MADEIRAS TROPICAIS

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Artigo sobre madeiras tropicais

Citation preview

  • NEGRO, W. H.; SILVA, S. A. M. DA; CHRISTOFORO, A. L.; LAHR, F. A. R. Painis aglomerados fabricados com mistura

    de partculas de madeiras tropicais. Ambiente Construdo, Porto Alegre, v. 14, n. 3, p. 103-112, jul./set. 2014. ISSN 1678-8621 Associao Nacional de Tecnologia do Ambiente Construdo.

    103

    Painis aglomerados fabricados com mistura de partculas de madeiras tropicais

    Particleboards manufacture with the mixture of tropical woods

    Wilson Henrique Negro Srgio Augusto Mello da Silva Andr Luis Christoforo Francisco Antonio Rocco Lahr

    Resumo presente trabalho tem como objetivo investigar a influncia do uso de trs tipos de adesivo resina poliuretana bicomponente derivada de mamona, ureia-formaldedo e Purbond nas propriedades fsicas (densidade aparente, teor de umidade, inchamento em espessura em 2

    e em 24 h) e mecnicas (mdulo de elasticidade e mdulo de ruptura na flexo esttica; resistncia trao perpendicular s faces) de painis de partculas aglomeradas constitudos da mistura uniforme de quatro espcies de madeiras tropicais: cedrinho, cordia, fcus e paineira. Foi tambm avaliada a relao entre a densidade aparente e a resistncia trao perpendicular dos materiais fabricados. Com base em anlises estatsticas, constatou-se que os melhores resultados das propriedades fsicas foram obtidos com os materiais fabricados com o adesivo base de mamona. Os materiais elaborados com resina ureia-formaldedo e Purbond apresentaram os melhores resultados para o mdulo de elasticidade na flexo, e os fabricados apenas com ureia-formaldedo, os maiores valores do mdulo de ruptura na flexo. Os compostos elaborados com a resina Purbond apresentaram os melhores resultados para a resistncia trao perpendicular, e, pelos resultados obtidos na anlise de varincia, constatou-se a validade da estimativa da resistncia trao pela densidade aparente dos painis fabricados com o uso dos trs tipos de adesivo.

    Palavras-chave: Painis de partculas. Madeiras tropicais. Resduos.

    Abstract The aim of this study is to investigate the influence of the use of three types of adhesive - two-component polyurethane castor oil based resin, urea-formaldehyde and Purbond -in physical (density and moisture content, and thickness swelling at 2 and 24 hours), and mechanical properties (modulus of elasticity, and strength modulus in static bending, internal bond) in panels consisting of agglomerated particles of uniform mixture of four species of tropical woods: cedrinho, cordia, ficus and paineira. Moreover, the relationship between the bulk density and internal bond of the materials produced was also evaluated. Based on statistical analyses, the conclusion was made that the best results in terms of physical properties were obtained with the castor oil based adhesive. The materials produced with urea-formaldehyde and Purbond resin showed the best results for the modulus of elasticity in bending, while the ones produced with urea-formaldehyde had the best results regarding the strength modulus in bending. Moreover, compounds made from the Purbond resin had the best results for perpendicular tensile strength to faces. Based on the analysis of variance, the conclusion was made that it is valid to estimate of the tensile strength based on the density of the panels produced with any of the three types of adhesive.

    Keywords: Particleboards. Tropical woods. Waste.

    O

    Wilson Henrique Negro Universidade Estadual Paulista Jlio

    de Mesquita Filho Ilha Solteira - SP - Brasil

    Srgio Augusto Mello da Silva Universidade Estadual Paulista Jlio

    de Mesquita Filho Ilha Solteira - SP - Brasil

    Andr Luis Christoforo Universidade Federal de So Carlos

    So Carlos - SP - Brasil

    Francisco Antonio Rocco Lahr Universidade de So Paulo

    So Carlos - SP - Brasil

    Recebido em 20/04/13

    Aceito em 23/06/14

  • Ambiente Construdo, Porto Alegre, v. 14, n. 3, p. 103-112, jul./set. 2014.

    Negro, W. H.; Silva, S. A. M. da; Christoforo, A. L.; Lahr, F. A. R. 104

    Introduo

    Os painis derivados de madeira foram

    desenvolvidos como proposta de reaproveitamento

    dos resduos gerados no processamento primrio

    da madeira, de forma a explorar ao mximo o

    potencial dessa matria-prima (TOMASELLI,

    2000). As tecnologias para fabricao dos

    derivados de madeira tiveram grande impulso com

    o surgimento dos adesivos sintticos, em especial

    aqueles base de ureia-formaldedo (UF). Ainda

    hoje, em pases como Brasil, a produo de painis

    aglomerados realizada empregando-se esse

    adesivo.

