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Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006 JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA ANO XII- N. 134* CAMPO GRANDE/MS * MARÇO DE 2017. Deitar à noite com a consciência do dever retamente cumprido, considere que é o começo da felicidade. Mas essa idéia simples sempre me atraia, talvez fosse à influência daquele velho empregado de meu Pai, que sempre solicito me atendia, apesar de sua idade e das dificuldades porque passava. Muito pobre, mas sempre afável querendo agradar o patrão. Era o companheiro de pescaria. Embora conservasse o hábito de pescar, parece que depois que o velhinho desencarnou, perdi aquele entusiasmo. Muitas vezes voltara àquele rio e sempre naqueles momentos de reflexão que se fica à espera do peixe buscar a isca, parece que ouvia a voz do bom velhinho e prestava bem atenção para que fluísse aquele prazer de ouvir no fundo da alma. Ouvir compassadamente a sua voz, somente quando despertava daquele torpor é que sua voz cessava. Era um doce enlevo, parece que voltava no tempo. Depois os negócios do mundo, a família, os compromissos de rotina, fizeram com que a vida de repente se transformasse, mas sempre lembrava com saudade daquela rotina de jovem que o tempo não consegue apagar. A vida fora cobrando o tributo. As dificuldades, os problemas de saúde, que muitas vezes mantinham-me na cidade, levavam-me sempre a refletir naquele mundo simples de outrora, junto àquelas pessoas também simples, porque havia entre os seus valores a idéia de agradar aos outros, sem servilismo, ou que esperasse alguma coisa em troca. Viviam e eram felizes pela alegria de viver. Tomava café em toda casa, onde era sempre recebido com muito carinho. Jovens, crianças, velhos e mulheres, sempre queriam conversar comigo, contar-me algo que acontecera, quando chegava nessas casas simples, sempre era motivo de alegria. Nesses momentos de conversação amigável e fraterna, pensava sempre comigo: é essa a vida que eu quero. Quando a idade foi chegando, mais me afeiçoava a essa gente daquele pequeno recanto do interior. Depois quando mais E MAIS... Eu sou Espírita Pág. 02 Elas Estão de Volta Pág. 07 A Dureza do Coração Pág. 08 velho tornei-me conselheiro de muita gente. Tinha opinião formada sobre muitos assuntos, desde os mais simples aos mais complexos. Aquela função, na verdade, tornava-me muito feliz, embora aqueles amigos abastados não concordassem que vivesse metido “com esse tipo de gente”. Embora soubesse nem por isso deixara de ser aquilo que julgava certo e mesmo porque me dava muita alegria, aquele convívio tão simples, sem nenhuma regra, a simpatia, o desinteresse. Quando mais idoso ficava, mais amigo daquela gente ficava, parecia até a minha própria família. Mesmo porque a esposa já desencarnara há algum tempo. Ficara viúvo e não quisera mais me consorciar, porque a lembrança da companheira era muito viva, e a sua imagem guardara na mente e no coração. Só esperava que o dia chegasse para o retorno à vida espiritual, para com ela me encontrar. Era isso exatamente o que pensava. E os dias foram passando naquele movimento de pessoas alegres, contentes e somente quando voltava ao leito é que podia realizar minhas reflexões íntimas. Pensava na querida esposa e pensava no momento que pudesse reencontrá-la. Afinal por muito tempo conseguira me equilibrar dentro de certo padrão de comportamento que permitisse acenar para um mundo melhor, com alguns méritos, mas isso sim fora o bastante para guardar a imagem constante do bem. Lembrava-me constantemente da mensagem de Jesus, sempre muito alentadora. Especialmente: “fazer aos outro o que quer para si”. Era o bastante para conservar a direção certa. Essa regra foi um condão de luz em minha vida, graça a Deus. Ambrósio. O TESTE DA CONVIVÊNCIA É sempre gratificante voltar ainda que em breves instantes ao convívio de pessoas interessadas numa convivência fraterna, conquanto situando nesta nova morada, ainda por algum tempo se guardará muitas reminiscências. Comigo não foi diferente. Especialmente aquela ação que se refere ao nosso comportamento diante do próximo. Como qualquer outra pessoa da minha posição, desfrutara de todas as regalias da opulência. Mas em verdade não consegui pertencer àquele mundo. Muito embora respirasse naquela atmosfera devido ao meu nascimento. Na verdade, sentia-me bem diante das pessoas simples, e especialmente daquelas que não tinham nada a oferecer. Gostava mesmo era da simplicidade. Quando convivia com essas pessoas por alguns momentos. Voltava reabastecido para casa e com o coração em paz, na suposição que aquele era o meu mundo. Mas, quando jovem participava das frivolidades do meu tempo. Nem poderia ser diferente. Agia de acordo com a exigência local e comum àquela época, aliás, o que conhecera e ouvira desde criança. MALA DIRETA BÁSICA 9912407377/2016 DR/MS Centro EspíritaVale da Esperança

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Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006 JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA ANO XII- N. 134* CAMPO GRANDE/MS * MARÇO DE 2017.

Deitar à noite com a consciência do dever retamente cumprido, considere que é o começo da felicidade.

Mas essa idéia simples sempre meatraia, talvez fosse à influência daquelevelho empregado de meu Pai, que sempresolicito me atendia, apesar de sua idade edas dificuldades porque passava. Muitopobre, mas sempre afável querendoagradar o patrão. Era o companheiro depescaria. Embora conservasse o hábito depescar, parece que depois que o velhinhodesencarnou, perdi aquele entusiasmo.

Muitas vezes voltara àquele rio esempre naqueles momentos de reflexãoque se fica à espera do peixe buscar aisca, parece que ouvia a voz do bomvelhinho e prestava bem atenção para quefluísse aquele prazer de ouvir no fundoda alma. Ouvir compassadamente a suavoz, somente quando despertava daqueletorpor é que sua voz cessava.

