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Guia de Medidas de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 1
-*89
Enquadramento
É inquestionável o impacto positivo que as empresas Startup têm na economia
nacional, apresentando-se como catalisadores de inovação e como players
competitivos nos panoramas nacionais e internacionais.
No entanto, a fase de arranque de uma empresa pode ser especialmente difícil quando
não se conhecem todos os programas e ferramentas existentes para apoiar estas
empresas. Para colmatar esta falha, a Frederico Mendes & Associados compilou um
Manual de Apoio às Empresas Startup, que aborda os principais mecanismos de apoio
a empresas recentemente criadas.
Com este manual pretende-se alertar as empresas Startup e os empreendedores para
os vários instrumentos que têm ao seu alcance de forma a assegurar o seu máximo
proveito, abordando medidas que vão desde os programas comunitários até aos
prémios e concursos com um impacto mais regional.
A intenção deste manual é orientar e informar as empresas recentemente constituídas
das medidas existentes, quais os casos em que podem ser aplicadas e principais
diferenças entre si. A informação será disponibilizada de forma estruturada e
sistematizada, de modo a possibilitar uma compreensão natural e intuitiva.
A informação constante nesta publicação tem natureza genérica e não tem como
objetivo abordar as circunstâncias particulares de nenhuma entidade individual.
Encontramo-nos disponíveis para analisar cuidadosamente e fornecer informações e
esclarecimentos adicionais sobre casos específicos.
Informações Relevantes:
IAS – Indexante dos apoios sociais; Valor IAS em 2014 – EUR 419,22
Informações do Guia
Versão do Guia 1
Data do Guia Junho de 2014
Manual de Apoio às Empresas Startup
Incentivos financeiros, fiscais e parafiscais de apoio às empresas startup
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 2
Parte I – Incentivos Financeiros Nacionais
Os incentivos financeiros ao investimento das empresas são apoios públicos sob a forma de
subsídio a fundo perdido ou de subsídio reembolsável. Estes sistemas ao Investimento das
Empresas são instrumentos fundamentais das políticas públicas de dinamização económica,
designadamente em matéria da promoção da inovação e do desenvolvimento regional.
Parte II – Incentivos Fiscais e Parafiscais
Incentivos Fiscais
No atual momento de retração económica, a redução de volume de negócios e de margens
traduz-se inevitavelmente numa pressão sobre a estrutura de custos. É neste enquadramento
que o aproveitamento dos benefícios fiscais disponíveis assume especial relevância para as
empresas. Assim, o Governo português comprometeu-se com uma estratégia para o
Crescimento, Emprego e Fomento Industrial, com o objetivo de promover a competitividade, o
emprego e a internacionalização das empresas portuguesas, que inclui um conjunto de medidas
fiscais que visam facilitar o relançamento do investimento privado produtivo em Portugal.
Incentivos Parafiscais – Medidas de Apoio à Contratação
Os apoios à contratação são consubstanciados, por um lado, em medidas de apoio financeiro ao
empregador e, por outro lado, na existência de medidas que visam diminuir a carga fiscal
associada à contratação e reduzir a diferença entre o custo suportado pelo empregador e o
benefício recebido pelo trabalhador.
Parte III – Programas Comunitários
A participação nos programas comunitários está aberta aos países associados da União Europeia,
países europeus não membros, países candidatos e países candidatos potenciais. Insere-se no
âmbito de relações cada vez mais estreitas entre a União e os países em causa, da sua
familiarização com as políticas e métodos de trabalho, favorecendo os intercâmbios de
experiências e de boas práticas.
Parte IV – Financiamento e Partilha de Risco
De modo a atenuar os condicionalismos que afetam as PME e, neste caso em particular, no
acesso ao mercado do crédito, tem-se procurado consolidar e alargar as formas de
financiamento das empresas e criar veículos para a capitalização das PME.
Face ao objetivo prioritário de criação de mais e melhores condições de acesso ao financiamento
por parte das PME, são, portanto, vários os instrumentos que enformam o atual quadro de apoio
financeiro às PME, coerente com as orientações e políticas da União Europeia em matéria de
competitividade e inovação empresarial.
Parte V – Concursos e Prémios
Numa fase inicial de vida das empresas, qualquer apoio que se consiga obter, ainda que
pequeno, é importante. Assim, nesta quinta parte do Manual de Apoio às Empresas Startup, irão
ser abordados os principais concursos e prémios existentes a nível nacional, que apoiem
empresas e empreendedores na criação, desenvolvimento e crescimento de empresas.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 3
Enquadramento dos Instrumentos de Financiamento
Programas Comunitários
Horizonte 2020
Europa Criativa
COSME
Incentivos Financeiros Nacionais Incentivos Fiscais e Parafiscais Nacionais
Incentivos ao Empreendedorismo e
Inovação
Incentivos à Internacionalização
Incentivos à Investigação &
Desenvolvimento
Incentivos às Ações Coletivas
Incentivos Fiscais em I&D
Incentivos Fiscais ao Investimento
Incentivos Fiscais à Internacionalização
Incentivos Parafiscais
Financiamento e Partilha de Risco
Financiamento e Garantias Bancárias
Fundos de Capital de Risco
Business Angels
Prémios e Concursos
Prémios, concursos e programas de aceleração de apoio a empresas startup de caracter
nacional e internacional.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 4
Conteúdo da Parte I
Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME
Sistema de Incentivos à Inovação
Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico
Sistema de Incentivos de Apoio Local a Microempresas
Medida Comércio Investe
Parte I – Incentivos Financeiros
Nacionais
Quadro de Referência Estratégico Nacional
1.1. Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME
Âmbito
O Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME apoia projetos de
investimento promovidos por empresas, a título individual, e por entidades públicas, associações
empresariais ou entidades do Sistema Cientifico e Tecnológico (SCT) direcionados para a
intervenção nas PME, tendo em vista a inovação, modernização e internacionalização, através da
utilização de fatores dinâmicos da competitividade.
Modalidade e Objetivos
Modalidades Objetivos
Projeto Individual
Promover a competitividade das PME;
Aumentar a produtividade das PME;
Desenvolver a capacidade de resposta e presença
ativa das PME no mercado global. Projeto Simplificado
Tipologias de Investimento
Propriedade industrial – Formulação de pedidos de patentes, modelos de utilidade e
desenhos ou modelos, nacionais, no estrangeiro pela via direta nas administrações
nacionais, comunitários, europeus e internacionais;
Criação, moda & design – Criação de marcas, insígnias e coleções próprias e melhoria
das capacidades de moda e design;
Legislação Aplicável
Portaria n.º 1463/2007, de
15/11/2007
Portaria n.º 250/2008, de
04/04/2008
Portaria n.º 353-A/2009,
de 03/04/2009
Portaria n.º 1101/2010, de
25/10/2010
Portaria n.º 47-A/2012, de
24/02/2012
Portaria n.º 233-A/2012,
de 06/08/2012
Portaria n.º 369/2012 de
06/11/2012
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 5
Desenvolvimento e Engenharia de Produtos, Serviços e Processos – Melhoria das
capacidades de desenvolvimento de produtos, processos e serviços, designadamente
pela criação ou reforço das capacidades laboratoriais;
Organização e Gestão e Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) – Introdução
de novos modelos ou novas filosofias de organização do trabalho, reforço das
capacidades de gestão, introdução de TIC, redesenho e melhorias de layout, ações de
benchmarking;
Qualidade – Certificação, no âmbito do Sistema Português da Qualidade (SPQ), de
sistemas de gestão da qualidade, certificação de produtos e serviços com obtenção de
marcas bem como a implementação de sistemas de gestão pela qualidade total;
Ambiente – Investimentos associados a controlo de emissões, auditorias ambientais,
gestão de resíduos, redução de ruído, gestão eficiente de água, introdução de
tecnologias eco -eficientes, bem como certificação, no âmbito do SPQ, de sistemas de
gestão ambiental, obtenção do rótulo ecológico, Sistema de Eco -Gestão e Auditoria;
Inovação – Investimentos associados à aquisição de serviços de consultoria e de apoio
à inovação bem como à certificação, no âmbito do SPQ, de sistemas de gestão da
investigação, desenvolvimento e inovação (IDI);
Diversificação e Eficiência Energética – Aumento da eficiência energética e
diversificação das fontes de energia com base na utilização de recursos renováveis;
Economia digital – Criação e/ou adequação da infraestrutura interna de suporte com
vista à inserção da PME na economia digital e à melhoria dos modelos de negócios com
base numa presença mais efetiva na economia digital que permitam a concretização de
processos de negócios desmaterializados com clientes e fornecedores através da
utilização das TIC;
Comercialização e Marketing – Reforço das capacidades de comercialização, marketing,
distribuição e logística;
Internacionalização – Conhecimento de mercados, desenvolvimento e promoção
internacional de marcas, prospeção, e presença em mercados internacionais, com
exclusão da criação de redes de comercialização no exterior, e promoção e marketing
internacional;
Responsabilidade Social e Segurança e Saúde no Trabalho – Investimentos de melhoria
das condições de higiene, segurança e saúde no trabalho, bem como na certificação de
sistemas de gestão da responsabilidade social, de sistemas de gestão da segurança
alimentar, de sistemas de gestão de recursos humanos e de sistemas de gestão da
segurança e saúde no trabalho, no âmbito do SPQ;
Igualdade de oportunidades – Definição e implementação de planos de igualdade com
contributos efetivos para a conciliação da vida profissional com a vida familiar, bem
como a facilitação do mercado de trabalho inclusivo.
Condições de Elegibilidade do Promotor
Encontrar-se legalmente constituído;
Cumprir as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade; (*)
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 6
Possuir a situação regularizada face à administração fiscal, à segurança social e às
entidades pagadoras dos incentivos; (*)
Possuir ou assegurar os recursos humanos e físicos necessários ao desenvolvimento do
projeto;
Dispor de contabilidade organizada nos termos da legislação aplicável;
Apresentar uma situação económico-financeira equilibrada ou, tratando-se de projetos
de elevada intensidade tecnológica, demonstrar ter capacidade de financiamento do
projeto;
Designar um responsável técnico do projeto;
Cumprir, quando existam investimentos em formação profissional, todas as regras
definidas no regulamento específico dos apoios à formação profissional.
Cumprir os critérios de Pequena e Média Empresa (PME); (*)
Cumprir um rácio de autonomia financeira não inferior a 0,15; (*) e (**)
(*) - Podem ser aferidas até à data da celebração do contrato de concessão de incentivos.
(**) - Para empresas com início de atividade nos 6 meses anteriores à data da candidatura ou
cujo início de atividade seja coincidente com o ano de apresentação da candidatura, basta que
os capitais próprios do projeto sejam ≥ 20% do investimento.
Condições de Elegibilidade do Projeto
Ter início, em termos de execução física, em momento posterior à data da candidatura
ou da decisão de concessão de incentivos;
Apresentar viabilidade económico-financeira e, quando possível, ser financiado
adequadamente por capitais próprios;
Manter afetos à respetiva atividade os ativos respeitantes ao investimento apoiado,
bem como a localização geográfica definida no projeto, durante o período de vigência
do contrato de incentivos, no mínimo, durante cinco anos após o encerramento do
projeto, no caso de empresa não PME e, no mínimo, durante três anos, no caso de
PME, podendo os sistemas de incentivos prever a possibilidade de se autorizar prazos
diferentes, desde que permitidos pela legislação comunitária e nacional aplicável.
Para além das condições acima referidas, os Projetos Individuais devem cumprir ainda as
seguintes condições:
Não incluir despesas anteriores à data da candidatura à exceção dos adiantamentos
para sinalização, relacionados com o projeto, até ao valor de 50 % do custo de cada
aquisição, e das despesas relativas aos estudos prévios;
Demonstrar que se encontram asseguradas as fontes de financiamento do projeto;
Ser previamente declarado de interesse para o turismo (quando aplicável);
Ter uma duração máxima de execução de dois anos, exceto em casos devidamente
justificados;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 7
Corresponder a uma despesa mínima elegível de EUR 25.000,00;
Demonstrar, quando integrar ações de formação profissional, que o projeto formativo
se revela coerente e consonante com os objetivos do projeto e cumpre os normativos a
definir em diploma específico;
Iniciar a execução do projeto nos nove meses seguintes à comunicação de decisão de
financiamento.
Para além das condições acima referidas, o Projeto Simplificado deve cumprir ainda as seguintes
condições:
Incluir despesas posteriores à data da candidatura, realizadas por um período máximo
de um ano;
Corresponder a uma despesa mínima elegível de EUR 5.000,00.
Atividades Não Apoiadas
Nos Projetos Individuais não são enquadráveis os projetos de investimento que incidam sobre as
seguintes atividades económicas:
CAE Descrição da Atividade
64202 Atividades das sociedades gestoras de participações sociais não financeiras
691 Atividades jurídicas e dos cartórios notariais
701 Atividades das sedes sociais
74200 Atividades fotográficas
74300 Atividades de tradução e interpretação
74900 Outras atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares, n.e.
Divisão 77 Atividades de aluguer
Divisão 78 Atividades de emprego
Divisão 81 Atividades relacionadas com edifícios, plantação e manutenção de jardins
Divisão 91 Atividades das bibliotecas, arquivos, museus e manutenção de jardins
Nas atividades de comércio (Divisões 45 a 47 CAE Rev.3), são apenas enquadráveis as
empresas, cujas vendas no mercado externo valorizem a oferta nacional, traduzida no efeito de
arrastamento que essa atividade comercial possa ter ao nível da produção noutras empresas
localizadas em território nacional.
No Projeto Simplificado não são apoiáveis as seguintes atividades:
Projetos de I&D que correspondam a projeto de investigação em curso na entidade do
SCT selecionada;
Ações de formação;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 8
Software e licenciamento de tecnologias já desenvolvidas e comercializadas no
mercado;
Design e produção de material de publicidade.
Nas duas modalidades estão excluídas as atividades dos setores da pesca e aquicultura.
Despesas Elegíveis para Projetos Individuais
Ativo fixo tangível (aquisição de máquinas e equipamentos diretamente relacionados
com o desenvolvimento do projeto), não podendo incluir máquinas e equipamentos
afetos às áreas produtivas e/ou operacionais da empresa;
Aquisição de equipamentos informáticos e software standard e específico
relacionados com o projeto;
Software standard e específico relacionado com o projeto;
Aquisição de equipamento que permita às empresas superar as normas em matéria de
ambiente, incluindo, no caso do setor dos transportes, os custos suplementares de
aquisição de veículos com um nível de proteção do ambiente superior ao exigido
pelas normas comunitárias;
Ativo intangível, constituído por transferência de tecnologia através da aquisição de
direitos de patentes, licenças, “saber-fazer” ou conhecimentos técnicos não protegidos
por patente;
Despesas com a intervenção de técnicos oficiais de contas ou revisores oficiais de
contas;
Estudos, diagnósticos, auditorias e planos de marketing associados ao projeto de
investimento;
Investimentos na área de eficiência energética e energias renováveis
nomeadamente assistência técnica, auditorias energéticas, testes e ensaios;
Custos associados aos pedidos de Direitos de Propriedade Industrial,
designadamente taxas, pesquisas ao estado da técnica, anuidades e honorários de
consultoria em matéria de Propriedade Industrial;
Despesas relacionadas com a promoção internacional:
Prospeção de mercados, participação em concursos/certames internacionais
nos mercados externos;
Ações de promoção e contacto direto com a procura internacional;
Deslocação do representante da Empresa ao mercado (viagem e
alojamento);
Inscrição em feira e/ou outro evento promocional;
Aluguer de espaço (ou arrendamento, quando aplicável), equipamentos e
mobiliário; transporte de mostruários e de outro material (incluindo
seguros);
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 9
Contratação de serviços de conceção, montagem/desmontagem e
decoração do espaço, de tradução e intérpretes e de relações públicas,
hospedeiras e modelos;
Despesas com o envio de amostras/demos a segmentos-alvo de clientes
(mailing, transporte e seguro);
Aquisição de informação sobre o mercado (base de dados, listagens de
importadores/distribuidores e regulamentação) e aquisição e levantamento de
caderno de encargos;
Contratação de serviços de conceção e edição de material promocional
(multilingue) (catálogos, folhetos, brochuras, vídeos, cd-rom, websites,
dossier/manuais técnicos);
Contratação de serviços de assessoria de imprensa;
Contratação de serviços para conceção de campanhas e/ou ações
promocionais.
Despesas associadas a investimentos de conciliação da vida profissional com a
vida familiar e pessoal, bem como os custos associados a implementação de Planos
de Igualdade;
Despesas inerentes à certificação dos sistemas, produtos e serviços nas áreas da
qualidade, do ambiente, da inovação e da responsabilidade social e segurança e saúde
no trabalho, nomeadamente, despesas com a entidade certificadora, assistência técnica
específica, ensaios e dispositivos de medição e monitorização;
Despesas inerentes à implementação de sistemas de gestão pela qualidade total e à
participação em prémios nacionais e internacionais;
Implementação de sistemas de planeamento e controlo;
Despesas inerentes à obtenção do rótulo ecológico e à certificação e marcação de
produtos;
Despesas com a criação e desenvolvimento de insígnias, marcas e coleções
próprias;
Registo inicial de domínios e fees associados à domiciliação da aplicação em entidade
externa, adesão a marketplaces e outras plataformas eletrónicas, criação e publicação
de catálogos eletrónicos de produtos e serviços;
Custos, por um período até vinte e quatro meses, com a contratação de um máximo
de dois novos quadros técnicos, com nível de qualificação igual ou superior a IV,
necessários à implementação do projeto;
Investimentos em formação de recursos humanos no âmbito do projeto, que não
poderão representar mais de 30% das despesas elegíveis totais do projeto.
Despesas Elegíveis para Vale Simplificado
Vale Empreendedorismo (+E) (*) - aquisição de serviços de consultoria,
nomeadamente a elaboração de planos de negócios, bem como serviços para proteção
e comercialização de direitos de propriedade intelectual e industrial e serviços na área
da economia digital;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 10
Vale Inovação (+I) - aquisição de serviços de consultoria de inovação, abrangendo as
atividades de consultoria de gestão, assistência tecnológica, serviços de investigação e
desenvolvimento tecnológico, serviços de transferência de tecnologia, consultoria para
aquisição, proteção e comercialização de direitos de propriedade intelectual e industrial
e para acordos de licenciamento, consultoria relativa à utilização de normas e serviços
de ensaios e certificação;
Vale Energia ou Ambiente – aquisição de serviços de consultoria, estudos e
diagnósticos, auditorias energéticas ou ambientais, assistência técnica, testes e
ensaios, nas tipologias de investimento de Ambiente e Diversificação e Eficiência
Energética previstas para os Projetos Individuais.
(*)Exclusivamente direcionado para empresas criadas há menos de um ano.
Despesas Não Elegíveis
Transações entre entidades participantes nos projetos;
Despesas de funcionamento;
Despesas referentes a investimentos diretos no estrangeiro que visem a aquisição ou
constituição de sociedades ligadas à criação ou funcionamento de redes de distribuição
no exterior;
Despesas relativas a certames e ações de promoção internacional realizadas em
território nacional.
Natureza e Taxa de Incentivo
Natureza e Intensidade do Incentivo
Taxa Máxima (*)
75% de apoio para as despesas elegíveis relativas à
participação em feiras e exposições;
45% de apoio para outras áreas de investimento
elegíveis.
Não R
eem
bols
ável
Projetos Individuais Até EUR 400.000,00
Projeto Simplificado EUR 15.000,00/projeto
(*) A taxa de incentivo a conceder às despesas com a formação de recursos humanos é a que
consta do regulamento específico dos apoios à formação profissional.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 11
Obrigações do Promotor
Os bens e serviços adquiridos no âmbito dos projetos apoiados não podem, durante o
período de vigência do contrato, ser afetos a outras finalidades, nem locados, alienados
ou por qualquer modo onerados, no todo ou em parte, sem prévia autorização da
entidade competente para a decisão;
As entidades beneficiárias ficam obrigadas a permitir o acesso aos locais de realização
do investimento e das ações e aos elementos e documentos de despesa,
disponibilizando, nos prazos estabelecidos, todos os elementos que lhe forem
solicitados pelas entidades com competências para o acompanhamento, controlo e
auditoria;
As entidades beneficiárias ficam obrigadas a publicitar os apoios concedidos nos termos
da respetiva regulamentação específica;
Executar o projeto nos termos e prazos fixados no contrato ou no termo de aceitação;
Demonstrar o cumprimento das obrigações legais, designadamente as fiscais e para
com a segurança social;
Comunicar ao organismo intermédio as alterações ou ocorrências relevantes que
ponham em causa os pressupostos relativos à aprovação do projeto;
Manter as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade;
Manter a situação regularizada perante a entidade pagadora do incentivo;
Manter a contabilidade organizada de acordo com a regulamentação aplicável;
Manter em dossier devidamente organizado todos os documentos suscetíveis de
comprovar as informações, declarações prestadas no âmbito do projeto, bem como
todos os documentos comprovativos da realização das despesas de investimento,
devendo este dossier ser mantido até três anos após a data de encerramento do
respetivo programa financiador;
Quando aplicável, cumprir os normativos em matéria de contratação pública
relativamente à execução dos projetos.
Manter a situação regularizada perante a entidade pagadora do incentivo;
Manter a contabilidade organizada de acordo com a regulamentação aplicável;
Manter em dossier devidamente organizado todos os documentos suscetíveis de
comprovar as informações, declarações prestadas no âmbito do projeto, bem como
todos os documentos comprovativos da realização das despesas de investimento,
devendo este dossier ser mantido até três anos após a data de encerramento do
respetivo programa financiador;
Quando aplicável, cumprir os normativos em matéria de contratação pública
relativamente à execução dos projetos.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 12
Condições de Acesso
Projetos Individuais
Cumprir o seguinte rácio que afere o contributo do projeto para uma maior orientação para os
mercados externos:
Intensidade das exportações = (Volume de negócios internacional
Volume de negócios total)
Pós−projeto
≥ 15%
Projeto Simplificado
Apresentar, à data de candidatura, pelo menos um trabalhador;
Apresentar apenas uma candidatura em cada tipo de despesa elegível para o Projeto
Simplificado (as empresas constituídas há menos de um ano à data da candidatura,
não podem apresentar candidatura a mais do que um vale na mesma fase do
concurso).
Não ter projetos em fase de análise ou aprovados ao abrigo do SI ID&T, com exceção
das modalidades “Vale ID&T” e “Núcleos ID&T”, quando estiver em causa a área “ID&T
e transferência da tecnologia” e não ter projetos em fase de análise ou aprovados ao
abrigo do SI Inovação e do SI Qualificação de PME, com exceção do “Vale Inovação” e
dos “Projetos Conjuntos – Outras Tipologias”, independentemente destes estarem ou
não encerrados.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 13
1.2. Sistema de Incentivos à Inovação
Âmbito
O Sistema de Incentivos à Inovação apoia projetos de investimento de inovação produtiva,
promovido por empresas de qualquer natureza e sob qualquer forma jurídica.
Modalidades e Objetivos
Modalidades Objetivos
Inovação Produtiva
Promover a Inovação no tecido empresarial, pela
via da produção de novos bens, serviços e
processos que suportem a sua progressão na
cadeia de valor e o reforço da sua orientação para
os mercados internacionais;
Promover o empreendedorismo qualificado;
Investimento estruturante em novas áreas com
potencial de crescimento.
Empreendedorismo
Qualificado
Tipologias de Projetos a Apoiar
Inovação Produtiva
Produção de novos bens e serviços ou melhorias significativas da produção atual
através da transferência e aplicação de conhecimento;
Adoção de novos, ou significativamente melhorados, processos ou métodos de fabrico,
de logística e distribuição, bem como métodos organizacionais ou de marketing.
No setor do Turismo:
Criação de empreendimentos, equipamentos ou serviços inovadores que demonstrem
um elevado perfil diferenciador face à oferta turística existente e requalificação de
empreendimentos, equipamentos ou serviços que, por via da introdução de fatores de
inovação, permitam a obtenção de vantagens competitivas e da qualificação da oferta
turística existente no território.
Empreendedorismo Qualificado
Criação de empresas ou projetos de empresas nascentes (até 3 anos), classificadas
como PME, dotadas de recursos qualificados ou que desenvolvam atividades em
setores com fortes dinâmicas de crescimento, incluindo as resultantes do
empreendedorismo feminino ou do empreendedorismo jovem.
No setor do Turismo:
Projetos de empreendimentos turísticos resultantes da recuperação ou adaptação de
património classificado ou inseridos em quintas produtoras de vinho e atividades
Legislação Aplicável
Portaria n.º 1464/2007, de
15/11/2007
Portaria n.º 353-C/2009,
de 03/04/2009
Portaria n.º 1103/2010, de
25/10/2010
Portaria n.º 274/2012, de
06/09/2012
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 14
desportivas, de diversão e recreativas de interesse para o turismo que visem a
divulgação do património natural e cultural, de lazer ou de negócios, para
desenvolvimento dos Produtos Turísticos Estratégicos (PENT).
Principais Condições de Elegibilidade do Promotor
Encontrar-se legalmente constituído;
Cumprir as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade (*);
Possuir a situação regularizada face à administração fiscal, à segurança social e às
entidades pagadoras dos incentivos (*);
Dispor de contabilidade organizada nos termos da legislação aplicável;
Apresentar uma situação económico-financeira equilibrada através do cumprimento de
um rácio de autonomia financeira não inferior a 20% no caso das grandes empresas e
15% no caso das PME (*).
(*) Aferidas à data de celebração do contrato de incentivos.
Condições de Elegibilidade do Projeto
Ter início, em termos de execução física, em momento posterior à data da candidatura,
à exceção dos adiantamentos para sinalização, relacionados com o projeto, até ao
valor de 50 % do custo de cada aquisição, e das despesas relativas aos estudos
prévios, desde que realizados há menos de um ano;
Demonstrar que se encontram asseguradas as fontes de financiamento, incluindo o
financiamento por capitais próprios de pelo menos 25% dos custos elegíveis, com
recursos próprios ou alheios, que não incluam qualquer financiamento estatal;
No que respeita aos projetos de arquitetura ou às memórias descritivas do
investimento, quando exigíveis legalmente, encontrarem-se previamente aprovados;
Ser declarado de interesse para o turismo, nos casos aplicáveis;
Ter uma duração máxima de execução de dois anos, exceto em casos devidamente
justificados;
Corresponder a uma despesa mínima elegível de EUR 150.000,00;
Apresentar viabilidade económico-financeira e contribuir para a melhoria da
competitividade da empresa promotora;
Iniciar a execução do projeto nos nove meses seguintes à comunicação de decisão de
financiamento.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 15
Despesas Elegíveis
Aquisição de máquinas e equipamentos diretamente relacionados com as áreas da
gestão, da produção, da comercialização e marketing, das comunicações, da logística,
do design, da qualidade, da segurança e saúde, do controlo laboratorial, da eficiência
energética e do ambiente;
Aquisição de equipamento informático e software standard e específico relacionado
com o desenvolvimento do projeto;
Ativo intangível, constituído por transferência de tecnologia através da aquisição de
direitos de patentes, licenças, “saber-fazer” ou conhecimentos técnicos não protegidos
por patente;
Instalação de sistemas energéticos para consumo próprio;
Despesas com a intervenção de técnicos oficiais de contas ou revisores oficiais de
contas;
Estudos, diagnósticos, auditorias e planos de marketing e projetos de
arquitetura e engenharia associados ao projeto de investimento;
Investimentos na área de eficiência energética e energias renováveis;
Despesas relacionadas com a promoção internacional que se enquadrem no âmbito
de ações de prospeção e presença em mercados externos e ações de promoção e
marketing internacional, designadamente, alugueres de equipamentos e espaço de
exposição, contratação de serviços especializados, deslocações e alojamento e
aquisição de informação e documentação específica;
Despesas associadas a investimentos de conciliação da vida profissional com a
vida familiar e pessoal, bem como os custos associados a implementação de Planos
de Igualdade;
Despesas inerentes à certificação de sistemas, produtos e serviços,
nomeadamente, despesas com a entidade certificadora, assistência técnica específica,
ensaios e dispositivos de medição e monitorização, calibrações;
Despesas inerentes à implementação de sistemas de gestão pela qualidade total e à
participação em prémios nacionais e internacionais;
Pedidos de direitos de propriedade Industrial; Criação e desenvolvimento de marcas,
insígnias e coleções próprias; Registo de domínios e fees associados a plataformas
eletrónicas;
Implementação de sistemas de planeamento e controlo, obtenção do rótolo
ecológico e à certificação e marcação de produtos;
Despesas com formação de recursos humanos.
Para projetos do setor do Turismo são elegíveis ainda as seguintes despesas:
Construção de edifícios, obras de remodelação e outras construções;
Aquisição de material circulante, desde que configurem em si mesmo
empreendimentos ou atividades de animação declarados de interesse para o turismo.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 16
De salientar que:
Os projetos de criação de empresas com despesa elegível prevista inferior a 1,5
milhões de euros não têm enquadramento nos projetos de inovação produtiva mas de
empreendedorismo qualificado;
As despesas elegíveis em formação de recursos humanos não poderão representar
mais de 30% das despesas elegíveis totais do projeto;
As despesas com a construção de edifícios, obras de remodelação e outras obras e
construção, apenas são elegíveis nos projetos do setor do turismo, estando limitadas a
um máximo de 60% das despesas totais do projeto;
As despesas relacionadas com a instalação de sistemas energéticos de produção e
energia produzida se destine à venda total ou parcial à rede pública não são elegíveis.
Limite de Despesa Elegível
Empreendedorismo Qualificado Inovação Produtiva
Máximo 1.500.000 € 25.000.000 €
Mínimo 50.000 € 150.000 €
Despesas Não Elegíveis
Transações entre entidades participantes nos projetos;
Despesas de funcionamento;
Despesas referentes a investimentos diretos no estrangeiro que visem a aquisição ou
constituição de sociedades ligadas à criação ou funcionamento de redes de distribuição
no exterior.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 17
Natureza e Taxas de Incentivo
Natureza e Taxas de Incentivo
Taxa Base 45%
Majorações
Pequena Empresa: + 20%
Média Empresa: + 10%
Empreendedorismo Feminino ou Jovem: + 10%
Não Reembolsável Referente a despesas com formação
N
atu
reza
Reembolsável
(sem juros)
Novas unidades de produção com despesa elegível ≥
2.500.000€: 7 anos com 3 carência;
Remodelação de Estabelecimentos Hoteleiros, Criação
de Turismo no Espaço Rural e Turismo de Habitação:
7 anos com 3 de carência;
Construção ou instalação de novos Estabelecimentos
Hoteleiros: 10 anos com 3 de carência;
Restantes investimentos: 6 anos com 3 de
carência.
Convertível em incentivo Não Reembolsável até 75%, em
função de:
Execução física/temporal (35%);
Avaliação do desempenho do projeto (65%).
Majoração “Empreendedorismo Feminino ou Jovem”
Majoração “Empreendedorismo Feminino” será dada aos projetos liderados por mulheres
que cumpram as seguintes condições:
a) Detenham, direta ou indiretamente, uma participação igual ou superior a 50% no
capital social, durante dois anos;
b) A empreendedora desempenha funções executivas na empresa e mantém-nas, pelo
menos, até dois anos após a conclusão do projeto.
Majoração “Empreendedorismo Jovem” depende do preenchimento pelo jovem
empreendedor das seguintes condições:
a) Ter uma idade compreendida entre os 18 e os 35 anos;
b) Deter, direta ou indiretamente, uma participação igual ou superior a 50% no capital
social, durante dois anos;
c) Desempenhar funções executivas na empresa e mantê-las, pelo menos, até dois anos
após a conclusão do projeto.
Para efeitos de atribuição da Majoração Empreendedorismo Feminino ou Jovem consideram-se
cumpridas as condições acima referidas se os limites de participação no capital, bem como o
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 18
desempenho das funções executivas na empresa, forem garantidos por um conjunto máximo de
3 empreendedoras ou jovens, respetivamente.
Obrigações do Promotor
Publicitar os apoios concedidos nos termos da respetiva regulamentação específica;
Executar o projeto nos termos e prazos constantes do processo de candidatura e nos
termos em que foi aprovado;
Cumprir atempadamente as obrigações legais a que se encontre vinculado,
designadamente as fiscais e para com a segurança social e a entidade pagadora do
incentivo;
Comunicar ao organismo competente qualquer alteração ou ocorrência relevante que
ponha em causa os pressupostos relativos à aprovação do projeto;
Manter as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade,
nomeadamente em matéria de licenciamento;
Manter a contabilidade organizada de acordo com o SNC ou outra regulamentação
aplicável;
Não afetar a outras finalidades, nem locar, alienar ou por qualquer modo onerar, no
todo ou em parte, os bens e os serviços adquiridos no âmbito do projeto, durante a
vigência do presente contrato, sem prévia autorização da entidade competente para a
decisão;
Criar um sistema contabilístico separado ou um código contabilístico adequado para
todas as transações relacionadas com o projeto;
Manter afetos à respetiva atividade os ativos respeitantes ao investimento apoiado,
bem como a localização geográfica definida no projeto, durante o período mínimo de
três anos após o encerramento do projeto;
Assegurar a manutenção dos pressupostos que determinaram a concessão da
declaração de interesse para o turismo, bem como o cumprimento das disposições
reguladoras da instalação e exploração do empreendimento comparticipado;
Cumprir todas as obrigações associadas ao investimento em formação profissional nos
termos previstos no Regulamento Específico dos Apoios à Formação Profissional.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 19
Condições de Acesso
Inovação Produtiva
Cumprir o seguinte rácio que afere o contributo do projeto para uma maior orientação
para os mercados externos:
Intensidade das exportações = (Volume de negócios internacional
Volume de negócios total)
Pós−projeto
≥ 30%
Promover a inovação no tecido empresarial, pela via da produção de novos bens e
serviços e processos que suportem a sua progressão na cadeia de valor.
