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manual de formação para o uso eficiente da água PROJECTO AQUANET manual de formação para o uso eficiente da água

manual de formação para o uso eficiente da água · especializada de profissionais na “gestão eficiente da água”, em modalidade de e-learning. Para tal, o projecto AQUANET

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manual de formaçãopara o uso eficiente da água

PROJECTO

AQUANET

manualdeformaçãoparaousoeficientedaágua

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PROJECTO AQUANETmANUAl dE fORmAçãO PARA O UsO EfiCiENTE dA ágUA

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Ficha Técnica

Título: Manual de Formação para o Uso Eficiente da Água

Autores: FUNDACIÓN SAN VALERO, IRMA SL, EUROPA INNOVACIÓN Y DESARROLLO SL, CIPA-AT TOSCANA, ADRAT, CON-SILIUL JUDETEAN HARGHITA, AGROINSTITUT NITRA

Edição:

ADRAT, Associação de Desenvolvimento da Região do Alto TâmegaAvenida da Cooperação, Edifício INDITRANS, Lote A15400-673 Outeiro SecoPortugal

FUNDACIÓN SAN VALERO – C/ Violeta Parra, 9, 50015, Saragoça. Espanha

Design Gráfico: Scangraphic, Chaves.

ISBN: 978-989-95031-9-9Depósito Legal:

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Este projecto foi financiado com o apoio da Comissão Eu-ropeia. Esta publicação reflecte apenas a posição dos au-tores e a Comissão Europeia não pode ser responsabilizadapelo uso que possa ser dado à informação aqui contida.

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ÍNDICE

OBJECTIVOS.......................................................................................................................................xxINTRODUÇÃO ....................................................................................................................................xx1. A ÁGUA EM DADOS E NÚMEROS ........................................................................................xx1.1. O ciclo hidrológico..............................................................................................................xx1.2. Precipitação .......................................................................................................................xx1.3. Evapotranspiração e humidade do solo ..............................................................................xx1.4. As zonas húmidas...............................................................................................................xx1.5. A escassez de água .............................................................................................................xx1.6. Desertificação ....................................................................................................................xx1.7. Água e agricultura ..............................................................................................................xx1.7.1. Agricultura de regadio...............................................................................................................xx1.7.2. Uso eficiente da água................................................................................................................xx1.7.3. Necessidades estruturais ..........................................................................................................xx1.8. Água e saúde......................................................................................................................xx1.8.1. A água e o saneamento.............................................................................................................xx1.8.2. As águas residuais .....................................................................................................................xx1.8.3. A água e a sida ..........................................................................................................................xx1.8.4. A água e a saúde das crianças...................................................................................................xx1.9. Água e educação ................................................................................................................xx1.10. A gestão integrada dos recursos hídricos ............................................................................xx1.10.1. Gestão da água em zonas urbanas............................................................................................xx2. POUPANÇA DE ÁGUA .........................................................................................................xx2.1. Habitação e PME’s..............................................................................................................xx2.1.1. Reutilização de águas domésticas .............................................................................................xx2.1.2. Aproveitamento de águas pluviais ............................................................................................xx2.1.3. Dispersores ou arejadores.........................................................................................................xx2.1.4. Redutores de caudal .................................................................................................................xx2.1.5. Dispositivos anti-fugas ..............................................................................................................xx2.1.6. Torneiras....................................................................................................................................xx2.1.6.1. Torneiras mono-comando .........................................................................................................xx2.1.6.2. Torneiras termostáticas.............................................................................................................xx2.1.6.3. Torneiras com temporizadores.................................................................................................xx2.1.6.4. Torneiras electrónicas ..............................................................................................................xx2.1.7. Outras peças sanitárias .............................................................................................................xx2.1.7.1. Chuveiros de baixo consumo....................................................................................................xx2.1.7.2. Autoclismos eficientes ..............................................................................................................xx2.1.7.2.1. Sistemas com possibilidade de interrupção de descarga..........................................................xx2.1.7.2.2. Sistemas com puxador duplo ...................................................................................................xx2.1.7.2.3. Sistemas de redução de capacidade ........................................................................................xx2.1.7.2.4. Sistemas de fecho automático .................................................................................................xx2.1.8. Descalcificadores.......................................................................................................................xx2.1.9. Electrodomésticos.....................................................................................................................xx2.1.9.1. Máquinas de lavar roupa ..........................................................................................................xx2.1.9.2. Máquinas de lavar louça ...........................................................................................................xx2.1.10. Contadores de água ..................................................................................................................xx2.2. Jardinagem ........................................................................................................................xx2.2.1. Selecção de plantas autóctones para o jardim..........................................................................xx2.2.2. Aplicar técnicas de xero-jardinagem .........................................................................................xx2.2.3. Agrupar as espécies pelos seus requerimentos hídricos...........................................................xx

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2.2.4. Restrinções da rega (stress hídrico) ..........................................................................................xx2.2.5. Alternativas ao relvado .............................................................................................................xx2.2.6. Cobrir o solo para manter a humidade (mulching) ...................................................................xx2.2.7. Rega ..........................................................................................................................................xx2.2.7.1. Aplicar conselhos simples de rega eficiente .............................................................................xx2.2.7.2. Seleccionar o sistema de rega mais adequado à disponibilidade e cultura (especial atenção à . rega por gota-a-gota e por exsudação).....................................................................................xx2.2.7.3. Programação da rega ................................................................................................................xx2.2.7.4. Tecnologias GPRS e WI-FI para o controlo da rega ...................................................................xx2.2.8. Estação meteorológica..............................................................................................................xx2.3. Agricultura .........................................................................................................................xx2.3.1. Tensímetros e sondas de capacitância......................................................................................xx2.3.2. Dendrómetros...........................................................................................................................xx2.3.3. Software....................................................................................................................................xx2.3.4. Tanques ou poços para armazenamento e controlo da água de rega......................................xx2.3.5. Sistemas de gravidade para transvases de água e rega............................................................xx2.3.6. Depósitos de cabeceira .............................................................................................................xx2.3.7. Eficiência na rega por inundação (aberturas directas, válvulas, mangueiras flexíveis, etc.).....xx2.3.8. Mulching (fruticultura e horticultura).......................................................................................xx2.3.9. Sistemas de tele-controlo nas comunidades de regantes e redes colectivas de rega ..............xx2.3.10. Manutenção das redes de distribuição.....................................................................................xx2.3.11. Automatização de comportas para canais de rega ...................................................................xx2.3.12. Contadores para redes de abastecimento agrícola ..................................................................xx2.3.13. Reguladores de pressão ............................................................................................................xx2.3.14. Reguladores de caudal ..............................................................................................................xx2.3.15. Válvulas volumétricas para redes de abastecimento................................................................xx2.3.16. Electroválvulas para o controlo da rega e do fluxo em redes de abastecimento .....................xx2.3.17. Reutilização de águas evaporadas, residuais e salobras para rega em estufas (aplicação de pro- ..........................................................................................tótipos no quadro de projectos I+D+I)xx2.3.18. Técnica LEPA de rega ................................................................................................................xx2.3.19. Tecnologias, software e dispositivos de controlo e regulação de canais de rega e valas .........xx2.3.20. Recursos web para o cálculo de impacto ambiental na agricultura, cálculo de volumes de rega, .........................................................................................................................ferti-irrigação, etc.xx2.3.21. Programa ADOR ........................................................................................................................xx2.4. Indústria e hotelaria...........................................................................................................xx2.4.1. Substituir métodos tradicionais de limpeza por métodos de limpeza a seco-clearing in place-(cip).xx2.4.2. Bandejas de recolha de efluentes (limpeza a seco) ..................................................................xx2.4.3. Aspiradores de pó - líquidos (limpeza a seco)...........................................................................xx2.4.4. Dispensadores de celulose e matérias absorventes (limpeza a seco).......................................xx2.4.5. Varredoras (limpeza a seco)......................................................................................................xx2.4.6. Escovas e engaços manuais (limpeza a seco)............................................................................xx2.4.7. Sistemas de limpeza de alta pressão ........................................................................................xx2.4.8. Fechos manuais.........................................................................................................................xx2.4.9. Caudalímetros ou medidores de caudais..................................................................................xx2.4.10. Sondas e/ou sensores de nível..................................................................................................xx2.4.11. Manómetros .............................................................................................................................xx2.4.12. Redutores reguladores de pressão, para linhas de fornecimento ............................................xx2.4.13. Analisador para a gestão de consumos de água .......................................................................xx2.4.14. Válvulas termostáticas industriais ............................................................................................xx

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2.4.15. Electroválvulas, válvulas de desconexão automática, temporizadas, detectores ....................xx2.4.16. Estabilizador de pressões..........................................................................................................xx2.4.17. Circuitos de retorno e reutilização de águas em processos industriais ....................................xx2.4.18. Anéis de recirculação e reutilização (ciclos de vapor industrial)...............................................xx2.4.19. Separação de redes na indústria (recuperação, reciclagem, reutilização de águas residuais, plu- viais e descargas industriais).....................................................................................................xx2.4.20. Sistemas de escoamento natural ou forçado para captação de águas pluviais........................xx2.4.21. Caldeiras a óleo térmico (substituição da água por óleo, como fluído de transporte térmico) ...xx2.4.22. Dimensionamento óptimo de inter-comutadores de calor e/ou sistemas de acumulação......xx2.4.23. Controlo automático de purgas (controlo TDS) ........................................................................xx2.4.24. Lavagem de roupa de trabalho .................................................................................................xx2.4.25. Caldeiras instantâneas de água em lugares remotos ...............................................................xx3. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA.....................................................................................................xx3.1. Anéis de recirculação da água quente sanitária (ACS).........................................................xx3.2. Condutas de polietileno reticulado (PEX) ...........................................................................xx3.3. Redução dos custos de energia através da participação em parques eólicos (um exemplo ....................................................................................................................de Espanha)xx4. INFORMAÇÃO ....................................................................................................................xx4.1. Avisos de informação para o utilizador...............................................................................xx4.2. Rotulagem ecológica ..........................................................................................................xx4.3. Sensibilização.....................................................................................................................xx4.3.1. Medidas incentivadoras............................................................................................................xx4.3.2. Campanhas educativas .............................................................................................................xx4.3.3. Convocatória de prémios e concursos para a gestão eficiente da água ...................................xx5. LEGISLAÇÃO E GESTÃO .......................................................................................................xx5.1. Exemplos de legislação.......................................................................................................xx5.2. Plano renove para a compra de dispositivos eficientes subvenções e ajudas. .....................xx5.3. Criação de gabinetes públicos, observatórios e eventos internacionais a favor da gestão efi- ciente da água e da sustentabilidade hídrica do planeta.....................................................xx5.4. Acções formativas de sensibilização ambiental ..................................................................xx5.5. Fomentar o agrupamento em comunidades de utilizadores ou regantes ............................xx5.6. Autoavaliação dos hábitos e consumos e detenção de fugas ..............................................xx5.7. Auditoria/diagnóstico ambiental........................................................................................xx5.8. Investimento em estudos e no melhoramento das redes de distribuição, para obter uma maior eficiência............................................................................................................................xx RESUMO.......................................................................................................................................xx PÁGINAS DE INTERNET DE REFERÊNCIA ........................................................................................xx ANEXO: NORMAS EUROPEIAS EM MATÉRIA DE ÁGUA ..................................................................xx

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OBJECTIVOS

Este manual é um resultado directo do projecto AQUANET que, entre outros estudos, realizou uma com-pilação exaustiva de metodologias, técnicas, tecnologias e dispositivos para a gestão eficiente da água. Porisso, o presente manual pretende alcançar os seguintes objectivos:Sintetizar as diversas práticas, estratégias e técnicas ambientais disponíveis na União Europeia, para os di-versos sectores e usuários.Oferecer soluções de aplicação simples para optimizar os diversos usos da água, classificados por activida-des e usos.

INTRODUÇÃO

O projecto AQUANET tem por objecto a transferência efectiva do planeamento em matéria de “gestão efi-ciente da água” que foi objecto de demonstração no projecto LIFE “OPTIMIZAGUA” [LIFE04 ENV/E/000164],utilizando para tal a metodologia didáctica do projecto-piloto Leonardo “Multimedia Training System forWorkers” (1996) em que se baseará a formação à distância dirigida a sectores-chave, através da formaçãoespecializada de profissionais na “gestão eficiente da água”, em modalidade de e-learning.Para tal, o projecto AQUANET compilou ferramentas, metodologias, técnicas, tecnologias e dispositivospara a gestão eficiente da água, nos diversos âmbitos de consumo: doméstico/residencial, hotelaria, in-dustrial, agrícola, jardinagem pública e privada, entre outros. As referências a organizações, empresas oumarcas apenas se realizam a título informativo para acreditar a existência da tecnologia analisada, nãoexistindo vinculação alguma por parte do projecto: agradecimento a todos eles pela informação obtida eposta à disposição do público em geral, em benefício do meio ambiente.Este manual é o resultado de um esforço, que esperamos que seja uma ferramenta que reúna utilidade eeficácia.

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1. A ÁGUA EM DADOS E NÚMEROS

1.1. O ciclo hidrológico

n O ciclo hidrológico da Terra é um mecanismo globalque transfere água dos oceanos para a superfície edas plantas para a atmosfera que envolve o planeta.Os principais componentes naturais dos processosdo ciclo hidrológico são: precipitação, infiltração, es-corrimento, evaporação e transpiração.

n As actividades humanas (povoações, indústria,agricultura) podem alterar os componentes do ciclonatural mediante desvios do uso do solo e atravésda utilização, reutilização e descarga de resíduos,nos cursos naturais dos recursos hídricos superfi-ciais e subterrâneos.

n A atmosfera terrestre contém uns 13.000 km3 deágua. Esta quantidade representa 10% dos recursos

de água doce do planetaque não se encontramnas águas subterrâneas,nas calotes polares nemno permafrost.

n No entanto, de maiorimportância é o facto deque este vapor circulana atmosfera numa “cin-tura dinâmica global”,que contém um volumeanual considerável e re-corrente, estimadoentre 113.500 a 120.000km3. Estes volumes ilus-tram o papel essencial

que desempenham as precipitações na renovaçãodos nossos recursos hídricos naturais, sobretudoaqueles que se utilizam para abastecer os ecossis-temas naturais e os cultivos de sequeiro.

n Quando a precipitação atmosférica alcança osolo, divide-se em várias partes que prolongam afase terrestre do ciclo hidrológico, seguindo dife-rentes caminhos. Da quantidade total anual de110.000 km3 de precipitação sobre a superfícieterrestre, cerca de 40.000 km3 convertem-se emescorrimento superficial e recarga de aquíferos;estima-se que cerca de 70.000 km3 ficam armaze-nados no solo e mais tarde voltam à atmosferaatravés da evaporação e transpiração das plantas.

n Os processos de evaporação e transpiração (eva-potranspiração), estão estritamente relacionadoscom a água presente na humidade do solo; estesprocessos actuam como forças motrizes sobre aágua que se transfere no ciclo hidrológico. O mo-vimento através do solo e da vegetação é conside-rável e representa 62% da água doce que serenova anualmente a nível global.

n Cerca de 40% da água que cai sob a forma de precipi-tação no solo provém do vapor resultante do oceano.Os restantes 60% provêem de fontes terrestres.

n Num clima temperado, 33% da precipitação totalgeralmente volta à atmosfera por evaporação ouevapotranspiração; 33% converte-se em água su-perficial através de escorrimento e 33% recarga aságuas subterrâneas.

n Num clima semi-árido, 50% do total da precipita-ção retorna normalmente à atmosfera por evapora-ção ou evapotranspriração; 30% converte-se em

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água superficial através de escorrimento e 20% re-carga as águas subterrâneas.

n Num clima árido, 70% do total da precipitação, ge-ralmente volta à atmosfera por evaporação ou eva-potranspriração; 29% converte-se em água superficialatravés de escorrimento e apenas 1% recarga aságuas subterrâneas.

informação extraída do 2º relatório das naçõesunidas sobre o desenvolvimento dos recursos Hí-dricos no mundo: a água, uma responsabilidadecompartida (2006).

1.2. Precipitação

n A precipitação define-se como todas as formas daspartículas de água, líquida ou sólida, que caiem daatmosfera e chegam ao solo. Os tipos de precipita-ção são: chuva, aguaceiros, neve, granizo, cristaisde gelo, pequenas bolas de neve.n Segundo o país, a precipitação oscila entre os 100mm por ano, em climas áridos ou desérticos, atémais de 3.400 mm por ano, em regiões tropicaise/ou de relevo principalmente montanhoso.

