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R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.brAlagoas, 30 de junho | Ano 1 | Nº 304 | 2020
MACEIÓ É A 23ª CAPITAL NO RANKING DA TRANSPARÊNCIA DA COVID-19
PESQUISA
Um levantamento feito pela Organização Não-Go-vernamental Transparência Internacional aponta que a capital alagoana se encontra em situação “regular” quando o assunto é a transparência em relação às medidas adotadas para combater a pandemia do novo coronavírus. O ranking coloca Maceió na 23ª posição. Já o Executivo estadual ocupa a 9ª coloca-
ção entre os estados da federação. De acordo com a pesquisa os estados e capitais do país melhoraram após a pressão popular cobrando mais informa-ções e acompanhando os gastos públicos. Entre os estados, o Espírito Santo foi o campeão em transpa-rência com gastos, ocupando o topo da lista. Quanto às capitais, a melhor posicionada – no primeiro lugar
do ranking – é João Pessoa, na Paraíba. É a segun-da vez que o levantamento é divulgado. Em maio, Alagoas ocupava o 19º lugar. A ONG leva em conside-ração a facilidade do acesso por parte da sociedade, bem como a possibilidade de se detectar desperdí-cios de dinheiro público ou casos de corrupção nos gastos com a pandemia. Página 5
De acordo com ONG Transparência Internacional, cidades e estados melhoraram na difusão das informações à população. Alagoas ocupa a 9ª posição
Setor produtivo de AL diz que está
pronto para a reabertura amanhãNo dia de ontem, diversos representantes
do setor produtivo de Alagoas se reuniram na Associação Comercial de Maceió para discutir a retomada das atividades econômicas. Eles trabalham com o cenário de reabertura das atividades já no próximo dia 1º de julho, quando se encerra o mais recente decreto do governa-dor Renan Filho (MDB). Em entrevistas recentes, o chefe do Executivo destacou que a tendência – sobretudo em Maceió – é de que já se inicie, nes-sa semana, a retomada gradual, saindo da atual “fase vermelha” para a “fase laranja”, quando será permitido o funcionamento de lojas de rua com menos de 400 metros quadrados, barbea-rias, salões de beleza e templos religiosos, desde que funcionando com 30% de sua capacidade. Galerias e shoppings centers só poderão abrir suas portas novamente quando houver a evolu-ção para a “fase amarela”. Página 4
Após lutarem pela própria vida, profissionais voltam ao trabalho
Maia quer acordo para votar adiamento das eleições até dia 1º
Contas públicas têm déficit recorde de R$ 126,6 bilhões
Página 8 Página 6 Página 7
V I S I T E N O S S O S I T E : W W W . J O R N A L D A S A LA G O A S . C O M . B R
Brasil registra retração de 331,9 mil postos de trabalho durante o mês de maio
De acordo com o Cadas-tro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, mais 331 mil postos de trabalho com carteira assinada foram fechados somente no último mês em decorrência das medidas de combate à pan-demia do novo coronavírus. É o terceiro mês seguido que o Caged registra um desem-penho negativo. Apesar do encolhimento do emprego formal, houve uma melhora em relação a abril, quando
haviam sido fechados mais de 860 mil postos de trabalho. Ao todo, a retração – de janeiro a maio desse ano – já totaliza mais de 1,1 milhão de empregos. Página 12
OPINIÃO
202030 de junho2
Jorge TinocoDiretor-Executivo
Luis VilarEditor-Geral
Para anunciar(82) 3028.2050
CNPJ33.009.776/0001-21
EndereçoRua Barão de Penedo, 36
Edifício Delmiro Gouveia,
Sala 205 - Centro
CEP 57.020-340
Maceió - Alagoas
Sitewww.jornaldasalagoas.com.br
Os artigos assinados são de
inteira responsabilidade de
seus autores.
EXPEDIENTE
Caros (as) leitores (as),
Não é segredo que a pandemia alterou sen-
sivelmente a vida de muitas pessoas. Além
do medo provocado pela doença em si e a
histeria oriunda da overdose de informação
com requintes de sensacionalismo, em
muitos casos, tivemos – todos nós – nossas
rotas alteradas, incluindo aí as medidas
restritivas dos decretos governamentais.
Não discutimos aqui o mérito de tais
decretos – se foram exagerados ou não, se
se prolongaram demais ou não etc – mas
o impacto desses em nossas vidas. Não por
acaso, após a fase longa de isolamento so-
cial, falamos em um “novo normal”. O que
é esse “novo normal”? O que aceitaremos
em nome dele?
Começam a surgir matérias indagando
como será a vida daqui para frente, o
impacto em futuras gerações, o medo de
muitos de irem às ruas quando o isola-
mento chegar ao fim, e por aí vai… O fato,
caros (as), é que devemos estar atento a
esses pontos, mas também avaliarmos o
que – em razão do medo e da insegurança
– entregamos nas mãos do poder coerciti-
vo estatal ainda que momentaneamente.
Não se enganem, a tendência do Leviatã
é sempre crescer para cima das liberdades
individuais. Foram abertas – em função do
momento – exceções. A questão é: será
preciso lembrar sempre que foram situa-
ções excepcionais para que os tubarões não
achem que há sangue na água.
Caminhamos em um mundo em que a
revolução da linguagem é uma realidade.
O politicamente correto em si já é uma
censura autoimposta. No Brasil, há quase
que uma hegemonia de pensamento entre
os intelectuais orgânicos e qualquer coisa
que se diga fora desse círculo de “ideias
dominantes” já é visto como extremismo,
radicalismo. Some-se a isso uma sociedade
hedonista, materialista, que cada vez mais
se afasta de concepções que encaram
o transcendente como o fim último do
homem. Dissolve-se a individualidade.
São os tempos que Nietzsche, em A Gaia
Ciência, já anunciava que Deus estaria
morto. Nietzsche não falava da inexistência
de uma crença no transcendente, mas sim
da ausência de seu impacto na condução
de virtudes, valores e hábitos pela fé se
tornar algo tão privado quanto superficial.
Assim, nossos valores seriam conduzidos
por um relativismo, por ideias confusas
etc. Utilizando-me de uma expressão de
Zygmunt Bauman (não necessariamente
no sentido aplicado por ele) é o tal “mundo
líquido”.
É preciso pensar sobre essas transfor-
mações. Afinal, é nesse mundo – onde o
indivíduo, por vezes, desaparece dentro de
coletivos e só possui algum valor a partir da
causa que defende – que o poder coerci-
tivo do Estado se alastrou. Temos a porta
aberta para uma distopia, pois como diria
Thomas Jefferson (frase atribuída a ele),
“o preço da liberdade é a eterna vigilância”.
