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Cadernos Científicos I Páginas Centrais ISSN: 1647-0486 MAIO 2011 NÚMERO 9 I 10,00 TRIMESTRAL WWW.OMD.PT EXERCÍCIO ILEGAL NA PRIMEIRA LINHA OMD COMBATE CRIME ORGANIZADO CONTRA A PROFISSÃO REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS ORDEM OMD ELEITA PARA A PRESIDÊNCIA DO CNOP LICENCIAMNETO DE CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS

MAIO 2011 NÚMERO 9 I TRIMESTRAL … · Universidade do Porto, 95,1% dos médicos dentistas referiram ser profissionais liberais e, destes, 37,9% referiramtrabalharexclusivamenteporcontaprópria

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Cadernos Científicos I Páginas Centrais

ISSN

:164

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86

MAIO 2011NÚMERO 9 I €10,00TRIMESTRALWWW.OMD.PT

EXERCÍCIO ILEGAL NA PRIMEIRA LINHA

OMD COMBATECRIME ORGANIZADOCONTRA A PROFISSÃO

REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS

ORDEMOMD ELEITA PARA

A PRESIDÊNCIA DO CNOP

LICENCIAMNETODE CLÍNICAS

E CONSULTÓRIOS

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Artigos assinados e de opiniãoremetem para as posições dos

respectivos autores, nãoreflectindo,necessariamente,

as posições oficiaise de consenso daOMD.

Anúncios a cursos não impli-cam directa ou indirectamentea acreditação científica do seu

conteúdo pela Ordem dosMédicos Dentistas, a qual

segue os trâmitesdos termos regulamentares

internos em vigor.

Ano III – nº 9 – Maio de 2011Trimestral

Preço:€10,00

Propriedade e EdiçãoOrdem dos Médicos Dentistas

DirecçãoDirector:

Orlando Monteiro da SilvaDirector-adjunto:

Paulo Ribeiro de Melo

Conselho EditorialBastonário da OMD

Presidente da Assembleia Geralda OMD

Presidente do Conselho Deontológicoe de Disciplina da OMDPresidente do Conselho

Directivo da OMDPresidente do Conselho

Fiscal da OMD

Conselho CientíficoPresidente: Pedro Leitão

António GinjeiraCarlos FalcãoGil Alcoforado

Jorge André CardosoPedro CorreiaPedro Nicolau

Sede e RedacçãoAv. Dr. Antunes Guimarães, 463

4100-080 Porto, PortugalTelefone: +351 226 197 690

[email protected]

RedacçãoOrdem dos Médicos Dentistas

Chefe de redacção:Cristina Gonçalves

Redacção: Carlos Duarte

PublicidadeInédia – Consultoria e Estratégia

de Comunicação, LdaRua 25 de Abril, 35 – 1º

2665-201-Malveira, PortugalTel.: 217 718 030

[email protected]

Edição GráficaInédia – Consultoria e Estratégia

de Comunicação, Lda

PaginaçãoFullDesign, Lda.

ImpressãoLisgráfica

Periodicidade: Trimestral

Distribuição: Gratuita

Tiragem: 10.000 exemplares

Depósito Legal: 285 271/08

ISSN: 1647-0486

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editorial 4agenda 6mundo 8

Atlas da Saúde Oral

números 9Portugueses não vãoao médico dentista

destaque 12Ordem combatecrime organizado contra a profissão

ordem 14OMD eleita para a presidência do CNOP

Audiência com Presidente da República

Novo regime de prescrição de medicamentos

Audiência com o presidentedo Partido Social Democrata

Políticas de saúde discutidascom o Partido Comunista

Licenciamento de clínica e consultórios

deontológico 19Segredo profissional– livro de reclamações

Deliberações e recomendações

Na palma da mão

nacional 20Qualidade na saúdesem mínimos e máximos

Pagamento dos cheques-dentista

global 23Saúde oral global

omd

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factores sectoriais que merecem ser analisados e algumasreacções que devemos estar preparados para encetar.O exagerado número de faculdades de medicina dentária ede médicos dentistas diplomados no nosso país é, semdúvida, um destes factores. O país não tem, nem terá emtempos mais próximos uma oportunidade condigna para dara estes nossos colegas mais jovens. Muitos delescontinuarão a procurar oportunidades fora do país e exercerno estrangeiro ou, em alternativa, a sujeitarem-se asituações degradantes de emprego, ao nível daremuneração e de horários de trabalho. Só angariadores,disfarçados de “empresários” da medicina dentária podembeneficiar desta situação, pois vêm o principal custo queestá envolvido na nossa atividade, o custo do nossotrabalho, substancialmente diminuído em função da ofertadisponível...Felizmente a sociedade vai tendo conhecimento destarealidade, ajudando de futuro a nivelar a procura por estanossa área da medicina.A percentagem de portugueses que não tem acesso, devidoàs suas condições socioeconómicas, à medicina dentáriadisponibilizada na rede privada é outro destes factores. E,também, não será de resolução súbita...Na nossa reação, temos que implicar maior adaptação.Nos nossos horários de atendimento dos pacientes,procurando áreas e serviços diferenciados que nosdistingam da generalidade da oferta disponível, refinando otempo investido a informar os doentes sobre alternativas epropostas de tratamento, não caindo na armadilha dejulgarmos a capacidade económica dos doentes...Temos que avisar os doentes das consultas de controlo,adaptar em determinadas situações as formas depagamento dos nossos honorários à disponibilidade dosdoentes.É nestas alturas que nos devemos abrir mais às

Medicina Dentária à rasca?

Estimados colegas,

Vivemos um tempo de mudança.

Estes tempos devem provocar em toda a sociedade,médicos dentistas incluídos, uma necessidade deantecipação e adaptação, de “surfar” a onda, antes queesta nos rebente em cima.Temos observado nas recentes formas de expressão dasociedade civil, com destaque para a manifestaçãodesignada por “Geração à Rasca” que os problemas comque se debate a medicina dentária não são, de formaalguma, exclusivos desta.Fenómenos como a incerteza no exercício da profissão,precariedade, estágios não remunerados, sub-emprego,desemprego, emigração, entre outros, são, infelizmente,uma realidade transversal a vários grupos profissionaisaltamente qualificados.Esta problemática decorre de causas multifactoriais,algumas sectoriais, outras mais estruturais, que afectam onosso país.A ultrapassagem destas situações não está, em grandeparte, dependente apenas de um governo, de um país, deum grupo profissional e muito menos de uma ordemprofissional.Está no fundamental dependente de cada um de nós!Estes fenómenos, que afectam a sociedade portuguesa noseu todo, são mais graves quando atingem os mais jovens,particularmente os mais qualificados, já que o futuro dePortugal está mais dependente da capacidade destasgerações.No que respeita à medicina dentária, disponibilizada àpopulação, em grande medida pelo sector privado, há alguns

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edi

tori

alSABEMOS, A MAIOR PARTE

DE NÓS, ESTARNA PROFISSÃO NÃO COMO OBJECTIVO ÚNICO DO

LUCRO, OBJECTIVO LÍCITODIGA-SE DE PASSAGEM,MAS COM O OBJECTIVO

SUPERIOR DORECONHECIMENTO DO

TRABALHO EFECTUADO.DA QUALIDADE

DO SERVIÇO PRESTADO

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O BastonárioOrlando Monteiro da Silva

comunidades onde estamos inseridos, interagindosocialmente, em associações, clubes, escolas etc.Devemos refinar os processos de qualidade nos nossosconsultórios, dando mais formação às assistentesdentárias, ao nível de gabinete e esterilização e ao nível doatendimento.Usando algum tempo que possamos ter disponível paraincrementar o valor das nossas instalações. O licenciamentodos nossos consultórios é já um primeiro passo.Lembrem-se que com a crise surge a oportunidade e aseguir a uma recessão vem a recuperação...Estamos todos conscientes que vivemos um períodoturbulento, de procura de novas soluções, de alteração deparadigmas. A saúde oral e a medicina dentária não estãoimunes a este ambiente. Dentro do quadro de princípios queacima referi temos, todos, enquanto instituição eindividualmente, de estar preparados para antecipar amudança ou, no limite, acompanhá-la.A medicina dentária portuguesa tem que ser um exemplode capacidade de superação! Desde sempre fomos esomos, maioritariamente, profissionais liberais, autónomose independentes.Segundo o último estudo que fizemos através do Serviçode Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina daUniversidade do Porto, 95,1% dos médicos dentistasreferiram ser profissionais liberais e, destes, 37,9%referiram trabalhar exclusivamente por conta própria.Nunca dependemos do Estado para nada, nem desubsídios, nem do QREN.Somos, uma grande parte de nós, simultaneamentemédicos dentistas, empresários e gestores das nossasclínicas e consultórios.Esta forma de estar na profissão é a mais comum, não sóem Portugal, como na Europa, Estados Unidos, nospaíses onde a medicina dentária está mais avançada. Enão é por acaso. É assim, porque é a melhor forma deservir com qualidade acrescida a população.E é aquela em que a relação directa médicodentista/paciente é melhor preservada.A que permite a avaliação diária por parte daqueles aquem devemos satisfações, os nossos doentes.Sabemos o que é produtividade, concorrência, trabalho.Avaliação baseada no objecto da nossa acção: a saúdedas pessoas.Sabemos que a nossa reputação é o nosso capital maisprecioso.Sabemos, a maior parte nós, estar na profissão não como objectivo único do lucro, objectivo lícito diga-se depassagem, mas com o objectivo superior do

reconhecimento do trabalho efectuado. Da qualidade doserviço prestado. Nada disto, que para alguns parececonstituir uma ameaça, é para nós novo.Sabemos o que é investir em instalações, equipamentos,técnicas e materiais.Criar emprego com assistentes dentários, higienistas,protésicos, indústria etc.Investir na nossa formação contínua.Sabemos o que é o declínio com a idade numa profissão,que exige destreza física e capacidade intelectual e que anossa reforma é construída por cada um de nós.Trabalhamos 11 meses, às vezes mais, 10 horas por dia.Enfrentamos compromissos ao final do mês.O regaço do Estado nunca aconchegou os profissionaisliberais médicos dentistas. Nunca nos ajudou a enfrentarcrises.A crise da consulta adiada para o final do mês. A crise deadiar o que não é urgente tratar. De investir no tratamentodos filhos relegando os pais para quando houverdisponibilidade.Mal dum país, duma Europa, que não reconheça acapacidade e a importância das profissões liberais, que seafunde na burocracia ou na sobrerregulação, na cargafiscal, beneficiando grandes grupos económicos, com aconsequência inexorável da diminuição da qualidade, doaumento dos preços, da penalização fácil do elo mais forte,o do trabalho.Uma sociedade que não valoriza o trabalho, o risco, oempreendorismo, atrevo-me a fazer-lhe o diagnóstico, estádoente.Mesmo que lhe tratemos da boca, dos dentes, a sua doençasistémica levá-la-á ao declínio.

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agend

a

aconteceu...6 I I MAIO 2011

SITE OMDFOLHETOS EDUCATIVOSOs 14 folhetos educativos elaborados pela OMD,destinados aos pacientes dos consultórios e ao públicoem geral, encontram-se disponíveis para consulta nosite da OMD. Os vários temas de saúde oral abordadospretendem informar e sensibilizar o público paracomportamentos e cuidados básicos de saúde oral:prevenção e higiene oral; saúde oral na grávida e nobebé; saúde oral na criança; saúde oral no idoso; cáriedentária e dentisteria; periodontologia; implantes;ortodontia; endodontia; cirurgia oral; cancro oral;branqueamento dentário; halitose; prótese fixa;prótese removível.

ORTODONTIAATRIBUIÇÃO DE TÍTULOSDE ESPECIALIDADEO Conselho Directivo da OMD deliberou a atribuição dotítulo de especialista em ortodontia aos médicosdentistas Cláudia Azevedo Leitão (C.P. 3749), EugénioMartins (C.P. 924), François Durand Pereira (C.P. 1447),Joana Godinho (C.P. 4404), Lucinda Gifford Faria (C.P.1402), Patricia Almeida Pinto (C.P. 1339) e Saul Castro(C.P. 3583), na sequência de candidatura, realização eaprovação de provas orais pelo Colégio de Especialidadede Ortodontia, nos termos regulamentares.

ACREDITAÇÃO DEACTIVIDADES DEFORMAÇÃO CONTÍNUAA Comissão Científica da OMD passou adisponibilizar um conjunto de regras internas queutiliza para a acreditação de actividades deformação contínua, para além do próprioregulamento, que se manteve inalterado.A tendência de crescimento e diversificação dasactividades de formação contínua, que são objectode requerimento para acreditação pela OMD,justifica o propósito de harmonizar as linhas gerais.Estas devem servir de base à contribuição de cadamembro da Comissão Científica da OMD, para o fimcomum que tem em vista orientar e sobre o qualseja necessário decidir, emitindo o correspondenteparecer casuístico, de acreditação ou de nãoacreditação, face a cada pedido.Poderá consultar as novas regras internas em:www.omd.pt/eventos/acreditacao.

GRUPODE ESTUDOEPIDEMIOLÓ-GICO NACIONALINTEGRAREPRESEN-TANTES DOSSETE ESTABE-LECIMENTOSDE ENSINOSUPERIORDA MEDICINADENTÁRIA

OS VÁRIOSTEMAS DESAÚDE ORALABORDADOSPRETENDEMINFORMAR ESENSIBILIZARO PÚBLICOPARACOMPORTA-MENTOS ECUIDADOSBÁSICOS DESAÚDE ORAL

A COMISSÃOCIENTÍFICA DAOMD PASSOU ADISPONIBILIZARUM CONJUNTODE REGRASINTERNAS QUEUTILIZA PARAA ACREDITAÇÃODE ACTIVIDADESDE FORMAÇÃOCONTÍNUA

III ESTUDO NACIONALEPIDEMIOLÓGICODAS DOENÇAS ORAISA OMD vai participar na realização do IIIEstudo Nacional Epidemiológico dasDoenças Orais, que será levado a cabo pelaDirecção-Geral da Saúde (DGS) durante ocorrente ano. Para o efeito, a OMD criou oGrupo de Estudo Epidemiológico Nacionalque integra representantes dos seteestabelecimentos de ensino superior damedicina dentária e que será responsávelpela selecção dos médicos dentistas queparticiparão nas equipas que vão realizar asobservações. Este estudo surge no âmbitode actuação do Grupo Técnico-Consultivo daDGS, no qual a OMD participa activamente.

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vai acontecer...

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TOMADA DE POSSEDO NOVO PRESIDENTECONGRESSO FDICaros colegas,Aproxima-se uma data histórica para amedicina dentária portuguesa, o diada tomada de posse do nossobastonário, Orlando Monteiro da Silva,como presidente da FDI World DentalFederation (Federação DentáriaInternacional), organização lídermundial que representa mais de ummilhão de médicos dentistas de todo omundo, com cerca de 200 instituiçõesassociadas de 134 países.A cerimónia de tomada de posse serárealizada durante o congresso anualda FDI, que decorrerá entre os dias 14e 17 de Setembro, na Cidade doMéxico.Tendo conhecimento do interesse devários colegas em estarem presentesnesta cerimónia marcante para amedicina dentária portuguesa edemonstrarem o seu apoio esolidariedade para com o nossobastonário, o Conselho Directivoentendeu organizar dois pacotes deviagem para o México nessas datas.Uma das opções programadascontempla apenas a ida ao congresso,enquanto a outra inclui também umasemana de férias na Riviera Maia.Os programas estão disponíveis paraconsulta no site da OMD emwww.omd.pt e os preços não incluema inscrição no congresso da FDI, quedeverá ser feita através do site da FDIwww.fdicongress.org.Esperamos por si na Cidade doMéxico!O Secretário-GeralPaulo Ribeiro de Melo

INSCRIÇÃO E PAGAMENTO ONLINECONGRESSO OMD 2011De regresso a Lisboa, o congresso da OMD é, desde sempre, umevento multidisciplinar, onde procuramos, de forma abrangente,integrar no programa científico diferentes áreas da medicinadentária. Este ano, destacamos a realização do fórummultidisciplinar de controvérsias e o curso prático de medicinadentária baseada na evidência, com inscrição limitada a 40participantes. Não esquecemos, no entanto, os temas de índolesocioprofissional, permitindo o esclarecimento e a discussão deassuntos que nos tocam diariamente e ainda um curso, de diainteiro, para assistentes dentárias.Os conferencistas nacionais e estrangeiros que vão participar nocongresso, bem como as suas áreas de intervenção, estão jádisponíveis para consulta no site da OMD (www.omd.pt/congresso).Os médicos dentistas poderão fazer, pela primeira vez, a inscriçãono congresso e o pagamento online através do site da OMD, deforma mais cómoda, rápida e eficaz.A realização da Expo-Dentária constituirá uma oportunidade únicapara os visitantes conhecerem e adquirirem as últimas novidadesapresentadas pela indústria a nível mundial. Como complemento,no “Speakers Corner” poderá também assistir a diversasapresentações comerciais.A edição deste ano do congresso realiza-se entre 10 e 12 deNovembro, no Centro de Congressos de Lisboa.

BENEFICIEDEPREÇOSREDUZIDOSATÉ29DE JULHOSe efectuar a sua inscrição até ao dia 29 de Julho beneficia de uma reduçãono preço, pagando apenas 140€. A partir desta data e até 14 de Outubro, ovalor da inscrição passa a ser 180€ e após 14 de Outubro, 220€.Os estudantes e licenciados desde 2006, também usufruem, até esta data,de uma redução no preço de inscrição no Congresso, pagando apenas 90€.