Era um doce enlevo, parece quevoltava no tempo. Depois os negócios domundo, a família, os compromissos derotina, fizeram com que a vida de repentese transformasse, mas sempre lembravacom saudade daquela rotina de jovem queo tempo não consegue apagar.

A vida fora cobrando o tributo. Asdificuldades, os problemas de saúde, quemuitas vezes mantinham-me na cidade,levavam-me sempre a refletir naquelemundo simples de outrora, junto àquelaspessoas também simples, porque haviaentre os seus valores a idéia de agradaraos outros, sem servilismo, ou queesperasse alguma coisa em troca. Viviame eram felizes pela alegria de viver.

Tomava café em toda casa, ondeera sempre recebido com muito carinho.Jovens, crianças, velhos e mulheres,sempre queriam conversar comigo,contar-me algo que acontecera, quandochegava nessas casas simples, sempre eramotivo de alegria. Nesses momentos deconversação amigável e fraterna, pensavasempre comigo: é essa a vida que eu quero.

Quando a idade foi chegando, maisme afeiçoava a essa gente daquele pequenorecanto do interior. Depois quando mais

E MAIS... Eu sou Espírita Pág. 02 Elas Estão de Volta Pág. 07 A Dureza do Coração Pág. 08

velho tornei-me conselheiro de muitagente. Tinha opinião formada sobremuitos assuntos, desde os mais simplesaos mais complexos. Aquela função, naverdade, tornava-me muito feliz, emboraaqueles amigos abastados nãoconcordassem que vivesse metido “comesse tipo de gente”. Embora soubessenem por isso deixara de ser aquilo quejulgava certo e mesmo porque me davamuita alegria, aquele convívio tãosimples, sem nenhuma regra, a simpatia,o desinteresse.

Quando mais idoso ficava, maisamigo daquela gente ficava, parecia atéa minha própria família. Mesmo porquea esposa já desencarnara há algumtempo. Ficara viúvo e não quisera maisme consorciar, porque a lembrança dacompanheira era muito viva, e a suaimagem guardara na mente e no coração.

Só esperava que o dia chegassepara o retorno à vida espiritual, para comela me encontrar. Era isso exatamente oque pensava.

E os dias foram passando naquelemovimento de pessoas alegres,contentes e somente quando voltava aoleito é que podia realizar minhas reflexõesíntimas.

Pensava na querida esposa epensava no momento que pudessereencontrá-la. Afinal por muito tempoconseguira me equilibrar dentro de certopadrão de comportamento quepermitisse acenar para um mundomelhor, com alguns méritos, mas issosim fora o bastante para guardar aimagem constante do bem.

Lembrava-me constantementeda mensagem de Jesus, sempre muitoalentadora. Especialmente: “fazer aosoutro o que quer para si”. Era o bastantepara conservar a direção certa. Essaregra foi um condão de luz em minhavida, graça a Deus.

Ambrósio.

O TESTE DA CONVIVÊNCIA

É sempre gratificante voltar aindaque em breves instantes ao convívio depessoas interessadas numa convivênciafraterna, conquanto situando nesta novamorada, ainda por algum tempo seguardará muitas reminiscências. Comigonão foi diferente. Especialmente aquelaação que se refere ao nossocomportamento diante do próximo.

Como qualquer outra pessoa daminha posição, desfrutara de todas asregalias da opulência. Mas em verdadenão consegui pertencer àquele mundo.Muito embora respirasse naquelaatmosfera devido ao meu nascimento.

Na verdade, sentia-me bemdiante das pessoas simples, eespecialmente daquelas que não tinhamnada a oferecer. Gostava mesmo era dasimplicidade. Quando convivia com essaspessoas por alguns momentos. Voltavareabastecido para casa e com o coraçãoem paz, na suposição que aquele era omeu mundo.

Mas, quando jovem participavadas frivolidades do meu tempo. Nempoderia ser diferente. Agia de acordocom a exigência local e comum àquelaépoca, aliás, o que conhecera e ouviradesde criança.

MALA DIRETABÁSICA

9912407377/2016 DR/MSCentro EspíritaVale da

Esperança

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Luzes do Amanhecer02E

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TE JORNAL LUZES DO AMANHECER

Redação:Otacir Amaral Nunes

Conselho Editorial:Luiz Antonio Costa

Carlos SanchesElisabeth Sanches

Jornalista Responsável:Márcio Rahal Costa

DRT 256 MTB/MS

Centro EspíritaVale da Esperança

Rua Colorado, 488B. Jardim CanadáCEP 79112-400

Campo Grande-MSFone: (67) 3201-0758

Endereço de CorrespondênciaRua Ouvidor, 180

B. Caiçara - CEP: 79090-180Campo Grande - MS

E-mail:[email protected]

Si te:www.luzesdoamanhecer.com

Tiragem: 1200 exemplaresImpressão: Gráfica Diogo

Diagramação:Juliano Barboza Nunes

(67)98105-1603 Whatsapp

EU SOU ESPÍRITA

ESTA RELIGIÃO MEEXPLICOU

Quem sou, de onde vim, paraonde vou e o que estou fazendo nesteplaneta.

ELA ME ENSINOU QUEÉ preciso olhar para dentro de

si, se compreender para podercompreender o próximo. Pois, se eutenho meus conflitos, falhas, erros,dificuldades, defeitos, com certeza,todos que convivem comigo nestemundo, também tem. Estamos todosna luta, numa guerra interior, brigandoconsigo mesmo para corrigir estasfalhas.

ENSINOU QUE LIVREARBÍTRIO

Não é propriedade minha, masde todos. Por isso devo respeitarquando alguém pensa e age diferentede mim. Não tenho o direito de impornada a ela. E quando uso mau estelivre arbítrio haverá uma consequênciaque terei de reparar nesta ou na outraencarnação. O plantio é livre mas acolheita obrigatória.