Em alguns momentos da História, o Estado
– em nome de cuidar de nossa seguran-
ça – se coloca maior que Deus, maior que
tudo, reduz liberdades e vai se mostrando
poderoso passo a passo. Não por acaso, é
um perigo – por exemplo – tentativas de
legislações como as das “fake news”, dando
ao Estado o poder de dizer ou não o que é
verdade. Não creia que sejam coincidências
tais matérias começarem a ser empurradas
no Congresso Nacional no meio da pan-
demia (ou pandemônio) que o Brasil (e o
mundo) passa. O estamento sempre quer
mais controle. Não creia que seja coinci-
dência, por exemplo, uma Suprema Corte
se aproveitar (e até provocar) uma crise
política para realizar o ativismo judicial se
tornando – em um processo que aí se en-
contra – a vítima e a julgadora ao mesmo
tempo por meio de seus ministros.
Não acredite que seja coincidência o que
mostram algumas ações da Polícia Federal
e de outros órgãos de controle revelando o
quanto políticos, que fingem agir pelo nos-
so bem, estão se aproveitando da situação
de pandemia para encherem o bolso de
rios de dinheiro, já que puderam dispensar
algumas exigências para os gastos públicos,
ao mesmo tempo em que ampliavam as
medidas de controle para cima da popula-
ção. Não é por acaso que tudo isso ocorra
em um momento em que as pessoas não
podem ir às ruas. Afinal, em um passado
recente, era nas ruas que a população –
cansada do estamento que aí se encontra
– se revoltava e dava o recado a chefes do
Executivo, membros do Legislativo e até
mesmo do Judiciário.
Para usar o linguajar atual: como todo mun-
do fala em um “novo normal” é hora de
refletirmos se essa “normalidade vindoura”
não será a reorganização de forças burocrá-
ticas para se utilizar de problemas enfrenta-
dos, como a grave doença, para nos impor
ainda mais controle. Liberdade é algo que
se perde no chamado “efeito salame”: aos
poucos vão tirando as fatias, sempre com
uma desculpa revestida de ideologia ou
justificada por um problema que pode até
ser real, mas cuja solução prometida é um
remédio pior que o mal a ser enfrentado.
É o que ocorre com o tema “fake news”,
por exemplo. É claro que é um problema.
Afinal, trata-se de uma mentira que visa
ajudar na desinformação. Casos assim
precisam ser punidos. Todavia, para isso
já temos crimes previstos em código
penal que vão desde a calúnia, injúria,
difamação e – se for o caso – a asso-
ciação criminosa para o cometimento
desses. Agora, querem pegar o problema
real e transformá-lo em um instrumento
de controle de quais ideias podem ou não
circular. Quem não acredita nisso ainda,
que aguarde sentado o futuro… O mes-
mo ocorre com muitas medidas tomadas
por conta da pandemia. Não podemos
perder o senso crítico em relação ao
exagero, pois – se fizermos isso – quando
chegar o “novo normal” o medo nos fará
entregar barato o que não tem preço,
sobretudo diante de governos eleitos
que se curvam a mecanismos internacio-
nais e suas agendas políticas, que nunca
tiveram um voto sequer e nem possuem
relação alguma com a identidade das
nações nas quais interferem.
E D I T O R I A L
Da pandemia ao pandemônio...
30 de junho 32020
OPINIÃO
Com a estadia em casa por decretos mu-nicipais e estaduais, a alternativa que restou para nos comunicar com o mundo foi a in-ternet. Nunca usamos tanto as redes sociais, na tentativa de diminuir a distância físicas com aqueles que temos estima. Tenho certeza que você navegando na internet já se deparou com essas empresas: Instagram, What’sapp, Youtube, Hotmart, Udemy e Zoom. São as principais plataformas usadas para distribuição de conteúdo, cursos e pa-lestras gratuitos ou pagos, das mais variadas formas, no Brasil.
O nome desse segmento é Economia Criativa, que consiste em um conjunto de negócios baseados em criações intelectuais. Atualmente um exemplo fácil desse seg-mento são os infoprodutos, já citados, mas o mercado da economia criativa é muito mais antigo que a internet. Artistas são a base desse mercado há mais de um século com shows, musicais, peças teatrais, eventos e livro, Tudo isso faz parte do portfólio da
economia criativa.Isso é tão impressionante que faz um
jovem da periferia de Penedo chamado Car-linhos Maia, com o conteúdo baseado em mostrar o seu dia a dia com os vizinhos, em uma rua que só foi asfaltada recentemente, concorresse com estrelas mundiais como Kim Kardashian. Assim transformando todo o ecossistema de negócio de sua cida-de apenas com um celular na mão. Muitas vezes pensamos que para ter um negócio é necessário uma estrutura muito gran-de, funcionários e demais custos de uma empresa convencional. Quando uma mente criativa, um celular e persistência podem te levar a lugares que você jamais imaginou.
Não seja ingênuo, a internet é um merca-do como qualquer outro, e é extremamente competitivo. Não caia no canto da sereia que vai obter êxito por sorte ou mágica. Milhares de pessoas viralizam conteúdos e depois caem no esquecimento com a mes-ma rapidez que surgiram.
Museu de Novidades
ARTIGO | Luís Antônio Santos*
* É educador, terapeuta holístico e consultor sistêmico
EM ALTA
EM BAIXA
Segundo a Agência Brasil, cientistas da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(Uerj) desenvolveram um aparelho de baixo
custo que mapeia a carga viral do coronavírus (Covid-19) no ambiente. Batizado de Corona-
track, o dispositivo individual portátil foi criado pelas equipes do Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (Laramg), do Departamen-to de Biofísica e Biometria da Uerj. O protótipo custou R$ 200,00, enquanto um modelo similar
importado sai a R$ 4 mil. O pesquisador do Laramg Heitor Evangelista disse que o aparelho
vai possibilitar que o usuário monitore a carga viral nos locais por onde circular. O professor
diz que o sistema é parecido com o utilizado em mineração, para monitorar partículas de poeira
no ar. “Fizemos modificações no equipamento para ser mais eficiente para o vírus, uma vez
que ele está ligado às partículas no ar, não fica livre, se agrega às partículas que já estavam no
ar e você inala tudo junto”.
Houve uma melhora na transparência da gestão
municipal de Maceió em relação aos dados
do combate ao corona-vírus. Porém, mesmo
diante disso, a gestão de Rui Palmeira foi classi-ficada – pela ONG Transparência Internacional – como sendo regular. Ou seja: ainda deixa mui-to a desejar. Por sinal, esse era um problema da maioria das capitais e estados brasileiros. Vale registrar: a maioria deles só melhorou em fun-
ção da pressão popular em busca de informações e cobrando o controle de gastos para evitar des-perdício ou casos de corrupção. Que o ranking
divulgado faça com que Rui Palmeira cobre de sua equipe uma melhor transparência dos
dados. O Jornal das Alagoas traz uma matéria onde detalha a pontuação alcançada pela capital
alagoana, bem como a posição de Alagoas no ranking. Além disso, um panorama de como as
informações estão postas em todo o país. O lado bom é que em todas as capitais houve melhoras, ainda que em algumas – como Maceió – ainda
estejam devendo bastante aos cidadãos.
