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editora goellner Alcindo Neckel David Peres da Rosa (Org.)

LIVRO - Geoprocessamento e Suas Aplicabilidades

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  • e d i t o r agoe l l n e r

    Alcindo NeckelDavid Peres da Rosa

    (Org.)

  • Alcindo NeckelDavid Peres da Rosa

    (Org.)

    Geoprocessamentoe suas diferentes aplicabilidades

    e d i t o r agoe l l n e r

    2013

  • Sumrio

    6 Apresentao9 Prefcio12 Resumos

    CAPTULO I

    18 Geoprocessamento como suporte ao desenvolvimento da aquicultura marinha

    Eduardo Guilherme Gentil de Farias

    CAPTULO II

    44 Geoprocessamento: uma anlise dos dados coletados a campo com o GPs de preciso e de navegao em comparao com os dados obtidos o Google earth, relativamente mesma rea de amostragem

    Serleni Geni Sossmeier Jssica Piroli Alcindo Neckel

    CAPTULO III

    62 Tcnicas de geoprocessamento aplicado ao planejamento ambiental municipal

    Pedro Roberto de A. Madruga

  • CAPTULO IV

    88 O uso do geoprocessamento: uma anlise de duas reas no Instituto federal de educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do sul - IfRs, campus de serto/Rs

    Daiane Tonet

    Serleni Geni Sossmeier

    Jssica PiroliAlcindo Neckel

    CAPTULO V

    116 Geoprocessamentoaplicadofiscalizaodereasde proteo permanente a prtica na rea de proteo ambiental Mestre lvaro serra - es

    Caroline Araujo Costa NardotoJoo Pinto NardotoRodrigo Bettim Bergamaschi

    CAPTULO VI

    134 Aplicabilidade do geoprocessamento no cemitrio central da cidade de Marau/Rs - brasil

    Fbio Remedi TrindadeAlcindo NeckelFelipe Pesini

  • Apresentao

    O processamento de dados com coordenadas deli-mitas, ou seja, georreferenciadas, d origem ini-cialmente ao Geoprocessamento, que, por meio de softwares especficos, desenvolve o processamento de informaes cartogrficas. Por muito tempo, esse mtodo foi utilizado com finalidade de locao de rea de explo-rao. Contudo, atualmente, o Geoprocessamento possui um uso infinito de gerenciamento, podendo ser emprega-do em diversas reas.

    Em face disso, o presente livro traz tona o tema Geoprocessamento, assunto que cada vez mais est pre-sente nos meios agrcola, acadmico e at civil.

    Conforme se disse, at aproximadamente 20 anos atrs, com exceo dos profissionais que trabalhavam na rea de cartografia ou de topografia, poucos profissionais tinham conhecimento acerca do que se tratava o Geopro-cessamento. Hoje em dia, com a presso governamental e da prpria populao para o cumprimento da legisla-o, esse tema est cada vez mais conhecido pela popula-o em geral. E assim o tendo em vista que tal processo vem sendo utilizado tanto para delimitar reas de reser-va legal ou reas de preservao permanente, quanto, ainda, para demarcar territrios de explorao agrcola, florestal ou pecuria, e at mesmo para estudos sociais, como para o mapeamento de escolas e de doenas. En-fim, hodiernamente, qualquer informao pode ser geor-refenciada para servir de base para futuros estudos.

  • 7Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    Objetivando a gerao de informao sobre esse assunto, no qual ainda h muitas lacunas, muitas incgnitas e muitas dvi-das, o Professor Alcindo Neckel convidou o Professor Doutor David Peres da Rosa para dar incio a um trabalho de pesquisa, a ser desenvolvido por um grupo de estudo formado por acadmicos do curso de Agronomia do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Cmpus Serto. O grupo foi for-mado por pesquisadores com uma rica diversidade de conhecimento e cultura, pois nele havia acadmicos de diversos semestres, dentre os quais alguns moravam na cidade, outros no campo, alguns eram bolsistas de iniciao cientfica. Tratava-se, em verdade, de um gru-po seleto que se disps a realizar estudos na rea de geoprocessa-mento sem qualquer remunerao para tal. Ganharam apenas, claro, o conhecimento.

    Durante aproximadamente 12 meses, os integrantes do gru-po de estudos, sob a orientao do Prof. Alcindo e do Prof. David, estudaram, revisaram, levantaram dados, discutiram, trocaram e-mails, reuniram-se e escreveram alguns captulos que se encon-tram nesse livro, buscando gerar informao til para os tcnicos de campo e para os interessados na rea.

    Contudo, os professores Alcindo e David no se satisfizeram to somente com tal trabalho, embora tenha sido muito produtivo. A partir da, resolverem incrementar o livro. E, para tal, em visita ao Departamento de Geomtica da Universidade Federal de Santa Maria, em janeiro de 2013, convidaram o Professor Doutor Pedro Roberto de A. Madruga para participar desse projeto. E sua respos-ta foi positiva. O Prof. Pedro, popularmente chamado de Madruga, traz para esse material o seu conhecimento, que julgamos de gran-de valia, haja vista seu vasto conhecimento nessa rea.

    Expandindo o projeto, abrangendo outras reas, convidamos o pesquisador visitante do Marine Sensing and Simulation Group, no Texas A&M University - EUA, o Dr. Eduardo Guilherme Gentil de

  • 8Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    Farias e, tambm, Caroline Araujo Costa Nardoto, Joo Pinto Nar-doto e Rodrigo Bettim Bergamaschi para darem sua contribuio.

    Como resultado, pode-se verificar que essa proposta abrange o geoprocessamento na rea agrcola, nos captulos II e IV, na rea de pesca, no captulo I, na rea de gesto ambiental, nos captulos III e V, e na rea de planejamento urbano, no captulo VI, demonstrando, em um s livro, 3 grandes usos do geoprocessamento.

    Para manter esse livro til e atual, solicita-se aos leitores e usurios que enviem ao editor suas crticas, sugestes e correes. Tudo ser utilizado nas futuras publicaes do grupo.

    Salienta-se, ainda, o empenho da equipe que, em pouco tempo, conseguiu gerar essa publicao que vem a agregar conhecimento a essa grande rea que o Geoprocessamento.

  • Prefcio

    O livro Geoprocessamento e suas aplicabilidades buscou difundir algumas formas de aplicao do tema, que cada vez aparece mais na mdia, disse-minando, assim, informaes prticas e teis que podem ser empregadas por tcnicos de campo e tambm pelo poder pblico.

    O captulo I traz informaes sobre o geoproces-samento na rea de pesca, a partir do trabalho do pes-quisador Dr. Eduardo Guilherme Gentil de Farias, cujo currculo est voltado para essa rea. Esse setor, que emprega o uso sensoriamento remoto h algum tempo, carece de informaes. E, nesse ponto, essa matria enfatizada na importncia estratgica que as geotecno-logias possuem no desenvolvimento da atividade aqu-cola, frente aos desafios inerentes aos mltiplos usos do litoral brasileiro. Nesse contexto, visa a estimular o inte-resse de instituies, de pesquisadores e de profissionais ligados rea de recursos pesqueiros e de engenharia de pesca a fazerem uso de dados geoespaciais como ferra-menta para o desenvolvimento sustentvel da aquicul-tura nacional.

    O Geoprocessoamento d-se no s na rea de aqu-cola, mas tambm no meio urbano, no qual o planejamen-to cada vez mais vem sendo exigido pela comunidade, principalmente no que tange ao planejamento ambien-tal. E, nesse quesito, o captulo III, da lavra do Professor Doutor Pedro Roberto de A. Madruga, da Universidade

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    Federal de Santa Maria, traz informaes e estudos realizados em seu Departamento. L, o Dr. Madruga coordena um projeto-piloto que tem como objetivo divulgar as tcnicas de geoprocessamento para a comunidade tcnico-cientfica, e em especial aos profissio-nais que atuam na elaborao e na utilizao de mapas bsicos e temticos, visando primeiramente ao planejamento urbano, rural e ambiental de municpios de pequeno e mdio porte. No captulo, so abordadas tcnicas de geopreocessamento empregadas no planeja-mento ambiental municipal da regio chamada Quarta Colnia de Imigrao do Rio Grande do Sul, localizada na regio Centro-Oeste do Estado. Na atual condio em que os municpios se encontram, h preconizao para a atual legislao, e, nesse ponto, o sensoria-mento remoto e os sistemas de informao geogrfica (SIG) so as ferramentas fundamentais de planejamento.

    Os captulos II, IV e VI foram elaborados pelo grupo de estudos do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Gran-de do Sul Cmpus Serto (IFRS Cmpus Serto), composto pelos acadmicos do curso de Bacharelado em Agronomia: Daiane Tonet, Serleni Geni Sossmeier, Jssica Piroli e Felipe Pesini, alm do Tec-nlogo em Gesto Ambiental Fbio Remedi Trindade, contando com a orientao do Professor Alcindo Neckel.

    Assim, o captulo II traz tona uma dvida que se tem no dia a dia, a respeito de qual seria a ferramenta a ser utilizada para medi-o de rea. Ou, ainda, qual o erro possvel de ocorrer na utiliza-o de cada ferramenta. Nesse ponto, realizada uma comparao entre os dados de um GPS de preciso contra um de navegao, con-trastados com os dados obtidos no Google Earth, uma vez que se tra-ta de ferramenta de fcil acesso, havendo, contudo, a necessidade de saber as implicaes de sua utilizao em determinadas atividades.