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n As monções, os ciclones tropicais e os sistemas detempestades convectivas e frontais de média lati-tude são mecanismos importantes que controlam aprecipitação, se bem que o efeito orográfico é outrofactor determinante.

n À medida que nos aproximamos dos pólos e àmaior altitude, grande parte da precipitação pro-duz-se em forma de neve. Estima-se que a quedade neve anual sobre a terra seja cerca 1,7 x 1013 to-neladas, cobrindo uma superfície, que varia anual-mente, entre 100 e 126 milhões de km2.

n Nas regiões de clima temperado e de clima frio, aqueda de neve pode contribuir para uma grandepercentagem da precipitação total de uma região.Por exemplo, no Oeste dos EUA, Canadá e na Eu-ropa, entre 40 a 75% da precipitação regionalpodem ocorrer em forma de neve.

n As menores quantidades de precipitação anual(200 mm ou menos), produzem-se em regiões sub-tropicais, nas regiões polares e nas zonas mais afas-tadas dos oceanos. Existem também sombraspluviométricas na vertente de sotavento das mon-tanhas, como acontece nos vales orientais da SerraNevada, no Oeste dos EUA, onde as precipitaçõessão escassas.

n Shiklomanov estima que a quantidade total deprecipitação sobre a superfície terrestre é de119.000 km3 por ano; segundo outras estimativasesta quantidade pode oscilar entre 107.000 e119.000 km3.

n Os modelos de circulação global da atmosfera in-dicam que o aumento de Dióxido de Carbono e deoutros gases de estufa podem provocar alteraçõesno clima global. Espera-se que haja um aumentodas precipitações entre 30º Norte e 30º Sul, devidoao incremento da evapotranspiração. Contraria-mente, prevê-se que no futuro próximo muitas re-giões tropicais e subtropicais recebam uma menorquantidade de precipitações e mais irregulares.Igualmente é provável que as alterações climáticascomportem um aumento na magnitude e frequên-cia dos desastres relacionados com as precipita-ções: inundações, secas, deslizamentos de terras,tufões e ciclones.

informação extraída do glossário climatológico emeteorológico do árctico, do 1º relatório das na-ções unidas sobre o desenvolvimento dos recursosHídricos: água para todos, água para a Vida (2003)e do 2º relatório das nações unidas sobre o desen-volvimento dos recursos Hídricos no mundo: aágua, uma responsabilidade compartida (2006).

1.3. Evapotranspiração e humidade do solo

A evapotranspiração é o processo de perda de água emforma de vapor, desde uma unidade de superfície dosolo, seja directamente por evaporação da superfíciedo solo ou indirectamente pela transpiração de folhas,durante um período específico de tempo. A humidadedo solo define-se como a água armazenada na ou sobrea superfície terrestre e disponível para a evaporação.

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n O armazenamento da humidade do solo depende,além da precipitação e da evaporação, de vários fac-tores como o tipo de solo, a sua profundidade, dacobertura vegetal e do declive.

n Em 1974, Korzun afirmou que a água activa do soloencontra-se fundamentalmente a uma profundi-dade inferior a 2 metros, ou seja, a uma profundi-dade em que se localizam as raízes da maioria dasplantas. Com base nisto, estimou que o volumetotal de humidade do solo no planeta é de aproxi-madamente 16.500km3. Este valor supõe que a hu-midade do solo é cerca de 10% na capa de 2 metrosmais próxima da superfície, e que a superfície dosolo que tem humidade cobre 55% da superfície ter-restre, a que equivalem uns 82 milhões de km2.

n A evaporação das massas de águas superficiaiscomo lagos, rios, pântanos e albufeiras também éum componente integrante do ciclo hidrológico eimportante para o desenvolvimento da bacia e paraa gestão regional dos recursos hídricos.

n No caso de albufeiras artificiais, estima-se que ovolume global de água evaporada desde os finaisdos anos 60 é superior ao volume consumido comfins domésticos e industriais.

n Relativamente à produção de alimentos e à ma-nutenção do ecossistema, a humidade do solo é oparâmetro mais importante da Produtividade Pri-mária Líquida (PPL) e da estrutura, composição edensidade dos modelos de vegetação. O conteúdode humidade do solo próxima da superfície influen-cia em grande medida que a água da precipitação eo regadio se incorpore às massas de água superficialou se infiltre no solo.

n A água da evapotranspiração é a que abasteceprincipalmente os bosques, os cultivos de sequeiroe os pastos, assim como uma variedade de ecossis-temas. Apesar de que a extracção de água é apenasde 8% do total de recursos hídricos renováveis, es-tima-se que 26% da evapotranspiração anual é ac-tualmente apropriada para os seres humanos.

n informação extraída da publicação glossário debiotecnologia e Engenharia genética, da organiza-ção das nações unidas para a agricultura e alimen-tação (fao), do 1º relatório das nações unidassobre o desenvolvimento dos recursos Hídricos:água para todos, água para a Vida (2003) e do 2ºrelatório das nações unidas sobre o desenvolvi-mento dos recursos Hídricos no mundo: a água,uma responsabilidade compartida (2006).”

1.4. As zonas húmidas

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n As zonas húmidas incluem uma ampla variedadede habitats como pântanos, turfeiras, planícies ala-gáveis, rio, lagos e zonas costeiras como marismas,mangais e prados marítimos. Também se incluemos recifes de coral e outras zonas marinhas comuma profundidade de maré baixa inferior a 6 me-tros, tais como zonas húmidas artificiais como ostanques de tratamento de águas residuais e albu-feiras.

n A Convenção sobre as Zonas Húmidas é um tra-tado inter-governamental aprovado em 2 de Feve-reiro de 1971, na cidade iraniana de Ramsar. Aindaque designada de “Convenção sobre as Zonas Hú-midas (Ramsar, 1971)”, é mais conhecida como a“Convenção de Ramsar”. A sua missão é “a conser-vação e o uso racional das zonas húmidas, medianteacções locais, regionais e nacionais, e através dacooperação internacional, a fim de contribuir parao desenvolvimento sustentado em todo o mundo“.

n Desde Dezembro de 2006, 153 países aderiram àConvenção de Ramsar como Partes Contratantes,com mais de 1.600 zonas húmidas em todo omundo, cobrindo mais de 145 milhões de hectares(uma superfície superior à soma das superfícies daFrança, Alemanha, Espanha e Suiça), incluídos naLista de Zonas Húmidas de Importância Internacio-nal de Ramsar.

n Em termos gerais reconhecem-se 5 tipos principaisde zonas húmidas:

n Marinhas (zonas húmidas costeiras, incluindo la-goas costeiras, costas rochosas e recifes de coral)

n Estuarinas (incluindo deltas, marismas e mangais)

n Lacustres (zonas húmidas associadas a lagos)

n Ribeirinhas (zonas húmidas adjacentes a rios e ri-beiros)

n Palustres (isto é, pantanosos).

n Não se sabe exactamente que percentagem da su-perfície da Terra é composta por zonas húmidas. OCentro Mundial de Monitorização da Conservação(WCMC) do Programa das Nações Unidas para oMeio Ambiente (PNUMA), propõe uma estimativade 5.7 milhões de km2 – aproximadamente 6% dasuperfície da Terra -, dos quais 2% são lagos, 30%turfeiras, 26% sapais, 20% pântanos e 15% planíciesalagáveis.

n As zonas húmidas encontram-se entre os ecossis-temas mais produtivos do planeta. Estes ecossiste-mas são fontes de diversidade biológica,fornecendo a água e produtividade primária da quedependem para sobreviver inúmeras espécies deplantas e animais. As zonas húmidas sustentam ele-vadas concentrações de aves, mamíferos, répteis,anfíbios, peixes e espécies invertebradas. Tambémsão locais importantes de armazenamento de ma-terial genético vegetal.

n Estudos recentes indicam que os ecossistemasproporcionam serviços avaliados em cerca de 33 milmilhões de dólares por ano, dos quais cerca de 15%se atribuem às zonas húmidas.

n As zonas húmidas apenas contêm 10% da água doslagos e outras águas superficiais.

n As zonas húmidas ac-tuam como esponjas,absorvendo o excessode água durante perío-dos de fortes precipita-ções e marés altas elibertando água lenta-mente durante os perío-dos de seca.

n Estimativas recentesindicam que quase 50%das zonas húmidas exis-tentes em 1900 tinhamdesaparecido até ao final da década de 90, comoconsequência da conversão da terra para culturasagrícolas.

n Devido às altas densidades populacionais, ao au-mento da desflorestação (sobretudo na Indonésia)

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e ao elevado grau de fragmentação dos ecossiste-mas na Índia (mais 4.000 reservatórios), as zonashúmidas do Sudoeste Asiático são provavelmenteas mais degradadas do planeta.

informação extraída do manual da Convenção deramsar e do 2º relatório das nações unidas sobreo desenvolvimento dos recursos Hídricos no mundo“a água, uma responsabilidade compartida,(2006).”

1.5. A escassez de água

n A escassez de agua ocorre quando a quantidadede água extraída de lagos, rios e aquíferos é tão ele-vada que o abastecimento de agua já não pode sa-tisfazer adequadamente todas as necessidadeshumanas ou do ecossistema, incrementando a con-corrência entre as procuras potenciais.

n A escassez de água também se define como umasituação em que a disponibilidade de água num paísou numa região se situa abaixo dos 1000 m3 porpessoa e por ano. No entanto, muitas regiões doplaneta sofrem uma escassez muito mais severa, vi-vendo com menos de 500 m3 por pessoa.ano.

n A escassez de água encontra-se entre os principaisproblemas que muitas sociedades e o mundo in-teiro devem enfrentar no séc. xxI. Durante o últimoséculo o uso da água aumentou a um rimo superiora 2 vezes a taxa de crescimento da população, emesmo que a nível global não haja escassez de águacomo tal, são cada vez mais as regiões que padecemde escassez crónica de água.

n Para o ano 2025, 1.800 milhões de pessoas habi-tarão em países ou regiões com escassez absolutade água e 2/3 da população mundial poderá viverem condições de tensão hídrica.

n A escassez de água gera graves problemas a po-pulações e sociedades. A água disponível não é su-ficiente para a produção de alimentos nem paramitigar a fome e a pobreza de muitas regiões, ondefrequentemente o crescimento da população su-pera a capacidade de garantir o uso sustentado dosrecursos naturais.

n Face a uma situação de falta de água não se podecontinuar com o desenvolvimento industrial, ur-bano e turístico sem impor antecipadamente certasrestrições aos distintos utilizadores e adoptar polí-ticas de distribuição da água, tendo em conta outrossectores, principalmente a agricultura.

n Em regiões com escassez de água é muito provávelque os recursos hídricos já estejam degradados ousujeitos a processos de degradação quer em quan-tidade quer em qualidade, o que agrava o pro-blema.

n Os problemas de saúde associados à escassez deágua são frequentes, não só porque a deterioraçãodas águas superficiais e subterrâneas favorece asdoenças transmitidas pela água, como também por-

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que a pobreza dificulta o desenvolvimento de sistemasadequados de distribuição de água e de saneamento.

n Apesar dos acordos legais entre as comunidades lo-cais e entre países, mantêm-se conflitos relacionadoscom a água em zonas com tensão hídrica, sendo muitodifícil partilhar um recurso tão limitado e essencial.

n A pobreza associada à escassez de água gera fluxosmigratórios de populações dentro dos países ou paraoutros países onde as pessoas procuram uma vida me-lhor, mas onde correm riscos de não ser bem recebi-das.

n Em zonas com tensão hídrica, a água destinada à na-tureza converteu-se numa prioridade baixa ou muitobaixa. Conservar os ecossistemas naturais costumaconsiderar-se um uso supérfluo de água quando com-parado com outros usos directamente relacionadoscom uma vida saudável, como o uso doméstico e ur-bano ou com usos susceptíveis de minorar a pobrezae a fome, como os usos na indústria e na produção deenergia e de alimentos. No entanto, cada vez se com-preende mais os ecossistemas naturais, ou seja os res-pectivos recursos genéticos tornam-se úteis para asociedade e já se estão a desenvolver esforços paraproteger zonas de reserva, inclusivamente em regiõescom escassez de água.

informação extraída da publicação “Encarar a escassezde água: um problema estratégico e uma prioridadena acção do sistema das nações unidas” [formatopdf - 474 Kb, inglês], e do 2º relatório das nações uni-das sobre o desenvolvimento dos recursos Hídricos nomundo: a água, uma responsabilidade compartida(2006) ” e da secção sobre escassez de água da rededas nações unidas para o meio ambiente (redepnuma)..

1.6. Desertificação

n Contrariamente a algumas ideias pré-concebidas,a desertificação não é a expansão dos desertos.

n 1/3 da superfície terrestre do planeta está cobertapor ecossistemas de terras secas. Estas zonas sãomuito frágeis e reagem fortemente ao uso inade-quado do solo.

n Mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundosão afectadas pela desertificação. O maior motivode preocupação é que outras 1.000 milhões de pes-soas, em mais de 100 países se encontram em si-tuação de risco.

n Mais de 70% das terras áridas do planeta (ex-cluindo desertos hiper-áridos), estão degradadas.

n Os habitantes das zonas áridas não são os únicosque padecem das consequências da degradação dasterras. Frequentemente as tempestades de areia ea contaminação do ar são o resultado da degrada-ção das terras áridas e os seus efeitos negativos per-correm grandes distâncias, como aconteceu nosEstados Unidos nos anos 30, na antiga União Sovié-tica nos anos 50 e no Sahel nos anos 70 e 80.

n Estima-se que os efeitos negativos em zonas di-rectamente afectadas pela desertificação causemperdas anuais de receitas de cerca de 42.000 mi-lhões de USD. Este valor apenas considera os custosdirectos.

informação extraída do sítio Web da Convenção dasnações unidas de luta contra a desertificação(Cnud).

1.7. Água e agricultura

Enquanto a ingestão de água varia entre 2 e 3 li-tros/pessoa.dia e outros usos pessoais e de higiene

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doméstica necessitam entre 30 e 300 l/pessoa.dia,a produção de alimentos requer entre 2.000 e 5.000l/pessoa.dia.

n A maior parte da água empregue na produçãoagrícola provém da água da chuva armazenada nosolo.

n À escala mundial, a chuva proporciona 90% daágua usada na agricultura.

n Do total da superfície mundial, 13.000 milhões dehectares, cerca de 12% está cultivado e aproxima-damente 27% é usado para pastos. Dos 1.500 mi-lhões de hectares usados na produção agrícola, 277milhões são de regadio, o que supõe 18% do total.

n Em termos de população as culturas equivalem a25 ha/pessoa.

n Historicamente, o regadio supõe entre 70 e 80%de todos os usos da água. Alguns países chegam autilizar cerca de 90% dos seus recursos hídricos pararegadio.

n Como resultado da intensificação das culturas, es-pera-se que a área dedicada ao regadio aumenteaté 30% para o ano 2030. A quantidade de água quese espera utilizar em regadios aumentará cerca de14%. Estima-se que a quantidade de água destinadapara isso seja de 2.420 km3.

informação extraída do 2º relatório das nações uni-das sobre o desenvolvimento dos recursos Hídricosno mundo: a água, uma responsabilidade compar-tida (2006).

1.7.1. AGRICULTURA DE REGADIO

O termo “rega” foi definido pela Organização dasNações Unidas para a Agricultura e Alimentação(FAO), como a aplicação artificial de água no solo, li-

mitada no tempo e no espaço. A rega permite satis-fazer as exigências em água de uma cultura num de-terminado momento do seu ciclo vegetativo oudar-lhe o nível de humidade desejado fora do ciclovegetativo.

n Durante o séc. xx, a população mundial quasequadruplicou, enquanto a água usada para o rega-dio na agricultura se multiplicou por 6 e alguns gran-des rios viram os seus níveis muito reduzidos.

n A nível mundial, a agricultura de regadio requercerca de 70% de toda a água doce extraída do seucurso natural.

n Enquanto a irrigaçãoextrai actualmente voltade 2.300 km3 de águadoce por ano, dos rios eaquíferos, apenas 900km3 são efectivamenteconsumidos pelas cultu-ras.

n Cerca de 40% do rega-dio concentra-se emzonas áridas e semi-ári-das, onde representauma importante fracçãodo terreno de cultivo enas zonas húmidas dostrópicos do SudesteAsiático, onde foi possível passar de uma até 3 co-lheitas de arroz por ano.

n A rega é uma fonte directa dos meios de subsis-tência para centenas de milhões de pessoas domeio rural nos países em vias de desenvolvimento,pelos alimentos que gera, pelas opções de receita ebenefícios indirectos.

n Historicamente, a irrigação representa entre 70 e80% de todo o uso da água, com alguns países a su-perar mesmo os 90%. Esta percentagem está amudar e cada vez mais países enfrentam carênciasde água. Estima-se que cerca de 1.000 milhões depessoas vivam em países e regiões onde não háágua suficiente para suprir as suas necessidades ali-mentares e materiais.

n O desenvolvimento da irrigação causou numerososcasos de salinização do solo e da água, limitados so-bretudo em zonas áridas e semi-áridas. Ao extrair-se água dos rios para a sua aplicação na terra, a

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irrigação tende a acelerar o grau de acumulação desais na terra através da evaporação e a aumentar aconcentração de sais nos rios. Sugeriu-se que a sa-linização afecta gravemente entre 20 e 30 milhõesde hectares em todo o mundo, ou seja, cerca de25% da superfície de regadio em zonas áridas esemi-áridas e quase 10% da água total submetidaao regadio.

informação extraída do glossário da fao e 2º rela-tório das nações unidas sobre o desenvolvimentodos recursos Hídricos no mundo: a água, uma res-ponsabilidade compartida (2006).

