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MINISTÉRIO DA SAÚDE / MS SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE / SVS COORDENAÇÃO GERAL DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE / CGVAM CAPACITAÇÃO IDENTIFICAÇÃO, LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES E PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS COM POPULAÇÕES EXPOSTAS OU SOB RISCO DE EXPOSIÇÃO A SOLO CONTAMINADO Maio de 2007

Manual Capacitação 2007 Vigisolo

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Vigisolo MS

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  • MINISTRIO DA SADE / MS

    SECRETARIA DE VIGILNCIA EM SADE / SVS

    COORDENAO GERAL DE VIGILNCIA AMBIENTAL EM SADE / CGVAM

    CAPACITAO

    IDENTIFICAO, LEVANTAMENTO DE INFORMAES E PRIORIZAO

    DE REAS COM POPULAES EXPOSTAS OU SOB RISCO DE EXPOSIO A

    SOLO CONTAMINADO

    Maio de 2007

  • INDICE

    1. APRESENTAO ........................................................................................................... 3

    2. VIGISOLO E SUA LGICA DE ATUAO .............................................................. 4

    2.1. DOCUMENTOS ESTRUTURANTES....................................................................... 5

    2.2. INSTRUMENTO DE AVALIAO DE RISCO SADE HUMANA ................. 7

    2.3. SISTEMA DE INFORMAO DE VIGILNCIA EM SADE DE

    POPULAES EXPOSTAS A SOLOS CONTAMINADOS SISSOLO...................... 9

    3. REAS COM POPULAES EXPOSTAS, OU SOB RISCO DE EXPOSIO, A

    SOLO CONTAMINADO - 2004 ....................................................................................... 11

    4. IDENTIFICAO DE REAS COM POPULAES EXPOSTAS,

    POTENCIALMENTE EXPOSTAS A SOLO CONTAMINADO. ................................ 13

    4.1. LEVANTAMENTO DE INFORMAES .............................................................. 13

    4.2. INSTRUES E PREENCHIMENTO DA FICHA DE CAMPO........................... 16

    4.3. SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL - GPS ........................................... 17

    5. PROGRAMAO DAS AES PRIORITRIAS PAP VS 2007 ........................ 17

    5.1. INDICADOR VIGISOLO......................................................................................... 18

    5.2. INSTRUES PARA ELABORAO DO RELATRIO DE

    ACOMPANHAMENTO DAS AES ........................................................................... 19

    6. LISTA DE ANEXOS...................................................................................................... 20

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  • 1. APRESENTAO

    O processo da Vigilncia em Sade de Populaes Expostas a Solo Contaminado -

    VIGISOLO se inicia na identificao de populaes expostas a solo contaminado por

    substncias qumicas, passando pela priorizao que considera questes de sade pblica,

    pela avaliao do risco sade humana que a exposio pode ocasionar e, finalmente, pela

    elaborao de protocolos de acompanhamento a sade das populaes expostas.

    O processo de fortalecimento da implementao do VIGISOLO nos Estados e

    Municpios inclui a capacitao de profissionais das secretarias estaduais e municipais de

    sade, e dos rgos estaduais de meio ambiente, para que identifiquem reas com

    populaes expostas a solos contaminados e, com isso, possam dar incio ao processo de

    Vigilncia em sade dessas populaes.

    Seguindo esta linha, tais profissionais estaro se tornando capazes de realizar a

    identificao continuada de reas com populaes expostas, ou sob risco de exposio, a

    solo contaminado, nos estados e municpios, visando cumprir as metas propostas na

    Programao das Aes Prioritrias em Sade 2007 (PAP 2007).

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  • 2. VIGISOLO E SUA LGICA DE ATUAO

    A Instruo Normativa n. 01 da Secretaria de Vigilncia em Sade - SVS, do

    Ministrio da Sade - MS, de 07 de maro de 2005, regulamenta a Portaria n. 1172/04/GM

    e estabelece as competncias da Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal, na rea de

    Vigilncia em Sade Ambiental. De acordo com essa Instruo Normativa, a SVS a

    responsvel pela coordenao do Subsistema Nacional de Vigilncia em Sade Ambiental

    SINVSA.

    Sua criao fundamenta-se no reconhecimento da importante relao entre sade e

    meio ambiente, para a atuao efetiva da vigilncia em sade ambiental, e na direo do

    desenvolvimento sustentvel, de acordo com os compromissos estabelecidos.

