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Machado de Assis Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Machado de Assis Joaquim Maria Machado de Assis Machado de Assis, 1896 , fotógrafo desconhecido, Academia Brasileira de Letras . Nacionalidade brasileiro Data de nascimento 21 de Junho de 1839 Local de nascimento Rio de Janeiro , RJ Império do Brasil Data de falecimento 29 de setembro de1908 (69 anos) Local de falecimento Rio de Janeiro , RJ Brasil Ocupação Escritor , jornalista , contista epoeta Grupo étnico Branco Período de atividade 1864 -1908 (44 anos) Religião Niilismo , entre outras Movimento Romantismo /Realismo

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Machado de Assis Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis

Machado de Assis, 1896, fotógrafo desconhecido,

Academia Brasileira de Letras.

Nacionalidade brasileiro

Data de

nascimento

21 de Junho de 1839

Local de

nascimento

Rio de Janeiro, RJ

Império do Brasil

Data de

falecimento

29 de setembro de1908 (69 anos)

Local de

falecimento

Rio de Janeiro, RJ

Brasil

Ocupação Escritor, jornalista, contista epoeta

Grupo étnico Branco

Período de

atividade

1864-1908 (44 anos)

Religião Niilismo, entre outras

Movimento Romantismo/Realismo

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Magnum opus Entre os críticos e o público, destacam-

se Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom

Casmurro. A crítica considera que suas

melhores obras são as da Trilogia Realista.1

Cônjuge Carolina Augusta Xavier de Novais (1869-

1904)

Influências Shakespeare, Schopenhauer,Xavier de

Maistre, Montaigne,Pascal, Sterne, Swift

Influenciados Drummond, Cyro dos Anjos,Murilo

Rubião, Rubem Fonseca,John Barth, Donald

Barthelme

Assinatura

Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de

setembro de 1908) foi um escritor brasileiro, amplamente considerado como o maior nome

da literatura nacional.2 3 4 5 6 Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta,

romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário.7 8 Testemunhou a

mudança política no país quando a Repúblicasubstituiu o Império e foi um grande comentador e

relator dos eventos político-sociais de sua época.9

Nascido no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, de uma família pobre, mal estudou em escolas

públicas e nunca frequentou universidade.10

Os biógrafos notam que, interessado pela boemia e

pela corte, lutou para subir socialmente abastecendo-se de superioridade intelectual.11

Para isso,

assumiu diversos cargos públicos, passando pelo Ministério da Agricultura, do Comércio e

das Obras Públicas, e conseguindo precoce notoriedade em jornais onde publicava suas primeiras

poesias e crônicas. Em sua maturidade, reunido a colegas próximos, fundou e foi o primeiro

presidente unânime da Academia Brasileira de Letras.12

Sua extensa obra constitui-se de nove romances e peças teatrais, duzentos contos, cinco

coletâneas de poemas e sonetos, e mais de seiscentas crônicas.13

14

Machado de Assis é

considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás

Cubas(1881).15

16

Este romance é posto ao lado de todas suas produções posteriores, Quincas

Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires, ortodoxamente conhecidas como

pertencentes a sua segunda fase, em que se notam traços de pessimismo e ironia, embora não haja

rompimento de resíduos românticos. Dessa fase, os críticos destacam que suas melhores obras são

as da Trilogia Realista.1 Sua primeira fase literária é constituída de obras como Ressurreição, A Mão

e a Luva, Helena e Iaiá Garcia, onde notam-se características herdadas do Romantismo, ou

"convencionalismo", como prefere a crítica moderna.17

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Sua obra foi de fundamental importância para as escolas literárias brasileiras do século XIX e do

século XX e surge nos dias de hoje como de grande interesse acadêmico e público.18

Influenciou

grandes nomes das letras, como Olavo Bilac, Lima Barreto, Drummond de Andrade, John

Barth, Donald Barthelme e outros.19

Em seu tempo de vida, alcançou relativa fama e prestígio pelo

Brasil,20

contudo não desfrutou de popularidade exterior na época. Hoje em dia, por sua inovação e

audácia em temas precoces, é frequentemente visto como o escritor brasileiro de produção sem

precedentes,21

de modo que, recentemente, seu nome e sua obra têm alcançado diversos críticos,

estudiosos e admiradores do mundo inteiro. Machado de Assis é considerado um dos grandes

gênios da história da literatura, ao lado de autores como Dante, Shakespeare e Camões.22

Índice

[esconder]

1 Biografia

o 1.1 Primeiros anos

o 1.2 Jornais, poemas e óperas

o 1.3 Crisálidas, teatros e política

o 1.4 Noivado, cartas e relacionamento

o 1.5 Casamento, histórias e lendas

o 1.6 Academia Brasileira de Letras

o 1.7 Últimos anos

o 1.8 Morte

2 Obra

o 2.1 Crítica

o 2.2 Estilo

o 2.3 Temática

o 2.4 Crítica literária

3 Especulações sobre Machado

o 3.1 Política

o 3.2 Religião

o 3.3 Saúde

4 Reputação crítica

5 Leituras

6 Influência

7 Legado

8 Lista de obras

Page 4: Machado de Assis.pdf

o 8.1 Edição dos volumes

o 8.2 Obras

9 Obras póstumas

10 Ver também

11 Referências

12 Bibliografia

13 Ligações externas

Biografia

Primeiros anos

Morro do Livramento. A seta no canto direito mostra a casa onde Machado provavelmente nasceu e passou a infância.

Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho de 1839 no Morro do Livramento,23

Rio de Janeiro do

Período Regencial, então capital do Império do Brasil.24

25

26

Seus pais foram Francisco José de

Assis, um mulato que pintava paredes, e Maria Leopoldina da Câmara Machado, lavadeira

portuguesa dos Açores.25

27

Ambos eram agregados da Dona Maria José de Mendonça Barrozo

Pereira, esposa do falecido senador Bento Barroso Pereira,28

que abrigou seus pais e os permitiu

morar junto com ela.24

25

As terras do Livramento eram ocupadas pela chácara da família de Maria

José e já em 1818 o terreno começou a ser loteado de tão imenso que era, dando origem à rua

Nova do Livramento.29

Maria José tornou-se madrinha do bebê e Joaquim Alberto de Sousa da

Silveira, seu cunhado, tornou-se o padrinho, de modo que os pais de Machado resolveram

homenagear os dois nomeando-o com seus nomes.24

25

Nascera junto a ele uma irmã, que morreu

jovem, aos 4 anos, em 1845.30

31

Iniciou seus estudos numa escola pública da região, mas não se

mostrou interessado por ela.32

Ocupava-se também em celebrar missas, o que lhe fez conhecer o

Padre Silveira Sarmento, que, segundo certos biógrafos, se tornou seu mentor de latim e amigo.24

25

Em seu folhetim Casa Velha, publicado de janeiro de 1885 a fevereiro de 1886 na revista carioca A

Estação, e publicado pela primeira vez em livro em 1943 graças à Lúcia Miguel Pereira, Machado

fornece descrição do que seria a casa principal e a capela da chácara do Livramento: "A casa, cujo

lugar e direção não é preciso dizer, tinha entre o povo o nome de Casa Velha, e era-o realmente:

datava dos fins do outro século. Era uma edificação sólida e vasta, gosto severo, nua de adornos.

Eu, desde criança, conhecia-lhe a parte exterior, a grande varanda da frente, os dois portões

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enormes, um especial às pessoas da família e às visitas, e outro destinado ao serviço, às cargas

que iam e vinham, às seges, ao gado que saía a pastar. Além dessas duas entradas, havia, do lado

oposto, onde ficava a capela, um caminho que dava acesso às pessoas da vizinhança, que ali iam

ouvir missa aos domingos, ou rezar a ladainha aos sábados".33

Como já citado, a região sofria forte influência da igreja católica, de modo que a vizinhança

frequentava suas missas; a casa era "uma espécie de vila ou fazenda",29

onde Machado passou sua

infância. Nesta época, José de Alencar tinha apenas 10 anos de idade. Três anos antes do

nascimento de Machado, Domingos José Gonçalves de Magalhães publicava Suspiros Poéticos e

Saudades, obra que trazia os ideais do Romantismo para a literatura brasileira.34

Quando Machado

tinha apenas um ano de idade, em 1840, decretava-se a maioridade de D. Pedro II, tema que viria a

tratar anos mais tarde em Dom Casmurro. Ao completar 10 anos, Machado tornou-se órfão de mãe.

Mudou-se com seu pai para São Cristóvão, na Rua São Luís de Gonzaga nº48 e logo o pai se casou

com sua madrasta Maria Inês da Silva35

em 18 de junho de 1854. Ela cuidaria do garoto quando

Francisco viesse a morrer um tempo depois.36

Segundo escrevem alguns biógrafos, a madrasta

confeccionava doces numa escola reservada para meninas e Machado teve aulas no mesmo prédio,

enquanto à noite estudava língua francesa com um padeiro imigrante.24

Certos biógrafos notam seu

imenso e precoce interesse e abstração por livros.35

Jornais, poemas e óperas

Imprensa Nacional, c.1880, onde Machado de Assis iniciou seus serviços como tipógrafo e revisor.

Tudo indica que Machado evitou o subúrbio carioca e procurou a subsistência no centro da

cidade.37

Com muitos planos e espírito aventureiro, fez algumas amizades e relacionamentos. Em

1854, publicou seu primeiro soneto, dedicado à "Ilustríssima Senhora D.P.J.A", assinando como "J.

M. M. Assis", no Periódico dos Pobres.38

No ano seguinte, passou a frequentar a livraria do jornalista

e tipógrafo Francisco de Paula Brito. Paula Brito era um humanista e sua livraria, além de vender

remédios, chás, fumo de rolo, porcas e parafusos,39

também servia como ponto de encontro da sua

Sociedade Petalógica (peta=(ê), s. f. 1. Mentira, patranha).40

Um tempo mais tarde, Machado se

referiria à Sociedade da seguinte forma: "Lá se discutia de tudo, desde a retirada de um ministro até

a pirueta da dançarina da moda, desde o dó do peito de Tamberlick até os discursos do Marquês do

Paraná".41

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No dia 12 de janeiro de 1855, Brito publicou os poemas "Ela" e "A Palmeira" na Marmota

Fluminense, revista bimensal do livreiro.38

Estes dois versos, reunidos junto àquele soneto para a

Dona Patronilha, fazem parte da primeira produção literária de Machado de Assis. Aos dezessete

anos, foi contratado como aprendiz de tipógrafo e revisor de imprensa na Imprensa Nacional, onde

foi protegido e ajudado por Manuel Antônio de Almeida (que anos antes havia publicado

sua magnum opus Memórias de um Sargento de Milícias), que o incentivou a seguir a carreira

literária.42

Machado trabalhou na Imprensa Oficial de 1856 a 1858. No fim deste período, a convite

do poeta Francisco Otaviano, passou a colaborar para o Correio Mercantil, importante jornal da

época, escrevendo crônicas e revisando textos.38

43

Durante esta época o jovem já frequentava

teatros e outros meios artísticos. Em novembro de 1859, estreava Pipelet, ópera com libreto de sua

autoria baseada em The Mysteries of Paris de Eugène Sue44

e com música de Ferrari. Escreveu ele

sobre a apresentação:

"Abre-se segunda-feira, a Ópera Nacional com o Pipelet, ópera em actos, música de

