Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    1/230

    Preservação, Conservação eRecuperação dos Recursos Naturais I

    Edição Uniube

    Uberaba2014

     Adailson Pinheiro Mesquita

    Carlos Messias Pimenta

    Clayton França Carili 

    Tiago Zanquêta de Souza

    UNIVERSIDADE DE UBERABA

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    2/230

    © 2014 by Universidade de Uberaba

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá serreproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio,

    eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo desistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização,

    por escrito, da Universidade de Uberaba.

    Universidade de Uberaba

    Reitor: Marcelo Palmério

    Pró-Reitora de Ensino Superior:

    Inara Barbosa Pena Elias

    Pró-Reitor de Educação a Distância:

    Fernando César Marra e Silva

    Assessoria Técnica:

    Ymiracy N. Sousa Polak

    Produção de Material Didático:• Comissão Central de Produção

    • Subcomissão de Produção

    Editoração

    Supervisão de EditoraçãoEquipe de Diagramação e Arte

    Edição

    Universidade de Uberaba Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    3/230

    Sobre os autoresAdailson Pinheiro Mesquita

    Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU (1986), Especialização em Trânsito (UFU - 1992), é Mestre em Transportespela Universidade de Brasília (1995), Doutor em Geograa pela UniversidadeFederal de Uberlândia, é professor do Centro Universitário do Triângulo e daUniversidade de Uberaba. Tem experiência na área de 28 anos na Gestão públicade Transportes Urbanos e atua também nas áreas de Planejamento e desenhourbano e percepção da cidade. Atua principalmente com os seguintes temas:transportes, transportes urbanos, Planejamento e desenho urbano e percepçãocidade. É pesquisador nestas áreas, possuindo diversos livros e trabalhospublicados.

    Carlos Messias Pimenta

    Especialista em Administração Rural pela Universidade Federal de Lavras (1995).Graduado em Direito pela Universidade de Uberaba (2007) e em Engenharia Agricola pela Universidade Federal de Lavras (1986). Atualmente é professor daUniversidade de Uberaba. Tem experiência na área de Ciências Ambientais..

    Clayton França Carili

    É Arquiteto Urbanista pelo Centro Universitário do Triângulo- Unitri (1999) eEspecialização em Revitalização Urbana e Arquitetônica pela Universidade Federalde Minas Gerais- UFMG (2002), professor do Centro Universitário do Triângulotendo com enfoque o desenvolvimento de trabalhos que buscam a preservaçãodos bens culturais como projetos de restauro, dossiês, planos de preservação,inventários. É líder do grupo de pesquisa Centro de Estudos Urbanos Culturais eda Paisagem – CEUCP em conjunto com o professor Adailson Pinheiro Mesquitaonde desenvolve trabalhos de pesquisa e extensão nas áreas de preservação,planejamento urbano e meio ambiente.

    Tiago Zanquêta de SouzaMestre em Educação, com ênfase em Educação Popular, na linha de Cultura eProcessos Educativos. Especialista em Docência do Ensino Superior. Especialistaem Gestão Ambiental. Graduado em Licenciatura em Ciências Biológicas.Habilitado em Magistério para os anos iniciais do Ensino Fundamental. Docentena Universidade de Uberaba, atuando nos cursos de Licenciatura em CiênciasBiológicas e Engenharia Ambiental. Professor de Ensino Médio na rede particularde ensino, em Uberaba.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    4/230

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    5/230

    Apresentação

    Prezado(a) aluno(a).

    Você está recebendo o livro da etapa VI de Engenharia Ambiental: Preservação,Conservação e Recuperação dos Recursos Naturais l. Ele foi organizado emseis capítulos, sendo os quatro primeiros com ênfase em Gestão Ambiental e osdemais com ênfase em Planejamento Urbano. Todos os capítulos fazem parte docomponente Preservação, Conservação e Recuperação dos Recursos Naturais I.

    No Capítulo 1 - Planejamento ambiental – inicialmente apresentaremos eestabeleceremos procedimentos para identicar os aspectos ambientais das

    atividades empresariais, determinar possíveis impactos ambientais sobre o meioambiente e assegurar para que os aspectos relacionados aos impactos ambientaissignicativos sejam considerados na denição dos objetivos ambientais de umaempresa através do planejamento organizacional e de seu dimensionamento.Desta forma, abordaremos o planejamento das atividades ambientalmentecorretas para ns empresariais bem como o detalhamento da execução das fasesdo planejamento organizacional e ambiental.

    No Capítulo 2 - Políticas de desenvolvimento e meio ambiente - iremos abordartópicos sobre o desenvolvimento das políticas ambientais e o panorama dessa

    política ambiental no Brasil. Desta forma, partindo da evolução das políticasambientais e da análise de questões ambientais atuais e ações futuras, reconhece-se a política ambiental no Brasil, bem como os tipos de políticas ambientais e suasduas propostas de periodização da evolução da regulamentação ambiental. Assim,reforça-se a necessidade da conscientização como instrumento de conservação epreservação dos recursos naturais.

    Prosseguindo, abordaremos o panorama da situação da política ambientalno Brasil, reetindo que os problemas mais signicativos em relação à políticaambiental brasileira acontecem no estágio de implementação, e que alternativas

    para alguns problemas ambientais já existem, o que deve acontecer é sua realimplementação e participação em massa da sociedade civil na busca da efetivaçãode seu direito fundamental, que é a vida em um ambiente saudável e equilibrado.

    No Capítulo 3-A gestão ambiental nas organizações – veremos a gestão ambientalaplicada às organizações. Primeiramente iremos levantar a importância da gestãoambiental em organizações produtivas. Depois, iremos relacionar a gestãoambiental versus  produtividade, demonstrando que as práticas de controle dequalidade mostram que não basta somente qualidade de produto e de processo,precisa-se de qualidade ambiental.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    6/230

    Finalizando o capítulo, abordaremos a interação entre organizações: estratégiafundamental e a problemática ambiental no setor produtivo e a lógica instrumentalreforçando que a organização, a manutenção e a ampliação dos seus mercadostornou-se fundamental agregar ao sistema de gerenciamento a gestão do meioambiente.

    No capítulo 4 - Necessidade e implantação dos Sistemas de Gestão Ambiental – destacaremos a inter-relação da administração de uma organização com asquestões ambientais, em todas as fases da gestão, explicitando a importânciade atitudes ambientais preventivas e corretivas, dentro e fora da empresa,enfatizando, assim, a inserção das variáveis ambientais nos processos produtivose administrativos da organização.

    Nos capítulos 5 - A cidade e o meio ambiente - e 6 - Planejando a cidade - veremosa evolução das cidades e do planejamento urbanos, bem como sua relação comos seres humanos ao longo do processo de urbanização, os conitos advindos

    desse processo de estruturação do espaço urbano, suas conquistas tecnológicas eartísticas, as mazelas dos desequilíbrios sociais. Iremos discutir essa contradiçãoe buscaremos entender como as cidades chegaram aos dias atuais, as ideiassobre como o espaço urbano se constitui e se transforma continuamente, e comoas pessoas têm reagido a essas utuações a partir dos movimentos sociais.

    Finalizando o capítulo, observaremos os conceitos e as práticas do planejamentourbano e municipal, seus aspectos físicos e ambientais, socioeconômicos,culturais, entre outros, com o objetivo de prever os problemas futuros e lançar-se à busca de alternativas para minimizá-los e, por outro lado, potencializar osaspectos positivos encontrados na cidade.Bons estudos!

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    7/230

    Sumário

    Componente Curricular:  Gestão Ambiental ....................................................... 1

    Capítulo 1  Planejamento ambiental..................................................................... 3

    Capítulo 2  Políticas de desenvolvimento e meio ambiente ............................... 39

    Capítulo 3  A gestão ambiental nas organizações.............................................. 67

    Capítulo 4  Necessidade e implantação dos Sistemas de Gestão Ambiental .... 87

    Componente Curricular:  Cidades, Meio Ambiente, Segurança e

    Desenvolvimento Sustentável ............................................................................117

    Capítulo 5  A cidade e o meio ambiente ............................................................119

    Capítulo 6  Planejando a cidade....................................................................... 169

    Referencial de respostas ................................................................................ 213

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    8/230

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    9/230

    Componente Curricular 

    Gestão Ambiental

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    10/230

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    11/230

    PLANEJAMENTO

    AMBIENTAL

    Tem havido uma revolução na administração desde a publicação das normasISSO, da série 9000, no nal da década de 1980, principalmente porqueo resultado da sua aplicação produz um efeito cascata, partindo da altaadministração de uma organização, atingindo seus fornecedores, além detodos os seus níveis internos e, de alguma forma, seus concorrentes.

    Posteriormente, no meio da década de 1990, aspreocupações com o ambiente, impulsionadaspela ECO-92, levaram a ISO a publicar as normasambientais da série 14000. Ambas as séries têmno Planejamento um de seus requisitos paradesenvolvimento de sistemas de gestão, seja daqualidade, no caso da série 9000, ou ambiental,no caso da série 14000.

    Resumidamente, procuramos denir e caracterizar o Planejamento Ambientale descrever uma metodologia para sua elaboração, como subsídio a quemtenha necessidade de planejar qualquer atividade nesta área.

    Há algumas décadas que nos preocupamos com o resultado das ações humanas

    sobre a biosfera. Percebemos que os recursos do Planeta têm limites e que,embora a natureza possua um grande potencial de autodepuração, isso tambémé limitado. Então, percebemos a necessidade de denir até que ponto se podealterar a biosfera e se passa a ter certeza de que é preciso planejar nossasações quanto ao que fazemos com relação ao ambiente em que vivemos.