OSCONFERENCISTASNACIONAIS EESTRANGEIROSQUE VÃOPARTICIPARNO CONGRESSO,BEM COMO ASSUAS ÁREAS DEINTERVENÇÃO,ESTÃO JÁDISPONÍVEISPARA CONSULTANO SITE DA OMDWWW.OMD.PT/CONGRESSO

OSPROGRAMASESTÃODISPONÍVEISPARA CONSULTANO SITEDA OMD EMWWW.OMD.PT

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A saúde oral é parte integrante dasaúde geral e bem-estar. No entanto,cerca de 90% da população mundialjá enfrentou problemas orais oudentários ao longo da vida. Apesar desua importância para os indivíduos eos sistemas de saúde, a saúde oralainda é uma área negligenciada,tanto pelas políticas nacionais comointernacionais.O Atlas da Saúde Oral, da FederaçãoDentária Internacional, revela-nos osfactos sobre a saúde oral,destacando a extensão dosproblemas a nível mundial e sugeresoluções individuais realistas àpopulação em geral.Uma combinação única de textoscurtos, mapas, tabelas e gráficosapresentam estatísticas complexas efactos de uma forma intuitiva, fácil deentender num formato visual,complementados por tabelasextensas de dados global de saúde

ATLAS DA SAÚDE ORALoral e uma secção de referências.Em 120 páginas, o Atlas é um livrovalioso para médicos dentistas,profissionais de saúde pública,decisores políticos e demaisinteressados na saúde oral.O Atlas da Saúde Oral está disponívelno endereço www.oralhealthatlas.org.

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Não será uma grande surpresa, mas o Atlas demonstra o enorme fosso dasaúde oral entre os países ricos e pobres, com altos e baixos rendimentos.O menino na capa exemplifica isso mesmo: é uma criança de alto risco,proveniente de um país de baixos ou médios rendimentos. Provavelmente nãotem acesso a serviços médico dentários, mas já tem cáries graves que são umcaminho para desenvolver mais problemas de saúde oral ao longo da vida.

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O inquérito, feito a cerca de 4 milportugueses, entre os 18 e os 74anos, mostra o nosso país com o pioríndice de saúde oral quandocomparado com outros países, ondeassociações de consumidoreslevaram a cabo o mesmo estudo.Lavamos mal os dentes, reportamosmais problemas e vamos menos aomédico dentista do que os belgas,espanhóis e italianos.A maioria dos inquiridos revela serobrigada a recorrer a consultóriosprivados e a pagar do seu bolso, porfalta de cuidados no Serviço Nacionalde Saúde. Por outro lado, os gruposabrangidos pelo cheque-dentista, emmuitos casos, não aproveitam asconsultas gratuitas.Relativamente à escovagem, quasequatro em cada 10 inquiridos admitelavar os dentes menos de duas vezespor dia e apenas um quinto utiliza ofio dentário. Metade dos inquiridosafirmaram que o médico dentistanunca demonstrou o uso correcto daescova e nove em cada 10 nãoobtiveram instruções sobre o fiodentário. Dos utilizadores depróteses dentárias, só um quartorecebeu explicações de limpeza.Mais de metade dos inquiridosrecorre à escova manual de durezamédia e 22% afirma que temgengivas sensíveis.Em cada 100 portugueses, trêsrevelaram nunca ter recorrido aomédico dentista e 39 só o visitamquando sentem dor. Apenas um

Um estudo da Deco/Proteste, publicado na revista Teste Saúde, de Março, revela quequase metade dos portugueses evita a visita ao médico dentista, na maioria, por faltade dinheiro e que um terço não tem hábitos de higiene oral adequados

POR RAZÕES ECONÓMICASPORTUGUESES NÃO VÃOAOMÉDICO DENTISTA

quarto afirmou ir à consulta, nomínimo, uma vez por ano. Noentanto, as crianças merecem umpouco mais de atenção: 55% dosinquiridos com filhos menoresdeclararam levá-los ao médicodentista com a frequênciaaconselhada. Mas 63% dos pais decrianças entre os dois e cinco anosnunca foram ao médico dentista.Dois em cada 10 inquiridosdeclararam-se fumadores e umquinto ingere bebidas alcoólicasquase todos os dias. Seis em cada10 inquiridos classificam a saúde daboca como fraca ou muito fraca. Omesmo sucede, por exemplo, comapenas 29% dos belgas. Por cá, 58%pensam que o exame de um médicodentista decretaria a necessidadeimediata de tratamentos, umindicador de que a grande maioriaestá consciente.Em cada 10 inquiridos, quatro nãoapreciam o seu sorriso. Osespanhóis são os mais próximosdos portugueses, com quase 30%de insatisfeitos e as queixascentram-se sobretudo na coloraçãoescura ou amarelada e na falta dedentes. O alinhamento desagrada acerca de um terço e o espaçointerdentário, a um quarto.Apenas 11% mantêm todos osdentes naturais. No entanto, só umquinto dos inquiridos entre 18 e 24anos guarda a dentição completa. Amédia de falhas varia entre três, nosjovens, e 11, entre os 65 e os 74

anos. Quatro em cada 10 inquiridostêm próteses removíveis, coroas eimplantes.No último ano, 54% dos portuguesesconsultaram o médico dentista. Omesmo fizeram, por exemplo, 79%dos belgas e 64% dos espanhóis.No entanto, um quarto dos pacientesconsiderou a experiência negativa. Otempo de espera, a falta deexplicações sobre o tratamento e aqualidade insuficiente destecontribuíram para o desagrado. Maso preço foi o factor que gerou maisqueixas: 65% julgam-no demasiadoelevado.A grande maioria (90%) recorreu aoprivado e pagou, em média, mais de€ 200 no último ano. O valor anualindicado por maior número deinquiridos foi € 100. Porém, 5%desembolsaram mais de 2 mil euros.Metade afirmou que o custo impedeas idas necessárias ao médicodentista.

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Os médicos dentistas são respon-sáveis pela prescrição de mais de10% da prescrição mundial deantibióticos.Os portugueses gastam uma médiade sete milhões de euros por mêsem antibióticos, fazendo de Portugalo sexto país da Europa com maiorconsumo deste tipo demedicamentos.Segundo dados da AutoridadeNacional do Medicamento eProdutos de Saúde (Infarmed), nosúltimos cinco anos foram gastos, emmédia, por ano, mais de 100milhões de euros emantibacterianos.A propósito do Dia Mundial daSaúde, comemorado a 7 de Abril,dedicado ao lema “Resistência aosantimicrobianos: se não actuarmoshoje, não haverá cura amanhã”, aOrganização Mundial de Saúde

Cerca de 53% dos jovens europeusestão dispostos a trabalhar noutropaís europeu ou encaram estaperspectiva com entusiasmo. Mas afalta de recursos financeirosdesencoraja muitos deles a dar umprimeiro passo nesse sentido,realizando parte dos seus estudos noestrangeiro, revelou um inquérito doEurobarómetro divulgado em Maio.Foram ligeiramente mais os queexprimiram uma preferência portrabalhar no estrangeiro por umperíodo de tempo limitado (28%) enão por um período alargado (25%).Os jovens (56%) estão maispredispostos a trabalhar noestrangeiro que as jovens (49%) e ogrupo etário dos 15 aos 19 anos está

10% DOS ANTIBIÓTICOSPRESCRITOS PORMÉDICOS DENTISTAS

(OMS) alertou para o aumento daresistência aos antimicrobianos enecessidade de se implementaremmedidas urgentes para a suaprevenção e controlo.A OMS salientou a importância dopapel dos governos, decisorespolíticos, profissionais de saúde,farmacêuticos e doentes no âmbitoda implementação de políticas epráticas que garantam a eficácia dosmedicamentos que actualmente sãoutilizados no tratamento de doençasinfecciosas. “Se os profissionais damedicina dentária, juntamente comoutros profissionais da saúde,racionalizassem o número dereceitas de antibióticos, a taxa aodesenvolvimento da resistência aestes medicamentos, poderia serabrandada”, lê-se num documentoda Federação DentáriaInternacional, subscrito pela Ordem

dos Médicos Dentistas.O bastonário, Orlando Monteiro daSilva, disse esperar que a prescriçãoelectrónica de medicamentos,quando entrar em vigor, possacontribuir para um uso mais racionaldos antibióticos.“A prescrição electrónica, ao dotar osmédicos dentistas de um conjuntode informações em termos dedosagem, de quantidade e dasalternativas disponíveis, vai nosentido de melhorar a racionalizaçãona prescrição de antibióticos”,referiu.Orlando Monteiro da Silva acrescen-tou, ainda, que “os médicosdentistas, enquanto prescritores demedicamentos, têm de estarenvolvidos nesta estratégia daOrganização Mundial da Saúde”,para combater o uso indevido deantibióticos.

METADE DOS JOVENS EUROPEUSACEITA TRABALHARNO ESTRANGEIRO

mais predisposto a trabalhar noestrangeiro que o dos 30-35 anos(63% contra 42%). Os que têm maishabilitações são igualmente maisfavoráveis à ideia de viver noestrangeiro que os que têmhabilitações de um nível de ensinosecundário inferior (55% contra 33%).Os jovens que estiveram a estudar noestrangeiro são mais favoráveis à ideiade trabalhar no estrangeiro depois determinados os seus estudos. Um emcada sete (14%) jovens europeusdeclarou ter estado no estrangeiro –ou estar no estrangeiro na altura doinquérito – a estudar ou em formação.A proporção variava de 3% na Turquiaaté 39% em Chipre e 41% noLuxemburgo. O inquérito revelou que

os jovens adultos com habilitações deensino superior e os que estão afrequentar actualmente um curso deensino superior são, em geral, os quemais frequentemente declaram queestiveram no estrangeiro, e oshabitantes das cidades correspondemquase ao dobro dos habitantes devilas e zonas rurais que estiveram noestrangeiro com objectivos de estudoou formação (21% contra 12%).Este Eurobarómetro põe em evidênciauma profunda disparidade entre odesejo generalizado dos jovens atrabalharem no estrangeiro e amobilidade real dos trabalhadores:menos de 3% da população europeiaactiva vive actualmente fora do seupaís de origem.

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12 I I MAIO 2011

EXERCÍCIO ILEGAL NA PRIMEIRA LINHAORDEMCOMBATECRIME ORGANIZADOCONTRA A PROFISSÃO

A ofensa grave dos princípios da profissão, do respeito pela qualificação detodos os médicos dentistas e um iminente perigo de saúde pública movem onosso combate ao crime organizado

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MAIO 2011 I I 13

A OMD persiste no encalço dosilegais e participou, novamente, noencerramento de mais três locaisem manifesta irregularidade,situados em Olhão, Luz de Tavira eAlmancil, na região do Algarve.Diante da notícia de que estes locaispersistiam actualmente na suareabertura a público, de novo seactuou em eficaz cooperaçãoinstitucional, contando com aEntidade Reguladora da Saúde e oServiço de Estrangeiros e Fronteirasna inspecção e no encerramentodos espaços.Não descurando as consequênciasque derivam da verificação doscrimes de usurpação de funções, deadulteração de fármacos e dafalsificação de documentos, tais ossuportes que acobertavam a redede imigração ilegal em Portugal.Estas diligências, que levaram oMinistério Público de Olhão àdedução das acusações contra osresponsáveis das clínicas, contaramsempre com a presença de umrepresentante da equipa OMD,destacado para o efeito.Desta situação foi dadoconhecimento ao ConselhoDeontológico e de Disciplina daOMD, para que, de modocomplementar, se faça uso dospoderes públicos de identificaçãodos corpos clínicos nos locais.

PLATAFORMA DE COORDENAÇÃOGABINETE DE INTERVENÇÃOAO EXERCÍCIO ILEGAL (GIEI)O esforço de combate ao exercício ilegal que tem sidorealizado pela OMD foi reforçado com a criação doGabinete de Intervenção ao Exercício Ilegal (GIEI), deacordo com decisão do Conselho Directivo, reunido a19 de Março. Os membros do Conselho Directivo já têmactuado em diversas situações de identificação deexercício ilegal. Numa das acções mais recentes,alertaram para a prática de branqueamentos dentáriospor pessoas não habilitadas e em locais nãoapropriados, resultando em denúncias às entidadescompetentes na matéria e no alerta público, através dosórgãos de comunicação social, para estas situações deatentado à saúde pública. O novo gabinete funcionarácomo uma plataforma de coordenação, assegurando aintervenção de um conjunto de entidades comatribuições na área do exercício ilegal, para todas asdiligências da OMD relacionadas com:

• Denúncias por iniciativa da própria OMD;• Participações judiciais;• Divulgação de informação pública sobre a profissão• Vistorias/inspecções com médicos dentistas;• Apoio a encerramentos compulsivos e suspensão

de actividades ilegais;• Buscas a consultórios por ordem do tribunal;• Participação em equipas multidisciplinares do IGAS.

OGIEIserácoordenadopelomédicodentistaTiagoPiresFrazão.

A OMDCONTINUARÁ, COMOSEMPRE, A COLABORARACTIVAMENTE COMAS

AUTORIDADES JUDICIAIS ESANITÁRIAS NA DEFESA

INTRANSIGENTE DA SAÚDEPÚBLICA E NO COMBATE AO

EXERCÍCIO ILEGAL

Existe um sério impacto e gravidadena cumplicidade alegada dosdirectores clínicos responsáveis pelofuncionamento dos espaços.Por essa razão, nesta missão daOrdem, cumpre-se também umexemplo de prevenção geral eespecial para todos os quedesrespeitam o título profissionalque possuem, atentandodeslealmente contra seus colegasde profissão e a despeito da suaprópria imagem como profissionaise como classe.Noutras situações, como foi o casorecente em que o DIAP de Lisboa ea Divisão de Investigação Criminaldo Comando da PSP de Lisboa, emconjunto com a OMD, realizoubuscas a cinco clínicas de ummesmo titular, nos concelhos deLisboa, Povoa de Santa Iria eSalvaterra de Magos, onde foramapreendidos fármacos, vinhetas,receitas, utensílios vários e outrosequipamentos encontrados nosdiversos locais, a intervenção atentade médicos dentistas nestasequipas, foi crucial.A OMD continuará, como sempre, acolaborar activamente com asautoridades judiciais e sanitárias nadefesa intransigente da saúdepública e no combate ao exercícioilegal.

A OMD recomenda que todos os associados se façam sempre acompanharpela respectiva cédula profissional e, durante a prática médica, possuam ocartão de identificação visível aos pacientes

A OMD PERSISTENO ENCALÇO DOS ILEGAIS

E PARTICIPOU, NOVAMENTE,NO ENCERRAMENTO DE MAISTRÊS LOCAIS EM MANIFESTAIRREGULARIDADE, SITUADOSEM OLHÃO, LUZ DE TAVIRAE ALMANCIL, NA REGIÃO

DO ALGARVE

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14 I I MAIO 2011

Revisores Oficiais de Contas.Orlando Monteiro da Silva,bastonário da OMD, que sucedea g o r a a F e r n a n d o S a n t o ,ex-bastonário da Ordem dosEngenheiros, afirmou “um totalempenho na defesa e reforço dopapel das ordens profissionaisenquanto baluartes de excelência naestrutura administrativa do Estado egarantes da qualidade e certificaçãode competências profissionais a nível

nacional e internacional”.A nova direcção propõe-se actuarfundamentalmente em três áreaschave, promovendo uma cimeira oucongresso transversal a todas asordens profissionais; defendendo oprimado da qualidade de todas asprofissões com ordens profissionaise redefinindo criteriosamente osmodernos princípios da auto--regulação e o papel das ordens faceao Estado.