Ferrari, e poesia do Sr. Machado de Assis, meu íntimo amigo, meu alter ego, a quem tenho

muito affecto, mas sobre quem não posso dar opinião nenhuma."45

Pipelet não agrada consideravalmente o público e os folhetinistas ignoram-na.46

Gioacchino

Giannini, que dirigiu a orquestra da ópera, sentiu-se contrariado com a orquestra e escreveu

num artigo: "Não falaremos do desempenho de Pipelet. Isso seria enfadonho, horrível e

espantoso para quem o viu tão regularmente no Teatro de São Pedro."47

O final da ópera

era melancólico, com o enterro agonizante do personagem Pipelet. Machado de Assis, em

1859, escreveu que "o desempenho da mesma maneira que o primeiro, fez nutrir esperança de

uma boa companhia de canto."48

De fato, o jovem nutria interesse na campanha de construção

da Ópera Nacional. No ano seguinte a de Pipelet, produziu um libreto chamado As Bodas de

Joaninha, entretanto sua repercussão foi nula.46

Anos mais tarde, registraria a nostalgia do

folhetinismo de sua juventude.49

Crisálidas, teatros e política

O jovem Machado aos 25 anos, 1864, gostava de teatro e lutava para subir socialmente. Foto: Insley Pacheco.50

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Aos 21 anos de idade Machado já era uma personalidade considerada entre as rodas

intelectuais cariocas. A esta altura já era conhecido por Quintino Bocaiúva, que o convidou para

o Diário do Rio de Janeiro, onde Machado trabalhou intensamente como repórter e jornalista de

1860 a 1867, com Saldanha Marinho supervisionando-o.38

Colaborou para o Jornal das

Famílias sob pseudônimos: Job, Vitor de Paula, Lara, Max, e para a Semana Ilustrada,

assinando seu nome ou pseudos, até 1857.51

Bocaiúva admirava o gosto de Machado pelo

teatro, mas considerava suas obras destinadas à leitura e não à encenação.52

Com a morte do

pai, Machado lhe dedica a coletânea de poesias “Crisálidas”: “À Memória de Francisco José de

Assis e Maria Leopoldina Machado de Assis, meus Pais.”53

Em 1865, Machado havia fundado uma sociedade artístico-literária chamada Arcádia

Fluminense, onde tivera a oportunidade de promover saraus com leitura de suas poesias e

estreitar contato com poetas e intelectuais da região. Com José Zapata y Amat, produziu o hino

"Cantada da Arcádia" especialmente para a sociedade.54

Em 1866, escreveu no Diário do Rio

de Janeiro: "A fundação da Arcádia Fluminense foi excelente num sentido: não cremos que ela

se propusesse a dirigir o gosto, mas o seu fim decerto que foi estabelecer a convivência

literária, como trabalho preliminar para obra de maior extensão."55

Neste ano, Machado

escrevia crítica teatral e, segundo Almir Guilhermino, aprendeu a língua grega para se

familiarizar cedo com Platão, Sócrates e o teatro grego.56

De acordo com Valdemar de Oliveira,

Machado era "rato de coxia" e frequentador de rodas teatrais junto com José de

Alencar, Joaquim Manuel de Macedo, e outros.57

Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas, c. 1890, onde Machado começou a trabalhar em cargo público.

No ano seguinte, 1867, subiu a escala funcional como burocrata, e no mesmo ano foi nomeado

diretor-assistente doDiário Oficial pelo D. Pedro II.51

53

Com a ascensão do Partido Liberal pelo

país, Machado acreditava que seria lembrado por seus amigos e que receberia um cargo

público que melhoraria sua qualidade de vida, contudo foi em vão. À época de seu serviço

no Diário do Rio de Janeiro, teve seus ideais combativos com ideias progressivas; por conta

disso seu nome foi anunciado como candidato a deputado pelo Partido Liberal do Império —

candidatura que logo retirou por querer comprometer sua vida somente às letras.58

Para sua

surpresa, a ajuda veio novamente de um ato de Pedro II, com a nomeação para o cargo de

assistente do diretor, e que, mais tarde, em 1888, lhe condecoraria como oficial da Ordem Da

Rosa.53

59

A esta altura já era amigo de José de Alencar, que lhe ensinou um pouco de língua inglesa.

Ambos os autores, no mesmo ano, recepcionaram o ambicioso e famoso poeta Castro Alves,

vindo da Bahia, na imprensa da Corte do Rio de Janeiro.58

Machado diria sobre o poeta baiano:

"Achei uma vocação literária cheia de vida e robustez, deixando antever nas magnificências do

presente as promessas do futuro."60

Os direitos autorais por suas publicações e crônicas em

Page 8: Machado de Assis.pdf

jornais e revistas, acrescido da promoção que recebera da Princesa Isabel em 7 de dezembro

de 1876 como chefe de seção, rendeu-lhe 5.400$000 anuais.61

O menino nascido no morro

havia subido de vida. Graças à sua nova posição, mudou do centro da cidade para o Bairro do

Catete, na Rua do Catete nº 206, onde morou durante 6 anos, dos 37 até seus 43.61

Noivado, cartas e relacionamento

A jovem simpática e cultaCarolina Augusta, c. 1890, conquistou o coração de Machado.62

No mesmo ano ao da reunião com o poeta, Machado teria um outro encontro que mudou de

vez a sua vida. Um de seus amigos, Faustino Xavier de Novaes(1820-1869), poeta residente

em Petrópolis, e jornalista da revista O Futuro,32

estava mantendo sua irmã, a

portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, desde 1866 em sua casa, quando ela chegou

ao Rio de Janeiro do Porto.51

Segundo os biógrafos, veio a fim de cuidar de seu irmão que

estava enfermo,63

enquanto outros dizem que foi para esquecer uma frustração amorosa.

Carolina despertara a atenção de muitos cariocas; muitos homens que a conheciam achavam-

na atraente, e extremamente simpática. Com o poeta, jornalista e dramaturgo Machado de

Assis não fora diferente. Tão logo conhecera a irmã do amigo, logo apaixonou-se. Até essa

data o único livro publicado de Machado era o poético Crisálidas (1864) e também havia escrito

a peça Hoje Avental, Amanhã Luva (1860), ambos sem muita repercussão. Carolina era cinco

anos mais velha que ele; deveria ter uns trinta e dois anos na época do noivado.62

Os irmãos de

Carolina, Miguel e Adelaíde (Faustino já havia morrido devido a uma doença que o levou à

insanidade), não concordaram que ela se envolvesse com um mulato.25

Contudo, Machado de

Assis e Carolina Augusta se casaram no dia 12 de Novembro de 1869.53

Diz-se que Machado não era um homem bonito, mas era culto e elegante.53

Estava apaixonado

por sua "Carola", apelido dado pelo marido. Entusiasmava a esposa com cartas românticas e

que previam o destino dos dois; durante o noivado, em 2 de março de 1869, Machado havia

escrito uma carta íntima que dizia: "...depois, querida, ganharemos o mundo, porque só é

verdadeiramente senhor do mundo quem está acima das suas glórias fofas e das suas

Page 9: Machado de Assis.pdf

ambições estéreis."64

Suas cartas endereçadas a Carolina são todas assinadas como

"Machadinho".64

Outra carta justifica uma certa complexidade no começo de seu

relacionamento: "Sofreste tanto que até perdeste a consciência do teu império; estás pronta a

obedecer; admiras-te de seres obedecida", o que é um mistério para os recentes estudiosos

das correspondências do autor.64

A carta do primeiro trecho aqui transposto traz uma alusão às

flores que a esposa lhe teria mandado e ele, agradecido, teria as beijado duas vezes como se

beijasse a própria Carolina.65

Noutro parágrafo, diz: "Tu pertences ao pequeno número de mulheres que ainda sabem amar,

sentir e pensar."65

De fato, Carolina era extremamente culta.66

Apresentou a Machado os

grandes clássicos portugueses e diversos autores da língua inglesa.67

A sobrinha-bisneta de

Carolina, Ruth Leitão de Carvalho Lima, sua única herdeira, revelou numa entrevista de 2008

que, frequentemente, a esposa retificava os textos do marido durante sua ausência.68

Conta-se

que muito provavelmente tenha influenciado no modo de Machado escrever e,

consecutivamente, tenha contribuído para a transição de sua narrativa convencional à realista

(ver Trilogia Realista).66

Não tiveram filhos.69

Tinham, no entanto, uma cadela tenerife (também

conhecidos como Bichon Frisé) chamada Graziela e que certa vez se perdeu entre as ruas do

bairro e, atônitos, foram achá-la dias depois na rua Bento Lisboa, no Catete.68

Casamento, histórias e lendas

Na placa no Cosme Velho, lê-se: "Neste local viveu Machado de Assis de 1883 até sua morte em 1908".

Depois do Catete, foram morar na casa nº 18 da Rua Cosme Velho (a residência mais famosa

do casal), onde ficariam até a morte. Do nome da rua surgira o apelido Bruxo do Cosme Velho,

dado por conta de um episódio onde Machado queimava suas cartas em um caldeirão, no

sobrado da casa, quando a vizinhança certa vez o viu e gritou: "Olha o Bruxo do Cosme

Velho!"70

Essa história acrescida à da cachorra, para alguns biógrafos, não passa de

lenda.70

Machado de Assis e Carolina Augusta teriam vivido uma "vida conjugal perfeita" por

Page 10: Machado de Assis.pdf

longos 35 anos.71

72

73

Quando os amigos certa vez desconfiaram de uma traição por parte de

Machado, seguiram-no e acabaram por descobrir que ele ia todas as tardes avistar a moça do

quadro deA Dama do Livro (1882), de Roberto Fontana.70

Ao saberem que Machado não podia

comprá-lo, deram-lhe de presente, o que o deixou particularmente feliz e grato.70

No entanto, talvez a "única nuvem negra a toldar a sua paz doméstica" tenha sido um possível

caso extraconjugal que tivera durante a circulação deMemórias Póstumas de Brás Cubas.74

Em

18 de novembro de 1902, reverte a atividade na Secretaria da Indústria do Ministério da Viação,

Indústria e Obras Públicas, como diretor-geral de Contabilidade, por decisão do ministro da

Viação, Lauro Severiano Müller.75

Em 20 de outubro de 1904, Carolina morre aos 70 anos de

idade.76

Foi um baque na vida de Machado, que passou uma temporada em Nova

Friburgo.77

Segundo o biógrafo Daniel Piza, Carolina comentava com amigas que Machado

deveria morrer antes para não sofrer caso ela partisse cedo.78

Seu casamento com Carolina fez

com que ela estimulasse seu lado intelectual deficiente pelos poucos estudos a que tinha

realizado na juventude e trouxe-lhe a serenidade emocional que ele tanto precisava por ter

saúde frágil.63

As três heroínas de Memorial de Ayres chamam-se Carmo, Rita e Fidélia, o que

estudiosos crêem representar três aspectos da Carolina, a "mãe", "irmã" e "esposa".79

Machado

também lhe dedicou seu último soneto, "A Carolina", em que Manuel Bandeiraafirmaria, anos

mais tarde, que é uma das peças mais comoventes da literatura brasileira.80

De acordo com

alguns biógrafos o túmulo de Carolina era visitado todos os domingos por Machado.78

Academia Brasileira de Letras

Ver artigo principal: Academia Brasileira de Letras

Inspirados na Academia Francesa, Medeiros e Albuquerque, Lúcio de Mendonça, e o grupo de

intelectuais da Revista Brasileira idearam e fundaram, em 1897, junto ao entusiasmado e

apoiador Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras, com o objetivo de cultuar

a cultura brasileira e, principalmente, a literatura nacional.81

82

Unanimente, Machado de Assis

foi eleito primeiro presidente da Academia logo que ela havia sido instalada, no dia 28 de

janeiro do mesmo ano.12

Como escreve Gustavo Bernardo, "Quando se fala Machado fundou a

Academia, no fundo o que se quer dizer é que Machado pensava na Academia. Os escritores a

fundaram e precisaram de um presidente em torno do qual não houvesse discussão."83

No

discurso inaugural, Machado aconselhou aos presentes: "Passai aos vossos sucessores o

pensamento e a vontade iniciais, para que eles os transmitam também aos seus, e a vossa

obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira."84

Page 11: Machado de Assis.pdf

de pé: Rodolfo Amoedo, Artur Azevedo, Inglês de Sousa, Bilac, Veríssimo,Bandeira, Filinto de

Almeida, Passos, Magalhães, Bernardelli, Rodrigo Octavio,Peixoto; sentados: João Ribeiro, Machado, Lúcio de Mendonça e Silva

Ramos.

