Livro - PPCDAP- Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Amapá (GEA 2010)

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    PLANO DE PREVENO ECONTROLE DO DESMATAMENTOE QUEIMADAS DO ESTADO DO AMAP

    Contexto e Aes

    PPCDAP

    Macap, maio de 2010

    Diagramao WWF final.indd 1 12/05/201

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    Pedro Paulo Dias de Carvalho

    Governador do Estado do Amap

    Antonio Carlos da Silva Farias

    Secretrio Especial de Desenvolvimento Econmico

    Wagner Jos Pinheiro Costa

    Secretrio de Estado do Meio Ambiente

    Governo do Estado do Amap

    Secretaria Especial de Desenvolvimento Econmico

    Secretaria de Estado do Meio Ambiente

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    COORDENAO GERALAntonio Carlos da Silva Farias

    SUBCOORDENAO GERALWagner Jos Pinheiro Costa

    COORDENAO TCNICAGrupo de Trabalho do Plano de Preveno e Controle do Desmatamento e Queimadas do Estado doAmap GTPPCDAP

    CONSULTORIA TCNICA ESPECIALIZADA WWF-BRASILConsultores:Guilherme C. Abdala (superviso geral)Andr Stella (assessoria especial)

    COMPOSIO GTPPCDAPCOORDENAODimitrius Gabriel

    SUBCOORDENAOAlcindo Jos Ribeiro Silva

    SECRETARIA EXECUTIVAMaria de Lourdes RamosRmulo de Jesus Martins RochaValcenir Souza Pereira Machado

    INSTITUIES COMPONENTES GTPPCDAPSecretaria de Estado de Cincia e Tecnologia (Setec)Tcnico: Celso Corra SoaresSecretaria de Estado da Indstria, Comrcio e Minerao (Seicom)Tcnico: Ademar da Silva MendesSecretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (SRD)Tcnico: Raimundo CavalcanteSecretria de Estado do Turismo (Setur)Tcnico: Jorge Breno Palheta OrellanaAgncia de Desenvolvimento do Amap (Adap)Tcnica: Maricilda PenaAgncia de Deesa e Inspeo Agropecuria (Diagro)Tcnicos: Tnia Brito do Nascimento e Marcos Aurelio Bezerra ArajoInstituto de Pesquisas Cientfcas e Tecnolgicas do Estado do Amap (Iepa)Tcnico: Joo da Luz FreitasInstituto do Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Estado do Amap (Imap)

    Tcnicos: Manoel Carlos Siqueira Chaves e Fabola Gisela Pinto de Queiroz GuerraInstituto Estadual de Floresta do Amap (IEF)Tcnicos: Mario Artur N. Vitor e Pablo de Castro CanturioInstituto de Desenvolvimento Rural do Amap (Rurap)Tcnico: Ronaldo B. de SouzaPolcia Militar (Batalho Ambiental)Tcnica: Alcemira Pereira MirandaEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Embrapa)Tcnica: Eleneide Do Sotta

    ELABORAOCoordenao Geral, Subcoordenao e GTPPCDAP

    APOIADORES TCNICOSGiovane Musial GTZLuiz Antnio Coltro Junior WWF-BRASILCludia Funi Iepa

    PARCERIAS

    COOPERAO TCNICA ALEM GTZDeutsche Gesellschat r Technische Zusammenarbeit (GTZ) GmbHAgncia BrasliaSCN Quadra 1 Bloco C Sala 1501Ed. Braslia Trade CenterBraslia/DF [email protected]

    WWF-BRASILSecretaria-geralDenise HamSuperintendncia de Conservao de Programas RegionaisCludio MarettiCoordenao do Programa reas Protegidas da Amaznia e Apoio ao ArpaFrancisco OliveiraCoordenao de ComunicaoDenise Oliveira

    Escritrio de BrasliaSHIS EQ QL 06/08 Conj. ELago Sul / Braslia-DF [email protected]://www.ww.org.br

    COLABORADORESAURINS SOUZA SIQUEIRA, JOHN KENNEDY PIRES DO VALLE, ELIANE RAMOS CANTURIA; GESULIANO DASILVA PINTO, HEBERSON WUILSON OLIVEIRA NOBRE, FRANCISCO CORREIA PICANO, ERICA SOUZA ROSSI,ARNALDO BIANCHETTI, ANA CASSIA RODRIGUES DE A. TRINDADE, LUIZ MIGUEL SILVA DE CARVALHO, MARI-LENA MELO CORRA, ELI DE ARAUJO MACHADO, ISABEL CORRA FONTES CHAGAS DE OLIVEIRA, MARIA DELOURDES DIAS FAANHA, UDIO ROBDS LEITE DA SILVA.

    Ficha tcnica da publicaoTcnico do Programa reas Protegidas da Amaznia e Apoio ao Arpa WWF-Brasil

    Luiz Antnio Coltro JniorAnalista de Comunicao WWF-BrasilIsadora de AroditeProjeto Grfco e Capa:Anderson Lima e Bruno Schrmann (grupodesign)Diagramao e edio de imagensAnderson Lima e Lucas Viana de Almeida (grupodesign)Fotografa da Capa: WWF-Brasil / Alex Silveira

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    Em meio aos grandes desaos enrentados pelo Brasil para combater o desmatamento naAmaznia, o governo do Amap lana o Plano de Preveno e Controle do Desmatamen-to e Queimadas do Estado do Amap (PPCDAP).

    O PPCDAP pretende integrar instrumentos de monitoramento e controle com incentivospositivos a prticas sustentveis e medidas de ordenamento undirio, para ortalecer eintegrar os sistemas estaduais de gesto forestal, agropecuria, undiria e ambiental ecombater o desmatamento no Estado.

    O WWF-Brasil, que j trabalha em parceria com o governo do Amap, se aliou ao grupode trabalho responsvel pelo desenho do PPCDAP, para apoiar e viabilizar a elaborao deum documento consistente, que realmente sirva de base para o trabalho conjunto dosdierentes rgos do governo, da sociedade civil e das empresas para garantir o controledo desmatamento no Estado.

    A participao nessa iniciativa surgiu da percepo de que o WWF-Brasil pode apoiar ain-da mais as aes do Estado do Amap em alguns dos temas abordados ne ste documento,como o manejo forestal e a implementao de unidades de conservao.

    Esperamos que o PPCDAP seja um guia til para as aes de combate ao desmatamentoem todo o Estado do Amap.

    Denise HamSecretria-Geral do WWF-Brasil

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    SUMRIO

    I APRESENTAO 111.1. Breve Histrico do Processo de Elaborao do Plano 13

    1.2. Estrutura do documento 13

    II CONTEXTUALIZAO 15

    2.1. Territrio 17

    2.2. Clima 19

    2.3. Geomorologia e solos 21

    2.4. Hidrograa 24

    2.5. Biodiversidade e vegetao 26

    2.6. Populao 31

    2.7. Economia 34

    2.8. Extrativismo e agropecuria 38

    III REAS PROTEGIDAS 453.1. reas Protegidas 47

    3.2. Terras Indgenas 50

    3.3. Corredor e Mosaico 50

    IV GESTO FUNDIRIA 55

    4.1. Glebas Pblicas e Privadas 57

    4.2. Zoneamento Ecolgico Econmico 59

    4.3. Assentamentos 60

    V GESTO FLORESTAL 65

    5.1. rgos do Sistema de Gesto Florestal 67

    5.2. Pao 67

    5.3. Projetos e Programas 68

    5.4. Desaos para a gesto forestal no Amap 69

    VI MONITORAMENTO E CONTROLE 73

    6.1. Licenciamento 75

    6.2. Monitoramento do desmatamento 78

    VII OBJETIVOS 93

    VIII PROGRAMAS E AES 99Subgrupo I Regularizao e Ordenamento Fundirio 101

    Subgrupo II M onitoramento e Controle 105

    Subgrupo III Fomento a Atividades Sustentveis 109

    Subgrupo IV G overnana e Fortalecimento Institucional 119

    IX REFERNCIAS 125

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    I APRESENTAO

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    1.1. Breve Histrico do Processo de Elaborao do Plano

    No incio de 2009, motivado por demanda do governo ederal, o governo do Estado do Amapcriou o Grupo de Trabalho responsvel pela elaborao do Plano de Preveno e Controle do Des-

    matamento no Estado do Amap (Decreto Estadual n 843, de 6 de maro de 2009). Os seguintesrgos compem o GT: Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Estado de

    Cincia e Tecnologia (Setec), Secretaria de Estado da Indstria, Comrcio e Minerao (Seicom),Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural (SDR), Agncia de Desenvolvimento do Amap

    (Adap), Agncia de Deesa e Inspeo Agropecuria (Diagro), Instituto de Pesquisas Cientcasdo Amap (Iepa), Instituto do Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amap (Imap), Insti-

    tuto Estadual de Floresta do Amap (IEF), Instituto de Desenvolvimento Rural do Amap (Rurap)e Polcia Militar (Batalho Ambiental). O Decreto atribuiu Sema a uno de coordenao dos

    trabalhos do GT.Ainda em maro de 2009, as instituies WWF-Brasil e GTZ oram convidadas para participar

    e apoiar a elaborao do PPCDAP. A partir do dia 17 de maro de 2009, oram realizadas sucessi-vas reunies do GT de orma a colher subsdios de todos os rgos envolvidos para a elaborao

    de uma matriz de programas e aes para o PPCDAP.Em julho de 2009, oram realizadas reunies em todos os municpios do Estado, visando di-

    vulgar a proposta e colher contribuies dos governos locais e representaes locais. Com essesinsumos, oi elaborada a primeira proposta para o Plano Estadual, tendo sido iniciados os traba-

    lhos para seu detalhamento.A partir de agosto de 2009, por intermdio do WWF-Brasil, o governo do Estado passou a

    contar com a colaborao de um corpo de consultores para a elaborao do diagnstico e consoli-dao da proposta preliminar do Plano, para ser submetida consulta pblica.

    A partir da realizao da consulta pblica (dias 21 a 24 de setembro de 2009), as contribuiesqualicadas oram incorporadas ao Plano, denindo-se, a partir da, as metas das principais aes

    e o oramento necessrio para sua implementao para um perodo de trs anos, de 2010 a 2012.

    1.2. Estrutura do documento

    Seguindo a proposta de elaborao do Plano, o diagnstico buscou alinhar-se sua macroes-

    trutura, organizada em eixos temticos, ou reas temticas prioritrias.O captulo II apresenta uma breve contextualizao do Estado do Amap, abordando os se-

    guintes temas: histrico de ormao do Estado; populao; economia e os setores estratgicospara o Plano (extrativismo e agropecuria); e aspectos sicos (geomorologia e solos, hidrograa,

    clima) e biticos (biodiversidade e vegetao).O terceiro captulo dedicado caracterizao das reas protegidas, incluindo as unidades de

    conservao (ederais, estaduais e municipais), as terras indgenas e os grandes projetos e progra-mas relacionados conservao (Corredor de Biodiversidade e Mosaico).

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    No captulo IV, apresentado um panorama da situao undiria no Estado, com nase paraas reas livres para a ocupao, tendo sido dedicada ateno especial aos projetos de assentamen-

    tos de reorma agrria.O quinto captulo tem oco na gesto orestal, um componente da maior importncia para o

    Plano. Os seguintes aspectos oram abordados: potencial do setor orestal; rgos de gesto; con-cesso de orestas pblicas para o manejo orestal; principais projetos; e desaos.

