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Manual Dieta Hospitalar

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Proposition of guidelines for an manual of hospitalar diets in Portugal

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  • MANUAL DE DIETAS

    PROPOSTA

    DE

    GUIDELINES

    Ana Paula Pereira Leite Assessora de Nutrio do Centro Regional de Oncologia de Coimbra do

    Instituto Portugus de Oncologia de Francisco Gentil

    Sandra Loureno Assistente Principal de Nutrio do Hospital de S. Joo de Deus

    Vila Nova de Famalico

    Alexandra Aleixo Nutricionista Estagiria com o grau de Especialista do Centro Regional de Oncologia de Coimbra do IPOFG

    2003

  • 2

    ENQUADRAMENTO

    A - Definio

    Leque de opes dietticas, programadas, codificadas e tipificadas que resultam do conjunto das

    necessidades nutricionais dos diferentes pacientes internados num centro clnico, num perodo mais

    ou menos prolongado.

    B - Objectivos

    Preventivos

    Diagnsticos

    Teraputicos

    Proporcionar alimentao completa e equilibrada

    C - Requisitos fundamentais para a elaborao do Manual de Dietas

    Definio terica dos tipos de dietas

    Divulgao do manual aos profissionais envolvidos

    Escolha dos smbolos a utilizar

    D - Factores que determinam o desenho de um cdigo de dietas

    1. Aspectos clnicos

    Tipo de actividade clnica e patologias tratadas

    Totalidade de camas do centro, por servio, por patologia.

    Totalidade de servios mdicos, cirrgicos e ambulatrios.

    Reunies prvias com todos os profissionais envolvidos. O Servio de Nutrio o

    dinamizador deste processo.

    Agenda das reunies:

    Denominao genrica da dieta;

    Perfil nutricional da dieta;

    Composio nutricional;

    Restries alimentares especficas;

    Patologias a que se destinam os vrios tipos de dietas;

    Possveis deficincias nutricionais de cada tipo de dieta e os suplementos

    adequados;

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    Unificao de critrios e mensagens com as recomendaes dietticas j utilizadas:

    nos vrios Servios de Internamento, aquando da alta mdica,

    na consulta externa e

    com os profissionais de sade que vo acompanhar o doente no domiclio.

    2. Caractersticas do Centro Clnico

    Se, actividade fundamentalmente mdica:

    Aporte energtico> 2000 kcal/dia

    Restrio de acares simples

    Restrio de sdio

    Adequao scio-cultural

    Necessidade de suplementos nutricionais

    Se, actividade fundamentalmente cirrgica:

    Adequao especifica patologia

    Definio precisa de:

    esquemas pr-cirrgicos, de iniciao ps-cirrgicos, de progresso e para o

    domiclio

    Se, diagnsticos especficos:

    De acordo com as necessidades especficas dos servios envolvidos.

    3. Estatsticas do Centro

    Demora mdia por servio

    Mdia de idades dos doentes tratados

    Nmero de doentes tratados, por servio

    4. Logstica

    Capacidade de produo do Servio de Alimentao

    Meios de comunicao internos que dispe o Servio de Alimentao

    5. Recursos humanos

    Servio de alimentao e enfermagem

    Relaes de trabalho entre Servio de Nutrio e de Alimentao

    Conhecimento profundo dos horrios, metodologias de trabalho, chefias, tarefas, atribuies,

    etc.

    6. Recursos materiais e tcnicos

    Condicionalismos tcnicos mais importantes:

    Sistema de recolha, tratamento e concretizao das solicitaes

    Instalaes e equipamentos

  • 4

    FUNDAMENTAO

    A presente proposta abrange apenas as dietas hospitalares mais comuns e passveis de ser

    utilizadas em grupos de doentes adultos com patologia(s) semelhante(s), que no requeiram

    controlo nutricional rigoroso, bem como em adultos saudveis (funcionrios).

    Cada hospital ou centro clnico dever completar o desenho do seu manual com as dietas

    adequadas sua populao e sua especificidade assistencial.

