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1 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 2, número 2, agosto de 2013. http://e-faceq.blogspot.com.br/ LOGÍSTICA REVERSA COM ÊNFASE NO REUSO DE EMBALAGENS E PALETES EM UMA EMPRESA LOCALIZADA EM OSASCO * Anderson Soares (Faceq) Claudinei Gomes Da Silva (Faceq) Moisés De Sousa Melo (Faceq) Resumo A Logística Reversa é um assunto bastante comentado por conta de sua relação com a redução de custos das empresas e com o meio ambiente. O mundo empresarial está despertando para essa nova realidade e assim aumentando o interesse pelas questões de pós- venda e pós-consumo, ambas pertencentes às discussões e práticas da Logística Reversa. Seguindo essa ótica é que se apresenta o interesse em realizar a pesquisa sobre Logística Reversa, pois a cada dia em uma crescente procura está se tornando um diferencial para as empresas. Esse tema de Logística Reversa foi a base de nosso estudo de caso que abordou detalhadamente o processo logístico de paletes e embalagens de produtos químico de uma empresa localizada na cidade Jandira - SP. Foram expostos comparações entre os anteriores processos sem uma política de logística reversa e novos processos agora com essa política e com uma nova mentalidade para essa questão. Nosso trabalho mostrou uma empresa disposta em implantar esse processo tendo assim um novo foco para as operações logísticas e servindo de exemplo de sucesso na implementação da Logística Reversa. Relevante em decorrência do nível estratégico em busca de maior competitividade e adequação às novas regras de mercado de maximizar a satisfação dos clientes e reduzir os níveis de degradação do meio ambiente com práticas produtivas ambientalmente corretas. Portanto, a realização de tal pesquisa contribuiu com mais conhecimentos na área e dentro do contexto econômico, ambiental e social, a Logística retribuindo de forma significativa para o reaproveitamento de paletes após seu uso e uma melhor destinação de embalagens de produtos químicos dando ênfase ao uso de containers de 1000 litros. Esses procedimentos amenizam os prejuízos causados ao meio ambiente porque evita o aumento do volume de embalagens de produtos químicos descartados na natureza. A pesquisa foi bibliográfica e com a participação de colaboradores da empresa em que realizamos o estudo de caso, portanto esse trabalho nos levou ao atual assunto de extrema importância para os universitários, empresários e todos aqueles que se interessar por esse assunto, a Logística Reversa. Palavras-chave: Logística Reversa; Meio Ambiente; Controle de Paletes e embalagens; Containers de 1000 litros. * Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Eça de Queiros (Faceq-Uniesp) em junho de 2013, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas, sob orientação da Professora Dra. Maria Clara Lopes Saboya e Coorientação dos professores Ms. Eduardo Fernandes e Ms. Marcos Roberto Buri.

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LOGÍSTICA REVERSA COM ÊNFASE NO REUSO DE EMBALAGENS E PALETES EM UMA EMPRESA

LOCALIZADA EM OSASCO*

Anderson Soares (Faceq)

Claudinei Gomes Da Silva (Faceq)

Moisés De Sousa Melo (Faceq)

Resumo

A Logística Reversa é um assunto bastante comentado por conta de sua relação com a

redução de custos das empresas e com o meio ambiente. O mundo empresarial está

despertando para essa nova realidade e assim aumentando o interesse pelas questões de pós-

venda e pós-consumo, ambas pertencentes às discussões e práticas da Logística Reversa.

Seguindo essa ótica é que se apresenta o interesse em realizar a pesquisa sobre Logística

Reversa, pois a cada dia em uma crescente procura está se tornando um diferencial para as

empresas. Esse tema de Logística Reversa foi a base de nosso estudo de caso que abordou

detalhadamente o processo logístico de paletes e embalagens de produtos químico de uma

empresa localizada na cidade Jandira - SP. Foram expostos comparações entre os anteriores

processos sem uma política de logística reversa e novos processos agora com essa política e

com uma nova mentalidade para essa questão. Nosso trabalho mostrou uma empresa disposta

em implantar esse processo tendo assim um novo foco para as operações logísticas e servindo

de exemplo de sucesso na implementação da Logística Reversa. Relevante em decorrência do

nível estratégico em busca de maior competitividade e adequação às novas regras de mercado

de maximizar a satisfação dos clientes e reduzir os níveis de degradação do meio ambiente

com práticas produtivas ambientalmente corretas. Portanto, a realização de tal pesquisa

contribuiu com mais conhecimentos na área e dentro do contexto econômico, ambiental e

social, a Logística retribuindo de forma significativa para o reaproveitamento de paletes após

seu uso e uma melhor destinação de embalagens de produtos químicos dando ênfase ao uso de

containers de 1000 litros. Esses procedimentos amenizam os prejuízos causados ao meio

ambiente porque evita o aumento do volume de embalagens de produtos químicos descartados

na natureza. A pesquisa foi bibliográfica e com a participação de colaboradores da empresa

em que realizamos o estudo de caso, portanto esse trabalho nos levou ao atual assunto de

extrema importância para os universitários, empresários e todos aqueles que se interessar por

esse assunto, a Logística Reversa.

Palavras-chave: Logística Reversa; Meio Ambiente; Controle de Paletes e embalagens;

Containers de 1000 litros.

* Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Eça de Queiros (Faceq-Uniesp) em junho de 2013,

como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas, sob orientação da

Professora Dra. Maria Clara Lopes Saboya e Coorientação dos professores Ms. Eduardo Fernandes e Ms.

Marcos Roberto Buri.

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Abstract

The Reverse Logistics is a subject frequently discussed because of its relationship to reducing

business costs and the environment. The business world is waking up to this new reality and

thus increasing interest in the issues of post-sale and post-consumption, both belonging to the

discussions and practices of reverse logistics. Following this perspective is that it shows the

interest in conducting research on reverse logistics, because every day in a growing demand is

becoming a differentiator for companies. This theme Reverse Logistics will be the basis of

our case study will address in detail the process of logistics pallets and packaging of chemical

products from a company located in Jandira - SP. Will be exposed comparisons between

previous cases without a political reverse logistics processes and now with this new policy

and a new mindset for this question. Our work shows a company willing to deploy this

process thus providing a new focus for logistics operations and serving as an example of

successful implementation of Reverse Logistics. Relevant due to the strategic level in pursuit

of greater competitiveness and adaptation to new market rules to maximize customer

satisfaction and reduce levels of environmental degradation with environmentally sound

production practices. Therefore, conducting such research will contribute more knowledge in

the area and within the context of economic, environmental and social, Logistics returning

significantly to the reuse of pallets after use and better disposal of chemical containers

emphasizing the use containers of 1000 liters. These procedures alleviate the damage caused

to the environment because it avoids the increased volume of chemical containers discarded

in nature. The research literature and will be attended by employees of the company that

conducted the case study, so this work will lead us to the current issue of utmost importance

for academics, businessmen and all those who are interested in this subject, Reverse Logistics.

Keywords: Reverse Logistics, Environment, Control Pallets and containers; Containers 1000

liters.

Introdução

A partir do fim da segunda guerra mundial, as empresas notaram a importância de se

ter um departamento para cuidar da Logística, onde a demanda crescia num ritmo acelerado,

os consumidores tornavam-se cada vez mais exigentes. Foi então que surgiu o conceito de

Logística empresarial, motivado por uma nova atitude do consumidor, sendo assim

reconhecido pelo meio acadêmico. Aqui no Brasil por volta de 1996, passou a ser estudada

como uma ferramenta estratégica, e foi introduzida nas organizações tornando-se um

diferencial competitivo para qualquer empresa. (CAIXETA e MARTINS 2010)

Por mais definições que possamos encontrar para a Logística nenhuma se difere tanto

da outra, a final o termo logístico é como se fosse uma linguagem universal, todos a definem

da mesma forma, com as mesmas vantagens, porém nem todos a aplicam com a mesma

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eficácia. A Logística Reversa passou a ser introduzida nesse contexto há poucos anos, é ainda

um assunto novo para os problemas atuais enfrentados pelas empresas e a sociedade.

(CAIXETA e MARTINS, 2010)

Segundo Guarnieri (2005), com o advento da globalização, e o consequente

atendimento a mercados distantes e alta rotatividade dos estoques, os armazéns descartam

quantidades enormes de materiais ao final do processo logístico. Esses materiais, além de

representarem considerável valor econômico, podem causar danos ao meio ambiente se

descartados de forma indiscriminada.

Diante desse fato surgiu a ideia do tema Logística Reversa (reuso das embalagens)

visando melhorias diante da necessidade de aperfeiçoamento da logística no local de trabalho,

trazendo redução de custos e que consequentemente também contribuindo para a redução dos

problemas ambientais, fator de extrema importância para um crescimento sustentável.

Como é visto a Logística Reversa pode ser uma importante arma, quando falamos de

diferencial competitivo. No que se refere à concorrência, podemos observar que as empresas

buscam cada vez mais reduzir seus custos de maneira a se tornarem mais competitivas no

mercado. Estes são alguns dos benefícios que uma Logística Reversa eficaz pode

proporcionar a uma organização seja ele micro, pequena, média ou grande.

Justificativa

Esta pesquisa consiste em mostrar a importância da implantação de um processo de

logística reversa em uma empresa, para reduzir o custo em relação a paletes e embalagens e

ainda contribuir para uma destinação adequada de produtos possivelmente degradantes do

meio ambiente. Para a administração algumas ações deverão ser tomadas como pesquisar a

melhor forma no recebimento e acondicionamento de materiais a ser utilizado e inclusive na

reutilização das embalagens, onde automaticamente impactará em reduções significativas de

custo e enxugando sua mão de obra em decorrência desta redução. Tarefa de o administrador

utilizar as ferramentas necessárias para redução de custos.

O assunto em foi abordado haja vista que os procedimentos adotados atualmente

pelas empresas não apresentam um resultado satisfatório em relação à redução de custo

aplicando a logística reversa nos itens específicos:

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a) Retorno de paletes;

b) Coleta e substituição de embalagens de produtos químicos.

Objetivos Gerais

Mostrar que na logística reversa é possível utilizar um serviço de retorno de

materiais que ainda possam ser reutilizados. Como por exemplo, os paletes que após uma

venda podem ser reutilizados.

Mostrar a importância de uma Logística Reversa eficaz que consequentemente

resultará em uma redução significativa de custos, imagem positiva da empresa perante a

sociedade e que também impactará no ciclo de sustentabilidade.

Mostrar que em uma alta demanda operacional das embalagens existe um alto índice

de risco de acidentes, devido ao formato das embalagens e seus encaixes, seja no manuseio

dessas embalagens ou até no transporte dos mesmos. Além disso, com esse formato de

embalagens seu armazenamento ocupa um grande espaço físico. Comprometendo a segurança

e a velocidade da operação.

Apontar os pontos favoráveis da logística reversa no uso das embalagens contínuas,

aquelas utilizadas para produtos químicos, desenvolvendo estratégias para as empresas que

ainda não utilizam o processo reverso dessas embalagens como forma de redução de custo,

apresentando práticas que atualmente são adotadas por muitas empresas no mercado.

Objetivos Específicos

Conscientizar de que a logística reversa é um diferencial para as empresas.

a) Identificar as dificuldades na reutilização contínua das embalagens de produtos

químicos;

b) Mostrar que o uso da logística reversa deve ser uma prática constante;

c) Contribuir para metas mercadológicas;

d) Reduzir o custo unitário do produto com utilização de novas embalagens;

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e) Mostrar como preservar o produto na armazenagem e transporte;

f) Facilitar ao cliente o uso do produto;

g) Promover a imagem de empresa e seu produto;

h) Facilitar o manuseio, estocagem e transporte;

i) Contribuir a preservação do meio ambiente.

Problemas de Pesquisa

Nos dias atuais, a maioria das empresas ainda não dá a atenção suficiente à questão

da logística reversa, sendo a grande problemática a questão de custo, pois as organizações

teriam de adotar novos processos de operação reversa, ou seja, tendo que realizar

investimentos em sua estrutura para poderem melhor administrar o processo de logística

reversa de produtos pós-venda e até pós-consumo.

a) Como é possível uma empresa adotar uma política de reutilização de paletes,

caixas de papelão e tudo aquilo que envolve uma pós venda, para uma possível reutilização

gerando assim uma otimização de custo?

b) Em relação ao pós-consumo, como administrar as embalagens contaminadas e

retornáveis de forma que as mesmas tenham uma destinação adequada, uma vez que o

Governo Federal fiscaliza e pune qualquer negligência referente às mesmas?

c) Com tudo isso, é possível colaborar com a preservação do meio ambiente, uma

vez que essa é uma questão cada vez mais observada pela sociedade e governos?

A logística reversa não gera receitas e sim a otimização dos custos, porém com

a falta de investimentos em relação a uma destinação final adequada de um produto pós venda

como caixas de papelão e paletes ou até de produtos pós-consumo como embalagens de

produtos químicos, incluindo aquelas utilizadas em agrotóxicos, nos deparamos com uma

falta de reutilização de materiais recicláveis, falta de otimização e a degradação de nosso

planeta.

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Hipóteses

a) Através de um planejamento objetivo e um direcionamento de foco é possível

pensar no que se pode reduzir em relação a custos.

b) Através de uma parceria entre o cliente e o fornecedor é possível criar um

canal único de reutilização atendendo as normas vigentes.

c) A partir de uma adaptação na reutilização de embalagens, é possível contribuir

para uma menor degradação ao meio-ambiente, estando assegurado por um processo correto,

viável e bem visto pelos meios.

Metodologia

A metodologia que adotamos para o desenvolvimento do nosso trabalho é baseada

em pesquisa bibliográfica, pesquisas na internet, revistas especializadas no assunto e pesquisa

de campo.

Para complementar nosso TCC, desenvolvemos um estudo de caso, aplicado em uma

empresa de grande porte na região de Jandira e deu se importância à redução de custo, pois

uma vez que executando um procedimento de reuso de embalagens de produtos químicos e

paletes, haverá uma considerável redução de custo e que consequentemente impactará em

uma contribuição significativa a preservação do meio ambiente.

Com o apoio dos Gestores no esclarecimento de informações de dados e o apoio dos

funcionários dessa empresa pudemos desenvolver um estudo de caso não só rico de

informações, mas também com muita qualidade e propriedade.

1 História da Logística

Apresentamos aqui, de forma sintetizada, um pouco da história da logística

empresarial e a apresentação de sua crescente introdução como parte da estratégia

empresarial, principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial, com a introdução de

sistemas mais sofisticados de informatização de controle e de decisão (LEITE, 2009).

