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Mais transportes, · transportes em Portugal, mas é prática já vulgarizada na distribuição, no grande comércio e em muitas outras atividades. Facilitar a deslocação e a vida

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Mais transportes, mais qualidade de vidaHá poucos dias foi tornado público pelo Ministério do Ambiente o Relatório de Estado do Ambiente 2017. As suas conclusões, sobre a forma como os portu-gueses se deslocam, espelham uma realidade muito longínqua das metas anun-ciadas, dos objetivos a atingir e das políticas proclamadas.Das deslocações realizadas, 89,4% são asseguradas pelo transporte individual, aliás, em linha com o período entre 2005 e 2015.Os números não deixam margem para dúvidas. E pela sua expressão e constân-cia a conclusão só pode ser uma: todas as políticas para diminuir esta tendência foram um rotundo e completo insucesso. Falharam em toda a linha.Para que não haja qualquer dúvida sobre o falhanço das políticas da última década, o relatório indica que o número de automóveis ligeiros se situa nos 4,9 milhões, tendo crescido mais 2,1% em 2017 do que no ano anterior, o que apenas significa que é a maior taxa de motorização dos últimos quatro anos.Utilizando um registo desportivo, diria que “ninguém nos agarra”! O problema é que estamos a correr em sentido oposto, o que significa que não estamos na competição certa, correndo mesmo o risco de interpretarem a nossa corrida como uma fuga... um fugir para a frente, um muito típico “depois logo se vê”!Registo desportivo à parte e apenas tendo em mente os dados aqui referidos, as conclusões deste relatório realçam a impreparação que temos para responder ao compromisso assumido de tornar Portugal neutro em carbono em 2050.Quanto ao resto, a conclusão é simples: tudo o que sobra é um pouco mais complicado – temos de captar e seduzir mais pessoas para realizarem as suas deslocações em transporte público.Este enorme desafio tem na sua solução e génese a adoção de políticas inte-gradas nos domínios do território, do urbanismo, do planeamento e da gestão, sendo que alterações nestas áreas são sempre morosas e de alta complexidade.Sabendo que a oferta de transportes é sempre reflexo destas políticas, importa também identificar quais os mecanismos que estes têm ao seu dispor para sedu-zir mais pessoas e conquistar mais mercado. Acredito que por esta via também há muito para fazer e certamente com resultados mais imediatos.A anunciada aplicação “Anda”, criada pela Transportes Intermodais do Porto, é um excelente exemplo de como é possível seduzir mais pessoas. Como? Utili-zando a linguagem do consumidor e facilitando de forma intuitiva a vida deste. Desmaterializando os convencionais bilhetes, esta App tem no seu conceito faci-litar o acesso do consumidor aos transportes públicos, assegurando a otimização dos seus custos de deslocação, sempre a favor do cliente.Associada a um cartão de crédito/débito, o “Anda” não obriga ao carregamento de nenhum título ou passe, possibilitando ao consumidor fazer uso dos serviços de transporte que necessita, recebendo em sua casa, no final do mês, a fatura correspondente apenas às deslocações realizadas.Recorrendo a algoritmos de grande rigor, o sistema analisa o histórico de viagens efetuadas e apresenta a solução tarifária mais económica e mais vantajosa para o cliente.Este bom exemplo de relacionamento entre provedor/cliente é inovador nos transportes em Portugal, mas é prática já vulgarizada na distribuição, no grande comércio e em muitas outras atividades.Facilitar a deslocação e a vida das pessoas é possível, desejável e prioritário, sendo hoje uma regra básica no dia-a-dia de [email protected]

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Postal Ilustrado

ATUALIDADES FlixBus cria FlixTrain e já anda sobre carris

Projeto de bikesharing da capital concluído em março Estações de serviço... em prol da mobilidade!

Coimbra Airport Shuttle faz viagens para os aeroportos de Lisboa e do Porto

A monitorização e fiscalização dos contratos e do serviço de transporte público

mytaxi defende modernização do setor em Portugal

Construtores de automóveis já olham para a mobilidade partilhada

“Elevados prejuízos” afastam armadores do concurso para o ferry

OPINIÃO Uma boa iniciativa...

Fator Humano na nova Era

Autónomos

Ser ou não ser, eis a inovação

Expetativas dos operadores de transporte: É para levar em consideração?

Nova mobilidade, novas regras

Velocidade móvel

DESTAQUE Novas linhas vão gerar anualmente mais 12 milhões

de validações e 7 milhões de euros

EM FOCO CaetanoBus investe em nova fábrica e duplica

número de trabalhadores

REPORTAGEM Foco Criativo aposta no setor da aeronáutica

INDÚSTRIA Versões híbridas e elétricas reforçam gama

do Mercedes-Benz Citaro

Solaris prossegue expansão na Europa

Propriedade – Editor e sede de Redacção:

N.I.C.P. 504 565 060Rua Manuel Marques, 14 - Lj N - 1750 - 171 LisboaTel. +351 213 559 015 [email protected] - www.dicasepistas.pt

Conselho Editorial: António B. Correia Alemão, Alberto Castanho Ribeiro, António Proênça, António Corrêa de Sampaio, Artur Humberto Pedrosa, João Miguel Almeida, Manuel Nunes, José Manuel Palma, José M. Silva Rodrigues, Manuel Pires Nascimento, Martins de Brito, Orlando C. Ferreira Diretor: José Monteiro Limão Secretariado: Mar garida Nascimento Redação: Pedro Costa Pereira ([email protected]), Pedro Venâncio ([email protected]) Sara Pelicano ([email protected])Fotografia: Bernardo Pereira Paginação: Bernardo Pereira, Susana Bolotinha, Teresa Matias Impressão: A Persistente - Quinta do Nicho - 2140-120 Chamusca - Portugal Distribuição: Mailing Directo Periodicidade: Mensal Tiragem: 10000 exem plares Depósito Legal: 178 390/02 Registo do ICS n.º 125418 Publici dade e Assinaturas: Margarida Nascimento - [email protected]

Estatuto editorial disponível em: www.transportesemrevista.com

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José Monteiro LimãoDiretor

DEZEMBRO 2017 / JANEIRO 2018 TR 178

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A Adidas desenvolveu uns ténis que incluem um código QR, reconhecido pelo sistema de bilhética da Companhia de Transportes Berlinense. O calçado serve,

assim, para validar o passe de transportes públicos. Os ténis estão a ser testados em Berlim.

EM DIRETO

Parece-me excessivo que mais de três mil motoristas sejam considerados fora da lei, sobretudo quando estamos há um ano para aprovar a lei. Um Estado de direito tem de regulamentar as atividades e não fazer caça à multaJosé Mendes, secretário de Estado Adjunto e do Ambiente

Temos que ter transportes elétricos, porque são mais sustentáveis, mas não podem ser transportes individuais. As bicicletas, motas e carros partilhados são soluções importantes, mas para complementar os transportes públicos. Não resolvem o problemaFernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa

O metro é uma atividade cara e que só é rentável para grandes fluxos de passageirosVítor Domingues dos Santos, presidente do Metropolitano de Lisboa

A valorização dos territórios é um elemento estrutural da salvaguarda da própria viabilidade do paísEduardo Cabrita, ministro da Administração Interna

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POSTAL ILUSTRADO

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Transporte ferroviário ‘low cost’

FlixBus cria FlixTrain e já anda sobre carris

Depois de revolucionar o transporte rodoviário de passageiros de longo curso na Europa, a FlixBus virou-se para a ferrovia através de um serviço ‘low cost’ de transporte ferroviário. A FlixTrain tem como objetivo formar uma verdadeira e acessível “rede de transporte público”.

AFIRMANDO-SE COMO “uma plataforma de mobilidade”, a FlixBus passou da estrada para os carris e já opera viagens em modo ferroviário. André Schwämmlein, um dos fundadores da FlixBus, afirma que “concei-tos intermodais de transporte – autocarro

e comboio – de longa distância já funcio-nam noutros países. É assim que criamos uma alternativa atrativa à viatura própria. Acreditamos que o futuro da mobilidade na Alemanha passe por uma rede de transpor-te público”.A FlixTrain nasceu de uma parceria entre a FlixBus, a LEO Express e a Locomore, uma startup alemã criada com o intuito de ser

uma alternativa à rede ferroviária Deuts-che Bahn, líder incontornável no mercado alemão. Para já, a FlixTrain disponibiliza apenas um serviço entre as cidades alemãs de Berlim e Estugarda, cinco vezes por se-mana. Os bilhetes, a preço ‘low cost’, as-sim como as reservas, podem ser feitas na plataforma online da empresa em www.flixbus.de/locomore.

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ATUALIDADESferroviárias

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Pedro Venâncio [email protected]

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A Locomore foi criada em 2007, mas só em 2015, através de uma campanha de ‘crowdfunding’, onde angariou cerca de 260 mil euros, cresceu significativamente. Um ano depois, no final de 2016, come-çaram a circular os primeiros comboios na rede ferroviária entre as cidades de Berlim e Estugarda. Apesar da novidade na oferta do serviço, a Locomore revelou-se financeira-mente não lucrativa e em maio de 2017 pe-diu insolvência. Contudo, semanas depois, a operadora privada checa LEO Express as-sumiu as operações da startup, sendo os bilhetes adquiridos através da plataforma FlixBus, parceira da LEO Express.O interesse da FlixBus em operar um servi-ço de transporte ferroviário de passageiros ‘low cost’ não é recente. A empresa ger-mânica tem vindo a cooperar há já alguns anos com várias operadoras rodo-ferroviá-rias, na República Checa e na Áustria, de forma a conectar os dois modos de trans-porte numa plataforma multimodal. Peter Köhler, CEO da operadora checa LEO Ex-press, afirmou que a parceria com a FlixBus poderia “conectar dois meios de transporte ecológicos e sustentáveis num modelo mul-timodal”. Na Áustria, a FlixBus tem feito a conexão de linhas rodoviárias de longa dis-tância com a operadora ferroviária privada Westbahn, principal concorrente da estatal Austrian Federal Railways (ÖBB), através de viagens a preços reduzidos.Entenda-se que esta “conexão de linhas” é feita pelo cruzamento de oferta de viagens de autocarro e de comboio na plataforma digital e online FlixBus, isto é, a empresa alemã disponibiliza a sua plataforma para

que outros operadores rodoviários (e agora ferroviários, caso da LEO Express) vendam os seus ingressos. Resumindo, a FlixTrain funciona como plataforma de mobilidade, onde a LEO Express disponibiliza as suas viagens e bilhetes, podendo o comboio ter a designação ‘Locomore’, startup coman-dada pela operadora checa. Um pouco confuso, ainda assim, o mesmo acontece com a FlixBus, que através da sua platafor-ma, oferece bilhética de outros operadores de transporte rodoviário, como é o caso da IberoCoach.No site, a FlixBus detalha que “começa-mos com a rota entre Berlim e Estugarda”, sendo as “viagens realizadas pelo nosso parceiro LEO Express”, sendo a FlixBus encarregue da distribuição dos ingressos. “Acreditamos na Locomore, e que a mobi-lidade ferroviária não necessita de ser cara. Juntos, retomamos as operações de com-boio. Ao mesmo tempo, estamos muito fe-lizes com a inclusão deste serviço na nossa rede de expressos”.Relativamente ao enquadramento legal, tantas vezes discutido quando se trata de novas plataformas de mobilidade, a Flix-Train foi reconhecida pelo Ministério do Interior da Baviera como uma plataforma de mobilidade ferroviária, podendo exercer operações em toda a rede ferroviária ale-mã e europeia, como referiu o ministro dos Transportes alemão, Joachim Herrmann, citado pelo WIRED. “A FlixTrain apresen-ta as condições necessárias de fiabilida-de, aptidão profissional e financeira para operar no mercado. Estou satisfeito com o aumento da oferta de empresas ferroviá-

rias alemãs. A competição só beneficia o negócio”.Invariavelmente, a Deutsche Bahn, deten-tora do monopólio ferroviário na Alema-nha, não verá com bons olhos a entrada da FlixTrain no mercado, uma vez que, estan-do esta ligada à FlixBus, pode ver ameaça-dos os seus serviços. Recorde-se que após a entrada no mercado, a FlixBus conquistou em poucos anos grande parte das ope-rações rodoviárias de longa distância na Alemanha e na Europa. Confrontado pelo WIRED, Doris Müller-Hellmann, porta-voz da Deutsche Bahn, referiu apenas que “de momento, não queremos comentar esse assunto”. O site alemão WIRED diz ainda que esta “reação evasiva é compreensível”, por parte da DB. Ainda assim, é expectável que a FlixTrain continue a trabalhar no pla-neamento de novas rotas, além da já ope-racional Berlim-Estugarda.A criação de uma rede intermodal de au-tocarro e comboio a nível europeu é o grande objetivo da FlixBus, com a criação da plataforma FlixTrain. “No entanto, o negócio principal da FlixBus continuará a ser a operação rodoviária de longa distân-cia tanto na Alemanha, como no resto da Europa”, afirma André Schwämmlein. To-davia, sendo a empresa uma plataforma de mobilidade, o responsável não descarta a passagem do serviço para outros modos de transporte, estando “sempre aberto a no-vas oportunidades”.No chamado mix de mobilidade, a FlixBus e a FlixTrain podem não só fornecer cone-xões flexíveis de longa distância entre as principais cidades alemãs e europeias, mas também oferecer a flexibilidade de trans-porte entre pequenas e médias cidades. David Krebs, porta-voz da FlixBus, define que “a médio prazo, queremos convencer mais pessoas a mudarem do transporte pri-vado para meios de transporte otimizado, confortável e sustentável”. No fundo, a FlixTrain vem assumir-se como um conceito susceptível de atrair cada vez mais operadoras ferroviárias, capazes de garantir às pessoas um meio de transporte flexível, alternativo e adaptado às suas ne-cessidades. Concordando-se ou não, esta é a realidade. Transportes flexíveis, alternati-vos e baratos, capazes de responder à pro-cura de passageiros cada vez mais exigen-tes, sem tempo nem grandes possibilidades económicas.

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Estado volta a reforçar capital da CP

Linha da Beira Baixa

IP substitui travessas de madeira por betão

O Estado injetou mais 11 milhões de euros na CP – Comboios de Portugal. Deste modo, a operadora ferroviária vê o seu capital esta-tuário subir para os 3.850 milhões de euros. O aumento de capital foi dado a conhecer em dezembro, em comunicado à CMVM – Co-missão de Mercado de Valores Mobiliários.Recorde-se que este é já o terceiro reforço de capital no terceiro trimestre do ano por parte do Estado à CP, depois de a 25 de outubro ter injetado 16,8 milhões de euros e a 11 de de-zembro ter capitalizado mais 418,3 milhões de euros. Contudo, e apesar dos sucessivos reforços de capital, a CP permanece com uma dívida de três mil milhões de euros.

Na estação da Barca da Amieira, na Linha da Beira Baixa, devido aos incêndios do verão pas-sado, muitas travessas de madeira arderam. A IP – Infraestruturas de Portugal decidiu subs-tituí-las por travessas de betão bibloco. Esta medida permitiu o restabelecimento normal da circulação, com restrições desde o verão, e ainda dar continuidade ao plano de migração de travessas de madeira para o betão. A em-preitada contemplou a transformação de barra curta em barra longa soldada, a beneficiação dos estrados de madeira do atravessamento da estação de Barca da Amieira e da passagem de nível ao quilómetro 40,836. “Esta ação envol-veu um investimento de cerca de 370 mil euros, tendo sido reforçadas as condições de seguran-ça, repostas as condições de operacionalidade e retirada a limitação de velocidade existente”, esclarece a Infraestruturas de Portugal.

Em Espanha

Renfe inicia testes com comboio movido a GNLA Renfe, empresa ferroviária espa-nhola iniciou, na região das Astúrias, testes com o primeiro comboio mo-vido a GNL – gás natural liquefeito. Este é, de acordo com a operadora espanhola, o primeiro teste a nível mundial com estas especificidades. O teste piloto resulta de uma parceria entre a Renfe, a Gas Natural Fenosa, a Enagás, e o Bureau Veritas, e tem como objetivo testar a viabilidade do GNL em transporte ferroviário. O desenvolvimento de comboios mo-vidos a combustíveis alternativos faz parte dos planos da Renfe e da Adif – Administrador de Infraestructuras Ferroviarias para a descarbonização, sustentabilidade ecológica e eficiên-cia energética, assim como do plano estratégico de condução do Veículo com Energias Alternativas (VEA) em Espanha 2014-2020.

Em Paris

Cardoso dos Reis eleito presidente do EMC da UIC Realizou-se recentemente em Paris a reu-nião do ‘European Management Com-mittee’ e a Assembleia Geral da Região Europa da União Internacional dos Ca-minhos-de-Ferro (UIC). Entre os trabalhos em agenda, foi eleito o colégio de gestão para o biénio 2018-2019, assim como o presidente do organismo, Francisco Car-doso dos Reis, da IP – Infraestruturas de Portugal e o 1.º vice-presidente, Bernard Guillelmon, CEO da companhia ferroviária helvética BLSAG. O EMC constitui o Comi-té Executivo que assegura a promoção das políticas aprovadas pela Assembleia-Geral da associação que estão relacionadas com o desenvolvimento do transporte ferroviá-rio em todo o continente europeu. O pre-sidente da Região Europa integra também

o Board Mundial e a Assembleia-Geral, órgãos deliberativos da UIC, com respon-sabilidade na elaboração e acompanha-mento da implementação do Plano Anual de Trabalho, do Orçamento Global e dos Planos Regionais, e responsáveis pela defi-nição das políticas e das linhas de atuação da associação a nível mundial. Na reunião foi ainda debatida a alteração dos regula-mentos internos do EMC; as questões da contratação pública, no âmbito da inicia-tiva “Boosting Railways for the 21st Cen-tury”; o papel da comunidade ferroviária no quadro do futuro programa Shift2Rail 2; a otimização do papel da UIC no desen-volvimento das normas e soluções para o conjunto da comunidade de stakeholders ferroviários; a decisão referente ao Acordo

com o CEN-Comité Europeu de Normali-zação e o CENELEC – Comité Europeu de Normalização Eletrotécnica; a aprovação do Programa de Trabalho de 2018 para a Região Europa; e as questões do orçamen-to de 2017 e as propostas para o novo orçamento para 2018.

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60,6 milhões de validações

Metro do Porto cresceu 4,5% em 2017

Descontos

CP promove viagens Lisboa-Porto desde 5€

No ano passado, o Metro do Porto teve “o melhor registo de procura de sempre”, al-cançando os 60,6 milhões de validações, mais 2,6 milhões do que em 2016, o que representa um crescimento de 4,5%.O presidente do Conselho de Administra-ção da Metro do Porto, Jorge Delgado, em declarações à agência Lusa, afirmou que “o recorde de procura alcançado em 2017 re-força a linha de crescimento que o Metro apresenta praticamente desde o primeiro ano de operação. É um resultado notável,

mas que apenas faz aumentar a nossa res-ponsabilidade e a nossa exigência no sentido de continuar a prestar um serviço de muita qualidade à população. Por outro lado, es-tes números – a somar aos estudos técnicos muito profundos e às decisões tomadas pelo Governo e, em concreto, pelo Ministério do Ambiente quanto à expansão da rede – são mais um dado que contribui para as expeta-tivas que todos temos quanto à justificação e à viabilidade económica das novas linhas”, acrescentou.

Troço Tunes-Lagos

Grupo Quadrante integra consórcio para a eletrificação da Linha do AlgarveO Grupo Quadrante integra o consór-cio responsável pelo desenvolvimento dos projetos de eletrificação da Linha do Algarve, no troço Tunes-Lagos, in-tegrado no plano de investimentos Ferrovia 2020, e no âmbito do Plano Estratégico PETI 3+.A eletrificação do troço Tunes-Lagos vai permitir a exploração comercial exclusivamente com material elétrico de forma a melhorar a eficiência do sistema, nomeadamente ao nível da redução no tempo de percurso e da ne-cessidade de custos de aluguer de ma-terial à empresa ferroviária espanhola RENFE. A cargo da Quadrante estão os estudos geológicos e geotécnicos, os projetos de supressão de passagens de nível, e de obras de arte, como pontes e viadutos, assim como todos os estu-dos ambientais.Tiago Costa, administrador e responsá-vel pela área de Transportes do Grupo Quadrante destacou que “para o grupo é muito importante integrar um proje-to desta importância e contribuir de forma direta para a modernização da rede ferroviária nacional, importante do ponto de vista ambiental e econó-mico”. O responsável sublinhou ainda que “para responder de forma eficaz

ao fluxo e às necessidades de mobili-dade, que esta região tem vindo a re-gistar, tanto no âmbito turístico como empresarial, é crucial proceder-se à melhoria das condições de exploração ferroviária e à redução da sinistralidade nos atravessamentos rodoviários, atra-vés de desnivelamentos”.O projeto de eletrificação da Linha do Algarve, no troço Tunes-Lagos, faz par-te do Corredor do Algarve, um dos seis eixos de desenvolvimento prioritário, nos quais se integram os projetos de investimento a concretizar para o pro-grama Horizonte 2014-2020. A inter-venção, ao longo de 40 quilómetros deste eixo, terá efeitos estruturantes para a mobilidade da principal região turística de Portugal e desta com o res-tante território nacional e europeu.

A CP – Comboios de Portugal disponibilizou, entre os dias 5 e 15 de janeiro, uma tarifa promocional com descontos até 80%, em viagens de longo curso. Durante este perío-do, viagens entre Lisboa e Porto puderam ser adquiridas a partir de cinco euros para com-boios Intercidades e 6,5 euros para o Alfa Pendular. Em comunicado, a CP esclarece que “estes bilhetes podem ser comprados com a antecedência mínima de 10 dias e máxima de 60 dias para viagens a realizar entre 14 de janeiro e 14 de março do corrente ano”.

Além da redução do preço entre as duas maiores cidades portuguesas, a promoção abrangeu outros destinos de longo curso da CP como é o caso de Lisboa – Covilhã, desde 3,50 euros; Lisboa – Guarda e Lisboa – Faro desde 4,5 euros ou ainda Lisboa – Braga e Lisboa – Guimarães desde 5,50 euros. Desde 2013 que a CP promove esta campanha pro-mocional, recebida com sucesso pelos passa-geiros, contribuindo para o crescimento da procura destes serviços na ordem dos 37%.

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apontamentosOPINIÃO

Fernando Nunes da Silva

Uma boa iniciativa...

[email protected] - Centro de Sistemas Urbanos e Regionais

A propósito do próximo quadro comu-nitário de apoio, o primeiro-ministro defendeu a necessidade de se estabe-

lecer um consenso, tão alargado quanto pos-sível, em relação aos projetos estruturantes e grandes obras públicas a considerar nesse âmbito. A justificação para uma tal posição é de que esses projetos não se concretizam numa única legislatura, sendo por isso im-prescindível que se estabeleçam os compro-missos e os acordos que viabilizem a continui-dade das decisões que sobre eles se tomem e a sua efetiva realização. Creio que todos os que se interessam por estas questões não po-derão deixar de concordar com esta boa ini-ciativa do primeiro responsável político pelo governo, tanto mais importante quando o país está finalmente a recuperar do período negro que se seguiu à entrada da “troika”, começando a dispor dos meios financeiros que lhe permitam retomar políticas públicas que corrijam ineficiências e colmatem insu-ficiências do nosso sistema de transportes e acessibilidades. Trata-se por isso da afirmação de uma vontade e disponibilidade políticas que só merece aplauso, que esperamos sin-ceramente encontre os parceiros necessários para se concretizar.No entanto, há duas ordens de questões que nos levam a ter uma postura mais cautelosa em relação ao que se poderá esperar desta posição. Desde logo, qual a razão para só se procurar esse consenso para o próximo quadro comunitário de apoio? Não estão já em curso decisões estruturantes que o me-reciam, ou mesmo exigiam? Será que esta disponibilidade do governo só se aplica para o futuro próximo, enquanto que para o pre-sente vigora outra forma de atuar, a qual não tem primado por esse tipo de preocupações? Citemos apenas dois exemplos: o novo ae-roporto de Lisboa e a expansão da rede do Metropolitano de Lisboa. No primeiro caso, a opção por “desdobrar o aeroporto” em duas infraestruturas não só colide com o decidido anteriormente (por sinal num governo suportado numa maio-

ria absoluta do PS) como contraria todos os estudos técnicos e os pareceres de entidades não enfeudadas aos novos donos da ANA, que demonstraram de forma irrefutável que a solução mais eficiente seria a de construir a primeira pista do então projetado novo ae-roporto na margem sul do Tejo. A opção do governo tem assim sido contestada tanto téc-nica como politicamente (nem os outros par-tidos que suportam o governo na AR estão de acordo com esta opção). Não seria este um bom caso para se começar a pôr em prática a tal procura de consensos? No segundo caso a situação é ainda mais caricata. A decisão de construir uma linha

circular não só contraria todos os anteriores estudos e estratégia de expansão da rede do ML, como tem problemas técnicos e de cons-trução que a desaconselham. Desta vez, os interesses imobiliários falaram mais alto e a rede de transportes coletivos da AML poderá sofrer uma entorse de que dificilmente recu-perará. Também neste caso as vozes que se manifestaram contra esta opção não foram suficientes para sensibilizar o governo para a tal procura de consensos. Com estes dois casos, como se pode acreditar que o agora anunciado é mesmo para valer?

A segunda ordem de razões tem a ver com a ausência de estruturas técnicas do Estado no domínio dos transportes e das obras pú-blicas, que foram sendo sucessivamente des-manteladas desde os tempos do cavaquismo e prosseguidas com Sócrates. Hoje a admi-nistração pública não tem um Conselho Su-perior de Obras Públicas e Transportes, nem um Gabinete de Estudos e Planeamento nes-ta área crucial de ação das políticas públicas. Quem vai então, com saber, independência e rigor, coordenar e avaliar os necessários estudos técnicos que ajudem à tomada de decisão política? Ou será que vamos mais uma vez assistir à contratação das empresas

do costume para “fundamentar tecnicamen-te” as decisões que previamente foram to-madas?A procura de consensos e compromissos en-tre a classe política em relação a estes temas é, sem dúvida, fundamental e a afirmação de que é por aí que se pretende seguir não pode deixar de suscitar o nosso apoio. Mas é imprescindível que estes se baseiem em estudos sérios e independentes e tenham na administração do Estado quem os saiba equacionar e analisar. Ora isso está longe de estar garantido.

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Bicicletas partilhadas

Principal aplicação de transportes chinesa integra bicicletas partilhadas

Mobilidade sustentável

Utilização da bicicleta em Lisboa em estudo

A empresa Didi Chuxing, que detém as ope-rações da Uber na China, anunciou o lança-mento de uma plataforma de bicicletas parti-lhadas, que integra os serviços chineses Ofo e Bluegogo. Desta forma, as bicicletas vão ficar

disponíveis na aplicação da Didi, sem exigir o pagamento de um depósito.Em comunicado, a Didi Chuxing esclarece que “espera trabalhar com mais parceiros para apoiar o crescimento sustentável da

indústria dos transportes partilhados e para criar uma melhor experiência de mobilidade”. O pagamento do uso das bicicletas partilha-das é feito através da digitalização do código QR. O uso de bicicletas partilhadas cresceu nas cidades chinesas nos últimos dois anos. O sistema de bicicletas partilhadas começou em 2015 por um grupo de estudantes da Universidade de Pequim, China, que criaram a marca Ofo. A Ofo está em Portugal desde o ano passado, disponibilizando 50 bicicletas no concelho de Cascais. A Didi comprou, em meados de 2016, as ope-rações da Uber na China, assumindo controlo total do mercado do país. Em janeiro, deu o primeiro passo para a internacionalização, ao comprar uma participação na brasileira 99Ta-xis, aplicação de transporte privado, líder do mercado em São Paulo e Rio de Janeiro.

Um estudo realizado por duas universida-des está a equacionar as barreiras à adoção da bicicleta como modo de transporte em cidades de baixa maturidade ciclável, como é o caso da capital lisboeta. Rosa Félix, in-vestigadora do IST – Instituto Superior Téc-nico está à frente do projeto que tem como objetivo “caracterizar as escolhas de mobili-dade e transportes de residentes, trabalha-dores ou visitantes de Lisboa, compreender quais as motivações para a adoção da bi-cicleta nas deslocações em meio urbano”, assim como perceber “as barreiras que difi-cultam a mudança de meio transporte e os incentivos que poderiam ajudar as pessoas a alterar os seus hábitos de transporte”.Rosa Félix, investigadora na área da mobi-lidade ciclável e responsável pelo inquérito, sublinha que “o mito das sete colinas con-tinua a ser uma barreira psicológica para a adoção da bicicleta” na capital portugue-sa, apesar de um outro estudo indicar que “74% das ruas da capital têm declives até 5%, o que é considerado favorável para a circulação em bicicleta”.A investigadora adianta que “queremos compreender os fatores que explicam que

vários lisboetas tenham já optado pela bi-cicleta, mas a maioria continue a preferir o automóvel ou os transportes públicos, mes-mo para distâncias até cinco quilómetros”.Estudos internacionais têm revelado que a alteração de hábitos de mobilidade em prol da utilização da bicicleta não depen-dem unicamente da oferta de infraestru-turas cicláveis, mas também de incentivos complementares que ajudem a ultrapassar barreiras psicológicas. Rosa Félix frisa que

“queremos compreender quais as barreiras percebidas e as expectativas à alteração de hábitos para melhor apoiar o desenho de políticas de promoção da bicicleta”.O inquérito desenvolvido pela investigado-ra do IST esteve disponível durante o mês de janeiro em www.inquerito.bike, sendo o público-alvo os potenciais utilizadores de bicicleta em Lisboa e os atuais ciclistas ur-banos, com questões distintas para ambos os grupos.

ATUALIDADESmodos suaves

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Gira.Bicicletas de Lisboa

Projeto de bikesharing da capital concluído em marçoA Câmara Municipal de Lisboa quer ter o projeto das bicicletas partilhadas, Gira, concluído em março. Até esta data serão instaladas mais estações e está previsto o crescimento das ciclovias.

A CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA quer ter o projeto de bicicletas partilhadas, Gira.Bicicle-tas de Lisboa, concluído “no final do primeiro trimestre”, afirmou o vereador da Mobilidade e Segurança da Câmara Municipal de Lisboa, Miguel Gaspar.No total, a rede Gira terá 140 estações em vá-rias zonas da cidade e 1.410 bicicletas elétricas e clássicas. 92 estações ficarão localizadas no planalto da cidade, 27 na baixa e frente ribeiri-nha, 15 no Parque das Nações e seis no eixo en-tre as avenidas Fontes Pereira de Melo e Liber-dade. O serviço Gira tem três modalidades de

adesão: o Passe Anual e o Passe Mensal, destinado apenas

a residentes em Portugal, com um custo de 25 e 15 euros, respetivamente, e o Passe Diário com um

custo de 10 euros. A estes

valores de subscrição do serviço acrescem as ta-rifas de utilização de 0,10 euros em bicicletas clássicas e 0,20 euros em bicicletas elétricas em viagens até 45 minutos. Excedido este tempo, acresce um euro até aos 90 minutos e viagens superiores acresce dois euros.Miguel Gaspar, que falava dia 9 de janeiro aos deputados das Comissões Permanentes de Fi-nanças e Transportes da Assembleia Municipal de Lisboa, acrescentou ainda que “já estão a ser feitas obras em Telheiras, no Marquês e na Avenida da Liberdade para a colocação de mais estações, pelo que o objetivo será ligar o planal-to a Belém e Algés”. A Assembleia Municipal ouviu a vereação no âmbito do orçamento municipal, Grandes Op-

ções do Plano e planos de atividades das em-presas municipais, como é o caso da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento (EMEL). Há um mês, a rede Gira, implementada em se-tembro, contava com 43 estações e 409 bicicle-tas. Até ao momento, foram vendidos “três mil passes” da rede Gira, segundo o vereador da Mobilidade e Segurança. Atualmente, Lisboa tem 80 quilómetros de ci-clovia, sendo objetivo do município de Lisboa chegar aos 200 quilómetros. O sistema Gira é coordenado pela EMEL que, segundo Miguel Gaspar, “será cada vez menos uma empresa de estacionamento e cada vez mais uma empresa de mobilidade”.

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Sara Pelicano [email protected]

1.410 bicicletas

3.000 passes vendidos

80 km de ciclovia

140 estações

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Mobilidade sustentável

Póvoa de Varzim vai construir 5 km de ciclovia A Câmara Municipal de Póvoa de Varzim vai avançar com a construção de mais cin-co quilómetros de ciclovia de modo a ligar a cidade ao concelho de Famalicão. Aires Pereira, presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, destacou o projeto como parte integrante da candidatura do muni-cípio a fundos comunitários, no âmbito do PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvi-mento Municipal.O plano é que, até 2020, a nova ciclovia seja uma realidade, ficando a Póvoa de Var-zim “praticamente coberta em termos de vias de circulação para bicicletas”, destacou o autarca. O responsável explicou ainda que existem “três eixos a merecerem intervenção: a cria-ção de uma ciclovia, paralela à via B, que atravessará toda a cidade; uma outra de interligação entre o parque da cidade e a

zona da marginal; e uma de ligação entre a zona das escolas e o cento da cidade e a estação de metro”. Incluído neste projeto, Aires Pereira aponta um investimento de 2,5 milhões de euros na recuperação da ci-clovia entre a Póvoa de Varzim e Famalicão.

“Vamos proceder a uma significativa remo-delação, nomeadamente no piso e na sina-lética, sendo feito em parceria de compa-tibilização com a autarquia de Famalicão, para que toda a via fique uniforme”, referiu o autarca citado pelo Porto Canal.

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De Munique para o futuro

Estações de serviço... em prol da mobilidade!

A Mobility Station de Munique é a primeira “estação de serviço” de mobilidade que reúne no mesmo perímetro todos os meios de transporte. Metro, elétrico, autocarro, carsharing, bikesharing, táxi. Tudo “à mão de semear” dos passageiros para que “o onde, o quando, e o como” das deslocações deixem de ser um problema.A CIDADE DE MUNIQUE E A MVG – ‘Münch-

ner Verkehrsgesellschaft’, a principal opera-dora de transporte público da cidade, criaram a primeira estação de serviço multimodal de mobilidade. O projeto é desenvolvido des-de novembro de 2014 e visa proporcionar aos cidadãos diversas formas de mobilidade sustentável num único centro, evitando que estes se desloquem através de automóveis particulares.Hoje em dia, não é invulgar em grandes cen-tros urbanos que as estações reúnam vários meios de transporte, desde comboio, me-tro ou elétrico, autocarro e praça de táxis no mesmo perímetro. Todavia, o projeto de Munique e da MVG junta na mesma estação

parques de estacionamento exclusivamente reservados às novas plataformas de mobilida-de, quer de carsharing, quer de bikesharing, assim como pontos de carregamento rápido para veículos elétricos destas empresas.Desde a sua projeção, foram feitos estudos em torno da importância emergente des-tes locais para a mobilidade e liberdade dos passageiros, tornando-se claro os benefícios destas estações de serviço multimodais de transporte integrado. O discurso é sintomáti-co, assim como as mudanças e os desafios. A criação de estações semelhantes vai permitir libertar a médio/longo prazo espaços con-gestionados nas cidades, diminuir o ruído e a poluição, e aumentar de forma significativa a oferta de modos de mobilidade, capazes de satisfazer as necessidades de liberdade e ce-leridade dos utentes.

A partilha – ‘sharing’ – está cada vez mais presente no léxico da mobilidade sustentável uma vez que traz benefícios sociais, ecológi-cos e financeiros para os cidadãos. Segundo a operadora de transporte MVG, o conceito de “partilha” está a enraizar-se na sociedade, consecutivamente, o automóvel vai perdendo valor simbólico e social tornando-se cada vez mais dispendioso. Em sentido inverso, o car-sharing ganha utilizadores pelos benefícios de “possuir” um veículo sem qualquer custo a este acarretado.

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12 TR 178 DEZEMBRO 2017 / JANEIRO 2018

Pedro Venâncio [email protected]

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Além do fator “mobilidade”, estas estações de serviço de transporte integrado agregam valor à envolvente paisagística para o estabe-lecimento de zonas de lazer, comércio e dinâ-mica local. Munique, é o exemplo de que as cidades estão a ser (re)configuradas em torno dos cidadãos e não dos automóveis. Para isto, e ao contrário do que se possa pensar, não

são necessários interfaces megalómanos de transporte, mas sim simples estações de ser-viço que garantam a acessibilidade a todos os modos de transporte.A MVG quer ser a principal fornecedora de serviços multimodais de transporte e resolver os problemas de congestionamento através de soluções atrativas de mobilidade, e está a consegui-lo. Inclusivamente, a MVG tem uma app para smartphone onde disponibiliza in-formações sobre todas as suas plataformas de transporte (metro, autocarro e elétrico) assim como a localização dos veículos de carsharing mais próximos, neste caso, das empresas Bee-Zero, DriveNow, Car2go e StattAuto.Por enquanto, existe apenas uma estação de serviço deste género no coração de Munique, mas o plano é alargar estes espaços a outras zonas críticas da cidade, de modo a colmatar as necessidades dos passageiros. As estações de serviço de mobilidade integrada da MVG podem ser um exemplo para que outros ope-radores adotem soluções, não iguais, mas

semelhantes, sempre em prol de mais mobi-lidade para os seus utentes. A “mobilidade” num contexto de economia partilhada – ‘sha-red economy’ – é um dos setores em maior crescimento, onde emerge uma quantidade acrescida de ‘stakeholders’ e onde o software e hardware rompem com soluções inovado-ras para o amanhã.

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Marketing

A relevância das MarcasAs últimas décadas do século XX caracterizaram-se por um aprofundamento do movimento de globalização e, consequentemente, por um agravamento do ambiente concorrencial.

HOJE, EM PLENO SÉCULO XXI, os mercados estão mais concorrenciais do que nunca e mesmo empresas que operam no mercado doméstico, em indústrias que não estejam naturalmente expostas à concorrência in-ternacional, sentem o peso da globaliza-ção. Por exemplo, empresas concorrentes domésticas poderão sempre recorrer aos mercados internacionais com o objetivo de

diminuir os seus custos de produção. Essas poupanças e ganhos de eficiência poderão ser, posteriormente, canalizadas para o consumidor via desconto de preços.As marcas têm hoje uma relevância acres-cida porque são poderosos instrumentos que limitam a exposição das organizações à concorrência por preços, assegurando, assim, ganhos futuros estáveis através de uma base de consumidores leais. Os pressupostos de lealdade e de diminui-ção da sensibilidade dos consumidores aos

preços partem de dois princípios distintos:- As marcas são utilizadas como um garante

de qualidade; - As marcas são utilizadas como um ele-

mento identificador do estilo de vida do consumidor.

Com a revolução industrial e o consequente aumento exponencial de ofertas no merca-do, os consumidores viram-se obrigados a adotar métodos para reduzir os custos as-sociados à procura e compra de bens. As marcas, porque são garantia de uma oferta

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João Freire

Partner da Grounded

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consistente num mundo incerto, são utiliza-das para servirem esse propósito – diminuir custos associados à procura e consequente-mente diminuir os riscos de compra. Imagi-ne ir ao supermercado e comparar e avaliar todas as marcas de todas as categorias de produtos. O tempo que gastaria para fazer as suas compras seria muito maior do que se seguisse uma estratégia em que compra as marcas que conhece, ou seja, manter-se leal a uma marca. Assim, clientes satisfei-tos não terão incentivos para se desviar da marca que compram habitualmente. Essa base de clientes é especialmente relevante sabendo que, em média, os custos de mar- keting envolvidos na captura de um novo cliente, são seis vezes superiores aos custos de manutenção de um cliente. É também importante salientar que as empresas nos

EUA, em média, perdem por ano 20 a 40% dos seus clientes.De facto, os mercados estão cada vez mais concorrenciais e, consequentemente, é ne-cessário monitorizá-los de forma a poder agir para manter os clientes satisfeitos e li-gados à marca. Há sempre o risco de que uma nova marca se consiga instalar no mercado. Por outro lado, com o desenvolvi-mento das sociedades modernas e o colapso da tradicional divisão de classes sociais, um novo regime de identificação social emer-giu: o uso de marcas como instrumentos de identificação e afirmação pessoal. Nesse caso, as marcas têm uma forte componente representacional. As marcas assumem as-sim, não só um carácter funcional associado a um certo nível de qualidade, mas também uma dimensão representacional ou emocio-nal. Consequentemente, marcas fortes não são apenas um garante de qualidade mas, também, e cada vez mais, um veículo de ex-pressão da afirmação da personalidade do consumidor.É desta forma que as marcas fortes são mais

resistentes a variações de preço, poden-do algumas, dependendo da estratégia seguida, comandar preços Premium. Assim, marcas fortes não só terão maiores margens, como também me-nores riscos. As suas vendas serão mais

previsíveis, sofrendo menores ciclos de variação.

O valor de marca é hoje reconheci-do não só por operadores ligados ao marketing mas também por operadores fi-

nanceiros. De facto, as marcas têm hoje valor contabilístico. O movimento de incor-porar o valor da marca das organizações na contabilidade iniciou-se com a empresa britânica Rank Hovis McDougal. Em 1986, a Rank Hovis McDougal anunciou que ti-nha incluído nos ativos da sua contabilidade 678 milhões de libras correspondendo aos valores das suas marcas. No esquema está exposto o valor das dez marcas mais valiosas de 2017 medido em milhões de dólares se-gundo a Interbrand. Curiosamente, apenas três marcas do top dez não são dos EUA.As marcas são realidades complexas e reque-rem uma gestão disciplinada e eficiente. A construção de marcas fortes exige não só metodologias fidedignas, assentes no co-nhecimento das realidades do mercado, mas também o desenvolvimento de soluções de marketing eficientes. Porém, para que a mar-ca seja sustentável a longo prazo é necessá-rio que os gestores de topo da organização valorizem e estejam envolvidos na gestão das suas marcas. É também fundamental que as empresas garantam um orçamento robusto para as atividades de marketing que, por sua vez, suportam o desenvolvimento da marca. Tipicamente, as empresas norte americanas, dependendo do seu estágio de evolução e do mercado onde estão inseridas, canalizam entre 5% a 15% da sua faturação para o seu orçamento de marketing. Poderemo-nos questionar acerca das empresas portuguesas. Quanto é que as empresas nacionais cana-lizam do seu total de faturação para o seu orçamento de marketing?

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Valor das dez marcas mais valiosas em 2017, medido em milhões de dólares

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Transfer de passageiros

Coimbra Airport Shuttle faz viagens para os aeroportos de Lisboa e do Porto

O Coimbra Airport Shuttle é o novo serviço de transfer de passageiros com ligação aos principais aeroportos do país. A Transportes em Revista falou com Fausto Reis, manager do Coimbra Airport Shuttle, e conta-lhe agora todas as novidades deste serviço que promete ligar de forma mais célebre a região centro às cidades de Lisboa e do Porto.

DESDE O DIA 15 DE DEZEMBRO que é possível deslocar-se de forma mais rápida e económica entre a região centro do país e as duas maiores cidades portuguesas. “Levante voo a partir de Coimbra” é o slogan do Coimbra Airport Shut-tle, um transfer partilhado, porta-a-porta, que realiza deslocações diárias de Coimbra, e arre-dores, até aos aeroportos de Lisboa e do Porto.Em conversa com a Transportes em Revis-ta, Fausto Reis, manager do Coimbra Airport Shuttle, começou por dizer que «este serviço nasceu pela falta de transportes flexíveis entre a região centro e os dois principais aeroportos nacionais». O responsável des-

tacou a procura por parte de empresários de Coimbra em fazer-se deslocar de forma céle-re até Lisboa e ao Porto, razão pela qual este serviço traz vantagens acrescidas às empresas da região. Fausto Reis ressalvou ainda a pro-cura deste serviço por turistas e estudantes da Universidade de Coimbra, que necessitam de um transfer regular entre Coimbra e as duas principais urbes portuguesas.O Coimbra Airport Shuttle disponibiliza sete horários diferentes entre Coimbra e o Aeropor-to de Lisboa e outros sete horários no sentido inverso. Para o Porto, existem atualmente qua-tro horários em ambos os sentidos, diariamen-te. As reservas podem ser feitas por telefone ou no site da empresa em coimbra.airportshut-tle.pt.

Até à conversa com a Transportes em Revista, e com apenas um mês de operação, o mana-ger assegurou que «já foram realizadas 111 reservas no site do serviço, num total de mais de 200 passageiros», transportados entre a Coimbra, Lisboa e Porto. O feedback, sublinhou, «tem sido fantástico, inclusive temos recebido emails a agradecer o servi-ço». Lisboa e Porto têm, até ao momento, um equilibro na procura por parte dos passageiros, sendo que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, tem excedido as expetativas dos responsáveis.Relativamente ao preço médio das desloca-ções, Fausto Reis adiantou que «o preço base da deslocação, desde o centro de Coimbra, até ao Porto, é de 29 euros e até Lisboa, 34 euros. Ambos os serviços têm um desconto

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Pedro Venâncio [email protected]

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de 10% se for realizada a reserva de ida e volta da deslocação». Nestes valores, «está incluída uma bagagem de mão e outra de porão», sendo que «o custo extra por baga-gem é de dois euros». Fausto Reis, diz ainda que «é permitido o transporte de animais, ainda que bem acondicionados, por um valor extra de cinco euros» e que, inclusiva-mente, «já o fizemos».No arranque das operações, o Coimbra Airport Shuttle conta com uma frota de «seis veículos comerciais de nove lugares e um veículo li-geiro de cinco lugares». Todos os comerciais são novos e do modelo Opel Vivaro Longa. No total, a empresa conta com «14 motoristas e seis pessoas no centro de controlo, que asseguram o funcionamento do serviço 24 horas por dia».A flexibilidade do serviço foi um dos pontos mais referenciados pelo manager do Coim-bra Airport Shuttle. Fausto Reis garantiu que, apesar dos transfers terem início na cidade de Coimbra, «qualquer pessoa num raio de até

70 quilómetros, pode fazer a sua reserva». Para 2018, Fausto Reis apontou a uma «pre-visão elevada» do número de passageiros, ao qual adiantou que «serão reforçadas as deslocações para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, de quatro para oito viagens diá-rias, em ambas as direções».A par das deslocações regulares entre Coim-bra e os dois aeroportos, o manager diz existir a possibilidade de aluguer dos transfers para outros destinos dentro das cidades de Lisboa e do Porto, mediante reserva prévia do servi-ço. Fausto Reis falou ainda na possibilidade de criação de rotas especiais para eventos cultu-rais ou desportivos, tanto para Lisboa, como para o Porto. A próxima campanha, avançou o responsável, será a realização de um transfer «entre Coimbra e o Porto, para o jogo F.C Porto vs Liverpool, em fevereiro».Confrontado com possíveis novidades para este ano, o manager do Coimbra Airport Shut-tle adiantou à Transportes em Revista que «a app para motoristas está em fase de desen-

volvimento». O responsável sublinhou esta mais-valia para a qualidade do serviço, uma vez que através desta aplicação móvel os motorista terão acesso direto ao número de passageiros em tempo real com necessidade de transpor-te nas três cidades. A app para passageiros é igualmente um desejo para o futuro, e Fausto Reis deixou no ar a possibilidade desta vir a ser uma realidade ainda em 2018.Além das redes sociais e do site, a divulgação do Coimbra Airport Shuttle é feita nas ruas da cidade de Coimbra, onde «as nossas carri-nhas pretas se destacam», disse o manager. A abordagem das pessoas tem sido igualmen-te positiva uma vez que, garante, «mostram interesse em conhecer o nosso serviço». A empresa tem igualmente distribuído ‘flyers’ e estabelecido o contacto com agências de via-gens e hotéis da região, de forma a promover a frequência e a qualidade do serviço. Parce-rias com a Universidade de Coimbra, hospitais e outras entidades da região estão igualmente equacionadas.

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A monitorização e fiscalização dos contratos e do serviço de transporte público

Um correto e rigoroso processo de monitorização e fiscalização dos contratos e do serviço público de transporte de passageiros constitui uma inequívoca e fundamental premissa da efetiva materialização do ‘Value for Money’ exigido e perspetivado aquando da seleção do modelo de exploração do serviço público, devendo por isso o mesmo nortear, desde logo, o próprio processo de preparação das peças dos procedimentos contratuais.

NO CONTEXTO DA IMPLEMENTAÇÃO do novo Regime Jurídico do Serviço Público de Transporte de Passageiros (RJSPTP), as auto-ridades de transporte encontram-se atual-mente a estudar as melhores alternativas para a contratualização do serviço público de transporte de passageiros, sendo já na-

turalmente conhecidos os prazos e a conse-quente urgência na procura e estruturação de soluções que se afigurem fundamentada-mente adequadas para a concretização dos seus objetivos. Perante este enquadramento, assume espe-cial pertinência sensibilizar as autoridades de transporte para um aspeto de extrema importância e que deve ser tido em consi-deração, desde já, na fase de estudo e pre-

paração do lançamento dos procedimentos pré-contratuais com vista à contratualização do serviço público de transporte: a monitori-zação/fiscalização dos contratos e do serviço de transporte. Este tema é de extrema im-portância, seja porque o real valor associado a qualquer solução/contrato só pode ser efe-tivamente aferido na fase da sua execução, aquando da materialização do seu ‘value for money’, seja também porque é crucial que a

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18 TR 178 DEZEMBRO 2017 / JANEIRO 2018

Joana Carvalho

Value for Money

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monitorização seja preparada logo na fase da formação contratual, através, por exemplo, da definição concreta de ‘key performance indicators’ (os chamados KPI) representativos e que possam ser medidos e monitorizados a posteriori. Com efeito, facilmente se intui que a eficácia da solução escolhida pelas autoridades de transporte, isto é, a capacidade dessa solução permitir a concretização dos objetivos (espe-cíficos) almejados e a obtenção dos resulta-dos esperados, só é passível de ser verdadei-ramente comprovada na fase da execução do contrato, quando for possível conhecer os efetivos resultados alcançados e aferir em que medida esses se encontram alinhados com as expectativas subjacentes à decisão de contratar. Não obstante, e porque a relação entre a autoridade de transporte e o futu-ro operador terá indubitavelmente acoplada a si um determinado “custo de agência”, decorrente das inevitáveis assimetrias de in-formação, mas sobretudo do não necessário alinhamento de interesses entre as partes, afigura-se determinante, logo aquando do processo de definição do contrato de serviço público, identificar os requisitos de qualidade e serviço a cumprir pelo operador, bem como os resultados a atingir pelo mesmo. Assim, o contrato de serviço público deve conter não só uma clara definição dos objetivos e quantificação dos resultados que a autori-dade de transporte pretende alcançar, como também um mecanismo de monitorização, fiscalização e penalidades que assegure o cumprimento adequado desses objetivos/resultados, capaz de fomentar o desejável

alinhamento de interesses entre as partes.Importa, assim, desde o início, e aquando do desenho da solução e do contrato, asse-gurar o papel de fiscalização e monitoriza-ção futuro das autoridades de transporte, seja numa perspetiva de acompanhamento da prestação dos serviços em causa, seja na perspetiva de antecipação de problemas, seja ainda no que se refere à necessidade de manter o operador perfeitamente alinhado com as obrigações previstas no contrato. É crucial, sem dúvida, sensibilizar as autorida-des de transporte para o facto de o processo de monitorização e, designadamente, a im-plementação de soluções tecnológicas para o efeito, não poderem ser dissociados de todo o desenho da solução de serviço público e da própria preparação da sua contratualização, devendo garantir-se uma correta articulação e coerência entre os vários temas – tendo em conta as suas interdependências –, pois só assim é possível assegurar que as soluções de monitorização escolhidas são as adequadas tendo em consideração a arquitetura contra-tual prosseguida.Por outro lado, e ainda na senda da impor-tância do tema da monitorização, deve ter--se presente que um correto e rigoroso pro-cesso de monitorização e fiscalização dos contratos e do serviço público de transporte de passageiros constitui uma inequívoca e fundamental premissa da efetiva materia-lização dos princípios da boa gestão finan-ceira dos recursos públicos, em particular do designado trinómio eficácia-eficiência--economia caracterizador do conceito de ‘value for money’. Tanto assim é que o pró-

prio Regulador, a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), teve o cuidado de, numa perspetiva pedagógica e proativa, aler-tar as autoridades de transporte (através da sua “Informação aos Stakeholders”, de 17 de outubro de 2017), para a necessidade e importância de, aquando da instrução dos respetivos processos para parecer prévio vinculativo, garantirem uma correta funda-mentação das soluções escolhidas para o seu modelo de mobilidade, devendo estas autoridades de transporte apresentar justifi-cação para o “racional subjacente ao modelo de exploração do serviço público adotado, comparando-o com as formas alternativas de alcançar os mesmos fins, tendo em conta, designadamente, o nível de risco incorrido e partilhado e o ‘value for money’ para o erá-rio público”.Neste contexto, e tendo em consideração a necessária “emissão de parecer prévio vin-culativo”, por parte do Regulador, sobre as “peças de procedimento de formação dos contratos de concessão ou de prestação de serviços públicos” que venham a ser subme-tidas pelas autoridades de transporte, no âmbito da contratualização das redes e ser-viços de transporte coletivo público de pas-sageiros, que se impõe necessária e urgente, no contexto do RJSPTP, não pode deixar de se atender àquelas que para o Regulador pa-recem ser as premissas basilares inerentes à sua validação das decisões das autoridades de transporte. Ora, daqui se depreende que a referida ga-rantia do ‘value for money’ do modelo de exploração de serviço público é efetivamen-te determinante para o sucesso da solução das autoridades de transporte junto da AMT. Neste sentido, e sem prejuízo dos demais fundamentos de racionalidade económica que se poderiam invocar, do exposto pare-ce resultar, desde logo, como comprovada a efetiva importância de garantia do ‘value for money’. Assim, afigura-se não só reco-mendável como até mesmo imperativo que as autoridades de transporte tenham este objetivo em mente e o assumam efetivamen-te como princípio base de todo o processo de escolha e implementação da sua solução de mobilidade, devendo, por isso, o mesmo nortear, desde o início, o processo de pre-paração das peças contratuais, bem como a respetiva fundamentação. Só assim será pos-sível assegurar o sucesso da implementação dessas escolhas.

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PARCERIA SRS ADVOGADOS E TRANSPORTES EM REVISTA

CICLO DE PALESTRAS MOBILIDADEAs três ultimas sessões do Ciclo de Palestras tiveram como convidados o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, o presidente da Área Metropolitana de Lisboa, Fernando Medina, e ainda os presidentes da ANTROP, Luís Cabaço Martins, e do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, Vítor Santos. O Ciclo de Palestras Mobilidade - Tendências, Desafios, Realidades, saldou-se num enorme êxito, com a participação de mais de 800 pessoas, tendo sido anunciado oficialmente a realização de uma terceira edição no outono de 2018.

Luís Cabaço Martins Presidente da ANTROP

Vítor Santos Presidente do C.A. do Metropolitano de Lisboa

OPERADORES DE TRANSPORTES - EXPETATIVASNa sessão dedicada aos operadores de trans-portes, pretendeu-se dar a conhecer as ex-petativas das empresas, públicas e privadas, sobre o setor e as respetivas mudanças legis-lativas e organizacionais que se têm verifica-do. Luís Cabaço Martins revelou que os ope-radores rodoviários privados têm expetativas renovadas e que é preciso começar a resolver o problema da mobilidade das pessoas.«Nos últimos 50 anos houve muita coisa que não foi feita e que é preciso fazer. É preciso começar a resolver o problema da

mobilidade das pessoas e perceber que vivemos num país com poucos recursos, logo é necessário arranjar soluções adequadas à nossa realidade. Durante todo este tempo andámos a resolver todos os problemas da mobilidade, nem sempre bem, e agora está na altura de serem apenas ope-radores», revela o presidente da ANTROP. Cabaço Martins defende «uma reorganização do sistema de transportes, com a definição clara dos mode-los a implementar, as obrigações de serviço públi-co e o respetivo financiamento. Neste momento os operadores vão dando resposta em função da rentabilidade das suas redes e com isso nem sempre se consegue uma boa resposta. Por outro lado, o próprio ordenamento do território tam-bém tem estado desfasado das próprias redes de transportes. Temos vivido neste equívoco gene-ralizado e de costas voltadas uns para os outros. Com a criação das novas autoridades de trans-portes, julgo que este é o momento certo para fazermos um reset e começarmos a trabalhar

adequadamente e de forma es-truturada para que se construam as soluções de mobilidade que as pessoas precisam». O presidente do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos San-tos, salientou que o aparecimento de novos conceitos de mobilidade e o recente enquadramento legal do setor são uma oportunidade para os operadores. Para Vítor Santos, o Me-tropolitano de Lisboa não vive, atual-mente, uma situação muito positiva, muito por culpa da falta de investi-mento que se registou nos últimos anos, no entanto, adiantou, que em meados do próximo ano, o Metro irá começar a sua recuperação. «Costu-mamos dizer que ainda estamos nos “cuidados intensivos”, mas esperamos que em meados de 2018, em junho e julho, já con-sigamos colocar o “doente” na enfermaria. Não quer dizer que tudo esteja resolvido, mas quere-mos garantir que o que é prioritá-rio e fundamental para podermos assegurar um mínimo de qualida-de de serviço público esteja re-solvido», ressalvou o presidente do Metro de Lisboa. Vítor Santos falou ainda sobre os planos de expansão da rede para os próximos anos. Para o presidente da empresa pública, o

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UMA PARCERIAA POIOS PARCEIROS

cia-se num quadro de mudança de competências, dando poderes às autoridades de transportes, aos municípios e à AML, pela pri-meira vez». Durante a sua apresentação, Fernan-do Medina realçou que a bilhética e o sistema tarifário serão fatores es-senciais para garantir a integração dos diferentes sistemas de transpor-tes em toda a Área Metropolitana, salientando que «a existência de um passe único, que qualquer munícipe da AML saiba que pode utilizar em todos os sistemas de mobilidade, é uma necessidade urgente para tornar o sistema eficaz. Mas também é uma opor-tunidade. Vamos criar um sistema que servirá de forma clara todos os munícipes, porque através da

Metropolitano não pode ser o intercidades da Área Metropolitana de Lisboa: «o metro é uma atividade cara e que só é rentável para grandes fluxos de passageiros». De acordo com o responsável, «o Metropolita-no não pode ser o intercidades da Área Metropolitana de Lisboa. Se queremos prestar um serviço público em condições temos que atender às realidades geográ-ficas da cidade e dos municípios limítrofes de Lisboa. E temos de arranjar soluções alternativas que possivelmente não pas-sarão pela ampliação do metropolitano para essas zonas. E existem opções, que estamos a estudar, que são uma melhor solução para resolver o problema da mo-bilidade urbana desses municípios». O metro ligeiro é uma das opções que está em cima da mesa, salienta Vítor Domingues dos Santos, não colocando de parte a possibilida-de de ser o Metropolitano de Lisboa a asse-gurar a operação novo modo de transporte.