    Institucionalizado em 2001, o SINVSA est estruturado na Coordenao Geral de

    Vigilncia Ambiental em Sade CGVAM/SVS/MS. A fim de operacionalizar suas aes

    a CGVAM foi organizada em reas tcnicas que congregam as diversas reas de atuao do

    SINVSA e viabilizam a operacionalizao das atividades relacionadas a Vigilncia em

    Sade Ambiental.

    Cada rea da CGVAM tem demandas diferenciadas, de acordo com o seu objeto de

    atuao. O VIGISOLO tem por objetivo realizar as aes definidas no SINVSA em

    especial no que se refere exposio humana em reas com solo contaminado por

    substncias qumicas. A complexidade de suas aes ultrapassa a viso limitada

    ocorrncia de doenas ou agravos sade, e envolve vrios fatores intervenientes do

    processo sade-doena.

    Para a implantao do VIGISOLO faz-se necessrio adotar uma estratgia que

    contemple os diferentes nveis de atuao do SUS, os diferentes atores de governo e a

    participao da sociedade, visando uma atuao conjunta, articulada e integrada nas

    atividades da Vigilncia em Sade Ambiental.

    4

  • Sua forma de atuao baseia-se nas aes sistemticas e articuladas entre diferentes

    setores de governo, e na utilizao de instrumentos e mtodos que auxiliam no

    conhecimento, deteco e controle dos fatores ambientais de risco sade de populaes

    expostas a substncias qumicas no solo.

    A integrao com os diferentes setores de governo e a socializao de informaes

    devem ocorrer em todas as etapas, desde a identificao de reas com populaes expostas

    a solo contaminado, passando pela caracterizao ambiental da rea de interesse at a

    proposio de medidas de controle e gerenciamento dos riscos a sade humana.

    O VIGISOLO ser desenvolvido de forma sistematizada, em consonncia com os

    princpios e diretrizes da Lei Orgnica da Sade e observando as particularidades locais.

    Dentre suas aes bsicas e estratgicas, podemos citar a seguinte lgica de trabalho:

    Identificao de populaes expostas a reas com solo contaminado por substncias qumicas;

    Mapeamento e cadastramento sistemtico destas reas; Classificao, priorizao e avaliao das reas mapeadas, sob o ponto de vista

    de risco sade humana;

    Acompanhamento da sade das populaes expostas em reas com solo contaminado por substncias qumicas, de forma a orientar a execuo de aes

    interventoras e prioritrias do setor sade.

    2.1. DOCUMENTOS ESTRUTURANTES

    Com o objetivo de discutir as propostas do setor sade para o gerenciamento da

    problemtica relativa as populaes expostas, ou sob risco de exposio, a reas com solo

    contaminado, alm de estimular a implementao do VIGISOLO nos nveis estadual e

    municipal, foi realizado, em agosto de 2005, o Seminrio Nacional Vigilncia em Sade

    de Populaes Sob Risco de Exposio a reas com Solo Contaminado.

    5

  • O Seminrio contou com a participao de representantes de diversas instituies

    como Ministrios da Sade, do Meio Ambiente e das Cidades, IBAMA, ANVISA, INCA,

    Secretarias Estaduais e Municipais de Sade, rgos Estaduais de Meio Ambiente e

    Universidades, onde foi possvel discutir os documentos que descrevem o processo de

    implementao do VIGISOLO nos estados e municpios, a saber:

    - Programa Nacional de Vigilncia em Sade Relacionada a Populaes sob

    Risco de Exposio a Solo Contaminado (Anexo 1);

    O programa tem por objetivo orientar o desenvolvimento de aes de vigilncia em

    sade de populaes expostas a solo contaminado por substncias qumicas visando ao

    conhecimento, deteco ou preveno de quaisquer mudanas nos fatores determinantes

    e condicionantes do meio ambiente que interferem na sade humana, com a finalidade de

    recomendar e adotar medidas de promoo da sade ambiental, preveno e controle dos

    fatores de risco relacionados s doenas e outros agravos sade.

    - Diretrizes para Priorizao de reas com Populaes sob Risco de Exposio a Solo Contaminado (Anexo 2);

    No sentido de sistematizar a atuao do setor sade frente s reas cadastradas,

    considerando que o nmero de reas identificadas com populaes sob risco de exposio a

    solo contaminado tende a ser superior a capacidade de resposta imediata do setor sade,

    foram elaborados parmetros que, colocados em um sistema de pontuao relativo,

    principalmente, ao risco potencial sade, so utilizados como critrios na hierarquizao

    das reas de interveno prioritrias.

