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I
Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Farmácia Batista Ramalho Luís Manuel Nascimento Fernandes
I
Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Relatório de Estágio Profissionalizante
Farmácia Batista Ramalho
setembro de 2017 a fevereiro de 2018
Luís Manuel Nascimento Fernandes
Orientador: Dra. Teresa Ramalho
_____________________________
Tutor FFUP: Prof. Doutor Paulo Lobão
____________________________
Março de 2018
II
Declaração de Integridade
Eu, Luís Manuel Nascimento Fernandes, abaixo assinado, nº 201204401, aluno do
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da
Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste
documento.
Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo
por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele).
Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros
autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado
a citação da fonte bibliográfica.
Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de ______________ de ______
Assinatura: ____________________________________________________________
III
Agradecimentos
Com o fim do estágio curricular e com ele o fim da vida académica é tempo de deixar os
meus agradecimentos a todos os que tornaram possível vivenciar uma experiência inigualável
de crescimento intelectual, mas não menos importante, sentimental e de caráter pessoal.
Em primeiro lugar gostaria de agradecer à Dra. Teresa Ramalho, minha orientadora, por
todo o apoio, acompanhamento e transmissão de conhecimento que me permitiu terminar o
estágio com a sensação de que aprendi tudo o que era possível aprender no período de estágio.
Ao Professor Doutor Paulo Lobão pela disponibilidade e prontidão no acompanhamento
que me deu em todas as fases da realização deste relatório de estágio. A todos os docentes e
funcionários da FFUP que enriqueceram a minha formação académica, pois o que faz da
FFUP uma instituição de referência são as pessoas que dela fazem parte.
Agradeço à Dra. Marlene Fernandes por toda a ajuda e todos os ensinamentos que me
transmitiu, mas principalmente por todos os momentos de boa disposição e pela relação de
amizade que se criou.
Ao Rui, por todos os conhecimentos de marketing e gestão que me transmitiu e ainda por
tornar todos os dias numa animação, permitindo que não pudesse ter tido melhor ambiente de
estágio.
Ao Gualter, companheiro de boa disposição, formações e um excelente profissional e à
Ana pela disponibilidade demonstrada e ajuda durante o estágio.
Agradeço também a quem considero a alma da Farmácia Batista Ramalho, o Sr. Carlos,
pela partilha de conhecimento que generosamente fez ao longo do meu estágio, pela lição de
humanidade, solidariedade e acima de tudo por todas as palavras de incentivo e amizade que
me dirigiu.
Agradeço a todos os meus amigos que me acompanharam e continuarão a acompanhar na
vida, pois com eles todas as adversidades se tornam mais simples de ultrapassar.
Por fim, agradeço a quem permitiu que tudo isto fosse possível, aqueles que fizeram os
possíveis e impossíveis para eu pudesse me tornar no que sou hoje, aqueles que são e serão
os meus melhores amigos, aos meus pais e a minha irmã. Obrigado por tudo!
Luta por aquilo que queres,
consegue tudo aquilo que desejas,
mas acima de tudo,
nunca te esqueças daquilo que és!
IV
Resumo
A frequência da unidade curricular estágio do Mestrado Integrado em Ciências
Farmacêuticas é a etapa final de um curso superior de 5 anos, que permite que o novo mestre
em ciências farmacêuticas possa aceder à carreira de farmacêutico. O estágio é a etapa mais
prática da formação académica e tem como objetivo permitir ao estudante colocar em prática
os conhecimentos que foi adquirindo nas mais diversas unidades curriculares. Com o objetivo
de ter a melhor e mais completa experiência em farmácia comunitária escolhi, como local de
estágio, a Farmácia Batista Ramalho em Armamar.
O estágio permite ao futuro farmacêutico adquirir competências de interação com o
público e a componente de Farmácia Comunitária, não poderia deixar de existir, pois em
Portugal, é neste tipo de estabelecimento que a maior parte destes profissionais exerce a sua
profissão.
Tendo em conta que é de minha vontade que o meu percurso profissional passe por me
tornar num farmacêutico comunitário, decidi dedicar todo o estágio a farmácia comunitária,
pelo que este relatório irá descrever as atividades realizadas na Farmácia Batista Ramalho, de
setembro de 2017 a fevereiro de 2018.
O relatório de estágio encontra-se dividido em 2 componentes distintas, designando-se de
parte A e parte B. A parte A diz respeito a uma descrição das atividades quotidianas realizadas
durante o estágio curricular na farmácia e a parte B traduz os projetos desenvolvidos de forma
a acrescentar algo de novo à farmácia de acolhimento, ou marcar a diferença pelos conteúdos
aprendidos no decorrer do estágio que farão a diferença no futuro profissional.
Tendo em conta as premissas anteriores, decidi trabalhar dois projetos muito diferentes
entre si, mas com uma componente comum, a inovação.
A realização do projeto I - A importância das Redes Sociais para a Farmácia Comunitária,
permitiu abordar um tema contemporâneo e que ainda está pouco desenvolvido nas farmácias,
verificando-se ultimamente a aposta da própria Ordem dos Farmacêuticos em formações, no
sentido de por fim ao atraso das farmácias comunitárias em relação a outros negócios de
retalho nesta temática. Este projeto permitiu também a que Farmácia Batista Ramalho ficasse
dotada de uma nova e já desenvolvida ferramenta, que poderá ou não, aproveitar no futuro.
O projeto II - Aleitamento Materno: Oportunidade de intervenção do Farmacêutico,
contribuiu para o meu crescimento como profissional, na medida em que pude adquirir
competências únicas que poderei desenvolver no futuro. O desenvolvimento deste projeto
permite também demonstrar a necessidade dos farmacêuticos se envolverem nesta temática
afim de poderem intervir num público tão importante, a vários níveis, para a farmácia.
Em suma, o estágio e a formação académica permitir-me-ão ser um Farmacêutico dotado
da competência e confiança necessárias para enfrentar o futuro profissional que se avizinha.
V
Abreviaturas
AM - Aleitamento materno
ANF - Associação Nacional de Farmácias
CCF - Centro de Conferência de Faturas
CNP - Código Nacional de Produto
DCI - Denominação Comum Internacional
DGAV - Direção Geral de Alimentação e Veterinária
FBR - Farmácia Batista Ramalho
FC - Farmácia Comunitária
IMC - Índice de Massa Corporal
LM - Leite materno
MNSRM - Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica
MSRM - Medicamentos Sujeitos a Receita Médica
NC - Nota de Crédito
ND - Nota de Devolução
OF - Ordem dos Farmacêuticos
OMS - Organização Mundial da Saúde
PVF - Preço de Venda à Farmácia
PVP - Preço de Venda ao Público
SNS - Serviço Nacional de Saúde
UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância
VI
Lista de tabelas
Tabela 1 – Atividades desenvolvidas no estágio curricular, com indicação do espaço temporal
Lista de figuras
Figura 1 – Atividades desenvolvidas no estágio curricular, com indicação do espaço temporal
Figura 1 – Distribuição geográfica de farmácias e postos farmacêuticos em 2016
Figura 2 – Cartazes publicados no Facebook e afixados na FBR da atividade “O Pai Natal vem a
Armamar” e da recolha solidária “Troque um alimento por um sorriso”
Figura 3 – Análise da concorrência da FBR em relação ao número de gostos
Figura 4 – Anatomia da mama
Figura 5 – Ativação da Prolactina
Figura 6 – Reflexo da ocitocina
VII
Índice
Parte A – Exposição das atividades realizadas durante o estágio curricular ........... 1
1. Introdução ........................................................................................................................ 1
2. Contextualização da Farmácia Batista Ramalho ......................................................... 2
2.1. Localização e horário de funcionamento ............................................................... 3
2.2. Utentes ...................................................................................................................... 3
2.3. Instalações e valências ............................................................................................. 3
2.4. Recursos humanos ................................................................................................... 4
2.5. Serviços disponíveis ................................................................................................. 4
2.6. Gestão na Farmácia Batista Ramalho ................................................................... 6
2.6.1. Sistema informático ......................................................................................... 6
2.6.2. Gestão de stocks ............................................................................................... 7
2.6.3. Aquisição de produtos farmacêuticos aos distribuidores grossistas ........... 7
2.6.4. Encomendas diretas aos laboratórios ............................................................ 8
2.6.5. Receção de encomendas .................................................................................. 8
2.6.6. Armazenamento .............................................................................................. 9
2.6.7. Controlo de prazos de validade .................................................................... 10
2.6.8. Gestão de devoluções ..................................................................................... 11
3. Dispensa de medicamentos na farmácia ...................................................................... 11
3.1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) ........................................... 11
3.2. Receitas médicas .................................................................................................... 12
3.2.1. Comparticipação, sistemas e subsistemas ................................................... 13
3.2.2. Estupefacientes e psicotrópicos .................................................................... 15
3.2.3. Processamento/conferência do receituário e faturação .............................. 15
3.3. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) ................................ 16
3.4. Medicamentos manipulados ................................................................................. 17
3.5. Medicamentos e produtos de uso veterinário ..................................................... 17
3.6. Dispositivos médicos .............................................................................................. 17
3.7. Medicamentos homeopáticos ................................................................................ 18
3.8. Dermofarmácia, cosmética e puericultura .......................................................... 18
3.9. Suplementos alimentares ...................................................................................... 19
4. Lar da Fundação Gaspar e Manuel Cardoso, Lar São João Batista, Lar da Santa
Casa da Misericórdia de Armamar e Lar de São Cosmado .............................................. 19
5. Farmácia Batista Ramalho nas redes sociais .............................................................. 20
VIII
6. Formações complementares ......................................................................................... 20
7. Resumo das intervenções na Farmácia Batista Ramalho no âmbito do Estágio ..... 20
Parte B – Projetos desenvolvidos na Farmácia Batista Ramalho ............................ 23
8. Projeto I - A importância das Redes Sociais para a Farmácia Comunitária ........... 23
8.1. Contextualização ................................................................................................... 23
8.1.1. Farmácia Comunitária em Portugal ............................................................ 23
8.1.2. Comunicação e informação como conceitos fundamentais........................ 24
8.1.3. Marketing e comunicação de marketing ..................................................... 24
8.1.4. Internet como locatária de ferramentas de gestão da relação com o
cliente/utente .................................................................................................................. 25
8.2. Redes sociais – importância e contributo para a Farmácia Comunitária ........ 26
8.3. Intervenção na Farmácia Batista Ramalho ........................................................ 27
8.4. Conclusões .............................................................................................................. 30
9. Projeto II - Aleitamento Materno: Oportunidade de intervenção do
Farmacêutico………………………………………………………………………………...31
9.1. Contextualização ................................................................................................... 31
9.1.1. Amamentação e Aleitamento Materno ........................................................ 31
9.1.2. Anatomia e Fisiologia da lactação ................................................................ 33
9.2.2. Variações na composição do leite materno ................................................. 36
9.3. Vantagens do Aleitamento Materno .................................................................... 37
9.4. Os medicamentos e a amamentação .................................................................... 40
9.5. Intervenção na Farmácia Batista Ramalho ........................................................ 42
9.6. Conclusões .............................................................................................................. 42
10. Reflexão final ................................................................................................................. 43
11. Bibliografia .................................................................................................................... 44
Anexos ............................................................................................................................ 48
Página | 1
Parte A – Exposição das atividades realizadas durante o estágio curricular
1. Introdução
O estágio é o culminar da formação académica, pois trata-se da altura em que o estudante
passa a ter contato com a realidade profissional para que se preparou durante o espaço de
tempo que frequentou o curso.
O estágio em Ciências Farmacêuticas não poderia deixar de ter uma componente de
Farmácia Comunitária (FC) muito forte, dado que a realidade do farmacêutico em Portugal
demonstra que a maior parte destes profissionais exerce a sua atividade nesta área, segundo
dados fornecidos pela Ordem dos Farmacêuticos (OF) em 2016. [1]
É na área de FC que o farmacêutico exerce a sua profissão da forma mais próxima da
comunidade e é também esta face que aufere maior mediatismo social e comunitário.
Sendo o farmacêutico, o profissional de saúde mais próximo da população e dada a
formação e conhecimento que este dispõe, é natural verificar-se que o cidadão comum pode
em Portugal recorrer à farmácia, afim de obter uma resposta eficaz aos mais diversos desafios
de saúde e bem-estar do quotidiano do mesmo. Neste mesmo âmbito é responsabilidade do
farmacêutico apoiar o utente na construção do seu próprio conhecimento, tendo como fim que
este possa recorrer ao uso do medicamento de forma responsável e consciente de todas as
vantagens e riscos que os fármacos podem representar. O farmacêutico tem como dever
orientar o utente para que este faça o uso correto dos fármacos prescritos e os que não foram
prescritos, no sentido de melhorar os efeitos terapêuticos e diminuir o risco de aparecimento
de efeitos indesejados e toxicidade. Outra das intervenções que considero importante que o
profissional de farmácia desenvolva tem a ver com a formação e consciencialização da
população para os cuidados de saúde e higiene, de modo a prevenir complicações e doenças
ou apenas, mas não menos importante, melhorar o estado geral do utente.
Estando eu ciente da importância do estágio curricular, a escolha do local do estágio na
minha opinião deve ser aquela que melhor responder aos desafios desta nova etapa da minha
formação académica, tendo por base a premissa anterior decidi que a Farmácia Batista
Ramalho (FBR) era o local certo pelas suas caraterísticas particulares. A FBR é a farmácia
do meu local de residência, talvez uma das razões pelas quais decidi abraçar esta profissão.
Contudo o que me influenciou na escolha foi o facto de já conhecer de perto o trabalho que
os profissionais desta farmácia fazem ao nível da comunidade do concelho de Armamar. Esta
é sem dúvida um ótimo exemplo da imagem que eu tenho de uma FC, isto é, um espaço de
saúde com uma forte aposta nos cuidados de saúde primários. Esta farmácia é especial e o
profissionalismo dos recursos humanos faz com que seja o primeiro local onde a população
de Armamar se desloca antes de recorrer aos serviços da Unidade de Saúde existente na Vila
Página | 2
de Armamar, funcionando como um serviço de triagem de casos que não necessitam de
intervenção médica.
Na Tabela 1 é possível visualizar as atividades que desenvolvi durante o meu estágio. O
estágio decorreu por um período de 6 meses e decorreu sob a responsabilidade da Dra. Teresa
Ramalho, Diretora Técnica e proprietária da FBR.
Tabela 1 – Atividades desenvolvidas no estágio curricular, com indicação do espaço
temporal.
Atividades Meses em que se realizaram
Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro
Receção e
aprovisionamento
de encomendas
Controlo de prazos
de validade e
produtos sem
rotatividade
Gestão de stokes,
devoluções e
encomendas
Serviços
Farmacêuticos
Atendimento
Marketing
tradicional e
vitrinismo
Formações
Projeto 1 – “A
importância das
Redes Sociais para a
Farmácia
Comunitária”
Projeto 2 –
“Aleitamento
Materno:
Oportunidade de
intervenção do
farmacêutico”
2. Contextualização da Farmácia Batista Ramalho
A FBR é associada da Associação Nacional de Farmácias (ANF) e juntamente com a
Farmácia Lúcio são as únicas farmácias que prestam serviço no concelho de Armamar. Neste
momento a FBR faz parte juntamente com mais 100 farmácias de varias regiões da zona norte
Página | 3
do país do grupo HealthPorto®, tendo este o objetivo de gerir as encomendas conjuntas das
farmácias e tem como fim máximo o aumento do poder de negociação com os laboratórios
farmacêuticos e distribuidores.
2.1. Localização e horário de funcionamento
A FBR encontra-se localizada na Avenida Dr. Oliveira Salazar nº 36 Bloco 1, no rés-do-
chão de um prédio de habitação na Vila de Armamar. A FBR funciona de segunda a sexta,
das 8:30 às 22:00 horas e ao sábado e domingo das 9:00 às 20 horas com intervalo para almoço
das 13:00 às 15:00 horas. Esta farmácia disponibiliza ainda um serviço de disponibilidade
que abrange os 365 dias do ano, este serviço funciona no horário em que a farmácia está
encerrada e mediante contacto telefónico um dos funcionários deslocar-se-á à mesma para
proceder ao atendimento do utente que solicitou o serviço.
2.2. Utentes
Analisando o perfil de utente que recorre à FBR é de ressalvar que este se carateriza por
uma grande diversidade de idades, contudo dado o meio rural em que se insere a
predominância é atribuída a pessoas idosas.
Através de uma análise grosseira é possível concluir que a FBR detém a maior parte do
mercado de medicamentos em Armamar, este facto deve-se à constante preocupação em
fidelizar os utentes da região em que a farmácia se insere.
