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Cisto mucoso do seio maxilar - monografia Unicamp

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  • Luiz Roberto Coutinho Manhes Jnior

    TCE/UNICAMP M314c FOP

    Cisto Mucoso do Seio Maxilar

    Monografia apresentada Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, para obteno do titulo de Especialista em Radiologia Odontolgica.

    PIRACICABA, 2002.

  • Luiz Roberto Coutinho Manhes Jnior

    Cisto Mucosa do Seio Maxilar

    Monografia apresentada F acuidade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, para obteno do titulo de Especialista em Radiologia Odontolgica.

    Orientador: Prof. Dr. Frab Norberto Bosco lo

    PIRACICABA, 2002.

    084

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

    BIDUQIECL

  • Jnidade- FOP/UNICAMP [ff\JJ!iC:,.~J;.~:P. .... . : ............... :~ ....... Ed ............ . 1ol ........................ Ex ........... ombo .... ;?..49.3 ......... .

    cO o[i

  • Dedico esta monografia minha amada famlia,

    principahnente meu pai Beto, minha me Biba,

    meus innos Z, Gustavo e Aninha e

    meus avs Wolney, lrani e Zaz.

    Especiahnente dedico ao meu querido

    av Z e aos outros parentes e amigos que no esto mais aqui para

    compartilhar estas alegria.

    Dedico ainda minha namorada

    Marta e aos meus amigos.

  • AGRADECIMENTO

    Agradeo, primeiramente, o prof. Dr. Frab Norberto Boscolo

    por ter me orientado e se dedicado a mim mesmo tendo seu tempo muito

    atribulado.

    Agradeo ainda os outros professores do curso Dr. Francisco

    Haiter Neto por sempre estar disposto a ajudar e ensinar, o Dr. Agenor

    Montebelo Filho pela nossa amizade criada neste ano e todo apoio necessrio

    para a realizao deste trabalho e a Dr.' Solange M. Almeida pelos

    conhecimentos em clnica.

    Agradeo especialmente meus colegas de curso pela nossa

    unio e amizade criada aqui dentro.

    Agradeo ao Fernando, Luis Felipe, Carlos e Cristiano pelos

    momentos felizes vividos em nossa "repblica" e por ter ganho estes como

    nnos.

    Agradeo por fim os funcionrios da clnica Valdequi, Antnio

    e Giselda e a Raquel e Bruna da secretaria.

    Agradeo tambm aquelas pessoas que acreditaram em mim e

    sempre depositaram um voto de confiana. Muito Obrigado!

  • "A tfV~ 1'\.i.o-~e,rn, vecehev honn:w,

    ~e,m,~lcW' (Av~~)

  • SUMRIO

    Sumrio 7

    Lista de figuras 8

    Resumo 9

    Abstract 10

    i. Introduo I!

    2. Reviso da Literatura 13

    3. Discusso 23

    4. Concluso 27

    Referncia Bib!iogrifica 29

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 ---+ radiografia panormica mostrando o cisto mucoso no

    assoalho do Seio Maxilar esquerdo. Imagem retirada de arquivo

    prprio.

    Figura 2 ---+ vista aproximada de um cisto mucoso. Imagem de arquivo

    prprio.

  • Manhes Jr .. L. R C Cisto Mucoso do Seio Maxilar

    RESUMO

    Por meio de estudos em radiografias panormicas e levantamento

    bibliogrfico, procura-se descrever o cisto mucoso do seio maxilar em seus

    aspectos clnicos, radiogrficos e histolgicos. Os trabalhos analisados mostram

    que em radiografias panormicas, esta leso apresenta-se entre 2% e 10% das

    amostras, principalmente em pacientes leucodermas do gnero masculino. A faixa

    etria de maior incidncia entre 20 a 30 anos e o lado do Seio acometido com

    maior freqncia o direito, tendo a caracterstica, na grande maioria dos casos, de

    ser unilateral. Alguns autores ainda relatam a relao com alergias ou infeces em

    vias respiratrias superiores. O diagnstico diferencial tem grande importncia no

    prognstico e tratamento. O cisto mucoso do seio maxilar tem caractersticas

    radiogrficas claras de massa uniforme e opaca, com forma de cpula geralmente

    em assoalho.Para tratamento, indicado o acompanhamento radiogrfico visto que,

    na grande maioria dos casos, assintomtico e a cura se d por ruptura espontnea

    e extravasamento do fluido cstico.

