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LOJA UNIÃO BRASILEIRA A.:M.: Ir. Fábio Gomes Braga VIRTUDE I - DEFINIÇÃO: Virtude (latim: virtus, virtudem) é uma qualidade moral particular. Virtude é uma disposição estável em ordem a praticar o bem; revela mais do que uma simples característica ou uma aptidão para uma determinada ação boa: trata-se de uma verdadeira inclinação. Virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente. A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida de fazer o bem, e elas se aperfeiçoam com o hábito. II - A VIRTUDE E O MUNDO PROFANO: Segundo a doutrina da Igreja Católica, e especialmente S. Gregório de Nissa, a virtude é "uma disposição habitual e firme para fazer o bem", sendo o fim de uma vida virtuosa tornar-se semelhante a Deus. Existem numerosas virtudes que se relacionam entre si tornando virtuosa a própria vida. No Catolicismo, existem 2 categorias de virtudes: as virtudes teologais, cuja origem, motivo e objeto imediato são o próprio Deus. Os cristãos acreditam que elas são infundidas no homem com a graça santificante, e que elas tornam os homens capazes de viver em relação com a Santíssima Trindade. Elas fundamentam e animam o agir moral do cristão, vivificando as virtudes humanas. Para os cristãos, elas são o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano. As virtudes teologais são três: o Fé: através dela, os cristãos crêem em Deus, nas suas verdades reveladas e nos ensinamentos da Igreja, visto que Deus é a própria Verdade. Pela fé, "o homem entrega-se a Deus livremente. Por isso, o crente procura conhecer e fazer a vontade de Deus, porque «a fé opera pela caridade» (Gal 5,6)". o Esperança: por meio dela, os crentes, por ajuda da graça do Espírito Santo, esperam a vida eterna e o Reino de Deus, colocando a sua confiança perseverante nas promessas de Cristo.

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LOJA UNIÃO BRASILEIRA

A.:M.: Ir. Fábio Gomes Braga

VIRTUDE

I - DEFINIÇÃO:

Virtude (latim: virtus, virtudem) é uma qualidade moral particular.

Virtude é uma disposição estável em ordem a praticar o bem; revela mais do que uma simples característica ou uma aptidão para uma determinada ação boa: trata-se de uma verdadeira inclinação.

Virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente.

A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida de fazer o bem, e elas se aperfeiçoam com o hábito.

II - A VIRTUDE E O MUNDO PROFANO:

Segundo a doutrina da Igreja Católica, e especialmente S. Gregório de Nissa, a virtude é "uma disposição habitual e firme para fazer o bem", sendo o fim de uma vida virtuosa tornar-se semelhante a Deus.

Existem numerosas virtudes que se relacionam entre si tornando virtuosa a própria vida. No Catolicismo, existem 2 categorias de virtudes:

• as virtudes teologais, cuja origem, motivo e objeto imediato são o próprio Deus. Os cristãos acreditam que elas são infundidas no homem com a graça santificante, e que elas tornam os homens capazes de viver em relação com a Santíssima Trindade. Elas fundamentam e animam o agir moral do cristão, vivificando as virtudes humanas. Para os cristãos, elas são o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano.

As virtudes teologais são três:

o Fé: através dela, os cristãos crêem em Deus, nas suas verdades reveladas e nos ensinamentos da Igreja, visto que Deus é a própria Verdade. Pela fé, "o homem

entrega-se a Deus livremente. Por isso, o crente procura conhecer e fazer a vontade de

Deus, porque «a fé opera pela caridade» (Gal 5,6)". o Esperança: por meio dela, os crentes, por ajuda da graça do Espírito

Santo, esperam a vida eterna e o Reino de Deus, colocando a sua confiança perseverante nas promessas de Cristo.

o Caridade (ou Amor): através dela, "como amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus. Jesus faz dela o mandamento novo, a plenitude da lei". Para os crentes, a caridade é «o vínculo da perfeição» (Col 3,14), logo a mais importante e o fundamento das virtudes. São Paulo disse que, de todas as virtudes, "o maior destas é o amor" (ou caridade). O Amor é também visto como uma "dádiva de si mesmo" e "o oposto de usar".

• as virtudes humanas que são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humanas. Elas regulam os atos humanos, ordenam as paixões humanas e guiam a conduta humana segundo a razão e a fé. Adquiridas e reforçadas por atos moralmente bons e repetidos, os cristãos acreditam que estas virtudes são purificadas e elevadas pela graça divina.

Entre as virtudes humanas são constantemente destacadas as virtudes cardeais, que são consideradas as principais por serem os apoios à volta dos quais giram as demais virtudes humanas:

o a prudência, que "dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para o atingir. Ela conduz a outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida", sendo por isso considerada a virtude-mãe humana.

o a justiça, que é uma constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido;

o a fortaleza que assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem;

o e a temperança que "modera a atração dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados", sendo por isso descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres.