Papel da Irrigação no AmbienteA Directiva sobre os nitratos deve ser aplicada demodo a reduzir a poluição difusa, mas é igualmenteimportante considerar as contribuições da irrigaçãocomo forma de retenção de CO2, o seu contributopara a manutenção da biodiversidade, para a fixaçãodas populações, para a melhoria do turismo e muitasoutras contribuições vantajosas. As pessoas que tra-balham com questões relacionadas com a irrigação,abordam muitas matérias ambientais para benefíciodos cidadãos que não vivem em áreas rurais, mas nãorecebendo qualquer benefício monetário por issoNuma palavra, a responsabilidade poluidora difusaou laminar devido ao azoto, a salinização e a deple-ção de aquíferos são responsabilidades transferidaspara a agricultura de regadio. E deve ser dito queestas responsabilidades não correspondem inteira-mente à realidade, excepto nos casos de sobre-uti-lização ou más práticas A agricultura de regadiopromove diferentes potencialidades ambientais,tais como:

n Sistemas digestores de azoto e de outros efluentesorgânicos urbanos, que não tiveram um processode tratamento.

n Biodiversidade associada a diferentes variedadesde culturas e biodiversidade associada a lagos.Lagos de origem antrópica actuam como grandesmassas de água capazes de albergar diferentesecossistemas verticais.n Os canais de rega são corredores de passagemque, em certos casos, substituem diferentes rios in-termitentes.n Canais, redes e superfícies de rega têm um impor-tante valor paisagístico em comparação com áreascultivadas secas e áridas.n Nalguns casos são capazes de recarregar os aquí-feros.n A fotossíntese ajuda as plantas a capturar o CO2

atmosférico e a libertar o O2 para a atmosfera. Avegetação herbácea e florestal actua como depósi-tos de CO2, acumulando-o nos ecossistemas terres-tres (nos solos, nas massas de água ou no materialvegetal). O balanço entre o dióxido de carbono e ooxigénio nas culturas, especialmente nas relaciona-das com a agricultura de regadio, tem uma elevadataxa de renovação; mesmo se comparado com a flo-resta tropical, em que o sistema heterotrófico, doponto de vista trófico tem um balanço negativoquanto à produção de oxigénio. O CO2 atmosférico(considerado um gás com efeito de estufa) é absor-vido pelas plantas e outros organismos fotossinté-ticos e é incorporado na biomassa. Assim, esteprocesso favorece o decréscimo do aquecimentoglobal e as alterações climáticas consequentes.n Outro pensamento importante to realçar é a difi-culdade em identificar a origem da fonte de polui-ção, porque a agricultura de sequeiro polui tanto oumais do que a de regadio.

1.7.2 USO EFICIENTE DA ÁGUA

Em geral, há um elevado acordo sobre as medidasa implementar de modo a alcançar um uso eficienteda água na agricultura de regadio.

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As mais importantes são as seguintes:

n Inclusão de novas tecnologias de irrigação mais efi-cientes.n Criação de Serviços de Aconselhamento de Rega-dio (SAR/ias).n Formação das pessoas que trabalham em agricul-tura de regadio acerca das novas tecnologias e as-pectos ambientais.n Uso de tarifas binominais (volumes-superfícies).n Implementação de sistemas de controlo de água.n Melhoria de controlos internos (na bacia e/ou nospróprios canais).n Melhoria das redes de transporte e distribuição.n Melhoria dos sistemas administrativos de gestãonas comunidades regantes.n Melhoria dos sistemas de exploração de albufeirase barragens, incluindo uma avaliação em tempo realdas necessidades hídricas das culturas.

Algumas destas medidas para melhorar a eficiênciano uso da água referem-se, como verificado, a as-pectos de administração e gestão, enquanto outrasreferem-se mais a aspectos técnicos; em todo ocaso, todos podem ser implementados adequada-mente para conseguir poupanças de água e eficiên-cia energética.

Mas é importante sublinhar que o desaparecimentode tarifas eléctricas para a agricultura de regadio,causou um dano importante às comunidades derega; especialmente aquelas mais modernas queencaram o aumento desproporcionado da facturade electricidade. Estes factos e outras importantesdificuldades do sector impedem a modernização dosector da agricultura de regadio. Os estudos efec-tuados em Espanha pela Federação de Comunida-des Regantes da região da Cuenca del Ebro,constataram haver muitos problemas associados àscomunidades de rega que impedem a correcta ges-tão da água.

1.7.3. NECESSIDADES ESTRUTURAIS

A preocupação geral é ter fluxos de água suficientespara os usos existentes e para novos, ou seja, ter ca-nais seguros com suficiente capacidade para asse-gurar o abastecimento aos utilizadores actuais efuturos.

Outra ideia global que se pode retirar das medidasproposta é conseguir uma elevada eficiência demodo a ter uma agricultura competitiva, com asvantagens associadas:

n Modernização da agricultura tradicional de rega-dio, melhoria das redes de distribuição e forneci-mento através de alteração dos sistemas deirrigação (da rega por fluxo para rega pressurizada),se necessário e sempre de acordo com o equilíbrioambiental e económico.n Transformação da agricultura de sequeiro em re-gadio.n Reparcelamento, para facilitar e optimizar o refe-rido acima.n Automatização de redes, implementação de ele-mentos de regulação e controlo.

Para o seu estudo e avaliação, foram consideradosdiferentes modelos de estruturas e/ou acções:

a) Influenciando os canais públicos:

a.1.) Melhoria e/ou regulação de canais públicos.a.2.) Melhoria de elementos de reserve ou grandesbarragens.a.3.) Diversificação e controlo de elementos.

b) Transporte através de grandes canais que unemas reservas de água com as áreas de regadio.b.1.) Novas implementações, selar e melhorar os ca-nais e tubagens.b.2). Automatismos e gestão deferida.

c) Estruturas de distribuição média-baixa (entre otransporte através de grandes canais e aplicação di-recta nos lotes agrícolas).c.1.) Novas tubagens, cobrindo e melhorando asredes existentes (rega por fluxo/gravidade e pressu-rizada).c.2.) Automatização para a gestão diferida/remotade redes, de elementos de regulação e controlo.c.3.) Regulação de lagos de reserve para regadioe/ou outros usos.

d) Desenvolvimento territoriald.1.) Reparcelamento e redes viárias.d.2.) Modernização do regadio tradicional.d.3.) Criação de novas unidades de regadio.d.4.) Implementação de redes eléctricas que pro-movam a modernização e melhoria do sector.

e) Ambientee.1.) Controlo ambiental das pragas da água captadaou de efluentes (algas, moluscos, peixes, etc.)e.2.) Tratamento de águas de processos industriaise humanos.

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1.8. Água e saúde

n No início do século xxI a água suja é a segundacausa de mortes infantis no mundo.

n Todos os anos morrem cerca de 1.8 milhões decrianças como consequência directa da diarreia eoutras doenças causadas pela água suja e sanea-mento insuficiente. Isto equivale a 4.900 mortesdiárias ou à população com menos de 5 anos das ci-dades de Nova Iorque e Londres juntas.

n Entre as doenças e factores de má qualidade dasaúde directamente relacionadas com a água, o sa-neamento e a higiene, incluem-se a diarreia infec-ciosa (cólera, salmonelas e outras infecções virais eprotozoárias), febre tifóide, infecções intestinais,sarna, dengue, malária, encefalite japonesa, infec-ção pelo vírus do Nilo Ocidental e febre-amarela.

n A falta de saúde associada ao défice de água e sa-neamento afecta a produtividade e o crescimentoeconómico, reforçando as desigualdades que carac-terizam os actuais modelos de globalização e confi-nando a ciclos de pobreza as populações vulneráveis.

n Cerca de 1.100 milhões de pessoas em países emvias de desenvolvimento não dispõem de acesso a

uma quantidade mínima de água potável. As taxasde cobertura mais baixas registam-se na África Sub-saariana, mas a maioria das pessoas que carece deágua potável vive na Ásia.

n A privação de saneamento é ainda mais abran-gente. Quase 2.600 milhões de pessoas (metade dapopulação dos países em vias de desenvolvimento),carece de acesso a saneamento básico: apenas 1em cada 3 habitantes da África Subsaariana e ÁsiaMeridional dispõem de saneamento (na Etiópia, porex., este número é de 1 em cada 7).

n O número de mortes por diarreia em 2004 foiaproximadamente 6 vezes superior à mortalidademédia anual nos conflitos armados durante a dé-cada de 90.

n As doenças relacionadas com a água geram umaperda de 443 milhões de dias escolares por ano.

n Quase metade dos habitantes dos países em de-senvolvimento sofre nalgum momento de algumproblema de saúde causado pela falta de água e sa-neamento.

n Cerca de 400 milhões de pessoas contraem palu-dismo todos os anos. Visto que a proporção de pa-ludismo no total das doenças continua a aumentar,este é um dos problemas de saúde mais graves anível mundial e mais urgente de solucionar

informação extraída do 1º relatório das nações uni-das sobre o desenvolvimento dos recursos Hídricos:água para todos, água para a Vida (2003), do 2º re-latório das nações unidas sobre o desenvolvimentodos recursos Hídricos no mundo: a água, uma res-ponsabilidade compartida (2006) e do relatóriosobre desenvolvimento Humano 2006 do pnud.

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1.8.1. A ÁGUA E O SANEAMENTO

As doenças relacionadas com água, incluindo a diar-reia, constituem uma das principais causas demorte de crianças nos países em vias de desenvol-vimento. No entanto, estas doenças podem ser pre-venidas e controladas melhorando o acesso à águapotável e ao saneamento, bem como a higiene do-méstica e pessoal.

n A meta 10 dos Objectivos de Desenvolvimento doMilénio (ODM) é a de reduzir, para 2015, a percen-tagem de pessoas que carecem de acesso a águapotável e a saneamento básico.

n A nível mundial o objectivo da água potável estáa ser cumprido, contrariamente ao objectivo do sa-neamento que não poderá ser alcançado em 2015sem uma maior contribuição e esforços extras.

n Em 1990, cerca de 77% da população mundialusava fontes de água potável melhoradas. Foi feitoum progresso considerável entre 1990 e 2002, pe-ríodo no qual quase 1.100 milhões de pessoas con-seguiram acesso a origens melhoradas. A coberturamundial alcançou em 2002 uns 82%, o que mantémo mundo em condições de poder alcançar a metados ODM, ainda que com grandes disparidades.

n As tendências observadas na África Subsaarianadesde 1990 indicam que nenhum dos objectivospoderia ser cumprido para 2015. A região que fezos maiores progressos o acesso prolongado à águapotável é o sul da Ásia, onde a cobertura aumen-tou de 71 para 84% entre 1990 e 2002. Esteavanço foi impulsionado principalmente por ummaior acesso a melhores recursos hídricos naÍndia, com uma população superior a mil milhõesde pessoas.

n A cobertura de saneamento a nível mundial au-mentou de 49% em 1990 para 58% em 2002. Aindaassim é insuficiente, tendo em conta o progressonecessário para conseguir a meta do ODM de 75%em 2015. Cerca de 2.600 milhões de pessoas – dosquais cerca de 2.000 milhões vivem em zonas ru-rais -, não têm saneamento adequado. O grau decobertura com saneamento dos países em desen-volvimento é cerca de metade dos países desen-volvidos que chega quase aos 98%. A proporção dapopulação mundial com acesso ao saneamento au-mentou apenas 9% desde 1990, um valor muito in-ferior ao requerido para alcançar os objectivosglobais.

informação extraída do 2º relatório das naçõesunidas sobre o desenvolvimento dos recursos Hí-dricos no mundo: a água, uma responsabilidadecompartida (2006)

1.8.2. AS ÁGUAS RESIDUAIS

As águas residuais sãoáguas evacuadas poruma comunidade depoisde contaminadas por di-versas utilizações, e quecontém resíduos líqui-dos ou sólidos. As águasresiduais podem consti-tuir uma combinação

dos líquidos ou resíduos domésticos, municipais eindustriais, que estão misturados com águas sub-terrâneas, superficiais e pluviais.

n O crescimento demográfico, a rápida urbanizaçãoe o aumento do abastecimento de água e sanea-mento gerarão, cada vez mais, problemas de con-taminação de águas residuais.

n Estima-se que o volume global de águas residuaisproduzido em 1995 seja superior aos 1.500km3.

n Partindo do pressuposto que cada litro de água re-sidual contamina pelo menos 8 litros de água doce,calcula-se que anualmente cerca de 12.000km3 dosrecursos hídricos do planeta não se encontram dis-poníveis para aproveitamento. Caso este ritmo semantenha ao mesmo ritmo que o do crescimentoda população, que se calcula que atingirá os 9.000milhões de pessoas para 2050, o planeta perderá,então, cerca de 18.000km3 dos seus recursos hídri-cos.

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n Actualmente apenas 10% das águas residuais do-mésticas são recolhidas nos países em vias de de-senvolvimento e unicamente 10% das estações detratamento de águas residuais existentes operamde modo fiável e eficiente.

n Alguns dos danos associados aos tratamentos ina-dequados de águas residuais são:

n Custos directos e indirectos mais elevados causa-dos pelo aumento de doenças e da mortalidade;

n Custos mais elevados para produzir água potávele industrial, resultando em tarifas mais altas;

n Perda de receitas de pesca e agricultura;

n Má qualidade da água, que demove a vinda de tu-ristas, diminuindo assim as receitas do sector turís-tico;

n Perda da biodiversidade valiosa;

n Diminuição da valorização de bens fundamentaisdevido à deterioração das envolventes: especial-mente importante para os residentes de zonas mar-ginais onde a habitação é o bem principal.

n As águas residuais sem tratamento afectam maisde 70% dos recifes de coral, habitats valiosos queestão a desaparecer, bem como a diminuição dabiodiversidade e do potencial piscatório e agrícola,enquanto a qualidade da água reduz a receita nosector turístico e nos bens fundamentais;

n A carga mundial de doenças causadas pela conta-minação das águas costeiras resultante das águasresiduais calcula-se em 4 milhões de anos de vidahumana/ano;

n Em Março de 2003, o Grupo Mundial sobre o Fi-nanciamento de Infra-estruturas para a Água, cal-culou que se necessitariam 56.000 milhões de USDcada ano para o tratamento de águas residuais como fim de alcançar o objectivo de saneamento.

n No Estado do México (México) as águas residuaisgeram-se aproximadamente a uma velocidade de30m3 por segundo (m3/s), cerca de 19% destaságuas são despejadas directamente sem qualquertratamento.

informação extraída do glossário Hidrológico inter-nacional, do 1.º relatório das nações unidas sobreo desenvolvimento dos recursos Hídricos: “águapara todos, água para a Vida” (2003), do 2.º rela-

tório da nações unidas sobre os recursos Hídricosno mundo: “a água, uma responsabilidade parti-lhada” (2006) e da revista “o nosso planeta” doprograma das nações unidas para o ambiente.

1.8.3. A ÁGUA E A SIDA

n Todos os anos morrem mais de 2.8 milhões depessoas devido à SIDA;

n Uma melhor alimentação e segurança alimentarreduz a susceptibilidade e a severidade das doençasdo VIH/SIDA e outras doenças;

n O acesso à água potável e saneamento básicoreduz os riscos de infecções e danos no sistemaimunológico dos pacientes com VIH/SIDA, o quelhes permite gozarem de uma melhor saúde;

n As interacções entre as condições epidemiológicase a vulnerabilidade do homem e das pressões e ad-versidades subsequentes estão suficientemente do-cumentadas. Por exemplo, as populações ruraisafectadas pelo VIH/SIDA sofrem um impacto muitomais grave do que se fosse uma seca. Do mesmomodo, as pessoas que sofrem com doenças crónicasou terminais são mais vulneráveis perante situaçõesde emergência.

informação extraída do 2.º relatório das naçõesunidas sobre o desenvolvimento dos recursos Hí-dricos no mundo: “a água, uma responsabilidadepartilhada (2006)”.

1.8.4. A ÁGUA E A SAÚDE DAS CRIANÇAS

A diarreia é a principal causa de morte das criançasnos países em vias de desenvolvimento. Apesar dasua diminuição, as doenças como a disenteria con-tinuam a ser a principal causa de morte, pordoença, das crianças relativamente à água, é res-

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ponsável por 21% do total de mortes de criançascom menos de 5 anos, em países em vias de desen-volvimento.

n Cerca de 61% das mortes das crianças pequenas

por diarreia atribui-se ao baixo peso/por idade.

n Em cada ano, morrem aproximadamente 10.8 mi-lhões de crianças antes de atingiram os 5 anos deidade, e 4 milhões dessas crianças falecem antes defazerem 1 mês. 92% do total das mortes de criançascom menos de 5 anos, ocorre nos 42 países com ín-dices de crescimento mais baixos. Calcula-se que63% do total das mortes das crianças menores de 5anos poderiam ser evitadas utilizando os conheci-mentos e métodos actuais, incluindo a hidrataçãooral perante a diarreia, antibióticos para pneumo-nia, redes mosquiteiras, medicação contra a malá-ria, melhores sistemas de abastecimento de água esaneamento, e higiene doméstica.

n Nos países mais pobres, uma em cada cinco crian-ças não sobrevive aos primeiros cinco anos de vida,principalmente devido às doenças infecciosas e am-bientais que determinam uma má qualidade daágua;

n Cerca de 3.800 crianças morrem todos os dias de-vido a doenças relacionadas com a falta de água po-tável, ao saneamento inadequado e uma higieneinsuficiente.

informação extraída do 2.º relatório das naçõesunidas sobre o desenvolvimento dos recursos Hí-dricos no mundo: “a água, uma responsabilidadepartilhada (2006)”.

1.9. ÁGUA E EDUCAÇÃO

n A gestão e utilização eficiente da água por partedas populações só é desenvolvida se forem imple-mentadas desde o ensino básico, sobre matériascomo a água, saneamento e higiene.