    Devido ao crescimento do mercado moveleiro

    (MATTOS; GONALVES; CHAGAS, 2008),

    aumentou tambm a produo dos painis

    aglomerados, motivando estudos de novas espcies

    para suprir a demanda da produo.

    Segundo Maloney (1993), entre as espcies que

    apresentam potencial para a produo de painis

    aglomerados podem ser citadas a Parkia giganto

    carpa ducke (faveira) e a Cordia goeldiana Huber

    (freij). De acordo com Mendes et al. (2010),

    entretanto, qualquer material lignocelulsico pode,

    em princpio, ser utilizado para a confeco desses

    produtos.

    Guimares Jnior et al. (2012) propuseram a

    utilizao de Cecropia hololeuca (embaba) para a

    confeco de painis aglomerados. Os resultados

    das propriedades fsicas e mecnicas mostraram-se

    satisfatrios, e o produto final ficou dentro dos

    limites dos documentos normativos estabelecidos.

    Mendes et al. (2012) confeccionaram painis de

    espcies de rpido crescimento e, aps testes

    fsicos e mecnicos, concluram que as espcies

    Pinus oocarpa e Cunningha mialanceolata

    possuem grande potencial para a produo de

    painis aglomerados.

    Estudo realizado por Blanchet, Cloutier e Riedl

    (2000) sobre a confeco de painis de madeira

    aglomerada com resduo de costaneiras de pnus

    possibilitou concluir ser vivel o aproveitamento

    desta madeira e ser tecnicamente possvel a

    utilizao dos painis de madeira aglomerada em

    recintos fechados.

    Pesquisas sobre a produo de painis de madeira

    aglomerada utilizando resduos de costaneira de

    Eucalyptus saligna, Eucalyptus citriodora e

    Eucalyptus pilularis, realizadas por Iwakiri et al.

    (2001), avaliaram o comportamento dos painis

    com misturas de resduos e ureia-formaldedo. De

    acordo com os procedimentos normativos da CS

    236-66, os painis foram confeccionados com

    partculas a 3% de teor de umidade, 8% e 12% de

    teor de resina, densidade nominal de 0,8 g/cm3 e

    prensagem com 4 MPa, 140 oC e 8 min. As

    avaliaes realizadas possibilitaram concluir que:

    (a) os painis com 12% de resina ureia-formaldedo apresentaram maior estabilidade

    dimensional, destacando-se os produzidos com

    Eucalyptus saligna;

    (b) no ocorreram diferenas significativas entre o mdulo de elasticidade para os diferentes nveis de

    resina (8% e 12%);

    (c) foram determinados melhores resultados de mdulo de ruptura para os painis com 12% de

    resina, confeccionados com partculas de

    Eucalyptus saligna, e somente para esta espcie a

    maior quantidade de resina (12%) influenciou

    positivamente no mdulo de ruptura;

    (d) os resultados obtidos para a ligao interna dos painis, em todos os tratamentos, foram

    superiores aos referenciados pelo cdigo

    normativo CS 236-6; e

    (e) os resduos de costaneira, das espcies de eucalipto estudadas, podem ser recomendados para

    produo de painis de madeira aglomerada.

    Estudos no ciclo de prensagem em painis de

    madeira aglomerada realizados por Albuquerque

    (2002), com o objetivo de avaliar a influncia do

    incremento de gua nas camadas superficiais do

    colcho de partculas e do incremento de resina e

    catalisador, possibilitaram concluir ser possvel

    confeccionar painis aglomerados com partculas

    finas, sem necessidade de se utilizar mais que 10%

    de ureia-formaldedo. Para o caso dos painis com

    partculas grossas, devido ao aumento do teor de

    gua nas camadas superficiais do colcho de

    partculas, observou-se que necessrio tempo

    superior a 4 min para conferir consolidao

    satisfatria.

    Nascimento (2003) estudou a produo em

    laboratrio de painis de partculas homogneas

    com madeira da regio da Caatinga do Nordeste

    brasileiro: angico (Anedananthera macrocarpa),

    algaroba (Prosopis juliflora) e jurema-preta

    (Mimosa tenuiflora). Adotando a NBR 14810

    (ABNT, 2006), os procedimentos experimentais

    foram definidos em funo das propriedades

    fsicas e mecnicas das espcies estudadas, das

    caractersticas do adesivo adotado e das partculas

    utilizadas para a confeco de painis,

    considerando-se o emprego de partculas com 1,8

    mm de comprimento, 10% de resina ureia-

    formaldedo com 5% de solvente (base peso seco),

    tempo de prensagem de 10 min com temperatura

    entre 100 e 120 oC, e presso de prensagem de 4

  • Ambiente Construdo, Porto Alegre, v. 14, n. 3, p. 103-112, jul./set. 2014.

