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Mamãe,estou aqui!
Mamãe,estou aqui!
Matão, SP 2014
Célia Xavier CamargoPelo Espírito Marcelo
MAMÃE, ESTOU AQUI!
Capa e projeto gráfico: Equipe O ClarimIlustração da capa: Issao HashizumeIlustrações internas: Renilton PadovaniRevisão: Enéas Rodrigues Marques
Todos os direitos reservados© Casa Editora O Clarim(Propriedade do Centro Espírita O Clarim)Rua Rui Barbosa, 1070 — Centro — Caixa Postal 09CEP 15.990-903 — Matão-SP, BrasilFone: (16) 3382-1066 — Fax: (16) 3382-1647CNPJ: 52.313.780/0001-23Inscrição Estadual: 441.002.767.116www.oclarim.com.broclarim@oclarim.com.brwww.facebook.com/casaeditoraoclarim
FICHA CATALOGRÁFICACélia Xavier Camargo, pelo Espírito MarceloMamãe, estou aqui!1ª edição: outubro/19976ª edição: abril/2014 - 30.001 a 36.000 exemplaresMatão/SP: Casa Editora O Clarim144 páginas – 14 x 21 cmISBN – 85-7357-031-8 CDD – 133.9
Índice para catálogo sistemático:
133.9 Espiritismo133.901 Filosofia e Teoria133.91 Mediunidade133.92 Fenômenos Físicos133.93 Fenômenos Psíquicos
Impresso no BrasilPresita en Brazilo
Agradecimentos
A primeira edição deste livro só foi possível mediante a
valiosa colaboração da nossa equipe de funcionários e de nossos
amigos e confrades:
Enéas Rodrigues Marques e Eliseu F. da Mota Júnior - re-
visão do texto
Luciano Lara Borges - ilustrações.
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Sumário
Palavras do autor ......................................................................... 71. Mudança de vida ..................................................................... 112. Aprendendo com a natureza ................................................ 173. A visita ........................................................................................ 234. Encontro inesperado .............................................................. 315. Corpo espiritual ....................................................................... 396. Na escola ..................................................................................... 457. Aprendendo com a vida ......................................................... 498. A nova aluna ............................................................................. 559. A excursão ................................................................................. 5910. O “Lar de Bênçãos” ................................................................. 6511. “Recanto das Águas Cristalinas” ..................................... 7512. A surpresa ................................................................................ 8113. Na casa espírita ...................................................................... 8514. A reunião .................................................................................. 9115. De volta ao lar ...................................................................... 9716. Buscando informações ...................................................... 10317. A experiência de Fábio ....................................................... 10718. Refazendo a vida ................................................................. 11319. Ajuda espiritual ..................................................................... 11920. Gente nova na família ....................................................... 12921. Despedidas ............................................................................... 137
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Palavras do autor
Meu nome é Marcelo e estou na Espiritualidade há alguns
anos. Gosto de escrever e de observar as pessoas, as situações e
tudo o que acontece.
Faço parte de equipe de jovens desencarnados e frequento
regularmente a Mocidade Espírita “Cairbar Schutel”, da Socie-
dade Espírita “Maria de Nazaré”, em Rolândia (PR).
Durante algum tempo estive fazendo um estágio na Es-
cola “Recanto das Flores”, na pequena cidade espiritual de “Céu
Azul”, e, em contato com as crianças, senti vontade de escrever
contando aos irmãos encarnados as experiências delas, como vi-
vem, o que fazem. Elas gostaram da ideia e me solicitaram que
fizesse isso, aplaudindo entusiasticamente.
Considero que aí na Terra existe ainda uma grande ne-
cessidade de informações a respeito do Plano Espiritual. De um
modo geral, as pessoas acreditam que “morreu, acabou”. E isso
é muito triste.
Vemos famílias inteiras em desespero por terem perdido
seus filhos, entes queridos que julgam nunca mais poder rever.
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Puro engano. A vida continua, mais bela, mais feliz, mais
agradável. É preciso que as pessoas se abram para as coisas es-
pirituais, que tanto consolo poderão lhes oferecer.
E é isso o que nós propomos. Consolar os desesperados,
alegrar os tristes, levantar os deprimidos, dar força aos fracos,
dizendo-lhes:
– Ouçam todos! A morte não existe! Os seus entes que-
ridos continuam a amá-los da mesma forma que quando eram
“vivos”. Continuam a estudar, brincar, aprender. E querem que
vocês saibam disso, para que possam ajudá-los nesse novo mun-
do onde estão e também serem ajudados, mudando a maneira
de pensar sobre a morte. Acreditem, tudo que acontece com vo-
cês os alegram ou os entristecem.
Deus é amor! A seus filhos – que somos todos nós – reser-
va o melhor, como bom Pai que é. É preciso que saibamos aceitar
Sua vontade, compreendendo que Ele sabe o que faz. Tudo tem
uma razão de ser. Nada acontece por acaso. Algum dia vocês
terão as resposta às suas indagações.
A Doutrina Espírita é bênção de luz que, desde o século
passado, vem nos trazer informações a respeito da imortalidade
da alma, do mundo espiritual e das relações que regem os dois
mundos, mostrando essa outra realidade que existe desde sem-
pre e que os homens se recusam a ver.
É, sobretudo, o Consolador prometido por Jesus em sua
mais pura acepção, pois elimina o medo da morte e desven-
da aos olhos admirados do homem encarnado a grandeza de
Deus, nosso Pai, que é todo amor, bondade, justiça e sabedoria.
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Espero que, conforme minha vontade, e também atenden-
do ao pedido das crianças, eu atinja o objetivo de transmitir a
vocês, de forma clara, agradável e acessível, o que me propus.
