] artigo apresenta a comunidade acadêmica e científica um dos eixos de análise de minha dissertação de mestrado: “INTERAÇÃO ENTRE APRENDIZAGEM MATEMÁTICA E OS SABERES TRADICIONAIS DOS RIBEIRINHOS DA AMAZÔNIA NO CONTEXTO DA SALA DE AULA” (2009). Compreender a possível relação entre saberes tradicionais da cultura dos alunos ribeirinhos e os conhecimentos matemáticos escolares na construção de saberes outros, relevantes à vida do aluno no seu cotidiano, incluindo o escolar foi o objetivo da pesquisa. Foram realizadas observações na sala de aula e no cotidiano extra-escolar de um grupo de 11 (onze) alunos de 5ª série (6º ano), que estudam em uma escola urbana e reside na Ilha Grande Belém. O diário de campo, diálogos informais, entrevista semi-estruturada e registros fotográficos serviram de ferramentas na coleta de informações que aconteceu por um período de oito meses no ano de 2008. Nas potencialidades matemáticas evidenciadas nos saberes/fazeres desses alunos, um artefato – a rasa - construído artesanalmente e utilizado matematicamente por eles como instrumento de medida, foi identificado como uma referência que difere dos instrumentos de medida reconhecidos pela escola. O embasamento teórico foi fundamentado, principalmente, em algumas obras de D'Ambrosio, Bishop, Almeida, Vergani e Paulo Freire, que enfatizam o conhecimento matemático numa perspectiva cultural e defendem a proposta de que o ensino e a aprendizagem escolar devem partir do conhecimento tradicional do aluno. A Etnomatemática nesse contexto é eleita como um diálogo que possibilita a interação entre os saberes tradicionais dos alunos ribeirinhos e o saber matemático escolar.

Palavras – chave: etnomatemática; saberes tradicionais; aprendizagem matemática.

ETNOMATEMÁTICA: UMA RELAÇÃO ENTRE OS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS FORMAIS E CULTURAIS NA PRODUÇÃO DE FARINHA DE

MANDIOCAA. N. da Cruz¹, O. I. de S. Neto¹, T. R. dos Santos¹

¹[email protected]

RESUMOEste estudo tem a finalidade de apresentar as possibilidades de relacionar a matemática utilizada em sala de aula com a matemática informal utilizada culturalmente em meios de produção da farinha de mandioca. Considerando o conhecimento presente em métodos de produção da farinha desde o plantio da maniva até o estágio final de sua produção bem como sua comercialização. Buscou-se

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AS NARRATIVAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NORMALISTAS RURALISTAS: UM OLHAR ETNOMATEMÁTICO

P. S. P. da Silva¹¹ UNINOVE

[email protected] artigo apresenta os resultados de uma pesquisa de doutorado cujo objetivo foi compreender a formação de professores da Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte sob uma perspectiva etnomatemática. Trata-se de uma pesquisa teórica de cunho histórico-etnográfico. Situa-se num contexto que inclui uma descrição breve da realidade educacional – em particular, do ensino normal rural – e dos debates pedagógicos produzidos no período. Procuramos compreender o processo histórico de implantação da ENRJN, mediante um resgate de memória institucional e da história local. A organização curricular para formação docente da Instituição estabelecia um curso normal rural. Por isso, analisamos os conteúdos da matemática ensinados e as relações dos conhecimentos matemáticos aplicados às práticas dos futuros professores, assim como, as narrativas produzidas dentro daquele contexto escolar. Assim, propomos a apresentar os critérios que determinam a investigação e o estabelecimento das fontes. Integra também à este esforço a seleção e organização das fontes – orais, escritas e etnográficas -. A pesquisa aponta convergências com o referencial teórico, reforçando colocações encontradas na teoria de Paulo Freire, em leituras sobre Educação Matemática e Etnomatemática. Podemos visualizar também um contexto de ensino a partir de um importante tripé: política, matemática e cultura.

Palavras – chave: escola normal rural; formação de professores; educação matemática; etnomatemática.