    A alimentao fornecida, qualquer que seja o tipo de dieta, dever observar os seguintes

    aspectos:

    Ser a aplicao dos conceitos de alimentao saudvel e/ou das prescries

    dietticas, assumindo assim a vertente prtica da educao alimentar e/ou diettica

    dos utentes (doentes e funcionrios).

    Ser confeccionada segundo os preceitos da culinria saudvel, temperada

    principalmente com ervas aromticas e pouco sal. O sabor dever ser

    suficientemente agradvel e apetitoso de modo a proporcionar prazer e fidelizar os

    utentes, evitando a sua substituio por comida trazida do exterior.

    A dieta adequada a indivduos saudveis e a doentes que no necessitam de interveno

    diettica, adopta a designao de dieta normal por ser desenhada segundo as normas e os

    princpios da alimentao saudvel.

    Numa perspectiva de rentabilizao dos recursos do Servio de Alimentao, as dietas

    apresentadas devero, no maior nmero de refeies possvel, derivar da dieta normal.

    As dietas so caracterizadas como pobres, ricas e controladas em nutrientes, tendo

    como referncia as necessidades normais do doente padro e sendo, por isso, adequadas a

    um nmero razovel de doentes, reservando-se as designaes de hipo e hiper para

    dietas personalizadas. Estas sero elaboradas e calculadas pelo nutricionista para um

    determinado doente, sempre que haja necessidade de restringir ou suplementar o seu plano

    diettico em um ou mais nutrientes, de forma rigorosamente quantificada e controlada.

  • 5

    DEFINIO TERICA DOS TIPOS DE DIETAS

    A - Definies

    Prope-se a seguinte nomenclatura, baseada nas caractersticas de composio nutricional e

    de textura das sete dietas e das quatro variantes consideradas:

    I. Dieta normal

    II. Dieta rica em fibras, sem acar

    III. Dieta pobre em protenas

    IV. Dieta pobre em gorduras, controlada em fibras

    V. Dieta adstringente

    VI. Dieta pobre fibras

    VII. Dieta sem resduos

    i. Sem sal

    ii. Triturada

    iii. Cremosa

    iv. Lquida

    I. Dieta normal

    Dieta completa e equilibrada desenhada segundo os princpios da alimentao saudvel.

    Admite todos os alimentos e todos os tipos de confeco culinria.

    Destina-se a todos os utentes (doentes e funcionrios) que no requerem modificaes

    dietticas especficas.

    Sempre que possvel a base das restantes dietas.

    II. Dieta rica em fibras, sem acar

    Dieta completa e equilibrada, com elevado teor em fibras, desenhada segundo os princpios

    da alimentao saudvel. Admite todos os alimentos excepo do acar e produtos

    aucarados.

    destinada a doentes com comprometimento do metabolismo glicdico.

    III. Dieta pobre em protenas

    Dieta completa com restrio proteica e baixo teor de sdio e potssio. Admite tipos de

    confeco culinria simples e exclui os seguintes alimentos: queijo, carnes e peixes salgados,

    vsceras, produtos de salsicharia e charcutaria, leguminosas secas, alimentos enlatados e

    pr-confeccionados.

    Destina-se a doentes com patologias que requerem restrio de protenas.

  • 6

    IV. Dieta pobre em gorduras, controlada em fibras

    Dieta completa com restrio lipdica e com seleco de alimentos ricos em fibras. Admite

    tipos de confeco culinria simples e exclui leguminosas secas e vegetais fermentveis e/ou

    ricos em fibras duras.

    Pode ser adoptada como dieta de entrada e destina-se a doentes com capacidade digestiva

    diminuda.

    V. Dieta adstringente

    Dieta completa com alimentos com capacidade adstringente, sem acar e com restrio em

    fibras. Admite apenas cozidos e grelhados e os seguintes alimentos: tisanas ou gua chalada,

    iogurte, carne branca, peixe, azeite, leos vegetais, manteiga, po claro, arroz, massa,

    batata, cenoura e ma.

    Destina-se a doentes com rapidez anmala do trnsito intestinal.