Assim, entrego este texto, elaborado com muito carinho,
de 30/8/1994 até esta data, desejando aos leitores que estas pá-
ginas possam trazer-lhes consolo, esperança, alegria e otimis-
mo. Que as vivências aqui relatadas possam ser úteis de alguma
forma e sirvam de exemplo àqueles que precisarem de ajuda e
estiverem em sofrimento.
Foi uma experiência extremamente gratificante. Agradeço
ao Senhor a oportunidade concedida de poder enviar estas men-
sagens aos encarnados. Sem a permissão de Deus, nada disso
seria possível.
Que Jesus os ampare e ilumine sempre!
Marcelo Sociedade Espírita “Maria de Nazaré”, Rolândia (PR),
15/4/1996.
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1. Mudança de vida
Celina deixara a Terra retornando para o plano espiritual,
vitimada por enfermidade grave.
Tinha apenas oito anos de idade, e os pais amorosos e os
irmãozinhos menores ficaram sob imensa tristeza.
Contudo, para Celina, um novo mundo surgia.
Despertou num quarto de hospital, limpo e arejado, e a
primeira pessoa que viu foi a vovó Catarina, que desencarnara
alguns anos antes e por quem sempre fora muito afeiçoada.
Vendo o rosto sorridente inclinado sobre ela, exclamou
espantada:
– Vovó Catarina! Mas você já morreu!
A senhora respondeu, bem-humorada:
– Puro engano. Como pode ver, minha neta, estou viva.
– Ah! Onde estou? – quis saber a menina, curiosa.
– Você está num mundo diferente agora, muito mais boni-
to e agradável que aquele onde vivia antes.
– E a mamãe, o papai e os maninhos?
A avó respondeu, tranquilizando-a:
Vovó Catarina amparando Celina no hospital em “Céu Azul”.
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– Eles não puderam vir, minha netinha. Você os reverá tão
logo seja possível.
– Por quê? – indagou a garota, chorosa. – Eu quero a mamãe!
Ternamente a senhora explicou:
– Acalme-se. No momento, isso é impossível. Contudo,
logo sua mãe poderá vir visitá-la.
Celina lembrou-se dos dias em que estivera gravemente
enferma, da angústia dos pais e recordou os últimos momentos,
quando intimamente sentira que estava morrendo. Percebeu que
algo de muito grave acontecera com ela, pois se sentia diferente.
Fitou a avó sentada ao seu lado no leito e indagou com
uma pontinha de medo:
– Vovó, eu morri?
A senhora respondeu com outra pergunta:
– Você se sente morta?
– Não. Estou muito bem.
– Então, não morreu. A morte não existe, minha querida.
Você apenas deixou o corpo de carne, que já não servia mais
porque estava doente, e voltou para a verdadeira vida, que é
a espiritual.
– Mas vovó, estou num hospital, vejo enfermeiras, médi-
cos e tudo o mais!
– Sim. Isso mesmo. Aqui tem tudo o que tem na Terra e
muito mais ainda, só que mais aperfeiçoado. A verdade é que a
Terra é uma cópia do que existe no mundo dos espíritos, onde
está nossa verdadeira vida.
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– Que legal! – exclamou a menina. – Quer dizer que morri
e estou viva?
– Sim. Só o seu corpo morreu. O espírito continua vivo. Ele
é eterno.
Entusiasmada com as novidades, Celina desejou levantar-se.
– Quero sair, passear. Ouço vozes lá fora, vovó.
– Por enquanto você está em recuperação e deve perma-
necer no leito por alguns dias ainda. Não se preocupe, logo po-
derá andar.
Dócil, Celina aceitou as informações da avozinha sem
maiores dificuldades.
Aos poucos a dor que ainda sentia, proveniente da enfermi-
dade que a vitimara na Terra, foi desaparecendo e a menina pôde
deixar o hospital e mudar-se para a casa da vovó Catarina.
Na rua, ia de surpresa em surpresa. Jardins cobertos de lindas
e perfumadas flores chamaram sua atenção. O movimento era in-
tenso e as pessoas passavam por ela, sorridentes e bem-humoradas.
Construções bem-feitas e graciosas, cercadas de praças
arborizadas, a encantaram. Tudo era bonito e agradável à vis-
ta. Apesar da semelhança com as coisas da Terra, era mais leve
e delicado.
Celina estava espantada com o que via.
– Mas é uma cidade, vovó!
– De fato. Só que sem os problemas normais das cidades da
Terra. Aqui não existem violências, crimes, roubos, fome, miséria.
– É tudo tão lindo! Então, por que é que as pessoas têm
tanto medo da morte, vovó?
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Atenciosa, a senhora respondeu:
– Por ignorância, minha querida. Porque desconhecem o
que seja a verdadeira vida.
Arregalando os olhos, a garota sugeriu:
– Mas a gente não pode ir lá e avisar as pessoas? Elas pre-
cisam saber!
A avó sorriu, ponderando:
– Essas informações já foram levadas ao conhecimento
do mundo, minha netinha. Basta que desejem e obterão esses
conhecimentos.
E assim, conversando, Celina chegou à casa da vovó Ca-
tarina, abençoado lar, em que tudo era paz e harmonia, para
iniciar uma nova vida.
Conquanto sentisse, às vezes, saudades da família que
deixara, Celina estava encantada com a nova situação e desejo-
sa de tudo aprender.
Antes de adormecer fez uma prece, no que foi acompanha-
da pela avozinha, agradecendo a Deus as bênçãos recebidas e o
mundo maravilhoso que se descortinava aos seus olhos.