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8/14/2019 LIVRO_Dons Espirituais http://slidepdf.com/reader/full/livrodons-espirituais 1/132 Dons Espirituais por Fred G. Zaspel Publicado pela Word of Life Baptist Church copyright © 1987, Fred G. Zaspel Capítulo 01 - DEFINIÇÕES ou O que é um Dom Espiritual?  Palavras Descritivas Para entender a natureza dos dons espirituais devemos olhar primeiro para as palavras que os escritores da Bíblia usaram para descrevê-los. 1 Coríntios 12 lista-os para nós. Cada palavra, parece, observa os dons de outro ponto de vista, mostrando outro aspecto do seu propósito, função ou origem. Olhar estes termos juntos produzirá uma descrição mais completa dos dons que eles estavam descrevendo. "Espirituais" No verso 1 a Versão Autorizada (KJV) menciona “dons espirituais”. No grego lemos simplesmente “espirituais” (ton pneumatikon), significando “coisas caracterizadas ou controladas pelo Espírito”. Dons espirituais são, portanto, em primeiro lugar, coisas controladas ou caracterizadas pelo Espírito. "Dons" No verso 4 encontramos a palavra “dons” que é traduzida a partir da palavra grega charisma; portanto, nosso termo “carismático”. A palavra raiz significa “graça”. Assim, se pneumatikon nos fala que os dons espirituais são coisas caracterizadas pelo Espírito Santo, charisma nos ensina que eles são dons da graça de Deus. Eles não algo que conseguimos ou merecemos. Eles são dons da graça. Apesar do que o termo “carismático” significa e implica hoje, não há tal coisa como um

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Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 01 - DEFINIÇÕESou O que é um Dom Espiritual?

 

Palavras Descritivas

Para entender a natureza dos dons espirituais devemos olhar primeiropara as palavras que os escritores da Bíblia usaram para descrevê-los. 1Coríntios 12 lista-os para nós. Cada palavra, parece, observa os dons deoutro ponto de vista, mostrando outro aspecto do seu propósito, funçãoou origem. Olhar estes termos juntos produzirá uma descrição maiscompleta dos dons que eles estavam descrevendo.

"Espirituais"

No verso 1 a Versão Autorizada (KJV) menciona “dons espirituais”. Nogrego lemos simplesmente “espirituais” (ton pneumatikon), significando“coisas caracterizadas ou controladas pelo Espírito”. Dons espirituaissão, portanto, em primeiro lugar, coisas controladas ou caracterizadaspelo Espírito.

"Dons"

No verso 4 encontramos a palavra “dons” que é traduzida a partir dapalavra grega charisma; portanto, nosso termo “carismático”. A palavraraiz significa “graça”. Assim, se pneumatikon nos fala que os donsespirituais são coisas caracterizadas pelo Espírito Santo, charisma nosensina que eles são dons da graça de Deus. Eles não algo queconseguimos ou merecemos. Eles são dons da graça. Apesar do que otermo “carismático” significa e implica hoje, não há tal coisa como um

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dom não-carismático. Todos dons são carismáticos; isto é, todos os donssão livremente dados por um Deus gracioso.

Este termo é usado também em Romanos 12:6 e 1 Pedro 4:10. (Deve serobservado que quando Paulo fala de dons em Efésios 4:7-8, ele emprega

outro termo, dorea , que enfatiza virtualmente a mesma verdade; isto é,que os dons espirituais são justamente isto – dons, não recompensas.)Isto é mais adiante enfatizado durante toda a primeira metade docapítulo 12. Por exemplo, o verso 7 nos diz que eles são dados;novamente no verso 8 é o mesmo. Versos 11 e 18 declaram que os donssão dados soberanamente pelo Espírito de Deus: Ele os distribui comoquer.

Com esta verdade reconhecida, um princípio básico começa a emergir,um princípio que desenvolveremos mais tarde em maior detalhe.Naturalmente tendemos a pensar que um homem bem dotado deve ser

um homem piedoso. Um pastor, por exemplo, que é especialmentedotado em diversas áreas (tais como pregação, ensino, liderança,aconselhamento, etc.) é quase instintivamente presumido serespiritualmente maduro e mais avançado na santidade do que todos oscrentes “comuns”. “Como explicar o fato dele ser cheio de dons?”,pensamos. O simples fato do assunto é que ele pode ou não serespiritualmente maduro. O fato de ele ser cheio de dons não tem nada aver com a questão, porque os dons não são dados em proporção àsantidade ou qualquer outra coisa. Os dons são dados livre esoberanamente por Deus a qualquer um que Ele queira. Eles são donsda graça, não mérito, e assim eles não indicam de modo algum a

santificação de uma pessoa. Eles não provam nada, exceto que Deus dádons livremente. Os dons espirituais são “carismáticos” – dons da graça.

"Administrações"

No verso 5 Paulo os chama de “administrações” [versão inglesa – emalgumas outras versões “ministérios”, “serviços”]. O termo no grego édiakonia , “serviço”, a mesma palavra da qual tomamos a palavra“diácono”, que significa “servo”. O próximo fato sobre os donsespirituais, portanto, é que eles são serviços a serem prestados. Suafunção primária é para os outros. Dons são para servir.

"Operações"

O verso 6 os chama de “operações”. Esta é a palavra grega da qualtomamos nossa palavra portuguesa “energia” (energema) . Os donsespirituais são também energizadores. Provavelmente esta palavraenfatiza a divina energia nos capacitando a realizar o serviço. Pedrotinha esta mesma idéia em mente quando ele diz para “ministrar”

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(servir) com a “capacidade” (força) que Deus dá (1 Pedro 4:11). Deusnos dota para realizar o serviço na Sua força.

"Manifestações"

Finalmente, o verso 7 se refere a eles como “manifestações”. A palavragrega ( phanerosis ) significa “fazer visível”, ou “mostrar”. Os donsespirituais, então, são mostras visíveis de serviço aos outros. Os donsespirituais não são habilidades dadas para fazer algo para si mesmo,sozinho. Isso é egoísmo. Eles são “serviços” visíveis realizados paraoutros. Eles são exercitados em amor, Paulo ensina no capítulo 13, e “oamor não busca os seus próprios interesses” (13:5).

Definição

Colocando todos estes termos juntos, encontramos que um dom

espiritual é uma capacidade dada por Deus para servir a igrejaeficazmente. Há definições longas que poderiam ser dadas, mas estaparecer dizer tudo. Deus tem graciosamente, de forma imerecida,equipado a cada um de nós com a capacidade de ministrar aos outrosdentro do corpo de Cristo. Um dom espiritual, então, é mais do que umapossessão, é um canal através do qual o Espírito Santo ministra paraSua igreja. Isto significa que Ele escolheu edificar a Igreja.

Distinções

Dons e Dom

Nessa conjuntura, algumas distinções são apropriadas. Os dons doEspírito não são iguais ao dom do Espírito. Em Atos 2:38 Pedro diz paraaqueles que inquiriram sobre a salvação, “Arrependei-vos, e cada um devós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossospecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” O “dom” (singular) doEspírito é simplesmente o próprio Espírito Santo. O próprio Espírito Santoera o Dom prometido para todos aqueles que cressem em Jesus. Jesusfalou disto em diversas ocasiões. João 7:38-39 registra uma dessas. Jesus disse, “Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interiorcorrerão rios de água viva”. Então João adiciona o comentário

interpretativo, “Ora, isto ele disse a respeito do Espírito que haviam dereceber os que nele cressem; pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado”. João 14:15-18,26; 15:26; e 16:7também fala do mesmo Dom prometido, com o faz Atos 1:4-5. Comodesenvolveremos mais tarde, o Espírito Santo é o Dom de Cristo paraSua igreja, e isto é fundamental para o recebimento dos dons (plural) doEspírito: quando O recebemos, então, recebemos também o que Ele dá;isto é, os dons espirituais. Por exemplo, desde que eu casei com minha

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esposa, tenho comicamente lhe dito várias vezes, “o que é seu é meu, eo que é meu é seu!” Isto pode ser um pouco unilateral, mas você vê oprincípio – quando eu a recebi, eu também recebi o que era seu. Tudoque era seu se tornou meu também quando nos tornamos unidos emmatrimônio. E o mesmo é verdadeiro para ela. Da mesma forma, quando

eu recebo o bendito Espírito de Deus, eu O recebo em tudo que Ele tempara oferecer. Entre os maravilhosos ministérios do Espírito na vida docrente está o ministério de dotar para o serviço. Isto nós recebemosquando O recebemos.

 Talvez seja útil parar aqui e explicar outro ponto neste versículo (Atos2:38). Quando Pedro disse “arrependei-vos, e cada um de vós sejabatizado para remissão de vossos pecados” ele não estava ensinandoque o batismo é uma condição para a salvação. A preposição gregatraduzida “para” neste verso (eis) carrega a idéia de “por causa de”.“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado por causa da remissão

de vossos pecados”. É como aqueles pôsteres na estação policial,“homem procurado ‘por' roubo” – eles não estão solicitando voluntários!Eles estão declarando que alguém é procurado “por causa de” seu crime já cometido; ele não é procurado para cometê-lo! O mesmo é verdadeaqui; nós somos batizados em obediência a Cristo por causa do perdãode nossos pecados e não para ganhar tal perdão.

Dons e Fruto

Nem devemos confundir os dons do Espírito com o fruto do Espírito. Osdons são serviços para serem prestados aos outros; “fruto” fala das

graças ou traços característicos de uma pessoa habitada pelo EspíritoSanto. Quando o Espírito de Deus toma residência num homem, Ele nãosomente o capacita para servir, mas também começa a cultivar asantidade, a evidência de que é um solo profundo, o “amor, gozo, paz,longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domíniopróprio” (Gálatas 5:22-23). Tanto o fruto como os dons são essenciais.Ambos são manifestações da habitação do Espírito. Mas os dois não sãoa mesma coisa.

Dons e Talentos

Finalmente, uma palavra sobre talentos. Qual a diferença entre um dome um talento? É freqüentemente dito que nós nascemos com certostalentos, habilidades naturais, mas quando nascemos de novo é nosdado dons espirituais – talentos sendo naturais e dons sendosobrenaturais. É interessante que tal brilhante distinção nunca é descritanas Escrituras. Ela é freqüentemente inferida ou apenas presumida,hoje, mas nunca declarada dessa forma nas Escrituras. E com todos os

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fatos examinados, parece que esta distinção é inútil e difícil, se nãoimpossível, de se demonstrar.

Deixe-me explicar. Gálatas 1:15-16, por exemplo, declara, efetivamente,que Paulo foi dotado para pregar no nascimento. Mas este dom,

obviamente, não foi exercitado até muitos anos depois. Certamente, elesem dúvida pregava e ensinava antes de crer, mas tal pregação ouensino recebeu inteiramente uma nova dimensão quando ele foi salvo.Ele tinha o dom (talento) desde o começo; ele se tornou “espiritual”quando ele se tornou espiritual. (Um homem “espiritual” é um Cristão.Esta é a terminologia de Paulo em 1 Coríntios 2:14-15). Seus dons (osquais, sem dúvida, foram soberanamente dados também) “naturais” setornaram espirituais simplesmente porque ele mesmo se tornouespiritual. Ou olhe isto de uma outra forma: qual é a diferença entre oque o seu professor de Escola Dominical faz para você todas as manhãsde Domingo e o que seu professor da faculdade lhe faz? A diferença é

óbvia: o ensino do seu professor de Escola Dominical, ou do seu pastor -embora o mesmo talento, dom, possa ser usado numa sala de aulasecular - tem uma dimensão totalmente diferente. Este ensino éespiritual e ministra para a igreja. O talento é o mesmo, mas recebeuuma nova dimensão e uma nova capacidade – uma capacidade para ascoisas espirituais. Muitos professores se tornaram “espirituais” e assimganharam a capacidade para ministrar para a igreja com o mesmotalento, o mesmo dom, que ele tinha desde o começo. Este talentosimplesmente se tornou aprimorado em sua capacidade de servir àigreja eficazmente. Tornou-se espiritual. Assim o contraste não éabsoluto; nem há distinções necessárias. Deus sabiamente e

providencialmente equipa no nascimento; a dimensão espiritual éadicionada no novo nascimento, mas o talento em si mesmo ébasicamente o mesmo.

Uma Observação

Antes de deixar este assunto de definições, mais uma observação énecessária, e é no que concerne a palavra “manifestações”. Justamenteo que é manifesto? O que é feito visível? É o próprio Espírito Santo! Umdom espiritual é uma “manifestação do Espírito ” (1 Coríntios 12:7,itálico adicionado). Isto é como o Espírito Santo é visto – no exercício dos

dons espirituais. Uma das maiores demonstrações do Espírito Santo éuma igreja na qual os membros estão exercitando os dons uns para comos outros. Uma igreja funcionando como um corpo bem dotado é umabela demonstração do Espírito. Assim, um dom espiritual não é somenteuma habilidade para servir; ele é um canal através do qual o EspíritoSanto ministra ao corpo. Isto coloca a discussão num nível mais alto deimportância! Quando você exercita seu dom a serviço de outros crentes,isto será reconhecido como a manifestação, a demonstração do Espírito

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de Deus. Deus escolheu ministrar ao Seu povo através de nós! Poucascoisas podem se comparar à benção de saber e experimentar isto.

Portanto, se pergunte: como o Espírito Santo ministrou através de vocênesta semana? Como Ele o fará na próxima?

NT: A tradução perdeu um pouco da comparação, pois no inglês tantoem Atos 2:38 como na frase é usada a preposição ‘for' (para, por, etc.).A tradução literal para o português ficaria sem sentido: “homemprocurado ‘para'roubo”. O duplo sentido é possível somente no original:"man wanted `for' robbery".

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 22 de Fevereiro de 2004

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por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 02 - DIVERSIDADES

ou Que tipos de Dons Têm Sido Dados?

 

 Tendo chegado a um entendimento da natureza dos dons espirituais, ébom descobrir exatamente quais dons têm sido dados. No Novo Testamento, somente o apóstolo Paulo os menciona pelo nome. Ele nos

dá cinco listas dos tais. Todas as listas são diferentes, assim, énecessário olhar para todas elas ao mesmo tempo. Os dons sãoencontrados em Romanos 12:6-8 (listando sete dons), 1 Coríntios 12:8-10 (nove), 1 Coríntios 12:28 (oito), 1 Coríntios 12:29-30 (sete), e Efésios4:11 (quatro). Subtraindo aqueles repetidos, temos um total dedezenove. O seguinte quadro mostra todos eles como são listados naspassagens do Novo Testamento.

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Romanos 12:6-8 1 Coríntios 12:29-30 1 Coríntios 12:8-10Efésios4:11

1 Coríntios 12:28

Profecia Apóstolos Palavra de sabedoria Apóstolos Apóstolos

Ministério(Serviço)

Profecia Palavra de conhecimento Profetas Profetas

Ensino Ensino Fé Evangelistas MestresExortação Milagres Cura Pastor-Mestre Milagres

Contribuição Cura Milagres Curas

Liderança Línguas Profecia Socorro

Uso demisericórdia

Interpretação delínguas

Discernimento deespíritos

Governo

Tipos de línguasVariedades delínguas

Interpretação de línguas

Observações

Descrevendo a partir destas listas de dons espirituais, um número quasesem fim de observações podem ser feitas. É útil, por exemplo, observarquais dons aparecem mais de uma vez e em mais de uma das epístolasde Paulo. Por exemplo, a profecia é mencionada em cada uma das cincolistas, e o argumento de Paulo em 1 Coríntios 14 é que a profecia é odom mais importante para a igreja. O dom de ensino é mencionado emquatro das cinco listas e em todas as três epístolas. Quando o

apostolado aparece, é sempre o primeiro da lista. Nas três listas nasquais o dom de línguas é mencionado (1 Coríntios 12), as línguasaparecem por último (junto com seu dom acompanhante, o dom deinterpretação de línguas). Além do mais, os dons miraculosos, tais comolínguas, curas e milagres, são mencionados somente em 1 Coríntios enão são encontrados em nenhum outro lugar nas epístolas.

A Lista Chave

Deves ser observado também que 1 Coríntios 12:28 é a lista chave naqual os dons são mencionados na ordem de importância. “E a uns pôs

Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, emterceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar,socorros, governos, variedades de línguas”. Visto que é óbvio que algumdos dons que estavam no final da lista (tais como curas e milagres)estavam em operação antes dos dons do topo da lista (tais comoapóstolos), o “primeiramente...em segundo lugar...em terceiro” devemindicar ordem de importância e não ordem na qual eles foram dadospara a igreja. Isto foi de grande importância para a igreja em Corinto,

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porque uma larga parte de seu problema era que eles deram às línguasum alto lugar de importância enquanto a profecia e o ensino foramdeixados em sua sombra – cujo problema Paulo tratou extensamentedurante todo o capítulo 14. Virtualmente o mesmo problema existe hoje,mas é necessário somente este verso para corrigir o mesmo, o qual

mostra ser o ensino superior às línguas.Sobreposição

Um exame mais detalhado dessas listas também revela algumasobreposição nos dons. Pode ser que não haja dois dons listados quesejam perfeitamente idênticos, mas seria difícil encontrar qualquerdiferença real entre alguns. Por exemplo, seria difícil demonstrar adiferença entre o dom de socorro e o dom de mostrar misericórdia.Ambos têm o mesmo foco: ministrar (servir) aos outros. Novamente, adiferença entre liderança e governo é muito difícil de determinar. Mesmo

se a identidade exata não é pretendida, ainda há muita sobreposição.Este é o caso com os dons da palavra de sabedoria e a palavra deconhecimento, os dons de exortação e ensino, e os dons de socorro eserviço. Da mesma forma, os dons de cura podem não ser tão amploscomo o dom de milagres, mas a similaridade é óbvia. Deve-se tercuidado para não fazer distinção onde a mesma não é pretendida.

Listas Completas?

Finalmente, é útil notar que estas listas não são exaustivas. Sabemosque nenhumas das listas são por si só completamente exaustivas,

porque nenhuma delas mencionam todos os dons. Por exemplo, a maislonga das listas, 1 Coríntios 12:8-10, não menciona os apóstolos,mestres, liderança, etc. Dessa forma, ela não é completa. Agora, senenhuma das listas é completa, devemos insistir que todas as listas são, juntas, completa?

Pode haver outros dons espirituais não nomeados dessa forma no Novo Testamento: hospitalidade, pregação, oração, música e aconselhamentopodem todos ser exemplos disto. Contudo, parecerá que qualquer domespiritual não especificamente nomeado no Novo Testamento,geralmente sobreporá com alguns daqueles mencionados, somente com

uma diferença no foco ou ênfase. Os dons especificados no Novo Testamento podem ser considerados como títulos gerais sob os quaisqualquer número de serviços específicos podem ser encontrados. Oponto é este: você pode ter um dom não mencionado pelo nome noNovo Testamento. Que ninguém te frustre, ao restringir você destaslistas. Deus pode ter uma área de serviço para você em Sua igreja emoutra área. Se você está querendo saber quel é o seu dom espiritual,certamente é bom estudar estas listas pelo menos como um guia geral

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para as áreas de serviço; seu dom pode ser apenas um dom que não éespecificamente nomeado pelo apóstolo.

Mas, acima de tudo, simplesmente procure por uma oportunidade deserviço, a qual você seja capaz de atender eficazmente. Tendo achado

esta, você encontrará seu dom espiritual – seja ele nomeado ou nãopelos escritores do Novo Testamento.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 22 de Fevereiro de 2004

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por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 03 - A DISTRIBUIÇÃOou De Quem e Para Quem são Dados os

Dons?

 

Nos versos iniciais de 1 Coríntios 12, Paulo levanta e responde outraimportante questão. Esta questão diz respeito ao assunto da distribuiçãodos dons espirituais. Quem os dá? E quem os recebe? Esta dimensão doassunto o faz particularmente excitante.

A Fonte

O Espírito Santo

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Quando falamos da fonte dos “dons espirituais”, é imediatamenteevidente que é o Espírito Santo quem os dá. O verso 1 fala disto quandoPaulo descreve os dons como “coisas caracterizadas ou controladas peloEspírito”. O verso 4 fala das variedades de dons, todos vindo do “mesmoEspírito”. O verso 7 os descreve como “manifestações do Espírito”.

Frases qualificativas tais como “pelo Espírito” e “pelo mesmo Espírito”são encontradas durante todo o capítulo. Os dons são dados peloEspírito Santo.

A Trindade

Mas isto por si só não completa a resposta. Uma observação maisdetalhada nos verso 4-6 revela que os dons espirituais são uma obra dastrês Pessoas da Divindade. O verso 4 fala deles como vindo do “mesmoEspírito”, como já observamos. Mas o verso 5 fala deles como vindo do“mesmo Senhor” (Jesus Cristo) e o verso 6 como vindo do “mesmo

Deus” (o Pai). O verso 18 fala de Deus dando os dons: “Mas agora Deuscolocou os membros no corpo, cada um deles como quis”. O ato dedotar os crentes é uma obra cooperativa da Divindade Triuna.

A Obra de Cristo

Efésios 4:7 e versículos seguintes adicionam um novo calor a istoquando fala dos dons como vindos de Deus o Filho. Paulo diz: “Mas acada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo.Por isso foi dito: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aoshomens”. Ele está se referindo a um costume militar daqueles dias, no

qual o general conquistador vinha desfilando de volta para sua cidadede moradia, mostrando todos seus cativos e os despojos da guerra àmultidão que aclamava e distribuindo aqueles despojos com o povo,dando-os livre e generosamente. Esta passagem descreve Cristoretornando vitoriosamente de Sua guerra contra o pecado na cruz eassim dando dons para nós, Seu povo redimido. “E ele deu uns comoapóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outroscomo pastores e mestres” (verso 11). Nossos dons espirituais, portanto,devem ser vistos como prêmios da vitória de Cristo. Eles são uma partede nossa porção nas bênçãos da salvação que Ele assegurou em Suaguerra contra o pecado. Esta verdade faz de nossos dons espirituais algo

para ser estimado e grandemente apreciado! Eles são dons daDivindade Triuna, providos pelo triunfante Cristo que morreu, ressuscitoudos mortos, e ascendeu em glória compartilhando conosco, o Seu povo,os benefícios de Sua vitória.

A Extensão

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Agora se levanta a questão da extensão: Quem recebe estes dons? Todas as passagens que tratam sobre este assunto se unem no ensinode que a todos os que pertencem a Jesus Cristo são dados os donsespirituais. Efésios 4:7 diz, “Mas a cada um de nós foi dada a graçaconforme a medida do dom de Cristo”. Pedro escreve, “o dom que cada

um recebeu” (1 Pedro 4:10).Paulo enfatizou isto repetidamente em 1 Coríntios 12:7 – “a cada um ,porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum”;verso 11, “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas,distribuindo particularmente a cada um como quer”; verso 18, “Masagora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis”(itálicos adicionados). Parece que Deus demonstrou isto para nosimpressionar com o fato de que cada um de nós tem um dom! Os donsespirituais não são reservados para os pastores ou evangelistas, oualguma outra elite espiritual. Todos do povo de Deus desfrutam desta

bênção! Se você é um Cristão, seu dom espiritual chegou! Você podenão tê-lo desempacotado (você pode não estar usando-o oudesfrutando-o), mas Deus lhe deu uma habilidade para ministrar àigreja. Você, amigo Cristão, tem o privilégio de ser o canal da bençãoDivina para outros.

Princípios

Função Corporal

Uma verdade básica essencial para a função da igreja é enfatizada aqui.

É a do princípio do serviço ou função corporal. A igreja não é umespectador de esporte, o pastor jogando e os demais assistindo. Oministério da igreja não é pretendido ser executado pelo pastor ou porumas poucas pessoas somente. Cada membro do corpo é esperadofuncionar no seu próprio lugar de serviço; para isto, cada membro foiequipado. A igreja sofre quando depende somente dos ministros“profissionais”. Está se privando do ministério e da bênção. Um corpopode funcionar bem somente quando todos os seus membros realizamsuas responsabilidades para com os outros. Este é o ponto de Paulo nosversos 12-31 de 1 Coríntios 12 com sua detalhada analogia do corpo – oouvido não está contente em ser um ouvido e o pé um é, e assim por

diante.

Amigo Cristão, se você não está servindo a igreja, você está falhandocomo um membro do corpo! Deus te equipou para servir, e ignorar estedom é ingratidão, e priva a igreja de bênção. Deus te colocou como ummembro num corpo; você deve funcionar como tal.

Nenhum Dom Universal

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Outro princípio que emerge aqui é que embora todos tenham um dom,todos não têm o mesmo dom, nem é qualquer dom universal. Isto foiuma grande parte do problema em Corinto, e é a carga do argumento dePaulo em 1 Coríntios 12:12-31. Os Coríntios não careciam de nenhumdom (1 Coríntios 1:7); eles tinham todos. Todavia, muitos deles

pensavam que o dom de línguas deveria ser desfrutado por todos, oque, de acordo com o apóstolo, levaria somente a confusão. Paulopergunta, “Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido?” (verso17). Seu humor sarcástico é pungente: se tal fosse o caso, não haveriacorpo de nenhuma maneira! Para usar uma ilustração moderna, comovocê gostaria de estar num time de futebol no qual cada um quisesseser o zagueiro? Suponho que você poderia chamar isto de unidade, epoderia aparecer na primeira página da seção de esportes, masdificilmente este seria um time digno de se apostar nele! Cada um devedesempenhar sua própria posição fielmente ou não haverá vitória. Omesmo é verdade para a igreja: se todos tentassem falar em línguas ou

se todos tentassem ser mestres, haveria confusão. Todos os dons devemestar em operação para a igreja funcionar. Assim, Paulo pergunta:“Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todosmestres? são todos operadores de milagres?” (versículo 29). Aconstrução grega neste versículo demanda uma resposta negativa –“não, nem todos são apóstolos, etc”. Nem todos têm o mesmo dom.

Deus distribuiu os dons como Lhe aprouve. Ele providenciou umavariedade de dons e uma variedade de pessoas dotadas para ofuncionamento adequado da igreja. Portanto, não sinta que você foideixado de lado simplesmente porque não pode pregar, ensinar ou

aconselhar. É escolha de Deus que você tenha um dom particular. Ele vêque é melhor haver diversidade, e por esta razão, nenhum dom pode seruniversal, e todos não podem ter o mesmo dom.

Variedades no Ser Dotado

Outra questão se levanta aqui com respeito ao número de dons que umapessoa pode ter. Cada Cristão tem um dom espiritual, mas, somenteum? Embora cada crente possa ter uma área primária na qual é dotado,provavelmente, ninguém tem somente um dom. Os apóstolos, sabemos,eram homens multi-dotados. Eles tinham o dom de ensino, pregação,

exortação, profecia, línguas, discernimento de espíritos, evangelização,apostolado, curas, etc. Pastores também devem ter mais do que umdom: a qualificação para o seu ofício inclui os dons de ensino, liderançae governo (1 Timóteo 3:1-5). 1 Coríntios 12:11 nos diz que o Espírito deDeus “distribui particularmente a cada um como quer”. Este verbo(“distribuir”) no grego, aparece em sua forma substantiva no verso 4,traduzido por “diversidades”, verso 5 como “diferenças”, e no verso 6como “diversidades” novamente. Parece que o apóstolo está nos

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dizendo que não somente há uma variedade de dons e de pessoasdotadas, mas há também uma variedade de combinações dos dons.Exemplos disto são vistos nos apóstolos e presbíteros, como jáobservado. Outro é Timóteo: 2 Timóteo 4:1-5 menciona seus dons depregação, ensino e evangelização. Outra pessoa pode ter os dons de

misericórdia, contribuição e fé, ou semelhante. Assim, quando Pedro falade nosso dom no singular (1 Peter 4:10-11), isto pode simplesmente servisto como um dom com várias facetas.

O ponto, então, é este: não pense que você está preso a alguma área deserviço. Deus equipa várias pessoas de várias maneiras. Você pode ser,e provavelmente é, alguém que Deus capacitou para ministrar de muitasformas.

Variedade de Eficácia

Há também um variado grau de dons que Deus tem sabiamenteconcedido. Até entre aqueles com o mesmo dom, há uma variadaeficácia. É muito óbvio que alguns são dotados em um grau maior doque outros. Por exemplo, alguns professores são mais eficazes do queoutros. O mesmo é verdade de pregadores e cada um dos outros donsespirituais. Deus estabeleceu isto também. Freqüentemente a grandeeficácia de um certo pregador, por exemplo, é devido simplesmente àsua grande diligência no estudo e preparação. E embora possa serargüido que aqueles mais diligentes e proficientes no estudo sãoaqueles assim dotados, não obstante, é verdade que alguns são maiseficazes porque Deus os capacitou (dotou) dum modo mais eficaz.

Paulo afirma isto em suas epístolas diversas vezes. Por exemplo, 1Coríntios 12:6 diz que há “diferentes manifestações de poder” . Ao nosdotar soberanamente, Deus nos energizou soberanamente também, deforma que alguns têm uma maior “energia” divina, por assim dizer, parao funcionamento de seus dons. Romanos 12:3 e 6 ensinam o mesmo:Paulo fala de exercitar nossos dons “segundo a medida da fé”. Assim,como o verso 6 diz, o profeta é para exercitar seu dom no melhor de suacapacidade, segundo a medida da fé lhe dada. Além disso, não lhe érequerido fazer mais nada. Isto não é escusa para preguiça – é aindanecessário aperfeiçoar os seus dons tanto quanto possível. Devemos

ainda “despertar” os nossos dons (2 Timóteo 1:6). Mas isto é umarevelação da graciosidade de Deus em capacitar Seu povo em variadosgraus e então requerer precisamente nada mais do que isso.

O que Deus requer de nós, Ele nos provê. Mas o que Ele provê, Elerequer.

Servindo Além da Área em que É Dotado

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Mas, você pode ministrar fora da área do seu dom? Deveria? Poderiavocê fazer isso eficazmente? Esta questão é freqüentemente levantada,mas a resposta é tanto simples como óbvia. Por exemplo, suponha quesua casa estivesse em chamas, e você estivesse impossibilitado de fazeralgo, e assim fosse me pedir socorro. O que você pensaria se eu

replicasse: “Me desculpe, mas a área de atuação de meus dons é oensino, não socorros ou contribuição!”?. A questão responde por si só – aausência de dons não escusa ou alivia a responsabilidade Cristã. Vocês,homens, são responsáveis de liderar sua família, quer tenham ou não odom de liderança. Vocês são responsáveis de ensinar suas crianças, quertenham ou não o dom de ensino. Todos os Cristãos são responsáveis detestemunhar por Cristo, quer tenham ou não o dom de evangelização.Vocês são responsáveis de sustentar o ministério de sua igreja(assumindo que esta seja uma igreja fiel às Escrituras), quer tenham ounão o dom de contribuição. Vocês são responsáveis de promover acomunhão Cristã, quer tenham ou não o dom de hospitalidade. Vocês

são responsáveis de exortar seus companheiros crentes, quer tenham ounão o dom de exortação, e assim por diante.

Seu dom pode ser seu ponto de partida, sua área primária de eficácia,mas jamais permita que ele o detraia de servir ou realizar suasresponsabilidades em outras áreas também.

Sumário

Para resumir este capítulo, então, os dons espirituais são dons dadospelo Deus Triuno, assegurados pelo conquistador Senhor Jesus para cada

um de Seu povo. Deus soberanamente e de forma variada equipou cadamembro para funcionar no seu lugar exclusivo no corpo. Esta função nãoé opcional, mas esperada e essencial para o corpo como um todo. Eembora nenhum dom seja universal, todos dentro do corpo devemcuidar dos outros de todo modo possível. Este é o caminho de Deus deministração para Sua igreja – não somente através de um pastor dotadoou de uns poucos na liderança, mas através de todos membros dotadospara servir uns aos outros. Está é a única forma na qual um corpo podefuncionar.