Que tenho direitos, mas tenhotambém OBRIGAÇÕES e que meudireito acaba quando começa o dopróximo.

QUE TODAS ASRELIGIÕES SÃO BOAS

E consequentemente, devorespeitá-las porque gosto querespeitem a minha.

QUE A SALVAÇÃO NÃODEPENDE DA RELIGIÃO

Mas da prática da caridadeconosco e com o próximo.

LOUVADO SEJA DEUS

O velho André era um escravoresignado e sofredor.

Certo dia, ele soube que Jesusnos ensinara a santificar o nome deDeus e prometeu a si mesmo jamaispraticar o mal.

Se o feitor da fazenda operseguia, André perdoava e dizia detodo o coração:

— Louvado seja Deus.Se algum companheiro

tentava-o a fugir das obrigações decada dia, considerando as injustiçasque os cercavam, ele dizia contar coma Bondade Divina, indicava o céu erepetia:

— Louvado seja Deus.Quando veio a libertação dos

cativos, o dono da fazenda chamou-oe disse-lhe que a pobreza e a doençalhe batiam à porta e pediu-lhe que nãoo abandonasse. Todos oscompanheiros se ausentaram,embriagados de alegria, mas Andréteve compaixão do Senhor, agorahumilhado, e permaneceu no serviço,imaginando que Deus estaria satisfeitocom o seu procedimento.

O proprietário da terra, poucoa pouco, perdeu o que possuía,arruinado pela enfermidade, mas ogeneroso servidor cuidou dele, até àmorte, afirmando sempre:

— Louvado seja Deus.

André estava cansado eenvelhecido, quando o antigo patrãofaleceu. Quis trabalhar, mas o corpoencarquilhado curvava-se para o chão,com muitas dores.

Esmolou, então, comhumildade e paciência e, de cada vezque recebia algum pão para saciar afome ou algum trapo para cobrir ocorpo, exclamava alegremente:

— Louvado seja Deus.Certa noite, muito sozinho,

com sede e febre, notou que alguémpenetrava em sua choça de palha.Quem seria?

Em poucos instantes, um anjoerguia-se à frente dele. Acanhado eaflito, quis falar alguma coisa, mas nãopôde. O anjo, porém, sorrindo,abraçou-o e exclamou:

- André, o nome de Nosso PaiCelestial foi exaltado por seu coraçãoe vim buscar você para que a sua vozpossa louvá-lo agora no céu.

No dia seguinte, o corpo dovelho escravo apareceu morto nachoupana, mas, sobre o teto rústico asaves pousavam, cantando, e muitagente afirmou que os passarinhospareciam repetir:

— Louvado seja Deus!

Livro Pai NossoPelo Espírito de Meimei

Francisco Candido Xavier

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Luzes do Amanhecer 03

pratica. Desses males é que surgemas injustiças, as guerras, ascalamidades, as opressões dosdominadores e as incontáveisenfermidades.

Deus na Sua infinita bondadecolocou o remédio ao lado do mal;remédio que surge quando o homemse cansa pelo excesso do mal e sentea necessidade de combater esse malmoral, mudando de vida, percebendoque onde não há o bem, impera o mal.Também por essa infinita bondadeDeus só quer o bem; o mal procedede nós mesmos, mas felizmente, como bom uso do livre-arbítrio, podemosevita-lo.

Na questão nº 630 e seguintesdo “O livro dos Espíritos” AllanKardec questiona como se podedistinguir o bem do mal, e os imortaisresponderam que o bem é tudo o queé conforme a lei de Deus, e o mal étudo o que lhe é contrário.

Para não se enganar entre oque é o bem e o mal, citaram oensinamento de Jesus que diz parafazermos ao próximo tudo o quegostaríamos que ele nos fizesse.Alertam também que os Espíritosforam criados simples e ignorantes eDeus deixa que eles escolham seucaminho; tanto pior para eles se tomamo caminho do mal.

Crispim.

Referências bibliográficas:•O livro dos Espíritos. Allan

Kardec.

O BEM E O MAL

A primeira pergunta de “O Livrodos Espíritos” é sobre a divindade,onde o glorioso codificador AllanKardec interroga os Espíritossuperiores a respeito do que seriaDeus, e eles responderamcategoricamente ser Ele a inteligênciasuprema e a causa primária de todasas coisas.

Deus então, como princípio detodas as coisas, tem seus atributoselevados a um grau infinito, sendoinfinitamente bom, sábio, justo e porser a inteligência suprema, não poderiacriar nada que fosse ininteligente, mauou mesmo injusto.

Assim, o mal que percebemosnão pode ser Sua criação; mas quementão criou o mal (físico ou moral) quenos aflige, senão nós mesmos?

Existem males que nãopodemos evitar, como os flagelosnaturais (terremotos, tsunamis,enchentes etc.) e costumamos acharmalefício onde bem provavelmenteexista benefício futuro, que nãocompreendemos por conta de nossasfaculdades ainda obtusas e restritas.

Até mesmo tais males terãoseus efeitos minorados, diminuídos como uso da inteligência que Deus nos deu,aplicando a ciência para sanar oucontornar esses problemas.

Existem ainda os males criadospelo homem, e são em maior número,por seus vícios oriundos do seuorgulho, da sua vaidade, da suaambição e de todos os excessos que

QUE O PRÓXIMO É qualquer pessoa que convive

conosco neste planeta, seja ele deoutra religião, de outra raça,heterossexual ou homossexual, rico oupobre. Enfim, devemos ajudar econviver bem, respeitando, sempreconceito.

QUE CARIDADENão é só a esmola, mas também

a tolerância, a paciência, o abraçoamigo, a mensagem consoladora, avisita ao doente, uma prece, etc ...

