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Guia de Medidas de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 1 -*89 Enquadramento É inquestionável o impacto positivo que as empresas Startup têm na economia nacional, apresentando-se como catalisadores de inovação e como players competitivos nos panoramas nacionais e internacionais. No entanto, a fase de arranque de uma empresa pode ser especialmente difícil quando não se conhecem todos os programas e ferramentas existentes para apoiar estas empresas. Para colmatar esta falha, a Frederico Mendes & Associados compilou um Manual de Apoio às Empresas Startup, que aborda os principais mecanismos de apoio a empresas recentemente criadas. Com este manual pretende-se alertar as empresas Startup e os empreendedores para os vários instrumentos que têm ao seu alcance de forma a assegurar o seu máximo proveito, abordando medidas que vão desde os programas comunitários até aos prémios e concursos com um impacto mais regional. A intenção deste manual é orientar e informar as empresas recentemente constituídas das medidas existentes, quais os casos em que podem ser aplicadas e principais diferenças entre si. A informação será disponibilizada de forma estruturada e sistematizada, de modo a possibilitar uma compreensão natural e intuitiva. A informação constante nesta publicação tem natureza genérica e não tem como objetivo abordar as circunstâncias particulares de nenhuma entidade individual. Encontramo-nos disponíveis para analisar cuidadosamente e fornecer informações e esclarecimentos adicionais sobre casos específicos. Informações Relevantes: IAS – Indexante dos apoios sociais; Valor IAS em 2014 – EUR 419,22 Informações do Guia Versão do Guia 1 Data do Guia Junho de 2014 Manual de Apoio às Empresas Startup Incentivos financeiros, fiscais e parafiscais de apoio às empresas startup

Manual de Apoio às Empresas Startup - fredericomendes.pt · A informação será disponibilizada de forma estruturada e sistematizada, de modo a possibilitar uma compreensão natural

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Guia de Medidas de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 1

-*89

Enquadramento

É inquestionável o impacto positivo que as empresas Startup têm na economia

nacional, apresentando-se como catalisadores de inovação e como players

competitivos nos panoramas nacionais e internacionais.

No entanto, a fase de arranque de uma empresa pode ser especialmente difícil quando

não se conhecem todos os programas e ferramentas existentes para apoiar estas

empresas. Para colmatar esta falha, a Frederico Mendes & Associados compilou um

Manual de Apoio às Empresas Startup, que aborda os principais mecanismos de apoio

a empresas recentemente criadas.

Com este manual pretende-se alertar as empresas Startup e os empreendedores para

os vários instrumentos que têm ao seu alcance de forma a assegurar o seu máximo

proveito, abordando medidas que vão desde os programas comunitários até aos

prémios e concursos com um impacto mais regional.

A intenção deste manual é orientar e informar as empresas recentemente constituídas

das medidas existentes, quais os casos em que podem ser aplicadas e principais

diferenças entre si. A informação será disponibilizada de forma estruturada e

sistematizada, de modo a possibilitar uma compreensão natural e intuitiva.

A informação constante nesta publicação tem natureza genérica e não tem como

objetivo abordar as circunstâncias particulares de nenhuma entidade individual.

Encontramo-nos disponíveis para analisar cuidadosamente e fornecer informações e

esclarecimentos adicionais sobre casos específicos.

Informações Relevantes:

IAS – Indexante dos apoios sociais; Valor IAS em 2014 – EUR 419,22

Informações do Guia

Versão do Guia 1

Data do Guia Junho de 2014

Manual de Apoio às Empresas Startup

Incentivos financeiros, fiscais e parafiscais de apoio às empresas startup

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 2

Parte I – Incentivos Financeiros Nacionais

Os incentivos financeiros ao investimento das empresas são apoios públicos sob a forma de

subsídio a fundo perdido ou de subsídio reembolsável. Estes sistemas ao Investimento das

Empresas são instrumentos fundamentais das políticas públicas de dinamização económica,

designadamente em matéria da promoção da inovação e do desenvolvimento regional.

Parte II – Incentivos Fiscais e Parafiscais

Incentivos Fiscais

No atual momento de retração económica, a redução de volume de negócios e de margens

traduz-se inevitavelmente numa pressão sobre a estrutura de custos. É neste enquadramento

que o aproveitamento dos benefícios fiscais disponíveis assume especial relevância para as

empresas. Assim, o Governo português comprometeu-se com uma estratégia para o

Crescimento, Emprego e Fomento Industrial, com o objetivo de promover a competitividade, o

emprego e a internacionalização das empresas portuguesas, que inclui um conjunto de medidas

fiscais que visam facilitar o relançamento do investimento privado produtivo em Portugal.

Incentivos Parafiscais – Medidas de Apoio à Contratação

Os apoios à contratação são consubstanciados, por um lado, em medidas de apoio financeiro ao

empregador e, por outro lado, na existência de medidas que visam diminuir a carga fiscal

associada à contratação e reduzir a diferença entre o custo suportado pelo empregador e o

benefício recebido pelo trabalhador.

Parte III – Programas Comunitários

A participação nos programas comunitários está aberta aos países associados da União Europeia,

países europeus não membros, países candidatos e países candidatos potenciais. Insere-se no

âmbito de relações cada vez mais estreitas entre a União e os países em causa, da sua

familiarização com as políticas e métodos de trabalho, favorecendo os intercâmbios de

experiências e de boas práticas.

Parte IV – Financiamento e Partilha de Risco

De modo a atenuar os condicionalismos que afetam as PME e, neste caso em particular, no

acesso ao mercado do crédito, tem-se procurado consolidar e alargar as formas de

financiamento das empresas e criar veículos para a capitalização das PME.

Face ao objetivo prioritário de criação de mais e melhores condições de acesso ao financiamento

por parte das PME, são, portanto, vários os instrumentos que enformam o atual quadro de apoio

financeiro às PME, coerente com as orientações e políticas da União Europeia em matéria de

competitividade e inovação empresarial.

Parte V – Concursos e Prémios

Numa fase inicial de vida das empresas, qualquer apoio que se consiga obter, ainda que

pequeno, é importante. Assim, nesta quinta parte do Manual de Apoio às Empresas Startup, irão

ser abordados os principais concursos e prémios existentes a nível nacional, que apoiem

empresas e empreendedores na criação, desenvolvimento e crescimento de empresas.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 3

Enquadramento dos Instrumentos de Financiamento

Programas Comunitários

Horizonte 2020

Europa Criativa

COSME

Incentivos Financeiros Nacionais Incentivos Fiscais e Parafiscais Nacionais

Incentivos ao Empreendedorismo e

Inovação

Incentivos à Internacionalização

Incentivos à Investigação &

Desenvolvimento

Incentivos às Ações Coletivas

Incentivos Fiscais em I&D

Incentivos Fiscais ao Investimento

Incentivos Fiscais à Internacionalização

Incentivos Parafiscais

Financiamento e Partilha de Risco

Financiamento e Garantias Bancárias

Fundos de Capital de Risco

Business Angels

Prémios e Concursos

Prémios, concursos e programas de aceleração de apoio a empresas startup de caracter

nacional e internacional.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 4

Conteúdo da Parte I

Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME

Sistema de Incentivos à Inovação

Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico

Sistema de Incentivos de Apoio Local a Microempresas

Medida Comércio Investe

Parte I – Incentivos Financeiros

Nacionais

Quadro de Referência Estratégico Nacional

1.1. Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME

Âmbito

O Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME apoia projetos de

investimento promovidos por empresas, a título individual, e por entidades públicas, associações

empresariais ou entidades do Sistema Cientifico e Tecnológico (SCT) direcionados para a

intervenção nas PME, tendo em vista a inovação, modernização e internacionalização, através da

utilização de fatores dinâmicos da competitividade.

Modalidade e Objetivos

Modalidades Objetivos

Projeto Individual

Promover a competitividade das PME;

Aumentar a produtividade das PME;

Desenvolver a capacidade de resposta e presença

ativa das PME no mercado global. Projeto Simplificado

Tipologias de Investimento

Propriedade industrial – Formulação de pedidos de patentes, modelos de utilidade e

desenhos ou modelos, nacionais, no estrangeiro pela via direta nas administrações

nacionais, comunitários, europeus e internacionais;

Criação, moda & design – Criação de marcas, insígnias e coleções próprias e melhoria

das capacidades de moda e design;

Legislação Aplicável

Portaria n.º 1463/2007, de

15/11/2007

Portaria n.º 250/2008, de

04/04/2008

Portaria n.º 353-A/2009,

de 03/04/2009

Portaria n.º 1101/2010, de

25/10/2010

Portaria n.º 47-A/2012, de

24/02/2012

Portaria n.º 233-A/2012,

de 06/08/2012

Portaria n.º 369/2012 de

06/11/2012

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 5

Desenvolvimento e Engenharia de Produtos, Serviços e Processos – Melhoria das

capacidades de desenvolvimento de produtos, processos e serviços, designadamente

pela criação ou reforço das capacidades laboratoriais;

Organização e Gestão e Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) – Introdução

de novos modelos ou novas filosofias de organização do trabalho, reforço das

capacidades de gestão, introdução de TIC, redesenho e melhorias de layout, ações de

benchmarking;

Qualidade – Certificação, no âmbito do Sistema Português da Qualidade (SPQ), de

sistemas de gestão da qualidade, certificação de produtos e serviços com obtenção de

marcas bem como a implementação de sistemas de gestão pela qualidade total;

Ambiente – Investimentos associados a controlo de emissões, auditorias ambientais,

gestão de resíduos, redução de ruído, gestão eficiente de água, introdução de

tecnologias eco -eficientes, bem como certificação, no âmbito do SPQ, de sistemas de

gestão ambiental, obtenção do rótulo ecológico, Sistema de Eco -Gestão e Auditoria;

Inovação – Investimentos associados à aquisição de serviços de consultoria e de apoio

à inovação bem como à certificação, no âmbito do SPQ, de sistemas de gestão da

investigação, desenvolvimento e inovação (IDI);

Diversificação e Eficiência Energética – Aumento da eficiência energética e

diversificação das fontes de energia com base na utilização de recursos renováveis;

Economia digital – Criação e/ou adequação da infraestrutura interna de suporte com

vista à inserção da PME na economia digital e à melhoria dos modelos de negócios com

base numa presença mais efetiva na economia digital que permitam a concretização de

processos de negócios desmaterializados com clientes e fornecedores através da

utilização das TIC;

Comercialização e Marketing – Reforço das capacidades de comercialização, marketing,

distribuição e logística;

Internacionalização – Conhecimento de mercados, desenvolvimento e promoção

internacional de marcas, prospeção, e presença em mercados internacionais, com

exclusão da criação de redes de comercialização no exterior, e promoção e marketing

internacional;

Responsabilidade Social e Segurança e Saúde no Trabalho – Investimentos de melhoria

das condições de higiene, segurança e saúde no trabalho, bem como na certificação de

sistemas de gestão da responsabilidade social, de sistemas de gestão da segurança

alimentar, de sistemas de gestão de recursos humanos e de sistemas de gestão da

segurança e saúde no trabalho, no âmbito do SPQ;

Igualdade de oportunidades – Definição e implementação de planos de igualdade com

contributos efetivos para a conciliação da vida profissional com a vida familiar, bem

como a facilitação do mercado de trabalho inclusivo.

Condições de Elegibilidade do Promotor

Encontrar-se legalmente constituído;

Cumprir as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade; (*)

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 6

Possuir a situação regularizada face à administração fiscal, à segurança social e às

entidades pagadoras dos incentivos; (*)

Possuir ou assegurar os recursos humanos e físicos necessários ao desenvolvimento do

projeto;

Dispor de contabilidade organizada nos termos da legislação aplicável;

Apresentar uma situação económico-financeira equilibrada ou, tratando-se de projetos

de elevada intensidade tecnológica, demonstrar ter capacidade de financiamento do

projeto;

Designar um responsável técnico do projeto;

Cumprir, quando existam investimentos em formação profissional, todas as regras

definidas no regulamento específico dos apoios à formação profissional.

Cumprir os critérios de Pequena e Média Empresa (PME); (*)

Cumprir um rácio de autonomia financeira não inferior a 0,15; (*) e (**)

(*) - Podem ser aferidas até à data da celebração do contrato de concessão de incentivos.

(**) - Para empresas com início de atividade nos 6 meses anteriores à data da candidatura ou

cujo início de atividade seja coincidente com o ano de apresentação da candidatura, basta que

os capitais próprios do projeto sejam ≥ 20% do investimento.

Condições de Elegibilidade do Projeto

Ter início, em termos de execução física, em momento posterior à data da candidatura

ou da decisão de concessão de incentivos;

Apresentar viabilidade económico-financeira e, quando possível, ser financiado

adequadamente por capitais próprios;

Manter afetos à respetiva atividade os ativos respeitantes ao investimento apoiado,

bem como a localização geográfica definida no projeto, durante o período de vigência

do contrato de incentivos, no mínimo, durante cinco anos após o encerramento do

projeto, no caso de empresa não PME e, no mínimo, durante três anos, no caso de

PME, podendo os sistemas de incentivos prever a possibilidade de se autorizar prazos

diferentes, desde que permitidos pela legislação comunitária e nacional aplicável.

Para além das condições acima referidas, os Projetos Individuais devem cumprir ainda as

seguintes condições:

Não incluir despesas anteriores à data da candidatura à exceção dos adiantamentos

para sinalização, relacionados com o projeto, até ao valor de 50 % do custo de cada

aquisição, e das despesas relativas aos estudos prévios;

Demonstrar que se encontram asseguradas as fontes de financiamento do projeto;

Ser previamente declarado de interesse para o turismo (quando aplicável);

Ter uma duração máxima de execução de dois anos, exceto em casos devidamente

justificados;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 7

Corresponder a uma despesa mínima elegível de EUR 25.000,00;

Demonstrar, quando integrar ações de formação profissional, que o projeto formativo

se revela coerente e consonante com os objetivos do projeto e cumpre os normativos a

definir em diploma específico;

Iniciar a execução do projeto nos nove meses seguintes à comunicação de decisão de

financiamento.

Para além das condições acima referidas, o Projeto Simplificado deve cumprir ainda as seguintes

condições:

Incluir despesas posteriores à data da candidatura, realizadas por um período máximo

de um ano;

Corresponder a uma despesa mínima elegível de EUR 5.000,00.

Atividades Não Apoiadas

Nos Projetos Individuais não são enquadráveis os projetos de investimento que incidam sobre as

seguintes atividades económicas:

CAE Descrição da Atividade

64202 Atividades das sociedades gestoras de participações sociais não financeiras

691 Atividades jurídicas e dos cartórios notariais

701 Atividades das sedes sociais

74200 Atividades fotográficas

74300 Atividades de tradução e interpretação

74900 Outras atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares, n.e.

Divisão 77 Atividades de aluguer

Divisão 78 Atividades de emprego

Divisão 81 Atividades relacionadas com edifícios, plantação e manutenção de jardins

Divisão 91 Atividades das bibliotecas, arquivos, museus e manutenção de jardins

Nas atividades de comércio (Divisões 45 a 47 CAE Rev.3), são apenas enquadráveis as

empresas, cujas vendas no mercado externo valorizem a oferta nacional, traduzida no efeito de

arrastamento que essa atividade comercial possa ter ao nível da produção noutras empresas

localizadas em território nacional.

No Projeto Simplificado não são apoiáveis as seguintes atividades:

Projetos de I&D que correspondam a projeto de investigação em curso na entidade do

SCT selecionada;

Ações de formação;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 8

Software e licenciamento de tecnologias já desenvolvidas e comercializadas no

mercado;

Design e produção de material de publicidade.

Nas duas modalidades estão excluídas as atividades dos setores da pesca e aquicultura.

Despesas Elegíveis para Projetos Individuais

Ativo fixo tangível (aquisição de máquinas e equipamentos diretamente relacionados

com o desenvolvimento do projeto), não podendo incluir máquinas e equipamentos

afetos às áreas produtivas e/ou operacionais da empresa;

Aquisição de equipamentos informáticos e software standard e específico

relacionados com o projeto;

Software standard e específico relacionado com o projeto;

Aquisição de equipamento que permita às empresas superar as normas em matéria de

ambiente, incluindo, no caso do setor dos transportes, os custos suplementares de

aquisição de veículos com um nível de proteção do ambiente superior ao exigido

pelas normas comunitárias;

Ativo intangível, constituído por transferência de tecnologia através da aquisição de

direitos de patentes, licenças, “saber-fazer” ou conhecimentos técnicos não protegidos

por patente;

Despesas com a intervenção de técnicos oficiais de contas ou revisores oficiais de

contas;

Estudos, diagnósticos, auditorias e planos de marketing associados ao projeto de

investimento;

Investimentos na área de eficiência energética e energias renováveis

nomeadamente assistência técnica, auditorias energéticas, testes e ensaios;

Custos associados aos pedidos de Direitos de Propriedade Industrial,

designadamente taxas, pesquisas ao estado da técnica, anuidades e honorários de

consultoria em matéria de Propriedade Industrial;

Despesas relacionadas com a promoção internacional:

Prospeção de mercados, participação em concursos/certames internacionais

nos mercados externos;

Ações de promoção e contacto direto com a procura internacional;

Deslocação do representante da Empresa ao mercado (viagem e

alojamento);

Inscrição em feira e/ou outro evento promocional;

Aluguer de espaço (ou arrendamento, quando aplicável), equipamentos e

mobiliário; transporte de mostruários e de outro material (incluindo

seguros);

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 9

Contratação de serviços de conceção, montagem/desmontagem e

decoração do espaço, de tradução e intérpretes e de relações públicas,

hospedeiras e modelos;

Despesas com o envio de amostras/demos a segmentos-alvo de clientes

(mailing, transporte e seguro);

Aquisição de informação sobre o mercado (base de dados, listagens de

importadores/distribuidores e regulamentação) e aquisição e levantamento de

caderno de encargos;

Contratação de serviços de conceção e edição de material promocional

(multilingue) (catálogos, folhetos, brochuras, vídeos, cd-rom, websites,

dossier/manuais técnicos);

Contratação de serviços de assessoria de imprensa;

Contratação de serviços para conceção de campanhas e/ou ações

promocionais.

Despesas associadas a investimentos de conciliação da vida profissional com a

vida familiar e pessoal, bem como os custos associados a implementação de Planos

de Igualdade;

Despesas inerentes à certificação dos sistemas, produtos e serviços nas áreas da

qualidade, do ambiente, da inovação e da responsabilidade social e segurança e saúde

no trabalho, nomeadamente, despesas com a entidade certificadora, assistência técnica

específica, ensaios e dispositivos de medição e monitorização;

Despesas inerentes à implementação de sistemas de gestão pela qualidade total e à

participação em prémios nacionais e internacionais;

Implementação de sistemas de planeamento e controlo;

Despesas inerentes à obtenção do rótulo ecológico e à certificação e marcação de

produtos;

Despesas com a criação e desenvolvimento de insígnias, marcas e coleções

próprias;

Registo inicial de domínios e fees associados à domiciliação da aplicação em entidade

externa, adesão a marketplaces e outras plataformas eletrónicas, criação e publicação

de catálogos eletrónicos de produtos e serviços;

Custos, por um período até vinte e quatro meses, com a contratação de um máximo

de dois novos quadros técnicos, com nível de qualificação igual ou superior a IV,

necessários à implementação do projeto;

Investimentos em formação de recursos humanos no âmbito do projeto, que não

poderão representar mais de 30% das despesas elegíveis totais do projeto.

Despesas Elegíveis para Vale Simplificado

Vale Empreendedorismo (+E) (*) - aquisição de serviços de consultoria,

nomeadamente a elaboração de planos de negócios, bem como serviços para proteção

e comercialização de direitos de propriedade intelectual e industrial e serviços na área

da economia digital;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 10

Vale Inovação (+I) - aquisição de serviços de consultoria de inovação, abrangendo as

atividades de consultoria de gestão, assistência tecnológica, serviços de investigação e

desenvolvimento tecnológico, serviços de transferência de tecnologia, consultoria para

aquisição, proteção e comercialização de direitos de propriedade intelectual e industrial

e para acordos de licenciamento, consultoria relativa à utilização de normas e serviços

de ensaios e certificação;

Vale Energia ou Ambiente – aquisição de serviços de consultoria, estudos e

diagnósticos, auditorias energéticas ou ambientais, assistência técnica, testes e

ensaios, nas tipologias de investimento de Ambiente e Diversificação e Eficiência

Energética previstas para os Projetos Individuais.

(*)Exclusivamente direcionado para empresas criadas há menos de um ano.

Despesas Não Elegíveis

Transações entre entidades participantes nos projetos;

Despesas de funcionamento;

Despesas referentes a investimentos diretos no estrangeiro que visem a aquisição ou

constituição de sociedades ligadas à criação ou funcionamento de redes de distribuição

no exterior;

Despesas relativas a certames e ações de promoção internacional realizadas em

território nacional.

Natureza e Taxa de Incentivo

Natureza e Intensidade do Incentivo

Taxa Máxima (*)

75% de apoio para as despesas elegíveis relativas à

participação em feiras e exposições;

45% de apoio para outras áreas de investimento

elegíveis.

Não R

eem

bols

ável

Projetos Individuais Até EUR 400.000,00

Projeto Simplificado EUR 15.000,00/projeto

(*) A taxa de incentivo a conceder às despesas com a formação de recursos humanos é a que

consta do regulamento específico dos apoios à formação profissional.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 11

Obrigações do Promotor

Os bens e serviços adquiridos no âmbito dos projetos apoiados não podem, durante o

período de vigência do contrato, ser afetos a outras finalidades, nem locados, alienados

ou por qualquer modo onerados, no todo ou em parte, sem prévia autorização da

entidade competente para a decisão;

As entidades beneficiárias ficam obrigadas a permitir o acesso aos locais de realização

do investimento e das ações e aos elementos e documentos de despesa,

disponibilizando, nos prazos estabelecidos, todos os elementos que lhe forem

solicitados pelas entidades com competências para o acompanhamento, controlo e

auditoria;

As entidades beneficiárias ficam obrigadas a publicitar os apoios concedidos nos termos

da respetiva regulamentação específica;

Executar o projeto nos termos e prazos fixados no contrato ou no termo de aceitação;

Demonstrar o cumprimento das obrigações legais, designadamente as fiscais e para

com a segurança social;

Comunicar ao organismo intermédio as alterações ou ocorrências relevantes que

ponham em causa os pressupostos relativos à aprovação do projeto;

Manter as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade;

Manter a situação regularizada perante a entidade pagadora do incentivo;

Manter a contabilidade organizada de acordo com a regulamentação aplicável;

Manter em dossier devidamente organizado todos os documentos suscetíveis de

comprovar as informações, declarações prestadas no âmbito do projeto, bem como

todos os documentos comprovativos da realização das despesas de investimento,

devendo este dossier ser mantido até três anos após a data de encerramento do

respetivo programa financiador;

Quando aplicável, cumprir os normativos em matéria de contratação pública

relativamente à execução dos projetos.

Manter a situação regularizada perante a entidade pagadora do incentivo;

Manter a contabilidade organizada de acordo com a regulamentação aplicável;

Manter em dossier devidamente organizado todos os documentos suscetíveis de

comprovar as informações, declarações prestadas no âmbito do projeto, bem como

todos os documentos comprovativos da realização das despesas de investimento,

devendo este dossier ser mantido até três anos após a data de encerramento do

respetivo programa financiador;

Quando aplicável, cumprir os normativos em matéria de contratação pública

relativamente à execução dos projetos.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 12

Condições de Acesso

Projetos Individuais

Cumprir o seguinte rácio que afere o contributo do projeto para uma maior orientação para os

mercados externos:

Intensidade das exportações = (Volume de negócios internacional

Volume de negócios total)

Pós−projeto

≥ 15%

Projeto Simplificado

Apresentar, à data de candidatura, pelo menos um trabalhador;

Apresentar apenas uma candidatura em cada tipo de despesa elegível para o Projeto

Simplificado (as empresas constituídas há menos de um ano à data da candidatura,

não podem apresentar candidatura a mais do que um vale na mesma fase do

concurso).

Não ter projetos em fase de análise ou aprovados ao abrigo do SI ID&T, com exceção

das modalidades “Vale ID&T” e “Núcleos ID&T”, quando estiver em causa a área “ID&T

e transferência da tecnologia” e não ter projetos em fase de análise ou aprovados ao

abrigo do SI Inovação e do SI Qualificação de PME, com exceção do “Vale Inovação” e

dos “Projetos Conjuntos – Outras Tipologias”, independentemente destes estarem ou

não encerrados.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 13

1.2. Sistema de Incentivos à Inovação

Âmbito

O Sistema de Incentivos à Inovação apoia projetos de investimento de inovação produtiva,

promovido por empresas de qualquer natureza e sob qualquer forma jurídica.

Modalidades e Objetivos

Modalidades Objetivos

Inovação Produtiva

Promover a Inovação no tecido empresarial, pela

via da produção de novos bens, serviços e

processos que suportem a sua progressão na

cadeia de valor e o reforço da sua orientação para

os mercados internacionais;

Promover o empreendedorismo qualificado;

Investimento estruturante em novas áreas com

potencial de crescimento.

Empreendedorismo

Qualificado

Tipologias de Projetos a Apoiar

Inovação Produtiva

Produção de novos bens e serviços ou melhorias significativas da produção atual

através da transferência e aplicação de conhecimento;

Adoção de novos, ou significativamente melhorados, processos ou métodos de fabrico,

de logística e distribuição, bem como métodos organizacionais ou de marketing.

No setor do Turismo:

Criação de empreendimentos, equipamentos ou serviços inovadores que demonstrem

um elevado perfil diferenciador face à oferta turística existente e requalificação de

empreendimentos, equipamentos ou serviços que, por via da introdução de fatores de

inovação, permitam a obtenção de vantagens competitivas e da qualificação da oferta

turística existente no território.

Empreendedorismo Qualificado

Criação de empresas ou projetos de empresas nascentes (até 3 anos), classificadas

como PME, dotadas de recursos qualificados ou que desenvolvam atividades em

setores com fortes dinâmicas de crescimento, incluindo as resultantes do

empreendedorismo feminino ou do empreendedorismo jovem.

No setor do Turismo:

Projetos de empreendimentos turísticos resultantes da recuperação ou adaptação de

património classificado ou inseridos em quintas produtoras de vinho e atividades

Legislação Aplicável

Portaria n.º 1464/2007, de

15/11/2007

Portaria n.º 353-C/2009,

de 03/04/2009

Portaria n.º 1103/2010, de

25/10/2010

Portaria n.º 274/2012, de

06/09/2012

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 14

desportivas, de diversão e recreativas de interesse para o turismo que visem a

divulgação do património natural e cultural, de lazer ou de negócios, para

desenvolvimento dos Produtos Turísticos Estratégicos (PENT).

Principais Condições de Elegibilidade do Promotor

Encontrar-se legalmente constituído;

Cumprir as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade (*);

Possuir a situação regularizada face à administração fiscal, à segurança social e às

entidades pagadoras dos incentivos (*);

Dispor de contabilidade organizada nos termos da legislação aplicável;

Apresentar uma situação económico-financeira equilibrada através do cumprimento de

um rácio de autonomia financeira não inferior a 20% no caso das grandes empresas e

15% no caso das PME (*).

(*) Aferidas à data de celebração do contrato de incentivos.

Condições de Elegibilidade do Projeto

Ter início, em termos de execução física, em momento posterior à data da candidatura,

à exceção dos adiantamentos para sinalização, relacionados com o projeto, até ao

valor de 50 % do custo de cada aquisição, e das despesas relativas aos estudos

prévios, desde que realizados há menos de um ano;

Demonstrar que se encontram asseguradas as fontes de financiamento, incluindo o

financiamento por capitais próprios de pelo menos 25% dos custos elegíveis, com

recursos próprios ou alheios, que não incluam qualquer financiamento estatal;

No que respeita aos projetos de arquitetura ou às memórias descritivas do

investimento, quando exigíveis legalmente, encontrarem-se previamente aprovados;

Ser declarado de interesse para o turismo, nos casos aplicáveis;

Ter uma duração máxima de execução de dois anos, exceto em casos devidamente

justificados;

Corresponder a uma despesa mínima elegível de EUR 150.000,00;

Apresentar viabilidade económico-financeira e contribuir para a melhoria da

competitividade da empresa promotora;

Iniciar a execução do projeto nos nove meses seguintes à comunicação de decisão de

financiamento.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 15

Despesas Elegíveis

Aquisição de máquinas e equipamentos diretamente relacionados com as áreas da

gestão, da produção, da comercialização e marketing, das comunicações, da logística,

do design, da qualidade, da segurança e saúde, do controlo laboratorial, da eficiência

energética e do ambiente;

Aquisição de equipamento informático e software standard e específico relacionado

com o desenvolvimento do projeto;

Ativo intangível, constituído por transferência de tecnologia através da aquisição de

direitos de patentes, licenças, “saber-fazer” ou conhecimentos técnicos não protegidos

por patente;

Instalação de sistemas energéticos para consumo próprio;

Despesas com a intervenção de técnicos oficiais de contas ou revisores oficiais de

contas;

Estudos, diagnósticos, auditorias e planos de marketing e projetos de

arquitetura e engenharia associados ao projeto de investimento;

Investimentos na área de eficiência energética e energias renováveis;

Despesas relacionadas com a promoção internacional que se enquadrem no âmbito

de ações de prospeção e presença em mercados externos e ações de promoção e

marketing internacional, designadamente, alugueres de equipamentos e espaço de

exposição, contratação de serviços especializados, deslocações e alojamento e

aquisição de informação e documentação específica;

Despesas associadas a investimentos de conciliação da vida profissional com a

vida familiar e pessoal, bem como os custos associados a implementação de Planos

de Igualdade;

Despesas inerentes à certificação de sistemas, produtos e serviços,

nomeadamente, despesas com a entidade certificadora, assistência técnica específica,

ensaios e dispositivos de medição e monitorização, calibrações;

Despesas inerentes à implementação de sistemas de gestão pela qualidade total e à

participação em prémios nacionais e internacionais;

Pedidos de direitos de propriedade Industrial; Criação e desenvolvimento de marcas,

insígnias e coleções próprias; Registo de domínios e fees associados a plataformas

eletrónicas;

Implementação de sistemas de planeamento e controlo, obtenção do rótolo

ecológico e à certificação e marcação de produtos;

Despesas com formação de recursos humanos.

Para projetos do setor do Turismo são elegíveis ainda as seguintes despesas:

Construção de edifícios, obras de remodelação e outras construções;

Aquisição de material circulante, desde que configurem em si mesmo

empreendimentos ou atividades de animação declarados de interesse para o turismo.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 16

De salientar que:

Os projetos de criação de empresas com despesa elegível prevista inferior a 1,5

milhões de euros não têm enquadramento nos projetos de inovação produtiva mas de

empreendedorismo qualificado;

As despesas elegíveis em formação de recursos humanos não poderão representar

mais de 30% das despesas elegíveis totais do projeto;

As despesas com a construção de edifícios, obras de remodelação e outras obras e

construção, apenas são elegíveis nos projetos do setor do turismo, estando limitadas a

um máximo de 60% das despesas totais do projeto;

As despesas relacionadas com a instalação de sistemas energéticos de produção e

energia produzida se destine à venda total ou parcial à rede pública não são elegíveis.

Limite de Despesa Elegível

Empreendedorismo Qualificado Inovação Produtiva

Máximo 1.500.000 € 25.000.000 €

Mínimo 50.000 € 150.000 €

Despesas Não Elegíveis

Transações entre entidades participantes nos projetos;

Despesas de funcionamento;

Despesas referentes a investimentos diretos no estrangeiro que visem a aquisição ou

constituição de sociedades ligadas à criação ou funcionamento de redes de distribuição

no exterior.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 17

Natureza e Taxas de Incentivo

Natureza e Taxas de Incentivo

Taxa Base 45%

Majorações

Pequena Empresa: + 20%

Média Empresa: + 10%

Empreendedorismo Feminino ou Jovem: + 10%

Não Reembolsável Referente a despesas com formação

N

atu

reza

Reembolsável

(sem juros)

Novas unidades de produção com despesa elegível ≥

2.500.000€: 7 anos com 3 carência;

Remodelação de Estabelecimentos Hoteleiros, Criação

de Turismo no Espaço Rural e Turismo de Habitação:

7 anos com 3 de carência;

Construção ou instalação de novos Estabelecimentos

Hoteleiros: 10 anos com 3 de carência;

Restantes investimentos: 6 anos com 3 de

carência.

Convertível em incentivo Não Reembolsável até 75%, em

função de:

Execução física/temporal (35%);

Avaliação do desempenho do projeto (65%).

Majoração “Empreendedorismo Feminino ou Jovem”

Majoração “Empreendedorismo Feminino” será dada aos projetos liderados por mulheres

que cumpram as seguintes condições:

a) Detenham, direta ou indiretamente, uma participação igual ou superior a 50% no

capital social, durante dois anos;

b) A empreendedora desempenha funções executivas na empresa e mantém-nas, pelo

menos, até dois anos após a conclusão do projeto.

Majoração “Empreendedorismo Jovem” depende do preenchimento pelo jovem

empreendedor das seguintes condições:

a) Ter uma idade compreendida entre os 18 e os 35 anos;

b) Deter, direta ou indiretamente, uma participação igual ou superior a 50% no capital

social, durante dois anos;

c) Desempenhar funções executivas na empresa e mantê-las, pelo menos, até dois anos

após a conclusão do projeto.

Para efeitos de atribuição da Majoração Empreendedorismo Feminino ou Jovem consideram-se

cumpridas as condições acima referidas se os limites de participação no capital, bem como o

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 18

desempenho das funções executivas na empresa, forem garantidos por um conjunto máximo de

3 empreendedoras ou jovens, respetivamente.