    No captulo IV abordada a caracterizao do relevo de duas reas agrcola pertencentes ao IFRS Cmpus Serto. Para tal, foi realizado um estudo em duas reas de topografia acentuada, buscando situaes de declive e aclive e representando-as por meio do Sistema de Informaes Geogrficas (SIG). Tal informao im-portante para quem trabalha com manejo do solo para produo

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    vegetal, pois o planejamento das culturas, dos tipos de cultivares, a instalao de terraos para o controle de eroso, o sentido de se-meadura, com essa informao, ficam facilitadas e otimizado o gerenciamento e a gesto da rea.

    Com relao ao planejamento territorial de municpios, cada vez mais comum, no dia a dia, estudos ambientais aplicados a esse fim. Contudo, h vrios municpios que desconhecem esse assun-to, principalmente aqueles com menor populao. Nesse contexto, o captulo V traz informaes sobre o uso do sensoriamento remoto na fiscalizao de reas de preservao permanente no municpio de Serra no Esprito Santo. Esse captulo, elaborado por Caroline Araujo Costa Nardoto, Joo Pinto Nardoto e Rodrigo Bettim Ber-gamaschi (mestrando em Geografia na UFES e Analista do setor de Geoprocessamento do Instituto Jones dos Santos Neves IJSN), visa principalmente delimitao e ao controle de rea de Preser-vao Ambiental, realizados por meio da anlise da situao am-biental de infraes de reas de Proteo Permanentes (APPs) uti-lizando a tecnologia associada aos Sistemas de Informaes Geogr-ficas (SIGs).

    Por fim, o captulo VI traz outro uso do geoprocessamento: na gesto de informaes. Nesse ponto, demonstra um estudo sobre a contaminao por necrochorume e outros contaminantes num ce-mitrio pblico do municpio de Marau (RS). Esse estudo visou a verificar indcios e, ainda, a chamar a ateno dos cidados e do poder pblico para a grande importncia de um ambiente salubre. A importncia dessa matria grande, haja vista que, independen-temente do tamanho da cidade, ou at mesmo da comunidade rural, geralmente h cemitrios, e sua gesto ambiental importante.

    Esperamos que esse trabalho auxilie a difundir as aplicaes do georreferenciamento e, bem assim, desperte o interesse de mais pessoas nessa rea.

    David Peres da RosaProfessor do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia

    do Rio Grande do Sul Cmpus Serto

  • Resumos

    Pesquisas cientficas voltadas para geotecnologias

    CAPTULO I

    Geoprocessamento como suporte ao desenvolvimento da aquicultura marinha -

    Eduardo Guilherme Gentil de Farias

    Os recentes avanos das tcnicas de geoprocessamento associadas ao desenvolvimento computacional das lti-mas dcadas, tm se mostrado teis no gerenciamento de projetos em aquicultura. Dados meteo-oceanogrfi-cos, tais como: temperatura da superfcie do mar, cor-rentes marinhas, altura significativa de ondas, concen-trao de clorofila, intensidade dos campos de ventos e batimetria, manipulados em ambientes de Sistemas de Informaes Geogrficas (SIG), tm possibilitado cada vez mais, uma anlise espacial quantitativa dos ecossis-temas aquticos, facilitando assim, a implementao e a gesto de parques aqucolas. Devido a relevncia do tema e a escassez de literatura apropriada sobre o as-sunto no idioma portugus, o presente captulo tem como objetivo fornecer elementos fundamentais que propiciem o entendimento bsico acerca do uso integrado de dados ambientais num SIG, enfatizando a importncia estra-tgica que as geotecnologias possuem para o desenvol-

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    vimento da atividade aqucola, frente aos desafios inerentes aos mltiplos usos do litoral brasileiro. Adicionalmente, este trabalho se prope a estimular o interesse de instituies, pesquisadores e profissionais ligados a rea de recursos pesqueiros e engenharia de pesca, a fazerem uso de dados geoespaciais como ferramenta para o desenvolvimento sustentvel da aquicultura nacional.

    Palavras-chave: Geoprocessamento, aquicultura e desenvolvimento sustentvel.

    CAPTULO II

    Geoprocessamento: uma anlise dos dados coletados a campo com o gps de preciso e de navegao em

    comparao com os dados obtidos no Google Earth, relativamente mesma rea de amostragem - Serleni

    Geni Sossmeier - Jssica Piroli - Alcindo Neckel

    O desenvolvimento da tecnologia para a localizao de alvos na su-perfcie terrestre pode ser representada por meio de dados obtidos no programa Google Earth e com GPS de navegao, ou de preciso. Para uma anlise mais detalhada dos dados, foram selecionadas duas reas, que pertencem ao Instituto de Educao, Cincia e Tec-nologia do Rio Grande do Sul, Cmpus Serto, situado no Distrito Engenheiro Luiz Englert, no Municpio de Serto/RS. Metodologi-camente, o estudo foi dividido em duas etapas: na primeira proce-deu-se ao levantamento de dados a campo (coleta das coordenadas e da altitude) e a segunda etapa consistiu na compilao dos dados extrados a campo, com o uso do programa Google Earth, TrasCord e SURFER 10. Os resultados da pesquisa mostraram que possvel usar o software Google Earth e o GPS de navegao para a verifica-

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    o planialtimtrica do territrio, pois, mesmo que haja erro entre as imagens, os dados muitas vezes podem ser confiveis, podendo ser utilizados em aes que no necessitem de exatido. J para as que necessitarem de exatido, o GPS de preciso mais confivel. Este estudo pretende demonstrar as diferenas obtidas a partir do uso dessas tecnologias voltadas ao geoprocessamento.

    Palavras-chave: Geoprocessamento. Tecnologias. Coordenadas Geo-grficas.

    CAPTULO III

    Tcnicas de geoprocessamento aplicado ao planejamento ambiental municipal

    - Pedro Roberto de A. Madruga

    Diante da necessidade do planejamento municipal levando em con-siderao a questo ambiental, de forma a contemplar o que preco-niza a atual legislao, as tcnicas de geoprocessamento, em espe-cial o sensoriamento remoto e os sistemas de informao geogrfica (SIG) so as ferramentas fundamentais neste planejamento. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo geral desenvolver uma metodologia utilizando tcnicas de geoprocessamento como forma de facilitar o planejamento ambiental em nvel de munic-pio. Como objetivos especficos definiram-se: Elaborao dos mapas base e temticos necessrios ao planejamento ambiental, quais se-jam: Mapa base poltico administrativo da rea rural, uso da terra, planialtimtrico, rede viria, hidrogrfico, hipsomtrico, classes de declividade, reas de preservao permanente (APPs) e conflitos de uso da terra. Como rea de estudo foi escolhida a regio denomina-da de Quarta Colnia de Imigrao do Rio Grande do Sul, localizada na regio Centro-Oeste do Estado, entre Santa Maria e Cachoeira

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    do Sul. Como resultados foram obtidos os mapas propostos nos ob-jetivos, utilizando-se as tecnologias de geoprocessamento, concluin-do que as tcnicas utilizadas prestaram-se aos objetivos propostos, mostrando a realidade ambiental da regio, principalmente no que tange as reas de preservao permanente e seus respectivos con-flitos de uso da terra.

    Palavras-chave: Geoprocessamento, mapas base e mapas temticos.

    CAPTULO IV

    O uso do geoprocessamento: uma anlise de duas reas no

    Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio

    Grande do Sul - IFRS, Campus de Serto/RS - Daiane Tonet

    - Serleni Geni Sossmeier - Jssica Piroli - Alcindo Neckel

    O campus do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), loca-lizado no municpio de Serto/RS, tem como peculiaridade ser for-mado por diferentes representaes de relevo. Buscando caracte-rizar essa representao de terreno, a pesquisa objetiva trabalhar com o geoprocessamento em duas reas mais acentuadas, tanto em declive, como em aclive buscando uma representao da realidade, por meio do Sistema de Informaes Geogrficas (SIG), com coleta, informao, manipulao, anlise e representao de informaes sobre a espacialidade. Metodologicamente, para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizados o Sistema de Posicionamento Global (GPS) de preciso e de navegao, pelos quais foram coletadas as Coordenadas Geogrficas (Latitude e Longitude) e a altitude. Para o processamento de dados, utilizou-se o software Surfer 10 e Track Maker. A pesquisa teve como resultado a obteno de informao que permitiu a configurao da representao de um plano real da

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    rea analisada, comparando, assim, suas particularidades planial-timtricas do local em trs dimenses (3D). As variaes de terreno mostradas neste estudo podem ser muito teis para profissionais da rea do geoprocessamento que queiram detalhar o terreno e anali-sar suas caractersticas prprias.

    Palavras-chave: Geoprocessamento, Mapeamento, SIG.

    CAPTULO V

    Geoprocessamento aplicado fiscalizao de reas de proteo permanente a prtica na rea de proteo

    ambiental Mestre lvaro SerraES - Caroline Araujo Costa Nardoto - Joo Pinto Nardoto - Rodrigo Bettim

    Bergamaschi

    O presente trabalho objetiva contribuir para os estudos ambientais aplicados ao planejamento territorial no municpio de Serra (ES), com aplicao metodolgica na rea de Preservao Ambiental Mes-tre lvaro, por meio da anlise da situao ambiental de infraes de reas de Proteo Permanentes (APP's) da rea. Para tanto ser utilizada tecnologia associada aos Sistemas de Informaes Geogr-ficas (SIG's), cujo crescente avano de grande utilidade ao suporte de polticas pblicas, devido facilidade e eficincia de seu uso. Jus-tifica-se pela necessidade de identificao das reas em desacordo com a lei de proteo permanente, sobretudo nas reas urbanas e, logo, de esclarecimento de seu quadro urbano-ambiental, como uma das maneiras de auxiliar a institucionalizao do desenvolvimento de modo sustentvel. Por meio dos resultados de identificao das APP's, dar-se respaldo aos rgos competentes administrao de tais para que promovam penalidades aos transgressores, como o impedimento dos usos indevidos por meio de multas financeiras ou

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    aplicaes de modelos de recuperao das reas culpadamente de-gradadas. Alm disso, as anlises descritas e as bases de dados ge-radas podero servir de suporte a outros estudos ambientais, como o monitoramento das infraes.

