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MANUAL DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO DO MUNICÍPIO

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Pádua Ramos

MANUAL DO DESENVOLVIMENTO

SOCIAL E ECONÔMICO DO MUNICÍPIO

FortalezaBanco do Nordeste do Brasil

2013

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Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja ela total ou parcial, constitui violação da Lei 5.988.

Ramos, Pádua.

Manual do desenvolvimento social e econômico do município / Pádua Ramos. – Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2013.

90 p.

ISBN 978-85-7791-206-3

1. Desenvolvimento Econômico. 2. Desenvolvimento Social. I. Título.

CDD: 338.9

R175m

Presidente:Ary Joel de Abreu LanzarinDiretores:Fernando PassosLuíz Carlos Everton de FariasManoel Lucena dos SantosNelson Antônio de SouzaPaulo Sérgio Rebouças FerraroStélio Gama Lyra Júnior

Conselho EditorialJosé Rubens Dutra MotaFrancisco das Chagas Farias PaivaJosé Mauricio de Lima da SilvaPaulo Dídimo Camurça VieiraAllison David de Oliveira MartinsWellington Santos DamascenoFernando Luiz Emerenciano VianaJânia Maria Pinho Souza

Luciano Jany Feijão XimenesMaria Odete AlvesFrancisco Raimundo EvangelistaAdemir CostaAmbiente de Comunicação Social José Maurício de Lima da SilvaEditor: Jornalista Ademir Costa – CE00673JP – FenajNormalização: Paula Pinheiro da NóbregaCapa e diagramação: Carminha Campos Tiragem: 500 exemplares

Mais informaçõesCliente ConsultaCapitais e Regiões Metropolitanas 4020.0004Demais localidades 0800 033 0004

Depósito Legal junto à Biblioteca Nacional, conforme a Lei nº 10.994, de 14/12/2004

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Para o prefeito de Parnaíba (PI) de quem fui consultor: médico João Silva Filho, in memoriam;

para o prefeito de Parnaíba (PI) de quem sou consultor: engenheiro agrônomo José Hamilton

Furtado Castelo Branco; para o povo de Parnaíba (PI), minha terra natal.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE GRÁFICOGráfico 1 - Periodicidade de Isenção do ISSQN ........................................... 72

LISTA DE FIGURAFigura 1 - Esboço de Organograma...................................................................78

LISTA DE QUADROSQuadro 1 - Exemplos de Grupos Naturais como “Coletes de Proteção” ..20

Quadro 2 - Matriz do Desenvolvimento Social Integrado ............................26

Quadro 3 - Uma Matriz do Desenvolvimento Econômico Integrado (Visão Animada do Esforço de Desenvolvimento Econômico) ..............................27

.

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INTRODUÇÃO .............................................................................. 15PARTE 1: O MUNICÍPIO, ESSE DESCONHECIDO: NOVO OLHAR CONCEITUAL ................................................ 191.1 - Grupos Naturais ...................................................................... 191.2 -O Município como Grupo Natural ....................................... 21PARTE 2: ABORDAGEM SOCIAL DO DESENVOLVIMENTO ............................................................... 232.1 -O Desafio Municipal ............................................................... 232.2 - Plano de Metas Hipotético: Senso de Prioridades ............. 252.2.1 - Educação ............................................................................... 282.2.2 - Saúde ...................................................................................... 342.2.3 - Emprego ................................................................................ 392.2.4 - Habitação .............................................................................. 422.2.5 -Saneamento e meio ambiente .............................................. 452.2.6 - Segurança ............................................................................... 49PARTE 3: ABORDAGEM ECONÔMICA DO DESENVOLVIMENTO ............................................................... 53PARTE 4: MUNICÍPIOS-TIPO: MONOPRODUTORES ...... 61PARTE 5: FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO ............................................................... 65PARTE 6: ESTRUTURA ORGANIZACIONAL PARA O PLANEJAMENTO, O CONTROLE, A AVALIAÇÃO E A COMUNICAÇÃO SOCIAL ......................................................... 73REFERÊNCIAS ............................................................................. 79APÊNDICE A ................................................................................ 87APÊNDICE B ................................................................................. 88

SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO

Em que pese a ser uma obra destinada a curso superior, posso afirmar, sem medo de incorrer em erro, tratar-se de um texto de não difícil entendimento, por sua clareza e objetividade, bem como por sua agradável leitura.

Logo na INTRODUÇÃO, na Parte I da obra, o Autor refere-se ao “Município – esse desconhecido -...”, o que foi e continua sendo, no Brasil, a mais pura e triste verdade. Nas demais cinco partes, transmite lições doutrinárias, objetivas e factíveis, a que acrescenta os Apêndices “A“ e “B”, sugestões simples e viáveis para quem busque “governar para as peculiaridades”.

Sobre esse ilustre desconhecido, lembro o que escrevi para a ”REVISTA DOS MUNICÍPIOS do CEARÁ”, RMC (ABRIL de 1980), do sempre saudoso AMÉRICO BARREIRA, o MUNICIPALISTA modelo, sob o título: Abertura e Município num PAÍS ADJETIVO:

“Em nosso Brasil, muito querido, cantado e bem amado, as coisas continuam indo, para onde não se sabe, independentemente, ou apesar dos brasileiros.

...

Urge, pois, que se volvam as vistas para os governos locais; que se busque, de fato, criar condições para a fixação do homem à terra; que se cuide de pôr um freio no crescimento desordenado e quase incontrolável da megalópole, câncer sócio-político do século XX, fonte de insegurança, injustiça e sofrimento ...”

Ainda sobre esse ilustre desconhecido, assim lecionou o Velho Américo Barreira, em “Governar para as Peculiaridades”, seu derradeiro grande pronunciamento público, no Instituto Equatorial:

“A Constituição Brasileira de 1988 colocou o municipalismo, como vulgar-mente se diz, na ‘crista da onda’. O artigo 1º da nossa Constituição diz que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos estados, dos municípios e do distrito federal. (...) Agora damos um passo maior no municipalismo. As Constituições diziam que o município pode fazer tudo que seja do seu ‘natural interesse’. Mas que diabo é ‘natural interesse’ dos municípios? Cada um dizia que era uma coisa e ninguém chegava a coisa nenhuma. Agora se agregou uma nova expressão: é preciso governar para atender à ‘peculiaridade’ do município. Um homem conhece o que é seu município ou governa errado.”

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Se o município foi e ainda é “esse desconhecido”, por quase um século, permaneceu indefinida como o “sexo dos anjos“ a autonomia dos municípios em tudo quanto respeite ao seu peculiar interesse” (C.F.1891, art.68, C.F, EC. nº 1, de 27 de outubro de 1969, art.15, I ), o que perdurou como texto constitucional até 5 de outubro de 1988, com o advento da Carta Política da Gente do Brasil, a “Constituição Coragem” do saudoso Dr. Ulysses Guimarães, que dizer-se do conceito de municipalismo, seja enquanto ideia-força, seja enquanto movimento.

Com efeito, até hoje, se muitos ainda desconhecem o que é e deve ser o Município, não poucos têm confundido o municipalismo com mera ideologia, quando é e deve ser uma ideia-força, algo que se deve sentir e viver, outro tanto tem, indevida e despudoradamente, buscado transformá-lo, enquanto movimento, em sigla vazia de natimortos partidos “barriga de aluguel”.

Tudo, quando para conhecer e entender o município e o munici-palismo, sem o que não há falar-se em exercício da cidadania e patriotismo, não basta; é preciso viver o sentido da lição poética de Fernando Pessoa, em falando do “ rio que corre pela minha aldeia”:

“O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,

Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia

Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia”

Pelo que li, reli e entendi nas diversas leituras e releituras que tive o prazer e a honra de fazer deste “Manual do Desenvolvimento Social e Econômico do Município”, da primeira à sexta parte e Apêndices “A” e “B”, o autor, Prof. Pádua Ramos, sem abdicar de sua condição de economista de formação ‘benebeana’, ‘cepalina’, de festejado professor da UECE, titular da cadeira de Planejamento Social, homem público eminente, com bem-sucedidas incursões nos mais altos cargos públicos, na união federal (Ministério do Planejamento, IPEA, RJ), nos estados do Ceará e Piauí, tanto quanto de assessor e consultor de empresas e prefeituras municipais, ao escrevê-lo, talvez inconscientemente, o fez pensando, sentindo e navegando pelas águas do Parnaíba, o Velho Monge, o rio que corre pela sua aldeia, a Cidade de Parnaíba, formando um belíssimo delta, traje a rigor do seu casamento com as águas do Atlântico.

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Destarte, recomendo a todos que venham a ter o privilégio do acesso à leitura desta obra “de texto de não difícil entendimento”, permito-me ser repetitivo, seja pelo prazer da leitura, seja como consulta acadêmica, seja para aplicação em trabalhos visando ao ‘Desenvolvimento Integrado de Município’, que o façam vendo mais belo ‘o rio que corre pela sua aldeia’.

José Guedes de Campos Barros

Municipalista, Professor e Advogado

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O presente Manual cuida da face econômica do desenvolvimento e ao mesmo tempo da sua face social. A moeda do desen-

volvimento é a mesma. E é dotada dessas duas faces. Todavia, por ser a mesma, a moeda – única, monolítica, unitária – nem por isso a promoção só do desenvolvimento especificamente econômico conduz automaticamente ao desenvolvimento social. Da mesma forma a promoção só do desenvolvimento social não implica no desenvolvimento econômico. A experiência assim o ensina. E ensina também que quando as duas frentes – a econômica e a social – são trabalhadas, operadas, enfrentadas simultaneamente, aí sim, o ritmo do desenvolvimento social acelera-se; e, também, o ritmo do desenvolvimento econômico acelera-se.

De fato, investimentos só econômicos certamente encontram como resposta taxas elevadas do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Mas a paisagem humana marcada por déficits sociais – problemas ostensivamente visíveis nos campos da saúde, da educação, da moradia, do emprego, do sa-neamento e assim por diante – essa paisagem humana em geral permanece a mesma. Simetricamente, quando os investimentos contemplam unicamente os setores sociais, eis que a sustentação dessa política e sua continuidade no tempo correm perigo, por causa da carência de recursos que um sistema produtivo frágil, do qual não se cuidou, foi incapaz de gerar em montante suficiente, notadamente sob a forma de tributos.

Abordar o tema do desenvolvimento ora socialmente, ora economi-camente, atende à dupla conveniência de simplificação quiçá didática, mas também operacional.

O manual divide-se em cinco partes. Na Parte 1, trata-se de aspectos conceituais. O Município – esse desconhecido – tem-se constituído em objeto de vasta literatura, que todavia não lhe esgota a dissecação. Os exercícios que aqui se contêm visam a, quiçá, lançar novo olhar sobre o Município. Com ên-fase na consideração dos chamados “grupos naturais”. O raciocínio seguirá este caminho: → ● contemplação dos “grupos” como generalidade; → ● ob-servação menos genérica dos “grupos”, pinçando-se dentre eles os “grupos naturais”; e tendo presente sua natureza de, dito em linguagem figurada, → ●

INTRODUÇÃO

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“colete de proteção da Pessoa Humana”, tomando-se → ● o Município, em particular, como “grupo natural”.

A Parte 2 trata do lado social do desenvolvimento. Mas não es-quecendo, conforme já se ressalvou, o lado econômico do desenvolvimento. Esta Parte 2 oferece visão matricial denotativa de que: os itens infraestruturais e as metas são interdependentes; os itens infraestruturais são interdependen-tes entre si; metas também são interdependentes entre si.

A Parte 3 trata do lado econômico do desenvolvimento. Contém sugestões a respeito de como o Município poderá promover a produção de bens econômicos: mercadorias e serviços. Entende-se que à autonomia de direito, preconizada pela Constituição para o Município, nem sempre cor-responde sua autonomia de fato. Numerosos Municípios são dramaticamente dependentes das transferências da União. E é gritante a pobreza reinante. De outra parte, sabe-se que o desenvolvimento econômico municipal – dentro de contexto no qual também se dá o desenvolvimento social – leva ao bem estar da comunidade e, portanto daqueles que a compõem. Indo ao ponto: nesta Parte 3 se contemplará o desenvolvimento econômico em si, puxado pela ex-ploração de oportunidades de investimentos rentáveis, conforme abordagem que se fará em linhas gerais.

A Parte 4 contempla situações especiais do que aqui se conven-cionou chamar de municípios-tipo. São, esses, Municípios singulares, como ficará claro, providos de “uma perna só”, à maneira do “Sacy Pererê”, da lenda brasileira: no caso, sustentados por atividade econômica quase única.

A Parte 5 considera a questão dos recursos, subordinada ao para-doxo de que, por definição, são escassos sempre, mas sempre existem, para o financiamento da atividade produtiva.

A Parte 6 versa sobre a funcionalidade que se deve incutir na estrutura organizacional da Prefeitura, a fim de que a atividade de planejar nem se sobreponha às demais, nem se constitua em algo inócuo, que exista só para constar. Só para compor o equilíbrio simétrico do organograma. O equacionamento – proposto aqui –, como se verá, leva a repercussões funcionais outras (repercussões colaterais positivas) alheias ao planejamento em si, vindo a prover de eficiência o acompanhamento da execução das metas por parte da Chefia do Poder Executivo, para efeito da respectiva Avaliação; ademais, vindo a suprir de informações precisas – informações factuais – as comunicações sociais: informações do governo para o público.

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Foi feito meticuloso esforço no sentido de se proceder ao levanta-mento da legislação básica referente a programas de (a) apoio financeiro ou (b) concedente de subsídio socialmente compensatório da desigualdade de renda ou (c) disciplinadora do assunto de que se trate, no sentido de aplicação de pena, neste caso apontada para a postura republicana de cidadãos, empre-sas e instituições. A indicação de toda essa legislação está explícita em cada oportunidade em que cada tema é abordado, tanto sobre os assuntos sociais quanto sobre os assuntos econômicos.

A elaboração deste Manual teve-se de considerar circunstância sui generis. Conforme se verá, o método escolhido põe em evidência, na exposição das ideias, o cruzamento dos diferentes temas – cruzamento a que se é levado pela simples razão de que eles se cruzam na vida, tal como a vida é, porquanto não são isolados, antes pelo contrário: intercomunicam-se; interagem. Vê-se, como desdobramento, que algumas constatações são comuns a situações diferentes, numerosas. Assim, em cada situação diferente foi-se obrigado a repetir palavra a palavra a constatação comum, sob pena de aquele momento da exposição ficar mutilado.

Uma palavra final. O desenvolvimento de uma comunidade decorre menos da excelência de estudos técnicos, por mais bem elaborados que sejam. Os estudos técnicos são importantes. Mas o desenvolvimento depende mais da mística que deve reger as aspirações coletivas. Depende daquele sentimento exacerbado de engajamento em prol de um objetivo comum, a saber, o do desenvolvimento, avassalador da dimensão pequena, nas relações entre pessoas e grupos, de modo que assim pessoas e grupos rejeitem, nas suas relações, a dimensão pequena. Só dessa maneira o progresso acontece: eis que é construção de todos, não de alguns, movida por elevado ideal, inoculado de grandeza.

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1.1 - Grupos Naturais

O roteiro deste Manual passa pelo entendimento de grupo, ante-cedentemente ao entendimento de grupo natural, enquanto espécie de que aquele se constitui em gênero. Grupo: “Reunião de pessoas.” (FERREIRA, 1975, p. 704). “Conjunto de pessoas ou de objetos reunidos no mesmo lugar.” (KOOGAN; HOUAISS, 1993, p. 426). Estas vêm a ser primeiras conceitua-ções de grupo. De grupo, diga-se em linguagem coloquial, “nu e cru”.

Em grau de aproximação maior, pode-se enxergar no grupo o am-biente dentro do qual, e somente dentro do qual, o homem perfaz-se como Pes- soa Humana. Como Pessoa especificamente Humana. Como assinalou Freyre (1957, p. 146):

A natureza – a natureza original – limita, na pessoa, a qualidade e condiciona a ocorrência de contatos sociais de cada um, através do sexo, do temperamento, da constituição. Mas só através desses contatos a natureza humana se realiza. Sua realização é sua humanização. Compondo-se de seres que biologicamente se bastam, mas só bio-social, social e culturalmente se realizam, ou se humanizam, pela satisfação – impossível fora da vida em grupo – daqueles desejos sociais (de socialidade) e sociáveis (de sociabilidade), de que todo organismo humano é dotado da capacidade, é dentro da cultura, da organização social, da vida em grupo que o animal ou o indivíduo biológico se completa em pessoa ou se alonga em personalidade.

Em grau de aproximação ainda maior, e passando-se a enxergar o grupo, isto é, sua presença no dia a dia do indivíduo, tem-se que: “[...] (O homem) Associa-se aos demais homens na sociedade para obterem as coisas necessárias ao desenvolvimento humano a que nem ele sozinho nem a família podem prover.” (SHEEN, 1962, p. 135).

O Município, esse desconhecido: novo olhar conceitual

PARTE 1

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Que “coisas necessárias” são essas? Mais direitos? Mais e melhores serviços? Por exemplo: mais segurança? Mais saúde? Etc.? Mais qualifica-damente ainda, poder-se-á ver que enfim não há grupo, no singular, porém grupos, no plural, distintos, uns dos outros, em razão da vocação funcional de cada qual, frente às naturezas das demandas; ou das ameaças. Conforme está dito:

[...] Cada grupo tem um encargo social. Cada grupo tem uma função especial a exercer dentro do todo, porque se formou para realizar uma determinada idéia e atingir um determinado objetivo. Cada grupo tem sua vida e sua intimidade, seus anseios e seus problemas. E cada grupo tem seu próprio sistema de convivência e seu próprio governo. (TELLES JUNIOR, 1965, p. 32).

