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Sem Opção Veículo: O Estado de S. Paulo - Caderno: Economia - Seção: - Assunto: Economia - Página: B1 e B4 - Publicação: 31/08/20 URL Original: Lucro das companhias de capital aberto cai 81,9% no 1º semestre Lucro das companhias de capital aberto cai 81,9% no 1º semestre Ganhos líquidos caíram de R$ 49,2 bilhões para R$ 8,9 bilhões com a pandemia; analistas dizem que, apesar dos danos, resultados foram melhores do que o esperado O Estado de S. Paulo 31 Aug 2020 José Fucs Estudo feito para o Estadão pela Economatica, empresa de dados de mercado, aponta que as companhias não financeiras de capital aberto tiveram redução de 81,9% no lucro líquido no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Os ganhos caíram de R$ 49,2 bilhões para R$ 8,9 bilhões. O levantamento incluiu 218 empresas não financeiras, de diferentes ramos de atividade, que divulgaram balanços até 21 de agosto. Como os resultados de Petrobrás, Vale, Braskem, Suzano, Oi e Azul provocariam distorção nos dados, essas empresas foram excluídas da amostra. Uma queda desta grandeza nos lucros das grandes companhias se propaga por toda a economia e tem efeitos no mercado de trabalho. A taxa de desemprego, que era de 10,5% na primeira semana de maio, passou para 13,7% na última semana de julho e teve ligeira redução no início de agosto, para 13,3%. Apesar dos danos provocados pela pandemia nos negócios, analistas afirmam que os resultados foram melhores do que o esperado. Os balanços do segundo trimestre mostraram reação das vendas e receitas em alta. Passados pouco mais de cinco meses desde que o Ministério da Saúde declarou o “estado de transmissão comunitária” do coronavírus, a avaliação do impacto da pandemia no mundo dos negócios começa a ganhar, enfim, uma base mais sólida para lhe dar sustentação. Com a publicação da maior parte dos balanços do segundo trimestre pelas empresas de capital aberto, surgiu um retrato mais fiel sobre a extensão do estrago. Se, de um lado, os balanços mostram que as previsões mais pessimistas de muitos analistas não se confirmaram, de outro revelam que a pandemia não deixou de castigar duramente a maior parte das grandes empresas do País. Segundo estudo feito com exclusividade para o Estadão pela Economatica, uma empresa de dados de mercado, as companhias não financeiras de capital aberto tiveram redução de 81,9% no lucro líquido no primeiro semestre de 2020, em relação ao mesmo período do ano passado. Os ganhos caíram de R$ 49,2 bilhões para R$ 8,9 bilhões. “Foi uma queda dramática”, diz Evandro Buccini, diretor de gestão de recursos da Rio Bravo, empresa de investimentos fundada pelo economista Gustavo Franco, expresidente do Banco Central. Distorção. O levantamento incluiu 218 empresas não financeiras, de diferentes ramos de atividade, que divulgaram balanços até 21 de agosto. Como os resultados de Petrobrás, Vale, Braskem, Suzano, Oi e Azul provocariam grande distorção nos dados, elas foram excluídas da amostra. Se fossem incluídas na pesquisa, o resultado consolidado do primeiro semestre seria ainda pior. O lucro de R$ 8,9 bilhões viraria um prejuízo de R$ 76,7 bilhões. Mas, mesmo sem elas na conta, o resultado mostra um quadro sombrio (ver quadro na pág. B3). Uma queda desta magnitude nos lucros das grandes companhias se propaga por toda a economia e tem efeito perverso no mercado de trabalho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos da metade dos brasileiros em idade de trabalho estava ocupada no segundo trimestre, no período crítico da crise. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde o início da série, em 2012. Um contingente de 77,8 milhões de pessoas em idade de trabalhar – 10,5 milhões a mais do que no primeiro trimestre – estava fora do mercado. A taxa de desemprego, que era de 10,5% na primeira semana de maio, passou para 13,7% na última semana de julho e teve ligeira redução no início de agosto, para 13,3%, dado mais recente do IBGE. Em três meses, um batalhão de 2,8 milhões de pessoas juntou-se ao exército de desempregados do País, elevando o total a 12,6 milhões. O efeito da pandemia nas empresas, porém, não foi homogêneo. Dos 20 ramos de atividade considerados no levantamento, 11 conseguiram fechar no azul e 9 ficaram no vermelho. Dois setores tiveram até aumento de lucro em relação ao primeiro

Lucro das companhias de capital aberto cai 81,9% no 1º semestre · capital aberto tiveram redução de 81,9% no lucro líquido no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo

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Page 1: Lucro das companhias de capital aberto cai 81,9% no 1º semestre · capital aberto tiveram redução de 81,9% no lucro líquido no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo

SemOpção

Veículo: O Estado de S. Paulo - Caderno: Economia - Seção: - Assunto: Economia- Página: B1 e B4 - Publicação: 31/08/20URL Original:

Lucro das companhias de capital aberto cai 81,9% no1º semestreLucro das companhias de capital aberto cai 81,9% no 1ºsemestreGanhos líquidos caíram de R$ 49,2 bilhões para R$ 8,9 bilhões com apandemia; analistas dizem que, apesar dos danos, resultados forammelhores do que o esperado

O Estado de S. Paulo31 Aug 2020José Fucs

Estudo feito para o Estadão pela Economatica, empresa de dados de mercado, aponta que as companhias não financeiras decapital aberto tiveram redução de 81,9% no lucro líquido no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019.Os ganhos caíram de R$ 49,2 bilhões para R$ 8,9 bilhões. O levantamento incluiu 218 empresas não financeiras, de diferentesramos de atividade, que divulgaram balanços até 21 de agosto. Como os resultados de Petrobrás, Vale, Braskem, Suzano, Oi eAzul provocariam distorção nos dados, essas empresas foram excluídas da amostra. Uma queda desta grandeza nos lucros dasgrandes companhias se propaga por toda a economia e tem efeitos no mercado de trabalho. A taxa de desemprego, que era de10,5% na primeira semana de maio, passou para 13,7% na última semana de julho e teve ligeira redução no início de agosto,para 13,3%. Apesar dos danos provocados pela pandemia nos negócios, analistas afirmam que os resultados foram melhores doque o esperado. Os balanços do segundo trimestre mostraram reação das vendas e receitas em alta.Passados pouco mais de cinco meses desde que o Ministério da Saúde declarou o “estado de transmissão comunitária” docoronavírus, a avaliação do impacto da pandemia no mundo dos negócios começa a ganhar, enfim, uma base mais sólida paralhe dar sustentação.Com a publicação da maior parte dos balanços do segundo trimestre pelas empresas de capital aberto, surgiu um retrato maisfiel sobre a extensão do estrago. Se, de um lado, os balanços mostram que as previsões mais pessimistas de muitos analistasnão se confirmaram, de outro revelam que a pandemia não deixou de castigar duramente a maior parte das grandes empresasdo País.Segundo estudo feito com exclusividade para o Estadão pela Economatica, uma empresa de dados de mercado, as companhiasnão financeiras de capital aberto tiveram redução de 81,9% no lucro líquido no primeiro semestre de 2020, em relação aomesmo período do ano passado. Os ganhos caíram de R$ 49,2 bilhões para R$ 8,9 bilhões. “Foi uma queda dramática”, dizEvandro Buccini, diretor de gestão de recursos da Rio Bravo, empresa de investimentos fundada pelo economista GustavoFranco, expresidente do Banco Central.Distorção. O levantamento incluiu 218 empresas não financeiras, de diferentes ramos de atividade, que divulgaram balanços até21 de agosto. Como os resultados de Petrobrás, Vale, Braskem, Suzano, Oi e Azul provocariam grande distorção nos dados, elasforam excluídas da amostra. Se fossem incluídas na pesquisa, o resultado consolidado do primeiro semestre seria ainda pior. Olucro de R$ 8,9 bilhões viraria um prejuízo de R$ 76,7 bilhões. Mas, mesmo sem elas na conta, o resultado mostra um quadrosombrio (ver quadro na pág. B3).Uma queda desta magnitude nos lucros das grandes companhias se propaga por toda a economia e tem efeito perverso nomercado de trabalho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos da metade dos brasileiros emidade de trabalho estava ocupada no segundo trimestre, no período crítico da crise. Foi a primeira vez que isso aconteceu desdeo início da série, em 2012. Um contingente de 77,8 milhões de pessoas em idade de trabalhar – 10,5 milhões a mais do que noprimeiro trimestre – estava fora do mercado.A taxa de desemprego, que era de 10,5% na primeira semana de maio, passou para 13,7% na última semana de julho e teveligeira redução no início de agosto, para 13,3%, dado mais recente do IBGE. Em três meses, um batalhão de 2,8 milhões depessoas juntou-se ao exército de desempregados do País, elevando o total a 12,6 milhões.O efeito da pandemia nas empresas, porém, não foi homogêneo. Dos 20 ramos de atividade considerados no levantamento, 11conseguiram fechar no azul e 9 ficaram no vermelho. Dois setores tiveram até aumento de lucro em relação ao primeiro