    VI. Dieta pobre em fibras

    Dieta completa com restrio de fibras. Admite tipos de confeco culinria simples e exclui

    os seguintes alimentos: po e cereais integrais, leguminosas verdes e secas, legumes e

    hortalia, fruta e produtos de salsicharia e charcutaria.

    Destina-se a doentes cuja patologia requer diminuio da quantidade e volume do contedo

    intestinal.

    VII. Dieta sem resduos

    Dieta incompleta e desequilibrada, cuja composio se resume a caldos de carne

    desengordurados, sumos de fruta coados, gelatina, gua chalada e tisanas fracas.

    Destina-se a doentes em preparao do clon para cirurgia, em ps-operatrio imediato do

    tracto gastrointestinal e em situaes que exijam uma pausa alimentar controlada.

    i. Sem sal

    Dieta completa, com composio semelhante da dieta associada que lhe deu origem, com

    confeco isenta de sal de cozinha, com abolio de produtos alimentares em cuja

    preparao se utiliza sal de adio, nomeadamente produtos de charcutaria, queijos, cubos

    de caldo comuns, maionese e molhos comerciais, azeitonas, manteiga com sal, vegetais

    enlatados, peixe seco e salgado, carne e peixe enlatados, comida pr-confeccionada,

    produtos de padaria com sal.

    ii. Triturada

    Dieta completa, com composio semelhante da dieta associada que lhe deu origem, tendo

    como modificao principal a triturao dos vrios componentes das refeies. indicada

    para doentes com dificuldade moderada de deglutio ou de mastigao (falta de peas

    dentrias, por exemplo).

  • 7

    iii. Cremosa

    Dieta completa, modificada na textura, com composio semelhante da dieta associada que

    lhe deu origem, cujos alimentos so triturados e batidos de forma a transform-los num creme

    homogneo.

    destinada a doentes com problemas graves na mastigao, deglutio e/ou digesto dos

    alimentos.

    iv Lquida

    Dieta completa, modificada na textura e consistncia, com a substituio total ou parcial da

    carne e do peixe por dose equivalente de dieta modular proteica, sempre que necessrio.

    Todos os alimentos so triturados e batidos de forma a reduzi-los a um lquido fino e

    perfeitamente homogneo.

    destinada a doentes muito debilitados ou que no possam ingerir alimentos slidos ou com

    sonda de alimentao.

    B - Associao de caractersticas

    Todas as dietas podem ser confeccionadas com ou sem sal devendo, neste caso, ser

    mencionado a seguir designao da dieta (ex.: dieta normal, sem sal).

    Todas as dietas podem ser confeccionadas sem acar, substituindo-o, se autorizado, por

    adoante e substituindo os produtos aucarados por outros previamente definidos. Nesse

    caso, esta especificao ser tambm mencionada a seguir designao da dieta (ex.: dieta

    pobre em gorduras, controlada em fibras, sem acar).

    As dietas numeradas de 1 a 6 podero ser modificadas na textura para doentes com

    dificuldade de mastigao e/ou de deglutio. Tambm esta modificao dever ser

    mencionada a seguir designao da dieta (ex.: dieta pobre em protenas, triturada).

    A associao de caractersticas pode ser mltipla (ex.: dieta rica em fibras, sem acar, sem

    sal, triturada).

  • 8

    MANUAL DE DIETAS

    A - Notas preambulares

    Cada dieta apresentada rene informaes detalhadas sobre indicaes mais frequentes,

    caractersticas bsicas quanto s tcnicas culinrias, quanto aos alimentos permitidos e no

    permitidos mais vulgares, quanto ao esquema alimentar, definindo o horrio e a composio

    genrica das refeies, e sobre a composio nutricional mdia.

    As dietas podem ser sempre adaptadas s particularidades de cada doente.

    Tendo como ponto de partida a ementa para a dieta normal, so estruturadas as dietas

    teraputicas destinadas a indivduos com necessidades alimentares e nutricionais especiais.

    A composio especfica das refeies, quanto a capitaes e variedade de alimentos, deve

    constar do Caderno de Ementas do Servio de Alimentao.