    “Planejamento Ambiental” é uma expressão recente, usada com maiorfrequência nos últimos dez anos por uma boa razão: de 3 a 14 de junho de 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio

    1 Tiago Zanquêta de SouzaIntrodução

    ECO-92

    Forma como couconhecida a Conferênciadas Nações Unidassobre o Meio Ambiente

    e Desenvolvimento, em1992, no Rio de Janeiro.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    12/230

    4 UNIUBE

    Importante!

    Parada obrigatória

    Pesquise, na secretaria de meio ambiente de seu município, se já existe implantadaa Agenda 21 local.

    Em seguida, pesquise sobre a Agenda 21 Nacional, veja seus principais objetivos eações, em prol do meio ambiente.

    Não se esqueça de socializar suas pesquisas com seus colegas, em momento deencontro presencial.

    Pouco depois da ECO-92, a Organização Internacionalde Padronização publicou as normas sobre padrõesambientais internacionais ISO série 14.000, que

    incluem o planejamento ambiental como um dosrequisitos para desenvolvimento de um sistema degestão ambiental.

    ISO

     A sigla ISO signicaInternational StandardizationOrganization, que é umafederação mundial deorganizações nacionais denormatização. Para formularas normas universais degerenciamento ambiental, oComitê Técnico – TecnicalCommittee (TC207), sediadoem Genebra, se reuniuem 4 de março de 1993.

    Fique Atento!

     Acesse para car por dentrodas normas da Série

    ISO 14.000 e 14.001.

     Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, a ECO-92, foi criado o maiorprograma de planejamento ambiental que já se imaginou: a AGENDA 21, queprevia um planejamento em cascata do nível global, para o nacional, regional(estadual), até o nível local (ou municipal), com o objetivo de melhoria daqualidade de vida do ser humano e de conservação e preservação ambiental.

    No dia 4 de setembro de 2002, aconteceu a RIO+10,em Johanesburgo, na África do Sul, conferênciapromovida pela ONU com o objetivo de avaliar osresultados obtidos com a aplicação da AGENDA 21 ede criar um novo programa para o futuro.

     A conferência de Johanesburgo, na África do Sul cou conhecida como Rio+10 pelofato de ter acontecido dez anos após a ECO-92, no Rio de Janeiro.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    13/230

    5 UNIUBE

     Ao nal deste capítulo, esperamos que você esteja apto(a) a:

    • estabelecer e manter procedimentos para identicar os aspectos ambientaisdas atividades empresariais;

    • determinar possíveis impactos ambientais sobre o meio ambiente;• assegurar para que os aspectos relacionados aos impactos ambientais

    signicativos sejam considerados na denição dos objetivos ambientais deuma empresa;

    • planejar atividades ambientalmente corretas para ns empresariais;• executar as fases do planejamento organizacional e ambiental.

    Objetivos

    Como veremos, a caracterização de um planejamento é bastante variada eusaremos como base o planejamento de organizações, por ser o mais comum,embora a metodologia descrita possa ser adaptada a qualquer situação oupropósito.

    Vale ainda ressalvar que o presente capítulo está, do início ao m, embasado na

    obra “Planejamento Ambiental”, do autor Eduardo Pagel Floriano.

    Bons estudos!

    Esquema

    1º momento: Planejamento organizacional

    2º momento: Dimensões do Planejamento

    3º momento: O planejamento e os programas degestão ambiental

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    14/230

    6 UNIUBE

    Parada obrigatória

    1 Planejamento organizacional

     As normas ISO da série 9000 tratam do desenvolvimento do sistema da qualidadeem organizações e já levam em consideração o ambiente de trabalho com algumareferência às agressões à biosfera. O objetivo dos sistemas de gestão da qualidadesão o de levar as organizações à eciência, ecácia e excelência.

     As normas ISSO, da série 14.000, são semelhantes, diferem somente no seuobjetivo maior; enquanto as 9.000 referem-se à qualidade organizacional, as14.000 referem-se à qualidade ambiental.

    O planejamento, para ser eciente, ecaz e excelente, deve passar pela melhoriacontínua de recursos, processos, relações e identidade das organizações. Quandose têm recursos e processos em nível ótimo, tem-se a eciência. A ecácia seráconseguida quando se obtiver ótimas relações, além de recursos e processos ótimos.Já a excelência somente será conseguida quando a identidade organizacionalestiver de acordo com os melhores padrões, além de já se ter conseguido ótimasrelações, processos e recursos.

    Em qualquer planejamento temos de nos preocupar com todos os níveisorganizacionais e muitas características de um planejamento dependem do nívelque queremos atingir.

     A Figura 1, a seguir, demonstra o relacionamento do nível de detalhamentono planejamento com o ambiente, níveis organizacionais envolvidos e asresponsabilidades em cada nível respectivo (Floriano, 1998).

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    15/230

    7 UNIUBE

    Ponto chave

    Figura 1: Relacionamentos entre responsabilidades, ambientes, níveis organizacionais ede planejamento.Fonte: Floriano, 1998.

    Identidade da organização é a sua história, valores, losoa e caráter. A primeiracoisa que identica a organização é o que ela fornece, o que ela produz. É o resultadoda sua atividade. A seguir vem o seu mercado, a sua forma de relacionamentocom clientes e fornecedores. Em seguida, a forma como ela trata e cuida de seuscolaboradores. A sua forma de agir também é uma característica que identica a

    organização (pré-ativa ou reativa), assim como a forma como os seus gestoresdenem os seus objetivos. A maneira como a organização encara o ambiente é outrofator de sua identidade considerado relevante na atualidade.

    O planejamento estratégico é associado a este nível, que é principalmenteconceitual e onde são determinados os propósitos, objetivos e políticas gerais daorganização objeto do planejamento; estes três elementos são as suas diretrizesestratégicas. Neste nível, também são realizadas abordagens sobre as diretrizes

    gerais quanto: às relações da organização com o meio externo e dentro dela, aosseus processos e quanto aos recursos e tecnologia, mas sem detalhamento.

    1.1 Identidade

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    16/230

    8 UNIUBE

    Saiba mais...

    1.1.2 Identidade da organização do século XXI 

    Produtos ou serviços excelentes.

    Cliente é m.

    Colaborador é m.

     Ambiente é m;

    O desenvolvimento é sustentável.

     A organização é pré-ativa às mudanças.

    Resultados são consequências.

     A identidade da organização está relacionada com sua alta administraçãoe tem inuência sobre todos os demais níveis organizacionais.

    1.2 Relações

     As relações na organização envolvem os sentimentos, as expectativas, frustrações,simpatias, comunicação, liderança, integração interna e com o meio externo. Aqui são caracterizadas as lideranças, a forma de tratamento do colaborador, acentralização ou não do poder de decisão, a forma de integração entre as áreasda organização, os relacionamentos entre as pessoas e como são denidas asfunções.

    Este é o nível de gestão executiva. As relações têm grande inuência sobre osprocessos produtivos, pois é o nível das decisões táticas.

    O planejamento deste nível é chamado, geralmente, de planejamento de relaçõeshumanas ou algo do gênero e é, essencialmente, tático, onde a área psicológicapassa a ser de maior peso proporcional, em relação às áreas conceitual e técnica,que têm peso equivalente.

    Quando o nível de relações é associado ao nível de processos, constitui o

    planejamento de nível tático característico. Em qualquer caso, são respeitadas asdiretrizes estratégicas na determinação de metas e dos critérios para atingi-las.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    17/230

    9 UNIUBE

    Saiba mais...

    Exemplicando

    1.2.1 Relações na organização do século XXI 

    Os setores tomam decisões em conjunto para satisfazer a todos.

     As metas são denidas pela equipe envolvida.

    Os setores denem objetivos e metas em conjunto e de comumacordo.

     As decisões são tomadas pela equipe envolvida.

    Integração de seus membros com outras organizações de interessescomuns.

    Ênfase na capacitação de colaboradores.

     A liderança é participativa.

    O trabalho é em equipe

    1.3 Processos

    São os uxos existentes na organização, seja de informação, pessoal, dinheiro,ou de material. Os processos são os sistemas de produção e todos os demaisprocedimentos adotados pela organização para que qualquer coisa seja

    realizada.

    Exemplos: processo de transporte; processo de pagamento; processo de fabricação;processo de tratamento de euentes etc. Consideram-se como processos inteligentesaqueles em que a burocracia é mínima e serve somente como orientação e registrodo que se faz para futuras e necessárias vericações, sem retardar ou impedir o

    andamento do próprio processo.

    É no nível dos processos que são denidos os critérios para escolha deprocessos adequados à consecução das metas organizacionais, semprerespeitando as diretrizes estratégicas na determinação de metas e doscritérios para atingi-las.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    18/230

    10 UNIUBE

    Saiba mais...

    Saiba mais...

    O nível de processos quando em conjunto com o nível dos recursos, é característicodo planejamento operacional.

    1.3.1 Processos na organização do século XXI 

     Administração é instrumento.

    Capacitação do pessoal é constante.

    O ambiente não sofre impactos negativos.

    Sistema administrativo por autogestão.

    Ênfase no objetivo.

     Alta tecnologia de produção.

    1.4 Recursos

    Os recursos de uma organização são o seu contingente de pessoal,  instalações,equipamentos e capital. Os recursos da organização são o seu  nível de base etêm inuência, principalmente, sobre a qualidade e produtividade nos processos deprodução, que é o segundo nível da estrutura organizacional de baixo para cima.

    O planejamento de recursos, às vezes, é chamado de orçamento. Pode ser físico,ou nanceiro, ou ambos. Para ser realizado, é necessário que os alvos estejamperfeitamente identicados quanto às quantidades, prazos e qualidade.

    O planejamento de recursos, quando em conjunto com o de processos, caracteriza oplanejamento operacional. Neste nível são denidos os alvos e as necessidades físicas,nanceiras e tecnológicas para alcançá-los, baseando-se em dados e projeções reais.É o nível dos planos de produção e dos planos de prestação de serviços.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    19/230

    11 UNIUBE

    Ampliando o conhecimento

    1.4.1 Recursos na organização do século XXI 

    • Patrimônio segurado.

