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1 MANUAL DE ANÁLISE E FISCALIZAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO EM ARRENDAMENTOS PORTUÁRIOS Sumário I - INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1 II - OBJETIVO............................................................................................................... 2 III - HISTÓRICO............................................................................................................ 2 IV - METODOLOGIA..................................................................................................... 4 DA APRESENTAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO.................................................. 4 DA ORGANIZAÇÃO DA APRESENTAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO ................. 6 DO DETALHAMENTO DO ORÇAMENTO ................................................................ 6 DA APRESENTAÇÃO DO CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO .......................... 8 DA ANÁLISE DO PROJETO EXECUTIVO ................................................................ 8 V - PROJETO EXECUTIVO PARCIAL........................................................................ 11 V - INÍCIO E ACOMPANHAMENTO/FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DOS INVESTIMENTOS ...................................................................................................... 12 DIRETRIZES GERAIS ............................................................................................ 12 INVESTIMENTOS DENTRO DA ÁREA ARRENDADA ........................................... 15 INVESTIMENTOS FORA DA ÁREA ARRENDADA................................................. 15 VI - ANÁLISE FINAL E ATESTE DO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS .......................................................................................................... 17 VII - DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS .................................................................. 18 ANEXOS ................................................................................................................. 20 I - INTRODUÇÃO 1. Este Manual de Análise e Fiscalização do Projeto Executivo em Arrendamentos Portuários é fruto de uma necessidade percebida após a publicação da Portaria nº 349-SEP/PR, de 30 de setembro de 2014, que regulamentou o art. 57 da Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, que trata da prorrogação antecipada dos contratos de arrendamento portuário em vigor firmados sob a vigência da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, que possuam previsão expressa de prorrogação ainda não realizada. Referida Portaria atribui ao Projeto Executivo, junto com a sua análise e fiscalização da sua implantação, o papel de viabilizar a avaliação dos futuros investimentos pactuados mediante termo de aditamento contratual. 2. Posteriormente, a Portaria nº 499-SEP/PR, de 5 de novembro de 2015, também atribui ao Projeto Executivo a mesma importância para a avaliação e fiscalização de investimentos

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MANUAL DE ANÁLISE E FISCALIZAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO EM

ARRENDAMENTOS PORTUÁRIOS

Sumário

I - INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

II - OBJETIVO ............................................................................................................... 2

III - HISTÓRICO ............................................................................................................ 2

IV - METODOLOGIA..................................................................................................... 4

DA APRESENTAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO .................................................. 4

DA ORGANIZAÇÃO DA APRESENTAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO ................. 6

DO DETALHAMENTO DO ORÇAMENTO ................................................................ 6

DA APRESENTAÇÃO DO CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO .......................... 8

DA ANÁLISE DO PROJETO EXECUTIVO ................................................................ 8

V - PROJETO EXECUTIVO PARCIAL ........................................................................ 11

V - INÍCIO E ACOMPANHAMENTO/FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DOS INVESTIMENTOS ...................................................................................................... 12

DIRETRIZES GERAIS ............................................................................................ 12

INVESTIMENTOS DENTRO DA ÁREA ARRENDADA ........................................... 15

INVESTIMENTOS FORA DA ÁREA ARRENDADA ................................................. 15

VI - ANÁLISE FINAL E ATESTE DO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS .......................................................................................................... 17

VII - DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS .................................................................. 18

ANEXOS ................................................................................................................. 20

I - INTRODUÇÃO

1. Este Manual de Análise e Fiscalização do Projeto Executivo em Arrendamentos

Portuários é fruto de uma necessidade percebida após a publicação da Portaria nº 349-SEP/PR,

de 30 de setembro de 2014, que regulamentou o art. 57 da Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013,

que trata da prorrogação antecipada dos contratos de arrendamento portuário em vigor firmados

sob a vigência da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, que possuam previsão expressa de

prorrogação ainda não realizada. Referida Portaria atribui ao Projeto Executivo, junto com a sua

análise e fiscalização da sua implantação, o papel de viabilizar a avaliação dos futuros

investimentos pactuados mediante termo de aditamento contratual.

2. Posteriormente, a Portaria nº 499-SEP/PR, de 5 de novembro de 2015, também atribui

ao Projeto Executivo a mesma importância para a avaliação e fiscalização de investimentos

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futuros não previstos em contrato de arrendamento, para os casos que não envolvam

prorrogação antecipada de contrato.

3. Como este Manual de Análise e Fiscalização do Projeto Executivo em Arrendamentos

Portuários especifica condições de apresentação dos projetos, é salutar que o mesmo seja dado

ao conhecimento dos arrendatários interessados em realizar novos investimentos não previstos

em seus contratos de arrendamento.

II - OBJETIVO

4. O presente Manual tem por objetivo estabelecer a estrutura de apresentação de projetos

de novos investimentos e orientar os procedimentos de análise desses projetos no âmbito da

Gerência de Portos Organizados - GPO, bem como nortear como será realizada a fiscalização

por parte da Superintendência de Fiscalização e Coordenação das Unidades Regionais - SFC.

III - HISTÓRICO

5. A prorrogação antecipada de contratos de arrendamentos está prevista no art. 57 da Lei

nº 12.815/2013.

6. Por sua vez, a Resolução nº 3220/2014-Antaq estabelece procedimentos para

elaboração de projetos de arrendamento e recomposição do equilíbrio econômico-financeiro dos

contratos de arrendamento de áreas e instalações portuárias nos portos organizados. Na citada

Resolução da Antaq, o termo “projeto” refere-se ao Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e

Ambiental (EVTEA) que fundamentou a prorrogação, não enfatizando o projeto de engenharia

propriamente dito.

7. Já a Portaria nº 349/2014-SEP/PR, em seus arts. 19 e 20, dispõe a respeito do Projeto

Executivo da seguinte forma:

“Art. 19. A arrendatária deverá apresentar à SEP/PR, no prazo de até doze meses contados da data

da assinatura do Termo Aditivo, Projeto Executivo referente ao Plano de Investimentos aprovado

com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do profissional competente, na

forma da regulamentação vigente.

§ 1º O Projeto Executivo conterá, entre outros, planilha orçamentária, com a respectiva ART do

profissional competente, contemplando os investimentos propostos, bem como planilha com a

descrição dos serviços ou itens de fornecimento contemplados nas verbas destinadas ao programa

de manutenção, melhoria, atualização e renovação de ativos depreciados, se for o caso.

§ 2º Na especificação dos custos serão considerados preços e códigos de sistemas referenciais de

custos oficiais e preços de referência empregados pelo Governo Federal em projetos de natureza

assemelhada já avaliados por órgãos de controle, admitida, na ausência daqueles, a adoção de

valores de mercado, mediante a apresentação de, no mínimo, três orçamentos firmados por

fornecedores idôneos.

Art. 20. A SEP/PR encaminhará o Projeto Executivo à Antaq, para análise e deliberação quanto à

conformidade com o Plano de Investimentos aprovado e o Evtea, ouvida a Autoridade Portuária.

§ 1º A Antaq dará ciência à SEP/PR da análise e da deliberação de que trata o caput.

