Manual NR-10(FUNDACENTRO)

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Norma - NR10(Curso)(FUNDACENTRO) - Segurança em Instalações Elétricas.(Curso)By:Gertech Manutençõeshttp://gertech2009.vilabol.uol.com.br/

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COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELTRICO NO ESTADO DE SP

Norma regulamentadora N 10

Segurana em instalaes e servios em eletricidade

SEGURANA EM INSTALAES E SERVIOS EM ELETRICIDADEManual de treinamento - CPNSP

Curso bsico de

COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELTRICO NO ESTADO DE SO PAULO - CPNManual de treinamento curso bsico segurana em instalaes e servios com eletricidade - NR 10

COORDENAO CPN - GESTO 2004/ 2005 Luiz Carlos de Miranda Junior CPFL Energia

COORDENAO DO PROJETO Dhbora de Abreu Alves Poloto AES Eletropaulo

ELABORAO E REVISO TCNICA/ PEDAGGICA Cludio Sergio Denipotti ELEKTRO Eletricidade e Servios S.A. Daniel Calesco AES Tiet Dhbora de Abreu Alves Poloto AES Eletropaulo Edson Muniz de Carvalho AES Eletropaulo Fabio Lellis Polezzi CTEEP Companhia de Transmisso de Energia Eltrica Paulista Frederico Prestupa Neto CPFL Energia Jorge Santos Reis - Fundacentro Luiz Roberto Xisto Bandeirante Energia Maria Cndida de Sousa CTEEP Companhia de Transmisso de Energia Eltrica Paulista

COLABORAO Carlos Alberto Ruzzon AES Tiet Helenice Ticianelli AES Tiet Ivan Gomes Cortez AES Eletropaulo Jos Carlos Porto Zitto CPFL Energia Marcelo Serra Lacerda da Silva - SABESP Nicola Francelli CPFL Energia Paulo Roberto Coelho - SABESP Robert Werner Dallmann - SABESP Valdir Lopes da Silva AES Eletropaulo Comit de segurana e sade do trabalho Fundao COGE

CRIAO GRFICA E DIAGRAMAO Michel Lucas de Oliveira AES Eletropaulo Rodolfo Dala Justino AES Eletropaulo Daniel Di Prinzio AES Eletropaulo

APRESENTAOA constante atualizao da legislao brasileira referente preveno de acidentes do trabalho uma das principais ferramentas disposio de trabalhadores e empregadores para garantir ambientes de trabalho seguros e saudveis. A Conveno Coletiva de Segurana e Sade no Trabalho do Setor Eltrico do Estado de So Paulo, aprovada aps amplo debate e negociao entre representantes do Governo, Empresas e Trabalhadores, estabeleceu diretrizes para melhoria e modernizao das atividades de gerao, transmisso e distribuio de energia eltrica, visando prioritariamente valorizar a proteo do trabalhador diretamente em contato com instalaes e servios eltricos. O novo texto da Norma Regulamentadora N 10, instituda originalmente pela Portaria 3214/1978 do Ministrio do Trabalho, atual Ministrio do Trabalho e Emprego, em vigor desde dezembro de 2004, reflete em grande parte as propostas emanadas do Grupo responsvel pela implantao da citada Conveno. A principal novidade estabelecida na Conveno Coletiva foi a criao de treinamento especfico em aspectos de Engenharia de Segurana e Sade no Trabalho, definindo tpicos e durao mnima, cujo teor foi reforado no texto da NR 10. Para dar seqncia aos trabalhos previstos na Conveno, um grupo de profissionais das entidades partcipes desenvolveu o presente material didtico de apoio para atender demanda da populao eletricitria, que dever ser atualizado e ampliado permanentemente. A equipe responsvel pelo trabalho efetuou um acurado levantamento de documentao tcnica existente nas empresas, em entidades de pesquisa e ainda em livros e publicaes editados e disponibilizados sociedade, consolidando textos para atender aos objetivos especficos da legislao, elaborando outros para preencher as lacunas existentes, sempre preservando as fontes de consulta na Bibliografia. A equipe, ainda, recomenda enfaticamente que antes da utilizao do presente manual para o treinamento bsico da NR-10, as empresas o adaptem s suas particularidades no descritas ou previstas neste documento. Que o presente trabalho possa auxiliar os esforos de trabalhadores, empregadores e governo na melhoria das condies de trabalho e na preservao da vida humana o desejo do Grupo Tripartite de profissionais que o elaborou.

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INTRODUOA eletricidade a forma de energia mais utilizada na sociedade atual; a facilidade em ser transportada dos locais de gerao para os pontos de consumo e sua transformao normalmente simples em outros tipos de energia, como mecnica, luminosa, trmica, muito contribui para o desenvolvimento industrial. Com caractersticas adequadas moderna economia, facilmente disponibilizada aos consumidores, a eletricidade sob certas circunstncias, pode comprometer a segurana e a sade das pessoas. A eletricidade no vista, um fenmeno que escapa aos nossos sentidos, s se percebem suas manifestaes exteriores, como a iluminao, sistemas de calefao, entre outros. Em conseqncia dessa invisibilidade, a pessoa , muitas vezes, exposta a situaes de risco ignoradas ou mesmo subestimadas. No se trata simplesmente de atividades de treinamento, mas desenvolvimento de capacidades especiais que o habilitem a analisar o contexto da funo e aplicar a melhor tcnica de execuo em funo das caractersticas de local, de ambiente e do prprio processo de trabalho. O objetivo bsico deste material permitir ao treinando o conhecimento bsico dos riscos a que se expe uma pessoa que trabalha com instalaes ou equipamentos eltricos, incentivar o desenvolvimento de um esprito crtico que lhe permita valorar tais riscos e apresentar de forma abrangente sistemas de proteo coletiva e individual que devero ser utilizados na execuo de suas atividades. Desta forma, portanto, o treinamento dirigido preveno de acidentes em nenhuma hiptese vai substituir treinamentos voltados execuo de tarefas especficas dos eletricistas, permitindo, isto sim, ampliar a viso do trabalhador para garantir sua segurana e sade. Neste material sero apresentados de forma sucinta, entre outros, os conceitos bsicos da eletricidade, o comportamento do corpo humano quando exposto a uma corrente eltrica, as diversas formas de interao e possveis leses nos pontos de contato e no interior do organismo, bem como informaes sobre primeiros socorros e atendimento em emergncias. A passagem de corrente eltrica, em funo do efeito Joule, fonte de calor que, nas proximidades de material combustvel na presena do ar, pode gerar um princpio de incndio, e informaes gerais sobre o assunto devem ser abordadas, sempre visando melhor preparar o trabalhador para analisar os possveis riscos da sua atividade. Os trabalhos nas reas de gerao, transmisso e distribuio de energia eltrica apresentam riscos diferenciados em relao ao consumidor final, e um conhecimento geral das diversas metodologias de anlise de riscos fundamental para permitir a esperada avaliao crtica das condies de trabalho, sem a qual praticamente impossvel garantir a aplicao dos meios de controle colocados disposio dos trabalhadores. Pode-se afirmar que a evoluo das tecnologias colocadas disposio da sociedade no garante de imediato a aplicaes de sistemas de controle dos riscos a que podero estar sujeitos os trabalhadores que iro interagir com esses no4 - COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

vos equipamentos e processos, cabendo a cada pessoa que atua no Setor observar os procedimentos relativos preveno de acidentes, pois, como se diz normalmente no ambiente laboral, A Segurana DEVER de Todos. Destaca-se que o ferramental, EPIs, EPCs, componentes para sinalizao e outros citados neste trabalho so apenas alguns dos necessrios para a execuo das atividades, bem como, os exemplos de passo a passo ou procedimentos de trabalho, anlise preliminar de risco e seus controles exemplificados so orientativos e no representam a nica forma para a realizao das atividades com eletricidade, devendo cada empresa ou entidade educacional valid-los e adapt-los de acordo com suas particularidades.Nota: Enfatizamos que as informaes contidas neste manual tm carter orientativo e no de sobreposio a acordos firmados e validados externamente nas empresas ou ainda legislao vigente. Enfatizamos ainda que as figuras apresentadas so de carter ilustrativo.

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1 Segurana com eletricidade 2 Segurana no trabalho 3 Primeiros socorros

Segurana com eletricidade

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1 4

INTRODUO SEGURANA COM ELETRICIDADE

p.09 p.17 p.25 p.45 p.51 p.67

RISCOS EM INSTALAES E SERVIOS COM ELETRICIDADE

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MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELTRICO

NORMAS TCNICAS BRASILEIRAS NBR DA ABNT

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ROTINAS DE TRABALHO PROCEDIMENTOS

DOCUMENTAO DE INSTALAES ELTRICAS

1Segurana com eletricidade

INTRODUO SEGURANA COM ELETRICIDADE

ENERGIA ELTRICA: GERAO, TRANSMISSO E DISTRIBUIO

p.11

ENERGIA ELTRICA: GERAO, TRANSMISSO E DISTRIBUIO.

IntroduoA energia eltrica que alimenta as indstrias, comrcio e nossos lares gerada principalmente em usinas hidreltricas, onde a passagem da gua por turbinas geradoras transformam a energia mecnica, originada pela queda dagua, em energia eltrica. No Brasil a GERAO de energia eltrica 80% produzida a partir de hidreltricas, 11% por termoeltricas e o restante por outros processos. A partir da usina a energia transformada, em subestaes eltricas, e elevada a nveis de tenso (69/88/138/240/440 kV) e transportada em corrente alternada (60 Hertz) atravs de cabos eltricos, at as subestaes rebaixadoras, delimitando a fase de Transmisso. J na fase de Distribuio (11,9 / 13,8 / 23 kV), nas proximidades dos centros de consumo, a energia eltrica tratada nas subestaes, com seu nvel de tenso rebaixado e sua qualidade controlada, sendo transportada por redes eltricas areas ou subterrneas, constitudas por estruturas (postes, torres, dutos subterrneos e seus acessrios), cabos eltricos e transformadores para novos rebaixamentos (110 / 127 / 220 / 380 V), e finalmente entregue aos clientes industriais, comerciais, de servios e residenciais em nveis de tenso variveis, de acordo com a capacidade de consumo instalada de cada cliente. Quando falamos em setor eltrico, referimo-nos normalmente ao Sistema Eltrico de Potncia (SEP), definido como o conjunto de todas as instalaes e equipamentos destinados gerao, transmisso e distribuio de energia eltrica at a medio inclusive. Com o objetivo de uniformizar o entendimento importante informar que o SEP trabalha com vrios nveis de tenso, classificadas em alta e baixa tenso e normalmente com corrente eltrica alternada (60 Hz). Conforme definio dada pela ABNT atravs das NBR (Normas Brasileiras Regulamentadoras), considera-se baixa tenso, a tenso superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contnua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contnua, entre fases ou entre fase e terra. Da mesma forma considera-se alta tenso, a tenso superior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contnua, entre fases ou entre fase e terra.

