Manual Caprinocultura Sebrae PE

Embed Size (px)

Citation preview

Manual de Caprinocultura

Manual de Caprinocultura

Carlos Jos de Santana Edy Cleide Soares de Querino Francisco Jos Tavares Costa Ubirajara Cabral de Melo Jnior (Organizadores)

Manual de Caprinocultura

Recife SEBRAE/PE 2000 (Digitalizado em 2003)

Pg. 2

Manual de Caprinocultura

DIGITALIZAO

SEBRAE/PE Rua Tabaiares, 360 Ilha do Retiro CEP 50750230 Recife/PE Diretor-Superintendente Matheus Guimares Antunes Diretor Tcnico Jos Oswaldo de Barros Lima Ramos Diretor Administrativo-Financeiro Fernando Nunes Coordenador do Centro de Documentao e Informao CDI Ivo Costa de Souza Filho

Faculdade de Cincias da Administrao de Pernambuco FCAP/UPE Ncleo de Gesto da Informao NGI Coordenador Geral Jos Luiz Alves Coordenador do Projeto Adalberto do Rgo Maciel Filho Equipe Tcnica de Digitalizao Getlio Tito Pereira de Oliveira Gilberto Gomes de Sousa Filho Glauber Quirino Falco Ruit Leite de Lima Neto

Pg. 3

Manual de CaprinoculturaSUMRIO DADOS DE ORIGEM (DOCUMENTO IMPRESSO) ................................................ 5 INTRODUO ...................................................................................................... 6 1 PRINCIPAIS RAAS ....................................................................................... 7 1.1 Raas Nativas ...................................................................................... 7 1.2 Raas Exticas...................................................................................... 7 2 INSTALAES............................................................................................... 2.1 Cercas .............................................................................................. 2.2 Comedouros ...................................................................................... 2.3 Bebedouros e Aguadas........................................................................ 2.4 Saleiros .............................................................................................. 2.5 Apriscos ............................................................................................. 2.6 Quarentena ....................................................................................... 2.7 Isolamento ......................................................................................... 2.8 Brete ................................................................................................. 2.9 Pedilvio ........................................................................................... 2.10 Farmcia ......................................................................................... 2.11 Esterqueria ...................................................................................... 10 10 10 10 10 11 11 11 11 11 12 12

3 MANEJO REPRODUTIVO ............................................................................... 13 3.1 Escolha do rebanho............................................................................. 13 4 MANEJO DA CRIA ......................................................................................... 18 5 MANEJO DA ORDENHA ................................................................................. 20 6 MANEJO ALIMENTAR .................................................................................... 21 7 MANEJO SANITRIO..................................................................................... 26 7.1 Verminose ......................................................................................... 26 8 PRODUTOS E COMERCIALIZAO................................................................ 33 8.1 Leite e seus derivados ........................................................................ 33 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 35

Pg. 4

Manual de Caprinocultura

DADOS DE ORIGEM (DOCUMENTO IMPRESSO) Carlos Jos de Santana Edy Cleide Soares de Querino Francisco Jos Tavares Costa Ubirajara Cabral de Melo Jnior (organizadores)Conselho Deliberativo Federao da Agricultura do Estado de Pernambuco Federao das Indstrias do Estado de Pernambuco Federao das Associaes Comerciais do Estado de Pernambuco Banco do Nordeste Federao do Comrcio Atacadista do Estado de Pernambuco Federao do Comrcio Varejista do Estado de Pernambuco Sebrae Nacional Secretria de Indstria, Comrcio e Turismo do Est. de Pernambuco Servio Nacional de Aprendizagem Industrial Servio Nacional de Aprendizagem Rural Servio social da Indstria Sociedade Auxiliadora da Agricultura de Pernambuco Superintendncia do Desenvolvimento do Nordeste Presidente do Conselho Deliberativo Fausto Falco Pontual Federao da Agricultura do Estado de Pernambuco Diretor-Superintendente Roberto Viegas Reis Diretor Tcnico Jose Oswaldo de Barros Lima Ramos Diretor Administrativo-Financeiro Renato Brito de Ges SEBRAE/PE Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco Rua Tabaiares, 360 - Ilha do Retiro - 50.750-230 - Recife Pernambuco Equipe de Editorao Eduardo Jorge Carvalho Maciel Flavio Eduardo Maciel Rosa Janete Evangelista Lopes Tereza Nelma Alves e Silva Brito Maria Tereza do Nascimento Tenrio Diagramao ZdiZain Comunicao Ilustrao capa Thiago Lyra Impresso Flamar Reviso de Texto Editora e Grfica FADE Fundao de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE.

Direitos autorais reservados ao SEBRAE/PE SANTANA. Carlos Jose de et alii (Org.) Manual de caprinocultura. Recife, SEBRAE/PE, 2000. 43 p. (Agronegcios. Inclui Bibliografia. il 1. CABRAS-criao 2. CAPRINOCULTURA I. QUERINO, Edy Cleide Scares de II. COSTA, Francisco Jose Tavares III. Tftulo CDU: 636.39

S231m

Pg. 5

Manual de Caprinocultura

INTRODUO Os caprinos so animais fortes, resistentes, com grande rapidez de crescimento, de boa converso alimentar e adaptveis a vrias condies de clima. A Criao de caprinos, alm de ser uma atividade de fcil manejo, pode tornar-se muito rentvel, desde que sejam utilizados bons animais e o trabalho seja executado com dedicao. O Nordeste brasileiro, por apresentar um clima semi-rido, torna-se propcio ao desenvolvimento da Caprinocultura na regio, fator que poder trazer muitos benefcios populao local, pois, produtos como carne e leite podero ser explorados de acordo com as circunstncias do mercado e dentro de uma perspectiva progressiva, onde hajam um aprimoramento das raas somado ao desenvolvimento tecnolgico aplicado nessa produo. Com o intuito de orientar e conscientizar os produtores, foram desenvolvidas vrias tcnicas e abordados temas que buscam mostrar ao criador um retorno mais rpido do capital investido.

Pg. 6

Manual de Caprinocultura1 PRINCIPAIS RAAS necessrio um conhecimento das diferentes se obter um melhoramento no rebanho, atravs das qualidades que cada uma apresenta. Existem as raas nativas e as raas exticas. 1.1. RAAS NATIVAS

So aquelas que surgiram no pas naturalmente, sem interferncia do homem, entre elas: Moxot Origem: Vale do Moxot (PE) Aptido: Carne e Pele Colorao do plo: Baia com listra negra que vai do pescoo at a cauda, na parte superior do corpo do animal Produo: tima qualidade de pele, pesam em torno de 30kg e so pouco leiteiras onde produzem 500g de leite por dia. Canind Origem: Piau Aptido: Leite Colorao do plo: Parda ou castanha escura preta, com chanfro, orelhas, ventre e extremidades dos membros de mesma colorao Produo: A produo leiteira em torno de 1,5 litros por dia e pesam em torno de 35 a 40kg. Repartida Origem: Piau Aptido: Carne e pele Colorao do plo: Na parte anterior do corpo escura e na posterior clara, ou viceversa, tendo delimitao irregular. RAAS EXTICAS So aquelas que vieram de outros continentes, como Europa, frica, sia e ndia, entre elas: Saanen Origem: Vale do rio Saanen - Sua Aptido: Leite Colorao do plo: Branca, podendo ter pequenas manchas pigmentadas na pele, sobre as orelhas, marrafa, bere e cascos. Produo: O leite tem produo mdia de 2,6 a 3 litros de leite por dia, os bodes atingem 75kg e as fmeas 50kg. 1.2.

