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Londrina · setembro 2016 · ano XVI · n°196

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Londrina · setembro 2016 · ano XVI · n°196†

Vida em Ação N°196 Setembro | 2016

Expediente

2 Voz do Pastor

São Vicente, homem forte!

(43) 3339 0252 [email protected]

DIRETOR: Pe. José Rafael S. Durán

JORNALISTA: Carolina Thomaz

PASTORAL DA COMUNICAÇÃO Rosângela Vale, David Dequech Neto, Paulo Briguet, Rosana de Andrade, Katia Baggio, e Cecília Fraga

TIRAGEM: 1.500 exemplares

DESIGN e DIAGRAMAÇÃO Somma Studio sommastudio.com

Padre José Rafael Solano Durán ∂ Pároco

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Temos sempre a imagem dos santos no altar e daí vem a expressão “com cara de santo”. São Vicente de Paulo pode ser chamado o Santo Forte.

O Rei Luís XIII costumava dizer que era melhor se cuidar de Vicente pois ele não tinha papas na língua.

Vicente encarnou na sua personalidade a proposta dos profetas: “Não tenhais medo com o que direis com tal que seja sempre e em tudo a verdade”. Quando o rei quis fechar o primeiro hospital de Paris, que era atendido pelas filhas da caridade, Vicente ficou fortemente ofendido e foi até a porta do palácio real para exigir do Rei uma explicação. O rei o deixou esperando uma semana e durante esse período se via um homem jogado na porta do palácio, era Vicente.

Quando o rei o deixou entrar pensou que encontraria um homem calmo e silencioso mas para surpresa do rei ao entrar no Palácio Vicente repetiu por 3 vezes: “Majestade Cristo sempre espera! Espera! Espera!

Um santo que não tinha medo dos fortes deste mundo pois o único forte é o Senhor.

Vicente foi o profeta dos pobres, que os chamava de meus senhores e precisamente por isso nunca teve medo de enfrentar os ricos e poderosos deste mundo para s salvar

3Mundo católico

A reflexão do Papa no Angelus deste domingo (18/09) teve como inspiração a liturgia do dia. Francisco falou aos milhares de fiéis presentes na Praça São Pedro sobre a diferença entre a "astúcia mundana" e a "astúcia cristã".

“A mundanidade se manifesta com comportamentos de corrupção, de en-gano, de opressão, e constitui a estrada mais errante, a estrada do pecado, mesmo se é aquela mais cômoda de ser percorrida. O espírito do Evangelho, ao contrário, requer um estilo de vida sério e compromissado, marcado pela honesti-dade, correto, no respeito aos outros e de sua dignidade, com senso de dever. Esta é a astúcia cristã!”, esclareceu o Papa.

ESCOLHA JUSTAFrancisco afirmou que o “percurso da vida comporta uma escolha entre duas estradas” opostas.

“Não se pode oscilar entre uma e outra, porque se movem sobre lógicas diferentes e contrastantes. É importante decidir qual direção tomar e, a seguir, escolhida aquela justa, caminhar com impulso e determinação, confiando na graça do Senhor e no apoio de seu Espírito”, disse.

ÚNICO PATRÃOJesus – prosseguiu o Papa – “hoje nos exorta a fazer uma escolha clara entre Ele e o espírito do mundo, entre a lógica da corrupção e da cobiça, entre aquela da retidão e da partilha”.

“Alguns se comportam com a corrup-ção como com as drogas: pensa que pode usá-la e parar quando quiser. Porém, a corrupção vicia e gera pobreza, ex-ploração e sofrimento. E quantas vítimas existem hoje no mundo, desta corrupção difusa. Quando, ao contrário, procuramos seguir a lógica evangélica da integridade (...) servimos ao patrão justo: Deus”.

Ao saudar os presentes na Praça São Pedro, Francisco recordou que visitará

aqueles que nada tinham.Nossa paroquia não pode ficar aquém das exigências

deste santo. Somos chamados a viver constantemente nossa vida de cristãos e profetas. A força que nos vem do Espirito nos motiva e nos da coragem para estar sempre ao serviço do Reino e não dos interesses humanos.

Nestas Bodas de Prata a comunidade deve se unir cada vez para viver a fraternidade, para expressar sua identidade, mas sobre tudo para ser um polo de caridade. Nossa campanha do quilo deveria muito mais do que ser uma campanha um compromisso de cada paroquiano e paroquiana. Transformar em celeiro da caridade cada espaço do nosso ser e contribuir decididamente com aqueles que nada tem.

A força que motivava São Vicente era tal que ele nunca se acanhou. Muito pelo contrário, fazer o bem sem olhar a quem e sempre fazer bem feito. Este era seu lema e precisamente por isto queremos nestes 25 anos continuar cantando o Aleluia de Vicente.

