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abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz Distribuição Gratuita PROIBIDA A VENDA Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 9 - nº 82 - Agosto/2008 Religião no Lar Sobre Células-Tronco Lembrança da Existência Corporal Livros: Militares no Além; Ação, Vida e Luz Destaques: Luís Olímpio Telles de Menezes O Maior Pecado Viver e Existir

Luís Olímpio Telles de Menezes - espiritismoeluz.org.brespiritismoeluz.org.br/seareiro/seareiro_08_2008.pdf · Espiritismo”, de Allan Kardec, diretamente do original, em francês

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Distribuição Gratuita

PROIBIDA A VENDA

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 9 - nº 82 - Agosto/2008

Religião no LarSobre Células-TroncoLembrança da Existência CorporalLivros: Militares no Além; Ação, Vida e Luz

Destaques:

Luís OlímpioTelles de Menezes

O Maior PecadoViver e Existir

EditorialSeareiroeditorial

Publicação MensalDoutrinária-espírita

Direção e Redação

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Conselho Editorial

Revisão

Jornalista Responsável

Diagramação e Arte

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Impressão

Tiragem

Ano 9 - nº 82 - Agosto/2008Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737

Seareiro é uma publicação mensal,destinada a expandir a divulgação daDoutrina Espírita e manter o intercâmbioentre os interessados em âmbitomundial. Ninguém está autorizado aarrecadar materiais em nosso nome, aqualquer título. Conceitos emitidos nosartigos assinados refletem a opinião deseu respectivo autor. Todas as matériaspodem ser reproduzidas, desde quecitada a fonte.

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Eduardo PereiraFátima Maria Gambaroni

Geni Maria da SilvaMarcelo Russo Loures

Reinaldo GimenezRoberto de Menezes PatrícioRosangela Neves de AraújoRuth Correia Souza Soares

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12.000 exemplaresDistribuição Gratuita

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O entendimento da Doutrina Espírita está fundamentado no estudo sistemático,constante, mas não nesses estudos que muitas instituições definem como cursos.Cursos são estudos para integralizar uma área do entendimento humano, no sentidode se adquirir qualidades para exercer determinada atividade. Isto funciona bem noaprendizado intelectual, onde é mais fácil restringir uma área do conhecimento eplanificar um curso com tempo determinado.

No âmbito do espírito, quem de nós poderia admitir a idéia de que em três ou cincoanos de um curso, já haveria as condições essenciais para se tornar um trabalhadorna Seara do Mestre, sendo que ainda iríamos acreditar que os que não tivessem feitotal curso, estes estariam menos preparados? Não é o título ou diploma que importa,mas o esforço que nós temos de fazer para que não apenas “entremos no Evangelhodo Mestre” mas que “o Evangelho d’Ele penetre em nossos corações”.

Diante deste entendimento, e também a pedido de nosso Chico Xavier, é queRoque Jacintho preparou uma nova tradução de “O Evangelho Segundo oEspiritismo”, de Allan Kardec, diretamente do original, em francês. Chico pediu quefosse uma tradução numa linguagem totalmente acessível para o povo, sem autilização de termos de difícil entendimento para as criaturas, e sem que se perdesseo conteúdo da obra.

Esta obra, editada pela Editora Luz no Lar, será relançada em novo formato, a umcusto inferior às demais, para que o livro espírita seja cada vez mais razoável a todos,principalmente aos menos favorecidos economicamente.

O Cristo sempre falou aos mais simples e o Seu Evangelho também deve alcançarestes corações.

Nós, espíritas, temos o comprometimento com o Cristo para facilitar o acesso atodos os eventos espíritas sérios, onde o Seu Evangelho deveria ser levado naíntegra, sem cobrança de absolutamente nada, o que, infelizmente, não vem,ocorrendo.

Esta obra vem facilitar a que muitos possam ter alcance não só a um livro maisbarato, mas também auxiliar no entendimento de obra tão importante para a nossarenovação interior, por sinal, cada vez menos utilizada em seu conteúdo nos eventosespíritas, que preferem temas “mais atraentes”, com nomes mirabolantes e queinduzem mais à fantasia do que ao próprio esclarecimento.

Nós precisamos melhorar o nosso interior, e o Evangelho é a melhor fonte deesclarecimento para tal intento.

A Editora Luz no Lar, em sua nova fase, continuará com sua tarefa de manter asobras que já fazem parte de seu catálogo, relançando as já esgotadas, sendo todasobras sérias, fiéis aos ensinamentos cristãos, fiéis a Kardec.

É a nós, espíritas, que o Evangelho nos convida e nos alerta em seu capítulo XVIII,item 15:

“Coragem, trabalhadores do Bem! Tomem as suas grades e os seus arados!Trabalhem os seus próprios sentimentos! Livrem-nos das tendências más. Nelessemeiem as sementes generosas que o Senhor lhes confia no Seu Evangelho e oorvalho do amor as acalentará e as fará produzir os frutos da caridade.”

Diante disto, concluímos que não basta que já tenhamos sido chamados aotrabalho, mas que, pela aceitação do trabalho e no cumprimento de nossos deveres,poderemos chegar à condição de escolhidos. E escolhidos, entendamos bem, é aoportunidade de trabalhar cada vez mais pelo nosso próximo, como nos convidaJesus.

Equipe Seareiro

SeareiroSeareiro2

Grandes Pioneiros:

Curiosidade:

Kardec em Estudo:

Cantinho do Verso e Prosa:

Pegadas de Chico Xavier:

Atualidade:Família:Clube do Livro:

Livro em Foco:Canal Aberto:

Contos:

Luís OlímpioTelles de Menezes - Pág. 3

Sobre Células-Tronco - Pág. 10

Lembrançada Existência Corporal - Pág. 14

Senhor, Ensina-nos - Pág. 15Fatos

Pitorescos - Pág.15; Na TarefaMediúnica - Pág. 16

Viver e Existir - Pág. 16Religião no Lar - Pág. 17

Militares no Além - Pág.18

Ação, Vida e Luz - Pág. 18A Migalha de teu Sorriso -

Pág. 19O Maior Pecado - Pág. 19

ÍNDICE

A origem familiar dos Telles de Menezes tem início noséculo XI, em Portugal. Eram fidalgos portugueses e desaliência na Côrte, com relevantes serviços prestados aoImpério.

No século XVI, foram destacados três de seus membrospara virem ao Brasil, a pedido da Coroa Real, com afinalidade de participarem na oposição às invasõesfrancesas no litoral brasileiro. Instalaram-se de imediato naBahia, onde tiveram ação de destaque em toda a épocacolonial. Um desses membros, que era composto de trêsirmãos, Diogo Lobo Telles de Menezes, veio residir no Rio deJaneiro, tornando-se o precursor da família nesse Estadobrasileiro. Daí para a frente, os Telles de Menezes cresceramno Brasil. Foram responsáveis por importantes construçõesda Colônia e do Império, como: "o juizado de órfãos da antigaCapitania, oArco dos Telles e a Casa do Senado.”

Dentre os familiares que se destacaram na Corte do Riode Janeiro, figuravam as do Juiz Francisco Telles Barreto deMenezes e Francisco Pinto da Fonseca Telles, esseconhecido como Barão da Taquara, porque era proprietáriodas terras da Taquara e Pau da Fome e União Camorim,onde hoje se localiza a região de Jacarepaguá, no Rio deJaneiro.

Por volta do ano de 1700, a família já era proprietária demuitas terras, em toda a Capitania da antiga freguesia de S.João de Meriti. O comando dessas terras, que eram cultivadaspor meeiros (divisão pelametade, do plantio)pertencia a Luís TellesBarreto de Menezese por seu filhoPedroAntônio.

Este adquire,tempos depois, outraárea, o Engenho doBarbosa, mais tardeconhecido como afazenda dos Telles.Hoje faz parte domunicípio de Duquede Caxias, noEstado do Rio deJaneiro.

Pedro AntônioTelles de Menezesera Cavaleiro daOrdem de Cristo. Era também subdelegado e Juiz de Paz daFreguesia de Meriti e fazendeiro no município de Iguaçu, Riode Janeiro. Foi condecorado com a Imperial Ordem da Rosa,com o grau de Comendador, ocupando também o cargohonorífico de Delegado da Capitania.

Interessantes todos esses históricos familiares para quese tenha conhecimento e a confirmação de que os espíritosreencarnados com missões, a serem desenvolvidas naTerra, não se deixam contaminar pelos bens terrenos outítulos de nobrezas. Souberam passar por essasreencarnações de heranças familiares e, através das

experiências, conquistaram o maior título de nobrezaespiritual, o de serem fiéis servidores de Jesus.

E mais um dos vanguardeiros da Espiritualidade Superiorvem à Terra para dar continuidade ao trabalho da divulgaçãodoutrinária: Luís Olímpio Telles de Menezes.

"Lembremo-nos de que a vitória do Evangelho, ainda nãoalcançada, começou com a congregação de dozeaprendizes, humildes e sinceros, em torno de um mestresábio, paciente, generoso e justo, e continuemos, cada qualde nós, no posto de trabalho que nos compete, atentos àsdeterminações divinas, da execução do próprio dever.”(Trecho do livro "Doutrina de Luz”, psicografia de ChicoXavier, por Emmanuel).

Continuamos a rever e a sentir a "vitória do Evangelho”,como nos diz Emmanuel, pelo trecho acima descrito, pelospioneiros que, vencendo os equívocos, assim como os "dozeaprendizes” que foram os apóstolos de Jesus, conseguiramlevar e deixar na Terra os rastros de todo o comportamentoreencarnatório.

Para que esses emissários do Cristo pudessem fazervaler seus esforços, e que a Doutrina Espírita viesse a serreconhecida, foi preciso voltarem-se as atenções para osfenômenos das chamadas "mesas girantes”. E, aqui noBrasil, só começou a ter-se notícias sobre o assunto nodecorrer do ano de 1853. Mas esses fenômenos já seidentificavam nos países: Estados Unidos da América,

Inglaterra,Alemanha, Espanha, Rússia e França.Em todos esses países, homens cultos e

pesquisadores de vulto, em ciência efilosofia, começaram a se

i n t e r e s s a r p e l o sfenômenos das mesas

"girantesoufalantes”.O a s s u n t o

percorria todas ascamadas sociais daCorte Imperial. Erao ponto principal dequaisquer festejosou inauguraçõesporque às muitasp e r g u n t a splanejadas pelosc o n v i d a d o s ,precisavam sero u v i d a s a s

respostas, muitas vezes vulgares tanto quanto curiosas, semsentido útil.

O fenômeno das mesas girantes chega ao Brasil,empolgando a Corte brasileira no Rio de Janeiro, Ceará,Pernambuco e Bahia. Figuras ilustres do Império como:Visconde de Uberaba, Barão de Cairu, Marquês de Olinda,Visconde de Monte Alegre, entre outros, como os generaisJosé Inácio deAbreu e Lima e Pedro Pinto.

Todos queriam entender esse fenômeno que causavatanta euforia, principalmente entre as senhoras da Corte.

Aqui, no Brasil, o caso foi levado a sério, mas a

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 3

Luís Olímpio Telles de MenezesLuís Olímpio Telles de Menezes

Representação dos fenômenos das chamadas "mesas girantes”

compreensão para que tais fatos mediúnicos fossemesclarecidos só ocorreu após longo período gestacional naEspiritualidade, com a vinda de um precursor, pelareencarnação no Brasil, ou melhor na cidade de Salvador,Bahia: o menino Luís Olímpio Telles de Menezes, filho dooficial de exército, Fernando Luís de Menezes e da senhoraFrancisca Umbelina de Figueredo Menezes.

Luís Olímpio Telles de Menezes nasceu no dia 26 de Julhode 1825. Seria ele, no futuro, a pessoa que, em terrasbrasileiras, esclareceria os fenômenos vindos daEspiritualidade Superior, com as bases doutrináriasconfiadas aAllan Kardec.

Luís Olímpio crescia com saúde e em precocidade.Avançava nos estudos, trazendo muito orgulho para os pais.

Na adolescência, resolvera seguir a carreira militar. Talvezpor influência do pai, cursou aArtilharia, formando-se. Com opassar do tempo e sem os primeiros entusiasmos da carreiramilitar, percebeu que o magistério o empolgava. Dedicou-seao estudo das Letras e, anos depois, diplomou-se comoprofessor.

