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Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas Fotovoltaicas 2 de março de 2021, 18h30 às 20h30 Antônio César Baleeiro Alves Professor Titular Aposentado da EMC/UFG [email protected] Projeto de Extensão: Transferência de Conhecimentos e Criação do Laboratório de Energia Solar Fotovoltaica da UFG - Como estratégia das novas diretrizes curriculares dos cursos de Engenharia

Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

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Page 1: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Malhas de Aterramento e

Proteção Contra Surtos em Usinas Fotovoltaicas

2 de março de 2021, 18h30 às 20h30

Antônio César Baleeiro Alves

Professor Titular Aposentado da EMC/UFG

[email protected]

Projeto de Extensão: Transferência de Conhecimentos e Criação do Laboratório de Energia Solar

Fotovoltaica da UFG - Como estratégia das novas diretrizes curriculares dos cursos de

Engenharia

Page 2: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Sumário

2

1. Quais as finalidades do aterramento em UFVs?

2. Aterramento para SPDA e MPS

3. Aterramento funcional em UFVs (NBR 16.690:2019)

4. Projeto de malha: o que as pessoas estão fazendo?

5. Quais dados precisamos para um projeto de aterramento de UFV?

6. Curtos-circuitos; Resistividade do solo (medição e estratificação) etc.

7. Critérios de segurança

8. Análises do desempenho da malha e ferramentas computacionais

9. Resistência da malha de aterramento e o que é realmente importante

10. Aspectos construtivos: corrosão eletroquímica, pilares como eletrodos ativos etc.

11. Normas técnicas nacionais e recomendações do IEEE (2778:2020)

12. Tensões em uma malha e um exemplo simples

13. Dificuldades e estratégias de solução

14. SPDA e MPSFotovoltaica na Bahia: 103 MW.

Page 3: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

3

Usinas FVs solo (médio porte)

Page 4: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Quais as finalidades do aterramento em UFVs?

4

Aterramento FUNCIONAL: Consiste na ligação à terra, diretamente ou através de

resistor (ou dispositivo de detecção de fuga), de um dos condutores do sistema com o

objetivo de garantir o funcionamento correto, seguro e confiável da instalação

(inversor, geradores FV e X0 do transformador);

Aterramento de PROTEÇÃO: Devemos ligar a um sistema de aterramento as massas e

elementos com risco de energização acidental para proteger as pessoas de CONTATOS

INDIRETOS. Em subestações, este tipo de aterramento tem também a função de

propiciar um caminho para as correntes de faltas à terra, de modo a possibilitar a

operação da proteção de seccionamento automático;

Aterramento para Sistemas de Proteção contra Raios e Surtos: - Escoar os surtos

para a terra (passo e toque); - Reduzir tensões de surto; - Permitir operação de DPS.

Page 5: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Aterramento para SPDA e MPS

5

Este aterramento deve atender a pressupostos diferentes daqueles dos aterramentos

funcional e de proteção.

Resistividade do solo não é tão relevante;

Permissividade elétrica do solo é importante;

Impedância (≠ RG) mais baixa possível deve ser o objetivo;

Utilizar condutores curtos (prevenir surtos de tensão devido a elevados 𝑑𝑖/𝑑𝑡);

Prover caminho até o solo para escoar correntes impulsivas;

Neste aterramento, não tem sentido utilizar TERRÔMETRO para medir resistência RG;

Fitas e barras chatas metálicas são mais eficazes que condutores cilíndricos;

Devido às grandes áreas das UFVs solo, é mais fácil atender os critérios da NBR 5419.

Page 6: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Aterramento funcional em

UFVs

6

Fonte: adaptada da NBR 16690:2019

Dispositivo de Monitoramento de Falta (GFPD=ground-fault protective device)

Sobre GFPD: “Photovoltaic System Grounding”. John C. Wiles, Jr.New Mexico State University.

Pesquisadores da UTFP:

TAKEUCHI, R. O. A.; CREMASCO,

N.P.; URBANETZ JR, J. Aterramento

Funcional em Sistemas Fotovoltaicos

de Filme Fino. XXIII Congresso

Brasileiro de Automática, Porto

Alegre, RS, 2020.

Page 7: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

O que as pessoas estão fazendo?

7

A) Aterramentos são analisados separadamente e cálculos são feitos com o emprego de

métodos simplificados (IEEE 80:2013; NBR 15751:2009; NBR 5410 nos geradores - DRs)

projeto inadequado!

