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1 LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA PINTO

LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA PINTO · O dono do galinheiro, E muito menos Janjão, Esse galo bem festeiro Lamparina Estou avisando a você Não faça essa loucura Eles lhe dão uma dura

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LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA PINTO

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Personagens

Cenário

- Um galinheiro- Dois estrados para poleiro das personagens Janjão e Glória- Uma casinha de cachorro de papelão- Num canto outra caixa de paelão com um saco ao lado- Uma mesa com um dispositivo para esconder comida

Raposinha Finória Galo Janjão Galinha Glória Lulu Vira-Lata

Dono do Galinheiro Dona Vitória Corujinha Lamparina

Teatro Infantil

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Cena 1 - Introdução

Do lado de fora dos galinheiro, a Raposinha Finória conversa com a corujinha Lamparina

Um coro composto de quatro ou cinco alunos, cantam a introdução da peça:

” A raposinha Finória...ela não quer trabalhar,pensa que é muito esperta,só gosta de vadiarroubando os ovos da Glóriapara se alimentar ...Agindo dessa maneira,Um dia vai estourarAh, se vai, Ah, se vai”

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FinóriaAi que fome, corujinhaEu não consegui comidaAi que fome corujinha,A barriga está doida (esfrega as mãos na barriga)Esta roncando de novo (a sonoplastia faz o ruído característico)Quem sabe no galinheiro,Eu arranjo um belo ovo!

Cena 2

LamparinaNão faça isso FinóriaGalo Janjão e o LuluGuardam, o ovo da Glória.Se você entrar aí,Batem-lhe com a cuiaVocê fica arrebentadaQuem nem o feio do JudasNo sábado de aleluia

FinóriaEu sou mesmo muito espertaE comigo ninguém pode,Nem cachorrinho Lulu,Nem o homem de bigode.O dono do galinheiro,E muito menos Janjão,Esse galo bem festeiro

LamparinaEstou avisando a vocêNão faça essa loucuraEles lhe dão uma duraE arrancam sua pele,Para fazer um casaco.Já pensou, dona Finória,Ora, vai ficar um trapoCheia de esparadrapo

FinóriaCom a fome que eu tenhoDo perigo eu desdenhoEu quero é roubar da GlóriaUm grande e gostoso ovo.De você já estou cheiaE vamos deixar de história.Até logo, Lamparina!Que o ovo é boa ceia.

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Cena 3A raposinha entra silenciosamente no galinheiro. Todos estão dormindo: Janjão num poleiro mais altoque o da glória.Lulu está com uma parte do corpo fora da casinha.A Glória esta chocando um enorme ovo. Uma parte dele está no traseiro da galinha e outra, para fora.As aves dormem, cocoricando, e o Lulu, gemendo

Janjão(de olho fechado) - corró-corró-corró...

GlóriaIdem

Lulucuim... cuim... cuim....

Todos parecem que vão acordar. Finória dá uma volta pelo galinheiro.Assusta-se com os ruídos e corre para trás da caixa.Aos poucos, vai levantando a cabeça. Sai. Caminha na ponta dos pés. Passa em frente das aves e docachorrinho. Faz um gesto com a mão, diante dos olhos de cada um dos dorminhocos, para certificar-se de que realmente dormem.Chega à frente do palco e canta como se estivesse cochichando.

FinóriaTudo muito calminhoDormem todos como anjinhosVejam que belo ovo (aponta para o ovo)Está chocando a galinhaEu acho que vou pegar,Pra minha fome matar.

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Finória aproxima-se do poleiro do Janjão. Este tem, junto aos pés, uma pilha de lenha. Janjão move umdos pés e, sem querer, derruba a pilha no cocoruto da Finória (sonoplastia faz ruído característico).Finória sai correndo, gritando de dor, e esconde-se atrás da caixa de papelão. Todos acordam, fazendogrande banzé.

GlóriaCocórococó... cocorococó...Acuda minha mãe, socorroDe medo eu morro, socorro (dá voltas em torno do galinheiro)

Janjãococorocó.. cocorocó...Quem está aí, tenha dó!Fazer um barulho desses !!!Ah, sinto um cheiro de raposaSerá que esse bicho exibidoEntrou sem ser percebido (dirigindo-se ao Lulu)

LuluAu, au, au, au (pegando uma vassoura)Au, au, auDeixa comigo JanjãoQue raposa eu mato a pau.

