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www.canalmoz.co.mz | ano 7 | número 1478 | Maputo, Segunda-Feira 15 de Junho de 2015 Sede: Av. Samora Machel n.º 11 - Prédio Fonte Azul, 2º Andar , Porta 4, Maputo | Registo: 18/GABINFO-DEC/2009 e-mail: ]LSVZVM'NTHPSJVT c NYHÄJVJHUHSTVa'NTHPSJVT c Telefones: 823672025 - 842120415 - 828405012 Director: Fernando Veloso | Editor: Matias Guente | Propriedade da Canal i, lda Publicidade Mais um aviso de Afonso Dhlakama sobre “autarquias provinciais” “Não me chamem belicista ou maluco nos próximos dias” Beira (Canalmoz) – O presiden- te da Renamo, Afonso Dhlakama, voltou a fazer mais um aviso pú- blico sobre a recusa do partido Frelimo de implementação das “autarquias provinciais”. No en- cerramento da V sessão do Con- selho Nacional da Renamo, na Beira, Afonso Dhlakama disse que a Frelimo deve recuar na sua de- cisão de não aprovar “por bem e sem violência o projecto”, por- que, caso a situação de impasse se mantenha, então, diz Dhlakama: “Vão chamar-me muitos nomes”. Dhlakama deu a entender que o projecto deverá regressar à As- sembleia da República. “Eu não pretendo dividir o país, mas, sim, criar uma descentralização do poder central para as provín- cias, conforme previsto no Acor- do Geral de Paz” disse, acres- centando que o projecto é para todo o país, de forma faseada. Segundo Dhlakama, com a implementação do projecto é que haverá a paz e estabilidade no país. Caso isso não aconteça, declara Dhlakama: “Não me ve- nham a dar nomes futuramente”. Dhlakama disse ainda que, en- quanto se espera por uma deci- ZqV ÄUHS KH -YLSPTV V ZL\ WHY[PKV criou uma comissão que “vai exer- cer pressão sobre o regime para que desistam de serem os segun- dos colonizadores dos moçambi- canos, depois dos portugueses”. “Ainda não declarámos guerra. Mas, se isto continuar, nós esta- mos em condições de responder”. Dhlakama disse que vai continu- ar a lutar a todo o custo para que o

Mais um aviso de Afonso Dhlakama sobre “autarquias

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www.canalmoz.co.mz | ano 7 | número 1478 | Maputo, Segunda-Feira 15 de Junho de 2015

Sede: Av. Samora Machel n.º 11 - Prédio Fonte Azul, 2º Andar , Porta 4, Maputo | Registo: 18/GABINFO-DEC/2009

e-mail:�]LSVZV�M�'NTHPS�JVT�c�NYHÄJVJHUHSTVa'NTHPS�JVT�c�Telefones: 823672025 - 842120415 - 828405012

Director: Fernando Veloso | Editor: Matias Guente | Propriedade da Canal i, lda

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Mais um aviso de Afonso Dhlakama sobre “autarquias provinciais”

“Não me chamem belicista ou maluco nos próximos dias”

Beira (Canalmoz) – O presiden-te da Renamo, Afonso Dhlakama, voltou a fazer mais um aviso pú-blico sobre a recusa do partido Frelimo de implementação das “autarquias provinciais”. No en-cerramento da V sessão do Con-selho Nacional da Renamo, na Beira, Afonso Dhlakama disse que a Frelimo deve recuar na sua de-cisão de não aprovar “por bem e sem violência o projecto”, por-que, caso a situação de impasse se mantenha, então, diz Dhlakama: “Vão chamar-me muitos nomes”.

Dhlakama deu a entender que o projecto deverá regressar à As-sembleia da República. “Eu não pretendo dividir o país, mas, sim, criar uma descentralização do poder central para as provín-cias, conforme previsto no Acor-do Geral de Paz” disse, acres-centando que o projecto é para todo o país, de forma faseada.

