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#147 EDIÇÃO OÁSIS MACARRÃO, UMA PREFERÊNCIA MUNDIAL As 12 comidas mais apreciadas em todo o mundo RETORNO À LIBERDADE A história da chimpanzé Wounda O NOVO MODELO CHINÊS A China será o novo ídolo das economias emergentes FESTA PAGÃ QUE SE TORNOU CRISTÃ NATAL

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#147

Edição Oásis

Macarrão, uMa preferência MundialAs 12 comidas mais apreciadas em todo o mundo

reTorno À liBerdadeA história da chimpanzé Wounda

o noVo Modelo cHinêSA China será o novo ídolo das economias emergentes

FEstA pAgã quE sE tornou Cristã

NATAL

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Editor

PEllEgriniLuis

H oje, tristemente, o natal está praticamente reduzido à con-dição banal – e até mesmo patológica – de festa dedicada ao consumismo e ao lucro dos comerciantes. Basta ver a corrida

neurótica às lojas, shoppings e supermercados ocorrida nos últimos dias, para a aquisição de objetos destinados a presentear parentes e amigos. objetos que, por força das leis implacáveis do tempo e do dinheiro, são comprados quase sempre à esmo, no exercício delirante do comprar pelo comprar e destinados ao presentear pelo presentear, apenas para cumprir uma tradição consumidora que foi ardilosamente arquitetada pelas cabe-ças pensantes do Sistema. É preciso esvaziar as prateleiras para que, em janeiro, comecem a ser novamente preenchidas por novas bugigangas nacionais ou importadas, sobretudo da China.

a ideia do natal como uma festa de encontro familiar e tribal, de aceitação e perdão, de brindes alvissareiros pelo bem estar próprio e o do próximo está cada vez mais distante e esquecida. Hoje, se pudessem declarar a verdade corajosa, muitos, talvez a maioria, diriam que por eles toda essa

A ideiA do NAtAl como umA festA de eNcoNtro fAmiliAr e tribAl, de AceitAção e perdão, de briNdes AlvissAreiros pelo bem estAr próprio e o do próximo

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Editor

PEllEgriniLuis

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agitação mercadológica travestida de festa religiosa simplesmente deixaria de existir.

É isso o que acontece quando as coisas se distanciam em demasia das suas origens, da sua identidade primordial, do verdadeiro sentido da sua existência. É isso o que acontece quando as coisas – e também as pessoas – passam a viver realidades falsas e hipócritas.

É bom, talvez, por isso tudo, relembrar as verdadeiras origens do natal. Ele é o que sobrou de uma das mais antigas e poderosas tradições do mundo pagão. Sim, do mundo e da cultura que existiam antes do advento da Era Cristã. É esse o tema da nossa matéria de capa. Confira.

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arece incrível, mas a escolha da data não tem nada a ver com o nascimento de Jesus. Os roma-nos aproveitaram uma impor-tante festa pagã realizada por

volta do dia 25 de dezembro e “cristianizaram” a data, comemorando o nascimento de Jesus pela primeira vez no ano 354. A tal festa pagã, chamada de Natalis Solis Invicti (“nascimen-to do sol invencível”), era uma homenagem ao deus persa Mitra, popular em Roma. As come-

morações aconteciam durante o solstício de inverno, o dia mais curto do ano. No hemis-fério norte, o solstício não tem data fixa - ele costuma ser próximo de 22 de dezembro, mas pode cair até no dia 25. A origem da data é essa, mas será que Jesus realmente nasceu no período de fim de ano? Os especialis-tas duvidam. “Entre os estudiosos do Novo Testamento e das origens do cristianismo, é consenso que ele não nasceu em 25 de dezem-bro”, afirma o cientista da religião Carlos Cal-das, da Universidade Mackenzie, em São Pau-lo. Na Bíblia, o evangelista Lucas afirma que Jesus nasceu na época de um grande recense-amento, que obrigava as pessoas a saírem do campo e irem às cidades se alistar. Só que, em dezembro, os invernos na região de Israel são rigorosos, impedindo um grande deslocamen-to de pessoas. “Também por causa do frio, não dá para imaginar um menino nascendo numa estrebaria. Mesmo lá dentro, o frio se-ria insuportável em dezembro”, diz Caldas. O mais provável é que o nascimento tenha ocor-rido entre março e novembro, quando o clima no Oriente Médio é mais ameno.