Para contrariar e opor-se aos sete pecados capitais, existe também outro tipo de organização das virtudes, que é baseada nas chamadas sete virtudes: Castidade, Generosidade, Temperança, Diligência, Paciência, Caridade e Humildade.

III - EMPREGO MAÇÔNICO DA VIRTUDE:

As pessoas muitas vezes retratam a Maçonaria como algo aparte, distante; uma atividade realizada em particular por um grupo de elite hipotecado conjuntamente por motivos de interesse próprios.

Talvez essa imagem seja fruto do desconhecimento, inveja ou ainda das atitudes d'aqueles que se dizem maçons, mas que na verdade nunca o foram. Mas, nada melhor do que a postura para mostrar que na verdade o Maçom Livre é acima de tudo um cidadão do mundo, de quem o dever é não para com ele, mas para sua família, seu país e seus companheiros.

A Maçonaria entende que a Virtude é a força que nos impele a fazer o bem em seu mais amplo sentido; é a força que nos impele ao cumprimento de nossos deveres para com a sociedade e para com a nossa família sem interesse pessoal.

Segundo o Ritual de Aprendiz (pg. 212) virtude “É a disposição da alma que nos induz a praticar o bem”.

Não existe uma enumeração rigorosa das virtudes maçônicas, todavia como forma ilustrativa:

Tolerância - É uma das senhas da Maçonaria Livre. Em um mundo onde o senso natural de fraternidade é frequentemente submergido sob o peso opressivo da intolerância sectária, ou do nacionalismo estridente que é o reverso do verdadeiro patriotismo, esta é estimulante para lembrar-nos que a não distinção de cor, religião ou classe social é uma consequência para o verdadeiro maçom em sua parte com seus irmãos. Exatamente como todos os homens são iguais à vista de Deus, assim eles são aos olhos maçônicos.

Realizações - O compromisso maçônico para melhoramento do homem encontra algumas expressões práticas - não somente em trabalhos de caridade, mas também em projetos educacionais e empreendimentos que visem promover entendimento recíproco entre homens e entre nações. Escolas, hospitais, creches e bibliotecas são exemplos do que pode ser realizado, construindo ou patrocinando-os, abertos a todos, maçons ou não, os quais a propósito não confinam a si mesmos, propriedade de material maçônico.

Caridade - Se aqueles de fora da Arte estão incertos do que a Maçonaria é, eles geralmente tem um quadro claro do que é feito. O trabalho de caridade é bem conhecido, e enquanto for preciso dos irmãos em angustia , tem sido e será sempre uma prioridade na Arte.

O dever dos Maçons para "dar em causa da caridade" foi acentuada por WillianPreston em sua "Illustrations of Mansonry" (1772) - Ilustrações da Maçonaria: "Atenuar o aflito é uma obrigação e dever de todos os homens, mas, particularmente dos Maçons Livres, que são ligados juntamente através de uma indissolúvel cadeia de afeição sincera. Abrandar o infeliz, simpatizar com seus infortúnios, compadecer-se de seus tormentos e restaurar suas mentes perturbadas, é o grande objetivo que temos em vista.

Integridade - Em comum com todas respostas, para aprofundar experiências espirituais, cada Maçom Livre tem sua própria particular, resposta interior para sua iniciação. Estes sentimentos não podem ser comunicados aos outros, por não existir linguagem que possa expressa-lo completamente. Embora a Maçonaria Livre não seja uma religião, ela é preocupada com os valores espirituais de seus membros, e exige que eles acreditem em Deus. Este é um importante passo para que sua postura e conduta sejam exemplo para outros homens.

Fidelidade - A Maçonaria Livre busca instilar em seus membros, as virtudes da tolerância, honestidade, caridade e lealdade. O laço invisível que liga todos os maçons livres conjuntamente é parte da experiência deles na cultura das Artes - não somente o trabalho dentro da Loja, mas também no mundo.

A qualquer parte que ele vá, qualquer posição dele na vida, o maçom sabe que quando ele encontra um irmão ele está encontrando alguém quem oferecerá a amizade dele, suporte moral e qualquer ajuda prática que ele possa necessitar.

IV - A VIRTUDE SEGUNDO O RITO BRASILEIRO (RITUAL DE APRENDIZ):

Nas páginas 114, 186, 304

VEN.: - O que se faz em vossa Loja?

VISIT.: - Levantam-se templos à virtude e cavam-se masmorras ao vício.

Na página 129, 266:

VEN.: - Quais são as melhores qualidades que um Maçom deve revelar Ir.: 2º Vig?

2º VIG.: - Um Maçom, para ser completo, deve ser educado, ativo, estudioso, verdadeiro e firme e possuir espírito público.

Na página 212

VEN.: - Se desejais tornar-vos verdadeiro (s) Maçom (Maçons), deveis primeiro extinguir as vossas paixões, os vícios e os preconceitos mundanos que porventura possuis, e remir-vos para a Virtude e a Sabedoria.

(...)