Para além dos utentes do concelho de Armamar, a FBR conta também com um vasto
leque de utentes de concelhos vizinhos, emigrantes, entre outros que fazem questão de
recorrer aos serviços desta farmácia devido à confiança que depositam nos recursos humanos
da mesma.
2.3. Instalações e valências
A FBR dispõe de 9 divisões sendo que duas delas são casas de banho, uma delas de uso
exclusivo dos funcionários da farmácia e outra para o público em geral. A primeira divisão
que o utente encontra ao entrar é a zona de atendimento ao público. Esta zona possui
expositores de produtos de fácil acesso aos utentes, que abrangem classes como a
dermofarmácia e cosmética, higiene oral, ortopedia, puericultura, brinquedos e uma zona de
entretenimento para crianças. Nesta área é possível observar uma zona central onde existe um
local de espera, onde o utente se pode sentar. No Anexo 2 encontra-se fotografias que
permitem visualizar o anteriormente descrito.
A FBR dispõe também na zona de atendimento ao público uma balança que permite aos
utentes de forma fácil e comoda medir o seu peso, altura e ainda calcular o seu Índice de
Página | 4
Massa Corporal (IMC) e ainda o tensíómetro podendo o utente de forma autónoma ter acesso
à determinação da pressão arterial sistólica, diastólica e a frequência cardíaca.
A farmácia possui 3 balcões de atendimento sendo que em 2 deles é possível aos
funcionários e utentes estarem sentados. Atrás dos balcões encontram-se expositores com
medicamentos de venda livre.
Outras divisões que existem são: gabinete de prestação de serviços farmacêuticos, zona
de gavetas com medicamentos sujeitos a receita médica, laboratório, zona de receção de
encomendas, armazém, zona de refeições para os funcionários e o escritório. (Anexo 3, 4, 5)
Uma das estratégias de organização particular da FBR é a autonomia dada aos
funcionários, tendo eles liberdade de realizarem as suas funções da forma que considerem
mais eficaz.
2.4. Recursos humanos
A equipa de profissionais que fazem parte dos recursos humanos da FBR é composta por
2 farmacêuticos, 3 técnicos de farmácia, 1 auxiliar de farmácia e 1 funcionário de limpeza.
A Direção Técnica está a cargo da Dra. Teresa Ramalho que é responsável pela gestão de
todos os assuntos relacionados farmácia.
O cargo de Farmacêutica Adjunta está delegado à Dra. Marlene Fernandes e os técnicos
são o Sr. Carlos Pinheiro, a Ana Fernandes e o Sr. Gualter Ferreira. O auxiliar e responsável
pela negociação com alguns delegados é o Rui Botica e a funcionária da limpeza é a Sra.
Etelvina Fernandes.
2.5. Serviços disponíveis
A FBR presta nas suas instalações inúmeros serviços que se integram na temática dos
cuidados farmacêuticos, nutrição e recolha de medicamentos fora de uso. Os serviços que a
farmácia disponibiliza são:
- Administração de injetáveis: destina-se a utentes que possuem prescrição de um
medicamento injetável e pretendem que este lhe seja administrado na farmácia, sendo que
esta administração é feita pelas farmacêuticas devidamente certificadas.
- Administração de vacinas: destina-se a utentes que possuem prescrição de uma
vacina não incluída no plano nacional de vacinação ou na época em que frequentei o
estágio, a vacina da gripe.
- Determinação da altura e peso corporal: A existência na farmácia de um
equipamento de medição da altura, peso corporal e IMC permite que os utentes possam
efetuar um controlo regular. Este serviço na FBR é sempre acompanhado por uma análise
rápida e aconselhamento prestado pelo colaborador disponível no momento, sendo que
esse acompanhamento só não é realizado se o utente assim o desejar. O controlo do IMC
Página | 5
assume marcada relevância em utentes que apresentam excesso de peso ou aqueles que
tenham experienciado uma perda de peso injustificada e indesejada. No caso de o utente
desejar e mostrar interesse ser-lhe-á prestado um aconselhamento mais demorado e
personalizado, sem qualquer custo associado.
- Determinação da pressão arterial: A determinação da pressão arterial é feita no
equipamento destinado para o efeito localizado na zona de atendimento da FBR. Embora
este equipamento permita a medição autónoma da pressão arterial pelo utente, essa
medição é sempre acompanhada por um dos colaboradores e o aconselhamento é prestado
logo após a medição. No caso de os valores estarem alterados em relação aos valores de
referência, o utente é encaminhado para o gabinete de prestação de serviços farmacêuticos
onde se procede a uma nova medição e aconselhamento pormenorizado, através da análise
cuidada do historial clínico do utente. Em situações em que se verifique valores alterados
compatíveis com a necessidade de avaliação médica, o utente é encaminhado para o
serviço de saúde local, servindo assim a FBR de “ponte” entre o utente e o Serviço
Nacional de Saúde (SNS).
- Determinação de parâmetros bioquímicos: os utentes que recorrem à FBR podem
usufruir da determinação de vários parâmetros bioquímicos e aconselhamento com base
nos valores das medições efetuadas. A determinação da glicémia é realizada
preferencialmente em jejum, contudo a maioria das determinações deste parâmetro
realizadas na farmácia são em situações de pós-prandial. A determinação da glicémia é
efetuada utilizando um dispositivo médico de análise quantitativa em sangue capilar.
Outro dos parâmetros bioquímicos mais frequentemente determinados é o colesterol
total. Este tipo de determinação requer também um período de jejum, mais longo do que
o da glicémia, isto é, preferencialmente 12 horas enquanto que no caso da glicémia o
necessário são as 8 horas de jejum. Contudo mais uma vez é difícil que este tipo de
determinação seja efetuado em jejum, pelo que são feitas questões ao utente sobre o que
consumiu antes de realizar o teste e os valores determinados são analisados e interpretados
tendo em conta todos os fatores possíveis de influenciar a determinação. Tendo por base
os valores obtidos é prestado o aconselhamento adequado e personalizado ao utente.
Por fim, também se realiza a determinação dos triglicerídeos, contudo esta é realizada
com menor frequência na FBR.
- Serviço de nutrição: a FBR disponibiliza aos seus utentes consultas de nutrição,
tendo como objetivo essencialmente a redução do peso e a adoção de uma alimentação
equilibrada. Este serviço é prestado pela nutricionista Cátia Monteiro.
- Relatório Nutricional Personalizado OTIMIZE WELLNESS®: a FBR no período
em que realizei o estágio iniciou um novo serviço, de forma a dar resposta a utentes que
procuravam uma alternativa às consultas de nutrição. Na reunião de apresentação do
Página | 6
serviço à farmácia pela prestadora do mesmo, estava presente a Diretora Técnica e eu,
sendo que ambos consideramos que seria um bom serviço para implementar na FBR. Este
serviço tem por base a realização de um mapeamento epigenético, com uma amostra
biológica do utente (cabelo) e através de uma tecnologia desenvolvida pela
CELLWELLBEING® o utente obtém um maior conhecimento acerca das suas limitações
genéticas, sendo que a principal vantagem deste serviço é a abertura de novas
possibilidades de bem-estar e qualidade de vida. [2]
- Cantinho da amamentação: Este é um serviço que está associado ao projeto
Farmácias Amigas do Aleitamento Materno (AM) do qual a FBR é uma das farmácias
certificada como pertencente a este projeto, devido ao facto da sua conduta na área do
AM cumprir as normas da Organização Mundial da Saúde/ Fundo das Nações Unidas
para a Infância (OMS/UNICEF) para esta matéria.
No cantinho da amamentação (Anexo 6), as grávidas e mães recebem aconselhamento
acerca do AM, da sua importância e ainda podem utilizar um espaço físico da farmácia
preparado para amamentar os seus filhos com toda a privacidade e conforto.
- Valormed®: o farmacêutico comunitário possui um papel importante na gestão dos
resíduos farmacêuticos e medicamento fora de uso. Na FBR estão disponíveis
contentores, onde são colocados resíduos de embalagens de medicamentos de uso
humano, contendo estas medicamentos ou não. Também são recolhidos para o mesmo
contentor resíduos de embalagens de medicamentos de uso veterinário, contendo estas
restos de medicamentos ou não. Os contentores Valormed® não estão diretamente
acessíveis aos utentes uma vez que é necessário efetuar uma triagem, afim de evitar que
estes contentores sejam utilizados como contentores convencionais.
2.6. Gestão na Farmácia Batista Ramalho
2.6.1. Sistema informático
O software utilizado na FBR é o SIFARMA 2000® desenvolvido pela Glintt®. Este
sistema informático possibilita o rastreamento e gestão dos produtos a todo o momento,
desde que estes entram na farmácia pela área de receção até que são dispensados na área
de atendimento.
O SIFARMA 2000® é a plataforma que possibilita a dispensa de produtos com
receita, sem receita, realizar vendas suspensas e devoluções, além de muitas outras
aplicações. É assim uma ferramenta muito completa que contém em si mesma e
disponível para consulta informação científica sobre os medicamentos, interações, bem
como toda uma serie de ferramentas relacionadas com a gestão da farmácia, podendo ter-
se acesso a inúmeros dados importantíssimos para o dia-a-dia e sustentabilidade da
farmácia.
Página | 7
Trata-se de um sistema muito intuitivo e de fácil utilização, sem dúvida uma das
peças fundamentais para os níveis de desempenho e eficiência demonstrados pelas
farmácias que utilizam este software em Portugal.
2.6.2. Gestão de stocks
A FBR utiliza procedimentos de gestão de stocks muito distintos da maioria das
farmácias.
Na “ficha de produto” existe o parâmetro que indica o “stock mínimo” e o “stock
máximo”, sendo que na FBR estes valores não estão definidos e, esta gestão é feita no
dia-a-dia, no momento da realização das encomendas manuais diárias.
Na “ficha de produto” é possível encontrar inúmeras informações relevantes que vão
desde o Código Nacional de Produto (CNP), informação científica, informações sobre as
vendas e compras ao longo dos meses, históricos de preços, entre outras informações
relevantes.
2.6.3. Aquisição de produtos farmacêuticos aos distribuidores grossistas
A FBR efetua a aquisição dos seus produtos a 3 distribuidores grossistas, sendo que
um deles ocupa uma posição dominante devido ao facto de ser esse o distribuidor do
grupo HealthPorto®. O principal distribuidor é a Alliance Healthcare, seguido da OCP
Portugal e por fim a COOPROFAR. É a estes grossistas que são realizadas as encomendas
manuais diárias, as instantâneas, por via verde e por telefone diretamente ao serviço de
atendimento dos grossistas ou aos respetivos gestores de conta.
Todos os dias da semana a FBR recebe 2 encomendas da Alliance Healthcare, duas
da OCP Portugal e 1 da COOPROFAR. Na farmácia não se efetuam encomendas diárias
automáticas pela razão que descrevi no ponto 2.6.2, assim os produtos são requisitados
das seguintes formas:
- Encomendas diárias manuais: são efetuadas com base nas “faltas” que cada um dos
colaboradores insere na encomenda no SIFARMA 2000® sem aprovar a mesma, mas sim
suspender. Esta encomenda é posteriormente verificada e enviada para o respetivo
fornecedor, sendo que o responsável pelo envio da mesma está informado sobre para qual
dos fornecedores deve enviar o produto, no caso deste não fazer parte dos produtos que
têm acordo com o grupo HealthPorto®.
- Encomendas via verde: são encomendas realizadas diretamente aos grossistas, esta
via está disponível para produtos com stock limitado e difíceis de encomendar. Só é
possível realizar uma encomenda por via verde com recurso a uma receita médica e
aquando da receção é necessário preencher um pequeno formulário no SIFARMA 2000®
indicando se a quantidade encomendada por este método foi igual à recebida.
Página | 8
- Encomendas instantâneas: na FBR utiliza-se esta forma de encomenda com o
objetivo de corresponder aos pedidos ou reservas dos utentes e confirmar assim em tempo
real a hora em que o produto estará disponível na farmácia. As encomendas instantâneas
são realizadas maioritariamente à Alliance Healthcare.
- Encomendas via gadget da OCP Portugal: este tipo de encomenda é muito
semelhante à encomenda instantânea, mas o distribuidor é a OCP Portugal. O gadget é
uma plataforma desenvolvida pelo distribuidor referido acima e permite consultar a
disponibilidade dos produtos a encomendar.
- Encomendas via telefone: sempre que se revele mais conveniente ou haja alguma
falha informática é possível recorrer ao telefone para encomendar um qualquer produto,
a um dos fornecedores.
2.6.4. Encomendas diretas aos laboratórios
O facto da FBR pertencer a um grupo de farmácias, isso não impossibilita que a gestão
das encomendas seja feita na farmácia e segundo os interesses da mesma. Assim são
realizadas com elevada frequência encomendas diretamente a laboratórios de forma a que
a farmácia possa usufruir de condições especiais nos produtos de maior rotatividade.
Os laboratórios com os quais a FBR trabalha diretamente, isto é, sem intervenção de
um distribuidor grossista são a SANOFI®, Queliban®, Pharmonat®, Johnson & Johnson®
e Agroviseu®.
Assim estas encomendas são realizadas aquando da necessidade de reforçar os stokes
dos produtos com maior rotatividade e como se encomendam elevadas quantidades de
produtos, a FBR consegue condições comerciais favoráveis, contudo estas encomendas
têm de ser programadas com a devida antecedência, dado que o tempo de entrega é
superior ao do efetuado pelos distribuidores grossistas.
2.6.5. Receção de encomendas
No local da FBR destinado à receção de encomendas (Anexo 4) inicia-se a entrada
do produto na farmácia, passo fundamental do circuito do medicamento. O primeiro passo
é a conferência do número de caixotes com o descrito na fatura que os acompanha,
posteriormente recorrer à área de receção de encomendas do SIFARMA 2000® e verificar
se a encomenda está pronta para ser rececionada. No caso de esta não estar no sistema
informático, será necessário criar a encomenda e enviá-la para a receção de encomendas.
O passo inicial a realizar no sistema informático aquando da receção é indicar ao
sistema informático qual o número de fatura e também o valor monetário total da
encomenda. Só após este procedimento é que se inicia a conferência, unidade a unidade,
através do leitor de códigos de barras. Aquando desta contagem de unidades, sempre que
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um produto inicia o stock desses produtos, no sistema, o prazo de validade aparece a
vermelho, sendo que de deve atualizar logo a validade desse produto.
Seguidamente aos passos descritos anteriormente, é necessário indicar qual o preço
de custo para a farmácia de cada um dos produtos, ou seja, indicar o Preço de Venda à
Farmácia (PVF) afim de confirmar se o valor monetário final da encomenda está correto.
É neste momento que se insere o Preço de Venda ao Público (PVP) dos produtos de venda
livre, para isso é necessário ter em atenção a taxa de IVA que se aplica ao produto (6%
ou 23%) e a margem de comercialização. Neste aspeto na FBR é necessário ter em atenção
ainda o preço do produto fora do grupo, uma vez que embora os preços dos produtos
cheguem à farmácia com preços mais convidativos que o habitual, é necessário calcular
o PVP tendo em conta os PVF normais e as contrapartidas que se tem de dar ao Grupo
HealthPorto®.
A marcação de preços é obrigatória nos produtos que de venda livre ou noutros que
não contenham o PVP assinalado na cartonagem, segundo a Lei nº25/2011 de 16 de
junho.[4] Assim após a entrada dos produtos de venda livre no sistema informático são
impressas as etiquetas e as mesmas são coladas nos produtos, o local onde se procede à
colocação da etiqueta não deve ocultar informações relevantes como prazos de validade,
o número do lote entre outras informações.
Na receção de encomendas existem passos que apenas se aplicam a produtos
considerados especiais, uma vez que apresentam regras próprias e um controlo apertado.
É o caso das substâncias psicotrópicas e estupefacientes. Este tipo de produtos
farmacêuticos aquando da receção são acompanhados juntamente com a fatura de uma
folha de requisição no caso da OCP Portugal ou então uma folha mensal com todas as
requisições efetuados nesse mês no caso da Alliance Healthcare. Estes documentos
devem ser conservados durante um período de 3 anos. [3]
2.6.6. Armazenamento
O armazenamento de medicamentos e de produtos farmacêuticos é uma das etapas
importantes e à qual a FBR não deixa de lhe dar a merecida relevância. Com o objetivo
de cumprir escrupulosamente as premissas inscritas nas Boas Práticas Farmacêuticas para
a Farmácia Comunitária, a FBR possui equipamentos que monitorizam os valores de
temperatura e de humidade. O controlo destes parâmetros de armazenamento é feito
através de um sistema de 3 termohigrómetros g-log, desenvolvido pela Glintt® e estas
estão estrategicamente colocadas no armazém ou zona de gavetas, frigorifico e zona de
atendimento. Todas as semanas é feita a análise dos dados fornecidos por este sistema e
corrigidos os respetivos desvios detetados.