De acordo com Larcerda (2005, p. 2)

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Logística reversa é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo

de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de

informação) do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de

recapturar valor ou realizar um descarte adequado.

1.1 Da Logística Empresarial à Logística Reversa – Breve Histórico

A logística pode ser entendida como uma das mais antigas e inerentes atividades

humanas na medida em que sua principal missão é disponibilizar bens e serviços gerados por

uma sociedade, nos locais, no tempo, nas quantidades e na qualidade em que são necessários

aos utilizadores. Embora, muitas vezes, seja decisiva em operações militares históricas, sua

introdução como atividade empresarial tem sido gradativa ao longo da história empresarial, de

uma simples área de estocagem de matérias, a uma área estratégica no atual cenário

concorrencial. (Paulo Roberto Leite, 2009, p.2)

Segundo Leite (2009, p. 2) essa evolução como atividade empresarial tornou-se

nítida a partir da segunda guerra mundial, quando se evidenciou como suporte às novas

tecnologias produtivas em empresas industriais. Ainda Leite (2009 apud DEMING, JURAN E

CROSBY, 2001), afirma que no sistema de produção Just-in-time, a partir dos ensinamentos

da qualidade total no qual se substitui a antecipação pela reação à demanda, o

equacionamento logístico dos fluxos de materiais em toda a cadeia de suprimentos, torna-se

fundamental. Novos relacionamentos com fornecedores e novas técnicas operacionais são

introduzidas, principalmente no Japão, dando início ao que se entende atualmente como

Supply Chain Management.

Para Lima (2002, p. 76):

“é mais um termo de origem militar aplicado ao mundo dos negócios, que, em sua

origem, referia-se ao planejamento e execução de projetos, armazenamento, transporte e

distribuição, manutenção e reparação de veículos e de armamentos”.

De acordo com Leite (2009, p. 2) nesse cenário, a alta velocidade de resposta, torna-

se imperativa a localização logística das empresas fornecedoras, o controle e o transporte de

suprimentos de componentes com alta frequência e pequenas quantidades, o contrato de

compra e venda de longo prazo, a garantia de qualidade dos componentes que entram

diretamente nas linhas de produção, o absoluto rigor no cumprimento de prazos e

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quantidades, entre outros aspectos, exigindo planejamento, operação e controle logístico de

alto desempenho nos níveis estratégicos, tático e operacional.

De acordo com o Dicionário Aurélio o termo logístico vem do francês “Logistique”

e tem como uma de suas definições:

[...] a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de projeto de

desenvolvimento, obtenção armazenamento, transporte, distribuição, reparação,

manutenção e evacuação de material para fins operativos ou administrativos.

(FERREIRA, 1986, p. 1045)

Já pela definição do Council of Logistic Management:

Logística é aquela parte do processo da cadeia de abastecimento que planeja,

implementa e controla o fluxo e estocagem eficiente e eficaz de produtos, serviços e

informações relacionadas desde o ponto de origem ao ponto de consumo, a fim de

atender as necessidades dos clientes. (MOURA et al, 2004, p. 8)

A partir dos anos 90, com a estabilização da moeda brasileira, o poder aquisitivo do

consumidor aumentou, e graças a esse aumento na renda do trabalhador, tem-se um frenético

aumento de consumo de bens e serviços. Desse aumento de consumo desenfreado e o ciclo de

vida dos produtos cada vez menor, devido às inovações tecnológicas no espaço de tempo

curtíssimo, e com clientes consumindo de forma mais consciente, as organizações começam a

se preocupar com o meio ambiente e por sua vez com o descarte desses bens e o possível

retorno desses ao início da cadeia, é onde se alicerça a logística reversa, que é o nosso objeto

de estudo e que de acordo com Dias (2005, p. 205), é a área da logística que trata, gerencia o

fluxo físico de produtos, embalagens ou outros materiais, desde o ponto de consumo até o

local de origem, ou seja, é o processo inverso da logística tradicional

(http://www.soartigos.com/artigo/11095/LOGISTICA-REVERSA/). Acesso em 19/10/12

Segundo Paulo Roberto Leite (2009, p.3), a logística empresarial torna-se área vital

para o processo empresarial em empresas que adotam esse tipo de produção.

Simultaneamente ao tempo histórico empresarial, desenvolvem-se os sistemas de produção

baseados no planejamento de necessidades de materiais (MRP - Material Requirements

Planning), geridos por computadores e predominantes nos Estados Unidos do pós-guerra, nos

quais a logística evidencia-se como atividade de planejamento e gestão de materiais. O MRP

é adotado nas principais indústrias que trabalham com produtos com altas quantidades de

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componentes e diversificados modelos em suas linhas montagem, permitindo planejamento de

compras e de produção, bem como seu controle.

Zaidat, Boucher e Vicent (2005, p. 21), mostram que os envolvimentos sociais e

econômicos estão caracterizados pela imersão de novas organizações induzidas por fatores

mercadológicos, produtos com ciclo de vida curto, alta variação da demanda necessidade de

flexibilidade e reação e rápido desenvolvimento da tecnologia de informação.

Conforme Leite (2009 p.06), a logística empresarial assume um papel relevante no

planejamento e controle do fluxo de materiais e produtos desde a entrada na empresa até sua

saída como produto finalizado.

A Logística é um processo que pode ser dividido em várias etapas: envolve compra e

venda, devolução de mercadoria por motivo de desistência ou de defeito e, finalmente, se

preocupa com o destino de um produto ao final de sua vida útil. A preocupação da Logística

Reversa (LR) é fazer com que esse material, sem condições de ser reutilizado, retorne ao seu

ciclo produtivo ou para o de outra indústria como insumo, evitando uma nova busca por

recursos na natureza e permitindo um descarte ambientalmente correto. Parece simples e

inteligente, mas o processo ainda não funciona bem. Informações extraídas do site

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/conteudo_471850.shtm Acesso em

10/10/2012.

Segundo Leite (2009) o processamento dos pedidos e o serviço oferecido aos clientes

são diferenciais estratégicos nas empresas, regulando, dessa forma, as quantidades a serem

produzidas e os modelos a serem fabricadas, sua sequência de fabricação, as quantidades e as

datas de entrega das matérias primas e os componentes diretos da fabricação, os estoques de

insumos e de produtos intermediários e acabados, entre outros, tornam-se fundamentais para o

cumprimento das estratégias empresariais.

De acordo com Leite (2009) na década de 1980 o advento de computadores pessoais,

os sistemas de comunicação e a digitalização das informações, permitiram acelerar o ritmo

empresarial, reduzindo os tempos de comunicação e as distâncias pelos espaços virtuais – a

globalização – que, como consequência, exigiram processos logísticos compatíveis com esse

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ambiente de maior complexidade operacional, de alta concorrência e volatilidade nos

mercados, tornando a logística vital para estratégia empresarial.

Segundo o site www.ean.brasil.com acessado em 12/04/2013 o advento do código de

barras permitiu a identificação de produtos e materiais em diversos estágios de seu fluxo,

digitalizando as informações e modificando a velocidade desses fluxos. Esse formato

certamente marca um avanço importante nas atividades da logística empresarial, contribuindo

para seu relevante papel nas últimas décadas.

O código de barras é uma forma de representar a numeração, que viabiliza a captura

automática dos dados por meio de leitura óptica nas operações automatizadas

(www.ean.brasil.com EAN Brasil, 2012).

Com a expansão do comércio global e do uso de computadores, descrições de

produtos e serviços em linguagem simples precisam ser substituídas por sistemas de

identificação que possam ser usados em todos os setores da indústria e comércio

mundialmente. o código de barras tem esta função, é uma forma de representar a numeração,

que viabiliza a captura automática dos dados por meio de leitura óptica nas operações

automatizadas (FRANCISCHINI, 2002, p. 129).

A logística empresarial adquiriu um novo status nas empresas, desempenha um papel

estratégico no planejamento das redes operacionais em todas as regiões do globo e controla os

fluxos dos materiais e as informações correspondentes em todas as fases da cadeia de

suprimentos. Com crescente utilização da informação logística, é possível obter maior

visibilidade dos fluxos logísticos ao longo das cadeias de suprimentos e maior racionalidade

em seus controles (LEITE, 2009, p.05).

Segundo Leite (2009) com a implantação de sistema de gestão empresarial

informatizado – ERP – (Enterprise Resources Planning) - , são introduzidos diversos

módulos de gerenciamento das operações em geral e, em particular, das operações logísticas.

Novos sistemas informatizados de gestão de atividades logística (Softwares) são

disponibilizados no mercado, com possibilidades de planejamentos, operação e controle com

maior velocidade e precisão.

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A intensa globalização dos mercados tornou o mercado mundial de prestação de

serviços logísticos atrativos a muitos grupos internacionais e nacionais, desencadeando

desdobramentos, aquisições e fusões de empresas para entrar nesse novo seguimento de

serviços. Empresas dedicadas a atividades de correios, transportes, armazém e afins entraram

nessa nova área, constituíram grandes grupos de prestação de serviços logísticos,

desenvolveram tecnologias logísticas especializadas de alto nível pelo mundo, iniciando

assim uma fase se intensa terceirização das tarefas logísticas. (LEITE, 2009)

Leite (2009) escreve que, simultaneamente, nesse momento histórico de globalização

acelerada dos mercados, empresas líderes em seus seguimentos, pressionadas principalmente

pelo aumento da concorrência em seus mercados no mundo e pela complexidade acrescida em

suas operações logísticas, buscam novas formas de obter competitividade. Identificam novas

possibilidades de aumento da eficiência em custos e serviços aos clientes por meio de uma

visão sistêmica da cadeia de suprimentos, afloram novas formas de relacionamento entre as

empresas, envolvendo todas as áreas empresariais em uma nova visão estratégica.

Desenvolvem-se novas estratégias de relacionamentos e parcerias efetivas nas cadeias de

suprimentos, compartilhando-se informações de diversas naturezas e coordenam-se os fluxos

de materiais e produtos em sua rede operacional, reduzindo ineficiências e melhorando o

atendimento de seus clientes diretos e finais – o Supply Chain Management. (SCM)

De acordo com Leite (2009), nesse cenário, as principais ideias de visibilidade e

velocidade nos fluxos logísticos para atendimento dos clientes pela demanda, equivalentes as

do sistema Just-in-Time industrial, são trazidas a todas as áreas das empresas modernas,

adequando todas as atividades empresariais à satisfação dessas parcerias à longo prazo nas

cadeias de suprimentos. A logística empresarial adquiriu papel de alta relevância estratégica,

contribuindo decisivamente para a competitividade empresarial.

A figura 1, apresentada a seguir, permitir identificar as 4 áreas operacionais da

logística empresarial atual, definição pela maioria dos autores, que privilegia a ideia de

Closed Loop na logística.

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Figura 1. Área de atuação da logística Empresarial Fonte: Leite, 2009, p.4

Distinguem-se a logística de suprimentos, com a responsabilidade das ações

necessárias para suprir a empresa dos insumos materiais; a logística de apoio à manufatura,

responsável por planejamento, armazenamentos e controle dos fluxos internos. Definem-se

ainda a logística de distribuição, que basicamente se ocupa da entrega dos pedidos recebidos,

a logística reversa, a mais nova área da logística, responsável pelo retorno dos produtos de

pós-venda e pós-consumo e de seu endereçamento a diversos destinos.

Conforme Leite (2009 p. 8), o imperativo empresarial atual exige das empresas,

simultaneamente, competir, cooperar e inovar em ambientes globalizados, em constantes

mudanças, com a introdução frequente de novos produtos, com clientes sensíveis a serviços,

requerendo de suas atividades velocidade de resposta, flexibilidade operacional, alta

visibilidade de suas cadeias de suprimentos e de seus negócios, de forma que se adaptem a

essas circunstâncias. Aumentos significativos nas quantidades e na variedade das mercadorias

produzidas e comercializadas atualmente exigem alto desempenho de planejamento, operação

e controle das cadeias de suprimentos para chegar eficientemente ao mercado.

Área de atuação da logística empresarial

Mercado

FornecedorOrganização

Mercado

Consumidor

Reintegração ao

ciclo de negócios

ou produtivo

Logística ReversaPós-venda

Pós Consumo

Logística de

Suprimentos

Logística de apoio

à manufatura

Logística de

Distribuição

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Logística empresarial é a função empresarial que concretiza tais ações necessárias

para a garantia do desempenho empresarial com importância reconhecida por

diversos autores, que a justificam como área estratégica fundamental para o sucesso

empresarial. (BALLOU, 1993, p. 23)

Até o presente momento pudemos exibir de maneira clara e objetiva a base da

logística, passando por sua história e sua real importância para as organizações e finalmente

alavancarmos nesse assunto e termos fundamentos e propriedades em nossas afirmações para

tratarmos de maneira aprofundada e contextualizada a respeito de Logística Reversa.

Seguindo essa tendência estratégica de redução de custos e endereçamentos

apropriados a produtos que podem ser reutilizados ou devidamente destinados com o intuito

de preservação ambiental, passaremos da tão importante e vital logística empresarial para a

uma nova visão de logística, a chamada logística reversa.

1.2 Definições de Logística Reversa

A Logística é um tema bastante discutido e de grande interesse para organizações de

diversos segmentos de mercado. Já a Logística Reversa é uma área recente com poucas

referências bibliográficas, entretanto é crescente o interesse das empresas que buscam

diferencial competitivo. Existem algumas definições para a Logística Reversa e os canais de

distribuição reversos, alguns autores definem os objetivos.

A Logística Reversa é como a área da logística empresarial que planeja, opera e

controla o fluxo de informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de

pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio

dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valores de diversas naturezas:

econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.

(LEITE, 2002, p. 97)

De acordo com Caixeta Filho e Martins apud Stock (1998, p. 15), “a Logística

Reversa se refere ao papel da logística no retorno de produtos, redução da fonte, reciclagem,

substituição de materiais, disposição dos resíduos entre outros”.

Caixeta Filho e Martins (2001) com base no conceito de aplicado por Leite (2002)

descrevem que Logística Reversa representa todos os assuntos relacionados redução,

reciclagem, substituição, reuso de matérias e a disposição final. Afirmam que os aspectos

ambientais têm um grande impacto no trabalho logístico e será o maior assunto na área da

logística dos próximos anos.

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Segundo Leite (2002) a Logística Reversa vem se definindo com o passar do tempo,

abrangendo novas áreas e gerenciamentos de fluxos com o objetivo de tornar possível o

retorno dos bens ou de materiais que constituem o ciclo produtivo ou de negócios. Existem

diferentes tipos de fluxos logísticos, tais como: diretos - são fornecedores e clientes e reversos

- fornecedores, fabricantes e clientes.