CENA
URBANA
Segunda-feira passada, dia
determinado pela Justiça
do Trabalho como dia nor-
mal de atividades para as
empresas que podem abrir
segundo os critérios dos de-
cretos de isolamento social
para evitar a propagação
do novo coronavírus, mas
também dia em que muitos
consideravam como feria-
do do Dia de São Pedro, um
dos celebrados santos do
mês junino, o Calçadão do
Ira
ce
ma
Fe
rro
Comércio de Maceió estava
assim: repleto de gente. E
eram famílias inteiras sem
ouvir o: fica em casa!
No entanto, em recente entrevista, Renan Filho não descartou a possibi-
lidade de reabertura de parte do setor produtivo amanhã, com a primeira mudança de etapa, saindo da fase vermelha para a fase laranja. A tendência – como afirmou o governador – é ainda mais forte em relação a Maceió, mas cidades do interior, em função do aumento do número de contágio, podem ainda se manter na fase vermelha.
Em todo caso, no dia de ontem, representantes do setor produtivo se reuniram na Asso-ciação Comercial de Maceió para já definirem adoções de protocolos para a reabertura gradual. Os empresários presen-tes no encontro acreditam que as lojas de rua já voltarão nessa semana e que tudo será feito de
forma responsável e seguindo as medidas de prevenção ao Covid-19.
As lojas se preparam para cobrar o uso obrigatório de máscaras – como tem sido atual-mente em relação aos serviços considerados emergenciais pelo governo (supermercados e farmácias, por exemplo) – além de disponibilização de álcool em
gel, controle de entrada e distan-ciamento entre os clientes.
A fase laranja ainda não prevê a abertura de lojas acima de 400 metros quadrados e não engloba os shopping centers. Os empresários destacaram que são quase 100 dias de portas fecha-das e as maiores consequências são as falências e as demissões.
O representante da Aliança
Comercial, Guido Júnior, frisou que o setor estima que foram mais de 2,5 mil demissões e que 300 lojas faliram durante o perí-odo de quarentena.
De acordo com Aliança Comercial, será necessário um período de oito meses para que haja um início de recuperação das perdas. De acordo com o presidente da Associação Comercial, Kennedy Calheiros, o comércio está pronto para a retomada gradual.
SHOPPINGSÉ válido lembrar que as gale-
rias e shoppings só reabrirão quando chegar a fase amarela. Confirmando a mudança de fase no próximo decreto, ainda será a fase laranja, com apenas a abertura de lojas de rua com até 400 metros quadrados, além de salões de beleza, templos religio-sos com capacidade de até 30% de lotação.
MACEIÓ
Setor produtivo de Alagoas se organiza para reabertura da atividade econômica
O novo decreto do governador Renan
Filho (MDB), que paralisou grande
parte das atividades do setor produtivo
e prolongou o isolamento social como medidas de
combate à pandemia do novo coronavírus,
se encerra hoje. Até o fechamento
dessa edição ainda não havia maiores informações sobre
como seria o próximo decreto do governo estadual, que deve
ser publicado no Diário Oficial de hoje.
202030 de junho4
ECONOMIA | Em reunião ocorrida ontem, representantes mantiveram expectativa de retorno para o dia de amanhã
Redação
O período de isolamento social, medida adotada pelo governo estadual
para o enfrentamento à pande-mia do Covid-19, trouxe uma estabilidade no nível geral de endividamento em Maceió, segundo Pesquisa de Endivi-damento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Isto porque os indicadores registrados entre março e maio não apresentaram oscilações em sentido estatístico. Em maio, 70,3% da população economi-camente ativa e com acesso ao crédito estava endividada. Em abril, o nível foi de 70,4%, ou seja, um empate técnico que mantém o número absoluto de endivida-dos na casa de 212 mil pessoas.
Em termos anuais, comparando maio passado a maio de 2019, o endividamento está 6,82% acima, demonstrando que os consumidores da capital têm utilizado um pouco mais os recursos de crédito para adquiri-rem bens e quitarem suas contas.
“O lado positivo é que, embora o nível de endivida-mento tenha se mantido no mesmo patamar, a parcela de pessoas endividadas com contas em atraso e os inadimplentes caíram”, observa Felippe Rocha, assessor econômico da Fede-ração do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), ao constatar que o volume de consu-midores com contas atrasadas teve queda de 5,66% na varia-ção mensal, ficando em 92 mil o número de pessoas nesta situ-ação. Na inadimplência, a queda
foi mais expressiva: 16,36%. A variação anual também apre-sentou recuo, tanto no atraso das contas (-4,28%), quanto na inadimplência (-1,61%).
Apesar da estabilidade, os números preocupam Gilton Lima, presidente da Federa-ção. “Uma população muito endividada traz dificuldade aos empresários, pois inviabiliza os negócios, principalmente neste momento de grande provação para as empresas, já que, mesmo as que estão autorizadas a funcio-nar, perderam faturamento”, diz, ressaltando que a atividade empresarial é importante para a sociedade, pois gera emprego e renda.
PESQUISANa análise do economista,
esses quedas refletem a polí-tica monetária adotada pelo
Banco Central, a qual permite a suspensão das dívidas por até três meses, trazendo efeitos positivos para o mês de maio. “Não podemos nos esquecer, também, os efeitos da renda básica emergencial em Maceió. Em abril, o cadastro para o auxí-lio emergencial foi contemplado por cerca de 76.080, fazendo circular R$ 66 milhões e um valor médio de R$ 1.133,59, que é do salário mínimo vigente. Em maio, esse valor foi ligeiramente maior e ajudou diversas famílias a manterem as contas em dia e, até, a pagarem contas atrasadas”, diz Felippe.
O cartão de crédito foi o meio utilizado por 90,6% dos consu-midores na aquisição de dívi-das, em maio; alta de 3,8 pontos percentuais (p.p.) em relação a abril (86,8%). O uso dos carnês (16,3%) e o financiamento de
casa (4,5%) foram outras ferra-mentas apontadas. “Como os consumidores podem elencar seus motivos para contraírem dívidas e utilizarem mais de um meio utilizado, essa conta não precisa fechar em 100%”, explica.
Dentre os consumidores com contas em atraso, 43,4% afirmaram que existem outras pessoas na residência em mesma situação, enquanto 56,4% disse-ram que não há outro membro da família passando por isso. Entre os inadimplentes, 7,4% informaram ter condições de quitarem totalmente suas dívi-das em atraso, um acréscimo de 1,6 p.p. em relação a abril. Já 21,6% pretendem renegociar suas dívidas, pagando-as parcial-mente (aumento de 3,2 p.p.), enquanto 55,6% afirmaram não ter condições de pagar.