Pg. 7

Manual de CaprinoculturaToggenburg Origem: Vale de Toggenburg - Sua Aptido: Leite Colorao do plo: Marrom acinzentado,desde o claro at ao escuro, com duas faixas brancas na cabea que vo da orelha at os cantos da boca, a ponta do focinho e membros de colorao branca como tambm um ngulo branco na insero da cauda. Produo: A produo leiteira tem mdia de 2,5kg de leite por dia, os machos pesam 65 a 70kg e as fmeas 40 a 50kg. Parda Alpina Origem: Sua Aptido: Leite Colorao do plo: Castanha clara ou escura com uma faixa preta na linha dorsal, membros mais escuros na parte inferior, com cabea e cauda mais escuras do que o resto do corpo. Produo: Em torno de 2,4kg de leite por dia, os machos pesam 65kg e as fmeas 45kg. Murciana Origem: Espanha Aptido: Leite Colorao do pelo: Acaju e negra, predominando a negra. Produo: Tem uma produo diria de at 8kg/dia. Pesam de 58 a 61kg as fmeas e 69 a 72kg os machos. Bhuji Origem: frica Aptido: Carne e pele Colorao do pelo: De preferncia preta, aceitando-se castanha escura, tendo orelhas e focinho chitados, permitindo-se a pouca chitada e as orelhas brancas, focinho preto e gargantilha chitada ou branca. Anglo-Nubiona Origem: Inglaterra Aptido: Carne, Leite e pele Colorao do pelo: bastante variada, podendo encontrar negra, branca, castanha escura, baia ou cinza com manchas pretas ou castanhas formando um padro tartaruga, no sendo aceito a pelagem branca. Produo: Pesam no mnimo 75kg os machos e 55kg as fmeas. A produo de leite e de 2 a 2,5 litros por dia. Sua pele e de tima qualidade. Caracterstica marcante: Cabea de perfil convexo

Pg. 8

Manual de Caprinocultura

Mambrina Origem: Sria Aptido: Carne, Leite e Pele Colorao do plo: Cinza, amarela, vermelha, branca, preta, malhada, com manchas de cores variadas tendo fundo claro. Produo: Produz de 2 a 4kg de leite por dia, os machos pesam em torno de 70kg e as fmeas 50kg, tendo couro de grande beleza por conter plos longos. Caracterstica marcante: orelhas grandes e largas, medindo at 15cm de largura por 40cm de comprimento, com a ponta retorcida e com pregas. Boer Origem: frica do Sul Aptido: Carne Coloraco do plo: Branca com pescoo em cabea avermelhada, aceitando-se o chanfro branco. Produo: Podem chegar at 150Kg.

Pg. 9

Manual de Caprinocultura2 INSTALAES So todas as construes cobertas, currais, saleiros, pedilvios, cercas, entre outros. Devem ser adequados a sua regio e oferecer boas condies para fazer a limpeza e manejo de sua criao. 2.1 CERCAS Serve para separar os animais, pasto, roado e propriedade, existindo vrios tipos, entre eles: eltrica, tesoura, pau-a-pique, arame (utilizando arame liso, pois o farpado danifica o couro do animal, tendo um espaamento de 10cm entre si que vai do solo at o 4 fio, do 4 fio ao 6 com 15cm de distncia, do 7 ao 8 fio com distncia de 25cm e o 9 fio fica a 30cm de distncia do 8 fio). 2.2 COMEDOUROS Usados para fornecer alimentos aos animais dentro das instalaes, entre os tipos existentes temos: pneu, madeira (foto), alvenaria. 2.3 BEBEDOUROS E AGUADAS Servem para fornecer gua aos animais dentro e fora das instalaes, existindo os de pneu, alvenaria, chupeta, automtico, audes. 2.4 SALEIROS Servem para fornecer SAL MINERAL aos animais dentro ou fora das instalaes, devendo sempre estar coberto, protegido de sol e chuva. Entre os tipos existentes temos: pneu suspenso, madeira, alvenaria, etc.

Pg. 10

Manual de Caprinocultura2.5 APRISCOS Servem para proteger os animais contra chuva, ventos fortes, sereno, sol e dos predadores como ona, carcar e at mesmo o homem, dar boas condies de higiene e facilitar os trabalhos de manejo. Entre os tipos existentes temos: Suspensos com piso ripado: deve ter uma rea de 80cm2 a 1m2 por animal, com altura de 80cm a 1m do cho e o piso ripado deve ter 1 cm entre uma ripa e outra, sendo ripas de 5cm, facilitando a limpeza. Cho batido: tambm usa uma rea de 80cm2 a 1m2 por animal. Baias por categoria Para cabra gestante: rea coberta com 1,5 m2 por animal Para reprodutores: rea coberta com 2m2 por animal com rea descoberta de 3m2. Para Cabritos: rea coberta com 0,50 m2 por animal. Para cabras lactantes: rea coberta de 1 m2 com rea descoberta de 2 m2. 2.6 QUARENTENA Lugar onde ficam os animais que vem de outra propriedade, permanecendo por um tempo de 40 dias para observao, evitando assim, uma possvel contaminao para os animais sadios da propriedade. importante saber que a quarentena deve estar bastante distante das outras instalaes e que as correntes de ar passem das outras instalaes para a quarentena e no no sentido contrrio. 2.7 ISOLAMENTO o local onde os animais doentes ficam at estarem curados, que tambm devem estar distantes das outras instalaes. 2.8 BRETE o local onde o animal fica preso para facilitar a vacinao, tratamento dos doentes, aplicao de medicamentos, etc.

2.9 PEDILVIO Serve para combater os germes dos cascos dos animais como tambm dos ps do homem, evitando as doenas. Devem ser construdos na entrada dos currais, apriscos ou chiqueiros com 2m de comprimento, 10cm de profundidade e largura do tamanho da porteira. Voce poder utilizar as seguintes solues:

Pg. 11

Manual de Caprinocultura

Soluo de Formol a 5% Formol.............................. 50ml gua destilada.................. 1.000ml Soluo de Cal Virgem Cal Virgem..................... 3,6kg gua destilada................ 1.000ml

2.10 FARMCIA onde se guarda os medicamentos, devendo ficar em local seco e ventilado. 2.11 ESTERQUEIRA Serve para armazenar o esterco dando uma melhor condio para que fique bem curtido, servindo como um bom adubo orgnico para diversos tipos de plantaes, alm de propiciar melhores condies de higiene j que os animais no ficam em contato com as fezes e evita-se moscas. Ela pode ser de vrios materiais, tipos e tamanhos.