    • Baixo endividamento.

    • Renováveis.

    • Pessoal altamente capacitado.

    • Equipamentos automatizados.

    • Instalações planejadas.

    Planejar é a principal característica que distingue as atividades  humanas dasdos outros animais. O homem, por ser racional, pode analisar o  que ocorreu emsituações semelhantes para prever o que é necessário fazer  no futuro, repetindoo que deu certo e evitando os erros do passado. O  processo de organizarpreviamente as atividades futuras com base no conhecimento do passado chama-se “planejamento”.

    Planejamento é uma ferramenta de gestão. É um processo de organização detarefas para se chegar a um m, com fases características e sequenciais que, emgeral, estão na seguinte ordem: identicar o objeto do planejamento, criar uma visão

    sobre o assunto, denir o objetivo do planejamento, determinar uma missão oucompromisso para se atingir o objetivo do planejamento, denir políticas e critériosde trabalho, estabelecer metas, desenvolver um plano de ações necessárias parase atingir as metas e cumprir a missão e objetivos, estabelecer um sistema demonitoramento, controle e análise das ações planejadas, denir um sistema deavaliação sobre os dados controlados e, nalmente, prever a tomada de medidaspara prevenção e correção quanto aos desvios que poderão ocorrer em relaçãoao plano.

    Sempre que se fala em planejar, há mais de uma pessoa envolvida. Mesmo que

    se trate de um trabalho realizado por uma só pessoa, sempre haverá alguém paralhe fornecer algo e o resultado de seu trabalho servirá para alguém mais. Então,em planejamento, sempre se pensa em termos de organização do trabalho de umaequipe e isso implica em alguém coordenando pessoas que realizam tarefas paraa consecução de um objetivo.

    Planejamento ambiental, portanto, é a organização do trabalho de uma equipepara consecução de objetivos comuns, de forma que os impactos resultantes, queafetam negativamente o ambiente em que vivemos, sejam diminuídos e que osimpactos positivos sejam aumentados.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    20/230

    12 UNIUBE

    2 Dimensões do planejamento

    O assunto ou objeto do planejamento ambiental é o seu propósito. É o tema centraldo planejamento. Em geral, faz parte do título do plano.

    Exemplos de propósitos em planejamento ambiental:

    • redução do consumo de água;

    • redução de impactos ambientais na fabricação de produtos;

    • educação ambiental;

    • sistema de gestão ambiental de empresa;

    • reciclagem de resíduos e embalagens;

    • redução de impactos ambientais na prestação de serviços;

    • bacia hidrográca;• unidade de conservação;

    • paisagem;

    • tratamento de euentes;

    • tratamento e disposição de resíduos;

    • redução do consumo de energia.

    2.1 Elementos do planejamentoOs nove elementos de planejamento, a seguir, geralmente, são explícitos noplano:

    • Propósitos – O que fazer.

    • Objetivos – Porque fazer.

    • Prazos – Em quanto tempo.

    • Políticas – Que regras seguir.• Critérios – Como julgar.

    • Procedimentos – Como fazer, que passos seguir (plano de ação);

    • Recursos (tecnológicos e nanceiros) – O que utilizar.

    • Monitoramento – O que medir.

    • Controle – Como analisar e revisar o que se fez.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    21/230

    13 UNIUBE

    Em alguns casos, podem ser agrupados, em um mesmo capítulo do plano,dois ou mais elementos semelhantes, como políticas e critérios.

    2.2 Unidade organizacional

    Usualmente a unidade organizacional é caracterizada no título do plano, ou noseu propósito. Pode ser:

    • Corporativa – Envolve toda uma instituição.

    • Subsidiária – Envolve um setor, ou área de uma corporação.

    • Grupo ou Comissão – Envolve o trabalho de uma equipe de pessoas, emnúmero pré-determinado, na consecução de um objetivo comum.

    • Operação – Envolve a produção de um só produto ou a realização de umsó serviço.

    • Projeto – Envolve a produção de algo, com objetivos, cronograma e orçamentopróprios para sua execução, agindo como uma unidade independente elegalmente constituída.

    2.2.1. Características

     Algumas características de um plano são implícitas, mas devem estar bemdenidas e ser do conhecimento de quem participar da sua elaboração, outrasestarão explícitas em algum capítulo do plano. As principais são:

    grau de complexidade – refere-se ao nível de detalhamento (estratégico,tático ou operacional) e inter-relações necessárias para se atingir os objetivosdo planejamento. Tem relação com os níveis e áreas organizacionaisatingidos;

    qualidade – refere-se à qualidade que se pretende atingir quanto aopropósito do planejamento. Diz respeito, principalmente, à identidade dasorganizações ou ao objeto do planejamento; refere-se também às relaçõesinternas e externas das organizações;

    quantidade – refere-se à quantidade que se pretende realizar ou produzir.Relaciona-se, principalmente, aos recursos e processos para a execução doplanejamento.

    2.2.2. Quanto ao objeto do planejamento

    • de Organizações e subsidiárias;

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    22/230

    14 UNIUBE

    • de Projetos;• de Operações;• de Comissões.

    Uma Organização é uma instituição com objetivos denidos, formada por pessoas.

    O planejamento de organizações ocorre, em geral, em cascata, iniciando pelonível estratégico, onde se dene, principalmente, os objetivos e políticas gerais,assim como a missão organizacional, com base em uma visão dentro do escopodas suas atividades.

    Os objetivos de uma organização sempre estão ligados ao fornecimento debens e serviços para satisfação das necessidades humanas, e a sua missão é ocompromisso da organização com a sociedade, é a sua razão de existir. A seguir,é realizado o planejamento tático por áreas de atuação ou por departamentos,tendo-se como diretrizes o que foi denido no nível estratégico. Por último, é

    realizado o planejamento operacional, independentemente, para cada processoou atividade realizado(a) em cada setor da organização.

    Um Projeto, quando é uma parte das atividades de uma organização ligado àconsecução de um objetivo bem denido, geralmente, tem seu planejamentoassociado ao nível tático-operacional e entra em detalhamento quanto a processos,recursos e técnicas para sua execução, mas leva em consideração algum tipode planejamento estratégico organizacional. Quando se trata de um projetoindependente, o planejamento deve ser realizado em todos os níveis como sefosse uma organização, podendo ter um documento único como resultado nal.

    Uma operação é uma sequência de ações para a produção de um bem ou serviçoe seu planejamento está no máximo nível de detalhamento quanto a recursos eprocessos, sendo relacionado, principalmente, à área técnica.Uma equipe, grupo técnico, ou comissão especial, formados com um determinadopropósito e objetivo, é objeto de planejamento em qualquer nível, assim como osdiversos níveis de uma organização.

     A NBR ISO 14.001 (1996) trata do desenvolvimento de sistemas de gestãoambiental e tem no planejamento um de seus requisitos, que transcrevemos (ISO14001, 1996):

    3 O planejamento e os programas de gestão ambiental

    3.1 Aspectos ambientais

     A organização deve estabelecer e manter procedimento(s) para identicar osaspectos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços que possam porela ser controlados e sobre os quais presume-se que ela tenha inuência, a m

    de determinar aqueles que tenham ou possam ter impactos signicativos sobre

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    23/230

    15 UNIUBE

    o meio ambiente. A organização deve assegurar que os aspectos relacionados aestes impactos signicativos sejam considerados na denição de seus objetivosambientais. A organização deve manter essas informações atualizadas.

    3.2 Requisitos legais e outros requisitos

     A organização deve estabelecer e manter procedimento para identicar e teracesso à legislação e outros requisitos por ela subscritos, aplicáveis aos aspectosambientais de suas atividades, produtos ou serviços.

    3.3 Objetivos e metas

     A organização deve estabelecer e manter objetivos e metas ambientaisdocumentados, em cada nível e função pertinentes da organização. Ao estabelecere revisar seus objetivos, a organização deve considerar os requisitos legais e outrosrequisitos, seus aspectos ambientais signicativos, suas opções tecnológicas,seus requisitos nanceiros, operacionais e comerciais, bem como a visão daspartes interessadas.

    Os objetivos e metas devem ser compatíveis com a política ambiental, incluindo ocomprometimento com a prevenção de poluição.

    Saiba mais...

    3.4 Programa(s) de gestão ambiental

     A organização deve estabelecer e manter programa(s) para atingir seus objetivose metas, devendo incluir:

    a) a atribuição de responsabilidades em cada função e nível pertinente daorganização, visando atingir os objetivos e metas;

    b) os meios e o prazo dentro do qual eles devem ser atingidos. Para projetosrelativos a novos empreendimentos e atividades, produtos ou serviços, novosou modicados, o(s) programa(s) deve(m) ser revidado(s) onde pertinente,para assegurar que a gestão ambiental se aplica a esses projetos.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    24/230

    16 UNIUBE

    QUANTO AO NÍVEL DE DETALHAMENTO

    Estratégico

    Tático

    Operacional

    O planejamento geral de uma organização de grande porte resulta em umprograma. O plano estratégico, juntamente com os planos táticos de cada área eos planos operacionais referentes aos processos realizados por área, forma umconjunto de planos ao qual se denomina programa organizacional.

    Já, no caso de um projeto, ou microempresa, pode-se ter somente um planoatingindo todos os níveis.

    QUANTO AOS PRAZOS

    Curto

    Médio

    Longo

    Planejamentos de curto prazo são típicos da áreaoperacional ou de projetos e, geralmente, não passamde um ou dois anos. Os planejamentos táticos, emgeral, são previstos para prazos médios de duraçãoentre 2 a 5 anos. Já, o planejamento estratégico, étípico de programas envolvendo vários planos, comoo de organizações de grande porte e com longaduração.