    O Manual de Dietas deve conter um resumo de todas as dietas adoptadas no hospital ou

    centro clnico, com a indicao do nome exacto pelo qual deve ser prescrita e requisitada

    cada uma.

    A dieta deve ser requisitada com o nome que figura no Manual e indicando situaes

    particulares como alguma intolerncia alimentar ou a enumerao de suplementos de

    preparao culinria. Estas indicaes devem ser registadas na Ficha Individual de

    Alimentao (vulgarmente conhecida por carto), para que possa ser feito o seu correcto

    fornecimento pelo Servio de Alimentao.

  • 9

    B - Caracterizao e composio nutricional das dietas hospitalares

    I. Dieta NORMAL.

    Dieta completa e equilibrada desenhada segundo os princpios da alimentao saudvel.

    Sempre que possvel a base das restantes dietas.

    1. Indicaes.

    Destina-se a todos os utentes (doentes e funcionrios) que no requerem modificaes

    dietticas especficas.

    2. Caractersticas bsicas.

    Tcnica culinria. Todos os tipos de confeco culinria.

    Alimentos permitidos e no permitidos. Admite todos os alimentos.

    3. Esquema alimentar: horrio e composio genrica das refeies.

    REFEIO - HORRIO - COMPOSIO GENRICA

    Pequeno almoo - 9H00 - Leite simples ou aromatizado

    Po com manteiga, queijo ou doce

    Almoo - 12H30 - Qualquer sopa; taa com verduras; prato com batata ou

    equivalente e carne ou equivalente; po; fruta

    Lanche - 16H00 - Equiparado ao Pequeno almoo

    Jantar - 19H15 - Equiparado ao Almoo

    Ceia - 22H00 - Leite ou iogurte, ch, tisana ou cevada

    Bolachas

    4. Composio nutricional mdia.

    Valor Calrico total Valor percentual dos nutrientes calricos

    Hidratos de Carbono Protenas Gorduras

    2400 a 2600 kcal 55 a 60 % 15 a 20 % 25 a 30 %

  • 10

    II. Dieta RICA EM FIBRAS, SEM ACAR

    Dieta completa e equilibrada, com elevado teor em fibras, desenhada segundo os princpios

    da alimentao saudvel.

    1. Indicaes. destinada a doentes com comprometimento do metabolismo glucdico,

    nomeadamente diabticos.

    2. Caractersticas bsicas.

    Tcnica culinria. Todos os tipos de confeco culinria.

    Alimentos permitidos e no permitidos. So permitidos todos os alimentos, de acordo com

    um estilo de alimentao saudvel, excepto acar e preparaes com adio de acar

    tais como nctares, refrigerantes aucarados, chocolate e achocolatados, fruta enlatada

    ou em boies com adio de acar, mel, pudins e cremes doces.

    3. Horrio e composio genrica das refeies.

    REFEIO - HORRIO - COMPOSIO GENRICA

    Pequeno almoo - 7H00 - Iogurte ou leite

    Bolachas

    Merenda da

    manh

    - 9H30 - Ch, tisana ou cevada

    Po com manteiga ou queijo

    Almoo - 12H30 - Sopa de legumes; taa grande com verduras; prato

    com batata ou equivalente e carne ou equivalente; fruta

    Lanche - 16H00 - Equiparado ao Pequeno almoo

    Jantar - 19H15 - Equiparado ao Almoo

    Ceia - 22H00 - Leite ou iogurte, ch, tisana ou cevada

    Bolachas

    4. Composio nutricional mdia.

    Valor Calrico total Valor percentual dos nutrientes calricos

    Hidratos de Carbono Protenas Gorduras

    2000 a 2200 kcal 55 a 60 % 12 a 18 % 25 a 30 %

    Nota: Os horrios das refeies podem ser adaptados aos condicionalismos de cada hospital

    cumprindo, no entanto, a recomendao geral da existncia mnima de 6 refeies dirias, e

    um jejum nocturno de 8 horas (ideal) at ao mximo de 10 horas.