Endividamento dos consumidores de Maceió fica estável em maio
Guido Júnior defende que serão necessários oito meses para recuperar perdas
O Estado de Alagoas ocupou a 9ª posição, sendo considerado
ótimo. Já Maceió ficou em 23º lugar entre as capitais brasilei-ras, sendo considerada regular.
De acordo com a ONG, a pressão da sociedade influen-ciou positivamente para que governadores e prefeitos fossem mais transparentes em relação à divulgação de dados sobre contratações emergen-ciais para o enfrentamento à pandemia.
Em Alagoas, o portal da transparência específico sobre o combate ao Covid-19 só foi ao ar depois de cobranças do Ministério Público Estadual, coincidentemente ou não.
Ainda assim, no início houve falhas no informe dos dados, como em relação à polê-mica envolvendo a compra de respiradores, que na realidade era outro tipo de equipamento. O caso foi abordado – na época – pelo deputado federal João Henrique Caldas, o JHC (PSB).
Não por acaso, no primeiro
levantamento (divulgado em maio), Alagoas ocupava a 19ª posição, sendo conside-rada regular. O Estado somou 51,9 pontos nos critérios de avaliação de transparência que foram estipulados pela ONG. No novo resultado, Alagoas acumulou 88,6 pontos.
MACEIÓ Em relação à capital alago-
ana, o resultado não é bom para o prefeito Rui Palmeira (sem partido). Em maio, a transparência adotada pela gestão municipal era classifi-cada como ruim e ocupava a
17ª posição com 39,2 pontos. Como todas as capitais
apresentaram melhoras, Maceió caiu de posição – foi para 23ª – mesmo tendo acumulado mais pontos e passado a ter, segundo a ONG, uma transparência regular quanto às medidas de combate ao coronavírus. A capital alagoana somou 43 pontos.
No total, 12 estados e 15 capitais brasileiros que tiveram avaliação regular ou péssima no mês de maio passaram para as catego-rias “bom” ou “ótimo”. De acordo com o coordenador da
pesquisa, Guilherme France, “os resultados comprovam que, quando há pressão social, há mudança”.
Na pesquisa foram consi-derados pontos como adequa-ção dos portais para que ofereçam dados em formato aberto e que facilitem a leitura por programas de computador que podem detectar automati-camente indícios de corrup-ção e/ou desperdícios.
“Além da transparência ativa, o ranking também avalia o quanto os entes públicos se esforçam para criar canais para escutar a sociedade neste momento excepcional. Dessa forma, avaliaram-se os canais para recebimento de denún-cias e de pedidos de acesso à informação”, frisou ainda a ONG, por meio de nota à imprensa.
O ranking é liderado pelo Espírito Santo e por João Pessoa, capital da Paraíba. Na editoria Brasil/Mundo o Jornal das Alagoas traz reportagem nacional sobre o ranking em que há informações comple-mentares das demais localida-des do país.
30 de junho 52020
ALAGOAS
Severino CarvalhoColaboração
Ranking é baseado nas informações passadas pelos Estados e municípios
Ranking da transparência da Covid-19: Maceió fica em 23º lugar e AL em 9º
ONG | Tanto o Estado quanto a capital melhoraram em relação às colocações anteriores, mas podiam estar melhores
A Organização Não-Governamental
(ONG) Transparência Internacional divulgou
– na madrugada de ontem – um
ranking que mede a transparência das capitais e estados
brasileiros em relação às medidas
adotadas no combate à pandemia do novo
coronavírus.
Redação
O governador Renan Filho e o secretário da Agricultura, Pecuá-
ria, Pesca e Aquicultura, João Lessa, anunciaram o aporte de cerca de R$ 70 milhões, entre recursos federais e estaduais, em três ações que vão bene-ficiar diretamente peque-nos e médios produtores de Alagoas: o Garantia-Safra, o Programa do Leite e o PAA Alimentos.
“Acabei de assinar os
contratos e, nos próximos dias, as pessoas vão receber cerca de R$ 20 milhões, que serão destinados à garantia da safra em Alagoas”, informou Renan Filho, ao lado do secre-tário estadual.
O Garantia-Safra é uma ação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agri-cultura Familiar (PRONAF), que tem como objetivo garan-tir condições mínimas de sobrevivência aos agriculto-res familiares de municípios sistematicamente sujeitos à perda de safra por razão do
fenômeno da estiagem ou excesso hídrico.
Renan Filho informou que também foram empenhados R$ 19 milhões em recursos federais para o Programa do Leite. Segundo o governador, Alagoas vai aplicar mais R$ 15 milhões, como contrapartida, para garantir a execução do Programa este ano até meados de 2021, totalizando R$ 34 milhões em investimentos.
Outro programa citado pelo governador foi o PAA Alimentos. Segundo ele, o Estado recebeu, via Emater,
outros R$ 9 milhões. “Nós vamos também aportar recur-sos novos para que possa-mos adquirir a produção da agricultura familiar e, dessa forma, rentabilizar a atividade em nosso estado”, afirmou Renan Filho.
O secretário João Lessa calcula que os três programas juntos vão somar cerca de R$ 70 milhões, entre recursos federais e estaduais, que serão aplicados em Alagoas.
“São ações muito impor-tantes, principalmente para a agricultura familiar e ao
pequeno produtor, que tanto reivindica ações do Estado”, disse Lessa.
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), criado pelo art. 19 da Lei nº 10.696, de 02 de julho de 2003, possui duas finalidades básicas: promover o acesso à alimenta-ção e incentivar a agricultura familiar. Para o alcance desses dois objetivos, o programa compra alimentos produzi-dos pela agricultura familiar e os destina às pessoas em situ-ação de insegurança alimentar e nutricional.
Renan Filho anuncia R$ 70 milhões para programas da agricultura familiar
O texto, aprovado na semana passada no Senado, prevê que o
pleito seja realizado nos dias 15 e 29 de novembro, em vez das datas oficiais de 4 e 25 de outu-bro.
Rodrigo Maia disse que está trabalhando para que haja consenso para votar a matéria até amanhã. “É importante que a Câmara tome a sua decisão. Estamos dialogando para cons-truir o apoio necessário, até a unanimidade, para que a gente possa votar, mas ainda estamos longe disso. A nossa intenção é, com diálogo, chegar até quarta--feira (1º) a uma solução para esse problema”, disse durante coletiva ao lado do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e do deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), depois de uma reunião reservada.
Maia, que defende o adia-mento do pleito, lembrou que pelo atual calendário eleito-ral, o dia 4 de julho já impõe uma série de restrições nas condutas de agentes públicos
e servidores que podem afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais.
“A decisão de votar a PEC precisa acontecer essa semana, até porque temos o prazo de 4 de julho, que é muito impor-tante. São milhares de servi-dores públicos que pretendem disputar a eleição, certamente muitos na área da saúde, que precisam da informação para tomar a sua decisão”, disse.