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§ 2º Caso o investimento indicado no Projeto Executivo seja inferior ao previsto no Plano de

Investimentos aprovado, a arrendatária deverá, alternativamente e a critério da SEP/PR, propor a

reversão imediata do valor de investimento não contemplado no Projeto Executivo em Remuneração

do Arrendamento, a ser paga em parcela única, ou a readequação do prazo do contrato de

arrendamento, para efeitos de reequilíbrio econômico-financeiro.

§ 3º O investimento indicado no Projeto Executivo que ultrapassar o investimento previsto no Plano

de Investimentos aprovado não ensejará recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.

§ 4º A análise e deliberação da Antaq sobre o Projeto Executivo não exclui a responsabilidade

exclusiva da arrendatária pela adequação e qualidade dos investimentos realizados, assim como

pelo cumprimento das obrigações contratuais, regulamentares e legais.”

8. Ademais, a mesma Portaria nº 349/2014-SEP/PR, em seus arts. 4º e 5º, também dispõe

sobre responsabilidades de análise e deliberação do Projeto Executivo, bem como sobre o

acompanhamento da sua execução física:

“Art. 4º Fica atribuída à Agência Nacional de Transportes Aquaviários - Antaq a competência para:

I - analisar e deliberar sobre os Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental - Evtea;

II - aferir a adimplência financeira da arrendatária perante a Agência; e

III - analisar e deliberar sobre o Projeto Executivo.

Art. 5º Fica atribuído à Autoridade Portuária do porto organizado a competência para:

I - aferir o cumprimento das obrigações contratuais vigentes;

II - acompanhar a execução física do Projeto Executivo; e

III - subsidiar com análises, documentos e informações a SEP/PR e a Antaq.”

9. Registra-se ainda que a Portaria nº 499/2015-SEP/PR, em seus arts. 10 e 11, também

dispõe no mesmo sentido.

10. A importância do Manual também é evidenciada pelo disposto no Acórdão nº 2.200/2015

– TCU – Plenário, em seu subitem 9.2:

9.2. determinar à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) que:

9.2.1. em relação aos pedidos de prorrogação antecipada apresentados após 60 dias da ciência da

presente deliberação, somente aprove os EVTEA que obedeçam a sistemática estabelecida em

regulamento específico a ser desenvolvido pela agência, no qual estejam registradas as

metodologias para análise dos estudos, incluindo a definição de critérios baseados em relevância,

risco e materialidade para balizar a avaliação, a circularização das informações apresentadas pela

arrendatária, a aferição de custos e da eficiência (presente e futura) dos terminais e o exame

detalhado das premissas que embasaram a elaboração dos respectivos EVTEA;

9.2.2. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal plano de ação contemplando cronograma,

atividades detalhadas e responsáveis, para a elaboração de manual de contabilidade próprio para o

setor portuário, contendo plano de contas, com vistas a disciplinar e uniformizar os critérios para o

registro contábil das operações dos arrendamentos portuários;

9.2.3. em relação aos pedidos de prorrogação antecipada apresentados após a ciência da presente

deliberação, somente aprove os projetos executivos que obedeçam a sistemática estabelecida em

regulamento específico a ser desenvolvido pela agência, no qual estejam registrados:

9.2.3.1. os elementos que deverão constar do projeto executivo previsto no art. 19 da Portaria-

SEP/PR 349/2014;

9.2.3.2. metodologia para análise dos projetos executivos;

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9.2.3.3. metodologia e padrões de acompanhamento da execução das obras previstas nos

processos de prorrogação antecipada;

11. Sendo assim, deve ser definido como Projeto Executivo o conjunto dos seguintes

elementos: desenhos, orçamentos, cronograma físico-financeiro, especificações e memorial

técnico que retrate o que se pretende tornar realidade no empreendimento, exigindo-se para tal

um nível de detalhamento que propicie uma boa implementação dos investimentos e uma

adequada fiscalização por parte da Antaq e da Autoridade Portuária.

IV - METODOLOGIA

DA APRESENTAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO

12. Durante o desenvolvimento do Projeto Executivo por parte da arrendatária, é

fundamental que haja o envolvimento da Administração do Porto, com troca de informações e

discussões sobre o desenvolvimento da implantação dos novos investimentos, suas

interferências com a operação portuária e a interferência com outros arrendatários e usuários do

porto.

13. O Projeto Executivo deverá conter o conjunto dos elementos necessários e suficientes à

execução completa da obra.

14. O Projeto Executivo deverá guardar aderência com o plano de investimentos aprovado

pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil - MTPA e também com o Estudo de

Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental que instruiu o equilíbrio econômico financeiro do

aditivo contratual.

15. Assim, o Projeto Executivo a ser apresentado ao Ministério dos Transportes, Portos e

Aviação Civil - MTPA, que o encaminhará para a análise da ANTAQ, deverá conter todos os

elementos do empreendimento, representando com clareza os investimentos a serem

implementados.

16. O Projeto Executivo deverá ser apresentado em meio digital, em arquivos “.pdf” (com

OCR), em que seja possível reconhecer o texto. Os orçamentos e memórias de cálculo deverão

ser apresentados, complementarmente, também em arquivos “.xls”, em que as fórmulas estejam

ativas.

17. O Projeto Executivo deverá apresentar conteúdos suficientes e precisos, tais como os

descritos nos subitens abaixo, representados por elementos técnicos de acordo com a natureza,

porte e complexidade da obra de engenharia, instalação ou equipamento:

17.1. Desenho - Representação gráfica do objeto a ser executado, elaborada de modo

a permitir sua visualização em escala adequada, demonstrando formas, dimensões,

funcionamento e especificações, perfeitamente definida em plantas, cortes, elevações,

esquemas e detalhes, obedecendo às normas técnicas pertinentes.

As pranchas de desenho e demais peças deverão possuir identificação

contendo:

o Denominação e local do empreendimento;

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o Identificação do Arrendatário;

o Tipo de projeto;

o Data;

o Nome do responsável técnico, número de registro no CREA e sua

assinatura.

17.2. Memorial Descritivo - Descrição detalhada do objeto projetado, na forma de

texto, onde são apresentadas as soluções técnicas adotadas, bem como suas justificativas,

necessárias ao pleno entendimento do projeto, complementando as informações contidas nos

desenhos referenciados no subitem anterior.

17.3. Especificação Técnica - Texto no qual se fixam todas as regras e condições que

se deve seguir para a execução da obra, serviço de engenharia, instalação técnica ou

equipamento, caracterizando individualmente os materiais, equipamentos, elementos

componentes, sistemas construtivos a serem aplicados e o modo como serão executados cada

um dos serviços apontando, também, os critérios para a sua medição.

17.4. Cronograma físico-financeiro - Representação gráfica do desenvolvimento dos

serviços a serem executados ao longo do tempo de duração da obra, demonstrando, em cada

período, o percentual físico a ser executado e o respectivo valor financeiro despendido.

17.5. Orçamento - Avaliação do custo total da obra, serviço de engenharia, instalação

técnica ou equipamento, tendo como base preços dos insumos praticados no mercado ou valores

de referência e levantamentos de quantidades de materiais e serviços obtidos a partir do

conteúdo dos elementos descritos nos três subitens anteriores, sendo inadmissíveis

apropriações genéricas ou imprecisas, bem como a inclusão de materiais e serviços sem

previsão de quantidades.