Obrigado Senhor por tudo o que fizestes e continuaras a fazer!

dade e infidelidades, entre egoísmo e altruísmo, entre o bem e o mal. Não se pode oscilar entre uma e outra, porque se movem sobre lógicas diferentes e contrastantes. É importante decidir qual direção tomar e, a seguir, escolhida aquela justa, caminhar com impulso e determinação, confiando na graça do Senhor e no apoio de seu Espírito. Forte e categórica é a conclusão do trecho do Evangelho: “Nenhum servo pode servir a dois patrões, porque ou odiará um e amará o outro, o mesmo se afeiçoará a um e desprezará o outro”.

Jesus hoje nos exorta a fazer uma escolha clara entre Ele e o espírito do mundo, entre a lógica da corrupção e da cobiça, entre aquela da retidão e da partilha.

Alguns se comportam com a cor-rupção como com as drogas: pensa que pode usá-la e parar quando quiser. Porém, a corrupção vicia e gera pobreza, exploração e sofrimento. Quando, ao contrário, procuramos seguir a lógica evangélica da integridade, da pureza nas intenções e nos comportamentos, da fraternidade, nos transformamos em artesãos de justiça e abrimos horizontes de esperança para a humanidade. Na gra-tuidade e na doação de nós mesmos aos irmãos, servimos ao patrão justo: Deus.

Que Nossa Senhora nos ajude a escolher em todas

as ocasiões e a todo custo a estrada justa,

encontrando também a coragem de ir

contracorrente para seguir Jesus

e seu Evangelho.

Assis na próxima terça-feira por ocasião do Dia de Oração pela Paz e convidou todos a rezarem pela paz.

Abaixo, a íntegra da alocução do Papa:

Caros irmãos e irmãs, bom dia!Hoje Jesus nos leva a refletir sobre

dois estilos de vida contrastantes: aquele mundano e aquele do Evangelho. E o faz por meio da parábola do administrador infiel e corrupto, que é louvado por Jesus apesar de sua desonestidade.

É preciso esclarecer imediatamente que este administrador não é apresen-tado como um modelo a ser seguido, mas como exemplo de dissimulação. Este homem é acusado de má administração dos negócios de seu patrão e, antes de ser afastado, procura com astúcia conquistar a confiança dos devedores, tomando parte dos débitos para assegurar seu futuro. Comentando este comportamento, Jesus observa: “Os filhos deste mundo, de fato, para com os seu semelhantes são mais astutos que os filhos da luz”.

A esta astúcia mundana somos chamados a responder com a astúcia cristã, que é o dom do Espírito Santo. Trata-se de se afastar do espírito e dos valores do mundo, que são tão apreciados pelo demônio, para viver de acordo com o Evangelho. A mundanida-de se manifesta com comportamentos de corrupção, de engano, de opressão, e constitui a estrada mais errante, a estrada do pecado, mesmo se é aquela mais cômoda de ser percorrida. O espírito do Evangelho, ao contrário, requer um estilo de vida sério e compromissado, marcado pela honestidade, correto, no respeito aos outros e de sua dignidade, com senso de dever. Esta é a astúcia cristã!

O percurso da vida com-porta uma escolha entre duas estradas: entre honestidade e desonestidade, entre fideli-

(Rádio Vaticano)

A corrupção só gera pobreza

Vida em Ação N°196 Setembro | 201625 anos . Paróquia São Vicente de Paulo4 25 anos . Paróquia São Vicente de Paulo

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Lançamento do selo: a ideia principal foi de torna-lo

símbolo do Jubileu de Prata da Paróquia São Vivente de Paulo

A Paróquia São Vicente de Paulo tem na sua história uma enorme fonte de graças e bênçãos. Muito antes de ser pensada como é hoje algumas pessoas santas já enxergavam o potencial daquele lugar ermo e distante do centro da cidade. O que havia era muita terra vermelha e quando chovia muito barro. Algumas chácaras, sítios e uma pequena vila vi-centina, que eram pequenas casas onde se acolhiam os pobres e pessoas que não tinham família. Estamos no ano de 1957. Foi neste lugar que tudo começou.

Em agosto daquele ano, as Madres Leônia e Eucarística chegam na cidade e são acolhidas por Dom Geraldo Fer-nandes – o primeiro bispo de Londrina. E foi nesta área rural, na Vila Vicentina, que as irmãs se estabeleceram. Por ali moravam famílias tradicionais, como as famílias Massaro, Rezende, Giroldo, Palhano e Superbi.

A partir daí começa a trajetória das irmãs e da futura Paróquia São Vicente de Paulo. Em muitos momentos as

histórias se misturam e se entrelaçam. Em 19 de março de 1958 é fundada a Congregação das Missionárias de Santo Antônio Maria Claret, por Dom Geraldo Fernandes e madre Leônia, com a aprovação do papa Pio XII.

“O asfalto terminava no colégio Vicente Rijo. As irmãs andavam de char-rete para ir até o centro da cidade. No dia de São José, apesar da chuva forte, madre Leônia tinha tanta certeza que chegaria o cartão com a autorização para fundação da congregação, que Dom Geraldo Fernandes que estava em Roma enviaria assim que estivesse tudo certo, que enviou madre Eucarística para buscar a correspondência. Enquanto isso, ficou tocando no órgão “Magnificat” agradecendo a benção recebida. Madre Leônia sabia, em oração, que o cartão chegaria naquele dia”, lembrou irmã Aparecida de Lourdes Arado.