O CNOP é a associação repre-sentativa das profissões liberaisregulamentadas, cujo exercício exigea inscrição numa ordem profissionalou em associação de naturezajurídica equivalente, reunindo actual-mente 14 instituições: Advogados;Arquitectos; Solicitadores; Biólogos;Economistas; Enfermeiros; Enge-nheiros; Farmacêuticos; Médicos;Médicos Dentistas; MédicosVeterinários; Notários; Psicólogos;

AUTO-REGULAÇÃO DAS PROFISSÕES É UMA PRIORIDADE

OMD ELEITAPARA A PRESIDÊNCIADO CNOP

ord

em

Orlando Monteiro da Silva: “Gostaria de realçar a honra que constitui para a OMDocupar, pela primeira vez, a presidência das ordens”

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) foi eleita, pela primeira vez,para a presidência do Conselho Nacional das Ordens Profissionais (CNOP),no passado mês de Fevereiro, na sede da Ordem dos Advogados em Lisboa

Carlos Pereira Martins - presidente reeleito da Comissão Executivado CNOP e conselheiro do Comité Económico e Social Europeu

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MAIO 2011NÚMERO 9

TRIMESTRALWWW.OMD.PT

Sumário

CADERNOS

CIENTÍFICOSR E V I S TA D A O R D E M D O S M É D I C O S D E N T I S TA S

Composiçãodo ConselhoCientíficoPedro Leitão (Presidente)António GinjeiraCarlos FalcãoGil AlcoforadoJorge André CardosoPedro CorreiaPedro Nicolau

1 • ÁREA EDITORIALEditorial CCJorge André Cardoso

A ideia de criar ou partilhar conhecimento ésempre admirável. Conhecimento é, de facto,poder. Felizmenteexiste cadavezmaisacessoaoensino superior e formação pós-graduada. Aactividade científica das universidadesportuguesas temcrescidoeexiste, seguramente,uma atitude mais descomplexada em relação àcapacidade de participação internacional.De acordo com o Performance Ranking ofScientific Papers for World Universities, asuniversidades portuguesas têm vindo aproduzir mais e melhor ciência nos últimosanos, ocupando até posições de algum relevono contexto europeu. O esforço de alunos eprofessores no âmbito universitário deve,portanto, ser valorizado. Contudo, nem só dasuniversidades surge a ciência. Existe, por todo omundo, uma contribuição muito significativapor parte de unidades privadas e até porclínicos que, de forma autónoma, participamnageração e partilha de conhecimento. O valor daciência produzida depende muito mais daqualidade intelectual e da ética das pessoasenvolvidas do que o local de onde provém. Esteequilíbrio, intrínseco até na definição demedicina baseada na evidência, é fundamentalna medicina dentária.Os médicos dentistas em Portugal possuemcapacidade clínica e científica que é, nomínimo, semelhante ao que de melhor se fazpelomundo fora. Não o afirmo por resultar bemnum editorial, mas porque é a verdade. Énecessário que todos saibamos que éperfeitamente possível fazer mais e melhorpublicação nacional e internacional quer sejamclínicos privados ou investigadores univer-sitários. Espero que os Cadernos Científicospossam espelhar isso mesmo.Interessa discutir, obviamente, a responsabili-dade nas deficiências culturais e sociais donosso país. As condições estruturais naeducação e economia são fundamentais e, semdúvida, que, de alguma forma, condicionam o

desempenho científico, clínico e financeiro.Contudo, a análise de nada serve se daí nãoresultarem acções. A atitude deve seremocionalmente mais inteligente. Saibamosque é importante haver prazer no “saber” e,aindamais importante, aplicá-lo no “fazer” como mesmo divertimento. Sem um entusiasmodesinteressado na criação de conhecimentoera impossível chegar onde nos encontramoscomo civilização. Pensomas não tenho opiniãoexacta acerca da situação actual e tendênciafutura. Estou seguro que gostaria de ver maisentusiasmo na publicação científica eactividade clínica não por qualquer dividendomas pelo simples “thrill”. É essa a essência quenos move no esforço e tudo o resto acaba poraparecer depois. Os títulos e o currículo são, oudevem ser, meras consequências do esforçoporque, na realidade, acaba sempre por sercom autenticidade que nos apresentamos.Todos somos aquilo que pensamos e acreditomesmoque é possível ensinar a pensarmelhor.O grande desafio futuro na educação é aformação “emocional”, entendo chamar-lheassim. Gostaria de ver as universidadesportuguesas a atenderem esta realidade compioneirismo, em vez de serem, daqui a unsanos, obrigadas a fazê-lo por comparação.Como afirmei, não estou seguro se as novasgerações serão melhores ou piores, se osvalores semantiveramou alteraramnem tenhoclara noção se estamos mais ou menossolidários. Sei que podemos estarmais atentos.E sei que, em qualquer momento, por muitocomplexo ou aparentemente difícil, existemsempre formas de melhorar a nossa situação,de aprendermos a ser mais fortes para nossobenefício e, sobretudo, para partilhar e ajudaros outros. Afinal, essa é a premissa da nossa (ede todas) as profissões.

Jorge André CardosoMédico Dentista

2 • ENDODONTIADental Operating Micros-cope: How does it work?Jorge MartinsMarina SauraAthanasia Pagona

8 • TERAPÊUTICAComparação de doissistemas anestésicosCristina AreiasViviana MachoAna NortonPaula MacedoCasimiro de Andrade

14 • ENDODONTIADental OperatingMicroscope: Benefits of itsuse on root canal treatmentJorge MartinsAthanasia PagonaMarina Saura

Editorial

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CADERNOS CIENTÍFICOS I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 9 • Maio 2011 • Trimestral

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Introduction

Operatingmicroscopeshavebeenused formore thaneighty years in various medical specialties asophthalmology, otolaryngology, neurology or vascularand cardiac surgery and its use became spread indentistry in the past thirty years (1,2,3,4,5). Reasonsfor this introduction included better visibility andlighting (6,7).Traditionally the reading of the pulp canal chamberwas based on a mental image of the most commonanatomies associated with a tactile impression ofthe operator because of a severely limited visibility ofthe procedure (3,8). The predictability of theendodontic therapy is relatedwith the correct tissuesremoval and disinfection of the root canal system, ifa canal cannot be found, it cannot be cleaned andshaped and becomes a potential cause of failure ofendodontic treatment (9). This has changedwith theintroduction of the magnification in endodontics.Superior lighting and magnification provides theclinician with a superior ability of treating cases thatin the past were considered untreatable or with aninferior prognosis (3).But the clinical better visualization, allowed by themicroscope, must be associated with a user friendlyperformance of the instrument. Ergonomic design,compact in office space, support for documentation,capacity of receiving upgrades and experience ofpersonal satisfaction are also factors mandatory formicroscope use (10,11).The purpose of this paper is to review the mostimportant characteristics that a microscope musthaveandhow it shouldbe integrated inanendodonticoffice.

Microscope components

Themicroscopemaybedivided in fourmaingroupsofcomponents: magnification, illumination, mountingand accessories (10) (Figure 1).

Magnification

Humaneye is capable of distinguishing small shapesbut still there isnosimilarity towhen that small shape

ENDODONTIA

Dental Operating Microscope: How does it work?

AUTORESJJoorrggee MMaarrttiinnss - Doctor of Dental Surgery, University of Lisbon (POR); Inter PGEndodontics at New York University (USA); Certified member of European Society ofEndodontology; Department of Endodontics of Instituto de Implantologia, Lisbon (POR)MMaarriinnaa SSaauurraa - Doctor of Dental Surgery, University Complutense of Madrid (SPA)Inter PG Endodontics at New York University (USA)AAtthhaannaassiiaa PPaaggoonnaa - Doctor of Dental Surgery, University of Athens (GRE)Inter PG Endodontics at New York University (USA)

RESUMOO microscópio operatório é usado em diversas especialidades médicas háquase cem anos. A sua utilização em medicina dentária difundiu-se nosúltimos trinta anos, e devido à natureza e requisitos do tratamentoendodôntico, os benefícios de utilizar o microscópio operatório dentárioforam reconhecidos principalmente entre os endodontistas. As duasprincipais vantagens deste instrumento são as ampliações e a iluminaçãomelhorada. Quando se decide avançar para esta tecnologia, há queconsiderar as diversas ampliações, o tipo de luz, o suporte e diversos outrosacessórios disponíveis para melhorar o aparelho. Estes diversoscomponentes do microscópio são revistos assim como as vantagens de outilizar.Palavras-Chave:Microscópio operatório dentário, ampliação, iluminação,componentes

ABSTRACTThe operating microscope is being used on several medical specialties foralmost one hundred years. In dentistry its use spread in the past thirty years,and owing to the nature and demands of the root canal therapy, the benefitsof using the dental operating microscope have been recognized mainlyamong the endodontists. The two main advantages of using this instrumentare the higher magnifications and the superior lightning. Factors such asthe level of magnifications, the type of light, the mounting and some otheraccessories available to upgrade the instrument must be considered beforestepping up to this technology. All these several factors of the microscope arereviewed as the main advantages of using it.Keywords: Dental operating microscope, magnification, illumination,components

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Número 9 • Maio 2011 • Trimestral I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I CADERNOS CIENTÍFICOS

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is enlarged (11). The telescopic loupes are a classic type ofmagnification. It doesn’t have lighting and the magnification isconstant, which at certain point may be limitative, since different typesof procedures may require different types of magnifications (10).The magnification of a microscope is dependent of the binocular tube,objective lens and magnification changers (7,10).The binocular tube has two important factors that have direct impacton the real magnification of the microscope, the focal length tube(FLT) and the eyepiece power (EP) (7,10). The eyepiece value is theone that may have more options depending on the manufacture, itmay range from 6,3x to 20x (7), being more usual the 10x or the 12,5x(7,10). Besides allowing an adjustment of the interpupillary distanceand diopters settings of the eyepieces, the binocular tube may alsoallow a variable inclination adjustment between 0º to 180º for bettercomfort (11).The magnification changer (MC) is the responsible for the zoomchange. It consists on a group of lens with different magnificationvalues that are lodged in the interior of the body of the microscope that

may rotate through a dial (Figure 2).The objective lens is the final lens of the microscope. It determines theworking distance between the microscope and the operative area.This objective focal length (OFL) varies from 100mm to 400mm (7).To calculate the total magnification value of a microscope the followingformula has to be calculated (4,10): Total Magnification = (FLT/OFL) x EP x MCOn this formula the only value that may change, during the clinicalendodontic procedures, affecting the total magnification is the dial ofthe magnification changer (7,10,12). One factor to take in consideration is the depth of a field of thedifferent type of magnifications. The depth of a field is inverselyproportional to the total magnification. If the total magnificationincreases, the depth of the field decreases (1). The same happenswith the field of view. The higher the magnification, the smallerthe field of view. (Figures 3,4,5,6 and 7) (TABLE 1)

TABLE 1

Basic Value FLT = 170mm : OFT = 250mm : EP = 12,5x Changer (MC) 0.4 0.6 1 1.6 2.5Magnification 3,4x 5.1x 8,5x 13,6x 21,3xField of view 65mm 43mm 26mm 16mm 10mm

Total magnification value depending of the magnification changer value

Figure 1 – Main body of a dental operating microscope available in the market.

Figure 2 – Rotational dial of the magnification changer.Figure 5 – 8,5x magnification.

Figure 3 – 3,4x magnification. Figure 4 – 5,1x magnification.

Figure 6 – 13,6x magnification.Identification of a 4th canal.

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CADERNOS CIENTÍFICOS I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 9 • Maio 2011 • Trimestral

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The quality of a microscope is not measured by its total highermagnification power, since high magnifications have small widthand deep fields, but if it has acceptable magnifications compatiblewith clinical work. Different magnifications work better for differentprocedures but the most usual in routine endodontic proceduresare between 6x and 8x (10).

Illumination

Coaxial illumination is one of the most relevant benefits of dentaloperating microscope (7,11,12). All the dentists have alreadyexperienced the shadows done by our bodies and by handinstruments when using an over head lamp. This happens becausethe path of the operator’s vision is different of the path of theillumination of the lamp. To eliminate the shadows the clinician hasto play with the lamp, put it over his head and try to build two parallelpaths, his sight and the light of the lamp. If you take in considerationthe size of the structures that an endodontist tries to identify deep inthe pulp chamber it is understandable that the shadows may not bean endodontist best friend. This may become even more annoying ifone is performing an access opening through a metal-ceramic crown,in this case the metal of the crown may block all the light of the lampand the floor of the chamber becomes completely dark.Attaching a light source to a set of loupes may increase themagnificafion and reduce the shadow effect, but it’s still not perfectsince the paths of sight and light are still not parallel and only crossin one point, and that point has to match the structure the clinicianis trying to visualize. Coaxial illumination means illumination without shadows (7). Thelight of the microscope is emitted directly through the objective lensitself which means the paths of sight and light are parallel (Figure 8and 9) (11). Usually the lamps of the microscope are logged in alamp module which is part of the suspension system, the light of the

lamp travels through a fiberoptic cable and enter in the microscopebody through a light guide socket (Figure 10), after the light crossesa series of prisms and gets out through the objective lens andilluminates the operating field, while the light illuminates theoperating field the image is being transmitted back by a parallel pathto the objective lens, magnification lens and finishes on the binoculareyepieces where it can be observed by the clinician (10).There are two light systems available, a halogen or a xenonillumination system (4,10,12). The xenon light is similar to day light,

Figure 7 – 21,3x magnification. Perfect visualization of a 4th canal.

Figure 8 – Objective lens with the light off.

Figure 9 – Objective lens with the light on. The light comes out from theobjective lens and takes a path parallel to the visual path.

Figure 10 – Fiberoptic cable entering on the microscope body.

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important role in the whole stability while in operation. The mounting selection must be based on the dimension, decor andrenovation cost of an already existing endodontic office. Options ascumbersome rolling floor models may be favorable in multi roomoffices where the microscope has to change room once in a while.Already existing operating room where office renovations are notdesired may also favor this option. The negative factor is therequirement of space, the office must be large enough since withthis option is a floor stand option. Alternatives in small rooms may gofor a wall mounting or a ceiling mounting space saving options. Theceiling option is the one that creates more space around the clinicianbut both the wall and the ceiling must have a structure enough strongto support the weight of the device. The distance between thesuspension systems and the body of the microscope should be thesmallest possible, the stability of the whole device increases with thedecrease of the distance between the fixation point and themicroscope body. All the built-in springs should be also tightenedenough the give the microscope the perfect balance (7).

Accessories

The ability of receiving upgrades is a factor to have inconsideration when choosing a dental operating microscope.Accessories available depend from commercial companies thatproduce the microscope. One of the most important accessory isthe optical path splitter (Figure 13) which allows the add ofadapters for photographic and video cameras (Figure 14).

is more white and natural. The halogen light is more yellow and notso natural (4,10). The xenon light is the light of excellence, has alonger life time but is much more expensive than the halogen light.It is possible to adjust the fiber optic light brightness through a controlknob. It is recommended not to set the brightness to a higher levelthan the required to the operation under the risk of a rapid ruptureof the illumination lamp.Some microscopes present light filters. An orange filter that preventsthe premature curing of composite materials (Figure 11). A green orred filter which enhances the contrast of the structures (Figure 12),specially on tissues with strong blood supply. The green or red filterare primarily used on periodontics.

Figure 11 – Orange filter allowing a micro visualization when using compositespreventing premature curing.

Figure 12 – Green filter enhances anatomic structures.

Mounting

When using high power magnification the deep visual field is verysmall, so any movement may change the focus of the microscope.Both movements by the patient or by the microscope may changethat focus. It’s impossible to guarantee the patient doesn’t move butis possible to guarantee the microscope doesn’t. It is essential thatthe microscope becomes stable while in operation, but at the sametime remaining maneuverable and easy to use even when using highpower magnifications (11). The suspension systems take an

Figure 13 – An example of an optic path splitter available in the market.

Figure 14 – An adaptor to a SLR photographic camera that may be attachedto the optic path splitter allowing photo documentation.

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Integrated cameras systems may also be available. An extra binoculareyepieces tube for the dental assistant may also be added to thisobservation module. There are also monitors and recording systemsavailable, which allow direct cabling connection to the image captationsystems for live presentation of the procedure. Extra illuminationmodules that changes from regular halogen lamps to superior xenonlamp are usual. Diaphragms which increase the deep field may alsobe an extra option. Traditionally several hand grips are also availabledepending on the needs of the clinician.

Instruments

Some instrument modifications had to be made due to this particulartechnique of using the microscope. Higher magnifications increasenot only the size of the anatomic structures the operator is trying tosee but also the size of the instruments and finger tips, meaning thatthe finger tips and instruments are undesired when using themicroscope (4). Adaptations to micro-endodontics had to be madeon several instruments. The high speed hand-piece now uses longshank burs and smaller diameter cutting areas, ultra-sonics tips withthinner tips were developed, and hand instruments as spreaders andpluggers with long cables were developed (5,10) (Figure 15).

of distance between the patients mouth and the loupes. This forcesthe clinician to have an upright posture on the lumbar and dorsalspine, but on the cervical the tensions may still remain since theoperator has to look down. Even thou the loupe are for sure a relevantupgrade on the ergonomics (11).On the dental microscopes the operator looks forward inside thebinocular eyepieces, which corrects the incorrect cervical position ofthe loupes. The 180º tillable binocular tube and the objective lenseswith focal lengths which vary between the 100mm to 400mm matchthe clinician personal working distance (10,11). The use of indirectvision through the dental mirror becomes more essential than everbut with the add of superior illumination and the several magnificationoptions allows the operator to look closer and fared without having tochange his upright working posture (11). Additionally to the uprightneck and back posture the operators head is placed in the center ofit’s balance point over the spine (4,14). Magnification also reduces theeye fatigue since the visualization of the anatomy in detail is madeeasier. All these characteristics greatly improve postural ergonomicsand avoid back, neck, shoulder and eye fatigue that dentists usuallysuffer from (1,11,13,14).

Photography and documentation

One of the benefits of having a dental operating microscope is thatone can document, with photography and videos, the procedurewithout having to interrupt the working flow. Unlike with the intraoralcamera when the procedure has to be stopped to take photo shots,with the use of the micro-photography the clinical events can becaptured at several magnifications with little or no interruption at all.Integrated cameras or extra adapters are available to upgrade themicroscopes (11,15). Usually the camera adapters couple in anoptical path splitter (10,15,16) (Figure 16). This optical path splitterhas the ability of redirecting the received image into attached imagingdevices without changing the view through the binocular eye pieces(10,16). Usually the optical path splitter has two extra exiting portwhere may be attached photographic or video cameras or extraobservation binoculars (10,11,16).

Figure 15 – Hand instruments as spreaders with long cables were developedto allow working without blocking the visibility.

Ergonomics

In a naked eye direct visualization of an upper tooth the clinician hasto assume an inclined neck and back position towards the rightshoulder. Working on this position is usually coupled with an overextension of the right arm around the patient’s head to hold the mirroror a retractor. Working on this unnatural and uncomfortable inclinedneck and back posture leads to muscle tension which leads to acombination of rapid fatigue, pain and future musculoskeletaldisorders (4,11,13).The introduction of magnification loupes has changed the incorrectposture since the focus is achieved approximately around the 40 cm

Figure 16 – External camera adapters are available to upgrade themicroscopes.