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semestre de 2019, o do agronegócio e pesca, com alta de 12,9%, e o de máquinas industriais, com crescimento de 11,9%. Masempresas têxteis, de papel e celulose, siderúrgicas e de veículos e autopeças acusaram pesadas perdas. O setor de transporte elogística, que inclui a Gol, cujo prejuízo chegou a R$ 2 bilhões no segundo trimestre, também foi atingido severamente pelacrise.Os bancos e outras instituições financeiras, avaliados à parte, ainda conseguiram fechar o semestre com ganho líquido de R$16,67 bilhões, segundo a pesquisa, apesar da queda de 25,3% nos lucros ante 2019, em razão das elevadas provisões feitaspara cobrir eventuais calotes no crédito.Mundo real. Mesmo com o impacto dramático nos lucros, alguns analistas dizem que o resultado foi melhor do que o esperadomeses atrás. “No começo de março, havia uma visão de fim do mundo e isso não parecia excesso de pessimismo”, afirma oeconomista Adriano Pitoli, ex-diretor de análise setorial da Tendências Consultoria e ex-chefe do núcleo da Secretaria deIndústria e Comércio do Ministério da Economia em São Paulo.“Está doendo? É claro que está. Mas, ainda que os balanços estejam mostrando um resultado ruim, minha percepção é de que agrande maioria das empresas está conseguindo sair da pandemia surpreendentemente bem.”Para Buccini, a situação das companhias abertas não representa a de milhões de empresas espalhadas pelo Brasil.“Normalmente, as empresas abertas vão melhor do que a economia que as pessoas sentem. A Bolsa brasileira não reflete omundo real. Só tem empresas muito grandes e muitas são líderes de mercado”, diz. “O Magazine Luíza e a Via Varejo podemmontar um esquema de emergência, uma operação online mais robusta, com logística organizada, mas poucas empresas têmcondições de fazer isso.” Os donos e trabalhadores de bares e restaurantes e de negócios de eventos, entretenimento e turismo,entre muitos outros, que ainda estão cambaleando, sem nada ou quase nada no caixa, provavelmente vão concordar com ele.

Receitas sobem na crise, mas dólar mancha balançosAtualização de dívidas pela cotação da moeda americana do dia 30 de junhogerou perda contábil e teve forte impacto no lucro

O Estado de S. Paulo31 Aug 2020José Fucs

No auge da pandemia, no começo de abril, o presidente Jair Bolsonaro fez uma previsão sinistra: “Vai quebrar tudo”, afirmou, aocriticar as medidas de isolamento social decretadas por governadores e prefeitos, que paralisavam de forma despropositada, emsua visão, a economia do País.Mas, decorridos quase cinco meses de sua “profecia” apocalíptica, encampada por analistas de diferentes orientações políticas,a realidade revelou um quadro bem mais palatável, apesar dos danos inevitáveis provocados pela pandemia nos negócios.Com a publicação dos balanços do segundo trimestre pelas empresas de capital aberto, uma informação surpreendente veio àtona. Embora os lucros tenham caído 81,9% no primeiro semestre do ano ( ler mais na pág. B1), as vendas das companhiasabertas não financeiras mostraram um vigor que pouca gente esperava, mesmo nos cenários mais otimistas.De acordo com uma pesquisa feita com exclusividade para o Estadão pela Economatica, uma empresa de dados financeiros, areceita líquida operacional – termo contábil que designa o valor obtido nas vendas depois dos impostos – teve expansão de 7%no período. Passou de R$ 734,4 bilhões, nos primeiros seis meses de 2019, para R$ 785,8 bilhões, em igual período deste ano.Prova de fogo. O estudo incluiu 218 empresas abertas não financeiras que divulgaram seus balanços trimestrais até o dia 21 (ver quadro ao lado). Segundo Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional da Economatica e responsável pelolevantamento, como os resultados de Petrobrás, Vale, Braskem, Suzano, Oi e Azul provocariam uma grande distorção nos dados,elas foram excluídas da amostra.Os bancos, as companhias de seguro e outras instituições financeiras, que têm indicadores com características diferentesdaqueles do chamado “setor produtivo”, também ficaram de fora.“O pessoal está preocupado, com razão, com a dívida pública, que está chegando perto de 100% do PIB (Produto Interno Bruto)por conta do enfrentamento da pandemia. Mas, se a gente pensar que teve uma prova de fogo terrível, pela qual todo mundopassou, o resultado das empresas é muito bom”, diz o consultor Adriano Pitoli, ex-diretor de análise setorial e regional daTendências Consultoria e exchefe do núcleo da Secretaria de Indústria e Comércio do Ministério da Economia em São Paulo.Desempenho forte. “O impacto da pandemia, de maneira geral, não foi tão grave. Os resultados foram melhores do que a genteimaginava”, afirma o economista Carlos Sequeira, responsável pela área de pesquisa de ações do BTG Pactual para a AméricaLatina, no escritório do banco em Nova York.De acordo com Sequeira, apesar da surpresa positiva, o crescimento apontado pela pesquisa pode estar superestimado. Ele dizque, além da exclusão das seis empresas mencionadas acima, seria preciso eliminar também a JBS e a Marfrig, que tiveramdesempenho muito forte neste quesito.Só a JBS teve crescimento de receita líquida operacional de R$ 28,8 bilhões no primeiro semestre de 2020, em relação aomesmo período de 2019, conforme os dados da Economatica. A Marfrig teve um incremento de receita de mais R$ 10,6 bilhões.Com a exclusão das duas, o crescimento das 216 empresas não financeiras restantes seria de 1,6% e não de 7%, como ficou