Como ela mesma descreve, alguém que teve o privilégio de conviver alguns anos ao lado de madre Leônia. É assim Cecília Fraga

que a irmã Aparecida se descreve. Mes-mo sendo na época uma jovem ela conta entusiasmada como tudo começou.

Desde que chegaram aqui em Lond-rina, Madre Leônia, Madre eucarística e outras irmãs já se dedicaram a evange-lização. “Muitas jovens da região eram “Filhas de Maria” e frequentavam a casa. Tinha catequese com as crianças e a Primeira Comunhão na Festa de Cristo Rei. A partir de 1964, com a inaugu-ração desta casa, aqui ficou o centro desta região. Tinha missa diária na capela – hoje o Santuário – formação de coroinhas, jovens, ministros da Eucaris-tia, catequese, tudo acontecia aqui”, completou irmã Aparecida.

Entre 1972 e 1975, Dom Geraldo trabalhou com os Vicentinos a doação do terreno onde hoje está construída a Paróquia São Vicente de Paulo. E começou a construção de um barracão de madeira, onde hoje é o Centro Pastoral. E nós, irmãs Claretianas, éramos responsáveis por toda vida

Uma história que precisa ser contada

litúrgica. “As celebrações dominicais - na então Capela da Paróquia Coração de Maria – eram de responsabilidade dos padres Claretianos”, comentou.

Durante a conversa, a irmã Aparecida lembrou que elas es-tiveram no início de quase todas as paróquias da cidade. Mas, na visão dela, o trabalho das irmãs é um trabalho no anoni-mato. "Se formos procurar, em nenhum livro de registro das paróquias está o nome de alguma irmã. Mas elas estavam lá. A gente sempre esteve no início das paróquias”, frisou.

E assim foi com a Paróquia São Vicente de Paulo. Mas, neste caso, de uma forma ainda mais evidente já que continuamos bem perto, auxiliando e oferecendo suporte sempre que solici-tado, frisou com irmã Aparecida.

De 1975 até 1991 o barracão de madeira foi o local onde tudo acontecia. Com a construção da nova paróquia quase concluída entra em cena Dom Geraldo Magela, então bispo de Londrina.

E em 1991 acontece o desmembramento da Capela da Paróquia Coração de Maria, passando a ser denominada a par-tir daquela data como “Paróquia São Vicente de Paulo”.

Mesmo sem ter presente todos os fatos na memória, Dom Geraldo Magela fez questão de lembrar que apesar da dis-tância, na época - onde foi pensada a paróquia - a região era próspera e já havia uma movimentação de pessoas no local. “As pessoas construíram uma comunidade na fé, contando com a boa vontade de todos”, disse Dom Geraldo.

“Naturalmente, 25 anos é uma data que merece muita comemoração. O resultado desses anos pode ser visto a olho nu. A Paróquia São Vicente de Paulo é uma benção, assim como tantas outras. É admirável. Não ficou parada no tempo”, con-cluiu Dom Geraldo Magela.

Para a irmã Aparecida de Lourdes, assim como a vocação de Dom Geraldo Fernandes, da Madre Leônia e da própria Con-gregação das Missionárias de Santo Antônio Maria Claret, que buscam evangelizar em todos os lugares dentro e fora do país, assim também está se moldando a vocação da Paróquia São Vicente de Paulo: uma comunidade em saída.

“É preciso audácia e visão. Assim foi desde o início com Madre Leônia, que nunca se contentou em ficar em um único lugar. A missão missionária universal é muito natural para a gente. E agora estamos juntas com a paróquia nas Santas Mis-sões”, comentou.

Para encerrar, irmã Aparecida lembrou que nossa paróquia deveria ter uma consciência maior do privilégio de ter nascido de duas pessoas tão santas, tão missionárias, tão apostólicas e tão eclesiais como Dom Geraldo Fernandes e Madre Leônia. “Você saber que tem no “quintal” um alicerce Eucarístico, Mariano, missionário, como este, num local tão abençoado, onde viveu esta santa – Madre Leônia – é um grande privilégio. Devemos ter mais integração sabendo de tudo isto. É lindo”, concluiu irmã Aparecida de Lourdes.

Para comemorar os 25 anos da Paróquia São Vicente de Paulo foi formada a comissão do Jubileu de Prata. Os integrantes ficaram responsáveis por fazer as festividades acontecerem. Em uma das reuniões a coordenadora da Pastoral Familiar, Angela Feriani, teve a ideia de marcar esse momento por meio de um selo. O objetivo era homenagear os 25 anos da paróquia e a comunidade. “Eu fiquei responsável de fazer o contato, a negociação e a contratação dos correios”, explicou Angela. E assim foi feito. O selo foi lançado no último fim de semana do mês de agosto e agora está no museu dos correios em Brasília, tem validade nacional e está à disposição de colecionadores, “mas é restrito a venda e utilização da paróquia”, contou a coordenadora da Pastoral Familiar.