Pg. 12

Manual de Caprinocultura3 MANEJO PRODUTIVO So cuidados oferecidos aos animais, fazendo com que ocorra um melhor controle de qualidade obtendo lucro, sabendo-se que quando o objetivo uma produo especializada, aconselha-se o empreqo de raas puras, aperfeioadas ou at mesmo tipos especializados para a produco desejada, havendo maior produtividade e homogeneidade dos produtos. Para oferecer um melhoramento na sua criao, deve-se tomar os seguintes passos: 3.1 ESCOLHA DO REBANHO a seleco dos melhores animais, dando maior importncia ao ganho de peso e produo de leite, sendo mais ou menos igual para todo o rebanho. Esta seleo deve ser feita da seguinte maneira: 3.1.1 Escolha dos Reprodutores

a seleo dos melhores machos para a reproduco, com o objetivo de ter maior nmero e qualidade de crias. O Reprodutor deve ser: Jovem; tima sade, sem defeito fsico; Bons aprumos, bons cascos; Boa procedncia; Bom padro racial; Testculos normais e uniformes; Aparncia de macho: pescoo grosso, garupa larga, sexualmente ativo, peito forte e grande. 3.1.2 Descarte dos reprodutores

a retirada daqueles machos que s trazem prejuzo. Devem ser descartados: Reprodutores com mais de dois anos dentro do rebanho, evitando a consanginidade; Reprodutores que apresentam caractersticas indesejveis como prognatismo (dentes inferiores proeminentes), agnatismo (gengiva superior proeminente), tetas adicionais, intersexos (falso hermafrodita), criptoquidismo etc. Reprodutores com pouco interesse sexual; Reprodutores doentes ou velhos (em tomo de 7 a 8 anos).

Pg. 13

Manual de Caprinocultura3.1.3 Escolha das matrizes

uma seleo das melhores fmeas para a reproduo, com o objetivo de ter um maior nmero e qualidade de crias na aptido de carne e leite. Caractersticas de uma boa matriz: Jovem; tima sade, sem defeito fsico; Aparncia de fmea: cabea pequena e delicada, peito largo, garupa larga e pouco inclinada; Bom padro racial; bere macio, com apenas dois tetos; Boa parideira; Boa me; Cascos sadios e bons aprumos; Pernas traseiras bem afastadas; Boa procedncia.

3.1.4

Descarte das matrizes

a retirada daquelas fmeas que s trazem prejuzo. Devem ser descartadas: Cabras velhas (6 a 7 anos), com mamite crnica ou que tenham abortado; Cabras que no parem h dois anos e as que rejeitam suas crias; Cabras com problemas para parir; Cabras que produzem pouco leite. Cabras que abortam (Brucelose) 3.2 DETERMINACO DA IDADE IDEAL PARA REPRODUCO. A idade ideal para a reproduo aquela em que o animal tem tamanho e peso adequado para produzir boas crias. Isto acontece quando o animal atinge um ano de idade ou 70 - 80% do peso do animal adulto para sua raa. Para descobrir a idade do animal, pode-se observar os dentes, sabendo-se que a primeira dentio dos caprinos se apresenta com 20 dentes, sendo oito incisivos e 12 molares, so estes dentes os chamados "de leite" ou "caduco". No decorrer do tempo, os dentes de leite caem e so mudados pelos definitivos, nesse tempo nascem mais 12 molares permanentes. Desta forma, as duas arcadas ficaro com 32 dentes definitivos, ficando a arcada com oito incisivos e 24 molares. No caso da avaliao da idade s so observados os oito incisivos que ficam na mandbula inferior. Veja no desenho a seguir:

Pg. 14

Manual de Caprinocultura

Aps os cinco anos de idade entra na fase de desgaste ou rasamento. 3.3 COBERTURA fazer com que as fmeas sejam cobertas com aquele reprodutor escolhido. Pode ser: Na observao do cio no qual podemos citar alguns sinais como: a cabra fica inquieta; monta e se deixa montar; a cauda fica agitada; perde o apetite; berra muito; procura o macho; a vulva fica demasiada, avermelhada e mida; apresenta secreo durante o cio. Na separao da cabra que est em cio que deve ser levada para a baia do reprodutor. Na escolha do reprodutor para cobertura da fmea, onde um bode de 12 a 18 meses no deve ser colocado com mais de 25 cabras, portanto, o adulto pode servir at 30 cabras. Anotar o dia da cobertura que facilitar a provvel data do parto e qual o reprodutor fez a cobertura, evitando-se problemas genticos e se bom reprodutor. Na observao se a cabra ficou prenhe que caso contrrio, o cio tornar a aparecer aps 15 a 21 dias, tendo uma durao de dois a trs dias. Quando necessrio, deve-se estabelecer uma estao de monta. ESTAO DE MONTA O comportamento reprodutivo dos caprinos e influenciado pela condio nutricional e sanitria do animal.

Pg. 15

Manual de CaprinoculturaQuando essas condies so favorveis, as fmeas podem apresentar cio todos os meses do ano. Porm, nas reas semi-ridas do Nordeste brasileiro, onde a disponibilidade de forragens e diretamente influenciada pela precipitao e distribuio das chuvas ao longo do ano, o desempenho reprodutivo dos animais dependem da quantidade e qualidade da forragem disponvel. Na fmea, a subnutrio pode resultar em supresso do estro (anestro) e ovulao ou em "cio silencioso" e no macho, pode levar a uma diminuio da libido e da qualidade do smen. Assim, para se obter uma maior eficincia reprodutiva do rebanho e necessrio concentrar as cobries e partos em perodos curtos de tempo que possam ser mais favorveis ao desempenho dos animais. Veja alguns cuidados ao planejar uma estao de monta: Observar se as fmeas esto ciclando na mesma poca; Observar se os machos esto com boa produo de smen e que possuam uma boa libido; Dar uma melhor assistncia nos trs ltimos meses de gestao da cabra, sabendo-se que neste momento as fmeas precisam de uma melhor assistncia para ajudar ao desenvolvimento do seu cabrito que esta em formao; Procurar sincronizar a poca dos partos para que as crias ao nascerem no venham a passar necessidade de leite por conta de falta de pasto para as matrizes; Observar a idade adequada para o desmame que vai depender do sistema de criao a ser utilizado (intensivo, extensivo, semi-intensivo) e tambm qual o tipo de rebanho que estar sendo trabalhado. 3.4 CUIDADOS COM A FMEA GESTANTE Ter uma ateno especial com as cabras prenhes, para conseguir o maior nmero de cabritos vivo. As cabras que esto prenhes no apresentam cio, tm tendncia a engordar, aumentam o ventre, ficam mais tranquilas, as mamas aumentam e no aceitam o macho. A gestao dura em media 153 dias, com desvios extremos entre 144 a 164 dias. aconselhavel que a cabra tenha apenas trs gestaes em cada dois anos. Os cuidados so os seguintes: Separao das cabras gestantes, para evitar que se machuquem, afastando-as dos animais mais agressivos como tambm evitar longas caminhas e agitao. Vermifugao das cabras aos dois meses aps a cobertura; Fornecer pouco alimento e pouca gua, prximo ao parto, porque quando a barriga da cabra esta muito cheia durante a pario, ela apresenta problemas. Acompanhar o parto, observando-a no ato da pario, ajudando quando necessrio. As fmeas que esto prximo ao parto, ficam

Pg. 16

Manual de Caprinoculturacom a garupa relaxada, ventre cado, apresentam-se inquietas, deitam e levantam com freqncia, apresentam corrimento amarelo-esbranquiado, sua respirao fica acelerada, o bere fica amojado, a vulva fica edemaciada, olham muitas vezes para o flanco, a cauda fica com movimentos rpidos. Esta fmea deve ser colocada em baia separada e observar se o parto esta sendo normal. Quando ocorrer a expulso do cabrito, observa-se se a cabra vai limp-lo, caso contrrio, limpe-o. O primeiro cio aps o parto acontece depois de 16 dias, porm, esta fmea s deve ser coberta 60 dias aps o parto.

