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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” LOGÍSTICA DE ESTOQUE Por: Jorge Claudio Plastína Ribeiro Tutor ou orientador Prof. Ms. Marco A. Larosa Rio de Janeiro Dezembro 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

LOGÍSTICA DE ESTOQUE

Por: Jorge Claudio Plastína Ribeiro

Tutor ou orientador Prof. Ms. Marco A. Larosa

Rio de Janeiro Dezembro 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

LOGÍSTICA DE ESTOQUE

Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Cândido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Marketing no Mercado Globalizado. Por: Jorge Claudio Plastína Ribeiro

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Dedicatória Para as pessoas

que inventaram as suas próprias leis, quando sabem ter razão; Para as que têm

um prazer especial em fazer coisas bem

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feitas, nem que seja só para elas; Para as que sabem

que a vida e algo mais do que aquilo que os nossos olhos vêem...

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Agradecimentos

Agradeço,

primeiramente a Deus, por ter-me concedido a oportunidade de fazer este curso. Agradeço aos meus

familiares pela força que me deram

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e pela paciência que tiveram. Agradeço aos

professores e aos colegas a oportunidade de aprender com eles conteúdos que me enriqueceram profissional-mente.

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RESUMO

Já no início deste trabalho pudemos verificar, quão amplo é o

alcance e a importância da Logística de Estoque, tanto para as empresas

privadas quanto para as públicas.

Observamos o conceito dos componentes os quais englobam, assim

como a importância do tempo, o reflexo no estoque, distribuição física e seus

conceitos.

Foi demonstrado o desenho da rede Logística, sua abrangência

desde a intermediação, tipos de classificação, fornecedores e geográfica,

adaptado cada um a seu problema específico.

Métodos de previsão e técnicas, avaliamos seus custos, controle e

níveis de estoque. A armazenagem foi destaque nas suas diversas formas, como

também a influência logística nas táticas. Outro ponto evidenciado foi a escolha

dos meios de transporte, custos e finalmente um caso “in loco”: a Fábrica de

Lubrificantes Texaco.

Com certeza uma viagem muito interessante, a todos os detalhes da

Logística de Estoque.

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ABSTRACT

Since the very beginning of this essay, we could observe the

importance and the targets of Logistic Supplies, both to private and state

companies.

It was noticed the concept of this components, as well as the

importance of time and its consequences in the supplies, its distribution and

concepts.

It was shown the Logistic network design, embracing different

branches since its intervention, types of classification, suppliers and geography,

duly adapted to each specific situation.

Due to forecast and specific methods, we could evaluate its costs,

controlling system and level of supply. The storage was highlighted in its different

ways as well as the logistic influence on the procedures. Another aspect was the

selection of the means of transportation, cost and, finally, a case “in loco”, the

Texaco Lubricant Factory.

It was, for sure, a very interesting tour, in terms of comprising all the

details of Logistic of supplies.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................

capítulo I – O CONCEITO DO SISTEMA LOGíSTICO........................................12

1.1. OBJETIVOS E ÂMBITOS......................................................................................... 12

1.2. IMPORTÂNCIA ...................................................................................................... 13

1.3. ESTRUTURA DO SISTEMA LOGÍSTICO ................................................................... 14

1.4. DISTRIBUIÇÃO FÍSICA E CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO.............................................. 15

1.5. LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO ................................................................................. 16

1.6. LOGÍSTICA NO SISTEMA INDUSTRIAL ................................................................... 17

CAPÍTULO II DESENHANDO A REDE LOGíSTICA .......................................... 18

2.1. REDE LOGÍSTICA.................................................................................................. 18

2.2. O PAPEL DE INTERMEDIAÇÃO DO SETOR DE LOGÍSTICA ...................................... 19

2.3. REDE DE SUPRIMENTO E REDE DE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA ..................................... 19

2.4. DESENHO DA REDE DE SUPRIMENTO.................................................................... 20

2.5. DESENHO DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO ................................................................. 21

capítulo III ESTOQUES, SEGURANçA DO ATENDIMENTO E PROVISõES....23

3.1. PREVISÃO PARA ESTOQUES .................................................................................. 23 3.1.1. Classificação das Técnicas de Previsão ................................................. 23

3.2. MÉTODO ABC ..................................................................................................... 24

3.3. LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS .......................................................................... 25

3.4. CONTROLE DE ESTOQUES..................................................................................... 26 3.4.1. Níveis de Estoque .................................................................................... 27 3.4.2. Tipos de Estoque Existentes em uma Fábrica......................................... 28 3.4.3. Política de Controle de Estoque ............................................................. 29

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capítulo IV ARMAZENAGEM DE PRODUTOS..................................................

4.1. ARRANJO DOS DIVERSOS PRODUTOS NO ARMAZÉM ............................................ 30

4.2. FORMAS DE MOVIMENTAÇÃO .............................................................................. 30

4.3. FORMAS DE ARMAZENAGEM................................................................................ 31

4.4. INFLUÊNCIA DA LOGÍSTICA NAS FÁBRICAS .......................................................... 32

4.5. ARMAZENAGEM E OPERAÇÃO DE ARMAZÉNS ...................................................... 33

capítulo V TRANSPORTE..................................................................

5.1. ESTRUTURA ......................................................................................................... 35

5.2. MODALIDADES DE TRANSPORTE .......................................................................... 36 5.2.1. Modo Rodoviário .................................................................................... 36 5.2.2. Modo Ferroviário.................................................................................... 37 5.2.3. Modo Marítimo de Cabotagem ............................................................... 37 5.2.4. Modo Aéreo............................................................................................. 38

5.3. TRANSFERÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO........................................................................ 39

5.4. CUSTOS DE TRANSPORTES ................................................................................... 39 5.4.1. Custos Diretos e Indiretos....................................................................... 39 5.4.2. Custos Variáveis e Custos Fixos ............................................................. 40

capítulo VI O CASO TEXACO...............................................................

CONCLUSÃO ............................................................................

BIBLIOGRAFIA...........................................................................