CONSTRUINDO CURRAIS E PONTES: UMA ABORDAGEM ETNOMATEMÁTICAR. M. G. Lopes¹, T. D. Rodrigues²

¹UFMS, ²[email protected]

RESUMOO presente artigo tem como objetivo descrever dois relatos de experiências que, abordam procedimentos relativos a construção de um curral e de uma ponte. Para a produção de dados foram usadas ferramentas de caráter etnográfico – foram feitas entrevistas não estruturadas e as explicações foram registradas por escrito, desenhadas e fotografadas – a partir da narrativa do senhor João Garcia de Almeida, morador da zona rural da cidade de Inocência no estado de Mato Grosso do Sul. O trabalho também lança mão de alguns aportes teóricos inerentes da Etnomatemática, que proporciona refletir sobre os conhecimentos

pesquisa, sociedade civil, etc), apresenta elementos que estão diretamente relacionados com as características da tendência Etnomatemática, uma vez que parte do princípio da valorização da cultura dos sujeitos do campo: agricultores, pescadores, lavradores, ribeirinhos, artesãos, carpinteiros, remanescentes de quilombos. Na fundamentação teórica, parte integrante da pesquisa, buscou-se apresentar discussões a cerca da Etnomatemática e Educação do Campo com pesquisa bibliográfica de autores que discutem tais temáticas bem como em documentos oficiais do Governo.

Palavras – chave: Educação do Campo; Etnomatemática; PROCAMPO; Cultura.

AS BASES DE UM PROJETO POPULAR DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PARA O MST

L. N. S. C. de Barbosa¹¹IFSP

[email protected] aqui um breve histórico do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e, aliada à luta pela terra, a sua luta pela educação. Caldart (2004) identifica aí três momentos distintos: a luta pela inserção dos militantes na escola; a luta por uma escola feita para os militantes; e, por fim, a luta por uma escola do movimento preocupada com a formação do sujeito em um projeto popular. Com base nisso, apresentaremos uma escola, a Escola Nacional Florestan Fernandes, que se encontra na terceira dessas fases, isto é, além de feita para os militantes e pelos militantes, tem em seus objetivos a formação do sujeito em um projeto popular. Quais seriam, assim, as bases de um projeto popular de educação matemática para o MST? Apresentaremos o Programa Etnomatemática como uma alternativa, aliado à concepção problematizadora de educação (FREIRE, 1978).

Palavras – chave: educação matemática; etnomatemática; educação do campo; movimento dos trabalhadores rurais sem terra (mst); educação popular.

CULTURA E ETNOMATEMÁTICA: APRESENTAÇÃO DE ALGUMAS ESTRATÉGIAS

MATEMÁTICAS DOS LAVRADORES DO ASSENTAMENTO RURAL NATUR DE

ASSIS (BA)G. R. Silva¹

¹[email protected]

RESUMOO texto é um recorte do trabalho de campo apresentado em uma dissertação de mestrado (em fase de defesa). O estudo permitiu a identificação e apresentação de estratégias matemáticas utilizadas por trabalhadores de um assentamento rural do interior do estado da Bahia e discutiu Etnomatemática a partir do conceito de normalização. Das estratégias identificadas, o autor selecionou para esta apresentação as menos discutidas em outros trabalhos ou que se diferenciam, de algum modo, de estratégias apresentadas anteriormente noutras pesquisas. O texto expõe estratégia de alinhamento de abacaxizeiros, técnica de produção de distanciamentos

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regulares entre fileiras de plantas e estratégias de cubação identificadas no cotidiano laboral dos trabalhadores rurais assentados.

Palavras – chave: etnomatemática; assentamento; normalização.

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E A CULTURA DA VITIVINICULTURA: UM ESTUDO NA PERSPECTIVA DA ETNOMATEMÁTICA

I.M. Giongo¹, F. Grasseli², M. T. Quartieri¹

¹Centro Universitário UNIVATES, Escola Estadual de Educação Básica Pedro [email protected]

RESUMOO presente trabalho tem por objetivo examinar quais regras matemáticas emergem quando um grupo de estudantes do terceiro ano do Ensino Médio de uma Escola Estadual localizada num pequeno município da Região da Serra Gaúcha analisa questões vinculadas à cultura da vitivinicultura nas aulas da disciplina Matemática e quais os sentidos por eles atribuídos a tais regras e àquelas usualmente presentes na matemática escolar. O material de pesquisa foi constituído pelo diário de campo do professor - pesquisador, filmagens da prática pedagógica, entrevistas semiestruturadas feitas pelos alunos com agricultores da Região, material escrito e produzido pelos discentes, observações em uma Tanoaria do município e entrevista realizada pelo professor-pesquisador com o proprietário desse estabelecimento. Tendo como referenciais teóricos o campo da educação matemática denominado de Etnomatemática, a análise efetivada sobre o material de pesquisa resultou em três unidades de análise: a) as regras matemáticas que emergiram das práticas laborais dos entrevistados aludem a estimativas e a arredondamentos; b) na análise das práticas matemáticas não escolares, os alunos, durante as apresentações dos trabalhos, referiam-se a estas por meio de regras presentes na matemática escolar e c) o professor e os alunos tornaram-se pesquisadores durante a efetivação da prática pedagógica.

