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8 Presença com o Discípulo
Extraído do livro. MULTIPLICANDO DISCÍPULOS – WAYLON B.MOORE – JUERP 1981.
Disponibilidade é mais rara do que capacidade.
— Anônimo
ATOS 20:17-38 DESCREVE os anos que Paulo passou em Efeso, uma comunidade que emergira da idolatria, até ser uma igreja plenamente crescida, com líderes e pastores bem estabelecidos, em apenas três anos. Paulo edificou essa igreja usando três princípios para edificar multiplicadores espirituais.
O primeiro princípio é a necessidade de presença prolongada com o seu discípulo. O segundo é a dimensão de carinho e amor associada com um coração de pai ou de mãe (Capítulo 19). Terceiro, Paulo usou o princípio de ritmo (Capítulo 10).
COM ELE, O PRINCÍPIO DA PRESENÇA Jesus escolheu os doze discípulos para estarem com Ele, a fim de participarem de sua vida, bem como observarem e aprenderem do seu ministério, copiando dele. Em Marcos 3:14, lemos que ele "designou doze para que estivessem com ele, e os mandasse a pregar". Este versículo contém três passos, no processo de edificar multiplicadores: escolhê-los, treiná-los e enviá-los. Cada um desses passos exigiu a presença de Cristo.
Desta forma, uma questão crítica, em qualquer ministério ( bíblico de discípulado, é o tempo, pois investir a vida em um discípulo que está em crescimento não é coisa que se possa fazer sem gastar grande parte do tempo com ele. O tamanho da equipe que Cristo escolheu estava em correlação direta com a sua decisão de tornar o seu tempo disponível a eles. Ele não tinha possibilidade de dar o seu tempo a todo mundo. Depois de curar o endemoninhado gadareno, por exemplo, ele lhe disse para voltar para casa.
O número de pessoas em que você pode investir a sua vida é limitado pelo tempo que você está disposto a usar para satisfazer as suas necessidades individuais. Uma hora por semana com um grupo pode ser um método simplesmente acadêmico. Não produzirá, necessariamente, discípulos de qualidade, porque não é prática modelada segundo o exemplo de Cristo de investir tempo — isto é, ele mesmo — na vida dos outros. Intercessão por aqueles que discipulamos é o cerne invisível do amor; gastar tempo com eles é a expressão pública de um estilo de vida fazedor de discípulos.
Através de Atos e das Epístolas, vemos a quantidade extraordinariamente grande de tempo que Paulo gastava em comunhão e treinamento em pequenos grupos. Ele estava com os novos crentes "sempre" (At. 20:18). Ele resume a sua permanência em Éfeso, escrevendo: "Lembrando-vos de que por três anos não cessei noite e dia de admoestar com lágrimas a cada um de vós" (At. 20:31).
- O que fez Paulo durante os seus três anos em Éfeso? Além de sustentar-se e à sua equipe, ele esteve pregando e ensinando "publicamente e de casa em casa" (At. 20:20). Ele também mostrou, aos crentes, todos os princípios que são essenciais para servir e evangelizar em uma capital pagã (At. 20:35). A recapitulação que Paulo faz, do seu ministério aos
presbíteros efésios, nos leva a lembrar a absoluta prioridade que ele dava à edificação de uma comunidade eclesiástica de crentes multiplicadores.
O treinamento de líderes se baseava na textura de evangelização e ensino, de forma que Paulo deixou em Éfeso presbíteros que podiam ministrar independentemente do fato de ele estar presente. Porque o amor de Cristo havia sido derramado através de Paulo e de sua equipe, não é de se admirar que, quando ele deixou Efeso, "levantou-se um grande pranto entre todos, e, lançando-se ao pescoço de Paulo, beijavam"' no" (At. 20:37).