Lecionou algum tempo no primário. As crianças seinteressavam pelas aulas de leitura literária, isto é, LuísOlímpio, fazia questão de que as crianças passassem a terconhecimento pelos escritores que ensinavam, através dehistórias, fatos educativos e respeitosos para com Deus e afamília. Ensinava, também, às crianças a se interessarempela Matemática, porque, através dos números, o raciocínioteria uma melhor noção para aclarar a inteligência e oequilíbrio emocional.

Luís Olímpio estudou com muita dedicação o Latim. Diziaque essa matéria era de suma importância, para a línguaportuguesa. Chegou a publicar um compêndio: "Ortoépia daLíngua Portuguesa”.

Espírito dinâmico e, trazendo vasto conhecimento em seuarquivo espiritual, era um autodidata e por issointeressando-se pela estenografia (técnica de escrever porabreviaturas) estudou-a sozinho, vindo a exercer a profissãode estenógrafo, que era muito rara na época, na AssembléiaLegislativa da Bahia, onde trabalhou por trinta anos. Comisso, cresciam o respeito e a admiração de todos para com odesenvolvimento de sua inteligência e cultura.

Aos vinte e quatro anos, conheceu uma bela jovem denome Ana Amélia Xavier que, após algum tempo,acrescentou Menezes ao seu sobrenome. Após ocasamento, D. Ana procurava acompanhar Luís Olímpio em

todas as reuniões literárias e saraus oferecidos pelos amigosda Corte.

Em 1849, Luís Olímpio juntou-se a um grupo e seassociaram para fundar um jornal tratando de assuntoseducativos nas áreas científicas, literárias e históricas. Coma colaboração do influente Visconde da Pedra Branca, doConselho de S. M. o imperador D. Pedro II, tornou-serealidade esse objetivo, o qual atendendo a uma sugestão doarcebispo D. Romualdo Antônio de Seixas, recebeu o nomede “AÉpoca Literária”.

Dom Romualdo achou de grande importância esse jornal,porque suas publicações levariam ao povo o conhecimentodos serviços prestados pelo Clero e pelo Imperador.

Entre os colaboradores da redação, que desenvolviammatérias de interesse público, com assuntos variados enovidades que surgiam na Corte, estavam doissimpatizantes da Doutrina Espírita, José Álvares doAmaral eDr. Inácio José da Cunha.

Luís Olímpio, começando a querer estudar e entender oprocesso espirítico, juntou-se a José Alvarez e ao Dr. Inácioe, no editorial, que era de sua responsabilidade, passou aescrever sobre o assunto. As críticas apareceram de todosos lados, principalmente de Dom Romualdo que, sendoarcebispo, não concordava com essas descrições"demoníacas”. Diante das polêmicas e intrigas e daspressões políticas, pouco tempo depois, o jornal "A ÉpocaLiterária” veio à falência, por não ter meios econômicos paraa sua continuação. Todos culparam Luís Olímpio, menosseus amigos espíritas. Arrasado por não entender o porquede tanto radicalismo na questão religiosa, encontrou apoionos braços de sua esposa dona Ana Amélia. E, atendendo auma sugestão da esposa, publicou uma novela intitulada "OsDois Rivais”, com pouca aceitação pelo público, mas que ofez feliz, por extravasar o que sentia em seu coração. Otempo passou e suas marcas ficaram.

Luís Olímpio já ouvira algo a respeito das mesas girantes eficou curioso. Nos salões da Corte, o burburinho eraconstante. O nome de um professor, que viera da cidade deLião na França, já se fazia presente em todas as reuniõessociais. Diziam que o professor Rivail era digno e correto emseus atos, portanto as notícias que chegavam ao Brasildeixavam Luís Olímpio ávido para conhecer mais de perto osacontecimentos.

Dentro do possível, Luís Olímpio dividia seu tempo entre afamília, seu trabalho como estenógrafo na Assembléia

SeareiroSeareiro4

A , localizada na Venda Velha, foi uma fazenda que pertenceu à família de Antônio Telles de Menezes, onde funcionou, nas décadas de 1930/1940. Encontra-se semi-abandonada mas mantém todas as características originais do século passado:

originalidade arquitetônica, assoalhos, forro, lustres, janelas envidraçadas, móveis etc. Foi residência do Dr. Alberto Jeremias da Silveira Menezes,casado com dona Dulce da Silveira Menezes, neta do Sr.Antônio Telles de Menezes.

Casa da Grota a GranjaSanto Antônio

Legislativa e conversava sobre oaparecimento da Doutrina Espírita,que passou ser um ponto muitoimportante junto aos conceitosreligiosos que ele estudava.Achava ocatolicismo representado pelo Cleromuito autoritário e intolerante, por sera religião única aceita pela instituiçãodo Império. Por quê? Indagava LuísOlímpio. Se Deus é justo e generoso,como sempre aprendera na infância,onde então a justiça e a liberdadepara cada um crer e usar sua fé? Enos estudos que fazia e junto aosamigos, que começaram a abraçar oEspiritismo, ele encontrava asrespostas.

No dia 3 de maio de 1856,inaugura-se em Salvador o (antigo)Instituto Histórico da Bahia. As maisnotáveis figuras da cultura baiana aliestiveram presentes, sendo oprimeiro presidente desse marco histórico o arcebispoD.Romualdo. Luís Olímpio Telles figurou também comomembro de nível cultural elevado, pelas conquistas deprofundo teor que ele trazia no campo dos conhecimentoshistóricos e científicos para Salvador. Chegou a ocupar ocargo de tesoureiro e, depois, eleito para a Comissão deFundos e Orçamentos.

Algum tempo depois, o Instituto Histórico passou a serpresidido pelo novo arcebispo nomeado na Bahia, D. ManuelJoaquim da Silveira. O arcebispo D. Manuel não aceitava aidéia da nova doutrina que estava, segundo ele, causandoum caos entre os religiosos e freqüentadores da Igreja, queachavam interessante o fenômeno das mesas girantes.Muitos começaram a participar dessa "curiosidade", apenasbrincavam e riam muito com as respostas dadas. Lógico quehavia médiuns que não registravam a validade do assunto.Assim era o Espiritismo, uma palavra estranha para a época;poucos procuravam se interessar pelo assunto.

Para defender os interesses do Clero e demonstrar suaaversão sobre o tema, D. Manuel publica uma pastoral sobre"os erros perniciosos do Espiritismo ".

Naturalmente, o tumulto foi geral. Uns aplaudiram e outroscensuraram. O Clero deu todo apoioao arcebispo D. Manuel Joaquim e ossermões, nas igrejas locais deSalvador, uniram-se para combater,como diziam, "a praga que ameaçavao Catolicismo e o povo baiano".

Lu ís Ol ímp io , ao le r essapublicação, estudou cuidadosamentee analisou os conceitos espirituais,procurando-os entre os adeptos quedefendiam o conhecimento doprofessor Rivail (Allan Kardec) sobreas mesas girantes e fez chegar umacarta aberta ao Metropolitano e Primazdo Brasil, apontando a falta deconhecimento e precipitação sobre tãodelicado tema. E, logo após editadauma segunda carta, onde defendeabertamente a existência da vida alémda morte e a manifestação dosEspíritos, dizia também crer na

reencarnação, juntando a essecomentário um artigo favorável que forapublicado no Jornal Jesuítico, o "LaCivita Cattolica", do ano 1857.

O Clero começou a se preocuparcom o aparecimento ostensivo daDoutrina Espírita, porque o povo jácomeçava a se interessar peladivulgação esclarecedora sobre oEspiritismo.

Luís Olímpio e outros que se fizeramintegrantes do Espiritismo, divulgavamonde podiam publicar matérias sobre osacontecimentos doutrinários. Isso traziaaos periódicos, leitores de todas ascamadas religiosas, que passaram adiscernir entre o que era real e afantasia ou fanatismo religioso.

Esse movimento chegou aoconhecimento de Allan Kardec que, emsua "Revue Spirite", de novembro de1865, expressou a sua imensa

satisfação por saber do interesse do povo brasileiro pelaVerdade do Cristo. Luís Olímpio e amigos sentiram-se felizesao saberem que o Brasil estava sendo citado como oprimeiro país no mundo a projetar a Doutrina Espírita. E LuísOlímpio não parou por aí. Com todo entusiasmo, ele traduzdo francês para a língua portuguesa um opúsculo sobre OEspiritismo: "Introdução ao estudo da Doutrina Espírita", quefora impresso pela “ Camillo de Lellis Masson &C." Essas foram páginas retiradas e traduzidas de "O Livrodos Espíritos", deAllan Kardec.

Antecedendo esse opúsculo há um prefácio: "Lede", ondeLuís Olímpio cita sua alegria em ter sido o primeiro, na Bahia,a aceitar com fervor as idéias espíritas e de tê-las propagadopor toda a "Nação Brasileira".

A essa altura o Clero manifestava-se contestando omovimento espírita, divulgando aos fiéis católicos através de“A Pastoral”, o cuidado para com as investidas de Satanás.Mas nada disso impediu que o Espiritismo fosse semultiplicando entre o povo baiano e o de outros estados.

Em São Paulo, capital, vem a público uma brochura depropaganda editada pela "Tipografia Literária", com o título"O Espiritismo reduzido à sua mais simples expressão", de

Allan Kardec.Luís Olímpio achou curioso o fato

dessa publicação não citar o autor datradução do texto que muito lheagradou. Procurou memorizar entreseus amigos tradutores, comconhecimentos de várias línguas, elembrou-se de seu amigo francês,Casimir Lientand, hospedado em casade amigos, no Rio de Janeiro.Procurou contatá-lo através de umacarta, onde mencionava a propagandae o seu desejo de conhecer essaedição nova para ele.

Em resposta, Lientand confessanão ter conhecimento do fato e conta-lhe que gostara muito de haver sidolembrado pelo seu amigo LuísOlímpio, porém jamais ele deixaria deassinar algo de sua lavra, porque seuorgulho não o permitiria. Luís Olímpio

Tipografia de

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Allan KardecAllan Kardec

Imperador D. Pedro II em 1876Imperador D. Pedro II em 1876

sorriu pela sinceridade do mesmo. Mais adiante, CasimirLientand conta-lhe que havia editado uma obra pequenina,intitulada “Legado de um mestre aos seus discípulos”, umconjunto de contos relativos à moral e algumas poesias emfrancês, ressaltando os deveres para com o próximo. Essaidéia surgiu em sua mente, após ter lido, na edição francesade “O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec,páginas tão importantes, sobre a moral e o dever.

Lientand volta à França por mais algum tempo, porém seudesejo era ficar definitivamente no Brasil. Passou a amaressa terra e seu povo, contava ao seu amigo, Luís Olímpio.Continuou a enviar cartas da França para o Brasil, contandosobre seus projetos e sua fidelidade ao mestre lionêsKardec, que ainda estava presente, fisicamente, ministrandopalestras edificantes sobre a Doutrina Espírita. Com isso,enviava seus apontamentos sobre o que ouvia de Kardec.

Geralmente, suas correspondências chegavam de"Oloron Sainte-Marie", Baixos Pireneus, onde gruposreduzidos de espíritas franceses se reuniam para estudar oscursos básicos deAllan Kardec.

Anos depois, para alegria de Luís Olímpio e de seu amigoLientand, o sonho se realizou porque, deixando a França pormotivos pessoais, Lientand muda-se definitivamente para oRio de Janeiro.

Incentivado por Luís Olímpio, Lientand dedica-se àstarefas doutrinárias da Federação Espírita Brasileira etornou-se membro do "Grupo Confúcio", aceitando o cargode tesoureiro da diretoria desse movimento. Luís Olímpio,sempre que podia, fazia-se presente às reuniões dessegrupo, juntando-se às emoções de estar perto de umapessoa tão estudiosa sobre o Espiritismo, que era Lientand,a quem ele devia seus primeiros exercícios espirituais.

Os Espíritos Superiores, por designação do Alto, a tudopresidiam e orientavam intuitivamente a Luís Olímpio. Tendopor compreensão, arquivado em seu espírito empreendedora divulgação do Espiritismo em terras brasileiras, unindotodos os seus esforços e angariando as simpatias de outroscompanheiros, funda, com as bênçãos de Deus e Jesus, o“Primeiro Grupo Familiar do Espiritismo”.

Nenhuma dificuldade impediu que Luís Olímpio fizesseespalhar as sementes da Terceira Revelação, lançando-assobre o solo brasileiro, vindas pelo Estado da Bahia.Organizou ele uma sociedade regida por estatutos quedavam direitos a qualquer pessoa que manifestasse odesejo de estudar a doutrina pararealizar trabalhos assistenciais,principalmente entre grupos espíritas.