    - Diretrizes para Elaborao de Protocolos de Vigilncia e Ateno Sade de

    Populaes Expostas a Solo Contaminado (Anexo 3).

    O propsito do documento o de subsidiar, no mbito do Sistema nico de Sade -

    SUS, a elaborao de protocolos de vigilncia e ateno sade de populaes expostas ou

    sob risco de exposio a solo contaminado por substncias qumicas.

    6

  • Os protocolos orientaro o acompanhamento da sade das populaes expostas no

    passado, presente, ou sob risco de exposio, com a finalidade de promover, proteger,

    recuperar e reabilitar a sade.

    2.2. INSTRUMENTO DE AVALIAO DE RISCO SADE HUMANA

    A avaliao de risco sade humana representa uma ferramenta importante para a

    tomada de decises e implementao, de maneira sistemtica, de articulaes e aes intra

    e intersetoriais visando promoo e proteo da sade. Trata-se de um instrumento inicial

    de planejamento para resoluo da exposio humana contaminao ambiental.

    A partir de 2002, o Ministrio da Sade adotou a Avaliao de Risco Sade

    Humana como um de seus grandes eixos de trabalho, e iniciou a aplicao da metodologia

    desenvolvida pela Agncia de Registro de Substncias Txicas e Controle de Doenas

    (Agency for Toxic Substances and Disease Registry - ATSDR) em reas piloto (Quadro 1),

    com o objetivo de apropriar-se deste conhecimento e desenvolver um instrumento nacional

    de avaliao de risco sade humana para o SUS.

    Quadro 1 Relao das reas de aplicao da metodologia de avaliao de risco sade humana no Brasil

    REA ESTADO ANO CONTAMINANTES

    Cidade dos Meninos RJ 2002 Organoclorados

    Santo Amaro da Purificao BA 2003 Metais Pesados

    Condomnio Baro de Mau SP 2004 Compostos Orgnicos Volteis

    Condomnio Recanto dos Pssaros SP 2005 Organoclorados e fosforados

    Condomnio Manses Santo Antnio SP 2005 Solventes

    A metodologia de avaliao de risco sade humana foi sendo adaptada realidade

    do pas, considerando as diferenas polticas, institucionais e jurdicas e, principalmente, os

    princpios do SUS. Como fruto das experincias adquiridas elaborou-se um documento

    tcnico, a ser discutido pelas esferas do governo, controle social e outros atores envolvidos,

    7

  • visando estabelecer Diretrizes para Elaborao de Estudo de Avaliao de Risco Sade

    Humana. Essas Diretrizes apresentam-se divididas nas seguintes etapas:

    I) Avaliao da Informao do Local

    Levantamento das informaes sobre o local onde ocorre a contaminao, com

    descrio do local incluindo aspectos histricos, dados registrados sobre efeitos adversos

    sade, informao demogrfica, usos do solo e outros recursos naturais, informaes

    preliminares sobre contaminao ambiental e rotas ambientais.

    II) Preocupaes da Comunidade com a sua Sade

    Consiste na identificao dos membros da comunidade envolvidos,

    desenvolvimento de estratgias para envolver a comunidade no processo de avaliao,

    manuteno da comunicao com a comunidade por meio de todo o processo de solicitao

    e levantamento das preocupaes desta comunidade com sua sade.

    III) Seleo dos Contaminantes de Interesse

    Inclui a determinao dos contaminantes presentes no local, e fora deste, as

    concentraes nos meios ambientais, nveis de concentraes basais, verificao da

    qualidade dos dados, tanto do processo de amostragem quanto das tcnicas de anlise,

    clculo de valores de comparao, inventrio das emisses dos compostos txicos, busca de

    informao toxicolgica.

    IV) Identificao e Avaliao de Rotas de Exposio

    A partir da identificao das possveis fontes de emisso dos contaminantes so

    realizadas identificaes dos meios ambientais contaminados, dos mecanismos de

    transporte destas substncias qumicas no ambiente, os possveis pontos de exposio

    humana, as vias de exposio e as populaes receptoras. Estas informaes permitem

    avaliar se as rotas de exposio so potenciais ou completas.