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n Adquirir conhecimentos sobre assuntos relaciona-dos com recursos hídricos resulta ser tão impor-tante como oferecer uma boa base educativa aprofissionais capazes de controlar e gerir tais recur-sos de forma adequada. Nos últimos 30 anos, ospaíses em vias de desenvolvimento realizaram gran-des progressos a nível de matrículas escolares: em1960, pelo menos 50% das crianças dos 6 aos 11anos estavam matriculados na escola primária, ac-tualmente encontram-se matriculados 79%.

n Quando se ensina às crianças a terem uma higieneadequada, que por sua vez transmitiram as regrasbásicas de higiene em casa aos familiares, podemreduzir-se pelo menos 40% a vulnerabilidade decontrair doenças diarreicas mortais.

n Melhorar e assegurar o acesso à educação básicapara as meninas, favorecendo uma maior participa-ção da mulher nos processos de tomada de decisãona gestão dos recursos hídricos, conforme os Ob-jectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM),promovendo a igualdade de género e autonomia damulher.

n As meninas constituem a maioria dos 115 milhõesmenores que actualmente não frequentam a es-cola. 80% das crianças que frequentam a escola bá-sica na África Ocidental e Central, Ásia Meridionale África do Norte e Centro-Oriental, têm mães quenunca receberam educação formal. Isto deve-se,entre outras razões, ao facto de que muitas mãestenham de recorrer grandes distâncias para levarágua para casa. A falta de instalações sanitárias nasescolas obriga a que as meninas procurem os bos-ques, o que aumenta o risco do assédio ou violênciasexual, enfrentando o ridículo e a vergonha.

n Um estudo recente, realizado no Bangladesh in-dica que se houvesse serviços sanitários separadospor sexo, aumentaria cerca de 15% o número demeninas a frequentar a escola.

n As doenças relacionadas com a água, como a diar-reia e as infecções parasitárias custam 443 milhõesde dias de escola em cada ano, o que equivale a umano escolar completo para todas as crianças de 7anos em Etiópia e diminui o potencial de aprendi-zagem.

n As infecções parasitárias transmitidas através daágua e a falta de saneamento diminuem a capaci-dade de aprendizagem de mais de 150 milhões decrianças.

n O vínculo entre a insegurança hídrica com a saúdee a educação estende-se até à idade adulta. Algu-mas investigações levadas a cabo em vários paísesdemonstram a estreita relação que existe entre asreceitas e a idade do adulto. As crianças que sofremataques reiterados de doenças infecciosas e diarreiatêm mais probabilidades de chegar à idade adoles-cente ou adulta com uma altura reduzida, que estárelacionado com capacidades cognitivas deficientese falta de sucesso escolar. Os ataques de diarreiadurante a infância aumentam o risco de perda cog-nitiva e um aumento de pobreza na idade adulta.

informação extraída do relatório sobre o desenvol-vimento Humano 2006: mais além da escassez:poder, pobreza e crise mundial da água(http://hdr.undp.org/hdr2006/) e o 2.º relatóriosobre o desenvolvimento dos recursos Hídricos nomundo: a água, uma responsabilidade partilhada(2006) (http://www.unesco.org/water).

1.10. A GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS

n Dada a complexidade, a incerteza e a crescente vul-nerabilidade dos sistemas naturais e humanos, osgestores da água de todo o mundo concordam emque a única via de desenvolvimento é através deuma abordagem inclusiva de gestão integrada dosrecursos hídricos (GIRH), que reconheça a necessi-dade de garantir um sistema global de protecção.

n A GIRH não só promove a cooperação intersecto-rial, como também o desenvolvimento e a gestão

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coordenada dos solos e da água (tanto superficialcomo subterrânea), e de outros recursos relaciona-dos, com o propósito de maximizar de maneiraequitativa os benefícios sociais e económicos resul-tantes, sem comprometer a sustentabilidade doecossistema. A abordagem da GIRH também deveter em conta as bacias hidrográficas e o meio am-biente costeiro e marinho.

n Esta abordagem põe especial ênfase na gestão dasconcessões de água dentro dos limites ecológicos dedisponibilidade, persistindo em 3 aspectos principais:equidade, eficiência e sustentabilidade ambiental.

n Adoptado pela Cimeira Mundial sobre o Desenvol-vimento Sustentável (CMDS) de Joanesburgo em2002, como parte da estratégia internacional maisampla para os Objectivos de Desenvolvimento doMilénio, o conceito de GIRH marca as últimas ten-dências na evolução dos quadros relativos à gover-nabilidade da água, desenvolvidos desde aConferência Internacional sobre a Água de 1992.

n A Cimeira de Joanesburgo foi uma chamada deatenção a todos os países para que elaborassemplanos de gestão integrada dos recursos hídricosnum prazo de 5 anos, uma meta pouco realista jáque teve de ser revista face às limitações de capa-cidade. Em fins de 2005, apenas 20 dos 95 paísesestudados pela Associação Mundial da Água (GWP),tinham elaborado um plano ou tinham planos emcurso. Apenas 5 se localizavam na África Subsaa-riana e 1 (o Brasil), na América Latina.

n O papel da GIRH variará em função da fase de de-senvolvimento do país. Os países em vias de desen-volvimento, em transição e desenvolvidos têmmodos diferentes de efectuar os processos de GIRHe obtêm benefícios diferentes. Os países em vias dedesenvolvimento considerarão a gestão racionaldos recursos hídricos como um factor para encarara pobreza, a fome, as doenças e a sustentabilidadeambiental, incluindo o desafio específico de envol-ver plenamente as mulheres e assim oferecer-lhemelhores condições de vida. Os países em transiçãopodem ver a GIRH como uma abordagem racionalpara melhorar a sua gestão do recurso e promovero desenvolvimento contínuo das suas economias.Os países desenvolvidos podem encontrar umafonte de inspiração valiosa nos processos GIRH eocasionalmente podem decidir conceber os seuspróprios processos, como no caso da Directiva-Qua-dro da Água da União Europeia.

n Um dos modelos mais citados de boas práticas naGIRH a nível de bacia é a Iniciativa da Bacia Murray-Darling no sudeste da Austrália, que abarca 20 riose uma grande quantidade de sistemas de água sub-terrânea que se estende através de cinco estados. Ainiciativa é um esforço cooperativo para realizar umagestão integrada da água em resposta à crise geradapela grave degradação ecológica e a sobre-explora-ção de água para regadio numa região semi-árida. Oalcance desta cooperação é impressionante. A Co-missão da Bacia Murray-Darling, criada em 1988, es-tabelece um limite máximo de uso da água, tendoem conta as necessidades ecológicas para manter aintegridade do sistema. Os direitos quantitativos douso da água são concessionados por estado para asua distribuição por diferentes utilizadores. As con-trovérsias resolvem-se mediante um procedimentoestabelecido, com cláusulas para que os estados eas pessoas intercambiem direitos. A participação pú-blica na governabilidade evoluiu com o decurso dotempo e actualmente inclui grupos ambientalistas,comités de bacias hidrográficas, organizações deprodutores agrícolas e outros representantes de gru-pos de interesse envolvidos nos processos de con-sulta.

informação extraída do 2º relatório das naçõesunidas sobre o desenvolvimento dos recursos Hí-dricos no mundo: a água, uma responsabilidadecompartida (2006), do relatório sobre o desenvol-vimento Humano do pnud (2006) e da publicaçãoda associação mundial da água gestão integradados recursos Hídricos (girH) e planos de Eficiênciada água para o ano 2005.

1.10.1. GESTÃO DA ÁGUA EM zONAS URBANAS

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n De 1950 a 2000, a percentagem de populaçãomundial estabelecida em zonas urbanas aumentoude 29 para 47%.

n Estima-se que em 2010 mais de 50% da populaçãoglobal viverá em zonas urbanas e em 2020 estevalor poderá alcançar os 56%.

n Em África e na Ásia o crescimento urbano foimuito mais extremo. Nos últimos 50 anos o cresci-mento da população urbana destes 2 continentestriplicou.

n Cerca de 3% da superfície terrestre do planeta estáocupado por zonas urbanas.

n Segundo algumas estimativas, em África, a popu-lação urbana aumentará de 138 milhões em 1990para 500 milhões em 2020.

n Na maioria dos países de baixas receitas e meios,o fornecimento de serviços de água e saneamentoem zonas urbanas cresceu a um ritmo muito maislento do que o crescimento demográfico.

n Com o fim de alcançar, em 2015, o Objectivo deDesenvolvimento do Milénio de reduzir para me-tade a população que carece de acesso sustentadoao abastecimento de água potável e ao saneamentobásico, 961 milhões de pessoas que vivem em zonasurbanas deverão ter acesso melhorado ao abaste-cimento de água e mais de 1.000 milhões de pes-soas a um melhor saneamento.

n Mais de 900 milhões de habitantes de zonas urba-nas vivem em bairros marginais, o que equivale a1/3 do total da população urbana. Entre 25 e 50%desses habitantes não têm acesso aos serviços bá-sicos de água e saneamento, necessários para com-bater a contaminação por agentes patogénicosfecais e/ou orais.

informação extraída do 2º relatório das naçõesunidas sobre o desenvolvimento dos recursos Hí-dricos no mundo: a água, uma responsabilidadecompartida (2006).

2. POUPANÇA DE ÁGUA

A poupança de água e em especial o seu uso efi-ciente em cada ciclo de aproveitamento tem con-sequências muito positivas no terreno energético,económico e ambiental.

A seguir, apresenta-se com fins divulgativos algu-mas soluções práticas que podem ser de grande in-teresse para as autoridades, profissionais, docentese público em geral.

2.1. HABITAÇÃO E PME’S

2.1.1. REUTILIzAÇÃO DE ÁGUAS DOMÉSTICAS

n As águas provenientes de duches, lavabos e má-quinas de lavar – denominadas águas cinzentas oudomésticas pelo seu nível de carga de nutrientes ousujidade -, podem ser reutilizadas para o uso nosautoclismos.

n Para tal, precisa-se de uma segunda rede de tuba-gens independentes para uma instalação de trata-mento de um depósito de armazenamento a partirdo qual se bombeie para os autoclismos através deuma rede própria.

n É um sistema mais dispendioso e difícil de dese-nhar em obras já concluídas, mas se devidamenteplanificado pode abordar-se em fase de construção.

2.1.2. APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS

As águas da chuva podem chegar ligeiramente con-taminadas da atmosfera, mas vertem-se habitual-mente na rede de saneamento; o que as contaminadefinitivamente ao misturar-se com as águas resi-duais.

n Com chuvas intensas a sobrecarga de caudal de-riva-se para as estações de tratamento com capaci-dade insuficiente para tratar tal quantidade de águaem curtos espaços de tempo, o que origina inevitá-veis descargas.

n As águas pluviais, ainda que não estejam directa-mente aptas para consumo, têm baixos níveis decontaminação, pelo que após um tratamento prévioseriam aptas para outros usos (rega, autoclismos,etc.).

n Este aproveitamento requer desenvolver infra-es-truturas de âmbito público, privado, residencial eindustrial, de modo a criar circuitos fechados quecaptem as chuvas e águas de rega de jardins e es-

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paços verdes para a sua reutilização em autoclis-mos, rega de zonas verdes e recarga de aquíferos.

n As fases de desenho e construção de novos edifícios,parques de estacionamento, jardins e outras infra-es-truturas, são ideais para criar depósitos/poços que re-colham água da chuva dos telhados e da superfície,bem como os excedentes de rega de parques e jar-dins, para a sua posterior reutilização.

n Após um ligeiro tratamento, esta água está aptapara qualquer tipo de uso, com excepção do con-sumo humano.

2.1.3. DISPERSORES OU AREJADORES

São elementos que misturam o ar com a águaapoiando-se na pressão, através do chamado Efeitode Venturi1—, reduzindo o consumo de água e aenergia necessária para aquecer o menor volumede água.

n Com 2.5 kg de pressão, obtêm-se poupanças entre35 e 50%; com 3kg essa poupança chega aos 63%.

2.1.4. REDUTORES DE CAUDAL

São elementos que reduzem a quantidade de águaque sai da torneira. Funciona correctamente a pres-sões de serviço entre 1 e 3 bares.

n Os “estranguladores” reduzem a secção de passa-gem aumentando a espessura das paredes dos con-dutores.

n Outros modelos substituem o filtro da torneira, so-mando as vantagens dos dispersores, mas sem ofe-recer uma resposta dinâmica à pressão.

n No caso de torneiras de lavatório, bidé ou lava-louça, colocam-se entre a torneira de corte e o tuboda água.

n A sua colocação é muito simples, o seu custo re-duzido e conseguem-se poupanças entre 40 e 60%,dependendo da pressão da rede.

n A sua aplicação em processos industriais comportapoupanças hídricas significativas e permite ajustaro caudal segundo estimativas hídricas requeridasnum determinado ciclo ou processo produtivo.

2.1.5. DISPOSITIVOS ANTI-FUGAS

Evitam a perda deágua por eventuais ro-turas das tubagens detomada de água. A vál-vula interna corta apassagem da águaquando se produz umadepressão.

n Instalam-se na tomada de água de máquinas delavar, lava-louças, cafeteiras a pressão ou outroselectrodomésticos similares.

2.1.6. TORNEIRAS

2.1.6.1. TORNEIRAS MONO-CO-MANDO

As torneiras mono-comandotêm menos avarias do que astradicionais devido ao seu me-canismo compacto, denomi-nado cartucho.

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1 o efeito de Venturi é a redução da pressão do fluído que resulta quando um fluído corre através de uma secção constrita dum tubo e a velocidade do fluído aumenta.se neste ponto for introduzido outro tubo, o fluído do segundo tubo será sugado. no caso de arejadores, o segundo fluído é ar que se mistura com a água na forma debolhas, diminuindo a quantidade efectiva do fluxo de água.

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TEXTO DA FIGURA:Palanca: AlavancaEmbellecedor: AnilhaTuerca de compression del cartucho: Anel de com-pressão do cartuchoCartucho: CartuchoJunta: JuntaDifusor: DifusorJunta de estanqueidad: Junta de EstanquicidadeLatiguillo flexible: Tubo flexível

Vantagens:

n Reduz riscos de fugas e gotejamento.

n Reduz o consumo na fase de ajuste da tempera-tura.

n Facilita o fecho da torneira.

Inconvenientes:

n Abertura total, fornecendo o máximo caudal des-necessariamente.

n O comando na posição central, provocando umamistura de água quente/fria desnecessária.

Soluções técnicas:

n Torneiras mono-comando com abertura em 2fases: o mecanismo dispõe de um topo intermédioque proporciona um caudal suficiente para os usoshabituais. Se se deseja maior caudal, é necessárioexercer uma ligeira pressão ascendente (reduçãosuperior a 50%).

n Torneiras mono-comando com regulador de cau-dal: dispõe de um mecanismo regulável para limitarinternamente a passagem da água.

n Torneiras mono-comando com abertura em águafria: a torneira fornece água fria quando a maneteestá na posição central e para obter água quente énecessário deslocá-la para a esquerda.

2.1.6.2. TORNEIRAS TERMOSTÁTICAS

Dispõem de um selector de temperatura que per-mite escolher a temperatura desejada e automati-camente regula os fluxos de água quente e fria.

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Vantagens:

n Entre 6 e 16% de poupança de água necessáriapara o ajuste de temperatura.

n Poupança energética entre 7 e 17%.

Inconvenientes:

n Risco de depósitos calcários no mecanismo de re-gulação, que se soluciona com a instalação de des-calcificadores.

2.1.6.3. TORNEIRAS COM TEMPORIzADORES

Permite o fornecimento durante um determinadotempo ao pressionar o punho, impedindo que fiqueaberta, sobretudo em lugares públicos.

n Existem modelos com regulação de temperaturae sistema de fecho voluntário com uma segundapressão.

2.1.6.4. TORNEIRAS ELECTRóNICAS

Nestas torneiras, o fornecimento de água activa-sequando se coloca um objecto debaixo da torneira ecorta quanto se retira, mediante um mecanismo fo-toeléctrico.

n Permite o fluxo de água durante o tempo mínimo re-querido pelo usuário. Além disso, não requer nenhumcontacto físico entre o utilizador e a peça sanitária,pelo que é muito adequado para lavabos públicos.

n É importante assinalar que este tipo de torneiras pre-cisa de fornecimento eléctrico oua incorporação de pilhas, peloque se trata de elementos quedevem ser revistos periodica-mente para assegurar o seu cor-recto funcionamento.

2.1.7. OUTRAS PEÇAS SANITÁRIAS

2.1.7.1. CHUVEIROS DE BAIXO CONSUMO

Um chuveiro convencional fornece um caudal deuns 20 litros/minuto, em situações de pressão ha-bitual. Este caudal pode reduzir-se sem perda deconforto a 9-10 litros/minuto, com uma poupançade consumo entre 40 e 50%.

n Existem inúmeros chuveiroseficientes que utilizam diversossistemas para reduzir o referidocaudal: mistura com ar, reduçãoda área de difusão, dispositivosde corte rápido de forneci-mento ou limitadores/regulado-res de caudal.

n Este tipo de dispositivo pode combinar-se com astécnicas e dispositivos descritos neste manual (e.g.,torneiras com temporizadores, termoestáticas,mono-comando, descalcificadores).

2.1.7.2. AUTOCLISMOS EFICIENTES

Os sistemas de descarga por gravidade são os maisutilizados. Em alguns lugares públicos usam-se en-castrados na parede para evitar vandalismos e me-lhorar os aspectos estéticos e de limpeza.

n Para tornar eficiente uma cisterna convencional,existem diversos métodos:

2.1.7.2.1. SISTEMAS COM POSSIBILI-DADE DE INTERRUPçãO DE DESCARGA

Permitem parar o processo dedespeje baixando o puxador oucarregando uma segunda vez.

2.1.7.2.2. SISTEMAS COM PUxADOR

DUPLO

Dispõem de 2 puxadores, umpara descarga parcial e outropara descarga total.

2.1.7.2.3. SISTEMAS DE REDUçãO DE CAPA-CIDADE

Consistem em reduzir a quantidadede água da cisterna em cada des-carga, ocupando parte do volumecom algum tipo de recheio (bolsasespeciais, recipientes cheios deágua, etc.).

2.1.7.2.4. SISTEMAS DE FECHO AU-TOMÁTICO

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Aplicam-se a autoclismos com puxador de descarga.Um dos métodos consiste em incluir um sistema depesos, de tal forma que quando se solta o puxador,os pesos obrigam ao fecho automático, sendo ne-cessário manter o puxador elevado para provocaruma descarga total do tanque.