Na data de 17 de setembro de 1865,durante a inauguração do "GrupoFamiliar do Espiritismo", após a precede gratidão, todos os que ali seencontravam puderam ver sendopsicografada a primeira páginaenviada pelo Alto, sendo assinada por"Anjo de Deus". O júbilo de LuísOlímpio trouxe-lhe lágrimas aos olhos.E esse contentamento passou a ser ode todos, quando a mensagem foi lida.Notava-se que o Espírito comunicanterevelava altos conhecimentos eelevação moral, mas entremostravaalguns laços dos dogmas católicos.Talvez o comunicante tivesse sido umsacerdote, desencarnado há poucotempo.

Com todo o desenvolvimento da Doutrina Espírita e oregistro dos primeiros contatos com o mundo Espiritual, deu-se à Bahia o título de “berço do Espiritismo” em terrasbrasileiras.

Luís Olímpio foi designado para a direção desse grupo,que se dedicou inteiramente a estudar as obraskardequianas. Espírito imbatível, cumpridor de seusdeveres, com exemplos de honradez e respeitoso chefe defamília, resistia a todas as investidas das sombras. Osespíritos inferiores influenciavam os incrédulos e osfanáticos religiosos. Como a única religião permitida pelaConstituição do Império era o Catolicismo, os sacerdotes seaproveitavam dessa proteção e perseguiam ferozmente aLuís Olímpio.

O jornal “Bahia Ilustrada” chegou a fazer várias edições,com caricaturas depreciativas, em relação à doutrina e seusseguidores, colocando Luís Olímpio, à frente, com osemblante de Satanás. Isso tudo era do conhecimento dasautoridades que faziam vistas grossas, diante do artigo 277do Código Criminal do Império que prescrevia pena rigorosapara aqueles que zombassem, ou desrespeitassemqualquer culto que fizesse parte do povo brasileiro. ADoutrina Espírita, por essa época, já era reconhecida comoreligião, tanto que o arcebispo da Bahia, Dom ManuelJoaquim da Silveira escreveu para “APastoral”:

“O Espiritismo é de caráter religioso reconhecidamenteentre seus fiéis, mas, antes de tudo, representa um graveatentado contra a Religião Católica.”

Luís Olímpio recebia várias cartas de pessoas, muitasresidentes em outros estados do Brasil, com notícias edavam-lhe apoio para continuar a divulgar os princípioskardecistas.

Entre essas missivas encontrou uma que lheproporcionou imensa alegria, assinada por Castro Alves.Contou-lhe o poeta que estava estudando o Espiritismo, pelointeresse do seu escritor favorito, Victor Hugo, autor de "OsMiseráveis", que, em meio à miséria real em que vivia o povofrancês, resolvera escrever essa importante obra, quandoveio a tomar conhecimento dos fenômenos das mesasgirantes. Já na Ilha de Jersey, foi visitado pelo seu grandeamigo, Auguste Vacquerie, trazendo em sua companhia apesquisadora espírita, convicta, sobre o assunto e amiga deAllan Kardec, a senhora Emília Girardin. Castro Alvesdescrevia seu contentamento a Luís Olímpio, quando,

seguindo as orientações do escritorVictor Hugo, teve em suas mãos "OLivro dos Espíritos", ainda em fasepr imária, v indo pelos amigosfranceses. Seguia dizendo que, apósas questões e respostas desseverdadeiro rumo certo, suas poesiaspassaram a ter outro sentido, maisreal. Luís Olímpio fechou a missivacom ares felizes.

Apesar de os trabalhos continuaremos estudos doutrinários, no GrupoFamiliar, começou Luís Olímpio notaralgo diferente entre os participantes.

O incentivo às tarefas realizadas nocampo ass is tenc ia l most ravafragilidade. Luís Olímpio passou aobservar o procedimento de cada um epercebeu que o orgulho ferido, sobforma de melindres, estava afastandoos voluntários. Com a finalidade de

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Castro AlvesCastro Alves

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 7

ajustes, pôde ele descobrir o que havia de fato. Alguns,alegando motivos familiares, pediram afastamento dastarefas. Outros, por motivos religiosos, e outros deixaramsimplesmente de freqüentar as reuniões, ausentando-setotalmente.

O motivo era o mesmo: a falta de união. Procurandoacautelar-se, Luís Olímpio procurou ouvir a todos, atémesmo indo a seus lares, para fazê-los compreender aimportância do trabalho da Seara do Mestre. Pediu umareunião para esclarecimentos.

A fala tranqüila e pausada de Luís Olímpio favoreceu atodos os ouvidos. Depois dos esclarecimentos sobre ocuidado em manter a união do grupo, os trabalhos seguiramsua rotina. Tudo voltou à normalidade.

Sendo também membro do "Grêmio dos EstudosEspiríticos na Bahia", e já tendo Luís Olímpio pesquisado oaparecimento de um órgão doutrinário em Salvador, numadas reuniões freqüentadas por ele anuncia, a todos, os seusprojetos para que os interessados presentes pudessemajudá-lo para surgir a lume o jornal "O Eco d’Além-Túmulo”.Seria o primeiro número de um periódico que trataria apenasdos assuntos relacionados à doutrina.

Seus principais aliados, de imediato, aceitaram contribuirmonetariamente para que esse jornal não tivesse problemaseconômicos. Entre eles estavam: Dr. Joaquim Carneiro deCampos, Dr. Inácio José da Cunha, professor José FranciscoLopes, o advogado Dr. Manuel Correa Garcia, o professorAureliano Henrique Tosta e os farmacêuticos: José MartinsPena e José Martins dos Santos Pena, pai e filho que, comoos outros, não temiam em serem citados espíritas efundadores de um jornal desse gênero.

As investidas para impedir a saída legal desse órgão,foram estarrecedoras. Quantas angústias e amargurasforam sentidas no coração de Luís Olímpio!

Mas, seguro com sua fé em Cristo, e acompanhado pelosamigos que estavam presentes ao lançamento da idéiaseguiram para diante. E, no mês de julho de 1869, três mesesapós o desencarne de Allan Kardec, o primeiro periódicoespírita aparecia no Brasil: "O Eco d´Além-Túmulo", com osubtítulo "Monitor do Espiritismo no Brasil". De publicaçãobimestral, foi impresso na tipografia do “Diário da Bahia”. Poressa etapa vencida, Luís Olímpio Telles de Menezes e aequipe de trabalho desse órgão agradecem a Jesus eoferecem preces em louvor ao Codificador, Allan Kardec,pela consolidação dessas obras, verdadeiro cabedal dereconhecimento a Jesus.

A "Sociedade Anônima do Espiritismo" de Paris, cujadireção era da conceituada "Revue Spirite", por carta,agradece o envio do primeiro jornal "O Eco d´Além-Túmulo"e enaltece a coragem e o desprendimento dos espíritas

brasileiros, representados pela vontade e entusiasmo dosenhor Luís Olímpio em difundir, sobremaneira, o novo órgãode propagação da Doutrina Espírita, no Brasil.

Em outubro de 1869, a Revue Spirite, na seção"Bibliografia", traduz para o francês várias matérias contidasno jornal "O Eco d’Além-Túmulo". E completa em seu final,um elogio ao responsável pela edição desse órgão brasileiro,que, com simplicidade, levava a efeito a divulgação dasalmas kardequianas, como estímulo edificante àHumanidade, fato esse não conhecido na própria França,berço do mestre lionês,Allan Kardec.

As trocas de correspondência foram constantes, issoporque Luís Olímpio recebia as matérias que erampublicadas na Revue Spirite e as traduzia para o português eeram editadas em "O Eco d’Além-Túmulo" e vice-versa.

Durante algum tempo, Luís Olímpio pôde arcar com adireção desse jornal que fora tão importante, não só para aBahia, mas também para o Brasil.

Luís Olímpio, apesar de toda a ajuda financeira dosamigos e de seu apoio total, não pôde resistir às armadilhaspreparadas pelos opositores, maliciosos e caluniadores. Asbarreiras políticas, encabeçadas pelos influentes da CorteImperial, fizeram chegar às mãos de D. Pedro II um abaixo-assinado, onde exigiam que, em nome do ConselhoConstitucional do Império, fossem tomadas medidasdrásticas, isto é, exigiam o fechamento do Jornal "O Ecod´Além-Túmulo", porque infringia a Lei, publicando matériasque induziam o povo a "práticas satânicas" e maléficas emseus cultos estranhos, evocando almas que há tempos jáestavam "mortas".

Baseados nesses fatos alarmistas e tendo as mãosatadas, Luís Olímpio e seus amigos, assistiam à lacraçãodas portas do jornal "O Eco d’Além-Túmulo". Com lágrimas acorrer pelas faces, Luís Olímpio agradeceu o empenho detodos os colaboradores e dirigindo-se a Jesus, orou:"Senhor, isso não nos afastará de Seu caminho.Continuaremos a luta para que fantasias e mentiras, em Seunome, sejam desmistificadas. Por ora, rogamos auxílio e apresença de mentores superiores para que não venhamos adesistir dos bons propósitos que nos animam a superar omal". Os amigos abraçaram Luís Olímpio e, cabisbaixos,deixaram para trás mais uma fonte de luz que não secariajamais porque os jornais, que já haviam circulado, por ondeforam entregues, levaram esse rastro de Fé, Caridade eAmor.

Luís Olímpio não parou um segundo sequer. Conversandocom os companheiros do ideal cristão, eles lançaram mão deuma carta manifestando o desejo imediato de que a"Sociedade Espírita Brasileira" (antigo Grupo Familiar doEspiritismo) fosse legalizada oficialmente em seus Estatutos

A Casa do Telles, que ficava localizada em cima do Arco, foi obra de José Fernandes Pinto Alpoim, construída em 1730. Pertencia à família Tellesde Menezes e atualmente possui apenas um dos casarões originais.

No dia em que as fotos foram tiradas, estava sendo realizada uma feira de carros antigos.OArco atualmente dá acesso à Travessa do Comércio, antes Beco do Peixe.

O Livro dos EspíritosEditora FEB

SeareiroSeareiro8

e que, a esse requerimento, fosse incluída apermissão de estudos religiosos e semperseguições aos adeptos desse culto cristão,desde que esse último propósito já constavado decreto 2.711 de 19 de dezembro de 1860.

Essa carta-requerimento foi enviada aoVice-Presidente da Província da Bahia, osenhor Dr. Francisco José da Rocha.

Luís Olímpio sabia que, se houvesseincluído o nome de “Associação LiteráriaBeneficente”, obteria de imediato a aprovaçãode todos os conselheiros do Império. Mas oque precisaria era a conservação de"Espírita", senão qual seria a finalidade?

Passando por todos os pareceres doscomponentes do Provedor da Coroa, doChefe de Polícia e de outros, chegou oprocesso às mãos do Clero que, mais uma vez, ofereceutodos os obstáculos a essa “pretensão” dos espíritasbaianos. E continuaram a afirmar que o Espiritismo era “umatentado contra a verdade católica”. E foram mais além,ainda, declarando que essa seria “uma sociedade com ointeresse maior doutrinário de contrariar a "Religião doEstado”, única a ser obedecida. Portanto, aqueles queseguissem esse culto seriam contrários aos princípios doEstado, banidos da religião católica e também contrários àaprovação governamental.

Luís Olímpio reuniu-se à equipe e estudaram com calma oque fazer, para poderem trabalhar livremente, porque osEstatutos aprovados lhes garantiriam alguns direitosconstitucionais.

A luta para que isso acontecesse durou um ano, até que foiaceita a legalização com o nome de “Associação EspíritaBrasileira”, com bases puramente científicas. Baseando-senas obras de Allan Kardec, Luís Olímpio acrescentou aorequerimento enviado e aceito: “A associação terá porfinalidade o desenvolvimento moral e intelectual do homem,ampliando suas bases na criação da filosofia espirítica (nãopodendo ser espírita), com exemplos firmados nos preceitosda caridade cristã”. E, no final, Luís Olímpio acrescentou aesse requerimento: “Fora da Caridade não há Salvação”.