    Depois, apresentado um captulo sobre monitoramento e controle, considerado o principaleixo do Plano voltado para a preveno de desmatamentos ilegais e para a garantia da manuteno

    do principal ativo do Amap, suas orestas nativas. So abordadas as atividades de licenciamento,monitoramento e controle (autorizaes de desmatamento, planos de manejo orestal e monito-

    ramento do desmatamento), bem como a proposta em construo de uma estratgia para a pre-veno e o controle de queimadas e incndios orestais.

    II CONTEXTUALIZA

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    As inormaes aqui apresentadas constituem compilao das principais ontes de inormaessistematizadas e atualizadas que apresentam dados e anlises sobre a caracterizao do histrico,

    da economia e do meio sico, bitico e social, principalmente em aspectos relacionados elabo-rao de uma estratgia estadual para a preveno e o controle do desmatamento e o desenvolvi-

    mento de alternativas econmicas para o pagamento de servios ambientais no Estado do Amap.Entre as ontes pesquisadas, cita-se em especial: Atlas de Unidades de Conservao do Estado do

    Amap (GEA, 2008); Corredor de Biodiversidade do Amap (CI Brasil, 2007); PIB Socioam-biental (ISA, 2009) e o Portal do Governo do Estado do Amap (GEA, 2009).

    2.1. Territrio

    A regio onde hoje se encontra o Estado do Amap oi doada ao portugus Bento Manuel

    Parente, em 1637, com o nome de capitania da Costa do Cabo do Norte. At o incio do sculopassado, a regio era cobiada tambm por ingleses, holandeses e ranceses, interessados na sua

    posio estratgica e nos seus recursos naturais, como borracha e ouro, principalmente. Somenteaps 1900, a Comisso de Genebra deu a posse da regio ao Brasil e o territrio oi ento incorpo-

    rado ao Estado do Par.

    FIGURA 1. Posio do Estado do Amap na Regio Norte do Brasil.

    Em 1943, o Decreto Federal n 5.812, de 13 de setembro, criou o Territrio Federal do Amap,

    desmembrando-o do Par. O territrio compreendia toda a rea a leste dos Rios Oiapoque e Jari ea oeste do Canal Norte da oz do Amazonas e aixa ocenica correspondente. Com seu permetrolembrando a orma de um losango impereito, o Territrio do Amap passou 45 anos sob a juris-

    dio direta do Executivo Federal.

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    O territrio oi elevado condio de Estado em 1988, por deciso inscrita nas DisposiesTransitrias da Constituio, promulgada naquele ano. Elegeram-se o primeiro governador e os

    membros da Assembleia Legislativa em 1990. O nome do Estado adveio do nome popular dadoa uma rvore da amlia das Apocinceas (Parahancornia amapa), de madeira til, e cuja casca,

    amarga, exsuda ltex medicinal, de aplicao no tratamento da asma, bronquite e aeces pulmo-nares, tendo seu uso externo poder resolutivo e cicatrizante de cortes e eridas. (DRUMMOND et

    al., 2008 e CI Brasil, 2008).Atualmente, o Amap composto por dezesseis municpios. A linha do Equador corta o sul

    do Estado, sendo que a maior parte de suas terras e guas est localizada no Hemisrio Norte.A norte e a noroeste, o Amap az ronteira com a Guiana Francesa (655 km de ronteira) e o

    Suriname (52 km), num total de 707 km. A oeste e a sudoeste, o Amap az uma longa ronteira(1.093 km) com o Par, a maior parte dela ao longo do Rio Jari. A costa sudeste, junto margem

    esquerda do Canal Norte do Rio Amazonas, orma uma ronteira de 315 km. A leste e a nordeste,o Estado apresenta 598 km de costa ocenica, correspondendo a 8,11% do litoral atlntico do

    Brasil. Juntamente com o Par, o Amap tem, no delta do Rio Amazonas, uma combinao nicana Amaznia de litorais marinhos e uviais.

    Segundo a Resoluo n 5, de 10 de outubro de 2002 (IBGE), o Est ado apresenta uma rea de142.814,585 km2, correspondendo a 1,67% do territrio brasileiro e a 3,71% da Regio Norte.

    Mesmo sendo o menor Estado Amaznico, o Amap 3,3 vezes maior do que o R io de Janeiro e1,45 vez maior do que Pernambuco. (DRUMMOND et al., 2008).

    FIGURA 2. Diviso Poltica do Estado do Amap.

    2.2. Clima

    A classicao ocial do clima do Amap tropical supermido. O Estado possui duas re-gies climticas principais. Uma delas mida com um ou dois meses secos (setembro e ou-

    tubro), e predomina sobre a maior parte do interior do Estado oeste, sul, norte e toda a partecentral. A outra mida com trs meses secos (setembro, outubro e novembro), registrada na

    maior parte do litoral, a leste.

    FIGURA 3. Distribuio da precipitao pluviomtrica mdia (em mm) no Amap, segundo o Macrodiagnstico doEstado. Fonte: Iepa, 2006.

    A precipitao anual mdia cai signicativamente do litoral para o interior. A costa atlnti-ca, incluindo Macap, registra uma mdia de 3.250 mm de chuva por ano, enquanto Serra doNavio, no corao do Estado, recebe 2.250 mm anuais uma dierena de 1.000 mm para uma

    distncia de cerca de 200 km. Alm dessa dierena regional, o regime pluviomtrico apresentauma periodicidade (estacionalidade). O perodo de julho a novembro registra os menores n-

    dices de chuva, sendo os meses de setembro, outubro e novembro os mais secos. De dezembroa junho, registram-se usualmente 20 ou mais dias de chuva e pelo menos 250 mm de chuvas

    por ms.Os ventos no Amap so classicados como moderados e no so raros os registros de calmaria

    (ausncia de vento). No perodo estudado por Nimer (1990), as temperaturas mdias anuais soas seguintes: mdia geral de 26 C (leste do Estado) e 25 C (restante da rea), mdia das mximas

    de 30,4 C, mdia das mnimas de 23,1 C. As temperaturas mximas absolutas registradas oramde 36 C (leste do Estado) e 38 C (nas demais reas). A mnima absoluta registrada oi de 16 C.

    A umidade relativa mdia anual ca em torno de 85%. Outra caracterstica notvel do clima acobertura relativamente densa de nuvens sobre muitas partes do seu territrio. (DRUMMOND

    et al., 2008).

    100

    150

    200

    250

    300

    350

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    Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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    Precipitao mdia mensal para o Estado do Amap (1950 - 2000)

    FIGURA 4. Precipitaes mdias mensais para o Estado do Amap.

    Temperatura mdia para o Estado do Amap (1950-2000)

    FIGURA 5. Temperaturas mdias mensais para o Estado do Amap.

    2.3. Geomorologia e solos

    A geomorologia do Amap combina ormaes muito antigas com outras bem jovens, di-vididas por uma estreita aixa de idade intermediria. Existem duas zonas geomorolgicas

    principais. Uma delas a das Depresses da Amaz nia Setentrional, cobrindo mais de 70% doEstado, correspondendo s suas sees central e oeste. Ela se compe da poro oriental do cha-

    mado Escudo Guianense e de suas ranjas dissecadas. Sua morologia em parte montanhosa,porm a maior parte composta por sees levemente onduladas.

    As duas principais pores montanhosas do Escudo Guianense dentro do Amap tm onome de Serras do Tumucumaque e Lombarda. Alguns dos seus morros ou picos superam a

    altitude de 600 m, sendo que o ponto culminante do Estado do Amap, localizado na Serra doTumucumaque, alcana 701 m.

    As bordas dissecadas do escudo apresentam encostas abruptas e vales proundos que geramtrs grupos de rios relativamente curtos (para os padres amaznicos): (1) Araguari-Amapari,

    Amap Grande, Caloene, Cassipor e outros, que correm para leste, diretamente para o Oce-ano Atlntico; (2) os Rios Vila Nova, Marac, Matapi e Cajari e outros, drenando para o sul e

    desaguando no delta do Rio Amazonas; (3) os Rios Iratapuru e Mapari, entre outros, corrempara oeste e so auentes da margem esquerda do Rio Jari, auente do Amazonas. Deve-se men-

    cionar ainda o Rio Oiapoque, que drena as extremidades do plat no oeste do Amap, com seucurso predominantemente para nordeste, desaguando no Oceano Atlntico. O Rio Oiapoque eo primeiro grupo de rios acima citados no azem parte da rea de drenagem da Bacia Amaz-

    nica, constituindo uma bacia distinta, denominada Atlntico Norte, responsvel por quase doisteros do territrio do Amap (98.583,5 km 2). O restante (44.870,2 km2) enquadra-se dentro

    dos domnios da Bacia Amaznica propriamente dita.A outra zona geomorolgica principal do Amap chamada de Plancie Costeira, a qual

    compreende cerca de 25% do Estado. Trata-se de uma aixa litornea relativamente estreita,baixa e quase sempre plana, que se estende de norte a sul, ormada por depsitos uviais e u-

    viomarinhos, que ocupa todo o leste do Estado. Em termos geolgicos, essa ormao muitorecente, pois a sua maior parte data do Quaternrio, com uma idade mxima de 100 mil anos, e

    com uma idade mdia no muito superior a 15 mil anos. As partes litorneas da Plancie Cos-teira, ao longo do Oceano Atlntico e do delta do Rio Amazonas, so ormadas por depsitos de

    areia e argila, com partes alagadas, alm de bancos de areia, dunas, ilhas, pequenas baas e reen-trncias, esturios, meandros, lagoas, litorais rasos e lamacentos, bem como lagos temporrios

    e permanentes. uma paisagem geomorologicamente jovem, sujeita a mudanas perceptveisao testemunho humano.

    Notvel, entretanto, na geologia do Amap, so os cintures de rochas verdes (greenstone

    belt), que ocorrem em domnios geotectnicos antigos (Pr-Cambriano), responsveis por ml-

    tiplas ocorrncias minerais, com destaque para importantes depsitos de ouro, cromo, erro,mangans, entre outros. Sobre esse aspecto, o Amap oi o primeiro Estado a abrigar um empre-endimento de minerao de grande porte na Amaznia, nos idos dos anos 50, para extrao de

    depsitos de mangans na regio de Serra do Navio. (DRUMMOND et al., 2008).

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    FIGURA 6. Categorias de relevo no Estado do Amap, segundo o Macrodiagnstico do Estado. Fonte: Iepa, 2006.

    Solos

    A congurao de solos do Amap diz muito sobre a sua natureza e sobre o potencial das ati-vidades econmicas agropecurias. A ordem predominante a de Solos com B Latosslico, su-

    bordem LV Latossolo Vermelho Amarelo 2, cobrindo cerca de 50% do Estado. Eles so muitoantigos, submetidos a longos processos de intemperismo e lixiviao, o que acarretou em baixos

    nveis de nutrientes e de capacidade de troca catinica (CTC). Outros 15% do Estado so cobertospor solos relativamente similares, da ordem Solos com B Latosslico, subordem LA Latossolo

    Amarelo 1. Embora a estrutura sica desses dois tipos de solo seja avorvel agricultura, a suapobreza de nutrientes exige rotaes de ciclo curto, ou adies constantes de adubos.

    Outros 20% dos solos do Amap so da ordem Solos com B Textural, No Hidromrcos,subordem PV Podzlico Vermelho Amarelo 9. So caractersticos dos terrenos hidromrcos

    mais antigos. Quando sujeitos a altos ndices pluviomtricos, so proundos, altamente intempe-rizados e muito lixiviados. Comumente so cidos e a ertilidade natural tambm baixa, o que

    exige que se adicionem adubos para permitir o aproveitamento agrcola continuado. Uma limita-o a mais o excesso de alumnio, que interere na nutrio das plantas.