    9

  • Manhes Jr. L. R. C. Cisto Mucosa do Seio lv/axilar

    ABSTRACT

    Tirrough panorrumc radiographs and a careful revww of the

    literature, the clinical, radiographic and histological aspects of the mucous cyst of

    the maxillary sinus are described. It is shown in the literature that this lesion can be

    seen in 2% to I 0% o f the panoramic radiographs, especially in white male patients.

    It affects patients who are around 20 and 30 years old and the right sinus is usually

    more involved. Most cases are unilateral. Some authors repor! its counection with

    allergies or infections in the superior allway. The differential diagnosis is

    fundamental for the prognosis and treatment. lbis lesion has a uniformly

    radiopaque radiographic aspect which can be sintilar to a cope and is often present

    in the region o f the floor o f the sinus. The radiographic follow-up of the patient is

    suggested because this cyst is usually asymptomatic and its healing process 1s

    related to spontaneous rupture and extravasation ofthe cystic fluid.

    10

  • Manhes Jr., L. R C. Cisto Mucosa do Seio Maxilar

    L INTRODUO

    Com a descoberta da radiografia panormica por Paatero em 1965, o

    seu emprego tem sido motivo de muitos estudos, (Freitas & Rosa & Faria e

    Souza, 1998). Por ser esta tcnica um exame de fcil realizao e baixo custo, tem

    sido indicado como rotina na prtica odontolgica, graas a sua amplitude de

    visualizao com baixa quantidade de radiao em um nico exame. Em

    decorrncia disso, algumas patologias que anteriormente passavam desapercebidas

    ou no eram vistas nos exames convencionais, passaram a ser notadas e melhor

    estudadas pelos profissionais Cirurgies Dentistas.

    O cisto mucoso do seio maxilar, assim chamado por alguns autores,

    uma leso de relevante importncia, por ser a patologia que mais atinge o seio

    maxilar. Por ser uma descoberta recente, h muita discordncia entre os autores

    sobre a correta nrnina e patogenia que segundo eles, pode ser nomeado como:

    cisto seroso, cisto de muco, cisto de reteno, pseudocisto, cisto mucoso benigno

    mucocele.

    11

  • Manhes Jr. L. R C Cisto Mucos o do Seio Maxilar

    Quanto a sua origem, h duas linhas divergentes de pensamentos:

    os que acreditam que o cisto tem ligao com a condio de sade bucal tanto

    dentria quanto gengiva! e os que acreditam em causa alrgica e irritativa. Sua

    descoberta, na grande maioria das vezes, se fz durante a interpretao das imagens

    nas radiografias panormicas de rotina e para seu estudo e diagnstico pode ser

    associado a outras tcnicas como a pstero-anterior com apoio em mento, tambm

    chamada tcnica de Waters. Apesar de ter wna forma clssica de cpula invertida,

    de consistncia homognea e levemente radiopaca, devem ser diferenciados dos

    cistos odontognicos periapicais, plipos e neoplasias.

    O cisto de reteno mucoso pode ser dividido em: secretores e no-

    secretores. A sua localizao, prevalncia por sexo e idade so caractersticas

    clssicas e unnimes. J sua sintoruatologia ausente em quase todos os casos,

    porm pode ocorrer cefu.lia, fu.diga, neuralgia fu.cial e em casos extremos vertigem.

    O tratamento mais indicado o acompanhamento radiogrfico e no

    caso com sintomatologia realizada a retirada cirrgica. indicado, ainda, o acompanhamento por um otorrinolaringologista para tratamentos de eventuais

    causas ligadas s alergias, sinusites crnicas, rinites e congestionamentos nasais.