O trabalho da divulgação do Espiritismo ganhou maisvulto. Embora por pouco tempo, o jornal "O Eco d´Além-Túmulo" fez mais adeptos e, em muitas províncias,organizaram-se grupos de estudos espíritas e váriassociedades no Pará, Maranhão, Pernambuco e Rio deJaneiro. As idéias espiríticas tomaram vulto, principalmentecom o aparecimento de mensagens psicografadas atravésda médium, a senhora Perret Collard, junto aoestudioso, amigo particular de Luís Olímpio, ofrancês Casimir Lientand que projetou no Riode Janeiro vários agrupamentos espiríticos.Com isso, as obras de Kardec começaram aser procuradas. E, por insistência de Lientand,a Livraria Garnier foi autorizada a traduzir emportuguês as obras de Allan Kardec sendo aprimeira a surgir no Brasil: "O Livro dosEspíritos", obra de profunda base da filosofiaespírita. "Com grande entusiasmo, a luz doConsolador foi recebida com aplausos peloscorações ansiosos do novo porvir", palavrasescritas por Casimir Lientand, em carta paraLuís Olímpio.

Comparecendo às reuniões da "AssociaçãoEspirítica", Luís Olímpio contava, com alegria

contagiante, o progresso que o Espiritismoestava alcançando, isso porque ficara sabendoque as obras de Kardec já estavam penetrandoem outros países. A Rússia e a Espanha jáhaviam traduzido para sua línguas as cinco obrasfundamentais de Kardec.

Em meio a todos esses acontecimentos, aesposa de Luís Olímpio , dona Ana Amélia vem asofrer de grave enfermidade. Os mais completostratamentos e internações hospitalares não lhedevolveram a saúde e o desenlace acontece,

deixando Luís Olímpio abalado e sofrido por esse terrívelgolpe. Triste e mesmo abatido, após o enterro continua seutrabalho. Sabia que dona Ana Amélia estaria sempre ao seulado.

Sempre prudente em seu modo de ser, Luís Olímpioprocurava manter correspondência com espíritas, não só doBrasil, como também com espíritas da Europa. Escreviaartigos relacionados à divulgação do Espiritismo para o“Diário da Bahia”, que foi o primeiro órgão da imprensabrasileira a publicar matéria religiosa que não fosse católica,enfrentando problemas com a Igreja, mas defendendo-secomo “jornalismo leigo”.

Em sua lista de trabalhador incansável da doutrina, aindase tornou sócio-honorário correspondente da SociedadeMagnética da Itália e membro do corpo social doConservatório Dramático da Bahia.

Havia algum tempo que, ao fazer suas preleções na“Associação Espírítica”, que freqüentava, ele se deparavacom uma elegante postura, que o observavacolocando nela muita atenção e participando, com vivointeresse, dos comentários alusivos ao Evangelho.

Passados alguns meses, ambos seguiam as mesmasruas para chegarem às suas residências e, por fim,acabaram concluindo que eram vizinhos, sem nunca LuísOlímpio ter percebido. A senhora Elisa, esse era o seu nome,convidou-o para um chá, mas Luís Olímpio agradeceu-lhe,marcando buscá-la no dia seguinte para irem à reunião daAssociação.

Luís Olímpio, mesmo com o passar dos dias, continuavaintrigado por não ter notado antes a presença de dona Elisa.Mas o Plano Espiritual precisava dos serviços fiéis dele, por

mais algum tempo. A enfermidade física jácomeçava a aparecer. Seu rins estavamadoecidos e a lacuna deixada por dona AnaAmélia o fizera mais abatido; porém a fortalezaespiritual da qual era portador não deixava nadatransparecer. Por isso, sendo assistido peloimenso carinho de sua primeira esposa e vendo-o tão triste, o Plano Espiritual interferiu junto comdona Ana Amélia para que a presença de donaElisa fosse notada.

Aamizade tornou-se em freqüentes encontros.Lu ís Ol ímp io hab i tua ra -se a longasconversações com dona Elisa. Tempos depois,contraíram núpcias e ela passou a se chamarElisa Pereira de Figueiredo Menezes. Elaprocurava acompanhá-lo em todas as viagenspara as quais Luís Olímpio era convidado a dar

Deveremos confiar em Jesus por toda essaedificação do Alto, para vivermos em um mundomelhor, sem tanto egoísmo e orgulho que levamos seres a fanatismos e aversões e que só fazemmal para o crescimento espiritual de cada um,completava Luis à sua equipe de trabalho.

senhora de

O Evangelho Segundo oEspiritismo - Editora FEB

esclarecimentos sobre asobras de Kardec que erammuito apreciadas, mas dedifícil compreensão pelosgrupos que se formavam,ainda imaturos para oEspiritismo. Luís Olímpio,com a serenidade que lheera característica e abagagem que trazia em seuin te r i o r, a j udava aosiniciantes a discernir oestudo sério dos seresincau tos , que sem osaberem, levados peloorgulho, atrapalhavam ocrescimento espiritual decada um.

A Espiritualidade Superiorprecisava das colocações sensatas de Luís Olímpio porquemuitos desses chamados "incautos" estavam admitindo oEspiritismo como ciência e filosofia e não como uma religião.Com isso, estavam aparecendo os grupos que, de certaforma, combatiam o verdadeiro sentido doutrinário. LuísOlímpio continuava sua luta na defesa e divulgação doEspiritismo, até que a nefrite crônica tornou-se mais grave.Apesar dos cuidados de dona Elisa, a doença avançava apassos largos. Uma série de internações em hospitais etratamentos de nada adiantou. As dores continuavam, seuestado era crítico e a fraqueza geral o levou ao desencarne.Foi exatamente às 22 horas e 40 minutos do dia 16 de marçode 1893.

Luís Olímpio desencarnou na mais extrema miséria. Paraseu sepultamento, foi preciso que os amigos se unissempara que lhe fosse dado um enterro digno, como sempre forasua vida física. Muitos falaram da falta que faria para osgrupos de estudos essa criatura que deixara sua presença,para sempre marcada em todos os processos doutrinários naBahia. O corpo de Luís Olímpio partia, mas seu Espíritoempreendedor estaria junto de todos que se incumbiriam dedar continuidade a essa importante tarefa, realizada emnome de Jesus.

Luís Olímpio foi enterrado no Cemitério S. FranciscoXavier, no Rio de Janeiro.

Dona Elisa Pereira de Figueiredo Menezes agradeceu,emocionada, a ajuda de todos, principalmente ao senhorAntônio Luís Caetano da Silva, que durante vários anosgarantiu-lhe, por sua livre vontade, uma pensão que muito aajudou a enfrentar as dificuldades materiais.

O Reformador, órgão Federativo, publica no dia 1º de abrilde 1893 uma homenagem a esse grande defensor doEspiritismo, cujo final é o transcrito:

“Era um caráter digno de todo apreço pela sua cultura eelevação de sentimentos, apurados por uma longa série deinfortúnios que soube sempre suportar com honra egrandeza d’alma”.

Todos os jornais do Rio de Janeiro, Bahia e outros estadosbrasileiros noticiaram a passagem desse notável trabalhadordo Espiritismo,

Várias enciclopédias, assim como a “Grande EnciclopédiaDelta-Larousse Alfabética”, incluíram em suas páginasresumos biográficos de Luís Olímpio Telles de Menezes.

Em 17 de setembro de 1965, o Departamento dosCorreios e Telégrafos do Rio de Janeiro e o de Salvador,Bahia, em homenagem ao fundador do "Grupo Familiar do

Espiritismo", Luís OlímpioTe l l e s d e M e n e z e s ,aprovaram dois carimbospostais, aplicados em todasa s c o r r e s p o n d ê n c i a senviadas para qualquer localdo Brasil ou para outrospaíses.

No ano seguinte, em 4 dedezembro de 1966, às 15horas, foi inaugurada umap l a c a n o m i n a t i v a ,designando uma rua

, em homenagemao pioneiro espírita emterras brasileiras, na cidadede Salvador, Bahia, em localcentral: "Rua ProfessorTelles de Menezes". Essa lei

foi sancionada pelo prefeito de Salvador, constando em atados trabalhos da Câmara Municipal da cidade de Salvador.

Durante o 8º Congresso Brasileiro de Jornalistas eEscritores Espíritas, realizado em Salvador, Bahia, no ano de1982, foi fixado o dia 26 de julho como o “Dia Nacional daImprensa Espírita”, homenageando, dessa forma, a data denascimento de “Luís Olímpio Telles de Menezes - O pioneirodo Espiritismo no Brasil”, o pioneiro da Imprensa Espírita e opioneiro a fundar o primeiro “Grupo Familiar do Espiritismo”.

Portanto, nada mais justo que se prestem todas ashomenagens e reconhecimento a esse iluminado Espírito,escolhido por Jesus para dar continuidade a que realmente oBrasil deva lutar, através de outros abnegados cristãos, para,seja lá o tempo que for necessário, que venha a ser: Brasil,coração do mundo e Pátria do Evangelho.

Eloísa__________________

(Lei n°1886/66)

N.A.: Atendendo às inspirações dos amigos espirituais que nosassistem, com as referências às vidas reencarnatórias dos “GrandesVultos”, fizemos uma pequena análise sobre a origem dos familiaresde Luís Olímpio e dele próprio, o “Grande Vulto” desse mês.Reencarnações projetadas no século XI, onde as famílias traziamgrandes interesses em se tornarem ricas proprietárias de terras e depoderes amoedados. Luís Olímpio, nessa reencarnação aquitranscrita, renasce acompanhado de muitos antigos descendentesque agora são seus opositores, continuando, através do Clero, a sersenhores poderosos e autoritários. Luís Olímpio, porém, distantedessa terrível prova, reencarna como missionário, sendo o pioneiroem trazer o Espiritismo às terras brasileiras.Nasceu na pobreza, viveu da pobreza e desencarnou na pobreza,porém rico em ter sido Luz para a Humanidade.

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 9

� Caminho, Verdade e Vida

Grandes Espíritas do BrasilSegue-Me -

Victor Hugo

até

- Francisco Cândido Xavier, pelo EspíritoEmmanuel, Editora FEB, 5ª ed.,1970.

- Zêus Wantuil, Editora FEB, 1ª ed., 1969.Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel,

Editora O Clarim, 7ª ed., 1992.- A Face Desconhecida de um Gênio - Maria do Carmo M.

Schneider, Editora Lachâtre, 1ª ed., 1999.Imagens:

http://dalhemongo.files.wordpress.com/2008/05/mesas-girantes.gifhttp://baixadafluminense.files.wordpress.com/2007/12/casadagrota.jpghttp://baixadafluminense.files.wordpress.com/2007/12/casadagrota2.jpghttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8a/Pedro_II_of_Brazil_-_Brady-Handy.jpg/475px-Pedro_II_of_Brazil_-_Brady-Handy.jpghttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/03/Allan_KardecX.jpghttp://www.jornallivre.com.br/images_enviadas/O-grande-escritor-castro-alves.jpghttp://www.marcillio.com/rio/centro/prq/cepqprte.jpghttp://www.marcillio.com/rio/centro/prq/cepqartr.jpghttp://www.marcillio.com/rio/centro/prq/cepqarte.jpghttp://www.ipahb.com.br/img/t-men_01.jpg 08

Bibl

iogr

afia

Família Telles de enezesMFamília Telles de enezesM

SeareiroSeareiro10

curiosidadeCuriosidade

Sobre Células-Tronco

Nada mais oportuno, no momento em que a ciência voltaseus olhos para a pesquisa do uso terapêutico das células-tronco de embriões humanos.

O assunto, a par de estar sendo objeto de estudo nos meioscientíficos, é igualmente alvo de análise nos meios sociais,jurídicos e religiosos em todo o mundo e, como não poderiadeixar de ser, trazendo muita polêmica em todos ossegmentos, à ausência de unanimidade na admissão, ou não,do uso pretendido e ocupando lugar de destaque na mídiainternacional.

No Brasil, não poderia ser diferente.Colocada em questão a constitucionalidade da Lei de

Biossegurança, no dia 29 de maio passado, o SupremoTribunal Federal decidiu, por seis votos contra cinco, liberar ouso de células-tronco de embriões humanos em pesquisascientíficas.

Todavia, se juridicamente a matéria está pacificada, nosmeios religiosos as opiniões se apresentam controvertidas econflitantes, gerando muitas dúvida e indagações.

Diante disso, não pode o Espiritismo, como religião etambém ciência que é, manter-se omisso no que diz respeitoà questão, deixando à deriva os seus seguidores.