TRANSFERÊNCIAQuestionado sobre a pressão
de prefeitos e deputados para votar o texto da MP 938/20, que transfere recursos da União para estados, municípios e o Distrito Federal, por meio dos fundos de participação de esta-dos e municípios (FPE e FPM), Maia disse que está trabalhando para “organizar a pauta”.
A medida reservou até R$ 16 bilhões para manter os repasses do FPM e do FPE
no período de março a junho. Maia disse que, até o momento, foram repassados R$ 10 bilhões e que está avaliando a hipótese de disponibilizar R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões para os entes muni-cipais.
A votação da MP seria parte de um acordo para resolver o impasse em torno da PEC das eleições. Entretanto, segundo Maia, não há entendimento se os recursos devem ser dispo-nibilizados apenas para a saúde ou podem ser usados em outras áreas, como transporte.
“Estamos dialogando em relação a questão que eu sempre defendi, do adiamento das eleições”, disse Maia, acres-centando “que os prefeitos e deputados ligados a prefeitos estão demandando é que esses recursos possam ser utilizados já que o crédito já está criado. O que queremos e o próprio governo federal já começou esse diálogo conosco há duas semanas, é para a gente criar algum programa para a utiliza-ção desses recursos”.
BRASIL/MUNDO
202030 de junho6
Rodrigo Maia diz que acordo para votar adiamento das eleições ainda está longe
LEGISLATIVO | Presidente da Câmara tenta fechar consenso até amanhã e defende igualdade de oportunidades entre os candidatos
O presidente da Câ-mara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM--RJ), disse ontem que
ainda está longe de um acordo para votar
na Casa a Proposta de Emenda à Consti-
tuição (PEC) 18/20, que adia as eleições
municipais deste ano, previstas para
outubro, em razão da pandemia do novo co-
ronavírus (covid-19).
Luciano Nascimento
Agência Brasil
Enquete que vai definir nova data do Enem termina hoje
Termina hoje o prazo para votação na nova data para a realização
das provas adiadas devido a pandemia da covid-19. A enquete, disponível somente aos inscritos pela Página do Participante (https://enem.inep.gov.br/partici-pante/#!/), apresenta três opções de datas:
1) Enem impresso em 6 e 13 de dezembro de 2020; e Enem digital em 10 e 17 de janeiro de 2021;
2) Enem impresso 10 e 17 de janeiro de 2021; e Enem digital em 24 e 31 de janeiro
de 2021;3) Enem impresso em 2 e 9
de maio de 2021; e Enem digi-tal em 16 e 23 de maio de 2021.
Os inscritos que desejarem votar em uma das três suges-tões deverão seguir o passo a passo: Acessar a Página do Participante; fazer o login (CPF e senha) no portal; clicar em Enquete; escolher uma das três opções e, finalmente, clicar em “enviar”. Finalizado o processo, a contribuição será computada.
O Instituto Anísio Teixeira (Inep) alerta que as informa-ções a respeito do Enem 2020 podem ser acompanhadas nos portais do Ministério da Educação (MEC), assim como
nas redes sociais oficiais dos dois órgãos do governo fede-ral.
Dúvidas relativas ao processo de inscrição podem ser sanadas pelo Fale Conosco, por meio do autoatendimento on-line ou do 0800 616161 (somente chamadas de tele-fone fixo).
NÚMEROSA edição 2020 do Enem
tem 5, 8 milhões de inscritos. Segundo o Inep, o total marca um aumento de 13,5% em rela-ção ao ano passado. O Insti-tuto credita a ampliação dos participantes a fatores como a modalidade digital, exten-são do período de pagamento
e gratuidade automática. A modalidade sem custo foi utili-zada por 83% dos inscritos.
Do total, 65,6% termina-ram o ensino médio em anos anteriores, mais da metade tem mais de 20 anos de idade e 60% são mulheres. No recorte por cor, 47% são pardos, 34,7% são brancos, 13,3% são pretos e 2,2% são amarelos.
CALENDÁRIOO calendário do Enem
programado para 2020 come-çava no dia 31 de março com a publicação dos editais das versões Enem impresso e Enem Digital.
Em abril estavam progra-madas as justificativa de ausên-
cia no Enem 2019, solicitação de isenção da taxa de inscri-ção, além da divulgação dos resultados para ambos, assim como os recurso relacionado à justificativa de ausência no Enem 2019 e à solicitação de isenção da taxa de inscrição, cujos términos e divulgação de resultados ficaram para maio.
Em 11 de maio começou oficialmente o período de inscrição e com ele o paga-mento da taxa de inscrição e a solicitação de atendimento especial izado do Enem impresso
E no do dia 20 de maio começou a enquete sobre novas datas de aplicação do Enem.
Karine Melo
Agência Brasil
Rodrigo Maia espera fechar unanimidade na Casa para esta votação
Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confede-
ração Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 14,4% na passagem de maio para junho deste ano, a terceira retração mensal consecutiva. Essa foi a maior queda do indicador na pesquisa nacional, iniciada em janeiro de 2010.
Na comparação com junho do ano passado, a queda
chegou a 24,1%. Com os resul-tado, a intenção de consumo chegou a 69,3 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos, o menor patamar desde julho de 2016.
Segundo a CNC, o índice está abaixo do nível de satis-fação, que é de 100 pontos ou mais, desde 2015.
Na comparação com maio, os sete componentes do indi-cador tiveram queda, com destaque para o momento para a compra de bens durá-veis (-23%) e para a perspec-tiva profissional (-19,7%).
Esses dois componentes também foram destaques negativos na comparação com junho de 2019: momento para duráveis (-36,4%) e perspec-tiva profissional (-31,8%). Nesse tipo de comparação, o único componente em alta foi acesso ao crédito (1,1%).
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na intenção de consumo das famílias. “Essa insatisfação na expectativa de consumir corrobora os novos hábitos
de compra dos brasileiros, demonstrados, no momento atual, com as famílias mais
cautelosas com a sua renda, tanto no curto prazo quanto em relação ao ano passado”.
“O déficit de maio é explicado, prin-cipalmente, pela
redução significativa na arre-cadação, combinada com o aumento nas despesas do Poder Executivo decorrentes de medidas de combate à crise de covid-19, bem como da anteci-pação do pagamento do 13º de aposentados e pensionistas”, disse o Tesouro, em relatório.
Acrescentou que, em rela-ção a maio de 2019, o resul-tado primário no mês passado foi influenciado pela redução real (descontada a inflação) de 41,6% na receita líquida e pelo crescimento real de 68% na despesa total.
A diminuição da receita líquida no mês decorre prin-cipalmente do adiamento do prazo para pagamento de tributos estimado de R$ 29,9 bilhões e pela redução de R$ 2,4 bilhões referente à diminuição do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a zero em empréstimos. Esse imposto não será cobrado no período de abril a junho.