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INTRODUÇÃO

As transformações de formas primitivas e agrárias em economias

modernas à produção em massa integradas entre si, facilitaram a mudança na

tecnologia.

Essas mudanças foram possíveis com o desenvolvimento dos

instrumentos logísticos; e na ausência destes, as economias permanecem

isoladas.

Mais recentemente, em outros países que atravessaram o processo

de desenvolvimento econômico, também reconheceram a necessidade de

melhorar seus sistemas de distribuição física e comunicações.

Com esse processo, procuram métodos próprios de desenvolver

estas capacidades o mais rapidamente possível. A União Soviética, por exemplo,

enfrenta desde a última Guerra Mundial, o problema de construir e integrar sua

economia sem entretanto destinar uma parcela muito grande de seus recursos à

reconstrução de seus sistemas ferroviário e rodoviário, que são totalmente

primitivos e inadequados.

O conceito de Sistema Logístico tornou-se aceito, devido a

necessidade de projetar e administrar o sistema como um todo.

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Em vez de funções independentes, os meios de comunicação e

tecnologia contribuem, no objetivo que possam obter decisões mais sofisticadas.

Este trabalho constitui em apresentar o conceito de Sistema

Logístico, e a sua importância, estrutura, distribuição física, levantamento dos

elementos e técnicas de análise que o compõem; e a influência de Logística nas

fábricas que possam ser úteis no projeto e administração das empresas que

utilizam o sistema.

O estudo da logística utiliza conhecimentos básicos necessários que

são na realidade, quase que cem por cento bom censo, associada a uma postura

metódica e organizada, a finalidade básica é a de apresentar conceitos, técnicas

e soluções na área de logística que sejam diretamente úteis para o empresário,

administradores de empresa e operadores de transporte.

O assunto apresentado foi desenvolvido através de uma pesquisa

bibliográfica na qual foi enfatizada a importância da logística de estoque para a

alta administração de uma empresa.

Finalmente, apresentamos um Estudo de Caso, em que analisamos

a Logística do Estoque de Lubrificantes da empresa Texaco Brasil Produtos de

Petróleo S.A.

A escolha do tema Logística ocorreu em função do meu interesse,

em conhecer intrinsecamente a importância do estoque em uma grande empresa.

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CAPÍTULO I

O CONCEITO DO SISTEMA LOGÍSTICO

1.1. OBJETIVOS E ÂMBITOS

A palavra Logística é de origem francesa. Era usada no meio militar,

que significava a arte de transportar, abastecer e alojar trocas. Seu significado foi

alterado para o uso industrial, como a arte de administrar o fluxo de materiais e

produtos. O Sistema Logístico inclui o fluxo total de materiais, desde a aquisição

da matéria-prima até a entrega dos produtos acabados aos usuários finais1

O Sistema Logístico engloba vários componentes, tais como:

1. Estoque do produto å São componentes reguladores entre as

fases de transporte, fabricação e processamento; podendo ser

armazenados no local de produção ou então, no próprio cliente.

2. Aquisição e controle de matéria-prima å São elementos

importantes para a manutenção da produção;

1 MAGEE, John F.. Tradução: Ana Lúcia Boucinhas. Logística Industrial. Análise e

Administração dos Sistemas de Suprimento e Distribuição. São Paulo: Pioneira, pg. I.

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3. Meios de transporte e entrega local å São responsáveis pelo

transporte do produto da fábrica até o consumidor. O custo do

transporte é considerado como de distribuição, não importando

quem deverá honrar com seu pagamento;

4. Capacidade da Produção e Conversão å Os elementos de

produção não devem só produzir os requisitos médios, mas

também de enfrentar as flutuações da procura total e as

variações da demanda entre os produtos;

5. Armazéns å São os vários locais por onde o produto pode ser

estocado, até chegar ao consumidor final;

6. Comunicações e controle å É o administrador do Sistema

Logístico; é responsável pelo pedido do consumidor e pelo

translado do material;

7. Recursos Humanos å É responsável pela parte não material do

Sistema Logístico.

1.2. IMPORTÂNCIA

Para as empresas, tanto públicas quanto privadas, o Sistema

Logístico exerce uma grande influência no equilíbrio/custo da empresa, devido à

sua eficácia na disponibilidade dos materiais aos usuários, tornando assim uma

importância econômica às Empresas.

A Administração Industrial foi atraída ao Sistema Logístico, devido ao

aumento da eficiência de operações isoladas de aquisição, produção ou venda; as

batalhas pelo controle da distribuição e pelos aperfeiçoamentos tecnológicos.

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1.3. ESTRUTURA DO SISTEMA LOGÍSTICO

O sistema Logístico tem como principais elementos:

pontos de estoque;

operações de transporte;

fabricação e processamento;

comunicação e centro de controle.

As operações de transporte e fabricação modificam o produto,

transformando a sua forma e o seu lugar. Isto é lógico, porque ambos os tipos de

operação mudam o produto. O Sistema Logístico é fundamental quando o

assunto é estoque; ele é usado para manter as operações separadas, e com isso

permitir um planejamento e controle, quase independente de cada operação.

O elemento essencial na Administração Logística é o tempo.

Existem dois tipos de tempos que são críticos: o tempo atualmente necessário

para fazer algo (produzir um item ou transferir um carregamento de um ponto a

outro) e o tempo tolerado antes do início de uma atividade.

O tempo é fundamental quando se fala em estoque; e a diferença no

tempo de pedido até a sua entrega pode afetar tanto a disponibilidade do produto

quanto a segurança do atendimento. Se utilizar técnicas lentas de comunicação,

processamento e transporte; pode acarretar em um baixo nível de disponibilidade

do produto. Os estoques da maioria dos itens são distribuídos para vários pontos

de vendas no objetivo de se obter boa segurança, e manter um estoque médio

elevado para acompanhar as flutuações. Com isso, é importante o tempo total

necessário para completar o ciclo de pedidos do que um corte drástico no tempo

de comunicação, sem antes mesmo saber como está o andamento dos outros

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elementos do ciclo, o que atrasará o retorno da resposta. É preferível um

equilíbrio na redução do tempo de resposta total.