Obrigações do Promotor

Publicitar os apoios concedidos nos termos da respetiva regulamentação específica;

Executar o projeto nos termos e prazos constantes do processo de candidatura e nos

termos em que foi aprovado;

Cumprir atempadamente as obrigações legais a que se encontre vinculado,

designadamente as fiscais e para com a segurança social e a entidade pagadora do

incentivo;

Comunicar ao organismo competente qualquer alteração ou ocorrência relevante que

ponha em causa os pressupostos relativos à aprovação do projeto;

Manter as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade,

nomeadamente em matéria de licenciamento;

Manter a contabilidade organizada de acordo com o SNC ou outra regulamentação

aplicável;

Não afetar a outras finalidades, nem locar, alienar ou por qualquer modo onerar, no

todo ou em parte, os bens e os serviços adquiridos no âmbito do projeto, durante a

vigência do presente contrato, sem prévia autorização da entidade competente para a

decisão;

Criar um sistema contabilístico separado ou um código contabilístico adequado para

todas as transações relacionadas com o projeto;

Manter afetos à respetiva atividade os ativos respeitantes ao investimento apoiado,

bem como a localização geográfica definida no projeto, durante o período mínimo de

três anos após o encerramento do projeto;

Assegurar a manutenção dos pressupostos que determinaram a concessão da

declaração de interesse para o turismo, bem como o cumprimento das disposições

reguladoras da instalação e exploração do empreendimento comparticipado;

Cumprir todas as obrigações associadas ao investimento em formação profissional nos

termos previstos no Regulamento Específico dos Apoios à Formação Profissional.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 19

Condições de Acesso

Inovação Produtiva

Cumprir o seguinte rácio que afere o contributo do projeto para uma maior orientação

para os mercados externos:

Intensidade das exportações = (Volume de negócios internacional

Volume de negócios total)

Pós−projeto

≥ 30%

Promover a inovação no tecido empresarial, pela via da produção de novos bens e

serviços e processos que suportem a sua progressão na cadeia de valor.

Empreendedorismo Qualificado

Cumprir o seguinte rácio que afere o contributo do projeto para uma maior orientação

para os mercados externos:

Intensidade das exportações = (Volume de negócios internacional

Volume de negócios total)

Pós−projeto

≥ 15%

Contribuir para o aumento da qualificação dos recursos humanos, fixando-se um limite

mínimo de 10% no caso das empresas de micro e pequena dimensão e de 15% no

caso das empresas de média dimensão, para o peso, no pós-projeto, dos trabalhadores

com nível de qualificação igual ou superior a VI;

i) Posicionar-se em setores de alta/média tecnologia ou de forte intensidade de conhecimento ou

prestar serviços qualificados com valor acrescentado em atividades turísticas, ou ii) Criar

empresas com potencial de crescimento, que valorizem a aplicação de resultados de anteriores

projetos de I&DT na produção de novos bens ou serviços.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 20

1.3. Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico

Âmbito

O Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico nas Empresas (SI I&DT)

visa a intensificação do esforço empresarial nacional de investigação e desenvolvimento

tecnológico e a criação de novos conhecimentos com vista ao aumento da competitividade das

empresas.

Objetivos

Intensificar o esforço de I&DT e a criação de novos conhecimentos;

Promover a articulação entre as empresas e as entidades do SCT.

Tipologias de Projetos a Apoiar

I&DT Empresas - Projetos que envolvam atividades de investigação industrial e/ou de

desenvolvimento experimental, conducentes à criação de novos produtos, processos ou sistemas

ou à introdução de melhorias significativas em produtos, processos ou sistemas existentes, de

acordo com as seguintes modalidades:

Projetos Individuais - Projetos realizados por uma empresa;

Projetos em Copromoção - Projetos realizados em parceria entre empresas ou entre

estas e entidades do SCT, sendo esta parceria formalizada através de um contrato de

consórcio e coordenada por uma empresa;

Projetos Mobilizadores - Projetos mobilizadores de capacidades e competências

científicas e tecnológicas, com elevado conteúdo tecnológico e de inovação e com

impactes significativos a nível multissetorial, regional, cluster, pólo de competitividade

e tecnologia ou da consolidação das cadeias de valor de determinados setores de

atividade e da introdução de novas competências em áreas estratégicas de

conhecimento, realizados em copromoção entre estas e entidades do SCT;

Vale I&DT – Concedido a PME para aquisição de serviços de I&DT a entidades do SCT

qualificadas para o efeito.

I&DT Coletiva - Projetos promovidos por associações empresariais que resultam da

identificação de problemas e necessidades de I&DT partilhados por um conjunto significativo de

empresas, designadamente ao nível de um determinado setor, cluster, pólo de competitividade e

tecnologia ou região, sendo os resultados largamente disseminados pelas empresas dos

agregados em causa.

Capacitação e Reforço de Competências Internas de I&DT

Núcleos de I&DT - Projetos promovidos por PME, visando desenvolver na empresa de

forma sustentada competências internas de I&DT e de gestão da inovação, através de

unidades estruturadas com características de permanência e dedicadas exclusivamente

a atividades de I&DT;

Centros de I&DT - Promovidos por empresas que já desenvolvem de forma contínua e

estruturada atividades de I&DT, visando o aumento do esforço de I&DT para além das

linhas de investigação quotidianas normais da empresa.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 1462/2007, de

15/11/2007, alterada pela

Portaria n.º 711/2008, de

31/07/2008

Portaria n.º 353-B/2009,

de 03/04/2009

Portaria n.º 1102/2010, de

25/10/2010, alterada pela

portaria n.º 274/2012, de

06/09/2012

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 21

Valorização de I&DT - Projetos Demonstradores promovidos por empresas que, partindo de

atividades de I&D concluídas com sucesso, visam a demonstração tecnológica e a divulgação de

novas tecnologias sob a forma de novos produtos, processos ou serviços inovadores, no sentido

de evidenciar, perante um público especializado e em situação real, as vantagens económicas e

técnicas das novas soluções que se pretendem difundir.

Condições de Elegibilidade do Promotor

Encontrar-se legalmente constituído;

Cumprir as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade;

Possuir a situação regularizada face à administração fiscal, à segurança social e às

entidades pagadoras dos incentivos;

Possuir ou assegurar os recursos humanos e físicos necessários ao desenvolvimento do

projeto;

Dispor de contabilidade organizada nos termos da legislação aplicável;

Apresentar uma situação económico-financeira equilibrada com um rácio de

autonomia financeira não inferior a 15% e, no caso de entidades privadas do SCT e

associações empresariais, apresentarem situação líquida positiva ou, tratando-se de

projetos de elevada intensidade tecnológica, demonstrar ter capacidade de

financiamento do projeto;

Designar um responsável técnico do projeto que, no caso de projetos em copromoção e

projetos mobilizadores, será um representante da entidade líder do projeto;

Os promotores devem demonstrar possuir as necessárias competências científicas,

técnicas, financeiras e de gestão indispensáveis ao projeto ou, no caso dos projetos de

ID&T coletiva, competências de gestão, e relativamente aos projetos em copromoção

e mobilizadores, envolver pelo menos uma empresa que se proponha integrar os

resultados do projeto na sua atividade económica e ou estrutura produtiva.

No caso de projetos de Núcleos de I&DT e do Vale I&DT, o promotor deve ainda cumprir os

critérios de pequena e média empresa (PME).

No caso de projetos do Vale I&DT, o promotor não pode ter projetos aprovados noutras

tipologias de projetos do SI I&DT, com exceção da capacitação e reforço de competências

internas de I&DT.

Condições de Elegibilidade do Projeto

Ter início, em termos de execução física, em momento posterior à data da candidatura

ou da decisão de concessão de incentivos, respeitando o normativo aplicável(*);

Apresentar viabilidade económico-financeira e, quando aplicável, ser financiado

adequadamente por capitais próprios(*);

Manter afetos à respetiva atividade os ativos respeitantes ao investimento apoiado,

bem como a localização geográfica definida no projeto, durante o período de vigência

do contrato de incentivos, no mínimo, durante cinco anos após o encerramento do

projeto, no caso de empresa não PME e, no mínimo, durante três anos, no caso de

PME(*);

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 22

Não incluir despesas anteriores à data da candidatura, à exceção dos adiantamentos

para sinalização, relacionados com o projeto, até ao valor de 50 % do custo de cada

aquisição, e das despesas relativas aos estudos prévios, desde que realizados há

menos de um ano;

Com exceção dos núcleos e centros de ID&T, ter caráter inovador e incorporar

desenvolvimentos técnicos ou tecnológicos significativos ou, no caso de projetos

demonstradores, ter caráter inovador alicerçado em atividades nacionais de ID&T

concluídas com sucesso;

Com exceção dos Núcleos e Centros de ID&T, envolver recursos humanos qualificados

cujos curriculum garantam a sua adequada execução;

Demonstrar que se encontram asseguradas as fontes de financiamento do projeto;

Corresponder a um mínimo de despesas elegíveis de EUR 100.000,00 por projeto,

sendo que no caso de projetos mobilizadores nenhuma das empresas promotoras pode

ter um montante de despesas elegíveis inferior a EUR 40.000,00;

Ter uma duração máxima de execução de dois anos no caso de projetos individuais de

ID&T empresas e de projetos de capacitação e reforço de competências internas de

ID&T, de 18 meses no caso de projetos demonstradores e de três anos nas restantes

situações;

Iniciar a execução do projeto nos nove meses seguintes à comunicação da decisão de

financiamento.

Os projetos de I&DT empresas em co -promoção e os projetos mobilizadores devem verificar

ainda as seguintes condições:

a) Identificar como entidade líder do projeto a empresa que assegura a incorporação na

sua atividade da parcela mais significativa do investimento;

b) Apresentar um contrato de consórcio celebrado nos termos legais.

Os projetos de Núcleos de I&DT devem verificar ainda as seguintes condições:

a) O núcleo a apoiar deve estar integrado na política de inovação da empresa e

apresentar um plano de atividades de I&DT para execução num horizonte de três anos;

b) O núcleo a apoiar deve possuir até à data de conclusão do projeto um sistema de

gestão da investigação, desenvolvimento e inovação certificado segundo a NP

4457:2007

Os projetos de Centros de I&DT devem verificar ainda as seguintes condições:

a) O centro a apoiar deve estar integrado na política de inovação da empresa e

apresentar um programa estratégico reportado a um horizonte temporal mínimo de

três anos, com explicitação de objetivos e metas quantificadas finais e intercalares,

incluindo, nomeadamente:

a. Contratação de recursos humanos qualificados para I&DT;

b. Investimentos em equipamentos e outros meios de I&DT;

c. Projetos a desenvolver no âmbito do 7.º Programa Quadro de I&D;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 23

d. Aquisição de tecnologia e serviços às entidades do SCT;

e. Crescimento do investimento em atividades de I&D intramuros;

f. Indicadores de resultado: patentes registadas e valorizadas, indicadores de

performance económica, novos produtos ou processos, criação de novas

empresas;

b) O centro a apoiar deve possuir até à data de conclusão do projeto:

a. Pelo menos cinco técnicos em equivalente a tempo integral (ETI) com, pelo

menos, um doutorado, dedicados a atividades de I&D;

b. Um sistema de gestão da investigação, desenvolvimento e inovação

certificado segundo a NP 4457:2007.

No caso do Vale I&DT, além das condições acima identificadas com (*), deve ainda cumprir os

seguintes requisitos:

a) Incluir apenas despesas relativas à contratação de serviços de I&DT posteriores à data

da candidatura;

b) As questões de investigação a responder pela entidade qualificada do SCT têm de

traduzir -se na melhoria de produtos, processos ou serviços e não corresponder a

projeto de investigação em curso na entidade do SCT selecionada;

c) Ter uma duração máxima de execução de um ano;

d) Corresponder a uma despesa elegível mínima de € 5000.

Os projetos de I&DT coletiva devem ainda verificar as seguintes condições:

a) Demonstrar o interesse para um número representativo de empresas do setor, cluster,

pólo de competitividade e tecnologia ou região em causa;

b) Comprovar a competência técnica das entidades responsáveis pelo trabalho de I&DT do

projeto;

c) Prever um adequado nível de disseminação e transferência dos resultados do projeto

para as empresas referidas na alínea a).

Os projetos demonstradores têm de prever a demonstração em situação real da utilização ou

aplicação do produto, processo ou sistema alvo do projeto e um adequado nível de divulgação

junto de empresas potencialmente interessadas na aplicação das soluções tecnológicas que

constituam seus resultados, bem como de outros potenciais interessados na tecnologia a

demonstrar.

Despesas Elegíveis

No caso de projetos de I&DT empresas, com exceção do Vale I&DT, e projetos demonstradores,

consideram -se elegíveis as seguintes despesas:

Despesas com pessoal técnico do promotor dedicado a atividades de I&DT,

incluindo bolseiros contratados pelo promotor com bolsa integralmente suportada por

este;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 24

Aquisição de patentes a fontes externas ou por estas licenciadas, a preços de

mercado, e que se traduzam na sua efetiva endogeneização;

Matérias-primas e componentes necessárias para a construção de instalações piloto

e/ou de demonstração e para a construção de protótipos;

Aquisição de serviços a terceiros, incluindo assistência técnica, científica e

consultoria;

Aquisição de instrumentos e equipamento científico e técnico imprescindível ao

projeto (*);

Aquisição de software específico para o projeto (*);

Despesas associadas à formulação de pedidos de patentes, modelos de utilidade e

desenhos ou modelos nacionais, no estrangeiro pela via direta nas administrações

nacionais, comunitários, europeus e internacionais, designadamente taxas, pesquisas

ao estado da técnica e honorários de consultoria em matéria de propriedade industrial;

Despesas com a promoção e divulgação dos resultados de projetos de inovação de

produto ou de processo com aplicação comercial junto do setor utilizador final ou de

empresas alvo, incluindo a inscrição e aluguer de espaços em feiras nacionais ou no

estrangeiro, excluindo despesas correntes e/ou com fins de natureza comercial;

Viagens e estadas no estrangeiro diretamente imputáveis ao projeto e

comprovadamente necessárias à sua realização, excluindo deslocações para contactos

e outros fins de natureza comercial;

Despesas com o processo de certificação do Sistema de Gestão da Investigação,

Desenvolvimento e Inovação;

Despesas com a intervenção de técnicos oficiais de contas ou revisores oficiais de

contas;

Imputação de custos indiretos, calculados de acordo com metodologia a definir pelos

órgãos de gestão.

(*) Apenas é elegível o valor das amortizações correspondentes à imputação durante o período

da sua utilização no projeto.

No caso do Vale I&DT, apenas são elegíveis despesas de investigação contratual referentes à

aquisição de serviços a terceiros, incluindo assistência técnica, científica e consultoria.

No caso de projetos de Núcleos e Centros de I&DT, apenas são elegíveis despesas em

equipamento científico e técnico afeto a atividades de I&D, incluindo licenças de software, bem

como as seguintes despesas:

a) Despesas com o processo de certificação do Sistema de Gestão da Investigação,

Desenvolvimento e Inovação;

b) Despesas com a intervenção de técnicos oficiais de contas ou revisores oficiais de

contas;

c) Adaptação de instalações quando imprescindíveis para a realização do projeto;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 25

d) No caso de núcleos de I&DT, despesas com a contratação de um máximo de três novos

quadros técnicos que ficarão dedicados em exclusividade a atividades de I&DT, com

nível de qualificação igual ou superior a VI por um período até 24 meses.

Para os projetos demonstradores são ainda elegíveis despesas com:

a) Adaptação de edifícios e instalações quando imprescindíveis para a realização do

projeto até ao limite de 20 % da despesa elegível do projeto;

b) Transporte, seguros, montagens e desmontagens de equipamentos e instalações

específicas do projeto;

c) Despesas inerentes à aplicação real no setor utilizador, até ao limite máximo de 15%

das despesas elegíveis do projeto;

d) Modelos computacionais dos protótipos com funções de simulação, quando adequados

à demonstração dos resultados.

No caso de projetos de I&DT coletiva, apenas são elegíveis as seguintes despesas:

a) Aquisição de patentes a fontes externas ou por estas licenciadas, a preços de mercado,

e que se traduzam na sua efetiva endogeneização por parte do promotor;

b) Aquisição de serviços a terceiros, incluindo assistência técnica, científica e consultoria;

c) Despesas associadas à formulação de pedidos de patentes, modelos de utilidade e

desenhos ou modelos nacionais, no estrangeiro pela via direta nas administrações

nacionais, comunitários, europeus e internacionais, designadamente taxas, pesquisas

ao estado da técnica e honorários de consultoria em matéria de propriedade industrial;

d) Despesas com a promoção e divulgação dos resultados de projetos de inovação de

produto ou de processo com aplicação comercial junto do setor utilizador final ou de

empresas alvo, incluindo a inscrição e aluguer de espaços em feiras nacionais ou no

estrangeiro, excluindo despesas correntes e ou com fins de natureza comercial;

e) Viagens e estadas no estrangeiro diretamente imputáveis ao projeto e

comprovadamente necessárias à sua realização, excluindo deslocações para contactos

e outros fins de natureza comercial;

f) Despesas com a intervenção de técnicos oficiais de contas ou revisores oficiais de

contas;

g) Imputação de custos indiretos, calculados de acordo com metodologia a definir pelos

órgãos de gestão.

No caso de investimentos realizados por entidades do SCT e relativamente a cada promotor, as

despesas com a aquisição de instrumentos e equipamento científico e técnico imprescindível ao

projeto e que fiquem afetos em exclusividade à sua realização durante o período de execução do

projeto não podem exceder 20 % das correspondentes despesas elegíveis.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 26

Despesas Não Elegíveis

Não são elegíveis despesas relacionadas com as transações entre entidades participantes nos

projetos.

Taxas de Incentivo

Taxas de Incentivo

Projetos individuais, em copromoção e mobilizadores, e projetos demonstradores

Taxa Base 25%

Majorações

Investigação Industrial – 25%

Médias Empresas – 10%

Pequenas Empresas – 20%

Cooperação entre empresas; ou Cooperação

entre entidades do SCT; ou Divulgação ampla

dos resultados – 15%

Núcleos e Centros I&DT

Pequenas Empresas – 50%

Médias Empresas – 40%

Não PMEs – 30%

Projetos Vale I&DT

Taxa Máxima – 75%

Projetos I&DT coletiva

Taxa Máxima – 70%

Projetos I&DT em copromoção e projetos mobilizadores

A taxa de incentivo das entidades do SCT é calculada em função da média ponderada das

taxas de incentivo aplicadas a cada uma das empresas promotoras ou de 75% quando a

cooperação não implique auxílios de Estado indiretos aos parceiros empresariais e esta

percentagem for superior à taxa média referida acima, devendo para tal estar preenchida

uma das seguintes condições:

a) Os resultados que não dão origem a direitos de propriedade intelectual podem ser

amplamente divulgados e a entidade do SCT é titular de todos os direitos de

propriedade intelectual sobre os resultados de I&DT decorrentes da sua atividade

no projeto;

b) A entidade do SCT recebe das empresas co-promotoras uma compensação

equivalente ao preço de mercado pelos direitos de propriedade intelectual que

resultam da sua atividade no projeto e que são transferidos para as empresas; a

contribuição das empresas co-promotoras para o investimento do projeto realizado

pela entidade do SCT será deduzida dessa compensação.

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Natureza do Incentivo

Tipologias de Projetos Natureza dos Incentivos Limite Máximo

Núcleos de I&DT Não Reembolsável EUR 500.000

Centros de I&DT Não Reembolsável EUR 1.000.000

Vale I&DT Não Reembolsável EUR 25.000

Outros projetos I&DT

Empresas, com

beneficiários empresas,

com incentivo inferior ou

igual a EUR 1.000.000

Não Reembolsável

Outros projetos I&DT

Empresas, com

beneficiários empresas,

com incentivo superior a

EUR 1.000.000

Não reembolsável até ao montante de EUR 1.000.000. O

montante do incentivo que exceder este limite assumirá a

modalidade de incentivo não reembolsável em 75% e de

incentivo reembolsável (*) em 25%. Esta última parcela será

incorporada no incentivo não reembolsável sempre que o seu

valor seja inferior a EUR 50.000

Outros projetos I&DT

Empresas, com

beneficiários entidades do

SCT

Não Reembolsável EUR 1.000.000 para projetos

inseridos no POFC e EUR

500.000 para projetos

enquadrados nos PO regionais

I&DT Coletiva Não Reembolsável

Projetos demonstradores,

com incentivo ≤ -EUR

750.000

Não Reembolsável

Projetos demonstradores,

com incentivo > EUR

750.000

Não reembolsável até ao montante de EUR 750.000. O

montante do incentivo que exceder este limite assumirá a

modalidade de incentivo reembolsável (*) em 25%. Esta última

parcela será incorporada no incentivo não reembolsável sempre

que o seu valor seja inferior a EUR 50.000

(*) O incentivo reembolsável deverá obedecer às seguintes condições:

a) Sem pagamento de juros ou outros encargos;

b) O prazo de financiamento considerado é de sete anos, com o período de carência de

capital de três anos;

c) As amortizações são efetuadas em prestações semestrais, iguais e sucessivas.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 28

Obrigações do Promotor

Executar o projeto nos termos e prazos fixados no contrato;

Demonstrar o cumprimento das obrigações legais, designadamente as fiscais e para

com a segurança social;

Disponibilizar, nos prazos estabelecidos, os elementos que lhe forem solicitados pelas

entidades com competências para o acompanhamento, avaliação de resultados e

impactes, controlo e auditoria;

Comunicar ao organismo intermédio as alterações ou ocorrências relevantes que

ponham em causa os pressupostos relativos à aprovação do projeto;

Manter as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade;

Manter a situação regularizada perante a entidade pagadora do incentivo;

Manter a contabilidade organizada de acordo com a regulamentação aplicável;

Manter na entidade beneficiária, devidamente organizado em dossier, todos os

documentos suscetíveis de comprovar as informações, declarações prestadas no

âmbito do projeto e de fundamentar as opções de investimentos apresentadas, bem

como todos os documentos comprovativos da realização das despesas de investimento.

Este dossier tem de ser mantido até três anos após a data de encerramento do

respetivo programa financiador, podendo os contratos de concessão de incentivos

definir períodos superiores;

Quando aplicável, cumprir os normativos em matéria de contratação pública

relativamente à execução dos projetos;

Publicitar os apoios atribuídos nos termos da regulamentação e regras aplicáveis.

Condições de Acesso

Projetos em Copromoção

A empresa líder deve assegurar pelo menos 30% do investimento elegível do projeto;

Projetos realizados em regiões Convergência (Norte, Centro e Alentejo) com

investimentos de entidades do SCT localizadas em regiões fora da Convergência

(Lisboa e Algarve) apenas serão elegíveis se eventuais direitos de propriedade

industrial e/ou intelectual resultantes do projeto forem detidos pelas empresas e/ou

entidades do SCTN com investimentos realizados nas regiões Convergência.

Núcleos de I&DT

Não ter, à data de candidatura, núcleos ou equipas de I&DT com caráter de permanência.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 29

1.4. Sistema de Apoio Local a Microempresas

O Sistema de Apoio Local a Microempresas (SIALM) tem o objetivo de apoiar exclusivamente as

microempresas já existentes, situadas em territórios de baixa densidade com problemas de

interioridade, enquanto territórios com menores oportunidades de desenvolvimento. O SIALM

apoia, de forma integrada, a realização de investimento e a criação líquida de postos de trabalho

nesses territórios.

Destinatários

Para se candidatarem ao SIALM, as empresas devem ter o estatuto de microempresas, ou seja,

devem ter menos de 10 trabalhadores e um volume de negócios anual ou balanço total anual

que não exceda os dois milhões de euros.

As empresas devem ainda abranger uma das seguintes atividades económicas:

Indústria;

Energia;

Comércio;

Turismo;

Transportes e Logística;

Serviços;

Despesas Elegíveis

São consideradas elegíveis Todas as despesas de investimento necessárias à realização do

projeto de investimento, incluindo as despesas relativas à contratação de um Revisor Oficial de

Contas ou Técnico Oficial de Contas e as obras de adaptação que se considerem necessárias no

âmbito do projeto.

Excluem-se os seguintes tipos de despesas:

Aquisição de terrenos;

Compra ou construção de edifícios;

Trespasses e direitos de utilização de espaços;

Aquisição de veículos automóveis e outro material aeronáutico;

Aquisição de bens em estado de uso;

Juros durante o período de realização do investimento;

Trabalhos da empresa para ela própria.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 68 de 15 de

fevereiro

Resolução do Conselho de

Ministros n.º 7/2013, de 6

de dezembro de 2012.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 30

Incentivos

Subsídio não reembolsável de 50% das despesas de investimento que foram

consideradas elegíveis para a realização do projeto (não contempla despesa com a

contratação de novos trabalhadores);

Subsídio até dois postos de trabalho, num montante fixo por posto de trabalho que

corresponde ao valor do Indexante de Apoios Sociais (IAS) € 419,221 multiplicado por:

12, no caso de trabalhadores sem ensino secundário completo;

1,25 x 12, para trabalhadores com ensino secundário completo ou ensino

pós-secundário completo;

1,65 x 12, para trabalhadores com licenciatura ou mestrado.

No caso dos postos de trabalho serem preenchidos por jovens, entre os 18 e os 30 anos,

desempregados ou à procura do primeiro emprego (inscritos no centro de emprego há pelo

menos 4 meses), os financiamentos terão uma majoração de 50%.

Condições de Acesso dos Projetos

Os projetos candidatos a este sistema de incentivos deverão satisfazer as seguintes condições:

Apresentar um valor de investimento elegível inferior a 5.000 euros quando localizados

nos concelhos e freguesias elegíveis no âmbito do n.º 1 do Anexo A da Portaria n.º

68/2013, de 15 de fevereiro;

Apresentar um valor de investimento elegível igual ou superior a 5 000 euros mas

inferior a 25.000 euros, localizados nos concelhos e freguesias elegíveis no âmbito do

n.º 2 do Anexo A da Portaria n.º 68/2013, de 15 de fevereiro;

Não estarem iniciados à data de apresentação da candidatura;

Disporem de financiamento adequado à sua concretização;

Apresentarem viabilidade económico-financeira devendo demonstrar que no pós-

projeto atingem uma autonomia financeira igual ou superior a 0,15;

Comprometerem-se a manter afetos à respetiva atividade os ativos respeitantes ao

investimento apoiado, assim como a localização geográfica prevista, durante o período

de vigência do contrato de concessão de incentivos e, no mínimo, durante três anos

após a conclusão dos mesmos;

Os projetos devem ainda conduzir à criação líquida de posto(s) de trabalho (os sócios e

gerentes, assim como trabalhadores de outras empresas do grupo, não são

contabilizados para efeitos de cálculo da criação líquida de postos de trabalho);

A duração máxima do projeto - investimento e criação dos postos de trabalho – é de

18 meses, contados a partir da data de início da sua realização que é a data da

realização da primeira despesa ou da primeira contratação. A data de conclusão é a

data da apresentação do pedido de pagamento final.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 31

Complementaridade

As empresas que tenham projetos aprovados no âmbito do SIALM podem ainda aceder a uma

linha de crédito INVESTE QREN, para financiar a parte do seu investimento não comparticipado

pelo SIALM. Esta linha de financiamento foi negociada com a banca com as seguintes condições

mais favoráveis:

Empréstimos de médio e longo prazo, até 8 anos com 2 anos de carência de capital;

Amortizações constantes, trimestrais e postecipadas;

Taxa de juro de 4,369 % a 4,969%;

Garantia mútua destinada a garantir 50% do capital em dívida.

Esta linha de crédito está disponível aos balcões dos bancos aderentes:

CGD – Caixa Geral de Depósitos;

BES – Banco Espírito Santo;

Banco BPI;

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo;

Montepio Geral;

Deutsche Bank;

Banco Invest;

Banco Espírito Santo dos Açores;

BANIF.

Estas informações estão também disponíveis na Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 32

1.5. Comércio Investe

No âmbito do Fundo de Modernização do Comércio, foi criada a medida Comércio Investe, com

vista ao lançamento de uma nova fase de apoio à atividade comercial, diferenciando-se pela sua

simplicidade, modernização e o seu ajustamento ao contexto económico atual. A medida irá

focar os apoios em projetos com crescente conteúdo qualitativo, em detrimento de intervenções

de natureza infraestrutural.

São abrangidos pela presente medida os projetos de investimento promovidos por empresas ou

por associações empresariais destinados à promoção da inovação de processo, organizacional e

de marketing nas empresas do setor do comércio.

Tipologias de Investimento

Projetos Individuais de modernização comercial promovido por uma empresa, que

vise a modernização e valorização da oferta dos estabelecimentos abertos ao público

através da aposta na inovação e da utilização de formas avançadas de comercialização;

Projetos Conjuntos de modernização comercial promovido por uma associação

empresarial do comércio, que vise a valorização e dinamização da oferta comercial dos

espaços urbanos com características de elevada densidade comercial, centralidade,

multifuncionalidade e desenvolvimento económico e social.

Entidades Beneficiárias

Projetos Individuais – Micro e Pequenas Empresas;

Projetos Conjuntos – Micro e Pequenas Empresas aderentes ao projeto conjunto;

Estruturas associativas empresariais do setor do comércio promotoras dos projetos

conjuntos.

Natureza do Incentivo

O incentivo é de natureza Não Reembolsável nas duas tipologias de investimento,

correspondendo a 40% das despesas elegíveis nos projetos individuais, até um máximo de

35.000€; a 45% das despesas elegíveis para empresas com projetos conjuntos, até um máximo

de 20.000€ por cada empresa aderente; e a 70% das despesas elegíveis para as associações,

não podendo ultrapassar o valor médio de 6.000€ por cada empresa aderente.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 236/2013 de

24 de julho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 33

Despesas Elegíveis e Incentivos a Conceder

Despesas Elegíveis Projetos

Individuais

Projetos

Conjuntos

Aquisição de equipamentos e software para

suporte à atividade comercial x x

Aquisição de equipamentos e mobiliário que se

destinem a áreas de venda ao público x x

Aquisição de equipamentos, software e conceção

de conteúdos destinados à criação ou dinamização

da presença na internet x x

Despesas com assistência técnica específica Até 1.500€ Até 1.500€/

empresa

Despesas inerentes à certificação de sistemas,

produtos e serviços x x

Despesas com a criação e proteção da Propriedade

Industrial x x

Requalificação da fachada, remodelação da área

de venda ao público e aquisição de toldos ou

reclamos Até 10.000€

Até 10.000€/

empresa

Estudos, diagnósticos, conceção de imagem,

projetos de arquitetura e das especialidades e

processo de candidatura Até 1.500€

Até 1.500€/

empresa

Intervenção de TOC ou ROC Até 500€

Aquisição de equipamentos, software e serviços,

relativos a ações que visem a dinamização e

promoção do centro urbano e a criação de serviços

conjuntos de suporte aos potenciais clientes

Até 5.000€/

empresa

Custos da associação com a gestão do projeto Até 1.000€/

empresa

Majorações

Projetos Individuais – Prémio de boa execução do projeto, correspondente a uma

majoração de 10% do valor do incentivo apurado;

Projetos Conjuntos – Prémio de boa execução do projeto, correspondente a 10% do

valor do incentivo apurado para as empresas aderentes e uma majoração de 15% do

valor do incentivo apurado para as associações.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 34

Parte 2 – Incentivos Fiscais e Parafiscais

Conteúdo Parte 2 – Incentivos Fiscais

Sistema de Incentivos Fiscais de Investigação e Desenvolvimento Empresarial (SIFIDE II)

Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI)

Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI)

Benefícios Fiscais Contratuais ao Investimento Produtivo

Benefícios Fiscais com vista à Internacionalização

Incentivos Fiscais

2.1. Sistema de Incentivos Fiscais de Investigação e Desenvolvimento

Empresarial II (SIFIDE II)

Este sistema permite aos sujeitos passivos de IRC residentes em território nacional, deduzir à

coleta daquele imposto, e até à sua concorrência, o valor correspondente às despesas com

investigação e desenvolvimento (I&D) realizadas no período de tributação em causa, na parte

que não tenha sido objeto de comparticipação financeira do Estado a fundo perdido.

Beneficiários

Sujeitos passivos de IRC residentes em território português que exerçam, a título principal ou

não, uma atividade de natureza agrícola, industrial, comercial e de serviços e os não residentes

com estabelecimento estável nesse território, que preencham cumulativamente as seguintes

condições:

O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos;

Não sejam devedores ao Estado e à segurança social ou tenham o seu pagamento

devidamente assegurado.

Crédito Fiscal

Dedução à coleta e até à sua concorrência do valor correspondente às despesas com I&DT numa

dupla percentagem:

a) Taxa de base - 32,5% das despesas realizadas naquele período;

b) Taxa incremental (1) - 50% do acréscimo das despesas realizadas naquele período em

relação à média aritmética simples dos dois exercícios anteriores, até ao limite de

1.500.000,00 EUR.

(1) Acréscimo de 20% para as despesas relativas à contratação de doutorados passando o limite

máximo a ser de 1.800.000,00 EUR.

Legislação Aplicável

Lei n.º 55-A/2010, de 31

de dezembro, alterado

pela Lei n.º 64-B/2011, de

30 de dezembro, e pelo

Decreto -Lei n.º 82/2013,

de 17 de junho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 35

Para os sujeitos passivos de IRC que sejam PME, que ainda não completaram dois exercícios e

não beneficiaram da Taxa Incremental, aplica-se uma majoração de 15% à Taxa Base (47,5%).

A importância que não possa ser deduzida por insuficiência de coleta, pode sê-lo, nas mesmas

condições, nas liquidações dos 6 exercícios seguintes.

Despesas elegíveis

Aquisições de ativos fixos tangíveis, à exceção de edifícios e terrenos, desde que

criados ou adquiridos em estado novo na proporção da sua afetação à realização de

atividades de I&D;

Despesas com pessoal com habilitações literárias mínimas do nível 4 do Quadro

Nacional de Qualificações (QNQ), diretamente envolvido em tarefas de I&D; (1)

Despesas com a participação de dirigentes e quadros na gestão de instituições de I&D;

Despesas de funcionamento, até ao máximo de 55% das despesas com o pessoal com

habilitações literárias mínimas do nível 4 do QNQ, diretamente envolvido em tarefas de

I&D contabilizadas a título de remunerações, ordenados ou salários, respeitantes ao

exercício;

Despesas relativas à contratação de atividades de I&D junto de entidades públicas ou

beneficiárias do estatuto de utilidade pública ou de entidades com idoneidade em

matéria de investigação e desenvolvimento;

Participação no capital de instituições de I&D e contributos para fundos de

investimentos, públicos ou privados, destinados a financiar empresas dedicadas

sobretudo a I&D, incluindo o financiamento da valorização dos seus resultados;

Custos com registo e manutenção de patentes; (2)

Despesas com a aquisição de patentes que sejam predominantemente destinadas à

realização de atividades de I&D; (2)

Despesas com auditorias à I&D; (2)

Despesas com ações de demonstração que decorram de projetos de I&D apoiados.

(1) Para as grandes empresas apenas são dedutíveis em 90% do respetivo montante.

(2) Só são aplicáveis às micro, pequenas e médias empresas.

O período de vigência do SIFIDE II decorre entre 2013 e 2015.