    Palavras-chave: Geoprocessamento, anlise ambiental, reas de proteo permanente.

    CAPTULO VI

    Aplicabilidade do geoprocessamento no cemitrio central

    da cidade de Marau/RS Brasil - Fbio Remedi Trindade -

    Alcindo Neckel - Felipe Pisini

    Esta pesquisa tem como objetivo chamar a ateno dos cidados e do poder pblico para a grande importncia de um ambiente sa-lubre e em interao contnua com o ser humano, usando-se da-dos geoprocessados no Software Surfer 10. Apresenta-se o relato de um levantamento de dados provenientes de um estudo realizado no cemitrio central do municpio de Marau, no Rio Grande do Sul. Analisou-se a quantidade, tipos e locais de sepultamentos. Houve, tambm, a coleta de amostras de solo no local para verificao de in-dcios relacionados contaminao por necrochorume e outros con-taminantes. Constatou-se que se faz necessria a gesto ambiental dos cemitrios, para a minimizao de riscos sade humana por bactrias encontradas no solo. Os dados foram coletados, organi-zados e demonstrados em mapas, onde demonstram os diferentes cenrios e graus de contaminao do solo encontrada.

    Palavras-chave: Cemitrio. Geoprocessamento. Contaminao.

  • Geoprocessamento como suporte ao desenvolvimento da

    aquicultura marinha

    Eduardo Guilherme Gentil de Farias*

    1 Introduo

    Nos ltimos anos, a produo mundial de pescado capturado, encontra-se estabilizada em torno de 90 milhes de toneladas, sendo que a maioria dos estoques pesqueiros tradicionais encontram-se em decl-nio (FAO, 2012). Esse panorama, deve-se principalmen-te a sobre pesca e a destruio dos habitats naturais, ocasionados pela expanso das atividades antrpicas (FAO, 2012). Considerando a crescente demanda por ali-mentos, devido ao crescimento exponencial da populao do planeta, a aquicultura vem despontando como uma das principais alternativas para a gerao de pescados (KENNISH, 2001). Essa tendncia mundial foi obser-vada por Borguetti et al., (2003). Analisando dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos re-novveis (IBAMA) e da Organizao das Naes Unidas para Alimentao (FAO), os autores mostraram que a

    CAP

    TULO

    I

    * engenheiro de Pesca Dr. sensoriamento Remoto (INPe). e-mail: [email protected]

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    produo aqucola mundial apresentou um incremento de 187% em 11 anos (1990 a 2001), enquanto a pesca experimentou um aumento de apenas 7,8% para o mesmo perodo.

    A aquicultura pode ser definida como o conjunto de tcnicas in-terdisciplinares dedicadas ao cultivo de organismos aquticos, como por exemplo: moluscos, crustceos, plantas aquticas e peixes. De acordo com Thomas et al. (2011), o sucesso da atividade aqucola est diretamente relacionado com a correta manuteno desses or-ganismos em cativeiro, o que implica na interveno humana no processo de criao, visando assim, um incremento na produo de biomassa.

    Segundo Ryan (2004), possvel setorizar a aquicultura mari-nha (maricultura), considerando a distncia fsica em que os em-preendimentos se encontram em relao faixa de praia. Bridger et al. (2004), considerou que a aquicultura marinha pode ser pra-ticada em quatro compartimentos ambientais distintos, separados de acordo com a vulnerabilidade da rea de cultivo frente a pos-sveis alteraes do ambiente. Nomeadamente, estas sub-regies so: terrestres (viveiros escavados em regies estuarinas), costeiras (estruturas instaladas em regies de baas e enseadas), expostas (estruturas instaladas em pontos adjacentes a faixa de praia, numa distncia inferior a 2 quilmetros) e reas offshore (estruturas ins-taladas numa distncia superior a 2 quilmetros em direo ao mar, tendo-se como referncia, a linha de costa). Muir (1998), classificou a aquicultura marinha como costeira e offshore. Essa classificao considera quatro critrios distintos, sendo estes: localizao, meio ambiente, acesso e operao (Tabela 1).

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    Tabela 1 Caractersticas da aquicultura costeira e offshore.

    Caractersticas Aquicultura costeira Aquicultura offshoreLocalizao/Hidrografia 0-2 quilmetros da costa. >2 quilmetros da costa.

    Meio Ambiente

    Hs

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    Buscando um melhor gerenciamento da aquicultura em guas da Unio e frente s novas demandas globais por sustentabilida-de, o Brasil lanou o Programa Nacional de Desenvolvimento da Maricultura (PLDM), atravs do Ministrio da Pesca e Aquicultura (MPA). importante salientar que esta a primeira iniciativa na-cional de ordenamento geoespacial com foco setorial na maricultura brasileira (VIANNA et al., 2012). O objetivo dos PLDM's, geren-ciar os conflitos gerados pelos mltiplos usos da zona costeira, ga-rantindo a integrao das diferentes atividades econmicas e recre-acionais inseridas no litoral brasileiro. Essa integrao passa neces-sariamente por um processo poltico-social que envolve diferentes interesses, ordenados por um sistema normativo e legal que deve estar em consonncia com princpios tcnico-cientficos, democrti-cos e ticos (VIANNA et al., 2012).

    Segundo Silva et al. (2011), os objetivos de projetos dessa natu-reza, geralmente incluem: a correta alocao dos recursos naturais para cada uma das funes ou atividades competidoras, a resoluo ou minimizao de conflitos, a minimizao dos impactos ambien-tais e a conservao dos recursos naturais.

    Buitrago (2005), relata que o uso de tcnicas de geoprocessa-mento podem auxiliar no gerenciamento da aquicultura marinha, permitindo a identificao de reas potenciais e a delimitao de parques aqucolas, levando-se em considerao os mltiplos usos da regio costeira e as necessidades biolgicas fundamentais para o desenvolvimento dos organismos a serem cultivados.

    Buscando estabelecer bases sustentveis para a correta escolha de locais para a implantao de unidades aqucolas, faz-se necess-rio o entendimento da relao entre o comportamento dos diferen-tes recursos pesqueiros frente variabilidade ambiental (SALLES, 2006). Desta forma, possvel melhorar a eficincia do cultivo, de modo a ser possvel produzir uma mxima quantidade de biomassa a um menor custo.

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    Nesse sentido, o uso de tcnicas de geoprocessamento possibi-lita o desenvolvimento de estudos considerando as peculiaridades de cada ambiente, otimizando as tarefas de anlise de um volumo-so e intricado conjunto de parmetros ambientais (SZUSTER; AL-BASRI, 2010). Assim, possvel gerar informaes que subsidiam o gerenciamento das reas de cultivo, disponibilizando informaes s comunidades produtoras e aos rgos de fomento competentes (TOVAR et al., 2000).

    O presente captulo tem como objetivo fornecer elementos fun-damentais que propiciem o entendimento bsico acerca do uso in-tegrado de dados ambientais num SIG, enfatizando a importncia que estes possuem na escolha de stios adequados para o desenvol-vimento da maricultura. Adicionalmente, este trabalho se prope a estimular o interesse de instituies, pesquisadores e profissionais ligados a rea de recursos pesqueiros e engenharia de pesca, a faze-rem uso de dados geoespaciais como ferramenta para o desenvolvi-mento sustentvel da aquicultura nacional.

    2 Geoprocessamento e aquicultura

    Definies e consideraes pertinentes

    A distribuio geogrfica de parmetros ambientais sempre possuiu papel fundamental na tomada de decises das atividades das sociedades organizadas (CMARA et al., 2003). Contudo, at a primeira metade do sculo XX, isto era feito apenas em documentos e mapas em papel, o que impedia uma anlise integrada a partir da combinao de diferentes fontes de dados. Entretanto, a partir de meados de 1960, em virtude do desenvolvimento da informti-ca, tornou-se possvel representar o meio fsico em um ambiente computacional, o que favoreceu o surgimento do geoprocessamento (CMARA et al., 2003).

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    Geoprocessamento, o termo adotado pela comunidade aca-dmica para destacar o uso de tcnicas matemticas e computa-cionais para o tratamento integrado de informao geogrfica (RO-CHA, 2000). Este conjunto de ferramentas vm influenciando de sobremaneira as reas de cartografia, anlise de recursos naturais, transportes, comunicaes, energia e planejamento urbano. As fer-ramentas computacionais para geoprocessamento so chamadas de sistemas de informao geogrfica (SIG). Em ambiente SIG, pos-svel efetuar anlises numricas e integrar dados de diversas fontes e criar bancos de dados, tornando possvel automatizar a produo de documentos cartogrficos (ROCHA, 2000).

    Considerando que a regio costeira brasileira (Zona Econmica Ecolgica - ZEE) ocupa cerca de 3,5 milhes de quilmetros qua-drados, estendendo-se por mais de 400 municpios distribudos do norte equatorial ao sul temperado do Pas e, em virtude da escassez de informaes adequadas para a tomada de decises no que tange a gesto aqucola nacional, o geoprocessamento apresenta um enor-me potencial, principalmente por se tratar de uma em tecnologia de custo relativamente baixo.

    A utilizao de um SIG implica na escolha das representaes computacionais mais adequadas para a descrio de objetos do mundo real. Assim, possvel oferecer um conjunto de estruturas de dados capazes de representar a variabilidade do meio fsico. De maneira generalista, usualmente associam-se grandezas numricas do mundo real a objetos representados em ambiente computacional (RUHOFF, 2004).