    Planejamento tático

    Envolve um horizontede tempo intermediário,geralmente umano ou menos.

    QUANTO AO TERRITÓRIO

    Global.

    Continental.

    Bloco de países.

    Nacional.

    Estadual.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    25/230

    17 UNIUBE

    Saiba mais...

    Saiba mais...

    Municipal, ou local.

     Área Urbana, Área Rural, Unidade de Conservação, Propriedade Rural.

    Os planejamentos territoriais que envolvem mais de um país, dicilmente conseguemdescer do nível estratégico e são de prazo muito longo, mais de 5 e de até 50 anos;embora, além de 15 a 20 anos possam ser considerados como simples especulação.Os planos envolvendo todo o território de um país, ou de grandes regiões nos casosde países extensos como o Brasil, quase sempre são estratégicos, deixando-se astáticas para os Estados e Municípios.

    Já, os planos de unidades de conservação ou propriedades rurais, podem ter todosos níveis sem problemas e ser constituídos de um ou mais planos, dependendo dasua complexidade e porte.

    QUANTO AO NÚMERO DE CRITÉRIOS

    • Monocritério ou de objetivo linear.

    • Multicritério ou de objetivos paralelos.

    O planejamento ambiental, quase sempre é multicritério. Critérios são limites pré-estabelecidos para características e alvos. A programação multicritério trata daotimização simultânea de mais de uma alternativa para consecução de um objetivo,ou da otimização simultânea de mais de um objetivo. Quando se tem mais deuma alternativa para se atingir um objetivo, é necessário estabelecer prioridades,através de critérios, para seleção da melhor ou das melhores alternativas. Omesmo acontece quando se tem mais de um objetivo, é necessário priorizá-los.

    Os critérios são estabelecidos conforme políticas previamente denidas. Existemmodelos matemáticos para a denição de prioridades, mas, em termos genéricos,são atribuídos pesos para cada critério em relação às alternativas, de forma que amédia ponderada, que cada alternativa obtém frente aos critérios, é maior quanto

    mais a alternativa atende aos critérios como um todo e, assim, pode-se escolher amelhor ou melhores alternativas.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    26/230

    18 UNIUBE

    Quando além de critérios são utilizadas políticas, objetivos e propósitos na escolhade alternativas, deverão se utilizar diretrizes, cujo conceito engloba todos esseselementos.

    Diretriz

    É um termo genéricopara o que se deseja,ou que é obrigatório naconsecução de um objetivoou escolha de alternativas,independentemente desua classicação ouconceito individual.

    Pode-se dizer, portanto, que o planejamento

    ambiental é poli-diretivo, por envolver múltiplasdiretrizes, não é só multicritério, portanto.

    Segundo Soares (2001), a denição de critériosno planejamento ambiental multicritério é a deque são a expressão qualitativa ou quantitativa depontos de vista, objetivos, aptidões ou entravesrelativos ao contexto real, permitindo o julgamentodas ações potenciais.

    Em suma, eles representam as consequências sobre diferentes ações quepermitirão julgá-las.

    Em geral, a notação atribuída ao critério é g, e a avaliação de uma ação a serárepresentada por g(a). A cada critério é associado uma escala em valores ordinaisou cardinais. As preferências obedecem a um sentido predenido de avaliação(decrescente ou crescente), ou seja, para um critério, uma ação qualquer serámelhor à medida que g(a) for menor (decrescente) ou maior (crescente). O tomadorde decisão pode julgar que os critérios tenham importância relativa diferente. Parapoder exprimir sua escolha, ele pode recorrer a dois elementos: coeciente de

    ponderação e limites de aceitação (veto).

    Muito raramente nos deparamos com planejamento ambiental que tenha um sócritério (ou diretriz), mas poderá acontecer no planejamento operacional, maisraramente ainda no tático e, provavelmente, nunca no nível estratégico.

     Algumas situações, como a rotulagem ambiental de produtos, requeremcaracterísticas especiais para estabelecimento de critérios, a saber (SEBRAE,2002):

    os critérios ambientais de produto, devem ser capazes de demonstrar que oseu cumprimento atinge o objetivo de redução de impacto ambiental;

    os critérios para o rótulo devem ter parâmetros originados da avaliação dociclo de vida do produto;

    os critérios devem ser xados de forma a serem atingíveis, considerando osimpactos ambientais relativos;

    os critérios ambientais para o produto deverão ser estabelecidos de forma

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    27/230

    19 UNIUBE

    Saiba mais...

    a diferenciá-lo de outros em sua categoria, quando as diferenças foremsignicativas;

    os critérios deverão ser xados para um período pré-denido;

    os critérios deverão ser revisados num período pré-denido, considerandonovas tecnologias, novos produtos, novas informações ambientais emudanças de mercado, porém, revisões não signicarão, necessariamente,mudança de critérios.

    Fases do planejamentoNo desenvolvimento de um plano, inicialmente,identica-se o assunto ou objeto doplanejamento, depois é necessário levantartodas as informações sobre o assunto e prevercomo serão as quatro etapas do ciclo de Deming

    (Mirshawka, 1990), o conhecido PDCA (Plan,Do, Control, Act), ou seja:

    PDCA (Plan, Do, Control, Act)

    Planejar, Executar, Avaliar e Agir;é necessário, também, seguir asequência do processo decisório,de acordo com a análise desituação que é obrigatória eé a primeira fase, sendo queas demais serão realizadas,ou não, dependendo desta.

     As fases do processo decisório são: Análise de Situação (AS); Análise de Problema(AP); Análise de Decisão (AD); e Análise de Problemas Potenciais (APP).

    Depois deste procedimento, pode-se passar à elaboração do plano, que é odocumento resultante do planejamento. Estas fases têm, cada uma, sua própria

    metodologia de desenvolvimento e se relacionam com as etapas do PDCA.

    Fazendo a fusão das duas metodologias: PDCA e Processo Decisório, temos oprocedimento básico para a elaboração de um plano.

    IDENTIFICAÇÃO E LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES

     AÇÕES PROGRAMADAS

    • Estabelecer o tema ou assunto;

    • Identicar o objeto do planejamento;

    • Levantar informações.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    28/230

    20 UNIUBE

    O tema central de um planejamento é o seu propósito maior, é o objeto doplanejamento ou assunto principal. Assim, se o propósito é o planejamento deuma unidade de conservação, a unidade de conservação envolvida é o tema. Se opropósito é a redução de resíduos gerados em um processo de fabricação, o temaé os resíduos gerados no processo considerado.

    Parada Ogrigatória!

    O objetivo de um planejamento é relacionado ao que se pretende fazer com relaçãoao tema central. O objetivo é sempre uma ação sobre o objeto do planejamento.

    ANÁLISE DE SITUAÇÃO

     AÇÕES PROGRAMADAS

    • Reconhecimento de situações.

    • Desmembramento de situações.

    • Determinação da seqüência de análise.

    Reconhecimento da situação - A primeira análise a fazer é denir se o assuntomerece ou deve ser objeto de planejamento. No caso de impactos ambientais,pode-se avaliar sua importância através do método “5i”, descrito no item “Métododos 5i para Priorização de Aspectos Ambientais”.

    De qualquer maneira, procure responder às seguintes perguntas:

    Existem normas que obrigam, ou a legislação exige que o assunto sejaobjeto de planejamento?

     A gestão sobre o assunto exige?

     As diretrizes da organização exigem?

    Não há alternativas para o planejamento, por exemplo: uma instruçãonormativa de um órgão ou outro documento que substitua um plano para oassunto?

    O assunto é tão importante que deve ser objeto de planejamento?

    O impacto ambiental é signicativo?

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    29/230

    21 UNIUBE

    Ampliando o conhecimento

    Se o planejamento não for realizado, as consequências podem ser grandeso suciente para que a alternativa de não realizá-lo seja rejeitada?

    É, realmente, necessário realizar o planejamento?

    Se a resposta para esta última pergunta for “sim”, então responda a próxima

    questão da análise de situação, caso contrário, o assunto acaba aqui.

    Desmembramento da situação.

    O segundo questionamento trata de denir se a situação, ou assunto, é umproblema.

    Se qualquer das perguntas, a seguir, for positiva, temos uma situação problema:

    a) existe um padrão e a situação está abaixo do padrão exigido?b) a situação é um desvio de algo esperado?c) a situação é inferior ao que se desejava?

    Para essas perguntas, há quatro possibilidades de resposta:

    1. Sim, a situação é um problema, mas não se conhecem as causas:

      Então, a próxima fase é a ANÁLISE DE PROBLEMAS.

    2. Sim, a situação é um problema, as causas são conhecidas, mas não se sabeque ação é necessária para sua correção: a próxima fase é a ANÁLISE DEDECISÃO.

    3. Não, a situação não é um problema, mas não se deniu o que se deve fazer: a

    próxima fase é a ANÁLISE DE DECISÃO.

    4. Não, a situação não é um problema e já está denido o que se deve realizar: apróxima fase é a ANÁLISE DE PROBLEMAS POTENCIAIS.

    Determinação da sequência de análise - Reconhecida qual é a situação, inicia-se asua análise. Na análise de problemas, identicam-se as suas causas; conhecidas ascausas, a fase seguinte passa a ser a análise de decisão, onde se prioriza e deneo que se deve fazer, ou seja, as ações a serem realizadas; denindo-se as ações, apróxima fase passa a ser a análise de problemas potenciais.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    30/230

    22 UNIUBE

    Procedem-se as análises de planejamento necessárias conforme o uxo de análisede situação e inicia-se a escolha de indicadores, independentemente, para cadaação, com o objetivo de monitorar a execução do plano. Depois, dene-se comoserão analisados os dados do monitoramento e de que forma serão aplicadas asmedidas mitigadoras, preventivas ou corretivas, que se zerem necessárias.