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A maior parte dos Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) encontram-
se distribuídos entre as gavetas e o armazém e neste caso impera o “first in, first out” e
“first expires, first out”, contudo na FBR não é dada muita importância a este tipo de
regras de armazenamento, devido à elevada rotatividade dos medicamentos. O mesmo se
aplica a todos os outros produtos farmacêuticos que a FBR disponibiliza.
No armazenamento, à semelhança do que acontece na receção das encomendas
existem produtos considerados especiais, uma vez que apresentam regras próprias de
armazenamento e dada a sua classificação devem estar mais protegidos. É o caso das
substâncias psicotrópicas, estupefacientes e produtos de frio. Quanto aos dois primeiros
exemplos, estes na FBR encontram-se acondicionados no cofre enquanto que os produtos
de frio estão armazenados no frigorifico a uma temperatura compreendida entre os 2 ºC
e os 8 ºC.
2.6.7. Controlo de prazos de validade
Na FBR o controlo dos prazos de validade é feito mensalmente e, para isso, é emitida
uma lista de prazos de validade através do SIFARMA 2000®, sendo esta referente aos
produtos cuja validade termina nos 2 meses seguintes.
O controlo dos prazos de validade na FBR é realizado de forma manual e visa resolver
lapsos de introdução de validades no ato de receção das encomendas ou no caso de os
produtos estarem a caducar, este é colocado numa prateleira à parte de forma a ser
indicado e vendido antes que o prazo seja ultrapassado. No caso de já não ser possível
vender o produto, este será encaminhado para devolução.
Em relação às devoluções, estas são um instrumento muito importantes para a
farmácia e, se bem utilizado, permite à mesma evitar perdas monetárias relevantes. Assim
os produtos com prazo de validade a terminar são devolvidos aos fornecedores,
acompanhados por uma Nota de Devolução (ND), sendo neste caso “fora de prazo” o
motivo selecionado na mesma nota. Posteriormente o fornecedor em questão é incumbido
de repor o produto ou emitir uma Nota de Crédito (NC). No caso de as encomendas serem
realizadas diretamente ao laboratório, normalmente os produtos são trocados ou é emitido
crédito pelos delegados do laboratório aquando da visita à farmácia.
No caso de já não ser possível efetuar uma devolução, ou a mesma ser rejeitada, resta
à farmácia iniciar o procedimento de enviar os produtos para quebras. Este mecanismo
permite à farmácia recuperar o valor do IVA correspondente aos produtos colocados em
quebras. Este procedimento é acompanhado por um funcionário das finanças que verifica
as quebras e sela o caixote que é enviado para a Valormed®.
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2.6.8. Gestão de devoluções
Tendo por base a premissa que uma farmácia é um negócio e que por isso a gestão
tem de ser com o intuito de obter lucro, a gestão das devoluções assume um papel
relevante no quotidiano da FBR. Inúmeras situações tornam necessário que se proceda à
devolução de medicamentos e de produtos de saúde, quer seja por motivos meramente
económicos ou por motivos relacionados com a própria segurança no circuito do
medicamento.
A devolução de um produto, só é possível ser efetuada quando o produto já se
encontra no stock da farmácia. Para dar seguimento a uma devolução é necessário criar
essa mesma devolução no SIFARMA 2000®, a mesma terá sempre de ser acompanhada
pelo motivo de devolução, sendo que este pode ser, remarcação de PVP, produto alterado,
fora de prazo, erro no pedido, embalagem danificado, entre outros.
Depois de se efetuar a devolução no sistema informático é necessário imprimir a Nota
de Devolução (ND) em triplicado e arquivar o triplicado devidamente assinado pelo
funcionário afeto ao fornecedor, na farmácia. O original e o duplicado vão a acompanhar
os produtos devolvidos ao fornecedor e estes documentos devem ir datados, carimbados
e assinados.
Por fim, e no caso de a devolução, pelas mais diversas razões não for aceite, o produto
é enviado para as quebras.
3. Dispensa de medicamentos na farmácia
Segundo o código deontológico da Ordem dos Farmacêuticos, no exercício da sua
profissão, o farmacêutico deve ter como objetivo último a pessoa do doente e as suas
necessidades. O ato farmacêutico engloba a responsabilidade na dispensa de
medicamentos se uso humano, veterinário e de dispositivos médicos.
Sumariamente, a dispensa de medicamentos consiste na cedência de substâncias
medicamentosas aos utentes, cuja necessidade de dispensa provém da prescrição médica,
indicação farmacêutica, automedicação, entre outras origens.
O ato de dispensa deve ser, assim como todas as ações do farmacêutico, pautado pelo
cumprimento da premissa de que a principal responsabilidade do farmacêutico é a saúde
e bem-estar do doente, abstraindo-se assim este profissional dos seus interesses pessoais
e comerciais. [5]
3.1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM)
Medicamentos sujeitos a receita médica define uma classe de medicamentos que se
carateriza por poderem constituir um risco, direto ou indireto, mesmo no caso de estes
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serem dirigidos ao fim a que se destinam, no caso de automedicação. Outros pressupostos
que define os MSRM são o facto deste tipo de medicamentos ser com frequência utilizado
e em consideráveis quantidades para objetivos terapêuticos distintos daqueles a que
normalmente se destinam, ainda o facto de conterem substâncias, cuja atividade
terapêutica e efeitos adversos ainda necessitem de aprofundamento do estudo científico e
por fim, todos aqueles que são desenvolvidos de forma a serem administrados por via
parentérica. [6]
Para que se possa efetivar a cedência de MSRM é obrigatória a apresentação de
receita médica, manual ou eletrónica, sendo que esta última poderá ser uma receita sem
papel ou em papel. Os MSRM são de dispensa exclusiva na farmácia e apresentam na sua
cartonagem o PVP estipulado.
3.2. Receitas médicas
A prescrição médica é efetuada através da utilização da Denominação Comum
Internacional (DCI), indicação da dosagem, forma farmacêutica, apresentação, tamanho
da embalagem e posologia. Existem consagradas nas normas para esta matéria 3 tipos de
prescrição médica [7]:
- Receita Manual: este tipo de prescrição apenas pode ser utilizado excecionalmente,
tendo de ser obrigatoriamente explicada a sua utilização pelos prescritores. As exceções
legais que permitem a utilização das receitas manuais são: prescrição máxima de 40
receitas por mês, prescrição ao domicilio, inadaptação do prescritor ou falência
informática. Este tipo de prescrição requer atenção redobrada por parte do profissional
responsável pela dispensa da mesma, uma vez que para efeitos de validação é necessário
que a mesma contenha a identificação do prescritor, local de prescrição, a exceção legal
e os dados do utente. A receita manual é valida por um prazo máximo de 30 dias após a
data de emissão, não podendo apresentar rasuras, nem caligrafias distintas ou utilizadas
canetas diferentes sob pena de serem consideradas invalidas.
- Receita eletrónica materializada: este tipo de prescrição permite à semelhança das
receitas manuais a dispensa de apenas 4 produtos distintos, sendo que podem ser
prescritas no máximo 2 embalagens de cada medicamento. Estas apresentam duas
modalidades, uma destinada a tratamento curto ou outra destinada a tratamento
continuado, sendo esta última renovável até 3 vias.
- Receita eletrónica desmaterializada: este tipo de prescrição foi a última a surgir e
apresenta particularidades que têm o objetivo de simplificar e substituir as receitas
anteriormente descritas. Assim, o prescritor pode prescrever até um máximo de 2
embalagens, no caso de estes medicamentos serem destinados a tratamentos de curta ou
média duração, sendo que a dispensa dos mesmos deve ser efetuada no prazo máximo de
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30 dias. O prescritor no caso necessidade de prescrever medicamentos destinados a
tratamentos de longa duração, pode prescrever até 6 embalagens de um mesmo
medicamento com uma validade de 6 meses. No caso de medicamentos sob a forma
unitária o prescritor pode prescrever até 4 embalagens do mesmo produto.
Além das claras vantagens, as que se demonstraram mais relevantes na minha opinião
são o facto de ser possível prescrever um número ilimitado de medicamentos distintos
numa só receita, o facto de as receitas serem enviadas para o telemóvel ou e-mail do
utente e ainda a vantagem do utente apenas levantar a medicação à medida que necessite.
A prescrição por DCI é obrigatória, assim como a prescrição exclusiva através de
receita eletrónica desmaterializada no Serviço Nacional de Saúde (SNS), contudo ainda
se verificam exceções com elevada regularidade. Uma das exceções mais utilizadas por
determinados prescritores é a prescrição massiva por nome comercial. O prescritor pode
recorrer a este tipo de prescrição se não existir medicamento genérico similar
comparticipado ou no caso de haver alguma justificação técnica por parte do mesmo.
Assim existem para efeitos legais 3 exceções que permitem a prescrição anteriormente
descrita:
- Exceção (a): medicamentos com margem ou índice terapêutico estreito, este tipo de
justificação tem de estar conforme uma lista de medicamentos previamente identificados
pelo Infarmed.
- Exceção (b): reação adversa prévia, este tipo de justificação apenas pode ser
invocado em situações de reação adversa prévia do utente em relação a um determinado
medicamento em particular (nome comercial), esta mesma reação deve ser reportada ao
Infarmed pelo prescritor.
- Exceção (c): continuidade de tratamento superior a 28 dias. No caso de o prescritor
recorrer a esta justificação é possível ao utente optar por medicamentos equivalentes ao
prescrito, desde que estes apresentem um preço inferior ao prescrito.
3.2.1. Comparticipação, sistemas e subsistemas
Em Portugal, a comparticipação de medicamentos está prevista na legislação, sendo
que esta pode ser atribuída com base no regime geral ou regime especial, este último
aplicado em determinadas patologias ou grupos de utentes. É também possível a
comparticipação pelo SNS de outras tecnologias de saúde, estando esta possibilidade
também enquadrada com a legislação em vigor.
O regime geral de comparticipação está dividido nos escalões A, B, C, D, de acordo
com a sua classificação farmacoterapêutica. A comparticipação vai-se reduzindo do
escalão A até ao escalão D, sendo esta de 90% para o A, 69% para o B, 37% para o C e
finalmente 15% para o escalão D. Resumindo o descrito anteriormente, o Estado é
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responsável por pagar a percentagem do PVP correspondente ao escalão em que o
medicamento se insere.
No regime especial a comparticipação rege-se por normas e particularidades distintas
das do regime especial, embora ele funcione como um complemento ao regime geral:
- A comparticipação pode ser atribuída em função dos beneficiários, acrescentando
5% à comparticipação do escalão A e 15% nos restantes escalões para os pensionistas do
regime especial. Está ainda previsto na legislação que a comparticipação poderá ser de
95% para todos os escalões no caso de os medicamentos dispensados possuírem PVP
igual ou inferior ao 5º preço mais baixo do grupo homogéneo a que pertence.
- A comparticipação do regime especial pode também ser atribuída tendo por base
patologias ou grupos especiais de utentes, sendo este tipo de comparticipação e o valor
da mesma fixado pelo membro do governo responsável pela tutela do SNS. Algumas das
patologias que integram este regime de comparticipação são hemofilia, lúpus, dor crónica,
alzheimer, artrite reumatoide e psoríase. Para que os doentes portadores destas patologias
possam usufruir do regime especial é necessário que o prescritor insira a portaria
correspondente à patologia.
Ainda no âmbito das comparticipações é de assinalar mais alguns casos excecionais
que a legislação prevê, são eles:
- Determinados medicamentos manipulados que estão previstos nas normas, sendo a
comparticipação atribuída de 30%.
- Os produtos destinados à monitorização pelo utente da diabetes como as tiras-teste,
agulhas, seringas e lancetas possuem também comparticipação do Estado. É assim
atribuído uma percentagem de comparticipação de 85% nas tiras-teste e 100% nas
agulhas, lancetas e seringas.
- Os produtos dietéticos com carater terapêutico se forem prescritos nos locais
específicos inscritos na legislação apresentam uma comparticipação de 100%. A
comparticipação a 100% também é aplicada a dispositivos médicos para doentes
ostomizados e para utentes que padecem de incontinência ou retenção urinária.
- Desde que acompanhado de prescrição médica os beneficiários do SNS estarão
abrangidos por um regime de comparticipação que permite a comparticipação de 80% do
PVP de uma câmara expansora por ano, tendo como única ressalva o facto de que a
mesma não poder exceder os 28 euros.
Por fim, é necessário acrescentar ainda neste âmbito a existência, em Portugal, de
regimes de subsistemas de saúde afetos a entidades privadas que permitem ao beneficiário
da comparticipação do SNS acumular também, o beneficio atribuído pelo subsistema, de
que são exemplos, a Medis®, EDP-Savida®, Multicare®, entre outros. [8]
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3.2.2. Estupefacientes e psicotrópicos
O artigo 9º da Portaria nº 224/2015, de 27 de julho estabelece as normas de dispensa
de substâncias psicotrópicas ou estupefacientes na FC. Segundo o mesmo artigo
classificam-se como substâncias psicotrópicas ou estupefacientes, todas e quaisquer
substâncias descritas no Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de janeiro, ou então referidas no n.º
1 do artigo 86.º do Decreto Regulamentar n.º 61/94, de 12 de outubro. [9]
Tendo por base o caráter especial deste tipo de medicamentos, a legislação vigente
obriga a um controlo rigoroso em todas as fases do circuito do medicamento dentro da
FC. Aquando da dispensa deste tipo de medicamento é necessário efetuar passos
suplementares e registos rigorosos afim de se evitar qualquer tipo de possibilidade de
trafico ilícito destas substâncias. Também o prescritor além de dever estar
consciencializado para o uso muito racional deste tipo de medicamento, a receita médica
não pode conter outro tipo de medicamentos no caso de se tratar de uma prescrição
eletrónica materializada ou manual. Sem o prejuízo do disposto anteriormente verifica-se
cada vez mais, no contexto real que pude experienciar, o abuso neste tipo de substâncias
por parte dos prescritores, principalmente no tratamento da dor.
Abordando mais aprofundadamente, a dispensa de medicamentos psicotrópicos ou
estupefacientes na FC é de salientar o facto da identificação do utente ou do seu
representante ser obrigatória e da máxima importância. Para isso o profissional que está
a dispensar as substâncias deve recolher do utente as seguintes informações pessoais:
nome, data de nascimento, número e validade do documento de identificação. [9]
Após se proceder à dispensa o sistema informático emite o comprovativo que deverá
ser anexado à receita médica, no caso de se tratar de uma receita manual e eletrónica
materializada, ou guardar apenas o comprovativo no caso de se tratar de uma receita
eletrónica desmaterializada. Estes documentos devem ser arquivados na farmácia por um
período mínimo de 3 anos. [8]
3.2.3. Processamento/conferência do receituário e faturação
O processamento do receituário e faturação é das etapas mais burocráticas que a FC
tem de cumprir, embora com a últimas alterações instituídas, como é exemplo a receita
eletrónica desmaterializada, já é possível simplificar os procedimentos e economizar
tempo em prol do utente e da produtividade da farmácia. Esta etapa é extremamente
importante para as Farmácias Comunitárias pois é através deste mecanismo que as
farmácias se veem ressarcidas dos valores que os utentes não pagam e que estão
relacionados com a comparticipação do Estado ou de outras formas de comparticipação
existentes.