Muitos pastorados têm-se tornado exercícios de curto prazo. Missionários, em muitos países, estão enfrentando cada vez mais limites de tempo, à medida que os governos mudam e as portas se fecham para muitos estrangeiros. Stephen Neill escreve algumas penetrantes palavras de acaute -lamento: "O missionário (ou pastor)... precisa guardar-se conscientemente contra a ilusão de permanência, em que tantos dos seus predecessores ficaram presos." O obreiro cristão não se desanimará, por pequeno que seja o seu grupo, se ele puder focalizar-se em discípulos individualmente. O impacto duradouro do seu ministério será exercido sobre os " discípulos treinados que ele deixar atrás de si!
A qualidade do treinamento, no fazer discípulos, precisa ser extremamente alta, para que as mutações de terceira e quarta 'gerações não venham a desfigurar os discípulos biblicamente 'definidos. Quanto mais torrente abaixo, longe da fonte, ,alguém bebe, mais poluída será a água. A nossa vida é a nossa mensagem. Abraão Lincoln disse: "Não sei quem era o meu avo. Estou muito mais preocupado em saber o que será o seu neto.”
O QUE VOCÊ ENSINA A UM DISCÍPULO FAMINTO?
Se uma pessoa lhe dissesse: "Vou dar-lhe dez horas por semana, nos próximos seis meses: alimente-me, ensine-me; estou à sua disposição", qual seria a sua reação? Muitas pessoas na igreja teriam dificuldade em responder a esta pergunta.
Primeiro, aqui está o que não fazer.
Atire na mosca. Você tem alvos bíblicos específicos para alcançar. Não perca tempo com coisas que não são essenciais.Não se queixe a respeito da igreja.
Não chorem no ombro um do outro.
Não percorra o material de estudo bíblico num ambiente de orador ouvinte.
Certas características bíblicas essenciais são o âmago do princípio da presença. Cinco prioridades devem ser observadas, das, quando nos encontramos regularmente com os discípulos, e o tempo a ser gasto em cada uma delas varia de reunião para reunião, conforme o Espírito Santo dirigir.
Progresso — Falar não é ensinar; e ouvir não é aprender. Compartilhe os progressos feitos. Insista em revisar o que foi alcançado na reunião anterior. Jesus não transigia nunca a respeito de algo que neutralizasse a possibilidade de alcançar as gerações futuras. Um exame ou verificação garante que você não terá discípulos voluntários que não estejam dando prioridade ao estudo.
Princípios bíblicos — Discuta os princípios bíblicos com discípulo. Ensine doutrina e como aplicar a Palavra de Deus àvida diária .
Uma lista de assuntos relacionados com a Bíblia, para cobrir um período de vários meses, pode incluir os seguintes tópicos (a maior parte deles é coberta no meu Building Disciples Notebook): 3
Certeza de salvação Hora tranquila Oração O Espírito Santo Confissão de pecados Vitória sobre o pecado
Separação do mundo, da carne e do Diabo Comunhão (dentro e fora da igreja)
A Bíblia: ouvir, ler, decorar, meditar e métodos de estudo Reivindicando as promessas de Deus
Aplicando a palavra à vida
Testemunhar: como dar um testemunho pessoal e fazer uma apresentação básica do evangelho O senhorio de Cristo
Relacionamentos pessoais: os não salvos, a família, a igreja, os cônjuges
Visão mundial e missões Estabelecimento de alvos Finanças Uso do tempo
Seguimento e discipulado Como desenvolver um ministério homem-a-homem A vontade Deus (como ser guiado pelo Espírito)
Controle da língua Atitudes A segunda vinda de Cristo Satanás
Embora dois discipuladores (fazedores de discípulos) possam não concordar com a ordem destas prioridades de treinamento, a maior parte deles geralmente concorda com o seu conteúdo. As pessoas diferem tanto que a apresentação destes assuntos e a sua aplicação precisarão ser ajustadas às necessi -dades de cada pessoa.