Todos procuram, mas nada encontram.

JanjãoPorcaria desta caixa,Sempre na minha frente,Vou faz\ê-la voar longe...E tou com tanta raivaQue até me doem os dentes!Ué! Acho que estou “lelé”E quase dormindo em pé...Quem já viu a dentaduraNo bico de um garnisé (dá um chute na caixa, que tomba na raposinha - põe a asa no bico e dirige-seao poleiro. O mesmo fazem Glória e Lulu. Todos voltam a dormir.)

Cena 4

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Finória vai levantando a caixa lentamente com a cabeça.Sai debaixo da caixa e aproxima-se, novamente, na ponta dos pés, dos poleiros e da casinha do Lulu.Faz os mesmos gestos para novamente certificar-se de que todos dormem. Mais uma vez vem á frentedo palco, esfregando as mãos.

FinóriaÉ agora meus amigos,Que eu apanho aquele ovo!E não me chamo FinóriaSe não consigo vitória,Sobre essa bendita Glória,Rainha do galinheiro,Que guarda meu belo jantarBem juntinho do traseiro

Chega até o poleiro da Glória levanta o rosto e estica o braço para apanhar o ovo. Tem que enfiá-lo entrea palha para retirá-lo, pois não o enxerga visto estar olhando para baixo. Glória solta um coco colorido,que se espalha pelo rosto da Finória. A Finória mostra o rosto todo borrado para a platéia.

FinóriaQue foi que caiu do céuNesta cabeça pelada,Por certo que não é mel (passa o dedo e cheira)Ai meu santo escarcéuEu acho que estou melada (solta um grito)

Corre novamente para trás da caixa e se enfia num saco. Fica imóvel. Todos acordam, novamente, efazem o mesmo barulho; saem em busca da raposinha. Procuram, procuram e nada acham.

Cena 5

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JanjãoAcordando a toda hora,Estou ficando faminto,Seria mesmo capazDe comer um duro trilhoAh, neste saco meu rapaz (dirigindo-se ao Lulu)Haverá por certo milho...Deixe-me pegar o espetoPara ver o alimento (corre pegar o espeto)

LuluAgora, estou me lembrandoVendo esse saco aí,De que me dá vontadeDe fazer belo xixi...

Lulu levanta uma das pernas e faz xixi no saco,(Usa uma seringa de borracha escondida), enso-pando o saco. Enquanto Lulu se vira. Janjãoobserva o espeto, Finória se sacode dentro dosaco, jogando água pra todo lado. Finória põe acabeça para fora e vê o espeto nas mãos doJanjão e canta para a platéia:

FinóriaAi meu Deus! Virgem Maria!Este Janjão porcaria,Vai me furar a barriga!Se eu fugir me enfia o espetoSe eu ficar viro esqueleto.

Cena 6

Finória - ai, ai, ai,, ai (dentro do saco_Ai, ai, ai, ai

JanjãoMas esse milho não sai?Nunca ouvi dizer que milhoViva gritando ai, ai

FinóriaAi. Ai, ai, ai,

Finória volta para o saco, da um pulo, depois ficaimóvel, esperando pelo pior.

JanjãoCom essa coisa pontudaNão pretendo abrir o sacoSó retiro o que precisoPor este simpes buraco

Vai espetando a Finória em muitos pontos.

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Cena 7Quando Janjão faz menção de abrir o saco surge na porta do galinheiro o patrão. Janjão joga fora oespeto e corre ao poleiro. O mesmo faz a Glória; Lulu se enfia na casinha.

Dono do galinheiroO que acontece aqui?Ninguém dorme nesta casa!Que barulheira danadaAté parece que todosVem caindo pela escada!

O que faz este feio saco,No meio do galinheiroSanto Ló, quanto buraco

Ah, já sei! O JanjãoEste galo comilãoQuis comer fora de horaO milho que dona AuroraComprou do seu Sebastião (dá um chute no saco)Abaixar me dá preguiçaO melhor é ir chutandoEste saco para o canto (põe o dedo no narizenquanto chuta o saco)Mas que cheiro de carniçaTem esse milho que éDe causar espantoSerá milho de chulé

FinóriaAi, cocoroccó, ai cocorocó (levando chutes eimitando o Janjão)

Dono do galinheiroO que foi Janão (virando-se para o galo)Te acontece alguma dor

JanjãoNada sinto, não senhorNada sinto não senhor

FinóriaCuim, cuim, cuim(levando chutes que a faz imitar o Lulu)

Dono do galinheiroO que foi Lulu?Por que você geme assim?