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Several advantages may be achieved when documentation a clinicalcase. Since an image is worth more words, showing the images ofthe pathological findings can provide a better communication,counseling and education of the patients (2,5). You cannot diagnosiswhat you can’t see, and if the patients can’t see either, they will notallow you to treat them. Explaining your diagnosis, the treatment plansand the results of the procedure to the patient ensures a betterunderstanding of the benefits of the endodontic treatment. Record images are also fundamental for a good communication withthe referrers and a large database images records may be used for apresentation to a group of colleagues (5). Images may also be usefulfor legal record (3).

Personal satisfaction

Working in ideal conditions and being able to see and recognize inmuch greater detail what until some years ago you used to guess areimportant factors to take in consideration. Being able of correctlydiagnosis cracks teeth, being able to identify 4 or 5 canals in a tooth,being able to remove posts and separated instruments and beingable to change unpredictable outcomes into predictable ones will givethe practitioner the sense of joy. Clinicians assisted by superiorillumination, higher magnifications and special instruments willgradually experience a greater level of personal and professionalsatisfaction and feel more motivated to continue learning anddeveloping his one technique (2).

Acceptance of the dental operatingmicroscope in endodontics

The operating microscope did his first appearance in otolaryngologyin 1921 by the hands of Nylen, who performed a surgical procedurewith it and reported it in Acta of Otolaryngology (17). After Nylen othermedical specialties as neurology or vascular and cardiac surgery foundthe benefits of the magnification when working in small spaces (7).Several attempts were done to spread the operating microscope indentistry (1,18), but the acceptance of the dental operatingmicroscope remained difficult until the early 1990’s when well knownspecialists as Gary Carr or Syngcuk Kim began publication, lectureand offereing courses that made the widespread of the benefits ofhigh magnification and superior illumination (1,6,11). The microscopewas made the standard of care in endodontics when, in 1998, theAmerican Dental Association made the microscope trainingmandatory for all endodontic specialist programs in the United States(1,5). In the past years the endodontists have adopted the dentalmicroscope into their practice. The use of the microscope among thepopulation of endodontists in the United States has increased from52% in 1999 to 90% in 2007 (6). Even more recently other dentistryareas as esthetic dentistry or periodontology are also starting to adoptthe benefits of the magnification.The introduction of the dental operating microscope in endodonticswas not an introduction of a fancy and expensive gadget. Theoperating microscope is a significant addition to endodontics (2,7).

Higher magnifications and superior lighting adds better diagnosticcapacity and more technical precision. Treatment modalities thatwere not possible in the past are now possible with predictability. Amore comfortable ergonomic position and capacity fordocumentation of the cases are valuable benefits. The dental operating microscope however doesn’t change the mainobjectives of endodontics, it just enhances them before, during andafter the treatment regardless the technique that has been chosen.The microscope doesn’t do endodontic therapy by it self and doesn’tcamouflage the scientific and technical limitations of the clinician.The main upgrade a clinician can do in his professional career is hisscientific education and skills development that may at last befollowed by an acquisition of a dental operating microscope.

References

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Introdução

O controlo da dor e ansiedade constituem um dosaspectos mais importantes para que a criançaapresente um comportamento positivo noconsultório dentário; no entanto, este controlocorresponde ainda a um dos maiores desafios queo Médico Dentista enfrenta principalmente nopaciente pediátrico1, uma vez que o recurso àanestesia local, apesar de ser o método maisefectivo é causa de medo e ansiedade em muitascrianças. Um requisito para qualquer tratamentobem sucedido é o adequado controlo da dordurante a intervenção1,2. Na expectativa decontribuir para o sucesso de um tratamentoindolor, os autores apresentam este estudo paracomparação de uma anestesia de infiltração localclássica com um sistema anestésico sem agulha -Injex® (Rosch AG a Alemanha) 3,4 (Fig. 1 e 2). A doré um sintoma subjectivo, sendo portanto sentidade maneiras diferentes. É habitual o medo daanestesia devido ao uso de agulhas. Este medopode fazer com que os pacientes não sigam otratamento adequadamente. A experiência obtidana fase preventiva e na preparatória facilita aescolha do método apropriado. Apesar disso oprofissional deve apoiar-se na descrição da criançaou dos pais. Isto pode ser especialmente difícilquando a criança ainda não consegue descreverbem o que sente4,5.Os injectores sem agulha Injex® foram criadospara que a administração de anestésico ou outrosmedicamentos seja feita de um modo confortávelusando um sistema que dispensa a utilização deagulhas, aspecto fundamental a considerarquando o tratamento é efectuado em crianças1-4.O sistema sem agulha Injex® é concebido paraadministrar vários tipos de medicamentos atravésde um pequeno fluxo a alta velocidade que penetraa pele e assim administra o fármaco (anestésico)3,4 (Fig.2).Esta investigação foi realizada com o objectivo decomparar o resultado entre ambos os métodos,comparar a colaboração no tratamento ou seja sea técnica é aceite pelo paciente e verificar se o

terapêutica

Comparação de dois sistemas anestésicosComparison of two anesthetic systems

AUTORESCristina Areias - Médica Dentista, Mestre em Reabilitação Oral, Viviana Macho -Médica Dentista, Mestre em Odontopediatria, Ana Norton - Médica Dentista, Mestreem Implantologia. Ambos Assistentes Convidados de Odontopediatria Paula Macedo- Médica Dentista, Prof. Auxiliar de Odontopediatria Casimiro de Andrade - MédicoDentista, Regente da Disciplina de Odontopediatria

RESUMOIntrodução: Um requisito para qualquer tratamento bem sucedido é oadequado controlo da dor durante a intervenção. Os autores apresentam esteestudo para comparação de uma anestesia de infiltração local clássica comum sistema anestésico sem agulha - Injex® (Rosch AG a Alemanha). Material e Métodos:É um estudo caso-controlo numa população que frequentaa consulta de Odontopediatria II da clínica da Faculdade de Medicina Dentáriada Universidade do Porto. Foram tratadas 150 crianças entre os 3 e os 17 anos,de Setembro a Dezembro de 2009, aleatoriamente seleccionadas, com ométodo Injex® e com o método convencional “carpule”. A avaliação pelo paciente foi realizada respondendo um questionário relativo aoconforto do tratamento em que se usou a Escala de Dor - Escala de Lickert´s.O médico dentista também avaliou o conforto do tratamento através da EscalaVisual Analógica (EVA) e a quantidade da anestesia local necessária. O estudofoi aprovado pela Comissão de Ética da Faculdade de Medicina Dentária daUniversidade do Porto. Resultados: O sistema Injex® foi bem aceite pelospacientes de uma maneira geral, no entanto tem algumas limitaçõesnomeadamente quando é necessária a administração de anestesia troncular.Conclusão: O sistema Injex® pode ser uma alternativa valiosa para usar naodontopediatria em crianças mais pequenas.Palavras – Chave:Anestesia, odontopediatria, dor, sem agulha, comportamento

ABSTRACTIntroduction: A requisite for any quite succeeded treatment is the appropriatecontrol of the pain during the intervention. The objective of this study is tocompare the comfort of local classic infiltration anaesthesia with a systemwithout needle - Injex® (Rosch AG to Germany). Material and Methods: It is a case-control study in the population that frequentsthe consultation of Odontopediatric II of the clinic of the Faculty of Dental Medicineof the University of Oporto. 150 random selected children aged between threeand seventeen years were treated, since September until December of 2009, withthe method Injex® and with the conventional method “carpule“. The evaluation for the patient was given by a questionnaire in the comfort of thetreatment that uses a Scale of Pain - the Lickert´s scale. The medical dentist alsovalued the comfort of the treatment and the necessary amount of the localanaesthesia. The study was approved by the Commission of Ethics of the Facultyof Dental Medicine of the University of Oporto.Results: The Injex® system was well accepted by patients in a general way,however have some limitations particularly in the treatment that require theadministration of troncular anesthesia. Conclusion: The system Injex® can bea valuable alternative to use in the odontopediatrics.Keywords: Anaesthesia, odontopediatric, pain, needle-free, behaviour

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anestésico é igualmente eficaz ou se depende do tipo detratamento.

Materiais e métodos

É um estudo caso-controlo numa população que frequenta aconsulta de Odontopediatria II da clínica da Faculdade deMedicina Dentária da Universidade do Porto. De acordo com asrecomendações “Declaração de Helsínquia” foi preenchido umadeclaração de consentimento informado para cada criança.Foram tratadas 100 crianças entre os três e os dezassete anos,de Setembro a Dezembro de 2009, aleatoriamenteseleccionadas, com o método Injex® e com o métodoconvencional “carpule”. Os tratamentos foram efectuados pelosalunos do último ano de Medicina Dentária, na disciplina deOdontopediatria II sempre com supervisão de um Assistente. Nãofoi usada anestesia tópica. Previamente foram separadosenvelopes que continham o método a utilizar e que eramcolocados aleatoriamente antes da chegada do paciente. Ostratamentos realizados foram restaurações em dentiçãotemporária e permanente, sendo registada a quantidade deanestesia usada e se foi ou não necessário o seu reforço. Aanestesia utilizada foi a lidocaína com e sem vasoconstritordependendo de cada caso. Para anestesiar com o método“carpule” foi feita a punção no fundo do vestíbulo – anestesiainfiltrativa. Para anestesiar com o método Injex® o injector foiencostado à mucosa (com firmeza) e disparou-se o dispositivo, olíquido penetrou nos tecidos por pressão.Os critérios de exclusão foram ter idade inferior a três e superiora dezassete anos e ser incapaz de colaborar para a realização do

tratamento. A avaliação pelo paciente foi feita respondendo a umquestionário relativo ao conforto do tratamento em que se usoua Escala de Dor - Escala de Lickert´s (choro, fechar a boca, gritar,espernear, descontraído, desconfiado, ansioso e nervoso –sempre, às vezes, pouco e nenhum). O médico dentista tambémavaliou o conforto do tratamento através da Escala VisualAnalógica (EVA – linha horizontal com 10 cm em que é colocadauma cruz para assinalar a quantidade de dor e que será medidaatravés de uma régua desde o zero e codificada posteriormente)e a quantidade da anestesia local necessária. Para o estudo estatístico utilizou-se o programa SPSS 17. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética da Faculdade deMedicina Dentária da Universidade do Porto.

Resultados

Identificação dos pacientesForam observados 100 pacientes pediátricos 54 do géneromasculino e 46 do género feminino (Gráfico 1). As suas idadesvariavam entre os 3 e os 17 anos. Entre os 3 e os 6 anos foramtratadas 9 crianças, entre os 7 e os 10 anos, 44 crianças, entreos 11 e os 14, 31 e por fim entre os 15 e os 17, foram tratadas16 crianças. (Gráfico 1).

Fig.1 - Activador

Fig. 2 – Sistema Injex®

Gráfico 1 – Género masculino e feminino vs idade

Caracterização dos tratamentosDos 100 tratamentos efectuados 42 foram em dentiçãotemporária e 58 em dentição permanente (Gráfico 2).As crianças foram tratadas aleatoriamente ou seja o método deescolha do sistema anestésico a utilizar foi aleatório. Verificou-seque nas crianças mais pequenas foi usado um maior número devezes o método Injex® (Gráfico 3).Foram tratadas 54% de Classe I, 42% Classe II e 4% Classe IV e V

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(Quadro I).Os pacientes foram colaborantes em 82% dos casos e poucocolaborantes em 17% (Quadro II).No que diz respeito à dor verificou-se que o paciente referesempre mais dor em relação à opinião do clínico (Gráfico 4).Relativamente à repetição da anestesia verificou-se anecessidade de repetição em 68% dos casos (Gráfico 5). Foinecessária repetir a anestesia nomeadamente nas Classe I e II epelo Sistema Injex® (Gráfico 6).

Discussão

O medo da anestesia convencional, normalmente presente naconsulta, pode fazer com que os pacientes não sigam otratamento adequadamente1,2,6. Deste modo, este métodoanestésico poderá ter como benefícios a administração sem dor,a eliminação da punção, a dosagem precisa, bem como afacilidade de aplicação e a segurança4-8.Este dispositivo fornece uma alternativa à injecção de agulhapadrão e uma metodologia que poderia reduzir o risco deacidentes8-10. O sistema Injex® pode ser uma alternativa valiosa para usar naodontopediatria.Como se verifica, a amostra é constituída por 54% (n=54) depacientes do género masculino e 46% (n=46) femininos, comidades compreendidas entre os três e os dezassete anos. É uma amostra equilibrada o que nos permite obter resultadosmais homogéneos.No grupo etário entre os 7-10 anos fizeram parte 44% dospacientes, no grupo 11-14, 31%, no grupo 15-17, 16% e por fimno grupo 3-6, 9%.A média de idades é de 10 anos e é semelhante à encontradanoutros estudos com populações recrutadas noutrasinstituições10-12.Os tratamentos foram realizados em dentes temporários (n=42)

Gráfico 2 – Dentição temporária vs permanente

Grupo de Estudo Anestesia

0 0.5 anestubo 1 anestubo >1 anestubo Total

Caso Carpule Restauração classe I 1 7 22 4 34

Classe II 1 3 10 0 14

Classe IV e V 0 0 2 0 2

Total 2 10 34 4 50

Caso Injex® Restauração classe I 1 19 0 20

Classe II 0 25 3 28

Classe IV e V 0 2 0 2

Total 1 46 3 50

Gráfico 3 – Comparação dos sistemas anestésicos vs a idade

Quadro I - Restauração * Anestesia * Grupo de Estudo

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e permanentes (n=58). Foram tratadas 54% Classe I, 42% ClasseII, e 4% Classe IV e V.A anestesia foi repetida em 68% dos casos. Verificou-se umamaior repetição de anestesia quando a cárie era mais profundae não era possível usar anestesia troncular nas Classe I e II pelométodo Injex®. O que pode revelar que nem sempre se podeoptar por este método, ou seja depende do tipo de anestesia aministrar. Verificou-se ainda que é mais efectivo na dentiçãotemporária talvez por o osso ser mais poroso e permitir umamelhor difusão do anestésico que entra sob pressão.No que diz respeito à colaboração, 82% colaboraram, 17% poucocolaborantes e apenas 1% não colaborou. A colaboração dascrianças mais pequenas é beneficiada por este método uma vezque não tem extremidade (ausência de agulha). Relativamente à dor realizou-se a EVA (Escala Visual Analógica)e verificou-se que o paciente referiu sempre mais dor em relaçãoà opinião do clínico.

Grupo de Estudo Anestesia

0 0.5 anestubo 1 anestubo >1 anestubo Total

Caso Carpule colaboração não colaborou 1 0 0 0 1

colaborou 1 5 32 4 42

pouco colaborante

mas possível 0 5 2 0 7

Total 2 10 34 4 50

Caso Injex® colaboração Colaborou 0 37 3 40

pouco colaborante

mas possível 1 9 0 10

Total 1 46 3 50Quadro II - Colaboração * Anestesia * Grupo de Estudo

Gráfico 4 – Comparação da opinião clínico vs paciente relativamente à dor

Gráfico 5 – Necessidade de repetição da anestesia vs dentisteria

Gráfico 6 – Repetição anestesia vs restauração

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O sucesso da odontopediatria indolor constitui uma grandevitória no atendimento do paciente pediátrico, contribuindo parauma melhoria dos cuidados de saúde oral. Este método apesarde recente é de grande utilidade técnica, principalmente nascrianças mais pequenas, onde podem surgir maiores problemasna administração de anestesia. Existe ainda pouca literaturareferente a este método no que diz respeito à Medicina Dentária,no entanto é bastante usado em diabéticos.Não obstante a constante evolução, as técnicas anestésicasapesar de apresentarem resultados cada vez mais promissores,ainda podem causar alguma dor e ansiedade dos pacientes.Desta forma, são necessários mais estudos e o desenvolvimentode novas tecnologias que eliminem por completo a dor associadaao momento da anestesia.

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Introduction

Achieving success in endodontic therapy requiresthe removal of the pulp tissue, the correct cleaning,shaping and disinfection of the root canal system(1), the correct root canal obturation and aneffective coronal rehabilitation to avoid the coronalmicroleakage (2). Therefore, the ability of readingcorrectly the anatomy of the pulp chamber and theidentification of all the main canals in the systemare important factors to take in consideration whentrying to achieve high success rates. Diagnosticprocedures as identification marginal leakage onrestorative dentistry, soft tissue evaluation andcrack lines identification (3) are also factors thatmay influence the outcome and difficult to beevaluated without the use of magnification (4,5).Historically the endodontic therapy was based in thetactile capacity of the operator and a lot of guesswork based on the most common characteristics ofthe main root canal system (6,7). The introduction ofthe dental operating microscope enhances thevision by the simultaneous use of magnification andcoaxial illumination reducing the guess factorincreasing the predictability of the treatment (6,8).The purpose of this paper is to review some of theendodontic treatment phases that may becomefavored with the introduction of the dental operatingmicroscope in the clinical practice.

