Livro Entendendo o BIM

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  • 7/24/2019 Livro Entendendo o BIM

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    ENTENDENDO BIMUMA VISO DO PROJETO

    DE CONSTRUO SOB O

    FOCO DA INFORMAO

    1 Edio

    Tiago Francisco Campestrini

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    Autores

    Tiago Francisco CampestriniMarlon Cmara Garrido

    Prof. Dr. Ricardo Mendes Jr.

    Prof. Dr. Srgio Scheer

    Prof. Dra. Maria do Carmo Duarte Freitas

    Editor

    Tiago Francisco Campestrini

    Entendendo BIM

    Uma viso do projeto de construo sob o

    foco da informao

    1 Edio

    Curitiba, Paran, Brasil, 2015

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    PARCEIROS

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    Direitos Reservados 2015 Entendendo BIM

    Impresso no BrasilProjeto grfco

    FABRICIO NOGUEIRA COSTA

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    IDEIAS

    Modelagem da Informao da Construo

    ou BIM deve ser entendida como um novo

    paradigma de desenvolvimento de empre-

    endimentos de construo envolvendo to-das as etapas do seu ciclo de vida, desde os

    momentos iniciais de definio e concepo,

    passando pelo detalhamento e planejamen-

    to, oramentao, construo at o uso com

    a manuteno e mesmo as reformas ou de-molio. um processo baseado em mo-

    delos paramtricos da edificao visando a

    integrao de profissionais e sistemas com

    interoperabilidade de dados e que fomenta

    o trabalho colaborativo entre as diversas es-pecialidades envolvidas em todo o processo,

    do incio ao fim.

    Prof. Dr. Srgio Scheer

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    Informao de qualidade e antecipada, gera-

    das com dados e clculos precisos, no deve

    ser confundida com estimativas.

    Prof. Dr. Ricardo Mendes Jr.

    A Informao com qualidade aquela queajuda a empresa a fazer mais com menos.

    Prof. Dra. Maria do Carmo Duarte Freitas

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    SUMRIO

    APRESENTAO........................10

    CONTEXTUALIZAO........................13CENRIO ATUAL E POTENCIAL PARA RESULTADOS........................19

    UM NOVO CAMINHO........................24

    O PROJETO DE CONSTRUO SOB O FOCO DAINFORMAO........................30

    O PROJETO DE CONSTRUO CIVIL......................32

    A EXECUO DAS OBRAS........................44

    ENTENDENDO O BIM........................52

    COLABORAO........................54

    O MODELO........................67

    NORMATIZAO........................79

    CONSIDERAES DE BIM........................82

    GANHOS COM BIM NA CONSTRUO CIVIL............85

    A INFORMAO NA CONSTRUO CIVIL........................88

    O QUANTO SE GANHA?........................93

    FLUXO DE INFORMAES NA CONSTRUTORA........................95

    EXEMPLO DE GANHOS ATUALMENTE COM BIM........................100

    BIBLIOGRAFIA........................108

    PRXIMOS PASSOS........................113

    AGRADECIMENTOS........................117

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    Entendendo BIM

    APRESENTAO

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    Este livro foi elaborado com base nas prticas do

    mercado, artigos cientficos, experincias dos auto-res, discusses com profissionais do mercado e em

    necessidades estabelecidas atravs de instituies

    de classe. Seu contedo dirige-se ao uso da infor-

    mao durante processos de desenvolvimento de

    um empreendimento da construo civil sob o focodo BIM.

    Proposta baseada em duas dcadas de estudos

    sobre a gesto e uso de tecnologia da informao

    e comunicao na Construo Civil, realizados no

    Centro de Estudos de Engenharia Civil (CESEC), da

    Universidade Federal do Paran (UFPR), e do uso

    do conceito em empresas do setor, por meio do Sin-

    dicato da Indstria da Construo Civil no Paran

    (SINDUSCON-Pr).Temos a ousadia de entregar uma literatura sobre

    uma tecnologia nova: a Modelagem da Informao

    da Construo ou Building Information Modeling

    (BIM). Procuramos trazer praticidade para o enten-

    dimento ao mesmo tempo garantindo base neces-

    sria para a evoluo dos leitores do assunto aqui

    apresentado.

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    Entendendo BIM

    Essa tecnologia est em fase de implantao no Pas

    e ainda espera-se compreender o quanto e como

    revolucionar a construo civil nacional. Portanto,

    pretendemos orientar e trazer o leitor a pensar junto

    sobre os rumos da tecnologia BIM no Pas.

    Gestores, engenheiros e arquitetos atuantes em

    construtoras de pequeno e mdio porte so o nossoprincipal alvo.

    Esta tecnologia evolui a cada novo artigo e a cada

    nova aplicao no mercado, e por isso, que esta lei-

    tura seja apenas uma ferramenta no seu desenvol-

    vimento.

    Tiago Francisco da Silva, conhecido como Tiago Campestrini

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    CONTEXTUALIZAO

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    Nas ltimas dcadas, o avano tecnolgico dos

    computadores, de software, dos smartphones e dainternet impactou tanto nas pessoas quanto nas

    organizaes. Percebe-se a crescente quantidade e

    velocidade das informaes geradas e disponibili-

    zadas em ambientes reais e virtuais. Hoje, manter-

    -se atualizado necessrio mais que apenas serdetentor da mais avanada tecnologia ou de pos-

    suir mais e melhores informaes, mas requer a

    adaptao e otimizao de processos gerenciais e a

    formao das pessoas.

    No campo da tecnologia da informao, a comple-

    xidade de investir nas equipes das organizaes

    tem sido o maior desafio, pois requer flexibilidade

    e mudanas na forma de pensar e agir dos profis-

    sionais atuantes no processo. E isto est intrinsica-

    mente relacionado aos hbitos de cada um. Uma

    vez passada essa barreira, novas oportunidades e

    novos avanos podem ser visualizados, pois, via de

    regra, as tecnologias inovadoras trazem vantagens

    competitivas fceis de serem identificadas.No setor da construo civil, a cada dia surgem

    novas solues em mtodos, ferramentas, proces-

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    Entendendo BIM16

    sos, conceitos, entre outros, e cabe s construtoras

    utiliz-las medida do possvel para conseguiremse manter competitivas. O BIM surge como ferra-

    menta para analisar e facilitar o acesso a essas

    inovaes. preciso que as construtoras estejam

    sempre avanando tecnologicamente, no ritmo

    certo, dentro das suas capacidades, mas sistema-ticamente evoluindo tcnicas e hbitos dos seus

    colaboradores.

    Depois de apresentar as solues de Enterprise Re-

    sources Planning (ERP), as tecnologias da informa-

    o trazem para o setor da construo civil nacional

    a Modelagem da Informao da Construo, em in-

    gls, Building Information Modeling (BIM). Ela sur-

    giu como resultado de pesquisas cientficas de pases

    mais tecnologicamente desenvolvidos na construo

    civil na dcada de 70, cuja necessidade era melhorar

    a tomada de deciso em vista a crescente quantida-

    de de informaes disponveis e as novas exigncias

    e especialidades esperada no mercado daqueles pa-

    ses (como segurana, certificaes ambientais, sus-tentabilidade, conforto, entre outros).

    BIM pode ser utilizado em todas as fases de uma

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    edificao (fases de projeto, obras, uso e demoli-

    o), no entanto, como primeiro volume, neste

    guia, vamos tratar do tema BIM sendo utilizado na

    fase de projetos, focando no seu impacto nas fases

    de projeto e execuo das obras. Veremos porque o

    BIM poder ser classificado como A tecnologia das

    tecnologias, o que seu conceito de desenvolvimen-

    to de empreendimentos exigir dos profissionais

    envolvidos e como pode auxiliar no desenvolvimen-

    to tecnolgico das construtoras de forma gradual,

    eficaz e eficientemente.