O paroquiano Rubens Ferreira, que atua como designer gráfico, foi quem criou de um selo comemorativo.

Para o padre Rafael Solano, o lançamento do selo foi um momento de grande emoção, “foi um momento histórico, solene e verdadeiramente valeu em todos os aspectos”, enfatizou padre Rafael.

“As peças carimbadas e assinadas passarão a fazer parte do acervo filatélico dos correios e servirá como fonte de pesquisas e registro desse tão importante acontecimento no contexto cultural e social do nosso país”.

Por Carol Thomaz de Aquino

Selo do Jubileu de Prata

Cardeal Geraldo Magela Irmã Aparecida

Fotos: Cecília Fraga

Vida em Ação N°196 Setembro | 20166 25 anos . Paróquia São Vicente de Paulo 725 anos . Paróquia São Vicente de Paulo

Os 25 anos nas mãos e nas lembranças dos pioneiros da paróquia São Vicente de Paulo

“Eu fico lembrando do trator cavucando a terra para fazer o barracão e vejo agora isso tudo tão bonito. Você não vê mais terra, tudo tão construído, é uma realização que às vezes fica difícil de acreditar que eu ajudei nisso tudo? Isso me dá certeza que é Deus quem age. Foi Deus quem fez tudo isso usando cada um de nós”. Essas foram algumas palavras da Dedé, uma das pioneiras da Paróquia São Vicente de Paulo e que lutou para que a igreja se tornasse o que é hoje.

A catequista Maria José Sonego Faquete, a Dedé, contou sobre a história da comunidade com lágrimas nos olhos e com muita emoção. A necessidade de ter uma paróquia para a comunidade local nasceu na década de 70. Dedé lembrou que o incentivo partiu das missões redentoristas de 1978. Lembra que naquele tempo, em determinados dias da semana, os padres passavam nas ruas do bairro bem cedo, cinco horas da manhã, com os mi-crofones ligados chamando o povo para ir rezar, “a gente acordava e ia para a capela do Instituto Coração de Maria, mas foi aí que começamos a querer a nossa paróquia. A nossa comunidade não tinha nada. A gente trabalhava e morava aqui na região e a con-quista da paróquia foi para reunir a comunidade era porque que-ríamos fazer algo junto, algo que fosse nosso”, completou Dedé.

Com persistência e perseverança, em 1977 foi construído o barracão da São Vicente de Paulo (que ficava onde é o atual es-tacionamento da paróquia). Uns chamavam de barracão, outros de salão de festas, mas independente da denominação, esse local impulsionou os pioneiros na construção da paróquia. “Era uma luta que tinha união e felicidade. Essa comunidade era uma alegria só, todos tinham a mesma vontade, a construção da paróquia. A gente era unida e todos se conheciam. Todo mundo queria trabalhar, participar com entusiasmo e o resultado foi esse: em seis meses levantamos o barracão, o povo trabalhava de noite e de dia, de domingo, de fim de semana, não tinha tempo ruim para a gente”, ressaltou a pioneira Dedé.

A comunidade começou a se organizar. A ajuda das irmãs foi fundamental. Elas coordenavam a catequese e acompanhavam os grupos de jovens. “O barracão não tinha divisórias e ali se fazia de tudo; velório, festas, catequese e missa. Às vezes o velório acabava e a gente ia dar catequese logo em seguida, ou velório saia e a gente ia fazer festa”. As festas foram importantes porque o lucro arrecadado foi utilizado para a construção da paróquia.

Aos poucos todos que lutavam pelo mesmo objetivo foram escrevendo a história e levantando a Paróquia São Vicente de Paulo. Um dos grandes obstáculos era a falta de dinheiro e a falta de padre. De padre? Sim, de padre. Como a capela pertencia à paróquia Coração de Maria, os padres que rezavam as missas do fim de semana eram de lá. Depois de muita conversa, o então bispo Dom Geraldo Magela pediu para a arquidiocese de São Paulo que enviasse um sacerdote para a São Vicente de Paulo (porque aqui em Londrina não havia um padre para assumir a comunidade), e assim foi feito, o padre Pedro chegou em Londrina em 1992 com a missão de ser o primeiro pároco da comunidade.

“A gente ajoelhava no chão e pedia pra Deus mandar um pa-dre e se não formava paróquia porque não tinha padre na época. O padre Pedro veio de São Paulo e ficou 2 anos aqui, de 92 a 94”.