Macro vs Micro procedures

Conservative dentistry tries to preserve and protectthe healthy tissues. The anatomic structures thata dentist tries to treat and preserve are measuredin millimeters, and it is on these very smallstructures that the procedures of the endodontictreatment have to be performed. Some of theseprocedures can be improved by magnification(micro-procedures) and others do not (macro-procedures).The most relevant micro-procedure is the approachto the pulp chamber. Decay removal, accessopening and exploration of the pulp chamber withendodontic explorers are much benefited with the

endodontia

Dental Operating Microscope:Benefits of its use on root canal treatment

AUTORJorge Martins - Doctor of Dental Surgery, University of Lisbon (POR)Inter PG Endodontics at New York University (USA)Certified member of European Society of EndodontologyDepartment of Endodontics of Instituto de Implantologia, Lisbon (POR)Athanasia Pagona - Doctor of Dental Surgery, University of Athens (GRE)Inter PG Endodontics at New York University (USA)Marina Saura - Doctor of Dental Surgery, University Complutense of Madrid (SPA)Inter PG Endodontics at New York University (USA)

RESUMOTendo em conta que o campo cirúrgico endodôntico se mede em milímetros,o tratamento endodôntico esteve sempre muito dependente da sensaçãotáctil do operador e dos seus conhecimentos anatómicos. Uma melhoriluminação e as diferentes ampliações disponíveis no microscópio ópticodentário trouxeram muitos benefícios ao tratamento. Alguns procedimentosclínicos, como a remoção de instrumentos separados ou reparação deperfurações intra-canalares nem deveriam ser tentadas sem microscópio,sob o risco de perda severa de estrutura dentária. Localização dos canaispulpares, trepanação de coroas protéticas, apexificações e manuseamentode canais calcificados são outras das suas vantagens principais. Estasvantagens endodônticas principais e outras complementares são revistasneste texto.Keywords: Dental operating microscopes, endodontic therapy, benefits

ABSTRACTSince the endodontic surgical field is measured in millimeters, endodontictherapy has always been very dependent from the tactile sensation of theoperator and its anatomic knowledge. The superior lightning and the severalmagnifications available on the dental operating microscope brought manybenefits to the therapy. Some clinical procedures, as removal of separatedinstruments or intra-canal perforation repairs should not even be attemptedwithout the use of the microscope under the risk of heavy tooth structuresacrifice. Location of canal orifices on the pulp chamber, trepanation ofprosthetic crowns, apexifications or working on calcified canals are othermajor advantages. All this major endodontic advantages and other minorones are reviewed on this paper.Palavras-chave:Microscópio operatório dentário, tratamento endodôntico,benefícios

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use of magnification and co-axial illumination, since it allows abetter reading of the intra-cameral anatomy and dentin mapgeography without the presence of shadows. All the actions usedto approach the pulp chamber, exploring the chamber and workingin the coronal part of the canals are enhanced by the microscope.Magnification is not required for macro-procedures as theanesthesia, clamp selection or rubber dam application. Othersteps as hand or mechanical file working on the middle and apicalpart of the canal, achievement of the canal patency and rotary fileinstrumentation may be performed with lower magnification, butthe benefits are not outstanding.Some diagnostics as crack teeth may also benefit with theoperatory microscope observation (3).

Which magnification to chose

The quality of the microscope is not proportional to its power orhigher magnification (9). The operations through the microscopebecome more difficult to be performed when highermagnifications are used, since they have a smaller visual depth offield. The dental operating microscope magnifications may bedivided in three groups: lower, medium and higher magnifications.Magnifications that range from 3x to 8x are considered lowermagnifications which allows to have a wider visual field and alonger depth field allowing any movement to remain in focus (4,9).Medium magnifications range between 10x to 16x and areconsidered the endodontic operating magnifications (4,9). Fordocumentation and exploration of small details may be usedhigher magnifications, from 20x to upper, but these ranges do notbenefit the working procedures.

Mirror placement

It is impossible to visualize the pulp chamber directly through themicroscope, so the indirect vision becomes mandatory on thismicro-endodontics world. The perfect angulation between thevisual path of the dental operating microscope and the mouthmirror should be around the 45º (5), this angle should be achievedin a comfortable manner without requiring an uncomfortablepatient head position or clinician posture. On the maxillary arch isquite simple to achieve, the line from the oclusal face of the toothto the mirror should be perpendicular to the visual path, which willallow a perfect 45º angle of the mirror to the visual path of themicroscope (5). On the mandibular arch is also quite simple toachieve on the anterior and pre-molars teeth, on the molars itbecomes more difficult depending on the mouth opening rangewhich may or may not allow space to correct mirror placement.Besides the mirror angulation it is also important the mirrordistance from the tooth being observed and the mirror itself. If themirror is placed too close to the tooth it may not allow a correctoperation due to lack of space, so the mirror has to be placed farenough from the tooth allowing space for the instruments and itscorrect operation (5).

Benefits of dental operating microscope in endodontics

The benefits of using the microscope may be divided on major andminor advantages. The major advantages are mainly related totechnical and very precise and delicate actions that have to bedone under magnification. Apexifications or separatedinstruments removal should not even be attempted without propermagnification. The minor advantages are a mix of technical anddiagnosis benefits, these procedures may be done withoutmagnification, but becomes easier and predictable with it.

Major advantagesCanals localization

Numerous studies have shown the advantage of using operatingmicroscope when exploring the pulp chamber looking for canals.(10,11,12,13,14,15). For example, a study reports the frequencyof locating the MB2 canal on maxillary first molars is 71,1% whenusing microscopes, 62,5% when using magnification loupes and17,2% when not using magnification at all (10). Other studyreports rate findings of 87,96% when using microscope and53,7% without magnifications (11). Both studies conclude thatexists statistic significance between using microscopes and notusing any kind of magnification.Based on these studies, more emphasis should be given on theimportance of using the magnification when looking for accessorycanals (5) (Figure 1). If one can not find all the canals more pulptissue is not removed, less canal system is disinfected and worstis the prognosis (1).

Figure 1 – Identification of the middle mesial canal on the retreatment of tooth #47.

Calcified canals

Every access preparation in a calcified tooth is an opportunity toperforate and destroy that tooth (7). The use of magnification anda careful examination of the color change between the whiterdentin wall and the yellow calcified tissue may make easier thestrategic removal of tissue following the calcified structure until

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the point where a tiny access to the canal interior can be found(5,16) (Figure 2).

Crown trepanation

Prosthetic crowns rarely match the original anatomy of the crown,since it may be used to rectify spee curvatures, rotations,mesialisations and contact points. All this modifications completelychange the anatomic references the endodontist uses on theaccess opening procedure, making it a major candidate foriatrogenic errors.One problem that may also occur is the bad visibility to the pulpchamber and dentin floor map making difficult the location of thecanals. This happens mainly on the full metal or metal-ceramiccrowns and not so much on the zirconium-ceramic crowns,because the metal used has the ability of blocking the light of theover head lamp shadowing the entire pulp chamber (Figure 3).Coaxial illumination eliminates the shadowing effect and thehigher magnification allows a more accurate control of the accessopening cavity reducing the risk for mistakes on these anatomicaltered crowns.

Separated instruments removal

Several techniques have been proposed to help with the separatedinstruments removal. Some techniques use loops (17,18), otheruse hollow tube engagement (19) and others use ultrasonic tips(20), but, independently from which technique was used, they allrequire the use of dental operating microscope.A perfect visualization of the separated fragment of the instrumentis mandatory for its removal (Figure 4). It is important for a perfectcontrol of the dentin removal around the fragment and to remaincentered in the canal avoiding root perforations (5,16,17).

Perforation repair

Repairing canal/periodontal communications is a precisetechnique. Proper visualization of the perforation site (Figure 5)and precise application of the repairing material (Figure 6) areessential to achieve a correct sealing of the perforations (21, 22).

Apexification

Advanced therapies for open apex teeth require a preciseplacement of an apical plug of apexification biomaterial (23,24).This plug has to be placed and packed in the apical third of theopen canal against the periapical tissues, which have a very lowresistance, which may lead to severe extrusion of the packedmaterial. Proper illumination and magnification allows thevisualization inside the canal of the plug of the apexificationbiomaterial allowing a better control of its placement on the apicalportion and also a better visualization of the packing quality (Figure7) avoiding the overpacking attempts that may lead to extrusions.

Figure 2 – Location of a thin orifice of a calcified canal on tooth # 23.

Figure 5 – Visualization of the bleeding area of a perforation of a pulp chamber floor.

Figure 4 – Visualization of a separated instrument deep in the canal of a molar.

Figure 3 – Co-axial illumination allowing a perfect visualization of the pulpchamber without shadows.

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Número 9 • Maio 2011 • Trimestral I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I CADERNOS CIENTÍFICOS

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Minor advantagesPulp involvement

If the decay is too close to the pulp chamber, all the conservativemeasures taken by the clinician may not be enough to avoid theendodontic therapy. It has been well documented that bacteriafrom microleakage or decay provoke an inflammatory reaction onthe pulp tissue (25,26) which may lead to endodontic therapy. Ithas also been shown that the odontoblast process penetrates inthe dentinal tubules in a distance from the pulp ranging from the0,2mm to 0,7mm (27) which means you do not have to exposethe pulp to invade it. The use of the microscope may help tounderstand how close to the pulp the cavity is or to visualize a verysmall pulp exposure (Figure 8).

Dentin floor map

The dentin floor map is darker in color than pulp chamber walls.On the floor map can be seen developmental groves connecting allthe canals (28) (Figure 9). When looking for canals a clinicianshould be aware of this facts and understand that the orifice of thecanals are located on the endings of the developmental groves.The use of the microscope enhances the reading of the dentinfloor map (16).

Pulp stones

Pulp stones or denticles are a type of pulp tissue calcification thatmay have several origins. Some authors relate it to choric trauma,while other relate it to natural phenomena (29). The incidence ofpulp stones is around 50% of all teeth (29) and may have differentkinds of shapes that go from small round denticles to stones thatoccupy almost the entire pulp chamber. It may also be found atthe superior part of the pulp canals. The clinical significance ofthese calcified structures is that it may block the canal orificesmaking the access opening and canal finding more difficult. Withcorrect magnification, illumination and with the auxiliary ofultrasonic tip the pulp stones removal is made easier (Figure 10).

Strategic preservation of tooth structure

Superior illumination and higher magnification may allow thestrategic removal of dentin structure minimizing the loss of healthytissue during the access opening (Figure 11). With bettervisualization, and still maintaining the straight-line access to thecanals, is possible to reduce the outline form of the access cavityby almost 50% (7).

Gutta-percha removal

Gutta-percha removal may be one of the more challenging tasksto perform on endodontic retreatments (Figure 12). The canalsare not round, most of time when using a “round” file, even with

Figure 6 – Repair of the perforation of the case of the Figure 5.

Figure 9 – Dark dentin groves on the floor of the pulp chamber ending on thecanal entrance.

Figure 8 – Exposure of the pulp horns on a tooth #11 after a fixed crownpreparation.

Figure 7 – Packing of the apexification biomaterial on the last third of the canaland its perfect visualization.

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CADERNOS CIENTÍFICOS I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 9 • Maio 2011 • Trimestral

18 I omd

solvents, it is not possible to remove all the gutta-percha of theoriginal filling. Most of the times the remaining gutta-percha of theoriginal filling can be identified on radiograph but not seen insidethe canal with naked eye. By using the microscope it is possible tovisualize the remaining gutta-percha stoked on the dentin wall ofthe root canal system. With this advantage the effort forremoving the remaining filling material can be maximized.

Obturation: Cold lateral condensation

Cold lateral condensation of the filling material is a precisionwork mainly when done correctly on molars. The condensationof twenty or thirty accessory gutta-percha points may be achallenging activity without the use of some kind ofmagnification. Every clinician has felt the frustration of notbeen capable of placing correctly an accessory point on thespace created previously by the use of a digital spreader(Figure 13 and 14). Magnification allows a better visualizationof the spreader space and an easier and precise placement ofthe accessory point avoiding the deception of binding severalgutta-percha points on the attempts of hitting the spreaderspace.

Obturation: Downpack

The benefit of using magnification on the initial phase of thecontinuous wave of condensation technique is the ability ofvisualize the gutta-percha apical plug after the removal of theheat source plugger after the first heat wave (7) (Figure 15 and16). This apical plug may be at a depth around 10 mm from thecanal orifice opening (depending on the root length) whichmakes impossible to see it with naked eye. The microscopeallows a precise packing of the heated gutta-percha plug withcold pluggers after the hot plugger removal.

Obturation: Backfill

The backfill phase of the continuous wave of condensationtechnique consists on consecutives increments of smallportions of heated gutta-percha and its condensation with coldpluggers (Figure 17). The use o magnification at this phasehelps to perform a better packing of the heated gutta-perchaincrements.

Analyses of files defects

Small unwinding on the cutting spiral of the endodontic files,hand or rotary files, indicates that the files have been submittedto torsional fatigue and are starting to breakdown (30,31). Ifthese files are not discarded it will ultimately end on fileseparation (30,31). These unwinding defects of the files can bevisualized with naked eye, the magnification may help to confirmit (Figure 18).

Figure 10 – Use of ultrasonic tips removing a pulp stone from tooth #26.

Figure 13 – Perfect visualization of the spreader space on a lateralcondensation technique.

Figure 12 – Gutta-percha removal using a rotary file and solvent.

Figure 11 – Conservative access opening on a previous fixed prostodonticprepared pre-molar.

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omd I 19

Figure 14 – Accessory gutta-percha cone placed on the spreader space of

Figure 17 – Visualization of the plasticized gutta-percha placement on the topof the apical plug after the downpack of Figure 15 and 16.

Figure 16 – Visualization of the apical plug after the first heat wave of the caseon Figure 15.

Figure 15 – First heat wave on a continuous wave of condensation techniqueof a tooth #14.

Figure 18 – A 15k hand file with an unwinding on the last spiral.

Figure 19 – Visualization of crack lines under an old amalgam restoration.

Crack tooth or fractures

The crack tooth syndrome diagnosis has relied on the symptomsdescribed by the patient and the signs that may or not be harderto see and identify (3,7,21). This visual limitation results ontherapies that often come too late. An earlier identification of acrack tooth and the understanding of the crack progression maylead the clinician to adapt the treatment plan to that specificpathological situation, reducing the chance of future fracturesand increasing severely the chances of tooth survival (3).Preventive dentistry has meant brushing, flossing or sealants,nowadays it also means early identification of asymptomaticpathological findings (3). A crack tooth to be treated does nothave to be symptomatic, but it has to be identified, ideally stillprior to symptoms (Figure 19). The early identification of a cracktooth is so hard that some author defend that it should be donewith a total magnification of 14x or upper (3).

Hidden decay

If you can not see you can not treat. The use of the microscopefor diagnose pathological findings may be very useful to intra-oral examination. Sometimes the radiographs may presentimages compatible with carious lesions that may also be

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common to occur if the restorative procedure is a full crownwhich compromises the precise radiological evaluation and earlydiagnosis (21).

Soft tissue evaluation

Soft tissue observation may not be the most important benefit ofthe microscope but it may help to evaluate so the properdiagnosis and treatment plan can be performed (7) (Figure 22).Higher magnification and co-axial illumination enhances thevisibility to the small endodontic operation field. Majoradvantages as locating extra canals or operating inside thecanals as removing separated instruments or apexificationsbecame predictable treatments. Other minor advantages asbetter control of the obturation techniques or diagnosis help arealso adds to the global treatment.

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Figure 22 – Visualization of a fistula on the apical area of a tooth #25.

Figure 21 – Identification of a marginal leakage on an old amalgam filling onthe interproximal area of a molar and an implant crown.

