LEI MUNICIPAL N 2.827, DE 15 DE ABRIL DE 2004. · PDF file3 I - planejar e desenvolver ações de promoção, proteção, conservação, preservação, recuperação, reparação,

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  • LEI MUNICIPAL N0 2.827, DE 15 DE ABRIL DE 2004. (Redao dada pelas Leis ns 3.046, de 10-5-2006, 3.100, de 24-11-2006, 3.133, de 16-4-2007,

    3.164, de 27-6-2007, 3.171, de 9-8-2007, 3.185, de 12-9-2007, e 3.212, de 29-11-2007) DISPE SOBRE A POLTICA AMBIENTAL DO MUNICPIO E D OUTRAS PROVIDNCIAS.

    ORLANDO GIRARDI, Prefeito Municipal de Frederico Westphalen, Estado do Rio Gran-

    de do Sul, no uso de suas atribuies conferidas pela Lei Orgnica do Municpio.

    FAO saber que a Cmara de Vereadores aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte LEI:

    TTULO I DA POLTICA DO MEIO AMBIENTE DO MUNICPIO

    CAPTULO I Das Disposies preliminares

    Art. 1o Nos termos do art. 7o, XIX, da Lei Orgnica, esta Lei dispe sobre a poltica do

    Meio Ambiente do Municpio, sua elaborao, implementao e acompanhamento, instituindo princpios, fixando objetivos e normas bsicas para a proteo do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida da populao.

    Art. 2o Para elaborao, implementao e acompanhamento crtico da poltica do Meio Am-

    biente do Municpio, sero observados os seguintes princpios fundamentais:

    I - multidisciplinaridade no trato das questes ambientais; II - participao comunitria; III - compatibilizao com as polticas do Meio Ambiente Federal e Estadual; IV - unidade de poltica na sua gesto, sem prejuzo da descentralizao de aes; V - compatibilizao entre as polticas setoriais e as demais aes de governo; VI - continuidade, no tempo e no espao, das aes bsicas de gesto ambiental; VII - prevalncia no interesse pblico; VIII - a obrigatoriedade da reparao do dano ambiental, independente de outras sanes ci-

    vis, penais e administrativas.

    CAPTULO II Do Interesse Local

    Art. 3o Nos termos do art. 30, I, da Constituio Federal, no que concerne ao Meio Am-

    biente, considera-se como de interesse local:

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    I - estimular a adoo de hbitos, costumes, posturas e prticas sociais e econ-micas no prejudiciais ao Meio Ambiente; II - promover a adequao das atividades do Poder Pblico e socioeconmicas, rurais e urbanas, s imposies do equilbrio ambiental e dos ecossistemas naturais onde se inserem; III - utilizar de forma adequada o espao territorial e os recursos hdricos e minerais destina-dos para fins urbanos e rurais, mediante uma criteriosa definio do uso e ocupao, normas de projetos, implantao, construo e tcnicas ecolgicas de manejo, conservao e preserva-o, bem como de tratamento e disposio final de resduos e efluentes de qualquer natureza; IV - diminuir de todas as maneiras e formas os nveis de poluio atmosfrica, hdrica, sono-ra, visual e do solo; V - estabelecer normas de segurana no tocante ao armazenamento, transporte e manipula-o de produtos, materiais e resduos txicos ou perigosos; VI - estimular a criao, manuteno e proteo de parques, reservas pblicas e parti-culares e estaes ecolgicas, reas de proteo ambiental e de relevante interesse ecolgico, turstico e paisagstico, entre outros; VII - exercer o poder de polcia em defesa do meio ambiente e estabelecer poltica de arbo-rizao para o Municpio, com a utilizao de mtodos e normas de poda que evitem a mutilao das rvores, no espao visual e esttico; VIII - recuperar as reas degradadas, bem como promover o reflorestamento dos arroios, lagos, fontes, reas de declividade acentuada e matas ciliares; IX - assegurar nveis de sade ambiental das coletividades humanas e dos indivduos, atravs do provimento de saneamento bsico das edificaes, vias e logradouros pblicos; X - proteger o patrimnio artstico, histrico, esttico, arqueolgico e paisagstico do Munic-pio; XI - exigir o estudo prvio de impacto ambiental para a prvia autorizao de instala-o, licenciamento, reviso ou ampliao de atividades, efetiva ou potencialmente poluidoras que, de qualquer modo que seja, possam influenciar o meio ambiente; XII - incentivar estudos objetivando a soluo de problemas ambientais, bem como a pesquisa e o desenvolvimento de produtos, modelos e sistemas de significativo interesse ecolgi-co; XIII - estabelecer polticas de controle de eroso, uso, manejo e conservao do solo agrcola, estabelecendo o competente sistema de avaliao de aptido ao uso de reas agrcolas.