Empreendedorismo Qualificado
Cumprir o seguinte rácio que afere o contributo do projeto para uma maior orientação
para os mercados externos:
Intensidade das exportações = (Volume de negócios internacional
Volume de negócios total)
Pós−projeto
≥ 15%
Contribuir para o aumento da qualificação dos recursos humanos, fixando-se um limite
mínimo de 10% no caso das empresas de micro e pequena dimensão e de 15% no
caso das empresas de média dimensão, para o peso, no pós-projeto, dos trabalhadores
com nível de qualificação igual ou superior a VI;
i) Posicionar-se em setores de alta/média tecnologia ou de forte intensidade de conhecimento ou
prestar serviços qualificados com valor acrescentado em atividades turísticas, ou ii) Criar
empresas com potencial de crescimento, que valorizem a aplicação de resultados de anteriores
projetos de I&DT na produção de novos bens ou serviços.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 20
1.3. Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico
Âmbito
O Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico nas Empresas (SI I&DT)
visa a intensificação do esforço empresarial nacional de investigação e desenvolvimento
tecnológico e a criação de novos conhecimentos com vista ao aumento da competitividade das
empresas.
Objetivos
Intensificar o esforço de I&DT e a criação de novos conhecimentos;
Promover a articulação entre as empresas e as entidades do SCT.
Tipologias de Projetos a Apoiar
I&DT Empresas - Projetos que envolvam atividades de investigação industrial e/ou de
desenvolvimento experimental, conducentes à criação de novos produtos, processos ou sistemas
ou à introdução de melhorias significativas em produtos, processos ou sistemas existentes, de
acordo com as seguintes modalidades:
Projetos Individuais - Projetos realizados por uma empresa;
Projetos em Copromoção - Projetos realizados em parceria entre empresas ou entre
estas e entidades do SCT, sendo esta parceria formalizada através de um contrato de
consórcio e coordenada por uma empresa;
Projetos Mobilizadores - Projetos mobilizadores de capacidades e competências
científicas e tecnológicas, com elevado conteúdo tecnológico e de inovação e com
impactes significativos a nível multissetorial, regional, cluster, pólo de competitividade
e tecnologia ou da consolidação das cadeias de valor de determinados setores de
atividade e da introdução de novas competências em áreas estratégicas de
conhecimento, realizados em copromoção entre estas e entidades do SCT;
Vale I&DT – Concedido a PME para aquisição de serviços de I&DT a entidades do SCT
qualificadas para o efeito.
I&DT Coletiva - Projetos promovidos por associações empresariais que resultam da
identificação de problemas e necessidades de I&DT partilhados por um conjunto significativo de
empresas, designadamente ao nível de um determinado setor, cluster, pólo de competitividade e
tecnologia ou região, sendo os resultados largamente disseminados pelas empresas dos
agregados em causa.
Capacitação e Reforço de Competências Internas de I&DT
Núcleos de I&DT - Projetos promovidos por PME, visando desenvolver na empresa de
forma sustentada competências internas de I&DT e de gestão da inovação, através de
unidades estruturadas com características de permanência e dedicadas exclusivamente
a atividades de I&DT;
Centros de I&DT - Promovidos por empresas que já desenvolvem de forma contínua e
estruturada atividades de I&DT, visando o aumento do esforço de I&DT para além das
linhas de investigação quotidianas normais da empresa.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 1462/2007, de
15/11/2007, alterada pela
Portaria n.º 711/2008, de
31/07/2008
Portaria n.º 353-B/2009,
de 03/04/2009
Portaria n.º 1102/2010, de
25/10/2010, alterada pela
portaria n.º 274/2012, de
06/09/2012
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 21
Valorização de I&DT - Projetos Demonstradores promovidos por empresas que, partindo de
atividades de I&D concluídas com sucesso, visam a demonstração tecnológica e a divulgação de
novas tecnologias sob a forma de novos produtos, processos ou serviços inovadores, no sentido
de evidenciar, perante um público especializado e em situação real, as vantagens económicas e
técnicas das novas soluções que se pretendem difundir.
Condições de Elegibilidade do Promotor
Encontrar-se legalmente constituído;
Cumprir as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade;
Possuir a situação regularizada face à administração fiscal, à segurança social e às
entidades pagadoras dos incentivos;
Possuir ou assegurar os recursos humanos e físicos necessários ao desenvolvimento do
projeto;
Dispor de contabilidade organizada nos termos da legislação aplicável;
Apresentar uma situação económico-financeira equilibrada com um rácio de
autonomia financeira não inferior a 15% e, no caso de entidades privadas do SCT e
associações empresariais, apresentarem situação líquida positiva ou, tratando-se de
projetos de elevada intensidade tecnológica, demonstrar ter capacidade de
financiamento do projeto;
Designar um responsável técnico do projeto que, no caso de projetos em copromoção e
projetos mobilizadores, será um representante da entidade líder do projeto;
Os promotores devem demonstrar possuir as necessárias competências científicas,
técnicas, financeiras e de gestão indispensáveis ao projeto ou, no caso dos projetos de
ID&T coletiva, competências de gestão, e relativamente aos projetos em copromoção
e mobilizadores, envolver pelo menos uma empresa que se proponha integrar os
resultados do projeto na sua atividade económica e ou estrutura produtiva.
No caso de projetos de Núcleos de I&DT e do Vale I&DT, o promotor deve ainda cumprir os
critérios de pequena e média empresa (PME).
No caso de projetos do Vale I&DT, o promotor não pode ter projetos aprovados noutras
tipologias de projetos do SI I&DT, com exceção da capacitação e reforço de competências
internas de I&DT.
Condições de Elegibilidade do Projeto
Ter início, em termos de execução física, em momento posterior à data da candidatura
ou da decisão de concessão de incentivos, respeitando o normativo aplicável(*);
Apresentar viabilidade económico-financeira e, quando aplicável, ser financiado
adequadamente por capitais próprios(*);
Manter afetos à respetiva atividade os ativos respeitantes ao investimento apoiado,
bem como a localização geográfica definida no projeto, durante o período de vigência
do contrato de incentivos, no mínimo, durante cinco anos após o encerramento do
projeto, no caso de empresa não PME e, no mínimo, durante três anos, no caso de
PME(*);
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 22
Não incluir despesas anteriores à data da candidatura, à exceção dos adiantamentos
para sinalização, relacionados com o projeto, até ao valor de 50 % do custo de cada
aquisição, e das despesas relativas aos estudos prévios, desde que realizados há
menos de um ano;
Com exceção dos núcleos e centros de ID&T, ter caráter inovador e incorporar
desenvolvimentos técnicos ou tecnológicos significativos ou, no caso de projetos
demonstradores, ter caráter inovador alicerçado em atividades nacionais de ID&T
concluídas com sucesso;
Com exceção dos Núcleos e Centros de ID&T, envolver recursos humanos qualificados
cujos curriculum garantam a sua adequada execução;
Demonstrar que se encontram asseguradas as fontes de financiamento do projeto;
Corresponder a um mínimo de despesas elegíveis de EUR 100.000,00 por projeto,
sendo que no caso de projetos mobilizadores nenhuma das empresas promotoras pode
ter um montante de despesas elegíveis inferior a EUR 40.000,00;
Ter uma duração máxima de execução de dois anos no caso de projetos individuais de
ID&T empresas e de projetos de capacitação e reforço de competências internas de
ID&T, de 18 meses no caso de projetos demonstradores e de três anos nas restantes
situações;
Iniciar a execução do projeto nos nove meses seguintes à comunicação da decisão de
financiamento.
Os projetos de I&DT empresas em co -promoção e os projetos mobilizadores devem verificar
ainda as seguintes condições:
a) Identificar como entidade líder do projeto a empresa que assegura a incorporação na
sua atividade da parcela mais significativa do investimento;
b) Apresentar um contrato de consórcio celebrado nos termos legais.
Os projetos de Núcleos de I&DT devem verificar ainda as seguintes condições:
a) O núcleo a apoiar deve estar integrado na política de inovação da empresa e
apresentar um plano de atividades de I&DT para execução num horizonte de três anos;
b) O núcleo a apoiar deve possuir até à data de conclusão do projeto um sistema de
gestão da investigação, desenvolvimento e inovação certificado segundo a NP
4457:2007
Os projetos de Centros de I&DT devem verificar ainda as seguintes condições:
a) O centro a apoiar deve estar integrado na política de inovação da empresa e
apresentar um programa estratégico reportado a um horizonte temporal mínimo de
três anos, com explicitação de objetivos e metas quantificadas finais e intercalares,
incluindo, nomeadamente:
a. Contratação de recursos humanos qualificados para I&DT;
b. Investimentos em equipamentos e outros meios de I&DT;
c. Projetos a desenvolver no âmbito do 7.º Programa Quadro de I&D;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 23
d. Aquisição de tecnologia e serviços às entidades do SCT;
e. Crescimento do investimento em atividades de I&D intramuros;
f. Indicadores de resultado: patentes registadas e valorizadas, indicadores de
performance económica, novos produtos ou processos, criação de novas
empresas;
b) O centro a apoiar deve possuir até à data de conclusão do projeto:
a. Pelo menos cinco técnicos em equivalente a tempo integral (ETI) com, pelo
menos, um doutorado, dedicados a atividades de I&D;
b. Um sistema de gestão da investigação, desenvolvimento e inovação
certificado segundo a NP 4457:2007.
No caso do Vale I&DT, além das condições acima identificadas com (*), deve ainda cumprir os
seguintes requisitos:
a) Incluir apenas despesas relativas à contratação de serviços de I&DT posteriores à data
da candidatura;
b) As questões de investigação a responder pela entidade qualificada do SCT têm de
traduzir -se na melhoria de produtos, processos ou serviços e não corresponder a
projeto de investigação em curso na entidade do SCT selecionada;
c) Ter uma duração máxima de execução de um ano;
d) Corresponder a uma despesa elegível mínima de € 5000.
Os projetos de I&DT coletiva devem ainda verificar as seguintes condições:
a) Demonstrar o interesse para um número representativo de empresas do setor, cluster,
pólo de competitividade e tecnologia ou região em causa;
b) Comprovar a competência técnica das entidades responsáveis pelo trabalho de I&DT do
projeto;
c) Prever um adequado nível de disseminação e transferência dos resultados do projeto
para as empresas referidas na alínea a).
Os projetos demonstradores têm de prever a demonstração em situação real da utilização ou
aplicação do produto, processo ou sistema alvo do projeto e um adequado nível de divulgação
junto de empresas potencialmente interessadas na aplicação das soluções tecnológicas que
constituam seus resultados, bem como de outros potenciais interessados na tecnologia a
demonstrar.
Despesas Elegíveis
No caso de projetos de I&DT empresas, com exceção do Vale I&DT, e projetos demonstradores,
consideram -se elegíveis as seguintes despesas:
Despesas com pessoal técnico do promotor dedicado a atividades de I&DT,
incluindo bolseiros contratados pelo promotor com bolsa integralmente suportada por
este;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 24
Aquisição de patentes a fontes externas ou por estas licenciadas, a preços de
mercado, e que se traduzam na sua efetiva endogeneização;
Matérias-primas e componentes necessárias para a construção de instalações piloto
e/ou de demonstração e para a construção de protótipos;
Aquisição de serviços a terceiros, incluindo assistência técnica, científica e
consultoria;
Aquisição de instrumentos e equipamento científico e técnico imprescindível ao
projeto (*);
Aquisição de software específico para o projeto (*);
Despesas associadas à formulação de pedidos de patentes, modelos de utilidade e
desenhos ou modelos nacionais, no estrangeiro pela via direta nas administrações
nacionais, comunitários, europeus e internacionais, designadamente taxas, pesquisas
ao estado da técnica e honorários de consultoria em matéria de propriedade industrial;
Despesas com a promoção e divulgação dos resultados de projetos de inovação de
produto ou de processo com aplicação comercial junto do setor utilizador final ou de
empresas alvo, incluindo a inscrição e aluguer de espaços em feiras nacionais ou no
estrangeiro, excluindo despesas correntes e/ou com fins de natureza comercial;
Viagens e estadas no estrangeiro diretamente imputáveis ao projeto e
comprovadamente necessárias à sua realização, excluindo deslocações para contactos
e outros fins de natureza comercial;
Despesas com o processo de certificação do Sistema de Gestão da Investigação,
Desenvolvimento e Inovação;
Despesas com a intervenção de técnicos oficiais de contas ou revisores oficiais de
contas;
Imputação de custos indiretos, calculados de acordo com metodologia a definir pelos
órgãos de gestão.
(*) Apenas é elegível o valor das amortizações correspondentes à imputação durante o período
da sua utilização no projeto.
No caso do Vale I&DT, apenas são elegíveis despesas de investigação contratual referentes à
aquisição de serviços a terceiros, incluindo assistência técnica, científica e consultoria.
No caso de projetos de Núcleos e Centros de I&DT, apenas são elegíveis despesas em
equipamento científico e técnico afeto a atividades de I&D, incluindo licenças de software, bem
como as seguintes despesas:
a) Despesas com o processo de certificação do Sistema de Gestão da Investigação,
Desenvolvimento e Inovação;
b) Despesas com a intervenção de técnicos oficiais de contas ou revisores oficiais de
contas;
c) Adaptação de instalações quando imprescindíveis para a realização do projeto;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 25
d) No caso de núcleos de I&DT, despesas com a contratação de um máximo de três novos
quadros técnicos que ficarão dedicados em exclusividade a atividades de I&DT, com
nível de qualificação igual ou superior a VI por um período até 24 meses.
Para os projetos demonstradores são ainda elegíveis despesas com:
a) Adaptação de edifícios e instalações quando imprescindíveis para a realização do
projeto até ao limite de 20 % da despesa elegível do projeto;
b) Transporte, seguros, montagens e desmontagens de equipamentos e instalações
específicas do projeto;
c) Despesas inerentes à aplicação real no setor utilizador, até ao limite máximo de 15%
das despesas elegíveis do projeto;
d) Modelos computacionais dos protótipos com funções de simulação, quando adequados
à demonstração dos resultados.
No caso de projetos de I&DT coletiva, apenas são elegíveis as seguintes despesas:
a) Aquisição de patentes a fontes externas ou por estas licenciadas, a preços de mercado,
e que se traduzam na sua efetiva endogeneização por parte do promotor;
b) Aquisição de serviços a terceiros, incluindo assistência técnica, científica e consultoria;
c) Despesas associadas à formulação de pedidos de patentes, modelos de utilidade e
desenhos ou modelos nacionais, no estrangeiro pela via direta nas administrações
nacionais, comunitários, europeus e internacionais, designadamente taxas, pesquisas
ao estado da técnica e honorários de consultoria em matéria de propriedade industrial;
d) Despesas com a promoção e divulgação dos resultados de projetos de inovação de
produto ou de processo com aplicação comercial junto do setor utilizador final ou de
empresas alvo, incluindo a inscrição e aluguer de espaços em feiras nacionais ou no
estrangeiro, excluindo despesas correntes e ou com fins de natureza comercial;
e) Viagens e estadas no estrangeiro diretamente imputáveis ao projeto e
comprovadamente necessárias à sua realização, excluindo deslocações para contactos
e outros fins de natureza comercial;
f) Despesas com a intervenção de técnicos oficiais de contas ou revisores oficiais de
contas;
g) Imputação de custos indiretos, calculados de acordo com metodologia a definir pelos
órgãos de gestão.
No caso de investimentos realizados por entidades do SCT e relativamente a cada promotor, as
despesas com a aquisição de instrumentos e equipamento científico e técnico imprescindível ao
projeto e que fiquem afetos em exclusividade à sua realização durante o período de execução do
projeto não podem exceder 20 % das correspondentes despesas elegíveis.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 26
Despesas Não Elegíveis
Não são elegíveis despesas relacionadas com as transações entre entidades participantes nos
projetos.
Taxas de Incentivo
Taxas de Incentivo
Projetos individuais, em copromoção e mobilizadores, e projetos demonstradores
Taxa Base 25%
Majorações
Investigação Industrial – 25%
Médias Empresas – 10%
Pequenas Empresas – 20%
Cooperação entre empresas; ou Cooperação
entre entidades do SCT; ou Divulgação ampla
dos resultados – 15%
Núcleos e Centros I&DT
Pequenas Empresas – 50%
Médias Empresas – 40%
Não PMEs – 30%
Projetos Vale I&DT
Taxa Máxima – 75%
Projetos I&DT coletiva
Taxa Máxima – 70%
Projetos I&DT em copromoção e projetos mobilizadores
A taxa de incentivo das entidades do SCT é calculada em função da média ponderada das
taxas de incentivo aplicadas a cada uma das empresas promotoras ou de 75% quando a
cooperação não implique auxílios de Estado indiretos aos parceiros empresariais e esta
percentagem for superior à taxa média referida acima, devendo para tal estar preenchida
uma das seguintes condições:
a) Os resultados que não dão origem a direitos de propriedade intelectual podem ser
amplamente divulgados e a entidade do SCT é titular de todos os direitos de
propriedade intelectual sobre os resultados de I&DT decorrentes da sua atividade
no projeto;
b) A entidade do SCT recebe das empresas co-promotoras uma compensação
equivalente ao preço de mercado pelos direitos de propriedade intelectual que
resultam da sua atividade no projeto e que são transferidos para as empresas; a
contribuição das empresas co-promotoras para o investimento do projeto realizado
pela entidade do SCT será deduzida dessa compensação.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 27
Natureza do Incentivo
Tipologias de Projetos Natureza dos Incentivos Limite Máximo
Núcleos de I&DT Não Reembolsável EUR 500.000
Centros de I&DT Não Reembolsável EUR 1.000.000
Vale I&DT Não Reembolsável EUR 25.000
Outros projetos I&DT
Empresas, com
beneficiários empresas,
com incentivo inferior ou
igual a EUR 1.000.000
Não Reembolsável
Outros projetos I&DT
Empresas, com
beneficiários empresas,
com incentivo superior a
EUR 1.000.000
Não reembolsável até ao montante de EUR 1.000.000. O
montante do incentivo que exceder este limite assumirá a
modalidade de incentivo não reembolsável em 75% e de
incentivo reembolsável (*) em 25%. Esta última parcela será
incorporada no incentivo não reembolsável sempre que o seu
valor seja inferior a EUR 50.000
Outros projetos I&DT
Empresas, com
beneficiários entidades do
SCT
Não Reembolsável EUR 1.000.000 para projetos
inseridos no POFC e EUR
500.000 para projetos
enquadrados nos PO regionais
I&DT Coletiva Não Reembolsável
Projetos demonstradores,
com incentivo ≤ -EUR
750.000
Não Reembolsável
Projetos demonstradores,
com incentivo > EUR
750.000
Não reembolsável até ao montante de EUR 750.000. O
montante do incentivo que exceder este limite assumirá a
modalidade de incentivo reembolsável (*) em 25%. Esta última
parcela será incorporada no incentivo não reembolsável sempre
que o seu valor seja inferior a EUR 50.000
(*) O incentivo reembolsável deverá obedecer às seguintes condições:
a) Sem pagamento de juros ou outros encargos;
b) O prazo de financiamento considerado é de sete anos, com o período de carência de
capital de três anos;
c) As amortizações são efetuadas em prestações semestrais, iguais e sucessivas.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 28
Obrigações do Promotor
Executar o projeto nos termos e prazos fixados no contrato;
Demonstrar o cumprimento das obrigações legais, designadamente as fiscais e para
com a segurança social;
Disponibilizar, nos prazos estabelecidos, os elementos que lhe forem solicitados pelas
entidades com competências para o acompanhamento, avaliação de resultados e
impactes, controlo e auditoria;
Comunicar ao organismo intermédio as alterações ou ocorrências relevantes que
ponham em causa os pressupostos relativos à aprovação do projeto;
Manter as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade;
Manter a situação regularizada perante a entidade pagadora do incentivo;
Manter a contabilidade organizada de acordo com a regulamentação aplicável;
Manter na entidade beneficiária, devidamente organizado em dossier, todos os
documentos suscetíveis de comprovar as informações, declarações prestadas no
âmbito do projeto e de fundamentar as opções de investimentos apresentadas, bem
como todos os documentos comprovativos da realização das despesas de investimento.
Este dossier tem de ser mantido até três anos após a data de encerramento do
respetivo programa financiador, podendo os contratos de concessão de incentivos
definir períodos superiores;
Quando aplicável, cumprir os normativos em matéria de contratação pública
relativamente à execução dos projetos;
Publicitar os apoios atribuídos nos termos da regulamentação e regras aplicáveis.
Condições de Acesso
Projetos em Copromoção
A empresa líder deve assegurar pelo menos 30% do investimento elegível do projeto;
Projetos realizados em regiões Convergência (Norte, Centro e Alentejo) com
investimentos de entidades do SCT localizadas em regiões fora da Convergência
(Lisboa e Algarve) apenas serão elegíveis se eventuais direitos de propriedade
industrial e/ou intelectual resultantes do projeto forem detidos pelas empresas e/ou
entidades do SCTN com investimentos realizados nas regiões Convergência.
Núcleos de I&DT
Não ter, à data de candidatura, núcleos ou equipas de I&DT com caráter de permanência.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 29
1.4. Sistema de Apoio Local a Microempresas
O Sistema de Apoio Local a Microempresas (SIALM) tem o objetivo de apoiar exclusivamente as
microempresas já existentes, situadas em territórios de baixa densidade com problemas de
interioridade, enquanto territórios com menores oportunidades de desenvolvimento. O SIALM
apoia, de forma integrada, a realização de investimento e a criação líquida de postos de trabalho
nesses territórios.
Destinatários
Para se candidatarem ao SIALM, as empresas devem ter o estatuto de microempresas, ou seja,
devem ter menos de 10 trabalhadores e um volume de negócios anual ou balanço total anual
que não exceda os dois milhões de euros.
As empresas devem ainda abranger uma das seguintes atividades económicas:
Indústria;
Energia;
Comércio;
Turismo;
Transportes e Logística;
Serviços;
Despesas Elegíveis
São consideradas elegíveis Todas as despesas de investimento necessárias à realização do
projeto de investimento, incluindo as despesas relativas à contratação de um Revisor Oficial de
Contas ou Técnico Oficial de Contas e as obras de adaptação que se considerem necessárias no
âmbito do projeto.
Excluem-se os seguintes tipos de despesas:
Aquisição de terrenos;
Compra ou construção de edifícios;
Trespasses e direitos de utilização de espaços;
Aquisição de veículos automóveis e outro material aeronáutico;
Aquisição de bens em estado de uso;
Juros durante o período de realização do investimento;
Trabalhos da empresa para ela própria.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 68 de 15 de
fevereiro
Resolução do Conselho de
Ministros n.º 7/2013, de 6
de dezembro de 2012.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 30
Incentivos
Subsídio não reembolsável de 50% das despesas de investimento que foram
consideradas elegíveis para a realização do projeto (não contempla despesa com a
contratação de novos trabalhadores);
Subsídio até dois postos de trabalho, num montante fixo por posto de trabalho que
corresponde ao valor do Indexante de Apoios Sociais (IAS) € 419,221 multiplicado por:
12, no caso de trabalhadores sem ensino secundário completo;
1,25 x 12, para trabalhadores com ensino secundário completo ou ensino
pós-secundário completo;
1,65 x 12, para trabalhadores com licenciatura ou mestrado.
No caso dos postos de trabalho serem preenchidos por jovens, entre os 18 e os 30 anos,
desempregados ou à procura do primeiro emprego (inscritos no centro de emprego há pelo
menos 4 meses), os financiamentos terão uma majoração de 50%.
Condições de Acesso dos Projetos
Os projetos candidatos a este sistema de incentivos deverão satisfazer as seguintes condições:
Apresentar um valor de investimento elegível inferior a 5.000 euros quando localizados
nos concelhos e freguesias elegíveis no âmbito do n.º 1 do Anexo A da Portaria n.º
68/2013, de 15 de fevereiro;
Apresentar um valor de investimento elegível igual ou superior a 5 000 euros mas
inferior a 25.000 euros, localizados nos concelhos e freguesias elegíveis no âmbito do
n.º 2 do Anexo A da Portaria n.º 68/2013, de 15 de fevereiro;
Não estarem iniciados à data de apresentação da candidatura;
Disporem de financiamento adequado à sua concretização;
Apresentarem viabilidade económico-financeira devendo demonstrar que no pós-
projeto atingem uma autonomia financeira igual ou superior a 0,15;
Comprometerem-se a manter afetos à respetiva atividade os ativos respeitantes ao
investimento apoiado, assim como a localização geográfica prevista, durante o período
de vigência do contrato de concessão de incentivos e, no mínimo, durante três anos
após a conclusão dos mesmos;
Os projetos devem ainda conduzir à criação líquida de posto(s) de trabalho (os sócios e
gerentes, assim como trabalhadores de outras empresas do grupo, não são
contabilizados para efeitos de cálculo da criação líquida de postos de trabalho);
A duração máxima do projeto - investimento e criação dos postos de trabalho – é de
18 meses, contados a partir da data de início da sua realização que é a data da
realização da primeira despesa ou da primeira contratação. A data de conclusão é a
data da apresentação do pedido de pagamento final.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 31
Complementaridade
As empresas que tenham projetos aprovados no âmbito do SIALM podem ainda aceder a uma
linha de crédito INVESTE QREN, para financiar a parte do seu investimento não comparticipado
pelo SIALM. Esta linha de financiamento foi negociada com a banca com as seguintes condições
mais favoráveis:
Empréstimos de médio e longo prazo, até 8 anos com 2 anos de carência de capital;
Amortizações constantes, trimestrais e postecipadas;
Taxa de juro de 4,369 % a 4,969%;
Garantia mútua destinada a garantir 50% do capital em dívida.
Esta linha de crédito está disponível aos balcões dos bancos aderentes:
CGD – Caixa Geral de Depósitos;
BES – Banco Espírito Santo;
Banco BPI;
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo;
Montepio Geral;
Deutsche Bank;
Banco Invest;
Banco Espírito Santo dos Açores;
BANIF.
Estas informações estão também disponíveis na Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 32
1.5. Comércio Investe
No âmbito do Fundo de Modernização do Comércio, foi criada a medida Comércio Investe, com
vista ao lançamento de uma nova fase de apoio à atividade comercial, diferenciando-se pela sua
simplicidade, modernização e o seu ajustamento ao contexto económico atual. A medida irá
focar os apoios em projetos com crescente conteúdo qualitativo, em detrimento de intervenções
de natureza infraestrutural.
São abrangidos pela presente medida os projetos de investimento promovidos por empresas ou
por associações empresariais destinados à promoção da inovação de processo, organizacional e
de marketing nas empresas do setor do comércio.
Tipologias de Investimento
Projetos Individuais de modernização comercial promovido por uma empresa, que
vise a modernização e valorização da oferta dos estabelecimentos abertos ao público
através da aposta na inovação e da utilização de formas avançadas de comercialização;
Projetos Conjuntos de modernização comercial promovido por uma associação
empresarial do comércio, que vise a valorização e dinamização da oferta comercial dos
espaços urbanos com características de elevada densidade comercial, centralidade,
multifuncionalidade e desenvolvimento económico e social.
Entidades Beneficiárias
Projetos Individuais – Micro e Pequenas Empresas;
Projetos Conjuntos – Micro e Pequenas Empresas aderentes ao projeto conjunto;
Estruturas associativas empresariais do setor do comércio promotoras dos projetos
conjuntos.
Natureza do Incentivo
O incentivo é de natureza Não Reembolsável nas duas tipologias de investimento,
correspondendo a 40% das despesas elegíveis nos projetos individuais, até um máximo de
35.000€; a 45% das despesas elegíveis para empresas com projetos conjuntos, até um máximo
de 20.000€ por cada empresa aderente; e a 70% das despesas elegíveis para as associações,
não podendo ultrapassar o valor médio de 6.000€ por cada empresa aderente.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 236/2013 de
24 de julho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 33
Despesas Elegíveis e Incentivos a Conceder
Despesas Elegíveis Projetos
Individuais
Projetos
Conjuntos
Aquisição de equipamentos e software para
suporte à atividade comercial x x
Aquisição de equipamentos e mobiliário que se
destinem a áreas de venda ao público x x
Aquisição de equipamentos, software e conceção
de conteúdos destinados à criação ou dinamização
da presença na internet x x
Despesas com assistência técnica específica Até 1.500€ Até 1.500€/
empresa
Despesas inerentes à certificação de sistemas,
produtos e serviços x x
Despesas com a criação e proteção da Propriedade
Industrial x x
Requalificação da fachada, remodelação da área
de venda ao público e aquisição de toldos ou
reclamos Até 10.000€
Até 10.000€/
empresa
Estudos, diagnósticos, conceção de imagem,
projetos de arquitetura e das especialidades e
processo de candidatura Até 1.500€
Até 1.500€/
empresa
Intervenção de TOC ou ROC Até 500€
Aquisição de equipamentos, software e serviços,
relativos a ações que visem a dinamização e
promoção do centro urbano e a criação de serviços
conjuntos de suporte aos potenciais clientes
Até 5.000€/
empresa
Custos da associação com a gestão do projeto Até 1.000€/
empresa
Majorações
Projetos Individuais – Prémio de boa execução do projeto, correspondente a uma
majoração de 10% do valor do incentivo apurado;
Projetos Conjuntos – Prémio de boa execução do projeto, correspondente a 10% do
valor do incentivo apurado para as empresas aderentes e uma majoração de 15% do
valor do incentivo apurado para as associações.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 34
Parte 2 – Incentivos Fiscais e Parafiscais
Conteúdo Parte 2 – Incentivos Fiscais
Sistema de Incentivos Fiscais de Investigação e Desenvolvimento Empresarial (SIFIDE II)
Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI)
Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI)
Benefícios Fiscais Contratuais ao Investimento Produtivo
Benefícios Fiscais com vista à Internacionalização
Incentivos Fiscais
2.1. Sistema de Incentivos Fiscais de Investigação e Desenvolvimento
Empresarial II (SIFIDE II)
Este sistema permite aos sujeitos passivos de IRC residentes em território nacional, deduzir à
coleta daquele imposto, e até à sua concorrência, o valor correspondente às despesas com
investigação e desenvolvimento (I&D) realizadas no período de tributação em causa, na parte
que não tenha sido objeto de comparticipação financeira do Estado a fundo perdido.
Beneficiários
Sujeitos passivos de IRC residentes em território português que exerçam, a título principal ou
não, uma atividade de natureza agrícola, industrial, comercial e de serviços e os não residentes
com estabelecimento estável nesse território, que preencham cumulativamente as seguintes
condições:
O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos;
Não sejam devedores ao Estado e à segurança social ou tenham o seu pagamento
devidamente assegurado.
Crédito Fiscal
Dedução à coleta e até à sua concorrência do valor correspondente às despesas com I&DT numa
dupla percentagem:
a) Taxa de base - 32,5% das despesas realizadas naquele período;
b) Taxa incremental (1) - 50% do acréscimo das despesas realizadas naquele período em
relação à média aritmética simples dos dois exercícios anteriores, até ao limite de
1.500.000,00 EUR.
(1) Acréscimo de 20% para as despesas relativas à contratação de doutorados passando o limite
máximo a ser de 1.800.000,00 EUR.
Legislação Aplicável
Lei n.º 55-A/2010, de 31
de dezembro, alterado
pela Lei n.º 64-B/2011, de
30 de dezembro, e pelo
Decreto -Lei n.º 82/2013,
de 17 de junho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 35
Para os sujeitos passivos de IRC que sejam PME, que ainda não completaram dois exercícios e
não beneficiaram da Taxa Incremental, aplica-se uma majoração de 15% à Taxa Base (47,5%).
A importância que não possa ser deduzida por insuficiência de coleta, pode sê-lo, nas mesmas
condições, nas liquidações dos 6 exercícios seguintes.
Despesas elegíveis
Aquisições de ativos fixos tangíveis, à exceção de edifícios e terrenos, desde que
criados ou adquiridos em estado novo na proporção da sua afetação à realização de
atividades de I&D;
Despesas com pessoal com habilitações literárias mínimas do nível 4 do Quadro
Nacional de Qualificações (QNQ), diretamente envolvido em tarefas de I&D; (1)
Despesas com a participação de dirigentes e quadros na gestão de instituições de I&D;
Despesas de funcionamento, até ao máximo de 55% das despesas com o pessoal com
habilitações literárias mínimas do nível 4 do QNQ, diretamente envolvido em tarefas de
I&D contabilizadas a título de remunerações, ordenados ou salários, respeitantes ao
exercício;
Despesas relativas à contratação de atividades de I&D junto de entidades públicas ou
beneficiárias do estatuto de utilidade pública ou de entidades com idoneidade em
matéria de investigação e desenvolvimento;
Participação no capital de instituições de I&D e contributos para fundos de
investimentos, públicos ou privados, destinados a financiar empresas dedicadas
sobretudo a I&D, incluindo o financiamento da valorização dos seus resultados;
Custos com registo e manutenção de patentes; (2)
Despesas com a aquisição de patentes que sejam predominantemente destinadas à
realização de atividades de I&D; (2)
Despesas com auditorias à I&D; (2)
Despesas com ações de demonstração que decorram de projetos de I&D apoiados.
(1) Para as grandes empresas apenas são dedutíveis em 90% do respetivo montante.
(2) Só são aplicáveis às micro, pequenas e médias empresas.
O período de vigência do SIFIDE II decorre entre 2013 e 2015.
As candidaturas devem ser apresentadas até ao final do mês de julho do ano seguinte ao do
exercício em causa.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 36
Exemplo Prático I
Uma empresa do setor dos moldes realizou atividades de investigação e desenvolvimento nos
anos de 2011 e 2012, tendo incorrido em despesas relevantes em I&D que totalizam, 23.000,00
EUR e 27.000,00 EUR, respetivamente, e incorreu nas seguintes despesas em 2013:
Aquisição de um equipamento de medição (taxa de amortização de 25%) totalmente
afeto a atividades de I&D: 5.000,00 EUR;
Pessoal afeto a estas atividades: 23.000,00 EUR, sendo que:
4.500,00 EUR correspondem a pessoal com nível de qualificação igual a 3;
5.500,00 EUR correspondem a pessoal com nível de qualificação igual a 4;
13.000,00 EUR correspondem a pessoal com nível de qualificação igual a 6.