Procuraremos assim, neste singelo estudo, comfundamento e fidelidade aos ensinamentos básicos dacodificação kardequiana, fazer uma análise do assunto, à luzda doutrina, sem pretender nos tornar formadores deopiniões. Muito pelo contrário, o nosso objetivo precípuo édespertar o interesse de nossos confrades para o estudosistemático da doutrina, deixando ao critério do bom senso elivre-arbítrio de cada um, as próprias conclusões.

Primeiramente, é necessário que se entenda o que sãocélulas-tronco, também conhecidas como células-mãe oucélulas estaminais.

São células que possuem a capacidade de se dividir, dandoorigem a células semelhantes às progenitoras; e as células-tronco dos embriões, que são o objeto do nosso estudo, têm acapacidade de se transformar em outros tecidos do corpo,como ossos, nervos, músculos e sangue.

Devido a essa característica, são importantes,principalmente na aplicação terapêutica, uma vez que são

potencialmente úteis em terapias de combate a doençascardiovasculares, neurodegenerativas, acidentes vascularescerebrais, doenças hematológicas, traumas na medulaespinhal e nefropatias. Exemplos: diabetes tipo 1,hipertensão, câncer, mal de Alzheimer, reumatismo,esclerose múltipla, artrite, glaucoma e mal de Parkinson.

E o principal objetivo das pesquisas com células-troncoembrionárias é usá-las para recuperar tecidos danificadospor essas doenças e traumas.

A grande indagação que torna bastante penosa às religiõesopinar pelo sim, ou pelo não, é: QUANDO COMEÇA AVIDA?

Uma visão materialista leva a admitir a vida somente a partirdo nascimento, razão pela qual, para estes, nenhumobstáculo existe para a realização dos experimentos.

Outros entendem que a vida existe a partir da fecundação, apartir do que, qualquer ato que possa impedir odesenvolvimento do embrião é considerado como atentatórioà vida.

E para nós, espíritas, quando começa a vida?A nossa idéia de vida, de acordo com os ensinamentos dos

Espíritos, é muito mais ampla e complexa, uma vez que nãoconsideramos somente a simples existência material, ousomente a vida corpórea. Há sim, para nós, momentosdiversos da vida, formas diferentes: na matéria, ou no mundoespiritual.

Avida espiritual é a vida normal; a vida corpórea é uma fasetemporária da vida do Espírito que se reveste de envoltóriomaterial o corpo do qual deve se despir por ocasião damorte, para nós, do desencarne.

Ora estamos encarnados, ora desencarnados, daí a vidamaterial e a vida espiritual, mas sempre VIDA, a partir daCriação. Não há, portanto, solução de continuidade,conforme nos esclarecem os Espíritos no Capítulo XI - item 22de “AGênese”.

Assim admitindo, vamos ver o que eles nos explicam,reportando-nos a “O Livro dos Espíritos”:

E, para melhor entendermos aperpetuidade da vida, vamos examinar oque nos dizem os Espíritos:

— —

“Questão 78: — Os Espíritos tiveram princípio, ou existem,como Deus, de toda a eternidade?

— Se não tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus,quando, ao invés, são criação sua e se acham submetidos à

sua vontade. Deus existe de toda aeternidade, é incontestável. Quanto,porém, ao modo por que nos criou e em quemomento o fez, nada sabemos. Podesdizer que não tivemos princípio, sequiseres com isso significar que, sendoeterno, Deus há de ter sempre criadoininterruptamente. Mas, quando e comocada um de nós foi feito, repito-te, nenhumo sabe: aí é que está o mistério.”

“São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes

desses ensinos tem de ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual e em que a

Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se

prestarão mútuo concurso”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo I – item 8).

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 11

“Questão 83: — Os Espíritos têm fim?Compreende-se que seja eterno o princípio dondeeles emanam, mas o que perguntamos é se suasindividualidades têm um termo e se, em dadotempo, mais ou menos longo, o elemento de quesão formados não dissemina e volta à massadonde saiu, como sucede com os corpos materiais.É difícil de conceber-se que uma coisa que tevecomeço possa não ter fim.

— Há muitas coisas que não compreendeis, porque tendeslimitada a inteligência. Isso, porém, não é razão para que asrepilais. O filho não compreende tudo o que a seu pai écompreensível, nem o ignorante tudo o que o sábio apreende.Dizemos que a existência dos Espíritos não tem fim. É tudo oque podemos, por agora, dizer.”

“Questão 344: — Em que momento a alma se une aocorpo?

— A união começa na concepção, mas só é completa porocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, oEspírito designado para habitar certo corpo a este se liga porum laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até aoinstante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ele se conta no número dos vivos edos servos de Deus.

Questão 345: — É definitiva a união do Espírito com o corpodesde o momento da concepção? Durante esta primeira fase,poderia o Espírito renunciar a habitar o corpo que lhe estádestinado?

— É definitiva a união, no sentido de que outro Espírito nãopoderia substituir o que está designado para aquele corpo.Mas, como os laços que ao corpo o prendem são ainda muitofracos, facilmente se rompem e podem romper-se porvontade do Espírito, se este recua diante da prova queescolheu. Em tal caso, porém, a criança não vinga.”

“Em tempo algum, como atualmente, no orbe terreno,tivemos mais que 1/5 (um quinto) de sua população geral emprocesso de reencarnação. Reencarnar não é tão fácil quantopossa parecer. É oportunidade rara e 'disputada'.Cadahistória individual requer inúmeros quesitos para serdisponibilizada. Laços afetivos, urgência das necessidadessociais, natureza dos compromissos com os seres dasregiões da maldade. Os pontos de análise que pesam para apossibilidade de um Espírito reencarnar são muito variados.Há corações que nesse trajeto de deportação, ou seja, nosúltimos quarenta mil anos, estiveram no corpo menos de vintevezes. O que significa afirmar que reencarnamaproximadamente de dois em dois mil anos. Outros nãoreencarnam há mais de dez mil anos.”

Portanto, as concepções materialistas e religiosas quemencionamos, sobre qual é o momento do início da vida,trazem uma visão acanhada e restrita, visando apenas e tão-somente um momento da vida.

Feitas estas considerações, devemos esclarecer que, paraas ponderações sobre o uso das células-tronco em pesquisascientíficas, estamos considerando o início da vida no corpofísico, ou seja, uma fase temporária da vida do Espírito; estasim, vida que tem seu tempo e seu termo.

Mais uma vez vamos recorrer às orientações contidas em“O Livro dos Espíritos”:

Como se vê, pode o Espírito, diante dos comprometimentoscarreados durante as suas várias encarnações, escolher aprova a que deseja se submeter a fim de resgatar os débitoscontraídos. E considerando estarmos ainda em um mundo deexpiações e provas, nada mais adequado para alcançar o seuobjetivo.

Ocorre que, como é do conhecimento geral,independentemente de qualquer filosofia ou credo,inquestionável é o controle da natalidade em todo o orbe.Haja vista a limitação, na China, a um único filho, e que,somente após o último grande terremoto, recentementeocorrido, liberou para que tivessem mais um os casais quetiveram o seu filho desencarnado na catástrofe.

Também não é de se fazer vistas grossas para o fato de queem tempo algum já se viu tantos reencarnes assumidos

prematuramente por mães-meninas, que em tenra idade jáconvivem com as responsabilidades ou a irresponsabilidadeda maternidade, sem nenhum preparo físico ou psicológicopara assumir essa posição, e materialmente em condiçõesextremamente precárias.

Dir-se-á talvez: mas esta foi a escolha do Espíritoreencarnante! E nós ousamos dizer: quem sabe, até, por faltade escolha. Não temos nós a faculdade de saber se osreencarnes hão sido compulsórios; e nem o por quê. Mas averdade é que as oportunidades de reencarne vão seescasseando a cada dia.

Na introdução do livro “Escutando Sentimentos”, de autoriaespiritual de Ermance Dufaux, Calderaro, instrutor de AndréLuiz na obra “No Mundo Maior”, assim se expressa:

Diante destas considerações, e sem jamais esquecer aimplacável Lei de Causa e Efeito, da qual nenhum de nós sefurta, podemos admitir que muitos são os Espíritos que vêemfrustradas as suas pretensas reencarnações, quando não,bastante dificultadas.

Mas também não podemos esquecer que a misericórdiadivina sempre atua em nosso benefício e, portanto, sabemosque não estamos condenados às penas eternas, comopretendem alguns.

Não é incomum que dentre os mais diversoscomprometimentos que, com certeza, todos nós temos,muitos carregamos sérias lesões perispirituais, gravadaspelas mais diversas causas, e que, para a finalidade destepequeno estudo, no momento é irrelevante analisar, porémsão causas que podem ter, de alguma forma, lesado algumórgão físico nosso próprio, ou de outrem.

A verdade é que, assim comprometidos, é da lei quereparemos todo e qualquer dano por nós causado.

É perfeitamente viável que os Espíritos comprometidospossam, ao escolher a sua prova reencarnatória, encontrar aoportunidade dessa reparação através das soluçõescientíficas cujas pesquisas ora se iniciam, seja em seu própriobenefício, seja em benefício daquele a quem prejudicou.

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Informe-se através:E-mail: [email protected](11) 4044-5889 (com Eloísa)Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP

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Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”

Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Jardim Donini - Diadema - SP

Tratamento Espiritual: 2ª e às 19h453 e às 14h45

4ªª 6ªAtendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas

Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniõesReuniões: 2ª, 4 e 5 às 20 horas3 e 6 às 15 horas

Domingo às 10 horas

ª ªª ª

Artesanato: Sábado das 10 às 16 horas

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”

Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Jardim Donini - Diadema - SP

Tratamento Espiritual: 2ª e às 19h453 e às 14h45

4ªª 6ªAtendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas

Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniõesReuniões: 2ª, 4 e 5 às 20 horas3 e 6 às 15 horas

Domingo às 10 horas

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Artesanato: Sábado das 10 às 16 horas

SeareiroSeareiro12

Destacamos aqui a matériado editorial da revista espíritaSeareiro, número 77, demarço de 2008:

E prossegue:

Lembremo-nos de que, paranós, espíritas, como jádissemos, essa seria apenas mais uma etapa da VIDA, assimcomo a entendemos.

Assim, quer nos parecer que a pesquisa científica de quetratamos não é contrária à Lei. Ao contrário, se, pela próprianatureza, e de acordo com as orientações da Espiritualidade,devemos cuidar do corpo e do Espírito, a coerênciadoutrinária é inquestionável, conforme nos revelam osEspíritos no capítulo I, item 8 de “O Evangelho Segundo oEspiritismo”:

Como se vê, tudo é previsto e tem seu tempo. Se essasrevelações nos foram dadas há mais de cento e cinqüentaanos, continuam atuais e perfeitamente aplicáveis a estemomento da nossa escalada espiritual.

Todos temos o direito e o dever de buscar a melhorqualidade de vida, quer material, quer espiritual, fazendo aosoutros o que gostaríamos que fizessem por nós.

É assim que devemos entender o que nos ensina “OEvangelho Segundo o Espiritismo”, no capítulo II, item 6:

Está ai abraçada pela doutrina a pesquisa científica.E, se doar é ato de amor, receber é ato de humildade.

Auxilia doador e receptor a exercitarem o desapego e a

aceitação.Nós desconhecemos todos os elos que nos unem uns aos

outros. Todavia, o fato de não conhecê-los, não quer significarque não existam.

Recomenda, pois, a prudência, que nos acautelemos emnossas conclusões. Antes, busquemos o conhecimentodentro das explicações que a própria doutrina, pelamisericórdia divina e boa vontade dos amigos espirituais nossão concedidas, sem jamais perder de vista a recomendaçãodo mestre lionês que nos orientou a acatar a Ciência, se entreesta e a doutrina houver incompatibilidade, tal como estáexpresso no livro “AGênese”, capítulo I, item 55:

Ocorre que não nos parece existir, neste caso, nenhumaincompatibilidade.

O aval da mais alta corte de justiça de nosso país, oSupremo Tribunal Federal, com certeza chegou na horaexata, no momento oportuno em que a Espiritualidadeconfiou na Ciência, creditando-lhe a faculdade de conduzir osseus experimentos de forma construtiva e salvadora, postoque é nosso dever cuidar do corpo e do espírito, edepositando no homem a confiança de que é chegada a horade sair da estagnação e evoluir.