Notar, pois, esta antecipação: os grupos, no caso, os “grupos natu-rais”, podem ser tomados, segundo linguagem figurada, como “coletes de proteção” da Pessoa Humana. É possível que o Quadro 1 sintetize essa abor-dagem conceitual; e mais: que elucide eventual dificuldade de compreensão.

AMEAÇAS CONTRA A PESSOA HUMANA, EXEMPLOS DE

GRUPOS NATURAIS PROTETORES DA PESSOA HU-

MANA, EXEMPLOS DE

1. Degradação dos costumes, dos valores, da sociedade

1. Família. Igreja

2. Carências de educação pré-escolar. De ensino fundamental. De unidades de saúde. De telefonia. De transportes cole-tivos. De saneamento. De estradas vici-nais. Riscos de deslizamento de encostas

2. Município

3. Corrosão inflacionária dos salários 3. Sindicato

4. Discriminação contra a mulher 4. Liga de defesa da mulher

Quadro 1 - Exemplos de Grupos Naturais como “Coletes de Proteção”Fonte: Elaboração Própria do Autor.

O Pe. Fernando Bastos de Ávila, S.J., põe em relevo certamente a mais importante função dos “grupos sociais” – a defesa da democracia – ao comentar a liquidação do Antigo Regime pela Revolução Francesa:

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Só quando o peso das estruturas estatais ameaçou esmagar os indivíduos foi que se verificou que um valor inestimável havia sido destruído, representado pela trama envolvente de instituições que, na tradição do pensamento social cristão, se chamam grupos intermediários. (ÁVILA, 1978, p. 178).

Em nota de rodapé aquele sociólogo remete o leitor a encíclicas papais: O tema fundamental da encíclica de Pio XI, Quadragesimo Anno, 1931, que reaparece na Mater et Magistra de João XXIII, 1961, foi precisamente o de alertar para a necessidade de robustecer os grupos intermediários, numa base associativa, como força moderadora entre o Estado moderno e a pessoa humana. (ÁVILA, 1978, p. 178).

(Observação: as expressões “grupos naturais”, “grupos sociais”, “grupos de trabalho”, “unidades industriais”, “grupos profissionais”, “gru-pos humanos” e “grupos intermediários” estão sendo utilizados neste Manual como equivalentes).

1.2 - O Município como Grupo Natural

Alguns tratadistas viram no Município (e no Sindicato) “grupos naturais”. Eis alguns exemplos:

[...] os homens vivem num determinado local, com suas Famílias e Grupos de Trabalho, e suas propriedades, reunião que cria uma nova espécie de interesse comum: o do bem-estar dos que habitam aquele determinado trecho geográfico. Nasce daí o Município, e este deve ser autônomo em tudo quanto respeite aos seus peculiares interesses; pois se algum poder estranho os contraria, trará, como consequência a abolição, ou mutilação da liberdade das pessoas, das famílias e dos grupos de traba-lho. (SALGADO, 1955, p. 247).

O corpo origina-se de células individuais e forma órgãos, por exemplo, o coração, os pulmões, que medeiam entre essas células e a cabeça. Nosso país (a referência é aos Estados Unidos) desenvolveu-se numa rede análoga de relações, associações e comunidades. Nelas reside sua verdadeira riqueza. Por que não reconhecer essas unidades industriais, constituídas por empregadores e empregados de uma mesma profissão ou atividade. (SHEEN, 1957, p. 119).

“Assim como homens, vivendo na vizinhança uns dos outros, natu-ralmente se agregam em Municipalidades, também aqueles que exercem a mesma atividade, a mesma profissão, deveriam formar grupos profissionais.” (SHEEN, 1957, p. 119).

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[...] quando um grupo de pessoas se estabelece, o elemento espacial participa da relação social, e os agrupamentos locais tornam-se mais importantes do que a relação consangüínea. Nessas circunstâncias, as pessoas que vivem na mesma aldeia formam uma comunidade local. (MANNHEIM, 1962, p. 177).

Eis por fim excerto do que escreveu Goffredo Telles Junior:[...] o povo de cada Município constitui uma comunidade ou um organismo social. É um povo mais feito de grupos humanos do que indivíduos humanos. É um povo vivendo dentro de suas famílias, suas escolas, suas universidades, suas associações de cultura, seus clubes de esporte, seus grêmios de recreação, suas associações profissionais, seus órgãos de classe, suas sociedades agrícolas, industriais e mercantis, suas instituições de caridade, suas ordens, suas confrarias, suas congregações, suas igrejas. (TELLES JUNIOR, 1965, p. 32).

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2.1 - O Desafio Municipal

São inumeráveis os problemas oferecidos à solução por parte do Município. O tamanho do desafio e sua complexidade podem ser entrevistos na lista que se segue, elaborada com base em lista preexistente em publica-ção do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) – problemas inumeráveis passíveis de enfrentamento, por vezes, em cooperação com o Estado, com a União e com a esfera privada:

• transportes coletivos, com destaque para a quantidade mínima de veículos que confira aos usuários pontualidade e espaço civilizado, como no caso os trabalhadores em geral. E com destaque ainda para o apoio ao ensino aos habitantes das zonas rurais. São igualmente relevantes a segurança e a qualidade dos transportes coletivos;

• mercados funcionais e higiênicos;

• matadouros cujos procedimentos sejam alheios às práticas perversas de abate de animais,

• feiras livres, quanto às regras de mercado, mas disciplinadas quanto ao respeito ao urbanismo e ao atendimento racional aos demandantes;

• cemitérios subordinados a manutenção condigna, onde se vele a memória dos antepassados;

• serviços funerários adequados frente à dignidade da pessoa humana;

• água potável e esgotamento sanitário. De modo correlato, limpeza pública;

• iluminação dos espaços públicos, a qual, conquanto se explique por si mesma, ainda se constitua em fator de segurança;

• habitação popular dotada de espaço mínimo coerente com as necessidades especificamente humanas;

Abordagem socialdo desenvolvimento

PARTE 2

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• preservação de encostas, tal como, por exemplo, já o faz há anos o Município de Gramado, na Serra Gaúcha, assim prevenindo tragédias que tanto vêm traumatizando populações vitimadas. Prevenção contra a erosão do solo;

• preservação dos cursos de água;

• preservação da fauna e da flora;

• guarda municipal;

• educação pré-escolar;

• ensino fundamental, devendo o corpo docente evoluir para os graus de mestrado e doutorado;

• saúde pública mais que só nominal: efetiva;

• preservação da cultura autóctone. Promoção da cultura, em geral;

• promoção do desporte e da recreação;

• preservação do patrimônio histórico, artístico, turístico e paisagístico, até como apoio à autoestima. E como reforço ao sentimento dessa espécie de “eu coletivo municipal”, cujas características singulares deitam raízes nos fatos pretéritos e na tradição;

• arborização, atentando-se para as vocações pedológico-edafológicas do Município, conjugadamente com os aspectos ornamentais das espécies a serem eleitas, ou simplesmente preservadas;

• assistência social, com ênfase no combate às drogas;

• promoção do urbanismo. Zoneamento inteligente dos espaços municipais. E respeitante: do meio ambiente, mas sem esquecer o homem como razão de ser; e da preservação do entorno rural. Abertura, pavimentação e manutenção de ruas e estradas vicinais harmônicas com esses princípios;

• construção e manutenção de parques, praças, jardins, edifícios públicos, de modo obediente aos princípios do urbanismo;

• defesa civil (incluindo combate a incêndio e prevenção de acidentes);

• ordenamento do território (uso, parcelamento e ocupação do solo; fiscalização de obras), de modo obediente aos princípios do urbanismo;

• sinalização de vias públicas (incluindo sistema de mão e contramão, estacionamentos, horários para carga e descarga);

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• localizações de estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços, segundo as regras antes mencionadas, quando se tratou do urbanismo;

• fomento às atividades produtivas. (RESTON, 2004, p. 24).

O enfrentamento do desafio municipal custa dinheiro, o qual pro-cede principalmente dos tributos, por sua vez gerados pelo sistema produtivo, apoiado pelo sistema social, segundo interação em mão dupla.

2.2 - Plano de Metas Hipotético: Senso de Prioridades

Considere-se o plano de metas hipotético que se segue, na verdade não tão hipotético assim, dada a relevância – e a frequência – das metas elei-tas. Elas são invocadas recorrentemente nos dias que passam. Esse plano de metas deverá ser elaborado a partir de um quadro de referências, como o apresentado no Quadro 2. Agora, atenção. Recursos públicos são escas-sos, por definição. Mesmo em países do chamado primeiro mundo. Assim, plano de metas realista é aquele que elege metas prioritárias, nunca aquele que contempla metas numerosas, por isso inexequíveis. As metas a serem escolhidas devem ser as que dizem respeito às maiores carências, mas tam-bém às que, uma vez resolvidas, valem como desatamento de nós para que outras venham a ocorrer, sendo lógico, pois, antecederem a estas.

Ao apresentar-se a matriz que se segue, como guia para a elabora-ção de plano de metas, – fica-se alheio ao tamanho do Município, se peque-no, médio, grande. Contemplam-se “situações”. Por exemplo, recomenda-se, quanto à administração da Saúde, que o Município se instrumente de he-licóptero e consequentemente de heliporto, quando a situação se caracteriza por trânsito denso, impeditivo da assistência médica tempestiva. Logo se vê que a situação é típica de espaço metropolitano.

Exemplo diverso: quando se sugere a expansão das Comunicações, com suporte no Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunica-ções (Fust), para atendimento a comunidade com menos de 100 habitantes, obviamente logo se vê que a situação é típica daquelas paragens ignotas perdidas nos espaços continentais do País.

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Entendendo a matriz:

Na 1ª linha, da esquerda para a direita, mencionam-se as metas a serem buscadas. No caso, hipoteticamente: Educação, 1; Saúde, 2; Emprego, 3; Habitação, 4; Saneamento e Meio Ambiente, 5; e Segurança, 6.

Na 1ª coluna, de cima para baixo, o aparato de apoio:

Infraestrutura econômica {a}: Energia {a.a}; Transportes {a.b}; Comunicações {a.c}.

Infraestrutura social {b}: Educação {b.a}; Saúde {b.b}; Habitação {b.c}; Saneamento e Meio Ambiente {b.d}; e Incentivos e desestímulos insti-tucionais: tributos {c}.

Nos espaços dos cruzamentos entre linhas e colunas, há igualmente o cruzamento de temas. Por exemplo, tome-se aleatoriamente: {3.a.b}. Segue-se que se examinará a interação entre, de um lado, Transportes (linha) enquanto aparato de apoio e, de outro, Emprego (coluna) enquanto meta. Há ainda cruzamentos entre o aparato de apoio cujo tema coincide com o da meta, tal a integração rica entre o amparo, enquanto apoio, e a meta em si, enquanto fim: Educação e Educação {1.b.a}, Saúde e Saúde {2.b.b}, Habitação e Habitação {4.b.c} e Saneamento e Meio Ambiente e Saneamento e Meio Ambiente {5.b.d}. De fato, veja-se este esforço de elucidação: a mesma Educação que, enquanto meio, apoia a Saúde, enquanto fim, é a mesma que, do mesmo modo, presta apoio a si mesma. De fato, se a meta consiste em alfabetizar x crianças, o apoio expressa-se na construção de y salas de aulas.

Trata-se, esse Quadro 2, de esforço por apresentar visão impres-sionista do conjunto: conjunto de temas e subtemas pelos quais passa o de-senvolvimento social e econômico de uma comunidade; e da interação: riquís-sima interação entre os temas e os subtemas. Na verdade, mais que interação, o que há é também interdependência. O que não deve levar o planejador a ceder à eventual tentação de atacar simultaneamente todos os problemas, ca-bendo-lhe, antes, eleger prioridades: obstáculos estrategicamente escolhidos, superados os quais o sistema passa a operar em “círculo virtuoso”.

Tomando-se como guia a matriz constante do Quadro 2, faz-se le-vantamento tentativamente abrangente dos temas e subtemas pertinentes às situações postas. É um rol. É uma lista. Embora haja por vezes frases discur-sivas. Esse levantamento temático se constituirá, deseja-se, em roteiro para o planejamento do desenvolvimento, na sua dupla dimensão: social e econômi-

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ca. Não se tem a pretensão de que esteja completo. Enquanto “obra aberta”, há de valer como provocação, a quem interessar possa, para a elaboração de roteiro quiçá mais completo.

2.2.1 - Educação

O consenso converge para a conclusão de que não pode haver de-senvolvimento sem Educação.

{1.a.a}. Energia e Educação. A energia (permita-se a força de ex-pressão) como infraestrutura das demais formas de infraestrutura. Devendo estar presente em plenitude ao território do Município, incluindo, pois, os mais remotos pontos do espaço municipal. Assistindo unidades de ensino de todos os níveis. Bibliotecas. Lan houses. Cibercafés. Quadras de esporte. Etc. Na zona urbana. Na zona rural. Notar destacadamente o “Programa Nacio-nal de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica” – (“Luz para Todos”) –, o qual visa a atender a totalidade da população do meio rural: seus domicílios e seus estabelecimentos; recursos subvencionados. Ver: Decreto no 4.873, de 11.11.2003 (BRASIL. DECRETO No 4.873, 2012); e Decreto no 6.442, de 25.04.2008 (BRASIL. DECRETO No 6.442, 2012).

{1.a.b}. Transportes e Educação. Transporte coletivo em geral. Transporte escolar governamental na zona urbana, beneficiando a população de baixa renda através de subsídio. E transporte privado, supervisionado pelo Município. Transporte escolar principalmente na zona rural, sem falta, onde a população é rarefeita, não existe transporte coletivo frequente. Atentar para a necessidade, quanto a Município menor, onde não se conta com a presença de faculdade, de disponibilidade de transporte coletivo ligando este ao Município mais próximo, onde haja ensino superior, de modo a assegurar a ida e a volta num mesmo dia, e em horário adequado, o que sempre é possível, quando o assunto é examinado com vontade política e com inteligência. Qualidade do transporte, com destaque para a segurança.

Atenção especial deve ser dirigida às pessoas portadoras de deficiên-cias: deficiências permanentes ou temporárias. Às quais deve ser assegurada, de modo compensatoriamente diferenciado, a fruição de direitos iguais. Esta se constitui em aspiração consoante a consciência coletiva dos povos, sensi-bilizada pelo reconhecimento dos direitos naturais. Eis que, a esse propósito, pode ser invocada a Declaração da Organização das Nações Unidas, aprovada

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por sessão plenária de sua Assembleia Geral, em 6 de dezembro de 1948. Pode-se pinçar, entre outros, os seguintes dispositivos, por pertinentes: Arti-go 13.1: “Todos têm o direito de mover-se livremente e de eleger sua residên-cia dentro dos limites de cada Estado.” l Artigo 23.1: “Todos têm direito ao trabalho, à livre escolha de seu trabalho, a condições equitativas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.” l Artigo 27.1: “Todos têm o direito de participar livremente na vida cultural da comunidade, de gozar das artes e de desfrutar os benefícios que resultam do progresso científico.” (SALGADO, 1955, p. 401).

Quando das considerações que se seguem, tomou-se como subsídio texto preparado pelo arquiteto urbanista Ricardo Moraes (coordenador do Projeto Município e Acessibilidade da Área de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (DUMA/IBAM). (MORAES, 2004).

As deficiências que afetam as pessoas podem ser, como se sabe, sensoriais (visão, audição), da fala, mental, paralisia cerebral, motora, múltipla; há ainda as pessoas portadoras de características específicas: crianças, idosos, gestantes e outras. Segundo o mencionado Ricardo Moraes,

[...] o número de pessoas com deficiência, em nosso país, está diretamente associado a fatores como: acidentes automobilísticos; ausência de cuidados na prevenção de acidentes diversos; violência; erros médicos ou utilização de medicamentos com efeitos colaterais desencadeadores de deficiências; falta de acompanhamento da parturiente e da criança; fatos congênitos e, até mesmo, a desinformação e a ignorância. (MORAES, 2004, p. 5).

O direito brasileiro, a partir da Constituição, exprime nossa postura de respeito aos direitos das pessoas portadoras de deficiências, senão vejamos. Cabe invocar, entre outros, os seguintes dispositivos constitucionais: Art. 7º, XXXI, antidiscriminatório quanto a salários e critérios de admissão (BRASIL, 2012); Art. 23, II, que confere competência solidária entre União, Estados e Municípios quanto à “saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência” (BRASIL, 2012); Art. 37, VIII, que reserva percentual dos cargos e empregos públicos a essas pessoas (BRASIL, 2012); Art. 203, IV: diz de suas “habilitação e reabilitação” e de “sua integração à vida comunitária” (BRASIL, 2012); Art. 203, V: apoio financeiro da natureza de subsídio “à pessoa portadora de deficiência e ao idoso” incontornavel-mente carentes (BRASIL, 2012); Art. 208, III, referente ao “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente

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na rede regular de ensino” (BRASIL, 2012); Art. 227, §1º, II, torna explícita a corresponsabilidade da família, da sociedade e do Estado voltada para a

criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos. (BRASIL, 2012).