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Gerao de Energia EltricaManuteno So atividades de interveno realizadas nas unidades geradoras, para restabelecer ou manter suas condies adequadas de funcionamento. Essas atividades so realizadas nas salas de mquinas, salas de comando, junto a painis eltricos energizados ou no, junto a barramentos eltricos, instalaes de servio auxiliar, tais como: transformadores de potencial, de corrente, de aterramento, banco de baterias, retificadores, geradores de emergncia, etc. Os riscos na fase de gerao (turbinas/geradores) de energia eltrica so similares e comuns a todos os sistemas de produo de energia e esto presentes em diversas atividades, destacando: Instalao e manuteno de equipamentos e maquinrios (turbinas, ge-

rado-res, transformadores, disjuntores, capacitores, chaves, sistemas de medio,etc.); Manuteno das instalaes industriais aps a gerao; Operao de painis de controle eltrico; Acompanhamento e superviso dos processos; Transformao e elevao da energia eltrica; Processos de medio da energia eltrica.

As atividades caractersticas da gerao se encerram nos sistemas de medio da energia usualmente em tenses de 138 a 500 kV, interface com a transmisso de energia eltrica.

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Transmisso de Energia EltricaBasicamente est constituda por linhas de condutores destinados a transportar a energia eltrica desde a fase de gerao at a fase de distribuio, abrangendo processos de elevao e rebaixamento de tenso eltrica, realizados em subestaes prximas aos centros de consumo. Essa energia transmitida em corrente alternada (60 Hz) em elevadas tenses (138 a 500 kV). Os elevados potenciais de transmisso se justificam para evitar as perdas por aquecimento e reduo no custo de condutores e mtodos de transmisso da energia, com o emprego de cabos com menor bitola ao longo das imensas extenses a serem transpostas, que ligam os geradores aos centros consumidores. Atividades caractersticas do setor de transmisso:

Inspeo de Linhas de TransmissoNeste processo so verificados: o estado da estrutura e seus elementos, a altura dos cabos eltricos, condies da faixa de servido e a rea ao longo da extenso da linha de domnio. As inspees so realizadas periodicamente por terra ou por helicptero.

Manuteno de Linhas de Transmisso Substituio e manuteno de isoladores (dispositivo constitudo de uma

srie de discos, cujo objetivo isolar a energia eltrica da estrutura); Limpeza de isoladores; Substituio de elementos pra-raios; Substituio e manuteno de elementos das torres e estruturas; Manuteno dos elementos sinalizadores dos cabos; Desmatamento e limpeza de faixa de servido, etc.

Construo de Linhas de Transmisso Desenvolvimento em campo de estudos de viabilidade, relatrios de im

pacto do meio ambiente e projetos; Desmatamentos e desflorestamentos; Escavaes e fundaes civis; Montagem das estruturas metlicas; Distribuio e posicionamento de bobinas em campo; Lanamento de cabos (condutores eltricos); Instalao de acessrios (isoladores, pra-raios); Tensionamento e fixao de cabos; Ensaios e testes eltricos.

Salientamos que essas atividades de construo so sempre realizadas com os circuitos desenergizados, via de regra, destinadas ampliao ou em substituio a linhas j existentes, que normalmente esto energizadas. Dessa forma muito importante a adoo de procedimentos e medidas adequadas de segurana, tais como: seccionamento, aterramento eltrico, equipotencializao de todos os equipamentos e cabos, dentre outros que assegurem a execuo do servio com a linha desenergizada (energizada).

Comercializao de energiaGrandes clientes abastecidos por tenso de 67 kV a 88 kV.

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Distribuio de Energia Eltrica o segmento do setor eltrico que compreende os potenciais aps a transmisso, indo das subestaes de distribuio entregando energia eltrica aos clientes. A distribuio de energia eltrica aos clientes realizada nos potenciais: Mdios clientes abastecidos por tenso de 11,9 kV / 13,8 kV / 23 kV; Clientes residenciais, comerciais e industriais at a potncia de 75 kVA (o

abastecimento de energia realizado no potencial de 110, 127, 220 e 380 Volts); Distribuio subterrnea no potencial de 24 kV. A distribuio de energia eltrica possui diversas etapas de trabalho, conforme descrio abaixo:

Recebimento e medio de energia eltrica nas subestaes; Rebaixamento ao potencial de distribuio da energia eltrica; Construo de redes de distribuio; Construo de estruturas e obras civis; Montagens de subestaes de distribuio; Montagens de transformadores e acessrios em estruturas nas redes de distribuio; Manuteno das redes de distribuio area; Manuteno das redes de distribuio subterrnea; Poda de rvores; Montagem de cabinas primrias de transformao; Limpeza e desmatamento das faixas de servido; Medio do consumo de energia eltrica; Operao dos centros de controle e superviso da distribuio.

Na histria do setor eltrico o entendimento dos trabalhos executados em linha viva esto associados s atividades realizadas na rede de alta teno energizada pelos mtodos: ao contato, ao potencial e distncia e devero ser executados por profissionais capacitados especificamente em curso de linha viva.

Manuteno com a linha desenergizada linha mortaTodas as atividades envolvendo manuteno no setor eltrico devem priorizar os trabalhos com circuitos desenergizados. Apesar de desenergizadas devem obedecer a procedimentos e medidas de segurana adequado. Somente sero consideradas desenergizadas as instalaes eltricas liberadas para servios mediante os procedimentos apropriados: seccionamento, impedimento de reenergizao, constatao da ausncia de tenso, instalao de aterramento temporrio com equipotencializao dos condutores dos circuitos, proteo dos elementos energizados existentes, instalao da sinalizao de impedimento de energizao.

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Manuteno com a linha energizada linha vivaEsta atividade deve ser realizada mediante a adoo de procedimentos e metodologias que garantam a segurana dos trabalhadores. Nesta condio de trabalho as atividades devem ser realizadas mediante os mtodos abaixo descritos:

Mtodo ao contatoO trabalhador tem contato com a rede energizada, mas no fica no mesmo potencial da rede eltrica, pois est devidamente isolado desta, utilizando equipamentos de proteo individual e equipamentos de proteo coletiva adequados a tenso da rede.

Mtodo ao potencial o mtodo onde o trabalhador fica em contato direto com a tenso da rede, no mesmo potencial. Nesse mtodo necessrio o emprego de medidas de segurana que garantam o mesmo potencial eltrico no corpo inteiro do trabalhador, devendo ser utilizado conjunto de vestimenta condutiva (roupas, capuzes, luvas e botas), ligadas atravs de cabo condutor eltrico e cinto rede objeto da atividade.

Mtodo distncia o mtodo onde o trabalhador interage com a parte energizada a uma distncia segura, atravs do emprego de procedimentos, estruturas, equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes apropriados.

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2Segurana com eletricidade

RISCOS EM INSTALAES E SERVIOS EM ELETRICIDADE

CHOQUE ELTRICO QUEIMADURAS CAMPOS ELETROMAGNTICOS

p.19 p.23 p.24

CHOQUE ELTRICOO choque eltrico um estmulo rpido no corpo humano, ocasionado pela passagem da corrente eltrica. Essa corrente circular pelo corpo onde ele tornar-se parte do circuito eltrico, onde h uma diferena de potencial suficiente para vencer a resistncia eltrica oferecida pelo corpo. Embora tenhamos dito, no pargrafo acima, que o circuito eltrico deva apresentar uma diferena de potencial capaz de vencer a resistncia eltrica oferecida pelo corpo humano, o que determina a gravidade do choque eltrico a intensidade da corrente circulante pelo corpo. O caminho percorrido pela corrente eltrica no corpo humano outro fator que determina a gravidade do choque, sendo os choques eltricos de maior gravidade aqueles em que a corrente eltrica passa pelo corao.

EfeitosO choque eltrico pode ocasionar contraes violentas dos msculos, a fibrilao ventricular do corao, leses trmicas e no trmicas, podendo levar a bito como efeito indireto as quedas e batidas, etc. A morte por asfixia ocorrer, se a intensidade da corrente eltrica for de valor elevado, normalmente acima de 30 mA e circular por um perodo de tempo relativamente pequeno, normalmente por alguns minutos. Da a necessidade de uma ao rpida, no sentido de interromper a passagem da corrente eltrica pelo corpo. A morte por asfixia advm do fato do diafragma da respirao se contrair tetanicamente, cessando assim, a respirao. Se no for aplicada a respirao artificial dentro de um intervalo de tempo inferior a trs minutos, ocorrer srias leses cerebrais e possvel morte. A fibrilao ventricular do corao ocorrer se houver intensidades de corrente da ordem de 15mA que circulem por perodos de tempo superiores a um quarto de segundo. A fibrilao ventricular a contrao disritimada do corao que, no possibilitando desta forma a circulao do sangue pelo corpo, resulta na falta de oxignio nos tecidos do corpo e no crebro. O corao raramente se recupera por si s da fibrilao ventricular. No entanto, se aplicarmos um desfribilador, a fibrilao pode ser interrompida e o ritmo normal do corao pode ser restabelecido. No possuindo tal aparelho, a aplicao da massagem cardaca permitir que o sangue circule pelo corpo, dando tempo para que se providencie o desfribilador, na ausncia do desfribilador deve ser aplicada a tcnica de massagem cardaca at que a vtima receba socorro especializado. Alm da ocorrncia destes efeitos, podemos ter queimaduras tanto superficiais, na pele, como profundas, inclusive nos rgos internos. Por ltimo, o choque eltrico poder causar simples contraes musculares que, muito embora no acarretem de uma forma direta leses, fatais ou no, como vimos nos pargrafos anteriores, podero origin-las, contudo, de uma maneira indireta: a contrao do msculo poder levar a pessoa a, involuntariamente, chocar-se com alguma superfcie, sofrendo, assim, contuses, ou mesmo, uma queda, quando a vitima estiver em local elevado. Uma grande parcela dos acidentes por choque eltrico conduz a leses provenientes de batidas e quedas.