LuluEu gemendo?Ora, pois sim!!!

Dono do galinheiroEsta louca bicharadaEstá hoje barulhenta,Será que entrou aquiA raposinha sarnenta ( observa que todos dormemnovamente. Deixa o galinheiro.

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Depois de se medicar, Finória sai toda machucada do saco. Tem esparadrapo por todo o corpo ou porcima da fantasia e muito catchup pela cabeça e cocô pelo rosto.

FinóriaIrra, pois vou pegar esse ovo,Nem que seja a última coisaQue eu faça na minha vidaAi meu Deus! Quanta ferida.

Estou toda arrebentadaMas eu pego aquele ovoMesmo que seja precisoTer minha cara quebrada!

GlóriaAcho que vem um pintinho,Bonitinho de se ver,Vou pegá-lo com carinhoAo meu colo vou trazer.

FinóriaAi que ovo tão quentinhoOmelete vou fazerVou pegá-lo de mansinhoSem a Glória perceber

GlóriaNunca vi ovo peludoE com cheiro de raposaAi socorro meu JanjãoVenha acudir sua esposa!

Cena 8

FinóriaEta coisa mais difícil,Retirar o meu jantar!Essa tal galinha GlóriaVive a me atrapalhar.

GlóriaSocorro, Socorrococó...Socorro, Lulu, JanjãoPegue a Finória malvadaOlhe a raposa danadaDebaixo do meu colchão

Forma-se uma esbórnia. Todos caem em cima daFinória. Levanta pena para todos os lados. Sãolatidos, cocorocós, gritos da Finória, fazendo omaior escândalo no galinheiro. Enquanto brigam,à porta do galinheiro aparece o dono. Trás nasmãos uma enorme espingarda.

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Cena 9Dono do galinheiroQue confusão no galinheiro!!!Como brigam esses bichos!Entrou aqui um vespeiroOu será que é outra história?

LuluNão é vespeiro, patrão, (pondo a cabeça para fora do amontoado)Nós pegamos foi Finória,Agindo como ladrãoRoubando o ovo da Glória.

Dono do galinheiroAh! Finalmente apanhamosA raposinha bandida,Que me vem dando prejuízo.Vou ensiná-la a ter juízo.

Glória, Lulu e Janjão trazem a Finória para o dono do galinheiro.

JanjãoDaqui, não foge jamais...Pode lhe dar a liçãoE não adianta raposaFicar gritando os seus ais!

Dono do galinheiroEntão senhora Finória!!!Não acha que é demaisRoubar a galinha Glória,Vamos aos nossos finais.

FinóriaEu quero é me desculpar,Mas a fome era tantaQue o jeito foi tentarAchar aqui minha janta

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Dono do galinheiroDiz que tem muita fome?Então, por que não trabalha?para a comida comprar,e deixa de ser canalha?

FinóriaTrabalhar não é comigo,Vivo de minha esperteza,Gosto mesmo é de molezaOu de olhar meu umbigo.

Dono do galinheiroE ainda conta vantagemDepois dessa malandragem?Não vai salvá-la a fadaSua Finória descarada!

FinóriaHá dias não como nada,E a minha fome então!!!Sabe querido patrãoQue eu devorava um leitão!

Dono do galinheiroEntão você quer comida?Vou lhe fazer a vontade,E você vai comer tantoQue jamais vai esquecerEsse banquete de espantoQue lhe vou oferecer...

JanjãoMas patrão, que belo prêmioVai receber a Finória!Assim vou virar ladrão!!!Quem sabe me dá o patrãoMais um pouquinho de milhoE me trata como a um filho.

Janjão cacareja inconformado. A raposinha olhapara ele e ri com a mão na boca.

GlóriaAi , minha santa perebenta!O patrão ficou maluco?Vai dar comida a sarnenta,Vai enchê-la de dinheiroDesse jeito essa malvadaNão sai deste galinheiro.

