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GUILHERME VITÓRIO TORRE LOGÍSTICA VERDE APLICADA À LOGÍSTICA REVERSA: UMA ESTRATÉGIA SÓCIO-AMBIENTAL DE SUCESSO. Monografia apresentada à Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Tecnólogo em Agronegócio. Orientador: Prof. Fernando Dândaro. TAQUARITINGA 2009

Logística Verde aplicada à Logística Reversa, uma estratégia sócio-ambiental de sucesso

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GUILHERME VITÓRIO TORRE

LOGÍSTICA VERDE APLICADA À LOGÍSTICA REVERSA: UMA ESTRATÉGIA SÓCIO-AMBIENTAL

DE SUCESSO.

Monografia apresentada à Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Tecnólogo em Agronegócio. Orientador: Prof. Fernando Dândaro.

TAQUARITINGA 2009

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FOLHA DE APROVAÇÃO Guilherme Vitorio Torre Logística Verde aplicada à logística reversa: uma estratégia sócio-ambiental de sucesso. Monografia apresentada à Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Tecnólogo em Agronegócios. Data da aprovação: ________ / ________ / ____________

Banca Examinadora Nome ___________________________________________________________________________ Instituição ___________________________________________________________________________ Assinatura Nome ___________________________________________________________________________ Instituição ___________________________________________________________________________ Assinatura Nome ___________________________________________________________________________ Instituição ___________________________________________________________________________ Assinatura

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“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é

possível, e de repente você estará fazendo o impossível.”

São Francisco de Assis

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TORRE, G. V. Logística Verde aplicada à logística Reversa: uma estratégia sócio-ambiental de sucesso. Monografia – Faculdade de Tecnologia em Agronegócio, Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga, Taquaritinga, 75 p.2009.

RESUMO O presente trabalho discorre sobre a logística verde ou ecológica, que surgiu a partir das preocupações que as empresas tinham com as questões ambientais e com ciclo de vida dos produtos. A logística verde trabalha em conjunto com a logística reversa, com o objetivo de minimizar o impacto ambiental, desde os resíduos da produção até o pós-consumo, tendo também como objetivo principal atender aos princípios de sustentabilidade ambiental. Para alcançar suas metas as empresas organizam canais para recolher esses materiais, para concertos ou após seu ciclo de vida para terem a melhor destinação, ou seja, reparo, reutilização ou reciclagem. Na atualidade a logística verde é considerada como um universo que abrange todo o ciclo de vida do produto, apresentando a logística direta e reversa em um conjunto coordenado. Logística verde é um diferencial competitivo entre as empresas, servindo como ferramenta estratégica além de proporcionar um bem sócio-ambiental. O trabalho tem como objetivo conhecer todos os processos e características da logística verde, com ênfase na preservação do meio ambiente, focando empresas que praticam esse tipo de logística, identificando estratégia sócio-ambiental para a empresa. Conclui-se que a logística verde se bem planejada e bem executada dá a empresa um grande ganho, seja econômico ou sócio-ambiental. Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo mostrar ao leitor a importância da logística verde em conjunto da logística reversa na sustentabilidade da empresa, se tornando um diferencial competitivo e preservando o meio ambiente. Palavras-chaves: Logística verde. Logística reversa. Sustentabilidade empresarial. Meio ambiente.

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TORRE, G. V. Logística Verde aplicada à logística Reversa: uma estratégia sócio-ambiental de sucesso. Monografia – Faculdade de Tecnologia em Agronegócio, Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga, Taquaritinga, 75 p.2009.

ABSTRACT

The present project discusses about the green or ecologic logistics that appeared from the worries that the companies had about the environment questions and about the products life cycle. The green logistics works together with the reverse logistics, with the objective of reducing the environmental impact, since the production waste until the after-consumption, also having like main objective to attend the environmental sustainability principles. To reach their goals, the companies organize canals to collect these materials, to fix or after their life cycle for having a better destination, in other words, fixing, reusing or recycling. Today the green logistics is considered like a universe that includes the whole product life cycle, presenting the direct and reverse logistics in a coordinate set. Green logistics is a competitive differential between the companies, serving like strategic tool apart from providing an social-environmental property. The project has like objective knows all green logistics process and characteristics, with emphasis in the environment preservation, focusing companies that practice this kind of logistics, identifying environmental-partner strategy for the company. It follows that if well planned and executed, the green logistics gives to the company a big profit, being economic or social-environmental. This course conclusion project has like objective to show the reader the green logistics importance together with the reverse logistics in the company sustainability, becoming a competitive differential and preserving the environment. Key words: Green logistics. Reverse logistics. Company sustainability. Environment.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS E ILUSTRAÇÕES..............................................................................viii

LISTA DE TABELAS ..............................................................................................................ix

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................................x

INTRODUÇÃO........................................................................................................................11

1 SURGIMENTO DA LOGÍSTICA ...................................................................................13

1.1 Histórico e evolução da logística..............................................................................13

1.2 Missão e áreas de abrangência da logística empresarial...........................................14

1.3 Atividades logísticas.................................................................................................15

1.3.1 Atividades primárias.........................................................................................15

1.3.2 Atividades de apoio ..........................................................................................17

1.3.3 Atividades de interface .....................................................................................19

1.4 Distribuição física.....................................................................................................20

1.5 Otimização em sistemas logísticos...........................................................................21

2 LOGÍSTICA REVERSA..................................................................................................23

2.1 Processos e características da logística reversa ........................................................24

2.2 Produtos e contribuições da logística reversa...........................................................28

2.3 Logística reversa como estratégia de otimização em sistemas logísticos ................29

3 LOGÍSTICA VERDE OU LOGÍSTICA ECOLÓGICA..................................................31

3.1 Diferenças entre logística reversa e logística verde..................................................34

3.2 Conceito e finalidade da logística verde...................................................................35

3.3 Operações da logística verde ....................................................................................36

3.4 Áreas de atuação e legislação específica ..................................................................36

4 LOGÍSTICA VERDE COMO ESTRATÉGIA PARA SUSTENTABILIDADE E

SUCESSO EMPRESARIAL....................................................................................................40

4.1 Definição de sustentabilidade empresarial. ..............................................................41

5 ESTUDO DE CASO ........................................................................................................44

CONCLUSÃO..........................................................................................................................46

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................47

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................51

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ANEXOS..................................................................................................................................55

ANEXO A ............................................................................................................................56

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, DE 23 DE JANEIRO DE 1986................................56

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001-A, DE 23 DE JANEIRO DE 1986. ..........................62

ANEXO B ............................................................................................................................64

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 257, DE 30 DE JUNHO DE 1999. ..................................64

ANEXO C ............................................................................................................................70

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 258, DE 26 DE AGOSTO DE 1999 ................................70

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LISTA DE FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Relação entre as três atividades logísticas primárias para atender clientes – o “ciclo crítico”. .....................................................................................................................................17 Figura 2 – Relação entre as atividades primárias e de apoio....................................................19 Figura 3 – Visão geral das atividades logísticas dentro das tradicionais da firma. ..................20 Figura 4 – Fluxos típicos no canal de distribuição...................................................................21 Figura 5 – Representação esquemática dos processos logísticos direto e reverso. ..................25 Figura 6 – Atividades típicas do processo logístico reverso. ...................................................25 Figura 7 – Comparação da logística reversa com a logística verde..........................................34 Figura 8 – Poluição do ar através da queima de dióxido de carbono. ......................................31 Figura 9 – Acidente com caminhão de transporte de produto químico (Estireno)...................32 Figura 10 – Descarte de produtos químicos. ............................................................................32 Figura 11 – Lixos industriais e domésticos agridem rios. ........................................................33 Figura 12 – Modelo de sustentabilidade empresarial...............................................................42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Percentual de Retorno de Produtos.........................................................................27

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. ERP – (Enterprise Resource Planning) – Sistema de Gestão Empresarial. IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. ISO – (International Organization for Standardization) – Organização Internacional para Padronização. MRP – (Material Resource Planning) – Planejamento das Necessidades de Materiais. ONU – Organizações das Nações Unidas. REVLOG – (The European Working Group on Reverse Logistics) – Grupo de Trabalho Internacional para o Estudo da Logística Reversa. RIMA – Relatório de Impacto Ambiental. SCM – (Supply Chain Management) – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente. SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente. TEC – Tarifa Externa Comum WMS – (Warehouse Management System) – Sistema de Gerenciamento de Armazém. ZEI – Zonas Estritamente Industriais.

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INTRODUÇÃO

A logística verde ou logística ecológica surgiu a partir das preocupações que as

empresas tinham com as questões ambientais e com ciclo de vida dos produtos. A logística

ecológica trabalha em conjunto com a logística reversa, com o objetivo de minimizar o

impacto ambiental, desde os resíduos da produção até o pós-consumo, ou seja, quem produz

deve se responsabilizar pelo destino final do produto, tendo também como objetivo principal

atender aos princípios de sustentabilidade ambiental. Assim as empresas organizam canais

para recolher esses materiais, sejam para concertos ou após seu ciclo de vida para terem a

melhor destinação, ou seja, reparo, reutilização ou reciclagem. Na atualidade a logística verde

é considerada como um universo que abrange todo o ciclo de vida do produto, apresentando a

logística direta e reversa em um conjunto coordenado. Logística verde é um diferencial

competitivo entre as empresas, servindo como ferramenta estratégica além de proporcionar

um bem sócio-ambiental.

O objetivo deste trabalho é conhecer todos os processos e características da logística

verde, com ênfase na preservação do meio ambiente, focando as empresas que praticam esse

tipo de logística, identificando como estratégia sócio-ambiental para a empresa. Buscar uma

melhor estrutura no setor para que as empresas consigam aperfeiçoar seus processos de

logística verde com foco em sustentabilidade.

O trabalho será baseado com pesquisa em livros específicos da área, sites

especializados, periódicos, trabalhos desenvolvidos sobre o assunto e pesquisas em forma de

estudo de caso.

Este trabalho está estruturado a partir do surgimento da logística, ele mostra uma visão

dos principais tópicos da área, desde a história até a otimização do sistema logístico, passando

pelas principais atividades da logística.

Apresentam também a logística reversa com suas principais características, como uma

estratégia para se diferenciar no mercado, diferenças de outros tipos de logística.

O trabalho conceitua logística verde, mostra as áreas de atuação, operações,

benefícios, vantagens e estratégias que fazem a logística ecológica despontarem como um

grande diferencial competitivo entre as empresas do setor.

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Ele também coloca a logística verde como uma estratégia para a sustentabilidade e

sucesso da empresa. Ele define sustentabilidade empresarial, mostra como garantir o sucesso

através da logística verde.

O estudo de caso feito na empresa mostra benefícios, como crescimento e aumento da

lucratividade. Este estudo de caso de um projeto sócio-ambiental pode trazer grandes

vantagens para uma empresa de médio porte e também para as cidades onde são aplicadas este

projeto.

Conclui-se que a tendência de se utilizar logística verde é aumentar, pois é um

diferencial competitivo, não prejudica o meio ambiente e se aplicada corretamente pode gerar

um ganho para as empresas.

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1 SURGIMENTO DA LOGÍSTICA

1.1 Histórico e evolução da logística

A logística tem sua origem nos tempos bíblicos, quando organizações militares

utilizavam a logística para movimentar exércitos. Esses deslocamentos de tropas e

armamentos pesados exigiam uma organização logística fantástica, que era composto por

preparação dos soldados, transporte, armazenagem e distribuição de alimentos, munição e

armas, preparativos administrativos, reconhecimento e inteligência envolvida na

movimentação da tropa e sustentação da força militar.