17.5.1. Composição de Custo Unitário de Serviço - Cada Composição de Custo Unitário

define o valor financeiro a ser despendido na execução do respectivo serviço e é elaborada com

base em coeficientes de produtividade, de consumo e aproveitamento de insumos e seus preços

coletados no mercado, devendo conter, no mínimo:

• Discriminação de cada insumo ou serviço, unidade de medida, sua

produtividade/consumo na realização do serviço, preço unitário e custo parcial;

• Custo unitário total do serviço, representado pela soma dos produtos

obtidos pela multiplicação de cada insumo por sua quantidade ou produtividade; e

• Fontes de consulta, no caso de utilização de composições de custos de

entidades especializadas, as quais devem ser explicitadas.

17.5.2. Planilha de Custos e Serviços - A Planilha de Custos e Serviços, cujo conjunto

constitui o Orçamento, deve conter, no mínimo:

• Discriminação de cada serviço, unidade de medida, quantidade, custo

unitário e custo parcial;

• Custo total orçado, representado pela soma dos custos parciais de cada

serviço e/ou material;

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17.5.3. Para o caso de se utilizarem Composições de Custos de entidades

especializadas, a fonte de consulta deverá ser explicitada.

DA ORGANIZAÇÃO DA APRESENTAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO

18. Os desenhos deverão representar todos os itens de investimentos, tanto as obras civis

contemplando todas as suas etapas, como planta de situação e locação, desenhos de

arquitetura, terraplenagem, fundações, estrutura das edificações, cobertura, pavimentação

interna e pátios externos, as obras de infraestrutura dragagem, cais, pontes e píeres, reforços

estruturais em elementos de infraestrutura e de superestrutura.

19. Os desenhos deverão representar os elementos novos e sua integração com aqueles já

existentes, diferenciando-os por meio de cores.

20. Deverão ser apresentados desenhos para cada equipamento a ser adquirido, com suas

obras de sustentação como pilares, bases e fundações.

21. Se, por qualquer razão, o Projeto Executivo contiver algum item em desconformidade

em relação ao Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental, deverá a Arrendatária

consignar de forma expressa essa alteração no ato de protocolo de entrega do projeto. Conforme

o caso, eventuais alterações poderão acarretar na necessidade de nova manifestação por parte

do Poder Concedente.

22. Nos fluxos de caixa que fundamentaram o equilíbrio dos contratos, existe a previsão de

investimentos em manutenção, muitas vezes estimados com base em indicadores e/ou valores

médios observados nos terminais. Para esses casos, dadas as características, estará, em regra,

dispensada a apresentação de Projeto Executivo, a não ser que a ANTAQ entenda de forma

contrária no caso concreto, hipótese em que será concedido prazo razoável à Arrendatária para

apresentação desse projeto.

DO DETALHAMENTO DO ORÇAMENTO

23. O orçamento deverá atender às seguintes especificações:

23.1. O orçamento deverá abranger todos os serviços e equipamentos que comporão

o valor total dos investimentos, abrangendo as obras de engenharia, instalações e

equipamentos, discriminando, para cada serviço, o respectivo preço unitário, a sua quantidade e

o preço total.

23.1.1. Os orçamentos dos elementos de sustentação dos equipamentos como pilares,

bases e fundações deverão ser apresentados como subitem do equipamento, porém de forma

segregada.

23.1.2. O mesmo deverá ser feito com os itens de obras civis, onde cada edificação será

tratada como um item de investimento, com o seu orçamento segregando suas etapas como a

sua terraplenagem, fundações, estrutura da edificação, cobertura, pavimentação interna,

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paredes de vedação, instalações elétricas, hidrossanitárias e especiais, sempre de forma

segregada.

23.2. Os valores apresentados terão como referência a data do protocolo de

apresentação do Projeto Executivo, exceto quando expressamente demonstrado e confirmado

que estão, em sua integralidade, referenciados em outra data-base.

23.3. Na especificação dos custos serão considerados preços e códigos de sistemas

referenciais de custos oficiais e preços de referência empregados pelo Governo Federal em

projetos de natureza assemelhada já avaliados por órgãos de controle.

23.4. No caso de impossibilidade de obtenção de custos referenciais nos sistemas

oficiais, ou de não ser possível ajustar os custos referenciais às peculiaridades dos investimentos

pretendidos, o orçamento deve se basear em pesquisa de mercado, contendo o mínimo de três

cotações de empresas/fornecedores distintos. Deve constar do respectivo processo a

documentação comprobatória pertinente aos levantamentos e estudos que fundamentaram o

preço estimado, devendo ser devidamente justificadas as situações em que não for possível

atingir o número mínimo de cotações.

23.5. Em complemento, deverá haver justificativas técnicas para as composições

adotadas, com elementos suficientes que permitam o controle da motivação dos atos que

fundamentaram os valores adotados (por exemplo, memória de cálculo dos coeficientes de

utilização de insumos), bem como a identificação dos responsáveis pela elaboração e aprovação

de cada orçamento.

23.6. A composição de custo unitário define o valor financeiro a ser despendido na

execução de cada serviço, sendo elaborada com base em coeficientes de produtividade, de

consumo ou de aproveitamento de insumos, e preços unitários coletados no mercado ou em

sistemas referenciais de preços.

23.7. As composições de Custos Unitário embasarão as Planilhas de Custos e

Serviços, cujo conjunto formará o Orçamento Analítico.

23.8. O orçamento analítico deverá conter, no mínimo:

23.8.1. discriminação de cada serviço, unidade de medida, quantidade, custo unitário e

custo parcial, vedado o uso de verbas ou outra unidade genérica de medida;

23.8.2. custo total orçado, representado pela soma dos custos parciais de cada

serviço/material; e

23.9. Tendo como base o orçamento analítico, deverá ser elaborado um orçamento

sintético, agregando itens, cujo conjunto possa ser representado através de um macroitem de

maior significância. Dessa maneira, espera-se que o orçamento sintético seja uma representação

sucinta do orçamento.

23.9.1. Por conseguinte, o orçamento sintético deverá apresentar individualização para

cada item de investimento pretendido, atendendo ao ANEXO A, com clara descrição do item

individualizado.

23.9.2. A estrutura do orçamento sintético instruirá a estrutura do cronograma físico-

financeiro (Anexos A e B).

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24. Deverá constar do Projeto Executivo, inclusive de suas eventuais alterações, a ART

pelas planilhas orçamentárias, o que constitui, de fato, uma declaração do orçamentista de que

o orçamento é compatível com o projeto e com os custos do sistema de referência.

DA APRESENTAÇÃO DO CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO

25. O cronograma físico-financeiro de implantação dos investimentos deverá manter

alinhamento com o fluxo de caixa que instruiu o EVTEA aprovado e que culminou na celebração

do termo aditivo ao contrato de arrendamento.

26. O cronograma físico-financeiro deverá ter a mesma estrutura dos itens do orçamento

sintético.

27. O cronograma físico-financeiro será distribuído em meses, devendo expressar o

percentual de execução previsto para cada item do orçamento no mês.

28. No caso de haver longos hiatos entre campanhas de novos investimentos, deverá ser

evidenciado o cronograma para cada campanha de investimentos.