Fernando Medina Presidente da Área Metropolitana de Lisboa

OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DOS TRANSPORTES NA AMLO presidente do Conselho Metropolitano da Área Metropolitana de Lisboa e da Câmara Municipal de Lisboa (CML) foi o orador convidado da 6ª sessão do Ciclo de Palestras Mobilidade, Tendências/Desafios/Oportunidades, organizado pela Transportes em Re-vista e pela SRS Advogados. O autarca falou sobre as alterações vigentes no setor, na sequência da entrada em vigor do Novo Regime Jurídico do Transporte Pú-blico de Passageiros, elogiando o novo quadro regula-mentar que estabelece os municípios como autorida-des de transportes. Segundo Medina, é necessário resolver as competên-cias metropolitanas, salientando que todos os muni-cípios da AML querem tomar decisões em conjunto, garantindo assim a estabilidade política. «Todo o plano de investimentos estratégicos nos meios pesados de mobilidade tem de ser concertado na AML e depois negociados com o Governo. Mas essa é apenas uma parte da equação e nem é, aliás, a mais imediata. Agora, os municípios, como autoridades de transportes, têm de resol-ver outras questões. Como nos vamos organizar? Qual a oferta que queremos? Qual a qualidade? Com que carreiras e ritmos? Com que tarifários? Responder a estas questões é a prioridade», disse o presidente da CML. O edil lisboeta referiu também que é essencial uma reforma estrutural no setor e que só aceitou o cargo de presidente da AML caso o prin-cipal foco fosse a promoção do transporte público: «o transporte público tem de ser espinha dorsal dos sistemas de mobilidade e das respostas às necessi-dades de mobilidade das pessoas na AML. E hoje não é. As pessoas não confiam no sistema e é ne-cessário que este volte a ter qualidade, segurança e com preços acessíveis para assegurar a mobili-dade das pessoas. Este mandato autárquico ini-

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bilhética e do tarifário iremos conseguir integrar todos os operadores que estão no terreno e que vão estar sujeitos a esse regime único». Segundo Fernando Medina, «a integração da bilhética e dos tarifários é o grande ponto de ancoragem para a própria integração do sistema de trans-portes. Esta será a base a partir da qual poderemos amarrar as várias prestações de serviços, ou concessões, ou operações de operadores internos, sejam eles públi-cos ou privados, tornando-os obrigatórias e integradas dentro deste sistema tarifá-rio. E, na minha opinião, terá de existir uma forte diminuição nos tarifários que são aplicados».O presidente da AML adiantou ainda que as Câmaras Municipais de Lisboa, Oeiras e Cas-cais estão a estudar a hipótese de criar uma linha de transportes públicos na A5, em via dedicada e exclusiva. O responsável garan-tiu que «estamos a estudar essa hipótese que certamente fará parte do plano de investimentos estratégicos que a AML irá apresentar ao Governo. Neste momento, Lisboa e Cascais já estão a desenvolver esse trabalho e Oeiras irá entrar breve-mente. O que posso dizer é que há um grande empenho dos três municípios em desenvolver uma solução de transpor-te público na A5». O autarca realçou que existem um conjunto de investimentos que devem ser considerados «prioritários». Se-gundo Fernando Medina, «a Linha de Cas-cais é um exemplo disso mesmo. Anda-se há 30 anos a discutir o que se deve fazer. Seja qual for o modo escolhido, é essen-cial encontrar uma solução». O presidente da Câmara Municipal de Lisboa referiu que a degradação do serviço na Linha de Cascais foi um fator que também potenciou a migra-ção das populações de Oeiras e Cascais para norte. E que a norte desses concelhos há um ponto comum que é A5.«Temos de equacionar as prioridades. A Linha de Cascais pode ser responsável pela retirada de Lisboa de dezenas de milhares de utilizadores de transporte in-dividual. Equacionar o transporte público na A5 é a demonstração de como o in-vestimento no sistema de transportes não acompanhou a dinâmica demográfica e urbana. Hoje, a grande via de acesso à cidade de Lisboa é uma autoestrada que não tem transporte público dedicado», avançou.

Eduardo Cabrita Ministro da Administração Interna

A DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVAO programa inicial do Ciclo de Palestras previa que a primeira sessão tivesse como convidado Eduardo Ca-brita, que à data era ministro Adjunto. No entanto, dias antes da realização do evento, teve lugar uma remodelação governamental que levou Eduardo Ca-brita a assumir a pasta da Administração Interna. No entanto, a pasta da descentralização administrativa e das autarquias locais continuou na posse do antigo mi-nistro Adjunto, que tinha prometido participar nesta edição do Ciclo de Palestras, logo que houvesse dispo-nibilidade. E assim foi. Numa sala praticamente cheia, Eduardo Cabrita considerou que este ano será decisivo para avançar com a descentralização de competên-cias para as autarquias, comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas, nomeadamente na área dos transportes e mobilidade. Segundo Eduardo Cabrita, «a descentralização é uma prioridade do Governo e a maior reforma de Estado que poderá ser feita nesta legislatura. Hoje existem condições para um consenso alargado sobre esta matéria. Em 40 anos, nenhum Governo descentralizou tanto e de forma tão estruturante como este o fez». Para o ministro, esta é uma reforma que «exige clareza quanto ao sentido, muita monitorização, muito rigor, muito acompanhamento e muita avaliação». Em relação ao setor da mobilidade e dos transportes, o ministro da Administração salientou «a passagem da gestão da Carris para a Câmara Municipal de Lisboa, da

STCP para os seis municípios da Área Metropolitana do Porto, os avanços dos contratos para que as CIM´s possam definir as suas redes de transportes, a atribuição aos municípios da plena gestão do trânsito e das vias nas zonas urba-nas, medida que está na agenda parlamentar».No entanto, Eduardo Cabrita tam-bém referiu que não faz sentido que, por exemplo, a gestão da Transtejo/Soflusa e da Linha de Cascais con-tinuem sob domínio do Estado. «O que faz sentido é que a definição das operações de mobilidade seja feita à escala metropolitana e nas autarquias», avançou o governante. Em declarações à Transportes em Revista, o ministro da Administração Interna, revelou que a passagem da gestão da Transtejo/Soflusa para o domínio municipal e metropolitano «não está na agenda imediata. Temos de consolidar primeiro o caminho que está a ser feito», no-meadamente a passagem da Carris e da STCP para o domínio das autar-quias. Segundo Cabrita, «temos de provar que é desta forma que se responde melhor àquilo que são as aspirações das áreas metropo-litanas. Acho que temos de consi-derar que as estruturas de mobi-lidade de natureza metropolitana devem ser geridas à escala metro-politana. O que é fundamental é a existência de um quadro de decisão. No caso da Transtejo e da Soflusa, que servem um conjunto de municípios da AML, faz todo o sentido que as decisões sejam to-madas por esse conjunto de mu-nicípios».

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Transporte Rodoviário de Passageiros

CMdP aprova lançamento do pré-aviso dos concursos de serviço público A Área Metropolitana do Porto (AMP) autorizou o lançamento do pré-aviso dos concursos de Serviço Público de Transporte Rodoviário de Passageiros. O lançamento deste concurso é um passo claro na evo-lução, no trabalho e na mudança face à atual situação de mobilidade da região do Conselho Metropolitano. O objetivo passa por trabalhar numa estratégia ver-dadeiramente metropolitana, efetuando os primeiros passos para a elaboração do caderno de encargos.O Conselho Metropolitano do Porto (CMdP) aprovou também a criação dos conselhos metropolitanos de vereadores das áreas do planeamento estratégico, da educação, da ação social, da mobilidade, do ambiente, da cultura e do turismo, as-sim como acrescentou três novas áreas: a proteção civil, a habitação e o desporto. Esta decisão vem ao encontro de um maior envolvimento dos municípios e das popu-lações na criação de iniciativas conjuntas que permitam um maior desenvolvimento e valorização de cada um dos concelhos da Área Metropolitana do Porto.A reunião do CMdP decorreu em Arouca e terminou com a tomada de posse dos novos membros da Comissão Executiva Metropolitana do Porto para o mandato de 2017/2021, nomeadamente Mário Rui Soares, como primeiro-secretário e Sara Lobão, Lino Ferreira, Ângelo Oliveira e Cláudia Vieira, como secretários metro-politanos.

No 1.º semestre de 2017

AMT contabilizou mais de 8.000 reclamações

Concluiu Benchmark da LeasePlan

Frotas de baixas emissões podem eliminar 3 toneladas de CO2

De acordo com o “Relatório sobre Reclamações no Mercado da Mobilidade e dos Transportes – 1.º semestre de 2017”, elaborado pela Auto-ridade da Mobilidade e dos Transportes, foram recebidas e tratadas 8.158 reclamações, entre janeiro e junho de 2017. A CP, o Metropolitano de Lisboa, a RNE, a Carris e a Transtejo foram as empresas com maior número de reclamações. Face ao 2.º semestre de 2016, a AMT viu re-duzido o número de reclamações em 20,7% (10.289 queixas).Segundo o relatório da AMT, 7.519 destas quei-xas dizem respeito a reclamações inscritas no Li-vro de Reclamações dos diversos operadores e prestadores de serviços do setor da mobilidade e dos transportes e as restantes 639 recebidas diretamente pela AMT. Todavia, a AMT refere

O mais recente estudo da LeasePlan, intitu-lado ‘Sustainable Fleet Benchmark’, concluiu que as organizações participantes no En-contro Anual do Fórum Económico Mundial (FEM), em Davos, na Suíça, têm o potencial de eliminar até três milhões de toneladas de dióxido de carbono, através da mudança para frotas de baixas emissões.Tex Gunning, CEO da LeasePlan, refere que “as empresas presentes em Davos poderiam eliminar três milhões de toneladas de CO2 simplesmente optando por uma frota de bai-xas emissões. O ‘Sustainable Fleet Benchma-rk’ da LeasePlan mostra como todas as frotas empresariais podem fazer a diferença na luta contra as alterações climáticas”.O Benchmark da LeasePlan assinala a contri-

que a CP, o Metropolitano de Lisboa, a Transte-jo, a TST e a RNE foram as empresas que ainda assim apresentaram, este semestre, uma maior descida do número de reclamações.

buição significativa que as frotas empresariais podem fazer na luta contra as alterações cli-máticas e destaca as várias organizações que já marcam a diferença pela utilização de fro-tas amigas do ambiente. O estudo concluiu que as 1.808 organizações presentes no FEM possuem no seu conjunto cerca de 813 mil veículos, emitindo 3,09 milhões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera.O responsável sublinha ainda que “cerca de metade dos carros na estrada pertencem hoje às empresas e a transição para frotas mais amigas do ambiente apresenta-se como uma das melhores formas de reduzir as emis-sões globais. A LeasePlan está empenhada em apoiar qualquer organização que deseje contribuir positivamente para este desafio histórico”.À medida que a consciência ambiental au-menta de tom, muitas empresas começam a renovar a sua frota para viaturas de propul-sões alternativas, nomeadamente veículos elétricos e híbridos plug-in. A título de exem-plo, o número de veículos com propulsões alternativas nas frotas empresariais passou de 3,3% em 2015, para 4,3% em 2017. Contu-do, é necessária uma ação contínua, já que as emissões de CO2 aumentaram em 2017 pela primeira vez desde 2012.

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Carsharing

DriveNow “estaciona” no Aeroporto de Lisboa

Integração de vários sistemas

Câmara de Lisboa vai criar pacotes de mobilidade

O serviço de carsharing DriveNow já chegou ao Aeroporto de Lisboa. A partir de agora, todos os utilizadores da plataforma poderão iniciar ou terminar as suas viagens junto ao Aeropor-to da Portela, no parque de estacionamento – Parque P122 – reservado à DriveNow, que se encontra próximo do Hotel Tryp, junto à zona das chegadas. No total, estão disponíveis 20 lugares de estacionamento, sendo a entrada ou saída do parque “feita de uma forma cómo-da e prática através do sistema de Via Verde, existente em todos os carros, tendo uma taxa adicional de 2,50 euros”, explica a DriveNow

A Câmara Municipal de Lisboa vai avançar com a criação de pacotes de mobilidade que permitem a integração de outros sistemas de transporte − como o carsharing, bikesha-ring, plataformas agregadoras de mobilidade (como a Uber e Cabify) e táxis − nos atuais passes intermodais. Para o vereador da Mobi-lidade da Câmara Municipal de Lisboa, Miguel

em comunicado. João Oliveira, responsável pela DriveNow em Portugal, garante que “esta iniciativa já tinha sido avançada, no momento em que apresentámos o serviço da DriveNow em Lisboa. Acreditamos que ter a DriveNow no Aeroporto será uma grande mais-valia para quem viaja, não tendo que se preocupar com a forma de chegar ou sair do Aeroporto”. O responsável sublinha ainda que, “sendo a Dri-veNow um serviço que pretende servir a cida-de de Lisboa, no sentido de dar vida às novas formas de mobilidade, não fazia sentido não estarmos presentes no Aeroporto”.

Gaspar, “o objetivo é dar maior flexibilidade ao utente que pode necessitar, por exemplo, de usar um táxi quatro ou cinco vezes por mês ou uma bicicleta, além do autocarro e do metro”. Segundo o Diário de Notícias, o município prevê ainda a criação de soluções de pós-pa-gamento nos serviços de transporte. Todas estas novidades poderão ser geridas através

Serviços de transporte rodoviário

CIM das Beiras e Serra da Estrela lança pré-aviso de concurso A Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM--BSE) publicou no passado dia 22 de dezembro, no Jornal Oficial da União Europeia, o anúncio de pré-aviso respeitante ao procedimen-to concursal relativo à exploração de serviços públicos de transporte rodoviário de passageiros. Este anúncio, que terá de ser realizado um ano antes da abertura do concurso ou da adjudicação por ajuste direto, é um procedimento obrigatório que tem de ser levado a cabo pelas Autoridades de Transportes ao abrigo do Regulamento Comu-nitário 1370/2007, que estabelece o planeamento e contratualiza-

ção de serviços públicos de transportes, assim como da Lei 52/2015, que aprovou o Regime Jurídico do Serviço Público do Transporte de Passageiros.Ao que a Transportes em Revista conseguiu apurar, a CIM-BSE pre-tende lançar o respetivo concurso público internacional durante o segundo semestre de 2018. A CIM-BSE é constituída pelos muni-cípios de Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Guarda, Gouveia, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso.

de uma aplicação para telemóvel. As medi-das para a melhoria da mobilidade na cidade inserem-se no plano de redução de circula-ção automóvel em Lisboa que, segundo Mi-guel Gaspar, deve ter em conta que cerca de 150 mil pessoas usam o carro sobretudo para levar as crianças à escola. “Devemos ter uma abordagem junto das escolas para que as crianças cresçam numa nova cultura de transporte público, dando-lhes compe-tências para os usar, a partir de uma certa idade”, defende o vereador. A autarquia está, igualmente, a desenvolver um protoco-lo com a Waze, uma plataforma digital que fornece informação sobre trânsito, acidentes e cortes de via, para permitir a ligação ao sistema de tráfego municipal.No total, a Câmara Municipal de Lisboa prevê investir em mobilidade cerca de 10 milhões de euros nos próximos dois a três anos.

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Agradecimento e Futuro«Agradecimento aos nossos fundado-res pela visão que tiveram da necessida-de de criar uma empresa com o perfil da TIS, agradecimento aos nossos cola-boradores pela dedicação, empenho e profissionalismo e às suas famílias pelo suporte que sempre deram nos perío-dos de maior sobrecarga, aos nossos clientes, a nossa razão de existir, pelos desafios que nos colocam e pela con-fiança que em nós depositam, aos nos-sos parceiros, por nos ajudarem a alar-gar o espectro de projetos e geografias, aos nossos fornecedores que nos dão todo o suporte que necessitamos para realizarmos nas melhores condições o nosso trabalho. Muito obrigado.Futuro, porque comemoramos 25 anos, mas queremos mais. Sabemos que para isso devemos apostar na Inovação que nos está na génese e que foi e será o nosso fator diferenciador e um dos pilares da nossa mais-valia. Sabemos onde estamos e para onde queremos ir, na convicção que tudo devemos fazer para procurar as soluções sustentáveis que melhor respondem aos desafios que nos colocam. Sabemos que temos as bases para fazer mais e tendencial-mente melhor. Sabemos que temos que continuar a merecer a confiança de todos, quer fora ou dentro da TIS».

Faustino Gomes, CEO da TIS

Em Lisboa

TIS comemorou 25.º aniversário

A TIS – Transportes, Inovação e Sistemas celebrou no passado mês de dezembro o seu 25.º aniversário, com um cocktail que teve lugar no Museu Nacional de História Natural e da Ciência e que contou com a participação de muitos dos seus clientes e de diversas personalidades da área dos transportes, com especial destaque para o ministro do Ambiente, Matos Fernandes. Criada em 1992, a TIS começou por ser um agrupamento complementar de empresas cujo principal objetivo era apoiar o Metro-politano de Lisboa e a STCP, Sociedade de Transporte Coletivos do Porto. Os sócios fundadores da empresa consultora foram José Manuel Viegas, Consiglieri Pedroso, Carlos Brito e António Portela. Em 2000, a empresa foi reorganizada em sociedade anónima e relançada no mercado como TIS.pt - Consultores em Transportes Inovação e Sistemas. Em 2002, fruto da sua experiên-cia e presença nos mercados internacionais, a TIS abriu uma filial no Brasil. Durante o evento, o fundador da TIS e um dos princi-

pais especialistas mundiais em transportes, José Manuel Viegas, considerou que «uma das maiores dificuldades em Portugal para uma empresa de consultoria que é criada em torno de uma pessoa como fundador – neste caso fui eu – é garantir a transição de gerações. E ao fim de to-dos estes anos, essa transição foi realiza-da com grande sucesso. Continuo como sócio da TIS mas não estou na condução da empresa. O desafio, hoje, é começar a preparar a próxima mudança de gera-ção. Temos gente com capacidade para trabalhar não só em Portugal como no mercado estrangeiro».Por seu turno, Faustino Gomes – presidente do Conselho de Administração da TIS, agra-deceu a todos os profissionais que traba-lham e trabalharam na empresa, valorizan-do a componente humana e profissional dos seus colaboradores, e agradecendo, igual-mente, a todos os clientes. De acordo com o responsável, «a TIS está forte, a crescer e continua muito bem sustentada naquilo

que são os seus pilares: os transportes, a inovação e os sistemas. Sabemos que queremos continuar neste caminho e a encarar os desafios que se avizinham».

Em Moçambique

Maputo tem novo projeto de transportes públicosO governo moçambicano anunciou o arranque de um novo projeto de transportes públicos com o objetivo de diminuir o congestionamento nas vias em redor da capital, Maputo. O projeto, de iniciativa privada, tem o nome de “Metro-Bus” e vai circular nas estradas e na via-férrea

do Estado. Durante a primeira semana de funcionamento as viagens se-rão gratuitas para que a população conheça o novo sistema de viagens de automotoras e autocarros, anunciou o Ministério dos Transportes e Comunicações. Segundo a Agência Lusa, o investimento e os custos de exploração serão 100% financiados pelo operador privado, havendo parcerias com a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambi-que (CFM), detentora da infraestrutura ferroviária, e com os concelhos municipais de Maputo, Matola e Boane, assim como com os governos distritais da Machava e Marracuene.

Margarida Soeiro, António Portela, Carlos Brito, José Manuel Viegas, Faustino Gomes e Pedro Santos.

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Carsharing

DriveNow poderá expandir “mais rápido do que o previsto”A empresa de carsharing DriveNow chegou a Portugal em setembro de 2017 e já conta com perto de 20 mil utilizadores inscritos. O resultado supera as estimativas da empresa e “per-mite antever uma expansão mais rápida do que o previsto”, afiança João Oliveira, diretor da DriveNow Lisboa. A frota elétrica tem sido a mais procurada.Em Portugal, a empresa tem uma parceria com a Brisa/Via Verde e, por isso, os automóveis são equipados com identificadores Via Verde, que permitem, por exemplo, “o abastecimento de combustível nos postos Galp de forma simplificada e o estacionamento pago, para além de outras possibilidades em estudo, como o estacionamento em parques cobertos ou o pa-gamento no McDrive”, adiantou João Oliveira ao Jornal de Notícias. De acordo com a mesma fonte, a DriveNow prevê “lançar este ano pacotes de três, seis, nove e 24 horas, permitindo a opção de minutos pré-pagos, a preços mais baratos”.

No segmento mobile

Transportes em Revista e Clever Way Mobile estabelecem parceria

A inovação é um caminho que a Transportes em Revista (TR) palmilha há alguns anos e recente-mente juntou mais um parceiro a este trajeto. A Clever Way Mobile International juntou-se à TR como parceiro tecnológico no segmento mobile.José Monteiro Limão, diretor da Transportes em Revista, destaca que «este é o reconhecimen-to da altíssima capacidade tecnológica em soluções mobile da Clever Way. Juntos va-mos desenvolver uma nova plataforma de leitura, de acessibilidade gratuita, disponí-vel para todos os “devices” – computador, tablet e smartphone – na qual será possível ler a revista, ver vídeos e ter acesso a gale-ria de imagens, sempre através de ligação à internet». António Simplício, founder e CEO da Clever Way Mobile International, afirma que

a Transportes em Revista «é a publicação que melhor representa os nossos interesses e os da indústria e, portanto, faz todo o senti-do que ao termos como objetivo reforçar a nossa presença no mercado da mobili-dade, seja com quem é transversalmente reconhecido». António Simplício refere ainda que «esta parceria é importante porque te-mos desenvolvido um conjunto de soluções para operadores de transportes, algo que temos vindo a apostar fortemente nos úl-timos anos. É óbvio que toda a promoção e divulgação que possa ser feita do traba-lho que estamos a ter nesta área é de todo proveitoso. Estamos certos de que estarmos em parceria com a Transportes em Revista é obter um reconhecimento da nossa quali-dade e desempenho».

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Cátia Lopes

Fator Humano na nova Era

[email protected]

Consultant da My Change

Janeiro é a altura privilegiada para a reflexão estratégica e definição de objetivos a alcançar ao longo

do ano. Em 2018, não será diferente! Hoje em dia, a tecnologia posiciona-se como um dos temas chave das refle-xões da gestão de topo. Estudos refe-rem que as tendências nos transportes de passageiros e da mobilidade, estão estritamente ligadas à tecnologia.Softwares para a gestão mais eficaz na produção de serviços e frotas, aplica-ções móveis que aumentam o controlo dos vários processos de transporte, so-luções digitais que apoiam na oferta do serviço disponibilizado, os avanços são incríveis e continuarão a surpreender--nos!A evolução exponencial da automação coloca um desafio flagrante às empre-sas do setor dos transportes: como preparar o nosso Capital Humano para os novos desafios? A respos-ta é simples! É imperativo apostar no desenvolvimento das Competências Comportamentais. Um exemplo prá-tico, a automação dos sistemas resulta no aumento do volume de informação, o que exige que as pessoas desenvol-vam e utilizem o seu pensamento crí-tico para tornar o processo de tomada de decisão mais eficaz.No futuro, o trabalho dependerá da colaboração entre equipas multidisci-plinares – que contribuem com ‘know--how’ muito específico e prático – e será cognitivamente mais complexo.As rotas são imensas, mas todas con-vergem no destino final: a complemen-taridade entre o que é digital e o que é humano!

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Autoridade da Mobilidade e dos Transportes

João Carvalho nomeado vice-presidente do IRG

João Carvalho, presidente do Conselho da AMT – Administração da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes foi eleito, por unanimidade, vice-presidente do IRG – Rail Grupo Europeu de Reguladores Indepen-dentes para a Ferrovia, na reunião plenária que teve lugar em Paris, nos dias 23 e 24 de novembro. O IRG – Rail tem como principal

objetivo facilitar a criação de um mercado único ferroviário na Europa, assente na competitividade, eficiência e sustentabilidade. O organis-mo visa ainda a cooperação, partilha de conhecimento e boas práticas entre os seus membros e atua sobre o acesso à utilização da infraes-trutura, o sistema de taxação de utilização da infraestrutura, propostas legislativas em desenvolvimento e o acompanhamento e monitoriza-ção do mercado ferroviário.

35 anos em 2017

VTM assinalou mais de três décadas dedicadas à mobilidade

Da esquerda para a direita: Nuno Soares Ribeiro, David Peña Perez, Manuel Líbano Monteiro.

Em dezembro de 2017, a VTM comemorou o 35.º aniversário. A empre-sa, fundada por José Teles de Menezes, “é a mais antiga consultora de origem ibérica, em atividade na Península, especializada nos domínios da mobilidade, infraestruturas e serviços de transporte”, lê-se em nota de imprensa. “Pautando sempre as transições entre modelos de lideran-ça por disrupções de continuidade”, a empresa é atualmente liderada por David Peña Perez, Manuel Líbano Monteiro e Nuno Soares Ribeiro. A VTM opera globalmente a partir de dois escritórios situados em Lisboa e em Madrid. “A experiência e multiculturalidade da equipa de várias nacionalidades, associadas às amplas competências transversais funda-mentais para a satisfação das necessidades e desafios dos seus clien-tes, constituirão a base da sua afirmação nos mercados onde já opera e onde pretende operar no futuro”, esclarece a empresa. No futuro, a VTM “continuará o seu esforço de ampliação e de consolidação de geo-grafias com atividade recorrente, trabalhando quer para clientes ibéricos que acompanha em operações globais, quer para clientes locais a partir das relações já construídas ou em construção”.

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ParagensOPINIÃO

Miguel Pinto Luz

Autónomos

[email protected] da Câmara Municipal de Cascais

A cabo de chegar de Las Vegas, onde estive a representar Cascais na CES, a maior feira de tecnologia do mundo.

Foi a primeira vez que uma autarquia portu-guesa foi convidada pela Consumer Techno-logy Association (CTA) para aqui ser apresen-tada como ‘case study’ de ‘smart city’. E é isso que queremos, ser conhecidos internacional-mente como uma ‘smart city’ e ser uma “ci-dade experimental”, coisa que nos tornamos em 2017 ao permitir que as startups do pro-jeto Big Smart Cities testem as suas inovações em Cascais. Partilhei painel com o vice-presidente da divi-são de soluções para cidades da Ford Motor Company, com o responsável de tecnologia da Los Angeles Rams, o clube de futebol ame-ricano, com o diretor executivo da AT&T, que é uma das maiores operadoras móveis ameri-cana e com um diretor executivo da Deloitte, onde falámos sobre parcerias para constru-ção de cidades inteligentes. Pela minha parte, como decisor político, vejo nas ‘smart cities’ uma maneira de preencher o gap entre os políticos e os cidadãos que governamos. Uma cidade inteligente devolve espaço aos cida-dãos. Em duas vertentes: a primeira e mais importante, porque passam a ser cocriadores das cidades que habitam. Nós resolvemos problemas que os cidadãos pedem para re-solvermos, eles são os nossos ‘focus groups’; a segunda, devolver espaço literalmente, uma vez que temos a paisagem moldada pelas vias de comunicação e agora olhamos para as estradas e sabemos que elas só são para os transportes, mas as ruas são para as pessoas viverem. As cidades estão a caminhar para um futuro cada vez mais “autónomo”, onde o elemento humano ganha todos os dias relevância. Demo-nos conta, sobretudo por causa do desenvolvimento tecnológico, que há muito mais vida para viver. As soluções re-querem estratégia, investigação universitária, encontrar os parceiros certos, a implementa-ção de políticas e o necessário crescimento económico que providencia o investimento. E não estamos a investir em sensores e em IoT

– Internet das Coisas –, porque gostamos de ‘gadgets’. Estamos a investir nisto para me-lhorar a nossa vida. Em Cascais, isso traduz-se na conetividade onde quer que estejamos; na cidadania digital, o MobiCascais – a platafor-ma que permite aos cidadãos usarem todo o tipo de serviços de mobilidade, desde bicicle-tas a táxis e comboio, mediante um preço e a FIX Cascais, uma aplicação para comunicar problemas na via pública, por exemplo; no centro de controlo da cidade C3, que gere as diferentes áreas de intervenção da cidade desde a mobilidade, à segurança, sistemas de emergência, energia, abastecimento de água, lixos, etc., permitindo uma recolha e partilha seguras de dados usados para otimizar a vida na cidade; no desenvolvimento de algoritmos preditivos para antecipar tendências, fruto de uma parceria com a Universidade de Chicago e a Nova Business Schoolof Economics; nos City Points, dar pontos aos cidadãos com comportamentos positivos que podem depois ser descontados em estacionamento, museus e outros serviços; no orçamento participativo, que atraiu 75 mil cidadãos na última versão. Temos impostos elevados, é caro viver em Cascais, por isso temos de dar alguma coisa em troca à sociedade. Estamos a dar qualida-de de serviço: boas estradas, áreas verdes, um terço do território é protegido, um sistema de mobilidade único. Tudo isto está a ser finan-ciado em conjunto com o setor privado. Parti-

lhamos o investimento e os riscos. Quer cons-truir um hotel? Coinveste com a câmara na rede de partilha de bicicletas… Democracia 2.0. Este ano vamos criar uma área específica para testar carros autónomos. A tecnologia será testada tanto para carros privados, como para transportes públicos.Saí de Las Vegas com uma colaboração em carteira com a cidade de Los Angeles e a equipa de futebol americano Los Angeles Rams para partilhar algumas das iniciativas de ‘smart city’ que descrevi acima. Los Angeles está interessada no MobiCascais e nos City Points. Os LA Rams, com um novo mega estádio que tem duas vezes o tamanho da Disneylândia e é uma pequena cidade dentro da cidade, vêm a Cascais ver in loco como funciona tudo isto. Não sei se vos disse que o maior desafio à construção das cidades inteligentes é a partilha de dados. Ainda no 1.0.Com base neles, pelo mundo inteiro estu-dar-se-ão soluções que permitirão orquestrar em escala e passar a um novo ciclo. Como alguém disse no painel, a tecnologia permitiu passarmos de reativos a proativos. Um ciclo que durará 10 anos, marcado pela inteligên-cia artificial, a recolha e partilha de dados, machine learning, drones, etc. Com isto tudo nas mãos, em 2025 estaremos a entrar nou-tro ciclo construído a partir do que retiramos deste. Sempre a responder à mesma pergun-ta: o que vão querer as novas gerações?

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Sara Pelicano [email protected]

AS AUDIÇÕES A VÁRIAS INSTITUIÇÕES termi-naram dia 10 de janeiro com a auscultação do secretário de Estado Adjunto e do Am-biente, José Mendes. À data, o presidente da Comissão de Economia, Inovação e Obras Pú-blicas, Hélder Amaral, adiantou que no final de fevereiro já poderá haver uma lei redigida. Foram ouvidos responsáveis da Deco – Defesa

Plataformas eletrónicas

Legalização pode chegarno final de fevereiro

do Consumidor, da Autoridade da Mobilida-de e dos Transportes, da Autoridade da Con-corrência e do Instituto da Mobilidade e dos Transportes.

Propostas em análiseO Governo apresentou a sua Proposta de Lei na Assembleia da República em março, mas esta não foi aprovada e baixou à especiali-dade, à Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

O PSD, PS, e BE entregaram as suas propostas para regulamentar a atividade de empresas como a Uber e a Cabify, atualmente ilegais à luz da legislação nacional. Entre os princi-pais partidos com assento parlamentar, o PCP absteve-se, esclarecendo no seu site, numa publicação de 31 de maio de 2017, que “não apresentou qualquer proposta e não pretende participar na discussão na especialidade, afir-mando que o partido não quer contribuir para a legalização da concorrência desleal”.