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    Entendendo BIM18

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    CENRIO ATUAL E POTENCIAL PARA

    RESULTADOS

    Vamos refletir juntos: Aps a aprovao da viabili-

    dade de um empreendimento, parte-se para o de-

    senvolvimento dos projetos, cujos produtos finaisnormalmente so desenhos, planilhas, cronogra-

    mas e textos. nesta etapa que determinado es-

    sencialmente quanto custar as obras, o prazo de

    execuo e o produto a ser entregue.

    Supondo a contratao dez outras equipes de pro-jeto, independentemente daquela primeira equipe,

    para desenvolver dez outros projetos, garantindo

    que todas projetassem o mesmo produto final. Ao

    final, ao todo se teria 11 projetos para o mesmo pro-

    duto a ser entregue, no entanto, cada um com suassolues para custo e prazo de execuo. Alguns

    desses teriam, por exemplo, solues para lajes, fe-

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    Entendendo BIM20

    chamentos, shafts, coberturas, reservatrios, custos

    de materiais, produtividade de equipes e sequencia-mento construtivos diferentes dos demais.

    Para fechar a ideia, qual desses projetos seria escolhi-

    do para ser executado? Uma vez que todos entregam o

    mesmo produto final, muito provavelmente seria esco-

    lhido aquele que previsse menor custo e prazo de exe-cuo.Portanto, considerando a chance do projeto

    escolhido (entre os 11 desenvolvidos) ser de me-

    nor custo e menor prazo daquele primeiro e nico

    projeto (aquele desenvolvido pela primeira equipe

    contratada) potencialmente maior.

    Com BIM possvel contratar uma nica equipe de

    projetos e ainda ter inmeros projetos diferentes at

    a definio das melhores solues para o projeto a

    ser executado no canteiro de obras. Esta a possi-bilidade oferecida pelo BIM. Utilizando um modelo

    computacional, a equipe colaborativa do projeto

    pode propor inmeras solues para as diversas

    necessidades do empreendimento, e, mantendo no

    projeto apenas as melhores solues encontradas,tem-se um projeto melhor.

    Em CAD, tende-se a fazer as discusses das deci-

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    ses verbalmente e, ento, toma-se deciso por

    uma nica soluo. Esta documentada a cadafase e poucas so as vezes onde h alterao dessas

    ao longo do desenvolvimento do projeto, havendo

    apenas a compatibilizao daquela deciso com as

    demais solues.

    Os primeiros usos do BIM tm se dado no mercadocomo uma ferramenta para a compatibilizao es-

    pacial do projeto. Assim facilmente possvel iden-

    tificar que BIM est sendo usado apenas como uma

    ferramenta no processo de desenvolvimento de pro-

    jetos tradicional (aquele processo segmentado em

    anteprojeto, projeto bsico e projeto executivo), e no

    exatamente como um novo processo de desenvolvi-

    mento de projetos por inteiro.

    Isto acontece sobretudo porque v-se BIM exclusi-vamente como um desenho 3D, ou um software,

    negligenciando o que tange a mudana dos pro-

    cessos e pessoas. Pensando BIM apenas como sof-

    tware teremos basicamente os ganhos de enviar-

    mos obra um projeto totalmente compatibilizado(acredita-se assim em uma reduo de 2% a 5% de

    custos), ao passo que se BIM for entendido como

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    Entendendo BIM22

    mudana de processo (envolvendo mudanas de

    cultura, hbito e pessoas) teremos inmeros pro-jetos para uma nica edificao, sendo possvel re-

    dues de custos potencialmente 10 vezes maiores.

    Algumas empresas j conseguem usar o modelo

    para outros fins, como retirar informaes de custo

    do empreendimento, informaes atravs de dese-nhos para envio obra, informaes de mtodos

    construtivos, dentre outros. No uso de BIM para ex-

    trair valores de custo, por exemplo, medida que

    as solues so inseridas no modelo, pode-se sa-

    ber qual ser o custo previsto do empreendimento

    naquele momento. Essas informaes auxiliam na

    tomada de deciso de manter a soluo inserida ou

    buscar outra.

    Como futuro, ser possvel utilizar modelos paraextrair informaes de manuteno da edificao,

    de consumo de energia eltrica, de conforto e de-

    sempenho das edificaes, e entre outras possibili-

    dades ainda desconhecidas, mesmo ainda na fase

    de projetos E, assim, quanto mais informao sobreuma edificao for utilizada durante o seu desen-

    volvimento, melhor tende a ser o projeto final.

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    Para chegar l, preciso analisar sob a tica da in-

    formao como se desenvolve um empreendimen-

    to da construo civil, desde o incio dos estudos de

    viabilidade tcnico-financeira at o incio do uso da

    edificao (como citamos, este documento restrin-

    ge-se a detalhar o uso do BIM na fase de projetos,

    visando ganhos nessa fase e na de execuo do em-

    preendimento).

    O Instituto IDD desenvolveu uma ps-graduao

    especfica para BIM dentro da ideia de gesto de in-

    formao em projetos de construo civil atrelado

    colaborao dos profissionais envolvidos, temas aserem discutidos neste livro.

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    Entendendo BIM24

    UM NOVO CAMINHO

    Recentemente, as construtoras de mdio e peque-

    no porte passaram pela implantao dos softwa-

    res ERPs, que de maneira geral, exigiu bastante

    investimento de tempo, organizao e padroniza-

    o das firmas. Percebe-se que muitas foram as

    empresas nas quais a implantao deu-se apenas

    no mbito do sistema de finanas (suprimentos,

    contabilidade e financeiro) dos empreendimen-tos, ficando em segundo plano o planejamento e

    a gesto da qualidade. Isso se d pela dificuldade

    de gerao e organizao das informaes nessas

    outras reas. H dificuldade em sistematicamen-

    te obter-se informaes do que exatamente j foiexecutado no canteiro de obras e qual a qualidade

    dos servios realizados, por exemplo.

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    Os empreendimentos de construo civil normal-

    mente so marcados pelo envolvimento de grandequantidade de profissionais e, em muitos casos, h

    diferentes especialistas envolvidos a cada projeto.

    Outra caracterstica a variabilidade das infor-

    maes a cada novo empreendimento, por serem

    executados em locais, condies, recursos e prazosdiferentes.

    Para desenvolver construes mais ousadas, com

    metas mais rgidas de custo, por exemplo, as infor-

    maes que fluem durante as fases de projeto e de

    obras precisam estar mais organizadas, sendo esta

    a base para que as solues entregues por cada um

    dos envolvidos sejam melhores (mais eficientes,

    de menor risco, de melhor eficincia e eficcia, de

    melhor facilidade de aplicao na obra etc.). Alm

    disso, muitas dessas solues afetam outras disci-

    plinas do projeto, impactando nas solues de ou-

    tros profissionais da equipe, exigindo discusses e

    comprometimento de todos os envolvidos. E ento

    surge a necessidade da colaborao.Ser o fim dos processos de projeto em que cada en-

    volvido entrega sua parte (sua soluo) baseada es-

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    Entendendo BIM26

    sencialmente em um plano de necessidades, e o incio

    dos processos de projeto colaborativo nas quais assolues, e inclusive as necessidades so decididas de

    forma conjunta.

    Colaborar contribuir com as melhores solues

    para um objetivo compartilhado, obtendo-se o

    melhor de cada um dos profissionais envolvidosem um projeto. Esse termo difere de cooperar,

    onde todos contribuem com seus esforos, sendo

    a meta comum atingida pela soma dos objetivos

    de cada envolvido.