    Solos da ordem Hidromrcos Pouco Desenvolvidos, subordem HGP e HG cobrem 8% doAmap. So solos de desenvolvimento incipiente, aetados por eroso requente ou seguidos epis-

    dios de deposio de novos materiais, em decorrncia de enchentes. Eles correspondem s vrzeasperidica ou sazonalmente inundadas, sistematicamente aproveitadas na Amaznia para a agricul-

    tura de plantas de ciclo curto, tanto no passado quanto no presente. A acessibilidade e a ertilidadenatural azem com que muitos estudiosos considerem tais solos como os mais apropriados para a ex-

    panso da agricultura amiliar na Amaznia, apesar de suas limitaes para os cultivos permanentes.Cerca de 3% dos solos do Amap so da ordem dos Solos Concrecionrios. Os ndulos caracte-

    rsticos desse tipo de solo so adversos agricultura. Outra ordem de solos do Amap a dos SolosHalomrcos, subordem SM Solos Indiscriminados de Mangues 18. Eles cobrem cerca de 2% do

    Amap, nas terras do litoral ocenico aetadas pelas mars e geralmente cobertas por manguezais.

    FIGURA 7. Vulnerabilidade eroso no Amap, segundo o Macrodiagnstico do Estado. Fonte: Iepa, 2006.

    Vulnerabilidade

    Estvel Moderadamente

    Estvel

    Moderadamente

    Estvel /Vulnervel

    Moderadamente

    Vulnervel

    Vulnervel

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    2.4. Hidrograa

    Segundo modelo da Agncia Nacional de guas (ANA), o Amap possui territrio organizadoem 13 bacias hidrogrcas, que podem ser agrupadas em razo da sua bacia de drenagem:

    Bacia do Amazonas (7): Amazonas; Pedreira e Curijuba; Matapi e Anauerapucu; Preto;

    Marac-pacu; Ajuruxi; e Cajari. Guiana (2): Guiana e Oiapoque. Atlntico (1): Caloene e Tartarugal Grande. Bacia do Araguari (2): Araguari e Foz do Araguari. Bacia do Jari (1).

    Aproximadamente 39% da rea da bacia hidrogrca do Estado pertence Bacia Amaznica,enquanto o restante incorpora-se ao trecho norte e nordeste da Bacia do Atlntico Sul.

    Os rios mais extensos so o Jari, o Oiapoque e o Araguari, sendo que os dois ltimos correm

    diretamente para o Oceano Atlntico. O Jari principal tributrio do Rio Amazonas, e o Oiapoque

    corre na ronteira com a Guiana Francesa. Destacam-se ainda na bacia hidrogrca do Estado,os Rios Caloene e Marac. Outro destaque a bacia do Rio Araguari dada sua magnitude, comaproximadamente 42 mil km, vazo mdia de 1.200 m3/s e excepcional potencial energtico.

    Lagos e lagoas h diversos lagos naturais de importncia econmica no Estado: Lago

    Grande, Lago dos Bagres, Lago Floriano, Lago do Vento, Lago dos Gansos, Lago Piratuba,Lago Duas Bocas, Lago Novo, Lago Comprido, Lago do Vento, Lago Mutuca, entre outros.

    A maioria seca durante o vero, quando os peixes e as tartarugas migram para o leitodos rios mais prximos, ou lagos mais proundos. Na poca das chuvas, os lagos enchem,

    tornam-se navegveis e representam potencialidades locais. Ilhas as quatro ilhas mais importantes so: Bailique, Marac, Jipioca e Santana. A Ilha do

    Bailique az parte do arquiplago de mesmo nome situado na oz do Amazonas. As ilhasmais importantes desse arquiplago so: Ilha do Brigue, Ilha do Faustino e Ilha do Curu.

    H ainda ilhas de menor importncia como a Ilha Jipioca e a Ilha do Juru, a ponta doMartim e a ponta do Guar. (GEA, 2009).

    FIGURA 8. Bacias Hidrogrcas no Estado do Amap, segundo a ANA.

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    Sem denominao - Guiana

    Rio Oiapoque

    Rio Caloene eTartarugal Grande

    Ria Araguari

    Sem denominao - Foz do Araguari

    Rios Pedreiras e Curijuba

    Rios Matapi e Anauerapucu

    F t : F

    i t r r i

    r . : F i ,

    k

    8

    9

    10

    11

    12

    13

    Rio Preto

    Rio Marac-pacu

    Rio Ajuruxi

    Rio Cajari

    Sem denominao - Amazonas

    Rio Jari

    Identificador Bacia (nome)

    i - i

    i i

    i l rt r l r

    i r ri

    i - F r r i

    i r i r r i

    i t i r

    Fonte:WWF

    Sistema de Coordenada GeogrficaWGS 84

    Org.: Funi, C (2009)

    3 0 1 5 0 3 0 6 0 9 0 1 20 k m

    i r t

    i r -

    i r xi

    i ri

    i -

    i ri

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    2.5. Biodiversidade e vegetao

    Biodiversidade

    No Amap, levantamentos recentes registram cerca de 580 espcies de aves no Estado, issosignica 5,6% da aviauna global. Se o valor das aves uma boa estimativa para os outros grupos

    de organismos, inere-se que o Amap deva abrigar por volta de 777 mil espcies de plantas e ani-mais. Em resumo, o Amap muito rico em espcies e ainda h um longo caminho pela rente at

    se conhecer toda a sua biodiversidade. (CI, 2007).A cobertura orstica nativa do Amap apresenta uma orte correlao com as duas zonas

    morolgicas discutidas acima. Existem pelo menos seis grandes tipologias de vegetao (ou co-munidades vegetacionais) a ser destacadas:

    Florestas Tropicais midas Latioliadas de olhagem permanente; Cerrados (ou campos naturais, ou campos cerrados); Manguezais;

    Restingas Costeiras; Lagoas e alagados de gua doce ou salgada, (ou campos inundados, ou campos de vr-

    zea); e

    Florestas de palmeiras.

    As orestas do Amap se subdividem em pelo menos cinco categorias bsicas, de acordo coma sua localizao: montanas; submontanas; ciliares (ou aluviais); de terras baixas no inundveis;

    e de terras baixas inundveis. As dierentes classes de orestas tm estruturas e oras variadas. Noentanto, so insucientemente estudadas, sendo que os poucos inventrios realizados at o pre-

    sente momento so, em geral, baseados em amostras relativamente pequenas. No seu conjunto, oscinco tipos de orestas cobrem cerca de 80% do Amap, a oeste, norte, centro, centro-sul e partes

    do leste, compondo, assim, a vegetao dominante do Estado.Os cerrados (ou savanas) do Amap subdividem-se em dois tipos: parque (com numerosos

    arbustos e rvores baixas) e abertos (com menor incidncia de arbustos e rvores baixas). Osdois tipos tm um estrato herbceo permanente. Esses cerrados ocorrem nas sees bem drena-

    das da Plancie Costeira, longe do mar. Cobrem apenas cerca de 6% da rea do Estado e tm sidousados historicamente para os mesmos ns dados aos cerrados mais secos (e muito mais extensos)

    do Brasil central: pastagens naturais para bovinos, agricultura de pequena escala e explorao demadeira. Eles so a ormao vegetal de maior impacto e explorao do Estado, em uno da

    pecuria, dos extensos reorestamentos com rvores exticas (pinus e eucalipto), da coleta de ma-deira para queima e de outras presses oriundas da Grande Macap e de vrias cidades menores

    situadas na Plancie Costeira.As restingas e os manguezais ormam duas comunidades vizinhas, por vezes denominadas or-

    maes pioneiras, localizadas junto ao litoral atlntico e oz do Rio Amazonas. Juntos, eles cobremcerca de 11% do Amap. Os manguezais marinhos se instalam em depresses e lamaais litorneos

    saturados por sais, sujeitos inuncia das mars. Formam comunidades densas, de olhagem per-manente, de plantas lenhosas, gramneas e herbceas especializadas, resistentes salinidade do solo.

    As restingas so comunidades compostas principalmente por gramas e ervas (por vezes contendo

    rvores e arbustos de pequeno porte), localizadas em terrenos litorneos um pouco mais elevados(como dunas), bem drenados, em geral arenosos, menos saturados por sais e ora do alcance dasmars. Ao longo do tempo, as restingas tendem a substituir os manguezais, medida que novos

    depsitos marinhos e uviomarinhos ampliam os terrenos no recobertos regularmente por mars.As orestas de palmeiras so ormaes associadas aos terrenos inuenciados por gua doce,

    seja ao longo dos meandros dos rios ou nos terrenos planos e alagados da Plancie Costeira. Di-versas espcies de palmeiras (como aaizeiro e buritizeiro) adaptam-se gua doce parada ou em

    lento movimento, ormando bosques relativamente densos que conseguem nascer e prosperarmesmo em guas com at 50 cm de proundidade. Ainda no h estimativas quanto ao percentual

    de rea ocupado por esse tipo de oresta, mas possvel armar que sua representatividade pe-quena, apesar de sua marcante expresso sionmica na paisagem.

    Os campos inundados (ou campos de vrzea) ormam uma rea relativamente extensa (co-brem cerca de 8% da rea do Estado) marcada por um complexo labirinto de lagos de gua doce

    e salobra, por vezes interligados por meio de canais e uros. A ora composta principalmentepor gramas e ervas, mas existem tambm ilhas de orestas densas, orestas de palmeiras e at de

    manchas de cerrados (em terrenos mais drenados).

    Dierentes pontos do Estado so ocupados por sistemas de transio, marcados pela zona decontato entre tipos distintos de vegetao. Exemplos desse tipo de situao podem ser observadosquando as orestas densas dos terrenos mais elevados se estendem at as altitudes mais baixas da

    Plancie Costeira, o que az contato com o cerrado, ou quando estes margeiam os campos inun-dados e as restingas. Dependendo dos atores do meio (chuvas, inundaes, ogo), esses sistemas

    podem se apresentar instveis, quando se justica a designao de rea de Tenso Ecolgica.Nessa condio, verica-se normalmente o avano de um tipo vegetacional em detrimento do

    outro. Essas reas cobrem cerca de 3% da rea do Estado.A vegetao natural do Amap, em seu conjunto, tem ao menos duas caractersticas notveis.

    Em primeiro lugar, destaca-se o baixo grau de alteraes antrpicas em quase todas as ormaes.A nica exceo so os cerrados, principalmente em torno de Macap, que s oreram um elevado

    nvel de modicao em uno de atividades humanas no passado e ainda comuns no presente(como ogo, transormao em pastagens, reorestamentos e extrao de madeira). No entanto,

    muitos campos cerrados mais aastados de Macap ainda parecem conservar quase integralmenteas condies orsticas e tosionmicas primitivas.

    Quanto aos campos inundados, ainda relativamente bem preservados, existe a preocupaocom os eeitos ambientais da pecuria bubalina, em uno do regime de criao extensiva, de

    sua resistncia e do grande crescimento que os rebanhos demonstraram nos ltimos anos. Osmanguezais do Amap so, alis, considerados os mais preservados de todo o litoral brasileiro.