Táxis, Uber, Cabify e Taxify partilham as ruas de algumas cidades portuguesas. A convivência não é pacífica, mas a legalização dos transportes individuais de passageiros em veículo descaracterizado chegará no final de fevereiro.

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As outras três propostas têm muitos aspetos em comum. O PS e o PSD exigem para acesso à atividade de condutor de transporte indivi-dual de passageiros em carro descaracteriza-do – esta designação não é oficial, uma vez que a mesma consta também das propostas apresentadas e varia de partido para partido – uma formação com uma carga horária de 50 horas. O BE refere igualmente a importância da formação, mas propõe um curso de for-mação inicial com uma carga horária igual à do motorista de táxi, ou seja, 125 horas. Esta formação seria revalidada ao fim de cinco anos nas propostas apresentadas. Há consenso quanto ao número máximo de lugares (nove, incluindo o motorista) do veícu-lo utilizado, que não deverá ter mais de sete anos. Os carros não devem ter qualquer pu-blicidade, terão de exibir um dístico em local visível e ficam impedidos de circular nas faixas destinadas aos transportes públicos. O deputado do PS a acompanhar este processo é Ricardo Bexiga que sublinhou à Transportes em Revista que o grupo parlamentar do seu partido «reconhece estar perante uma nova realidade jurídica complexa, não só a nível nacional como a nível europeu». O mesmo

responsável garantiu ainda que «enquadra-mos este processo no âmbito da necessi-dade manifesta de modernização do setor de transporte individual de passageiros, no quadro do desenvolvimento de novas polí-ticas de mobilidade urbana». O PS conside-rou que os táxis e as plataformas são realidades diferentes e não devem ter a mesma legislação. «A regulamentação deste novo serviço prestado pelas plataformas não pode ser feita reproduzindo o regime jurídico apli-cável ao setor do táxi, porquanto trata-se de uma nova realidade que deve ter uma diferente regulamentação».O PSD quer estabelecer que o operador da plataforma eletrónica de reserva possa cobrar uma taxa de intermediação, a qual não pode ser superior a 25% do valor da viagem calcu-lada. Mais acrescentando que os operadores estão obrigados ao pagamento de uma taxa calculada pela aplicação de uma percentagem única de 5% aos valores de taxa de interme-diação cobrados pelo operador de plataforma eletrónica em todas as suas operações. À Transportes em Revista, Luís Ramos, deputa-do do PSD, destacou os pontos mais relevantes: «O modelo de negócio, é um dos aspetos essenciais. As plataformas não são meros intermediários que cobram uma comissão, são atores envolvidos diretamente na de-finição do modelo de negócio em vários aspetos. Esta questão está salvaguardada na proposta do Governo». Há, contudo, ou-tros pontos em que o PSD «é mais exigente e vai mais longe», segundo Luís Ramos, no-meadamente «no acesso à profissão». Por seu turno, Ricardo Bexiga mencionou que «o novo regime jurídico aplicado a este novo serviço deve regular duas dimensões dis-tintas: por um lado, o acesso à atividade e ao mercado dos operadores e motoristas e, por outro lado, o funcionamento das plataformas de intermediação».Um terceiro aspeto destacado prende-se com os «direitos dos utilizadores, relativamente à formação dos preços, à qualidade do ser-viço e condições contratuais relativamente ao mesmo. Do nosso ponto de vista, não estavam salvaguardadas», sublinhou o de-putado social-democrata. O deputado socialista disse que «no novo regime jurídico devem ser devidamente ponderados e acautela-dos os interesses das cidades, dos cidadãos, dos operadores e dos motoristas».O BE considera que o número de veículos ao serviço destas plataformas deve ser determi-

nado pelos municípios. O partido escreve na Proposta de Lei que “o número de veículos des-caracterizados em cada concelho constará de contingentes fixados com uma periodicidade não inferior a cinco anos, pela câmara munici-pal”. Mais acrescentado que “os contingentes referidos no número anterior não podem ul-trapassar uma determinada proporção face ao número de táxis licenciados em cada concelho, proporção essa que, podendo ser variável, é da competência da respetiva câmara municipal”. De acordo com Hélder Amaral, deputado do CDS e presidente da Comissão de Economia, os aspetos essenciais que a lei deve definir são «segurança, formação, qualidade dos veí-culos e a relação entre plataforma, presta-dor e cliente».

A proposta da CabifyNão foram apenas os partidos políticos a apre-sentar ideias para resolver este problema. Tam-bém a Cabify apresentou a sua proposta para regulação das plataformas eletrónicas de trans-porte ao Governo e aos grupos parlamentares e do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMT). Nuno Santos, diretor-geral da Cabify Portugal, afirmou que a empresa de-fende a realização de “testes psicotécnicos e a formação obrigatória para motoristas, o registo único de motoristas e acesso às faixas de bus”. O documento apresentado aponta ainda para a obrigatoriedade, por parte das plataformas eletrónicas, em “assegurar oferta para trans-porte seguro de crianças e deficientes motores, com vista a colmatar lacunas do serviço público existente”. Apresentadas as propostas, a Cabify pretende ainda “ver esclarecida a possibilidade de integração dos táxis nas plataformas eletró-nicas em questão e preconiza a definição de uma zona exclusiva para as plataformas eletró-nicas nas imediações dos aeroportos e estações ferroviárias”. Estas medidas, segundo a empre-sa, vão garantir mais “segurança na tomada e largada de passageiros, circulação facilitada e respeito pelos restantes operadores existen-tes nestes locais”. A Cabify opera em Portugal desde 2016. O ano passado registou um cres-cimento global superior a 500% em receitas e pedidos de viagem. A empresa, esclareceu em comunicado de imprensa, que vai “investir no reforço e melhoria dos seus serviços nas cidades onde está presente”.

Perdão para as multasO tema tem dado que falar e as declarações do secretário de Estado Adjunto e do Ambien-

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te, José Mendes, sobre o perdão das multas aplicadas aos motoristas da Uber e Cabify vie-ram deitar mais lenha na fogueira. Em declara-ções ao jornal Expresso, José Mendes conside-rou “excessivo que mais de três mil motoristas sejam considerados fora da lei, sobretudo quando estamos há um ano para aprovar a lei” e defendeu que “um Estado de direito tem de regulamentar as atividades e não fazer caça à multa”. O governante comentou ainda que “devia ser considerado um mecanismo de limpeza destas contraordenações para depois se fazer então cumprir a ler”. No final do ano passado, já tinham sido passadas 900 multas aos motoristas da Uber e Cabify, no valor de quatro milhões de euros. As multas foram aplicadas no âmbito da lei 35/2016, que pune “táxis sem alvará”.As reações foram quase imediatas. A ANTRAL – Associação Nacional de Transportadores Rodo-viários em Automóveis Ligeiros considerou “ver-gonhosas e indignas”. A Federação Portuguesa do Táxi (FPT) exigiu a “demissão imediata” do secretário de Estado Adjunto e do Ambiente. A FTP considerou “inaceitável que comportamen-tos ilegais deliberada e repetidamente pratica-dos e sancionados pelas autoridades, ao abrigo da lei 35/2016, possam ser perdoados”.Dias depois, José Mendes frisou que “quan-do se diz que as multas não estão a ser aplicadas às plataformas [Uber ou Cabify] é porque estão a incidir sobre os operadores, eles é que são os prestadores [do serviço de transporte], são eles que são parados na es-trada, é só isso. Não se está aqui a fazer pro-

Por cá, o Tribunal da Relação de Lisboa decla-rou a atividade da Uber ilegal. O Tribunal refe-riu que “a não observância de Leis de interesse publico como seja ao licenciamento da ativida-de de transporte rodoviário por parte de uma empresa que atua totalmente a sua margem, não se tendo presente toda a dimensão legal e financeira que lhe é consequente, em face de outras empresas que cumprem os ditames normativos que lhe são impostos, gera uma concorrência desleal, com os atinentes danos financeiros, num mercado que o Legislador quis regulado de uma determinada maneira”. O Tribunal avança ainda que “a não ser estan-cada de imediato este despeito para com a Lei, a distorção acaba por compensar quem não esta conforme com as normas de interesse geral, e a prejudicar quem cumpre a normati-vidade imposta”.A Associação Nacional de Transportadores Ro-doviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) congratulou-se com a decisão e por ver “final-mente a questão judicial sobre a ilegalidade da atividade da Uber em Portugal decidida sem apelo nem agravo”.

teção a nenhuma multinacional. É factual, está a acontecer de facto”.

Europa declara Uber empresade transportesNo final do ano passado, o Tribunal de Justiça da União Europeia decidiu que a Uber é uma empresa de transportes e, como tal, terá de cumprir com a legislação em vigor no setor dos transportes. A Uber defendeu-se e declarou que “esta de-cisão não vai mudar a situação na maioria dos países da União Europeia onde já operamos de acordo com as leis de transporte. No entanto, milhões de europeus ainda estão impedidos de usar aplicações como a nossa. Como o nos-so novo CEO referiu recentemente, é neces-sário regular serviços como a Uber e, por isso, vamos continuar o diálogo com as cidades em toda a Europa. Esta é a abordagem que va-mos tomar para garantir que todos possam ter uma viagem fiável com um simples toque num smartphone”, afirmou fonte oficial da Uber.A decisão do Tribunal Europeu de Justiça foi aplaudida pela Federação Portuguesa do Táxi: “esta decisão, sem direito a recurso, é a justa resposta que o setor do táxi há muito aguar-dava. É a merecida recompensa para quem an-dou nas ruas em protesto e a saída pela porta pequena dos ilegais e suas plataformas que in-vadiram países, roubaram economias, alimen-taram paraísos fiscais com a cumplicidade de comissários europeus ditos para a inovação, ministros ditos para o ambiente e secretários de estado ditos para coisa semelhante”.

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Plataformas de transportes

Taxify começa a operar em Lisboa A plataforma de transportes Taxify, nascida na Estónia em 2013, chegou a Lisboa e promete ter preços mais competitivos do que as concor-rentes Uber, Cabify e Chofer. A Taxify já tem ao serviço 600 motoristas e, se a legislação o permitir, no futuro quer também incorporar os táxis nacionais.“Decidimos lançar a Taxify em Lisboa pois este é um mercado de ride-hailing [pedido eletrónico de transporte] em cresci-mento com bastante potencial. Acreditamos que a concorrência é algo positivo e ao entrar no mercado português queremos construir uma nova comunidade com melhores condi-ções para os motoristas e melhor qualidade de serviço para os utilizadores”, assinala David Ferreira da Silva, responsável pela Taxify em Portugal, ao Dinheiro Vivo.O responsável afiançou ainda que “na fase de lançamento, esta plataforma vai contar com motoristas que trabalham para empresas de

gestão de frotas licenciadas e também com motoristas individuais que tenham a licença necessária para o transporte de passageiros”. Até ao final do mês, a nova operadora terá descontos de 50% nas viagens. As tarifas se-rão dinâmicas e o valor inicial da viagem é de

um euro. O preço por quilómetro é de 0,65 euros, o preço por minuto é de 0,10 euros e o valor mínimo pago por cliente é de 2,5 euros. “A longo prazo, a Taxify quer ter tarifas cerca de 5% mais acessíveis do que os concorren-tes”, declarou David Ferreira da Silva.

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Mobilidade Urbana

mytaxi defende modernização do setor em Portugal

A plataforma eletrónica myTaxi, que trabalha com os profissionais do setor do táxi, apresentou várias propostas para regulação das plataformas eletrónicas de transporte junto do Governo e dos grupos parlamentares. Estas propostas vêm no seguimento de outras apresentadas pela Cabify e pela recente decisão do Tribunal da Relação de Lisboa que considerou a atividade da Uber ilegal.

PEDRO PINTO, DIRETOR-GERAL DA MYTAXI Portugal, refere que “em todos os diferentes mercados onde atua, a mytaxi desenvolve a sua atividade de acordo com as regulamen-tações locais do setor do táxi. Contudo, de-fendemos que é fundamental concretizar a modernização do setor do táxi e adaptá-lo de forma a concorrer de igual forma com as novas tecnologias que surgem todos os dias, e é nesse sentido que temos vindo a desen-volver o nosso trabalho em Portugal”. Para a empresa, a modernização passa por “inovar e flexibilizar o setor, com medidas como a renovação das frotas e a introdução de um limite à idade dos táxis em circula-ção, a promoção da utilização de veículos elétricos, a criação de um sistema de con-

trolo das horas de condução dos profissio-nais, ou ainda medidas relacionadas com a formação dos motoristas de táxi quer ao ní-vel da condução defensiva, quer na apren-dizagem de línguas estrangeiras como o inglês”.Quando às propostas de projeto de lei sobre plataformas TVDE – Transporte em Veículos Descaracterizados –, a mytaxi considera-as “um passo muito positivo no sentido de mo-dernizar e clarificar a mobilidade urbana em Portugal, defendendo que para que as pla-taformas possam, de forma regulada, contri-buir para a melhoria da mobilidade urbana, devem reger-se por regras específicas que deverão ser respeitadas por todos os inter-venientes no mercado”.

O responsável da mytaxi em Portugal su-blinha que “acreditamos ser da maior im-portância haver uma lei que responda aos novos modelos de negócio que, até à data, operam num vazio legal. A mytaxi entende as propostas de lei como uma medida im-perativa para restabelecer de forma justa o princípio de concorrência leal e legal”. Pedro Pinto, explica que “a mytaxi considera como o ponto mais importante em todas as pro-postas de lei em discussão a salvaguarda da competitividade e concorrência leal entre a indústria do táxi e as plataformas TVDE” e que “o enquadramento legal a definir deve garantir que todas as regras aprovadas na lei serão devidamente cumpridas por todos os intervenientes no mercado”.Na opinião do diretor-geral da mytaxi, “o Governo português deve procurar uma so-lução que possa albergar as novas formas de mobilidade. Acreditamos que é possível uma concorrência saudável e benéfica para todas as novas formas de mobilidade, no final, é o passageiro, que como sempre, escolhe o seu destino”.

Entre as propostas apresentadas pela mytaxi destaque para: • A formação dos motoristas TVDE deve ter

a mesma duração que o certificado CAP dos motoristas de táxi;

• A criação de um limite máximo de 10 ho-ras de trabalho consecutivas por dia;

• A estipulação de um limite máximo e míni-mo na formulação de preços variáveis em função da procura;

• A criação de um limite máximo de 25% de comissionamento por parte das plata-formas TVDE;

• Face ao enquadramento legal da indús-tria de táxis, a mytaxi defende a criação de um número limitado de licenças TVDE, de modo a melhorar a mobilidade urbana e não o oposto, garantindo um mercado mais equitativo;

• As plataformas TVDE devem ter as viaturas que lhe estão afetas devidamente identi-ficadas.

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Uber chega a Braga

Plataforma de transporte individual reforça operação em PortugalA Uber já está disponível em Braga. A pla-taforma eletrónica de transporte individual de passageiros vai disponibilizar na cidade nortenha o uberX, a opção de viagem mais económica. “Temos, desde há muito tempo, muitos uti-lizadores que abrem regularmente a aplica-ção da Uber em Braga para viajar. Estamos muito felizes por começar a servir os braca-renses a partir de hoje, num lançamento que reforça o nosso compromisso com Portugal, e que coloca a Uber ao serviço dos portu-gueses nas 10 cidades com maior população no país”, refere Rui Bento, diretor-geral da Uber para a Ibéria.A expansão para a cidade de Braga reforça a operação da Uber em território nacional, tra-zendo consigo também mais oportunidades económicas para os mais de 5.000 motoris-tas que viajam com a aplicação nas cidades

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portuguesas. A Uber já cobre mais de 50% da população portuguesa, a maior cobertura do serviço no sul da Europa.Para celebrar a chegada a Braga, Cidade Eu-ropeia do Desporto em 2018, a Uber anun-cia uma parceria com o Sporting Clube de Braga, para tornar mais simples as desloca-ções de e para o Estádio Municipal de Bra-ga, e que oferecerá descontos e vantagens

exclusivas aos sócios do clube. O pontapé de saída é já no próximo sábado, dia 13 de janeiro, com o jogo Sporting Clube de Braga x SL Benfica a contar para a Liga NOS, no Estádio Municipal de Braga.António Salvador, presidente do Sporting Clube de Braga, afirma que “estamos muito satisfeitos por celebrar esta parceria entre o Sporting Clube de Braga e a Uber, que trará uma oferta diferenciadora aos associados do clube, e permitirá tornar as deslocações mais simples aos adeptos que se desloquem ao Estádio Municipal de Braga”.Atualmente, a Uber serve utilizadores nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, assim como na região do Algarve, passando hoje também a estar disponível na cidade de Braga. Desde a chegada da Uber a Portugal já foram realizados mais de um milhão de downloads da aplicação.

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Partilha de viaturas

Construtores de automóveis já olham para a mobilidade partilhada

Pedro Venâncio [email protected]

OS SERVIÇOS DE CARSHARING mostram-se cada vez mais como uma solução para o futu-ro da mobilidade nos grandes centros urbanos. Mais ainda, quando a aposta nesses serviços é feita através de veículos elétricos. Estas platafor-mas, não só se apresentam competitivas face aos custos despendidos com automóveis par-

ticulares, como permitem retirar de circulação, a médio/longo prazo, milhares de veículos que provocam o congestionamento das principais artérias citadinas e ocupam milhares de lugares de estacionamento.Em média, os automóveis particulares passam 90% do tempo estacionados. Segundo a Drive-Now, as viaturas particulares circulam somente 60 minutos diários, ao passo que um automó-vel partilhado pode viajar cerca de 300 minu-

tos diariamente. As vantagens não se ficam por aqui, e quando a discussão é o preço, os serviços de carsharing oferecem normalmente tarifas muito competitivas face ao táxi e a ou-tras plataformas de mobilidade, como a Uber e a Cabify.Além de veículos elétricos, os serviços de car-sharing disponibilizam automóveis modernos e atraentes para os consumidores, flexíveis na hora de estacionar e, em alguns casos, viaturas

Os gigantes do setor automóvel estão a voltar-se para a mobilidade partilhada. Mercedes, BMW, Volkswagen, Ford e Grupo PSA, nenhum descura a mobilidade partilhada e sustentável nos seus objetivos. A mera construção de veículos já é coisa do passado.

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premium, como é o caso da DriveNow com a oferta de modelos BMW Série 1 e BMW i3. Ora, o serviço da DriveNow é um dos mais conheci-dos pelos habitantes de Lisboa pela sua parceria com as marcas Mini e BMW.Quem começa a dar passos largos no mer-cado do carsharing são precisamente os próprios fabricantes de automóveis que, di-reta ou indiretamente, se têm associado a ‘startups’ e entidades deste setor da mobi-lidade partilhada para o início de parcerias e ‘joint ventures’. A Transportes em Revista já lhe deu a conhecer vários exemplos des-tes serviços, desde a DriveNow, passando pela IONIQ Carsharing em Amsterdão com viaturas Hyundai, até aos Estados Unidos da América onde a VIA e a Daimler, com vans da Mercedes, têm um projeto de transporte partilhado.Um dos mais recentes serviços de carsharing começou no passado mês de dezembro no país vizinho. Em Madrid, a Renault uniu esforços com o operador de serviços urbanos Ferrovial, e criou a Zity. Esta plataforma de partilha de viaturas opera no centro da capital espanhola e começou com uma frota de 380 Renault ZOE Z.E. 40. O objetivo é colocar 500 automóveis ao serviço, de forma gradual.A Zity funciona de forma muito semelhante à DriveNow na capital portuguesa. Para utilizar a aplicação basta descarregar a app no smartpho-ne, registar-se na plataforma e escolher o auto-móvel mais perto. Tal como a DriveNow, a Zity disponibiliza um serviço ‘cardless’, isto é, não é necessário chave para abrir, fechar ou ligar as viaturas. As tarifas são igualmente bastante competitivas, com preços de 0,21 euros/min. ou 55 euros diários. Aliás, esta aposta forte da Zity vem no sentido de competir com a Emov e a Car2go, outros dois serviços de carsharing em Madrid. Para já, os ZOE da Zity operam numa área geográfica de 75 km2 no centro e norte da capital madrilena.Da Alemanha surge a MOIA, a mais recente empresa do grupo Volkswagen, na vertente da mobilidade partilhada. Neste caso, o objeti-vo é ousado: “ser um dos líderes mundiais em serviços de mobilidade até 2025”. Oficialmen-te lançada em dezembro de 2016, a empresa apresentou recentemente o seu novo veículo elétrico com capacidade até seis passageiros (mais o condutor). O T6 Multivan deriva do modelo comercial Transporter, ainda que mais moderno e futurista. Com cerca de 300 quiló-metros de autonomia e uma recuperação de 80% da bateria em apenas 30 minutos, o T6 é

ideal para deslocações partilhadas em grandes centros urbanos.Para já, a MOIA opera uma frota de 20 veículos na cidade alemã de Hannover, desde outubro do ano passado, e conta colocar em funciona-mento 200 viaturas em Hamburgo já no início deste ano. O objetivo é simples, retirar um mi-lhão de carros dos centros urbanos. Esta é a premissa dos fabricantes de automóveis que começam a ver o ‘business’ noutras áreas de atuação, por sinal, mais amigas do ambiente. A MOIA caracteriza-se como uma “empresa independente” com foco no desenvolvimen-to de novas formas de ridehailing e ridepool através de investimentos em “startups digitais e na colaboração com cidades e operadores de transporte”.Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, o serviço Chariot opera uma frota de carrinhas Ford Transit Wagon, conduzidas por motoristas profissionais. O objetivo é, mais uma vez, que as pessoas partilhem as suas viagens e deixem de usar veículos particulares. O Chariot opera nas cidades de São Francisco e São José, na Califór-nia; Seattle; Austin e Santo António, no Texas; Colombus, no Ohio; Nova Iorque e Londres.O serviço da Chariot apresenta-se diferente dos anteriores. Neste caso, existem rotas pré-defi-nidas podendo os passageiros reservar as suas viagens com antecedência. As carrinhas Ford Transit Wagon têm até 14 lugares sentados e wi-fi a bordo para que os passageiros possam ocupar da melhor forma o tempo nas suas deslocações. Quanto às tarifas, a Chariot ofe-

rece várias modalidades de pagamento, desde tarifas diárias, até passes mensais com acesso limitado ou ilimitado para todas as rotas. É as-sim que se caracteriza a plataforma: “acessível, eficiente e moderna”.O Grupo PSA, detentor da Peugeot, Citroën e Opel, encontra-se no “jogo da mobilidade par-tilhada” desde 2016 e dá cartas em 17 cidades europeias e nos Estados Unidos. Mais uma vez, a prestação do serviço de mobilidade é diferen-te, mas o objetivo semelhante. A plataforma digital Free2Move agrega vários serviços de partilha de viaturas, permitindo aos utilizadores comparar a localização, as características e os custos dos vários operadores disponíveis. Entre os serviços de carsharing encontram-se empre-sas como a Car2Go, a DriveNow, a Drivy, a Zip-car, a TravelCar, a Cambio, a Emov ou a eCool-tra, que variam de cidade para cidade.O ‘main goal’ do Grupo PSA, com a plataforma Free2Move, é idêntico ao da MOIA: “ser uma referência mundial em serviços de mobilidade até 2030” e alcançar “36 milhões de utilizado-res de carsharing até 2025”.Com automóveis, vans, motos ou bicicletas. Elétricos ou não. Através de aplicações móveis ou da ‘web’. Em parceria ou independentes. Tudo vale no negócio da mobilidade partilhada e sustentável. O trânsito, o congestionamento, a poluição e, acima de tudo, a liberdade das pessoas, são hoje preocupações para a maio-ria dos fabricantes de automóveis que já olham para a mobilidade partilhada como o negócio económico-sustentável do futuro.

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Entre a Madeira e o continente

“Elevados prejuízos” afastam armadores do concurso para o ferry

Está longe de terminar o impasse para a concessão da ligação semanal por ‘ferryboat’ de transporte de passageiros e mercadorias, entre o arquipélago da Madeira e o continente.

DEPOIS DE, EM AGOSTO do ano passado, o procedimento para o lançamento de um concurso internacional ter recebido luz ver-de de Bruxelas, seguiu-se um conjunto de contrariedades para a realização das ope-rações.No lançamento do concurso, e com vista ao incentivo do maior número de candidatos, o Governo Regional definiu a atribuição de três milhões de euros anuais, a título de in-demnizações compensatórias, durante o pe-ríodo de concessão. Na altura, o caderno de encargos determinava que o vencedor reali-zasse uma ligação semanal entre o Funchal e Portimão, sem interrupções, a uma velo-cidade obrigatória suficiente de pelo menos 21 nós, cerca de 39 Km/h, para que fosse cumprida a viagem em menos de 24 horas. Quanto às embarcações, deveriam ter um máximo de 175 metros de comprimentos, com o calado a não exceder os 6,5 metros,

garantindo assim a operacionalidade no por-to do Funchal, e acomodar, no mínimo, 300 passageiros.Todavia, devido a várias “imprecisões”, o Governo da Madeira anulou o anúncio ao concurso público divulgado em Diário da República. Fonte da Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura da Madeira, referiu na altura que “o anúncio do proce-dimento relativo ao concurso para a con-cessão de serviços de transporte marítimo regular entre a região e o continente portu-guês publicado segunda-feira no Diário da República continha imprecisões”.A mesma fonte explicou que “os valores e prazos associados determinaram a sua anu-lação” uma vez que, entre as incorreções, o valor-base do procedimento estava duplica-do, constando na publicação do Diário da República 18 milhões de euros, enquanto o executivo madeirense, previa apenas nove

milhões de euros para fazer face “aos en-cargos orçamentais relativos à concessão de serviços de transporte marítimo regular atra-vés de navio ferry”.O prazo para a apresentação formal de can-didaturas para a concessão da linha termi-nou em dezembro de 2017, com 13 arma-dores interessados em gerir a concessão para ligação semanal entre a Região Autónoma e o continente. Em declarações ao Público, Pedro Calado, vice-presidente do executivo madeirense, garantiu que “uma coisa pode-mos prometer, no Verão de 2018 teremos o ferry na Madeira”. O executivo afirmou exis-tirem várias possibilidades em aberto e que, de uma maneira ou de outra, a promessa seria cumprida.O impasse mantinha-se, e pouco a pouco as empresas iam “fugindo” do concurso pelos “elevados prejuízos”. Apesar do apoio de três milhões de euros dado pelo Governo Regional da Madeira, todos os 13 armado-res (Tecnovia Madeira, Transdev Douro, S.A., Empresa de Navegação Madeirense, Transin-sular Madeira, Mutualista Açoreana, Seventh Wave, Navegar – Companhia Portuguesa de Navegação Internacional S.A., Hellenic Shi-pping, FRS Europe, Mavale & Mota, Tallink Grupp, Vieira & Silveira e Leonardo Ponte) que levantaram o caderno de encargos do concurso público, lançado em agosto, não mostraram interesse no concurso.Duarte Rodrigues, administrador da ENM – Empresa de Navegação Madeirense, refe-riu, em declarações ao DN da Madeira, que “não foi possível construir uma solução de transporte que não acarretasse elevados prejuízos, pelo que não apresentámos uma proposta”. O responsável sublinhou ainda que “o montante previsto de indemnizações compensatórias era claramente insuficiente para construir uma oferta de transporte”, uma vez que “as várias simulações testadas conduziam sempre a elevados prejuízos”. Não havendo interessados, mantém-se a dú-vida para o arranque das operações, sendo os próximos meses decisivos para o desfecho final do concurso.

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José Monteiro Limão [email protected]

Pedro Costa Pereira [email protected]

TRANSPORTES EM REVISTA (TR) – Em 2017 o MP transportou mais 2,6 milhões de passageiros do que em 2016, com um total de 60,6 milhões de validações (+4,5% face a 2016). Quais os motivos que levaram a este crescimento?JORGE DELGADO (JD) – Parece ser mais ao menos evidente que vivemos hoje uma fase de aumento da atividade económica e do emprego na Área Metropolitana do Porto, o que gera maiores necessidades de mobilidade aos cidadãos. Dentro desta atividade económica o crescimento do tu-rismo assume uma grande preponderân-cia e sabemos todos que os turistas usam, por norma, bastante o transporte público. Penso ser nestes fatores que reside a prin-cipal causa do crescimento da procura que temos tido, só possível, claro está, porque conseguimos estabilizar a nossa oferta em elevados níveis de qualidade e fiabilidade, fatores que fazem da Metro do Porto uma referência de confiança.

TR – A AMP enquanto autoridade dos transportes tem a competência na defini-ção, organização e gestão do sistema de mobilidade na região. Como tem sido a ar-ticulação entre a Metro do Porto e a AMP?

JD – A autoridade de transportes da Metro do Porto é o Estado, através do IMT - Instituto da Mobilidade e dos Transportes, IP., que tem atri-buições de regulação, supervisão e fiscalização da nossa atividade e com quem temos uma ótima cooperação e a melhor das relações. Porém, a Área Metropolitana do Porto é um acionista muito relevante da empresa, tendo por isso um papel importantíssimo na vida da Metro do Porto, seja na avaliação da atividade de operação que prestamos, seja nas decisões de investimento, em particular quando se trata de decidir a expansão da rede.

TR – As definições estratégicas ao nível das infraestruturas e serviços pesados de transporte de passageiros são estruturan-tes para uma mobilidade mais eficiente e acessível. Como vê a estratégia da AMP quanto ao futuro da Metro do Porto?JD – Como acabei de dizer, a AMP é um acionista relevante da Metro e terá por isso sempre um papel fundamental nas decisões que vierem a ser tomadas em relação ao fu-turo. Foi assim na decisão da expansão que está a ser projetada e nunca poderia ser de outra maneira, pois se quem gere o território não estiver sintonizado com as opções que a Metro do Porto tomar… nunca nada se fará.

TR – Integração é a palavra chave no sistema de transportes. Qual a visão da Metro do Porto nesta questão?