A Academia surgiu mais como um vínculo de ordem cordial entre amigos do que de ordem

intelectual. No entanto, a ideia do instituto não foi bem aceita por alguns: Antônio

Sales testemunhou numa página de reminiscência: "Lembro-me bem que José Veríssimo, pelo

menos, não lhe fez bom acolhimento. Machado, creio, fez a princípio algumas

objeções."85

Como presidente, Machado fazia sugestões, concordava com ideias, insinuava,

mas nada impunha nem impedia aos companheiros.86

Era um acadêmico assíduo. Das 96

sessões que a Academia realizou durante a sua presidência, faltou somente a duas.86

Em 1901,

criou a "Panelinha" para a realização de festivos ágapes e encontros de escritores e artistas,

como a da fotografia acima.87

De fato, a expressão panelinha foi inventada destes encontros,

onde os convidados eram servidos em uma panela de prata, motivo pelo qual o grupo passou a

ser conhecido como Panelinha de Prata.88

89

Machado devotou-se ao cargo de presidente da

Academia durante 10 anos, até a sua morte.81

Como homenagem informal, ela passou a

chamar-se "Casa de Machado de Assis". Hoje em dia a Academia abriga coleções de Olavo

Bilac e Manuel Bandeira, e uma sala chamada de Espaço Machado de Assis, em homenagem

ao autor, que se dedica a estudar sua vida e obra e que guarda objetos pessoais seus; além

disso, a Academia possui uma rara edição de 1572 de Os Lusíadas.82

As sucessões e o posto

de Machado de Assis em relação à Academia foram os seguintes:

Precedido por

José de Alencar

(patrono)

ABL - fundador da cadeira 23 1897 — 1908

Sucedido por

Lafayette Rodrigues Pereira

Precedido por

Criação da Academia Brasileira de

Letras

Presidente da Academia Brasileira de

Letras 1897 — 1908 (morte)

Sucedido por

Rui Barbosa

Últimos anos

Page 12: Machado de Assis.pdf

Machado aos 57 anos, 189690

Machado de Assis, segundo do canto esquerdo, na primeira fila

Com a morte da esposa, entrou em profunda depressão, notada pelos amigos que lhe

visitavam, e, cada vez mais recluso, encaminhou-se também para sua morte. Numa carta

endereçada ao amigo Joaquim Nabuco, Machado lamenta que "foi-se a melhor parte da minha

vida, e aqui estou só no mundo [...]"91

Antes de sua morte, em 1908, e depois da morte da

esposa, em 1904, Machado viu publicar suas últimas obras: Esaú e Jacó(1904), Memorial de

Aires (1908), e Relíquias da Casa Velha (1906). No mesmo ano desta última obra, escreveu

sua última peça teatral, Lição de Botânica. Em 1905, participou de uma sessão solene da

Academia para a entrega de um ramo de carvalho de Tasso, remetido por Joaquim

Nabuco.51

Com Relíquias, reuniu em livro mais algumas de suas produções, como também o

soneto "A Carolina", "preito de saudade à esposa morta."92

Em 1907, dá início ao seu último

romance, Memorial de Aires, que é um livro norteado por uma poesia leve e tranquila e

tendente à saudade.93

Mesmo abalado, continuava lendo, trabalhando, estudando, frequentando algumas rodas de

amigos. Em seus últimos anos, teria iniciado estudos da língua grega,51

embora outros autores

apontam que tentava se familiarizar com ela desde cedo.56

No primeiro dia de julho de 1908,

Machado de Assis entra em licença para tratamento de saúde, e nunca mais retorna ao

Ministério da Viação. Personalidades ilustres, como o Barão do Rio Branco, e intelectuais ou

Page 13: Machado de Assis.pdf

colegas, vão visitá-lo.75

Em um documento manuscrito do mesmo ano, Mário de

Alencar escreve, amargamente: "Venho da casa de Machado de Assis, por onde estive todo o

sábado, ontem e hoje, e agora estou sem ânimo de continuar a ver-lhe o sofrimento; tenho

receio de assistir ao fim que eu desejo não tarde. Eu, seu amigo e seu admirador grande,

desejo que ele morra, mas não tenho coragem de o ver morrer."94

Em 1906, escreve seu último testamento. O primeiro, escrito em 30 de junho de 1898, deixava

todos seus bens à esposa Carolina.95

Com a morte desta, pensou numa partilha amigável com

a irmã de Carolina, Adelaide Xavier de Novais, e sobrinhos, efetuando este segundo e último

testamento em 31 de maio de 1906, instituindo sua herdeira única "a menina Laura", filha de

sua sobrinha Sara Gomes da Costa e de seu esposo major Bonifácio Gomes da Costa,

nomeado primeiro testamenteiro.95

Em suas últimas semanas, Machado de Assis escreveu

cartas a Salvador de Mendonça (7 de setembro de 1908), a José Veríssimo (1 de setembro de

1908), a Mário de Alencar (6 de agosto de 1908), a Joaquim Nabuco (1 de agosto de 1908),

a Oliveira Lima (1 de agosto de 1908), entre outros, demonstrando ainda estar lúcido.95

Morte

Estudantes e amigos, entre eles Euclides da Cunha, saem da Academia conduzindo o caixão até o Cemitério São João Batista,

1908.

Às 3h20m de 29 de setembro de 1908 na casa de Cosme Velho,69

Machado de Assis morre aos

sessenta e nove anos de idade com uma úlcera canceriosa na boca;96

sua certidão de

óbito relata que morrera de arteriosclerose generalizada, incluindo esclerose cerebral, o que,

para alguns, figura questionável pelo motivo de mostrar-se lúcido nas últimas cartas já

relatadas.95

Ao geral, teve uma morte tranquila, cercado pelos companheiros mais íntimos que

havia feito no Rio de Janeiro: Mário de Alencar, José Veríssimo, Coelho Neto,Raimundo

Correia, Rodrigo Otávio, Euclides da Cunha, etc.93

Este último relatou, no Jornal do Comércio,

no mesmo ano do falecimento: "Na noite em que faleceu Machado de Assis, quem penetrasse

na vivenda do poeta, em Laranjeiras, não acreditaria que estivesse tão próximo o desenlace de

sua enfermidade."97

Euclides ainda escreveu: "Na sala de jantar, para onde dizia o quarto do

querido mestre, um grupo de senhoras – ontem meninas que ele carregara no colo, hoje

nobilíssimas mães de família – comentavam-lhe os lances encantadores da vida e reliam-lhe

antigos versos, ainda inéditos, avaramente guardados em álbuns caprichosos."97

Page 14: Machado de Assis.pdf

Em nome da Academia Brasileira de Letras, Rui Barbosa encarregou-se de fazer-lhe o elogio

fúnebre.98

Em nome do governo, o entãoministro do interior Tavares de Lyra discursou em

pesar da morte do escritor.99

O velório ocorreu no Syllogeu Brasileiro da Academia; seu corpo

no caixão, como relatara Nélida Piñon, "cercava-se de flores, círios de prata e lágrimas

discretas."100

O rosto estava coberto por um lenço de cambraia e eram muitas pessoas

presentes. Diversas pessoas, entre elas vizinhos, e companheiros de rodas intelectuais, ou

amigos, ou colegas com que trabalhou, encheram osaguão.100

No mesmo discurso, Nélida

comparou a despedida do autor como Paris que seguia o cortejo de Victor Hugo.100

De fato,

uma multidão saía da Academia e sustentava o caixão do autor até o Cemitério São João

Batista, enquanto outros acompanhavam de carro.99

Segundo sua vontade, foi enterrado

na sepultura da esposa Carolina, jazigo perpétuo 1359.101

A Gazeta de Notícias e o Jornal do

Brasil deram uma grande cobertura à morte, ao funeral e ao enterro de Machado.102

Em Lisboa,

todos os jornais da cidade publicaram uma biografia de Machado de Assis, anunciando sua

morte.103

Em 21 de abril de 1999, os restos mortais do casal foram transladados para o

Mausoléu da Academia, no mesmo cemitério,104

onde também estão os restos de

personalidades como João Cabral de Melo Neto, Darcy Ribeiro e Aurélio Buarque de Holanda

Ferreira.

Obra

Ver também: Obra de Machado de Assis

Crítica

Capa de Ressurreição, primeiro romance do autor, convencional aos estilos da época.

Page 15: Machado de Assis.pdf

Volume de Memórias Póstumas de Brás Cubas dedicado pelo próprio autor para a Biblioteca Nacional

Em sua História da Literatura Brasileira, José Verissimo dedica-se a um capítulo inteiro para

tratar de Machado de Assis e lhe separa duas fases de sua obra: uma ligada à escola

romântica (ou aos convencionalismos da época) e outra realista.105

Os romances da primeira

fase seriam Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876), Iaiá Garcia (1878),

enquanto que os da segunda seriam todos os outros restantes de sua carreira, Memórias

Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e

Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908), pertencentes ao Realismo. Embora esta divisão seja

ortodoxa entre os acadêmicos, o próprio Machado escrevera numa apresentação de uma

reedição de Helena que este romance e os outros de sua fase "romanesca" possuíam um "eco

de mocidade e fé ingênua."106

Contos Fluminenses (1872) e Histórias da Meia Noite (1873), consecutivamente, são

posicionados em sua primeira fase, eOcidentais (1882), ao lado de Histórias sem

Data (1884), Várias Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1899), e Relíquias da Casa

Velha (1906), na segunda.107

Seus dois primeiros livros de estreia, Crisálidas (1864)

e Falenas (1870), são poéticos. Vinte e dois poemas, escritos entre 1858 e 64, compunham

este primeiro livro. Há nestes poemas todos uma emoção "menos desbordante" que o

comum lirismo da literatura brasileira.108

As Crisálidas eram inspiradas por intensas emoções

amorosas ou pelo belo do feminino; os tercetos de "No Limiar" e os alexandrinos de "Aspiração"

prefiguram os temas subjetivos e sentidamente idealizados de suas Ocidentais de 1882,

embora não apresentassem excesso de sentimentalismo ou exagero de idealismo mas

estremes da oratória.109

Os dois livros poéticos embebiam-se dos cânones românticos, mas não

se filiavam à natureza tropical do país.110

Três anos antes destas duas publicações, Machado

estreava como dramaturgo com a comédiaDesencantos e a sátira Queda que as Mulheres Têm

Page 16: Machado de Assis.pdf

para os Tolos (tradução do livro de Victor Hénaux).31

Após 1866, a produção poética e teatral,

outrora frequente, torna-se escassa.111

“Não me culpeis pelo que lhe achardes romanesco. Dos que então fiz, este me era particularmente prezado. Agora mesmo, que há

tanto me fui a outras e diferente páginas, ouço um eco remoto ao reler estas, eco de mocidade e fé ingênua. E claro que, em nenhum

caso, lhes tiraria a feição passada; cada obra pertence ao seu tempo.”