     A NBR ISO 14.001 (ABNT, 1996) recomenda que as avaliações ambientais emorganizações tenham a seguinte abrangência: “Recomenda-se que a avaliaçãoambiental inicial   cubra quatro áreas fundamentais:  a) requisitos legais eregulamentares; b) identifcação dos aspectos ambientais signifcativos; c) examede todas as práticas e procedimentos de gestão ambiental existentes; d) avaliaçãodas informações provenientes de  investigações de incidentes anteriores.  Érecomendado que, em todos os casos, sejam  levadas em consideração asoperações normais e anormais da organização, bem como as potenciais condiçõesde emergência.

    Uma abordagem apropriada da avaliação ambiental inicial podeincluir listas de vericação, entrevistas, inspeções e medições diretas,resultados de auditorias anteriores ou outras análises, dependendo danatureza das atividades.

    É recomendado que o processo para a identicação dos aspectos ambientaissignicativos associados às atividades das unidades operacionais considere,quando pertinente:

    emissões atmosféricas;

    • lançamentos em corpos d’água;

    • gerenciamento de resíduos;

    • contaminação do solo;

    • uso de matérias-primas e recursos naturais;

    • outras questões locais relativas ao meio ambiente e à comunidade.

    É recomendado que o processo considere as condições normais de operação e asde parada e partida, bem como o potencial de impactos signicativos associadosa situações razoavelmente previsíveis ou de emergência.

    O processo tem por objetivo identicar aspectos ambientais signicativosassociados a atividades, produtos ou serviços, não sendo sua intenção exigir umaavaliação detalhada de ciclo de vida. As organizações não precisam avaliar cadaproduto, componente ou matéria-prima utilizada. Podem selecionar categorias

    de atividades, produtos ou serviços para identicar aqueles aspectos com maiorpossibilidade de apresentar impacto signicativo.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    31/230

    23 UNIUBE

    MÉTODO DOS “5i” PARA PRIORIZAÇÃO DE ASPECTOS AMBIENTAIS

    Os cinco critérios para dimensionamento de impacto, a seguir, foram baseadosem estudos de vegetação (Mueeller-Dombois e Ellenberg, 1974) e adaptadospara este caso.

     As cinco palavras iniciadas por “i” são sinônimos de critérios usados há muitoem estatística e ecologia; foram escolhidas de forma proposital para caracterizarum método de priorização que nunca foi usado ou descrito desta maneira, mas éaplicável com vantagens sobre outros métodos encontrados na literatura.

    O primeiro “i” - IMPORTÂNCIA

     A importância diz respeito ao valor relativo de um fato, no caso de acontecer, emrelação ao valor global do todo. A importância será tanto maior quanto maior ovalor do fato ocorrido sobre o valor do todo a que está relacionado. É o risco de

    dano estimado com base no que já ocorreu.

    O segundo “i” - IMINÊNCIA

     A iminência diz respeito à situação temporal de um fato em si, ou seja, se o fato jáocorreu, se está ocorrendo, se vai ocorrer, ou se poderá ocorrer. É a premência detempo em se tomar uma providência em relação a algo que está acontecendo nopresente. Imediato é o grau máximo, não há pressa é o grau mínimo de urgênciapara que se adote alguma medida sobre o que está ocorrendo.

    O terceiro “i” - INTENSIDADE 

    Intensidade diz respeito ao grau com que determinado fato ocorre em relaçãoao seu padrão. Quando for paramétrico, pode-se classicá-lo quanto à média edesvio padrão, se sua distribuição for normal, ou através de outros parâmetrosque não a média e desvio no caso de outros tipos de distribuição.

    Quando for um atributo não paramétrico, pode ser quanticado em percentagense transformado em variável contínua, se a ocorrência for maior do 30 vezes, pormétodos matemáticos adequados, de forma a ser tratado como parâmetro.

     Alguns indicadores podem ser usados para avaliar a intensidade como a DL50de agrotóxicos, ou a voltagem de uma rede de alta tensão etc. A intensidade écalculada pelo grau de agressão próprio de uma substância, energia, fenômeno,etc. Em relação aos níveis normais ou não agressivos dos mesmos ou de coisassemelhantes já conhecidas.

    O quarto “i” - INCIDÊNCIA

    Incidência diz respeito ao número de vezes com que um fato ocorre por unidade

    de tempo, ou em relação ao seu padrão de ocorrência. É a frequência com queocorre.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    32/230

    24 UNIUBE

    O quinto “i” - INCLINAÇÃO

    Inclinação é a prognose de algo se manter no mesmo,melhorar ou piorar com o passar do tempo, sem que sefaça nada a respeito. É o risco de dano futuro.

    Prognose

    É o complemento lógicode diagnóstico (diagnose),seu conexo lógico

    É necessário criar uma escala homogênea para todos os “5i” e a soma simplesde pontos, ou a soma ponderada se forem atribuídos pesos para cada “i”; será oíndice para comparação com limites estabelecidos, das classes de prioridade, queforem determinados em cada caso.

    ANÁLISE DE PROBLEMAS

    PROBLEMAS AMBIENTAIS

    Problemas ambientais são os impactos negativosque as atividades antrópicas causam ao ambiente.Os fatores de impacto (rejeitos ou modicações)são classicados quanto ao meio físico impactado,ou quanto aos efeitos causados no ambiente.

    Antrópicas

     Atividades promovidaspelo homem, queprovocam alteraçõessignicativas no ambiente.

    AÇÕES PROGRAMADAS

    • Elaborar o enunciado do problema.

    • Especicar o problema.

    • Vericar que mudanças ocorreram.

    • Identicar as causas potenciais das mudanças.

    • Determinar as causas mais prováveis.

    - Enunciado do problema - São o objeto e o problema (defeito, ou desvio que omesmo apresenta. Ao responder as duas perguntas seguintes, estará denido oenunciado do problema:

    1) Qual é o objeto? (meio físico, processo, tarefa ou efeito);

    2) Qual é o problema? (desvio do padrão normal, ou defeito que o objetoapresenta).

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    33/230

    25 UNIUBE

    Importante!

    - Especicação do problema  – Para especicar corretamente o problema,responda o questionário:

    Quê, Onde, Quando e Quanto está acontecendo?

     As respostas ao questionário de especicação do problema é que permitirãodeterminar o que é relevante.

    - Vericação das mudanças – É realizadaatravés do cruzamento das informações doquestionário de especicação do problema

    com listas de vericação, uxograma deprocesso etc. Neste momento, vale aexperiência da equipe envolvida. Às vezes,é necessário recorrer a reuniões com“brainstorming ” até que se consiga denir oque, onde, quando e quanto mudou.

    Brainstorming 

    O brainstorming (ou “tempestadecerebral”), mais que uma

    técnica de dinâmica de grupo,é uma atividade desenvolvidapara explorar a potencialidadecriativa de um indivíduo oude um grupo - criatividade emequipe - colocando-a a serviçode objetivos pré-determinados.

    - Identicação das causas potenciais das mudanças – Uma das ferramentasmais utilizadas para encontrar causas potenciais é o diagrama de causa e efeito.

     Ao ser comparado com as mudanças ocorridas, é possível determinar as principaiscausas dos problemas.

    O indicador das causas potenciais é o momento em que houve mudança frente àespecicação do problema. Se as mudanças aconteceram no mesmo instante em

    que alguma causa possível entrou em ação, e esta causa não é eliminada frente àsespecicações do problema, então temos uma causa potencial.

    - Teste das causas – A vericação das causas pode ser factual através dos dadosdisponíveis; real através de testes ou exames de laboratório; ou de resultados,através da implantação de medidas corretivas e vericando o resultado.

    Encontradas as causas potenciais e testando-as, temos as causas verdadeiras e,

    então, é necessário passar para a próxima fase e decidir qual a melhor ação a sertomada para resolver o problema; é a fase de análise de decisão.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    34/230

    26 UNIUBE

    ANÁLISE DE DECISÃO

     AÇÕES PROGRAMADAS

    • Denir o enunciado da decisão.

    • Estabelecer diretrizes para decisão.

    • Encontrar e listar alternativas de decisão.

    • Determinar pesos e limites das diretrizes.

    • Comparar as alternativas frente às diretrizes.

    •  Avaliar os riscos das alternativas escolhidas.

    • Determinar medidas para minimizar ou compensar os riscos.

    - Enunciado da decisão – É formulado por uma ação referente a um objeto e auma ou mais limitações quanto à decisão. O propósito da decisão ou tema centralé o nosso objeto, é o foco da decisão. A ação estimula o objeto.

     As limitações restringem a decisão e a identicam. Os componentes do enunciadodevem permitir que se produza um grupo de alternativas comparáveis através dediretrizes obrigatórias ou desejáveis. A ação ou verbo que estimula o objeto dadecisão indicará como serão abordadas as alternativas. O enunciado identicao grupo de alternativas a considerar, enquanto as limitações restringem o grupode alternativas, apuram o enunciado e justicam a necessidade de se tomar umadecisão.

    - Diretrizes para decisão – São as restrições que fazemos, ou seja, são os pré-requisitos que utilizamos na escolha das alternativas para a decisão que temos detomar. Podem ser:

    • diretrizes obrigatórias – São eliminatórias e indispensáveis;

    • diretrizes desejáveis - São classicatórias, negociáveis e de importânciarelativa (recebem pesos diferentes quanto à sua importância).

    O enunciado estando formulado, deve-se constituir um conjunto de alternativaspara decisão. Estas alternativas, de acordo com o conceito, são as opções deescolha na tomada de decisão.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    35/230

    27 UNIUBE

    Exemplicando

    Por exemplo, as áreas para implantação de um aterro sanitário, os materiais paraprodução de uma embalagem, os processos para eliminação de resíduos etc. A

    geração de alternativas dependem da experiência da equipe e devem basear-se,principalmente, no enunciado da decisão, no desdobramento do enunciado, nasdiretrizes e nas consequências adversas da decisão (riscos da decisão).