Segundo Dhlakama, só com a implementação do projecto é que haverá a paz e estabilidade no país. Caso isso não aconteça, declara Dhlakama: “Não me ve-

nham a dar nomes futuramente”.Dhlakama disse ainda que, en-

quanto se espera por uma deci-ZqV�ÄUHS�KH�-YLSPTV��V�ZL\�WHY[PKV�criou uma comissão que “vai exer-cer pressão sobre o regime para que desistam de serem os segun-dos colonizadores dos moçambi-canos, depois dos portugueses”.

“Ainda não declarámos guerra. Mas, se isto continuar, nós esta-mos em condições de responder”.

Dhlakama disse que vai continu-ar a lutar a todo o custo para que o

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seu projecto seja aprovado. Sobre um provável encontro com Nyusi, V� WYLZPKLU[L� KH� 9LUHTV� HÄYTV\!�

“Se for para aperto de mãos para inglês ver, eu não estou disponí-vel, mas, se é para debatermos as-

suntos ligados às ‘autarquias pro-vinciais’, podemos marcar mesmo agora”. (José Jeco, na Beira)

Maputo (Canalmoz) – O auto--intitulado “patrão” está em maus lençóis. Na Banca é apenas um devedor que não honra os seus compromissos. A Primeira Secção

Maputo (Canalmoz) – O Go-verno moçambicano reúne-se na tarde de hoje, segunda-feira, em Maputo, com os doadores V\�� UH� SPUN\HNLT� VÄJPHS�� ¸WHY-ceiros de apoio programático”, com vista a formalizar o pedido de dinheiro para apoiar o Orça-mento Geral do Estado de 2016.

Comercial do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo anunciou na passada quinta-feira, 11 de Junho, a venda dos bens móveis do cantor moçambicano e pro-

A delegação moçambicana será JOLÄHKH� WLSV� TPUPZ[YV� KH� ,JVUV-mia e Finanças, Adriano Maleiane.

Em média, Moçambique rece-be anualmente de Governos es-trangeiros 600 a 700 milhões de dólares americanos para o Orça-mento e para diversos projectos de âmbito social. Segundo o Gover-

pagandista de “auto-estima” Ro-gério Dinis Chaincomo (que usa o pseudónimo de “MC Roger”), na sequência da dívida que con-traiu junto do Banco Comercial de

no, o encontro de hoje aconte-ce quatro semanas depois de os seus doadores terem assumido na totalidade os compromissos ÄUHUJLPYVZ� WHYH� V� HUV� KL� �����

Os doadores queixam-se fre-quentemente da má aplica-ção dos fundos, nomeadamen-te devido à corrupção. (E.C)

Orçamento do Estado

Governo formaliza hoje pedido de dinheiro aos doadores

Penhorados pelo tribunal devido a dívidas

Bens de “MC Roger” serão vendidos no dia 24 de Junho

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Investimentos e que não pagou.O anúncio, assinado pela juíza

de Direito Claudina Ernesto Ma-cuacua Mutepua, refere que os bens são constituídos por um veí-culo ligeiro todo-o-terreno de mar-ca Toyota Land Cruiser, um BMW

735 Li, dois televisores LCD, dois computadores, um monitor, um teclado, dois sofás, uma mesa de centro, uma mesa de computa-dor, uma mesa de TV e um bar.

O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo refere que as pessoas in-

teressadas na aquisição dos bens deverão entregar as suas propostas no cartório daquela Secção, onde serão abertas as propostas no pró-ximo dia 24 de Junho. Os bens estão actualmente num dos arma-zéns do BCI. (Bernardo Álvaro)

Maputo (Canalmoz) – O mi-nistro da Agricultura e Seguran-ça Alimentar, José Pacheco, foi abandonado na sala, na passada sexta-feira, durante a sessão de auscultação pública do progra-ma ProSavana, por um grupo de activistas sociais que não apoiam o ProSavana, por o considerarem um programa que vai e está a tirar terra às populações que se encon-tram na circunscrição do projecto. 5H� ZHSH�� ÄJHYHT� HWLUHZ� M\U-

cionários do Ministério da Agri-cultura, alguns poucos convida-dos e representantes dos países que integram o programa, no-meadamente o Brasil e o Japão.

