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Ana Luisa/Beatriz/Isadora/Maria Victoria/Lorenzo Sander (Livrinho N.6) H H i i s s t t ó ó r r i i a a s s I I n n f f a a n n t t i i s s ( ( LUPI...meu cachorro muito especial) - - E Edipel -

LUPI UM CACHORRO INESQUECÍVEL

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Confira a história

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Page 1: LUPI UM CACHORRO INESQUECÍVEL

Ana Luisa/Beatriz/Isadora/Maria Victoria/Lorenzo Sander

(Livrinho N.6)

HHiissttóórriiaass

IInnffaannttiiss (( LLUUPPII......mmeeuu ccaacchhoorrrroo mmuuiittoo eessppeecciiaall))

-- EEddiippeell --

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Ana Luisa/Beatriz/Isadora/Maria Victoria/Lorenzo Sander 2

Apresentação

Embora irreais ou inventadas as historias

infantis não são falsas, pois fazem parte do

imaginário e do dia-a-dia das crianças.

Esta é uma história de fatos realmente

acontecidos, em tempo não muito distante na nossa

cidade natal de Capinzal/SC

Meu pai comprou para mim cachorro que

carinhosamente chamava de LUPI.

LUPI, era um companheiro muito fiel, cuidava

de mim, estava sempre junto comigo nas minhas

travessuras.

Esse cachorro bom e amigo, ficou comigo até

quando muito velhinho, morreu e hoje deve ter virado

uma estrelinha no “céu dos cachorros”, queridos e

muito amados por nós...

Vó Anadir / Vô Reinaldo

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Histórias e Brincadeiras de Criança 3

... O que você quer?????

1 – Adivinhações.. (Livrinho 1º.)

2 – Brincadeiras de Criança...(Livrinho 2º.)

3 – Frases e expressões de crianças...(Livrinho 3º.)

4 – Histórias Infantis...(Livrinho 4º.)

5 - Jogos infantis...(Livrinho 5º.)

6 - A historia do LUPI...um cachorro especial

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COMO CONHECI O “LUPI”

Ainda criança por volta do ano de 1949,

nossa familia residia na cidade de Capinzal SC, onde meu pai Antonio Pellizzaro, inicava sua atividade na empresa da qual era sócio fundador Industrias Reunidas Ouro.

Trata-se de uma grande Cooperativa, produtora de derivados de carne, dedicando-se tambem a comercialização de produtos manufaturados e produção de vinho.

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Histórias e Brincadeiras de Criança 5

Na verdade o frigorifico se situava na cidade de Capinzal, enquanto que a loja e a cantina de vinho na cidade de Ouro, ligadas por uma grande Ponte Pencil, sobre o Rio do Peixe.

Para a travessia da ponte, meu pai passava diariamente pela estação da Estrada de Ferro, e pela casa dos “turmeiros” que eram as pessoas que trabalhavam na manutenção da ferrovia.

Entre os “turmeiros” havia uma familia de sobrenome Martins, muito amigos de meu pai, que mantinham no páteo da casa, inumeros cachorros...um deles, sem qualquer explicação passou a acompnhar meu pai até a cantina, onde trabalhava.

Diariamente quando meu pai passava pela casa do seu amigo Martins, o cachorro “vinagre”, o acompanhava, ficando de guarda na soleira da porta, era uma rotina intrigante...

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Certo dia, meu pai esqueceu seu casaco junto a mesa em que trabalhava, e o “vinagre”, ficou de guarda junto da cadeira, e o vigia a noite, levou um grande susto, ameaçando o cachorro, este saltou pela janela do segundo piso, sofrendo uma escoriação numa pertna que impedia de andar.

Levado o fato ao conhecimento do ele se sentiu responsavel, procurou seu amigo Martins, e pagou o preço cobrado pelo animal, que ficou imobilizado na Cooperativa.