2.1.8. DESCALCIFICADORES

n A acumulação de depósitos calcários produz au-mentos consideráveis da energia necessária paraconseguir água quente sanitária (AQS).

n Na prática, a dita acumulação produz:

n Obstrução das condutas: diminuição da pressão ecaudal da rede.

n Aumento dos custos energéticos, de reparações emanutenções e por reposição prematura de elec-trodomésticos, válvulas, condutas e juntas.

n Existem sistemas quí-micos e magnéticos,sendo estes últimosmais fáceis de instalarem meios residenciais eque não necessitam deposterior manutenção.

n Os dispositivos magnéticos anti-calcários evitamas incrustações de calcário circuitos e máquinas hi-dráulicas. Costumam ser completamente autóno-mos, não precisam de alimentação eléctrica nem demanutenção e a sua eficácia está garantida por mui-tos anos graças ao seu sistema magnético perma-nente.

n Funcionamento:

n Este sistema de tratamento físico da água, nãoentra em contacto com ela nem altera a sua com-posição química. Tão só modifica a estrutura crista-lina dos seus sais, provocando uma perda dacapacidade de incrustação do carbonato de cálcioao atravessar o campo magnético criado pelas 2unidades do condicionador.

n Estes equipamentos evitam as incrustações calcá-rias e proporcionam outras vantagens:

n Previnem o desenvolvimento de novas incrusta-ções de calcário.

n Eliminam progressivamente as incrustações exis-tentes.

n Diminuem o risco de corrosão.

n Evitam a proliferação de microrganismos comobactérias e fungos ao destruir o seu habitat.

n Garante uma poupança significativa de energiaporque o não tratamento de incrustações causaperdas até 40% da eficiência dos electrodomésti-cos.

n Podem instalar-se em poucos minutos e sem ne-cessidade de obras.

2.1.9. ELECTRODOMÉSTICOS

2.1.9.1. MÁqUINAS DE LAVAR ROUPA

As máquinas de lavar gastam de 110 e 220 litros deágua por carga. É recomendável usá-las apenasquando a carga seja completa.

n Na compra de novas máquinas, deve ter-se emconta o seguinte:

n As de carga frontal usam menos 40% de água doque as de carga superior.

n Existem modelos em que o consumo de água cor-responde com a quantidade da carga, outras quereutilizam a água da lavagem e ainda outras que dis-põem de um ciclo económico de lavagem.

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n Do ponto de vista da eficiência energética, é reco-mendável seleccionar a mais eficiente (Classe A).

2.1.9.2. MÁqUINAS DE

LAVAR LOUÇA

Na lavagem dos pratos de4 pessoas numa baciacheia de água, conso-mem-se 25 a 40 litros/dia.

Uma máquina de lavar louça utiliza entre 17 e 30 litrospor carga. Por isso é muito importante utilizar a cargacompleta.

n Existem máquinas lava-louça de capacidade redu-zida, com controlo de sujidade da água e inibidoresde arranque com carga incompleta.

n Energeticamente: seleccionar as mais eficientes(Classe A).

2.1.10. CONTADORES DE ÁGUA

O primeiro passo para planificar um sistema de pou-pança de água em qualquer dos usos de consumo,é conhecer precisamente o nível de consumo; es-pecialmente na agricultura, indústria e municípios(rega de jardins e espaços verdes públicos), pois noâmbito doméstico este controlo, de forma geral, jáse efectua.

n O conhecimento doconsumo permite de-terminar se o usuáriose encontra num nível“baixo”, “médio” ou“alto” e obter a razãolitros/hora-dia-mês-unidade de produto,etc.

n Se estas razões au-mentam ou diminuem em relação à média, permi-tirá inferir e detectar possíveis más práticas oufalhas na rede (obstruções e/ou fugas).

n Se os contadores se encontram integrados no sis-tema de controlo de rega,pode implementar-se um al-goritmo que avise sobre taisvariações a partir de umponto previamente definido.

n Na actualidade está aimpor-se o uso de contado-res electrónicos, principal-mente pela possibilidade derealizar tele-leituras.

2.2. Jardinagem

O uso da água para rega de jardins públicos e priva-dos pode tornar-se muito mais eficiente seguindouma série de práticas.

2.2.1. SELECÇÃO DE PLANTAS AUTóCTONES PARA O JARDIM

As espécies autóctones requerem menos manuten-ção ao estar melhor adaptadas ao tipo de solo e àscaracterísticas do clima, são mais resistentes à faltade água, às pragas e às doenças.

n Por exemplo, em climas mediterrâneos, espéciescomo o Alecrim, Tomilho, Salva, etc., oferecem nu-merosas vantagens e supõem grandes poupançasde tempo e água.

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n Esta medida ganha maior relevância no contextode protecção dos habitats naturais europeus, quenuma escala superior impulsiona a Rede Natura2000. A preservação de espécies autóctones e ocontrolo de espécies invasoras é um dos postuladosestabelecidos da Directiva 92/43/CEE do Conselhoda Europa, relativa à conservação dos Habitats na-turais e da fauna e flora silvestres.

n Por outro lado, as alterações climáticas tornam al-gumas espécies mais propensas para a migraçãopara zonas agora mais condizentes com as suas ne-cessidades climáticas habituais, favorecendo a en-trada de outras espécies invasoras.

n Neste sentido, esta medida não só favorece a pou-pança de água (objecto fundamental deste pro-jecto), como resulta em conformidade com alegislação citada e favorece a luta contra as altera-ções climáticas

2.2.2. APLICAR TÉCNICAS DE XERO-JARDINAGEM

n A xero-Jardinagem é um conceito desenvolvidonos Estados Unidos da América (Xeriscape), emprincípios dos anos 80. O prefixo “xero” provém doGrego e significa seco.

n A ideia neste tipo de jardins é fazer um uso racio-nal da água de rega, evitando permanentemente odesperdício.

n A poupança de água não é o único objectivo; tam-bém tem sentido ecológico e promove uma manu-tenção mínima. Por exemplo, limitando a utilizaçãode produtos fitossanitários, um uso reduzido de ma-quinaria com gasto de combustível, a reciclagem, etc.

2.2.3. AGRUPAR AS ESPÉCIES PELOS SEUS REqUERIMENTOS HÍ-DRICOS

n Podem distinguir-se 3 níveis segundo os consumosde água das espécies, baixo, médio ou alto:

n Zona seca, plantada com espécies autóctonesonde não será necessário regar quase todo o ano.Apenas regas de apoio.

n Zona de rega moderada onde forneceremos águaocasionalmente, às espécies mais exigentes e àsplantas capazes de formar tapetes/ervados, que noprincípio necessitarão um pouco de ajuda.

n Zona húmida em que as necessidades de regaserão maiores.

n Conselho: nas bordaduras do relvado, que é ondecai mais agua, aproveitar para plantar as mais exi-gentes em água.

2.2.4. RESTRINÇõES DA REGA (STRESS HÍDRICO)n As plantas habituam-se progressivamente à escas-sez de água.

n Deve deixar-se secar o solo moderadamente entre2 regas para estimular as raízes a procurar água emprofundidade.

n Se se quer converter um jardim “normal” num depouca rega, há que “habituar” progressivamente asplantas, ao longo de vários anos.

(fonte: mapa da fao que mostra onde o uso daágua na agricultura é crítico (categoria 5) e indica-tivo de stress hídrico (categoria 4).

TEXTO DA FIGURA: Categoría: Categoria / Porcen-taje: Percentagem

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12.2.5. ALTERNATIVAS AO RELVADO

Substituir o relvado por massas arbustivas, plantasrasteiras, grama, inertes, casca de pinheiro, etc.,para tornar os jardins mais eficientes em termos hí-dricos.

n Os seguintes elementos podem ser usados paracobrir a superfície dos jardins:

n Plantas rasteiras

n Massas arbusti-vas

n Casca de Pinheiro

n Gravilhas e areiasdecorativas

n Pavimentos

2.2.6. COBRIR O SOLO

PARA MANTER A HUMIDADE (mulching)Podemos cobrir o solo com materiais orgânicos(cascas de pinheiro, plantas rastejantes como aHera, Hedera helix ou a Congossa, Vinca minor, ouo Zimbro-rastejante, Juniperus horizontalis) ou iner-tes dos quais há cada vez mais uma maior varie-dade, texturas e cores).

n Com esta camadareduz-se a evapo-ração da água, aju-dando a manter ahumidade do soloe permitirá pouparágua permanente-mente.

2.2.7. REGA

2.2.7.1. APLICAR CONSELHOS SIMPLES DE REGA EFICIENTE

São conselhos simples, mas que ajudam a pouparuma importante quantidade de litros de água:

n Evitar a rega nas horas de mais calor, nas quais asperdas são maiores por evaporação. À noite as plan-tas e o solo retêm mais humidade.

n Pelo menos 1 vez por ano, rever as peças do sistemade rega para verificar se há fugas. Uma perda de 11gotas/minuto supõe uma perda de 2.200 litros/ano.

n Limpar os filtros dos emissores, onde a acumula-ção de sujidade baixará a eficiência de rega.

n A regulação do giro/volta e o alcance dos emisso-res, difusores e aspersores é importante para queapenas reguem o jardim.

n Regar apenas o necessário, evitando a formaçãode charcos.

n Regar várias vezes por pouco tempo, em vez deregar uma só vez.

n Entre os mais comuns, a rega gota-a-gota é a maiseficiente; o solo empapa e as perdas por evapora-ção são mínimas, evitando água entre as folhas quepor vezes pode ser prejudicial (pela formação demíldios, por ex.).

n Quanto às espécies envasadas é muito útil deixarum prato por debaixo para reter a água sobrante darega.

2.2.7.2. SELECCIONAR O SISTEMA DE REGA MAIS ADEqUADO

à DISPONIBILIDADE E CULTURA (ESPECIAL ATENÇÃO à REGA POR

GOTA-A-GOTA E POR EXSUDAÇÃO)

n Entre os sistemas de rega existentes, a rega gota-a-gota e a de exsudação são os mais eficientes. Esteúltimo consiste numa membrana de polietileno queformam uma malha com 4-5 microns.

n Ao aplicar uma pressãocompreendida entre 2 e3 m.c.a, a tubagemincha e a água sai pelosporos em todo o seucomprimento; fornecemcaudais de 1 a 1.75 l/hpor metro de tubo.

n Permite trabalhar em baixas pressões da colunade água; o pequeno tamanho dos poros torna-asensível às obturações.

n A luz favorece odesenvolvimentodas algas, por issorecomenda-se quese enterre entre 3 e8 cm de profundi-dade.

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xxx tubagem de rega por exsudação (fonte: www.elriego.com)

sistema de rega gota-a-gota (fonte: www.floresy-

jardin.com)

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2.2.7.3. PROGRAMAÇÃO DA REGA

n Na sua modalidade mais simples permite, por ex.,estabelecer uma duração da rega em função do tipode plantas, a frequência em função da época do anoe momento de desenvolvimento e a hora em fun-ção do nível de insolação previsível para cada esta-ção do ano.

n Na sua modalidade mais completa, permite con-trolar a rega em função, por ex., das seguintes va-riáveis:

n Condições climatéricas existentes e inclusiva-mente previsíveis (neve, chuva, vento, irradiaçãosolar, vento, etc.).

n Stress hídrico e requerimentos das plantas.

n Reservas de água no solo.

n O controlo inteligente, automático ou manual, dainstalação, incluindo na modalidade remota (Inter-net).

n A comunicação sem fios entre dispositivos da ins-talação.

n O zonamento da rega para adequá-la a cada ne-cessidade.

n O contraste entre a situação actual com o históricoregistado, para apoiar a tomada de decisões.

n O controlo do crescimento da cultura.

n O uso de energias renováveis para o funciona-mento de todo ou parte do sistema.

2.2.7.4. TECNOLOGIAS GPRS E WI-FI PARA O CONTROLO

DA REGA

n No âmbito da jardinagem e agricultura, o controloda rega realiza-se em muitas ocasiões a partir degrandes distâncias (jardins públicos, comunidadesde regantes, grandes parcelas de regadio, etc.).

n Por outro lado, a cablagem necessária para inter-ligar os sensores do sistema, apresenta um riscoelevado de deterioração pelas próprias acções demanutenção de jardins e culturas.

n A evolução das TIC veio solucionar ambas as difi-culdades. A primeira dela, através do controle dossistemas de rega através da Internet (GSM, GPRS,UMTS, …); a segunda, mediante a interligação viarádio (Wi-Fi) de sensores, estações remotas e detransmissão, ao nível do campo.

2.2.8. ESTAÇÃO METEOROLóGICA

A acção de rega deve estar vinculada à existênciade condições climatéricas adequadas para que aplanta aproveite ao máximo a água e nutrientes for-necidos.

n Uma estação meteorológica é um elemento indis-pensável em qualquer sistema de rega automati-zada que persiga a eficiência e a poupança de água.Deste modo, evitar-se-á, por ex., regar em momen-tos de chuva, geadas fortes, irradiação solar exces-siva, com ventos fortes, etc.

n A informação que uma estação meteorológicapode fornecer ao sistema de rega para a sua valo-ração, pode ser a seguinte: temperatura, humidaderelativa, precipitação, velocidade e direcção dovento, pressão atmosférica, radiação solar.

n Todos estes valores e outrosfavorecem uma correcta ade-quação da acção de rega àscondições óptimas que permi-tam o seu máximo aproveita-mento e eficiência.

2.3.AGRICULTURA

Além das ferramentas e técnicas descritas no apar-tado de jardinagem, que são completamente apli-cáveis à agricultura, existem outras medidas eferramentas que podem ajudar na gestão integradados recursos hídricos disponíveis.

2.3.1. TENSÍMETROS E SONDAS DE CAPACITâNCIA

Os tensímetros são instrumentos que indicam o es-forço que as raízes de uma cultura têm de fazer paraextrair do solo a humidade que necessitam, ac-tuando como uma raiz artificial.

n As Sondas de Capacitância são sensores quemedem a constante dieléctricaou permissividade do materialpara determinar o seu con-teúdo volumétrico de água.

n Permitem controlar a humi-dade na zona radicular daplanta, para adequar a rega àsreservas de água no solo.

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2.3.2. DENDRóMETROS

Instrumentos de precisãopara medir o crescimentodas árvores; trata-se demicrómetros de precisãoque se ajustam à árvore eo seu funcionamento ésemelhante ao de um ca-libre convencional.

n Permite ao responsável da cultura dispor de infor-mação das alterações que manifesta o crescimentoradial, provocado pelos tratamentos como a rega,adubação, poda, etc., para controlar o desenvolvi-mento e nível de stress hídrico da planta.

2.3.3. SOFTWARE

n Na sua máxima expressão, um sistema de rega efi-ciente tem de dispor de equipamentos (autómatosprogramáveis – PLC’s –, computadores – PC’s –, ououtro tipo de controladores de rega), que permitamo seu controlo mediante algoritmos capazes de ac-tivar ou inibir a rega em função, por exemplo, de):

n Condições metereológicas existentes ou previstas.

n Nível de reserva de água no solo.

n Necessidades hídricas da planta.

n Na medida do possível é conveniente seleccionarequipamentos e software abertos (não vinculadosa marcas ou tecnologias proprietárias), escaláveis(que permitam a incorporação ou supressão de de-terminados sinais e ampliações modulares dos di-ferentes elementos) e versáteis (capazes deadaptar-se a novos parâmetros ou variação das clas-ses de detecção e actuação).

2.3.4. TANqUES OU POÇOS PARA ARMAzENAMENTO E CON-TROLO DA ÁGUA DE REGA

n A captação da água pluvial é uma importantefonte de poupança de água, pois a que é captada eposteriormente utilizada é água que não se con-some da rede de fornecimento. Claro que esta águatem de ser previamente tratada e armazenada paraa sua posterior utilização.

n O sistema de tanques soterrados, de fibra de vidrodemonstrou-se como o mais eficiente na maioriados casos, pela sua relação Qualidade/Custo/Bene-fício Ambiental; reduz a possibilidade de degrada-ção da água armazenada e evita a evaporação decamadas na superfície.

n É necessário dimensionar adequadamente a capa-cidade dos referidos depósitos, em função de:

n Pluviosidade da zona.

n Consumo requerido pela instalação.

n Ritmos previsíveis de enchimento e consumo

n Uma instalação correctamente dimensionada quetenha uma lógica de funcionamento coerente, per-mitirá o máximo de aproveitamento das águas plu-viais, recorrendo ao fornecimento da rede, apenasnos casos em que os tanques/depósitos não te-nham suficiente água armazenada para atender àprocura da instalação.

2.3.5. SISTEMAS DE GRAVIDADE PARA TRANSVASES DE ÁGUA E

REGA

n Quando a orografia do terreno permita estabele-cer um diferencial de cotas entre diferentes depó-sitos ou entre estes e a zona de consumo (de regaou outros aproveitamentos), deve considerar-seque por vezes, a acção da gravidade pode ser sufi-ciente para fornecer à rede a pressão suficientepara efectuar o transvase de água ou o próprio con-sumo (1 atm/10m).

n Desenhando um “sistema de Sifão” e aplicando oprincípio de “vasos comunicantes”, existem casosem que apenas seria necessário aplicar energia ex-terna para “fortalecer” o mencionado sifão, efec-tuando-se posteriormente o fornecimento pelaacção da gravidade.

2.3.6. DEPóSITOS DE CABECEIRA

n Valorizar a possibilidade de realizar actuações di-rigidas a melhorar a eficiência na gestão hídrica dosdepósitos/tanques de cabeceira existentes nas Co-munidades de Regantes.

n De seguida, detalham-se algumas das mais rele-vantes:

n Aumento da capacidade de armazenamento.

n Melhoria do revestimento.

n Limpeza, revisão e manutenção das condutas deentrada, de saída de descarregadores.

n Isolamento total para reduzir as perdas por eva-poração.

n Evitar a acumulação de lodos (limpeza de fundo).