1.4. DISTRIBUIÇÃO FÍSICA E CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Hoje, a maioria das empresas controla uma pequena parte do canal

de distribuição. Os fabricantes controlam apenas a produção e a estocagem

centrai. O transporte para os distribuidores atacadistas está sendo terceirizado,

passando a controlar uma importante parcela dos sistemas de distribuição.

Muitas empresas estão estudando modificações nos padrões de

distribuição utilizados. Como exemplo, temos os fabricantes de alimentos que estão

tentando implantar sistemas múltiplos, onde os canais tradicionais de venda por

atacado são suplementados pelo fornecimento direto aos centros de distribuição das

cadeias de loja, no caso dos fabricantes de utensílios domésticos; além de administrar

a distribuição física, ele também controla a movimentação do produto pelo varejo.

Os meios de comunicação estão conseguindo que os atacadistas

percam sua função tradicional “vendas atacadistas” para as fábricas, porque

através destes meios os fabricantes estão conseguindo atingir diretamente os

consumidores com suas propagandas e pesquisas de mercado. E com a falta de

agressividade em Marketing e a dependência dos fabricantes, os atacadistas

estão construindo sua própria falência.

A disputa entre atacadistas e fabricantes pela preferência do

consumidor, acarretou em mudanças significativas no sistema de distribuição

física, levando aos grandes varejistas procurarem diretamente as fontes para o

abastecimento de seus estoques, estabelecendo seus centros de combinação de

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produtos e suprimentos de loja, maior disponibilidade de estoque e entrega direta

ao consumidor.

1.5. LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO

Quando considera as relações com o ambiente, no que diz respeito

à matéria-prima, nota-se a existência de um subsistema denominado Logística de

Suprimento. Seus principais itens são:

Extração ou retirada de matéria-prima na sua origem e

preparo para o transporte;

Deslocamento da matéria-prima, desde a jazida até o local da

manufatura, que corresponde ao transporte;

Estocagem da matéria-prima na fábrica, aguardando que os

produtos sejam manufaturados.

No processo de suprimento, surgem diversos problemas

encontrados na Logística de Distribuição de produtos acabados. Um deles é o da

diversificação da compra de matéria-prima. É mais conveniente para a empresa

não se abastecer de um fornecedor, mas de vários, por motivos estratégicos.

Então, aparecem questões do tipo:

Quantas devem ser as fontes fornecedoras?

Qual a distância máxima para transportar a matéria-prima?

Qual a quantidade ideal para ser pedida a cada fornecedor?

Qual a modalidade de transporte a ser utilizada em cada

caso?

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1.6. LOGÍSTICA NO SISTEMA INDUSTRIAL

Se tomar como ponto de referência básica o setor de manufatura (a

fábrica), pode-se identificar algumas especializações típicas, no que se refere à

Logística.

É chamada de Logística de Materiais, tudo que lida com fluxos de

materiais de fora para dentro da manufatura, incluindo matéria-prima e outros

insumos (peças, componentes, outros produtos acabados, que vão integrar o

processo produtivo). A Logística de Materiais é também chamada de Suprimento,

Abastecimento; e em empresas menores, de setor de compras. Envolve

atividades ligadas à extração e transporte de suprimentos, armazenagem de

matéria-prima, etc.

A Logística de Distribuição Física opera de dentro para fora da

manufatura. Envolve as transferências de produtos entre a fábrica e os armazéns

próprios ou de terceiros, seus estoques, os subsistemas de entrega urbana e

interurbana de mercadorias, os armazéns e depósitos do sistema (movimentação

interna, embalagem, despacho, etc.), além de outros aspectos.

A Logística Interna, que cuida dos aspectos logísticos dentro da manufatura

em si, e por isso inserida dentro do PCP (Programação e Controle de Produção), é

usualmente tratada com o auxílio de metodologia própria, bastante específica.

É importante observar que os conceitos da Logística de Material2 e

da Logística de Distribuição são relativos. Logo, a Logística de Suprimento de

uma empresa pode representar a Logística de Distribuição de outra, se esta for a

fornecedora de seus componentes ou produtos intermediários.

2 Vide capítulo I, tópico 1.1. – “Objetivos e Âmbitos”.

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CAPÍTULO II

DESENHANDO A REDE LOGÍSTICA

2.1. REDE LOGÍSTICA

É a representação física dos pontos de origem e destino da

mercadoria, de forma a possibilitar a visualização do sistema logístico no seu

todo.3

A rede logística é importante como um todo; que abrange desde os

pontos de origem ou destino, meios de transporte existente, nas quantidades

preestabelecidas, etc.

O setor de Marketing vê a rede logística abstratamente, pois

conhece os canais de distribuição, os clientes e suas localizações; e sabe que

deverão ter deslocamento das fábricas até os armazéns. Sabe que os custos

devem ser baixos, para não afetar o orçamento da empresa.

3 NOVAES, Antônio Galvão N.. Logística Aplicada – .Suprimento e Distribuição Física.

Ed.Pioneira, 2”ed; 1994.

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2.2. O PAPEL DE INTERMEDIAÇÃO DO SETOR DE LOGÍSTICA

O setor de Marketing reflete as aspirações do mercado. Essas

aspirações precisam tornar-se concretas, de forma que o setor de Logística possa

executá-las dentro dos limites de prazo e de custo.

Na verdade, existe um terceiro setor na empresa, o de Finanças,

que trabalha de forma oposta ao setor de Marketing. O setor de Logística é quem

vai fazer o intercâmbio entre esses dois setores, solucionando de forma

satisfatória a ambos e à empresa como um todo, pois se não existisse o setor de

Logística na empresa, haveria grandes conflitos entre os setores de Marketing e

Finanças.

Um dos pontos que aquecem esses conflitos são os prazos de

entrega. O setor de Marketing exige que os prazos sejam os mais curtos

possíveis; e para o de Finanças, tanto faz prazos curtos ou longos.

No setor de Marketing, escolhe o meio de transporte mais nobre e

mais rápido, ou seja, sempre que possível o transporte aéreo; e por outro lado, o

setor financeiro visa o transporte mais econômico.