QUE SER CRISTÃOVai além de cultos externos, de

rótulo religioso, de declarações deamor vazias sem a prática dosensinamentos do Cristo, enfim, que afé sem obras é morta.

ENSINOU QUE O JESUSDO ESPÍRITA

Não é visto apenas cominteresse de pedir, mas de ensinar e queserve de GUIA e MODELO a serseguido.

COM ESTA COMPREENSÃO,de saber que cada um está num graude evolução.

Que temos um passadoreencarnatório que está presente nestaencarnação.

Que estamos resgatando ereparando erros.

Que convivemos na família comafetos e desafetos, para aprendermosa AMAR, para nos reconciliarmos eperdoarmos...

ALIVIA e DÁ FORÇAS paraseguir em frente buscando ser hojemelhor do que ontem, E TENTARSER AMANHÃ MELHOR DO QUEFUI HOJE.

*Essa é a minha Cartilha deVida, difícil de ser seguida epraticada, mas dela eu me alimentotodos os dias, na busca incessantede me tornar uma pessoa melhor!*

Fonte: Amigos Chico Xavier

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Luzes do Amanhecer04

ESPAÇO CHICO XAVIER

TEMA: SENSAÇÕES EPERCEPÇÕES DOSESPÍRITOS

Sofrem os Espíritos? Quesensações experimentam? Taisquestões nos são naturalmentedirigidas e vamos tentar resolvê-las.Inicialmente devemos dizer que,para isso, não nos contentamos comas respostas dos Espíritos. De certamaneira, através de numerosasobservações, tivemos queconsiderar a sensação com o fato.6

Após essas considerações, registradaspor Kardec na Revista Espírita de1858, mês de dezembro, oCodificador pede ao Espírito São Luizexplicações sobre a penosa sensaçãode frio que um Espírito dizia sentir.Esse relato intrigou Kardec de talforma que o levou a indagar de SãoLuiz: Concebemos os sofrimentosmorais, como pesares, remorsos,vergonha; mas calor e frio, a dorfísica, não são efeitos morais;experimentariam os Espíritos taissensações?7 O Espírito, então, lherespondeu com outra pergunta: Tuaalma sente frio? Não; mas temconsciência da sensação que agesobre o corpo.7 Refletindo sobre essasinformações Kardec conclui: Dissoparece resultar que esse Espírito deavarento não sentia frio real, mas alembrança da sensação do frio quehavia suportado e essa lembrança,tida por ele como realidade,tornava-se um suplício.7 No entanto,o benfeitor espiritual enfatiza: É maisou menos isso. Fique bem

entendido que há uma distinção, quecompreendeis perfeitamente, entre ador física e a dor moral; não se deveconfundir o efeito com a causa.7

O corpo é o instrumento dador. Se não é a causa primária destaé, pelo menos, a causa imediata. Aalma tem a percepção da dor: essapercepção é o efeito. A lembrançaque da dor a alma conserva pode sermuito penosa, mas não pode teração física. De fato, nem o frio, nemo calor são capazes de desorganizaros tecidos da alma, que não ésuscetível de congelar-se, nem dequeimar-se. Não vemos todos osdias a recordação ou a apreensão deum mal físico produzirem o efeitodesse mal, como se real fora? Nãoas vemos até causar a morte? Todagente sabe que aqueles a quem seamputou um membro costumamsentir dor no membro que lhes falta.Certo que aí não está a sede, ou,sequer, o ponto de partida da dor.Oque há, apenas, é que o cérebroguardou desta a impressão. Lícito,portanto, será admitir-se que coisaanáloga ocorra nos sofrimentos doEspírito após a morte. Um estudoaprofundado do perispírito, que tãoimportante papel desempenha emtodos os fenômenos espíritas; nasaparições vaporosas ou tangíveis;no estado em que o Espírito vem aencontrar-se por ocasião da morte;na idéia, que tão frequentementemanifesta, de que ainda está vivo;nas situações tão comoventes quenos revelam os dos suicidas, dossupliciados, dos que se deixaramabsorver pelos gozos materiais;

e inúmeros outros fatos, muita luzlançaram sobre esta questão, dandolugar a explicações que passamosa resumir.1

As sensações e percepçõessentidas e relatadas pelos Espíritos sãomediadas pelo perispírito [...], oprincípio da vida orgânica, porémnão o da vida intelectual, que resideno Espírito. É, além disso, o agentedas sensações exteriores. No corpo,os órgãos, servindo-lhes decondutos, localizam essassensações. Destruído o corpo, elasse tornam gerais. Daí o Espírito nãodizer que sofre mais da cabeça doque dos pés, ou vice-versa. Não seconfundam, porém, as sensações doperispírito, que se tornouindependente, com as do corpo.Estas últimas só por termo decomparação as podemos tomar enão por analogia. Liberto do corpo,o Espírito pode sofrer, mas essesofrimento não é corporal, emboranão seja exclusivamente moral,como o remorso, pois que ele sequeixa de frio e calor. Também nãosofre mais no inverno do que noverão: temo-los visto atravessarchamas, sem experimentaremqualquer dor. Nenhuma impressãolhes causa, conseguintemente, atemperatura. A dor que sentem nãoé, pois, uma dor física propriamentedita: é um vago sentimento íntimo,que o próprio Espírito nem semprecompreende bem, precisamenteporque a dor não se acha localizadae porque não a produzem agentesexteriores; é mais umareminiscência do que uma realidade,

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Caderno - O que o Espiritismos ?