As lições pessoais ensinadas a você pelo Espírito de Cristo devem ser compartilhadas. Nada eleva um relacionamento a um plano bíblico mais rapidamente do que se mostrar a um discípulo um princípio bíblico que tenha sido levado a efeito em sua vida.
Resolução de problemas — Procure resolver as dificuldades atuais e prevenir problemas futuros que retardem o crescimento na vida pessoal do discípulo. À medida que o relacionamento se tornar mais aberto e mais livre, o discípulo começará a falar, quando estiver sendo ferido, questionando, duvidando e tendo dificuldades.
A maior parte das cartas do Novo Testamento foi escrita para resolver problemas da igreja local. Uma elevada porcentagem do seu conteúdo trata de problemas de doutrina, conduta e relacionamentos interpessoais. Muitos de nós crescemos e aprendemos ao enfrentarmos e resolvermos pro- blemas. A vida cristã inclui sofrimento e o aprendizado de como suportar as pressões (veja Fil. 1:29; 3:10; I Ped.2:20,21).
Controle cuidadosamente a quantidade de tempo que você dedica a resolver problemas, pois há necessidades de equilíbrio. Algumas pessoas parecem viver para nada mais senão ventilar os seus problemas, e são facilmente reconhecidas. Elas geralmente desejam compartilhá-los não apenas com você, mas também com outras pessoas. Procuram conselheiros que concordem com elas.
Oração — Orem juntos, em intercessão e louvor. Uma das atividades mais íntimas da vida é orar com outra pessoa. Você não conseguirá conhecer bem outra pessoa enquanto não orar por um bom tempo com ela. Nada ajuda você a aprender mais depressa qual é a dor de outra pessoa, ou quais são suas necessidades, desejos e alvos, do que prolongados períodos de oração.
Use listas de oração. Encoraje o seu discípulo a ter páginas de oração, onde ele registre pedidos específicos, respostas, promessas bíblicas reclamadas e datas que demonstrem a fidelidade de Deus em responder às suas orações. Revisar essas páginas alimentará a sua fé para mais oração, por ver as maneiras miraculosas pelas quais Deus agiu para com ele no passado.
Prática — As primeiras quatro coisas essenciais de progresso, princípios, problemas e oração precisam ser ligadas com pôr em prática tudo isto. A canalização do tempo que vocês passam juntos para a ministração das necessidades de outras pessoas propiciará aplicações bíblicas novas e práticas. Fa çam as coisas juntos, especialmente compartilhar Cristo com os perdidos. É desta forma que você demonstra ser cumpridor da palavra, e não apenas ouvinte (veja Tiago 1:22). A sua intercessão pelo seu discípulo e o fato de você testificar com ele unem vocês dois em crescimento espiritual mútuo.
PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
1. Dê alguns exemplos de ocasiões, em sua vida, quando outro crente gastou uma hora, ou período correspondente, a sós com você, de maneira que o edificou espiritualmente.
2. Discuta como você aprendeu através do ministério de ensino de outra pessoa na escola, em casa, no trabalho ou durante períodos de lazer.
3. Discuta o fator tempo para aprender a fazer algo. Quanto tempo é necessário para aprender a dar laços aos cordões dos sapatos, cantar bem uma música, ensinar uma classe de adultos, testificar a uma pessoa perdida ou aconselhar alguém que tenha um problema?
4. Como a disciplina do tempo deve diferir de outras aulas estruturadas e períodos de comunhão?5. Dê um valor cronológico aos cinco itens deste capítulo, quando se reunir com outra pessoa para
discipulá-la. Por que o tempo é um fator importante em muitas áreas do discipulado?6. Revise os tópicos que podem ser compartilhados com outra pessoa. O que parece mais importante,
menos importante ‘i ou desnecessário? Há alguns tópicos que você acrescenta- eis ria ou modificações que você faria na ordem sugerida? Explique a sua maneira de fazê-lo.
7. Qual é a diferença entre falar, ensinar e treinar? Por que o treinamento é essencial no discipulado?