  • 11

    III. Dieta POBRE EM PROTENAS

    Dieta completa com restrio proteica e baixo teor de sdio e potssio.

    1. Indicaes. Destina-se a doentes com patologias que requerem restrio de protenas.

    2. Caractersticas bsicas.

    Tcnica culinria. Admite tipos de confeco culinria simples

    Alimentos permitidos e no permitidos. Exclui os seguintes alimentos: queijo, carnes e

    peixes salgados ou em conserva, vsceras, produtos de salsicharia e charcutaria,

    leguminosas secas, banana, melo e ma crua, todos os alimentos enlatados e pr-

    -confeccionados, molhos comerciais ou caseiros. Os vegetais permitidos so o feijo

    verde, o tomate, a cebola, o nabo e a cenoura. A ma, a batata e os vegetais so

    submetidos a cozedura por imerso, com posterior eliminao da gua de cozedura.

    3. Horrio e composio genrica das refeies.

    REFEIO - HORRIO - COMPOSIO GENRICA

    Pequeno almoo - 9H00 - Leite simples ou aromatizado

    Po com manteiga e doce

    Almoo - 12H30 - Sopa de legumes; taa pequena com verduras; prato

    com batata ou equivalente e meia poro de carne ou

    equivalente; po; fruta cozida aucarada sem molho

    Lanche - 16H00 - Cevada ou tisana

    Po com manteiga e doce

    Jantar - 19H15 - Equiparado ao Almoo

    Ceia - 22H00 - Tisana ou cevada

    Bolachas

    4. Composio nutricional mdia.

    Valor Calrico total Valor percentual dos nutrientes calricos

    Hidratos de Carbono Protenas Gorduras

    2000 a 2200 kcal 60 a 65 % 7 a 12 % (mx. 60 g) 25 a 30 %

    Nota: Seleco de alimentos baseada na Tabela da Composio dos Alimentos Portugueses

    de Gonalves Ferreira.

    Controlo exacto para outra quantificao de protenas obriga consulta ao nutricionista

    (dieta especial).

  • 12

    IV. Dieta POBRE EM GORDURAS, CONTROLADA EM FIBRAS

    Dieta completa com restrio lipdica e com seleco de alimentos ricos em fibras.

    1. Indicaes. Pode ser adoptada como dieta de entrada e destina-se especialmente a

    doentes com capacidade digestiva diminuda.

    2. Caractersticas bsicas.

    Tcnica culinria. Admite tipos de confeco culinria simples, realizados sem a utilizao

    de nenhum tipo de gordura.

    Alimentos permitidos e no permitidos. Para adicionar aos alimentos como tempero,

    usa-se azeite em quantidade moderada. Exclui leguminosas secas e vegetais

    fermentveis e/ou ricos em fibras duras (todos os feijes, gro de bico, lentilhas, soja,

    ervilhas, favas, milho, todas as couves, repolho, brcolos e couve flor, pepino, rabanete,

    pimentos, e ainda abacate.

    3. Horrio e composio genrica das refeies.

    REFEIO - HORRIO - COMPOSIO GENRICA

    Pequeno almoo - 9H00 - Leite simples ou aromatizado

    Po com doce

    Almoo - 12H30 - Sopa de legumes; taa com verduras; prato com batata

    ou equivalente e carne ou equivalente; po; fruta

    Lanche - 16H00 - Equiparado ao Pequeno almoo

    Jantar - 19H15 - Equiparado ao Almoo

    Ceia - 22H00 - Leite ou iogurte, ch, tisana ou cevada

    Bolachas

    4. Composio nutricional mdia.

    Valor Calrico total Valor percentual dos nutrientes calricos

    Hidratos de Carbono Protenas Gorduras

    2200 a 2400 kcal 55 a 60 % 15 a 20 % 20 a 25 % (mx. 60 g)

  • 13

    V. Dieta ADSTRINGENTE

    Dieta completa com alimentos com capacidade adstringente, sem acar e com restrio em

    fibras.

    1. Indicaes. Destina-se a doentes com rapidez anmala do trnsito intestinal, que

    beneficiem da reposio da flora bacteriana e do controlo da ingesto de lquidos.