O autor Nogueira (2012) afirma que em setores de indústrias, os fluxos de retorno de

embalagens e produtos, devoluções de clientes ou o reaproveitamento dos mesmos é a

Logística Reversa mais recente.

Leite (2002) descreve dois campos da Logística Reversa: pós-venda tem como

objetivo agregar valor a um produto que é devolvido por razões comerciais, erros de

procedimentos dos pedidos, garantias, entre outros, bem como planejar, operar e controlar o

fluxo de retorno destes produtos; em outras palavras são constituídos pelas formas e

possibilidades de retorno de uma parcela de produtos, com pouco ou nenhum uso, que fluem

no sentido inverso, do consumidor ao varejista ou ao fabricante, do varejista ao fabricante

entre empresas, motivados por problemas relacionados à qualidade em geral ou a processos

comerciais entre empresas, retornando ao ciclo de negócio de alguma maneira, já a de pós-

consumo tem o objetivo de agregar valor a um produto inservível - que tenha condições de

utilização - produtos no final da vida útil ou usado que podem ser reutilizados - geralmente

tem origem de bens duráveis ou descartáveis dos canais de reversos de reuso, desmanche e

reciclagem.

Segundo Leite (2002 p.17) a Logística Reversa pós-venda é constituída pelos

seguintes aspectos:

Garantia / Qualidade: produtos que apresentam defeitos, avarias e outros; que

podem ser consertados e voltar ao mercado;

Comerciais: são produtos de estoques (liquidação, excesso), que retornam ao ciclo

através da redistribuição;

Substituição de componentes: produtos que são consertados ou remanufaturas e

voltam ao mercado ou para reciclagem, quando não podem ser reaproveitados.

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Conforme Leite (2002, p.17) no pós-consumo são classificados devido a função do

seu estado de vida e origem, conforme segue:

Condições de uso: os bens que estão em condições reutilização, denominando este

canal de reuso, até atingir o fim da vida útil constituindo o looping.

Fim da vida útil: a Logística Reversa pode atuar em dois segmentos – bens duráveis

entram no canal de desmontagem e reciclagem industrial, sendo desmontados na etapa de

desmanche que será reaproveitado / remanufaturado ou usado na própria indústria no canal

reverso - bens descartáveis retornam através da reciclagem industrial que constituirá matéria-

prima para fabricação de produtos ou quando não há condições vão para o destino final

(aterros sanitários, lixões e incineração).

O autor Leite (2002) identifica que existem interesses na implementação do retorno

de bens de pós-venda e de pós-consumo, tais como: fator econômico – de grande importância

para as empresas, objetivos ecológicos e imagem corporativa - que visam contribuir com a

comunidade, também o objetivo legal, que é caracterizado pela exigência ao fabricante da

devida destinação final ao produto, obrigando a cadeia a aceitar a devolução de embalagens

de seus clientes e responsabilizar pelo retorno do produto perigoso.

1.3 Objetivos da Logística Reversa

Segundo Leite (2003, p. 34) o objetivo da implementação da Logística Reversa é a

revalorização de bens, pode-se considerar os tipos abaixo:

Revalorização econômica: o interesse é na obtenção de economia da reutilização /

comercialização no mercado secundário dos bens de pós-consumo ou economia obtida na

substituição de matéria-prima virgem por matérias-primas secundária.

Revalorização ecológica: o interesse da empresa é obter uma boa imagem

corporativa, adaptando-se as novas condições do mercado competitivo onde o marketing

ambiental se torna uma estratégia empresarial e demonstrando à sociedade, formas de

proteção contra os impactos negativos de seus produtos ao meio ambiente.

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Revalorização legal: são exigências de cumprimento de legislações ambientais, sob

pena de serem punidas pelo impacto de seus produtos no meio ambiente.

De acordo com Leite (2003) para tomada de decisão estratégica relacionada a

construção de uma rede reversa é preciso realizar uma análise integral / minuciosa dos fatores

ligados e de influência. A terceirização de atividades especializadas tem sido muito utilizada

na implementação, pois as empresas individualmente não possuem volume de negócios que

justifiquem sua especialização em todas as etapas.

Para Leite (2003) o tipo de tecnologia utilizado pela empresa determinará a forma

adequada de Logística Reversa a ser utilizada. E também é possível deduzir o valor e a

quantidade disponível dos bens de pós-consumo de acordo com as peculiaridades do

segmento e do custo logístico, bem como o nível de integração da rede reversa.

Conforme Leite (2003) existe dois tipos natureza dos produtos de pós-consumo:

durável em condições de reutilização e de alto valor relativo, tem tendência de ciclo fechado e

integrado a fim de garantir a integridade, sempre utilizando empresas prestadoras de serviços

logísticos especializado; descartáveis de baixo valor, portanto de reduzido interesse de

revalorização econômica.

1.4 Impacto da Logística Reversa na organização

Segundo Leite (2003) alguns fatores importantes e que influenciam nas quantidades

do fluxo reverso de pós-consumo são: a localização de origens, destinos, a organização dos

diversos tipos de coleta, considerando que será eficiente o processo se houver interesse das

empresas de determinado setor e governo, ou seja, só através dessa união haverá

revalorização logística dos produtos de pós-consumo nos canais reversos, tornando os

produtos e materiais de pós-consumo acessíveis nos locais em quantidades adequadas e

permitindo a viabilidade econômica das diversas etapas reversas.

O autor Nogueira (2012) afirma que a Logística Reversa está sendo levada cada vez

mais a sério no Brasil, onde as empresas de hoje devem saber utiliza - lá como forma de

competitividade, reestruturando e organizando seu fluxo, tanto para a satisfação da empresa e

principalmente a satisfação do cliente.

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De acordo com Leite (2003) existem dificuldades na logística de pós-consumo

principalmente porque as empresas produtoras de matérias-primas novas estão localizadas

próximas às fontes de recursos naturais - como exemplo: as indústrias de papel normalmente

se localizam perto das florestas, as siderúrgicas ficam próximas às jazidas de minério de ferro

e as indústrias químicas de resinas de plásticos encontram-se próximas a centros

petroquímico - desta forma, as fontes ou produtos de pós-consumo e seus subsequentes

tratamentos reversos geralmente encontram-se próximo aos centros urbanos, gerando

dificuldades logísticas em seu aproveitamento como substitutos da matéria-prima primária.

Para Leite (2003) é visível a tendência de aproximação de alguns setores a

determinadas unidades industriais de reaproveitamento de matéria-prima secundárias dos

centros urbanos, reduzindo as distâncias e os custos de transporte.

Leite (2003) explica que alguns produtos descartáveis ou duráveis sem condição de

uso apresentam peso/volume e preço/peso muito baixo, mas na ótica da Logística as diversas

etapas dos canais reversos elevam o custo do transporte dos materiais. Já alguns materiais –

como exemplo: metais, jornais, revista, resíduos industriais previamente adensados, entre

outros - são exceções sendo que o volume é mais adequado para o transporte, entretanto

mesmo nesses casos o raio de ação de transporte raramente ultrapassa 100 km na fase de

coleta dos produtos de pós-consumo – exemplo dessa limitação são as coletas de lixo urbano

e as coletas seletivas, nas quais a densidade de carga é muito baixa.

Para Leite (2003) é notável que a dispersão / distância geográfica das origens dos

produtos de pós-consumo exigem coletas em pequenas quantidades, que sofrem etapas

logísticas intermediárias de seleções e adensamento, permitindo transporte a maiores

distâncias.

Concordamos com o autor ao explicar que:

Entende-se por revalorização logística a adequação de localização aos produtos de

pós-consumo de modo que se viabilize uma rede reversa. O desenvolvimento de

uma rede de distribuição Logística Reversa, diretamente ou por parceria, convênio

com poderes públicos, cooperativas etc.., permitirá as empresas revalorizar

logisticamente produtos de pós-consumo , agregando – lhes valor e confortando

situações empresariais. (LEITE, 2003, p. 72)

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Dentro desse cenário ou do cenário já visto é fácil compreendermos a necessidade

das preocupações em facilitar os transportes, os estoques, a movimentação de materiais, o

nível de integração das atividades logísticas e o sistema de informação correspondente a fim

de adequar os diversos fluxos de materiais e mercadorias em toda a cadeia logística.

1.5 Condições essenciais de organização e implementação da Logística Reversa em um canal

reverso.

Remuneração em Todas as Etapas Reversas.

Segundo Leite (2003), na Logística Reversa, deve-se obter uma lucratividade

compensadora, onde os custos obtidos permitam preço de venda dos reciclados inferiores ou

compatíveis com matérias primas virgens que serão substituídas.

Qualidade dos Materiais Reciclados

Conforme Leite (2003), o retorno ao ciclo produtivo dos materiais deve ser

economicamente aceitável e obtendo também sua qualidade do pós-consumo, que influenciará

na matéria prima secundária.

Escala Econômica de Atividade.

De acordo com Roberto Leite (2003), a quantidade de reciclados deve ser suficiente

e de certo modo a uma quantidade satisfatória no fornecimento do pós-consumo.

Mercado para Produtos com Conteúdo de Reciclados

Segundo Leite (2003), os produtos que são fabricados com materiais reciclados

devem ter qualidade, pois reflete com muita importância em mercado final.

Concordamos com o autor ao explicar que:

Logística reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição

de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e

remanufatura. (STOCK, 1998:20, Apud LEITE, 2003)

1.6 Produto logístico de pós-consumo

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Para Leite (2003), os materiais depois de serem utilizados transformam-se em

produtos de pós-consumo, que devem ser descartados corretamente através de incineração

(queima dos resíduos), aterros sanitários (seguros e autorizados) ou também retornar ao ciclo

produtivo como reciclagem ou reuso em sua vida útil.

Classificam-se materiais de pós-consumo em três categorias:

Bens descartáveis: materiais que tem a durabilidade no máximo de 6 (seis) meses.

São produtos como embalagens, brinquedos, materiais para escritório, suprimentos para

computadores, artigos cirúrgicos, pilhas, fraudas, jornais, revistas e etc.

Bens semiduráveis: materiais que tem a durabilidade de alguns meses, não passando

de dois anos. São produtos como baterias de veículos, óleos lubrificantes, baterias de celulares

etc.

Bens duráveis: materiais que tem a durabilidade variando entre alguns anos e

décadas apresentam a possibilidade de reutilização. São produtos como automóveis,

eletrodomésticos, eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos industriais, navios, aviões etc.

Segundo Nogueira (2012), o ciclo de vida do produto não acaba com sua entrega ao

cliente, ou seja, os produtos depois de utilizados, danificados ou que não funcionem devem

retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou

reaproveitados.

1.7 Canais de distribuição diretos e reversos

De acordo com Leite (2009), os canais de distribuição reversos de pós-consumo, são

constituídos pelo fluxo reverso de uma parcela de produtos de materiais constituintes

originados no descarte dos produtos, depois de finalizada sua atividade original, retorna ao

ciclo produtivo de alguma maneira. Distinguem-se três subsistemas reversos: Os canais

reversos de reuso, de remanufatura e de reciclagem. Observamos também, no esquema geral

apresentado, a possibilidade de uma parcela desses produtos de pos-consumo ser dirigida a

sistemas de destinação final seguro ou controlados, que não provocam poluição, ou não

seguro, que provoca impactos maiores no meio ambiente.

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1.8 Canais de distribuição reversos de bens de pós-consumo (CDR – PC)

Os bens industriais apresentam ciclos de vida útil de algumas semanas ou de muitos

anos, após os quais são descartados pela sociedade, de diferentes maneiras, constituindo os

produtos de pós-consumo e os resíduos sólidos em geral. As diferentes formas de

processamento e de comercialização dos produtos pós-consumo ou de seus materiais

constituintes, desde sua coleta até sua reintegração ao ciclo produto como matéria prima

secundária, são denominadas, neste livro, de – Canais de Distribuição Reversa de pós-

consumo – (LEITE, 1999 p 17).

De acordo com Leite (2009) os bens industriais classificados como duráveis ou

semiduráveis, após seu desembaraço pelo primeiro possuidor, tornam-se produtos de pós-

consumo. Nos casos em que ainda apresentam condições de utilização podem destinar-se ao

mercado de segunda mão, sendo comercializado diversas vezes.

O caso mais comum desse tipo de canal reverso é de veículos em geral, eletrômetros,

produtos de informática e vestuário, entre outros exemplos, que possuem trabalho de segunda

mão instituído em todas as regiões do planeta (Leite, 2009). Entrando no mérito de nosso

trabalho, os paletes podem ser reutilizados de maneira a serem reaproveitados até fim de sua

vida útil. Nesses casos, portanto, os canais reversos de reuso são definidos como aqueles em

que se tem a extensão do uso de um produto de pós-consumo ou de seu componente, com a

mesma função pela qual foi originalmente concedido, ou seja, sem nenhum tipo de

remanufatura (DIAS, 1993, p.135). Devemos observar que, nesses casos, o termo ‘pós-

consumo’ é adotado como sinômino de bem usado, mesmo que ainda haja interesse em sua

reutilização.

Após os bens atingirem seu fim de vida útil efetivo – é nessa categoria de pós-

consumo incluem-se os produtos descartáveis que apresentam vida útil de algumas semanas.

O fluxo reverso de bens por meio de dois grandes sistemas de canais reversos de

revalorização: O canal reverso de ‘remanufatura’ e o de ‘ reciclagem’. Na impossibilidade

dessas revalorizações, os bens de pós-consumo encontram a ‘ disposição final’ em aterros

sanitários.

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Remanufatura é o canal reverso no qual os produtos podem ser reaproveitados em

suas partes essenciais (‘cores’), mediante a substituição de alguns componentes

complementares reconstituindo-se um produto com a mesma finalidade e natureza do original.

Esse processo industrial é denominado remanufatura industrial. (LEITE, 2009)

De acordo com Leite (2009), as embalagens de produtos químicos ou agrotóxicos

são outros exemplos que podem mencionados como remanufatura, pois em status de avaria,

podem perfeitamente ser retrabalhados e novamente utilizados pelos seus fabricantes em um

processo que teria a participação efetiva e minuciosa do laboratório e do setor de qualidade, a

fim de providenciar um retorno seguro do produto ao setor de armazenagem e por fim ao

cliente final.