As candidaturas devem ser apresentadas até ao final do mês de julho do ano seguinte ao do

exercício em causa.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 36

Exemplo Prático I

Uma empresa do setor dos moldes realizou atividades de investigação e desenvolvimento nos

anos de 2011 e 2012, tendo incorrido em despesas relevantes em I&D que totalizam, 23.000,00

EUR e 27.000,00 EUR, respetivamente, e incorreu nas seguintes despesas em 2013:

Aquisição de um equipamento de medição (taxa de amortização de 25%) totalmente

afeto a atividades de I&D: 5.000,00 EUR;

Pessoal afeto a estas atividades: 23.000,00 EUR, sendo que:

4.500,00 EUR correspondem a pessoal com nível de qualificação igual a 3;

5.500,00 EUR correspondem a pessoal com nível de qualificação igual a 4;

13.000,00 EUR correspondem a pessoal com nível de qualificação igual a 6.

Aquisição de matérias-primas: 4.500,00 EUR;

Contratação de ensaios: 1.000,00 EUR;

Gastos com eletricidade, seguros, comunicações: 2.500,00 EUR;

Registo de uma patente: 1.500,00 EUR;

As despesas a considerar no cálculo do crédito fiscal são:

Aquisição de equipamentos afetos a I&D: 1.250,00 EUR;

Pessoal com nível de qualificação igual a 4 e a 6: 18.500,00 EUR;

Registo de Patente: 1.500,00 EUR;

Despesas de funcionamento: 10.175,00 EUR (respeitando o limite dos 55% das

despesas com pessoal com nível igual ou superior a 4) (*)

Aplicando as regras do SIFIDE temos que:

Taxa base: 10.213,13 EUR (32,5% das despesas incorridas em 2013)

Taxa incremental: 3.212,50 EUR (50% do acréscimo das despesas realizadas em 2013

em relação à média dos dois exercícios anteriores).

Deste modo, este sujeito passivo obterá um crédito fiscal de 13.425,63 EUR a deduzir à coleta

de 2013 até à sua concorrência, sendo que, se não for possível deduzir a totalidade do crédito

fiscal, a Empresa poderá fazê-lo até ao sexto exercício seguinte.

(*) As despesas com pessoal com nível de qualificação inferior a 4 podem ser consideradas como

despesas de funcionamento.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 37

2.2. Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI)

O Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento é um mecanismo que pretende incentivar o

investimento das empresas entre junho e dezembro de 2013. O crédito fiscal implica que as

empresas que investirem até 5.000.000,00 EUR em Portugal terão direito a um crédito fiscal que

vai permitir deduzir à coleta de IRC 20% do montante investido, até ao limite de 70% da coleta

anual da empresa.

Beneficiários

Sujeitos passivos de IRC que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial,

industrial ou agrícola e preencham, cumulativamente, as seguintes condições:

Disponham de contabilidade regularmente organizada;

O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos;

Tenham a situação fiscal e contributiva regularizada.

Condições de Aplicação do Crédito Fiscal

Os investimentos elegíveis devem ser efetuados entre 1 de junho de 2013 e 31 de

dezembro de 2013;

O valor máximo das despesas de investimento elegíveis é de 5.000.000,00 EUR por

sujeito passivo;

A dedução é efetuada na liquidação de IRC respeitante ao período de tributação que se

inicie em 2013, até à concorrência de 70% da coleta deste imposto;

O CFEI não é cumulável, relativamente às mesmas despesas de investimento, com

quaisquer outros benefícios fiscais da mesma natureza.

Existe a possibilidade de reporte nos 5 exercícios seguintes em caso de insuficiência de coleta.

Despesas Elegíveis

Despesas de investimento em ativos afetos à exploração – Despesas relativas a ativos

fixos tangíveis (e.g. máquinas e equipamentos diretamente relacionados com as áreas

da gestão, da produção, da qualidade, da segurança e saúde, do controlo laboratorial)

e ativos biológicos que não sejam consumíveis, adquiridos em estado de novo e que

entrem em funcionamento ou utilização até ao final do período de tributação que se

inicie em ou após 1 de janeiro de 2014;

Despesas com projetos de desenvolvimento;

Despesas com elementos da propriedade industrial – (e.g. patentes, marcas, alvarás,

processos de produção, modelos ou outros direitos assimilados, adquiridos a título

oneroso e cuja utilização exclusiva seja reconhecida por um período limitado de

tempo).

Legislação Aplicável

Lei n.º 49/2013 de 16 de

julho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 38

Exemplo Prático II

Uma empresa que em 2013 tenha uma matéria coletável de 250.000,00 EUR, se realizar um

investimento elegível, no valor de 220.000,00 EUR, poderá beneficiar de uma taxa geral de

tributação de IRC de 7,5% em 2013, nos termos seguintes:

Crédito de imposto de 20% do montante do investimento elegível, ou seja, 44.000,00

EUR;

Por referência a 2013, este crédito será dedutível até 70% da coleta, ou seja, até

43.750,00 EUR (70% de 62.500,00 EUR);

Deste modo, este sujeito passivo apenas pagará 18.750,00 EUR de IRC em 2013, o

que corresponde a uma taxa geral efetiva de IRC de 7,5%;

Os 250,00 EUR de crédito não utilizados poderão ainda ser utilizados contra as coletas

apuradas nos 5 exercícios subsequentes.

Exemplo Prático III

Uma empresa que em 2013 tenha uma matéria coletável de 150.000,00 EUR, se realizar um

investimento elegível, no valor de 50.000,00 EUR, poderá beneficiar de uma redução da taxa

geral de tributação de IRC em 2013, nos termos seguintes:

Crédito de imposto de 20% do montante do investimento elegível, ou seja, 10.000,00

EUR;

Por referência a 2013, este crédito será dedutível até 70% da coleta, ou seja, até

26.250,00 EUR (70% de 37.500,00 EUR);

Deste modo, este sujeito passivo apenas pagará 27.500,00 EUR de IRC em 2013, o

que corresponde a uma taxa geral efetiva de IRC de 18,33%.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 39

2.3. Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI)

O Regime Fiscal de Apoio ao Investimento constituiu-se como um instrumento de política fiscal

anti cíclica que, por via da promoção do investimento empresarial em determinadas regiões e da

criação de emprego, pretende contribuir para a revitalização da economia nacional.

Beneficiários

Sujeitos passivos de IRC que exerçam, a título principal, uma atividade nos setores agrícola,

florestal, agroindustrial e turístico e ainda da indústria extrativa ou transformadora, com exceção

dos setores siderúrgico, da construção naval e das fibras sintéticas, que preencham

cumulativamente as seguintes condições:

Disponham de contabilidade regularmente organizada;

O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos;

Mantenham na empresa e na região, durante um período mínimo de cinco anos, os

bens objeto do investimento;

Não sejam devedores ao Estado e à Segurança Social ou tenham o pagamento dos

seus débitos devidamente assegurado;

Não sejam consideradas empresas em dificuldade nos termos da comunicação da

Comissão;

Efetuem investimento relevante que proporcione a criação de postos de trabalho e a

sua manutenção até ao final do período de dedução à coleta do RFAI.

Aplicação do Incentivo Fiscal

Dedução à coleta de IRC, e até à concorrência de 50% da mesma, das seguintes

importâncias:

a. 20% do investimento relevante até ao montante de 5.000.000,00 EUR;

b. 10% do investimento relevante de valor superior a 5.000.000,00 EUR.

Isenção de imposto municipal sobre imóveis (IMI), por um período até cinco anos;

Isenção de imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT);

Isenção de imposto de selo (IS).

A importância que não possa ser deduzida por insuficiência de coleta, pode sê-lo, nas mesmas

condições, nas liquidações dos 5 exercícios seguintes.

Despesas Elegíveis

Investimento em ativos fixos tangíveis, adquiridos em estado de novo, que incluem

também:

Terrenos que se destinem à exploração de concessões mineiras, águas minerais

naturais e de nascente, pedreiras, barreiros e areeiros em projetos de indústria

extrativa;

Legislação Aplicável

Lei n.º 10/2009, de 10 de

março, alterada pelo

Decreto - Lei n.º

249/2009, de 22 de

setembro, e pelas Leis n.ºs

3-B/2010, de 28 de abril,

55-A/2010, de 31 de

dezembro, 64-B/2011, de

30 de dezembro, 66-

B/2012, de 31 de

dezembro, e pelo Decreto

- Lei n.º 82/2013, de 17

de junho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 40

Construção, aquisição, reparação e ampliação de quaisquer edifícios que sejam

instalações fabris ou afetos a atividades administrativas;

Equipamento hoteleiro afeto a exploração turística;

Equipamentos sociais que a empresa seja obrigada a ter por determinação legal.

Investimento em ativo intangível, constituído por despesas com transferência de tecnologia

(e.g. aquisição de direitos de patentes, licenças, ‘saber-fazer’ ou conhecimentos técnicos não

protegidos por patente).

O período de vigência do Regime Fiscal de Apoio ao Investimento decorre entre 2013 e 2017.

Exemplo Prático IV

Em 2013, uma Empresa que tem como objeto social a viticultura e a produção de vinhos comuns

e licorosos, ampliou a capacidade da sua adega, nas seguintes condições:

Aquisição de uma linha de engarrafamento: 128.000,00 EUR, dos quais:

78.000,00 EUR (aquisição e entrada em funcionamento em 2013) – relevante

para RFAI;

30.000,00 EUR (adição ao ativo fixo tangível em curso) – relevante para

RFAI;

20.000,00 EUR – adiantamento para ativo tangível em curso – não relevante

para RFAI;

Ampliação da adega: 900.000,00 EUR – relevante para RFAI;

Aquisição de software (utilização exclusiva por um período de tempo limitado) para

controlo da produção energética: 15.000,00 EUR - relevante para RFAI;

Implementação de sistema de rega: 13.000,00 EUR (adição de ativo fixo tangível

resultante de transferência de imobilizado em curso de 2012) – não relevante para

RFAI;

Assim, a Empresa efetuou, em 2013, um total de investimento relevante para efeitos de RFAI no

montante de 1.023.000,00 EUR.

Considerando que a Empresa apresentará, em 2013, uma coleta de IRC no montante de

300.000,00 EUR, poderá deduzir à coleta o montante de 204.600,00 EUR (1.023.000,00 x 20%).

Porém, como a dedução à coleta está limitada a 150.000,00 EUR (50% x 300.000,00), a

Empresa reportará um crédito de RFAI para os 5 exercícios seguintes no valor de 54.600,00

EUR.

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2.4. Regime dos Benefícios Fiscais

O regime de benefícios fiscais regulado pelo Código Fiscal do Investimento aplica-se a projetos

de investimento produtivo e a projetos de investimento com vista à

internacionalização realizados até 31 de dezembro de 2020.

Estes projetos devem ter o seu objeto compreendido nas seguintes atividades económicas:

Indústria extrativa e indústria transformadora;

Turismo e as atividades declaradas de interesse para o turismo nos termos da

legislação aplicável;

Atividades e serviços informáticos e conexos;

Atividades agrícolas, piscícolas, agropecuárias e florestais;

Atividades de investigação e desenvolvimento e de alta intensidade tecnológica;

Tecnologias da informação e produção de audiovisual e multimédia;

Ambiente, energia e telecomunicações.

2.4.1. Benefícios Fiscais Contratuais ao Investimento Produtivo

Os projetos de investimento em unidades produtivas realizados até 31 de dezembro de 2020, de

montante igual ou superior a 3.000.000,00 EUR, que sejam relevantes para o desenvolvimento

dos sectores considerados de interesse estratégico para a economia nacional e para a redução

das assimetrias regionais, que induzam à criação de postos de trabalho e que contribuam para

impulsionar a inovação tecnológica e a investigação científica nacional, podem beneficiar de

incentivos fiscais, em regime contratual, com período de vigência até 10 anos.

Condições de Acesso

Podem ter acesso a benefícios fiscais os projetos de investimento inicial que demonstrem ter

viabilidade técnica, económica e financeira e que preencham cumulativamente as seguintes

condições:

Sejam relevantes para o desenvolvimento estratégico da economia nacional;

Sejam relevantes para a redução das assimetrias regionais;

Induzam a criação ou manutenção de postos de trabalho;

Contribuam para impulsionar a inovação tecnológica e a investigação científica

nacional.

Por investimento inicial entende-se um investimento em ativos fixos tangíveis e intangíveis para:

Criação de um novo estabelecimento;

Extensão de um estabelecimento existente;

Diversificação da produção de um estabelecimento para novos produtos adicionais;

Alteração fundamental do processo global de produção de um estabelecimento

existente.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 42

Benefícios Fiscais

Podem ser concedidos, cumulativamente, os seguintes incentivos fiscais:

Crédito de imposto, determinado com base na aplicação de uma percentagem,

compreendida entre 10% e 20% das despesas elegíveis do projeto efetivamente

realizadas, a deduzir ao montante apurado nos termos da alínea a)do n.º 1 do artigo

83.º do Código do IRC;

Isenção ou redução de IMI;

Isenção ou redução de IMT;

Isenção ou redução do imposto do selo.

A dedução anual máxima tem os seguintes limites:

a) Criação de empresas – pode corresponder ao total da coleta apurada em cada

exercício;

b) Sociedades já existentes – não pode exceder o maior valor entre 25% do total do

benefício fiscal concedido ou 50% da coleta apurada em cada exercício, exceto se um

limite diferente ficar contratualmente consagrado.

Taxa Base

Taxa Base Majorações Cumulativas

10%

5%

Localização do projeto numa região que, à data de apresentação

da candidatura, não apresente um índice per capita de poder de

compra superior à média nacional nos dois últimos apuramentos

anuais.

Até 5%

Criação de postos de trabalho ou a sua manutenção até ao final

da vigência do contrato de acordo com os seguintes escalões:

1% ≥ 50 postos de trabalho;

2% ≥ 100 postos de trabalho;

3% ≥ 150 postos de trabalho;

4% ≥ 200 postos de trabalho;

5% ≥ 250 postos de trabalho;

Até 5%

No caso de relevante contributo do projeto para a inovação

tecnológica, a proteção do ambiente, a valorização da produção

de origem nacional ou comunitária, o desenvolvimento e

revitalização das PME nacionais ou a interação com as

instituições relevantes do sistema científico nacional.

No caso de reconhecida relevância excecional do projeto para a economia

nacional, pode ser atribuída uma majoração até 5%, respeitando o limite

total de 20% das despesas elegíveis.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 43

Despesas Elegíveis

Despesas associadas aos projetos e relativas a:

Ativo fixo tangível afeto à realização do projeto, tais como:

a. Terrenos que se incluam em projetos do setor da indústria extrativa,

destinados à exploração de concessões minerais, águas de mesa e

medicinais, pedreiras, barreiras e areeiros;

b. Edifícios e outras construções diretamente ligados ao processo produtivo ou

às atividades administrativas essenciais;

c. Viaturas ligeiras ou mistas e outro material de transporte até ao valor de

ultrapasse 20% do total das despesas elegíveis;

d. Equipamentos sociais que a empresa seja obrigada a possuir por

determinação da lei;

e. Equipamentos produtivos destinados à utilização, para fins económicos, dos

resíduos resultantes do processo de transformação produtiva ou de consumo

em Portugal, desde que de reconhecido interesse industrial e ambiental.

Outras despesas necessárias à realização do projeto, designadamente:

a. Despesas com assistência técnica e elaboração de estudos;

b. Despesas com patentes, licenças e alvarás;

c. Amortização das mais-valias potenciais ou latentes, desde que expressas na

contabilidade.

Ativo fixo intangível constituído por despesas com transferência de tecnologia através

da aquisição de direitos de patentes, licenças, «saber -fazer» ou conhecimentos

técnicos não protegidos por patente, sendo que, no caso de empresas que não sejam

PME, estas despesas não podem exceder 50% das despesas elegíveis do projeto.

2.4.2. Benefícios fiscais com vista à internacionalização

Condições de Acesso

Podem ter acesso a benefícios fiscais os projetos de investimento de montante igual ou superior

a 250.000,00 EUR, em despesas elegíveis que preencham cumulativamente as seguintes

condições:

Demonstrem interesse estratégico para a internacionalização da economia portuguesa;

Demonstrem ter viabilidade técnica, económica e financeira;

Não se localizem em países, territórios e regiões com regimes de tributação

privilegiada, claramente mais favoráveis;

Não impliquem a diminuição dos postos de trabalho em Portugal.

Os benefícios fiscais, os critérios de determinação do crédito fiscal e as aplicações relevantes

relativos a projetos de internacionalização são definidos em diploma próprio ainda não publicado.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 44

Incentivos Parafiscais – Medidas de Apoio à Contratação

Conteúdo da Parte 2 - Incentivos Parafiscais – Medidas de Apoio à

Contratação

Estágios Emprego

Medida Estímulo 2013

Apoio à Contratação via Reembolso da Taxa Social Única

Incentivo Emprego

Programa de Emprego e Apoio à Qualificação das Pessoas com Deficiências e Incapacidades

Reintegração Socioprofissional

Rede de Perceção e Gestão de Negócios

Passaporte Empreendedorismo

Apoios à Criação do Próprio Emprego por Beneficiários de Prestações de Desemprego

Medidas de Apoio da Segurança Social

Instituto de Emprego e Formação Profissional

O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) disponibiliza uma grande variedade de

medidas de apoio à contratação para que as empresas tenham mecanismos de apoio na

contratação de Recursos Humanos.

Estes apoios traduzem-se em incentivos financeiros ou parafiscais e destinam-se

maioritariamente a candidatos inscritos nos centros de emprego ou centros de emprego e

formação profissional, de forma a combater o desemprego crescente que se tem vindo a verificar

em Portugal nos últimos anos. É dado ainda um especial enfoque ao desemprego jovem,

existindo medidas próprias e específicas para este segmento.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 45

2.5. Estágios Emprego

A medida Estágios Emprego consiste no financiamento de estágios com a duração de 12 meses,

em todos os setores de atividade.

Um estágio profissional é a etapa de transição para a vida ativa que visa complementar uma

qualificação preexistente através de formação e experiência prática em contexto laboral e

promover a inserção de jovens no mercado de trabalho ou a reconversão profissional de

desempregados.

Com vista à simplificação do programa de estágios do IEFP, esta medida revoga as medidas

Passaporte Emprego, Estágios Profissionais e Estágio Património.

Destinatários

Jovens, entre os 18 e os 30 anos, inclusive, inscritos como desempregados nos centros

de emprego ou centros de emprego e formação profissional;

No caso do setor agrícola, os destinatários podem ter até 35 anos de idade, inclusive;

Candidatos com idade superior a 30 anos, mediante o cumprimento de requisitos

específicos.

Entidades Promotoras

Pessoas singulares ou coletivas, de direito privado, com ou sem fins lucrativos;

Autarquias locais, comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas;

Entidades que integrem o setor empresarial do estado.

Apoios

Bolsa de estágio mensal:

EUR 691,71 – para estagiários com qualificação de nível 6, 7 ou 8;

EUR 586,91 – para estagiários com qualificação de nível 5;

EUR 544,99 – para estagiários com qualificação de nível 4;

EUR 503,06 – para estagiários com qualificação de nível 3;

EUR 419,22 – para os restantes casos.

Subsídio de alimentação;

Seguro de acidentes de trabalho;

Despesas de Transporte (apenas no caso de estagiário com deficiência e incapacidade).

Legislação Aplicável

Portaria n.º 20-A/2014, de

30 de janeiro, que altera a

Portaria n.º 204-B/2013,

de 18 de junho, alterada

pela Portaria n.º

375/2013, de 27 de

dezembro

Despacho n.º 1573-

B/2014, de 30 de janeiro

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 46

Comparticipação Pública

Apoios para as empresas

Bolsa de Estágio

100% para:

Entidades com 10 ou

menos trabalhadores, no

caso do primeiro

estagiário;

No setor do património,

para os primeiros 10

estagiários;

As autarquias locais,

comunidades

intermunicipais e áreas

metropolitanas, no caso do

primeiro estagiário;

Entidades do setor social;

Hospitais E.P.E.

80% para todas as outras

situações

No caso de estagiário com

deficiência e incapacidade, a

comparticipação na bolsa é

majorada em 10 pontos

percentuais (comparticipação

= 90%)

Subsídio de Alimentação Até ao valor fixado para os trabalhadores que exercem funções

públicas

Despesas de Transporte

dos estagiários com

deficiência e

incapacidade

Montante equivalente ao custo das viagens realizadas em

transporte coletivo ou subsídio de transporte mensal no

montante equivalente a EUR 41,92

Prémio do Seguro de

acidentes de trabalho

Até 3% de EUR 544,99 reportado ao período de duração do

estágio

Regime Especial

Os estágios desenvolvidos no âmbito de projetos reconhecidos ao abrigo do regime especial de

interesse estratégico para a economia nacional ou de determinada região podem ter a duração

de 6, 9, 12 ou 18 meses.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 47

Exemplo prático V

Uma empresa com menos de 10 funcionários pretende contratar dois estagiários, um com o

nível de qualificações III e outro com o nível de qualificação VI.

Para tirar o máximo partido desta medida contrata primeiro o estagiário com o nível VI, que será

apoiado a 100%, e depois o estagiário com o nível III, que será apoiado a 80%.

Apresentamos no quadro abaixo os valores considerados para esta situação:

Estagiário com nível VI Estagiário com nível III

Financiamento IEFP (100%)

Comparticipação Empresa

Financiamento IEFP (80%)

Comparticipação Empresa

Bolsa de estágio 8.300,56 0,00 4.829,41 1.207,35

Subsídio de alimentação 1.076,04 0,00 1.076,04 0,00

Seguro AT 249,02 0,00 144,88 0,00

Segurança Social 0,00 1.971,38 0,00 1.433,73

Total 9.625,61 1.971,38 6.050,34 2.641,09

2.6. Medida Estímulo 2013

A Medida Estímulo 2013 consiste na concessão de apoio financeiro às entidades empregadoras

que celebrem contratos de trabalho a tempo completo ou a tempo parcial por prazo igual ou

superior a 6 meses, com desempregados inscritos nos centros de emprego e formação

profissional, com a obrigação de proporcionarem formação profissional aos trabalhadores

contratados.

Entidades Promotoras

Pessoas singulares ou coletivas, de direito privado, com ou sem fins lucrativos.

Apoios

A entidade empregadora que celebre contrato de trabalho tem direito aos seguintes apoios:

Apoio Período Limite Condições

50% da retribuição

mensal

Máximo de 6

meses

Até EUR 419,22 /

mês Celebração de contrato de

trabalho a termo certo

Máximo de 18

meses

Até EUR 544,99 /

mês Celebração de contrato de

trabalho sem termo

Poderá ter uma majoração de 10% em casos específicos.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 106/2013, de

14 de março

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 48

Cada empregador não pode contratar mais de 25 trabalhadores através de contrato a termo

certo em cada ano civil, não existindo limite ao número de contratações em caso de celebração

de contratos de trabalho sem termo.

Formação Profissional

A entidade empregadora tem a obrigatoriedade de proporcionar formação profissional ajustada

às competências do posto de trabalho, em contexto de trabalho ou através de uma entidade

formadora certificada.

Destinatários

Os desempregados inscritos nos centros de emprego ou centros de emprego e formação

profissional que cumpram as seguintes condições:

Inscritos há pelo menos 6 meses consecutivos;

Inscritos há pelo menos 3 meses consecutivos, desde que não tenham concluído o

ensino básico ou que tenham 45 ou mais anos de idade, ou que sejam responsáveis

por uma família monoparental ou cujos cônjuges se encontrem igualmente em

situação de desemprego;

Outros inscritos, desde que não tenham estado inscritos na Segurança Social como

trabalhador independente nos 12 meses que precedem a data de candidatura à

medida, nem tenham estado a estudar durante esse mesmo período.

As condições de acesso dos destinatários são aferidas à data de apresentação da candidatura.

Prémio de conversão

À entidade promotora que converta um contrato de trabalho a termo certo (celebrado ao abrigo

da medida Estímulo 2012 ou Estímulo 2013) em contrato de trabalho sem termo, é concedido

um prémio de conversão, no valor correspondente a 9 meses de apoio financeiro não podendo

ultrapassar o montante de EUR 419,22/mês.

A entidade promotora fica também isenta da obrigação de proporcionar formação profissional.

Reconhecimento de Projetos de Interesse Estratégico

Às entidades a que for reconhecido este estatuto, não se aplica o número máximo de 25 postos

de trabalho, através da celebração de contrato a termo certo, o qual tem de ter uma duração

igual ou superior a 12 meses, sendo o apoio financeiro concedido por um período de 9 meses.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 49

2.7. Apoio à Contratação via Reembolso da Taxa Social Única

O Apoio à Contratação Via Reembolso da Taxa Social Única (TSU) consiste no reembolso de uma

percentagem da TSU paga pela entidade empregadora que celebre contrato com jovem

desempregado ou equiparado.

Destinatários

São destinatários da medida os desempregados inscritos nos centros de emprego, com idades

superiores a 18 anos, mediante preenchimento de requisitos específicos para cada segmento de

idade.

Entidades Promotoras

São abrangidas pela presente medida as pessoas singulares ou coletivas, de direito privado, com

ou sem fins lucrativos.

Apoios

A entidade empregadora tem direito ao reembolso total ou parcial do valor da TSU paga

mensalmente, durante o período máximo de 18 meses, relativa ao trabalhador contratado, nos

seguintes termos:

Apoio Limite Condições

100% do valor da TSU Até EUR 200 /

mês

Contratação sem termo ou de pessoa com

deficiência ou incapacidade

75% do valor da TSU Contratação a termo certo

Regime Especial

Aos projetos considerados de interesse estratégico para a economia social ou de determinada

região, não se aplica o limite de 25 contratações a termo certo em cada ano civil.

Cumulação

O apoio previsto na presente medida é cumulável com a Medida Estímulo 2013.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 204-A/2013,

de 18 de junho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 50

Quadro Síntese Comparativo

Estágios Emprego

Apoio à Contratação

Via Reembolso da

TSU

Medida Estímulo 2013

Resumo Medida

Financiamento de

estágios com 12

meses de duração,

em todos os setores

de atividade

Reembolso de uma

percentagem da TSU

paga pela entidade

empregadora

Apoio financeiro de

50% da retribuição

mensal dos

trabalhadores

Entidades

Promotoras

Pessoas singulares

ou coletivas, de

direito privado, com

ou sem fins

lucrativos;

Autarquias locais,

intermunicipais e

áreas

metropolitanas, setor

empresarial do

estado

Pessoas singulares

ou coletivas, de

direito privado, com

ou sem fins

lucrativos

Pessoas singulares ou

coletivas, de direito

privado, com ou sem

fins lucrativos

Destinatários

Jovens entre os 18 e

os 30 anos; até aos

35 anos no setor

agrícola

Candidatos com

idade superior a 18

anos, mediante

preenchimento de

requisitos específicos

Desempregados

inscritos nos centros

de emprego ou

centros de emprego e

formação profissional,

em condições

específicas

Apoios

80 a 100% do valor

mensal da bolsa de

estágio; seguro;

subsídio de

alimentação;

despesas de

transporte (casos

especiais)

100 ou 75% do valor

da TSU até ao

máximo de EUR 200

por mês

50% da remuneração

mensal até EUR

419,22 (termo certo)

e EUR 544,99 (sem

termo)

Formação Não Não Sim

Cumulação ---- Estímulo 2013 TSU; Startups

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 51

2.8. Incentivo Emprego

A Medida Incentivo Emprego consiste na concessão, ao empregador, de um apoio financeiro à

celebração de contrato de trabalho.

Trata-se de uma medida de natureza transitória, que tem como objetivo atenuar os efeitos da

crise económica e impulsionar a contratação, reportando-se ao período compreendido entre o

início da execução de cada contrato de trabalho e 30 de setembro de 2015 ou a data de

cessação do contrato, conforme a que se verifique em primeiro lugar.

Entidades Promotoras

Entidades empregadoras que celebrem contratos de trabalho regulados pelo Código do

Trabalho;

Empresas de trabalho temporário, qualquer que seja a duração do contrato celebrado

com o trabalhador temporário.

Apoios

O apoio financeiro corresponde a 1% da retribuição mensal do trabalhador.

Por retribuição mensal entende-se o valor pago pelo empregador ao trabalhador e relevante

para efeitos de incidência da taxa contributiva devida à segurança social.

Cumulação

O Incentivo pode ser cumulável com outros apoios ao emprego aplicáveis ao mesmo posto de

trabalho, cuja atribuição esteja, por natureza, dependente de condições inerentes aos

trabalhadores contratados.

O Incentivo é cumulável, nomeadamente, com o Estímulo 2013 e com o Apoio à Contratação Via

Reembolso da Taxa Social Única.

Quando pode requerer

A candidatura ao incentivo é apresentada no decurso do trimestre civil em que se efetua a

comunicação de admissão do trabalhador à segurança social, à exceção dos casos em que esta

ocorra nos últimos dez dias do trimestre, caso em que pode ser apresentada até ao dia 15 do

mês subsequente.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 17/2014, de

27 de janeiro que altera a

Portaria n.º 286-A/2013,

de 16 de setembro

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 52

2.9. Programa de Emprego e Apoio à Qualificação das Pessoas com

Deficiências e Incapacidades

Programa de apoio ao emprego e qualificação no âmbito da reabilitação profissional que integra

diversas modalidades de apoio destinadas às pessoas com deficiência e incapacidade que

apresentam dificuldades no acesso, manutenção e progressão no emprego.

Destinatários

Pessoas com deficiência e incapacidade em idade ativa inscritas nos centros de emprego ou

centros de emprego e formação profissional.

Entidades Promotoras

Pessoas singulares ou coletivas de direito privado, com ou sem fins lucrativos;

Entidades públicas.

Medidas e Modalidades de Apoio

Este Programa está dividido em 4 medidas principais:

Apoio à Qualificação – Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiências

e Incapacidades - Ações de formação inicial e contínua visando dotar as pessoas com

deficiências e incapacidades de conhecimentos e competências necessárias à obtenção

de uma qualificação que lhes permita exercer uma atividade no mercado de trabalho,

manter o emprego e progredir profissionalmente de forma sustentada;

Apoios à Integração, Manutenção e Reintegração no Mercado de Trabalho -

Conjunto de medidas que se constituem como meio facilitador da integração,

manutenção e reintegração das pessoas com deficiências e incapacidades no mercado

de trabalho. Compreende as seguintes medidas:

Ações de informação, avaliação e orientação para a qualificação e o emprego

– consiste em apoios às pessoas com deficiência e incapacidade na escolha

informada do seu percurso profissional através da identificação das etapas e

dos meios mais adequados à elevação do seu nível de empregabilidade e à

inserção no mercado de trabalho;

Apoio à colocação;

Acompanhamento pós-colocação;

Adaptação de postos de trabalho e eliminação de barreiras arquitetónicas;

Emprego Apoiado - Exercício de uma atividade profissional ou socialmente útil que

visa o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais que facilitem a

transição das pessoas com deficiências e incapacidades, quando possível, para o

regime normal de trabalho. O regime de emprego apoiado pode ser desenvolvido

através de:

Estágios de Inserção;

Legislação Aplicável

Decreto-Lei n.º 290/2009,

de 12 de outubro, alterado

pela Lei n.º 24/2011, de

16 de junho e pelo

Decreto-Lei n.º 131/2013,

de 11 de setembro.

Despacho normativo n-º

18/2010, de 29 de junho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 53

Contratos Emprego-Inserção;

Centros de Emprego Protegido;

Contratos de Emprego apoiado em entidades empregadoras;

Prémio de Mérito - Prémio de natureza simbólica, constituindo um testemunho de

apreço e uma forma de homenagear as pessoas singulares e coletivas que, em cada

ano, mais se tenham distinguido na integração profissional de pessoas com deficiências

e incapacidades.

2.9.1. Apoios à Integração, Manutenção e Reintegração no Mercado de Trabalho

2.9.1.1. Apoio à Colocação

Processo de mediação entre as pessoas e empregadores, desenvolvido pelos centros de recursos

da rede de suporte do IEFP, IP equacionando simultaneamente os aspetos relativos à

acessibilidade, à adaptação do posto de trabalho, ao desenvolvimento de competências gerais de

empregabilidade, bem como sensibilizando os empregadores para as vantagens da contratação

deste público, apoiando o candidato na procura ativa de emprego e na criação do próprio

emprego.

Tem em vista a promoção da inserção no mercado de trabalho das pessoas com deficiência e

incapacidade através de um processo de mediação entre as pessoas e os empregadores.

Destinatários

Pessoas com deficiência e incapacidade, desempregadas ou empregadas que

pretendam mudar de emprego, inscritas e encaminhadas pelos centros de emprego ou

centros de emprego e formação profissional;

Empregadores que pretendam contratar trabalhadores com deficiência e incapacidade.

Entidades Promotoras

Pessoas coletivas de direito público que não façam parte da administração direta do Estado e

pessoas coletivas de direito privado sem fins lucrativos, credenciadas pelo IEFP, IP como centros

de recursos enquanto estruturas de suporte e apoio aos serviços de emprego e de intervenção

especializada no domínio da reabilitação profissional.

Apoios

Para empregadores

Apoio técnico aos empregadores que pretendam contratar trabalhadores com

deficiência e incapacidade;

Para as entidades promotoras (centros de recursos)

Comparticipação financeira até EUR 628,83 por cada destinatário abrangido, nas

despesas com custos com o pessoal afeto, rendas, alugueres e amortizações,

preparação e desenvolvimento das ações e encargos gerais dos projetos;

Legislação Aplicável

Decreto-Lei n.º 290/2009,

de 12 de outubro, alterado

pela Lei n.º 24/2011, de

16 de junho e pelo

Decreto-Lei n.º 131/2013,

de 11 de setembro que

republica o diploma.

Despacho Normativo n.º

18/2010, de 29 de junho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 54

Comparticipação na íntegra nas despesas relativas ao pagamento de despesas de

deslocação, alimentação, alojamento, acolhimento de dependentes e seguro.

Para pessoas com deficiência e incapacidade:

Apoio técnico à integração no mercado de trabalho, incluindo na criação do próprio

emprego;

Apoio financeiro aos destinatários desempregados para frequência das ações:

Subsídio de refeição;

Despesas de deslocação;

Subsídio de acolhimento de dependentes;

Subsídio de alojamento;

Seguro.

Sempre que o centro de recursos proceda à colocação no prazo máximo de 1 ano a contar da

data de início da ação de apoio à colocação, pode ainda beneficiar de um apoio sob a forma de

subsídio não reembolsável, concedido de uma só vez, nos seguintes montantes:

EUR 419,22 por cada destinatário colocado com contrato de trabalho a termo com

duração mínima de 12 meses;

EUR 628,83, por cada destinatário que crie o próprio emprego ou que seja colocado

com contrato de trabalho sem termo.