    Painis aglomerados fabricados com mistura de partculas de madeiras tropicais 105

    MPa. Nessas condies, as propriedades fsicas

    (densidade, absoro e inchamento) e mecnicas

    dos painis foram satisfatrias, com valores

    mdios de resistncias (na flexo, adeso interna e

    arrancamento de parafuso) apresentando

    variabilidades equivalentes s dos painis

    fabricados em escala industrial, de forma a

    concluir ser vivel a fabricao de painis de

    partculas homogneas de boa qualidade com

    partculas de madeiras da Caatinga do Nordeste

    brasileiro.

    A utilizao de resduo lignocelulsico na

    produo de painis de madeira reconstituda, alm

    de agregar valor, pode propiciar sustentabilidade,

    minimizar problemas de poluio ambiental e

    auxiliar no atendimento da demanda das indstrias

    de painis aglomerados.

    Segundo Mendes et al. (2010), o bagao de cana

    um exemplo de resduo lignocelulsico que pode

    ser utilizado para a produo de painis

    aglomerados, pois propicia a confeco de painis

    com excelentes qualidades, considerando-se

    tambm que no Brasil o volume gerado na ordem

    de 195 milhes de toneladas por ano

    (INSTITUTO..., 2010). Ainda de acordo com o

    mesmo autor, possvel a utilizao de sabugo de

    milho, casca de arroz, caule de mandioca, casca de

    caf e casca de amendoim, entre outros.

    De acordo com Beraldo e Jos (2006), painis

    aglomerados confeccionados com partculas de

    bambu e resina ureia-formaldedo apresentaram

    maiores valores de resistncias mecnicas com

    relao aos painis aglomerados confeccionados

    com partculas de pnus. Um aspecto importante

    sobre a produo de painis aglomerados com

    partculas de bambu a facilidade de cultivo dessa

    gramnea em praticamente todas as regies

    brasileiras, com ciclos de colheitas curtos, o que

    propicia grande volume de matria-prima para a

    produo dos painis.

    De acordo com Trianoski (2010), sob o ponto de

    vista tecnolgico, a utilizao de matrias-primas

    alternativas pode contribuir para melhorar a

    qualidade e as propriedades dos painis de madeira

    aglomerada, principalmente devido s diferentes

    caractersticas inerentes a cada espcie. Pode ainda

    significar um incentivo introduo dessas

    espcies em grandes reas de florestas plantadas,

    uma vez assegurada a qualidade e os requisitos do

    produto em questo.

    Campos et al. (2012) propuseram a confeco de

    painis de madeira aglomerada misturando

    partculas de Eucalyptus grandis (eucalipto) e de

    Jatropha curcas (pinho-manso), um subproduto

    da cadeia produtiva do biodiesel. O estudo

    mostrou que a proporo ideal de partculas do

    pinho-manso na mistura de 7,5%, valor que no

    altera as propriedades fsicas e mecnicas do

    painel. Embora a porcentagem seja pequena, o

    estudo mostra possveis fins para subprodutos que

    geralmente so descartados sem nenhum critrio.

    Atualmente no Brasil, devido ao crescimento da

    gerao de resduos, evidencia-se o

    desenvolvimento de propostas que objetivam

    minimizar a poluio no meio ambiente.

    Entretanto, de modo geral, os resduos so

    utilizados para produo de energia, e as indstrias

    brasileiras esto limitadas utilizao de

    tecnologia para processamento de madeira de

    pnus e eucalipto na produo de painis

    aglomerados e painis de fibra (SILVA et al.,

    2012).

    Lima (2012) avaliou propriedades fsicas e

    mecnicas de painis fabricados com resduos de

    madeiras da Amaznia (Dipterix polyphylla cumarurana; Brosimun paranarioides amap) e resina poliuretana base de leo de mamona,

    concluindo dos resultados obtidos ser vivel a

    fabricao de painis com o uso dos resduos

    provenientes de ambas as espcies de madeira.

    Com o intuito de investigar a viabilidade de

    produzir painis aglomerados com a utilizao de

    resduos de madeira da Amaznia, este trabalho

    analisou as propriedades fsicas e mecnicas de

    painis constitudos da composio uniforme de

    quatro espcies de madeiras tropicais, com

    variao de trs tipos de adesivos.

    Material e mtodos

    Inicialmente foram realizadas coletas das espcies

    de madeiras mediante parceria com a Casa da

    Agricultura da cidade de Ilha Solteira (SP). As

    espcies coletadas, com suas respectivas

    densidades aparentes (ap), so apresentadas na Tabela 1.

    As amostras coletadas foram seccionadas em

    pequenas toras, de aproximadamente 1 m de

    comprimento, com dimetros variveis. Na

    sequncia, utilizando-se um micromoinho de facas

    (Figura 1a), foram produzidas partculas com

    comprimento de at 0,5 cm (Figura 1b).