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Para que este processo decorra de forma a que o pagamento seja efetuado da forma
mais celebre possível e para evitar qualquer tipo de penalização, é necessário cumprir
com rigor todos os procedimentos afetos à conferencia do receituário e faturação. Assim
o processo inicia-se pela organização das receitas médicas em lotes, cada um com o
máximo de 30 receitas. Esta organização segue a premissa de que as receitas médicas
deverão estar agrupadas sempre de acordo com o organismo a que pertence, isto é, no
caso do organismo se tratar do SNS o código do organismo é o 01, nos pensionistas com
comparticipação especial o código é o 48 e por fim o código 99 está relacionado com as
receitas eletrónicas materializadas. [10]
Com o fim último de minimizar ao máximo o número de documentos considerados
não conformes, na FBR as receitas são verificadas antes de se proceder ao encerramento
do lote e essa verificação incide essencialmente na validade da receita, na assinatura do
prescritor, na dispensa correta da medicação e por fim se a comparticipação aplicada está
correta. Posteriormente efetua-se a ordenação por ordem crescente do número sequencial
atribuído aquando a dispensa e efetua-se a validação do lote quando este está pronto a ser
enviado para comparticipação. Aquando da validação é impresso o Verbete de
Identificação de Lote, Relação de Resumo de Lotes e a Fatura Mensal de Medicamentos,
tendo de se proceder à assinatura e carimbação destes documentos e anexá-los ao lote de
receitas. [10]
Para dar seguimento ao processo para pagamento da comparticipação, a farmácia
deve enviar para o Centro de Conferência de Faturas (CCF) da Administração Regional
de Saúde (ARS) até ao 10º dia do mês seguinte, as receitas relativas ao SNS e os
respetivos documentos, enquanto que os restantes regimes de comparticipação terão de
ser encaminhados para a ANF. [10]
Findo este processo, a ARS encaminha para a farmácia a Fatura Mensal e a farmácia
reencaminha este documento para a ANF, sendo o pagamento efetuado por esta
diretamente à farmácia. No caso de se verificar alguma incongruência as receitas são
devolvidas pelo CCF à farmácia afim de se proceder à correção e a para que a farmácia
possa voltar a colocar para pagamento no mês seguinte. [10]
3.3. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM)
O Decreto-Lei nº 209/94, de 6 de agosto define um MNSRM como aquele
medicamento que não preenche as condições essenciais e previstas na legislação para
serem classificados como MSRM, não sendo por isso, salvo raras exceções, abrangidos
pela comparticipação do Estado. [11]
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Esta classe de medicamentos é solicitada pelo utente ou indicada pelo profissional de
farmácia, sendo que a diferença e preferência pelo atendimento farmacêutico muito
advém da aposta do farmacêutico no alargar de conhecimento nesta classe de
medicamentos.
A FBR e os seus colaboradores são na zona de Armamar o primeiro recurso a que o
utente recorre em transtornos menores de saúde, sendo os MNSRM um recurso valioso
para dar resposta às necessidades dos utentes.
3.4. Medicamentos manipulados
Segundo a Portaria nº 594/2004, de 2 de junho, um medicamento manipulado é da
total responsabilidade do farmacêutico, sendo este essencial para a preparação da fórmula
magistral ou preparado oficinal e sua posterior dispensa. [12]
A razão entre a oferta e a procura de medicamentos manipulados na zona de ação da
FBR não justifica a preparação de medicamentos manipulados, pelo que a farmácia
recorre à Farmácia Barreiros do Porto para dar resposta a alguma prescrição médica.
3.5. Medicamentos e produtos de uso veterinário
Tendo por base o descrito no Decreto-Lei nº 314/2009, medicamento de uso
veterinário define-se como uma substância destinada a ser administrada em animais com
o objetivo de se tirar partido das propriedades curativas, preventivas ou alivio de
sintomas, podendo também ser administrada com o objetivo de restaurar, corrigir ou
modificar funções fisiológicas e ainda de servir para estabelecer um diagnóstico. [13]
Dada a localização geográfica em que se insere a FBR e ainda o facto de que, em
Armamar, o setor da economia predominante é o primário, existe ainda a tradição de
criação de animais para consumo doméstico. Em consequência da situação anteriormente
descrita, a procura da FBR pela população para obter uma solução para os problemas
relacionados com este tipo de animais é muito frequente. Outro facto que motiva a procura
da FBR são os animais de companhia e a principal preocupação dos utentes é com a
desparasitação interna e externa destes animais.
A FBR trabalha essencialmente com produtos provenientes da Agroviseu®, contudo
também fazem parte do seu stock produtos como antiparasitários da FRONTLINE®,
Advantix®, entre outros produtos da mesma e de outras classes.
3.6. Dispositivos médicos
Designa-se de dispositivo médico um aparelho, equipamento, material ou artigo,
destinado pelo seu fabricante, para prevenir, diagnosticar ou tratar uma doença humana.
Embora o conceito indique que os fins comparando aos medicamentos são comuns, o
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mecanismo de ação utilizado não pode ter por base ações farmacológicas, metabólicas e
imunológicas. [14]
Na FBR é possível destacar produtos desta classe destinados ao controlo da diabetes,
mas também produtos de ortopedia, material pediátrico, material de penso, câmaras
expansoras, produtos de emagrecimento, seringas e sondas, entre outros produtos.
3.7. Medicamentos homeopáticos
Segundo o Decreto-Lei nº 176/2006, de 30 de agosto, os medicamentos homeopáticos
são obtidos a partir substâncias designadas de matérias-primas homeopáticas, devendo
estar escrutinado todo o seu processo de fabrico na farmacopeia europeia. Sendo que na
ausência desse registo nesta farmacopeia, a vigente deverá ser a farmacopeia de um
Estado Membro. De acrescentar que um medicamento homeopático poderá conter na sua
composição vários princípios. [15]
Na FBR por convicção da própria equipa de recursos humanos, os medicamentos
homeopáticos não são muito trabalhados, contudo a farmácia dispõe no seu stock todos
os produtos dos laboratórios Boiron® para satisfazer as necessidades dos seus utentes ou
para situações em que os medicamentos homeopáticos podem representar uma solução
importante.
3.8. Dermofarmácia, cosmética e puericultura
Tendo em conta o panorama atual, as Farmácias Comunitárias têm vindo a dar
especial enfase a produtos cosméticos e puericultura, obrigando os profissionais da
farmácia a especializarem-se neste tipo de áreas. O lado positivo desta situação é o facto
de se verificar que cada vez mais a população reconhece o conhecimento dos profissionais
da farmácia nesta área.
O âmbito da dermofarmácia e cosmética a FBR trabalha com inúmeras marcas como,
Eucerin®, Avene®, Lactacyd®, Saugella®, Barral®, Neutrogena®, Uriage®, La Roche-
Posay®, contudo a marca Serum7® dos laboratórios Boots é a marca mais comercializada
na FBR, já tendo mesmo esta farmácia ocupado o pódio de vendas a nível nacional.
Ao nível da puericultura, área muito procurada pelas mães e futuras mães, a FBR
apresenta uma vasta gama de várias marcas, como a Uriage®, Mustela®, la Roche-Posay®,
Avene® e ainda uma gama de algumas marcas destinada à pele atópica do bebé. A gama
Chicco® representa uma grande relevância na área dos brinquedos, biberões e chupetas,
contudo as chupetas só estão disponíveis atrás do balcão e não visíveis ao utente, assim
como os produtos para alimentação especial para bebé devido ao facto da FBR ser uma
Farmácia Amiga do Aleitamento Materno, mote para o meu Projeto II “Aleitamento
Materno – Oportunidade de intervenção do Farmacêutico”.
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3.9. Suplementos alimentares
Os suplementos alimentares são comercializados na FBR de forma muito particular,
uma vez que é das grandes apostas da FBR quer para fidelização de clientes, uma vez que
são raras as farmácias da mesma zona que comercializam os produtos que esta farmácia
oferece e ainda este tipo de produtos são utilizados de forma a complementar o tratamento
do utente e são sempre aconselhados analisando todo o histórico farmacológico do
mesmo. Estes produtos são responsáveis por uma parte substancial do rendimento da
farmácia e esta ocupa mesmo os lugares de pódio a nível nacional na venda de
determinados suplementos.
Segundo a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) os suplementos
alimentares não podem, em circunstância alguma, ser confundidos com medicamentos,
tendo isto em conta não podem alegar propriedades curativas, prevenção ou profiláticas,
nem fazer qualquer referência a essas propriedades. Embora os suplementos apresentem
algumas especificidades, como o facto de estarem doseados, não deixam de ser
considerados géneros alimentícios e destinam-se a complementar a alimentação normal.
[16]
Em suma, a FBR trabalha uma vasta gama de produtos tendo no seu stock pelo menos
um exemplar dos mais diversos suplementos, contudo a grande aposta da FBR é na gama
de produtos da Pharmonat®, essencialmente produtos destinados a um desempenho físico
e mental normal. Também foi possível trabalhar com muitos outros na época alta de gripe
e constipação, sendo os recordistas de vendas o Ekicê® Imuno+, da Ferraz Lynce e ainda
o Lactoflora® Imuno, da STADA. Esta visão da suplementação e a sua importância para
o quotidiano da farmácia levou-me a ganhar um gosto muito especial por esta área e a
aprofundar os meus conhecimentos ao nível da suplementação.
4. Lar da Fundação Gaspar e Manuel Cardoso, Lar São João Batista, Lar da Santa
Casa da Misericórdia de Armamar e Lar de São Cosmado
A FBR possui um protocolo de fornecimento de medicamentos e produtos de saúde
a 4 lares de idosos, sendo esta uma mais valia para a farmácia pois permite aumentar em
grande escala o seu número de utentes. Estes utentes são especiais uma vez que a sua
larga maioria são doentes crónicos, logo a necessidade de medicação é constante,
permitindo à farmácia ter aí uma fonte segura de rendimentos.
A FBR presta todo o apoio necessário às diferentes equipas de enfermagem que
colaboram com os diferentes lares e a distribuição dos medicamentos é feita pelos
colaboradores da farmácia e pelos colaboradores dos lares que se deslocam à farmácia
para ir buscar medicação, normalmente a mais urgente.
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Os pedidos de medicação são efetuados por telefone no caso de se tratar de medicação
para poucos utentes ou por e-mail no caso de encomendas de grande porte. Todos os
utentes têm ficha no SIFARMA 2000® com os seus dados pessoais e a identificação do
lar a que pertencem, aquando da dispensa é colocado o nome do utente a acompanhar a
respetiva medicação.
5. Farmácia Batista Ramalho nas redes sociais
A equipa da FBR, especialmente a sua diretora técnica, mostraram o desejo de que a
farmácia estivesse presente nas redes sociais, pelo que atendi, logo no inicio do estágio a
esse desejo, o que levou à realização do Projeto I – “A importância das Redes Sociais
para a Farmácia Comunitária”.
6. Formações complementares
Ao longo da frequência da unidade curricular estágio tive oportunidade de participar
em algumas formações complementares que passo a enumerar:
- Formação sobre a gama Boiron® no AC Hotel Porto;
- Formação sobre a gama Eucerin® pelo respetivo delegado na FBR;
- Formação sobre a gama Barral® pelo respetivo delegado na FBR;
- Curso de Aconselhamento em Aleitamento Materno, segundo OMS\UNICEF no
Museu Municipal Prof. Álvaro Viana Lemos na Lousã.
7. Resumo das intervenções na Farmácia Batista Ramalho no âmbito do Estágio
A escolha da FBR como local para a frequência do estágio do Mestrado Integrado em
Ciências Farmacêuticas permitiu-me ter a experiência, na minha opinião, mais real
possível da profissão farmacêutica. Como referi ao longo do relatório uma das mais valias
que eu encontrei na FBR foi a liberdade que cada profissional dispõe e desde cedo percebi
que o método de ensino que ia ter nesta farmácia seria a aprendizagem com base na
prática.
Dado os meus conhecimentos anteriores ao nível do sistema informático e do
funcionamento geral de uma FC, integrei a equipa da FBR como se de um novo
profissional se tratasse. Como se pode observar no cronograma de atividades, iniciei logo
no primeiro dia a efetuar atendimento como qualquer outro colaborador da farmácia,
sendo que qualquer dúvida que tivesse tinha sempre os colegas que estavam também na
zona de atendimento a auxiliar-me prontamente. Como também já tive oportunidade de
referir ao longo do relatório, na FBR não existe um sistema de divisão de tarefas rígido
pelo que fui efetuando todo o tipo de tarefas da mesma forma que o resto dos recursos
humanos, nunca sendo destacado para uma determinada tarefa por estar a frequentar o
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estágio curricular. Aprofundando agora as tarefas e atividades realizadas ao longo do
estágio, passarei a enumerar de forma simplificada o meu papel nos diversos contextos
do quotidiano da FBR:
- Serviços disponíveis na FBR: ao nível dos serviços ao longo do estágio procedi ao
acompanhamento dos utentes aquando da determinação da altura e peso corporal quando
solicitado pelos mesmos, auxiliando na interpretação dos resultados e sempre que
necessário prestei aconselhamento para um melhor controlo de peso, assim como
apresentei os produtos existentes no mercado para esse fim.
Procedi também ao acompanhamento dos utentes aquando da determinação da
pressão arterial, sendo que foi neste acompanhamento que surgiram os casos mais agudos,
devido ao descontrolo verificado em muitos doentes hipertensos. Nestas situações eu
encaminhei os utentes para o gabinete de prestação de serviços farmacêuticos e procedi a
uma nova determinação afim de confirmar os resultados, posteriormente efetuei por
diversas vezes o contacto com o Centro de Saúde de Armamar afim de chegar a fala com
o médico que estaria destacado para a urgência e encaminhei o utente para o mesmo.
Tive oportunidade de diariamente efetuar a determinação de parâmetros bioquímicos,
efetuar a interpretação dos resultados e posterior aconselhamento no caso de haver
necessidade para tal.
- Na FBR fiquei responsável pelo acompanhamento dos utentes que recorreram ao
serviço Relatório Nutricional Personalizado Otimize WELLNESS®, através da
interpretação, aconselhamento relacionado com os resultados do relatório e ainda
prescrição de suplementação para ir de encontro com as expetativas dos utentes. A cada
15 dias os utentes tinham uma consulta de avaliação e acompanhamento comigo nas
instalações da FBR. No Anexo 7 poderão encontrar exemplos de planos de
acompanhamento aplicados e desenvolvidos por mim.
- Cantinho da amamentação: é um dos serviços mais afamados que a FBR presta e
durante o estágio tive oportunidade de dar aconselhamento na área do AM. A minha
aposta pessoal, o incentivo e apoio da diretora técnica da FBR que permitiu que eu
realizasse o curso que me permite ser hoje certificado como profissional de saúde com
formação em Aleitamento Materno, segundo as normas da OMS/UNICEF. No sentido de
transpor para o relatório toda esta experiência elaborei o Projeto II “Aleitamento Materno
– Oportunidade de intervenção do Farmacêutico”.
- Aquisição de produtos farmacêuticos: no dia a dia da minha prática enquanto
farmacêutico, ou melhor, aspirante a farmacêutico, na FBR surgia diariamente a
necessidade de adquirir produtos farmacêuticos, tendo eu feito por inúmeras ocasiões
encomendas manuais, por via verde, instantâneas e por telefone.
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- Receção de encomendas: dado o elevado número de encomendas que a FBR recebia
diariamente a receção de encomendas esteve muito presente no meu quotidiano enquanto
estagiário da FBR. Não há, como já expliquei anteriormente, nenhum colaborador
destacado para efetuar trabalho de “BackOffice” pelo quem estivesse disponível no
momento da chegada da encomenda é que fazia a sua receção, tendo eu tido oportunidade
de rececionar todo o tipo de encomendas dos mais diversos fornecedores.
- Armazenamento: era feito por todos os colaboradores disponíveis, afim de que o
mesmo fosse o mais célere possível. Para mim foi importante poder participar nesta tarefa,
assim como no controlo de prazos de validade, pois permitiu que me inteirasse dos
métodos de armazenamentos utilizados na FBR, para que aquando dos atendimentos fosse
mais fácil e rápido ir buscar o produto.
- Gestão de devoluções: no quotidiano da FBR a gestão de devoluções é importante
principalmente naqueles produtos com baixa rotatividade, pelo que durante o meu estágio
tive oportunidade de realizar devoluções para os mais diversos fornecedores.
- Dispensa de medicamentos e outros produtos: como já tive oportunidade de
enaltecer, na FBR tive oportunidade de exercer as mesmas tarefas como se tratasse de um
colaborador da farmácia. Assim desde o primeiro dia até ao último tive oportunidade de
fazer dispensa de MSRM, MNSRM, estupefaciente e psicotrópicos, medicamentos
manipulados, medicamentos e produtos de uso veterinário, dispositivos médicos,
medicamentos homeopáticos. Tive também a oportunidade de ter contato com todas as
formas de comparticipação, sistemas e subsistemas que os utentes da FBR dispõem
permitindo-me ter uma experiencia alargada neste campo. Efetuei também por diversas
vezes a prescrição, aconselhamento, dispensa de suplementos alimentares, de produtos de
dermofarmácia, cosmética e puericultura. Pude também realizar a dispensa e preparação
de medicação para ser encaminhada para os lares, assim como partilhar informação com
os serviços de enfermagem dos mesmos. Por fim, tive uma participação ativa no
processamento/conferência do receituário e faturação com a Dra. Marlene Fernandes.
Em jeito de primeira conclusão, considero que toda a experiencia que obtive na FBR
fez de mim um profissional preparado e capaz de abraçar os desafios que a profissão me
possa trazer num futuro próximo.