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2.3.7. EFICIÊNCIA NA REGA POR INUNDAÇÃO (ABERTURAS DI-RECTAS, VÁLVULAS, MANGUEIRAS FLEXÍVEIS, ETC.)n Esta medida prevê melhorar a eficiência em regasde superfície (manta ou inundação, rego ou sulcos)e mais concretamente aqueles casos em que a suasubstituição por técnicas mais eficientes (aspersão,gota-a-gota) resulta inviável. Tanto quanto possívelpersegue-se melhorar a eficiência do sistema de dis-tribuição (fugas nos canais ou valas), regular otempo de rega em função do caudal, da cultura edas necessidades segundo o ciclo vegetativo (pri-meira rega ou sucessivas).

n Para isso, propõe-se valorizar a possibilidade de:

n Entubar as valas das parcelas e dotá-las de válvulasde controlo (automáticas ou manuais), destacando-se:

n Válvulas de comporta: fecha com uma comportaque se move de cima para baixo, movendo um pe-queno volante. São úteis para isolar zonas da explo-ração, mas não servem para regular o caudal.

n Válvulas de borboleta: o elemento de fecho é umdisco ou espelho vertical do mesmo diâmetro da tu-bagem. Utiliza-se para isolar zonas e para regular ocaudal.

n Válvulas hidráulicas, volumétricas, de bola ou es-fera e outras.

n Utilizar dispositivos de tomada directa, tais como,sifões que não afectem as mangueiras/tubos de dis-tribuição.

n Usar mangueiras flexíveis macias como alternativaaos regos/sulcos.

n Nivelar a superfície de rega: quanto mais irregularseja a sua topografia, maior terá de ser o volume deágua fornecido. Requerem-se superfícies planas oucom declives suaves; não é aconselhável em solosde permeabilidade muito alta nem com tendênciapara gretar (argiloso).

n Facilitar o avanço da água melhorando a rugosi-dade da superfície (exemplo: cortar a erva em po-mares).

2.3.8. MULCHING (FRUTICULTURA E HORTICULTURA)n O acolchoado ou mulching, ainda que citado parajardinagem, é uma prática agrícola de especial re-levância que consiste em cobrir o solo com um ma-terial orgânico destinado a proteger o solo, evitar a

proliferação de ervas adventícias e eventualmente,fertilizá-lo. Com esta capa reduz-se a evaporação daágua, ajudando a manter a humidade do solo.

n No âmbito da agricultura, o seu uso está especial-mente recomendado em horticultura e fruticultura.

2.3.9. SISTEMAS DE TELE-CONTROLO NAS COMUNIDADES DE

REGANTES E REDES COLECTIVAS DE REGA

n Uma vez estabelecida uma comunidade de regan-tes, convém avaliar em que medida se podem mo-nitorizar as acções de rega.

n A instalação de tele-controlo permite estabelecerturnos de rega (maximizar as regas nocturnas), pau-tar caudais e volumes segundo os ciclos fenológi-cos.

n De igual modo, destaca-se a possibilidade de es-tabelecer políticas comuns de eficiência, assimcomo a adaptação das Directivas Comunitárias emmatéria de água e meio-ambiente.

2.3.10. MANUTENÇÃO DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO

n Ainda que a manutenção das redes de distribuiçãodeva programar-se independentemente da técnicade regadio utilizada, no caso das regas de superfície(inundação, rega por sulcos), tem um interesse es-pecial.

n Nos canais de rega, recomenda-se rever as juntasde união, aumentar ou substituir os troços de sec-ção insuficiente e rever o estado das comportas queabastecem as parcelas, para melhorar a eficiênciano âmbito da distribuição.

n Deve referir-se que o valor das perdas nas redes dedistribuição, por exemplo em Espanha, supera emmuitos casos 5% do total da água utilizada para re-gadio. Neste valor, incluem-se as perdas originadaspor infiltrações através das juntas ou fissuras docanal ou conduta, as perdas produzidas através dascomportas que se distribuem ao longo do canal e asperdas originadas pelo esboroamento de alguns tro-ços, devidas a secções insuficientes para os módulosde rega que daí derivam.

2.3.11. AUTOMATIzAÇÃO DE

COMPORTAS PARA CANAIS DE

REGA

n A automatização decomportas permite me-

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lhorar a eficiência das redes de distribuição. Reco-menda-se avaliar a sua implantação em comportasmanuais, muito habituais em redes colectivas de re-gadio e em zonas onde o regadio por inundação sejadominante. A incorporação de energias renováveiscomo fonte de energia facilita a sua implementaçãoem qualquer ponto geográfico.

2.3.12. CONTADORES PARA REDES DE ABASTECIMENTO AGRÍ-COLA

n Conhecido o volume fornecido numa determinadarede e estabelecidos os pontos de corte do abasteci-mento de água (válvulas volumétricas), a instalaçãode contadores segundo pontos de consumo (secto-rialização) ou num único ponto (rede geral de abas-tecimento), permite conhecer os consumos totais.

n Atendendo ao volume de consumo de água na agri-cultura, o conhecimento do consumo permite calcu-lar ratios de interesse, entre os quais se destacam:

n Metros cúbicos/hora.dia.mês,

n Metros cúbicos/cultura: % estimativa do consumohídrico.

n Metros cúbicos consumidos.

n Ainda assim, a instalação de contadores de acordocom o sector e/ou ponto de consumo facilita o segui-mento e controlo de poupanças. Actualmente, estáa impor-se o uso de contadores electrónicos, princi-palmente pela possibilidade de realizar tele-leituras.

2.3.13. REGULADORES DE PRESSÃO

n Os reguladores de pressão utilizam-se para regulare controlar a pressão a partir do ponto de instala-ção.

n Estes dispositivos evitam pressões excessivas, quepoderiam romper as tubagens, os emissores, etc.Normalmente regulam pressões entre 0.2 e 8kg/cm2.

n É importante colocar um regula-dor de pressão à entrada de cadasubunidade de rega, para mantera pressão constante durante ofuncionamento dos emissores. Oseu uso é mais importante quandoo terreno é acidentado, o que fa-vorece maiores diferenças depressão em diferentes pontos.

2.3.14. REGULADORES DE CAUDAL

n Permitem controlar o caudal que circula por umadeterminada instalação. É muito conveniente colo-car um regulador de caudal à entrada de cada uni-dade de rega, para que passe apenas a quantidadede água que se deseja para as derivações terciáriase laterais.

n Os mais usuais são os de dia-fragma, que regulam caudais entre2 e 50 litros por segundo. O seufuncionamento baseia-se num dia-fragma de material elástico que sedeforma, abrindo ou fechando asecção de passagem e deixandopassar assim apenas o caudal no-minal seleccionado.

2.3.15. VÁLVULAS VOLUMÉTRICAS PARA REDES DE ABASTECI-MENTO

n A incorporação de válvulas volumétricas nasredes de abastecimento permite controlar os vo-lumes de água fornecidos. Trata-se simplesmentede uma válvula hidráulica à que se incorpora umcontador.

n Dispõem de um selector onde se indica manual-mente o volume de água que se quer aplicar.Quando o contador alcança o volume indicado,produz-se um sinal hidráulico que fecha a válvula.O seu uso, combinado com o cálculo prévio dasnecessidades hídricas, permite melhorar a eficiên-cia com uma relação custo/benefício ambientalrazoável.

2.3.16. ELECTROVÁLVULAS PARA O CONTROLO DA REGA E DO

FLUXO EM REDES DE ABASTECIMENTO

n Permitem a automatização da rega, sendo o “pro-

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gramador” quem acciona as electroválvulas atravésde impulsos eléctricos.

n A possibilidade de accionamento remoto permiteo seu uso como elemento de corte de fornecimentode água. A sua implementação contribui para a tem-porização da rega e por extensão, melhora a sua efi-ciência.

n Normalmente, trata-se de válvulas hidráulicas àsquais se incorpora um dispositivo electromagnéticoque acciona o mecanismo que produz a sua aber-tura ou fecho.

n Podem ser do tipo “normalmente abertas ou fe-chadas”, mas alguns modelos quando estão accio-nadas, consomem energia; para o evitar, podeminstalar-se electroválvulas tipo LACH (que apenasconsomem energia quando se abrem ou fecham).

2.3.17. REUTILIzAÇÃO DE ÁGUAS EVAPORADAS, RESIDUAIS E

SALOBRAS PARA REGA EM ESTUFAS (APLICAÇÃO DE PROTóTIPOS

NO qUADRO DE PROJECTOS I+D+I)

n Neste caso, trata-se de um projecto que se expõea título informativo com o objectivo de reflectir ograu de investigação e desenvolvimento alcançadoem matéria de poupança eficiente de água.

n A actuação consistiu na criação de um protótipode estufa fechada, em que se pode controlar o climainterno apenas com energia solar. Para tal, desen-volveu-se um sistema colector à base de ar húmido,composto por uma estufa e uma torre solar, quecontém um intercomunicador de calor no seu inte-rior, permitindo arrefecer o recinto e armazenar ocalor para o reutilizar posteriormente.

n A torre cria uma convenção natural que arrasta oar húmido para um intercomunicador onde arre-fece, de modo a que a humidade se condensa epode recuperar-se a água contida no ar. Por outraspalavras, um dos grandes resultados do projectoWatergy é que se consegue recuperar a água derega que foi evapotranspirada. Uma segunda fasedo projecto prevê a depuração de água residuale/ou dessalinizar água salobra. Ambas as fases con-cluíram com êxito e a incorporação do protótipo àhorticultura pode ser uma realidade a curto prazo.

n Finalmente, deve referir-se que o projecto experi-mental desenvolveu-se no âmbito do V ProgramaQuadro da EU (Subprograma Energia, Meio Am-biente e Desenvolvimento) (NNE5-2001-683), entre

Abril de 2003 e Março de 2006. Título do Projecto:“Un nuevo colector solar a base de aire húmedopara tratamiento de agua y climatización de recin-tos”.

2.3.18. TÉCNICA LEPA DE REGA

Trata-se de uma técnica de “rega por aspersão” queutiliza aspersores de baixa pressão que incremen-tam em cerca de 80% a eficiência dos aspersoresconvencionais.

n O sistema de aspersão desenhado recebe o nomede “Rega de Precisão de Baixa Potência (LEPA)”.

n Estes aspersores distribuem a água mais próximoda planta, através de tubos de gotejamento que seprolongam verticalmente desde o braço do asper-sor.

n Se se combina este tipo de sistema com algum mé-todo de preparação do terreno para conservar aágua (e.g. mulching), podem conseguir-se melhoriasaté 95%. Além disso, como o sistema funciona embaixa pressão, reduz-se o gasto energético entre 20e 50%.

TEXTO DA FIGURA:Burbuja: BolhaAtomizador: AtomizadorAplicación agroquímicos: Aplicação de agro-quími-cos

2.3.19. TECNOLOGIAS, SOFTWARE E DISPOSITIVOS DE CON-TROLO E REGULAÇÃO DE CANAIS DE REGA E VALAS

n A medida considera a incorporação individual ouem conjunto de tecnologias para o controlo e regu-lação das redes de distribuição, especialmente nasvalas e redes colectivas de regadio.

n O controlo pode realizar-se, por exemplo, mediantea combinação de sondas de nível e comportas monito-rizadas, o que facilita o controlo e a regulação de cau-dais por sectores, com base em estimativas prévias.

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2.3.20. RECURSOS WEB PARA O CÁLCULO DE IMPACTO AM-BIENTAL NA AGRICULTURA, CÁLCULO DE VOLUMES DE REGA,FERTI-IRRIGAÇÃO, ETC.n Tornam-se interessantes os serviços e publicaçõesque muitas organizações agrícolas põem à disposi-ção dos agricultores em geral e dos seus associadosem particular, que abordam temas relativos à me-dição de impactos ambientais, cálculos de rega, sis-temas de ferti-irrigação, pragas, etc.

n A título de exemplo:

n A página Internet da Confederação Italiana deAgricultores de Livorno (http://www.irri.it/irri.asp),permite o acesso a programas que verificam a efi-cácia dos sistemas de irrigação, calcular a capaci-dade e o volume da rega, planificar a ferti-irrigaçãoe consultar inúmera documentação de interessepara a agricultura.

2.3.21. PROGRAMA ADORn O Programa ADOR (Espanha) é um programa in-formático, financiado pelo Plano Nacional R&D epelo Fundo FEDER da União Europeia. Foi criadopara auxiliar as comunidades regantes a melhorare desenvolver a gestão da água e facilitar a tomadade decisão, atendendo a modernização da agricul-tura de regadio e o planeamento das campanhas deirrigação.

n Funciona com base numa grande base de dados,capaz de dinamizar processos de gestão e facilitara cobrança através dos gastos e consumos de águae energia, entre outros.

n O programa pode ser usado em comunidades deregantes que utilizem qualquer tipo de sistema deirrigação (superfície, aspersão, gota-a-gota,…) equalquer rede de distribuição (canal ou tubagens).

2.4. INDÚSTRIA E HOTELARIA

2.4.1. SUBSTITUIR MÉTODOS TRADICIONAIS DE LIMPEzA POR

MÉTODOS DE LIMPEzA A SECO - clearing in place- (CIP)n Os trabalhos de limpeza encontram-se presentesem todos os processos produtivos, sejam inerentesao processo ou implícitos nos trabalhos de manu-tenção de instalações. Neste último caso, continuaa ser habitual usar a água como elemento de ar-raste de partículas. Este procedimento, tão familiare arreigado deve ser modificado. Para isso, propõe-se a elaboração de um plano específico de limpeza,baseado em:

n Potenciar os métodos de limpeza a seco em tuba-gens, válvulas, depósitos, etc.

n Avaliar a possibilidade de uso de sistemas delimpeza in situ (Cleaning in Place (CIP)).

n Analisar o processo produtivo para evitar limpezasdesnecessárias.

n Além dos benefícios ambientais obtidos na aplica-ção desta medida, destaca-se o aumento da produ-tividade, em resultado da redução dos tempos delimpeza e do arranque do funcionamento das ins-talações (desaparece a operação de desmontageme montagem de componentes).

2.4.2. BANDEJAS DE RECOLHA DE EFLUENTES (LIMPEzA A SECO)n A sua implantação reduz a geração de focos de su-jidade e a propagação de resíduos (óleos). Reduz ac-ções concretas de limpeza (lavagem a pressão) ouo arraste mediante uso de água.

n Potenciar o uso de bandejas para a recolha de der-rames desnecessários (por fugas, furos em depósi-tos, …).

n Tapar os recipientes, maquinaria, etc., para evitara passagem para a atmosfera ou para as instalaçõesde pó ou produto (limpezas desnecessárias).

n Realizar o transvase de produtos de um local paraoutro de forma estanque.

2.4.3. ASPIRADORES DE Pó - LÍqUIDOS (LIMPEzA A SECO)n Evitar a propagação de partículas contaminantes(pó) potenciando o uso de técnicas de limpeza aseco, que reduz os consumos de água:

n Aspiração

n Recolha manual ou mecânica da sujidade.

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2.4.4. DISPENSADORES DE CELU-LOSE E MATÉRIAS ABSORVENTES

(LIMPEzA A SECO)

n Utilização de matérias oumateriais absorventes taiscomo:

n Celulose

n Serrim

n Areias absorventes

n O acesso rápido a estes materiais reduz significa-tivamente o uso de outros métodos de limpeza (ex.arraste pela água).

2.4.5. VARREDORAS (LIMPEzA A

SECO)n Introduzir o uso de máqui-nas de limpeza de chão e/ouvarredoras mecânicas emsuperfícies que pela dimen-são, tipo de superfície e pla-nificação justifiquem estamedida.

n A sua aplicação pode redu-zir consideravelmente o consumo de água desti-nado aos trabalhos de limpeza dos solos.

2.4.6. ESCOVAS E ENGAÇOS MANUAIS (LIMPEzA A SECO)n Varridela ou escovagem a seco de superfícies queo permitam.

n Antes de limpar com mangueiras e sempre que nãose possam retirar os resíduos mediante a aspiração,recomenda-se varrer para retirar os elementos sólidosmaiores.

n A sua aplicação contribui para a minimização doconsumo de água resultante dos trabalhos de lim-peza de chãos.

2.4.7. SISTEMAS DE LIMPEzA DE ALTA

PRESSÃO

Os sistemas de limpeza de alta pres-são são mais eficazes na limpeza eutilizam um menor volume de água.

n A implantação de bocas ou pisto-las de alta pressão em mangueirasconvencionais oferece poupançashídricas interessantes.

2.4.8. FECHOS MANUAIS

n É muito frequente utilizar mangueiras com sis-tema de fecho manual de bocas; se o sistema defecho da mangueira não seencontra na boca, desperdi-çar-se-á uma grande quanti-dade de água ao ir fechar ofornecimento à torneiraonde está conectada. Asmais aconselhadas são asválvulas de bola.

n A sua aplicação pode reduzir consideravelmenteo consumo de água destinado à limpeza de solos.

2.4.9. CAUDALÍMETROS OU MEDIDORES DE CAUDAIS

n São dispositivos que permitem conhecer o caudalque corre numa determinada rede de abasteci-mento.

n Fornece informação para estimar consumos e pou-panças projectadas.

n Pode ser utilizado em trabalhos de manutenção,detecção de fugas e/ou perdas de pressão.

n No âmbito industrial, destacam-se os seguintes:

n Medidor de caudal múltiplo

n Caudalímetro ultra-sónico

n Caudalímetro electromagnético.