    CAPTULO III Da Ao do Municpio

    Art. 4o Incumbe ao Municpio, no exerccio de suas competncias constitucional e legal, rela-

    cionadas com o meio ambiente, mobilizar e coordenar suas aes e recursos humanos, financeiros, mate-riais, tcnicos e cientficos na consecuo dos objetivos e interesses estabelecidos nesta lei, devendo:

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    I - planejar e desenvolver aes de promoo, proteo, conservao, preservao, recuperao, reparao, vigilncia e melhoria de qualidade ambiental no Municpio; II - definir e controlar a ocupao e uso dos espaos territoriais do Municpio de acor-do com suas limitaes e condicionantes ambientais; III - elaborar e manter atualizado o plano municipal de Proteo ao Meio Ambiente; IV - exercer o monitoramento e o controle da poluio ambiental; V - definir reas prioritrias de ao governamental relativas ao meio ambiente, visando a preservao e melhoria da qualidade ambiental e do equilbrio ecolgico; VI - identificar, criar e administrar unidades de conservao e de outras reas protegi-das para a proteo de mananciais, ecossistemas naturais, flora e fauna, e recursos genticos, podendo, mediante ato do Executivo, terceirizar as suas administraes para entidades sem fins lucrativos, devidamente habilitadas e capacitadas, que tenham prestado relevantes servios causa ambiental na comunidade; VII - suspender licenas, conceder licenas, autorizaes e fixar limitaes adminis-trativas relativas ao meio ambiente, desde que no interfiram ou entrem em conflito com a legisla-o federal ou estadual pertinentes; VIII - promover a conscientizao pblica para a proteo do meio ambiente e a Educa-o Ambiental como processo permanente, integrado e multidisciplinar, em todos os nveis de ensino, formal e informal; IX - regulamentar e controlar a utilizao de produtos qumicos, biolgicos em ativida-des agropastoris, industriais e de prestao de servios, inclusive quanto gesto e destino final dos resduos e embalagens; X - promover os entendimentos necessrios junto imprensa, autoridades educacio-nais, militares e associaes de bairro e de classes, e outros, no sentido da mais ampla divul-gao dos preceitos da legislao ambiental;

    Art. 5o No ser permitida a instalao de usinas nucleares e o armazenamento de seus re-

    sduos no territrio do Municpio.

    Pargrafo nico. O transporte de resduos e materiais radioativos, atravs do Municpio, dever obedecer s normas estabelecidas pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente, sem preju-zo das normas estaduais e federais vigentes.

    TTULO II

    DO MEIO AMBIENTE CAPTULO I

    Da Proteo do Meio Ambiente

    Art. 6o O meio ambiente patrimnio comum da coletividade, bem de uso comum do povo, e sua proteo dever do Municpio e de todas as pessoas e entidades que, para tanto, no uso da propriedade, no manejo dos meios de produo e no exerccio de atividades, devero respeitar as limitaes administrativas e demais determinaes estabelecidas pelo poder pblico, com vista a assegurar um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, para as presentes e futuras geraes.

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    CAPTULO II

    Do Uso do Solo

    Art. 7o O planejamento de uso de recursos naturais do Municpio, bem como os de uso, ocupao e parcelamento do solo, devem respeitar as necessidades do equilbrio ecolgico e as diretrizes e normas de proteo ambiental, respeitando o previsto no inciso XIII do artigo 3 desta lei.

    Art. 8o Na anlise de projetos de uso, ocupao e parcelamento do solo o rgo Ambien-

    tal Municipal, no mbito de sua competncia, dever manifestar-se, dentre outros, necessaria-mente sobre os seguintes aspectos:

    I - usos propostos, densidade de ocupao, desempenho de assentamento e acessibili-dade; II - reserva de reas verdes e proteo de interesse arquitetnico, urbanstico, paisagsti-co, espeleolgico, histrico, cultural e ecolgico; III - utilizao de reas com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento) bem como de terrenos alagadios ou sujeitos a inundaes; IV - saneamento de reas aterradas com material nocivo sade; V - ocupao de reas onde o nvel de produo local impea condies sanitrias; VI - proteo do solo, da fauna, da cobertura vegetal e das guas superficiais, subterr-neas, fluentes, emergentes e reservadas; VII - sistema de abastecimento de gua; VIII - coleta, tratamento e disposio final de esgoto e resduos slidos; IX - viabilidade geotcnica.

    Art. 9o Os projetos de parcelamento do solo devero estar aprovados pelo rgo Ambiental Municipal para efeitos de instalao, ligao de servios de utilidade pblica, bem como para o seu posterior registro no Cartrio de Registro de Imveis.

    Pargrafo nico. As atribuies previstas neste artigo no excluem outras necessrias aprova-o dos projetos de parcelamento do solo e sero exercidas sem prejuzo das de outros rgos ou entidades competentes.

    CAPTULO III

    Do Controle da Poluio

    Art. 10. vedado o lanamento no meio ambiente de qualquer forma de matria, energia, substncia ou mistura de substncia, em qualquer estado fsico, prejudiciais ao ar atmosfrico, ao solo, ao subsolo, s guas, fauna e flora, ou que possam torn-lo:

    I - imprprio, nocivo ou ofensivo sade;