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Vox Populi aponta crescimento de Dilma; tucano contesta instituto Curitiba, quarta-feira, 20 de outubro de 2010 - Ano XII - Número 611 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L Pesquisa aponta vantagem de 14 pontos da candidata Dilma Roussef (PT) sobre o candidato José Serra (PSDB). O resultado voltou a polemizar um tema recorrente dessas eleições, que é a credibilidade das pesquisas eleitorais AENotícias/divulgação Agência do Trabalhador promove formalização de pequenos empreendedores Óculos de grau encontram barreira entre as mulheres Comportamento Pág 5 Emprego Pág 3 Pág 3

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Vox Populi apontacrescimento de Dilma;tucano contesta instituto

Curitiba, quarta-feira, 20 de outubro de 2010 - Ano XII - Número 611Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

Pesquisa aponta vantagem de 14 pontos da candidata Dilma Roussef (PT) sobre o candidato José Serra (PSDB). O resultado voltou apolemizar um tema recorrente dessas eleições, que é a credibilidade das pesquisas eleitorais

AENotícias/divulgação

Agência doTrabalhadorpromoveformalização depequenosempreendedores

Óculos de grauencontrambarreira entreas mulheres

Comportamento

Pág 5

Emprego

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Curitiba, quarta-feira, 20 de outubro de 20102

OpiniãoReitor: José Pio Martins.Vice-Reitor: Arno Anto-nio Gnoatto; Pró-Reitorde Graduação: RenatoCasagrande; Pró-Reitorde Planejamento e Ava-liação Institucional: Cos-me Damião Massi; Pró-Reitor de Pós-Gradua-ção e Pesquisa e Pró-Reitor de Extensão: Bru-no Fernandes; Pró-Reitorde Administração: ArnoAntonio Gnoatto; Coor-denador do Curso deJornalismo: Carlos Ale-xandre Gruber de Cas-tro; Professores-orienta-dores: Ana Paula Mira eMarcelo Lima; Editores-chefes : Daniel Castro( c a s t r o l o n a @ g m a i l .com.br), Diego Henriqueda Silva ([email protected]) e NathaliaCavalcante ([email protected]) .

“Formar jornalistas comabrangentes conheci-mentos gerais e huma-nísticos, capacitação téc-nica, espírito criativo eempreendedor, sólidosprincípios éticos e res-ponsabilidade social quecontribuam com seu tra-balho para o enriqueci-mento cultural, social,político e econômico dasociedade”.

O LONA é o jornal-laboratório diário doCurso de Jornalismo daUniversidade Positivo –UPRedação LONA: (41)3317-3044 Rua Pedro V.Parigot de Souza, 5.300 –Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR- CEP 81280-30. Fone(41) 3317-3000

Expediente

Missão docursode Jornalismo

Dados do IBGE (2009) mostram que nas grandes cidadesbrasileiras não existe sequer um indivíduo que não tenha sido ví-tima de violência: 48% das pessoas já foram molestadas, 31% tive-ram algum bem pessoal furtado, 15% já se defrontaram com umassaltante dentro de casa, 2% presenciaram assalto a ônibus. Quemnunca se sentiu perseguido por uma sensação de que está sendovigiado ou que seu espaço foi literalmente invadido?

Parece que a violência anda crescendo, e para quem seráque os assaltantes pedem na hora de pedir proteção? Certamente,não deve ser Deus, pois nem a fé eles têm perdoado. Vale a penarecordar o episódio do Seminário Sagrada família, no bairro San-to Inácio, que foi assaltado. Os marginais renderam 17 pessoas,entre elas seminaristas e o padre. Resta saber agora para quem elesconfessariam o crime; o fato é que até a “casa” de Deus foi saque-ada. Se a ajuda divina não vem e nem ela mesma está longe dosataques dos bandidos, o que fazer com a sucessão de assaltos quevem ocorrendo com frequência nos bairros São Braz, Santo Inácio,Santa Felicidade e Saturno? Certamente esperar o socorro dos po-liciais, já que a cada dia os ladrões encontram um meio mais “ex-traordinário” de entrar nas casas, seja pelo telhado, pela janeli-nha do banheiro ou escalando as paredes; depois é só arrombaruma porta e sair.

Depois do assalto, vem aquele velho boletim de ocorrênciasem que você deve descrever tudo o que foi furtado, porém você cer-tamente não se dará conta de tudo o que lhe foi roubado. E umaresposta singela do policial: se eu encontrar algum pertence, entroem contato com você.

Paula Jordana SilkaTrecho de reportagem do R7, site de notícias da Record: “O

crime organizado teria mais do que o dobro de armas que apolícia no Brasil. Um mapeamento completo sobre armamen-tos leves indica que existem cerca de 17 milhões de itens emcirculação no país, quase um para cada dez habitantes. Mas omaior problema é que 57% são armas ilegais ou usadas sem oporte. Grupos criminosos ainda mantêm um arsenal impressi-onante de mais de 5,2 milhões de peças. A polícia tem apenas2,1 milhões.”

“Senhor bandido, será que o senhor teria, por gentileza,aí uma 765?”. Quem deve ser o poder de controle no Estadobrasileiro: a polícia ou os bandidos? Quem deve andar arma-do nas ruas não são os malditos criminosos que imperam nosmorros cariocas, nas vielas das favelas de todos os estados, einclusive aí na sua rua, ou você nunca viu?! Se não viu, nãoquis ver.

Para quem se pergunta de onde vêm essas armas, a res-posta é simples: da própria polícia, muitas vezes; do contra-bando; das vendas ilícitas por parte de comerciantes porcos efraudulentos que não se importam se uma vida, seja ela de uminocente ou não, será tirada como se aquela pessoa fosse ape-nas um animal qualquer, nada contra os animais, estes sim,nunca mataram seus semelhantes por motivos banais.