Por muitos séculos a logística esteve ligada somente a atividade militar e por ocasião

da II Guerra Mundial, juntamente com uma tecnologia mais avançada a logística passou a

abranger outras áreas da administração militar.

Christopher (1997), relata que a capacidade de prover o suprimento é fator

determinante de sucesso ou fracasso em batalha, decidindo, na maioria das vezes, o destino de

uma guerra. E a logística desempenha papel fundamental neste processo por ser a principal

responsável pelo ressuprimento de tropas situadas em frente de batalha.

Musetti (2000), classifica a logística em cinco períodos, a partir do século XIX a

logística foi reconhecida como ponto de vista acadêmico, passando a ser estudada como

ferramenta estratégica e introduzida nas organizações, após algumas modificações, do

conceito original (arte de guerra).

Na década de 1940, no entanto, a Logística começou a englobar um maior número de

atividades, relacionadas principalmente com transporte, armazenagem, suprimentos,

construção, e assistência a feridos.

Nos anos 50, a tecnologia e o pensamento organizacional foram os grandes destaques.

A evolução da visão sistêmica identifica a necessidade de integração da logística durante o

estabelecimento do plano estratégico da empresa.

Durante as décadas de 60 e 70 o ambiente produtivo foi influenciado por diferentes

realidades para a época, essas novas realidades eram a pressão que o setor de marketing

realizava sobre a produção; novas vantagens competitivas entre as empresas; preocupações

com os transportes e distribuição física; e a manufatura passa a ter uma grande importância

estratégica.

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Já nos anos 80 e inicio de 90, o processo de administração passou a ser aplicado a

setores como qualidade e gestão estratégica, proporcionando destaque à logística no

planejamento estratégico das empresas, integrando diferentes áreas.

Com o interesse acadêmico e de associações começou a surgir discussões e

contribuições práticas para as organizações empresarias de logística ou com funções dessa

atividade em sua estrutura.

Atualmente, com a crescente globalização está havendo uma maior interação entre os

países e mercados, trazendo efeitos significativos para a economia mundial e principalmente

para a logística, nas quais destacam-se:

• Aumento do número de clientes espalhados pelo mundo;

• Proliferação dos produtos;

• Menores ciclos de vida;

• Maiores exigências de serviços; e

• Crescimento do número de fornecedores.

Devido aos efeitos destacados, as empresas têm se adaptado, e uma das ações que tem

se mostrado mais eficaz para a diminuição de gargalos é a utilização de tecnologias da

informação nas diversas etapas do processo logístico.

De acordo com Ballou (1993), logística empresarial estuda como a administração pode

prover melhor nível de rentabilidade no serviço de distribuição aos clientes e consumidores,

através de planejamento, organização e controle efetivo das atividades de movimentação e

armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.

Antes, o segmento empresarial percebia que bastava simplesmente vender o produto e

estava liberado de suas obrigações com seus clientes. Hoje, sabe-se que vender e colocar o

produto em tempo hábil, com menor custo possível, disponível no mercado é um ponto-chave

que determinará o sucesso ou fracasso de uma organização. Trabalhar a logística é conhecer

todas suas variáveis e controlá-las de forma que se ajuste ao tipo de serviço, produto ou

mercadoria que se está gerenciando.

Com isso podemos dizer que a logística trata do planejamento, controle e a realização

de tarefas relacionadas à armazenagem, transporte e distribuição de bens e serviços.

1.2 Missão e áreas de abrangência da logística empresarial

O objetivo da logística é disponibilizar produtos ou serviços no local certo, na hora

correta, nas melhores condições desejadas pelo cliente e com menor custo, ao mesmo tempo

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em que fornece a maior contribuição para a empresa. Para Ballou (1993), o profissional de

logística tem como missão ser eficiente e eficaz para vencer o tempo e a distância na

movimentação de bens ou na entrega de serviços.

De acordo com o mesmo autor o conjunto de planejamento, operações e controle do

fluxo de materiais, mercadorias, serviços e informações da empresa, integrando e

racionalizando as funções sistêmicas desde a produção até a entrega, assegurando vantagens

competitivas na cadeia de abastecimento e conseqüente satisfação do cliente.

A logística empresarial abrange todas as atividades de movimentação e armazenagem,

que facilitam o fluxo de produtos desde a aquisição da matéria-prima até o consumidor final.

1.3 Atividades logísticas

A logística tem como função responder toda a movimentação de matérias, tanto

interna quanto externa a empresa. Essas atividades englobam desde o recebimento da

matéria-prima até a entrega do produto ao consumidor final. Essas atividades são compostas

pelas atividades primárias, atividades de apoio e pela atividade de interface.

1.3.1 Atividades primárias

São consideradas primárias porque elas são essenciais para a coordenação e

cumprimento das atividades logísticas e também contribuem com grande parcela do custo

total da logística. Estas atividades-chaves são:

• Transporte;

• Manutenção de estoque; e

• Processamento de pedidos;

• Transporte: é a atividade mais importante para a maioria das empresas

simplesmente porque seu custo pode absorver até dois terços do custo logístico. A atividade

de transporte está relacionada aos diversos métodos de movimentação de produtos e serviços,

ela é essencial para as empresas, pois nenhuma firma moderna pode operar sem se quer

movimentar a matéria-prima ou seus produtos acabados. Existem vários meios de transportes

disponíveis, como rodoviário, aeroviário, ferroviário, marítimo, dutoviário, sendo que no

Brasil o mais popular é o rodoviário. Para Ballou (1993), a administração dessa atividade

envolve decidir-se quanto ao método de transporte, aos roteiros e à utilização do veículo mais

apropriado. Em termos mundiais observa-se que está havendo uma integração de diferentes

tipos de transporte, para que se possam atender clientes em diversas localidades do planeta.

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De acordo com Ballou (1993), transporte é a atividade que permite à empresa a

movimentação de suas matérias-primas ou seus produtos de alguma forma. Costuma-se dizer

que transporte agrega valor de “lugar” ao produto, pois posiciona adequadamente o produto

para atender a demanda.

• Manutenção ou gestão de estoques: também é fundamental para o sistema

logístico, pois não é viável produzir ou entregar o produto apenas quando ele está sendo

solicitado, essa atividade dá certa segurança de produtos entre a oferta e a demanda. Essa

atividade merece atenção especial do profissional de logística, pois o grande desafio é ter um

nível razoável de estoque para que possa atender o cliente sem que ele prejudique o nível de

serviço ao cliente. Como no transporte essa atividade pode representar até dois terço do custo

logístico.

O mesmo autor define que manutenção de estoque permite disponibilizar produtos aos

clientes, a imediata entrega, de acordo com a demanda, o que só é possível com a manutenção

de estoque em nível mínimo. Costuma-se dizer que a manutenção de estoque agrega valor de

tempo ao produto, devido à disponibilidade do produto na hora em que o cliente desejar.

• Processamento de pedidos: mesmo sendo a atividade de menor custo no

sistema logístico, tem sua importância relacionada ao nível de serviço ofertado aos clientes. O

desafio dos profissionais de logística nessa atividade é reduzir o ciclo de pedido, ou seja, o

tempo entre a realização do pedido pelo cliente e a entrega do produto. O processamento de

pedido é a atividade primária que inicializa a movimentação de produtos e a entrega de

serviços.

Ballou (1993), ainda define que o processamento de pedidos é a atividade que inicia a

movimentação de produtos em razão dos pedidos dos clientes.

Segundo Ballou (1993), as chamadas atividades primárias podem ser colocadas em

destaque, devidas sua importância para o chamado “ciclo critico de atividade logística”.

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A figura 1 ilustra a relação entre as atividades primárias.

Figura 1 – Relação entre as três atividades logísticas primárias para atender clientes – o “ciclo crítico”. FONTE: Adaptado de Ballou (1993).

1.3.2 Atividades de apoio

Embora as atividades primárias sejam as que mais contribuem para a distribuição e a

condição física de bens e serviços, existe uma outra serie de atividades que apóiam as

atividades primárias, são elas:

• Armazenagem;

• Manuseio de matérias;

• Embalagem de proteção;

• Obtenção;

• Programação de produtos; e

• Manutenção de informação;

Ballou (1993), define as atividades de apoio

• Armazenagem: é todo o processo que envolve a administração dos espaços

necessários para manter os materiais estocados. Esses estoques podem ser dentro ou fora das

empresas. Esse processo envolve problemas como localização, dimensionamento de área,

arranjo físico, recuperação de estoque, entre outro.

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Para Ballou (1993), “armazenagem refere-se à administração de espaço necessário

para manter estoques”. Tal administração de espaço busca a otimização da área arranjo físico,

configuração de armazéns, entre outros.

• Manuseio de materiais: esse processo está associado à armazenagem e também

à manutenção de estoque. Essa atividade diz respeito à movimentação do produto no local de

estocagem. Existem problemas importantes na seleção de equipamento de movimentação,

procedimentos para formação de pedidos e balanceamento de carga de trabalho.

“Manuseio de materiais refere-se à movimentação dos produtos no local de

armazenagem (Hong Yuh Ching, 2001)”. O processo envolvido no manuseio de materiais vai

do recebimento de mercadorias, recebimento do deposito, sua movimentação até o local de

armazenagem e, por fim, a movimentação da armazenagem até o ponto de despacho.

• Embalagem de proteção: como o próprio nome diz, sua finalidade é de proteger

os produtos e mercadorias.

Para Ballou (1993), o objetivo da embalagem de proteção é movimentar produtos com

toda a perfeição e sem danificá-los. Um bom projeto de embalagem do produto e com

dimensões adequadas auxilia a garantir movimentação sem quebras e encorajam manuseio e

armazenagem eficientes.

• Obtenção: é a atividade que deixa o produto disponível para o sistema

logístico. Segundo Ballou (1993), é a área que trata da seleção das fontes de suprimento, das

quantidades a serem adquiridas, da programação de compras e da forma pela qual o produto é

comprado. É importante para a logística, pois decisões de compra têm dimensões geográficas

e temporais que afetam os custos logísticos. A atividade de obtenção não deve ser confundida

com a função de compras.

• Programação de produtos: tal atividade abrange as ações presentes no “fluxo de

saída”, atentando paras as quantidades que devem ser produzidas, quando e onde devem ser

fabricadas.

Segundo Ballou (1993), a atividade lida com a distribuição (fluxo de saída), ao

contrário de obtenção que trata do suprimento (fluxo de entrada). Programação refere-se

primeiramente às quantidades agregadas que devem ser produzidos e quando e onde devem

ser fabricadas. Não diz respeito à programação detalhada de produção, executada diariamente

pelos programadores de produção.

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• Manutenção de informação: é o elo que liga todas as funções da logística,

fornece as informações necessárias de custo, procedimentos e desempenho essenciais para o

correto planejamento e controle logístico. Tem como suporte uma base de dados com

informações importantes, por exemplo, localização dos clientes, volumes de vendas, padrões

de entregas e níveis de estoque, também apóia a administração eficiente e efetiva das

atividades primárias e de apoio. A Figura 2 mostra a relação entre as atividades primárias e de

apoio.

Para Ching (2001), “é ter uma base de dados para o planejamento e controle da

logística”. Tal base de dados deve conter informações como volumes de vendas, níveis de

estoques, informações sobre clientes, etc.

Figura 2 – Relação entre as atividades primárias e de apoio. FONTE: Ballou (1993).

1.3.3 Atividades de interface

Na visão de Ballou (1993), a logística, estrategicamente, ocupa uma posição

intermediária entre produção e marketing, devendo então ser criadas atividades de interface

entre a logística e esses dois setores. Assim sendo, na figura 3, estão definidas as atividades

típicas dos setores de logística, produção e marketing, definindo-se também quais as

atividades de interface existentes entre tais setores de empresas industriais.