    Aps serem processadas em moinho de facas, as

    partculas foram secas em estufa temperatura de

    60 oC, at atingirem teor de umidade em torno de

    5%. Para confeco dos painis foram utilizados os

    parmetros de fabricao apresentados na Tabela

    1, obtidos atravs de testes preliminares (flexo),

    empregando-se separadamente as resinas

    poliuretana bicomponente derivada de leo de

    mamona, ureia-formaldedo e Purbond HB SB109.

    A resina ureia-formaldedo foi preparada com a

  • Ambiente Construdo, Porto Alegre, v. 14, n. 3, p. 103-112, jul./set. 2014.

    Negro, W. H.; Silva, S. A. M. da; Christoforo, A. L.; Lahr, F. A. R. 106

    incluso de 5% de solvente (NASCIMENTO,

    2003), e a PU-mamona, com uma parte de poliol

    para uma de pr-polmero (SILVA e LAHR,

    2008), ambas em funo da massa seca das

    partculas.

    Aps as partculas atingirem o teor de umidade

    desejado, iniciou-se o processo para preparao do

    colcho de partculas (Figura 2a), adicionando-se

    resina e realizando-se pr-prensagem com presso

    de compactao de 0,1 MPa. Esse procedimento

    propicia uma aproximao inicial entre as

    partculas e a consequente formao do colcho de

    partculas. Posteriormente formao do colcho,

    os painis foram fabricados (Figura 2b), de acordo

    com o ciclo de prensagem apresentado na Tabela

    2.

    Para fabricao dos painis, de dimenses

    40040010 mm, fixou-se a massa de partculas

    em torno 1.280 g, sendo utilizados 320 g de

    partculas por espcie de madeira em sua

    formao.

    As propriedades fsicas e mecnicas avaliadas

    foram: densidade aparente (ap), absoro de gua

    em 2 h e em 24 h (Abs. 2 h; Abs. 24 h),

    inchamento em espessura em 2 h e em 24 h (Inc. 2

    h; Inc. 24 h), mdulo de elasticidade na flexo

    (MOE), mdulo de resistncia na flexo (MOR) e

    resistncia trao perpendicular (RTP). Com

    exceo do mdulo de elasticidade, obtido com os

    mtodos e premissas de clculo do cdigo

    normativo ASTM D-1037 (AMERICAN..., 2006),

    as demais propriedades foram obtidas com o uso

    da norma brasileira ABNT NBR 14810 (ABNT,

    2006). Alm da norma brasileira, foram utilizadas

    para verificao de requisitos as normas CS236-66

    (COMMERCIAL..., 1968), ANSI A208.1

    (AMERICAN..., 1999) e EN 312 (EUROPEAN...,

    2003). A Tabela 3 apresenta os valores-limite

    estabelecidos por esses documentos normativos

    como forma de verificar e avaliar a potencialidade

    dos materiais fabricados.

    Para cada tipo de adesivo foram fabricados trs

    painis, sendo deles extrados 20 corpos de prova

    para os ensaios de flexo (2505010 mm), 12

    para os ensaios de adeso interna (505010 mm)

    e outros 12 corpos de prova para a obteno das

    propriedades fsicas (505010 mm).

    Tabela 1 - Espcies de madeira coletadas

    Nome popular Nome cientfico ap (g/cm3)

    Cedrinho Cedrela odorata 0,55

    Crdia Cordia goeldiana 0,50

    Figueira Ficus insipida 0,45

    Paineira Ceiba pentandra 0,35

    Figura 1 - Moinho de faca para produo de partculas com at 0,5 cm de comprimento

    (a) (b)

    Tabela 2 - Parmetros experimentais para confeco dos painis aglomerados

    Densidade nominal

    (g/cm3)

    Teor de

    resina (%)

    Ciclo de prensagem (min.

    e seg.)

    Temperatura de

    prensagem (oC)

    Presso de

    prensagem

    (MPa)

    0,80 10

    3 (prensagem inicial) 30 (alvio de presso)

    7 (prensagem final) 100 5

  • Ambiente Construdo, Porto Alegre, v. 14, n. 3, p. 103-112, jul./set. 2014.

    Painis aglomerados fabricados com mistura de partculas de madeiras tropicais 107

    Figura 2 - Formao do colcho de partculas (a) e do painel (b)

    (a) (b)

    Tabela 3 - Valores de propriedades fsicas e mecnicas de referncia pelos cdigos normativos utilizados

    Normas Espessura

    (mm)

    (g/cm)

    Inc.