2.4.10. SONDAS E/OU SENSORES DE NÍVEL

n A sua aplicação permite conhecer o nível de reser-vas existente num determinado depósito e/ou dis-positivo de armazenamento.

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n Resulta muito útil paracomprovar os consumosreais. Combinados comcaudalímetros e manó-metros são muito efica-zes para a detecção defugas.

n Em combinação comsistemas de controlo derega, permitem comutara fonte de fornecimentoem função das disponi-bilidades.

n Existem modelos capazes de adaptar-se a qual-quer tipo de fluído e localização.

2.4.11. MANóMETROS

n Os manómetros de pressão servem para determi-nar a pressão absoluta, o vazio ou a pressão dife-rencial existente numa determinada rede. O seu usofacilita a identificação de fugas na rede. Os manó-metros manuais permitem realizar controlos emqualquer tipo de circuitos, entre os quais se desta-cam:

n Circuito de aquecimento.

n Sistema de prevenção de incêndios.

n Circuitos de recirculação e reutilização de águas.

n Quanto aos tipos de manómetros destaca-se o usode datómetros, com possibilidade de transmissãode dados (ambiente Windows). Esta característicatorna-os interessantes pois reduz o tempo de res-posta perante uma possível fuga.

2.4.12. REDUTORES

REGULADORES DE

PRESSÃO, PARA LI-NHAS DE FORNECI-MENTO

n É um dispositivodesenhado paratarar a pressãodos embates deentrada ou linhasde distribuição,permitindo o

controlo adequado e a regulação da pressão desejadana entrada.

n Permite poupanças por uma menor pressão defornecimento, sem perda prática do caudal.

n A título de exemplo, pode citar-se que com umapressão de 6 bares se obtém um caudal de 25 li-tros/minuto; se reduzirmos a pressão para 3 baresobtemos um caudal de 17 litros/minuto (rede resi-dencial).

2.4.13. ANALISADOR

PARA A GESTÃO DE CONSU-MOS DE ÁGUA

n Um equipamentoanalisador e gestorde consumos actuacomo uma válvula au-tomática e manual desegurança nas insta-lações de forneci-mento de água,

controlando e comparando os consumos; cortandoo fornecimento quando o tipo de consumo é seme-lhante ao que tem memorizado como anómalo ouinusual.

n Incorpora um elemento de fecho manual queactua como uma chave de corte tradicional.

2.4.14. VÁLVULAS TER-MOSTÁTICAS INDUSTRIAIS

n Permitem o con-trolo da temperaturade mistura da águaem processos produ-tivos e grandes forne-cimentos.

n Permitem obter im-portantes poupanças

de água e energia (5% e 20% respectivamente).

n Recomenda-se combinar o seu uso com a instala-ção de descalcificadores, para reduzir a incrustaçãode depósitos calcários nos mecanismos de regula-ção.

n Em processos industriais com necessidades de te-lemetria, recomenda-se optar por sistemas electró-nicos de mistura, os quais permitem ser accionadosà distância através de software.

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2.4.15. ELECTROVÁLVULAS, VÁLVULAS DE DESCONEXÃO AUTO-MÁTICA, TEMPORIzADAS, DETECTORES

n A sua incorporação na gestão dos processos pro-dutivos, proporcionam elevadas poupanças hídri-cas, destacando-se: túneis de lavagem, circuitos derefrigeração e sistemas com ciclos de recirculação.

n Costuma ser conveniente substituir as válvulas tra-dicionais de corte (manuais) por electro-válvulas,detectores óptico-electrónico, válvulas de descone-xão automática e automatismos similares.

n Pelo seu potencial, destacam-se:

n Electro-válvulas para corte de água quente e/oufria.

n Sistemas de desconexão automática.

n Deve sublinhar-se a possibilidade de combinar ouso destes dispositivos de última geração com asvantagens que oferece a telemetria.

2.4.16. ESTABILIzADOR DE PRESSõES

A implantação de equipamentos estabilizadores depressão em redes de distribuição reduz os proble-mas de pressão, principalmente em circuitos de ACSe aquecimento.

n Estes desequilíbrios são responsáveis por caudaisacima do valor eficiente. Trabalham ajustando apressão e caudal e inclusivamente os mais avança-dos são capazes de realizar o corte de água quenteno caso de falta de água fria e vice-versa.

2.4.17. CIRCUITOS DE RETORNO E REUTILIzAÇÃO DE ÁGUAS EM

PROCESSOS INDUSTRIAIS

n Nos processos produtivos que requerem águapara o seu próprio desenvolvimento (ex. curtiçãode peles, conservas, etc.), deve avaliar-se a possibi-lidade de reutilizar a água do processo.

n Esta medida prevê modificar o processo produtivoatravés da incorporação de um circuito de retornoe uma fase de tratamento da água do processo (re-ciclagem).

n Este tipo de actuação gera os seguintes benefíciosambientais:

n Redução do consumo de água nos processos pro-dutivos.

n Minimização do tratamento de águas residuais.

n Minimização do volume de descarga de águas re-siduais e do seu tratamento.

2.4.18. ANÉIS DE RECIRCULAÇÃO E REUTILIzAÇÃO (CICLOS DE

VAPOR INDUSTRIAL)n A incorporação de anéis de recirculação e reutili-zação no ciclo de vapor de um determinado pro-cesso industrial (ex. na indústria têxtil), permitereduzir significativamente o consumo de água im-plícito na geração de vapor industrial. Numa pri-meira aproximação identificam-se as seguintespossibilidades:

n Recirculação de condensados (vapor)

n Reutilização de condensados (vapor)

n Reutilização de águas de purgas (outros usos)

n Reutilização de águas de refrigeração (outrosusos).

n Quanto ao desenho, destaca-se a recomendaçãode reduzir ao máximo o comprimento do anel outubo. Recomenda-se realizar o seu controlo atravésde electro-válvulas, dispositivos de controlo de tem-peratura de saída (válvulas ou misturadores termo-estáticos), telemetria, controlo de fugas, etc.

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TEXTO DA FIGURA:Aire: ArGas: GásTurbogenerador de gas: Turbo gerador de GásChimenea: ChaminéVapor: VaporTurbogenerador de vapor: Turbo gerador de Vapor Condensador: CondensadorTorre de refrigeración: Torre de RefrigeraçãoAlimentador: AlimentadorCaldera: CaldeiraCombustión: CombustãoCenizas: CinzasTratamiento de gases: Tratamento de GásChimenea: Chaminé

2.4.19. SEPARAÇÃO DE REDES NA INDÚSTRIA (RECUPERAÇÃO,RECICLAGEM, REUTILIzAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS, PLUVIAIS E

DESCARGAS INDUSTRIAIS)

n A separação de redes em fase de desenho tanto anível pontual (nave industrial) como a nível colec-tivo (polígono industrial), oferece valores muito in-teressantes de reutilização e/ou reciclagem deáguas. Destacam-se as seguintes:

n A) Rede de recuperação de águas pluviaisComo já se referiu anteriormente, mas neste casoaplicado especificamente ao âmbito industrial, con-sidera-se a recuperação de águas pluviais para a suaposterior reutilização em serviços de limpeza indus-trial, agricultura e jardinagem.

n B) Rede de águas residuais, resíduos urbanos edescargas industriaisA sua canalização e posterior tratamento numaETAR possibilitará, se os requisitos o permitem, reu-tilizar a água reciclada nos processos produtivos.Esta medida, resulta especialmente interessante emlocalidades onde a ETAR se localiza no próprio polí-gono industrial (processamento de resíduos indus-triais e urbanos).

n A presente medida reflecte uma interessante re-lação Custo/Benefício ambiental, se se efectua emfase de planeamento.

2.4.20. SISTEMAS DE ESCOAMENTO NATURAL OU FORÇADO

PARA CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS

n O aproveitamento da orografia do local (ex. polí-gonos industrias com taludes ou desníveis nos seusarredores), para a recolha de água pluviais ou nasua ausência, planificar sistemas de “escoamento

natural-forçado” através de uma base argilosa e in-clinação apropriada, permitirá aproveitar o escoa-mento e formará parte da rede de captação deáguas pluviais.

n A presente medida reflecte uma interessante re-lação Custo/Benefício ambiental, se efectuada emfase de planeamento.

2.4.21. CALDEIRAS A óLEO

TÉRMICO (SUBSTITUIÇÃO DA

ÁGUA POR óLEO, COMO

FLUÍDO DE TRANSPORTE

TÉRMICO)n Na criação ou reno-vação de processos in-dustriais em que sejanecessária a instalaçãode caldeiras de vapor,planeia-se avaliar ainstalação de caldeirasde óleo térmico.

n A tradição leva muitas empresas a continuarusando o vapor de água em processos nos quais po-deria usar-se óleo térmico, com a consequente pou-pança de água e de tudo aquilo que daí deriva:maior consumo de combustível, tratamento de sais,purgas, depurações prévias ao início do ciclo hí-drico, etc.

n Alem de eliminar o consumo de água no processoprodutivo, desaparece uma série de actuações ine-rentes à produção e uso do vapor:

n A necessidade de manter uma temperatura cons-tante para que a água mude de estado.

n As purgas de sais e lodos que se efectuam regular-mente, entre outras.

n Estes processos supõem uma perda de água naordem dos 300-350 litros/hora, só nas purgas defundos, ainda que se tenha em conta um aproveita-mento a 100% dos condensados e supondo umaqualidade da água de 0.25 gramas/litro de impure-zas (a que acresce um tratamento correcto de sais),para uma produção de cerca de 4.000 kg/hora devapor.

n Nas caldeiras de óleo térmico não existe consumode água.

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2.4.22. DIMENSIONAMENTO óPTIMO DE INTER-COMUTADORES

DE CALOR E/OU SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO

O dimensionamento óptimo de inter-comutadoresde calor e/ou sistemas de acumulação instaladosnas linhas de transporte de fluidos (vapor e/ouágua), reduz consideravelmente o consumo ener-gético e hídrico.

n No respeitante a este último, a minimização deve-se à confluência de vários factores: por um lado, nostrabalhos de limpeza (esvaziamento de linha) des-carregar-se-á um menor volume de água e aomesmo tempo, será preciso uma menor quantidadede água; por outro lado, uma redução do volumede água armazenada e caudais inferiores tem implí-cita uma redução de desperdícios hídricos (porfugas, purgas, …).

2.4.23. CONTROLO AUTOMÁTICO DE PURGAS (CONTROLO

TDS)n A purga em caldeiras (extracção de água) é neces-sária para eliminar os sólidos suspensos no líquido.

n Ainda que a água em forma de vapor seja um veí-culo para distribuir calor a diversos processos,nunca se encontra em estado puro e os elementosque contém podem afectar as tubagens e limitar atransferência de calor.

n Para manter a eficiência da caldeira e aumentar asua vida útil é necessária uma manutenção que re-duza o depósito de sólidos e incrustações nas su-perfícies de calefacção.

n Juntamente com a água penetram na caldeira saisdissolvidos, se bem que o vapor praticamente nãocontenha impureza; isto produz um enriquecimentona concentração de sólidos dissolvidos. A purgatorna-se necessária para manter um nível de sólidostotalmente dissolvidos dentro dos limites requeri-dos para o funcionamento óptimo do sistema de ge-ração de vapor. A água de re-alimentação repõe aágua descarregada e reduz os sólidos dissolvidos naágua de circulação da caldeira a um nível aceitável.

n Todavia, continua a ser comum a realização depurgas de modo manual, com base na experiênciaou, no melhor dos casos, num plano de manuten-ção.

n A medida propõe automatizar e maximizar os pro-cessos de limpeza com a implantação de controlosautomáticos de purgas. A sua implantação reduziráconsideravelmente o volume de água de reposição,

além da redução dos compostos a utilizar no trata-mento da água.

n Como exemplo, referimos a predição do seguinteconsumo de água, num processo de purga:

n Os sais e as lamas das purgas normalmente geramuma perda de água de 300-350 litros por hora, ape-nas considerando purgas profundas. Isto é, consi-derando o uso de 100% da água condensada eassumindo uma qualidade de água de 0,25 gramasde impurezas por litro (mais o tratamento de saisadequado), para um total de produção de vapor decerca de 4.000 kg por hora.

2.4.24. LAVAGEM DE ROUPA DE TRABALHO

n Esta medida coloca a possibilidade de realizar a la-vagem de roupa de forma colectiva.

n Geralmente, tomam-se este tipo de decisões,tanto por parte da empresa como por parte do tra-balhador, tendo em consideração o aspecto “eco-nómico”.

n Considera-se incluir neste tipo de decisões um in-dicador meio ambiental: m3 água da lavagem / n.ºde peças lavadas.

n Em relação ao consumo de água para a lavagem,o processo realizado numa lavandaria industrialapresenta melhores resultados pelas seguintes ra-zões:

n Em casa é habitual lavar-se a roupa de trabalho deforma individual (com consumos de aproximada-mente 40 l/peça, pois as roupas de trabalho tendema ser lavadas fora da hora habitual da lavagem daroupa).

n As casas não dispõem de equipamento de trata-mento de águas sanitárias (esgoto/descarga deágua residuais).

n As lavandarias industriais reduzem o consumo deágua e energia, através da optimização das cargas,temperatura das lavagens, estabelecimento de ci-clos de lavagens específicos e tratamento e reutili-zação de águas sanitárias.

2.4.25. CALDEIRAS INSTANTâNEAS DE ÁGUA EM LUGARES RE-MOTOS

n Estes aparelhos permitem satisfazer as necessida-des de água quente em locais que ficam fora do raiode acção do circuito da água quente.

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n Este tipo de dispositivos aquecem a água sem anecessidade de realizar uma acumulação prévia,possibilitam a regulação do caudal, a temperaturae a sua instalação realizam-se no ponto de con-sumo, reduzindo significativamente a longitude doscircuitos da água quente.

n Atendendo ao custo energético, propõe-se a im-plementação de um sistema de recirculação paraesses locais, de modo a diminuir ao custo e benefi-ciar o meio ambiente.

n Também se pode considerar este tipo de disposi-tivos para poupar a água retida nas canalizações,quando não seja possível aproximar o anel de recir-culação de ACS ao ponto de consumo.

3. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

A Eficiência Energética (EE) é o conjunto de acçõesque permitem optimizar a relação entre a quanti-dade de energia consumida e os produtos e serviçosfinais obtidos. Isto pode-se obter através da imple-mentação de diversas medidas e investimentos anível tecnológico, de gestão e de hábitos culturaisna comunidade.

Os seguintes capítulos abordam a eficiência energé-tica relacionada com o uso da água.

3.1. ANÉIS DE RECIR-CULAÇÃO DA ÁGUAqUENTE SANITÁRIA(ACS)

Cada vez que se abreuma torneira de águaquente sanitária (ACS),só passado algum tem-po é que a água quentechega ao ponto de con-sumo; este tempo depende da distância existenteentre o ponto de abastecimento, caso seja águaquente centralizada, até ao ponto de consumo ante-riormente mencionado.

n Por esta razão que, no âmbito residencial e hote-laria, é imprescindível desenvolver anéis de recircu-lação que reduzam ao máximo a distância. Istoevitará que se perca demasiada água fria que se en-contra retida nas canalizações até que chega a águaquente.

3.2. CONDUTAS DE POLIETILENO RETICU-LADO (PEX)

Em fase de construção, a eleição deste materialreduz os custos de instalação; a factura energéticado ACS e calefacção pelo uso da instalação evita odepósito de calcário, mantendo pressão e caudal da

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rede. Este tipo de condutas tem demonstrado umaexcelente durabilidade e resistência, não intera-gindo com a água.

TEXTO DA FIGURA:Estrato interno en polietileno reticulado: Camadainterna em polietileno reticuladoBarrera para el oxígeno en EVCH: Barreira para oOxigénio em EVCHEstrato externo en polietileno reticulado: Camadaexterna em polietileno reticuladoEstratos adhesivos: Camadas adesivasProducto recomendado: COESIVE ® LL15S: Produtorecomendado: COESIVE ® LL15S

3.3. REDUÇÃO DOS CUSTOS DE ENERGIAATRAVÉS DA PARTICIPAÇÃO EM PARqUESEóLICOS (UM EXEMPLO DE ESPANHA)

n A criação da Sociedade de Promoção de EnergiasRenováveis nas Comunidades de Regadio de Aragão(formada por 16 comunidades de regadio e pelo go-verno autónomo), possibilitará aos profissionais dairrigação reduzir os seus custos energéticos em20%, pela sua participação em parques eólicos.

n O principal objectivo da iniciativa é permitir a in-tervenção das comunidades regantes de Aragão, ogoverno autónomo e outros organismos públicos,no desenvolvimento e promoção de projectos deenergias renováveis, através da sua participaçãoequitativa em empresas e sociedades de produção,merchandising e distribuição dessas energias.

n O objectivo final será reduzir os custos de energia deabastecimento das comunidades regantes; para tal, anova sociedade negociará a sua participação na gestãode empresas eólicas com promotores privados.

n Os dividendos obtidos serão partilhados entre ascomunidades regantes envolvidas na sociedade, deacordo com as suas taxas de participação e os lucrosserão dedicados à redução dos custos de energiados profissionais do sector.

4. INFORMAÇÃO

4.1. Avisos de informação para o utilizadorn Com os avisos de informação para o usuário finalsobre o funcionamento da medida de poupança im-plantada, multiplica a sua eficácia. É especialmenteútil para os dispositivos instalados em locais públi-cos (hotéis, bares, restaurantes, indústrias, etc.);

n Estas etiquetas deveriam ser anexas na altura dofabrico ou da venda do produto, como informaçãogeral de utilizador.

4.2. Rotulagem ecológican Serve para identificar e seleccionar produtos queestejam identificados com etiquetas ecológicas combase em certificados acreditados.