2.3. REDE DE SUPRIMENTO E REDE DE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA

Os anseios diferem bastante entre o setor de Suprimento e a

Distribuição Física. É possível coordenar o transporte de insumos com a

transferência/distribuição de produtos acabados, de maneira a aproveitar o

retorno dos veículos; com o objetivo de reduzir custos, pois parte da frota não

retornará vazia dos seus pontos de origem.

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Os desenhos da Rede de Suprimentos e o da Rede de Distribuição

devem ser realizados de forma separada, sempre que for possível.

Conseqüentemente, arranjará uma maneira de integrar as duas redes.

2.4. DESENHO DA REDE DE SUPRIMENTO

Na elaboração do desenho da Rede de Suprimento, alguns aspectos

deverão ser considerados.

As origens de suprimento são bastante variadas. Podem ser

classificados de acordo com os critérios, a seguir:

a) Quanto ao Tipo de Terminal:

Portos marítimos (ou fluviais);

Aeroportos;

Pátios ferroviários;

Terminais intermodais.

b) Quanto ao Tipo de Fornecedor:

Indústria ou produtor;

Atacadista (intermediário);

Jazida da própria empresa.

c) Quanto à Geografia:

Estados, capitais, regiões do interior;

Municípios;

Países (importação)

Para cada problema especifico, existirá uma origem, dependendo da

natureza dos produtos, diversificação da linha de produção da empresa (fábricas)

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e armazéns ou depósitos. Mas alguns cuidados devem ser tomados ao desenhar

a rede, como: A distribuição espacial dos nós (pontos de origem, fábrica,

depósitos ou armazéns, etc) na representação gráfica deve ser esquematizado,

mas visualizando as condições reais do problema. Se quiser representar a rede

na escala certa, com as ligações seguindo os percursos reais (estradas), chegará

a um desenho complexo. Mas, se o desenho for abstrato, sem ter uma relação

físico-espacial com a rede real, dificultará, ou até mesmo bloqueará a criatividade

dos participantes e o cruzamento de fluxos importantes na representação da rede.

Esses cruzamentos podem ser sempre evitados, escolhendo uma distribuição

conveniente dos pontos no papel.

2.5. DESENHO DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO

O Desenho da Rede de Distribuição é diferente ao da Rede de

Suprimentos. A rede de distribuição física é mais complexa do que a de

Suprimentos. Podem acontecer situações inversas, pois a Logística caracteriza-

se pela grande diversificação de casos e possibilidades.

Na distribuição física, os pontos de origem da mercadoria são

constituídos pelas fábricas e depósitos, próprios ou de terceiros (atacadistas, por

exemplo). Os pontos de destino, por sua vez, podem ser classificados conforme

os mesmo critérios definidos para os pontos de origem, no caso da Rede de

Suprimento. Isso acontece porque as características dos dois processos

(Suprimento e Distribuição Física) são opostas.

As mesmas observações da Rede de Suprimentos são válidas à

Rede de Distribuição. Uma característica complementar muito importante, que é

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válida aos dois processos, refere-se à busca interativa do melhor desenho para a

rede.

Ao elaborar o primeiro desenho da rede, vai notar uma série de

defeitos que dificultam o entendimento do desenho. Após analisar

cuidadosamente os defeitos de representação, erros e omissões, volta a elaborar

uma nova rede, que vai apresentar com menos imperfeições que a primeira.

Ocorre uma nova revisão, desenhando a rede e prosseguindo freqüentemente,

até chegar a um desenho estruturado espacial e funcional.

O objetivo desse projeto é de alcançar uma solução sistêmica para

os problemas logísticos, de forma a conseguir um consenso que satisfaça as

áreas de Marketing e Finanças da empresa. Esse passo é a base para que se

chegue a soluções efetivas na área de Logística; e deve ser sempre seguido nas

aplicações práticas.

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CAPÍTULO III

ESTOQUES, SEGURANÇA DO ATENDIMENTO E PROVISÕES

3.1. PREVISÃO PARA ESTOQUES

Tem como função estabelecer previsões futuras dos produtos acabados.

Na maioria das empresas, o gerente de materiais é o responsável por estas provisões,

onde estabelece quais, quanto e quando os produtos deverão ser adquiridos.

Para poder determinar as dimensões e a distribuição no tempo da

demanda dos produtos acabados, o gerente de material deve ter informações

quantitativas, como influência da propaganda, evolução das vendas no passado,

a previsão ligada as vendas, as variáveis que estão ligadas as vendas (PIB,

população, venda), e informações qualitativas, como as opiniões de vendedores,

gerentes, compradores e a pesquisa de mercado.

3.1.1. Classificação das Técnicas de Previsão

Projeção å Admitem que as vendas evoluem no tempo;

Explicação å Explicação de vendas passadas;

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Predileção å Vendas futuras são determinadas por

funcionários experientes e conhecedores de fatores que

influenciam nas vendas.

Existem alguns fatores que podem alterar o comportamento do

consumo como as influências sazonais, políticas, conjunturais, mudanças no

comportamento do cliente, evoluções técnicas, alteração da produção, os preços

do concorrente e produtos que não fazem parte da linha de produção.

Através de métodos estatísticos, ou após a entrada do pedido pode

ser apurado o consumo de uma determinada empresa. Quando não se consegue

alguns dados dos passado, torna-se muito difícil conseguir apurar o consumo.

Existem algumas técnicas quantitativas que podem calcular a

previsão de consumo, como:

Método do último período å utiliza-se do valor do período

anterior para ser calculada a previsão;

Método da média móvel å assemelha ao anterior, porém a

previsão do próximo período é calculada a partir das médias

de consumo dos períodos anteriores;

Método da média móvel ponderada å os valores dos

períodos mais recentes recebem peso maior do que os

períodos mais antigos.

3.2. MÉTODO ABC

Método que permite ao Administrador direcionar a atenção para

determinados itens mais significativos para sua organização. A curva ABC é

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obtida através da ordenação dos itens, conforme importância. O emprego da

classificação ABC é bem mais amplo em Logística, pois não é aplicado somente

ao controle de estoques4.