2.9.1.2. Acompanhamento Pós-Colocação

Apoios técnicos aos trabalhadores com deficiência e incapacidade e respetivos empregadores,

visando a manutenção no emprego e a progressão na carreira das pessoas com deficiência e

incapacidade, através de intervenções especializadas no domínio da reabilitação profissional,

desenvolvidas pelos centros de recursos da rede de suporte do IEFP, IP, designadamente:

Adaptação às funções a desenvolver e ao posto de trabalho;

Integração no ambiente sócio laboral da empresa;

Desenvolvimento de comportamentos pessoais e sociais adequados ao estatuto de

trabalhador;

Acessibilidade para deslocações às instalações da empresa por parte dos trabalhadores

com deficiência e incapacidade.

Esta medida pretende promover a manutenção no emprego e a progressão na carreira das

pessoas com deficiência e incapacidade.

Destinatários

Trabalhadores com deficiência e incapacidade, por conta própria ou de outrem, que

necessitem de apoio para a manutenção ou progressão no emprego, inscritos e

encaminhados pelos centros de emprego e centros de emprego e formação

profissional;

Legislação Aplicável

Decreto-Lei n.º 290/2009,

de 12 de outubro, alterado

pela Lei n.º 24/2011, de

16 de junho e pelo

Decreto-Lei n.º 131/2013,

de 11 de setembro que

republica o diploma.

Despacho Normativo n.º

18/2010, de 29 de junho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 55

Empregadores que tenham ao seu serviço trabalhadores com deficiência e

incapacidade, contratados em regime normal ou em regime de emprego apoiado, a

frequentar estágios financiados pelo IEFP, IP ou contrato emprego-inserção.

Entidades Promotoras

Pessoas coletivas de direito público que não façam parte da administração direta do Estado e

pessoas coletivas de direito privado sem fins lucrativos, credenciadas pelo IEFP, IP como centros

de recursos enquanto estruturas de suporte e apoio aos serviços de emprego e de intervenção

especializada no domínio da reabilitação profissional.

Apoios

Para os destinatários e empregadores:

Apoio técnico visando a manutenção no emprego e a progressão na carreira das

pessoas com deficiência e incapacidade;

Apoio técnico aos empregadores que celebrem contratos de trabalho em regime normal

ou regime de emprego apoiado, que promovam estágios financiados pelo IEFP, IP ou

contratos de emprego-inserção.

Para as entidades promotoras (centros de recursos):

Comparticipação financeira até EUR 524,03 por cada destinatário abrangido, nas

despesas com custos com o pessoal afeto, rendas, alugueres e amortizações,

preparação e desenvolvimento das ações e encargos gerais dos projetos.

2.9.1.3. Adaptação de Postos de Trabalho e Eliminação de Barreiras

Este programa consiste em fornecer apoios financeiros aos empregadores que necessitem de

adaptar o equipamento ou o posto de trabalho às dificuldades funcionais do trabalhador com

deficiência e incapacidade admitido através de contrato de trabalho sem termo ou a termo com a

duração mínima inicial de 1 ano, bem como eliminar obstáculos físicos que impeçam ou

dificultem o acesso do trabalhador ao local de trabalho ou a sua mobilidade no interior das

instalações.

Destinatários

Pessoas com deficiência e incapacidade numa das seguintes condições:

Desempregadas ou à procura do 1.º emprego, inscritas nos centros de emprego ou

centros de emprego e formação profissional;

Destinatárias do contrato de emprego apoiado em entidades empregadoras;

Destinatárias de medidas ou programas de estágios financiados pelo IEFP, IP e de

qualquer das modalidades de contrato emprego-inserção.

Legislação Aplicável

Decreto-Lei n.º 290/2009,

de 12 de outubro, alterado

pela Lei n.º 24/2011, de

16 de junho e pelo

Decreto-Lei n.º 131/2013,

de 11 de setembro que

republica o diploma.

Despacho Normativo n.º

18/2010, de 29 de junho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 56

Entidades Promotoras

Empregadores de direito privado ou de direito público que não façam parte da administração

direta do Estado que:

Celebrem contratos de trabalho sem termo ou a termo com duração mínima inicial de 1

ano, com pessoas com deficiência e incapacidade;

Celebrem contratos de trabalho em regime de contrato de emprego apoiado em

entidades empregadoras;

Sejam promotoras de estágios financiados pelo IEFP, IP ou de qualquer das

modalidades de contratos emprego-inserção (apenas na candidatura aos apoios para

adaptação de postos de trabalho).

Apoios

Apoios para a adaptação de postos de trabalho

Nos contratos de trabalho e contratos de emprego apoiado em entidades empregadoras:

Subsídio não reembolsável, até EUR 6.707,52 por cada pessoa com deficiência e

incapacidade.

Nos estágios financiados e nas modalidades de contratos emprego-inserção:

Subsídio não reembolsável, até EUR 3.353,76 por cada pessoa com deficiência e

incapacidade admitida.

No fim da execução do estágio ou do contrato emprego-inserção, ocorrendo a contratação da

pessoa com deficiência e incapacidade pela entidade promotora mediante a celebração de

contrato de trabalho sem termo ou a termo com duração mínima inicial de 1 ano, podem ser

comparticipados os 50% remanescentes da solução técnica apoiada para adaptação do posto de

trabalho, até ao montante de EUR 6.707,52.

Apoios para eliminação de barreiras arquitetónicas

Subsídio não reembolsável, até ao limite de EUR 6.707,52 não podendo exceder 50%

do valor da obra ou do meio técnico adquirido (apenas para edifícios ou

estabelecimentos licenciados ou construídos antes de 8 de fevereiro de 2007).

Cumulação

Os apoios para adaptação de postos de trabalho e eliminação de barreiras arquitetónicas são

cumuláveis entre si e não podem ser concedidos por mais de uma vez à mesma entidade

empregadora em relação às mesmas adaptações.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 57

2.9.2. Emprego Apoiado

2.9.2.1. Estágios de Inserção

Os Estágios de Inserção são estágios com a duração de 12 meses, não prorrogáveis, tendo em

vista melhorar o perfil de empregabilidade das pessoas com deficiência e incapacidade e

promover a sua integração profissional.

Destinatários

Pessoas com deficiência e incapacidade inscritas como desempregadas nos centros de emprego

ou centros de emprego e formação profissional.

Entidades Promotoras

Pessoas singulares ou coletivas de direito privado, com ou sem fins lucrativos;

Autarquias locais, comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas;

Entidades que integram o setor empresarial do Estado ou o setor empresarial local.

Apoios

Bolsa de estágio mensal:

EUR 691,71 – para estagiários com qualificação de nível 6, 7 ou 8;

EUR 586,91 – para estagiários com qualificação de nível 5;

EUR 544,99 – para estagiários com qualificação de nível 4;

EUR 503,06 – para estagiários com qualificação de nível 3;

EUR 419,22 – para os restantes casos.

Subsídio de alimentação;

Seguro de acidentes de trabalho;

Apoio técnico no âmbito do acompanhamento pós-colocação;

Despesas de Transporte (caso a entidade empregadora não assegure o transporte

entre a residência habitual e o local de estágio).

Legislação Aplicável

Decreto-Lei n.º 290/2009,

de 12 de outubro, alterado

pela Lei n.º 24/2011, de

16 de junho e pelo

Decreto-Lei n.º 131/2013,

de 11 de setembro que

republica o diploma.

Portaria n.º 375/2013, de

27 de dezembro que altera

a Portaria n.º 204-B/2013,

de 18 de junho.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 58

Comparticipação Pública

Apoios para as empresas

Bolsa de Estágio

100% para:

Entidades com 10 ou

menos trabalhadores, no

caso do primeiro

estagiário;

No setor do património,

para os primeiros 10

estagiários;

As autarquias locais,

comunidades

intermunicipais e áreas

metropolitanas, no caso do

primeiro estagiário;

Entidades do setor social;

Hospitais E.P.E.

90% para todas as outras

situações

Subsídio de Alimentação Até ao valor fixado para os trabalhadores que exercem funções

públicas

Despesas de Transporte

dos estagiários com

deficiência e

incapacidade

Montante equivalente ao custo das viagens realizadas em

transporte coletivo ou subsídio de transporte mensal no

montante equivalente a EUR 41,92

Prémio do Seguro de

acidentes de trabalho

Até 3% de EUR 544,99 reportado ao período de duração do

estágio

A entidade promotora tem direito ainda a:

Apoio técnico no âmbito do acompanhamento pós-colocação;

Apoio para a adaptação de postos de trabalho (em casos justificados) – subsídio não

reembolsável no valor máximo de EUR 3.353,76 por cada pessoa com deficiência e

incapacidade;

No fim da execução do estágio se ocorrer a contratação do destinatário pela entidade promotora

mediante a celebração de contrato de trabalho sem termo ou a termo com duração mínima

inicial de 1 ano, podem ser comparticipados os 50% remanescentes da solução técnica apoiada

para adaptação do posto de trabalho, até ao montante total de EUR 6.707,52.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 59

2.9.2.2. Contratos Emprego-Inserção (CEI)

O Contrato Emprego Inserção para pessoas com deficiência e incapacidade consiste na

realização de atividades socialmente úteis que satisfaçam necessidades sociais ou coletivas

temporárias, no âmbito de projetos promovidos por entidades coletivas públicas ou privadas sem

fins lucrativos, durante um período máximo de 12 meses.

Destinatários

Pessoas com deficiência e incapacidade, desempregadas ou à procura do 1.º emprego, inscritas

nos centros de emprego ou centros de emprego e formação profissional.

Entidades Promotoras

Entidades coletivas, públicas ou privadas sem fins lucrativos, designadamente:

Serviços públicos que desenvolvam atividades relevantes para a satisfação de

necessidades sociais ou coletivas e se integrem nos domínios do apoio social e do

património natural, cultural e urbanístico;

Autarquias locais;

Entidades de solidariedade social.

Apoios

Bolsa mensal complementar, no valor de EUR 83,84, para pessoa com deficiência e

incapacidade beneficiária do subsídio de desemprego ou subsídio social de desemprego.

Despesas ou subsídio de transporte (caso o transporte não seja assegurado pela

entidade);

Subsídio de alimentação por cada dia de atividade;

Seguro de acidentes pessoais;

Apoio técnico no âmbito de acompanhamento pós-colocação.

Comparticipação

Comparticipação na bolsa de ocupação mensal (no caso do destinatário ser pessoa com

deficiência e incapacidade desempregada ou à procura do 1.º emprego ou beneficiária

do RSI) nas seguintes percentagens:

100% para as entidades privadas sem fins lucrativos;

90% para as entidades públicas.

Comparticipação integral na bolsa mensal complementar (no caso do destinatário ser

pessoa com deficiência e incapacidade beneficiária do subsídio de desemprego ou

subsídio social de desemprego);

Comparticipação nas despesas de transporte;

Comparticipação no subsídio de alimentação;

Apoio técnico no âmbito do acompanhamento pós-colocação;

Legislação Aplicável

Decreto-Lei n.º 290/2009,

de 12 de outubro, alterado

pela Lei n.º 24/2011, de

16 de junho e pelo

Decreto-Lei n.º 131/2013,

de 11 de setembro

Despacho Normativo n.º

18/2010, de 29 de junho

Portaria n.º 378-H/2013,

de 31 de dezembro que

altera e republica a

Portaria n.º 128/2009, de

30 de janeiro, alterada

pela Portaria n.º

294/2010, de 31 de maio

e pela Portaria n.º

164/2011, de 18 de abril

Despacho n.º 1573-

A/2014, de 30 de janeiro

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 60

Apoio para a adaptação de postos de trabalho - subsídio não reembolsável, no valor

máximo de EUR 3.353,76, por cada pessoa com deficiência e incapacidade admitida.

Quando, no final do contrato emprego-inserção, ocorra a contratação pela entidade promotora,

mediante a celebração de contrato de trabalho sem termo ou a termo com duração mínima

inicial de 1 ano, pode ser comparticipado o valor remanescente da solução técnica apoiada até

ao montante total de EUR 6.707,52.

2.9.2.3. Centros de Emprego Protegido (CEP)

Esta medida consiste no exercício de atividade profissional por pessoas com deficiência e

incapacidade e capacidade de trabalho reduzida nas áreas de produção ou prestação de serviços

da estrutura produtiva do centro de emprego protegido (CEP), com possibilidade de realização

de estágio inicial com uma duração não superior a 9 meses.

Destinatários

Pessoas com deficiência e incapacidade, inscritas nos centros de emprego ou centros de

emprego e formação profissional, com capacidade de trabalho não inferior a 30% nem superior a

75% da capacidade normal de trabalho de um outro trabalhador nas mesmas funções

profissionais.

Entidades Promotoras

Pessoas coletivas de direito público que não façam parte da administração direta do Estado ou

pessoas coletivas de direito privado sem fins lucrativos.

Apoios

Para os trabalhadores em regime de emprego apoiado:

Retribuição aferida proporcionalmente à de um trabalhador com capacidade normal

para o mesmo posto de trabalho, de acordo com a graduação da sua capacidade, que

não pode ser inferior ao valor da retribuição mínima garantida (RMMG).

O trabalhador tem direito, durante o período de estágio, a uma retribuição de EUR

293,45.

Para as entidades promotoras de CEP:

Apoio técnico à instalação e funcionamento dos CEP e quando solicitado à gestão dos

CEP.

Para as entidades de direito privado sem fins lucrativos

Comparticipação nas despesas com a construção, instalação e equipamento dos CEP,

até ao limite de 100 % das despesas de investimento elegíveis, nas modalidades

cumuláveis de subsídio não reembolsável e empréstimo sem juros no limite máximo de

EUR 12.576,60 por posto de trabalho em regime de emprego apoiado;

Legislação Aplicável

Decreto-Lei n.º 290/2009,

de 12 de outubro, alterado

pela Lei n.º 24/2011, de

16 de junho e pelo

Decreto-Lei n.º 131/2013,

de 11 de setembro que

republica o diploma.

Despacho Normativo n.º

18/2010, de 29 de junho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 61

São ainda elegíveis as despesas de manutenção e conservação de instalações e

equipamentos, quando solicitado desde que devidamente fundamentadas e

justificadas.

Para as entidades de direito privado sem fins lucrativos e entidades públicas:

Comparticipação na retribuição e nas contribuições para a segurança social da

responsabilidade da entidade relativa ao trabalhador em regime de emprego apoiado

(correspondente à diferença entre o coeficiente de capacidade para o trabalho e o IAS).

2.9.2.4. Contratos de Emprego Apoiado em Entidades Empregadoras

Esta medida consiste no desenvolvimento de uma atividade profissional por pessoas com

deficiência e incapacidade e capacidade de trabalho reduzida, em postos de trabalho em regime

de contrato de emprego apoiado, integrados na organização produtiva ou de prestação de

serviços dos empregadores, sob condições especiais.

Destinatários

Pessoas com deficiência e incapacidade, inscritas nos centros de emprego ou centros de

emprego e formação profissional, com capacidade de trabalho não inferior a 30% nem superior a

75% da capacidade normal de trabalho de um outro trabalhador nas mesmas funções

profissionais.

Entidades Promotoras

Empregadores de direito público e privado.

Apoios

Para os trabalhadores em regime de emprego apoiado

Retribuição aferida proporcionalmente à de um trabalhador com capacidade normal

para o mesmo posto de trabalho, de acordo com a graduação da sua capacidade, que

não pode ser inferior ao valor da RMMG;

Apoio técnico no âmbito do acompanhamento pós-colocação.

Para as entidades promotoras públicas e privadas

Apoio técnico à instalação e funcionamento;

Apoio técnico no âmbito do acompanhamento pós-colocação

Para as entidades promotoras de direito privado

Comparticipação na retribuição e nas contribuições para a segurança social da

responsabilidade da entidade relativa ao trabalhador em regime de emprego apoiado

(correspondente à diferença entre o coeficiente de capacidade para o trabalho e o

IAS);

Apoios à adaptação de postos de trabalho e à eliminação de barreiras arquitetónicas.

Legislação Aplicável

Decreto-Lei n.º 290/2009,

de 12 de outubro, alterado

pela Lei n.º 24/2011, de

16 de junho e pelo

Decreto-Lei n.º 131/2013,

de 11 de setembro que

republica o diploma.

Despacho Normativo n.º

18/2010, de 29 de junho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 62

2.9.3. Prémio de Mérito

O Prémio de Mérito é um prémio a atribuir numa cerimónia pública e solene, constituindo um

testemunho de apreço e uma forma de homenagear as entidades que, anualmente, se distingam

na integração profissional de pessoas com deficiência e incapacidade, e bem como as pessoas

com deficiência e incapacidade que se distingam na criação do próprio emprego.

Destinatários

Grandes empresas (250 ou mais trabalhadores) e entidades do sector público

empresarial;

Entidades públicas;

Pequenas e médias empresas (menos de 250 trabalhadores) e pessoas coletivas de

direito privado sem fins lucrativos;

Pessoas com deficiência e incapacidade que tenham criado o seu próprio emprego.

Modalidades

O prémio de mérito é atribuído nas seguintes modalidades:

Diploma de mérito para grandes empresas e entidades do sector público empresarial;

Diploma de mérito para outras entidades públicas;

Diploma de mérito, acompanhado de uma prestação pecuniária, para pequenas e

médias empresas e pessoas coletivas de direito privado sem fins lucrativos;

Diploma de mérito, acompanhado de uma prestação pecuniária, para pessoas com

deficiência e incapacidade que tenham criado o seu próprio emprego.

Apoios

Cada uma das modalidades do prémio compreende 3 categorias cada uma com o respetivo

apoio:

Diploma de mérito de 1.ª categoria - EUR 7.545,96

Diploma de mérito de 2.ª categoria - EUR 5.869,08

Diploma de mérito de 3.ª categoria - EUR 4.192,20

Legislação Aplicável

Decreto-Lei n.º 290/2009,

de 12 de outubro, alterado

pela Lei n.º 24/2011, de

16 de junho e pelo

Decreto-Lei n.º 131/2013,

de 11 de setembro que

republica o diploma.

Despacho Normativo n.º

18/2010, de 29 de junho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 63

2.10. Reintegração Socioprofissional

2.10.1. Programa Vida Emprego

Esta medida visa promover a reinserção social e profissional de toxicodependentes em

recuperação através da formação e emprego.

2.10.1.1. Estágios de Integração Socioprofissional

Formação prática em contexto de trabalho, com o objetivo de promover a integração de

toxicodependentes em recuperação na vida ativa. Tem uma duração igual ou inferior a 9 meses,

podendo, excecionalmente, ser seguida de um estágio complementar, com duração máxima de 3

meses.

Apoios

Para as entidades:

Comparticipação nas despesas com os orientadores de estágio (encarregues do

acompanhamento de grupos de 6 a 12 estágios simultâneos) através da atribuição de

um subsídio mensal no valor de EUR 838,44;

Comparticipação na remuneração dos tutores, a quem compete o acompanhamento

individualizado dos estagiários no local de trabalho, através da atribuição de um

subsídio mensal até ao limite de EUR 83,84.

Para os estagiários:

Subsídio mensal de estágio, no valor de EUR 419,22;

Subsídio de refeição;

Despesas de transporte correspondente ao custo das viagens realizadas em transporte

coletivo, até ao limite máximo mensal de EUR 52,40;

Subsídio de alojamento correspondente a EUR 125,77, quando a localidade onde o

estágio decorra distar 50 Km ou mais da localidade da residência do estagiário, ou

quando não existir transporte coletivo em horário compatível com o do estágio, bem

como o pagamento dos custos das viagens, em transporte coletivo, no início e no fim

do período de estágio;

Seguro de acidentes de trabalho.

Legislação Aplicável

Resolução do Conselho de

Ministros nº 136/98, de 4

de dezembro

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 64

2.10.1.2. Prémio de Integração Socioprofissional

Prestação pecuniária, não reembolsável, atribuída às entidades empregadoras que admitam

toxicodependentes em recuperação, mediante contrato sem termo, cujo posto de trabalho criado

deve ser mantido, nas mesmas condições, durante um período mínimo de 4 anos.

Apoios

Subsídio a fundo perdido, destinado à comparticipação nos encargos com a remuneração dos

indivíduos admitidos e respetivos encargos sociais, no valor de EUR 5.030,64 por cada posto de

trabalho criado.

2.10.1.3. Apoios ao Emprego

Apoio a entidades empregadoras que admitam toxicodependentes em recuperação mediante a

celebração de contrato de trabalho a termo certo e cujo respetivo posto de trabalho seja

mantido por um período mínimo de 2 anos.

Apoios

Subsídios, por período não superior a dois anos, destinados a comparticipar:

Encargos com a remuneração dos trabalhadores admitidos, tendo por limite EUR

335,38, acrescido do valor da contribuição para a segurança social a suportar pelo

trabalhador;

Encargos com a segurança social a suportar pela entidade empregadora, até ao limite

de 80% do respetivo valor.

2.10.2 Contrato Emprego-Inserção

Esta medida consiste na realização, por desempregados subsidiados, de trabalho socialmente

necessário que satisfaça necessidades sociais ou coletivas temporárias, no âmbito de projetos

promovidos por entidades coletivas públicas ou privadas sem fins lucrativos, durante um período

máximo de 12 meses.

Destinatários

Pessoas desempregadas que sejam beneficiárias do subsídio de desemprego ou do subsídio

social de desemprego.

Têm prioridade no acesso a esta medida os desempregados subsidiados com prestações iguais

ou inferiores à remuneração mínima mensal garantida (RMMG).

São, ainda, considerados prioritários os desempregados subsidiados que se encontrem numa das

seguintes condições:

Pessoa com deficiências e incapacidades;

Legislação Aplicável

Resolução do Conselho de

Ministros nº 136/98, de 4

de dezembro

Legislação Aplicável

Resolução do Conselho de

Ministros nº 136/98, de 4

de dezembro

Legislação Aplicável

Portaria n.º 20-B/2014, de

30 de janeiro, que altera e

republica a Portaria n.º

128/2009, de 30 de

janeiro, alterada pelas

Portaria n.º 294/2010, de

31 de maio e Portaria n.º

164/2011, de 18 de abril e

Portaria n.º 378-H/2013,

de 31 de dezembro.

Despacho n.º 1573-

A/2014, de 30 de janeiro

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 65

Desempregado de longa duração;

Desempregado com idade igual ou superior a 45 anos;

Ex-recluso ou pessoa que cumpra pena em regime aberto voltado para o exterior ou

outra medida judicial não privativa de liberdade.

Entidades Promotoras

Podem ser beneficiários da medida entidades coletivas, públicas ou privadas sem fins lucrativos,

designadamente:

Serviços públicos que desenvolvam atividades relevantes para a satisfação de

necessidades sociais ou coletivas;

Autarquias locais;

Entidades de solidariedade social:

Entidades coletivas privadas do setor empresarial local que sejam totalmente

participadas pelos municípios, independentemente da respetiva tipologia, e pelas áreas

metropolitanas.

Apoios

Entidades privadas sem fins lucrativos

Comparticipação do IEFP em 50% na bolsa mensal complementar, para as entidades

privadas sem fins lucrativos;

Beneficiários

Bolsa mensal complementar no valor de EUR 83,84 para desempregados beneficiários

de subsídio de desemprego ou de subsídio social de desemprego;

Despesas de transporte;

Subsídio de alimentação;

Seguro que cubra os riscos que possam ocorrer durante e por causa do exercício das

atividades a desenvolver.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 66

2.10.3. Contrato Emprego-Inserção+

Esta medida tem em vista a realização de atividades socialmente úteis, durante um período

máximo de 12 meses, por desempregados beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI)

no sentido de promover a empregabilidade dos desempregados melhorando as suas

competências socioprofissionais através da manutenção do contacto com outros trabalhadores e

atividades, evitando o risco do seu isolamento, desmotivação e marginalização.

Destinatários

Desempregados que sejam beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI);

Pessoas que não beneficiem do RSI, inscritas como desempregadas no IEFP, IP:

Há pelo menos 12 meses;

Que integrem família monoparental;

Cujos cônjuges ou pessoas com quem vivam em união de facto se encontrem

igualmente desempregados.

Entidades Promotoras

Entidades coletivas, públicas ou privadas sem fins lucrativos, designadamente:

Serviços públicos que desenvolvam atividades relevantes para a satisfação de

necessidades sociais ou coletivas;

Autarquias locais;

Entidades de solidariedade social.

Entidades coletivas privadas do setor empresarial local que sejam totalmente

participadas pelos municípios, independentemente da respetiva tipologia, e pelas áreas

metropolitanas.

Apoios

Entidades

Comparticipação do IEFP na bolsa de ocupação mensal, nas seguintes percentagens:

90% para as entidades privadas sem fins lucrativos;

80% para as entidades públicas ou privadas do setor empresarial local.

As comparticipações são majoradas em 10 pontos percentuais, no caso de os beneficiários

serem pessoas com deficiência e incapacidade.

Beneficiários

Bolsa de ocupação mensal no valor de EUR 419,22;

Despesas de transporte;

Subsídio de alimentação;

Seguro que cubra os riscos que possam ocorrer durante e por causa do exercício da

atividade.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 20-B/2014, de

30 de janeiro, que altera e

republica a Portaria n.º

128/2009, de 30 de

janeiro, alterada pelas

Portaria n.º 294/2010, de

31 de maio e Portaria n.º

164/2011, de 18 de abril e

Portaria n.º 378-H/2013,

de 31 de dezembro.

Despacho n.º 1573-

A/2014, de 30 de janeiro

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 67

2.11. Apoios à Criação do Próprio Emprego por Beneficiários de Prestações

de Desemprego

Medida que consiste na atribuição de apoios a projetos de emprego promovidos por beneficiários

das prestações de desemprego, através da antecipação das prestações de desemprego, desde

que os mesmos assegurem o emprego, a tempo inteiro, dos promotores subsidiados.

Destinatários

Beneficiários das prestações de desemprego que apresentem um projeto que origine, pelo

menos, a criação do seu emprego.

Apoios

Pagamento, total ou parcial, do montante global das prestações de desemprego,

deduzido das importâncias eventualmente já recebidas;

Possibilidade de cumulação com a modalidade de crédito com garantia e bonificação da

taxa de juro (linhas MICROINVEST E INVEST+).

O subsídio de desemprego ou o subsídio social de desemprego inicial a que os beneficiários

tenham direito pode ser pago parcialmente de uma só vez, nos casos em que os interessados

apresentem projeto de criação do próprio emprego sob a forma jurídica de trabalhador

independente e as despesas elegíveis não ultrapassem o valor do montante único.

Apoio técnico à criação e consolidação dos projetos

Os projetos que obtenham financiamento ao abrigo desta Medida podem beneficiar de apoio

técnico à sua criação e consolidação, durante os dois primeiros anos de atividade, sendo este

assegurado por uma rede de entidades privadas sem fins lucrativos ou autarquias locais

credenciadas pelo IEFP, IP.

Atividades de apoio técnico:

Acompanhamento do projeto aprovado;

Consultoria na gestão ou na operacionalidade da iniciativa.

Em caso de recurso ao financiamento de crédito MICROINVEST ao abrigo da medida Programa

Nacional de Microcrédito, podem também beneficiar do apoio técnico específico durante a fase

anterior à submissão do pedido de crédito.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 58/2011, de

28 de janeiro, que altera e

republica a Portaria n.º

985/2009, de 4 de

setembro, com as

alterações introduzidas

pela Portaria n.º 95/2012,

de 4 de abril

Despacho n.º 7131/2011,

de 11 de maio

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 68

2.12. Rede de Perceção e Gestão de Negócios

A Rede de Perceção e Gestão de Negócios (RPGN) está inserida nas medidas do Programa

Impulso Jovem e constitui um modelo de apoio alargado ao empreendedorismo jovem, da

gestação de uma ideia à constituição de uma iniciativa sustentável, de cariz associativo ou

empresarial.

Destinatários

A RPGN destina-se aos jovens, entre os 16 e os 30 anos, residentes nas NUT II do Norte, Centro

e Alentejo.

Eixos de Atuação

As ações da RPGN dividem-se por 5 eixos principais, nomeadamente:

1. Rede de Fomento de Negócios (RFN) - permite às entidades candidatarem-se à implementação de uma oportunidade de negócio previamente identificada;

2. Concurso de Ideias e Projetos - onde os jovens podem apresentar propostas, ideias e soluções inovadoras a partir de visitas feitas a empresas, associações e IPSS, acompanhadas de facilitadores;

3. Apoio à Criação de Empresas - presta apoio à constituição de empresas de jovens;

4. Projetos Sustentáveis - Facilitação: visam a capacitação de jovens facilitadores de empreendedorismo e o apoio a outros jovens que participam no concurso de ideias e projetos;

5. Projetos Sustentáveis - Outros: apoiam o desenvolvimento de projetos no terceiro setor ou na área cultural.

Apoios

A todos os jovens selecionados são proporcionados, pela RPGN, ateliês de capacitação e bolsas de apoio financeiro para apoio ao desenvolvimento dos projetos, pelo prazo de 5 meses, com os seguintes valores mensais:

691,71 € / mês, para jovens com o ensino superior concluído;

544,99 € / mês, para jovens com o ensino secundário completo;

419,22 € / mês para jovens sem o ensino secundário completo.

A RPGN proporciona ainda a todos os jovens selecionados:

Ateliês para capacitação, com um total de 32h de formação:

Promovem a criatividade e o papel ativo do participante;

Com foco na vertente prática, na tutoria e na construção acompanhada do

projeto nas áreas de gestão, finanças, marketing, obrigações legais e fiscais

ou outras consideradas necessárias;

Envolvendo profissionais com elevada experiência no terreno.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 427/2012 de

31 de dezembro

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 69

2.13. Passaporte para o Empreendedorismo

O Passaporte para o Empreendedorismo consiste no apoio a jovens que pretendam desenvolver

o seu projeto empresarial. O apoio assume a forma de Bolsa, que pode ser atribuída por um

período mínimo de 4 meses e até um máximo de 12 meses. Os jovens devem ser detentores de

um projeto de empreendedorismo inovador, com potencial de crescimento e que responda a

uma necessidade de mercado.

Destinatários

Jovens até aos 30 anos finalistas ou licenciados há menos de 3 anos;

Jovens até aos 30 anos detentores de licenciatura, mestrado ou doutoramento, e

inscritos nos centros de emprego há mais de 4 meses;

Jovens até aos 34 anos, detentores de mestrado ou doutoramento.

Não obstante, apenas se podem candidatar a esta medida os empreendedores das Regiões

Norte, Centro e Alentejo.

Serão atribuídas até um máximo de três bolsas por projeto empresarial.

Projetos Elegíveis

Para obterem a bolsa do Passaporte para o Empreendedorismo os jovens devem ser detentores

de um projeto de empreendedorismo inovador, com potencial de crescimento e que responda a

uma necessidade de mercado local ou global.

Apoios

O Passaporte para o Empreendedorismo conjuga apoio financeiro mensal com aconselhamento

técnico ao desenvolvimento de ideias de negócio. A medida conta com o apoio do FEDER através

dos Programas Operacionais Regionais do Norte, Centro e Alentejo. Ficam assim excluídas as

regiões de Lisboa, Península de Setúbal e Algarve.

A bolsa mensal tem o valor 691,70 euros e é atribuída durante um período mínimo de quatro

meses e um máximo de 12 meses, não sendo acumulável com trabalho a tempo inteiro ou

parcial nem com o subsídio de desemprego.

Os candidatos aceites têm ainda acesso à Rede Nacional de Mentores, para aconselhamento

empresarial, e serviços de assistência técnica no desenvolvimento do projeto, nomeadamente

estudos de viabilidade técnico-científica, consultoria especializada para patentes internacionais,

intermediação na procura de parceiros financiadores ou empresariais, entre outros serviços.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 370-A/2012

de 15 de novembro

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 70

Segurança Social

2.14. Isenção do Pagamento de Contribuições

2.14.1. Apoio à Redução da Precariedade no Emprego dos Jovens

Esta medida confere às entidades empregadoras beneficiar da isenção do pagamento de

contribuições a seu cargo durante 36 meses ou, em alternativa, da isenção do pagamento das

contribuições a seu cargo durante 24 meses juntamente com o apoio direto à contratação no

valor de EUR 2.000,00, na contratação sem termo de jovens até 35 anos, inclusive,

independentemente do nível de habilitação e qualificação:

Cujo contrato resulte de conversão de prestação de serviço ou contrato a termo certo;

Que já tenha estado vinculado à entidade empregadora por prestação de serviço ou

contrato a termo;

Que se encontre a efetuar ou que tenha efetuado estágio, de qualquer natureza, nessa

entidade empregadora;

Que se encontre a prestar ou tenha prestado trabalho ao abrigo de um contrato de

trabalho temporário nessa entidade empregadora.

Apoios

A entidade empregadora fica dispensada de pagar contribuições à Segurança Social a seu cargo

por um período de 36 meses; ou pode receber EUR 2.000,00 por cada contrato de trabalho

criado e ficar dispensada do pagamento de contribuições à segurança Social, pelo período de 24

meses.

2.15. Dispensa de Pagamento de Contribuições

2.15.1. 1.º Emprego e Desempregados de Longa Duração

As entidades empregadoras que contratem jovens à procura de 1.º emprego ou desempregados

de longa duração ficam dispensadas de pagar contribuições à Segurança Social a seu cargo

(23,75%), por esses trabalhadores durante 36 meses (no máximo). No entanto, mantêm-se a

obrigação contributiva relativa às quotizações dos trabalhadores, ou seja, os 11% a cargo do

trabalhador.

Destinatários

Jovens à procura de 1.º emprego: jovens com idade superior a 16 e inferior a 30 anos

que, à data do contrato, nunca tenham tido um contrato de trabalho por tempo

indeterminado;

Desempregados de longa duração: desempregados que, à data do contrato, estejam

disponíveis para o trabalho e inscritos nos Centros de Emprego há mais de 12 meses,

mesmo que neste período tenham tido contratos de trabalho a termo, por períodos

inferiores a 6 meses, cuja duração conjunta não ultrapasse 12 meses.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 130/2009, de

30 de janeiro de 2009 com

as alterações introduzidas

pela Declaração de

retificação 13/2009, de 10

de fevereiro

Decreto-Lei n.º 89/95, de

6 de maio, alterado pelo

Decreto – Lei n.º 34/96,

de 18 de abril

Legislação Aplicável

Decreto Regulamentar n.º

50/2012, de 25 de

setembro

Lei n.º110/2009, de 16 de

setembro

Despacho n.º 11 130/97,

(2ª série) de 24 de

outubro

Decreto-Lei n.º 89/95, de

6 de maio, alterado pela

Lei n.º 110/2009, de 16 de

setembro

Despacho n.º

130/SESS/91, de 17 de

dezembro

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 71

Entidades Promotoras

Podem beneficiar desta medida as entidades empregadoras que contratem jovens à procura do

primeiro emprego ou desempregados de longa duração.