Art. 227, §2º, segundo o qual: “A lei disporá sobre normas de cons-trução dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência”. (BRASIL, 2012). O Art. 244 completa o dispositivo anterior ao estender seu alcance aos logradouros, edifícios de uso público e aos veículos de transporte coletivo já existentes. (BRASIL, 2012).

No referente à disciplina infraconstitucional, destaque-se a Lei n.o 10.048, de 08.11.2000, por sua abrangência: eis que trata de (a) educação, (b) saúde, (c) emprego, (d) ação no campo pedagógico, (e) ação no campo da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico, (f) das especificações, no que couber, das edificações, – tudo em favor de (i) portadores de deficiência, (ii) idosos, (iii) gestantes, (iv) lactantes e (v) pessoas acompanhadas por crianças de colo. (BRASIL. LEI N.o 10.048, 2012). Outros diplomas legais correlatos consolidam o contexto institucional em favor de tratamento compensatoria-mente diferenciado a pessoas nas situações mencionadas: Leis n.os 7.405, de 12.11.1985; e 7.853, de 24.10.1989; Decreto n.o 3.298, de 20.12.1999; Lei n.o 10.098, 19.12.2000. (BRASIL. LEI N° 7.405, 2012; BRASIL. LEI N° 7.853, 2012; BRASIL. DECRETO N° 3.298; BRASIL. LEI N.o 10.098, 2012).

Atentar ainda para: Portaria n.o 1.884, de 11.11.1994, do Ministério da Saúde; normas do Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR); Resolução n.o 002878, de 26.07.2001, do Banco Central; e normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). (BRASIL. PORTARIA Nº 1.884, 2012; BRASIL. RESOLUÇÃO N.o 002878, 2012).

{1.a.c}. Comunicações e Educação. Comunicações, tal como a Energia, presentes em plenitude ao território do Município, incluindo, pois, os mais remotos pontos do espaço municipal. Inclusive como meio de propa-gação da Educação a Distância, combinada em proporção didaticamente ótima com momentos de Educação presenciais indispensáveis. O Brasil está instrumentalizado de meio institucional para fazer chegarem as comunicações

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nos locais mais distantes e... pobres. Educação, apoiada pelas Comunicações, entendida segundo conceito elástico: Educação transcendente dos limites da sala de aula. Enriquecida pelas comunicações locais, nacionais, globais. Co-municações como telefonia fixa e telefonia móvel. Como rádio. Como sinal de TV. Como a Educação através da Internet. Como jornal. Como cinema. Como teatro. Como artes em geral. Portanto, empenhar-se, se for o caso, para que o Município se faça assistir por todos os meios de comunicações. Certamente o Prefeito sabe como proceder, podendo, se for o caso, conceder incentivo fiscal.

{1.b.a}. Educação e Educação. Notar o dever, não a faculdade, do Município, nos termos da Constituição do Brasil:

“Art. 30. Compete aos Municípios:”

[...]

“VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental.” (BRA-SIL. CONSTITUIÇÃO, 2012).

Educação: meta relevante para o Brasil, para todos os Estados, para todos os Municípios. No caso de Município: quanto ao universo das crianças na idade da educação pré-escolar, a meta é: todas devem receber educação pré-escolar. Quanto ao universo das crianças em idade de receber o ensino fundamental, a meta, evidentemente, é também: todas devem receber o ensi-no fundamental. Por isso, num caso e no outro, levantar qual o déficit no aten-dimento e enfrentar o problema. Essa postura afirmativa leva ao balanço dos meios disponíveis: recursos humanos, salas de aula, instalações, equipamentos e material pedagógico. A relevância da qualidade dos recursos humanos. Está na hora de só assumirem funções de coordenação e orientação pedagógicas professores com formação ao nível, no mínimo, de mestrado. Onde tais fun-ções não existirem, devem ser criadas.

Atentar para as peculiaridades do ensino na zona rural, o qual deve estender sua cobertura aos mais remotos pontos do espaço municipal. Há o princípio de que menores não devem trabalhar. No caso daqueles da zona ru-ral, valeria à pena examinar quão educativa poderia ser a presença de crianças no campo, em comunhão com a natureza, auxiliando os pais no amanho da terra e no apascentar os animais. Tudo sob orientação pedagógica emanada da escola.

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Sublinhar a concepção de Educação como transcendente dos limi-tes da sala de aula; ou dos limites do lar. Educação ligada ao civismo. Educação como cidadania em duas mãos: do cidadão, individualmente considerado, para com os demais cidadãos, também individualmente considerados; como ainda nas relações entre grupos. E mais: na política. No trânsito. Nos espaços públicos. No cumprimento de obrigações tributárias; e assim por diante.

Onde necessário: ensino a distância. O Brasil já reúne experiência exitosa nesse tocante.

Conjugadamente com a abordagem, por assim dizer, quantitativa, cabe atentar para os aspectos qualitativos. Por exemplo, área da sala de aula, nú-mero de alunos por sala, iluminação, aeração, circulação, espaços para a ad-ministração etc. E mais: salas de aula dotadas de computadores destinados ao adestramento dos estudantes no domínio da Informática, laboratórios para o ensino de ciências e de línguas, equipamentos de natureza pedagógica (como recursos visuais e outros), bibliotecas, quadras de esportes, salas de projeção e auditórios com finalidade pedagógica. Etc.

Por último, na ordem de citação, não na de importância: valorizar, já desde a competência municipal, a ciência e a tecnologia, quer quanto aos (a) métodos e recursos técnicos utilizados na transmissão do saber, quer quanto à (b) atualidade avançada do conteúdo do ensino. Trata-se de exigência im-periosa, indispensável, prioritária, para manter o Município inserto na civili-zação globalizada. Os programas curriculares – se na prática submetem-se operacionalmente a calendário finito – como conceito hão de exprimir-se como processo, por isso libertos da finitude do que um dia se completa, eis que se alongam como se (conceitualmente) não se concluíssem nunca. Cabe ao Município mapear a identificação de centros de excelência, que existem, onde possam encontrar apoio.

{1.b.b}. Saúde e Educação. Essas irmãs gêmeas... A Saúde e a Educação, atividades que se complementam na formação da Pessoa Humana: aquela atuando sobre o corpo; e esta, sobre a mente, – daí surgindo o equilí-brio psicossomático. Em termos operacionais, e a título de exemplo, para o que vem ao caso, a vacinação previne epidemias e endemias responsáveis pela interrupção da frequência escolar. O ensino público e o ensino em geral, fazendo convergirem para o mesmo espaço e portanto para a convivência estreita numerosos estudantes, cria pré-condições para a disseminação de pa-

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tologias. Daí a necessidade do apoio preventivo da Saúde no referente a pro-cedimentos preventivos.

{1.b.c}. Habitação e Educação. Vai-se vendo que Educação mexe com muita coisa. Por exemplo, segundo o ponto de observação que aqui se coloca, veja-se o tema do Plano Diretor e, quanto a ele, o zoneamento do Município. Os serviços públicos e, logo, o da Educação (no caso, pré-escolar e fundamental) deve estar próximo do local onde as pessoas moram: ou por causa da descentralização espacial das unidades escolares, ou em virtude de as habitações, com destaque para os conjuntos, se implantarem próximas de unidades escolares preexistentes. Como quer que seja, o zoneamento há de ser concebido de modo a neutralizar a manutenção de terrenos como espaços ociosos, assim mantidos como forma especulativa de reserva de valor. Sobre as ações neutralizantes da especulação, se voltará ao assunto explicitamente quando se retornar ao tema da Habitação e Habitação {4.b.c}.

{1.b.d}. Saneamento, Meio Ambiente e Educação. Eis o óbvio: o esgotamento sanitário, a água potável e a manutenção do meio ambiente em estado de salubridade – contribuições decisivas para que as crianças sejam saudáveis. Para que consequentemente frequentem normalmente as escolas. Para que não sejam vítimas de viroses e de epidemias em geral. Eis a intera-ção (virtuosa): enquanto o saneamento e o meio ambiente salubre concorrem para que as aulas sejam ministradas dentro do calendário, de outra parte, a própria Educação deve constituir-se em fator para que as crianças assumam postura civilizada sobre como desfazer-se corretamente do lixo e de como ficar em paz com a natureza. Interação positiva. A Educação é rica de pos-sibilidades de interação com todos os capítulos do desenvolvimento. A pro-moção do saneamento básico requer somas vultosas de dinheiro. Por isso, conforme se verá quando se enfocar o tema como meta, os Municípios, quase todos ou todos, terão de contar com recursos exógenos em relação às suas próprias finanças.

{1.c}. Incentivos Institucionais e Educação. Atração da inicia-tiva particular para o exercício das atividades educacionais. O papel de incen-tivos fiscais, quando for o caso, como fator de indução dos empreendedores particulares, como forma paralela e simultânea de atendimento ao público, no caso, ao público com capacidade de pagar. Empenhar-se por que o Município conte com todos os meios de comunicações possíveis, se necessário, como mencionado antes, concedendo incentivos fiscais.

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Atentar para os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvi-mento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). (BRASIL. EMENDA CONSTITUCIONAL NO 53, 2012). No momento em que o presente Manual está sendo elaborado, o Governo Federal anuncia para breve (sem detalhes) o Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica, não sendo possível neste momento saber até que ponto esse programa possa interagir com o ensino fundamental.

A obrigatoriedade de aplicação mínima de recursos na Educação. (V. parte referente à Auditoria).

Pugnar, se cabível, pela aplicação de recursos do Fundo de Univer-salização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), criado pela Lei n.o 9.998, de 17.08.2000, fundo esse destinado a financiar a superação das desigualdades regionais, com ênfase para o atendimento de comunidades de baixo poder aqui-sitivo, podendo fazer a cobertura de localidades com menos de 100 habitantes, isto mesmo. Além disso, tirar partido do Plano Nacional de Banda Larga, que objetiva a inclusão digital dos estudantes. (BRASIL. LEI N° 9.998, 2012).

As situações destas pessoas: (i) portadoras de deficiência, (ii) idosos, (iii) gestantes, (iv) lactantes e (v) pessoas acompanhadas por crianças de colo. Desenvolvimento especificamente social e econômico só o é se tiver caráter inclusivo: eis que a Mãe Terra é de todos, não de apenas alguns, nem mesmo das maiorias. É indispensável reportar-se ao que se contém em {1.a.b}.

2.2.2 - Saúde

Há também o consenso de que Educação e Saúde devem andar jun-tas – Educação como saúde da mente; Saúde como educação do corpo.

{2.a.a}. Energia e Saúde. Recordar: energia, infraestrutura da in-fraestrutura. Assistindo todas as unidades de saúde. Sem apagões. Portanto com sistemas emergenciais alternativos, como, por exemplo, preexistência de geradores próprios garantidores da autossuficiência, em situações de emergên-cia. Energia sempre. Balanço da situação, deste ponto de vista, quanto à dis-ponibilidade de energia e de sua qualidade. Enfrentamento do problema.

{2.a.b}. Transportes e Saúde. No local próprio, ver-se-á que as unidades de saúde devem sujeitar-se a uma hierarquia específica, que vai, pro-gressivamente, daquelas mais simples até às mais crescentemente dotadas de

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meios humanos e materiais mais sofisticados. Portanto, distribuição das uni-dades de saúde no espaço. Necessidade de acesso livre às unidades de saúde, notadamente por parte de rurícolas que devam deslocar-se do campo, onde não existam condições de atendimento quanto ao caso de que se trate, para a cidade. E mesmo dentro da própria cidade, do simples posto de saúde para unidade de saúde de complexidade mais graduada. Avaliar a necessidade de contar-se com helicóptero de plantão, ali onde haja densidade urbana im-peditiva do fluxo normal de veículos, inclusive de ambulância e de carro de bombeiro, para o pronto atendimento de pacientes carentes de assistência emergencial. Coerentemente, dotar de heliportos edificações adequadas a esse tipo de atendimento.

As situações destas pessoas: (i) portadoras de deficiência, (ii) idosos, (iii) gestantes, (iv) lactantes e (v) pessoas acompanhadas por crianças de colo. Desenvolvimento especificamente social e econômico só o é se tiver caráter inclusivo: eis que a Mãe Terra é de todos, não de apenas alguns, nem mesmo das maiorias. É indispensável reportar-se ao que se contém em {1.a.b}.

{2.a.c}. Comunicações e Saúde. Prover as unidades de saúde de sistemas excelentes de comunicações, com base na telefonia convencional, mas também na telefonia sem fio e na Informática em geral. Promoção da cidadania, mediante sistema excelente de atendimento racional ao público: marcação eletrônica e imediata de consultas; superação de filas; atendimento emergencial tempestivo, baseado na excelência das comunicações conjuga-damente, quando cabível, com a excelência dos transportes, anteriormente examinado. Ver quanto ao que vier ao caso o item {1.a.c}. Propugnar pela universalização das comunicações.

{2.b.a}. Educação e Saúde. De novo, essas irmãs gêmeas... A edu-cação como fator, o mais relevante para a: (a) a superação de vícios, como o tabagismo e o alcoolismo; (b) a reciclagem de costumes alheios à preservação da saúde, como a ingestão habitual de certos alimentos e como o sedentaris-mo; (c) a higienização e a aeração de ambientes; (d) a iluminação; (e) a preser-vação do meio ambiente; (f) a adoção da vacinação em massa, – enfim para o esclarecimento da comunidade e sua conscientização sobre como indivíduos e grupos de indivíduos passem a viver existência saudável. No lar, na escola, no trabalho, no lazer. Tomar este levantamento como primeira provocação para o agendamento de metas educacionais a serviço da – e convergentes para – a meta substantiva da Saúde.

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{2.b.b}. Saúde e Saúde. Conforme mencionado anteriormente {2.a.b}: as unidades de saúde sujeitas a uma hierarquia específica, que vai, progressivamente, daquelas mais simples até às mais crescentemente dotadas de meios humanos e materiais mais sofisticados, a saber:

a) posto de saúde;

b) centro de saúde;

c) ambulatório geral;

d) ambulatório de especialidades;

e) unidade mista;

f) hospital local;

g) hospital regional;

h) hospital de base.

A Portaria n.o 1.884, de 11.11.1994, define normas para a aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde a cargo de esta-dos e municípios.

Esse complexo arranjo de unidades de saúde, presidido por rela-cionamento em cadeia. Transcendendo a competência municipal, por vezes a estadual e, quase sempre, inserto nas cogitações das três esferas, portanto incluindo a federal. O pressuposto é o da complementação crescente ou mesmo o da superação da unidade menos complexa pela mais complexa. Cabendo guardarem entre si distâncias estratégicas, conforme parâmetros tecnicamente definidos. Dado da maior relevância: o tempo máximo em que se torna viável trasladar o enfermo de onde se encontra para uma unidade de saúde; ou de uma unidade para outra unidade.

A hierarquia espacial: roteiro para a triagem dos pacientes, con-forme o caso de cada qual. Inexistência desse complexo arranjo de unidades de saúde, presidido por relacionamento em cadeia: contribuição para a con-fluência irracional de uma quantidade numerosa de casos para hospital de cidade maior, geralmente a Capital, levando ao problema da superlotação.

Os aspectos só quantitativos devem conjugar-se com os qualitativos. É o caso dos coeficientes técnicos. Por exemplo: m2 de construção / cama; leito / habitantes; médico / habitantes; médicos / enfermeiros; leitos / en-fermaria. Etc.

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As situações destas pessoas: (i) portadoras de deficiência, (ii) idosos, (iii) gestantes, (iv) lactantes e (v) pessoas acompanhadas por crianças de colo. Desenvolvimento especificamente social e econômico só o é se tiver caráter inclusivo: eis que a Mãe Terra é de todos, não de apenas alguns, nem mesmo das maiorias. É indispensável reportar-se ao que se contém em {1.a.b}.

{2.b.c}. Habitação e Saúde. A óbvia a contribuição da habita-ção adequada, para a saúde do cidadão. Mas, adversamente, a existência de pressão – expressa pelas regras do jogo bruto do mercado – na concepção arquitetônica das unidades habitacionais. Se o poder público for fraco, as uni-dades habitacionais não serão dotadas do espaço mínimo necessário, estarão desprovidas de aeração, de luz e de salubridade em geral. Passam a ser am-bientes mais para promíscuos que para humanos. O imperativo ético que deve presidir os programas habitacionais, principalmente os voltados para as populações de baixa renda, que são as maiores vítimas.

{2.b.d}. Saneamento e Meio Ambiente e Saúde. O saneamento como defesa da saúde humana e animal em geral.

Combate ao desmatamento. Preservação de encostas. Preservação de matas ciliares, de mananciais, de ocorrências hídricas naturais ou não. Temas, estes, que poderão ser, conforme o caso, assuntos de outras instâncias que não a do Município. O que não lhe impede de adotar postura proativa. Avaliar a viabilidade da criação de corpo de guardas florestais.

Apoio básico às comunidades: água tratada e esgotamento sanitário. A abrangência do tema: sua extensão à coleta, ao transporte e ao tratamen-to do lixo; à administração de águas residuárias; ao combate à poluição das águas, do ar e do solo; ao controle de moscas, mosquitos, baratas e outros an-trópodes nocivos, bem como de certos roedores, como rato; ao saneamento de alimentos; à vigilância sanitária de prestadores de serviços públicos, como cafeterias, lanchonetes, bares, restaurantes, hotéis; ao saneamento dos meios de transportes, de locais de reuniões e de recreação, de locais de trabalho, de escolas, de habitações. Etc.