NT: em algumas versões.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 23 de Fevereiro de 2004

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Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 04 - As DIVISÕESou Como os Dons São Categorizados?

 

Vários esforços têm sido feitos para agrupar ou categorizar os donsmencionados na Escritura. Pedro parece distinguir entre dons de falar edons de servir em 1 Pedro 4:10-11, onde ele escreve: “servindo uns aosoutros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseirosda multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale como entregandooráculos de Deus; se alguém ministra, ministre segundo a força queDeus concede”. Alguns dons focam primariamente o “fazer” e outros o“falar”.

Para atender a vários propósitos de ensino, outros têm tentadocategorizar os dons sob vários títulos. Eles poderiam ser listados emsuas categorias como se segue.

1./Temporário/Permanente

2./De falar/De servir/Sinal

3./Sustentação/Serviço/Sinal

4./De Fundamento/Sustentação/Serviço/Sinal

Temporário

ApostoladoProfeciaConhecimentoSabedoriaDiscernimento deespíritosMilagresCuras

De falar

ApóstolosProfeciaEvangelizaçãoPastor-MestreEnsino

Sustentação

ApóstolosProfeciaEvangelizaçãoPastor-MestreEnsino

Fundamento

ApóstolosProfetas

 

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LínguasInterpretação delínguas

 

Permanente

EvangelistasPastor-MestreEnsinoLiderançaGovernoExortaçãoFéContribuiçãoSocorroMisericórdiaServiço

De servir

LiderançaGovernoFéContribuiçãoSocorroMisericórdiaMinistério (Serviço)

 

ServiçoLiderançaGovernoExortaçãoFéContribuiçãoSocorroMisericórdiaMinistério (Serviço)

 

Sustentação

EvangelizaçãoEnsinoPastor-Mestre

 

Sinal

Discernimento deespíritosMilagresCurasLínguasInterpretação delínguasSabedoriaConhecimento

Sinal

Conhecimento Sabedoria Discernimento deespíritosMilagresCurasLínguasInterpretação delínguas

Serviço

LiderançaGovernoExortaçãoFéContribuiçãoSocorroMisericórdiaMinistério (Serviço)

 

Sinal

SabedoriaConhecimento Discernimento deespíritosMilagresCurasLínguasInterpretação delínguas

Cada uma destas divisões tem o seu mérito, dependendo do alvo a seralcançado. A tripla divisão entre dons de sustentação, serviço e sinal éútil em sua distinção entre alguns dos dons permanentes. Alguns donscarregam consigo uma honra particular porque eles são especialmentevitais à igreja. São estes os dons de sustentação que se focam sobre aministração pública da Palavra. Nestes sentido eles sustentam a igreja.Os outros dons permanentes, embora essenciais, não carregam taldignidade. São diferenças que o apóstolo reconhece e serão

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desenvolvidas no capítulo 6. Este agrupamento também reconhece aespecial significância dos dons de sinais – dons, especialmente oapostólico, que serviram para autenticar os apóstolos e sua mensagem.Isto também será desenvolvido mais tarde na discussão sobre os donsmiraculosos.

A quádrupla divisão de dons de fundamento, sustentação, serviço esinalreconhece ainda mais a importante distinção entre os dons defundamento temporários e os outros dons de sustentação que sãopermanentes, sendo antes uma parte da fase superestruturada daigreja, do que de sua fase fundacional de edificação.

Para os propósitos deste estudo, a simplificada divisão dupla entre osdons temporários e permanentes será mantida. É especialmenteimportante para nós nestes dias reconhecer quais dons não estão maisem operação e quais deles estão. A segunda parte deste livro examinará

os dons permanentes; com respeito a eles, há pouco debate hoje. Aparte três investigará os dons temporários em algum detalhe.

Qualquer que seja o método de divisão empregado, é importantereconhecer as diferenças que existem entre certos dons. Há diferençasde função, diferenças de importância, e diferenças de propósito, asquais, quando reconhecidas, aumentam grandemente nossoentendimento dos próprios dons.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto

Cuiabá-MT, 22 de Fevereiro de 2004

Dons Espirituais

por

Fred G. ZaspelPublicado pela Word of Life Baptist Church

copyright © 1987, Fred G. Zaspel

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Capítulo 05 - O DESÍGNIOou Qual é o Propósito dos Dons

Espirituais?

 

Voltando novamente para 1 Coríntios 12, observe que o apóstoloinspirado também escreve sobre a questão do propósito. Precisamentepor que Deus nós dá estes dons? Qual é o propósito deles?

Certamente, o princípio fundamental em tudo o que fazemos é a glóriade Deus. Devemos exercitar nossos dons espirituais para glorificar aDeus corretamente. Pedro ensina isto em 1 Pedro 4:11 quando,escrevendo de nossos dons espirituais, diz que eles devem ser exercidos“ para que em tudo Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo ”.Paulo já tinha escrito isto aos Coríntios (1 Coríntios 10:31), mas aqui elese torna mais específico. Sim, os dons são para o propósito de glorificara Deus, mas há ainda outro, um propósito mais imediato. Este propósitoé a edificação do corpo de Cristo. Deus é glorificado quando usamosnossos dons para edificar a igreja.

Isto está implicado no verso 5 quando Paulo descreve os dons como“administrações” (serviços). No verso 7 ele diz que os dons são “dados acada um para o proveito dos demais”, ou “para o bem comum”. Estetermo (“para o proveito dos demais”) no grego é interessante. A palavraraiz é sumphero que literalmente significa “levantar juntamente”. Deusdeu os dons espirituais para que os membros do corpo de Cristo possampor eles levantar uns ao outros, juntos (Embora alguns possam agirassim, não há realmente nenhum dom de crítica! Os dons são paraedificação, não para demolição!) Efésios 4:11-12 ensina o mesmo; elesforam dados “ tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para aobra do ministério, para edificação do corpo de Cristo ”. Os donsespirituais são designados para edificar a igreja.

Você já desejou saber o porque de você estar na igreja? Aqui está umaresposta: para edificar o corpo. Você não está lá somente para receber,mas para dar também. Esta responsabilidade não pertence somente aopastor somente ou a alguns poucos líderes da igreja. Cada membro édotado, e cada membro é então responsável de edificar o corpo comeste dom. E para o corpo inteiro ser totalmente edificado, todos os donssão necessários. Este é uma parte da analogia de Paulo em 1 Coríntios

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12:14-31. O corpo está aleijado e ferido sem todos os membrosfuncionando como eles deveriam. Imagine um pé que não anda (1Coríntios 12:15)!

Novamente, este foi precisamente o problema em Corinto. Todos

estavam prontos para ser o número um. Os dons eram desejados paraedificação própria, ou até para a auto-exibição. Hoje o mesmo problemaexiste; muitos querem um dom particular porque supostamente ajudamna adoração ou por algo similar ao proveito pessoal derivado dele. Esteerro egoísta é a razão primária do capítulo 13, no qual Paulo ensina queo amor elimina este tipo de atitude. O amor “ não busca os seus própriosinteresses ”. O propósito da mão é ajudar ao corpo, e não a si mesma.Da mesma forma, o propósito dos dons espirituais é a edificação daigreja. Os dons são “serviços”; seu foco é os outros, não a si mesmo.

Nos versos 20-25 Paulo expande sobre isto um pouco mais. “ Agora,

porém, há muitos membros, mas um só corpo. E o olho não pode dizer àmão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Nãotenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem sermais fracos são necessários; e os membros do corpo que reputamosserem menos honrados, a esses revestimos com muito mais honra; e osque em nós não são decorosos têm muito mais decoro, ao passo que osdecorosos não têm necessidade disso. Mas Deus assim formou o corpo,dando muito mais honra ao que tinha falta dela, para que não hajadivisão no corpo, mas que os membros tenham igual cuidado uns dosoutros ”.

Este é o seu ponto: se é verdade que os dons são para o propósito deajudar aos outros, e se é da mesma forma verdade que todo os dons sãonecessários, então, é também verdade que todos os dons sãoimportantes – não há membros insignificantes ou desnecessários. Vocêpode ter a sensação de que, visto que você não tem o dom de ensino oude pregação, você não é importante. Sem dúvida, os dons de ensinocarregam uma honra peculiar com eles, mas todos os dons sãoimportantes, apesar de tudo. Imagine o fato de tantos Cristãosempenhados não o terem sido, se não com a ajuda daqueles queestavam na retaguarda, com os (aparentemente insignificantes) dons defé, contribuição, oração ou socorro! Estes são os meios estabelecidos por

Deus para estabelecer Sua igreja. Você pode não sentir que seu dom desocorro seja importante; se é assim, sua atitude mudará quando você seencontrar do outro lado, recebendo do mesmo dom! Olhar destamaneira dá “muita mais honra” a estes dons (verso 24), e promovemútuo cuidado e preocupação dentro do corpo (versos 25-26).

Os dons espirituais são designados para edificar. Onde eles não realizameste propósito, eles são abusados, e igreja sofre. E sendo designados

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para realizar isto, todos eles são importantes. São importantes porqueedificam.

Alguns dos dons têm ainda outro propósito. Eles serviram como sinais,marcas autenticadoras dos apóstolos e seu ministério. Isto será

examinado em detalhe mais tarde na discussão dons temporários(capítulo 13).

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 22 de Fevereiro de 2004

Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 06 - Os GRAUSou Alguns Dons São Mais Importantes?

 

 Tendo visto que todos os dons são necessários e essenciais porque todoseles são designados a edificar, voltemo-nos para uma questãorelacionada com esta, a qual afeta nossa atitude e vida na igreja. A

questão é esta: alguns dons são mais importantes do que outros?

Novamente a resposta é tanto simples como óbvia. Estendendo ametáfora do apóstolo da igreja como um corpo, embora todas partes docorpo sejam importantes, algumas são particularmente essenciais, taiscomo o coração, por exemplo, é mais importante do que uma mão. OsCoríntios reconheceram que alguns dons eram maiores: “Mas procuraicom zelo os maiores dons” (1 Coríntios 12:31; observe que, visto que os

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dons são dados soberanamente esta declaração pode ser melhorentendida não como um mandamento (imperativo) mas como umadeclaração de fato (modo indicativo) – uma mera observação do que osCoríntios estavam de fato fazendo). O problema deles, contudo, era queestimavam os dons na ordem errada! Os dons ostentosos eram

considerados melhores do que os dons de ensino, cujo problema Paulocorrige amplamente no capítulo 14.

A Evidência

A Primazia dos Apóstolos e Profetas

Quais dons, então, são maiores em importância? Paulo explicaclaramente diversos dons em 1 Coríntios 12:28. “E a uns pôs Deus naigreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiromestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros,

governos, variedades de línguas”. Como já observado (capítulo 2), o usodo apóstolo de “primeiramente...em segundo lugar....em terceiro”devem implicam ordem de importância, visto que nenhuma outra ordemfaria sentido neste versículo. Deveria ser óbvio o bastante que oapostolado é lista em primeiro lugar simplesmente porque foi a partirdos apóstolos que recebemos o ensino Cristão. Eles, junto com osprofetas, classificados em segundo lugar neste verso, são o fundamentoda igreja. Em Efésios 2:20, Paulo diz que a igreja á “edificados sobre ofundamento dos apóstolos e dos profetas”. Isto é visto também emMateus 16:18-19 onde Pedro, como representante dos apóstolos, é ditoser a pedra sobre a qual Cristo edifica Sua igreja e alguém com as

chaves do reino. O testemunho apostólico da Pessoa e obra de Cristo é ofundamento de nossa fé, Jesus Cristo, certamente, sendo a principalpedra de esquina. Por causa disto, o apostolado e a profecia são maioresem importância do que outros dons que se seguem na lista.

A Superioridade da Profecia e Ensino

Os Mestres, aqueles que apresentam claramente as verdades da féCristã que os apóstolos tinham dado, são da mesma forma maisimportantes do que outros dons que são mencionados no final da listade 1 Coríntios 12:28, como deveria novamente ser óbvio. Operar um

milagre, por exemplo, é maravilhoso, mas não satisfaz as necessidadesbásicas e ternas do homem como o ensino.

Paulo continua neste fio de pensamento em 1 Coríntios 14. A cargainteira do seu argumento neste capítulo é mostrar que o dom de línguas,não importa quão importante ele possa ser, é vastamente inferior aodom de profecia (verso 1) e ensino (verso 19); porque embora as línguaspossam demonstrar vividamente o poder sobrenatural do Espírito Santo,

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elas não são úteis na clarificação da verdade espiritual que sozinhaalcança e satisfaz a necessidade básica e maior do homem.

“Se, pois, toda a igreja se reunir num mesmo lugar, e todos falarem emlínguas, e entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão porventura que

estais loucos? Mas, se todos profetizarem, e algum incrédulo ou indoutoentrar, por todos é convencido, por todos é julgado; os segredos do seucoração se tornam manifestos; e assim, prostrando-se sobre o seu rosto,adorará a Deus, declarando que Deus está verdadeiramente entre vós”.(versos 23-25)

A Honra do Presbiterato

Da mesma foram em 1 Timóteo 5:17, Paulo ordena que os presbíteros,especialmente os presbíteros que ensinam, sejam estimados dignos de“duplicada honra”. Isto inquestionavelmente se refere ao sustento

financeiro dos presbíteros (de acordo com o verso 18), mas tambémdeve implicar a atitude de “honra” como normalmente a entendemos.Isto é claro a partir de suas palavras em 1 Coríntios 9:1-14 onde,efetivamente, ele declara a razão pela qual eles devem ser tãoaltamente estimados: “Se nós semeamos para vós as coisas espirituais,será muito que de vós colhamos as materiais?” (verso 11). A ministraçãodas coisas de Deus é mais digna do que todas as coisas materiais destavida. Novamente, seu ponto é claro: alguns dons carregam consigo umahonra que não é verdades dos outros.

Isto é mais adiante trazido à luz em passagens tais como 1

 Tessalonicenses 5:12-13 e Hebreus 13:7 que ordenam aos crentes ter ospresbíteros em alta estima e considerar-lhes com grande amor.

A Explanação

Assim, há uma gradação de dons; uma maior honra anexa a alguns doque a outros. A próxima questão, então, é esta: quais são os dons maishonrados, e por quê? O dons mais honráveis são aqueles que se focamsobre o ministério da Palavra de Deus, tais como mestres epastores/presbíteros, e assim como apóstolos e profetas. Novamente,isto não significa de modo algum que alguns dons não sejam

importantes; Paulo é cuidado em deixar isto claro em 1 Coríntios 12:15 eversos seguintes. Todos dons são essenciais, mas aqueles que se focamno ministério público da Palavra de Deus são especialmente importantesporque sem eles a igreja desmoronaria. Não haveria nenhuma estrutura,nem forma, nem sistema doutrinal apartes destes dons.

A Aplicação

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Pessoas Dotadas Temporariamente?

Mas, o que dizer sobre as pessoas dotadas? É possível um Cristão perderseu dom espiritual? Pode o mesmo ser revogado?

Até mesmo um passar de olhos superficial no Novo Testamento revelaque alguns dos dons miraculosos, tais como curas, começaram adesaparecer gradualmente antes da morte daqueles que tinham estesdons. Paulo, por exemplo, freqüentemente realizava curas, mas no finalde sua vida a capacidade parece ter sumido. Isto certamente não erapor causa de qualquer falta de fé da sua parte, nem alguém desejarácontender que seus dons foram revogados por causa de pecado. O domem si próprio era um dom temporário, e tendo servido para o seupropósito pretendido, foi retirado. (Novamente, isto é discutidoextensamente na terceira parte.)

Aparte dos dons miraculosos, contudo, parece que o ato de ser dotado épermanente. Talvez uma observação de uma triste experiência, porémmuito comum, explicará isto. Você já ouviu um pregador ou professor,que era obviamente dotado em um grande grau, cuja vida camuflavasua mensagem? Você alguma vez, então, se sentou e se maravilhou decomo no mundo ele poderia pregar ou ensinar tão bem, e o porque deDeus não revogar seu dom? É triste que este abuso de um dom graciososempre ocorra, mas guarde em mente a base deste dom: não hárequerimentos anexos. Não há condições para serem satisfeitas. Deussimplesmente deu dons para Seu povo soberanamente, como Ele quis, enós somos deixados para usá-los de acordo com Sua Palavra. O

problema é que alguns abusam deles e fazem dos mesmos umaproteção para suas vidas menos do que recomendáveis, e isto levaalguns à confusão. Mas, lembre-se, Deus não dá estes dons somentequanto certas condições forem satisfeitas ou se um certo padrão desantidade for alcançado. Ser dotado, como demonstrado anteriormente,não assegura a santidade. Os dons não são um padrão para mendir acondição espiritual de um homem. Até mesmo Judas Iscariotes eradotado! Os dons não são para uma elite espiritual, mas para todos dopovo de Deus, mesmo para aqueles que algumas vezes abusam deles.Se os dons estivessem associados com o enchimento do Espírito, então,o pecado poderia causar sua morte, mas eles não estão. Eles são dados

graciosamente e livremente como dons de Deus; são dons da graça, nãorecompensas de mérito, (Se este não fosse o caso, desejaríamossomente saber como foi permitido que tantos Cristãos continuassemcom seus dons, e por tanto tempo!) Sendo este o caso, os donsespirituais não podem ser usados como uma capa para ocomportamento carnal!

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Romanos 11:29 é interessante nesta relação: “Porque os dons e avocação de Deus são sem arrependimento”. Deus não é alguém que dáesperando receber algo de volta. Seus dons não são sujeitos àrevogação. Inquestionavelmente este verso está se referindo à nação deIsrael e às bênçãos do pacto, mas o princípio é o mesmo. Deus dá livre,

graciosa, permanente e incondicionalmente, da mesma forma como Elesalva. Não devemos, portanto, desprezar tal graça, mas usar nossosdons para Sua glória somente.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 23 de Fevereiro de 2004

Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 08 - Como Posso Descobrir MeuDom Espiritual?

 

A Bíblia claramente nos ensina que a todo cristão é dado um domespiritual, alguma habilidade para servir a igreja. Mas é justamente este

ensino que leva muitos a um dilema: Qual é o meu dom espiritual? Ébom considerar uma questão mui prática com esta. Mas algumas vezesparece que a resposta dada somente complica e confunde ainda mais oassunto.

Alguém dirá para observar as listas na Escritura para descobrir o seudom. O problema com esta resposta é que as listas não são

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necessariamente exaustivas; elas não são completas, exceto nascategorias gerais.

Alguém dirá para orar por um dom, mas isto não pode ser certo, porqueos dons são dados soberanamente, “como Ele quer” (1 Coríntios 12:18;

veja também o verso 11).O Processo

Se você está desejoso de saber qual é o seu dom espiritual, os trêspassos seguintes podem ser úteis. Os dois primeiros são muito práticose parecem sensatos; o terceiro é a expressa resposta da Escritura eassim, será examinado de uma maneira mais completa.

Examine Seus DESEJOS

Em primeiro lugar, examine os seus desejos. Simplesmente se pergunte:“O que eu quero?” Se Deus te dotou de um certo modo, é razoávelassumir que Ele lhe dará também com este dom o desejo de exercitá-lo.Por exemplo, eu lutei durante um tempo com a decisão de pregar, masnão porque eu não desejasse pregar. Totalmente o contrário. Eu queiraexercitar este dom, de outra forma não teria existido nenhuma luta! Masporque eu me sentia incapaz e despreparado de um lado, e por outrorelutante a enfrentar seus problemas acompanhantes, tive uma luta.Mas Deus deu o desejo tanto como o dom. Você deve descobrir omesmo.

Agora, tome cuidado! Você deve examinar os seus motivos também –eles podem ser enganosos. Seu “chamado para o serviço” pode narealidade ser meramente um desejo de se sobressair ou de ser notado.Esta foi uma parte do problema dos Coríntios – eles queriam os dons queos fizessem notáveis e proeminentes. Tiago alude a este mesmoproblema em Tiago 3:1, onde ele ordena aos seus leitores para que nemtodos tentassem ser mestres. Muitos, parece, queriam ensinar ou liderarpor causa da honra associada como tal atividade. Mas o desejo por  proeminência não é um desejo apropriado; o desejo para servir outrosda melhor forma possível, é.

Examine a EVIDÊNCIA

A seguir, examine a evidência. Não seja ingênuo como o homem queestava certo de que ele tinha o dom de ensino, mas estava estarrecidoporque ninguém parecia ter o dom de escutar! Agora, certos donsdevem ser desenvolvidos, afiados; mas se a evidência diz que não há odom, então encontre outra área de serviço. Se você tem sido bem-sucedido em encorajar, confortar, ou até mesmo pacientemente

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admoestar o povo no Senhor, seu dom pode ser o de exortação. E assimpor diante – simplesmente examine a evidência à luz dos seus desejos.

Examine as OPORTUNIDADES

Finalmente, examine as oportunidades que Deus lhe dá. Esta é a ênfasedo Novo Testamento neste respeito. Simplesmente pergunte o que estádisponível. Olhe para ver o que é necessário. Se esforce para descobrircomo você pode servir e melhor beneficiar o corpo. Simplesmente olhepara a necessidade que você é capaz de preencher.

Uma Observação

Estas linhas de direção que abamos de mencionar parecem estar emconformidade com os princípios Bíblicos relatados. Mas é esclarecedornesta conjuntura observar que o apóstolo Paulo, em toda sua discussão

sobre os dons espirituais, em parte alguma dá alguma instrução sobrecomo reconhecer o seu dom. Ele tratou extensivamente sobre os donspara que você saiba que possui um dom e que você deve usá-lo para obem do corpo, mas ele nem faz nem responde a questão de comodescobrir seu dom específico. Isto é fascinante em comparação comtoda a preocupação sobre a questão hoje. O contraste é impressionante!Evidentemente, para os escritores do Novo Testamento, oreconhecimento do seu dom espiritual é relativamente sem importância!Eu disse evidentemente – é evidente em virtude do fato de que aquestão jamais é discutida.

Uma Explicação

Há uma razão para isto. Pode ser que a própria pergunta da questãopode levar a uma resposta errada. Deixe-me explicar. O foco dos donsespirituais é o serviço, serviço para a edificação dos outros. Visto queeste é o caso, ele estaria em uma conformidade muito maior com ainstrução do apóstolo; não com a pergunta “Qual é a minhaespecialidade espiritual?”, mas, antes, com a simples pergunta: “Comoeu posso servir melhor?” Dentro dos tipos de oportunidades que Deustem colocado diante de você, onde você pode ser mais eficaz? Quais sãoas necessidades com as quais você se defronta? E de que maneira você

está mais capaz para satisfazer aquelas necessidades?

Responder a estas questões é descobrir seu dom espiritual, e é tambémum controle para os seus motivos.

 Temos caído no erro, hoje, de encontrar respostas agradáveis,arranjadas para questões que os escritores do Novo Testamento nemfizerem nem responderam. A carga do ensino deles neste respeito era,

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1) Você tem um dom espiritual,

2) Você necessita servir e edificar o corpo de Cristo com esse dom.

Quaisquer e todas as outras considerações são, na melhor das

hipóteses, secundárias; e, na pior das hipóteses, embaraçadoras – emcujo caso a ausência delas é mais do que útil.

Aplicação

Você deseja saber qual é o seu dom? Você tem feito esta perguntafrustrado com algumas das respostas que lhe foram dadas? Então, éhora de começar a procurar por um lugar de serviço – ensinando,contribuindo, socorrendo ou qualquer outra coisa. Tendo encontrado umlugar de serviço no qual você seja capaz de satisfazer eficazmente asnecessidades, você terá descoberto o seu dom. O dom se tornará

evidente pelo próprio uso que você fizer dele.

A ênfase da Escritura é a função do corpo, a mútua ajuda e a edificação.Nossa ênfase deve ser a mesma.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 25 de Fevereiro de 2004

Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 09 - A DEMONSTRAÇÃOou Como os Dons Funcionam?

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Na última parte de 1 Coríntios 12 (versos 12-31), Paulo mostravividamente como uma igreja deve funcionar como um corpo multi-

dotado. A igreja não é uma organização, primariamente, mas umorganismo, um corpo. A igreja deve funcionar como um corpo – comtodos os membros cooperando e ministrando aos outros. A obra doministério não é a de um espectador de esportes com somente unspoucos membros jogando. Cada membro funciona para o benefíciomútuo de todos.

Em Efésios 4:11-12 o apóstolo ensina que os dons dos apóstolos,profetas e pastores-mestre são dados para equipar “ os santos , para aobra do ministério, para edificação do corpo de Cristo ” (itálicoadicionado). É a igreja em sua inteireza que é capacidade por homens

dotados para cumprir o ministério e edificar o corpo. É uma função docorpo, não somente uma função de uns poucos membros do corpo.

Unidade

Retornando novamente para 1 Coríntios 12, Paulo primeiro estabeleceseu ponto de unidade no corpo. “ Porque, assim como o corpo é um, etem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um sócorpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em umEspírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos,quer livres, e todos temos bebido de um Espírito ” (versos 12-13). O

ponto é simples: enquanto há diferenças em muitos aspectos, todos sãomembros do mesmo corpo – muitos membros, um corpo. Isto é unidade. Todos nós fossos trazidos a este corpo por Cristo quando Ele nos batizouem Seu Espírito. Como resultado, todos bebemos do mesmo Espírito. Todos nós desfrutamos juntamente uma unidade de uns para com osoutros.

Diversidade

Seu segundo princípio é a diversidade. Isto é desenvolvido nos versos14-20 com a metáfora gráfica e algumas vezes humorada do corpo

humano. O verso 14 começa a discussão dizendo, em efeito, que nemtodos fazemos a mesma coisa. Um corpo não é feito de um membro,mas de muitos; todos com funções diferentes. É um corpo com umadiversidade de membros, cada um com sua própria função. Suasilustrações disto nos versos 15-19 deixam o ponto claro como cristal.Imagine o seu pé como inveja de sua mão! Imagine o seu ouvidotentando agir como um olho! Certamente quando chegamos ao verso 18estamos prontos para concordar que Deus sabiamente colocou os

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membros no corpo como Lhe agradou – e como isto nos agrada! Estoutotalmente satisfeito de que meu pé seja no final da minha perna!Assim, Paulo pergunta: “ E, se todos fossem um só membro, ondeestaria o corpo? ” Obviamente, não haveria um corpo! Este éexatamente o seu ponto. A igreja é uma unidade diversificada. Como um

corpo humano, ela tem vários membros, cada um deles cumprindo a suaprópria responsabilidade para com o corpo inteiro. Ele dotou cadamembro diferentemente para que o corpo possa funcionar bem. É umadiversidade dentro de uma unidade.

Harmonia

O resultado de tudo isto é harmonia. Num corpo unificado e funcionandode forma diversa pelo mesmo Espírito, haverá harmonia. Este é o pontode Paulo nos versos 21-26.

Mútua Função

Em primeiro lugar esta unidade diversa produz uma mútua função. “ E oolho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda acabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós ” (verso 21). Um corponão pode andar bem sem um pé. Os dois devem trabalhar juntos. Ouvocê já tentou amarrar seu sapato sem uma mão? Você já viu uma igrejana qual o ministério é esperado ser executado somente pelo pasto?Deve haver uma mútua função no corpo. Todos os vários membrostrabalhando juntamente para a edificação do corpo. Isto é harmonia.

Importância Mútua

É também encontrada nisto uma importância mútua. “ Antes, osmembros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários ”(verso 22; veja os versos 21-24). De que proveito seria sua perna sem oseu pé? Limitada na melhor das hipóteses, certo? Isto é o que aconteceà igreja quando um membro se recusa a cumprir sua parte do ministério.A igreja será limitada; uma parte de seu corpo não estará funcionando.O exercício de seu dom é imperativo. Falhar em exercê-lo é um crimecontra os seus irmãos.

Além do mais, um entendimento disto elimina o orgulho por um lado e ainveja por outro. Ele nos força a reconhecer que qualquer capacidadeque tenhamos é somente dada a nós – não importa quão insignificantepossa parecer o seu dom, ele é importante para o funcionamento docorpo – isto elimina a inveja. Com isto há harmonia; sem isto, há “divisão no corpo ” (verso 25).

Mútua Afeição

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Em terceiro lugar, uma demonstração apropriada dos dons espirituais,esta unidade diversa, produz mútua afeição. Você deixará o seu dedomindinho preso na porta? Você apertará a ponta do dedo do pé? Isto feresomente aqueles pequenos membros, ou fere o corpo inteiro? Quase dóipensar sobre isto – o corpo inteiro se fere! “ De maneira que, se um

membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membroé honrado, todos os membros se regozijam com ele ”. Isto é mútuaafeição. Paulo dá o propósito deste funcionamento diverso do corpo noverso 25: “ Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham osmembros igual cuidado uns dos outros ”. Quando a igreja começa afuncionar como um corpo, todos trabalhando para a edificação de cadaum dos outros, há uma paz harmoniosa e um cuidado e respeito mútuode uns para com os outros, nunca experimentada antes.

Dependência Mútua

Por último, há dependência mútua. Imagine uma mão tentando agir parasi mesma. Imagine um pé tentando agir independentemente da mão – játentou ligar uma luz com o seu pé? Assim como a função do corpoproduz harmonia, assim a independência produz divisão. Em todoproblema da igreja, alguém está pensando que pode agir por si só e quenão necessita do resto do corpo. Se devemos aprender a confiar uns nosoutros, a depender uns dos outros, não devemos somente funcionarmelhor, mas devemos também nos entender melhor.

Assim como minha mão depende do meu pé para chegar ao interruptorde luz, assim cada membro da igreja necessita dos outros para a benção

e edificação espiritual. Reconhecendo ou não isto, você depende dosoutros para a edificação. Um corpo unificado funcionando de formadiversa produz este tipo de harmonia.

O convite hoje, o espírito Americano, é um áspero individualismo eindependência. Pode ser uma boa política, mas é um suicídio espiritualpara um Cristão pensar que ele pode progredir aparte do corpo daigreja.

Aplicação

Como você funciona no corpo de Cristo? Como? Você serve aos outros? Evocê aprecia isto quando os outros tentam te servir? Já descobriu quenecessita de outros Cristãos? Já descobriu que eles necessitam de você?Qual é a sua contribuição para a edificação do corpo?

Esta é uma demonstração apropriada dos dons espirituais. Possa Deusconceder mais dela para a edificação de Sua igreja!

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 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 10 de Março de 2004

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Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 10 - Dons Espirituais e o AMOR

 

O amor da Escritura não é meramente emoção, mas uma atividade davontade: ele tenciona o bem da pessoa amada, não esperando nada emretorno (por conseguinte, a tradução, "caridade"). Devemos estarsempre atentos, portanto, para que a função do corpo não dependa dosdons espirituais, mas do amor. E embora os dons espirituais sejamimportantes, não são tão importantes como o amor.

Esta é a mensagem de 1 Coríntios 13. Os versos 1-3 mencionam os donssem amor. Os versos 4-7 falam do amor aparte dos dons, o que, casotenha que escolher, é muito melhor. Veja: se realmente amo o povo aquem Deus me deu para pastorear, lhes ensinarei, exortarei, socorrerei,encorajarei, e assim por diante. A ênfase do dom é o serviço, e este éresultante do amor. Por outro lado, a pessoa mais dotada no mundo (ocaráter imaginário dos versos 1-3) sem amor, não realiza nada (verso 1);não é nada (verso 2) e não ganha nada (verso 3). Mas o amor, commuitos dons ou não, satisfará toda e qualquer necessidade do corpo. Oamor é o cumprimento da lei.

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Este foi o problema básico em Corinto - não uma falta de dons, porqueeles tinham todos (1 Coríntios 1:7). O problema deles era uma falta deamor. O amor teria dissolvido ou até mesmo evitado completamentecada um dos seus problemas, inclusive o seu abuso dos dons espirituais!

Observe bem: o amor não somente prevenirá o mau uso e abuso dosdons, mas também assegurará a realização de seu propósito pretendido- servir os outros.