Palavras – chave: educação matemática; ensino médio; etnomatemática.

ETNOMATEMATICA E MEIO AMBIENTE: OS IMPACTOS AMBIENTAIS

PROVOCADOS PELOS RESÍDUOS DA PRODUÇÃO DE FARINHA DE MANDIOCA E

SEUS DERIVADOSM. V. M. Almeida¹, M. A. L. de Queiroz¹

¹SEDUC (PA)[email protected]

RESUMONesse artigo relatamos resultados parciais das atividades desenvolvidas no projeto de pesquisa “OS SABERES MATEMÁTICOS OBSERVADOS NA PRODUÇÃO DE FARINHA DE MANDIOCA E SEUS DERIVADOS E OS IMPACTOS AMBIENTAIS PROVOCADOS POR ESSA CULTURA NO MUNICÍPIO DE GARRAFÃO DO NORTE /PA.”, que faz parte do meu plano de disciplina envolvendo

de trabalho. Aqui comunicamos um deles: “Os impactos ambientais provocados pelos resíduos da produção de farinha de mandioca e seus derivados na sede do município de Garrafão do Norte-Pa”. O objetivo do estudo é compreender as práticas realizadas durante todo o processo do plantio a produção e venda da farinha de mandioca e seus derivados e os saberes matemáticos envolvidos neste contexto, bem como, os impactos ambientais causados por essa produção buscando uma relação entre esses saberes. Utilizamos como referencial teórico da pesquisa a Etnomatemática por ser um estudo que ultrapassa o ambiente escolar, entrelaçando a vivencia cultural e social da comunidade. Além disso, a pesquisa tem como propósitos verificar os prejuízos locais provocados por esta cultura e pesquisar sugestões de manejo consciente e aproveitamento de resíduos, ambientalmente correto e economicamente sustentável.

Palavras-chave: etnomatemática; educação ambiental, manejo consciente, saberes matemáticos.

ETNOMATEMATICA: OS SABERES MATEMATICOS OBSERVADOS NA PRODUÇÃO DE FARINHA DE MANDIOCA E SEUS DERIVADOS NO MUNICIPIO DE GARRAFÃO

DO NORTE – PAM. V. M. Almeida¹, M. A. L. de Queiroz¹

¹SEDUC (PA)[email protected]

RESUMONesse artigo relatamos os resultados das atividades desenvolvidas no projeto de pesquisa “OS SABERES MATEMÁTICOS OBSERVADOS NA PRODUÇÃO DE FARINHA DE MANDIOCA E SEUS DERIVADOS E OS IMPACTOS AMBIENTAIS PROVOCADOS POR ESSA CULTURA NO MUNICÍPIO DE GARRAFÃO DO NORTE /PA.”, que faz parte do plano de disciplina da professora Maria Vani Magalhães Almeida envolvendo todas as séries do ensino médio da Escola Professor Mário Brasil. A pesquisa foi dividida em dois planos de trabalho e este se propôs a investigar “Os saberes matemáticos observados na produção de farinha de mandioca e seus derivados no Município De Garrafão Do Norte-Pa”. Na proposta de investigação optamos pela produção (fabricação) da farinha de mandioca e seus derivados na perspectiva de identificar princípios matemáticos nos saberes/fazeres tradicionais dos agricultores durante o processo do plantio a produção e venda da farinha e derivados da mandioca, buscando uma relação entre os saberes escolares e os saberes cotidianos deste contexto. Para a realização da coleta de dados, fizemos visitas sistemáticas às casas de farinha durante as etapas da investigação: observações diretas nos locais investigados que consta de 05 casas de farinha localizadas na sede do município, e na oportunidade utilizamos como instrumento de coleta entrevistas semi estruturadas, registro em diário de campo e fotográfico. A opção pela proposta da Etnomatemática deu-se pela reflexão constante da nossa ação docente e a percepção da necessidade de modificar as metodologias que utilizamos em nossa ação docente.

Palavras – chave: saberes matemáticos; etnomatemática; resolução de problemas; aprendizagem matemática.

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