Este método foi concluído por Wilfredo Pareto no século XIX. Para

tentar entender a distribuição de renda da população na Itália, verificou que a

maior parte das riquezas concentrava-se no poder de poucos. O método de

Pareto foi testado, e seu fundamento foi comprovado e colocado em prática no

Pós-Segunda Guerra Mundial, através da General Eletric nos Estados Unidos.

Desde o inicio de seu uso até os dias de hoje, ele tem se mostrado

como um importante instrumento de controle, possibilitando ao Administrador, a

divisão dos itens de material nas categorias A, B e C.

Este método é usado quando se estabelece prioridades de tarefas

ou itens, depois de terem sido definidas como:

Classe A å Itens que são tratados com maior importância

pela Administração;

Classe B å Itens em situação intermediária, entre as classes A e C;

Classe C å Itens de menor importância, tratados com pouca

atenção pela Administração.

3.3. LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS

É uma determinada quantidade de material, que ao ser

encomendada, propiciará o menor custo operacional anual, para se adquirir e

manter estoques. 4 DIAS, Marco Aurélio Pereira. Administração de Materiais. Uma Abordagem Logística. São

Paulo: Ed. Atlas, 1995.

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A questão de saber se deve estocar um item, embora seja

antieconômico fazê-lo, a fim de prestar um melhor serviço ao cliente, representa

uma decisão difícil, pois não podemos prever o valor da satisfação do cliente. O

problema é saber se o tempo que será gasto na compra ou na fabricação pode

ser maior do que ele deseja esperar.

Então, quanto deve ser comprado ou produzido de cada vez? Neste

ponto, temos que tomar bastante cuidado porque está envolvendo o custo do

produto; existem custos que aumentam à medida que a quantidade do produto

pedido aumenta, e por outro lado, existem os custos que diminuem, à medida que

a quantidade de material pedida aumenta.

Somente através do gráfico do custo total de estoque, é que se

percebe um aumento dos custos de armazenagem, à medida que a quantidade

dos produtos comprados ou produzidos aumenta. A curva inferior indica o custo

total para encomendar material, o qual diminui à medida que aumenta a

quantidade de produtos pedidos de uma só vez. Este fato se deve ao número

reduzido de pedidos em um determinado espaço de tempo. A curva superior

representa o custo total do estoque, que é obtido juntando os custos de estoque e

aquisição.

3.4. CONTROLE DE ESTOQUES

É uma etapa executiva da Gerência de Estoques5. Ele é

basicamente oriundo de informações relativas à demanda, custo, mercado

fornecedor e prazo de conclusão para os itens de material; obtidos a partir do 5 SILVA, Renaud Barbosa da. Administração de Material: Teoria e Prática. Associação Brasileira

de Material, 1981.

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processamento das informações, e conseqüentemente retira dados necessários

ao estabelecimento dos níveis de estoque mais adequados aos níveis operacional

e econômico.

O controle é a parte prática para o planejamento de estoque; está

ligado à Gerência de Estoque na estrutura organizacional. Sua função principal é

a de calcular “o que”, “quando” ou “quanto” se deve estocar, sendo fundamental

controlar também a quantidade para que os estoques não sejam grandes, para

não empatar o capital, e nem muito pequenos para que não ocorra a falta de

material, e não haja uma paralisação no processo produtivo, originando uma

ruptura de estoque, e gerando pedidos de compras de urgência, que são

prejudiciais aos cofres da empresa .

Para se criar um sistema de controle é necessário que se

especifique alguns aspectos, como por exemplo, a que nível se deve deixar o

estoque, a fim de atender as necessidades da empresa, os diferentes tipos de

estoque existentes em uma fábrica e, o principal, a relação do nível de estoque

com o capital empregado.

3.4.1. Níveis de Estoque

É a entrada (novas compras) e saída (envio para produção) de um

item de material, em um dado momento no estoque, que pode variar de um nível

mínimo, a um nível máximo.

Lembrando que a manutenção deste estoque é feita através de

novas compras, e, que essas compras custam monetariamente, as organizações

visam reduzir ao mínimo possível as suas quantidades estocadas de maneira tal,

que não prejudique o funcionamento da produção.

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A representação gráfica da entrada e saída de material é chamada

“gráfico dente de serra”. O nível vai baixando segundo as linhas B1 - A2 - B2 - A3

- B3 - A4, etc.; quando o estoque atinge o nível P (pontos C1, C2, C3) é feito um

pedido sempre com uma quantidade fixa E. Entre a formulação do pedido e o

recebimento efetivo do produto no estoque decorrerá um período de tempo Tp.

Quando o lote encomendado é efetivamente recebido no depósito (pontos A1, A2,

A3) o estoque poderá estar no nível de reserva. Nesse momento haverá um salto

do ponto A1 para o ponto B1, de A2 para B2 e assim por diante. Assim o nível

começa a cair até atingir o ponto de renovação.

3.4.2. Tipos de Estoque Existentes em uma Fábrica

Os principais tipos de estoque encontrados são: produto em

processo e acabado e peças em manutenção. A matéria-prima é toda agregada

ao produto acabado, o volume depende da duração da reposição, da freqüência

de uso e do investimento.

Produto em Processo å São todos aqueles que estão sendo

usados na produção. O nível de estoque depende da

duração e complexidade da produção.

Produto Acabado å São aqueles que estão prontos para

venda. As empresas que trabalham com encomenda usam o

estoque quase a zero. Um fator importante é o grau de

liquidez (quanto mais líquido os produtos forem, maiores

serão os níveis de estoque que a empresa poderá suportar).

Para peças de manutenção é dada a mesma importância que a

matéria-prima.

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3.4.3. Política de Controle de Estoque

Existem duas políticas de controle de estoques:

Sistema de Quantidade Fixa å Neste sistema só varia o

tempo; ocorre um controle continuo durante o tempo de

reposição, e quando a quantidade em mãos e em pedido

estiver abaixo do nível estimado, faz-se novo pedido.