Pg. 17

Manual de Caprinocultura

4 MANEJO DA CRIA So cuidados necessrios para diminuir a morte de crias do nascimento at a desmama. Este manejo e feito da seguinte maneira: 4.1 CUIDADOS DOS CABRITOS RECM-NASCIDOS atravs destes cuidados que diminumos o nmero de mortes, deixando os cabritos mais saudveis e robustos. Estes cuidados so: Limpeza e frico do cabrito aps o nascimento, se necessrio; Corte do umbigo a dois dedos de distncia do ventre do cabrito; Aplicao de tintura de iodo 10% no umbigo que dever ser colocada durante trs dias para evitar a infeco causando doenas como, por exemplo, Onfaloflebite. Fornecimento do colostro logo ao nascer (no mximo 3h) para imuniz-lo. 4.2 CUIDADOS DOS CABRITOS APS A PRIMEIRA SEMANA DE VIDA So cuidados para diminuir a contaminao de doenas e deix-lo em timas condies para servir de reprodutor ou abate. Entre os cuidados temos: Manter os cabritos presos nos primeiros 15 dias de vida em local limpo, seco e arejado, ficando livre de pegar doenas com facilidade. Descorna que a retirada dos botes e chifres. A idade ideal no mximo 15 dias de vida, existindo vrios mtodos, entre eles: ferro, cirrgico, qumico; sendo o mais utilizado o ferro onde queima com ferro em brasa os botes e chifres. Vermifugao dos cabritos com 21 dias de idade, livrando-os dos parasitas que so responsveis pela maioria dos casos de morte em cabritos. Oferta de capim aps os 15 dias de vida, para que ocorra o desenvolvimento do rmem. Castrao dos machos que no so destinados reproduo, devendo ser castrado at o 3 ms, evitando a disseminao de sua prole. Os machos castrados ficam mais mansos, a carne fica mais macia, sem odor e sabor desagradveis. Existem vrios mtodos de castrao, entre eles: Burdizzo, Cirrgico e anel elstico, tendo ainda os mtodos rsticos como o "de volta" e "de macete. O mtodo mais indicado e mais seguro o Burdizzo.

Pg. 18

Manual de CaprinoculturaA marcao do cabrito para identificao do animal no rebanho. Que pode ser individual ou coletiva. INDIVIDUAL - identifica cada um dos animais do rebanho, existindo os brincos, coleiras com chapas numeradas e tatuagem. COLETIVA - identifica todos os animais do rebanho com um nico sinal, utilizando o mtodo de cortes na orelha. Desmamar os cabritinhos entre dois a trs meses de vida, tendo que ser aos poucos, para evitar mudanas rpidas na alimentao que podem prejudicar o animal, que deixa de mamar e passa a se alimentar de capins, fenos, farelos e outros alimentos.

Pg. 19

Manual de Caprinocultura5 MANEJO DA ORDENHA So medidas necessrias para que o leite seja retirado sem cheiros desagradveis, livre de sujeiras e em boas condies de higiene. O manejo deve ser feito da seguinte forma: Lavar bem as mos com gua e sabo neutro, onde as unhas devem estar cortadas para no ferir o bere da cabra, evitando assim, contaminao do leite e doenas no bere. Lavar bem o bere das cabras com gua morna e sabo neutro, retirando toda a sujeira, e assim, evitando contaminao do leite; Enxugar o bere com toalha papel ou pano bem limpo. Caso for de pano, deve-se lavar com gua sanitria toda vez que for passar para outra cabra; Desprezar os primeiros jatos de leite numa vasilha separada de fundo escuro para identificar se a cabra tem MAMITE; Aps a ordenha, deve-se passar uma soluo desinfetante no bere como a soluo glicero-iodado para evitar a contaminao de doenas atravs do canal galactforo; Lavar o local e o material utilizado na ordenha. A ordenha deve ser feita pela manh e a tarde, sempre no mesmo horrio e com o mesmo ordenhador. Deve-se tomar cuidado para que o local da ordenha seja distante das instalaes dos reprodutores (mais ou menos 150 metros) e bem limpo.

Pg. 20

Manual de Caprinocultura6 MANEJO ALIMENTAR Prtica relacionada a escolha do alimento mais conveniente para os caprinos, objetivando suas necessidade nutritivas como tambm o aspecto econmico. Sabendo-se que necessitam de protenas que representam papel importante na alimentao de reprodutores, no desenvolvimento das crias e na produo de leite, carne, pele e plos; hidratos de carbono e gordura que constituem parte da energia para o organismo; vitaminas que embora em pequenas quantidades tem uma grande atuao sobre o estado e o funcionamento do corpo, a sua falta ou deficincia provoca diminuio da produo, uma srie de doenas da nutrio e at mesmo a morte dos animais, sendo portanto, consideradas elementos vitais; sais minerais que com sua falta, deficincia ou desequilbrio podem provocar distrbios e at mesmo a morte, tendo maior necessidade durante a lactao e aps a desmama, no perodo de crescimento e para reparar grandes desgastes fsicos; gua que indispensvel vida. Conseqncia da m alimentao - quando isto ocorre, os animais podem contrair as seguintes doenas ou afeces: cara inchada (osteomalcia), problemas nos cascos, clculos urinrios, raquitismo, ataxia enzotica (degenerao do crebro que tratada com administrao de cobre), deficincia de cobre, toxemia da gestao, timpanismo etc., como tambm sua produo ser baixa. O CAPRINO E SEU HBITO ALIMENTAR A nutrio um ponto de grande importncia na explorao caprina, por dar maior desempenho produtivo e reprodutivo aos animais, e sendo um animal ruminante tem como base na sua dieta, o volumoso, como tambm a quantidade de alimento ingerido junto com a qualidade do mesmo. Como j se sabe o caprino e um animal muito verstil, com relao a procura das forrageiras, com isso o caprino escolhe a parte mais tenra da planta. O que interessante que, quando estabulados os caprinos selecionam os alimentos disponveis conforme a sua forma, ou seja, se picado, inteiro. O processo de seleo alimentar dos caprinos diferencia dos ovinos e dos bovinos, j que sua preferncia pela forragem mais alta facilitando sua deglutio, onde os ovinos e bovinos tem preferncia por forragem rasteira. No quadro I mostra com clareza a preferncia do caprino no ato da ingesto das forrageiras.Tabela 1

TIPO DE FORRAGEIRA Gramneas Herbceas De Folha Larga ArbustivasBELL, 1978 (In. GIHAD et al. 1980)

% NA DIETA EQUINOS BOVINOS OVINOS CAPRINOS 50 70 60 20 4 20 30 20 6 10 10 60

O caprino para conseguir compor sua dieta faz-se necessrio andar bastante, fazendo com isso uma longa caminhad'a, diferindo do bovino e do ovino.