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Parte B – Projetos desenvolvidos na Farmácia Batista Ramalho
8. Projeto I - A importância das Redes Sociais para a Farmácia Comunitária
A escolha e desenvolvimento de um tema relacionado com o papel e importância das
redes sociais para a FC teve como principal motivação o facto de durante o estágio
curricular ter ficado, na FBR, responsável pela criação e gestão de uma página na rede
social Facebook, assim como a criação e gestão de conteúdos para a mesma.
A FBR estava assim até ao inicio do mês de setembro do presente ano, totalmente
fora do contexto online e atrás dos seus concorrentes diretos neste mesmo âmbito.
Este projeto teve como objetivo a criação de mais uma ferramenta de comunicação
com o utente da FBR, de contribuição para a fidelização dos mesmos e ainda dar os
primeiros passos na utilização do marketing digital como ferramenta de produção de valor
para a farmácia.
8.1. Contextualização
Antes de abordar o tema das redes sociais, a sua importância e contributo para a
realidade da FC em Portugal importa definir conceitos mais latos que estão na génese de
toda esta temática e que permitirão compreender todas as especificidades do tema do
projeto.
8.1.1. Farmácia Comunitária em Portugal
A FC em Portugal é considerada do ponto de vista económico um negócio de retalho
e no contexto farmacêutico é o ponto de saída do medicamento do circuito de distribuição
farmacêutica. As farmácias em Portugal possuem uma abrangência territorial que faz com
que seja o local de saúde mais próximo a acessível aos utentes. Na figura 1 é possível
verificar a ampla distribuição geográfica das FC´s em Portugal, no ano 2016. [17]
Figura 1 – Distribuição geográfica de farmácias e postos farmacêuticos em 2016.
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8.1.2. Comunicação e informação como conceitos fundamentais
A comunicação é uma ferramenta de interação entre diferentes interlocutores, com o
intuito de enviar para o interlocutor final uma mensagem dotada de um determinado
significado. Abordando este conceito do ponto de vista comercial, ou seja, adaptando o
conceito a um espaço comercial como é exemplo uma FC, a comunicação deve possuir
um caráter abrangente e pluridireccionado uma vez que o interlocutor final é neste caso
um grupo populacional e não uma pessoa individual. Tendo em conta o descrito, a
comunicação deve apresentar um contexto estrategicamente bem delineado devendo-se
promover métodos e ferramentas que potenciam os fluxos de comunicação entre os
interlocutores envolvidos, quer sejam estes os produtores da mensagem ou os potenciais
recetores finais. [18]
Poder-se-ia considerar que à semelhança dos outros negócios que fazem parte do
contexto de negócio de retalho em que a FC se insere, que a comunicação seria o único
conceito com relevância para o objetivo a que o negócio se destina. Contudo é necessário
olhar para a FC, pelo menos em Portugal, não como um espaço onde se realizam apenas
transações comerciais, mas acima de tudo um espaço de promoção de saúde e de aquisição
de conhecimento em saúde. Posto isto, o conceito de informar ganha uma relevância
adicional na FC, relevância essa que não possui quando estamos a analisar o negócio de
retalho como um todo.
Informar possui um significado distinto do de comunicar, uma vez que se trata de um
processo unilateral de transferência de uma mensagem, ao contrário do que acontece no
caso da comunicação. Informar, transmitir e educar em saúde são deveres do farmacêutico
enquanto profissional de saúde, deveres esses inscritos no Código Deontológico da
Ordem dos Farmacêuticos. Esses deveres do farmacêutico devem transparecer para a FC
enquanto instituição que acolhe este tipo de profissionais, sendo que tem também esta o
dever moral de contribuir para o conhecimento e esclarecimento em saúde da população
em geral. [5]
8.1.3. Marketing e comunicação de marketing
A FC em Portugal está inserida no setor privado da economia, tendo por isso duas
questões fundamentais, o lucro e a rentabilidade. As farmácias em Portugal têm
conseguido, na medida do possível, manter a sua faceta de negócio estável sem nunca
perder a sua face prestadora de um serviço público de qualidade na área da saúde.
Para a manutenção deste equilíbrio muito têm contribuído o marketing de serviços e
produtos, sendo hoje uma ferramenta de elevada relevância para o quotidiano do
farmacêutico e das farmácias.
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Marketing define-se como um processo complexo de definição de estratégias de
planeamento e execução de divulgação e promoção, com a utilização da comunicação
como ferramenta e com o intuito de fortalecer e estabelecer linhas de negociação, afim de
alcançar os fins definidos pela entidade individual ou organizacional. [19] [20] [21]
A promoção e divulgação de produtos é fundamental numa organização, uma vez que
é necessário que o produto chegue ao conhecimento do potencial cliente para que este
possa consumi-lo. Neste contexto surge a comunicação de marketing que consiste na
utilização de ferramentas disponíveis para organizações, com o intuito de divulgarem os
seus produtos e serviços junto dos potenciais clientes. Este conceito funciona como a voz
de um determinado serviço ou produto de uma marca, sendo essa voz fundamental para
o estabelecimento de um diálogo de forma a fortalecer ou iniciar a construção de uma
interação com os clientes. [22]
8.1.4. Internet como locatária de ferramentas de gestão da relação com o
cliente/utente
O aparecimento da internet e a exploração por parte do mundo dos negócios das novas
potencialidades e ferramentas que com ela surgiram facilitou a comunicação com os
clientes através do maior conhecimento do perfil dos mesmos, devido à existência de um
acesso muito facilitado a bases de dados, publicações e informação que até então estavam
inacessíveis. [23]
Verificou-se com o desenvolvimento, aperfeiçoamento e generalização da utilização
da internet o aparecimento de diversas empresas que com o intuito de otimizarem os seus
recursos muniram-se de sistemas de gestão direcionados para a relação com o cliente,
com vantagens para estes últimos, como não poderia deixar de ser. Estes tipos de sistemas
são nos dias de hoje muito utilizados no setor farmacêutico, pois permitem às empresas
delinear de forma mais sustentável os passos a dar ao nível da comunicação e gestão do
cliente, usando para garantir essa sustentabilidade a partilha, recolha e armazenamento de
uma vasta informação sobre o cliente. [24] Exemplo muito claro do descrito
anteriormente na nossa realidade são as estratégias da ANF, como é exemplo o cartão
Sauda®, entre outras estratégias de outras organizações existentes no mercado
farmacêutico em Portugal.
Ainda se verifica uma inadaptação ou fraca aposta por parte dos gestores do negócio
de retalho do setor farmacêutico na comunicação de marketing, sendo que muitas vezes
a tarefa de gestão de clientes pela plataforma digital é feita por colaboradores
inexperientes e da base da pirâmide hierárquica do negócio. [25] [26]
Verifica-se que as farmácias recorrem aos seus próprios colaboradores para
procederem à gestão digital dos seus clientes, sendo que muitas vezes, os colaboradores
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destacados não apresentam muita experiencia nesta área, o que faz com que a maioria da
presença das farmácias em Portugal no mundo digital não seja muito eficiente. Contudo
por parte das organizações representantes das mesmas já se verifica uma forte aposta na
área digital, para gestão dos seus associados e clientes dos mesmos. As novas gerações e
futuros quadros das farmácias já estarão muito mais preparados para assumir estes novos
desafios, pois tem se verificado a tentativa por parte destes futuros profissionais de
obterem formação nesta matéria.
8.2. Redes sociais – importância e contributo para a Farmácia Comunitária
A evolução da internet provocou uma enorme alteração no quotidiano das pessoas,
dado que permitiu o desenvolvimento de novas formas e ferramentas de comunicação, de
que são exemplo as redes sociais. [27]
Uma tentativa de definição de rede social indica que a mesma pode ser vista como
um grupo de nós juntos que interatuam entre si. [28] Os diferentes nós que constituem as
diversas interações podem ser indivíduos ou pessoas coletivas e apresentam ligações entre
si, estando estas relacionadas com os seus interesses, profissão, amizade, ou outras
informações pessoais que tenham partilhado. [29]
Mas como não poderia deixar de ocorrer, as empresas aperceberam-se de que cada
vez mais as pessoas estavam presentes nas redes sociais e procuraram formas de estarem
também elas presentes nas mesmas. Contudo apenas as empresas que apresentarem a
capacidade de compreender e aceitar as mudanças culturais e de se alinharem com essas
mudanças através da utilização de formas atuais de comunicação, assim como apostarem
na modernização dos seus processos de venda é que beneficiarão das redes sociais. [30]
É verdade que a farmácia de hoje se tem adaptado constantemente aos novos estilos
de vida da população, mantendo sempre um papel ativo na vida do utente. Tem se
assistido a um alargamento do horário de funcionamento e a uma serie de alterações que
permitem ser o farmacêutico, sem sombra de dúvidas, o profissional de saúde mais
próximo da população, como tenho vindo a enaltecer ao longo deste documento.
Não obstante a esta situação, as medidas tomadas deixam de ser suficientes quando
se analisa o estilo de vida que hoje é praticado pela população mais jovem. [31]
As redes sociais devem ser utilizadas pelas organizações (farmácias) como uma
ferramenta de divulgação de produtos, serviços, eventos, tendo em conta a possibilidade
de alcançar um público-alvo que não é possível atingir com as técnicas de comunicação
tradicionais. [32] [33]
A rede social mais utilizada pelo negócio de retalho e particularmente pela FC é o
Facebook, contudo este tipo de rede social para a FC tem a desvantagem de estar muito
suscetível a comentários por parte dos utilizadores comuns sobre temas que eles muitas
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vezes não dominam e o facto de circular muita informação, sem passar inicialmente por
um crivo científico. Estes factos podem levar a que se não houver um controlo apertado,
num pequeno espaço de tempo, uma página do Facebook de uma farmácia pode tornar-
se facilmente um veiculo de difusão de conceitos errados.
Outro prossuposto que restringe a atuação de uma farmácia nesta rede social é o facto
da lei restringir toda e qualquer publicidade a medicamentos, assim como a divulgação
de informações arbitrárias sobre os mesmos.
As FC têm aproveitado as redes sociais em geral e o Facebook em particular afim de
publicitarem suplementos alimentares, produtos de dermofarmácia e cosmética,
dispositivos médicos, entre outros produto de venda livre. Este tipo de possibilidade
acarreta riscos relacionados com o facto de as opiniões de utilizadores da rede social
poderem não ser positivas acerca dos produtos que estão a ser publicitados, sendo que o
efeito esperado (aumento no número de vendas) pode não ser alcançado e a farmácia ser
por sua vez prejudicada. Este tipo de publicidade negativa e outros podem propagar-se
rapidamente e levar mesmo à destruição da empresa, assim é função do colaborador
alocado à gestão das redes sociais estar atento e disponível para resolução rápida de
qualquer incidente. [34]
As redes sociais têm sido cada vez mais utilizadas como ferramentas de marketing
por vendedores, prestadores de serviços e delegados de informação médica, com o intuito
de encurtarem distâncias e fortalecerem relações com os farmacêuticos.
Em suma, se utilizadas com a devida precaução e sempre com o total respeito da ética
e deontologia, as redes sociais podem ser uma relevante ferramenta de comunicação,
gestão de clientes e fidelização dos mesmos pelas farmácias.
8.3. Intervenção na Farmácia Batista Ramalho
A FBR encontrava-se à data de inicio do meu estágio curricular, do ponto de vista do
contato com os seus utentes que utilizam as redes sociais, muito desfasada da
concorrência direta. Após desafio da Dra. Teresa e tendo eu bem cientes as vantagens da
utilização das redes sociais num negócio de retalho, iniciei logo no inicio do estágio a
criação de uma página para a FBR na rede social Facebook.
Tendo em conta os conhecimentos adquiridos nesta matéria ao longo do meu
percurso, através de alguns cursos extracurriculares que frequentei, coloquei em prática
essas mesmas capacidades para criar uma página que tivesse as caraterísticas essenciais
para que a fidelização e cativação dos utentes para os conteúdos produzidos para a rede
social. Foi a meu ver possível, num curto espaço de tempo, criar uma nova ferramenta de
marketing e comunicação com o utente, abrindo a porta para que a FBR possa usufruir
no presente e no futuro dos benefícios da visibilidade, proximidade com o utente e do
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marketing digital. Os utentes da FBR podem a partir da génese deste projeto, à distância
de um qualquer aparelho com capacidade de ligação à internet, obter respostas para as
mais diversas dúvidas assim como obter informação sobre produtos, promoções, serviços
e iniciativas organizadas pela FBR.
Embora seja minha convicção que as farmácias dos dias de hoje satisfazem de forma
cada vez mais eficiente as necessidades do dia a dia do utente comum, é também minha
convicção que é necessário continuar e apostar de forma mais vigorosa, em novas formas
de comunicação afim de conseguir cativar e fidelizar uma nova geração que apresenta
cada vez mais um estilo de vida sedentário, stressante e muito digital. Não só com o
objetivo de fazer-lhes chegar as campanhas de marketing realizadas para os produtos, mas
também intervir do ponto de vista da promoção de saúde e de hábitos de vida saudável.
No Anexo 8 estão todas as publicações produzidas ao longo do estágio.
Ao efetuar-se uma análise geral é possível realçar duas atividades idealizadas por
mim e pela Dra. Teresa e promovidas nesta rede social que obtiveram um impacto muito
positivo no concelho de Armamar e consequentemente uma visibilidade fora do comum
para a FBR. Essas atividades foram: “O Pai Natal vem a Armamar” e a recolha solidária
“Troque um alimento por um sorriso” (campanha das farmácias do grupo HealthPorto®).
Figura 2 – Cartazes publicados no Facebook e afixados na FBR da atividade “O Pai
Natal vem a Armamar” e da recolha solidária “Troque um alimento por um sorriso”.
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Embora estas duas atividades não se insiram profundamente no contexto da FC,
ambas permitiram promover a FBR como uma farmácia próxima da população de
Armamar, preocupada com as suas necessidades, diferente na forma como se apresenta e
ainda promotora de atividades capazes de fazer mexer a vila de Armamar.
A atividade “O Pai Natal vem a Armamar” teve uma aceitação muito positiva parte
das instituições de ensino e da população em geral do concelho, bem visível na afluência
recorde que a FBR registou naquela tarde, nos comentários e nas inúmeras mensagens
que foram recebidas ao longo de toda a semana. No Anexo 9 é possível visualizar
fotografias que demonstram a o sucesso desta atividade. Relativamente à pagina de
Facebook da FBR, foi possível verificar que nos dias de promoção desta atividade, bem
como nos dias seguintes, foram atingidos todos os recordes de alcance, visualizações,
número de novos gostos e seguidores.
A atividade “Troque um alimento por um sorriso” serviu para a FBR contribuir para
os mais desfavorecidos do concelho de Armamar. Foi importante para a
consciencialização dos utentes para as necessidades dos mais desfavorecidos do concelho
e mostrar também para fora o caráter solidário que impera na FBR. Os alimentos
recolhidos foram atribuídos a uma associação que ficou responsável pela entrega os bens
pelas famílias carenciadas. Analisando do ponto de vista de promoção e benefícios para
a página do Facebook da FBR, é possível concluir que durante a divulgação desta
atividade a página teve um crescimento excecional, atingindo durante este espaço de
tempo a marca dos 500 gostos. No Anexo 10 é possível visualizar uma fotografia que
demonstra a o sucesso desta atividade.
Em relação aos conteúdos produzidos para a página é de realçar o sucesso dos mesmo
como ferramentas de marketing, uma vez que vários utentes começaram a deslocar-se à
farmácia à procura do produto publicitado na página. Também todo o conteúdo de saúde
e bem-estar produzido recebeu vários elogios, havendo mesmo utentes que se deslocaram
à FBR à procura de mais aconselhamento sobre o tema abordado nas publicações.
Para concluir este projeto é necessário demonstrar em números o sucesso do mesmo
e permitir análise do ponto de vista mais racional das vantagens de uma rede social numa
FC. Para isso foi escolhido o dia em que o projeto fez 4 meses, para se efetuar o balanço
do mesmo. No Anexo 11 é possível analisar vários parâmetros estatísticos da rede social
Facebook tidos em conta para a melhor promoção das publicações e que demonstram o
sucesso geral deste projeto.
Os resultados não poderiam ter sido mais satisfatórios, uma vez que em apenas 4
meses a FBR, como se pode ver na figura 3, ocupa já o 3º lugar das farmácias com mais
número de gostos da região e aproxima-se a passos largos do 2º lugar. Outro facto a ter
em conta é que a maioria das farmácias da região já possuem página na rede social
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Facebook de a 4 anos a esta parte, o que a meu ver acentua a positividade dos resultados
deste projeto.
Assim conclui-se que em apenas 4 meses, este projeto permitiu à FBR não só
modernizar-se e colocar-se mais próxima dos seus utentes, mas também destronar a
concorrência através da produção constante de conteúdos e capacidade de comunicar com
os seus utentes que utilizam as redes sociais.