    (%) TU (%)

    MOE

    (MPa)

    MOR

    (MPa)

    RTP

    (MPa)

    CS236-66 (COMERCIAL..., 1968) - >0,8 55 - 2450 16,8 1,4 ANSI A208.1 (AMERICAN...,

    1999) - >0,8 8 - 2400 16,5 0,9

    EN 312 (EUROPEAN..., 2003) >6 a 13 - 16

    - 2300 16 0,4 NBR 14810-2 (ABNT, 2006) 8 a 13 - 8 5 a 11 - 18 0,4

    Os resultados das propriedades fsicas e mecnicas

    foram avaliados com o uso da anlise de varincia

    (ANOVA) de Kruskal-Wallis (no paramtrica) e

    do teste de comparaes mltiplas entre postos de

    Student-Newman-Keuls. Alm da caracterizao,

    foi avaliada a relao entre a densidade aparente e

    a resistncia trao perpendicular dos painis,

    por tipo de adesivo, com o uso de teste de

    correlao e do modelo de mnimos quadrados

    para a regresso linear, de forma a estimar a

    resistncia com o conhecimento da densidade.

    Resultados e discusses

    A Tabela 4 apresenta os resultados obtidos das

    propriedades fsicas e mecnicas dos painis para

    cada um dos trs tratamentos utilizados, sendo x e

    cv a mdia amostral e coeficiente de variao

    respectivamente.

    O teor de umidade de ambos os painis de

    produtos fabricados foi inferior ao valor de

    referncia-limite estipulado pelo documento

    normativo brasileiro NBR 14810-2 (ABNT, 2006).

    As densidades das chapas confeccionadas com

    ambos os tipos de adesivos foram prximas a

    0,70g/cm3.

    Os materiais fabricados com o uso da resina PU-

    mamona apresentaram os menores valores para a

    absoro em 2 h e em 24 h, sendo 88% e 90%

    inferiores aos valores da absoro de gua em 2 h

    dos painis fabricados com ureia-formaldedo e

    Purbond respectivamente, e 71% e 76% inferiores

    aos valores da absoro de gua em 24 h dos

    materiais elaborados com ureia-formaldedo e

    Purbond.

    Assim como na absoro de gua, os compostos

    elaborados com resina PU-mamona apresentaram

    os melhores resultados para o inchamento em

    espessura. O inchamento em espessura (2 h e 24 h)

    dos painis fabricados com as resinas PU-mamona

    e ureia-formaldedo mostraram ser inferiores ao

    limite estabelecido pela norma EN 312

    (EUROPEAN..., 2003), o mesmo no ocorrendo

    com os materiais fabricados com o adesivo

    Purbond. Entretanto, apresentaram valores de

    inchamento inferiores ao limite estipulado pela

    norma CS236-66 (COMMERCIAL..., 1968) (Inc.

    24 h), definido para densidades superiores a 0,80

    g/cm3.

    O mdulo de resistncia na flexo dos painis

    fabricados com ambos os adesivos foi superior aos

    valores estipulados pelos quatro documentos

    normativos de referncia utilizados, apresentando

    os maiores valores os compostos fabricados com

    adesivo ureia-formaldedo, sendo 42% superior em

    mdia ao MOR dos materiais confeccionados com

    os demais adesivos.

    Os produtos fabricados com o adesivo Purbond

    apresentaram os maiores valores do mdulo de

    elasticidade na flexo, sendo 36% e 184%

    superiores ao MOE dos materiais fabricados com

    ureia-formaldedo e PU-mamona respectivamente.

    Com relao aos limites estabelecidos pelas

    normas internacionais para mdulo de elasticidade

  • Ambiente Construdo, Porto Alegre, v. 14, n. 3, p. 103-112, jul./set. 2014.

    Negro, W. H.; Silva, S. A. M. da; Christoforo, A. L.; Lahr, F. A. R. 108

    na flexo, apenas os materiais fabricados com o

    adesivo PU-mamona apresentaram valores

    inferiores, de 31% em relao ao estabelecido pela

    norma EN 312 (EUROPEAN..., 2003).

    Os maiores valores da resistncia trao

    perpendicular foram provenientes dos painis

    fabricados com o adesivo PU-mamona, sendo 39%

    e 120% superiores RTP dos materiais fabricados

    com ureia-formaldedo e com Purbond

    respectivamente. Por se tratar de painis com 10

    mm de espessura, os valores da RTP de ambos os

    materiais fabricados atenderam satisfatoriamente

    aos limites de resistncia das normas NBR 14810-

    2 (ABNT, 2006) e EN 312 (EUROPEAN..., 2003).

    Os compostos fabricados com PU-mamona

    apresentaram RTP superior ao limite da norma

    ANSI A208.1 (AMERICAN..., 1999), mas inferior

    ao valor de referncia da norma CS236-66

    (COMMERCIAL..., 1968).

    Cabe ressaltar que os coeficientes de variao dos

    valores dos mdulos de resistncia e de

    elasticidade obtidos nos ensaios de flexo esttica

    e dos mdulos de resistncia obtidos nos ensaios

    de resistncia trao perpendicular apresentaram

    sistematicamente valores inferiores a 20% para o

    coeficiente de variao. Este valor aceito pelos

    fabricantes de painis e tambm objeto de

    recomendao por parte de Nascimento (2003) e

    Dias et al. (2005).