Pg. 21

Manual de Caprinocultura

Tabela 2 DIETA SELECIONADA POR BOVINOS, OVINOS E CAPRINOS NA SUA ATIVIDADE

ATIVIDADE (% DO TOTAL DO DIA) Pastejo Ramoneo Indefinido Suplementao Distncia de caminhada (Km/dia)

BOVINOS 76 8 14 2 5,31

OVINOS 80 10 7 3 6,12

CAPRINOS38

53 6 3 9,65

Dentro do enfoque que foi dado o caprino e bastante verstil, com isso a sua alimentao fcil e com o custo muito baixo, principalmente quando o criador faz por onde. O palco da sua alimentao est caatinga, os serrotes, as capoeiras e at os morros. O que fica presente em seu habitat inmeras espcies forrageiras nativas de um bom valor nutritivo, como tambm as forrageiras exticas que contribui com um bom valor nutritivo. Na tabela 3 esta relacionado o nome vulgar e cientfico das forrageiras.Tabela 3

NOME VULGAR NOME CIENTFICO Feijo bravo Capparis Flexoursa Feijo de rola Phaseolus spp. Camamatuba Cratylia Mollis Juazeiro Zizyphus Joazeiro Jurema reta Mimosa Tenviflora Moror Bauhinia Cheilantha Orelha de Ona Macroptillum Monti Moleque Duro Cordia Leucocephala Sabi Mimosa Caesalpiniifolia Marmeleiro Croten Sanderianus Jitirana Marrenia Egyetia Jucazeiro Caesalpinea Ferrea Capim-Mimoso Gimnopogon Mollis Capim-Panasio Aristide Setifolia Cunha Clitoria Ternatea Equade ovelha Stylosanthis humilis Leucena Leucaena Leucocephala Palma Forrageira Opuntia sp. Sorgo Forrageiro Sorghum vulgare Manioba Manihot Pseudoglotiovii Algaroba Prosopis Juliflora Mandioca Manihot esculenta Milha Paspalum spp. Capim-fino Eragrostis Amabilis

Pg. 22

Manual de Caprinocultura de vital importncia que o criador faa a sua reserva de alimento para o rebanho de caprino. Essa reserva dever ser de feno ou mesmo de silagem. MINERAIS ESSENCIAIS Clcio e fsforo - A deficincia de clcio acompanhada da deficincia de vitamina D causam raquitismo. No final da gestao, sua deficincia causa paralisia. A falta de fsforo causa atraso no crescimento, diminuio do peso, esterilidade, ossos fracos e deformaes sseas; Mangans - sua deficincia causa atraso no crescimento, mau desenvolvimento do esqueleto e das patas, fraqueza dos ossos, convulses e morte; Ferro - sua carncia causa anemia; Cobre - sua falta causa atraso no crescimento e anemia; lodo - pode causar o bcio na sua deficincia; Cloreto de sdio ou sal de cozinha - desempenha papel fundamental na digesto. Zinco - sua deficincia acarreta em diminuio seminal. ALTERNATIVA PARA ALIMENTACO Forragem Verde Hidropnica de Milho Uma das Alternativas de alimento para caprinos e ovinos, tambm a forragem Hidropnica de milho. A sua vantagem que a sua germinao total em torno de 15 dias e sua produo de forragem verde e de aproximadamente em torno de 30 Kg de massa verde. importante salientar que esta prtica necessita de pouca mo-de-obra, podendo ser feito pelos prprios familiares. A forragem hidropnica uma forma estratgica de se obter alimento em lugar e tempo de grande dificuldade para se produzir outras forragens para a criao. Observem abaixo o que se deve fazer para preparar 150 kg de forragem hidropnica de milho: Reduzir o mximo a questo trabalho x mo-de-obra. Por no ser um trabalho que exija mo-de-obra especializada, recomenda-se a prpria famlia, exatamente para reduzir o seu custo-benefcio; necessrio aproximadamente 12,5 kg de gro de milho de boa qualidade; preciso gua de boa qualidade para que seja preparada a soluo do adubo lquido; As ferramentas a serem utilizadas so: p, enxada, ancinho; Ser construdo um canteiro de 5 metros de comprimento por 1 metro de largura, que seja formado por uma lona plstica e que tenha uma proteo lateral, seja de madeira ou tijolos; Coloque em cima da lona plstica uma cama de matria seca, e que esta seja cortada em pequenos pedaos de: bagao de cana, capim, palha de milho e palha de cana. E que esta tenha aproximadamente 2 centmetros de matria seca.

Pg. 23

Manual de Caprinocultura

Como se deve fazer a forragem hidropnica: Deixe descansar em gua limpa os gros de milho durante 48 horas (2 dias); Antes de colocar os gros de milho, molhar com gua o material seco, que j se encontra sobre a lona plstica dentro do canteiro; Aps este processo, coloque os gros de milho que estavam de molho em gua, cubra com mais uma camada de matria seca, aproximadamente 3 centmetros, que tambm ser molhada e ficar em repouso por mais 48 horas; No primeiro dia, o canteiro s dever ser regado com gua limpa; S a partir da, ser regado de 3 a 4 vezes ao dia, usando a adubao lquida; Quando atingir aproximadamente 15 dias a forragem hidropnica de milho estar pronta para ser distribuda aos animais que esto com uma altura de aproximadamente de 40 centmetros. Dicas importantes: Usar somente gros de milho de boa qualidade e tima germinao. Faa uma catao retirando as sementes quebradas e suas sujeiras; No devem ser usadas sementes de milho que foram tratadas com agrotxico, (somente certificados), pois se o animal consumir estas sementes ou seus brotos, iro contaminar o leite, a carne e at o ser humano que consumir este leite, carne ou seus derivados; Antes de distribuir a forragem aos animais, lavar as razes para a retirada do excesso de sal proveniente da adubao lquida; Um caprino adulto consome aproximadamente 10% do seu peso vivo de material verde. NECESSIDADES ALIMENTARES Reprodutores: Ficam em piquetes separados das fmeas, tendo boas pastagens e suplementar com concentrado, volumoso de boa qualidade e sal mineral vontade. Cabritos do nascimento ao desmame: Na sua primeira semana de vida, alimenta-se do leite da prpria me. Na terceira semana pode ser oferecido, juntamente com o leite, concentrado e volumoso vontade. Cabritos bem alimentados podem ser desmamados a partir dos 45 dias de vida; Cabritos em crescimento: Oferecer de 200 a 300g de concentrado por dia, alm de sal mineral, feno, podendo ainda acrescentar gros de cereais com aveia, entre outros; Cabras gestantes: Devem ficar em piquetes com boa pastagem, alm de oferecer 500 a 600g de concentrado por dia, que devem ser tambm

Pg. 24

Manual de Caprinoculturade boa qualidade e em forma de silagem, feno, capim picado ou ainda gros de cereais; Cabras amamentando: Tanto as cabras como seus cabritos devem ficar em piquetes separado dos demais animais. Alm do pasto, a cabra deve receber concentrado que pode ser gros, cereais, rolo de milho etc, como tambm volumoso de boa qualidade com feno e silagem.