Tudo começou quando José Pacheco negou a palavra a um

grupo de activistas que esta-vam na sala, entre os quais o professor João Mosca, Gra-ça Samo e Jeremias Vunjanhe.,Z[H]H�ZL� UH� MHZL� ÄUHS� KV� KLIH-

te. Pacheco disse que já não havia tempo para mais intervenções e que os que quisessem contribuir deviam fazê-lo por escrito. Os pre-sentes, maioritariamente activistas sociais de diversos cantos do país, abandonaram a sala, tendo Pache-JV�ÄJHKV�JVT�VZ� ZL\Z�HTPNVZ� QH-poneses e brasileiros, que são acu-sados de quererem usurpar terras aos camponeses moçambicanos, em benefício do grande capital.

Os que abandonaram a sala jus-[PÄJHT� H� KLJPZqV� JVT� V� MHJ[V� KL�Pacheco se ter mostrado arrogante.

Dizem ainda que foram ao encon-tro para debater as ideias na pre-sença de todos e não para fazer por escrito, como disse Pacheco.

Pacheco exige intervenções patrióticas

Antes mesmo do início do deba-[L�� 1VZt�7HJOLJV� Qm�OH]PH�KLÄUPKV�V� WLYÄS� KL� PU[LY]LUs�LZ� X\L� X\L-ria. Pacheco queria intervenções “patrióticas”, isto é, intervenções de saudação ao ProSavana. E até proferiu uma ameaça, antes do KLIH[L�� HV� KPaLY!� ¸,Z[HTVZ� ÄYTLZ�nesta missão. Qualquer obstácu-lo, vamos atropelar e avançar”.

“Não venham aqui com agendas obscurantistas”, disse ainda Pache-

Auscultação pública sobre o ProSavana

José Pacheco abandonado

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co antes do debate. As declarações de Pacheco não impediram os pre-sentes de manifestar o seu repúdio

pelo programa. Durante todo o de-bate, as intervenções eram conver-gentes: “Não ao ProSavana”. Na

próxima edição, mais informação e as reacções do grupo que aban-donou a sala. (André Mulungo)

Maputo (Canalmoz) – A Organi-zação da Juventude Moçambicana, braço juvenil do partido Frelimo, vai reunir-se de 26 a 29 de No-vembro de 2015 na escola desse partido, na cidade da Matola, pro-víncia de Maputo, para eleger os novos órgãos de direcção. A deci-são foi tomada no encontro do Co-mité Central da OJM realizado nos dias 12 e 13 na Matola. A actual

Maputo (Canalmoz) – Técnicos da Empresa Nacional de Hidro-carbonetos (ENH) e do Instituto Nacional de Petróleos receberam uma formação em análise petrofí-sica e avaliação de reservatórios convencionais e não convencio-

direcção, que é bastante contestada, foi montada por Armando Guebuza, Filipe Paúnde e Margarida Talapa. i� \TH� KPYLJsqV� JVTWVZ[H� WVY� Ä-SOVZ�� NLUYVZ� L� HÄSOHKVZ� KLZ[L� [YPV�

A actual direcção não se quer pro-nunciar sobre as eleições. O “Ca-nalmoz” ouviu o actual secretário--geral da OJM, Pedro Cossa, que remete a decisão para os órgãos da OJM. “Os órgãos é que vão deci-

nais, tendo como objectivo a sua especialização nessa área espe-JxÄJH�� :qV� [tJUPJVZ� KL� 7LZX\PZH� L�Produção das duas instituições.

O curso foi dirigido por for-madores da Universidade de Leicester, do Reino Unido.

dir.” Quando questionado sobre se estava disponível, caso os órgãos KLWVZP[LT�JVUÄHUsH�UH�HJ[\HS�KP-recção, Cossa preferiu não falar.