    O grupo de diretrizes deve levar em conta os efeitos causados pela decisão. Deve-se listar todas as diretrizes possíveis e imagináveis e depois selecionar as queapresentam coesão e que não apresentam redundância, classicando-as comoobrigatórias e ou desejáveis.

    • Diretrizes obrigatórias - As diretrizes obrigatórias podem ser de atributoscuja presença ou ausência, ou cujo tipo determina que se elimine ou não umaalternativa. Para as diretrizes paramétricas, são atribuídos limites superiorese/ou inferiores a partir dos quais a alternativa passa a ser desejável ouindesejável frente à diretriz.

    • Diretrizes desejáveis  – As diretrizes desejáveis devem receber pesosde acordo com sua ordem de importância. Os pesos para cada uma dasdiretrizes desejáveis devem ser multiplicados por uma nota atribuída para

    cada alternativa com relação ao atendimento ou não de cada diretriz.

    - Avaliação dos riscos potenciais das decisões – Os riscos de qualquer decisãodizem respeito à possibilidade de acontecer algo errado em função da decisãotomada e da gravidade no caso de acontecer. Pode-se utilizar uma escala de riscode 0 a 10, correspondente às probabilidades de 0% a 100% de acontecer algoerrado com relação à decisão tomada, o que deve se basear em dados históricose na experiência das pessoas envolvidas. A gravidade, ou importância do fatoadverso, caso ocorra, é calculado em relação ao todo considerado, procurando-se valorizá-lo nanceiramente. Uma ocorrência adversa será tanto maior, quanto

    maior o prejuízo causado em relação ao todo.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    36/230

    28 UNIUBE

    Exemplicando

    Se uma decisão refere-se à construção ou não de uma lagoa de contenção para ocaso de transbordamento de um sistema de tratamento de euentes, com orçamento

    de 60 Mil Reais e que, caso aconteça, pode causar um prejuízo ambiental quedemandará recursos da ordem de 30 Mil Reais para recuperação e pagamento demultas, o risco (prejuízo) representa uma importância de 50% em relação ao todo(lagoa); neste mesmo caso, se utilizarmos uma escala de 0 a 10, o risco será iguala 5. A probabilidade de acontecer, no exemplo usado, pode ser determinada porocorrências em sistemas semelhantes ou, se já existir, pelo histórico do sistemaou, ainda, pela experiência das pessoas envolvidas. Caso não exista histórico, mastenhamos conhecimento da existência de outros cinco sistemas semelhantes emfuncionamento, com registro de que ocorreu transbordamento em um deles, o riscoserá de 20% (= 100% x 1 ocorrência / 5 sistemas), ou igual a 2 em escala de 0 a 10.

    Multiplicando-se a gravidade (neste caso, igual a 5) pela probabilidade (igual a 2),temos 10 pontos de risco total.

    CLASSES DE RISCO E ÍNDICE DE RISCO

    • 80 pontos ou mais: ALTÍSSIMO;

    50 a 79 pontos: ALTO;

    • 30 a 49 pontos: MÉDIO;

    • 10 a 29 pontos: BAIXO;

    • menos de 10 pontos: BAIXÍSSIMO.

    No exemplo dado, vemos que o índice é baixo, indicando que algo precisa ser feitopara redução dos riscos envolvidos e aumentar o conforto em relação à alternativa

    da decisão de não construção da lagoa de contenção.

    É possível que todas as alternativas impliquem em alto ou altíssimo risco. Nessecaso, não há conforto para a tomada de decisão, e então se deve procurar novasalternativas, ou mudar os critérios de decisão para que alternativas eliminadaspassem a fazer parte do grupo selecionado.

    Pode-se, também, passar a considerar alternativas com menor pontuação.Pode ser que seja possível adotar alguma medida em relação à alternativa pararedução dos riscos envolvidos. No caso de não se encontrar alternativas viáveis

    para a decisão, e não ser possível adotar medidas para redução dos riscos, podeacontecer de nos vermos obrigados a decidir pela eliminação de um processo,

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    37/230

    29 UNIUBE

    pela não execução de um projeto, pela reengenharia de um processo de produçãoetc.

    É possível que a alternativa seja pela execução de algo que não gostaríamos defazer. Mudando-se um pouco o nosso exemplo, poderíamos ter uma situação emque fosse necessário construir a lagoa de contenção porque a alternativa da não

    construção implicasse em alto risco.

    Para as alternativas com baixíssimo índice de risco, em geral, não há necessidadede se prever ações preventivas ou protetoras. Em alguns casos, a experiência, ouregistros históricos podem nos levar a adotar alguma medida sobre alternativascom baixo índice de risco; então, um índice de risco baixo inspira cuidados.

     Alternativas com médio índice de risco sempre implicam em ações para aumentodo grau de conforto em relação às mesmas e deve-se considerar como alternativasque necessitam cuidados especiais para serem escolhidas. Alternativas com alto

    índice de risco, para serem escolhidas, necessitam de justicativa e de medidasmitigadoras, protetoras ou preventivas sobre os riscos, de forma a aumentar ograu de conforto quanto à decisão e permitir que sejam escolhidas. Alternativascom altíssimo índice de risco devem ser eliminadas, exceto no caso de que algumamedida possa ser adotada para eliminar o risco.

    Medidas para minimizar ou compensar os riscos – No caso da escolha dealternativas para decisão que necessitem de medidas para redução do índice derisco, pode-se adotar os seguintes tipos de medidas:

    • medidas de Proteção – são as medidas adotadas para reduzir a gravidadecaso aconteça algo;

    • medidas de Prevenção – são aquelas adotadas para reduzir a probabilidadede algo acontecer;

    • medidas Mitigadoras – são as medidas adotadas para compensar os danospossíveis e/ou certos de acontecer.

     Após a adoção de medidas sobre os riscos, o índice de risco deve ser recalculadopara avaliação da necessidade ou não de medidas adicionais, ou da eliminaçãoda alternativa.

    ANÁLISE DE PROBLEMAS POTENCIAIS

     AÇÕES PROGRAMADAS

    • Identicar o processo.

    • Identicar os problemas potenciais.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    38/230

    30 UNIUBE

    •  Avaliar os riscos dos problemas potenciais.

    • Identicar as causas dos problemas potenciais.

    • Determinar medidas mitigadoras, protetoras e preventivas.

     A previsão de possíveis problemas futuros implica em formação, ou determinaçãode padrões. Toda a possibilidade de ocorrência de desvio do padrão estabelecidoou desejado é um problema potencial a ser consideradona análise.

    - Identicação do processo - Problemas potenciais referem-se a processos epara identicação dos desvios que podem sofrer, é necessária a elaboração douxograma do processo a ser analisado. O uso de diagramas de causa e efeito,quando cruzados com uxogramas de processos, auxiliam na identicação deproblemas potenciais e de suas causas e, também, auxiliam na avaliação deriscos e de identicação de medidas a serem adotadas para reduzi-los.

     A identicação de processos é iniciada respondendo-se às cinco questões básicasquanto ao processo a executar:

    1. o que temos de fazer ou realizar? (qual é o processo);

    2. onde? (que ambiente e instalações estão envolvidos no processo);

    3. quando? (que prazos, datas e horários estão envolvidos);

    4. quanto? (quais são as metas do processo);

    5. como? (de que maneira o processo é executado em cada fase).

     A seguir, é necessário desenhar o uxograma do processo e identicar nele ospontos de mudança, ou seja, de início do trabalho de outra pessoa, do início deoutra etapa, início do processamento em outra instalação, ou outra máquina etc.separando o processo em etapas bem denidas por atividade, local, operador,

    equipamento etc.- Identicação de problemas potenciais – Concluída a identicação do processo,estaremos prontos para identicar o que pode dar errado devido ao objeto doprocesso, instalações, prazos, metas e forma de execução. Deve-se listar tudo oque pode ser desvio ou erro no processo e como consequência dele, identicandocada etapa crítica. Em relação a cada etapa crítica, devem ser considerados trêsproblemas potenciais, que são:

    • não conseguir fazer  – é a possibilidade de se fazer algo em uma escala de

    0 a 10, por exemplo, em que 0 é a impossibilidade e 10 representa 100% dechances de realização;

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    39/230

    31 UNIUBE

    • fazer errado – refere-se ao nível de facilidade de se fazer algo; tambémpode ser dado em escala de 0 a 10, em que 0 é a certeza de fazer errado e10 é a certeza de fazer certo;

    • demorar muito para fazer  – refere-se ao prazo de execução para que serealize algo em tempo adequado; pode-se criar uma escala de tempo de 0

    a dez, em que 0 é a certeza de não conseguir realizar em tempo e 10 é acerteza de conseguir realizar no tempo adequado ou programado.

    - Riscos dos problemas potenciais – É utilizado o mesmo procedimento descritona “avaliação dos riscos potenciais das decisões” da seção Análise de Decisão.

    - Identicação das causas dos problemas potenciais – é realizada de formaidêntica ao procedimento usado para identicação das causas na seção Análisede Problemas.

    Determinação de medidas mitigadoras, protetoras e preventivas – Utiliza-se omesmo procedimento adotado na secção Análise de Decisão.

    Concluída a análise de problemas potenciais, inicia-se a elaboração do plano.

    ELABORAÇÃO DO PLANO

     A primeira etapa de elaboração do plano vai da identicação do objeto doplanejamento até o desenvolvimento do plano de ações. Na segunda etapa daelaboração do plano, são desenvolvidos os sistemas de monitoramento e decontrole para o plano de ações e do próprio plano global.

    AS PARTES DO PLANO

    • Propósito: o objeto do planejamento (tema ou assunto central).

    • Revisão de literatura (informações).

    Visão sobre o tema (prognose).• Objetivos.

    • Missão.

    • Políticas.