Figure 20 – Identification of a small dentin opening of an interproximal decaybetween two upper pre-molars.

artifacts. In these cases the sharp explorer probing and the highmagnification may bring some clear conclusions (Figure 20).Marginal leakage

Marginal leakage may leads to pulp inflammation (25,26), whichmay lead to pulp necrosis (32). The operating microscopeenables the visualization of the marginal leakage of previousrestorative procedures (7) (Figure 21). The material breakdownmay not be detected during a routine examination, as a resultthe decay under the restorative filling may advanceuninterruptedly for a long period of time. This situation is more

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omd I 21

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FORMAÇÃO CONTÍNUA OMD

Formação Contínua OMD�

Eventos acreditados pela OMD�

Eventos organizados por outras entidades�

EM PORTUGAL

� XXXX RReeuunniiããoo AAnnuuaall ddee MMeeddiicciinnaa ddeennttáárriiaa ee eessttoommaattoollooggiiaa ddee CCooiimmbbrraa –– II EEnnccoonnttrroo IInntteerrnnaacciioonnaall ddee IImmppllaannttoollooggiiaa ddee CCooiimmbbrraa2 a 4 de Junho de 2011 – Auditório dos Hospitaisda Universidade de Coimbra – Coimbra

� CCuurrssoo TTeeóórriiccooCCoonnssiiddeerraaççõõeess ssoobbrree oo ppllaannoo ddee ttrraattaammeennttoo iinntteerr--ddiisscciipplliinnaarr eemm ccaassooss aavvaannççaaddooss4 de Junho - Faculdade de Engenharia da Univer-sidade do Porto – Porto

� CCuurrssoo PPrrááttiiccoo ((44 MMóódduullooss -- EEnnddooddoonnttiiaa))44ºº MMóódduulloo - Hands-on – Instrumentação e obturação em endodontia 4 Junho - HF Ipanema Park - Porto

� CCuurrssoo TTeeóórriiccooCCoonnssiiddeerraaççõõeess ssoobbrree oo ppllaannoo ddee ttrraattaammeennttoo iinntteerrddiisscciipplliinnaarr eemm ccaassooss aavvaannççaaddooss5 de Junho - Espaço Físico OMD RA Madeira – Funchal

� CCuurrssoo ddee FFiimm ddee DDiiaa99ºº ccuurrssoo -- TTrraattaammeennttoo ppeerriiiimmppllaannttee –– ccoonncceeiittooss aaccttuuaaiiss6 Junho - Novotel – Setúbal

� CCuurrssoo ddee FFiimm ddee DDiiaa1100 ºº ccuurrssoo -- CCoommoo oobbtteerr ppoonnttooss ddee ccoonnttaaccttoo eemm rreessttaauurraaççõõeess ppoosstteerriioorreess4 Julho - Hotel Turismo - Braga

� CCuurrssoo ddee FFiimm ddee DDiiaa1111ºº ccuurrssoo -- TTééccnniiccaass ddee ccoonnttrroolloo ccoommppoorrttaammeennttaall5 Setembro - Hotel Miracorgo - Vila Real

� CCuurrssoo ddee FFiimm ddee DDiiaa1122ºº ccuurrssoo -- CCoonncceeiittooss aaccttuuaaiiss eemm cciirruurrggiiaa oorraall1 Outubro - Espaço Físico OMD RA Açores – Angra do Heroísmo – Ilha Terceira

� CCuurrssoo ddee FFiimm ddee DDiiaa1133ºº ccuurrssoo –– FFaacceettaass vvss ccoorrooaass cceerrââmmiiccaass –– qquuaannddoo uuttiilliizzaarr1 Outubro - Espaço Físico OMD RA Açores – Angra do Heroísmo – Ilha Terceira

� CCuurrssoo ddee FFiimm ddee DDiiaa1144ºº ccuurrssoo -- SSoolluuççõõeess ddee iirrrriiggaaççããoo eemm eennddooddoonnttiiaa3 Outubro - Hotel Faro – Faro

� XXXX CCoonnggrreessssoo ddaa OOMMDD10, 11 e 12 de Novembro – Centro de Congressos de Lisboa – Lisboa

NO ESTRANGEIRO

� 2233rrdd CCoonnggrreessss ooff tthhee IInntteerrnnaattiioonnaall AAssssoocciiaattiioonn ffoorr PPaaeeddiiaattrriicc DDeennttiissttrryy15 a 18 de Junho de 2011 – Atenas – Grécia

� 1166tthh AAnnnnuuaall MMeeeettiinngg ooff tthhee EEAADDPPHH22 a 24 de Setembro de 2011 – Sapienza University - Roma – Itália

� IIXX CCoonnggrreessoo NNaacciioonnaall SSEECCIIBB 29 de Setembro a 1 de Outubro de 2011 – Palacio de Congresos de Zaragoza - Zaragoza - Espanha

� AADDAA AAnnnnuuaall SSeessssiioonn 2200111110 a 13 de Outubro de 2011 – Las Vegas – EUA

� 4411ªª RReeuunniióónn AAnnuuaall SSEEPPEESS 2200111113 a 15 de Outubro de 2011 – Palau Firali de Congressos - Tarragona – Espanha

� CCoonnggrrèèss AADDFF 2200111122 a 26 de Novembro de 2011-- Palais des Congrès -- Paris - França

� FFDDII AAnnnnuuaall WWoorrlldd DDeennttaall CCoonnggrreessss14 a 17 de Setembro de 2011 – Centro Banamex - Cidade do México- México

CADERNOS CIENTÍFICOS I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 9 • Maio 2011 • Trimestral

22 I omd

AGENDAE V E N T O S C I E N T Í F I C O S

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MAIO 2011 I I 15

A direcção da Ordem dos MédicosDentistas (OMD) foi recebida emaudiência, no dia 21 de Abril, peloPresidentedaRepública,noPaláciodeBelém.Noquediz respeitoaoexercícioda profissão em Portugal, a OMDtransmitiu ao Presidente apreocupaçãocrescentecomofactodea maioria dos jovens médicosdentistasdiplomadosemPortugalnãoencontraremcolocaçãoprofissionalnonosso país. Mais de 700 médicosdentistas, encontram-se já a exercerno estrangeiro, sendo o Reino Unido odestino de eleição devido àscontratações efectuadas pelo serviçonacional de saúde inglês.A situação económica dos mais de7000 médicos dentistas a exercer emPortugal preocupa também a OMD. Acrise económica tem levado a umamenor procura de cuidados demedicina dentária por parte dapopulação. Este factor tem criadodificuldades na sobrevivênciaeconómica das mais de 5500 clínicase consultórios de medicina dentáriaem Portugal.Para além desta situação, estãoigualmente em risco milhares deempregos de profissões na área damedicina dentária, como assistentesdentárias, mais de 9000, higienistasorais, cerca de 400, e protésicosdentários, mais de 3000.Segundo o último estudo realizadopela OMD através do Serviço deHigiene e Epidemiologia da Faculdadede Medicina da Universidade do Porto,95,1% dos médicos dentistasreferiram ser profissionais liberais e,destes, 37,9% referiram trabalharexclusivamente por conta própria.

MAIS DE 700 MÉDICOS DENTISTAS ENCONTRAM-SEA EXERCER NO ESTRANGEIRO

AUDIÊNCIA COMPRESIDENTE DA REPÚBLICA

A OMD manifestou também anecessidade urgente de Portugalreconhecer a capacidade e aimportância das profissões liberais nocontexto actual: um país que seafunda na burocracia ou nasobregulação, na carga fiscal,beneficiando grandes grupos econó-micos, com a consequência inexorávelda diminuição da qualidade, doaumento dos preços, da penalizaçãofácil do elo mais forte, o do trabalho.Neste contexto de crise económica, aOMD pretendeu realçar e reafirmar aimportância de se assegurar ofinanciamento adequado do sistemada saúde e da medicina dentária.Entre 40 a 90% das crianças com 12anos, sofrem de cárie dentária e,portanto, de dor e de infecção crónica.Muitas vezes, as consequências sãotão graves, como: absentismo escolar,dificuldade em mastigar os alimentos,com impacto significativo nocrescimento.As doenças orais estão compro-vadamente entre as segundas equartas doenças, de tratamento maiscaro. Os países da OCDE gastam seis

a 12% dos seus orçamentos emsaúde, em saúde oral.Não nos podemos esquecer que asdoenças da cavidade oral sãoalgumas das mais comuns doençasnão comunicáveis, afectando mais de90% da população do mundo inteiro.Por outro lado, a saúde oral e a saúdeem geral estão intimamenterelacionadas e, como tal, situaçõescomo doenças cardiovasculares,HIV/SIDA, diabetes, artrite, baixo pesoà nascença e má nutrição, sãoexemplos de doenças relacionadascom a saúde oral.Não havendo resposta ao nível damedicina dentária no ServiçoNacional de Saúde, com excepção dealguns grupos alvo da população, éparticularmente importante assegurarque a generalidade da população emPortugal tenha acesso a cuidadosbásicos de medicina dentária.Portugal obteve alguns ganhos emsaúde nos últimos anos na medicinadentária e é por isso importanteassegurar que essa situação não seinverta devido à crise económica dasfamílias em Portugal.

NÃO NOSPODEMOSESQUECER QUEAS DOENÇASDA CAVIDADEORAL SÃOALGUMAS DASMAIS COMUNSDOENÇAS NÃOCOMUNICÁVEIS,AFECTANDOMAIS DE 90%DA POPULAÇÃODO MUNDOINTEIRO

Da esquerda para direita, em representação da Ordem dos Médicos Dentistas, António Felino, João Caramês, presidente da Mesada Assembleia-Geral, Paulo Melo, secretário-geral, Ana Cristina Mano Azul, presidente do Conselho Fiscal, e Orlando Monteiroda Silva, bastonário. Ao lado, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e o consultor para os assuntos da saúde da CasaCivil do Presidente da República, Fernando Leal da Costa.

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16 I I MAIO 2011

O bastonário da OMD foi recebidoem audiência pelo presidente doPartido Social Democrata (PSD),Pedro Passos Coelho, no passado dia7 de Março, na sede do partido, emLisboa.Na perspectiva da OMD, o bastonáriodescreveu a actual situação profis-sional dos médicos dentistas, assimcomo da saúde oral em Portugal.O presidente do PSD demonstrou um

grande conhecimento sectorial daárea da saúde, particularmente dostemas da actualidade, como asustentabilidade do SNS e as ini-ciativas legislativas em curso,nomeadamente a prescriçãoelectrónica e a prescrição porDenominação Comum Internacional.A presidência que o bastonário ocupano Conselho Nacional das OrdensProfissionais, bem como a daFederação Dentária Internacional(FDI) foram, também, tema deconversa deste encontro.Por parte da OMD, este encontro foimarcado por uma avaliação positiva,na medida em que foi possívelcapitalizar mais apoio político para asquestões inerentes à medicinadentária e ao exercício profissional.

NOTÍCIASBREVES

EM VIGOR A PARTIR DE 1 DE JULHO

NOVO REGIME DEPRESCRIÇÃO DEMEDICAMENTOSFoi publicada no dia 18 de Maio a Portaria nº198/2011 de 18 de Maio que regulamenta o novoRegime de Prescrição de Medicamentos para todoo sector da saúde e que entrará em vigor a partirdo próximo dia 1 de Julho.Depois do acordo de princípio obtido e anunciadopublicamente entre o Ministério da Saúde, aOrdem dos Médicos Dentistas e a Ordem dosMédicos, a 21 de Fevereiro de 2011, o projecto deportaria da prescrição electrónica foi debatidonuma reunião da OMD com o secretário de Estadoe da Saúde, Manuel Pizarro, realizada a 4 de Abril,em Lisboa. A OMD esteve representada nestareunião pelo bastonário, Orlando Monteiro da Silva,pelo secretário-geral, Paulo Ribeiro de Melo, e pelaassessora jurídica, Filipa Carvalho Marques.Durante o encontro, foi discutido o regime geral deprescrição electrónica e a regulamentação dasexcepções apontadas pela OMD.Como resultado destas acções a OMD conseguiuque as novas regras tivessem em conta arealidade da nossa profissão. Consequentemente,foi assegurado que a regra geral de prescriçãoelectrónica não será obrigatória para os colegasque se encontrem nas seguintes situações:• Sempre que prescrevam em ambiente

de domicilio;• Sempre que verifiquem a falência do sistema

electrónico no consultório/clínica;• Caso prescrevam até 50 receitas por mês;Em caso de inadaptação informática comprovada.Estas situações de excepção têm de sermencionadas na receita manual. No caso deinadaptação informática comprovada, o (a) colegaterá de preencher o formulário próprio enviadopela OMD por correio e remetê-lo com o RSF paraapreciação e validação.

Para mais informações, consultewww.omd.pt/prescricao.

SITUAÇÃO PROFISSIONAL EM ANÁLISEAUDIÊNCIA COMOPRESIDENTEDO PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA

Na sequência das reuniões que aOMD tem vindo a promover comtodos os partidos com assentoparlamentar, damos nota doencontro realizado com o PartidoComunista Português (PCP),representado por Jorge Pires,membro do Comité Central do PCP,responsável pelo sector da saúde, epor Paula Santos, deputada àAssembleia da República.

PCP REAFIRMOU A DEFESA DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDEPOLÍTICAS DE SAÚDE DISCUTIDASCOMOPARTIDO COMUNISTA

Como habitualmente, foi transmitidaa visão da OMD sobre o sector damedicina dentária em Portugal eregistada a posição do PCP sobre amatéria. Em linhas gerais, o Partidoreafirmou a sua posição na defesado Serviço Nacional de Saúde e dosseus princípios básicos, como auniversalidade e acesso tendencial-mente gratuito a todos os cidadãos,incluindo à medicina dentária.

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18 I I MAIO 2011

Pensa que estará em condições de aplicar no seu posto de trabalhoo que aprendeu neste módulo / curso

SESSÕES DE ESCLARECIMENTO

LICENCIAMENTO DE CLÍNICASE CONSULTÓRIOS

A OMD realizou, desde o início do ano,diversas sessões de esclarecimento sobre o processode licenciamento de clínicas e consultórios, de nortea sul do país, com o objectivo de clarificarpresencialmente todas as dúvidas dos associados sobreos novos requisitos de organização e funcionamentodecorrentes do actual regime jurídico

As sessões decorreram nas cidadesde Olhão, Braga, Porto, Setúbal,Lisboa, Guarda, Chaves e Coimbra,tendoregistadoapresençademaisdeum milhar de médicos dentistas. Em2010 foram também realizadassessões em Tomar e no Congresso daOMD, que reuniram centenas deassociados.A equipa que esteve na primeira linhadestas acções foi constituída pelosecretário-geraldaOMD,PauloRibeirodeMeloeadirectoradoDepartamentoJurídico da OMD, Filipa CarvalhoMarques, contando com o apoiopresencial dos elementos do Gabinetede Apoio ao Licenciamento, PatríciaManarte, Jaime Mota, Alão Freitas,Ricardo Oliveira Pinto, André MosCaldas, JoséRosaeTiagoPiresFrazão.As respostas obtidas nos inquéritosefectuados para avaliar a eficácia eutilidade das sessões foram bastantepositivas, denotando a qualidade das

mesmas. Assim, 99% dos médicosdentistas que assistiram às sessõesconsideraram que o que aprenderamfoi útil ou muito útil; 66% sentiram queaprenderam bastante ou muito,relativamente aos objectivos pro-postos e 78% consideraram que osresultados obtidos foram bons oumuito bons. Por último 90 % dosmédicos dentistas consideraram queirão aplicar os conhecimentos adqui-ridos a curto prazo ou de imediato.As sessões de esclarecimentoinseriram-se na estratégia desen-volvida pela OMD para apoio aolicenciamento, que integrou, desde aprimeira hora, outras acções que seencontram em pleno funcionamentopara informação e clarificação dedúvidas.

Para obter mais informações sobre olicenciamento, aceda ao endereçowww.omd.pt/licenciamento.

Tendo em conta os objectivos do módulo / curso, considera que osatingiu, isto é, que aprendeu

Tendo em conta a sua actividade profissional, considera o queaprendeu durante o módulo / curso lhe vai ser

Tendo em conta as suas expectativas e os objectivos que o levarama inscrever-se neste curso, como avalia a sua satisfação em relaçãoaos resultados obtidos?

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ACTUALIZAÇÃODELIBERAÇÕES ERECOMENDAÇÕESEm virtude das várias alterações legislativas operadasa nível legal com reflexo na Medicina Dentária, surgiu anecessidade de proceder à actualização dedeterminadas Deliberações e Recomendaçõesemanadas pelo Conselho Deontológico e de Disciplina(CDD) da OMD. Assim, em reunião de 18 de Dezembrode 2010 procedeu aquele Órgão à revisão e alteraçãodos seguintes diplomas, os quais estão disponíveis paraconsulta no portal electrónico da Ordem(www.omd.pt/cdd):

• Aviso – Registo Disciplinar;• Deliberação - Trato a manter

com os meios de comunicação social;• Recomendação – Direcção Clínica;• Recomendação – Quotas;• Recomendação – Titulo de Especialista;• Recomendação nº2• Recomendação nº5/2001 – Internet:• Deliberação – Publicidade das Penas Disciplinares;

Foi aprovada pelo ConselhoDeontológico e de Disciplina umanova recomendação respeitante àscomunicações entre médicosdentistas e a Entidade Reguladorada Saúde (ERS) no âmbito dasalegações de defesa em processosde reclamação, cujo teor aqui sepublica na íntegra:

Segredo profissional– livro de reclamaçõesNos termos do disposto no art. 20ºna Portaria nº268/2010 de 12 de

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oló

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NOVA RECOMENDAÇÃOSEGREDO PROFISSIONAL– LIVRO DE RECLAMAÇÕES

Maio, as clínicas e os consultórios demedicina dentária estão obrigados àexistência e disponibilização do livrode reclamações.Como tal, sempre que um utentemanifeste a intenção de reclamar esolicita para o efeito o respectivolivro de reclamações, deve o médicodentista de imediato facultá-lo.Uma vez apresentada a reclamaçãoe remetido o respectivo destacávelpara a ERS, é a entidade reclamadanos termos do disposto no art. 5º e6º, nº2 do Decreto-Lei nº 156/2005

de 15 de Setembro notificada paraapresentar as suas alegações porescrito.O Conselho Deontológico e deDisciplina alerta os médicosdentistas para o cumprimento doregime do segredo profissionalconstante do art.21º do CódigoDeontológico da OMD nasalegações a apresentar à ERS,nomeadamente não revelandotratamentos médico-dentários quetenham sido efectuados no caso emconcreto.

NA PALMADAMÃOO Código Deontológico e os Estatutos da OMD podem,agora, ser consultados em livro electrónico nossmartphones e tablets iPhone/iPad ou Android.Estes aparelhos já conseguem abrir, de origem, ficheirosePub, um formato padrão internacional também utilizadopela OMD.Só precisa aceder a www.omd.pt/mobile, através do seuaparelho, e descarregar os livros electrónicos.Ambos os documentos estão também livrementedisponíveis como página de internet e ficheiro PDF.