No livro “A Caminho da Luz”, capítulo I, Emmanuel, já nosdeixava isso bastante claro, ao dizer:

Tem-se por óbvio que a cada um, segundo as suas obras eque a lei natural jamais será revogada, portanto, usando dolivre-arbítrio, cada um responderá pelo mau uso do benefício

“O Plano Superior, aopermitir que tenhamos acessoa esta técnica, vem nosauxiliar na recomposição quepossa favorecer o nossocorpo físico, como tambémfavorecer aos desencarnadosque tenham ligações com osembriões de onde sãoextraídas as células-troncoembrionárias.”

“Assim, no processo deutilização das células-troncoembrionárias, não somente oencarnado será beneficiado,mas também o Espírito que seencontra ligado ao embrião deonde foram extraídas ascélulas, que poderá serecompor com este ato deamor.”

“É toda uma revolução que neste momento se opera etrabalha os Espíritos. Após uma elaboração que durou maisde dezoito séculos, chega ela à sua plena realização e vaimarcar uma nova era na vida da Humanidade. Fáceis são deprever as conseqüências; acarretará para as relações sociaisinevitáveis modificações, às quais ninguém terá força para seopor, porque elas estão nos desígnios de Deus e derivam daLei do Progresso, que é lei de Deus.”

“...o homem, instintivamente, procura o seu bem-estar e,embora certo de que só por pouco tempo permanecerá nolugar em que se encontra, cuida de estar aí o melhor ou omenos mal que lhe seja possível. Ninguém há que, dandocom um espinho debaixo de sua mão, não a retire, para senão picar. Ora, o desejo do bem-estar força o homem a tudomelhorar, impelido que é pelo instinto do progresso e daconservação, que está nas leis da Natureza.”

“Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamaisserá ultrapassado, porque, se novas descobertas lhedemonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer,ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova serevelar, ele a aceitará.”

“A Ciência de todos os séculos está cheia de apóstolos emissionários. Todos eles foram inspirados ao seu tempo,refletindo a claridade das Alturas, que as experiências doInfinito lhes imprimiram na memória espiritual, eexteriorizando os defeitos e concepções da época em queviveram, na feição humana de sua personalidade.”

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 13

divino que ora nos é concedido, com a finalidade de serutilizado em benefício da própria Humanidade.

Não tenhamos dúvida de que Espíritos amoráveis estãomobilizados e empenhados em nos assistir, inspirandoaqueles que reúnem as condições necessárias para assimilaro empenho da Espiritualidade em mais este passo evolutivo,trazendo a lume conhecimentos científicos que, por certo,antes de serem materializados em nosso benefício, já seencontram consolidados nas esferas espirituais.

Vamos ver o que nos explica Emmanuel, através das mãosdo nosso querido Francisco Cândido Xavier, no livro “OConsolador”:

Entrosando-se com as atividades complementares dasdemais expressões científicas do planeta, todas seharmonizam, nas lutas do homem, com recursos terrenospara o desiderato das finalidades divinas.

Em se tratando, porém, de idéias e aparelhos novos, nosmovimentos evolutivos, as inspirações do Plano Espiritualsão distribuídas em todas as correntes do pensamentohumano, percebendo-as, contudo, somente aqueles que seencontram sintonizados com as suas vibrações.

Estamos percebendo que, na medida em que buscamosexplicações dentro dos compêndios doutrinários, mais seconfirma a necessidade da perfeita sintonia entre ciência ereligião, na busca do crescimento espiritual.

Atentemos para a questão 260 do mesmo livro, “OConsolador”:

As primeiras se irmanam na Sabedoria, a segundapersonifica o Amor, as duas asas divinas com que a almahumana penetrará, um dia, nos pórticos sagrados daEspiritualidade.

Lembremos, ainda, as palavras deAndré Luiz na lição 43 dolivro “Conduta Espírita”:

Confiemos, trabalhemos e busquemos aprimorar a nossasensibilidade para receber dos Espíritos, as recomendaçõesque nossos ouvidos mortais são incapazes de registrar.

No livro “Entre Irmãos de Outras Terras”, pela psicografia deFrancisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, na lição 31,vejamos o que diz Gabriel Delanne, em uma das questõesformuladas porAndré Luiz:

Assim, benditos seremos nós, a Humanidade, secaminharmos ombreando com os Espíritos abnegados quenos indicam os caminhos das novas descobertas. Mas pobreHumanidade, se desvirtuarmos as sagradas finalidades dasfaculdades ora em nossas mãos depositadas!

Ciência e Religião devem caminhar em uníssono. Aliás, acomunhão religiosa entre os mais diversos segmentos já nãoé uma quimera. Ao contrário, é de se observar que já seesboça uma discreta união entre as religiões profetizadas poralguns povos.

Se a Ciência faz avanços, cabe às religiões descerrar o véuda ignorância e colocar-lhe lado a lado, o Amor, regra primeirade todos os credos.

E se a doutrina dos Espíritos já descerrou esse véu, a suaparte está cumprida e disponibilizada a todos aqueles quequeiram ter olhos de ver e ouvidos de ouvir.

Permita Deus que aprendamos a efetivamente abrir osnossos olhos espirituais, que é o que nos compete. Paremosde ficar inertes, acomodados no conformismo, que mais serevela preguiça do que dificuldade de compreensão.

Sem dúvida nenhuma, a matéria é vasta, séria e merece aatenção de todos. Porém, procuremos nos ater somente aosprincípios básicos da doutrina.

Diante de tais princípios, somos levados a admitir que aCiência está buscando uma melhor qualidade de vida paratantos irmãos nossos que sofrem com as enfermidades deque estão acometidos, sem que isso signifique violação àsleis naturais, aos princípios morais, à misericórdia divina.

Ao contrário, é a Lei do Amor atuando. É a certeza de que,como sempre aprendemos, Jesus veio para que todostenham vida, e vida em abundância e que a sabedoria e oconhecimento científico nos foram concedidos paraevoluirmos.

Confiemos em Deus. Confiemos no homem, criado à suaimagem e semelhança!

(Louis Pasteur).

“Questão 90 — As ciências aplicadas, como a Agricultura, aEngenharia, a Medicina, a Educação e a Economiarepresentam o campo de esforço dos Espíritos encarnados,para amplificação dos conhecimentos do homem, embenefício da Humanidade?

— As ciências aplicadas são as forças que se mobilizampara as comodidades da civilização; todavia, apesar de suascaracterísticas materiais, é dentro de seus quadros que seorganizam os esforços abençoados do Espírito, em provas deregeneração ou em missões purificadoras, na sua marchaascensional para o Perfeito.”

“Questão. 91: — No quadro das ciências, as inspirações doPlano Superior são destinadas a determinados estudiosos,ou lançadas de maneira geral para todos os cientistas?

— Nos departamentos da atividade científica existe, àsvezes, esse ou aquele missionário, com tarefa especializadae conferida tão- somente ao seu esforço.”

“— Em face da Ciência e da Filosofia como interpretar aReligião nas atividades da vida?

— Religião é o sentimento divino cujas exteriorizações sãosempre o Amor, nas expressões mais sublimes. Enquanto aCiência e a Filosofia operam o trabalho da experimentação edo raciocínio, a Religião edifica e ilumina os sentimentos.”

“Colaborar com as iniciativas que enobreçam as pesquisase os estudos da inteligência, sem propósitos destrutivos.

Toda ciência que objetiva o progresso humano vem dosocorro espiritual”.

“— Para que região devemos, nós, a seu ver, conduzir apesquisa científica na Terra, de vez que a conquista dapaisagem material de outros planetas não adiantará muito aoprogresso moral das criaturas?

— Devemos estimular os estudos em torno da matéria e dareencarnação, analisar o reino maravilhoso da mente e situarno exercício da mediunidade as obras da fraternidade, daorientação, do consolo e do alívio às múltiplas enfermidadesdas criaturas terrenas...”

“UM POUCO DE CIÊNCIA NOS AFASTA DE DEUS.MUITA, NOSAPROXIMA”

Bibliografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula-troncoIndaiá

Livros básicos da doutrina espírita. Temos os 419 livrospsicografados por Chico Xavier, romances de diversosautores, revistas e jornais espíritas. Distribuiçãopermanente de edificantes mensagens.

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Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”

Questão 308 – O Espírito se lembra de todas as existências que precederam a última, que acaba de deixar?“Todo o seu passado se desenrola diante dele, como as etapas do caminho que o viajante percorreu. Mas dissemos que elenão se lembra de maneira absoluta de todos os seus atos, recordando-os em razão da influência que têm sobre seu estadopresente. Quanto às primeiras existências, as que podemos considerar a infância do Espírito, perdem-se no vago edesaparecem na noite do esquecimento.”

O Livro dos Espíritos - Livro II“ ”Capitulo VI - Vida Espírita

Ao desencarnar, tudo, a princípio, é confuso.O Espírito se acha aturdido, necessita de algumtempo para se orientar sobre sua situação.

Esta perturbação que segue à morte docorpo varia muito de Espírito para Espírito,podendo levar algumas horas, muitos meses oumuitos anos.

A perturbação é menos longa para o homemde Bem, pois desde a sua vida terrena seprepara para a vida futura, o que lhe permite umdespertar tranqüilo no plano espiritual. Já osque não têm a consciência pura, a perturbaçãoé cheia de ansiedade e angústias, queaumentam à medida que ela se reconhece.

Quanto mais a influência da matéria diminui,a lucidez das idéias e a memória do passadovoltam.

Ao desencarnar, a lembrança da existênciacorporal não se apresenta ao Espírito demaneira completa e de súbito, mas simgradualmente, semelhante a algo que vaisurgindo de um nevoeiro até que o Espíritoconsegue fixar sua atenção.

O Espírito se recorda dos acontecimentos,em razão das conseqüências que tiveram sobrea sua situação atual. Poderia se lembrar dosdetalhes e de incidentes mais minuciosos, sejade acontecimentos, ou até mesmo de seuspensamentos, contudo, muitas circunstânciasnão são consideradas importantes, e, por nãoterem utilidade, nem procura se lembrar.

Quando desencarnado, o Espírito vê ecompreende muito melhor, do que quandoencarnado, a finalidade da vida terrena, anecessidade de se depurar para progredir esabe que, em cada existência, se liberta dealgumas impurezas.

A vida passada se retrata na memória doEspírito ou por um esforço da sua imaginação,ou como numa tela ou num quadro que tenhadiante dos olhos. Todos os atos que são de seuinteresse ele lembra, como se fossem atuais,outros ficam mais ou menos vagos ou

totalmente esquecidos.Quanto mais se desmaterializa, menos

importância atribui ao que é material e passa aver as coisas com maior clareza e se lembramuito bem dos fatos principais que o ajudaram aprocurar meios de se tornar melhor.

As lembranças das primeiras existências, asconsideradas como a infância do Espírito,perdem-se no tempo e desaparecem noesquecimento.

Lembremos que a recordação do passado,ao desencarnar, somente acontece quando temutilidade para o esclarecimento espiritual. Tantoa reencarnação, quanto a desencarnação sãoassistidas por bons Espíritos, que sabem doque precisa o Espírito desencarnado e quaisexperiências são importantes para seremrecordadas e, mesmo assim, a recordação dopassado não é absoluta.

Diante dos esclarecimentos acima, estamospreparados para o desencarne?

Como tem sido o seu dia-a-dia?Preparemo-nos, através do estudo de obras

sérias como as de Kardec e de Chico Xavier;façamos o culto do Evangelho em nosso lar;freqüentemos instituições sérias; pratiquemosa Caridade começando com a nossa família eestendendo-a ao próximo; analisemo-nos paraverificar se estamos dando o máximo de nósmesmos; aproveitemos todas as oportunidadesdo trabalho no campo do Bem.

“Fora da caridade não há salvação!” OMestre Jesus nos ensinou isto, através de Seusexemplos.

O “Amor” é a cura para todos os males!Então, o que estamos esperando para nos

preparar para a vida futura? Comecemos agorae aqui, em nossa vida terrena!

Silvana GimenezBibliografia: O Livro dos Espíritos - Allan Kardec -tradução de Salvador Gentile, Ed. IDE, 124ª ed., 1999.Imagem:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/71/Nebel_Alle_Fog.JPG

Lembrança da Existência Corporal

kardec em estudoKardec em Estudo

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 15

Cantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

Senhor!

Sabemos o que nos dizes. Ensina-nos a escutar-Te.

Conhecemos o caminho. Ensina-nos a percorrê-lo.

Procuramos a paz. Ensina-nos a descobri-la.

Possuímos o amor. Ensina-nos a sublimá-lo.

Temos o trabalho. Ensina-nos a servir.

Concedeste-nos a fé. Ensina-nos a mantê-la.