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Figura 3 – Visão geral das atividades logísticas dentro das tradicionais da firma. Fonte: Ballou (1993).

Formação de preços ou embalagens são exemplos de atividades administradas

conjuntamente por logística e marketing. A formação de preços tem componentes tanto

geográficos como competitivos. Na área de interface entre logística e produção, são exemplos,

compras e programação de produção. Arranjos administrativos tradicionais agrupam estas

atividades sob diversos rótulos funcionais, criando a necessidade de coordenação inter-

funcional para algumas importantes atividades logísticas.

1.4 Distribuição física

A distribuição física depende de grande parte da natureza do produto transportado, do

padrão de sua demanda, dos custos relativos das varias opções de distribuição e das

exigências do nível de serviços.

Segundo Ballou (1993), “distribuição física é a área da logística que trata de

movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos finais à firma”.

A distribuição física preocupa-se principalmente com bens acabados e semi-acabados,

ou seja, com mercadorias que a companhia oferece para vender e que não planeja executar

processamentos posteriores.

Para Ballou (1993), os tipos de mercados são algumas alternativas básicas de

distribuição, existem dois tipos de mercado. O primeiro é o consumidor final que usa produto

para satisfazer suas necessidades como aqueles que criam novos produtos, são os casos das

indústrias.

No segundo mercado fazem parte os intermediários que não consomem o produto, mas

oferecem para a revenda, para outros intermediários e consumidores finais. São distribuidores,

varejistas e consumidores finais.

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A diferença entre os dois tipos de mercado está no volume e no perfil de compra. Os

consumidores finais consomem em menor quantidade, mas são em grandes números. Já os

consumidores intermediários compram em grandes quantidades e são em menor número que

os consumidores finais. Para isso o sistema de distribuição física precisa de um grau de

flexibilidade para suprir as necessidades dos diversos tipos de forma econômica (Ballou,

1993).

Outro fator que influência muito na distribuição física, é o tipo de distribuição, ela

pode ser feita de três maneiras: entrega direta a partir de estoques de fábrica; entrega direta a

partir de revendedores ou da linha de produção; e por último, entrega feita utilizando um

sistema de depósitos.

Figura 4 – Fluxos típicos no canal de distribuição. Fonte: Ballou (1993).

Para Ballou (1993), a movimentação do produto não termina necessariamente quando

os bens chegam ao consumidor final, pois a mercadoria pode ser devolvida pelo consumidor,

por exemplo, quando o produto esteja danificado, ou é entregue a mercadoria errada ao

cliente. De qualquer maneira, o administrador logístico deve estabelecer procedimentos e

preparar estocagem dos bens devolvidos a partir de sítios de entrega.

1.5 Otimização em sistemas logísticos

As empresas podem aperfeiçoar seus sistemas logísticos, através dos recursos

tecnológicos, da tecnologia da informação e dos serviços oferecidos para o processo logístico,

que estão evoluindo constantemente. Esse progresso da tecnologia dá as empresas, diversas

opções para melhorar seu sistema logístico, essas variedades vão de software até

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equipamentos, cabendo a cada empresa buscar a opção que mais se adéqua às suas

necessidades.

Há diversas opções para aperfeiçoar o sistema logístico, como:

• Consultoria e treinamento (Assessoria, projetos e eventos);

• Recursos de movimentação e armazenagem (Balanças, revestimento de pisos,

portas especiais, escadas, rampas, produtos de segurança, alimentadores, redutores e imóveis);

• Estruturas de estocagem (Armazéns, galpões, reservatórios, tanques, silos,

pontes rolantes, armários modulares, carrosséis verticais e horizontais e sistemas de

estocagem);

• Serviços de Logística (Operadores logísticos, armadores, desembaraço

aduaneiro, terminais diversos, armazéns gerais, distribuição física, transportes marítimos,

aéreo, ferroviário, rodoviário, terceirização de mão-de-obra para movimentação, gestão de

embalagens retornáveis, seguros e escoltas de cargas);

• Identificação e automação industrial e comercial (Código de barras (etiquetas,

impressoras, coletores, scanners, terminais de radiofreqüência, software), softwares (WMS,

estoque, ERP, MRP, SCM), sistemas logísticos e otimização de cargas, de transporte e frota,

rastreadores);

• Transportadores contínuos (elevadores, assessórios para transportadores

contínuos, carregadores, transportadores diversos);

• Embalagens, recipientes e utilizadores (Racks, caçambas, paletes e acessórios,

caixas engradados, aplicadores diversos, cantoneiras para reforço de embalagens,

estabilizadores de caixas, embalagens (impressoras, máquinas para fechamento,

separadores)).

• Veículos e máquinas industriais (Empilhadeiras, carrinhos, carretas,

caminhões, carros elétricos).

A combinação desses aplicativos conduz para a otimização do sistema logístico e

melhora o processo de gestão integrada dos diversos componentes, ou seja, estoques,

armazenagem, transporte, processamento de pedidos, compras e manufatura.

O gerenciamento das operações logísticas contribui para a competitividade das

empresas, esses controles sobre as atividades podem definir metas e padrões de desempenho,

associadas às escolhas de indicadores adequadas e posterior avaliação das atividades,

garantem a melhora continua do processo.

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2 LOGÍSTICA REVERSA

O termo Logística Reversa atualmente encontra-se em formação. Existem poucos

estudos sobre o assunto, mas este é de grande importância no cenário empresarial e social.

Há alguns anos atrás pensávamos apenas em logística como gerenciamento do fluxo

de produtos de seu ponto de produção até seu ponto de consumo. Porém para muitas empresas

esse conceito está mudando, está surgindo um fluxo logístico reverso ou de retorno, ou seja,

do ponto de consumo para o ponto de produção.

Lacerda (2002), destaca que a diferença entre a Logística Reversa e a logística

tradicional não se restringe ao sentido do fluxo de materiais, ou seja, ao movimento dos

clientes para os fornecedores, o autor afirma que:

Na Logística Reversa muitas vezes os canais logísticos utilizados diferem dos canais de distribuição direta devido a velocidades diferentes (uma empresa pode reabastecer seus distribuidores em 24 horas enquanto promete devolver um produto consertado em 10 ou 15 dias) e o número de pontos de retorno (ou coleta) é muito mais elevado, entre outras necessidades específicas como, por exemplo, necessidades de acondicionamento especial (na maioria das vezes a embalagem original não esta mais disponível). (LACERDA, 2002, p. 46).

Este termo está crescendo rapidamente devido ao aumento do número de descarte de

certos produtos, estes descartes causam grandes danos à natureza. Estes lixos gerados em

excesso, na maioria das vezes, poderiam ser reutilizados o que criaria um ciclo de vida ao

produto.

Atualmente este ciclo pode ser observado mais claramente em alguns segmentos do

mercado, como no retorno de embalagens descartáveis, latas de alumínio e garrafas plásticas.

Logística reversa está ligada a assuntos como meio ambiente, economia e atua com um

diferencial competitivo nas empresas.

Segundo Leite (2006), “As legislações ambientais envolvem diferentes aspectos do

ciclo de vida de um produto, desde a fabricação e o uso de matérias-primas virgens até sua

disposição final ou a dos produtos que a constituem”. A partir desta legislação o produtor tem

maior responsabilidade sobre o produto, ele fica responsável sobre o produto desde a

fabricação até o final da vida útil.

Page 24: Logística Verde aplicada à Logística Reversa, uma estratégia sócio-ambiental de sucesso

24

Uma das primeiras definições de Logística Reversa foi dada por Lambert e Stock

(1981), e a descrevem como a ida dos materiais no caminho contrário, em uma via de mão

única, pois a maioria dos carregamentos de produtos flui em uma única direção.

Nos anos 90, Stock, ampliou o sentido do tema em questão:

Logística reversa é uma perspectiva de logística de negócios, o tempo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura. (STOCK, 1992, p.73).

Roggers e Tibben-Lambke (1999), definem logística reversa como o processo de

planejamento, implementação e controle da eficiência e custo efetivo do fluxo de matérias-

primas, estoques em processo, produtos acabados e as informações correspondentes do ponto

de consumo para o ponto de origem como propósito de recapturar o valor ou destinar a

apropriada disposição.

Outra definição é dada por Leite, é que:

A Logística Reversa, por meio de sistemas operacionais diferentes em cada categoria de fluxos reversos, objetiva tornar possível o retorno dos bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios. Agrega valor econômico, ecológico, legal e de localização ao planejar as redes reversas e as respectivas informações e ao operacionalizar o fluxo desde a coleta dos bens de pós-consumo ou de pós-venda, por meio dos processamentos logísticos de consolidação, separação e seleção até a reintegração ao ciclo. (LEITE, 2003, p.17).

As definições acima citadas são de diferentes autores, referem-se à Logística Reversa.

Porém é bem simples definir Logística Reversa, é uma versão contrária da logística

tradicional. O fato é que o planejamento reverso utiliza os mesmos processos que um

planejamento convencional. Ambos tratam de nível de serviço, armazenagem, transporte,

nível de estoque, fluxo de materiais e sistemas de informações.

2.1 Processos e características da logística reversa

O processo de logística reversa visa reaproveitar materiais com defeitos ou

descartados pelos consumidores, esses materiais retornam ao processo tradicional de

suprimento, produção e distribuição, conforme indicado na Figura 5.

Page 25: Logística Verde aplicada à Logística Reversa, uma estratégia sócio-ambiental de sucesso

25

Figura 5 – Representação esquemática dos processos logísticos direto e reverso. Fonte: Lacerda (2002, p.02).

Segundo Donato (2006), o processo de logística reversa tem que ser sustentável, pois

envolve questões muito mais amplas do que apenas o retorno de materiais, por exemplo,

questões ambientais, legais e econômicas. Esse processo geralmente composto por um

conjunto de atividades, por exemplo, coletar, separar, embalar e expedir itens usados,

danificados ou obsoletos, dos pontos de consumo até os locais onde serão recondicionados,

reciclados ou descartados e revendidos.

A Figura 6 mostra todas as atividades que os materiais recolhidos podem passar.

Figura 6 – Atividades típicas do processo logístico reverso. Fonte: Lacerda (2002, p. 03).

A figura 6 mostra os vários tipos de reprocessamento de materiais, eles são

identificados de acordo com as condições em que estes entram no sistema de logística reversa.

Os materiais podem retornar ao fornecedor quando houver acordos nesse sentido. Podem ser

revendidos se ainda estiverem em condições adequadas. Podem ser reciclados se não houver

Page 26: Logística Verde aplicada à Logística Reversa, uma estratégia sócio-ambiental de sucesso

26

possibilidade de recuperação. Todas essas alternativas geram materiais reaproveitados, que

entram de novo no sistema logístico direto. Em último caso, o destino é o descarte final.

Para Lacerda (2004), existem alguns fatores críticos que influenciam diretamente o

processo de logística reversa, esses dependem de como é planejado e controlado todo o

processo. Alguns fatores identificados como críticos que contribuem diretamente para o

desempenho de logística reversa são:

• Bons Controles de Entradas;

• Processos Padronizados e Mapeados;

• Reduzido Tempo de Resposta de Ciclo;

• Sistemas de Informação Acurados;

• Rede Logística Planejada; e

• Relações Colaborativas entre Clientes e Fornecedores.

Além de todos esses fatores o fato de a empresa ter um processo de logística reversa

faz com que isso se torne um grande diferencial competitivo no mercado, que é muito

concorrido nos dias atuais.

O mesmo autor ainda detalha cada fator crítico.