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Fatores determinantes da gravidadeAnalisaremos, a seguir, os seguintes fatores que determinam a gravidade do choque eltrico: percurso da corrente eltrica; caractersticas da corrente eltrica; resistncia eltrica do corpo humano.

Percurso da corrente eltricaTem grande influncia na gravidade do choque eltrico o percurso seguido pela corrente no corpo. A figura abaixo demonstra os caminhos que podem ser percorridos pela corrente no corpo humano.

Caractersticas da corrente eltricaOutros fatores que determinam a gravidade do choque eltrico so as caractersticas da corrente eltrica. Nos pargrafos anteriores vimos que a intensidade da corrente era um fator determinante na gravidade da leso por choque eltrico; no entanto, observa-se que, para a Corrente Contnua (CC), as intensidades da corrente devero ser mais elevadas para ocasionar as sensaes do choque eltrico, a fibrilao ventricular e a morte. No caso da fibrilao ventricular, esta s ocorrer se a corrente continua for aplicada durante um instante curto e especifico do ciclo cardaco. As correntes alternadas de freqncia entre 20 e 100 Hertz so as que oferecem maior risco. Especificamente as de 60 Hertz, usadas nos sistemas de fornecimento de energia eltrica, so especialmente perigosas, uma vez que elas se situam prximas freqncia na qual a possibilidade de ocorrncia da fibrilao ventricular maior. Ocorrem tambm diferenas nos valores da intensidade da corrente para uma determinada sensao do choque eltrico, se a vtima for do sexo feminino ou masculino. A tabela abaixo ilustra o que acabamos de dizer.Efeitos Corrente eltrica (mA)- 60Hz Homens Limiar de percepo. Choque no doloroso, sem perda do controle muscular. Choque doloroso, limiar de largar. Choque doloroso e grave contraes musculares, dificuldade de respirao. 1,1 1,8 16,0 23,0 Mulheres 0,7 1,2 10,5 15,0

Diferenas de sensaes para pessoas do sexo feminino e masculino.

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Resistncia eltrica do corpo humanoA intensidade da corrente que circular pelo corpo da vtima depender, em muito, da resistncia eltrica que esta oferecer passagem da corrente, e tambm de qualquer outra resistncia adicional entre a vtima e a terra. A resistncia que o corpo humano oferece passagem da corrente quase que exclusivamente devida camada externa da pele, a qual constituda de clulas mortas. Esta resistncia est situada entre 100.000 e 600.000 ohms, quando a pele encontra-se seca e no apresenta cortes, e a variao apresentada funo da sua espessura. Quando a pele encontra-se mida, condio mais facilmente encontrada na prtica, a resistncia eltrica do corpo diminui. Cortes tambm oferecem uma baixa resistncia. Pelo mesmo motivo, ambientes que contenham muita umidade fazem com que a pele no oferea uma elevada resistncia eltrica passagem da corrente. A pele seca, relativamente difcil de ser encontrado durante a execuo do trabalho, oferece maior resistncia a passagem da corrente eltrica. A resistncia oferecida pela parte interna do corpo, constituda, pelo sangue msculos e demais tecidos, comparativamente da pele bem baixa, medindo normalmente 300 ohms em mdia e apresentando um valor mximo de 500 ohms. As diferenas da resistncia eltrica apresentadas pela pele passagem da corrente, ao estar seca ou molhada, podem ser grande, considerando que o contato foi feito em um ponto do circuito eltrico que apresente uma diferena de potencial de 120 volts, teremos:

Quando Seca; =

120V = 0,3 mA. 400.000 120V = 8 mA 15.000

Quando Molhada; =

Causas determinantesVeremos a seguir os meios atravs dos quais so criadas condies para que uma pessoa venha a sofrer um choque eltrico.

Contato com um condutor n energizadoUma das causas mais comuns desses acidentes o contato com condutores areos energizados. Normalmente o que ocorre que equipamentos tais como guindastes, caminhes basculantes tocam nos condutores, tornando-se parte do circuito eltrico; ao serem tocados por uma pessoa localizada fora dos mesmos, ou mesmo pelo motorista, se este, ao sair do veculo, mantiver contato simultneo com a terra e o mesmo, causam um acidente fatal. Com freqncia, pessoas sofrem choque eltrico em circuitos com banca de capacitores, os quais, embora desligados do circuito que os alimenta, conservam por determinado intervalo de tempo sua carga eltrica. Da a importncia de se seguir as normativas referentes a estes dispositivos. Grande cuidado deve ser observado, ao desligar-se o primrio de transformadores, nos quais se pretende executar algum servio. O risco que se corre que do lado do secundrio pode ter sido ligado algum aparelho, o que poder induzir no primrio uma tenso elevadssima. Da a importncia de, ao se desligarem os condutores do primrio de um transformador, estes serem aterrados.

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Falha na isolao eltricaOs condutores quer sejam empregados isoladamente, como nas instalaes eltricas, quer como partes de equipamentos, so usualmente recobertos por uma pelcula isolante. No entanto, a deteriorao por agentes agressivos, o envelhecimento natural ou forado ou mesmo o uso inadequado do equipamento podem comprometer a eficcia da pelcula, como isolante eltrico. Veremos, a seguir, os vrios meios pelos quais o isolamento eltrico pode ficar comprometido:

Calor e Temperaturas ElevadasA circulao da corrente em um condutor sempre gera calor e, por conseguinte, aumento da temperatura do mesmo. Este aumento pode causar a ruptura de alguns polmeros, de que so feitos alguns materiais isolantes, dos condutores eltricos.

UmidadeAlguns materiais isolantes que revestem condutores absolvem umidade, como o caso do nylon. Isto faz com que a resistncia isolante do material diminua.

OxidaoEsta pode ser atribuda presena de oxignio, oznio ou outros oxidantes na atmosfera. O oznio torna-se um problema especial em ambientes fechados, nos quais operem motores, geradores. Estes produzem em seu funcionamento arcos eltricos, que por sua vez geram o oznio. O oznio o oxignio em sua forma mais instvel e reativa. Embora esteja presente na atmosfera em um grau muito menor do que o oxignio, por suas caractersticas, ele cria muito maior dano ao isolamento do que aquele.

RadiaoAs radiaes ultravioleta tm a capacidade de degradar as propriedades do isolamento, especialmente de polmeros. Os processos fotoqumicos iniciados pela radiao solar provocam a ruptura de polmeros, tais como, o cloreto de vinila, a borracha sinttica e natural, a partir dos quais o cloreto de hidrognio produzido. Esta substncia causa, ento, reaes e rupturas adicionais, comprometendo, desta forma, as propriedades fsicas e eltricas do isolamento.

Produtos QumicosOs materiais normalmente utilizados como isolantes eltricos degradam-se na presena de substncias como cidos, lubrificantes e sais.

Desgaste MecnicoAs grandes causas de danos mecnicos ao isolamento eltrico so a abraso, o corte, a flexo e toro do recobrimento dos condutores. O corte do isolamento d-se quando o condutor puxado atravs de uma superfcie cortante. A abraso tanto pode ser devida puxada de condutores por sobre superfcies abrasivas, por orifcios por demais pequenos, quanto sua colocao em superfcies que vibrem, as quais consomem o isolamento do condutor. As linhas de pipas com cerol (material cortante) tambm agridem o isolamento dos condutores.

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Fatores BiolgicosRoedores e insetos podem comer os materiais orgnicos de que so constitudos os isolamentos eltricos, comprometendo a isolao dos condutores. Outra forma de degradao das caractersticas do isolamento eltrico a presena de fungos, que se desenvolvem na presena da umidade.

Altas TensesAltas tenses podem dar origem arcos eltricos ou efeitos corona, os quais criam buracos na isolao ou degradao qumica, reduzindo, assim, a resistncia eltrica do isolamento.

PressoO vcuo pode causar o desprendimento de materiais volteis dos isolantes orgnicos, causando vazios internos e conseqente variao nas suas dimenses, perda de peso e conseqentemente, reduo de sua resistividade.

QUEIMADURASA corrente eltrica atinge o organismo atravs do revestimento cutneo. Por esse motivo, as vitimas de acidente com eletricidade apresentam, na maioria dos casos queimaduras. Devido alta resistncia da pele, a passagem de corrente eltrica produz alteraes estruturais conhecidas como marcas de corrente. As caractersticas, portanto, das queimaduras provocadas pela eletricidade diferem daquelas causadas por efeitos qumicos, trmicos e biolgicos. Em relao s queimaduras por efeito trmico, aquelas causadas pela eletricidade so geralmente menos dolorosas, pois a passagem da corrente poder destruir as terminaes nervosas. No significa, porm que sejam menos perigosas, pois elas tendem a progredir em profundidade, mesmo depois de desfeito o contato eltrico ou a descarga. A passagem de corrente eltrica atravs de um condutor cria o chamado efeito joule, ou seja, uma certa quantidade de energia eltrica transformada em calor. Essa energia (Watts) varia de acordo com a resistncia que o corpo oferece passagem da corrente eltrica, com a intensidade da corrente eltrica e com o tempo de exposio, podendo ser calculada pela expresso:

W = R x x t (W = R.2 dt com constante)t1

2

t2

onde: W-energia dissipada R -resistncia I -intensidade da corrente t -tempo importante destacar que no h necessidade de contato direto da pessoa com partes energizadas. A passagem da corrente poder ser devida a uma descarga eltrica em caso de proximidade do individuo com partes eletricamente carregadas.