    A Tabela 5 apresenta os resultados da anlise de

    varincia segundo o teste de Kruskal-Wallis e de

    comparaes mltiplas entre postos de Student-

    Newman-Keuls para as variveis-resposta

    investigadas, estando sublinhados os P-valores

    inferiores a 0,05, considerados significativos a um

    nvel de confiabilidade de 95%. Os valores 1, 2 e 3

    dos grupos apresentados na Tabela 5 referem-se

    aos materiais fabricados com os adesivos PU-

    mamona, ureia-formaldedo e Purbond

    respectivamente.

    A Tabela 6 apresenta os resultados dos

    agrupamentos baseados nos dados da Tabela 5.

    Letras diferentes determinam mdias

    estatisticamente diferentes entre si, ao nvel de

    95% de probabilidade.

    Os coeficientes de correlao de Pearson () (densidade e resistncia trao perpendicular) e

    os respectivos P-valores dos testes por tipo de

    adesivo so apresentados na Tabela 7.

    Para o teste de correlao, a hiptese nula (H0)

    estipulada consistiu na no existncia de

    correlao (=0), implicando existncia de correlao (0) para a hiptese alternativa (H1), a um nvel de significncia de 5%. Pelos P-valores

    encontrados, foi constatada correlao entre a

    densidade aparente e a resistncia trao

    perpendicular para os trs tipos de resinas

    utilizados (P-valor

  • Ambiente Construdo, Porto Alegre, v. 14, n. 3, p. 103-112, jul./set. 2014.

    Painis aglomerados fabricados com mistura de partculas de madeiras tropicais 109

    Tabela 5 - Resultados da ANOVA e das comparaes por Student-Newman-Keuls

    Posto Mdio Comparaes Student-Newman-

    Keuls (P-valor)

    Resposta H GL P-valor R1 R2 R3 Grupos

    (1 e 2)

    Grupos

    (1 e 3)

    Grupos

    (2 e 3)

    TU 35,5 2 0,0000 10,50 37,38 27,63 0,0001 0,0003 0,0630

    ap 23,30 2 0,0000 32,33 17,79 10,83 0,0019 0,0001 0,1845 Abs. 2 h 32,09 2 0,0000 10,50 31,75 33,25 0,0001 0,0001 0,7748

    Abs. 24 h 35,77 2 0,0000 10,50 27,42 37,58 0,0003 0,0001 0,0575

    Inc. 2 h 36,81 2 0,0000 10,50 26,75 38,25 0,0005 0,0001 0,0283

    Inc. 24 h 37,24 2 0,0000 10,50 26,50 38,50 0,0006 0,0001 0,0221

    MOR 12,68 2 0,0018 18,25 33,75 18,33 0,0010 0,9858 0,0033

    MOE 32,76 2 0,0000 10,95 27,50 36,75 0,0004 0,0001 0,0777

    RTP 34,58 2 0,0000 33,96 18,96 6,92 0,0014 0,0001 0,0217

    Tabela 6 - Agrupamentos do fator tipo de adesivo por resposta

    Resposta PU-mamona Ureia-formaldedo Purbond

    TU B A A

    ap A B B Abs. 2 h B A A

    Abs. 24 h B A A

    Inc. 2 h C B A

    Inc. 24 h C B A

    MOR B A B

    MOE B A A

    RTP A B C

    Tabela 7 - Resultados do teste de correlao

    Adesivo P-valor

    PU-mamona 0,809 0,019

    Ureia-formaldedo 0,669 0,027

    Purbond 0,793 0,012

    Figura 3 - Regresso linear entre a ap e a RTP dos painis fabricados com os adesivos (a) PU-mamona, (b) ureia-formaldedo e (c) Purbond

    (a) (b) (c)

  • Ambiente Construdo, Porto Alegre, v. 14, n. 3, p. 103-112, jul./set. 2014.

    Negro, W. H.; Silva, S. A. M. da; Christoforo, A. L.; Lahr, F. A. R. 110

    Tabela 8 - Resultados das estatsticas da regresso e da ANOVA

    PU-MAMONA

    Estatsticas da Regresso R Mltiplo R

    2 R

    2 Ajustado Erro Padro Obs.

    0,91 0,82 0,81 0,11 20

    ANOVA GL SQ MQ F F de Significao

    Regresso 1 1,043 1,043 82,195 3,949E-08

    Erro Residual 18 0,228 0,013

    Total 19 1,271

    Equao RTP = 4,973ap-2,497

    UREIA-FORMALDEDO

    Estatsticas da Regresso R Mltiplo R

    2 R

    2 Ajustado Erro Padro Obs.

    0,84 0,78 0,74 0,02 12

    ANOVA GL SQ MQ F F de Significao

    Regresso 1 0,056 0,056 13,34 0,0016

    Erro Residual 10 0,015 0,004

    Total 11 0,071

    Equao RTP = 1,381ap-0,729

    PURBOND

    Estatsticas da Regresso R Mltiplo R

    2 R

    2 Ajustado Erro Padro Obs.

    0,92 0,87 0,83 0,05 12

    ANOVA GL SQ MQ F F de Significao

    Regresso 1 0,210 0,210 58,03 5,761E-06

    Erro Residual 10 0,005 0,003

    Total 11 0,215

    Equao RTP = 0,934ap-0,166

    Concluses

    Pode-se concluir que:

    (a) os materiais elaborados com resina ureia-formaldedo e Purbond apresentaram os melhores

    resultados para o mdulo de elasticidade na flexo;

    (b) os compsitos fabricados apenas com ureia-formaldedo exibiram os maiores valores do

    mdulo de ruptura na flexo;

    (c) os painis elaborados com a resina Purbond apresentaram os melhores resultados para a

    resistncia trao perpendicular; e

    (d) pelos resultados obtidos da anlise de varincia, constatou-se ser possvel estimar a

    resistncia trao perpendicular dos materiais

    com o conhecimento da densidade aparente para os

    trs tipos de resinas utilizadas, com a caracterstica

    comum do aumento da resistncia pelo aumento na

    densidade.

    Em linhas gerais, as propriedades fsicas e

    mecnicas investigadas foram compatveis com os

    limites estipulados pelos documentos normativos

    de referncia, e o coeficiente de variao dos

    materiais fabricados apresentou-se prximo dos

    obtidos em outras pesquisas na mesma temtica,

    evidenciando a boa homogeneidade obtida na

    fabricao dos compsitos.

    Em pesquisas futuras, espera-se trabalhar com

    outras propores entre partculas com as mesmas

    ou com outras espcies de madeira, e com outras

    fraes de adesivo, objetivando a busca por

    materiais com melhores propriedades fsicas que

    os aqui investigados.

    Referncias

    ALBUQUERQUE, C. E. C. Interaes de

    Variveis no Ciclo de Prensagem de

    Aglomerados. Curitiba, 2002. 150 f. Tese

    (Doutorado em Cincias Florestais) Setor de Cincias Agrrias, Universidade Federal do

    Paran, Curitiba, 2002.

    AMERICAN NATIONAL STANDARD. ANSI

    A208.1: particleboard. Gaithersburg, 1999.

    AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND

    MATERIALS. ASTM D-1037: standard methods

    of evaluating properties of wood-base fiber and

    particles materials. Philadelphia, 2006.

  • Ambiente Construdo, Porto Alegre, v. 14, n. 3, p. 103-112, jul./set. 2014.

    Painis aglomerados fabricados com mistura de partculas de madeiras tropicais 111

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS

    TCNICAS. NBR 14810: chapas de madeira

    aglomerada: parte 2: requisitos: parte 3: mtodos

    de ensaio. Rio de Janeiro, 2006.

    BERALDO, A. L.; JOS, F. J. Painis Prensados

    de Partculas de Bambu e Adesivo Poliuretana

    Base de leo de Mamona. In: ENCONTRO

    BRASILEIRO EM MADEIRAS E EM

    ESTRUTURAS DE MADEIRA, 10., So Pedro,

    SP, 2006. Anais... So Pedro, SP, 2006.

    BLANCHET, P.; CLOUTIER, A.; RIEDL, B.

    Particleboard Made From Hammer Milled Black

    Spruce Bark Residues. Wood Science and

    Technology, v. 34, n. 1, p. 11-19, Mar. 2000.

    CAMPOS, R. A. et al. Anlise da Qualidade de

    Chapas de Madeira Aglomerada com Casca de

    Pinho Manso. In: ENCONTRO BRASILEIRO

    EM MADEIRAS E EM ESTRUTURAS DE

    MADEIRA, 13., Vitria, 2012. Anais... Vitria,

    2012.

    COMMERCIAL STANDARD. CS 236-66: mat

    formed wood particleboard. 1968.

    DIAS, F. M. et al. Relation Between the

    Compaction Rate and Physical and Mechanical

    Properties of Particleboards. Materials Research,

    v. 8, n. 3, p. 329-333, 2005.

    EUROPEAN STANDARD. EN 312:

    particleboards: specifications. Bruxelas, 2003.

    GUIMARES JNIOR, J. B. et al. Avaliao das

    Propriedades Fsicas de Painis Aglomerados de

    Embaba. In: ENCONTRO BRASILEIRO EM

    MADEIRAS E EM ESTRUTURAS DE

    MADEIRA, 13, Vitria, 2012. Anais... Vitria,

    2012.

    INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E

    ESTATSTICA. Anurio eEtatstico do Brasil. Rio

    de Janeiro, 2010. Disponvel em:

    http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicador

    es/agropecuaria/lspa/lspa_201002_5.shtm>.