Progressoarmado

Jeferson Leandro Nunes

Se correr obicho pega,se ficar obicho come

Parece que a violênciaanda crescendo, e paraquem será que os assal-tantes pedem na hora depedir proteção? Certamen-te não deve ser Deus, poisnem a fé eles têm perdoa-do.

Rezar para sair de casa e orar para entrar nela, a religião jánão faz diferença. Acreditar em algo que proteja é que talvez façaa diferença, é assim que tem sido nesses bairros. O jeito mesmo étentar se prevenir de todas as formas, montar uma verdadeira pri-são domiciliar, aquelas com direito a grade, alarme e um bom ca-chorro. Lembro quando diziam que sair de casa era perigoso, mascomeço a questionar se ficar dentro dela é o lugar mais seguro.Como diria o ditado: “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

Quem deve andar ar-mado nas ruas não sãoos malditos criminososque imperam nos morroscariocas, nas vielas dasfavelas de todos os esta-dos, e inclusive aí na suarua, ou você nunca viu?!Se não viu, não quis ver.

Tráfico de drogas, de influência, traição, desavenças, ri-validade, política, está aí uns dos motivos que mais faz comque as pessoas morram nesse país chamado Brasil, e outrostantos que não vale nem comentar. Enquanto armas circula-rem pelas mãos erradas (não que as da polícia muitas vezesnão sejam tais), o país não vai prosperar e nem chegar a lugaralgum, enquanto os criminosos estiverem roubando o lugarque deveria pertencer ao Estado e este por sua vez abrigandomais e mais corruptos, que nada mais são que criminosos bemvestidos, esqueça aquele lema “Ordem e progresso”, afinal,tudo está em desordem e o progresso se encontra bem longe.

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Eleições 2010

A Agência do Trabalhador deCuritiba e a Secretaria do Traba-lho, Emprego e Promoção Socialdo Paraná promovem até o dia 31de outubro o Mutirão da Forma-lização. Profissionais autônomospoderão se tornar um Micro Em-preendedor Individual (M.E.I.) ese transformarem em profissio-nais legais com direitos trabalhis-tas assegurados.

Durante todo o mês, aCentral do Profissional Autôno-mo da Agência do Trabalhadorirá orientar os profissionais au-tônomos, aqueles que trabalhampor conta própria e sem carteiraassinada, por meio de palestrase outras atividades, a se formali-zarem. De acordo com a Gerentede Atendimento da Central doProfissional Autônomo, AdrianaPorto, o trabalhador que deseja seformalizar necessita ter renda deno máximo R$: 36 mil no ano, ouseja, de no máximo R$: 3 mil pormês. “O autônomo que se encai-xa nesse padrão pode se forma-lizar de maneira bem rápida, en-tre dez e quinze minutos é feito ocadastro no sistema e o trabalha-dor sai da Agência do Trabalha-dor tendo garantias e maior cre-dibilidade no seu trabalho”.

O Micro EmpreendedorIndividual garante benefícioscomo aposentadoria; auxílio do-ença; licença maternidade; pen-são familiar no caso de seu fale-cimento e auxílio reclusão – be-nefício dado aos familiares dotrabalhador caso ele seja preso.O M.E.I. também pode contrataraté um funcionário com custosmais baixos; ter acesso a créditoe outros serviços bancários; ter

Maria Carolina Lippi

Mutirão daformalizaçãoacontece até ofinal do mêsProfissional autônomo pode se tornar um microempreendedorindividual gratuitamente

DilmaRousseffcresce empesquisa

Foi divulgado nesta terça-feira um levantamento reali-zado pelo Vox Populi para aPresidência da República. Osnúmeros apontam que DilmaRousseff (PT) tem 57% dosvotos válidos (aqueles que ex-cluem brancos, nulos e inde-cisos) contra 43% do candida-to José Serra (PSDB).

A pesquisa foi realiza-da entre os dias 15 e 17 de ou-tubro, e a margem de erro é de1,8 ponto percentual. No le-vantamento anterior, realiza-do nos dias 10 e 11 de outu-bro, a candidata do PT regis-trava 54% dos votos válidoscontra 46% do candidato doPSDB.

Considerando as inten-ções de votos que incluembrancos, nulos e indecisos,Dilma aparece com 51% dasintenções de voto e Serra com39%. De acordo com o Vox Po-puli, 4% dos entrevistados sedeclararam indecisos, e osbrancos e nulos somaram 6%.

O levantamento tambémanalisou o voto religioso. Entreo eleitorado evangélico, Serrapossui 44% das intenções devoto contra 42% de Dilma. En-tre os ateus, Dilma tem 49% eSerra 36%. Já entre os católicos,Dilma possui 54% das inten-ções de voto e Serra 37%. Comos que se declaram não prati-cantes de nenhuma religião,Dilma fica com 55%, contra37% de Serra.

Segundo o instituto depesquisa, 89% dos entrevista-dos se declararam decididossobre em quem votarão no dia

Petista aparece com 57% dos votosválidos, enquanto José Serra tem 43%

Paola MarquesDaniel Castro carga tributária menor e dife-

renciada; além da emissão denota fiscal por meio do C.N.P.J.(Cadastro Nacional de PessoaJurídica) que ele passará a ter.Adriana acredita que a forma-lização favorece o trabalhadorprincipalmente em situaçõesem que ele é incapacitado deexercer a profissão. “Se hojeum autônomo se machuca, vaificar parado e sem renda. OEmpreendedor Individual, não.Ele tem acesso ao auxílio doen-ça, aposentadoria no futuro. Amulher trabalhadora tambémtem acesso ao auxílio materni-dade”, afirma.