DA ANÁLISE DO PROJETO EXECUTIVO

29. Como a Lei nº 12.815/2013, em seu art. 17, § 1º, inciso V, reserva à Administração do

Porto a competência para fiscalizar ou executar as obras de construção, reforma, ampliação,

melhoramento e conservação das instalações portuárias, a ANTAQ submeterá à Administração

do Porto uma cópia do Projeto Executivo recebido do MTPA, composto de desenhos, orçamentos

e suas composições de preços, cronograma e memorial técnico.

30. Uma vez encaminhada cópia do Projeto Executivo à Administração do Porto, essa se

manifestará quanto a interferências que possam prejudicar a fruição da operação portuária,

inclusive quanto a movimentações de pessoas e mercadorias dentro do porto, levando em conta

também os aspectos de segurança de pessoas e cargas além da proteção ao meio ambiente.

31. Esse procedimento visa harmonizar a implantação dos investimentos com os interesses

de outros arrendatários e com a atividade portuária como um todo, assegurando o alinhamento

do Projeto Executivo com o regulamento de exploração do porto e mitigando interferências

indesejáveis para os operadores portuários.

32. De posse do projeto Executivo a Administração do Porto deverá emitir manifestação

formal em até 30 (trinta) dias, encaminhando-a à ANTAQ.

33. A manifestação da Administração do Porto tem caráter de subsidio à instrução pela

ANTAQ, não sendo impositiva sobre a deliberação da Agência.

34. Dessa forma, a ANTAQ, de posse dos instrumentos que compõem o Projeto Executivo,

ou seja, os desenhos, os orçamentos, o cronograma, o memorial técnico, e a especificação

técnica, procederá a análise conforme o seguinte roteiro, não significando que haja imposição

na sua ordem:

34.1. Da análise da conformidade qualitativa do projeto

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34.1.1. Verificar a aderência dos investimentos apresentados em relação ao projeto que

instruiu a análise do EVTEA e que subsidiaram a celebração do termo aditivo de prorrogação

antecipada ou de reequilíbrio contratual. No caso, será considerado aderente aquele projeto

cujas obras e equipamentos elencados evidenciem as mesmas características técnicas e de

desempenho que constam no EVTEA aprovado.

34.1.2. Verificar se consta a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) nos projetos

executivos encaminhados, atestando também a responsabilidade pelo orçamento apresentado.

34.1.3. Observar se foram apresentados desenhos que representem fielmente o projeto

a ser executado, de modo a permitir sua visualização em escala adequada, demonstrando

formas, dimensões, funcionamento e especificações, perfeitamente definida em plantas, cortes,

elevações, esquemas e detalhes, obedecendo às normas técnicas pertinentes.

34.1.4. Verificar se consta Memorial Descritivo, com descrição detalhada do objeto

projetado, na forma de texto, contemplando as soluções técnicas adotadas, bem como as

justificativas, necessárias ao pleno entendimento do projeto, complementando as informações

contidas nos desenhos.

34.1.5. Verificar se foram apresentadas as Especificações Técnicas dos itens de

investimentos, com as regras e condições a serem seguidas para a execução da obra, serviço

de engenharia, instalação técnica ou equipamento.

34.1.6. Verificar se constam os Orçamentos Sintético e Analítico, e se os mesmos

contemplam todos os investimentos previstos.

34.2. Da análise da conformidade orçamentária

34.2.1. Verificar se o valor total dos investimentos iguala ou supera o que estava

previsto no EVTEA.

34.3. Da análise do cronograma físico-financeiro

34.3.1. Verificar se consta o cronograma de implantação dos investimentos e se está

aderente ao EVTEA e ao termo aditivo celebrado.

34.3.1.1. Não há necessidade de que os valores previstos no cronograma físico-financeiro

sejam exatamente os mesmos que haviam sido previstos no EVTEA, considerando que nessa

fase a arrendatária está em fase mais avançada de maturidade no projeto.

34.3.1.2. Considerando o prazo de tramitação dos autos entre a aprovação do EVTEA e

a efetiva celebração do termo aditivo, bem como o prazo de doze meses a partir dessa data

para apresentação do projeto, poderá acontecer de o cronograma físico-financeiro apresentado

pela empresa estar atrasado em relação ao EVTEA. Nesses casos, deverá a Agência ater-se

ao prazo de implantação das obras, sem prejuízo de avaliação posterior à conclusão quanto à

necessidade de revisão da matriz econômico-financeira da avença.

35. Concluída a análise do Projeto Executivo, notadamente em relação aos aspectos

mencionados no item anterior, a ANTAQ se manifestará pela sua aprovação ou não e dará

ciência à arrendatária e à autoridade portuária.

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36. Considerar-se-á aprovado o projeto executivo que tenha sido elaborado em

conformidade com o EVTEA previamente aprovado, tendo em vista exclusivamente os aspectos

observados nos termos do item 34 deste Manual.

37. A análise da conformidade e aprovação do projeto executivo deverá ser concluída pela

ANTAQ no prazo de até 90 (noventa) dias, contados da data do seu recebimento na Agência,

ressalvando-se, contudo, que esse prazo pressupõe que o projeto tenha sido apresentado nos

moldes solicitados neste Manual. Esse prazo também poderá ser prorrogado desde que

devidamente justificado.

38. Caso a Antaq não conclua a análise do projeto executivo no prazo estipulado no item

anterior, e desde que o atraso não esteja relacionado a pendências por parte da Arrendatária ou

Autoridade Portuária, poderá a Autoridade Portuária autorizar o início da execução das obras,

sem prejuízo da atuação da fiscalização da Agência, valendo-se, para tanto, do projeto executivo

apresentado, dada a presunção de boa-fé da Arrendatária na apresentação de um projeto

executivo aderente ao pactuado em contrato. Nesse caso, a Arrendatária assumirá a

responsabilidade pela implementação de investimentos em desconformidade com o EVTEA

aprovado e contrato celebrado, conforme previsto no §4º do art. 20 da Portaria nº 349/2014-

SEP/PR:

“Art. 20. A SEP/PR encaminhará o Projeto Executivo à Antaq, para análise e deliberação quanto à

conformidade com o Plano de Investimentos aprovado e o Evtea, ouvida a Autoridade Portuária.

(...)

§ 4º A análise e deliberação da Antaq sobre o Projeto Executivo não exclui a

responsabilidade exclusiva da arrendatária pela adequação e qualidade dos investimentos

realizados, assim como pelo cumprimento das obrigações contratuais, regulamentares e

legais.”

39. Após deliberação da ANTAQ, todos os elementos que compõem o Projeto Executivo

(desenhos, orçamentos e cronograma físico-financeiro e memorial técnico) deverão ser

encaminhados para a Unidade Regional da ANTAQ - URE e para a Administração do Porto

correspondentes, visando municiá-las à adequada fiscalização, acompanhamento e controle da

implantação dos investimentos pactuados.