— Apresentação de Machado de Assis a uma reedição de Helena, em que fala sobre a mudança de seu estilo literário.112

Liberto da "Escola Romântica" ou do "convencionalismo", como prefere a crítica

moderna,17

Machado assume uma posição mais madura de sua carreira e compõe

sucessivamente o que seriam todas as suas principais obras. A brusca mutação do autor é

estudada pelos biógrafos juntamente com sua suposta "crise espiritual dos 40 anos" e da

estadia que tivera de fazer para Nova Friburgo após a morte da esposa.113

Apesar dessa sua

segunda fase ser chamada "realista", críticos modernos argumentam que, ao contrário dos

realistas, "que eram muito dependentes de um certo esquematismo determinista, Machado não

procura causas muito explícitas ou claras para a explicação das personagens e

situações".114

Além disso, Machado criticava filosofias como o determinismo e ocientificismo da

segunda metade do século XIX, fazendo com que suas obras não se encaixem perfeitamente

nos pressupostos estéticos do Realismo.115

Após Memórias Póstumas de Brás Cubas, sucede-se diversas escritas de contos cuja estética

é vista como "mais madura" e cujos temas são mais ousados.116

"A Causa Secreta", "Capítulos

dos Chapéus", "A Igreja do Diabo" e "Pai Contra Mãe" fazem parte desta fase. Iniciou sua

carreira como contista em 1858, com "Três Tesouros Perdidos", e seguiu no ramo escrevendo

contos em climas de tensões e de intensidade nos acontecimentos.117

Por vezes seus contos

são anedóticos, como em "A Cartomante", onde existe um final surpreendente, ou moderno,

com o simples flagrante de um cotidiano, como em "Conto de Escola", ou de caráter, como em

"Um Homem Célebre" ou em "O Espelho", que busca traçar "tipos humanos determinados em

ideias fixas".117

Escrevendo prolificamente conto e romance, surgiu o debate se Machado de

Assis era mais genial em um ou em outro. Em 1882, publica O Alienista, que para alguns trata-

se de conto, enquanto que para outros é uma novela.117

É eminente, contudo, diferenciar a

forma dos dois gêneros em Machado: seu romance "procura representar o mundo como um

todo: persegue a espinha dorsal e o conjunto da sociedade", enquanto que seu conto "é a

representação de uma pequena parte desse conjunto, mas não de qualquer parte, e sim

daquela especial de que se pode tirar algum sentido."118

Em sua produção final, publicou o

"diplomático romance" Memorial de Aires e a peça teatral Lição de Botânica.119

Estilo

Ver artigo principal: Estilo de Machado de Assis

Page 17: Machado de Assis.pdf

A obra de Machado de Assis assume uma originalidade despreocupada com as modas

literárias dominantes de seu tempo. Os acadêmicos notam cinco fundamentais

enquadramentos em seus textos: "elementos clássicos" (equilíbrio, concisão, contenção lírica e

expressional), "resíduos românticos" (narrativas convencionais ao enredo),

"aproximações realistas" (atitude crítica,objetividade, temas contemporâneos),

"procedimentos impressionistas" (recriação do passado através da memória), e

"antecipações modernas" (o elíptico e o alusivo engajados a um tema que permite diversas

leituras e interpretações).120

Se, por um lado, os realistas que seguiam Flaubert esqueciam do narrador por detrás da

objetividade narrativa, e os naturalistas, à exemplo de Zola, narravam todos os detalhes do

enredo, Machado de Assis optou por abster-se de ambos os métodos para cultivar o

fragmentário e interferir na narrativa com o objetivo de dialogar com o leitor, comentando seu

próprio romance comfilosofias, metalinguagens, intertextualidade.121

Em tom absolutamente

não-enfático, neutro, sem retórica, as obras de ficção machadianas possuem na maior parte

das vezes um humorreflexivo, ora amargo, ora divertido.121

De fato, uma de suas características

mais apreciadas é a ironia, que os estudiosos consideram a "arma mais corrosiva da crítica

machadiana".122

Num processo próximo ao do "impressionismo associativo", há de certo uma

ruptura com a narrativa linear, de modo que as ações não seguem um fio lógico ou cronológico,

mas que é relatado conforme surgem na memória das personagens ou do narrador.123

Sua

mensagem artística se dá por meio de uma interrupção na narrativa para dialogar com o leitor

sobre a própria escritura do romance, ou sobre o caráter de determinado personagem ou sobre

qualquer outro tema universal, numa organização metalinguística que constituía seu principal

interesse como autor.123

Otelo e Desdêmona por Muñoz Degrain, 1881, é um retrato do drama Otelo de William Shakespeare:

correlação arquétipa com o ciúme do Bentinho de Dom Casmurro.

Machado de Assis, como exímio intelectual e leitor, atribui a sua obra caráteres de arquétipos.

Os irmãos Pedro e Paulo, em Esaú e Jacó, por exemplo, remontam ao arquétipo bíblico da

rivalidade entre Esaú e Jacó,124

mas dessa vez personificando a nova República e a já

"despedaçada" Monarquia,125

enquanto a psicose do ciúme de Bentinho em Dom

Casmurro aproxima-se do drama Otelo de William Shakespeare.126

Os acadêmicos também

Page 18: Machado de Assis.pdf

notam a constante presença do pessimismo. Suas últimas obras de ficção assumem uma

postura desencantada da vida, da sociedade, e do homem. Crê-se que não acreditava em

nenhum valor de seu tempo e nem mesmo em algum outro valor e que o importante para ele

seria desmascarar o cinismo e a hipocrisia política e social.126

O capítulo final de Memórias

Póstumas de Brás Cubas é exemplo cabal do pessimismo que vigora na fase madura de

Machado de Assis e do narrador morto:

Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui

ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas,

coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a

morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e

outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente

que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério,

achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas:

— Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.

— Memórias Póstumas de Brás Cubas, Capítulo CLX127

Sua preocupação no psicologismo das personagens obrigavam-no a escrever numa

narrativa lenta que não prejudicasse o menor detalhe para que este não

comprometesse o quadro psicológico do enredo.128

Sua atenção desvia-se comumente

do coletivo para ir à mente e à alma do ser humano — fator denominado

"microrrealismo".128

Por conta destas características, Machado criou um estilo enxuto

que os acadêmicos chamam de "quase britânico".128

Sua economia vocabular é rara

na literatura brasileira, ainda mais se procurada em autores como Castro Alves, José

de Alencar ou Rui Barbosa, que tendem ao uso imoderado do adjetivo e

do advérbio.128

Embora enxuta, não era adepto de uma linguagem mecânica

ou simétrica, e sim medida por seu ritmo interior.128

Temática

Ver artigo principal: Temática de Machado de Assis

A temática de Machado envolve desde o uso de citações referentes a eventos de sua

época até os mais intricados conflitos da condição humana. É capaz de retratar desde

relações implicitamente homossexuais e homoeróticas, como no conto "Pílades e

Orestes",129

até temas mais complexos e explícitos como a escravidão sob o ponto de

vista cínico do senhor de escravos, sempre criticando-o de forma oblíqua.130

Sobre a

escravidão, Machado de Assis já havia tido uma experiência familiar, quer por seus

avós paternos terem sido escravos, quer porque lia os jornais com anúncios de

escravos fugitivos.131

Em seu tempo, a literatura que denunciava crenças etnocêntricas

que posicionavam os negros no último grau da escala social era distorcida ou tolhida,

de modo que este tema encontra uma grande expressividade na obra do autor.132

A

Page 19: Machado de Assis.pdf

começar, as Memórias Póstumas de Brás Cubas narra o que seria uma das páginas

de ficção mais perturbadoras já escritas sobre a psicologia do escravismo: o negro

liberto compra seu próprio escravo para tirar sua desforra.130

Pelourinho por Jean-Baptiste Debret, retrata a escravidão no Brasil de Dom Pedro II: Machado de Assis escrevia

sobre a dissimulação na relação senhor e escravo.132

Outras obras notáveis, como Memorial de Aires, ou a crônica Bons Dias! de maio de

1888, ou o conto "Pai Contra Mãe" (1905), expõem explicitamente as críticas à

escravidão.130

Esta última é uma obra pós-escravidão, como podemos notar na frase

de início: A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos [...]133

Um

destes ofícios e aparelhos a que Machado refere-se é o ferro que prendia o pescoço e

os pés dos escravos e a máscara de folha-de-flandres. O conto é ainda uma análise

de como o fim da escravidão levara estes aparelhos para a extinção, mas não levou

a miséria e a pobreza. Roberto Schwarz escreve que "se grande parte do trabalho era

exercido pelo sescravos, restava aos homens livres trabalhos mal remunerados e

instáveis."134

Schwarz nota que tal dificuldade dos homens livres, somada às relações

dependentes que estes homens traçarão para sua sobrevivência, são grandes temas

no romance machadiano.134

Para Machado, o trabalho acabaria com as diferenças

impostas pela escravidão.135

Castro Alves escrevia sobre a violência explícita a que os escravos estavam expostos,

enquanto Machado de Assis escrevia as violências implícitas, como a dissimulação e a

falsa camaradagem na relação senhor e escravo.132

Este mesmo caráter dissimulativo

também é encontrado em sua ótica acerca daRepública e da Monarquia. Um de seus

últimos romances, Esaú e Jacó, é considerado uma alegoria sobre as duas formas de

governo e, principalmente, sobre a substituição de um pelo outro em território

nacional.136

Numa das linhas da obra, os irmãos Paulo, republicano, e Pedro,

monarquista, discutiam aproclamação da República; o primeiro, que admirava Deodoro

da Fonseca, afirmava que Podia ter sido mais turbulento. enquanto Pedro

afirmava: Um crime e um disparate, além de ingratidão; o imperador devia ter pegado

os principais cabeças e mandá-los executar. (...)137

Ambos avultam o fato de o regime

ter sido mudado por um golpe de estado, sem barricadas nem participação popular.137

Page 20: Machado de Assis.pdf

Mulheres na revista A Estação, 1884. Os livros de Machado possuem notáveis personagens femininas.

A Origem das Espécies, 1859, de Charles Darwin: o "Humanitismo" de Machado de Assis ironiza a "lei do mais

forte" de Darwin.