Muito melhor, então, não é meramente buscar um dom espiritual mas,antes, buscar exercitar um dom em amor - procurar socorrer e edificar.Somente isto cumprirá o propósito pretendido dos dons e satisfará todanecessidade do corpo.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto

Cuiabá-MT, 23 de Fevereiro de 2004

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por

Fred G. ZaspelPublicado pela Word of Life Baptist Church

copyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 11 - CINCO DONS DESPERCEBIDOSImportantes mas Freqüentemente

Ignorados

 

 Temos visto que há vários tipos de dons permanentes. Há dons desustentação – pastor-mestre e ensino. Há outros dons de falar que sãopermanentes, tais como exortação, e há dons de serviço. Mas num

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sentido, todos os dons permanentes são dons de serviço. O propósitodeles é servir. Os dons são descritos como “serviços” [ou “ministério']em 1 Coríntios 12:5. Eles são para a “obra do serviço” [ou “obra doministério”] de acordo com Efésios 4:12. Embora haja um dom específicode serviço (“ministério”, Romanos 12:7), o proposto de todos estes dons

permanentes é ministrar (isto é, servir) à igreja.É significante que Paulo começa Romanos 12 demandando completaconsagração de cada um de nós que experimentamos “as misericórdiasde Deus” (verso 1). Devemos sacrificar a nós mesmos para a obra doSenhor (verso 1). Obviamente, este sacrifício de nós mesmos no serviçonão tem muito valor se estivermos mortos, de forma que ele nos chamapara um “sacrifício vivo”. E se Ele não tiver os nossos corpos,certamente não nos tem de forma alguma, assim, Paulo nos diz quedevemos apresentar os nossos “corpos como um sacrifício vivo”. Deusdemanda de cada um de nós o gastar-nos para Deus. Colocar a nós

mesmos sobre o altar de sacrifício, como se estivéssemos entregando aEle tudo o que somos e temos, colocando-nos totalmente no serviçopara Ele. Isto é o que diz os versos 1 e 2.

Mas, como? De que forma devemos servi-Lo? O verso 3 responde estaquestão pois ele começa a discussão do exercício de nossos donsespirituais. Deus diz, em efeito, “Eu quero que você se gaste para Mim –servindo os outros”. Veja, se você não está servindo os outros (que é opropósito de ter recebido dons), você não está cumprindo osmandamentos de Romanos 12:1-2. Você não está se consagrandototalmente, um sacrifício vivo, a menos e até que você esteja servindo.

Como o espírito de independência e de “horário cheio” de hoje, é difícilaté mesmo pensar muito sobre os outros, sem falar em tomar tempopara servi-los. Todavia, a consagração demanda que sirvamos aosoutros, que exercitemos os nossos dons à medida que Deus dáoportunidade.

Voltando para os próprios dons permanentes, encontramos pelo menoscinco dons que, embora vitais, são freqüentemente ignorados oudespercebidos.

Ministério

Romanos 12:7 menciona o dom de ministério (veja também 1 Coríntios12:28 e Efésios 4:12). Como já observado, a palavra no Novo Testamentotraduzida por “ministério” não significa ensino ou pastoreado como seupastor “ministra” a Palavra todo Domingo. Não é “ministério” no sentidoprofissional moderno do termo. A palavra significa simplesmente

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“serviço”. É uma forma de nossa palavra “diácono”, que significa“servo”. Este dom é uma capacidade dada por Deus para servir aosoutros. Soa excitante? Estas pessoas são heróis não louvados da igreja!São as pessoas que estão desejosas de trabalhar nos bastidoresnaquelas tarefas necessárias, mas não glamourosas. Seja servindo

indivíduos em suas necessidades ou tarefas, ou servindo a igrejacorporativamente em suas necessidades ou tarefas, o dom é o mesmo eigualmente necessário. Aparte destes serventes, a igreja seriadebilitada. Para o ministério de uma igreja ser vibrante, deve haveraqueles que estão desejosos e ansiosos de tomar conta dasnecessidades dos outros.

Socorro

O dom de socorro é muito similar. A palavra raiz no Grego significa“tomar no lugar de”, isto é, tomar o trabalho de outro para si mesmo.

Isto é amor em ação. A igreja primitiva foi marcada por muito disto, equanto mais o experimentarmos, mais seremos abençoados como elesforam.

Usdo de Misericórdia

Da mesma forma, o dom de misericórdia foca-se nas necessidades dosoutros, talvez com uma dimensão adicionada de especial respeito,cuidado e simpatia no cumprimento daquelas necessidades. Um suporteemocional pode também ser uma parte dele. Pessoas dessas nuncapoderão ser demais.

Contribuição

Este dom de contribuição não é a capacidade de colocar dinheiro naigreja oferecendo prataria (embora isto possa ser muito bem uma partedele!). Este dom é a capacidade de prover as necessidades financeiras emateriais da igreja e do seu povo. Difere do dom de serviço e de socorrono que diz respeito ao seu foco, que é mais dar do que socorrer. Os donsde serviço e socorro tratam mais com o dar a si mesmo, ou o servir; odom de contribuição trata com o dar coisas materiais, ou financeiras. Ésignificante que Romanos 12:8 ordena que este dom seja exercido numa

certa atitude. A contribuição deve ser feita “com simplicidade”, ougenerosidade, liberalidade, com singeleza de propósito – prover umanecessidade, sem interesses, com alegria, e sem pesar. É sustentar umapessoa individualmente ou a igreja corporativamente como umministério especial. Esta pessoa não dá esperando ser louvada por isso.Ela não espera nada em retorno. Dá pelo puro prazer de ministrar dessaforma.

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Novamente, parece estranho encontrar a fé mencionada como um domespiritual especial. Assim como de todos os Cristãos é requeridosocorrer, servir, mostrar misericórdia e contribuir, assim também todos

Cristãos são responsáveis por ter fé – para a salvação e para tudo davida. Este dom de fé, contudo, é uma capacidade especial de crer emDeus de forma incomum. É o dom de pessoas como George Muller.Alguns chamam-no de dom de oração ou dom de visão. A todos nós édada uma “medida de fé” (Romanos 12:3); esta pessoa tem uma grandemedida. Ele é capaz de crer que Deus suprirá necessidades específicascomo um ministério para os outros. Sua fé é acompanhada de resultadosalém de ordinários. Isto é como todo grande empreendimento Cristãotem sucesso – pessoas atrás dele com uma grande fé.

Este dom é um ministério especial exercido para os outros. Se você tem

esta fé, gaste mais tempo sobre os seus joelhos!

Sumário & Conclusão

Estes cinco dons (serviço, socorro, uso de misericórdia, contribuição efé) são dons que tanto pertencem a alguns como também sãoresponsabilidades comuns a todos Cristãos. Somos responsáveis decontribuir e mostrar misericórdia para com os irmãos em necessidade;de servir e socorrer aqueles que disso necessitam; e de crer em Deus narealização de tudo isso. Tiago 2:14 e versos seguintes deixam isto claro,assim como o fazem muitas outras passagens da Escritura,

especialmente a primeira epístola de João. Uma marca certa de umCristão é o seu respeito e cuidado para com os outros. Os donsenvolvem um contribuir, servir, socorrer e um uso de misericórdia queestá acima e além do esperado. Como o bom Samaritano na parábola denosso Senhor que sujou suas mãos com as necessidades de outrohomem e gastou o seu próprio dinheiro para adquirir o bem-estar paraoutrem; a pessoa com estes dons é capaz de alegremente ir além doesperado.

Estes dons parecerão brandos para alguns, e não tão excitantes. Masquando você se encontrar do lado que é beneficiado por quaisquer

destes dons, sua perspectiva mudará! Estes dons são vitais! Aquelesque os possuem, exercitam-nos para o nosso benefício, e aqueles quefalham em exercê-los, o fazem para o nosso prejuízo.

Pode algum destes dons ser seu? Você já o desempacotou?

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 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 11 de Março de 2004

Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 12 - SERVINDO & LIDERANDO 

Os Dons de Liderança

Este capítulo examinará os dons do Espírito mais proeminentes enotáveis que Deus dá à Sua igreja hoje. Em contraste àqueles queestudamos no capítulo anterior, estes dons servem numa capacidade deliderança e, geralmente, tem mais a ver com o ministério público daPalavra.

Evangelistas

O termo “evangelista” significa muitas coisas para muitas pessoas.Quando você menciona a palavra alguém imediatamente pensa em BillyGraham e um estádio de futebol abarrotado. Outros pensam emtabernáculos ao ar livre, bancos duros e corredores de serragem. Aindamuitos pensam em músicas inspiradas, tristes estórias, todas seguidaspor vinte e cinco estrofes de “Assim como sou”.

Na igreja primitiva, os evangelistas eram considerados como ossucessores dos apóstolos. Eles não pensavam que os evangelistas eramiguais aos apóstolos, mas meramente que eles continuaram o ministériodos apóstolos.

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O termo no grego está relacionado com a palavra “evangelho”. Oeuangelion é o “evangelho”, ou as “boas novas”. Euangelizo (a formaverbal) significa anunciar o evangelho, “evangelizar”. O euangelistes é“alguém que evangelista”, ou o “evangelista”.

O termo “evangelista” ocorre somente três vezes no Novo Testamento,nenhuma das quais realmente define o que um evangelista é. Atos 21:8simplesmente nos informa que Filipe foi um evangelista; Efésios 4:11ensina que evangelistas são dons para a igreja; e 2 Timóteo 4:5 ordenaa Timóteo fazer a obra de um evangelista.

Colocando juntas as informações disponíveis nestes versos, podemoschegar a um entendimento do termo. O termo em si, sabemos, significaanunciar as boas novas, evangelizar. Efésios 4:11-12 ensina que oevangelista é para o propósito de equipar os santos para a obra doministério para a edificação do corpo de Cristo. E com o ministério de

Filipe registrado em Atos 8, temos um exemplo do que um evangelista ée faz. Um evangelista é, então, alguém que é especialmente eficaz naapresentação da mensagem do evangelho aos perdidos e na instruçãodos crentes na fé. Seu ministério é itinerante, ministrando aos crentes edescrentes da mesma forma, em várias localizações.Ele não é alguémque anuncia uma nova verdade – isto é, um profeta. Mas ele é alguémque anuncia a verdade. Parece que o evangelista do Novo Testamento émuito parecido com o nosso missionário de hoje em dia. Ele traz as boasnovas a uma comunidade não evangelizada, a discípulos, estabeleceuma igreja, e parte. Nossos evangelistas de hoje em dia, como os temosconhecido desde os dias de Wesley e Whitefield com os seus ministérios

itinerantes, cujos ministérios são extremamente valiosos para nossaigreja, usam apropriadamente o título “evangelista”, mas o evangelistado Novo Testamento, como parece a partir do exemplo de Filipe, tinhauma obra muito mais ampla.

Pastores-Mestre

Sua Identidade

O dom de pastor-mestre é mencionado somente em Efésios 4:11, juntocom apóstolos, profetas e evangelistas. Embora o termo “pastor” seja o

mais comumente usado hoje, é somente usado (em sua formasubstantiva, poimen ) aqui, e isto somente enquanto associado com oensino. Este é o único dom com as responsabilidades de ensino eliderança combinadas. O verbo poimaino , “apascentar”, ou “pastorear”,é usado em Atos 20:28 (“rebanho”) em conexão com os termos“presbíteros” (verso 17) e “bispos” (verso 28). O mesmo é encontradoem 1 Pedro 5:1-5. Todos os três termos se referem ao mesmo ofício – umpastor é um bispo, é um presbítero. De acordo com 1 Timóteo 5:17,

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alguns presbíteros têm a responsabilidade específica de ensino(“principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina”). Estepresbítero-doutrinador é o pastor-mestre. De acordo com 1 Timóteo 3:2todos presbíteros devem ensinar. De acordo com 1 Timóteo 5:17 todosos presbíteros devem governar, mas alguns governam especialmente

pelo ensino.Seu Número

Como uma rápida consulta através de qualquer concordância revelará, anorma da igreja do Novo Testamento é a pluralidade de presbíteros, oupastores (Atos 11:30; 14:23; 15:2-23; 16:4; 20:17; Filipenses 1:1; 1 Tessalonicenses 5:12-13, “vos”; 1 Timóteo 5:17; Tito 1:5; Hebreus 13:7,17, 24; 1 Pedro 5:1). Não há número específico determinado;provavelmente com variações consideráveis de acordo com asdiferentes necessidades das igrejas – Deus deu os dons “como Ele quis”

(1 Coríntios 12:18), mas a norma é a pluralidade de homens piedosos naliderança de uma igreja. As responsabilidades são muito grandes parasomente um homem.

Suas Qualificações

Um homem não é automaticamente um pastor pela virtude dos donssomente – há também certas qualificações que devem ser preenchidas.Estas qualificações estão listadas em 1 Timóteo 3 e Tito 1. Nestas listasde qualificações há pouca ênfase na possuir dons, mas muita ênfase nocaráter (alguns dons são aludidos, contudo, tais como ensino, governo,

pregação, liderança, exortação, etc.). Uma posição de tal liderançacarrega com ela uma grande responsabilidade. Ele deve ser um homemcuja fé possa ser imitada (Hebreus 13:7).

Suas Reponsabilidades

As responsabilidades do pastor-mestre permanecem geralmente debaixode dois títulos: liderança e apascentamento. Temos tais como“fiscalizar”, “governar”, “apascentar” e “ensinar” são usadosrepetidamente com referência a pastores ou presbíteros. Estas são assuas concentrações. O ofício de pastor não é dado para abraçar todos os

outros dons que são necessários para o ministério do corpo. Este homemdotado é para “aperfeiçoar os santos para a obra do ministério”. Istosimplesmente significa que seu trabalho é treinar todos e cada um paraministrar. Quão diferente é a descrição do seu trabalho hoje!

Sua Honra

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Acima de todos os outros dons permanentes, este carrega uma honraespecial. Hebreus 13:7, 17 e 24, e 1 Tessalonicenses 5:12-13 são duaspassagens que deixam isto claro. De significado particular é 1 Timóteo5:17, onde os presbíteros que ensinam (os pastores-mestre) são“especialmente dignos de duplicada honra”, mesmo em comparação

com os outros presbíteros! Aqueles que servem a igreja liderando eensinando são particularmente dignos de amor e estima. Nossa atitudedeve ser reflexo disto.

Mestres

O dom de ensino aparece mais freqüentemente nos catálogos de donsespirituais do que quaisquer outros, com exceção somente da profecia,Um mestre, como o nome sugere, é alguém com a capacidade deexplicar claramente as coisas de Deus. Ele não é um profeta,anunciando uma nova verdade, mas alguém que é capaz de expor a

verdade já revelada. Este dom, como poucos outros, requer trabalhopreliminar para o seu exercício. Alguém que deseja ensinar deve treinare preparar para ensinar efetivamente. É provavelmente seguro assumirque alguém com o dom de ensino, deve também ter recebido um desejode estudar e aprender. Um mestre deve especialmente “despertar” oseu dom (1 Timóteo 1:6) para aumentar a sua eficácia. E novamente, odom de ensino carrega consigo uma honra especial. A disseminação dascoisas de Deus é especialmente importante e útil (1 Coríntios 9:11).Onde quaisquer de nós estariam hoje, se mestres dotados não tivessemnos instruídos na nossa santíssima fé?

Exortação

Exortação é outro dom definido somente por seu nome. A palavra grega parakaleo inclui três idéias: 1) encorajamento (consolação, conforto), 2)desafio, e 3) repreensão (admoestação). Talvez nossa palavra“conselheiro” comunique melhor todas as idéias. Aquele que exorta selevanta onde o mestre se senta. Alguém disse que se o mestre coloca averdade para fora, o que exorta a coloca para dentro. O que exorta éalguém que tem a capacidade de pegar princípios amplos da Escritura eaplicá-los a uma situação específica; sobre o fundamento do qual ele dáo seu conselho. Ele é capaz de dizer, “Porque a Escritura ensina isto,

você deve...”

Pela natureza deste dom, o que exorta tem o risco de ser impopular paracom muitos. Muitos simplesmente não querem ouvir alguém lhes dizer oque fazer! O encorajamento é dom, o desafio ok, mas repreensão? Masainda assim, este dom é essencial para igreja. A exortação mútua é umaresponsabilidade de todos Cristãos, não somente daqueles assimdotados. Mas se todos são responsáveis por isso, esta pessoa é

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particularmente bem-sucedida nisso. O seu conselho não deve sertomado negligentemente.

Presidência & Governo

Aparte da liderança, qualquer organização entrará em colapso. Estesdons são para preencher esta necessidade. “Presidência” (Romanos12:8), freqüentemente chamada de “administração”, não é a capacidadede misturar papéis todos os dias. O termo significa presidir, ou liderar. Éusado em 1 Timóteo 3:4-5 dos presbíteros (bispos) que presidem suacasa e igreja. O dom de “governos” (1 Coríntios 12:28) enfatiza aautoridade na liderança. Este dom deve ser um requerimento de umpresbítero (1 Timóteo 3:4-5) e deve estar incluso na responsabilidade depresidir e liderar os assuntos da igreja tais como disciplina. O espírito deindependência de nossa sociedade instintivamente rebela-se sob a idéiade alguém em autoridade sobre tais assuntos pessoais, mas este é o

meio de Deus liderar a Sua igreja. Alguns serviços devem estar emforma de autoridade e liderança.

Conclusão

Servindo e Liderando

Estes seis dons são para servir – aqueles que têm estes dons nuncadevem esquecer disto! A atitude de um mestre ou de um líder deve sera de um servo, ou ele está abusando do seu dom para a sua própriaruína e da igreja

Servindo e Seguindo

Estes seis dons são para liderar – aqueles que não têm estes dons nuncadevem esquecer disto! Se é necessário para o que preside servir, éigualmente necessário para aqueles que são presididos, seguir de formasubmissa no serviço deles..

Para estar de acordo com o plano do Novo Testamento, nossas atitudesdevem ser tanto corretas como estimadas.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 12 de Março de 2004

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Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

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Capítulo 13 - O que Aconteceu com osDons Miraculosos?

ouAlguns Dons Espirituais Realmente

Desapareceram?

 

Na discussão dos dons espirituais poucas (se alguma) consideraçõesmais amplas do que esta foram tecidas sobre os dons miraculosas. Elesainda existem? Deus ainda dá o dom de realização de milagres à igreja?

Os Carismáticos e outros advogados do presente exercício dos donsmiraculosos asseguram os seus seguidores que eles têm todo o direitode esperar qualquer bênção desfrutada pela igreja primitiva e que nãohá nenhum verso na Bíblia que possa ser citado para ensinar o contrário.Além do mais, eles asseveram, se Jesus Cristo é o sempre o mesmo(Hebreus 13:8), então, naturalmente se segue que Suas bênçãos para oscrentes desta era da Igreja devem ser certamente as mesmas daquelesno princípio.

Embora estes argumentos possam parecer plausíveis para alguns, aquestão, certamente, é se eles estão ou não de acordo com a Escritura.

Os apóstolos inspirados demandam que “examinemos todas as coisas”(1 Tessalonicenses 5:21) e que “provemos os espíritos” (1 João 4:1). Esteartigo é uma tentativa de fazer justamente isto.

Incidentemente, o fato de que Jesus Cristo permanece o mesmo nãopode de forma alguma implicar que Ele deva sempre dar os mesmosdons à Sua igreja, mais do que possa implicar que Ele deva requerer ossacrifícios do Antigo Pacto dos crentes do Novo Testamento. Ele mesmo

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permanece imutável; Seus tratamentos com os Seus podem, contudo,diferir de tempo para tempo. Além do mais, como será mostrado abaixo,Deus nem sempre deu os mesmos dons ao Seu povo. Através de toda aHistória Bíblica, pouquíssimos desfrutaram dos dons miraculosos,embora Jesus Cristo permanecesse o mesmo.

Há, portanto, alguma justificação para dizer que alguns (ou algum) donsespirituais foram dados somente temporariamente? Éescrituristicamente correto rejeitar o exercício de alguns dons hoje?

Estas questões críticas devem receber respostas claras, e a resposta daEscritura é um ressoante “SIM”. Deverá ser claramente entendido queDeus nunca pretendeu que alguns dons fossem operantes em Sua igrejapermanentemente, durante toda a era da igreja; Ele deu alguns paraserem desfrutados somente pela igreja do primeiro século. O Novo Testamento deixa isto muito claro.

Nossa tarefa aqui será examinar várias linhas de raciocínio que aEscritura dá para mostrar que alguns dons foram, realmente, somentetemporários.

As Qualificações do Apostolado

A primeira e talvez mais óbvia evidência dos dons temporários éencontrada nas qualificações para o dom de apostolado. Quando os onzediscípulos procuraram um substituto para Judas Iscariotes, asestipulações foram claras:

“ É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo otempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, Começandodesde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido emcima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição ” (Atos1:21-22).

Note dois requerimentos: 1) convívio com Cristo durante Seu ministérioterreno até Sua ascensão, e 2) testemunho do Senhor ressurreto. Estasforam as qualificações que tiveram que ser preenchidas pelos novodécimo-segundo apóstolo, o qual, como relatado nos versos seguintes,foi Matias. Claramente, isto elimina qualquer apostolado nos diaspresentes.

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Parece que a segunda qualificação é o que o Novo Testamentoespecificamente enfatiza. Paulo a cita em defesa de seu próprioapostolado: “ Não vi eu a Jesus Cristo SENHOR nosso? ” (1 Coríntios 9:1).Isto deve também revelar que estes requerimentos não se aplicavamsomente ao grupo elite dos “doze”, sendo os outros apóstolos excluídos,

como é freqüentemente argüido. A qualificação permanece de pé paratodos os que reivindicam o apostolado.

O requerimento é claro: nenhum homem pode ser um apóstolo, sem tersido uma testemunha do Senhor ressurreto. A menos que alguém estejadesejoso de reivindicar que sua idade é mais do que duas vezes a deMatusalém, não há o dom de apostolado hoje. As qualificaçõessimplesmente não podem ser preenchidas.

 Já que isto é claro, então, não podemos simplesmente assumir que todosos dons do primeiro século são dados hoje.

A Natureza de Certos Dons

Alguns dons, por sua própria natureza, estão limitados àquele estágioinicial da história da igreja.

Dons de Fundamento

Apóstolos e profetas, por exemplos, são dons de fundamento (Efésios2:19-20). A igreja é edificada sobre este fundamento, os apóstolos eprofetas. A natureza de um fundamento é que sobre ele que se éconstruído algo; um construtor não continua a construir um fundamentomas ao contrário, tendo lançado o fundamento, ele continua a construirsobre ele. Uma vez lançado o fundamento, não há mais necessidade dese construir outro. A igreja, em Efésios 2:19-22, é descrita como umgrande edifício, um templo, no qual Deus habita. O fundamento de taledifício é “ os apóstolos e profetas, o próprio Jesus Cristo sendo aprincipal pedra da esquina ” (verso 20). Os apóstolos e profetas foram os

únicos em sua posição; o seu ensino é fundamental para a igreja, sem oqual, o edifício inteiro desmoronaria. A verdade nos dada por Deusatravés dos apóstolos e profetas (Efésios 3:5) sustenta a igreja.

Isto é antecipado na declaração de Cristo a Pedro em Mateus 16:18-19,a qual apresenta Pedro, o representante dos apóstolos, segurando aschaves do reino como a pedra sobre a qual Cristo edificaria a Sua igreja.Os apóstolos foram o fundamento para igreja; Cristo foi a pedra principal

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de esquina. Este é implicado também em Apocalipse 21:14 que declaraque os nomes dos apóstolos estão escritos sobre as doze pedras dofundamento do muro da Nova Jerusalém.

No registro para a igreja da vida e ensino de Cristo, os apóstolos e

profetas foram fundacionais. Cristo é a pedra principal de esquina: aosSeus labores redentores nada pode ser adicionado. Mas os apóstolos eprofetas suplementaram esta obra no sentido de que eles atestemunharam Com este fundamento intacto, os dons que constituíramo fundamento não são mais necessários.

Dons Revelatórios

Alguns dons foram revelatórios, isto é, alguns crentes foram capacitadospelos seus dons a receber a verdade diretamente de Deus. A questãoaqui é precisamente esta: Deus dá revelações hoje? Este é um assunto

relacionado, porque se Deus não está dando dons revelatórios hoje,então, segue-se necessariamente que os dons revelatórios não estãomais operantes.

O Novo Testamento é claro em seu ensino de que revelação especial nãoé mais dada. Em João 14:26 o Senhor Jesus Cristo conta aos Seusdiscípulos da vinda do Espírito Santo e de Seu ministério neles à medidaque escrevessem os livros que viriam a ser as Escrituras do Novo Testamento:

“ Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu

nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudoquanto vos tenho dito ”

Sua promessa para os Seus discípulos foi que eles seriam guiados emtoda verdade; toda verdade seria dada a eles. Jesus novamente faz amesma promessa em João 16:12-13. Toda verdade foi dada aosapóstolos. Esta “toda verdade”, certamente, não significa toda verdadesobre todas as coisas: os apóstolos não foram informados das leis dafísica ou astronomia, etc. Ela é toda verdade com respeito à fé e vidaCristã, a verdade que, tendo sido recebida, os apóstolos pregaram eregistraram. O ponto é este: se toda verdade foi revelada a eles, então,

não há mais para ser revelada. A verdade revelada está completa. Isto éprecisamente o que Judas afirmou no verso 3 de sua epístola quando sereferiu à fé Cristã como dada “ uma verdade por todas ”. João atestou omesmo em Apocalipse 22:18 onde ele disse, em efeito, “isto é tudo; nãopode haver nada mais” e pronuncia uma maldição sobre qualquer umque tentar adicionar algo a ela.

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Foi o claro entendimento de nosso Senhor e Seus apóstolos, osescritores do Novo Testamento, que a revelação estava completa. Toda averdade que Deus revelou, Ele escolheu revelar aos Seus apóstolos eprofetas, os quais com esta verdade lançaram o fundamento da igreja.Eles deram a verdade à igreja; está tudo aqui, e não há mais nada. O

fundamento está completo, e com esta a igreja passou para a fasesuperestruturada de sua construção. Reivindicar revelação adicional,então, é andar para trás, voltando à fase fundacional da igreja:imediatamente, “toda verdade” se tornaria “alguma verdade”, e asSantas Escrituras seriam incompletas.

O desejo por revelação adicional, além daquela dada na Escritura, não éum desejo por algo maior, mas um convite para muito menos. Isto éprecisamente o que tem sido entregue por aqueles que reivindicam novarevelação – o livro dos Mórmons de Joseph Smith serve como um vívidoexemplo. Os Carismáticos supõem que as visões e revelações são menos

destrutivas. Permitir mais é entregar menos: questiona a verdade deDeus revelada através dos Seus apóstolos.

A igreja e o mundo de hoje não necessitam de mais revelação; elesnecessitam somente de uma fresca e honesta confrontação com arevelação que foi dada na Sua Palavra.

Sumário

Alguns dons foram de fundamento, e alguns revelatórios. Com ofundamento completo e a revelação cessada, estes dons estão agora

extintos. Eles foram dons temporários – dons dados à igreja inicialmente,mas dados temporariamente, apesar de tudo.

O Padrão dos Dons Miraculosos

Muitas pessoas parecem pensar que a Bíblia é uma longa história demilagre após milagre, do princípio ao fim. Os operadores de milagres,

eles pensam, sempre foram uma parte dos tratamentos de Deus com oSeu povo. Mas mesmo uma observação casual da Bíblia revela que istonão é de forma alguma o caso. Historicamente, os dons miraculososforam dados somente ocasionalmente. Este padrão sugere que nunca foipretendido que eles fossem ornamentos permanentes na igreja.

A Bíblia registra basicamente três períodos de milagres.

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Moisés & Josué

O primeiro período de milagres foi durante o tempo de Moisés e Josué(aproximadamente 1.400 AC). Os incidentes das pragas do Egito, aabertura do mar, a água da pedra, o rápido e imediato julgamento de

Corá, a queda de Jericó, o dia longo, etc., são todos muito familiar. Antesdo tempo de Moisés e Josué, contudo, e até mesmo depois, os milagressão virtualmente inaudíveis. Para ser exato, houve eventos milagrososesporádicos (tais como o período de Juízes), mas a presença de umoperador de milagres, alguém que poderia causar o miraculoso, não foidesfrutada.

Elias & Eliseu

Até o tempo de Elias e Eliseu (aproximadamente 870 AC) não houvequalquer operador real de milagre. Com o ministério destes homens,

chuva foi retida, fogo foi trazido dos céus, o alimento de uma viúva foisobrenaturalmente suprida, um jovem foi ressuscitado dentre os mortos,o Rio Jordão foi cruzado novamente, um leproso foi curado, e a listacontinua (pelo menos oito milagres de cada um). Mas, novamente, coma morte destes homens, os milagres cessaram; os milagres apareciamnovamente de forma ocasional (como no tempo de Daniel), mas acapacidade de realizá-los desaparecera.

Cristo & Seus Apóstolos

O próximo e último grande período de milagres cerca o ministério de

Cristo e Seus apóstolos. Os quatro evangelhos parecem nunca terminarno registro deles dos milagres extraordinários de Cristo, conquistandoforças demoníacas, enfermidades, e até a morte. Aos Seus apóstolos foidado um poder similar, embora não na mesma extensão. Eles tambémrealizaram uma abundância de milagres. O padrão da história bíblicoentão se repete: com a morte deles, novamente há silêncio. Os milagresaparecem de forma evidente de tempo em tempo, mas a presença dealguém que possa, de acordo com sua vontade, curar enfermidades elevantar mortos está de forma conspícua ausente.

Conclusão

O ponto resultante desta evidência é óbvio: milagres não são a norma, enão há razão para esperar que o sejam. Eles são exceção è regra. Areivindicação de que a igreja hoje deve esperar experimentar qualquerbenção desfrutada na igreja primitiva é completamente semfundamento: os fatos dos registros Bíblicos falam claramente o contrário.Os milagres acontecem somente de forma ocasional e temporária.Qualquer pessoa que hoje reivindique que os milagres devem estar

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operantes, ela mesma tem a obrigação de provar, porque o padrão daEscritura claramente mostra de outra forma.

O Propósito dos Dons Miraculosos

Nem são estes milagres espalhados ao acaso. Uma questão se levanteneste ponto: porque os dons miraculosos foram dados à igreja? Porquenão em outros tempos, mas somente durante estes períodos ocasionais?E porque eles desapareceram tão abruptamente?

A resposta é simples: eles foram dados para servir um propósitoespecífico, e com este propósito servido, não foram mais necessários, e

assim foram removidos.Analisando o Padrão

Note outro padrão que emerge dentro desde padrão já observado. Emcada período de milagres, os milagres chamaram atenção a uma novarevelação de Deus e atestaram a autoridade do operador do milagre. Osmilagres de Moisés e Josué foram introdutórios ao Pentateuco e àliteratura histórica primitiva, afirmando também a autoridade dos líderesde Israel, Moisés e Josué. Israel estava num tempo de baixaespiritualidade durante o ministério de Elias e Eliseu. Deus enviou estes

homens com a Sua palavra (agora registrada nos livros de Reis eCrônicas) à nação daquele tempo. Com suas capacidades de realizarmilagres, a aprovação de Deus aos seus ministérios foi claramenteafirmada. Voltando para o Novo Testamento, Cristo e Seus apóstolostrouxeram uma nova e completa revelação de Deus; a autoridade delese a verdade de sua mensagem foram validadas pelos seus milagres.

Este padrão é muito claro: repetidamente Deus chama a atenção de Seupovo à Sua Palavra e à verdade dos Seus mensageiros. Este foi opropósito dos dons miraculosos.

Declarando o Propósito

Conseqüentemente, o Novo Testamento nomeia estes dons miraculososde “dons de sinais”. Um sinal é uma marca ou alguns meios deidentificar algo. Por exemplo, a marca distintiva de todos os homens Judeus fiéis era a sua circuncisão (Romanos 4:11, “ sinal de circuncisão”). Um “sinal” de um erudito da Bíblia é a sua capacidade de trabalharbem com os idiomas originais. Neste sentido, os milagres foram sinais;

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eles tiveram um propósito, e este propósito foi “sinalar” ou testificar aautoridades do operador de milagre.