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A eletricidade pode produzir queimaduras por diversas formas, o que resulta na seguinte classificao;

queimaduras por contato; queimaduras por arco voltaico; queimaduras por radiao (em arcos produzidos por curtos-circuitos); queimaduras por vapor metlico.

Queimaduras por contatoQuando se toca uma superfcie condutora energizada, as queimaduras podem ser locais e profundas atingindo at a parte ssea, ou por outro lado muito pequenas, deixando apenas uma pequena mancha branca na pela. Em caso de sobrevir morte, esse ltimo caso bastante importante, e deve ser verificado no exame necrolgico, para possibilitar a reconstruo, mais exata possvel, do caminho percorrido pela corrente.

Queimaduras por arco voltaicoO arco eltrico caracteriza-se pelo fluxo de corrente eltrica atravs do ar, e geralmente produzido quando da conexo e desconexo de dispositivos eltricos e tambm em caso de curto-circuito, provocando queimaduras de segundo ou terceiro grau. O arco eltrico possui energia suficiente para queimar as roupas e provocar incndios, emitindo vapores de material ionizado e raios ultravioletas.

Queimaduras por vapor metlicoNa fuso de um elo fusvel ou condutor, h a emisso de vapores e derramamento de metais derretidos (em alguns casos prata ou estanho) podendo atingir as pessoas localizadas nas proximidades.

CAMPOS ELETROMAGNTICOS gerado quando da passagem da corrente eltrica nos meios condutores. O campo eletromagntico est presente em inmeras atividades humanas, tais como trabalhos com circuitos ou linhas energizadas, solda eltrica, utilizao de telefonia celular e fornos de microondas. Os trabalhadores que interagem com Sistema Eltrico Potncia esto expostos ao campo eletromagntico, quando da execuo de servios em linhas de transmisso area e subestaes de distribuio de energia eltrica, nas quais empregam-se elevados nveis de tenso e corrente. Os efeitos possveis no organismo humano decorrente da exposio ao campo eletromagntico so de natureza eltrica e magntica. Onde o empregado fica exposto ao campo onde seu corpo sofre uma induo, estabelecendo um diferencial de potencial entre o empregado e outros objetos inerentes s atividades. A unidade de medida do campo magntico o Ampre por Volt, Gaus ou Tesla cujo smbolo representado pela letra T. Cuidados especiais devem ser tomados por trabalhadores ou pessoas que possuem em seu corpo aparelhos eletrnicos, tais como marca passo, aparelhos auditivos, dentre outros, pois seu funcionamento pode ser comprometido na presena de campos magnticos intenso.24 - COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

3Segurana com eletricidade

MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELTRICO

DESENERGIZAO ATERRAMENTO FUNCIONAL (TN/TT/IT), DE PROTEO E TEMPORRIO EQUIPOTENCIALIZAO SECCIONAMENTO AUTOMTICO DA ALIMENTAO DISPOSITIVOS A CORRENTE DE FUGA EXTRA BAIXA TENSO: SELV E PELV BARREIRAS E INVLUCROS BLOQUEIOS E IMPEDIMENTOS OBSTCULOS E ANTEPAROS ISOLAMENTO DAS PARTES VIVAS ISOLAO DUPLA OU REFORADA COLOCAO FORA DE ALCANCE SEPARAO ELTRICA

p.27 p.29 p.34 p.35 p.36 p.39 p.39 p.40 p.40 p.41 p.42 p.43 p.44

DESENERGIZAOA desenergizao um conjunto de aes coordenadas, seqenciadas e controladas, destinadas a garantir a efetiva ausncia de tenso no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante todo o tempo de interveno e sob controle dos trabalhadores envolvidos. Somente sero consideradas desenergizadas as instalaes eltricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados e obedecida a seqncia a seguir:

Seccionamento o ato de promover a descontinuidade eltrica total, com afastamento adequado entre um circuito ou dispositivo e outro, obtida mediante o acionamento de dispositivo apropriado (chave seccionadora, interruptor, disjuntor), acionado por meios manuais ou automticos, ou ainda atravs de ferramental apropriado e segundo procedimentos especficos.

Impedimento de reenergizao o estabelecimento de condies que impedem, de modo reconhecidamente garantido, a reenergizao do circuito ou equipamento desenergizado, assegurando ao trabalhador o controle do seccionamento. Na prtica trata-se da aplicao de travamentos mecnicos, por meio de fechaduras, cadeados e dispositivos auxiliares de travamento ou com sistemas informatizados equivalentes. Deve-se utilizar um sistema de travamento do dispositivo de seccionamento, para o quadro, painel ou caixa de energia eltrica e garantir o efetivo impedimento de reenergizao involuntria ou acidental do circuito ou equipamento durante a execuo da atividade que originou o seccionamento. Deve-se tambm fixar placas de sinalizao alertando sobre a proibio da ligao da chave e indicando que o circuito est em manuteno. O risco de energizar inadvertidamente o circuito grande em atividades que envolvam equipes diferentes, onde mais de um empregado estiver trabalhando. Nesse caso a eliminao do risco obtida pelo emprego de tantos bloqueios quantos forem necessrios para execuo da atividade. Dessa forma, o circuito ser novamente energizado quando o ltimo empregado concluir seu servio e destravar os bloqueios. Aps a concluso dos servios devero ser adotados os procedimentos de liberao especficos. A desenergizao de circuito ou mesmo de todos os circuitos numa instalao deve ser sempre programada e amplamente divulgada para que a interrupo da energia eltrica reduza os transtornos e a possibilidade de acidentes. A reenergizao dever ser autorizada mediante a divulgao a todos os envolvidos.

Constatao da ausncia de tenso a verificao da efetiva ausncia de tenso nos condutores do circuito eltrico. Deve ser feita com detectores testados antes e aps a verificao da ausncia de tenso, sendo realizada por contato ou por aproximao e de acordo com procedimentos especficos.

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Instalao de aterramento temporrio com equipotencializao dos condutores dos circuitosConstatada a inexistncia de tenso, um condutor do conjunto de aterramento temporrio dever ser ligado a uma haste conectada terra. Na seqncia, devero ser conectadas as garras de aterramento aos condutores fase, previamente desligados.OBS.: Trabalhar entre dois pontos devidamente aterrados.

Proteo dos elementos energizados existentes na zona controladaDefine-se zona controlada como, rea em torno da parte condutora energizada, segregada, acessvel, de dimenses estabelecidas de acordo com nvel de tenso, cuja aproximao s permitida a profissionais autorizados, como disposto no anexo II da Norma Regulamentadora N10. Podendo ser feito com anteparos, dupla isolao invlucros, etc.

Instalao da sinalizao de impedimento de reenergizaoDever ser adotada sinalizao adequada de segurana, destinada advertncia e identificao da razo de desenergizao e informaes do responsvel. Os cartes, avisos, placas ou etiquetas de sinalizao do travamento ou bloqueio devem ser claros e adequadamente fixados. No caso de mtodo alternativo, procedimentos especficos devero assegurar a comunicao da condio impeditiva de energizao a todos os possveis usurios do sistema. Somente aps a concluso dos servios e verificao de ausncia de anormalidades, o trabalhador providenciar a retirada de ferramentas, equipamentos e utenslios e por fim o dispositivo individual de travamento e etiqueta correspondente. Os responsveis pelos servios, aps inspeo geral e certificao da retirada de todos os travamentos, cartes e bloqueios, providenciar a remoo dos conjuntos de aterramento, e adotar os procedimentos de liberao do sistema eltrico para operao. A retirada dos conjuntos de aterramento temporrio dever ocorrer em ordem inversa de sua instalao. Os servios a serem executados em instalaes eltricas desenergizadas, mas com possibilidade de energizao, por qualquer meio ou razo, devem atender ao que estabelece o disposto no item 10.6. da NR 10, que diz respeito a segurana em instalaes eltricas desenergizadas.

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ATERRAMENTO FUNCIONAL (TN / TT / IT); DE PROTEO, TEMPORRIO. AterramentoDefinioLigao intencional terra atravs da qual correntes eltricas podem fluir. O aterramento pode ser: Funcional: ligao atravs de um dos condutores do sistema neutro. Proteo: ligao terra das massas e dos elementos condutores estra-

nhos instalao. Temporrio: ligao eltrica efetiva com baixa impedncia intencional terra, destinada a garantir a equipotencialidade e mantida continuamente durante a interveno na instalao eltrica.

Esquema de aterramentoConforme a NBR-5410/2004 so considerados os esquemas de aterramento TN / TT / IT, cabendo as seguintes observaes sobre as ilustraes e smbolos utilizados: A. As figuras na seqncia, que ilustram os esquemas de aterramento, devem ser interpretadas de forma genrica. Elas utilizam como exemplo sistemas trifsicos. As massas indicadas no simbolizam um nico, mas sim qualquer nmero de equipamentos eltricos. Alm disso, as figuras no devem ser vistas com conotao espacial restrita. Deve-se notar, neste particular, que como uma mesma instalao pode eventualmente abranger mais de uma edificao, as massas devem necessariamente compartilhar o mesmo eletrodo de aterramento, se pertencentes a uma mesma edificao, mas podem, em princpio, estar ligadas a eletrodos de aterramento distintos, se situadas em diferentes edificaes, com cada grupo de massas associado ao eletrodo de aterramento da edificao respectiva. Nas figuras so utilizados os seguintes smbolos:

B. Na classificao dos esquemas de aterramento utilizada a seguinte simbologia: primeira letra Situao da alimentao em relao terra: T = um ponto diretamente aterrado; I = isolao de todas as partes vivas em relao terra ou aterramento

de um ponto atravs de impedncia;

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segunda letra Situao das massas da instalao eltrica em relao terra: T = massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento

eventual de um ponto da alimentao; N = massas ligadas ao ponto da alimentao aterrado (em corrente al-

ternada, o ponto aterrado normalmente o ponto neutro); outras letras (eventuais) Disposio do condutor neutro e do condutor de proteo: S = funes de neutro e de proteo asseguradas por condutores distin-

tos; C = funes de neutro e de proteo combinadas em um nico condutor (condutor PEN).