Quando se pode requerer

No mês seguinte àquele em que foi feito o contrato de trabalho, para poder ter direito aos 36

meses de dispensa de contribuições (período máximo).

Como os 36 meses começam a contar do mês em que foi feito o contrato de trabalho, se

apresentar o pedido mais tarde, só tem direito à dispensa de contribuições a partir do início do

mês em que faz o pedido e durante o tempo que falta para completar os 36 meses.

2.15.2. Emprego a Reclusos em Regime Aberto

As entidades empregadoras que contratem uma pessoa que esteja presa em regime aberto

(contrato por tempo indeterminado) ficam dispensadas de pagar contribuições à Segurança

Social por esse trabalhador durante 36 meses.

Apoios

A entidade empregadora fica dispensada de pagar contribuições à Segurança Social por estes

trabalhadores por 36 meses (no máximo).

A contagem do período de dispensa de pagamento é suspensa se o contrato de trabalho for

suspenso devido ao trabalhador estar numa situação de incapacidade ou indisponibilidade

temporária para o trabalho (devidamente comprovada).

Quando se pode requerer

No mês seguinte àquele em que foi feito o contrato de trabalho, para poder ter direito aos 36

meses de dispensa de contribuições (período máximo).

Como os 36 meses começam a contar do mês em que foi feito o contrato de trabalho, se

apresentar o pedido mais tarde, só tem direito à dispensa de contribuições a partir do início do

mês em que faz o pedido e durante o tempo que falta para completar os 36 meses.

Legislação Aplicável

Despacho Conjunto n.º

561/2001, de 22 de Junho

Decreto-Lei n.º 199/99, de

8 de junho

Decreto-Lei n.º 89/95, de

6 de maio alterado pelo

Decreto-Lei n.º 34/96, de

18 de Abril

Legislação Aplicável (cont.)

Decreto-Lei n.º 89/95, de

6 de maio, alterado pela

Lei n.º 110/2009, de 16 de

setembro

Despacho n.º

130/SESS/91, de 17 de

dezembro

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 72

2.15.3. Rotação Emprego-Formação

As entidades empregadoras que apostem na medida Rotação Emprego-Formação ficam

dispensadas de pagar contribuições à Segurança Social pelos trabalhadores que estejam a fazer

formação profissional contínua.

O trabalhador que vai fazer a formação é substituído por um desempregado que, assim, tem a

oportunidade de ter uma experiência profissional na função desempenhada pelo trabalhador em

formação.

Apoios

A entidade empregadora fica dispensada de pagar contribuições à Segurança Social por

trabalhadores:

Enquanto durar a ação de formação (12 meses, no máximo). Consideram-se como uma

única ação de formação, as ações de formação que não tenham mais de 15 dias de

intervalo entre si.

Até 12 meses, se a entidade empregadora fizer um novo contrato com o trabalhador

substituto.

Quando se pode requerer

No mês seguinte àquele em que foi feito o contrato de trabalho ou o contrato de formação.

2.16. Redução da Taxa Contributiva

2.16.1. Pré-reforma

Este regime aplica-se aos trabalhadores até ao momento em que completam a idade normal de

acesso à pensão por velhice acrescida do número de meses necessários à compensação do fator

de sustentabilidade, mantendo todos os seus direitos em termos de Segurança Social.

Nos casos em que o acordo de pré-reforma estabeleça a suspensão da prestação de trabalho

ficam excluídos o direito à doença, doenças profissionais, parentalidade e desemprego.

Nas situações de redução da prestação de trabalho, o trabalhador mantêm os seus direitos com

base na remuneração auferida.

Destinatários

Trabalhadores por conta de outrem com 55 ou mais anos, que tenham celebrado acordo de pré-

reforma com as respetivas entidades empregadoras.

Apoios

O valor da pré-reforma é acordado entre o trabalhador e a entidade empregadora.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 328/99, de 12

de maio

Decreto-Lei n.º 51/99, de

20 de fevereiro

Legislação Aplicável

Decreto Regulamentar n.º

50/2012, de 25 de

setembro

Portaria n.º 66/2011, de 4

de fevereiro

Decreto-Lei n.º 87/2004,

de 17 de abril

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 73

De qualquer forma, a prestação de pré-reforma inicialmente fixada não pode ser inferior a 25%

do último salário ganho pelo trabalhador, nem superior ao valor desse salário.

A menos que o contrário conste no acordo de pré-reforma, a prestação é atualizada anualmente

na mesma percentagem do aumento de salário que o trabalhador beneficiaria se estivesse a

trabalhar a tempo inteiro, ou, não havendo tal aumento, na percentagem da taxa de inflação.

Tanto a entidade empregadora como o trabalhador passam a descontar menos para a Segurança

Social.

As contribuições para a Segurança Social correspondem ao valor da remuneração que serviu de

base ao cálculo da prestação de pré-reforma. Ou seja, pagam contribuições sobre o salário do

trabalhador antes de estar na pré-reforma e não pela prestação que recebe na pré-reforma.

Também aqui não se aplicam as reduções ou agravamentos em função do tipo de contrato.

No caso em que o trabalhador continua a trabalhar, mantendo todos os seus direitos, mantém-

se a taxa que lhe era aplicada antes do acordo.

Trabalhadores em situação de

pré-reforma

Entidade

Empregadora Trabalhador Total

Acordo de pré - reforma

que estabeleça a

suspensão da prestação

de trabalho

18,3% 8,6% 26,9%

Restantes Casos

A taxa

contributiva que

lhe era aplicada

antes do acordo

Mantém-se a

quotização que lhe

era aplicada antes

do acordo

Taxa

contributiva

2.16.2. Emprego a Reclusos em Regime Aberto

Esta medida consiste numa redução da taxa contributiva nas situações de contratação a termo

de trabalhadores reclusos em regime aberto. As entidades empregadoras têm assim direito a

descontar menos para a segurança social por cada trabalhador contratado neste regime.

Apoios

Valor da redução: 50% do valor das contribuições na parte que diz respeito ao empregador,

enquanto durar o contrato.

Se o contrato de trabalho a termo for convertido em contrato por tempo indeterminado, a

entidade empregadora tem direito a dispensa temporária do pagamento de contribuições a partir

do mês seguinte.

Quando se pode requerer

Até ao mês seguinte ao da celebração do contrato de trabalho.

Legislação Aplicável

Portaria n.º 66/2011, de 4

de fevereiro

Aviso n.º 27831-F/2010,

de 31 de dezembro e Aviso

nº 24866-A/2011, de 28

de dezembro

Decreto Regulamentar n.º

1-A/2011, de 3 de janeiro

Lei n.º110/2009, de 16 de

setembro

Despacho Conjunto n.º

561/2001, de 22 de junho

Decreto-Lei n.º 199/99, de

8 de junho

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 74

2.16.3. Emprego a Trabalhadores com Deficiência

As entidades empregadoras que contratem uma pessoa com deficiência por tempo

indeterminado – desde que tenham capacidade para o trabalho inferior a 80% da capacidade

normal exigida a um trabalhador não deficiente, no desempenho das mesmas funções, têm

direito a descontar menos para a Segurança Social por esse trabalhador.

Quando se pode requerer

Até ao mês seguinte ao da celebração do contrato de trabalho. No entanto, caso a entidade

empregadora peça a redução de taxa fora daquele prazo, apenas tem direito a partir do início do

mês em que o pedido deu entrada na instituição de Segurança Social competente.

Apoios

Entidade Empregadora Trabalhador Total

11,9% 11% 22,9%

A entidade empregadora tem uma redução das contribuições para a segurança social enquanto

durar o contrato de trabalho.

2.16.4. Regiões com Problemas de Interioridade

As entidades empregadoras localizadas em regiões com problemas de interioridade têm direito a

não pagar contribuições para a Segurança Social (ou a ter uma redução da taxa contributiva),

desde que criem postos de trabalho.

Apoios

Generalidade das empresas

Não têm de pagar contribuições à Segurança Social, nos primeiros três anos de

contrato, pelos postos de trabalho criados;

No quarto ano, tem direito a uma redução de dois terços nestas contribuições;

No quinto ano, tem direito a uma redução de um terço nestas contribuições.

Empresas formadas por jovens empresários

Não têm de pagar contribuições à Segurança Social, nos primeiros cinco anos, pelos

postos de trabalho criados;

Legislação Aplicável

Decreto Regulamentar n.º

50/2012, de 25 de

setembro

Portaria n.º 66/2011, de 4

de fevereiro

Decreto Regulamentar n.º

1-A/2011, de 03 de janeiro

Lei n.º110/2009, de 16 de

setembro

Decreto-Lei n.º 55/2008,

de 26 de março

Portaria n.º 170/2002, de

28 de fevereiro

Portaria n.º 1467-A/2001,

de 31 de dezembro

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 75

Parte III – Programas Comunitários

Conteúdo Parte III – Programas Comunitários

Horizonte 2020

Europa Criativa

COSME

3.1. Horizonte 2020

O Horizonte 2020 (H2020) é o novo Programa-Quadro de Investigação e Inovação da União

Europeia para os próximos sete anos, dotado com um orçamento superior a 77 mil milhões de

euros. O programa assenta em três pilares principais de atuação, a “Excelência Científica” (32%

do orçamento), a “Liderança Industrial” (22% do orçamento), e os “Desafios Societais” (39% do

orçamento). Cada um dos pilares abordará áreas específicas e previamente acordadas como

essenciais para o contínuo desenvolvimento europeu. O programa foi projetado para desenvolver

resultados que façam a diferença na vida das pessoas, sendo que pelo menos 11% do

orçamento disponível deverá ser destinado às PME.

O H2020 apresenta-se assim como o maior instrumento da Comunidade Europeia

especificamente orientado para o apoio à investigação, através do cofinanciamento de projetos

de investigação, inovação e demonstração. O apoio financeiro é concedido na base de concursos

em competição e mediante um processo independente de avaliação das propostas apresentadas.

A maioria do financiamento da investigação da UE é concedido com base em convites à

apresentação de propostas concorrenciais, mas o orçamento inclui igualmente o financiamento

do Centro Comum de Investigação, o serviço científico interno da Comissão Europeia, bem como

do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia e da investigação realizada no quadro do Tratado

Euratom. Serão igualmente publicados convites à apresentação de propostas separados no

âmbito de parcerias específicas com a indústria e com os Estados-Membros.

O Horizonte 2020 afigura-se como um programa com vários elementos otimizados em relação ao

anterior programa quadro, sendo que as principais diferenças consistem em:

Programas mais atrativos para PME inovadoras e com potencial de crescimento;

Apoio europeu para colmatar falhas do mercado;

Estímulo ao empreendedorismo / inovação através de melhores relações universidade –

indústria;

Processos e procedimentos mais rápidos e de fácil entendimento;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 76

Horizonte 2020

Excelência Científica

Conselho Europeu de Investigação (ERC)

Ações Marie Curie

Future and Emerging Technologies (FET)

Infraestruturas de Investigação

Liderança Industrial

Leadership in Enabling and

Industrial Technologies

- TIC

- Nanotecnologia

- Materiais avançados

- Biotecnologia

- Indústria e processamento

avançados

- Espaço

Acesso a Financiamento de

Risco

SME Instrument

Desafios Societais

Desafios temáticos:

Saúde

Alimentos

Energia

Ambiente

Segurança

Sociedades inclusivas

Transportes

Os três pilares de atuação do programa são os seguintes:

Liderança Industrial Desafios Societais Excelência Científica

Reforçar a liderança

industrial em inovação.

Inclui grande investimento

em tecnologias-chave, e um

melhor acesso ao capital e

apoio às PME

Reflete as prioridades da

Estratégia UE 2020,

abordando as principais

preocupações partilhadas

por todos os europeus

Apoiar a posição da UE como

líder mundial em ciência,

com um aumento do

financiamento para o

Conselho Europeu de

Investigação (ERC)

Estrutura do H2020

EUROSTARS 2 EURATOM

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 77

3.1.1. Pilar Excelência Científica

O propósito do pilar “Excelência Científica” é reforçar a investigação de ponta através das

atividades do Conselho Europeu de Investigação (European Research Council – ERC); reforçar a

investigação em tecnologias futuras e emergentes; reforçar competências, formação e

desenvolvimento de carreira; reforçar as infraestruturas europeias de investigação físicas e

digitais.

O principal objetivo deste pilar é desenvolver as melhores tecnologias, reter o talento dos

investigadores e dar-lhes acesso às melhores infraestruturas possíveis.

Instrumento Financiamento

Conselho Europeu de Investigação (ERC)

Investigação de ponta pelas melhores equipas individuais 13.095 M€

Tecnologias Futuras e Emergentes

Investigação colaborativa para abrir novos campos de inovação 2.696 M€

Ações Marie Curie

Oportunidades de formação e desenvolvimento de carreira 6.162 M€

Infraestruturas de investigação (incluindo infraestruturas digitais)

Assegurar o acesso a instalações de nível mundial 2.488 M€

Conselho Europeu de Investigação (ERC)

O Conselho Europeu de Investigação é composto por um Conselho Científico – órgão de tomada

de decisão que define a estratégia de financiamento científico e metodologias a adotar; e por

uma Agência de Execução, que implementa a estratégia definida pelo Conselho Científico. Estas

metodologias e estratégias aplicam-se a todas as áreas científicas e a todos os setores

industriais.

O Conselho Europeu de Investigação apoia a investigação dentro das seguintes categorias:

Subsídios de Iniciação – Para líderes de investigação que estejam a estabelecer uma

equipa de investigação para conduzir uma investigação independente na Europa; para

investigadores com 2-7 anos de experiência.

Subsídios Consolidadoras – Para apoiar investigadores numa fase de consolidação

da equipa de investigação; para investigadores com 7-12 anos de experiência.

Subsídios Avançadas – Apoiar investigadores já estabelecidos, de qualquer idade e

nacionalidade, que estejam a investigar algo inovador ou de alto risco, que abram

novos rumos nos seus campos de especialização.

Subsídios de Sinergia – Subsídios que se destinam a permitir que um pequeno grupo

de investigadores e respetivas equipas reúnam competências e conhecimentos

complementares para a resolução de problemas de pesquisa.

Prova de Conceito – Para investigadores que já tenham usufruído de um subsídio

ERC.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 78

Tecnologias Futuras e Emergentes

As Tecnologias Futuras e Emergentes (Future and Emerging Technologies – FET) apoiam uma

combinação única de iniciativas de pesquisa colaboração de alto risco, longo prazo e

multidisciplinares nas TIC. Promove a exploração de ideias radicalmente novas e tendências para

a investigação e inovação futuras. Fornece apoio financeiro às áreas emergentes que requerem

investigação fundamental de longo prazo. Destina-se a ir para além dos limites convencionais

das TIC, apoiando-se em sinergias com as diferentes disciplinas científicas, artes e

humanidades. Pode ser aplicado a todas as áreas científicas e a todos os setores industriais.

As FET estão divididas em três eixos principais:

FET Open FET Proactive FET Flagships

Fomentar ideias novas

Este eixo suporta um

grande conjunto de ciência

visionária de alto risco e

projetos colaborativos de

pesquisa de tecnologia, de

forma ascendentes,

necessários para a

exploração bem sucedida de

novas bases para

tecnologias futuras

radicalmente novas. O

objetivo é atrair novos

atores de alto potencial em

investigação e inovação, tal

como jovens investigadores

e PME de alta tecnologia.

Nutrir temas e

comunidades emergentes

Este eixo abre regularmente

calls em vários temas de

alto risco, inovadores e de

alto potencial. Isto torna a

etapa de colaborações entre

um pequeno número de

investigadores, num

conjunto de projetos em

que cada um aborda

aspetos de um tema de

pesquisa e partilham

resultados entre si.

Abordar grandes desafios

científicos e tecnológicos

interdisciplinares

Este eixo inclui iniciativas de

investigação que são

orientadas apara a ciência,

em grande escala,

multidisciplinar, e

construídas em torno de um

objetivo visionário unificador.

Isto requer cooperação e

parcerias entre uma série de

disciplinas, comunidades e

programas.

Ações Marie Curie

As ações Marie Curie apresentam-se como catalisadores para a promoção de novas

competências através de uma excelente formação inicial dos investigadores. Assim, as ações

Marie Curie vão continuar a dotar novos investigadores com uma diversidade de competências

que lhes permitam enfrentar os desafios atuais e futuros.

Isto requer um programa de formação para a investigação a nível europeu, através da seleção

de parceiros estratégicos para a implementação do programa, como por exemplo, universidades,

instituições de pesquisa, empresas, PMEs e outros agentes socioeconómicos. O foco será dado à

criatividade, assim como uma visão empreendedora e competências inovadoras que

correspondam às necessidades futuras do mercado de trabalho.

As ações Marie Curie, inseridas no H2020, apoiam também a mobilidade de investigadores, para

formação e desenvolvimento de carreira.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 79

Infraestruturas de Investigação

O objetivo desta vertente é desenvolver infraestruturas de investigação europeias, para de 2020

em diante, que promovam o potencial de inovação e capital humano. Para atingir estes objetivos

e ajudar a Europa a responder aos grandes desafios científicos, industriais e da sociedade, é

necessário garantir a implementação, a sustentabilidade a longo prazo e a operação eficiente

das infraestruturas de investigação identificadas pelo Fórum Estratégico Europeu para

Infraestruturas.

O financiamento de infraestruturas de investigação europeias irá contribuir para:

Desenvolver novas infraestruturas de classe mundial;

Integrar e abrir as infraestruturas de investigação nacionais existentes de interesse

pan-europeu;

Desenvolvimento, implantação e operação de e-infraestruturas baseadas nas TIC;

Explorar o potencial de inovação das infraestruturas de investigação;

Reforçar o capital humano das infraestruturas de investigação;

Facilitar a cooperação internacional.

3.1.2. Pilar Liderança Industrial

O objetivo do pilar “Liderança Industrial” é reforçar a liderança industrial através de tecnologias

facilitadoras essenciais (Key Enabling Technologies – KET) para impulsionar a competitividade e

reforçar a posição da Europa face à investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação.

As áreas KET prioritárias para impulsionar a liderança industrial são as Tecnologias de

Investigação e Comunicação (TIC), a nanotecnologia, os materiais avançados, a biotecnologia,

processos e indústria avançada. Vai ser reforçado também o acesso ao financiamento de risco

para o investimento em investigação e inovação, assim como o aumento da inovação nas PMEs.

Instrumento Financiamento

Liderança nas tecnologias industriais facilitadoras

(TIC, nanotecnologias, materiais, biotecnologia, indústria, espacial) 13.557 M€

Acesso a financiamento de risco

Alavancar o financiamento privado e capital de risco para a investigação e

inovação

2.842 M€

Inovação nas PME

Promover todas as formas de inovação em todo o tipo de PMEs 616 M€

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 80

Liderança nas Tecnologias Industriais Facilitadoras

No âmbito deste eixo do Pilar Liderança Industrial, vão ser abordadas as seguintes áreas de

tecnologias facilitadoras:

KET

Tecnologias da Informação

e Comunicação (TIC)

Inclui investigação e inovação de uma nova geração de

componentes e sistemas, como micro-nano-bio sistemas,

computação em nuvem, software, gestão da informação e

robôs. Inclui também fotónica.

Nanotecnologia Desenvolvimento e aplicação da próxima geração de

nanomateriais, nanodispositivos e nanossistemas.

Materiais Avançados

Investigação e inovação em materiais para assegurar uma

eficiente e sustentável produção industrial; pesquisa e

desenvolvimento de técnicas e sistemas novos e inovadores

para a criação de novas oportunidades de negócio.

Biotecnologia

O objetivo é permitir que a indústria europeia de biotecnologia

possa desenvolver novos e inovadores produtos e processos

que respondam às necessidades industriais e da sociedade.

Processos e Indústria

Avançados

O objetivo é promover um crescimento industrial sustentável,

assim como desenvolver e integrar sistemas de produção do

futuro adaptáveis. Isto inclui sistemas e materiais

energeticamente eficientes e a cooperação entre diversos

setores.

Espaço

O objetivo é manter o papel mundial de liderança da Europa

no espaço, através da salvaguarda e desenvolvimento de uma

indústria espacial e comunidade de pesquisa competitivas,

que também estimulem a inovação entre setores espaciais e

não espaciais.

Acesso a Financiamento de Risco

O acesso ao financiamento de risco está dividido em dois mecanismos: Debt Facitity (Mecanismo

de dívida) e Equity Facility (mecanismo de capital próprio). A implementação destes mecanismos

está delegada ao Banco Europeu de Investimento e/ou outras instituições financeiras que

possam ser responsáveis pela aplicação dos instrumentos financeiros.

Debt Facility

Este mecanismo vai conceder empréstimos a:

Beneficiários individuais para investimento em pesquisa e inovação;

Garantias a intermediários financeiros que façam empréstimos a beneficiários;

Combinações de empréstimos e garantias;

Garantias e / ou contragarantias para os regimes de dívida de financiamento nacionais

ou regionais.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 81

Equity Facility

Este mecanismo vai focar-se em:

Fundos de capital de risco de primeira fase, fornecendo capital de risco;

E/ou capital de mezanino para portfólio de empresas individuais.

Inovação nas PME: SME Instrument

O SME instrument é uma nova forma de apoio dedicada às PME e representa uma nova

abordagem ao apoio das atividades de inovação das PME. O seu objetivo é atrair mais PME ao

Horizonte 2020, fornecer apoio a uma larga gama de atividades de inovação e ajudar a

aumentar o impacto económico dos resultados dos projetos, pela sua abordagem focada nas

necessidades internas da empresa e na sua orientação para o mercado.

Principais características do SME Instrument:

Está orientado para todos os tipos de PME inovadoras com elevada ambição de crescer

(e de se desenvolverem e internacionalizarem);

Apenas podem concorrer as PME (podem concorrer sozinhas, mas é aconselhável que

exista colaboração);

O programa possui uma dimensão competitiva a nível europeu;

70% do financiamento será para projetos e atividades orientadas para o mercado;

Está dividido em várias fases e possui um serviço de coaching especializado;

Pretende dar resposta aos desafios societais e às tecnologias facilitadoras essenciais;

O SME instrument dá resposta às necessidades de financiamento de PME orientadas para a

internacionalização e, particularmente, aos jovens empreendedores na implementação de ideias

de potencial e risco elevado. Destina-se a apoiar projetos de dimensão europeia que conduzam a

mudanças radicais na forma como os negócios são feitos (produtos, processos, serviços,

marketing, etc.). Irá lançar as empresas em novos mercados, promover o crescimento e criar

elevado retorno do investimento. O SME instrument abrange todo o tipo de PME inovadoras de

modo a promover campeões do crescimento em todos os setores.

Este instrumento é composto por 3 fases distintas mas interligadas e com um esquema de

coaching e mentoring para os beneficiários, não existindo por isso obrigação das PME

candidatarem-se sequencialmente às 3 fases.

Fase 1: Viabilidade tecnológica, técnica e económica

As PME recebem um financiamento de 50.000 € (70% do custo total, incluindo 25% de custos

indiretos) para prepararem, com os consultores que escolherem, um Plano de Negócios para as

suas novas ideias. O prazo de resposta da Comissão será de 6 meses.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 82

Fase 2: Identificação, demonstração e replicação no mercado

Os projetos apoiados (os melhores Planos de Negócios) deverão preparar-se para introduzir no

mercado as suas ideias inovadoras. Receberão da Comissão um apoio entre 1 e 3 M€, na base

de 70% do custo global (incluindo 25% de custos indiretos). Os projetos deverão ter um impacto

muito significativo na atividade da PME. Esta pode subcontratar ou comprar serviços e

conhecimento essencial para o seu projeto de inovação, no espírito do conceito de voucher de

inovação.

Fase 3: Comercialização

É apoiada a comercialização das soluções ou produtos desenvolvidos na fase 2, através de

empréstimos a baixa taxa de juro ou acesso a capital de risco.

Quadro Síntese das 3 fases do SME Instrument

Fase 1: Análise do conceito

e viabilidade da ideia Fase 2: Projeto de Inovação Fase 3: Comercialização

Candidatura: Ideia/Conceito

“Plano de Negócios I”

(+/- 10 pág.)

Candidatura:

“Plano de Negócios II” +

descrição das atividades na

Fase 2

(+/- 30 pág.)

Instrumento de promoção

através de rótulo de

qualidade aos projetos com

sucesso;

Facilitar o acesso a

financiamento privado;

Apoio através de

networking, formação,

informação, gestão de PI,

partilha do conhecimento,

disseminação;

Janela de oportunidades

para os mecanismos

financeiros (debt e equity

facility)

Atividades:

Viabilidade do conceito

Análise de risco

Regime de PI

Procura de parceiros

Estudo de Design

Aplicação de Piloto

Etc.

Atividades:

Desenvolvimento

Prototipagem

Testes

Pilotos

Miniaturização

Scale-Up

Replicação no mercado

Resultado:

“Plano de Negócios II”

Resultado:

“Plano de Negócios III”

(Pronto para investimento)

Financiamento: até 50.000€

Tempo médio: 6 meses

Financiamento: 1 a 3 M€

(pagamentos com base nos

resultados)

Tempo médio: 12 a 24

meses

As PME são convidadas a submeter propostas a este instrumento em qualquer altura em

qualquer área dos Desafios Societais e das Tecnologias Facilitadoras e Industriais (Key Enabling

Technologies) do Horizonte 2020.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 83

3.1.3. Pilar Desafios Societais

O objetivo dos Desafios Societais é seguir ações de pesquisa, desenvolvimento tecnológico,

desenvolvimento tecnológico, ações de demonstração e inovação para dar resposta aos objetivos

da estratégia Europa 2020 e de outras políticas europeias. Os Desafios Societais estão divididos

em sete áreas específicas e refletem as principais preocupações partilhadas por todos os

europeus.

Instrumento Financiamento

Saúde, alterações demográficas e bem-estar 7.472 M€

Segurança alimentar, agricultura e silvicultura sustentável,

pesquisa aquática marinha e marítima e bioeconomia 3.851 M€

Energia limpa, segura e eficiente 5.931 M€

Transportes inteligentes, ecológicos e integrados 6.339 M€

Ação climática, ambiente, eficiência dos recursos e matérias-primas 3.081 M€

Sociedades inclusivas, inovadoras e refletivas 1.310 M€

Sociedades seguras 1.695 M€

Ciência com e para a sociedade 462 M€

Espalhar a excelência e ampliar a participação 816 M€

Saúde, alterações demográficas e bem-estar

O objetivo específico é melhorar a saúde ao longo da vida, e o bem-estar de todos. Além disso,

são também objetivos deste desafio os sistemas de saúde e de cuidados economicamente

sustentáveis e de alta qualidade e as oportunidades para novos empregos. Este tipo de

investigação e inovação darão um importante contributo para a estratégia da Europa 2020.

Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo

Ciências da Vida

Medicina & Farmacêutica

Saúde Pública

Bioestatíestica; Cuidados e

serviços de saúde; Pesquisa

Clínica; Oncologia;

Diagnóstico; Doenças;

Gerontologia / Geriatria;

Doenças cardíacas e de

circulação do sangue;

Neurologia / Investigação

cerebral; Medidas e

padrões; Farmacêutica /

Medicamentos; Biologia /

Biotecnologia; Pesquisa de

genoma.

Universidades

Institutos de Gestão

ONG’s

PME

Indústria farmacêutica

Hospitais

Associações de doentes

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 84

Segurança alimentar, agricultura e silvicultura sustentável, pesquisa aquática

marinha e marítima e bioeconomia

O principal objetivo deste eixo é garantir um abastecimento suficiente, seguro e de alta

qualidade de alimentos e outros produtos de base biológica, através do desenvolvimento de

sistemas de produção primários que sejam eficientes na utilização de recursos e na promoção de

serviços relacionados com o ecossistema, ao lado de cadeias de fornecimento competitivas e

com emissões baixas de carbono. Aos poucos, estas alterações contribuem para uma aceleração

da transição europeia para uma bioeconomia sustentável.

Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo

Agricultura

Silvicultura

Recursos vivos aquáticos

Alimentação

Ambiente

Agricultura

Gestão Florestal

Pesca

Alimentação e bebidas

Indústrias ambientais

Universidades

Institutos de investigação

Indústria / PMEs

ONG’s

Associações de

consumidores

Organizações

governamentais de

investigação

Energia limpa, segura e eficiente

A finalidade deste desafio é apoiar a transição para um sistema energético de confiança, aceite

publicamente, sustentável e competitivo. O sistema deverá ser menos dependente de

combustíveis fósseis que o praticado atualmente.

Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo

Política económica

Engenharia

Tecnologias Industriais

Arquitetura e urbanismo

Desenvolvimento

sustentável

Eletrónica e microeletrónica;

Telecomunicações,

networking; Tecnologia de

construção; Tecnologia de

materiais; Engenharia de

processos de plantas;

Engenharia e tecnologia

química; Armazenamento e

transporte de energia;

Conversão, transmissão e

produção de energia; Energia

de fontes fósseis; Fontes

renováveis de energia;

Utilização raciona de energia;

Ciências Físicas e exatas;

Preocupações sociais e

económicas.

Universidades

Institutos de investigação

Indústria / PMEs

Utilizadores finais

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 85

Transportes inteligentes, ecológicos e integrados

O objetivo deste desafio societal é minimizar o impacto dos sistemas de transporte no clima e no

meio ambiente, incluindo poluição atmosférica e sonora, através da melhoria da eficiência na

utilização de recursos naturais e da redução da dependência de combustíveis fósseis. A

investigação e inovação neste eixo contribui diretamente e substancialmente para o

desenvolvimento e adoção das soluções necessárias para todos os meios de transporte, que irão

reduzir drasticamente as emissões nocivas para o ambiente e, consequentemente, reduzir o

impacto desta indústria na biodiversidade e recursos naturais.

Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo

Política económica

Saúde Pública

Engenharia

Tecnologias Industriais

Arquitetura e urbanismo

Desenvolvimento

sustentável

Tecnologia de materiais;

Infraestruturas de

transportes; Tecnologias de

expedição e transporte;

Tecnologia aeroespacial;

Tecnologias têxteis;

Tecnologia / engenharia

sonora; Transporte e

armazenamento de energia;

Conversão, transmissão e

produção de energia;

Ciências físicas e exatas;

Recursos marítimos, pesca;

Preocupações económicas e

da sociedade.

Universidades

Institutos de investigação

Indústria / PMEs

Utilizadores finais

Ação climática, ambiente, eficiência dos recursos e matérias-primas

A finalidade deste desafio é alcançar uma economia eficiente em recursos, resiliente em relação

às alterações climáticas e com um abastecimento sustentável de matérias primas, de forma a

dar resposta às necessidades de uma população mundial em expansão dentro dos limites dos

recursos do planeta.

Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo

Ciências naturais e exatas

Ciências sociais

Economia

Ciências técnicas e

aplicadas

Ciências interdisciplinares

Proteção do Homem e do

meio ambiente; Ciências

físicas e exatas; Ciências

biológicas; Agricultura e

recursos marinhos;

Preocupações económicas e

da sociedade; Eletrónica,

telecomunicações e TI;

Produção industrial, materiais

e transporte; Outras

tecnologias industriais;

Medidas e parões

Universidades

Institutos de investigação

ONG’s

Grandes Indústrias / PMEs

Utilizadores

governamentais de

investigação

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 86

Sociedades inclusivas, inovadoras e refletivas

Este desafio pretende ser uma base para a compreensão intelectual da Europa, a sua história e

as várias influências europeias e não europeias, para contribuir para uma melhor qualidade de

vida.

Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo

Humanidades

Ciências sociais

Economia

Direito

Preocupações económicas e

da sociedade

Universidades

Institutos de investigação

ONG’s

Sociedades seguras

Tem em vista a proteção da liberdade e segurança da Europa e dos seus cidadãos.

Pretende promover sociedades europeias seguras no âmbito de transformações ainda sem

precedentes e crescentes interdependências globais e ameaças.

Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo

Ciências exatas

Ciências naturais

Ciências técnicas e

aplicadas

Ciências sociais

Humanidades

Eletrónica, telecomunicações

e TI; Produção industrial;

Outras tecnologias

industriais; Medidas e

padrões; Proteção do Homem

e do meio ambiente;

Preocupações

socioeconómicas

Indústria / PME

Utilizadores finais (forças

de segurança, proteção

civil, etc.)

Universidades

Institutos de investigação

3.1.4. Outros Instrumentos do Horizonte 2020

Fast Track to Innovation

O instrumento “Fast Track to Innovation” (FTI) está inserido no Horizonte 2020 será lançado

como uma ação piloto em 2015. O principal intuito deste instrumento é apoiar ações de inovação

que caiam sob os objetivos específicos de Liderança em tecnologias industriais facilitadoras e os

Desafios Societais, de qualquer área tecnológica.

O instrumento vai operar através de uma chamada continuamente aberta, com o compromisso

de não exceder os seis meses para a obtenção de subsídio. As partes interessadas vão poder

submeter propostas a qualquer altura e anualmente serão definidas três datas para a avaliação

das propostas. Todas as entidades legalmente constituídas são elegíveis para este instrumento,

com um mínimo de 3 e máximo de 5 participantes em cada ação. A ação-piloto deverá financiar

até 100 propostas.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 87

Eurostars

O Programa Conjunto Eurostars (2014-2020) ou "Eurostars 2" é uma das quatro parcerias

público-privadas que farão parte da estratégia integrada do Programa-Quadro Horizonte 2020 de

apoio às PME.

O objetivo geral desta iniciativa é estimular o crescimento económico e a criação de emprego,

promovendo a competitividade das PME executantes de investigação através da colaboração

transnacional em I&D.

O valor acrescentado do Eurostars sob o Horizonte 2020 não reside apenas no tipo especial de

PME apoiadas, mas também na forma como ele é implementado: o Eurostars é um programa

conjunto entre vários países europeus, dentro e fora da UE, no âmbito da EUREKA, da União

Europeia através Horizonte 2020.

A abordagem ascendente do Eurostars permite que os participantes lancem os seus projetos em

qualquer setor tecnológico e de mercado, desde que tenha uma finalidade civil e vise a produção

de um novo produto, processo ou serviço.