Podemos definir ‘desmanche’ como um processo industrial no qual um produto

durável de pós-consumo é desmontado em seus componentes. Os componentes em condições

de uso ou remanufatura são separados e destinados à remanufatura industrial e os materiais

para os quais não existem condições de revalorização são enviados para a reciclagem

industrial. Os primeiros são enviados, diretamente ou após remanufatura, ao mercado de

peças usadas, enquanto os materiais inservíveis são destinados a aterros sanitários ou são

incinerados (LEITE, 2009).

A disposição final é entendida, aqui, como o último local de destino para o qual são

enviados produtos, materiais e resíduos em geral sem condições se revalorização.

Tradicionalmente são consideradas ‘ disposições finais seguras’, sob o ponto de vista

ecológico, em aterros sanitários tecnicamente controlados, nos quais os resíduos sólidos de

diversas naturezas são ‘estocados’ entre camadas de terra, para que ocorra sua absorção

natural, ou são incinerados, obtendo-se a revalorização pela queima e extração de sua energia

residual. A ‘disposição’ final não controlada’, constituída pela deposição desses resíduos em

lixões não controlados e pelo despejo em córregos, rios, terrenos etc. resulta em poluição

ambiental.

Compreende-se, então, que o fluxo reverso dos bens de pós-consumo nos canais de

distribuição reversos de bens de pós-consumo refere-se a uma parcela do total existente,

sendo a outra parte destinada a disposições seguras ou não seguras.

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Esses produtos ou materiais de pós-consumo, quando não retornam ao ciclo

produtivo de alguma forma, em quantidades adequadas, constituem-se em acúmulo

que excedem em alguns casos, as diversas possilibidades e capacidades de

‘estocagem’, transformando-se em ‘problemas’ ambientais com ‘visibilidade’

crescente no limiar de nosso século. (FULLER E ALLEN, 1995, p.244)

Nas últimas décadas, os impactos causados sobre o meio ambiente pelos produtos e

processos industriais, acrescidos dos grandes desastres ecológicos cada vez mais próximos e

que fazem parte da vida moderna, tornaram-se mais visíveis à sociedade em geral,

modificando hábitos de consumo em alguns países, bem como a percepção empresarial sobre

a importância desses canais reversos sobre sua imagem corporativa. No final do século XX, as

sociedades mais desenvolvidas preocupavam-se com as crescentes quantidades de produtos

descartáveis provenientes de embalagens de alimentos em geral. (Leite, 2009)

Regulamentações expressas que visam equacionar melhor o retorno dos produtos em

geral, reduzindo seus impactos no meio ambiente e outros aspectos evidenciando no decorrer

deste livro, justificam o interesse crescente pelas oportunidades e riscos dos canais de

distribuição reversos de pós-consumo.

1.9 Canais de distribuição reversos de bens de pós-venda (CDR-PV)

Os bens industriais de pós-venda – que, por diversos motivos, retornaram à cadeia de

suprimentos, sendo reintegrados ao ciclo de negócios, por meio de uma diversidade de formas

de comercialização e de processamentos – constituem outra categoria de fluxos reversos

denominados “canais de distribuição reversos de pós-venda”. Esses produtos retornam por

uma variedade de motivos: término de validade, estoques excessivos no canal de distribuição,

por estarem em consignação, por apresentarem problemas de qualidade e defeitos etc., após

serem destinados aos mercados secundários, a reformas, ao desmanche, à reciclagem dos

produtos e de seus materiais constituintes ou a disposição reversa, de acordo com a definição

do Council of Logistcs Management. (CLM, 1993, p.3).

Esses canais reversos também apresentam importância crescente, tanto do ponto de

vista estratégico-empresarial como do ponto de vista econômico, para alguns setores

empresariais. Estima-se que atinjam cerca de 35 bilhões de dólares anuais nos Estados

Unidos, ou seja, cerca de 0,23% do Produto Nacional Bruto (PNB) do país. Levando-se em

conta que as preocupações com esses canais reversos são relativamente recentes, mesmo nos

Estados Unidos, pode-se avaliar que essas cifras aumentarão em poucos anos. O mercado de

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peças de reposição de automóveis representou um valor econômico de 36 bilhões de dólares

em 1997, apresentando 12 mil empresas de desmontagem em atividade, à época, no país

(Rogers e Tibben-Lembke, 1999, p. 6).

Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil, revelando a

importância econômica e estratégica na obtenção de diferenciados objetivos empresariais, que

justificam as preocupações crescentes com esses fluxos reversos de pós-vendas. (LEITE,

2009 APUD CLM, 1993, p.3)

O fluxo reverso de bens de pós-venda pode se originar de várias formas, por

problemas de desempenho do produto ou por garantias comerciais; ao mesmo tempo, pode se

originar em diferentes momentos da distribuição direta, ou seja, do consumidor final para o

varejista ou entre membros da cadeia de distribuição direta. Dentre os problemas de

desempenho mais comuns, podem ser citados as avarias de transporte e os defeitos em

garantia, enquanto os comerciais são os erros de pedido, a limpeza de canal nos elos da cadeia

de distribuição, os excessos de estoques, o fim de estações, o fim de vida comercial o produto,

os estoques obsoletos, entre outros.

1.10 Definições da área de atuação

Nas últimas décadas, vivenciamos uma indiscutível ânsia de lançamentos de

produtos e modelos em todos os setores empresariais e em todas as partes do globo.

Comparando a quantidade de modelos que compõem uma única categoria de produto com a

quantidade adquirida há algumas décadas, é possível constatar, sem dificuldade, um

crescimento extraordinário. Empresas elaboram produtos e modelos específicos para

satisfazer diferentes segmentos de clientes em uma variedade de aspectos: além das cores,

tamanhos, capacidade e especificações diferenciadas, os produtos são segmentados por idade

e sexo, etnia dos clientes, sabor e odor de diversas naturezas, tamanho e tipo de embalagem,

teores de açúcar de gordura etc. (LEITE, 2009)

Segundo Callegari (2009), do ponto de vista das empresas, alguns cuidados precisam

ser tomados. Nos locais de armazenagem, faz-se necessário estruturar sistemas capazes de

lidar com estes volumes crescentes (e dificilmente previsíveis). Além disso, assim como a

logística tradicional, a logística reversa tem como um dos principais componentes os sistemas

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de transporte. É necessário que os sistemas de roteamento sejam capazes de solucionar os

complexos problemas de entregas e coletas simultaneamente, levando em conta, dentre outras

restrições, as capacidades dos caminhões e os intervalos de tempo (este problema é chamado

tecnicamente de pickup and delivery routing problem - PDRP).

Leite (2009) afirma que por outro lado, observa-se uma nítida redução no tempo de

vida mercadológico e útil dos produtos em todos os setores da atividade humana. O ciclo de

vida mercadológico dos produtos se reduz em virtude da introdução de novos modelos, que

tornam os anteriores ultrapassados em consequência de seu próprio projeto, pela concepção

de ser utilizada uma única vez, pelo uso de materiais de menor durabilidade, pela dificuldade

técnica e econômica de conserto etc.

Como resultado, há quantidades maiores de produtos, ainda sem uso ou já

consumidos, que retornam de alguma forma ao ciclo produtivo ou de negócios. Produtos

obsoletos sob diversas óticas, com defeitos ou dentro da garantia, com validade vencida, com

excesso de estoque, não consumidos ou com pouco uso, retornam ao ciclo de negócios na

busca pela recuperação de valor de alguma natureza. Produtos no fim de sua vida útil ou em

condições de reutilização e resíduos industriais, não apresentando interesse ao primeiro

proprietário, retornam ao ciclo de negócios ou produtivo idênticos, porém por caminhos

diferentes dos primeiros (Leite, 2009).

Já Rogers e Tibben-Lembke (1999, p. 2) apud LEITE (2009), adaptando a definição

de logística do Council of Logistics Management (CLM), Conselho de Gestão de Logística

(CGL) definem a Logística Reversa como:

O processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e custo efetivo

do custo de matérias primas, estoque em processos, produtos acabados e informações

correspondentes do ponto de consumo ao ponto de origem com o propósito de recapturar o

valor ou destinar à apropriada disposição.

Nos ambientes globalizados e de alta competitividade em que vivemos, as empresas,

modernas reconhecem cada vez mais que, além da busca pelo lucro em suas transações, é

necessário atender a uma variedade de interesses sociais, ambientais e governamentais,

garantindo seus negócios e sua lucratividade ao longo do tempo (LEITE, 2009). Dessa forma,

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torna-se necessário satisfazer diferentes stakeholders – acionistas, funcionários, clientes,

fornecedores, comunidade local, governo – que avaliam as empresas sob diferentes

perspectivas. O planejamento empresarial em seus diversos níveis (estratégico, tático e

operacional) deve ser elaborado de acordo com a visão holística de competir, colaborar e

inovar. (LEITE, 2009)

Atualmente, tornou-se impossível ignorar os reflexos que o retorno dessas

quantidades crescentes de produtos de pós-venda e de pós-consumo causam nas operações

empresariais. O retorno dos produtos de pós-venda em grande quantidade precisa ser

equacionado, sob pena de interferir nas operações e na rentabilidade das atividades das

empresas. (MOREIRA, 2012).

Por outro lado, e não menos importante, as crescentes quantidades de produtos de

pós-consumo, ao esgotar os sistemas tradicionais de disposição final, se não equacionadas,

provocam poluição por contaminação ou por excesso. Legislações ambientais, visando à

redução desse impacto, desobrigam gradativamente os governos e responsabilizam as

empresas, ou suas cadeias industriais, pelo equacionamento dos fluxos reversos dos produtos

de pós-consumo. A isso, acrescenta-se o fato de que a falta de equacionamento desses fluxos

reversos pode se constituir em um risco à imagem da empresa, à sua reputação de empresa

cidadã e consciente da responsabilidade socioambiental diante da comunidade. (Leite, 2004)

Os primeiros estudos sobre logística reversa são encontrados nas décadas de 1970 e

1980, tendo seu foco principal relacionado ao retorno de bens a serem processados em

reciclagem de materiais, denominados e analisados como canais de distribuição reversos. A

partir da década de 1990, pelas razões anteriormente expostas, o tema tornou-se mais visível

no cenário empresarial. (BRITO e LEITE, 2002)

A observação dos hábitos empresariais no Brasil tem revelado avanços importantes

na implementação da logística reversa, como consequência do crescimento dos volumes

transacionados nestes últimos anos, da difusão de suas principais ideias, da melhor

compreensão de seus objetivos e possibilidades estratégicas, bem como das oportunidades

empresariais para os agentes das cadeias de suprimentos (LEITE et al., 2008).

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Segundo Lacerda (2000), os processos logísticos reversa têm oferecido consideráveis

retornos para as empresas. O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens

retornáveis têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços em

desenvolvimento e melhoria nos processos reversos.

Segundo Leite 2009, já no ano de 2003, mais de 80% dos operadores logísticos

atuantes no Brasil oferecia o serviço de logística reversa, revelando crescimento acentuado de

interesse, diferente entre setores em razão dos diversos níveis de impacto causados pelo

retorno de produtos e materiais ao ciclo de negócios e produtivo.

1.11 Canais de distribuição reversos

Segundo Leite (2003) os canais de distribuição são conhecidos pelas diversas etapas

onde os bens produzidos são comercializados até chegar ao consumidor final. Desta forma,

canais de distribuição reversos são as etapas, formas e os meios em que uma parte dos

produtos retorna ao ciclo produtivo ou de negócio, agregando valor em mercados secundário

pelo reuso ou pela reciclagem de seus materiais.

Para Leite (2003) existem dois tipos de canais de distribuição reversos o de pós-

consumo e pós-venda. O pós-venda é constituído pelas formas e possibilidades de retorno de

produtos, com ou sem uso, que faça o sentido inverso – consumidor, varejista ou fabricante –

geralmente devido problemas de qualidade, processos comerciais, que retornam ao ciclo de

negócio. O pós-consumo é constituído pelo fluxo reverso de produtos e materiais originados

do descarte depois de finalizada sua utilidade original ao ciclo produtivo. São divididos em:

canais reversos de “reciclagem” e de “reuso” ou são disponibilizados para a destinação final

segura e controlada.

Conforme Leite (2003) após a primeira utilização os produtos são considerados de

pós-consumo sendo que as formas de processamento e comercialização são denominadas

“canais de distribuição reversos de pós-consumo”. Os canais de reuso são aqueles que os bens

de pós-consumo têm utilidade igual a que foi destinada inicialmente, caso ainda tenha

condições de utilização são destinados ao mercado de segunda mão até o fim da vida útil.

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Para Leite (2003) os bens de pós-consumo que atingem o fim da vida útil são

geralmente os descartáveis, que se destina ao “desmanche”, “reciclagem” ou disposição final

em aterros sanitários ou incinerados. Pode-se definir “desmanche” como o processo de

desmontagem no qual as peças em condições de uso são separadas para reutilização. Já a

“reciclagem” é a revalorização de materiais através da transformação em matéria-prima

secundária ou recicladas que serão incorporadas a fabricação de um novo produto. A

“disposição final” é o último destino do material sem condição de revalorização. São

recomendados locais ecologicamente corretos, aterros sanitários controlados onde os resíduos

são absorvidos pela terra.

1.12 Fator econômico da Logística Reversa

Leite (2003) escreve que a Logística Reversa como uma cadeia de distribuição,

reciclagem e reutilização, traz para a organização o objetivo de economia, desde que todas as

etapas reversas estejam reestruturadas para esse segmento, ou seja, deverá a empresa

implementar em seus setores recursos necessários para que seja assim utilizado.

Leite (2003) cita alguns exemplos de economia obtida através da Logística Reversa,

conforme segue:

Valor econômico nos canais reversos: tem a substituição de matéria-prima primária

por secundária, impactando no valor da venda.

Ferro / aço no Brasil: existe facilidade na reutilização do aço como matéria-prima

secundária, no Brasil é reaproveitado cerca de 17%.

Alumínio no Brasil: O alumínio também é um produto com a facilidade de

reutilização como matéria-prima secundária, no Brasil foi utilizado cerca de 13%.

Plástico no Brasil: tem um nível de reciclagem de 15%.

Já para Nogueira (2012), além dos custos com a matéria-prima, produção,

armazenagem e estocagem. O produto tem custos que estão relacionados a todo o

gerenciamento do seu fluxo reverso, ou seja, há custos para a reciclagem, reutilização e

descarte desses produtos.

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Para Caixeta Filho e Martins (2001) o transporte, se utilizado adequadamente,

apresenta uma fonte de redução de custos, como exemplo: roteirização e programação horária

de veículos, escolha do modo de transportes, a escolha entre transporte público e privado,

planejamento de tráfego entre outros assuntos.

