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Luísa Ferreira Investigação sobre o seu trabalho artístico
Faculdade de belas artes da universidade de Lisboa Artes Digitais
2018
Trabalho realizado por: Ana Catarina Flora - 12008 Catarina Vilhena - 11986
Joana Correia - 11987
Índice
- Introdução 1
- Desenvolvimento:
- Vida da artista 2
- A sua obra:
- exposições:
- Au Féminin 5
- Há quanto tempo trabalha aqui? 8
- Branco 9
- publicações:
- Azul 11
- Conclusão 12
- Bibliografia 13
Introdução
Para este trabalho, foi-nos dado a escolher uma galeria ou museu, em
Lisboa, na qual teríamos de investigar sobre o artista exposto e sobre o
seu trabalho artístico. Escolhemos a Galeria Monumental, situada em
Campo dos Mártires da Pátria, onde se encontrava em exposição um
trabalho autobiográfico da artista Luísa Ferreira.
Neste seu projeto, com o título de Branco, a artista usou a fotografia
como uma forma de expressão, na qual se auto-retratou e refletiu o seu
eu. A forma como ela se conseguiu expressar desta maneira e mostrar
um conceito, foi algo que nos impressionou, daí, termo-la escolhido a ela
e ao seu trabalho, como objeto da nossa investigação.
Ao longo deste projeto vamos dar a conhecer um pouco da vida desta
artista e, de uma forma mais aprofundada, vamos dar a conhecer o seu
trabalho e a maneira como esta se expressa através da sua arte.
1
Vida da artista
Luísa Ferreira, nascida a 1961 em Lisboa, é uma fotógrafa
autónoma que vive e trabalha na sua cidade natal.
De uma entrevista dada ao Público (Luísa Ferreira e a Vila Nova de
Ceira), ficou-se a saber que os seus pais eram de Vila Nova de Ceira,
local onde passava as férias de Verão com a sua família. Teve a sua
primeira experiência na câmara escura em Gois durante a sua
adolescência. Em 1984, na Suíça, arranjou trabalho como empregada de
mesa antes de ir para a faculdade e, com o dinheiro que juntou,
comprou a sua primeira máquina Reflex.
Após ter terminado o seu percurso no secundário, seguiu o curso
de Geografia, o qual abandonou. Por volta de 1980, com 19 anos, iniciou-
se na fotografia profissional, colaborou com o Diário Popular, ProJornal e
em 1989 fez parte da equipa de fotojornalistas fundadores do jornal
Público. Após trabalhar para o jornal durante 7 anos (até 1996) e ter sido
correspondente de uma agência de notícias Associated Press (de 1996 a
1998), decidiu mudar o rumo da sua carreira e tornar-se fotógrafa
freelancer em agosto de 1998, uma mudança um pouco limitada por ter
sido mãe de um rapaz em 1995.
Desde que integrou a equipa no jornal Público, expõe com
regularidade, desenvolvendo trabalhos por iniciativa própria ou de
encomenda.
Sendo reconhecida na área da fotografia, foi professora convidada
de Fotojornalismo e Fotografia documental no IADE (desde 1996), na
Escola Superior de Design (desde 2007), na ETIC (desde 1998) e
assistente convidada no Instituto Politécnico de Setúbal na unidade
curricular de Fotojornalismo.
2
Licenciou-se em Fotografia e Cultura Visual em 2009 e fez um
mestrado em Design e Cultura Visual na área de especialização Estudos
de Fotografia pela IADE-ESD em 2011. Em 1988 formou-se em
Expressão Plástica pela Fundação Calouste Gulbenkian, Técnicas de
Comunicação e Técnicas de Vídeo pela FAOJ, Estética, Técnica e
Linguagem do cinema pela IADE e encontra-se atualmente a
desenvolver um doutoramento na FCSH-UNL, no curso de Geografia e
Planeamento Territorial com especialização em Geografia Humana.
Formou-se ainda em sapateado e dança jazz na década de 80.
Segundo uma pesquisa realizada, a sua primeira exposição talvez
tenha sido em 1993, com 32 anos onde expôs 110 polaroids de 70x70cm,
no Armazém AB do Porto de Lisboa.
Desde esse ano tem sido muito ativa, participando nas mais
variadas exposições, quer sejam em cooperação com outros artistas ou
apenas suas. Exemplos disso, e que vamos aprofundar mais à frente
neste trabalho, são: Os encontros de Imagem de Braga (participou no
ano de 1994, 1995, 1996 e 2014), e encontros de Fotografia de Coimbra
(1994); Há quanto tempo trabalha aqui? (iniciada em 1994); Capitão Goma
(2003); fez parte da exposição Au Féminin (de 1849 a 2009); entre outras.