O Natal como dia do nascimento de Jesus Cristo surgiu em tempos bem mais recentes, ao redor do século 4 da nossa Era. Até então, essa era a data de algumas das mais impor-tantes celebrações do calendário pagão.

Penfeitar uma árvore, iluminar as casas e as ruas, trocar presentes, reunir a família e os amigos ao redor de uma farta ceia: são apenas algumas características do Natal herdadas de tradições pagãs muito mais antigas do que o próprio cristo

Por Luís PeLLegrini

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Tudo surgiu devido às muitas dúvidas relacionadas ao dia correto do nascimento de Jesus. Até hoje não existem refe-rências históricas precisas capazes de atestar essa data. Os próprios Evangelhos, surgidos 3 ou 4 séculos depois da sua morte, não fazem nenhuma referência nem ao dia, nem ao mês, nem ao ano em que o Senhor apareceu na Terra.

Nos primeiros séculos de sua existência, a jovem comu-nidade cristã não festejava o nascimento de Jesus. Com o transcorrer das décadas e dos séculos, à medida em que a

Igreja crescia e ganhava poder, surgiu a necessidade de conter e integrar os cul-tos pagãos – ainda muito numerosos na Europa e no Oriente Médio - e de englo-bá-los no seio da organização cristã. Ce-lebrar solenemente o dia do nascimento de Jesus foi uma das muitas medidas implementadas nesse sentido.

No início, as datas mais disparatadas fo-ram escolhidas para as comemorações: 6 de janeiro, 25 de março, 10 de abril, 29 de maio. A Igreja do Oriente se decidiu afinal pelo dia 6 de janeiro que era, para os gregos, o dia da Epifania (aparição) do deus Dionísio. A Igreja do Ocidente escolheu oficialmente a data de 25 de dezembro em meados do quarto século depois de Cristo. O objetivo da eleição era fazer coincidir o nascimento de Jesus com as festivi-

dades do solstício de inverno e do nascimento do Sol, fe-nômenos celebrados há tempos imemoriais pelos povos europeus.

Em ambos os casos, tudo que o cristianismo fez foi incor-porar no seu próprio calendário de celebrações as tradi-ções populares pré-existentes.

Os doutores da Igreja, na verdade, perceberam que os pró-prios cristãos manifestavam forte inclinação para aqueles festejos pagãos, e seria muito difícil desviá-los dessa ten-dência. Melhor seria trazer os cultos pagãos para dentro

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da Igreja, e dessa forma melhor controlá-los. Ficou assim estabelecido que a Natividade seria solenizada naquele dia e a Festa da Epifania no dia 6 de janeiro. Essa origem pagã da festa de Natal é reconhecida inclusive por Santo Agosti-nho, que exortava seus irmãos cristãos a não celebrarem o Sol naquele dia solene, como faziam os pagãos, e sim cele-brarem “Aquele que tinha criado o Sol”.

Essa mesma tática deu origem a muitas outras festas do calendário cristão, entre elas a Páscoa, as festas juninas, o Dia dos Mortos e o de Todos os Santos – todas elas eram festividades pagãs que foram incorporadas pela Igreja.

Ao redor do ano 1100, o Natal se tornara a festa religio-

sa mais importante em toda a Europa. Sua popularidade cresceu até a Reforma, quando muitos cristãos começa-ram a considerar o Natal uma festa pagã. Na Inglaterra e em algumas colônias americanas foi inclusive considerada manifestação fora da lei. Mas isso durou pouco. Logo o Natal reconquistou o primeiro posto entre as celebrações cristãs, sendo até hoje a festa mais amada.