    V) Implicaes para a Sade Pblica

    8

  • Por meio da avaliao toxicolgica feita uma estimativa da exposio e

    comparao com o estabelecido como tolervel em normas de sade. Devem ser

    determinados os efeitos adversos sade relacionados exposio e avaliao de fatores

    que podem influenciar estes efeitos. Ao avaliar os dados sobre efeitos sade, devem ser

    usados critrios de avaliao e discusso desta informao em resposta s preocupaes da

    comunidade.

    VI) Concluses e Recomendaes

    A determinao de Concluses inclui a seleo de categorias de perigos, concluses

    sobre informaes consideradas insuficientes, sobre as preocupaes da comunidade

    relativas a sua sade e, por fim, as concluses sobre rotas de exposio. Na determinao

    de recomendaes tem-se como objetivo determinar aes de sade pblica.

    Com base no exposto, possvel verificar que o levantamento de informaes sobre

    as reas que sero objeto de anlise consiste na etapa fundamental para o conhecimento das

    situaes a serem enfrentadas, da definio da dimenso da exposio das populaes e das

    estratgias de atuao frente ao problema.

    2.3. SISTEMA DE INFORMAO DE VIGILNCIA EM SADE DE POPULAES EXPOSTAS A SOLOS CONTAMINADOS SISSOLO

    O sistema de informao em sade pode ser entendido como um instrumento para

    adquirir, organizar e analisar dados necessrios definio de problemas e riscos para a

    sade, avaliar a eficcia, eficincia e influncia que os servios prestados possam ter no

    estado de sade da populao, alm de contribuir para a produo de conhecimento acerca

    da sade e dos assuntos a ela ligados (White, 1980).

    Um sistema de informao se faz necessrio para que o planejamento, as decises e

    as aes dos gestores, em um determinado nvel decisrio (municipal, estadual e federal),

    no sejam baseados em dados subjetivos, em conhecimentos ultrapassados ou em

    preconceitos. Por este motivo, as informaes devem ser atualizadas, completas e

    fidedignas, dependentes do correto preenchimento dos instrumentos, e da coleta e

    9

  • organizao dos dados, de forma a permitir a sua anlise e possibilitando o

    acompanhamento e a avaliao das atividades dos servios de sade e a anlise das

    prioridades polticas.

    Portanto, um sistema de informao em sade constitui-se em um componente do

    sistema de sade e tem como propsito geral facilitar a formulao e avaliao das

    polticas, dos planos e programas de sade, subsidiando o processo de tomada de decises

    e, conseqentemente, contribuindo para a melhoria da situao de sade da populao.

    Figura 1. Tela principal do SISSOLO Sistema de Informao de Vigilncia em Sade Relacionado

    a Solo Contaminado.

    A criao do Sistema de Informao de Vigilncia em Sade de Populaes

    Expostas Solo Contaminado SISSOLO (Figura 1), d seguimento perspectiva de

    10

  • realizar o acompanhamento da sade de populaes expostas, ou sob risco de exposio, de

    forma a orientar a execuo de aes interventoras e prioritrias.

    O SISSOLO foi definido, no instrutivo do PAP 2007, como fonte de verificao do

    cumprimento das metas. Os dados obtidos previamente sobre as reas e os registros

    realizados nas fichas de campo, alimentaro o sistema, que ir gerar os relatrios que

    embasaro o consolidado estipulado no PAP.

    3. REAS COM POPULAES EXPOSTAS, OU SOB RISCO DE EXPOSIO, A SOLO CONTAMINADO - 2004

    Em 2004, entre as atividades realizadas para a estruturao do VIGISOLO nos

    estados, foi realizado, em conjunto com as Secretarias de Sade e Meio Ambiente, em

    todos os estados e no Distrito Federal, a identificao, o mapeamento, e o

    georreferenciamento de reas com populaes expostas a solo contaminado.

    Esta iniciativa chegou a um total de 689 reas identificadas passveis de colocar em

    risco sade das populaes. Com as atualizaes e a identificao de novas reas, o

    quantitativo passou para 703 reas (Figura 2). Este resultado no representou um censo das

    reas existentes no pas, mas sim um primeiro esforo para capacitar tcnicos dos estados

    para a necessidade de uma ao intersetorial e contnua, tanto em relao identificao

    das populaes expostas, quanto na complementao e qualificao das informaes j

    levantadas.

    11

  • Figura 2. Distribuio espacial das reas com populao sob risco de exposio a resduos

    perigosos, Brasil, 2005.