    Acesso em: 17 out. 2011.

    IWAKIRI, S. et al. Produo de Painis de

    Madeira Aglomerada de Cinco Espcies de Pnus

    Tropicais. Floresta e Ambiente, v. 8, n. 1, p. 137-

    142, jan./dez. 2001.

    LIMA, M. D. F. Utilizao de Resduos das

    Espcies Dipterix polyphylla (Cumarurana),

    Dipterix odorata (Cumaru) e Brosimun

    paranarioides (Amap) na Produo de Painis

    de Madeira Aglomerada Com Resina

    Poliuretana Base de leo de Mamona.

    Amazonas, 2012. 152 f. Dissertao (Mestrado em

    Engenharia Civil) Escola de Engenharia, Universidade Federal do Amazonas, Amazonas,

    2012.

    MALONEY, T. M. Modern Particleboard and

    Dry-Process Fiberboard Manufacturing. 2nd.

    So Francisco: Freeman, 1993.

    MATTOS, R. L. G; GONALVES, R. M.;

    CHAGAS, F. B. Painis de Madeira no Brasil:

    panorama e perspectivas. BNDES Setorial, Rio de

    Janeiro, n. 27, p. 121-156, mar. 2008.

    MENDES, R. F. et al. Avaliao de Espcies de

    Rpido Crescimento Para a Produo de Painis

    Glomerados. In: ENCONTRO BRASILEIRO EM

    MADEIRAS E EM ESTRUTURAS DE

    MADEIRA, 13, Vitria, 2012. Anais... Vitria,

    ES, 2012.

    MENDES, R. F. et al. Painis Aglomerados

    Produzidos Com Bagao de Cana em Associao

    Com Madeira de Eucalipto. Scientia Forestalis,

    Piracicaba, v. 38, n. 86, p. 285-295, jun. 2010.

    NASCIMENTO, M. F. Chapas de Partculas

    Homogneas: madeiras do Nordeste do Brasil.

    So Carlos, 2003. Tese (Doutorado em Engenharia

    de Materiais) Interunidades em Cincias e Engenharia de Materiais, Universidade de So

    Paulo, So Carlos, 2003.

    SILVA, S. A. M.; LAHR, F. A. R. Chapas de

    Partculas Confeccionadas Com Resduos de

    Madeiras Tropicais de Baixa Densidade. In:

    RECICLAGEM de Resduos Para a

    Construo Civil. Belo Horizonte: Editora da

    Universidade Federal de Ouro Preto, 2008. cap.

    14.

    SILVA, S. A. M. et al. Particleboard

    Manufactured with Bicomponent Polyurethane

    Resin base on Castor Oil. International Journal

    of Composite Materials, v. 2, n. 6, p. 115-118,

    2012.

    TOMASELLI, I. Tendncias de Mudanas na

    Indstria de Painis. Revista da Madeira, Caxias

    do Sul, p. 36-40, 2000.

    TRIANOSKI, R. Avaliao do Potencial de

    Espcies Florestais 2010 Crescimento, Para

    Produo de Painis de Madeira Aglomerada.

    Curitiba, 2010. 260 f. Dissertao (Mestrado em

    Engenharia Florestal) Escola de Engenharia, Universidade Federal do Paran, Curitiba, 2010.

  • Ambiente Construdo, Porto Alegre, v. 14, n. 3, p. 103-112, jul./set. 2014.

    Negro, W. H.; Silva, S. A. M. da; Christoforo, A. L.; Lahr, F. A. R. 112

    Wilson Henrique Negro Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira | Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho | Alameda Bahia, 550, Centro | Ilha Solteira - SP Brasil | CEP 15385-000 | Tel.: (18) 3743-1266 | E-mail: [email protected]

    Srgio Augusto Mello da Silva Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira | Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho | E-mail: [email protected]

    Andr Luis Christoforo Departemento de Engenharia Civil | Universidade Federal de So Carlos | Rodovia Washington Lus, km 235 | So Carlos - SP Brasil | CEP 36307-352 | Tel.: (16) 3351-8262 | E-mail: [email protected]

    Francisco Antonio Rocco Lahr Escola de Engenharia de So Carlos | Universidade de So Paulo | Av. Trabalhador Socarlense, 400, Centro | So Carlos - SP Brasil | CEP 13566-590 | Tel.: (016) 3373-8206 | E-mail: [email protected]

    Revista Ambiente Construdo Associao Nacional de Tecnologia do Ambiente Construdo

    Av. Osvaldo Aranha, 99 - 3 andar, Centro

    Porto Alegre RS - Brasil

    CEP 90035-190

    Telefone: +55 (51) 3308-4084

    Fax: +55 (51) 3308-4054 www.seer.ufrgs.br/ambienteconstruido

    E-mail: [email protected]