Os projetos Eurostars juntam parceiros de diferentes países e podem abordar qualquer área

tecnológica, com a ressalva de que devem ter um propósito civil e ser voltados para o

desenvolvimento de um novo produto, processo ou serviço. Os projetos não podem ser

executado por mais de três anos e, nos dois anos a seguir à sua conclusão, deve ser lançado um

produto comercial resultante da pesquisa realizada durante o projeto.

O programa Eurostars opera sob o modelo EUREKA e está comprometido em acabar com a falha

entre a investigação e a comercialização. O programa beneficia PMEs nas últimas fases de

crescimento e apoia negócios que tenham os processos inovadores próximos da fase de

produção comercial.

Euratom

O Programa Euratom atua como complemento do Horizonte 2020, focando-se nos mesmos

desafios-chave. Aos dois programas aplicam-se as mesmas regras de participação, e uma única

regulação.

Duração do Programa Orçamento

5 anos – em linha com o Tratado Euratom

939 M€ para apoiar ações de investigações

indiretas fissão nuclear, proteção radiológica

e de fusão.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 88

3.1.5. Outras Informações

Quem pode apresentar propostas

Podem responder aos convites para apresentar propostas quaisquer entidades jurídicas,

independentemente do seu local de estabelecimento, e organizações internacionais desde que

reúnam as seguintes condições:

Devem participar na ação, no mínimo, três entidades jurídicas;

Cada uma das três entidades deve estar estabelecida num Estado-Membro ou Estado

associado sendo que duas das entidades não podem estar estabelecidas no mesmo

Estado-Membro ou Estado associado;

As três entidades devem ser independentes entre si.

O Centro Comum de Investigação pode também participar em ações com direitos e obrigações

idênticos aos de uma entidade jurídica estabelecida num Estado-Membro.

Quem é elegível para financiamento

Qualquer entidade jurídica estabelecida num Estado-Membro ou Estado associado, ou

instituída nos termos do direito da União;

Qualquer organização internacional de interesse europeu;

Qualquer entidade jurídica estabelecida num país terceiro identificado no programa de

trabalho.

Avaliação das propostas

As propostas apresentadas são avaliadas por um painel de especialistas de várias áreas

independentes que atendem aos seguintes critérios de atribuição:

Excelência;

Impacto;

Qualidade;

Eficiência de execução.

Os programas de trabalho definem de forma mais pormenorizada a aplicação dos critérios de

atribuição para cada convite. A fase de avaliação poderá ter a duração de 5 meses.

Ultrapassada a fase de avaliação, os participantes são informados dos resultados. Sendo os

mesmos positivos, a Comissão Europeia celebra um acordo com cada participante para a

atribuição da subvenção. Neste acordo são confirmadas as atividades que serão levadas a cabo

pelo participante, a duração do projeto, orçamento, avaliações e custos e o montante da

contribuição por parte da Comissão. Em regra, o tempo limite para a celebração do acordo será

de três meses.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 89

3.1.6. Primeiras chamadas para apresentação de propostas

As primeiras chamadas do H2020 (calls) incidem sob diversas áreas dos três pilares deste

programa. A par das primeiras chamadas, foram também divulgados os Programas de Trabalho

(Work Programmes), onde se encontram explicadas todas as chamadas, tópicos e objetivos a

ser abordados. Os Programas de Trabalho refletem a forte abordagem baseada em desafios do

H2020, o que permite aos participantes gozarem de uma considerável liberdade para encontrar

soluções inovadoras.

12 Áreas em foco

Instrumento Financiamento

Personalização de cuidados de saúde 549 M€

Segurança alimentar sustentável 138 M€

Crescimento Azul: libertar o potencial dos mares e oceanos 100 M€

Segurança Digital 47 M€

Cidades e comunidades inteligentes 92 M€

Energia competitiva baixa em carbono 359 M€

Eficiência energética 98 M€

Mobilidade para o crescimento 375 M€

Resíduos: recurso para reciclar, reutilizar e recuperar 73 M€

Inovação da água: aumentar o seu valor para a Europa 67 M€

Superar a Crise: novas ideias, estratégias e estruturas 35 M€

Resistência aos Desastres 72 M€

No primeiro Programa de Trabalho H2020 foram identificadas 12 áreas que beneficiarão de um

foco especial nestes primeiros dois anos do programa. Cada uma destas áreas está incluída nos

Programas de Trabalho, e coberta por uma chamada específica. Estas áreas representam cerca

de 15% do número total de chamadas para 2014-2015, e possuem um orçamento total de 2 mil

milhões de euros.

Questões Transversais

Para além dos três pilares fundamentais do H2020 e das 12 áreas com um foco especial, irá ser

dada prioridade também a questões transversais que foram integradas em cada uma das

diferentes partes do Programa de Trabalho, garantindo assim uma abordagem mais integrada.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 90

As questões transversais abordadas são as seguintes:

Inovação

Divulgar a excelência e ampliar a participação dos Estados Membros

Tecnologias de informação e comunicação

Ciências sociais e humanidades

Género

Cooperação internacional

Ação climática e desenvolvimento sustentável

Outras informações

Todas as participações serão avaliadas por um painel de peritos independentes, que avaliarão as

propostas através dos critérios definidos no Programa de Trabalho do H2020.

Depois de a proposta passar a aprovação científica (com uma duração de 5 meses), os

participantes são informados se estão selecionados para financiamento. Se o resultado for

positivo, será assinado o acordo final entre as partes nos três meses seguintes.

Programa de Trabalho 2014: Financiamento e Instrumentos Financeiros (IF)

Pilar I “Excelência Científica”

N.º Calls Orçamento

Conselho Europeu de Investigação 4 1 662 M€

Ações Marie Curie 6 800 M€

Tecnologias Futuras e Emergentes (FET) 4 200 M€

Infraestruturas Europeias de Investigação 4 277 M€

Pilar II “Liderança Industrial”

N.º Calls Orçamento

Tecnologias de Informação e Comunicação 2 700 M€

Nanotecnologia, Biotecnologia, Materiais Avançados 5 500 M€

Espaço 5 128 M€

Acesso a Financiamento de Risco 2 + IF 5 + 295 M€

Inovação nas PME (não inclui SME Instrument) 1 10 M€

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 91

Pilar III “Desafios Societais”

N.º Calls Orçamento

Saúde, bem-estar e mudança demográfica 2 600 M€

Segurança alimentar, agricultura sustentável, (..) 3 300 M€

Energia segura, limpa e eficiente 4 600 M€

Transportes inteligentes, ecológicos e integrados 3 540 M€

Ação climática, ambiente, eficiência de recursos 3 300 M€

Sociedades inclusivas, inovadoras e refletivas 5 112 M€

Sociedades seguras 4 200 M€

Outros Instrumentos N.º Calls Orçamento

Divulgar a excelência e ampliar a participação 3 50 M€

Ciência para e com a sociedade 4 45 M€

Para os dois primeiros anos do programa (2014-2015) estão disponíveis mais de 15 mil milhões

de euros, que se destinam a contribuir para estimular uma economia europeia baseada no

conhecimento e abordar questões que possam fazer a diferença na vida das pessoas.

Os convites à apresentação de propostas de 2014-2015 incluem, neste período de dois anos,

500 milhões de euros destinados às pequenas e médias empresas inovadoras, através de um

novo instrumento a favor das PME (SME Instrument).

Para este período de dois anos, a Comissão Europeia definiu as principais prioridades de

financiamento, proporcionando aos investigadores e às empresas uma maior certeza sobre a

orientação da política de investigação da UE. Para 2014 estão previstos cerca de 7,8 mil milhões

de euros para calls, estando o financiamento centrado nos três grandes pilares do Horizonte

2020.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 92

3.2. Europa Criativa

O programa Europa Criativa é o novo programa europeu de apoio aos setores culturais e

criativos, com um período de atuação de 7 anos, inserido na estratégia Europa 2020.

Áreas como a cultura europeia, o cinema, a televisão, a música, a literatura, as artes cénicas, o

património e áreas afins irão beneficiar de um maior apoio sob a alçada deste novo programa,

que possui um orçamento total de 1,46 mil milhões de euros, mais 9% que aquilo que é

praticado atualmente, fomentando o desenvolvimento dos setores culturais e criativos, que se

afiguram como uma importante fonte de emprego e crescimento.

Áreas de Atuação

O programa Europa Criativa irá oferecer financiamento nas seguintes áreas:

Desenvolvimento de filmes europeus, programas de televisão e jogos;

Distribuição e promoção de filmes europeus, festivais e redes cinematográficas;

Formação para profissionais culturais e criativos/artistas;

Tradução de literatura;

Cooperação além-fronteiras.

Contexto Histórico

O Europa Criativa foi construído baseando-se no sucesso dos programas Cultura e MEDIA, que

apoiaram os setores cultural e audiovisual durante 20 anos. Inclui um subprograma Cultura e

um subprograma MEDIA, que atuarão nas suas áreas especificas.

Para além dos subprogramas Cultura e MEDIA, o programa Europa Criativa incluirá uma vertente

intersetorial para apoiar a cooperação política, intervenções transversais e um novo mecanismo

de garantia financeira, que permitirá às pequenas e médias empresas dos setores culturais e

criativos acederem a empréstimos bancários até ao montante de 750 milhões de euros. O

mecanismo estará operacional a partir de 2016.

Beneficiários do Programa

O novo programa substitui os programas MEDIA, MEDIA Mundus e Cultura, irá afetar 56 % do

seu orçamento ao apoio do cinema e do setor audiovisual e 31 % ao apoio à cultura.

É esperado que nos 7 anos de atuação do Europa Criativa, o Programa venha a permitir que:

250 000 artistas e profissionais da cultura, assim como as suas obras, beneficiem de

financiamento para atingir novas audiências fora dos seus países de origem;

Mais de 800 filmes europeus recebam apoio a nível da distribuição, o que lhes permitirá

ser vistos por públicos de toda a Europa e do mundo;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 93

Pelo menos 2 000 cinemas europeus beneficiem do apoio à rede de cinemas europeia,

permitindo-lhes assegurar que, pelo menos, 50% dos filmes que apresentem sejam

europeus;

Mais de 4 500 livros e outras obras literárias recebam apoio para tradução, permitindo

que os leitores possam apreciá-los na sua língua materna.

Milhares de organizações culturais e audiovisuais e profissionais destes setores

beneficiem de apoios à formação para adquirirem novas competências e reforçarem a

sua capacidade de trabalho num contexto internacional.

Enquadramento do Programa

A cultura desempenha um papel crucial na economia da UE. Diversos estudos revelam que os

setores cultural e criativo representam cerca de 4,5 % do PIB da UE e quase 4 % do emprego

(8,5 milhões de empregos e muitos mais se forem considerados os efeitos indiretos noutros

setores). A Europa é o líder mundial de exportação de produtos das indústrias criativas. Para

manter essa posição, precisa de investir na capacidade operacional dos setores além-fronteiras.

O novo programa tem em conta os desafios criados pela globalização e pelas tecnologias

digitais, que estão a mudar o modo de produção, de distribuição e de acesso das obras culturais,

e a transformar os modelos comerciais e os fluxos de receitas. Estes desenvolvimentos também

criam oportunidades para os setores cultural e criativo. O programa procura ajudá-los a

aproveitar estas oportunidades, para que possam beneficiar da passagem à era digital e criar

mais empregos e carreiras internacionais.

3.2.1. Subprograma MEDIA

O subprograma MEDIA apoia financeiramente as indústrias cinematográficas e audiovisuais da

União Europeia no desenvolvimento, distribuição e promoção do seu trabalho. O MEDIA visa

ajudar a lançar projetos com uma dimensão europeia e com grande foco nas novas tecnologias,

permitir que os filmes e trabalhos audiovisuais europeus encontrem mercados para além das

fronteiras nacionais e europeias, e financiar programas de formação e desenvolvimento.

Áreas para Apresentação de Candidaturas

No âmbito do subprograma MEDIA, podem ser apresentadas candidaturas que se enquadrem

nas seguintes temáticas:

Apoio ao desenvolvimento de conceitos e projetos de jogos de vídeo – apoia

atividades de desenvolvimento de jogos de vídeo digitais, independentemente da

plataforma ou do método de distribuição previstos, desde que se destine a exploração

comercial;

Apoio ao alargamento de audiências – apoia o alargamento das audiências como

forma de estimular o interesse pelas obras audiovisuais europeias e de melhorar o

acesso às mesmas, nomeadamente através de ações de promoção, organização de

eventos, aprofundamento da cultura cinematográfica e organização de festivais;

Apoio a fundos de coprodução internacionais – reforça a capacidade de criação de

obras audiovisuais europeias com potencial de circulação dentro e fora da UE pelos

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 94

operadores audiovisuais, e favorecer as coproduções europeias e internacionais,

inclusive com empresas de radiodifusão televisiva;

Apoio à formação – facilitar a aquisição e o reforço das capacidades e das

competências dos profissionais do audiovisual, e a criação de redes, nomeadamente a

utilização de tecnologias digitais, a fim de assegurar a adaptação à evolução do

mercado, testando novas abordagens para o alargamento das audiências e novos

modelos comerciais;

Apoio ao acesso aos mercados – pretende apoiar o acesso dos profissionais

europeus a mercados físicos, ferramentas em linha destinadas aos profissionais e

atividades de promoção europeias comuns;

Apoio à ligação em rede das salas de cinema que exibem filmes europeus –

apoia a criação de uma rede europeia de operadores de cinema cuja programação

inclua uma parte significativa de filmes europeus não nacionais;

Apoio à distribuição de filmes europeus não nacionais – visa apoiar a criação de

mecanismos de apoio à distribuição de filmes europeus não nacionais através da

distribuição cinematográfica e noutras plataformas, bem como às atividades comerciais

internacionais, nomeadamente a legendagem, a dobragem e a áudio descrição das

obras audiovisuais;

Apoio a festivais de cinema – apoio a iniciativas que apresentem e promovam uma

oferta variada de obras audiovisuais europeias, incluindo curtas-metragens, tais como

festivais e outros eventos promocionais;

Apoio ao desenvolvimento de projetos individuais e slate funding e Apoio à

programação televisiva de obras audiovisuais europeias – apoia a criação de

obras audiovisuais europeias, em especial filmes e programas televisivos tais como

obras de ficção, documentários, filmes infantis e de animação, bem como obras

interativas, designadamente jogos de vídeo e multimédia, com maior potencial de

divulgação transfronteiriça.

3.2.2. Subprograma Cultura

O subprograma Cultura pretende reforçar a capacidade operacional dos sectores culturais e

criativos em contexto transnacional, bem como promover a circulação da mobilidade

transnacional.

Tem como objetivo o reforço das aptidões, competências e conhecimentos dos agentes culturais

e criativos; o reforço da cooperação internacional dos operadores culturais e criativos; a criação

de redes internacionais, que facilitem o acesso a oportunidades profissionais; o apoio de

iniciativas de carácter internacional; e a divulgação de literatura europeia e alargamento das

audiências às obras culturais e criativas europeias, património cultural, material e imaterial.

Destinatários

São destinatários desta medida os operadores culturais e criativos que estejam ativos nos

setores culturais e criativos, legalmente estabelecidos num dos países participantes no

subprograma Cultura.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 95

Domínios de Investigação

Cultura e criatividade;

Cooperação cultural;

Redes culturais europeias;

Tradução literária.

Medidas Apoiadas pelo Programa

Projetos de cooperação europeia – reforçar a capacidade operacional dos setores

culturais e criativos europeus para operarem num contexto transnacional e

internacional e promover a circulação internacional das obras culturais e criativas e a

mobilidade transnacional dos agentes culturais e criativos, em especial dos artistas.

Redes europeias – apoiar financeiramente ações das redes europeias ativas nos

setores culturais e criativos.

Plataformas europeias – apoiar organizações culturais e criativas cujos objetivos

promovam o desenvolvimento de talentos emergentes, a mobilidade transnacional dos

agentes culturais e criativos e a circulação de obras, o reconhecimento e visibilidade

dos artistas e criadores europeus;

Projetos de tradução literária – favorecer a diversidade cultural e linguística na UE,

e países participantes no subprograma Cultura, e promover a circulação transnacional

de obras literárias e alcançar novas audiências.

3.2.3. Vertente Intersetorial

A Vertente Intersectorial integra a concretização de instrumentos e apoios específicos para a

promoção da dimensão intersectorial da cultura e criatividade europeia, nomeadamente através

de dois segmentos de intervenção:

A criação de um Mecanismo de Garantia para os sectores Culturais e Criativos que

facilite o acesso ao financiamento por parte de PME, micro, pequenas e médias

organizações dos sectores cultural e criativo;

A Cooperação Política Transnacional concretiza-se com o intercâmbio de experiências e

conhecimentos relacionados com modelos comerciais e gestão, atividades de

aprendizagem colegial, ligação em rede entre organizações culturais e criativas e os

responsáveis políticos do sector; a recolha de dados de mercado, elaboração de

estudos, análise de mercado de trabalho e competências necessárias, e avaliação do

impacto do Programa; o ensaio de estratégias comerciais intersectoriais para financiar,

distribuir e rentabilizar as obras; conferências no domínio das competências culturais e

mediáticas; criação da rede de Centros de Informação Europa Criativa nos Estados-

Membros da União Europeia.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 96

3.3. COSME: Programa para a Competitividade das

Empresas e PME

O COSME visa facilitar o acesso a problemas de crédito que as pequenas empresas enfrentam

atualmente e está dotado com 2.3 mil milhões de euros para o período 2014-2020.

Este programa fornece um mecanismo de garantia de empréstimos para pequenas e médias

empresas (PME) até 150.000€. É esperado que até 2020, 330 mil empresas beneficiem deste

mecanismo. Para além disto, o programa ajudará também os empresários a beneficiar de um

acesso mais fácil aos mercados da UE e os empreendedores a receber assistência especializada e

personalizada.

Este programa visa reforçar a competitividade e sustentabilidade das empresas da União

Europeia, incentivar uma cultura empreendedora e promover a criação e crescimento das PME.

Estes objetivos serão atingidos através de:

Melhoria do acesso das PME ao financiamento;

Melhoria do acesso aos mercados, dentro da União Europeia, e a nível global;

Melhoria das condições de enquadramento das empresas;

Empreendedorismo e cultura empreendedora.

Acesso ao Financiamento

Quase 1.4 mil milhões de euros do orçamento total do COSME estão alocados para empréstimos

de capital de risco, complementando os regimes financeiros a nível nacional.

Uma linha de crédito vai dotar as PME de garantias diretas ou outros acordos de partilha de risco

com intermediários financeiros - como bancos, garantias mútuas e fundos de capital de risco -

para cobrir empréstimos até 150 mil euros.

Um mecanismo de capital próprio para investimento em fases de crescimento vai proporcionar

às PME o financiamento de capital reembolsável comercialmente, principalmente na forma de

capital de risco, obtido através de intermediários financeiros.

Acesso aos Mercados

O acesso aos mercados consiste em serviços de apoio concretos às empresas, fornecidos através

da Enterprise Europe Network. O foco será a internacionalização das PME, facilitando a expansão

dos negócios e parcerias transfronteiriças.

Condições de enquadramento das empresas

A melhoria das condições de enquadramento gerais vai ser alcançada através do apoio à

implementação de políticas europeias para as PME, reduzindo os encargos administrativos ou

visando especificamente determinados setores de PME, ricos na criação de emprego.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 97

Empreendedorismo e cultura empreendedora

Promoção de atividades de empreendedorismo, onde se inclui o desenvolvimento de

competências e atitudes empreendedoras, especialmente entre os novos empreendedores, bem

como realização do programa de intercâmbio Erasmus para Empreendedores.

Beneficiários

O Programa COSME visa particularmente:

Empreendedores, em especial as PME, que irão beneficiar de um acesso facilitado a

financiamentos para as suas empresas;

Cidadãos que procuram o autoemprego e encontram dificuldades em criar as suas

próprias empresas;

As diferentes autoridades dos Estados Membros da U.E., a quem será garantido um

melhor apoio nos seus esforços de elaboração e implementação de reformas políticas.

Sobre o COSME

O programa baseia-se no sucesso do atual Programa de Competitividade e Inovação (CIP –

Competitiveness and Innovation Programme).

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 98

Parte 4 – Financiamento e Partilha de

Risco

Conteúdo da Parte 4 – Financiamento e Partilha de Risco

Linha de Crédito PME Exportações

Linha de Crédito PME Crescimento

Linha BEI

Fundo JESSICA

FINICIA

Microcrédito

Linha MICROINVESTE

Linha INVEST+

Fundos de Capital de Risco

Crowdfunding

Business Angels

Investe QREN

4.1. Linha de Crédito PME Exportações

Tendo em conta o contexto nacional de restrições ao crédito e conjuntura interna adversa e,

adicionalmente, o desígnio de promover o reforço da internacionalização da economia

portuguesa nos mais diversos setores de atividade com maior competitividade, o Ministério da

Economia e do Emprego reforçou o apoio às empresas exportadoras com o lançamento de uma

nova linha de crédito no valor de 500 milhões de euros para financiamento de encomendas

firmes com origem em mercados externos, que visa responder às necessidades cíclicas de

tesouraria para as empresas de maior vocação exportadora.

As empresas podem, ainda, obter um seguro de crédito específico por operação, visando a

cobertura dos riscos de crédito e de fabrico, por recurso aos mecanismos de seguro de crédito

existentes no mercado. Considerando que as empresas exportadoras de equipamento e/ou de

produtos com longos ciclos de fabricação/faturação têm necessidades de financiamento com

prazos superiores é criada uma Sublinha de Crédito PME EXPORTAÇÕES para Bens de Longo

Ciclo de Fabricação / Faturação.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 99

Montante Global e Linhas Específicas

Linha Específicas Montante (milhões de euros)

Montante global da linha 500

Linhas Específicas

Exportação de equipamentos / produtos

de longo ciclo de fabricação / faturação 100

Exportação de bens e serviços 400

Estes valores serão reavaliados periodicamente, em função da utilização, numa lógica “first

come first served”, podendo ser feitas reafetações de verbas entre Linhas.

Prazo de Vigência

Até 12 meses após a abertura da Linha de Crédito, podendo este prazo ser extensível por igual

período, caso a mesma não se esgote no primeiro prazo.

Entidade Gestora da Linha

A gestão da Linha de Crédito será assegurada pela PME Investimentos – Sociedade de

Investimento, SA.

Condições a Observar pelas Empresas Beneficiárias

Preferencialmente Micro, Pequenas e Médias Empresas (PME), certificadas pela

Declaração Eletrónica do IAPMEI;

Localização (sede social) em território nacional;

Desenvolvimento de atividades enquadradas nos CAEs aplicáveis;

Sem incidentes não regularizados junto da banca à data de emissão da contratação;

Situação regularizada junto da Administração Fiscal e da Segurança Social à data da

contratação do financiamento;

No caso de empresas comerciais, os bens ou serviços exportados, correspondentes aos

limites fixados, devem ser produzidos em Portugal;

Situação líquida positiva no último exercício.

Operações Elegíveis

Linha de Crédito PME Exportações para Bens de Longo Ciclo de Fabricação / Faturação

Financiamento de encomendas externas firmes de bens de equipamento e/ou de

produtos com longos períodos de fabricação (mínimo de 3 meses e máximo de 18

meses), em que para além de comprovar/atestar que o período de produção de

determinado bem/produto se encontra naquele intervalo, a empresa terá de apresentar

uma nota de encomenda confirmando a exportação direta do bem/produto.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 100

Posteriormente, a empresa deverá fazer prova de produção e entrega da encomenda

financiada ao respetivo Banco;

Podem ainda ser enquadradas operações relativas ao financiamento da produção de

bens cujas encomendas se verificaram antes do início da vigência da presente linha de

crédito, desde que as mesmas não se encontrem totalmente liquidadas pelos

respetivos importadores.

Linha de Crédito PME Exportações para Exportação de Bens e Serviços

Financiamento de encomendas externas firmes de bens e serviços, em que a empresa

terá de apresentar uma nota de encomenda confirmando a exportação direta do

bem/serviço. Posteriormente, a empresa deverá fazer prova de produção e entrega da

encomenda financiada ao respetivo Banco;

Podem ainda ser enquadradas operações relativas ao financiamento da produção de

bens cujas encomendas se verificaram antes do início da vigência da presente linha de

crédito, desde que as mesmas não se encontrem totalmente liquidadas pelos

respetivos importadores.

Operações Não Elegíveis

Reestruturação financeira e/ou consolidação de crédito vivo;

Operações destinadas a liquidar ou substituir de forma direta ou indireta, ainda que em

condições diversas, financiamentos anteriormente acordados com o Banco, exceto os

referidos no ponto anterior;

Operações financeiras que se destinem a atividades relacionadas com a exportação

para países terceiros e Estados-Membro, nomeadamente a criação e funcionamento de

redes de distribuição.

Tipo de Operações

Linha Específicas

Exportação de equipamentos /

produtos de longo ciclo de fabricação /

faturação

Empréstimos de médio prazo;

Locação financeira de equipamentos.

Exportação de bens e serviços Linhas para desconto de encomendas

externas firmes.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 101

Montante Máximo por Empresa e Operação

Linha Específicas Por empresa Por operação

Exportação de

equipamentos / produtos

de longo ciclo de fabricação

/ faturação

1.500.000 € 500.000 €

Exportação de bens e

serviços

1/4 do volume de negócios

de exportação do ano

anterior ao da candidatura

ou do valor da carteira de

encomendas firmes de

exportação à data do pedido

de crédito, se superior

80% do valor da

encomenda

As empresas poderão apresentar mais do que uma candidatura a cada uma das Linhas

Específicas, através do mesmo Banco, sendo os limites máximos estabelecidos controlados pela

Entidade Gestora da Linha.

Cúmulo de Operações

As empresas poderão apresentar candidaturas às duas Linhas Específicas, com o limite máximo

de € 2.000.000, montante que será controlado pela Entidade Gestora da Linha.

Prazos Máximos

Linha Específicas Amortização

Exportação de

equipamentos /

produtos de longo

ciclo de fabricação

/ faturação

Preferencialmente indexada ao plano de pagamento do importador

(incluindo eventuais prazos adicionais associados ao acionamento de

um eventual seguro de crédito que a empresa tenha contratado). Na

impossibilidade de estabelecer esta indexação, o financiamento será

liquidado em prestações constantes, iguais, trimestrais e

postecipadas. Obrigação de reembolso parcial/integral antecipado

(sem penalização) sempre que ocorra algum pagamento por parte

do importador, ou eventuais reembolsos/indemnizações decorrentes

de sinistros abrangidos por seguro de crédito, independentemente

do serviço de dívida contratado.

Exportação de

bens e serviços

As amortizações ficam ligadas aos pagamentos pelo importador

(incluindo eventuais prazos adicionais associados ao acionamento de

um eventual seguro de crédito que a empresa tenha contratado),

podendo o limite da linha de financiamento ser reutilizado.

Os Bancos comprometem-se a comunicar às SGM e à Entidade Gestora da Linha, em condições a

definir por estas entidades:

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 102

Para as operações da Linha de Crédito para Exportação de

equipamentos/produtos de longo ciclo de fabricação/ faturação: No prazo

máximo de 10 dias úteis, os reembolsos efetuados sempre que ocorra um pagamento

por parte do importador ou um recebimento de indemnização por acionamento de

seguro de crédito, de forma a ser considerada a respetiva redução da responsabilidade

do cliente junto da SGM; as comunicações efetuadas fora do prazo previsto serão

consideradas na data de efetiva receção pela SGM;

Para as operações da Linha de Crédito para Exportação de bens e serviços:

Com periodicidade a definir, os níveis de utilização das Linha de financiamento para

desconto de encomendas.

Prazo de Utilização

Para a Linha de Crédito PME Exportações para Bens de Longo Ciclo de Fabricação / Faturação:

Até 6 meses após a data de contrato, com o máximo de 3 utilizações, sendo obrigatoriamente a

primeira utilização a data movimento de libertação inicial dos fundos ao cliente, não podendo os

Bancos atribuir data-valor do crédito na conta do cliente anterior à data da disponibilização

efetiva dos fundos. Este prazo de desembolso pode ser aumentado até 12 meses, a título

excecional e devidamente fundamentado, mediante autorização prévia da Entidade Gestora da

Linha. Considerar-se-á a garantia totalmente utilizada na data de contrato, se não estiver

previsto no contrato de financiamento o plano de utilização.

Taxa de Juro a Suportar pelas Empresas

Euribor (3 meses), acrescida dos spreads das tabelas constantes no Anexo I.

Comissão de Garantia

A comissão de garantia aplicável pela SGM a cada uma das operações será

integralmente bonificada pelo FINOVA, de acordo com a Tabela constante do Anexo I;

As bonificações previstas na alínea anterior são fixadas de acordo com as condições

observadas no momento do enquadramento. As bonificações serão liquidadas pelo

FINOVA às SGM trimestral e antecipadamente;

Caso, em resultado da aplicação do regime comunitário do auxílio de minimis, haja

necessidade de reduzir o valor da bonificação, a empresa poderá vir a suportar a

comissão de garantia.

Incentivos Públicos

Os apoios são concedidos ao abrigo do regime comunitário de auxílios de minimis;

Pagamento integral da comissão de garantia mútua de acordo com as tabelas

constantes no Anexo I; caso, em resultado da aplicação do regime comunitário de

auxílios de minimis, haja necessidade de reduzir o valor da bonificação, a empresa

poderá vir a suportar a comissão de garantia;

Garantia mútua, correspondente a 60% do capital em dívida a cada momento.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 103

Comissões Encargos e Custos

As operações ao abrigo da presente Linha ficarão isentas de comissões e taxas habitualmente

praticadas pelo Banco, bem como de outras similares praticadas pelo Sistema de Garantia

Mútua, sem prejuízo de serem suportados pela empresa beneficiária todos os custos e encargos

associados à contratação do financiamento, designadamente impostos ou taxas, e outras

despesas similares. Inclui-se na isenção de despesas a custódia de títulos se a conta de títulos

for utilizada exclusivamente para operações com Garantia Mútua.

Anexo I – Spread e Comissão de Garantia Mútua

Linha de Crédito PME Exportações para Bens de Longo Ciclo de Fabricação / Faturação

Spread do Banco

Spread Global da Operação (*)

PME Líder 3,580%

Outras Empresas:

Escalão A

Escalão B

Escalão C

4,100%

4,250%

4,650%

Linha de Crédito PME Exportações para Exportação de Bens e Serviços

Spread do Banco

Spread Global da Operação (*)

PME Líder 3,517%

Outras Empresas:

Escalão A

Escalão B

Escalão C

3,730%

3,894%

4,280%

(*) Considerando 60% de cobertura de Garantia Mútua

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 104

Critérios de Classificação de Empresas

Net Debt / EBIDTA

(n.º de anos) (*)

Autonomia Financeira (**)

Geral Serviços

PME Líder Metodologia Própria

Outras Empresas:

Escalão A ≤ 3

Escalão B 3 a 5

Escalão C ≥ 5

≥ 30%

20 a 30%

≤ 20%

≥ 20%

15 a 20%

≤ 15%

Empresas sem um ano completo de atividade são classificadas como escalão C.

(*)Empresas com EBITDA negativo, que não sejam PME Líder, são enquadráveis como escalão

C; Empresas com Net Debt negativo são classificadas no escalão resultante da aplicação do rácio

de autonomia financeira.

(**)Inclui em capitais próprios suprimentos consolidados e prestações acessórias de capital;

Empresas com Autonomia Financeira Ajustada negativa são classificadas como escalão C.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 105

4.2. Linha de Crédito PME Crescimento

Com um montante global de 2.000 milhões de euros, a Linha PME Crescimento 2014 é uma linha

de crédito com garantia mútua que disponibiliza 3 linhas específicas, com foco nas empresas

exportadoras e uma dotação de 10 % destinada exclusivamente a empresas do setor primário.

A Linha PME Crescimento 2014 tem como objetivo apoiar o investimento novo em ativos fixos

corpóreos ou incorpóreos e o reforço do fundo de maneio das PME nacionais.

Montante Global e Linhas Específicas

Linha Específicas Montante (milhões de euros)

Montante global da linha 2.000

Linhas Específicas

Micro e Pequenas Empresas 500

Geral:

Dotação “Fundo de Maneio”

Dotação “Investimento”

1.000

500

500

Crédito Comercial a Exportadoras 500

Estes valores serão reavaliados periodicamente, em função da utilização, numa lógica “first

come first serve”, podendo ser feitas reafetações de verbas entre Linhas Específicas e Dotações.

Dos valores globais destas dotações, até 10% destinam-se exclusivamente a empresas do setor

primário.

Prazo de Vigência

Até 12 meses após a abertura da Linha de Crédito, podendo este prazo ser extensível por mais 6

meses, caso a mesma não se esgote no primeiro prazo.

Entidade Gestora da Linha

A gestão da Linha de Crédito será assegurada pela PME Investimentos – Sociedade de

Investimento, SA.

Condições a Observar pelas Empresas Beneficiárias

Preferencialmente Micro, Pequenas e Médias Empresas (PME), certificadas pela

Declaração Eletrónica do IAPMEI;

Localização (sede social) em território nacional;

Desenvolvimento de atividades enquadradas nos CAEs aplicáveis;

Sem incidentes não regularizados junto da banca à data de emissão da contratação;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 106

Situação regularizada junto da Administração Fiscal e da Segurança Social à data da

contratação do financiamento;

Empresas que à data da propositura da operação detenham dívidas perante a

Administração Fiscal e a Segurança Social, poderão contratar, junto do Banco

proponente da operação, financiamentos intercalares, destinados única e

exclusivamente à regularização destas dívidas, admitindo-se que, até 30% do crédito a

conceder no âmbito da presente Linha, seja utilizado para amortização integral desses

financiamentos intercalares.

Operações Elegíveis

Linha “Micro e Pequenas Empresas”

Operações destinadas a investimento novo em ativos fixos corpóreos ou incorpóreos (a

realizar no prazo de 12 meses após a data da contratação), ou ao reforço do fundo de

maneio ou dos capitais permanentes;

Excecionalmente, até 30% da operação poderá ser utilizada para liquidar dívidas

contraídas junto do sistema financeiro nos 3 meses anteriores à data da sua

contratação destinadas, exclusivamente, à regularização de dívidas em atraso à

Administração Fiscal e Segurança Social.