A famosa profecia de Isaías foi que o filho nascido da virgem seria umsinal (Isaías 7:14). O primeiro milagre de Jesus, a transformação da água

em vinho nas bodas de Caná, é chamado, literalmente (lendo o Grego;NT: idêntico à versão Almeida), o “ princípio dos sinais ” (João 2:11). Acura do filho do nobre foi Seu “ segundo sinal ” (João 4:54; versão doautor e outras). Os milagres estavam também entre os “ sinais de umapóstolo ” (1 Coríntios 12:12); eles eram credenciais apostólicas. Oministério do apóstolo Paulo foi verificado pelos “ sinais e maravilhas” (Romanos 15:19).

A necessidade deste tipo de autenticação é óbvia. Imagine-se como um Judeu fiel naquele primeiro século ouvindo outro Judeu dizer que Deusestabeleceu uma nova religião (Cristianismo), insistindo que o velho

caminho foi-se para sempre. Em palavras talvez não desta espécie,você, com toda probabilidade, o informaria do seu inevitável destino!Esta reação seria completamente compreensível: apesar de tudo, o Judaísmo foi dado por Deus! Então, à medida que você observasse esseCristão realizar tais milagres como cura e ressurreição de mortos, vocêseria capaz de chegar a nenhuma outra conclusão, senão a de que o seupoder é de Deus, e assim ele deveria estar dizendo a verdade. Osmilagres, então, serviam como sinais. Eles testificavam a fidelidade dosmensageiros de Deus e estabelecia a autoridade deles. Este foi opropósito pretendido deles.

O mesmo é declarado ser no caso de Moisés: os milagres foram “ paraque eles cressem que o SENHOR Deus de seus pais. . . te apareceu ”(Êxodo 4:1-5). O pedido de Elias para que fogo caísse do céu teve omesmo efeito também (1 Reis 18:36, “ para que eles possam saber. ..que eu sou teu servo ”); isto estabeleceu sua autoridade. Quando Jesusfoi interrogado pelos seguidores de João o Batista se Ele era o Messias,Ele replicou meramente apontando para os Seus milagres (Mateus 11:2-6); eles estabeleciam o fato. Novamente, Ele fez o mesmo com os Seusinimigos (Mateus 11:28; João 10:25). Seu ministério foi “ aprovado porDeus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais ” (Atos 2:22). Damesma forma, o ministério do apóstolo Paulo foi confirmado pelos dons

espirituais (1 Coríntios 1:6-7; veja também Romanos 15:18-20 e 2Coríntios 12:12).

Como se isto não fosse o suficiente, o autor do livro de Hebreus tambémdeixa o ponto abundantemente claro. No capítulo 2, versos 3-4, ele falado evangelho que foi “ confirmado pelos que O ouviram. Testificandotambém Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas edons do Espírito Santo ”. A clara declaração é que aqueles que nos

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precederam (isto é, a primeira geração de Cristãos, “aqueles que Oouviram”) operaram sinais e milagres. Note o tempo passado: foi algoque a geração primitiva teve, o qual não estava mais disponível. Emoutras palavras, o escritor aos Hebreus, inspirado, afirmou que osmilagres foram operantes (note o tempo passado) para aqueles Cristãos

primitivos e que aqueles milagres serviram ao seu propósito de atestar averdade do evangelho. Eles foram meios de Deus afirmar a fidelidadedos Seus mensageiros.

O claro e óbvio entendimento dos escritores do Novo Testamento eraque sua fé foi confirmada por aqueles dons miraculosos e que, uma vezque este propósito foi alcançado, os dons que o alcançaram foramretirados. A nova revelação foi dada, confirmada, e está agora aqui paraficar “ de uma vez por todas ” (Judas 3), mas não os seus donsconfirmatórios.

Servindo o Propósito Hoje?Nenhum propósito será servido pela busca de dons miraculosos hoje; opropósito deles já foi servido. A igreja tem uma revelação de Deusvalidade e confirmada, e isto é tudo que ela necessita.Além do mais, seum homem não crê na Escritura hoje, nem ainda crerá em milagres.Houve milagres suficientes para estabelecer o fato. Agora não é maisuma questão de milagres, mas de fé. Isto foi precisamente o ponto de Jesus em Lucas 16:30-31, onde Ele falou de um homem rico no infernopedido para Abraão enviar alguém dentre os mortos para testificar aosseus irmãos: “ Se algum dentre os mortos fosse ter com eles,

arrepender-se-iam! ”, ele clamou. A réplica: “ Se não ouvem a Moisés eaos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortosressuscite ”. Isto, certamente, é precisamente a verdade – o próprio Jesus levantou dentre os mortos, um indisputável fato da história,todavia, Sua Palavra é rejeitada.

Pedro faz uma reivindicação impressionante em sua segunda epístola.Embora falando do evento miraculoso sobre o monte da transfiguração,ela fala da Escritura como uma “ muito mais firme a palavra de profecia” (2 Pedro 1:16-21; NT: “ ainda mais firme a palavra dos profetas ”, NVI).Mesmo em comparação com os eventos miraculosos pessoalmente

experimentados, a Palavra de Deus é suprema. A idéia prevalecente hojeé que a experiência é normativa; com Pedro não foi dessa forma. Paraele, a Escritura somente é completamente digna de confiança. Deuspretendeu que a fé descansasse em algo muito mais crível do queexperiências miraculosas – Sua Palavra. “ Andamos por fé, e não porvista ” (2 Coríntios 5:7) ou sinais.

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À luz do fato que a Escritura está estabelecida e confirmada, pedir porsinais adicionais seria exatamente o contrário à fé (veja Lucas 11:29 e João 4:48). “ Bem-aventurados os que não viram e creram ” (João20:29).

SumárioOs dons miraculosos aparecem somente ocasionalmente nas páginas daEscritura. O propósito deles era validar as reivindicações dosmensageiros de Deus que traziam uma nova revelação. Esta revelaçãotendo sido confirmada, aqueles dons confirmatórios ou de sinais não sãomais necessários. A Palavra de Deus não está somente completa, mastambém bem confirmada pelos dons miraculosos daqueles que aentregaram. A Escritura, então, é tanto suficiente quando digna deconfiança, mas seus dons de validação que inicialmente aacompanharam, desapareceram.

O Testemunho da História do Novo Testamento

A história da igreja primitiva, registrada no livro de Atos e nas epístolas,revela claramente um desaparecimento gradual dos dons miraculosos. Aparte mais primitiva deste período abundou com os milagres: cura decoxos, cegos e homens enfermos; ressurreição de mortos, expulsão de

demônios, quebra miraculosa de prisão, julgamento rápido e imediatode pecadores, etc. Eles alcançaram o seu mais alto nível com Paulo emsua terceira viagem missionária: “ milagres extraordinários ” foramrealizados, tais como um mero enviar de um lenço para curar umapessoa (Atos 19:11-12).

O fato impressionante é que estes grandes poderes começaram cedo adiminuir. Em 2 Coríntios 12 Paulo fala de uma dor que ele não podiacurar, nem Deus a curou em resposta de suas orações. Escrevendo deuma prisão em Roma, aos crentes em Filipos, ele fala de seu bom amigoEpafrodito que quase morreu como resultado de sua terrível

enfermidade (Filipenses 2:26-27). Deus o curou, mas evidentemente foiuma enfermidade fora do controle de Paulo. Mais tarde, escrevendo aoseu jovem amigo e companheiro, Timóteo, ele o aconselha a tomarvinho por seu valor medicinal (1 Timóteo 5:23). Escrevendo a ele emoutra época, de um calabouço em Roma, ele menciona que teve quedeixar seu companheiro, Trófimo, em Mileto por causa de suaenfermidade (2 Timóteo 4:20).

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A questão óbvia é: o que aconteceu com os lenços? A única respostapossível é que os poderes miraculosos de Paulo estavam desaparecendo.Eles evidentemente tinham servido o seu propósito e, então, estavamsendo retirados. Ate mesmo aqueles rápidos e imediatos julgamentostais como os de Ananias e Safira (Atos 5:1-11), Herodes (Atos 12:20-23),

e Barjesus (Atos 13:5-11) esteve notavelmente ausentes depois. Em 1Coríntios 5 um homem é “ entregue a Satanás para destruição da carne” por causa de incesto (versos 1-5), mas (presumidamente) mais tardeestá vivo e evidentemente bem restaurado (2 Coríntios 2:6-9 e 7:9-12).Em 63 DC, Alexandre foi entregue a Satanás (1 Timóteo 1:20), masaproximadamente em 67 DC ainda não foi julgado (2 Timóteo 4:14).

O ponto é claro: não é de forma alguma sem razão falar da cessação demilagres, porque é visto nas páginas do próprio Novo Testamento. Dizerque eles têm continuado até hoje é completamente sem fundamento.

O Testemunho da Experiência Diária

É simplesmente um fato da vida que ninguém hoje é capaz de curar ocego e ressuscitar o morto. É interessante que embora a cura da leprafoi uma das curas miraculosas mais comuns no Novo Testamento, ela éinteiramente ausente hoje; missionários em terras onde a lepra éprevalecente não a vêem curada. Não há hipócritas morrendo

imediatamente (Atos 5:1-11). Ninguém pode hoje olhar para outrohomem e fazer com que ele fique cego, como fez Paulo em Atos 13. Nãoobstante todas as reivindicações, estas coisas simplesmente nãoacontecem hoje. Estes dons desapareceram; é um fato da vida diária.(Este fato foi também reconhecido por aquelas gerações da igreja queseguiram o período apostólico. Para uma completa discussão disto vejaB.B. Warfield, Milagres Falsificados , The Banner of Truth Trust.)

A Promessa de Cristo

Em João 14:12, o Senhor fez uma promessa fascinante: “ Aquele que crêem mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do queestas , porque eu vou para meu Pai ” (itálico adicionado). Isto significa(como alguns ensinam) que os crentes hoje podem esperar realizarmilagres maiores do que os que Cristo realizou? Se sim, a promessa tem

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caído por terra sem cumprimento, porque ninguém hoje pode fazer oque Ele fez. Seus milagres estão numa categoria muito acima para elesmesmos. Ninguém hoje pode alimentar milhares de pessoas com umpequeno lanche. Ninguém hoje pode trazer à vida um homem queesteve morto por quatro dias. Ninguém pode nem acalmar uma

tempestade, nem andar sobre as águas. Seus milagres simplesmentenão podem ser sobrepujados.

O que Ele quis dizer, então? Ele estava se referindo ao ministério daigreja de satisfazer as necessidades básicas dos homens, completa epermanentemente. Seus milagres, embora fossem grandes, somentesatisfaziam as necessidades superficiais dos homens – cura física,alimento, etc. – e isto somente de foram temporária, porque os homenscurados voltavam a adoecer de outras doenças, e os homensalimentados voltavam a sentir fome. Mas na ministração do evangelhode Jesus Cristo, os crentes de hoje podem satisfazer as necessidades

básicas e essenciais dos homens e isto de forma permanente.

Charles Haddon Spurgeon colocou este assunto com a sua eloqüênciacaracterística:

"Ele os enviou para operar milagres como também para pregar. Agora,Ele não nos tem dado este poder, nem o desejo por ele; é mais para aglória de Deus que o mundo deva ser conquistado pela força da verdadedo que pelo resplendor dos milagres. Os milagres foram os grandessinos do universo que tocaram para chamar a atenção de todos oshomens em todo o mundo para o fato de que o banquete do evangelho

estava pronto; nós não necessitamos de sinos agora...., porque as forçasmorais e espirituais da verdade operam por si mesmas, aparte dequalquer manifestação física; é mais para a glória da verdade, e doCristo da verdade, do que se todos fossem operadores de milagres, epudessem destruir os opositores. Ainda assim, apesar de não operarmosmilagres no mundo físico, operamos no mundo espiritual e moral”.

O ponto aqui é este: esta promessa claramente profetiza que o Seuministério de milagres seria suplantado por outra coisa, um ministério decura espiritual. Este ministério maior tem substituído o outro.

Sumário & Conclusão

Nosso propósito aqui foi simplesmente estabelecer o fato que algunsdons foram somente temporários. A evidência corre junta com estaslinhas. Que alguns dons foram somente temporariamente dados éevidente em virtude de:

1) As Qualificações para o apostolado

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2) A Natureza de Certos Dons

Dons de Fundamento

Dons Revelatórios

3) O Padrão dos Milagres Bíblicos

4) O Propósito dos Dons Miraculosos

5) O Testemunho da História Bíblica

6) O Testemunho da Experiência Diária

7) A Promessa de Cristo

É o ensino da Escritura que certos dons nunca foram pretendidos serpermanentes na vida da igreja. Eles foram somente para o estágiofundacional da igreja. O retorno deles, então, seria um retorno à infância(1 Coríntios 13:11). Os Cristãos hoje são muito mais abençoados. Elesnão necessitam retornar àquelas revelações, mas a uma nova e honestaconfrontação com a Escritura, o guia todo suficiente de fé e prática.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 12 de Março de 2004

Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 14 - Apostolado

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Definições

" Apóstolo "

O termo “apóstolo” (grego, apostolos) significa simplesmente, “umenviado”. Um apóstolo é um mensageiro, um embaixador. A idéia é a derepresentação: um apóstolo é uma pessoa que representa aquele(s) quelhe enviou. Ele vem no lugar de, representando os interesses de, etrazendo uma mensagem de outra pessoa.

" Apóstolo de Igreja "

Um apóstolo de uma igreja, então, é alguém enviado por uma igrejaparticular para representar os interesses daquela igreja ou entregar sua

mensagem. Paulo menciona que Epafrodito era o apóstolo da igreja emFilipos: “” (Filipenses 2:25). A palavra grega traduzida aqui por“mensageiro” é apostolos . O relacionamento entre Paulo e a igreja emFilipo era íntimo, e isto é uma indicação dele: eles enviaram ummensageiro para assistir Paulo em seus labores por Cristo. Ele(Epafrodito) era apóstolo dele; ele representou a igreja em Filipo para oapóstolo Paulo. 2 Coríntios 8:23 também menciona tais apóstolos deigreja (“mensageiros”, grego, apostoloi ).

" Apóstolo de Cristo "

O dom de apostolado, contudo, refere-se àquele grupo cuidadosamenteselecionado de homens que foram os representantes pessoais do próprio Jesus Cristo. “Apóstolo de Cristo” é um uso muito mais específico etécnico do termo “apóstolo”. Num sentido, todos Cristãos devem serapóstolos de Jesus Cristo, mas este dom de apostolado pertenceusomente a uns poucos. Um apóstolo de Cristo era um mensageiropessoal de Jesus Cristo, enviado pelo próprio Senhor. Ele era um vigário(se você quiser perdoar a expressão!) de Cristo! Ele era alguém querepresentava os interesses de Jesus Cristo aos homens.

Qualificações

Como o dom de Pastor-Mestre, alguém era um apóstolo não somente porser chamado ou dotado, mas também pela satisfação de certasqualificações. Como já observado no capítulo anterior, um apóstolodevia ser alguém que pudesse testemunhar pessoalmente daressurreição de Cristo. Este foi o argumento de Paulo em 1 Coríntios 9:1,que estabeleceu seu próprio apostolado: “ Não vi eu a Jesus nossoSenhor? ” Este também foi um dos requerimentos estipulados pelos

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onze para o substituto de Judas (Atos 1:21-22). As credenciais dosapóstolos de Cristo também incluíam a capacidade de realizar milagres.O próprio Jesus deu este poder aos doze quando lhes comissionou(Mateus 10:1). Novamente, em defesa do seu apostolado aos Coríntios,Paulo menciona isto como sendo algo que o identificou como um

verdadeiro apóstolo: “ Os sinais do meu apostolado foram, de fato,operados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios emilagres ”. (2 Coríntios 12:12).

Sua Posição

Os apóstolos de Cristo ocupação uma posição ímpar de honra . Em 1Coríntios 12:28 eles são listados como “primeiros” em importância. Opróprio Jesus afirmou isto quando profetizou que na vinda do Reino eles“ sentariam sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel ” (Lucas22:29-30). Apocalipse 21:14 fala dos seus nomes sobre os doze

fundamentos do muro da Nova Jerusalém. Em Mateus 16:18-19 Pedro, orepresentante dos apóstolos, é quem segura as chaves do reino e é apedra sobre a qual Cristo edificaria Sua igreja.

Por que eles desfrutaram tal honra? Não somente porque eram osrepresentantes pessoais de Cristo, mas também porque testemunhandode Cristo e de Sua obra, eles foram o fundamento da igreja (vejacapítulo 13). Era sobre o ensino deles que a igreja era edificada, porconseguinte, sua grande honra.

Sua Autoridade

Intimamente associada com esta honra, está a sua autoridade exclusiva.Eles eram embaixadores pessoais de Jesus Cristo, e como tais suaspalavras carregavam autoridade divina. Não havia apelo em cima desuas palavras, nem discussão, nem debate. Eles eram legados Divinos,trazendo a própria palavra de Deus aos homens. Sua autoridade naigreja era absoluta.

Uns poucos exemplos devem estabelecer o ponto. Em Atos 4:35-37, sãoos apóstolos quem estão responsáveis pelos assuntos financeiros daigreja. Em Atos 6:2-6, o registro da primeira divisão na igreja, eles dizem

à igreja exatamente quais passos devem ser tomados para resolver adiscussão. 1 Coríntios 4:17 declara que o exemplo do apóstolo Paulodeve ser lembrada. Em 1 Coríntios 14:37 Paulo diz, efetivamente, “sealguém não concorda comigo, o tal não é espiritual”. Ele reivindica quequando ele fala, é Cristo falando através dele (2 Coríntios 13:3). Gálatas1:8-9 pronuncia uma maldição sobre qualquer um que discorde com oensino de Paulo. 1 Tessalonicenses 2:13 declara que a palavra doapóstolo é a palavra de Deus. 2 Tessalonicenses 2:15 diz, com efeito,

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Em primeiro lugar, certamente, havia os doze apóstolos originais, menos Judas Iscariotes, que traiu a Cristo. Eles eram Simão Pedro, André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu (chamado de Natanael no Evangelho de João), Tomé, Mateus, Tiago (o menor), Corajoso (conhecido como Tadeu,também chamado Judas, o irmão de Tiago o menor), e Simão Zelote.

Estes homens estão listados em Mateus 10:2-4, Marcos 3:16-419, Lucas6:14-16, e Atos 1:13.

Matias

No primeiro capítulo do livro de Atos, esses onze, depois de muitaoração e sob a direção do Espírito Santo, escolheram Matias como osubstituto para Judas Iscariotes (versos 12-26). Alguns pensam queMatias não foi, no final das contas, o substituto apontado por Deus, massim Paulo. Isto parece descansar mais sobre suposição do que evidênciadas Escrituras. O fato do assunto é que Matias foi escolhido, não Paulo, e

nenhum dica ao contrário é jamais dada. Em nenhum lugar é declaradoque os onze foram apressados em sua escolha. Na realidade, o verso 26diretamente declara que Matias “ foi contado com os onze ”; em outraspalavras, ele era o número doze.

Além do mais, Paulo não satisfazia as qualificações estipuladas em Atos1:21-22 que requeriam que o substituto fosse um tivesse andado comCristo durante Seu ministério terreno até a Sua ascensão. Matias foi odécimo-segundo apóstolo.

 Tiago

 Tiago, o meio-irmão do Senhor e escritor da epístola que traz o seunome, foi outro apóstolo. Ele tem uma interessante biografia, sendoincrédulo até algum tempo após a ressurreição. Ele é identificado comoum apóstolo igual aos outros em Gálatas 1:19, e em Atos 15 sua altaposição entre os apóstolos é evidente.

Barnabé

Barnabé ("o consolador") foi um apóstolo também. Ele foi assimdesignado em Atos 14:4 e 14. Alguns hoje questionam seu apostolado;

contudo, observe que ele é referido como sendo um apóstolo igual aPaulo.

Paulo

Paulo, então, foi o último homem a desfrutar a posição de apostolado.Ele foi “ um que nasceu fora de tempo ”, com isso ele foi o último(deveras, o último) a ser adicionado à companhia apostólica (1 Coríntios

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15:8-11). Por causa disto, evidentemente, alguns questionaram suaautoridade apostólica, o que não foi algo sem importância para oapóstolo. Diversas vezes ele se esforçou para defender seu próprioapostolado (cf., 1 Coríntios 9:1 e seguintes, Gálatas 2, etc.). Em nove dassuas treze epístolas, ele é cuidadoso em se identificar como um

“apóstolo de Jesus Cristo” (por exemplo, 1 Coríntios 1:1). Ele fez issovigorosamente escrevendo aos Gálatas, especificando que seuapostolado era uma comissão do próprio Jesus Cristo, não de Paulo ou dequalquer outro homem (Gálatas 1:1). Era um assunto muito importantepara ele que se reconhecesse que o seu comissionamento era, deveras,pessoalmente de Cristo. Ela enfatizou adiante que aprendeu sua teologiade primeira mão do Senhor, e não de homem algum (Gálatas 1:11-24).

Sumário

Foi um grupo cuidadosamente selecionado de homens que desfrutou o

dom de apostolado, quinze no total – os onze primeiros, Matias, Tiago,Barnabé e Paulo. Evidentemente, este grupo de elite não foi aberto aqualquer outro. Outros são chamados apóstolos (2 Coríntios 8:23 eFilipenses 2:25), mas estes eram apóstolos de igrejas. Há uma diferençamuito grande entre alguém comissionado por e representando umaigreja e alguém pessoalmente comissionado por e representando JesusCristo! Estes eram homens com honra e autoridade singulares na igreja.Houve também legados apostólicos, tais como Timóteo e Tito, quepossuíram algum grau de autoridade também, mas a autoridade delesfoi investida pelo apóstolo Paulo, não por Cristo diretamente. Aautoridade deles não era absoluta como o era a dos apóstolos. Um

homem hoje reivindicando o apostolado deveria cuidadosamenteconsiderar as implicações de tal reivindicação.

Seu Desaparecimento

Durante toda a história da igreja, a sucessão apostólica têm sidoreivindicada por alguns; a igreja Católica Romana é bem-conhecida portais reivindicações. Mas muitos argumentos militam contra apossibilidade de quaisquer apóstolos modernos.

1) As qualificações para o ofício não podem ser satisfeitas hoje (vejaacima).

2) A natureza de sua obra proíbe sua continuação – eles eramfundacionais com um ministério revelatório; a igreja agora está na fasede superestrutura de sua construção, e as revelações cessarão (cf.,capitulo 13).

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3) A capacidade de realizar sinais, as credenciais acompanhantes dosapóstolos, está ausente hoje (capítulo 13).

4) Paulo foi o último apóstolo.

5) Ninguém hoje tem semelhante autoridade absoluta sobre as igrejas. Aautoridade pastoral e a liderança são uma coisa, mas a autoridadeapostólica é completamente outra. Além do mais, ninguém hoje tem oprivilégio de infabilidade doutrinal como os apóstolos tinham (a despeitodas reivindicações ao contrário do papa). Totalmente ao contrário, osCristãos, hoje, devem simplesmente avaliar todos os ensinamentos pelopadrão fundamental dado pelos próprios apóstolos (Judas 17).

6) Os exemplos do Novo Testamento de sucessores dos apóstolos (porexemplo, Timóteo e Tito) nunca são chamados de apóstolos ouconsiderados com a plena autoridade apostólica. Eles deviam continuar

a obra dos apóstolos como, num sentido, todos Cristãos devem, mas agenuína sucessão apostólica nunca foi considerada; deveras, aquelaprópria primeira geração de Cristão, reconheceram a singularidade dosapóstolos de Cristo.

7) A igreja primitiva (logo após os apóstolos) reconheceu a ausência dodom.

Conclusão

O apostolado foi um dom temporário e muito importante. Mas somente

uns poucos o receberam. Ninguém hoje é assim chamado ou dotado,bem pode alguém satisfazer as qualificações necessárias (veja capítulo13).

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 24 de Fevereiro de 2004

Dons Espirituais

por

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Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 15 - Profetas & Profecia

 

Definições

O verbo “profetizar” significa “falar antes” (do grego pro , antes, e phemi , falar). O dom inclui tanto a idéia de predição como deproclamação, predizendo o futuro e pregando. Um profeta era um porta-voz de Deus: ele falava por Deus e dava Sua mensagem. Algumas vezesesta mensagem dizia respeito ao futuro. Outras vezes concernia aopresente, até mesmo passado, ou simplesmente uma verdade doutrinal,mas era sempre uma mensagem proclamada em nome de Deus.

O Assunto

Algumas controvérsias se levantar neste ponto: o interesse renovado e ainvestigação dos dons espirituais, hoje, têm feito muitos não-

carismáticos redefinir o dom de profecia. Os carismáticos, certamente,prontamente admitem a natureza revelatória deste dom e reivindicamsua operação hoje. Alguns não-carismáticos modernos definiram o domde outro modo, resultando numa interpretação que tolera o dom deprofecia hoje, mas não em seu sentido revelatório. Eles dizem que odom de profecia significa somente a capacidade de falar em nome deDeus, pregar; não necessariamente, dizem, um dom de revelação, mas acapacidade de pregar a verdade de Deus com grande poder epercepção.

O assunto pode ser expresso na forma de duas questões: 1) É

escrituristicamente permissível limitar o dom somente à proclamação(como oposto à profecia preditiva)? e, 2) Não há nada revelatório nestaproclamação? Isto é, ela é meramente a capacidade de expor umaverdade previamente revelada?

Assim, a questão a ser aclarada logo no início é de definições. A respostaa esta questão determinará o curso do restante do estudo.

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Evidência

Em primeiro lugar, deve ser reconhecido que alguém que profetiza éprofeta. Isto poder parecer bastante óbvio, mas há aqueles quesustentam esta idéia de profecia não revelatória fazendo uma astuta

distinção entre estes dois – um profeta sendo alguém com os dons derevelação e alguém que profetiza como sendo meramente o pregador deverdades previamente reveladas.

Velho Testamento

Não há dúvida ou qualquer debate, entre os crentes na Bíblia, de que osprofetas do Velho Testamento receberam revelação direta e foramcapazes de prever o futuro. Sua função, em parte, era revelar o queDeus faria nos dias ou anos vindouros. Suas profecias também tratavamcom assuntos de interesse presente – o que Deus queria do Seu povo

naquele momento. Suas profecias ainda diziam respeito aos assuntos dedoutrina: Deus lhes revelava a verdade a fim de que eles pudessem, porsua vez, “profetizá-la” para o povo. Havia também tempos quando Deusdava uma revelação concernente ao passado, contando-lhes sobrealgum evento de outra forma incognoscível para eles; a confrontação deNatã com Davi sobre o seu pecado com Bate-Seba ilustra muito bemeste fato (2 Samuel 12:1-12). O fato é claro: os profetas do Velho Testamento tanto predisseram o futuro com proclamaram a verdadedada por Deus, ambos aspectos inquestionavelmente envolvidos com arevelação direta. Sua profecia, não importa com o que relacionada, eraclaramente revelatória.

Novo Testamento

Nem há qualquer indicação de mudança no caráter da profecia do Novo Testamento, mas, antes, sua natureza revelatória é claramenteassumida. Por exemplo, quando em Sua audiência diante de Caifás, Jesus foi cuspido e golpeado na face enquanto estava com os olhosvendados, Ele foi jocosamente exortado a “profetizar quem havia lhebatido” (Lucas 22:64). Esta profecia claramente envolveria revelaçãodireta.Quando Jesus falou sobre o passado oculto da mulher junto aopoço, Ele foi imediatamente reconhecido como um profeta (João 4:19).

Ágabo exercitou o dom de profecia de um modo preditivo: ele previuuma fome que estava por vir e também os sofrimentos vindouros dePaulo (Atos 11:27-28, Atos 21:10-11). 1 Timóteo 4:14 nos informa omesmo com respeito ao dom de profecia de Paulo: Deus disse-lhe que Timóteo devia receber seu dom pela imposição das mãos; foi umarevelação direta. Efésios 2:20 e 3:5 claramente associam os Profetas doNovo Testamento com o recebimento de revelação diretamente de Deus,

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e esta revelação não era necessariamente com respeito ao futuro, mas,antes, com respeito à doutrina.

1 Coríntios 12-14

Além do mais, deve ser reconhecido que a única passagem no Novo Testamento que trata com o assunto dos profetas e com profecia dumamaneira exaustiva é 1 Coríntios 14 (em seu contexto, começando com 1Coríntios 12). Nesta passagem o caráter revelatório dos dons éclaramente apresentado também. Em 1 Coríntios 12:28 os profetas sãoclassificados como mais importantes do que os professores. Em 1Coríntios 13:2 o dom de profecia é explicado como “conhecendo todosos mistérios e todo a ciência”. Um “mistério”, na terminologia do Novo Testamento, é um segredo, algo incognoscível aparte de revelaçãodireta. A suposição implícita é que o dom envolvia revelação especial.

1 Coríntios 14:1 declara o tema de todo capítulo – a superioridade daprofecia às línguas. O verso 3 menciona a profecia, mas não de ummodo definitivo; somente declara os resultados do exercício apropriadodo dom, a saber, a edificação. Em outras palavras, o verso 3 explicaexatamente porque a profecia é superior às línguas. Os versos seguintesexpandem este argumento: a profecia é uma fala inteligível, e as línguasnão; por conseguinte, a profecia é superior. E neste sentido a profeciaestá associada com outros dons de fala inteligíveis, tais como ensino(versos 6, 9).

Na seção seguinte do capítulo 14 a profecia e as línguas estão

associadas nesta mesma consideração – que ambos são revelatórios nanatureza (versos 26-30; confira o verso 2). Finalmente, os versos 29 e 30exigem que o dom de profecia que estava sendo exercitado na igreja deCorinto era revelatório; eles claramente declaram que a profecia eraalgo “revelado”.

Sumário

É claro o suficiente que o dom de profecia não deve ser confundido como dom de pregação ou ensino. Que há uma sobreposição entre oprofetizar e a pregação é óbvio, mas a diferença é importante: Um

pregação deve tomar um texto da verdade previamente revelada eprocurar expô-lo, e sua autoridade estende-se somente à exatidão desua interpretação daquele texto. Mas alguém exercitando o dom deprofecia não toma nenhum texto, mas, antes, entrega um novo texto,por assim dizer. Ele entrega uma verdade revelada por Deus. Suaautoridade, então, descansa na mensagem em si mesma: ela é a própriapalavra de Deus. Conseqüentemente, a profecia é classificada acima doensino (1 Coríntios 12:28). O mais próximo de profetizar que alguém

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poderia chegar, hoje em dia, não é pregando, mas simplesmente lendo aEscritura palavra por palavra.

O dom de profecia era a capacidade de declarar a verdade recebidadiretamente de Deus, uma verdade obtida por revelação especial. Os

profetas eram os porta-vozes de Deus, falando Sua palavra, para omundo deles, com respeito tanto ao passado como ao presente ou auma verdade futura. Eles eram homens de expressões inspiradas.

A Importância Do Dom

O dom de profecia era muito importante que satisfez uma necessidadereal e exclusiva da igreja primitiva. Eles estavam em desvantagem semqualquer uma desta nova revelação já registrada e disponível, portanto,Deus deu Sua palavra “parte por parte” (1 Coríntios 13:9) através desteshomens dotados até que a Palavra escrita fosse completa.

A importância dos apóstolos também é vista em que, junto com osapóstolos, eles eram o fundamento da igreja. Sob a verdade reveladaatravés deles, a igreja de Cristo é edificada (Efésios 2:20).Conseqüentemente, eles são listados em segundo lugar de importânciaem 1 Coríntios 12:28.