Figura 3 – Análise da concorrência da FBR em relação ao número de gostos (retirada do
separador estatísticas da página de Facebook da FBR)
Em suma, é possível concluir que o Projeto I - A importância das Redes Sociais para
a Farmácia Comunitária foi um sucesso, uma vez que dotou a FBR de mais uma
ferramenta de comunicação com os seus utentes que poderá utilizar no seu quotidiano.
Este projeto veio colmatar uma lacuna que a FBR tinha e foi muito bem-recebido pelos
utentes e colaboradores da farmácia.
8.4. Conclusões
Com o desenvolvimento deste tema foi possível abrir uma porta à discussão de um
tema que faz e fará cada vez mais parte do quotidiano dos negócios de retalho em geral e
da FC em particular. A já vasta distribuição geográfica da rede de farmácias em Portugal
pode ser ainda alargada com a utilização de novas tecnologias, com contributo especial
das redes sociais. Vivemos hoje numa realidade de excesso de informação e as farmácias
devem assumir um papel diferenciador aquando da utilização das redes sociais para
interagir com os seus utentes, sob pena de ser tratada como qualquer negócio de retalho,
tendo por essa razão de assumir sempre uma conduta condicente com o estatuto de espaço
de saúde que ainda preserva.
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Para finalizar, as redes sociais e outras tecnologias serão cada vez mais ferramentas
de informação, comunicação e marketing com os utentes da FC e o farmacêutico de hoje
não pode ficar à margem deste novo desafio, devendo ser este, portador de competências
que lhe permitam trabalhar de forma eficaz e competente nos novos meandros da
sociedade contemporânea.
9. Projeto II - Aleitamento Materno: Oportunidade de intervenção do Farmacêutico
A FBR como já tive oportunidade de referir ao longo do relatório é certificada como
Farmácia Amiga do Aleitamento Materno, trabalhando nesta área segundo as normas da
OMS/UNICEF. Ao analisar a forma de tratar o tema do AM na FBR fez com que
despertasse em mim a curiosidade de aprofundar o tema, tendo mesmo a FBR na pessoa
da Dra. Teresa reunido todas as condições para que eu frequentasse o Curso de
Aconselhamento em AM, sendo eu hoje também um profissional de saúde certificado em
AM segundo a OMS/UNICEF.
Tendo em conta o descrito anteriormente, decidi no meu relatório abordar esta
temática com o principal objetivo de divulgar este projeto e demonstrar a oportunidade
de intervenção que o farmacêutico pode ter nesta matéria. Com este tipo de conhecimento
o farmacêutico pode assumir-se como aliado das utentes que estão em fase de
amamentação, fase essa que é recheada de dúvidas e interrogações que levam muitas
utentes a procurar a farmácia afim de obter aconselhamento.
9.1. Contextualização
Antes de tentar demonstrar por meio deste projeto a necessidade dos farmacêuticos
em aprofundar os conhecimentos ao nível do AM, afim de poderem ter neste âmbito mais
uma ferramenta de intervenção no quotidiano do utente. Particularmente no quotidiano
de uma utente que esteja a alimentar o seu bebé é necessário definir conceitos base que
permitirão a quem consultar este documento perceber todas as particularidades e
complexidade inerente ao AM e amamentação.
9.1.1. Amamentação e Aleitamento Materno
A história evolutiva da espécie humana demonstra que a amamentação sempre foi
responsável pela alimentação dos indivíduos desde a seu nascimento. Tendo em conta a
constatação anterior, é no mínimo considerado plausível que a espécie humana está
adaptada, é capaz de se alimentar de leite materno (LM) e que o ato de amamentação é
natural fazendo parte da natureza humana.
A amamentação é um processo que compreende muito mais particularidades e
objetivos do que o simples, mas muito importante, ato de alimentação do bebé.
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Amamentar envolve uma rede de interações entre o bebé e a mãe, sendo que estas podem
revelar-se muito frequentemente na saúde mental e física da mãe. Neste âmbito parece
não haver grandes dúvidas entre os especialistas da capacidade que a amamentação tem
em condicionar o estado nutricional, capacidade de se defender de infeções,
desenvolvimento das emoções e das apetências cognitivas nas crianças. É então possível
considerar-se, sem grandes reservas, que o LM assim como todo o processo que envolve
a amamentação são um importante incremento de saúde a longo prazo para a espécie
humana. [35]
Como seres dotados de pensamento e capazes de ser condicionados nos seus atos pelo
próprio processo de socialização que experienciam, condicionantes sociais, económicas,
comportamentais, culturais, entre outras; é possível constatar-se que a amamentação e o
AM passaram de universais, a processos dependentes da vontade e das condicionantes
dos indivíduos. As consequências decorrentes da não alimentação com LM ainda não
estão totalmente conhecidas, contudo já existem estudos que procuram encontrar
respostas a esta questão, com resultados que são unanimes na conclusão de que o AM é
benéfico e importante para a espécie. [37]
Entenda-se LM como o leite humano, sendo este um alimento vivo, de fácil digestão
e completo, na medida em que supre as necessidades a que se destina e é utilizado de
forma extremamente eficiente pelo individuo. É obtido da forma mais natural que o
processo evolutivo da espécie humana permite. O leite humano surge como o alimento
de excelência, uma vez que já se encontra por si só na forma mais eficiente para servir o
seu propósito, estando contido na embalagem e à temperatura mais adequada ao bebé.
[36]
AM é a tradução para palavras do ato de uma criança ser alimentada com LM,
independentemente do facto da nutrição da criança incluir ou não outros alimentos. A
definição que a OMS dá a AM inclui 3 tipos de aleitamento que importa definir e
diferenciar:
- O Aleitamento materno exclusivo é aquele que é recomendado pela a OMS como
sendo o adequado até aos 6 meses de idade. Designa-se como exclusivo, pois define o
processo em que a criança é alimentada unicamente com LM, direto da mama ou retirado
desta, sem adição à alimentação da criança de outros alimentos líquidos ou sólidos.
Contudo esta definição não exclui a possibilidade de se incluírem a titulo excecional
vitaminas, suplementos minerais, soluções de reidratação oral ou medicamentos.
- No caso de a criança receber água, bebidas que têm por base a água ou outro tipo de
líquidos, contudo o aleitamento é o alimento predominante, designa-se esta forma de
alimentação como AM predominante.
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- Muitas vezes a utilização de outros tipos de leite é considerado, até por muitos
clínicos, como um complemento ao LM. Contudo a OMS não o considera assim, sendo
designado de aleitamento materno complementado, o processo de alimentação de uma
criança em que se utiliza qualquer alimento sólido ou semissólido com a única finalidade
de complementar a alimentação à base de LM, não havendo qualquer intensão de o
substituir.
Aleitamento materno misto, é outro tipo de classificação do aleitamento, não
reconhecida pela OMS, e diz respeito à utilização em simultâneo com o LM de outros
tipos de leite para alimentar a criança. [37]
Existe alguma discussão na comunidade científica internacional em torno da duração
ideal da amamentação exclusiva, afim de sanar estas diferenças surge a estratégia global
para uniformizar a nível mundial as orientações nesta matéria, assim a recomendação para
a alimentação de lactentes e crianças da primeira infância é que estas sejam, nos primeiros
6 meses de vida, amamentadas em exclusivo. [38] [39]
Tendo estes conceitos em mente considero importante que o farmacêutico saiba a
importância da amamentação para que este possa apoiar as mães que recorrem a este
profissional de saúde para tirar dúvidas, procurar conhecimento científico validado e
seguro sobre esta temática.
9.1.2. Anatomia e Fisiologia da lactação
Para se poder compreende com mais pormenor como funciona a amamentação é
fundamentar perceber a anatomia da mama (Figura 4) e a complexa fisiologia da
lactação.
Figura 4 – Anatomia da mama [40]
Página | 34
O conhecimento da anatomia da mama tem evoluído ao longo dos tempos, sendo hoje
conhecido mais ao pormenor. Genericamente uma mulher considerada anatomicamente
adulta é constituída por entre 15 a 25 lobos mamários em cada mama, sendo que este tipo
de glândulas túbulo-alveolares, unitariamente, apresentam 20 a 40 lóbulos. Os lóbulos
têm como unidade fundamental alvéolos que estão presentes em quantidades que podem
oscilar entre os 10 e os 100. [41] O revestimento dos alvéolos é assegurado por células
mioepiteliais, verificando-se também a presença de tecido adiposo, conjuntivo, linfático,
nervos e vasos sanguíneos entre os lobos mamários. [42]
A produção de LM é um processo complexo que levou muito tempo até que o
conhecimento científico evoluísse ao ponto de hoje se poder explicar. A fisiologia da
lactação permite perceber todos os mecanismos fisiológicos que estão por detrás da
amamentação/lactação.
A produção de leite humano é controlada a nível endócrino por mensageiros químicos
e hormonas que circulam na corrente sanguínea. Estas hormonas auxiliam durante a
gestação, do desenvolvimento e do aumento das mamas que iniciam a produção de
colostro. O momento do parto é crucial, uma vez que se trata de um momento de
relevantes alterações hormonais, que são fundamentais para a produção de LM. Assim,
aquando do parto verifica-se um decaimento acentuado das hormonas da gestação, que
deixam de ter um papel importante e é possível assistir-se ao acentuar da relevância de
hormonas como a prolactina e ocitocina. Estas últimas de notável relevância no contributo
para a produção, fluxo ou mesmo ejeção lo leite humano. [43]
30 a 40 horas após o parto é que sob a influência da prolactina é possível constituir-
se um volume razoável de leite, contudo é de ressalvar que o colostro já está presente
aquando do nascimento do bebé, sendo fundamental para o sucesso da amamentação e do
AM, segundo a OMS, que o bebé seja posto à mama no decorrer da primeira hora de vida.
[44]
A prolactina é uma hormona que se encontra inibida durante a gestação, contudo
aquando o parto como consequência da redução acentuada dos níveis de estrogénio e
progesterona prolactina deixa de estar inibida e os níveis desta hormona aumentam. Na
figura 5 é possível visualizar esquematicamente o processo de ativação da prolactina.
Figura 5 – Ativação da Prolactina
Sucção do bebé
Estimulação da parte anterior da
glândula pituitária a segregar prolactina
Prolactina em circulação
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A segregação da prolactina pela parte anterior da glândula pituitária é estimulada pelo
movimento de sucção que o bebé produz na mama, este movimento provoca a transmissão
de impulsos sensoriais que vão do mamilo para o cérebro e deste para a glândula
pituitária. Níveis elevados de prolactina na corrente sanguínea estimulam a produção de
leite pelas células secretoras. O sucesso dos processos de segregação de prolactina e de
produção de leite podem ser bons indicadores do sucesso da sucção do bebé e também
são a prova inequívoca de que o movimento de sucção produzido pelo bebé é responsável
em última instância pela produção de LM.
O ciclo circadiano da prolactina, numa mulher a amamentar, indica que esta é
produzida em quantidades mais elevadas à noite, pelo que se poderá considerar como
técnica de manutenção do AM, a amamentação noturna. A este facto ainda acrescenta
valor a capacidade que as hormonas intimamente relacionadas com a prolactina estarem
envolvidas em mecanismos de supressão da ovulação, podendo-se considerar a
amamentação noturna um importante método contracetivo. Contudo estas premissas
apenas são confiáveis se não houver ovulação, se a mulher estiver a amamentar em
exclusivo e à noite.
O reflexo de ocitocina é o nome que se atribui ao fenómeno de ativação da hormona
ocitocina durante a amamentação. Na figura 6 é possível visualizar esquematicamente o
processo de ativação da ocitocina.
A ocitocina, de forma semelhante à prolactina, é segregada ao nível da glândula
pituitária, contudo neste caso a parte desta glândula envolvida é a parte posterior e não a
anterior como no caso da prolactina. Assim a segregação da ocitocina está diretamente
relacionada com o movimento de sucção que o bebé produz na mama. A ocitocina tem
como fim último facilitar a ejeção do LM e para que isso ocorra os níveis elevados de
ocitocina na corrente sanguínea vão provocar a contração dos tecidos musculares que
envolvem os alvéolos, provocando a circulação do leite através dos ductos.
A ocitocina é responsável pela contração do útero após o parto, tem também um papel
na redução das hemorragias, contudo nos primeiros dias esta hormona pode ser a causa
de cólicas uterinas fortes e pequenos sangramentos aquando da amamentação do bebé.
[45]
Figura 6 – Reflexo da ocitocina
Sucção do bebé
Estimulação da parte anterior da
glândula pituitária a segregar
ocitocina em circulação
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Em certos momentos, algumas mulheres indicam que as suas mamas pararam de
produzir leite, contudo estudos clínicos revelaram que em muitos casos a produção não
foi interrompida, mas há sim uma anomalia do reflexo de ocitocina que não permite que
o leite flua com facilidade. Em casos como este, os bebés apresentam dificuldades na
obtenção de alimento, no entanto, este problema é facilmente resolvido com intervenções
muito simples, daí a importância de os profissionais de saúde terem formação na área do
AM.
Outro processo que está relacionado com a fisiologia da lactação é a inibição da
mesma através do fator inibidor da lactação, esta substância em situações de estagnação
do leite, encontra-se presente em níveis elevados no LM levando à diminuição ou mesmo
inibição da sua produção. Mais uma vez a utilização de técnicas simples, como o aumento
da frequência da amamentação, pega da mama correta, extração do leite quando o bebé
não mama com a frequência necessária, entre outras são fundamentais para o sucesso a
amamentação. [46]
Em suma, a fisiologia da lactação pode ser resumida de forma simples e prática, sendo
que a mesma se inicia com a sucção do bebé que vai estimular a glândula pituitária a
produzir prolactina e ocitocina, assim como iniciar o fenómeno de reflexo de ocitocina.
Com consequente inibição do inibidor da lactação e por fim ejeção adequada de leite para
alimentação do lactante.
9.2.2. Variações na composição do leite materno
O LM é único e embora a indústria tenha ao longo do tempo adaptado as suas
fórmulas, afim de igualar as características dos leites artificiais ao materno, isso não tem
sido possível de concretizar. O LM é produzido pela espécie para a espécie, logo é
espectável que tenha as propriedades adequadas para o crescimento do novo individuo da
espécie.
Todos os leites provenientes de animais têm em comum a sua composição qualitativa,
isto é, todos contêm na sua composição gordura, açúcar para o fornecimento de energia e
proteínas com o fim de fornecer as condições necessárias para um crescimento sustentado.
Embora sejam claras as semelhanças, as diferenças ao nível da composição quantitativa
são extremamente relevantes. Assim, quando se compara as quantidades de cada nutriente
do LM ao leite de outros animais é possível detetar diferenças que tornam difícil a
utilização desses leites para alimentar um bebé. Essas diferenças estão bem presentes
quantidade de proteínas, que é muito mais elevada nos leites de outros animais. Este facto
torna expectável que para um bebé, em que os rins ainda se encontram num estádio
imaturo, a excreção de uma quantidade extra de proteínas no leite seja difícil e exigirá um
esforço acrescido ao bebé. [45]
Página | 37
O LM apresenta-se assim como a fonte ótima de alimento para o bebé, tendo na sua
constituição ácidos gordos essenciais para o desenvolvimento mental, da visão e de toda
a rede vascular sanguínea. Não obstante ao indicado anteriormente é de ressalvar a
capacidade de as fórmulas artificiais existentes no mercado já incorporarem este tipo de
nutrientes, facto que não é possível nos leites de outros animais.
Outra característica importante é o facto de o leite humano conter mais proteínas do
soro, glóbulos brancos e muitos fatores imunológicos específicos e não específicos que
auxiliam na proteção ativa e passiva do bebé contra infeções. A premissa anterior permite
retirar que aquando de uma infeção, salvo casos específicos de doenças em que o
aleitamento está contraindicado, a mãe não deve ser separada do bebé uma vez que LM
protege contra a infeção. [43]
A variação na composição do LM leva a que se possam distinguir os diferentes tipos
de leite. O colostro é a primeiro leite produzido logo nos primeiros dias após o parto,
apresenta-se com um aspeto espesso de cor amarelada ou transparente, contendo maiores
quantidades de proteínas quando comparado com o leite maduro. Alguns dias após o
nascimento inicia-se a produção de leite maduro, este período é sentido como uma
produção desmesurada de leite, provocando nas mães o sentimento de mamas cheias,
pesadas e endurecidas.
Embora o LM seja distinguido em colostro ou leite maduro, consoante o tempo
decorrido após o parto e as suas propriedades, ao longo de um episódio de alimentação
do bebé o leite não é sempre igual, podendo se distinguir o leite em anterior e posterior.