    Sob o ponto de vista do BIM, a colaborao pre-

    cisa de gesto da informao, pois por meio da

    informao que h interao entre os profissio-

    nais. Essa troca de conhecimentos (atravs da

    troca de informaes) se d de vrias formas, emreunies, ligaes telefnicas, e-mails, desenhos,

    planilhas, memorial etc. A informao enviada

    por um profissional da equipe depende daque-

    la que este recebe anteriormente. Por exemplo,

    um projetista de instalaes eltricas enviar oseu projeto bsico de acordo com o projeto ar-

    quitetnico que lhe foi enviado anteriormente, ou

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    o projetista de estruturas vai propor uma solu-

    o para lajes de acordo com as necessidades epossibilidades enviadas previamente pela equipe

    de obras. Assim, se a informao recebida pelo

    profissional estiver errada ou incompleta o pro-

    fissional responsvel no possuir informaes

    para entregar solues corretas ou completas.Alm das informaes iniciais de projetos, existem

    informaes geradas ao longo do seu desenvol-

    vimento, como, por exemplo, a soluo de reves-

    timento externo custar alm do valor gasto em

    obras anteriores, ou o shaft do banheiro da sute

    est muito pequeno. So vrias as informaes

    trocadas durante o desenvolvimento (processo) do

    projeto e, por ser com base nelas que os envolvidos

    encontram solues (tomam decises), necess-

    ria preciso na sua gerao e manipulao.

    nesse contexto que surge o modelo computa-

    cional, cujo objetivo conter todos os dados atu-

    alizados do projeto, e em cima deste modelo com-

    putacional devem ser geradas (modeladas) asinformaes para serem usadas pela equipe cola-

    borativa.

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    Entendendo BIM28

    Com os dados de um projeto registrados em um ni-

    co local (neste caso em um modelo computacional)busca-se garantir que as informaes modeladas

    em cima deste sejam baseadas consequentemente

    nas solues de todos os envolvidos no projeto. Por

    exemplo, se forem deixadas todas as contas pagas e

    a pagar de uma empresa, impressas em uma ni-ca pasta de documentos, facilmente possvel ex-

    trair informaes como: quanto ainda se deve pa-

    gar com as contas at o final do ms, o quanto j foi

    pago, se a conta de gua j foi recebida, etc. Neste

    caso, as informaes sero mais precisas pelo fatode se ter todas as contas em um nico lugar.

    Utilizando um modelo computacional, prev-se que os

    elementos do projeto estejam compatveis entre si. O

    que caracteriza essa central de dados como um mo-

    delo, e no apenas como um banco de dados, sua

    capacidade de se auto ajustar dependendo da infor-

    mao nele inserida.

    Devido ao cuidado com a informao e seu relevante

    papel durante o desenvolvimento de um empreendi-mento, prope-se analisar as etapas de projeto e a

    execuo de obras sob a tica da informao, antes de

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    ir diretamente para o BIM. Entendendo quais, como e

    por quem as informaes fluem dentro da construto-

    ra, ser possvel identificar possibilidades de ganhos e

    necessidades de mudana para o uso do BIM.

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    Entendendo BIM30

    O PROJETO DECONSTRUOSOB O FOCO DA

    INFORMAO

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    Neste captulo h uma anlise da fase deproje-

    tos sob a viso da informao. Essa fase de pro-

    jetos, denominada de Projeto do Sistema de Pro-

    duo (PSP), segundo Nigel Slack em sua obra

    Administrao da Produo, de 1997, dividida em

    Projeto do Produto e Projeto do Processo. Tambm

    ser desenvolvido o entendimento de execuo

    de obras, caracterizando-a como Planejamento e

    Controle da Produo (PCP).

    Com esses conceitos de Projeto do Sistema de Pro-

    duo (PSP) e Planejamento e Controle da Produo

    (PCP) analisados sob o ponto de vista da informa-o, haver a base necessria para o entendimento

    do BIM e para identificar os ganhos possveis com a

    ferramenta. Ainda, ao final sero propostos passos

    para formar uma ideia de como comear a usar BIM.

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    Entendendo BIM32

    O PROJETO DE CONSTRUO CIVIL

    O termo projeto muito utilizado e entendido na

    construo civil brasileira de diferentes maneiras,

    a depender do momento e contexto. No cotidiano,

    projeto entendido como:

    Projeto como empreendimento: re-

    sultado de uma anlise de negcios,

    podendo ter como produto uma nova

    edificao, um novo mercado, um pro-

    cesso de implantao de novas tec-

    nologias etc. Utilizado em uma viso

    ampla.

    Concepo dos projetos: Fase que an-

    tecede a execuo das obras que se

    inicial normalmente aps a definio

    do estudo de viabilidade tcnica-eco-nmica.

    Projeto como desenhos: desenhos tc-

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    nicos cujo objetivo orientar a execu-

    o das construes dentro do canteiro

    de obras.

    Neste livro, vamos tratar projeto como as ativida-

    des que antecedem execuo das obras (fase de

    design e aqui chamada de fase do Projeto do Sistema

    de Produo). O projeto resultado da ao e esfor-o de definir o produto a ser entregue e do processo

    produtivo da execuo de obras, segundo Slack.

    De maneira geral, na construo civil entende-se

    como projeto o conjunto de pranchas contendo de-

    senhos de arquitetura, estrutura, fundao, instala-

    es e detalhes executivos somados aos memoriais

    descritivos, especificao de materiais, atas de reu-

    nies, entre outros. com essas informaes que

    inicia-se a execuo de uma obra. Pouco se aten-ta ao projeto do processo produtivo, ou seja, como

    aquele produto ser executado. Esse, basicamente,

    considerado apenas por meio de premissas iniciais.

    Tomando como base a indstria de manufatura tra-

    dicional (indstria automobilstica, de eletrodoms-ticos etc.), o produto final pode inclusive ser deter-

    minado dependendo do processo de fabricao a ser

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    Entendendo BIM34

    utilizado (se possumos uma mquina que fabrica

    apenas copos de plstico com frisos, ento o copo

    de plstico entregue ao cliente ser com frisos). A

    equipe de produo dessas indstrias desenvolve o

    projeto do processo de produo juntamente com a

    equipe de desenvolvimento do produto. Assim, am-

    bas tomam decises em conjunto, resultando emuma soluo mais eficiente e eficaz. Esse procedi-

    mento tambm j realidade em construtoras ao

    redor do mundo.

    Essa sinergia entre o projeto do processo e o proje-

    to do produto antecipa problemas e exige soluescom a maior quantidade de envolvidos na cadeia

    produtiva como um todo. Ao mesmo tempo que

    deixa as tomadas de decises mais complexas, per-

    mite mais flexibilidade nas solues. Por exemplo,

    se a equipe de execuo de obras (responsvel peloprocesso construtivo) estiver presente no momento

    em que for decidida qual a soluo de revestimen-

    to interno ser adotada em um empreendimento

    (equipe responsvel pela definio do produto),

    podemos optar por uma soluo em revestimentocom gesso, desde que a equipe de obras informe ter

    condies de execut-la e a equipe de produto in-

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    forme que est adequado ao produto. Assim, mais

    possibilidades de solues podem ser avaliadas ediscutidas, alm de todos decidirem juntos.

    Os elementos do produto entregue ao cliente pas-

    sam, necessariamente, por um processo de produ-

    o, podendo apenas serem colocados em seus lu-

    gares, como louas, metais, pias, portas e janelas, ouproduzidos e aplicados, como revestimentos, peas

    estruturais etc.

    Desse modo, as decises de cada detalhe do produ-

    to a ser entregue devem ser feitas simultaneamen-te com as decises de como esse ser fabricado no

    canteiro de obras.

    O Projeto do Produto

    Este projeto rene as decises sobre o produto,

    tradicionalmente, participam o coordenador de

    projetos, o arquiteto, o engenheiro de estruturas,

    o engenheiro de fundaes, o engenheiro de insta-laes e, quando o projeto exige, outros profissio-

    nais especializados (ambiental, impermeabilizao,

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    35/115

    Entendendo BIM36

    automao, vedao, conforto trmico e acstico

    etc.). Essencialmente, esses profissionais definemo produto a ser entregue, o dimensionamento de

    materiais, os encaminhamentos, os espaos, a est-

    tica, o atendimento de normas, a legislaes, entre

    outros.

    Essas decises so tomadas baseadas basicamentenas informaes iniciais (diretrizes estratgicas do

    empreendimento), nas trocas de informaes, nas

    instrues normativas e na experincia entre os

    profissionais envolvidos ao longo do projeto.

    medida que as decises vo sendo determina-

    das, essas so documentadas em desenhos e tex-

    tos, que, ao longo do projeto, so trocadas entre os

    profissionais, assim todos se orientam para o de-

    senvolvimento das solues seguintes. Essas trocasde informaes e tomadas de decises se do at

    que todas as solues necessrias para completar

    o projeto sejam feitas, e ento encerra-se o projeto.