A CONSTRUÇÃO ONDE TODOS COLOCAVAM A MÃO NA MASSAEssa também é a visão da família Gonzaga de Oliveira em relação à idealização e construção da paróquia São Vicente de Paulo. Colocar as mãos na massa significava se doar, fazer a comunidade crescer por amor. A família Gonzaga tem uma relação bem íntima com a São Vicente de Paulo. Uma das filhas do senhor Luiz Gonzaga de Oliveira, a Aparecida, decidiu seguir a vocação de freira e essa caminhada passou pelas irmãs clar-etianas do Instituto Coração de Maria. A família sempre estava na casa das irmãs, visitando e acompanhando a então noviça Aparecida. Em meados dos anos 80 a madre convidou o senhor Luiz para trabalhar com elas, a família mudou-se para o Insti-tuto onde permaneceu por seis anos. “Eu era um funcionário de serviços gerais e quando estava de folga ou no meu horário de almoço eu ia erguer a paróquia. Quando tinha a festa junina a gente ia longe pegar bambu pra montar as barraquinhas. Por que eu fiz isso? Por amor a Deus”, exclamou o senhor Luiz.

Depois dos seis anos na casa das irmãs, o senhor Luiz com-prou uma casa no Jardim Cláudia, onde mora até hoje com a filha Maria José. O envolvimento com a comunidade não mudou e eles continuaram a participar das missas. O Sr. Luiz sempre fez parte do grupo dos vicentinos, ajudando nas festas que ar-recadam dinheiro para a construção da paróquia.

“Eu fui a primeira catequista leiga ali no barracão”, lembrou

Carol Thomaz de Aquino

Quando pequena, a paroquiana Angélica da Silva Thomaz de Aquino passou por dificuldades e sua família era assistida pe-las irmãs. Hoje, com 30 anos, já casada e com uma vida me-lhor, Angélica mostra orgulhosa o seu retrato junto com sua família em uma das primeiras edições do jornal da paróquia.

Angélica era vizinha da família Gonzaga de Oliveira e, devido às dificuldades da família da garota, foi criada por senhor Luiz e a filha Maria José.

Assim, a vida de Angélica sempre foi dentro da São Vivente de Paulo. Fez catequese, participou de grupos de jovens e hoje está no grupo de música. E todos esses anos ela se dedicou para ajudar: encontros, missas, festas, missões... Ela devolve com amor o que recebeu com muito carinho. “Espero que quando a paróquia fizer 50 anos eu esteja aqui, partici-pando e ajudando, se Deus quiser”, disse Angélica.

Receber ajuda e devolver dedicação, amor e carinho

uma das filhas do senhor Luiz, Ivanilde de Oliveira Mendes, e completou, “eu só tinha 12 anos quando as irmãs me chamar-am para dar catequese para as crianças da comunidade”. Hoje, com 45 anos, Ivanilde se sente vitoriosa por fazer parte da história da paróquia. Foram quase 10 anos de catequese, depois participou no grupo de jovens e atualmente é integrante da música. Todos esses anos ajudando para o crescimento da comunidade. “O meu casamento foi o primeiro com o piso novo da igreja, antes era tudo de concreto”, contou ela.

Os pioneiros da paróquia são muitos. Os que já faleceram, como o vicentino Antônio Faria, também são sempre lembra-dos. “O Antônio doou muita coisa, ele era um homem que fazia tudo para os pobres e ajudou muito aqui na paróquia, o que ele fazia era com amor”, contou o senhor Luiz.

O sentimento dos pioneiros que narram os 25 anos da paróquia é de orgulho, saudade e amor. Nos olhos dos que guardam as lembranças de 25 anos atrás há um brilho espe-cial. Pessoas que construíram não só o concreto e sim o amor. O sonho se tornou realidade, a paróquia São Vicente de Paulo era o sonho de muitas famílias que lutaram para conquistar o espaço de uma comunidade. “Essa igreja é a construção do amor”, finalizou Dedé.

A paroquiana Angélica mostra o retrato da família em uma das primeiras edições do informativo da paróquia

Dedé guarda com carinho as fotos da história da paróquia São Vicente de Paulo

Maria José Sonego Faquete - pioneira da São Vicente de Paulo

Ivanilde Mendes de Oliveira - pioneira e primeira catequista leiga da paróquia

O vicentino e pioneiro Luiz Gonzaga de Oliveira com a filha Maria José de Oliveira

O retrato do casamento de Ivanilde, filha do senhor Luiz Gonzaga - primeiro casamento realizado com o piso no chão da paróquia

Vida em Ação N°196 Setembro | 2016 Sociedade São Vicente de Paulo

Rosângela Vale

Quando a Conferência Vicentina Santo Antonio Maria Claret foi fundada, no dia 6 de outubro de 1957, Carlos Massaro tinha pouco mais de 10 anos. A Avenida Madre Leonia Milito era Rua Quito, havia poucas casas no Jardim Guanabara, e, de resto, só cafezal, pasto e eucaliptos. Uma escola estadual ocupava o atual endereço da paróquia São Vicente de Paulo, que anos mais tarde os vicentinos ajudariam a criar.

As reuniões eram feitas na serraria do pai de Carlos, Rodolfo Massaro – onde hoje fica o condomínio Matisse –, depois da missa na capela do asilo. Em seguida, os vicentinos visitavam as famílias carentes, que eram muitas. A área de atuação da Conferência chegava até o atual aterro do lago.