JD – A Metro do Porto já nasceu integrada! Nunca existiu um bilhete “Metro do Porto”, sempre se andou de Metro usando o Andan-te, que é um titulo de transporte intermodal, que pode ser utilizado na Metro, na STCP, na CP urbanos do Porto e nos operadores rodo-viários que aderiram a esse título. Claro que se à data, em 2002, isto foi uma grande no-vidade e um grande avanço, hoje achamos que é necessário muito mais. Temos que facilitar ainda mais a vida às pessoas, para que elas possam querer andar de transporte público e para isso ser conseguido é preciso, lá está a palavra que referiu, integrar mais modos de transporte num mesmo pacote de viagem, que permitam fazer o ciclo de via-gem completo. É um trabalho urgente que no contexto do TIP (Transportes Intermodais do Porto) estamos a perseguir, porque esta-mos a trabalhar numa proposta de projeto piloto que envolve várias áreas / comunida-des intermunicipais e que visa construir uma plataforma de acesso a vários modos de mobilidade… como diz e bem integrados. Mas ainda é cedo para falarmos nisso com detalhe.

TR – Quais as expetativas da MP ao re-cente anuncio da AMP para o concurso global de transportes?JD – Não se trata de um concurso que nos diga respeito, mas esperamos que dele re-sulte uma rede de concessões coordenada

Metro do Porto

Novas linhas vão gerar anualmente mais 12 milhões de validações e 7 milhões de eurosNa sua primeira entrevista à Transportes em Revista, Jorge Delgado revela porque é que o Metro do Porto obteve tão bons resultados em 2017 e anuncia que este ano vamos assistir a uma “revolução” na forma de viajar em transportes públicos. O presidente da Metro garante que as novas linhas vão dar maior projeção e capacidade à empresa e que o grande objetivo é tornar o Metro do Porto numa empresa de mobilidade.

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«Na realidade não se trata de um aplicação

de venda de títulos de transporte,

mas antes algo muito mais importante

do que isso, trata-se de uma verdadeira revolução na forma

de viajar».

a conta de mobilidade a pagar. Veja bem, o cliente não corre o risco de se enganar na compra do título, não tem que decidir se compra assinatura mensal ou não, pois será cobrando sempre o valor otimizado - isto é, o mais barato -, em função dos trajetos que fez. Só precisa de ter um telemóvel e fazer um registo, uma vez. Sendo assim tão fácil acreditamos que traremos mais gente para o sistema.

TR – O MP trouxe à cidade e região um grau superior de mobilidade, mas tam-bém contribuiu fortemente para a valo-rização imobiliária nas áreas que atra-vessa e nas zonas onde existem estações. Parte desta mais-valia imobiliária não deveria ser canalizada para a MP, como compensação e financiamento suple-mentar do sistema?JD – Confesso que é assunto sobre o qual tenho poucas ideias para sugerir. Tenho mais dúvidas. Mas é evidente que esse raciocínio é legítimo e até natural. Há alguns exemplos de países em que se criam formas de finan-ciamento que passam pela criação de taxas e impostos sobre os beneficiários mais diretos. Num país que tem a carga fiscal que temos, não sei se é muito fácil pensar em mais impos-tos e mais taxas. Há porém formas alternativas de arrecadar receita, nomeadamente pelos municípios, criando índices de construção di-ferenciados, de maior dimensão, por exemplo na proximidade de estações de Metro, o que por si só já permitiria arrecadar mais receita.

TR – O recente concurso para os projetos de expansão da rede foram um sucesso pelo número de propostas e pelos 1,4 milhões de euros abaixo do preço-base. De acordo com os estudos da MP, que mais-valias (em termos de passageiros e receitas) a nova Linha Rosa e a expansão da Linha Amarela irão trazer à empresa?JD – De acordo com o estudo de procura estrutural, elaborado pela FEUP, estima-se um acréscimo de validações médio na ordem das 33 mil por dia, o que corresponderia a mais de 20 mil euros/dia, ou seja mais de sete milhões de euros ano.

TR – O Fundo Ambiental vai ter um total de 157,7 milhões de euros em 2018. Terá este fundo capacidade para garantir todo o financiamento da expansão da rede (Li-nha Amarela e Linha Rosa)?

JD – Esperamos de facto captar mais clien-tes e, não menos importante, facilitar a vida aos que já usam o transporte público. Mas vejamos, na realidade não se trata de um aplicação de venda de títulos de transporte, mas antes algo muito mais importante do que isso, trata-se de uma verdadeira revolu-ção na forma de viajar. Com esta aplicação, uma vez registado, o cliente não tem que comprar nenhum título de viagem. Abre a aplicação, viaja quando e para onde quiser, validando com o telemóvel exatamente da mesma forma e as mesmas vezes que valida-ria com o cartão e ao fim do mês receberá

e complementar à rede da Metro do Porto, por forma a servirmos da melhor maneira possível os cidadãos.

TR – O estacionamento é um fator im-portante na acessibilidade ao transporte público. Na perspetiva da Metro do Por-to o que falta fazer a este respeito no grande Porto e em particular nas áreas das estações do metro?JD – A Metro do Porto tem uma rede signifi-cativa de parques de estacionamento ao longo da sua rede e tem um produto de nome ’Park & Ride’ que permite a um cliente da Metro do Porto, por um preço muito acessível, comprar o direito de estacionamento durante todo o dia, em alguns parques onde este tipo de ser-viço está previsto. Diria por isso que na nossa rede, em geral, o acesso ao Metro está facili-tado. Isto já não é tão verdade quando fala-mos da Cidade do Porto. Aí precisávamos de ter mais pontos âncora para estacionamento, principalmente nas entradas da cidade.

TR – Os Transportes Intermodais do Por-to estão na fase final da prova de concei-to da nova aplicação de venda de títulos de transporte que integra a oferta de transporte na cidade. A Metro do Porto espera que esta seja uma forma de cap-tar mais clientes? Porque razão?

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«Há formas alternativas de arrecadar receita, nomeadamente pelos municípios, criando

índices de construção diferenciados, de maior dimensão, por exemplo

na proximidade de estações de Metro,

o que por si só já permitiria arrecadar

mais receita».

princípio, as nossas necessidades serão mes-mos de 18 veículos e o modelo de aquisição não será “renting”, mas antes um leasing operacional. É um modelo habitual neste tipo de aquisições.

TR – Tendo sido afirmado que os dois in-vestimentos previstos na expansão da rede terão um peso mínimo no passivo da em-presa, como se resolve os cerca de 3,5 mil milhões de euros de passivo acumulado?JD – Se quer verdadeiramente a minha opi-nião, esse problema é hoje um não proble-

ma. Desde que a Metro do Porto passou a integrar o conjunto de EPR’s – Empresas Públicas Reclassificadas, toda a sua dívida foi integrada e reconhecida na dívida do Es-tado. Esse sim foi um momento difícil para o Estado. Neste momento, salvo um muito pequeno financiamento à banca comercial que ainda não encerrou, mas que não du-rará muitos mais anos e um financiamento BEI de pouco mais de 500 milhões euros, a restante dívida da Metro do Porto já é dívida ao IGCP. Assim sendo, trata-se de dívida do Estado ao Estado. Quando o Estado quiser pode resolver esta situação e já fizemos pro-postas nesse sentido.

TR – Entre o final de 2016 e o final do pri-meiro semestre de 2017, a MP aumentou a sua dívida em cerca de 182 milhões. A que se deveu este aumento do endivida-mento?JD – No essencial ao pagamento de 153 mi-lhões de euros de encargos com os “swaps” celebrados com o Banco Santander Totta, S.A., que resultam do acordo celebrado com essa Entidade em maio de 2017. Mas se é verdade que o endividamento aumentou, também é verdade que o passivo da em-presa não sofreu, por causa disso, nenhum agravamento, já que durante a fase de con-tencioso judicial os pagamentos foram sus-pensos mas os juros entretanto vencidos e não pagos foram sendo registados na rubri-ca do Balanço “Outras contas a pagar”.

TR – A MP melhorou de forma signifi-cativa o seu resultado financeiro, tendo apresentado um resultado líquido negati-vo na ordem dos 34 milhões, 66% abaixo dos quase 100 milhões de prejuízos que previa. A que se deveu esta redução?JD – Estas variações são muitas vezes me-ramente contabilísticas ou conjunturais, mas é verdade que melhoramos de forma signi-ficativa o nosso resultado financeiro e isso deveu-se fundamentalmente ao aumento em 57,5 milhões de euros do justo valor dos instrumentos financeiros derivados detidos pela MP em junho de 2017.

TR – O contrato entre a MP e a Barra-queiro está assinado e em processo de análise pelo Tribunal de Contas. Qual a expetativa da Metro do Porto quanto a esta validação? Caso não haja aprova-ção, qual o plano B?

JD – Como é sabido, a gestão do Fundo Am-biental é da responsabilidade do Sr. Ministro do Ambiente, pelo que não me compete opinar sobre a forma como o Fundo vai ou não vai ser utilizado.

TR – É descabida a desconfiança de quem duvida da capacidade financeira para a execução dessa expansão?JD – Todas as orientações que recebemos até hoje foram no sentido de que estas expan-sões são para construir logo que tenhamos condições para o efeito. É por essa razão que, após a decisão da expansão, preparamos o concurso para os projetos de execução, que foi autorizado, que está já concluído e cujos contratos se assinaram no passado dia 15 de janeiro. Estamos prestes a iniciar a preparação do processo de concurso para as empreita-das, para que logo que os projetos estejam prontos possamos lançar estes concursos.

TR – Esta expansão da rede implica mais material circulante. É público que estão estimadas em 14 a 18 composições, do tipo Eurotram. O modelo de financia-mento é em sistema de “renting”, ou seja aluguer. Porquê esta opção e quais as vantagens para a MP?JD – O modelo de financiamento de toda a infraestrutura e do material circulante está a ser trabalhado em conjunto com as nossas Tutelas. No caso do material circulante, em

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«Sem falsas modéstias, acho que fizemos

um trabalho muito sério e cuidadoso, cumprindo

todos os requisitos legais e construindo um

caderno de encargos que se revelou credível

e capaz de gerar concorrência».

dos em plataformas eletrónicas e na Eco-nomia da Partilha? São uma ameaça ou oportunidade?JD – Definitivamente uma oportunidade. O serviço que prestamos é pensado nas neces-sidades das pessoas, quando surge um outro serviço que é também para servir as pessoas, só podemos ficar contentes. O que acontece é que normalmente estes serviços são com-plementares ao nosso e por isso acabam por ser potenciadores da nossa atividade. Logo, são sempre uma oportunidade.

TR – Como será o Metro do Porto daqui a 10 anos? Um operador de transportes fer-roviário de passageiros ou uma empresa de mobilidade que alargou a sua ação a outras atividades e serviços de mobilidade?JD – Não dependerá só de nós, mas espero sinceramente que seja muito mais uma em-presa de mobilidade do que um simples ope-rador de transportes. Significará que con-seguimos todos adaptarmo-nos aos novos tempos e que por consequência mudamos a forma como servimos os nossos clientes. Se assim for, por certo teremos ainda mais clientes.

pessoas precisam. Nestes aspetos não depen-demos de nós próprios apenas mas da for-ma como nos conseguirmos articular com os outros operadores e prestadores de serviços. A disponibilidade existe, essa é uma preocu-pação… Temos que a trabalhar.

TR – Como vê o aparecimento de novos operadores e serviços de mobilidade, no-meadamente aqueles que estão sustenta-

JD – Sem falsas modéstias, acho que fize-mos um trabalho muito sério e cuidadoso, cumprindo todos os requisitos legais e cons-truindo um caderno de encargos que, fruto da enorme valia da equipa técnica da Metro do Porto, se revelou credível e capaz de ge-rar concorrência. Ora, assim sendo, não vejo nenhuma razão para que o visto positivo do TC não seja obtido e por isso não há plano B.

TR – O consumidor é, em última análise, quem determina o serviço. Estão os ope-radores convencionais de transportes pú-blicos, preparados para as dinâmicas e exi-gências da próxima geração de clientes? JD – A próxima geração, tal como a atual e a passada, terá sempre como primeira exigên-cia a fiabilidade e a qualidade do serviço que prestamos e aí acho que, se o Estado conti-nuar a gostar das empresas públicas tal como este Estado tem demonstrado que gosta, há condições para garantir estas exigências. Sei que a pergunta se refere a outro tipo de exi-gências, nomeadamente à necessidade de um serviço mais completo e mais integrado em termos de origem/destino e que tenha as-sociado serviços complementares de que as

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Madeira

Ampliação do Porto do Funchal irá custar 100M€

96 mil passageiros

Porto de Leixões recebeu 100 cruzeiros em 2017 O Porto de Leixões atingiu um novo máximo histórico em 2017, com os dois terminais de cruzeiro a receberem 100 escalas, num total de 96 mil passageiros. Estes números repre-sentam um crescimento de 19% e 33% no número de navios de cruzeiro e número de passageiros, face a 2016, respetivamente.No ano transato, 12 novos navios escolheram escalar Leixões pela primeira vez, revelando “a confiança sustentada que os operadores depositam no porto”, refere a APDL. Tam-bém a dimensão dos navios que visitaram o Porto de Leixões tem vindo a aumentar. Entre os 100 cruzeiros aportados, 28 tinham um comprimento superior a 250 metros, mais do

dobro dos registados em 2016. Inaugurado em 2011, o novo cais de Matosinhos cresceu 80% no número de cruzeiros e 128% no nú-mero de passageiros. No total, o Terminal de Cruzeiros de Leixões já recebeu 252 escalas desde a sua abertura, tendo 360 mil passa-geiros visitado a região. Para 2018, espera-se um crescimento na ordem dos 20% e mais 12 escalas inaugurais. A APDL indica que “novas companhias iniciarão operações em Leixões no próximo ano, com destaque para a Royal Caribbean International, a Norwegian Cruise Line e para a Mediterranean Shipping Company que fará o primeiro turnaround em Leixões com o navio MSC Magnifica”.

A ampliação do Porto do Funchal, em 400 metros, terá um custo de 100 mi-lhões de euros, um valor “mais barato” do que o inicialmente previsto, segundo garante o Governo Regional da Madeira. Miguel Albuquerque, presidente do Go-verno Regional da Madeira, referiu que “o aumento potencial do Porto do Fun-chal tem a ver com a proteção da baía face a condições excecionais de mau tempo no mar” e “com a necessidade de darmos uma utilização ao cais norte e no futuro fazermos uma ampliação consis-tente da marina”.As declarações do chefe do Executivo fo-ram feitas no decurso da visita ao navio “Seaside”, da empresa MSC Cruzeiros, que fez escala no Funchal, em viagem inaugural com destino a Miami. Miguel

Albuquerque fez questão de referir que o novo Hospital do Funchal é a “grande prioridade” e que só depois de pode pen-sar na ampliação do porto madeirense. “São duas obras prioritárias e, no caso da ampliação do Porto do Funchal vai-nos permitir, no fundo, a proteção da cida-de e a utilização do cais norte, que neste momento não é possível devido à circuns-tância de estar muito exposto”, explicou.Miguel Albuquerque realçou a importân-cia do mercado de cruzeiro para a Região Autónoma, mercado que “tem crescido exponencialmente nos últimos anos”. O executivo lembrou que “no ano passado, tivemos 520 mil turistas desembarcados aqui na Madeira” e que, embora existam “algumas flutuações”, não há “razões para nos queixarmos”.

Porto de Leixões

Terminal de Cruzeiros galardoado com Emblema Regional O Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões foi distinguido com o Emblema Regional “O Norte Somos Nós 2017”, atribuído pela Comissão de Coordenação Regional do Norte, que tem como objeti-vo destacar projetos com reconhecimento público. A escolha do Terminal de Cruzei-ro de Leixões deve-se ao facto de ser “uma obra arquitectónica de referência” e uma “aposta no turismo de cruzeiro”, além de contar com outros “galardões internacio-nais de renome, como é o caso do AZ AWARD (2016) e do ArchDaily (2017)”, refere a APDL. A gala de entrega dos pré-mios realizou-se no Museu do Carro Elé-trico, no Porto, e distinguiu instituições e entidades nas áreas de Competitividade, Inovação, Investigação, Inclusão, Qualifi-cação, Sustentabilidade e Património.

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No Grupo Central

Atlânticoline atinge recorde de 500 mil passageiros A Atlânticoline, transportadora marítima açoreana, atingiu a marca de 500 mil passageiros transportados no Grupo Central, no passado mês de dezembro, um número nunca antes alcançado pela empresa em anos anteriores. Este valor representa um crescimento do nú-mero de passageiros na ordem dos 4,3%, em relação a igual período do ano passado.Ao Açoriano Oriental, a Atlânticoline realça que foi pos-sível atingir a marca pelo investimento e renovação da frota “nomeadamente com os dois novos navios Gilber-to Mariano e Mestre Simão”.Entre janeiro e novembro, o transporte marítimo de pas-sageiros no arquipélago do Açores registou um cresci-mento de 5,4% em relação ao período homólogo, atin-gindo um total de 561.287 passageiros, mais 29.004 passageiros transportados que em 2016.

No Porto do Funchal

Portugal fornece navio a GNL pela primeira vez A empresa Gáslink, do Grupo Sousa, realizou pela primeira vez uma operação de fornecimento de gás natural a um navio em Portugal. A operação decorreu no Porto do Funchal onde foi abastecido o navio “AIDApri-ma”. A Gáslink, em parceria com a GALP, realizou com sucesso o fornecimento do cruzeiro, numa operação que demorou cerca de duas horas. A operação foi observada por Pedro Calado, vice-presidente do Governo Regional, Lígia Correia, presidente da APRAM, Luís Miguel Sousa, presidente do Grupo Sousa, Paulo Silva Ribeiro, capitão do Porto do Funchal, e Patrícia Caires, diretora regional adjunta de Economia. As operações de fornecimento de GNL ao navio “AIDAprima” deverão ocorrer se-

manalmente até abril de 2018, durante as escalas que o navio fará no Porto do Funchal, todas as segundas-feiras.Esta é uma estreia mundial, nes-te tipo de operações, realizada numa ilha. O processo é feito com recurso a um contentor criogénico de 40 pés que man-tém o GNL a uma temperatura que ronda os 145 graus negati-vos. O GNL é depois transporta-

do no circuito habitual da Gáslink, sendo o contentor cheio na UAG (Unidade Autónoma de Abastecimento).Pioneiro a nível nacional, o Porto do Funchal é um dos três portos do sul da Europa a prestar este serviço, juntando-se aos portos de Barcelona e Roma.

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Round Trip Without Sleep

Transdev estreia sistema que previne sono e fadiga dos motoristas

Em Moscovo

Estudantes portugueses vencem concurso de mobilidade sustentável

A Transdev estreou recentemente um sistema inovador que previne o sono e a fadiga dos seus profissionais. Em Aveiro, os motoristas da AveiroBus foram os primeiros a testar este sistema de prevenção de acidentes, que os alerta para a necessidade de parar e descansar. O “Round Trip Without Sleep” foi desenvol-vido pela empresa portuguesa Optimizer, em parceira com o IPCA – Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.Jorge Machado, gestor de qualidade, ambien-te e segurança da Transdev, refere que “pela primeira vez a nível mundial será aplicada no setor dos transportes uma solução tecnológica capaz de identificar o sono e a fadiga precoce-mente, ou seja, cinco a dez minutos antes de a pessoa apresentar manifestações fisiológicas daqueles sintomas, o que constitui um avanço extremamente importante em matéria de se-gurança rodoviária”.O sistema funciona a partir da utilização de uma pulseira que mede em tempo real e moni-toriza de forma contínua a temperatura corpo-ral, o espaçamento dos batimentos cardíacos e a humidade da pele do condutor, identifi-

André Borges, Bernardo Tavares e Luís Martins, alunos do mestrado integrado em Engenharia da Energia e do Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, venceram o Hackathon de Transportes Internacional de Moscovo. A equipa portuguesa contou ainda com estudantes de Espanha e Colômbia.André Borges garante que “arrecadamos o primeiro prémio com uma ideia complemen-tar à infraestrutura do metro e que pode ser aplicada a qualquer infraestrutura confusa e no controlo de multidões, ideia esta que espera-mos que dê frutos nos próximos tempos. Ao longo destes tempos tem sido um prazer tentar resolver os problemas dos transportes públicos de modo a incutir eficiência e bem-estar”. Por sua vez, Bernardo Tavares destaca que “os me-tros de Moscovo são lindos mas confusos para estrangeiros. A equipa chegou a perder-se por lá, o que motivou a procura por um sistema de navegação”. O projeto vencedor tem o nome de “EZColours” e, segundo explica a Faculda-

cando alterações nos padrões de vigília. O sinal de aviso é feito através da vibração da própria pulseira e da emissão de um sinal de alerta para um dispositivo móvel antes de o condu-tor revelar sintomas de sonolência ou cansaço.Jorge Machado sublinha que “o sono e a fadi-ga dos condutores têm como consequências

fisiológicas o deficit de atenção, reações mais lentas e uma menor capacidade de decidir cor-retamente. Se pensarmos que, a uma veloci-dade de 120 Km/h, um micro sono de apenas três segundos implica percorrer uma distância de 100 metros, a possibilidade de prever a aparição destes sintomas pode revelar-se fun-damental para evitar acidentes”.O mesmo responsável assegura que “a adoção deste sistema vai garantir uma maior segu-rança rodoviária, assim como vai permitir aos motoristas melhorar o planeamento das suas viagens e diminuir custos operacionais. “Nos próximos dias, além dos motoristas da rede AveiroBus, vamos também contar com a apli-cação do mesmo sistema em alguns serviços em linhas de longo curso a nível nacional”, conclui.Além deste sistema, a Transdev, em parceria com a Optimizer e o IPCA, tem planos para a realização de um estudo com vista a anali-sar padrões de sono, fadiga e stress dos mo-toristas, a partir dos quais se poderão retirar conclusões sobre quais as linhas e horários que mais stressam ou cansam os condutores.

de de Ciências da Universidade de Lisboa em comunicado, “consiste num sistema dinâmico de orientação por cores, distribuído ao longo dos percursos, nas estações de metro e visa esclarecer os passageiros, indicando qual o ca-minho apropriado para o seu destino, propor-cionando ao operador do sistema do metro a organização das rotas dos passageiros, garan-tindo assim o bom funcionamento da rede de transportes”.O Hackathon de Transportes Internacional jun-tou vinte equipas de várias nacionalidades no sentido de melhorar o transporte público de

Moscovo. Recorde-se que entre 14 de junho e 15 de julho de 2018, a Rússia vai receber a fase final do Campeonato do Mundo da FIFA, sendo este um bom pretexto para a procura de novas soluções inovadoras de mobilidade.O primeiro Hackathon de Transportes Mundial organizado pela Youth For Public Transport (Y4PT) aconteceu em maio de 2017, durante o “Global Public Transport Summit”, uma ini-ciativa da Union Internationale des Transports Publics (UITP). Em Montreal, a equipa consti-tuída por Portugal, Holanda, Uganda e Mali conseguiu o segundo lugar.

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Tic´s da mobilidadeOPINIÃO

Manuel Relvas

Ser ou não ser, eis a inovação

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O anterior artigo desta coluna, que te-nho o enorme prazer de manter na Transportes em Revista, foi o décimo.

Este número redondo leva-me a expressar o meu agradecimento à revista e a todos os lei-tores, com um reconhecimento especial para os que, de uma forma ou de outra, me têm expressado as suas reações. Convida também a que se dispense um olhar retrospetivo para tentar perceber que fios condutores as tecno-logias da informação podem trazer ao desen-volvimento da mobilidade.Enquanto a ciência tenta descobrir as verdades da natureza, a tecnologia “limita-se” a resolver os seus dilemas; por isso é que andam sempre lado a lado, apoiando-se mutuamente. Mas que dilemas é que a tecnologia pode ajudar a resolver no âmbito da mobilidade? Consegui-rá ajudar a derrubar barreiras e a criar novas soluções que melhorem a qualidade de vida de milhões de pessoas? Será que os 10 artigos anteriores lançam algumas pistas? Vamos ver...No primeiro artigo, discute-se a dificuldade que os utilizadores ocasionais sentem na utili-zação dos transportes públicos, que foram de-senhados a pensar nos utilizadores frequentes. Entram aqui em campo as aplicações móveis funcionando como assistentes digitais, capa-zes de esconder do utilizador toda a comple-xidade de redes e serviços. No artigo seguinte, vemos a angústia do Dr. Faísca, que achava inevitável ter de conduzir centenas e centenas de quilómetros, para assegurar a liberdade de movimentos que a sua atividade profissional lhe exigia no destino. Experimentou a alterna-tiva de combinar vários serviços de mobilidade, e gostou!Segue-se um dilema clássico do consumidor: subscrever um serviço, recebendo no final do mês uma fatura de preço incerto, ou optar por um regime pré-pago, em que o serviço é cor-tado quando o saldo se esgota? Seguindo o exemplo de sucesso dos pacotes de telecomu-nicações, a criação de avenças cobrindo leques alargados de serviços de mobilidade levará ao aparecimento de novas entidades agregadoras e comercializadoras, os “Meta-Operadores”.

Depois de um dilema dos consumidores, foi a vez de um dilema dos operadores: num mun-do que está a mudar de forma frenética, o que fazer? Perseguir todo e qualquer “buzz”? Aguardar? E depois, não será tarde demais? As novas tecnologias podem dar uma ajuda preciosa para “experimentar rápido e barato”.No quinto artigo constata-se a crescente po-pularidade dos serviços informais, baseados na economia da partilha. Aqui a tecnologia po-tenciou o acesso e a previsibilidade destes ser-viços, aumentando a sua competitividade face à segurança dos meios tradicionais, públicos ou privados, numa mutação que coloca mais poder de decisão na mão do consumidor. No artigo seguinte, o Dr. Faísca alerta-nos para o perigo de tanto poder de decisão se converter numa confusão infernal. Ter muitos serviços de mobilidade à disposição através de aplica-ções móveis é bom, mas ele exige aplicações transversais que lhe agreguem e unifiquem o consumo e o pagamento de todos os serviços que precisa.Aborda-se depois o dilema da complexidade tarifária: regras complexas, que se adaptam à evolução da procura, mas de difícil compreen-são e utilização, versus tarifas simples, que se tornam insustentáveis quando se alteram os

relacionais económicos que lhes deram ori-gem. Só mesmo a tecnologia permite a neces-sária sofisticação: tarifas que até podem ser complexas, mas fáceis de consumir. A seguir, vestimos a pele do operador que pretende in-formatizar a sua operação: criar algo de raiz, necessariamente limitado, ou adotar algo mais genérico, mas que exige muito esforço de adaptação? Também aqui, a sofisticação é a resposta: soluções de mercado avançadas, configuráveis de forma flexível e expedita para se adaptarem aos diferentes requisitos de ne-gócio.No penúltimo artigo temos o desafio que os operadores incumbentes enfrentam, face aos novos atores que surgem no seu mercado, com modelos operacionais e de negócio dis-ruptivos. Não será crucial colocarem os seus serviços atuais também na arena digital? Mas como? A tecnologia proporciona hoje, aos operadores de virtualmente qualquer dimen-são, soluções que lhes permitem ter uma es-tratégia digital autónoma, que pode, ou não, incluir a integração em redes de terceiros, sem dependências mórbidas. Para finalizar, no último artigo, o Dr. Faísca debate-se entre a necessidade de ter o seu próprio carro e a pos-sibilidade de se livrar dos custos e limitações a ele inerentes. Por enquanto, considera o seu carro imprescindível, mas ficou a pensar...Sintetizando o que ficou dito acima, e nos 10 artigos anteriores, a tecnologia permite trans-formar o “OU” que encerra o dilema de esco-lher entre duas coisas anteriormente contradi-tórias, passando a um “E” onde não só ambas são possíveis, como até se podem reforçar mu-tuamente. Esta é, afinal, a inovação que vale a pena fazer em prol do consumidor que, sem-pre muito atento, vai inexoravelmente preferir quem lhe der o melhor de todos os mundos. Para inovar, estejamos pois atentos aos “OU”s da exclusão e dediquemo-nos afincadamente a transformá-los em “E”s da inclusão. Como sabemos, as regras do jogo são simples, mas duras: sem inovação os consumidores fogem, sem consumidores os serviços definham, sem serviços desaparece a razão de existir.

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App substitui bilhetes

“Anda” disponível em abril nos transportes públicos do Porto

Em Lisboa

Crianças vão poder usar cartão escolar nos transportes públicos

Os cartões e o dinheiro são dispensados pela aplicação “Anda”, mas o smartphone com sis-tema operativo Android e tecnologia NFC são requisitos obrigatórios. O utilizador tem de ins-talar a app “Anda” e, quando usar o metro, autocarro e comboio com tarifário “Andante”, deve aproximar o telemóvel do validador para dar início à viagem.A aplicação permite seguir o percurso, paragem a paragem. Ao sair não é necessário fazer nada porque o sistema considera a viagem terminada quando o passageiro se afasta do transporte.O “Anda” trará também uma otimização de custos para o utilizador porque não precisa de carregar nenhum passe na aplicação. Faz o uso que necessita e, no final do mês, é-lhe enviada a fatura.

As crianças do concelho de Lisboa vão poder usar o cartão escolar para viajar de forma gra-tuita nos autocarros da Carris e no Metro, a partir de setembro. A medida abrange, numa primeira fase, todos os alunos do primeiro ciclo do município. “Em setembro de 2018 queremos implementá-los em todos os alu-nos do primeiro ciclo e em setembro de 2019 queremos alargar depois aos ciclos seguintes”, referiu Ricardo Robles, vereador da Educação e dos Direitos Sociais. “Ainda não estabelece-mos até onde será, mas o objetivo é ser uma coisa progressiva”. À agência Lusa, o vereador, avançou que “a partir da Páscoa” terá início o teste piloto em dois agrupamentos da cidade “que ainda não estão escolhidos”. Recorde-se que os passes mensais da Carris e do Metro

“Criado pela Transportes Intermodais do Porto (TIP), a aplicação ‘Anda’ é um título ‘Andante’ desmaterializado, que evita preocupações com o tipo de viagens a comprar, no início do mês ou a cada deslocação, porque o sistema atribui a cada passageiro o tarifário mais favorável, enviando-lhe a fatura para casa”, explicou José Mendes, secretário de Estado Adjunto e do Ambiente. “As pessoas não precisam de se preocupar em definir, no início do mês, qual o cartão que vão comprar. E isto pode mesmo significar poupan-ça, porque o preço apresentado é sempre o preço mínimo para cobrir as deslocações que a pessoa efetuou”, acrescentou João Marrana, administrador delegado da TIP. “Mensalmente, a aplicação analisa o registo de viagens efetuadas e, através de um algoritmo altamente rigoroso, apresenta a solução tarifá-ria mais económica e vantajosa para o cliente”, assegurou a TIP. O “Anda” estará em pleno funcionamento em abril. Para já, a aplicação não está disponível para sistema operativo iOS (iPhone) porque “não é possível desenvolver a tecnologia NFC”. A aplicação vai estar disponível no Google Play e versões anteriores ao Android 5.0 não estão preparadas para suportar o sistema.

já são gratuitos para todas as crianças até aos 12 anos. A ideia, explica o vereador Ricardo Robles, é que “deixem de ser os pais a ter de pedir o pas-se” para as crianças, passando todos os alunos deste ciclo a ter o cartão automaticamente. Na opinião do responsável, “esta é uma ideia que parece muito simples, e é simples, mas que cria um instrumento importante para as escolas”, uma vez que a realização de ativida-des fora do ambiente escolar implica o uso de títulos de transporte público. “Se os alunos já tiverem este instrumento, que é o cartão da escola que lhes permite andar nos transportes públicos, cria uma dinâmica diferente de ativi-dades fora da escola, e acho que isso é muito interessante”, cita a Lusa.