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com a inclusão delas na amostra. Ainda assim, levando em conta o impacto da pandemia, não seria um resultado ruim. “Aperformance da JBS e da Marfrig foi fora do normal. Isso provoca uma distorção nos números gerais”, afirma.Fenômeno contábil. A grande questão, diante desses números, é o que levou à queda dos lucros das empresas, se a receitalíquida operacional foi positiva no semestre, mesmo sem a JBS e a Marfrig? A resposta, de acordo com os analistas, está na altado dólar.Sequeira diz que, embora muitas das empresas abertas sejam exportadoras, beneficiando-se da alta da moeda americana,grande parte também tem dívidas dolarizadas. Em tese, uma coisa estaria “casada” com a outra e não traria grandes impactoscontábeis. Mas, pela legislação, elas são obrigadas a atualizar a dívida nos balanços pelo dólar de 30 de junho, que tinhaacumulado uma alta de 36% no semestre.Enquanto as receitas em dólar das exportações virão com o tempo, à medida que as vendas forem efetuadas, os valores dadívida em reais têm de ser atualizados na data de fechamento de cada balanço. “A empresa não tira efetivamente aqueledinheiro do caixa e, muitas vezes, a dívida em dólar nem muda, mas em reais ela cresce muito e isso acaba ‘comendo’ oresultado operacional e transita para o lucro”, afirma Sequeira.A queda no lucro líquido das empresa abertas no primeiro semestre, portanto, foi mais um fenômeno contábil, que mostrou umquadro mais grave do que ele era. Para José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, o lançamento dasdívidas em dólar pela cotação atualizada é uma operação semelhante às provisões feitas pelos bancos para cobrir eventualinadimplência dos clientes. “Essa provisão só vai se transformar em algo real se o devedor não pagar. Se ele pagar, parte delavira lucro”, diz. “Quando chegar a hora de pagar, o impacto no caixa poderá ser muito menor.”Juro baixo. Em relação à diminuição dos juros, Sequeira diz que, no geral, o impacto nos balanços das empresas abertas épositivo, porque eles estão endividadas numa relação de 1,5 vez as receitas antes das despesas financeiras, dos impostos e dadepreciação e amortização (Ebitda). “Uma parte da melhora do lucro nos últimos anos tem vindo da redução da despesafinanceira, porque as empresas estão gastando menos com juros.”Na visão de Adriano Pitoli, o impacto da redução dos juros, hoje em 2% ao ano, nível mais baixo da história, ainda é umaincógnita. Segundo ele, isso explica em boa medida a alta nas vendas de máquinas industriais, já refletida na receitaoperacional líquida do setor. “Se a taxa de juros é 7% ao ano e eu sei que uma máquina nova tem maior produtividade que umausada em, digamos, 10%, não troco a máquina porque a conta não fecha”, afirma. “Agora, se o juro é 2% ou 3% ao ano, faço umcálculo financeiro simples e vejo que vale a pena comprar. Pago o financiamento só com o aumento de produtividade damáquina.” Se tal movimento se consolidar, será uma mudança considerável para o País.Percepção e realidade “O pessoal está preocupado, com razão, com a dívida pública, que está chegando em 100% do PIB, porconta do enfrentamento da pandemia. Mas, se a gente pensar que teve uma prova de fogo, o resultado das empresas é muitobom.” Adriano Pitoli CONSULTOR E EX-DIRETOR DE ANÁLISE SETORIAL E REGIONAL DA TENDÊNCIAS

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