40. Deverão ser identificados com clareza, de modo a permitir uma adequada fiscalização

da execução dos investimentos, os seguintes documentos:

a) EVTEA aprovado pela ANTAQ, identificando a seção onde poderão ser

verificados os investimentos previstos, em qual data-base estão referenciados e

a necessidade, ou não, de atualização para fins de fiscalização;

b) Desenhos dos principais elementos dos investimentos a serem executados,

contendo identificação clara da capacidade e outras especificações necessárias;

c) Orçamento sintético identificando o valor de cada elemento a ser executado; e

d) Cronograma físico-financeiro demonstrando as fases e prazos de execução dos

itens que compõem o projeto executivo.

41. Após a aprovação do projeto, a ANTAQ deverá, em conjunto com a Autoridade Portuária,

observadas as respectivas competências legais, fiscalizar e acompanhar sua execução,

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apresentando, ao final, relatórios que subsidiarão, juntamente com um relatório final consolidado,

a validação por parte da Agência, no desígnio de atestar que foram cumpridas as obrigações

contratuais contraídas quando da celebração do termo aditivo, conforme Capítulo VI deste

Manual.

42. Uma vez concluída a implantação dos investimentos, ou uma de suas campanhas,

deverá a Arrendatária apresentar um Relatório Final de Execução dos Investimentos (“As Built”),

conforme regulamentado no Capítulo VI deste Manual.

43. Caso o aporte dos investimentos esteja previsto para acontecer em etapas, caberá à

ANTAQ, quando da aprovação, indicar quando deverá ser apresentado os relatórios parciais

finais.

V - PROJETO EXECUTIVO PARCIAL

44. As obras ou outros itens de investimento poderão ter início antes dos 12 meses

estipulados para apresentação do Projeto Executivo ao Poder Concedente, necessitando para

tal que a arrendatária apresente à ANTAQ um Projeto Executivo parcial referente aos itens de

investimentos que se deseja iniciar primeiramente.

45. Em caso de comprovada necessidade, poderá a arrendatária requerer à Antaq

autorização para instalação de equipamentos de pequeno porte dentro da área arrendada, desde

que não causem impactos na operacionalidade do porto, antes da efetiva apresentação e

aprovação do Projeto Executivo. Nesse caso, fica dispensado o rito previsto para Projetos

Executivos parciais, bastando a comunicação da Agência quanto à não objeção à instalação do

equipamento. Esse aporte será considerado para fins de acompanhamento e fiscalização da

execução dos investimentos pactuados em contrato.

46. O Projeto Executivo parcial deverá ser elaborado e apresentado conforme disposto neste

manual em todos os seus itens, sendo que o seu caráter parcial diz respeito apenas à quantidade

de itens de investimentos objeto do mesmo e não na completude dos documentos técnicos, que

devem atender ao disposto nos itens 12 a 28 deste manual.

47. A ANTAQ submeterá à Administração do Porto uma cópia do Projeto Executivo parcial

recebido do MTPA, composto de desenhos, orçamentos e suas composições de preços,

cronograma e memorial técnico.

48. Esse procedimento visa harmonizar a implantação dos investimentos com os interesses

de outros arrendatários e com a atividade portuária como um todo, garantindo o alinhamento do

Projeto Executivo com o regulamento de exploração do porto e mitigando interferências

indesejáveis para os operadores portuários.

49. De posse do projeto Executivo, a Administração do Porto deverá emitir manifestação

formal em até 30 (trinta) dias, encaminhando-a à ANTAQ.

50. A Administração do Porto se manifestará quanto a interferências que possam prejudicar

a fruição da operação portuária, inclusive a movimentação de pessoas e mercadorias dentro do

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porto, levando em conta também os aspectos de segurança de pessoas e cargas além da

proteção ao meio ambiente.

51. No caso de a manifestação da Administração do Porto apresentar objeções à

implantação pleiteada, a ANTAQ arguirá a arrendatária e a Administração do Porto buscando

dirimir as questões.

52. A manifestação da Administração do Porto tem caráter de subsídio à instrução pela

ANTAQ, não sendo impositiva sobre a deliberação da Agência.

53. Conhecida a manifestação da Administração do Porto, a ANTAQ analisará esse Projeto

Executivo parcial quanto à conformidade com o plano de investimentos aprovado e com o

EVTEA.

54. Caso seja encontrada inconformidade com o plano de investimentos aprovado ou com o

EVTEA, a ANTAQ promoverá tratativas com a arrendatária com o objetivo de dirimir as questões.

55. Após entender pela conformidade do Projeto Executivo parcial, a ANTAQ encaminhará

à Administração do Porto cópia desse Projeto Executivo parcial para, conforme a conveniência

e oportunidade, autorizar o início da implantação daqueles investimentos.

56. Esse Projeto Executivo parcial, composto de desenhos, orçamentos, cronograma e o

memorial técnico, deverá ser parte daquele que será encaminhado ao Poder Concedente no

prazo de até doze meses contados da data da assinatura do Termo Aditivo, conforme exigido

nos instrumentos normativos e contratuais.

57. A apresentação desse Projeto Executivo parcial não altera a obrigação da arrendatária

de apresentar ao Poder Concedente o Projeto Executivo referente ao Plano de Investimentos

aprovado em até doze meses após a celebração do termo de aditamento contratual, estabelecida

no art. 19 da Portaria nº 349/2014-SEP/PR.

58. Após aprovado pela ANTAQ, o Projeto Executivo parcial incluindo todos os elementos

que compõem o Projeto Executivo (desenhos, orçamentos, cronograma físico-financeiro e

memorial técnico) terá uma cópia encaminhada para a Unidade Regional da ANTAQ - URE e

outra para a Administração do Porto visando municiá-las para a boa fiscalização,

acompanhamento e controle da implantação dos investimentos pactuados.

59. A aprovação desse Projeto Executivo parcial dar-se-á nos moldes previstos nos itens 34

a 43 deste Manual.

V - INÍCIO E ACOMPANHAMENTO/FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DOS

INVESTIMENTOS

DIRETRIZES GERAIS

60. Uma vez aprovado o Projeto Executivo, deverá a Autoridade Portuária autorizar o início

da implantação dos investimentos.

61. Tendo em vista a competência atribuída no art. 16, inciso III, da Lei nº 12.815/2013, cabe

à ANTAQ fiscalizar a execução dos investimentos previstos nos contratos de arrendamentos de

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instalações portuárias em portos organizados, cujas cláusulas relativas a tais investimentos são

obrigatórias em conformidade com o disposto no art. 5º inciso V do mesmo diploma legal.

62. De forma concorrente com a ANTAQ e de acordo com o art. 17, inciso XI, da nova Lei

dos Portos, bem como o disposto no art. 5º da Portaria nº 349/2014-SEP/PR, que trata da

prorrogação antecipada dos contratos de arrendamento, compete à Autoridade Portuária, aferir

o cumprimento das obrigações contratuais da arrendatária e acompanhar a execução física dos

investimentos, reportando à ANTAQ a constatação de eventuais alterações ou irregularidades.

63. No âmbito da ANTAQ, a Superintendência de Fiscalização e Coordenação das Unidades

Regionais - SFC, através das suas Unidades Regionais, é o setor responsável pela fiscalização

e acompanhamento da execução dos investimentos. O foco principal da fiscalização na

realização desses investimentos pela arrendatária deverá ser: o objeto a ser executado, o prazo

para execução e os valores dos investimentos.

