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SustentabilidadeRELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA
SETEMBRO | 2016
Fontes: Betriz Spalding. Amostragem de pragas da soja. Embrapa. 2013. Embrapa mostra a importância do Manejo Inte-grado de Pragas na Agrishow. Embrapa. 2014.
Manejo Integrado de PragasControle sustentável em sua lavoura
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O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um conjunto de ações sustentáveis que visam o equilíbrio ambiental
por meio do uso racional de defensivos agrícolas na lavoura. Essa técnica resulta em diversos benefícios, que
poderão ser percebidos no plantio e no bolso do empresário rural. O Relatório de Inteligência deste mês abor-
dará essa técnica, que vem sendo amplamente disseminada e pode ser aplicada ao seu negócio.
O controle de pragas é decidido por meio da
amostragem populacional, ressaltando a ne-
cessidade de acompanhar a quantidade e a
variedade de insetos. A escolha do método a
ser empregado dependerá de vários fatores,
como cultura do monitoramento, precisão de-
sejada na estimativa populacional, dificuldades
e barreiras para coleta e custos operacionais
envolvidos.
O uso de inseticidas e herbicidas deve ser realiza-
do com cautela, apenas quan-do for detectado alto número
de pragas, que chegue a atingir os níveis de ação, gerando
danos econômicos e perdas excessivas na lavoura.
Quando o monitoramento indica que
a densidade populacional de insetos e
pragas atingiu um nível de dano eco-
nômico, a tomada de decisão pelo
controle segue uma lógica que prioriza
os controles cultural, biológico, com-
portamental, genético, varietal e, como
última opção, o controle químico”.
Ana Cristina Garofolo, em entrevista à Embrapa.
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Como iniciou o Manejo Integrado de PragasObjetivos
Fontes: Embrapa mostra a importância do Manejo Integrado de Pragas na Agrishow. Embrapa. 2014. Concepções e objetivos. Portal MIP. Adaney de Freitas B.
et al. Histórico e evolução do manejo integrado de pragas da soja no Brasil. Revista SOJA: manejo integrado de insetos e outros artrópodes. 2013.
Reduzir ou eliminar o uso de pesticidas
em excesso
Reduzir apopulação das pragas
Reestabelecer o equilí-brio natural do ecossis-
tema
Manter o equilíbrio financeiro do produtor por meio do uso racio-nal de alternativas de combate às pragas
Promover a rotatividade de produtos químicos e o uso de preventivos alternativos, visando a não resistência pelas
pragas
Diminuir ou eliminar doenças nos trabalha-
dores e famílias
Não poluir o solo e o meio ambiente
O Manejo Integrado de Pragas tem sido adotado como estratégia para combater os insetos capazes de danificar e causar prejuízos às plantações. Trata-se de um processo de tomada de decisão que se baseia em ações coordenadas. Quando postas em prática ao mesmo tempo, geram o controle da proliferação das pragas, procurando interferir na medida certa, sem deixar que os insetos se adap-tem e criem resistência a certas práticas de defesa.
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Benefícios da técnicaAplicação na lavoura
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Fontes: José Janduí Soares. Vantagens do manejo integrado de pragas na agricultura familiar com ênfase à conicultura. Embrapa Algodão. 2005. Manejo Integrado de Pragas – MIP reduz em até 50% uso de agrotóxicos. Inquimia. 2016.
A produtividade em áreas que adotam o Manejo Integrado de Pragas (MIP) tende a ser maior do que em plantações que adotam o método convencional.
Equilíbrio ambientalO Manejo Integrado de Pragas retarda a segunda aplicação de produtos químicos. Isso é possível porque a técnica mantém o equilíbrio no sistema ecológico, mantendo a população de insetos e pragas estabilizada. É benéfico e natural, permitindo ao produtor reduzir as intervenções no campo.
Preservação do meio ambienteCom a redução do uso de produtos químicos, menos inseticidas são depositados no solo e na plantação. Isso contribui para a saúde das pessoas que trabalham no campo.
ComparativoA Embrapa realizou, entre 2013 e 2014, um teste para avaliar o resultado na região escolhida para o exercício. Entre 4 a 270 hectares, a disseminação de químico chegou a ser reduzida de 4,9 para 2,6 aplicações de de-fensivos agrícolas.
EconomiaEstima-se que em 2013 e 2014 os agricultores brasileiros gastaram cerca de 2,5 bilhões de reais com a compra de produtos químicos para controle e extermínio de pragas somente em lavouras de soja. Esse valor poderia ter sido economizado em até 50% se os produtores tivessem investido em ações sustentáveis, como o MIP.
Valor agregado ao produtoO mercado consumidor está cada vez mais exigente. Atentos à procedência e à forma de produção, os clientes querem adquirir produtos do campo mais saudáveis, com menos inseticidas ou orgânicos.
ConhecimentoA técnica preconiza que o agricultor entenda e acompanhe melhor o ciclo de pragas de sua plantação. Isso aumenta o conhecimento sobre o negócio.
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Amostragem de pragas
Como já mencionado anteriormente, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) preconiza que o agricultor tenha
conhecimento sobre os acontecimentos na lavoura e o ciclo de vida das pragas. Além disso, o controle dos
insetos se dá pelo número populacional, logo, é necessário que o produtor faça a amostragem de pragas. A
seguir, serão apresentados dois métodos de contagem utilizados na plantação de soja: pano de batida e rede
de varredura.