Faz um gesto inconformado. A raposinha olhapara ela e continua rindo.

LuluAssim, eu não brinco mais,Eu vou é jogar baralho,Não cuido do galinheiroDepois de tanto trabalhoPara prender a FinóriaTem o patrão a coragemDe lhe dar essa vantagem?

Dono do galinheiroFiquem vocês bem caladosE vejam todos que pratosPreparei par a FinóriaChegue aqui dona VitóriaE não derrube na escadaA bela macarronada

Glória, Lulu e Janjão - Ma-ca-rro-na-da?Nosso patrão coitadinhoEstá ficando pancada...

FinóriaMas isto é um milagreObrigada boa fada!Finalmente vou comerE posso agora acabarCom a fome atormentada.

Finória é assentada num mesa próxima da pla-téia. Entra dona Vitória com uma tigela demacarronada. A macarronada é feita de fios debarbante. À primeira vista, parece uma apetitosamassa.

Dona VitóriaAqui está, meu marido,Eis o prato que saiuSei que ficou bem ardidoQuem comeu não repetiu

Dono do galinheiroSirva-s, e dona Finória,Não foi isso que pediuPara matar sua fome?Mãos à obra, come, come!

Lulu, Janjão e Glória - Olhem que prato bonitoSoltar um enorme gritoDe muita raiva convémAh, que destino malditoPara quem procede bemPara quem procede bem (ficam reclamando)

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Finória pôe-se a comer. De repente, levanta-se e solta um berro. Tem um longo fio de macarrão debarbante, saindo da boca.

FinóriaAi meu Santo Siricante,O macarrão deste pratoFoi feito só de barbante!?Se comer toda essa massaFarei um grande berreiroQuando sentar no banheiroAh, isso eu não como não!

Dono do galinheiroVai comer sim, senhora,E, antes que chegue a aurora,O prato estará vazio

Se não estiver, confioQue não serei muito ternoMandando dona raposaDireitinho pra o inferno (aponta a espingarda par a Finória)

Cena 10

FinóriaPára, para, não faça issoJá que insiste meu patrãoNão existe outra maneira,De fugir da confusão

Sem sobremesa e sem pão,Ai meu Deus, que sofrimento!Engolir esse tantãoDe um macarrão bem nojento!

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Cena 11Finória senta-se a mesa. Põe a palma da mão esquerda no rosto, escondendo a boca. Vai comendo egemendo. A sonoplatia faz um grande barulho. O ator faz desaparecer o macarrão dando a impressãoque a Finória comeu de fato. Finória trás uma bexiga escondida na barriga. A medida que come vaiassoprando a bexiga que infla. Quando levanta a barriga já cresceu alguma coisa.

Dono do galinheiroVejo que a dona FinóriaEstá cheia de apetite,Pois limpou o prato todoE parece bem feliz

Finóriatambém com essa espingardaApontada em meu nariz!!!

Engolir aquela pastaFoi justo e já não basta???Então estou livre agora?

Dono do galinheiroAinda não chegou a hora,Temos outras guloseimas,Para a Finória provar.Chegue aqui dona Vitória,E traga o próximo prato.

Janjão, Lulu e Glória - Tomara que seja entãoUma sopinha de ratoTemperada num latãoFedendo xixi de gato.

Dona Vitória entra com uma terrina de bolinhos ecoloca na mesa da Finória.

Dona VitóriaCá estou aqui de novoCom deliciosos bolinhosEu os fiz para os ratinhosQue viviam lá em casa.

Eu sei que não repetiram,Pois todos eles sumiram.

FinóriaDo que são feitos, Vitória?

Dona VitóriaExperimente, Finória!

FinóriaAi que gosto miserávelParecem feitos de anil.

Dona VitóriaPois você quase acertouSão de palha de bombril

FinóriaAi, ai, eu não agüento,Isso é pra limpar panela,Coitado do meu estômago,Vai ficar mais furadinhoDo que um murinho de tela.

Dono do galinheiroQue queria? Mortadela!!!Sente e come, desgraçadaQue ainda virá feijoadaE depois uma rabada,Mais tarde, quem sabe, atéSirvo boa sobremesaDe um queijinho de chuléCom uns pregos de surpresa

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Finória senta-se, novamente, e vai comendo os bolinhos de bombril. (os bolinhos são colocados numdispositivo que a platéia não vê). A Finória continua soprando a bexiga. A barriga cresce mais um pouco.Quando Finória levanta, a barriga já tem um tamanho considerável.