    Tipos e representao de dados em geoprocessamento

    De acordo com Cmara et al. (2003), podemos definir os princi-pais tipos de dados utilizados em geoprocessamento, como:

    Temticos: Descrevem a distribuio espacial de uma grandeza geogrfica expressa de forma qualitativa. Estes dados podem ser obtidos a partir de levantamento de campo ou derivados

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    a partir de produtos de sensoriamento remoto. Exemplo: Ca-racterizao granulomtrica do solo de uma determinada rea de manguezal.

    Cadastral: Descrevem feies com atributos que podem estar associados a diferentes representaes grficas. Exemplo: Os lotes de um empreendimento aqucola so elementos do espao geogrfico que possuem atributos (dono, localizao, carga tributria, etc.) e, que podem possuir representaes grficas distintas.

    Redes: Cada objeto geogrfico possui uma localizao geogr-fica exata e est sempre associado a atributos descritivos. Exemplo: Uma bacia hidrogrfica.

    Modelos numricos de terreno (MNT): Comumente utilizados para denotar a representao quantitativa de uma grandeza que apresenta variao no espao. Pode ser definido como um modelo matemtico que reproduz uma superfcie real a partir de algoritmos e de um conjunto de pontos (lon, lat), em um re-ferencial qualquer, com atributos z, sendo este ltimo, respon-svel por descrever a variao contnua da superfcie. Exem-plo: O levantamento batimtrico de uma lagoa (Figura 1).

    Imagens: Obtidas por satlites orbitais ou a partir de sen-sores aerotransportados, as imagens so formas de captura indireta de informao espacial oriunda da radiao eletro-magntica refletida ou emitida por um alvo terrestre. No ser o foco do presente documento explicar acerca dos prin-cpios fsicos do sensoriamento remoto. Maiores informaes sobre o tema podem ser encontradas em Jensen (2007).

    Num ambiente SIG, os tipos de dados a serem inseridos (tem-tico, cadastral, redes, MNT e imagens) carecem de representao computacional (ROCHA, 2000). Nesse mbito, definem-se as poss-veis formas geomtricas que podem estar associadas s classes do universo real. Embora hajam diferentes representaes na litera-tura, iremos considerar neste documento, apenas as duas grandes

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    classes de representaes geomtricas: a representao vetorial e a representao matricial (ROCHA, 2000).

    Na representao vetorial, elementos ou feies geogrficas se-ro simplificados numa tentativa de reproduzi-los o mais prximo do mundo real (CMARA et al., 2003). Qualquer entidade ou ele-mento grfico de um mapa reduzido a trs formas bsicas: pontos, linhas, reas ou polgonos (CMARA et al., 2003). Por exemplo, a forma mais simples de se representar uma estrada num mapa atravs de uma linha ou ainda, podemos representar viveiros des-tinados ao cultivo de um dado recurso pesqueiro, atravs de um conjunto de polgonos.

    figura 1: Mapa batimtrico tridimensional da lagoa Comprida Restinga de Jurubatiba (RJ).

    fonte: farias e Molisani (2011).

    De maneira distinta, a representao matricial consiste no uso de uma malha quadriculada regular sobre a qual se constri, clula a clula, o elemento que est sendo representado (CMARA et al.,

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    2003). A cada clula, atribui-se um valor referente ao atributo estu-dado, de tal forma que o computador saiba a que elemento ou objeto pertence determinada clula (Exemplo: Mapa batimtrico).

    Inferncia geogrfica

    A principal proposta dos projetos desenvolvidos em SIG para aquicultura a combinao de dados geogrficos visando descre-ver, analisar e modelar possveis cenrios de expanso da atividade aqucola. Desse modo, o geoprocessamento fornece suporte nas de-cises tomadas. A combinao de diferentes bases de dados, permite uma reduo na ambiguidade das interpretaes que, comumente ocorrem quando analisamos informaes geogrficas separadamen-te (CHO et al., 2012).

    Quando tratamos de projetos em aquicultura, comum a to-mada de decises ser baseada inicialmente nas condies ambien-tais favorveis para o desenvolvimento da atividade (FAO, 2007). De fato, a descrio fsica da rea requerida para a atividade um critrio de grande importncia e por isso, deve ser calculado. Adi-cionalmente, o custo operacional dever ser considerado. Dependendo do recurso que se deseja cultivar, a dificuldade de aces-so ao stio de cultivo e a distncia do empreendimento em relao s vias de acesso responsveis pelo escoamento da produo, podem inviabilizar o incio da atividade. importante destacar que estes critrios, podem ser mais ou menos importantes entre si.

    Os fatores ou critrios desejveis em uma deciso complexa va-riam de acordo com o problema. A necessidade de ter mais de um critrio de avaliao na tomada de deciso, com unidades de medida diferentes ou mesmo sem unidade de medida a grande motivao dos estudos na rea de inferncia geogrfica (WOLFF, 2008).

    As tcnicas de inferncia geogrfica produzem novos mapas a partir de dados coletados previamente. Os resultados obtidos vi-sam descrever a vocao de uma determinada regio para a imple-mentao de projetos em aquicultura. A literatura sugere diferentes

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    mtodos de inferncia que expressam a vocao de uma dada regio para a maricultura (FAO, 2007). Dentre os diferentes mtodos de inferncia geogrfica, podemos destacar: a lgica Fuzzy, a Mdia Ponderada, a Anlise Bayesiana, o Processo Analtico Hierrquico (AHP) e as Redes Neurais. Em nosso estudo de caso (a ser mostrado a seguir), nos dedicaremos exclusivamente a explicar os conceitos bsicos do mtodo AHP, enfatizando como este pode ser implemen-tado para identificao de reas potenciais destinadas ao cultivo de macroalgas marinhas.

    Os critrios de favorabilidade por inferncia geogrfica podem ser definidos segundo regras determinsticas, onde o modelo produz mapas binrios (isto , 0 e 1) a partir dos dados de entrada (FARIAS et al., 2009). Essa tcnica, descreve a co-ocorrncia aditiva na qual as informaes so simplesmente sobrepostas. Nesses casos, as re-gies de maior potencialidade aqucola so aquelas que apresentam o maior nmero de interseces favorveis avaliadas pelo modelo. Embora til, esta abordagem metodolgica exclu critrios de pro-babilidade, reduzindo drasticamente a identificao de regies pas-sveis expanso da aquicultura marinha (FARIAS et al., 2010).

    possvel tambm avaliar o grau de favorabilidade de uma regio prtica aqucola atravs de critrios ponderados. Essa abordagem resulta em um patamar de escalas de potencialidade (BONHAM-CARTER, 1994). Segundo Harris (1989), esta tcnica pode ser definida como co-ocorrncia ponderada. A vantagem des-sa abordagem a possibilidade de avaliar graus de potencialidade distintos ao invs de analisarmos apenas a presena ou ausncia de potencialidade de uma localidade.

    Na abordagem ponderada, a favorabilidade ser calculada a partir da combinao de evidncias de fontes mltiplas. Entretanto, a distribuio de pesos a serem atribudos a um conjunto de da-dos, depender da anlise da importncia da evidncia em relao a uma ocorrncia conhecida ou, na maioria dos casos, atravs da anlise supervisionada de um especialista (WOLFF, 2008). O nosso

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    estudo de caso servir de exemplo para ilustrar como isso dever ser implementado.

    3 Estudo de caso Uso do mtodo AHP para a identificao de reas favorveis ao cultivo de macroalgas marinhas

    O presente estudo de caso, tem por objetivo apresentar um exemplo de anlise por inferncia geogrfica AHP sobre os parme-tros ambientais relacionados identificao de reas propcias para o cultivo de macroalgas marinhas do gnero Gracilaria sp. Os resul-tados aqui apresentados foram publicados em Farias et al (2010).

    A regio do nosso estudo de caso o litoral do municpio de Amontada, municpio costeiro localizado no estado do Cear, nor-deste do Brasil (longitudes 039o3308W e 039o4214W e latitudes 02o5852S e 03o0440S). A cidade encontra-se distante aproxima-damente 155 km da capital Fortaleza. Esta localidade foi escolhida devido sua ampla linha de costa e em virtude do seu grande poten-cial pesqueiro.

    As variveis de entrada do modelo AHP foram: batimetria, gra-nulometria dos sedimentos e correntes marinhas. Todos os par-metros ambientais foram coletados in situ, durante atividades de campo transcorridas entre os dias 19 a 22 de maio de 2009, perodo este correspondente ao de quadratura da mar.

    3.1 Requisitos ambientais necessrios para o cultivo de macroalgas marinhas

    Segundo MPA (2003), as condies ambientais necessrias para a implementao de uma unidade de cultivo de macroalgas mari-nhas em sistema long-line (Figura 2) so: o fluxo de correntes ma-rinhas, a salinidade, a temperatura da gua, a profundidade local e a granulometria do sedimento. Neste estudo, desconsideramos as

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    anlises de temperatura e salinidade, uma vez que a regio apre-senta temperatura constante (por volta de 25 graus Celsius) e au-sncia de variaes significativas da salinidade.

    As correntes marinhas possuem atuao relevante num am-biente de cultivo de algas, sendo responsveis por carrear nutrientes e movimentar as plantas na coluna d'gua, favorecendo o processo de fotossntese. No entanto, regimes de correntes intensos podem ser um limitante para o crescimento das plantas, alm de produzir o rompimento dos indivduos no sistema de cultivo, obrigando os tcnicos a adotarem colheitas frequentes. Assim, recomenda-se que o local escolhido no deva apresentar fluxos inferiores a 0,1 ms-1 ou superiores a 0,5 ms-1.