Os elevados custos da implantação dos serviços de água tratada e de esgotamento sanitário. O apoio de financiamento de instâncias superiores do poder com recursos orçamentários ou de outra origem. O apoio de linhas adequadas de financiamento de longo prazo (empréstimos), de origem interna ou não, na primeira hipótese sendo o caso de lembrar a CAIXA; e,

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na segunda hipótese, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD).

O caso, em particular, da zona rural:

a) tirar partido das (a.a) águas pluviais e (a.b) águas subterrâneas. (Águas de rios, lagoas, açudes são mais exigentes quanto a mantê-las dotadas de potabilidade);

b) ter presente que há técnicas (não onerosas, disponibilizadas por órgãos públicos competentes) para desinfecção da água;

c) notar – quanto ao esgotamento sanitário na zona rural, mas também em área urbana não coberta pelo sistema convencional – soluções aplicáveis, mudando o que deva ser mudado, caso a caso – sistema estático ou sem transporte hídrico: (c.a) privada com fossa seca ou higiênica; (c.b) privada com fossa tubular; (c.c) privada com fossa estanque; (c.d) privada com fossa de fermentação; (c.e) fossa absorvente; (c.f) privada química; (c.g) privada com receptáculo móvel; (c.h) tanque sético; (c.i) tanque inhoff.

{2.c}. Incentivos Institucionais e Saúde. A Saúde, juntamente com a Educação, como exigências da democracia, porquanto contributárias da formação da Pessoa Humana Integral. O Sistema Único de Saúde (SUS) (Leis n.os 8.080, de 19.09.1990; 8.142, de 28.12.1990; 9.836, de 23.09.1999; 10.424, de 15.04.2002). (BRASIL. LEI N° 8.080, 2012; BRASIL. LEI N.o

8.142, 2012; BRASIL. LEI N.o 9.836, 2012; BRASIL. LEI N.o 10.424, 2012). O contraste entre, de um lado, o ideal acenado pela legislação: “acesso universal e igualitário” aos serviços de saúde, e, de outro, a tragédia do desatendimento às multidões de pobres que buscam assistência. As cenas deprimentes de par-turientes rejeitadas por maternidades superlotadas. De doentes deitados em macas ao longo de corredores, aguardando o atendimento que não chega. De óbitos de cidadãos aos quais não chegou o socorro médico no tempo certo.

A obrigatoriedade de aplicação mínima de recursos na Saúde. (V. parte referente à Auditoria).

A responsabilidade cívico-humanitária de assumir postura de re-beldia contra esse quadro. A responsabilidade de dotar as unidades de saúde administradas pela Prefeitura de (a) meios humanos e materiais à altura das necessidades; bem como de dotá-las de (b) práticas gerenciais modernas. Avaliar a necessidade de implantação de mais unidades de saúde, inteligente-mente localizadas.

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As situações destas pessoas: (i) portadoras de deficiência, (ii) idosos, (iii) gestantes, (iv) lactantes e (v) pessoas acompanhadas por crianças de colo. Desenvolvimento especificamente social e econômico só o é se tiver caráter inclusivo: eis que a Mãe Terra é de todos, não de apenas alguns, nem mesmo das maiorias. É indispensável reportar-se ao que se contém em {1.a.b}.

2.2.3 - Emprego

Nível de Emprego: principal indicador (não, portanto, o único) do bem-estar de um povo.

{3.a.a}. Energia e Emprego. Praticamente nada a declarar: eis que a energia, enquanto, por assim dizer, infraestrutura da infraestrutura, é o sus-tentáculo da atividade produtiva, a qual, por sua vez, é a matriz geradora de postos de trabalho. Atentar para oportunidades que se ofereçam, eventual-mente, para a geração de energia limpa: eólica, solar, Pequena Central Hidro-elétrica (PCH), termoelétrica e assim por diante.

{3.a.b}. Transportes e Emprego. Ter presentes dois aspectos: pri-meiro, o poder público deve assegurar diretamente ou não transporte coletivo notadamente para a classe trabalhadora, de modo a assegurar a todos acesso aos postos de trabalho. Segundo, quanto à qualidade do transporte coletivo. Sabe-se que, quase sempre, é extenso o trajeto percorrido pelo trabalhador, da residência ao endereço de trabalho. Trajeto ao longo do qual, se transportado sem condições humanas de conforto mínimo, mas comprimido com outros à maneira de manada, o trabalhador se desgasta tanto que ao chegar o destino já não é mais aquele mesmo que saiu de casa. Queda na produtividade. Reflexo adverso na competitividade. O poder público não hesitará em enfrentar o problema, se necessário via subsídio garantidor de condições financeiras e de escala para que haja veículos adequados ao cumprimento desse mister.

As situações destas pessoas: (i) portadoras de deficiência, (ii) idosos, (iii) gestantes, (iv) lactantes e (v) pessoas acompanhadas por crianças de colo. De-senvolvimento especificamente social e econômico só o é se tiver caráter in-clusivo: eis que a Mãe Terra é de todos, não de apenas alguns, nem mesmo das maiorias. É indispensável reportar-se ao que se contém em {1.a.b}.

Por fim, cabem as reflexões seguintes. Aumentam a cada dia, simultanea-mente, a população das cidades e os veículos em circulação. A complexidade

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das dificuldades no trânsito das cidades é crescente, afetando adversamente o transporte das pessoas, com destaque para as pessoas que se deslocam para o – e do – emprego. O que se vê em toda parte são os macroengarrafamentos, inclusive em horas de não-pique. Trata-se de problema desafiador das compe-tências, dentre outros, de urbanistas e de profissionais da engenharia do trân-sito. E desafiador de suas criatividades. A revista Exame oferece informações sobre solução que vêm sendo experimentada exitosamente na Espanha, no México, na França, no Peru, na China e na África do Sul. (EXAME, 2011). É a implantação do sistema BRT – sigla em inglês passível de ser traduzida como Transporte Rápido por Ônibus: sistema que tenta parecer-se com o do uso de trem de metrô. Eis algumas características do BRT: l percurso bairros ← → área central sem paradas intermediárias; l veículos articulados, trans-portadores de maior número de pessoas; l portas largas e piso do ônibus ao nível da estação. Fica aí a contribuição da notícia.

{3.a.c}. Comunicações e Emprego. A conexão indireta, e invisível, entre uma coisa e outra. As comunicações como infraestrutura em apoio da atividade produtiva; e a atividade produtiva como fonte geratriz de empregos. A universalização das comunicações, enquanto propagadora de informações: informações sobre matérias-primas, produtos, preços, mão de obra, postos de trabalho vagos etc. Enfim, as comunicações, veiculando informações, como contributárias da mobilidade dos fatores produtivos, com destaque, para o que aqui é pertinente, para as oportunidades de empregos. Ver quanto ao que vier ao caso o item {1.a.c}. Propugnar pela universalização das comunicações.

{3.b.a}. Educação e Emprego. O caráter de sedimentação lenta e sustentável que deve presidir a Educação, sabido como “a natureza não dá saltos”. O papel do Município, que também é obrigação, de disponibilizar para a sociedade estudantes – oriundos do ensino pré-escolar e do ensino fun-damental – dotados de conhecimentos sólidos. Os conhecimentos sólidos, ao final desta etapa, para que venham a ser igualmente sólidos os conhecimentos a serem apreendidos na etapa subsequente; e assim por diante. De modo que não haja este descompasso: de um lado, oferta insuficiente de mão de obra qualificada e, de outro, demanda insatisfeita dessa mão de obra. Assim se constrangendo a atividade produtiva e, portanto, se contendo o crescimento do produto. Freando-se o desenvolvimento econômico. Atentar, pois, para o contido em {1.b.a}.

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As situações destas pessoas: (i) portadoras de deficiência, (ii) idosos, (iii) gestantes, (iv) lactantes e (v) pessoas acompanhadas por crianças de colo. De-senvolvimento especificamente social e econômico só o é se tiver caráter in-clusivo: eis que a Mãe Terra é de todos, não de apenas alguns, nem mesmo das maiorias É indispensável reportar-se ao que se contém em {1.a.b}.

{3.b.b}. Saúde e Emprego. A Saúde como condição evidente para que a mão de obra seja saudável e alcance o patamar de produtividade da competição. Atentar para o disposto em {2.b.b}.

As situações destas pessoas: (i) portadoras de deficiência, (ii) idosos, (iii) gestantes, (iv) lactantes e (v) pessoas acompanhadas por crianças de colo. Desenvolvimento especificamente social e econômico só o é se tiver caráter inclusivo: eis que a Mãe Terra é de todos, não de apenas alguns, nem mesmo das maiorias. É indispensável reportar-se ao que se contém em {1.a.b}.

{3.b.c}. Habitação e Emprego. Ter presentes pelo menos dois aspectos. Primeiro, os programas habitacionais deflagrados por governos também como recurso de política econômica antirrecessiva. Impacto positivo imediato na geração de postos de trabalho, notadamente em favor da mão de obra menos qualificada.

De outra parte, o binômio habitação e emprego – estes dois pilares de sustentação da dignidade da Pessoa Humana: (a) a propriedade privada por excelência, que é a habitação, como base material da liberdade, conforme se verá de novo, mais adiante; e (b) a oportunidade de exercício do trabalho hon-rado e quiçá adequadamente remunerado. Ver o que se contém em {4.b.c}.

{3.b.d}. Saneamento e Meio Ambiente e Emprego. Ter presen-tes: o ambiente saudável, a saúde do trabalhador, sua consequente capacitação física para o trabalho, sua consequente capacitação para exercê-lo segundo nível competitivo de produtividade.

{3.c}. Incentivos Institucionais e Emprego. Fontes clássicas dos postos de trabalho, conforme se sabe: as atividades produtivas. Desempenhadas pelas empresas privadas – na agricultura, na pecuária, na agroindústria, na indústria, no comércio, nos serviços, com destaque, quanto a estes, para o turismo. O Município como protagonista ativo, no esforço para a promoção das atividades produtivas e, por essa via, da criação de oportunidades de trabalho. Antecedentemente, abordagem em linhas gerais dos procedimentos para: (a) a identificação de oportunidades de investimentos; e para (b) a

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indicação de linhas de financiamento das oportunidades identificadas. É o de que se tratará em outro local deste Manual.

As situações destas pessoas: (i) portadoras de deficiência, (ii) idosos, (iii) gestantes, (iv) lactantes e (v) pessoas acompanhadas por crianças de colo. Desenvolvimento especificamente social e econômico só o é se tiver caráter inclusivo: eis que a Mãe Terra é de todos, não de apenas alguns, nem mesmo das maiorias. É indispensável reportar-se ao que se contém em {1.a.b}.

2.2.4 - Habitação

Trata-se, a Habitação, ao lado do Emprego, da segunda coluna de sustentação do bem-estar de um povo.

{4.a.a}. Energia e Habitação. Ter presente destacadamente o for-necimento de energia elétrica subsidiado, de modo que nenhuma habitação fique de fora. A dona de casa e, agora, sua máquina de costura, movida a ele-tricidade, como fonte de renda. O chefe de família e quiçá seus instrumentos de trabalho movidos à energia. A elevação do padrão de vida pela utilização de aparelhos eletroeletrônicos em geral. A chegada do aparelho de televisão e com ele a informação. A conscientização participativa na vida cívico-social. A elevação do coeficiente de cidadania. Ver o que se contém no item {1.a.a}.

Antevisão, com seu tanto de futurismo, permite prever a adoção no Bra-sil das chamadas “redes inteligentes” (smart grids), cuja tecnologia viabiliza para o cidadão a programação do consumo (oportunidade, quantidade). En-tre outros aspectos: “A tecnologia dará ao consumidor o poder de decidir como e quando consumir energia – e até gerá-la, a partir do vento, da luz solar ou de gás natural”. (E até vendê-la). (EXAME, 2011, p. 116).

{4.a.b}. Transportes e Habitação. Roteiro Emprego → Habita-ção: o inverso daquele outro, tratado em Transportes e Emprego (Habitação → Emprego). Recordar, quanto ao itinerário Habitação → Emprego:

Se são precárias as condições segundo as quais os cidadãos se transportam – acotovelados em veículos com superlotação, obrigados a pagar passagens caras e trafegando através de corredores congestionados e sem conservação – eles, ao chegarem ao local de trabalho, não são mais aqueles mesmos que saíram de seus lares: já se expuseram ao longo de distâncias a desgastante grau de consumpção humana. E, assim,

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diminuíram de tamanho, não obviamente no sentido físico da expressão, mas na sua acepção psicológica ou espiritual. (RAMOS, 2005, p. 55).

Do ponto de vista do sistema produtivo, verifica-se queda na produtivi-dade dos recursos humanos. E reflexo adverso na competitividade. O poder público não hesitará em enfrentar o problema, se necessário via subsídio ga-rantidor de condições financeiras e de escala para que haja veículos adequados ao cumprimento desse mister.

Ver o que se contém em {3.a.b}. Notar que o caminho inverso, Emprego → Habitação, se dá após uma jornada de trabalho. E é este o cidadão que retorna ao lar. Insistência em que o poder público, no caso poder público municipal, aja.

As situações destas pessoas: (i) portadoras de deficiência, (ii) idosos, (iii) gestantes, (iv) lactantes e (v) pessoas acompanhadas por crianças de colo. Desenvolvimento especificamente social e econômico só o é se tiver caráter inclusivo: eis que a Mãe é de todos, não de apenas alguns, nem mesmo das maiorias. É indispensável reportar-se ao que se contém em {1.a.b}.

{4.a.c}. Comunicações e Habitação. Possível aproximação virtual entre os núcleos habitacionais periféricos e os serviços públicos e privados em geral. Válidos também aqui, mudando o que deva ser mudado, os registros sobre Comunicações e Educação. {1.a.c}. Relevantes: experiências adotadas por alguns Municípios (como por exemplo Macaé, RJ) de utilização de co-municações sem fio, com suporte em computador, alternativas ao sistema de telefonia convencional. Os custos inexistentes ou apenas simbólicos despen-didos por famílias, instituições e empresas. Implicação: aumento da renda real. Estimulante, a adoção dessa experiência.

{4.b.a}. Educação e Habitação. Distâncias racionalmente pré-definidas entre as unidades escolares e as habitações. Portanto, quanto princi-palmente às classes submédias: eleição de locais estrategicamente escolhidos para: (a) implantação das escolas; e (b) implantação dos conjuntos habitacio-nais. Viabilização logística da interação Escola ← → Família.

{4.b.b}. Saúde e Habitação. Programas de saúde pública, indispensáveis, como o de combate à dengue, conferindo salubridade à habitação. Por uma arquitetura atenta à saúde que deve imperar assim nos conjuntos como nas unidades habitacionais consideradas em si: espaços mínimos; pé direito adequado; aeração; iluminação; insolação. A saúde

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colaborando para a habitação saudável; a habitação dotada de especificações corretas promovendo o ambiente propício à saúde. Essa interação entre ambas refletindo-se no bem-estar da família.

{4.b.c} Habitação e Habitação. A propriedade privada social-mente supervisionada: base material da liberdade. (SHEEN, 1962). Casa própria: propriedade privada por excelência. A democratização da proprie-dade como tal só se perfará na sua integralidade – o que significará salto social de qualidade – quando todos os habitantes do Município tiverem casa própria.

A Habitação, pois, como meta da maior relevância social, econômi-ca e política.

As pré-condições que devem estar presentes ao entorno dos con-juntos habitacionais: abastecimento d´água e de esgotamento sanitário; acesso aos postos de trabalho assegurado pelo sistema de transporte coletivo; esco-las próximas; unidades de saúde próximas; segurança; energia; comunicações telefônicas (se for o caso, telefonia comunitária).

{4.b.d}. Saneamento e Meio Ambiente e Habitação. O contexto ambiental saudável. A habitação inserta nele. A habitação saudável no con-texto saudável. A família saudável. Portanto, o Saneamento como dever do poder público municipal, quanto àquelas soluções menos complexas a seu al-cance; ou como seu dever no sentido de atuar como protagonista ativo junto às demais instâncias do poder, quanto àquelas soluções mais complexas.

{4.c}. Incentivos Institucionais e Habitação. Ver o programa “Nossa Casa, Nossa Vida”: aquisição da casa própria ao abrigo desse pro-grama, segundo ajuda financeira que vai desde a concessão de subsídio pleno até a concessão de subsídio parcial, com agenciamento da Caixa, da parte do Governo Federal, sob a forma de empréstimo, tendo como parceiros Estados, Municípios e empresas. Ver outras linhas de financiamento popular da Caixa.

Ter presente as observações relevantes tratadas em {1.b.c}: o zonea-mento do espaço municipal estará alerta para enfrentar a ociosidade de terre-nos bem localizados, da ótica social, assim mantidos como forma especulativa de reserva de valor. O enfrentamento da má custódia da propriedade imobil-iária, sob a forma de solo urbano (a) não edificado, (b) subutilizado ou (c) não utilizado, encontra respaldo – respaldo forte – no Estatuto da Cidade: Lei n.o 10.257, de 10.07.2001. Com efeito, o Art. 7º diz da prerrogativa que assiste ao

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poder público municipal para adotar como penalidade ou desestímulo àquele que incorre nas situações mencionadas, e quando tais situações estiverem em desacordo com o contido no caput do Art. 5º, Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) progressivo no tempo: majoração pro-gressiva da alíquota. (BRASIL. LEI N° 10.257, 2012).

2.2.5 - Saneamento e meio ambiente

Conforme se pode ver, é irreversível o movimento internacional de opinião pública em favor da preservação do meio ambiente. É fácil ver que o saneamento se constitui em tema integrante do temário amplo do meio ambiente.