Esquema TNO esquema TN possui um ponto da alimentao diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a esse ponto atravs de condutores de proteo. So consideradas trs variantes de esquema TN, de acordo com a disposio do condutor neutro e do condutor de proteo, a saber: A. Esquema TN-S, no qual o condutor neutro e o condutor de proteo so distintos, figura abaixo;

ESQUENA TN-S

B. Esquema TN-C, no qual as funes de neutro e de proteo so combinadas em um nico condutor, na totalidade do esquema, figura abaixo;

ESQUEMA TN-C

NOTA: As funes de neutro e de condutor de proteo so combinadas num nico condutor, na totalidade do esquema.

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C. Esquema TN-C-S, em parte do qual as funes de neutro e de proteo so combinadas em um nico condutor,figura abaixo;

ESQUEMA TN-C-S

NOTA: As funes de neutro e de condutor de proteo so combinadas num nico condutor em parte dos esquemas.

Esquema TTO esquema TT possui um ponto da alimentao diretamente aterrado, estando as massas da instalao ligadas a eletrodo(s) de aterramento eletricamente distinto(s) do eletrodo de aterramento da alimentao, figura abaixo.

ESQUEMA TT

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Esquema ITNo esquema IT todas as partes vivas so isoladas da terra ou um ponto da alimentao aterrado atravs de impedncia, figura abaixo. As massas da instalao so aterradas, verificando-se as seguintes possibilidades: massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da alimentao, se

existente; massas aterradas em eletrodo(s) de aterramento prprio(s), seja porque no h eletrodo de aterramento da alimentao, seja porque o eletrodo de aterramento das massas independente do eletrodo de aterramento da alimentao

(A)

(B)

(B1)

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(B2)

(B3)

1.

O neutro pode ser ou no distribudo;

A = sem aterramento da alimentao; B = alimentao aterrada atravs de impedncia; B.1 = massas aterradas em eletrodos separados e independentes do eletrodo de aterramento da alimentao; B.2 = massas coletivamente aterradas em eletrodo independente do eletrodo de aterramento da alimentao; B.3 = massas coletivamente aterradas no mesmo eletrodo da alimentao.ESQUEMA IT

Aterramento temporrioO aterramento eltrico de uma instalao tem por funo evitar acidentes gerados pela energizao acidental da rede, propiciando rpida atuao do sistema automtico de seccionamento ou proteo. Tambm tem o objetivo de promover proteo aos trabalhadores contra descargas atmosfricas que possam interagir ao longo do circuito em interveno. Esse procedimento dever ser adotado a montante (antes) e a jusante (depois) do ponto de interveno do circuito e derivaes se houver, salvo quando a interveno ocorrer no final do trecho. Deve ser retirado ao final dos servios. A energizao acidental pode ser causada por: Erros na manobra; Fechamento de chave seccionadora;

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Contato acidental com outros circuitos energizados, situados ao longo do

circuito; Tenses induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede; Fontes de alimentao de terceiros (geradores); Linhas de distribuio para operaes de manuteno e instalao e colocao de transformador; Torres e cabos de transmisso nas operaes de construo de linhas de transmisso; Linhas de transmisso nas operaes de substituio de torres ou manuteno de componentes da linha; Descargas atmosfricas.

Para cada classe de tenso existe um tipo de aterramento temporrio. O mais usado em trabalhos de manuteno ou instalao nas linhas de distribuio um conjunto ou Kit padro composto pelos seguintes elementos: vara ou basto de manobra em material isolante, com cabeotes de ma-

nobra; grampos condutores para conexo do conjunto de aterramento com os

condutores e a terra; trapzio de suspenso - para elevao do conjunto de grampos linha e conexo dos cabos de interligao das fases, de material leve e bom condutor, permitindo perfeita conexo eltrica e mecnica dos cabos de interligao das fases e descida para terra; grampos para conexo aos condutores e ao ponto de terra; cabos de aterramento de cobre, extraflexvel e isolado; trado ou haste de aterramento para ligao do conjunto de aterramento com o solo, deve ser dimensionado para propiciar baixa resistncia de terra e boa rea de contato com o solo.

Nas subestaes, por ocasio da manuteno dos componentes, se conecta os componentes do aterramento temporrio malha de aterramento fixa, j existente.

EQUIPOTENCIALIZAO o procedimento que consiste na interligao de elementos especificados, visando obter a equipotencialidade necessria para os fins desejados. Todas as massas de uma instalao devem estar ligadas a condutores de proteo. Em cada edificao deve ser realizada uma equipotencializao principal, em condies especificadas, e tantas eqipotencializaes suplementares quantas forem necessrias. Todas as massas da instalao situadas em uma mesma edificao devem estar vinculadas equipotencializao principal da edificao e, dessa forma, a um mesmo e nico eletrodo de aterramento. Isso sem prejuzo de eqipotencializaes adicionais que se faam necessrias, para fins de proteo contra choques e/ou de compatibilidade eletromagntica.

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Massas simultaneamente acessveis devem estar vinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento, sem prejuzo de eqipotencializaes adicionais que se faam necessrias, para fins de proteo contra choques e/ou de compatibilidade eletromagntica. Massas protegidas contra choques eltricos por um mesmo dispositivo, dentro das regras da proteo por seccionamento automtico da alimentao, devem estar vinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento, sem prejuzo de eqipotencializaes adicionais que se faam necessrias, para fins de proteo contra choques e/ou de compatibilidade eletromagntica. Todo circuito deve dispor de condutor de proteo, em toda sua extenso.NOTA Um condutor de proteo pode ser comum a mais de um circuito, observado o disposto no item 6.4.3.1.5. da NBR 5410/2004, um condutor de proteo pode ser comum a dois ou mais circuitos, desde que esteja instalado no mesmo conduto que os respectivos condutores de fase e sua seo seja dimensionada para a mais severa corrente de falta presumida e o mais longo tempo de atuao do dispositivo de seccionamento automtico verificados nesses circuitos; ou em funo da maior seo do condutor da fase desses circuitos conforme tabela abaixo.

Admite-se que os seguintes elementos sejam excludos das eqipotencializaes: A. suportes metlicos de isoladores de linhas areas fixados edificao que estiverem fora da zona de alcance normal; B. postes de concreto armado em que a armadura no acessvel; C. massas que, por suas reduzidas dimenses (at aproximadamente 50 mm x 50 mm) ou por sua disposio, no possam ser agarradas ou estabelecer contato significativo com parte do corpo humano, desde que a ligao a um condutor de proteo seja difcil ou pouco confivel.

SECCIONAMENTO AUTOMTICO DA ALIMENTAOO princpio do seccionamento automtico da alimentao, sua relao com os diferentes esquemas de aterramento e aspectos gerais referentes sua aplicao e as condies em que se torna necessria proteo adicional. O seccionamento automtico possui um dispositivo de proteo que dever seccionar automaticamente a alimentao do circuito ou equipamento por ele protegido sempre que uma falta (contato entre parte viva e massa, entre parte viva e condutor de proteo e ainda entre partes vivas) no circuito ou equipamento der origem a uma corrente superior ao valor ajustado no dispositivo de proteo, levando-se em conta o tempo de exposio tenso de contato. Cabe salientar que estas medidas de proteo requer a coordenao entre o esquema de aterramento adotado e as caractersticas dos condutores e dispositivos de proteo. O seccionamento automtico de suma importncia em relao a:

proteo de contatos diretos e indiretos de pessoas e animais; proteo do sistema com altas temperaturas e arcos eltricos; quando as correntes ultrapassarem os valores estabelecidos para o circuito; proteo contra correntes de curto-circuito; proteo contra sobre tenses.35

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DISPOSITIVOS A CORRENTE DE FUGA Dispositivo de proteo operado por correnteEsse dispositivo tem por finalidade desligar da rede de fornecimento de energia eltrica, o equipamento ou instalao que ele protege, na ocorrncia de uma corrente de fuga que exceda determinado valor, sua atuao deve ser rpida, menor do que 0,2 segundos (Ex.: DDR), e deve desligar da rede de fornecimento de energia o equipamento ou instalao eltrica que protege. necessrio que tanto o dispositivo quanto o equipamento ou instalao eltrica estejam ligados a um sistema de terra. O dispositivo constitudo por um transformador de corrente, um disparador e o mecanismo liga-desliga. Todos os condutores necessrios para levar a corrente ao equipamento, inclusive o condutor terra, passam pelo transformador de corrente. Este transformador de corrente que detecta o aparecimento da corrente de fuga. Numa instalao sem defeitos, a somatria das correntes no primrio do transformador de corrente nula, conforme mostra a figura abaixo.

Esquema de ligaes do dispositivo de proteo- DDR

Em caso de uma fuga de corrente terra, como mostrado na figura abaixo a somatria das correntes no primrio do transformador de corrente passa a ser diferente de zero, induzindo, desta forma, uma tenso no secundrio que est alimentando o disparador e que, num tempo inferior a 0,2 segundos, acionar o interruptor.