• Bons Controles de Entrada: Necessidade de identificar corretamente o estado

dos materiais que retornam, para que possam seguir o fluxo reverso correto, por exemplo,

identificar os produtos que podem ser revendidos, produtos que poderão ser recondicionados

ou os que terão que ser totalmente reciclados.

Sistemas que não possuem bons controles de entradas têm dificuldades em todo o

processo subsequente, gerando retrabalho.

• Processos Padronizados e Mapeados: É uma das maiores dificuldade de todo o

sistema logístico reverso, pois não é tratado como um processo regular. Ter um processo

corretamente mapeado e com procedimentos padronizados dará condições fundamentais para

se obter controle e conseguir melhorias.

• Reduzir Tempo de Resposta do Ciclo: Esse item refere-se à identificação da

necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de produtos e seu efetivo processamento.

Longos tempos de resposta aumentam custos desnecessários, pois atrasam a geração de caixa

e ocupam espaço.

Altos tempos de respostas são causas de controles de entradas ineficientes, falta de

estrutura (equipamentos e pessoas) dedicada ao fluxo reverso e falta de procedimentos claros.

Page 27: Logística Verde aplicada à Logística Reversa, uma estratégia sócio-ambiental de sucesso

27

• Sistemas de Informações Acurados: São sistemas capazes de lidar com o nível

de variações e flexibilidade exigida pelo processo de logística reversa. Esse sistema é

composto pela capacidade de rastrear retornos, medir tempos de respostas, medir desempenho

de fornecedores, o sistema permite obter informações cruciais para negociações, melhorar

desempenhos e identificar abusos de consumidores no retorno de produtos.

• Rede Logística Planejada: Consiste na infra-estrutura logística adequada para

lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e fluxos de saída de materiais processados.

Envolvem instalações, sistemas, recursos (financeiros, humanos e máquinas), desenvolvidos

para ligar os pontos de consumo até as instalações onde serão utilizados no futuro.

• Relações Colaborativas entre Clientes e fornecedores: Como há uma série de

agentes envolvidos no processo, surgem questões relacionadas ao nível de confiança entre as

partes envolvidas. Informações tais como, nível de estoques, previsão de vendas e tempo de

reposição dos materiais, devem ser trocadas entre os membros da cadeia para que o sistema

funcione de maneira eficiente.

Contudo, as praticas de logística reversa só podem ser implementadas se houver uma

relação colaborativa entre as organizações envolvidas.

A caracterização da logística reversa se dá a partir das atividades que são realizadas

sobre os materiais, dependendo do tipo de material e do motivo pelo qual elas entram no

sistema. Os materiais podem ser divididos em dois grupos: produtos e embalagens. Os

produtos têm fluxos de logística reversa que se dão pela necessidade de reparo, reciclagem, ou

porque simplesmente os clientes os retornam.

A logística reversa também pode ser usada para manter o nível de estoque reduzido,

diminuindo o risco com a manutenção de produtos. Algumas empresas aceitam a devolução

de itens que não tiveram bom comportamento de venda. Apesar do custo da devolução ser

significativo, acredita-se que as perdas de vendas seriam bem maiores caso não fosse adotada

essa prática.

A tabela 1 mostra as taxas de retorno de produtos. As taxas são bastante variáveis por

indústria, o gerenciamento eficiente do fluxo reverso é fundamental para o negócio.

Tabela 1 – Percentual de Retorno de Produtos Indústria Percentual de Retorno

Vendas por Catálogo 18 – 35 % Computadores 10 – 20 % Impressoras 4 – 8 % Peças Automotivas 4 – 6 % Produtos Eletrônicos 4 – 5 %

Fonte: Lacerda (2004).

Page 28: Logística Verde aplicada à Logística Reversa, uma estratégia sócio-ambiental de sucesso

28

Entretanto para as embalagens a logística reversa acontece principalmente em função

da sua reutilização ou devido a restrições legais. Apesar das restrições ambientais com relação

a embalagens, no Brasil, não serem tão rígidas, a decisão de utilizar embalagens reutilizáveis

ou retornáveis se dá por motivos econômicos.

Há varias embalagens retornáveis, mas com custo de aquisição consideravelmente

maior que as embalagens one way. Porém, quanto maior o número de vezes que se usa a

embalagem retornável, menor o custo por viagem, que vai tendendo a ficar menor que o custo

da embalagem one way.

2.2 Produtos e contribuições da logística reversa

Perceber-se que a logística reversa tem importância fundamental não só para o fluxo,

mas também para a agregação de valores aos produtos, que por diferentes motivos, o produto

tem seu destino modificado, voltando ao seu ponto de origem, ou sendo direcionado para um

local adequado.

De acordo com Leite (2006), a logística reversa pós-venda deve realizar o

planejamento de retorno dos bens, para melhorar o gerenciamento é feito a divisão em três

grupos: o primeiro é a “garantia / qualidade”, refere-se aos defeitos de fabricação, problemas

de funcionamento e são concertados para que retorne ao mercado, dando-lhes valor comercial.

O segundo grupo é o “comercial”, é o item “estoque”, diz respeito a retornos causados por

erro na expedição de pedidos, pontas de estoque e produtos em consignação, esses produtos

voltam para o ciclo dos negócios e são colocados nos canais de vendas. O terceiro grupo é

“substituição de componentes” está relacionado com a troca de partes, concertos e reparos.

Esses componentes são substituídos, enviados para a reciclagem e voltam ao mercado e

adquirem novamente valor.

Já a logística reversa de pós-consumo é responsável pelo retorno de bens e suas partes

integrantes, que recebem tratamento diferenciado dependendo do estado e origem. O primeiro

item “condição de uso” é o retorno do produto que possui condições de reutilização,

permitindo o prolongamento da vida útil do bem, é encaminhado ao canal reverso de reuso,

esses produtos farão parte dos produtos de segunda mão, até seu esgotamento total. O

segundo item é o “fim da vida útil”, o produto pode ter dois destinos, o canal reverso de

desmanche ou o canal reverso de substituição de componentes, esses canais agregam valor

aos produtos que vão para o mercado secundário. No último caso se o produto não tiver mais

Page 29: Logística Verde aplicada à Logística Reversa, uma estratégia sócio-ambiental de sucesso

29

condições de revalorização, ele é enviado à “disposição final”, que deve ser realizada da

maneira mais segura, sem prejudicar o meio ambiente.

A logística reversa também atua com resíduos industriais, estes entram no canal de

reciclagem, ganham valor no mercado secundário e retornam ao processo produtivo.

A contribuição da logística reversa é muito grande devido ao aumento da

responsabilidade ambiental por parte das empresas, a crescente preocupação das empresas

com a imagem institucional, vantagem competitiva, além de possíveis benefícios econômicos

oriundos dos desdobramentos propostos por estas políticas.

Recentes pesquisas revelam que 90% das grandes empresas e 35% das microempresas

realizam investimentos no setor ambiental, devido às legislações ambientais ou por pressões

governamentais, tem como objetivo melhorar suas imagens no cenário nacional e

internacional. Essas empresas desenvolvem pesquisas ambientais com o intuito de

desenvolver processo e produtos menos agressivos ao meio ambiente e a sociedade.

O grupo internacional RevLog (2001), afirmou que as empresas têm dado grande

importância a logística reversa devido a três motivos:

1. Legislação Ambiental, que força as empresas a retornarem seus produtos e cuidar

do tratamento necessário;

2. Benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao processo de produção,

ao invés dos altos custos do correto descarte do lixo; e

3. Crescente conscientização ambiental dos consumidores.

As principais contribuições da logística verde é poder ampliar o ciclo de vida dos

produtos, conferindo-lhes novos usos; devolver o material usado ao ciclo de produção

economizando a extração de matéria-prima e energia; implica na busca da otimização de

processos pelo setor produtivo para que não haja perdas de materiais, água, energia e na

substituição de insumos agressivos ao ambiente. Aqui também são sugeridas mudanças de

hábitos de consumo, a conscientização para o não desperdício e o re-direcionamento das

opções de compra para produtos menos agressivos ao ambiente.

2.3 Logística reversa como estratégia de otimização em sistemas logísticos

A Logística Reversa atua como um dos principais meios de otimização do sistema

logístico.

Page 30: Logística Verde aplicada à Logística Reversa, uma estratégia sócio-ambiental de sucesso

30

Essa otimização é feita através do recolhimento dos materiais que são trazidos de volta

para as indústrias, onde terão uma correta destinação, seja para reciclar, reutilizar ou apenas

reduzir os poluentes do meio ambiente.

Quando esses materiais forem reutilizados essa otimização passa a agir a partir da

rapidez com que esses materiais chegam e saem das fábricas, fazendo assim uma reposição

com mais agilidade e rapidez, não deixando o cliente sem produto.

Outro fator que impulsiona na otimização do sistema logístico através da logística

reversa são as questões ecológicas e/ou legais, a falta de espaço para o descarte de materiais,

os preços das matérias-primas secundárias, que passam a ser competitivas com as primárias, o

aumento da competição entre as empresas e a redução do ciclo de vida dos produtos.

De acordo com Stock (1998), “toda empresa do ramo, tamanho, tipos de produtos ou

localização geográfica pode beneficiar-se do planejamento, implementação e controle de

atividades de logística reversa”.

Com essas ações, empresas ganham prestígio e podem entrar em diferentes mercados

com produtos que sejam ecologicamente corretos e diferenciados, gerando uma vantagem

competitiva.

Page 31: Logística Verde aplicada à Logística Reversa, uma estratégia sócio-ambiental de sucesso

31

3 LOGÍSTICA VERDE OU LOGÍSTICA ECOLÓGICA

Muitas pessoas confundem logística verde com logística reversa. Esta última trata do

retorno de produtos e embalagens aos seus centros produtivos. Já a logística verde se

preocupa com os aspectos e impactos ambientais causados pela atividade logística.

Para Donato (2008), a logística verde surgiu no final do século XX e inicio do século

XXI e os fatores que deram início a esse movimento foram:

• Crescente poluição ambiental decorrente da emissão dos gases gerados pela

combustão incompleta dos combustíveis fósseis durante diversos sistemas de transporte.

Figura 7 – Poluição do ar através da queima de dióxido de carbono. Fonte: Folha Online (2008).

• A crescente contaminação dos recursos naturais como conseqüência de cargas

desprotegidas, tais como: acidentes com caminhões que transportam produtos químicos, e

esses produtos após os acidentes contaminam o meio ambiente.

Page 32: Logística Verde aplicada à Logística Reversa, uma estratégia sócio-ambiental de sucesso

32

Figura 8 – Acidente com caminhão de transporte de produto químico (Estireno). Fonte: Jornal ESHoje Online (2009).

• No setor de movimentação e armazenagem, destacou-se o fator de extrema

importância que forma os impactos causados por vazamentos e descartes dos produtos.

Figura 9 – Descarte de produtos químicos. Fonte: Floripa em Revista (2008).

• A necessidade de projetos adequados à efetiva necessidade do produto contido,

de forma a evitar que as ações geradas pelo transporte ou armazenagem não causem avarias à

embalagem em produtos químicos, petroquímicos, defensivos agrícolas e farmacêuticos.

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33

Figura 10 – Lixos industriais e domésticos agridem rios. Fonte: Diário do Nordeste (2009).

Além desses que foram os principais fatores para o surgimento da logística verde,

também teve a pressão que as empresas sofreram por parte do governo para que houvesse uma

proteção ambiental. A partir daí as empresas incorporaram a logística verde na sua estrutura

empresarial.

A logística verde evoluiu a partir do momento que as empresas foram incentivadas

pelas Normas da série ISO 14000:2004, essa norma exige que as empresas comecem a

reciclar os produtos resultantes de seus processos produtivos.