{5.a.a}. Energia e Saneamento e Meio Ambiente. O Brasil como País rico na produção de energia limpa, com ênfase para a hidráulica. Outras alternativas, no Brasil, fortes: energia eólica; energia solar. E, ainda, devendo-se mencionar em último lugar: energia termoelétrica. O imperativo de re-jeição – pelo Município – quanto cabível, quanto possível, e, se indispensável, dentro de calendário gradualista, de energias de outras naturezas, destinadas a residências, empresas e instituições: energias poluentes. Se for o caso, gestões frente às instâncias competentes em favor do atendimento aos requisitos aqui tratados.

{5.a.b}. Transportes e Saneamento e Meio Ambiente. O metrô e o trem suburbano (metrô de superfície) como opções não poluentes de transportes de massa, no caso de movidos a eletricidade; ou opção pouco poluente (em termos de poluição per capita), no caso de veículos automoti-vos movidos a etanol: balizas para a definição, pelo Município, da política de transportes coletivos.

{5.a.c}. Comunicações e Saneamento e Meio Ambiente. As co-municações como propagadoras das campanhas em favor da preservação do meio ambiente. Conforme se viu anteriormente, em outro local deste Manual, o saneamento e o meio ambiente se incluem entre o que se denominou: “O desafio municipal.” Adiante, quando se trata de “Educação e saneamento e meio ambiente” {5.b.a}, volta-se ao tema.

{5.b.a}. Educação e Saneamento e Meio Ambiente. Trata-se de uma das frentes de manifestação da cidadania, a que já se fez menção antes.

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A predisposição, que se inicia no lar e continua na escola, para a postura ecológica correta. Inclusive, é claro, para o tratamento do lixo. E que se pro-longa nos espaços públicos.

Lixo: diferentes categorias, conforme segue.

Lixo doméstico. Sentença dos antigos, com razão: a educação começa no lar. O lar como ambiente onde deve ser exercida a ação pedagógica voltada para a educação ambiental. A classificação e a seleção do lixo no interior do lar: papel e papelão, plástico, alumínio (latas), metal e vidro; restos de alimentos.

Lixo Comercial. O que predomina: papel, papelão e plástico. Im-perativo da adoção de disciplina e de racionalidade na coleta que antecede a entrega à coleta pública. O papel educativo e disciplinar a esse respeito.

Lixo Industrial. O que predomina: madeira, tecido, couro, produ-tos químicos. Do mesmo modo: imperativo da adoção de disciplina e de racionalidade na coleta que antecede a entrega à coleta pública. O papel edu-cativo e disciplinar a esse respeito.

Lixo Hospitalar. O que predomina: [...]

Conforme Portugal (2012): aquela porção que pode estar contaminada com vírus ou bactérias patogênicas das salas de cirurgia e curativos, das clínicas dentárias, dos laboratórios de análises, dos ambulatórios e até de clínicas e laboratórios não localizados em hospitais, além de biotérios (viveiros de animais para pesquisas) e veterinários.

Como se vê, trata-se de lixo perigoso.

O lixo hospitalar, como se faz evidente, deve – acentue-se: do verbo dever – receber tratamento rigoroso, no referente à sua destinação. Parte da disciplina a ser obedecida contém-se na Norma EB 588/1977, da Associação Brasileira de Normas Técnicas. A literatura sobre o assunto indica que a melhor alternativa para seu tratamento é a incineração.

Em suma, o papel da Educação como contributária na adoção de práticas adequadas de saneamento; e na adoção de práticas adequadas da preservação do meio ambiente.

{5.b.b}. Saúde e Saneamento e Meio Ambiente. A Saúde, en-quanto Ciência, jogando luz para a compreensão das questões do saneamento

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e do meio ambiente. A Saúde, enquanto prática operacional, em resposta à Saúde, enquanto Ciência. Velar para que o sistema municipal de saúde pública guarde relação necessária com a administração do sistema de sanea-mento e com a preservação do meio ambiente, segundo esta visão matricial, na qual se vem insistindo, da correlação entre os problemas, os quais não são nunca estanques.

{5.b.c}. Habitação e Saneamento e Meio Ambiente. A inter-relação entre as mais diferentes variáveis: zoneamento do espaço municipal; o subespaço habitável; a disponibilidade de alguma forma de saneamento pos-sível, nesse subespaço em particular destinado a habitação; o zoneamento mencionado tendo levado em consideração – ao definir os distintos subespa-ços – reservas ecológicas.

{5.b.d}. Saneamento e Meio Ambiente e Saneamento e Meio Ambiente. O esgotamento sanitário, a água tratada, o zoneamento ecológico: saneamento e meio ambiente como apoio ao saneamento e meio ambiente como fim. Ou seja, obras físicas viabilizando a salubridade (saneamento); e segregação de subespaços ecológicos promovendo o cuidado com a natureza (meio ambiente), – tudo a serviço do Homem.

{5.c}. Incentivos Institucionais e Saneamento e Meio Ambien-te. Sobre a vigilância sanitária: Lei n.o 9.782, de 26.01.1999. “Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sani-tária, e dá outras providências.” (BRASIL. LEI N° 9.782, 2012). Da ótica que aqui vem ao caso, constata-se que o sistema faz intersecção com os sistemas municipais. Os seguintes excertos, que convém ter presentes, por suas rele-vâncias, dizem dessa intersecção:

Art. 2º. Compete à União no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária:

[...]

V – acompanhar e coordenar as ações estaduais, distrital e municipais de vigilância sanitária;

VI – prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;

(...)

VIII – manter sistema de informações em vigilância sanitária, em coope- ração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. (BRASIL. LEI N.o 9.782, 2012).

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Sobre as diretrizes para o saneamento básico, o Art. 2º, VI, da Lei n.o 11.445, de 05.01.2007, a qual inclui entre os princípios fundamentais a

articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e de outras de relevante interesse social voltadas a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja determinante. (BRASIL. LEI N° 11.445, 2012).

O peso elevado dos gastos com saneamento. Por isso, exigentes quanto à preexistência de “economia de escala”. Sabiamente, a lei mencio-nada aponta para a gestão associada entre Municípios vizinhos – os chama-dos “consórcios públicos” – como método para alcançar economia de escala. Diploma legal pertinente: Lei n.o 11.107, de 06.04.2005. (BRASIL. LEI N° 11.107, 2012).

A louvável abrangência desse diploma legal estende-se a vilas, aglomerados rurais, povoados, núcleos, lugarejo e aldeias. (Art. 3º, VIII). (BRASIL. LEI N° 11.107, 2012).

Relevante dimensão social: “Poderão ser adotados subsídios tarifári-os para os usuários e localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica suficiente para cobrir o custo integral do serviço.” (Art. 29, §2º). (BRASIL. LEI N° 11.107, 2012).

Da ótica operacional, é da mais alta importância registrar, ao lado da legislação mencionada, a Norma EB 588/1977: eis que está voltada para a questão relevante do destino do lixo hospitalar.

A Lei n.o 12.305, de 02.08.2010, define a Política Nacional de Re-síduos Sólidos. Esse diploma legal, após estimular a consorciação de mu-nicípios quanto à execução dessa política, contempla os catadores – “pessoas físicas de baixa renda.” (BRASIL. LEI N° 12.305, 2012):

Art. 18.

[...]

§1º. Serão priorizados no acesso aos recursos da União referidos no caput os Municípios que:

[...]

II – implantarem coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda. (BRASIL. LEI N° 12.305, 2012).

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Observar as seguintes abordagens indispensáveis, no que se refere ao lixo: a) técnica, sobre procedimentos de coleta e de encaminhamento para destinação final – aterro sanitário, reciclagem, produção de energia; b) administrativa, no que se refere a qual ente cuidará da etapa pós-coleta do lixo, tipo associação de catadores, ou cooperativa, combinadamente com articulação com receptor final, que poderá ser, por exemplo, não só aterro sanitário, mas empresa que o recicle ou que o transforme em energia. Ainda do ponto de vista administrativo, ponderar, nos casos de Municípios pequenos e vizinhos, sobre se será ou não o caso de criação de consórcio público, conforme mencionado acima, para administração conjunta, com vantagens para todos. Uma última sugestão: c) observação da experiência alheia, no sentido de que, se for o caso, seja examinada o que vai por outros Municípios onde as práticas da cata, da reutilização e da reciclagem do lixo apresente experiência exitosa, experiência sedimentada.

Ver Decreto n.o 7.404, de 23.12.2010; e Portaria n.o 113, de 08.04.2011 (BRASIL. LEI N° 7.404, 2012; BRASIL. PORTARIA N° 113, 2012): Regimento Interno do Comitê Orientador para a Implantação de Sistemas de Logística Reversa, entendida como tal, dito de modo sumário, a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial para reaproveitamento. O que se constitui em instrumento – instrumento valioso – em todos os sentidos: o de preservação do ambiente; o econômico, enquanto negócio rentável de reaproveitamento de resíduos antes desperdiçados; e o social, por gerar oportunidades de trabalho digno, a que hão de ser elevados organizadamente os catadores de lixo.

2.2.6 - Segurança

Os principais subsídios que se constituíram em insumos para esta abordagem da questão da segurança são encontrados no livro de Veloso e Guimarães (2008), conforme as especificações indicadas nas referências bibli-ográficas. É possível que não haja reunidos numa mesma obra outros estudos tão abrangentes, tão profundos.

A criminalidade, como se sabe, não se constitui em fenômeno localizado em determinadas regiões do Brasil: está disseminada no território todo. Embora a situação no Rio de Janeiro viesse a apresentar-se como emblemática:

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O nível de criminalidade violenta é muito elevado no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a taxa de homicídios nas regiões metropolitanas brasileiras em 2006 foi de 36,4 por 100 mil habitantes. Na cidade do Rio de Janeiro essa taxa foi de 40,4 por 100 mil habitantes. Para se ter ideia da magnitude desses números, a taxa de homicídios em Nova York no mesmo ano foi de 4,8 por 100 mil habitantes. (VELOSO; GUIMARÃES, 2008, p. 25).

As técnicas de combate ao crime vêm avançando e incluem, além dos serviços de inteligência, apoio logístico, coordenação operacional, pesqui-sas e estratégias, elaboração de “mapas georreferenciados” como destacados instrumentos de estudo e ação.

A competência para cuidar da Segurança é principalmente da União (Polícia Federal) e do Estado (Polícias Civil e Militar). O que não impede – sob condições definidas legalmente – o engajamento do Município, ao qual assiste, inclusive, a prerrogativa de criar sua Polícia armada. Exemplo: a Pre-feitura de Diadema (SP) mantém Guarda Municipal amada, composta de pro-fissionais de alto nível. Cerca de 80% dos policiais têm curso superior; alguns são pós-graduados; alguns dominam outro idioma. Ver: Constituição, Art. 144 (BRASIL. CONSTITUIÇÃO, 2012); §8º; Lei n.o 10.826, de 22.12.2003 (BRASIL. LEI N.o 10.826, 2012), Art. 6º, §3º.

{6.a.a}. Energia e Segurança. Evitar uma das duas abordagens unilaterais: atendimentos de problemas crônicos, caracterizados por serem recorrentes no tempo, versus atendimentos de ocorrências isoladas, com caráter de eventualidade ou ao menos vistos como tais. Notar, pois, a ótica estrutural por via da qual a Segurança deve ser administrada.

A questão da Segurança passa também pelo temário da Urbaniza-ção, da Infraestrutura, da Saúde e da Educação. (Sempre a constatação de que os problemas não são isolados, antes interagem com interdependência). A melhora nas condições de vida das comunidades e o consequente equilíbrio da psicologia coletiva alimentado pela autoestima. Implícita, a Energia, no termo infraestrutura.

{6.a.b}. Transportes e Segurança. Parece não ser o caso de se indagar que os Transportes podem fazer pela Segurança, mas o contrário: como a Segurança pode contribuir para que os Transportes se deem em segurança. De qualquer maneira, é possível ver que transportes, responsáveis pela mobilidade das pessoas e, portanto das ideias, dos costumes e das culturas, bem que podem colaborar no processo civilizatório oposto à violência. Transportes são dotados de vocação para a veiculação de campanhas educativas.

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{6.a.c}. Comunicações e Segurança. Duas maneiras de operar das Comunicações: a) a maneira convencional, segundo a qual o sistema de segurança é acionado por alguém – vítima ou simples testemunha – quando ocorre fato delituoso; mas também (b) pelo sistema de sensores instalados em pontos dos espaços públicos eleitos estrategicamente, tais como estação rodoviária, aeroporto, porto, zona bancária, proximidades de escolas, logra-douros públicos etc.: sensores que levam imagens a central de observação, onde se postam profissionais da segurança contra a violência, mas também profissionais do corpo de bombeiros, dos guardas de trânsito e do serviço de urgência em saúde.

Na administração do sistema de sensores, o ideal é que haja a cooperação entre o Município e as demais instâncias responsáveis pela Segurança.

Veja-se, agora, uma outra esfera da Segurança, a saber, aquela que diz respeito às relações entre o cidadão e o poder público, da ótica em particular da transparência: transparência, a dos atos e fatos administrativos, para a qual vem evoluindo o poder público, conforme o demonstra concretamente a Lei no 12.527, de 18.11.2011, assecuratória do acesso à informação de interesse particular ou coletivo ou geral, passando por registros administrativos e documentação governamental.

{6.b.a}. Educação e Segurança. Síntese: assim como não pode haver Desenvolvimento sem Educação, também não pode existir Segurança sem Educação. Voltar-se-á a este tema mais adiante.

A avaliação do desempenho policial é relevante, quer como acompanhamento administrativo, quer como medida pedagógica. Indica- dor mais utilizado: [...] “taxa de homicídios, normalmente medida por 100 mil habitantes”. (Ver, por pertinente, a abertura do tema SEGURANÇA, neste Manual).

{6.b.b}. Saúde e Segurança. A questão da Segurança – foi dito em {6.a.a} – passa também pelo temário da Urbanização, da Infraestrutura, da Saúde e da Educação. Repita-se, por pertinente: passa pelo tema da Saúde. (Sempre a constatação de que os problemas não são isolados, antes interagem com interdependência). A melhora nas condições de vida das comunidades e o consequente equilíbrio da psicologia coletiva alimentado pela autoestima.

{6.b.c}. Habitação e Segurança. A questão é semelhante à dos Transportes. Não se trata, em princípio, de apoio da Habitação à Segurança:

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trata-se de saber que a Segurança poderá fazer, por exemplo, pelos conjuntos habitacionais – em função dos quais devem existir serviços de Segurança, de Educação, de Saúde etc.

De todo modo, porém, voltando-se ao caso dos conjuntos habita-cionais: estes, se possível, deverão ser dotados de serviços próprios de se-gurança, tipo guaritas e sensores, os quais, por assim dizer, possam aliviar a sobrecarga dos serviços de Segurança.

{6.b.d}. Saneamento e Meio Ambiente e Segurança. Sempre, no caso, a mesma questão: a Segurança – foi dito em {6.a.a} – passa também pelo temário da Urbanização, da Infraestrutura, da Saúde, da Educação e (torne-se explícito agora) do Saneamento (água tratada e esgotamento sanitário), bem como do Meio Ambiente (como espaços verdes integrando a paisagem). Passa por questões relacionadas com o bem-estar das comunidades e de sua autoestima. É ostensivamente visível a insalubridade dos ambientes das favelas e dos distantes bairros periféricos, tornando as comunidades ali fundadas em comunidades marginalizadas: comunidades situadas à margem do urbanismo e, portanto desassistidas dos benefícios especificamente urbanos que o caracterizam – a marginalidade urbana valendo como metáfora da outra marginalidade, onde o vácuo do contrato social, da análise arguta de Rousseau, venha a ser preenchido pelo contrato antissocial, da crônica policial cotidiana.

{6.c}. Incentivos Institucionais e Segurança. O ponto culmi-nante da intervenção governamental em prol da Segurança consiste na in-stalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs):, conforme experiência exitosa realizada no Rio de Janeiro, que incluiu o Morro do Alemão. São polícias comunitárias, libertadoras da ordeira e trabalhadora população antes dominada por minoria armada e violenta, praticante do tráfego de drogas. Intervenção governamental, a das UPPs, apoiada por todo um entorno de Educação, Saúde, Saneamento e Lazer.

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PARTE 3

Abordagem econômica do desenvolvimento

Antecedente Cultural

Cabe não perder de vista o objetivo do desenvolvimento. Nem o papel contributário do Município, como um dos agentes ativos, para a busca do desenvolvimento. Em geral, as novas ideias, desenvolvimentistas, encontram reação natural na tradição. Nas sociedades tradicionais. Como escreveu Rostow (1961, p. 16):

O sistema de valores dessas sociedades estava sincronizado geralmente com o que poderíamos chamar de fatalismo a longo prazo; ou seja, com a suposição de que a gama de possibilidades abertas para os netos da gente seria a mesma que existira para nossos avós.

O comentário acima vale como constatação, não como julgamento de valor. A geração anterior é sempre tradicional, tendo como referência a geração posterior. Conforme os ciclos intermináveis da História. No en-tanto, é preciso ter presente: 1º) a relevância da educação como fator pre-ponderante para a transformação. Deve-se ao Sr. Raul Barbosa, quando presidente do BNB, a reflexão de que só se desenvolve o povo que quer desenvolver-se. Isto é (acrescente-se): o povo que supera as próprias limi-tações culturais; e é preciso ainda ter presente: 2º) o papel motor do poder público – papel indutor – na história do desenvolvimento das comunidades. Papel, esse, atribuído neste Manual ao protagonista do desenvolvimento a que é particularmente dedicado: o Município.