No Natal, a festa cristã se entrecruza com a tradição popu-lar de origem pagã. Antes do Natal cristão, existia a Festa do Fogo e a do Sol, pois essa época do ano é a do solstício de inverno, ou seja, o dia mais curto do ano no hemisfério

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norte. A partir dessa data (ao redor do dia 22 de dezembro) as horas de luz começam a ser mais longas a cada dia.

Essa inversão astronômica da rota solar constitui o cerne da questão para todo aquele que deseja compreender o real por quê da escolha de 25 de dezem-bro como data do nascimento do Cristo. Essa inversão trará de volta a primavera dentro de 3 meses. Quase todas as culturas antigas festejavam o evento. Todas as atividades humanas (caça, pastoreio e agricultura) eram ligadas ao fim do inverno e ao alternar-se das estações. Nos meses mais frios as pessoas per-maneciam trancadas em casa, consumindo o alimento acumu-lando durante o ano, na esperan-ça de que as reservas fossem suficientes. Superar a metade do inverno era, portanto, motivo de regozijo e de esperan-ça de sobrevivência.

A festa do solstício cai no período entre 21 e 24 de dezem-bro por um simples motivo astronômico: nessa fase, aos olhos de um observador ou de um astrônomo, o sol parece ficar parado no horizonte, para depois inverter sua rota e retomar seu movimento em direção à primavera a partir do dia 25 de dezembro.

Dessa mesma origem deriva uma importante festa da Roma Antiga, celebrada a 25 de dezembro, a festa dedi-cada ao deus Mitra, divindade solar muito cultuada pe-los soldados e pelas populações das zonas de fronteira. A grande Festa do Sol, na mesma data, tinha a característica de integrar as religiões das diversas populações europeias sob o domínio do vasto império romano. Quase todas elas celebravam a 25 de dezembro o solstício de inverno. A fes-ta era muito parecida às atuais celebrações do Natal cris-tão, com ritos coletivos e festas familiares.

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Na Roma Antiga festejavam-se as Saturnálias em homena-gem a Saturno, deus da agricultura. Era um período de paz e de recolhimento (meio do inverno), quando as pessoas trocavam presentes, e amigos e familiares se reuniam em suntuosos banquetes. Os celtas, outra etnia majoritária na Europa naqueles tempos, festejavam por seu lado o pró-prio solstício de inverno.

No ano 274 depois de Cristo, o imperador Aureliano deci-diu que no dia 25 de dezembro fosse festejado o Sol.

Disso deriva a tradição do “tronco na-talício”, grande pedaço de madeira que nas casas deveria queimar durante 12 dias consecutivos e deveria ser preferi-velmente de carvalho, madeira propi-ciatória. Dependendo do modo como ela queimava, os romanos faziam pres-ságios para o futuro. Nos dias de hoje, o tronco natalício se transformou nas luzes e velas que enfeitam e iluminam as casas, árvores e ruas.

E a onipresente árvore de Natal? Tam-bém ela pertence à tradição pagã eu-ropeia. A imagem da árvore (especial-mente as que são perenemente verdes, resistentes ao inverno, como os pinhei-ros) constitui um tema pagão recorren-te, céltico e druídico, presente tanto no mundo antigo quanto no medieval, de onde foi assimilado pelo cristianismo.

A derivação do uso moderno dessas tradições, no entanto, não foi provada com certeza. Ela remonta seguramente pelo menos à Alemanha do século 16. Ingeborg Weber--Keller (professor de etnologia em Marburgo) já identifi-cou, entre as primeiras referências históricas da tradição, uma crônica de Bremen de 1570, segundo a qual uma ár-vore da cidade era decorada com maçãs, nozes, tâmaras e flores de papel. A cidade de Riga, na Letônia, é uma das que se proclamam sedes da primeira árvore de Natal da história (em Riga existe inclusive uma inscrição escrita em oito línguas, segundo a qual “a primeira árvore de fim-de--ano” foi enfeitada na cidade em 1510).

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odos já sabiam: o macarrão, “la pasta” para os italianos, é a cam-peão mundial da preferência em matéria de comida. 480 pessoas, de uma amostragem de 8 mil,

não hesitaram em coloca-la no topo da sua lista de pratos escolhidos. O infográfico aci-ma ajuda na compreensão e visualização da lista dos 12 pratos melhores classificados.