Hoje já existe legislação que abrange este tema, por exemplo, a Resolução do

CONAMA nº 258, de 1999, que estabelece que as empresas fabricantes e importadoras de

pneus ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada.

Hoje em dia se utiliza pneus para produzir outros produtos, como os chinelos,

sapatilhas e botas produzidas a partir da reciclagem de pneus velhos. Essa reciclagem retirou

mais de 2 milhões de pneus velhos que seriam descartados nas ruas, a reciclagem se dá a

partir da lona reaproveitável.

A Góoc é a empresa pioneira no mercado brasileiro, está desde 2004 reciclando pneus

para a fabricação de sandálias e chinelos. A empresa tem ganhado em competitividade com o

fato de ser ambientalmente correta e conseguir diminuir seu custo com a matéria-prima mais

barata.

Page 34: Logística Verde aplicada à Logística Reversa, uma estratégia sócio-ambiental de sucesso

34

3.1 Diferenças entre logística reversa e logística verde

Os termos acima citados são definições de Logística Reversa, como já se sabe a

logística reversa estuda meios para colocar produtos descartados novamente ao ciclo de

negócios, agregando-lhes valores.

Para Resende (2004), a logística verde possui características diferentes da logística

reversa, apesar de relacionadas a ela. O autor ainda define a diferença entre as duas:

Logística Reversa estuda meios para inserir produtos descartados novamente no ciclo de negócios, agregando-lhes valor de diversas naturezas. Enquanto a Logística Verde planeja e diminui impactos ambientais da logística comum. Isso inclui, por exemplo, estudo de impacto com a inserção de um novo meio de transporte na cidade, projetos relacionados com a certificação ISO 14000, redução de energia nos processos logísticos, redução na utilização de matérias-primas virgens e materiais etc. (RESENDE, 2004, p. 28).

Já a logística verde ou ecológica estuda meios de planejar e diminuir os impactos

ambientais das atividades logísticas.

A Figura 7 ilustra a comparação entre a logística reversa e logística verde.

Logística Reversa Logística Verde

Devolução de ProdutosRetorno Comercial / VendasMercados Secundários

Redução de EmbalagensPoluição sonora e do arImpacto Ambiental do modo de produção (logística direta)

ReciclagemRemanufaturaEmbalagensreutilizáveis

Figura 11 – Comparação da logística reversa com a logística verde. Fonte: Roggers e Tibben-Lambke (2001).

Por fim, não se devem confundir as idéias de logística reversa e logística verde. São

termos que buscam classificar funções diferentes e complementares. A logística reversa trata

do fluxo do material e relação ao mercado consumidor original, e a logística verde está

relacionada à intenção de reduzir impactos ambientais.

A relação entre logística reversa e logística verde ou ecológica é tanta, que uma

atividade de logística direta pode ser classificada como um projeto de logística verde, como

também pode ser um fluxo de logística reversa e da mesma forma apresentar uma atividade

características de logística verde.

Portanto compreende-se que tanto a logística reversa como a logística verde ou

ecológica são estratégias de movimentação de materiais que podem ser utilizadas pelas

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35

organizações separadas ou em conjuntos, porém com focos distintos. A primeira objetiva o

retorno do produto para o reuso ou para se fim adequado, já a segunda além de agregar a

missão da logística reversa tem como finalidade o meio ambiente, ou seja, a redução dos

impactos ambientais.

3.2 Conceito e finalidade da logística verde

O conceito de logística verde é novo e ainda está em formação, mas o pouco que se

tem é bem simples, ou seja, é estudar as melhores formas de direcionamento do produto após

seu consumo e se possível seu reaproveitamento. Este conceito de logística verde concentra-se

em impor um limite rigoroso à poluição ambiental gerada no processo de logística e garantir

um sistema de reciclagem de baixa poluição e um fluxo logístico que não agrida o meio

ambiente. A logística verde permite que o papel essencial da produção seja o de transformar

os recursos limitados do meio ambiente em algo útil para o estilo de vida e a cultura das

pessoas (MOURA, 2000).

A logística verde considera todo o impacto, desde a produção do bem, até o fim de sua

vida útil e a correta destinação final do bem. De acordo com Alcoforado (2002), a logística

verde ou ecológica age em conjunto com a logística reversa, no sentido de minimizar o

impacto ambiental, não só dos resíduos na esfera da produção e do pós-consumo, mas de

todos os impactos ao longo do ciclo de vida dos produtos.

De acordo com Rogers e Tibben-Lembke (1999), logística verde é toda atividade da

qual consistem nos esforços para medir e minimizar o impacto ecológico das atividades

logísticas.

A logística ecológica procura equilibrar as relações entre o produto e o meio ambiente

pela minimização do impacto ambiental, não somente dos resíduos na esfera da produção e do

pós-consumo, mas também de todos os impactos possíveis ao longo do ciclo de vida do

produto.

Alcoforado (2002), diz que a logística verde, estuda meios de planejar e diminuir

impactos ambientais da logística comum. Isso inclui, por exemplo, projetos relacionados com

a certificação ISO 14000, redução do consumo de energia nos processos logísticos, redução

na utilização de materiais, logística reversa, tratamento de resíduos, lixos, etc.

A principal finalidade da logística verde é atender aos princípios de sustentabilidade

ambiental como o da produção limpa onde a responsabilidade vai do início ao fim da cadeia

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36

de abastecimento, ou seja, quem produz deve responsabilizar-se também pelo destino final

dos produtos gerados, de forma a reduzir o impacto ambiental que eles causam.

3.3 Operações da logística verde

As operações da logística verde são praticamente as mesmas da logística reversa, que é

todo o processo de retorno do produto ao centro produtivo, mas além dessas atividades a

logística verde também atua com a política dos 3 R’s.

Segundo Donato (2008), as empresas que adotaram a logística verde em sua estrutura

atuam com a política dos 3R’s, que são:

• Reduzir;

• Reutilizar; e

• Reciclar.

• Reduzir: é diminuir a quantidade de lixo que são produzidos. Os consumidores

devem adotar hábitos de adquirir produtos que sejam reutilizáveis.

• Reutilizar: é utilizar várias vezes a mesma embalagem, tendo imaginação e

criatividade pode-se aproveitar sobras de materiais para outras funcionalidades.

• Reciclar: visa transformar materiais de que não são mais necessários em

produtos que podem ser úteis novamente, prolongando assim o ciclo de vida do produto.

De Paula Jr apud Martins (2007), afirma que esses pontos, que estão ligados a

logística reversa, são definidos respectivamente como: ampliar o ciclo de vida de objetos,

conferindo-lhes novos usos; devolver o material usado ao ciclo de produção economizando a

extração de matéria-prima e energia; implica na busca da otimização de processos pelo setor

produtivo para que não haja perdas (ou que elas sejam minimizadas) de materiais, água,

energia e na substituição de insumos agressivos ao ambiente.

3.4 Áreas de atuação e legislação específica

A logística ecológica atua em diversas áreas da logística, porém o foco das empresas

que atuam com esse segmento é a diminuição da degradação ao meio ambiente que todo o

processo logístico gera na natureza.

Um dos principais causadores da poluição do meio ambiente é o meio de transporte,

seja ele rodoviário, aéreo, aquaviário ou ferroviário.

Page 37: Logística Verde aplicada à Logística Reversa, uma estratégia sócio-ambiental de sucesso

37

Os meios de transportes que queimam combustíveis fósseis são os principais

causadores da poluição do meio ambiente

Segundo Donato (2008), o transporte rodoviário é o maior causador da poluição

ambiental, principalmente nas grandes cidades, essa enorme contribuição é devido à queima

dos combustíveis fósseis dos veículos automotores que são utilização como meio de

transporte de produtos e matérias-primas. O transporte aéreo, que também queima

combustível, é outro grande poluidor do ar atmosférico, além de poluir o ambiente com os

ruídos e vibrações aos redores de aeroportos.

A poluição gerada pelo transporte aquaviário se dá pelo despejo de resíduos, como são

os derramamentos de óleo cru, derivados de petróleos e dejetos.

O impacto ambiental gerado pelo meio ferroviário se dá devido à destruição da flora

terrestre para construção da malha férrea, devido aos atropelamentos de animais e

derramamentos de cargas perigosas, como álcool, gasolina, óleos combustíveis entre outros.

Outra área de atuação da logística verde é a correta destinação final ao produto

descartado. Muitos desses produtos podem ser reciclados e colocados nos mercados com

outros formatos e diferentes utilidades, como é o caso de pneus, que após ser reciclado está

sendo utilizado como asfalto.

Existem várias leis e decretos que dizem respeito aos transportes de cargas, uma que

merece destaque é a Lei nº 11.907 de 2005, que determina o uso do Biodiesel B2 seja

obrigatório, a partir de 2008, em todo território nacional.

Além das leis e decretos também existem as resoluções, sendo as principais

resoluções, as elaboradas pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), dentre as

quais estão:

• Resolução CONAMA nº 001 (1986), institui a obrigatoriedade do Estudo de

Impacto Ambiental para atividades potencialmente causadoras de Impacto Ambiental.

• Resolução CONAMA nº 257 (1999), obriga as empresas fabricantes e

importadoras de pilhas e baterias a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada,

às baterias e pilhas inservíveis existentes no território nacional.

• Resolução CONAMA nº 258 (1999), obriga as empresas fabricantes e

importadoras de pneumáticos a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos

pneus inservíveis existentes no território nacional.

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38

Todas essas exigências vieram para tentar minimizar os impactos ambientais, porém

ainda há a necessidade de adequar muitas opções, que melhoradas podem contribuir com o

meio ambiente. Em anexo segue as legislações citadas.

Outro meio que pode regularizar o meio logístico, são as certificações Sócio-

Ambientais, que tem o intuito de estimular a responsabilidade das empresas com as questões

ambientais, além de se tornar um diferencial competitivo no mercado. Devido às

certificadoras não terem nenhum poder de mando sobre os governos nacionais, estas são

voluntárias.

As principais certificações para o meio logístico são as ISO 14001:2004, Política de

Gestão Ambiental e o Selo Verde:

Segundo Donato (2008), a ISO 14001:2004, refere-se à implantação de um Sistema de

Gestão Ambiental, esta certificação trouxe vários resultados positivos para as empresas, entre

eles a organização, padronização e sistematização do gerenciamento ambiental das empresas.

Devido à valorização das questões sociais, ambientais e econômicas pela sociedade e

mercado, passou a ser decisivo melhorar o desempenho ambiental e não somente buscar uma

certificação.

Selo Verde também conhecido como programa de Rotulagem Ambiental (ISO-14020),

é uma Certificação de Sistema de Gestão Ambiental, que determina e garantem a qualidade e

procedência dos produtos, empresas e processos produtivos. A principal diferença entre as

duas ISO é que a primeira certifica o produto e a outra o processo produtivo. Existem dois

conceitos básicos de Selo Verde: a) uma declaração de que o produto é ambientalmente

correto, feita por uma terceira entidade; b) uma autodeclaração da empresa, no rótulo do

produto, dizendo que é um produto reciclável, que consome menos energia e que foi utilizada

matéria-prima reciclada (DONATO, 2008).

O Selo Verde é um rótulo colocado em produtos para a indicação de que este foi

produzido seguindo as normas pré-estabelecidas pela ISO. Este selo comprova que os

produtos estão aptos ao uso e apresentam menor impacto ambiental. O principal objetivo é

deixar claro ao consumidor que o produto está de acordo com os critérios de excelência de

qualidade.