    • Classe do planejamento:

    unidade organizacional envolvida;

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    40/230

    32 UNIUBE

    o Nível de detalhamento do planejamento;

    o Prazo de duração;

    o Território de abrangência e áreas de inuência na biosfera.

    • Problemas ocorridos, existentes e potenciais sobre o assunto.

    •  Alternativas.

    • Diretrizes (obrigatórias e desejáveis).

    • Metas.

    •  Ações necessárias para atingir os objetivos e metas dentro dos critérios eprioridades estabelecidos (tomada de decisão).

    •  Alvos a atingir.

    • Plano de ações para atingir os alvos/metas.

    • Sistema de monitoramento.

    • Sistema de controle.

    Propósito do planejamento: é o tema ou assunto central.

    Revisão de literatura (informações): dados e informações encontrados naliteratura que:

    • formem um histórico sobre o assunto;

    • auxiliem a justicar o planejamento;

    • esclareçam o assunto.

    Visão sobre o tema (prognose): perspectivas em relação ao assunto abordadono planejamento.

    Objetivos: descrever o que se pretende fazer em relação ao assunto abordado. Éonde se quer chegar, ou o que se quer ser em relação ao assunto.

    Missão: expressar o compromisso dos responsáveis pela execução do plano (organização ou equipe) com relação ao assunto do planejamento. É a razão deser do objeto ou do objetivo do planejamento. A missão deve visar a satisfação de

    alguma necessidade externa.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    41/230

    33 UNIUBE

    Políticas: expressar as políticas para se atingir os objetivos e cumprir a missão. Aelaboração da política ambiental em organizações é o primeiro requisito da NBRISO 14.001.

    Classe do planejamento: deixar claro o nível e tipo de planejamento e descreversuas características principais. São as dimensões do planejamento.

    UNIDADE ORGANIZACIONAL ENVOLVIDA

    Denir a organização ou equipe envolvida no assunto planejado.

    NÍVEL DE DETALHAMENTO DO PLANEJAMENTO

    Denir o nível ou níveis organizacionais atingidos pelo planejamento (estratégico,

    tático, operacional), áreas abrangidas (conceitual, psicológica ou humana,técnica), níveis organizacionais (operações, processos, relações, identidade) e asresponsabilidades pelas decisões em cada nível.

    PRAZO DE DURAÇÃO

    Denir o prazo de duração do plano e quem são os responsáveis pela sua revisão.

    TERRITÓRIO DE ABRANGÊNCIA E ÁREAS DE INFLUÊNCIADenir as áreas políticas, físicas (da biosfera) e administrativas de abrangência ede inuência das atividades previstas no plano.

    Problemas ocorridos, existentes e potenciais sobre o assunto: podemser abordados na revisão de literatura.

    Alternativas: resumir a análise de decisão e listar as alternativas escolhidas

    neste capítulo do plano.Diretrizes (obrigatórias e desejáveis): descrever as diretrizes para escolhade alternativas.

    Metas: quanticar os objetivos para formar as metas a serem atingidas.

    Ações: listar as ações necessárias para atingir os objetivos e metas de acordo com as diretrizes e prioridades estabelecidas (da análise de decisão).

    Alvos a atingir: priorizar e determinar prazos para atingir as metas. Denira qualidade a ser atingida em cada caso.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    42/230

    34 UNIUBE

    Parada Ogrigatória!

    Plano de ações para atingir os alvos

    O que fazer? (ações)Por que fazer? (motivo)Onde fazer? (instalação)Como fazer? (método)Com que fazer? (máquinas)O que usar? (materiais)Quando fazer? (prazos)Quanto fazer? (meta)Quem faz? (pessoal)Resultado esperado

     Ação 1 Ação 2... Ação n

    Sistema de monitoramento: descrever o sistema de monitoramento. Veritem “Sistema de monitoramento” a seguir.

    Sistema de controle: descrever o sistema de controle. Ver item “Sistemade controle” a seguir.

    SISTEMA DE MONITORAMENTO

    Quando se chega a esta fase do planejamento, necessita-se ter em mãosum rascunho do plano para identicar os parâmetros e os atributos quedevem ser monitorados, os quais serão os indicadores de que o plano está

    sendo executado dentro dos critérios e padrões estabelecidos, ou não.

     As atividades desta fase envolvem:

    identicação dos objetivos do monitoramento;

    identicação e listagem de parâmetros e atributos de avaliaçãonecessários para atender aos objetivos do monitoramento;

    estabelecimento de critérios para avaliação dos parâmetros e atributos;

    estabelecimento do sistema de medição e coleta de dados;

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    43/230

    35 UNIUBE

    estabelecimento do sistema de análise de amostras;

    estabelecimento do sistema de análise estatística dos dados;

    estabelecimento do modelo de apresentaçãodos resultados do monitoramento;

    estabelecimento do sistema de divulgação

    dos resultados do monitoramento.

    Sintetizando

    Dene-se o que, porque e como medir para ter-se o sistema sob controle.O monitoramento é parte do requisito “4.5. Vericação e Ação Corretiva” da NBR ISO14.001 (ABNT, 1996).

    SISTEMA DE CONTROLE

    Controlar, na interpretação das normas ISSO, das séries 9000 e 14000, correspondeao “Act” do PDCA, ou seja, é a análise e interpretação dos dados do monitoramentoe o estabelecimento de ações ou medidas mitigadoras, preventivas e corretivascom o objetivo de manter o que foi planejado dentro dopadrão, ou para melhorá-lo.

     A NBR ISO 14.001 (ABNT, 1996) inclui o controle como parte do requisito “4.4Implementação e operação”, no item “Controle Operacional”, transcrito a seguir:

     A organização deve identicar aquelas operações e atividadesassociadas aos aspectos ambientais signicativos identicadosde acordo com sua política, objetivos e metas. A organizaçãodeve planejar tais atividades, inclusive manutenção de formaa assegurar que sejam executadas sob condições especícasatravés: a) do estabelecimento e manutenção de procedimentosdocumentados, para abranger situações onde sua ausênciapossa acarretar desvios em relação à política ambiental e aosobjetivos e metas; b) da estipulação de critérios operacionaisnos procedimentos; c) do estabelecimento e manutenção deprocedimentos relativos aos aspectos ambientais signicativosidenticáveis de bens e serviços utilizados pela organização, eda comunicação dos procedimentos e requisitos pertinentes aserem atendidos por fornecedores e prestadores de serviços.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    44/230

    36 UNIUBE

    Nesta fase, é necessário estabelecer as diretrizes e a metodologia para análisedo que foi planejado e as responsabilidades com relação ao estabelecimentode medidas de prevenção e correção de desvios. O controle tem como função,também, a revisão dos critérios para avaliação de desempenho na execução doplano de ações.

    É parte do planejamento do sistema de controle a programação da análise críticae das auditorias, quando for o caso.

    O planejamento ambiental possui enfoque histórico, nalidades, e instrumentostécnicos, cientícos, políticos e administrativos como ferramentas essenciaispara o bom desempenho de uma empresa ou qualquer outro empreendimento daordem.

    Quanto ao planejamento físico territorial e a dimensão ambiental, é preciso atentarpara os parâmetros ambientais, os estilos (paradigmas) de desenvolvimento,níveis de planejamento (regional e setorial), que compõem as etapas do processode planejamento.

     A gestão do meio ambiente está diretamente ligaada a diagnósticos e prognósticos,aos problemas ambientais (sociais, econômicos, culturais e políticos), que deverãoassegurar o desenvolvimento sustentável e a administração geoambiental, noque tange o meio ambiente, com suas funções ecológicas e dinâmicas, visando o

    equilíbrio dos ecossistemas e o gerenciamento dos recursos naturais.

    Resumo

    Atividades

    Quais são as fases do planejamento ambiental e as ações programadas paracada uma dessas fases.

    Atividade 1

    Escreve em que consiste o “Método 5i”, dentro do processo de planejamentoambiental.

    Atividade 2

    Atividade 3Escreva quais são os tipos de planejamento ambiental quanto ao território emfoco.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    45/230

     ABNT. Interpretação NBR ISO 14001 (1996). Rio de Janeiro: ABNT-Cb-38/Sc-01/Grupo de Interpretação, Jul./2001.

     ______. NBR ISO 14001: sistemas de gestão ambiental - especicação e

    diretrizes para uso. Rio de Janeiro, 1996.

     AGENDA 21. Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento,ONU, Rio de Janeiro 1992. Anais... [Brasília]: IBAMA, s.d. Disponível em: . Acesso em: 11 mai. 2010.

    CARVALHO, Humberto M. de. A Metodologia do processo decisório. Linhares:Curso de pós-graduação em Administração Estratégica de Recursos Humanos,FACCL, 1997.

    FLORIANO, Eduardo P. Efeitos de um treinamento sobre liderança em umaempresa de médio porte em Linhares, ES, no período de dezembro de 1996a maio de 1997. Monograa  de Especialização. Linhares: FACCL – CEPPEL,1998.

     ______. Planejamento ambiental. Caderno Didático nº 6, 1.ed. ANORGS. SantaRosa, 2004, p. 54.

    MIRSHAWKA, A implantação da qualidade e da produtividade pelo métododo Dr. Deming. São Paulo: McGraw-Hill, 1990

    MUEELLER-DOMBOIS, Dieter; ELLENBERG, Heinz. Aims and methods ofvegetation ecology. New York: John Wiley & Sons, Inc. 1974.

    Referências

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    46/230

    38 UNIUBE

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    47/230

    POLÍTICAS DE

    DESENVOLVIMENTOE MEIO AMBIENTE

    Os tempos históricos atestam a presença e as atividades humanas, assim

    como a ocupação no espaço, testemunham as alterações pelo homemimpostas ao ecossistema planetário.