Depois da pasta, vem o arroz (450 votos) e

a pizza (409 votos). A seguir vem o fran-go (400 votos) e a carne (256 votos). As verduras são a comida preferida de 224 pessoas. Depois vem o bife com 221 votos. 210 pessoas, por seu lado, responderam que preferem comida chinesa e outras 193 votaram pela lasanha (que no fundo é um tipo de pasta).

Pasta, pizza, lasanha… a culinária italia-na parece não ter rivais nessa pesquisa de preferência alimentar. Mas o trabalho apresentou também algumas surpresas: depois do peixe, que obteve 160 votos, e antes dos crustáceos (137 votos), em oitavo lugar volta à superfície o adjetivo italia-no, simbolizado por um prato de spaghetti com almôndegas: a receita que os america-nos consideram o carro-chefe da cozinha italiana. Ele é, no entanto, quase desco-nhecido na Itália e conhecido sobretudo pelos ítalo-americanos de Nova York e pe-los fans do filme A Dama e o Vagabundo, um clássico de Walt Disney.

Tqual é o seu prato preferido? oito mil pessoas em todo o mundo responderam a essa pergunta, produzindo uma lista de 12 comidas. Algumas são fáceis de adivinhar, mas outras foram surpresa

Por: equiPe oásis Fonte: VisuaL.Ly

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AS 12 COMIDAS CAMPEÃSVotadas por

8 mil pessoas em 17 países diferentes

Pizza: Votada por 409 pessoas

Vegetais: Votados por 224 pessoas

Lasanha: Votada por 193 pessoas

Crustáceos: Votados por 137 pessoas

Pasta: Votada por 480 pessoas

Frango: Votado por 400 pessoas

Bife: Votado por 221 pessoas

Peixe: Votado por 160 pessoas

Arroz: Votado por 450 pessoas

Carne: Votada por 256 pessoas

Comida chinesa: Votada por 210

pessoas

Spaghetti com almôndegas:

Votado por 158 pessoas

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lRETORNO À LIBERDADEA história da chimpanzé Wounda

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ste vídeo documenta a ex-traordinária história da li-bertação de Wounda, um dos mais de 160 chimpanzés hóspedes do centro de rea-

bilitação de chimpanzés mantido pelo Jane Goodall Institute em Tchimpounga na Re-pública do Congo.

O trabalho de socorro e reabilitação de Wounda (cujo nome significa “à beira da

morte”), recuperada moribunda depois da morte da mãe pelas mãos de caçadores furtivos, encontrou um final com a sua reintrodução em uma floresta protegida. Após cuidar da saúde do animal, a vete-rinária espanhola Rebeca Atencia acom-panhou o retorno de Wounda para seu habitat natural. Para surpresa de todos, antes de ir embora, o chimpanzé abraçou a tratadora e Jane Goodall como forma de agradecimento e despedida.

Jane Goodall é um dos mais importantes e prolíficos primatologistas do mundo. Seus estudos sobre a etologia (ciência do com-portamento animal) dos chimpanzés são fundamentais para a correta compreensão da estrutura social e os comportamentos desses primatas.

Assista o video.Evídeo comovente da soltura de uma chimpanzé tratada no instituto de Jane Goodall, a célebre etologista inglesa e uma das maiores especialistas desses primatas em todo o mundo

Por: equiPe oásisVídeo: www.janegoodaLL.org/

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mundo desenvolvido apoia os ide-ais do capitalismo, democracia e direitos políticos para todos. Os que estão nos mercados emergen-tes raramente possuem este luxo. Nesta importante palestra, a eco-nomista Dambisa Moyo defende que o ocidente não pode se permi-

tir repousar com os seus troféus e imaginar que os demais países o seguirão cegamente.