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Nos cuidados de saúde, a qualidadenão pode ser definida em mínimos emáximos. “Há qualidade ou não há”,defendeu a bastonária da Ordem dosEnfermeiros, Maria Augusta deSousa.Podem-se, antes, definir mínimos derecursos humanos, sugeriu obastonário da Ordem dos Farma-cêuticos, Carlos Maurício Barbosa.“Os decisores políticos deviam apoiar-se muito mais nas ordensprofissionais do que se têm apoiado”,aconselhou.A bastonária dos enfermeiros de-fendeu que “as ordens profissionaisnão devem ter um papel directo nagestão de uma organização desaúde. No entanto, deviam serchamadas e ouvidas no planeamentodessas mesmas unidades”.E completou: “Estes contributos sóacontecem ocasionalmente e deforma informal. Isto devia serobrigatório. As ordens profissionaisdeviam ser chamadas a dar os seuscontributos para os planos estra-tégicos das organizações de saúde”.

GESTÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE

QUALIDADE NA SAÚDESEMMÍNIMOS EMÁXIMOS

Que papel está reservado às ordens profissionais na gestão das unidades de saúde? Numdebate realizado pelo Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa, em queparticiparam os quatro bastonários do sector da saúde, tentou-se responder a esta questão

“As ordens profissionais são,efectivamente, um instrumento que,entende o Estado português, pela viada auto-regulação profissional,garante a qualidade dos serviços”,afirmou Maria Augusta de Sousa.“Não há contradição entre ordensprofissionais e a gestão de unidadesde saúde”.Orlando Monteiro da Silva, bastonárioda Ordem dos Médicos Dentistas,lembrou que o grupo profissional querepresenta é sujeito a “pressõesenormes para impor práticas dequalidade”.“Não queremos que sejam pessoasde fora da saúde a definir aquilo quenos já sabemos. Não quero ver aminha profissão refém econdicionada”, acrescentou.O exercício liberal da profissão demédico dentista é cada vezdificultado pelas convenções, segurose grandes grupos económicos. Énecessária “uma regulação ade-quada da actividade seguradora noramo da saúde, que vive totalmentedesenquadrada, a actuar em rédea

livre”, alertou o bastonário da OMD.A gestão de recursos humanos émuito importante na medicinadentária, uma vez que “o trabalho é oprincipal valor da profissão”,defendeu Orlando Monteiro da Silva,que também apelou à introdução demais parcerias público-privadas nasaúde, como é o caso do programacheque-dentista.No caso dos farmacêuticos, obastonário Carlos Maurício Barbosareferiu que a sua profissão foi pioneirana implementação de padrões dequalidade. Alguns laboratóriosavançaram para a dupla certificação,com as normas ISO.Além disso, mencionou também aformação contínua: a cada cinco anos,têm de ter créditos suficientes pararenovarem a carteira profissional.O debate contou com a intensaparticipação de diversos dirigentesdas ordens profissionais do sector dasaúde, professores universitários eestudantes de pós-graduação. Paraum versão mais extensa deste artigo,aceda a http://link.omd.pt/r9ucp.

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PROCEDIMENTOSA SEGUIRPAGAMENTODOS CHEQUES--DENTISTAO cumprimento dos procedimentosde pagamento evita atrasos pelasARS:

1 - Entre o dia 1 e dia 8da cada mês, deverásolicitar no site do SISO opedido de pagamento doscheques-dentista utilizados.

2 - Nesse momento é geradaa carta de pedidode pagamento (à qual estáassociado o número depedido de pagamento), quedeverá enviar por CTT para aARS respectiva, anexandoapenas os cheques-dentistasdevidamente assinados peloutente e médico dentista.

3 - Depois de enviadaa informação, deveráaguardar por um email devalidação de pagamento daARS, onde consta o númeroanteriormente gerado nopedido de pagamento(ponto 2).

4 - Deverá imprimir esse email,anexar a facturacom o número de pagamento(gerado inicialmente no ponto2) no descritivo e enviarambos os documentos porCTT.

5 - A cada pedido de pagamentocorresponde apenas umaúnica factura.

Orlando Monteiro da Silva lembrou o bom relacionamento institucionalque a Ordem dos Médicos, dirigida pelo agora ex-bastonário PedroNunes, sempre teve com a Ordem dos Médicos Dentistas. Felicitou,igualmente, a eleição do seu sucessor, José Manuel Silva.Pedro Nunes lembrou, numa das últimas aparições públicas enquantobastonário da Ordem dos Médicos, que o modelo da Ordem dosMédicos portuguesa é único na Europa e até foi seguido nos paísesafricanos de expressão portuguesa. Em contraste, em Portugal apenas20% dos médicos votaram nas últimas eleições, o que leva o ex-bastonário a pensar que “muitos profissionais ainda nãocompreenderem as ordens”.As ordens profissionais enfrentam, actualmente, três grandes desafios,avançou Pedro Nunes. O primeiro diz respeito ao que chamou“armadilha corporativa” de cada grupo profissional. “As ordens têm dedefender o interesse público e não o interesse dos profissionais”.Como as ordens não têm poderes reais, a exibição pública, no palcomediático, e “a intervenção política poderá matar as ordens”,defendeu.O segundo desafio está em evitar que o mesmo tipo de debatedemocrático vigente na sociedade seja alastrado às ordensprofissionais, encorrendo estas o risco de perpetuar o mesmo statusquo da sociedade.Por último, urge assegurar sustentabilidade do Serviço Nacional deSaúde, pago pelas contribuições de todos os cidadãos. “É necessáriogarantir que todos os cidadãos têm igual acesso a todos os recursos”,defendeu. Para isso, temos de continuar a investir em tecnologia e naformação dos profissionais, garantindo uma devida qualificação.

AS ORDENSTÊM DEDEFENDERO INTERESSEPÚBLICOE NÃO OINTERESSE DOSPROFISSIONAIS

AS ORDENSPROFISSIONAISSÃO,EFECTIVAMENTE,UMINSTRUMENTOQUE, ENTENDEO ESTADOPORTUGUÊS,PELA VIA DAAUTO--REGULAÇÃOPROFISSIONAL,GARANTEA QUALIDADEDOS SERVIÇOS

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1Evolução da saúde oral globalO papel de liderança daOrganizaçãoMundial da SaúdeO progresso rumo a um mundo maissaudável requer uma forte acçãopolítica, uma ampla participação euma defesa sustentada. O Programade Saúde Oral Global da OrganizaçãoMundial de Saúde (PGSO OMS) temtrabalhado arduamente ao longo dosanos, para colocar a saúde oral notopo da agenda da política de saúdee dos decisores a nível mundial. Em2007, a OMS recebeu um mandatoúnico para que os seus dois órgãos, oConselho Executivo e a AssembleiaMundial de Saúde (AMS),reforçassem as acções relacionadascom a saúde oral. Um relatóriocompleto sobre saúde oral global foielaborado pelo Secretariado deSaúde (PGSO OMS) para os órgãosdirectivos, tendo a AssembleiaMundial de Saúde posteriormenteaprovado a Resolução (AMS.60.17):“Saúde oral: plano de acção para apromoção e a prevenção integradada doença” (Petersen, 2008;Petersen, 2009).Esta declaração representa umapolítica de amplo alcance,direccionada para a melhoria dasaúde oral dos indivíduos nos 193

A prestigiada revista científica Community Dental Health publicou recentemente um editorialda autoria de Poul Erik Petersen, responsável pelo Programa de Saúde Oral da OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS), que salienta as actividades e as abordagens actuais deste programaque trabalha de forma sistemática no sentido de implementar, em diversos países do mundo,a promoção da saúde oral e a prevenção integrada das doenças.Dada a relevância estratégica que este artigo tem para a saúde oral, publicámo-lo na íntegranesta edição da revista:

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE

SAÚDE ORAL GLOBAL

Estados-membros. A declaração daOMS é um estímulo para os paísesdesenvolverem ou adaptaremprogramas nacionais de saúde oral,e a medida é um forte apoio para asacções globais realizadas pelo PGSOOMS nos últimos anos. O plano deacção para a promoção da saúdeoral e prevenção integrada dasdoenças engloba vários elementos.

A Resolução da OMS de 2007insta os Estados-membros a:1. adoptar medidas para assegurarque a saúde oral é incorporada empolíticas integradas de prevenção dasdoenças crónicas não-transmissíveis.2. tomar medidas para garantir quesão utilizadas abordagens baseadasna evidência.3. considerar mecanismos parafornecer cuidados essenciais desaúde oral e para incorporar a saúdeoral no quadro dos cuidados desaúde primários.4. considerar o desenvolvimento e aimplementação de programas defluoretação.5. tomar medidas para garantir quea prevenção do cancro oral é umaparte integrante dos programasnacionais de controlo e prevenção docancro.

6. garantir a prevenção das doençasorais associadas ao HIV/SIDA e apromoção da saúde oral e qualidadede vida para indivíduos comHIV/SIDA.7. desenvolver e implementar apromoção da saúde oral junto decrianças, como parte das actividadesde promoção da saúde na escola.8. aumentar a capacidade de formarprofissionais de saúde oral.9. desenvolver e implementar, empaíses afectados por Noma2,programas nacionais de controle dadoença no âmbito de programasnacionais para a gestão integrada dedoenças da infância e de redução dasubnutrição e pobreza.10. incorporar um sistema deinformação em saúde oral nosplanos de vigilância sanitária.11. fortalecer a pesquisa einvestigação em saúde oral.12. consignar recursos humanos eplaneamento da força de trabalhopara a saúde oral como parteconstituinte de todos os planos desaúde.13. considerar o aumento das dispo-sições orçamentais que sãodedicadas à prevenção e controle dedoenças ou sequelas orais ou

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1-Petersen PE. Improvement of global oral health - the leadership role of the World Health Organization.Community Dental Health. 2010; 27(4):194–9.2-n.t. – também designada por “cancrum oris” ou “estomatite gangrenosa”

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oral nos programas de saúdenacionais e comunitários, e promovera saúde oral como uma componenteefectiva das políticas dedesenvolvimento da sociedade.

Desenvolvimentode actividades da OMSA OMS publicou um relatório dassuas realizações em saúde oraldurante o período de 2002-2007(Petersen, 2008; Petersen, 2009).Como consequência imediata dapublicação da Resolução AMS60.17,o PGSO OMS está actualmenteenvolvida com vários projectosimportantes.

Políticas e programasCom a participação activa do PGSOOMS, as políticas de saúde oral,desenvolvidas de acordo com aresolução AMS.60.17, são agoraformuladas pelos EscritóriosRegionais da OMS para a África eSudeste Asiático, tendo já sidoiniciadas para as Regiões doMediterrâneo Oriental e do PacíficoOcidental.A Conferência Global sobrePromoção da Saúde, que teve lugarem Ottawa em 1986, foi o primeiromomento em que se criou umenfoque nos ambientes saudáveis,estilos de vida saudáveis e nossistemas de saúde orientados para apromoção da saúde e prevenção dadoença. Em 2009, durante a 7ªConferência Global da OMS sobrePromoção da Saúde, que teve lugarem Nairobi, no Quénia, pela primeiravez na história, a saúde oral foiabordada numa sessão especialorganizada pelo PGSO OMS(Petersen e Kwan, 2010). A sessãocentrou-se na robustez dascomunidades, na literacia sanitária,nos comportamentos de saúde,estabelecimento de parcerias ecriação sinergias em acçõesintersectoriais, o fortalecimento dossistemas de saúde, incluindo aedificação de competências para a

craniofaciais.A Resolução requer ao Director-Geral:• sensibilização para os desafiosglobais na promoção da saúde oral,considerando as necessidadesespecíficas dos países de baixosrendimentos, dos pobres e outrosgrupos desfavorecidos da população.• assegurar que a OMS forneceorientação e apoio técnico aosEstados-membros para a elaboraçãoe implementação de programas desaúde oral.• promover continuadamente acooperação internacional e ainteracção com e entre todos osagentes envolvidos naimplementação de planos de acçãoem saúde oral, incluindo os CentrosColaboradores da OMS e asOrganizações Não-Governamentais.• comunicar à UNICEF e a outrasorganizações do sistema das NaçõesUnidas que desenvolvem actividadesrelacionadas com a saúde.• reforçar a liderança técnica daOMS na promoção da saúde oral.

As abordagens da OMSpara a promoção da saúde oralO PGSO OMS tem desenvolvidopolíticas para a melhoria da saúdeoral no século XXI (Petersen, 2003).Quatro orientações estratégicasfornecem um quadro para focar otrabalho técnico da OMS para asaúde oral:1. Reduzir o peso da doença ou dedeficiências orais, especialmente empopulações pobres e desfavorecidas;2. Promover estilos de vida saudáveise reduzir os factores de risco para asaúde oral com origem ambiental,económica, social e comportamental;3. Desenvolver sistemas de saúdeoral que melhorem equitativamenteos resultados da saúde oral,respondam às necessidades elegítimas solicitações dos indivíduose que sejam financeiramente justos;4. Elaborar políticas em saúde oral,baseadas na integração da saúde

promoção da saúde oral. Asdirectrizes estabelecidas em Nairobipara a intervenção em saúde oral,incluem:

1. A saúde oral é considerada umDireito Humano, essencial para asaúde geral e qualidade de vida dosindivíduos.2. A promoção da saúde oral e aprevenção de doenças bucais devemser asseguradas através de CuidadosPrimários de Saúde e na promoçãoda saúde em geral. As abordagensintegradas apresentam a melhoreficiência de custo e são a formamais realista para a implementaçãode intervenções adequadas nasaúde oral em todo o mundo.3. Construir condições, a nívelnacional e a nível das comunidades,para a promoção da saúde oral eprevenção integrada de doençasbucais exige políticas adequadas,bem como recursos humanos efinanceiros para a redução do fossoexistente entre pobres e ricos.

Recentemente, a OMS iniciou umaanálise global das determinantessociais em saúde e publicou umimportante relatório, através daComissão da OMS sobreDeterminantes Sociais em Saúde(WHO, 2008). O PGSO OMScontribuiu para o trabalho realizadono âmbito da Comissão,concentrando a sua atenção nasdeterminantes sociais em saúde oral.Numa importante publicação daOMS (Blas & Kurup, 2010), aequidade e as implicações para osprogramas de saúde pública foramdestacados como os problemasprioritários em saúde pública. Ocapítulo respeitante à saúde oralsugere vários pontos de partida paraacções no âmbito da saúde pública(Kwan e Petersen, 2010).

Fluoretos e Saúde OralO PGSO OMS continua a defender autilização efectiva dos fluoretos por

ELABORARPOLÍTICAS EMSAÚDE ORAL,BASEADAS NAINTEGRAÇÃODA SAÚDE ORALNOSPROGRAMASDE SAÚDENACIONAIS ECOMUNITÁRIOS,E PROMOVERA SAÚDE ORALCOMO UMACOMPONENTEEFECTIVA DASPOLÍTICAS DEDESENVOLVI-MENTO DASOCIEDADE

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parte dos países, através da criaçãode sistemas automáticos defluoretação. A fluoretação das águaspara consumo Humano é umaimportante política oficial da OMS, deacordo com várias resoluções daOMS. A fluoretação do sal e do leitesão medidas muito relevantes, caso afluoretação da água não sejapossível. Nos últimos anos, o PGSOOMS esteve envolvida naorganização de programas nacionaisde fluoretação na China, Tailândia,Vietname, Laos, Madagáscar,Bulgária e Macedónia. A nívelregional, o PGSO OMS realizou umsimpósio sobre a importância doflúor na prevenção da cárie dentária,a reunião foi organizada pelo CentroColaborador da OMS para Pesquisae Treino em Odontologia Preventiva,Beijing, China. A nível global, sãoelaboradas directrizes e manuaispara auxiliar os administradores desaúde pública, como por exemplo,um documento da OMS sobre afluoretação do leite publicado em2009 e um outro documento da OMSsobre agentes químicos, incluindo oflúor, preparado em 2010. Nestecontexto, também a resolução daOMS TRS846 sobre Fluoretos eSaúde Oral foi actualizada e o PGSOOMS forneceu dados para o relatórioSCHER da EU sobre a utilização dofluoreto na prevenção da cáriedentária.

Tabaco ou Saúde OralO uso de tabaco é um factor de riscopara o desenvolvimento do cancro decavidade oral e doença periodontal.Com base na Convenção-Quadropara o Controlo do Tabaco de 2003,o PGSO OMS trabalha através daintegração dos seus esforços para asaúde oral em iniciativas contra otabaco. Recentemente, em 31 deMaio de 2009, o Programa participouna acção global “O tabaco provocadoenças da boca”, com continuaçãoa nível nacional. Foram produzidosfolhetos alertando para os efeitos

nocivos para a saúde bucaldecorrentes do consumo de tabaco,para auxiliar os países nasensibilização sobre este importantefactor de risco. Além disso, váriaspublicações do PGSO OMS, sobre opeso do cancro na cavidade oral e dadoença periodontal, revelam anecessidade urgente daincorporação dos assuntos da saúdeoral em intervenções nacionaisrelacionadas com a saúde pública.

Dieta-nutrição-saúde oralA Relatório Técnico da OMS Série916 enfatizou a importância da dietana prevenção de doenças crónicas,incluindo as doenças orais. O papeldo consumo de açúcares nodesenvolvimento de doençascrónicas, incluindo a cárie dentária,está actualmente a ser revisto pelaOMS para fornecer informaçãoactualizada sobre uma forteevidência dos efeitos nocivos para asaúde resultantes do consumo deaçúcares. O PGSO OMS contribuiupara a implementação da EstratégiaGlobal sobre Dieta, Actividade Físicae Saúde, por exemplo, destacando ocontrolo do consumo de açúcares esublinhando a importância doconsumo de frutas e legumes naprevenção do cancro oral, e o PGSOOMS colabora com o Grupo dePeritos da OMS em OrientaçãoNutricional.