2º VIG.: - que entendeis por virtude?

(...)

2º VIG.: - É a disposição da alma que nos induz a praticar o bem.

Na página 307

VEM.: - A Tolerância, que é a virtude essencial dos Maçons, deve ser entendida no sentido absoluto?

IR.: - Não, Vem.: M.:. A Tolerância se exerce dentro de limites, sem os quais ela seria condescendência com o erro. Ela é, principalmente, a boa

disposição com o que ouvimos ou consideramos opiniões que nos são contrárias. A Tolerância não exclui a firmeza.

V - CONCLUSÃO:

Ser bom, caridoso, tolerante, íntegro, fiel, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades hoje do homem virtuoso. Ocorre que, quase sempre, tais qualidades as acompanham de pequenas enfermidades morais que as desonram e atenuam.

Assim, não será virtuoso aquele que faz ostentação da sua virtude, pois que lhe falta a qualidade principal: a modéstia, e tem o vício que mais se lhe opõe: o orgulho. E o adjetivo que mais a desabona: a vaidade.

A virtude que assim se ostenta esconde muitas vezes uma imensidade de pequenas torpezas e de odiosas covardias. Em princípio, o homem que se vangloria, que ergue uma estátua à sua própria virtude, anula, por esse simples fato, todo mérito real que possa ter.

A virtude, verdadeiramente digna desse nome, não gosta de se ostentar. Adivinham-na; ela, porém, se oculta na obscuridade e foge à admiração das massas.

O homem que pratica o bem experimenta uma satisfação íntima em seu coração; mas, desde que tal satisfação se exteriorize, para colher elogios, degenera em amor-próprio.

Assim, mais vale pouca virtude com modéstia, do que muita com orgulho. Pelo orgulho é que as humanidades sucessivamente se hão perdido; pela humildade é que um dia elas se hão de redimir. (Espíritos de Francisco, Nicolau, Madalena - Paris 1863 - Evangelho Segundo o Espiritismo).

Certa vez já disse um poeta brasileiro de dicção peculiar e de atitudes depreciadas para um maçom, que “O tempo não para”.

Talvez por isso a conceituação de virtuosidade com adjetivos se torna tão difícil. O caráter de um homem virtuoso hoje, qualificado por adjetivos aceitos, não será o mesmo amanha, pelo constante caráter mutante das coisas, ideias e valores.

Assim, relevante tomarmos virtude pela sua raiz do latim: "virtudem, virtus" de vir, no sentido de uma caminhada de dentro para fora. E é isto ou não a própria Maçonaria? Uma lapidação interna, até por vezes egoísta que, contudo, refletirá em atitudes externas.

A grande regra ética do Maçom é a prática do Bem, ou seja, a prática efetiva da Virtude, pois a virtude é o próprio hábito de se praticar o bem. Bem este que surgirá ao mundo externo, após o homem exercer a lapidação do ser interno.

Depende da vontade de cada um praticar a Virtude, isto é, qualidade própria

do homem, o que implica força, coragem. As virtudes seriam, portanto, as “forças que

ornam o caráter”.

Para a Maçonaria, a Virtude é a disposição habitual para o bem e para o que é justo e, por isso, nela vê a prova da perfeição e o próprio ideal do Maçom.

Ela nos ensina, em seus Rituais, que devemos erigir templos à Virtude e

cavar masmorras ao vício.

A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal em favor do próximo, sem pensamento oculto. Afinal, reconhece-se o verdadeiro Maçom pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.

Existe formula para se tornar um ser virtuoso? Existe um manual de como se fazer o bem? Acredito que não! No entanto, na opinião deste humilde aprendiz, a melhor forma de se alcançar a virtuosidade e a pratica do bem é simplesmente não ter medo de viver, não ter medo de aprender, de fazer, de questionar, não ter medo de errar, e, quando errar, saber reconhecer humildemente o erro.

“Viver! E não ter a vergonha de ser feliz, cantar a alegria de ser um eterno aprendiz”.

Viver meus irmãos, de forma constante e intensa, é sem duvida a maior das virtudes.

Prefiro ter memórias de momentos que me fizeram lapidar-me e crescer como homem, a que ter memórias de momentos que nunca sequer vivi e apenas lamentar de nunca ter vivido.

Lembrando o poeta mais uma vez “se chorei ou se sorrir, o importante é que emoções eu vivi”.

Esta é ou não é a própria disposição da alma que nos induz a praticar o bem.

VI - Bibliografia:

Ritual do Aprendiz Maçom – Rito Brasileiro – Grande Oriente do Brasil (2009)

ADOUM, Jorge – Do Aprendiz e Seus Mistérios, 1º Grau, Esta é a Maçonaria- Editora Pensamento, São Paulo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Virtude

http://www.paginaespirita.com.br/virtude.htm

http://www.lojasmaconicas.com.br/artigo2/el_lm.htm

www.uniaoepaz.com.br/Trabalhos-Livres/etica-e-virtude.doc