Pg. 25

Manual de Caprinocultura7 MANEJO SANITRIO So prticas que promovem o controle das doenas nos rebanhos de caprinos. Normalmente, os caprinos so animais bastante resistentes a doenas, porm, quando for acometido, dependendo do caso, necessrio a presena do Mdico Veterinrio para diagnosticar e dar as orientaes necesssrias. A espcie caprina pode ser acometida por: Doenas infectocontagiosas; Doenas parasitrias; Doenas mdicas e traumticas; Doenas da nutrio; Doenas da esterilidade. necessrio portanto, que o criador saiba detectar quando o seu animal est doente ou sadio e para isto, damos a seguir, as diferenas entre sade e doena, caracterizando seus sinais. SADE - o indivduo apresenta atividade normal e regular no funcionamento, na estrutura e na composio dos elementos do organismo. SINAIS DE SADE - apresentam-se espertos e geis; com olhos brilhantes e vivos; bom apetite; a pele lisa, elstica e lustrosa; plos briIhantes; sem qualguer alterao no plo e pele; sem qualquer corrimento anormal; com temperatura de 38,5 a 40C; com movimentos respiratrios de 12 a 20 por minuto e pulsao de 70 a 85 por minuto. DOENA - caracterizada pelas modificaes no funcionamento normal, na estrutura ou na composio dos elementos orgnicos. SINAIS DE DOENA- apresentam tristeza e perda na ruminao, que quase sempre so os primeiros sintomas; ficam parados ou encolhidos; de olhar triste e sem brilho; os pelos ficam grossos, arrepiados e sem brilho; com pele enrugada apresentando alteraes como feridas ou calombos; anorexia (perda de apetite); o conduto auditivo apresenta secreo ou crostas; magreza progressiva; apresentam corrimentos anormais; nos lbios ou boca pode apresentar inflamaes, abscessos ou outras leses; a temperatura se eleva para 41C; com movimentos respiratrios acima de 20 por minuto e pulsao acima de 85 por minuto. Neste captulo iremos estudar apenas aquelas doenas mais freqentes na regio do semi-rido nordestino. 7.1 VERMINOSE muito comum nos rebanhos e responsvel pelo grande nmero de animais mortos e diminuio do nascimento de crias, produo de carne e leite. A contaminao ocorre atravs do colostro, leite, placenta, fezes, gua e alimento contaminado. A vermifugao deve ser feita em todo o rebanho e a escolha do medicamento deve ser feito aps exame parasitolgico, sendo recomenda-do pelo Mdico Veterinrio, existindo vrios, entre eles: Ferbendazole, Parbendazole, Tramizole, Thiabendazole, Levanizole, Ivermectin, Albendazole, Netobimin etc. Para controle da verminose, pode-se seguir um dos calendrios abaixo:

Pg. 26

Manual de Caprinocultura

CALENDRIOS DE VERMIFUGAO 1 Vermifugao ............ incio do perodo seco (junho-julho) 2 Vermifugao ............ 60 dias aps a 1 vermifugao (agosto-setembro) 3 Vermifugao ............ penltimo ms da poca seca (novembro) 4 Vermifugao ............ meados da estao chuvosa (maro)Fonte: Costa & Silva (1982)

1 Vermifugao ............ incio das chuvas 2 Vermifugao ............ meados das chuvas 3 Vermifugao............ final das chuvas 4 Vermifugao ............ incio do vero poca Seca 1 Vermifugao............ julho 2 Vermifugao............ setembro 3 Vermifugao............ novembro poca Chuvosa 4 Vermifugao............ maro 5 Vermifugao............ maioFonte: Giro et al. (1987 e 1992).

Os animais vermifugados de acordo com estes esquemas, apresentam menor ndice de infeco vermintica e maior ndice produtivo ao passo que os animais vermifugados esporadicamente apresentam vermes durante todo o ano e baixo ndice produtivo. Outras recomendaes: Propriedade com estao de monta: vermifugar cabras duas a trs semanas antes da estao; As cabras devem ser vermifugadas 30 dias antes da pario e 10 a 15 dias aps; Os cabritos devem ser vermifugados aos 21 dias de vida; Observar rigorosamente as instrues do medicamento, tendo o devido cuidado com a dose; Observar a validade do medicamento. O caprino com verminose fica anmico, sem apetite, desidratado, fraco, com diarria, plos arrepiados, em alguns casos pode apresentar edema submandibular (papeira), podendo chegar at a morte. Para evitar a verminose, alm da vermifugao pode-se seguir as se uintes recomendaes: Fazer a limpeza e desinfeco das instalaes podendo utilizar formol a 5%, soda custica a 2% etc;

Pg. 27

Manual de CaprinoculturaAs fezes devem ser colocadas em esterqueiras e que fiquem bem distantes; Evitar grande nmero de animais em um pasto; Vermifugar os animais ao trocar de pasto e aqueles adquiridos de outros locais; Deixar os animais por no mnimo oito horas nas instalaes, aps a vermifugao, para que a carga parasitria que no foi alcanada pelo anti-helmntico (vermfugo) seja eliminado nas instalaes. 7.2 EIMERIOSE OU DIARREIA DO CABRITO Acomete principalmente animais estabulados em diferentes faixa etrias, sendo mais comum em animais jovens. Os cabritos apresentam diarria, anorexia, perda de peso, crescimento retardado, enfraquecimento e podem chegar at a morte. Os adultos no apresentam sintomas, atuando como disseminadores da doena. Os animais devem ser tratados individualmente e feito com medicamentos a base de sulfa, por via oral, durante dois a trs dias. O seu controle se faz a partir das seguintes medidas profilticas: Higiene diria dos alojamentos, bebedouros e comedouros; Isolamento e tratamento dos animais acometidos pela Eimeria; Manter as crias separadas dos animais adultos por serem portadores e disseminadores da enfermidade; Evitar umidade nas instalaes como tambm pastos midos e grande quantidade de animais em um pasto por longos perodos. A utilizao de desinfetantes do grupo fenois a 5% inibi o desenvolvimento de oocistos de Eimeria. 7.3 SARNAS Existem vrios tipos de sarnas, causadas por vrias espcies de caros. Os caprinos geralmente so acometidos pela sarna auricular (psorptica) e nodular pruriginosa (demodcica). A sarna auricular tambm e conhecida como Caspa de Ouvido, onde deixa o animal agitado, com crostas (caspas) quebradias nas orelhas, que caso no seja tratada pode apresentar miase (bicheira). A sarna nodular pruriginosa conhecida no Nordeste por "bexiga" ao qual o animal apresenta ndulos e pstulas na pele, situados preferencialmente na regio do pescoo, paletas e costelas, transformando-se posteriormente em crostas. Este caro traz prejuzo, pois danifica o couro, baixando o seu preo ou at mesmo sendo recusado pelos curtumes. A transmisso das sarnas atravs do contato fsico. O tratamento da sarna nodular pruriginosa baseia-se na separao dos animais doentes e tratamento com sarnicida de uso tpico ou geral, como os banhos com carrapaticidas. Na sarna auricular os animais so isolados e tratados da seguinte forma:

Pg. 28

Manual de CaprinoculturaRetira as crostas com o auxlio de um algodo embebido em soluo oleosa; Limpa o local com um algodo embebido em lcool iodado (cicatrizante); Usa um carrapaticida no local e tambm um repelente para evitar as moscas. A utilizao do repelente e cicatrizante deve ser feito durante trs dias. 7.4 MIASES (BICHEIRA) Ocorre quando o animal tem algum ferimento, onde a mosca varejeira pousa deixando suas larvas, provocando grandes ferimentos, depreciando a pele. O animal com miase apresenta anorexia, inquietao e emagrecimento, podendo chegar a morte caso no seja tratado. Devem ser tratados com larvicida, limpeza das feridas, retirada das larvas e aplicao de repelentes e cicatrizantes como lcool iodado no local do ferimento, sendo tratado at a cicatrizao. Para evitar a miase e necessrio tratar os ferimentos com cicatrizantes e repelentes. 7.5 PEDICULOSE (PIOLHOS) Os piolhos irritam o animal, fazendo com que percam o apetite e muitas vezes provocam ferimentos por se coarem nas cercas ou rvores que pode causar miase. Podem ser vistos onde os plos so longos e em locais com muito plo. Existem piolhos mastigadores e sugadores que se alimentam de sangue, clulas de descamao e secrees da pele, determinando intensa coceira e irritao na pele, deixando a pele seca, escamosa e com crostas, alm de causar anorexia, emagrecimento, anemia, podendo lev-los a morte. O tratamento feito atravs de banhos utilizando carrapaticida ou inseticida seguindo a quantidade recomendada pelo fabricante. O banho pode ser dado em caixa de cimento amianto ou qualquer outra de material que no danifique a pele do animal, como tambm a pulverizaco usando um pulverizador costal. Todos os animais devem ser banhados, menos as fmeas perto de parir e os recm-nascidos, devendo ser nas horas mais frias e devem estar alimentados pelo menos cinco horas antes. No caso da pulverizaco, pulverize no dorso, nos lados do animal e no ventre, tendo o devido cuidado com os olhos e que seja feito a favor do vento para que a pessoa que est pulverizando no seja contaminada pelo veneno. O tratamento deve ser repetido aps 10 dias. 7.6 LINFADENITE CASEOSA (MAL DO CAROO) altamente contagioso e no possui cura, sendo sua carne condenada pelo Ministrio da Agricultura. Os caprinos so contaminados atravs de ferimentos, arranhes ou at mesmo pelo contato com a secreo, tambm atravs da via respiratria, digestiva, genital e cordo umbilical.