No balanceamento devido corrente de fuga-DDR

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Os dispositivos fabricados normalmente tm capacidade de interromper o fornecimento de energia eltrica a equipamentos ou a circuitos eltricos que operem com correntes at 160A. A sensibilidade exigida do dispositivo, para detectar correntes de fuga, depender das caractersticas do circuito em ser instalado (rels de sobre corrente de fase e neutro, rels de alta impedncia,etc). A tabela abaixo apresenta a sensibilidade de vrios dispositivos de proteo para diversas capacidades de interrupo de corrente. Valores das correntes de fuga detectados plos vrios tipos de dispositivo de proteo.Corrente Nominal (A) 40 63 40 100 160 Corrente Nominal de fuga (m A) 30 30 500 500 500

O valor requerido da resistncia de terra nos sistemas de aterramento eltrico, a fim de que tais dispositivos operem, bem pequeno. Admitindo que a mxima tenso de contato permitida seja de 50 volts, temos, para as vrias sensibilidades de corrente de fuga dada na tabela acima, os seguintes valores requeridos de resistncia de terra: A figura a seguir apresenta a curva caracterstica de disparo do dispositivo DDR com sensibilidade para 30 mA. As curvas "a" e "b", no grfico, limitam as faixas de correntes perigosas para o ser humano. Temos, ento, a formao de trs regies: Regio l - Os valores de corrente de fuga versus tempo de circulao pelo corpo no tm influncia no ritmo cardaco e no sistema nervoso; Regio II - A intensidade de corrente insuportvel, inconveniente, passando de 50 m A aproximadamente; Regio III Alm de causar inconvenincia, causam a fibrilao ventricular, podendo levar a morte. Observamos, portanto, que a curva caracterstica do dispositivo fica situada totalmente fora da Regio III, que a regio perigosa, e que a atuao extremamente rpida, menor do que 30 mS.

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A faixa hachurada existente entre 15 e 30 mA, identifica a faixa de corrente em que o dispositivo dever operar.

Curva caracterstica de disparo do dispositivo de corrente fuga DDR = 30mA

Como observamos, o dispositivo para deteco da corrente de fuga de 30 mA, no somente desliga com a ocorrncia de contato com as partes condutoras do aparelho, no pertencentes aos seus circuitos eltricos, ligados terra, como tambm oferece uma proteo a pessoas em caso de contato involuntrio com partes condutoras pertencentes aos circuitos eltricos dos aparelhos, ou mesmo, em caso de alguma pessoa tocar um aparelho com falha de isolamento. Os dispositivos tambm apresentam em sua construo um elemento que permite que os mesmos sejam testados de tal modo que podem certificar-nos de que se encontram dentro das especificaes de operao. A limitao no emprego de tais dispositivos reside no fato de que no podem ser empregados para proteger instalaes ou equipamentos eltricos, que apresentem, sob condies normais de operao, correntes de fuga de valor superior aquele de operao do dispositivo, como ocorre com equipamentos, tais como, aquecedores eltricos de gua (chuveiros, torneiras de gua quente, etc.). Para aplicao de dois ou mais destes dispositivos numa dada instalao eltrica, necessrio que cada um disponha de um barramento neutro independente, do contrrio, um interferir no funcionamento do outro.

Esquema de ligaes quando se empregam dois dispositivos DDR

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oportuno ressaltar que o dispositivo no proteger contra os riscos de choque eltrico uma pessoa que tocar simultanemente dois condutores, pois neste caso as correntes permanecem equilibradas no primrio do transformador, e nenhuma tenso ser induzida no seu secundrio. O dispositivo oferece no somente uma proteo contra os riscos do choque eltrico, mas tambm contra os riscos de incndios causados por falhas de isolao dos condutores.

EXTRA BAIXA TENSO: SELV E PELVDefini-se como: A. SELV (do ingls separated extra-low voltage): Sistema de extra baixa tenso que eletricamente separada da terra de outros sistemas e de tal modo que a ocorrncia de uma nica falta no resulta em risco de choque eltrico. B. PELV (do ingls protected extra-low voltage): Sistema de extra baixa tenso que no eletricamente separado da terra mas que preenche, de modo equivalente, todos os requisitos de um SELV. Os circuitos SELV no tm qualquer ponto aterrado nem massas aterradas. Os circuitos PELV podem ser aterrados ou ter massas aterradas. Dependendo da tenso nominal do sistema SELV ou PELV e das condies de uso, a proteo bsica proporcionada por: Limitao da tenso; ou Isolao bsica ou uso de barreiras ou invlucros; Condies ambientais e construtivas em o equipamento esta inserido.

Assim, as partes vivas de um sistema SELV ou PELV no precisam necessariamente ser inacessveis, podendo dispensar isolao bsica, barreira ou invlucro, no entanto para atendimento a este item deve atender as exigncias mnimas da norma NBR 5410/2004.

BARREIRAS E INVLUCROSSo dispositivos que impedem qualquer contato com partes energizadas das instalaes eltricas. So componentes que visam impedir que pessoas ou animais toquem acidentalmente as partes energizadas, garantindo assim que as pessoas sejam advertidas de que as partes acessveis atravs das aberturas esto energizadas e no devem ser tocadas. As barreiras tero que ser robustas, fixadas de forma segura e tenham durabilidade, tendo como fator de referncia o ambiente em que est inserido. S podero ser retirados com chaves ou ferramentas apropriadas e tambm como predisposio uma segunda barreira ou isolao que no possa ser retirada sem ajuda de chaves ou ferramentas apropriadas. Ex.: Telas de proteo com parafusos de fixao e tampas de painis, etc. O uso de barreiras ou invlucros, como meio de proteo bsica, destina-se a impedir qualquer contato com partes vivas.

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As partes vivas devem ser confinadas no interior de invlucros ou atrs de barreiras que garantam grau de proteo. Quando o invlucro ou barreira compreender superfcies superiores, horizontais, que sejam diretamente acessveis, elas devem garantir grau de proteo mnimo.

BLOQUEIOS E IMPEDIMENTOSBloqueio a ao destinada a manter, por meios mecnicos um dispositivo de manobra fixo numa determinada posio, de forma a impedir uma ao no autorizada, em geral utilizam cadeados. Dispositivos de bloqueio so aqueles que impedem o acionamento ou religamento de dispositivos de manobra. (chaves, interruptores), importante que tais dispositivos possibilitem mais de um bloqueio, ou seja, a insero de mais de um cadeado, por exemplo, para trabalhos simultneos de mais de uma equipe de manuteno. Toda ao de bloqueio deve estar acompanhada de etiqueta de sinalizao, com o nome do profissional responsvel, data, setor de trabalho e forma de comunicao. As empresas devem possuir procedimentos padronizados do sistema de bloqueio, documentado e de conhecimento de todos os trabalhadores, alm de etiquetas, formulrios e ordens documentais prprias. Cuidado especial deve ser dado ao termo Bloqueio, que no SEP (Sistema Eltrico de Potncia) tambm consiste na ao de impedimento de religamento automtico do equipamento de proteo do circuito, sistema ou equipamento eltrico. Isto , quando h algum problema na rede, devido a acidentes ou desfunes, existem equipamentos destinados ao religamento automtico dos circuitos, que religam automaticamente tantas vezes quanto estiver programado e, conseqentemente, podem colocar em perigo os trabalhadores. Quando se trabalha em linha viva, obrigatrio o bloqueio deste equipamento, pois se eventualmente houver algum acidente ou um contato ou uma descarga indesejada o circuito se desliga atravs da abertura do equipamento de proteo, desenergizando-o e no religando automaticamente. Essa ao tambm denominada bloqueio do sistema de religamento automtico e possui um procedimento especial para sua execuo.

OBSTCULOS E ANTEPAROSOs obstculos so destinados a impedir o contato involuntrio com partes vivas, mas no o contato que pode resultar de uma ao deliberada e voluntria de ignorar ou contornar o obstculo. Os obstculos devem impedir: A. Uma aproximao fsica no intencional das partes energizadas; B. Contatos no intencionais com partes energizadas durante atuaes sobre o equipamento, estando o equipamento em servio normal.

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Os obstculos podem ser removveis sem auxlio de ferramenta ou chave, mas devem ser fixados de forma a impedir qualquer remoo involuntria. As distncias mnimas a serem observadas nas passagens destinadas operao e/ou manuteno so aquelas indicadas na tabela abaixo e ilustradas na figura. Em circunstancias particulares, pode ser desejvel a adoo de valores maiores, visando a segurana. Distncias mnimas a serem obedecidas nas passagens destinadas operao e/ou manuteno quando for assegurada proteo parcial por meio de obstculosSituao 1. Distncia entre obstculos, entre manpulos de dispositivos eltricos (punhos, volantes, alavancas etc.), entre obstculos e parede ou entre manpulos e parede 2. Altura da passagem sob tela ou painel Distncia 700 mm

2.000 mm

NOTA: As distncias indicadas so vlidas considerando-se todas as partes dos painis devidamente montadas e fechadas

Passagens com proteo parcial por meio de obstculos.

ISOLAMENTO DAS PARTES VIVASSo elementos construdos com materiais dieltricos (no condutores de eletricidade) que tm por objetivo isolar condutores ou outras partes da estrutura que esta energizadas, para que os servios possam ser executados com efetivo controle dos riscos pelo trabalhador. O isolamento deve ser compatveis com os nveis de tenso do servio. Esses dispositivos devem ser bem acondicionados para evitar acumulo de sujeira e umidade, que comprometam a isolao e possam torn-los condutivos. Tambm devem ser inspecionados a cada uso e serem submetidos a testes eltricos anualmente.

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Exemplos: Coberturas circular isolante (em geral so de polietileno, polipropileno e

polidracon); Mantas ou lenol de isolante; Tapetes isolantes; Coberturas isolantes para dispositivos especficos (Ex. postes).