B) Usinas médias (1 a 5 MWp): O aterramento é visto como um conjunto único e é utilizado

software que admite que o potencial se eleva em toda a extensão da malha projeto bom!

C) Usinas grandes (>5MWp):

A usina é dividida em partes (arrays) ou visto como um conjunto único e para análise do

aterramento são usados softwares comerciais comuns projeto fraco!

O aterramento é visto como um conjunto único e é utilizado software que tenha o módulo de

malha não equipotencial projeto bom (software caro!!)

Page 8: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Análise do lado dos geradores

8

Imagina-se que, sendo instalação de baixa tensão e o esquema de aterramento é TT. Então, a

proteção das pessoas é feita exclusivamente por meio de DR (dispositivo diferencial residual).

Correntes padronizadas de DRs:

Como regra geral, o DR atuará para correntes residuais

situadas entre 0,5xIΔn e IΔn .

A NBR 5410 define as tensões de contato limite: 50 V, 25 e 12 V. Então, podemos a partir desses dados, inferir qual é

o maior valor de resistência de aterramento do lado CC:

𝑅𝐺,𝐶𝐶 ≤𝑉𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒

𝐼∆𝑛(1)

Abordagem questionável!!

Page 9: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

9

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10

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11

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14

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15

Page 16: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

16

Observe que a malha não tem grids

como as malhas de subestações CA,

em concordância com a

recomendação do IEEE específica de

aterramentos de UFVs.

Page 17: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

17

Page 18: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

18

Fonte: Própria

Page 19: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

19Projeção das tensões de malha e em suas vizinhanças (a 1 metro da periferia)

X (m)

Y (m)

Page 20: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

20

?

Page 21: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

21

Fonte: Própria

Page 22: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

22

Fonte: Própria

falta

Page 23: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

O que as pessoas estão fazendo?

Fonte: Grounding Analysis of a Solar Power Generation Facility. Jinxi Ma and F. P. Dawalibi. 2010 23

Software CYMGrd

Page 24: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

O que as pessoas estão fazendo?

Fonte: Safe Grounding System Design for a Photovoltaica Power Station. Z. G. Datsios and P. N. Mikropoulos.24

Software CYMGrd

Page 25: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Quais dados precisamos para um projeto de aterramento de UFV?

25

Curtos-circuitos no ponto de conexão da usina, fornecidos pela Concessionária;

Layout da fotovoltaica e dimensões, incluindo a área dos módulos, do QGBT,

transformador(es) e da cabine de entrada e medição;

Medição em campo das resistividades aparentes do solo (Wenner com terrômetro de 4

terminais).

Page 26: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Dados de curtos-circuitos na entrada do cliente

26𝐼𝑓 = 3. 𝐼0

Dados da instalação da

usina e dos equipamentos

da unidade consumidora,

se houver.

+

Page 27: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Calcular curtos-circuitos do sistema em todos os pontos relevantes

27

O professor Baleeiro desenvolveu um programa Fortran para cálculo de curtos-circuitos.

Utiliza matrizes [Z]bus de sequências. Nos cursos é disponibilizado o executável!!

Page 28: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Layout da Usina

28

Page 29: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Planejamento das medições da resistividade

29

Page 30: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Norma NBR 7117:2012

30

NBR 7117 é a norma de medição e estratificação

do solo.

Problema sério: seguindo o critério desta NBR para obter o número de linhas de

medição, podemos chegar a uma quantidade proibitiva de medições em campo;

Planilha do Baleeiro

Page 31: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Estratificação do solo

31

A partir dos dados obtidos em campo (Wenner, terrômetro de 4 ou 5 terminais) devemos

obter a estrutura do solo em camadas horizontais:

1. Software comercial;

2. Software do Baleeiro & Romário;

3. Softwares mais simples aplicáveis a solos de 2 camadas apenas.

Page 32: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Medições de resistividades do solo

32

Exemplo:

332,22

499,20

747,70

971,38

0,00

200,00

400,00

600,00

800,00

1000,00

1200,00

1 2 4 8

Resistividades aparentes médias [W.m]

Re

sist

ivid

ad

e a

pa

ren

te m

éd

ia (W

.m)

Espaçamento entre hastes de prova (m)

Page 33: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Resultado da estratificação do solo:

33

Exemplo:

Page 34: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Calcular critérios de segurança

34

Existem critérios de segurança das pessoas, os quais devem obrigatoriamente ser

respeitados no projeto, definidos por:

1. IEEE (planilha Baleeiro);

2. IEC NTC 60.

Page 35: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

?