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Luzes do Amanhecer 05

reminiscência, porém, igualmentepenosa. Algumas vezes, entretanto,há mais do que isso, como vamosver. 2

Nos dias atuais, este assunto éde fácil assimilação, mesmo para ocidadão comum, devido ao progressoalcançado pelas ciências psíquicas noséculo vinte e no atual. Este fato, aliás,nos faz refletir sobre a incrívelcapacidade de análise de Kardec, poissem contar com os conhecimentos quetemos nos dias atuais, conseguiucompreender nitidamente o assunto.Continuando com as explicações,esclarece-nos o Codificador: Ensina-nos a experiência que, por ocasiãoda morte, o perispírito se desprendemais ou menos lentamente docorpo; que, durante os primeirosminutos depois da desencarnação,o Espírito não encontra explicaçãopara a situação em que se acha. Crênão estar morto, por isso que sesente vivo; vê a um lado o corpo,sabe que lhe pertence, mas nãocompreende que esteja separadodele. Essa situação dura enquantohaja qualquer ligação entre o corpoe o perispírito. Disse-nos, certa vez,um suicida: “Não, não estoumorto.” E acrescentava: “Noentanto, sinto os vermes a meroerem.” Ora, indubitavelmente, osvermes não lhe roíam o perispíritoe ainda menos o Espírito; roíam-lheapenas o corpo. Como, porém, nãoera completa a separação do corpoe do perispírito, uma espécie derepercussão moral se produzia,transmitindo ao Espírito o queestava ocorrendo no corpo.Repercussão talvez não seja o termopróprio, porque pode induzir àsuposição de um efeito muitomaterial. Era antes a visão do quese passava com o corpo, ao qualainda o conservava ligado operispírito, o que lhe causava ailusão, que ele tomava porrealidade. Assim, pois, não haveriano caso uma reminiscência,porquanto ele não fora, em vida,roído pelos vermes: havia osentimento de um fato daatualidade. Isto mostra quededuções se podem tirar dos fatos,quando atentamente observados.

Durante a vida, o corporecebe impressões exteriores e astransmite ao Espírito por intermédiodo perispírito, que constitui,provavelmente, o que se chamafluido nervoso. Uma vez morto, ocorpo nada mais sente, por já nãohaver nele Espírito, nem perispírito.Este, desprendido do corpo,experimenta a sensação, porém,como já não lhe chega por umconduto limitado, ela se lhe tornageral. Ora, não sendo o perispírito,realmente, mais do que simplesagente de transmissão, pois que noEspírito é que está a consciência,lógico será deduzir-se que, sepudesse existir perispírito semEspírito, aquele nada sentiria,exatamente como um corpo quemorreu. Do mesmo modo, se oEspírito não tivesse perispírito, seriainacessível a toda e qualquersensação dolorosa. É o que se dácom os Espíritos completamentepurificados. Sabemos que quantomais eles se purificam, tanto maisetérea se torna a essência doperispírito, donde se segue que ainfluência material diminui à medidaque o Espírito progride, isto é, àmedida que o próprio perispírito setorna menos grosseiro.3

Dizendo que os Espíritos sãoinacessíveis às impressões damatéria que conhecemos, referimo-nos aos Espíritos muito elevados,cujo envoltório etéreo não encontraanalogia neste mundo. Outro tantonão acontece com os de perispíritomais denso, os quais percebem osnossos sons e odores, não, porém,apenas por uma parte limitada desuas individualidades, conforme lhessucedia quando vivos. Pode-se dizerque, neles, as vibrações molecularesse fazem sentir em todo o ser e lheschegam assim ao sensoriumcommune, que é o próprio Espírito,embora de modo diverso e talvez,também, dando uma impressãodiferente, o que modifica apercepção. Eles ouvem o som danossa voz, entretanto noscompreendem sem o auxílio dapalavra, somente pela transmissãodo pensamento. Em apoio do que

dizemos há o fato de que essapenetração é tanto mais fácil,quanto mais desmaterializado estáo Espírito. Pelo que concerne àvista, essa, para o Espírito,independe da luz, qual a temos. Afaculdade de ver é um atributoessencial da alma, para quem aobscuridade não existe. É, contudo,mais extensa, mais penetrante nasmais purificadas. A alma, ou oEspírito, tem, pois, em si mesma, afaculdade de todas as percepções.Estas, na vida corpórea, seobliteram pela grosseria dos órgãosdo corpo; na vida extracorpórea sevão desanuviando, à proporção queo invólucro semimaterial se eteriza.4

Podemos, então, concluir com Kardec:Os Espíritos possuem todas aspercepções que tinham na Terra,porém em grau mais alto, porqueas suas faculdades não estãoamortecidas pela matéria; eles têmsensações desconhecidas por nós,vêem e ouvem coisas que os nossossentidos limitados nos não permitemver nem ouvir. Para eles não háobscuridade, excetuando-se aquelesque, por punição, se achamtemporariamente nas trevas.5

REFERÊNCIAS

1. KARDEC, Allan. O livro dosespíritos. Tradução de Guillon Ribeiro.91.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007,questão 257, comentário, p. 188-189.2. ______. p. 189-190.3. ______. p. 190-191.4. ______. p. 192.5. ______. O que é o espiritismo.Tradução de Guillon Ribeiro. 55.ed.Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 2(Noções elementares de Espiritismo),item 17 (Dos Espíritos), p. 172.6. ______. Revista espírita. Jornal deestudos psicológicos. Ano 1858.Tradução de Evandro Noleto Bezerra.Poesias traduzidas por Inaldo LacerdaLima. Rio de Janeiro: FEB, 2004. AnoI, dezembro de 1858, n.º 12, Item:Sensações dos espíritos, p.498.7. ______. p. 499.

(ESDE)

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Luzes do Amanhecer06

IRMÃS FOX

Há 158 anos, num lugarejodenominado Hydesville, condado deWayne, Estado de Nova York,Estados Unidos da América do Norte,exatamente em 1848, ocorreram osprimeiros fenômenos organizados,provocados pelos Espíritos, tendo porobjetivo unir os homens pelaconsciência de seus destinos imortais.