“Nossa formação teve a influência de Antônio Faria Neto, homem forte da Sociedade São Vicente de Paulo, um cristão por excelência”, conta Carlos, vicentino desde os 15 anos. De lá para cá, apesar dos quase 60 anos de distância, pouca coisa mudou, já que a caridade pertence ao vocabulário da eternidade. A Sociedade São Vicente de Paulo segue os fundamentos da Regra estabelecida desde o início de sua fundação, na França, em 1833.

e vende o imóvel para comprar uma casa mais barata. Vai vivendo com o dinheiro que sobrou e cai novamente. Ao invés de deixar essa família ir para debaixo da ponte para depois levar arroz e feijão lá, nós vamos antes, procuramos orientar, apontar caminhos.”

Mas há também a outra realidade. A dos excluídos desde o berço. E os vicen-tinos também chegam até lá. Em bairros pobres, como o Jardim Nova Esperança, há inclusive vicentinos que já estiveram do outro lado. Dos sete integrantes da Conferência São Francisco de Assis, dois têm histórias de superação e gratidão. Irene Soares foi despejada na chácara onde morava, ficou sem casa e sem emprego. “Fui assistida pelo pessoal da igreja. Devo muito a eles”, diz ela, que se tornou vicentina e hoje ajuda a levar es-perança a seus vizinhos. “Muitas vezes, a gente acha que a pessoa só precisa de alimento, mas uma palavra bem falada vale mais.”

Referência para os moradores do bairro, o pintor de carros Almir Pereira Escobar conhece cada palmo daquele chão. Há mais de 20 anos faz um trabalho social – desde quando a missa era celebrada no meio da rua. Há três anos, virou vicentino. “A diferença é que

A Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) é uma organização civil de leigos, homens e mulheres, dedicada ao trabalho cristão de Caridade. Foi criada em 24 de abril de 1833, em Paris, na França, por um grupo de seis jovens universitários católicos e um senhor mais velho. A ideia era criar um espaço onde pudessem fortalecer sua fé contra as ideologias materialistas na época nascentes, por meio do serviço aos necessitados.

O principal fundador da SSVP é Antonio Frederico Ozanam. Foi estudante, professor de Direito, formado também em Letras, na Universidade de Sorbonne. A grande influência de suas ideias converteu diversas pessoas ao catolicismo e seu entusiasmo ajudou a expandir a presença da SSVP no mundo. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II, em agosto de 1997.

No Brasil, a instituição foi fundada em 1872. São aproximadamente 153 mil membros, também conhecidos como confrades (homens) e consócias (mulheres). Aqui a instituição mantém creches, escolas, projetos sociais, lares de idosos, e tem contato semanal com cerca de 74 mil famílias em necessidade.

Como os fundadores colocaram a Sociedade sob a proteção de São Vicente de Paulo, os seus membros seguem o seu exemplo e inspiram-se na espiritualidade que molda o seu pensamento e a sua linha de conduta. Para os vicentinos, os elementos-chave da espiritualidade de São Vicente de Paulo são: “Amar a Deus, nosso Pai, com o suor do nosso rosto e a força dos nossos braços; ver Cristo nos pobres e os pobres em Cristo; partilhar o amor “afetivo” e “libertador” de Cristo, o Evangelizador e o Servidor dos pobres; e ser recep-tivo à inspiração do Espírito Santo”.

Uma das diferenças entre o trabalho do início da Conferência e o de hoje é a forma de arrecadação. “Antigamente, cada vicentino tinha um subscritor que doava a quantidade que pudesse em dinheiro. Fazíamos a arrecadação uma vez por mês e, depois, as compras. Em uma sala da serraria ficavam as tulhas onde armazenávamos farinha, arroz, feijão, sal... Pegávamos a quantidade que cada família precisava, colocávamos em saquinhos e montávamos as cestas”, lembra Carlos.

Embora a arrecadação do alimento seja a parte mais visível do trabalho dos vicentinos, ela não é a principal. O objetivo é a promoção social, a restauração das famílias, a alimentação espiritual. Muitas vezes, eles se mobilizam para ajudar na reforma e construção de casas e, para isso, pedem ajuda e até bancam parte do valor necessário com contribuições feitas pelo grupo durante as reuniões semanais.

Segundo Carlos, a maioria das famílias assistidas só precisa de um fôlego para se recuperar. É isso que os vicentinos oferecem. “Há famílias que entram em declínio mesmo tendo posses. Têm apartamento e, de repente, o pai perde o emprego, se vê em apuros

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agora nós entramos na casa, fazemos uma perícia e o cadastro da família. Antes não tínhamos esse controle”, diz ele, estudante de Teologia e participante ativo da igreja. “Estou até pensando em fazer um abaixo assinado para mandar lá para cima pedindo mais um dia da semana”, brinca. “Tem muito a se fazer, muita gente precisando de ajuda.” Ex-traficante, Almir diz ser “a prova viva da restauração para Deus.”