Todo o processo para setornar um Micro Empreende-dor Individual é gratuito etambém pode ser feito por umcontador sem custo nenhum. Ocontabilista Antonio CarlosScherner, atende autônomosque desejam se formalizar eafirma que alguns profissionaiscontábeis são obrigados a fa-zer o processo. “Os contadoresque têm escritórios de contabi-lidade e são encaixados no re-gime do Simples Nacional sãoobrigados a prestar o serviço”.

Apesar de o processoser gratuito, o trabalhador lega-lizado passa a contribuir men-salmente com o governo fede-ral, estadual e municipal; po-rém as taxas são fixas e háuma pequena variação depen-dendo do ramo em que o MicroEmpreendedor Individual seencaixa. Mensalmente é preci-so ser pago o INSS para o go-verno federal no valor de 11%sobre o salário mínimo, o quecorresponde a R$: 56,10. Casoo empreendedor seja da área

do comércio ou indústria, deveser pago R$: 1,00 mensal deICMS (Imposto sobre Circulaçãode Mercadorias e Prestação deServiços) ao governo estadual; ecaso o empreendedor trabalhena área de prestação de serviço,deve ser pago o ISS (Imposto so-bre Serviço) no valor de R$: 5,00ao governo municipal. Com issoo M.E.I. é encaixado no regimetributário do Simples Nacional efica isento de outros impostos fe-derais. As taxas devem ser emi-tidas pela internet pelo própriotrabalhador ou pelo contador eanualmente deve ser feita a De-claração de faturamento. “Se oempreendedor tiver conhecimen-to pode fazer sozinho pela inter-net. Caso contrário ele pode pe-dir ao contador para emitir astaxas e fazer a declaração semcusto”, afirma Scherner.

O fotógrafo e estudantede jornalismo Eduardo Macari-os se tornou um Micro Empreen-dedor Individual no ano passa-do. A necessidade de expandirseus negócios o levou a se tornarum profissional formalizado.“Fechei um trabalho com um cli-ente e tive certas exigências.Como ainda não tinha uma em-presa aberta, corri coma docu-mentação para apresentar a tem-po”. Ele acredita que houve uma“profissionalização” do seu ne-gócio com a transição de profis-sional autônomo para MicroEmpreendedor Individual. “Ascoisas ficam mais transparentese profissionais. Hoje posse aten-der a empresas que antes não mecontratariam por eu não poderemitir nota fiscal, por exemplo.Sinto que deu mais credibilida-de ao meu negócio”, finaliza.

Empreendedorismo

31 de outubro e 9% afirma-ram que ainda podem trocarde candidato.

PolêmicaAs tão controversas

pesquisas de opinião ga-nharam mais um capítulocom a declaração do nãomenos polêmico Presidentedo PSDB, Sérgio Guerra,nesta terça-feira.

O tucano criticou oVox Populi pelas pesquisas,acusando o instituto de estara serviço de um partido."Desde o começo, houvesempre uma diferença muitogrande entre pesquisas e re-sultados. Eles erraram e co-meçaram a errar mais aindaagora no segundo turno",afirmou. Ele foi além e clas-sificou a pesquisa do insti-tuto como “safadeza”.

As declarações fortesde Guerra atingiram inclusi-ve o presidente do Vox Po-puli. "Marcos Coimbra nãovai eleger presidente. Elenão é o povo", desafiou.Como resposta, Coimbra de-fendeu a responsablidade doinstituto. "Acusações assimacontecem quando uma pes-quisa não é favorável a umcandidato”, justificou.

Este fato coloca lenhana fogueira e aumenta a cru-zada contra os institutos depesquisa, que foram alvo deinúmeras críticas no primei-ro turno, principalmente naseleições estaduais. No Para-ná, as pesquisas chegaram aser impugnadas pela justiçaapós pedido do PSDB.

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Saúde

A Organização Mundial deSaúde (OMS) estima que umterço da população mundialadulta seja dependente do ci-garro. O tabagismo é considera-do um dos principais fatores derisco para doenças cardíacas.No Brasil, a OMS estima que20% da população seja fuman-te. Tendo como base esses estu-dos e o constante crescimentodesse número de fumantes, oHospital Cardiológico Consta-ntini criou o Programa Inspire,que tem como objetivo ajudar aspessoas a largar o vício.

O coordenador do progra-ma, Marcos Nascimento, dizque há 10 anos o jovem inicia-va o tabagismo por volta de 19anos. Hoje, é considerado umadoença pediátrica, e seu inícioocorre por volta dos 10 anos. Oprincipal objetivo do programanão é somente fazer as pessoaspararem de fumar, mas que nãose inicie no vício.

O programa inclui apoio deuma equipe de médicos forma-da por cardiologistas, pneumo-logistas, nutricionistas e psicó-logos que orientam os pacien-tes e fazer todo o acompanha-mento na fase inicial e no de-correr do tratamento. Um dosatrativos do projeto é que eletrabalha na forma de “in com-pany”, ou seja, pode atender aspessoas nos seus locais de tra-balho. “Hoje um dos principaisproblemas para quem querabandonar o cigarro, além daprópria dependência química, é

Felipe Rocha

Programaajuda quemquer pararde fumar

a dificuldade de horário e dedeslocamento até o médico.Com este programa, o pacien-te já fica com a consulta mar-cada quando vai trabalhar.Isso facilita muito a adesão aotratamento”, explica Nasci-mento.

Muitos fumantes que têmvontade de parar tentam sozi-nhos, mas, segundo cita o mé-dico, o número de pessoas querealmente consegue não passados 3%. Nascimento ainda ex-plica que o fumo é a primeiracausa de morte no mundo quepode ser evitada. “A segundaé o trânsito, e a terceira, ofumo passivo, aquele de quemconvive com a fumaça do ci-garro”.