    A granulometria dos sedimentos est associada ao regime de correntes do local do empreendimento, podendo ser utilizada como um indicativo da quantidade de material em suspenso na coluna d'gua, sendo este, um fator determinante na escolha da estrutura para fixao da unidade cultivo. Os fundos de lama so apropriados para fixar as estruturas de cultivo, porm, indicam que possivel-mente haver grande deposio de partculas finas sobre as algas, o que implicar numa pior performance de crescimento das plantas cultivadas. Substratos com areia muito grossa e/ou rochas, indicam que gua possui baixa concentrao de material fino em suspenso. Entretanto, sedimentos muito grosseiros implicam numa possvel dificuldade de fixao das unidades de cultivo, uma vez que, so indicativos de correntes intensas e/ou presena de ondas, o que difi-cultar o trabalho de manejo.

    Com relao batimetria, quanto maior a profundidade, maior ser a dificuldade de executar as operaes de instalao e manejo das estruturas de cultivo. Contudo, importante salientar que a profundidade local, mesmo na baixa-mar de sizgia no poder dei-xar as algas emersas.

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    figura 2: Layout bsico para a disposio das algas em estruturas de cultivo long-line. As macroalgas ficam dispostas nos substratos artificiaislocalizadosnaslinhassecundriasdaarmao.

    fonte: extrado de Masih-Neto (2009).

    3.2 Coleta e processamento de dados ambientais in situ

    Foi utilizado um ecobatmetro conjugado a um GPS, mode-lo GPSMAP 238 Sounder GARMIN, transdutor de resoluo de 0,01metros de profundidade e sensor de temperatura, antena ex-terna, recepo para 12 canais e receptor diferencial. O ecobatme-tro implementa um sistema de aquisio de dados de profundidade, hora e coordenadas, acoplado a um laptop (Figura 3). Para alimen-tao de fora na embarcao foi usado um conversor de 12 volts para 110 volts. Este por sua vez, estava ligado a uma bateria de 12 volts com amperagem de 42 A alimentada por um gerador de 6 volts localizado no motor de popa. Os dados de profundidade foram cor-rigidos ao nvel reduzido da Diretoria de Hidrografia e Navegao da Marinha do Brasil (DHN), com o objetivo de eliminar o efeito da mar, visando dar suporte correta modelagem do mapa batim-trico. A partir da obteno de uma grade regular, foi ento gerado o modelo batimtrico, utilizando-se para tal, um interpolador por mdia ponderada.

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    figura 3: sistema de coleta de dados batimtricos.

    fonte: extrado de farias (2006).

    Foram realizados 9 perfis de amostragem de correntes, com comprimento mdio de 900 metros (Figura 4), regularmente espa-ados em nossa rea de estudo, utilizando um correntmetro ADCP com sensor acstico de frequncia 1,5 MHz, produzido pela SON-TEK/YSI. O equipamento composto por uma sonda, onde os sinais so filtrados e transmitidos para um laptop com um software espe-cfico que coordena as aes de todo o sistema, recebendo os dados e os disponibilizando em forma de grficos, tabelas etc.

    O princpio de funcionamento do equipamento o efeito Do-ppler, que se refere mudana de frequncia do sinal transmitido pelo sensor, causada pelo movimento relativo entre o aparelho e o material em suspenso da gua sob a ao do feixe das ondas sono-

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    ras. Como o material em suspenso se desloca com a mesma inten-sidade das correntes marinhas, a magnitude do efeito Doppler ser diretamente proporcional ao deslocamento da coluna d'gua. Desse modo, medindo-se a frequncia dos ecos que retornam do material em suspenso e comparando-a com a frequncia do som emitido, o ADCP determina a velocidade da partcula que, neste caso, equivale intensidade dos regimes de correntes marinhas.

    Figura4: Funcionamento do perfilador de correntes ADCP, utilizado paramedir a direo e a intensidade das correntes marinhas ao longo dos 9 perfis coletados.A estimativa do regime de correntes realizadaconsiderando a intensidade de retorno do sinal Doppler provocado pela movimentao do material em suspenso na coluna d'gua para os transdutores do equipamento.

    fonte: extrado de Monteiro (2011).

    Por fim, foram coletadas 22 amostras de sedimentos regular-mente espaadas em nossa regio de estudo com o auxlio de uma draga pontual do tipo van Veen. Essas amostras foram posterior-

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    mente levadas a laboratrio onde foram submetidas anlise gra-nulomtrica, visando estabelecer a distribuio do dimetro dos gros presentes nas amostras adquiridas.

    3.3 Processo Analtico Hierrquico (AHP)

    AHP uma teoria matemtica que permite organizar e avaliar a importncia relativa entre critrios distintos relacionveis (SAA-TY, 1986). A teoria requer a estruturao de um modelo hierrquico, o qual geralmente composto por meta, critrios, sub-critrios e alternativas (SAATY, 1986).

    A meta o elemento que se deseja solucionar. Este parmetro fica no topo da estrutura hierrquica AHP (SAATY, 1990). Em nosso caso, a meta ser identificar reas favorveis ao desenvolvimento da aquicultura marinha.

    Os critrios so definidos pelos tomadores de deciso, como os fatores que influenciam diretamente a meta. No nosso estudo de caso, os critrios representam os parmetros ambientais desejveis para o desenvolvimento da aquicultura. A denominao sub-crit-rio, adotada para identificar separadamente as variveis fsicas tolerveis ou imprprias para a maricultura.

    A etapa seguinte consiste em estabelecer parametrizaes am-bientais timas para a rea de cultivo. So feitas comparaes pa-ritrias entre os n critrios entre si, dois a dois, em relao con-tribuio de cada um para a meta desejada. Fazer uma comparao neste mtodo, significa atribuir um valor da escala de 1 a 9, que represente o par em questo (Tabela 2). Segundo Saaty (1990), a escala de 1 a 9 suficiente e ainda mantm a possibilidade de dis-tinguir a intensidade das relaes entre os elementos.

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    Tabela2:PonderaoAHP.

    Pesos ImportnciaAHP1 Igual importncia3 Moderadamente mais importante5 fortemente mais importante7 Muito fortemente mais importante9 extremamente mais importante

    2, 4, 6, 8 Valores intermediriosfonte: saaty (1990).

    Em nosso estudo de caso, foram consideradas como regies ti-mas para o cultivo de macroalgas marinhas, os setores que apre-sentassem profundidades variando entre 1,5 a 3 metros, com areia grossa e fluxo de correntes entre 0.2 e 0.35 ms-1, sendo conferido a essas variveis nas faixas indicadas, os maiores pesos nas anlises geogrficas e pesos menores na medida em que os parmetros se afastassem das condies timas de cultivo.

    O passo seguinte, consiste em comparar as n alternativas pos-sveis entre si, obtidas a partir das nossas variveis ambientais ponderadas segundo o mtodo AHP. Nesse ponto, o objetivo ser identificar os locais que apresentam maior aptido para a imple-mentao de projetos em aquicultura (SAATY, 1990).

    A comparao pareada gera uma matriz de avaliao n x n. Para preencher a matriz, o tomador de deciso age por linhas (WOLFF, 2008). A diagonal principal da matriz preenchida com o valor 1, por se tratar da comparao de um elemento com ele mesmo. Aps preencher a diagonal principal, na linha 1 necessrio identificar qual a importncia do elemento desta linha em relao a cada elemento de todas as colunas. Cada um dos julgamentos represen-ta a dominncia do elemento da linha sobre o elemento da coluna. Se o elemento Ai (da linha) for igualmente importante ao elemento Aj (da coluna), o valor aij atribudo a esse par 1. Se ele for mais importante do que o elemento Aj, algum valor de 2 a 9 escolhido. Contudo, se o elemento Ai for menos importante do que o elemento

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    Aj, um nmero inverso aos valores 2 a 9 ser dado, dependendo da ponderao com que foi avaliado.

    Vale salientar que possvel calcular a consistncia matem-tica da distribuio dos pesos AHP entre as variveis analisadas. A razo de consistncia varia entre zero e um, com zero indicando a completa consistncia do processo de julgamento (SAATY; NIEMI-RA, 2006). Nesse captulo, no nos dedicaremos a discorrer sobre o formalismo matemtico para o clculo da razo de consistncia. Maiores detalhes sobre este tpico no idioma portugus, podero ser encontrados em Wolff (2008).

    O diagrama bsico de execuo do nosso estudo de caso, encon-tra-se na figura 5, o qual ser brevemente descrito. Inicialmente, os dados de intensidade de correntes, sedimentos e batimetria foram coletadas em campo. O passo seguinte, consistiu em transformar os produtos coletados em MNT, visando a gerao de planos de infor-mao (PI's) para a alocao dos dados. Os PI's de correntes, sedi-mentos e batimetria foram convertidos em matrizes com as mesmas dimenses, com o objetivo de favorecer a entrada dos dados no mo-delo AHP. As matrizes recm obtidas, foram fatiadas em diferentes nveis ou camadas (ex: a profundidade foi particionada a cada 50 cm). Na sequncia, foi realizada a ponderao AHP entre as classes temticas. O resultado do modelo um MNT ponderado que dever ser dividido em subclasses (ou fatias) que facilitaro a compreenso do mapa final. Estas fatias foram nomeadas de acordo com a favora-bilidade regional implementao de projetos aqucolas.

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    figura 5: Modelo esquemtico de processamento dos dados. fonte: extrado de farias et al., (2010).

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    3.4 Resultados e discusses

    O levantamento batimtrico mostrou que a conformao do re-levo submerso da regio apresentou cotas mximas de -9 metros, com isobatimtricas apresentando variao suave do gradiente de declividade do fundo. Os maiores gradientes batimtricos esto si-tuados prximos costa, com aumento gradativo da profundidade em direo a mar aberto. As cotas so em geral paralelas costa, sendo esse padro interrompido em alguns pontos por algumas de-presses.