Aquisição de matérias-primas: 4.500,00 EUR;
Contratação de ensaios: 1.000,00 EUR;
Gastos com eletricidade, seguros, comunicações: 2.500,00 EUR;
Registo de uma patente: 1.500,00 EUR;
As despesas a considerar no cálculo do crédito fiscal são:
Aquisição de equipamentos afetos a I&D: 1.250,00 EUR;
Pessoal com nível de qualificação igual a 4 e a 6: 18.500,00 EUR;
Registo de Patente: 1.500,00 EUR;
Despesas de funcionamento: 10.175,00 EUR (respeitando o limite dos 55% das
despesas com pessoal com nível igual ou superior a 4) (*)
Aplicando as regras do SIFIDE temos que:
Taxa base: 10.213,13 EUR (32,5% das despesas incorridas em 2013)
Taxa incremental: 3.212,50 EUR (50% do acréscimo das despesas realizadas em 2013
em relação à média dos dois exercícios anteriores).
Deste modo, este sujeito passivo obterá um crédito fiscal de 13.425,63 EUR a deduzir à coleta
de 2013 até à sua concorrência, sendo que, se não for possível deduzir a totalidade do crédito
fiscal, a Empresa poderá fazê-lo até ao sexto exercício seguinte.
(*) As despesas com pessoal com nível de qualificação inferior a 4 podem ser consideradas como
despesas de funcionamento.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 37
2.2. Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI)
O Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento é um mecanismo que pretende incentivar o
investimento das empresas entre junho e dezembro de 2013. O crédito fiscal implica que as
empresas que investirem até 5.000.000,00 EUR em Portugal terão direito a um crédito fiscal que
vai permitir deduzir à coleta de IRC 20% do montante investido, até ao limite de 70% da coleta
anual da empresa.
Beneficiários
Sujeitos passivos de IRC que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola e preencham, cumulativamente, as seguintes condições:
Disponham de contabilidade regularmente organizada;
O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos;
Tenham a situação fiscal e contributiva regularizada.
Condições de Aplicação do Crédito Fiscal
Os investimentos elegíveis devem ser efetuados entre 1 de junho de 2013 e 31 de
dezembro de 2013;
O valor máximo das despesas de investimento elegíveis é de 5.000.000,00 EUR por
sujeito passivo;
A dedução é efetuada na liquidação de IRC respeitante ao período de tributação que se
inicie em 2013, até à concorrência de 70% da coleta deste imposto;
O CFEI não é cumulável, relativamente às mesmas despesas de investimento, com
quaisquer outros benefícios fiscais da mesma natureza.
Existe a possibilidade de reporte nos 5 exercícios seguintes em caso de insuficiência de coleta.
Despesas Elegíveis
Despesas de investimento em ativos afetos à exploração – Despesas relativas a ativos
fixos tangíveis (e.g. máquinas e equipamentos diretamente relacionados com as áreas
da gestão, da produção, da qualidade, da segurança e saúde, do controlo laboratorial)
e ativos biológicos que não sejam consumíveis, adquiridos em estado de novo e que
entrem em funcionamento ou utilização até ao final do período de tributação que se
inicie em ou após 1 de janeiro de 2014;
Despesas com projetos de desenvolvimento;
Despesas com elementos da propriedade industrial – (e.g. patentes, marcas, alvarás,
processos de produção, modelos ou outros direitos assimilados, adquiridos a título
oneroso e cuja utilização exclusiva seja reconhecida por um período limitado de
tempo).
Legislação Aplicável
Lei n.º 49/2013 de 16 de
julho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 38
Exemplo Prático II
Uma empresa que em 2013 tenha uma matéria coletável de 250.000,00 EUR, se realizar um
investimento elegível, no valor de 220.000,00 EUR, poderá beneficiar de uma taxa geral de
tributação de IRC de 7,5% em 2013, nos termos seguintes:
Crédito de imposto de 20% do montante do investimento elegível, ou seja, 44.000,00
EUR;
Por referência a 2013, este crédito será dedutível até 70% da coleta, ou seja, até
43.750,00 EUR (70% de 62.500,00 EUR);
Deste modo, este sujeito passivo apenas pagará 18.750,00 EUR de IRC em 2013, o
que corresponde a uma taxa geral efetiva de IRC de 7,5%;
Os 250,00 EUR de crédito não utilizados poderão ainda ser utilizados contra as coletas
apuradas nos 5 exercícios subsequentes.
Exemplo Prático III
Uma empresa que em 2013 tenha uma matéria coletável de 150.000,00 EUR, se realizar um
investimento elegível, no valor de 50.000,00 EUR, poderá beneficiar de uma redução da taxa
geral de tributação de IRC em 2013, nos termos seguintes:
Crédito de imposto de 20% do montante do investimento elegível, ou seja, 10.000,00
EUR;
Por referência a 2013, este crédito será dedutível até 70% da coleta, ou seja, até
26.250,00 EUR (70% de 37.500,00 EUR);
Deste modo, este sujeito passivo apenas pagará 27.500,00 EUR de IRC em 2013, o
que corresponde a uma taxa geral efetiva de IRC de 18,33%.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 39
2.3. Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI)
O Regime Fiscal de Apoio ao Investimento constituiu-se como um instrumento de política fiscal
anti cíclica que, por via da promoção do investimento empresarial em determinadas regiões e da
criação de emprego, pretende contribuir para a revitalização da economia nacional.
Beneficiários
Sujeitos passivos de IRC que exerçam, a título principal, uma atividade nos setores agrícola,
florestal, agroindustrial e turístico e ainda da indústria extrativa ou transformadora, com exceção
dos setores siderúrgico, da construção naval e das fibras sintéticas, que preencham
cumulativamente as seguintes condições:
Disponham de contabilidade regularmente organizada;
O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos;
Mantenham na empresa e na região, durante um período mínimo de cinco anos, os
bens objeto do investimento;
Não sejam devedores ao Estado e à Segurança Social ou tenham o pagamento dos
seus débitos devidamente assegurado;
Não sejam consideradas empresas em dificuldade nos termos da comunicação da
Comissão;
Efetuem investimento relevante que proporcione a criação de postos de trabalho e a
sua manutenção até ao final do período de dedução à coleta do RFAI.
Aplicação do Incentivo Fiscal
Dedução à coleta de IRC, e até à concorrência de 50% da mesma, das seguintes
importâncias:
a. 20% do investimento relevante até ao montante de 5.000.000,00 EUR;
b. 10% do investimento relevante de valor superior a 5.000.000,00 EUR.
Isenção de imposto municipal sobre imóveis (IMI), por um período até cinco anos;
Isenção de imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT);
Isenção de imposto de selo (IS).
A importância que não possa ser deduzida por insuficiência de coleta, pode sê-lo, nas mesmas
condições, nas liquidações dos 5 exercícios seguintes.
Despesas Elegíveis
Investimento em ativos fixos tangíveis, adquiridos em estado de novo, que incluem
também:
Terrenos que se destinem à exploração de concessões mineiras, águas minerais
naturais e de nascente, pedreiras, barreiros e areeiros em projetos de indústria
extrativa;
Legislação Aplicável
Lei n.º 10/2009, de 10 de
março, alterada pelo
Decreto - Lei n.º
249/2009, de 22 de
setembro, e pelas Leis n.ºs
3-B/2010, de 28 de abril,
55-A/2010, de 31 de
dezembro, 64-B/2011, de
30 de dezembro, 66-
B/2012, de 31 de
dezembro, e pelo Decreto
- Lei n.º 82/2013, de 17
de junho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 40
Construção, aquisição, reparação e ampliação de quaisquer edifícios que sejam
instalações fabris ou afetos a atividades administrativas;
Equipamento hoteleiro afeto a exploração turística;
Equipamentos sociais que a empresa seja obrigada a ter por determinação legal.
Investimento em ativo intangível, constituído por despesas com transferência de tecnologia
(e.g. aquisição de direitos de patentes, licenças, ‘saber-fazer’ ou conhecimentos técnicos não
protegidos por patente).
O período de vigência do Regime Fiscal de Apoio ao Investimento decorre entre 2013 e 2017.
Exemplo Prático IV
Em 2013, uma Empresa que tem como objeto social a viticultura e a produção de vinhos comuns
e licorosos, ampliou a capacidade da sua adega, nas seguintes condições:
Aquisição de uma linha de engarrafamento: 128.000,00 EUR, dos quais:
78.000,00 EUR (aquisição e entrada em funcionamento em 2013) – relevante
para RFAI;
30.000,00 EUR (adição ao ativo fixo tangível em curso) – relevante para
RFAI;
20.000,00 EUR – adiantamento para ativo tangível em curso – não relevante
para RFAI;
Ampliação da adega: 900.000,00 EUR – relevante para RFAI;
Aquisição de software (utilização exclusiva por um período de tempo limitado) para
controlo da produção energética: 15.000,00 EUR - relevante para RFAI;
Implementação de sistema de rega: 13.000,00 EUR (adição de ativo fixo tangível
resultante de transferência de imobilizado em curso de 2012) – não relevante para
RFAI;
Assim, a Empresa efetuou, em 2013, um total de investimento relevante para efeitos de RFAI no
montante de 1.023.000,00 EUR.
Considerando que a Empresa apresentará, em 2013, uma coleta de IRC no montante de
300.000,00 EUR, poderá deduzir à coleta o montante de 204.600,00 EUR (1.023.000,00 x 20%).
Porém, como a dedução à coleta está limitada a 150.000,00 EUR (50% x 300.000,00), a
Empresa reportará um crédito de RFAI para os 5 exercícios seguintes no valor de 54.600,00
EUR.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 41
2.4. Regime dos Benefícios Fiscais
O regime de benefícios fiscais regulado pelo Código Fiscal do Investimento aplica-se a projetos
de investimento produtivo e a projetos de investimento com vista à
internacionalização realizados até 31 de dezembro de 2020.
Estes projetos devem ter o seu objeto compreendido nas seguintes atividades económicas:
Indústria extrativa e indústria transformadora;
Turismo e as atividades declaradas de interesse para o turismo nos termos da
legislação aplicável;
Atividades e serviços informáticos e conexos;
Atividades agrícolas, piscícolas, agropecuárias e florestais;
Atividades de investigação e desenvolvimento e de alta intensidade tecnológica;
Tecnologias da informação e produção de audiovisual e multimédia;
Ambiente, energia e telecomunicações.
2.4.1. Benefícios Fiscais Contratuais ao Investimento Produtivo
Os projetos de investimento em unidades produtivas realizados até 31 de dezembro de 2020, de
montante igual ou superior a 3.000.000,00 EUR, que sejam relevantes para o desenvolvimento
dos sectores considerados de interesse estratégico para a economia nacional e para a redução
das assimetrias regionais, que induzam à criação de postos de trabalho e que contribuam para
impulsionar a inovação tecnológica e a investigação científica nacional, podem beneficiar de
incentivos fiscais, em regime contratual, com período de vigência até 10 anos.
Condições de Acesso
Podem ter acesso a benefícios fiscais os projetos de investimento inicial que demonstrem ter
viabilidade técnica, económica e financeira e que preencham cumulativamente as seguintes
condições:
Sejam relevantes para o desenvolvimento estratégico da economia nacional;
Sejam relevantes para a redução das assimetrias regionais;
Induzam a criação ou manutenção de postos de trabalho;
Contribuam para impulsionar a inovação tecnológica e a investigação científica
nacional.
Por investimento inicial entende-se um investimento em ativos fixos tangíveis e intangíveis para:
Criação de um novo estabelecimento;
Extensão de um estabelecimento existente;
Diversificação da produção de um estabelecimento para novos produtos adicionais;
Alteração fundamental do processo global de produção de um estabelecimento
existente.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 42
Benefícios Fiscais
Podem ser concedidos, cumulativamente, os seguintes incentivos fiscais:
Crédito de imposto, determinado com base na aplicação de uma percentagem,
compreendida entre 10% e 20% das despesas elegíveis do projeto efetivamente
realizadas, a deduzir ao montante apurado nos termos da alínea a)do n.º 1 do artigo
83.º do Código do IRC;
Isenção ou redução de IMI;
Isenção ou redução de IMT;
Isenção ou redução do imposto do selo.
A dedução anual máxima tem os seguintes limites:
a) Criação de empresas – pode corresponder ao total da coleta apurada em cada
exercício;
b) Sociedades já existentes – não pode exceder o maior valor entre 25% do total do
benefício fiscal concedido ou 50% da coleta apurada em cada exercício, exceto se um
limite diferente ficar contratualmente consagrado.
Taxa Base
Taxa Base Majorações Cumulativas
10%
5%
Localização do projeto numa região que, à data de apresentação
da candidatura, não apresente um índice per capita de poder de
compra superior à média nacional nos dois últimos apuramentos
anuais.
Até 5%
Criação de postos de trabalho ou a sua manutenção até ao final
da vigência do contrato de acordo com os seguintes escalões:
1% ≥ 50 postos de trabalho;
2% ≥ 100 postos de trabalho;
3% ≥ 150 postos de trabalho;
4% ≥ 200 postos de trabalho;
5% ≥ 250 postos de trabalho;
Até 5%
No caso de relevante contributo do projeto para a inovação
tecnológica, a proteção do ambiente, a valorização da produção
de origem nacional ou comunitária, o desenvolvimento e
revitalização das PME nacionais ou a interação com as
instituições relevantes do sistema científico nacional.
No caso de reconhecida relevância excecional do projeto para a economia
nacional, pode ser atribuída uma majoração até 5%, respeitando o limite
total de 20% das despesas elegíveis.
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Despesas Elegíveis
Despesas associadas aos projetos e relativas a:
Ativo fixo tangível afeto à realização do projeto, tais como:
a. Terrenos que se incluam em projetos do setor da indústria extrativa,
destinados à exploração de concessões minerais, águas de mesa e
medicinais, pedreiras, barreiras e areeiros;
b. Edifícios e outras construções diretamente ligados ao processo produtivo ou
às atividades administrativas essenciais;
c. Viaturas ligeiras ou mistas e outro material de transporte até ao valor de
ultrapasse 20% do total das despesas elegíveis;
d. Equipamentos sociais que a empresa seja obrigada a possuir por
determinação da lei;
e. Equipamentos produtivos destinados à utilização, para fins económicos, dos
resíduos resultantes do processo de transformação produtiva ou de consumo
em Portugal, desde que de reconhecido interesse industrial e ambiental.
Outras despesas necessárias à realização do projeto, designadamente:
a. Despesas com assistência técnica e elaboração de estudos;
b. Despesas com patentes, licenças e alvarás;
c. Amortização das mais-valias potenciais ou latentes, desde que expressas na
contabilidade.
Ativo fixo intangível constituído por despesas com transferência de tecnologia através
da aquisição de direitos de patentes, licenças, «saber -fazer» ou conhecimentos
técnicos não protegidos por patente, sendo que, no caso de empresas que não sejam
PME, estas despesas não podem exceder 50% das despesas elegíveis do projeto.
2.4.2. Benefícios fiscais com vista à internacionalização
Condições de Acesso
Podem ter acesso a benefícios fiscais os projetos de investimento de montante igual ou superior
a 250.000,00 EUR, em despesas elegíveis que preencham cumulativamente as seguintes
condições:
Demonstrem interesse estratégico para a internacionalização da economia portuguesa;
Demonstrem ter viabilidade técnica, económica e financeira;
Não se localizem em países, territórios e regiões com regimes de tributação
privilegiada, claramente mais favoráveis;
Não impliquem a diminuição dos postos de trabalho em Portugal.
Os benefícios fiscais, os critérios de determinação do crédito fiscal e as aplicações relevantes
relativos a projetos de internacionalização são definidos em diploma próprio ainda não publicado.
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Incentivos Parafiscais – Medidas de Apoio à Contratação
Conteúdo da Parte 2 - Incentivos Parafiscais – Medidas de Apoio à
Contratação
Estágios Emprego
Medida Estímulo 2013
Apoio à Contratação via Reembolso da Taxa Social Única
Incentivo Emprego
Programa de Emprego e Apoio à Qualificação das Pessoas com Deficiências e Incapacidades
Reintegração Socioprofissional
Rede de Perceção e Gestão de Negócios
Passaporte Empreendedorismo
Apoios à Criação do Próprio Emprego por Beneficiários de Prestações de Desemprego
Medidas de Apoio da Segurança Social
Instituto de Emprego e Formação Profissional
O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) disponibiliza uma grande variedade de
medidas de apoio à contratação para que as empresas tenham mecanismos de apoio na
contratação de Recursos Humanos.
Estes apoios traduzem-se em incentivos financeiros ou parafiscais e destinam-se
maioritariamente a candidatos inscritos nos centros de emprego ou centros de emprego e
formação profissional, de forma a combater o desemprego crescente que se tem vindo a verificar
em Portugal nos últimos anos. É dado ainda um especial enfoque ao desemprego jovem,
existindo medidas próprias e específicas para este segmento.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 45
2.5. Estágios Emprego
A medida Estágios Emprego consiste no financiamento de estágios com a duração de 12 meses,
em todos os setores de atividade.
Um estágio profissional é a etapa de transição para a vida ativa que visa complementar uma
qualificação preexistente através de formação e experiência prática em contexto laboral e
promover a inserção de jovens no mercado de trabalho ou a reconversão profissional de
desempregados.
Com vista à simplificação do programa de estágios do IEFP, esta medida revoga as medidas
Passaporte Emprego, Estágios Profissionais e Estágio Património.
Destinatários
Jovens, entre os 18 e os 30 anos, inclusive, inscritos como desempregados nos centros
de emprego ou centros de emprego e formação profissional;
No caso do setor agrícola, os destinatários podem ter até 35 anos de idade, inclusive;
Candidatos com idade superior a 30 anos, mediante o cumprimento de requisitos
específicos.
Entidades Promotoras
Pessoas singulares ou coletivas, de direito privado, com ou sem fins lucrativos;
Autarquias locais, comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas;
Entidades que integrem o setor empresarial do estado.
Apoios
Bolsa de estágio mensal:
EUR 691,71 – para estagiários com qualificação de nível 6, 7 ou 8;
EUR 586,91 – para estagiários com qualificação de nível 5;
EUR 544,99 – para estagiários com qualificação de nível 4;
EUR 503,06 – para estagiários com qualificação de nível 3;
EUR 419,22 – para os restantes casos.
Subsídio de alimentação;
Seguro de acidentes de trabalho;
Despesas de Transporte (apenas no caso de estagiário com deficiência e incapacidade).
Legislação Aplicável
Portaria n.º 20-A/2014, de
30 de janeiro, que altera a
Portaria n.º 204-B/2013,
de 18 de junho, alterada
pela Portaria n.º
375/2013, de 27 de
dezembro
Despacho n.º 1573-
B/2014, de 30 de janeiro
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 46
Comparticipação Pública
Apoios para as empresas
Bolsa de Estágio
100% para:
Entidades com 10 ou
menos trabalhadores, no
caso do primeiro
estagiário;
No setor do património,
para os primeiros 10
estagiários;
As autarquias locais,
comunidades
intermunicipais e áreas
metropolitanas, no caso do
primeiro estagiário;
Entidades do setor social;
Hospitais E.P.E.
80% para todas as outras
situações
No caso de estagiário com
deficiência e incapacidade, a
comparticipação na bolsa é
majorada em 10 pontos
percentuais (comparticipação
= 90%)
Subsídio de Alimentação Até ao valor fixado para os trabalhadores que exercem funções
públicas
Despesas de Transporte
dos estagiários com
deficiência e
incapacidade
Montante equivalente ao custo das viagens realizadas em
transporte coletivo ou subsídio de transporte mensal no
montante equivalente a EUR 41,92
Prémio do Seguro de
acidentes de trabalho
Até 3% de EUR 544,99 reportado ao período de duração do
estágio
Regime Especial
Os estágios desenvolvidos no âmbito de projetos reconhecidos ao abrigo do regime especial de
interesse estratégico para a economia nacional ou de determinada região podem ter a duração
de 6, 9, 12 ou 18 meses.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 47
Exemplo prático V
Uma empresa com menos de 10 funcionários pretende contratar dois estagiários, um com o
nível de qualificações III e outro com o nível de qualificação VI.
Para tirar o máximo partido desta medida contrata primeiro o estagiário com o nível VI, que será
apoiado a 100%, e depois o estagiário com o nível III, que será apoiado a 80%.
Apresentamos no quadro abaixo os valores considerados para esta situação:
Estagiário com nível VI Estagiário com nível III
Financiamento IEFP (100%)
Comparticipação Empresa
Financiamento IEFP (80%)
Comparticipação Empresa
Bolsa de estágio 8.300,56 0,00 4.829,41 1.207,35
Subsídio de alimentação 1.076,04 0,00 1.076,04 0,00
Seguro AT 249,02 0,00 144,88 0,00
Segurança Social 0,00 1.971,38 0,00 1.433,73
Total 9.625,61 1.971,38 6.050,34 2.641,09
2.6. Medida Estímulo 2013
A Medida Estímulo 2013 consiste na concessão de apoio financeiro às entidades empregadoras
que celebrem contratos de trabalho a tempo completo ou a tempo parcial por prazo igual ou
superior a 6 meses, com desempregados inscritos nos centros de emprego e formação
profissional, com a obrigação de proporcionarem formação profissional aos trabalhadores
contratados.
Entidades Promotoras
Pessoas singulares ou coletivas, de direito privado, com ou sem fins lucrativos.
Apoios
A entidade empregadora que celebre contrato de trabalho tem direito aos seguintes apoios:
Apoio Período Limite Condições
50% da retribuição
mensal
Máximo de 6
meses
Até EUR 419,22 /
mês Celebração de contrato de
trabalho a termo certo
Máximo de 18
meses
Até EUR 544,99 /
mês Celebração de contrato de
trabalho sem termo
Poderá ter uma majoração de 10% em casos específicos.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 106/2013, de
14 de março
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 48
Cada empregador não pode contratar mais de 25 trabalhadores através de contrato a termo
certo em cada ano civil, não existindo limite ao número de contratações em caso de celebração
de contratos de trabalho sem termo.
Formação Profissional
A entidade empregadora tem a obrigatoriedade de proporcionar formação profissional ajustada
às competências do posto de trabalho, em contexto de trabalho ou através de uma entidade
formadora certificada.
Destinatários
Os desempregados inscritos nos centros de emprego ou centros de emprego e formação
profissional que cumpram as seguintes condições:
Inscritos há pelo menos 6 meses consecutivos;
Inscritos há pelo menos 3 meses consecutivos, desde que não tenham concluído o
ensino básico ou que tenham 45 ou mais anos de idade, ou que sejam responsáveis
por uma família monoparental ou cujos cônjuges se encontrem igualmente em
situação de desemprego;
Outros inscritos, desde que não tenham estado inscritos na Segurança Social como
trabalhador independente nos 12 meses que precedem a data de candidatura à
medida, nem tenham estado a estudar durante esse mesmo período.
As condições de acesso dos destinatários são aferidas à data de apresentação da candidatura.
Prémio de conversão
À entidade promotora que converta um contrato de trabalho a termo certo (celebrado ao abrigo
da medida Estímulo 2012 ou Estímulo 2013) em contrato de trabalho sem termo, é concedido
um prémio de conversão, no valor correspondente a 9 meses de apoio financeiro não podendo
ultrapassar o montante de EUR 419,22/mês.
A entidade promotora fica também isenta da obrigação de proporcionar formação profissional.
Reconhecimento de Projetos de Interesse Estratégico
Às entidades a que for reconhecido este estatuto, não se aplica o número máximo de 25 postos
de trabalho, através da celebração de contrato a termo certo, o qual tem de ter uma duração
igual ou superior a 12 meses, sendo o apoio financeiro concedido por um período de 9 meses.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 49
2.7. Apoio à Contratação via Reembolso da Taxa Social Única
O Apoio à Contratação Via Reembolso da Taxa Social Única (TSU) consiste no reembolso de uma
percentagem da TSU paga pela entidade empregadora que celebre contrato com jovem
desempregado ou equiparado.
Destinatários
São destinatários da medida os desempregados inscritos nos centros de emprego, com idades
superiores a 18 anos, mediante preenchimento de requisitos específicos para cada segmento de
idade.
Entidades Promotoras
São abrangidas pela presente medida as pessoas singulares ou coletivas, de direito privado, com
ou sem fins lucrativos.
Apoios
A entidade empregadora tem direito ao reembolso total ou parcial do valor da TSU paga
mensalmente, durante o período máximo de 18 meses, relativa ao trabalhador contratado, nos
seguintes termos:
Apoio Limite Condições
100% do valor da TSU Até EUR 200 /
mês
Contratação sem termo ou de pessoa com
deficiência ou incapacidade
75% do valor da TSU Contratação a termo certo
Regime Especial
Aos projetos considerados de interesse estratégico para a economia social ou de determinada
região, não se aplica o limite de 25 contratações a termo certo em cada ano civil.
Cumulação
O apoio previsto na presente medida é cumulável com a Medida Estímulo 2013.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 204-A/2013,
de 18 de junho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 50
Quadro Síntese Comparativo
Estágios Emprego
Apoio à Contratação
Via Reembolso da
TSU
Medida Estímulo 2013
Resumo Medida
Financiamento de
estágios com 12
meses de duração,
em todos os setores
de atividade
Reembolso de uma
percentagem da TSU
paga pela entidade
empregadora
Apoio financeiro de
50% da retribuição
mensal dos
trabalhadores
Entidades
Promotoras
Pessoas singulares
ou coletivas, de
direito privado, com
ou sem fins
lucrativos;
Autarquias locais,
intermunicipais e
áreas
metropolitanas, setor
empresarial do
estado
Pessoas singulares
ou coletivas, de
direito privado, com
ou sem fins
lucrativos
Pessoas singulares ou
coletivas, de direito
privado, com ou sem
fins lucrativos
Destinatários
Jovens entre os 18 e
os 30 anos; até aos
35 anos no setor
agrícola
Candidatos com
idade superior a 18
anos, mediante
preenchimento de
requisitos específicos
Desempregados
inscritos nos centros
de emprego ou
centros de emprego e
formação profissional,
em condições
específicas
Apoios
80 a 100% do valor
mensal da bolsa de
estágio; seguro;
subsídio de
alimentação;
despesas de
transporte (casos
especiais)
100 ou 75% do valor
da TSU até ao
máximo de EUR 200
por mês
50% da remuneração
mensal até EUR
419,22 (termo certo)
e EUR 544,99 (sem
termo)
Formação Não Não Sim
Cumulação ---- Estímulo 2013 TSU; Startups
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 51
2.8. Incentivo Emprego
A Medida Incentivo Emprego consiste na concessão, ao empregador, de um apoio financeiro à
celebração de contrato de trabalho.
Trata-se de uma medida de natureza transitória, que tem como objetivo atenuar os efeitos da
crise económica e impulsionar a contratação, reportando-se ao período compreendido entre o
início da execução de cada contrato de trabalho e 30 de setembro de 2015 ou a data de
cessação do contrato, conforme a que se verifique em primeiro lugar.
Entidades Promotoras
Entidades empregadoras que celebrem contratos de trabalho regulados pelo Código do
Trabalho;
Empresas de trabalho temporário, qualquer que seja a duração do contrato celebrado
com o trabalhador temporário.
Apoios
O apoio financeiro corresponde a 1% da retribuição mensal do trabalhador.
Por retribuição mensal entende-se o valor pago pelo empregador ao trabalhador e relevante
para efeitos de incidência da taxa contributiva devida à segurança social.
Cumulação
O Incentivo pode ser cumulável com outros apoios ao emprego aplicáveis ao mesmo posto de
trabalho, cuja atribuição esteja, por natureza, dependente de condições inerentes aos
trabalhadores contratados.
O Incentivo é cumulável, nomeadamente, com o Estímulo 2013 e com o Apoio à Contratação Via
Reembolso da Taxa Social Única.
Quando pode requerer
A candidatura ao incentivo é apresentada no decurso do trimestre civil em que se efetua a
comunicação de admissão do trabalhador à segurança social, à exceção dos casos em que esta
ocorra nos últimos dez dias do trimestre, caso em que pode ser apresentada até ao dia 15 do
mês subsequente.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 17/2014, de
27 de janeiro que altera a
Portaria n.º 286-A/2013,
de 16 de setembro
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 52
2.9. Programa de Emprego e Apoio à Qualificação das Pessoas com
Deficiências e Incapacidades
Programa de apoio ao emprego e qualificação no âmbito da reabilitação profissional que integra
diversas modalidades de apoio destinadas às pessoas com deficiência e incapacidade que
apresentam dificuldades no acesso, manutenção e progressão no emprego.
Destinatários
Pessoas com deficiência e incapacidade em idade ativa inscritas nos centros de emprego ou
centros de emprego e formação profissional.
Entidades Promotoras
Pessoas singulares ou coletivas de direito privado, com ou sem fins lucrativos;
Entidades públicas.
Medidas e Modalidades de Apoio
Este Programa está dividido em 4 medidas principais:
Apoio à Qualificação – Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiências
e Incapacidades - Ações de formação inicial e contínua visando dotar as pessoas com
deficiências e incapacidades de conhecimentos e competências necessárias à obtenção
de uma qualificação que lhes permita exercer uma atividade no mercado de trabalho,
manter o emprego e progredir profissionalmente de forma sustentada;
Apoios à Integração, Manutenção e Reintegração no Mercado de Trabalho -
Conjunto de medidas que se constituem como meio facilitador da integração,
manutenção e reintegração das pessoas com deficiências e incapacidades no mercado
de trabalho. Compreende as seguintes medidas:
Ações de informação, avaliação e orientação para a qualificação e o emprego
– consiste em apoios às pessoas com deficiência e incapacidade na escolha
informada do seu percurso profissional através da identificação das etapas e
dos meios mais adequados à elevação do seu nível de empregabilidade e à
inserção no mercado de trabalho;
Apoio à colocação;
Acompanhamento pós-colocação;
Adaptação de postos de trabalho e eliminação de barreiras arquitetónicas;
Emprego Apoiado - Exercício de uma atividade profissional ou socialmente útil que
visa o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais que facilitem a
transição das pessoas com deficiências e incapacidades, quando possível, para o
regime normal de trabalho. O regime de emprego apoiado pode ser desenvolvido
através de:
Estágios de Inserção;
Legislação Aplicável
Decreto-Lei n.º 290/2009,
de 12 de outubro, alterado
pela Lei n.º 24/2011, de
16 de junho e pelo
Decreto-Lei n.º 131/2013,
de 11 de setembro.
Despacho normativo n-º
18/2010, de 29 de junho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 53
Contratos Emprego-Inserção;
Centros de Emprego Protegido;
Contratos de Emprego apoiado em entidades empregadoras;
Prémio de Mérito - Prémio de natureza simbólica, constituindo um testemunho de
apreço e uma forma de homenagear as pessoas singulares e coletivas que, em cada
ano, mais se tenham distinguido na integração profissional de pessoas com deficiências
e incapacidades.
2.9.1. Apoios à Integração, Manutenção e Reintegração no Mercado de Trabalho
2.9.1.1. Apoio à Colocação
Processo de mediação entre as pessoas e empregadores, desenvolvido pelos centros de recursos
da rede de suporte do IEFP, IP equacionando simultaneamente os aspetos relativos à
acessibilidade, à adaptação do posto de trabalho, ao desenvolvimento de competências gerais de
empregabilidade, bem como sensibilizando os empregadores para as vantagens da contratação
deste público, apoiando o candidato na procura ativa de emprego e na criação do próprio
emprego.
Tem em vista a promoção da inserção no mercado de trabalho das pessoas com deficiência e
incapacidade através de um processo de mediação entre as pessoas e os empregadores.
Destinatários
Pessoas com deficiência e incapacidade, desempregadas ou empregadas que
pretendam mudar de emprego, inscritas e encaminhadas pelos centros de emprego ou
centros de emprego e formação profissional;
Empregadores que pretendam contratar trabalhadores com deficiência e incapacidade.
Entidades Promotoras
Pessoas coletivas de direito público que não façam parte da administração direta do Estado e
pessoas coletivas de direito privado sem fins lucrativos, credenciadas pelo IEFP, IP como centros
de recursos enquanto estruturas de suporte e apoio aos serviços de emprego e de intervenção
especializada no domínio da reabilitação profissional.
Apoios
Para empregadores
Apoio técnico aos empregadores que pretendam contratar trabalhadores com
deficiência e incapacidade;
Para as entidades promotoras (centros de recursos)
Comparticipação financeira até EUR 628,83 por cada destinatário abrangido, nas
despesas com custos com o pessoal afeto, rendas, alugueres e amortizações,
preparação e desenvolvimento das ações e encargos gerais dos projetos;
Legislação Aplicável
Decreto-Lei n.º 290/2009,
de 12 de outubro, alterado
pela Lei n.º 24/2011, de
16 de junho e pelo
Decreto-Lei n.º 131/2013,
de 11 de setembro que
republica o diploma.
Despacho Normativo n.º
18/2010, de 29 de junho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 54
Comparticipação na íntegra nas despesas relativas ao pagamento de despesas de
deslocação, alimentação, alojamento, acolhimento de dependentes e seguro.
Para pessoas com deficiência e incapacidade:
Apoio técnico à integração no mercado de trabalho, incluindo na criação do próprio
emprego;
Apoio financeiro aos destinatários desempregados para frequência das ações:
Subsídio de refeição;
Despesas de deslocação;
Subsídio de acolhimento de dependentes;
Subsídio de alojamento;
Seguro.
Sempre que o centro de recursos proceda à colocação no prazo máximo de 1 ano a contar da
data de início da ação de apoio à colocação, pode ainda beneficiar de um apoio sob a forma de
subsídio não reembolsável, concedido de uma só vez, nos seguintes montantes:
EUR 419,22 por cada destinatário colocado com contrato de trabalho a termo com
duração mínima de 12 meses;
EUR 628,83, por cada destinatário que crie o próprio emprego ou que seja colocado
com contrato de trabalho sem termo.
2.9.1.2. Acompanhamento Pós-Colocação
Apoios técnicos aos trabalhadores com deficiência e incapacidade e respetivos empregadores,
visando a manutenção no emprego e a progressão na carreira das pessoas com deficiência e
incapacidade, através de intervenções especializadas no domínio da reabilitação profissional,
desenvolvidas pelos centros de recursos da rede de suporte do IEFP, IP, designadamente:
Adaptação às funções a desenvolver e ao posto de trabalho;
Integração no ambiente sócio laboral da empresa;
Desenvolvimento de comportamentos pessoais e sociais adequados ao estatuto de
trabalhador;
Acessibilidade para deslocações às instalações da empresa por parte dos trabalhadores
com deficiência e incapacidade.
Esta medida pretende promover a manutenção no emprego e a progressão na carreira das
pessoas com deficiência e incapacidade.