ISOLAO DUPLA OU REFORADAEste tipo de proteo normalmente aplicado a equipamentos portteis, tais como furadeiras eltricas manuais, os quais por serem empregados nos mais variados locais e condies de trabalho, e mesmo por suas prprias caractersticas, requerem outro sistema de proteo, que permita uma confiabilidade maior do que aquela oferecida exclusivamente pelo aterramento eltrico. A proteo por isolao dupla ou reforada realizada, quando utilizamos uma segunda isolao, para suplementar aquela normalmente utilizada, e para separar as partes vivas do aparelho de suas partes metlicas. Para a proteo da isolao geralmente so prescritos requisitos mais severos do que aqueles estabelecidos para a isolao funcional. Entre a isolao funcional e a de proteo, pode ser usada uma camada de metal, que as separe, totalmente ou em parte. Ambas as isolaes, porm, podem ser diretamente sobrepostas uma outra. Neste caso as isolaes devem apresentar caractersticas tais, que a falha em uma delas no comprometa a proteo e no estenda outra. Como a grande maioria das causas de acidentes so devidas aos defeitos nos cabos de alimentao e suas ligaes ao aparelho, um cuidado especial deve ser tomado com relao a este ponto no caso da isolao dupla ou reforada. Deve ser realizada de tal forma que a probabilidade de transferncia de tenses perigosas a partes metlicas susceptveis de serem tocadas, seja a menor possvel. O smbolo utilizado para identificar o tipo de proteo por isolao dupla ou reforada em equipamentos o mostrado na figura ao lado, normalmente impresso de forma visvel na superfcie externa do equipamento.

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COLOCAO FORA DE ALCANCENeste item estaremos tratando das distncias mnimas a serem obedecidas nas passagens destinadas a operao e/ou manuteno, quando for assegurada a proteo parcial por meio de obstculos. Partes simultaneamente acessveis que apresentem potenciais diferentes devem se situar fora da zona de alcance normal. 1. 2. Considera-se que duas partes so simultaneamente acessveis quando o afastamento entre elas no ultrapassa 2,50 m. Define-se como zona de alcance normal o volume indicado na figura abaixo.

Onde: S = superfcie sobre a qual se postam ou circulam pessoas.Zona de alcance normal

Se, em espaos nos quais for prevista normalmente a presena ou circulao de pessoas houver obstculo (por exemplo, tela), limitando a mobilidade no plano horizontal, a demarcao da zona de alcance normal deve ser feita a partir deste obstculo. No plano vertical, a delimitao da zona de alcance normal deve observar os 2,50 m da superfcie S, tal como indicado na figura acima, independentemente da existncia de qualquer obstculo com grau de proteo das partes vivas. Em locais onde objetos condutivos compridos ou volumosos forem manipulados habitualmente, os afastamentos exigidos como acima descritos devem ser aumentados levando-se em conta as dimenses de tais objetos.

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SEPARAO ELTRICAUma das medidas de proteo contra choques eltricos previstas na NBR 5410/2004, a chamada "separao eltrica." Ao contrrio da proteo por seccionamento automtico da alimentao, ela no se presta a uso generalizado. Pela prpria natureza, uma medida de aplicao mais pontual. Isso no impediu que ela despertasse, uma certa confuso entre os profissionais de instalaes. Alegam-se conflitos entre as disposies da medida e a prtica de instalaes. O questionamento comea com a lembrana de que a medida "proteo por separao eltrica", tal como apresentada pela NBR 5410/2004, se traduz pelo uso de um transformador de separao cujo circuito secundrio isolado (nenhum condutor vivo aterrado, inclusive neutro). Lembra ainda que pelas disposies da norma a(s) massa(s) do(s) equipamento(s) alimentado(s) no deve(m) ser aterrada(s) e nem ligada(s) a massas de outros circuitos e/ou a elementos condutivos estranhos instalao - embora o documento exija que as massas do circuito separado (portanto, quando a fonte de separao alimenta mais de um equipamento) sejam interligadas por um condutor PE prprio, de equipotencializao. Exemplo de instalaes que possuem separao eltrica so salas cirrgicas de hospitais, em que o sistema tambm isolado, usando-se igualmente um transformador de separao, mas todos os equipamentos por ele alimentados tm suas massas aterradas. A separao eltrica, como mencionado, uma medida de aplicao limitada. A proteo contra choques (contra contatos indiretos) que ela proporciona repousa: numa separao, entre o circuito separado e outros circuitos, incluindo o

circuito primrio que o alimenta, equivalente na prtica dupla isolao; na isolao entre o circuito separado e a terra; e, ainda, na ausncia de contato entre a(s) massa(s) do circuito separado, de um

lado, e a terra, outras massas (de outros circuitos) e/ou elementos condutivos, de outro. O circuito separado constitui um sistema eltrico "ilhado". A segurana contra choques que ele oferece baseia-se na preservao dessas condies. Os transformadores de separao utilizados na alimentao de salas cirrgicas tambm se destinam a criar um sistema isolado. Mas no por ser o transformador de separao que seu emprego significa necessariamente proteo por separao eltrica.

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4Segurana com eletricidade

NORMAS TCNICAS BRASILEIRAS NBR DA ABNT

NBR 5410 INSTALAES ELTRICAS DE BAIXA TENSO NBR 14039 INSTALAES ELTRICAS DE MDIA TENSO DE 1,0kV A 36,2kV

p.47 p.48

NBR 5410 INSTALAES ELTRICAS DE BAIXA TENSO ObjetivoEsta Norma estabelece as condies que as instalaes eltricas de baixa tenso devem satisfazer a fim de garantir a segurana de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalao e a conservao dos bens. Esta Norma aplica-se principalmente s instalaes eltricas de edificao, residencial, comercial, pblico, industrial, de servios, agropecurio, hortigranjeiro, etc.

Esta Norma aplica-se s instalaes eltricas:A. em reas descobertas das propriedades, externas s edificaes; B. reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings), marinas e instalaes anlogas; C. canteiros de obra, feiras, exposies e outras instalaes temporrias. D. aos circuitos eltricos alimentados sob tenso nominal igual ou inferior a 1 000 V em corrente alternada, com freqncias inferiores a 400 Hz, ou a 1 500 V em corrente continua; E. aos circuitos eltricos, que no os internos aos equipamentos, funcionando sob uma tenso superior a 1 000 V e alimentados atravs de uma instalao de tenso igual ou inferior a 1 000 V em corrente alternada (por exemplo, circuitos de lmpadas a descarga, precpitadores eletrostticos etc.); F. a toda fiao e a toda linha eltrica que no sejam cobertas pelas normas relativas aos equipamentos de utilizao; G. s linhas eltricas fixas de sinal (com exceo dos circuitos internos dos equipamentos).NOTA: A aplicao s linhas de sinal concentra-se na preveno dos riscos decorrentes das influncias mtuas entre essas linhas e as demais linhas eltricas da instalao, sobretudo sob os pontos de vista da segurana contra choques eltricos, da segurana contra incndios e efeitos trmicos prejudiciais e da compatibilidade eletromagntica.

Esta Norma aplica-se s instalaes novas e a reformas em instalaes existentes.NOTA: Modificaes destinadas a, por exemplo, acomodar novos equipamentos eltricos, inclusive de sinal, ou substituir equipamentos existentes, no caracterizam necessariamente uma reforma geral da instalao.

Esta Norma no se aplica a:instalaes de trao eltrica; instalaes eltricas de veculos automotores; instalaes eltricas de embarcaes e aeronaves; equipamentos para supresso de perturbaes radioeltricas, na medida em que no comprometam a segurana das instalaes; E. instalaes de iluminao pblica; A. B. C. D.

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F. redes pblicas de distribuio de energia eltrica; G. instalaes de proteo contra quedas diretas de raios. No entanto, esta Norma considera as conseqncias dos fenmenos atmosfricos sobre as instalaes (por exemplo, seleo dos dispositivos de proteo contra sobretenses); H. instalaes em minas; I. instalaes de cercas eletrificadas. Os componentes da instalao so considerados apenas no que concerne sua seleo e condies de instalao. Isto igualmente vlido para conjuntos em conformidade com as normas a eles aplicveis. A aplicao desta Norma no dispensa o atendimento a outras normas complementares, aplicveis as instalaes e locais especficos.NOTA: So exemplos de normas complementares a esta Norma as ABNT NBR 13534, ABNT NBR 13570 e ABNT NBR 5418.

A aplicao desta Norma no dispensa o respeito aos regulamentos de rgos pblicos aos quais a instalao deva satisfazer. As instalaes eltricas cobertas por esta Norma esto sujeitas tambm, naquilo que for pertinente, s normas para fornecimento de energia estabelecida pelas autoridades reguladoras e pelas empresas distribuidoras de eletricidade.

NBR 14039 INSTALAES ELTRICAS DE MDIA TENSO DE 1,0KV A 36,2KV ObjetivoEsta Norma estabelece um sistema para o projeto e execuo de instalaes eltricas de mdia tenso, com tenso nominal de 1,0kV a 36,2 kV, freqncia industrial, de modo a garantir segurana e continuidade de servio. Esta Norma aplica-se a partir de instalaes alimentadas pelo concessionrio, o que corresponde ao ponto de entrega definido atravs da legislao vigente emanada da Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL). Esta Norma tambm se aplica as instalaes alimentadas por fonte prpria de energia em mdia tenso. Esta Norma abrange as instalaes de gerao, distribuio e utilizao de energia eltrica, sem prejuzo das disposies particulares relativas aos locais e condies especiais de utilizao constantes nas respectivas normas. As instalaes especiais tais como martimas, de trao eltrica, de usinas, pedreiras, luminosas com gases (nenio e semelhantes), devem obedecer, alm desta Norma, s normas especificas aplicveis em cada caso. As prescries desta Norma constituem as exigncias mnimas a que devem obedecer as instalaes eltricas s quais se refere, para que no venham, por suas deficincias, prejudicar e perturbar as instalaes vizinhas ou causar danos a pessoas e animais e conservao dos bens e do meio ambiente.

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Esta Norma aplica-se s instalaes novas, s reformas em instalaes existentes e s instalaes de carter permanente ou temporrio.NOTA: Modificaes destinadas a, por exemplo, acomodar novos equipamentos ou substituir os existentes no implicam necessariamente reforma total da instalao.