Vantagens Além, claro, da questão de

saúde pública que envolve otabagismo - já que o cigarroestá associado a 52 tipos dedoenças diferentes, entre respi-ratórias, cardiológicas e cân-ceres – outro ponto é a econo-mia gerada com o abandonodo vício. Uma pessoa quefuma um maço por dia, no va-lor de R$ 5,00 cada, economi-za no decorrer de um ano R$1.800,00.

Outra vantagem é o resga-te da liberdade que se perdecom a dependência química.“O tratamento devolve ao pa-ciente a chance de circular nomeio social sem o constrangi-mento do odor e do mal-estar

Pessoas que querem largar o vício recebem acompanhamento

provocado pelo cigarro”, afir-ma Nascimento.

Como funciona Para pessoa física o progra-

ma prevê inicialmente umaconsulta com um cardiologistaou pneumologista. A partir daprimeira avaliação, o pacienteserá encaminhado para umacompanhamento mais deta-lhado e consultas com outrosprofissionais da saúde comonutricionistas e psicólogos. Oprazo mínimo de tratamento éde três meses. “A terapêuticadepende de cada caso. Algunsprecisam da ajuda de medica-mentos para diminuir não ape-nas os sintomas da abstinên-cia, mas também a chance derecaída. Uma abordagem ade-quada aumenta a possibilidadedo abandono definitivo”, refor-ça Nascimento.

“O tratamentodevolve ao paciente achance de circular nomeio social sem oconstrangimento doodor e do mal-estarprovocado pelocigarro”

Marcos Nascimen-to, coordenador doprograma

No Brasil, a depressão já é asegunda causa de maior afasta-mento no INSS. O paciente de-pressivo passa por uma perícia.Se for constatada a incapacida-de laboral do segurado, ele temo direito ao auxílio-doença. Equando se verifica que a patolo-gia acarreta incapacidade per-manente é possível a aposenta-doria por invalidez.

Segundo o psiquiatra Mauri-cio Bianco, é preciso ter cuida-do na análise do paciente. “Énecessário avaliar o humor dapessoa, se ela tem crise de cho-ro, falta de prazer nas ativida-des habituais e se há sintomasassociados, como cansaço, hi-personia ou a perda do sono”.A depressão é uma das condi-ções mais frequentes na vidaadulta e afeta de maneira devas-tadora a qualidade de vida. Noano passado, o Japão teve umgasto de US$ 32 bilhões. Essevalor foi baseado em um levan-tamento nacional que soma arenda perdida, tratamentos e be-nefícios sociais.

A forma de manifestaçãoé extremamente variável de pa-ciente para paciente. Alguns pa-cientes perdem a vontade decontinuar a viver, outros se sen-tem um peso para os filhos eacabam escondendo o que sen-tem. Pacientes depressivos cos-tumam somatizar esse senti-mento e se queixam de váriascoisas ao mesmo tempo. A pa-ciente Rita Bernardo afirma quesente dores generalizadas, e quese cansa com facilidade. As per-nas ficam pesadas. S e g u n d opesquisa elaborada pela Associ-ação Médica Brasileira, 20% dapopulação terá algum tipo detranstorno mental. E nos postosde saúde entre 18 e 22% dos aten-dimentos na farmácia é de medi-camento controlado. No mês dejunho de 2010 foram 1.027 me-dicamentos psicotrópicos. Osmedicamentos mais procuradosem farmácias do Posto de Saúdesão: Amitriptilina, Fluoxetina,Diazepan e Clonazepam.

Não serão os antidepres-

sivos, tampouco, os livros, nemos psicanalistas ou então, con-sultando os milagreiros deplantão que o sujeito vai sairdessa. Para Rita Bernardo, “adepressão é uma doença daalma que acontece na esfera es-piritual, imaterial, adoecendo oespírito o físico também sofre.”As reais causas da infelicidade,só poderão ser vencidas pelaprópria pessoa. Agindo dessaforma, a depressão será des-mascarada, e toda orientaçãovinda de terceiros e a eficáciados medicamentos, cumprirão opapel de coadjuvantes.

Existem as depressõesmonopolares e a depressão bi-polar. O transtorno afetivo bipo-lar se caracteriza pela alternân-cia de fases de alegria ou irrita-ção do humor. A depressão mo-nopolar só tem fases depressi-vas. Regina dos Santos faz tra-tamento para depressão bipolarhá cinco anos, e afirma quemuitas vezes a pessoa pareceestar bem, e há outras fases quese sente deprimida. “O trata-mento me ajuda a equilibrar, eficar em um estado normal, oupelo menos quase normal”.

Existe a depressão pós-parto, que segundo psicanalis-tas são as mais delicadas notratamento. Um dos sintomas éo afastamento do bebê, a mãepassa a não querer saber do seufilho. Pois se acha incapaz detomar conta dele.

Para o psiquiatra, os tra-tamentos mais eficazes são aspsicoterapias e os antidepressi-vos. “Quando uma cliente che-ga para iniciar o tratamento euapresento os prós e contras damedicação, pois ela não é isen-ta de riscos, e verifico qual amais indicada para a pessoa.”Existem outras técnicas como aosteopatia, a quiroprática, a os-teopatia craniana, a terapia sa-cro craniana, a libertação miofacial. As duas ultimas terapi-as são muito mais abrangentese completas, pois trabalham osistema sacro craniano e tam-bém o corpo.

A doença do séculoPresente em todas as classes, a depressão é uma

desordem psiquiátrica muito mais frequente do que seimagina

Camila AragãoSXC/Michal Zacharzewski

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Comportamento

Entre os dias primeiro e22 de março, foram realiza-das pesquisas sobre o usode óculos de grau, por mu-lheres, na faixa etária de 18a 64 anos. As informaçõesforam captadas pelo IBOPEMedia a pedido de uma mar-ca de lentes para óculos. Opúblico feminino entrevista-do pertencia às capitais SãoPaulo, Rio de Janeiro, BeloHorizonte, Porto Alegre eFortaleza.