Saúde Oral EscolarA escola é um cenário único para asaúde das crianças, pais, professorese da comunidade. O PGSO OMS estáenvolvido na organização deprojectos de saúde escolar em váriospaíses do mundo. Estes projectos sãoparticularmente estabelecidos empaíses de médio ou baixo rendimentoe muitas vezes ligados a programasde alimentação e nutrição, de usoapropriado de flúor, por exemplo, afluoretação do leite ou aacessibilidade a dentífricosfluoretados. Componentes da saúde

oral podem ser incorporadas emprojectos de saúde geralimplementados no âmbito dasEscolas Promotoras da Saúde daOMS. O trabalho de saúde escolar éapoiado pela UNICEF, UNESCO e peloCentro de Desenvolvimento daEducação.

Saúde oral-saúde geral-3ª idadeA saúde oral é uma componenteessencial da saúde geral e daqualidade de vida. Em 2005, o PGSOOMS e o Centro da OMS de Kobeorganizaram em Kobe, no Japão, umseminário sobre “Saúde Oral-SaúdeGeral no envelhecimento dassociedades“. O resultado destareunião constitui uma importantefundamentação para o apoio dadopela OMS no reforço da promoção dasaúde oral, bem como dos cuidadosprimários de saúde para os idosos.Os programas de saúde pública paraas pessoas idosas estão no topo daagenda do PGSO OMS. Além disso, aimportância da intervenção emsaúde oral, justificada pelosresultados de pesquisas sobre arelação entre a saúde geral e a saúdeoral, foi abordada em 2010, duranteum Simpósio internacional emNiigata, Japão, organizado peloCentro Colaborador da OMS para aTransversalidade das Ciências daSaúde Oral.A relação entre a saúde oral e asaúde geral manifesta-se, emparticular, na 3ª idade. O PGSO OMStem documentado que a saúde oraldos idosos é largamentenegligenciada pelos responsáveispolíticos, autoridades de saúde,profissionais de saúde oral,investigadores e outros profissionaisde saúde. Baseado em rastreios desaúde oral a nível global e na análisedos programas de saúde oral para aspessoas idosas, o PGSO OMS alertoupara a necessidade de umaintervenção na saúde pública, tendoos idosos como importante grupoalvo em todo o mundo. O reforço da

O USO DETABACO É UMFACTOR DERISCO PARA ODESENVOLVIMENTO DO CANCRODE CAVIDADEORAL E DOENÇAPERIODONTAL

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promoção da saúde, a prevençãointegrada das doenças, a capacidadedos sistemas de saúde oral, incluindoos cuidados primários de saúde oralem idades particularmente sensíveis,são uma necessidade urgente. Esteapelo à necessidade de intervençãona saúde pública foi publicado naCommunity Dental Health (Petersenet al, 2010).

Patologia oral relacionadacomHIV/SIDASegundo estimativas da OMS eUNAIDS, 33,4 milhões de pessoasviviam com HIV/SIDA no final de2008. Nesse mesmo ano, cerca de2,7 milhões de pessoas foraminfectadas e 2 milhões morreram deHIV/SIDA, incluindo 280 000crianças. Dois terços das infecçõespelo HIV/SIDA ocorrem na África sub-Saariana. O peso do HIV/SIDAtambém é elevado no Sudeste daÁsia e apresenta-se como umcrescente problema de saúde públicana Europa Oriental. O GOHP WHOestá activamente envolvido nainvestigação de lesões oraisrelacionadas com HIV/SIDA emadultos, crianças e órfãos de algunspaíses seleccionados de África. Esteprojecto é realizado pelo CentroColaborador da OMS para a Pesquisade Programas de Saúde OralComunitária sitiado em Copenhaga,na Dinamarca. Além disso, o PGSOOMS colaborou significativamente notrabalho da OMS/UNAIDS para aprevenção do HIV/SIDA e noPrograma de Saúde da Criança e HIVda OMS, por exemplo, na elaboraçãode módulos de ensino e formaçãoem saúde oral e de manuais deformação dirigidos aos prestadoresde cuidados de saúde primários.

Fortalecimento dos sistemasde saúde oralO PGSO OMS desenvolveu directrizespara o fortalecimento dos sistemasassistenciais de saúde oral. Empaíses de elevados rendimentos as

desigualdades e a adaptação dosserviços para atender àsnecessidades da população sãoquestões importantes. Em países debaixo e médio rendimento, oaumento da capacidade, a coberturauniversal e financeiramente justa doscuidados de saúde oral são osprincipais desafios associados ainiciativas para resolver o problemadas desigualdades. No entanto, namaioria dos países do mundo háuma grande necessidade para oestabelecimento de sistemasnacionais de saúde oral que sejamefectivamente orientados para apromoção da saúde e prevençãointegrada das doenças. Para ospaíses com limitados recursoshumanos em saúde oral, a OMSencoraja à formação específica emsaúde oral dos profissionais desaúde dos Cuidados de SaúdePrimários. Estes programas deformação devem incluir a triagem dasdoenças orais, detecção precoce,atendimento inicial desintomas/problemas orais eprestação de cuidados essenciais desaúde oral. Existem experiênciaspositivas em países emdesenvolvimento em relação aocancro oral e ao HIV/SIDA. Notrabalho com os diferentes países, oPGSO OMS tem dado apoio aodesenvolvimento dos cuidadosprimários em saúde oral com basenos princípios enunciados noRelatório Mundial da Saúde sobreCuidados Primários de Saúde (2008)e aprovadas pela AssembleiaMundial da Saúde na ResoluçãoAMS.62.12 (2009).

Protecção do ambientee cuidados dentáriosA cárie dentária é um problema desaúde pública mundial. Apesar dogrande esforço na promoção dasaúde e prevenção da doença, asrestaurações dentárias ainda sãouma necessidade para orestabelecimento funcional dos

dentes. São cada vez maisreconhecidas as implicaçõesambientais resultantes da utilizaçãode mercúrio e preferem-se assoluções alternativas para aamálgama dentária. A OMS e aUnited Nations EnvironmentProgramme (UNEP) têm reforçado otrabalho para a redução dasemissões de mercúrio e respectivouso. A UNEP está mandatada paraelaborar um instrumentojuridicamente vinculativo sobre aproibição do mercúrio. Os trabalhoscomeçaram em 2010 com oobjectivo de serem concluídos antesdo Conselho Administrativo da UNEP/Fórum Ministerial Mundial doAmbiente em 2013. Esse Tratadoterá um impacto significativo naprestação de cuidados de saúde oralem todo o mundo. Devido àintervenção do PGSO OMS, foidecidido adiar o processo para osector dos cuidados de saúdedentária, a fim de desenvolveralternativas de qualidade para asrestaurações dentárias comamálgama. No final de 2009, o PGSOOMS realizou uma consultadoria emGenebra, que visou os diferentesmateriais de restauração dentária.Um relatório dessa reunião técnicaforneceu um conjunto deinformações, sobre as mais actuaisevidências respeitantes à utilizaçãode materiais dentários restauradorese foram ainda discutidos alguns dosdesafios, no futuro, em relação aorecurso a materiais alternativos àamálgama dentária.

Liderança da OMSem informação em saúdeOs Regulamentos de Nomenclaturada OMS são essenciais para a práticade cuidados de saúde e aClassificação Internacional deDoenças (CID) é usada parainformação de mortalidade e demorbilidade em todos os Estados-Membros. As versões do CID têm-semostrado úteis para a codificação da

A CÁRIEDENTÁRIA É UMPROBLEMA DESAÚDE PÚBLICAMUNDIAL.APESARDO GRANDEESFORÇONA PROMOÇÃODA SAÚDE EPREVENÇÃO DADOENÇA, ASRESTAURAÇÕESDENTÁRIASAINDA SÃO UMANECESSIDADEPARA ORESTABELECIMENTO FUNCIONALDOS DENTES

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mortalidade e da morbilidade, bemcomo para o registo de doençasespecíficas, lesões, sinais, sintomas,queixas, circunstâncias sociais,razões para a apresentação e ascausas externas de lesões edoenças. A OMS iniciou a realizaçãode uma revisão da versão actual daCID-10 na CID-11. Uma série deGrupos de Aconselhamento Temático(GTA) foram criados para apoiar essetrabalho técnico, um destes gruposestá focado na saúde oral. O PGSOOMS convidou um grupo deespecialistas em saúde oral de todasas Regiões para ajudar na preparaçãodesta versão mais recente a serusada nas ciências dentárias.

Vigilância da saúde oralO PGSO OMS tem desenvolvidosistemas para a vigilância em saúdeoral, de forma a poderem serintegrados em programas Nacionaisde vigilância de saúde. O sistema daOMS STEPS contém um módulo desaúde oral para a recolha de dadosatravés de questionários e essesistema já está em uso em váriospaíses. A vigilância em saúde oralbaseada em indicadores clínicos érecomendada também para osdiferentes países através do manualda OMS Oral Health Surveys-BasicMethods (WHO, 1997). O manual foiactualizado, incluindo osquestionários STEPS para a avaliaçãode risco para a saúde oral e medidasde qualidade de vida. Além disso, sãosugeridas ferramentas para a recolhade dados sobre lesões bucaisrelacionadas com o HIV/SIDA. Aolongo dos últimos anos, aactualização do manual da OMS foivalidada a partir de inquéritosrealizados em países seleccionadosem todo o mundo, a componente doHIV/SIDA foi concebida a partir deexperiências adquiridas em paísesAfricanos.O PGSO OMS continua o seu esforçoem manter o Banco de Dados Globalde Saúde Oral instalado através dos

para a intervenção em saúde pública,pesquisa em metodologiasoperacionais e estabelecimento depontes entre a saúde oral nos paísesem desenvolvimento e naqueles jádesenvolvidos.

A 7ª Conferência Global de Promoçãoda Saúde (Petersen e Kwan, 2010)alertou para a necessidade deimplementação da medicinadentária, em benefício daspopulações mais pobres e excluídasem todo o mundo. De forma aalcançar esta meta o PGSO OMSinterage numa estreita colaboraçãocom os Centros Colaboradores desaúde oral da OMS, com aAssociação Internacional deInvestigação Dentária (IADR) e com aFederação Dentária Internacional(FDI). Recentemente a IADR iniciouum promissor projecto aodesenvolver a agenda global para apesquisa das desigualdades sociaisem saúde oral. O reforço de talinvestigação tenciona cobrir asprincipais doenças orais, os seusdeterminantes sociais e asimplicações para a investigação emsaúde pública.

Trabalho da OMScom as OrganizaçõesNão-Governamentais (ONG)A OMS organiza regularmenteencontros com as ONG para apartilha de experiências naprevenção das doenças crónicas. OPGSO OMS trabalha efectivamentecom duas ONG globais, ou seja, aFederação Dentária Internacional(FDI) e a Associação Internacionalpara a Investigação Dentária (IADR).As duas ONG estabeleceram umaestreita colaboração oficial com aOMS e as actividades desenvolvidasbaseiam-se no planeamento de umtrabalho conjunto ao longo de trêsanos. As actividades em curso daOMS-FDI-IADR são, por exemplo, ofornecimento de robusta evidência eexperiência prática relevantes para o

Centros Colaboradores da OMS para aEducação, Formação e Investigaçãoem Saúde Oral, localizado em Malmö,na Suécia e o da Transversalidade dasCiências da Saúde Oral, sitiado emNiigata, no Japão. O banco éaltamente relevante para odesenvolvimento global da vigilânciada saúde e actualmente ainformação, proveniente dosdiferentes países, será vital para afutura publicação Global Burden ofDisease. A vigilância do cancro oral ébaseada nos dados fornecidos pelaAgência Internacional da OMS para aInvestigação sobre Cancro. O PGSOOMS está envolvido com a vigilânciada Noma em países Africanos, emconjunto com OMS/AFRO.Recentemente, a OMS realizou umlevantamento sobre a actual situaçãoepidemiológica da Noma e aimplementação de programasnacionais de prevenção.

Investigação emSaúde OralFoi dada uma elevada prioridade àinvestigação em saúde oral, por partedo PGSO OMS. A Assembleia Mundialde Saúde em 2010 re-enfatizou asresponsabilidades e objectivos daOMS na investigação em saúde. AOMS reconhece a importância dainvestigação na promoção e equidadeem saúde. Em geral, pretende-se oreforço a nível nacional dos sistemasde investigação em saúde e iniciar oufortalecer a colaboração entre países.Uma particular atenção deve serprestada às necessidades deinvestigação dos países com baixosrendimentos, notoriamente em áreascomo: a transferência de tecnologias,recursos humanos na área dainvestigação e o desenvolvimento deinfra-estruturas. A OMS fornecedirectivas muito claras sobreinvestigação em saúde pública oral(Petersen, 2009). Estas implicamuma forte enfatização nasdeterminantes sociais, qualidade devida, saúde oral, sistemas depesquisa e investigação, evidência

A OMSRECONHECEA IMPORTÂNCIADAINVESTIGAÇÃONA PROMOÇÃOE EQUIDADE EMSAÚDE. EMGERAL,PRETENDE-SEO REFORÇO ANÍVEL NACIONALDOS SISTEMASDEINVESTIGAÇÃOEM SAÚDEE INICIAR OUFORTALECER ACOLABORAÇÃOENTRE PAÍSES

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desenvolvimento de futuros materiaispara a restauração dentária e reforçoda intervenção de saúde oral emrelação aos idosos. A OMS tambémtrabalha com outras ONG, tais comoa Ajuda Dentária Internacional (AOI),em projectos de base comunitária nasaúde oral, em vários países combaixos e médio rendimentos.

O Papel de Liderança da OMSO mandato da OMS para a acção emsaúde oral e as orientações para otrabalho a ser realizado peloprograma técnico de saúde oral foiestabelecido na ResoluçãoAMS.60.17. O PGSO OMS continuaseu esforço para a aumentar asensibilização dos decisores políticose das autoridades de saúde ao nívelglobal, regional e nacional para aimportância da saúde oral. Estatarefa essencial inclui ainda aadvocacia da saúde oral junto deoutras organizações das NaçõesUnidas, tais como a UNICEF, aUNESCO, a UNEP e a UNAIDS. Para asaúde oral, é fundamental trabalharde forma eficaz com as ONG, poisesta interacção pode proporcionaruma troca de experiências e dar inícioa novas acções de saúde oral.O PGSO OMS integra também assuas actividades em saúde oral, notrabalho desenvolvido por outrosdepartamentos ou unidades daOMS. Em primeiro lugar, integra

implementação do plano detrabalho para a saúde oral da OMS.Paralelamente, todo o trabalhorealizado pela IADR, FDI e AOI emapoio da OMS é muito apreciado.Globalmente, a OMS desempenhaum papel importante no trabalho deprevenção e controlo de doenças epromoção da saúde. A adopção dosprincípios básicos na promoção dasaúde ainda é um desafio grandepara países de todo o mundo. A 7ªConferência Global sobre Promoçãoda Saúde de 2009 definiu asdirectrizes para a transferência daciência para a acção e foram feitosesforços especiais em relação àsaúde oral. Actualmente, a OMS temvindo a fortalecer o seu trabalhopara a promoção da saúde; apromoção da saúde oral é umaparte importante deste projecto.Com base na evidência disponível, oobjectivo deste trabalho éespecificar “o que funciona” eidentificar os obstáculos e asoportunidades para a promoção dasaúde. Mais importante ainda, aOMS está altamente empenhadaem trabalhar para a implementaçãoda promoção da saúde e estreitar ofosso relativamente à saúde entrericos e pobres, a nível global,regional e nacional.

(Tradução do artigo por Mestre JoséFrias-Bulhosa)

todos os serviços de alimentação enutrição, de luta contra o tabagismo, ocancro, HIV/SIDA, da saúde infantil,do envelhecimento e saúde, ecolabora nos serviços relacionadoscom o fortalecimento dos sistemas deassistência em saúde e de CuidadosPrimários de Saúde, de vigilância, depesquisa e evidência em saúdepública, de água e saneamento e dosambientes saudáveis.O GOHP é uma unidade doDepartamento de Doenças Crónicase de Promoção da Saúde da OMS. Odepartamento desenvolveu seuPlano de Acção para a Prevenção deDoenças Não-Transmissíveis 2008-2013 e que incide sobre factores derisco, igualmente importantes paraa saúde oral, ou seja, a dieta enutrição, uso de tabaco e oconsumo excessivo de álcool. Esteplano de acção oferece umaplataforma única para a integraçãoda prevenção de doenças orais, naprevenção de outras doençascrónicas proeminentes, tais como adiabetes e o cancro em geral. OPGSO OMS trabalha efectivamentecom os Centros Colaboradores daOMS na área da saúde oral. Asactividades desses Centros sãorealizadas sob a liderança da OMS;o grande empenho e a assistênciatécnica de elevado nível oferecidapelos Centros Colaboradores daOMS são uma mais-valia para a

OMS ESTÁALTAMENTEEMPENHADAEM TRABALHARPARA AIMPLEMENTAÇÃODA PROMOÇÃODA SAÚDEE ESTREITARO FOSSORELATIVAMENTEÀ SAÚDE ENTRERICOSE POBRES,A NÍVEL GLOBAL,REGIONALE NACIONAL

BibliografiaBlas, E., Kurup, A.S. (2010): Equity, social determinants and public health programmes. Geneva: World Health Organization.Commission on Social Determinants of Health (2008): Closing the gap in a generation. Health equity through action on the social determinants of health.

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