    Os resultados obtidos atravs do monitoramento do fluxo de correntes, mostraram um escoamento paralelo costa, predomi-nante de SE para NW, com a direo de fluxo variando entre 330 a 350 graus, indicando uma significativa homogeneidade. Os perfis apresentaram maiores intensidades de correntes marinhas nas re-gies mais distantes da linha de costa. Este efeito esperado, sendo causado pela condio lateral de no deslizamento da corrente na costa.

    Atravs da anlise sedimentar, foi possvel evidenciar a exis-tncia de quatro classes granulomtricas distintas ao longo de toda a regio em estudo, sendo estas: granulo, areia muito grossa, areia grossa e silte mdio. Houve predominncia de areia grossa nas praias de Moitas e Caetano, enquanto em Icara de Amontada foi possvel observar a presena de areia muito grossa. Silte m-dio pode ser encontrado em menor proporo na enseada entre as praias de Moitas e Icara de Amontada. Esta mesma afirmativa vlida para a presena de granulos na regio.

    O processo analtico hierrquico possibilitou associar, em um nico produto, todas as variveis utilizadas na determinao de reas propcias ao desenvolvimento da maricultura. O mapa obtido atravs do modelo mostra-se coerente, em virtude da menor favora-bilidade indicada para as regies mais distantes da praia, portanto mais profundas (acima de 4 metros), e de regies com granulome-

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    tria mais grosseira, imprprias para o desenvolvimento do cultivo de Gracilaria sp.

    Seguramente, a maior dificuldade em relao aplicao do modelo analtico hierrquico, est relacionada determinao dos pesos das variveis e das suas classes, problema comumente des-tacado em outros trabalhos que utilizaram este mtodo (THIRU-MALAIVASAN et al., 2003). Assim, pode-se constatar que o mtodo utilizado muito dependente do analista e do problema. Esta tem sido a principal crtica ao modelo analtico hierrquico, pois permite gerar uma escala de razo de preferncias por parte do especialista (BARROS et al., 2007).

    O mapa de grau de favorabilidade gerado para o cultivo de al-gas na regio, encontra-se apresentado na Figura 6. Os resultados obtidos corroboram com as informaes da literatura (MPA, 2003), uma vez que, o modelo mostrou que os locais de tima implantao de projetos dessa natureza na regio em estudo, devem se localizar onde as cotas batimtricas encontram-se entre 1,5 a 3 m de pro-fundidade e velocidade de fluxo de correntes em torno de 0,2 a 0,3 ms-1. A regio no apresentou pontos com areia fina e areia muito fina (condies timas de cultivo). Desse modo, optou-se para fins demonstrativos, aplicar o maior peso AHP sobre os sedimentos que foram classificados como areia grossa.

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    Figura6: MapaAHPdefavorabilidadeaocultivodemacroalgasmarinhasparaa regio costeira do municpio de Amontada-Ce.

    fonte: extrado de farias et al. (2010).

    4 Concluses

    O presente captulo apresentou as principais potencialidades do uso de tcnicas de geoprocessamento como suporte ao desenvol-vimento da aquicultura marinha. Nesse mbito, a adoo de tcni-cas de inferncia geogrfica vm apresentando papel de destaque, podendo contribuir de modo singular com a expanso sustentvel da atividade aqucola, integrando diferentes componentes ambien-tais, sociais e econmicos, que possuem estreita relao com a iden-tificao de reas propcias ao cultivo de organismos aquticos.

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    Embora, o geoprocessamento seja amplamente aplicvel na aquicultura, observa-se uma escassez de trabalhos tcnicos e aca-dmicos que fazem uso quantitativo de dados geoespaciais, o que denota a necessidade de formao de recursos humanos aptos para tratarem a atividade de maneira integrada, frente aos desafios ine-rentes aos mltiplos usos da zona costeira. De fato, o acoplamento de dados multi-paramtricos, embora essencial, ainda um fator problemtico na gesto de recursos pesqueiros. No geral, ainda h dificuldade na escolha da abordagem numrica a ser adotada, uma vez que esta depender do problema a ser tratado e da deciso de-sejada. Seguramente, o uso adequado de geotecnologias um dos principais desafios do cotidiano dos profissionais da rea de recur-sos pesqueiros e engenharia de pesca.

    importante salientar que a qualidade e confiabilidade dos resultados obtidos por inferncia geogrfica extremamente depen-dente da existncia de uma base de dados que represente adequa-damente a variabilidade ambiental, os componentes sociais, legais e econmicos, ligados atividade aqucola.

    O autor acredita que a abordagem integrada do geoprocessa-mento possui papel estratgico na expanso da aquicultura bra-sileira, uma vez que, a anlise geogrfica confere confiabilidade e legitimidade ao setor, fatores estes, indispensveis para a reduo de riscos ambientais e que, influenciam a aceitabilidade social da atividade.

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  • Geoprocessamento: uma anlise dos dados coletados a campo com o GPS de preciso e de

    navegao em comparao com os dados obtidos o Google Earth, relativamente mesma rea de

    amostragem

    Serleni Geni Sossmeier* Jssica Piroli**

    Alcindo Neckel***

    Introduo

    A tecnologia, em conjunto com ferramentas digitais, parte atuante do cotidiano da sociedade atual. A internet em poucos anos invadiu a vida da so-ciedade. Isso ocorreu em razo de a rede de informtica

    CAP

    TULO

    II

    * Acadmica do Curso de Agronomia do Instituto federal do Rio Grande do sul, campus serto, Rs. [email protected]

    ** Acadmica do Curso de Agronomia do Instituto federal do Rio Grande do sul, campus serto, Rs. [email protected]

    *** Gegrafo, Gestor Ambiental. Professor do Instituto federal do Rio Grande do sul, campus serto, Rs. Doutorando do Programa de Ps Graduao em GeografiadaUniversidadeFederaldoRioGrandedoSulUFRGS.alcindo-neckel@yahoo.com.br

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    mundial ser o meio de comunicao mais eficaz para a obteno de informaes das mais variadas reas, para as mais diversas aplica-bilidades em tempo real.

    O Google Earth uma aplicao Web interativa que mostra uma representao virtual do Globo Terrestre, obtida por meio de superposies de imagens de satlite que fotografam constantemen-te diferentes pontos da superfcie da Terra (GUENDA, 2009).

    O GPS (Global Positioning System) utiliza um sistema de refe-rncia tridimensional para a determinao da posio de um ponto da superfcie da Terra ou prximo a ela (ALBUQUERQUE; SAN-TOS, 2003, p. 6).

    A pesquisa visa a, pela comparao dos mapas de uma mes-ma rea, processados a partir de dados do Google Earth, GPS de navegao e de preciso, avaliar a variao matricial dos mapas, estabelecendo qual possui maior confiabilidade. As informaes ge-ogrficas extradas dos objetos estudados foram geoprocessadas e analisadas, verificando-se as que apresentam maior confiabilidade nos dados, pois as tcnicas do geoprocessamento so ferramentas importantes que podem ser aplicadas na tomada de decises do pla-nejamento fsico-territorial, uma vez que possibilitam a interliga-o de vrios dados espaciais de natureza e fontes diversas (ALBU-QUERQUE; SANTOS, 2003).

    Assim, o presente captulo objetiva comprovar que possvel utilizar o Google Earth em levantamentos planialtimtricos das reas territoriais, possibilitando uma anlise visual e territorial do terreno. Isso possibilita que profissionais de diferentes reas pos-sam fazer uso das ferramentas objeto da demonstrao, com cincia acerca do nvel de erro aproximado que elas propiciam.

    Introduo ao sensoriamento remoto

    As informaes sobre diviso geogrfica de fenmenos essen-cial para a vida em sociedade. No passado, essas informaes eram armazenadas em documentos de papel impresso. O progresso da

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    informtica, na segunda metade do sculo XX, favoreceu o ato de representar e de armazenar informaes em sistemas informticos. Foi nesse contexto que o geoprocessamento teve seu incio.

    O geoprocessamento consiste no uso de tecnologias que contm diferentes fases de coleta, tratamento, manipulao e apresentao de dados geogrficos e que levam a uma determinada finalidade. Esse conceito tem relao com a ideologia de Molin (2005), no senti-do de que, a partir dos passos citados, o geoprocessamento deve ter um retorno positivo no que se refere s informaes.

    Por sua vez, Cmara e Davis Junior (1999, p. 2) estabelecem que os sistemas integrados de geoprocessamento (SIG) consistem em ferramentas computacionais para realizar anlises complexas, interligando dados de diversas fontes atravs da criao de banco de dados georreferenciados. Assim sendo, possvel perceber a ligao entre as ferramentas SIG e um Banco de Dados Geogrfico (BDG).

    Uma das mais importantes contribuies dessa tecnologia est no fato de poder-se utilizar e visualizar variadas espcies de cama-das. Um exemplo disso so os layers, que mostram progressos des-ses projetos. Por esse fato, o geoprocessamento tem um vasto campo de possibilidades, obtendo espao de pesquisa em diversas reas e no mercado (CMARA; DAVIS JUNIOR, 1999).

    A periodicidade da imagem de satlite baseada na sua atua-lizao, ou seja, podem haver, em uma mesma rea, vrias ilustra-es, referentes a pocas diferentes. Os stios que oferecem imagens com alta temporalidade so usualmente das agncias relacionadas com programas responsveis por realizar a funo dos satlites (INPE, 2001).

    O Quadro 1, abaixo, apresenta uma relao de stios virtuais e de instituies que disponibilizam imagens de satlite gratuitamen-te, bem como as caractersticas das imagens disponveis.