64. A prorrogação antecipada do contrato de arrendamento será formalizada por meio de

Termo Aditivo aprovado pelo MTPA, conforme os artigos 16 a 18 da Portaria nº 349/2014-

SEP/PR, devendo a fiscalização dar especial atenção às cláusulas onde constam o objeto do

contrato, as obrigações da arrendatária e o prazo de execução das obras e os valores dos

investimentos.

65. O Projeto Executivo referente ao Plano de Investimentos será o principal instrumento

que deverá nortear os trabalhos de fiscalização, consubstanciado na aprovação do Termo Aditivo

acompanhado da planilha orçamentária com os investimentos propostos, bem como a descrição

dos serviços ou itens de fornecimento contemplados nas verbas destinadas ao programa de

manutenção, melhoria, atualização e renovação de ativos depreciados.

66. A verificação da realização dos investimentos deverá ser feita por meio do Relatório de

Acompanhamento, que será preenchido pela arrendatária, conforme modelo apresentado no

Anexo C deste Manual e que deverá ser assinado tanto pelo responsável técnico da obra com o

recolhimento da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART ou Registro de Responsabilidade

Técnica - RRT, quanto pelo contador responsável.

67. Esse relatório deverá ser inicialmente dirigido à Autoridade Portuária, a quem caberá

validá-lo e, caso entenda necessário, complementar as informações prestadas.

68. O Relatório de Acompanhamento deverá contemplar a execução individualizada de cada

investimento previsto no Termo Aditivo ao Contrato e no Projeto Executivo, levando-se em conta

o prazo programado para sua execução e os valores despendidos pela arrendatária. Caso sejam

necessários esclarecimentos adicionais, a ANTAQ poderá, a seu critério, solicitar documentos

complementares que atestem a execução parcial ou total do objeto.

69. O Relatório de Acompanhamento deverá ser enviado pela arrendatária, semestralmente,

durante o período de execução de cada obra/investimento programado, ou quando for solicitado

por esta Agência. Após a realização da fiscalização, será elaborado relatório específico pela

equipe de fiscalização onde será atestada a regularidade ou a presença de irregularidades dos

investimentos realizados, associada com a fiscalização in loco.

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70. Em sendo constatada distorção relevante quanto aos recursos efetivamente

desembolsados em face do que consta no Projeto Executivo, a arrendatária deverá ser instada

a apresentar esclarecimentos a respeito. Ao final, será avaliada a execução dos investimentos

e, verificando-se a necessidade de apreciação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, o

Poder Concedente deverá ser comunicado.

71. Não haverá necessidade de verificar a metodologia de construção adotada pela

contratada. Em relação às especificações do objeto do investimento, estes deverão ser

compatíveis com o projeto aprovado pelo Poder Concedente e o Projeto Executivo. Quanto aos

equipamentos, as respectivas capacidades (disponíveis em manuais técnicos, declaração do

fabricante, etc.) devem estar consignadas em relatório técnico e comparadas com o objeto

constante do Termo Aditivo aprovado e no Projeto Executivo. No caso de projetos de

investimentos que contemplem obra de infraestrutura executada em campanhas distintas, após

a conclusão de cada campanha, a arrendatária deverá apresentar o respectivo “As Built”,

compreendendo o Relatório Final da etapa, as plantas e o ART/RRT da obra.

72. No que tange ao tratamento contábil dos investimentos, por ocasião da elaboração do

Balanço Patrimonial, a arrendatária deverá promover o lançamento dos valores dos

investimentos decorrentes da prorrogação antecipada dos contratos em conta específica

integrante do subgrupo Ativo Imobilizado, de forma individualizada, para cada obra, instalação

ou equipamento portuário. Assim, a contabilização deverá ser efetuada de forma segregada em

relação aos demais itens do Ativo Imobilizado já existentes, obedecendo ao cronograma físico-

financeiro dos investimentos apresentados pela arrendatária no Relatório de Acompanhamento.

73. O arrendatário deverá lançar apenas os valores efetivamente dispendidos na execução

da obra, devendo tais importâncias serem compatíveis com os valores informados no

cronograma físico-financeiro constante do Relatório de Acompanhamento. Os equipamentos e

instalações portuárias, como RTGs, RMGs, Shiploaders, correias transportadoras, sistema de

dutos, etc., deverão ser contabilizados pelo seu custo total, ou seja, de aquisição ou construção,

acrescido dos custos necessários para transporte, comissionamento, dentre outros, necessários

à colocação do ativo em condições de funcionamento, deduzidos das respectivas depreciações

acumuladas, conforme regramento do Conselho Federal de Contabilidade insculpido nas NBC

TSP 17 – Ativo Imobilizado ou outra norma contábil que vier a substituí-la.

74. Após o final de cada exercício financeiro em que houver a execução de investimentos, a

arrendatária deve apresentar o correspondente Relatório de Auditoria Independente das

Demonstrações Contábeis, de forma que se possa consultar no Balanço Patrimonial o saldo

acumulado das contas contábeis, onde estão individualmente contabilizados os investimentos

obrigatórios realizados no ano anterior, confrontando-os com os valores constantes dos

cronogramas físico-financeiros apresentados nos Relatórios de Acompanhamento.

75. Caso a arrendatária possua algum projeto de investimento contemplado pelo Regime

Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura – REIDI, esse deve ser alvo de

fiscalização específica, durante o período de fruição do Regime, conforme os termos da Lei nº

11.488/2007 e Portaria nº 512-MTPAC, de 27 de setembro de 2018. Os detalhes dos

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procedimentos fiscalizatórios a serem observados pelos fiscais da Agência serão

regulamentados em ordem de serviço específica, que tomará como base as diretrizes deste

Manual.

INVESTIMENTOS DENTRO DA ÁREA ARRENDADA

76. Os valores das obras de construção e ampliação relativas a cada item objeto dos

investimentos decorrentes da prorrogação antecipada dos contratos de arrendamento deverão

ser lançados em conta específica pertencente à rubrica contábil “Obras em andamento”,

integrante do subgrupo relacionado ao tipo/uso da Infraestrutura (Infraestrutura

Aquaviária/Marítima, de Acostagem, Terrestre, de Armazenagem e Equipamentos Portuários),

no Ativo Imobilizado.

77. No caso de investimentos relacionados à manutenção/reforma de ativos imobilizados já

existentes na área arrendada, os gastos dispendidos serão reconhecidos no Resultado do

Exercício em rubrica contábil específica integrante da subconta “Obras em Andamento”,

abrangida pela conta contábil “Outras despesas operacionais”, uma vez que se tratam de

despesas de custeio/correntes, que não agregam valor ao ativo imobilizado.

INVESTIMENTOS FORA DA ÁREA ARRENDADA

78. O Poder Concedente poderá autorizar investimentos, fora da área arrendada, na

infraestrutura comum do porto organizado, desde que haja anuência da autoridade portuária,

conforme prevê o caput do art. 42-A do Decreto nº 8.033/2013. Os investimentos fora da área

arrendada se limitarão apenas aos ativos de infraestrutura públicos de uso comum do porto e

ensejarão recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de arrendamento. Estes

investimentos não darão direito ao uso preferencial ou exclusivo da infraestrutura pelo

arrendatário, tendo em vista se tratarem de bens públicos, cujo uso deve ser indiscriminado e

isonômico a todos os usuários do porto (generalidade).