Ao nível do investimento necessário, Ricardo Robles adianta que o mesmo “está a ser cal-culado pelo vereador da Mobilidade, mas para já é só a execução física do próprio cartão, e portanto o valor de investimento é muito re-duzido”.

Novas funcionalidades

Scotturb tem nova app para smartphoneA Scotturb tem uma nova app para smar-tphone destinada a todos os passageiros das suas carreiras nos concelhos de Sintra, Cascais e Oeiras. Entre as funcionalidades anunciadas, a Scotturb indica que é possí-vel o planeamento de viagens com geolo-calização, acompanhar o trajeto das carrei-ras em tempo real, encontrar paragens ou pontos de vendas mais próximos e ainda consultar horários, tarifários e notícias da rede Scotturb.Através da app Scotturb os utentes podem guardar as suas paragens e carreiras mais frequentes e receber notificações sobre anomalias na rede. Os locais turísticos e de interesse da região estão igualmente assi-nalados na aplicação, de forma a oferecer aos turistas a melhor opção e planeamen-to das suas viagens.

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ATUALIDADEStecnológicas

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pub.

Notificações em tempo real

Google Maps “acorda” passageiros no destino certo As primeiras horas da manhã nem sempre são fáceis, com o sono ainda à espreita, especial-mente quando vamos relaxados nos trans-portes públicos. Para os mais sonolentos, ou simplesmente distraídos, a Google fez questão de lançar uma nova atualização da app Goo-gle Maps que vai notificar os utilizadores dos transportes públicos sobre a paragem certa do seu destino.De acordo com o site Tech Crunch, a app Goo-gle Maps terá uma nova funcionalidade capaz de alertar os utilizadores de metro, comboio, autocarro e restantes transportes públicos re-conhecidos pela aplicação, da paragem certa onde pretendem sair. O alerta é feito em tempo real, via GPS, através de uma notificação sonora e visual no ecrã do smartphone e no ecrã de bloqueio em relação à viagem em curso.Uma vez que é necessária a ativação da locali-zação do dispositivo móvel para o Google Maps

ser utilizada em massa pelos utilizadores du-rante as suas deslocações diárias entre o tra-balho, casa ou escola, uma vez que o lufa-lufa quotidiano nem sempre deixa sossegar os pas-sageiros, isto é, “descansar a vista”. Se ainda assim for daqueles que não dispensa momen-to algum para poder descansar, o melhor é ativar o alarme do Google Maps para poder “passar pelas brasas” à vontade.Já para quem viaja para uma cidade diferente e desconhecida esta funcionalidade poderá ser bastante útil. Ao invés de tentar perceber um mapa que muitas vezes se apresenta confuso e incompreensível à primeira vista, o utilizador pode simplesmente indicar a paragem certa em que pretende receber a notificação e ficar aten-to ao smartphone. O Tech Crunch avança que a funcionalidade estará disponível brevemente, ainda que alguns utilizadores já usufruam desta atualização para testes piloto.

reconhecer a localização exata dos utilizadores, a app consegue igualmente associar a posição das respetivas paragens dos transportes públi-cos em que viajam os utentes, de forma a no-tificar a saída no momento certo. Todavia, esta nova funcionalidade do Google Maps apenas ficará ativa se o utilizador assim o entender.Apesar do interesse e novidade desta nova atualização, a verdade é que pode não vir a

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Jorge Pinto, CEO da CaetanoBus

CaetanoBus investe em nova fábrica e duplica número de trabalhadores

Com a entrada da Mitsui na CaetanoBus, o maior construtor português de autocarros reforça o desenvolvimento na mobilidade elétrica e a entrada em novos mercados. Em entrevista à Transportes em Revista, Jorge Pinto, CEO da CaetanoBus, afirmou que esta aliança é um «investimento muito significativo» e pode implicar a construção de uma nova unidade fabril e o aumento do número de trabalhadores.

José Monteiro Limão [email protected]

Pedro Costa Pereira [email protected]

TRANSPORTES EM REVISTA (TR) – Recen-temente a CaetanoBus abriu o seu capi-tal social tendo a Mitsui adquirido 15% da companhia. Qual a razão desta aber-tura? Qual foi o valor do investimento? Jorge Pinto (JP) – Há várias razões para a aliança com a Mitsui. Por um lado, abre--nos as portas para a expansão para novos mercados onde até agora não estávamos presentes. Por outro lado, a presença de um novo acionista com o perfil da Mitsui permite-nos explorar sinergias em áreas de engenharia, equipamentos e compras e re-forçar a nossa capacidade de inovação e a nossa competitividade.

TR - Está prevista no futuro o reforço do capital da Mitsui na CaetanoBus? Há li-mite para a sua participação?JP – É uma decisão do acionista. No entan-to, o Grupo Salvador Caetano faz questão em manter o controlo da empresa e uma participação maioritária.

TR – Estando a CaetanoBus focada na mobilidade elétrica e sendo o novo acionista um ‘player’ global com forte presença em vários continentes, a pre-sença da Mitsui potencia a entrada da CaetanoBus em novos mercados? Quais são os mercados prioritários?JP – A importância da aliança com a Mitsui está essencialmente ligada à sua contribui-

ção para o desenvolvimento do negócio de autocarros, muito em particular da mobili-dade elétrica. Essa contribuição irá fazer-se em várias frentes: acesso a novos mercados para autocarros elétricos, para e-chassis e para autocarros de aeroporto e conven-cionais; acesso a novos fornecedores do universo de influência da Mitsui; acesso a soluções de financiamento mais competi-tivas; tirarmos partido das competências e ‘know-how’ das diferentes empresas do universo da Mitsui na área da mobilidade.Os mercados prioritários para a mobilidade elétrica continuam a ser a Europa e a Ásia. Também já identificámos algumas oportuni-dades na América do Norte.

TR – A Mitsui detém conhecimento acu-mulado na investigação tecnológica, nas infraestruturas e na energia, além de possuir unidades de produção in-dustrial de componentes. De que for-ma estas capacidades podem reforçar o ‘know-how’ da CaetanoBus?JP – Como referi anteriormente, um dos aspetos importantes desta aliança com a Mitsui é o acesso privilegiado da Caetano-Bus ao conjunto de empresas, produtos e ‘know-how’ da Mitsui.

TR – Quais os principais impactos positi-vos esperados com estas sinergias?JP – Esperamos um crescimento da produ-ção e das vendas, produtos mais competi-tivos e reforço do apoio aos nossos clientes em soluções integradas de mobilidade elé-trica.

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EM FOCO

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A importância da aliança com a Mitsui está essencialmente ligada à sua contribuição para o desenvolvimento do negócio de autocarros, muito em particular da mobilidade elétrica.

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TR – Essas expetativas potenciam pro-dutos mais competitivos em termos das características e preço dos mesmos?JP – Claramente que sim. Temos fundadas expetativas de que os aumentos do volume de produção e das vendas nos irão permitir economias de escala. O acesso a um novo grupo de fornecedores da zona de influên-cia da Mitsui pode também vir a traduzir-se numa clara vantagem competitiva através da redução dos custos de matérias-primas e componentes, que também irá contribuir para a competitividade dos nossos produtos.

TR – Com esta parceria, estima-se que o volume de vendas em 2025 do e.City Gold e do chassis elétrico representem mais de 1.000 unidades vendidas. Está previsto o aumento de capacidade de produção? De que forma será isso feito? Através de novas unidades fabris?JP – A necessidade de expansão da nossa capacidade produtiva já foi identificada. A fábrica de Gaia, tal como a conhecemos hoje, está limitada a cerca de 900 unidades por ano. O recurso a outra unidade fabril torna-se, assim, inevitável. Em linha com o que temos feito até agora iremos privilegiar a capacidade industrial do Grupo Salvador Caetano.

TR – Maior capacidade de produção im-plicará o aumento do número de cola-boradores? Pode quantificar?JP – A perspetiva que temos neste momen-to é de praticamente duplicar o número de trabalhadores da empresa até 2023.

TR – Estão identificadas as localizações potenciais para a instalação desta(s) nova(s) unidade(s) de produção?JP – Como referido anteriormente, iremos tirar partido da capacidade industrial do grupo.

TR – No ‘business plan’ está identifica-do o volume de investimento para tal? Qual o montante?JP – É um investimento muito significativo e direcionado predominantemente para o de-senvolvimento de produto, modernização e aumento de capacidade. Estamos a falar de algumas dezenas de milhões de euros até 2025.

TR – Também outros produtos da Caeta-noBus serão abrangidos por estas siner-gias, nomeadamente o e.Cobus. Qual a estratégia de desenvolvimento e venda deste modelo?JP – O e.Cobus irá substituir gradualmente o atual Cobus a diesel, principalmente nos mercados europeu e norte-americano. Pre-vemos que o volume de vendas do e.Cobus venha a ultrapassar as vendas do atual Co-bus a partir de 2023.

TR – Qual a expetativa quanto à venda deste modelo até 2025?JP – Esperamos ultrapassar o volume de 100 unidades e.Cobus por ano já a partir 2022.

TR – O novo parceiro detém investiga-ção e tecnologia na área da condução autónoma. De que forma esta é uma área importante para a CaetanoBus?JP – A condução autónoma faz parte da nossa estratégia para os veículos de serviço de aeroporto e urbano. Estamos a iniciar os primeiros projetos nesta área. Deste modo tiraremos também partido do conhecimen-to tecnológico complementar da Mitsui.

TR – Na sua opinião, quais são os pro-dutos que proximamente poderão ter condução autónoma? Porque razão?JP – Como referi, os autocarros de aero-porto e os autocarros urbanos. A principal razão tem a ver com as características da

Mitsui pode controlar até 42% da CaetanoBusO grupo Salvador Caetano está na segunda fase de negociações com a japonesa Mitsui, que detém atualmente 15% da CaetanoBus, participada do grupo português. A 22 de janeiro a Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia deu ‘luz verde’ a esta operação de gestão conjunta, permitindo que a Mitsui “tenha até 42%” da CaetanoBus, refere comunicado de Bruxelas. Em dezembro passado, a Salvador Caetano tinha avançado que a Mitsui iria deter, numa primeira fase, 15% do capital da CaetanoBus, participação que poderia vir a ser reforça-da em 2018, mas que seria sempre minoritária.O grupo japonês Mitsui fatura cerca de 33 mil milhões de euros. Em 2016, a CaetanoBus teve uma faturação de 60 milhões de euros, exportando 90% da produção. O presidente do grupo, Jorge Ramos, anunciou “a construção de uma nova fábrica devi-do à crescente procura por autocarros ‘amigos do ambiente’”, que iniciará atividade em 2018, e resulta de um investimento de 1,5 milhões de euros. O número de trabalhadores também deverá crescer, prevendo-se a contratação de 80 profissionais.

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operação, velocidades baixas, percursos predefinidos e paragens frequentes. Não prevemos a curto prazo a disponibilização de veículos totalmente autónomos, mas sim de veículos equipados com sistemas de condução autónoma de apoio ao moto-rista. Estes veículos poderão alternar entre condução autónoma e condução manual de acordo com as diferentes condições de utilização ao longo da rota.

TR – Qual a sua opinião sobre a condu-ção autónoma aplicada no transporte pesado rodoviário de passageiros? Vai ser o futuro? Em que modelos de viatu-ras? Para que tipologia de serviços?JP – Creio que o desenvolvimento da con-dução autónoma não será igual nas dife-rentes regiões do mundo. Países em que o custo da mão-de-obra é elevado e a sua dis-ponibilidade é limitada e também em que as regras de condução são aplicadas com maior rigor estarão na linha da frente na introdução da condução autónoma. Refiro--me aqui essencialmente aos países com maiores índices de desenvolvimento.

TR – O Governo promoveu programas de incentivo para a aquisição de veícu-los energicamente sustentáveis. Qual a sua opinião sobre esta iniciativa?JP – Os recentes programas governamen-tais são de grande importância para a intro-dução da mobilidade limpa no nosso país. Qualquer tecnologia no seu estado inicial necessita de ser incentivada para conquistar um lugar entre as tecnologias já existentes. O esforço de investimento para aquisição de veículos elétricos é hoje claramente su-perior ao esforço necessário para aquisição de veículos a diesel ou a gás. Por sua vez, os custos operacionais de um veículo elétrico são substancialmente inferiores aos custos de operação de um veículo tradicional. O incentivo que é dado à compra de um veí-culo elétrico permite reduzir ou anular o ‘gap’ entre os respetivos valores de aquisi-ção, tornando a operação com autocarros elétricos mais económica que a operação com autocarros a diesel ou a gás e deste modo mais atrativa para os operadores.

TR – O e.City Gold tem-se apresentado ao mercado português como o produ-to nacional mais apto para o cumpri-mento dos objetivos governamentais

de descarbonização dos transportes. O PO-SEUR possibilitou o acesso de alguns operadores a estes veículos. Qual o re-sumo que faz quanto aos impactos do PO-SEUR nas vendas do e.City Gold?JP – Este sistema de incentivos foi funda-mental para a criação de oportunidades para o desenvolvimento e melhoria conti-nuada do e.CityGold e da sua industriali-zação.

TR – Já entraram no mercado nacional outras marcas, nomeadamente chine-sas, no fornecimento de autocarros elétricos (SMTUC-Coimbra). Como olha para esta concorrência?JP – Obviamente não gostamos de perder oportunidades e quando concorremos a Coimbra tínhamos como objetivo ganhar o concurso, o que não foi possível. Temos como resultado uma operação no país que pode servir de ‘benchmarking’ aos nossos autocarros, quer no que se refere à quali-dade do veículo, quer no que se refere à qualidade do pós-venda. Como é generica-mente aceite, a existência de concorrência é normalmente benéfica e saudável.

TR – Alguns países europeus que têm industrias similares à CaetanoBus, têm

usufruído de programas de apoio e de incentivos por parte dos governos para aumentar a sua competitividade por forma a poderem competir nos merca-dos nacionais e internacionais. Qual a sua opinião sobre este facto e que su-gestões gostaria de fazer para a reali-dade nacional?JP – Dentro da comunidade europeia, apesar de algumas possíveis distorções, é evidente que as oportunidades são equi-paráveis em qualquer um dos seus países. Os incentivos colocados à disposição dos fabricantes e dos operadores têm regras de acesso que são basicamente as mesmas em todo o espaço europeu. Onde se verificam os maiores desequilíbrios é nos países fora da União Europeia. Temos conhecimento dos fortes subsídios à produção e à com-pra de autocarros elétricos em países como, por exemplo, a China, que desequilibram as regras concorrenciais. Ainda não identi-ficámos até agora nenhuma oportunidade de concorrermos a um grande concurso in-ternacional para os transportes urbanos de Pequim, de Xangai ou de Shenzhen.Por desconhecimento posso obviamente ter uma perspetiva menos correta, mas não me parece um equívoco afirmar que as regras do jogo não serão as mesmas em todo o lado.

A condução autónoma faz parte da nossa estratégia para os veículos de serviço de aeroporto e urbano.

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CorredoresOPINIÃO

Luís Cabaço Martins

Expetativas dos operadores de transporte:É para levar em consideração?

[email protected] do Conselho Diretivo da ANTROP

possamos incluir estas temáticas na reflexão estratégica dos nossos políticos. Pensamos que o facto de se ter recentrado o foco na dimensão metropolitana e municipal/inter-municipal favorece a valorização que o setor precisa para definitivamente se tornar um tema estratégico para o país.Finalmente as decisões, a execução das me-didas. Este tema tem de ser assumido numa dupla perspetiva: por um lado, sendo nós um país com poucos recursos, as medidas a tomar têm de ser ajustadas e perfeitamente adequadas à nossa realidade e sobretudo às nossas possibilidades; por outro lado, importa não desfocar daquilo que realmente importa às pessoas, o que é verdadeiramente impor-tante para se construir bons modelos de mo-bilidade.Isto é, poupar recursos naquilo que não é crí-tico para as pessoas e para o sistema, e usar os meios necessários (embora com critério e rigor) para os aspetos decisivos e importantes.Concretizando: as necessidades de mobilida-de das populações centram-se fundamental-mente nas questões associadas à fiabilidade, frequência, intermodalidade e preço. A satis-fação destas necessidades passa por introdu-zir, na maioria das vezes, medidas simples e pouco onerosas, mas muito eficazes, a saber, criar mais vias dedicadas para transportes pú-blicos nos acessos aos (e dentro dos) centros urbanos; tornar mais caro e mais difícil o uso do espaço público por parte do transporte individual; criar sistemas tarifários que pro-movam o crescimento da procura, designa-damente com a criação de tarifários sociais, e com uma lógica intermodal.Em síntese, perceber o que as pessoas preci-sam para usarem mais (muito mais) o trans-porte público, e deixarmos de nos vangloriar com os recursos que deixamos de gastar nas políticas de mobilidade para os usar noutros setores, eventualmente “mais barulhentos” ou “mais incómodos”, politicamente falando.

R ecentemente, numa conferência so-bre Mobilidade e Transportes, tive oportunidade de partilhar aquilo que

é a minha visão sobre o que os operadores de transporte esperam do futuro, face à sua experiência, àquilo que se tem passado no se-tor nas últimas décadas, o que está feito e o muito que há ainda por fazer.E refiro-me ao “futuro” exatamente para pro-vocar um fosso com o passado, para assumir uma rutura com o que passou, de modo que seja possível construir algo de novo, sobretudo ao nível da organização institucional, da valo-rização do setor e da execução das medidas.Passo a explicar.Quanto à organização institucional, passos já foram dados no caminho certo. Isto é, já hou-ve uma clarificação legal sobre as novas auto-ridades de transporte (Lei 52/2015), mas mais importante, estão a ser criadas condições para o seu funcionamento e já há sinais de que o novo sistema institucional está dinâmi-co e a funcionar. Os operadores de transpor-te têm de se focar naquilo que sabem fazer – operar – e deixar de ter outras atribuições que historicamente têm vindo a assumir há demasiados anos a esta parte. Por outro lado, o Estado terá de se capacitar que a estraté-gia, o planeamento, a definição do serviço a instituir, bem como das obrigações de serviço

público com ele relacionadas, terão de ser fi-xadas pelas novas autoridades de transporte.Naturalmente que temos alguns pontos críti-cos. Em primeiro lugar, a mobilidade nas áreas metropolitanas de transporte. Trata-se de terri-tórios com um grau de complexidade superior e com impactos estruturantes na mobilidade das pessoas e nas organizações das cidades. Mas é um caminho que tem de ser feito e que está a começar a ser percorrido. Outro ponto crítico é a regulação. É muito importante para o desenvolvimento sustentado do setor que se promova uma regulação forte e atuante. O processo de contratualização de serviços que se avizinha para os próximos anos exige uma AMT com capacidade efetiva de intervenção para garantir o cumprimento da Lei.Passando para a valorização do setor, importa dizer que já é tempo de os temas da mobili-dade das pessoas passarem a ser relevantes para os decisores políticos, de fazerem parte da reflexão estratégia sobre o ordenamento do território e a sustentabilidade das cidades.Nunca foi assim.E a nossa expetativa é que, com as mudanças institucionais e a dinâmica que foi criada com estas alterações, aliada a uma consciência cada vez maior da importância e criticidade dos temas da mobilidade para a qualidade de vida das pessoas e o ambiente das cidades,

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Autocarros a pedido

SEAT tem projeto-piloto na AlemanhaO projeto ‘on demand bus’ está em fase pilo-to na cidade alemã de Wolfsburg. A ideia de autocarros a pedido surge no seio do SEAT Metropolis:Lab Barcelona, um centro de ex-celência que visa analisar e procurar soluções inteligentes para os desafios que se colocam à mobilidade futura. José Nascimento, responsável do SEAT Metropolis:Lab Barcelona, explica que estão a trabalhar com «a equipa de Data Lab da Volkswagen na cidade de Wolfsburg para definir o alcance inicial e a funcionalida-de do sistema». Aquela cidade alemã já tem um serviço de autocarros a pedido, mas é to-talmente manual. O objetivo é otimizar o uso das linhas de autocarros existentes, proporcio-

nando rotas flexíveis que se adaptam à pro-cura em tempo real. «Numa primeira fase, o sistema vai apenas substituir o que já existe. Mas terá uma aplicação (app) para os passageiros reservarem o autocarro, na qual podem seguir o trajeto do transporte em tempo real. Os condutores terão tam-bém uma aplicação que lhes permite ver os pontos de recolha e de entrega dos pas-sageiros», esclarece José Nascimento. A aplicação possibilita também ver as mudan-ças de rota em tempo real e tem uma compo-nente de ‘backend’, na qual é possível encon-trar os melhores serviços tanto de passageiros como de condutores. «Numa fase mais avançada, esperamos

ter um sistema que se adapte a autocar-ros regulares ‘a pedido’, dependendo da procura em tempo real dos passageiros», acrescenta o responsável pelo SEAT Metropo-lis: Lab Barcelona.Após o desenvolvimento do projeto na cidade de Wolfsburg, os autocarros a pedido serão im-plementados em Barcelona, Espanha.

Em Matosinhos

Resende terá de substituir 8 viaturas em 2018 A operadora rodoviária Resende terá de renovar a sua frota já no próximo ano, através da substi-tuição de mais oito viaturas, afirmou o vereador dos Transportes e Mobilidade de Matosinhos, José Pedro Rodrigues. O vereador da CDU dis-se ainda que, a partir de 2018, todas as linhas operadas pela Resende em Matosinhos serão

integradas no Andante. As decisões já foram comunicadas à Resende, em reunião conjunta entre a operadora, a Câmara e a Área Metro-politana do Porto.“Estas condições são, do ponto de vista do mu-nicípio, as necessárias para estender a operação da Resende até final de 2018, estando sujeitas a uma avaliação intercalar em julho do próximo ano”, explicou José Pedro Rodrigues.Recorde-se que no passado mês de julho, o Conselho Metropolitano do Porto (CmP) apro-vou, por unanimidade, a proposta do presiden-te da Câmara de Matosinhos para antecipar o

concurso público da nova concessão dos trans-portes públicos no concelho, devido aos recor-rentes problemas com esta operadora.

60 mil euros

Barreiro aprova sistema de bilhética para os TCBFoi aprovada, por unanimidade, a pro-posta de aquisição do sistema de bilhé-tica para os Serviços Municipalizados dos Transportes Coletivos do Barreiro, pelo valor de 60 mil euros. A proposta para a abertura do concurso público decorreu em reunião da Câmara Mu-nicipal do Barreiro e foi apresentada por João Pintassilgo. A aquisição do sistema de bilhética tem como objetivo valorizar os TCB e criar condições sus-tentáveis para os desafios de futuro.

Em Setúbal

TST homenageia passageiros com mais de 90 anosA TST – Transportes Sul do Tejo ho-menageou, pelo quinto ano con-secutivo, um conjunto de passageiros nonagenários de Setúbal, oferecendo um total de 17 passes anuais para todo o ano de 2018. O valor da poupança para cada um dos utentes traduz--se em 360 euros. A homenagem de entrega dos passes anuais decorreu na Casa da Baía, da Câmara Municipal de Setúbal, e contou com a presença do Conselho de Administração da TST.António Corrêa de Sampaio, administrador da TST, referiu que “é muito importante man-termos esta iniciativa, oferecendo a estes exemplos de vida que temos como clientes a possibilidade de continuar a utilizar a TST, como solução para a sua mobilidade. São pes-soas extraordinárias que não se deixam parar e que se mantêm ativas no seu dia-a-dia”.

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Traço ContínuoOPINIÃO

Tiago Souza d’Alte

Nova mobilidade, novas regras

[email protected] - José Pedro Aguiar-Branco Advogados

tradas. Neste campo, há um consenso genera-lizado na sociedade que as regras existentes para o transporte individual de passageiros não são satisfatórias para compor os interesses antagónicos em cima da mesa. Se há um novo modelo de negócio, não há razão para ele não ser regrado – respeitando-o e respeitando os outros já existentes.O mesmo se pode dizer para as novas formas de mobilidade trazidas pela nova tecnologia. A mobilidade autónoma traz consigo preo-cupações para as quais as regras de hoje não têm resposta satisfatória. Como se enquadra um veículo com piloto automático no contex-to do Código da Estrada, por exemplo? Não devemos temer a mudança, no nosso passado residem exemplos suficientes de como o Direi-to soube acompanhar dinâmicas de evolução estonteante. Da mesma maneira que em tem-pos se soube redesenhar as leis para acomodar a revolução automóvel, também neste tempo presente teremos de saber dar um semelhante salto em frente. O que diríamos nós dos nos-sos antepassados se eles tivessem feito ques-tão de manter a carroça no centro do Direito da mobilidade...

A sequência normal das coisas é primeiro surgirem novas realidades e só depois serem criadas novas regras. É a perma-

nente mutação das circunstâncias, a evolução da tecnologia e do conhecimento, que suscita a necessidade de criar novas normas de rela-cionamento entre as pessoas. Raramente é o impulso normativo que precede uma nova realidade.Mas ainda que o legislador não crie uma nova realidade por decreto, pode ainda assim condi-ciona-la ou modificá-la com a sua intervenção, mesmo que invariavelmente o resultado atin-gido seja diferente do antecipado – por vezes para melhor, por vezes para pior, num exercí-cio perpétuo de tentativa e erro. Por isso exi-ge-se que o legislador seja atento e expedito. Quanto às «regras para criação de regras», são relativamente simples na sua teoria: a ela-boração de normas legais deve ser maturada e prudente, não se legislando precipitadamen-te em função da agenda mediática ou de um caso concreto; deve ser despida de preconcei-tos, no sentido que ausculta ativamente (e na medida do possível acolhe) os múltiplos inte-resses legítimos em presença; deve ser rigorosa

e assente no melhor conhecimento, evitando impor à nova realidade a continuidade de solu-ções ou modelos antigos ou a errada analogia com situações diferentes. Por fim, o legislador não pode também condicionar com a omissão normativa, ou seja, nada fazendo quando a inexistência de novas regras leva à aplicação de outras existentes que são manifestamente insuficientes ou desadequadas.Vem isto a propósito de vivermos hoje uma época de acelerada modificação do nosso modo de viver no plano dos transportes e da mobilidade urbana. Ela reclama da parte do legislador um exame permanente sobre se a aplicação das regras existentes, pensadas para outras realidades, produz ou não um resultado satisfatório.Isso é patente no serviço de transporte indi-vidual de passageiros, onde despontou nos últimos anos o fenómeno das plataformas eletrónicas de transporte, uma faceta da nova economia de partilha. A disrupção verifica-se não só no desafio que os novos agentes colo-cam aos incumbentes presentes no mercado, mas também ao nível do seu enquadramento nas soluções legais tradicionais até aqui encon-

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Porto

STCP tem novo conselho de administração

Orçamento até 40 M€

Câmara de Lisboa anuncia investimento na Carris

O vereador da Mobilidade e Segurança da Câmara Municipal de Lisboa, Miguel Gas-par, anunciou que, em 2018, a autarquia fará um investimento “entre os 35 e 40 milhões de euros em autocarros”, que de-vem começar a ser entregues no segundo semestre do ano.Os novos equipamentos serão movidos a gás natural e terão de “chegar primeiro à Avenida da Liberdade, que é onde existem maiores problemas de poluição”. “A partir daí vamos atender às carreiras de bairro,

onde é mais prioritário, como Alcântara, Ajuda e Belém”, acrescentou. A Carris passou para gestão municipal há um ano. Miguel Gaspar explicou que “a empresa entrou a perder passageiros, al-gures no verão estabilizou e em novembro recuperou e a oferta aumentou 4%”. O município prevê continuar a contratação de trabalhadores em 2018. No ano pas-sado entraram 164 trabalhadores e para este ano “está prevista a contratação de mais 250”.

BYD

SMTUC investe 4M€ em autocarros elétricosA frota dos Serviços Municipalizados de Trans-portes Urbanos de Coimbra (SMTUC) vai pas-sar a contar com oito novos autocarros elé-tricos de 12 metros, que vão representar um investimento de 3,79 milhões de euros, acres-cidos de IVA à taxa legal em vigor. O executivo da Câmara Municipal de Coimbra analisou e votou, na sua reunião de 8 de janeiro, uma proposta de adjudicação de oito autocarros elétricos de transporte urbano de passagei-

ros e de oito carregadores de baterias à BYD Europe BV. Em nota de imprensa, a Câmara Municipal de Coimbra refere que “este proje-to vem renovar a frota dos Serviços Munici-palizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) com veículos mais eficientes e que utilizam fontes de energia com melhor desem-penho ambiental. Note-se que, até à entre-ga do relatório final da operação, os SMUTC comprometem-se a abater um autocarro em fim de vida por cada autocarro elétrico rece-bido”. O investimento nos autocarros elétricos tem como objetivo renovar e reforçar a frota dos SMTUC, com com veículos mais eficientes e que utilizam fontes de energia com melhor desempenho ambiental. Os autocarros elétri-cos, que serão adjudicados ao fabricante chi-nês BYD, têm um comprimento de 12 metros e piso totalmente rebaixado. Os veículos virão equipados com uma bateria de lítio/fosfato de ferro, com uma tensão de 512V e uma capa-cidade de 348 kWh. A lotação total será supe-rior a 80 pessoas.