Destinatários
Trabalhadores com deficiência e incapacidade, por conta própria ou de outrem, que
necessitem de apoio para a manutenção ou progressão no emprego, inscritos e
encaminhados pelos centros de emprego e centros de emprego e formação
profissional;
Legislação Aplicável
Decreto-Lei n.º 290/2009,
de 12 de outubro, alterado
pela Lei n.º 24/2011, de
16 de junho e pelo
Decreto-Lei n.º 131/2013,
de 11 de setembro que
republica o diploma.
Despacho Normativo n.º
18/2010, de 29 de junho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 55
Empregadores que tenham ao seu serviço trabalhadores com deficiência e
incapacidade, contratados em regime normal ou em regime de emprego apoiado, a
frequentar estágios financiados pelo IEFP, IP ou contrato emprego-inserção.
Entidades Promotoras
Pessoas coletivas de direito público que não façam parte da administração direta do Estado e
pessoas coletivas de direito privado sem fins lucrativos, credenciadas pelo IEFP, IP como centros
de recursos enquanto estruturas de suporte e apoio aos serviços de emprego e de intervenção
especializada no domínio da reabilitação profissional.
Apoios
Para os destinatários e empregadores:
Apoio técnico visando a manutenção no emprego e a progressão na carreira das
pessoas com deficiência e incapacidade;
Apoio técnico aos empregadores que celebrem contratos de trabalho em regime normal
ou regime de emprego apoiado, que promovam estágios financiados pelo IEFP, IP ou
contratos de emprego-inserção.
Para as entidades promotoras (centros de recursos):
Comparticipação financeira até EUR 524,03 por cada destinatário abrangido, nas
despesas com custos com o pessoal afeto, rendas, alugueres e amortizações,
preparação e desenvolvimento das ações e encargos gerais dos projetos.
2.9.1.3. Adaptação de Postos de Trabalho e Eliminação de Barreiras
Este programa consiste em fornecer apoios financeiros aos empregadores que necessitem de
adaptar o equipamento ou o posto de trabalho às dificuldades funcionais do trabalhador com
deficiência e incapacidade admitido através de contrato de trabalho sem termo ou a termo com a
duração mínima inicial de 1 ano, bem como eliminar obstáculos físicos que impeçam ou
dificultem o acesso do trabalhador ao local de trabalho ou a sua mobilidade no interior das
instalações.
Destinatários
Pessoas com deficiência e incapacidade numa das seguintes condições:
Desempregadas ou à procura do 1.º emprego, inscritas nos centros de emprego ou
centros de emprego e formação profissional;
Destinatárias do contrato de emprego apoiado em entidades empregadoras;
Destinatárias de medidas ou programas de estágios financiados pelo IEFP, IP e de
qualquer das modalidades de contrato emprego-inserção.
Legislação Aplicável
Decreto-Lei n.º 290/2009,
de 12 de outubro, alterado
pela Lei n.º 24/2011, de
16 de junho e pelo
Decreto-Lei n.º 131/2013,
de 11 de setembro que
republica o diploma.
Despacho Normativo n.º
18/2010, de 29 de junho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 56
Entidades Promotoras
Empregadores de direito privado ou de direito público que não façam parte da administração
direta do Estado que:
Celebrem contratos de trabalho sem termo ou a termo com duração mínima inicial de 1
ano, com pessoas com deficiência e incapacidade;
Celebrem contratos de trabalho em regime de contrato de emprego apoiado em
entidades empregadoras;
Sejam promotoras de estágios financiados pelo IEFP, IP ou de qualquer das
modalidades de contratos emprego-inserção (apenas na candidatura aos apoios para
adaptação de postos de trabalho).
Apoios
Apoios para a adaptação de postos de trabalho
Nos contratos de trabalho e contratos de emprego apoiado em entidades empregadoras:
Subsídio não reembolsável, até EUR 6.707,52 por cada pessoa com deficiência e
incapacidade.
Nos estágios financiados e nas modalidades de contratos emprego-inserção:
Subsídio não reembolsável, até EUR 3.353,76 por cada pessoa com deficiência e
incapacidade admitida.
No fim da execução do estágio ou do contrato emprego-inserção, ocorrendo a contratação da
pessoa com deficiência e incapacidade pela entidade promotora mediante a celebração de
contrato de trabalho sem termo ou a termo com duração mínima inicial de 1 ano, podem ser
comparticipados os 50% remanescentes da solução técnica apoiada para adaptação do posto de
trabalho, até ao montante de EUR 6.707,52.
Apoios para eliminação de barreiras arquitetónicas
Subsídio não reembolsável, até ao limite de EUR 6.707,52 não podendo exceder 50%
do valor da obra ou do meio técnico adquirido (apenas para edifícios ou
estabelecimentos licenciados ou construídos antes de 8 de fevereiro de 2007).
Cumulação
Os apoios para adaptação de postos de trabalho e eliminação de barreiras arquitetónicas são
cumuláveis entre si e não podem ser concedidos por mais de uma vez à mesma entidade
empregadora em relação às mesmas adaptações.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 57
2.9.2. Emprego Apoiado
2.9.2.1. Estágios de Inserção
Os Estágios de Inserção são estágios com a duração de 12 meses, não prorrogáveis, tendo em
vista melhorar o perfil de empregabilidade das pessoas com deficiência e incapacidade e
promover a sua integração profissional.
Destinatários
Pessoas com deficiência e incapacidade inscritas como desempregadas nos centros de emprego
ou centros de emprego e formação profissional.
Entidades Promotoras
Pessoas singulares ou coletivas de direito privado, com ou sem fins lucrativos;
Autarquias locais, comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas;
Entidades que integram o setor empresarial do Estado ou o setor empresarial local.
Apoios
Bolsa de estágio mensal:
EUR 691,71 – para estagiários com qualificação de nível 6, 7 ou 8;
EUR 586,91 – para estagiários com qualificação de nível 5;
EUR 544,99 – para estagiários com qualificação de nível 4;
EUR 503,06 – para estagiários com qualificação de nível 3;
EUR 419,22 – para os restantes casos.
Subsídio de alimentação;
Seguro de acidentes de trabalho;
Apoio técnico no âmbito do acompanhamento pós-colocação;
Despesas de Transporte (caso a entidade empregadora não assegure o transporte
entre a residência habitual e o local de estágio).
Legislação Aplicável
Decreto-Lei n.º 290/2009,
de 12 de outubro, alterado
pela Lei n.º 24/2011, de
16 de junho e pelo
Decreto-Lei n.º 131/2013,
de 11 de setembro que
republica o diploma.
Portaria n.º 375/2013, de
27 de dezembro que altera
a Portaria n.º 204-B/2013,
de 18 de junho.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 58
Comparticipação Pública
Apoios para as empresas
Bolsa de Estágio
100% para:
Entidades com 10 ou
menos trabalhadores, no
caso do primeiro
estagiário;
No setor do património,
para os primeiros 10
estagiários;
As autarquias locais,
comunidades
intermunicipais e áreas
metropolitanas, no caso do
primeiro estagiário;
Entidades do setor social;
Hospitais E.P.E.
90% para todas as outras
situações
Subsídio de Alimentação Até ao valor fixado para os trabalhadores que exercem funções
públicas
Despesas de Transporte
dos estagiários com
deficiência e
incapacidade
Montante equivalente ao custo das viagens realizadas em
transporte coletivo ou subsídio de transporte mensal no
montante equivalente a EUR 41,92
Prémio do Seguro de
acidentes de trabalho
Até 3% de EUR 544,99 reportado ao período de duração do
estágio
A entidade promotora tem direito ainda a:
Apoio técnico no âmbito do acompanhamento pós-colocação;
Apoio para a adaptação de postos de trabalho (em casos justificados) – subsídio não
reembolsável no valor máximo de EUR 3.353,76 por cada pessoa com deficiência e
incapacidade;
No fim da execução do estágio se ocorrer a contratação do destinatário pela entidade promotora
mediante a celebração de contrato de trabalho sem termo ou a termo com duração mínima
inicial de 1 ano, podem ser comparticipados os 50% remanescentes da solução técnica apoiada
para adaptação do posto de trabalho, até ao montante total de EUR 6.707,52.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 59
2.9.2.2. Contratos Emprego-Inserção (CEI)
O Contrato Emprego Inserção para pessoas com deficiência e incapacidade consiste na
realização de atividades socialmente úteis que satisfaçam necessidades sociais ou coletivas
temporárias, no âmbito de projetos promovidos por entidades coletivas públicas ou privadas sem
fins lucrativos, durante um período máximo de 12 meses.
Destinatários
Pessoas com deficiência e incapacidade, desempregadas ou à procura do 1.º emprego, inscritas
nos centros de emprego ou centros de emprego e formação profissional.
Entidades Promotoras
Entidades coletivas, públicas ou privadas sem fins lucrativos, designadamente:
Serviços públicos que desenvolvam atividades relevantes para a satisfação de
necessidades sociais ou coletivas e se integrem nos domínios do apoio social e do
património natural, cultural e urbanístico;
Autarquias locais;
Entidades de solidariedade social.
Apoios
Bolsa mensal complementar, no valor de EUR 83,84, para pessoa com deficiência e
incapacidade beneficiária do subsídio de desemprego ou subsídio social de desemprego.
Despesas ou subsídio de transporte (caso o transporte não seja assegurado pela
entidade);
Subsídio de alimentação por cada dia de atividade;
Seguro de acidentes pessoais;
Apoio técnico no âmbito de acompanhamento pós-colocação.
Comparticipação
Comparticipação na bolsa de ocupação mensal (no caso do destinatário ser pessoa com
deficiência e incapacidade desempregada ou à procura do 1.º emprego ou beneficiária
do RSI) nas seguintes percentagens:
100% para as entidades privadas sem fins lucrativos;
90% para as entidades públicas.
Comparticipação integral na bolsa mensal complementar (no caso do destinatário ser
pessoa com deficiência e incapacidade beneficiária do subsídio de desemprego ou
subsídio social de desemprego);
Comparticipação nas despesas de transporte;
Comparticipação no subsídio de alimentação;
Apoio técnico no âmbito do acompanhamento pós-colocação;
Legislação Aplicável
Decreto-Lei n.º 290/2009,
de 12 de outubro, alterado
pela Lei n.º 24/2011, de
16 de junho e pelo
Decreto-Lei n.º 131/2013,
de 11 de setembro
Despacho Normativo n.º
18/2010, de 29 de junho
Portaria n.º 378-H/2013,
de 31 de dezembro que
altera e republica a
Portaria n.º 128/2009, de
30 de janeiro, alterada
pela Portaria n.º
294/2010, de 31 de maio
e pela Portaria n.º
164/2011, de 18 de abril
Despacho n.º 1573-
A/2014, de 30 de janeiro
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 60
Apoio para a adaptação de postos de trabalho - subsídio não reembolsável, no valor
máximo de EUR 3.353,76, por cada pessoa com deficiência e incapacidade admitida.
Quando, no final do contrato emprego-inserção, ocorra a contratação pela entidade promotora,
mediante a celebração de contrato de trabalho sem termo ou a termo com duração mínima
inicial de 1 ano, pode ser comparticipado o valor remanescente da solução técnica apoiada até
ao montante total de EUR 6.707,52.
2.9.2.3. Centros de Emprego Protegido (CEP)
Esta medida consiste no exercício de atividade profissional por pessoas com deficiência e
incapacidade e capacidade de trabalho reduzida nas áreas de produção ou prestação de serviços
da estrutura produtiva do centro de emprego protegido (CEP), com possibilidade de realização
de estágio inicial com uma duração não superior a 9 meses.
Destinatários
Pessoas com deficiência e incapacidade, inscritas nos centros de emprego ou centros de
emprego e formação profissional, com capacidade de trabalho não inferior a 30% nem superior a
75% da capacidade normal de trabalho de um outro trabalhador nas mesmas funções
profissionais.
Entidades Promotoras
Pessoas coletivas de direito público que não façam parte da administração direta do Estado ou
pessoas coletivas de direito privado sem fins lucrativos.
Apoios
Para os trabalhadores em regime de emprego apoiado:
Retribuição aferida proporcionalmente à de um trabalhador com capacidade normal
para o mesmo posto de trabalho, de acordo com a graduação da sua capacidade, que
não pode ser inferior ao valor da retribuição mínima garantida (RMMG).
O trabalhador tem direito, durante o período de estágio, a uma retribuição de EUR
293,45.
Para as entidades promotoras de CEP:
Apoio técnico à instalação e funcionamento dos CEP e quando solicitado à gestão dos
CEP.
Para as entidades de direito privado sem fins lucrativos
Comparticipação nas despesas com a construção, instalação e equipamento dos CEP,
até ao limite de 100 % das despesas de investimento elegíveis, nas modalidades
cumuláveis de subsídio não reembolsável e empréstimo sem juros no limite máximo de
EUR 12.576,60 por posto de trabalho em regime de emprego apoiado;
Legislação Aplicável
Decreto-Lei n.º 290/2009,
de 12 de outubro, alterado
pela Lei n.º 24/2011, de
16 de junho e pelo
Decreto-Lei n.º 131/2013,
de 11 de setembro que
republica o diploma.
Despacho Normativo n.º
18/2010, de 29 de junho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 61
São ainda elegíveis as despesas de manutenção e conservação de instalações e
equipamentos, quando solicitado desde que devidamente fundamentadas e
justificadas.
Para as entidades de direito privado sem fins lucrativos e entidades públicas:
Comparticipação na retribuição e nas contribuições para a segurança social da
responsabilidade da entidade relativa ao trabalhador em regime de emprego apoiado
(correspondente à diferença entre o coeficiente de capacidade para o trabalho e o IAS).
2.9.2.4. Contratos de Emprego Apoiado em Entidades Empregadoras
Esta medida consiste no desenvolvimento de uma atividade profissional por pessoas com
deficiência e incapacidade e capacidade de trabalho reduzida, em postos de trabalho em regime
de contrato de emprego apoiado, integrados na organização produtiva ou de prestação de
serviços dos empregadores, sob condições especiais.
Destinatários
Pessoas com deficiência e incapacidade, inscritas nos centros de emprego ou centros de
emprego e formação profissional, com capacidade de trabalho não inferior a 30% nem superior a
75% da capacidade normal de trabalho de um outro trabalhador nas mesmas funções
profissionais.
Entidades Promotoras
Empregadores de direito público e privado.
Apoios
Para os trabalhadores em regime de emprego apoiado
Retribuição aferida proporcionalmente à de um trabalhador com capacidade normal
para o mesmo posto de trabalho, de acordo com a graduação da sua capacidade, que
não pode ser inferior ao valor da RMMG;
Apoio técnico no âmbito do acompanhamento pós-colocação.
Para as entidades promotoras públicas e privadas
Apoio técnico à instalação e funcionamento;
Apoio técnico no âmbito do acompanhamento pós-colocação
Para as entidades promotoras de direito privado
Comparticipação na retribuição e nas contribuições para a segurança social da
responsabilidade da entidade relativa ao trabalhador em regime de emprego apoiado
(correspondente à diferença entre o coeficiente de capacidade para o trabalho e o
IAS);
Apoios à adaptação de postos de trabalho e à eliminação de barreiras arquitetónicas.
Legislação Aplicável
Decreto-Lei n.º 290/2009,
de 12 de outubro, alterado
pela Lei n.º 24/2011, de
16 de junho e pelo
Decreto-Lei n.º 131/2013,
de 11 de setembro que
republica o diploma.
Despacho Normativo n.º
18/2010, de 29 de junho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 62
2.9.3. Prémio de Mérito
O Prémio de Mérito é um prémio a atribuir numa cerimónia pública e solene, constituindo um
testemunho de apreço e uma forma de homenagear as entidades que, anualmente, se distingam
na integração profissional de pessoas com deficiência e incapacidade, e bem como as pessoas
com deficiência e incapacidade que se distingam na criação do próprio emprego.
Destinatários
Grandes empresas (250 ou mais trabalhadores) e entidades do sector público
empresarial;
Entidades públicas;
Pequenas e médias empresas (menos de 250 trabalhadores) e pessoas coletivas de
direito privado sem fins lucrativos;
Pessoas com deficiência e incapacidade que tenham criado o seu próprio emprego.
Modalidades
O prémio de mérito é atribuído nas seguintes modalidades:
Diploma de mérito para grandes empresas e entidades do sector público empresarial;
Diploma de mérito para outras entidades públicas;
Diploma de mérito, acompanhado de uma prestação pecuniária, para pequenas e
médias empresas e pessoas coletivas de direito privado sem fins lucrativos;
Diploma de mérito, acompanhado de uma prestação pecuniária, para pessoas com
deficiência e incapacidade que tenham criado o seu próprio emprego.
Apoios
Cada uma das modalidades do prémio compreende 3 categorias cada uma com o respetivo
apoio:
Diploma de mérito de 1.ª categoria - EUR 7.545,96
Diploma de mérito de 2.ª categoria - EUR 5.869,08
Diploma de mérito de 3.ª categoria - EUR 4.192,20
Legislação Aplicável
Decreto-Lei n.º 290/2009,
de 12 de outubro, alterado
pela Lei n.º 24/2011, de
16 de junho e pelo
Decreto-Lei n.º 131/2013,
de 11 de setembro que
republica o diploma.
Despacho Normativo n.º
18/2010, de 29 de junho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 63
2.10. Reintegração Socioprofissional
2.10.1. Programa Vida Emprego
Esta medida visa promover a reinserção social e profissional de toxicodependentes em
recuperação através da formação e emprego.
2.10.1.1. Estágios de Integração Socioprofissional
Formação prática em contexto de trabalho, com o objetivo de promover a integração de
toxicodependentes em recuperação na vida ativa. Tem uma duração igual ou inferior a 9 meses,
podendo, excecionalmente, ser seguida de um estágio complementar, com duração máxima de 3
meses.
Apoios
Para as entidades:
Comparticipação nas despesas com os orientadores de estágio (encarregues do
acompanhamento de grupos de 6 a 12 estágios simultâneos) através da atribuição de
um subsídio mensal no valor de EUR 838,44;
Comparticipação na remuneração dos tutores, a quem compete o acompanhamento
individualizado dos estagiários no local de trabalho, através da atribuição de um
subsídio mensal até ao limite de EUR 83,84.
Para os estagiários:
Subsídio mensal de estágio, no valor de EUR 419,22;
Subsídio de refeição;
Despesas de transporte correspondente ao custo das viagens realizadas em transporte
coletivo, até ao limite máximo mensal de EUR 52,40;
Subsídio de alojamento correspondente a EUR 125,77, quando a localidade onde o
estágio decorra distar 50 Km ou mais da localidade da residência do estagiário, ou
quando não existir transporte coletivo em horário compatível com o do estágio, bem
como o pagamento dos custos das viagens, em transporte coletivo, no início e no fim
do período de estágio;
Seguro de acidentes de trabalho.
Legislação Aplicável
Resolução do Conselho de
Ministros nº 136/98, de 4
de dezembro
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 64
2.10.1.2. Prémio de Integração Socioprofissional
Prestação pecuniária, não reembolsável, atribuída às entidades empregadoras que admitam
toxicodependentes em recuperação, mediante contrato sem termo, cujo posto de trabalho criado
deve ser mantido, nas mesmas condições, durante um período mínimo de 4 anos.
Apoios
Subsídio a fundo perdido, destinado à comparticipação nos encargos com a remuneração dos
indivíduos admitidos e respetivos encargos sociais, no valor de EUR 5.030,64 por cada posto de
trabalho criado.
2.10.1.3. Apoios ao Emprego
Apoio a entidades empregadoras que admitam toxicodependentes em recuperação mediante a
celebração de contrato de trabalho a termo certo e cujo respetivo posto de trabalho seja
mantido por um período mínimo de 2 anos.
Apoios
Subsídios, por período não superior a dois anos, destinados a comparticipar:
Encargos com a remuneração dos trabalhadores admitidos, tendo por limite EUR
335,38, acrescido do valor da contribuição para a segurança social a suportar pelo
trabalhador;
Encargos com a segurança social a suportar pela entidade empregadora, até ao limite
de 80% do respetivo valor.
2.10.2 Contrato Emprego-Inserção
Esta medida consiste na realização, por desempregados subsidiados, de trabalho socialmente
necessário que satisfaça necessidades sociais ou coletivas temporárias, no âmbito de projetos
promovidos por entidades coletivas públicas ou privadas sem fins lucrativos, durante um período
máximo de 12 meses.
Destinatários
Pessoas desempregadas que sejam beneficiárias do subsídio de desemprego ou do subsídio
social de desemprego.
Têm prioridade no acesso a esta medida os desempregados subsidiados com prestações iguais
ou inferiores à remuneração mínima mensal garantida (RMMG).
São, ainda, considerados prioritários os desempregados subsidiados que se encontrem numa das
seguintes condições:
Pessoa com deficiências e incapacidades;
Legislação Aplicável
Resolução do Conselho de
Ministros nº 136/98, de 4
de dezembro
Legislação Aplicável
Resolução do Conselho de
Ministros nº 136/98, de 4
de dezembro
Legislação Aplicável
Portaria n.º 20-B/2014, de
30 de janeiro, que altera e
republica a Portaria n.º
128/2009, de 30 de
janeiro, alterada pelas
Portaria n.º 294/2010, de
31 de maio e Portaria n.º
164/2011, de 18 de abril e
Portaria n.º 378-H/2013,
de 31 de dezembro.
Despacho n.º 1573-
A/2014, de 30 de janeiro
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 65
Desempregado de longa duração;
Desempregado com idade igual ou superior a 45 anos;
Ex-recluso ou pessoa que cumpra pena em regime aberto voltado para o exterior ou
outra medida judicial não privativa de liberdade.
Entidades Promotoras
Podem ser beneficiários da medida entidades coletivas, públicas ou privadas sem fins lucrativos,
designadamente:
Serviços públicos que desenvolvam atividades relevantes para a satisfação de
necessidades sociais ou coletivas;
Autarquias locais;
Entidades de solidariedade social:
Entidades coletivas privadas do setor empresarial local que sejam totalmente
participadas pelos municípios, independentemente da respetiva tipologia, e pelas áreas
metropolitanas.
Apoios
Entidades privadas sem fins lucrativos
Comparticipação do IEFP em 50% na bolsa mensal complementar, para as entidades
privadas sem fins lucrativos;
Beneficiários
Bolsa mensal complementar no valor de EUR 83,84 para desempregados beneficiários
de subsídio de desemprego ou de subsídio social de desemprego;
Despesas de transporte;
Subsídio de alimentação;
Seguro que cubra os riscos que possam ocorrer durante e por causa do exercício das
atividades a desenvolver.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 66
2.10.3. Contrato Emprego-Inserção+
Esta medida tem em vista a realização de atividades socialmente úteis, durante um período
máximo de 12 meses, por desempregados beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI)
no sentido de promover a empregabilidade dos desempregados melhorando as suas
competências socioprofissionais através da manutenção do contacto com outros trabalhadores e
atividades, evitando o risco do seu isolamento, desmotivação e marginalização.
Destinatários
Desempregados que sejam beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI);
Pessoas que não beneficiem do RSI, inscritas como desempregadas no IEFP, IP:
Há pelo menos 12 meses;
Que integrem família monoparental;
Cujos cônjuges ou pessoas com quem vivam em união de facto se encontrem
igualmente desempregados.
Entidades Promotoras
Entidades coletivas, públicas ou privadas sem fins lucrativos, designadamente:
Serviços públicos que desenvolvam atividades relevantes para a satisfação de
necessidades sociais ou coletivas;
Autarquias locais;
Entidades de solidariedade social.
Entidades coletivas privadas do setor empresarial local que sejam totalmente
participadas pelos municípios, independentemente da respetiva tipologia, e pelas áreas
metropolitanas.
Apoios
Entidades
Comparticipação do IEFP na bolsa de ocupação mensal, nas seguintes percentagens:
90% para as entidades privadas sem fins lucrativos;
80% para as entidades públicas ou privadas do setor empresarial local.
As comparticipações são majoradas em 10 pontos percentuais, no caso de os beneficiários
serem pessoas com deficiência e incapacidade.
Beneficiários
Bolsa de ocupação mensal no valor de EUR 419,22;
Despesas de transporte;
Subsídio de alimentação;
Seguro que cubra os riscos que possam ocorrer durante e por causa do exercício da
atividade.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 20-B/2014, de
30 de janeiro, que altera e
republica a Portaria n.º
128/2009, de 30 de
janeiro, alterada pelas
Portaria n.º 294/2010, de
31 de maio e Portaria n.º
164/2011, de 18 de abril e
Portaria n.º 378-H/2013,
de 31 de dezembro.
Despacho n.º 1573-
A/2014, de 30 de janeiro
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 67
2.11. Apoios à Criação do Próprio Emprego por Beneficiários de Prestações
de Desemprego
Medida que consiste na atribuição de apoios a projetos de emprego promovidos por beneficiários
das prestações de desemprego, através da antecipação das prestações de desemprego, desde
que os mesmos assegurem o emprego, a tempo inteiro, dos promotores subsidiados.
Destinatários
Beneficiários das prestações de desemprego que apresentem um projeto que origine, pelo
menos, a criação do seu emprego.
Apoios
Pagamento, total ou parcial, do montante global das prestações de desemprego,
deduzido das importâncias eventualmente já recebidas;
Possibilidade de cumulação com a modalidade de crédito com garantia e bonificação da
taxa de juro (linhas MICROINVEST E INVEST+).
O subsídio de desemprego ou o subsídio social de desemprego inicial a que os beneficiários
tenham direito pode ser pago parcialmente de uma só vez, nos casos em que os interessados
apresentem projeto de criação do próprio emprego sob a forma jurídica de trabalhador
independente e as despesas elegíveis não ultrapassem o valor do montante único.
Apoio técnico à criação e consolidação dos projetos
Os projetos que obtenham financiamento ao abrigo desta Medida podem beneficiar de apoio
técnico à sua criação e consolidação, durante os dois primeiros anos de atividade, sendo este
assegurado por uma rede de entidades privadas sem fins lucrativos ou autarquias locais
credenciadas pelo IEFP, IP.
Atividades de apoio técnico:
Acompanhamento do projeto aprovado;
Consultoria na gestão ou na operacionalidade da iniciativa.
Em caso de recurso ao financiamento de crédito MICROINVEST ao abrigo da medida Programa
Nacional de Microcrédito, podem também beneficiar do apoio técnico específico durante a fase
anterior à submissão do pedido de crédito.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 58/2011, de
28 de janeiro, que altera e
republica a Portaria n.º
985/2009, de 4 de
setembro, com as
alterações introduzidas
pela Portaria n.º 95/2012,
de 4 de abril
Despacho n.º 7131/2011,
de 11 de maio
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 68
2.12. Rede de Perceção e Gestão de Negócios
A Rede de Perceção e Gestão de Negócios (RPGN) está inserida nas medidas do Programa
Impulso Jovem e constitui um modelo de apoio alargado ao empreendedorismo jovem, da
gestação de uma ideia à constituição de uma iniciativa sustentável, de cariz associativo ou
empresarial.
Destinatários
A RPGN destina-se aos jovens, entre os 16 e os 30 anos, residentes nas NUT II do Norte, Centro
e Alentejo.
Eixos de Atuação
As ações da RPGN dividem-se por 5 eixos principais, nomeadamente:
1. Rede de Fomento de Negócios (RFN) - permite às entidades candidatarem-se à implementação de uma oportunidade de negócio previamente identificada;
2. Concurso de Ideias e Projetos - onde os jovens podem apresentar propostas, ideias e soluções inovadoras a partir de visitas feitas a empresas, associações e IPSS, acompanhadas de facilitadores;
3. Apoio à Criação de Empresas - presta apoio à constituição de empresas de jovens;
4. Projetos Sustentáveis - Facilitação: visam a capacitação de jovens facilitadores de empreendedorismo e o apoio a outros jovens que participam no concurso de ideias e projetos;
5. Projetos Sustentáveis - Outros: apoiam o desenvolvimento de projetos no terceiro setor ou na área cultural.
Apoios
A todos os jovens selecionados são proporcionados, pela RPGN, ateliês de capacitação e bolsas de apoio financeiro para apoio ao desenvolvimento dos projetos, pelo prazo de 5 meses, com os seguintes valores mensais:
691,71 € / mês, para jovens com o ensino superior concluído;
544,99 € / mês, para jovens com o ensino secundário completo;
419,22 € / mês para jovens sem o ensino secundário completo.
A RPGN proporciona ainda a todos os jovens selecionados:
Ateliês para capacitação, com um total de 32h de formação:
Promovem a criatividade e o papel ativo do participante;
Com foco na vertente prática, na tutoria e na construção acompanhada do
projeto nas áreas de gestão, finanças, marketing, obrigações legais e fiscais
ou outras consideradas necessárias;
Envolvendo profissionais com elevada experiência no terreno.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 427/2012 de
31 de dezembro
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 69
2.13. Passaporte para o Empreendedorismo
O Passaporte para o Empreendedorismo consiste no apoio a jovens que pretendam desenvolver
o seu projeto empresarial. O apoio assume a forma de Bolsa, que pode ser atribuída por um
período mínimo de 4 meses e até um máximo de 12 meses. Os jovens devem ser detentores de
um projeto de empreendedorismo inovador, com potencial de crescimento e que responda a
uma necessidade de mercado.
Destinatários
Jovens até aos 30 anos finalistas ou licenciados há menos de 3 anos;
Jovens até aos 30 anos detentores de licenciatura, mestrado ou doutoramento, e
inscritos nos centros de emprego há mais de 4 meses;
Jovens até aos 34 anos, detentores de mestrado ou doutoramento.
Não obstante, apenas se podem candidatar a esta medida os empreendedores das Regiões
Norte, Centro e Alentejo.
Serão atribuídas até um máximo de três bolsas por projeto empresarial.
Projetos Elegíveis
Para obterem a bolsa do Passaporte para o Empreendedorismo os jovens devem ser detentores
de um projeto de empreendedorismo inovador, com potencial de crescimento e que responda a
uma necessidade de mercado local ou global.
Apoios
O Passaporte para o Empreendedorismo conjuga apoio financeiro mensal com aconselhamento
técnico ao desenvolvimento de ideias de negócio. A medida conta com o apoio do FEDER através
dos Programas Operacionais Regionais do Norte, Centro e Alentejo. Ficam assim excluídas as
regiões de Lisboa, Península de Setúbal e Algarve.
A bolsa mensal tem o valor 691,70 euros e é atribuída durante um período mínimo de quatro
meses e um máximo de 12 meses, não sendo acumulável com trabalho a tempo inteiro ou
parcial nem com o subsídio de desemprego.
Os candidatos aceites têm ainda acesso à Rede Nacional de Mentores, para aconselhamento
empresarial, e serviços de assistência técnica no desenvolvimento do projeto, nomeadamente
estudos de viabilidade técnico-científica, consultoria especializada para patentes internacionais,
intermediação na procura de parceiros financiadores ou empresariais, entre outros serviços.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 370-A/2012
de 15 de novembro
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 70
Segurança Social
2.14. Isenção do Pagamento de Contribuições
2.14.1. Apoio à Redução da Precariedade no Emprego dos Jovens
Esta medida confere às entidades empregadoras beneficiar da isenção do pagamento de
contribuições a seu cargo durante 36 meses ou, em alternativa, da isenção do pagamento das
contribuições a seu cargo durante 24 meses juntamente com o apoio direto à contratação no
valor de EUR 2.000,00, na contratação sem termo de jovens até 35 anos, inclusive,
independentemente do nível de habilitação e qualificação:
Cujo contrato resulte de conversão de prestação de serviço ou contrato a termo certo;
Que já tenha estado vinculado à entidade empregadora por prestação de serviço ou
contrato a termo;
Que se encontre a efetuar ou que tenha efetuado estágio, de qualquer natureza, nessa
entidade empregadora;
Que se encontre a prestar ou tenha prestado trabalho ao abrigo de um contrato de
trabalho temporário nessa entidade empregadora.
Apoios
A entidade empregadora fica dispensada de pagar contribuições à Segurança Social a seu cargo
por um período de 36 meses; ou pode receber EUR 2.000,00 por cada contrato de trabalho
criado e ficar dispensada do pagamento de contribuições à segurança Social, pelo período de 24
meses.
2.15. Dispensa de Pagamento de Contribuições
2.15.1. 1.º Emprego e Desempregados de Longa Duração
As entidades empregadoras que contratem jovens à procura de 1.º emprego ou desempregados
de longa duração ficam dispensadas de pagar contribuições à Segurança Social a seu cargo
(23,75%), por esses trabalhadores durante 36 meses (no máximo). No entanto, mantêm-se a
obrigação contributiva relativa às quotizações dos trabalhadores, ou seja, os 11% a cargo do
trabalhador.
Destinatários
Jovens à procura de 1.º emprego: jovens com idade superior a 16 e inferior a 30 anos
que, à data do contrato, nunca tenham tido um contrato de trabalho por tempo
indeterminado;
Desempregados de longa duração: desempregados que, à data do contrato, estejam
disponíveis para o trabalho e inscritos nos Centros de Emprego há mais de 12 meses,
mesmo que neste período tenham tido contratos de trabalho a termo, por períodos
inferiores a 6 meses, cuja duração conjunta não ultrapasse 12 meses.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 130/2009, de
30 de janeiro de 2009 com
as alterações introduzidas
pela Declaração de
retificação 13/2009, de 10
de fevereiro
Decreto-Lei n.º 89/95, de
6 de maio, alterado pelo
Decreto – Lei n.º 34/96,
de 18 de abril
Legislação Aplicável
Decreto Regulamentar n.º
50/2012, de 25 de
setembro
Lei n.º110/2009, de 16 de
setembro
Despacho n.º 11 130/97,
(2ª série) de 24 de
outubro
Decreto-Lei n.º 89/95, de
6 de maio, alterado pela
Lei n.º 110/2009, de 16 de
setembro
Despacho n.º
130/SESS/91, de 17 de
dezembro
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 71
Entidades Promotoras
Podem beneficiar desta medida as entidades empregadoras que contratem jovens à procura do
primeiro emprego ou desempregados de longa duração.
Quando se pode requerer
No mês seguinte àquele em que foi feito o contrato de trabalho, para poder ter direito aos 36
meses de dispensa de contribuições (período máximo).
Como os 36 meses começam a contar do mês em que foi feito o contrato de trabalho, se
apresentar o pedido mais tarde, só tem direito à dispensa de contribuições a partir do início do
mês em que faz o pedido e durante o tempo que falta para completar os 36 meses.