No dia 19 de Junho, começam a eleições internas nas células. Em Julho, começam as eleições nos co-mités de círculo, e em Agosto, nos distritos. Em Setembro e Outubro é a eleição dos comités provinciais. (Redacção com André Mulungo)

Paulino Gregório, administrador do pelouro de Pesquisa e Produ-ção, disse que esta formação en-quadra-se no plano da ENH de es-pecialização dos técnicos na área de pesquisa e produção de hidro-carbonetos. (Raimundo Moiane)

Técnicos de ENH formados em análise petrofísica

Nova direcção da OJM será conhecida em Novembro

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Beira (Canalmoz) – As uni-versidades nacionais possuem quase todas escolas de Direi-to e de Ciências Políticas. Há que dar trabalho a essas escolas.

Face aos contínuos impasses negociais entre o Governo e Re-namo, é preciso engajar a aca-demia na busca de soluções per-manentes e aceites pelas partes.

Seria uma empreitada patrió-tica e dignificante vermos aca-démicos de todos os ramos do saber, mas especialmente aque-les que se dedicam a ciências sociais, dedicarem o seu tempo formulando soluções para um problema que teima em ensom-brar o nosso presente e futuro.

A soma de conhecimentos exis-tentes deve ser mais do que sufi-ciente para alinhavar-se um conjun-to de ideias robustas para o efeito.

Se existe orgulho e nobreza entre os intelectuais, o problema actual é a prioridade entre as prioridades.

Não faz sentido nos arvorarmos de possuir intelectuais quando estes não intervêm nem se fa-zem sentir na busca de soluções para os problemas reais do país.

Aquela aparente incapacidade de se encontrarem pontos de conver-gência entre os negociadores deve

ser vista também como incapaci-dade dos pensadores nacionais.

O momento é de tal gravida-de que se deveria abraçar um projecto de participação mas-siva dos intelectuais do país na assessoria aos negociadores.

Não se deve deixar tudo nas mãos dos políticos profissionais nem dos seus assessores privados, porque isso é dar carta-branca a todo um conjunto de intenções com consequências imprevisíveis.

Há que definir o realmente se-para as partes e o que constituem zonas confortáveis entre eles.

A academia nacional tem sido marcadamente subserviente ao poder político-governamental. A independência estatutária há mui-to que foi engolida pelo poder do dia. Aquela pobreza na produção de conhecimento científico vem na esteira da génese dos gestores das nossas universidades. Há como que uma autocensura permanente entre os titulares de cargos direc-tivos nas universidades. Ninguém se arrisca a ficar mal na fotografia.

É crónico que os conselhei-ros do PR e do Governo provêm dos mesmos centros de pensa-mento, mesmo quando existem recursos humanos de qualidade

noutros locais. Consultores e as-sessores são recrutados com base em critérios políticos, de con-fiança política, de alinhamento político e não por mérito e do-mínio científico e tecnológico.

Nesta paralisia efectiva do país, seria interessante e im-portante quantificar o que se perde em termos financeiros e por derrapagem do metical.

Uma academia digna des-se nome, ou que queira recu-perar a dignidade desse nome, deve agir e com rapidez no sen-tido de ocupar o seu espaço.

O que tem sido dado a consumir através da comunicação social pública é um repetir de incon-gruências de gente supostamen-te detentora de conhecimentos.

Repetem refrãos visando oferecer soluções, mas, de facto, limitam-se a repetir pontos de vista que lhes foram previamente “sugeridos”.

Ou temos academia ou te-mos porta-vozes de um dispen-dioso sistema de “copy/paste”.

Enganamos quando colocamos semântica e retórica à frente de tudo.

Brilho, formalismo, pompa e protocolo são importantes mas in-suficientes, como a situação actu-al o demonstra. (Noé Nhantumbo)

Hora de a academia moçambicana ajudar os políticos

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por Noé NhantumboCanal de Opinião