    Atualmente, em CAD, as informaes utilizadas du-

    rante o desenvolvimento do projeto so geradas apartir das discusses feitas em algumas reunies de

    projeto e essencialmente nos documentos que os en-

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    36/115

    37

    volvidos no projeto geram a cada etapa. Por exemplo,

    para o desenvolvimento do projeto bsico de estrutu-ras utilizado o anteprojeto de arquitetura.

    Em alguns casos so realizadas mais de uma reunio

    por etapa, e em outros, sequer so realizadas reuni-

    es. Caso no haja reunio, as informaes a serem

    usadas para o avano do projeto so basicamenteaquelas presentes em cada documento desenvolvi-

    do pelos projetistas, sem que haja a discusso e a

    validao pelos outros profissionais da equipe.

    Percebemos que a cada etapa desse projeto (usu-almente estudo preliminar, anteprojeto, projeto b-

    sico, projeto executivo) h um incremento de novas

    solues quelas j decididas, at que tudo esteja

    concretizado. Tem-se ao final, o Projeto Executivo

    composto por desenhos, memoriais descritivos, declculo e justificativos, alm de cadernos de especi-

    ficaes e de encargos, por exemplo.

    O Projeto do Processo

    Nas decises do projeto do processo, renem-se

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    37/115

    Entendendo BIM38

    os engenheiros de execuo das obras, de plane-

    jamento, de oramento e o coordenador de proje-tos. Para cada produto a ser entregue, esses pro-

    fissionais tomam decises em relao a quais so

    os recursos necessrios para realiz-lo no canteiro

    de obras (mo de obra, materiais, equipamentos,

    ferramentas etc.), como devem ser esses canteiros,quais os custos dos recursos, quais as produtivida-

    des para realizar os servios, como deve ser reali-

    zado aquele servio, qual a sequncia construtiva

    das atividades etc.

    As informaes utilizadas vm, sobretudo, das

    experincias dos profissionais e de cotaes rea-

    lizadas com fornecedores. Ainda pouco comum

    serem usados bancos de dados de obras executa-

    das anteriormente (bancos de dados com dados de

    fichas de verificao de servios reprovados, pro-

    dutividade das equipes, cronogramas previstos e

    realizados, alm de problemas enfrentados duran-

    te a execuo das obras), porm quando utilizadas

    promovem a melhoria contnua sistemtica.Este trabalho comumente iniciar aps o trmino

    do projeto do produto, o que dificulta a mudana de

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    uma soluo do projeto caso sua execuo em obra

    seja invivel ou bastante onerosa. O andamento des-se trabalho se d em reunies entre os profissionais,

    havendo poucas tradicionalmente interaes entre

    as decises de cada um. Como produto final, temos o

    plano de qualidade da obra, os cronogramas de exe-

    cuo, as planilhas oramentrias, entre outros.A mudana proposta neste guia provoca que as de-

    cises sejam simultneas e compartilhadas.

    A Cadeia de Valor do Projeto

    Tradicionalmente ao trmino da fase de viabilidade

    do empreendimento, temos um plano de negcios

    prevendo receitas, custos, lucros, taxas de retorno,

    riscos, o produto a ser entregue etc.

    A denominada Nova Economia traz a substituio

    de plano de negcios por um modelo de negcios.

    Nesse conceito, so estabelecidas as metas para o

    empreendimento e as variveis a serem medidas. possvel iniciar projetos sem necessariamente

    saber qual produto ser entregue, quem sero os

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    Entendendo BIM40

    envolvidos, as receitas e os custos principais, as

    formas de marketing e vendas. As definies vosendo feitas ao longo do desenvolvimento do proje-

    to, com base nos resultados obtidos da atuao dos

    envolvidos, podendo ou no terminar em um pla-

    no de negcios. Para cada tipo de negcio, pode-se

    prever uma cadeia de atividades diferentes.Por exemplo, um dos modelos de negcios existen-

    tes na construo civil o de incorporao. Esse

    pode ser sequenciado das seguintes maneiras:

    Cada figura apresenta um exemplo de cadeia de va-

    lor e, nesses exemplos, a diferena est no momen-

    to em que a construtora entra no empreendimento.

    Veja exemplos de anlise destas cadeias:

    Na Figura 1, a equipe de projetos tende a definir as

    solues do projeto baseadas nas melhores opesdo mercado, como tipos de revestimento, sistemas

    estruturais e nveis de acabamentos, de forma a ga-

    rantir o produto definido nas fases anteriores. Ter-

    minados os projetos bsicos, inicia-se o processo de

    contratao da construtora. No momento seguinte,a mesma desenvolve o projeto do processo cons-

    trutivo para a execuo do produto. Nesse caso, os

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    41

    Figura 1 A contratao da construtora feita aps a aprovao legal do projeto.

    Figura 2 A contratao da construtora feita aps a aprovao da viabilidade doempreendimento.

    igura 3 A contratao da construtora feita no incio do projeto do empreendimento.

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    Entendendo BIM42

    valores propostos para a execuo das obras ten-

    dem a ser mais elevados na mdia, devido s even-tuais adaptaes e os riscos no processo construti-

    vo especficos de cada construtora para atender

    demanda do projeto (produto).

    Na Figura 2, a construtora definida de acordo com a

    viabilidade e o tipo do produto a ser entregue, parti-cipando do desenvolvimento do projeto. Os projetis-

    tas discutem as solues a serem adotadas tambm

    junto construtora, que direciona as solues para

    as suas melhores prticas, tendendo a diminuir os

    riscos e os custos do empreendimento, mas manten-

    do a qualidade desejada do produto definido. Nessa

    situao, o projeto do produto e o projeto do proces-

    so podem ser desenvolvidos simultaneamente.

    Na Figura 3, a construtora parte integrante do pro-cesso de incorporao e direciona os estudos de via-

    bilidade de acordo com os valores de construo a

    serem estudados. H como diminuir os riscos do em-

    preendimento como um todo, bem como os valores de

    construo, uma vez que as decises sobre o produtoe o processo sero orientadas s solues de melhor

    custo x benefcio desde a concepo do produto.

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    Em cada um dos casos acima, a forma de desen-

    volver os projetos diferente. Portanto, os proje-

    tistas devem ser contratados e orientados a cada

    circunstncia. Por exemplo, se a construtora con-

    tratada apenas ao final da cadeia, ento prefervel

    contratar profissionais de projeto que desenvolvem

    solues mais comuns e assim menos arriscadas.

    Se a construtora contratada logo no incio, ento

    prefervel contratar projetistas especialistas em

    solues, uma vez que podero discuti-las com a

    equipe que executar o produto, de forma a otimi-

    zar seus processos.

    Nesse exemplo, demonstra-se como a estratgia

    do negcio influncia nos ganhos, perdas e riscos

    do empreendimento, considerando as possibilida-

    des de desenvolvimento do projeto do produto e

    projeto do processo, simultaneamente ou separa-damente. A maior mudana trazida pela aplicao

    do BIM est diretamente ligada antecipao das

    decises e o compartilhamento das mesmas.

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    Entendendo BIM44

    A EXECUO DAS OBRAS

    Encerrada a fase de projetar o sistema de produo

    (o PSP, projeto do produto e da execuo das obras),

    d-se incio execuo das obras.

    um momento crtico, pois aqui onde as informa-

    es do PSP so repassadas s equipes de obras, os

    quais sero os responsveis por executar o projeto.

    So trocadas as reunies tranquilas e confortveis

    em escritrios pelas reunies turbulentas dentro do

    canteiro de obras.

    As equipes que entram em ao normalmente so

    divididas em: suprimentos (compras e almoxarifa-

    do), planejamento (solicitao de materiais e cro-

    nograma) e execuo (equipe de obras, apontado-res, qualidade e segurana), sendo essa liderada

    por um coordenador de obras.