    Florestas nativas pouco ou muito pouco alteradas so a regra comum no Estado.O carter relativamente remoto do Amap, aliado a uma populao pequena e concentrada,

    contribuiu para esse notvel grau de preservao da integridade ecolgica de grandes extensesdas comunidades vegetacionais nativas. Quando se realizou o Zoneamento Ecolgico Econmicodo Amap, que comeou em meados da dcada de 1990, a interpretao das imagens de satlite

    (por meio de tcnicas de sensoriamento remoto) revelou que o total de orestas nativas perdidasdo Amap, desde a dcada de 1970, ora pouco acima de 1%. O g rupo executor do Zoneamento

    descobriu que toda a vegetao nativa do Amap, e no apenas as suas orestas, oi a menos alte-rada entre todos os Estados Amaznicos.

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    Um segundo aspecto notvel da vegetao nativa do Amap que o seu alto grau de diver-sidade est distribudo em reas relativamente prximas entre si. Em muitos lugares, uma linha

    reta imaginria traada da costa atlntica para o interior, de leste para oeste, em poucas dezenasde quilmetros atravessa manguezais, restingas, campos inundados, cerrados, orestas ciliares

    e orestas de palmeiras, at chegar s primeiras ormaes mais densas de orestas. Como adistncia sempre uma varivel importante em quaisquer empreendimentos na Amaznia, em

    virtude das diculdades logsticas inerentes aos deslocamentos na regio, essa combinao devariedade ecolgica com proximidade, az do Amap um local ideal para programas de pesqui-

    sas em biologia e ecologia, especialmente sobre diversidade gentica, biolgica e ecossistmica.(DRUMMOND et al., 2008).

    FIGURA 9. Domnios forsticos do Amap. Fonte: Sema-GEA (2005).

    Sistemas de Classicao da Vegetao

    H dierentes sistemas de classicao utilizados para a vegetao do Estado do Amap. Cada

    sistema adota uma legenda prpria, identicando tipos e, em determinados casos, subtipos de ve-getao, bem como uma denio dos limites para cada item especco. Esses mapas apresentam

    escalas cartogrcas distintas, com implicaes sobre o tamanho mnimo, orma e localizao daseies mapeadas. Os trs mapeamentos tambm dierem quanto sua extenso e nalidade.

    Os principais modelos em uso so: mapa da vegetao do IBGE, mapa de vegetao do Estadodo Amap do Iepa e o do Sistema de Proteo da Amaznia (Sipam). O mapa do IBGE, em escala

    1:750.000, constitui um documento ocial sobre a vegetao de todo o Pas. O mapeamento doSipam, em escala 1:250.000, representa um renamento do mapeamento do IBGE para a Amaznia

    Legal. A classicao do IBGE serve de base para todos os outros modelos e apresenta a seguintelegenda de sionomias:

    TABELA 1. Classicao da Vegetao no Estado do Amap, de acordo com modelo do IBGE

    Sigla

    Ap

    Asp

    Da

    Dau

    Db

    Dbe

    Dbe1

    Dbu

    Dbu1

    Dm

    Dme

    Dse

    Classificao

    Pecuria

    Floresta Ombrfila AbertaSubmontana com palmeiras

    Floresta Ombrfila Densa Aluvial

    Floresta Ombrfila Densa Aluvial comdossel uniforme

    Floresta Ombrfila Densa dasTerrasBaixas

    Floresta Ombrfila Densa dasTerras

    Baixas com dossel emergente

    Floresta Ombrfila Densa dasTerrasBaixas com dossel emergente

    Floresta Ombrfila Densa dasTerrasBaixas com dossel uniforme

    Floresta Ombrfila Densa dasTerras

    Baixas com dossel uniforme

    Floresta Ombrfila Densa Montana

    Floresta Ombrfila Densa Montanacom dossel emergente

    Floresta Ombrfila Densa Submontanacom dossel emergente

    Sigla

    Dsu

    Paa

    Pah

    Pfh

    Pfm

    Sa

    Sa1

    Saf

    Sd

    Sp

    Spf

    Spf1

    Classificao

    Floresta Ombrfila Densa Submontanacom dossel uniforme

    Formao Pioneira com Influncia

    fluvial e/ou lacustre arbustiva

    Formao Pioneira com Influnciafluvial e/ou lacustre

    Formao Pioneira com Influnciafluviomarinha herbcea

    Formao Pioneira com Influncia

    fluviomarinha arbrea

    Savana arborizada

    Savana arborizada

    Savana arborizada com floresta de

    galeria

    Savana florestada

    Savana Parque

    Savana Parque com floresta de galeria

    Savana Parque com floresta de galeria

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    30 31

    FIGURA 10. Fisionomias da vegetao no Estado do Amap segundo o IBGE.

    Abc

    Abc1

    Abp

    Abp1

    Amc

    Ap

    As

    Asc

    Asp

    Asp1

    F t : I E

    i t r r it

    r . : F i ,

    Floresta OmbrfilaAberta

    k

    Da

    Da1

    Dae

    Dae1

    Dau

    Dau6

    Db

    Db1

    Dbe

    Dbe1

    Floresta OmbrfilaDensa

    Sa

    Sa1

    Saf

    Sd

    Sd1

    Sp

    Sp1

    Spf

    Spf1

    Paa

    PahPfh

    Pfm

    Massa de gua

    S avan a F lor es t a In flun ciaFluvial

    Dbu

    Dbu1

    Dm

    Dme

    Dmu

    Dse

    Dse1

    Dsu

    Du1

    Fonte: IBGE

    Sistema de Coordenada GeogrficaD atumWGS 84

    Org.: Funi, (2009)

    F l r t r ilrt

    25 50 100 150 120 km

    Fl r t r i l

    Fl r t I l iF l i l

    O mapa de vegetao elaborado pelo Iepa, em escala 1:1.000.000, uma reerncia aos traba-lhos no Estado, principalmente aos vinculados ao Instituto.

    FIGURA 11. Fisionomias da vegetao no Amap, segundo o Macrodiagnstico do Estado (Iepa, 2006).

    2.6. Populao

    Os dados do IBGE (2008) revelam que a populao do Amap, apesar de ainda ser a segundamenor entre todos os Estados brasileiros (2007), vem crescendo de orma rpida.

    Densa

    Aberta

    Manguesal

    Densa de Baixos Plats

    Densa de Sub-Montana

    -

    Cerrado / Floresta

    Cerrado /Vrzea

    Cerrado

    Arborea / Arbustiva

    Parque

    Campo deVrzea

    Graminoide

    Arbustivo

    Floresta deTransio

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    TABELA 2. Populao e Densidade Demogrca do Amap

    Fonte: IBGE (2008).

    O Amap vem registrando as maiores mdias anuais de crescimento populacional, comparadoa todos os outros Estados do Pas (5,77%, entre 1991 e 2000, e 3,17%, entre 2000 e 2007). O Estado

    tambm o que mais vem crescendo em concentrao urbana na Amaznia Legal, atingindo, em2006, uma taxa de 93,7% (Pnad 2006). Isso se associa a uma distribuio espacial desequilibrada

    Municpios

    Amap

    Caloene

    Cutias

    Ferreira Gomes

    Itaubal

    Laranjal do Jari

    Macap

    Mazago

    Oiapoque

    Pedra Branca do Amapari

    Porto Grande

    Pracuba

    Santana

    Serra do Navio

    Tartarugalzinho

    Vitria do Jari

    Total

    Populaoem 1991

    9.073

    5.177

    -

    2.386

    -

    21.372

    179.777

    8.911

    7.535

    -

    -

    -

    31.431

    -

    4.693

    -

    289.397

    Populaoem 2000

    7.122

    5.678

    3.281

    3.529

    2.894

    28.196

    282.749

    12.027

    12.895

    3.993

    11.037

    2.297

    80.169

    2.294

    7.085

    8.550

    475.843

    Populaoem 2007(1)

    7.492

    8.656

    4.320

    5.040

    2.439

    37.491

    344.153

    13.861

    19.181

    7.332

    13.962

    3.353

    92.098

    3.772

    12.295

    10.765

    587.311

    rea(Km)

    9.168,787

    14.269,258

    2.114,732

    3.046,696

    1.703,793

    20.966,177

    6.407,123

    13.130,892

    22.625,018

    9.495.032

    4.401,763

    4.456,739

    1.577,517

    7.756,506

    6.711,950

    2.482,602

    142.814,585

    Densidade(Hab/Km)

    0,82

    0,61

    2,04

    1,00

    2,02

    1,21

    53,71

    1,06

    0,85

    0,77

    2,17

    0,68

    58,58

    0,49

    1,85

    4.34

    4,11

    da populao, com 76,2% dos habitantes residindo em apenas dois municpios ortemente urba-

    nizados, Macap e Santana. Com exceo desses dois municpios, a densidade populacional con-tinua muito baixa, chegando a apenas 4,16 habitantes/km2 em 2005 para a totalidade do Estado, ecando em menos de dois habitantes/km2 em seis dos 16 municpios.

    TABELA 3. Populao urbana e rural do Amap (2007)

    Fonte: (IBGE, 2008).

    Municpios

    Amap

    Caloene

    Cutias

    Ferreira Gomes

    Itaubal

    Laranjal do Jari

    Macap

    Mazago

    Oiapoque

    Pedra Branca do Amapari

    Porto Grande

    Pracuba

    Santana

    Serra do Navio

    Tartarugalzinho

    Vitria do Jari

    Total

    Urbana

    6.350

    7.032

    2.170

    3.481

    1,411

    35.587

    328.865

    7.943

    12.603

    4.083

    9.212

    1.587

    90.707

    1.133

    6.108

    9.471

    327.145

    Rural

    1.142

    1.624

    2.150

    1.559

    2.028

    1.904

    15.288

    6.517

    6.578

    3.249

    4.750

    1.766

    1.391

    2.679

    6.287

    1.294

    60.166

    Total

    7.492

    8.656

    4.320

    5.040

    3.439

    37.491

    344.153

    13.862

    19.862

    7.332

    13.962

    3.353

    92.098

    3.772

    12.395

    10.765

    587.311

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    2.7. Economia

    Destacam-se na composio da economia do Estado do Amap as atividades extrativistastanto vegetais como minerais. No extrativismo vegetal, so exploradas a castanha-do-par, o

    palmito e as madeiras. Entre os minerais mais encontrados no Estado, esto jazidas de manga-ns, ouro, caulim e granito.

    A produo agrcola limitada, destacando-se os cultivos de arroz e mandioca. Na pecuria,predominam as criaes de balo e o gado bovino. O setor industrial dedica-se ao processa-

    mento das principais riquezas do Estado, ou seja, a extrao mineral, a madeira e tambm apesca. A produo de energia eltrica no Amap supera o seu consumo domstico. Entre junho

    de 1993 e julho de 1994, oram produzidos 451 milhes de kwh de energia, para um consumolocal de 220 milhes de kwh.

    Mangans Principal riqueza do Estado do Amap, o mangans teve sua explorao inicia-da em 1957. Ali encontram-se as maiores reservas do Pas, chegando o Estado a extrair 80% da

    produo total de mangans do Pas na dcada de 60. Suas jazidas oram arrendadas por 50 anospela Icomi, Indstria e Comrcio de Minerao, do grupo Bethlehem Steel, que paga royalties

    de 4% a 5% do valor do minrio extrado ao governo local, sendo as encomendas asseguradaspor um contrato com o Deense Materials Procurement Agency, rgo governamental norte-

    americano. A renda dos royalties do mangans oi destinada construo da Usina de Paredo,para assegurar base energtica s indstrias que vierem a ser ali instaladas. A minerao domangans provocou deslocamento de mo de obra e contribuiu consideravelmente para o au-

    mento da populao no Estado, antes territrio administrado pelo governo ederal. Ess a empre-sa construiu uma estrada de erro com capacidade para 700 mil toneladas de minrio e 200 mil

    toneladas de outros tipos de mercadorias, assim como um porto, a que podem ter acesso naviosde at 45 mil toneladas.