Análise de desempenho da malhapara validar a configuração

35

Devemos utilizar uma ferramenta computacional para simular diferentes configurações

de malha considerando o layout, a estratificação, as correntes de curtos-circuitos e os

critérios de segurança:

1. Software comercial (TECAT, Aspix, XGSLab, CYMGrd etc.);

2. Software do Baleeiro & Bárbara (limitado);

3. Planilha do Baleeiro (método simplificado – só para análise preliminar );

4. Software do doutoramento da Bárbara na UFMG – orientador: Silvério Visacro.

Page 36: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Como fica a segurança para quem está de fora?

36(A) (B)

Page 37: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

37

GPR (Maior elevação de potencial na malha – potencial em relação ao “terra remoto”)

𝐼𝐺

𝐼𝐺

𝐺𝑃𝑅 = 𝑅𝐺 . 𝐼𝐺 (2)

Ground Potential Rise:

Site para calcular resistências de vários aterramentos:

http://cbm-technology.com.pl/en/good-earthing-grounding-technical-information/electrical-consultants-zone/calculating-

a-simple-earth-system/

Page 38: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

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Corrente de curto-circuito fase-terra𝑅𝐺

3𝐼0

Crítica: Se 𝑅𝐺 for elevada, 3𝐼0 será baixa e insuficiente para ativar o relé;

Recomendável: Se 𝑅𝐺 for baixa, 3𝐼0 será alta o suficiente para ativar o relé.

𝑅𝐺 é a resistência da malha de aterramento

A malha deve permitir a

sensibilização de relés e a

operação de disjuntores no

tempo adequado.

Resistência da malha de aterramento, RG

Page 39: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

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O que é de fato importante em aterramentos de subestações?

Instalações de sistemas de geração ou transformação, subestações consumidoras e plantas

industriais são construídas sobre malhas de aterramento. Estas malhas devem ser

cuidadosamente projetadas visando, sob condições de falta, o surgimento de mínimas tensões

através da malha em todas as direções (tensões de toque e passo) e mínima impedância entre

a malha e o “terra” remoto (ground potential rise = GPR). O objetivo primordial nestes projetos é

reduzir e minimizar os potenciais para segurança das pessoas.

Malha de UFV pronta! É complicado medir a resistência de aterramento. Por quê?

Page 40: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Combinando metais em conexões metálicas em aterramentos e equipotencialização

40

Metal Potencial E0 (V) Comportamento

Bário +2,90 Extremidade anódica (básica)

Cálcio +2,87

Sódio +2,71

Magnésio +2,40

Alumínio +1,70

Zinco +0,76

Ferro +0,44

Níquel +0,23

Estanho +0,14

Chumbo +0,13

Cobre −0,34

Prata −0,80

Mercúrio −0,80

Ouro −1,50 Extremidade catódica (nobre)

Série eletronegativa dos metais a 25 oC

Cobre x Alumínio

Não!!

Cobre x Ferro

Não!!

Cobre x Bronze

Sim!!

Bronze = Cu+Sn

Latão = Cu+ZnD

ifer

ença

de

no

bre

za d

os

ele

men

tos:

q

uan

to m

aio

r es

sa d

ifer

ença

, mai

or

a p

oss

ibili

dad

e d

e C

OR

RO

SÃO

GA

LVÂ

NIC

A

Page 41: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Pilha Galvânica

41

O cobre, neste caso,

ficará protegido!

Page 42: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

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Fonte: adaptado de Eletricidade Moderna, 2012 Artigo Michael Beer

Combinações de materiais na construção de aterramentos e equipotencialização

Material Aço zincado Alumínio Cobre Aço Inox Titânio Zinco

Aço zincado Pode Pode Corrosão E. Pode Pode Pode

Alumínio Pode Pode Corrosão E. Pode Pode Pode

Cobre Corrosão E. Corrosão E. Pode Pode Corrosão E. Pode

Aço Inox Pode Pode Pode Pode Pode Pode

Titânio Pode Pode Corrosão E. Pode Pode Pode

Zinco Pode Pode Pode Pode Pode Pode

Aspectos construtivos: corrosão eletroquímica ≠ corrosão química

Para cabos de alumínio e cobreConector de bronze

Conector de latão

Page 43: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

43

Aspectos construtivos

Eletrodos profundos!