Os resultados obtidos ti-veram como base a opiniãode 284 mulheres. O motivoque levou à realização dasentrevistas foi a compreen-são da relação estabelecidaentre as mulheres e os ócu-los. Hoje, dois terços da po-pulação de brasileiras pre-cisa usar óculos.

As considerações em re-lação ao acessório de corre-ção visual contêm diversaso p i n i õ e s . P a r a 6 6 % d a susuárias, existem dificulda-des de acei tação. Outras32% simplesmente ignoram,mesmo sabendo que somen-te elas próprias serão preju-dicadas. E 22% relatam queas atrapalha durante o diaa dia.

O principal ponto que apesquisa mostrou, na ques-tão da recusa do objeto, éque as mulheres não o en-xergam como algo de acor-do com a moda. Ainda nãohá uma associação estilísti-

ca entre roupa e óculos .Tanto que, para 27% das en-trevistadas, a utilização deóculos as faz menos atraen-tes e bonitas.

Considerando que, atual-mente, apesar dos inúmerosmodelos e adequações dis-postas no mercado, muitaspessoas não se sintam con-fortáveis na hora em queprecisam corrigir sua visão,as desculpas para se desvi-ar do tratamento estão me-nores. Além disso, já exis-tem outros métodos.

Segundo o oftalmologis-ta Jhony de Polo, existemmuitos tipos de tratamentoe intervenções oftalmológi-cas que podem tornar a pes-soa independente do uso deó c u l o s . “ A t u a l m e n t e , o smais usados são as lentes decontato e as cirurgias”. Poloexplica também que muitasvezes essas outras opçõespodem inclusive melhorar aqualidade de vida e a visãodo paciente.

Em re lação aos danosc a u s a d o s a o i n d i v í d u oquando ignora o uso, Poloressalva: “Não existem da-nos ligados diretamente àfalta de utilizar óculos de

Óculos de grau “enfrentam” barreiraspara serem aceitos pelas mulheresRecente pesquisadivulgada peloIBOPE mostra queas mulheresdemonstramrestrições e barreirasquanto à utilização deóculos para corrigirvisão

Giórgia Gschwendtner

A estudante de design de modaElena Cordeiro Leite, 61 anos, começoua usar óculos aos 32 anos por apresentarmiopia. Hoje, sua necessidade mudou e oproblema é enxergar de perto, isso por con-ta da idade. Não se importa mais em usare também experimentou lentes, conside-rava mais trabalhoso, mas, esteticamentemais agradável. “Eu me achava feia deóculos. Achava que eu não combinavacom o óculos, ou ele comigo”.

Já Renata Korovsky Moura, 17anos, estudante, adora usar óculos eoptou por lente por uma questão depraticidade. “Eu treinava voleibol enesse caso o uso das lentes de conta-to era imprescindível. E acabei meacostumando”.

Elena, aos 61, já não encontraproblemas com o acessório, mas,se pudesse escolher, ele não fariaparte da sua vida

Opinião e experiência

grau, o que ocorre é que apessoa terá uma visão limi-tada”. E faz uma importan-te recomendação sobre oóculos de sol. “Os óculos desol com filtro UVA e UVBsão muito importantes paraevitar lesões e agravamento

de doenças oculares pré-existentes, como a cataratae Degeneração Macular Re-lacionada a Idade (DMRI)”.

Os problemas mais co-muns que precisam eventual-mente de óculos de grau sãomiopia, que é a dificuldade

para enxergar longe, astig-matismo, visão borrada, hi-permetropia, que é a dificul-dade para enxergar mais per-to e por fim a presbiopia, di-ficuldade para enxergar per-to que se manifesta geral-mente a partir dos 45 anos.

Apesar dos vários modelos ofertados,os óculos ainda não são objeto de

consumo e moda para as mulheresGiórgia Gschwendtner

Giórgia Gschwendtner

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É. A mocinha de “Passione”pode não ter sido assassinadano fatídico capítulo exibido noinício de outubro. Na verdade,a bala atravessou o estúdio de“Passione” e foi fazer sua víti-ma na próxima novela das oito,“Insensato Coração”, de Gilber-to Braga e Ricardo Linhares.Por ironia, a mocinha, que se-ria interpretada por Ana PaulaArósio, acabou sendo atingidapela bala perdida.

Brincadeiras à parte, aatriz foi afastada na última se-mana por não ter comparecidoàs primeiras gravações da tra-ma em Florianópolis. Com acrise insaturada nos bastidoresdo principal produto da emis-sora, iniciou-se uma busca pelobanco de talentos para acharuma substituta para Ana Pau-la Arósio, a “chata”. A saídada atriz, dizem as más línguas,foi comemorada na praça dealimentação do Projac por au-tores, atores e diretores. AnaPaula é o exemplo de atriz “es-trelinha.” Costuma ter criseshistéricas durante as produ-ções, além de se achar a últimabolacha do pacote. Pior de tudoé que ela não decora texto. Di-retores já tiveram que encurtaras falas da atriz em diversasnovelas para que ela pudessegravar. Para este colunista,também é um grande alívio.Ana Paula é o tipo mocinha in-sossa, sem sal, nem açúcar. Nãotem carisma, e aquela voz cha-ta dela dá nos nervos. Imaginaaguentá-la como protagonistada novela das oito por 200 ca-pítulos? Sorte que, para este co-lunista, pelo menos, Gloria Pi-res e Fábio Assunção salvari-am a pátria.