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TEXTO DA FIGURA:Energía: EnergiaEtiqueta ecológica de la Unión Europea: Etiquetaecológica da UEConcedida a productos y servicios que cumplen losrequisitos del sistema de etiquetado ecológico dela Unión Europea: Concedida a productos eserviços que cumprem os requisitos do sistema derotulagem ecológica da União Europeia.

4.3. SENSIBILIzAÇÃO

4.3.1. MEDIDAS INCENTIVADORAS

n Trata-se de medidas que permitam ao utilizadorenvolver-se na poupança de água. Podemos citar al-gumas propostas, a título de exemplo:

n Adaptar os sistemas de tarifário, no âmbito da apli-cação do “preço justo da água”, às características es-pecíficas do território, disponibilidade do recurso,perfil climático, custos de abastecimento, condiçõesdos utilizadores e registo da evolução dos consumosmédios da água.

n Exemplos de aplicação:

n As tarifas do Canal de Isabel II da Comunidade deMadrid (Espanha): além de manter uma beneficia-ção para família numerosa, o Canal de Isabel II, am-plia a mesma beneficiação para habitações que seencontrem habitadas por mais de quatro pessoas.Assim, beneficia os clientes que tenham diminuídoo seu consumo de água. Por último, o Canal de Isa-bel II introduziu pela primeira vez a beneficiação porisenção social para atenuar a pobreza e as necessi-dades máximas.

n O sistemas “Ecofluvis” que permitam, entre outrascoisas, a poupança de água na cidade de Saragoça (Es-panha).

4.3.2. CAMPANHAS EDUCATIVAS

n As campanhas de disseminação e sensibilizaçãosobre a água têm-se demonstrado muito úteis, são le-vadas a cabo por numerosas administrações e organi-zações, especialmente aquelas dirigidas ao públicoinfantil.

n Passamos a citar algumas iniciativas, ocorridas em Es-panha:

n Campanha de educação ambiental do Ayuntamientode Saragoça.

n Campanha da Agência Catalã da Água e do Departa-mento do Meio Ambiente e Habitats da Generalitat deCataluña).

n Campanha da Fundação Ecologia e Desenvolvimento.

n Campanha do Centro para a Política Ambiental.

4.3.3. CONVOCATóRIA DE PRÉMIOS E CONCURSOS PARA A GESTÃO

EFICIENTE DA ÁGUA

n A convocatória de prémios e concursos públicos ouprivados, que reconheçam o trabalho desenvolvido emmatéria de gestão água; são iniciativas que favorecema difusão e geram sinergias importantes, de âmbito pú-blico, privado e docente.

n Alguns exemplos:

n O “prémio Aquacivit para a gestão eficiente da água”tem por objectivo o reconhecimento público e o estí-mulo aos melhores projectos de municípios e Manco-munidades espanholas; em matéria de boa utilizaçãoda gestão da água.

n No âmbito docente da administração, o concurso “Asnovas tecnologias e a gestão eficiente da água” fomen-tado pelo Ministério do Meio Ambiente Espanhol e aCátedra Telefónica da Universidade de Saragoça; paraprojectos que melhor conjuguem o uso das TIC e quefaçam uma gestão eficiente da água em qualquer ac-tividade económica, a administração pública ou emcasas próprias.

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5. LEGISLAÇÃO E GESTÃO

5.1. EXEMPLOS DE LEGISLAÇÃO

n As Administrações Públicas podem promover ini-ciativas legislativas que façam com que a própriaAdministração seja um modelo de gestão eficienteda água; através de medidas implementadas emedifícios de utilização pública.

n São inúmeras as Administrações que implementa-ram iniciativas para que os edifícios de utilização pú-blica possam servir de exemplo aos cidadãos.

n Algumas destas iniciativas, no contexto hierár-quico das diversas Administrações, procuram pre-miar os Municípios com alto rendimento nas redes.

5.2. PLANO RENOVE PARA A COMPRA DEDISPOSITIVOS EFICIENTES SUBVENÇõES EAJUDAS.

n Os objectivos deste tipo de programas, implemen-tados pelas Administrações Públicas e algumas em-presas, são os seguintes:

n Fomentar o conhecimento e a implementação detecnologias e hábitos de consumo que melhorem aeficiência na utilização da água;

n Estimular à instalação de produtos destinados àpoupança de água e à compra de electrodomésticoseficientes.

n A título de exemplo, a iniciativa implementada naCantábria pretende melhorar a eficiência na utiliza-ção da água no sector habitacional mediante a in-trodução de dispositivos de poupança de água eelectrodomésticos eficientes nas instalações domi-ciliárias, assim como a mudança de hábitos de con-sumo dos habitantes.

5.3. CRIAÇÃO DE GABINETES PÚBLICOS, OB-SERVATóRIOS E EVENTOS INTERNACIONAISA FAVOR DA GESTÃO EFICIENTE DA ÁGUA EDA SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DO PLA-NETA

n O agrupamento de entidades públicas ou privadas,a criação de observatórios para o acompanhamentoe disseminação de métodos, técnicas e tecnologiaspara a gestão sustentável da água e para a organi-zação de eventos para a disseminação e sensibiliza-

ção. Estas, são ferramentas úteis para alcançar osfins desejados.

n Alguns exemplos:

n O Escritório da ONU de Apoio à Década Interna-cional para a Acção “A Água, fonte de vida, 2005-2015”, com sede em Saragoça.

n A Exposição Internacional “Expo Saragoça 2008”,cujo objectivo é a água como elemento imprescin-dível para a vida e para o desenvolvimento humano,do ponto de vista do compromisso étnico da sus-tentabilidade.

n O Escritório Internacional da Água (OIA) queagrupa organismos públicos e privados envolvidosna gestão e protecção dos recursos hídricos a nívelMundial.

n O Observatório da Sustentabilidade em Espanha(OSE): projecto independente que surge do convé-nio entre o Ministério do Meio Ambiente Espanhol,a Fundação Biodiversidade e a Fundação Geral daUniversidade de Alcalá; com o objectivo de ser ocentro de referência estatal que elabora e avalia ainformação básica sobre a sustentabilidade em Es-panha, com o intuito de estimular a mudança socialem direcção à sustentabilidade mediante a contri-buição da melhor informação disponível.

5.4. ACÇõES FORMATIVAS DE SENSIBILIzA-ÇÃO AMBIENTAL

n Formação técnica e ambiental para responsáveispela implementação das de boas práticas e MTD’s,nas técnicas, sistemas e metodologias selecciona-das, bem como no diagnóstico ambiental.

n Isto pode ser complementado com a realização edisseminação de material formativo para gestão efi-

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ciente da água que complementam as acções for-mativas realizadas, contribuindo para a participaçãoactiva dos actores implicados: guias didácticos CDs,DVDs, SMS, E-Mail, WEB, etc.

5.5. FOMENTAR O AGRUPAMENTO EM CO-MUNIDADES DE UTILIzADORES OU REGAN-TES

n O agrupamento em Comunidade de Utilizadoresou Regantes favorece a implementação e/ou o de-senvolvimento de redes de rega que permitam:

n A aplicação de fórmulas mais adequadas de partilhada água face aos sistemas tradicionais de “represas”;

n Gestão de turnos e automatização do sistema derega (tele-controlo),

n Redução de custos e melhoria da qualidade daágua, sistemas comuns de utilização.

Agrupamento de comunidades regantes em Fede-raçõesn O propósito é a exploração das águas públicas comfins de irrigação, através de federações tais como a Fe-deração de Regantes da Cuenca del Ebro. O objectivogeral destes grupos de acção é juntar esforços de todasas entidades associadas para alcançar a exploração in-tegral do recurso na sua área, com as melhores técnicaspossíveis. Os grupos de acção também deverão promo-ver aconselhamento sobre técnicas de irrigação e suasmelhorias, bem como aconselhamento para resoluçãode problemas directos e indirectos da exploração, pre-servação e qualidade da água.

5.6. AUTOAVALIAÇÃO DOS HÁBITOS E CON-SUMOS E DETENÇÃO DE FUGAS

n Criação e distribuição de software que permita aoutilizador final dos recursos hídricos avaliar os seuspadrões de consumo e optimizá-los.

n Como exemplo citamos um questionário que se en-contra disponível nas seguintes páginas de internet:

http://www.agua-dulce.org/htm/programas/con-sumo/1.asp

http://www.eurosur.org/CONSUVEC/contenidos/Consejos/serv_dom/agua/ahorro_agua/PAgua.html

n Trata-se de um programa simples, em espanhol,que ajuda a avaliar os hábitos de consumo e a iden-tificar os aspectos que ajuda a melhorar o uso efi-ciente da água.

http://www.agua-dulce.org/htm/programas/perdi-das/#

n É outro programa em espanhol, que calcula a perdade água derivada a fugas nos dispositivos de abasteci-mento. Inclui um guia informativo para detectar asfugas.

5.7. AUDITORIA/DIAGNóSTICO AMBIENTAL

n Realização de auditorias e/ou diagnóstico ambien-tal tendo como referência as seguintes linhas de ac-tuação:

n Valorizar o estado das instalações, estimativa precisade consumos e desenvolvimento de indicadores am-bientais relativos ao consumo da água (con-sumo/tonelada produzida, consumo/funcionários/superfície de área verde…);

n Identificar oportunidades de minimização dos con-sumos de água;

n Desenvolver actuações e medidas dirigidas à ges-tão eficiente da água;

n Estabelecimento de objectivos, acompanhamento,reconhecimento e publicação de resultados.

5.8. INVESTIMENTO EM ESTUDOS E NO ME-LHORAMENTO DAS REDES DE DISTRIBUI-ÇÃO, PARA OBTER UMA MAIOR EFICIÊNCIA

n A elaboração de estudos que relacionem a disponi-bilidade do recurso hídrico e dos consumos, a recolhade dados, a realização de diagnósticos, o desenvolvi-mento de experiências piloto, aplicação de medidasincentivadoras, entre outras. Estes elementos favore-cem os planos de gestão eficiente da água que pre-tenda uma melhoria das redes de distribuição eracionalização dos consumos.

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RESUMO

O Manual Informativo AQUANET para o Uso Eficiente da Água é constituído por duas partes.

A primeira contém numerosos dados relevantes sobre o ciclo hidrológico e as diferentes utilizações daágua como recurso e consequências para a sociedade humana.

A segunda contém um compêndio de boas práticas para o uso eficiente e sustentável do recurso hídrico,e das melhores técnicas disponíveis agrupado por sectores profissionais ou de utilização. Deste modo fa-cilita-se o uso dos recursos, quer de modo individual, quer de modo colectivo.

No anexo que se segue, encontra-se uma lista das principais páginas de internet que foram compiladas nodecurso do projecto AQUANET. Estas páginas poderão servir como informação extra no processo de im-plementação das boas práticas sugeridas neste manual.

PÁGINAS DE INTERNET DE REFERÊNCIA

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ANEXO: NORMAS EUROPEIAS EM MATÉRIA DE ÁGUA

n Cerca de 70% da superfície da Terra está coberta por mares e oceanos eestes produzem quase três quartos do oxigénio que respiramos.Directa-mente, podemos usar apenas 1% desta água, contudo muitas actividades hu-manas colocam os recursos hídricos sob uma pressão considerável. A água,qualquer que seja a fonte poluente, corre de uma forma ou de outra, de novopara o meio ambiente – para o mar ou ara os lençõis freáticos -, onde podeter um efeito nocivo para a saúde humana e ambiente. Uma das peças maisimportantes da legislação nesta área é a Directiva-Quadro da Água.

qUADRO GERAL

n Directiva-quadro da ÁguaDirectiva 2000/60/EC do Parlamento Europeu e do Conselho de 23 de Outubro de 2000.

n A União Europeia (UE) estabeleceu o quadro Comunitário para a protecção e gestão da água. A Directiva-Quadro assegura, entre outras coisas, a identificação das águas Europeias e as suas características, combase no território individual de bacias hidrográficas e a adopção de planos de gestão e medidas apropriadaspara cada corpo de água.

n Preço da água e gestão de longo-prazo Comunicação da Comissão para o Conselho, Parlamento e Comité Social Europeus: Preço e Gestão Susten-tável dos Recursos Hídricos [COM (2000) 477 – Não publicada no Jornal Oficial].

n A Comissão apresenta questões e opções relacionadas com a definição de políticas do preço da água,permitindo a sustentabilidade dos recursos hídricos a serem promovidas.

n Avaliação e Gestão de Cheias Directiva 2007/60/EC do Parlamento Europeu e do Conselho de 23 de Outubro de 2007.

n O objective desta Directiva é gerir e reduzir o risco de cheias, particularmente ao longo dos rios e zonascosteiras. Prevê o acompanhamento do risco de inundação nas bacias hidrográficas, o mapeamento dorisco de cheias em todas as regiões onde há um risco sério de cheias e o desenho de planos de gestão derisco de cheias, baseados na estreita cooperação e participação entre os Estados-membros.

n Escassez de Água e Secas na União EuropeiaComunicação da Comissão de 18 de Julho de 2007: “addressing the challenge of water scarcity anddroughts in the European union“ [COM (2007) 414 final – Não publicada no Jornal Oficial].

n A Comissão recomenda directrizes para responder a secas esporádicas e a escassez de água de médio elongo-termo. As directrizes lidam com o custo da água, alocação da água prevenção de secas e respostarápida no caso de seca, bem como informação de alta qualidade e soluções tecnológicas visando as secase escassez de água.

USO ESPECÍFICOS DA ÁGUA

n qualidade da água de consumo humano Directiva do Conselho 98/83/EC de 3 de Novembro de 1998.

A União Europeia define os padrões essenciais de qualidade que a água para consume humano deve res-peitar.

n Água Balnear Directiva do Conselho 76/160/EEC de 8 de Dezembro de 1975.

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Directiva 2006/7/EC do Parlamento Europeu e do Conselho de 15 de Fevereiro de 2006.

A União Europeia estabelece regras para a monitorização, acompanhamento e gestão da qualidade daágua balnear e para o fornecimento de informação dessa qualidade.

n Tratamento de águas residuais urbanas Directiva do Conselho 91/271/EEC de 21 de Maio de 1991.

Dado o seu volume, as descargas de águas residuais urbanas são a segunda maior causa de poluição hídrica,na forma de eutrofização. Esta Directiva procura harmonizar medidas relacionadas com o tratamento des-sas águas a nível Comunitário.

n Água adequada para Piscicultura Directiva do Conselho 2006/44/EC de 6 de Setembro de 2006.

Para salvaguardar as populações de peixes, de consequências nocivas da descarga de substâncias poluen-tes, esta Directiva foi elaborada para proteger a água doce de modo a proteger as populações de peixesque suportam.

n qualidade das águas para mariscosDirectiva 2006/113/EC do Parlamento Europeu e do Conselho de 12 de Dezembro de 2006.

A União Europeia estabelece critérios obrigatórios de qualidade da água para as águas para marisco, emtodos os Estados-membros.

POLUIÇÃO MARÍTIMA

n Estratégia para o ambiente marinho Directiva 2008/56/EC do Parlamento Europeu e do Conselho de 17 de Junho de 2008.

Esta Directiva estabelece um quadro e objectives comuns para a protecção e conservação do ambientemarinho. De modo a alcançar estes objectivos comuns, os Estados-membros terão de avaliar os requeri-mentos nas áreas marinhas pelas quais são responsáveis. Terão depois de elaborar planos para cada regiãoe monitorizar a sua aplicação.

n Poluição Marinha AcidentalDecisão Nº 2850/2000/EC do Parlamento Europeu e do Conselho de 20 de Dezembro de 2000.

A União Europeia define um quadro Comunitário para a cooperação entre Estados-membros no campoda poluição marinha acidental e deliberada.

n Segurança Marítima: fundo de compensação por danos causados por poluição petrolífera Proposta para um regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho, para estabelecer um fundo para acompensação por danos causados por poluição petrolífera em águas Europeias e medidas relacionadas[COM (2000) 802 final – Jornal Oficial C 120 E, 24 de Abril de 2001].

Esta proposta visa melhorar a responsabilidade e medidas de compensação pelos danos poluentes causa-dos pelas embarcações.

n Segurança Marítima: prevenção da poluição das embarcações Directiva 2002/84/EC do Parlamento Europeu e do Conselho de 5 de Novembro de 2002.

A legislação Comunitária em segurança marítima deve ser adaptada em intervalos regulares, para ter emconsideração as emendas ou protocolos às Convenções Internacionais, novas resoluções ou alteraçõesnos códigos e compêndios de regras técnicas existentes.

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n Segurança Marítima: Embarcações poluentes e penalidades criminais Directiva 2005/35/EC do Parlamento Europeu e do Conselho de 7 Setembro de 2005.

A União Europeia cria o quadro legal para aplicar penalidades, particularmente penalidades criminais, nocaso de descargas de petróleo ou outras substâncias nocivas, por embarcações em águas Comunitárias.

n Segurança Marítima: proibição de compostos organoestânicos nos navios Regulamento (CE) Nº 782/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho de 14 de Abril de 2003,

Este regulamento visa proibir compostos organoestânicos (sistemas anti-vegetativos) em todos os naviosque entrem em portos da Comunidade, de modo a reduzir ou eliminar os efeitos adversos destes produtosno ambiente marinho e na saúde humana.

n Segurança Marítima: Convenção BancasDecisão do Conselho 2002/762/CE de 19 de Setembro de 2002.

Esta decisão visa autorizar os Estados-membros a serem parte contratante da Convenção Internacionalsobre a Responsabilidade Civil por Danos resultantes da Poluição causada por Combustível de Bancas, de2001 (Convenção Bancas)..

manual dE formação para o uso EfiCiEntE da água

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