A Validação das Profecias

1 Tessalonicenses 5:19-20 ordena que os Cristãos provem, ou testem,todas profecias. Como? Os apóstolos eram capazes pelos seus dons

miraculosos de vindicar sua própria mensagem, mas nenhuma provisãofoi dada aos profetas.

Para servir como um controle contra os homens que reivindicavamfalsamente o dom profético, outros eram dotados com o dom dediscernimento de espíritos (veja capítulo 16). Esta pessoa dotadadeveria se levantar e pronunciar julgamento sobre uma profecia dada,declarando se ela era de Deus ou não. Um exemplo disto é dado em 1Coríntios 14:29 onde Paulo ordena que depois dos profetas falarem, “osoutros julguem”. A mensagem do verdadeiro profeta era absoluta, mastinha que ser estabelecido se de fato ela vinha de Deus. Esta era a

função dos discernidores de espíritos.

Havia ainda outro controlo dada para validar a profecia: completaconcordância com os apóstolos era mandatário. “Se alguém seconsidera profeta, ou espiritual”, escreve o apóstolo Paulo, “reconheçaque as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor (1 Coríntios14:37). Este é o padrão pelo qual devemos “testar os espíritos” (1 João4:1). Este teste era final. Se algum homem reivindicasse profetizar, mas

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não estivesse em concordância com o ensino dos apóstolos, esta“profecia” não era de Deus, não importa o que mais pudesse parecervalidar sua reivindicação. Concordância com os apóstolos eramandatário.

Os Exemplos do Novo TestamentoO dom é mencionado em todas as cinco listas do Novo Testamento (vejao capítulo 2), mas somente uns poucos profetas do Novo Testamento sãomencionados. Ágabo é um que tinha o dom. Em Atos 11:27-28 elepredisse uma fome, e em Atos 21:10-11 ele predisse os sofrimentosvindouros de Paulo, ambos dos quais vieram a acontecer comoprofetizado. (A partir deste exemplo é claro que o dom de profeciaenvolvia a capacidade de prever assim como a de meramenteproclamar). As irmãs de Filipe profetizavam (Atos 15:32), mas nenhumdetalhe é dado. Atos 13:1 menciona os profetas e mestres na Igreja em

Antioquia, embora nenhum detalhe seja dado, nem seja dito quaishomens eram profetas ou quais eram mestres. Judas e Silas sãodesignados profetas em Atos 15:32. Paulo e os outros apóstolosevidentemente tinham este dom também (por exemplo, Atos 27:23-24).

Seu Desaparecimento

Diversos fatores demandam que o dom de profecia não é mais dado àigreja.

1) A mais óbvia razão pela qual o dom não é mais dado é que não há

nenhuma necessidade dele hoje. Deus deu uma completa revelação queé completamente suficiente em todas os assuntos da fé e prática. Osprofetas satisfizeram uma necessidade exclusiva daquela igreja doprimeiro século, antes desta revelação estar disponível. A igreja hoje nãonecessita de quaisquer profetas para dar uma nova revelação, somenteprofessores e pregadores para expor a Revelação já dada.

2) Nenhuma revelação está sendo dada hoje (confira o capítulo 13).Ninguém hoje pode adicionar um só verso à Escritura; ninguém hojeestá recebendo uma nova verdade.

3) Os profetas foram os fundamentos da igreja (Efésios 2:20), a qualestá agora completa (confira o capítulo 13).

4) 1 Coríntios 13:8-13 especificamente prediz seu desaparecimento como cânon da Escritura completado. Com a Escritura completa, as outrasprofecias são inúteis.

Sumário

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A profecia foi um dom importante para igreja e satisfez uma necessidadeexclusiva da igreja primitiva, mas ele não é mais necessário hoje. Suasmensagens “parciais” (1 Coríntios 13:9) foram substituídas pelaRevelação completa. A igreja está hoje, então, em uma grandevantagem sem ela.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 25 de Fevereiro de 2004

Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 16 - Três Dons Obscuros

 

Palavra de Conhecimento, Palavra de Sabedoria e Discernimentode espíritos

O estudo destes três dons começa com um problema – o problema deidentificação ou definição. Como alguns dos outros dons, não sãodefinidos em nenhum lugar no Novo Testamento, mas diferentemente demuitos outros dons, nem o Novo Testamento especifica definitivamente

como eles funcionavam nem quais eram os seus propósitos. Sendomencionados somente em 1 Coríntios 12-14 (12:4-11, 13:8-10, e 14:6), etalvez referidos indiretamente uma ou duas vezes, estes dons sãorelativamente obscuros. Para definições, então, ao intérprete é deixadosomente os próprios significados das palavras, inferências e deduçõestraçadas a partir deles, e o contexto no qual eles aparecem.

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Com estes dados considerados, parece ser mais fácil entender estesdons como temporários, dons revelatórios; isto é, eles são dons queenvolviam revelação direta de Deus e foram dados para igreja primitivasomente.

DefiniçõesPalavra de Conhecimento

Este dom é mencionado somente em 1 Coríntios 12:8, 13:2(?), 8-10, e14?6. “Conhecer” algo, certamente, significa apreender certainformação. A identificação “palavra de conhecimento” revela ser istoum dom de fala, o expressar deste conhecimento para outros. Comoexplicado acima, é o conhecimento revelatório que está em vista,conhecimento recebido diretamente de Deus, não alcançados pormétodos normais de pesquisa e aprendizagem. Naqueles dias, antes da

disponibilidade da Escritura, a igreja dependia de homens para entregara Verdade Divina diretamente de Deus; um homem dotado com apalavra de conhecimento era um desses homens. Este dom é similar aodom de profecia, diferindo talvez já que este dom carecia da capacidadede prever o futuro como podiam os profetas. Mais do queprovavelmente, como o nome do dom sugere, àquele com a palavra deconhecimento Deus dava grande percepção e entendimento da verdadeque já tinha sido revelada. Este conhecimento tinha que ser revelatóriotambém.

O homem com o dom de conhecimento simplesmente entrega e explica

a verdade de Deus à igreja. Deus lhes dava o conhecimento, e elesretransmitiam o mesmo à igreja. As freqüentes referências de Paulo aorecebimento e entrega de um “mistério” (segredo) divino servem comobons exemplos deste dom (por exemplo, Efésios 3:1-5 e 1 Coríntios15:51). Deus simplesmente lhes informava uma verdade, de outramaneira incognoscível, para ser entregue à igreja.

Muitas pessoas hoje possuem uma grande capacidade de entendimentoda Verdade Divina, mas este entendimento é alcançado somente peloesforço nos processos normais de aprendizagem. Este dom deconhecimento não necessitava tal esforço: a verdade era simplesmente

revelada por Deus.

Palavra de Sabedoria

A diferença entre dons de conhecimento e de sabedoria é sutil, commuita sobreposição. “Conhecimento” assume um certo grau deentendimento de certa informação; “sabedoria” assume que isto maisum pouco – o uso ou aplicação daquela informação para alcançar certos

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fins. Não é conhecimento meramente, mas conhecimento posto em usoprático. Esta pessoa dotada não somente entende a Verdade de Deus,mas pode também aplicar profundamente esta verdade à vida Cristã.Muitos Cristãos têm sido abençoados por conhecer algum Cristãodiscernidor, sábio, que parece sempre ser capaz de tomar alguma

grande verdade da Escritura e relacionar com algum dilema particulardeixando, dessa forma, o assunto claro. Evidentemente, Deus capacitouhomens para fazer isto mesmo depois da Escritura ter sido finalmentedada. Ele lhes deu conhecimento e com este a capacidade para usá-lopara o socorro de sua própria vida e da dos outros. Deus ainda dásabedoria hoje e isto em variados graus, mas este dom de sabedoria eradiferente em virtude de sua natureza revelatória. Novamente, asfreqüentes exortações dos apóstolos baseadas nos Princípios Divinosilustram este dom muito bem.

Discernimento de Espíritos

Discernimento é a capacidade de avaliar algo. O termo grego aquiliteralmente significa “julgar através de”. O dom de discernimento deespíritos era a capacidade de “julgar através de” ou de avaliar profecias,ensinamentos, e/ou pessoas, distinguindo o falso do verdadeiro.Naqueles dias, lembre-se, Deus falava à igreja através de homens taiscomo os profetas. Este dom (como observado no capítulo anterior)serviu como um controle sobre aqueles que abusassem daquele eproferissem palavras e ensinamentos que não fossem enviados por Deus(por exemplo, 1 Coríntios 12:3, onde alguém evidentemente ensinou que Jesus era maldito). Esta pessoa com o dom de discernimento de espíritos

podia declarar a verdadeira natureza de determinada profecia e afirmara verdade da genuína.

A percepção de Pedro dos motivos e feitos ocultos de Ananias e Safira(Atos 5:1-11) e a avaliação da Paulo da garota possessa por demônio(Atos 16:16-18) ilustram bem isto. Talvez o exemplo mais claro sejaencontrado em 1 Coríntios 14:29 que ordena que alguém, que não osprofetas, avaliem a profecia entregue. Este controle era necessárioquando a igreja não tinha Padrão, nenhum cânon da Escritura, pelo qualmedir os ensinos.

Assim como os dois dons anteriores, há similaridade hoje: Deus ainda dádiscernimento, mas o discernimento de hoje não é baseado sobre arevelação direta mas, antes, sobre uma comparação com as verdades eprincípios revelados aos apóstolos e profetas e agora registrados nasEscrituras.

Seu Desaparecimento

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Pelo menos três considerações apontam para o fato de que estes donsnão mais ocorrem na igreja.

1) A revelação está completa e cessou.

2) A necessidade destes dons passou. Nenhum conhecimento ousabedoria, e nenhum outro padrão para a avaliação de ensinos énecessário além daquele dado na Escritura. Além do mais, se os profetasestão ausentas da igreja (veja capítulo 15), então não há necessidade dediscernidores para avaliá-los.

Sumário

Estes dons de conhecimento, sabedoria e discernimento de espíritoeram temporários, dons revelatórios para a igreja, dados para preencheruma única e temporária necessidade. Hoje a igreja tem o maior dos

dons, a Revelação completa da Escritura; este e somente este é o guiatodo suficiente de fé e prática.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 24 de Fevereiro de 2004

Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 17 - Dons de Milagres e CurasHoje?

 

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O problema da doença humana é tanto real como difícil. Desejar eprocurar por curas é tanto compreensível e, algumas vezes,recompensador. Além do mais, o milagroso e o espetacular são

intrigantes e fascinantes. A combinação dos dois - a busca por cura e odesejo de realizar milagres – foi, deveras, a experiência da igrejaprimitiva. Os registros do Novo Testamento abundam em eventosmiraculosos, não menores do que as curas miraculosas das pessoas queestavam doentes.

Alguns, hoje em dia, desejam e até mesmo reivindicam ter a duplaexperiência da igreja primitiva como registrada no Novo Testamento.Com isto, certamente, tem se levantado tanto excitação comocepticismo – bem como muita confusão. A tentativa aqui é inspecionaros dados bíblicos relevantes e assim prover um guia acurado nesta

discussão.Dados Relevantes

*Mateus 17:19-20 – Os discípulos falham na tentativa de realizar ummilagre por causa de sua falta de fé.

*Lucas 10:17 – Os discípulos expulsam demônios; nenhum detalhe édado.

*Atos 2:43 – Os apóstolos realizam “muitos sinais e maravilhas”;

nenhum detalhe é dado.

*Atos 3:3-16 – Pedro cura um coxo na porta do Templo.

*Atos 5:1-11 – Ananias e Safira morrem pela palavra de Pedro.

*Atos 5:12-16 – Os apóstolos curam muitos; alguns são curadosmeramente por estar debaixo da sombra de Pedro à medida que elepassava.

*Atos 6:8 – “Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes

sinais entre o povo”.

*Atos 8:6-7, 13 – Filipe, em Samaria, realiza milagres e sinais, entre osquais curas e expulsão de demônios.

*Atos 9:32-34 – Pedro cura um homem paralítico em Lida, chamadoEnéias.

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*Atos 9:36-42 – Pedro, sob o pedido dos crentes em Jope, ressuscitaDorcas dentre os mortos.

*Atos 13:6-11 – Paulo cega Elimas (Bar-Jesus), o falso profeta.

*Atos 14:3 – Paulo e Barnabé realizam sinais e maravilhas em Listra;nenhum detalhe é dado.

*Atos 14:8-10 – Paulo cura um coxo em Listra.

*Atos 19:11-12 – Paulo realiza muitos “milagres extraordinários”,curando e expulsando demônios com o uso de lenços e aventais.

*Atos 20:9-12 – Paulo ressuscita Eutico dentre os mortos.

*Atos 28:1-6 -- Paul não é afetado pela picada de uma víbora, em Malta.

*Atos 28:8-9 – Paulo cura muitos doentes em Malta.

*Romanos 15:15-19 – Paulo declara que o seu ministério foi estabelecidopor seus “sinais poderosos e maravilhas”.

*2 Coríntios 12:12 – Paulo declara que seus milagres, sinais e maravilhasfaziam parte de suas credenciais apostólicas .

*Hebreus 2:3-4 – O autor fala de milagres, sinais e maravilhas realizadospor aqueles que primeiro ouviram de Cristo.

Observações

1. As curas eram instantâneas. Não era necessário tratamento adicional(Atos 3:1-11).

2. As curas eram completas. Aqueles que eram curados podiamimediatamente reassumir suas atividades normais; eram desimpedidospela doença, de todas as formas (Atos 9:32-34).

3. As curas eram permanentes. Isto não é dizer que alguém curado

nunca voltasse a ficar doente, mas é dizer que no dia seguinte, quandoo “curandeiro” ia embora, a doença não retornava (Atos 14:4).

4. Aqueles com o dom de curas tinham a capacidade de curar doençasorgânicas também. Eles não curavam meras doenças psicossomáticas(Atos 3:1-11; 5:14-16).

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5. Aqueles com o dom de curas não eram seletivos em quem curariam.Eles podiam curar qualquer um (Atos 5:14-16; 28:8-9).

6. Aqueles com o dom de curas podiam curar à vontade. Não haviacondições colocadas sobre aqueles que seriam curados (Atos 3:1-11). O

mesmo era verdade dos outros milagres (Atos 13:11-12).7. Fé, da parte daquele que seria curado, não era um requerimento oucondição. A fé era freqüentemente recompensada, mas nunca declaradacomo sendo uma condição para a cura de uma pessoa, nem jamaisusada como uma escusa por uma falha em realizar uma cura (Atos 3:1-11; 9:40).

8. As tentativas de curas eram sempre bem sucedidas. (A única exceçãopara isto é a ocasião registrada em Mateus 17:20, quando os discípuloscareciam de fé).

9. As curas eram geralmente realizadas para os incrédulos (Atos 3:1-11;5:14-16).

10. As curas geralmente não eram solicitadas (Atos 3:1-11).

11. As curas eram secundárias à pregação (Lucas 9:6). Isto é vistotambém em Atos 20:17-38 onde Paulo analisa seu ministério em Éfeso enão faz menção de seus grandes milagres realizados ali (cf. 19:11-12),somente sua fidelidade em ministrar a Palavra. Nenhum homem jamaisteve um “ministério de cura”.

12. Aqueles com o dom de curas podiam também ressuscitar dos mortossob pedido (Atos 9:40).

13. Embora as curas nem eram de forma alguma ocultas, eramgeralmente realizadas em relativa privacidade e numa num serviçopúblico de cura. “Serviços de curas” nunca foram uma parte da igrejaprimitiva (Atos 3:1-11).

14. Milagres e curas eram realizados pelos apóstolos e seus auxiliarespróximos. Filipe e Estevão são os únicos curadores não-apostólicos.

15. As curas nunca foram realizadas por um suposto “cair no Espírito” oualgo parecido.

16. As curas eram realizadas livres de qualquer custo financeiro. Nemhavia qualquer venda de souvenires ou coleta de ofertas.

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17. As curas e milagres não podiam ser negados. Eram feitosincontestáveis de poder (Atos 4:14-17).

18. Os poderes associados com o dom de milagres e curas não seestendiam além da cura, expulsão de demônios e ressurreição dos

mortos. Estes poderes não incluíam a capacidade de realizar truques,curar ou ressuscitar dentre os mortos animais, ou algo semelhante.

19. As curas eram realizadas de vários modos: pelo toque (Atos 3:6); porser tocado (Atos 5:15); geralmente sem contato físico de qualquerespécie (Atos 5:14-16; 9:32-34); pelo falar (Atos 14:10); com o uso delenços e aventais (Atos 19:11-12); com oração (Atos 9:38-41);geralmente sem oração (Atos 3:1-11; 28:8-9); e algumas vezes até emausência (Atos 19:11-12).

20. O escritor do livro de Hebreus, escrevendo como uma segunda

geração de Cristãos, fala dos dons miraculosos no tempo passado(Hebreus 2:3-4).

Sumário e Conclusão

O dom de curas aparece no Novo Testamento como um dom (sinal)miraculoso do Espírito Santo para a companhia apostólica (2 Coríntios12:12), a fim de confirmar a nova mensagem que eles estavampregando (Hebreus 2:3-4). O dom envolvia a capacidade de curardoenças físicas aparte dos processos de cura normais. O dom consistia

da capacidade de curar doenças e enfermidades à vontade, semtratamento médico ou quaisquer outros agentes de cura. O dom estáintimamente associado com aquele de milagres (o termo amplo,evidentemente) e funcionava em todos níveis de doenças humanas –física e espiritual. O homem assim dotado era capaz de curar doençasorgânicas (por exemplo, 3:1-11, uma doença congênita), ressuscitar osmortos (9:36-42), e até trazer julgamento físico (5:1-11; 13:6-11). Estedom parece também incluir a capacidade de expulsar demônios (19:12),a qual, então, seria sua dimensão espiritual.

Estas observações são muito reveladoras, especialmente em

comparação com as atuais reivindicações do dom. Se há similaridadeselas desaparecerão rapidamente em comparação com as diferenças quesão bem maiores e mais óbvias. O dom de milagres desfrutado pelaigreja primitiva nas mãos da companhia apostólica foi uma experiênciaúnica que serviu o seu propósito e então desapareceu.

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 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 23 de Fevereiro de 2004

Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 18 - O Dom de Línguas

 

Assuntos Preliminares

A Crise

Certamente não será exagero dizer que o fenômeno de línguas causouuma das maiores crises que a igreja enfrentou nesta geração. As línguasnão são mais algo testemunhado somente nas Igrejas Pentecostais; elassão vistas agora por toda a parte, desde o Catolicismo Romano aosbatistas e outras Igrejas independentes. Por séculos todos daCristandade reconheceram que o dom era inoperante; agora, junto comsuas acompanhantes reivindicações de curas, milagres, revelações, e“cair no espírito”, (que, a propósito, é algo completamente desconhecidoaté mesmo na própria Igreja primitiva), têm invadido virtualmente cada

denominação. Seus pregadores estão reivindicando a ocorrência de umPentecoste moderno. Alguns estão acusando os pregadores que recusamreconhecer o dom de enganadores que roubam o povo de Deus dasbênçãos por Ele enviadas. Em suma, este tem se tornando um dosassuntos mais quentes no cenário eclesiástico: os que crêem nele nãopodem parar de falar a respeito, e aqueles que não o aceitamaparentemente nunca cessarão de ouvir sobre o mesmo!

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O Padrão

Deve ser enfatizado, certamente, que há somente um Padrão pelo qualpodemos medir tais reivindicações – a Escritura. A questão envolvidaneste ponto não é se algum Cristão genuíno teve ou não algum tipo de

experiência; uma experiência pode ser muito real e, todavia, muitoerrada, ou pode ser muito real e mesmo assim muito mal-entendida.Este assunto de autoridade é particularmente essencial na discussão dodom de línguas, porque há muitos que estão seguros de que oexperimentaram. Mas re-enfatizemos isto: somente a Escritura tem aresposta para esta questão. Qualquer e todas as experiências devem seravaliadas à luz da Palavra de Deus. Nós não julgamos uma experiênciaem cima de nossas próprias reivindicações, mas com base nas SantasEscrituras, porque o Espírito Santo nunca será o autor de qualquerexperiência que não esteja de acordo com Sua própria Palavra. Istonunca poderá ser superenfatizado, especialmente tratando-se de um

assunto que é essencialmente experiencial.

Passagens Relevantes

O dom de línguas não ocorre nas Escrituras tão freqüentemente comoalguns podem pensar. As únicas passagens que tratam com o dom dealgum modo são Atos 2:1-13; Atos 10:44-48; Atos 19:1-7; e 1 Coríntios12-14. É possível que o dom de línguas também tenha sido exercido emAtos 8:14-19, mas é impossível se ter certeza (a questão é o que Simão“disse”, verso 18). Todas estas passagens serão investigadas, mas vistoque 1 Coríntios 14 é a passagem que dá a mais específica instrução

concernente a este dom, ela receberá maior atenção.

A Natureza dos Dons

Definições

Não é de modo algum difícil definir o dom de línguas; contudo, por causado debate em torno deste assunto, a sustentação para a definição aquidada será avaliada em alguns detalhes.

O dom de línguas foi a capacidade sobrenatural de falar em um idiomahumano estrangeiro que não era previamente conhecido ou estudadopelo locutor. Note que o dom de línguas não é a capacidade de balbuciar– o que não requer capacidade sobrenatural. Mas nisto é ondeprecisamente o debate começa. Virtualmente todos os teólogos liberais,por causa de sua negação da possibilidade do sobrenatural e darevelação direta, ensinam que o dom de línguas era meramente uma

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expressão extática. Embora eles não questionem a possibilidade dosobrenatural, todos os Carismáticos e muitos não-caristmáticos ensinamvirtualmente a mesma coisa. Muitos deles crêem que embora as línguasde Atos fossem deveras idiomas estrangeiros, as línguas de 1 Coríntioseram diferentes – eram expressões extáticas, balbuciações, que

continham uma revelação de Deus compreensível para o próprio Deus(para uso privado, devocional) e para o intérprete (para uso público).Contudo, este não é o caso; e que estas línguas eram idiomasestrangeiros é evidente a partir das seguintes considerações.

1. A palavra Grega traduzida por “línguas” nas Escrituras ( glossa )normalmente se refere à língua como um órgão físico ou como umidioma humano. Este é precisamente seu uso hoje – falamos com nossaslínguas em nossa língua nativa. A palavra pode ser usada com referênciaao falar extático, mas tal uso é completamente estranho ao Novo Testamento. A menos que haja uma boa razão (evidência) para entender

o termo como se referindo ao balbuciar, é injustiça assumi-lo como tal,especialmente à luz do fato de que seu significado por toda parte noNovo Testamento é sempre o contrário.

2. Em Atos 2 as línguas, claramente, eram idiomas humanos conhecidos(isto é, conhecido para alguns que ouviam). As “outras línguas” (heteraisglossais) do verso 4 são explicadas como sendo os idiomas dos Partos,Medos, Elamitas, Mesopotâmicos, etc., nos versos 9-11. No verso 6aqueles que ouviam os discípulos pregar, lhes ouviam em sua “próprialíngua”. O termo grego para “língua” neste verso (e no verso 8) édialektos, de onde vem a palavra portuguesa “dialeto”; ela pode

significar somente idioma, nunca balbucio. Além do mais, é claro que emAtos 2 as línguas eram designadas para ser o método de comunicaçãoefetiva para aqueles que estavam visitando Jerusalém para a festa dePentecoste. Em outras palavras, as línguas de Pentecoste quebraram abarreira da linguagem; elas não estabeleceram uma barreira delinguagem. Esta regra tira qualquer possibilidade de balbucio.

3. Semelhantemente, o dom era claramente de idiomas em Atos 10também, porque em Atos 11:15-17 Pedro o identifica como o mesmofenômeno que ocorreu em Atos 2. Parecerá óbvio, então, presumir omesmo para as línguas de Atos 10 também.

4. O dom de línguas em 1 Coríntios nunca é declarado ser algo diferentedaquele de Atos. Entendê-las como sendo algo diferente, requereriaalguma explicação. Além do mais, os relatos de Atos foram escritos porLucas, que era um companheiro de Paulo; é inconcebível que ele falassede outra espécie de línguas sem explicação.

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5. Em 1 Coríntios 14:14 Paulo fala que alguém que fala em uma línguaedifica a si mesmo. É evidente, então, que ele entendia o que estavadizendo, porque a edificação seria impossível aparte do entendimento (oque Paulo prossegue estabelecendo nos versos seguintes).Incidentalmente, é evidente também a partir disto que o verdadeiro dom

de línguas não era uma experiência puramente emocional, mas uma naqual a mente estava ativa. A implicação de Paulo era que alguém falavanuma língua, entendia o que ele estava falando, e assim era edificado.Seu ponto nos versos seguintes é que o que não pode ser entendido,não pode edificar. O dom de línguas é freqüentemente caracterizado,hoje, como se ele fosse um transe santo de alguma espécie, falandocoisas desconhecidas até mesmo para o próprio locutor! Isto estáclaramente excluído pela implicação de Paulo aqui. A concepção é que olocutor, em completo controle de suas faculdades mentais, sabe o queele quer falar e é capaz, sobrenaturalmente, de dizer isso em outroidioma. Como todos os outros dons, as línguas eram exercitadas

inteligentemente.

6. 1 Coríntios 14:10-11 claramente demanda o mesmo. Paulo estavafalando de línguas “no mundo” e isto demanda sons distintos, idiomasconhecidos.

7. Em 1 Coríntios 14:18 Paulo declara que ele falava em línguas mais doque qualquer um deles. Ele segue com uma declaração afirmando queesta nunca foi sua prática na Igreja (verso 19). A única coisa que poderiase fazer necessário para Paulo falar em línguas mais do que eles, então,seria sua necessidade delas nas suas jornadas missionárias. Novamente,

isto aponta para idioma, não para balbucio; porque o balbucio teria sidosem sentido na sua obra de missões estrangeiras; o idioma, por outrolado, teria sido o mais útil possível.

8. Em 1 Coríntios 14:21 Paulo associa seu dom de línguas com a profeciade Isaías sobre Israel ouvindo o idioma Assírio. Entender o dom comobalbucio, destrói seu ponto de referência totalmente.

9. Em 1 Coríntios 14:22 Paulo diz que as línguas eram “um sinal”. Elaseram tão espetaculares que despertavam atenção. Somente um idiomahumano pode ser eficaz como um sinal. O falar extático era bem

conhecido muito antes do século XI a.C., especialmente como uma partedas religiões misteriosas Gregas; ele serviria somente para associar osCristãos de Corinto com seu passado pagão. O que fazia o dom delínguas Cristão diferente e significante era o fato que aqueles assimdotados, eram capazes de falar em idiomas não aprendidospreviamente; mero balbucio, falar extático, não teria sentido algum eassim não poderia servir como um sinal.

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10. As palavras gregas hermeneuo e diermeneuo traduzidas por"interpretar" e "interpretação" em 1 Coríntios 14, normalmente significa“traduzir” de um idioma para outro. É como a palavra é freqüentementeusada hoje: quando um homem de um idioma fala para uma audiênciade outro, ele fala através de um “intérprete”. Este é seu significado

comum através de todo o Novo Testamento e da Septuaginta (atradução grega do Velho Testamento; por exemplo, Gênesis 42:23; Esdra4:7; João 1:42; Atos 9:36). “Tradução”, então, aponta para idioma, nãopara balbucio.

11. Jesus especificamente proíbe o falar extático em oração: “ E, orando,não useis de vãs repetições, como fazem os gentios” (Mateus 6:7). Otermo grego traduzido por “vãs repetições” não tem nada a ver com umpedido de oração repetente (embora Jesus use a palavra aqui para sereferir também à descuidada repetição de orações), mas antes significa“balbuciar” ou “falar balbucios”. Jesus, aqui, expressamente proíbe o

balbucio. É inconcebível que Ele proibisse algo que era em si mesmo umdom espiritual. A única alternativa é que as línguas eram realmenteidiomas. Deus nunca intencionou que os homens falassem ou orassemem uma “linguagem” que até mesmo eles não poderiam entender. Talcoisa teria sido sem propósito algum.

Objeções

Parece que as evidências dadas acima são insuperáveis. Contudo,aqueles que sustentam que as línguas eram um falar extático,apresentam os seguintes argumentos:

Objeção #1 . No Pentecoste, quando os apóstolos falaram em línguas,eles foram acusados de estarem bêbados (Atos 2:13).

Este é um argumento comum e justo. Uma análise mais atenta dapassagem, contudo, revela que havia dois grupos de pessoas presentes:1) os estrangeiros que entendiam em seus próprios idiomas e estavam“todos maravilhados” com tão impressionante fenômeno (versos 9-12),e 2) os Judeus Palestinos que, em vista de os apóstolos estarem falandoem idiomas estrangeiros, não podiam entender o que eles estavamfalando. Estes Judeus Palestinos locais são descritos como “outros”

(heteroi) no verso 13 em contraste com os estrangeiros listados nosversos 9-12. O verso 13 diz, então, que eram estes Judeus locais queestavam lançando a acusação de embriaguez. Os idiomas que estavamsendo falados eram claramente entendidos pelos estrangeiros, por issoeles não foram os que levantaram a acusação de embriaguez. Além domais, como já mostrado, as línguas de Atos 2 foram especificamentechamadas “idiomas” [ou “línguas” em algumas versões] (dialektos) nosversos 6 e 8.

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(Isto, a propósito, também mostra que o milagre de Pentecoste era defala, não de audição, porque havia aqueles que não entenderam. Ummilagre de audição teria sido experimentado pelos Judeus locais eestrangeiros igualmente.)

Objeção #2 . Paulo fala de “línguas dos anjos” em 1 Coríntios 13:1, oque deve se referir à uma linguagem celestial desconhecida por qualquer ser humano.

O problema com este entendimento desta frase é que Paulo, em todoeste cenário dos versos 1-3, está falando em termos hipotéticos. O“aindas” nestes versos estão no modo subjuntivo, o modo da irrealidade.Nestes versos Paulo está falando de coisas que claramente nãoaconteceram, tais como dar seu corpo para ser queimado (verso 3). Eleestá simplesmente falando no superlativo para enfatizar o que estava

falando. Não há nada aqui que demande balbucio. Além do mais, não háexemplo de ninguém no Novo Testamento falando numa línguaangelical.

Objeção #3 . Em 1 Coríntios 14, Paulo usa o termo laleo (“falar”; por exemplo, verso 2). Esta palavra significa tagarelice ininteligível.

O fato do assunto é que este verbo grego não precisa de modo algumser entendido como uma tagarelice; ela mui freqüentemente significasimplesmente “falar” (por exemplo, Mateus 9:18). Paulo usa este verbo

no verso 21, sem dúvida, porque este é o verbo usado na Septuagintaque ele está citando. Além do mais, os verso 34-35 do mesmo capítulousam o verbo para descrever “o fazer perguntas”. Finalmente, o verso16 equaciona este termo com lego , um verbo grego que sempresignifica “falar” ou “dizer”.

Objeção #4 . O termo “línguas desconhecidas” indica expressõesextáticas.

O primeiro e mais óbvio problema com este argumento é que o termo“desconhecidas” é uma adição feita pelos tradutores da King James; a

palavra não está nos manuscritos gregos (note que ela está sempreescrita em itálico). Evidentemente os tradutores caíram no erro comumde permitir que sua teologia desnecessariamente influenciasse suatradução. Além do mais, até mesmo se a palavra fosse genuína, ela nãodemandaria balbucio; ela poderia da mesma forma se referir ao idiomadesconhecido pelo locutor.

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sobre este verso, está muito claro que na mente do apóstolo “orar noEspírito” não indica a ausência do entendimento; oração deve ser tanto“no Espírito” como “com a mente”. Além do mais, como foi mostradoacima, falar em línguas não era algo feito sem a mente; era algointeligente e deliberado.