    Quadro 2. Distribuio das reas com populaes sob risco de exposio a solo contaminado distribudas

    segundo a categoria, Brasil, 2005 CATEGORIAS* NMERO DE REAS PORCENTAGEM

    VERMELHA 27 3,84%

    AZUL 2 0,28%

    ROXA 198 28,17%

    AMARELA 452 64,30%

    PRETA 24 3,41%

    SOMA 703 100 *Categorias:

    rea vermelha: rea com populaes expostas e solo contaminado. rea azul: rea com populaes expostas e solo potencialmente contaminado. rea roxa: rea com populaes sob risco de exposio e solo contaminado. rea amarela: rea com populaes sob risco de exposio e solo potencialmente contaminado. rea preta: rea com solo contaminado ou potencialmente contaminado sem populao em um raio de 1Km

    12

  • O trabalho de campo realizado em 2004 mostrou a necessidade do trabalho intra e

    intersetorial, principalmente entre os setores sade e ambiente. Foi possvel reunir

    contribuies dos representantes dos estados e municpios que participaram desta atividade

    e, dessa forma, aperfeioar a metodologia utilizada. A ficha de campo tambm foi objeto de

    sugestes que culminaram na sua reviso e readequao, de acordo com as informaes de

    relevncia para o trabalho desenvolvido.

    A necessidade do levantamento prvio de informaes ficou evidente, levando em

    considerao que as visitas de campo no possuem carter de fiscalizao, mas sim um

    registro geral da situao encontrada. De posse de informaes prvias possvel que a

    observao do local seja mais detalhada e direcionada de acordo com o enfoque especfico

    da rea analisada.

    O criterioso preenchimento da ficha de campo tambm ser um fator fundamental

    para facilitar o trabalho de alimentao da base de dados utilizada. Observaes duvidosas

    ou rasuradas dificultam a compreenso e comprometem a fidedignidade dos dados

    levantados.

    Finalmente, o conjunto de informaes sobre as reas com populaes expostas, que

    ser continuamente armazenado no SISSOLO, subsidiar a construo de indicadores de

    sade e ambiente, favorecendo o planejamento e o fortalecimento de aes prioritrias e

    interventoras por parte do setor sade.

    4. IDENTIFICAO DE REAS COM POPULAES EXPOSTAS, POTENCIALMENTE EXPOSTAS A SOLO CONTAMINADO.

    4.1. LEVANTAMENTO DE INFORMAES

    Independente da aplicao da metodologia de avaliao de risco sade humana, o

    levantamento de informaes uma etapa fundamental para o desenvolvimento das

    atividades do VIGISOLO, estas informaes fornecem um retrato e, algumas vezes uma

    retrospectiva da situao nas reas contaminadas com populaes expostas, identificadas e

    cadastradas na base de dados do SISSOLO permitindo traar estratgias de acordo com as

    13

  • caractersticas individuais das reas por meio de informaes que caracterizem a exposio

    humana.

    Conforme descrito anteriormente, o trabalho de campo realizado no ano de 2004 e

    atualizado em 2005, totalizou 703 reas cadastradas, distribudas, conforme sua categoria,

    da seguinte forma:

    Figura 3. Distribuio das reas com populaes potencialmente expostas a solo contaminado segundo a categoria, Brasil, 2004.

    VERMELHA (5,6%)

    ROXA (29%)

    AZUL (

  • enquadrada na categoria amarela, ou seja, sem qualquer tipo de comprovao de

    contaminao ambiental e da exposio humana.

    Figura 4. Distribuio das reas com populaes potencialmente expostas a solo contaminado distribudas por Estado, Brasil, 2004.

    10 11 11 1523

    13 18 16 8 11

    3420

    42

    10 1324

    84

    7

    70

    21

    512 11

    30

    157

    918

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    180

    AC AL AP AM BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PR PE PI RJ RN RS RO RR SC SP SE TO

    Estados

    Nm

    ero

    de

    reas

    Portanto, faz-se necessrio que, antes da visita de campo para a identificao da

    rea, a ficha de campo seja previamente analisada e sejam pesquisadas informaes

    disponveis, que devem ser avaliadas de acordo com sua fidedignidade.