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    Quadro1:Relaodestiosquedisponibilizamimagensdesatlitegratuitamentena internet.

    fonte: Adaptado de Motta, santos e silva (2009, p.2327).

    A NASA (National Aeronauticsand Space Administration) uma agncia norte-americana cujo dever atender aos projetos de explorao espacial, como as viagens que levaram o homem Lua, alm de propiciar diferentes pesquisas interligadas ao espao e anlise do espao. Fundada em 1958, com a aprovao do National Aeronauticsand Space Act, a NASA deve incumbir-se de buscar so-lues que tenham relao com problemas relativos segurana de vos dentro ou fora da atmosfera terrestre, assegurar que as pes-quisas espaciais norte-americanas seriam teis para a sociedade e ajudar departamentos do Governo Federal Norte-Americano, como a Agncia Central de Inteligncia (CIA), a Fundao Nacional de Cincia e a Agncia de Proteo Ambiental dos EUA.

    Em verdade, a NASA consiste em uma agncia espacial civil independente. Entretanto, o presidente dos EUA quem escolhe o seu administrador, que deve ser aprovado pelo Senado.

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    Diferentes artifcios de explorao espacial foram de incumbn-cia da NASA, mas um dos acontecimentos mais considerveis da agncia espacial americana foi aventura de ter levado o homem Lua. Hoje, a rea de atuao da NASA mais ampla e abran-gem pesquisas aeronuticas, criao de tecnologias para sistemas de anlise, estudos cientficos relacionado so sistema solar e a re-gies distantes do universo e aes espaciais, como lanamentos de aeronaves.

    Apesar de algumas instituies deterem a tecnologia, espera-se que o geoprocessamento esteja diludo em uma srie de recursos tecnolgicos do mundo, permitindo que os benefcios dessas tecnolo-gias possam atingir um nmero muito maior de pessoas.

    Por outro lado, os avanos podem levar ao j anunciado fim do SIG. Portanto, chegar um momento em que no existir mais a necessidade de se tratar os dados geogrficos como um proble-ma parte, pois os conceitos necessrios tero sido incorporados ao raciocnio das pessoas. Essa a medida mais precisa do sucesso na incorporao do geoprocessamento rotina de uma organizao (DARVIS JUNIOR, 2002).

    Materiais e mtodos

    O experimento foi conduzido na rea experimental localizada no Instituto de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Cmpus Serto, situado no Distrito Engenheiro Luiz Englert, no Municpio de Serto/RS.

    A metodologia utilizada foi dividida em duas etapas, com a fina-lidade de facilitar e agilizar o trabalho. A primeira etapa constituiu no levantamento de dados a campo. Nessa fase, foram extradas coordenadas da rea amostral, com auxlio do GPS de Preciso, que apresenta erro mximo de at 50cm (cinquenta centmetros). Tam-bm procedeu-se coleta de pontos com o uso do GPS de navegao. As coordenadas geogrficas foram extradas do mesmo local, para a obteno de detalhamento e conformidade nas anlises.

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    Na coleta das coordenadas foi observada a latitude, longitude e altitude, a fim de construir um mapa planialtimtrico da rea, o mais prximo possvel de sua conformao natural. Ainda nessa fase foi realizado um estudo da bibliografia disponvel, relacionada ao geoprocessamento e sua utilizao no cotidiano dos profissio-nais da rea.

    Na segunda etapa do trabalho foi realizado o levantamento de gabinete. Nessa fase foram obtidas as coordenadas extradas do programa Google Earth (2013). Este software tem seu funcionamen-to baseado em imagens de satlite, sendo possvel observar o terre-no amostrado de vrios ngulos. Na coleta das coordenadas, foram demarcados os mesmos pontos e considerados os mesmos limites, para todos os mtodos utilizados no estudo. Aps a coleta de da-dos foi realizado o tratamento dos mesmos. Com auxlio do software TrasCord, as coordenadas foram convertidas em graus, para UTM. Ainda nesta etapa foram gerados os mapas temticos da rea no software SURFER 10. A anlise de variao entre as coordenadas foi realizada a partir de grficos construdos no software SURFER 10. Esse programa leva em considerao a oscilao entre as coor-denadas geogrficas para o estudo geoestatstico.

    A metodologia utilizada esta representada no Fluxograma, con-forme a Figura 1.

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    figura 1: fluxograma da Pesquisa.

    Resultados e discusses

    Dados coletados no Google Earth

    O Sistema de Informao Geogrfica (SIG) um instrumento que possibilita agrupar, armazenar, manipular e retratar a infor-mao referenciada geograficamente a comear da combinao do hardware, do software, dos dados metodolgicos e dos recursos hu-manos que atuam de forma lgica para produzir e verificar as infor-maes geogrficas (HERRADA, 2010; CMARA, DAVIS JUNIOR, 1999).

    Atualmente, o SIG constitui-se como um instrumento impor-tante para o uso eficiente da informao geogrfica, fato que pode ser entendido como o incio para compreender o mundo em que se vive, estando presente no programa de muitas disciplinas (CMA-RA; DAVIS, 2001).

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    O Google Earth permite visualizar, mapas, cidades, casas em 3D (trs dimenses), alm de identificar terrenos, rodovias, lugares, paisagens, construes, tudo a partir de imagens obtidas de retratos areos, satlites, GIS 3D. Entretanto, no recomendado utilizar o software para gerar mapas que necessitam de exatido e confiabili-dade (CMARA; DAVIS JUNIOR, 1999).

    A partir dos dados coletados neste estudo, fazendo-se o uso do software Google Earth, foi possvel construir o mapa em 3D apre-sentado na Figura 2. Apesar de os dados serem confiveis, visvel que h pouco detalhamento da conformidade do terreno. Assim sen-do, interessante a utilizao do GPS para que se obtenha mais e melhores caractersticas da rea amostrada. Pois, atravs das cur-vas de nvel, percebvel que h uma declividade maior em uma das extremidades do territrio amostrado. Segundo Amaral e Rosalen (2009), isso demonstrado pela proximidade entre as curvas, ou seja, quanto mais prximas as curvas, mais acentuado o terreno. Com a anlise da legenda, possvel verificar que a altitude dessa rea varia de 716 metros a 742 metros acima do nvel do mar.

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    figura 2: Mapa 3D da rea, construdo com dados coletados no Google earth.

    Gerao do Mapa no software sURfeR 10.

    A partir da avaliao do mapa gerado no Google Earth, foi possvel per-ceber um erro de detalhamento da forma do terreno. A Figura 3 representa as variaes estabelecidas nas coordenadas geogrficas. Analisando essas varia-es identificou-se uma diferena de 34% entre as extremidades da reta, o que representa a variao encontrada entre as coordenadas dos pontos coletados. Segundo Molin (et al., 2005), isso pode ser explicado pelo fato de no existir interferncia de sinal durante a coleta de dados, tornando fixo o sistema de coleta, mas com uma variao bem acentuada referente preciso.

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    Figura 3: Grfico da variao das coordenadas coletadas no Google Earth.Geoestatstica desenvolvida no software sURfeR 10.

    Coleta de dados com o GPS de navegao

    Com o tratamento das coordenadas extradas do GPS de na-vegao, foi possvel gerar o mapa em 3D, representado na Figura 4. Esse mapa apresenta mais setores declivosos presentes na rea, bem como maior altitude, entre 726 e 752 metros acima do nvel do mar. Se for comparados estes dados com os j apresentados no mapa processado a partir do Google Earth, percebe-se que o mapa construdo com auxlio do GPS de navegao (Figura 4), possvel perceber que apresenta um maior detalhamento na conformao do terreno, o que traz maior confiabilidade para a realizao de traba-lhos e anlises de rea.

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    figura 4: Mapa 3D da rea, gerado a partir das coordenadas do GPs de Navegao. Gerao do Mapa no software sURfeR 10.

    Pela Figura 5, que apresenta dados extrados a partir das co-ordenadas do GPS de navegao, possvel verificar, pela anlise da reta, que h uma variao entre 10% e 35% aproximadamente, o que totaliza uma variao de 25% entre os pontos coletados. Exis-tem alguns pontos que se encontram a uma distncia considervel da reta. Isso pode ter ocorrido pela oscilao do sinal captado pelo GPS. Segundo Angulo Filho, Vettorazzi e Sarries (2002), h diferen-ciao entre a exatido dos levantamentos planialtimtricos, que podem ser atribudos presena de barreiras, como a cobertura ar-brea da rea avaliada.

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    Figura5:GrficodavariaodascoordenadasobtidascomoGPSdenavegao.Geoestatstica desenvolvida no software sURfeR 10.

    Coleta de dados com GPS de preciso

    A rea processada com dados adquiridos pelo GPS de preciso, apresentada na Figura 6, demonstra o maior detalhamento na con-formao do terreno, se comparado aos mapas gerados a partir do Google Earth e GPS de navegao. possvel verificar a presena de picos e maior acentuao no terreno a partir da aproximao das curvas de nvel. Neste mapa, h tambm maior diferenciao de al-titude em toda a extenso da rea. O GPS de preciso o mais reco-mendado para realizao de trabalhos que necessitem de confiabili-dade e exatido. Isso tambm reforado nos estudos de Corseuil e Robaina (2003), quedefiniram que a utilizao do GPS de preciso possui maior confiabilidade nos levantamentos planialtimtricos.

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    figura 6: Mapa 3D da rea, obtido com as coordenadas do GPs de preciso. Gerao do Mapa no software sURfeR 10.

    O GPS de preciso mostrou-se mais confivel, pois apresenta um erro mximo de 50 centmetros, conforme determina a Norma do INCRA P/n 954, indicada para uma medio adequada de rea (BRASIL, 2009). Entretanto, Segundo Molin (et al., 2005), o mni-mo erro do GPS de Preciso pode ser aumentado devido a possveis interferncias, podendo ser gerado pela cobertura vegetal que serve de barreira para a captao do sinal de satlite.