Leite (2003) chega a conclusão que a sociedade perde no mínimo cerca de 6 bilhões

de reais no Brasil por não reciclar os materiais do lixo urbano.

1.13 Fator ecológico na Logística Reversa

Segundo Leite (2003) atualmente a sociedade tem se preocupado com equilíbrio

ecológico, pois a quantidade de produtos descartados (lixo urbano) vem aumentando e não é

encontrando canais de distribuição reversos devidamente estruturados e organizados,

provocando muita diferença entre quantidade de produtos descartados e os reaproveitados.

Leite (2003) afirma que a sensibilidade ecológica vem manifestando em empresas e

governos atitudes para amenizar os efeitos mais visíveis dos diversos tipos de impacto ao

meio ambiente, aproveitando também para um interesse de diferenciação estratégica para seus

produtos e interesses políticos.

Caixeta Filho e Martins (2001) retratam a falta de conscientização da sociedade, que

precisa compreender a necessidade de reduzir seus resíduos, considerando que a matéria-

prima virgem será escassa em poucos anos e capacidade dos aterros e incineradores é finita.

Para Leite (2003) os consumidores estão cada vez mais preocupados e dispostos a

pagar mais pelos produtos feitos pensando no meio ambiente, além disso, os acionistas têm

preferência por investir em empresas comprometidas com o meio ambiente.

Conforme nos mostra Caixeta Filho e Martins (2001), as empresa estão utilizando os

3R’s – Reduzir, Reciclar e Reutilizar - para que seus produtos possam agredir o mínimo

possível o meio ambiente.

Para Caixeta Filho e Martins (2001) os resíduos sólidos vêm se transformando em

um problema para as grandes cidades, sendo que aquelas que ainda não tomaram nenhuma

providência ou ao menos venha estudando uma forma de resolver esse problema, certamente

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enfrentarão problemas de sujeira, proliferação de insetos, contaminação das águas, plantas e

animais, e o aparecimento de frequentes doenças. Os investimentos para o tratamento dos

resíduos sólidos são altos em relação aos orçamentos (escassos) municipais e se não for feito

corretamente podem acarretar custo de manutenção elevada e grandes danos ambientais.

Logo, este é o momento para o governo (municipal, estadual e federal) e comunidade buscar

soluções para seus lixos / resíduos sólidos.

Assim como Caixeta Filho e Martins (2001) acreditamos que a Logística Reversa

tem grande importância no processo de destinação de resíduos, a sugestão é a utilização da

reciclagem e reuso de materiais, podendo minimizar o uso dos aterros e incineradores, que

representa um grande impacto ambiental.

De acordo com Leite (2003) a sociedade tem desenvolvido novas legislações e novos

conceitos de responsabilidade empresarial, adequando assim o crescimento econômico com as

variáveis ambientais. O desenvolvimento sustentável está sendo utilizado constantemente para

atender às necessidades presentes se preocupando com o futuro.

O autor Leite (2003) define que a legislação ambiental estuda desde a fabricação e

uso da matéria prima até o produto final, regulamentando a produção e o uso de selos verdes

para a identificação de produtos amigáveis ao meio ambiente, e quais produtos podem ser

depositados em aterros ou não, a restrição de utilização de matéria-prima secundaria e outros.

Leite (2003) também afirma que as indústrias devem se responsabilizar por seu

produto desde sua fabricação até a decisão correta do seu destino após seu uso original.

Conforme Nogueira (2012) as empresas devem se preocupar com o ciclo de vida dos

produtos mesmo depois de serem entregues aos seus clientes, pois deverá ter a

responsabilidade referente à legislação ambiental, onde os mesmos não prejudiquem o meio

ambiente.

De acordo com Leite (2003) a análise do ciclo de vida útil dos produtos estuda as

consequências ambientais desde a fabricação até a disposição final. A norma ISO 14000,

padroniza estas técnicas e a ideia principal é que se tenha um instrumento de medição para

escolher a forma que tenha menor impacto ambiental (exemplo: optar por embalagens

descartáveis ou retornáveis), além disso, as empresas antecipam-se os impactos causados por

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seus produtos, disponibilizam departamentos especializados nas legislações relacionadas e

estabelecem programas de conscientização.

A ISO 14000 é um conjunto de normas técnicas referentes a métodos e análises que

possibilitam certificar determinado produto quando de sua produção, sua distribuição e

descarte, a organização que o produziu, utilizando um processo gerencial e técnico que não

proporciona, ou reduz ao mínimo, os danos ambientais; e que estejam de acordo com a

legislação ambiental. A instituição armazenadora do país, ou outra por ela delegada, emite

então o certificado sobre o processo de produção ou rótulo sobre o produto. (Filho e Martins,

2001, p. 23).

De acordo com Caixeta Filho e Martins (2001) a norma inclui sistema de gestão

básico, auditoria, avaliação de desempenho, selos, avaliação de ciclo de vida e aspectos

ambientais de normais de produto.

Percebemos a importância de implementação a norma ISO 14000, que mostra a

atuação ambiental responsável de uma empresa. De acordo com Caixeta Filho e Martins

(2001) o grande objetivo da ISO 14000 é a redução do impacto global dos resíduos de

embalagens no meio ambiente, por meio de medidas como: diminuição da quantidade de

materiais utilizados, incentivos à reciclagem das embalagens e minimização de volumes de

resíduos que vão para os aterros. A norma abrange seis áreas: sistema de gerenciamento

ambiental, auditorias ambientais, avaliação do desempenho ambiental, rotulagem ambiental,

análise do ciclo de vida e aspectos ambientais relacionados a produtos.

Algumas providências podem ser tomadas para minimizar o impacto ambiental em

diversos setores da cadeia logística, para Caixeta Filho e Martins (2001, p. 23) estas ações

seriam:

Canal de entrada (recebimento, estocagem e movimentação de matérias-

primas): análise do melhor modo de transporte a ser utilizado, uso de contêineres

reutilizáveis, layout adequado dos depósitos;

Transformação (transformar a matéria-prima em um bem acabado): escolher o

tipo de embalagem adequado a ser utilizado;

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Canal de saída (distribuição física): localização estratégica do depósito,

consolidação dos depósitos em um centro de distribuição.

As dificuldades encontradas no recolhimento dos produtos no seu fim de vida útil

são bastante abordadas. Caixeta Filho e Martins (2001) apontam o transporte como o

contribuinte mais danoso em termos ambientais dentro da logística, mas algumas ações

podem ser tomadas para que redução dos impactos gerados, tais como: a roteirização dos

veículos, a disposição final dos veículos e suas partes.

Segundo Leite (2003) ainda não é contabilizado custos ecológicos na contabilidade

empresarial, mas aos poucos estão sendo introduzidos pelas empresas preocupadas com o

meio ambiente.

Para Leite (2003) empresas na “fase de busca de valor” podem ganhar em

competitividade, na imagem corporativa, na redução de custos operacionais, no incentivo a

rede de distribuição reversa – e seus fornecedores e clientes. Essas organizações têm imagem

diferenciada, buscam constantemente produtos de menor impacto ao meio ambiente. Abaixo

são apresentadas algumas atitudes tomadas:

Avaliação dos produtos e processos por meio da análise do ciclo de vida ambiental:

empresas utilizam essa metodologia para desenvolver seus produtos e adaptar os existentes.

Concepção dos produtos visando reduzir impactos sobre o meio ambiente e

facilitando o ciclo reverso do pós-consumo: no desenvolvimento do produto é preciso

considerar os impactos ambientais, facilitando a desmontagem e separação dos constituintes.

Criação de vantagem competitiva por meio da Logística Reversa.

Extensão dos conceitos de responsabilidade ambiental: essas empresas exigem

comprometimento de seus parceiros comerciais, fornecedores e clientes, além de possuir a

certificação ISO 14000.

1.14 Fator legal na Logística Reversa

Para Leite (2003) é preciso a intervenção governamental quando não há sintonia

entre os fluxos reversos e fluxos diretos. As legislações ambientais estão se voltando para as

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responsabilidades dos fabricantes através de regulamentações para reciclagem, aterros

sanitários e outras. Existem leis orientando:

Para proibições de aterros sanitários e incineradores;

Sobre a implantação de coleta seletiva;

Sobre responsabilidade de fabricante sobre o canal reverso e seus produtos;

Sobre proibição de disposição em aterros sanitários de certos produtos;

Sobre valor monetário depositado na compra de certo tipo de embalagens;

Sobre os índices mínimos de reciclagem;

De incentivo ao conteúdo de reciclados nos produtos;

Sobre proibição de venda ou uso de certos produtos;

Sobre proibição de embalagens descartáveis;

Sobre rótulos ambientais;

Sobre incentivos fiscais;

Relativas à redução de fonte.

Caixeta filho e Martins (2001) apontam o Governo como sendo o principal

instrumento de ajuda para se tratar da Logística Reversa. É interessante a padronização de

alguns itens, como: a emissão de poluentes pelos veículos, índices de ruídos, necessidade de

reciclagem no âmbito Municipal, Estadual e Federal, incentivos a empresas que se adaptam a

legislação ambiental em vigor; estas seriam formam de incentivar as empresas a adotar

métodos de reverso e reuso.

De acordo com Leite (2003) as legislações ambientais foram implantadas

efetivamente nos Estados Unidos (coleta seletiva) e Alemanha (retorno das embalagens). No

Brasil foi criado o Programa Brasileiro de Reciclagem e o Projeto Política sobre Resíduos

Sólidos.

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Segundo Caixeta Filho e Martins (2001) sem a ajuda do governo não há

possibilidades de se contornar a situação ambiental, são necessárias iniciativas para um bom

desenvolvimento da rede reversa, que terá maior impacto se for feito pela parceria entre a

população, governantes e empresários:

Sociedade: contribuir com os projetos do município, como exemplo: a coleta seletiva

roteirizará (a população deposita seu lixo em recipientes separados e disponibiliza em um

ponto mais estratégico para a sua coleta).

Governos: impor leis rigorosas para combate à poluição do solo e meio ambiente,

assim empresas começariam a obedecer e seguir as regras.

Empresas: apresentar programa de recolhimento dos produtos que disponibilizam no

mercado através de pontos de descartes, que posteriormente será destinado a reciclagem e

reuso.

O que nos chama atenção é o fato de já saber o que deve ser feito, da existência de

algumas leis, porém não existe um projeto que faça valer todas essas sugestões. Em época de

eleição, são poucos os candidatos que apresentam propostas nestas questões, não é possível

esquecer-se deste aspecto.

Segundo Caixeta Filho e Martins (2001) as vantagens da utilização de produtos

reciclados são indiscutíveis, vejamos dois exemplos:

Estudos mostram que o vidro produzido inteiramente de sucata, economiza cerca de

15% a 20% da energia necessária para produção do mesmo material proveniente de matéria-

prima virgem;

O plástico, quando produzido a partir de material reciclado, economiza de 92 a 98%

de energia.

1.15 Fator imagem corporativas na Logística Reversa

Segundo Leite (2003) hoje as empresas que querem crescer devem se preocupar com

seu posicionamento em meio à sociedade, e com atitudes relacionadas a responsabilidade

ética empresarial referente aos canais de distribuição reversos visando os problemas

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ecológicos. Para isso modificações de projetos com o objetivo de melhoramento nas

condições de reaproveitamento dos produtos acabam sendo de extrema importância.

Leite (2003) diz que várias empresas já criaram associações de incentivam o sistema

de reciclagem e reuso e investem em programas educacionais de conscientização junto a

sociedade para os problemas ambientais.

Segundo Caixeta Filho e Martins (2001) para responder aos assuntos ambientais, as

empresas adotam as estratégias mais utilizadas na Logística Reversa que são a reciclagem de

materiais, a redução de consumo e o reuso de materiais, tudo está relacionado a imagem

corporativa e consequentemente o diferencial competitivo que é a principal causa da tomada

de decisão a sua conscientização.

1.16 Novos padrões de competitividade empresarial

Conforme Leite (2003) as empresas com sua visão estratégica estão utilizando a

supply chain management, permitindo a ampliação e a visão dos fluxos logísticos para além

da entrega dos produtos ao mercado, tenha o fluxo reverso, assumindo a responsabilidade de

retorno dos seus produtos de pós-venda e de pós-consumo.

Leite (2003) afirma que a organização encontra-se em diferentes estágios como: a

fase funcional onde as áreas possuem estratégias independentes, visando objetivos internos,

clientes e fornecedores; fase sistêmica interna onde tem por objetivo principal seus clientes,

buscando a valorização de cada um e a fase sistêmica em cadeia empresarial (Supply Chain

Management) onde a empresa possui uma visão interna e externa em sua rede de operações

com o intuito de aperfeiçoar as operações e os fluxos logísticos desse sistema.

Os autores Caixeta Filho e Martins (2001) também retrata a questão de novos

padrões adotados como forma de competitividade, segundo eles As empresas que

normalmente vêm criando um diferencial no mercado, são empresas que geralmente buscam

um desenvolvimento sustentável, pesquisando produtos e serviços que representem menos

impactos o meio ambiente, ou seja, trabalham com a implantação de um planejamento

estratégico voltado a preocupação ambiental. Mas surge então a pergunta que não quer calar,

embora nem todas as empresas trabalhem engajadas em projetos de adequação ambiental, as

que assim praticam, adotam essa nova prática por conscientização dos danos ao meio

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ambiente, consequentemente a sociedade, por se conscientizar do seu papel, dos seus deveres

ou por medo de punições severas como multas e interdição á inadimplência? Ou ainda, se

aplicam as novas técnicas por ser uma nova tendência e querer acompanhar a competitividade

com demais empresas para se manter no mercado, perdendo novamente o foco na

conscientização da necessidade do mundo (globalização) em ter um crescimento sustentável?

1.17 Impacto tecnológico na Logística Reversa

Leite (2003) diz que a implantação de tecnologia adequada nos processos logísticos e

industriais utilizadas nas etapas dos canais reversos causam a estruturação e organização das

cadeias reversas de produtos e materiais, trazendo equilíbrio no fluxo.

Leite (2003), também diz que é necessário que a tecnologia esteja disponível nos

processos para tratamento econômico no descarte em seu pós-consumo, como na

desmontagem, na separação de materiais, reciclagem e no processo de transformação no

produto final.

De acordo com Leite (2003) as empresas devem utilizar a tecnologia e inovação para

que sua estrutura se adéque a um sistema de fluxo satisfatório, elaborando um projeto que se

preocupe com o produto desde a fabricação até seu pós-consumo, ou seja, sistemas de coletas,

compactação, desmontagem de produtos duráveis, remanufatura, e a reutilização dos produtos

de pós-consumo transformados em matéria-prima secundária para sua utilização como

matéria-prima nova.