De uma forma geral, participou em exposições individuais e coletivas
pela Europa: Alemanha, Bélgica, Escócia, Espanha, França, Inglaterra e
França.
Luísa Ferreira é também reconhecida por outros trabalhos como,
por exemplo, o projeto Éter. Esta inaugurou ainda o Centro de Artes e
Espetáculos da Figueira da Foz, em 2002, e publicou o livro Azul , no
mesmo ano, com texto de Agustina Bessa Luís.
Esta teve inúmeras experiências profissionais na imprensa. Apesar
de se ter tornado fotógrafa independente em 1998, colaborou com várias
revistas, entre elas a Magazine Artes entre 2002 e 2003, Prime Time de
3
1999 a 2002, City de 1998 a 1999, … Fora de Portugal, Luísa Ferreira
também publicou na revista Techniques & Architecture de França, Trace
dos EUA, El Mundo de Espanha, entre outras.
Quanto a conferências deu Tertúlias Fotográficas em 2013,
Paisagens interiores-Conversas à volta da Luz em 2011, conversas em
torno da fotografia 2009, Seminário lugares e não-lugares em
2008,Conferencia fotografia-vida em 2001, palestra sobre fotojornalismo
1993-1994
4
Au Féminin
“Mulheres na fotografia”
Este projeto conta com obras de mais de cem mulheres, fotógrafas dos séculos 19, 20 e 21. Com as suas diferentes visões, influenciaram a linguagem da fotografia, e para isto Au Feminin surgiu com o intuito de demonstrar a importância das suas diferentes perspetivas. Tornou-se por isso a primeira grande exposição totalmente dedicada ao feminino, pois quer o sujeito quer o objeto das fotografias é a mulher. Luísa Ferreira partilhou então:
“Sempre tentei trabalhar num campo mais autoral, contar as minhas ideias, a perceção que vou tendo do mundo. Em alguns momentos do trabalho estes registos podem tocar-se, mas é raro”.
A primeira fotografia utilizada neste projeto faz parte de uma outra
exposição “Vermelho”.
!
Fig.1 - Fotografia tirada no Lux na passagem de ano de 2008 (Exposição Vermelho
5
Exposições
Luísa Ferreira sempre se sentiu fascinada pelo mundo da moda, apreciando observar o mundo á sua volta. Relata os movimentos e
mudanças no mundo da moda. Fala sobre a figura 1: “Diz muito sobre a mulher, que ao longo da história tem usado muitos objetos bonitos, grandes. É uma marca, um elemento muito feminino.” . Observando as mudanças nos
estilos femininos. Por isto, escolheu esta imagem para integrar na exposição Au Féminin, pois sentiu que era uma fotografia que merecia
espaço próprio na exposição por ser sobre o feminino.
A segunda fotografia faz parte do projeto Nós que mostra outra perspetiva, numa terra que a autora visitava frequentemente e que havia
sentido vontade de a trabalhar.
!
Fig.2 - Fotografia tirada na Serra da Lousã e do Açor, no distrito de Coimbra.
6
Nesta segunda fotografia a mulher presente está integrada na floresta mas não em primeiro plano, está meramente envolvida pelo ambiente.
“Tudo passa por teatralizar a paisagem. Umas vezes o elemento humano dissolve-se nela, noutras há um diálogo, ou até pode estar quase a atacá-la.”
Au Féminin foi uma exposição sobre a celebração do feminino, e sobre a manifestação das visões de fotógrafas sobre os mais diferentes cenários.
Não necessariamente sendo o ponto de foco nas fotografias, mas estando sempre presente, ou um elemento material que as identifique.
7
Há quanto tempo trabalha aqui?
Trabalho iniciado em 1994 e exposto no Arquivo Fotográfico Municipal
de Lisboa apenas em 2005. Este trabalho é um trabalho composto por
fotografias de médio formato de lojas antigas de Lisboa e as pessoas que
as habitavam.
As lojas e as pessoas que as habitam. Série iniciada no verão de 1994, resultando da necessidade de fotografar a mudança. Vidas. As pessoas que trabalharam uma vida inteira numa loja, num espaço, e que povoram Lisboa dando-lhe uma vida própria, singular, há décadas. Hoje temos a constante perda de património e esvaziamento destes lugares, o desaparecimento das pessoas e dos espaços com história. -in https://bairrodasartes.pt/evento/ha-quanto-
tempo-trabalha/
Fig.3 - Uma das fotografias de Há quanto tempo trabalha aqui? , de 1994. - https://bairrodasartes.pt/wp-content/uploads/2018/08/Espac%CC%A7o-Santa-
Catarinalow.jpg
8
Branco
A exposição Branco é um projeto trabalhado em torno do auto- retrato.