Incremento do Produto Interno Bruto (PIB)

W. Arthur Lewis, em obra que já nasceu clássica, declara seca-mente, sobre sua teoria do desenvolvimento econômico, que o assunto de

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seu livro sobre a matéria: “é o aumento da produção por habitante.” (LEW-IS, 1960, p. 11).

Por igual, cabe esclarecer, parafraseando-o, que o escopo desta Parte 3 é o aumento da produção por habitante... municipal. Esse aumento da produção per capita obtém-se pelo aumento da produção total pelo siste-ma produtivo. E o aumento da produção total, pelo crescimento do número de unidades produtivas. Ou pela ampliação das unidades produtivas preexis-tentes. Ou por sua modernização. Ou pela combinação dessas ocorrências.

Assim, pois, se apontarão caminhos para a identificação de opor-tunidades de novos negócios. Caminhos também para, uma vez identifica-dos novos negócios, elaborarem-se os respectivos perfis – pré-projetos con-tendo dados gerais de mercado, de existência de matérias primas, de energia etc.; contendo estimativa do valor do investimento total, de faturamento etc., tudo conforme roteiros disponibilizados por agências de apoio, como instituições financeiras financiadoras – Banco Nacional do Desenvolvi-mento (BNDES), BNB etc. e agência de assistência técnica, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Esses perfis, ou pré-projetos, poderão ser elaborados, por exem-plo, por universitários cursando o penúltimo e último anos de determinadas carreiras (Agronomia, Geografia, Geologia, Economia, Administração, Es-tatística, Contabilidade, outras), recrutados via certame.

Identificação de Oportunidades de Investimentos

Oferece-se, em seguida, como desdobramento das observações precedentes; como indicação sistematizada de procedimentos, – a indicação dos passos: passos a serem dados nos estudos de identificação de opor-tunidades de negócios, com base em Julio Melnick. (MELNICK, 1978, p. 11-13). É o que ele denomina “sugestões metodológicas”, cujas pegadas são seguidas aqui, embora se permitindo, o autor deste trabalho, emprestar, quando possível, maior grau de atualidade.

1. Projetos derivados de estudos setoriais. Ter em vista, por exemplo, os setores clássicos: agricultura, pecuária, extrativismo, agroindús-tria, indústria, comércio e serviços. Ou então subsetores eleitos a partir da observação e do bom senso. Assim, se o pesquisador optar por estudar,

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como sói acontecer modernamente, energias alternativas, logo salta à vista o Etanol, derivado da cana-de-açúcar. Ou então, o mesmo combustível, mas obtido da mandioca. (A mandioca apresenta duas vantagens sobre a cana-de-açúcar: menor tempo na extração do Etanol e menor custo, além do que os incentivos oficiais ao plantio da cana-de-açúcar estão condicio-nados ao zoneamento a que se refere o Decreto n.o 6.961, de 17.09.2009). Mas o que cabe, enfim, assinalar é que o projetista encontra nessa sugestão metodológica todo um leque imenso de opções.

2. Projetos derivados de um programa global de desenvolvi-mento. Esta sugestão, como é de seu próprio enunciado, assenta na ex-pectativa de que haja indicações, no programa de que se tratar, capazes de ferir a percepção investigadora do projetista. Melnick (1978) lembra o exemplo de projeto, relevante no contexto do programa global, de im-plantação de uma siderúrgica – empreendimento seminal, possivelmente suscitador de um “carrossel” de satélites: metalúrgicas produtoras dos mais variados artefatos.

Também lembra o critério geográfico, o da base regional. Aqui, faz-se oportuno ter em conta as mesorregiões. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao cuidar da identificação das mesorregiões, inclui, entre suas utilidades, a de “subsidiar o sistema de decisões quanto à localização de atividades econômicas” [...]. (IBGE, 2010). Por pertinentes, cabem duas ilustrações: a mesorregião da nativa carnaubeira, que vai do Rio Grande do Norte, atravessa o Ceará e alcança o norte e o centro-norte do Piauí. A indústria extrativa da carnaubeira poderá voltar a ser reanima-da, agora em novas bases, com tecnologia moderna. A segunda ilustração refere-se à mesorregião do igualmente nativo babaçu, abrangendo principal-mente o norte do Maranhão e o norte do Piauí – também sujeito à indústria extrativa renovada ao abrigo de tecnologia moderna.

3. Projetos derivados de estudos de mercado:

a) Mercados de exportação de bens, para cuja produção o país está especialmente preparado. O caso exemplar da soja que o Brasil manda para o mundo. O caso da carne bovina. Os casos de numerosos produtos alimentícios para cujas exportações o Brasil apresenta vocações evidentes.

b) Mercados de exportação de bens cuja produção não depende de condições naturais excepcionais.

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c) Substituição de importações. Este foi o modelo adotado durante vasto período da vida econômica do Brasil. É modelo relevante e um dos primeiros a ser lembrados, inclusive no tocante à substituição de importa-ções de uma região por outra, dentro do mesmo país.

d) Substituição da produção artesanal por produção fabril. Mel-nick (1978) recomenda ponderadamente o exercício do discernimento, se-gundo o qual certos produtos artesanais devem permanecer assim, em razão de serem também signos da cultura local. Ao passo que outros, desprovidos desses significados, poderão evoluir de artesanato puro e simples para o estágio de artefato industrializado, quando agregam mais valor. Uma su-posição, acrescente-se, é a de que se trate de certos produtos padronizados, sujeitos a reprodução por via por exemplo de matriz.

e) Crescimento da demanda interna, geralmente associado ao cres-cimento da população, ao incremento da renda das famílias. Quanto ao úl-timo fator, o programa Bolsa Família se constitui em exemplo emblemático – eis que fez surgir novas unidades produtivas para atender às classes C e D, as quais, antes dos programas sociais massivos, apenas abrigavam popu-lação, mas não população com dinheiro no bolso. População com dinheiro no bolso, esta sim, é mercado.

f) Demanda insatisfeita. É só contemplar os estrangulamentos ex-plícitos na oferta de bens econômicos. Lembra Melnick (1978, p. 13): “Isto ocorrerá frequentemente nos setores de energia elétrica e transportes”.

4. Projetos para aproveitar outros recursos naturais. Exemplo relevante é o da mandioca. Antes utilizada para destinações, por assim dizer, menos nobres, de repente – ao abrigo impactante de nova tecnologia – a mandioca ressurge como fonte alternativa de combustível limpo: o Etanol. (V. item 1. Projetos derivados de estudos setoriais.).

5. Projetos de natureza política e estratégica. Trata-se de projetos eleitos e, mais ainda, localizados de modo alheio à lógica do mercado e às suas forças locacionais. Obedecem a fatores de natureza diversa, como: estratégia militar, aspecto territorial (por exemplo: necessidade de ocupação de terra de fronteira) etc. Projetos dessa natureza, decididos arbitrariamente, revestem-se da maior importância para superar situações tidas como subordinadas ao fatalismo. (Voltar-se-á ao tema quando se examinarem Municípios-tipo).

A matriz que se segue, Quadro 3, representa esforço no sentido de oferecer ao observador visão de conjunto da complexidade de atividades

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passíveis de execução por pessoas, empresas e instituições, em apoio ao sistema produtivo; e da imensa quantidade de empreendimentos que podem ser suscitados pelo ser humano ao explorar a natureza – as atividades-meios e as atividades-fim interagindo em mão dupla. A matriz transcende a com-petência municipal. Mas o Município deve assumir postura proativa.

Dá-se continuidade ao método de apresentar “situações” múltiplas que dificilmente estarão presentes num mesmo espaço municipal. A iden-tificação de oportunidades de investimentos, por mais rica que fosse, não levaria à construção de panorama tão vasto e tão vário, como se não hou-vesse limitações nem na natureza, explorada pelo homem, nem no próprio homem, ao explorar a natureza. A mesma observação já não cabe para a área nacional, no caso, o espaço nacional do Brasil. Afortunadamente, o Brasil – por causa de suas numerosas longitudes e de suas numerosas latitudes, dadas suas dimensões continentais – oferece “situações” excepcionalmente notáveis. Na verdade, tão vastas dimensões – presentes a situações geográfi-cas mais que diversas: riquíssimas – expõem ao observador os mais versáteis ecossistemas. De todo modo, o que é realista, quanto ao Município, que é o que vem ao caso, – é seguir as “sugestões metodológicas” sobre as quais se dissertou.

Continua

Infraestrutura de apoio direto aos investimentos

Oportunidades de investimentos exploráveis

ENERGIA

Energia hidroelétrica – energia eólica – energia solar – energia termoelétrica – conjunto gerador movido a energia

limpa

AGRICULTURA. PECUÁRIAOferta de bens oriundos da Agricultura: alimentos de fontes vegetais e animais;

matérias primas para a indústria (inclusive farmacêutica). Subsetores:

extrativismo referente a plantas nativas – pesca: peixes e crustáceos.

TRANSPORTESHidrovias – ferrovias – vias marítimas

de cabotagem – vias oceânicas – rodovias vicinais – rodovias estaduais

– rodovias nacionais – aeroportos – heliportos – metrôs – transporte escolar rural – transporte escolar

urbano – estação rodoviária

AGROINDÚSTRIADesdobramento das duas atividades

acima e agregação de valor via tratamento industrial. Destaques

aleatórios: combustíveis não poluentes, com base na cana-de-açúcar, na

mandioca e outros vegetais.

Quadro 3 - Uma Matriz do Desenvolvimento Econômico Integrado(*) (Visão Animada do Esforço de Desenvolvimento Econômico)

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Quadro 3 - Uma Matriz do Desenvolvimento Econômico Integrado(*) (Visão Animada do Esforço de Desenvolvimento Econômico) Continua

Infraestrutura de apoio direto aos investimentos

Oportunidades de investimentos exploráveis

COMUNICAÇÕESTelefonia local – telefonia à distância

– Telefonia sem fio com apoio na Internet – estações de rádio –

transmissores de sinais de televisão – mídia impressa

Destaque entre os destaques: a mandioca, a qual exige menos tempo e menos custos para a produção de

ETANOL, sendo certo que empobrece o solo; que por isso exige plantação

consorciada, por exemplo, com gramíneas e leguminosas, fazendo-se recomendável em cada caso a

orientação de Agrônomo.EDUCAÇÃO

Educação pré-escolar – ensino fundamental - educação

profissionalizante: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET), Serviço Brasileiro

de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) - etc. – Cursos superiores em nível de graduação, de mestrado e de doutorado. Ênfase em

ciência e tecnologia

INDÚSTRIADestaques aleatórios: alimentos – calçados – roupas – remédios

– veículos – artefatos domésticos – produtos eletrônicos – indústria mineira, inclusive petroquímica.

COMÉRCIOMercados – lojas – shopping Center.

SAÚDECadeia hierárquica de unidades de saúde, conforme indicado antes

{2.b.b}. Saúde preventiva

SERVIÇOSDestaque para o turismo, podendo-

se conceber, a esse propósito, espaço amplo, à maneira de praça, no qual se concentrem equipamentos turísticos e também de apoio: hotel – centro

de convenções, com auditórios modulados, restaurantes, lanchonetes, cyber café, lan houses, salas de projeção, salas de exposição versátil etc. – lojas

de produtos artesanais e outros – farmácias – bombeiro – pronto socorro

– salas de fisioterapia – planetário

Continuação

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Quadro 3 - Uma Matriz do Desenvolvimento Econômico Integrado(*) (Visão Animada do Esforço de Desenvolvimento Econômico) Continua

Infraestrutura de apoio direto aos investimentos

Oportunidades de investimentos exploráveis

ESPAÇOS INDUSTRIAISDistrito industrial e Zona de

Processamento de Exportação: localizados segundo critérios técnicos,

tais como, por exemplo: situar-se a jusante das correntes de ar, tendo

como referência a cidade, a qual estará a montante e assim preservada de

poluição; situar-se preferentemente em área não agricultável; situar-se onde

haja acessos, ou onde se possa construí-los, conforme o caso, hidroviário,

ferroviário, rodoviário; e acesso a porto fluvial, a porto marítimo, a estação rodoviária e a aeroporto. Estação abaixadora. Lagoa de oxidação, se couber. Espaços não-industriais no

entorno, providos de serviços de apoio: armazéns e silos, macroestacionamento

para carretas e veículos utilitários – central de abastecimento – restaurantes e lanchonetes – farmácias – bombeiro

– pronto socorro – posto policial – cartório – gráfica – heliporto – hotéis

/ pousadas – conjunto habitacional para a mão-de-obra – moradias de executivos – áreas verdes e áreas de

lazer – casa de câmbio – call center – etc.

– posto policial – cartório – gráfica – heliporto – áreas verdes e áreas de lazer – banheiros públicos – casas de câmbio

– call center – predisposição funcional dos logradouros públicos ao acesso de pessoas portadoras de deficiência - etc

Continuação

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Conclusão

Infraestrutura de apoio direto aos investimentos

Oportunidades de investimentos exploráveis

APOIO FISCAL. DISCIPLINA NORMATIVA

Diploma legal concessivo de incentivos fiscais apontados para as metas

desenvolvimentistas corporificadas nas diretrizes oficiais. ● Linhas específicas de financiamento de

longo prazo com custos adequados. ● Disciplina normativa (representada

por leis específicas) regentes da divisão dos espaços, das posturas,

da preservação do meio ambiente e assim por diante. Por exemplo, os

dispositivos paradigmáticos das Leis federais nos 6.766, de 19.12.1079, e

9.785, de 29.01.1999 (BRASIL. LEI N° 6.766, 2012; BRASIL. LEI N°

9.785, 2012), incidentes sobre a questão do parcelamento do solo e assuntos correlatos. ● Legislação em apoio à acessibilidade dos portadores de

deficiência, conforme {1.a.b}.

Quadro 3 - Uma Matriz do Desenvolvimento Econômico Integrado(*) (Visão Animada do Esforço de Desenvolvimento Econômico)Fonte: Elaboração Própria do Autor.

(*) A matriz acima apresenta panorama impressionista, não panorama técnico, à maneira de provocação. Diante do caso concreto de um dado Município, dentro da vida, tal como a vida é, matriz como essa há de ser concebida por conjunto de técnicos de diferentes saberes, sob a liderança do Chefe do Poder Executivo, os quais saberes, inicial e naturalmente exercita-dos porcerto em clima fecundamente conflituoso, por fim confluam de modo conjugado e democrático para a obtenção da melhor resultante. Não sem, antes, haver-se consultado via as técnicas próprias as aspirações coletivas, expressas pelas classes produtoras e pelas classes laborais, bem como pelas entidades da sociedade civil organizada.

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PARTE 4

Municípios-tipo:Monoprodutores

São Municípios especializados na produção de um só e único bem econômico. Não literalmente. Mas preponderantemente. De maneira que suas economias assentam sobre uma base só. Aqui se relacionam os seguintes:

a) Município balneário;

b) Município entroncamento rodoviário;

c) Município dormitório;

d) Município estância hidromineral;

e) Município sede de grande empreendimento: refinaria, usina siderúrgica, outros;

f) Município dotado de clima destacadamente ameno: serras etc.;

g) Município prestador de serviços: polo educacional, polo de saúde, polo comercial etc.;

h) Município detentor de patrimônio histórico;

i) “Cidades Mortas”.