2.15.2. Emprego a Reclusos em Regime Aberto
As entidades empregadoras que contratem uma pessoa que esteja presa em regime aberto
(contrato por tempo indeterminado) ficam dispensadas de pagar contribuições à Segurança
Social por esse trabalhador durante 36 meses.
Apoios
A entidade empregadora fica dispensada de pagar contribuições à Segurança Social por estes
trabalhadores por 36 meses (no máximo).
A contagem do período de dispensa de pagamento é suspensa se o contrato de trabalho for
suspenso devido ao trabalhador estar numa situação de incapacidade ou indisponibilidade
temporária para o trabalho (devidamente comprovada).
Quando se pode requerer
No mês seguinte àquele em que foi feito o contrato de trabalho, para poder ter direito aos 36
meses de dispensa de contribuições (período máximo).
Como os 36 meses começam a contar do mês em que foi feito o contrato de trabalho, se
apresentar o pedido mais tarde, só tem direito à dispensa de contribuições a partir do início do
mês em que faz o pedido e durante o tempo que falta para completar os 36 meses.
Legislação Aplicável
Despacho Conjunto n.º
561/2001, de 22 de Junho
Decreto-Lei n.º 199/99, de
8 de junho
Decreto-Lei n.º 89/95, de
6 de maio alterado pelo
Decreto-Lei n.º 34/96, de
18 de Abril
Legislação Aplicável (cont.)
Decreto-Lei n.º 89/95, de
6 de maio, alterado pela
Lei n.º 110/2009, de 16 de
setembro
Despacho n.º
130/SESS/91, de 17 de
dezembro
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 72
2.15.3. Rotação Emprego-Formação
As entidades empregadoras que apostem na medida Rotação Emprego-Formação ficam
dispensadas de pagar contribuições à Segurança Social pelos trabalhadores que estejam a fazer
formação profissional contínua.
O trabalhador que vai fazer a formação é substituído por um desempregado que, assim, tem a
oportunidade de ter uma experiência profissional na função desempenhada pelo trabalhador em
formação.
Apoios
A entidade empregadora fica dispensada de pagar contribuições à Segurança Social por
trabalhadores:
Enquanto durar a ação de formação (12 meses, no máximo). Consideram-se como uma
única ação de formação, as ações de formação que não tenham mais de 15 dias de
intervalo entre si.
Até 12 meses, se a entidade empregadora fizer um novo contrato com o trabalhador
substituto.
Quando se pode requerer
No mês seguinte àquele em que foi feito o contrato de trabalho ou o contrato de formação.
2.16. Redução da Taxa Contributiva
2.16.1. Pré-reforma
Este regime aplica-se aos trabalhadores até ao momento em que completam a idade normal de
acesso à pensão por velhice acrescida do número de meses necessários à compensação do fator
de sustentabilidade, mantendo todos os seus direitos em termos de Segurança Social.
Nos casos em que o acordo de pré-reforma estabeleça a suspensão da prestação de trabalho
ficam excluídos o direito à doença, doenças profissionais, parentalidade e desemprego.
Nas situações de redução da prestação de trabalho, o trabalhador mantêm os seus direitos com
base na remuneração auferida.
Destinatários
Trabalhadores por conta de outrem com 55 ou mais anos, que tenham celebrado acordo de pré-
reforma com as respetivas entidades empregadoras.
Apoios
O valor da pré-reforma é acordado entre o trabalhador e a entidade empregadora.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 328/99, de 12
de maio
Decreto-Lei n.º 51/99, de
20 de fevereiro
Legislação Aplicável
Decreto Regulamentar n.º
50/2012, de 25 de
setembro
Portaria n.º 66/2011, de 4
de fevereiro
Decreto-Lei n.º 87/2004,
de 17 de abril
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 73
De qualquer forma, a prestação de pré-reforma inicialmente fixada não pode ser inferior a 25%
do último salário ganho pelo trabalhador, nem superior ao valor desse salário.
A menos que o contrário conste no acordo de pré-reforma, a prestação é atualizada anualmente
na mesma percentagem do aumento de salário que o trabalhador beneficiaria se estivesse a
trabalhar a tempo inteiro, ou, não havendo tal aumento, na percentagem da taxa de inflação.
Tanto a entidade empregadora como o trabalhador passam a descontar menos para a Segurança
Social.
As contribuições para a Segurança Social correspondem ao valor da remuneração que serviu de
base ao cálculo da prestação de pré-reforma. Ou seja, pagam contribuições sobre o salário do
trabalhador antes de estar na pré-reforma e não pela prestação que recebe na pré-reforma.
Também aqui não se aplicam as reduções ou agravamentos em função do tipo de contrato.
No caso em que o trabalhador continua a trabalhar, mantendo todos os seus direitos, mantém-
se a taxa que lhe era aplicada antes do acordo.
Trabalhadores em situação de
pré-reforma
Entidade
Empregadora Trabalhador Total
Acordo de pré - reforma
que estabeleça a
suspensão da prestação
de trabalho
18,3% 8,6% 26,9%
Restantes Casos
A taxa
contributiva que
lhe era aplicada
antes do acordo
Mantém-se a
quotização que lhe
era aplicada antes
do acordo
Taxa
contributiva
2.16.2. Emprego a Reclusos em Regime Aberto
Esta medida consiste numa redução da taxa contributiva nas situações de contratação a termo
de trabalhadores reclusos em regime aberto. As entidades empregadoras têm assim direito a
descontar menos para a segurança social por cada trabalhador contratado neste regime.
Apoios
Valor da redução: 50% do valor das contribuições na parte que diz respeito ao empregador,
enquanto durar o contrato.
Se o contrato de trabalho a termo for convertido em contrato por tempo indeterminado, a
entidade empregadora tem direito a dispensa temporária do pagamento de contribuições a partir
do mês seguinte.
Quando se pode requerer
Até ao mês seguinte ao da celebração do contrato de trabalho.
Legislação Aplicável
Portaria n.º 66/2011, de 4
de fevereiro
Aviso n.º 27831-F/2010,
de 31 de dezembro e Aviso
nº 24866-A/2011, de 28
de dezembro
Decreto Regulamentar n.º
1-A/2011, de 3 de janeiro
Lei n.º110/2009, de 16 de
setembro
Despacho Conjunto n.º
561/2001, de 22 de junho
Decreto-Lei n.º 199/99, de
8 de junho
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 74
2.16.3. Emprego a Trabalhadores com Deficiência
As entidades empregadoras que contratem uma pessoa com deficiência por tempo
indeterminado – desde que tenham capacidade para o trabalho inferior a 80% da capacidade
normal exigida a um trabalhador não deficiente, no desempenho das mesmas funções, têm
direito a descontar menos para a Segurança Social por esse trabalhador.
Quando se pode requerer
Até ao mês seguinte ao da celebração do contrato de trabalho. No entanto, caso a entidade
empregadora peça a redução de taxa fora daquele prazo, apenas tem direito a partir do início do
mês em que o pedido deu entrada na instituição de Segurança Social competente.
Apoios
Entidade Empregadora Trabalhador Total
11,9% 11% 22,9%
A entidade empregadora tem uma redução das contribuições para a segurança social enquanto
durar o contrato de trabalho.
2.16.4. Regiões com Problemas de Interioridade
As entidades empregadoras localizadas em regiões com problemas de interioridade têm direito a
não pagar contribuições para a Segurança Social (ou a ter uma redução da taxa contributiva),
desde que criem postos de trabalho.
Apoios
Generalidade das empresas
Não têm de pagar contribuições à Segurança Social, nos primeiros três anos de
contrato, pelos postos de trabalho criados;
No quarto ano, tem direito a uma redução de dois terços nestas contribuições;
No quinto ano, tem direito a uma redução de um terço nestas contribuições.
Empresas formadas por jovens empresários
Não têm de pagar contribuições à Segurança Social, nos primeiros cinco anos, pelos
postos de trabalho criados;
Legislação Aplicável
Decreto Regulamentar n.º
50/2012, de 25 de
setembro
Portaria n.º 66/2011, de 4
de fevereiro
Decreto Regulamentar n.º
1-A/2011, de 03 de janeiro
Lei n.º110/2009, de 16 de
setembro
Decreto-Lei n.º 55/2008,
de 26 de março
Portaria n.º 170/2002, de
28 de fevereiro
Portaria n.º 1467-A/2001,
de 31 de dezembro
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 75
Parte III – Programas Comunitários
Conteúdo Parte III – Programas Comunitários
Horizonte 2020
Europa Criativa
COSME
3.1. Horizonte 2020
O Horizonte 2020 (H2020) é o novo Programa-Quadro de Investigação e Inovação da União
Europeia para os próximos sete anos, dotado com um orçamento superior a 77 mil milhões de
euros. O programa assenta em três pilares principais de atuação, a “Excelência Científica” (32%
do orçamento), a “Liderança Industrial” (22% do orçamento), e os “Desafios Societais” (39% do
orçamento). Cada um dos pilares abordará áreas específicas e previamente acordadas como
essenciais para o contínuo desenvolvimento europeu. O programa foi projetado para desenvolver
resultados que façam a diferença na vida das pessoas, sendo que pelo menos 11% do
orçamento disponível deverá ser destinado às PME.
O H2020 apresenta-se assim como o maior instrumento da Comunidade Europeia
especificamente orientado para o apoio à investigação, através do cofinanciamento de projetos
de investigação, inovação e demonstração. O apoio financeiro é concedido na base de concursos
em competição e mediante um processo independente de avaliação das propostas apresentadas.
A maioria do financiamento da investigação da UE é concedido com base em convites à
apresentação de propostas concorrenciais, mas o orçamento inclui igualmente o financiamento
do Centro Comum de Investigação, o serviço científico interno da Comissão Europeia, bem como
do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia e da investigação realizada no quadro do Tratado
Euratom. Serão igualmente publicados convites à apresentação de propostas separados no
âmbito de parcerias específicas com a indústria e com os Estados-Membros.
O Horizonte 2020 afigura-se como um programa com vários elementos otimizados em relação ao
anterior programa quadro, sendo que as principais diferenças consistem em:
Programas mais atrativos para PME inovadoras e com potencial de crescimento;
Apoio europeu para colmatar falhas do mercado;
Estímulo ao empreendedorismo / inovação através de melhores relações universidade –
indústria;
Processos e procedimentos mais rápidos e de fácil entendimento;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 76
Horizonte 2020
Excelência Científica
Conselho Europeu de Investigação (ERC)
Ações Marie Curie
Future and Emerging Technologies (FET)
Infraestruturas de Investigação
Liderança Industrial
Leadership in Enabling and
Industrial Technologies
- TIC
- Nanotecnologia
- Materiais avançados
- Biotecnologia
- Indústria e processamento
avançados
- Espaço
Acesso a Financiamento de
Risco
SME Instrument
Desafios Societais
Desafios temáticos:
Saúde
Alimentos
Energia
Ambiente
Segurança
Sociedades inclusivas
Transportes
Os três pilares de atuação do programa são os seguintes:
Liderança Industrial Desafios Societais Excelência Científica
Reforçar a liderança
industrial em inovação.
Inclui grande investimento
em tecnologias-chave, e um
melhor acesso ao capital e
apoio às PME
Reflete as prioridades da
Estratégia UE 2020,
abordando as principais
preocupações partilhadas
por todos os europeus
Apoiar a posição da UE como
líder mundial em ciência,
com um aumento do
financiamento para o
Conselho Europeu de
Investigação (ERC)
Estrutura do H2020
EUROSTARS 2 EURATOM
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 77
3.1.1. Pilar Excelência Científica
O propósito do pilar “Excelência Científica” é reforçar a investigação de ponta através das
atividades do Conselho Europeu de Investigação (European Research Council – ERC); reforçar a
investigação em tecnologias futuras e emergentes; reforçar competências, formação e
desenvolvimento de carreira; reforçar as infraestruturas europeias de investigação físicas e
digitais.
O principal objetivo deste pilar é desenvolver as melhores tecnologias, reter o talento dos
investigadores e dar-lhes acesso às melhores infraestruturas possíveis.
Instrumento Financiamento
Conselho Europeu de Investigação (ERC)
Investigação de ponta pelas melhores equipas individuais 13.095 M€
Tecnologias Futuras e Emergentes
Investigação colaborativa para abrir novos campos de inovação 2.696 M€
Ações Marie Curie
Oportunidades de formação e desenvolvimento de carreira 6.162 M€
Infraestruturas de investigação (incluindo infraestruturas digitais)
Assegurar o acesso a instalações de nível mundial 2.488 M€
Conselho Europeu de Investigação (ERC)
O Conselho Europeu de Investigação é composto por um Conselho Científico – órgão de tomada
de decisão que define a estratégia de financiamento científico e metodologias a adotar; e por
uma Agência de Execução, que implementa a estratégia definida pelo Conselho Científico. Estas
metodologias e estratégias aplicam-se a todas as áreas científicas e a todos os setores
industriais.
O Conselho Europeu de Investigação apoia a investigação dentro das seguintes categorias:
Subsídios de Iniciação – Para líderes de investigação que estejam a estabelecer uma
equipa de investigação para conduzir uma investigação independente na Europa; para
investigadores com 2-7 anos de experiência.
Subsídios Consolidadoras – Para apoiar investigadores numa fase de consolidação
da equipa de investigação; para investigadores com 7-12 anos de experiência.
Subsídios Avançadas – Apoiar investigadores já estabelecidos, de qualquer idade e
nacionalidade, que estejam a investigar algo inovador ou de alto risco, que abram
novos rumos nos seus campos de especialização.
Subsídios de Sinergia – Subsídios que se destinam a permitir que um pequeno grupo
de investigadores e respetivas equipas reúnam competências e conhecimentos
complementares para a resolução de problemas de pesquisa.
Prova de Conceito – Para investigadores que já tenham usufruído de um subsídio
ERC.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 78
Tecnologias Futuras e Emergentes
As Tecnologias Futuras e Emergentes (Future and Emerging Technologies – FET) apoiam uma
combinação única de iniciativas de pesquisa colaboração de alto risco, longo prazo e
multidisciplinares nas TIC. Promove a exploração de ideias radicalmente novas e tendências para
a investigação e inovação futuras. Fornece apoio financeiro às áreas emergentes que requerem
investigação fundamental de longo prazo. Destina-se a ir para além dos limites convencionais
das TIC, apoiando-se em sinergias com as diferentes disciplinas científicas, artes e
humanidades. Pode ser aplicado a todas as áreas científicas e a todos os setores industriais.
As FET estão divididas em três eixos principais:
FET Open FET Proactive FET Flagships
Fomentar ideias novas
Este eixo suporta um
grande conjunto de ciência
visionária de alto risco e
projetos colaborativos de
pesquisa de tecnologia, de
forma ascendentes,
necessários para a
exploração bem sucedida de
novas bases para
tecnologias futuras
radicalmente novas. O
objetivo é atrair novos
atores de alto potencial em
investigação e inovação, tal
como jovens investigadores
e PME de alta tecnologia.
Nutrir temas e
comunidades emergentes
Este eixo abre regularmente
calls em vários temas de
alto risco, inovadores e de
alto potencial. Isto torna a
etapa de colaborações entre
um pequeno número de
investigadores, num
conjunto de projetos em
que cada um aborda
aspetos de um tema de
pesquisa e partilham
resultados entre si.
Abordar grandes desafios
científicos e tecnológicos
interdisciplinares
Este eixo inclui iniciativas de
investigação que são
orientadas apara a ciência,
em grande escala,
multidisciplinar, e
construídas em torno de um
objetivo visionário unificador.
Isto requer cooperação e
parcerias entre uma série de
disciplinas, comunidades e
programas.
Ações Marie Curie
As ações Marie Curie apresentam-se como catalisadores para a promoção de novas
competências através de uma excelente formação inicial dos investigadores. Assim, as ações
Marie Curie vão continuar a dotar novos investigadores com uma diversidade de competências
que lhes permitam enfrentar os desafios atuais e futuros.
Isto requer um programa de formação para a investigação a nível europeu, através da seleção
de parceiros estratégicos para a implementação do programa, como por exemplo, universidades,
instituições de pesquisa, empresas, PMEs e outros agentes socioeconómicos. O foco será dado à
criatividade, assim como uma visão empreendedora e competências inovadoras que
correspondam às necessidades futuras do mercado de trabalho.
As ações Marie Curie, inseridas no H2020, apoiam também a mobilidade de investigadores, para
formação e desenvolvimento de carreira.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 79
Infraestruturas de Investigação
O objetivo desta vertente é desenvolver infraestruturas de investigação europeias, para de 2020
em diante, que promovam o potencial de inovação e capital humano. Para atingir estes objetivos
e ajudar a Europa a responder aos grandes desafios científicos, industriais e da sociedade, é
necessário garantir a implementação, a sustentabilidade a longo prazo e a operação eficiente
das infraestruturas de investigação identificadas pelo Fórum Estratégico Europeu para
Infraestruturas.
O financiamento de infraestruturas de investigação europeias irá contribuir para:
Desenvolver novas infraestruturas de classe mundial;
Integrar e abrir as infraestruturas de investigação nacionais existentes de interesse
pan-europeu;
Desenvolvimento, implantação e operação de e-infraestruturas baseadas nas TIC;
Explorar o potencial de inovação das infraestruturas de investigação;
Reforçar o capital humano das infraestruturas de investigação;
Facilitar a cooperação internacional.
3.1.2. Pilar Liderança Industrial
O objetivo do pilar “Liderança Industrial” é reforçar a liderança industrial através de tecnologias
facilitadoras essenciais (Key Enabling Technologies – KET) para impulsionar a competitividade e
reforçar a posição da Europa face à investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação.
As áreas KET prioritárias para impulsionar a liderança industrial são as Tecnologias de
Investigação e Comunicação (TIC), a nanotecnologia, os materiais avançados, a biotecnologia,
processos e indústria avançada. Vai ser reforçado também o acesso ao financiamento de risco
para o investimento em investigação e inovação, assim como o aumento da inovação nas PMEs.
Instrumento Financiamento
Liderança nas tecnologias industriais facilitadoras
(TIC, nanotecnologias, materiais, biotecnologia, indústria, espacial) 13.557 M€
Acesso a financiamento de risco
Alavancar o financiamento privado e capital de risco para a investigação e
inovação
2.842 M€
Inovação nas PME
Promover todas as formas de inovação em todo o tipo de PMEs 616 M€
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 80
Liderança nas Tecnologias Industriais Facilitadoras
No âmbito deste eixo do Pilar Liderança Industrial, vão ser abordadas as seguintes áreas de
tecnologias facilitadoras:
KET
Tecnologias da Informação
e Comunicação (TIC)
Inclui investigação e inovação de uma nova geração de
componentes e sistemas, como micro-nano-bio sistemas,
computação em nuvem, software, gestão da informação e
robôs. Inclui também fotónica.
Nanotecnologia Desenvolvimento e aplicação da próxima geração de
nanomateriais, nanodispositivos e nanossistemas.
Materiais Avançados
Investigação e inovação em materiais para assegurar uma
eficiente e sustentável produção industrial; pesquisa e
desenvolvimento de técnicas e sistemas novos e inovadores
para a criação de novas oportunidades de negócio.
Biotecnologia
O objetivo é permitir que a indústria europeia de biotecnologia
possa desenvolver novos e inovadores produtos e processos
que respondam às necessidades industriais e da sociedade.
Processos e Indústria
Avançados
O objetivo é promover um crescimento industrial sustentável,
assim como desenvolver e integrar sistemas de produção do
futuro adaptáveis. Isto inclui sistemas e materiais
energeticamente eficientes e a cooperação entre diversos
setores.
Espaço
O objetivo é manter o papel mundial de liderança da Europa
no espaço, através da salvaguarda e desenvolvimento de uma
indústria espacial e comunidade de pesquisa competitivas,
que também estimulem a inovação entre setores espaciais e
não espaciais.
Acesso a Financiamento de Risco
O acesso ao financiamento de risco está dividido em dois mecanismos: Debt Facitity (Mecanismo
de dívida) e Equity Facility (mecanismo de capital próprio). A implementação destes mecanismos
está delegada ao Banco Europeu de Investimento e/ou outras instituições financeiras que
possam ser responsáveis pela aplicação dos instrumentos financeiros.
Debt Facility
Este mecanismo vai conceder empréstimos a:
Beneficiários individuais para investimento em pesquisa e inovação;
Garantias a intermediários financeiros que façam empréstimos a beneficiários;
Combinações de empréstimos e garantias;
Garantias e / ou contragarantias para os regimes de dívida de financiamento nacionais
ou regionais.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 81
Equity Facility
Este mecanismo vai focar-se em:
Fundos de capital de risco de primeira fase, fornecendo capital de risco;
E/ou capital de mezanino para portfólio de empresas individuais.
Inovação nas PME: SME Instrument
O SME instrument é uma nova forma de apoio dedicada às PME e representa uma nova
abordagem ao apoio das atividades de inovação das PME. O seu objetivo é atrair mais PME ao
Horizonte 2020, fornecer apoio a uma larga gama de atividades de inovação e ajudar a
aumentar o impacto económico dos resultados dos projetos, pela sua abordagem focada nas
necessidades internas da empresa e na sua orientação para o mercado.
Principais características do SME Instrument:
Está orientado para todos os tipos de PME inovadoras com elevada ambição de crescer
(e de se desenvolverem e internacionalizarem);
Apenas podem concorrer as PME (podem concorrer sozinhas, mas é aconselhável que
exista colaboração);
O programa possui uma dimensão competitiva a nível europeu;
70% do financiamento será para projetos e atividades orientadas para o mercado;
Está dividido em várias fases e possui um serviço de coaching especializado;
Pretende dar resposta aos desafios societais e às tecnologias facilitadoras essenciais;
O SME instrument dá resposta às necessidades de financiamento de PME orientadas para a
internacionalização e, particularmente, aos jovens empreendedores na implementação de ideias
de potencial e risco elevado. Destina-se a apoiar projetos de dimensão europeia que conduzam a
mudanças radicais na forma como os negócios são feitos (produtos, processos, serviços,
marketing, etc.). Irá lançar as empresas em novos mercados, promover o crescimento e criar
elevado retorno do investimento. O SME instrument abrange todo o tipo de PME inovadoras de
modo a promover campeões do crescimento em todos os setores.
Este instrumento é composto por 3 fases distintas mas interligadas e com um esquema de
coaching e mentoring para os beneficiários, não existindo por isso obrigação das PME
candidatarem-se sequencialmente às 3 fases.
Fase 1: Viabilidade tecnológica, técnica e económica
As PME recebem um financiamento de 50.000 € (70% do custo total, incluindo 25% de custos
indiretos) para prepararem, com os consultores que escolherem, um Plano de Negócios para as
suas novas ideias. O prazo de resposta da Comissão será de 6 meses.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 82
Fase 2: Identificação, demonstração e replicação no mercado
Os projetos apoiados (os melhores Planos de Negócios) deverão preparar-se para introduzir no
mercado as suas ideias inovadoras. Receberão da Comissão um apoio entre 1 e 3 M€, na base
de 70% do custo global (incluindo 25% de custos indiretos). Os projetos deverão ter um impacto
muito significativo na atividade da PME. Esta pode subcontratar ou comprar serviços e
conhecimento essencial para o seu projeto de inovação, no espírito do conceito de voucher de
inovação.
Fase 3: Comercialização
É apoiada a comercialização das soluções ou produtos desenvolvidos na fase 2, através de
empréstimos a baixa taxa de juro ou acesso a capital de risco.
Quadro Síntese das 3 fases do SME Instrument
Fase 1: Análise do conceito
e viabilidade da ideia Fase 2: Projeto de Inovação Fase 3: Comercialização
Candidatura: Ideia/Conceito
“Plano de Negócios I”
(+/- 10 pág.)
Candidatura:
“Plano de Negócios II” +
descrição das atividades na
Fase 2
(+/- 30 pág.)
Instrumento de promoção
através de rótulo de
qualidade aos projetos com
sucesso;
Facilitar o acesso a
financiamento privado;
Apoio através de
networking, formação,
informação, gestão de PI,
partilha do conhecimento,
disseminação;
Janela de oportunidades
para os mecanismos
financeiros (debt e equity
facility)
Atividades:
Viabilidade do conceito
Análise de risco
Regime de PI
Procura de parceiros
Estudo de Design
Aplicação de Piloto
Etc.
Atividades:
Desenvolvimento
Prototipagem
Testes
Pilotos
Miniaturização
Scale-Up
Replicação no mercado
Resultado:
“Plano de Negócios II”
Resultado:
“Plano de Negócios III”
(Pronto para investimento)
Financiamento: até 50.000€
Tempo médio: 6 meses
Financiamento: 1 a 3 M€
(pagamentos com base nos
resultados)
Tempo médio: 12 a 24
meses
As PME são convidadas a submeter propostas a este instrumento em qualquer altura em
qualquer área dos Desafios Societais e das Tecnologias Facilitadoras e Industriais (Key Enabling
Technologies) do Horizonte 2020.
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3.1.3. Pilar Desafios Societais
O objetivo dos Desafios Societais é seguir ações de pesquisa, desenvolvimento tecnológico,
desenvolvimento tecnológico, ações de demonstração e inovação para dar resposta aos objetivos
da estratégia Europa 2020 e de outras políticas europeias. Os Desafios Societais estão divididos
em sete áreas específicas e refletem as principais preocupações partilhadas por todos os
europeus.
Instrumento Financiamento
Saúde, alterações demográficas e bem-estar 7.472 M€
Segurança alimentar, agricultura e silvicultura sustentável,
pesquisa aquática marinha e marítima e bioeconomia 3.851 M€
Energia limpa, segura e eficiente 5.931 M€
Transportes inteligentes, ecológicos e integrados 6.339 M€
Ação climática, ambiente, eficiência dos recursos e matérias-primas 3.081 M€
Sociedades inclusivas, inovadoras e refletivas 1.310 M€
Sociedades seguras 1.695 M€
Ciência com e para a sociedade 462 M€
Espalhar a excelência e ampliar a participação 816 M€
Saúde, alterações demográficas e bem-estar
O objetivo específico é melhorar a saúde ao longo da vida, e o bem-estar de todos. Além disso,
são também objetivos deste desafio os sistemas de saúde e de cuidados economicamente
sustentáveis e de alta qualidade e as oportunidades para novos empregos. Este tipo de
investigação e inovação darão um importante contributo para a estratégia da Europa 2020.
Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo
Ciências da Vida
Medicina & Farmacêutica
Saúde Pública
Bioestatíestica; Cuidados e
serviços de saúde; Pesquisa
Clínica; Oncologia;
Diagnóstico; Doenças;
Gerontologia / Geriatria;
Doenças cardíacas e de
circulação do sangue;
Neurologia / Investigação
cerebral; Medidas e
padrões; Farmacêutica /
Medicamentos; Biologia /
Biotecnologia; Pesquisa de
genoma.
Universidades
Institutos de Gestão
ONG’s
PME
Indústria farmacêutica
Hospitais
Associações de doentes
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Segurança alimentar, agricultura e silvicultura sustentável, pesquisa aquática
marinha e marítima e bioeconomia
O principal objetivo deste eixo é garantir um abastecimento suficiente, seguro e de alta
qualidade de alimentos e outros produtos de base biológica, através do desenvolvimento de
sistemas de produção primários que sejam eficientes na utilização de recursos e na promoção de
serviços relacionados com o ecossistema, ao lado de cadeias de fornecimento competitivas e
com emissões baixas de carbono. Aos poucos, estas alterações contribuem para uma aceleração
da transição europeia para uma bioeconomia sustentável.
Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo
Agricultura
Silvicultura
Recursos vivos aquáticos
Alimentação
Ambiente
Agricultura
Gestão Florestal
Pesca
Alimentação e bebidas
Indústrias ambientais
Universidades
Institutos de investigação
Indústria / PMEs
ONG’s
Associações de
consumidores
Organizações
governamentais de
investigação
Energia limpa, segura e eficiente
A finalidade deste desafio é apoiar a transição para um sistema energético de confiança, aceite
publicamente, sustentável e competitivo. O sistema deverá ser menos dependente de
combustíveis fósseis que o praticado atualmente.
Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo
Política económica
Engenharia
Tecnologias Industriais
Arquitetura e urbanismo
Desenvolvimento
sustentável
Eletrónica e microeletrónica;
Telecomunicações,
networking; Tecnologia de
construção; Tecnologia de
materiais; Engenharia de
processos de plantas;
Engenharia e tecnologia
química; Armazenamento e
transporte de energia;
Conversão, transmissão e
produção de energia; Energia
de fontes fósseis; Fontes
renováveis de energia;
Utilização raciona de energia;
Ciências Físicas e exatas;
Preocupações sociais e
económicas.
Universidades
Institutos de investigação
Indústria / PMEs
Utilizadores finais
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Transportes inteligentes, ecológicos e integrados
O objetivo deste desafio societal é minimizar o impacto dos sistemas de transporte no clima e no
meio ambiente, incluindo poluição atmosférica e sonora, através da melhoria da eficiência na
utilização de recursos naturais e da redução da dependência de combustíveis fósseis. A
investigação e inovação neste eixo contribui diretamente e substancialmente para o
desenvolvimento e adoção das soluções necessárias para todos os meios de transporte, que irão
reduzir drasticamente as emissões nocivas para o ambiente e, consequentemente, reduzir o
impacto desta indústria na biodiversidade e recursos naturais.
Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo
Política económica
Saúde Pública
Engenharia
Tecnologias Industriais
Arquitetura e urbanismo
Desenvolvimento
sustentável
Tecnologia de materiais;
Infraestruturas de
transportes; Tecnologias de
expedição e transporte;
Tecnologia aeroespacial;
Tecnologias têxteis;
Tecnologia / engenharia
sonora; Transporte e
armazenamento de energia;
Conversão, transmissão e
produção de energia;
Ciências físicas e exatas;
Recursos marítimos, pesca;
Preocupações económicas e
da sociedade.
Universidades
Institutos de investigação
Indústria / PMEs
Utilizadores finais
Ação climática, ambiente, eficiência dos recursos e matérias-primas
A finalidade deste desafio é alcançar uma economia eficiente em recursos, resiliente em relação
às alterações climáticas e com um abastecimento sustentável de matérias primas, de forma a
dar resposta às necessidades de uma população mundial em expansão dentro dos limites dos
recursos do planeta.
Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo
Ciências naturais e exatas
Ciências sociais
Economia
Ciências técnicas e
aplicadas
Ciências interdisciplinares
Proteção do Homem e do
meio ambiente; Ciências
físicas e exatas; Ciências
biológicas; Agricultura e
recursos marinhos;
Preocupações económicas e
da sociedade; Eletrónica,
telecomunicações e TI;
Produção industrial, materiais
e transporte; Outras
tecnologias industriais;
Medidas e parões
Universidades
Institutos de investigação
ONG’s
Grandes Indústrias / PMEs
Utilizadores
governamentais de
investigação
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 86
Sociedades inclusivas, inovadoras e refletivas
Este desafio pretende ser uma base para a compreensão intelectual da Europa, a sua história e
as várias influências europeias e não europeias, para contribuir para uma melhor qualidade de
vida.
Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo
Humanidades
Ciências sociais
Economia
Direito
Preocupações económicas e
da sociedade
Universidades
Institutos de investigação
ONG’s
Sociedades seguras
Tem em vista a proteção da liberdade e segurança da Europa e dos seus cidadãos.
Pretende promover sociedades europeias seguras no âmbito de transformações ainda sem
precedentes e crescentes interdependências globais e ameaças.
Disciplinas Científicas Setores Industriais Público-alvo
Ciências exatas
Ciências naturais
Ciências técnicas e
aplicadas
Ciências sociais
Humanidades
Eletrónica, telecomunicações
e TI; Produção industrial;
Outras tecnologias
industriais; Medidas e
padrões; Proteção do Homem
e do meio ambiente;
Preocupações
socioeconómicas
Indústria / PME
Utilizadores finais (forças
de segurança, proteção
civil, etc.)
Universidades
Institutos de investigação
3.1.4. Outros Instrumentos do Horizonte 2020
Fast Track to Innovation
O instrumento “Fast Track to Innovation” (FTI) está inserido no Horizonte 2020 será lançado
como uma ação piloto em 2015. O principal intuito deste instrumento é apoiar ações de inovação
que caiam sob os objetivos específicos de Liderança em tecnologias industriais facilitadoras e os
Desafios Societais, de qualquer área tecnológica.
O instrumento vai operar através de uma chamada continuamente aberta, com o compromisso
de não exceder os seis meses para a obtenção de subsídio. As partes interessadas vão poder
submeter propostas a qualquer altura e anualmente serão definidas três datas para a avaliação
das propostas. Todas as entidades legalmente constituídas são elegíveis para este instrumento,
com um mínimo de 3 e máximo de 5 participantes em cada ação. A ação-piloto deverá financiar
até 100 propostas.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 87
Eurostars
O Programa Conjunto Eurostars (2014-2020) ou "Eurostars 2" é uma das quatro parcerias
público-privadas que farão parte da estratégia integrada do Programa-Quadro Horizonte 2020 de
apoio às PME.
O objetivo geral desta iniciativa é estimular o crescimento económico e a criação de emprego,
promovendo a competitividade das PME executantes de investigação através da colaboração
transnacional em I&D.
O valor acrescentado do Eurostars sob o Horizonte 2020 não reside apenas no tipo especial de
PME apoiadas, mas também na forma como ele é implementado: o Eurostars é um programa
conjunto entre vários países europeus, dentro e fora da UE, no âmbito da EUREKA, da União
Europeia através Horizonte 2020.
A abordagem ascendente do Eurostars permite que os participantes lancem os seus projetos em
qualquer setor tecnológico e de mercado, desde que tenha uma finalidade civil e vise a produção
de um novo produto, processo ou serviço.
Os projetos Eurostars juntam parceiros de diferentes países e podem abordar qualquer área
tecnológica, com a ressalva de que devem ter um propósito civil e ser voltados para o
desenvolvimento de um novo produto, processo ou serviço. Os projetos não podem ser
executado por mais de três anos e, nos dois anos a seguir à sua conclusão, deve ser lançado um
produto comercial resultante da pesquisa realizada durante o projeto.