O novo Conselho de Administração da STCP – Sociedade de Transportes Coletivos do Porto já tomou posse e passou a ser presidido pelo economis-ta Paulo Azevedo. A cerimónia de pos-se contou com a presença do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes. A nova administração da STCP, que acordou com o Estado a materializa-ção de um novo modelo de gestão de transporte na Área Metropolitana do Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar e Valongo, terá Isabel Vilaça e Ângelo Oliveira como administradores executivos. Este con-selho de administração contará ainda com Avelino Oliveira, que pertenceu à comissão executiva do CMdP, e Paula Ramos, técnica da Câmara Municipal de Gaia, como administradores não executivos. Recorde-se que a STCP,

ainda que continue a ser propriedade do Estado, será gerida durante os pró-ximos sete anos por seis municípios: Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar e Valongo.

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Transporte público de passageiros

Guimarães quer uma Empresa Municipal de Transportes

Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães admite a possibilida-de de criação de uma Empresa Municipal de Transportes, de forma a garantir a existência de um serviço de transporte público flexível e abrangente a todas as freguesias do con-celho vimaranense. Em declarações à Rádio Santiago, o autarca referiu que “queremos que todas as pessoas, vivam onde viverem, nos territórios mais isolados, tenham aces-so ao transporte público”. Assim, adiantou, “proponho criar uma Empresa Municipal de Transportes para colmatar as áreas geográfi-cas do concelho que não têm transporte pú-blico ou que têm de modo muito escasso”. Domingos Bragança disse ainda que a criação

desta empresa de transportes seria “cons-tituída por acionistas ou cooperantes, pela Câmara Municipal, as juntas de Freguesia e também as instituições de solidariedade so-cial que aderirem”.O autarca vimaranense explicou que esta empresa “não irá ter 40 ou 50 viaturas” mas aquelas “de acordo com as necessidades que o projeto definir”. O responsável vê as-sim a possibilidade de circulação de “uma ou duas viaturas de 60 lugares, duas ou três de 30 lugares, e duas, três ou quatro de 18 ou nove lugares”. Domingos Bragança indicou que “são estes transportes flexíveis que irão fazer os percursos, uns diários, com horários definidos e outros a pedido, de acordo com

as instituições de solidariedade social, as jun-tas de freguesia e a comunidade escolar”. Domingos Bragança deu ainda conta que “todos os veículos a adquirir por esta futura Empresa Municipal de Transportes, são exclu-sivamente veículos elétricos” e que esses se-riam “comparticipados financeiramente pelo Estado português e pela Comunidade Euro-peia”. Contudo, o autarca deixou o aviso que seria igualmente necessário o investimento em mais postos de carregamento rápido no concelho. “Já estamos a prepara um projeto e uma candidatura a fundos comunitários para que tenhamos por todo o território concelhio, zonas de carregamento rápido para estes au-tocarros”, concluiu.

Em 5,8 M€

Governo Regional da Madeira financia empresas de transporteO Governo Regional da Madeira, lidera-do por Miguel Albuquerque, celebrou um contrato com quatro operadoras de trans-porte da região para a prestação de serviço público de transporte até 2018. No total, será distribuída uma verba no valor de 5,8 milhões de euros entre a Empresa de Auto-móveis do Caniço, a Rodoeste, a Sociedade de Automóveis da Madeira (SAM) e a Com-panhia dos Carros de São Gonçalo.Segundo o Económico da Madeira, os va-lores serão divididos da seguinte forma:

Empresa de Automóveis do Caniço, 481 mil euros; Rodoeste um milhão de euros; Sociedade de Automóveis da Madeira (SAM), 2,3 milhões de euros; Companhia dos Carros de São Gonçalo, 1,9 milhões de euros.A mesma fonte revela que a portaria pu-blicada pelo Governo Regional indica que estes valores incluem a compensação fi-nanceira devida por obrigações de serviço público e que os valores do contrato serão distribuídos em 2017 e 2018.

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Autocarros standard e articulados

MAN e Mercedes-Benz vencem concursos da CarrisA MAN venceu o concurso público interna-cional, lançado pela Carris, para a aquisição de 125 autocarros standard a gás natural. Já o concurso para a aquisição de 40 autocarros articulados foi ganho pela Mercedes-Benz. Ao que a Transportes em Revista conseguiu apu-rar, o resultado dos concursos já foi publicado em plataforma eletrónica e deverá ser anun-ciado em breve, após serem ultrapassadas al-gumas questões processuais.A MAN será responsável pelo fornecimento de 125 chassis, modelo A69, motor Euro 6 a gás natural com 6 cilindros e 310 cv de potên-cia. Todos os autocarros serão carroçados pela CaetanoBus. Já os articulados, têm um comprimento de 18,1 metros e oferecem uma lotação até 163 pessoas. Os Mercedes-Benz Citaro G possuem um motor a gás natural M936 G, de 7,7 litros, que desenvolve uma potência de 302 cv.

Os novos veículos deverão começar a chegar à Carris no início do segundo semestre de 2018. Durante este ano, a empresa municipal tem ainda previsto lançar mais concursos para

renovação de frota, nomeadamente para 70 autocarros “midi” e 15 autocarros elétricos. Até 2019, a Carris deverá investir cerca de 80 milhões de euros na renovação da sua frota.

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Para 2018

Carris apresenta Plano de Atividades e Orçamento à CML

A Carris prevê ligar o Cais do Sodré a Campolide, através do elétrico 24, já a partir deste ano. Esta nova carreira faz parte do Plano de Ati-vidades e Orçamento da empresa para 2018. Além disso, a operadora conta alargar a linha do elétrico 15 da Praça do Comércio à estação ferroviária de Santa Apolónia. Segundo a Agência Lusa, durante o ano de 2018 será ainda “iniciado o estudo da expansão da linha 15 ao Parque das Nações, e da ligação do Eixo Central da Alta de Lisboa a Entrecampos”.A Carris prevê o reforço do “número de faixas BUS e a fiscalização em parceira com a Polícia Municipal, visando mitigar os efeitos resul-tantes da ocupação indevida das vias, nomeadamente por estacio-namento indevido”. O Plano de Atividades revela ainda que durante o ano de 2018 será disponibilizada “uma rede ‘wi-fi’ gratuita” aos clientes “de forma progressiva, mas com o objetivo de cobrir toda a sua frota de autocarros e elétricos”.Para 2018 está ainda previsto um investimento total de mais de 57 milhões de euros, sendo que a maior fatia – 43,9 milhões de eu-ros – se destinam à renovação da frota de autocarros. Além disso, a Carris conta investir em “grandes reparações de material circulante, modernização dos sistemas de bilhética e a construção de um pos-to de abastecimento de gás natural”. A operadora rodoviária antevê “um crescimento de cinco milhões de passageiros transportados, em relação a 2017”.A criação de postos de trabalho figura igualmente no Plano de Ativi-dades e Orçamento para 2018. A Carris espera a “admissão de 220 novos tripulantes, 10 colaboradores para a área da manutenção de elétricos e 20 quadros técnicos para as áreas corporativas”. Financei-ramente, o novo plano da Carris antecipa que “as projeções econó-mico-financeiras para 2018 apontam para um resultado positivo, de cerca de 16,278 milhões de euros”.

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António Simplício

Velocidade móvel

Velocidade MóvelOPINIÃO

[email protected]

Founder & CEO da Clever Way Mobile International

Conheço o Zé há alguns anos, não muitos, mas os suficien-tes para o endereçar desta forma e saber que a acidez do apelido não espelha o fino trato e o espírito conciliador

com que aborda as discussões que promove regularmente neste setor dos transportes. Quem com ele lidou reconhece-lhe também a independência de pensamento que muitas vezes torna cáustica a sua opinião e intervenção cívica. É esta, no entanto, das suas principais virtudes e o que lhe permite, há alguns anos, liderar a imprensa escrita no setor com esta publicação. Sendo um homem de visão nas questões da mobilidade, não se poderia esgotar nos transportes. Foi na mobilidade digital que cruzámos caminho no início da década, mas foi sentados que encontrámos nesta, a razão de longas conversas e bons repastos. Por estes e por este convite de verter umas palavras sobre tecnologia mobile, o meu agradeci-mento ao José Monteiro Limão.E o que mudou nestes oito anos. É um exercício que provavel-mente não fazemos com regularidade que merece. A rapidez do desenvolvimento tecnológico de tão célere se tornou que na maioria das vezes aceitamos correr sem pensar. É verdade que em conferências e ‘think thanks’ se discute o futuro da mobilidade nas cidades, que na Assembleia da República se discute a legalidade das novas plataformas de transportes e que nas ruas os sindicatos e sindicalizados exercem a sua liberdade de expressão. Mas estare-mos a discutir estes assuntos à velocidade da lei de Moore?Em 2010, trabalhar na área do desenvolvimento aplicacional mó-vel foi uma espécie de vocação (trabalho) evangélica. Em oito anos, impulsionados por uma crise económica global, uma revo-lução energética por esta também forçada e uma evolução tecno-lógica à velocidade do Musk pusemos veículos a andar sozinhos sem recurso a combustíveis fósseis, drones a entregar mercadoria e computadores a ensinarem-se a si próprios. Nesta área aplica-cional aprendemos a viver com a Uber e depois os profissionais com o mytaxi. Surgiram modelos de negócio de mobilidade nas cidades que, como o Citydrive, o eCooltra e mais recentemente o DriveNow puseram BMW’s nas mãos de todos. Pagamos o par-queamento nas cidades com o ePark ou a Via Verde e, esta última também já lhe paga hambúrgueres e atesta o depósito. Por aqui, na Clever Way Mobile desenvolvemos soluções para os Transpor-tes Públicos do Barreiro, para Loulé e já este mês para a Scotturb que permitem aos clientes destas transportadoras saber o quando e o quanto, como e por onde andam os autocarros e pagar por eles com recurso ao computador em forma de telefone que está sempre na mão.Neste setor há quem conheça o José Limão há bastante mais tem-po, mas estes últimos oito anos equivaleram a décadas de desen-volvimento do milénio anterior. E já que a roda já está inventada há muito, fica prometido abordar a bicicleta já na próxima coluna.

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Projeto Aquarela

RL assina protocolo com o Município de LouresA Rodoviária de Lisboa (RL) estabeleceu um protocolo de cooperação com o município de Loures com vista a assegurar o desen-volvimento do projeto AQUARELA – Reabi-litação, Estimulação e Lazer Aquático. Esta iniciativa, promovida pela Câmara Municipal

de Loures, tem como objetivo a melhoria da qualidade de vida da população com defi-ciência através da promoção de atividades aquáticas.António Corrêa de Sampaio, presidente da Rodoviária de Lisboa admite que “a contri-

buição para uma maior inclusão e valoriza-ção social dos cidadãos é uma das principais missões da Rodoviária de Lisboa. O trans-porte é frequentemente encarado como uma grande necessidade e, por esse moti-vo, acreditamos que o contributo dado pela Rodoviária de Lisboa fará toda a diferença”. A RL vai assim disponibilizar o transporte necessário para as deslocações dos jovens e adultos entre as diferentes instituições e os complexos desportivos (piscinas) onde de-corre o projeto AQUARELA.Além do Município de Loures e da Rodo-viária de Lisboa, assinaram também este protocolo a Cooperativa de Reabilitação, Educação e Animação para a Comunidade Integrada do Concelho de Loures (CREACIL), o Centro Cultural e Social de Santo António dos Cavaleiros (CECSSAC) e a Casa do Gaia-to de Lisboa.

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Com a INOVFLOW

Grupo Barraqueiro prepara proteção e segurança da informaçãoO Grupo Barraqueiro está a preparar a segurança e a proteção de dados e informação em parceria com a INOVFLOW, uma tecnológica portuguesa focada na implementação de soluções que otimizam processos de negócio. Em comunicado, a empresa explica que “a digitalização dos processos de negócio trouxe novos desafios ao Grupo Barraqueiro em termos de proteção e segurança da informação” necessitando o operador “de uma solução UTM (Unified Threat Management) que cobrisse todos os possíveis vetores de ataque e garantisse uma elevada performance, escalabilidade e reporting detalhado”.António Soares, administrador de Sistemas do Grupo Barraqueiro, explica que “a anterior solução não correspondia aos exigentes desafios em termos de proteção de dados do novo RGPD – Regime Geral de Proteção de Dados e não tinha o desempenho necessá-rio”. O responsável garante ainda que “esta opção foi validada pela SOPHOS (especialista em soluções de segurança e proteção de dados) como a mais adequada ao projeto e, após entrada em produção, confirmámos que responde na íntegra ao proposto”.As duas entidades destacam ainda a celeridade do projeto de migração de toda a infor-mação, que levou apenas dois dias. “Foi uma instalação de topo e com um ‘deployment’ extremamente rápido. A interface de gestão é muito simples de utilizar, o que ajuda imenso na altura da parametrização e tem a vantagem de ser de fácil aprendizagem, pelo que, hoje, estamos autónomos na sua gestão”. António Soares deixa ainda o apreço pela “ex-periência, ‘know-how’, disponibilidade, proatividade e simpatia da equipa da INOVFLOW” que, segundo o administrador, “foram de facto diferenciadores”.Depois da implementação desta solução, o Grupo Barraqueiro já prepara a possibilidade de alargamento da utilização desta plataforma a outras empresas do Grupo, uma vez que o RGPD se revela uma oportunidade de melhorar processos interinos da empresa.

Bilhética

TST adere à modalidade ZappingA TST – Transportes Sul do Tejo passou a dis-ponibilizar o sistema Zapping nas suas carrei-ras. Segundo a empresa, “o sistema vai forne-cer uma maior mobilidade aos clientes, visto que irá permitir viajar com o mesmo título nas carreiras TST e noutros operadores da área metropolitana de Lisboa”.A modalidade Zapping funciona através do carregamento de títulos de viagem e apre-senta as mesmas características do atual títu-lo pré-comprado da TST, com a diferença de poder ser utilizado noutros ope-radores da área metropolitana de Lisboa, com o mesmo sistema de bilhética.O modo de carregamento, utili-zação e validação do Zapping na TST é semelhante ao atual pré--comprado que, segundo a TST, “deixará de ser vendido, mas que poderá continuar a ser utilizado pelos clientes”. A venda do Zap-

ping está disponível em toda a rede TST, as-sim como nas empresas da área metropolita-na de Lisboa, que disponibilizem este serviço.A empresa explica que a modalidade Zapping pode ser carregada em cartões Lisboa Viva ou Viva Viagem e que, para ser validado, bas-ta que os clientes confirmem no validador o módulo que pretendem utilizar. Automatica-mente o sistema desconta do cartão as uni-dades de Zapping necessárias para efetuar o percurso.

Em Ílhavo

Serviço de transporte “Ílhavo In” temporariamente suspensoA Câmara de Ílhavo suspendeu no dia 1 de janeiro o serviço de transporte pú-blico “Ílhavo In”. Contudo, a autarquia garante que o serviço será retomado ainda que com algumas alterações.Implementado no dia 1 de junho de 2016, o serviço “Ílhavo In” era uma al-ternativa económica de transporte pú-blico às localidades mais afastadas da sede do município e com pouca oferta de transporte público adaptado às ne-cessidades da população. Fernando Ca-çoilo, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, garantiu à Lusa que o serviço “foi um regime experimental e teve um prazo de execução de um ano e meio que chegou agora ao fim”.Fernando Caçoilo referiu que o município fará agora um balanço final, juntamen-te com o operador de transporte que prestou o serviço, de modo a proceder à reformulação do projeto, nomeadamen-te com a anulação de várias carreiras, apontou o autarca. “Há muitas carreiras que têm zero utentes. A primeira impres-são que temos é que para o interior de S. Salvador ele tem utilidade. Para a zona das Gafanhas, demonstrou que não tem utilidade nenhuma”, reiterou.A oposição já mostrou o seu descon-tentamento, nomeadamente o PS que, em nota, referiu que “houve neste caso, no mínimo, inércia da Câmara em protelar o planeamento de alte-rações, não evitando assim a descon-tinuação temporária, com os prejuízos que isso implica para os utentes“.O serviço de transporte “Ílhavo In” era composto por cinco linhas, uma por cada dia da semana, a partir da Gafanha da Nazaré (Linha Vermelha), Presa (Linha Verde), Vale de Ílhavo (Linha Amarela), Gafanha da Boavista (Linha Azul) e Ga-fanha do Carmo (Linha Laranja).

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Decoração de aviões

Foco Criativo aposta no setor da aeronáutica

Criada em 2012, a Foco Criativo rapidamente se estabeleceu como uma das principais referências na área da decoração de frotas e veículos de transporte público. O crescimento que registou nos últimos anos levou a empresa a olhar para outras áreas de negócio e, em novembro, criou a Foco Aeronautical Services, especialmente dedicada ao setor da aeronáutica. A ambição é muita e a Foco Criati-vo prepara-se para altos voos!

publicitárias na CAMO. Eu cresci no meio desta indústria, mas nunca pensei que o meu futuro passasse por aqui», revela à Transportes em Revista o responsável da Foco Criativo. Mas, se muitas empresas enfrentam inúmeras dificuldades no início da sua vida, a Foco Criativo foi uma exceção, principalmente porque, como refere João Paulo Teixeira «te-

A HISTÓRIA DA FOCO CRIATIVO começa em 2012, quando o seu diretor-geral, João Paulo Teixeira, decide avançar com a criação de uma empresa própria dedicada ao mercado da de-coração de veículos, depois de quase 30 anos a trabalhar noutros projetos. «Comecei nesta área com 12 anos, a picar desenhos para um tio que era fornecedor de pinturas

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REPORTAGEM

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mos a sorte de ter um grupo de clientes que também são nossos amigos e que con-fiam bastante no nosso trabalho. Correu muito bem de início e o mercado reconhe-ceu logo as mais-valias da empresa. Claro que a qualidade do serviço que prestamos acompanhou essa tendência». A empresa cresceu rapidamente no mercado da decora-ção de viaturas de transporte público, atuando em cerca de 90% dos operadores bem como na modalidade de construção de carroçarias a nível nacional e internacional. Também no pós-venda, através da reparação e manuten-ção da decoração dessas viaturas, o crescimen-to foi significativo, sendo esta uma das áreas que mais trabalho dá à Foco Criativo.Segundo o diretor-geral da Foco Criativo, «no mercado dos autocarros temos feito o ‘branding’ e o ‘rebranding’ da maior par-te das frotas das empresas em Portugal. É curioso, porque nascemos numa época de crise, mas confesso que não a sentimos,

apesar de termos tido muito cuidado nos riscos que poderíamos vir a correr dada a postura menos sólida do mercado».Além da decoração de frotas, mais vocacio-nada para veículos de transporte público, a empresa assegura ainda a decoração de espa-ços comerciais, gares, lojas, bilheteiras, assim como o material que está agregado a este tipo de atividades, como a produção de ‘pop-ups’ e ‘roll-ups’, paragens de autocarros e redes de transporte. A Foco Criativo também está presente na área da organização de eventos, tendo criado uma divisão própria para esta atividade. O design e a produção e venda de sinalética para os autocarros (que incluem re-fletores traseiros, placas de transporte escolar, placas de entrada e saída, placa cinto segu-rança etc.), são outra área onde está presente. João Paulo Teixeira confessa não se ter aper-cebido bem do «crescimento repentino» da empresa, mas revela que este é «fruto de muito trabalho e enorme respeito pelo cliente. Depois, nunca dizemos que “não” aos nossos clientes. O “não”, não existe no nosso ADN. Nós fazemos e conseguimos fazer tudo. Depois, temos colaboradores muito motivados, a todos os níveis, o que é fundamental. Na Foco Criativo não exis-te o “eu”, existe o “nós”». O responsável faz questão de destacar os seus colaboradores como a principal “mais-valia” da Foco Cria-tivo: «São extraordinários. A maioria são jovens e muitos possuem formação em di-versas áreas, tais como o design. Mas esta é uma profissão bastante exigente, que faz com que estejam muito tempo fora. Por exemplo, em certos trabalhos, ficam cerca de uma semana sem vir a casa dada a necessidade e circunstância geográfica dos mesmos. Mas a sua dedicação e profis-sionalismo são, sem dúvida, um dos prin-cipais motivos para o sucesso que temos alcançado. Cada vez somos mais globais!»

“Quem não é visto, não é lembrado”A imagem não é tudo, é verdade, mas exerce um enorme poder de influência sobre a per-ceção e as escolhas das pessoas. Não só é um meio de comunicação como também é essen-cial para divulgar a identidade das empresas e os valores que representam. No setor dos transportes, assume uma importância maior, como fator identificativo primário aos olhos daqueles que vêm passar os autocarros, com-boios, metros, aviões, barcos...Segundo João Paulo Teixeira, «apesar de ve-rificar que está a ocorrer uma mudança, noto que ainda há um grande amadoris-mo e falta de cuidado no que concerne à imagem das empresas. Muitos ainda querem pinturas, com cores e formas muito esquisitas...» (risos). Para enfrentar os elementos, é fundamental ter uma deco-ração que não se desgaste com facilidade e que seja mantida em condições, bem como se mantenha apelativa e coerente em termos gráficos. Durante muitos anos, a aplicação de máscaras de pintura foi a principal forma de decoração de veículos, mas a tendência atual passa pelo vinil impresso. «O nosso ‘core’ é a decoração em vinil, mas também fa-zemos o acompanhamento da aplica-ção de máscaras de pintura. Só que esta vertente está a deixar de existir porque

A Foco Criativo em números· N.º de viaturas decoradas em 2017: 650 viaturas entre autocarros, frotas comerciais e de ligeiros

· Metros quadrados de vinil consumidos em 2017: vinil de impressão aproximadamente 23.000 m2, vinil de corte 6.500m2

· Total de faturação em 2017: 1,6 milhões de euros

· Previsão (%) de crescimento para 2018: 25%

· Previsão (%) de investimento para 2018: 25%

· N.º de colaboradores: 23

· Área fabril: 400 m2

REPORTAGEM

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para este «desafio gigantesco». E é criada a Foco Aeronautical Services, uma empresa especializada no fornecimento de serviços e produção e aplicação de materiais aeronáu-ticos, quer para o exterior como para o in-terior dos aviões. Os serviços que presta vão desde a decoração em vinil 3M e aplicação de máscaras de pintura, até à limpeza inter-na e externa das aeronaves, produção de decals de publicidade e de segurança, etc. E apesar de ser das poucas empresas no mercado a possuir uma certificação ISO de Qualidade, a Foco Criativo deparou-se com um setor onde tudo é conferido ao milíme-tro. «Por exemplo, o fabrico do vinil im-presso tem normas próprias em termos de cura, de qualidade de impressão. Há pouco tempo fomos à Alemanha decorar um avião e tivemos de limpar e retirar o vinil, mas isso não pode ser feito com um produto qualquer, tem de ser específico. Quando aplicamos os vinis, temos de os selar, aplicando um verniz que aguenta as temperaturas extremas e também para fazer com que o atrito não seja tão forte. Este também tem de ser perfurado para aguentar as dilatações próprias da pres-são atmosférica», refere João Paulo Teixeira. Fernando Fidalgo acrescenta: «quando colo-cámos o vinil no leme de direção tivemos de saber e dizer qual era o peso em cada face, porque isso pode ter influência no desempenho do avião. Esses valores têm de ser colocado no respetivo sistema in-formático da aeronave». O responsável pelo departamento de aeronáutica da Foco Criativo acrescenta que «todos os matérias têm de ser certificados junto das inúmeras autoridades de aviação que existem. Para mudar a decoração de um avião é neces-sário existir um projeto de alteração da aeronave. Tudo o que é feito num avião, nem que seja a substituição de um auto-colante a dizer “aperte o cinto quando estiver sentado”, necessita de um projeto de alteração total. Como podem calcular os custos destas operações são enormes». Além da decoração, a Foco Criativo pretende ainda começar a vender material aeronáutico, mas para que tal aconteça precisa de ter um conjunto de certificações. «Vou dar um pe-queno exemplo. Se formos certificados e pudermos colocar a nossa marca/referen-cia num simples autocolante de “saída”, podemos vender esse produto a qual-quer fabricante ou companhia aérea do

é muito mais onerosa para o cliente, ao nível de custos, tempo e manutenção. Um autocarro normal demora cerca de uma semana e meia a ser pintado...nós conse-guimos decorar com vinil, por exemplo, um autocarro da Rede Expressos, em ape-nas oito horas e com quatro homens. Por outro lado, a matéria prima, neste caso o vinil, é de qualidade superior em termos de durabilidade, manutenção da cor, etc. Portanto a aposta nos dias de hoje é ga-rantida», realça João Paulo Teixeira. A Foco Criativo não está apenas presente em Portugal e já realizou diversos trabalhos em outros países europeus, nomeadamente no Luxemburgo, Reino Unido, Espanha e Fran-ça: «temos uma empresa no Luxemburgo (Lux Creative), onde o ‘core business’ é um pouco diferente. Mas também já fize-mos decoração de frotas, como por exem-plo da Emile Weber, que é um dos maio-res operadores de transportes daquele país. Depois temos dois clientes muito

específicos, um em França e outro no Rei-no Unido, em que fazemos a produção e montagem do material. Pelo menos uma vez por mês, temos uma equipa em Lon-dres e Paris».Com 23 colaboradores, a Foco Criativo possui instalações na Póvoa de Lanhoso com uma área de 400 metros quadrados, onde realiza

a produção de todos os materiais de decora-ção. No entanto, o objetivo passa por crescer, não só em termos físicos como de pessoal. De acordo com João Paulo Teixeira, «precisamos de mais espaço para as novas áreas de ne-gócio onde vamos apostar. É uma neces-sidade porque chegou a altura de dar um passo em frente».Atualmente, a empresa divide-se em quatro áreas de negócio: Foco Criativo, Foco Even-tos, Foco Imobiliária e Foco Aeronautical Services.

Foco Criativo prepara-se para...voar«Em novembro, decidimos apostar numa outra área de negócio, que não está diretamente relacionada com o nosso ‘core business’, mas que também está relacionada com transportes, que é a aeronáutica. É uma área muito inte-ressante e sempre tive muita curiosida-de por ela, mas nunca tivemos na Foco

Criativo a pessoa certa, porque este é um setor muito complexo. Estamos a falar de um nível diferente em todos os aspetos», adianta João Paulo Teixeira à Transportes em Revista. Com a entrada de Fernando Fidalgo na empresa, que já possuía um “background” neste setor, a Foco Criativo resolve finalmente avançar

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temos de ter melhores tempos de en-trega... porque um avião não pode ficar parado à espera de um simples autoco-lante. Porque se esse autocolante não es-tiver colocado...o avião não pode mesmo levantar voo». Entre novembro e janeiro, a Foco Criativo já decorou três aviões e prepara-se para satis-fazer uma quarta encomenda já no início de fevereiro. Fernando Fidalgo revela que estão a trabalhar atualmente com algumas empre-sas que realizam serviços de ‘charter’ e que a proximidade do “verão IATA” poderá signifi-car mais trabalho e encomendas. «O “verão IATA” é a altura em que começam os alu-gueres e os “wet leases” (n.r. – contrato em que uma companhia aérea disponi-biliza o avião, a tripulação completa e efetua a manutenção e suporta o seguro do avião, recebendo, em contraparti-da, o pagamento pelas horas operadas por parte da companhia operadora) das

companhias aéreas charter e é quando os aviões têm de ser decorados de acor-do com a companhia que vão operar». Outra das novidades avançadas por João Paulo Teixeira é o lançamento de quatro si-tes (um dedicado a cada área de negócio) e onde passará a ser possível a venda de pro-dutos online (como placas e sinalética), e o pedido de orçamentos. Segundo João Paulo Teixeira, «queremos rentabilizar ainda mais aquilo que fazemos e o online é um excelente meio para o fazer. Penso que irá ter bastante sucesso». O responsável garante que não pensa em novas áreas de negócio e que dentro de cinco anos gosta-ria que «estes projetos estivessem solidi-ficados e que os nossos colaboradores e clientes continuassem a gostar do traba-lho da Foco Criativo e estivessem felizes. Somos já uma referência no setor em Portugal e gostava que continuasse as-sim por muitos e bons anos».

mundo. Para nós seria muito importante conseguir isso, mas é algo que tem custos elevados. Esse é também um dos moti-vos porque queremos investir em novas infraestruturas. Caso aconteça, seremos das poucas empresas europeias e a única portuguesa a ter essa capacidade», refere João Paulo Teixeira. Fernando Fidalgo salienta novamente que esta indústria possui um grau de exigência total, quer seja ao nível do produto, apli-cação, produção e manutenção, e que «as diferenças para o setor rodoviário são brutais. O vinil que é utilizado na avia-ção comercial tem que ter características aeronavegáveis. Refere-se a resistência a temperaturas, deflamabilidade, que é muito importante por causa da toxicida-de dos gases, logo não podemos utilizar produtos com base de solventes. Esses produtos aeronavegáveis têm que fazer com que o vinil no exterior dos aviões te-nha que ser resistente entre os 50 graus negativos e os 60 graus positivos. Não pode ser um vinil qualquer». João Paulo Teixeira sabe que este tipo de exi-gência irá colocar alguma pressão na estrutura da Foco Criativo porque requer, não só mais investimento em novas infraestruturas, como também na própria formação dos colaborado-res. No entanto, garante que a empresa está a preparar-se para o desafio. Ao nível da produ-ção, já detém duas máquinas de impressão di-gital que servem perfeitamente os seus objeti-vos. Para João Paulo Teixeira, «são máquinas poderosas e de uma qualidade top. São perfeitas para o que queremos na indús-tria aeronáutica e já estamos a pensar na terceira. Quando as comprámos, quisemos dar qualidade aos nossos clientes». A internacionalização também está no radar da Foco Criativo, conforme refere o diretor--geral da empresa: «já temos em vista a hipótese de nos candidatarmos a fundos europeus. Sabemos que existem fortes incentivos que ajudam à internacionali-zação das empresas, financiando a pre-sença em feiras internacionais. Vamos também começar a auscultar o mercado espanhol, porque muitas empresas que necessitam deste tipo de trabalhos es-tão a comprá-los noutros mercados (Ex.: Irlanda). Em Espanha nós conseguimos assegurar melhores tempos de entrega do que os outros fornecedores interna-cionais. Portanto, para ganhar mercado

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Número recorde

TAP encerra o ano com mais de 14M de passageiros

Companhia cumpre objetivos

Emirates Airlines alcançou “crescimento constante” em 2017

A TAP Air Portugal fechou o ano de 2017 com um crescimento de 21,7%, registando um total de 14 milhões e 274 mil passagei-ros, mais 2,55 milhões que em igual período do ano passado. A taxa de ocupação dos lugares oferecidos atingiu os 82,9%, um au-mento de 4,3% face a 2016.Em comunicado, a companhia aérea indi-ca que a ponte aérea mais concorrida em 2017 foi a ligação de Lisboa ao Porto, onde transportou um total de 726 mil, mais 8% do que em 2016. As rotas para as regiões autónomas bateram pela primeira vez o marco de mais de um milhão de passagei-ros, num crescimento de 18,9% ou 183 mil passageiros. A nível internacional, desta-que para o crescimento do mercado norte--americano em 54,5%, num total de 729

mil passageiros transportados, mais 257 mil que no período homólogo. O crescimento deste mercado deve-se à nova rota para To-ronto e à consolidação dos voos para Boston e Nova Iorque. Para o Brasil, a companhia aérea portuguesa registou uma forte re-cuperação ao longo do ano, atingindo 1,6 milhões de passageiros transportados, mais 14% face ao ano anterior. Destaque ainda para as rotas africanas onde a TAP superou, pela primeira vez, um milhão de passageiros transportados num ano. Nas rotas europeias a TAP Air Portugal aumentou o número ab-soluto de passageiros transportados, mais 1,6 milhões que no ano anterior, registando um total de 8,7 milhões de passageiros en-tre janeiro e dezembro, mais 22% que em 2016. No mês de dezembro, a TAP voltou a

superar a barreira do milhão de passageiros transportados, consolidando os resultados apresentados ao longo dos últimos meses. A TAP Cargo não fugiu à regra e encerrou 2017 com um total de 78.500 toneladas de carga e correio transportados, um aumento de 25% face aos números de 2016.