Page 44: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

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Normas técnicas

ABNT NBR 15751:2009

ABNT NBR 15749:2009

ABNT NBR 7117:2012

ABNT NBR 5410:2004

ABNT NBR 14039

ABNT NBR 16690:2019 (Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos: requisitos

de projeto).

CELG D/ENEL Goiás – NTC 05 ENEL/Especificação Técnica no 942

CELG/ENEL Goiás – NTC 60:2008

Page 45: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

45

Recomendações do IEEE IEEE Std 80:2013

IEEE 2778 Guide for Solar Power Plant Grounding for Personnel Protection. 2020

1. Para UFVs acima de 5 MWp;

2. Malhas de aterramento devem ser diferentes daquelas de SEs (grids menos densos);

3. O emprego de camada de brita é inviável, devido a área extensa (análise de compromisso cobre x brita);

4. Devido a 1, as tensões de toque e passo na malha podem resultar elevadas;

5. Devido a 2, as tensões admissíveis são geralmente muito baixas;

6. Os softwares têm limitações para análise de grandes áreas;

7. Bandejas de cabos, estruturas de suporte de módulos e pilares de sustentação das mesas são

partes do sistema de aterramento (continuidade, corrosão galvânica, resistividade do aço é mais

alta que do cobre etc.);

8. Alambrado metálico: interligar a cerca à malha faz com que, na falta, haja transferência de

potencial para a cerca (cuidados com cercas paralelas à linha de transmissão);

9. Área muito grande x resistividade do solo – medição é crítica e também a estratificação (modelagem);

10. Faltas do lado da alta tensão ou da média tensão são as mais perigosas para as pessoas;

11. Sugere grids com espaçamentos de 100 m ou mais;

12. Use de hastes de aterramento normalmente traz pequeno benefício;

13. Pilares: centenas ou milhares de pilares concretados no chão devem ser utilizados: aterramento e equipotencialização;

14. Resistência de um condutor pode exceder a resistência do terra remoto;

15. UFVs muito grandes: analisar arrays (setores) separadamente e detalhar pontos específicos;

16. Investir na segurança dos operadores: EPIs, cuidados extras etc.

17. Comissionamento da malha de aterramento: não é uma tarefa fácil (5x a maior dimensão da planta).

Page 46: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Professor Baleeiro - Será 10 ohm o valor limite da resistência de aterramentos?

46

Diferenças de potencial em uma subestação

Page 47: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

47

Potenciais em uma subestação

Malha de cordoalha

e hastes

≥ 0,5 m

Nível da

superfície do solo

Page 48: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

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𝐺𝑃𝑅

Corte A-B

A B

𝐺𝑃𝑅 = 𝑅𝐺 . 𝐼𝐺

Potenciais em uma subestação

Page 49: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

49

Exemplo:

Page 50: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

50

Exemplo:

3.065 a 4.332 V

1.798 a 2.115 V

1.798 a 2.115 V

Aqui dentro: tranquilo!

Conclusão: Malha não validada! Alterar a configuração para

melhorar o desempenho

Page 51: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

51

Exemplo:

2.152 V

Aqui dentro: tranquilo!

Page 52: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

52

Exemplo:

745,925 V

RG = 26,084 W

Page 53: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

53

Exemplo:

2.491,553 V

Page 54: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

54

Dificuldades para validar a malha

1. Locais em que a resistividade do solo é alta.

2. Pontos de entrega onde o nível de curto-circuito é alto.

3. Áreas de usinas fotovoltaicas são muito extensas para se utilizar camada de brita;

4. Espaço reduzido, na maioria dos casos, para executar a malha de aterramento.

Page 55: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

55

Detalhando as dificuldades

1. Resistividade do solo:

Tipos de solos Faixas de resistividades

(Ω.m)

Alagadiço, limo, humus lama Até 150

Argila 300 - 5.000

Calcário 500 – 5.000

Areia 1.000 – 8.000

Granito 1.500 – 10.000

Basalto A partir de 10.000

Molhado: 20 - 100

Concreto Úmido: 300 – 1.000

Seco: 3.000 – 2.000.000

ABNT. NBR 7117:2012

Page 56: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

56

Detalhando as dificuldades

1. Resistividade do solo (ETA Jaime Câmara):

Espaçamento

𝑎 (𝑚)

Resistividade aparente

(Ω.𝑚)

28/09/15 18/03/16

1 1.714 521

2 1.295 543

4 1.002 441

8 11.432 429

16 600 501

32 1.056 987

Fernando Moreira Viana. EMC/UFG. 2016. Dissertação de mestrado.