O

A economista dambisa moyo fala de um novo modelo econômico mundial, cada vez mais atraente, desenvolvido pela china: um chamado à cooperação política e econômica de mente aberta, em nome de uma transformação mundial

Vídeo: ted-ideas worth sPreadingtradução: Leonardo CarVaLhoreVisão: ruy LoPes Pereira

Em contraponto, ela comenta um modelo econômico diferente, desenvolvido pela Chi-na, que se torna cada vez mais atraente. Um chamado à cooperação política e econômica de mente aberta, em nome de uma transfor-mação mundial.

Dambisa Moyo é uma especialista em eco-nomia mundial, famosa por suas análises na área da macroeconomia e temas globais. Ela examina a interação entre as economias das nações em rápido desenvolvimento, os negó-cios internacionais e a economia global, co-locando ênfase nas oportunidades de inves-timento. Dambisa viajou a mais de 60 países na última década, particularmente aos países membros do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China.

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Vídeo da da palestra de Dambisa Moyo ao TED

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Tradução integral da palestra de Dambisa Moyo

“Dê-me liberdade ou me dê a morte”. Quando Patrick Henry, o governador da Virgínia, disse estas palavras em 1775, ele nunca poderia ter imaginado o quanto elas iriam ecoar pelas futuras gerações de americanos. Naquele tempo, estas palavras eram re-servadas e disparadas contra os britânicos, mas nos últimos 200 anos, elas encarnam o que muitos ocidentais acreditam, que a liberdade é a maior dádiva, e que os melhores sistemas políticos e econômicos possuem a liberdade como parte integrante. Quem pode culpá-los? Nos últimos 100 anos, a combinação da democracia liberal e do capitalismo privado ajudou a catapultar os Estados Unidos e os países ocidentais a novos níveis de desenvolvimento econômico. Nos últimos cem anos, nos Estados Unidos, a renda aumentou 30 vezes, e centenas de milhares de pessoas saíram da pobre-za. Enquanto isso, o talento e a inovação americanos ajudaram a estimular a industrialização e também ajudaram na criação e construção de itens de utilidade doméstica, como refrigeradores e televisões, automóveis e até o celular que está em seu bolso. Não é nenhuma surpresa, então, que até nas profundezas das crises do capitalismo privado, o presidente Obama disse: “A questão diante de todos nós não é se o mercado é uma força do bem ou do mal. Seu poder de gerar riqueza e expandir a liberdade é incompará-vel.” Assim, há compreensivelmente, uma enraizada presunção entre os ocidentais de que todo o mundo decidirá por adotar o capitalismo privado como o modelo de crescimento econômico, de democracia liberal, e continuará a priorizar direitos políticos sobre os diretos econômicos.

Entretanto, para muitos que vivem nos mercados emergentes, isto é uma ilusão, e embora a Declaração Universal de Direitos Humanos, que foi assinada em 1948, tenha sido adotada de for-ma unânime, o que ela fez foi mascarar uma separação que surgiu entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento, e

as crenças ideológicas entre os direitos políticos e econômi-cos. Esta separação só tem aumentado. Hoje, muitas pesso-as que vivem nos mercados emergentes, onde vive 90% da população mundial, acreditam que esta obsessão ocidental com direitos políticos já passou da conta, e o que é realmen-te importante é entregar comida, abrigo, educação e saúde. “Dê-me liberdade ou me dê a morte” somente é bom quan-do você pode pagar por isso, mas se você vive com menos de 1 dólar por dia, você estará ocupado demais tentando sobreviver e cuidar da sua família, ao invés de gastar seu tempo por aí tentando proclamar e defender a democracia.