    Assim, o objetivo deste trabalho estudar o cisto mucoso dos

    ruaxilares e esclarecer eventuais dvidas para os profissionais da odontologia.

    12

  • Manhes .Ir. L. R C Cisto Mucosa do Seio Maxilar

    2. REVISTA DA LITERATURA

    Atualmente muito se discute a respeito do cisto mucoso do Seio

    Maxilar no que tange melhor maneira de detect-lo clinica e radiograficamente.

    Segundo ensinam Sicher & Brull (1977), na parte craniana e fucial

    de todo indivduo normal existem as cavidades pneumticas que so revestidas por

    uma membrana mucosa, que por sua vez se comunicam direta ou indiretamente

    com o aparelho respiratrio. Essas cavidades so os seios pneumticos que tm

    como maior seio, o maxilar, que por si s ocupa todo o corpo da maxila de ambos

    os lados.

    Ohba (1975) afirmou que, em radiografia panormica, o Seio

    Maxilar nunca aparece com detalhes, mesmo assim, foi e continua sendo utilizada

    para se diagnosticar algumas patologias como tambm anormalidades faciais.

    Graas considervel melhora tecnolgica da qualidade da imagem formada,

    expressivo o uso da radiografia panormica pela classe odontolgica.

    13

  • Manhes .Ir. L. R. C Cisto Mucoso do Seio Maxilar

    Atravs de outro estudo, Ohba (1976) em seu trabalho comparativo

    entre a radiografia panormica e a pstero-anterior com apoio em menta, tcnica de

    Waters, sugere que, para se detectar anormalidade em seio maxilar, evitando-se a

    sobreposio da concha nasal interior, necessria a conjugao das duas tcnicas.

    Como o prprio autor relatou, uma tcnica no ser capaz de substituir a outra,

    apenas complement-la.

    Dentre as vantagens da ortopantomografia, podemos enumerar a

    amplitude de visualizao em um nico exame, o posicionamento e a baixa dose de

    radiao incidente no paciente, alm de seu custo reduzido (Lyon & Rocksville,

    1973). A ampla viso do seio maxilar com os limites das paredes ntero-medial,

    pstero-medial e do assoalho possibilita, a deteco de patologias nessas regies

    (Ohba, 1977).

    A radiografia panormica permite ainda a visualizao do assoalho

    do seio maxilar devido ao tangencionamento do feixe de Raios X parede posterior

    como ensina Ohba et al (1991 ). Isto permite identificar com clareza a presena do

    cisto mucosa, principahnente em sua parede inferior. Bnlgarelli et al. (2002)

    relataram a importncia da tomografia computadorizada frente a obteno de

    maiores detalhes sobre a situao do seio maxilar, alm do aumento do seu uso.

    Como citado anteriormente, quanto localizao do cisto mucosa

    em assoalho sinusal, h unanimidade entre os autores, e como ressalta Allard &

    14

  • Manhes .!r. I~ R C. Cisto Mucosa do Seio Maxilar

    van der Kwast & van der Waal (1981), encontrado na regio do assoalho graas

    influncia da gravidade da Terra. Por meio de levaotamentos, chegou-se

    concluso de que uma porcentagem minima aparece na parede lateral.

    Dentre as formas de se detectar patologias como a do cisto mucosa,

    a utilizao da radiografia panormica, onde em muitas vezes empregada apenas

    como exame de rotina, tem se mostrado muito eficaz para o diagnstico, onde

    encontrado ocasionalmente, devido a sua assintomatologia caracterstica.

    Sammartino (1965) relatou alguns sintomas, quais sejam, dor de

    garganta e desconforto na regio dos seios. Gothberg et. ai. (1976) citou ainda

    cefalia, velamento sinusal e entupimento nasal, alm desses, Allard & van der

    Kwast & van der Waal (1981) apresentou fudiga gera~ escorrimento nasal,

    neuralgia fucial, otite mdia serosa, neurite ptica e artrites associadas s

    articulaes como outros sintomas.