Leite (2003) diz que existem fatos que prejudicam a reciclagem e reaproveitamento

dos produtos, como soldas e colas que dificultam desmontagem, produtos com mistura de

materiais de alumínio, plástico, dificultando a separação dos mesmos, produtos com cores,

pois a reciclagem deve ser realizada depois do processo de eliminação das tintas, produtos de

plástico, pois possuem diferentes propriedades em sua função química, apresentando a

dificuldade de separação, pois suas propriedades físicas são bastante semelhantes (para

facilitar a separação destes componentes foi feito um projeto de gravação com símbolos para

que sejam de fácil identificação).

Conforme diz Leite (2003) o impacto causado no meio ambiente trouxe ás empresas

a responsabilidade de eliminar ou ao menos reduzir com máxima urgência as quantidades de

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materiais jogados ao solo. Um exemplo de empresa ciente deste fato é a automobilística que

aplicou em sua engenharia de desmontagem a redução de números de partes constituintes do

automóvel, promovendo a redução de soldas em suas junções. Como exemplo, o número de

tipos de plásticos usados nos veículos foi reduzido de 150 para 20 nos carros da Ford,

provocando 85% de reaproveitamento de seus componentes.

Nesse sentido, Krell (www.jus.com.br) acessado em 13/10/2012 afirma que: “Quem

obtém lucros deve arcar também com os prejuízos causados a natureza, evitando assim a

privatização dos lucros e socialização dos prejuízos (...)”. A adoção da teoria do risco integral

no âmbito da responsabilidade civil pelo dano ambiental iria causar riscos incalculáveis para

o empresário, que não poderia mais confiar em licenças válidas concedidas pelos órgãos

administradores”.

1.18 Reuso de embalagens de químicos e paletes

A reutilização e reciclagem de produtos e materiais não é um fenômeno novo, é

sabido que os refrigerantes anos atrás eram envasados em garrafas retornáveis, o autor Leite

(2003) nos apontou um estudo de caso sobre as garrafas PET, Caixeta Filho e Martins (2001)

também vem mostrar que isso caracterizava perfeitamente um sistema de reutilização de

produtos, eles afirmam que neste e em muitos outros casos, o retorno dos produtos é mais

atrativo do que a disposição.

Figura 2. Cadeia de recuperação de produtos.

Fonte: (Fleischamann, 2000 p. 653)

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Destacamos aqui mais um ponto no qual em nossa concepção há controvérsias, pois

quando Caixeta Filho e Martins (2001) redigem que a ideia da redução da geração de resíduos

nos traz a eliminação de produtos recicláveis, é obvio que esse pensamento não é apenas

deles, mas de muitos outros, porém se tanto lemos sobre o incentivo ao reuso e reciclagem

como uma saída para amenizar os impactos ambientais, porque a redução de resíduos nos traz

a eliminação de produtos descartáveis? Não necessariamente, assim pensamos, ou a

reciclagem não necessita de produtos descartáveis? Entendemos que independente da redução

de resíduos, as embalagens, papelão, plástico (pet), madeira que são a principal matéria-prima

para que a reciclagem aconteça, sempre continuará existindo. Por isso a redução de resíduos

não eliminará em nossa concepção os produtos descartáveis, visto que estes sempre estarão

em processo de transformação e utilização.

Nas situações em que essas medidas para reutilização são adotadas, Caixeta Filho e

Martins (2001) nos apresentam uma série de aspectos que existe envolvimentos:

Motivação de reuso se é ecológica ou econômica;

Tipos de itens a serem retornados se são embalagens, bens de consumo ou peças de

substituição;

Forma de reuso se será um reuso direto, uma reparação, uma reciclagem ou ainda

uma remanufaturação, entre outros;

Atores envolvidos.

Porém Caixeta Filho e Martins (2001) não só nos apresenta essa série de aspectos

envolvidos na reutilização como nos define também algumas considerações que devem ser

feitas, tendo como pressuposto de que a maior questão sobre canais reversos é a de como são

feitas a integração entre canais reversos e canais diretos:

Os atores envolvidos: podem ser atuantes nos canais diretos ou partes especializadas

dos processos reversos;

As funções do canal reverso são: coleta, separação, transporte e processamento;

A relação entre o canal reverso e o direto pode ser escassa em função de diferentes

atores participantes dos canais.

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Mas também podemos contar com algumas metodologias para solucionar alguns

problemas quanto à rede reversa apresentada por Caixeta Filho e Martins (2001, p. 54), são

elas:

Modelagem separada para o fluxo reverso: o fato de o canal reverso possuir uma

estrutura baseada em muitas fontes para poucos pontos de demanda e a incerteza da

quantidade e da qualidade dos materiais obtidos é determinante na escolha de uma rede

adequada de distribuição;

Para resíduos sólidos domésticos, um modelo de alocação multiobjetivo pode ser

utilizado para planejar o sistema de gerenciamento de resíduos;

Para dimensionar um processo de reciclagem de areia dos resíduos de construção

civil, barros ET AL. (1996) mostraram que dois tipos de instalações intermediárias são

necessárias, num modelo de alocação de depósitos capacitados para vários níveis.

1.19 Embalagens retornáveis (reuso de embalagens)

Leite (2003) apresenta os três tipos em que as embalagens podem ser classificadas,

conforme segue:

Primárias ou de contenção: são as embalagens que estão em contato direto com o

produto e que definem o tipo de material constituinte, as dimensões adequada compatíveis

com as fases logísticas, geralmente tem como matéria-prima vidro, alumínio, plástico, papel,

complexos ou ligas de materiais, como exemplo temos: garrafas PET, latinhas e outros.

Secundárias: são provenientes da união de embalagens primárias, que tem o objetivo

de facilitar a comercialização de produtos diversos, compacta dando para o transporte e a

distribuição física, como exemplo tem: caixas de papelão, envoltórios de plásticos retráteis,

leite em caixa de leite.

Embalagens de unitização: são provenientes da união de embalagens secundárias,

visando principalmente à movimentação a armazenagem e ao transporte na distribuição dos

produtos. Como exemplo tem: pallets ou estrados que agrupam embalagens secundárias,

contêineres de transporte, racks especiais, caixas de papelão.

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Do ponto de vista dos autores Caixeta Filho e Martins (2001) não haveria

necessidade da fabricação de algumas embalagens. Segundo eles a tendência é que as

embalagens cada vez mais se adéquem ao tamanho dos produtos, acreditamos que isso pode

ou não facilitar o seu transporte ocupando menos espaço, cabendo mais produtos, porém as

chances de avarias não seriam maiores? Como afirmam Caixeta Filho e Martins (2001), existe

uma pressão para que se reduzam as embalagens, ou que elas sejam reutilizáveis, porém

acreditamos que ainda assim, haverá sempre uma necessidade de uma embalagem maior, por

exemplo, para comportar os produtos e acomodar seu deslocamento feito no transporte até sua

distribuição no cliente final. Concordamos sim com a ideia de essas embalagens serem todas

reutilizáveis e recicláveis, como já são em sua maioria, pois não teria impacto tão negativo

seu tamanho uma vez que tudo seria reaproveitado, a não ser que essas embalagens sejam em

um tamanho que fuja muito o padrão, pois haveria uma dificuldade maior no seu

recolhimento e em menor volume.

1.20 Canal reverso de pós-consumo: embalagens descartáveis

Segundo Leite (2003) as embalagens descartadas pela sociedade representam um

aspecto negativo para o meio ambiente sendo que os vários tipos delas podem contribuir

significativamente com as questões mercadológicas e logísticas se forem descartáveis.

Diversas tecnologias estão sendo implementadas para torná-las mais leves, transparentes,

seguras e baratas, adaptando-se as necessidades dos clientes e auxiliando na distribuição

física. Assim, esse segmento representa um dos mais importantes canais de distribuição

reversos, tendo em vista a revalorização pelo sistema de reciclagem.

A maior categoria individual de resíduos de acordo com Caixeta Filho e Martins

(2001), também é sem dúvida, a embalagem dos produtos que consumimos, voltamos mais

uma vez para a conscientização da sociedade, acreditamos que nesse ponto a sociedade

assume culpa maior, pois temos incentivos a separação dos tipos de lixo para coletas seletivas,

porém são poucos os que contribuem, é claro que essa ação não ária resolver este tão grande

problema mundial, mas seria uma das medidas tomadas que ajudaria a minimizar esses

impactos.

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Diante de todos esses fatos, nos questionamos e somos questionados sobre o que

deve ser feito para que toda essa poluição que aumenta cada dia possa surtir efeito contrário?

Ou seja, para que possa diminuir e que possamos ter prolongados dias de vida de uma forma

bem melhor (saudável). Uma das sugestões apresentadas por Caixeta Filho e Martins (2001) é

o investimento em campanhas de Marketing para promover os produtos que são menos

poluentes, explicam os autores, como aqueles que não utilizamos embalagens de papel, um

exemplo bem comum seria os tubos de pasta de dentes, o invólucro de papel (no caso a

embalagem secundária) é dispensável, ou seja, além de promover um comportamento de

preservação, implicaria uma redução de custo do produto, visto que não existiria mais um

componente a encarecê-lo.

1.21 Objetivo Econômico nos Canais Reversos de Reuso

Segundo Leite (2003), os produtos e componentes realizados nos canais reversos de

reuso, estão se revalorizando, pelo diferencial do preço obtido no comércio secundário.

Destaca-se o comércio de veículos, máquinas operatrizes, computadores, copiadoras e seus

respectivos componentes, juntamente com a reutilização de embalagens.

Leite (2003) afirma que devido aos fatores econômicos, a implementação da

Logística Reversa vem ganhando espaço nas organizações gerando a estruturação dos canais

reversos de pós-consumo.

2 SENSIBILIDADE ECOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

2.1 Novos Fatores de Incentivo à Logística Reversa

Segundo Leite (2009), a sociedade, em todas as partes do globo, tem se preocupado

cada vez mais com os diversos aspectos do equilíbrio ecológico. Muitas pesquisas de opinião

pública têm sido elaboradas para comprovar essa maior conscientização e inúmeros são os

exemplos que evidenciam o aumento da sensibilidade ecológica na sociedade atua, com

ênfase nos países de maior desenvolvimento econômico e social.

Ainda conforme Leite (2009), o aumento da velocidade de descarte dos produtos de

utilidade após seu primeiro uso, motivado pelo nítido aumento da descartabilidade dos

produtos em geral, ao não encontrar canais de distribuição reversos de pós-consumo

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devidamente estruturados e organizados, provoca desequilíbrio entre as quantidades

descartadas e as reaproveitadas, gerando um enorme crescimento de produtos de pós-

consumo. Um dos mais graves problemas ambientais urbanos da atualidade é a dificuldade de

disposição do lixo urbano. Como já comentado, as quantidades de produtos que se

transformam rapidamente em ‘lixo’ (nomenclatura usada de maneira imprópria) é crescente

na atualidade. Embalagens descartáveis e produtos de informática geram preocupação em

vista das quantidades e dos custos envolvidos em sua logística reversa.

De acordo com Leite (2009), essas quantidades excedentes tornam-se ‘visíveis’ para

a sociedade em aterros sanitários, ‘lixões’, locais abandonados, rios ou córregos que

circundam as cidades etc.; ficam pouco visíveis quando são depositadas em mares e rios e não

sobrenadam ou quando são simplesmente enterradas para posterior solução. Essa nova

vertente de preocupação – a sensibilidade ecológica e a sustentabilidade ambiental – tem se

convertido em mais um importante fator de incentivo à estruturação e à organização dos

canais de distribuição reversos de pós-consumo.

Leite (2009) afirma que esse crescimento da sensibilidade ecológica tem sido

acompanhado por ações em empresas e governos, de maneira reativa ou proativa e com visão

estratégica variada, visando amenizar os efeitos mais visíveis dos diversos tipos de impacto ao

meio ambiente, protegendo a sociedade e seus próprios interesses.

Além das possíveis oportunidades econômicas oriundas desses reaproveitamentos,

reutilizações, reprocessamentos, reciclagens, etc., a questão da sustentabilidade empresarial

dirigirá esforços das empresas para a defesa de sua imagem corporativa e de seus negócios,

enquanto as sociedades se defenderão por meio de legislação e regulamentações específicas.

Segundo Leite (2009) astuciosamente, empresas e governantes também se utilizam

dessas preocupações como forma de diferenciação para seus produtos e interesses políticos,

respectivamente, posicionando-se no mercado, verdadeira ou enganosamente, com vantagens

competitivas ligadas ao aspecto ecológico.

Ainda de acordo com Leite (2009), para a maior parte dos bens descartados existem

algumas condições necessárias para a reintegração ao ciclo produtivo, como a tecnologia de

reciclagem, ou o mercado para aplicações dos materiais etc., mas nem sempre todas as

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condições necessárias são apresentadas para completar o ciclo de retorno. Em alguns casos, a

causa principal pode ser a baixa disponibilidade do produto de pós-consumo, em razão das

dificuldades de captação que impedem as escalas econômicas de atividade; em outros, a causa

pode ser a característica monopsônica ou oligopsônica dos mercados de matérias-primas

secundárias, que desencoraja investimentos não verticalizados, dificultando a estruturação

logística adequada e o desenvolvimento de novas aplicações para os materiais reciclados.

Leite (2009 p.12) afirma que as cadeias reversas dos metais em geral, apesar da

informalidade comercial e da logística pouco desenvolvida em alguns países, apresentam

excelentes níveis de reintegração de seus materiais ao ciclo produtivo, enquanto a cadeia

reversa dos plásticos, por exemplo, mesmo apresentado tecnologia de reciclagem acessível,

encontra dificuldade para se estruturar, conforme veremos no decorrer desse trabalho, o que

atesta a enorme variedade de casos de cadeias reversas encontrados.

2.2 Avanços e Conceitos e Legislações Ecológicas

Com reação aos impactos dos produtos sobre o meio ambiente, as sociedades têm

desenvolvido uma série de legislações e novos conceitos de responsabilidade empresarial, de

modo a adequar o crescimento econômico às variedades ambientais. O conceito de

desenvolvimento sustentado, cujo objetivo é o crescimento econômico com minimização dos

impactos ambientais, tem sido constantemente utilizado nos dias de hoje, baseado na ideia de

atender às necessidades o presente sem comprometer as gerações futuras no atendimento de

suas necessidades.