79. Os ativos de infraestrutura compreendem os bens imóveis de domínio público que fazem

parte de um sistema ou de uma rede, sendo especializados por natureza, como redes

rodoviárias, sistemas de tratamento de esgoto, sistemas de abastecimento de água e de energia,

rede de comunicação, pontes, viadutos, calçadas, estradas, dentre outros. Os ativos de

infraestrutura se encaixam na definição de ativos imobilizados e devem ser contabilizados

conforme as NBC TSP 17 ou outra norma contábil que vier a substituí-la, e serem reconhecidos

nas demonstrações contábeis da arrendatária, ainda que tais bens sejam de natureza pública,

pois estarão transitoriamente sob controle e responsabilidade (posse) do arrendatário, enquanto

as obras não estiverem finalizadas e entregues. Subsidiariamente, a empresa arrendatária

poderá utilizar, naquilo que couber somente aos bens de infraestrutura, as normas contábeis

contidas na Macrofunção SIAFI nº 020334 – Bens de Infraestrutura e do Patrimônio Cultural, já

que se trata de contabilização de bem público de uso comum.

80. Os investimentos fora da área arrendada podem ter 2 (duas) finalidades distintas:

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a) Construção ou Ampliação de bens de infraestrutura (geração ou ampliação de

item do ativo imobilizado); e

b) Manutenção/Reforma de ativos de infraestrutura já existentes.

81. Para cada uma dessas finalidades, o tratamento contábil é distinto e no primeiro caso, a

construção de um bem de infraestrutura gera um novo item do ativo imobilizado, enquanto que

os custos de ampliação (ex.: duplicação de pista) aumentam o valor contábil do bem de

infraestrutura já existente. Já os valores dispendidos nos serviços de manutenção e reforma são

tratados como despesas do exercício, não agregando valor ao correspondente item do Ativo

Imobilizado.

82. Alguns itens componentes dos bens de infraestrutura podem requerer substituição em

intervalos regulares ou não recorrentes. Por exemplo: uma estrada pode necessitar de

recapeamento após poucos anos de uso ou de substituição de postes de iluminação por outros

mais modernos. Os custos de substituição desses itens do ativo imobilizado, quando incorridos,

são reconhecidos no valor contábil do respectivo bem de infraestrutura no Ativo Imobilizado.

83. Todos os custos diretamente atribuíveis à geração de um novo ativo de infraestrutura ou

mesmo a sua ampliação/melhoramentos devem ser reconhecidos em rubrica específica

referente a cada item do imobilizado na subconta “Obras em Andamento”, abrangida pela conta

contábil “Infraestrutura Pública”, subgrupo “Bens de Terceiros”, que integra o “Ativo Imobilizado”.

84. No que tange aos investimentos destinados à manutenção e reforma de estruturas já

existentes, a exemplo dos gastos com manutenção e conservação de acessos viários (estradas)

e de sinalização, os desembolsos financeiros incorridos são reconhecidos no Resultado do

Exercício em rubrica contábil específica integrante da subconta “Obras em Andamento –

Infraestrutura Pública”, abrangida pela conta contábil “Outras despesas operacionais”, uma vez

que se tratam de despesas de custeio/correntes, que não agregam valor ao ativo imobilizado.

85. Após o término da execução total do empreendimento ou de suas etapas, o arrendatário

confeccionará o Relatório de Acompanhamento Final e o enviará para a ANTAQ, juntamente

com cópia do respectivo “As Built” para que seja atestada ou não a regularidade da execução

do referido empreendimento. Atestada a conformidade da execução dos investimentos, a

ANTAQ notificará a Autoridade Portuária para que providencie as medidas administrativas junto

ao arrendatário, visando a efetivação do recebimento das obras de infraestrutura realizadas.

86. Após ter certificado a regularidade e a conformidade da execução integral do

empreendimento, a Autoridade Portuária receberá o(s) objeto(s) do(s) investimento(s)

decorrente(s) da prorrogação antecipada do contrato de arrendamento, através do documento

denominado “Termo de Recebimento de Obras”, documento este que deverá ser

confeccionado pela empresa arrendatária e entregue à Autoridade Portuária para fins de

assinatura. Juntamente com o supracitado documento, o arrendatário deverá fornecer a via

original do “As Built” do empreendimento.

87. Somente após a entrega dos Ativos de infraestrutura, e de posse do Termo de

Recebimento assinado pelo Autoridade Portuária, o arrendatário providenciará o lançamento

contábil de baixa patrimonial dos bens de infraestrutura pública no seu Ativo Imobilizado. De

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outro modo, no caso de obras de manutenção ou reforma de ativos de infraestrutura já existentes,

não há registro de baixa de bens, já que houve apenas reconhecimento contábil de despesas na

Demonstração do Resultado do Exercício da empresa arrendatária.

88. Por fim, no que tange ao reconhecimento contábil pela Autoridade Portuária, o

recebimento dos bens de infraestrutura públicos construídos ou ampliados deverão ser

registrados no seu patrimônio, em conformidade com os aspectos contábeis qualitativos e

quantitativos da baixa patrimonial realizada pelo arrendatário. No caso de bens públicos cujo

domínio seja de responsabilidade de outros entes políticos (Estado da Federação ou Município),

a Autoridade Portuária deverá comunicar à entidade responsável pela administração ou controle

do ativo de infraestrutura, a geração desse item do ativo imobilizado e seu correspondente valor

monetário.

VI - ANÁLISE FINAL E ATESTE DO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES

CONTRATUAIS

89. Concluída a implementação dos investimentos previstos no Projeto Executivo, ou uma

das etapas de sua implementação, deverá a ANTAQ, por intermédio da Superintendência de

Fiscalização e Coordenação das Unidades Regionais - SFC, solicitar que a arrendatária

apresente, no prazo de 30 dias, prorrogável desde que de forma fundamentada, o Relatório Final

de Execução dos Investimentos (“As Built”), o qual deverá apresentar a estrutura e o conteúdo

mínimo demonstrados no Anexo E.

90. Esse relatório será inicialmente apreciado e validado pela Autoridade Portuária

competente, responsável pelo acompanhamento e fiscalização da execução das obras. Na

ocasião, deverá a Autoridade Portuária elaborar um parecer técnico referente ao relatório,

indicando os pontos de maior atenção e apresentando eventuais justificativas quanto a aditivos,

atrasos, alterações no projeto, dentre outros assuntos que entender pertinentes.

91. Caberá à Autoridade Portuária também: (i) indicar o montante de investimentos

realizados em bens do arrendamento que deverão ser reconhecidos para fins de avaliação do

cumprimento das obrigações do contrato, excluindo-se aqueles que não estejam relacionados

e/ou não venham a reverter em benefício da atividade portuária; e (ii) realizar análise crítica do

valor despendido, valendo-se de comparação com obras realizadas no porto nos últimos anos.

92. Na sequência, após validação do Relatório Final de Execução dos Investimentos (“As

Built”), a Autoridade Portuária encaminhará a documentação à Unidade Regional competente da

ANTAQ.