Outra temática notada pelos acadêmicos na obra machadiana é a filosofia que lhe é

peculiar. Há em sua obra um constante questionamento sobre o homem na sociedade

e sobre o homem diante de si próprio.138

O "Humanitismo", elaborado pelo filósofo

Joaquim Borba dos Santos em Quincas Borba, constitui-se da ideia "do império da lei

do mais forte, do mais rico e do mais esperto".138

Antonio Candido escreveu que a

essência do pensamento machadiano é "a transformação do homem em objeto do

homem, que é uma das maldições ligadas à falta de liberdade verdadeira, econômica

e espiritual."139

Os críticos notam que o "Humanitismo" de Machado não passa de

uma sátira ao positivismo de Auguste Comte e ao cientificismo doséculo XIX, bem

como a teoria de Charles Darwin acerca da seleção natural.140

Seu Quincas

Borba apresenta um conceito onde "a ascensão de um se faz a partir da anulação do

outro"141

e que, em essência, constitui a vida inteira do personagem Rubião, que morre

desagregado e crendo ser Napoleão.142

Desta forma, a teoria do "ao vencedor, as

batatas" seria umaparódia à ciência da época de Machado; sua divulgação seria uma

forma de desnudar ironicamente o caráter desumano e anti-ético do pensamento da

"lei do mais forte".140

Page 21: Machado de Assis.pdf

Aos moldes do Naturalismo, Machado de Assis também retratava a sociedade de

forma coletiva. Roberto Schwarz propôs queA Mão e a Luva, Helena, Iaiá

Garcia e Ressurreição são romances sobre tradições, casamento, família ligadas ao

homem e à mulher.143

A mulher tem papel fundamental no texto machadiano. Tanto

em sua fase romântica, com Ressurreição, onde ele descreve o "gracioso busto" da

personagem Lívia, até sua fase realista, onde nota-se uma fixação pelo olhar dúbio

de Capitu em Dom Casmurro.144

Suas mulheres são "capazes de conduzir a ação,

apesar do predomínio da trama romanesca não ter se esvaziado."145

As personagens

femininas de Machado de Assis, ao contrário das mulheres de outros românticos —

que faziam a heroína dependente de outras figuras e indisposta à ação principal

na narrativa — são extremamente objetivas e possuem força de caráter: a já citada

Lívia de Ressurreição é quem culmina no rompimento de seu caso com o personagem

Félix e é da Guiomar de A Mão e a Luva de quem parte a procura por Luiz Alves, que

satisfará suas ambições, assim como a heroína de Helena deixa-se morrer para não

se passar como aventureira e, por fim, a Estela de Iaiá Garcia, que conduz a ação e

promove o destino dos demais personagens.145

Crítica literária

José de Alencar chamou Machado de Assis "o primeiro crítico brasileiro".63

De fato, o

escritor foi um prolífico analisador da literatura de sua época antes mesmo de Sílvio

Romero. Além de percorrer e analisar as obras publicadas em sua época, ele escrevia

sobre a literatura vigente. Mário de Alencar escreve que Machado começou como

crítico antes mesmo de ser romancista: pretérito a Ressurreição (1872), suas críticas

iniciaram-se em 1858.146

Estes textos circularam exclusivamente em jornais e revistas

— A Marmota, A Semana Ilustrada, O Novo Mundo, Correio Mercantil, O

Cruzeiro, Gazeta de Notícias, Revista Brasileira — até 1910, quando Alencar reuniu

estes textos num volume.147

Segundo Machado de Assis, para o crítico efetuar o

julgamento de uma obra, "cumpre-lhe meditar profundamente sobre ela, procurar-lhe o

sentido íntimo, aplicar-lhe as leis poéticas, ver enfim até que ponto a imaginação e a

verdade conferenciaram para aquela produção."148

Page 22: Machado de Assis.pdf

Eça de Queirós, com seuPrimo Basílio, foi criticado por Machado por ter "suprimido aestética".

Em críticas poéticas, preocupou-se, portanto, com a métrica, o verso e com a

"sensibilidade" e o "sentimento" do poeta. Quanto à Lira dos Vinte Anos (1853)

de Álvares de Azevedo, Machado destacou a imaginação vigorosa e o talento robusto

do poeta que morreu muito jovem mas que deixou uma obra de "seiva

poderosa".149

Na prosa, destaca seu enredo e desenvolvimento. Elogiou as obras O

Guarani (1857) e Iracema (1865) de José de Alencar, chamando-lhes de "poemas em

prosa".150

Machado reprovava o recurso inverossímil ou fortuito na trama prosaica — e

este foi um dos motivos de criticar severamente O Primo Basílio (1878) de Eça de

Queirós, razão pela qual foi alvo de ataques de colegas e outros críticos brasileiros

que haviam aceitado a obra.151

Por um outro lado, preconizava a simplicidade, e por

isto elogiou as Cenas da Vida Amazônica (1899) do colega José Veríssimo.152

Embora

desse valor a estas características, era explicitamente avesso à rotulação de teorias,

escolas ou estilos artísticos; criticava a ligação de Eça com o Realismo, ao pedir:

"Voltemos os olhos para a realidade, mas excluamos o realismo; assim não

sacrificaremos a verdade estética."153

Também reprovava em Eça a

descrição naturalista das cenas deadultério, ao escrever: "essa pintura, esse aroma de

alcova, essa descrição minuciosa, quase técnica, das relações adúlteras, eis o mal."154

Page 23: Machado de Assis.pdf

Garrett, onde Machado celebrou a literatura mas não a política.

Seus escritos críticos culminaram numa análise comparativa entre literatura e política.

Em geral, por exemplo, na resenha "Garrett" (1899), celebrou o escritor que havia

em Almeida Garrett, mas desprezou a política que havia nele.155

Do mesmo modo, na

resenha de 1901 sobre Pensées détaches et souvenirs, Machado comemorou o fato

de a política não ter ofuscado a obra do colega Joaquim Nabuco.156

E, no entanto,

Machado de Assis aderiu à questão da nacionalidade que a geração de 1870

questionava fortemente. Escreveu o artigo "Literatura brasileira: instinto de

nacionalidade" (1873).157

O artigo analisa praticamente todos os gêneros a que a

literatura nacional aderiu durante os séculos. Concluiu que o teatro é praticamente

ausente, falta uma crítica literária elevada, a poesia se orienta pela "cor local" mas

ainda é débil, a língua é por demais influenciada pelo francês, mas o romance, por sua

vez, "já deu frutos excelentes e os há de dar em muito maior escala."158

Machado

acreditava que o escritor brasileiro precisaria unir o universalismo com os problemas e

os eventos do país, num sistema que Schwarz definiu como "dialética do local e do

universal".159

Entre as críticas já detalhadas, também analisou Junqueira

Freire, Fagundes Varela, entre outros.159

Tem surgido a questão entre os estudiosos de Machado se ele não começou a

escrever romances por conta da crítica. O estudioso Luis Costa Lima aventa a

hipótese de que se Machado houvesse insistido no exercício da crítica teria tido

dificuldades de circulação e produção literárias naquele ambiente sócio-

cultural.160

Mário de Alencar, contudo, não sentia-se por inteiro satisfeito com o crítico

literário Machado de Assis: "Suscetível, suspicaz, delicado em extremo, receava

magoar ainda que dizendo a verdade; e quando sentiu os riscos da profissão, já meio

dissuadido da utilidade do trabalho pela escassez da matéria, deixou a crítica

individualizada dos autores pela crítica geral dos homens e das coisas, mais serena,

mais eficaz, e ao gosto do seu espírito."161

Sobre a literatura de seu tempo, Machado

afirmava que as obras de Basílio da Gama e de Santa Rita Durão "quiserem antes

ostentar certa cor local do que tornar independente a literatura brasileira, literatura que

não existe ainda, que mal poderá ir alvorecendo agora."162

Especulações sobre Machado

Política

Que é a política senão obra de homens? ”

Page 24: Machado de Assis.pdf

—Machado de Assis.163

Machado de Assis pôde assistir, ao longo do século XIX e no começo do século XX, a

alterações vastas e decisivas no cenário internacional e nacional, nos costumes, nas

ciências da natureza e da sociedade, nas técnicas e em tudo o que entende com o

progresso material. Alguns estudiosos supõem, no entanto, que as crenças atribuídas

a Machado de Assis como um escritor engajado são falsas e que ele não esperava

nada ou quase nada da história e da política.164

Por exemplo: quanto às guerras e os

conflitos políticos de sua época, dá de ombros, ao escrever:

"Guerras africanas, rebeliões asiáticas, queda do gabinete francês, agitação política, a

proposta de supressão do senado, a caixa do Egito, o socialismo, a anarquia, a crise

europeia, que faz estremecer o solo, e só não explode porque a natureza, minha amiga,

aborrece este verbo, mas há de estourar, com certeza, antes do fim do século, que me

importa tudo isso? Que me importa que, na ilha de Creta, cristãos e muçulmanos se matem

uns aos outros, segundo dizem telegramas de 25? E o acordo, que anteontem estava feito

entre chilenos e argentinos, e já ontem deixou de estar feito, que tenho eu com esse

sangue e com o que há de correr?"165

Por outro lado, Machado foi um grande comentador dos casos que ocorriam com

os políticos do país. Suas crônicas estão repletas destes comentários. Em 1868,

por exemplo, D. Pedro IIdemitiu o gabinete liberal de Zacarias de Góis e substitui-

o pelo gabinete conservador de Itaboraí. Grêmios e jornais liberais acusaram a

atitude do imperador de bonapartista.164

Machado testemunhou o ato com

simpatia aos liberais;166

de fato, era essa a sua "cor ideológica" ao longo dos anos

60. Em 1895, ao noticiar a morte de Joaquim Saldanha Marinho, liberal, maçom e

republicano,166

Machado escreveu: "Os liberais voltaram mais tarde, tornaram a

sair e a voltar, até que se foram devez, como os conservadores, e com uns e

outros o Império."167

Sabe-se, também, que Machado era fervorosamente contra a

escravidão. Em 1888, com a abolição da escravatura, sai às ruas em carruagem

aberta, como escreveu numa crônica de A Semana:

"Houve sol, e grande sol, naquele domingo de 1888, em que o Senado votou a lei, que a

regente [ Princesa Isabel ] sancionou, e todos saímos à rua. Sim, também eu saí à rua, eu o

mais encolhido dos caramujos, também eu entrei no préstito, em carruagem aberta (...)

Verdadeiramente, foi o único dia de delírio que me lembra ter visto."168

Em crônica de 22 de julho de 1894, intitulada "Canção de Piratas", também

refere-se à Guerra de Canudos (1896-1897), apoiando Antonio

Conselheiro de Canudos por seus legionários se indignarem com a

realidade clichê e tediante da época, e escreve: "Jornais e telegramas dizem

Page 25: Machado de Assis.pdf

dos clavinoteiros e dos sequazes do Conselheiro que são criminosos; nem

outra palavra pode sair de cérebros alinhados, registrados, qualificados,

cérebros eleitores e contribuintes. Para nós, artistas, é a renascença, é um

raio de sol que, através da chuva miúda e aborrecida, vem dourar-nos a

janela e a alma. É a poesia que nos levanta do meio da prosa chilra e dura

deste fim de século."169

Ele fundou em 1860 com seu cunhado Josefino Vieira o periódico O

Jequitinhonha, por meio do qual teria difundido o ideal republicano.170

No

entanto, a República trouxe muitos desagrados a ele. Com o fim do Império, o

jornalismo começou a dar mais atenção à companhias, aos bancos e

à Bolsa do que à arena parlamentar.171

Neste breve período,

o capitalismo brasileiro, mediado pelo Estado, "ensaiava temerariamente os

primeiros passos no regime nascente", como escreveu Raimundo

Faoro.172

Sabe-se que Machado detestava o "vale-tudo do dinheiro pelo

dinheiro".171

Em crônica de 18, escreveu: "Prisões, que tenho eu com elas?

Processos, que tenho eu com eles? Não dirijo companhia alguma, nem

anônima, nem pseudônima; não fundei bancos, nem me disponho a fundá-

los; e, de todas as coisas deste mundo e do outro, a que menos entendo, é o

câmbio. (...) Finanças, finanças, são tudo finanças."173

Machado acreditava que o sonho poético de outrora estava se desfazendo

com a modernização política. E, de certa forma, ele mesmo se desfazia: em

1900, envia uma carta a um colega discutindo se o que aparecia naquele

determinado momento eram os "pés" do século XIX ou se já era a "cabeça"

do século XX e ele afirma: "eu sou pela cabeça",174

ou seja, "meu século já

acabou".175

Alfredo Bosi escreveu que o autor não via maus ou bons

resultados na mudança do "despotismo milenar" ao "liberalismo dos

reformadores turcos", mas que a "beleza da tradição" [monárquica ] sucumbia

à "força das mudanças ideológicas".176

Para Machado de Assis, enfim, tudo

tinha sua mudança. Em crônica do dia 16 de junho de 1878, escreveu: "Os

dias passam, e os meses, e os anos, e as situações políticas, e as gerações,

e os sentimentos, e as ideias."177

Religião

Tem-se intensificado a tentativa de descobrir a religião de Machado de Assis.