    2. Caractersticas bsicas.

    Tcnica culinria. Admite apenas cozidos e grelhados.

    Alimentos permitidos e no permitidos. So permitidos tisanas ou gua chalada, carnes

    brancas e peixes, iogurtes sem acar nem frutas para batidos, azeite, leos vegetais,

    manteiga, po claro, massa, pur de batata, mas descascadas cruas ou cozidas,

    cenoura cozida e arroz. So retirados o acar e produtos com elevada concentrao de

    sacarose, o leite, os alimentos ricos em fibras insolveis, as bebidas com gs ou

    alcolicas, os produtos estimulantes (especiarias, caf, ch, chocolate, queijos, alimentos

    a temperaturas extremas - gelados ou quentes), e os cereais e seus derivados integrais.

    3. Horrio e composio genrica das refeies.

    REFEIO - HORRIO - COMPOSIO GENRICA

    Pequeno almoo - 9H00 - Iogurte lquido; Tisana

    Po ou bolachas com manteiga.

    Almoo - 12H30 - Sopa de cenoura e arroz; prato com arroz, massa ou

    pur de batata, e carne de aves ou peixe; po; ma

    cozida sem acar

    Lanche - 16H00 - Equiparado ao Pequeno almoo

    Jantar - 19H15 - Equiparado ao Almoo

    Ceia - 22H00 - Batido de ma crua ou cozida (aproveitar a gua de

    cozedura), iogurte e flocos ou farinha instantneos de

    arroz

    4. Composio nutricional mdia.

    Valor Calrico total Valor percentual dos nutrientes calricos

    Hidratos de Carbono Protenas Gorduras

    2400 a 2600 kcal 55 a 60 % 15 a 20 % 25 a 30 %

  • 14

    VI. Dieta POBRE EM FIBRAS

    Dieta completa com restrio de fibras.

    1. Indicaes. Destina-se a doentes cuja patologia requer diminuio da quantidade e

    volume do contedo intestinal. Pode ser utilizada como dieta de sequncia posterior

    dieta adstringente.

    2. Caractersticas bsicas.

    Tcnica culinria. Admite tipos de confeco culinria simples.

    Alimentos permitidos e no permitidos. So excludos os seguintes alimentos: po e

    cereais integrais, leguminosas verdes e secas, todas as frutas e verduras e seus

    derivados e produtos de salsicharia e charcutaria.

    3. Horrio e composio genrica das refeies.

    REFEIO - HORRIO - COMPOSIO GENRICA

    Pequeno almoo - 9H00 - Leite ou iogurte

    Po com manteiga

    Almoo - 12H30 - Canja; prato com batata, massa ou arroz e carne ou

    peixe; po; gelatina de aromas

    Lanche - 16H00 - Equiparado ao Pequeno almoo

    Jantar - 19H15 - Equiparado ao Almoo

    Ceia - 22H00 - Leite ou iogurte, ch, tisana ou cevada

    Bolachas

    4. Composio nutricional mdia.

    Valor Calrico total Valor percentual dos nutrientes calricos

    Hidratos de Carbono Protenas Gorduras

    2400 a 2600 kcal 55 a 60 % 15 a 20 % 25 a 30 %

  • 15

    VII. Dieta SEM RESDUOS

    Dieta incompleta e desequilibrada, a utilizar apenas durante o tempo estritamente necessrio

    para atingir os objectivos que levaram sua prescrio.

    1. Indicaes. Destina-se a doentes em preparao do clon para cirurgia, em ps-

    operatrio imediato do tracto gastrointestinal, na transio da nutrio parentrica para a

    alimentao entrica e em situaes que exijam uma pausa alimentar controlada.

    2. Caractersticas bsicas.

    Tcnica culinria. (no se aplica).

    Alimentos permitidos e no permitidos. A composio resume-se a caldos de carne

    desengordurados (apenas a gua de cozedura), sumos de fruta coados, refrigerantes

    sem gs, gelatina, gua chalada e tisanas fracas.