O programa Eurostars opera sob o modelo EUREKA e está comprometido em acabar com a falha
entre a investigação e a comercialização. O programa beneficia PMEs nas últimas fases de
crescimento e apoia negócios que tenham os processos inovadores próximos da fase de
produção comercial.
Euratom
O Programa Euratom atua como complemento do Horizonte 2020, focando-se nos mesmos
desafios-chave. Aos dois programas aplicam-se as mesmas regras de participação, e uma única
regulação.
Duração do Programa Orçamento
5 anos – em linha com o Tratado Euratom
939 M€ para apoiar ações de investigações
indiretas fissão nuclear, proteção radiológica
e de fusão.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 88
3.1.5. Outras Informações
Quem pode apresentar propostas
Podem responder aos convites para apresentar propostas quaisquer entidades jurídicas,
independentemente do seu local de estabelecimento, e organizações internacionais desde que
reúnam as seguintes condições:
Devem participar na ação, no mínimo, três entidades jurídicas;
Cada uma das três entidades deve estar estabelecida num Estado-Membro ou Estado
associado sendo que duas das entidades não podem estar estabelecidas no mesmo
Estado-Membro ou Estado associado;
As três entidades devem ser independentes entre si.
O Centro Comum de Investigação pode também participar em ações com direitos e obrigações
idênticos aos de uma entidade jurídica estabelecida num Estado-Membro.
Quem é elegível para financiamento
Qualquer entidade jurídica estabelecida num Estado-Membro ou Estado associado, ou
instituída nos termos do direito da União;
Qualquer organização internacional de interesse europeu;
Qualquer entidade jurídica estabelecida num país terceiro identificado no programa de
trabalho.
Avaliação das propostas
As propostas apresentadas são avaliadas por um painel de especialistas de várias áreas
independentes que atendem aos seguintes critérios de atribuição:
Excelência;
Impacto;
Qualidade;
Eficiência de execução.
Os programas de trabalho definem de forma mais pormenorizada a aplicação dos critérios de
atribuição para cada convite. A fase de avaliação poderá ter a duração de 5 meses.
Ultrapassada a fase de avaliação, os participantes são informados dos resultados. Sendo os
mesmos positivos, a Comissão Europeia celebra um acordo com cada participante para a
atribuição da subvenção. Neste acordo são confirmadas as atividades que serão levadas a cabo
pelo participante, a duração do projeto, orçamento, avaliações e custos e o montante da
contribuição por parte da Comissão. Em regra, o tempo limite para a celebração do acordo será
de três meses.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 89
3.1.6. Primeiras chamadas para apresentação de propostas
As primeiras chamadas do H2020 (calls) incidem sob diversas áreas dos três pilares deste
programa. A par das primeiras chamadas, foram também divulgados os Programas de Trabalho
(Work Programmes), onde se encontram explicadas todas as chamadas, tópicos e objetivos a
ser abordados. Os Programas de Trabalho refletem a forte abordagem baseada em desafios do
H2020, o que permite aos participantes gozarem de uma considerável liberdade para encontrar
soluções inovadoras.
12 Áreas em foco
Instrumento Financiamento
Personalização de cuidados de saúde 549 M€
Segurança alimentar sustentável 138 M€
Crescimento Azul: libertar o potencial dos mares e oceanos 100 M€
Segurança Digital 47 M€
Cidades e comunidades inteligentes 92 M€
Energia competitiva baixa em carbono 359 M€
Eficiência energética 98 M€
Mobilidade para o crescimento 375 M€
Resíduos: recurso para reciclar, reutilizar e recuperar 73 M€
Inovação da água: aumentar o seu valor para a Europa 67 M€
Superar a Crise: novas ideias, estratégias e estruturas 35 M€
Resistência aos Desastres 72 M€
No primeiro Programa de Trabalho H2020 foram identificadas 12 áreas que beneficiarão de um
foco especial nestes primeiros dois anos do programa. Cada uma destas áreas está incluída nos
Programas de Trabalho, e coberta por uma chamada específica. Estas áreas representam cerca
de 15% do número total de chamadas para 2014-2015, e possuem um orçamento total de 2 mil
milhões de euros.
Questões Transversais
Para além dos três pilares fundamentais do H2020 e das 12 áreas com um foco especial, irá ser
dada prioridade também a questões transversais que foram integradas em cada uma das
diferentes partes do Programa de Trabalho, garantindo assim uma abordagem mais integrada.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 90
As questões transversais abordadas são as seguintes:
Inovação
Divulgar a excelência e ampliar a participação dos Estados Membros
Tecnologias de informação e comunicação
Ciências sociais e humanidades
Género
Cooperação internacional
Ação climática e desenvolvimento sustentável
Outras informações
Todas as participações serão avaliadas por um painel de peritos independentes, que avaliarão as
propostas através dos critérios definidos no Programa de Trabalho do H2020.
Depois de a proposta passar a aprovação científica (com uma duração de 5 meses), os
participantes são informados se estão selecionados para financiamento. Se o resultado for
positivo, será assinado o acordo final entre as partes nos três meses seguintes.
Programa de Trabalho 2014: Financiamento e Instrumentos Financeiros (IF)
Pilar I “Excelência Científica”
N.º Calls Orçamento
Conselho Europeu de Investigação 4 1 662 M€
Ações Marie Curie 6 800 M€
Tecnologias Futuras e Emergentes (FET) 4 200 M€
Infraestruturas Europeias de Investigação 4 277 M€
Pilar II “Liderança Industrial”
N.º Calls Orçamento
Tecnologias de Informação e Comunicação 2 700 M€
Nanotecnologia, Biotecnologia, Materiais Avançados 5 500 M€
Espaço 5 128 M€
Acesso a Financiamento de Risco 2 + IF 5 + 295 M€
Inovação nas PME (não inclui SME Instrument) 1 10 M€
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 91
Pilar III “Desafios Societais”
N.º Calls Orçamento
Saúde, bem-estar e mudança demográfica 2 600 M€
Segurança alimentar, agricultura sustentável, (..) 3 300 M€
Energia segura, limpa e eficiente 4 600 M€
Transportes inteligentes, ecológicos e integrados 3 540 M€
Ação climática, ambiente, eficiência de recursos 3 300 M€
Sociedades inclusivas, inovadoras e refletivas 5 112 M€
Sociedades seguras 4 200 M€
Outros Instrumentos N.º Calls Orçamento
Divulgar a excelência e ampliar a participação 3 50 M€
Ciência para e com a sociedade 4 45 M€
Para os dois primeiros anos do programa (2014-2015) estão disponíveis mais de 15 mil milhões
de euros, que se destinam a contribuir para estimular uma economia europeia baseada no
conhecimento e abordar questões que possam fazer a diferença na vida das pessoas.
Os convites à apresentação de propostas de 2014-2015 incluem, neste período de dois anos,
500 milhões de euros destinados às pequenas e médias empresas inovadoras, através de um
novo instrumento a favor das PME (SME Instrument).
Para este período de dois anos, a Comissão Europeia definiu as principais prioridades de
financiamento, proporcionando aos investigadores e às empresas uma maior certeza sobre a
orientação da política de investigação da UE. Para 2014 estão previstos cerca de 7,8 mil milhões
de euros para calls, estando o financiamento centrado nos três grandes pilares do Horizonte
2020.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 92
3.2. Europa Criativa
O programa Europa Criativa é o novo programa europeu de apoio aos setores culturais e
criativos, com um período de atuação de 7 anos, inserido na estratégia Europa 2020.
Áreas como a cultura europeia, o cinema, a televisão, a música, a literatura, as artes cénicas, o
património e áreas afins irão beneficiar de um maior apoio sob a alçada deste novo programa,
que possui um orçamento total de 1,46 mil milhões de euros, mais 9% que aquilo que é
praticado atualmente, fomentando o desenvolvimento dos setores culturais e criativos, que se
afiguram como uma importante fonte de emprego e crescimento.
Áreas de Atuação
O programa Europa Criativa irá oferecer financiamento nas seguintes áreas:
Desenvolvimento de filmes europeus, programas de televisão e jogos;
Distribuição e promoção de filmes europeus, festivais e redes cinematográficas;
Formação para profissionais culturais e criativos/artistas;
Tradução de literatura;
Cooperação além-fronteiras.
Contexto Histórico
O Europa Criativa foi construído baseando-se no sucesso dos programas Cultura e MEDIA, que
apoiaram os setores cultural e audiovisual durante 20 anos. Inclui um subprograma Cultura e
um subprograma MEDIA, que atuarão nas suas áreas especificas.
Para além dos subprogramas Cultura e MEDIA, o programa Europa Criativa incluirá uma vertente
intersetorial para apoiar a cooperação política, intervenções transversais e um novo mecanismo
de garantia financeira, que permitirá às pequenas e médias empresas dos setores culturais e
criativos acederem a empréstimos bancários até ao montante de 750 milhões de euros. O
mecanismo estará operacional a partir de 2016.
Beneficiários do Programa
O novo programa substitui os programas MEDIA, MEDIA Mundus e Cultura, irá afetar 56 % do
seu orçamento ao apoio do cinema e do setor audiovisual e 31 % ao apoio à cultura.
É esperado que nos 7 anos de atuação do Europa Criativa, o Programa venha a permitir que:
250 000 artistas e profissionais da cultura, assim como as suas obras, beneficiem de
financiamento para atingir novas audiências fora dos seus países de origem;
Mais de 800 filmes europeus recebam apoio a nível da distribuição, o que lhes permitirá
ser vistos por públicos de toda a Europa e do mundo;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 93
Pelo menos 2 000 cinemas europeus beneficiem do apoio à rede de cinemas europeia,
permitindo-lhes assegurar que, pelo menos, 50% dos filmes que apresentem sejam
europeus;
Mais de 4 500 livros e outras obras literárias recebam apoio para tradução, permitindo
que os leitores possam apreciá-los na sua língua materna.
Milhares de organizações culturais e audiovisuais e profissionais destes setores
beneficiem de apoios à formação para adquirirem novas competências e reforçarem a
sua capacidade de trabalho num contexto internacional.
Enquadramento do Programa
A cultura desempenha um papel crucial na economia da UE. Diversos estudos revelam que os
setores cultural e criativo representam cerca de 4,5 % do PIB da UE e quase 4 % do emprego
(8,5 milhões de empregos e muitos mais se forem considerados os efeitos indiretos noutros
setores). A Europa é o líder mundial de exportação de produtos das indústrias criativas. Para
manter essa posição, precisa de investir na capacidade operacional dos setores além-fronteiras.
O novo programa tem em conta os desafios criados pela globalização e pelas tecnologias
digitais, que estão a mudar o modo de produção, de distribuição e de acesso das obras culturais,
e a transformar os modelos comerciais e os fluxos de receitas. Estes desenvolvimentos também
criam oportunidades para os setores cultural e criativo. O programa procura ajudá-los a
aproveitar estas oportunidades, para que possam beneficiar da passagem à era digital e criar
mais empregos e carreiras internacionais.
3.2.1. Subprograma MEDIA
O subprograma MEDIA apoia financeiramente as indústrias cinematográficas e audiovisuais da
União Europeia no desenvolvimento, distribuição e promoção do seu trabalho. O MEDIA visa
ajudar a lançar projetos com uma dimensão europeia e com grande foco nas novas tecnologias,
permitir que os filmes e trabalhos audiovisuais europeus encontrem mercados para além das
fronteiras nacionais e europeias, e financiar programas de formação e desenvolvimento.
Áreas para Apresentação de Candidaturas
No âmbito do subprograma MEDIA, podem ser apresentadas candidaturas que se enquadrem
nas seguintes temáticas:
Apoio ao desenvolvimento de conceitos e projetos de jogos de vídeo – apoia
atividades de desenvolvimento de jogos de vídeo digitais, independentemente da
plataforma ou do método de distribuição previstos, desde que se destine a exploração
comercial;
Apoio ao alargamento de audiências – apoia o alargamento das audiências como
forma de estimular o interesse pelas obras audiovisuais europeias e de melhorar o
acesso às mesmas, nomeadamente através de ações de promoção, organização de
eventos, aprofundamento da cultura cinematográfica e organização de festivais;
Apoio a fundos de coprodução internacionais – reforça a capacidade de criação de
obras audiovisuais europeias com potencial de circulação dentro e fora da UE pelos
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 94
operadores audiovisuais, e favorecer as coproduções europeias e internacionais,
inclusive com empresas de radiodifusão televisiva;
Apoio à formação – facilitar a aquisição e o reforço das capacidades e das
competências dos profissionais do audiovisual, e a criação de redes, nomeadamente a
utilização de tecnologias digitais, a fim de assegurar a adaptação à evolução do
mercado, testando novas abordagens para o alargamento das audiências e novos
modelos comerciais;
Apoio ao acesso aos mercados – pretende apoiar o acesso dos profissionais
europeus a mercados físicos, ferramentas em linha destinadas aos profissionais e
atividades de promoção europeias comuns;
Apoio à ligação em rede das salas de cinema que exibem filmes europeus –
apoia a criação de uma rede europeia de operadores de cinema cuja programação
inclua uma parte significativa de filmes europeus não nacionais;
Apoio à distribuição de filmes europeus não nacionais – visa apoiar a criação de
mecanismos de apoio à distribuição de filmes europeus não nacionais através da
distribuição cinematográfica e noutras plataformas, bem como às atividades comerciais
internacionais, nomeadamente a legendagem, a dobragem e a áudio descrição das
obras audiovisuais;
Apoio a festivais de cinema – apoio a iniciativas que apresentem e promovam uma
oferta variada de obras audiovisuais europeias, incluindo curtas-metragens, tais como
festivais e outros eventos promocionais;
Apoio ao desenvolvimento de projetos individuais e slate funding e Apoio à
programação televisiva de obras audiovisuais europeias – apoia a criação de
obras audiovisuais europeias, em especial filmes e programas televisivos tais como
obras de ficção, documentários, filmes infantis e de animação, bem como obras
interativas, designadamente jogos de vídeo e multimédia, com maior potencial de
divulgação transfronteiriça.
3.2.2. Subprograma Cultura
O subprograma Cultura pretende reforçar a capacidade operacional dos sectores culturais e
criativos em contexto transnacional, bem como promover a circulação da mobilidade
transnacional.
Tem como objetivo o reforço das aptidões, competências e conhecimentos dos agentes culturais
e criativos; o reforço da cooperação internacional dos operadores culturais e criativos; a criação
de redes internacionais, que facilitem o acesso a oportunidades profissionais; o apoio de
iniciativas de carácter internacional; e a divulgação de literatura europeia e alargamento das
audiências às obras culturais e criativas europeias, património cultural, material e imaterial.
Destinatários
São destinatários desta medida os operadores culturais e criativos que estejam ativos nos
setores culturais e criativos, legalmente estabelecidos num dos países participantes no
subprograma Cultura.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 95
Domínios de Investigação
Cultura e criatividade;
Cooperação cultural;
Redes culturais europeias;
Tradução literária.
Medidas Apoiadas pelo Programa
Projetos de cooperação europeia – reforçar a capacidade operacional dos setores
culturais e criativos europeus para operarem num contexto transnacional e
internacional e promover a circulação internacional das obras culturais e criativas e a
mobilidade transnacional dos agentes culturais e criativos, em especial dos artistas.
Redes europeias – apoiar financeiramente ações das redes europeias ativas nos
setores culturais e criativos.
Plataformas europeias – apoiar organizações culturais e criativas cujos objetivos
promovam o desenvolvimento de talentos emergentes, a mobilidade transnacional dos
agentes culturais e criativos e a circulação de obras, o reconhecimento e visibilidade
dos artistas e criadores europeus;
Projetos de tradução literária – favorecer a diversidade cultural e linguística na UE,
e países participantes no subprograma Cultura, e promover a circulação transnacional
de obras literárias e alcançar novas audiências.
3.2.3. Vertente Intersetorial
A Vertente Intersectorial integra a concretização de instrumentos e apoios específicos para a
promoção da dimensão intersectorial da cultura e criatividade europeia, nomeadamente através
de dois segmentos de intervenção:
A criação de um Mecanismo de Garantia para os sectores Culturais e Criativos que
facilite o acesso ao financiamento por parte de PME, micro, pequenas e médias
organizações dos sectores cultural e criativo;
A Cooperação Política Transnacional concretiza-se com o intercâmbio de experiências e
conhecimentos relacionados com modelos comerciais e gestão, atividades de
aprendizagem colegial, ligação em rede entre organizações culturais e criativas e os
responsáveis políticos do sector; a recolha de dados de mercado, elaboração de
estudos, análise de mercado de trabalho e competências necessárias, e avaliação do
impacto do Programa; o ensaio de estratégias comerciais intersectoriais para financiar,
distribuir e rentabilizar as obras; conferências no domínio das competências culturais e
mediáticas; criação da rede de Centros de Informação Europa Criativa nos Estados-
Membros da União Europeia.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 96
3.3. COSME: Programa para a Competitividade das
Empresas e PME
O COSME visa facilitar o acesso a problemas de crédito que as pequenas empresas enfrentam
atualmente e está dotado com 2.3 mil milhões de euros para o período 2014-2020.
Este programa fornece um mecanismo de garantia de empréstimos para pequenas e médias
empresas (PME) até 150.000€. É esperado que até 2020, 330 mil empresas beneficiem deste
mecanismo. Para além disto, o programa ajudará também os empresários a beneficiar de um
acesso mais fácil aos mercados da UE e os empreendedores a receber assistência especializada e
personalizada.
Este programa visa reforçar a competitividade e sustentabilidade das empresas da União
Europeia, incentivar uma cultura empreendedora e promover a criação e crescimento das PME.
Estes objetivos serão atingidos através de:
Melhoria do acesso das PME ao financiamento;
Melhoria do acesso aos mercados, dentro da União Europeia, e a nível global;
Melhoria das condições de enquadramento das empresas;
Empreendedorismo e cultura empreendedora.
Acesso ao Financiamento
Quase 1.4 mil milhões de euros do orçamento total do COSME estão alocados para empréstimos
de capital de risco, complementando os regimes financeiros a nível nacional.
Uma linha de crédito vai dotar as PME de garantias diretas ou outros acordos de partilha de risco
com intermediários financeiros - como bancos, garantias mútuas e fundos de capital de risco -
para cobrir empréstimos até 150 mil euros.
Um mecanismo de capital próprio para investimento em fases de crescimento vai proporcionar
às PME o financiamento de capital reembolsável comercialmente, principalmente na forma de
capital de risco, obtido através de intermediários financeiros.
Acesso aos Mercados
O acesso aos mercados consiste em serviços de apoio concretos às empresas, fornecidos através
da Enterprise Europe Network. O foco será a internacionalização das PME, facilitando a expansão
dos negócios e parcerias transfronteiriças.
Condições de enquadramento das empresas
A melhoria das condições de enquadramento gerais vai ser alcançada através do apoio à
implementação de políticas europeias para as PME, reduzindo os encargos administrativos ou
visando especificamente determinados setores de PME, ricos na criação de emprego.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 97
Empreendedorismo e cultura empreendedora
Promoção de atividades de empreendedorismo, onde se inclui o desenvolvimento de
competências e atitudes empreendedoras, especialmente entre os novos empreendedores, bem
como realização do programa de intercâmbio Erasmus para Empreendedores.
Beneficiários
O Programa COSME visa particularmente:
Empreendedores, em especial as PME, que irão beneficiar de um acesso facilitado a
financiamentos para as suas empresas;
Cidadãos que procuram o autoemprego e encontram dificuldades em criar as suas
próprias empresas;
As diferentes autoridades dos Estados Membros da U.E., a quem será garantido um
melhor apoio nos seus esforços de elaboração e implementação de reformas políticas.
Sobre o COSME
O programa baseia-se no sucesso do atual Programa de Competitividade e Inovação (CIP –
Competitiveness and Innovation Programme).
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 98
Parte 4 – Financiamento e Partilha de
Risco
Conteúdo da Parte 4 – Financiamento e Partilha de Risco
Linha de Crédito PME Exportações
Linha de Crédito PME Crescimento
Linha BEI
Fundo JESSICA
FINICIA
Microcrédito
Linha MICROINVESTE
Linha INVEST+
Fundos de Capital de Risco
Crowdfunding
Business Angels
Investe QREN
4.1. Linha de Crédito PME Exportações
Tendo em conta o contexto nacional de restrições ao crédito e conjuntura interna adversa e,
adicionalmente, o desígnio de promover o reforço da internacionalização da economia
portuguesa nos mais diversos setores de atividade com maior competitividade, o Ministério da
Economia e do Emprego reforçou o apoio às empresas exportadoras com o lançamento de uma
nova linha de crédito no valor de 500 milhões de euros para financiamento de encomendas
firmes com origem em mercados externos, que visa responder às necessidades cíclicas de
tesouraria para as empresas de maior vocação exportadora.
As empresas podem, ainda, obter um seguro de crédito específico por operação, visando a
cobertura dos riscos de crédito e de fabrico, por recurso aos mecanismos de seguro de crédito
existentes no mercado. Considerando que as empresas exportadoras de equipamento e/ou de
produtos com longos ciclos de fabricação/faturação têm necessidades de financiamento com
prazos superiores é criada uma Sublinha de Crédito PME EXPORTAÇÕES para Bens de Longo
Ciclo de Fabricação / Faturação.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 99
Montante Global e Linhas Específicas
Linha Específicas Montante (milhões de euros)
Montante global da linha 500
Linhas Específicas
Exportação de equipamentos / produtos
de longo ciclo de fabricação / faturação 100
Exportação de bens e serviços 400
Estes valores serão reavaliados periodicamente, em função da utilização, numa lógica “first
come first served”, podendo ser feitas reafetações de verbas entre Linhas.
Prazo de Vigência
Até 12 meses após a abertura da Linha de Crédito, podendo este prazo ser extensível por igual
período, caso a mesma não se esgote no primeiro prazo.
Entidade Gestora da Linha
A gestão da Linha de Crédito será assegurada pela PME Investimentos – Sociedade de
Investimento, SA.
Condições a Observar pelas Empresas Beneficiárias
Preferencialmente Micro, Pequenas e Médias Empresas (PME), certificadas pela
Declaração Eletrónica do IAPMEI;
Localização (sede social) em território nacional;
Desenvolvimento de atividades enquadradas nos CAEs aplicáveis;
Sem incidentes não regularizados junto da banca à data de emissão da contratação;
Situação regularizada junto da Administração Fiscal e da Segurança Social à data da
contratação do financiamento;
No caso de empresas comerciais, os bens ou serviços exportados, correspondentes aos
limites fixados, devem ser produzidos em Portugal;
Situação líquida positiva no último exercício.
Operações Elegíveis
Linha de Crédito PME Exportações para Bens de Longo Ciclo de Fabricação / Faturação
Financiamento de encomendas externas firmes de bens de equipamento e/ou de
produtos com longos períodos de fabricação (mínimo de 3 meses e máximo de 18
meses), em que para além de comprovar/atestar que o período de produção de
determinado bem/produto se encontra naquele intervalo, a empresa terá de apresentar
uma nota de encomenda confirmando a exportação direta do bem/produto.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 100
Posteriormente, a empresa deverá fazer prova de produção e entrega da encomenda
financiada ao respetivo Banco;
Podem ainda ser enquadradas operações relativas ao financiamento da produção de
bens cujas encomendas se verificaram antes do início da vigência da presente linha de
crédito, desde que as mesmas não se encontrem totalmente liquidadas pelos
respetivos importadores.
Linha de Crédito PME Exportações para Exportação de Bens e Serviços
Financiamento de encomendas externas firmes de bens e serviços, em que a empresa
terá de apresentar uma nota de encomenda confirmando a exportação direta do
bem/serviço. Posteriormente, a empresa deverá fazer prova de produção e entrega da
encomenda financiada ao respetivo Banco;
Podem ainda ser enquadradas operações relativas ao financiamento da produção de
bens cujas encomendas se verificaram antes do início da vigência da presente linha de
crédito, desde que as mesmas não se encontrem totalmente liquidadas pelos
respetivos importadores.
Operações Não Elegíveis
Reestruturação financeira e/ou consolidação de crédito vivo;
Operações destinadas a liquidar ou substituir de forma direta ou indireta, ainda que em
condições diversas, financiamentos anteriormente acordados com o Banco, exceto os
referidos no ponto anterior;
Operações financeiras que se destinem a atividades relacionadas com a exportação
para países terceiros e Estados-Membro, nomeadamente a criação e funcionamento de
redes de distribuição.
Tipo de Operações
Linha Específicas
Exportação de equipamentos /
produtos de longo ciclo de fabricação /
faturação
Empréstimos de médio prazo;
Locação financeira de equipamentos.
Exportação de bens e serviços Linhas para desconto de encomendas
externas firmes.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 101
Montante Máximo por Empresa e Operação
Linha Específicas Por empresa Por operação
Exportação de
equipamentos / produtos
de longo ciclo de fabricação
/ faturação
1.500.000 € 500.000 €
Exportação de bens e
serviços
1/4 do volume de negócios
de exportação do ano
anterior ao da candidatura
ou do valor da carteira de
encomendas firmes de
exportação à data do pedido
de crédito, se superior
80% do valor da
encomenda
As empresas poderão apresentar mais do que uma candidatura a cada uma das Linhas
Específicas, através do mesmo Banco, sendo os limites máximos estabelecidos controlados pela
Entidade Gestora da Linha.
Cúmulo de Operações
As empresas poderão apresentar candidaturas às duas Linhas Específicas, com o limite máximo
de € 2.000.000, montante que será controlado pela Entidade Gestora da Linha.
Prazos Máximos
Linha Específicas Amortização
Exportação de
equipamentos /
produtos de longo
ciclo de fabricação
/ faturação
Preferencialmente indexada ao plano de pagamento do importador
(incluindo eventuais prazos adicionais associados ao acionamento de
um eventual seguro de crédito que a empresa tenha contratado). Na
impossibilidade de estabelecer esta indexação, o financiamento será
liquidado em prestações constantes, iguais, trimestrais e
postecipadas. Obrigação de reembolso parcial/integral antecipado
(sem penalização) sempre que ocorra algum pagamento por parte
do importador, ou eventuais reembolsos/indemnizações decorrentes
de sinistros abrangidos por seguro de crédito, independentemente
do serviço de dívida contratado.
Exportação de
bens e serviços
As amortizações ficam ligadas aos pagamentos pelo importador
(incluindo eventuais prazos adicionais associados ao acionamento de
um eventual seguro de crédito que a empresa tenha contratado),
podendo o limite da linha de financiamento ser reutilizado.
Os Bancos comprometem-se a comunicar às SGM e à Entidade Gestora da Linha, em condições a
definir por estas entidades:
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 102
Para as operações da Linha de Crédito para Exportação de
equipamentos/produtos de longo ciclo de fabricação/ faturação: No prazo
máximo de 10 dias úteis, os reembolsos efetuados sempre que ocorra um pagamento
por parte do importador ou um recebimento de indemnização por acionamento de
seguro de crédito, de forma a ser considerada a respetiva redução da responsabilidade
do cliente junto da SGM; as comunicações efetuadas fora do prazo previsto serão
consideradas na data de efetiva receção pela SGM;
Para as operações da Linha de Crédito para Exportação de bens e serviços:
Com periodicidade a definir, os níveis de utilização das Linha de financiamento para
desconto de encomendas.
Prazo de Utilização
Para a Linha de Crédito PME Exportações para Bens de Longo Ciclo de Fabricação / Faturação:
Até 6 meses após a data de contrato, com o máximo de 3 utilizações, sendo obrigatoriamente a
primeira utilização a data movimento de libertação inicial dos fundos ao cliente, não podendo os
Bancos atribuir data-valor do crédito na conta do cliente anterior à data da disponibilização
efetiva dos fundos. Este prazo de desembolso pode ser aumentado até 12 meses, a título
excecional e devidamente fundamentado, mediante autorização prévia da Entidade Gestora da
Linha. Considerar-se-á a garantia totalmente utilizada na data de contrato, se não estiver
previsto no contrato de financiamento o plano de utilização.
Taxa de Juro a Suportar pelas Empresas
Euribor (3 meses), acrescida dos spreads das tabelas constantes no Anexo I.
Comissão de Garantia
A comissão de garantia aplicável pela SGM a cada uma das operações será
integralmente bonificada pelo FINOVA, de acordo com a Tabela constante do Anexo I;
As bonificações previstas na alínea anterior são fixadas de acordo com as condições
observadas no momento do enquadramento. As bonificações serão liquidadas pelo
FINOVA às SGM trimestral e antecipadamente;
Caso, em resultado da aplicação do regime comunitário do auxílio de minimis, haja
necessidade de reduzir o valor da bonificação, a empresa poderá vir a suportar a
comissão de garantia.
Incentivos Públicos
Os apoios são concedidos ao abrigo do regime comunitário de auxílios de minimis;
Pagamento integral da comissão de garantia mútua de acordo com as tabelas
constantes no Anexo I; caso, em resultado da aplicação do regime comunitário de
auxílios de minimis, haja necessidade de reduzir o valor da bonificação, a empresa
poderá vir a suportar a comissão de garantia;
Garantia mútua, correspondente a 60% do capital em dívida a cada momento.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 103
Comissões Encargos e Custos
As operações ao abrigo da presente Linha ficarão isentas de comissões e taxas habitualmente
praticadas pelo Banco, bem como de outras similares praticadas pelo Sistema de Garantia
Mútua, sem prejuízo de serem suportados pela empresa beneficiária todos os custos e encargos
associados à contratação do financiamento, designadamente impostos ou taxas, e outras
despesas similares. Inclui-se na isenção de despesas a custódia de títulos se a conta de títulos
for utilizada exclusivamente para operações com Garantia Mútua.
Anexo I – Spread e Comissão de Garantia Mútua
Linha de Crédito PME Exportações para Bens de Longo Ciclo de Fabricação / Faturação
Spread do Banco
Spread Global da Operação (*)
PME Líder 3,580%
Outras Empresas:
Escalão A
Escalão B
Escalão C
4,100%
4,250%
4,650%
Linha de Crédito PME Exportações para Exportação de Bens e Serviços
Spread do Banco
Spread Global da Operação (*)
PME Líder 3,517%
Outras Empresas:
Escalão A
Escalão B
Escalão C
3,730%
3,894%
4,280%
(*) Considerando 60% de cobertura de Garantia Mútua
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 104
Critérios de Classificação de Empresas
Net Debt / EBIDTA
(n.º de anos) (*)
Autonomia Financeira (**)
Geral Serviços
PME Líder Metodologia Própria
Outras Empresas:
Escalão A ≤ 3
Escalão B 3 a 5
Escalão C ≥ 5
≥ 30%
20 a 30%
≤ 20%
≥ 20%
15 a 20%
≤ 15%
Empresas sem um ano completo de atividade são classificadas como escalão C.
(*)Empresas com EBITDA negativo, que não sejam PME Líder, são enquadráveis como escalão
C; Empresas com Net Debt negativo são classificadas no escalão resultante da aplicação do rácio
de autonomia financeira.
(**)Inclui em capitais próprios suprimentos consolidados e prestações acessórias de capital;
Empresas com Autonomia Financeira Ajustada negativa são classificadas como escalão C.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 105
4.2. Linha de Crédito PME Crescimento
Com um montante global de 2.000 milhões de euros, a Linha PME Crescimento 2014 é uma linha
de crédito com garantia mútua que disponibiliza 3 linhas específicas, com foco nas empresas
exportadoras e uma dotação de 10 % destinada exclusivamente a empresas do setor primário.
A Linha PME Crescimento 2014 tem como objetivo apoiar o investimento novo em ativos fixos
corpóreos ou incorpóreos e o reforço do fundo de maneio das PME nacionais.
Montante Global e Linhas Específicas
Linha Específicas Montante (milhões de euros)
Montante global da linha 2.000
Linhas Específicas
Micro e Pequenas Empresas 500
Geral:
Dotação “Fundo de Maneio”
Dotação “Investimento”
1.000
500
500
Crédito Comercial a Exportadoras 500
Estes valores serão reavaliados periodicamente, em função da utilização, numa lógica “first
come first serve”, podendo ser feitas reafetações de verbas entre Linhas Específicas e Dotações.
Dos valores globais destas dotações, até 10% destinam-se exclusivamente a empresas do setor
primário.
Prazo de Vigência
Até 12 meses após a abertura da Linha de Crédito, podendo este prazo ser extensível por mais 6
meses, caso a mesma não se esgote no primeiro prazo.
Entidade Gestora da Linha
A gestão da Linha de Crédito será assegurada pela PME Investimentos – Sociedade de
Investimento, SA.
Condições a Observar pelas Empresas Beneficiárias
Preferencialmente Micro, Pequenas e Médias Empresas (PME), certificadas pela
Declaração Eletrónica do IAPMEI;
Localização (sede social) em território nacional;
Desenvolvimento de atividades enquadradas nos CAEs aplicáveis;
Sem incidentes não regularizados junto da banca à data de emissão da contratação;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 106
Situação regularizada junto da Administração Fiscal e da Segurança Social à data da
contratação do financiamento;
Empresas que à data da propositura da operação detenham dívidas perante a
Administração Fiscal e a Segurança Social, poderão contratar, junto do Banco
proponente da operação, financiamentos intercalares, destinados única e
exclusivamente à regularização destas dívidas, admitindo-se que, até 30% do crédito a
conceder no âmbito da presente Linha, seja utilizado para amortização integral desses
financiamentos intercalares.
Operações Elegíveis
Linha “Micro e Pequenas Empresas”
Operações destinadas a investimento novo em ativos fixos corpóreos ou incorpóreos (a
realizar no prazo de 12 meses após a data da contratação), ou ao reforço do fundo de
maneio ou dos capitais permanentes;
Excecionalmente, até 30% da operação poderá ser utilizada para liquidar dívidas
contraídas junto do sistema financeiro nos 3 meses anteriores à data da sua
contratação destinadas, exclusivamente, à regularização de dívidas em atraso à
Administração Fiscal e Segurança Social.
Linha “Geral”
Operações destinadas a investimento novo em ativos fixos corpóreos ou incorpóreos (a
realizar no prazo de 12 meses após a data da contratação), a aquisição de empresas
que complementem a atividade ou ao reforço do fundo de maneio ou dos capitais
permanentes;
Excecionalmente, até 30% da operação poderá ser utilizada para liquidar dívidas
contraídas junto do sistema financeiro nos 3 meses anteriores à data da sua
contratação destinadas, exclusivamente, à regularização de dívidas em atraso à
Administração Fiscal e Segurança Social.