Sabe-se que na infância ajudava uma igreja local e que fora parcialmente

educado em idiomas por um padre, o já citado Silveira

Sarmento.24

25

Analisando sua obra, muitos críticos o colocaram ao lado

de Otávio Brandão, crendo que ele era adepto absoluto do niilismo.178

Outros

Page 26: Machado de Assis.pdf

o enxergavam como um perfeito ateu,178

no entanto recebeu profunda

influência de textos católicos (ver seção Leituras). De fato, a religião de

Machado de Assis tornou-se tão obscura que talvez não haja outro método

senão procurá-la em sua obra.

Visão

"Vi de um lado o Calvário, e do outro lado

O Capitólio, o templo-cidadela.

E torvo mar entre ambos agitado,

Como se agita o mar numa procela. [...]"

—Machado de Assis (clique aqui para ler o poema)

Como poeta, escreveu três poemas correlacionados no que se refere à

orações e ao antagonismo entre a Roma antiga, o Paganismo e

aCristandade: "Fé", "O Dilúvio" e "Visão",178

as duas primeiras publicadas

em Crisálidas (1864) e a última em Falenas (1870). Alguns especialistas

notam nestes três poemas que Machado vangloriava a fé e a grandeza

de Deus, mas num sentido mais poético

e renascentista que doutrinário oumoralista.178

Autores como Hugo Bressane

de Araújo analisaram sua obra sob aspecto exclusivamente religioso, citando

muito embora os dizeres de Machado ser "anti-clerical";179

contudo, a

mentalidade de Araújo limita-se a um pensamento religioso e não crítico

literário, por ter sido bispo diocesano. Em Memórias Póstumas de Brás

Cubas, há uma passagem em que Quincas Borba diz: "O Humanitismo há de

ser também uma religião, a do futuro, a única verdadeira. O cristianismo é

bom para as mulheres e os mendigos, e as outras religiões não valem mais

do que essa: orçam todas pela mesma vulgaridade ou fraqueza. O paraíso

cristão é um digno êmulo do paraíso muçulmano; e quanto

ao nirvana de Buda não passa de uma concepção de paralíticos. Verás o que

é a religião humanística. A absorção final, a fase contrativa, é a reconstituição

da substância, não o seu aniquilamento, etc."180

Entretanto, tal trecho não

passa da fala de uma personagem fictícia, em que Quincas Borba tenta

elevar sua própria religião, e mesmo o Humanitismo é apenas uma das

invenções irônicas de Machado de Assis;Candido escreveu que a essência

da crítica machadiana é "a transformação do homem em objeto do homem,

que é uma das maldições ligadas à falta de liberdade verdadeira, econômica

e espiritual."181

Page 27: Machado de Assis.pdf

Para entenderem mais a fundo suas convicções pessoais, os críticos

analisam as crônicas publicadas nos jornais para entenderem melhor seu real

pensamento. Em "Canção de Piratas", publicada na Gazeta de

Notícias em 22 de julho de 1894, apoia Antonio Conselheiro de Canudos por

seus legionários se indignarem com a realidade clichê e tediante da época, e

critica os métodos da Igreja: "O próprio amor é regulado por lei; os consórcios

celebram-se por um regulamento em casa do pretor, e por um ritual na casa

de Deus, tudo com a etiqueta dos carros e casacas, palavras simbólicas,

gestos de convenção."169

Além disso, no Rio de Janeiro de sua época,

também sabe-se que o Espiritismo crescia expressivamente.182

Numa

suposta visita àFederação Espírita Brasileira, escrevera numa crônica

na Gazeta de Notícias do dia 5 de outubro de 1885 onde relata uma

suposta viagem astral que tivera.183

Embora tenham surgido análises

afirmando que Memórias Póstumas de Brás Cubas fosse um livro cujo estilo

era influenciado pelo conceito de "psicografia",184

críticos modernos acreditam

que Machado encarava a religião espírita como todo movimento novo que

possui a pretensão de se apresentar como solução dos males "não

resolvidos" pelos seres humanos.185

Saúde

Para biógrafos ortodoxos, Machado de Assis possuía uma saúde muito

frágil;186

acredita-se que tenha nascido com epilepsia e gagueira,36

e que

desenvolveu ao longo de sua vida problemas nervosos, cegueira, depressão,

e que teriam se agravado de após o falecimento da esposa.187

As crises

epilépticas teriam se iniciado na infância, tendo remissão na adolescência e

recidivaram na terceira década, tornando-se mais frequentes nos últimos

anos.187

Na imagem abaixo, vê-se Machado sendo acudido próximo ao Cais

Pharoux, em 1º de setembro de 1907, fotografia tirada porAugusto

Malta,188

189

embora haja dúvidas de que seja realmente o escritor.190

Disfarçando a gagueira, conta-se que certa vez lhe notaram a dificuldade com

que se expressava por conta das mordeduras na língua, ao que o escritor

retrucou: "estas aftas, estas aftas..."191

Quanto à epilepsia, crê-se que não a

contou nem mesmo para Carolina antes do casamento até acometê-lo uma

crise generalizada tônico-clônica que desde criança prefigurava como "umas

coisas esquisitas" que não haviam se repetido até o casamento. Crê-se que o

autor não tivesse tido até então uma crise típica.192

Mesmo antes da morte de

Carolina, em 1880 parcialmenteperdeu a visão, tendo que ouvir a esposa ler-

lhe textos de jornais ou livros.192

Page 28: Machado de Assis.pdf

Machado é acudido na rua durante o que se supõe ser uma de suas crises de epilepsia; fotografia

de Augusto Malta.189

Certos biógrafos dizem que ele não aludia sua enfermidade e nem lhe

escrevia o nome, como em sua correspondência com o amigo Mário de

Alencar: "O muito trabalhar destes últimos dias tem-me trazido alguns

fenômenos nervosos..."193

Para alguns, a censura da palavra "epilepsia" lhe

fez excluí-la das edições ulteriores de Memórias Póstumas de Brás Cubas,

mas que deixaria escapar na edição primeira ao descrever o padecimento da

personagem Virgília diante da morte do amante: Não digo que se carpisse;

não digo que se deixasse rolar pelo chão, epiléptica..., que fora substituída

por: Não digo que se carpisse, não digo que se deixasse rolar pelo chão,

convulsa...194

Praticamente todos seus biógrafos fizeram o diagnóstico de epilepsia: Lopes

(1981) sugeriu a ocorrência, muito comum pelo menos na última fase da vida,

de crises psicomotoras, provavelmente decorrentes de foco temporal e

da ínsula, enquanto Guerreiro (1992), utilizando conceitos

da epileptologiaatual, assinalou que sofria alterações da consciência,

automatismos e confusão pós-crítica. Ambos autores chegaram à conclusão

que as crises eram provenientes do lobo temporal direito.195

Alguns indicam

que um complexo de inferioridade acrescido de um

grande introvertimento contribuíram para sua personalidade

epileptóide.96

Segundo A. Botelho, "o epiléptico nem sempre está irritado,

porém se mostra com frequência apático, deprimido e triste, com plena

consciência de sua inferioridade social."196

A epilepsia seria, definitivamente,

um fardo para Machado. Carlos de Laet presenciou o que seria uma de suas

crises públicas e descreveu-a assim:

Page 29: Machado de Assis.pdf

"Estava eu a conversar com alguém na Rua Gonçalves Dias, quando de nós se acercou o

Machado e dirigiu-me palavras em que não percebi nexo. Encarei-o surpreso e achei-lhe

desmudada a fisionomia. Sabendo que de tempos em tempos o salteavam incômodos

nervosos, despedi-me do outro cavalheiro, dei o braço ao amigo enfermo, fi-lo tomar um

cordial na mais próxima farmácia e só o deixei no bonde das Laranjeiras, quando o vi de

todo restabelecido, a proibir-me que o acompanhasse até casa." — Carlos de Laet197

Apesar dessas teses, críticos como Jean Michel Massa e Valentim

Facioli afirmam que as enfermidades de Machado não passam de "mitos

românticos". Para esse grupo, os biógrafos tendem a exagerar seus

sofrimentos, o que seria fruto do "psicologismo que invadiu a crítica

literária dos anos 30 e dos anos 40".198

Argumentam que na época

muitos negros eram guindados ao Ministério e que o próprio Machado foi

subindo socialmente, o que desvalidaria a tese de sentimento de

inferioridade.199

Contudo, outros críticos conectam a saúde de Machado

com sua obra. O conto "Verba Testamentária" de Papéis

Avulsos descreve uma crise epiléptica ([...] tinha ocasiões de cambalear;

outras de escorrer-lhe pelo canto da boca um fio quase imperceptível de

espuma.),200

enquanto que em Quincas Borba um dos personagens

percebe que andava à toa, vertiginoso (Deu por si na Praça da

Constituição.)201

Memórias Póstumas de Brás Cubas conta em uma de

suas linhas um problema nervoso em que o narrador vai andando

conforme a perna lhe leva ([...] nenhum merecimento da ação me cabe, e

sim às pernas que a fizeram),202

enquanto que no poemaSuave Mari

Magno há explicitamente o uso da palavra "convulsão": Arfava,

espumava e ria,/ De um riso espúrio e bufão,/ Ventre e pernas sacudia,/

Na convulsão. Alguns notam que o Bentinho deDom Casmurro, por ter

se tornado uma pessoa fechada, taciturna, mal-humorada, podia sofrer

de distimia,203

enquanto que seu companheiro Escobar sofria

de transtorno obsessivo-compulsivo e de tiques motores, com possível

controle sobre eles.203

Em 1991, O Alienista foi visto como a primeira

contribuição brasileira à anti-psiquiatria e a escrita de Machado, que faz

inúmeras referências à problemas mentais de saúde, vista como uma

extensão de seu "sentimento de inferioridade por ser mulato, de origem

pobre, órfão, e epiléptico".204

Acredita-se que Machado de Assis tenha consultado um homem da

região, Dr. Miguel Couto, e este lhe indicou brometo. Parece que a droga

ingerida foi ineficaz e que, causando efeitos indesejáveis, obrigou

Machado a seguir o conselho de um dos amigos para descontinuar o

Page 30: Machado de Assis.pdf

tratamento e optar pela homeopatia.205

Em seus últimos dias, morreu

com uma úlcera cancerosa na boca, provavelmente derivada de seus

diversos tiques nervosos, e que lhe impedia de ingerir

qualquer alimento sólido.96

Reputação crítica

Ver artigo principal: Reputação de Machado de Assis

"É grande, é imenso, o Machado. É o pico solitário das nossas letras. Os demais nem lhe dão pela cintura."

Monteiro Lobato206

Machado usufruiu de grande prestígio em vida, fato raro para um escritor

na época.20

207

Desde cedo ganhou reconhecimento deAntônio de

Almeida e José de Alencar, que liam-no através de suas crônicas e

contos nas revistas e jornais cariocas.208

209

Em 1881, com a publicação

de Memórias Póstumas..., Urbano Duarte escreveu que sua obra era

"falsa, deficiente, sem nitidez, e sem colorido."210

Com o impacto

inovador do volume, Capistrano de Abreu questionava se o livro era

mesmo um romance,211

ao passo que um outro comentarista chamava-

lhe "sem correspondência nas literaturas de ambos os países de língua

portuguesa".212

Machado de Assis c. 1905, pintado porHenrique Bernardelli.