Naquele dia, à noite, estandoa família Fox (John Fox, sua esposa eduas filhas – Margareth Fox e KateFox) a dormitar, eis que se ouviramfortes batidas nas portas, nas paredes,em algumas ocasiões verdadeirosestrondos pela casa toda.

Segundo descrição dapesquisadora Emma Hardinge, no seulivro História do ModernoEspiritualismo Americano,publicado em 1870, essas pancadastiveram início em fins de 1844, quandona referida cabana residia a família Bell,e continuaram com a saída desta e achegada dos Fox, em 11 de dezembrode 1847.

Porém, foi em 1848 que ocorreua primeira conversação inteligenteentre os chamados “vivos e mortos”.Foram os anos de 1848-49, noentanto, conforme esclarecimentos deEugène Nus, na obra Coisas do OutroMundo, a “fase de incubação domoderno espiritualismo, que daria,mais tarde, surgimento ao Espiritismoem toda a Europa”.

Afirmam alguns historiadoresque, naquela noite de 31 de março de1848, quase sem conseguir conciliaro sono, a família Fox recolheu-secedo, agora com as duas meninas, porreceio, dormindo no quarto dos pais.

Foi quando as pancadasaumentaram de intensidade, fazendotremer os próprios móveis. Essasbatidas já haviam sido percebidas poranteriores inquilinos da cabana, comoos Bell (1844-46) e os Weeckman(1846-47), mas intensificaram naquelanoite histórica para o Espiritismo,ocasião em que uma delas, tentandoidentificar a procedência dos raps,começou a tamborilar com os dedossobre um dos móveis, procurando falarcom o suposto autor das mesmas,através de pancadas.

– Sr. Pé-Rachado, faça o queeu faço.

Outras batidas são feitas e odiálogo prossegue, agora com a ajudade Margareth. Chamados os vizinhos,que julgavam estar a cabana sendo“visitada” por “almas do outro mundo”,realizaram algumas “sessões”, visandodescobrir o “autor” ou “autores”daqueles estrondos.

Numa dessas “sessões”, umdos pesquisadores descobriu que o“brincalhão” nada mais era que oEspírito de um mascate, de nomeRosma, indicando ter sido assassinadohá cinco anos naquela cabana, quandodesencarnara esfaqueado, após serroubado, tendo seu corpo sidoenterrado na adega da casa.

Os acontecimentos deHydesville foram, assim, os primórdiosdos fenômenos espíritas inteligentesque, ajudados por médiuns, ecodificados por Allan Kardec, vieramdar forma à Doutrina dos Espíritos, quehoje se espalha por todo o mundo,esclarecendo-nos e fortalecendo-nosem Deus, em Cristo e na Caridade.

Editorial Rildo Gomes Mouta(Revista Espirita)

MÃOS LIMPAS

“E Deus pelas mãos dePaulo fazia maravilhasextraordinárias.” — (ATOS,capítulo 19, versículo 11.)

O Evangelho não nos diz quePaulo de Tarso fazia maravilhas, masque Deus operava maravilhasextraordinárias por intermédio dasmãos dele.

O Pai fará sempre o mesmo,utilizando todos os filhos que lheapresentarem mãos limpas.

Muitos espíritos, maisconvencionalistas que propriamentereligiosos, encontraram nessa notíciados Atos uma informação sobredeterminados privilégios que teriamsido concedidos ao Apóstolo.

Antes de tudo, porém, épreciso saber que semelhanteconcessão não é exclusiva. A maioriados crentes prefere fixar o Paulosantificado sem apreciar o trabalhadormilitante.

Quanto custou ao Apóstolo alimpeza das mãos?

Raros indagam relativamente aisso.

Recordemos que o amigo dagentilidade fora rabino famoso emJerusalém, movimentara-se entreelevados encargos públicos, detiveradominadoras situações; no entanto,para que o Todo-Poderoso lheutilizasse as mãos, sofreu todas ashumilhações e dispôs-se a todos ossacrifícios pelo bem dos semelhantes.

Ensinou o Evangelho sobzombarias e açoites, aflições epedradas. Apesar de escreverluminosas epístolas, jamais abandonouo tear humilde até à,velhice do corpo.

Considera as particularidadesdo assunto e observa que Deus ésempre o mesmo Pai, que amisericórdia divina não se modificou,mas pede mãos limpas para os serviçosedificantes, junto à Humanidade.

Tal exigência é lógica enecessária, pois o trabalho doAltíssimo deve resplandecer sobre oscaminhos humanos.

(Caminho, Verdade e Vida -Emmanuel - Chico Xavier - Nº 77)

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Luzes do Amanhecer 07

ELAS ESTÃO DE VOLTA

Com elas, as risadas, aalgazarra, a vida estuante, plena deforça e vigor. Sim, as crianças voltamàs aulas e, nós horários de entrada esaída, as ruas ficam mais bonitas, maiscoloridas.

É uma gama enorme deemoções que nos visita a alma,lembranças abençoadas de um passadojá bem distante, e o futuro que sorripromessas com a esperança derecomeço.

A reencarnação é Lei Divina,com ela tudo se ajusta, tudo tem umarazão de ser. Olhando os pequenosescolares, recordamos que, um dia,estaremos de retorno à vida intensa deuma nova existência. O recomeço paraos que já buscam o sentido superior davida, e um novo programa para os queprecisam pensar em reabilitação, tudo,porém, somado significa esperança, solque se levanta oferecendo ao calcetaa chance de se aproximar de Deus.

Quando paramos paraobservar os passos incertos dospequenos, praticamente arrastadospelas mãos dos adultos que os levampara a escola, a mochila maior do queeles colocada nos ombros

frágeis, faz-nos pensar na necessidadede se divulgar mais intensamente areencarnação, informando como éessencial para os que recomeçam operíodo da infância. As chaves de maiore mais estreita convivência com os pais,as descobertas a respeito das coisasmais importantes da vida, o sentido deproteção e respeito nessa fase detamanha dependência, tudo importa emganho para o espírito que recomeça.