Linha “Geral”

Operações destinadas a investimento novo em ativos fixos corpóreos ou incorpóreos (a

realizar no prazo de 12 meses após a data da contratação), a aquisição de empresas

que complementem a atividade ou ao reforço do fundo de maneio ou dos capitais

permanentes;

Excecionalmente, até 30% da operação poderá ser utilizada para liquidar dívidas

contraídas junto do sistema financeiro nos 3 meses anteriores à data da sua

contratação destinadas, exclusivamente, à regularização de dívidas em atraso à

Administração Fiscal e Segurança Social.

Linha “Crédito Comercial a Exportadores”

Operações destinadas exclusivamente ao financiamento das necessidades de tesouraria

relativamente a operações comerciais que impliquem necessidades temporárias de

acréscimo de fundo de maneio.

Operações Não Elegíveis

Reestruturação financeira e/ou consolidação de crédito vivo;

Operações destinadas a liquidar ou substituir de forma direta ou indireta, ainda que em

condições diversas, financiamentos anteriormente acordados com o Banco, exceto os

referidos no ponto anterior;

Aquisição de ativos financeiros, terrenos, imóveis, bens em estado de uso, viaturas

ligeiras que não assumam o caráter de “meio de produção” e veículos de transporte

rodoviário de mercadorias adquiridas por transportadores rodoviários de mercadorias

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 107

por conta de terceiros; no entanto, as empresas beneficiárias que desenvolvam

atividades enquadradas no setor primário, nomeadamente Agricultura, Pecuária,

Silvicultura e Industrias Extrativas, poderão adquirir terrenos e imóveis, desde que os

mesmos sejam, comprovadamente, destinados à atividade produtiva da empresa.

Operações financeiras que se destinem a atividades relacionadas com a exportação

para países terceiros e Estados-Membro, nomeadamente a criação e funcionamento de

redes de distribuição.

Tipo de Operações

Empréstimos de médio e longo prazo, locação financeira imobiliária, locação financeira de

equipamentos e operações de crédito comercial de curto prazo.

Montante Máximo por Empresa

Linha Específicas Por empresa (€)

Micro e Pequenas Empresas

Micro Empresas

Pequenas Empresas

25.000

50.000

Linha Geral – Dotação “Fundo de

Maneio”

PME Líder

Outras

750.000

500.000

Linha Geral – “Investimento”

PME Líder

Outras

1.500.000

1.000.000

O total das operações ao abrigo da Linha Específica Geral não pode exceder o montante

máximo, por empresa, de 1.000.000 euros ou de 1.500.000 euros, caso a empresa

beneficiária seja qualificada como PME Líder no momento do enquadramento da operação.

Crédito Comercial a Exportadoras

1.000.000

Com limite de ¼ do volume de negócios para o

exterior no ano anterior

Cúmulo de Operações

As empresas poderão apresentar, através da mesma Instituição de Crédito, mais do que uma

operação na Linha Específica “Geral”, Dotações “Fundo de Maneio” e “Investimento” e na Linha

Específica “Crédito Comercial a Exportadoras”. O conjunto das diversas operações não poderá

ultrapassar o montante máximo de crédito definido por empresa.

No caso da Linha Específica ”Micro e Pequenas Empresas” apenas será permitido às empresas

solicitar o enquadramento de uma operação ao abrigo da mesma, não o devendo fazer

simultaneamente junto de mais do que um Banco. No entanto, uma vez recusado o pedido pelo

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 108

Banco ou anulado formalmente pela empresa, o pedido ao Banco anteriormente contactado,

poderá esta solicitar o enquadramento da operação a outra Instituição de Crédito.

Prazos Máximos de Amortização e Carência

Linha Específicas Prazo de Amortização Prazo de Carência

Linhas Específicas

Micro e Pequenas Empresas Até 6 anos Até 12 meses

Geral:

Dotação “Fundo de Maneio” Até 4 anos Até 6 meses

Dotação “Investimento” Mais de 4 anos e até

10 anos Até 24 meses

Crédito Comercial a Exportadoras 3 anos -

Prazo de Utilização

Para a Linha Geral, o prazo de utilização é até 6 meses após a data de contratação das

operações, com o máximo de 3 utilizações, não podendo as Instituições de Crédito atribuir data-

valor do crédito na conta do cliente anterior à data da disponibilização efetiva dos fundos.

No que diz respeito à Linha Específica “Micro e Pequenas Empresas”, o prazo de utilização é de

uma só vez, não podendo as Instituições de Crédito atribuir data-valor do crédito na conta do

cliente anterior à data da disponibilização efetiva dos fundos.

Incentivos Públicos

Os apoios são concedidos ao abrigo do regime comunitário de auxílios de minimis;

Pagamento integral da comissão de garantia mútua; caso, em resultado da aplicação

do regime comunitário de auxílios de minimis, seja necessário ajustar o valor do apoio

ao plafond disponível, a empresa poderá beneficiar da bonificação de garantia até ao

montante limite do plafond de minimis e, findo o mesmo, passar a suportar a comissão

de garantia aplicável e/ou ajustar o valor da operação.

Garantia mútua, com os seguintes limites:

Linhas Específicas Limite Máximo de Garantia

Micro e Pequenas Empresas 70%

Geral 50%

Crédito Comercial a Exportadoras 55%

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 109

Taxa de Juro a Suportar pelas Empresas

A Taxa de Juro a suportar pelas empresas será negociada entre as empresas e o Banco, com o

limite máximo correspondente à taxa Euribor (3 meses), acrescida de um spread de acordo com

a seguinte tabela:

%GM Linha Específica Escalão Spread Global do Banco

70% Micro e Pequenas Empresas 4.200%

50% Geral “ Fundo de Maneio”

PME Líder 3.750%

A 3.850%

B 4.400%

C 4.750%

50% Geral “Investimento”

PME Líder 3.850%

A 3.950%

B 4.450%

C 4.800%

55% Crédito Comercial a Exportadoras

PME Líder 3.700%

A 3.800%

B 4.400%

C 4.700%

Comissão de Garantia

A comissão de garantia aplicável pela SGM a cada uma das operações será

integralmente bonificada pelo FINOVA, de acordo com a Tabela constante do Anexo I;

As bonificações previstas na alínea anterior são fixadas de acordo com as condições

observadas no momento do enquadramento. As bonificações serão liquidadas pelo

FINOVA às SGM trimestral e antecipadamente;

Nos casos em que, em resultado da aplicação do regime de minimis, seja necessário

ajustar o valor do apoio ao plafond disponível, a empresa poderá beneficiar da

bonificação de garantia até ao montante limite do plafond de minimis disponível e,

findo o mesmo, passar a suportar a comissão de garantia aplicável e/ou ajustar o valor

da operação, devendo a Instituição de Crédito comunicar a decisão da empresa à

Entidade Gestora da Linha e à SGM no prazo de 15 dias úteis após a receção da

confirmação de enquadramento da operação.

Comissões, Encargos e Custos

As operações ao abrigo da presente Linha ficarão isentas de comissões e taxas habitualmente

praticadas pelo Banco, bem como de outras similares praticadas pelo Sistema de Garantia

Mútua, sem prejuízo de serem suportados pela empresa beneficiária todos os custos e encargos

associados à contratação do financiamento, designadamente os associados a avaliação de

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 110

imóveis, registos e escrituras, impostos ou taxas, e outras despesas similares. Inclui-se na

isenção de despesas a custódia de títulos se a conta de títulos for utilizada exclusivamente para

operações com Garantia Mútua.

Nas operações com maturidade superior a 6 anos, as Instituições de Crédito poderão cobrar uma

comissão de estruturação e montagem da operação de 0,25% flat.

No caso da Linha Específica “Crédito Comercial a Exportadoras”, as empresas suportarão

igualmente as comissões e despesas associadas ao tratamento posterior e subsequente à

contratação das operações, com o limite máximo dos valores publicados no site do Banco de

Portugal, desde que não ultrapassem 0,5% ao ano sobre o valor do crédito.

Anexo I – Spread e Comissão de Garantia Mútua

%GM Linha Específica Escalão Spread Global do

Banco Comissão GM

70% Micro e Pequenas Empresas 4.200% 1.725%

50% Geral “ Fundo de Maneio”

PME Líder 3.750% 0.70%

A 3.850% 0.85%

B 4.400% 1.125%

C 4.750% 1.85%

50% Geral “Investimento”

PME Líder 3.850% 0.750%

A 3.950% 0.90%

B 4.450% 1.125%

C 4.800% 1.875%

55% Crédito Comercial a

Exportadoras

PME Líder 3.700% 0.700%

A 3.800% 0.80%

B 4.400% 1.125%

C 4.700% 1.800%

Nota: Os spreads indicados têm como referencial um modelo teórico de preços base, pré-

definido, que inclui como variáveis o custo de financiamento, custos administrativos, retorno

esperado do capital próprio e perda esperada reduzida da percentagem garantida pelas

sociedades de garantia mútua, ajustado em resultado das negociações diretas com a banca e

dos preços verificados, efetivamente, no mercado de crédito para PME em Portugal. Os spreads

poderão ser alvo de revisão a cada 6 meses após a data de entrada em vigor do presente

protocolo, caso as partes entendam necessário, em função das flutuações verificadas no

mercado. Trata-se de valores máximos para cada escalão de risco indicado e serão devidamente

publicitados como tal nos sites e demais peças de informação dos bancos e SGM.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 111

4.3. Linha BEI

A Linha de Crédito BEI foi desenvolvida no âmbito dos contratos de financiamento realizados

entre os Bancos e o Banco Europeu de Investimento (BEI), com a finalidade de apoiar a

implementação de projetos de investimento das empresas, preferencialmente PMEs, permitindo

a concessão de financiamento em condições preferenciais, designadamente em termos do

pricing.

Com esta nova Linha de Crédito, o BEI disponibiliza aos Bancos fundos no montante de 200

milhões de euros, permitindo o refinamento de empréstimos concedidos pelos Bancos, em

Portugal e noutros países da União Europeia em vários setores da economia (agricultura,

indústria, comércio, turismo e serviços) e abrangendo vários segmentos de mercado: Pequenas

e Médias Empresas, Grandes Empresas e Autarquias.

Operações Elegíveis

Projetos de investimento promovidos por PME;

Projetos de investimento promovidos por Empresas PME e não PME com objetivos

específicos nos domínios da energia e ambiente, das atividades de investigação,

desenvolvimento e inovação;

Projetos de Investimentos em infraestruturas e equipamentos sociais e culturais,

nomeadamente os que estão integrados em projetos de desenvolvimento municipal;

Empresas que desenvolvam a sua atividade nos setores identificados na lista de CAE

definida pelo BEI.

Montante do Financiamento

Tipo de Empresa Montante do Projeto de

Investimento Financiamento

PME (até 250

trabalhadores) Até 25 milhões de euros Até 100% do projeto de

investimento com o

limite de 12,5 milhões

de euros

Grandes Empresas

(entre 250 e 3.000

trabalhadores)

Até 25 milhões de euros

Grandes Empresas

(entre 250 e 3.000

trabalhadores)

Entre 25 e 50 milhões de euros Até 50% do projeto de

investimento

Grandes Empresas (mais

de 3.000 trabalhadores) Entre 40 mil e 25 milhões de euros

Até 50% do projeto de

investimento Autarquias

O montante do financiamento pode diferir consoante a entidade bancária escolhida.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 112

Prazo do Financiamento

O prazo dos financiamentos concedidos às PME corresponderá à duração da vida económica e

técnica dos projetos financiados, devendo ser no mínimo de dois anos.

O limite máximo dos prazos de financiamento calcula-se de acordo com o prazo do projeto de

investimento, com o limite de 8 anos.

Spreads

Spreads praticados entre 3,5% e 11,75%, acrescido de Euribor a 6 meses.

4.4. Fundo JESSICA

A iniciativa JESSICA – Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas traduz-se

num inovador instrumento de engenharia financeira desenvolvido pela Comissão Europeia em

colaboração com o Banco Europeu de Investimento e com o Banco de Desenvolvimento do

Conselho da Europa, e inscreve-se no objetivo de reforço da dimensão urbana na política de

coesão da União Europeia através da recuperação e reaplicação dos fundos estruturais previstos

nos Programas Operacionais do QREN.

O JESSICA Holding Fund Portugal corresponde à operacionalização da iniciativa JESSICA em

Portugal, consistindo num Fundo de Participações gerido pelo BEI e dotado de 130 milhões de

euros para realização de investimentos nos Fundos de Desenvolvimento Urbano que, numa ótica

reembolsável, financiarão projetos concretos de reabilitação urbana.

Beneficiários

Empresas de qualquer natureza e sob qualquer forma jurídica;

Autarquias locais;

Serviços da Administração Central;

Outras entidades públicas;

Pessoas coletivas sem fins lucrativos.

Projetos Elegíveis

Criação ou, prioritariamente, requalificação de empreendimentos turísticos ou

atividades turísticas, culturais ou de lazer, em especial os que envolvam a adaptação

de imóveis com valor arquitetónico, histórico ou cultural ou de imóveis já classificados

ou em vias de classificação ao abrigo da Lei do Património Cultural;

Projetos empresariais que potenciem a atualização e fruição dos espaços públicos e do

património cultural dos centros históricos;

Criação e adaptação de equipamentos museológicos, culturais ou de lazer com

relevância turística;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 113

Modernização e requalificação de empreendimentos ou atividades turísticas, culturais

ou de lazer nas áreas da eficiência energética, das energias renováveis, das tecnologias

e sistemas de informação, incluindo banda larga e infraestruturas sem fios;

Criação ou reabilitação de áreas pedonais e condicionamento da circulação e da

melhoria do estacionamento automóvel, desde que enquadrados num plano de

requalificação e valorização dos centros históricos ou zonas urbanas com elevada

capacidade de atração de turistas;

Projetos de qualificação de áreas urbanas e de valorização de recursos naturais ou

patrimoniais.

Condições de Elegibilidade

Dos beneficiários:

Encontrarem-se legalmente constituídos;

Cumprirem as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade, quando

aplicável;

Possuírem a sua situação regularizada junto da administração fiscal, da segurança

social e do Turismo de Portugal, I.P.;

Tratando-se de empresas, associações ou fundações, possuírem uma situação

económico-financeira equilibrada, e, tratando-se de autarquias locais, cumprirem as

mesmas obrigações legais em matéria de limite de endividamento;

Disporem de contabilidade organizada de acordo com o plano de contabilidade

aplicável;

Possuírem, ou poderem assegurar, os meios técnicos, físicos, financeiros e os recursos

humanos necessários ao desenvolvimento da operação.

Dos projetos:

Enquadrarem-se em Programas Integrados de Desenvolvimento Urbano Sustentável;

Localizarem-se em áreas urbanas de relevância turística das regiões NUT II Lisboa ou

Algarve;

Encontrarem-se devidamente aprovados pelas entidades competentes para o efeito ou

encontrarem-se enquadrados no âmbito de um Pedido de Informação Prévia já

aprovado;

Não se encontrarem iniciados à data da candidatura, no caso de empresas, ou não se

encontrarem concluídos naquela data no caso de outras entidades;

Demonstrarem um estado de maturidade que permita o início dos trabalhos no prazo

máximo de seis meses após a aprovação da candidatura, o qual, em casos excecionais

e devidamente justificados, pode ser prorrogado por mais três meses;

Encontrarem-se devidamente asseguradas as respetivas fontes de financiamento,

observando-se, no que se refere aos capitais próprios a afetar ao projeto e, no que

respeita aos capitais alheios, que os mesmos não são remunerados acima dos valores

praticados no mercado;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 114

Serem executados no prazo máximo de dois anos, exceto em casos devidamente

justificados;

Serem económica e financeiramente sustentáveis;

No caso dos projetos localizados na NUT II Lisboa, demonstrarem contribuir para a

prossecução dos objetivos de coesão social previstos no Programa Operacional Regional

de Lisboa e, no caso dos projetos localizados na NUT II Algarve, demonstrarem

contribuir para a prossecução dos objetivos de valorização territorial e desenvolvimento

urbano previstos no Programa Operacional Regional do Algarve.

Natureza e Intensidade dos Financiamentos

O financiamento reveste a forma de empréstimo.

O montante máximo do financiamento a conceder, por operação, não pode exceder 50% do

valor do investimento elegível no caso de empresas, associações ou fundações, ou 75% no caso

de outras entidades, com o limite máximo de 3,5 milhões de euros.

Condições dos financiamentos

Condições dos Financiamentos

Prazo máximo de reembolso 15 anos

Prazo máximo de carência de capital 4 anos

Taxa de juro mínima A seis meses

Taxa de juro máxima Euribor a seis meses, acrescida de um spread

de 2,5 p.p.

O reembolso dos financiamentos, que não pode ultrapassar o ano de 2031, é assegurado por

garantia bancária ou por outras garantias admitidas em direito que o Turismo de Portugal, I.P.

determine.

Critérios de Avaliação e Seleção

A seleção dos projetos baseia-se no mérito que os mesmos evidenciam, apurado em função de

uma fórmula cujos indicadores se relacionam com a qualidade, diferenciação e integração do

projeto, com o contributo para a promoção do desenvolvimento económico e, em particular, do

emprego, e com a maturidade do projeto e rapidez no arranque das operações.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 115

4.5. FINICIA

O FINICIA é um programa que facilita o acesso a soluções de financiamento e assistência técnica

na criação de empresas, ou em empresas na fase inicial do seu ciclo de vida, com projetos

empresariais diferenciadores, próximos do mercado ou com potencial de valorização económica.

O FINICIA Jovem, resultante de uma parceria com o Instituto Português da Juventude,

apresenta condições especiais para jovens até aos 35 anos.

O acesso a estes instrumentos está disponível em regime contínuo.

Beneficiários

São beneficiários deste programa os empreendedores e as Pequenas e Médias Empresas em fase

de arranque.

Financiamento

No âmbito do Programa FINICIA, pode ter acesso aos seguintes instrumentos de financiamento:

Soluções de Capital de Risco;

Soluções de Crédito com Garantia;

Combinação de Instrumentos de Financiamento.

» Soluções de Capital de Risco

Resultados de investigação com potencial comercial

Projetos promovidos por Investigadores e Entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional

(SCTN) que pretendam introduzir os seus produtos tecnológicos no mercado, pela via da

constituição de empresa ou através de licenciamento industrial e necessitem de realizar prova de

conceito, podem beneficiar de capital de risco pré-semente nas seguintes condições:

Projetos de alta tecnologia: até 300 mil euros, para um tempo de entrada no

mercado de 3 anos;

Projetos de média tecnologia: até 75 mil euros, para um tempo de entrada no

mercado de 2 anos.

Os montantes e os tempos previstos de conclusão poderão ser ajustados em função das

características do projeto.

Projetos localizados em Regiões de Convergência poderão beneficiar de apoio para o

robustecimento e/ou outras atividades destinadas a facilitar a passagem das tecnologias ao

mercado.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 116

Projetos de forte conteúdo inovador

Projetos promovidos por empresas em fase de arranque ou com o máximo de 3 anos de

atividades e necessidades de investimento até 2,5 milhões de euros podem beneficiar de

financiamento através de:

Capital de risco até 80% do capital próprio, no máximo de um milhão de euros. O

restante terá de ser assegurado pelos promotores ou investidores interessados no

projeto (Business Angels, incubadoras, universidades, etc.).

Empréstimo bancário, através de garantia mútua, até 75% dos empréstimos que

contraírem, até ao máximo de 95 mil euros. O empréstimo deve ter uma duração

superior a 3 anos e cobrir, no máximo, 30% do investimento total do projeto.

Projetos emergentes de pequena escala

Projetos promovidos por empresas em fase de arranque ou com o máximo de 3 anos de

atividade, e necessidades de investimento inicial até 250 mil euros, podem beneficiar de:

Capital de risco para necessidades de financiamento entre 50 mil euros e 100 mil

euros, até 80% do investimento previsto, no máximo de 100 mil euros. O restante

terá de ser assegurado pelos promotores ou investidores interessados no projeto

(business angels, incubadoras, universidades, etc.)

» Soluções de Crédito com Garantia

Projetos emergentes de pequena escala

Projetos promovidos por empresas em fase de arranque ou com o máximo de 3 anos de

atividade, e necessidades de investimento inicial até 250 mil euros, podem beneficiar de:

Empréstimo bancário (linha de crédito early stage) para necessidades de

financiamento entre 25 e 100 mil euros, no máximo de 90% das suas

necessidades de investimento. O empréstimo deve ter uma duração entre 3 e 5

anos, podendo beneficiar de um período de carência até 6 meses.

Microcrédito para necessidades de financiamento até 25 mil euros. O empréstimo

bancário será disponibilizado em múltiplos de mil euros, com um prazo fixo de 3

anos, garantido a 75% pelo sistema de garantia mútua.

Projetos empresariais de interesse regional

Projetos promovidos por micro e pequenas empresas inseridas em regiões onde o Programa

FINICIA tem parcerias estabelecidas com agentes públicos e privados, podem beneficiar de

empréstimo bancário de médio/longo prazo no máximo de 45 mil euros, nas seguintes

condições:

Até 100% do valor do investimento, se a empresa tiver, pelo menos, 3 exercícios

económicos completos;

Até 85% do valor do investimento, para empresas em fase de arranque.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 117

» Combinação de Instrumentos de Financiamento

Estão, ainda, previstas, soluções combinadas de capital de risco e de crédito com garantia mútua

para:

Criação de empresas ou, empresas com menos de 3 anos de existência que

obtenham o Estatuto Inovação e que obtenham financiamento de um Investidor

de Capital de Risco no âmbito do FINICIA.

Nestes casos:

O prazo do financiamento bancário deve ser superior a 3 anos, com o limite

máximo de 30% do investimento total;

A Garantia Mútua, para cobertura até 75% do valor do financiamento, tem um

limite absoluto de 95 mil euros.

Tipologia de Projetos

O Programa FINICIA encontra-se estruturado segundo 4 eixos de intervenção:

Eixo “Zero”

Destinado a resultados de investigação ou projetos em fase de prova de conceito de alta e média

tecnologia para passar ao mercado por via da criação de empresa ou de licenciamento industrial.

Acesso a participação de capital de risco até 300 mil euros e máximo de 3 anos de

desenvolvimento do projeto.

Eixo I

Destinado à criação de empresas ou a PME existentes com atividade iniciada, que apresentem

projetos com uma elevada componente inovadora e potencial de crescimento.

Acesso a participação de capital de risco até 1 milhão de euros ou, combinado de capital de risco

e de crédito suportado em garantia mútua.

Eixo II

Financiamento para a criação de empresas ou para PME com início de atividade há menos de 3

anos.

Acesso a participação de capital de risco até 100 mil euros, crédito suportado em garantia

mútua, ou combinado destas duas soluções de financiamento.

Eixo III

Destinado a PME existentes ou em fase de criação, com atividade ou projeto empresarial de

relevância local em municípios aderentes aos Fundos FINICIA.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 118

4.6. Microcrédito

O Programa Nacional de Microcrédito é uma medida no âmbito do Programa de Apoio ao

Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego, que consiste no apoio a projetos de criação

de empresas promovidos por pessoas que tenham especiais dificuldades de acesso ao mercado

de trabalho, através do acesso a crédito para projetos com investimento e financiamento de

pequeno montante.

Destinatários

Pessoas com perfil empreendedor que tenham especiais dificuldades de acesso ao

mercado de trabalho e estejam em risco de exclusão social e que apresentem

projetos viáveis para criar postos de trabalho;

Microentidades e as cooperativas até 10 trabalhadores que apresentem projetos

viáveis com criação líquida de postos de trabalho, em especial na área da

economia social.

É concedida prioridade nos casos em que o beneficiário ou o contratado tenha idade

compreendida entre os 16 e os 34 anos e seja desempregado inscrito no centro de emprego ou

centro de emprego e formação profissional há pelo menos 4 meses.

Apoios

Linha de Crédito ao investimento com garantia e bonificação de taxa de juro –

MICROINVEST

O crédito ao investimento é concedido pelas instituições de crédito ou pelas sociedades

financeiras de microcrédito, através da linha de crédito MICROINVEST, beneficiando de

bonificação de taxa de juro e de garantia, no quadro do sistema de garantia mútua.

Linha de

Crédito

Montantes

Prazo Taxa de Juro

Investimento Financiamento

MICROINVEST Até 20.000 € Até 20.000 €

2 anos de

carência de

capital

Reembolso de 5

anos com

prestações

mensais

(amortizações

constantes de

capital)

Euribor a 30 dias,

acrescida de

0,25% com taxa

mínima de 1,5%

e máxima de

3,5%

(o 1.º ano de

juros é

integralmente

bonificado e o 2.º

e o 3.º ano são

bonificados

parcialmente

pelo IEFP)

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 119

Apoio técnico à criação e consolidação dos projetos

Os projetos integrados no Programa Nacional de Microcrédito podem beneficiar de apoio técnico

à sua criação e consolidação, durante os dois primeiros anos, sendo este assegurado pelas

entidades representativas do setor cooperativo e da economia social que integram a CASES ou

por entidades constituintes da rede de entidades privadas sem fins lucrativos ou autarquias

locais credenciadas pelo IEFP, IP.

Atividades de apoio técnico:

Acompanhamento do projeto aprovado

Formação

Consultoria na gestão ou na operacionalidade da iniciativa

4.7. Linha INVEST+

A linha Microinvest é uma medida criada no âmbito do Programa de Apoio ao Empreendedorismo

e à Criação do Próprio Emprego, que consiste na atribuição de apoios a projetos de criação de

empresas de pequena dimensão com fins lucrativos, incluindo cooperativas, através do acesso a

linhas de crédito com garantia e bonificação da taxa de juro concedido por instituições bancárias.

O objetivo deste programa é apoiar o empreendedorismo e a criação de empresas de pequena

dimensão que originem a criação de emprego e contribuam para a dinamização das economias

locais.

Fazem parte do Programa de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego a

Linha MICROINVEST e a Linha INVEST+.

Destinatários

Inscritos nos centros de emprego ou centros de emprego e formação profissional, numa das

seguintes condições:

Desempregados inscritos há 9 meses ou menos, em situação de desemprego

involuntário ou inscritos há mais de 9 meses, independentemente do motivo da

inscrição;

Jovens à procura do 1.º emprego com idade entre os 18 e os 35 anos, inclusive, com o

mínimo do ensino secundário completo ou nível 3 de qualificação ou a frequentar um

processo de qualificação conducente à obtenção desse nível de ensino ou qualificação,

e que não tenha tido contrato de trabalho sem termo;

Nunca tenham exercido atividade profissional por conta de outrem ou por conta própria

Trabalhadores independentes cujo rendimento médio mensal, no último ano de

atividade, seja inferior à retribuição mínima mensal garantida.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 120

Apoios

Crédito ao investimento

O crédito ao investimento é concedido por instituições bancárias, através de 2 linhas de crédito,

e beneficia de garantia, no quadro do sistema de garantia mútua, e de bonificação de taxa de

juro.

Linha de

Crédito

Montantes

Prazo Taxa de Juro

Investimento Financiamento

INVEST+

Superior a

20.000 € e até

200.000 €

até €100.000 2 anos de

carência de

capital

Reembolso de 5

anos com

prestações

mensais

(amortizações

constantes de

capital)

Euribor a 30 dias,

acrescida de

0,25% com taxa

mínima de 1,5%

e máxima de

3,5%

(o 1.º ano de

juros é

integralmente

bonificado e o 2.º

e o 3.º ano são

bonificados

parcialmente

pelo IEFP)

MICROINVEST Até 20.000 € Até 20.000 €

Os créditos a conceder, no âmbito do INVEST+, têm como limites 95% do investimento total e

50.000€ por posto de trabalho criado a tempo completo.

Esta medida dispõe ainda do Apoio Técnico à Criação e Consolidação dos Projetos, já

abordado no ponto anterior, Microcrédito.

Condições de Atribuição dos Apoios

O promotor do projeto de criação de empresa deve ter pelo menos 18 anos de idade à

data do pedido de financiamento, e não ter registo de incidentes não justificados no

sistema bancário;

Pelo menos metade dos promotores têm de, cumulativamente, ser destinatários do

programa, criar o respetivo posto de trabalho a tempo inteiro e possuir conjuntamente

mais de 50% do capital social e dos direitos de voto;

O projeto de criação de empresa na sua fase de investimento e criação de postos de

trabalho não pode envolver:

A criação de mais de 10 postos de trabalho;

Um investimento total superior a 200.000 €, considerando-se para o efeito as

despesas em capital fixo corpóreo e incorpóreo, juros durante a fase do

investimento e fundo de maneio;

O projeto deve apresentar viabilidade económico-financeira;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 121

A realização do investimento e a criação dos postos de trabalho devem estar concluídas

no prazo de um ano a contar da data da disponibilização do crédito.

Características Gerais das Linhas de Crédito MICROINVEST e INVEST+

MICROINVEST INVEST+

Montante global da

Linha (€) 15.000.000 85.000.000

Montante de

investimento total

por projeto (€)

<= 20.000 > 20.000 e <= 200.000

Montante de

financiamento <= 20.000

<= 100.000 e <=95% do

investimento total e <= 50.000

por posto de trabalho criado a

tempo completo

Desembolso

50% com a assinatura do

contrato e duas tranches de

25%, cada, mediante

apresentação de documentos

de despesa comprovativos da

aplicação dos valores

anteriormente utilizados

30% com a assinatura do

contrato e duas tranches de

35%, cada, mediante

apresentação de documentos de

despesa comprovativos da

aplicação dos valores

anteriormente utilizados

Prazo de desembolso

Prazo máximo de 6 meses após a assinatura do contrato,

prorrogável mediante deferimento de pedido apresentado pelo

beneficiário

Prazo de reembolso

84 meses (24 de carência + 60 de amortizações – mensais e

constantes), sem prejuízo da possibilidade de amortização

antecipada, total ou parcial, sem custos

Reestruturação Os períodos de carência são prorrogáveis por 12 meses e o prazo

global da operação pode ir até 108 meses

Taxa de juro Euribor 30 dias + Spread 2,5%

Juros a cargo do

beneficiário

Euribor 30 dias + 0,25%, com uma taxa mínima de 1,5% e

máxima de 3,5%, que são liquidados mensal e postecipadamente

Bonificação da taxa

de juro

No 1.º ano é total (juros a cargo do IEFP)

Nos 2.º e 3.º anos é igual à diferença entre a taxa de juro e o

juro suportado pelo beneficiário

Garantia mútua 100% até ao limite da

garantia emitida para o Banco

e até 30% do valor de crédito

efetivamente contratado pelo

Banco ao abrigo da linha

75% do valor do capital em

dívida, em cada momento do

tempo, em cada processo

Adesão ao

Mutualismo

As empresas devem adquirir

ações da SGM, no montante de

2% sobre o valor da garantia a

prestar, as quais podem ser

revendidas à SGM, pelo valor

nominal, quando terminada a

garantia.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 122

MICROINVEST INVEST+

Comissão de garantia

0,75% ao ano, calculada sobre

o valor da garantia utilizada no

período (encargos suportados

pelo IEFP)

2,5% ao ano, calculada sobre o

valor da garantia viva em cada

momento do tempo e cobrada

antecipadamente para todo o

período de vigência da garantia.

A comissão de garantia é

calculada, inicialmente, sobre o

valor da garantia emitida, sendo

recalculada e ajustada ao valor

da garantia efetivamente viva

em cada momento do tempo,

após decurso do período de

desembolso estabelecido supra

(encargos suportados pelo IEFP)

Bonificação da

comissão de garantia

Integral (com IS), sendo esse

valor liquidado semestral e

postecipadamente

Integral (com IS), sendo esse

valor liquidado numa única

prestação e antecipadamente

Contragarantia FCGM – Fundo de Contragarantia Mútua

4.8. Fontes de Capital de Risco

Os fundos de capital de risco são patrimónios autónomos, dotados de personalidade judiciária,

sob a responsabilidade de uma entidade gestora. A gestão pode ser exercida por uma sociedade

de capital de risco, por bancos comerciais ou bancos de investimento, entre outras entidades

legalmente habilitadas a gerir estes fundos.

O capital de risco destaca-se sobretudo pela análise concreta dos projetos apresentados, do seu

potencial de crescimento e da relação com o risco. O mercado de capital de risco é também

conhecido como capital de investimento, capital de desenvolvimento, “venture capital” ou

“private equity”. O capital de risco não se traduz em endividamento para as empresas.

O mercado de capital de risco encontra-se estabelecido em Portugal e poderá constituir um bom

meio de financiamento de sociedades que apostam em setores emergentes, que apresentam um

nível de elevado risco de desenvolvimento ou que não têm acesso direto ao mercado de capitais.

Conceito

Em Portugal, o mercado de capital de risco atua como meio privilegiado no financiamento de

empresas que não têm acesso direto ao mercado de capitais ou que atuam em áreas

emergentes ou se encontrem numa fase do ciclo de vida de maior risco.

Tratando-se de empresas já existentes e com necessidades de financiamento bastante elevadas

o financiamento através de capital de risco traduz-se na aquisição por parte de uma Sociedade

de Capital de Risco (SCR) de uma parte do seu capital, quer esteja dividido em ações ou quotas.

A empresa necessitada obtém assim um financiamento adequado às suas necessidades, sendo

que a remuneração do investidor vai ser a mais-valia a obter previsivelmente com a alienação

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 123

futura da participação, seja a outros sócios, seja a novas entidades. Esta ferramenta assume

especial relevo para as PME.

As participações de capital de risco são minoritárias, o que significa que a SCR acompanha a

empresa mas não a lidera, e são temporárias, terminando com a venda da participação (ao valor

do mercado) quando for atingida a estabilidade necessária ao bom desenvolvimento da empresa,

o que geralmente acontece entre 5 a 7 anos após a tomada de participação.

Entrada e Saída do Capital de Risco

A condição essencial de acesso ao capital de risco é certamente o potencial de crescimento de

um negócio, a que se deverá associar uma gestão comprovadamente competente, credível e que

demonstre capacidade de tornar o plano de negócio numa realidade.

Além do capital, o capital de risco pode contribuir com aconselhamento à gestão traduzido por

contribuições nas áreas financeira, estratégia empresarial, contactos através da sua rede

nacional e internacional, informação de mercado, capacidade de análise crítica do desempenho

da empresa, etc.

Num cenário de parecer positivo por parte do investidor de capital de risco, seguir-se-á o

processo negocial e, finalmente, a entrada do capital de risco, que pode ser efetuada de várias

formas, incluindo “seed capital”, “start-up”, “other early stage”, “management buy-out” (MBO),

“management buy-in” (MBI), “buy-in management buy-out” (BIMBO), “institutional buy-out”

(IBO), “replacement equity”, “bridge financing”, “resgate/turnaround”, PtoP (Public to Private),

etc.