Pano de batida
Técnica desenvolvida
nos EUA em 1963.
Considerada muito
efetiva para amostras
de lagartas, besouros
desfoalheadores, perce-
vejos e outros insetos.
O pano é introduzido
no meio da plantação e
estendido sobre o solo.
As plantas se movimen-
tam e, quando voltam
à posição original, os
insetos são deslocados
para o pano e ocorre a
contagem dos insetos.
O indicado é que a téc-
nica seja realizada entre
duas pessoas.
Rede de varredura
A rede de varredura
pode ser utilizada de
três maneiras:
1. A rede é passada
através de uma fileira
de plantação, forman-
do um movimento de
“oito aberto”.
2. Na segunda, o
movimento do “oito” é
fechado também em
uma fileira.
3. Na terceira, ocorre
através de duas fileiras,
em movimentos de
“oito aberto”.
Armadilhas
As armadilhas iscadas
são postas em meio
à plantação com um
feromônio, para trair
principalmente os
percevejos.
Fontes: Amostragem de pragas da soja. Revista SOJA: manejo integrado de insetos e outros artrópodes. Embrapa. 2013.
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Alternativas sustentáveispara o controle de pragas
O MIP apresenta alternativas para o controle de insetos que danificam as plantações. É importante que o
produtor conheça algumas delas, para que teste e escolha com qual se sente mais confortável para utilizar
em seu negócio.
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Fontes: Manejo Integrado de Pragas, controlando pragas e cuidando do meio ambiente. WWF Brasil. 2016.
Uso de sementes resistentes
Algumas plantas apresentam um repelente
natural. Trata-se de um mecanismo de defesa
que faz com que o inseto não queira pousar nessa planta. É uma tática de
fácil utilização, compatível com outras técnicas de
baixo custo. Não acumula produtos químicos
nas plantas, trazendo impactos positivos ao
solo e ao meio ambiente. Deve-se observar se as pragas não criam
resistência ao repelente.
Biocontrole
Utilização de agentes naturais para atrair ou
introduzir inimigos naturais na plantação,
que tenham a capacidade de manter o controle e reduzir as pragas. Esses agentes atuam como inimigos - são fungos, bactérias e parasitas que exterminam as pragas. A vantagem
dessa técnica é o baixo custo; por outro lado, requer mais paciência e conhecimento sobre
a cultura.
Atividades agrícolas
A escolha por algumas técnicas de plantio automaticamente
diminui a proliferação das pragas. Podemos ressaltar a rotatividade de cultura, seleção de área de plantio ou até mesmo o plantio ser feito em períodos de
menor infestação.
Controle físico-mecânico
O agricultor pode usar barreiras físicas,
valas e telhados de plástico, que
dificultam a entrada e a locomoção de pragas na lavoura.
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Casos de Sucesso
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O produtor Daniel Rosenthal, natural de Rolândia, norte do Paraná, produz soja, milho e trigo em sua propriedade, com cerca de 270 hectares. Ele ado-tou a prática do MIP há dois anos e reconhece o resultado positivo dessa técnica.
Daniel é cuidadoso ao utilizar produtos químicos e prefere a utilização de agentes inimigos naturais. Assim, garante menor custo no controle, e essa economia soma no processo produtivo.
Temos que ser criteriosos na utilização de inseticidas, caso contrário, podemos
favorecer a resistência de pragas e doenças aos agrotóxicos”.
Daniel Rosenthal, em entrevista à Embrapa.
O MIP é uma alternativa que pode gerar ganhos econômicos e ambientais,
além da boa produtividade. ”
Ivan Fernando Hirsch, em entrevista à Embrapa.
O produtor Ivan Fernando Hirsch, também natural de Rolândia, adotou o MIP em sua plantação e conta que a sensa-ção que teve foi de que a técnica leva o agricultor de volta ao campo. Segundo ele, os fatores de sucesso para essa técnica são: acompanhamento efetivo do empresário e técnica de pano batido. Assim, ele se sente em condições de avaliar a utilização ou não de inseticidas.
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SustentabilidadeRELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA
SETEMBRO | 2016
www.sebrae-sc.com.br/siswww.sustentabilidade.sebrae.com.br
Procure o Centro Sebrae de Sustentabilidade para mais orientações sobre como aplicar o Manejo
Integrado de Pragas (MIP). Conheça as cartilhas desenvolvidas pelo Centro de Sustentabilidade
para pequenos negócios.
Confira a cartilha Primeiros passos para a sustentabilidade nos negócios, que mostra como incluir
esse tema na rotina da empresa, desde o planejamento estratégico até o atendimento aos clientes.
Há também o Guia prático para a sustentabilidade nos pequenos negócios.
Acompanhe o Sistema de Inteligência Setorial, do Sebrae/SC, para ficar por dentro das últimas
notícias, eventos e tendências sobre sustentabilidade. Para saber mais sobre como implementar
ações sustentáveis no seu negócio, conte com os especialistas do Sebrae. Entre em contato pelo
telefone 0800 570 0800 ou procure a unidade mais próxima.
A Embrapa desenvolveu um projeto denominado Caravana Embrapa, que busca capacitar pes-
soas para a utilização do Manejo Integrado de Pragas (MIP), levando técnicas aos produtores
interessados.
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