    A partir dos dados coletados com auxlio do GPS de preciso, foi possvel gerar o grfico demonstrado na Figura 7. Ao analis-lo, possvel verificar que a reta encontra-se entre 20% e 32%, o que representa uma variao de 12% entre os pontos. Ao compararem-

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    se esses dados, verifica-se que o GPS de preciso apresenta uma menor variao entre as coordenadas, o que torna esse mtodo mais confivel e exato. Percebe-se, tambm, que alguns pontos encon-tram-se distantes da reta. Isso se deve ao fato de que o GPS recebeu a interferncia pela presena de rvores ou pelo mau tempo. Segun-do Costa (et al., 2012), h uma interferncia nas estimativas das estaes devido s variaes sazonais da crosta, o que pode afetar os levantamentos planialtimtricos.

    Figura7: Grfico da variao das coordenadas adquiridas com o GPS depreciso. Geoestatstica desenvolvida no software sURfeR 10.

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    Concluso

    Os receptores de GPS so classificados em categorias, divididos em geodsico, topogrfico e de navegao. Essas categorias diferem entre si pela preciso, ou seja, a razo da igualdade entre o dado real de posicionamento e o oferecido pelo equipamento. Por isso, inclusive, h grande variao nos valores pagos para a aquisio dos mesmos.

    Atualmente, a categoria mais empregada a de navegao, de-vido ao menor custo para aquisio, pela gratuidade do sistema, por no necessitar de qualificao tcnica para o manuseio do equipa-mento, por haver menor possibilidade de erros do operador, alm de ser um sistema estvel com cobertura mundial que opera 24 horas por dia. Porm, h desvantagens na sua utilizao, como o fato de apresentar uma menor preciso de posicionamento, ser susceptvel s interrupes nos sinais transmitidos pelos satlites devido a edi-ficaes ou presena de rvores, necessita de equipamentos adicio-nais para maior preciso. Alm disso, o sistema pode ser desligado a qualquer momento pelo Departamento de Defesa dos EUA.

    Na reviso bibliogrfica do estudo, foi observada carncia de material nessa rea. Assim sendo, sugere-se a realizao de traba-lhos comparando os diversos softwares existentes no setor de geo-processamento, da mesma forma que a utilizao do Google Earth no cotidiano da sociedade, tendo em vista que uma ferramenta gratuita ao alcance de toda a populao.

    Outro trabalho que seria recomendvel ser desenvolvido refe-re-se utilizao dos GPS de navegao e de preciso na agricultu-ra, verificando qual mais confivel para ser empregado na tcnica da agricultura de preciso.

    O GPS de preciso, tambm conhecido como de levantamento, geodsico ou DGPS, recomendado para o levantamento de dados para atividades profissionais, por apresentar maior preciso, se comparado ao GPS de navegao. Essa preciso proporcionada

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    pela forma de armazenamento de dados brutos para posterior pro-cessamento e pela presena de filtros que garantem a qualidade dos dados.

    Com base na anlise realizada, pode-se inferir que possvel usar o software Google Earth e o GPS de navegao para a verifica-o planialtimtrica do territrio, pois, mesmo que haja erro entre as imagens, os dados muitas vezes podem ser confiveis, podendo ser utilizados em aes que no necessitem de exatido.

    Os estudos de Amaral e Rosalen (2009, p. 7608) concluram que, a determinao da declividade atravs do software Google Earth adequado para fins de classificao do relevo e da capacida-de de uso da terra. Contudo, o Google Earth e o GPS de navegao no podem ser utilizados como base para determinao de divisas e clculos de reas. Para essas atividades, o GPS de preciso torna-se mais confivel, pois apresenta maior preciso e possui maior aplica-bilidade, alm de mostrar-se mais fiel quanto representao real do terreno, apresentando maior detalhamento da rea. Segundo Herrada (et al., 2010), o GPS tem bom desempenho apresentando estabilidade e poucos erros em seu funcionamento dirio, o que o torna confivel.

    A pesquisa permitiu uma maior preciso na visualizao das ondulaes do terreno amostrado. Com base na anlise grfica, foi possvel perceber uma variao de 25% entre as coordenadas do mapa proveniente de dados do GPS de Navegao. J, o mapa pro-cessado a partir de coordenadas do Google Earth apresentou uma variao de 34% entre os pontos, enquanto o GPS de preciso obteve apenas 12% de variao entre as coordenadas. Todavia, o tamanho da rea no variou de um mapa para outro, apenas percebeu-se uma variao na caracterizao do terreno amostrado.

    O mapa gerado a partir do GPS de preciso apresenta maior exatido na determinao das ondulaes do terreno, quando com-parado ao Google Earth e ao GPS de navegao, o que torna este sis-tema mais confivel. Porm, h uma grande possibilidade da utili-

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    zao do Google Earth e o GPS de navegao para o processamento de mapas que no exijam tanta preciso e confiabilidade de dados, quando georreferenciados a campo e geoprocessados em gabinete.

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  • Tcnicas de geoprocessamento aplicado

    ao planejamento ambiental municipal

    Pedro Roberto de A. Madruga*

    1 Introduo

    O planejamento de uma unidade, seja ela natural, ou artificial, prescinde de mapas base e temti-cos, confiveis e atualizados. O municpio, como uma unidade de planejamento artificial, para ser plane-jado como um todo deve levar em considerao a questo ambiental, considerando que o plano diretor aplicado rea urbana, rural e ambiental. Para que este plane-jamento tenha sucesso, deve-se atentar para o que diz o novo cdigo florestal, Lei 12.651, de 25 de maio de 2012, pois dela depreende todo o planejamento.

    Entende-se que a maioria dos municpios do Brasil carece de mapas em escala apropriada ao planejamento,

    CAP

    TULO

    III

    * Professor Titular, Dr. e-mail: [email protected]

  • 63

    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    bem como ao que se refere a sua atualizao, com limites confiveis e temas devidamente espacializados (uso da terra, rede de drena-gem, rede viria, etc.), o que faz com que as tcnicas de geoprocessa-mento, como por exemplo, o sensoriamento remoto, a utilizao de sistemas de posicionamento global GPS, os sistemas de informa-es geogrficas SIG, entre outras, sejam as ferramentas primor-diais para a elaborao dos mapas base e temticos necessrios ao planejamento municipal ambiental.

    Como forma de apresentar e orientar os administradores pro-ps-se o presente trabalho, levando em considerao uma regio ca-racterstica do Rio Grande do Sul, composta por 9 municpios, para os quais, como forma de cumprir os objetivos, foram elaborados os seguintes mapas: Mapa base poltico administrativo da rea rural, uso da terra, planialtimtrico, rede viria, hidrogrfico, hipsomtri-co, classes de declividade, reas de preservao permanente (APPs) e conflitos de uso da terra. A regio denominada de Quarta Col-nia de Imigrao Italiana do Rio Grande do Sul, e localiza-se na re-gio Centro-Oeste do Estado, entre Santa Maria e Cachoeira do Sul.

    De acordo com o exposto acima, determinou-se como objetivo geral do presente trabalho desenvolver uma metodologia utilizan-do tcnicas de geoprocessamento como forma de facilitar o planeja-mento ambiental em nvel de municpio. Como objetivos especficos definiram-se: Elaborao dos mapas base e temticos necessrios ao planejamento ambiental, quais sejam: Mapa base poltico admi-nistrativo da rea rural, uso da terra, planialtimtrico, rede viria, hidrogrfico, hipsomtrico, classes de declividade, reas de preser-vao permanente (APPs) e conflitos de uso da terra.

    Os recursos utilizados para o presente trabalho foram obtidos junto ao CNPq, atravs da Chamada Pblica Edital MCT/CNPq/CT-Agronegcio/CT-Hidro n 27/2008 - Conservao dos Recursos Hdricos e o Aumento da Produo de gua em Unidades Rurais de Base Familiar. Integraram a equipe de elaborao do presente trabalho, estudantes de graduao, ps-graduao em nvel de espe-

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    Geoprocessamento e suas diferentes aplicabilidades

    cializao, mestrado e Doutorado do Centro de Cincias Rurais da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, bem como tcnicos e demais colaboradores, conforme relao apresentada no relatrio final.

    2 Desenvolvimento do trabalho

    2.1 Caracterizao geral da rea

    A Regio da Quarta Colnia de Imigrao do Rio Grande do Sul foi criada em 1877, na regio Centro-Oeste do Estado do Rio Grande do Sul, localizada entre Santa Maria e Cachoeira do Sul.

    A Figura 01 apresenta a localizao da regio em relao ao Rio Grande do Sul.

    Figura1:LocalizaodaregiodaQuartaColniadeImigrao

    Esta regio foi criada para receber as primeiras famlias de imigrantes provenientes do norte da Itlia. A regio pertencente ao atual municpio de Silveira Martins foi o quarto ncleo a ser colonizado no Estado, depois de Caxias do Sul, Santa Isabel (Bento Gonalves) e Conde dEdu (Garibaldi), sendo a primeira colnia fora da Serra Gacha.

    A regio foi colonizada atravs da demarcao de lotes pelos colonos, os quais possuam um tamanho mdio de 25 has, motivo pelo qual ainda hoje essa regio caracteriza-se como minifndio (pequena propriedade rural), bem como pelo baixo grau de indus-trializao. Com a necessidade de produzir alimentos, foi iniciado o processo de extrao de madeira, iniciando ento a fragmentao das florestas ali existentes.

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    Alcindo Neckel, David Peres da Rosa (Org.)

    A economia apresenta-se pouco di