93. Após análise e manifestação no âmbito da Superintendência de Fiscalização e

Coordenação das Unidades Regionais - SFC, os autos serão remetidos à Superintendência de

Outorgas - SOG para avaliação, na qual serão observados os aspectos qualitativos das obras

realizadas e equipamentos instalados, bem como os recursos efetivamente despendidos na

execução, cotejando-os com obras similares que possam ser utilizadas como parâmetro de

referência. Na hipótese em que seja identificada distorção relevante com relação ao Projeto

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Executivo, a ANTAQ deverá comunicar o Poder Concedente para que tome as providências

pertinentes, inclusive avaliando se há necessidade de recomposição do equilíbrio econômico-

financeiro do contrato.

94. O Poder Concedente deverá auxiliar a ANTAQ na avaliação do valor orçamentário das

obras de infraestrutura portuária executadas, considerando sua expertise na realização de

licitações para esse tipo de serviço bem como na celebração de Termos de

Cooperação/Convênios e repasse financeiro via aumento da participação da união nas

companhias docas - PUC.

95. O objetivo desta etapa é atestar se os investimentos foram realizados em conformidade

com o projeto executivo, não se tratando, portanto, de reanálise dos aspectos já apreciados nos

termos dos itens 29/43 deste Manual.

VII - DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

96. Nos projetos já apresentados, inclusive aqueles cuja aderência já fora apreciada e

devidamente comunicada até a data de publicação desta revisão do Manual, deverá a

Superintendência de Outorgas, mediante a Gerência de Portos Organizados, ratificar e/ou

complementar a análise, nos termos do item 34 deste Manual, remetendo os autos à Diretoria

para a devida aprovação.

97. No curso da análise que instruirá a aprovação do Projeto Executivo, poderá ser realizada

nova avaliação orçamentária, a nível conceitual, do montante dos investimentos previstos, caso

se identifique alguma pendência suscitada na análise que consubstanciou o EVTEA

correspondente ou caso sobrevenha informação que torne essa apreciação recomendável e

oportuna, portanto a arrendatária tem a garantia que a análise será empreendida ao longo da

execução dos investimentos.

98. A manifestação conclusiva da ANTAQ quanto aos projetos já apresentados deverá ser

realizada no prazo de noventa dias, prorrogáveis uma vez por igual período desde que de forma

justificada, contados a partir da data de publicação desta revisão do Manual, consolidando a

nova metodologia de análise e aprovação de projetos executivos.

99. As arrendatárias cujos projetos já tenham sido considerados como aderentes na data de

publicação desta revisão do Manual deverão dar início à execução dos investimentos, desde que

autorizados pela Autoridade Portuária competente, sem prejuízo do acompanhamento e

fiscalização da ANTAQ. Deverá a ANTAQ comunicar as Autoridades Portuárias e as

Arrendatárias quanto à não objeção ao início e/ou prosseguimento da execução desses

investimentos.

100. Nos casos em que os investimentos previstos já tenham sido concluídos na data da

publicação desta revisão do Manual, a ANTAQ deverá definir um prazo junto à Arrendatária para

elaboração e apresentação do Relatório Final de Execução dos Investimentos (“As Built”),

conforme Anexo E. Nessas situações, poderá a ANTAQ realizar apenas uma avaliação,

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congregando os aspectos atinentes à análise estabelecida no item 34 com a análise do que fora

efetivamente executado, nos termos dos itens 89/96.

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ANEXOS

São anexos deste Manual:

Anexo A - Sugestão de estrutura de orçamento sintético

Anexo B - Cronograma Físico-financeiro

Anexo C - Relatório de Acompanhamento de Projeto de Investimento realizado

pelas Arrendatárias

Anexo D - Registro Fotográfico

Anexo E - Relatório Final de Execução dos Investimentos (“As Built”)

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21

ANEXO E

RELATÓRIO FINAL DE EXECUÇÃO DOS INVESTIMENTOS (“AS BUILT”):

1. DADOS DA ARRENDATÁRIA

Conteúdo mínimo:

- Nome;

- CNPJ;

- Número do Contrato de Arrendamento;

2. RELATÓRIO DOS INVESTIMENTOS

Conteúdo Mínimo:

- Obras realizadas (especificações técnicas; fotografias; data de conclusão)

- Equipamentos instalados (especificações técnicas; fotografias; data de instalação)

- Divergências e/ou alterações em relação ao projeto executivo

- Justificativas para eventuais atrasos, dificuldades, alterações de projeto etc.

3. RECURSOS FINANCEIROS

Conteúdo Mínimo:

- Comparação entre o previsto no EVTEA, no projeto executivo e o efetivamente executado (utilizar

a mesma estrutura apresentada no EVTEA, identificando itens que porventura não tenham

constado no estudo)

- Justificativa para desembolsos superiores e/ou inferiores ao previsto no EVTEA (tolerância de

15%)

Exemplo:

EVTEA Aprovado

Projeto Executivo

Executado Comparação com o EVTEA atualizado

Comparação com o Projeto Executivo

atualizado

Data-base: xx/20xx

Data-base:

xx/20xx

Data de conclusão

Valor (R$)

Atualizar o valor de [1] para

[3]

Diferença (%)

Atualizar o valor de [2]

para [3]

Diferença (%)

[1] [2] [3] [4] [5] [6] =

[4]/[5] [7] [8]=[4]/[7]

1 Armazém 1

2 Tanque A

3 Cais

4 Shiploader

5 Portêiner

6 Etc

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Justificativas quanto às discrepâncias de valores: 1) Armazém 1: 4) Shiploader:

4. COMPARAÇÃO CRONOGRAMA

Conteúdo Mínimo:

- Comparação entre o cronograma físico e financeiro apresentado no EVTEA, no projeto executivo

e o efetivamente executado

- Justificativas para atrasos

Exemplo:

Cronograma físico 2018 2019 2020 2021 2022 (...)

1 Armazém

1

EVTEA aprovado 20% 40% 40%

Projeto Executivo 15% 55% 30%

Executado 50% 50%

2 Tanque A

EVTEA aprovado

Projeto Executivo

Executado

3 Cais

EVTEA aprovado

Projeto Executivo

Executado

4 Etc

EVTEA aprovado

Projeto Executivo

Executado

Cronograma financeiro 2018 2019 2020 2021 2022 (...)

1 Armazém

1

EVTEA aprovado 2.000.000 4.000.000 4.000.000

Projeto Executivo 1.500.000 5.500.000 3.000.000

Executado - 5.000.000 5.000.000

2 Tanque A

EVTEA aprovado

Projeto Executivo

Executado

3 Cais

EVTEA aprovado

Projeto Executivo

Executado

4 Etc

EVTEA aprovado

Projeto Executivo

Executado

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23

5. BENEFÍCIOS FISCAIS

Conteúdo Mínimo:

- Informar adesão a eventuais programas de benefícios econômicos que tenham impactado no

montante dos investimentos

- Informar os descontos obtidos em razão desses benefícios para cada item dos investimentos.

6. ANEXOS DO RELATÓRIO

Conteúdo Mínimo:

- Demonstrações contábeis auditadas dos anos em que foram realizados os investimentos

- Planilha com relação das notas fiscais, evidenciando seu objeto, data, fornecedor e valor