A autora representa-se diversas vezes corroborando a ideia de “Aquilo
sou eu” enquadra-se nas suas perspetivas com a noção de que é cada
uma das suas perceções.
“Branco é o que circunda o meu corpo e por isso me define. Fotografo o que
me representa.” “Sou um somatório de vários momentos de perceção do mundo.” “Branco funciona como espelho, mas espelho do sensível.”
Demonstra a necessidade do corpo na criação de espaço. “No início, por vezes fotografava-me apenas para incluir alguém no espaço que eu observava.”
Aborda também o conceito de arquivo nas suas formas e propósitos, e a
sua importância para a construção da identidade. Reflete sobre as
potencialidades e a finalidade da fotografia no contexto atual. “Uma iconografia pessoal. Construção de uma morfologia do mundo, através de aposição de fragmentos.”
Branco é uma exposição intima que revela os diferentes modos de
autointerrogação, descobrimento, crescimento da autora, uma exposição
que reflete sobre suas várias facetas, varias perspetivas e que sobretudo
se afirma e conclui sobre o que é ser “Eu”. Esta foi a exposição que
visitámos, na Galeria Monumental (2018) - Lisboa.
9
Fig.4 - Uma parte da exposição Branco, na Galeria Monumental.
Fig.5 - Uma outra parte da exposição Branco, na Galeria Monumental.
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Livro Azul
Azul, livro publicado em 2002, pela editora Ambar, com fotografias
desta artista, Luísa Ferreira, e com texto da escritora Agustina Bessa-
Luís.
Livro de fotografias digitais (cor) sobre os não-lugares.
Trabalho realizado no decurso de uma viagem a Rhodes a convite do “1st International Peace Forum of Women Creators of the Mediterranean” organizado pela UNESCO, Rhodes, Grécia .
Viagem que me fez apanhar três aviões para chegar ao meu destino e outros tantos para regressar e ter ainda longos períodos de espera.; isto e o fascínio por estes não-lugares fizeram com que fotografasse o tempo todo com uma câmara digital.
O projeto foca o azul, a velocidade, a deslocação, a espera, os locais de passagem impessoais usados por centenas de pessoas que não voltamos a ver.
O meio digital usado para fotografar também está diretamente relacionado com esta nossa necessidade de velocidade, de deslocação.
- in http://www.luisaferreira.com/index.html?conteudo=azul/index.html
Fig. - fotografias do livro Azul, 2003 - http://www.luisaferreira.com/index.html?conteudo=azul_il/indexx.html
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Publicações
Conclusão
Com este trabalho, para além de termos passado a conhecer uma artista
portuguesa que dantes desconhecíamos, também passámos a conhecer o
seu trabalho e as formas como ela se expressa através do mesmo.
Através principalmente da fotografia, Luísa Ferreira aborda temas de
uma forma muito interessante, pois consegue sempre exprimir um
conceito de uma forma artística. No exemplo que referimos no trabalho,
na exposição Há quanto tempo trabalha aqui?, a artista conseguiu mostrar
um espaço (Lisboa) e as pessoas que vivem lá, trabalham lá e contribuem
para definir a cidade. Também na exposição Branco, a que fomos visitar, a
artista para se auto-retratar não se fotografa apenas a si mas também a
lugares e pessoas nas quais se identifica. No fundo, ela através da
fotografia consegue relacionar o mundo exterior com momentos e
sentimentos seus.
Com isto, podemos concluir que o trabalho de Luísa Ferreira aborda,
de uma forma artística, vários temas e conceitos, levando-nos a pensar e
refletir sobre eles, de modo a mudar mentalidades, atitudes,
pensamentos e ações, ou, pelo menos, sensibiliza-las.
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Bibliografia
. https://www.publico.pt/2012/08/25/jornal/luisa-ferreira-e-vila-nova-do-ceira-25094627
. https://www.cics.nova.fcsh.unl.pt/cms/files/img_investigadores/INV559024b85faab.pdf
. http://www.fcsh.unl.pt/e-geo/sites/default/files/dl/CVs/LuisaFerreira_CV_2014_01.pdf
. http://luisaferreira.com/biografia.html
. http://www.agrupamento-vale-ovil.edu.pt/201213/bibl/
guia%20para%20elaborar%20um%20trabalho%20cientifico.pdf
. https://bairrodasartes.pt/evento/ha-quanto-tempo-trabalha/
. https://www.travessadaermida.com/files/238/555.pdf
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