Política de Gestão Ambiental é uma ferramenta utilizada para alcançar os objetivos da

empresa, esses programas e práticas visam conduzir as atividades empresariais de uma

maneira ambientalmente sadia. Tais políticas devem integrar totalmente todas as atividades da

empresa, mesmo que aparentemente nada relacionadas à produção (DONATO, 2008).

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39

Estas certificações são utilizadas pelas empresas como grande diferencial competitivo,

pois muitos consumidores e outras empresas buscam comprar produtos de empresas das quais

são certificadas como protetoras do meio ambiente e que não causam impactos ambientais,

empresas Sócio-Ambientais, com isso ganham mercado e desbancam concorrentes não

certificadas.

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40

4 LOGÍSTICA VERDE COMO ESTRATÉGIA PARA

SUSTENTABILIDADE E SUCESSO EMPRESARIAL

Antes de começarmos a falar de sustentabilidade empresarial, vamos definir

desenvolvimento sustentável, que se diferencia de sustentabilidade. Desenvolvimento

sustentável é o crescimento de um país, empresa por um longo tempo, o que faz com que tal

forma se pressuponha a expansão econômica permanente, para Bruno Filho (2009),

“sustentabilidade corresponde à arte de projetar e edificar o ambiente habitado pelo ser

humano em comunhão com as quatro dimensões que constituem o Desenvolvimento

Sustentável. O resultado desta ação deve criar um ambiente que seja: ecologicamente correto;

economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito”.

No século XX o mundo passou por mudanças, das quais o principal objetivo dos

países era o desenvolvimento, para gerar capital, e acabaram se esquecendo da preservação do

meio ambiente, ou seja, eles tinham uma visão momentânea e não em longo prazo no que diz

respeito ao meio ambiente.

Para Donato (2008), desenvolvimento sustentável é a conciliação do desenvolvimento

econômico com a preservação do meio ambiente, e ainda, contribuir para o fim da pobreza no

mundo através de uma distribuição mais justa das riquezas.

A Comissão Mundial do Meio Ambiente, constituída pela ONU (1991), ainda define o

desenvolvimento sustentável como:

Aquele que atende as necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades. Desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração de recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial e futuro, a fim de atender a necessidades e aspirações humanas. (ONU, 1991).

As empresas estão se conscientizando ecologicamente devido às conseqüências

provocadas pelos produtos e seus descartes no meio ambiente, elas estão se adequando a fim

de minimizar esses problemas, através de leis existentes, valor econômico favorável com o

retorno de materiais ao ciclo produtivo, tudo isso gerando um diferencial competitivo entre

elas.

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O objetivo atual do desenvolvimento sustentável é melhorar a qualidade de vida do

planeta, a fim de não comprometer as gerações futuras, para isso as empresas não precisam

deixa de produzir, mas sim absorver matéria-prima do meio ambiente de forma consciente e

após o uso de seus produtos praticam um sistema de logística Verde, agregando valor a

produtos que seriam descartados no meio ambiente.

Enfim podemos observar que através do comprometimento entre empresas, governo e

sociedade a teoria de desenvolvimento sustentável é plenamente aceita, porém além de

aceitação é importante observar ações, afinal são estas que irão proteger nossas futuras

gerações e também o meio ambiente.

4.1 Definição de sustentabilidade empresarial.

Segundo Philippi (2001), sustentabilidade empresarial é a capacidade de uma empresa

se auto-sustentar, não dependendo de recursos governamentais ou financiamentos, além de

não faltar recursos naturais, ou seja, a empresas conseguir ser rentável e gera recursos

econômicos, mas também contribuir para o desenvolvimento da sociedade e do meio

ambiente, é fornecer o melhor para as pessoas e para o meio ambiente tanto nos dias atuais

quanto para o futuro.

Ainda não existem muitas empresas interessadas em sustentabilidade empresarial,

principalmente nos países de primeiro mundo. As organizações associam a idéia da

sustentabilidade empresarial a um aumento do custo de operações e no preço de vendas, o que

poderia acarretar em uma maior dificuldade de entrar no competitivo mercado consumidor.

Entretanto a visão do consumidor tem mudado, eles estão se conscientizando cada vez mais e

se preocupando com as questões ambientais, com isso aumentando a pressão sobre as

empresas para que as mesmas adotem a sustentabilidade empresarial em suas funções.

A sustentabilidade empresarial se baseia em fatores sociais, econômicos e ecológicos

que apoiada pela legislação ambiental, dá a ela a capacidade de proteger o meio ambiente. Ela

também tem uma visão muito ampla de parcerias, que trará vantagens competitivas para a

empresa.

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Figura 12 – Modelo de sustentabilidade empresarial. Fonte: Coral (2002, p. 129).

A figura 12 mostra o tripé da sustentabilidade, ele se tornou amplamente conhecido

entre as empresas e pesquisadores, pois demonstra a importância de uma visão de sustentável

que não se prende apenas a sustentabilidade econômica, o tripé também é uma ferramenta

conceitual útil para a interpretação de interações extra-empresariais.

Segundo Savitz, A. e Weber, K. (2006), Empresa sustentável é aquela que gera lucro

para os acionistas, ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente e melhora a vida das

pessoas com que mantém interações, ou seja, para eles o tripé é à base da sustentabilidade

empresarial, pois tratam da sustentabilidade econômica (gerar lucros), sustentabilidade

ambiental (proteger o meio ambiente) e sustentabilidade social (melhorar a vida das pessoas).

A sustentabilidade empresarial enfrenta vários desafios, que estão separados em três

grupos, os clássicos, os atuais e os futuros, que são:

• Clássicos:

a) Aplicar os critérios ambientais e sociais a cada processo de tomada de

decisão.

b) Comprovar os resultados dos projetos e iniciativas.

c) Convencer a alta cúpula da importância de investimentos sustentáveis.

d) Engajar e dialogar com os principais públicos de relacionamento.

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Os desafios clássicos são aqueles que as empresas enfrentam a muito tempo,

independente da sustentabilidade empresarial, estão ligados com autoridades ambientais e

com a alta cúpula da empresa, que exige resultados positivos. Esses desafios têm que ser

analisados e resolvidos das melhores maneiras, para que não haja problemas com órgãos

ambientais e com a administração da empresa.

• Atuais:

a) Coerência entre o discurso e a prática.

b) Timing: monitoramento e melhoria de indicadores.

c) Conceito departamentalizado: sustentabilidade é responsabilidade de

toda a empresa e não de uma área.

Os desafios atuais surgiram a partir do momento em que as empresas entraram no

sistema de sustentabilidade empresarial, elas começaram a concordar os discursos com suas

práticas atuação, seja ela ambiental e/ou de fabricação, conscientizaram todos de que a

sustentabilidade é uma responsabilidade da empresa e não de apenas de uma área, por

exemplo, a área da logística ou estoque.

• Futuros:

a) Separar o joio do trigo: quais empresas estão realmente alinhadas e o

que é só marketing.

b) Persistência: continuar a evolução de indicadores enquanto os

resultados só aparecem a médio e longo prazo.

c) Perseverança: manter o movimento em alta, apesar da lentidão dos

resultados e do desgaste natural do tema.

Os desafios futuros surgem quando as empresas usam o termo responsabilidade

empresarial apenas como marketing, elas não atuavam com responsabilidade, mas diziam que

tinham total responsabilidade com o ambiente e com a sociedade. Esses desafios devem ser

superados para que não manchem a imagem da empresa.

Os desafios acima citados devem ser analisados e tratados com muito cuidados para

que não passem uma imagem negativa das empresas.

A sustentabilidade empresarial dá a empresa o status de andar com as próprias pernas,

sem depender de auxílios governamentais e financiamentos, e isso se torna um diferencial a

favor da empresa, que briga em um mercado muito concorrido.

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5 ESTUDO DE CASO

Empresa: Triângulo Alimentos Ltda.

Endereço: Av. José de Barros Ribeiro, 168, Itápolis – SP.

Projeto: Recicle seu óleo.

A empresa acima citada atua no ramo alimentício e trabalha principalmente com o

refino de óleo vegetal. Ela possui diversos tipos de projetos voltados para a sociedade e o

meio ambiente, tornando-se uma empresa com responsabilidades sócio-ambientais.

Esses projetos sócio-ambientais dão à empresa uma imagem de que se preocupam com

o meio ambiente e essa preocupação perante a sociedade torna-se um grande diferencial

competitivo para com as outras empresas.

Um de seus projetos é o de reciclagem de óleo de cozinha já utilizado pelos

consumidores. Este é realizado em algumas cidades da região, como Itápolis, Ibitinga,

Borborema, Matão, Tabatinga e Bariri. O objetivo deste é recolher o óleo de cozinha para ser

reciclado e colocado novamente no mercado, ampliando o ciclo de vida do produto.

Essa coleta é feita através de postos de coleta espalhados pelas cidades, onde são

entregues aos consumidores baldes coletores, nestes são depositados o óleo usado, sem água e

impurezas, os baldes com o óleo são entregues nos postos, como recompensa os

consumidores ganham 900ml de óleo refinado para cada 03 litros de óleo utilizado doado à

empresa.

O óleo velho (utilizado) passa por todo o processo para refiná-lo e deixá-lo limpo

novamente, assim torna-se pronto para a reutilização, onde é vendido para empresas,

principalmente do ramo alimentício, como a Bauducco, Cory, Fugini, Marilan, Pepsico entre

outras, que utilizam óleo para a fabricação de seus produtos.

O objetivo da empresa com esse projeto é não prejudicar o meio ambiente e aumentar

a lucratividade da empresa com a venda desse óleo reaproveitado, já que é baixo o custo para

adquiri-lo.

Com esse projeto a empresa consegue reciclar 30 toneladas litros de óleo por mês, a

partir disso a empresa consegue diminuir o gasto com matéria-prima e aumentar seu lucro,

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isso faz com que a empresa cresça sem prejudicar o meio ambiente, que é hoje a principal

preocupação do mundo.

Esse projeto além de contribuir para a saúde do planeta, também educa as novas

gerações de consumidores, levando o hábito de reciclagem e reaproveitamento dos alimentos

para dentro das casas.

Outro projeto de grande destaque e que visa à preservação do meio ambiente, é o

projeto cata-pilhas, que atua somente na cidade de Itápolis. Neste a empresa espalhou por

diversas lojas da cidade coletores de pilhas, onde as pessoas jogam as pilhas velhas.

Essas pilhas são vendidas para a empresa Reprocessa Resíduos Industriais Ltda, de

Caçapava – SP, onde são recicladas ou descartadas corretamente.

Este projeto traz grandes vantagens lucrativas para a empresa, pois seu único gasto é

de colocar os coletores de pilhas nas lojas, buscá-las e entregar para a empresa que irá reciclar

e esses gastos são baixos.

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CONCLUSÃO

O trabalho apresentado tem como foco principal a logística verde como

sustentabilidade para a empresa. Para chegar ao tema principal passamos por etapas como a

logística e logística reversa até chegarmos à logística verde, que é um tema muito atual.

Podemos observar que o sucesso das empresas está relacionado ao meio ambiente,

pois os consumidores estão cada vez mais preocupados com a preservação do meio onde

vivem, por isso as organizações tem que se adequar as exigências do consumidor final e eles

querem empresas com responsabilidade sócio-ambiental, que se preocupem com o meio

ambiente.

Pensando nessa preservação as organizações tem planejado estratégias para atuarem

com a logística verde em conjunto com a reversa, pois assim conseguem trazer seus produtos

de volta para a empresa, onde vão ter uma melhor destinação, seja ela reutilizar, reciclar ou

tentar reduzir o impacto no meio ambiente.