O que existe em comum entre eles é, como já dito, a circunstâncias de suas economias sustentarem-se numa vocação pretensamente única. De modo que tendem a levar desvantagem nos termos de intercâmbio com Mu-nicípios outros, providos dos atributos de economia mais forte. E então, ou ficam estagnados, ou continuam debilitando-se economicamente, com as im-plicações colaterais que se conhecem, sobretudo no campo das carências so-ciais. Esse problema, como se sabe, foi estudado por Gunnar Myrdal, quando identificou fenômeno por ele denominado “causação circular cumulativa”, a saber: que as áreas subdesenvolvidas perdem para as desenvolvidas mão de obra jovem, que emigra; perdem capitais, que se deslocam das primeiras, atraí-dos por melhores oportunidades de ganhos, existentes nas áreas desenvolvi-

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das; perdem nas permutas comerciais, sabido como as áreas desenvolvidas apresentam número superior de itens comercializáveis. (MYRDAL, 1960). Os textos que se seguem valem tão só como indicações gerais de análises, forçosamente um tanto abstratas, de cada situação, pois não estão enfocando nenhum caso concreto.

a) Município balneário. Comece-se sempre com a indagação im-periosa: foi feito, está sendo feito, será feito levantamento das oportunidades potenciais de negócios? l Pergunta: far-se-ia viável acrescentar, à vocação de balneário, a de ofertante dos serviços de SPA (cujo conceito tem origem na ex-pressão Salus Per Aquam ou Saúde Pela Água, porém que se resume no objetivo de proporcionar bem estar-físico e psíquico)? Há centro de convenções? Há casas de show? Salas de projeção? Prática de um calendário de festivais?

b) Município entroncamento rodoviário. Sempre a indagação básica: foi feito, está sendo feito, será feito levantamento das oportunidades potenciais de negócios? l Realisticamente: o Município entroncamento rodoviário poderá assim o ser pelo simples fato de, coincidentemente, pas-sarem por eles, cruzando-se, vias de transportes, sem que isso leve a auto-maticamente outros benefícios além dos conhecidos: existência de pequenas oficinas de recauchutagem de pneus, de reparo e manutenção de veículos utilitários, pousadas para motoristas etc. l Mesmo nesta hipótese, o Mu-nicípio executaria, ele próprio, ou induziria a iniciativa privada a executar, via incentivos fiscais e outros, – a implantação de centros de distribuição, à luz da logística inerente à sua condição de entroncamento rodoviário. Será sempre boa a ideia de conhecer a experiência alheia: a experiência, por exemplo, do Condomínio Industrial e Logístico de Sorocaba (SP). l O Município poderá ainda implantar porto seco, ou induzir sua implantação: porto seco facilitador das atividades exportadoras. Porto seco poderia quiçá despertar adormecidas forças centrípetas fazendo convergirem para o Município novos negócios. Daí para a frente, é inimaginável o efeito polarizador do Município no tocante à atração de investimentos novos.

c) Município dormitório. Sempre a indagação básica: foi feito, está sendo feito, será feito levantamento das oportunidades potenciais de negócios? ● A maior parte da população ativa apenas dorme no Município. Demora-se no Município vizinho, onde trabalha, onde aufere salário e onde... o gasta. Quase sempre, o Município dormitório oferece ambiente tranquilo, a vida passando vagarosa, por vezes em ambiente idílico, com seu tanto de pai-sagem pastoril. l Pergunta-se: seria o caso de tirar partido justamente dessa paz silenciosa para oferecer serviços florescentes, especialmente, em

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meio ambiente urbano-rural como esse? l Por exemplo: implantação de hotel-fazenda, com centro de convenções? Bem como os complementos, tipo lojas de artesanato etc. A esse propósito, ver neste Manual, a Matriz do Desenvolvimento Econômico Integrado / Serviços / Turismo (Quadro 3) e avaliar que outros itens poderiam ser considerados aqui. l Caberia, pergunta-se ainda, estimular a implantação de serviços mais ou menos autônomos quanto à exigência de localização, como call center? l A ideia é inverter ao menos em parte a direção da renda, fazendo com que os naturais gastem em seu próprio Município; e atrair os não naturais para igualmente, diga-se cruamente, também pagarem aí mercadorias que adquiram e serviços de que venham a usufruir.

d) Município estância hidromineral. Sempre a indagação básica: foi feito, está sendo feito, será feito levantamento das oportunidades potenciais de negócios? l Estarão, as águas da estância, oferecendo tudo o que podem ofer-ecer? São elas apropriadas para a produção de cerveja? Ou para, associadamente a ingredientes criativos, para a produção de refrigerantes ou mesmo de medica-mentos, obviamente passíveis de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)? l Há, além da hotelaria, centro de convenções? Bem como os complementos, tipo lojas de artesanato etc. A esse propósito, ver neste Man-ual, a Matriz do Desenvolvimento Econômico Integrado / Serviços / Turismo (Quadro 3) e avaliar que outros itens poderiam ser considerados aqui.

e) Município sede de grande empreendimento: refinaria, usina siderúrgica, outros. Sempre a indagação básica: foi feito, está sendo feito, será feito levantamento das oportunidades potenciais de negócios? l Tanto refinaria como usina siderúrgica e qualquer outro empreendimento com vocação seminal constituem-se em árvores genealógicas de numerosos empreendimentos outros. De outra parte, são também empreendimentos centrais, em volta dos quais giram empreendimentos-satélites fornecedores de insumos. Mas é indispensável que ocorra liberação induzida dessas vocações seminal e central, que nem sempre acontece como geração espontânea. A intervenção governamental pode dar-se por via de perfis (preprojetos) os quais tornem explícitas essas oportunidades de negócios. Ademais, encontrem o estímulo de incentivos fiscais. E, por fim, sejam objeto de promoção junto a empreendedores em potencial.

f) Município dotado de clima destacadamente ameno: serras etc. Sempre a indagação básica: foi feito, está sendo feito, será feito levanta-mento das oportunidades potenciais de negócios? l A ambiência favorece a instalação de SPA; a realização de festivais; a edificação de centro de con-

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venções. Bem como dos complementos, tipo lojas de artesanato etc. A esse propósito, ver neste Manual, a Matriz do Desenvolvimento Econômico Inte-grado / Serviços / Turismo (Quadro 3) e avaliar que outros itens poderiam ser considerados aqui.

g) Município prestador de serviços: polo educacional, ou polo de saúde, ou polo comercial etc. Sempre a indagação básica: foi feito, está sendo feito, será feito levantamento das oportunidades potenciais de negócios? Em Mu-nicípios como esses, por vezes consagra-se a opinião generalizada de que sua vocação se perfaz em consolidar-se como polo disso, ou polo daquilo, ou polo daquilo outro. Mas estudos técnicos a serviço do que se poderia mencionar como “faro empresarial”; ou o “faro empresarial” açulado pelos estudos técnicos, – ambas as situações propiciariam a superação da visão cristalizada; e certamente descobririam colunas adicionais de sustentação da economia municipal.

h) Município detentor de patrimônio histórico. Sempre a indagação básica: foi feito, está sendo feito, será feito levantamento das oportunidades potenciais de negócios? Frequentemente se encontram Municípios cuja vocação se vem esgotando como de base de patrimônio histórico. E por isso como centro de atração dessa forma tópica de turismo. l Esses Municípios, no entanto, quase sempre são tranquilos e apresentam áreas modernizadas de seu perímetro urbano. Uns tantos se enquadram na classificação de “cidade lenta” (slow city), que não tem, como se sabe, conotação pejorativa, mas sim a de apresentar, presentes em seu espaço, o culto do passado, a modernidade e a não-violência. l Poderia, o Município de que se tratar, constituir-se também em base de cidade universitária? Em polo de estudos científicos?

i)“Cidades Mortas”. Essas cidades, assim denominadas por Mon-teiro Lobato, esvaziaram-se economicamente ao longo do tempo. Num dos parágrafos de descrição de autoria daquele escritor, há este resumo: “Avultam em número, nas ruas centrais, casas sem janelas, só portas, três e quatro: an-tigos armazéns hoje fechados, porque o comércio desertou também.” (LO-BATO, 19--, p. 4). Assim, desde logo, a indagação básica: foi feito, está sendo feito, será feito levantamento das oportunidades potenciais de negócios? l Esta é situação que exige solução à revelia das leis cegas do mercado. Aqui, cabe a localização arbitrária de “Projetos de natureza política e estratégica”, segundo a já vista conceituação de Melnick (1978). O Município lutará para implantar, por exemplo, campus de universidade governamental; laboratóri-os de pesquisas do governo; empreendimentos mais ou menos autônomos quanto às forças locacionais, tipo call center a serviço de empresas públicas ou de economia mista, por exemplo.

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Financiamentodo desenvolvimento

PARTE 5

Financiamento do Desenvolvimento (1/4): Generalidades

É fácil perceber que essa ampla frente temática requer, para seu en-frentamento, somas elevadíssimas de recursos. Como regra geral, a comple-mentação dos recursos, no que se refere a metas governamentais, é suprida por transferências oriundas da União e dos Estados: transferências compul-sórias, determinadas legalmente; e transferências decorrentes de negociações com aquelas instâncias. Nesta segunda hipótese, o sucesso das negociações subordina-se à correlação de forças político-partidárias, mais que à consistên-cia técnica das justificativas.

A complementação dos recursos, conforme se verá mais adiante, pode ser também suprida pela obtenção de empréstimos de agências nacionais ou internacionais – como o BNDES, o Banco do Brasil, o BNB, a Caixa, o Ban-co Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD), sempre invocado, simplesmente, por Banco Mundial. Em alguns casos tópicos, os meios financeiros poderão ter origem em financiamentos por parte de instituições financeiras privadas.

Ultimamente, surgiu a figura da Parceria Público Privada (PPP), minimizadora da necessidade de desembolso de recursos oficiais para o fi-nanciamento de obras e serviços públicos. Empresa privada projeta e executa meta oficial, frente ao direito à contrapartida de, por exemplo, exploração por determinado período da obra realizada, como pedágio de rodovia. Há mo-dalidades várias de PPP, como no caso em que durante a execução da meta há participação financeira parcial do poder público. Ver, por pertinente, a Lei n.o 11.079, de 30.12.2004. (BRASIL. LEI N.o 11.079, 2012). Aponta no mesmo sentido, mutatis mutandi, a Lei n.o 9.074, de 07.07.1995, que trata de concessões e permissões de serviços públicos. (BRASIL. LEI N.o 9.074, 2012).

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É consensual o entendimento de que o Município deve criar condições internas para geração de meios financeiros próprios, a fim de rela-tivizar sua dependência a fontes outras de recursos. Quanto maior for a gera-ção interna de recursos, mais o Município terá autonomia para eleger as metas que sejam realmente expressivas das prioridades econômicas e sociais espe-cificamente suas. Deve o Município, em vez de simplesmente fazer adesão – adesão às prioridades inerentes a linhas de financiamento pré-fabricadas, alheias às especificidades localizadas –, dotar-se de poder de transação, repre-sentado por capacidade financeira para negociar.

Mas há, a propósito, um raciocínio encadeado: → l Para que sejam expressivos os recursos internos – receitas municipais sob a forma de tributos –, é necessário que a base sobre a qual incidam esses tributos seja coerente-mente expressiva. → l Por sua vez, essa base expressiva sobre a qual incidam os tributos significa que as atividades produtivas desenvolvidas por pessoas, empresas e instituições devam ser igualmente expressivas. → l Leia-se, em síntese: é preciso que o Município, tal como algumas nações, seja pelo menos, senão desenvolvido, “emergente”, conforme expressão aplicada a países.

As partes – famílias, empresas e instituições – estando fortalecidas economicamente, fortalecido economicamente estará também o todo mu-nicipal, isto é, o Município. O fortalecimento econômico do todo municipal permitirá ao Município, enquanto “grupo natural”, operar como o colete de proteção a que já se fez referência.

Há, pois, que cuidar-se do desenvolvimento da Agricultura, da Agroindústria, da Indústria, do Comércio e dos Serviços, quanto ao que cou-ber, em cada caso. É este o caminho único para fortalecer economicamente as pessoas, as empresas e as instituições. E o nome disso é desenvolvimento econômico. Ou melhor: desenvolvimento integrado, por envolver igualmente o desenvolvimento social.

Financiamento do Desenvolvimento (2/4): Especificidades Creditícias

As fontes de financiamento destinadas, principalmente, aos agentes produtivos, são:

● BNDES;

● BNB;

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● Banco do Brasil S/A (BB);

● Caixa Econômica Federal.

● Bancos privados, sendo os mais atuantes: Real, Bradesco e Rural.

Praticamente todos os setores produtivos são passíveis de ser assisti-dos, desde que obviamente explorem negócios legalmente permitidos.

Não se vai mencionar aqui pormenorizadamente as regras regentes da concessão de financiamento, classificado no Brasil como “crédito espe-cializado”. Variam conforme a linha programática, principalmente tendo em vista o tamanho da empresa candidata ao crédito; e, quanto a uma mesma linha programática, essas regras poderão variar no decorrer do tempo. Mas, em qualquer hipótese, as características básicas são sempre as mesmas na substância, isto é, diferenciadas (favorecidas) frente ao crédito de curto prazo e de natureza comercial:

● diferenciadas quanto ao prazo, que poderá chegar a 12 anos ou mais. Digamos: 20 anos (no caso de hotéis). Geralmente a carência é de 3 anos, podendo alcançar 7 anos (no caso de reflorestamento);

● diferenciadas quanto aos encargos financeiros, os quais, modera-dos, apenas superam a inflação, por sua vez mantida pela Autoridade Mone-tária dentro de limites toleráveis – eis que se trata de opção de política macro-econômica permanente em consonância com os anseios consensuais da Na-ção brasileira, vale dizer: política macroeconômica marcada pela estabilidade;

● e diferenciadas quanto às garantias, nestes casos mais exigentes que as requeridas para o crédito comum, em regra representadas por hipote-cas de bens imóveis extraprojeto e eventualmente complementadas por bens do conjunto produtivo financiável.

Os financiamentos nas bases assim diferenciadas, destinados a em-preendimentos situados em Zona de Processamento de Exportação (ZPE), em Distrito Industrial ou em qualquer outro espaço, encontram respaldos em lastros específicos de recursos, conforme os exemplos apenas ilustrativos que se seguem:

1. Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), podendo cobrir de 70% a 100% do investimento financiável {construções, máquinas e equipamentos, inclusive importados, despesas pré-operacionais e capital de giro associado ao investimento fixo (até 35% do investimento

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fixo financiável)}, com encargos de 6,75% a.a. (microempresa), 8,25% a.a. (pequeno porte), 9,50% a.a. (médio porte) e 10,00% a.a. (grande porte) – com resgates passíveis de ser beneficiados com Bônus de Adimplência de 25% para investimentos localizados no semiárido e de 15% para as demais sub-áreas, com prazos de até 12 anos, com até 4 de carência (inclusive).

2. Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE): financiamen-to de 60% do investimento total; financiamento de 80% do investimento fixo.

3. Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), passível de aplicação em função de edital da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), de modo subordinado a um comitê gestor, a par-tir de demandas provocadas pelos Ministérios da Educação, Saúde, e das Co-municações. (BRASIL. LEI N.o 9.998, 2012).

4. Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunica-ções (Funttel), tendo como objetivo treinamento, pesquisas e desenvolvim-ento tecnológico. (BRASIL. LEI N° 10.052, 2012).

5. Incentivo a Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) das indústrias de informática, automação e telecomunicações. (BRASIL. LEI N° 8.248, 2012; BRASIL. LEI N° 10.176, 2012).

Exige-se sempre uma contrapartida do empreendedor, no mínimo de dez por cento, a qual, portanto, limita o aporte de recursos da fonte insti-tucional financiadora. Conforme o caso, a contrapartida poderá ser maior, refletindo-se, pois, em aporte de financiamento menor.

É claro que a concessão do financiamento é antecedida da feitura do cadastro da empresa solicitante do empréstimo, por via do qual se con-state a idoneidade dos empreendedores e sua capacidade financeira para empreender.

O instrumento de postulação do crédito especializado é o projeto – estudo de viabilidade econômico-financeira –, cujo roteiro é francamente do domínio das assessorias apoiadoras das empresas solicitantes do financiamento.

● Outros destaques, cabendo estas ressalvas – as de que (a) o quadro descrito em seguida não esgota o assunto; e (b) é mutante, sob a influência de cada conjuntura.

Seguem-se algumas pistas genéricas de linhas de financiamento ad-ministradas pelas instituições financeiras que se indicam. Notar: trata-se de

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fontes de financiamentos mutantes, em razão de cada conjuntura que se esteja vivenciando. Assim, o que agora se apresenta de tal modo, em oportunidade posterior pode oferecer-se de modo diverso ou ter sido extinto. Cabe ao pre-feito e à sua Equipe prospectarem junto às instituições financeiras oficiais quais linhas de financiamento existirão adequadas ao apoio à execução de metas municipais carentes de recursos.

Nos casos em que o apoio da instituição financeira se restringe ao setor privado, o município sempre encontrará formas de apoio complementar – quando este for indispensável para a viabilização de meta particular com im-plicações sociais diretas ou indiretas –, tais como o representado por estímulo tributário, por serviços de infraestrutura: terraplenagem, saneamento; outras formas de apoio.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

● Programa BNDES de Modernização da Administração e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT);

● Micro, pequena e média empresa; trabalhador autônomo; agro-pecuária; comércio, serviços e turismo; desenvolvimento social e urbano; exportação e inserção internacional; indústria; infraestru-tura; inovação; meio ambiente; mercado de capitais; Financia-mento de Máquinas e Equipamentos (Finame) – através de outras instituições financeiras) à produção e à aquisição de máquinas e equipamentos novos de fabricação nacional.

Banco do Nordeste

São, no momento em que o presente texto está sendo elaborado, sete programas, a saber: 1 – agroindustrial; 2 – de comércio e serviços; 3 – de infraestrutura; 4 – industrial; 5 – rural; 6 – tecnológico; 7 – turístico. Tomadores dos empréstimos: geralmente, empresas privadas. Podendo, em alguns casos, porém, ser financiada entidade pública, com destaque, a esse propósito, para a infraestrutura. Merecem destaques os itens que se seguem, os quais se constituem em desdobramento do programa de infraestrutura: a) energia, com destaque para a exploração do gás natural; b) recursos hídricos; c) transportes: inclusive abertura e manutenção de ruas e avenidas, construção de viadutos, implantação de rodovias, implantação de metrôs, de ferrovias, construção de portos e de aeroportos.

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Banco do Brasil

Pinçam-se algumas linhas de atuação:

● Cartão de Pagamento da Defesa Civil, referente a municípios em situação de emergência e calamidade pública.

● Sustentabilidade, estratégia de: voltada para o desenvolvimento re-gional sustentável.

● Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) –: • Proger Formal. Investimentos, mais capital de giro para indústria, agro-indústria, comércio e serviços, com vistas à sustentação no nível de emprego ou sua ampliação e ao incremento da renda. • Proger Informal. Financiamento a produtores informais, com vistas à sua incorporação ao mundo formal.

● Crédito Produtivo. Para Micro e Pequena Empresa Enquadradas no Regime Tributário Simplificado.

Caixa

Além de apoio aos programas habitacionais (conforme visto antes):

● Programa de Apoio à Modernização Administrativa e Fiscal (PNAFM), do Município.

● Financiamento específico para micro e pequena empresas; finan-ciamento específico para médias e grandes empresas.