Em 1908, a publicação de História da Literatura Brasileira, de José

Veríssimo, intensificou esta última perspectiva crítica posicionando

Machado de Assis como o cume da literatura nacional.213

214

Veríssimo

Page 31: Machado de Assis.pdf

entrou em conflito intelectual com Sílvio Romero, que também atribuía a

Machado o título de maior escritor brasileiro, embora não notasse em

seu trabalho uma maior expressividade.215

O Brasil do fim do século

XIX e o Brasil no início do século XXeram precários nos meios gráficos e

de difusão, todavia seus livros alcançaram distantes regiões do país: na

primeira metade do século XX, intelectuais e escritores do Mato

Grosso já liam Machado e apoiavam-se em seu estilo como grande

influência estética.216

Os modernistas de 22, contudo, consideravam-no

"artificioso, sem vida e fora da realidade cotidiana".217

Mário de

Andrade escreveu que, embora tenha produzido "apaixonante obra e do

mais alto valor artístico", detestaria tê-lo por perto.218

Enquanto Astrojildo

Pereira preconizava o "nacionalismo" em Machado, Octávio

Brandão criticava a falta do socialismo científico em sua obra.219

Desta

época, destaca-se também a crítica de Augusto Meyer, para quem o uso

do homem subterrâneo na obra machadiana é um meio em que ele teria

encontrado para relativizar todas as certezas.220

A revolução modernista durante o começo e o meio do século vinte

aproveitou a obra de Machado em objetivos da vanguarda. Ela foi alvo

de feministas dadécada de 1970, como Helen Caldwell, que enxergou a

personagem feminina Capitu de Dom Casmurro como vítima das

palavras do narrador-homem, mudando completamente a perspectiva

que se tinha até então deste romance.221

Antonio Candido escreveu que

a erudição, a elegância e o estilo vazada numa linguagem castiça

contribuíram para a popularidade de Machado de Assis.222

Com estudos

da sexualidade e a psique humana, bem como com o surgimento

do existencialismo, atribuiu-se um certo psicologismo às suas obras,

especialmente "O Alienista", muitas vezes comparando-as com as

deFreud e Sartre.138

223

A partir dos anos 80 e seguinte, a obra

machadiana ficou amplamente aberta para movimentos como

a psicanálise, filosofia,relativismo e teoria literária,224

225

comprovando

que é aberta à diversas interpretações e que nos últimos tempos tem

crescido um grande interesse em sua obra.226

227

Nos últimos tempos, com recentes traduções para outras línguas,

Machado de Assis tem sido considerado, por críticos e artistas do mundo

inteiro, um "gênio injustamente relegado à negligência

mundial".228

Harold Bloom o posicionou entre os 100 maiores gênios da

literatura universal e "o maior literato negro surgido até o

presente".229

Sua obra tem sido estudada hoje em dia por críticos do

Page 32: Machado de Assis.pdf

mundo inteiro, tais como Helen Caldwell (Estados Unidos), John

Gledson (Inglaterra), Anatole France (França), David Jackson (Estados

Unidos),Victor Orban (França), Samuel Putnam (Estados Unidos), Edith

Fowke (Canadá), Susan Sontag (Estados Unidos) e outros,230

além de no

Brasil serem conhecidos os nomes de Afrânio Coutinho,Alfredo

Bosi, Lúcia Miguel Pereira, Roberto Schwarz, Raimundo Faoro, etc. A

crítica moderna confere a Machado de Assis o título de melhor escritor

brasileiro de todos os tempos,231

e sua obra é vista hoje em dia de

fundamental importância para as universidades e a vida acadêmica em

geral no país.

Leituras

Machado de Assis era um exímio leitor e, consecutivamente, sua obra foi

influenciada pelas leituras que fazia. Após sua morte, seu patrimônio

constituía, entre outras coisas, de aproximadamente 600 volumes

encadernados, 400 em brochura e 400 folhetos e fascículos, no total de

1.400 peças.232

Sabe-se que era familiarizado com os textos clássicos e

com a Bíblia.233

Em O Analista, Machado faz ligação à sátira

menipeia clássica ao retomar a ironia e

a paródia em Horário e Sêneca.234

O Eclesiastes, por sua vez, legou a

Machado uma peculiar visão de mundo e foi seu livro de cabeceira no fim

da vida.235

236

Dom Casmurro é provavelmente a obra que mais possui influência

teológica. Há referências a São Tiago e São Pedro, principalmente pelo

fato de o narrador Bentinho ter estudado em seminário. Além disso,

no Capítulo XVII Machado faz alusão a um oráculo pagão do mito

de Aquiles e a ao pensamento israelita.237

De fato, Machado dispunha de

uma biblioteca abastecida com teologia: crítica histórica sobre religião, à

vida de Jesus, ao desenvolvimento do cristianismo, à literatura hebraica,

à história Muçulmana, aos sistemas religiosos e filosóficos

da Índia.236

Jean-Michel Massa realizou um catálogo dos livros da

biblioteca do autor, que foi revisto em 2000 pela pesquisadora Glória

Vianna, que constatou que 42 dos volumes da lista original de Massa

estavam extraviados:236

1. Les déicides: examen de la vie de Jésus et des développements

de l´église chrétienne dans leurs rapports avec le judaïsme, de J.

COHEN (1864).

Page 33: Machado de Assis.pdf

2. La science des religions, de Emile Burnouf (1872).

3. Philosophie du droit ecclésiastique: des rapports de la religion et

de l´État, de Adolphe Franck (1864).

4. Le pape et le concile, de Janus (1864).

5. L´Immaculée Conception - études sur l´origine d´un dogme, de A.

Stap (1869).

6. Histoire littéraire de l´Ancien Testament, de Theodor Nöldeke

(1873).

7. Historie du Mahométisme, de Charles Mills (1825).

8. Chants populaires du sud de l´Inde, sem o nome do autor (1868).

9. Pensées de Pascal (précédées de sa vie, par Madame Périer),

de Blaise Pascal.

10. A Bíblia, contendo o Velho Testamento e o Novo Testamento,

traduzida em português por António Pereira de Figueiredo, segundo

a Vulgata Latina (1866).

Laurence Sterne, por Joshua Reynolds, 1760.

Machado também lia seus contemporâneos; admirava o realismo "sadio"

e "colorido" de Manuel Antônio de Almeida e a "vocação analítica"

de José de Alencar.233

Ele também leu Octave Feuillet, Gustave

Flaubert, Balzac e Zola, mas sua maior influência advém da literatura

inglesa, sobretudo Sterne e Jonathan Swift.238

Adepto do romance da Era

vitoriana, era oposto à libertinagem literária do século anterior e

vinculado às litotes no vocabulário e no desenvolvimento

narrativo.238

Sua obra também possui uma variedade de citações e

correlações com quase todas de Shakespeare,

notavelmente Otelo, Hamlet, Macbeth, Romeu e Julieta, O Estupro de

Lucrécia e Como Gostais.239

Os escritores Sterne, Xavier de

Maistre e Garret constituem a gama de autores que mais influenciaram a

Page 34: Machado de Assis.pdf

obra madura de Machado, sobretudo os capítulos 55 e 139 pontilhados,

ou os capítulos-relâmpago (como 102,107,132 ou 136) e o garrancho da

assinatura de Virgília no capítulo 142 das Memórias Póstumas de Brás

Cubas.240

Suas maiores influências na sátira e na forma narrativa livre,

contudo, não advém da Inglaterra— mas da França. A "maneira livre"

que Machado se refere nas linhas iniciais deste romance é uma

afirmação explícita de Maistre, que lhe legou uma "narrativa caprichosa,

digressiva, que vai e vem, sai da estrada para tomar atalhos, cultiva o a-

propósito, apaga a linha reta, suprime conexões".241

De fato, Viagem à

Roda do Meu Quarto (1794) fez com que Machado optasse por capítulos

mais curtos do que aqueles produzidos em seu primeiro ciclo literário.240

Arthur Schopenhauer.

Outros estudiosos também citam o nome de filósofos,

como Montaigne, Pascal e Schopenhauer. Este primeiro, com

seusEssais (1580), apresentou a Machado a concepção do "homem

diante das coisas" e despertou a repulsa de Machado de Assis à

increpação de materialismo.242

Pascal, por sua vez, era leitura

necessária à Machado, como ele próprio escreveu numa de suas cartas

ao colega Joaquim Nabuco.243

244

Sérgio Buarque de Hollanda escreveu

uma comparação da obra dos dois autores na seguinte forma:

"Comparado ao de Pascal, o mundo de Machado de Assis é um mundo

sem Paraíso. De onde uma insensibilidade incurável a todas as

explicações que baseiam no pecado e na queda a ordem em que foram

postas as coisas no mundo. Seu amoralismo tem raízes nessa

insensibilidade fundamental."245

E, por fim, Schopenhauer, onde,

escrevem, Machado teria encontrado visões do pessimismo e ainda

desdobrado sua escrita em mitos emetáforas acerca de uma

"inexorabilidade do destino".246

Raimundo Faoro, sobre a obra do filósofo

Page 35: Machado de Assis.pdf

alemão na obra de Machado, argumentou que o autor brasileiro havia

realizado uma "tradução machadiana da vontade de Schopenhauer" e

que logrou conceber seu primeiro romance após "haver descoberto o

fundamento metafísico do mundo, o demonismo da vontade que guia,

sem meta nem destino, todas as coisas e os fantoches de carne e

sangue."247

O mundo como vontade e representação (1819), para

alguns, encontra seu cume alto em Machado de Assis com os desejos

frustrados do personagem Brás Cubas.248

Influência

Caricatura do jovem Machado de Assis no O Globo, 1876, esculpindo o busto de uma mulher, em

alusão à Helena, publicada em folhetim neste jornal.

Machado influenciou nomes como Olavo Bilac e Coelho Neto,249

Joaquim

Francisco de Assis Brasil,250

Cyro dos Anjos,251

Lima

Barreto (especialmente seuTriste Fim de Policarpo Quaresma),252

Moacir

Scliar, Múcio Leão,253

Leo Vaz,252

Drummond de Andrade,254

Nélida

Piñon,255

e sua obra permanece como uma das mais respeitadas e

influentes da literatura brasileira. Rubem Fonseca escreveu os contos

"Chegou o Outono", "Noturno de Bordo" e "Mistura" baseado na

linguagem de Machado de Assis— "a frase curta, despojada de ornatos,

na emoção disfarçada, na reticência que sugere."256

Os temas teológicos

abordados em seus contos, como em "Missa do Galo", influenciaram o

escritor e pensador cristão Gustavo Corção.257

Lygia Fagundes

Telles também se diz influenciada por Machado, especialmente por sua

"ambiguidade, o texto enxuto, a análise social e a ironia fina".258

Em

1967, Lygia realizou a adaptação cinematográfica do romance Dom

Casmurro com Paulo Emílio Sales Gomes, intitulado Capitu, com direção

Page 36: Machado de Assis.pdf

de Paulo Cesar Saraceni. Em 2006, Yasmin Jamil Nadaf realizou uma

pesquisa que se concretizou no livro Machado de Assis em Mato Grosso:

textos críticos da primeira metade do século XX, onde reúne nove textos

de mato grossenses que já na época de Machado sofriam sua influência

estética, dois desses escritos por José de Mesquita.216

Sua obra também atinge a literatura estrangeira. Autores como John

Barth e Donald Barthelme anunciaram terem sido influenciados por

ele.259

A Ópera Flutuante, escrito pelo primeiro dos dois, foi influenciado

pela técnica de "jogar livremente com as ideias" de Tristram Shandy e

de Memórias Póstumas de Brás Cubas.260

O mesmo romance de Barth

foi comparado por David Morrell com Dom Casmurro, onde ambos os

personagens principais dos dois livros são advogados, chegam a pensar

em suicídio e a comparar a vida a uma ópera, e vivem transtornados

num triângulo amoroso.261

Isaac Goldberg traduziu o poema "Viver" para

o inglês e sofreu influência de Machado em sua obra; sua visão de

mundo pode ser comparada com a mesma visão de que tinha Machado

de Assis.262

Susan Sontag, por sua vez, recebeu direta influência

machadiana logo em seu primeiro romance.263

Em 2011, ao ser

entrevistado por The Guardian,Woody Allen listou Memórias Póstumas

de Brás Cubas como um dos cinco livros que mais impactaram em sua

vida como cineasta e escritor cômico.264

Alguns estudiosos contemporâneos, especialmente Roberto Schwarz, o

posicionam como um pré-modernista que prefigurou muitos dos estilos

que culminariam na Semana de Arte Moderna.265

Em Grande Sertão:

Veredas, Guimarães Rosa retoma a "viagem de memória" presente

em Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas, além de seus

textos descreverem doenças mentais como os de Machado.266

A

produção modernista do século passado encontrou afinidades com a sua

obra e, portanto, lançou relações entre Machado de Assis e nomes

como Antonio Candido e Haroldo de Campos.222

Jô Soares é um dos

escritores de hoje em dia que se diz influenciado por Machado,

principalmente em seu Assassinatos na Academia Brasileira de

Letras (2005).267

Milton Hatoum, também, tem em Machado uma de suas

maiores influências. Seu mais famoso romance, Dois Irmãos (2000), é

considerado um "diálogo aberto" com Esaú e Jacó.268

Recentemente,

contos como "A Cartomante" e "O Alienista" foram revertidos em formato

dequadrinhos e romances como Helena em mangá,269

270

mostrando que

a obra machadiana continua vigorosa em novas mídias.

Page 37: Machado de Assis.pdf

Legado

Álvares de Azevedo e Bernardo Guimarães já escreviam contos em

meados do século XIX, mas os críticos notam que é com Machado que o

gênero atinge novas possibilidades.271

Uma dessas possibilidades seria a

de inaugurar, em livros como Contos Fluminenses (1870), Histórias da

Meia-Noite (1873) e Papéis Avulsos (1882), "uma nova perspectiva

estilística e uma nova visão da realidade, mais complexa e

matizada."272

Esses livros trazem contos como "O Alienista", "Teoria do

Medalhão" , "O Espelho", etc., em que aborda o poder, as instituições e

também a loucura e ahomossexualidade, que seriam temas literários

muito precoces para a época.272

No gênero romance, com Dom

Casmurro (1899), por exemplo, traria à tona uma intertextualidade e

umametalinguagem inovadoras na literatura e também muito influentes

no futuro.273

Itens pessoais de Machado. O livro éMemorial de Ayres (1908), que traz uma dedicatória

assinada pelo próprio autor.

A Mocidade Independente de Padre Miguel homenageou a vida e obra

de Machado de Assis no carnaval de 2009. Em 2006, Luís Antônio Giron

escreveu que Machado de Assis "legou uma herança crítica que salva o

Brasil do excesso de ufanismo nacionalista".274

Em 1868, José de

Alencar chamaria Machado de "o primeiro crítico brasileiro."208

Além de

ter sido um dos idealizadores da Academia Brasileira de Letras,

Machado de Assis animou com suas crônicas e ideias políticas a Revista

Brasileira, promoveu os poetas do Parnasianismo e estreitou relações

com os maiores intelectuais de seu tempo, de José Veríssimo a Nabuco,

de Taunay a Graça Aranha.198

De qualquer modo, existiria uma certa

"riqueza mental" e "beleza moral" que Machado teria legado aos

escritores no Brasil,275

e de fato alguns autores escrevem que "Machado

de Assis é fundamental para quem quer escrever."276

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Selo postal em homenagem filatélica a Machado de Assis em 1958.

Muitos o consideram um grande predecessor: não bastasse ter

introduzido o "realismo" na literatura nacional, certos críticos,

como Roberto Schwarz, dizem que ele diz "coisas que Freud diria 25

anos depois". Em Esaú e Jacó, por exemplo, teria antecipado o conceito

freudiano de 'complexo de Édipo’".277

Em Dom Casmurro, teria escrito

coisas, principalmente em relação à correlação entre sonho e vigília, que

antecipariam a Interpretação dos Sonhos,278

publicado no mesmo ano

que este livro. Críticos estrangeiros referem-se que ele também

precedeu, com Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e "O Espelho"

(1882), as ficções fantásticas do realismo mágico de escritores

como Jorge Luis Borges e Julio Cortázar,279

e também o Modernismo,

através de intromissões no enredo dos romances e pela opção de

capítulos curtos.280

Enfim, como escreveAntonio Candido, embora tenha

escrito e vivido mais no século XIX, podemos encontrar na ficção

machadiana "disfarçados por curiosos traços arcaizantes, alguns dos

temas que seriam característicos da ficção do século XX."281

Além disso tudo, a obra machadiana é de fundamental importância para

a análise das transições políticas no Brasil e da sociedade do Rio de

Janeiro do século XIX e século XX, desde sua moda, transportes,

arquiteturas e agitações financeiras.282

Sua obra—não só romances mas

também as crônicas—exerce um papel importante para o conhecimento

do Segundo Reinado no Brasil e inícios da República.283

Do ponto de

vista universal, sua genialidade é vista como resultado de consistentes

razões por demonstrar que seu trabalho, elogiado como é, não

encontrou precedentes e, mesmo depois de mais de um século de

intensa produção artística no Brasil, são obras citadas como das mais

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relevantes e mais geniais da classe literária do país.284

Além disso,

segundo escrevem Benedito Antunes e Sérgio Vicente Motta,

"[...] há um universalismo que Machado legou à nossa literatura e uma projeção de nossa

literatura à esfera internacional, ao construir uma arte ao mesmo tempo brasileira e

universal. Portanto, a invenção machadiana já pressupunha 'caminhos cruzados'."285

Lista de obras

Edição dos volumes

Machado de Assis fotografado por Marc Ferrez, 1890.

A obra machadiana constitui-se de 9 romances e 9 peças teatrais,

200 contos, 5 coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600

crônicas.6 Suas primeiras produções foram editadas por Paula

Brito,286

e, mais tarde, por Baptiste-Louis Garnier. Garnier havia

chegado ao Rio de Janeiro em 1844 de Paris e estabeleceu-se aí

como uma figura notória do mercado livreiro brasileiro.287

Em maio de 1869, Machado assinou um contrato com Garnier para

o editor francês publicar suas obras; cada volume saía com tiragem

de mil exemplares.288

Sabe-se que o autor recebeu 200 réis por seu

primeiro livro de contos, Contos fluminenses (1870), e

por Falenas (1870), segundo livro de poemas e o primeiro impresso

na França.288

Após seu casamento com Carolina, Machado assinou

um novo contrato com Garnier, com o objetivo d'ele editar outros de

seus três próximos livros: Ressurreição (1872), Histórias da meia-

noite (1873), e um terceiro que nunca foi publicado.288

Quincas

Borba (1891), ao lado de Memórias Póstumas de Brás

Cubas (1881), foi publicado primeiramente em folhetim; o primeiro

saiu em capítulos na revista A Estação entre os anos de 1886 e

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1891 para, em 1892, ser publicado definitivamente pela Livraria

Garnier.289

O segundo, por sua vez, de março à dezembro de 1880

na Revista Brasileira até ser editado em 1881 pela Tipografia

Nacional.290

A relação entre Garnier e Machado ampliou o mercado

editorial da época.291

Enquanto um consolidava seu projeto

comercial, o outro alcançava público e crítica.292

À época da morte

de Garnier, Machado escreveu que tiveram 20 anos de relação

profissional.293

Depois da morte do autor, aW. M. Jackson do Rio de

Janeiro publicou em 1937 as primeiras Obras completas em 31

volumes. Na década de 1950, Raimundo Magalhães

Júnior organizou e publicou pela Civilização Brasileira vários

volumes de todos os contos machadianos. Desde então, diversas

reedições de toda a sua obra tem sido realizadas.

Dos contos listados abaixo, O Alienista (†) merece particular

consideração; há um debate entre os críticos, uns defendendo que o

texto é um conto e outros dizendo que trata-se de um romance. O

texto só começou a ser publicado à parte modernamente, pois à

época foi incluído na coletânea Papéis Avulsos (1882). A teoria mais

aceita é que Machado escreveu um conto com características

semelhantes de um romance, ou seja, uma novela.294

Obras

Romances

Ressurreição, (1872)

A mão e a luva, (1874)

Helena, (1876)

Iaiá Garcia, (1878)

Memórias Póstumas de Brás Cubas, (1881)

Casa Velha, (1885)

Quincas Borba, (1891)

Dom Casmurro, (1899)

Esaú e Jacó, (1904)

Memorial de Aires, (1908)

Coletânea de Poesias

Crisálidas, (1864)

Falenas, (1870)

Americanas, (1875)

Ocidentais, (1880)

Poesias Completas, (1901)

Coletânea de contos

Contos Fluminenses, (1870)

Histórias da Meia-Noite, (1873)

Papéis Avulsos, (1882)

Histórias sem Data, (1884)

Várias Histórias, (1896)

Páginas Recolhidas, (1899)

Relíquias da Casa Velha, (1906)

Peças de teatro

Hoje Avental, Amanhã Luva, (1860)

Desencantos, (1861)

O Caminho da Porta, (1863)

Contos selecionados

"A Cartomante"

"Miss Dollar"

"O Alienista" (†)

Contos selecionados

"Uma Visita de Alcibíades"

"Verba Testamentária"

"Noite de Almirante"

Page 41: Machado de Assis.pdf

O Protocolo, (1863)

Teatro, (1863)

Quase Ministro, (1864)

Os Deuses de Casaca, (1866)

Tu, só tu, puro amor, (1880)

Não Consultes Médico, (1896)

Lição de Botânica, (1906)

Traduções

Queda que as mulheres têm para os tolos, (1861).295

"Teoria do Medalhão"

"A Chinela Turca"

"Na Arca"

"D. Benedita"

"O Segredo do Bonzo"

"O Anel de Polícrates"

"O Empréstimo"

"A Sereníssima República"

"O Espelho"

"Um Capricho"

"Brincar com Fogo"

"Um Homem Célebre"

"Conto de Escola"

"Uns Braços"

"A Cartomante"

"O Enfermeiro"

"Trio em Lá Menor"

"O Caso da Vara"

"Missa do Galo"

"Almas Agradecidas"

"A Igreja do Diabo"

Obras póstumas

Critica (1910)

Outras Relíquias, contos (1921)

A Semana, Crônica - 3 Vol. (1914, 1937)

Páginas Escolhidas, Contos (1921)

Novas Relíquias, Contos (1932)

Crônicas (1937)

Contos Fluminenses - 2º Vol. (1937)

Crítica Literária (1937)

Crítica Teatral (1937)

Histórias Românticas (1937)

Páginas Esquecidas (1939)

Casa Velha (1944)

Diálogos e Reflexões de um Relojoeiro (1956)

Crônicas de Lélio (1958)

Ver também

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Estudiosos de Machado de Assis

Trilogia Realista de Machado de Assis

Romantismo no Brasil

Realismo no Brasil

Humanitismo

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Referências

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23. Ir para cima↑ Erro de citação: Tag <ref>inválida; não foi

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24. ↑ Ir para:a b c d e f Scarano, p.766

25. ↑ Ir para:a b c d e f g Vainfas, p.504

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fornecido texto para as refs

chamadasVainfasCincoOCinco

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