    Outras riquezas minerais Alm do mangans, o Amap tem tambm grande reserva derecursos naturais que incluem minerais como o ouro, explorado nos garimpos dos Rios Calo-

    ene, Cassipor e Igarap de Leona, alm do rico veio existente no Rio Gaivota. Diamantes sotambm muito encontrados na regio de Santa Maria. A 80 km da capital, Macap, existe uma

    jazida de 9,6 milhes de toneladas de hematita, com 70% de erro, explorada pela empresa Han-na Company. (GEA, 2009). FIGURA 12. Principais jazimentos minerais e provncias metalogenticas do Estado. Fonte: Iepa, 2006.

    Legenda

    Provncias Metalogentica

    Distritos Auriferos

    Demais Distritos

    reas Mineralizadas

    Sede Municipal

    O - Provncia Metalogentica do Amap e do Par

    1 - Distrito Aurfero do Casspo

    2 - Distrito Aurfero doTartarugalzinho

    3 - Distrito Aurfero da Serra do Navio /Vila Nova

    4 - Distrito Manganesfero da Serra do Navio

    5 - Distrito Aurfero da Serra do Cupixi

    6 - rea Cromitfera do Bacupi

    7 - rea Cromitfera do Igarap do breu

    Outros Distritos

    8 - Distrito Bauxitfero-Caulnico de Almerim / Jan

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    I

    Jazimentos Minerais

    Ocorrncia

    Depsito

    Jazida

    mao WWF_final.indd 34-35

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    Produto Interno Bruto PIB

    O Produto Interno Bruto PIB (soma de todas as riquezas produzidas) do Estado do Amap

    em 2006, dado disponvel mais atualizado (IBGE, 2008), oi de R$ 5,260 bilhes, ou seja 0,22% doPIB nacional (25 posio entre as Unidades da Federao).

    No ano de 2006, o Estado do Amap respondeu pela 25 (antepenltima) Unidade da Federa-o em relao participao no PIB Nacional, sua posio muito prxima do Acre. Os dois

    Estados trocaram de posio (25/26) ao longo da srie nos ltimos anos e dependem muito dosetor pblico. O Amap, assim como Roraima, tem cerca de 50% da economia ligada ao setor

    pblico. As taxas de crescimento de suas populaes so as mais altas entre os Estados, gerandogrande demanda por servios pblicos e inraestrutura. Roraima mantm-se como o menor PIB

    entre as 27 Unidades da Federao. Com relao ao PIB per capita, o Amap gura em posiointermediria no ranking dos Estados nos anos de 2005 e 2006, com renda mdia de R$ 8.543,00.

    Evoluo dos Indicadores

    De 2002 para 2008, a exportao deu um salto de US$ 16.366,660 para US$ 192.300,394, o queimplica uma evoluo percentual de 1.175 % dentro do perodo. Os principais produtos da pautade exportaes da regio, em 2008, oram: ouro, cavaco, minrio de erro, cromita, aa e palmito.

    Pases como os Estados Unidos, Bahrein, Turquia e China so os principais compradores.Em 2002, o Estado registrou apenas 55.960 postos de trabalho na administrao pblica, em

    empresas e estabelecimentos comerciais. Em 2008, oram registrados 88.898 postos de trabalho,somados o setor primrio, indstria de transormao e extrativa mineral, comrcio, servios,administrao pblica e construo civil.

    Dentro desse panorama de evoluo, o comrcio oi o que mais se destacou. Apresentou, em2007, 16.395 empregos e teve um crescimento percentual de 82,91% se comparado a 2002, com re-

    gistro de apenas 8.963 empregos. O segundo maior ndice de crescimento oi no setor de servios,que ampliou de 14.926 postos, em 2002, para 22.966 postos, em 2007, com crescimento de 53,86%.

    Abriu 8.040 novas oportunidades de trabalho no perodo.O terceiro maior ndice cou com o setor da administrao pblica. Em 2002, criou apenas

    26.488 postos de trabalho. Em 2007, esse nmero cresceu para 38.646 novos postos de trabalho. Emquarto lugar, cou a construo civil. Em 2002, criou 2.844 vagas. Em 2007, subiu para 4.084 vagas.

    A arrecadao, somados ICMS, IPVA, ITCD, IRRF, taxas, dvida ativa e outros, saltou de R$164,3 milhes, em 2002, para R$ 412,2 milhes, em 2008, o que representa um salto de 150,88 %.

    (GEA, 2009).

    Contas Pblicas

    Segundo dados do Ministrio da Fazenda (2007), as contas pblicas echaram com o seguinte

    balano: receitas oramentrias do Estado, R$ 442,3 milhes; despesas realizadas pelo Estado, R$411,2 milhes; receitas da Unio repassadas aos municpios, R$ 127,3 milhes.

    TABELA 4. Finanas Pblicas do Estado do Amap no ano de 2007

    Fonte: Ministrio da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Registros Administrativos 2007 (IBGE, 2008).

    Receitas oramentrias realizadas

    Correntes

    Tributrias

    Imposto sobre a Propriedade Predial eTerritorial (IPTU)

    Imposto Sobre Servios (ISS)

    Imposto sobreTransmisso Intervivos (ITBI)

    Taxas

    Contribuio

    Patrimonial

    Transferncias Correntes

    Transferncia Intergovernamental da Unio

    Transferncia Intergovernamental do Estado

    Dvida Ativa

    Outras Receitas Correntes

    Capital

    Transferncia de Capital

    Despesas oramentrias realizadas

    Correntes

    Outras Despesas Correntes

    Capital

    Investimentos

    Pessoal e Encargos Sociais

    Obras e Instalaes

    Supervit ou Dficit

    Valor do Fundo de Participao dos Municpios (FPM)

    Valor do ImpostoTerritorial Rural (ITR)

    Valor do IOF Ouro repassado aos municpios

    Valor (R$)

    441.735.839

    41.087.342

    5.852.643

    26.248.342

    577.143

    3.906.518

    7.866.584

    11.797.704

    370.461.828

    181.762.351

    88.549.888

    3.853.813

    9.006.950

    29.498.542

    14.187.170

    411.424.747

    370.478.456

    156.909.629

    40.946.291

    37.901.037

    213.483.881

    32.852.715

    30.902.528

    126.949.611

    264.092

    2.507

    442.327.276

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    Culturas Temporrias

    Culturas temporrias compreendem as reas exploradas com culturas de curta durao (em

    geral com ciclo menor do que um ano), que costumam requerer novo plantio aps cada colheita.Em uno do sistema de produo vigente, com rea mdia plantada de dois hectares e da escala

    de trabalho utilizada, que no permite a representao de pequenas reas descontnuas, raramenteesses plantios puderam ser mapeados individualmente, exceo eita cultura de arroz, recente-

    mente introduzida em larga escala.

    TABELA 6. rea colhida e rendimento de culturas temporrias no Amap, no perodo 1985 2004.

    Fonte: DOMINGUES et al. 2004.

    TABELA 7. Produo das principais culturas temporrias no ano de 2007 no Amap.

    Fonte: IBGE, Produo Agrcola Municipal 2007Fonte: IBGE (2007 b).

    Arroz: Com pouca tradio no Amap, o cultivo do arroz utiliza o sistema produtivo consor-

    ciado com a mandioca ou o milho e, em menor escala, cultivo solteiro.Milho: O milho, cultura de grande signicado para o Amap, tambm vem apresentando que-

    da de produo nos ltimos anos. Como nas demais culturas temporrias no perodo analisado,caram produo (19,68) e rea colhida (946,78). Esses declnios tm se reetido na produo

    avcola, por ser matria-prima destinada abricao de rao balanceada para aves. Macap eMazago oram, mais uma vez, os dois maiores produtores, com 68,55% e 19,3% da produo

    total, respectivamente.

    Lavoura temporria

    Abacaxi

    Arroz (em casca)

    Cana-de-acar

    Feijo (em gro)

    Mandioca

    Melancia

    Milho (em gro)

    Produo

    1.560 toneladas

    2.184 toneladas

    2.430 toneladas

    1.100 toneladas

    92.500 toneladas

    1.568 toneladas

    1.830 toneladas

    rea

    plantada (ha)

    417

    2.668

    80

    1.460

    8.531

    338

    2.162

    Valor

    (mil R$)

    1.7690

    1.835

    796

    1.036

    85.739

    2.027

    1.287

    rea

    colhida (ha)

    400

    2.600

    80

    1.420

    8.250

    333

    2.070

    Anos

    1985

    1990

    1995

    2000

    2004*

    rea(ha)

    1.258

    500

    845

    1.200

    2.705

    Rend.(kg/ha)

    1.119

    676

    838

    800

    1.211

    rea(ha)

    345

    113

    188

    300

    782

    Rend.(kg/ha)

    614

    513

    457

    440

    524

    rea(ha)

    4.259

    2.268

    2.000

    5.000

    6.830

    Rend.(kg/ha)

    10.824

    10.509

    13.229

    9.500

    10.352

    rea(ha)

    1.042

    3.440

    517

    1.200

    1.105

    Rend.(kg/ha)

    769

    971

    627

    700

    773

    Produtos Arroz Feijo Mandioca Milho

    Feijo: A produo de eijo vem decaindo desde 1986, tendo apresentado em 1997 uma subs-

    tancial queda na quantidade produzida (72,58%). O eijo cultivado no Amap o caupi (eijode colnia), de pouca aceitao para consumo por parte da populao de classe mdia. O governovem incentivando o cultivo, devido importncia na alimentao da populao de baixa renda.

    Por isso, vem omentando o seu cultivo com a distribuio de sementes selecionadas por meio desubsdios ao preparo da rea mecanizada.

    Horticultura: A produo de hortalias est concentrada no Polo Hortigranjeiro, em Fazendi-nha, na Colnia Agrcola do Matapi e na perieria de Macap. As principais espcies produzidas

    so: couve, cariru, coentro, chicria, cebolinha, alace, tomate, eijo verde, chuchu, pepino e salsa,entre outros. A iniciativa do governo para incentivar essa atividade oi a instalao do Polo Hor-

    tigranjeiro, dotado de estradas em boas condies de trego, energia eltrica e sistemas de irriga-o central, beneciando 34 produtores. Em relao Colnia Agrcola do Matapi e perieria de

    Macap, o apoio do governo concentra-se principalmente no escoamento da produo, por meiodos veculos da Secretaria e, na comercializao, por meio da organizao da Feira do Produtor.

    (GEA, 2009).

    Culturas Permanentes

    Culturas permanentes so as reas plantadas com culturas de longa durao, que aps a colhei-ta no necessitam de novo plantio, produzindo por vrios anos sucessivos, a exemplo da bananei-ra, dos Citrus. Por sua importncia no consumo interno, no valor da produo e da rea cultivada

    e na participao no mercado, destacam-se nesse segmento as culturas de banana, mamo, dosCitrus, e mais recentemente coco e cupuau.

    Segundo dados do governo estadual (GEA, 2009), as principais culturas permanentes cultiva-das no Amap so a pimenta-do-reino, a laranja e a banana, que ainda no atingiram um estgio

    ideal de desenvolvimento, mas j contribuem para o abastecimento interno e melhoria de rendado produtor. As inormaes consolidadas pelo IBGE (2007) revelam, contudo, que os principais

    produtos incluem a goiaba, o mamo e o maracuj.