    As seguintes fontes de informao devem ser exploradas:

    rgos ambientais municipais, estaduais e federais;

    Outros rgos de governo como, por exemplo: Instituto Brasileiro de Geografia e

    Estatstica IBGE, secretarias estaduais e municipais de sade, rgos ligados a

    indstria, pesca, vigilncia sanitria, entre outros;

    Trabalhos acadmicos;

    Relatrios tcnicos;

    15

  • Processos em rgos de justia;

    rgos no governamentais;

    Comunicaes veiculadas pela imprensa;

    importante que seja realizada uma contextualizao da situao da rea que est

    sendo analisada, por meio de dados geogrficos do local, um histrico da contaminao e

    descrio da rea contaminada e populao afetada.

    4.2. INSTRUES E PREENCHIMENTO DA FICHA DE CAMPO

    Aps o levantamento prvio das informaes disponveis sobre os locais

    contaminados, ou potencialmente contaminados, segue-se a visita de campo das reas

    relacionadas, de posse da ficha de campo (Anexo 4), manual de preenchimento (Anexo 5),

    Equipamento de Posicionamento Global (GPS), mapa do estado, prancheta e caneta.

    A visita de campo permite a visualizao das reas e a descrio de observaes

    importantes sobre a relao populao/fonte de contaminao. importante que se tenha

    sensibilidade para registrar informaes sobre o todo.

    Alm das observaes sobre a rea, tais como: tamanho, tipo de atividade

    desenvolvida, armazenamento de resduos e presena de corpos hdricos, fundamental que

    sejam caracterizadas as populaes do local e das suas imediaes que podem estar

    potencialmente expostas aos resduos perigosos. O objetivo desta etapa estimar o tamanho

    e as caractersticas das populaes que tm maior probabilidade de no passado, no presente

    e, ainda, no futuro, estarem expostas aos contaminantes.

    Devem ser consideradas as populaes residenciais ao redor do local, assim como

    os indivduos expostos em locais de trabalho, as escolas, reas de lazer prximas rea

    contaminada, a distncia dessas populaes ao local de risco, as residncias mais prximas

    e o nmero de pessoas dentro de um raio de 1 Km (um quilmetro).

    Tambm devem ser identificadas as atividades existentes no entorno como, por

    exemplo: residncias, escolas, hospitais, parques, industrias e comrcio. Os tipos e nveis

    16

  • das atividades, nas quais participam as populaes sob risco, podem influenciar na

    freqncia e durao da exposio.

    O uso do solo influenciar significativamente nos tipos e intensidades das atividades

    humanas, por conseguinte tero influncia no grau e intensidade do contato dessas

    populaes com os solos, gua, ar, resduos expostos, plantas e animais para consumo.

    Alm do uso atual, devem ser consideradas as formas de utilizao do solo no passado e no

    futuro.

    A qualidade dos dados e o criterioso preenchimento da ficha de campo so fatores

    fundamentais para que o trabalho seja efetivo.

    4.3. SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL - GPS

    As reas visitadas devem ser georreferenciadas por meio da utilizao do Sistema

    de Posicionamento Global (Global Position System - GPS).

    As coordenadas geogrficas - longitude e latitude - devem ser registradas na ficha

    de campo, utilizando a unidade de graus decimais, para que as reas sejam lanadas em

    mapas a partir das informaes cadastradas.

    Informaes mais detalhadas sobre o uso do GPS so encontradas no Manual

    Simplificado para o Uso de GPS (Anexo 6).

    5. PROGRAMAO DAS AES PRIORITRIAS PAP VS 2007

    Programao das Aes Prioritrias de Vigilncia em Sade - (PAP VS) resultado

    da reviso e unificao dos indicadores dos extintos Pacto de Ateno Bsica e

    Programao Pactuada Integrada da Vigilncia em Sade (PPI-VS), segundo as diretrizes

    definidas no Pacto pela Sade - 2007, em suas trs dimenses - Pacto pela Vida, em Defesa

    do SUS e de Gesto.

    O PAP serve ainda para que os compromissos assumidos entre os gestores federais,

    estaduais e municipais do SUS, na rea de Vigilncia em Sade, sejam objeto de efetiva

    17

  • programao e responsabilizao conjunta. Aps discusso tcnica de cada meta, so

    definidas as responsabilidades de cada nvel na execuo das aes. A Unio estabelece

    anualmente as metas e aes de promoo, preveno e controle de doenas a serem

    desenvolvidas nas unidades federadas.