As doações são feitas por comerci-antes e pelos próprios integrantes da Conferência. “Quando aperta a gente vai pedir; a paróquia-mãe e a Caritas nos ajudam eventualmente. Damos priori-dade para atender os casos mais urgen-tes, mesmo porque não temos pessoas suficientes no grupo”, observa.

“A regra dos vicentinos é que temos que assistir metade do número de participantes mais um. Como somos sete, atendemos quatro famílias. A cesta básica é o que nos abre a porta da casa, mas não é nosso objetivo. Queremos resgatar a família, fazer com que ela participe da vida religiosa, reencontre a sua dignidade”, diz o funcionário público Leonilton Justi, morador da Gleba Palhano e um dos integrantes da Conferência. Segundo ele, outra regra é

que a assistência deve ser feita por 90 dias e depois, reavaliada. “Se a família se mobilizou para sair da situação, a gente dá sequência, mas chega um momento em que somos obrigados a deixar de ajudar, senão vira só assistencialismo.”

Atualmente, as quatro famílias as-sistidas vivem em barracas de lona, sem água e sem perspectivas. São morado-ras de uma invasão no bairro. Uma situ-ação de extrema pobreza que poucos têm a disposição de enfrentar. Almir, Leonilton, Irene e os demais integrantes da Conferência São Francisco de Assis fazem isso por nós. A recompensa é ver uma criança, cuja família é assistida por eles, trazendo os pais para a igreja, entre muitos outros casos de resgate. Um dos mais impressionantes é o da mulher amputada que viu Nossa Senhora nas costas de uma vicentina enquanto ela lavava suas feridas. Mesmo não sendo católica, ela pediu que os vicentinos rezassem o terço com ela.

“Semeamos, mas não sabemos onde e quando vai germinar. Então, se nos próximos 20 anos não conseguirmos trazer mais ninguém, nosso trabalho não terá sido em vão”, garante Almir.

Os anjos de São Vicente

Quem são eles?

Fonte: Site da Sociedade São Vicente de Paulo

Integrantes das Conferências Santo

Antonio Maria Claret e Santa Teresa D’Ávila,

Paróquia São Vicente de Paulo

Integrantes da Conferência São

Francisco de Assis, Jardim

Nova Esperança

Vida em Ação N°196 Setembro | 2016

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10 Bíblia 11Bíblia

Paulo Briguet

Uma reflexão sobre a mensagem bíblica a partir do Sermão da Montanha, um

das passagens mais importantes das Escrituras para o povo cristão

Sermão da Montanha, por Carl Bloch

Padre Rafael me pede para escrever algumas linhas sobre a Bíblia. Confesso que é uma tarefa quase impossível: falar sobre o livro que deu origem a todos os livros, mesmo àqueles que se põem contra ele, parece-me algo bem acima das limitadas capacidades de um cronista. No entanto, em consideração à nossa querida paróquia, que está a completar o seu Jubileu de Prata, farei algumas observações referentes a uma passagem bíblica da maior importância para a Cristandade: a parte inicial do Sermão da Montanha, no Evangelho de São Mateus, aquela em que Jesus fala sobre as bem-aventuranças. Trata-se, no meu modo de ver, de um pequeno programa para a vida cristã, que renova e aperfeiçoa os compromissos estabelecidos por Deus Pais no alto do Monte Sinai perante Moisés. O Sermão da Montanha unifica o Gênesis e o Apocalipse com uma capacidade de síntese poética poucas vezes vista na história. Para falar sobre essas palavras eternas, eu me valho do apoio

crônica antológica, Paulo Mendes Campos salienta que todos nós somos mendigos em comparação com a grandeza divina. Santo Agostinho, no livro “Sobre o Sermão do Senhor na Mon-tanha”, ressalta que os pobres em espírito são as criaturas que não têm o espírito inchado pelo vento. O Doutor da Igreja afirma ainda que “há mais coragem em desprezar o que temos do que em não ter o que desprezamos.” A pobreza de espírito, portanto, é o oposto da vaidade e corresponde, entre os dons do Espírito Santo, ao temor de Deus. Destituído de todo e qualquer poder terreno, o pobre está apto a herdar o Reino dos Céus.

“Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.” (Mt 5, 4)A mansidão é o respeito diante do próximo, seja ele quem for. Não equivale à timidez, à neutralidade ou à passividade. “A verdade nos chega revestida das roupagens mais estranhas”, ensina o autor anônimo de “Filosofia Perene”. Para Georges Chevrot, em seu livro “O Sermão da Montanha”, a força autên-tica e segura de si mesma não requer brutalidade: “Felizes os mansos, porque sabem dominar-se, e o domínio de si próprios valer-lhes-á o domínio do mundo”. O papa emérito Bento XVI lembra que a palavra grega “praus” (manso, humilde) caracter-iza o rei que não domina o mundo por meio do poder político ou militar, e que por isso mesmo possuirá a terra transformando-a em lugar de obediência a Deus. O dom do Espírito Santo cor-respondente a essa bem-aventurança é a piedade.