Comentando o ocorrido em nossa casa, eu disse:

-Pode deixar, pai eu vou cuidar do cahorro! Ao que ele me respondeu: Voce com essa idade, não pode cuidar nem de voce mesmo como é que vai cuidar de um cahorro grande como o “vinagre”...

Pois bem o cachorro foi trazido pela carreta que fazia entrega dos produtos da Coopertiva na cidade, e eu... Confesso que fiquei espantando com o tamanho do cachorro, mas tratei de fazer

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amizade com ele dando comida, agua, e quando conquisteia a confiança dele, enfaixando sua perna...

Claro que meu pai ficou surpreso e contente com meu trabalho, a té me deu o direito de mudar o nome do cachorro, que cahavam de “vinagre”, -certamente pela cor avermelhada e escura de seu pelo-, mas eu lhe dei o nome de LUPI...

Talvez pela convivencia diária, o LUPI, passou a ser meu melhor amigo, estava sempre por perto...depois de alguns anos de convivencia, eu chegava a imaginar que o LUPI nunca mais morreria e que nos dois eramos eternos

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LUPI DORMIA NO FORNO DA OLARIA

O LUPI, era mesmo um cachorro muito especial; até hoje não sei qual era sua raça, uma mistura de cão de guarda e vira-lata, de pateo de estação de estrada de ferro; mas era enorme, seu latido alto e sonoro, era ouvido a distancia.

Forte como um touro, corria atras do caminhãozinho Chevrolet, que vencia tres quilometros cerra acima, para transportar tijolos da Olaria do Pai, para serem transportado nos “vagões plataforma” da Estrada de Ferro.

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Quando meu irmão Celio, entrava na gabine do caminhão e dava partida no motor, o LUPI, pulava da pequena carroceria...chegando na olaria, corria para dormir nos fornos de secagem dos tijolos, que era bem quentinho...O caminhão era carregado, e novamente o LUPI, corria para ser transportado sobre a carga de tijolos.

Um belo dia o LUPI, dormiu a mais da conta, num dos fornos que esta sendo fechado para secar telhas, e somente não morreu cozido, porque muito esperto apercebeu-se do perigo que corria e o som alto e forte do seu AU!AU!AU! foi ouvido pelo operario que teve que demolir a porta do forno para soltar o LUPI...

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LUPI ATROPELADO POR UM FORDECO

Capinzal, tinha um rua central, sem calçamento, quando chovia as pessadas carretas puchadas por vários pares de cavalos atrelados, abriam sulcos bem marcados no leito da rua, por onde tambem trafegavam os pouquíssimos veículos motorizados, abstecidos com combustível importado, acondicionado em latas e compradas na Cooperativa.

Lembro que quando passavam pela rua era motivo de curiosidade e todos saiam para ver...

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Tão raro era a passagem desses veiculos e mesmo das carretas, que se podia jogar bola e brincar na rua.

Pois um dia o LUPI, estava deitado na rua, passou um fordeco, e ele imediatemte saiu do caminho, mas sua cauda ficou, exetamente onde passou a roda do veículo...guiado pelo compadre do pai, seu BENJAMIM, que nem se deu conta de ter atropelado o rabo do meu cachorro.

Foi uma gritaria e um corre-corre sem precedentes na historia de Capinzal; o LUPI, rodopiava como um pião, tentando lamber o rabo esmagado, e num instante reuniu na nossa casa toda a vizinhança...a comadre Genoefa, fez uma compressa com ervas medicinais e eu – que era o unico que podia chegar perto do LUPI, enfaixei o rabo dele...

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Como o compadre BENJAMIM, frequentava nossa casa, cuja relação de amizade era ainda maior que parentesco, passei e exigir dele uma indenização pelo atropelamento do rabo do LUPI

Meu pai dizia para ele:

- Olha, compadre é melhor voce acertar essa conta com o Piá, ele gosta muito do cachorro e não vai deixar passar barato...