De acordo com Leite (2009) as legislações ambientais envolvem diferentes aspectos

do ciclo de vida útil de um produto (ou dos produtos que o constituem), desde a fabricação e o

uso de matérias-primas virgens até sua disposição final. Dessa maneira, essas legislações

regulamentam a produção e o uso de selos verdes para identificar produtos amigáveis ao meio

ambiente como, por exemplo: os produtos de pós-consumo que podem ou não ser depositados

em aterros sanitários, a restrição ao uso de produtos com conteúdos de matérias-primas

secundárias. As regulamentações que existem atualmente na maioria das grandes metrópoles

proíbem o descarte de móveis, eletrodomésticos, eletrônicos, baterias de automóveis e pilhas

em aterros sanitários.

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Conforme afirma Leite (2009), novos princípios de proteção ambiental estão sendo

propagados, como o de EPR (Extended Product Responsibility – Responsabilidade Estendida

do Produto), ou seja, a ideia de que a cadeia industrial produtora ou o próprio produtor – que

de certa maneira agridem o meio ambiente – devem se responsabilizar pelo seu produto até a

decisão correta de seu destino após o uso original.

Segundo Leite (2009), no Brasil são diversas as vertentes de legislações nas

diferentes esferas – federal, estadual e municipal – versando sobre a ordenação dos impactos

dos produtos ao meio ambiente.

2.3 O Objetivo legal na Logística Reversa de pós-consumo - o fator modificador legal

Alguns canais reversos estruturam-se naturamente pelas leis de mercado, pelo fato de

sua comercialização e sua reutilização apresentarem condições econômicas, tecnológicas e

logísticas que garantem rentabilidade aos agentes envolvidos em seus diversos elos, nos quais

a implementação da logística reversa depende exclusivamente das empresas do setor.

De acordo com Leite (2009) em alguns casos, no entanto, os custos somados desde a

coleta dos produtos de pós-consumo até a reintegração ao ciclo produtivo superam as

vantagens econômicas de reutilizá-los em substituição às matérias-primas originais ou de

nova utilização dos bens ainda em condições de uso, sendo necessário criar condições para

desbloquear uma das fases reversas para que esses canais reversos se estruturem e apresentem

rentabilidade operacional em todas as fases.

Segundo Leite (2009) as legislações ambientais sobre resíduos sólidos normalmente

têm suas origens em uma reação aos impactos que os excessos desses resíduos produzem no

meio ambiente, seja pelas dificuldades crescentes de desembaraçar-se deles até a disposição

final, seja pelo efeito negativo no meio ambiente, em decorrência do desequilíbrio entre a

oferta e a demanda que provocam. Essas legislações têm sido promulgadas em diversos

países, visando intervir em fases reversas, de modo a reduzir esses desequilíbrios, por meio de

modificações nas condições da oferta de materiais reciclados de determinado grupo de

produtos e de mercado desses materiais ou de seus produtos finais,

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.Na visão de Leite (2009) exemplos de legislações mal aplicadas ou imperfeitas, em

alguns casos, permitem avaliar os cuidados que devem ser tomados para não produzir

desequilíbrio de outra natura, evitar favorecer um elo ou um setor de etapa reversa, provocar

defasagem de preços de materiais reciclados no mercado, entre outras consequências

possíveis. A experiência, em diversos países, tem mostrado que as melhores soluções são

encontradas quando o governo, a sociedade e as empresas trabalham em conjunto, por meio

da conscientização de seus diversos segmentos, e que a regulamentação governamental

revela-se útil principalmente na definição de padrões e normas gerais, deixando ao mercado a

liberdade de buscar seu equilíbrio natural.

Conforme Leite, legislações eficazes devem responsabilizar de alguma forma todos

os agentes da cadeia direta, desde os produtores, distribuidores, varejista, consumidores,

assim como os da cadeia reversa, coletores, processadores, até o reaproveitamento dos

produtos ou materiais. São inúmeros os exemplos de legislações sem esta abrangência de

responsabilidade que se tornam inócuas e comprovam essa ideia.

2.4 Legislações Ambientais no Brasil

No Brasil, foi criado em 1998, o Programa Brasileiro de Reciclagem pelo Ministério

da Indústria, Comércio e Turismo, para elaborar propostas gerais orientadoras nacionais, e um

apreciável número de legislações tem sido discutido nas diversas esferas legislativas do país

(MICT, 1998).

Segundo Leite (2009), o projeto Político sobre os Resíduos Sólidos, que tramita

atualmente no Congresso, a ser promulgado, contempla uma série de aspectos diretamente

ligados à logística reversa de pós-consumo, tais como: o estabelecimento de uma classificação

para os diversos tipos de resíduos sólidos, como industriais, de saúde, perigosos etc.; a

instituição da coleta seletiva domiciliar obrigatória em municípios com mais de 150 mil

habitantes; o incentivo com tributação diferenciada aos produtos em diferentes fases dos

canais reversos, entre outros.

Dentre as legislações recentes emanadas pelo Conama (Conselho Nacional do Meio

Ambiente) relativas aos produtos pós-consumo, podem ser citadas aquelas relativas às

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embalagens de contenção de produtos utilizados como defensivos agrícolas, em geral nocivos

ao meio ambiente e aos pneumáticos em geral.

A prática de destinar corretamente as embalagens vazias de agrotóxicos é obrigatória

desde 2002, quando entrou em vigor a Lei nº 9.974/00, regulamentada pelo Decreto nº

4.074/02, que determinou as responsabilidades compartilhadas entre agricultores, canais de

distribuição/cooperativas, indústria e poder público quanto ao destino pós-consumo dessas

embalagens. Já em 2010, foi promulgada e regulamentada a Política Nacional de Resíduos

Sólidos – PNRS (Lei nº 12.305/10 e Decreto nº 7.404/10), determinando que o sistema de

logística reversa das embalagens vazias de agrotóxicos, seus resíduos e embalagens

continuem a seguir o disposto na Lei nº 7.802 de 1989 e Decreto nº 4.074 de 2002, ampliando

para outros setores as responsabilidades quanto à destinação correta de seus resíduos.Em 17

de fevereiro de 2011, o governo instalou o Comitê Orientador de Logística Reversa, que vai

definir a regulamentação das regras para a devolução dos resíduos. O Comitê é formado pelos

ministérios do Meio Ambiente, da Saúde, da Fazenda, da Agricultura e do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior. O Comitê se reunirá a cada quatro meses e, em junho o próprio

Comitê apresentou o novo cronograma e os devidos editais para específicos acordos com cada

setor. (http://www.inpev.org.br/educacao/publicacoes/relatorio_anual/2010/port/ra/02.htm)2

Acesso em 23/02/2013

2.5 Mesmo com lei aprovada, Logística Reversa ainda não é realidade.

A logística reversa traz para vendedores e fabricantes parte da responsabilidade no

descarte dos resíduos dos produtos.

Até agora, nenhum setor da indústria apresentou uma proposta sobre o modelo de

recolhimento, reciclagem e destinação final de seus produtos.

Sancionada há um ano, no dia 2 de agosto de 2010, a Política Nacional de Resíduos

Sólidos mudou a maneira como o governo, em suas três esferas, empresas e cidadãos devem

encarar a destinação do lixo. Um dos principais pontos diz respeito à logística reversa, que

traz para os vendedores e fabricantes parte da responsabilidade no descarte dos resíduos dos

produtos. (http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/mesmo-com-lei-

rovada-logistica-reversa-ainda-nao-e-realidade) Acesso em 10/10/2012

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Veja a seguir:

Figura 3. Foto de Lixo

http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/mesmo-com-lei-

aprovada-logistica-reversa-ainda-nao-e-realidade. Acesso em 10/10/2012

2.6 Os paletes na Logística

Paletes ou estrados são plataformas destinadas a suportar cargas permitindo a

movimentação por meio de garfo (de empilhadeiras elétricas, a gás ou anuais), onde os

produtos podem ser unitizados. Os paletes têm como função a movimentação de grande

escala. A palavra palete é uma adaptação do termo inglês pallet.

Para Sobral (2006), paletes são dispositivos de unitização de cargas criados para

dinamizar a movimentação mecânica na produção industrial, nos depósitos e tendem a

agilizar os meios de transporte no momento de carregamento e descarga.

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Bertaglia (2005) afirma que o palete é uma plataforma fabricada de metal, madeira

ou fibra, projetada para ser movimentada mecanicamente por meio de empilhadeiras,

paleteiras, guindastes, carrinhos hidráulicos ou veículos similares. As principais vantagens do

seu uso correspondem à redução de recursos nas etapas logísticas de armazenagem, transporte

e movimentação, além de maior agilidade nos tempos de carga de descarga.

Já Keedi (2005) afirma que o palete pode ser entendido como qualquer estrutura

própria para acomodação de carga, feito de madeira, plástico, metal, fibra, papelão ou

qualquer material que se adapte a seu propósito e não interfira com a carga, seja ela sólida,

líquida, gasosa, química, alimentos, seca, refrigerada etc. Esta estrutura é construída para

servir de piso às mercadorias que serão unitizadas nela até certa altura.

Ainda de acordo com Keedi (2005) ainda afirma que o palete pode ser projetado e

construído para ser único (one way), o que quer dizer que ele não deverá retornar ao ponto de

origem, sendo a utilização normal no comércio exterior. Também pode ser para infinitas

utilizações, normalmente para uso interno em armazéns ou para troca de mercadorias entre

matrizes, filiais, congêneres etc., ou mesmo para utilização ao redor do mundo através da

utilização de paletes de terceiros na forma de aluguel.

Devem ser consideradas as possibilidades de utilização de modelos e dimensões de

paletes constantes das normas técnicas e/ ou normas internacionais. Exemplos das dimensões

constantes das normas brasileiras que derivam da ANSI (American National Standards

Institute) propõe paletes com:

Tabela 1: Dimensões de Paletes segundo a ANSI

1100 x 1100mm,

1200 x 1000mm,

1100 x 825 mm,

1100 x 1320mm

1100 x 1650mm.

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As normas técnicas internacionais ISO (International Organization for Standardization)

propõem as dimensões de:

Tabela 2: Dimensões de Paletes segundo a ISO.

800 x 1200

1000 x 1200mm,

1140 x 1140 mm,

E para os contêineres série 2, paletes de 1200 x 1200mm. Existem vários materiais

que são utilizados para a fabricação dos paletes. Os autores se limitaram aos paletes feitos de

madeira, pois a proposta inicial deste trabalho tem co-relação com a logística reversa e a

reutilização dos paletes desse material.

Palete de Madeira. A utilização de madeiras em embalagens e paletes obedecem a

uma prática tradicional. A disponibilidade de determinadas espécies na região ou

proximidades tem sido o principal critério de especificação. O dimensionamento estrutural e

os detalhes construtivos são uma decorrência dessa prática. Com isso, a especificação é feita

com base na indicação das espécies conhecidas.

Para Sobral (2006), a especificação da madeira por suas propriedades relevantes,

como a resistência à flexão, à compressão ou ao choque, independentemente da identificação

das espécies, é tecnicamente a melhor forma de controlar a qualidade do material pretendido,

além, naturalmente, das especificações dimensionais, de teor de umidade e de limitação de

defeitos das peças.

3 ESTUDO DE CASO DA LÓGISTICA REVERSA DE PALETES E CONTAINERS

DE 1000 LITROS NA EMPRESA PLASTCLEAN.

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equipe, integrada aos conceitos de design e produção automatizada, a Plast clean oferece ao

mercado diferentes técnicas e múltiplas oportunidades para a decoração de produtos.

Com um design adequado, criativo e sofisticado, esta decoração tem grande

importância por diferenciar o produto, encantar o consumidor e valorizar ainda mais a sua

marca e é com este conceito que a Plast clean tem atuado de forma contínua nos mercados de

Bebidas e Utilidades Domésticas.

Preocupada com o meio ambiente e com a sustentabilidade do planeta, a empresa

utiliza insumos a base d’água, mantendo todas as opções de cores e os mais diversos

acabamentos.

A Plast clean está situada na cidade de Osasco - SP, no Parque Industrial Mazzei.

Figura 4. Foto da Empresa Plast Clean

Fonte: www.plastclean.com.br acessado em 13/10/2012

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O presente estudo analisou a empresa Plast clean e sua forma de descarte de

embalagens comuns e outros descartes como paletes. Observando in loco criteriosamente,

pudemos traçar um gráfico e comparar as informações atuais com os números da empresa.

Acompanhamos a empresa por exatamente um ano entre os meses de Janeiro e

Dezembro de 2012 e nossas fontes de pesquisas foram através de um funcionário da Plast

Clean, o Sr. Moises de Souza Melo (coordenador) que também compõe este grupo de estudo.

Aproveitando essa grande oportunidade, coletamos informações importantes e

compartilhamos com o Sr. Moises de todo um clima da empresa com detalhes preciosos e

imprescindíveis para montagem desse estudo de caso.

Nosso estudo de caso mostrará a situação pela qual a empresa Plast clean passava no

ano de 2012, adquirindo produtos e embalagens comuns e descartando outras que poderiam

ser reutilizadas, tendo assim custos desnecessários. Sendo essa a grande questão desse estudo,

analisaremos criteriosamente essa situação, demonstrando através de dados cuidadosamente

colhidos que dependendo da forma adequada de embalagem e dando a importância necessária

para reutilização de outras é possível se evitar gastos e consequentemente investir em outros

setores da empresa.

3.1 Discussão de Dados Coletados

A empresa Plast clean não possui nenhum projeto de logística reversa se tratando de

embalagens e paletes, tendo assim um grande prejuízo e que só eram percebidos nos

apontamentos de balanços anuais, onde era comprovado o grande desperdício se tratando de

reuso, na verdade, termo pouco utilizado pela empresa até o momento.

A empresa utilizava diversos produtos químicos nos processos de decoração, mas um

em especial chamava a atenção, no caso o Verniz Incolor Base, esse utilizado em todos os

seus produtos. Ou seja, um grande volume do mesmo produto em várias latas no estoque.

Outro ponto importante é em relação aos paletes despachados, pois não havia uma

política de retorno dos mesmos e o que é ainda pior, não havia um retrabalho em relação aos

paletes que se encontrava em mal estado na Plast clean. O que realmente havia, era uma

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solicitação para que uma empresa terceirizada coletasse esses paletes aparentemente

inutilizáveis e até se pagava para a terceirizada coletar.

Portanto é notório que a Plast clean não tinha um olhar panorâmico para a situação,

muito menos uma antecipação de visão de futuro, pois seguindo um modelo arcaico de gestão,

não acreditava que seria possível implantar uma logística reversa, reduzindo o custo do

processo e possibilitando um retorno financeiro atraente e significativo.