     Atualmente, a vida da humanidade no Planeta está em risco. E toda essa“violência” contra o ambiente decorre da “vontade” do homem na satisfaçãodas suas múltiplas necessidades, que são ilimitadas, mas os recursosnaturais, ao contrário, são limitados.

    Cientes da atual relação que se estabeleceu entre os homens versus naturezae, que se desenvolve há anos no sentido de “exploração” daqueles perante

    essa, os seres humanos sentiram necessidade de alguns anos para cá, dese pensar alternativas de “diminuição” dos impactos no meio ambiente.

    O processo de formulação de políticas públicas, num determinado contextosocial e histórico, é fortemente inuenciado pela percepção que os indivíduostêm da realidade. E a realidade que se evidencia hoje, é de que se vivenum planeta com recursos naturais nitos e com uma capacidade de suporteestabelecida, que já se encontra em um estado avançado de degradação eque está pedindo “socorro”.

    Nesse sentido, o presente capítulo procura destacar algumas consideraçõesacerca da temática das políticas ambientais. Primeiramente, é feita aconceituação do termo meio ambiente para, no conjunto da proposta, realizaro estudo da política ambiental no Brasil. Além disso, vamos abordar os tiposde políticas ambientais e a evolução da regulamentação ambiental brasileira,em que são apresentadas duas propostas de periodização e os instrumentosde política ambiental. Em continuidade no presente capítulo, é feito o estudoda denição do desenvolvimento sustentável e sua relação com as políticasambientais.

    Bons estudos!

    2 Tiago Zanquêta de SouzaIntrodução

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    48/230

    40 UNIUBE

    Objetivos

    Esquema

     Ao nal deste capítulo, esperamos que você esteja apto(a) a:

    • discutir os paradigmas socioambientais da atualidade;

    • investigar as conquistas ambientais, em face do desenvolvimento econômicoe tecnológico;

    •  justicar o modelo de desenvolvimento atualmente aplicado à sociedadehumana;

    • traçar medidas que visem à melhoria da qualidade ambiental;

    • reconhecer a política ambiental no Brasil, bem como os tipos de políticasambientais e suas duas propostas de periodização da evolução daregulamentação ambiental;

    • denir o termo desenvolvimento sustentável e sua relação com as políticasambientais.

    Para alcançar esses objetivos, você deverá ler atentamente este capítulo e, aseguir, desenvolver as atividades propostas.

    1. Evolução das Políticas Ambientais

     A mobilização da sociedade em torno das questões relacionadas ao meio ambientenas últimas décadas é evidente. Isso porque são muitos os desastres ambientaisque afetam por inteiro o cotidiano do ser humano. Veja alguns exemplos:

    • variações climáticas que provocam turbulências nos ventos (tufões, furacões,ciclones etc.);

    1º momento: A evolução das políticas ambientais

    2º momento: Análise de questões ambientais atuaise ações futuras

    3º momento: A necessidade da conscientizaçãocomo instrumento de conservação e preservaçãodos recursos naturais

    4º momento: A política ambiental no Brasil

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    49/230

    41 UNIUBE

    • movimentos geológicos que desencadeiam maremotos e terremotos (Figura1) de grandes proporções;

    • acúmulo de lixo que atrai animais peçonhentos,causando danos à saúde das pessoas; Peçonhentos

    Os animais peçonhentos,além de serem venenosos,

    possuem um mecanismoqualquer que os permiteinjetar seu veneno noorganismo de outroanimal. Como exemplode animais peçonhentoshá as abelhas, aranhase algumas cobras.

    • lixo despejado em rios e mares, afetando

    a sobrevivência de peixes e outros animaismarinhos, que são utilizados pelo homem.

    Figura 1 – Terremoto em São Francisco, nos EUA, em 1906. Os terremotos podem acontecerpelos movimentos da crosta terrestre.Fonte: WIKIPEDIA (2010a). Disponível em: . Acesso em: 18 jan. 2010.

     Através das catástrofes ambientais, o ser humano foi se conscientizando de queera necessária a criação de normas e leis que regulamentassem suas atitudesperante o meio ambiente e garantissem segurança e qualidade à vida.

     À medida que a degradação do meio ambiente crescia, o conceito de gestão

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    50/230

    42 UNIUBE

    ambiental foi sendo criado. Alguns exemplos marcaram a humanidade, como acontaminação com Mercúrio na baía de Minamata, no Japão.

    Parada para Reexão

    Pesquise, através da Internet, o que foi o “Mal de Minamata” e registre no seumaterial os danos causados por esse “Mal” ao meio ambiente.Em seguida, reita sobre o questionamento: Houve algum impacto de ordemeconômica e social sobre a população japonesa acometida a esse mal? Quaisforam eles?

    1.1 Principais acontecimentos que contribuíram para o avanço e

    melhoria das Políticas Ambientais ao nível de Brasil e de mundo Ao longo dos anos, alguns acontecimentos contribuíram para que a preocupaçãocom a qualidade ambiental fosse direcionada para as questões de esgotamentodos recursos naturais e dos níveis de poluição. Os riscos de um crescimentoeconômico contínuo foram descritos no relatório intitulado Limits to Growth (Limitesao Crescimento), que foi um sinal de alerta para a voracidade do consumo derecursos naturais não renováveis.

    Saiba Mais

     Acesse o site: , para que você possaler o relatório Limits to Growth.

     Agora, para que você possa aprender mais sobre os principais acontecimentos,leia o que segue:

      Década de 70

     AConferência de Estocolmo, em 1972, foi um grandemarco ambiental, acelerando em vários países aorganização institucional do setor ambiental. O Brasil,em 1973, promoveu a elaboração do decreto queinstituiu a Secretaria Especial do Meio Ambiente.

     A Conferência dasNações Unidassobre Meio AmbienteHumano, mundialmenteconhecida comoConferência deEstocolmo, aconteceu

    em julho de 1972na Suécia.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    51/230

    43 UNIUBE

     Ao nal da década de 70, o conceito de qualidade,que estava voltado para os produtos, passa a serestendido aos processos de produção. Ocorreu,então, a difusão do conceito de “Qualidade Total”.

    Qualidade Total

    É uma técnicade administraçãomultidisciplinar formadapor um conjunto deProgramas, Ferramentase Métodos, aplicados nocontrole do processo deprodução das empresas,para obter bens e serviçospelo menor custo e melhorqualidade, objetivandoatender as exigências e asatisfação dos clientes.

     

    Década de 80

     A década de 80 contou com um aumento da pressãopública, pois grandes acidentes aconteceramevoluindo quase sempre em mortes e prejuízos paraa saúde, além de grandes perdas econômicas e

    nanceiras. Podemos citar alguns exemplos:

    • o vazamento de petróleo do navio Exon Valdez, no Alasca (1989);

    • o vazamento de pesticidas em Bhopal, na Índia, pela Union Carbide(1984);

    • a explosão da Usina Nuclear de Chernobyl, em 26 de Abril de 1986;

    • o acidente nuclear em Goiânia, com o Césio 137, no dia 13 de Setembro de1987.

    Pesquisando

    Pesquise na Internet o acidente nuclear de Chernobyl e o acidente com o Césio-137, em Goiânia.Em seguida, responda ao questionamento: há alguma repercussão dessesacontecimentos ainda hoje, no que se trata da radiação emitida pelos resíduosnucleares gerados nos acidentes?

    Os resíduos perigosos ocupam lugar de destaquenas discussões sobre a contaminação ambiental.Com isso, criam-se legislações especícas nocontrole da instalação de novas indústrias, servindo,também, para aquelas já existentes.

    Resíduos perigosos

    São aqueles queapresentam riscos àsaúde pública e aomeio ambiente, exigindotratamento e disposiçãoespeciais em funçãode suas característicasde inamabilidade,corrosividade,reatividade, toxicidadee patogenicidade(BRAGA et al, 2005).

     A proteção ambiental, que era vista por um ângulodefensivo, estimulando apenas soluções corretivasbaseadas no estrito cumprimento da legislação,começa a ser considerada pelos empresários comouma necessidade, pois reduz o desperdício de

    matérias-primas e assegura uma boa imagem para aempresa que adere às propostas ambientalistas.

  • 8/17/2019 Livro - Preservação Conservação e Recuperação Dos Recursos Naturais I (1) (1)

    52/230

    44 UNIUBE

    Cada vez mais ganha vigor e atualidade a discussão sobre o papel das empresascomo agentes sociais no processo de desenvolvimento.

    Nesse sentido, torna-se fundamental que as empresas assumam não só o papelde produtoras de bens e serviços, como também o de responsáveis pelo bem-estar de seus colaboradores.

    Para proporcionar o bem-estar da população, as empresas necessitam, segundo

    Martins e Ribeiro (1995), empenhar-se na:

    • manutenção de condições saudáveis de trabalho, segurança, treinamento elazer para seus funcionários e familiares;

    • contenção ou eliminação dos níveis de resíduos tóxicos, decorrentes de seuprocesso produtivo e do uso ou consumo de seus produtos, de forma a nãoagredir o meio ambiente de forma geral;

    • elaboração e entrega de produtos ou serviços, de acordo com as condiçõesde qualidade e segurança desejadas pelos consumidores.

    Em 1982, entrava em cena uma nova e mais preocupante constatação: a agravantedas questões ambientais globais indicava que o nível das atividades humanas (aeconomia global) já excedia, em algumas áreas, a capacidade de assimilação danatureza (CASTRO, 1996).

    Então, surgem os Princípios da Produção Limpa(Clean Production) como proposta da organização

    ambientalista internacional Greenpeace, nacampanha para mudança mais profunda docomportamento industrial.

    Para você entender melhor, os Sistemas de ProduçãoLimpa são circulares e usam um menor número demateriais, menos água e menos energia. Os recursosuem pelo ciclo de produção e consumo em ritmomais lento.

    Em primeiro lugar, os princípios da Produção Limp