    3. Horrio e composio genrica das refeies.

    REFEIO - HORRIO - COMPOSIO GENRICA

    Pequeno almoo - 9H00 - Cevada ou tisana

    Refrigerante sem gs

    Almoo - 12H30 - Caldo de carne desengordurado

    Refrigerante sem gs; gelatina de aromas

    Lanche - 16H00 - Equiparado ao Pequeno almoo

    Jantar - 19H15 - Equiparado ao Almoo

    Ceia - 22H00 - Equiparado ao Pequeno almoo

    4. Composio nutricional mdia.

    Valor Calrico total Valor percentual dos nutrientes calricos

    Hidratos de Carbono Protenas Gorduras

    1000 a 1100 89 a 91 % 1 a 2 % 8 a 9 %

    Nota: Esta dieta pode e deve ser corrigida ou, sempre que possvel, substituda na sua

    totalidade, por produtos de alimentao entrica, isentos de resduos e com adequado aporte

    de nutrientes. Esta opo dever ser discutida em conjunto, pelo mdico e pelo nutricionista.

  • 16

    i. Sem sal

    Dieta com composio semelhante da dieta associada que lhe deu origem, com confeco

    isenta de sal de cozinha.

    1. Indicaes. Adequada no controlo de edemas e de hipertenso.

    2. Caractersticas bsicas.

    Iguais s da dieta associada que lhe deu origem, conjuntamente com a abolio de

    produtos alimentares em cuja preparao se utiliza sal de adio, nomeadamente

    produtos de charcutaria, queijos, cubos de caldo comuns, maionese e molhos comerciais,

    azeitonas, manteiga com sal, vegetais enlatados, peixe seco e salgado, carne e peixe

    enlatados, comida pr-confeccionada, produtos de padaria com sal.

    Em compensao, recorre-se de modo especial ao uso de ervas e condimentos para

    tornar a dieta mais saborosa.

    3. Composio nutricional mdia.

    Valor calrico total sobreponvel ao da dieta associada que lhe deu origem, bem como a

    distribuio percentual dos nutrientes calricos.

    Teor mdio de cloreto de sdio: 2,5 g (ou seja, 1 g de Na ou 43 mEq Na).

    Nota: Controlo exacto para a quantificao do sdio obriga consulta ao nutricionista

    (dieta especial).

  • 17

    II. TRITURADA

    Dieta modificada na textura, com composio semelhante da dieta associada que lhe deu

    origem, cujos alimentos se apresentam triturados.

    1. Indicaes. Doentes com dificuldade moderada de deglutio ou de mastigao (falta de

    peas dentrias, por exemplo).

    2. Caractersticas bsicas.

    Tcnica culinria. Admite tipos de confeco culinria simples, com cozedura prolongada

    e posterior triturao dos alimentos que ainda apresentem consistncia dura e textura

    fibrosa.

    Alimentos permitidos e no permitidos. So permitidos apenas os alimentos susceptveis

    de se tornarem macios e triturados.

    3. Esquema alimentar: horrio e composio genrica das refeies.

    REFEIO - HORRIO - COMPOSIO GENRICA

    Pequeno almoo - 9H00 - Leite simples ou aromatizado, ch ou tisana

    Po com manteiga ou doce, desfeito na bebida

    Almoo - 12H30 - Qualquer sopa; taa com esparregado de legumes;

    prato com batata ou equivalente e carne triturada ou

    equivalente; po; fruta macia ou cozida

    Lanche - 16H00 - Equiparado ao Pequeno almoo

    Jantar - 19H15 - Equiparado ao Almoo

    Ceia - 22H00 - Leite ou iogurte, ch, tisana ou cevada

    Bolachas, desfeitas na bebida

    4. Composio nutricional mdia.

    Valor calrico total sobreponvel ao da dieta associada que lhe deu origem, bem como a

    distribuio percentual dos nutrientes calricos.

  • 18

    III. CREMOSA

    Dieta modificada na textura, com composio semelhante da dieta associada que lhe deu

    origem, cujos alimentos se apresentam com a consistncia de um creme.