Linha “Crédito Comercial a Exportadores”
Operações destinadas exclusivamente ao financiamento das necessidades de tesouraria
relativamente a operações comerciais que impliquem necessidades temporárias de
acréscimo de fundo de maneio.
Operações Não Elegíveis
Reestruturação financeira e/ou consolidação de crédito vivo;
Operações destinadas a liquidar ou substituir de forma direta ou indireta, ainda que em
condições diversas, financiamentos anteriormente acordados com o Banco, exceto os
referidos no ponto anterior;
Aquisição de ativos financeiros, terrenos, imóveis, bens em estado de uso, viaturas
ligeiras que não assumam o caráter de “meio de produção” e veículos de transporte
rodoviário de mercadorias adquiridas por transportadores rodoviários de mercadorias
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 107
por conta de terceiros; no entanto, as empresas beneficiárias que desenvolvam
atividades enquadradas no setor primário, nomeadamente Agricultura, Pecuária,
Silvicultura e Industrias Extrativas, poderão adquirir terrenos e imóveis, desde que os
mesmos sejam, comprovadamente, destinados à atividade produtiva da empresa.
Operações financeiras que se destinem a atividades relacionadas com a exportação
para países terceiros e Estados-Membro, nomeadamente a criação e funcionamento de
redes de distribuição.
Tipo de Operações
Empréstimos de médio e longo prazo, locação financeira imobiliária, locação financeira de
equipamentos e operações de crédito comercial de curto prazo.
Montante Máximo por Empresa
Linha Específicas Por empresa (€)
Micro e Pequenas Empresas
Micro Empresas
Pequenas Empresas
25.000
50.000
Linha Geral – Dotação “Fundo de
Maneio”
PME Líder
Outras
750.000
500.000
Linha Geral – “Investimento”
PME Líder
Outras
1.500.000
1.000.000
O total das operações ao abrigo da Linha Específica Geral não pode exceder o montante
máximo, por empresa, de 1.000.000 euros ou de 1.500.000 euros, caso a empresa
beneficiária seja qualificada como PME Líder no momento do enquadramento da operação.
Crédito Comercial a Exportadoras
1.000.000
Com limite de ¼ do volume de negócios para o
exterior no ano anterior
Cúmulo de Operações
As empresas poderão apresentar, através da mesma Instituição de Crédito, mais do que uma
operação na Linha Específica “Geral”, Dotações “Fundo de Maneio” e “Investimento” e na Linha
Específica “Crédito Comercial a Exportadoras”. O conjunto das diversas operações não poderá
ultrapassar o montante máximo de crédito definido por empresa.
No caso da Linha Específica ”Micro e Pequenas Empresas” apenas será permitido às empresas
solicitar o enquadramento de uma operação ao abrigo da mesma, não o devendo fazer
simultaneamente junto de mais do que um Banco. No entanto, uma vez recusado o pedido pelo
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 108
Banco ou anulado formalmente pela empresa, o pedido ao Banco anteriormente contactado,
poderá esta solicitar o enquadramento da operação a outra Instituição de Crédito.
Prazos Máximos de Amortização e Carência
Linha Específicas Prazo de Amortização Prazo de Carência
Linhas Específicas
Micro e Pequenas Empresas Até 6 anos Até 12 meses
Geral:
Dotação “Fundo de Maneio” Até 4 anos Até 6 meses
Dotação “Investimento” Mais de 4 anos e até
10 anos Até 24 meses
Crédito Comercial a Exportadoras 3 anos -
Prazo de Utilização
Para a Linha Geral, o prazo de utilização é até 6 meses após a data de contratação das
operações, com o máximo de 3 utilizações, não podendo as Instituições de Crédito atribuir data-
valor do crédito na conta do cliente anterior à data da disponibilização efetiva dos fundos.
No que diz respeito à Linha Específica “Micro e Pequenas Empresas”, o prazo de utilização é de
uma só vez, não podendo as Instituições de Crédito atribuir data-valor do crédito na conta do
cliente anterior à data da disponibilização efetiva dos fundos.
Incentivos Públicos
Os apoios são concedidos ao abrigo do regime comunitário de auxílios de minimis;
Pagamento integral da comissão de garantia mútua; caso, em resultado da aplicação
do regime comunitário de auxílios de minimis, seja necessário ajustar o valor do apoio
ao plafond disponível, a empresa poderá beneficiar da bonificação de garantia até ao
montante limite do plafond de minimis e, findo o mesmo, passar a suportar a comissão
de garantia aplicável e/ou ajustar o valor da operação.
Garantia mútua, com os seguintes limites:
Linhas Específicas Limite Máximo de Garantia
Micro e Pequenas Empresas 70%
Geral 50%
Crédito Comercial a Exportadoras 55%
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 109
Taxa de Juro a Suportar pelas Empresas
A Taxa de Juro a suportar pelas empresas será negociada entre as empresas e o Banco, com o
limite máximo correspondente à taxa Euribor (3 meses), acrescida de um spread de acordo com
a seguinte tabela:
%GM Linha Específica Escalão Spread Global do Banco
70% Micro e Pequenas Empresas 4.200%
50% Geral “ Fundo de Maneio”
PME Líder 3.750%
A 3.850%
B 4.400%
C 4.750%
50% Geral “Investimento”
PME Líder 3.850%
A 3.950%
B 4.450%
C 4.800%
55% Crédito Comercial a Exportadoras
PME Líder 3.700%
A 3.800%
B 4.400%
C 4.700%
Comissão de Garantia
A comissão de garantia aplicável pela SGM a cada uma das operações será
integralmente bonificada pelo FINOVA, de acordo com a Tabela constante do Anexo I;
As bonificações previstas na alínea anterior são fixadas de acordo com as condições
observadas no momento do enquadramento. As bonificações serão liquidadas pelo
FINOVA às SGM trimestral e antecipadamente;
Nos casos em que, em resultado da aplicação do regime de minimis, seja necessário
ajustar o valor do apoio ao plafond disponível, a empresa poderá beneficiar da
bonificação de garantia até ao montante limite do plafond de minimis disponível e,
findo o mesmo, passar a suportar a comissão de garantia aplicável e/ou ajustar o valor
da operação, devendo a Instituição de Crédito comunicar a decisão da empresa à
Entidade Gestora da Linha e à SGM no prazo de 15 dias úteis após a receção da
confirmação de enquadramento da operação.
Comissões, Encargos e Custos
As operações ao abrigo da presente Linha ficarão isentas de comissões e taxas habitualmente
praticadas pelo Banco, bem como de outras similares praticadas pelo Sistema de Garantia
Mútua, sem prejuízo de serem suportados pela empresa beneficiária todos os custos e encargos
associados à contratação do financiamento, designadamente os associados a avaliação de
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 110
imóveis, registos e escrituras, impostos ou taxas, e outras despesas similares. Inclui-se na
isenção de despesas a custódia de títulos se a conta de títulos for utilizada exclusivamente para
operações com Garantia Mútua.
Nas operações com maturidade superior a 6 anos, as Instituições de Crédito poderão cobrar uma
comissão de estruturação e montagem da operação de 0,25% flat.
No caso da Linha Específica “Crédito Comercial a Exportadoras”, as empresas suportarão
igualmente as comissões e despesas associadas ao tratamento posterior e subsequente à
contratação das operações, com o limite máximo dos valores publicados no site do Banco de
Portugal, desde que não ultrapassem 0,5% ao ano sobre o valor do crédito.
Anexo I – Spread e Comissão de Garantia Mútua
%GM Linha Específica Escalão Spread Global do
Banco Comissão GM
70% Micro e Pequenas Empresas 4.200% 1.725%
50% Geral “ Fundo de Maneio”
PME Líder 3.750% 0.70%
A 3.850% 0.85%
B 4.400% 1.125%
C 4.750% 1.85%
50% Geral “Investimento”
PME Líder 3.850% 0.750%
A 3.950% 0.90%
B 4.450% 1.125%
C 4.800% 1.875%
55% Crédito Comercial a
Exportadoras
PME Líder 3.700% 0.700%
A 3.800% 0.80%
B 4.400% 1.125%
C 4.700% 1.800%
Nota: Os spreads indicados têm como referencial um modelo teórico de preços base, pré-
definido, que inclui como variáveis o custo de financiamento, custos administrativos, retorno
esperado do capital próprio e perda esperada reduzida da percentagem garantida pelas
sociedades de garantia mútua, ajustado em resultado das negociações diretas com a banca e
dos preços verificados, efetivamente, no mercado de crédito para PME em Portugal. Os spreads
poderão ser alvo de revisão a cada 6 meses após a data de entrada em vigor do presente
protocolo, caso as partes entendam necessário, em função das flutuações verificadas no
mercado. Trata-se de valores máximos para cada escalão de risco indicado e serão devidamente
publicitados como tal nos sites e demais peças de informação dos bancos e SGM.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 111
4.3. Linha BEI
A Linha de Crédito BEI foi desenvolvida no âmbito dos contratos de financiamento realizados
entre os Bancos e o Banco Europeu de Investimento (BEI), com a finalidade de apoiar a
implementação de projetos de investimento das empresas, preferencialmente PMEs, permitindo
a concessão de financiamento em condições preferenciais, designadamente em termos do
pricing.
Com esta nova Linha de Crédito, o BEI disponibiliza aos Bancos fundos no montante de 200
milhões de euros, permitindo o refinamento de empréstimos concedidos pelos Bancos, em
Portugal e noutros países da União Europeia em vários setores da economia (agricultura,
indústria, comércio, turismo e serviços) e abrangendo vários segmentos de mercado: Pequenas
e Médias Empresas, Grandes Empresas e Autarquias.
Operações Elegíveis
Projetos de investimento promovidos por PME;
Projetos de investimento promovidos por Empresas PME e não PME com objetivos
específicos nos domínios da energia e ambiente, das atividades de investigação,
desenvolvimento e inovação;
Projetos de Investimentos em infraestruturas e equipamentos sociais e culturais,
nomeadamente os que estão integrados em projetos de desenvolvimento municipal;
Empresas que desenvolvam a sua atividade nos setores identificados na lista de CAE
definida pelo BEI.
Montante do Financiamento
Tipo de Empresa Montante do Projeto de
Investimento Financiamento
PME (até 250
trabalhadores) Até 25 milhões de euros Até 100% do projeto de
investimento com o
limite de 12,5 milhões
de euros
Grandes Empresas
(entre 250 e 3.000
trabalhadores)
Até 25 milhões de euros
Grandes Empresas
(entre 250 e 3.000
trabalhadores)
Entre 25 e 50 milhões de euros Até 50% do projeto de
investimento
Grandes Empresas (mais
de 3.000 trabalhadores) Entre 40 mil e 25 milhões de euros
Até 50% do projeto de
investimento Autarquias
O montante do financiamento pode diferir consoante a entidade bancária escolhida.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 112
Prazo do Financiamento
O prazo dos financiamentos concedidos às PME corresponderá à duração da vida económica e
técnica dos projetos financiados, devendo ser no mínimo de dois anos.
O limite máximo dos prazos de financiamento calcula-se de acordo com o prazo do projeto de
investimento, com o limite de 8 anos.
Spreads
Spreads praticados entre 3,5% e 11,75%, acrescido de Euribor a 6 meses.
4.4. Fundo JESSICA
A iniciativa JESSICA – Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas traduz-se
num inovador instrumento de engenharia financeira desenvolvido pela Comissão Europeia em
colaboração com o Banco Europeu de Investimento e com o Banco de Desenvolvimento do
Conselho da Europa, e inscreve-se no objetivo de reforço da dimensão urbana na política de
coesão da União Europeia através da recuperação e reaplicação dos fundos estruturais previstos
nos Programas Operacionais do QREN.
O JESSICA Holding Fund Portugal corresponde à operacionalização da iniciativa JESSICA em
Portugal, consistindo num Fundo de Participações gerido pelo BEI e dotado de 130 milhões de
euros para realização de investimentos nos Fundos de Desenvolvimento Urbano que, numa ótica
reembolsável, financiarão projetos concretos de reabilitação urbana.
Beneficiários
Empresas de qualquer natureza e sob qualquer forma jurídica;
Autarquias locais;
Serviços da Administração Central;
Outras entidades públicas;
Pessoas coletivas sem fins lucrativos.
Projetos Elegíveis
Criação ou, prioritariamente, requalificação de empreendimentos turísticos ou
atividades turísticas, culturais ou de lazer, em especial os que envolvam a adaptação
de imóveis com valor arquitetónico, histórico ou cultural ou de imóveis já classificados
ou em vias de classificação ao abrigo da Lei do Património Cultural;
Projetos empresariais que potenciem a atualização e fruição dos espaços públicos e do
património cultural dos centros históricos;
Criação e adaptação de equipamentos museológicos, culturais ou de lazer com
relevância turística;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 113
Modernização e requalificação de empreendimentos ou atividades turísticas, culturais
ou de lazer nas áreas da eficiência energética, das energias renováveis, das tecnologias
e sistemas de informação, incluindo banda larga e infraestruturas sem fios;
Criação ou reabilitação de áreas pedonais e condicionamento da circulação e da
melhoria do estacionamento automóvel, desde que enquadrados num plano de
requalificação e valorização dos centros históricos ou zonas urbanas com elevada
capacidade de atração de turistas;
Projetos de qualificação de áreas urbanas e de valorização de recursos naturais ou
patrimoniais.
Condições de Elegibilidade
Dos beneficiários:
Encontrarem-se legalmente constituídos;
Cumprirem as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade, quando
aplicável;
Possuírem a sua situação regularizada junto da administração fiscal, da segurança
social e do Turismo de Portugal, I.P.;
Tratando-se de empresas, associações ou fundações, possuírem uma situação
económico-financeira equilibrada, e, tratando-se de autarquias locais, cumprirem as
mesmas obrigações legais em matéria de limite de endividamento;
Disporem de contabilidade organizada de acordo com o plano de contabilidade
aplicável;
Possuírem, ou poderem assegurar, os meios técnicos, físicos, financeiros e os recursos
humanos necessários ao desenvolvimento da operação.
Dos projetos:
Enquadrarem-se em Programas Integrados de Desenvolvimento Urbano Sustentável;
Localizarem-se em áreas urbanas de relevância turística das regiões NUT II Lisboa ou
Algarve;
Encontrarem-se devidamente aprovados pelas entidades competentes para o efeito ou
encontrarem-se enquadrados no âmbito de um Pedido de Informação Prévia já
aprovado;
Não se encontrarem iniciados à data da candidatura, no caso de empresas, ou não se
encontrarem concluídos naquela data no caso de outras entidades;
Demonstrarem um estado de maturidade que permita o início dos trabalhos no prazo
máximo de seis meses após a aprovação da candidatura, o qual, em casos excecionais
e devidamente justificados, pode ser prorrogado por mais três meses;
Encontrarem-se devidamente asseguradas as respetivas fontes de financiamento,
observando-se, no que se refere aos capitais próprios a afetar ao projeto e, no que
respeita aos capitais alheios, que os mesmos não são remunerados acima dos valores
praticados no mercado;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 114
Serem executados no prazo máximo de dois anos, exceto em casos devidamente
justificados;
Serem económica e financeiramente sustentáveis;
No caso dos projetos localizados na NUT II Lisboa, demonstrarem contribuir para a
prossecução dos objetivos de coesão social previstos no Programa Operacional Regional
de Lisboa e, no caso dos projetos localizados na NUT II Algarve, demonstrarem
contribuir para a prossecução dos objetivos de valorização territorial e desenvolvimento
urbano previstos no Programa Operacional Regional do Algarve.
Natureza e Intensidade dos Financiamentos
O financiamento reveste a forma de empréstimo.
O montante máximo do financiamento a conceder, por operação, não pode exceder 50% do
valor do investimento elegível no caso de empresas, associações ou fundações, ou 75% no caso
de outras entidades, com o limite máximo de 3,5 milhões de euros.
Condições dos financiamentos
Condições dos Financiamentos
Prazo máximo de reembolso 15 anos
Prazo máximo de carência de capital 4 anos
Taxa de juro mínima A seis meses
Taxa de juro máxima Euribor a seis meses, acrescida de um spread
de 2,5 p.p.
O reembolso dos financiamentos, que não pode ultrapassar o ano de 2031, é assegurado por
garantia bancária ou por outras garantias admitidas em direito que o Turismo de Portugal, I.P.
determine.
Critérios de Avaliação e Seleção
A seleção dos projetos baseia-se no mérito que os mesmos evidenciam, apurado em função de
uma fórmula cujos indicadores se relacionam com a qualidade, diferenciação e integração do
projeto, com o contributo para a promoção do desenvolvimento económico e, em particular, do
emprego, e com a maturidade do projeto e rapidez no arranque das operações.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 115
4.5. FINICIA
O FINICIA é um programa que facilita o acesso a soluções de financiamento e assistência técnica
na criação de empresas, ou em empresas na fase inicial do seu ciclo de vida, com projetos
empresariais diferenciadores, próximos do mercado ou com potencial de valorização económica.
O FINICIA Jovem, resultante de uma parceria com o Instituto Português da Juventude,
apresenta condições especiais para jovens até aos 35 anos.
O acesso a estes instrumentos está disponível em regime contínuo.
Beneficiários
São beneficiários deste programa os empreendedores e as Pequenas e Médias Empresas em fase
de arranque.
Financiamento
No âmbito do Programa FINICIA, pode ter acesso aos seguintes instrumentos de financiamento:
Soluções de Capital de Risco;
Soluções de Crédito com Garantia;
Combinação de Instrumentos de Financiamento.
» Soluções de Capital de Risco
Resultados de investigação com potencial comercial
Projetos promovidos por Investigadores e Entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional
(SCTN) que pretendam introduzir os seus produtos tecnológicos no mercado, pela via da
constituição de empresa ou através de licenciamento industrial e necessitem de realizar prova de
conceito, podem beneficiar de capital de risco pré-semente nas seguintes condições:
Projetos de alta tecnologia: até 300 mil euros, para um tempo de entrada no
mercado de 3 anos;
Projetos de média tecnologia: até 75 mil euros, para um tempo de entrada no
mercado de 2 anos.
Os montantes e os tempos previstos de conclusão poderão ser ajustados em função das
características do projeto.
Projetos localizados em Regiões de Convergência poderão beneficiar de apoio para o
robustecimento e/ou outras atividades destinadas a facilitar a passagem das tecnologias ao
mercado.
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Projetos de forte conteúdo inovador
Projetos promovidos por empresas em fase de arranque ou com o máximo de 3 anos de
atividades e necessidades de investimento até 2,5 milhões de euros podem beneficiar de
financiamento através de:
Capital de risco até 80% do capital próprio, no máximo de um milhão de euros. O
restante terá de ser assegurado pelos promotores ou investidores interessados no
projeto (Business Angels, incubadoras, universidades, etc.).
Empréstimo bancário, através de garantia mútua, até 75% dos empréstimos que
contraírem, até ao máximo de 95 mil euros. O empréstimo deve ter uma duração
superior a 3 anos e cobrir, no máximo, 30% do investimento total do projeto.
Projetos emergentes de pequena escala
Projetos promovidos por empresas em fase de arranque ou com o máximo de 3 anos de
atividade, e necessidades de investimento inicial até 250 mil euros, podem beneficiar de:
Capital de risco para necessidades de financiamento entre 50 mil euros e 100 mil
euros, até 80% do investimento previsto, no máximo de 100 mil euros. O restante
terá de ser assegurado pelos promotores ou investidores interessados no projeto
(business angels, incubadoras, universidades, etc.)
» Soluções de Crédito com Garantia
Projetos emergentes de pequena escala
Projetos promovidos por empresas em fase de arranque ou com o máximo de 3 anos de
atividade, e necessidades de investimento inicial até 250 mil euros, podem beneficiar de:
Empréstimo bancário (linha de crédito early stage) para necessidades de
financiamento entre 25 e 100 mil euros, no máximo de 90% das suas
necessidades de investimento. O empréstimo deve ter uma duração entre 3 e 5
anos, podendo beneficiar de um período de carência até 6 meses.
Microcrédito para necessidades de financiamento até 25 mil euros. O empréstimo
bancário será disponibilizado em múltiplos de mil euros, com um prazo fixo de 3
anos, garantido a 75% pelo sistema de garantia mútua.
Projetos empresariais de interesse regional
Projetos promovidos por micro e pequenas empresas inseridas em regiões onde o Programa
FINICIA tem parcerias estabelecidas com agentes públicos e privados, podem beneficiar de
empréstimo bancário de médio/longo prazo no máximo de 45 mil euros, nas seguintes
condições:
Até 100% do valor do investimento, se a empresa tiver, pelo menos, 3 exercícios
económicos completos;
Até 85% do valor do investimento, para empresas em fase de arranque.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 117
» Combinação de Instrumentos de Financiamento
Estão, ainda, previstas, soluções combinadas de capital de risco e de crédito com garantia mútua
para:
Criação de empresas ou, empresas com menos de 3 anos de existência que
obtenham o Estatuto Inovação e que obtenham financiamento de um Investidor
de Capital de Risco no âmbito do FINICIA.
Nestes casos:
O prazo do financiamento bancário deve ser superior a 3 anos, com o limite
máximo de 30% do investimento total;
A Garantia Mútua, para cobertura até 75% do valor do financiamento, tem um
limite absoluto de 95 mil euros.
Tipologia de Projetos
O Programa FINICIA encontra-se estruturado segundo 4 eixos de intervenção:
Eixo “Zero”
Destinado a resultados de investigação ou projetos em fase de prova de conceito de alta e média
tecnologia para passar ao mercado por via da criação de empresa ou de licenciamento industrial.
Acesso a participação de capital de risco até 300 mil euros e máximo de 3 anos de
desenvolvimento do projeto.
Eixo I
Destinado à criação de empresas ou a PME existentes com atividade iniciada, que apresentem
projetos com uma elevada componente inovadora e potencial de crescimento.
Acesso a participação de capital de risco até 1 milhão de euros ou, combinado de capital de risco
e de crédito suportado em garantia mútua.
Eixo II
Financiamento para a criação de empresas ou para PME com início de atividade há menos de 3
anos.
Acesso a participação de capital de risco até 100 mil euros, crédito suportado em garantia
mútua, ou combinado destas duas soluções de financiamento.
Eixo III
Destinado a PME existentes ou em fase de criação, com atividade ou projeto empresarial de
relevância local em municípios aderentes aos Fundos FINICIA.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 118
4.6. Microcrédito
O Programa Nacional de Microcrédito é uma medida no âmbito do Programa de Apoio ao
Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego, que consiste no apoio a projetos de criação
de empresas promovidos por pessoas que tenham especiais dificuldades de acesso ao mercado
de trabalho, através do acesso a crédito para projetos com investimento e financiamento de
pequeno montante.
Destinatários
Pessoas com perfil empreendedor que tenham especiais dificuldades de acesso ao
mercado de trabalho e estejam em risco de exclusão social e que apresentem
projetos viáveis para criar postos de trabalho;
Microentidades e as cooperativas até 10 trabalhadores que apresentem projetos
viáveis com criação líquida de postos de trabalho, em especial na área da
economia social.
É concedida prioridade nos casos em que o beneficiário ou o contratado tenha idade
compreendida entre os 16 e os 34 anos e seja desempregado inscrito no centro de emprego ou
centro de emprego e formação profissional há pelo menos 4 meses.
Apoios
Linha de Crédito ao investimento com garantia e bonificação de taxa de juro –
MICROINVEST
O crédito ao investimento é concedido pelas instituições de crédito ou pelas sociedades
financeiras de microcrédito, através da linha de crédito MICROINVEST, beneficiando de
bonificação de taxa de juro e de garantia, no quadro do sistema de garantia mútua.
Linha de
Crédito
Montantes
Prazo Taxa de Juro
Investimento Financiamento
MICROINVEST Até 20.000 € Até 20.000 €
2 anos de
carência de
capital
Reembolso de 5
anos com
prestações
mensais
(amortizações
constantes de
capital)
Euribor a 30 dias,
acrescida de
0,25% com taxa
mínima de 1,5%
e máxima de
3,5%
(o 1.º ano de
juros é
integralmente
bonificado e o 2.º
e o 3.º ano são
bonificados
parcialmente
pelo IEFP)
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 119
Apoio técnico à criação e consolidação dos projetos
Os projetos integrados no Programa Nacional de Microcrédito podem beneficiar de apoio técnico
à sua criação e consolidação, durante os dois primeiros anos, sendo este assegurado pelas
entidades representativas do setor cooperativo e da economia social que integram a CASES ou
por entidades constituintes da rede de entidades privadas sem fins lucrativos ou autarquias
locais credenciadas pelo IEFP, IP.
Atividades de apoio técnico:
Acompanhamento do projeto aprovado
Formação
Consultoria na gestão ou na operacionalidade da iniciativa
4.7. Linha INVEST+
A linha Microinvest é uma medida criada no âmbito do Programa de Apoio ao Empreendedorismo
e à Criação do Próprio Emprego, que consiste na atribuição de apoios a projetos de criação de
empresas de pequena dimensão com fins lucrativos, incluindo cooperativas, através do acesso a
linhas de crédito com garantia e bonificação da taxa de juro concedido por instituições bancárias.
O objetivo deste programa é apoiar o empreendedorismo e a criação de empresas de pequena
dimensão que originem a criação de emprego e contribuam para a dinamização das economias
locais.
Fazem parte do Programa de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego a
Linha MICROINVEST e a Linha INVEST+.
Destinatários
Inscritos nos centros de emprego ou centros de emprego e formação profissional, numa das
seguintes condições:
Desempregados inscritos há 9 meses ou menos, em situação de desemprego
involuntário ou inscritos há mais de 9 meses, independentemente do motivo da
inscrição;
Jovens à procura do 1.º emprego com idade entre os 18 e os 35 anos, inclusive, com o
mínimo do ensino secundário completo ou nível 3 de qualificação ou a frequentar um
processo de qualificação conducente à obtenção desse nível de ensino ou qualificação,
e que não tenha tido contrato de trabalho sem termo;
Nunca tenham exercido atividade profissional por conta de outrem ou por conta própria
Trabalhadores independentes cujo rendimento médio mensal, no último ano de
atividade, seja inferior à retribuição mínima mensal garantida.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 120
Apoios
Crédito ao investimento
O crédito ao investimento é concedido por instituições bancárias, através de 2 linhas de crédito,
e beneficia de garantia, no quadro do sistema de garantia mútua, e de bonificação de taxa de
juro.
Linha de
Crédito
Montantes
Prazo Taxa de Juro
Investimento Financiamento
INVEST+
Superior a
20.000 € e até
200.000 €
até €100.000 2 anos de
carência de
capital
Reembolso de 5
anos com
prestações
mensais
(amortizações
constantes de
capital)
Euribor a 30 dias,
acrescida de
0,25% com taxa
mínima de 1,5%
e máxima de
3,5%
(o 1.º ano de
juros é
integralmente
bonificado e o 2.º
e o 3.º ano são
bonificados
parcialmente
pelo IEFP)
MICROINVEST Até 20.000 € Até 20.000 €
Os créditos a conceder, no âmbito do INVEST+, têm como limites 95% do investimento total e
50.000€ por posto de trabalho criado a tempo completo.
Esta medida dispõe ainda do Apoio Técnico à Criação e Consolidação dos Projetos, já
abordado no ponto anterior, Microcrédito.
Condições de Atribuição dos Apoios
O promotor do projeto de criação de empresa deve ter pelo menos 18 anos de idade à
data do pedido de financiamento, e não ter registo de incidentes não justificados no
sistema bancário;
Pelo menos metade dos promotores têm de, cumulativamente, ser destinatários do
programa, criar o respetivo posto de trabalho a tempo inteiro e possuir conjuntamente
mais de 50% do capital social e dos direitos de voto;
O projeto de criação de empresa na sua fase de investimento e criação de postos de
trabalho não pode envolver:
A criação de mais de 10 postos de trabalho;
Um investimento total superior a 200.000 €, considerando-se para o efeito as
despesas em capital fixo corpóreo e incorpóreo, juros durante a fase do
investimento e fundo de maneio;
O projeto deve apresentar viabilidade económico-financeira;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 121
A realização do investimento e a criação dos postos de trabalho devem estar concluídas
no prazo de um ano a contar da data da disponibilização do crédito.
Características Gerais das Linhas de Crédito MICROINVEST e INVEST+
MICROINVEST INVEST+
Montante global da
Linha (€) 15.000.000 85.000.000
Montante de
investimento total
por projeto (€)
<= 20.000 > 20.000 e <= 200.000
Montante de
financiamento <= 20.000
<= 100.000 e <=95% do
investimento total e <= 50.000
por posto de trabalho criado a
tempo completo
Desembolso
50% com a assinatura do
contrato e duas tranches de
25%, cada, mediante
apresentação de documentos
de despesa comprovativos da
aplicação dos valores
anteriormente utilizados
30% com a assinatura do
contrato e duas tranches de
35%, cada, mediante
apresentação de documentos de
despesa comprovativos da
aplicação dos valores
anteriormente utilizados
Prazo de desembolso
Prazo máximo de 6 meses após a assinatura do contrato,
prorrogável mediante deferimento de pedido apresentado pelo
beneficiário
Prazo de reembolso
84 meses (24 de carência + 60 de amortizações – mensais e
constantes), sem prejuízo da possibilidade de amortização
antecipada, total ou parcial, sem custos
Reestruturação Os períodos de carência são prorrogáveis por 12 meses e o prazo
global da operação pode ir até 108 meses
Taxa de juro Euribor 30 dias + Spread 2,5%
Juros a cargo do
beneficiário
Euribor 30 dias + 0,25%, com uma taxa mínima de 1,5% e
máxima de 3,5%, que são liquidados mensal e postecipadamente
Bonificação da taxa
de juro
No 1.º ano é total (juros a cargo do IEFP)
Nos 2.º e 3.º anos é igual à diferença entre a taxa de juro e o
juro suportado pelo beneficiário
Garantia mútua 100% até ao limite da
garantia emitida para o Banco
e até 30% do valor de crédito
efetivamente contratado pelo
Banco ao abrigo da linha
75% do valor do capital em
dívida, em cada momento do
tempo, em cada processo
Adesão ao
Mutualismo
As empresas devem adquirir
ações da SGM, no montante de
2% sobre o valor da garantia a
prestar, as quais podem ser
revendidas à SGM, pelo valor
nominal, quando terminada a
garantia.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 122
MICROINVEST INVEST+
Comissão de garantia
0,75% ao ano, calculada sobre
o valor da garantia utilizada no
período (encargos suportados
pelo IEFP)
2,5% ao ano, calculada sobre o
valor da garantia viva em cada
momento do tempo e cobrada
antecipadamente para todo o
período de vigência da garantia.
A comissão de garantia é
calculada, inicialmente, sobre o
valor da garantia emitida, sendo
recalculada e ajustada ao valor
da garantia efetivamente viva
em cada momento do tempo,
após decurso do período de
desembolso estabelecido supra
(encargos suportados pelo IEFP)
Bonificação da
comissão de garantia
Integral (com IS), sendo esse
valor liquidado semestral e
postecipadamente
Integral (com IS), sendo esse
valor liquidado numa única
prestação e antecipadamente
Contragarantia FCGM – Fundo de Contragarantia Mútua
4.8. Fontes de Capital de Risco
Os fundos de capital de risco são patrimónios autónomos, dotados de personalidade judiciária,
sob a responsabilidade de uma entidade gestora. A gestão pode ser exercida por uma sociedade
de capital de risco, por bancos comerciais ou bancos de investimento, entre outras entidades
legalmente habilitadas a gerir estes fundos.
O capital de risco destaca-se sobretudo pela análise concreta dos projetos apresentados, do seu
potencial de crescimento e da relação com o risco. O mercado de capital de risco é também
conhecido como capital de investimento, capital de desenvolvimento, “venture capital” ou
“private equity”. O capital de risco não se traduz em endividamento para as empresas.
O mercado de capital de risco encontra-se estabelecido em Portugal e poderá constituir um bom
meio de financiamento de sociedades que apostam em setores emergentes, que apresentam um
nível de elevado risco de desenvolvimento ou que não têm acesso direto ao mercado de capitais.
Conceito
Em Portugal, o mercado de capital de risco atua como meio privilegiado no financiamento de
empresas que não têm acesso direto ao mercado de capitais ou que atuam em áreas
emergentes ou se encontrem numa fase do ciclo de vida de maior risco.
Tratando-se de empresas já existentes e com necessidades de financiamento bastante elevadas
o financiamento através de capital de risco traduz-se na aquisição por parte de uma Sociedade
de Capital de Risco (SCR) de uma parte do seu capital, quer esteja dividido em ações ou quotas.
A empresa necessitada obtém assim um financiamento adequado às suas necessidades, sendo
que a remuneração do investidor vai ser a mais-valia a obter previsivelmente com a alienação
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 123
futura da participação, seja a outros sócios, seja a novas entidades. Esta ferramenta assume
especial relevo para as PME.
As participações de capital de risco são minoritárias, o que significa que a SCR acompanha a
empresa mas não a lidera, e são temporárias, terminando com a venda da participação (ao valor
do mercado) quando for atingida a estabilidade necessária ao bom desenvolvimento da empresa,
o que geralmente acontece entre 5 a 7 anos após a tomada de participação.
Entrada e Saída do Capital de Risco
A condição essencial de acesso ao capital de risco é certamente o potencial de crescimento de
um negócio, a que se deverá associar uma gestão comprovadamente competente, credível e que
demonstre capacidade de tornar o plano de negócio numa realidade.
Além do capital, o capital de risco pode contribuir com aconselhamento à gestão traduzido por
contribuições nas áreas financeira, estratégia empresarial, contactos através da sua rede
nacional e internacional, informação de mercado, capacidade de análise crítica do desempenho
da empresa, etc.
Num cenário de parecer positivo por parte do investidor de capital de risco, seguir-se-á o
processo negocial e, finalmente, a entrada do capital de risco, que pode ser efetuada de várias
formas, incluindo “seed capital”, “start-up”, “other early stage”, “management buy-out” (MBO),
“management buy-in” (MBI), “buy-in management buy-out” (BIMBO), “institutional buy-out”
(IBO), “replacement equity”, “bridge financing”, “resgate/turnaround”, PtoP (Public to Private),
etc.