    Segundo os autores Kwapis & Whitten (1971), Myall & Eastep &

    Silver (1974), Soikkonen & Ainamo (1995) e White & Pharoah (2000) o cisto

    mucosa pode ser classificado quaoto a sua formao: em secretores e no-

    secretores. O primeiro tipo aquele em que h obstruo de um ou mais duetos

    secretores da glndula sem-mucosa, em decorrncia de processo inflamatrio e o

    segundo caso, ocorre um acmulo de muco no tecido sub-epitelial e fora da

    15

  • Manhes Jr. L R C. Cisto Mucosa do Seio Maxilar

    entidade glandular, devido irritao inflamatria na parede do seio maxilar. Isto

    acarreta danos aos capilares, causando a coalescncia tecidual.

    Embasado nos estudos de Halstead (1973) e Myall & Eastep &

    Silver (1974), Costa et ai (1992) afrrmaram que a superfcie externa do cisto,

    voltada para a parede do seio maxilar, formada por epitlio respiratrio

    caracterizado como pseudoestratificado colunar ciliado. O fluido acumulado tem

    caracterstica de ser fmo, claro, transparente e por fim, estril (Sammartino, 1965).

    Sua composio, conforme descreveram Kwapis & Whitten em 1971, de um

    material eosinfilo amorfo em que podem ser encontradas clulas inflamatrias

    como os linfcitos. Internamente, forrando a luz do cisto, Wood & Goaz, (1980)

    descreveram fibroblastos achatados e alongados, sendo composta urna parede

    cstica de feixes entrelaados com fibras colgenas. Allard & van der Kwast &

    van der Waal (1981) relataram que o lquido cstico tem consistncia semelhante

    ao muco e soro sangneo.

    Gonalves & Silveira (1993) descreveram radiograficamente essa

    patologia como sendo urna leso homogeneamente radiopaca, com limites bem

    definidos, em forma de cpula ou esfrica, de dimenso varivel, base larga e sem

    cortical ssea circunscrevendo-a.

    16

  • Manhes Jr., L. R. C. Cisto Mucos o do Seio Maxilar

    Figura 1.

    Halstead (1973), Allard & van der Kwast & van der Waal

    (1981), Wbite & Pharoah (2000) entendem que a patogenia incerta. Myall &

    Eastep & Silver (1974) e Casamassimo & Lilly (1980) acreditam que h forte

    ligao com os processos alrgicos, rinites e sinusites, alm de relacion-la com

    infeces. Gothberg et. ai. (1976) acredita que sua apario possa ter relao ainda

    com histria de trauma e processo infeccioso dental.

    17

  • Manhes Jr. L. R. C. Cisto Mucosa do Seio Maxilar

    Casamassimo & Lilly (1980) apresentaram dentre os pacientes

    estudados, 40% no apresentaram alergias, 23% apresentaram alergia a plem, 5%

    apresentaram problemas respiratrios e 7% apresentaram algnma linfoadenopatia

    cervical.

    Sammartino (1965) e White & Pharoah (2000) afirmam que no

    h ligao com patologias dentrias, gengivais e exodontia. Soikkonen et. al.

    (1994) encontrou em seu trabalho, cistos em pacientes dentados e edntulos. O

    mesmo autor, em 1995, relatou que a causa odontognica no o maior

    contribuinte na formao do cisto

    Halstead (1973) e Myall & Eastep & Silver (1974) afmnam que

    infeces pulpares e periodontais podem penetrar no seio, dando origem ao cisto

    mucoso, devido aos processos inflamatrios. Casamassimo & Lilly (1980)

    encontraram apenas 5% dos pacientes com tratamento endodntico no mesmo

    quadrante do cisto e outros 5% apresentavam problemas periodontais graves.

    Casamassimo & Lilly (1980) acreditam na influncia das estaes

    do ano, na formao do cisto mucoso, mais especificamente do fmal do inverno.

    White & Pharoah (2000) associam a relao entre a temperatura e umidade do

    tempo, mas no afmnam relao.