Muitos apelam para Romanos 8:26 para sustentar esta mesma alegaçãoque orar “no Espírito” é orar em fala extática. “Do mesmo modo tambémo Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemosde pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós comgemidos inexprimíveis”. Mas note que os “gemidos” são feitos peloEspírito, não pelo Cristão. Este verso simplesmente descreve o crenteem oração desejando mas não sabendo realmente como orar segundo avontade de Deus, em cujo caso o Espírito Santo leva aquele desejosincero da coração ao trono em uma oração agradável a Deus. O versonão diz nada sobre “oração em línguas”. Nada!

Sumário

O dom de línguas era a capacidade de falar em uma língua estrangeiranão conhecida ou estudada previamente pelo locutor. O verdadeiro domnão tem nada a ver com balbucios. O dom de interpretação de línguasera a capacidade de traduzir a mensagem dada em uma línguaestrangeira. Não há evidência de que as línguas de Atos sejam algodiferente das línguas de 1 Coríntios, exceto que pode ter havido algumabuso do verdadeiro dom pelos Coríntios.

O Valor das Línguas

É importante entender o valor que o Novo Testamento coloca sobre odom de línguas. O dom é importante? Ele é para os Carismáticos dehoje. Era para a igreja em Corinto. Ele era importante para os escritoresdo Novo Testamento? A resposta para isto é claramente: “não”!Certamente o dom tinha propósitos para servir, e assim foi importante

para aqueles propósitos. Mas o dom em si mesmo nunca foi enfatizadopelos escritores do Novo Testamento.

O Livro de Atos

No livro de Atos, o dom é exercido somente três vezes (Atos 2, 10, 19).Ele é mais adiante mencionado no capítulo 11 e pode ter ocorrido nocapítulo 8. Mas isto é tudo o que Lucas diz sobre o dom em todo o livro

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de Atos, cobrindo todos aqueles muitos anos do primeiro século daigreja. Julgando a observação de Paulo em 1 Coríntios 14:18, ele falouem línguas freqüentemente durante este período, mas o Espírito Santo(e assim, Lucas) não reconheceu isto como sendo algo digno de nota.

As Epístolas PaulinasNenhuma epístola do Novo Testamento jamais discute ou mesmomenciona o dom, exceto a carta de Paulo para o problema na igreja deCorinto. Mesmo em Efésios e Romanos, onde Paulo menciona e listavários dons espirituais, as línguas estão impressionantemente ausentes.

1 Coríntios 12-14

Paulo discute o assunto das línguas largamente em 1 Coríntios 12-14;deveras, tudo dos capítulos 12-13 são construções para sua discussão

direta das línguas no capítulo 14. Contudo, para enfatizar a relativairrelevância das línguas, Paulo está sempre mencionando o dom porúltimo em suas listas de dons (junto com o dom de interpretação delínguas; cf. 1 Coríntios 12:10,28,29-30). Seu propósito específico nassuas listas de dons em 1 Coríntios 12:28 é mostrar que há dons maisimportantes do que outros; novamente, as línguas estão por último. Elemais adiante mostra a relativa irrelevância das línguas em 1 Coríntios12:29-30 ao apontar que Deus nunca intentou que todo mundo tivesseeste dom.

1 Coríntios 14

1. O Tema

A coisa impressionante sobre 1 Coríntios 14 é que mesmo uma leiturasuperficial do capítulo revela que Paulo não está enfatizando de modoalgum o dom de línguas, mas ele está realmente desenfatizando-o. Istoé significante à luz do argumento comum dado pelos faladores delínguas hoje: “visto que Paulo escreveu tanto sobre o assunto, ele deveser muito importante para nós”. Este argumento perdeu o pontocompletamente. Paulo não escreveu 1 Coríntios 14 para elevar o dom delínguas, mas para examinar e avaliar o abuso e ênfase exagerada dele.

Ele escreveu para tratar de um problema associado com o dom. Pauloescreveu da mesma forma muito sobre comer alimentos e sobre aliberdade Cristã (1 Coríntios 8-10), mas isto não elevou o exercício daliberdade de alguém, mas a restringiu. Ele devotou tempo e espaço paraum problema específico numa situação específica para um propósitoespecífico; não é então para nós elevarmos o seu problema específico,mas antes para entender os princípios envolvidos e aplicá-los paranossas próprias circunstâncias.

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Paulo não escreveu 1 Coríntios 14 para elevar o dom de línguas, e é umcompleto mal-entendido do capítulo pensar de outra forma. Paulodeclara logo no início (versos 1-2) que as línguas são inferiores, e entãoele procede para estabelecer este ponto até o verso 25. A relativainutilidade das línguas é seu tema declarado através desses versículos.

Eu tenho ouvido que um pregador de rádio disse que a completaverdade de 1 Coríntios 14 é: “fica frio!” Isto está exatamente correto. Éespantoso, então, como alguns podem olhar para onde a Bíblia depreciaalgo e usar esta mesma passagem para elevar isto.

O propósito da declaração de Paulo no capítulo 14 é mostrar que os donsque apresentam claramente a Palavra de Deus, seja por revelação(profecia, verso 1) ou por ensino (verso 19), são vastamente superioresao dom de línguas; este é o seu ponto de início no verso 1: “procuraicom zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar”.

2. A Explicação

Então ele procede para explicar esta preferência nos versos 2-25, ondeele passa a demonstrar extensivamente a inferioridade das línguas. Osprincípios envolvidos aqui são: 1) entendimento, ou inteligibilidade(verso 2), e 2) edificação (versos 3-6). Nada que não seja compreensívelé edificante; este é o princípio que domina a discussão seguinte. Aslínguas, ele diz, não são tão edificantes porque elas não sãocompreensíveis (até que elas sejam interpretadas); assim, porque tantaincomodação por causa delas?

3.A Ilustração

Ele então dá duas ilustrações de seu ponto: 1) instrumentos musicais(versos 7-9) e, 2) a própria linguagem humana (versos 9-14; nota o“assim também” ou “da mesma forma” do versículo 9, apontando para ofato de que ele está ilustrando seu ponto dos versículos precedentes). Oponto de sua ilustração é que o som deve ser distinto e claro, ou senãoeles são inúteis.

Você já ouviu alguma vez um locutor que pôde te maravilhar com suacapacidade de falar, mas quando ele terminou você quis saber o que ele

disse? Esta é a segunda ilustração de Paulo. Tal locutor está “falando aoar” (v. 9). Isto, Paulo diz, é precisamente o que as pessoas pensamquando você fala em línguas. Você é como um bárbaro para eles, umestrangeiro, porque eles não podem entendê-lo. Que edificação há nisto(veja v. 16)?

Se o seu pastor se levantasse para sua oração pastoral na próximamanhã de Domingo e dissesse, "Eulogetos ho theos kai pater tou kuriou

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hemon Iesou Chistou ” . Você poderia dizer “Amém” para esta oração(veja v. 16)? Se alguém se levantasse também e desse a interpretação –“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”. Você diria,“Porque ele não disse isso da primeira vez?!” Este é exatamente o pontode Paulo. Pela sua própria natureza, a oração como dado na primeira vez

era inteligível para qualquer um que não conhecesse o idioma, e assimnão poderia edificar; portanto, as línguas são inferiores.

4. A Prática de Paulo

Precisamente por causa disto, Paulo diz no verso 19, “todavia na igrejaeu antes quero falar cinco palavras com o meu entendimento, para quepossa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua”. Éimpressionante como este verso tem sido negligenciado. Se as palavrastêm algum significado, Paulo diz aqui que ele nunca falou em línguas naigreja. Ele disse que simplesmente não preferia, pois isto não serviria

para edificar como fazem o ensino ou profecia. O claro ensino da Palavrade Deus era preeminente, porque isto é o que edifica. (Sua referência noverso 18 para suas línguas deve então se referir ao seu uso delas emsuas jornadas missionárias, não como uma função de adoração na igrejalocal)

No verso 20 ele lhes fala que este entendimento requer um pouco dematuridade da parte deles. O presente pensamento deles sobre o domde línguas era infantil e egoísta.

5. Um Exemplo Prova o Ponto

Finalmente, nos versos 23-25, ele descreve uma reunião da igreja; eleainda está tratando seu ponto que a profecia é superior às línguasporque ela é muito mais edificante. “

Se, pois, toda a igreja se reunir num mesmo lugar, e todos falarem emlínguas, e entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão porventura queestais loucos? Mas, se todos profetizarem, e algum incrédulo ou indoutoentrar, por todos é convencido, por todos é julgado; os segredos do seucoração se tornam manifestos; e assim, prostrando-se sobre o seu rosto,adorará a Deus, declarando que Deus está verdadeiramente entre vós”.

“O que vocês desejam fazer nas suas reuniões?”, ele pergunta. “Vocêsquerem se mostrar? Ou querem ver o povo edificado?” Esta questãoresponde a si mesma. À luz disto, a única solução é fazer o que Paulofez; isto é, não praticar línguas na igreja (v. 19). Isto é o porque ele lhesordena a crescer no entendimento (verso 20).

Sumário

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É sempre importante que nossas atitudes sejam refletivas do apóstoloinspirado. É abundantemente claro que Paulo não enfatizou o dom delínguas, antes ele o desenfatizou. Depois de tudo isto, alguém podesomente se maravilhar de quão pouco o dom de línguas foi exercitadona igreja de Corinto!

“Mas”, alguém pode objetar, “se seguirmos isto, nunca mais teremoslínguas na igreja!” Uma observação muito interessante e criteriosa.

Os Faladores de Línguas: Quem Pode Falar?

Enquanto muitos hoje estão reivindicando que todo Cristão devedesfrutar da benção de falar em línguas, é claramente evidente que oNovo Testamento nunca nem mesmo implica tal coisa. Os dons sãodados soberanamente, “como Ele quer” (1 Coríntios 12:11). A igreja éum corpo, cada membro tem diferentes funções. Se todo o corpo tem o

mesmo dom, não haverá nada senão confusão: “Se o corpo todo fosseolho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria oolfato?” (1 Coríntios 12:17)

Paulo expressamente declara em 1 Coríntios 12:29-30 que nem todosfalam em línguas: “Porventura são todos apóstolos? são todos profetas?são todos mestres? são todos operadores de milagres? Todos têm donsde curar? falam todos em línguas? interpretam todos?” Estas questões,como estão construídas no Grego, demandam uma resposta negativa.Para entender isto completamente, as questões devem ser lidas assim:“Não são todos apóstolos, são? Não são todos profetas, são?” etc. A

declaração clara é que Deus nunca pretendeu que todos os crentestivessem o mesmo dom.

Muitos Carismáticos contemporâneos, vendo a força disto, simplesmentedizem que há dois tipos diferentes de línguas – uma como um dom per se , e a outra como uma língua para uso pessoal, privado e pretendidapara todos os crentes. Evidência? Em nenhum lugar a Bíblia nem mesmosugere que haja um dom de línguas que não seja o dom de línguas. Aasserção disto é simplesmente gratuita.

O Propósito das Línguas

O Propósito Errado

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É comumente crido que as línguas servem para o propósito de auto-edificação. As línguas, muitos pensam, edificam aquele que fala comelas; e assim, este é o propósito delas.

Contudo, a idéia de que as línguas são para edificação própria é

completamente infundada; ela é precisamente contrária a tudo o quePaulo estava construindo através dos capítulos 12 a 14 de 1 Coríntios. Oapóstolo enfatizou grandemente que os dons espirituais são para aedificação de outros. Ele diz em 1 Coríntios 12:7 que os dons são “para obem comum”. O cântico do amor de Paulo em 1 Coríntios 13 é tão linda,em si e de si mesmo, que muitos perderam seu ponto exato: ele estámostrando que os dos devem ser exercitados em amor, e se eles sãoexercitados em amor, eles devem ser exercitados para o benefício deoutros, não próprio. “O amor não busca os seus próprios interesses”(verso 5) mas se foca nos outros. Exercitar um dom simplesmente para obenefício pessoal seria uma prostituição dele.

Esta é precisamente a carga do argumento de Paulo em 1 Coríntios 14.Os dons são para edificar os outros, a igreja, não a si próprio (veja osversos 3, 4, 5, 12, 17, 26). Seu argumento nos versos 1-3 ésimplesmente que as línguas são inferiores porque elas não tendem àedificação como fazem as profecias.

O argumento freqüentemente dado é que em 1 Coríntios 14:2 e 4 Paulodeclara que a auto-edificação é o propósito das línguas: “Porque o quefala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém oentende; porque em espírito fala mistérios...O que fala em língua edifica-

se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja”. Isto, contudo, é umcompleto mal-entendido do verso; de fato, isto é precisamente areversão do seu significado pretendido. Sim, se um homem se levantana igreja e fala em uma língua (sem intérprete), somente Deus oentende, assim ele não fala aos homens, somente a Deus, e somente aprópria pessoa é edificada. Paulo não está comentando isto – ele estácriticando isto. Ele diz, “isto é o que vocês estão fazendo, mas isto não ébom. Isto é ruim! É um uso impróprio de um dom. Você deveria antes“edificar a igreja”. Ele está simplesmente expressando a prática delescomo um prelúdio de sua condenação dela; ele não está declarando opropósito das línguas. (Paulo usou este mesmo tipo de argumento

anteriormente; veja 1 Coríntios 11:21)

Isto não é dizer que um dom não pode edificar aquele que estáexercitando-o. Um pregador ou professor está continuamente edificadopelo uso de seu dom, como toda outra pessoa pelo uso de seu própriodom. Mas isto simplesmente significa que este não é o propósito denenhum dom; os dons foram dados para capacitar os crentes a ministraraos outros. Usá-los para qualquer outro propósito seria uma prostituição

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egoísta deles. Nenhum homem tem direito de usar seu dom para o meropropósito de auto-edificação.

Além do mais, o fato de que as línguas foram dadas para ser um sinalpara os incrédulos também exclui qualquer idéia de uso privado ou

devocional do dom (isto será desenvolvido abaixo).E mais, se as línguas foram designadas para edificar, a igreja em Coríntocertamente teria sido uma igreja diferente. Nenhuma igreja no Novo Testamento falou em línguas mais do que a igreja em Corinto; todavia,nenhuma igreja no Novo Testamento era mais carnal. Claramente, aslínguas não edificaram os Coríntios.

Os Propósitos Declarados

O Novo Testamento é claro em seu ensino que os dons espirituais são

para o propósito de edificar a igreja. As línguas não têm este efeito:quando elas eram traduzidas, elas tinham a função equivalente à daprofecia. Que as línguas eram então edificantes para a igreja (quandopropriamente usadas) não pode ser questionado. Contudo, no caso daslínguas, a edificação era somente secundária; elas tinham um propósitomaior.

Após exortar os crentes de Corinto para terem um pensamento maismaduro sobre o dom, Paulo cita Isaías 28:11-12 para estabelecer opropósito das línguas: “Está escrito na lei: Por homens de outras línguase por lábios de estrangeiros falarei a este povo; e nem assim me

ouvirão, diz o Senhor. De modo que as línguas são um sinal, não para oscrentes, mas para os incrédulos; a profecia, porém, não é sinal para osincrédulos, mas para os crentes” (1 Coríntios 14:21-22). Este é opropósito declarado e pretendido das línguas: elas são para um sinal, umsinal para os incrédulos.

Este é, então, o porque as línguas têm tão pequeno propósito na igreja:elas são para um sinal para os incrédulos. Seu propósito primário nãoera ministrar aos crentes, mas aos incrédulos – para despertar suaatenção ao evangelho e confirmar a credibilidade do Cristianismo emgeral. Este é precisamente o propósito satisfeito com a ocorrência inicial

do dom de línguas (Pentecoste, Atos 2).

Nem Paulo necessariamente implica nestes versos (1 Coríntios 14:21-22)que as línguas são para um sinal de julgamento ou um sinal para os Judeus somente, como é freqüentemente ensinado. Ele meramente citaIsaías para traçar um princípio a partir dele, a saber, que as línguasservem como um sinal para os incrédulos. Jesus disse aos Judeus queeles não teriam outro sinal, exceto aquele da ressurreição (Mateus 16:4);

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e o próprio apóstolo Paulo já tinha dito aos Coríntios que os Judeuspediam mas não recebiam um sinal (1 Coríntios 1:22-23). Se este sinalera para os Judeus somente, Paulo certamente teria declarado istoamplamente na igreja Gentílica em Corinto; antes, ele meramente dizque as línguas eram sinal para os incrédulos, quer Judeu, quer Gentio.

Isto é tudo que é requerido a partir desta declaração. As línguas eramum sinal para os incrédulos confirmando o evangelho e a novamensagem Cristã.

Se o finalzinho de Marcos é genuíno ou mesmo historicamente correto, Jesus também declarou ser este o propósito das línguas; línguas são“sinais” (Marcos 16:17).

Embora este seja o declarado e assim, primário, propósito do dom delínguas, eles também serviam outro propósito: eles demonstravam orecebimento do Espírito Santo e a unidade no Corpo de Cristo. Agora,

tenha cuidado! Isto não é dizer que as línguas são evidência de umBatismo do Espírito subseqüente à salvação. Mas no livro de Atos, aslínguas serviam para demonstrar o recebimento do Espírito, isto é, asalvação. Pela natureza disto, então, aqueles que falavam em línguasdavam evidência de sua unidade no corpo de Cristo. Isto é precisamenteo que aconteceu em Atos 2. Foi o dom de línguas dado para a casa deCornélio que convenceu Pedro que os Gentios também tinham recebidoo Espírito e assim se tornado parte da igreja também (Atos 11:15-58, sereferindo aos eventos de Atos 10:44-48). O mesmo foi demonstrado emAtos 19 com os discípulos de João o Batista e também em Atos 8 com osSamaritanos, se realmente as línguas ocorreram ali. Crentes de todos os

tipos – Judeus, Samaritanos e Gentios – receberam o mesmo dom e poristo deram evidência de sua unidade no mesmo corpo, o Corpo deCristo.

Sumário

As línguas nunca foram pretendidas para o uso pessoal, devocional, nempode ser encontrado qualquer verso das Escrituras que ensine tal coisa.Seria uma razão egoísta e injustificada para o exercício do dom. Os donsespirituais foram dados para edificar os outros. O dom de línguas,especificamente, foi dado como um sinal para estabelecer o evangelho e

o movimento Cristão. Eles ainda serviram para demonstrar orecebimento do Espírito Santo (salvação) e assim a unidade de todosaqueles dentro da família da fé.

As Regras

Como temos visto através de 1 Coríntios 14, Paulo esteve severamenterestringindo o dom de línguas. Começando com o verso 26, contudo, ele

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adiciona mais regras ainda. Nenhum outro dom é regulado como o é odom de línguas. Paulo esteve explicando aos Coríntios o propósito dosdons, que eles servem como um sinal para os incrédulos. Agora ele lhesdiz que este propósito não pode ser servido, a menos que o dom sejaexercido do maneira apropriada e de acordo com determinados linhas de

direção.As Regras

Aqui estão as regras que o apóstolo Paulo dá para o exercício do dom delínguas.

1. Edificação (verso 26). Este é o princípio regulador de todos os donsem geral. Eles devem servir para edificar os outros.

2. Não mais do que três num culto (verso 27). “Quando muito três”

indica que ter três diferentes pessoas falando em línguas em um dadoculto seria raro. Congregações inteiras falando, cantando ou orando emlínguas é especificamente proibido aqui.

3. Um de cada vez (verse 27). "Cada um por sua vez" restringe o falarem línguas a um homem por vez; qualquer um a mais acrescentariasomente confusão. Já é uma confusão suficiente escutar um idiomaestrangeiro; escutar duas ou mais pessoas ao mesmo tempo seria fútil ecertamente não poderia edificar. A prática comum contemporânea deficar de pé falando em línguas durante a pregação é também proibidaaqui.

5. Deve haver somente um intérprete (verso 27). O verbo Grego “um” éo número um, não uma palavra geral se referindo a “algum”. Paulorequer aqui que o mesmo intérprete dê as interpretações dasmensagens dadas por uma, duas ou no máximo três pessoas. Nenhumoutro intérprete deve falar.

6. O intérprete deve ser alguém à exceção daqueles que estão falandoem línguas (versos 27-29). Paulo não permite que alguém fale em umalíngua para dar sua própria interpretação.

7. Ordem (versos 29-33, 40). Os dons nunca devem ser exercidos de ummodo que tenda à “confusão”, porque depreciaria seu propósito(edificar). Embora o formalismo não seja a única resposta, o caos éclaramente excluído. O serviço de adoração deve ser conduzido de umaforma ordenada.

8. Auto controle (verso 32). " Os espíritos dos profetas estão sujeitos aosprofetas” exclui qualquer escusa tal como, “Eu simplesmente não pude

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me refrear; o Espírito Santo apenas tomou o comando!” Pauloexpressamente requer que o homem esteja em controle de suasfaculdades mentais em todo tempo. Ser “arrastado” é refletivo dasreligiões pagãs, não dos dons Cristãos (1 Coríntios 12:2). Esta regraimpede qualquer assim chamado “cair no Espírito” ou algo semelhante

em que a pessoa está completamente fora de controle; quando oEspírito Santo requer auto controle, Ele então não causará o oposto. Elenão violará Sua própria palavra. A objeção freqüentemente dada é, “Mase se o Espírito Santo me encher de uma forma que eu perca o contatocom a realidade?” ou, “Eu simplesmente não pude controlar o Espírito”,ou algo parecido. Mas a clara premissa deste versículo é que o EspíritoSanto nunca fará isto. Ele proibiu-a, e Ele simplesmente nunca fará algoque é contrário à Sua palavra. Nunca!

9. Nenhuma mulher permitida (versos 35-38). Paulo não poderia sermais claro nesta proibição. “As mulheres estejam caladas nas igrejas”.

Não importa ao que mais se refira, isto pelo menos refere-se ao exercíciodos dons de línguas e profecia, porque este é o contexto no qual estemandamento é dado. Percebendo, evidentemente, a tempestade deprotesto que este mandamento receberia, Paulo acompanha o mesmocom uma declaração de autoridade nos versos 36-38, que diz,efetivamente, “se você não concorda comigo nisto, você é um arrogante(verso 36), não espiritual (verso 37), e um rebeldemente ignorante”(verso 38). A regra não poderia ser mais clara; rejeitá-la desafiadiretamente o apóstolo inspirado.

Outras restrições já apontadas, mas não declaradas ou listadas naqueles

versos também se aplicam. Eles são as seguintes:

10. As línguas devem ser idiomas. Balbucio é completamente estranhoao dom de línguas do Novo Testamento. Falar em uma “expressãoextática” é inteiramente sem garantia Bíblica.

11. As línguas devem servir para propósitos apropriados. O uso pessoale devocional não é o propósito Bíblico servido pelo dom.

12. As línguas devem ser públicas. O uso privado do dom écompletamente sem precedente e não pode servir como um sinal para

os incrédulos.

Sumário

Estas são as regras para o dom de línguas nas quais o apóstolo inspiradonão deixa espaço para debate (versos 36-38). Onde estas regras não sãoseguidas, podemos estar certos de que não é um dom genuíno, masuma falsificação.

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Novamente, alguém pode objetar, “Mas todas estas restrições podemabolir inteiramente a prática!” E novamente também, esta é umaobservação muito criteriosa. Pergunto-me o que aconteceu em Corinto.

A Cessação das Línguas

Não se levanta pequeno protesto, em alguns círculos, até mesmoquestionar se as línguas são para hoje. Dizer que elas cessaramusualmente evoca uma resposta parecida com esta: “A igreja do Novo Testamento teve este dom, e assim nós devemos, portanto, ter!” “Tudo oque eu quero é o que eles tiveram!” “Não há nenhum verso na Bíbliaque diga que não podemos tê-los hoje!”.

Em primeiro lugar, que a igreja primitiva teve o dom em si e de simesmo não requer que devamos tê-lo; e do mesmo modo, não provaque não devamos. Depois, ter o que eles tiveram pode não ser tão bom

no fim das contas – como você gostaria de viver sem um Cânon daEscritura completo, sem um padrão certo para medir as reivindicaçõesreligiosas? Isto seria um passo para trás, não para frente. Além do mais,que não há nenhum verso que precisamente declare o assunto édiscutível (como veremos), e mesmo se não houvesse nenhum, ateologia Cristã nunca descansou meramente em textos provas, masantes em induções traçadas a partir de toda a Bíblia (já procurou umúnico versículo isolado das Escrituras para provar a Trindade?). E mais,também não há nenhum verso das Escrituras na Bíblia que diga quepodemos ter o dom hoje.

A questão nunca será resolvida com base em opiniões emocionais – “Euquero o que eles tiveram!” Ela pode ser somente resolvida pelos ensinosdas Escrituras; esta é o único Padrão capaz de fornecer a resposta.

Evidência

A Bíblia declara em diversas maneiras e provê diversas razões porque aslínguas não podem ser uma parte da igreja hoje.

1. Paulo declara diretamente em 1 Coríntios 13:8 que as línguascessariam. Na última epístola de Paulo e em outras epístolas do Novo

 Testamento, as línguas estão impressionantemente ausentes. Ésignificativo também que por quase dezenove séculos este dom delínguas esteve ausenta da vida da igreja e nunca reivindicado porqualquer grupo legitimamente Cristão (veja B.B. Warfield, MilagresFalsificados , The Banner of Truth Trust). O que quer que possa serobscuro sobre esta passagem, o fato claro é que o apóstolo inspiradodisse que elas cessariam. E elas cessaram. Se dezenove séculos de

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ausência não é uma “cessação”, é difícil imaginar o que mais poderiaqualificar.

2. O Padrão da história Bíblica é que os dons miraculosos eram dadospara curtos períodos de tempo e removidos então. Assumir que eles

devem ter remanescido é uma suposição impossível de sustentar.3. A história do Novo Testamento dá claro registro que o donsmiraculosos foram desaparecendo mesmo antes da morte dos própriosapóstolos.

4. A revelação cessou, e assim o dom de línguas, que era um domrevelatório, cessou também.

5. O propósito das línguas foi cumprido, e assim elas não são maisnecessárias. Elas eram para servir como um sinal para autenticar o

evangelho e demonstrar a unidade dentro do corpo de Cristo. Com aigreja Cristã e sua unidade como um fato estabelecido, os sinais dosmesmos não serviriam para nenhum propósito.

6. A completa inferioridade do dom de línguas para a profecia (1Coríntios 14:1-3) ou mesmo ensino (verso 19), faz dele desnecessário.Ele realmente não pode realizar nada senão o que pode ser melhor emais facilmente realizado pelo ensino.

7. A própria atitude do apóstolo Paulo para com as línguas expressa em1 Coríntios 14 e suas impressionantes restrições colocadas em cima do

dom, quase eliminam as línguas completamente (por exemplo, verso19). A atitude é tão severa e as regras são tantas, que o exercícioapropriado do dom é quase impossível, mesmo se ele fosse para osnossos dias.

Objeção: 1 Corinthians 14:39

A objeção é freqüentemente levantada que em 1 Coríntios 14:39 Paulodiz não proibir as línguas. Não nos demanda isto que elas sejampermitidas hoje?

A questão é justa, mas a resposta pode não ser tão simples como oquestionador pode pensar. Paulo não ordena que nós cegamenteaceitemos todas as reivindicações de ser o dom de línguas; de outramaneira, isto seria um endosso para muitos cultos e religiões pagãs bemcomo para fraudes óbvias dentro da própria igreja. Ele obviamente nãopretendia proibir o dom como ele é legitimamente dado eapropriadamente exercitado; este, no contexto (versos 26-40), éclaramente o ponto de Paulo. Como temos visto, por muitas razões não

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há o dom legítimo de línguas hoje; assim, este verso não nos requeraceitar as reivindicações daqueles que dizem possuí-lo (não obstantequão sinceros eles possam ser). Além do mais, mesmo se o dom fossedado hoje, seria difícil, senão impossível, achá-lo exercitado de acordocom os regulamentos que Paulo deu para ele (veja as doze regras

listadas acima; eu, pessoalmente, nunca ouviu o testemunho dereuniões onde se falam línguas nas quais todas aquelas regras sejamrespeitadas), e onde quer que aqueles regulamentos não sejamrespeitados, este mandamento (verso 39) não pode se aplicar.

Por causa do abuso e mal-entendimento dos Coríntios sobre o dom,através dos primeiros trinta e oito versos de 1 Coríntios 14, Pauloseveramente restringe o dom de línguas; deveras, ele dificilmente teriauma boa palavra para dizer sobre o dom. Conseqüentemente, eletacitamente deu o mandamento do verso 39, para que os Coríntios nãopensassem que ele sentiu ser o dom inteiramente errado; era errado

somente na sua violação dos princípios que ele estabeleceu.

Para que um homem reivindique que o mandamento do verso 39 se lheaplica, então, ele deve ser capaz de demonstrar que, 1) Deus dá o domde línguas hoje (dando respostas para as razões Bíblicas dadas acima), e2) seu dom está sendo apropriadamente exercido e está de acordo comas regulamentações apostólicas para ele. Somente então o verso 39pode se aplicar a ele.

Conclusão

O dom de línguas era o dom de idiomas, um dom miraculoso direcionadopara os incrédulos, mas pouquíssimo enfatizado no Novo Testamento. Odom foi dado somente para relativamente uns poucos na igreja primitivae nunca foi pretendido ser possuído por todos os crentes. Mesmoenquanto o dom era dado, certas limitações severas foram colocadaspara o seu uso. Depois da fase fundacional da igreja com a morte dosapóstolos, o dom não foi mais dado. Segue-se naturalmente, então, queo dom de interpretação de línguas cessou também.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto

Cuiabá-MT, 07 de Fevereiro de 2004

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por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Church

copyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 19 - Pentecoste, Batismo doEspírito

e o Movimento Carismático

 

O Debate

Central para o debate entre Carismáticos e não-carismáticos, hoje, é adoutrina do batismo do Espírito. Os Carismáticos contendem que está éuma experiência distinta e subseqüente à salvação, na qual um crenterecebe completamente o Espírito Santo em sua vida, capacitando-ointeiramente para a adoração e para o serviço. Realmente, estainterpretação da doutrina é o suporte básico do sistema inteiro deles.Esta "segunda benção", ou recebimento do Espírito Santo após a

salvação é (eles ensinam) o meio para a plenitude da benção na vidaCristã e o meio para o exercício dos dons "carismáticos". Sem ela, elesreivindicam, uma pessoa pode ser um Cristão, mas não completamenteabençoado ou inteiramente capacitado para adorar e servir ao Senhor.Eles ainda ensinam que ela é recebida somente sob a junção de certascondições, tais como santidade e oração ardente, e a principal evidênciado recebimento dela é o falar em línguas. Estas reivindicações sãocentrais para o debate e devem ser avaliadas cuidadosamente.

A Doutrina

A Extensão

O Novo Testamento repetidamente ensina que todos Cristãos recebem oEspírito Santo e isto no mesmo grau. Não há Cristãos que não Opossuam. De fato, uma pessoa não pode ser um Cristão sem receber oEspírito Santo. Uma das grandes bênçãos da salvação é a realidade dahabitação do Espírito Santo de Deus na vida de todos os crentes.

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 João 7:38-39

 Jesus prometeu, "Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seuinterior correrão rios de água viva", ao que o inspirado apóstolo João

adicionou o comentário interpretativo, "Ora, isto Ele disse a respeito doEspírito que haviam de receber os que nele cressem" (João 7:38-39). Jesus claramente prometeu que todos os crentes não somentereceberiam o Espírito ou meramente O receberiam parcialmente, masque eles O receberiam em rios de abundância. O Novo Testamentoelabora em grande detalhe esta abundante possessão do Espírito Santo:os ministérios do Espírito Santo de selar, doar, guiar e santificar sãovários aspectos desta possessão.

Romanos 8:9

 Talvez o enunciado do apóstolo Paulo em Romanos 8:9 seja ainda maisclaro, no qual ele ousadamente declara que se alguém não tem oEspírito Santo, esse tal não pertence a Cristo. Este recebimento doEspírito de Deus não é uma segunda benção recebida após a salvação;ele é a absoluta parte básica da própria salvação. Falar de um homemsem o Espírito é falar de um homem sem Cristo.