    As secretarias estaduais de Sade iniciam a discusso tcnica das metas e aes

    propostas pelo Ministrio da Sade/Secretaria de Vigilncia em Sade, analisando a

    viabilidade tcnica de cumpri-las, a fim de que subsidiar os municpios na incorporao da

    importncia da realizao das aes. Aps esta discusso, os municpios so convocados

    para apresentao das planilhas e aes propostas.

    Cabe aos municpios o dever de assumir a quase totalidade da execuo das aes

    de vigilncia em Sade. O pacto encaminhado para anlise e aprovao das Comisses

    Intergestores Bipartite (CIBs) e ratificado pela Comisso Intergestores Tripartite (CIT). O

    financiamento para o cumprimento das metas e aes definidas na PAP proveniente do

    Teto Financeiro de Vigilncia em Sade (TFVS).

    5.1. INDICADOR VIGISOLO

    O indicador proposto para o VIGISOLO passou de 50% para 70% dos municpios

    com populao igual ou superior a 100 mil habitantes, com base no censo do IBGE de

    2000. Ou seja, para 2007, os estados devero alimentar uma rea em cada municpio

    pertencente aos 70% dos municpios com populao acima de 100 mil habitantes

    representando um aumento de 20% em relao ao ano anterior (Quadro 3).

    18

  • Quadro 3 - Proposta das aes a serem executadas pelos Estados e Municpios no ano de 2006

    Ao Parmetro Metas

    Cadastrar reas com

    populaes expostas ou

    potencialmente expostas a

    solo contaminado -

    VIGISOLO

    Relatrio sobre o

    cadastramento de reas com

    populaes expostas ou

    potencialmente expostas a

    solo contaminado para cada

    municpio com populao

    igual ou superior a 100.000

    habitantes, conforme

    modelo padronizado

    01 relatrio anual emitido

    com cadastramento de no

    mnimo uma rea com

    populaes expostas ou

    potencialmente expostas a

    solo contaminado, em 70%

    destes municpios, conforme

    modelo padronizado no

    instrutivo.

    A incluso deste indicador no PAP refora a necessidade de realizao da

    capacitao dos profissionais do setor sade (estados e municpios) voltada para a

    identificao e levantamento de informaes de reas com populaes expostas, ou sob

    risco de exposio, a solo contaminado.

    De acordo com o indicador proposto VIGISOLO passou de 50% para 70% dos

    municpios com populao igual ou superior a 100 mil habitantes, com base no censo do

    IBGE de 2000. Ou seja, para 2007, os estados devero alimentar uma rea em cada

    municpio pertencente aos 70% dos municpios com populao acima de 100 mil habitantes

    representando um aumento de 20% em relao ao ano anterior.

    5.2. INSTRUES PARA ELABORAO DO RELATRIO DE ACOMPANHAMENTO DAS AES

    O acompanhamento das aes previstas para serem realizadas pelos estados e

    municpios constitui o principal mecanismo para a efetivao e implementao das aes

    do VIGISOLO. A meta proposta para o VIGISOLO consiste no envio de um relatrio

    anual, contendo as aes estruturantes da rea tcnica de Vigilncia em Sade de

    Populaes Expostas a Solo Contaminado.

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  • 20

    O instrutivo (Anexo 7) tem como objetivo orientar estados e municpios no

    preenchimento da ficha de campo, para identificao de reas com populaes expostas a

    solo contaminado e do relatrio padronizado. A fonte de verificao do cumprimento das

    metas ser o Sistema de Informao de Vigilncia em Sade Relacionado a Solos

    Contaminados - SISSOLO.

    6. LISTA DE ANEXOS

    ANEXO 1. PROGRAMA NACIONAL DE VIGILNCIA EM SADE DE

    POPULAES EXPOSTAS A SOLO CONTAMINADO

    ANEXO 2. DIRETRIZES PARA A PRIORIZAO DE REAS COM POPULAES

    SOB RISCO DE EXPOSIO A SOLO CONTAMINADO

    ANEXO 3. DIRETRIZES PARA ELABORAO DE PROTOCOLOS DE VIGILNCIA

    E ATENO SADE DE POPULAES EXPOSTAS A SOLO CONTAMINADO

    ANEXO 4. FICHA DE CAMPO

    ANEXO 5. MANUAL DE PREENCHIMENTO DA FICHA DE CAMPO

    ANEXO 6. MANUAL SIMPLIFICADO PARA O USO DE GPS

    ANEXO 7. MANUAL DE PREENCHIMENTO DO RELATRIO DE

    ACOMPANHAMENTO DAS AES