Certo dia seu Benjamim, visitava a nossa casa, e eu disse mostrando como prova o rabo torto do LUPI, que estava do meu lado com cara de poucos amigos:

-Pois é seu BANJAMIM o senhor só vai não tomar chimarrão, hoje se me pagar a indenização que deve p’ro meu cachorro... e ele prontamente falou bem italianado:

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- Cramentaro, compadre tenho mesmo que pagar o estrago do cahorro. - puchando a carteira do bolso, me deu uma nota - e arrematou...”-esse piá vai dar bom mesmo, acho que um dia vai ser mesmo rico...só faltou profetizar que eu seria mesmo ADVOGADO...

LUPI PUCHAVA A CARRETINHA

Relatar alguns fatos que marcaram nossa infancia nos da a oportunidade de lembrar de

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um tempo feliz que deve mesmo ser revelado.

Nossa casa era edificada sobre uma grande área de cerca de quatro hectares, coberta de uma alta exuberante floresta, onde tinhamos vaca de leite, galinhas, porcos e até mesmo roça de milho.

Como meu pai era sócio do Frigorífico das Industrias Reunidas Ouro, me era atribuida a tarefa diaria de ir ao matadouro do Frigorífico, para pegar fígado de boi, cozinhar num tacho grande de ferro com farelo de milho, para tratar nossa porcada.

Para essa tarefa eu me deslocava de nossa casa, até o mataouro do frigorífico, distante cerca de dois quilometros, e num saco de aniagem transportava nas costas tantos fígados quanto pudesse carregar...o LUPI sempre ao meu lado, com a certeza de saborear um pedaço de fígado...

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Aí é que tive uma ideia genial...fazer uma carretinha para o LUPI puchar; e sabe que deu certo, fiz a carretinha na marcenaria do Vovô Jose Zortea, sob sua supervisão e imprescindível ajuda, e o LUPI, passou a puchar a carretinha.

Não lembro bem, mas foram tres ou quatro vezes, depois o LUPI, não aceitou mais a humilhação e fadiga, correu mato a dentro atralado a carretinha destruindo-a por completo...pensando bem eu nunca me senti bem, vendo o LUPI puchando carretinha, ele era mesmo um cachorro muito especial para mim, e não merecei essa humilhação...

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A MORTE DO LUPI

As coisas tristes não deviam ser lembradas, Deus fez nossa inteligencia tão perfeita, mas acho que deviamos ter um um dispositivo no cerebro, para apagar definitivamente o que nos causa tristesa...

Na verdade quando meu pai comprou o LUPI, ele já era adulto...com tantas agressões físicas sofridas, seu envelhecimento foi ainda mais precoce...a queda que o imobilizou, a quase asfixia

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forno da olaria, o atropelamento na rua em frente da nossa casa...

Certo dia o LUPI, perdeu sua agilidade, ficava parado olhando ao redor, passou a ficar praticamente dormindo durante o dia todo, já não se ouvia seu latido de “cachorro tenor”, e passou a caminhar com dificuldade.

Como no frigorífico tivesse dois médicos veterinários, o LUPI passou a ser medicado; mas definhava dia-a-dia, e eu não queria deixar meu cachorro sofrer...Meu pai vendo que a situação estava quase fora de controle, me disse que teriamos que sacrificar o LUPI, essa era tambem a opinão dos médicos veterinários.

Estava cego e imobilizado, sangrando pelos ouvidos; um amigo que tinha uma espingarda se prontificou a sacrificar meu cachorro...numa

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manhã, levamos o LUPI, para o interior da mata, deiteio-o junto a um enorme Pé de Cedro que dominava –e ainda domina- a floresta, me afastei e a distancia, da árma de meu amigo, ouvi o estampido do disparo que consumava a eutanásia...naquele local enterrei meu cachorro e o LUPI se foi para sempre.

Agora quando vejo pessoas que se dedicam a salvar animais, sinto por elas a maior admiração e respeito, pela excução de um trabalho maravilhoso, gratificante para quem presta e de inestimável valia para quem recebe.

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