    Halstead (1973), Shafer & Hine & Levy (1983) e Soikkonen &

    Ainamo (1995) concluram que no h diferena estatisticamente considervel

    18

  • Manhes Jr. L R C. Cisto Mucosa do Seio Maxilar

    entre a predileo ao sexo no aparecimento do cisto. Myall & Eastep & Silver

    (1974) afirmaram que o aparecimento do cisto mucoso no gnero masculino, chega

    a ser na relao de 2:1. Casamassimo & Lilly (1980) divulgaram a quantidade de

    pacientes masculinos acometidos por esta patologia chega ao nmero de 65%

    contra apenas 35% do gnero feminino. Allard & van der Kwast & van der Waal

    (1981), Costa et. ai. (1992) e White & Pharoah (2000) acreditam na maior

    ocorrncia no gnero masculino. Gonalves & Silveira (1993) apresentaram uma

    diferena menor, mas que atinge 51,8% dos pacientes masculinos.

    Gothberg et. ai. (1976) afirmou que se poderia encontrar o cisto

    mucoso em todos os grupos de idade com exceo apenas para o infantil. Halstead

    (1973); Myall & Eastep & Silver (1974) e Costa et. ai. (1992) comprovam que

    quaudo se trata da idade dos pacientes o aparecimento ocorre principalmente aps

    as primeiras dcadas de vida, em especial a segunda. Casamassimo & Lilly (1980)

    concluram que em 69% dos casos estudados, a ocorrncia se deu na terceira

    dcada de vida, no havendo, porm relao entre o tamanho do cisto e a idade do

    paciente.

    Halstead (1973) verificou-se apenas 23% de pacientes negros

    acometidos por essa patologia e 77%, leucoderrnas. O cisto mucoso uma leso

    que tem graude preferncia por indivduos leucodermas como cita Costa et. ai.,

    (1992).

    19

  • Manhes .Ir., L. R C Cisto Mucoso do Seio Maxilar

    O cisto mucoso considerado uma patologia simples conforme

    Kwapis & Whitten (1971), Ohba & Katayama (1976) e White & Pharoah

    (2000) que consideraram raridade quando se tm cistos bilaterais.

    Lilly & Cuther & Steiner (1968) citam o lado esquerdo como

    sendo o preferido pelo cisto mucoso. Halstead (1973) acredita no aparecimento

    dessa patologia na relao de 2:1 em comparao ao lado oposto. Casamassimo &

    Lilly (1980) e Gonalves & Silveira (1992) mostram, respectivamente, 55o/o e

    75% como valores numricos de aparecimento do cisto no seio maxilar esquerdo e

    direito. Allard & van der Kwast & van der Waal (1981) e Campos (2001)

    afirmam no haver preferncia pelo lado atingido.

    Figura 2.

    20

  • Manhes Jr. L R C. Cisto Mucosa do Seio Maxilar

    Wood & Goaz (1980) alertam ao cuidado em diferenciar a sombra

    da asa do nariz quando projetada sobre a imagem mfero-anterior do Seio com o

    cisto mucosa. Recomenda-se realizar outra radiografia com alteraes nas

    angulagens para se evitar esta sobreposio. Os plipos smusais so menos comuns

    e sempre esto associados a quadros alrgicos. Alm disso, os plipos so

    mltiplos, relacionados a espessamento da mucosa e no solitrios como a leso em

    questo. Outra hiptese dificuldade no diagnstico de outros tipos de cistos como

    o radicular, o dentgeno, o primordial e o globulomaxilar. Analisando, verifica-se

    que os cistos extrmsecos sempre estaro ligados aos dentes, alm de conservarem

    uma lillha radiopaca curva e fma, que os separa da sombra do Seio.

    Wood & Goaz (1980) relatou ainda os tumores malignos como

    diagnstico diferencial. Usuahnente, so assimtricos ou de contornos irregulares,

    porm, em casos extremos, podem parecer bem semelhantes. A grande evidncia

    a destruio ssea das paredes do seio, prillcipahnente a posterior, acompaohada de

    parestesia, o que mdica sua malignidade.