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    A depender do porte e complexidade do empreen-

    dimento, um nico profissional pode desempenhar

    mais de uma funo ou atuar em mais de uma obra

    simultaneamente.

    A segmentao melhor definida para os profissionais

    da equipe de obra a de Planejamento de Obras e de

    Controle de Obras. Esta diviso ainda pouco vistanos canteiros de obras em geral, mas divide as res-

    ponsabilidades estratgicas necessrias para a corre-

    ta execuo das construes. Nessa mesma segmen-

    tao, ainda existe a equipe de Melhoria, fechando

    as etapas de um projeto de construo civil: projeto,planejamento, controle e melhoria.

    Planejamento de Obras

    Ainda comum ver em canteiro de obras o enten-

    dimento de planejamento de obras como equipe de

    montar cronogramas e a consequente reclamao

    de este cronograma muda todos os dias, no vale a

    pena ficar atualizando-o. Pouco ainda visto o pla-nejamento de obras como uma atividade gerencial,

    na qual planejar gerir e prever os prximos passos.

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    Entendendo BIM46

    O objetivo da equipe de planejamento de obras re-

    ceber as informaes do projeto e decidir o que efeti-

    vamente deve acontecer no canteiro de obras. Como

    se sabe, vrios so os imprevistos dentro do canteiro,

    por isso, essa equipe tambm precisa receber infor-

    maes da equipe de dentro do canteiro (equipe de

    controle) e tomarem decises em conjunto.A equipe de planejamento centraliza as informa-

    es da execuo das obras, como por exemplo,

    quais materiais esto sendo comprados, quais os

    servios reprovados no canteiro de obras, qual a

    situao financeira do projeto, pagamentos e con-tratao das equipes de produo, etc., e toma as

    decises juntamente com a equipe de controle de

    obras sobre o andamento da execuo.

    Devem fazer parte dessa equipe, os profissionais de

    compras de materiais, de contratos, de projetos, do

    financeiro e todos aqueles cujo papel seja alimen-

    tar a obra com recursos e informaes.

    So algumas atividades da equipe de planejamen-

    to: Revisar e ajustar os projetos para a obra;

    Informar equipe de obras quais as ati-

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    Entendendo BIM48

    Tambm caber a essa equipe o levantamento das

    informaes sobre o andamento das atividades no

    canteiro, sobre a qualidade dos servios, a produ-

    tividade, a segurana dos profissionais envolvidos,

    as necessidades imprevistas dentro do canteiro e o

    registro de todos os acontecimentos. Essas infor-

    maes devem ser encaminhadas para a equipe deplanejamento, para que possam prever as ativida-

    des seguintes.

    Fazem parte dessa equipe os apontadores, os almo-

    xarifes, a equipe de controle de qualidade, o enge-

    nheiro de execuo, equipes de segurana do tra-balho, entre outros. So atividades rotineiras das

    equipes de controle as seguintes:

    Fornecer informaes tcnicas para as

    equipes de execuo;

    Garantir a segurana dentro do cantei-

    ro de obras;

    Cumprir as atividades dentro dos pra-

    zos acordados com a equipe de plane-

    jamento;

    Resolver questes inerentes ao pro-

    cesso construtivo (intempries, atra-

    sos, desvios);

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    Garantir a qualidade dos materiais em-

    pregados na execuo das obras;

    Realizar a gesto dos recursos humanos;

    Treinamentos de qualidade e integra-

    o nos canteiros;

    Debater com as equipes de produo

    as atividades realizadas no canteiro de

    obras, de forma a reduzir a volatilidade

    do processo;

    Orientar a equipe de execuo quanto

    aos defeitos de qualidade nos servios

    realizados;

    Realizar ensaios e testes em concretos,

    solos, fundaes etc.;

    Informar a equipe de planejamento o

    andamento das atividades no canteiro

    de obras;

    Realizar as medies de andamento

    das atividades s equipes de obra.

    No cenrio atual, com a falta de definio clara de

    atuao da equipe de planejamento, a equipe decontrole fica sobrecarregada, pois, alm das suas

    atividades de controle, precisam realizar o plane-

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    Entendendo BIM50

    jamento (solicitao de materiais, contrato com

    equipes de execuo, ajustes nos projetos). Assim,temos o panorama geral dos canteiros de obras, na

    qual a equipe de obras gasta grande parte do dia

    resolvendo problemas urgentes. Esses, na maio-

    ria das vezes, acontecem por falta de planejamento.

    O mtodo mais conhecido internacionalmente entreas construtoras para a realizao de planejamento

    de obras o Last Planner System, o qual utiliza trs

    dimenses de planejamento: o estratgico, o ttico e

    o operacional. O mtodo organiza a informao du-

    rante a execuo das obras, alm de reduzir o tempo

    com o desenvolvimento de cronogramas (cronogra-

    mas Gantt) tradicionais. Dezenas de canteiros de

    obras utilizam esse mtodo no Brasil, em especial

    as construtoras do nordeste do Pas, apresentando

    ganhos considerveis nas construes. Existem no

    Pas quantidades suficientes de profissionais para

    implantar esse mtodo nas empresas.

    Apesar de serem atividades bem diferentes, as

    equipes de planejamento e de controle de obrasdevem realizar suas aes conjuntamente por meio

    de trocas de informaes organizadas e dinmicas

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    50/115

    51

    e tomadas de deciso integradas.

    Do mesmo modo que preciso repensar a fase deprojetos, dividindo claramente em projeto do pro-

    duto e projeto do processo, necessrio tambm

    repensar a fase de execuo das obras, fracionando

    em equipes de planejamento e de controle de obras

    e definindo metas claras para cada uma delas.

    Mais detalhes de como executar obras dentro desta

    viso de planejamento de obras e controle de obra

    est disponvel em Preparao da Execuo das

    Obras publicao impressa dos autores Ana Lcia

    Rocha de Souza e Silvio Burratino Melhado, da edi-

    tora O Nome da Rosa, publicado em 2003.

    Tambm sero discutidas estas questes no grupo

    de discusso Primeiros Passos em BIM para Cons-

    trutoras na rede social LinkdIn

    .

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    Entendendo BIM52

    Entendendo oBIM

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    53

    No captulo anterior analisou-se o projetoe a exe-

    cuo das obras dentro de uma estrutura tcnica esob o ponto de vista da informao, quem so seus

    responsveis, como elas fluem, para que so usadas

    etc. Neste captulo, apresenta-se um entendimento

    sobre BIM dentro dos dois alicerces base para o pri-

    meiro entendimento sobre a tecnologia: a colabora-o e o modelo computacional (modelo BIM).

    Como visto no incio do captulo de contextualiza-

    o, evoluindo a colaborao sem o uso de um mo-

    delo computacional, haver dificuldade para gerir

    as informaes de um empreendimento, e se avan-

    ar apenas no uso do modelo computacional (sem

    avanar com a colaborao) surgir a dificuldade

    em fazer com que toda a informao disponvel e

    organizada seja efetivamente transformada em ga-

    nhos para o empreendimento.

    A colaborao definir como os profissionais de-

    tentores do conhecimento tcnico se relacionam

    em busca de solues complexas e inovadoras e o

    modelo BIM como base para a modelagem da in-formao necessria para alimentar a equipe cola-

    borativa durante a execuo do empreendimento.

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    Entendendo BIM54

    COLABORAO

    O conhecimento necessrio para o desenvolvimen-

    to de um empreendimento est nos profissionais

    envolvidos no projeto. Na essncia, cada profissio-

    nal contribui com aquilo que mais tem know-howpara atingir o objetivo do projeto. A forma como

    esses especialistas se relacionam est diretamen-

    te ligada maximizao das suas contribuies ao

    projeto. Como exemplo, profissionais que pouco

    participam das reunies ou trocas de ideias com orestante da equipe de projetos tendem a entregar

    solues menos compatveis com as demais solu-

    es propostas pela equipe.