Conforme referido, o capital de risco é um investimento de curto ou médio prazo no capital da
empresa, por natureza, sendo sempre um investimento temporário. Como a sua remuneração
está dependente das mais-valias realizadas, importa saber quais os mecanismos de
desinvestimento do Capital de Risco.
Assim como a entrada, a saída pode assumir diversas formas:
Venda da participação aos seus antigos titulares, tanto de forma espontânea como pré-
negociada logo no momento do investimento;
Venda da participação a terceiros, quer a investidores tradicionais como a outros
investidores de Capital de Risco (caso em que o desinvestimento assume a designação
de secondary buy-out);
Venda em mercado de bolsa, em especial quando o capital de risco assumiu a natureza
de bridge financing.
Outras Informações
Em Portugal, a atividade de capital de risco está regulamentada por lei e sujeita à supervisão da
Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O Decreto-Lei n.º 375/2007, de 8 de
novembro, é a legislação mais recente.
Existem vários operadores a atuar no mercado de capital de risco, sendo que a escolha poderá
atender, entre outros aspetos, à política de investimentos de cada um deles, possíveis objetivos
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 124
específicos (internacionalização, tecnologias de informação, ambiente, comércio, turismo, etc.),
e ainda a maior ou menor dimensão desejada para o investimento.
Os operadores de capital de risco nem sempre assumem a figura jurídica de Sociedade de
Capital de Risco ou dos agora reconhecidos Investidores de Capital de Risco, podendo
igualmente e para além dos Fundos de Capital de Risco, ter a forma de, por exemplo,
Sociedades de Investimento ou Sociedades Gestoras de Participações Sociais, que desenvolvem
atividade de investimento de risco.
Assim, a par das Sociedades de Capital de Risco (SCR), existem ainda os instrumentos de
investimento coletivo: os Fundos de Capital de Risco (FCR) e os Fundos de Reestruturação e
Internacionalização Empresarial (FRIE).
As SCR têm como objeto o apoio e promoção do investimento e da inovação tecnológica em
projetos empresariais ou empresas já existentes, através da participação temporária no
respetivo capital social.
Por sua vez, os FCR são uma modalidade de fundos de investimento mobiliário. O seu património
deverá ser composto por quotas de capital, ações e obrigações, não cotadas em mercado de
bolsas. São fundos fechados, devendo o capital a investir ser obrigatoriamente fixado no
momento da sua constituição.
Finalmente, o objeto principal do FRIE é a aquisição de participações em empresas que
pretendam desenvolver processos de reestruturação. Têm a natureza de fundos de investimento
mobiliário aberto.
Fundos de Capital de Risco Apoiados pelo Compete
Os Fundos de Capital de Risco (FCR) apoiados pelo COMPETE são vocacionados para o apoio a
PME, tanto em fases iniciais do seu ciclo de vida como em fases de expansão da sua atividade.
O apoio dos FCR às PME faz-se através de intervenções de capital, considerando-se como tal a
aquisição, por período de tempo limitado, de participações de capital de empresas, com vista à
sua valorização para posterior alienação, bem como a realização de suprimentos e/ou prestações
acessórias de capital, a essas mesmas empresas.
Os FCR apoiados pelo COMPETE dividem-se pelas seguintes categorias:
“Inovação e Internacionalização”, cujo objetivo prevalecente é o de apoiar projetos
para que as PME desenvolvam estratégias de inovação, crescimento, modernização e
internacionalização;
“Corporate Venture Capital”, com o objetivo principal de financiar projetos de
investimento de criação de novas unidades a partir de empresas ou grupos, de base
tecnológica, existentes;
“Early Stages”, que tem como intuito primordial financiar projetos de investimento com
carácter inovador ou diferenciador, para PME com atividade económica até 3 anos;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 125
“Pré-Seed”, estando essencialmente focados no financiamento de projetos com elevado
risco envolvido e conteúdo tecnológico relevante, na fase de prova de conceito
tecnológico;
“FCR de base regional”, predominantemente orientados para a expansão de PME,
designados de “Fundos Revitalizar”.
De seguida encontram-se listadas algumas das sociedades gestoras de Fundos de Capital de
Risco:
Sociedades Gestoras
Portugal Ventures BETA Capital
ISQ Capital Criativo
Critical Ventures Espírito Santo Ventures
Espírito Santo Capital Change Partners
Novabase Capital Patris
2B Partner Explorer Investments
Oxy Capital
4.9. Crowdfunding
O conceito de “Crowdfunding” pode ser definido como uma forma de financiamento que recorre
a um número elevado de pequenas contribuições individuais, para o financiamento de um
projeto ou evento, sob contrapartida de pequenas recompensas, participações no capital,
percentagem das vendas ou juros.
Este conceito de angariação de recursos existe há anos, associado à filantropia, focado
sobretudo em ações de solidariedade social, ou pequenos acontecimentos pontuais de
angariação de fundos para a compra de equipamentos médicos, por exemplo.
Esta forma de angariação de fundos é também popular nas artes, conhecendo-se diversos
exemplos e plataformas de angariação de fundos para lançamento de CDs, realização de filmes
ou peças de teatro, exposições.
Mais recentemente este fenómeno tem-se estendido a outras áreas, sendo possível, atualmente,
aceder a plataformas generalistas ou especializadas que permitem a divulgação e angariação de
fundos para projetos de áreas diversas como ambiente, entretenimento, desporto, dança ou
serviços.
Este conceito de angariação de fundos, recorrendo a pequenas contribuições da multidão,
expande-se assim a novas áreas sociais e económicas, dotado de novas e importantes
ferramentas. Se, até há pouco tempo, este conceito beneficiava e se fazia recorrer dos meios de
comunicação social e das pequenas comunidades, como a televisão, os jornais, ou cafés e
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 126
instituições com a massificação das redes sociais, assiste-se agora a uma expansão mais rápida
e abrangente.
Modalidades de Crowdfunding
Normalmente, o Crowdfunding é praticado em três modalidades distintas, a saber:
“Donation-based”, ou seja, baseado em recompensas/prémios, onde o empreendedor
retribui em géneros aos seus financiadores. Pode tratar-se de um produto produzido no
âmbito do projeto, uma experiência, agradecimentos públicos, ou ofertas desenhadas
pelos empreendedores. Estas retribuições acontecem normalmente após a
implementação do projeto, e divergem de acordo com o volume do financiamento;
“Equity-based”, onde o financiador adquire capital da empresa existente ou em
constituição, ou poderá em alternativa obter uma percentagem dos lucros ou das
vendas da Empresa;
“Peer-to-peer”, onde o financiador empresta dinheiro ao empreendedor, que mais tarde
irá receber, acrescido de juros.
Custos
Relativamente aos custos de acesso e divulgação de projetos nestas plataformas, para o
empreendedor é normalmente cobrada uma comissão que varia entre os 3% e os 5% do
montante global de financiamento obtido, existindo nalguns casos um montante fixo cobrado
aquando da publicação do projeto. Para além destes custos, acrescem ainda os legalmente
aplicáveis.
Já para os investidores/financiadores não existem custos associados às suas participações, para
além das legalmente aplicáveis, como por exemplo, em Portugal, o pagamento de IVA ou a
declaração destas participações em sede de IRS/IRC.
Limites de Financiamento
Algumas plataformas estabelecem um valor máximo e/ou mínimo de financiamento por projeto,
enquanto outras são mais flexíveis, não estabelecendo qualquer limite.
Plataformas Internacionais
Existem, internacionalmente, mais de 300 plataformas de Crowdfunding, espalhadas pelos
diferentes países. Umas apresentam um formato mais generalista abrangendo diversas áreas de
atividade e outras mais restritas, focadas em determinados tipos de projetos. As de maior
dimensão e visibilidade são a Kickstarter, a IndieGoGO, RocketHub ou a Symbid, tratando-se de
plataformas generalistas.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 127
Plataformas Nacionais
Em Portugal ainda um número reduzido de plataformas crowdfunding, sendo as mais conhecidas
e utilizadas a Massivemov,a e a Ppl Portugal.
A Massivemov baseia-se na modalidade de donation-based, permitindo aos empreendedores
criarem 5 níveis de participação para os potenciais financiadores/investidores e está ativa desde
Julho de 2011. Esta plataforma conta até ao momento com 7 projetos bem sucedidos e
conseguiu angariar cerca de EUR 12.500,00. Esta plataforma permite apoiar projetos até EUR
100.000,00. Um projeto é financiado quando atinge no mínimo 80% do valor que solicitou, caso
contrário os fundos não são entregues ao Promotor, sendo devolvidos aos financiadores.
A Ppl Portugal funciona também na modalidade donation-based e não tem limites de
financiamento por projeto. Esta plataforma, ao nível nacional, é a que dispõe do maior número
de projetos com sucesso e do maior volume de financiamento total angariado.
Para além de proporcionarem financiamento, as plataformas de Crowdfunding são importantes
bancos de ideias de negócio e excelentes formas de divulgação dos projetos e conceitos,
permitindo um contacto direto com a procura, permitindo avaliar a validade do projeto.
4.10. Business Angels
Os Business Angels (BA) são, geralmente, os primeiros investidores que o empreendedor
conhece. O seu papel é crucial nas primeiras etapas da empresa. São pessoas com experiência
na área da gestão e que podem apoiar o empreendedor de duas formas: com entrada de capital
no projeto e com o seu know how, ajudando-o do ponto de vista estratégico, e também a
encontrar os primeiros clientes ou parceiros, graças à sua rede de contactos.
O negócio dos BA é de alto risco, pois estes estão dispostos a investir dinheiro - geralmente,
entre 50 mil e 500 mil euros - em empresas que muitas vezes ainda nem sequer testaram os
produtos ou serviços no mercado, sendo que são extremamente exigentes com os projetos que
escolhem apoiar.
A atividade dos Business Angels tem vindo a ganhar relevância nos últimos anos. Esta relevância
tem sido alcançada graças à consciencialização geral de que a figura dos Business Angels se
assume como um interveniente indispensável em todo o processo de financiamento de novas
iniciativas empresariais e, em particular, dado o crescente interesse por parte das entidades
governamentais em fomentá-lo no mercado.
Nos últimos anos, os montantes disponíveis dos BA para investimento tem vindo a aumentar e
cada vez mais empresas startup são apoiadas e lançadas através deste método.
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 128
Como atrair Business Angels
Para obter financiamento através de um BA, é necessário que responda a determinados
requisitos, dos quais se destacam:
1. Ter uma boa equipa
A equipa deve ser pluridisciplinar, para se complementar em todas as competências necessárias
na empresa, assim como ter alguma experiência de trabalho em conjunto, já que nos primeiros
momentos da empresa seja expectável que passem longas horas juntos.
O líder do projeto/empresa é o primeiro a ser escrutinado até à medula. Deve ser íntegro, estar
disposto a ouvir os outros e ter algum tipo de experiência anterior. Para além disto, é necessário
que disponha do entusiasmo necessário para defender a sua ideia, assim como dar credibilidade
ao projeto.
2. Ter todas as oportunidades bem identificadas
Para um BA assumir a responsabilidade de investir num projeto, é necessário que o
empreendedor já tenha testado a sua ideia e tenha bem presente todas oportunidades que o
projeto apresenta. O ideal é que seja uma ideia única e que não seja facilmente copiada durante
os próximos tempos.
O BA precisa de ter alguma garantia de que conseguirá um bom retorno quando deixar a
empresa.
3. Possuir um projeto escalável
Dificilmente alguém aposta numa ideia que olhe apenas para o mercado nacional. O potencial de
internacionalização é fundamental para atrair a atenção, e o dinheiro, do BA. O seu risco é
elevado e só se justifica investir em startups que tenham uma capacidade muito forte de
crescimento.
Para os Business Angels
A troco do seu investimento num projeto, os BA exigem um conjunto de condições que esperam
ser cumpridas pela equipa, a saber:
Obter participação no capital da empresa – mas sempre minoritária, para que o
projeto continue a ser do empreendedor;
Ter uma dedicação total por parte da equipa – É esperado que todos os membros
da equipa se dediquem a 100% ao projeto a partir do momento em que recebem
financiamento;
Possuir capacidade de interagir com o mentor – A capacidade de ouvir as ideias e
sugestões do BA são fundamentais para um correto ajuste dos projetos à realidade
empresarial e económica do país, pelo que este atributo é fundamental em toda a
equipa e sobretudo no líder do projeto;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 129
Ter uma relação transparente – o objetivo do BA é acrescentar valor ao projeto e
isso só é conseguido através de uma interação frequente com o empreendedor, para
estar sempre informado dos passos estratégicos da empresa.
Outras Informações
Pode submeter o seu projeto para apreciação de BA através da página web da Federação
Nacional de Associações de Business Angels – FNABA (www.fnaba.org/), ou através de
concursos que são lançados que pressupõem este tipo de apoio.
Associações de BA em Portugal:
Associações de BA Localidade
APBA – Associação Portuguesa de Business Angels Lisboa
Business Angels Club Lisboa
DNA Cascais Cascais
Invicta Angels Matosinhos
Centro Business Angels Coimbra
Associação de Business Angels da Covilhã Covilhã
Alenbiz – Associação de Business Angels do Alentejo Évora
Algarve Business Angels – Associação de Business Angels do Algarve Faro
Vima Angels – Associação de Business Angels de Guimarães Guimarães
OPEN Business Angels Marinha Grande
Associação de Business Angels de Santarém Santarém
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 130
4.11. Investe QREN
A Linha de Crédito Investe QREN é uma linha destinada às entidades beneficiárias dos Sistemas
de Incentivos do QREN, bem como do Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC), que fornece:
Financiamento da contrapartida nacional privada associada à realização de operações
cofinanciadas pelo FEDER;
Financiamento de custos de investimento não elegíveis associados à realização de
operações cofinanciadas pelo FEDER, apenas para empresas;
Financiamento da constituição de fundo de maneio necessário para a realização de
operações cofinanciadas pelo FEDER, apenas para empresas.
A linha de crédito Investe QREN visa apoiar projetos de investimento em complemento ao
financiamento comunitário, incluindo custos não elegíveis e fundo de maneio associado ao
investimento.
Esta Linha de Crédito possui uma taxa de juro bonificada, com um prazo de carência de capital
de 1 a 3 anos.
Montante Global
Com um montante global de € 1.000 milhões, dos quais € 600 milhões se destinam a projetos
QREN apresentados por PME.
Prazo de vigência
Até 6 meses após a abertura da Linha de Crédito, podendo este prazo ser extensível por até 2
períodos de mais 6 meses, caso a mesma não se esgote nos prazos anteriores.
Beneficiários
São beneficiários, a título de empréstimo, empresas com projetos de investimento aprovados no
âmbito dos sistemas de incentivos do QREN.
Poderão também ser beneficiárias as entidades com projetos de “Ações Coletivas” aprovados no
respetivo sistema do QREN, sejam associações empresariais, centros tecnológicos e entidades
públicas com competências específicas em domínios empresariais.
Financiamento
Empréstimos de médio e longo prazo e locação financeira destinados ao financiamento dos
investimentos aprovados no âmbito dos SI QREN, com um prazo até 10 anos.
Operações Elegíveis
O financiamento INVESTE QREN visa assegurar/financiar:
A contrapartida nacional privada associada à realização do projeto de investimento;
Manual de Apoio às Empresas Startup | Junho de 2014 | Frederico Mendes & Associados 131
Os custos não elegíveis a cofinanciamento, associados à realização do projeto de
investimento;
O fundo de maneio necessário à realização do projeto de investimento;
As operações devem observar um conjunto de critérios específicos de elegibilidade, que
excluem:
As atividades normais de manutenção;
As operações financeiras não diretamente ligadas a novos investimentos materiais;
A aquisição de terrenos ou investimento imobiliário.
Operações Não Elegíveis
Não são elegíveis as operações que:
Operações que se destinem à reestruturação financeira e/ou impliquem a consolidação
de crédito vivo;
Operações que se destinem a liquidar ou substituir de forma direta ou indireta, ainda
que em condições diversas, financiamentos anteriormente acordados com a Instituição
de Crédito;
Beneficiem de outro empréstimo BEI (Banco Europeu de Investimento) para o mesmo
projeto;
À data de 16 de Dezembro de 2011, registavam uma realização igual ou superior a
40%, de acordo com os elementos de informação contidos na Monitorização
Operacional e Financeira do QREN;
Operações financeiras que se destinem a atividades relacionadas com a exportação
para países terceiros ou Estados-Membros, nomeadamente a criação e funcionamento
de redes de distribuição;
Outas atividades e componentes de investimento.
Tipo de Operações
Empréstimos de médio e longo prazo, locação financeira imobiliária e locação financeira de
equipamentos destinados ao financiamento dos investimentos aprovados no âmbito dos sistemas
de incentivos QREN e do Sistema de Apoios a Ações Coletivas (SIAC);
Cumulação com Sistemas de Incentivos
Os incentivos cumulam com o incentivo financeiro concedido no QREN, sendo que o incentivo
total, expresso em ESB, apurado em sede de encerramento de investimento, não pode
ultrapassar os limites comunitários aplicáveis aos auxílios de Estado.
Verificando-se, no apuramento do incentivo total, que os limites comunitários aplicáveis aos
auxílios de Estado são ultrapassados, o ajustamento será sempre efetuado no incentivo
financeiro concedido pelos SI QREN, em primeira instância no Prémio de Realização, quando este
é aplicável.
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Parte 5 – Concursos e Prémios
Conteúdo da Parte 5 – Concursos e Prémios
Prémio Jovem Empreendedor
Arrisca C
Concurso Nacional de Inovação BES
Lisbon Challenge
Prémio EDP Inovação
Building Global Innovators
Prémio Caixa Empreender
5.1. Prémio Jovem Empreendedor
O Prémio do Jovem Empreendedor distingue, apoia e promove empresas em fase de criação
e/ou expansão de negócios. Este Prémio é uma das mais antigas competições de
empreendedorismo a nível nacional, criado em 1998, e que desde então tem vindo a contribuir
para a renovação do panorama empresarial português, lançando no mercado inovadoras
startups.
Desde a sua primeira edição, já foram premiadas empresas como a Critical Software, a Creative
BitBox, a Crioestaminal ou a Ative SpaceTechnologies.
Destinatários
Apoiado pelo IEFP, o Prémio do Jovem Empreendedor está aberto a cidadãos entre os 18 e os 35
anos, bastando que estes apresentem projetos de criação ou expansão de empresas com os
seguintes requisitos: exequibilidade financeira, adequação ao mercado, caráter inovador e
credibilidade das referências académicas e/ou profissionais dos seus promotores.
Prémios
O promotor do melhor projeto é contemplado com um prémio no valor global de 30 mil euros,
que inclui: um prémio pecuniário de 20 mil euros para apoio ao desenvolvimento do projeto
(distribuído em partes iguais aos promotores vencedores e obrigatoriamente incorporado no
capital social da empresa); oferta de um ano de incubação numa das infraestruturas da ANJE e
oferta de uma Pós-graduação realizada pela ANJE.
Outras Informações
Para concorrer a este Prémio, o promotor deverá apresentar um plano de negócios de criação ou
expansão de uma empresa, devidamente estruturado e fundamentado. As candidaturas ao
Prémio do Jovem Empreendedor 2014 decorrem até 31 de agosto de 2014.
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5.2. Arrisca C
O Concurso de Ideias de Negócio, Planos de Negócio e Provas de Conceito Arrisca C, que visa
estimular o desenvolvimento de conceitos de negócio em torno dos quais se perspetive a criação
de novas empresas e/ou o apoio ao desenvolvimento de novos produtos /serviços de empresas.
Podem concorrer pessoas singulares ou coletivas que tenham por objetivo explorar uma ideia de
negócio, plano de negócio ou uma prova de conceito. As candidaturas podem ser individuais ou
apresentadas por equipas até 5 elementos de promotores, em que pelo menos um dos
promotores seja estudante ou recém-diplomado há menos de cinco anos de qualquer Instituição
de Ensino Superior do país (condição aplicável às Tipologias A e B).
É dada liberdade total de escolha quanto ao tipo de oportunidade de negócio a selecionar por
cada candidato que deseje apresentar-se a concurso numa das tipologias do concurso.
Tipologia A: Concurso de Ideias de Negócio
Ideias de Negócio ainda em fase de conceção, sem planos de negócio desenvolvidos.
Nesta categoria podem também participar estudantes do Secundário e Técnico-Profissional (nível
IV).
Tipologia B: Concursos de Planos de Negócio
Projetos inovadores, com planos de negócio para a constituição de uma empresa que explore
comercialmente o projeto – que terá que se estabelecer na zona geográfica Inov C pelo menos
durante os dois primeiros anos (este critério apenas é aplicável às candidaturas da Tipologia B).
Tipologia C: Concurso de Provas de Conceito
Candidatura aberta a PMEs (Micro, Pequenas e Médias Empresa), com produtos ou serviços
inovadores e com projetos de internacionalização.
Outras informações
Para o ano de 2014 ainda não foi definido um período oficial de candidaturas, que serão
anunciadas através da página oficial do concurso.
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5.3. Concurso Nacional de Inovação BES
O Banco Espírito Santo lançou o Concurso Nacional de Inovação BES em junho de 2005, uma
iniciativa em que se divulgam e premeiam projetos de investigação aplicados a setores críticos
para o futuro da economia portuguesa, tais como energias renováveis, saúde, processos
industriais, entre outros.
Trata-se de uma iniciativa que nasceu de uma firme vontade do Banco Espírito Santo em
contribuir de forma efetiva para a disseminação de uma cultura de inovação em Portugal.
Selecionados em função do seu caráter inovador e do seu grau de excelência científica, cada um
dos prémios por área de atividade tem um valor total de 60.000 euros, subdividido em três
componentes distintas:
Prémio pecuniário, no valor de 25.000 euros;
Apoio para registo de patente ou outra forma de proteção de propriedade intelectual,
no valor de 10.000 euros;
Estudo de viabilidade do negócio, no valor de 25.000 euros, executado pelo Banco
Espírito Santo de Investimento.
Para além destes, será ainda distinguido o melhor projeto em termos absolutos, o qual sairá do
grupo dos que foram selecionados como o melhor projeto em cada uma das áreas a concurso. A
este projeto será atribuído um prémio pecuniário complementar de 25.000 euros, ascendendo
assim o valor total deste prémio a 85.000 euros.
Destinatários
As tecnologias candidatas devem ser apresentadas a concurso por uma empresa, universidade,
instituição de I&D ou inventor individual responsável pelo seu desenvolvimento.
As candidaturas podem ser apresentadas por pessoas individuais ou por grupos ou consórcios,
desde que identificado o representante dos promotores da candidatura para efeitos de interface
com a organização do concurso e para efeitos de eventual entrega do prémio.
Projetos Elegíveis
Podem candidatar-se ao concurso tecnologias que sejam resultado de:
Projetos de I&D aplicados à inovação de produtos, processos ou serviços desenvolvidos
por pequenas e microempresas de capital social maioritariamente português, seja de
forma autónoma seja em consórcio com universidades ou instituições de I&D nacionais;
Projetos desenvolvidos por investigadores a título individual ou em grupo/equipa, por
universidades ou instituições de I&D, autonomamente ou em consórcio com empresas
ou outras instituições, desde que demonstrem clara orientação para a aplicação e
potencial de valorização económica;
Projetos levados a cabo por inventores independentes que demonstrem orientação
para a aplicação e potencial de valorização económica.
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Áreas a Concurso
Os projetos apresentados deverão enquadrar-se em, pelo menos, uma das áreas a concurso
definidas anualmente. No caso em que um mesmo projeto seja considerado passível de
enquadramento em mais do que uma área, deve para o efeito ser apresentada uma candidatura
separada em cada área a que concorre. Nesta edição, o Concurso Nacional de Inovação BES, é
aberto a projetos nas seguintes áreas:
Competitividade Industrial – Processos tecnológicos de suporte à produção
industrial criadora de emprego, quer em novas indústrias emergentes (e.g. energias,
água, saneamento e resíduos), quer nos setores tradicionais da economia (e.g.
construção e materiais de construção, da moda, do calçado, do automóvel),
contemplando ainda a eficiência de consumos de materiais e energia e a gestão
otimizada dos recursos produtivos;
Recursos Naturais e Ambiente – Valorização sustentável dos recursos naturais
endógenos. Promoção da capacidade para acrescentar valor à produção, através do
desenvolvimento de atividades que usem de uma forma eficaz, eficiente e inovadora
recursos endógenos e capacidades de investigação ligadas às atividades agrícolas,
florestais, marítimas, turísticas, extrativas e energéticas (renováveis);
Saúde, Serviços e Tecnologias de Informação e Comunicação – Novos modelos
de negócio e novos produtos serviços potenciados por aplicações de tecnologias de
informação e comunicação: na saúde, na educação, na distribuição e logística, no
comércio (grosso e retalho), assim como em conceitos urbanos, por integração das
áreas da Edificação, Mobilidade, Energia, Comunicações e Ambiente.
Outras Informações
A décima edição do Concurso Nacional de Inovação BES já se encontra a decorrer e tem o intuito
de, mais uma vez, premiar e divulgar projetos de investigação, desenvolvimento e inovação em
áreas de aplicação ligadas aos recursos endógenos do País e dirigidos à melhoria de produtos,
processos ou serviços.
As candidaturas decorrem até ao dia 30 de junho de 2014.
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5.4. Lisbon Challenge
O Lisbon Challenge é um programa com a duração de 3 meses que visa acelerar o crescimento
de novas empresas tecnológicas a nível mundial.
Este evento é considerado um dos maiores programas de aceleração da Europa, que potencia o
investimento e a internacionalização destas empresas.
O Lisbon Challenge conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, o Alto Patrocínio do
Presidente da República e o apoio institucional do Governo de Portugal e da Comissão Europeia.
Como funciona
O Lisbon Challenge funciona com duas chamadas para apresentação de candidaturas por ano –
uma na primavera e outra no outono.
As empresas selecionadas têm acesso a um processo de aceleração que tem uma duração de 3
meses e serve para introduzir as startups a potenciais investidores nacionais e internacionais.
Após esta fase serão selecionadas as 5 melhores startups, que além de receberem investimentos
passarão a uma segunda fase de aceleração (desta vez com a duração de 6 meses). Os
participantes podem receber formação, assistir a masterclasses e reunirem-se com mentores de
renome internacional.
Além do programa de aceleração, um dos objetivos desta iniciativa é de captar financiamentos a
curto prazo para as empresas participantes.
Estrutura do Lisbon Challenge
1.ª Fase – Bootcamp
A primeira semana do desafio será um bootcamp intenso que poderá contar com oradores
externos e onde poderão participar pessoas de fora do programa.
A partir daí, as equipas focar-se-ão no Prototype Day.
2.ª Fase – Preparação do Investors Day
Nos restantes dois meses a prioridade será afinar o produto, testar o mercado e preparar todos
os detalhes para o Investors Day que irá acontecer no final do programa, das últimas edições do
Lisbon Challenge.
Destinatários
O Lisbon Challenge destina-se a startups de qualquer área e qualquer parte do mundo.
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5.5. Prémio EDP Inovação
O Prémio EDP Inovação visa apoiar o desenvolvimento de novos projetos empresariais, que se
destaquem pela inovação na área das tecnologias limpas, num setor intimamente ligado à EDP,
o da energia, e premiar as que se distingam pela inovação tecnológica ou de modelo de negócio
na área.
O Prémio EDP Inovação tem uma periodicidade anual, sendo que as candidaturas de 2014 já se
encontram encerradas.
Destinatários
O Prémio EDP Inovação está aberto a todos os que possuem um espírito empreendedor,
interesse para se candidatar ao prémio e disponibilidade para concretizar a implementação do
seu projeto, caso venha a ser vencedor. Podem candidatar-se as pessoas com um nível de
formação académica mínimo equivalente à frequência do último ano letivo de uma licenciatura,
bacharelato ou curso técnico-profissional. Não existe limite máximo de idade para participar.
Podem concorrer equipas compostas por 2 a 5 elementos, assim como empresas constituídas há
menos de 1 ano não devendo as mesmas ter no seu quadro de pessoal mais de 5 trabalhadores.
Podem ainda concorrer ao Prémio EDP Inovação todas as equipas ou empresas que o pretendam
desde que todos os elementos sejam indivíduos residentes em Portugal, com um nível
académico que corresponda, no mínimo, à frequência do último ano de uma licenciatura. No
caso da equipa concorrente ter 4 ou 5 elementos, um e apenas um deles está excetuado da
obrigatoriedade de residência em Portugal.
Projetos Elegíveis
O Prémio EDP Inovação pretende apoiar projetos empresariais nascentes, que apresentem
tecnologias ou modelos de negócio inovadores nas seguintes áreas:
Eficiência energética
Mobilidade elétrica
Tecnologias de informação aplicadas ao setor energético (incluindo redes inteligentes,
sistemas de gestão remota de consumos energéticos e sistemas de monitorização e
diagnóstico de consumos ou equipamentos energéticos)
Geração eólica
Geração solar
Geração elétrica offshore
Outras formas de geração elétrica
Armazenamento de energia
Distribuição de energia
Gás natural
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Internet of Things
Machine to Machine
Como funciona
1.ª Fase – Desenvolvimento da Inovação
Participam nesta Fase de Desenvolvimento da Inovação todas as equipas/empresas candidatas
que tenham sido selecionadas pelo Comité de Avaliação e Seleção. O objetivo desta fase é o de
preparar as candidaturas para a apresentação ao Júri; é também um objetivo desta fase que a
formação e os desafios nela colocados se constituam como uma alavanca de desenvolvimento
dos projetos empresariais subjacentes a cada candidatura selecionada, contribuindo para o seu
sucesso pós Prémio EDP Inovação.
Os trabalhos desta Fase beneficiarão de um conjunto de ações de formação visando o detalhe e
a melhoria das candidaturas selecionadas, a saber:
Formação em Planos de Negócio (Fábrica de Startups);
Formação em Prototipagem Rápida (Fablab EDP);
Formação em princípios de Propriedade Industrial (INPI).
2.ª Fase – Apresentação ao Júri
Despois de concluída a Fase 1, o Comité de Avaliação e Seleção irá selecionar os projetos que
revelem consistência no desenvolvimento da inovação e que apresentem padrões de grande
qualidade na execução e adequabilidade do Plano de Negócios e Calendário de Implementação,
para apresentação ao Júri, num máximo de 6 projetos.
O projeto vencedor será escolhido pelo Júri durante esta fase.
Prémios
O vencedor do Prémio EDP Inovação recebe 50 mil euros para implementar o projeto vencedor,
um programa de pré-aceleração de startups e uma viagem a São Paulo, durante a qual terá a
oportunidade de apresentar o seu projeto à EDP Brasil e estabelecer uma nova rede de contactos
que possa reforçar e dar continuidade ao êxito do projeto apresentado a concurso.
Os três finalistas ganham um ano de incubação na EDP Starter recebem do EnergyIN a
possibilidade de serem seus associados durante um ano; e uma anuidade GOLD da Survey
Monkey.
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5.6. Building Global Innovators
Building Global Innovators (BGI) é um acelerador internacional dirigido a empreendedores de
base tecnológica, organizado pelo ISCTE-IUL, Massachusetts Institute of Technology (MIT) e
Caixa Capital.
Em cada edição, 20 startups e/ou spin-outs são selecionadas e são apoiadas durante um período
até 5 anos. Com este objetivo são desenhados eventos específicos a decorrer quer em Lisboa
quer em Boston, no MIT.
A rede de catalisadores trabalha com os fundadores, ajudando-os a desenvolver as suas startups
e propostas de valor centradas no cliente, assim como a mitigar riscos técnicos e de mercado.
Áreas Elegíveis
Em 2014, pode entrar na competição através das seguintes áreas:
Economia do mar;
Cidades inteligentes & tecnologia industrial;
Tecnologias médicas e de saúde;
Tecnologias de informação empresarial & dados inteligentes.
Prémios
Em cada edição, o BGI oferece a cada equipa as seguintes recompensas:
Mais de 1150h de mentoring;
Participação em sessões de investimento;
Oportunidade para integrar o bootcamp no MIT;
Oportunidade para ser um dos 4 finalistas e aceder até 500 mil euros da Caixa Capital.
Se todas as condições forem cumpridas, o prémio financeiro garantido a todos os participantes
pode ascender até 1 milhão de euros.
Em cada edição é escolhida uma equipa vencedora de cada uma das áreas elegíveis, que terá
acesso direto aos prémios descritos anteriormente.
Outras Informações
As candidaturas ao prémio Building Global Innovators estão abertas até dia 9 de junho de 2014.
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5.7. Prémio Caixa Empreender
O Prémio Caixa Empreender visa premiar empresas e negócios empreendedores e inovadores
que se destaquem na sua atividade em duas categorias: startups e Pequenas e Médias
Empresas. Este prémio pretende ser iniciativa que irá reconhecer, inspirar e promover os
empreendedores e o empreendedorismo.
O principal objetivo deste prémio é incentivar e dar visibilidade a novas empresas, startups e
negócios inovadores, assim como apoiar empresas consolidadas, com potencial de crescimento.
Os desafios da produtividade, criação de emprego, inovação e fixação de talento, que se colocam
atualmente a Portugal, dependem cada vez mais do reforço de uma cultura e atitude
empreendedoras. O Prémio Caixa Empreender é uma iniciativa que visa reconhecer, inspirar e
promover os empreendedores e o empreendedorismo.
Categorias a Premiar
No âmbito do Prémio Caixa Empreender serão atribuídos prémios nas seguintes categorias:
PME – Empresas e negócios empreendedores e inovadores que se destaquem na sua
atividade;
Startups – Startups que se destaquem na sua atividade empreendedora.
A atribuição dos prémios nas categorias definidas resultará de um processo de candidatura por
parte dos participantes e posterior avaliação através de uma metodologia qualitativa e
quantitativa.
No que concerne ao âmbito PME, este prémio visa distinguir e premiar anualmente uma
empresa com uma presença já consolidada no mercado, e que se destaque pela sua atividade
empreendedora e inovadora. A escolha do premiado será da inteira responsabilidade do Júri.
No que concerne ao âmbito Startup, este prémio visa distinguir e premiar anualmente uma
startup que se distinga pela sua atividade empreendedora e potencial de sucesso futuro no
mercado.
Outras Informações
O Prémio Caixa Empreender tem uma periodicidade anual, sendo que a edição de 2014 já se
encontra encerrada.
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