O leite posterior tem uma aparência mais esbranquiçada que o anterior, uma vez que
contém maior quantidade de gordura, daí ser produzido na parte final de um episódio de
amamentação. O leite anterior é rico em proteínas, lactose, água, outros nutrientes e é
suficiente para nutrir o bebé com a quantidade de água necessária, não se verificando a
necessidade de dar água ao bebé. [47][48]
Uma informação importante que o profissional de saúde deve transmitir à mulher que
está a amamentar é que deve permitir que o bebé mame até que esteja satisfeito e não é
benéfico trocar de mama durante um episódio de amamentação, pois é importante que o
bebé obtenha leite anterior e posterior num só episódio. [49]
9.3. Vantagens do Aleitamento Materno
No decorrer do projeto já tive oportunidade dar conhecimento acerca da importância
que o AM tem para a vida e saúde do bebé e da mãe. Os benefícios da amamentação e
alimentação do bebé com leite humano são argumentos, comprovados cientificamente,
que devem pesar no momento da decisão de como a mãe vai alimentar o seu bebé e
passarei a enumerá-los:
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- Redução da mortalidade infantil: como referi anteriormente o LM possui na sua
constituição inúmeros fatores imunológicos específicos e não específicos que protegem a
criança contra infeções, havendo estudos que estimam que o AM poderia reduzir em 13
% a mortalidade em crianças com idade inferior a 5 anos. [50] No caso de municípios
pertencentes ao estado de São Paulo no Brasil, estima-se que o AM tem um impacto
benéfico de redução em 9,3% do coeficiente de mortalidade infantil e ainda estudos
realizados nos Estados Unidos da América revelam que 720 mortes de crianças por ano
poderia ser evitadas. [51][52] A amamentação é também uma forte aliada na luta contra
a mortalidade infantil em países e famílias com um nível socioeconómico muito baixo, e
é também responsável pelo facto da mortalidade por doenças infeciosas ser 6 vezes menor
em crianças de 2 meses amamentadas do que nas não amamentadas. [53] A amamentação
na primeira hora de vida é considerada um fator de proteção a ter em conta na prevenção
das mortes nos primeiros tempos de vida. [54]
- Contribui para a proteção contra patologias de origem alérgica: A promoção do AM
desde o primeiro momento após o parto, evitar ao máximo o recurso a leites artificias e
outros substitutos parecem ter um papel benéfico na diminuição de alergias a produtos
como a proteína do leite da vaca, além de prevenirem o aparecimento de patologias como
dermatite atópica, asma e outras do foro alérgico. [55]
- Diminuição da probabilidade de contrair doenças como diabetes, doenças
cardiovasculares e obesidade: estudos científicos têm vindo a comprovar que uma
importante vantagem da promoção da amamentação é a proteção da saúde a longo prazo,
na medida em que indivíduos amamentados apresentam níveis de colesterol total, pressão
sistólica e diastólica mais próximos dos valores normais do que indivíduos com estilos
de vida semelhantes que não foram amamentados. [56] No âmbito dos diabetes, doença
que afeta uma parte significativa da população mundial principalmente nos países
desenvolvidos, verifica-se que a prevalência de diabetes nas mulheres que amamentam e
nas crianças que foram amamentadas é menor. [57] Em relação à obesidade é possível
constatar que indivíduos que foram amamentados em bebés apresentam um probabilidade
22% menor de se tornarem obesos, dentro do grupo de indivíduos amamentados em que
incidiram estes estudos, os que foram amamentados durante um período de tempo mais
lato apresentam uma probabilidade menor do que a daqueles que receberam LM durante
menos tempo. [58]
- Proteção e prevenção contra diarreias frequentes: A alimentação exclusiva do bebé
com LM oferece à criança proteção contra diarreias frequentes, muitas vezes associadas
a desidratação grave em crianças de idade muito jovem. Crianças que não são
amamentadas padecem com 3 vezes mais frequência e mais gravidade de diarreias do que
crianças amamentadas. [59]
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- Previne infeções respiratórias: AM em exclusivo nos primeiros 6 meses de vida é
fundamental para uma maior proteção e menor gravidade de infeções respiratórias,
bronquiolites e ainda otites. [60][61]
- Desenvolvimento cognitivo normal: analisando os estudos existentes que cruzam o
desenvolvimento cognitivo e o aleitamento materno, é possível constatar que crianças
amamentadas em exclusivo apresentam vantagens no desenvolvimento cognitivo.
Determinados estudos apresentam como potencial explicação as substâncias presentes no
LM e os fatores comportamentais relacionados com a amamentação. [62]
- Fator de proteção contra o desenvolvimento de cancro da mama: embora a proteção
contra o cancro da mama também esteja dependente de fatores como a idade, menopausa,
etnia e histórico familiar, a intervenção benéfica do AM na redução da prevalência de
cancro da mama é já dada como comprovada. [63]
- Amamentação exclusiva como método contracetivo: A amamentação exclusiva nos
primeiros 6 meses de vida pode ser encarada, segundo certos autores, como um excelente
método contracetivo com a eficácia a rondar os 98%. Para a que a amamentação funcione
como anticoncecional é essencial estarem reunidas as seguintes condições: não haver
ovulação, amamentar em exclusivo e também durante a noite. [64]
Outras vantagens do AM são: o facto de o LM ser o melhor contributo para a nutrição
do bebé, pois este tem propriedades únicas que permitem suprir, sem necessidade de
complementos, as necessidades nutricionais durante os primeiros 6 meses de vida e
continua a ser fundamental para a nutrição da criança até pelo menos aos 2 anos de vida.
Permite que a criança ao realizar os 3 reflexos essenciais (reflexo de busca, sucção e
deglutição) para obter o LM desenvolva e reforce a cavidade bucal, ajudando no
desenvolvimento normal do palato duro, crescimento correto da dentição, entre outros
benefícios. O vínculo afetivo que se cria entre mãe e filho no ato de amamentação é um
fator muito relevante, pois além do prazer para os dois, a troca de afeto, sentimento de
segurança, proteção na criança e também o sentimento de confiança, realização que a mãe
sente. A amamentação permite a constituição de uma forma de comunicação que os
psicólogos consideram muito positiva.
Por fim, o AM é uma forma muito económica de alimentar o bebé quando comparada
com a utilização de leites artificiais. O fator económico por si só contribui para a melhoria
da qualidade de vida, mas o facto de as crianças adoecerem menos, consequentemente
menor necessidade de recorrer a instituições de saúde, menos absentismo laboral, menos
stress, logo maior contribuição para uma melhoria geral da qualidade de vida das famílias.
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9.4. Os medicamentos e a amamentação
A utilização de medicamentos durante a amamentação é uma das principais
preocupações que as mães apresentam, e muitas vezes recorrem à farmácia afim de obter
esclarecimentos acerca desta matéria. Os farmacêuticos como especialistas do
medicamento, devem ser capazes de esclarecer as mães e outros profissionais de saúde
acerca da compatibilidade ou não da medicação com o AM. Embora os farmacêuticos
sejam, na minha opinião, os profissionais mais capazes de fornecer conhecimento acerca
de medicamentos, considero também que ao nível do AM o desconhecimento também
atinge esta classe de profissionais.
Para um aconselhamento correto e com o objetivo de cuidar da saúde e bem-estar da
mãe, os profissionais de saúde e especificamente o farmacêutico deverá conhecer e
informar os demais, da importância de continuar a amamentar durante o período em que
está doente, assegurando sempre a mesma adota as medidas e cuidados necessários.
Como especialista do medicamento, o farmacêutico deverá ser dotado de
conhecimento acerca dos medicamentos contraindicados durante o período em que a mãe
está a alimentar a sua criança e dar alternativas que existem no mercado para substituir a
toma de determinados medicamentos, como são exemplo, os contracetivos orais.
Para compreender este tema de forma mais aprofundada é importante conhecer os
fatores relacionados com a passagem dos fármacos para o LM e que poderão estar
relacionados com possíveis efeitos na criança amamentada:
- Os fatores intrínsecos da mulher que está a amamentar, como as condições de saúde,
do seu leite e as suas próprias particularidades fisiológicas, devem ser tidos em conta
quando se quer estudar a passagem dos fármacos para o LM. Neste contexto é importante
que o profissional de saúde seja portador de informação acerca das condições em que se
encontram os sistemas renal e hepático, uma vez que são estes os responsáveis pela
metabolização e excreção da maioria dos fármacos. Assim é fácil perceber que quando
estes dois sistemas se encontram diminuídos, na mãe e/ou na criança, a utilização de
medicação e manutenção do AM devem ser avaliados de forma mais pormenorizada,
contudo na maioria dos casos a amamentação deve ser mantida. O LM é constituído,
como referi quando abordei a composição do leite materno por proteínas e lípidos e estas
estruturas podem, devido as suas propriedades, funcionar como transportadores de
fármacos. Um dado importante a reter é que moléculas com baixa afinidade para proteínas
plasmáticas, encontram-se em elevadas quantidades no LM.
- A composição do leite materno, como já foi visto, varia dependendo da fase em que
se encontra, verificando-se elevadas variações na composição quantitativa lipídica do
Página | 41
LM. Este facto interfere com a transferência e armazenamento de medicamento no leite,
sendo a fase de colostro a mais permeável a moléculas de medicamentos.
- Substâncias medicamentosas de caráter básico apresentam uma maior dificuldade
em passar para o plasma materno, isto deve-se ao pH do LM que se encontra entre os 6,6
e os 6,8, sendo por isso mais básico que o pH plasmático.
- A idade da criança que está a ser amamentada é um importante fator de avaliação
dos possíveis efeitos adversos relacionados com medicamentos, pois está diretamente
relacionada com o grau de desenvolvimento fisiológico que os lactentes apresentam.
Contudo esta relação também é afetada por outros fatores, como por exemplo, o tipo de
AM praticado, se é exclusivo ou não. Um dado claro da influência da idade e da
maturidade do lactante no risco de efeito adverso relacionado com medicamentos prende-
se com a barreira hematoencefálica e a sua capacidade de funcionar como um filtro de
xenobióticos. Assim, em recém-nascidos a imaturidade da barreira hematoencefálica faz
com que a passagem de medicamentos lipossolúveis seja mais facilitada, pelo que doses
baixas deste tipo de medicamentos no LM podem influenciar o funcionamento do sistema
nervoso central do recém-nascido.
- As propriedades farmacológicas relacionadas com o medicamento e as vias de
administração também poderão ter um efeito condicionante na passagem do fármaco para
o LM.
- Um fator a ter em conta e talvez o mais determinante para possíveis efeitos adversos
relacionados com o medicamento na criança é a concentração de fármaco no sangue
materno, uma vez que quanto maior a concentração de medicamento neste, maior é a
probabilidade de passar para o LM. A premissa anterior não se aplica a fármacos de
aplicação tópica, que se destinam a aplicação diretamente na mama.
Genericamente a passagem de substâncias medicamentosas da circulação materna
para o leite é facilitada pelos seguintes fatores: estarem na forma não ionizada, elevada
lipossolubilidade, baixo peso molecular, baixa capacidade de ligação a proteínas
plasmática e elevados tempos de semivida. [65]
Afim de se tomar a decisão de uso ou não de medicação numa mulher que está a
alimentar uma criança é importante avaliar a efetiva necessidade da terapia
medicamentosa. Quando é prescrito algum medicamento, o mesmo deve ter beneficio
comprovado para a condição para que está a ser indicado, devendo-se sempre optar por
uma substância bem conhecida e muito estudada. A utilização de medicamentos que
podem ser prescritos durante a gravidez é um bom indicativo de segurança para a criança
amamentada e deve-se dar preferência à via tópica em detrimento da via oral e parenteral.
O profissional de saúde deve programar o horário de administração do medicamento de
forma a que seja, na medida do possível, evitável a coincidência do pico de concentração
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com os horários das amamentações e a utilização de um único medicamentos, composto
por uma única substância, deve ser preferencial em relação à associação de
medicamentos. [45]
9.5. Intervenção na Farmácia Batista Ramalho
Tendo por base todos os conhecimentos adquiridos na área do AM ao longo do estágio
curricular e muito aprofundados no curso de Curso de Aconselhamento em AM, que me
permitiu ser um profissional de saúde certificado em AM segundo a OMS/UNICEF,
iniciei na FBR sessões de aconselhamento e apoio a mulheres que estavam a amamentar
as suas crianças.
Tive também oportunidade de organizar e efetuar pequenas formações a futuras mães
acerca de todos os contextos que envolvem o AM. Nestas formações além de incentivar
as futuras mães a optarem pelo aleitamento materno, tentava ajudar a desmitificar certos
preconceitos que iam surgindo e a criar uma opinião informada acerca da amamentação.
Nas formações organizadas e em algumas intervenções realizadas em mães que já
estavam a amamentar surgiu a necessidade de ensinar, capacitar as mães e futuras mães
com as técnicas que auxiliam a que o AM seja um sucesso.
Neste mesmo âmbito, foi-me possibilitado dar consultas de amamentação na FBR,
podendo assim por em prática em contexto de consulta todos os conhecimentos
adquiridos. Sempre que realizava uma intervenção na área do AM, procedia ao
preenchimento de um Relatório de Intervenção em Aleitamento Materno, que pode ser
visualizado no Anexo 12. No Anexo 13 podem ser consultados os relatórios referentes a
intervenções que efetuei.
Com a realização do projeto Aleitamento Materno - Oportunidade de intervenção do
Farmacêutico foi a meu ver possível, num curto espaço de tempo, complementar a minha
formação académica numa área que me vai ser muito útil no futuro enquanto
farmacêutico.
9.6. Conclusões
Com o desenvolvimento deste tema foi possível, à semelhança do projeto anterior,
abrir uma porta à discussão, no seio da realidade dos farmacêuticos, de um tema que
poderá, se bem aproveitado, ser mais uma ferramenta de intervenção do farmacêutico na
comunidade. O facto de nos assumirmos como os profissionais de saúde mais próximos
da população, deve ser um incentivo para que apostemos na formação em temas como o
AM, afim de conseguirmos dar resposta a uma população que nos é muito importante que
são as mães e os seus bebés.
Página | 43
Através deste projeto considero que ficou bem demonstrada a importância do AM, as
particularidades deste tema, as formas de intervenção do farmacêutico nesta área e as
vantagens do AM a médio e longo prazo.
Num mundo perfeito, todas as mães deveriam ter acesso a um profissional de saúde
qualificado, afim de poder obter respostas em tempo útil às suas questões e duvidas
relacionadas coma amamentação. Embora haja o cuidado das unidades de saúde, após o
nascimento, em prestar o aconselhamento necessário na área do AM, é em casa que
surgem problemas e dúvidas que podem dificultar a amamentação, pelo que a procura de
aconselhamento nas farmácias é muito frequente.
Sabendo de antemão do facto anteriormente descrito, fica comprovada a relevância
deste projeto no âmbito do estágio curricular do Mestrado Integrado em Ciências
Farmacêuticas e a importância de capacitar os farmacêuticos de competências que
permitam trabalhar a área do AM de forma competente e profissional.
10. Reflexão final
Com a conclusão do estágio curricular do Mestrado Integrado em Ciências
Farmacêuticas é possível fazer um balanço de toda a aprendizagem obtida ao longo de 5
anos de curso superior.
Iniciei o estágio com a confiança de que estava preparado para esse desafio e agora
que termino o mesmo, sinto que esse sentimento saiu ainda mais reforçado e estou pronto
para enfrentar os novos desafios que se avizinham.
Considero agora que embora muitas vezes não seja possível perceber a necessidade
de determinados conteúdos e unidades curriculares, em contexto prático, muitos deles
revelaram-se muito úteis. Não obstante o referido, considero que o Mestrado Integrado
em Ciências Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, única
realidade que conheço, ainda se encontra um pouco desfasado da realidade, sendo
importante apostar em outros tipos de conteúdos programáticos de forma a que a
excelentes profissionais que produz, sejam também os mais bem preparados para a
realidade que o mercado de trabalho tem para oferecer.
Termino o curso com a certeza que a escolha que fiz há 5 anos foi a mais acertada.
Voltaria a escolher tornar-me farmacêutico e tenho a convicção de que sentirei grande
satisfação em tudo fazer para valorizar, realçar e desempenhar com brio esta muito nobre
profissão.
Página | 44
11. Bibliografia
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do mercado lícito de estupefacientes e substâncias psicotrópicas.
4- Decreto-lei nº25/2011 de 16 de junho - Estabelece a obrigatoriedade da indicação do preço de
venda ao público (PVP) na rotulagem dos medicamentos.