Colhemos o benefício. Ensina-nos a plantá-lo.

Admiramos a humildade. Ensina-nos a adquiri-la.

Medimos o tempo. Ensina-nos a aproveitá-lo.

Retemos recursos. Ensina-nos a distribuí-los.

Necessitamos da ordem. Ensina-nos a guardá-la.

Ansiamos por mais luz. Ensina-nos a estendê-la.

Assimilamos a cultura. Ensina-nos a iluminá-la.

Senhor!

Onde estivermos, e com quem estivermos; sejamquais forem as nossas dificuldades e problemas;faze-nos reconhecer que somos Teus aprendizes!

Por acréscimo de misericórdia, não nos entregues anós mesmos!

Renova-nos no que somos para que sejamos o quedevemos ser, de acordo com os Teus Desígnios!

E seja qual for a tarefa em que a Tua Infinita Bondadenos situe, ensina-nos, Senhor, a compreender eamar, abençoar e servir contigo, hoje e sempre.

Emmanuel

Senhor, Ensina-nos

Numa sexta-feira, em Uberaba, uma senhora, trazendoem seus braços uma criança excepcional, perguntou aoChico:

— Chico, sou mãe dessa criança especial. Veja meuestado, sofrido e muito amargo. Queria muito ser mãe, masgostaria de saber de seu guia Emmanuel, por que... porque tenho que passar por isso?

Chico olhando-a com brandura e, certamente orando,enquanto a ouvia... respondeu:

— Minha filha, a maternidade é um privilégio que Deusconcede à mulher. Se você desfruta desse privilégio daProvidência Divina, essa filha especial, como você diz, lhefoi confiada por Deus porque esses espíritos só sãoconfiados pelo Pai Criador às grandes mulheres, porque sóelas é que são capazes de amar até o Infinito. Um dia, naEternidade, esse espírito lhe retribuirá, em dobro, oscuidados e o amor que, hoje, você lhe oferece.

E a senhora, chorando, beija as mãos daquela criatura quesoube fazê-la compreender que ser mãe é amar oreencarnante, não por seu estado físico, mas, sim, pelo seuestado espiritual. E ela voltou ao seu lar, animada e feliz,acariciando a filha que sorria, aparentando ter ouvido aspalavras de Chico Xavier.

***

Quando Chico fazia asperegrinações, nas noitesde sábado, visitando oslares carentes dos bairrospróximos à ComunhãoEspírita Cristã, ele, nasconversações durante otra jeto, c i tava muitaspassagens do Evangelho,que eram verdadeirosmananciais de sabedoria.Ex.: Dizia Chico:

— Quando Jesus curouum cego, os judeus foramsaber do cego o que Elehavia feito.

“Não sei, disse o cego,Ele apenas mandou-me quefosse ao tanque; fui e lavei-me... e voltei a ver.”

Vemos aí, dizia Chico, o ensinamento de Jesus — Aobrigação foi para cego procurar o tanque, achá-lo e crer. E,principalmente, lavar-se das impurezas. Foi aí que o cegoenxergou a Verdade.

Num outro comentário, Chico relembra para todas aspessoas, que o acompanhavam na peregrinação, apassagem onde Jesus ressuscita Lázaro, dizendo:

“Lázaro, vem para fora, saia desse túmulo.”De imediato, Lázaro volta à vida; saiu de seu atrofiamento

espiritual, mas o esforço foi dele, o de vencer o egoísmo que ofazia estacionar no crescimento espiritual.

(Esse acontecimento foi presenciado por todos aquelesque participaram na reunião de sexta-feira, em Uberaba -Minas Gerais, em setembro de 1970).

pegadas de chico xavier

Fatos Pitorescos

Nessa edição do Verso e Prosa, trazemos um belo poema do Espírito-Guia do nosso Francisco Cândido Xavier - Emmanuel.E é, dele mesmo, a prosa, onde sentimos a emoção dessa poesia e conversa com Jesus.Senhor, Ensina-nos.

ElielceBibliografia: Recanto de Paz - Francisco Cândido Xavier / Espíritos Diversos, Editora Fundação Marietta Gaio, 1ª ed., 1976.

Pegadas de Chico Xavier

SeareiroSeareiro16

E Chico prosseguia:— Não podemos curar um cego, como fez Jesus, mas

podemos ajudá-lo na sua movimentação, lermos uma páginade um livro edificante e tratá-lo como um ser comum paravencer uma fase de reconstrução espiritual.

Não podemos ressuscitar um morto, como fez Jesus, mas

podemos orar pela sua liberdade espiritual e consolar afamília que, muitas vezes, entra em processo de depressão.Precisamos espalhar os ensinamentos do Cristo. Senão anossa culpa será maior do que aqueles que nada crêem.

ÉricaImagem:http://www.universoespirita.org.br/chicoxavier/chico_fotos/foto277.gif

Pergunta: Chico, em seu primeiro encontro comEmmanuel, ele enfatizou muito a disciplina. Teria falado algomais?

Resposta: Depois de haver salientado a disciplina comoelemento indispensável a uma boa tarefa mediúnica, ele medisse: "Temos algo a realizar."

Repliquei, de minha parte, qual seria esse algo e o benfeitoresclareceu: "trinta livros pra começar!"

Considerei, então: como avaliar esta informação se somosuma família sem maiores recursos, além do nosso própriotrabalho diário, e a publicação de um livro demanda tantodinheiro!... Já que meu pai lidava com bilhetes de loteria, euacrescentei: Será que meu pai vai tirar a sorte grande?Emmanuel respondeu: "Nada, nada disso. A maior sortegrande é a do trabalho com a fé viva na Providência de Deus.Os livros chegarão através de caminhos inesperados!"

Algum tempo depois, enviando as poesias de "Parnaso deAlém-Túmulo" para um dos diretores da Federação EspíritaBrasileira, tive a grata surpresa de ver o livro aceito epublicado em 1932. A este livro, seguiram-se outros e, em1947, atingimos a marca de 30 livros.

Ficamos muito contentes e perguntei ao amigo espiritual sea tarefa estava terminada. Ele, então, considerou, sorrindo:"Agora começaremos uma nova série de trinta volumes."

Em 1958, indaguei-lhe novamente se o trabalho finalizara.Os 60 livros estavam publicados e eu me encontrava quasede mudança para a cidade de Uberaba, onde cheguei a 5 dejaneiro de 1959. O grande benfeitor explicou-me, compaciência: "Você perguntou, em Pedro Leopoldo, se a nossa

tarefa estava completa e quero informar a vocêque os mentores da Vida Maior, perante os quaisdevo também estar disciplinado, me advertiramque nos cabe chegar ao limite de cem livros."

Fiquei muito admirado e as tarefas prosseguiram. Quandoalcançamos o número de 100 volumes publicados, voltei aconsultá-lo sobre o termo de nossos compromissos. Eleesclareceu, com boa vontade: "Você não deve pensar em agire trabalhar com tanta pressa. Agora, estou na obrigação dedizer a você que os mentores da Vida Superior, que nosorientam, expediram certa instrução que determina seja a suaatual reencarnação desapropriada, em benefício dadivulgação dos princípios espíritas-cristãos, permanecendo asua existência, do ponto de vista físico, à disposição dasentidades espirituais que possam colaborar na execução dasmensagens e livros, enquanto o seu corpo se mostre aptopara as nossas atividades."

Muito desapontado, perguntei: então devo trabalhar narecepção de mensagens e livros do mundo espiritual até o fimda minha vida atual? Emmanuel acentuou: "Sim, não temosoutra alternativa!"

Naturalmente, impressionado com o que ele dizia, voltei ainterrogar: e se eu não quiser, já que a Doutrina Espíritaensina que somos portadores do livre-arbítrio para decidirsobre os nossos próprios caminhos? Emmanuel, então, deuum sorriso de benevolência paternal e me cientificou: "Ainstrução a que me refiro é semelhante a um decreto dedesapropriação, quando lançado por autoridade da Terra. Sevocê recusar o serviço a que me reporto, segundo creio, osorientadores dessa obra de nos dedicarmos ao CristianismoRedivivo, de certo que eles terão autoridade bastante pararetirar você de seu atual corpo físico!"

Quando eu ouvi sua declaração, silenciei para pensar nagravidade do assunto, e continuo trabalhando, sem a menorexpectativa de interromper ou dificultar o que passei a chamarde "Desígnios de Cima."

Na Tarefa MediúnicaEntrevista feita com Chico Xavier em 17 de julho de1988, por Geraldo Lemos Neto.

atualidadeAtualidade

Comece a viver, amando. Enquanto você não doar umtanto de sua própria alma à edificação daqueles que partilhamde sua caminhada na presente experiência reencarnatória,você continuará existindo apenas.

Existir, porém, não é viver. Existimos no mundo por força daCriação Divina.

Não poderemos, entanto, equiparar-nos aos vegetais e aosanimais que desfrutam conosco a escala zoológica apenasnum degrau inferior, simplesmente desfrutando um lugar aosol.

Somos chamados a desenvolver-nos em sentido maior.Deveremos criar, também, à nossa volta.

Criar, contudo, apenas no sentido de conforto físico nãonos faz melhores que um joão-de-barro, que também edifica asua própria casa; ou que uma serpente que apropria o seu

covil. Certo é que nossas obras poderão ser maissofisticadas, já que utilizamos os apêndices que aProvidência Divina nos oferece por braços e mãos e aimaginação que desenvolvemos no curso de milênios debusca do bem-estar.

Nossa criação deve tender para o sublime.Serão os bens do campo da alma — únicos que não se

destroem com o tempo e nem podem ser tomadosindebitamente, já que ninguém manuseará o que somos naintimidade do ser.

Integremo-nos na ação divina. O mundo precisa de nossacolaboração, a fim de dinamizar o seu panorama espiritual,para crescer no sentido da própria vida, sem que sejamossemelhantes a parasitas que sobrevivem da seiva alheia.

Quanta insatisfação — por lutar contra a nossa natureza.Quanta frustração — por alimentarmo-nos de ilusões.Quanto egoísmo — por sermos tardos de afeto.Quanto orgulho — por não medir o que ignoramos.Quanta angústia — por existir sem viver.

Viver e Existir

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 17

Não é nossa intenção exercer qualquer crítica sobre ocomportamento dos pais, uma vez que reconhecemos o livre-arbítrio de cada um, mas queremos apenas relembrar aimportância da religião no lar.

Não nos cabe, também, indicá-las mas, dentro da DoutrinaEspírita, uma das palavras respeitabilíssimas é do nossoFrancisco Cândido Xavier (nosso Chico), que nos deixa liçõestão profundas, principalmente quando dirigidas à família e aospais, essas criaturas que, pela Misericórdia Divina, porempréstimo, acolhem os filhos de Deus como seus, com ocompromisso de os educarem para o desenvolvimento morale material.

Esquecendo-se desse compromisso, vão direto para apseudo “felicidade deles”. Boas babás,brinquedos modernos, escolinhas etc. Masnosso Chico, alertando-os, diz:

É considerável colocar seus filhos nasmelhores escolas, concedendo-lhes ospossíveis bens materiais, mas nossoChico, preocupado com as quedas morais,nos ensina:

Quando ele nos diz “sobreviver”, é por conhecer nossasfraquezas e o pouco preparo que possuímos para nãocairmos em tentações e vícios de todos os prismas.

Pais, todo esforço será pequeno para que o Evangelho sefaça presente em seu lar, trazendo momentos abençoados atodos.

Dentre tantas lições de nosso Chico, uma é tão carinhosaque não poderíamos deixar de transcrevê-la, como prenúncioda renovação do lar:

Notemos que os compromissos materiais forampreservados, pois a sua evolução é também necessária,porém nada poderá ser aproveitado integralmente se,paralelamente, não forem desenvolvidos os princípiosespirituais / morais, pois, sem os quais, os filhos serão

aqueles profissionais que só executarãosuas obrigações na medida dos valoresmonetários pagos.

Sabemos que muitos pais estãoquestionando as razões de insistirmostanto no que se refere à Família Cristã,lembrando que, nos dias atuais, os paisquerem ser “bonzinhos” e não “bonspais” e há uma grande diferença. Muitasvezes, ouvimos falar que ser mãe ésofrer no paraíso e é uma granderealidade, já que muitas e muitas vezestemos que falar “não” ao filho quando, noíntimo, nossa vontade é de atendê-lo.Lembramos, nesse momento, nossospais que são desrespeitados, pois nãoentendemos, até agora, que a educaçãoque nos deram foram as melhorespossíveis. Sabiam eles que só agradarnão educa um filho.