No caso das despesas, o Tesouro destaca as medidas de combate à crise gerada pela
ovid-19, que somaram R$ 53,4 bilhões em maio.
“Destaque para o auxílio emergencial a pessoas em situ-ação de vulnerabilidade social (R$ 41,1 bilhões), o Benefí-cio Especial de Manutenção do Emprego e Renda (R$ 6,5 bilhões) e as despesas adicio-nais do Ministério da Saúde e demais ministérios (R$ 4,4 bilhões)”, explicou o Tesouro.
O órgão também destacou que os benefícios previden-ciários tiveram crescimento de 54,2% em termos reais (R$ 26,2 bilhões) devido, princi-palmente, à antecipação do
pagamento de 13º de aposenta-dorias e pensões.
ACUMULADODe janeiro a maio, o déficit
primário chegou a R$ 222,5 bilhões, ante um déficit de R$ 17,5 bilhões no mesmo período de 2019. “Em termos reais, no acumulado até maio, a receita líquida anotou redução de 15,9%, enquanto a despesa cresceu 20,8%”, ressaltou o Tesouro.
Nesse período, o adiamento de pagamento de tributos é estimado em R$ 65 bilhões, enquanto a diminuição do IOF
- Imposto Sobre Operações Financeiras - totalizou R$ 3,9 bilhões.
Segundo o Tesouro, do lado da despesa, até maio de 2020, os gastos realizados com as medidas de combate à crise gerada pela covid-19 somaram R$ 113,8 bilhões, de um total de R$ 404,2 bilhões aprovados até o fim de junho.
“É importante destacar que os programas de combate aos efeitos econômicos e sociais da covid-19 são temporários, com execução concentrada no trimestre de abril a junho”, fina-lizou o Tesouro.
30 de junho 72020
ECONOMIA
Contas públicas têm, no mês de maio,um déficit recorde de R$ 126,6 bilhões
DIFICULDADES | Déficit é causado pela queda na arrecadação em geral e pelos efeitos da pandemia da Covid-19
As contas públicas fecharam o mês
de maio com saldo negativo de R$ 126,6 bilhões,
informou ontem, em Brasília, o Tesouro
Nacional. O recorde no déficit primário,
despesas maiores que as receitas, sem
considerar no cálculo os gastos com juros,
do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social
e Banco Central) é explicado pelos
efeitos da pandemia de covid-19 na
economia. Em maio de 2019, o déficit
primário ficou em R$ 14,7 bilhões.
Kelly OliveiraAgência Brasil
Tesouro Nacional acumulou,
de janeiro a maio, um déficit
primário de R$ 222,5 bilhões
Famílias deixaram de consumir bens duráveis e perspectivas profissionais
Intenção de consumo das famílias tem maior queda em dez anos, diz CNCVitor Abdala
Agência Brasil
Tania Rêgo/Agência Brasil
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Até o dia 12 de junho, o Brasil tinha registrado 83.118 profissionais
infectados e 169 mortes entre trabalhadores dessa categoria. A Santa Casa de Maceió, até o dia 13 de junho, tinha afastado 1051 profissionais com a suspeita ou a confirmação de contaminação pelo vírus. Contamos a história de três profissionais que vence-ram a covid-19 e retornaram ao trabalho.
Carlos Emídio é cardiolo-gista e trabalha na Santa Casa de Maceió desde 2005. Conhecido por sua disposição e amor ao trabalho, atuava na Emergência 24h no período em que 80% dos pacientes que buscavam aten-dimento eram casos suspeitos ou confirmados de covid-19. “Me protegia com EPI, mas fui contaminado provavelmente neste setor”, disse ele.
“Atendi na Emergência nos dias 28 e 30 de abril, nestas ocasiões, atendi pacientes com covid-19 confirmados e proce-demos intubação orotraqueal de alguns. No sábado iniciei uma leve dor de ouvido. Segunda--feira suspeitei que podia estar doente, pois tive calafrios e febre baixa, então iniciei os medicamentos do protocolo. Na terça trabalhei sentia moleza no corpo e passei a notar que me cansava mais fácil que o normal. Foi então que na madrugada de quarta que voltei à Emergência, mas na condição de paciente. Já fiquei internado após receber medicamentos sintomáticos”, contou Emídio.
Até receber alta, o médico passou 24 dias internados, 15 deles na UTI. O caso evoluiu grave e ele precisou ficar intu-bado por sete dias. “Na Santa Casa de Maceió fui tratado com excelência por todos profissio-nais. Desde o primeiro dia que fui internado, no apartamento, depois com doutor Mário José, na UTI, e em especial pelas médicas intensivistas Sandra
Márcia Bastos, Cláudia Falcão e Omena Costa, Viviane e pelo dr. Iracildo Camelo. Sair do tubo, acordar, foi como renas-cer. Receber alta foi um alívio. Voltar a trabalhar foi a demons-tração final da vitória que foi de Deus e de todos que rezaram e sofreram por mim”, finalizou
Sabrina Montemor traba-lha na Santa Casa de Maceió há 12 anos. Enfermeira Neuroin-tensivista, lida com pacientes críticos, muita complexidade, inovações tecnológicas e pecu-liaridades no atendimento. A covid-19 chegou para mexer com sua vida profissional e pessoal. “Estamos trabalhando com paciente covid-19 na UTI Neurologia há quase quatro meses. Confesso que no começo dos atendimentos muita coisa mudou para nós da assistência, a começar pela paramentação, pois fazer uso dos EPIs em todo momento não é uma tarefa fácil. Associado a tantas mudanças, o medo era inevitável”, contou.
Quando descobriu ter sido contaminada, a sensação de insegurança, angústia e medo quis tomar conta. Mas se manteve firme. “Tudo come-çou quando senti um incômodo nas costas. Foi solicitado tomo-grafia de tórax e o diagnóstico era pneumonia por “covid”. Depois fiz a confirmação da doença através da sorologia. Fui
atendida duas vezes na Emer-gência, fiz todos os exames e recebei orientação médica do cuidado domiciliar. Tive medo da própria doença e de infectar quem estava comigo no isola-mento, por isso tentei manter distância de todos dentro de casa, mesmo sendo muitas vezes impossível porque tenho uma filha de cinco anos, mas, graças a Deus, ela e meu esposo não tiveram nada e passam bem. Hoje estou curada, de volta ao trabalho, atuando na linha de frente contra o novo coronaví-rus. Meu sentimento é de grati-dão por não ter me agravado e não ter contaminado ninguém da minha família”, contou a enfermeira intensivista.