  • 7/24/2019 Livro Entendendo o BIM

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    55

    Equipe Colaborativa

    Uma caracterstica dos projetos ter objetivos, po-

    dendo ser dos mais bvios e simples at os mais

    complexos e desafiadores. Com os objetivos defini-

    dos, uma das necessidades estabelecer quais os

    recursos disponveis e/ou necessrios para atender

    essas metas. Tratando-se dos recursos humanos,

    algumas consideraes so as mais utilizadas para

    a sua definio, como a disponibilidade, a proximi-

    dade, a confiana, a experincia, o custo, a forma

    de relacionamento e o comprometimento de um

    determinado profissional (recurso humano). Em

    projetos menos arriscados, o comprometimento, a

    disponibilidade e os custos podem ser as principais

    caractersticas necessrias. Em projetos mais com-plexos, a confiana e experincia podem ser decisi-

    vas para montar a equipe.

    Para a formao da equipe necessria anlise da

    composio da equipe como um todo. A base est nas

    disciplinas tradicionais para a realizao do projetoe, caso haja metas especficas ou complexidades no

    projeto, pode ser necessrio a contratao de profis-

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    Entendendo BIM56

    sionais especialistas. Nem todos precisam atuar des-

    de o incio ao fim do projeto e, nesse caso, importan-te analisar especialmente sua forma de atuao.

    Um projeto avana medida que so tomadas de-

    cises e, portanto, a forma de participao de cada

    profissional ponto chave para o bom uso dos re-

    cursos. Profissionais dispostos a participar de equi-pes colaborativas precisam atuar focados na meta

    do projeto como prioridade e, em segundo plano,

    suas necessidades como profissional e/ou empresa.

    Quanto mais e melhores forem as solues pro-postas por cada um dos profissionais, melhor tende

    a ser a tomada de deciso final. Uma das dificul-

    dades est no fato das solues se adequarem s

    metas do projeto e tambm estarem integradas s

    solues dos outros profissionais. Quanto mais fle-xveis forem as solues e o profissional, maiores

    as chances de ser encontrado o melhor caminho.

    Em alguns casos, preciso que o profissional re-

    cue em algumas decises para que outra soluo,

    de outro profissional com mais resultado para oprojeto como um todo, seja mantida, mesmo isso

    fazendo-o retrabalhar. Esse o foco no objetivo do

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    57

    projeto e envolve uma reavaliao de cultura de

    projeto dos profissionais do setor.O comprometimento do profissional deve receber

    ateno especial nesses projetos. preciso estar

    atento ao andamento do mesmo, s necessidades

    dos outros profissionais da equipe e aos momentos

    certos de trazer novas questes e solues. Em pro-cessos colaborativos, cumprir com seu papel bus-

    cando as metas do projeto so a base para que toda

    a equipe avance.

    Contratao dos profssionais

    Como visto, a mudana bsica necessria dos profis-

    sionais para atuarem de forma mais colaborativa est

    em focar nas metas do projeto e apenas em segundo

    plano na entrega final dos seus respectivos projetos.

    Desta forma preciso repensar como os projetistas

    devem ser remunerados. Hoje, muitas das propos-

    tas de prestao de servios de projetos se baseiamna quantidade de metros quadrados previstos para

    o empreendimento, e a partir disto variando pelo

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    Entendendo BIM58

    prazo necessrio de elaborao, pela quantidade

    de repeties dos espaos existentes no projeto (por

    exemplo, pavimentos tipo), dentre outras. Nota-se

    que as consideraes feitas para a elaborao des-

    tas propostas esto diretamente ligadas ao esforo

    braal necessrio para gerar os desenhos, memo-

    riais, etc, os documentos produto daquela presta-o de servios.

    Partindo para desenvolver servios focados nas me-

    tas do projeto, uma proposta de prestao de servios

    de projetos deve considerar a complexidade de atin-

    gimento das metas, e a partir disto, variar seu valorpor exemplo, pelo nmero de solues do projeto com

    as quais as suas solues propostas devem ser com-

    patveis (por exemplo, edificaes com certificao de

    qualidade exigem padres de materiais especficos),

    pela organizao do fluxo de informaes duran-te o projeto, pela quantidade de solues estimadas

    necessrias at se encontrar a soluo final, entre

    outros. Assim, a proposta estar relacionada mais

    diretamente experincia dos profissionais e sua ca-

    pacidade de agregar valor ao projeto que na sua efi-cincia em gerar documentos (desenhos, memoriais,

    revises, detalhes) como produtos finais.

  • 7/24/2019 Livro Entendendo o BIM

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    59

    Dentro disso, existem algumas formas conhecidas

    de efetivar o contrato com estes profissionais. Por

    exemplo: um valor fixo para os custos de desenvolvi-

    mento do projeto (valores mais baixos no incio) com

    um bnus pelo sucesso ao final do projeto relacio-

    nado ao atingimento das metas. Ou ainda, valores

    pagos por quantidade de horas trabalhadas ou porsolues apresentadas.

    Gerenciamento da Equipe

    Escolher os recursos certos para o desenvolvi-

    mento do projeto to importante quanto decidir

    o gerente ou coordenador. Esse profissional tem o

    papel principal na integrao da equipe, auxiliando

    a todos no cumprimento das metas e buscando aeficincia no uso dos recursos disponveis.

    Considerando o projeto como uma sequncia de to-

    madas de deciso, o gerente organiza o andamento

    do projeto e fomenta solues at que estas se en-

    quadrem s metas, alm de atender a equipe comas informaes necessrias para que os profissionais

    desenvolvam suas solues com eficincia e eficcia.

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    Entendendo BIM60

    Sob o ponto de vista da tecnologia da informao, a

    matria-prima para uma boa tomada de deciso a

    informao. Quem melhor processar as informaes

    do projeto, mais poder contribuir para o seu desen-

    volvimento. Assim, a gesto da informao durante

    o desenvolvimento do projeto tem impacto direto na

    qualidade do produto final. preciso garantir que as

    informaes certas estejam disposio dos profis-

    sionais da equipe na hora certa. Tomadas de deciso

    feitas sem as informaes corretas ou necessrias

    acarretam em retrabalhos ou na diminuio da qua-

    lidade do projeto entregue.

    A complexidade dos projetos tem ultrapassado a ca-

    pacidade humana de geri-los, sobretudo pelo enor-

    me volume de informaes disponveis e necessrias,

    e para se adequar esta realidade, como ferramenta

    para a gesto da informao, vrias reas do conhe-cimento tm usado modelos computacionais.

  • 7/24/2019 Livro Entendendo o BIM

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    61

    Figura 4 Ciclo da criao do conhecimento, Prof. Dr. Srgio Scheer

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    Entendendo BIM62

    Coordenao de Projetos e Coordenao BIM

    Seja qual for o formato da cadeia de valor do pro-

    jeto determinado para o empreendimento, dentro

    das construtoras h a necessidade de realizar a co-

    ordenao do projeto, que atua desde o incio da

    participao da construtora na cadeia de valor at

    que a equipe de obras (equipe de planejamento e

    controle) assuma o projeto em sua totalidade. Em

    especial onde este papel do coordenador de pro-

    jetos desempenhado por um profissional espec-

    fico, sua atualizao pode se estender at o final

    da execuo das obras. No entanto, percebe-se que

    muitas so as construtoras (sobretudo aquelas de

    pequeno porte) onde esta funo desempenhada

    pela prpria equipe de execuo de obras.Este trabalho de coordenao pode ser baseado

    nas instrues do Project Management Institute

    (PMI), instituio internacional sem fins lucrativos

    que padroniza questes de gesto de projetos, ou

    em mtodos geis de gesto, conceitos estes maisadaptados dinmica de projetos da construo ci-

    vil atual.

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    Na prtica, estes profissionais atuam nas questes

    legais para a execuo das obras, na gesto dos do-cumentos a serem enviados obra, na produo do

    projeto do processo construtivo (questes prvias

    de canteiro de obras, anlises e documentos, de

    prazo e custo), contratao de equipes de operrios

    para a execuo das obras, contato com principaisfornecedores, entre outros.

    Em projetos desenvolvidos no conceito BIM, deve

    ser acrescentado s atividades exercidas pelo co-

    ordenador, as questes de colaborao da equipe,

    de gesto das informaes e gesto do modelo BIM.