    1. Indicaes. destinada a doentes com problemas graves na mastigao, deglutio e/ou

    digesto dos alimentos.

    2. Caractersticas bsicas.

    Tcnica culinria. Mtodos de confeco simples e posterior homogeneizao mecnica

    dos alimentos com vara trituradora e/ou liquidificador, at obteno da consistncia de

    creme.

    Alimentos permitidos e no permitidos. Este tipo de dieta no permite a utilizao de

    alimentos muito fibrosos ou difceis de homogeneizar.

    3. Horrio e composio genrica das refeies.

    REFEIO - HORRIO - COMPOSIO GENRICA

    Pequeno almoo - 9H00 - Preparado cremoso

    Almoo - 12H30 - Sopa em creme de legumes; batata ou equivalente e

    carne ou equivalente; pur de fruta

    Lanche - 16H00 - Equiparado ao Pequeno almoo

    Jantar - 19H15 - Equiparado ao Almoo

    Ceia - 22H00 - Creme de iogurte com bolachas

    4. Composio nutricional mdia.

    Valor calrico total igual dieta associada que lhe deu origem, bem como a distribuio

    percentual dos nutrientes calricos.

  • 19

    iv. LQUIDA

    Dieta completa, modificada na textura e consistncia, com caractersticas semelhantes da

    dieta associada que lhe deu origem e com a substituio total ou parcial da carne e do peixe

    por dose equivalente de dieta modular proteica, sempre que necessrio. Todos os alimentos

    so triturados e batidos de forma a transform-los num lquido no muito espesso, sem

    grumos.

    1. Indicaes. destinada a doentes que no possam ingerir alimentos slidos ou cremosos

    ou com sonda de alimentao.

    2. Caractersticas bsicas.

    Tcnica culinria. So utilizados mtodos de confeco simples no tratamento culinrio

    dos alimentos e sua posterior homogeneizao, com a adio dos lquidos estritamente

    necessrios at sua perfeita liquidificao.

    Alimentos permitidos e no permitidos. Utilizam-se alimentos macios, fceis de

    homogeneizar, rejeitando-se todos aqueles que no possuam estas caractersticas.

    3. Horrio e composio genrica das refeies.

    REFEIO - HORRIO - COMPOSIO GENRICA

    Pequeno almoo - 9H00 - Batido lcteo

    Almoo - 12H30 - Batido de: legumes; batata ou equivalente e carne ou

    equivalente; batido de fruta

    Lanche - 16H00 - Equiparado ao Pequeno almoo

    Jantar - 19H15 - Equiparado ao Almoo

    Ceia - 22H00 - Batido de iogurte com bolachas

    4. Composio nutricional mdia.

    Valor calrico total sobreponvel ao da dieta associada que lhe deu origem, bem como a

    distribuio percentual dos nutrientes calricos.

    Nota: Esta dieta pode ser suplementada e, eventualmente, substituda na sua totalidade,

    recorrendo-se utilizao de produtos comerciais de nutrio entrica adequados (dietas

    completas ou modulares e/ou suplementos nutricionais).

  • 20

    AGRADECIMENTOS

    As autoras congratulam-se pela participao dos colegas na mesa de trabalho de discusso

    das guidelines no IV Encontro Nacional dos Nutricionistas organizado pela Associao

    Portuguesa dos Nutricionistas em Junho de 2002, no Luso, em particular aos que

    prolongaram a sua colaborao enviando os manuais em uso nos seus hospitais de origem.

    Um agradecimento especial devido s colegas Dr. Isabel Albuquerque, Dr. Carla Pedrosa

    e Dr. Carla Pereira pelas suas crticas e sugestes na fase final da elaborao deste

    trabalho, as quais em muito enriqueceram esta proposta de Guidelines.

    As autoras sentem-se honradas pela confiana profissional nelas depositada e manifestam o

    seu profundo agradecimento ao Departamento de Actualizao Profissional da Associao

    Portuguesa dos Nutricionistas, na pessoa da Dr. Clara Matos, pelo seu empenho em levar a

    cabo esta iniciativa.