Após reuniões e tomadas de decisões a empresa Plast Clean com um apoio direto do

Sr. Moises de Souza Melo passou a se preocupar e pensar na possibilidade de uma

implantação de logística reversa, onde os objetivos eram:

a) Facilitar o processo de abastecimento de Verniz na Empresa.

b) Reduzir a necessidade de mão de obra em relação aos manuseios.

c) Potencializar a operação e enxugar o estoque.

Aproveitando o momento de uma implantação de Logística Reversa, discutiu-se a

possibilidade de reduzir o custo com os paletes One Way, pois esses serviam apenas para o

transporte das matérias primas do fornecedor até a Plast Clean, não podendo ser utilizados

novamente para os clientes. Portanto a redução de custo atingia também os paletes com os

objetivos:

a) Efetuar uma manutenção nos paletes danificados.

b) Através de programação, resgatar os paletes One Way para que os mesmos

possam novamente utilizados.

c) Acabar com o custo de pagar para uma terceirizada coletasse os paletes

aparentemente descartáveis.

Foi aí que surgiu o ideia de se abrir o olhos para um assunto sério, possibilitando que

os gestores buscassem soluções para viabilizar aquisições de material e embalagens que

pudessem reduzir o custo trazer dinâmica na operação de abastecimento fabril.

3.2 Estudo dos dados Coletados

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Os gráficos apresentados a seguir são baseados em informações obtidas junto à

empresa e com prévia autorização por escrito para sua utilização. Visando a transparência e

respeito à empresa que cooperou neste estudo, decidimos que os resultados não serão

entregues em hipótese alguma aos concorrentes. O estudo se deu por um período de 12 meses

do ano de 2012.

3.2.1 Prejuízos em relação aos Paletes descartados.

A tabela a seguir, será mostrada o quanto se perde em não se recuperar os paletes

danificados. Essa tabela tem como única intenção transparecer a real importância de uma

política de logística reversa em relação aos paletes que precisam de reforma. Considerando o

valor de R$ 24,00 Unidade.

Tabela 3: O quanto deixou de economizar

Fonte: Departamento de Controladoria da Plast Clean (Dados Obtidos em 10/01/2013)

Percebe-se na tabela acima a importância de se reformar os paletes e reutilizá-los.

Cerca de R$ 302.400,00 a mais no caixa da empresa no final do ano. Sendo esse valor o

suficiente para uma reforma, ampliação e até um investimento em pró da empresa.

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Em uma visão panorâmica, é possível se perceber uma média de paletes descartados,

onde foi necessária uma implantação emergencial de reforma e reutilização de paletes.

Gráfico 1: Quantidade de Paletes Descartados

Fonte: Departamento de Controladoria da Plast Clean (Dados Obtidos em

10/01/2013)

Abaixo, segue o fluxograma do processo anteriormente utilizado pela empresa Plast

Clean:

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Figura 5. O fluxograma do processo anteriormente utilizado pela Plast Clean

Fonte: Depto de Controladoria da Plast Clean. (Dados Obtidos em10/10/2012)

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Outro ponto importante é em relação aos paletes despachados aos clientes, pois

existia uma certa dificuldade em relação ao retorno dos paletes, mas após um planejamento e

um acordo entre cliente e fornecedor, se aproveita o caminhão da própria entrega para trazer

de volta os paletes anteriormente enviados.

Veja abaixo o fluxograma do novo processo que resolveu de uma vez por todas a

questão de desperdícios e custos de paletes One Way.

Figura 6. Fluxograma do novo processo de paletes One Way

NÃO SIM

VOLTA PARA O ESTOQUE COM PALETE CHEP

PALETE ONE WAY SERÁ SEGREGADO

ANÁLISEDE CONTROLE DE QUALIDADE

AMOSTRAGEM

OK?

ARMAZENAR COM PALETE ONE WAY

UTILIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

PRODUTO ACABADO VOLTA PARA O ESTOQUE COM

PALETE CHEP

VAI PARA SÃO BERNARDO DO CAMPO COM PALETE

VAI PARA O CLIENTE CO M PALETE CHEP

COMUNICA O CONTROLE DE QUALIDADE DO FORNECEDOR

FORNECEDOR RETIRA O REPROVADO E ENTREGA

OUTRO NOVO

CHEGADA DOS VIDROS NO PALETE ONE WAY

PALETEONE WAY SERÁ SEGREGADO

ENVIO DE PALETES ONE WAY PARA SÃO BERNARDO

CAMPO

A EMPRESA CHEP RECOLHE O PALETE NO CLIENTE

PALETE CHEP RETORNA A PLAST CLEAN

MANUTENÇÃO DOS PALETES

RETORNA PARA PLAST CLEAN COM PRODUTO

NOVO

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Fonte: Departamento de Controladoria da Plast Clean.

(Dados Obtidos em 10/10/2012)

3.2.2 Economia no valor do líquidos em embalagens

Foi notado que a Plastclean dependia de um grande espaço para comportar tantas

embalagens de um mesmo produto, era assim com a tinta e também com Verniz Incolor Base.

Vejamos a seguir, como era o processo de recebimento, abastecimento e o descarte

das embalagens:

NÃO SIM

INÍCIO

CHEGADA DAS LATAS 17 A 20 LITROS COM VERNIZ

ANÁLISE DO PRODUTO

OK

ESTOCAGEM FIFO

ABASTECIMENTO DAS LINHAS DE PRODUÇÃO

DESCARTE DASEMBALAGENS

COLETA EFETUADA POR TERCEIROS DAS

EMBALAGENS DESCARTAS

SEGREGA O PRODUTO

DEPARTAMENTO DE QUALIDADE DO

FORNECEDOR É INFORMADO

FORNECEDOR RETIRA O REPROVADO E ENTREGA OUTRAS LATAS NOVAS

FIM

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Figura 7. Fluxograma do processo recebimento, abastecimento e descarte

Fonte: Departamento de Controladoria da Plast Clean.(Dados Obtidos em 10/10/2012).

Uma das soluções encontradas para se reduzir esse volume de estoque foi a

substituição de embalagens de 17 litros por embalagens de 1000 litros, os chamados

containers.

Com isso percebeu-se que houve não só uma redução no volume de espaço, mas

também a possibilidade de reuso dos containers, uma vez que esvaziado, poderá simplesmente

voltar ao fornecedor para ser novamente enchido.

Nascia então mais uma canal reverso na empresa, que além de facilitar o manuseio,

tornou ainda mais segura, pois se reduziria os empilhamentos das embalagens de 17 a 20

litros facilitando dessa forma também a armazenagem e reduzindo o impacto ambiental, pois

com essa logística reversa de containers, é possível se usar inúmeras vezes a mesma

embalagem enchendo-a ou esvaziando-a em um processo que vai e volta.

NÃO SIM

CHEGADA DO CONTAINER COM VERNIZ

ANÁLISE DO PRODUTO

OK

ARMAZENAR

UTILIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

CONTAINER VAZIO SERÁ DESTINADO A UMA ÁREA

DEPARTAMENTO DE COMPRAS SOLICITA OUTRO

AO FORNECEDOR

A TRANSPORTADORA ENTREGA UM CONTAINER CHEIO E COLETA O VAZIO

COMUNICA DEPARTAMENTO DE COMPRAS

COMUNICA FORNECEDORES

FORNECEDOR RETIRA O REPROVADO E ENTREGA

OUTRO CONTAINER NOVO

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Figura 8. Fluxograma da logística reversa de embalagens

Fonte: Departamento de Controladoria da Plast Clean.(Dados Obtidos em 10/10/2012)

Monitoramos as tintas e percebemos a redução no valor pago por litro.

Tabela 4: Desconto no Valor das Tintas

Fonte: Departamento de PCP 13/07/2012

Como é observado acima, com a implantação de uma logística reversa das

embalagens de 1000 litros, percebeu-se uma economia de R$ 1.500,00 reais por mês. Cerca

de R$ 18.000,00 reais por ano. A princípio um valor pífio, porém mediante uma somatória

pode se tornar significativo.

Veja a seguir, um gráfico para explanar uma visão mais analítica da melhoria na

implantação desse processo.

Gráfico 2: Economia de Embalagens

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Fonte: (Departamento de PCP) Dados coletados em 13/07/2012

O conceito de Logística Reversa se tornava mais claro conforme a Plast Clean

prosseguia com a sua implantação. Números começavam apresentar significativas diferenças

e apontar que a implantação desse canal reverso em relação as embalagens além de ser

rentável, também contribuiu para uma melhor acomodação do produto químico, uma vez que

essa rotatividade se cumpria seguindo sempre a regra de que 3 container de 1000 litros faria o

trânsito, sendo que ao esvaziar o primeiro e iniciar o uso do segundo, o departamento de

compras de pronto se mobilizará para suprir a falta.

O interessante é que as ideias em relação a Logística Reversa se encontravam ao

decorrer desse estudo de caso entre os autores e percebemos seu conceito e quão é realista a

nossa situação.

Logística reversa é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo

de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de

informação) do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de

recapturar valor ou realizar um descarte adequado. (LACERDA, 2005, p. 2)

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A próxima tabela torna explicito o quanto a empresa passou a economizar e como a

atitude de pesquisar, analisar e colocar em prática uma ideia de redução de custa pequeno,

porém perante uma somatória pode se tornar algo significativo.

Descarte de Embalagens

Total de Descarte para 6000 litros 353 Embalagens

Peso de cada embalagem 630 gramas R$ 0,63

Total de Descarte para 6000 litros R$ 222,39

Custo do Descarte por Kilo é de R$ 1,70

Custo Total de 222 Kg R$ 378,06

Ecônomia Gerada ao Mês R$ 378,06

Ecônomia Gerada no Ano R$ 4.536,76

Tabela 5: Descarte de Embalagens

Fonte: Departamento Financeiro 13/07/2012.

O intuito desse trabalho é expor o quanto é benéfico se implantar um processo de

logística reversa. Um exemplo que prova nossa essa afirmação é a redução no custo no

processo de recebimento de embalagens de 1000 litros ao invés de várias latas de 17 a 20

litros. A partir desse ponto pode-se traçar metas ainda maiores e considerando que o sistema

servirá para a pequena, média e grande empresa.

A prática de logística reversa é extremamente necessária ao considerar o crescimento

de operações reversas nos últimos anos, logo as empresas e a sociedade como um todo

buscam atender às demandas que surgem, a partir da necessidade do desenvolvimento

econômico; o compromisso sócio ambiental, e diretrizes legais; entre outros, são aspectos que

fomentam uma atenção plausível para esse tema. Este trabalho tem como objetivo principal

contextualizar o processo de logística reversa.

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Considerações Finais

Nos dias atuais é cada vez mais incontestável a importância da logística reversa no

Brasil e no mundo, pois é um grande diferencial no meio empresarial. Essa prática reversa

além de colaborar com o processo da operação, sua organização e redução de custo, também

apresenta aos seus clientes uma imagem positiva de uma empresa que pensa de forma macro e

que está antenada com as evoluções empresariais do mundo e por dentro de uma futura

tendência.

Esse importante tema engloba também o meio ambiente, pois ao analisarmos os

dados expostos nesse trabalho, notamos o quanto uma logística reversa bem planejada,

estruturada e bem executada pode contribuir com a preservação ambiental.

Percebemos que é possível tratar de forma responsável a melhor destinação de

embalagens vazias de produtos químicos, através de um processo simples, porém avançado de

canal ida e volta de containers de 1000 litros de verniz, ao invés da movimentação de

embalagens menores que além de ser um risco para a sociedade e natureza no momento do

transporte, também se torna um risco na sua má destinação pós-cliente.

Uma realidade agora frequente é a logística reversa de paletes possíveis para reuso,

pois o que foi visto em nosso estudo de caso é que após a implantação dessa logística reversa

na Plast Clean, percebeu-se a grandeza de se administrar o retorno e manutenção dos paletes

anteriormente descartáveis, pois se descobriu uma maneira inteligente de se reduzir custo. Por

isso, esse trabalho só comprovou as vantagens da aplicação logística reversa de paletes e o

quanto é significativo ter uma mentalidade de analisar, programar e executar processos que

realmente simplifiquem a operação e siga com o propósito de reduzir custos.

Este estudo de caso nos mostrou através de um olhar panorâmico o resultado de uma

logística reversa bem aplicada e quanto perdemos em percebemos apenas há poucos anos seu

verdadeiro benefício. Trata-se de uma nova tendência, um novo rumo para redução de custos

e uma simplificação de processos antes tumultuados e aparentemente desorganizados e hoje

com uma nova perspectiva por parte das empresas e fornecedores. Considerando a projeção

dos especialistas nos próximos anos, observado a necessidade e demanda do mercado, pela

diversificação de produtos e pela exigência governamental, a logística reversa será muito mais

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praticada, fazendo-se assim necessário seu crescimento e maturação dentro do contexto

empresarial.

Portanto, chegamos à conclusão e estamos convictos de que o nosso estudo de caso

provou que é possível adotar uma política de reutilização de paletes e tudo aquilo que envolve

pós-venda gerando assim uma otimização de custo.

A hipótese de que através de um planejamento objetivo e um direcionamento de foco

é possível pensar no que se pode reduzir em relação a custos foi confirmado pelo nosso estudo

de caso. Pois foi provado através de tabelas que a Plast Clean economizou com os processos

reversos e planejados.

Outra hipótese confirmada pelo nosso estudo de caso foi em relação a parcerias entre

o cliente e o fornecedor e que é possível criar um canal único de reutilização atendendo as

normas vigentes. Esse canal reverso de containers de 1000 litros facilita a operação e diminui

com degradação ao meio ambiente.

E finalmente na ultima hipótese conseguimos expor a melhoria no processo de

embalagens menores por embalagens maiores e que seguem um canal reverso de uso e reuso,

impactando diretamente de forma positiva nos custos e de certa forma significativamente

impactando o meio ambiente. Com essa parceria entre cliente e fornecedor nesse canal

reverso de container de 1000 litros, evita-se que embalagens menores sejam descartas no meio

ambiente, ou seja, a partir de uma adaptação na reutilização de embalagens.

Ao final desse trabalho ficou claro para o nosso grupo que não estamos falando de

simplesmente de cifrões, na aplicação de uma logística reversa, mas na mentalidade de

propiciar um mundo menos poluído e que nos inspira a sermos mais organizados com nossos

processos, sejam eles pequenos ou grandes e também nos ensina a respeitarmos o meio

ambiente e nossas futuras gerações.

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