Pg. 29

Manual de CaprinoculturaOs abcessos aparecem sempre embaixo do queixo, perto do ouvido, na tbua do pescoo, nas axilas, na virilha, podendo tambm aparecer nos orgos e linfonodos internos. Para evitar a doena necessrio que os animais acometidos sejam levados para o isolamento, aqueles acometidos por trs abcessos devem ser descartados e quando for adquirir um animal, observar se o rebanho do vendedor tem o abcesso. No existe tratamento especfico, porm, apenas um paliativo ao qual evita que o animal acometido transmita para o restante do rebanho. Este tratamento paliativo consiste em; Tricotomia (retirada dos plos) da rea com o caroo; limpeza do local com lcool iodado; inciso do abcesso no sentido vertical (de cima para baixo); retirada de toda secreo, limpeza e desinfeco da "bolsa" utilizando tintura de iodo a 10%. A ferida deve ser tratada at sua cicatrizao, utilizando-se repelentes e cicatrizantes. O material utilizado deve ser desinfectado e o pus, algodo etc. devem ser queimados. Obs: para a retirada do abcesso o animal deve estar longe das instalaes 7.7 PODODERMOTITE (MAL DO CASCO) Tambm chamado de Frieira e Manqueira, aparecendo mais nas pocas chuvosas, mas pode surgir em outras pocas. O casco necrosa, formando pus entre as unhas e na parte superior do casco. O animal fica mancando e comea a perder peso porque sente dificuldade em ir buscar o alimento. Caso no seja tratado, o casco pode chegar ao deslocamento. Para evitar a pododermatite e necessrio que se observe os cascos sempre que possvel, fazendo seu corte quando necessrio; colocar os animais em locais secos e limpos; utilizar o PEDILVIO para que os cascos sejam desinfetados, evitando assim, a contaminao das bactrias responsveis por esta afeco e os animais acometidos devem ser levados para o ISOLAMENTO. O tratamento baseia-se na retirada dos animais da rea mida, colocando-os em local seco; limpeza dos cascos, cortando todas as partes necrosadas; tratar as leses com soluo de tintura de iodo a 10%; dependendo da gravidade, deve-se fazer antibioticoterapia por via intramuscular. 7.8 MASTITE OU MAMITE E uma doena infecto-contagiosa que afeta o bere da cabra, deixando-o inflamado, dolorido, avermelhado, edemaciado, no amamenta nem deixa o tratador fazer a ordenha. A colorao do leite modifica, geralmente avermelhado ou amarelado e com odor. causado pela alta atividade do bere, pela reteno do leite, ferimento externo e falta de higiene. Os micrbios penetram no bere atravs de ferimentos e do canal galactforo (orifcios das tetas). Para evitar a Mamite ou Mastite deve-se fazer a higiene nas instalaes; seguir corretamente as medidas para ordenha; ter cuidado de esgotar todo o leite, todos os dias; separar as cabras acometidas pela doena, colocando-as no ISOLAMENTO e na ordenha seguir a seguinte sequncia:

Pg. 30

Manual de CaprinoculturaOrdenha: 1 as fmeas jovens que nunca foram acometidas pela enfermidade; 2 fmeas mais velhas que nunca foram acometidas pela enfermidade; 3 fmeas que j tiveram a doena mais que j esto curadas; 4 fmeas doentes. Sabendo-se que antes da ordenha deve-se fazer o teste com a caneca de fundo O tratamento baseia-se na lavagem do bere com gua e sabo; massagea o bere com pomada sedativa; desinfeco das tetas com lcool iodado; passagens de sonda para retirada de toda secreo contida no bere, tendo o devido cuidado de no contaminar o cho; aplicar o antibitico por via intra-mamria (no orifcio da teta afetada), podendo utilizar antibitico a base de cloranfenicol, gentamicina, cefalosporina, mamicina, etc. importante que o tratador esteja com unhas cortadas e suas mos devem estar lavadas com gua e sabo neutro. O antibitico deve ser administrado durante trs dias e sempre no mesmo horrio. 7.9 ECTIMA CONTAGIOSO (BOQUEIRA) uma doena infecto-contagiosa causada por virus, principalmente os cabritos, podendo atingir os adultos. Inicialmente formam pontos avermelhados nos lbios e posteriormente surgem pstulas vesiculosas que se rompem, secam e transformam-se em crostas. Pode aparecer na boca, gengiva, bere, narinas e as vezes na lngua, vulva, orelhas, entre as unhas e na coroa dos cascos. Os lbios do cabrito ficam edemaciado e dolorido, dificultando a sua alimentao. Quando o bere acometido, a cabra no amamenta devido a dor, alm de diminuir a quantidade de leite. Para evitar enfermidade deve-se fazer a higiene das instalaes; colocar os doentes no ISOLAMENTO, tratando-os. O tratamento baseia-se na retirada das crostas com a ajuda de um algodo embebido em soluo oleosa, facilitando sua remoo e pincela as leses, diariamente, at a sua completa cura com uma soluo de tintura de iodo a 10% mais glicerina na proporo de 1:1 ou violeta de gerciana a 3%. 7.10 PNEUMONIA Acomete caprinos em qualquer faixa etria e e caracterizada pela inflamao dos pulmes. Geralmente e causada por bactrias. O animal apresenta febre de 41-41,5C, anorexia, depresso, tosse, corrimento nasal, dificuldade respiratria e rudos pulmonares. Cuidado na administrao de medicamentos orais, pois se no for administrado corretamente, colocando a cabea do animal na posio correta, pode-se provocar a pneumonia por aspirao. Para prevenir esta enfermidade, deve-se fazer higiene das instalaes; evitar superlotao; evitar a exposio dos animais ao vento, chuva e vento; evitar longas viagens como tambm mudanas bruscas de temperatura; evitar a entrada de animais doentes no rebanho e fazer o isolamento e tratamento dos animais doentes. Pode-se fazer o tratamento com a administrao de antibiticos de largo espectro como por exempio Tetraciclinas, Cloranfornicol, Sulfonamidas, etc. preto.