Mas o mistério e a crisejá foram resolvidos na noite de

Televisão

ontem. A substituta anunciadapara Ana Paula é uma atriz jo-vem e promissora: Paola Olivei-ra, de apenas 28 anos. Caberáa ela intrepretar a designer deinteriores Marina Drummond,que irá balançar o coração dosirmãos Léo (Eriberto Leão) e Pe-dro (Fábio Assunção), além decausar a inveja em Norma (Glo-ria Pires). Que noveleiro, afinal,não espera ansioso por “Insen-sato Coração”? Será a volta, fi-nalmente, de Gloria Pires emuma grande vilã de GilbertoBraga, no horário nobre, fazen-do maldades com Fábio Assun-ção (quem não se lembra doinescrupuloso Renato Mendesde “Celebridade”?).

Para animar ainda mais,as primeiras externas estão sen-do feitas em Florianópolis, nacapital catarinense. A ideia éfugir do eixo Rio-São Paulo e50% da novela será ambientadalá, com outro núcleo no Rio,para os fãs da cidade maravi-

Todos aguardam o“Insensato Coração”

lhosa.No elenco, gente da me-

lhor qualidade, como já citadosEriberto Leão, Fábio Assunção,Glória Pires, Paola Oliveira,Nathália Thimbergue, Natháliado Valle, Lázaro Ramos, Debo-rah Secco, Camila Pitanga, De-borah Evelyn, Tarcísio Meira,Antonio Fagundes, entre outros.

E o tema que deve emba-lar grande parte da trama será“Só louco”, de Dorival Caym-mi.

Só louco /Amor como euamei/Só louco/Quis o bem queeu quis

Ah! Insensato coração/Porque me fizeste sofrer/Porquêde amor para entender/ É pre-ciso amar, porque...

A direção fica a cargo deDennis Carvalho (parceiro deGilberto desde “Vale Tudo”) ea estreia está marcada para odia 17 de janeiro. Todos aguar-dam, ansiosamente, o “Insensa-to Coração”.

Divulgação

Para o colunista, Fábio Assunção e Gloria Pires salvariam apátria em Insensato Coração

De acordo com a milenar mitologia céltica, no dia 20 de outu-bro é comemorado o dia da maior de todas as feiticeiras, a Senho-ra do Lago, que é a representante da deusa em que creem as tribospagãs. Até hoje, a tradição de celebrar a data se mantém forte emalguns pontos do País de Gales.

A imagem dessa mulher foi imortalizada pela escritora Mari-on Zimmer Bradley na coleção “As Brumas de Avalon”, que versasobre a perspectiva feminina das lendas de Rei Arthur e os cava-leiros da Távola Redonda.

Nessa história, no entanto, a protagonista não é a Senhora doLago, Viviane, a tia de Arthur que lhe presenteou com a poderosaespada Escalibur, mas sim a irmã do rei, Morgana, que está sendotreinada para assumir o cargo da tia. A saga é dividida em quatrolivros que retratam o dia a dia na ilha mágica de Avalon, a vidana corte, os conflitos por causa das diferenças entre religiões e ossentimentos da Morgana sacerdotisa, mãe, amante.

Tão grande foi o sucesso da trama, que os leitores esperaramimpacientemente por uma versão cinematográfica, que só foi gra-vada em 2001 – exclusivamente para a televisão - e decepcionou agrande maioria do público. Os motivos para isso são muitos, a co-meçar pela grande diferença entre as versões.

Obviamente, um filme não tem a obrigação de ser uma cópiaexata do livro, como já diz o termo, faz-se uma adaptação entredois formatos completamente diferentes. No entanto, é preciso terbom senso para não deturpar a essência da história, o que nãoaconteceu no caso. Isso porque itens cruciais foram alterados, comopor exemplo, a postura de Arthur (Edward Atterton) em relaçãoao fanatismo da esposa Gwenwyfar (Samantha Mathis), que ochantageava para decretar de uma vez por todas um reino cristão.Enquanto no livro, Arthur era manipulado pela rainha, o filmemostra-o bastante mais firme e fiel à promessa que fizera à Vivia-ne (Anjelica Huston) – que se consistia em manter a harmonia en-tre o paganismo e o cristianismo.

A rainha por sua vez, aparece menos mimada e mais compre-ensiva, assim como os padres que no filme também são represen-tados menos radicais. Outra diferença que pode incomodar os fãsé a mudança de caráter de Morgause (Joan Allen) irmã mais novade Viviane que no longa é apresentada como a grande vilã. Se-guem-se também alterações quanto aos destinos e morte dos per-sonagens. A única que se mantém mais fiel ao original é Morgana(interpretada por Julianna Margules) que assim como no livro é aprincipal e também a narradora, apesar de não ter tido retratado oseus romance com o primo Lancelot, o que é essencial para o de-senrolar dos fatos.

Infelizmente o diretor Uli Edel não conseguiu passar muito daprofundidade da trama. É claro que a responsabilidade era gran-de, afinal, era preciso compactar quatro obras em um só filme eainda atender às expectativas de milhares de fãs, que fizeram cadaum uma interpretação diferente. Por isso é preciso ser justo e elo-giar a belas paisagens e figurinos, que passam uma rasa ideia daatmosfera mística da história.

Resta aos apreciadores, esperarem por uma outra versão de ci-nema, mas caprichada e fiel aos livros. Enquanto isso não acon-tece o melhor a se fazer é ler ou reler a tetralogia e se encantar coma boa escrita de Marion ao descrever essa cultura tão diferente emisteriosa, que nos faz torcer para que tudo isso tenha existido deverdade.