    Fmalizando, o tratamento ocorre com ruptura do cisto sem dano

    residual, ou a regresso espontnea. Halstead (1973) prefere o acompanhamento

    do otorrinolaringologista aos pacientes com sintomatologia presente e a exrese da

    leso tentando evitar seu colapso. Gothberg et ai. (1976) aconselha fazer exames

    21

  • Manhes .Ir. L. R C Cisto Milcoso do Seio Maxilar

    radiogrficos peridicos para controle e manuteno do tamanho da leso. Em caso

    de incerteza no diagnstico, indicada a bipsia o mais cedo possvel.

    22

  • Manhes Jr. L. R C. Cisto Mucosa do Seio Maxilar

    3. DISCUSSO

    Como a descoberta do cisto mucoso superior se comparada a

    outras patologias que acometem o seio maxilar, nota-se a grande importncia em se

    fzer um preciso diagnstico para se eliminar erros no prognstico. O exame

    radiogrfico de rotina a principal maneira de diagnostic-lo, principalmente em se

    tratando dos casos assintornticos. Apesar de raros, h casos em que os pacientes

    apresentam sintomas que foram relatados por Sammartino (1965) e

    complementado pelos estudos de Gothberg et al (1976) e Allard & van der

    Kwast & van der Waal (1981). Radiograficamente, o cisto reconhecido

    classicamente pela sua forma hemisfrica radiopaca de "cpula" invertida, tendo

    como base o assoalho do seio maxilar. Ohba (1976) relatou que para se

    diagnosticar corretamente o cisto mucoso, poderia haver a associao da

    radiografia panormica com a tcnica de Water's. Porm, Bulgarelli et. ai. (2002)

    citaram que, atualmente, a tomografia computadorizada uma tcnica radiogrfica

    capaz de detalhar a regio sinusal acometida pelo cisto e evita a sobreposio de

    estruturas anatmicas adjacentes como ocorre nas tcnicas convencionais. A

    23

  • Manhes Jr. L. R. C. Cisto MUcosa do Seio Maxilar

    supertlcie externa do cisto, voltada para a luz do seio maxilar, composta por um

    epitlio respiratrio que na sua luz cstica contm um lquido semelhante ao muco.

    Esta leso no tem a capacidade de reabsorver estruturas sseas adjacentes.

    A etiologia desta patologia controvertida conforme as citaes de

    Halstead (1973), Allard & van der Kwast & van der Waal (1981), porem Myall

    & Eastep & Silver (1974) e Casamassimo & Lilly (1980) em seus estudos

    acreditam na correlao com os processos alrgicos e Halstead (1973) e Myall &

    Eastep & Silver (1974) acreditam na possvel relao com problemas dentrios e

    periodontais, principalmente atravs de infeces que penetram no seio dando

    origem ao cisto mucoso e acrescentando-se a essas citaes, Gothberg et. ai.

    (1976) que acreditam na histria de trauma e processo infeccioso dental. Ilustrando,

    Casamassimo & Lilly (1980) encontraram 5% dos pacientes com problemas

    periodontais graves e outros 5% apresentavam tratamento endodntico no mesmo

    quadrante do cisto, no sendo, portanto, regra para a formao do cisto mucoso.

    Quando se trata da influncia da poca do ano, Casamassimo &

    Lilly (1980) acreditam que h relao, mais especificamente do final do inverno,

    porm h autores como Allard & van der Kwast & van der Waal (1981) e

    Campos (2001) que discordam desse pensamento. J White & Pharoah (2000)

    24

  • Manhes Jr. L. R C Cisto Mucos o do Seio Maxilar

    por sua vez, acreditam na relao entre a temperatura e umidade, mas no afirmam

    haver relao com a estao climtica.

    Apesar de ocorrer grande discrdia entre os autores, Kwapis &

    Whitteu (1971), Allard & vau der Kwast & vau der Waal (1981), Costa el. ai.

    (1992) e White & Pharoah (2000) que acreditam que o gnero masculino seja o

    mais acometido. Porm, contradizendo esses autores, Halstead (1973), Shafer &

    Hiue & Levy (1983) e Soikkoueu & Aiuamo (1995) em seus estudos, consideram

    estatisticamente irrelevante a predileo de formao do cisto em relao ao sexo.