Enfermeira da Unidade Clínica Médica Irmã Inocên-cia, Bruna Nagle trabalha há 8 anos e meio na instituição. Segundo ela, atender os primei-ros pacientes com covid-19 foi assustador, não apenas para ela, mas para toda a equipe. “Nas duas primeiras semanas, o medo era de todos. Medo de ficar doente, de levar a doença para casa, medo de morrer. Muitos profissionais pensaram em não ir mais trabalhar. Mas os enfermeiros tiveram um papel muito importante durante esse período, atuando quase no papel de psicólogos também, conver-sando e ajudando a minimizar
a situação. Foi um momento em que tive que ter bastante paciência, empatia e confiança, pois, mesmo com medo, não podia deixar esse sentimento transparecer”, disse.
Cerca de 30 dias depois que os primeiros casos chegaram, a profissional passou a apresentar sintomas da doença. O exame deu negativo, mas ela sabia que o resultado poderia ser falso negativo diante do quadro. “Fui tranquila para casa, tomando os cuidados necessários. Havia se passado um mês desde que iniciamos o atendimento de casos da doença e vimos, no nosso setor, que muitos pacien-tes eram tratados de forma tranquila, sem uma evolução grande da infecção”, destacou a enfermeira que não precisou ser internada. “A sensação de voltar ao trabalho foi de agrade-cimento pela vitória, de poder exercer minha profissão”, fina-lizou.
SEGURANÇAPara prestar assistência ao
paciente covid, os profissio-nais da Santa Casa de Maceió participaram de diversos trei-namentos. Novos protocolos também foram implementa-dos para que o trabalho fosse executado com segurança tanto para o paciente, como com os colaboradores.
GERAL
202030 de junho8
Profissionais que lutaram pela própria vida retornam ao trabalho
SANTA CASA DE MACEIÓ | Relatos de quem atua na saúde mostra a dificuldade de sair do lado de quem cuida para ser cuidado
Fazer parte de um serviço essencial
em tempos de pandemia não é
tarefa fácil. Imagine ter que cuidar de
pacientes com um novo coronavírus
(Covid-19), ver casos evoluírem de forma rápida para
gravidade, sem contar ter que lidar
com uma doença que ainda não tem remédio específico
ou vacina e conviver com ganhos e perdas
de vidas, e, mesmo assim, ter que seguir
em frente. Quem trabalha com saúde
vive diariamente essa rotina. Imagine agora inverter esse
papel. Sair do lado de quem cuida para ser
cuidado.
Redação
Carlos Emídio é cardiologista
e está na Santa Casa de Maceió
desde 2005
FUTEBOL | Confederação destacou que houve acordo,mas que ainda depende do aval do poder público
ESPORTES
30 de junho 92020
Alexandre Vidal/Flamengo
CBF Oficial
A Confederação Brasileira de Futebol
(CBF), após diálogo com dirigentes de 40 clubes, chegou à data provável de
início do Campeonato Brasileiro. A primeira
partida da Série A pode ocorrer no dia 9 de agosto (domingo), e o jogo de abertura
da Série B, um dia antes: 8 de agosto.
O acordo quanto às datas saiu após
reunião virtual, com a participação de
representantes da CBF, da Comissão
Nacional de Clubes (CNC) e de dirigentes das 40 agremiações
que integram o Brasileirão.
Em nota oficial, a CBF afirmou que houve acordo quanto a algu-
mas questões relacionadas às competições, mas ressal-tou que os torneios seguem dependendo do aval do poder público para serem realiza-dos.
“O retorno do futebol depende da autorização das autoridades de saúde. Mas, dezenove dos vinte clubes da Série A se dispuseram a jogar fora das suas cidades, em última instância, caso até lá seus municípios não estejam liberados pelas autoridades de saúde a realizar jogos. Foi um sinal de apoio à realização da competição pela CBF”, diz a nota da entidade. Apenas o Athlético Paranaense votou contra.
Houve consenso em relação a itens como a manutenção do formato da competição: “todos contra todos”, totalizando 38 roda-das. Caso a realização do
campeonato seja de fato auto-rizada, as primeiras partidas ocorrerão sem a presença de público, e o campeonato só terminará em fevereiro de 2021.
Também ficou decidido que a Copa do Brasil deve retornar na primeira quin-zena de agosto. Com as duas competições ocorrendo concomitantemente, a inten-ção é que as equipes façam dois jogos por semana, com
exceção das datas Fifa, previs-tas para serem retomadas em setembro.
INDEFINIÇÕESAs prováveis datas anun-
ciadas pela CBF para o retorno das principais competições nacionais, podem acabar coincidindo com partidas dos campeonatos estaduais. Em São Paulo, por exemplo, os clubes só podem retomar os treinamentos com bola no dia
1º de julho. A possibilidade de antecipar o retorno do torneio depende do Governo do Estado.
No Rio Grande do Sul, a situação é parecida. No último dia 19, a Federação Estadual de Futebol entre-gou ao governo estadual um protocolo com todas as ações de saúde propostas para a retomada do Gauchão. A enti-dade ainda aguarda posicio-namento do poder Executivo.
CBF sinaliza que abertura do Brasileirão 2020 pode acontecer no dia 9 de agosto
Juliano Justo
TV Brasil e Rádio Nacional
Em vários estados, treinos
com vistas para a retomada
dos campeonatos estaduais e
nacionais já acontecem
Flamengo é um dos times que
já retomou os jogos do campe-
onato estadual com o aval do
poder público
A saga de romances dos anos 1990 assinada por K.A. Applegate
foca em cinco adolescentes e um alienígena que têm a habilidade de se transforma-rem em qualquer animal que toquem. Usando seus pode-res, eles lutam contra uma invasão alienígena secreta na Terra, enfrentando uma raça de extraterrestres parasitas chamadas Yeerks, que podem controlar as criaturas ao se fundir com seus cérebros atra-vés do canal auricular.
Ainda sem muitas infor-mações, Erik Feig ficará a encargo do filme. Nenhum estúdio adquiriu os direitos da produção, mas acredita-se que o acordo deve ser fechada em breve.
Consistida em nada menos que 54 volumes publicados entre 1996 e 2001. O foco primário
destina-se ao jovens Jake, Marco, Cassie, Rachel e Tobias e no alienígena Aximili Esgar-routh-Isthill (também conhe-cido como Ax), cuja raça intitulada Andalites criaram
uma tecnologia que os permite se transformar em animais.
Cada um dos seis prota-gonistas narra as histórias de suas próprias perspectivas e, ao longo do lançamento dos livros, Applegate foi acla-
mada por sua investida autêntica e visceral
sobre guerra, d e s u -
manização, moralidade, lide-rança, família e muito mais. No Brasil, a obra foi publicada através da editora Funda-mento.
‘Animorphs’ já ganhou uma breve adaptação televi-siva entre 1998 e 2000, mas não fez o sucesso prometido e não conseguiu terminar a trama principal.