    No que tange colaborao, o coordenador de pro-

    jetos precisa estar atento em fomentar na equipe

    as solues necessrias para o projeto, discutindo

    no momento certo com os profissionais certos, pos-sibilidades para o encontro da soluo final. Tam-

    bm o coordenador precisa alinhar os processos

    de desenvolvimento de projetos para parte de cada

    projetista, de forma que cada profissional da equipe

    tenha as informaes necessrias para desenvol-ver seu trabalho no ritmo e caminho certos para

    o projeto. Os profissionais da equipe colaborativa

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    Entendendo BIM64

    precisam ter o coordenador como um apoio para o

    desenvolvimento das suas atividades. O papel mais

    importante do coordenador BIM manter a moti-

    vao da equipe em atingir a meta dos projetos.

    Alm da colaborao, o coordenador de projetos

    precisa ampliar sua viso sobre a gesto das in-

    formaes que so trocadas durante o desenvolvi-mento do projeto. Sabendo quais as questes a se-

    rem decididas em um determinado momento (por

    exemplo, uma pauta de reunio a ser realizada), o

    coordenador precisa identificar e buscar as infor-

    maes necessrias para uma tomada de decisoconsistente e coerente. Identificar de onde devem

    vir estas informaes (por exemplo, se de algum

    profissional, se de um instrumento normativo ou se

    do modelo BIM). Para fechar, o coordenado preci-

    sa armazenar e repassar as informaes referentess decises tomadas. Ainda, quanto comunicao

    das informaes, so precisos critrios para deter-

    minar canais, meios e veculos de comunicao. Por

    exemplo, decises que podem impactar considera-

    velmente o projeto devem ser feitas em reunies deforma verbal, no sendo aconselhvel faz-las via

    correio eletrnico.

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    Para finalizar os trs quesitos que o coordenador

    deve acrescentar ao seu trabalho, este deve gerir odesenvolvimento do modelo BIM. Ser visto ainda

    neste captulo que o modelo BIM pode ser entendido

    tal como uma programao de software (programa-

    es em HTML, Java, PHP, Delphi, C#, etc.), e assim

    fica fcil o entendimento de que para um softwarefuncionar, vrias so as programaes que precisam

    se juntar de forma alinhada. Um modelo BIM funcio-

    na da mesma forma. Este modelo pode ser desen-

    volvido por um nico profissional (o que acontece no

    incio do uso da tecnologia) como serem feitos pordiversos envolvidos, por exemplo, cada profissional

    desenvolve o modelo de sua especialidade.

    De qualquer maneira, preciso a definio de padres

    de modelagem dependendo de cada uso do BIM. Des-

    de os padres mais simples para BIM 3D, aos mais

    complexos para BIM 5D, 6D, etc, por exemplo.

    Ainda, realizada a programao (gerao) dos modelos,

    o coordenador precisa ser o responsvel pelo conte-

    do do modelo, os dados nele inseridos, bem como dasinformaes modeladas sobre ele. Um modelo progra-

    mado incorretamente e/ou contendo dados incorretos,

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    Entendendo BIM66

    por gerar informaes erradas e que podem desviar

    uma tomada de deciso, reduzindo sua qualidade, e

    consequentemente, a qualidade do projeto final.

    Devido a estas novas complexidades, pode existir em

    um projeto o coordenador de projetos e o coordena-

    dor BIM, trabalhando horizontalmente na busca pe-

    las metas. Ainda, estes profissionais podem ser partedo corpo tcnico da empresa como podem ser mais

    um terceirizado a ser contratado a cada projeto, tal

    como acontece com os projetistas em geral.

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    O MODELO

    Um modelo computacional tem como objetivo ser

    uma base de dados slida, em cima da qual so

    modeladas (geradas) informaes para alimentar

    a equipe colaborativa.

    As informaes sendo geradas a partir de um ban-

    co de dados nico trazem a confiana de que essas

    estaro corretas e atualizadas uma vez que toda

    a equipe o alimenta. Por consequncia, as toma-

    das de deciso sero mais assertivas, melhorando

    substancialmente o produto resultante do projeto.

    Alm de fornecer um contedo mais preciso, o mo-

    delo computacional deve aumentar a quantidade

    de informaes durante o projeto. Portanto, se paracada soluo proposta pela equipe colaborativa

    obtiver-se mais informaes sobre seus impactos

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    Entendendo BIM68

    Figura 5 Componentes de software na gerao de um Modelo Computacional em Projeto

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    no projeto como um todo, outra vez, melhores e

    mais assertivas sero as tomadas de deciso.Com modelos computacionais como base para a

    modelagem da informao da construo, conse-

    gue-se realizar desde projetos compatibilizados fi-

    sicamente e com quantitativos precisos, at desen-

    volver projetos de alto desempenho, como projetosde edificaes altas executadas em dias recordes.

    Modelo Fsico

    Modelos fsicos so utilizados h muito tempo pela

    engenharia com vrios objetivos, entre eles, para

    complementar clculos matemticos em projetos

    complexos. Esses modelos so construdos utili-

    zando materiais com propriedades semelhantes

    queles a serem utilizados na construo do pro-

    duto final. Assim, possvel simular o desempenho

    e a performance das estruturas, por exemplo.

    Um dos maiores modelos reduzidos do mundo oda Usina Hidreltrica de Itaipu, cuja barragem do

    modelo possui 250 m de comprimento. O Instituto

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    Entendendo BIM70

    Lactec, localizado no Centro Politcnico da Univer-

    sidade Federal do Paran, em Curitiba, abriga atu-

    almente um modelo reduzido da Usina Hidreltrica

    de Belo Monte, em uma escala de 1:110.

    Contextualizando, com esses modelos reduzidos

    prontos, os profissionais realizam simulaes com

    diferentes nveis de gua na barragem e vazo degua, por exemplo, e conseguem medir impactos de

    presso, velocidade das turbinas, entre outros in-

    meros ensaios. Na essncia, so extradas informa-

    es desses modelos que ajudam os profissionais a

    validarem ou complementarem seus clculos.

    A evoluo da informtica, tanto em software como

    hardware, possibilita que esses prottipos (ou ainda,

    arqutipos) sejam construdos virtualmente, pou-

    pando tanto o prazo e custo da construo dos mo-

    delos fsicos, quanto aumentando as possibilidades

    de simulaes. Por exemplo, com um modelo virtual

    mais fcil simular o aumento da altura da estrutu-

    ra da barragem e os impactos na gerao de energia.

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    Figura 6 Modelo Reduzido da Usina de Itaipu (http://goo.gl/h75chK)

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    cisos e que envolvam vrias operaes com dados

    distintos, utiliza-se um software de desenvolvimentode planilha eletrnica onde realizada uma progra-

    mao para que os clculos sejam feitos automa-

    ticamente assim que novos dados sejam inseridos.

    Por exemplo, programamos uma planilha eletrnica

    para clculos de viabilidade de empreendimentos, ea cada novo cenrio previsto, so inseridos novos da-

    dos na planilha (no modelo de clculo), e este reali-

    za os clculos de forma que podemos retirar novas

    informaes sobre o novo cenrio.

    Um modelo BIM tem a mesma funo de uma pla-

    nilha eletrnica, no entanto desenvolvido em sof-

    tware especfico para a construo civil, facilitando

    sua programao e o input de dados.

    Modelos BIM 3D, 4D, 5D, 6D nD

    Com relao s dimenses de um modelo, essas

    se referem a como ele est programado e, conse-quentemente, aos tipos de informao que sero

    dele retiradas.

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    Entendendo BIM74

    Um modelo computacional contendo as informa-

    es espaciais e qualidade do projeto (pilares, vigas,lajes, paredes, portas, janelas, tubulaes etc.) um

    modelo 3D. Dele ser possvel extrair informaes

    sobre a compatibilizao espacial do projeto, as es-

    pecificaes de materiais e acabamentos, quantita-

    tivo de materiais, solues para revestimento, entreoutros.