Sistema por Período Fixo å Varia apenas a quantidade. É

pedida uma quantidade que faça com que os estoques em

mãos e em pedidos se elevem ao máximo.

O primeiro sistema é mais usado; o segundo é usado quando são

muitos itens pedidos, produzidos ou remetidos em conjunto, quando o controle

com o custo é alto.

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CAPÍTULO IV

ARMAZENAGEM DE PRODUTOS

4.1. ARRANJO DOS DIVERSOS PRODUTOS NO ARMAZÉM

Para uma melhor distribuição física de produtos dentro de um

armazém, é necessário que se identifique a quantidade de movimentação (acesso

ao estoque) que o item sofreu. Como o produto é comprado geralmente em lotes

razoavelmente grandes; e a saída é feita na proporção da chegada dos pedidos; é

fundamental que organize os produtos de maior saída em locais de fácil acesso,

para que com isso facilite a movimentação.

Existem casos em que esse tipo de situação se torna inviável para o

lay-out do local destinado ao estoque, devido às características do produto.

4.2. FORMAS DE MOVIMENTAÇÃO

Com a chegada do produto ao estoque, ele precisa ser movimentado

até o local onde deverá ficar estocado. Essa movimentação é obtida através da

combinação múltipla entre equipamentos e formas de operação.

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Quando a forma de operação é feita horizontalmente, pode ser

movimentada pelos homens, sem a ajuda de equipamentos; e quando vertical, é

necessário o uso de equipamentos, atrelados à força humana.

Os equipamentos podem ser classificados em motorizados6

(movimentação vertical), não motorizados7 (movimentação horizontal) e os

automatizados.

4.3. FORMAS DE ARMAZENAGEM

É baseada no conceito de garantir plena mobilidade, tanto para os

equipamentos de movimentação como para os materiais estocados.

As estruturas dos armazéns são formadas por cantoneiras metálicas

perfuradas com prateleiras reguláveis. Este tipo de estrutura é a mais comum, e

pode ser usada sem o auxilio de equipamentos. Podem ser encontradas também

estruturas em forma de porta-estrados, para uso de pallets.

Atualmente criou-se uma nova forma de armazenagem mais

sofisticada, que é constituída por estruturas móveis. As prateleiras ficam

encostadas umas às outras, deixando apenas um corredor que é ajustado sempre

que necessário, pois as estruturas que sustentam os pallets e as prateleiras

contém rodas que se movem através de trilhos embutidos no armazém; e quando

quiser que uma estante se mova, o conjunto abre o corredor na posição desejada.

Este sistema é utilizado, quando necessita usar grandes quantidades de produto

com espaço pequeno e de pouca movimentação.

6 empilhadeira, guindaste, guincho. 7 carrinho de mão, paleteira, carrinho de escada.

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Tanto a movimentação como a armazenagem constituem um item à

parte no estudo da Logística, por terem uma grande variedade de soluções e

características específicas dos equipamentos e das operações.

4.4. INFLUÊNCIA DA LOGÍSTICA NAS FÁBRICAS

A localização de uma fábrica depende não só dos fatores

econômicos, mas também dos fatores sócio-culturais.

A necessidade de se enfrentar uma decisão quanto à localização da

fábrica, geralmente deve-se a motivos, como: da empresa precisar de maior capacidade

para atender à sua expansão (planos de expansão); e quando o mercado ou os

fornecedores estão mudando (diversificação), a empresa precisa mudar também.

1) Planos de Expansão å A capacidade atual pode ser por demais limitada, para

atender aos clientes; um novo local pode permitir uma maior proximidade de

mercados em crescimento. Por outro lado, a expansão de um negócio pode

deixar a empresa com equipamento obsoleto, caso uma maior procura

possibilite a utilização de uma nova tecnologia de produção abaixo do custo.

2) Diversificação å A aquisição de outra fábrica, equilíbrio de custos ou exigências

trabalhistas diferentes podem trazer problemas de localização à uma empresa.

Na realidade, as propostas de diversificação da linha de produtos devem ser

examinadas com extremo cuidado, quando a vantagem alegada for uma

melhor utilização da fábrica existente.

No entanto, visar economia de escala na produção acrescentando linhas de

produtos que tornarão a fábrica mais diversificada e de administração mais

complexa, não é uma tática muito boa.

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3) Descentralização å Algumas vezes as empresas procuram um novo local,

para descentralizar a produção da linha existente. As causas podem ser

economias logísticas, ou o desejo de reduzir o nível de sua atividade em uma

área, onde o crescimento industrial excessivo tenha criado problemas de

disponibilidade de mão-de-obra. As empresas sabem que, ser o principal

empregador em uma área, não é uma vantagem; os especialistas em

localização de fábricas citam, como regra prática, que se deve procurar

empregar menos de quinze por cento (15%) da força de trabalho disponível.

Finalmente, a empresa pode querer descentralizar as fábricas para conseguir

maior especialização de atividades, e simplificação da administração, custos

gerais mais baixos e um desenvolvimento concentrado de habilidade.

4.5. ARMAZENAGEM E OPERAÇÃO DE ARMAZÉNS

Funções de Armazenagem å É a parte vital da função logística. O

armazém é o centro real do sistema logístico de qualquer empresa. Os armazéns servem

de pontos de processamento ou de manipulação de materiais no sistema logístico.

As principais funções de processamento ou de manipulação de

materiais que um armazém desempenha são:

Receber mercadoria;

Identificar mercadoria;

Classificar mercadoria;

Remeter mercadoria para o armazém;

Guardar as mercadorias;

Requisitar, selecionar ou separar mercadorias;

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Ordenar o perdido;

Despachar o pedido;

Preparar registros.

É através da formulação e da aplicação de regras específicas de

armazenamento, que se processa uma estocagem correta. Nestas formulações,

deve-se buscar soluções para minimizar os esforços individuais, a otimização das

operações internas, expressa através de melhor rendimento operacional com

custos baixos, bem como dar maior sentido de organização aos almoxarifados.