Lucy Kitada, Iole Lucchese e Caitlin Friedman também
entram como produtores. Friedman irá supervisionar o roteiro ao lado de Royce
Reeves Darby, mas nenhum escritor foi
contratado para a adaptação.
CULTURA
Segundo o The Hollywood Reporter,
a clássica série literária de ficção científica infantil
‘Animorphs’ ganhará uma adaptação para
os cinemas.
Thiago Nolla
Uma seleção dos muitos, mui-
tos livros de Animorphs
‘Animorphs’: Clássica série infantil de ficção científica será adaptada
CINEMA | Saga de romances dos anos 1990 foca em cinco adolescentes e um alienígena que tem habilidade de se transformar em animais
202030 de junho10
LITERATURA
A quarentena mudou totalmente nossa
rotina, As crianças por exemplo estão sem aulas presenciais, e
haja criatividade dos pais e responsáveis
para estimular os pequenos nesse
período de isolamento social. Ler, além de
estimular a educação dos filhos, é uma ótima atividade.
Para ajudar os pais e responsáveis nesta
tarefa, a escritora Lori Alice Gressler
disponibilizou treze obras infantis para crianças a partir de
cinco anos, que podem ser lidas ou assistidas
(em gravações contadas pelo ator
Marcelo Dusi).
Taísa Bibi
Com Assessoria
Obras infantis estão disponí-
veis gratuitamente nos dois for-
matos, para estimular crianças
de várias idades
Livros infantis gratuitos para ler ou assistir com as crianças na quarentena
NO PAPEL E NA TELA | A escritora Lori Alice Gressler disponibilizou treze obras infantis para crianças a partir de cinco anos
30 de junho 112020
As histórias abordam a vida rural, evocando a fauna e flora (espe-
cialmente do Mato Grosso do Sul, onde a autora vive), além de apresentar de forma lúdica diversos sentimentos e elementos da cultura brasi-leira, como as tradições do campo, imigração, geografia, ciências e histórias da infân-cia da autora.
Em tempos em que as crianças não podem sair para a rua, ler e ouvir histórias é uma maneira garantida de diversão dentro de casa. O fantástico mundo dos livros desenvolve o conhecimento e a imaginação, além de ser um bom momento para a criançada se concentrar e deixar de lado a agitação do dia a dia.
Agora é só curtir com a criançada!
Apesar do encolhi-mento do emprego f o r m a l , h o u v e
melhora em relação a abril, quando haviam sido fechados 860.503 postos. A retração de empregos totaliza 1.144.118 de janeiro a maio.
SETORESNa divisão por ramos de
atividade, quatro dos cinco setores pesquisados fecharam empregos formais em maio. A estatística foi liderada pelos serviços, com a extinção de 143.479 postos, seguido pela indústria (de transformação, de extração e de outros tipos), com 96.912 postos a menos. Em terceiro lugar, vem o comércio com o fechamento de 88.739 postos de trabalho.
O nível de emprego dimi-nuiu na construção civil com o fechamento de 18.758 postos. Somente o grupo que abrange agricultura, pecuá-ria, produção florestal, pesca e aquicultura criou empregos com carteira assinada no mês passado, com a contratação de 15.993 pessoas.
DESTAQUESNos serviços, a extinção
de empregos foi puxada pelo
segmento de alojamento e alimentação (que engloba hotéis e restaurantes), com o fechamento de 54.313 postos formais. A categoria de servi-ços de informação, comunica-ção e atividades financeiras, atividades imobiliárias, profis-sionais e administrativas fechou 37.687 vagas.
Na indústria, o destaque negativo ficou com a indús-tria de transformação, que demitiu 94.236 trabalhadores a mais do que contratou. Em segundo lugar, ficou a indús-tria de água, esgoto, ativida-des de gestão de resíduos e
descontaminação, que fechou 2.209 vagas.
As novas estatísticas do Caged, apresentadas desde o mês passado, não detalham as contratações e demissões por segmentos do comércio. A série histórica anterior sepa-rava os dados do comércio atacadista e varejista.
REGIÕESTodas as regiões brasileiras
extinguiram empregos com carteira assinada em maio. O Sudeste liderou o fechamento de vagas, com 180.466 postos a menos, seguido pelo Sul com
menos 78.667 postos e pelo Nordeste com menos 50.272 postos. O Centro-Oeste fechou 12.580 postos de trabalho e o Norte extinguiu 10.151 postos formais no mês passado.
Na divisão por unidades da Federação, apenas o Acre registrou saldo positivo, com a criação de 130 vagas com carteira assinada. As maio-res variações negativas ocor-reram em São Paulo com o fechamento de 103.985 postos; Rio de Janeiro, 35.959 postos; Minas Gerais, 33.695 postos, e Rio Grande do Sul, 32.106 postos de trabalho.
202030 de junho12
O Índice de Confiança da Indústria, medido pela Fundação Getu-
lio Vargas (FGV), teve alta de 16,2 pontos na passagem de maio para junho deste ano. Essa é a maior alta da pesquisa da FGV, iniciada em janeiro de 2001.
Com a alta, o indicador atingiu 77,6 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos.
Em maio, a confiança da indústria já havia crescido 3,2 pontos. Apesar disso, as altas de maio e de junho recupera-ram apenas metade dos 39,3 pontos perdidos no segundo bimestre do ano (março e abril).
Em junho, todos os 19 segmentos industriais pesqui-sados tiveram aumento da confiança.
Houve alta de 10,6 pontos da percepção dos empresá-rios em relação ao momento
presente (Índice da Situação Atual), que passou para 79,2 pontos. Já a confiança no futuro, o Índice de Expectati-vas subiu 21,3 pontos e atingiu 76,2 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade instalada aumen-tou 6,3, pontos percentuais, de 60,3% para 66,6%. Apesar disso, o indicador ainda se encontra 13,2 pontos percen-tuais abaixo da média de janeiro de 2001 a março de 2020 (79,8%).
Confiança da indústria tem alta recorde em junho, afirma FGVVitor Abdala
Agência Brasil
ÚLTIMAS
Brasil registra retração de 331,9 mil postos de trabalho no mês de maio
PANDEMIA | De acordo com o Caged, todas as regiões extinguiram empregos com carteira assinada
Prejudicado pela crise econômica gerada pela
pandemia do novo coronavírus (Covid-19),
o emprego formal registrou, em maio, o terceiro mês seguido
de desempenho negativo. Segundo dados divulgados
pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), da Secretaria de Trabalho do
Ministério da Economia, 331.901 postos de trabalho
com carteira assinada foram fechados no
último mês. O indicador mede a diferença
entre contratações e demissões.
Em junho, todos os segmentos pesquisados tive-
ram crescimento da confiança
Todos os setores, exceto
agricultura e afins, tiveram
queda nas vagas de trabalho em
função do isolamento social
Wellton Máximo
Agência Brasil
Fernando Frazão/Agência Brasil
Wilson Dias/Agência Brasil