Quando pais e professoresentenderam a riqueza escondida portrás dos cândidos olhos de uma criança,as infinitas possibilidades de se formarum cidadão digno, se convenientementeorientado nessa quadra da existência, ofuturo será uma festa, onde o serhumano, valorizado em suaspossibilidades, edificará o mundo de pazque almejamos.

A reencarnação sempreconstitui um grande desafio. Vale,portanto, dar-lhe o valor que merece,investido nas crianças em termoseducacionais, mormente no lar, onde operíodo de total dependência nos dá achance de orientá-las com carinho eatenção. Reencarnar não deixa de seruma fascinante experiência peloinusitado da jornada. Retornamos comconhecimento de causa para, em

seguida, esquecer todos oscompromissos, contando apenas comas inclinações de cerviz, que ditaramos passos para as quedas ou vitórias; aescolha é pessoal.

Se não houvesse esse processode evolução para o homem, a vida seriadestituída de lógica, não haveria formalúcida para explicar os desníveis sociaisou a disparidade de possibilidadesabençoando a uns e outros, emdetrimento de outros tantos. Todavianão nos esqueçamos de que, emqualquer experiência que seja encetada,nunca faltará à proteção, o amparo dosbenfeitores amigos que velam portodos.

Neste mês de março,recordando o nascimento doneoespiritualismo no ano de 1848, e oretono de Allan Kardec à vida espiritualem 1869, depois de legar à Humanidadeo mais notável acervo de informaçõesa respeito do homem - sua origem, arazão de estar na terra e o seu futuro -, pensemos, com carinho, nos destinosdessa meninada que caminha para aescola, enfeitando a vida e esperandode nós respeito, amor e proteção.

Revista Cultura EspiritaAna Guimarães (RJ)

NOVA OPORTUNIDADE

Abre-se um novo dia onde devefazer para uma profunda reflexão, maso que se fará da vida?

Certo que depois desses brevesmomentos que se está vivendo. Um diasoará a hora de partida e deverá seapresentar diante de sua própriaconsciência. Apresentar-se-á nessaoutra margem da vida descuidadocomo sempre fora, e de repente semtomar qualquer nota e sem aviso prévio,parte rumo ao lar maior.

Mas aquele que nada fez parafazer essa viagem obrigatória, não sepreparou e de repente é dada a ordem

de partida. E não poderá mais contarcom tempo algum, certamente do lugarque estiver e com as posses que tiverdeverá partir.

Quantos acontecimentos dessanatureza ocorrem todo o dia, quantosacidentes imprevistos, quantas pessoassaem de casa e não retorna maisencarnada. Talvez aquele último abraçonos seres queridos, últimas palavrastalvez até o caso de haver pedidoperdão.

Mas de repente essa notíciapode ocorrer e devem estar todospreparados para esse retorno à vidaespiritual, por isso devem se preocuparcom a bagagem. É algo muito sério

que poucas pessoas pensam nessecaso, mas é algo que fatalmenteocorrerá.

Por isso, preste mais atenção noque faz dos seus dias, porque tambémde repente, pode estar de partida elembre-se que deve ter algo em suabagagem, especialmente porqueaportará numa outra vida, sem recursos.Certamente pode ter que acampar norelento.

É também a história de muitosque viveram somente para matéria.Lembre-se a vida não espera.

Mensagens - Amor e SensibilidadeOtacir Amaral Nunes

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Luzes do Amanhecer08

A DUREZA DE CORAÇÃO

Há muito tempo passado viviaperto de uma pequena cidade do interior,um homem chamado João da Silva,franzino, pouca conversa, pareciaconcentrar dentro de si algum problemamuito sério, porque a verdade parece quevivia isolado do mundo, embora tivessefamília, parece que o seu mundo era o queimportava.

Este homem fora criado num mundomuito hostil, talvez por isso queguardasse, quem sabe. Um profundoressentimento. Os pais tinham umapropriedade rural. O pai muito severo. Osfilhos foram criados com o maior rigor,sequer tinham o direito de se dirigir aopai, primeiro tinham que falar com a mãe,para que ela num momento oportunopudesse dizer alguma coisa.

A mãe muito submissa aprenderadesde cedo a obedecer ao esposo, mesmoporque conhecia lhe o carátervoluntarioso. Não ousava levantar a voz.Mas submissa obedecia, simplesmente.Não que maltratassem os filhosfisicamente, mas os tratava de tal maneiraque criança era criança, e só tinha queobedecer e nada mais. Era feito somente oque o pai determinasse. A opinião domarido é que valia.

Ai se a esposa fosse dar qualqueropinião em outros assuntos que não fosseos estritamente de casa. Ouvira certa feitatão severa reprimenda, que jamais ousaramanifestar qualquer opinião, ainda quandose julgava no direito de fazê-lo.

João criara-se naquele ambiente,sem qualquer liberdade de expressão,sofrendo, inclusive punições injustas,ficava revoltado, mas não ousava reclamar,com isso foi criando uma revolta íntima,porém não a manifestava, mas sentia quejá fazia parte de sua personalidade.

A verdade que só valia o que o paipensava. Completou a maioridade e casou-se com a filha de um fazendeiro vizinho,que fora morar com o sogro, umapropriedade muito bem cuidada, além deque era filha única.

Embora os pais da esposa e aesposa fossem mais expansivos, masguardou aquela severidade queaprendera. Não tinha compaixão deninguém. Muito embora a vida que tiverapudesse ser uma lição, mas em vez de terum caráter mais ameno, herdou do paiaquela maneira rude de ser e de tratar aspessoas.