Cena 12

FinóriaAi patrãozinho querido,Tenha piedade de mim!Veja a minha barriguinhaCresceu que não tem mais fim,Vou estourar com certeza!

Dono do galinheiroVai curar sua esperteza,Sua raposa enxeridaA fome lhe vai passarE acho por toda a vida

Finória começa a subir, flutuar. Usar um truquequalquer elevando a Finória até uma determinadaaltura.

VitóriaAcudam essa Finória,A raposinha flutua.Se a gente não segurarEla vai parar na Lua.

Dono do galinheiroAh! Isso não pode ser,Pois muitos pratos gostososEla ainda vai comer.Corre aqui dona VitóriaTraga os mais apetitososPara a raposinha ver.

Janjão, Lulu e Glória seguram a Finória, trazendo-a para a cadeira como se temessem que elasumisse no ar.

FinóriaEstes belos desgraçadosPretendem que eu estoure.Já não me cabe mais nadaE vão trazer-me feijoada!!!Eu estou ficando enjoada.

VitóriaEis aqui dona FinóriaO melhor prato do dia:Uma feijoada a caprichoTem a cueca do patrãoUns pedaços de sabãoE um pouquinho de lixo.Ah, esqueci de avisarNo caldo pra temperarFoi muito coco de bicho

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Cena 13

Janjão enfia o espeto na barriga da raposinha e a bexiga estouro (a sonoplastia faz um enorme estron-do) Todos pulam para trás e aparece um pintinho, cantando:

Finória vai comendo a feijoada. Todos estão em torno dela, de modo que a platéia não consegue vê-ladevorar a feijoada. Terminada essa refeição, Finória levanta-se da mesa e apresenta uma enorme barri-ga, pois durante todo esse tempo, ela inflou ao máximo a bexiga. Todos seguram a Finória, pois pareceque vai flutuar novamente. Levam-na próximo ao ovo da Glória.

FinóriaNunca comi, nesta vida,Tanta comida nojenta,A barrigona, coitada,Parece que arrebenta.

Vai explodir meu povoNão vou poder segurar.Então que vá mais um ovoEntão que vá mais um ovo.

Finória agarra o ovo e o come sem que os demaispossam impedi´la. A sonoplastia faz um barulhoimitando alguém engolindo coisa que mal cabe nagarganta.

GlóriaAi meu santo safadinhoNão é que a tal da FinóriaMastigou o meu pintinho!!!

JanjãoAh, raposinha malvadaDevorou o meu filhinhoVai pagar caro a safada (pega o espeto e vai emdireção à

FinóriaNão faça isso Janjão,Não me espete desse jeitoSocorra-me ó patrãoSenão vou virar rojão!!!E isso é que eu não aceito.Tenha cuidado, JanjãoNão provoque uma explosão.

Dono do galinheiro, Lulu, - Cuidado com esseespeto?Vitória e Glória-se a raposinha explodir,Vai nos deixar fedendoCom as porcarias todasQue cansamos de servir

FinóriaÉ isso mesmo Janjão,Não ligue para esse ovoPois a Glória, com certeza,Bota amanhã outro novo

JanjãoO que fez não tem perdão,Que me perdoe o patrãoAgora compro essa brigaChega de manha e mandinga

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Pintinho - Mas que mundo colorido,Quanta paz e que harmonia!Nunca vi tanta alegriaNa mulher e no marido,Na galinha dona Glória,No cachorrinho, Lulu,E nesse papai Janjão,Que me fez nascer de novoSem mesmo sair do ovo

Somente vejo tristezaNa carinha da Finória.Também pudera, quem comeComo essa morta de fome,Acaba em explosão!Só pode sofrer, coitadaUma grande indigestãoQue a fará dormir quem sabePor um enorme tempão

LamparinaAssim acaba essa históriaDeixando grande liçãoQuem mexe no que não é seuAcaba como a FinóriaToda estendida no chão.

Pensava levar vantagemComeu o que não queriaSofreu o que não deviaBancando aqui a espertaEntrou numa grande fria.

Cena 14

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