Busquemos, dentro do Evangelho, asorientações necessárias, deixando por

instantes as revistas e os jornais, lendo livros que possamreavivar o Cristianismo em nosso coração para levá-lo ao lar,com o respeito e a dignidade que se fazem necessários.

Para completarmos, nosso Chico lembra:

“Reconheçamos, desse modo, que ainstrução da inteligência, por si só, não nosbasta ao equilíbrio e à felicidade. Em tempoalgum ser-nos-á lícito menosprezar o apoioda orientação espiritual que tão-somente afé religiosa pode proporcionar ao coração.”(lição 24).

“Sem a cooperação no lar cristão, équase impossível a escola cristã operarcom eficiência necessária. Impossívelrelegar aos professores todos osproblemas da formação espiritual de umacriança. A tarefa dos pais e das mães é umatarefa grande demais para ser esquecida.Precisa de um reavivamento profundo no que se reporta à fécristã, entre as paredes domésticas, para que a nossacivilização possa sobreviver.” (lição 68).

“Ainda mesmo quando o pai não tenha vocação suficientepara conversar em torno dos temas do Nosso Senhor JesusCristo, aos quais ele, um dia, fatalmente se afeiçoará, porque

são os temas da verdade, esse pai deve reunir-se com afamília, pelo menos semanalmente e conversar com amor,perguntar aos filhos o que sentem e o que pensam da escola,se estão defrontados por algum problema e que problemavem a ser esse, suprimir-lhes a irritação ou o desgosto quandoaparecem, sindicar dos filhos a razão de uma nota menos altano caderno de lições e indagar por que não se desincumbiramdas tarefas escolares com a eficiência precisa. Geralmente,atribuímos às mães a obrigação total de amparar moralmenteos filhos, mas urge notar que a cooperação do pai éindispensável, principalmente em matéria de educação,porque a escola não prescinde da paz no lar.” (lição 77).

“Incentivemos o culto do Evangelho de Jesus em casa, como hábito da oração. Na edificação deste propósito, nãoolvidemos o concurso dos pais cristãos ao das mães cristãs.Os homens entregaram às suas esposas sacrificadas porafazeres domésticos todos os serviços de formação espiritualdos filhos. Quantos de nós, homens, quando assumimos aresponsabilidade com a formação de uma casa, quantos denós abandonamos à companheira aquele filho que o Senhornos confiou e acreditamos que este serviço pertence a ela, enão a nós, e não achamos nem mesmo tempo para umaconversa semanal, pelo menos, com os filhos, a respeito das

Famíliafamilia

Religião no Lar

Uma percentagem arrasadora de nossos sofrimentos podeser imputada a essa atitude de , já que noscomprazemos em apenas existir e proclamamos a existênciaqual se fora a própria vida.

Só o amor faz-nos nascer para a Vida.Estamos, quase todos, num longo e moroso processo de

gestação espiritual, ignorando a real luz de nosso mundo,

porque preferimos existir embrionariamente, fugindo damaior.

Integremo-nos com nossos semelhantes. Sirvamossempre.Aprendamos a viver, aprendendo a amar.

J. Alexandre

ausentes da vida délivrance1

__________________Délivrance, palavra francesa, significa: entrega, libertação; em

termos médicos, parto, nascimento.

1

SeareiroSeareiro18

necessidades espirituais em que se encontram! Nãoignoramos que as mães fornecem habitualmente o tempointegral do dia à assistência familiar, mas é preciso que os paisencontrem ocasião para o diálogo... Acreditamos que só umsentimento religioso amplamente desenvolvido podeenriquecer o lar de bênçãos da doutrina cristã e que está

vacinado contra as aventuras que nós estamos vendo aí, aosmilhares, todos os dias, através da nossa imprensa, queveicula notícias do mundo inteiro.” (lição 76).

Jesus, sua benção!Vanda

Bibliografia: O Evangelho de Chico Xavier - Carlos A Baccelli, EditoraDidier, 6ª ed., 2003; Imagem: http://farm3.static.flickr.com/2088/2508199353_6ccb30d548.jpg?v=0

Enviado aos assinantes doClube do Livro Espír i ta“Joaquim Alves (Jô)”, no mêsde maio de 2008, o resultadodo trabalho psicografado porFrancisco Cândido Xavier,através de Espíritos que forammilitares em sua últ imaencarnação.

O l ivro em foco trazmensagens, organizadas porWanda Amorim Joviano ecolaboradores das reuniõesrealizadas do culto no lar, no

Grupo Doméstico Arthur Joviano, entre os anos de 1936 a1952, na Fazenda Modelo, em Pedro Leopoldo - MG.

Relata mensagens diversas de Espíritos trazendoreconforto, agradecimento e, antes de mais nada, ofortalecimento para o trabalho no campo do bem, diante dasdificuldades que iam sendo enfrentadas,como por exemplo,na enfermidade do General Aurélio de Amorim, avô de

Wanda, em que recebem uma mensagem intitulada: Não securvem diante da sombra.

Wanda conta a experiência vivenciada pelos seus avósmaternos, General Aurélio de Amorim e Júlia Pêgo deAmorim, que passavam férias anuais ao lado de Chico,quando o mesmo registrava diversas mensagens de Espíritosque tinham sido militares em sua última encarnação.

Destaque pelo esforço de Da. Júlia, uma dascolaboradoras, que, ao verificar a necessidade, após Chicoter recebido uma mensagem em braile (alfabeto utilizadopelos deficientes visuais), desenvolveu grandiosa tarefa,buscando aprender o alfabeto em braile e em 1939, iniciou atranscrição do Dicionário da Língua Portuguesa, trabalhoesse que durou cerca de 4 anos, dando, ao todo, 64 volumes.

No livro, estão descritas diversas mensagens sobre acontinuidade da vida no Plano Espiritual, além de exemplosdo amor na busca das superações para o desenvolvimentoespiritual.

Por fim, nos traz ainda cópias das cartas originaispsicografadas por Chico durante as reuniões realizadas.

Marcelo e Rosangela

Clube do Livroclube do livro

Militares no AlémFrancisco Cândido Xavier

Espíritos DiversosEditora Vinha de Luz

176 páginas - 1ª edição - 2008

livro em focoLivro em Foco

Apresentamos neste mês o comentário sobre o livro “Ação,Vida e Luz”, que teve a sua 1ª edição em1991, e que traz várias mensagenspsicografadas pelo nosso querido ChicoXavier, dentre elas algumas de 1936 e 1938,período anterior à 2ª Guerra Mundial.

Sabedores, hoje, dos acontecimentospolíticos e sociais que levaram à 2ª GuerraMundial, ao lermos as mensagens deEmmanuel, verificamos os alertas para aprevenção da guerra que este valorosocompanheiro espiritual emitia, quandoescrevia sobre as funestas conseqüênciasdas ditaduras européias.

Ressalta ainda a necessidade semprepresente da cooperação entre as nações,fazendo um aviso que pode ser muito bemestendido para os dias atuais:

“O que verificamos é que, sem a prática dafraternidade verdadeira, todos essesmovimentos pró-paz são encenaçõesdiplomáticas, sem um fundo prático, apesar

de suas intenções respeitáveis.”Ou seja, para que a paz se faça presente é necessário que o

homem tome a iniciativa de agir. Palavras e intenções, semação, não se concretizarão.

E para que comecemos a plantar a semente dapaz, Emmanuel e outros espíritos escrevem sobrea família, lembrando que “é nesse colégio sagradoda afetividade fraternal que se educarão asenergias, para a consecução dos planosgrandiosos da Humanidade terrena, no porvir.”

Será, então, no seio familiar, com o auxílio docarinho materno, que as almas serão reeducadasmoralmente.

“As mães poderiam operar os movimentosinternacionais em favor da paz, com muito maisproveito que os políticos e sociólogos de todos osmatizes.”

Sobre o título da obra, esclarece-nos o prefácioa necessidade de agir, dentro da vida, paraassimilarmos a Luz Espiritual que emana do MaisAlto.

É por estes temas abordados e muitos outros,importantes para o nosso estudo e reflexão, querecomendamos a leitura deste livro.

Vitório

Ação, Vida e Luz

Francisco Cândido Xavier,Espíritos Diversos

Editora CEU108 páginas - 1ª edição - 1991

Um sábio sacerdote, desejando ensinar o caminho paraDeus àqueles que confiavam Nele e O seguiam, rogou aJesus, depois de longas meditações e sacrifícios, que lhefosse revelado qual o maior impedimento contra aprogressão espiritual.

Mais tranqüilo, dormiu e sonhou que era conduzido àPorta Celestial. Lá, foi recebido bondosamente por umEspírito muito iluminado.

— Mensageiro de Deus! — suplicou o sacerdote — venhorogar a verdade para as ovelhas humanas que meseguem...

— O que deseja saber? — perguntou o Espírito.— Peço esclarecimento sobre o maior obstáculo para a

evolução do Espírito. Sei que temos sete pecados mortaisque aniquilam em nós a ascensão para o Alto. Sob ainfluência destes "monstros", despenca o Espírito nodespenhadeiro infernal. Entretanto, peço explicações maisclaras sobre o problema do mal, porque nossas faltasnormalmente se repetem.

O Espírito sorriu e considerou:— A solução é simples. Quais são os pecados a que se

refere?O sacerdote movimentou os dedos e respondeu:— Soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça.

Deles nascem as demais imperfeições.O mensageiro, contudo, acrescentou:— No fundo, porém, podemos reduzi-los a um. Todos os

pecados têm origem de uma única fonte.O sacerdote, curioso, suplicou:— Oh! Espírito amigo, por favor, me esclareça! Há muitos

aprendizes, na Terra, aguardando a minha palavra!...

O emissário da Esfera Superior, sem qualquer presunçãode superioridade, passou a esclarecer:

— Escuta com atenção!Se o soberbo trabalhasse para o bem de todos, não

encontraria oportunidade para cultivar o orgulho e a vaidadeque o levam a acreditar ser o ponto central do Universo.

Se o avarento conhecesse a vantagem do suor, nafelicidade dos semelhantes, não se entregaria à volúpia daposse que o obriga a acumular dinheiro inutilmente.

Se o homem inclinado à tentação dos prazeres fáceisaprendesse a empregar as próprias forças em favor daelevação coletiva, não disporia de ocasião para prender-seàs paixões destruidoras que o arrastam ao crime.

Se as pessoas facilmente propensas à irritaçãoestivessem dispostas a servir de acordo com os desígniosdivinos, não envenenariam a própria saúde com remorsos eangústias injustificáveis.

Se o guloso vivesse atento à tarefa construtiva que lhecabe no mundo, não se escravizaria aos apetitesdevastadores que lhe arruínam o corpo e a alma.

E se o invejoso utilizasse a existência, no trabalho digno,não gastaria tempo acompanhando maliciosamente asiniciativas do próximo, complicando o próprio destino...

Como vê, o maior dos pecados, a causa primordial detodos os males, é a preguiça.

Desta forma, dê trabalho edificante às tuas ovelhas esaiba que, na posse do serviço, não se afastarão docaminho justo.

O sacerdote não mais teve o que perguntar.Despertou edificado e, do dia seguinte em diante, o povo

reparou que o sacerdote modificara as suas pregações eatitudes.

Texto adaptado por Silvana e ReinaldoBibliografia: - Francisco Cândido Xavier, peloEspírito Neio Lúcio Ed. FEB, 8ª. ed., 1986.

Alvorada Cristã-

Contoscontos

O Maior Pecado

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 19

***

André Luiz

Domingos A. Monzillo - São Bernardo do Campo - SPIlustração: Marcelina Santos Meira

“Faze o bem e alcance a paz, que Deus abençoa e autentica pois opequeno bem que não se faz é um grande mal que se pratica...”

A Migalha de teu Sorriso

Canal Abertocanal aberto

Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.Agradecemos todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.

A migalha que cai de tua mesaEnriquece, feliz, a minha vida!Deixa minha alma descontraídaE me traz, da vida, a BELEZA!

Essa migalha me dá a certeza,De que a existência é coloridaDe que a afeição bela é vividaQuando temos Amor, a fortaleza.

Essa migalha, que parece um nada,Me dá a força de que eu precisoPara vencer toda a “empreitada”,

Para vencer o feio e o iracundo,Pois a MIGALHA do teu “sorriso”Me torna mais feliz neste mundo!

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