Page 57: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

57

Detalhando as dificuldades

1. Resistividade do solo (ETA Meia Ponte):

Espaçamento

𝑎 (𝑚)

Resistividade aparente

(Ω.𝑚)

29/09/15 16/03/16

1 3.123 709

2 5.186 657

4 3.206 875

8 3.455 1.440

16 1.315 1.071

32 5.349 1.223

Fernando Moreira Viana. EMC/UFG. 2016. Dissertação de mestrado.

Page 58: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

58

Detalhando as dificuldades

1. Resistividade do solo (Área da Escola de Engenharia da UFG):

Espaçamento

𝑎 (𝑚)

Resistividade aparente

(Ω.𝑚)

08/10/13

1 3.616

2 5.931

4 5.730

8 3.613

16 2.091

32 195

Baleeiro e alunos. Medições da disciplina na EMC/UFG.

Page 59: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

59

Detalhando as dificuldades

2. Nível de curto-circuito alto:

Capacidades de curto-circuito trifásico típicas de sistemas de distribuição:

10 MVA a 300 MVA.

Significa que, em 13,8 kV, correntes de faltas simétricas entre 0,5 kA e 13 kA.

Nível de curto-circuito baixo:

Atenção! Num alimentador rural o nível de CC pode ser baixo. Há uma

tendência do projetista validar a malha (porque as tensões atendem), mas RG

fica alta. Isto não é bom!!

Page 60: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

60

Detalhando as dificuldades

3. Área muito extensa para se utilizar camada protetora sobre o solo:

Se não pudermos ter camada de brita, as tensões admissíveis serão muito

reduzidas, dificultando a validação da configuração da malha;

Custo elevado da camada protetora, devido ao volume de brita;

Mesmo assim, camadas protetoras devem ser previstas em locais

específicos: brita entre as mesas e o cercamento; calçada de cimento do lado

de fora (transeuntes).

≡ Solo molhado!

Page 61: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

61

Detalhando as dificuldades

4. Espaço reduzido para construir a malha:

Esta questão é mais crítica para o projeto de subestações em áreas urbanas a

partir de 300 kVA e que tenham dispositivos automáticos de proteção (religador

ou disjuntor acionado por relé).

Page 62: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

62

Possíveis soluções para alcançar os requisitos de segurança

1. Usar a criatividade preço e execução

2. Usar os pilares das mesas dos módulos conectar com a malha (soft bom!!)

3. Eletrodos especiais (profundos ou inseridos dentro de concreto) preço e

execução

4. Reforçar a isolação da camada superficial custo e viabilidade

5. Manter a umidade dos eletrodos em pontos estratégicos custo e operação

6. Limitar a corrente de falta fase-terra cuidados com o equipamento e

operação do relé 51N (ou 51GS = “ground sensor”)

7. Tratamento químico do solo manutenção / custo-benefício

Page 63: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

63

SPDA e MPS em Fotovoltaicas

Comentários sobre:

É mesmo necessário SPDA em usinas fotovoltaicas?

Tem que considerar o custo de implantação e a viabilidade técnica.

Tudo começa com a Avaliação de Risco: Parte 2 da NBR 5419:2015.

Na UFV não existem só módulos, inversores, QGBT e subestação CA. Tem outras

estruturas.

Medidas de proteção contra surtos: malha de aterramento é essencial.

Equipotencialização e distâncias de segurança.

Blindagem.

Page 64: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

64

SPDA em Fotovoltaicas

𝑑 ≥ 𝑠𝑑 ≥ 𝑠

Page 65: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

65

Avaliação de risco

Planilha Baleeiro

Seleção de DPS

Planilha Baleeiro

Page 66: Malhas de Aterramento e Proteção Contra Surtos em Usinas

Agradeço aos organizadores a oportunidade de participar!

Professora Dra. Cacilda, Dr. Jonas e Eng. Gustavo

Um agradecimento especial aos ouvintes pela paciência!

62 9 9251-7470Consultoria

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