Agora, sei que muitas pessoas nesta sala e ao redor do mun-do irão pensar: “Bem, na verdade, isso é difícil de compre-ender”, pois o capitalismo e a democracia liberal são trata-dos como algo divino. Mas eu pergunto a vocês hoje: o que fariam se tivessem que escolher? Se tivessem que escolher

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Tradução integral da palestra de Dambisa Moyo

entre um teto sobre sua cabeça ou o direito de votar?Nos últimos 10 anos, eu tive o privilégio de viajar por mais de 60 países, muitos deles nos mercados emergentes, na América Lati-na, na Ásia, e no meu próprio continente, a África. Eu me encon-trei com presidentes, dissidentes, políticos, advogados, professo-res, doutores e pessoas nas ruas, e durante essas conversas, ficou claro para mim que muitas pessoas nos mercados emergentes acreditam que realmente há uma divisão acontecendo entre o que as pessoas acreditam ideologicamente, em termos de política e economia no Ocidente, e o que as pessoas acreditam no restante do mundo.Agora, não me entendam mal. Não estou dizendo que as pessoas que moram nos mercados emergentes não entendem a democra-

cia, nem estou dizendo que elas não gostariam de escolher seus presidentes e líderes. Claro que gostariam. No entanto, estou dizendo que, em suma, eles se preocupam mais com a melhoria da sua condição de vida e como seus governantes conseguirão isto, do que escolher ou não seus governantes através de democracia.O ponto principal é que isto se tornou uma questão preo-cupante, pois é a primeira vez, em muito tempo, que surge um desafio real para os sistemas ideológicos ocidentais de política e de economia, e este é um sistema encarnado pela China. Ao invés de terem um capitalismo corporativo, eles têm um capitalismo estatal. Ao invés de democracia liberal, eles reduziram a prioridade do sistema democrático. E eles também resolveram priorizar direitos econômicos sobre direitos políticos. E digo a você hoje que este sistema encar-nado pela China é que está ganhando força entre as pessoas nos mercados emergentes como um sistema a ser seguido, porque eles acreditam cada vez mais que este sistema pro-mete obter os melhores e mais rápidos avanços nos padrões de vida, no menor tempo. Se me permitem, gastarei algum tempo explicando primeiramente por que, do ponto de vista da economia, eles chegaram a esta crença.

Primeiramente, é o desempenho econômico da China nos últimos 30 anos. Ela foi capaz de produzir crescimento eco-nômico recorde e retirar uma quantidade considerável de pessoas da pobreza, colocando especificamente um corte na pobreza, retirando mais de 300 milhões de pessoas da mi-séria. Não somente na economia, mas também nos padrões de vida. Podemos ver que, na China, 28% das pessoas tive-ram acesso ao ensino médio. Hoje, está próximo de 82%. Então, em sua totalidade, os avanços econômicos foram bastante significativos.

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Tradução integral da palestra de Dambisa Moyo

Segundo, a China foi capaz de melhorar significativamente sua desigualdade de renda sem mudar sua estrutura política. Hoje, Estados Unidos e China são as duas maiores economias do mun-do. Eles possuem sistemas políticos muito diferentes e sistemas econômicos diferentes, um com capitalismo privado e o outro com capitalismo estatal. De toda forma, estes dois países têm o mesmo Coeficiente de GINI, que é um índice do nível de distribui-ção de renda. Entretanto, o que é mais perturbador é que a dis-tribuição de renda na China tem melhorado nos últimos tempos, enquanto nos Estados Unidos tem piorado.

Terceiro, as pessoas nos mercados emergentes observam o incrí-vel e lendário crescimento de sua infraestrutura. Não se trata ape-nas da China construir estradas, portos e ferrovias dentro de suas próprias fronteiras. Ela foi capaz de construir 85 mil quilômetros de rodovias, ultrapassando os Estados Unidos. Mas, mesmo que você veja lugares como a África, a China foi capaz de ajudar a as-faltar a distância entre a Cidade do Cabo e o Cairo, o que corres-ponde a 14.500 quilômetros, ou 3 vezes a distância entre Nova Iorque e a Califórnia. Bem, isso é algo que as pessoas podem ver e apontar. Talvez não seja surpresa que numa pesquisa Pew, em 2007, quando entrevistados, africanos de 10 países disseram que eles acreditavam que os chineses estavam fazendo coisas incríveis para melhorar seus modos de vida, por uma ampla margem de 98%.