Financiamento do Desenvolvimento (3/4): Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

O propósito do poder público de promover a inclusão no processo produtivo formal de produtores informais, com as implicações econômicas e sociais daí decorrentes; bem como o propósito, implícito ou não, de ao mesmo tempo não onerá-los e convertê-los em fontes de tributos, – encontra expressão objetiva na Lei Complementar n.o 123, de 14.12.2006, a qual institui o Estatuto Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. De-fine-se, no Estatuto, tratamento diferenciado e favorecido a essas empresas, no âmbito da União, dos Estados e dos Municípios, nos campos, entre outros, dos (a) impostos e contribuições, das (b) obrigações trabalhistas e previden-

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ciárias, do (c) crédito, das (d) preferências na aquisição de bens e serviços pelo poder público. (BRASIL. LEI N° 123, 2012).

Financiamento do Desenvolvimento (4/4): Incentivos Fiscais

A experiência vem demonstrando que isenção tributária temporária, no presente, relativa ao faturamento de empresa nova, ou referente à amplia-ção ou a modernização de empresa, é eticamente referendada por recompen-sa tributária mais que apenas compensatória, no futuro. E este é naturalmente um dos objetivos da isenção, além dos de suscitar: o incremento da produção; aumento do número de postos de trabalho; e o crescimento da renda.

Será lícito, pois, que o Município – uma vez execute programa de promoção empresarial e tendo em vista atrair empreendedores – conceda isenções às unidades produtivas nascidas sob o estímulo do mesmo programa: isenção de cobrança de diferentes tributos, com destaque para o Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN). Como a alíquota máxima é de 5% (exceto quanto a casos tópicos constantes da Lista anexa ao Decreto Lei n.o 406/1968: itens 32, 33 e 34) (BRASIL. DECRETO-LEI N° 406, 2012); e como a alíquota mínima é de 2%, – segue-se que essa isenção será no máximo de 3%. (BRASIL. LEI COMPLEMENTAR N° 116, 2012; BRASIL. EMENDA CONSTITUCIONAL N° 37, 2012).

Notar que isenção tributária favorável a empreendimento a ser im-plantado não afeta o nível das receitas auferidas pelo poder concedente: eis que, na situação de “a ser implantado”, o empreendimento não está, como é óbvio, no presente, contribuindo com recolhimento algum de tributo ao Tesouro do poder concedente.

Para as isenções, em geral, a situação-modelo que aqui se preconi-za deverá obedecer ao seguinte balizamento, com a ponderação, porém, de que não se está considerando situações especiais – cada caso é um caso: 1º) a isenção plena – no caso do ISSQN (aqui eleito como ilustração), só de 3% – deverá durar por 10 anos; 2º) deverá prolongar-se por mais 5 anos, porém declinante, linearmente, a partir do 11º ano até o 15º ano. Com efeito, a maioria das empresas acostuma-se a operar ao abrigo da isenção, não se dando conta de que se trata de incentivo alheio à livre concorrência, por isso temporário; não se dando conta de que, após o término da fruição desse es-

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tímulo, cumpre-lhe operar com produtividade competitiva segundo as leis do mercado, sob pena de desaparecer.

Assim, a adoção do caráter pedagógico e gradualmente declinante do incentivo fiscal vai-lhe fazendo reingressar no mundo implacável da livre con-corrência; bem como conscientizar-se de que sua sobrevivência ao longo do tempo depende de que sempre esteja a reinventar-se. Vai-lhe fazendo mover-se no que se refere à (a) modernização de suas práticas administrativas (que envolvem custos e recursos humanos), à (b) renovação das máquinas e dos equipamentos, à consequente (c) atualização do processo produtivo, à (d) ca-pacidade de transação frente a fornecedores, à (e) habilidade, assentada sobre a competitividade, para manter mercados e para conquistar mercados novos.

A contraface do declínio do incentivo fiscal (da renúncia fiscal) é a ascensão do ISSQN da alíquota de 2% para a de 5%. O Gráfico 1 expressa o segmento estável do pagamento do ISSQN, com renúncia fiscal, ao longo de 10 anos, e o segmento ascendente progressivo do pagamento, durante 5 anos, até assumir a plenitude.

Gráfico 1 - Periodicidade de Isenção do ISSQNFonte: Elaboração Própria do Autor.

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Estrutura organizacional para o planejamento,

o controle, a avaliação e a comunicação social

PARTE 6

Postulados

Antes de mais nada, tem de haver uma convicção – ou a de que planejamento é necessário ou a de que planejamento é desnecessário. Os se-guintes postulados assentam sob a primeira convicção:

Postulado I: Gestação do planejamento. O planejamento deve nascer na população, representada pelos senhores vereadores, pelas classes laborais, pelas classes patronais, pelas entidades da sociedade civil organizada. Obviamente, pelo próprio prefeito. Já durante as campanhas eleitorais, os candidatos têm suas percepções sensibilizadas pelas postulações expressas pelo povo quando dos encontros públicos. Há um cuidado para o qual atentar. Pode ocorrer que as postulações convergentes para o planejamento reflitam só aspirações, importantes sim, mas imediatistas, prosaicas, ligadas a situações circunscritas a bairros: tipo buraco no asfalto, carência de telefone comunitário, insuficiência de iluminação, intervalos longos entre as passagens dos veículos que fazem transporte coletivo etc. Cumpre aos planejadores, cumpre ao Chefe do Poder Executivo em particular, manter alerta a atenção para com o futuro e aguçar o senso de proporção para distinguir – do que vale apenas para o aqui e o agora – o que conta para a escala de preocupações do estadista: avanço na Educação; reconstrução da Saúde; reanimação do sistema produtivo e geração de Emprego e Renda; Plano Diretor, urbanismo e Logística; Habitação Popular; Segurança; preservação do Meio Ambiente; e assim por diante.

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Postulado II: Igualdade de status entre os poderes internos. Cum-pre adotar o princípio da igualdade de status entre as diferentes Secretarias da Prefeitura, utilizado o vocábulo mutatis mutandi na sua acepção etimológica de: “Conjunto de direitos e deveres que caracterizam a posição de uma pessoa em suas relações com outras.” (FERREIRA, 1975, p. 1327). Esse princípio é responsável pela circulação das ideias, sem restrições, e por isso pelo en-riquecimento das atividades desenvolvidas pela Prefeitura. É encontradiço o status superior das Secretarias de Fazenda ou Finanças, status esse que, interna-mente, não contribui em nada em termos de eficiência, podendo mesmo ser responsável por mudos ressentimentos, opostos ao clima de bem-estar, isto é: opostos à produtividade; e, externamente, só cria “ruído” na interlocução do poder público com a sociedade.

Postulado III: Processamento das aspirações no interior do or-ganismo da Prefeitura. Democracia interna. A unidade de Planejamento da Prefeitura – geralmente, Secretaria do Planejamento – deve operar como re-latora e como secretaria executiva da atividade de planejar. ● Quase sempre, essa pasta do Planejamento – uma vez o plano de metas encontre-se pronto e acabado – limita-se à feitura das peças orçamentárias e às suplementações de verbas. Nada mais. Disso resulta que a unidade de Planejamento é fraca. E que o plano de metas não significa coisa alguma. A unidade de Planeja-mento não dispõe de meios institucionais para velar pelo cumprimento das metas. O que estaria coerente com o caráter de sistema aberto, igualitário, de operar, frente às demais Secretarias municipais, mas em prejuízo da execução do plano de metas. Há que conciliar esse sistema igualitário com o imperativo incontornável do zelo pela consecução das metas planejadas. É o de que se trata em seguida, simplificadamente, não sem antes considerar assunto ante-cedentemente correlato: o da elaboração do Orçamento.

Postulado IV: Elaboração da Proposta Orçamentária. Este Postu-lado IV e o Postulado V são complementares. Com efeito, conforme se verá, o Orçamento é a face financeira do Planejamento. Afortunadamente, Propos-ta Orçamentária é elaborada, sempre, pela Secretaria do Planejamento – o que lhe permite velar pela compatibilidade entre, de um lado, metas planejadas e, de outro, recursos para o respectivo financiamento. Ao passo que, outrossim, o controle adiante mencionado, exercido pela mesma Pasta, visa a garantir fidelidade entre a concepção e a execução: gestação das metas, de um lado, e suas realizações tal como especificadas, de outro.

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Aqui atentar para o Orçamento Participativo. Município há que destaca parte das receitas e a submete a segmentos sociais organizados, para efeito de eleição de metas nas quais aplicá-la. Ver, a esse propósito, neste Manual, registro anterior sobre: Estrutura Organizacional para o Planejamento, o Controle, a Avaliação e a Comunicação Social / Postulados/ Postulado I: Gestação do Planejamento.

O Orçamento deve partir de dados factuais. A saber: balanços. Balanços, acrescente-se, de pelo menos os últimos seis anos. Devendo-se tomar, o primeiro, como o ano-base. A versão inicial do Orçamento, pois, partirá de projeção baseada nos dados do que aconteceu: dos atos e dos fatos administrativos; nos dados das execuções orçamentárias, – projeção conforme procedimentos estatísticos conhecidos. Tem-se em vista o princípio segundo o qual:

o que foi constante no passado é provável no futuro.

Assim, a 1ª versão da peça orçamentária refletirá docilmente o que aconteceu. No segundo momento, deve-se proceder às qualificações que vi-erem ao caso. O técnico se fará perguntas analíticas. Eis alguns exemplos.

● Constatação: houve, no período, excepcional expansão da indús-tria da construção civil, gerando correspondente expansão do ISSQN. Pergunta: esse ritmo de expansão se sustentará no futuro próximo?

● Constatação: em consequência de concurso público, foi admitido certo contingente de funcionários, daí decorrendo majoração da folha de pagamentos. Pergunta: os gastos de pessoal se manterão estáveis no novo patamar?

● Notar: despesas de capital, no presente, geram despesas de custeio, no futuro. Por exemplo: uma vez construída escola, seu funcio-namento exigirá gastos com: salários de professores e pessoal ad-ministrativo, energia, água, telefone, material didático de consumo diário e assim por diante.

Em face de perguntas como essas e de respostas como essas, o pro-jetista do Orçamento procederá aos ajustes que o bom senso indicar.

Postulado V: Controle sobre as Despesas de Capital. Todas as despesas devem ser controladas. A expressão “sobre as Despesas de Capi-

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tal” está em função de defender o planejamento. São essas despesas, como se sabe, aquelas expressivas da ação substantiva de governo. A sugestão é a de que se centralize na Secretaria do Planejamento (qualquer que seja sua denominação) os empenhos das Despesas de Capital, a partir de certo montante, – valor esse a ser definido de acordo com o bom senso, segundo o qual escapem a esse controle simples gastos com reposição de peças e com pequenas aquisições embora representativas de investimento. l Ou seja, cada Pasta solicitará à do Planejamento – através de requisição na qual procure demonstrar a compatibilidade do gasto com o plano de metas – o empenho prévio da despesa de capital a ser realizada, sabido como o mo-mento prévio da despesa é exigência legal: Lei n.o 4.320, de 17.03.1964, Art. 60. l Na hipótese de discrepância detectada pela Pasta do Planejamento, esta não veta o empenho, o que mantém aberto, igualitário o sistema, con-forme se mencionou antes, nem o realiza, o que significa sinalizar em fa-vor da preservação das metas, – mas faz a requisição subir à instância do Chefe do Poder Executivo, que decidirá. l Nestas indicações sumárias não há lugar para detalhamento, até porque tal se subordina às mais diferen-tes circunstâncias, como o tamanho do Município; mas cabe alertar para a necessidade de adoção de sistema eficaz de Tecnologia da Informação na operacionalização do controle das Despesas de Capital. Nos Apêndices A e B há sugestões de projeto de lei e de respectiva mensagem à Câmara com o objetivo de institucionalizar essa centralização desses empenhos. (BRASIL. LEI N° 4.320, 2012).

Postulado VI: A Avaliação. Conforme é evidente, a Avaliação é uma das etapas fundamentais do Planejamento. E portanto uma das atividades indispensáveis, da respectiva Pasta. l Os dados constantes das requisições nas quais as diferentes Pastas procurem demonstrar a compatibilidade do gasto com o plano de metas constituem-se em subsídios para a atividade de Avaliação do progresso do plano. Mas são insuficientes. Há que obter informações, sobretudo de natureza qualitativa de todas as Pastas. l A experiência ensina que as demais Pastas não atendem ou atendem mal e fora do prazo às solicitações de informações feitas pela do Planejamento. Essas solicitações devem partir de órgão imediatamente próximo ao Chefe do Poder Executivo, extensão dele, a saber: sua Assessoria de Comunicação Social, da qual se tratará adiante. De posse dessas informações, a Assessoria de Comunicações as envia à Secretaria do Planejamento, e ao mesmo tempo tira partido delas para suas comunicações – comunicações, assim, factuais –

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com o público. l De posse destas informações, e daquelas outras, constantes das solicitações dos empenhos, pode a Pasta de Planejamento proceder à Avaliação. l Essas mesmas informações recomenda-se que municiem a Assessoria de Comunicação Social.

Assessoria de Comunicação. Auditoria Interna

É fácil perceber que a atividade de Planejamento não está sendo analisada fora de contexto, mas pelo contrário segundo visão articulada com as demais atividades. A esse propósito, a estrutura organizacional da Prefeitura deve contar – ligada imediatamente ao prefeito – com uma As-sessoria de Comunicação Social, destinada a manter a opinião pública in-formada das ações de governo. A Assessoria de Comunicação Social se faz municiar das informações oriundas da Pasta do Planejamento. Também se faz indispensável contar, a estrutura organizacional da Prefeitura, com Au-ditoria Interna, também ligada diretamente ao prefeito.

A Auditoria se exercitará, de modo preferencial, simultaneamente com os atos e fatos administrativos, com vistas à obediência, entre outras, das normas constitucionais e legais seguintes, conforme menção não exaustiva: as da Constituição, como o contido no Artigo 162; as referentes ao Art. 212, no tocante aos limites mínimos para a destinação de recursos à Educação; as relativas ao Art. 77, III, do Ato das Disposição Transitórias, no concernente aos limites mínimos de recursos para a Saúde; as da Lei n.o 4.320, de 17.03.1964 (BRASIL. LEI N° 4.320, 2012), sobre direito financeiro, elaboração e controle dos orçamentos e dos balanços; as da Lei n.o 8.666, de 21.06.1993, sobre licitações e contratos (BRASIL. LEI N° 8.666, 2012); as da Lei Complementar no 101, de 04.05.2.000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), como por exemplo as contidas no Art. 25. (BRASIL. LEI COMPLEMENTAR N° 101, 2012).

A Figura 1 contém esboço do organograma.

São, estes, da ótica do planejamento, os principais aspectos da es-trutura organizacional de uma Prefeitura, para que assim ela possa exercitar a vocação de ser o ponto para onde convergem as aspirações coletivas e de onde partem as ações de atendimento a elas.

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Figura 1 - Esboço de OrganogramaFonte: Elaboração Própria do Autor.

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APÊNDICE A

Lei nº________________ (Exemplo de sugestão de minuta)

Dispõe sobre a centralização de empenhos de Despesas de Capital na Secretaria do Planejamento e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL Faço saber que a Câmara de Vereadores decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. Serão realizados privativa e centralizadamente pela Secretaria do Planejamento (Seplan) os empenhos das Despesas de Capital a cargo dos órgãos integrantes da administração direta do Município em montante igual ou superior a R$.........(.........).

Parágrafo Único. Quando for o caso, o órgão proponente solicitará a realização de empenho em valor abrangente de coisas ou de serviços expres-sivos de item do plano de metas versus seu fracionamento em montantes que, por inferiores ao mencionado no caput deste Artigo, fiquem fora do alcance do presente diploma legal.

Art. 2º. O órgão da administração direta do Município encaminhará, para o propósito da feitura do empenho, solicitação à Seplan contendo es-pecificações que lhe permitam analisar se a despesa de que se tratar está em conformidade com o plano de metas.

Parágrafo Único. As especificações das solicitações serão registradas em formulário e em escala próprios, preparado pela Seplan e aprovado pelo Chefe do Poder Executivo.

Art. 3º. O empenho será realizado dentro de 48 (quarenta e oito) horas da entrada da solicitação na Seplan, uma vez constatada a conformi-dade, ou provocará o envio da solicitação por esta, no mesmo prazo, ao Chefe do Poder Executivo, ex officio, para decisão sobre o empenho em sua instân-cia, uma vez constatada a não conformidade.

Art. 4º. Revogam-se as disposições em contrário.

.............................., ...., de ............ de .......

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APÊNDICE B

Mensagem (Exemplo de sugestão de minuta)

Senhor Presidente e Senhores Vereadores,

Submeto a Vossas Excelências o anexo Projeto de Lei determinando a centralização, na Secretaria do Planejamento, dos empenhos das Despesas de Capital em monte igual ou superior a R$.........(.........).

Essa medida, Senhor Presidente e Senhores Vereadores, permitirá o acompanhamento mais efetivo, e a avaliação, da execução das metas expres-sivas do Plano de Governo, sabido como as Despesas de Capital são justa-mente aquelas nas quais se concretizam as ações mais substantivas da ação governamental.

De outra parte, o bom senso indica que essa centralização só tem sentido no referente a gasto a partir de certo montante, ficando de fora simples despesas com reposição bens depreciados ou simples gastos de manutenção.

Ao aprovarem esse Projeto de Lei, estarão Vossas Excelências pres-tando inestimável serviço ao aperfeiçoamento administrativo do Município, com reflexos positivos para a sociedade toda

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