1 Coríntios 12:13

Um outro verso das Escrituras que merece atenção neste respeito, é ode 1 Coríntios 12:13. Paulo declara, "Pois em um só Espírito fomos todos

nós batizados em um só corpo". Várias referências ao batismo doEspírito são encontradas no Novo Testamento, mas esta é a única que édiretamente interpretativa. Outras derramar luz sobre a doutrina porreferência a ela, mas esta é a única que a interpreta; dessa forma, ela éo ensino básico sobre o assunto, a passagem normativa sobre adoutrina.

Note primeiramente quando este batismo ocorre; ele ocorre na hora dasalvação. Ele ocorre quando um homem entra no corpo de Cristo; defato, ele é o próprio meio de entrada. Esta não é uma experiênciaposterior, subseqüente, mas o evento que traz um homem para "um só

corpo".

Observe ainda a extensão, isto é, quem são os privilegiados parareceber esta benção - "todos". Isto não é algo reservado para umaexperiência posterior de uns poucos privilegiados; é uma benção gozadapor todos que estão no "corpo".

As Provisões

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O Novo Testamento é igualmente claro em seu ensino que quando umhomem é salvo, a ele é dado tudo que ele necessita para completar seucrescimento espiritual; ele não necessita esperar por algo além ouqualquer benção posterior. Ora, há a definida necessidade de

crescimento, e este crescimento pode somente se cumprir através decertos meios; mas até o mais novo Cristão tem todo o equipamentonecessário para a adoração e serviço.

 Talvez nenhum verso declare este maravilhoso privilégio maisclaramente do que II Pedro 1:3, que afirma que aos crentes tem sidodado "tudo o que diz respeito à vida e à piedade" (itálico adicionado).Não há nenhum "não possuo" no corpo de Cristo; nenhum membro temsido trapaceado ou deixado de lado. Este mesmo ponto é tambémenfatizado em Romanos 6, que declara que em sua luta contra o pecadoem sua vida, o Cristão tem tudo que é necessário para a vitória por

causa da suficiência da obra de Cristo. A provisão é completa para todocrente.

Profecia e Cumprimento

Esta benção do Espírito Santo foi profetizada pelo predecessor doSenhor, João o Batista, o último profeta da ordem antiga. Ele profetizou,"Eu vos batizei em água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo"(Marcos 1:8). Repetidamente Jesus prometeu a Seus discípulos que Eleenviaria Seu Espírito (João 7:38-39; 14:16-18,26; 15:26; 16:7-14). Justamente antes de sua ascensão ao céu, Jesus ordenou aos Seus

discípulos que esperassem em Jerusalém pela "promessa doPai....Porque, na verdade, João batizou em água, mas vós sereis batizadono Espírito Santo, dentro de poucos dias" (Atos 1:4-5). Dez dias depoiseles experimentaram o grande evento do dia de Pentecostes em Jerusalém (Atos 2), e eles foram "cheios do Espírito" (Atos 2:4). Em Atos11:15-17, Pedro associa o recebimento de Cornélio do Espírito com oPentecostes deles e identifica ambos como o batismo do Espírito.

A promessa do Espírito foi cumprida em Pentecostes quando o Senhorenviou Seu Espírito para habitar Sua igreja.

A Significação

"O batismo do Espírito", então, é uma referência à vinda do Espírito; asignificação e implicações disto devem agora ser determinadas.

1. O Batizador

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Marcos 1:8

Primeiramente, é importante reconhecer QUEM é o que realizar a obrabatizadora. Freqüentemente é pensado que o Espírito Santo batiza; istonão é de forma alguma o caso. Não é o Espírito Santo, mas antes o

próprio Cristo que batiza no Espírito Santo; isto é o que João o Batistaclaramente profetizou que aconteceria: "Ele vos batizará no EspíritoSanto" (Marcos 1:8).

1 Coríntios 12:13

O mesmo é ensinado em 1 Coríntios 12:13 que declara que "em um sóEspírito fomos todos nós batizados em um só corpo". O próprio Cristobatiza, não em água, mas (em um sentido místico) no Espírito Santo,dessa forma fazendo do homem uma parte de Seu corpo. A VersãoAutorizada (KJV) traduz a preposição Grega em como "pelo" neste verso.

Esta tradução, embora gramaticalmente permitida, não está de formaalguma em harmonia com a linha de pensamento de Paulo aqui. Opensamento é similar ao de Romanos 8:9, que declara que um homemsem o Espírito está sem Cristo. Ele não está mostrando que o EspíritoSanto formou o corpo de Cristo, mas que todos no corpo de Cristogozam da benção do Espírito Santo, porque nEle todos foram batizados(por Cristo). O Espírito Santo é o denominador comum de todos crentes;portanto, todo O possuem. Este é o ponto de Paulo. Isto é enfatizadomais adiante no restante do verso que declara que a todo no corpo "foidado beber de um só Espírito".

Resumindo, o pensamento de 1 Coríntios 12:13 com respeito a isto é:todos os crentes participam do Espírito Santo; isto é verdadeiro porquenEle foram todos batizados (por Cristo) no corpo de Cristo.

Conclusão

A frase "batismo do Espírito", embora comum, nunca é encontrada nasEscrituras e conduz uma doutrina errônea. É o Senhor Jesus QUEMbatiza, não o Espírito Santo. Ele batiza, como João profetizou, não emágua, mas no Espírito Santo, colocando assim o homem em Seu corpo, aigreja.

2. O Significado

Um das mais impressionantes promessas de Jesus com respeito ao domdo Espírito em Pentecostes é encontrada em João 14:12-18. O verso 16promete a vinda de "outro Consolador", ou o Paracleto (Grego,parakletos). Ele é "outro" no sentido de "mesmo" (Grego, allos), o

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veio para habitar em nós pelo Seu Espírito, e Ele "nos deu tudo o que dizrespeito à vida e à piedade" (II Pedro 1:3). Nós estamos "completosnEle" (Colossenses 2:19).

Questões Remanescentes

O Contraste

Uma questão que permanece é esta: qual é, então, a diferença entre oque os crentes do Antigo Testamento tiveram e o que os crentes do Novo Testamento têm? Se a vinda (dom) do Espírito (batismo do Espírito) éalgo único para esta era da igreja, o que os crentes do Novo Testamentotêm que os crentes do Antigo Testamento não tiveram?

A resposta para esta questão não é que os crentes desta era têm oEspírito Santo, embora os outros não tiveram. Que os santos do Antigo

 Testamento tiveram o Espírito Santo é obvio do fato que, 1) suas vidasagradáveis (santificação) a Deus teriam sido impossíveis sem ahabitação do Espírito, e 2) as passagens das Escrituras que claramentedeclaram que o Espírito Santo estava "nos" crentes do Antigo Testamento (por exemplo, Gênesis 41:38, José; Números 27:18 eDeuteronômio 34:9, Josué; Daniel 4:8, 9, 18, 6:13; 1 Pedro 1:11, osprofetas do Antigo Testamento).

A diferença é simplesmente que, 1) pela virtude desde batismo umhomem é membro do corpo de Cristo que foi primeiramente formandoem Pentecostes, 2) Seu ministério nos crentes, hoje, é maior e mais

extensivo do que antes (por exemplo, distribuindo dons, aumentando oentendimento espiritual, etc.), e 3) o Espírito Santo veio em uma nova emaior capacidade: Ele veio como o Cristo ressurreto e ascendido paraSua igreja. Nunca antes tinha o Espírito vindo nesta dimensão. Istointerpreta a declaração de Jesus de que o menor dos crentes do NovoConcerto era maior do que João o Batista, o maior dos crentes do Velho Testamento (Mateus 11:11). Isto explica também a diferença notória nosapóstolos antes e depois do Pentecostes. O contraste é grande, mas nãoabsoluto. O Espírito Santo sempre habitou nos Seus; sem isto, ninguémpoderia viver vidas santificadas. Mas Sua vinda nesta grande dimensãomarcou um imensurável aumento na provisão e benção, uma benção

reservada para os crentes do Novo Concerto (Ezequiel 36:27).

As Condições

Outra questão envolvida concerne às condições para se receber oEspírito Santo. É freqüentemente ensinado, hoje, que o batismo doEspírito é recebido somente unindo as condições de absoluta entrega,total rendição, obediência, fé, e/ou oração ardente. A suposição básica

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para tal interpretação é que o Espírito Santo pode habitar somente o queé santo. Esta pode parecer uma suposição apropriada até que se éperguntado como uma pessoa pode ser santo sem a habitação doEspírito. Como pode uma pessoa viver uma vida santa sem o EspíritoSanto habitando e guiando (Gálatas 5:16)? Além do mais, se um homem

pode viver tal vida sem a habitação do Espírito, porque, então, elenecessita do batismo do Espírito? Qual seria o propósito disso em talcaso? Tal interpretação desmorona a si mesma: se um homem podeproduzir santidade por si mesmo, aparte da influenciadora habitação doEspírito Santo, como uma condição recebê-Lo, então, a necessidade dElese foi.

O ensinamento do Novo Testamento é totalmente contrário a isto: oEspírito Santo não vem para habitar pessoas santas. Ele vem parahabitar pessoas impuras para fazê-las santas. Se este não fosse o caso,então, ninguém jamais O receberia, porque a santidade é impossível

sem Ele. Os crentes O recebem não porque eles são justos, mas porquea justiça de Cristo foi imputada a eles. O Espírito Santo, então, vem parasocorrer na luta contra o pecado e conquista a vitória sobre ele na vida.

Nem é a oração uma condição para recebê-Lo, mas, antes, umaevidência dele (veja abaixo).

O Novo Testamento simplesmente nunca declara quaisquer condiçõespara o batismo do Espírito. O recebimento do Espírito é a provisão daprópria salvação, não uma benção recebida somente mais tarde sobcertas condições.

As Evidências

Uma outra questão concerne à evidência do batismo do Espírito. Muitosensinam que a principal (se não única) evidência de ter recebido oEspírito é o falar em línguas. As seguintes considerações militam contraesta interpretação:

1) O Novo Testamento simplesmente nunca ensina tal doutrina; emnenhum lugar se aconselha tal ensino. Na realidade, o contrário éverdade: muitos dos que estavam presentes no Pentecostes, embora

sendo batizados no Espírito, nunca falaram em línguas (Atos 2).

2) Durante toda a história da igreja, os maiores dos movimentos doEspírito Santo nunca foram marcados pelo falar em línguas. Talfenômeno esteve impressionantemente ausente.

3) O Espírito Santo veio sobre Jesus em Seu batismo, todavia nossoSenhor não falou em línguas.

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4) 1 Coríntios 12:13 ensina que todos na igreja foram batizados noEspírito, enquanto o verso 30 ensina claramente que nem todos falamem línguas.

As evidências do batismo do Espírito dadas no Novo Testamento não são(aparentemente) espetaculares. Oração (Gálatas 4:6; Romanos 8:15-16),entendimento espiritual (I Coríntios 2:12; Romanos 5:5), certeza (IICoríntios 1:22), santidade (Gálatas 5:22-23), e amor (João 4:12-13)podem não parecer excitantes para alguns, mas são maravilhosas etremendas qualidades espirituais disponíveis somente por causa dahabitação do Espírito. (É interessante que embora a certeza da salvaçãoseja uma evidência de ter recebido o Espírito, a teologia basicamenteArminiana dos Carismáticos, que falar mais de ter o Espírito Santo, fazpouquíssima concessão a tal certeza). Estas são as marcas de umhomem habitado pelo Espírito de Deus. A ênfase não é sobre as línguas

de maneira algumas, mas sobre a santidade (cfe. João 15:26 e 16:14).

Você quer saber se você recebeu o Espírito Santo? Estes são os testes eas evidências.

Sumário e Conclusão

Os ensinamentos fundamentais do movimento Carismático (isto é, que oEspírito é recebido após a salvação somente pela união de certascondições e é evidenciado pelo falar em línguas) claramente não ésustentado pelo ensino Escriturístico.

O batismo do Espírito é o recebimento do Espírito Santo. Jesus Cristobatiza o Seu povo no Espírito Santo, fazendo deles uma parte da igreja.O próprio Cristo veio para habitar Sua igreja em e pelo Seu Espírito; esteé o clímax de Sua obra em Seu povo (para este ponto na história). Obatismo do Espírito é o meio de entrada no corpo de Cristo, não umabenção recebida subseqüentemente. Ele é recebido como um domgratuito, uma parte da própria salvação, e é evidenciado pela santidade.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto

Cuiabá-MT, 17 de Setembro de 2003.

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por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Church

copyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 20 - O Movimento Carismático & OLivro de Atos

 

A Confusão ao Redor do Livro

As Reivindicações

A teologia Carismática descansa largamente sobre o ensino de que obatismo do Espírito ocorre subseqüente à salvação quando certascondições são satisfeitas e é evidenciado pelo falar em línguas. Suaevidência? O livro de Atos. A reivindicação deles é que esses ensinos

descansam sobre o padrão apresentado em Atos. Este livreto avaliará olivro de Atos à luz dessas reivindicações.

Há algumas evidências para suas reivindicações. Em Atos 2 os apóstolosforam batizados no Espírito num tempo que foi subseqüente à salvaçãodeles. Em Atos 8 a ordem para os Samaritanos convertidos foi aseguinte: 1) arrependimento e fé, 2) a água do batismo, 3) Imposiçãodas mãos dos apóstolos, e 4) recebimento do Espírito Santo. O mesmo éverdade em Atos 19. Novamente, em Atos 2, tendo sido batizados noEspírito Santo, os apóstolos falaram em línguas; este também foi o casono capítulo 19 e possivelmente no capítulo 8. Cornélio falou em línguas

ao receber o Espírito em Atos 10. De acordo com os Carismáticos, esta éa regra para hoje.

Os Problemas

Mas o assunto não é resolvido tão simplesmente assim: sob uma análisemais cuidadosa, o padrão não permanece verdadeiro. Por exemplo, emAtos 2 os apóstolos foram batizados no Espírito subseqüentemente à

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salvação, mas os outros 3.000 receberam o batismo na hora dasalvação. Qual é normativo? Qual é o padrão para hoje? Em Atos 10 osGentios também foram batizados no Espírito na hora da salvação. Alémdo mais, o batismo do Espírito ocorreu antes do batismo nas águas emAtos 2 e 10 e depois do batismo nas águas nos capítulos 8 e 19. Além do

mais, o Espírito foi dado somente pela imposição de mãos dos apóstolosem Atos 8 e 19, mas sem elas nos capítulos 2 e 10.

Sob uma análise de todos registros relevantes do livro de Atos, o padrãosuposto pelos Carismáticos desmorona. O “padrão” não é tãoconsistente.

Uma Clarificação

Confusão? Uma coisa é óbvia: O suposto padrão Carismático no livro deAtos não é encontrado no livro de Atos! Seu “padrão” é somente uma

 parte do padrão do livro de Atos. Deveras, é difícil (senão impossível)encontrar qualquer padrão que abranja tudo, no livro. Seguir o padrãodo livro de Atos é um objetivo respeitável, mas qual padrão deve serseguido? O padrão do livro de Atos é (aparentemente) inconsistenteconsigo mesmo: algumas vezes há línguas; outras vezes não há. Emalguns o Espírito é recebido através da imposição de mãos; em outrosnenhuma imposição de mãos é necessária. Alguns recebem o Espíritoantes do batismo em águas, outros depois. Se toda Escritura é inspirada,o intérprete deve encontrar uma posição e padrão que considere einclua todos os registros Bíblicos, não somente uma parte deles.

Um Princípio

Mais um princípio emerge do meio desta confusão: a doutrina deve serbaseada sobre o ensino dos apóstolos, não sobre a experiência. Paracolocar de outro modo, em formulação teológica, o ensino dos apóstolosé normativo, não a experiência de alguns na história registrada no livrode Atos. Estabelecer doutrina de qualquer outro modo traz totalconfusão (como essa agora examinada) e insultuoso ao ensino inspiradodos apóstolos.

Com este princípio estabelecido (que o ensino apostólico é normativo), o

intérprete deve reconhecer que 1 Coríntios 12:13 é o único comentáriointerpretativo sobre o assunto encontrado no Novo Testamento: “ Poisem um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo ”. Outraspassagens se referem ao batismo do Espírito de uma forma ou de outra,mas este é o único verso que procura explicá-lo. Desta declaração,então, o intérprete pode interpretar o assunto, e usando este versocomo um guia, que pode classificar através de todas os variadosdetalhes no livro de Atos.

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O Propósito de Atos

Básico para este estudo é um entendimento do propósito de Lucas emescrever o livro de Atos. Ele declara este propósito nas linhas de

abertura do livro: é apresentar uma continuação do ministério de Cristoapós Sua ressurreição e ascensão; isto é, Seu ministério através de Seusapóstolos (daqui a designação, “Atos dos Apóstolos”). Ele escreveu paradocumentar a difusão da igreja apostólica de Jerusalém até “ os confinsda terra ” (Atos 1:8). Seu propósito, então, não foi doutrinal, mashistórico, o que explica sua falha em explicar as diferenças levantadasno “padrão” do livro. Seu propósito direcionou seu estilo.

A Transição de Atos

Observando Isto

O livro de Atos, então, é um livro de transição, e como tal ele é único.Ele constrói uma ponte sobre a lacuna entre a velha e a novadispensação, dos tratamentos de Deus primária e quase exclusivamentecom os Judeus para seus tratamentos primária e quase exclusivamentecom os Gentios. Nos Evangelhos o povo de Deus ainda adorava deacordo com a Lei Mosaica com seus dízimos, sacrifícios, e templo; nasepístolas, o povo de Deus era a igreja, encontrando e adorando fora dotemplo e aparte da Lei Mosaica. Em Atos há ambos; ele é um período detransição. Na ordem do Velho Testamento, O Anjo do Senhor apareciaaos homens para revelar a vontade de Deus, um fenômeno

desconhecido nesta era; mas em Atos o Anjo do Senhor de vez emquando entrava em ação como antes (por exemplo, Filipe, Atos 8). Atosé um livro de transição, e como tal ele é único.

Não há outra explicação para o variado e aparentemente inconsistente“padrão” no livro de Atos: a menos que Atos seja visto como um períodode transição, a confusão não pode ser justificada. Os liberais usam a“confusão” como evidência para a oposição entre Pedro e Paulo. Osultra-dispensacionalistas dividem o livro em diferentes dispensações. Aúnica solução real descansa no fato que Atos é um livro de transição; eleregistra um período de transição, o link entre a Velha e a Nova ordem.

Explicação Isto

Este período de transição foi necessário por pelo menos duas razões:

1. Um Período Fundacional

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A primeira é a necessidade por um período fundacional. Um período detempo era necessário para os apóstolos e profetas lançarem ofundamento da igreja (Efésios 2:20). Seu ensino tinha que ser dado, eentão validado pelo exercício de seus dons e sinais (2 Coríntios 12:12). Olivro de Atos registra a história deste período fundacional e de operação

de milagres; ele apresenta o palco e o lança a obra fundamental para afase da superestrutura da igreja que se seguiria. Durante um tempo detransição, algo de ambas era (aquela antes e depois) será evidente porum tempo. O fundamento teve que ser lançado, e teve que serconfirmado por um período de dons miraculosos; com isto realizado, atransição se completou.

2. Crentes que Viveram Antes e Depois do Pentecostes

Outro fator demandando um tempo de transição é a posição únicadaquelas pessoas que eram crentes antes e depois do Pentecoste. Para

eles, pela natureza do caso, o batismo do Espírito tinha que virsubseqüente à salvação, porque ele ocorreu pela primeira vez noPentecoste. Tal foi o caso com os apóstolos.

Além do mais, a cruz e o dia de Pentecoste marcaram uma mudançadefinitiva na economia de Deus, mas para aqueles crentes que nãoestavam em Jerusalém para ouvir dela, Deus não abriu o céu e fez oanúncio universal: “Ok, o tempo é agora; tudo mudado!” Obviamente,tempo era requerido para que a mensagem chegasse até os outroscrentes, e devia haver milhares deles que necessitavam ouvir a novamensagem. Alguns intérpretes sugerem que estes crentes que não

estavam em Pentecoste foram apesar de tudo “idealmente” batizadosem conhecimento dele. Mas isto não está de acordo com os fatos. Doisexemplos ilustram isto muito bem: Filipe em Samaria (Atos 8) e Paulo emÉfeso (Atos 19:1-7). No vaso de Filipe e o avivamento Samaritano, haviaalguns crentes mesmo antes da chegada de Filipe (João 4:39) que nãoreceberam o Espírito até a chegada e ministração de Pedro e João a elesmais tarde. No caso de Paulo, havia crentes convertidos sob o ministériode João o Batista que não tinham recebido o Espírito até uns 20 anosdepois de sua conversão. Em ambos os casos havia homens que creramantes do Pentecoste, mas que não estavam presentes no Pentecoste edessa forma não receberam o Espírito até algum tempo mais tarde; eles

“nem sequer ouviram que existia algum Espírito Santo” (Atos 19:2).

É evidente que somente os crentes presentes no Pentecoste forambatizados no Espírito naquela hora; os outros passaram por este períodotransicional sem ele, recebendo-o mais tarde quando o Espírito Santo foiministrado a eles pelos apóstolos ou seus cooperadores (Gálatas 3:5).Isto é também o porque Jesus ordenou que Seus discípulos ficassem em Jerusalém até a vinda do Espírito (Atos 1:4-5).

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3. Outros Fatores

Há talvez outros fatores que requeiram um período transicional, talcomo uma normal resistência à mudança, a necessidade de pregar oevangelho para os Judeus primeiro, e a necessidade de um período de

sinais miraculosos, mas estes dois fatores mencionados parecem ser osmais proeminentes.

Sumário

Há, então, um padrão totalmente diferente emergindo de um estudo detodos os fatos relevantes, e isto é explicável somente peloreconhecimento do caráter transicional do livro de Atos. Aqueles salvosno ou depois do Pentecoste receberam o Espírito Santo na hora da suasalvação (os três mil no Pentecoste e os Gentios na casa de Cornélio);aqueles que eram crentes antes do Pentecoste receberam o Espírito no

dia de Pentecoste (se eles estiveram presentes, como os apóstolos emAtos 2) ou algum tempo mais tarde, quando os apóstolos puderamministrar o Espírito para eles (Atos 8 e 19).

Conclusão

Como verificado pelo comentário de Paulo em 1 Coríntios 12:13, aquelessalvos agora seguem o padrão daqueles em Atos que foram salvosdepois do Pentecoste e recebem o Espírito na hora da salvação. Esta é anorma uma vez que a transição se completou. Há duas exceções paraeste padrão (Atos 8 e 19) e por mui boas razões; elas serão explicadas

abaixo.

Uma Análise das Passagens Relevantes

Atos 2

Os eventos do dia de Pentecoste registrados em Atos 2 são ocumprimento da promessa que Jesus repetidamente deu aos Seusdiscípulos, a saber, que Ele viria para eles na Pessoa do Espírito. É umevento irrepetível simplesmente porque ele foi único: ele marcou onascimento da igreja, o dia de sua formação, o início de uma nova era.

Foi a vinda do Espírito de Cristo para residir em Sua igreja. Isto podeacontecer somente uma vez; pode haver somente um dia denascimento. Havia pessoas presentes ali que tinham sido salvas antesdaquele tempo, assim, pela natureza do caso, o batismo do Espíritoocorreu depois da salvação.

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sobre o assunto (Atos 10:47; 1 Coríntios 12:13), nem são quaisquercondições para o recebimento do Espírito jamais mencionadas.

2) A evidência do batismo do Espírito é falar em línguas. Isto ocorreu emAtos 10 e 19 e possivelmente no capítulo 8. Que as línguas

demonstraram o recebimento do Espírito Santo não pode ser negado,porque as línguas são um dom do Espírito. Mas esta não foi aexperiência de todos os crentes em Atos 2, somente dos apóstolos. Nemfoi jamais declarado que isto continuaria a ser a evidência da presençado Espírito Santo.

2. O Padrão

O padrão do livro de Atos não ensina que o batismo do Espírito sucede asalvação. O padrão é que, 1) aqueles que eram crentes antes doPentecoste, receberam o Espírito ou no dia de Pentecoste, se eles

estiveram presentes (como os apóstolos), ou num tempo mais tardequando eles ouviram a mensagem e foi ministrado o Espírito pelacompanhia apostólica (como os discípulos de João o Batista; conformeGálatas 3:5); e 2) aqueles salvos no ou após o Pentecoste receberam oEspírito na mesma hora (como os três mil mencionados em Atos 2 e acasa de Cornélio em Atos 10). A única exceção para isto foi osSamaritanos, para quem o Espírito foi temporariamente retido parademonstrar seu próprio lugar no corpo de Cristo.

3. A Norma

A norma para hoje é o batismo do Espírito na hora da salvação, como foio caso em Atos 2 e 10. Paulo afirma isto em 1 Coríntios 12:13, comotambém Pedro em Atos 2:38 e 10:47.

Sumário

O livro de Atos cobre um período exclusivo da história da igreja. Ele é umlivro de transição histórica e como tal não deve ser visto como algo dadopor si mesmo para ensinar um “padrão” para todo a era da igreja. Um“padrão” permanente é discernível no livro, porém somente através doensino apostólico dado concernente ao mesmo (isto é, 1 Coríntios

12:13).

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 12 de Fevereiro de 2004

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Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 21 - Uma Questão de Autoridade:Escritura Versus Experiência

 

Um assunto que inevitavelmente se levanta na discussão da naturezatemporária de alguns dons envolve a questão de autoridade. Semexceção (ao melhor de minha recordação), cada vez que tenho meesforçado para mostrar, a alguém que crê que os dons miraculosos erevelatórios são para hoje, que a Palavra de Deus ensina que estes dons

não são mais dados para a igreja, a resposta é (nestas expressões ousimilares): “Mas eu tenho visto acontecer”, ou “Mas aconteceu comigo!Como você pode negar isso?” Após olhar para muitas porções dasEscrituras com respeito ao assunto, um certo homem disse: “Entendo oque você está dizendo, mas eu não posso acreditar que todos estesCristãos maravilhosos e sinceros possam estar errados!” Ao que eurepliquei: “O que dizer sobre todos estes Cristãos, da mesma formasinceros, que crêem no oposto? Você pensa que todos eles podem estarerrados?”

Veja, jogos como este podem continuar ad infinitum . Porque para cada

experiência que possa ser mostrada para provar alguma coisa, outrapode ser dada para provar o oposto. O fato do assunto é que alguémestá errado, seja ele sincero ou não; ele pode estar sinceramente errado,mas errado apesar de tudo. Isto foi o que tentei mostrar para o homemcom minha réplica. Torna-se claro que no meio das conversações econfusões como esta, que a questão pode ser resolvida somente dumaforma: “Que dizem as Escrituras?” A conversação deve procedercompletamente em outra direção. O único padrão que pode

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adequadamente responder tal questão é a Escritura, não a experiência.Apelar para uma experiência ou para a sinceridade de outro Cristão pararesolver um assunto de doutrina difere pouquíssimo, na análise final, deum liberal que nega completamente a Escritura. Somente “a Escritura édivinamente inspirada e proveitosa para ensinar” (2 Timóteo 3:16); uma

teologia baseada sobre a experiência ou sentimento é oca, na melhordas hipóteses.

Pode parecer sacrilégio para alguns, mas quando considero o que écerto ou errado nos assuntos de religião, realmente não me preocuposobre suas experiências, nem preciso me preocupar com as minhas. Tudo o que importa é o que a Escritura diz.

Uma das grandes doutrinas da Reforma foi o Sola Scriptura – “Somenteas Escrituras” é o guia infalível e todo suficiente para a fé e prática.

“A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhoré fiel, e dá sabedoria aos simples. Os preceitos do Senhor são retos, ealegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos.O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos doSenhor são verdadeiros e inteiramente justos”. (Salmos 19:7-9)

Em suma, a Escritura é, em si e de si mesma, completamente suficientepara cada necessidade. Uma das possessões mais maravilhosas evaliosas que Deus deu ao Seu povo é a Escritura, que é Sua Palavra. Elaprovê cada necessidade e responde toda questão. Um Cristão, então,não julga uma experiência com base em seus próprios méritos, mas pela

Palavra de Deus! A Escritura não é somente infalível, mas é suficiente!Ela é tudo o que necessitamos, e é tudo o que Deus quer queconsultemos para resolver todas as questões de fé e prática. Apelar paraqualquer outra coisa é uma afronta ao próprio caráter das Escrituras.

Por que é tão importate assim considerar as “Escrituras somente” nasquestões de fé e prática? A resposta é óbvia: simplesmente porque ela“não pode ser anulada” (João 10:35); ela é confiável e inerrante em cadadetalhe (Mateus 5:17-18). Como tal, ela e somente ela é o padrão; nadamais pode ser, porque tudo mais é falível e sujeito ao erro. Interpretar aEscritura pela experiência é convidar confusão doutrinal, desastre e

contradição; interpretar a experiência pela Escritura é encontrar averdade. O que é requerido que o Cristão faça, é primeiro olhar para aPalavra de Deus e ver o que ela ensina sobre um assunto; com istoestabelecido, ele pode então entender de forma apropriada a suaexperiência. Ele deve olhar para a Escritura primeiro, porque ela éconfiável. Com isto resolvido, ele pode então avaliar as experiências, asquais por si mesmas são incertas, e pesar todas as alternativasconcernentes a elas.

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Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Capítulo 22 - O Movimento CarismáticoHoje:

Uma Avaliação Bíblica

 

A Parte Três deste livro analisou em algum detalhe o ensino do Novo Testamento com respeito aos dons miraculosos. O estudo seriaincompleto aparte de uma análise do movimento Carismático, porquesão os Carismáticos que reivindicam tanto destes dons.

O propósito deste capítulo deve se tornar claro desde o início. Embora odesacordo fundamental com as reivindicações dos Carismáticos já seja

evidente, condenar ou caluniar todos que estão envolvidos nomovimento serviria a nenhum propósito. Nosso interesse é meramentecom a verdade da Palavra de Deus e com o bem do Seu povo; a exatidãoda doutrina é essencial.

Embora haja muitos dentro do movimento Carismático que sem dúvidasão crentes sinceros, o movimento como um todo tem alguns errosseríssimos que devem ser reconhecidos.

O Movimento Carismático Em Geral

Primeiro de tudo, olhemos para o movimento Carismático em geral.

1. Talvez o mais óbvio aspecto do movimento Carismático é que ele sefoca mais sobre a experiência do que sobre a verdade escriturizada. Aquestão importante para ser aquele que alguém experimenta, sente, ouvê, seja por línguas, curas, “cair no Espírito”, revelações, visões ououtros milagres. Isto, um após o outro, encoraja um sistema falho dehermenêuticas (a ciência de interpretar a Bíblia) que interpreta a Bíblia

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por e sujeita aos aparentemente infalíveis padrões da experiência (vejacapítulo 21). Mas mesmo com aqueles primeiros crentes que gozaramdos dons miraculosos legitimamente, Deus não estava tão preocupadocom sua experiência, como Ele estava com o seu entendimento daVerdade Divina como um meio para seu crescimento espiritual. Se focar

sobre emoções ou experiência pessoa na arena da fé produzirá uma vidaCristã vazia. Declarações tais como, “Eu apenas quero ter o que elestiveram na igreja primitiva!” são freqüentemente meras auto-centralizações. Todos nós necessitamos e assim, todos deveríamosquerer o que Deus diz em Sua Palavra que Ele tem para nós. Descobrir oque Ele diz em Sua Palavra, então, deve ser nosso objetivo, não asexperiências emocionais.

2. Intimamente associado com esta ênfase na experiência, está umasub-ênfase na Escritura. Não somente é sua autoridade questionada(embora não intencionalmente) pela estrita aderência à (suposta)

honestidade da experiência, mas revelações adicionais são encorajadas,deixando dessa forma a devastadora implicação de que a Escritura nãoé suficiente.