    TABELA 8. Lavouras permanentes no Estado do Amap (2007)

    Fonte: IBGE (2007 b)

    Bananicultura: O Amap j oi um grande produtor de banana, chegando a abastecer o mer-

    cado local e comercializar o excedente para o Estado do Par. Com a inestao dos bananais peladoena conhecida por moko da bananeira, transmitida pela bactria do gnero Pseudomonas,

    descoberta por tcnicos do Ministrio da Agricultura e da Universidade Rural do Rio de Janeiropor volta de 1978, a produo comeou a decair, sendo hoje insuciente para atender o consumo

    local. (GEA, 2009). Apesar da reduzida rea plantada, a banana uma das principais culturas

    Lavoura permanente

    Banana

    Goiaba

    Laranja

    Mamo

    Maracuj

    Produo

    (ton)

    4.100

    140

    9.400

    620

    992

    Valor

    (mil R$)

    4.893

    45

    8.866

    554

    951

    rea

    plantada (ha)

    945

    10

    1.015

    80

    165

    rea

    colhida (ha)

    900

    10

    1.000

    80

    163

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    desenvolvidas nas pequenas propriedades do Estado do Amap, constituindo renda comple-

    mentar dos produtores de mandioca e base da alimentao das populaes de baixa renda.Fruticultura: Alm da banana, as culturas de mamo, citros e mais recentemente coco e cupu-

    au colocam-se como as principais ruteras de ciclo longo exploradas no Estado do Amap. Em

    uno do baixo padro tecnolgico adotado, a qualidade e produtividade dos produtos apresen-tam-se baixas. Fugindo mdia do Estado e adotando tecnologia de mdio padro, no municpio

    de Porto Grande oi identicada uma propriedade especializada na produo de mamo, tangeri-na, laranja pra, rambut e mangusto, sendo os dois ltimos produtos voltados para os mercados

    do Japo, Frana e So Paulo.Desde que o mercado seja viabilizado, a ruticultura de ciclo longo coloca-se como opo atra-

    ente de explorao agrcola, com tendncia de expanso das reas cultivadas. O cupuau vemconquistando gradativamente os mercados do centro-sul do Pas, com potencial para alcanar o

    mercado internacional.Citros: A produo de laranja vem aumentando gradativamente, graas ao incentivo do gover-

    no, que, nos ltimos cinco anos, vem distribuindo mudas produzidas pela Companhia de Desen-volvimento do Amap (Codeasa), hoje Codap, ou adquiridas em outras Unidades da Federao,

    por meio da Secretaria de Agricultura. A continuar essa tendncia, espera-se que, em poucos anos,o Amap seja autossuciente em laranja.

    Dendeicultura: Embora atualmente as vastas plantaes de dend da Cooperativa TritcolaPalmeirense (Copalma), localizadas ao longo da BR-156, no municpio de Porto Grande, no es-

    tejam sendo exploradas, a cultura mereceu ateno neste relatrio graas sua expressiva reaplantada e ao grande potencial que apresenta para a economia do Estado.

    O Estado do Amap possui por volta de 1.500.000 ha de terras com potencial ecolgico para odesenvolvimento da cultura de dend. Por seu carter conservacionista, a cultura do dend apre-

    senta orte apelo ecolgico, pois, alm de poder ser plantada em reas degradadas, reduzindodesmatamentos e queimadas, oerece bom recobrimento do solo na sua ase adulta.

    A sinalizao do mercado internacional para o leo de palma abre perspectivas para o incre-mento do cultivo de dend no Amap, que tambm pode ser considerado uma alternativa para a

    agricultura migratria dominante no Estado. (DOMINGUES et al., 2004)Pimenta-do-reino: A cultura da pimenta-do-reino est concentrada na Colnia Agrcola do

    Matapi e oi introduzida na dcada de 1970, com mudas oriundas de Tom-Au (PA), por inicia-tiva do Poder Pblico.

    Pecuria

    Constitui o segmento mais expressivo da pecuria, tanto bovina quanto bubalina. A primeiradesenvolve-se principalmente em reas alteradas, que tiveram pastagens plantadas. A criao de

    balos concentra-se, sobretudo, nos campos midos naturais.Pastagens Plantadas: Compreendem as pastagens ormadas mediante plantio de orrageiras

    prprias para a alimentao dos rebanhos. No Estado do Amap predominam espcies de braqui-rias. Geralmente so plantadas ao longo das estradas, aps a derrubada da oresta, concentran-do-se nos municpios de Oiapoque e Caloene, ao longo da BR-156, e nos municpios de Porto

    Grande e Pedra Branca do Amapari, ao longo da BR-210. Na sua maior parte, as pastagens planta-das so utilizadas para criao de bovinos com a nalidade de produo de carne (95%), sendo o

    restante destinado produo de leite. Destaca-se a alta de manejo adequado, a compactao e a

    eroso dos solos das pastagens plantadas. (DOMINGUESet al., 2004).Pecuria de Corte: No Amap, o rebanho bovino, com predominncia das raas nelore e mes-

    tia, apresentou um acrscimo de 68,85% no seu eetivo no perodo 1985/2003 e vem sendo grada-tivamente substitudo pelo bubalino, que mostrou na mesma poca crescimento muito superior. O

    sistema de criao adotado praticamente no incorpora tecnologias, sendo, por isso, consideradode baixo padro. Como geralmente no h complementao alimentar, durante o perodo seco,

    alm de signicativa perda de peso, aumenta a taxa de mortalidade dos animais. A produo decarne atende apenas 19% da demanda do Estado, sendo o restante importado do Par. (BIAN-

    CHETTI, 2003).Pecuria Leiteira: A bacia leiteira do Amap inexpressiva, sendo o Estado dependente quase

    que totalmente da importao de leite em p para o abastecimento local. Atualmente, a produ-

    o diria um pouco superior aos 8 mil litros, o que proporciona uma produo anual de 3,062milhes de litros. A produo mdia diria por produtor inerior a 20 litros. O rebanho or-

    mado por animais mestios Girolandos, sendo a consaguinidade comum na maioria das pro-priedades, o que est deteriorando a linhagem das raas. A produo mdia de trs litros/vaca/

    dia. Pequena parte do leite beneciado, e cerca de 90% desperdiado. No Amap, no existe ohbito de consumo do leite in natura. (DOMINGUES et al., 2004).

    TABELA 9. Pecuria no Amap (estoque de rebanhos) em 2007

    Fonte: IBGE (2007 d).

    Pecuria em Pastos Naturais: Incluem-se nessa categoria as pastagens nativas dos ecossiste-

    mas de cerrado e campos inundveis. Constituem a principal onte alimentar dos rebanhos buba-

    linos e bovinos. Nesses ambientes, a pecuria desenvolvida de orma extensiva, tanto em grandescomo em pequenas propriedades. Prximo ao litoral, encontram-se as grandes propriedades, quepodem chegar a 10.000 ha, cujos rebanhos superam o nmero de 1.000 cabeas de bubalinos. A

    utilizao de sistemas inadequados de produo (alimentao, manejo dos rebanhos, mineraliza-o e sanidade animal) tem contribudo decisivamente para a instabilidade tcnica, econmica eecolgica da explorao. A utilizao de prticas de manejo decientes e o baixo padro zootcni-

    co do rebanho resultam na obteno de baixos ndices de produtividade.

    Pecuria 2007

    Bovinos

    Equinos

    Bubalinos

    Asininos

    Muares

    Sunos

    Caprinos

    Ovinos

    Galos, frangas, frangos e pintos

    Galinhas

    Vacas ordenhadas

    Produo de leite

    Ovos de galinha

    Quantidade

    103.170

    5.021

    208.023

    519

    1.392

    31.821

    2.771

    2.069

    55.453

    15.413

    7.860

    5.743

    52

    Unidade

    cabeas

    cabeas

    cabeas

    cabeas

    cabeas

    cabeas

    cabeas

    cabeas

    cabeas

    cabeas

    cabeas

    mil litros

    mil dzias

    mao WWF_final.indd 42-43

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    Nessas reas, a bubalinocultura destaca-se como o rebanho mais importante, tendo seu eetivo

    acrescido em 229,14% no perodo 1985/2003. O eetivo do rebanho bubalino tem grande expres-so regional e relevncia para economia do Estado, principalmente nos campos alagadios daregio dos lagos e da plancie litornea. O Amap o segundo produtor brasileiro de bubalinos,

    depois do Par, sendo que, atualmente, sua expanso e orma de manejo s o bastante questionadasdo ponto de vista de impactos ambientais, ou s eja, da sustentabilidade no mdio-longo prazo.

    Silvicultura

    A maioria dos reorestamentos no Amap concentra-se em dois pontos. O primeiro situado ao

    sul do Estado, nos municpios de Laranjal do Jari e Vitria do Jari, e o segundo na poro centro-leste, nos municpios de Porto Grande e Ferreira Gomes. (DOMINGUES et al., 2004)

    A silvicultura no Amap teve incio em 1968 com a implantao do amoso Projeto Jari, loca-lizado ao sul do Estado, limite com o Par. Inicialmente esse projeto previa o plantio de 160.000

    ha. Entre 1968 a 1982, oram plantados aproximadamente 100.000 ha, com as espcies Gmelina

    arborea, Pinus e Eucalyptus spp. O projeto Jari oi incorporado pela empresa Companhia Florestal

    Monte Dourado, que atualmente utiliza apenas o Eucalyptus sp. nos seus reorestamentos. Pormeio de tcnicas de silviculturas modernas de produo de mudas e manejo autossustentado, esta

    espcie produz, com apenas 47.000 ha de rea plantada, cerca de 340.000 toneladas de celulose/ano. (DOMINGUES et al., 2004)

    Em 1977, a Amap Florestal e Celulose S/A Amcel, subsidiria do Grupo Caemi, iniciou oplantio de Pinus sp. em terras de cerrado com uma rea de 1.032 ha. Em 1996, a multinacional

    International Paper adquiriu os direitos acionrios da Amcel, que em maro de 2003 contava com31.850 ha de orestas de Pinus sp., 42.680 ha de Eucalyptus sp., 464 ha com outras espcies e 22.592

    ha em pousio. Os plantios de Pinus sp. esto sendo substitudos por Eucalyptus sp., em uno deseu maior rendimento.

    III REAS PROTEGIDA

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    O texto apresentado a seguir compreende o resultado da compilao de trechos das publicaes

    Atlas das Unidades de Conservao do Estado do Amap (DRUMMOND et al., 2008), do Atlas Cor-redor de Biodiversidade do Amap (CI Brasil, 2007) e do Povos Indgenas do Brasil (ISA, 2009).

    3.1. reas Protegidas

    O Estado do Amap merece ateno especial no contexto regional, nacional e internacional, umavez que 62% do seu territrio est sob modalidades especiais de proteo. So 19 unidades de con-servao (UCs), 12 das quais ederais, 5 estaduais e 2 municipais, totalizando 8.847.135,56 hectares.H uma equilibrada distribuio por categoria, sendo 8 unidades de proteo integral e 11 de uso

    sustentvel, as primeiras ocupando quase 60% do total da rea protegida.A maior parte das UCs no Amap de jurisdio ederal, como seria de se esperar em um Estado

    que se emancipou de sua condio de Territrio Federal apenas em 1988. Elas abrangem trechos dosterritrios de pelo menos 15 dos 16 municpios amapaenses, indicando um excelente ndice de repre-

    sentatividade espacial. Sete das 12 unidades ederais so extensas ou relativamente extensas; quatrodelas estendem-se pelas pores norte, noroeste e nordeste do Estado: o Parque Nacional de Cabo

    Orange, o Parque Nacional (Parna) Montanhas do Tumucumaque, a Estao Ecolgica das IlhasMarac-Jipioca e a Reserva Biolgica do Lago Piratuba. A Floresta Nacional do Amap est no centro

    geogrco do Estado e conecta-se enorme rea do Parna Montanhas do Tumucumaque. A EstaoEcolgica do Jari, a Reserva Extrativista do Rio Cajari e a Reserva de Desenvolvimento Sustentvel

    (RDS) do Rio Iratapuru ocupam boa parte do sul e sudoeste do Estado. H, ainda, cinco ReservasParticulares do Patrimnio Natural (RPPN), todas pequenas, distribudas por quatro municpios.