Essas estratégias trazem para as empresas grandes benefícios econômicos, pois podem

reutilizar produtos ou até mesmo reciclar e criarem novos produtos, com isso diminui o valor

do produto se tornando competitivas no mercado, e assim aparecem como organizações com

responsabilidades sócio-ambientais.

Esse conjunto de atividades logísticas vem agradando muitos os acionistas e donos de

organizações que recebem relatórios de lucros obtidos através de um sistema de logística

verde bem elaborada.

Diante da pesquisa apresentada fica claro que a logística verde não veio apenas para

aperfeiçoar os sistemas logísticos, mas também para tornarem as empresas responsáveis e

preocupadas com o meio ambiente, com isso conseguem se diferenciarem das demais

concorrentes e diminuir o impacto ambiental.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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ANEXO A

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, DE 23 DE JANEIRO DE 1986

Publicado no D. O . U de 17 /02/86.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - IBAMA, no uso das

atribuições que lhe confere o artigo 48 do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, para

efetivo exercício das responsabilidades que lhe são atribuídas pelo artigo 18 do mesmo

decreto, e considerando a necessidade de se estabelecerem as definições, as responsabilidades,

os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto

Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, RESOLVE:

Art. 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer

alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por

qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou

indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais.

Art. 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo

relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual

competente, e do IBAMA e1n caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras

do meio ambiente, tais como:

I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;

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II - Ferrovias;

III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;

IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei

nº 32, de 18.11.66;

V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de

esgotos sanitários;

VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;

VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como:

barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de

canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e

embocaduras, transposição de bacias, diques;

VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);

IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de

Mineração;

X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou

perigosos;

Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia

primária, acima de 10MW;

XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos,

siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos

hídricos);

XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;

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XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100

hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de

importância do ponto de vista ambiental;

XV - Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de

relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais

competentes;

XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior

a dez toneladas por dia.

Art. 3º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo RIMA,

a serem submetidos à aprovação do IBAMA, o licenciamento de atividades que, por lei, seja

de competência federal.

Art. 4º - Os órgãos ambientais competentes e os órgãos setoriais do SISNAMA

deverão compatibilizar os processos de licenciamento com as etapas de planejamento e

implantação das atividades modificadoras do meio ambiente, respeitados os critérios e

diretrizes estabelecidos por esta Resolução e tendo por base a natureza o porte e as

peculiaridades de cada atividade.

Art. 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os

princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às

seguintes diretrizes gerais:

I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto,

confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;

II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas

fases de implantação e operação da atividade;

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III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente

afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os

casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;

lV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em

implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.

Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental o órgão

estadual competente, ou o IBAMA ou, quando couber, o Município, fixará as diretrizes

adicionais que, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área, forem

julgadas necessárias, inclusive os prazos para conclusão e análise dos estudos.

Art. 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes

atividades técnicas:

I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição

e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar

a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando:

a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os

recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime

hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;

b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora,

destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico,

raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente;

c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da

água e a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e

culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos

ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.

II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através

de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis

impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos),

diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau

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de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e

benefícios sociais.

III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os

equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada

uma delas.

lV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os

impactos positivos e negativos), indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.

Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto Ambiental o órgão

estadual competente; ou o IBAMA ou quando couber, o Município fornecerá as instruções

adicionais que se fizerem necessárias, pelas peculiaridades do projeto e características

ambientais da área.

Art. 7º - O estudo de impacto ambiental será realizado por equipe multidisciplinar

habilitada, não dependente direta ou indiretamente do proponente do projeto e que será

responsável tecnicamente pelos resultados apresentados.

Art. 8º - Correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos

referentes á realização do estudo de impacto ambiental, tais como: coleta e aquisição dos

dados e informações, trabalhos e inspeções de campo, análises de laboratório, estudos

técnicos e científicos e acompanhamento e monitoramento dos impactos, elaboração do

RIMA e fornecimento de pelo menos 5 (cinco) cópias,

Art. 9º - O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá as conclusões do estudo de

impacto ambiental e conterá, no mínimo:

I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com

as políticas setoriais, planos e programas governamentais;

II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais,

especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as

matérias-primas, e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnica operacionais, os

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prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a serem

gerados;

III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área

de influência do projeto;

IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e

operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de

incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para sua

identificação, quantificação e interpretação;

V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência,

comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a

hipótese de sua não realização;

VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em

relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau

de alteração esperado;

VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;

VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e

comentários de ordem geral).

Parágrafo Único - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua

compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por

mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se

possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as conseqüências

ambientais de sua implementação.

Art. 10º - O órgão estadual competente, ou o IBAMA ou, quando couber, o Município

terá um prazo para se manifestar de forma conclusiva sobre o RIMA apresentado.

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Parágrafo Único - O prazo a que se refere o caput deste artigo terá o seu termo inicial

na data do recebimento pelo estadual competente ou pela SEMA do estudo do impacto

ambiental e seu respectivo RIMA.

Art. 11º - Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo

interessado o RIMA será acessível ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos

interessados, nos centros de documentação ou bibliotecas da SEMA e do estadual de controle

ambiental correspondente, inclusive o período de análise técnica,

§ 1º - Os órgãos públicos que manifestarem interesse, ou tiverem relação direta com o

projeto, receberão cópia do RIMA, para conhecimento e manifestação,

§ 2º - Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental e apresentação do

RIMA, o estadual competente ou o IBAMA ou, quando couber o Município, determinará o

prazo para recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais

interessados e, sempre que julgar necessário, promoverá a realização de audiência pública

para informação sobre o projeto e seus impactos ambientais e discussão do RIMA,

Art. 12º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Flávio Peixoto da Silveira

(Alterada pela Resolução nº 011/86)

(Vide item I - 3º da Resolução 005/87)

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001-A, DE 23 DE JANEIRO DE 1986.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das

atribuições que lhe confere o inciso II do artigo 7º do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de

1983, alterado pelo Decreto nº 91.305, de 3 de junho de 1985, e o artigo 48 do mesmo

diploma legal, e considerando o crescente número de cargas perigosas que circulam próximas

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as áreas densamentes povoadas, de proteção de mananciais, reservatórios de água e de

proteção do ambiente natural, bem como a necessidade de se obterem níveis adequados de

segurança no seu transporte, para evitar a degradação ambiental e prejuízos à saúde,

RESOLVE:

Art. 1º - Quando considerado conveniente pelos Estados, o transporte de produtos

perigosos, em seus territórios, deverá ser efetuado mediante medidas essenciais

complementares às estabelecidas pelo Decreto nº 88.821, de 6 de outubro de1983.

Art. 2º - Os órgãos estaduais de meio ambiente deverão ser comunicados pelo

transportador de produtos perigosos, com a antecedência mínima de setenta e duas horas de

sua efetivação, a fim de que sejam adotadas as providências cabíveis.

Art. 3º - Na hipótese de que trata o artigo 1º, o CONAMA recomendo aos órgãos

estaduais de meio ambiente que definam em conjunto com os órgãos de trânsito, os cuidados

especiais a serem adotados.

Art. 4º - A presente Resolução, entra em vigor na data de sua publicação.

Deni Lineu Schwartz

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ANEXO B

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 257, DE 30 DE JUNHO DE 1999.

Correlações:

- Revogada pela Resolução nº 401/08

- Alterada pela Resolução n° 263/99 (acrescentado inciso IV no art. 6º)

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, no uso das atribuições e

competências que lhe são conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981 e pelo

Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990, e conforme o disposto em seu Regimento Interno,

e

Considerando os impactos negativos causados ao meio ambiente pelo descarte

inadequado de pilhas e baterias usadas;

Considerando a necessidade de se disciplinar o descarte e o gerenciamento

ambientalmente adequado de pilhas e baterias usadas, no que tange à coleta, reutilização,

reciclagem, tratamento ou disposição final;

Considerando que tais resíduos além de continuarem sem destinação adequada e

contaminando o ambiente necessitam, por suas especificidades, de procedimentos especiais

ou diferenciados, resolve:

Art. 1º - As pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio,

mercúrio e seus compostos, necessárias ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos,

veículos ou sistemas, móveis ou fixos, bem como os produtos eletro-eletrônicos que as

contenham integradas em sua estrutura de forma não substituível, após seu esgotamento

energético, serão entregues pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à

rede de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes

ou importadores, para que estes adotem, diretamente ou por meio de terceiros, os

procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente

adequada.

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Parágrafo Único. As baterias industriais constituídas de chumbo, cádmio e seus

compostos, destinadas a telecomunicações, usinas elétricas, sistemas ininterruptos de

fornecimento de energia, alarme, segurança, movimentação de cargas ou pessoas, partida de

motores diesel e uso geral industrial, após seu esgotamento energético, deverão ser entregues

pelo usuário ao fabricante ou ao importador ou ao distribuidor da bateria, observado o mesmo

sistema químico, para os procedimentos referidos no caput deste artigo.

Art. 2º - Para os fins do disposto nesta Resolução, considera-se:

I - bateria: conjunto de pilhas ou acumuladores recarregáveis interligados

convenientemente.(NBR 7039/87);

II - pilha: gerador eletroquímico de energia elétrica, mediante conversão

geralmente irreversível de energia química.(NBR 7039/87);

III - acumulador chumbo–ácido: acumulador no qual o material ativo das

placas positivas é constituído por compostos de chumbo, e os das placas negativas

essencialmente por chumbo, sendo o eletrólito uma solução de ácido sulfúrico. (NBR

7039/87);

IV - acumulador (elétrico): dispositivo eletroquímico constituído de um

elemento, eletrólito e caixa, que armazena, sob forma de energia química a energia elétrica

que lhe seja fornecida e que a restitui quando ligado a um circuito consumidor.(NBR

7039/87);

V - baterias industriais: são consideradas baterias de aplicação industrial,

aquelas que se destinam a aplicações estacionárias, tais como telecomunicações, usinas

elétricas, sistemas ininterruptos de fornecimento de energia, alarme e segurança, uso geral

industrial e para partidas de motores diesel, ou ainda tracionárias, tais como as utilizadas para

movimentação de cargas ou pessoas e carros elétricos;

VI - baterias veiculares: são consideradas baterias de aplicação veicular

aquelas utilizadas para partidas de sistemas propulsores e/ou como principal fonte de energia

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em veículos automotores de locomoção em meio terrestre, aquático e aéreo, inclusive de

tratores, equipamentos de construção, cadeiras de roda e assemelhados;

VII - pilhas e baterias portáteis: são consideradas pilhas e baterias portáteis

aquelas utilizadas em telefonia, e equipamentos eletro-eletrônicos, tais como jogos,

brinquedos, ferramentas elétricas portáteis, informática, lanternas, equipamentos fotográficos,

rádios, aparelhos de som, relógios, agendas eletrônicas, barbeadores, instrumentos de

medição, de aferição, equipamentos médicos e outros;

VIII - pilhas e baterias de aplicação especial: são consideradas pilhas e

baterias de aplicação especial aquelas utilizadas em aplicações específicas de caráter

científico, médico ou militar e aquelas que sejam parte integrante de circuitos eletro-

eletrônicos para exercer funções que requeiram energia elétrica ininterrupta em caso de fonte

de energia primária sofrer alguma falha ou flutuação momentânea.

Art. 3º - Os estabelecimentos que comercializam os produtos descritos no art.1º, bem

como a rede de assistência técnica autorizada pelos fabricantes e importadores desses

produtos, ficam obrigados a aceitar dos usuários a devolução das unidades usadas, cujas

características sejam similares àquelas comercializadas, com vistas aos procedimentos

referidos no art. 1º.