3. Estreitamente relacionada com esta inadequada ênfase nas Escriturasestá a desvalorização da sã doutrina. Freqüentemente o apelo deles épara escapar de toda esta doutrina que, eles reivindicam (e, portanto,equivocadamente!), tende somente a “te secar” espiritualmente. Elesprocuram se reunir sobre a base de uma experiência comum – o dom delínguas. O ensino claro escriturístico é então deixado em algum lugar nosegundo plano, e não tem virtualmente lugar proeminente. A teologia,

então, a própria base da fé e crescimento Cristão, é representada comodesprezível.

4. O ecumenismo segue adiante com muita naturalidade. Com a verdadedoutrinal desvalorizada, as diferenças doutrinas não importam. OsCarismáticos freqüentemente falam muito de sua unidade – reunindo-secom denominações incrédulas simplesmente sobre a base das línguas,etc. – mas esta não é uma unidade verdadeira, porque não háverdadeira unidade aparte da verdade. Os requerimentos Bíblicos paraseparação de apostasia doutrina ainda permanecem, e a santidadegenuína é impossível aparte dela.

5. Os Carismáticos também erram em sua óbvia e deliberadasuperênfase no Espírito Santo. O Espírito Santo e Sua atividade são ocentro de sua adoração e a parte mais proeminente de sua mensagem.Em contraste com isto, Jesus diretamente disse que quando o EspíritoSanto viesse, Ele magnificaria Cristo, e não a Si mesmo (João 15:26 e16:13-14)! Em outras palavras, onde o Espírito Santo é elevado acima do

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Senhor Jesus Cristo, podemos estar certos de que não é um resultado doministério do Espírito Santo.

6. O ensino dos Carismáticos também encoraja uma forma sutil deorgulho espiritual. Há aqueles (de acordo com o seu ensino) que

satisfizeram os requerimentos para a benção do Espírito. Há tambémaqueles que “não tiveram fé suficiente” para serem curados epermanecerem saudáveis. Isto não somente produz um sentimento deculpa sobre aqueles que não experimentaram as línguas e aqueles aquem Deus não concedeu a cura, mas também cria um sentimento desuperioridade, ou orgulho, naqueles que tiveram. Não é uma questão dearrogância da parte de muitos deles, mas antes, uma aparente atitudede piedade para com aqueles que não são tão abençoados. Este é umfruto inevitável da doutrina deles.

7. Outro erro é a sua entrega do auto-controle. Isto é uma parte do falar

em línguas (tanto público como privado) e das interpretações de línguas,durante as quais a pessoa simplesmente está (supostamente)“sobrepujada” pelo poder do Espírito e completamente desligada darealidade e fora de controle de si mesma. Isto é também o quecaracteriza o assim chamado “cair no Espírito” deles. Mas a entrega damente é não somente perigosa, é errada. Tal “ser levado” écaracterístico do paganismo, não do Cristianismo (1 Coríntios 12:2). Aperda do auto-controle de alguém era precisamente o efeito depossessão demoníaca (1 Coríntios 12:2). Tal falta de auto-controle nuncacaracterizou os apóstolos. As línguas faladas eram entendidas pelolocutor para que ele mesmo fosse edificado no processo (1 Coríntios

14:4).

Além do mais, Paulo expressamente proibiu este tipo de prática quandodisse que “os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1Coríntios 14:32). Observe bem isto: a pessoa dotada é capaz decontrolar seu espírito e o exercício de seus dons, se, realmente, ele temum dom espiritual verdadeiro. A perca do auto-controle é prova certa deque esta não é uma obra do Espírito Santo.

8. O movimento Carismático também eleva os dons miraculosos. Isto foiuma parte da imaturidade dos crentes de Corinto que Paulo censurou (1

Coríntios 14:20). É uma marca de incredulidade requerer um sinal(Mateus 12:38-39; Lucas 16:1-4; João 4:48). Os dons miraculosos nuncativeram o objetivo de ser o foco, mas antes, o ministério da Palavra deDeus.

9. A suposição básica do movimento Carismático é errada. O movimentoassume que temos um direito, hoje, de ter o que existiu na igrejaprimitiva. Quem disse? Tal suposição é totalmente carente de suporte –

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tanto da Escritura, como da lógica ou história. Não há simplesmentenada para estabelecer a permanência de todos os dons. Como foimostrado no capítulo 13, sempre tem sido o padrão de Deus darcapacidades miraculosas por um período somente e então removê-las;reivindicar que Ele agora está fazendo de outra forma, carece

completamente de fundamento.10. Finalmente, as doutrinas fundamentais do movimento são anti-escriturísticas. Isto é verdadeiro com respeito às línguas e aos outrosdons miraculosos, à natureza, o momento e os receptores do Batismo doEspírito, bem como em seu subjetivismo geral e fundamentobasicamente centrado no homem.

As Línguas Especificamente

 Já foi demonstrado (capítulo 18) que o dom de línguas não está sendo

dado hoje. Mas (por causa do argumento) mesmo se pudesse sermostrado que as línguas genuínas podem ser experimentadas hoje,muitos problemas ainda permaneciam.

Os Problemas

Aparte do fato que o dom de línguas não é mais dado, há clara evidênciaque o que é testemunhado hoje, não pode ser o genuíno dom de línguas.

1. A natureza das línguas modernas difere daquela do dom verdadeirodo Novo Testamento. As línguas das Escrituras eram genuínos idiomas

humanos. As línguas de hoje são expressões estáticas, balbucios.Portanto, as línguas de hoje não são o dom verdadeiro do Novo Testamento.

Alguns reivindicam, hoje, estar realmente falando em algum idiomaestrangeiro, mas esta reivindicação nunca foi provada. Análiseslingüísticas de suas expressões, os fatos de que seus sons nunca sãodiferentes das sílabas do Inglês (habitualmente não mais do que umaspoucas sílabas diferentes misturadas de uma forma confusa), e que suassupostas interpretações tão freqüentemente são muito parecidas com oinglês da Bíblia King James e que são freqüentemente meras citações

soltas das Escrituras, sim, tudo isso aponta para o fato de que suas“línguas” são mero balbuciar, e não um idioma humano.

2. Os propósitos das línguas modernas são diferentes dos daquele domverdadeiro do Novo Testamento. O dom de línguas era um sinal públicopara os incrédulos. O dom de hoje é usado para a adoração privada.

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3. O lugar de exercício das línguas modernas é diferente daquele do domverdadeiro do Novo Testamento. As línguas das Escrituras eram um sinalpúblico para os incrédulos. O dom hoje é usado para adoração privada.

4. A distribuição das línguas modernas é diferente daquela do dom

verdadeiro do Novo Testamento. O dom hoje é (supostamente) para serdesfrutado por todos Cristãos, é permitido para mulheres, e todo sãoinstruídos a buscá-lo. As línguas das Escrituras, por outro lado, foramdadas somente para relativamente poucos, as mulheres eram proibidasde usá-la, e ninguém era para buscá-la.

5. A ênfase das línguas modernas é diferente daquela do domverdadeiro do Novo Testamento. As línguas das Escrituras são de menorimportância. O dom hoje é grandemente elevado e enfatizado.

6. As regras para o dom de línguas são ignoradas e violadas pelo “dom”

moderno (veja as doze regras do Novo Testamento listadas no capítulo18).

Com todas estas diferenças deslumbradas, é óbvio que o que éexperimentado hoje não é o verdadeiro dom de línguas. O Espírito Santonunca deu uma experiência que é contrária a Sua Palavra.

As Alternativas

Se as “línguas” de hoje não são o verdadeiro dom, então, o que elassão?

1. Algumas são obviamente satânicas. Tal pode ser facilmente o casodas “línguas” das religiões e cultos pagãos bem como dos óbviosenganadores e impostores dentro do próprio Cristianismo.

2. Algumas delas são uma prática meramente aprendida. Istocertamente aplica-se àqueles que dão instruções sobre como falar emlínguas. É verdade, como eles dizem, que “qualquer um podeconseguir”, mas este não é o verdadeiro dom.

3. Algumas delas são causadas pelo próprio estado de uma mente

desejosa. São causadas psicologicamente, e não pelo Espírito Santo.

Quaisquer que sejam as alternativas, é claro que o fenômeno modernonão é o verdadeiro dom. O genuíno dom não é mais dado, e as “línguas”de hoje quebram todas as regras.

Conclusão

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A Bíblia, a história e a própria experiência, sim, todas elas, declaram queas práticas do movimento Carismático moderno não são de Deus e seussupostos dons não são genuínos, mas falsificados.

Objeção!

Neste momento, alguns podem estar estarrecidos, pois, se o movimentotiver tantos erros assim, como alguns têm sido verdadeiramenteedificados enquanto nele? Esta é uma justa questão, e a resposta éclara. Não pode haver dúvida de que há muitos dentro do movimentoCarismáticos que têm uma fome genuína por uma vida Cristã maissignificativa. As línguas e o batismo do Espírito pós-conversão não são aresposta, mas no caminho para a suposta experiência destes, háfreqüentemente uma sincera busca do Senhor e leitura de Sua Palavra.Estas coisas são sempre recompensadas, e, portanto, a pessoa éedificada de certa forma a despeito de suas incorretas crenças

doutrinais. Isto não significa que a exatidão doutrinal não tenhaimportância, nem deve alguém assim escusa os erros do movimento; aexatidão doutrinal aumenta a edificação. Isto significa somente queDeus graciosamente recompensa aqueles que sinceramente O buscamem Sua Palavra.

Cuidado!

Uma palavra de precaução é devida aqui, uma advertência para ambosos lados do assunto. Aqueles que estão dentro do movimento devem sercuidadosos em basear seus ensinamentos e experiências sobre os

ensinamentos da Palavra de Deus, e não devem condenar aqueles queinsistem nisso. Todos os sentimentos, experiências, crenças epensamentos devem ser mantidos em sujeição à autoridade da Escritura. Tal atitude de compromisso com a autoridade da Escritura é raramenteencontrada dentro do movimento Carismático.

Aqueles de fora do movimento devem do mesmo modo seremcuidadosos para reconhecer que assim como a exatidão da doutrinaBíblica é importante, assim também é uma atitude Bíblica correta. Elesnunca devem soltar sua estrita aderência à Escritura, mas ao mesmotempo devem ser amáveis. Há muitos no movimento Carismático que

são simplesmente analfabetos na verdade da Palavra de Deus comrespeito a estas coisas; estas pessoas devem ser especialmente objetode paciente atenção.

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 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 14 de Fevereiro de 2004

Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Conclusão - Uma Redeclaração & Oração

 

Uma Revisão

A Parte Um deste livro mostrou que os dons espirituais são váriashabilidades que Deus dá ao Seu povo para servir o Seu povo (a igreja)efetivamente. A ênfase do Novo Testamento com referência a estes donsé o serviço. Os Cristãos devem servir uns aos outros como resultado deum amor genuíno. Cada crente é privilegiado por ser dotado pelo próprioDeus para este propósito, e para cumprir este propósito cada Cristão éresponsável. Esta é a manifestação do próprio Espírito Santo!

A Parte Dois discutiu os dons disponíveis à igreja de hoje. Este é o cernedo funcionamento adequado da Igreja do Novo Testamento. Cadamembro é uma parte do corpo, colocado ali para servir o corpo inteiro.Alguns destes sons são relativamente despercebidos mas, apesar detudo, extremamente essências; a igreja sofrerá sem estes dons. Outrosdons são mais proeminentes e são dados para o propósito de liderança;sem estes dons a igreja não teria nenhum fundamento ou estrutura, enão poderia permanecer.

A Parte Três demonstrou que os dons miraculosos claramente não sãopara os nossos dias, mas foram dados à igreja primitiva como uma

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vindicação dos apóstolos e de sua mensagem. Tê-los hoje não poderiaservir o propósito e seria contrário à fé requerida por Deus. Elesserviram para estabelecer a credibilidade da fé então sendo entregue.Nós estamos agora com a firme confiança de que tal fé foi entãoestabelecida.

A Parte Quatro investigou os assuntos relacionados com a discussão dosdons temporários. Os Carismáticos têm feito muitos dos donsmiraculosos e trazido para dentro outros falsas doutrinas também.Embora possa haver algum crescimento espiritual entre os Carismáticos,o entendimento deles do livro de Atos e a natureza, extensão emomento do batismo do Espírito está claramente em sério erro. Umcomprometimento inabalável com a autoridade das Escrituras resolverátodos estes erros.

Uma Oração

O assunto dos dons espirituais não é somente um estudo fascinante; étambém um assunto de vital importância para a igreja hoje. É minhaoração que este livro não somente ajude a clarificar os assuntosenvolvidos, mas que também te encoraje a ser ativo e efetivo na oba doSenhor com os seus dons.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 11 de Março de 2004

Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Publicado pela Word of Life Baptist Churchcopyright © 1987, Fred G. Zaspel

Apêndice - 1 Coríntios 13:8-13

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A Profecia de 1 Corinthians 13:8-13

Finalmente, em 1 Corinthians 13:8-13, o apóstolo Paulo profetiza que

certos dons cessarão:“O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas;havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá. Porque, emparte, conhecemos, e em parte profetizamos. Mas, quando vier o que éperfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu eramenino, falava como menino, sentia como menino, discorria comomenino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas demenino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas entãoveremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecereicomo também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a

esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor”.Não importa o que possa não estar claro sobre esta passagem, umacoisa está muito clara: certos dons – línguas, profecia e ciência – sãoditos ser somente temporários. Eles cessarão. Este é o ponto nocontexto: em contraste com o amor, que é eterno, os dons espirituaissão temporários.

Declarando o Assunto

A questão, certamente, é: quando? Resposta: “quando vier o que é

perfeito” (verso 10). A próxima questão, então, é, o que é “o perfeito”, equando ele veio ou virá? Virtualmente todos os Carismáticos concordamque isto é uma referência à segunda vinda de Cristo e assim, reivindicaque estes dos mencionados aqui continuarão até então. Muitos outroscrêem o mesmo. Ainda outros entendem ser isto uma referência aoestado eterno, morte, céu, Escritura, ou a igreja madura.

O Contexto

Antes que uma passagem possa ser interpretada, o seu contexto deveser entendido. Paulo está tratando aqui com o assunto dos dons

espirituais de forma geral, e com o dom de línguas especificamente. Elecomeçou esta discussão no capítulo 12, e tudo relativo a este ponto éconstruído para tratar com o problema na igreja em Corinto – não dosdons espirituais em geral, mas do dom de línguas especificamente (veja1 Coríntios 14). Com isto em mente, Paulo escreve este belo tratadosobre o amor (1 Coríntios 13; ver também o capitulo 10 deste livro). Oamor, ele diz, deve ser o contexto do exercício dos dons, e o amor deveser o seu motivo e objetivo. Em resumo, o amor é superior aos dons.

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Ele faz este ponto de superioridade do amor mostrando que o amor éeterno. Mas os dons são somente temporários. O amor dura parasempre; os dons não. Este é o ponto que ele desenvolve nos versos 8-13.

Nos versos 8-10, ele simplesmente declara o seu caso, que estes donsnão permanecerão indefinidamente, mas serão substituídos por algomelhor, algo mais completo (“perfeito”). Nos versos 11-12, ele explicasua declaração com duas ilustrações: 1) infância versus maturidade(verso 11), e 2) vendo através de um espelho misterioso versus vendoclaramente (verso 12). Finalmente, ele conclui com uma declaraçãosumária no verso 13.

Exposição

Nos versos 8-9 Paulo declara a natureza temporal de três dons

espirituais: profecia, ciência e línguas. “Havendo línguas, cessarão;havendo ciência, desaparecerá”

"Profecia" significa simplesmente proclamar. O dom de profecia não serefere somente à capacidade de predizer o futuro, embora isto tenhasido uma parte do dom. Nem significa meramente a capacidade depregar. Um profeta (alguém que profetiza) era alguém que recebia eassim proclamava uma nova revelação de Deus. A revelação poderiaestar focalizada no passado, presente, futuro ou simplesmente emassuntos de doutrina ou vida. Não importa qual fosse o assunto exato deuma profecia dada, ela era uma verdade revelada diretamente de Deus,

uma expressão “inspirada”. Isto é evidente à partir de 1 Coríntios 14:29-30, que declara que o profeta fala o que lhe foi revelado. (Isto serádesenvolvido mais completamente no capítulo 15).

O dom de “conhecimento” [NT: “ciência” em algumas versões] foi umdom revelatório também. Deus revelava diretamente alguma verdade auma pessoa com este dom, e lhe daria um conhecimento especial dealgum assunto. Muitos consideram este dom como meramente acapacidade de entender a verdade como ela é revelada na Escritura,mas isto não faz justiça com o restante da passagem. Paulo diz que oconhecimento “desaparecerá” e, certamente, conhecimento neste

sentido nunca desaparecerá. Claramente, Paulo está falando de um tipoespecial de conhecimento, o dom de conhecimento, conhecimentorevelatório. (Para um desenvolvimento adicional, ver capítulo 16).

O dom de “línguas” é a capacidade sobrenatural de falar numa línguaestrangeira que não é previamente conhecida ou estudada pelo locutor(ver capítulo 18 para uma discussão detalhada).

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Dois destes dons (profecia e conhecimento) recebem mençãonovamente nos versos 9-10 e são descritos como “parciais”. “Porque,em parte, conhecemos, e em parte profetizamos”. A frase “em parte”(ek merous) significa “parcialmente, pouco a pouco”. Isto se refere aosdons de profecia e conhecimento como fragmentados, parciais, em

contraste com “o que é completo (perfeito)”. Naquele tempo, arevelação vinha aos poucos e de vez em quando. Quando um profeta ouhomem com o dom de conhecimento falava, o povo recebia a revelaçãode Deus “em parte”; pela natureza disto, ela não era um acervocompleto da verdade, Aqueles dons eram importantes e serviam umpropósito vital, mas ainda eram incompletos. Era uma revelaçãoincompleta.

Paulo diz que estes dois dons (profecia e conhecimento) seriam“abolidos” ( katargeo , verso 8). O verbo grego ( katargeo ) traduzidonesta passagem por “aniquilar”, “passar” (verso 8), “desaparecer”

(verso 10), e “deixar para trás” (verso 11), significa “abolir, fazerinoperante ou inválido, ou ab-rogar”. Nos versos 8 e 11 ele está nosentido futuro e na voz passiva, o que significa que os seus sujeitos(profecia e conhecimento) serão num dado momento influenciados deforma que serão considerados inúteis. Especificamente, a chegada do“perfeito” abolirá os dons de profecia e conhecimento.

As línguas, por outro lado, Paulo diz, “cessarão” ( pauo , verso 8). Overbo grego pauo indica algo um pouco diferente de katargeo . Antes doque “serem abolidas” (como a profecia e o conhecimento), as línguassimplesmente “pararão”. Além do mais, ele está na voz média, a qual

difere da passiva, na qual o sujeito não está sendo influenciado, masparticipa na ação do verbo. O significa, então, é, “parar, para por simesmos”. Para parafrasear de outra forma, “elas desaparecerão”.Enquanto a profecia e o conhecimento serão feitos inoperantes pelachegada do “perfeito”, as línguas simplesmente expirarão totalmentepor si mesmas.

A gramática aqui é importante, porque ajuda a identificar o tempo dacessação daqueles dons. A indicação é que línguas cessarão antes dachegada do “perfeito”, que abole a profecia e o conhecimento. Se, porexemplo, durante uma prova cronometrada, um professor que conhece

bem os seus estudantes, disser “Jack e Rick pararão, mas Carmencontinuará”, o significa é claro: Carmen completará a prova antes dotempo expirar, enquanto Jack e Rick correrão antes do tempo se esgotar,antes do término da prova.

Isto é o que Paulo indica nesta passagem concernente ao dom delínguas: profecia e conhecimento serão abolidos pela chegada do“perfeito”, mas as línguas pararão por si mesmas. Isto é o porque os

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versos 9-10 não fazem menção das línguas de forma alguma. Estesversos não dizem que as línguas serão abolidas pelo “perfeito”(literalmente, “o que é completo”), mas que os dons de profecia econhecimento, que são “parciais”, serão abolidos pela chegada do“completo”. O dom de línguas já terá parado.

A idéia dos versos 8-10, então, é que as línguas num dado momento irão“parar”, e mais tarde, quando esta “coisa completa” chegar, fará comque a profecia e conhecimento fiquem inoperantes.

A questão restante é, o que é “o que é perfeito” ( to teleion , verso 10)?Esta frase é entendida de várias formas por intérpretes diferentes.Sugestões incluem a segunda vinda de Cristo, o estado eterno, céu,escritura e a igreja madura. Literalmente, a frase é lida “o completo” ou“a coisa completa”. A idéia parece ser que, porque esta coisa que virá é“completa”, estes outros dons, sendo “parciais”, se tornarão obsoletos.

As coisas parciais não são necessárias na presença da perfeição.

A questão, então, é estreitada um pouco. “O perfeito” permanece emcontraste com “o parcial”. Visto que “o parcial” é obviamente umareferência à uma revelação parcial, “o completo” deve estar mais do quenaturalmente se referindo à completa revelação. Parece ser mais fáciltomar esta “coisa completa” como uma referência à Escritura em suaforma completa, a revelação completa/cânon da Escritura. Pela naturezadisto, quando a revelação completa de Deus veio (Escritura), a profeciae o conhecimento não eram mais necessários; elas se tornaramobsoletos.

Muitas considerações suportam esta interpretação. Primeiro, a palavragrega teleion (“perfeito”) sugere o fim de um processo completado, oalcance de um alto estágio de desenvolvimento, maturidade. Não é deforma alguma “perfeito” no sentido de “sem falhas”, mas no sentido decompleto, ou maduro. É consistentemente usado desta forma comreferência à maturidade Cristã (por exemplo, 1 Coríntios 14:20,“homens”), e com referência à igreja madura. Que este é o significadono verso 10 é claro a partir da ilustração do verso 11, que fala de umprocesso de crescimento da infância à maioridade.

A menos que esta passagem seja a única exceção, o termo teleion(“perfeito”) nunca é usado na Escritura com referência à qualquer umadas visões alternativas. Dado o fato de que ele aparece no gêneroneutro, seria muito difícil vê-lo como uma referência ao retorno de JesusCristo, onde o masculino seria esperado. A palavra é, contudo, usadacom referência à Escritura (em sua forma adjetival em Tiago 1:25, “aperfeita lei da liberdade”).

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Um paralelo exato a esta interpretação desta passagem é visto emEfésios 4:12 e versos seguintes, que falam da igreja (“homem perfeito”)sendo trazida ao estado completou ou maturidade pela Escrituraministrada pelos homens dotados para esse fim. O mesmo é visto emEfésios 2:20-22 e, em efeito, em 2 Timóteo 3:16-17.

Assim, esta interpretação parecer ser a melhor para se adequar com oentendimento normal de to teleion (“o que é perfeito”).

Em segundo lugar, os dons revelatórios (tais como profecia econhecimento) não estão mais presentes na igreja, pelas razõesdeclaradas acima e detalhadas no capítulo 15 e 16. Se estes dons seforam, então, o que os aboliu (“o perfeito ou coisa completa”) deve, pelanatureza do caso, já ter vindo. Um fato controlador na definição de “ocompleto”, então, é que estes dons dos quais é dito serem abolidos, nãoestão mais na igreja. Esta fato demanda que “o perfeito” (o qual é dito

ser o que destrói estes dons) deve agora ser passado, não futuro (isto é,ele já veio).

Oponentes à esta visão entendem a força deste raciocínio e, assim,redifinem os dons fazendo-lhes algo menos do que revelatórios nanatureza. Contudo (como mencionado previamente), definir profecia econhecimento como algo menos do que revelatório não somente égratuito e impossível de se demonstrar exegeticamente, como é umalógica suicida também! Se, como a interpretação deles demanda, o domde conhecimento significa somente um grande entendimento daverdade da Escritura, então, em que sentido devemos entender que este

tipo de entendimento será abolido (verso 10)? Além do mais (para pularadiante na passagem um pouco), a abolição daquele tipo deconhecimento contradiz o próprio ponto que estes intérpretes tentamestabelecer a partir do verso 12, quando eles falam da perfeição pessoale do gigantesco acréscimo de conhecimento experimentado no céu! Nocéu aquele tipo de conhecimento será infinitamente aumentado!

É logicamente impossível definir o dom de conhecimento comosimplesmente o acréscimo Cristão de conhecimento da Divina Verdadee, então, falar dele como sendo abolido! O problema é inescapável.(Para uma discussão adicional da natureza e desaparecimento do dom

de profecia, veja o capítulo 15 deste livro).

Em outras palavras, a interpretação preferida desta passagem deve darsatisfações à abolição do “conhecimento”. O único modo lógico de darsatisfações a isto, é afirmar que o que é dito, o é sobre o conhecimentorevelatório e que este foi abolido com a chegada da revelação completada Escritura.

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Em terceiro lugar, a verdade desta interpretação é indubitável; isto é,que os dons revelatórios (tais como conhecimento e profecia) são inúteisprecisamente por causa da chegada da Palavra escrita, não pode sernegado.

Em quarto lugar, como previamente observado, o contraste envolvido éclaramente um de revelação. O teleion é o oposto de profecia parcial,revelação fragmentada. É o conhecimento completo que torna obsoletoo conhecimento parcial, assim como o aspirador de pó tornou obsoletoos velhos espanadores de tapetes, carros e carroças. Os dons deprofecia e conhecimento foram temporais e parciais em natureza, edevem se tornar obsoletos por uma revelação completa. Este é ocontraste que Paulo traça nestes versos. Ele está falando de revelaçãoparcial, uma verdade parcial se tornando obsoleta; porque para ocontraste fazer qualquer sentido, seja qual for, to teleion deve se referirao estar completo no mesmo sentido como de "o perfeito". Visto que os

dons de profecia e conhecimento se focam, pela própria natureza deles,na verdade divina, assim deve fazer o teleion. Sem isto, o contraste estádestruído!

Interpretar "o perfeito" como céu ou a segunda vinda ou glorificação éintroduzir uma terceira idéia na discussão. Paulo está falando dacompleta revelação de Deus. Este crescimento a partir de uma palavraparcial da parte Deus para uma Palavra completa de Deus é o processoque um dia seria completado (versos 10-11). Possuindo a completaPalavra de Deus, aqueles dons revelatórios, parciais, seriam comobriquedos de criança (verso 11).

A completa revelação é o pensamento do verso 12 também.Concordamos que a imagem de "face a face" parece retratrarvividamente a experiência do crente no céu depois da morte ou dasegunda vinda, ou no estado eterno. Mas esta imagem deve serconsiderada no contexto. Simplesmente não há razão para assumir quePaulo está falando do céu. Ele alcançou a conclusão de seu argumento -crescimento a partir de uma revelação parcial para uma revelaçãocompleta; o "agora" e o "então", o "face a face", e o "conhecerei comotambém sou conhecido" devem ser entendidos neste contexto. Pauloestá falando de revelação; a idéia de glorificação em parte alguma de

encaixa nesta passagem! A idéia de completação Cristã no céu écompletamente estranha à linha de raciocínio aqui.

A asserção feita por muitos de que é evidente a partir da linguagem doverso 12 que o contexto é céu faz-se de desentendida, e estáprocurando interpretar a passagem pelas figuras do verso 12 ao invésde determinar o significado destas figuras à luz da passagem. Isto violauma regra fundamental da hermenêutica.

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(Hebreus 11:3, 2 Coríntios 5:7, Romanos 8:24). A suposição fundamentaldestas declarações é que com vista, a esperança e a fé não maisexistirão. A fé e a esperanã não são uma parte da experiência do Cristãono céu, ou Paulo e o escritor aos Hebreus estavam errados naquelasdeclarações.

Mas "agora", embora aqueles dons previamente mencionados estejamausentes, a fé, esperança e o amor permanecem. O Cristão agoar tem fée esperança, esperando pelo dia quando eles serão trocados pela visãona presença de seu Senhor.

Uma menção deve ser feita neste ponto concernente à interpretaçãoque equaciona "o perfeito" com a "igreja madura", antes do que com aEscritura. Esta interpretação, que é sustentada por um númerocrescente de não-carismáticos, se ajusta com a idéia de teleion muitobem, e pode estar envolvida, mas somente por implicação. O problema

com ela é que é também uma terceira idéia trazida à discussão. Oassunto da discussão é revelação (os dons de conhecimento & profecia),e assim, para que o contraste seja paralelo (veros 10), teleion deve ter aver com revelação também. De outra forma o contraste/paralelo édestuído. O contraste não é uma igreja "parcial" versus uma "igrejamadura" mas, antes, uma revelação "parcial" versus uma revelação"completa". Se nos aproximamos do verso 11 com a idéia doamadurecimento da igreja em mente, isto se encaixa muito bem, masnovamente, não há nada no próprio texto/contexto que nos leve nestadireção. Certamente a revelação completa trouxe a igreja à maturidade(conforme Efésios 2:20-22; 4:12-13 e versos seguintes; 2 Timóteo 3:16-

17), mas o foco de teleion parece antes ser a revelação especificamente.

Muitos objetam que o neutro (“o que é perfeito”, ou “a coisa perfeita”)não pode ser uma referência à “Escritura”, que é um substantivofeminino. Mas esta objeção pode ser levantada contra todas asinterpretações, porque ecclesia (igreja) e as várias palavras para asegunda vinda ( apokalupsis , epiphaneia, parousia ) são todassubstantivos femininos também, e “céu” é masculino. Nem pode oneutro ser uma referência a Jesus Cristo. Em nenhuma parte na Escriturao neutro teleion refere-se seja à igreja, às Escrituras, à segunda vinda deCristo, ao próprio Cristo ou ao céu. Assim, a objeção permanece contra

todas as posições igualmente. Contudo, não há necessidade gramaticaldo feminino se usado sobre a Escritura ( graphe ), se este substantivo (graphe ) não estiver na passagem. O neutro se ajusta à idéia derevelação muito bem. Não é impossível para um substantivo nãomencionado diferir em gênero com o seu pronome. Além do mais,teleion , em sua forma adjetival, é usado com referência à Escritura em Tiago 1:25. Assim, há alguma garantia/precedente para esta

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à uma nova e honesta confrontação (“face a face”) com a Escritura, oguia todo suficiente para fé e prática.

 Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto

Cuiabá-MT, 15 de Março de 2004

Dons Espirituais

por

Fred G. Zaspel

Word Of Life Baptist Church Web Site - COPYRIGHT 1996 Fred Zaspel

Conteúdo

Capítulo 01 - A Definição de Dom Espiritual

Capítulo 02 - A Diversidade de Dons EspirituaisCapítulo 03 - A Distribuição dos Dons Espirituais

Capítulo 04 - As Divisões dos Dons Espirituais

Capítulo 05 - O Desígnio dos Dons Espirituais

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Capítulo 06 - Os Graus dos Dons Espirituais

Capítulo 07 - A Duração dos Dons Espirituais

Capítulo 08 - A Descoberta dos Dons Espirituais

Capítulo 09 - A Demonstração dos Dons Espirituais

Capítulo 10 - Os Dons Espirituais e o AMOR

Capítulo 11 - Cinco Dons Despercebidos

Capítulo 12 - Servindo e Liderando

Capítulo 13 - O que Aconteceu com os Dons Miraculosos?

Capítulo 14 - ApostoladoCapítulo 15 - Profetas & Profecia

Capítulo 16 - Três Dons Obscuros

Capítulo 17 - Dons de Milagres e Curas Hoje?

Capítulo 18 - O Dom de Línguas

Capítulo 19 - Pentecoste, Batismo do Espírito e o Movimento

Carismático

Capítulo 20 - O Movimento Carismático & O Livro de Atos

Capítulo 21 - Uma Questão de Autoridade: Escritura VersusExperiência

Capítulo 22 - O Movimento Carismático Hoje: Uma AvaliaçãoBíblica

Conclusão - Revisão & Oração

Apêndice - 1 Coríntios 13:8-13

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