    Trs das cinco unidades estaduais so pequenas. A Reserva Biolgica Estadual do Parazinho, si-tuada a leste do Estado, ocupa apenas uma pequena ilha estuarina. As reas de Proteo Ambiental

    do Rio Curia e da Fazendinha cam nas proximidades da rea urbana do municpio de Macap. J aFloresta Estadual do Amap a segunda maior UC do Estado, e a RDS do Rio Iratapuru, no sudoeste

    do Amap, vem em terceiro lugar em rea geogrca.As unidades municipais, ambas criadas no nal de 2007, so tambm consideradas relativamente

    pequenas (menores do que 100.000 hectares). A Reserva Extrativista Municipal Beija-Flor Brilho deFogo encontra-se com sua rea em total sobreposio com parte do mdulo I da Floresta Estadual

    (criada em 2006).As UCs esto bem distribudas sobre a supercie do Estado, garantindo uma expressiva repre-

    sentatividade ecossistmica, apesar da ausncia notria e preocupante de uma rea especicamente

    voltada proteo dos cerrados. Por ltimo, a qualidade ambiental das unidades excelente, reexoda condio pouco alterada das paisagens e dos ecossistemas. Contudo, problemas no altam. Com

    exceo das RPPN, que so particulares, e da Reserva Extrativista do Rio Cajari, que tem um Plano deUtilizao e j se encontra demarcada, at o presente momento, nenhuma das UCs ederais do Amap

    conta com condies bsicas para uncionamento, como regularizao undiria, demarcao e Planode Manejo elaborado e implantado. O Programa Arpa reas Protegidas da Amaznia, institudo no

    mbito do Ministrio do Meio Ambiente, pelo Decreto n 4.326, de 8 de agosto de 2002, vem contri-buindo para o ortalecimento institucional e para a inraestrutura de algumas unidades do Amap.

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    Embora as terras indgenas no sejam unidades de conservao, desempenham um papel im-portante na proteo dos recursos naturais. Assim, considerando as terras indgenas cinco ter-

    ras, com rea total de 1.183.498,31 ha o total de reas protegidas no Amap (unidades de conser-vao e terras indgenas) de 10.030.633,87 ha, correspondendo a 70,24% da rea total do Estado.

    O Amap o Estado mais protegido na aixa tropical, com 10.476.117 hectares, ou 72% do seu

    territrio. Essa extenso est distribuda em 12 unidades de conservao e cinco terras indgenas,compondo o Corredor de Biodiversidade do Amap (Silva, 2007).

    FIGURA 13. reas Protegidas no Estado do Amap (Iepa).

    Identificador

    1

    23456789

    Nome

    PARNA Montanhas dosTumucumaque

    RESEX do Rio CajariREBIO do Lago PiratubaPARNA do Cabo OrangeESEC das Ilhas de MaracESEC das Ilhas de Marac e JipiocaESEC JariREBIO do ParazinhoRDS do Rio Iratapuru

    Nome

    APA do Rio Curia

    FLOTA/APAPA da FazendinhaTIWajpiTI JuminTI do UaaTI GalibiTI Parque Indgena do TumucumaqueRESEX Municipal Beija-Flor Brilho de FogoParque Natural Municipal do Canco

    F t : I E

    r . : F i ,

    Identificador

    10

    111213141516171819

    Fonte: IEPA

    Org.: Funi, (2009)

    TABELA 10. Quadro Sntese das Unidades de Conservao do Estado do Amap em 2008.

    NOTAS: (a) O Parque Nacional do Cabo Orange possui uma rea total de 619.000 ha, dos quais 219.226,30 ha so de guas litorneas;

    N deordem

    Total

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    11

    12

    13

    14

    15

    16

    17

    18

    19

    Nome

    Parque Nacional de Cabo Orange

    Reserva Biolgica do LagoPiratuba

    Estao EcolgicaMaraca-Iipioca

    Estao Ecolgica do Jari

    Floresta Nacional do Amap

    Reserva Extrativista do Rio Cajari

    Parque Nacional Montanhas doTumucupaque

    Reserva Particular do PatrimnioNatural Retiro Paraso

    Reserva Particular do PatrimnioNatural REVECOM

    Reserva Particular do PatrimnioNatural SeringalTriunfo

    Reserva Particular do PatrimnioNatural do Retiro Boa Esperana

    Reserva Particular do PatrimnioNatural Aldeia Ekinox

    rea de Proteo Ambiental daFazendinha

    Reserva Biolgica do Parazinho

    Reserva de DesenvolvimentoSustentvel do Rio Iratapuru

    rea de Proteo Ambiental doRio Curiau

    Floresta Estadual do Amap

    Parque Natural Municipal deCaneo

    Reserva Extrativista Beija-FlorBrilho de Fogo

    Jurisdio

    Federal

    Federal

    Federal

    Federal

    Federal

    Federal

    Federal

    Federal

    Federal

    Federal

    Federal

    Federal

    Estadual

    Estadual

    Estadual

    Estadual

    Estadual

    Municipal

    Municipal

    -

    Base legal

    Decreto Federal 84.91315/7/1950

    Decreto Federal 84.91416/7/1980 e Decreto Federal

    89.932 10/7/1984

    Decreto 86.061 2/6/1981

    Decreto Federal 87.09212/4/1982 e Decreto Federal

    89.440 13/3/1984

    Decreto-Lei Federal 97.63010/4/1989

    Decreto Federal 99.14512/3/1990 e Decreto s/n

    30/9/1997

    Decreto Federal s/n22/8/2002

    Portaria 86 N IBAMA6/8/1997

    Portaria 54 N IBAMA29/4/1998

    Portaria 89 N IBAMA10/7/1998

    Portaria 120 N IBAMA24/8/1998

    Portaria 91 IBAMA21/11/2000

    DecretoTerritorial 20/8414/12/1984

    DecretoTerritorial 521/1/1985

    Lei Estadual 392 11/12/1997

    Lei Estadual 431 15/9/1998

    Lei Estadual 102812/07/2006

    Decreto Municipal 08514/11/2007

    Decreto Municipal 13919/11/2007

    -

    Grupo

    ProteoIntegral

    ProteoIntegral

    ProteoIntegral

    ProteoIntegral

    UsoSustentvel

    ProteoIntegral

    ProteoIntegral

    UsoSustentvel

    UsoSustentvel

    UsoSustentvel

    UsoSustentvel

    UsoSustentvel

    UsoSustentvel

    ProteoIntegral

    UsoSustentvel

    UsoSustentvel

    UsoSustentvel

    ProteoIntegral

    UsoSustentvel

    -

    rea no Amap(hectare)

    8.847.135,56

    398.773,70 (a)

    397.000,00

    72.000,00

    67.675,72 (b)

    412.000,00

    501.771,00

    3.828.923,00 (c)

    46,75

    17,18

    9.996,16

    43,01

    10,87

    136,59

    111,32

    806.184,00

    21.676,00

    2.369.400,00

    370,26

    68.524,20 (d)

    % territriodo Amap

    61,95

    2,80

    2,90

    0,50

    0,47

    2,88

    3,51

    26,81

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    (b) A Estao Ecolgica do Jari possui uma rea total de 227.126,00 ha, sendo que 67.675,72 ha (30% da UC) localizam-se no municpio

    de Laranjal do Jari (AP) e os outros 70% restantes encontram-se no municpio de Almerim (PA); (c) O Parque Nacional Montanhas do

    Tumucumaque o maior parque de forestas tropicais do Brasil, com uma rea total de 3.867.000,00 h, sendo que 0,98% encontra-se

    no municpio de Almerim (Par); (d) A Reserva Extrativista Beija-Flor Brilho de Fogo sobrepe parte do mdulo I da Floresta Estadual,

    portanto no oi contabilizada na somatria e no percentual de reas protegidas do Estado. FONTE: DRUMMOND et al., (2008).

    3.2. Terras Indgenas

    O Amap abriga em seu territrio cinco terras indgenas demarcadas e localizadas nos mu-nicpios do Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e Laranjal do Jari. Essas terras abrangem uma

    rea total de 1.183.498,31 hectares. A populao era de 7.426 indgenas em 2007, dos quais 1.204indgenas ora das aldeias e localizados em Oiapoque e Saint George/Caiena na Guiana Francesa.

    As terras indgenas denominadas Ua, Jumin, Galibi do Oiapoque e Waipi abrigam cin-co etnias, que representam os povos Galibi Marworno, Galibi do Oiapoque, Karipuna, Palikur e

    Waipi, distribudos em 56 aldeias, onde reside uma populao de 5.483 indivduos (Funai, 2003). As populaes indgenas contribuem decisivamente para a proteo da natureza no Amap. No

    h conitos, pois todas as terras indgenas do Estado j oram homologadas pelo governo ederal.

    TABELA 11. Terras Indgenas no Estado do Amap em 2007

    * Dados reerentes ao Estado do Amap. A rea total da TI Tumucumaque (Par e Amap) de 3.071.067,88 ha e suapopulao total de 1.508 indivduos. FONTE: Funai-Macap e Oiapoque (2007).

    3.3. Corredor e Mosaico

    Corredor de Biodiversidade do Amap

    Uma estratgia comprovadamente ecaz para promover a manuteno de orestas tropicaiscomo a Amaznia a implantao de reas protegidas. No Brasil, estas incluem as unidades de

    Nome

    Total

    Ua

    Jumin

    Galibi

    Waipi

    Tumucumaque

    rea (ha)

    1.183.498,31

    470.164,00

    41.601,00

    6.689,00

    607.017,24

    58.027,07*

    Populao

    5.226

    187

    120

    660

    29

    6.222

    Decreto de criao

    -

    298 (DOU 20/10/91)

    s.n. (DOU 22/05/02)

    87844 (DOU 22/11/82)

    1775 (08/01/96)

    213 (DOU 04/11/97)

    Municpios

    -

    Oiapoque

    Oiapoque

    Oiapoque

    Laranjal do Jari, Amapari

    Laranjal do Jari

    conservao em terras pblicas ou privadas, as terras indgenas, as reas de proteo perma-

    nente (margens de rios e relevos com grande declividade dentro de propriedades privadas) eas reservas legais (uma parte das propriedades privadas que devem, legalmente, ser mantidas

    para ns de conservao da natureza). Pesquisas recentes demonstraram que as reas prote-gidas isoladas comeavam a perder espcies e servios ecolgicos, tais como o regime hidro-

    lgico, a polinizao e a disperso de sementes das rvores. Portanto, o isolamento das reasprotegidas por usos de terras no compatveis com a biodiversidade regional poderia levar

    extino das espcies e ao colapso dos ecossistemas naturais, condenando, inclusive, as reasdenidas como protegidas.