Finalmente, a China está provendo soluções inovadoras para ve-lhos problemas sociais que o mundo enfrenta. Se você viajar para Mogadíscio, Cidade do México ou Mumbai, você verá que a infra-estrutura e a logística precárias continuam sendo uma barreira para fazer chegar medicamentos e cuidados médicos nas áreas rurais. Contudo, através de uma rede de empresas do governo,

os chineses puderam ir até estas áreas rurais, usando suas companhias para ajudar a distribuir as soluções para a saú-de.

Senhoras e senhores, não é nenhuma surpresa que, em todo o mundo, as pessoas apontem para o que a China faz e di-gam: “Eu gosto disso. Eu quero isso. Quero poder fazer o que a China está fazendo. Este é o sistema que parece fun-cionar.” Estou aqui também para dizer a vocês que muitas mudanças estão acontecendo em torno do que a China esta fazendo na postura democrática. Em particular, há uma crescente dúvida entre as pessoas nos mercados emergen-tes, quando as pessoas agora acreditam que a democracia não é mais para ser vista como um pré-requisito para o crescimento econômico. De fato, países como Taiwan, Sin-gapura e Chile, e não só a China, mostraram que, na ver-dade, o crescimento econômico é um pré-requisito para a democracia. Em um estudo recente, as evidências mostra-ram que a renda das pessoas é o item mais determinante do quanto a democracia pode durar. O estudo evidenciou que, se sua renda per capita estiver em torno de mil dólares por ano, sua democracia irá durar 8 anos e meio. Se sua renda per capita estiver entre 2 mil e 4 mil dólares por ano, então, você conseguirá ter 33 anos de democracia. Mas somente se sua renda per capita estiver acima de 6 mil dólares por ano você terá a democracia por um longo tempo.

O que isto nos diz é que precisamos primeiramente estabe-lecer uma classe média que seja capaz de fazer o governo prestar contas. Mas, talvez isto também nos diga que deve-mos nos preocupar sobre sair pelo mundo defendendo a de-mocracia, porque fundamentalmente, corremos o risco de acabar ficando com democracias não liberais,democracias

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Tradução integral da palestra de Dambisa Moyo

que, de algum modo, podem ser piores do que governos autoritá-rios que elas procuram substituir.

As evidências em torno de democracias autoritárias são muito deprimentes. A Casa da Liberdade acredita que, embora 50% dos países hoje sejam democráticos, 70% desses países são autoritá-rios, no sentido de que as pessoas não gozam de liberdade de ex-pressão, ou liberdade para ir e vir. Mas também vimos, por meio da Casa da Liberdade, num estudo publicado no ano passado, que a liberdade tem decrescido todos os anos, nos últimos 7 anos.

O que isto diz é que pessoas como eu, que se preocupam com a democracia liberal, têm que achar uma forma mais sustentável de garantir que tenhamos uma forma sustentável de democracia de cunho liberal, e isto possui suas raízes na economia. Mas também diz que, conforme a China caminha rumo a ser a maior economia

do mundo, algo que os especialistas esperam que aconteça em 2016, que o antagonismo entre as ideologias política e econômica do ocidente e do resto do mundo tende a se am-pliar.Como ficará o mundo? Bom, o mundo poderá ter mais en-volvimento estatal e capitalismo estatal, grandes protecio-nismos dos Estados-nação, mas também, como eu disse momentos atrás, um grande declínio dos direitos políticos e dos direitos individuais.

A questão que nos fica em geral é: o que o Ocidente deve fazer? E eu sugiro que o Ocidente tem duas opções. O Oci-dente pode competir ou cooperar. Se o Ocidente resolver competir com o modelo chinês, e efetivamente percorrer o mundo e continuar a tentar forçar uma agenda de capita-lismo privado e democracia liberal, isto será basicamente lutar contra o vento, mas seria uma posição natural a ser tomada pelo Ocidente, porque, de várias formas, ele é uma antítese do modelo chinês de não priorizar a democracia e priorizar o capitalismo estatal. Agora, o importante é que, se o Ocidente decidir competir, será criado um antagonis-mo ainda maior. A outra opção do ocidente é cooperar, e esta cooperação significa dar aos mercados emergentes a flexibilidade de pensar, de forma construtiva, qual sistema político e econômico é o mais adequado para eles.