Conforme referido, o capital de risco é um investimento de curto ou médio prazo no capital da

empresa, por natureza, sendo sempre um investimento temporário. Como a sua remuneração

está dependente das mais-valias realizadas, importa saber quais os mecanismos de

desinvestimento do Capital de Risco.

Assim como a entrada, a saída pode assumir diversas formas:

Venda da participação aos seus antigos titulares, tanto de forma espontânea como pré-

negociada logo no momento do investimento;

Venda da participação a terceiros, quer a investidores tradicionais como a outros

investidores de Capital de Risco (caso em que o desinvestimento assume a designação

de secondary buy-out);

Venda em mercado de bolsa, em especial quando o capital de risco assumiu a natureza

de bridge financing.

Outras Informações

Em Portugal, a atividade de capital de risco está regulamentada por lei e sujeita à supervisão da

Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O Decreto-Lei n.º 375/2007, de 8 de

novembro, é a legislação mais recente.

Existem vários operadores a atuar no mercado de capital de risco, sendo que a escolha poderá

atender, entre outros aspetos, à política de investimentos de cada um deles, possíveis objetivos

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 124

específicos (internacionalização, tecnologias de informação, ambiente, comércio, turismo, etc.),

e ainda a maior ou menor dimensão desejada para o investimento.

Os operadores de capital de risco nem sempre assumem a figura jurídica de Sociedade de

Capital de Risco ou dos agora reconhecidos Investidores de Capital de Risco, podendo

igualmente e para além dos Fundos de Capital de Risco, ter a forma de, por exemplo,

Sociedades de Investimento ou Sociedades Gestoras de Participações Sociais, que desenvolvem

atividade de investimento de risco.

Assim, a par das Sociedades de Capital de Risco (SCR), existem ainda os instrumentos de

investimento coletivo: os Fundos de Capital de Risco (FCR) e os Fundos de Reestruturação e

Internacionalização Empresarial (FRIE).

As SCR têm como objeto o apoio e promoção do investimento e da inovação tecnológica em

projetos empresariais ou empresas já existentes, através da participação temporária no

respetivo capital social.

Por sua vez, os FCR são uma modalidade de fundos de investimento mobiliário. O seu património

deverá ser composto por quotas de capital, ações e obrigações, não cotadas em mercado de

bolsas. São fundos fechados, devendo o capital a investir ser obrigatoriamente fixado no

momento da sua constituição.

Finalmente, o objeto principal do FRIE é a aquisição de participações em empresas que

pretendam desenvolver processos de reestruturação. Têm a natureza de fundos de investimento

mobiliário aberto.

Fundos de Capital de Risco Apoiados pelo Compete

Os Fundos de Capital de Risco (FCR) apoiados pelo COMPETE são vocacionados para o apoio a

PME, tanto em fases iniciais do seu ciclo de vida como em fases de expansão da sua atividade.

O apoio dos FCR às PME faz-se através de intervenções de capital, considerando-se como tal a

aquisição, por período de tempo limitado, de participações de capital de empresas, com vista à

sua valorização para posterior alienação, bem como a realização de suprimentos e/ou prestações

acessórias de capital, a essas mesmas empresas.

Os FCR apoiados pelo COMPETE dividem-se pelas seguintes categorias:

“Inovação e Internacionalização”, cujo objetivo prevalecente é o de apoiar projetos

para que as PME desenvolvam estratégias de inovação, crescimento, modernização e

internacionalização;

“Corporate Venture Capital”, com o objetivo principal de financiar projetos de

investimento de criação de novas unidades a partir de empresas ou grupos, de base

tecnológica, existentes;

“Early Stages”, que tem como intuito primordial financiar projetos de investimento com

carácter inovador ou diferenciador, para PME com atividade económica até 3 anos;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 125

“Pré-Seed”, estando essencialmente focados no financiamento de projetos com elevado

risco envolvido e conteúdo tecnológico relevante, na fase de prova de conceito

tecnológico;

“FCR de base regional”, predominantemente orientados para a expansão de PME,

designados de “Fundos Revitalizar”.

De seguida encontram-se listadas algumas das sociedades gestoras de Fundos de Capital de

Risco:

Sociedades Gestoras

Portugal Ventures BETA Capital

ISQ Capital Criativo

Critical Ventures Espírito Santo Ventures

Espírito Santo Capital Change Partners

Novabase Capital Patris

2B Partner Explorer Investments

Oxy Capital

4.9. Crowdfunding

O conceito de “Crowdfunding” pode ser definido como uma forma de financiamento que recorre

a um número elevado de pequenas contribuições individuais, para o financiamento de um

projeto ou evento, sob contrapartida de pequenas recompensas, participações no capital,

percentagem das vendas ou juros.

Este conceito de angariação de recursos existe há anos, associado à filantropia, focado

sobretudo em ações de solidariedade social, ou pequenos acontecimentos pontuais de

angariação de fundos para a compra de equipamentos médicos, por exemplo.

Esta forma de angariação de fundos é também popular nas artes, conhecendo-se diversos

exemplos e plataformas de angariação de fundos para lançamento de CDs, realização de filmes

ou peças de teatro, exposições.

Mais recentemente este fenómeno tem-se estendido a outras áreas, sendo possível, atualmente,

aceder a plataformas generalistas ou especializadas que permitem a divulgação e angariação de

fundos para projetos de áreas diversas como ambiente, entretenimento, desporto, dança ou

serviços.

Este conceito de angariação de fundos, recorrendo a pequenas contribuições da multidão,

expande-se assim a novas áreas sociais e económicas, dotado de novas e importantes

ferramentas. Se, até há pouco tempo, este conceito beneficiava e se fazia recorrer dos meios de

comunicação social e das pequenas comunidades, como a televisão, os jornais, ou cafés e

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 126

instituições com a massificação das redes sociais, assiste-se agora a uma expansão mais rápida

e abrangente.

Modalidades de Crowdfunding

Normalmente, o Crowdfunding é praticado em três modalidades distintas, a saber:

“Donation-based”, ou seja, baseado em recompensas/prémios, onde o empreendedor

retribui em géneros aos seus financiadores. Pode tratar-se de um produto produzido no

âmbito do projeto, uma experiência, agradecimentos públicos, ou ofertas desenhadas

pelos empreendedores. Estas retribuições acontecem normalmente após a

implementação do projeto, e divergem de acordo com o volume do financiamento;

“Equity-based”, onde o financiador adquire capital da empresa existente ou em

constituição, ou poderá em alternativa obter uma percentagem dos lucros ou das

vendas da Empresa;

“Peer-to-peer”, onde o financiador empresta dinheiro ao empreendedor, que mais tarde

irá receber, acrescido de juros.

Custos

Relativamente aos custos de acesso e divulgação de projetos nestas plataformas, para o

empreendedor é normalmente cobrada uma comissão que varia entre os 3% e os 5% do

montante global de financiamento obtido, existindo nalguns casos um montante fixo cobrado

aquando da publicação do projeto. Para além destes custos, acrescem ainda os legalmente

aplicáveis.

Já para os investidores/financiadores não existem custos associados às suas participações, para

além das legalmente aplicáveis, como por exemplo, em Portugal, o pagamento de IVA ou a

declaração destas participações em sede de IRS/IRC.

Limites de Financiamento

Algumas plataformas estabelecem um valor máximo e/ou mínimo de financiamento por projeto,

enquanto outras são mais flexíveis, não estabelecendo qualquer limite.

Plataformas Internacionais

Existem, internacionalmente, mais de 300 plataformas de Crowdfunding, espalhadas pelos

diferentes países. Umas apresentam um formato mais generalista abrangendo diversas áreas de

atividade e outras mais restritas, focadas em determinados tipos de projetos. As de maior

dimensão e visibilidade são a Kickstarter, a IndieGoGO, RocketHub ou a Symbid, tratando-se de

plataformas generalistas.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 127

Plataformas Nacionais

Em Portugal ainda um número reduzido de plataformas crowdfunding, sendo as mais conhecidas

e utilizadas a Massivemov,a e a Ppl Portugal.

A Massivemov baseia-se na modalidade de donation-based, permitindo aos empreendedores

criarem 5 níveis de participação para os potenciais financiadores/investidores e está ativa desde

Julho de 2011. Esta plataforma conta até ao momento com 7 projetos bem sucedidos e

conseguiu angariar cerca de EUR 12.500,00. Esta plataforma permite apoiar projetos até EUR

100.000,00. Um projeto é financiado quando atinge no mínimo 80% do valor que solicitou, caso

contrário os fundos não são entregues ao Promotor, sendo devolvidos aos financiadores.

A Ppl Portugal funciona também na modalidade donation-based e não tem limites de

financiamento por projeto. Esta plataforma, ao nível nacional, é a que dispõe do maior número

de projetos com sucesso e do maior volume de financiamento total angariado.

Para além de proporcionarem financiamento, as plataformas de Crowdfunding são importantes

bancos de ideias de negócio e excelentes formas de divulgação dos projetos e conceitos,

permitindo um contacto direto com a procura, permitindo avaliar a validade do projeto.

4.10. Business Angels

Os Business Angels (BA) são, geralmente, os primeiros investidores que o empreendedor

conhece. O seu papel é crucial nas primeiras etapas da empresa. São pessoas com experiência

na área da gestão e que podem apoiar o empreendedor de duas formas: com entrada de capital

no projeto e com o seu know how, ajudando-o do ponto de vista estratégico, e também a

encontrar os primeiros clientes ou parceiros, graças à sua rede de contactos.

O negócio dos BA é de alto risco, pois estes estão dispostos a investir dinheiro - geralmente,

entre 50 mil e 500 mil euros - em empresas que muitas vezes ainda nem sequer testaram os

produtos ou serviços no mercado, sendo que são extremamente exigentes com os projetos que

escolhem apoiar.

A atividade dos Business Angels tem vindo a ganhar relevância nos últimos anos. Esta relevância

tem sido alcançada graças à consciencialização geral de que a figura dos Business Angels se

assume como um interveniente indispensável em todo o processo de financiamento de novas

iniciativas empresariais e, em particular, dado o crescente interesse por parte das entidades

governamentais em fomentá-lo no mercado.

Nos últimos anos, os montantes disponíveis dos BA para investimento tem vindo a aumentar e

cada vez mais empresas startup são apoiadas e lançadas através deste método.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 128

Como atrair Business Angels

Para obter financiamento através de um BA, é necessário que responda a determinados

requisitos, dos quais se destacam:

1. Ter uma boa equipa

A equipa deve ser pluridisciplinar, para se complementar em todas as competências necessárias

na empresa, assim como ter alguma experiência de trabalho em conjunto, já que nos primeiros

momentos da empresa seja expectável que passem longas horas juntos.

O líder do projeto/empresa é o primeiro a ser escrutinado até à medula. Deve ser íntegro, estar

disposto a ouvir os outros e ter algum tipo de experiência anterior. Para além disto, é necessário

que disponha do entusiasmo necessário para defender a sua ideia, assim como dar credibilidade

ao projeto.

2. Ter todas as oportunidades bem identificadas

Para um BA assumir a responsabilidade de investir num projeto, é necessário que o

empreendedor já tenha testado a sua ideia e tenha bem presente todas oportunidades que o

projeto apresenta. O ideal é que seja uma ideia única e que não seja facilmente copiada durante

os próximos tempos.

O BA precisa de ter alguma garantia de que conseguirá um bom retorno quando deixar a

empresa.

3. Possuir um projeto escalável

Dificilmente alguém aposta numa ideia que olhe apenas para o mercado nacional. O potencial de

internacionalização é fundamental para atrair a atenção, e o dinheiro, do BA. O seu risco é

elevado e só se justifica investir em startups que tenham uma capacidade muito forte de

crescimento.

Para os Business Angels

A troco do seu investimento num projeto, os BA exigem um conjunto de condições que esperam

ser cumpridas pela equipa, a saber:

Obter participação no capital da empresa – mas sempre minoritária, para que o

projeto continue a ser do empreendedor;

Ter uma dedicação total por parte da equipa – É esperado que todos os membros

da equipa se dediquem a 100% ao projeto a partir do momento em que recebem

financiamento;

Possuir capacidade de interagir com o mentor – A capacidade de ouvir as ideias e

sugestões do BA são fundamentais para um correto ajuste dos projetos à realidade

empresarial e económica do país, pelo que este atributo é fundamental em toda a

equipa e sobretudo no líder do projeto;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 129

Ter uma relação transparente – o objetivo do BA é acrescentar valor ao projeto e

isso só é conseguido através de uma interação frequente com o empreendedor, para

estar sempre informado dos passos estratégicos da empresa.

Outras Informações

Pode submeter o seu projeto para apreciação de BA através da página web da Federação

Nacional de Associações de Business Angels – FNABA (www.fnaba.org/), ou através de

concursos que são lançados que pressupõem este tipo de apoio.

Associações de BA em Portugal:

Associações de BA Localidade

APBA – Associação Portuguesa de Business Angels Lisboa

Business Angels Club Lisboa

DNA Cascais Cascais

Invicta Angels Matosinhos

Centro Business Angels Coimbra

Associação de Business Angels da Covilhã Covilhã

Alenbiz – Associação de Business Angels do Alentejo Évora

Algarve Business Angels – Associação de Business Angels do Algarve Faro

Vima Angels – Associação de Business Angels de Guimarães Guimarães

OPEN Business Angels Marinha Grande

Associação de Business Angels de Santarém Santarém

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 130

4.11. Investe QREN

A Linha de Crédito Investe QREN é uma linha destinada às entidades beneficiárias dos Sistemas

de Incentivos do QREN, bem como do Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC), que fornece:

Financiamento da contrapartida nacional privada associada à realização de operações

cofinanciadas pelo FEDER;

Financiamento de custos de investimento não elegíveis associados à realização de

operações cofinanciadas pelo FEDER, apenas para empresas;

Financiamento da constituição de fundo de maneio necessário para a realização de

operações cofinanciadas pelo FEDER, apenas para empresas.

A linha de crédito Investe QREN visa apoiar projetos de investimento em complemento ao

financiamento comunitário, incluindo custos não elegíveis e fundo de maneio associado ao

investimento.

Esta Linha de Crédito possui uma taxa de juro bonificada, com um prazo de carência de capital

de 1 a 3 anos.

Montante Global

Com um montante global de € 1.000 milhões, dos quais € 600 milhões se destinam a projetos

QREN apresentados por PME.

Prazo de vigência

Até 6 meses após a abertura da Linha de Crédito, podendo este prazo ser extensível por até 2

períodos de mais 6 meses, caso a mesma não se esgote nos prazos anteriores.

Beneficiários

São beneficiários, a título de empréstimo, empresas com projetos de investimento aprovados no

âmbito dos sistemas de incentivos do QREN.

Poderão também ser beneficiárias as entidades com projetos de “Ações Coletivas” aprovados no

respetivo sistema do QREN, sejam associações empresariais, centros tecnológicos e entidades

públicas com competências específicas em domínios empresariais.

Financiamento

Empréstimos de médio e longo prazo e locação financeira destinados ao financiamento dos

investimentos aprovados no âmbito dos SI QREN, com um prazo até 10 anos.

Operações Elegíveis

O financiamento INVESTE QREN visa assegurar/financiar:

A contrapartida nacional privada associada à realização do projeto de investimento;

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 131

Os custos não elegíveis a cofinanciamento, associados à realização do projeto de

investimento;

O fundo de maneio necessário à realização do projeto de investimento;

As operações devem observar um conjunto de critérios específicos de elegibilidade, que

excluem:

As atividades normais de manutenção;

As operações financeiras não diretamente ligadas a novos investimentos materiais;

A aquisição de terrenos ou investimento imobiliário.

Operações Não Elegíveis

Não são elegíveis as operações que:

Operações que se destinem à reestruturação financeira e/ou impliquem a consolidação

de crédito vivo;

Operações que se destinem a liquidar ou substituir de forma direta ou indireta, ainda

que em condições diversas, financiamentos anteriormente acordados com a Instituição

de Crédito;

Beneficiem de outro empréstimo BEI (Banco Europeu de Investimento) para o mesmo

projeto;

À data de 16 de Dezembro de 2011, registavam uma realização igual ou superior a

40%, de acordo com os elementos de informação contidos na Monitorização

Operacional e Financeira do QREN;

Operações financeiras que se destinem a atividades relacionadas com a exportação

para países terceiros ou Estados-Membros, nomeadamente a criação e funcionamento

de redes de distribuição;

Outas atividades e componentes de investimento.

Tipo de Operações

Empréstimos de médio e longo prazo, locação financeira imobiliária e locação financeira de

equipamentos destinados ao financiamento dos investimentos aprovados no âmbito dos sistemas

de incentivos QREN e do Sistema de Apoios a Ações Coletivas (SIAC);

Cumulação com Sistemas de Incentivos

Os incentivos cumulam com o incentivo financeiro concedido no QREN, sendo que o incentivo

total, expresso em ESB, apurado em sede de encerramento de investimento, não pode

ultrapassar os limites comunitários aplicáveis aos auxílios de Estado.

Verificando-se, no apuramento do incentivo total, que os limites comunitários aplicáveis aos

auxílios de Estado são ultrapassados, o ajustamento será sempre efetuado no incentivo

financeiro concedido pelos SI QREN, em primeira instância no Prémio de Realização, quando este

é aplicável.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 132

Parte 5 – Concursos e Prémios

Conteúdo da Parte 5 – Concursos e Prémios

Prémio Jovem Empreendedor

Arrisca C

Concurso Nacional de Inovação BES

Lisbon Challenge

Prémio EDP Inovação

Building Global Innovators

Prémio Caixa Empreender

5.1. Prémio Jovem Empreendedor

O Prémio do Jovem Empreendedor distingue, apoia e promove empresas em fase de criação

e/ou expansão de negócios. Este Prémio é uma das mais antigas competições de

empreendedorismo a nível nacional, criado em 1998, e que desde então tem vindo a contribuir

para a renovação do panorama empresarial português, lançando no mercado inovadoras

startups.

Desde a sua primeira edição, já foram premiadas empresas como a Critical Software, a Creative

BitBox, a Crioestaminal ou a Ative SpaceTechnologies.

Destinatários

Apoiado pelo IEFP, o Prémio do Jovem Empreendedor está aberto a cidadãos entre os 18 e os 35

anos, bastando que estes apresentem projetos de criação ou expansão de empresas com os

seguintes requisitos: exequibilidade financeira, adequação ao mercado, caráter inovador e

credibilidade das referências académicas e/ou profissionais dos seus promotores.

Prémios

O promotor do melhor projeto é contemplado com um prémio no valor global de 30 mil euros,

que inclui: um prémio pecuniário de 20 mil euros para apoio ao desenvolvimento do projeto

(distribuído em partes iguais aos promotores vencedores e obrigatoriamente incorporado no

capital social da empresa); oferta de um ano de incubação numa das infraestruturas da ANJE e

oferta de uma Pós-graduação realizada pela ANJE.

Outras Informações

Para concorrer a este Prémio, o promotor deverá apresentar um plano de negócios de criação ou

expansão de uma empresa, devidamente estruturado e fundamentado. As candidaturas ao

Prémio do Jovem Empreendedor 2014 decorrem até 31 de agosto de 2014.

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5.2. Arrisca C

O Concurso de Ideias de Negócio, Planos de Negócio e Provas de Conceito Arrisca C, que visa

estimular o desenvolvimento de conceitos de negócio em torno dos quais se perspetive a criação

de novas empresas e/ou o apoio ao desenvolvimento de novos produtos /serviços de empresas.

Podem concorrer pessoas singulares ou coletivas que tenham por objetivo explorar uma ideia de

negócio, plano de negócio ou uma prova de conceito. As candidaturas podem ser individuais ou

apresentadas por equipas até 5 elementos de promotores, em que pelo menos um dos

promotores seja estudante ou recém-diplomado há menos de cinco anos de qualquer Instituição

de Ensino Superior do país (condição aplicável às Tipologias A e B).

É dada liberdade total de escolha quanto ao tipo de oportunidade de negócio a selecionar por

cada candidato que deseje apresentar-se a concurso numa das tipologias do concurso.

Tipologia A: Concurso de Ideias de Negócio

Ideias de Negócio ainda em fase de conceção, sem planos de negócio desenvolvidos.

Nesta categoria podem também participar estudantes do Secundário e Técnico-Profissional (nível

IV).

Tipologia B: Concursos de Planos de Negócio

Projetos inovadores, com planos de negócio para a constituição de uma empresa que explore

comercialmente o projeto – que terá que se estabelecer na zona geográfica Inov C pelo menos

durante os dois primeiros anos (este critério apenas é aplicável às candidaturas da Tipologia B).

Tipologia C: Concurso de Provas de Conceito

Candidatura aberta a PMEs (Micro, Pequenas e Médias Empresa), com produtos ou serviços

inovadores e com projetos de internacionalização.

Outras informações

Para o ano de 2014 ainda não foi definido um período oficial de candidaturas, que serão

anunciadas através da página oficial do concurso.

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5.3. Concurso Nacional de Inovação BES

O Banco Espírito Santo lançou o Concurso Nacional de Inovação BES em junho de 2005, uma

iniciativa em que se divulgam e premeiam projetos de investigação aplicados a setores críticos

para o futuro da economia portuguesa, tais como energias renováveis, saúde, processos

industriais, entre outros.

Trata-se de uma iniciativa que nasceu de uma firme vontade do Banco Espírito Santo em

contribuir de forma efetiva para a disseminação de uma cultura de inovação em Portugal.

Selecionados em função do seu caráter inovador e do seu grau de excelência científica, cada um

dos prémios por área de atividade tem um valor total de 60.000 euros, subdividido em três

componentes distintas:

Prémio pecuniário, no valor de 25.000 euros;

Apoio para registo de patente ou outra forma de proteção de propriedade intelectual,

no valor de 10.000 euros;

Estudo de viabilidade do negócio, no valor de 25.000 euros, executado pelo Banco

Espírito Santo de Investimento.

Para além destes, será ainda distinguido o melhor projeto em termos absolutos, o qual sairá do

grupo dos que foram selecionados como o melhor projeto em cada uma das áreas a concurso. A

este projeto será atribuído um prémio pecuniário complementar de 25.000 euros, ascendendo

assim o valor total deste prémio a 85.000 euros.

Destinatários

As tecnologias candidatas devem ser apresentadas a concurso por uma empresa, universidade,

instituição de I&D ou inventor individual responsável pelo seu desenvolvimento.

As candidaturas podem ser apresentadas por pessoas individuais ou por grupos ou consórcios,

desde que identificado o representante dos promotores da candidatura para efeitos de interface

com a organização do concurso e para efeitos de eventual entrega do prémio.

Projetos Elegíveis

Podem candidatar-se ao concurso tecnologias que sejam resultado de:

Projetos de I&D aplicados à inovação de produtos, processos ou serviços desenvolvidos

por pequenas e microempresas de capital social maioritariamente português, seja de

forma autónoma seja em consórcio com universidades ou instituições de I&D nacionais;

Projetos desenvolvidos por investigadores a título individual ou em grupo/equipa, por

universidades ou instituições de I&D, autonomamente ou em consórcio com empresas

ou outras instituições, desde que demonstrem clara orientação para a aplicação e

potencial de valorização económica;

Projetos levados a cabo por inventores independentes que demonstrem orientação

para a aplicação e potencial de valorização económica.

Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 135

Áreas a Concurso

Os projetos apresentados deverão enquadrar-se em, pelo menos, uma das áreas a concurso

definidas anualmente. No caso em que um mesmo projeto seja considerado passível de

enquadramento em mais do que uma área, deve para o efeito ser apresentada uma candidatura

separada em cada área a que concorre. Nesta edição, o Concurso Nacional de Inovação BES, é

aberto a projetos nas seguintes áreas:

Competitividade Industrial – Processos tecnológicos de suporte à produção

industrial criadora de emprego, quer em novas indústrias emergentes (e.g. energias,

água, saneamento e resíduos), quer nos setores tradicionais da economia (e.g.

construção e materiais de construção, da moda, do calçado, do automóvel),

contemplando ainda a eficiência de consumos de materiais e energia e a gestão

otimizada dos recursos produtivos;

Recursos Naturais e Ambiente – Valorização sustentável dos recursos naturais

endógenos. Promoção da capacidade para acrescentar valor à produção, através do

desenvolvimento de atividades que usem de uma forma eficaz, eficiente e inovadora

recursos endógenos e capacidades de investigação ligadas às atividades agrícolas,

florestais, marítimas, turísticas, extrativas e energéticas (renováveis);

Saúde, Serviços e Tecnologias de Informação e Comunicação – Novos modelos

de negócio e novos produtos serviços potenciados por aplicações de tecnologias de

informação e comunicação: na saúde, na educação, na distribuição e logística, no

comércio (grosso e retalho), assim como em conceitos urbanos, por integração das

áreas da Edificação, Mobilidade, Energia, Comunicações e Ambiente.

Outras Informações

A décima edição do Concurso Nacional de Inovação BES já se encontra a decorrer e tem o intuito

de, mais uma vez, premiar e divulgar projetos de investigação, desenvolvimento e inovação em

áreas de aplicação ligadas aos recursos endógenos do País e dirigidos à melhoria de produtos,

processos ou serviços.

As candidaturas decorrem até ao dia 30 de junho de 2014.

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5.4. Lisbon Challenge

O Lisbon Challenge é um programa com a duração de 3 meses que visa acelerar o crescimento

de novas empresas tecnológicas a nível mundial.

Este evento é considerado um dos maiores programas de aceleração da Europa, que potencia o

investimento e a internacionalização destas empresas.

O Lisbon Challenge conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, o Alto Patrocínio do

Presidente da República e o apoio institucional do Governo de Portugal e da Comissão Europeia.

Como funciona

O Lisbon Challenge funciona com duas chamadas para apresentação de candidaturas por ano –

uma na primavera e outra no outono.

As empresas selecionadas têm acesso a um processo de aceleração que tem uma duração de 3

meses e serve para introduzir as startups a potenciais investidores nacionais e internacionais.

Após esta fase serão selecionadas as 5 melhores startups, que além de receberem investimentos

passarão a uma segunda fase de aceleração (desta vez com a duração de 6 meses). Os

participantes podem receber formação, assistir a masterclasses e reunirem-se com mentores de

renome internacional.

Além do programa de aceleração, um dos objetivos desta iniciativa é de captar financiamentos a

curto prazo para as empresas participantes.

Estrutura do Lisbon Challenge

1.ª Fase – Bootcamp

A primeira semana do desafio será um bootcamp intenso que poderá contar com oradores

externos e onde poderão participar pessoas de fora do programa.

A partir daí, as equipas focar-se-ão no Prototype Day.

2.ª Fase – Preparação do Investors Day

Nos restantes dois meses a prioridade será afinar o produto, testar o mercado e preparar todos

os detalhes para o Investors Day que irá acontecer no final do programa, das últimas edições do

Lisbon Challenge.

Destinatários

O Lisbon Challenge destina-se a startups de qualquer área e qualquer parte do mundo.

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5.5. Prémio EDP Inovação

O Prémio EDP Inovação visa apoiar o desenvolvimento de novos projetos empresariais, que se

destaquem pela inovação na área das tecnologias limpas, num setor intimamente ligado à EDP,

o da energia, e premiar as que se distingam pela inovação tecnológica ou de modelo de negócio

na área.

O Prémio EDP Inovação tem uma periodicidade anual, sendo que as candidaturas de 2014 já se

encontram encerradas.

Destinatários

O Prémio EDP Inovação está aberto a todos os que possuem um espírito empreendedor,

interesse para se candidatar ao prémio e disponibilidade para concretizar a implementação do

seu projeto, caso venha a ser vencedor. Podem candidatar-se as pessoas com um nível de

formação académica mínimo equivalente à frequência do último ano letivo de uma licenciatura,

bacharelato ou curso técnico-profissional. Não existe limite máximo de idade para participar.

Podem concorrer equipas compostas por 2 a 5 elementos, assim como empresas constituídas há

menos de 1 ano não devendo as mesmas ter no seu quadro de pessoal mais de 5 trabalhadores.

Podem ainda concorrer ao Prémio EDP Inovação todas as equipas ou empresas que o pretendam

desde que todos os elementos sejam indivíduos residentes em Portugal, com um nível

académico que corresponda, no mínimo, à frequência do último ano de uma licenciatura. No

caso da equipa concorrente ter 4 ou 5 elementos, um e apenas um deles está excetuado da

obrigatoriedade de residência em Portugal.

Projetos Elegíveis

O Prémio EDP Inovação pretende apoiar projetos empresariais nascentes, que apresentem

tecnologias ou modelos de negócio inovadores nas seguintes áreas:

Eficiência energética

Mobilidade elétrica

Tecnologias de informação aplicadas ao setor energético (incluindo redes inteligentes,

sistemas de gestão remota de consumos energéticos e sistemas de monitorização e

diagnóstico de consumos ou equipamentos energéticos)

Geração eólica

Geração solar

Geração elétrica offshore

Outras formas de geração elétrica

Armazenamento de energia

Distribuição de energia

Gás natural

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Internet of Things

Machine to Machine

Como funciona

1.ª Fase – Desenvolvimento da Inovação

Participam nesta Fase de Desenvolvimento da Inovação todas as equipas/empresas candidatas

que tenham sido selecionadas pelo Comité de Avaliação e Seleção. O objetivo desta fase é o de

preparar as candidaturas para a apresentação ao Júri; é também um objetivo desta fase que a

formação e os desafios nela colocados se constituam como uma alavanca de desenvolvimento

dos projetos empresariais subjacentes a cada candidatura selecionada, contribuindo para o seu

sucesso pós Prémio EDP Inovação.

Os trabalhos desta Fase beneficiarão de um conjunto de ações de formação visando o detalhe e

a melhoria das candidaturas selecionadas, a saber:

Formação em Planos de Negócio (Fábrica de Startups);

Formação em Prototipagem Rápida (Fablab EDP);

Formação em princípios de Propriedade Industrial (INPI).

2.ª Fase – Apresentação ao Júri

Despois de concluída a Fase 1, o Comité de Avaliação e Seleção irá selecionar os projetos que

revelem consistência no desenvolvimento da inovação e que apresentem padrões de grande

qualidade na execução e adequabilidade do Plano de Negócios e Calendário de Implementação,

para apresentação ao Júri, num máximo de 6 projetos.

O projeto vencedor será escolhido pelo Júri durante esta fase.

Prémios

O vencedor do Prémio EDP Inovação recebe 50 mil euros para implementar o projeto vencedor,

um programa de pré-aceleração de startups e uma viagem a São Paulo, durante a qual terá a

oportunidade de apresentar o seu projeto à EDP Brasil e estabelecer uma nova rede de contactos

que possa reforçar e dar continuidade ao êxito do projeto apresentado a concurso.

Os três finalistas ganham um ano de incubação na EDP Starter recebem do EnergyIN a

possibilidade de serem seus associados durante um ano; e uma anuidade GOLD da Survey

Monkey.

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5.6. Building Global Innovators

Building Global Innovators (BGI) é um acelerador internacional dirigido a empreendedores de

base tecnológica, organizado pelo ISCTE-IUL, Massachusetts Institute of Technology (MIT) e

Caixa Capital.

Em cada edição, 20 startups e/ou spin-outs são selecionadas e são apoiadas durante um período

até 5 anos. Com este objetivo são desenhados eventos específicos a decorrer quer em Lisboa

quer em Boston, no MIT.

A rede de catalisadores trabalha com os fundadores, ajudando-os a desenvolver as suas startups

e propostas de valor centradas no cliente, assim como a mitigar riscos técnicos e de mercado.

Áreas Elegíveis

Em 2014, pode entrar na competição através das seguintes áreas:

Economia do mar;

Cidades inteligentes & tecnologia industrial;

Tecnologias médicas e de saúde;

Tecnologias de informação empresarial & dados inteligentes.

Prémios

Em cada edição, o BGI oferece a cada equipa as seguintes recompensas:

Mais de 1150h de mentoring;

Participação em sessões de investimento;

Oportunidade para integrar o bootcamp no MIT;

Oportunidade para ser um dos 4 finalistas e aceder até 500 mil euros da Caixa Capital.

Se todas as condições forem cumpridas, o prémio financeiro garantido a todos os participantes

pode ascender até 1 milhão de euros.

Em cada edição é escolhida uma equipa vencedora de cada uma das áreas elegíveis, que terá

acesso direto aos prémios descritos anteriormente.

Outras Informações

As candidaturas ao prémio Building Global Innovators estão abertas até dia 9 de junho de 2014.

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5.7. Prémio Caixa Empreender

O Prémio Caixa Empreender visa premiar empresas e negócios empreendedores e inovadores

que se destaquem na sua atividade em duas categorias: startups e Pequenas e Médias

Empresas. Este prémio pretende ser iniciativa que irá reconhecer, inspirar e promover os

empreendedores e o empreendedorismo.

O principal objetivo deste prémio é incentivar e dar visibilidade a novas empresas, startups e

negócios inovadores, assim como apoiar empresas consolidadas, com potencial de crescimento.

Os desafios da produtividade, criação de emprego, inovação e fixação de talento, que se colocam

atualmente a Portugal, dependem cada vez mais do reforço de uma cultura e atitude

empreendedoras. O Prémio Caixa Empreender é uma iniciativa que visa reconhecer, inspirar e

promover os empreendedores e o empreendedorismo.

Categorias a Premiar

No âmbito do Prémio Caixa Empreender serão atribuídos prémios nas seguintes categorias:

PME – Empresas e negócios empreendedores e inovadores que se destaquem na sua

atividade;

Startups – Startups que se destaquem na sua atividade empreendedora.

A atribuição dos prémios nas categorias definidas resultará de um processo de candidatura por

parte dos participantes e posterior avaliação através de uma metodologia qualitativa e

quantitativa.

No que concerne ao âmbito PME, este prémio visa distinguir e premiar anualmente uma

empresa com uma presença já consolidada no mercado, e que se destaque pela sua atividade

empreendedora e inovadora. A escolha do premiado será da inteira responsabilidade do Júri.

No que concerne ao âmbito Startup, este prémio visa distinguir e premiar anualmente uma

startup que se distinga pela sua atividade empreendedora e potencial de sucesso futuro no

mercado.

Outras Informações

O Prémio Caixa Empreender tem uma periodicidade anual, sendo que a edição de 2014 já se

encontra encerrada.

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A informação constante neste memorando tem natureza genérica e não

tem como objetivo abordar as circunstâncias particulares de nenhuma

entidade individual. Não nos responsabilizamos por qualquer perda

resultante da utilização do material nesta publicação. Encontramo-nos

disponíveis para analisar cuidadosamente, fornecer informações e

esclarecimentos adicionais sobre casos específicos.

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