    Nota-se, portanto que os pacientes do gnero feminino so os que menos

    apresentam incidncia dessa leso. Myall & Eastep & Silver (1974) confmna isto

    mostrando que a relao pode ser de 2: I.

    No entanto, quando se trata da idade dos pacientes, a grande maioria

    dos autores comprova que o aparecimento se d nas primeiras dcadas de vida,

    mais especificamente a partir da segunda (Halstead, 1973; Myall & Eastep &

    Silver, 1974 e Costa et. ai., 1992). Entretaoto, pode-se encontrar estudos

    comprovando a maior incidncia na terceira dcada de vida. Nem sempre os

    maiores cistos so encontrados nos pacientes mais velhos, portanto, no h ligao

    entre idade e tamanho cstico. Como a Odontologia uma cincia dinmica,

    Soikkoneu & Ainamo (1995) corroborados pelo estudo de Allard & van der

    25

  • Manhes Jr. L. R. C. Cisto Mucosa do ,\"eio Maxilar

    Kwast & vau der Waal (1981} levantaram a hiptese de no haver predileo por

    nenhuma faixa etria. No entanto, quando se leva em conta a prevalncia pelo lado

    acometido, h discrdia entre os autores. Somente Lilly & Cuther & Steiner

    (1968) acreditam que o lado esquerdo o mais acometido pelo cisto mucoso, assim

    como Halstead (1973) na relao de 2:1. Divergentemente podemos citar 55% dos

    casos nos estudos de Casamassimo & Lilly (1980) e 75% nos de Gonalves &

    Silveira (1992) que mostram ser o lado direito como o preferido por esta patologia.

    J Allard & vau der Kwast & vau der Waal (1981) e Campos (2001) afirmam

    no haver preferncia pelo lado atingido.

    O cisto mucoso do seio maxilar tem caractersticas nicas que o

    tomam uma leso clssica de se diagnosticar. Como diagnstico diterencial,

    podemos citar os cistos dentgenos, neoplasias malgnas e a hiperplasia, visvel

    principalmente em radiografias periapicais onde se observa o assoalho do seio

    adjacente a dentes com problema pulpar evidente, e periodontal avanado,.

    Dificilmente problemas dentais vo estar associados ao cisto mucoso, no se

    apresentando como agente etiolgico. O tratamento apenas o acompanhamento

    radiogrtico, atravs de radiografias panormicas e nos casos sintomticos

    extremos indicado a exrese da leso. O acompanhamento mdico indicado

    apenas nos pacientes com histrias alrgicas recentes. (Halstead, 1973).

    26

  • Manhes Jr .. L. R C. Cisto Mucoso do Seio Maxilar

    4. CONCLUSO

    Diante das infonnaes obtidas no levantamento bibliogrfico,

    valido concluir que o cisto mucoso diagnosticado, com maior freqncia nos dias

    atuais, em decorrncia da radiografia panormica ter se tornado exame de rotina

    nos consultrios dentrios.

    As caractersticas radiogrficas apresentam-se como padro a todos

    os cistos mucosos. A sintomatologia ausente na maioria dos pacientes, podendo

    ocorrer em casos extremos. Por ser na maioria das vezes um cisto unilateral sua

    presena o torna mais evidente.

    Estatisticamente no se observou predileo pelo lado acometido,

    muito menos relao com as condies dentais no mesmo quadrante, descartando-

    se essa inter-relao ao aparecimento do cisto. Porm, tratando-se de fixa etria, as

    segunda e terceira dcadas de vida parecem ser as que mais apresentam essa

    patologia, assim como a preferncia por pacientes leucodermas.

    Devemos salientar a possvel relao com quadros alrgicos e

    perodos de elevao da umidade relativa do ar.

    27

  • Manhes Jr. L. R. C. Cisto Mucosa do Seio Maxilar

    Por se tratar de uma leso benigna, devemos apenas monitorar sua

    evoluo clnica atravs de exames radiogrticos peridicas e em casos extremos,

    encaminhar ao cirurgio para sua exrese.

    28

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