A Emirates Airlines faz um balanço positivo de 2017, revelando que “apesar dos altos e baixos do ano passado” alcançou um crescimento constante. “Ao longo do ano, desafiámos o que estava convenciona-do e reagimos de forma ágil para fazer face aos desafios e maximizar as oportunidades”, esclarece Tim Clark, presidente da Emirates Air-lines. O mesmo responsável diz ainda que “implementámos iniciati-vas para impulsionar as receitas, reduzir custos e usámos tecnologias emergentes de forma a tornar o nosso negócio e as nossas operações mais ágeis, sem comprometer nunca a qualidade ou o serviço”. Em 2017, a Emirates Airlines transportou mais de 59 milhões de passa-geiros, mais de 35 milhões de itens de bagagem para uma rede de 156 destinos e serviu 63 milhões de refeições nos voos que partiram do Dubai. A companhia aérea fez também investimentos, reforçando a frota com 21 novos aviões (nove A380 e 12 Boeing 777-300ER), encerrando o ano com 269 aviões e com 243 aviões por receber. A companhia descontinuou também 11 aviões ao longo do ano. No que concerne a investimentos, a Emirates destacou-se ainda pelo in-vestimento de 15,1 mil milhões de dólares americanos em 40 Boeing 787 Dreamliners.

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ATUALIDADESaéreas

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Para Barcelona e Milão

TAP com novas rotas a partir do PortoA TAP Air Portugal vai ter um reforço das suas linhas aéreas a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto. Em 2018, a companhia vai lançar dois voos diários para Barcelona e Milão, retomando duas rotas interrompidas em 2016. Além disso, será igualmente possível voar a partir do Porto para o aeroporto de London City, seis vezes por semana, e para Ponta Delgada, uma vez por dia. Estas novas rotas aéreas têm início no dia 25 de março de 2018, e aumentam para 41 os voos por semana a partir da cida-de Invicta. Também Lisboa terá um reforço de novas rotas, nomeadamente para Flo-rença. A partir do dia 10 de junho, a TAP Air Portugal fará 10 voos por semana para a cidade italiana, sendo este o quinto destino da companhia para Itália, depois de Roma, Bolonha, Milão e Veneza.Relativamente a voos de longo curso, a TAP

vai reforçar com quatro voos semanais as rotas para S. Paulo e mais um voo semanal para Brasília, Belo Horizonte (Brasil) e Toron-to, no Canadá. Nos planos da companhia

aérea portuguesa para2018 está ainda Nou-akchott, capital da Mauritânia, “estando esta operação ainda dependente de autorizações governamentais”, explica em comunicado.

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ATUALIDADESaéreas

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399 autocarros

Iveco Bus obtém recorde de encomendas na República ChecaA Iveco Bus assinou um contrato com a BusLi-ne, um dos maiores operadores de autocarros urbanos e interurbanos da República Checa, para a aquisição de 399 autocarros, fabricados em Vysoké Mýto. Os primeiros veículos come-çaram a ser entregues no final do ano passado, sendo a entrega faseada entre 2017 e 2021.O contrato estabelece o fornecimento de mo-delos Crossway LE Line, Crossway Line e Cros-sway PRO para serviços interurbanos, e de mo-delos Urbanway e Urbanway Natural Power para serviços urbanos. A BusLine encontra-se atualmente em renovação de frota, especial-mente das viaturas Karosa, no âmbito de um processo de melhoramento da qualidade do serviço prestado ao cliente.Sylvain Blaise, presidente da Iveco, respon-sável pelas operações globais da Iveco Bus e

presidente do conselho de administração da Iveco Czech Republic, salientou que “a assi-natura deste contrato constitui um grande sucesso para a Iveco Bus, e estamos orgu-lhosos da confiança que a BusLine depositou em nós. A maioria destes autocarros será produzida em Vysoké Mýto, a nossa fábrica mais importante na Europa. Trata-se da maior encomenda local dos últimos anos e de um novo reconhecimento da qualidade e do de-sempenho dos nossos produtos”.Por sua vez, Radek Chobot, diretor da Bus-Line, reforçou que “a proposta apresentada pela Iveco Bus para os novos autocarros foi a melhor, principalmente devido à otimização do custo total de propriedade” e que “o pra-zo de garantias também foi um fator muito importante”.

Autocarro elétrico

e.City Gold da CaetanoBus em demonstração na MadeiraO autocarro elétrico e.City Gold da CaetanoBus esteve em de-monstração durante o mês de dezembro na Madeira e Porto Santo. O autocarro circulou ao serviço de três operadores de transporte público: a Horários do Funchal e a SAM, na ilha da Madeira, e na empresa Moinho, no Porto Santo, revela a Caeta-noBus em comunicado.O e.City Gold é um autocarro 100% elétrico, totalmente de-senvolvido em Portugal pela CaetanoBus, em parceria com a Siemens e várias instituições da Universidade do Porto. O veí-culo diferencia-se “por um consumo de energia mais eficiente que os autocarros convencionais com motor a gasóleo e pela a ausência de emissões poluentes locais e de ruído”, refere a empresa portuguesa. Depois de ter sido testado em diversas ci-dades como Porto, Lisboa, Coimbra, Braga, Aveiro e Cascais (e agora na Madeira), o e.City Gold irá de seguida para a Suíça, onde permanecerá durante seis meses. Segundo a CaetanoBus, na Madeira, o autocarro operou “num tipo diferente de relevo ao que até agora foi testado, dadas as caraterísticas particulares do nosso território, sendo este um exercício importante para a avaliação da introdução da tecnologia elétrica nas frotas de transportes públicos de passageiros na região”.O exercício de demonstração do e.City Gold desenvolve-se no âmbito do Projeto Civitas Destinations, cofinanciado pelo Pro-grama Horizonte2020, e conta com a organização da AREAM, em parceria com o Governo Regional, a Horários do Funchal, a SAM, a Moinho, a Empresa de Eletricidade da Madeira e o Grupo Sousa, com a cedência do autocarro pela CaetanoBus.

Concessão na Holanda

Connexxion encomenda 102 autocarros à VDL O operador de transportes públicos holandês Connexxion enco-mendou um total de 102 autocarros à VDL Bus & Coach, incluin-do 62 unidades do MidCity Electric e 40 do Citea LLE-120 Euro 6, que irão ser utilizados na concessão “Noord-Holland Noord” na província com o mesmo nome e entrarão ao serviço no final de julho de 2018.O MidCity Electric foi o modelo mais recente a ser integrado no portefólio da VDL Bus & Coach e permitirá a operação com au-tocarros mais pequenos na concessão “Noord-Holland-Noord”. “Este é mais um passo no nosso esforço para tornar o transpor-te público ainda mais sustentável”, afirma Eric van Eijndhoven, diretor de transporte público da Connexxion. O objetivo desta empresa da Transdev é ter metade da frota a operar com emis-sões zero na concessão de “Noord-Holland Noord” em 2025. Esta adjudicação é uma contribuição importante para a transição para um transporte público totalmente livre de emissões. O VDL Mid City Electric é um miniautocarro com oito metros de comprimento, que está vocacionado para uma operação em centros urbanos, mas também em zonas de baixa densidade populacional. O veículo possui um piso rebaixado que propor-ciona um acesso fácil aos passageiros regulares e aos de mo-bilidade reduzida. Além disso, o prolongamento da distância entre-eixos possibilita uma maior flexibilidade no tipo e número de bancos. O MidCity Electric conta com uma bateria de 87 kWh de capacidade, que oferece uma autonomia de até 220 quilómetros. A VDL Bus & Coach vai iniciar a produção deste veículo em 2018.

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INDÚSTRIArodoviária pesada

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BYD

Turim e Novara têm 23 novos autocarros elétricosForam entregues três novos autocarros elétri-cos de 12 metros BYD aos municípios de No-vara, perto de Turim. As duas cidades passam a contar com uma frota de 23 autocarros to-talmente elétricos, a maior deste género em toda a Itália.Os novos autocarros BYD têm autonomia su-ficiente para as operações diárias naquelas ci-dades, não sendo necessária qualquer recarga adicional durante o dia. O processo de eletri-ficação começou em 2014 quando a região de Piedmont decidiu incrementar soluções de mobilidade sustentáveis com recurso a veícu-los de transporte de passageiros elétricos.Isbrand Ho, diretor-geral da BYD Europe, re-feriu que “graças à visão da região de Pied-mont e à previsão daqueles que acreditaram no futuro do autocarro elétrico, os cidadãos de Novara podem começar a respirar um ar mais limpo”. O responsável sublinhou ainda

que o processo de eletrificação de frota vai acelerar à medida que a cidade se desligar dos velhos autocarros a diesel e se ligar aos novos veículos não-poluentes. Os novos auto-carros elétricos da BYD têm capacidade para

83 passageiros e espaço para pessoas com mobilidade reduzida. A imagem dos novos veículos foi criada por estudantes da ‘School of Painting of the Albertina Academy of Fine Arts’ de Turim.

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Modelo Citea SLFA Electric

VDL fornece 10 autocarros elétricos articulados a GroningenA empresa holandesa Qbuzz, que opera em Groningen, recebeu dez autocarros articula-dos elétricos fornecidos pela VDL Bus & Coa-ch. Os veículos Citea SLFA Electric entraram ao serviço nas carreiras Q-link 1, que liga a es-tação central de Groningen a Zuidorn, e 2, que une Europark a Reitdiep. A Q-link é uma rede de autocarros em sistema de via dedicada – BRT – daquela região da Holanda, que liga vários destinos à cida-de de Groningen. As baterias dos autocarros Citea SLFA Electric são recarregadas durante o ser-viço, ao longo da carreira, com base no princípio do “carregamento de oportu-nidade”. Esta solução permite aumen-

tar a autonomia dos veículos e assegurar a operação nas carreiras mais extensas da Q--link. Durante o período noturno, os veícu-los são carregados na estação de recolha da Qbuzz.

Além dos dez autocarros articulados elétri-cos, a VDL também forneceu o sistema de carregamento, assim como os postos de car-regamento. A introdução de veículos articulados elétricos

é uma das medidas daquela cidade ho-landesa para tornar o transporte público mais sustentável. A chegada dos Citea SLFA Electric constitui o primeiro passo da transição para uma frota de auto-carros totalmente elétrica em 2020. Os autocarros entregues à Qbuzz têm um comprimento de 18,1 metros e apresen-tam um design futurista BRT (Bus Rapid Transit), que ganhou o prémio Red Dot Award em 2017.

50.º aniversário

Neoplan Skyliner atinge as 5 mil unidadesNo ano em que comemora meio século de existência, o Neoplan Skyliner atingiu as cinco mil unidades produzidas. O veículo que assinala este marco histórico foi entregue ao grupo italiano Baltour, que irá utilizar o autocarro no serviço de turismo, não só em Itália como também em outros países. A relação da Baltour com a MAN tem mais de 20 anos e já se consubstanciou na aquisição de mais de 100 veículos. O novo autocarro possui pintura em branco e conta com um motor diesel Euro 6 de 500 cv, que assegura uma condução agradável e uma resposta suficientemente dinâmica em qualquer situação. A segurança e a eficiência são garantidas por vários sistemas de assistência à condução como o ESP (programa eletrónico de estabilidade), o ACC (controlo de velocidade de cruzeiro adaptativo), travagem de emergência (Brake Assist) e o MAN EfficientCruise, baseado na topografia, que inclui EfiicientRoll, sensores de chuva e luminosidade. Nos trajetos mais longos em autoestrada, os sistemas LGS (Lane Guard System) e MAN AttentionGuard apoiam o motorista na sua tarefa, alertando caso se desvie inadvertidamente da faixa de rodagem ou minimizando o risco de um acidente ao reconhecer os primeiros sinais de cansaço.

Parceria com NTU

Volvo testa autocarros autónomos em SingapuraA Volvo Buses e a Universidade Técnica Nanyang (NTU) de Singapura assinaram um protocolo de cooperação para um programa de pesquisa e desenvolvimento na área dos auto-carros elétricos autónomos. Aquele programa faz parte das iniciativas da Land Transport Authority de Singapura para criar novas soluções para um transporte público sustentá-vel. Singapura anunciou que os autocarros autónomos irão ser utilizados em várias partes do território em 2022.Para a Volvo, esta será a primeira aplicação autónoma no transporte público. A marca sueca já demonstrou a sua tecnologia de condução autónoma em minas, estaleiros e operações de recolha de resíduos sólidos. A base do programa será constituída por dois autocar-ros elétricos de 12 metros, Volvo 7900 Electric, que serão idênticos aos que a marca sueca já fornece atualmente aos clientes. A Volvo e a NTU irão construir uma solução de condução autónoma com base numa plataforma da Volvo. Um dos autocarros será utilizado no novo centro de pes-quisa de veículos autónomos, CETRAN, que foi inaugura-do no passado mês de novembro. Neste local, os investi-gadores da NTU poderão testar novas funcionalidades e testar como o autocarro interage com os outros utilizado-res das vias rodoviárias em variadas condições. O segundo autocarro será utilizado em testes numa estação de reco-lha em parceria com o operador de transportes públicos SMRT. O objetivo é estudar a forma como os autocarros autónomos carregam as baterias, assim como circulam pela estação de recolha até à lavagem ou estacionamen-to, em modo totalmente autónomo.

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Mercedes-Benz Citaro

Versões híbridas e elétricas reforçam gamaOs autocarros urbanos da Mercedes-Benz passaram a contar com versões híbridas, já disponíveis, estando prevista a chegada das variantes elétricas para o final do ano.

o motor de combustão quando são exigidos ní-veis mais elevados de potência, principalmen-te na fase de arranque. O motor elétrico não só aumenta a potência máxima como alivia a carga sobre o motor de combustão e melhora a performance. A potência máxima do motor de combustão é reforçada pelo motor elétrico. Além disso, o ligeiro efeito de aumento de po-tência do motor elétrico ao ralenti aumenta a eficiência do motor de combustão. Em conjun-to proporcionam uma diminuição no consumo de combustível.A energia para alimentar o motor elétrico é produzida pela recuperação, sendo armazena-da em supercondensadores. A Mercedes-Benz Buses refere que estes últimos se adequam perfeitamente a cargas e descargas muito rá-pidas, quando os autocarros urbanos param e

A MERCEDES-BENZ BUSES vai reforçar a gama de autocarros urbanos Citaro com versões híbridas e elétricas, no âmbito da estratégia de implementação de tecnologias inovadoras. A marca alemã já tem em comercialização o Citaro hybrid que abre um novo capítulo nos sistemas de propulsão de autocarros urbanos, uma vez que, pela primeira vez, a tecnologia híbrida está disponível, em opção, numa vasta gama de veículos urbanos pesados de trans-porte de passageiros, quer com motor diesel quer a gás natural. A Mercedes-Benz refere que otimizou o motor de combustão para o máximo de eficiência no Citaro hybrid.O ponto forte desta nova proposta é a sua eco-nomia de exploração. A equipa de desenvolvi-mento procurou fazer o mínimo de alterações

no conceito básico do veículo e maximizar a eficiência energética. O Citaro já era conhecido por ser muito eficiente, mas com a introdução de uma combinação inteligente de vários com-ponentes foi possível reduzir o consumo desta variante híbrida em 8,5%.A Mercedes-Benz garante que o princípio de funcionamento é muito simples: quando o autocarro entra em desaceleração, o motor elétrico funciona como gerador e transforma a energia de travagem em energia elétrica. Esta última pode ser utilizada pelo motor elétrico para assistir o motor de combustão, principal-mente na fase de arranque.O motor elétrico foi montado entre o motor de combustão e a transmissão automática, desen-volvendo uma potência máxima de 14 kW e um binário de 220 Nm. O motor elétrico apoia

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Mercedes-Benz eCitaro chega no final do anoarrancam. A travagem do Citaro dos 50 km/h até à paragem é suficiente para proceder ao carregamento. A unidade de armazenamento do Citaro hí-brido consiste em dois módulos montados no teto que têm uma capacidade de 2 Ah. Um in-versor transforma a corrente contínua em cor-rente alterna para alimentar o motor elétrico. O inversor e o motor elétrico são arrefecidos a água. Outro aspeto importante é a opção pela não adoção de uma rede elaborada de elevada voltagem. Este autocarro urbano é o primeiro veículo comercial a vir equipado com uma rede independente de 48V, uma solução utilizada nos automóveis de passageiros híbridos da Mercedes-Benz. Uma vantagem do sistema híbrido compac-to e simples reside no pouco espaço exigido para a sua instalação, não sendo necessário alterar o exterior do autocarro nem o interior, pelo que não existe perda de lotação. O au-mento de peso é de apenas 156 quilogramas. A capacidade total diminui ligeiramente. A versão de 12 metros do Citaro hybrid terá um peso bruto de 18 toneladas e uma capacida-de até 105 passageiros, enquanto a variante articulada de 18 metros permite transportar 159 pessoas.A equipa de desenvolvimento do Mercedes--Benz Citaro hybrid recorreu a componen-tes testados e fiáveis. O motor elétrico, por exemplo, foi estreado no novo Mercedes--Benz Class S como gerador de arranque. O sistema de arrefecimento do motor elétrico e do inversor também é utilizado pela Mer-cedes-Benz Trucks, e a bomba de água pode ser encontrada nos ligeiros de passageiros da marca de Estugarda.O Citaro hybrid vem igualmente equipado com uma nova direção assistida eco. Trata-se de um sistema eletrohidráulico que funciona apenas quando é solicitado, isto é, quando o motorista vira o volante, e, portanto, poupa combustível. Os restantes componentes são iguais aos da versão convencional com motor diesel. Os in-tervalos de manutenção também são idênticos, isto é, 60 mil quilómetros ou uma vez por ano. Este modelo pode vir equipado com o motor de seis cilindros em linha da Mercedes-Benz OM 936G, montado em posição horizontal ou vertical, ou com o propulsor a gás, também da casa de Estugarda, M936G.As primeiras unidades do Mercedes-Benz Ci-taro hybrid saíram da linha de montagem da fábrica de Mannhein no passado dia 22 de

dezembro e vão integrar a frota da empresa alemã Stuttgarter Strassenbahnen AG, de Estu-garda. Os autocarros serão utilizados nas rotas interiores daquela cidade. No final de 2018, o

Citaro hybrid deverá ser colocado ao serviço da nova carreira expresso X1 que foi criada pela SSB para autocarros de baixas emissões e tec-nologia inovadora de propulsão.

A Mercedes-Benz Buses tem vindo a desen-volver uma versão totalmente elétrica do seu autocarro urbano, que deverá começar a ser produzida em série no final de 2018. O Mercedes-Benz eCitaro está a ser sujeito a intensos testes no sul de Espanha e no Cír-culo Polar Ártico, devendo ser apresentado oficialmente na próxima edição do Salão de Hannover.O Mercedes-Benz eCitaro está a ser desen-volvido com base no Mercedes-Benz Citaro, que recentemente assinalou a produção de 50 mil unidades.Após o lançamento da versão híbrida, equi-pada com um sistema de propulsão que combina um motor a diesel ou a gás natural e um motor elétrico, a gama será ampliada com uma versão 100% elétrica, assente na tecnologia da bateria de iões de lítio. Para responder às diferentes necessidades de cada operador em termos de autonomia e de requisitos de tráfego urbano será cons-truído numa base modular.Além da possibilidade de carregamento através de um cabo de alimentação na esta-ção de recolha de autocarros, haverá ainda a opção de proceder a cargas intermédias. Os motores elétricos do Mercedes-Benz Citaro Electric serão instalados no cubo da

roda do eixo traseiro, que é uma solução testada com sucesso ao longo dos anos no Mercedes-Benz Citaro G BlueTec Hybrid. Para otimizar a sua performance, o autocar-ro elétrico da Mercedes-Benz terá um siste-ma refinado de gestão da cadeia cinemática e dos sistemas de controlo da climatização, permitindo reduzir substancialmente o con-sumo de energia e aumentar a autonomia sem alterar a capacidade da bateria. “O nosso autocarro irá produzir emissões zero locais e será ultrassilencioso na cidade. Os engenheiros estão a realizar testes com os protótipos do novo autocarro nas con-dições mais difíceis”, afirma Hartmut Schi-ck, presidente da Daimler Buses. “Como conceito técnico, que envolve um sistema modular para o fornecimento de energia, assim como uma gestão térmica otimizada, o Citaro com bateria irá assumir-se como a nova referência”, acrescenta o responsável.A primeira empresa a encomendar o Mer-cedes-Benz eCitaro foi a Rhein-Neckar--Verkehr. Os seus representantes assinaram um contrato com a EvoBus para o forneci-mento das primeiras unidades no final de 2018 e a realização de testes em condições reais de operação na região metropolitana de Rhein-Neckar.

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Bélgica, Holanda, Lituânia e Alemanha

Solaris prossegue expansão na Europa

Holanda, Bélgica, Alemanha e Lituânia são alguns dos mercados que têm apostado em autocarros da Solaris Bus & Coach, de várias tipologias e tipos de propulsão.

para um eficiente sistema de ar condicionado, iluminação exterior e interior com tecnologia LED, rede Wi-Fi gratuita a bordo e portas com ligação USB para permitir o carregamento dos dispositivos móveis dos utilizadores. Além dis-so, os novos autocarros fornecidos pela Solaris à Connexxion também vêm equipados com um sistema de monitorização e informação ao passageiro e um sistema de extinção de incên-dios. A cabine do motorista, por sua vez, com um sistema de ar condicionado independente, banco aquecido e ventilado, bem como ecrãs que fornecem imagens a partir de cinco câma-ras no interior e uma no exterior. As especificações do veículo e a gestão eficien-te do espaço interior permitiram a disponibi-lização de uma lotação até 140 passageiros, incluindo 46 sentados, dos quais 15 estão ao nível do piso rebaixado. O acesso dos passa-

A SOLARIS BUS & COACH ganhou importan-tes contratos para o fornecimento de auto-carros de diversas tipologias a vários opera-dores europeus de transportes, incluindo de combustão interna, elétricos e trolleybuses. O fabricante polaco tem vindo mesmo a con-quistar novos mercados. O mais recente foi o holandês, na sequência de uma adjudicação por parte da filial local da Transdev, Connex-xion, de 40 autocarros articulados Urbino 18. Os veículos vêm equipados com motores die-sel DAF e caixas de velocidades ZF 6AP, cum-prindo a norma Euro 6.A Connexxion irá utilizar os autocarros na re-gião de Amstelland-Merlanden, como parte do denominado sistema de transporte públi-co R-net. Os novos veículos dispõem de várias funcionalidades para melhorar o conforto e a segurança dos passageiros, com destaque

geiros é efetuado por três portas de folha du-pla, numa configuração 2-2-2-0.Esta encomenda da Connexxion foi a primeira alcançada pela Solaris Bus & Coach no merca-do holandês, estando prevista a realização de mais contratos a curto prazo, uma vez que o fabricante polaco já tem acordos para o for-necimento de mais quatro novos autocarros Urbino 18 com motor de combustão diesel e outros dois do mesmo tipo, mas movidos a gás natural comprimido. Todos estes veículos serão entregues à Connexxion no verão de 2018.Além disso, os representantes da Solaris participaram em consultas de mercado em Amesterdão, Roterdão e Haia, isto é, nas três cidades holandesas onde o transporte pú-blico é operado por empresas municipais. A Holanda, recorde-se, pretende que todos os autocarros novos sejam elétricos, a partir de

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recolha e duas unidades de carregamento na cidade para permitir o carregamento re-gular enquanto os autocarros estão em ope-ração diária. Adicionalmente, a estação de recolha da STIB contará com 24 postos com pantógrafo para carregamento em período noturno. Esta foi a segunda grande adjudicação da STIB à Solaris, uma vez que em agosto de 2018 foi assinado um acordo para o forneci-mento de sete autocarros Urbino LE Electric, com opção para mais veículos. De acordo com Pascal Smet, ministro da mo-bilidade e das obras púbicas da Região Capi-tal Bruxelas, o operador pretende eletrificar toda a sua frota de autocarros até 2030.O novo Urbino 18 Electric já está em ope-ração em Cracóvia, desde a entrega de 20 unidades à empresa MPK Cracow e de nove veículos a Jaworzno, estando igualmente a ser testado pelo operador de transportes pú-blicos de Varsóvia, MZA. Os TMB de Barce-lona também encomendaram três unidades.

2025. O portefólio da Solaris inclui uma gama de autocarros a bateria - o novo Soaris Urbino 12 - que conquistou o título de melhor auto-carro urbano do ano no concurso “Bus of the Year 2017”.

Versão elétrica do Urbino 18 para BruxelasAinda no Benelux, a Solaris Bus & Coach ga-nhou um concurso público lançado pela STIB de Bruxelas para o fornecimento de 25 au-tocarros elétricos articulados Urbino 18. Os novos veículos deverão entrar ao serviço na capital belga no primeiro semestre de 2019. O valor do contrato é de aproximadamente 21 milhões de euros. A adjudicação do operador de transportes públicos de Bruxelas é a maior de sempre da Solaris para autocarros elétricos. Os pri-meiros veículos irão começar a transportar passageiros no início de 2019, prevendo-se a entrega das últimas unidades para junho de 2019.

Além dos autocarros elétricos, a Solaris tam-bém irá fornecer toda a infraestrutura de carregamento em cooperação com a empre-sa alemã Schaltbau Refurbishment GmbH, incluindo dois carregadores na estação de

pub.

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abrigo do novo contrato, todos os tróleis serão entregues em 2018.O Solaris Trollino 12 virá equipado com um sis-tema de regeneração de energia, ar condicio-nado no compartimento dos passageiros, Wi--Fi, tomadas USB para os passageiros e sistema de videovigilância por circuito fechado (CCTV). Um dos equipamentos adicionais instalados a bordo dos novos veículos consiste num ana-lisador de hálito na cabina do motorista que terá a função de verificar a sobriedade do con-dutor antes de este iniciar a marcha do veículo. Os tróleis da Solaris já são familiares para os habitantes da capital da Lituânia. O fabricante polaco forneceu os primeiros veículos desta ti-pologia à cidade de Vilnius em 2004. Em con-junto com os autocarros, o parque circulante da Solaris nas cidades de Vilnius, Kaunas e Paneyezys já ultrapassa as 200 unidades. Ao abrigo do novo acordo assinado com a VVT em novembro de 2017 para o fornecimento de 150 autocarros, incluindo 100 unidades da nova geração do Urbino 12 e 50 do novo Ur-bino 18, e o contrato para os 41 tróleis, esse número duplicará em 2018.

Cinco e-buses para FrankfurtO operador municipal da cidade alemã de Frankfurt, ‘In der City Bus Frankfurt’, enco-mendou cinco e-buses à Solaris Bus & Coach, mas do modelo Urbino 12 Electric. O autocar-ro vem equipado com dois motores elétricos no eixo traseiro para assegurar a propulsão do veículo. A energia necessária para a des-locação do autocarro será disponibilizada por uma bateria com uma capacidade de 240 kWh. Os e-buses serão carregados por um carregador estacionário, fornecido pela Medcom, que permitirá o carregamento dos veículos a 40 kW. Ao abrigo do contrato com o operador de Frankfurt, a Solaris irá fornecer um carregador por cada autocarro. Além das novidades tecnológicas introduzi-das na cadeia de propulsão dos autocarros de Frankfurt, o fabricante polaco implementou algumas soluções para melhorar o conforto e a segurança dos passageiros a bordo dos veí-culos. Os novos Solaris Urbino 12 Electric vão oferecer um sistema eficiente de ar condicio-nado para regular a temperatura no interior, uma iluminação interior em LED e um alar-gado sistema de informação ao passageiro, que compreende três ecrãs LCD. Os veículos também terão portas USB para os passageiros poderem carregar os seus dispositivos eletró-nicos. Cada autocarro terá estas ligações em cada fila de bancos. Os autocarros irão dispo-nibilizar ainda Wi-Fi gratuito. O Solaris Urbino 12 Electric de Frankfurt irá

ter uma capacidade para 70 passageiros, in-cluindo 28 sentados. Dois bancos rebatíveis serão instalados na área reservada a passa-geiros de mobilidade reduzida ou cadeiras de bebé.A entrega dos veículos está prevista para meados de 2018.

Tróleis para a LituâniaO operador de transportes públicos de Vilnius, ‘VVT - Vilniaus viešasis transportas’, adjudicou 41 tróleis à Solaris Bus & Coach, que se seguiu a uma outra encomenda da mesma empresa para o fornecimento de 150 autocarros. Ao

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