As Brumas de Avalon:um filme sem magia

Willian BressanEscreve quinzenalmente sobre televisão, à[email protected]

Anna Luiza GarbeliniEscreve quinzenalmentesobre cinema, às [email protected]

Cinema

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Curitiba, quarta-feira, 20 de outubro de 2010 7

O mundo fascinante dasimagens e o que acontece paraque elas cheguem até as televi-sões dos lares de todo o mundofascinava Christian Schwartzna infância. Nascido no ano de1975, a profissão almejada quan-do criança era de engenheiro ele-trônico. No tom de voz e na fir-meza das palavras e das deci-sões de sua vida, o professor docurso de Comunicação Social daUniversidade Positivo já mostraque leva a cabo suas vontades.Foi na 8ª série que decidiu pres-tar prova para entrar no Cefet,aos 14 anos, para engenhariaeletrônica. Quando menino, jálidava bem com os cálculos – fi-lho de um economista e de umaprofessora de matemática - a ci-ência matemática e a músicasempre fizeram parte da suavida. A parte da música fica porconta do avô, que era clarinetis-ta, e dos dois únicos irmãos,multi-instrumentistas que fazemparte da formação de uma ban-da curitibana.

Acontece que Christian enve-redou para o outro lado: das ci-ências exatas para as humanas:se descobriu apaixonado pelomundo do jornalismo e da lite-ratura. Para terminar seu cursotécnico em eletrônica no Cefet,mais por vontade da mãe do quepor vontade própria – o que lhechamava atenção nas aulas docurso eram as disciplinas deportuguês - em 1994 começouum estágio na Rede Manchete(atual Rede Independência deComunicação). Displicentecomo técnico, era mestre na arteda leitura de jornais da redação.“Matava” o trabalho de estagiá-rio em eletrônica para se dedi-car ao deleite da leitura da Fo-lha de S. Paulo, que a partir daília todos os dias. Ali tambémconheceu um de seus ícones dojornalismo, primeiro apenascomo escritor, mais tarde comoprofessor e agora como seu ami-

Entre números, letras emuitas idas e vindasCamila Reimann

go e vizinho (moram no mesmoprédio), o escritor Cristovão Te-zza.

Recém-chegado ao curso dejornalismo, Christian já foi tra-balhar em uma das mais impor-tantes empresas jornalísticasdaquele momento, a rádio CBN.Naquela época, a CBN chama-va-se Rede Globo do Rádio, ecomo a TV Globo, a rádio criouum padrão. Não trabalhavacomo estagiário, fazia o mesmotrabalho que os outros repórte-res. Como ele conseguiu? Segun-do ele, para conseguir um traba-lho assim, tem que ter informa-ção, bastante leitura, ter um tex-to bom e estar “sempre ligado”nos acontecimentos.

Daí em diante Christian teveuma trajetória que muitos estu-dantes de jornalismo almejam.Antes de se formar, já falavapara a família e para os amigosque quando se formasse ia mu-dar-se de Curitiba. A CBN foiuma grande escola. Porém, o di-namismo do meio rádio lhe tra-zia uma vida profissional mui-to agitada, que acabava sacrifi-cando muito a rotina, principal-mente no tempo em que ele erarepórter, pois “não se falava na-quele tempo em matéria na in-ternet. Agilidade é muito legal,mas tem que ter muito fôlego,trabalhar direto”.

Quase ao mesmo tempo emque teve que sair da rádio CBN,devido a uma mudança na dire-toria da rádio, Christian passouno Trainee da editora Abril, umcurso de um mês que descobreos novos talentos do jornalismoe novos candidatos a jornalistanas redações da editora.

A equipe da Abril forma pe-quenas redações com 3 escrito-res, 2 designers e um fotógrafocom a tarefa de produzir umamini-revista de 8 páginas em ummês. No caso dele, foi parar naredação da revista Placar. Quan-do terminou o Trainee, conse-

guiu trabalho para o Guia doEstudante. Dois meses depoissurgiu uma vaga na Revista Pla-car, depois passou para freelan-cer da revista Quatro Rodas. En-quanto trabalhava como freelan-cer, Christian trabalhou para aeditora Peixes como repórter deaventura, onde passava muitotempo viajando, conhecendo lu-gares diferentes para fazer asmatérias. Como um exemplo,Christian conta que uma vezpassou 11 dias viajando de jipede São Paulo a Fortaleza fazen-do uma reportagem sobre o Rallydos Sertões.

No fim de 1999 foi convida-do a fazer o guia de restauran-tes da Veja Curitiba. Christiandesocupou o apartamento emSão Paulo e voltou a morar emCuritiba. O diretor-executivo darevista gostou do trabalho delee lhe convidou para assumir asucursal da Revista Veja em Be-lém. Na Abril, além de uma ex-periência profissional almejadapor muitos estudantes de jorna-lismo, encontrou também uma

namorada e futura esposa. Atambém curitibana e jornalistaLiliana Negrello, que se aventu-rou com ele a morar em Belém.

Passou um ano em Belémtrabalhando como repórter in-vestigativo, cobrindo toda a de-manda da região Norte e Cen-tro-Oeste do Brasil. Nesse perío-do dedicou todo o seu tempopara o trabalho. Tinha o escritó-rio da sucursal montado nomesmo lugar em que morava.Passava dia e noite sob a pres-são do fechamento, como elechama, “hard news”, onde aprofissão despende quase todaa energia. Decidiu largar o co-mando da sucursal em Belémpara voltar a estudar. Queria fa-zer pós-graduação, já pensandoem ser professor.

Então ele e Liliana muda-ram-se para Birmingham parafazer especialização em estudosliterários. A questão da sobrevi-vência ficou por inteira contadeles. Entre monitoria de peque-nos estudantes de ensino funda-mental, bares e serviço de intér-

prete para outros estrangeiros,além de conseguir se sustentarjuntaram dinheiro o suficientepara depois de seis meses naInglaterra passarem mais seismeses na França fazendo cur-sos. Voltaram para cá, e depoisde um tempo trabalhandocomo freelancer novamente,Christian começou a lecionarna Universidade Positivo,onde dá aulas atualmente. Masa vida dele não é só trabalho, étambém Atlético Paranaense.Companheiro de jogo dos quediz ele serem os dois mais céle-bres atleticanos do momento,Cristovão Tezza e o filho dele,Felipe, seus vizinhos de prédio.Por conta disso, até virou per-sonagem de “O Filho Eterno”,o mais recente e consagrado li-vro do autor, fazendo uma"pontinha" no enredo nas duasúltimas páginas – mas reco-menda para não deixarmos deler o romance todo, que, sus-peitamente afirma ser “o me-lhor romance brasileiro dosúltimos anos”.