Pg. 31

Manual de Caprinocultura

CALENDRIO DE VACINAO RAIVA: 1 vacinao aos 4 meses de idade. Revacinar anualmente. FEBRE AFTOSA: 1 vacinao aos 4 meses de idade. Revacinar de acordo com recomendao da bula ou veterinrio. BRUCELOSE: Vacinar fmeas de trs a oito meses de idade. CURBNCULO SINTOMTICO E ENTROTOXEMIA: 1 vacinao de dois a seis meses de idade, sendo duas vacinaes com intervalo de duas semanas. Em regies de alto risco, repetir um ano depois e depois a cada cinco anos. ECTIMA CONTAGIOSO: 1 vacinao com um ms de idade. Revacinar aos dois ou trs meses. PNEUMOINTERITE: Vacinar fmeas prenhes no 8 ms e as crias aos 15 dias de vida. ALGUMS VIAS DE APLICAO DE MEDICAMENTOS Via Oral: aquela feita pela boca. Via Subcutnea: So as aplicaces feita entre o couro e a pele. Via Endovenosa: aquela feita na veia. Via Intramuscular: Via pela qual se introduz o medicamento atravs do msculo. Via Intermediria: O medicamento introduzido pelo canal Galactofano.

Locais de aplicao de injees em caprinos (IM = Intramuscuira; SC = Sub-cutanea; IV = Intravenosa)

Pg. 32

Manual de Caprinocultura8 PRODUTOS E COMERCIALIZAO Os caprinos representavam para a pecuria uma criao de subexistncia, j que apesar de serem mal alimentadas e praticamente sem manejo, ainda conseguem produzir, embora em alguns estados ou at mesmo municpios, vem aprimorando esta cultura, ocorrendo a importao de cabras de alta produo de leite e carne, das melhores raas. Como produtos desta espcie temos: leite e seus derivados, came e seus derivados, couro, plos e esterco. 8.1 LEITE E SEUS DERIVADOS Leite; De tima qualidade onde possui 86,4% de gua, uma protena de 4,6%, gordura de 3,9%, acar de 4,3% e 0,8% de sais minerais enquanto que o leite de vaca possui 87,3% de gua, 3,8% de protena, 3,5% de gordura, 4,6% de acar e 0,8% de sais minerais. Tem alto valor nutritivo, sendo rico em protenas, sais minerais, casena, acares e vitaminas. Um litro de leite chega a substituir oito ovos, 150g de carne de frango ou at mesmo 900g de batata.Tabela 4 Comparao do Valor Nutritivo Entre o Leite de Cabra/Vaca/Bfala

Tipo Calorias de em gramas Leite Umidade Protena Lipdios Cabra 92 83,6 3,9 6,2 Vaca 63 87,7 3,1 3,5 Bfala 115 81 5,2 8,7

Minerais (ml) Ca P Fe 190 129 0,2 114 102 0,1 210 101 0,1

B1 0,06 0,04 0,04

Vitaminas B2 0,019 0,014 0,016

B3 0,3 0,2 0,1

C 1 1 1

Fonte: Instituto Bras. De Geografia (IBGE) - Estado Nacional de Despesa Familiar

Queijo de leite de cabra: Tem excelente sabor com alto valor nutritivo e boa digestibilidade. Tanto o leite como o queijo no possuem cheiro ou sabor fortes, se ocorrer, significa que na ordenha o bode estava por perto, impregnando o seu cheiro. Manteiga: Tem colorao branca, pouco consistente, de aspecto semelhante com a manteiga de leite de bfala, tendo um valor nutritivo bastante elevado. Cosmticos: A linha de cosmticos a base de leite de cabra vem crescendo, onde traz hidratao para a pele e cabelos. Existem vrios produtos, entre eles os shampoos, condicionadores, cremes para a pele e at mesmo o prprio leite vem sendo utilizado para banhos com o propsito de rejuvenescimento. 8.2 CARNE E SEUS DERIVADOS Carne: A carne utilizada para comrcio provm do abate de cabritinhos novos, que quanto mais cedo, melhor. Todos os machos de qualquer idade, exceto os cabritos at um ano de idade, devem ser castrados, tornando a carne mais macia, saborosa e sem cheiro. Tem valor nutritivo e de fcil digesto. Representa lucro devido aos custos de produo, que em geral so baixos. As caractersticas que os caprinos representam so: precocidade, rusticidade, bom desenvolvimento, sendo mais crescente quando se meIhora as tcnicas de criao.

Pg. 33

Manual de CaprinoculturaTabela 5 Comparao do Valor Nutritivo Entre Carne Caprina/Bovina/Suna/Ovina/Ave

85g de carne assada Calorias Gordura (g) Protena (g) Ferro (g) Caprino 122 2,58 23 3,2 Bovina 245 16 23 2,9 Suna 310 8,7 21 2,7 Ovina 235 7,3 22 1,4 Ave 120 3,5 21 1,4Fonte: Escala Rural. Ano I, n 10 - Ed. Escala

Came defumada e embutidos: Produtos de tima qualidade com sabor e odor agradveis, sendo bem aceito pelo mercado. 8.3 PELES As melhores so de caprinos de plos finos e curtos, por serem muito resistentes. Utilizadas com ou sem plos, onde vo ser empregadas no fabrico de sapatos, bolsas, luvas, agasalhos etc., podendo ser curtidas como pergaminho, camurca, pelicas etc. O seu couro tambm atinge o fabrico de instrumentos musicais como cucas, tambores, pandeiros etc. So consideradas de alta qualidade e uma das melhores do mundo, sendo o Brasil um grande exportador de pele caprina. classificada atravs do seu tamanho e qualidade. 8.4 PLOS So utilizados na fabricao de pincis, feltros, diversos tipos de tecidos, tapetes, escovas etc., produzidos principalmente por raas de plos longos. 8.5 ESTERCO Tem uma produo em media de 600Kg por ano, servindo de adubo orgnico para terras "fracas"e plantaes de forrageiras, de cereais, hortas, pomares etc. Seu esterco rico em fosforo, potssio e nitrognio. considerado um dos melhores adubos orgnicos produzidos pelos animais domsticos.Tabela 6 Composio do Esterco N ORIGINAL CONTENDO 60,89% DE UMIDADE NA MATRIA SECA

ELEMENTOS

Nitrognio cido fosfrico (P2 O5) Potssio (em K2 O)Fonte: Castro, A. (1984)

0,97 0,48 0,65

2,49 1,09 1,6

Pg. 34

Manual de Caprinocultura9 BIBLIOGRAFIA BRITO, A. J. A. Teorias, tcnicas e prticas aplicadas a criao de caprinos. Recife, Comunicao Rural, 1995. 125 p. CASTRO, A. A cabra. 3. ed. 1984. 372 p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA. Recomendaes tecnolgicas para a produo de caprinos e ovinos no Estado do Cear. Sobral/CE, 1994. 56 p. (Circular Tcnica, 9) __. Utilizao de forrageiras e resduos agroindustriais por caprinos e ovinos. Sobral/CE, 1997. 28 p. (Documentos, 26) ENCONTRO Nacional para o desenvolvimento da espcie caprina, 3, 1994. Jaboticabal/SP Anais... Jaboticabal, 1994. p. MAIA, M. S. et alii. Produo de caprinos e ovinos: recomendaes bsicas de manejo. Natal, SEBRAE/RN, 1997. 53 p. REVISTA ESCALA RURAL. So Paulo, Escala, v. 1, n. 10 REVISTA ESCALA RURAL. So Paulo, Escala, v. 2, n. 5 S, F.V. A cabra. Lisboa, Livraria Clssica, 1978. 178 p. VIEIRA, M. T. Criao de cabras tcnicas prticas lucrativas. So Paulo, Prata, 1995. 310 p.

Pg. 35