    Um Corredor de Biodiversidade pode ser denido como uma rede de reas protegidas e ou-tros espaos de uso menos intensivo, gerenciada de maneira participativa e integrada, visando

    garantir a manuteno das espcies e dos processos ecolgico-evolutivos em uma regio e, aomesmo tempo, o desenvolvimento de uma economia regional diversicada e resiliente baseada

    em atividades econmicas compatveis com a conservao da biodiversidade. (CI Brasil, 2007)Lanado ocialmente durante o V Congresso Mundial de Parques, realizado em 2003, na

    cidade de Durban, rica do Sul, o Corredor de Biodiversidade do Amap uma estratgia

    de conservao da biodiversidade na qual unidades de conservao e terras indgenas so ge-renciadas de modo a ortalecer a conectividade ecolgica e o planejamento integrado do usoterritorial. A concepo do Corredor adotou diretrizes de gesto territorial denidas pelo Zo-

    neamento Ecolgico Econmico do Amap.Diversas crticas oram destinadas criao do Corredor, sob a alegao de que se estaria

    engessando o Amap. Entretanto, o desao de promover o desenvolvimento local com baseconservacionista prevaleceu e estimulou um grande nmero de parceiros que vm apoiando

    aes de sustentabilidade no Amap, incluindo a implantao das unidades de conservao comrespeito aos direitos das populaes tradicionais.

    O Corredor de Biodiversidade do Amap engloba toda a rea protegida do Amap (72% darea do Estado) e um projeto de longa durao da sociedade amapaense que visa conciliara conservao da natureza com o desenvolvimento social e econmico. De acordo com Silva

    (2007), pretende-se, em longo prazo, construir uma economia orte baseada no turismo ecol-gico e no uso inteligente dos recursos naturais. (DRUMMOND et al., 2008).

    A palavra-chave para o xito da conservao no Amap cooperao. Nesse sentido, h que sedestacar algumas aes prticas, como as pesquisas cientcas realizadas em quase todas as unida-

    des de conservao; os processos de qualicao em nvel de ps-graduao, com destaque para oPrograma de Ps-Graduao em Biodiversidade Tropical (PPGBIO) da Universidade Federal do

    Amap (Uniap); a criao da Floresta Estadual do Amap e a proposio de um undo duciriopara garantir a manuteno do Corredor de Biodiversidade do Amap. (CI Brasil, 2007).

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    FIGURA 14. Corredor de Biodiversidade do Amap. Fonte: CI Brasil (2007).

    TI Galibi

    rea/Area (ha) 821AnoYear 1983

    TI Uaa

    rea/Area (ha) 363 582AnoYear 1991

    TI Junin

    rea/Area (ha) 37 368AnoYear 1991

    PN do Cabo Orange

    rea/Area (ha) 401 743AnoYear 1980

    FN do Amap

    rea/Area (ha) 457 224AnoYear 1989

    EE Marac-Jpioca

    rea/Area (ha) 72 000AnoYear 1981

    RB do lago Piratuba

    rea/Area (ha) 60 520

    AnoYear 1980

    RB Parazinho

    rea/Area (ha) 277AnoYear 1985

    APA do Rio curia

    rea/Area (ha) 18 725AnoYear 1998

    APA Fazendinha

    rea/Area (ha) 147AnoYear 1984

    RE Rio Cajari

    rea/Area (ha) 533 914AnoYear 199o

    EE Jari

    rea/Area (ha) 57 504AnoYear 1982

    RDS Rio Itapuru

    rea/Area (ha) 871 726AnoYear 1997

    TIWaipi

    rea/Area (ha) 612 074AnoYear 1996

    Floresta estadualdo Amap

    rea/Area (ha) 60 520AnoYear 1980

    TI Parque doTorrucumaque

    rea/Area (ha) 60 520AnoYear 1980

    PN Montanhas doTorrucumaque

    rea/Area (ha) 60 520AnoYear 1980

    0 25 5 0 100 km

    Corredor de Biodiversidade

    Proteo Integral

    Uso Sustentvel

    Terras Indgenas

    APA

    EE

    FE

    FN

    PN

    rea de Proteo AmbientalEnviromental Protection

    Estao EcolgicaEcological Station

    Floresta Estadual

    State FlorestFloresta nacionalNational Forest

    Parque NacionalNacional Park

    RB

    RE

    RDS

    TI

    Reserva BillgicaBiological reserve

    Reserva EcolgicaEcological Station

    Reserva de Desenvolvimento Sustentvel

    Sustainable Developiment ReserveTerra IndgenaIndigenous Land

    Mosaico FNMATerras IndgenasUcs de Proteo IntegralUcs de Proteo sustentvel

    Pedra branca de AmaariPerimetral NorteSerra do Navio

    Legenda

    Assentamentos

    Mosaico

    O Projeto Unidades de Conservao e Terras Indgenas: uma proposta de mosaico para o oes-

    te do Amap e norte do Par, tambm conhecido como Projeto Mosaico, vem sendo executadopelo Instituto de Pesquisa e Formao Indgena (Iep) com objetivo de consolidar uma proposta

    de gesto territorial envolvendo unidades de conservao e terras indgenas na regio reeridano ttulo do projeto. O projeto Mosaico do Amap e norte do Par tem apoio do Fundo Nacional

    do Meio Ambiente FNMA (edital n 01/2005). A proposta de mosaico oi includa no projetoanalisado pelo FNMA e contou com a anuncia ormal dos rgos gestores das unidades de con-

    servao inseridas na proposta.O Mosaico engloba duas unidades de conservao; trs terras indgenas e trs assentamen-

    tos: Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (3.877.393 ha), Reserva de DesenvolvimentoSustentvel do Rio Iratapuru (806.184 ha), Terra Indgena Wajpi (607.017 ha), Terra Indgena

    Parque Indgena do Tumucumaque (3.071.067 ha), Terra Indgena Paru dEste (1.195.785 ha),populao do entorno do Parna Montanhas do Tumucumaque (regio Perimetral Norte) .

    Atividades relacionadas ase de diagnstico do projeto e outras, direcionadas ao intercmbio

    entre as comunidades envolvidas, j ocorreram com participao de representantes Wajpi. Emjunho de 2008, oi realizado o Seminrio Corredor de Biodiversidade: gesto territorial, desen-volvimento e conservao (organizado pelo Iep e Sema, bem como os parceiros WWF-Brasil,

    GTZ, ICMBio, TNC, Funai, Apina e Apitikatxi), durante o qual oram apresentados e discutidosresultados parciais da etapa de diagnstico e iniciado o processo de denio do plano que dever

    conter diretrizes para a gesto do Mosaico (Iep, 2008).

    FIGURA 15. Mosaico do Amap e norte do Par. Fonte: Iep (2008).

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    IV GESTO FUNDIR

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    4.1 Glebas Pblicas e Privadas

    Terras Pblicas

    O Estado do Amap carece de polticas de sustentao do homem no campo, sendo a regu-larizao das terras um de seus problemas cruciais. Segundo levantamento realizado pelo IBGE

    (DOMINGUES et al., 2004), em 2004 apenas 11% das terras amapaenses eram tituladas. A altade um cadastro undirio da terra tem sido grande empecilho denio de polticas undirias,

    emperrando a emisso de ttulos denitivos de terras por parte do governo estadual, que at agorase limitou a distribuir autorizaes precrias de ocupao.

    Por alta de ttulo de terras, o Estado deixa de usuruir de benecios do FNO e do ProgramaNacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Prona), e o Instituto Brasileiro do Meio

    Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama) j no aprova mais planos de manejo emterras de posse. Ao problema de posse da terra, acrescenta-se a pequena quantidade de terras sob

    o domnio do governo estadual, o que impede a delimitao de polticas econmicas para o Estado(DOMINGUESet al., 2004).

    Distribuio Jurisdicional de Terras no Amap

    Segundo dados do Macrodiagnstico do Estado do Amap (Iepa, 2006), das terras jurisdiciona-das do Estado, 68,0% esto sob jurisdio do Instituto Nacional de C olonizao e Reorma Agrria

    (Incra) e outros, seguindo-se o Ibama com 12,3%, Terrap (atualmente Imap) com 11,7% e a Funda-o Nacional do ndio (Funai) com 8%. Os dados reerentes jurisdio da Funai (11.498,38 km2)

    esto de acordo com a onte de inormao de 1995, que oi devidamente cartograada. Entretanto,as inormaes de 1996 indicam um acrscimo na rea da Reserva Indgena Waipi e consequente

    aumento da rea dessa jurisdio para 11.838,55 km2, equivalentes a 8,25% da rea do Estado, masque no oram levado em conta devido s diculdades cartogrcas existentes.

    FIGURA 16. Distribuio de terras no Estado do Amap em uno da jurisdio. Fonte: Iepa, 2006.

    TERRAP

    11,7%

    IBAMA

    12,3%

    FUNAI

    8,0%

    INCRA e outros

    68,0%

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    Destinao de Terras Pblicas

    O processo de destinao de terras no Amap iniciou-se eetivamente em 1987, quando o Incra

    passou a criar projetos de assentamentos, e intensicou-se a partir de 1995 com o impulso dado reorma agrria pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. Por outro lado, malgrado os pro-

    blemas existentes na implantao, os projetos de assentamentos criados pelo Incra entre 1987 e2002 oram responsveis pela ocupao de quase 1 milho de hectares, equivalentes a aproxima-

    damente 7% da rea total do Estado (DOMINGUESet al., 2004)

    Repasse de Terras da Unio para o Estado

    Recentemente, o repasse de terras do domnio da Unio para o Estado oi regulamentado, pormeio do Decreto n 6.291/07, de 7/12/2007, e dever permitir maior autonomia na denio de

    polticas produtivas locais, com a condio de proporcionar a legitimao de uso de terras pblicas.O Imap o rgo responsvel por cuidar dos trmites sob responsabilidade do governo do

    Estado para assuntos de regularizao e transerncia undiria. No h, contudo, um sistema

    de inormaes sobre cadastro undirio ou um relatrio das atividades planejadas e executadaspelo rgo, disponvel para consulta pblica. Destaca-se que o rgo, com poder licenciador e deoutorga de uso de recursos naturais e econmicos, deve primar pelos princpios da transparncia

    e da publicidade.

    FIGURA 17. Glebas pblicas no Estado do Amap.

    4.2 Zoneamento Ecolgico Econmico

    As origens do Zoneamento Ecolgico Econmico (ZEE) esto ligadas a diretrizes ederais quelhe atribuem denies de estudos multitemticos destinados a subsidiar o planejamento e gesto

    territorial para o uso sustentvel dos recursos naturais e da ocupao ordenada do territrio. Isto, o ZEE entendido como um instrumento de inormaes tcnicas que visa contribuir para o

    planejamento das polticas pblicas.Como instrumento de inormaes estratgicas, o Zoneamento Ecolgico Econmico no

    apenas o mapeamento de condies naturais ou socioeconmicas. Sua dimenso est ligada aotratamento de indicadores complexos que oeream s polticas pblicas os necessrios elementos

    tcnicos para a melhor tomada de decises. Nesse processo, no se trata de estabelecer limitesterritoriais intransponveis nem tampouco de estabelecer leis, desconsiderando as possibilidades

    de cumprimento. Racionalmente, prope-se que o ZEE assuma um papel de instrumento de ne-gociaes multilaterais, em que os atores envolvidos disponham de inormaes sucientes sobre

    as relaes de ganhos e perdas para as partes envolvidas.No Amap, como a nova denio poltica passou a ser, a partir de 1995, centrada nos ide-

    rios do desenvolvimento sustentvel, o Zoneamento Ecolgico Econmico do Estado retomadode uma condio puramente secundria, para uma situao de investimentos e perspectivas que

    apostavam na sua valorizao como instrumento do planejamento regional. Para isso, propunha-se que a construo de conhecimentos destinados a subsidiar as polticas de de