    Ao programar um modelo BIM para receber in-

    formaes de prazo (produtividade das equipes de

    produo, nmero de equipes e sequncia constru-

    tiva), esse receber o nome de modelo BIM 4D. Dele

    sero retiradas informaes sobre o cronograma

    da obra, como incio e trmino de cada atividade,

    configuraes espaciais a cada etapa da execuo,

    lead time e ritmo de produo, por exemplo.

    Ainda, um modelo BIM programado para receber

    informaes de custo dos servios (custo de ma-

    teriais, mo de obra e equipamentos, despesas in-

    diretas e bnus, etc.), receber o nome de modelo

    BIM 5D. A partir desse, ser possvel retirar diver-sas informaes, entre elas o custo das atividades

    da obra e as curvas ABC.

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    Entendendo BIM76

    modelo BIM 3D, 4D ou 5D, conseguir us-los em

    um processo BIM 3D, 4D ou 5D. A equipe colabo-

    rativa varia de acordo com a dimenso do mode-

    lo, pois, se for utilizado um modelo BIM 4D em um

    processo BIM 4D, importante que o engenheiro de

    planejamento esteja presente equipe, assim, ele

    ajudar nas decises. O que agrega valor ao projetono o modelo, e sim o BIM.

    Interoperabilidade e Industry

    Foundation Classes (IFC)

    Seguindo o entendimento, o modelo BIM um mo-

    delo computacional desenvolvido em softwares

    voltados para a construo civil. Ele composto

    por vrios modelos especficos, por exemplo, mo-delos de arquitetura, de estruturas, de planejamen-

    to, de custos etc., que, quando esto em uma nica

    plataforma, tornam-se um modelo integrado.

    Em um primeiro momento de implantao de BIM

    na construo civil do Pas, os padres utilizadospara o desenvolvimento dos modelos so definidos

    pelos prprios usurios, normalmente da equipe de

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    coordenao de projetos BIM.

    A partir da familiaridade de desenvolvimento domodelo por mais empresas e profissionais, tende-

    -se que cada um (arquitetos, engenheiros, plane-

    jadores) desenvolva o seu prprio modelo. Neste

    caso, entrar na pauta a questo da interoperabili-

    dade de modelos, ou seja, como juntar todos estesmodelos especficos em um nico modelo, o mo-

    delo integrado. Cada um desses modelos precisar

    ser programado de forma a seguir uma nica pa-

    dronizao, permitindo a integrao de todos eles.

    Por exemplo, em qual modelo estar modelada a

    cobertura da edificao, no de estruturas ou no de

    arquitetura? Ou ainda se a sequncia de execuo

    do revestimento externo da edificao projetada for

    realizada por fachadas (primeiro a norte, depois aleste, sul e oeste, por exemplo), ento a arquitetu-

    ra dever programar o modelo da arquitetura desta

    forma.

    Ao longo do desenvolvimento da tecnologia, v-

    rios outros software BIM surgiro no mercado, porexemplo, software BIM para anlise de gerao de

    resduos, para simulao de evacuao de edifica-

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    do o IFC do modelo para o profissional responsvel.

    Essa linguagem gerida pela BuildingSmart.

    NORMATIZAO

    Duas aes no sentido de normatizao da tecno-

    logia BIM no Brasil j esto sendo feitas pela Asso-ciao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT).

    Diferentemente do CAD, um modelo BIM no for-

    mado por um conjunto de linhas, crculos e textos,

    mas sim por um conjunto de componentes, tam-bm chamados de famlias, como portas, janelas,

    paredes, tubulaes, etc.

    O Grupo de Trabalho de Componentes BIM da Co-

    misso de Estudo de Modelagem da Informao da

    Construo (ABNT/CEE-134) trabalha com o obje-tivo de padronizar os componentes BIM. Assim, os

    fornecedores do setor podero criar e disponibilizar

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    Entendendo BIM80

    os componentes dos seus produtos, j baseados em

    de um padro, garantindo que quaisquer profissio-

    nais que utilizem softwares normatizados podero

    incluir tais componentes em seus modelos.

    Outra norma em desenvolvimento a NBR 15965,

    cujo objetivo definir a terminologia, os prin-

    cpios do sistema de classificao e os grupos declassificao para o planejamento, projeto, geren-

    ciamento, obra, operao e manuteno de empre-

    endimentos da construo civil. Na prtica, todos

    os termos utilizados na construo civil (materiais,

    equipamentos, servios, espaos, unidades etc.)esto sendo padronizados e itenizados, facilitando

    a troca de informaes entre agentes nacionais e

    internacionais.

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    Entendendo BIM82

    CONSIDERAES DE BIM

    Veja o seguinte exemplo: O coordenador de projetos

    BIM Jorge, ao chegar no escritrio, liga seu compu-

    tador, abre o software BIM e acesso o modelo refe-

    rente ao empreendimento que ele est coordenado,

    iniciando a anlise do projeto hidrulico. O modelo

    BIM permite-o observar que uma prumada de es-

    goto est passando sobre a porta do salo de festas

    da edificao. Logo, aps essa constatao no mo-

    delo BIM, ele escreve o seguinte texto em um bloco

    de papel ao lado: A prumada TQ-03 est passando

    pela porta do Salo de Festas, no andar trreo. O

    Jorge acaba de modelar uma informao usando

    um modelo computacional.Essa informao demanda uma tomada de deciso,

    visto que o projeto no poder ir para a obra com

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    As informaes fluem em um empreendimento

    da construo civil por intermdio de desenho em

    prancha, memoriais descritivos, e-mails, telefone-

    mas, mensagens por smartphones, dashboards,

    via Enterprise Resources Planning (ERPs), notas

    fiscais, fichas de verificao de servios, medies,

    fotografias, discusses diretas etc.Utilizando as trs reas da construtora (projeto,

    planejamento e controle), as trocas de informaes

    devem ser rpidas e precisas, por exemplo:

    A equipe de planejamento:

    Traz do projeto informaes a respeito

    de uma atividade especfica que deve

    comear no canteiro de obras;

    Revisa o projeto e define as restries

    para que essa atividade inicie na data

    prevista no canteiro de obras;

    Traz informaes tticas da empresa

    (fluxo de caixa, estoque, medies do

    cliente etc.) e do canteiro de obras, pro-

    cessa e define o planejamento operacio-

    nal (aquilo que ser efetivamente reali-zado no canteiro na prxima semana);

    Gera documentos com essas infor-

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    Entendendo BIM94

    notcia de que no h material para uma equipe de

    produo continuar suas atividades e no se sabe

    ainda quais e quantos materiais so necessrios

    adquirir.

    Por outro lado, por experincias em projetos BIM,

    fcil identificar os ganhos da tecnologia mesmo

    ainda no incio do projeto e, ainda que usando mo-delos BIM 3D, apenas para extrao de quantita-

    tivos e compatibilizao de projetos. Isso motiva

    aqueles envolvidos iniciantes a continuar a busca

    por novos ganhos.

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    O retngulo representa entidades externas (profis-

    sionais, departamentos, fornecedores) que recebem

    e enviam dados ao sistema. A flecha representa o

    fluxo de dados de um ponto a outro, sendo que to-

    das devem possuir uma descrio dos tipos de da-

    dos trocados. O retngulo com bordas arredondadas

    identifica um processamento dos dados, ou seja, eles

    entram de uma forma, e o retngulo aberto define

    os locais de armazenamento de dados.

    Na figura 10 um DFD exemplo de empresas de

    construo civil de pequeno e mdio porte, e na fi-

    gura 11 a descrio de cada um dos fluxos.

    A anlise desse diagrama deve ser preparada sob

    uma viso estratgica de melhorias identificadas

    como necessrias para a empresa. Feito isso, pos-

    svel verificar com clareza quais os fluxos de infor-

    mao devem ser melhorados e ento preparar um

    modelo BIM que permita a extrao desses dados.

    Esse levantamento pode ser realizado por um pro-

    fissional da empresa e necessita de poucas horas

    para ser feito.

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    Entendendo BIM98

    Figura 10 de BERNARDES em 2001

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