Agora, tenho certeza de que alguns nesta sala estarão pen-sando: “Bem, isto é como render-se à China, e este é um ca-minho, em outras palavras, para o Ocidente ficar em segun-do plano”. Mas eu lhes digo que se os Estados Unidos e os países europeus quiserem preservar sua influência mundial, talvez tenham que considerar a cooperação em curto prazo para poder competir, e, através disso, eles devem focar mais

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Tradução integral da palestra de Dambisa Moyo

agressivamente em resultados econômicos, para ajudar a criar uma classe média e, portanto, ser capaz de fazer o governo prestar contas e criar as democracias que realmente desejamos.O fato mais importante é que, ao invés de sair pelo mundo e cen-surar os países por se aproximarem da China, o Ocidente deveria incentivar seus próprios negócios a comerciar e investir nessas regiões. Ao invés de criticar a China pelo seu mau comportamen-to, o Ocidente deveria estar mostrando que seu sistema de política e de economia é superior. E, ao invés de forçar a democracia pelo mundo, talvez o Ocidente devesse reler uma página da própria história e lembrar-se de que é necessária muita paciência para desenvolver os modelos e sistemas que hoje existem. De fato, Stephen Breyer, da Suprema Corte de Justiça americana nos lem-bra que os Estados Unidos levaram aproximadamente 170 anos, desde que sua Constituição foi escrita, para que houvesse direitos iguais nos Estados Unidos. Alguns argumentam que ainda não existem direitos iguais. De fato, existem grupos que reclamam ainda não terem direitos iguais garantidos por lei.Na melhor das hipóteses, o modelo ocidental fala por si só. É o modelo que coloca comida na mesa. São os refrigeradores. Levou o homem à Lua. Mas o ponto mais importante é que, embora no passado as pessoas costumassem olhar para o Ocidente e dizer: “Eu quero isso, eu gosto disso”, agora existe uma nova pessoa na área, em forma de país, a China. Hoje, gerações estão observan-do a China e dizendo: “A China pode criar infraestrutura, a China pode gerar crescimento econômico, e nós gostamos disso”.

Pois, essencialmente, a questão diante de nós, e a questão perante 7 bilhões de pessoas no planeta é: como podemos criar prosperi-dade? As pessoas vão se importar e vão se engajar no modelo de política e de economia de uma forma muito racional, naqueles modelos que garantam que eles terão um melhor padrão de vida no mais curto período de tempo.

Quando vocês saírem daqui hoje, eu gostaria de deixá-los com uma mensagem muito pessoal, que é aquilo que eu acredito que deveríamos praticar como indivíduos, e que trata-se realmente de termos a mente aberta, mente aberta para o fato de que nossas esperanças e sonhos de criar pros-peridade para as pessoas do mundo, reduzir de forma signi-ficativa a linha de pobreza para milhões de pessoas, precisa se apoiar em ter a mente aberta, pois estes sistemas têm coisas boas e também coisas ruins.Somente para ilustrar, eu voltei às profundezas do meu pas-sado. Esta é uma foto minha.Ohhh. (risos)

Eu nasci e fui criada na Zâmbia, em 1969. Quando nasci, os negros não possuíam certidão de nascimento, e essa lei somente mudou em 1973. Esta é uma declaração do gover-no da Zâmbia. Eu trouxe isso para dizer a vocês que, em 40 anos, eu evoluí da condição de não ser reconhecida como um ser humano para estar diante desta ilustre plateia do TED hoje para falar das minhas opiniões. Neste caminho, podemos aumentar o crescimento econômico. Podemos diminuir nossa linha de pobreza. Mas também, é necessário que examinemos nossas suposições e as restrições com as quais fomos criados acerca da democracia, acerca do capita-lismo, acerca do que cria crescimento econômico e diminui a pobreza e cria liberdade. Precisamos rasgar esses livros e começar a analisar outras opções e termos a mente aberta para buscar a verdade. Em última análise, trata-se de trans-formar o mundo e fazer dele um lugar melhor. Muito obri-gada.”

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