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Farmacêuticos. Disponível em: http://www.ceic.pt. (acedido a 15/11/2017)
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público.
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11-04.
10- Centro de Conferência de Faturas: Manual de relacionamento de farmácias V1.17. Disponível
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11- Decreto-Lei n.º 209/94, de 6 de agosto - Classificação de medicamentos quanto à dispensa ao
público.
12- Portaria n.º 594/2004, de 2 de junho - Aprova as boas práticas a observar na preparação de
medicamentos manipulados em farmácia de oficina e hospitalar.
13- Decreto-Lei n.º 314/2009 de 28 de outubro - estabelece um código comunitário relativo aos
medicamentos veterinários.
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intervention study in Honduras. Lancet. 1994 Jul 30;344(8918):288–293.
40- Multiscreensite: Anatomia da mama. Disponível em: https://irp-cdn.multiscreensite.com.
(acedido a 08/01/2018)
41- Geddes DT. Inside the lactating breast: the latest anatomy research. J Midwifery Women’s
Health. 2007 Dec;52(6):556–563.
42- World Health Organization. Infant and young child feeding. Model chapter for textbooks for
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43- Riordan J. Anatomy and physiology of lactation. In: Breastfeeding and human lactation.
Sudbury: Jones and Bartlett Publishers; 2010. Sudbury p. 79–111.
44- Casey CE, Neifert MR, Seacat JM, Neville MC. Nutrient intake by breast-fed infants during
the first five days after birth. Am. J. Dis. Child. 1986 Sep;140(9):933–936.
45- González C. Manual Prático do Aleitamento Materno. Lisboa: Associação Mama Mater;
2008. p. 15.
46- Daly SE, Hartmann PE. Infant demand and milk supply. Part 2: the short-term control of milk
synthesis in lactating women. J Hum Lact 1995 Mar; 11 (1) :27-37.
47- Ashraf RN, Jalil F, Aperia A, Lindblad BS. Additional water is not needed for healthy breast-
fed babies in a hot climate. Acta Paediatr. 1993 Dec;82(12):1007–1011.
48- Sachdev HP, Krishna J, Puri RK, Satyanarayana L, Kumar S. Water supplementation in
exclusively breastfed infants during summer in the tropics. Lancet. 1991 Apr 20;337(8747):929–
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49- World Health Organization. Breastfeeding counselling: a training course. Geneva: WHO;
1993.
50- JONES, G. et al. How many child deaths can we prevent this year? Lancet, [S.l.], v. 362, p.
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51- ESCUDER, M. M.; VENÂNCIO, S. I.; PEREIRA, J. C. Estimativa de impacto da
amamentação sobre a mortalidade infantil. Rev. Saúde Pública, [S.l.], v. 37, p. 319-25, 2003.
52- CHEN, A.; ROGAN, J. Breastfeeding and the risk of post neonatal death in the United States.
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Página | 47
53- WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Collaborative Study Team on the Role of
Breastfeeding on the Prevention of Infant Mortality. Effect of breastfeeding on infant and child
mortality due to infectious diseases in less developed countries: a pooled analysis. Lancet, [S.l.],
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54- EDMOND, K. M. et al. Delayed breastfeeding initiation increases risk of neonatal mortality.
Pediatrics, [S.l.], v. 117, p. 380-6, mar. 2006.
55- VAN ODIJK, J. et al. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the
literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic
manifestations. Allergy, [S.l.], v. 58, p. 833-43, 2003.
56- HORTA, B. L. et al. Evidence on the long-term effects of breastfeeding: systematic reviews
and meta-analyses. Geneva: World Health Organization, 2007.
57- STUEBE, A. M. et al. Duration of lactation and incidence of Type 2 Diabetes. J.A.M.A.,
[S.l.], v. 294, p. 2601-10, 2005
58- DEWEY, K. G. Is breastfeeding protective against child obesity? J. Hum. Lact., [S.l.], v. 1,
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59- VICTORA, C. G. et al. Breast-feeding, nutritional status, and other prognostic factors for
dehydration among young children with diarrhea in Brazil. Bull. World Health Organ., [S.l.], v.
7, p. 467-75, 1992.
60- ALBERNAZ, E. P.; MENEZES, A. M.; CESAR, J. A. Fatores de risco associados à
hospitalização por bronquiolite aguda no período pós-natal. Rev. Saúde Pública, [S.l.], v. 37, p.
37, 2003.
61- TEELE, D. W.; KLEIN, J. O.; ROSNER, B. Epidemiology of otitis media during the fi rst
seven years of life in children in greater Boston: a prospective, cohort study. J. Infect. Dis., [S.l.],
v. 160, p. 83-94, 1989.
62- ANDERSON, J. W.; JOHNSTONE, B. M.; REMLEY, D. T. Breast-feeding and cognitive
development: a meta-analysis. American Journal of Clinical Nutrition, [S.l.], v. 70, p. 525-35,
1999.
63- COLLABORATIVE GROUP ON HORMONAL FACTORS IN BREAST CANCER. Breast
cancer and breastfeeding: collaborative reanalysis of individual data from 47 epidemiological
studies in 30 countries, including 50302 women with breast cancer and 96973 women without the
disease. Lancet, [S.l.], v. 360, p.187-95, 2002.
64- GRAY, R. H. et al. Risk of ovulation during lactation. Lancet, [S.l.], v. 335, p. 25-9, 1990.
65- HALE, T. W. Drug theraphy and breastfeeding. In: RIORDAN, J. (Ed.). Breastfeeding and
human lactation. 3. ed. Boston: Jones and Bartlett Publishers, 2005. p. 137-66.
Página | 48
Anexos
Anexo 1: Exterior da Farmácia Batista Ramalho
Anexo 2: Zona de atendimento da Farmácia Batista Ramalho
Anexo 3: Gabinete de prestação de serviços farmacêuticos e laboratório da Farmácia Batista
Ramalho
Anexo 4: Zona de receção de encomendas da Farmácia Batista Ramalho
Anexo 5: Zona de gavetas com medicamentos sujeitos a receita médica e armazém da Farmácia
Batista Ramalho
Anexo 6: Cantinho da amamentação
Anexo 7: Planos realizados a utentes das consultas do Relatório Nutricional Personalizado
OTIMIZE WELLNESS®
Anexo 8: Publicações na página de Facebook da Farmácia Batista Ramalho
Anexo 9: Fotografias tiradas na tarde da atividade “O Pai Natal vem a Armamar”
Anexo 10: Fotografia dos alimentos recolhidos na atividade “Troque um alimento por um sorriso”
Anexo 11: Dados estatísticos do Facebook utilizados e analisados ao longo da realização do
projeto I
Anexo 12: Relatório de Intervenção em Aleitamento Materno
Anexo 13: Relatórios de algumas Intervenções em Aleitamento Materno realizadas por mim, na
FBR.
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Anexo 1: Exterior da Farmácia Batista Ramalho
Anexo 2: Zona de atendimento da Farmácia Batista Ramalho
Página | 50
Página | 51
Anexo 3: Laboratório e Gabinete de prestação de serviços farmacêuticos da Farmácia
Batista Ramalho
Página | 52
Anexo 4: Zona de receção de encomendas da Farmácia Batista Ramalho
Anexo 5: Zona de gavetas com medicamentos sujeitos a receita médica e armazém
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Anexo 6: Cantinho da amamentação
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Anexo 7: Planos realizados a utentes das consultas do Relatório Nutricional Personalizado
OTIMIZE WELLNESS®
Utente:1
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Utente 2:
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Anexo 8: Publicações na página de Facebook da Farmácia Batista Ramalho
No dia em que a
Farmácia Batista
Ramalho está de
parabéns pelos 9 anos de
existência na Vila de
Armamar, é também dia
de nos juntarmos aos
nossos clientes, utentes e
amigos nas redes sociais.
Posto isto, a Farmácia
Batista Ramalho
orgulha-se de apresentar a sua página de Facebook, onde todos os que nos visitam virtualmente
poderão ter acesso às novidades, promoções, dicas de saúde e bem-estar que esperamos que vos
sejam úteis no vosso quotidiano.
Já somos mais de 300 no Facebook em apenas 3 dias! A Farmácia Batista Ramalho agradece a
todos os que nos seguem e todas as mensagens de carinho que nos têm sido enviadas.
Página | 74
Para iniciar a divulgação das
nossas promoções nada melhor
que começar com a Eucerin e
como se não bastasse, logo com
uma promoção fantástica! Na
compra de um produto da gama
Eucerin, a sua farmácia oferece-
lhe 50% de desconto na compra
do segundo produto da gama
Eucerin. Temos a certeza que
não quererá perder esta
oportunidade, visite-nos!
A sua Farmácia Batista Ramalho
sempre a pensar em si e no seu
bem-estar.
A Farmácia Batista Ramalho
apresenta a gama premium anti-
idade e solar dos laboratórios Boots.
Como não podia deixar de ser, a sua
Farmácia oferece-lhe a
oportunidade fantástica de adquirir
estes produtos ao melhor preço e
ainda com uma oferta imperdível.
Visite-nos e na compra de um
produto desta gama receba o cartão
fidelidade que lhe permite participar
na promoção "Na compra de 4
produtos, oferecemos-lhe o 5º
totalmente grátis".
Página | 75
Sabia que as infeções respiratórias estão entre as 5 principais causas de mortalidade no mundo?
A Farmácia Batista Ramalho aconselha os seus utentes a adotarem medidas de prevenção e acima
de tudo a nunca negligenciarem os sintomas de uma infeção respiratória, a fim de que um evento
de fácil e rápida resolução, não evolua para um episódio mais complexo.
A Farmácia Batista Ramalho está a recolher as suas Radiografias com mais de 5 anos ou sem
valor de diagnóstico. Esta recolha tem como objetivo ajudar a AMI na sua missão através da
reciclagem das suas radiografias.
Ajude-nos a ajudar!
Página | 76
Para a comemoração do Dia Internacional da Paz a Farmácia Batista Ramalho decidiu promover
um concurso com o intuito dos jovens utentes darem asas à sua criatividade.
Cada criança ou jovem até aos 16 anos pode participar no concurso através de um desenho que
ilustre o que entende por “Paz”. Os desenhos entregues na Farmácia serão publicados no
Facebook e o que tiver maior número de gostos (1 gosto = 1 voto), a Farmácia Batista Ramalho
tem todo o prazer em oferecer um produto à escolha da gama Corine De Farme (ver produtos nos
comentários da publicação).
A Farmácia Batista Ramalho tem uma surpresa para
si! Se é fã da marca Vichy esta publicação é
indicada para si. Na compra dos produtos Anti-
Queda da marca Dercos da Vichy a sua Farmácia
oferece-lhe um desconto imediato de 5 EUROS.
Esta promoção é valida de 15 a 30 de setembro de
2017.
*A queda de cabelo pode ser episódica ou
progressiva. A queda de cabelo hereditária, sazonal
ou ligada a variações hormonais deve ser tratada
precocemente. Visite-nos para mais informações e
aconselhamento especializado.
Página | 77
Não espere pelo próximo verão, devemo-nos sentir bem durante o ano inteiro.
A pensar em si, a Farmácia Batista Ramalho lança hoje a campanha Depuralina e de
acompanhamento gratuito na sua Farmácia. Visite-nos e aproveite os descontos apresentados
abaixo!
A sua Farmácia pensa em si e ajuda-a a obter os melhores resultados, ou seja, ao fim de um mês
de acompanhamento na sua farmácia e se atingir os objetivos acordados entre si e o profissional,
a Farmácia Batista Ramalho oferece uma oferta no valor de 20 euros.
Aproveite de 1 a 31 de outubro a campanha 50% na 2ª
unidade em toda a gama CARMEX bálsamos para
lábios. *Com o tempo frio a aproximar-se a hidratação
dos lábios torna-se especialmente importante, mantenha
os seus lábios saudáveis e com um aspeto perfeito.
Página | 78
Chegou o dia de anunciar o
vencedor do concurso do Dia
Internacional da Paz.
A vencedora foi a Matilde,
uma vez que foi o seu desenho
que arrecadou o maior número
de gostos=votos.
Parabéns Matilde, dirige-te à
Farmácia com o teu
encarregado de educação e
vem escolher o teu prémio. A
todos os outros participantes a
Farmácia Batista Ramalho agradece a participação e não fiquem tristes que terão direito a um
presentinho, para isso basta o vosso encarregado de educação vir à Farmácia Batista Ramalho.
No Dia Mundial da Osteoporose a Farmácia Batista Ramalho preparou uma publicação para si.
Fique a saber mais sobre esta doença metabólica, assim como de algumas formas de a prevenir.
Página | 79
Hoje assinala-se o Dia Mundial da Psoríase e para ficar a saber mais sobre esta patologia a
Farmácia Batista Ramalho preparou esta publicação para si.
Página | 80
A Farmácia Batista Ramalho informa que
já chegaram à sua farmácia os
BRINQUEDOS da CHICCO e com 20%
de DESCONTO imediato! Aproveite para
dar uma vista de olhos e pensar em quais
os presentes que quer oferecer neste Natal
ou noutra ocasião especial.
O SEU CORPO ESTÁ NUTRICIONALMENTE EQUILIBRADO PARA A VIDA?
Esta é a questão que serve de mote para a apresentação do novo serviço que a Farmácia Batista
Ramalho disponibiliza aos seus utentes. O RELATÓRIO NUTRICIONAL PERSONALIZADO
OTIMIZE WELLNESS, consiste no mapeamento epigenético que proporcionará ao utente obter
o conhecimento acerca das suas limitações genéticas e abre novas possibilidades de Bem-Estar e
Qualidade de Vida. Na próxima terça-feira dia 14 de novembro a partir das 10 horas da manhã a
especialista responsável por este projeto encontrar-se-á na sua farmácia para realizar o exame a
uma utente e estará disponível para esclarecer qualquer dúvida.
Página | 81
Hoje assinala-se o Dia Mundial Da Diabetes! No mundo sofrem de Diabetes cerca de 400 milhões
de pessoas, esta doença causa por ano mais de 5 milhões de mortes.
Outro dado relevante é o facto de que 1 em cada 2 adultos com diabetes não está diagnosticado,
por esta razão torna-se fundamental efetuar o rastreio.
O frio chegou a Armamar e desta vez veio cheio de força. Fortaleça o seu sistema imunitário com
a ajuda da sua Farmácia Batista ramalho. Visite-nos e conheça as soluções que temos para si.
Prevenir é melhor que remediar, este é o conselho que a sua Farmácia hoje lhe dá.
Página | 82
No dia 13 de dezembro o Pai Natal vem a Armamar com a sua Farmácia Batista Ramalho!
Traga as crianças e venha festejar o Natal connosco. Neste evento as crianças poderão trazer a
cartinha ao Pai Natal e receberão um brinde oferecido pela sua Farmácia.
Os mais crescidos também terão direito a uma pequena lembrança.
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O Natal é época de Paz, Amor e Família, mas também de amor pelo próximo.
Tendo isto em mente a Farmácia Batista Ramalho lança a campanha "Troque um alimento por
um sorriso", esta campanha consiste na recolha de alimentos e bens não perecíveis que
posteriormente serão entregues às pessoas desfavorecidas de Armamar, sinalizadas pela CPCJ de
Armamar. Assim sendo poderá entregar na sua Farmácia este tipo de bens até ao dia 19 de janeiro.
Ajude-nos a ajudar.
OBRIGADO A TODOS! Já somos mais de 500 em apenas 4 meses.
Página | 84
(slides de vídeo publicado)
Sofre de enxaquecas?
A enxaqueca é uma cefaleia primária em que ocorrem episódios de dor muito intensos
intervalados por períodos sem sintomas. A enxaqueca, de um modo geral, inicia-se entre os 15 e
os 40 anos, mas pode aparecer na infância ou logo após a primeira menstruação. Se aparecer pela
primeira vez depois dos 45 anos devem ser excluídas outras causas. Há algumas características
da enxaqueca muito associadas ao ciclo reprodutivo feminino: maior prevalência depois da
primeira menstruação; preferência pelo período menstrual; agravamento ocasional pelo uso de
pílula anticoncecional ou de terapêutica hormonal; atenuação ou desaparecimento durante a
gravidez ou na menopausa.
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Página | 86
Anexo 9: Fotografias tiradas na tarde da atividade “O Pai Natal vem a Armamar”
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Anexo 10: Fotografia dos alimentos recolhidos na atividade “Troque um alimento por um
sorriso”
Anexo 11: Dados estatísticos do Facebook utilizados e analisados ao longo da realização do
projeto 1
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Anexo 12: Relatório de Intervenção em Aleitamento Materno
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Anexo 13: Relatórios de algumas Intervenções em Aleitamento Materno realizadas por
mim, na FBR.
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