Parecia ser uma necessidadedaquele espírito. Talvez no fundo não fossemau, talvez mal orientado desde criança, sóconhecera atitudes ríspidas, não poderia serde outra maneira. Quem sabe o exemplo dopai que lhe moldara a personalidade, aliás,como é tão comum ver em toda parte. Oegoísmo dominava as suas atitudes.Pensava sempre em si em primeiro lugar. Osoutros, mesmos os familiares ficavam paradepois. Se ele estivesse bem, era o queimportava.

Depois de alguns anos o sogrodesencarnara. Ficara dono de tudo…tornou-se o proprietário daquela grandefazenda. Quando tinha alguns empregadossempre os tratavam com a maior severidade,parece que a rudeza se instalara no fundodaquele caráter e não havia como mudar.Por mais que tivesse sofrido tanto quandovivera na dependência do Pai, estava emcondições de compreender o outro quepassavam por dificuldades maiores também.Essa atitude truculenta acompanhou até amorte.

Assim que muitos empregadospassaram por ali, sem conseguiremcompreender nem se adaptar aquele tipo depessoa. Porém, um desse conseguiu ficarpor mais tempo, mas devido umaenfermidade, este veio a desencarnarnaquela propriedade. Ficara a viúva e trêsfilhos pequenos, onde viviam em condiçõesquase subumanas.

Mas por aqueles fatos raros que sóparece acontecer uma vez na vida, resolveutrazer aquela pobre viúva com os filhos,mais para perto da fazenda, mesmo porquenão havia condições de ficar ondemoravam.

Seu sogro fizera uma casa para ocapataz antigo, mas este venceu o prazo detrabalho fora para outro lugar. E ficara a casasem ser habitada. Resolveu colocar aquelaviúva e filhos naquele lugar, com a condiçãoque pudesse ajudar nos afazeres da casado patrão. Prometendo dar lhe o sustento.

Embora essa viúva nãomanifestasse, era muito agradecida poraquele gesto do patrão, aliás, que até osvizinhos que o conhecia muito seadmiraram. Mas a verdade que esta senhorasempre pedia por ele a Deus, embora elemesmo jamais cogitasse de qualquer gestode gratidão. Mas a verdade que sempretivera abundância de alimento e até umrelativo conforto, como jamais sonhara.Trabalhava dia e noite, mas estava felizporque podia criar os filhos. Assim quecontinuava orando por aquele padrão.

Seus filhos cresceram, casaram eforam morar em outras propriedades, e elaacabou indo morar com a filha caçula quetambém fora à última a se casar. Antes desua partida, ainda assistiu o sepultamentodo patrão, que desencarnou tão enigmáticoquanto sempre fora. Como sem jamaisperder aquela severidade e não poupavaninguém.

A vida foi seguindo o seu curso, masa viúva agora já idosa sempre lembrava nopatrão com aquele sentimento de gratidão,pois que lhe dera acolhida na sua maiornecessidade. Ele de sua parte sequer deraimportância àquela pobre mulher,

como um animal qualquer que tinha algumaserventia, nada mais. Porque o que contavaera ele, os outros não tinham nenhumaimportância.

Teve seus momentos de glória,depois o declínio, a velhice, a enfermidadee a morte.

Como só plantara a dureza decoração, também fora tratado com a durezaque correspondente, porém chegou ummomento que começou a sentir uma sedede afeto, pensava em alguém que opudesse socorrê-lo, porque só ouvia a seurespeito sarcasmo e ironia. Detalhando osseus mais íntimos pensamentos.

De maneira que se via desnudodiante das criaturas mais vis. Pensou muito,lembrou no pai, na mãe, na esposa, masnão tinha coragem de pedir a quem querque fosse algo, pois que tratara todos commuita desumanidade. No fundo de suaconsciência, tinha vergonha, como se suaconsciência pudesse apresentar a suamemória todas aquelas pessoas que elehouvera maltratado.

Todos aqueles lhes contrariavaminteresses, agora reconhecia que muitoseram justos, e sentia-se envergonhado,afinal, depois de toda essa luta o querealmente ficou? Sentiu-se pobre demais.Pois que não tinha a quem recorrer, poisque ele fechara todas as portas. Agorapensava o que faria. Já havia muitos anosque sofria a solidão, as necessidades maiscomezinhas, alguém que pelo menosfalasse com ele e lhe dessa atenção, masninguém lhe oferecia nada. Em momentosparecia que enlouqueceria. Depois demuito sofrer. Finalmente começou a ouviruma voz que conhecia. Porém nãoconseguia lembrar e foi anunciado quegostaria de fazer-lhe uma visita, ele muitosurpreendido que alguém lhes desse umpouco de atenção.

Quando entra na sala aquelamulher, mas não na condição que vira deuma serviçal, mas como uma damadignamente vestida, informando que vieraagradecer-lhe por haver proporcionado oamparo naquele momento mais difícil desua vida. Dizer lhe da sua imensa gratidãopor haver dela se compadecido.

Ficou mudo por momento. Nãosabia o que falar, aliás, só tivera aquelegesto por interesse para servir em sua casae não ter de pagar nada. Baixouenvergonhado a cabeça, o que a nobresenhora compreendeu a razão doconstrangimento, disse-lhe de toda agratidão que lhe ia à alma e que estava alipara ajudá-lo se fosse o caso.

Mas aquele duro coração deontem, não sabia o que responder, porqueaté para ser reconhecido necessitava deexercício, e ele não tinha a menor aptidãopara ser grato àquela única pessoa que delese lembrou com amor no coração. Daqueledia em diante começou uma nova fase parao João da Silva.

Talvez existências penosas edifíceis o aguardassem. Só o tempo serácapaz de responder.

Mensagens - A Vida de Cada UmOtacir Amaral Nunes