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GiraMundi

Cultura

Os e-books, ou livros digi-tais, como são conhecidos emportuguês, fazem parte da ba-gagem tecnológica do séculoXXI. Eles são nada mais que aversão digitalizada de livros,ou mesmo artigos,monografias, que podem serlidos em arquivos de PDF,PDA, documentos de texto emcomputadores ou celularesque suportam esses recursos,criando, assim, uma maneiramais prática e dinâmica deleitura.

Como muita tecnologia quevem surgindo ao longo dosanos, os e-books causam cer-to receio nos leitores do “bome velho” livro. Foi levantadaa polêmica sobre até quandovão existir os livros impres-sos, já que as mesmas obraspodem ser encontradas dis-poníveis online, sem ter quese deslocar para comprar oualugar livros que, às vezes,são até difíceis de encontrarem sebos e livrarias, isso semcontar as despesas financei-ras.

A estudante de Engenha-ria da Computação da Univer-sidade Tecnológica Federaldo Paraná (UTFPR) CibeleReis, que recentemente fezuma pesquisa a respeito doassunto, elaborou a tese de quetem que existir uma tecnologiaboa o suficiente para substi-tuir o que os livros represen-tam. Segundo ela, existe oKindle - tecnologia desenvol-vida pelo site Amazon, que éum leitor digital com um for-mato similiar a um iPad e quearmazena arquivos em PDF,PDA, entre outros formatos.Para ela, este é o primeiro pas-so para a extinção dos livros

Os artistas Davi Sartori, Gabriel Schwartz, Raïff Dantas Barreto eDanilo Koch participam da Série "Música de Câmara". Osselecionados para o programa são escolhidos através de editais, emtroca, devem oferecer música de câmara à comunidade. O grupofará um workshop para estudantes de músicas interessados noestilo.

Onde: Capela Santa Maria - Espaço Cultural (Rua ConselheiroLaurindo, 273 - Centro)Quando: Dias 20 e 21, às 20hQuanto: R$10

O workshop acontece dia 22, das 14h às 18h

Música de CâmaraJuliana Guerra

Amanda Queiroz

Gravando CuritibaAs bandas "O Trilho" e "Pão de Hambúrguer" se apresentam peloprojeto Gravando Curitiba, da Fundação Cultural de Curitiba.

O TrilhoO grupo existe desde 2009 com um objetivo claro: fazer rock'n roll.As músicas compostas pelos próprios integrantes da banda têminfluência do rock dos anos 70.

Pão de HambúrguerA banda de rock formada em 2005 apresenta músicas de composiçãopróprias com forte identidade lírica e instrumental. A banda éapontada como uma das mais promissoras da cidade.

Onde: Teatro Universitário de Curitiba - TUC (Galeria Julio Moreira,- Centro)Quando:dia 23, às 21hQuanto:Entrada Gratuita

Leitura, brincadeiras e acrobracias. O espetáculo GiraMundiapresenta a leitura como algo divertido e que desperta a imaginação,o livro se torna um objeto mágico. O espetáculo é bem humorado eencanta com seu impacto visual. O show conta com a participaçãoda Cia. La Arena, de Buenos Aires. Para a comunidade, a companhiaofertará oficinas de arte circense.

Onde:Circo da Cidade Zé Priguiça (Rua Benedicto Siqueira BrancoS/N esquina com Rua Campo Mourão - Alto Boqueirão)Quando:Dias 21, 23 e 30Quanto: Entrada Gratuita

O que será doslivros no futuro

Divulgação

Com o surgimento dose-books, cria-se umapolêmica a respeito deum possível fim doslivros impressos

impressos, mas os recursos queele oferece não são suficientespra suprir a ausência dos li-vros. Os Kindles são vantajo-sos em quesitos dearmazenamento, pois podemsalvar até 1500 livros em suamemória interna. Além de por-tar entradas de cartões de me-mórias e USBs, não cansam avista como uma tela LCD, poissão construídos a partir do sis-tema e-ink, que facilita a leitu-ra, funcionando como um pa-pel. No entanto, peca na partede finalidade, pois é um obje-to muito direcionado e nãovale o seu custo-benefício.

Têm aqueles que se recu-sam a acreditar que um dia oslivros não vão mais ser bensmateriais. “Eu nem sei se es-tou preparada para isso, émeio assustador pensar queuma coisa que existe há tantosséculos vai sumir, vai virardigital. Eu não sei se consegui-ria, eu preciso pegar no livro,

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senti-lo, manuseá-lo, e nãotê-los em arquivos no meucomputador. Eu gosto é de fa-zer volume na estante”, co-menta a estudante de Letrasda UTFPR, Nabylla Fiori. “Eo que seriam as bibliotecas?Um banco de dados em quevocê retira os arquivos viapendrive? Isso é muitosurreal para mim”, brinca.

Falta muito para os livros,tecnologia que provocou e di-fundiu uma revolução cultu-ral no século XIII, sumiremde vez. Quando isso aconte-cer, vai ser um dos marcos daevolução da era digital. Osmais “ligados” emmodernidades já estão se ha-bituando desde já, e as ven-das dos iPads, dos Kindles eobjetos digitais recém-cria-dos são provas disso. Os nú-meros só crescem e as empre-sas lucram, sem saber se suasinovações vão, de fato, vin-gar.

O Kindle, daAmazon, é umexemplo deleitor digitalque apresentavantagem noarmazenamento

Divulgação