“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.“ (Mt 5, 5)A terceira bem-aventurança é fruto das duas primeiras. Os mansos e pobres, que se colocam acima dos bens materiais e dominam as próprias paixões, choram por recordar os pecados que cometeram no passado e que seus próximos cometem ainda hoje. Bento XVI afirma que as lágrimas dos justos representam a tristeza que cura, que converte e que resiste ao mal. É o choro dos não-conformistas, daqueles que desejam a salvação de todos. “Em qualquer circunstância, Cristo pode transformar em alegria o sofrimento de seus discípulos”, escreve Georges Chevrot. Pela consolação, os vícios se transmudam em virtudes e a dor produz o bem. O dom dos que choram é a ciência — porque eles conhecem as causas do sofrimento e assim podem vencê-lo.

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.” (Mt 5, 6)Justiça é santidade, é a noção de que existe algo maior e mais perfeito que as simples virtudes humanas. Bento XVI, em “Jesus de Nazaré”, observa que o desejo de santidade é a aspiração dominante entre aqueles que celebram a vinda do Senhor — Maria e José, os pastores e os magos do Oriente, Zacarias e Isabel, Simeão e Ana. Para Santo Agostinho, a sede e a fome ci-tadas nesta bem-aventurança correspondem “ao bem imutável e verdadeiro” que encontramos na oração que Jesus nos ensi-nou: “O pão nosso de cada dia”. É o alimento espiritual que nos faz cidadãos da eternidade, protegidos pelo dom da fortaleza.

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.” (Mt 5, 7)O autor anônimo de “A Educação Segundo a Filosofia Perene” afirma que Jesus não se refere aqui à misericórdia circunstan-cial e protocolar que todos nós, vez por outra, realizamos em nosso dia a dia. Trata-se, bem acima disso, daquela misericór-dia arraigada no mais íntimo do ser, que nos obriga a romper com uma vida alicerçada sobre as areias das paixões e das satisfações materiais. Amar sempre comporta algum tipo de sacrifício. “Em uma só palavra: a verdadeira moral do cristia-nismo é o amor. E ele se situa claramente em oposição ao egoísmo.” (Bento XVI) Ao estabelecer a misericórdia e o perdão como as leis que estruturam a realidade, Jesus nos transforma a todos no Bom Ladrão e no homem ferido à beira da estrada. Ouçamos, portanto, o conselho dos misericordiosos como um dom vivificante de Deus.

“Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.” (Mt 5, 8)Purificados de todas as paixões desordenadas, estamos aptos a contemplar as coisas do alto, não com os olhos da carne, mas com os olhos do coração. Mais do que um simples órgão vital, o coração é símbolo da harmonia entre corpo e alma, cujo modelo perfeito está na Pessoa de Jesus Cristo. Novamente, Joseph Ratzinger vem em nosso auxílio para definir a essencialidade da purificação: “O amor é o fogo que purifica e que une o entendimento, a vontade, o sentimento, que une o homem consigo mesmo, na medida em que o une a partir de Deus.” Quão tolos são aqueles que se prendem à visão exterior, quando o verdadeiro entendimento se encontra na pureza de um coração arrependido…

“Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5, 9)“Dou-vos a minha paz, mas não a dou como a dá o mundo”, diz Jesus claramente. A paz não pode existir fora da Justiça. Não pode ser a “pax romana” desejada por César. Não é a paz exterior dos escravos, é a paz interior dos homens que, se necessário, lutam com todas as forças contra o mal. Ensina Agostinho de Hipona: “São pacíficos consigo mesmos os que, ordenando todos os movimentos da alma e submetendo-os à razão, e tendo domadas as concupiscências da carne, se transformam no Reino de Deus, onde tudo está ordenado de modo que o que é principal e excelente no homem seja o que domine”. É uma definição de sabedoria.

Como demonstra a última bem-aventurança mencionada por Jesus no Sermão da Montanha, essa paz interior equivale, na maioria das vezes, a um intenso conflito com as forças e poderes do mundo: “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disseram todo vós por causa de mim”.

Estejamos preparados — porque a recompensa será grande.

de quatro homens iluminados: Santo Agostinho, Bento XVI, Georges Chevrot e o autor anônimo de “A Educação Segundo a Filosofia Perene”.

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.” (Mt 5, 3)Quem, afinal, são esses pobres de espírito? Não se deve confundi-los — e isso me parece da maior importância — com aqueles que unicamente não dispõem de bens materiais. Como bem observa Chevrot, Deus não condena o espírito de iniciativa, tampouco as transações realizadas dentro da seriedade moral. Na parábola dos vinhateiros assassinos, Jesus coloca o pro-prietário de bens como representante de uma grandeza moral incompatível com qualquer “pauperismo” ou socialismo avant la lettre. O Santo Sem Nome autor de “Filosofia Perene” define o pobre de espírito como aquele que se mostra humilde face à verdade e reconhece a pequenez humana diante de Deus. Numa

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