Art. 4º - As pilhas e baterias recebidas na forma do artigo anterior serão

acondicionadas adequadamente e armazenadas de forma segregada, obedecidas as normas

ambientais e de saúde pública pertinentes, bem como as recomendações definidas pelos

fabricantes ou importadores, até o seu repasse a estes últimos.

Art. 5º - A partir de 1o de janeiro de 2000, a fabricação, importação e comercialização

de pilhas e baterias deverão atender aos limites estabelecidos a seguir:

I - com até 0,025% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-

manganês e alcalina-manganês;

II - com até 0,025% em peso de cádmio, quando forem do tipo zinco-

manganês e alcalina-manganês;

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III - com até 0,400% em peso de chumbo, quando forem do tipo zinco-

manganês e alcalina-manganês;

IV - com até 25 mg de mercúrio por elemento, quando forem do tipo pilhas

miniaturas e botão.

Art. 6º A partir de 1o de janeiro de 2001, a fabricação, importação e comercialização

de pilhas e baterias deverão atender aos limites estabelecidos a seguir:

I - com até 0,010% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-

manganês e alcalina-manganês;

II - com até 0,015% em peso de cádmio, quando forem dos tipos alcalina-

manganês e zinco-manganês;

III - com até 0,200% em peso de chumbo, quando forem dos tipos alcalina-

manganês e zinco-manganês.

Art. 7º - Os fabricantes dos produtos abrangidos por esta Resolução deverão conduzir

estudos para substituir as substâncias tóxicas potencialmente perigosas neles contidas ou

reduzir o teor das mesmas, até os valores mais baixos viáveis tecnologicamente.

Art. 8º - Ficam proibidas as seguintes formas de destinação final de pilhas e baterias

usadas de quaisquer tipos ou características:

I - lançamento "in natura" a céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais;

II - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações ou equipamentos não

adequados, conforme legislação vigente;

III - lançamento em corpos d'água, praias, manguezais, terrenos baldios,

poços ou cacimbas, cavidades subterrâneas, em redes de drenagem de águas pluviais, esgotos,

eletricidade ou telefone, mesmo que abandonadas, ou em áreas sujeitas à inundação.

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Art. 9º - No prazo de um ano a partir da data de vigência desta resolução, nas matérias

publicitárias, e nas embalagens ou produtos descritos no art. 1º deverão constar, de forma

visível, as advertências sobre os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, bem como a

necessidade de, após seu uso, serem devolvidos aos revendedores ou à rede de assistência

técnica autorizada para repasse aos fabricantes ou importadores.

Art. 10º - Os fabricantes devem proceder gestões no sentido de que a incorporação de

pilhas e baterias, em determinados aparelhos, somente seja efetivada na condição de poderem

ser facilmente substituídas pelos consumidores após sua utilização, possibilitando o seu

descarte independentemente dos aparelhos.

Art. 11º - Os fabricantes, os importadores, a rede autorizada de assistência técnica e os

comerciantes de pilhas e baterias descritas no art. 1º ficam obrigados a, no prazo de doze

meses contados a partir da vigência desta resolução, implantar os mecanismos operacionais

para a coleta, transporte e armazenamento.

Art. 12º - Os fabricantes e os importadores de pilhas e baterias descritas no art. 1º

ficam obrigados a, no prazo de vinte e quatro meses, contados a partir da vigência desta

Resolução, implantar os sistemas de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final,

obedecida a legislação em vigor.

Art. 13º - As pilhas e baterias que atenderem aos limites previstos no artigo 6º poderão

ser dispostas, juntamente com os resíduos domiciliares, em aterros sanitários licenciados.

Parágrafo Único. Os fabricantes e importadores deverão identificar os produtos

descritos no caput deste artigo, mediante a aposição nas embalagens e, quando couber, nos

produtos, de símbolo que permita ao usuário distinguí-los dos demais tipos de pilhas e

baterias comercializados.

Art. 14º - A reutilização, reciclagem, tratamento ou a disposição final das pilhas e

baterias abrangidas por esta resolução, realizadas diretamente pelo fabricante ou por terceiros,

deverão ser processadas de forma tecnicamente segura e adequada, com vistas a evitar riscos à

saúde humana e ao meio ambiente, principalmente no que tange ao manuseio dos resíduos

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pelos seres humanos, filtragem do ar, tratamento de efluentes e cuidados com o solo,

observadas as normas ambientais, especialmente no que se refere ao licenciamento da

atividade.

Parágrafo Único. Na impossibilidade de reutilização ou reciclagem das pilhas e

baterias descritas no art. 1º, a destinação final por destruição térmica deverá obedecer as

condições técnicas previstas na NBR - 11175 - Incineração de Resíduos Sólidos Perigosos - e

os padrões de qualidade do ar estabelecidos pela Resolução CONAMA no 03, de 28 de junho

de l990.

Art. 15º - Compete aos órgãos integrantes do SISNAMA, dentro do limite de suas

competências, a fiscalização relativa ao cumprimento das disposições desta resolução.

Art. 16º - O não cumprimento das obrigações previstas nesta Resolução sujeitará os

infratores às penalidades previstas nas Leis no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e no 9.605, de

12 de fevereiro de 1998.

Art. 17º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

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ANEXO C

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 258, DE 26 DE AGOSTO DE 1999

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das

atribuições que lhe são conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981,

regulamentada pelo Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990 e suas alterações, tendo

em vista o disposto em seu Regimento Interno, e

Considerando que os pneumáticos inservíveis abandonados ou dispostos

inadequadamente constituem passivo ambiental, que resulta em sério risco ao meio

ambiente e à saúde pública;

Considerando que não há possibilidade de reaproveitamento desses pneumáticos

inservíveis para uso veicular e nem para processos de reforma, tais como recapagem,

recauchutagem e remoldagem;

Considerando que uma parte dos pneumáticos novos, depois de usados, pode ser

utilizada como matéria prima em processos de reciclagem;

Considerando a necessidade de dar destinação final, de forma ambientalmente

adequada e segura, aos pneumáticos inservíveis, resolve:

Art.1º - As empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam

obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus

inservíveis existentes no território nacional, na proporção definida nesta Resolução

relativamente às quantidades fabricadas e/ou importadas.

Parágrafo Único. As empresas que realizam processos de reforma ou de

destinação final ambientalmente adequada de pneumáticos ficam dispensadas de atender

ao disposto neste artigo, exclusivamente no que se refere a utilização dos quantitativos

de pneumáticos coletados no território nacional.

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Art. 2º - Para os fins do disposto nesta Resolução, considera-se:

I - pneu ou pneumático: todo artefato inflável, constituído basicamente

por borracha e materiais de reforço utilizados para rodagem em veículos;

II - pneu ou pneumático novo: aquele que nunca foi utilizado para

rodagem sob qualquer forma, enquadrando-se, para efeito de importação, no código

4011 da Tarifa Externa Comum-TEC;

III - pneu ou pneumático reformado: todo pneumático que foi

submetido a algum tipo de processo industrial com o fim específico de aumentar sua

vida útil de rodagem em meios de transporte, tais como recapagem, recauchutagem ou

remoldagem, enquadrando-se, para efeitos de importação, no código 4012.10 da Tarifa

Externa Comum-TEC;

IV - pneu ou pneumático inservível: aquele que não mais se presta a

processo de reforma que permita condição de rodagem adicional.

Art. 3º - Os prazos e quantidades para coleta e destinação final, de forma

ambientalmente adequada, dos pneumáticos inservíveis de que trata esta Resolução, são

os seguintes:

I - a partir de 1o de janeiro de 2002: para cada quatro pneus novos

fabricados no País ou pneus importados, inclusive aqueles que acompanham os veículos

importados, as empresas fabricantes e as importadoras deverão dar destinação final a

um pneu inservível;

II - a partir de 1o de janeiro de 2003: para cada dois pneus novos

fabricados no País ou pneus importados, inclusive aqueles que acompanham os veículos

importados, as empresas fabricantes e as importadoras deverão dar destinação final a

um pneu inservível;

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III - a partir de 1o de janeiro de 2004:

a) para cada um pneu novo fabricado no País ou pneu novo

importado, inclusive aqueles que acompanham os veículos importados, as empresas

fabricantes e as importadoras deverão dar destinação final a um pneu inservível;

b) para cada quatro pneus reformados importados, de qualquer

tipo, as empresas importadoras deverão dar destinação final a cinco pneus inservíveis;

IV - a partir de 1o de janeiro de 2005:

a) para cada quatro pneus novos fabricados no País ou pneus

novos importados, inclusive aqueles que acompanham os veículos importados, as

empresas fabricantes e as importadoras deverão dar destinação final a cinco pneus

inservíveis;

b) para cada três pneus reformados importados, de qualquer

tipo, as empresas importadoras deverão dar destinação final a quatro pneus inservíveis.

Parágrafo Único. O disposto neste artigo não se aplica aos pneumáticos

exportados ou aos que equipam veículos exportados pelo País.

Art. 4º - No quinto ano de vigência desta Resolução, o CONAMA, após

avaliação a ser procedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis - IBAMA, reavaliará as normas e procedimentos estabelecidos

nesta Resolução.

Art. 5º - O IBAMA poderá adotar, para efeito de fiscalização e controle, a

equivalência em peso dos pneumáticos inservíveis.

Art. 6º - As empresas importadoras deverão, a partir de 1o de janeiro de 2002,

comprovar junto ao IBAMA, previamente aos embarques no exterior, a destinação final,

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de forma ambientalmente adequada, das quantidades de pneus inservíveis estabelecidas

no art. 3º desta Resolução, correspondentes às quantidades a serem importadas, para

efeitos de liberação de importação junto ao Departamento de Operações de Comércio

Exterior-DECEX, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Art. 7º - As empresas fabricantes de pneumáticos deverão, a partir de 1o de

janeiro de 2002, comprovar junto ao IBAMA, anualmente, a destinação final, de forma

ambientalmente adequada, das quantidades de pneus inservíveis estabelecidas no art. 3º

desta Resolução, correspondentes às quantidades fabricadas.

Art. 8º - Os fabricantes e os importadores de pneumáticos poderão efetuar a

destinação final, de forma ambientalmente adequada, dos pneus inservíveis de sua

responsabilidade, em instalações próprias ou mediante contratação de serviços

especializados de terceiros.

Parágrafo Único. As instalações para o processamento de pneus inservíveis e a

destinação final deverão atender ao disposto na legislação ambiental em vigor, inclusive

no que se refere ao licenciamento ambiental.

Art. 9º - A partir da data de publicação desta Resolução fica proibida a

destinação final inadequada de pneumáticos inservíveis, tais como a disposição em

aterros sanitários, mar, rios, lagos ou riachos, terrenos baldios ou alagadiços, e queima a

céu aberto.

Art. 10º - Os fabricantes e os importadores poderão criar centrais de recepção de

pneus inservíveis, a serem localizadas e instaladas de acordo com as normas ambientais

e demais normas vigentes, para armazenamento temporário e posterior destinação final

ambientalmente segura e adequada.

Art. 11º - Os distribuidores, os revendedores e os consumidores finais de pneus,

em articulação com os fabricantes, importadores e Poder Público, deverão colaborar na

adoção de procedimentos, visando implementar a coleta dos pneus inservíveis existentes

no País.

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Art. 12º - O não cumprimento do disposto nesta Resolução implicará as sanções

estabelecidas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, regulamentada pelo Decreto

no 3.179, de 21 de setembro de 1999.

Art. 13º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ SARNEY FILHO JOSÉ CARLOS CARVALHO

Presidente do CONAMA Secretário-Executivo