As normas de armazenagem, além de contribuir para a redução de

custos influem em:

Redução das perdas por quebra;

Diminuição de acidentes no trabalho, por dispensar o

elemento humano na movimentação de cargas pesadas;

Menor tempo gasto nas movimentações e expedição;

Ampliação, com melhor aproveitamento, de área útil de

armazenagem.

O Objetivo é alcançar a conscientização geral para o esforço de

trazer para as atividades de almoxarifado o apoio que as técnicas podem oferecer

na eliminação dos métodos aplicados por desconhecimento que, em

armazenagem, economias e lucros podem ser obtidos pela empresa.

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CAPÍTULO V

TRANSPORTE

5.1. ESTRUTURA

Os meios de transporte utilizados na Logística (rodoviário,

ferroviário, marítimo, dutoviário e aéreo) podem ser possuídos segundo uma

variedade de formas legais, organizações de transporte auxiliares e de diversas

maneiras, para formar sistemas totais de transporte.

Dentre as variedades de formas legais, temos os:

Transportadores comuns å serviços de acordo com uma

tarifa pública;

Transportadores contratados å atendem a clientes

selecionados para taxas negociadas individualmente;

Transportadores particulares å são os que administram o

próprio transporte das mercadorias.

Existem ainda várias formas de serviços de transporte; os quais

muitas vezes compram o serviço de transporte direto dos transportadores

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originais, e os distribuem através de pequenos pacotes, serviços de consolidação

e de divisão de cargas a granel e locais de entrega.

5.2. MODALIDADES DE TRANSPORTE

Considerando todos os tipos de carga, granéis líquidos (basicamente

petróleo e seus derivados), granéis sólidos e cargas acondicionadas, a produção

dos diversos modos no Brasil:

Carga Produção

Transporte Rodoviário 70% do mercado

Ferroviário 15% do mercado

Dutoviário 2,5% do mercado

Outros 12,58% do mercado8

Estaremos agora conhecendo mais a fundo, os modos de transporte

acima citados.

5.2.1. Modo Rodoviário

Conforme está citado, é o mais expressivo no transporte de cargas

no Brasil, pois beneficia as rodovias que atingem basicamente todos os pontos do

território nacional.

Esta esmagadora vantagem do modo rodoviário se acentuou na

década de 50, com a implantação da indústria automobilística; e com a

pavimentação das principais rodovias. No entanto, hoje as rodovias nacionais

estão em estado precário de conservação, prejudicando o transporte rodoviário de

8 Dados estimados do anuário estatístico dos transportes, editado pelo Geipot, pg.105, 1999.

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mercadorias, aumentando os tempos de viagem, e encarecendo os custos

operacionais.

5.2.2. Modo Ferroviário

Foi implantado no final do século passado; para poder escoar a

produção agrícola brasileira, que saía do interior para o litoral.

O transporte ferroviário passou a ser utilizado primordialmente no

deslocamento de grandes massas de produtos homogêneos, ao longo de

distâncias relativamente extensas. As tarifas de frete ferroviário para vagões

carregados são sempre mais baixas do que fretes aéreos, encomendas postais

ou tarifas cobradas por despachantes a frete. Para muitas das mercadorias, são

mais baratas do que as tarifas de caminhão; e chegam a concorrer com as de

batelões e navios. Raramente, são mais baratas do que as tarifas de oleodutos.

Infelizmente, a falta de recursos financeiros e as incertezas quanto à

capacidade de gestão das ferrovias não permitem, no momento, soluções mais

ousadas em termos de reativação do modo ferroviário para outros tipos de fluxos.

5.2.3. Modo Marítimo de Cabotagem

São muitos os portos marítimos existentes no Brasil, mas o

transporte de cabotagem deixa a desejar, devido às diversas restrições , como:

1º Atrasos na chegada e saída dos navios å são ocorridas por muitos fatores;

como de responsabilidade das entidades, dos armadores, meios de transporte

terrestre, permanência nos portos intermediários;

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2º O custo de transporte å Este custo depende de vários fatores, como

condições climáticas. Se estiver chovendo, existe a estiva, e conferentes

para cobrar um valor, se a carga ficar esperando no porto, por atrasos de

navios, existe o custo de armazenagem, o usuário observando assim

oscilações nos valores totais porta a porta, levando-o a desistir deste

transporte para a entrega de sua mercadoria.

O transporte de granéis, petróleo e seus derivados são utilizados

através de cabotagem. Os diversos produtos atualmente não estão utilizando o

transporte de cabotagem, diferente dos produtos de grande volume, que se

utilizam mais deste meio de transporte para entrega de suas mercadorias.

Algumas soluções para a agilização das operações portuárias são a

utilização de contêineres para o transporte; e o de carretas rodoviárias com carga

que são embarcadas/desembarcadas do navio, rodando pelos conveses e tampas

de acesso.

5.2.4. Modo Aéreo

Este transporte é utilizado para pequenos volumes, de baixo peso,

mas de alta sofisticação.9

É mais caro que o rodoviário, mas por outro lado é mais rápido e

mais utilizado por mercadorias de elevado valor unitário, pois tem condições de

pagá-lo, diminuindo assim as condições de roubos, extravios; e conseguindo

atingir os prazos de entrega do mercado.

9 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Administração de Materiais. São Paulo: Makron, 1991.

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Para o transporte aéreo de mercadoria são usados os aviões

cargueiros, aeronaves para transporte combinado de passageiros e de carga

(versões kombi), aviões de passageiros, onde à noite serve para transportar

correios e malotes. No Brasil, o uso de aviões wide body (fuselagem larga) tem

alcançado um bom resultado; nestes aviões temos os vôos domésticos com

porões úteis, e com bastante capacidade em peso.

5.3. TRANSFERÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO

Existem dois tipos de transporte de produtos no sistema logístico o

de transferência e de entrega.

Transferência é determinada como a locomoção de um produto do

seu ponto de origem ao ponto de destino.

Entrega é o deslocamento de um produto que está no armazém ou centro

de distribuição a diversos clientes (em uma única viagem). No caso dos derivados de

petróleo os caminhões entregam em uma única viagem o produto a um só cliente.

5.4. CUSTOS DE TRANSPORTES

5.4.1. Custos Diretos e Indiretos

São os custos relacionados diretamente com a função produtiva tais

como:

Depreciação do veículo;

Remuneração do capital;

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Salário e gratificações de motoristas e ajudantes;

Cobertura de riscos;

Combustível; lubrificação;

Pneus e licenciamento.

São custos indiretos os que não estão diretamente relacionados a

atividade produtiva, temos como exemplo:

A contabilidade da empresa;

O setor de pessoal;

Vendas;

Finanças à diretoria;

Cobrança.

5.4.2. Custos Variáveis e Custos Fixos

Outra classificação de custo é baseada na quantidade produzida na

produção.

Os custos variáveis são aqueles que variam conforme o volume da

atividade, quanto maior a produção maior o custo; eles estão subdividido em

progressivo (quando o custo cresce proporcionalmente mais

que a produção, porém se decresce o volume produzido, o

custo diminui mais;

constante (é quando o custo e o volume da produção cresce e

decresce na mesma proporção);

regressivo (ocorre quando o custo varia proporcionalmente

menor em relação ao aumento da produção.

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Quando o sistema de transporte utilizado for o rodoviário, as

variáveis serão estabelecidas através da distância percorrida (uso maior de

equipamento, combustível, salário do motorista), quando for utilizado o transporte

marítimo, as variáveis serão levadas em consideração pelo tempo da referida

viagem, calculada por dias, o transporte aéreo é determinado pelo fator tempo

medido por hora de vôo. Os custos variáveis estão intimamente correlacionados

com o tempo de transporte e a distância percorrida.

Os custos fixos são aqueles que existem sem qualquer parâmetro

para a produção, ou seja, qualquer quantidade produzida terá o mesmo custo fixo.

O custo total da produção é medido pelo somatório dos custos

variáveis com os custos fixos.

A logística de matéria é extremamente importante para uma

organização, pois se um produto estocado sem segurança ou simplesmente

movimentado ou transportado estiver sem a devida proteção, mesmo antes de

sua utilização, poderá ocorrer a sua inutilização, acarretando deficiências graves

na organização.

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CAPÍTULO VI

O CASO TEXACO

Em nossa visita feita à fábrica de lubrificantes da TEXACO

localizada na REDUC (Refinaria Duque de Caxias), fui recebido pelo sr. José

Guilherme, representante da empresa, para que pudesse esclarecer todas as

minhas dúvidas sobre a Logística de Estoque; e me falar sobre o funcionamento

prático de seu estoque.

A TEXACO possui apenas uma fábrica de lubrificante, a qual é

responsável por toda a sua produção. Ela obtém a segunda posição no ranking

nacional, com 23% (vinte e três por cento) do mercado, ficando apenas atrás da

PETROBRÁS, com 24% (vinte e quatro por cento).

Este desempenho deve-se as mudanças internas que juntamente com

a tecnologia aplicada vêm revolucionando a Logística do estoque. As mudanças

internas estão representadas principalmente pela centralização dos estoques.

Esta centralização representa uma redução de 30% (trinta) nos

inventários dos armazéns extintos, que passam a ser controlados pelo armazém

central. Estes armazéns são distribuídos por trinta e uma localidades de todo o

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território nacional, sendo o maior localizado dentro da fábrica; e são comandados

por sete regiões distribuídas estrategicamente.

O armazém centralizado do estoque é responsável pelo

abastecimento dos armazéns. Estas operações representam 43% (quarenta e

três por cento) do total da sua produção mensal de lubrificante; e o restante, ou

seja 58% (cinqüenta e oito por cento), representam as vendas diretas.

As vantagens da centralização do estoque são:

maior controle sobre as operações;

especialização da mão-de-obra;

maior giro de estoque, proporcionando um inventário menor

com uma disponibilidade maior.

A TEXACO possui sete linhas de enchimento, responsáveis pela

produção de mais ou menos 300 (trezentos) itens, que fazem parte da listagem de

seu inventário. Podemos destacar 3 produtos, que são responsáveis por 43%

(quarenta e três por cento) das movimentações do estoque.

O estoque médio de todos os produtos é de 180 dias, sendo que os

três produtos citados acima alcançam um giro de estoque, em média, de 3 dias.

A armazenagem é feita com pallets de madeira de quatro andares,

estrutura em forma de porta-estrado. A movimentação é feita através das

empilhadeiras, que representam um alto custo de estoque.

A distribuição feita pela TEXACO é terceirizada, e representa 64%

(sessenta e quatro por cento) das entregas, a nível Brasil, enquanto os outros 36%

(trinta e seis por cento) é retirado pelo próprio cliente no armazém central. Sendo o

seu prazo de entrega de 24 horas para o Rio de Janeiro e São Paulo; e 120 horas

para Belém, no período de seca, podendo chegar a 20 dias no período de cheia.

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CONCLUSÃO

Ao longo desses capítulos, procurei demonstrar o quanto a logística

do estoque é fundamental dentro de uma grande organização.

Procurei não somente desenvolver o aspecto conceitual, mas

também o exemplo prático de uma empresa como a TEXACO DO BRASIL.

Venho mostrar a importância dedicada pela administração no

gerenciamento de materiais visando um controle nos custos com uma diminuição

gradativa de suas quantidades estocadas, teorias e técnicas utilizadas pelo empresariado,

de forma a aumentar a sua lucratividade com a diminuição de seus custos.

A logística é em si, uma ciência administrativa cuja finalidade é

maximizar as importâncias econômicas dos produtos ou matérias primas, tendo-

os ou fazendo com que estejam onde são necessários, na hora exata, a um custo

mínimo possível.

Mais amplo em sua conceituação do que a distribuição física

(movimentação do produto do vendedor para o cliente ou o consumidor final). O

sistema logístico subentende o fluxo total da produção, desde a aquisição de

matéria-prima (suprimento físico) até a entrega do produto acabado para o

consumidor ou cliente final.

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