Os componentes da instalao so considerados apenas no que concerne sua seleo e s suas condies de instalao. Isto igualmente vlido para conjuntos pr-fabricados de componentes que tenham sido submetidos aos ensaios de tipo aplicveis. A aplicao desta Norma no dispensa o respeito aos regulamentos de rgos pblicos aos quais a instalao deva satisfazer. Em particular, no trecho entre o ponto de entrega e a origem da instalao, pode ser necessrio, alm das prescries desta Norma, o atendimento das normas e/ou padres do concessionrio quanto conformidade dos valores de graduao (sobrecorrentes temporizadas e instantneas de fase/neutro) e capacidade de interrupo da potncia de curto-circuito.NOTA: A Resoluo 456:2000 da ANEEL define que ponto de entrega ponto de conexo do sistema eltrico da concessionria com as instalaes eltricas da unidade consumidora, caracterizando-se como o limite de responsabilidade do fornecimento.

Esta norma aplica-se:Na construo e manuteno das instalaes eltricas de mdia tenso de 1,0 a 36,2 kV a partir do ponto de entrega definido pela legislao vigente incluindo as instalaes de gerao, distribuio de energia eltrica. Devem considerar a relao com as instalaes vizinhas a fim de evitar danos s pessoas, animais e meio ambiente.

Esta norma no se aplica: s instalaes eltricas de concessionrios dos servios de gerao,

transmisso e distribuio de energia eltrica, no exerccio de suas funes em servio de utilidade pblica; s instalaes de cercas eletrificadas; Trabalhos com circuitos energizados.

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5Segurana com eletricidade

ROTINAS DE TRABALHOPROCEDIMENTOS

INSTALAES DESENERGIZADAS LIBERAO PARA SERVIOS SINALIZAO DE SEGURANA INSPEES DE REAS, SERVIOS, FERRAMENTAL E EQUIPAMENTO

p.53 p.57 p.59 p.63

INSTALAES DESENERGIZADAS ObjetivoDefinir procedimentos bsicos para execuo de atividades/trabalhos em sistema e instalaes eltricas desenergizadas.

mbito de aplicaoAplica-se s reas envolvidas direta ou indiretamente no planejamento, programao, coordenao e execuo das atividades, no sistema ou instalaes eltricas desenergizadas.

Conceitos bsicosImpedimento de equipamentoIsolamentos eltricos do equipamento ou instalao, eliminando a possibilidade de energizao indesejada, indisponibilizando operao enquanto permanecer a condio de impedimento.

Responsvel pelo servioEmpregado da empresa ou de terceirizada que assume a coordenao e superviso efetiva dos trabalhos. responsvel pela viabilidade da execuo da atividade e por todas as medidas necessrias segurana dos envolvidos na execuo das atividades, de terceiros, e das instalaes, bem como por todos os contatos em tempo real com a rea funcional responsvel pelo sistema ou instalao.

PES Pedido para Execuo de ServioDocumento emitido para solicitar a rea funcional responsvel pelo sistema ou instalao, o impedimento de equipamento, sistema ou instalao, visando a realizao de servios. Deve conter as informaes necessrias realizao dos servios, tais como: descrio do servio, nmero do projeto, local, trecho/equipamento isolado, data, horrio, condies de isolamento, responsvel, observaes, emitente, entre outros.

AES Autorizao para Execuo de Servio a autorizao fornecida pela rea funcional, ao responsvel pelo servio, liberando e autorizando a execuo dos servios. A AES parte integrante do documento PES.

Desligamento ProgramadoToda interrupo programada do fornecimento de energia eltrica, deve ser comunicada aos clientes afetados formalmente com antecedncia contendo data, horrio e durao pr-determinados do desligamento.

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Desligamento de EmergnciaInterrupo do fornecimento de energia eltrica sem aviso prvio aos clientes afetados, se justifica por motivo de fora maior, caso fortuito ou pela existncia de risco iminente integridade fsica de pessoas, instalaes ou equipamentos.

Interrupo MomentneaToda interrupo provocada pela atuao de equipamentos de proteo com religamento automtico.

Procedimentos gerais de seguranaTodo servio deve ser planejado antecipadamente e executado por equipes devidamente treinadas e autorizadas de acordo com a NR-10 da portaria 3214/MTB/78 e com a utilizao de equipamentos aprovados pela empresa e em boas condies de uso. O responsvel pelo servio, dever estar devidamente equipado com um sistema que garanta a comunicao confivel e imediata rea funcional responsvel pelo sistema ou instalao durante todo o perodo de execuo da atividade.

Procedimentos gerais para servios programadosO empregado que coordenar a execuo das atividades/trabalhos em sistema e instalaes eltricas desenergizadas, ter como responsabilidades: Apresentar os projetos a serem analisados, com os respectivos estudos de

viabilidade, tempo necessrio para execuo das atividades/trabalhos; Definir os recursos materiais e humanos para cumprimento do planejado; Entregar os projetos que envolverem alterao de configurao do sistema

e instalaes eltricas rea funcional responsvel.

Avaliao dos DesligamentosA rea funcional responsvel pelo sistema ou instalao ter como atribuio avaliar as manobras, de forma a minimizar os desligamentos necessrios com a mxima segurana, analisando o impacto (produo, indicadores, segurana dos trabalhadores, custos, etc.) do desligamento.

Execuo dos ServiosA equipe responsvel pela execuo dos servios dever providenciar: Os levantamentos de campo necessrios execuo do servio; Os estudos de viabilidade de execuo dos projetos; Todos os materiais, recursos humanos e equipamentos necessrios para

execuo dos servios nos prazos estabelecidos; Documentao para Solicitao de Impedimento de Equipamento; Todo impedimento de equipamento deve ser oficializado junto rea fun-

cional responsvel, atravs do documento PES, ou similar.

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NOTAS Servios que no se enquadrarem dentro dos prazos de programao e que no sejam de emergncia, devem ser solicitados rea funcional responsvel pelo sistema ou instalao, com justificativa por escrito e se aprovados so de responsabilidade da rea executante, o aviso da interrupo a todos os envolvidos. Qualquer impacto do no cumprimento dos prazos e do no aviso aos envolvidos de responsabilidade da rea executante. Quando da liberao do sistema ou instalao com a necessidade de manobras, devese observar os prazos mnimos exigidos. A interveno no sistema ou instalao eltrica que envolver outras reas ou empresas (concessionrias) deve ter sua programao efetuada em conformidade com os critrios e normas estabelecidos no Acordo Operativo existente, envolvendo no planejamento todas as equipes responsveis pela execuo dos servios.

Emisso de PES.O PES dever ser emitido para cada servio, quando de impedimentos distintos. Quando houver dois ou mais servios que envolvam o mesmo impedimento, sob a coordenao do mesmo responsvel, ser emitido apenas um PES. Nos casos em que, para um mesmo impedimento, houver dois ou mais responsveis, obrigatoriamente ser emitido um PES para cada responsvel, mesmo que pertenam a mesma rea. Quando na programao de impedimento existir alterao de configurao do sistema ou instalao, dever ser encaminhado rea funcional responsvel pela atividade, o projeto atualizado. Caso no exista a possibilidade de envio do projeto atualizado, de responsabilidade do rgo executante elaborar um croqui contendo todos os detalhes necessrios que garantam a correta visualizao dos pontos de servio e das alteraes de rede a serem executadas.

Etapas da programaoElaborao da Manobra ProgramadaInformaes que devero constar na Programao da Manobra: Data, horrio previsto para inicio e fim do servio; Descrio sucinta da atividade; Nome do responsvel pelo servio; Dados dos clientes interrompidos, rea ou linha de produo; Trecho eltrico a ser desligado, identificado por pontos significativos; Seqncia das manobras necessrias para garantir a ausncia de tenso no trecho do servio e a segurana nas operaes; Seqncia de manobras para retorno situao inicial; Divulgao do desligamento programado, aos envolvidos; As reas/clientes afetados pelo desligamento programado devem ser informadas com antecedncia da data do desligamento.

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Aprovao do PESDepois de efetuada a programao e o planejamento da execuo da atividade, a rea funcional responsvel, deixar o documento PES, disponvel no sistema para consulta e utilizao dos rgos envolvidos. Ficar a cargo do gestor da rea executante, a entrega da via impressa do PES aprovado, ao responsvel pelo servio, que dever estar de posse do documento no local de trabalho.

Procedimentos GeraisCaso o responsvel pelo servio no esteja de posse do PES/AES, a rea funcional responsvel no autorizar a execuo do desligamento. O impedimento do equipamento/instalao depende da solicitao direta do responsvel pelo servio rea funcional responsvel, devendo este j se encontrar no local onde sero executados os servios. Havendo necessidade de substituio do responsvel pelo servio, a rea executante dever informar rea funcional responsvel o nome do novo responsvel pelo servio, com maior antecedncia, justificando formalmente a alterao. Para todo PES dever ser gerada uma Ordem de Servio - OS ou Pedido de Turma de Emergncia - PTE (ou documento similar). A rea funcional responsvel autorizar o incio da execuo da atividade aps confirmar com o responsvel pelo servio, os dados constantes no documento em campo, certificando-se de sua igualdade. Aps a concluso das atividades e liberao do responsvel pelo servio, a rea funcional responsvel, coordenar o retorno configurao normal de operao, retirando toda a documentao vinculada execuo do servio. Para garantir a segurana de todos envolvidos na execuo das atividades caso haja mais de uma equipe trabalhando em um mesmo trecho, a normalizao somente poder ser autorizada pela rea funcional responsvel aps a liberao do trecho por todos os responsveis. Nos casos em que os servios no forem executados ou executados parcialmente conforme a programao, o responsvel pelo servio dever comunicar rea funcional responsvel, para adequao da base de dados e reprogramao dos servios.

Procedimentos para servios de emergnciaA determinao do regime de emergncia para a realizao de servios corretivos de responsabilidade do rgo executante. Todo impedimento de emergncia dever ser solicitado diretamente rea funcional responsvel, informando:

O motivo do impedimento; O nome do solicitante e do responsvel pelo servio; Descrio sucinta e localizao das atividades a serem executadas; Tempo necessrio para a execuo das atividades; Elemento a ser impedido.

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A rea funcional responsvel dever gerar uma Ordem de Servio - OS ou Pedido de Turma de Emergncia - PTE (ou similar) e comunicar, sempre que possvel, os clientes afetados. Aps a concluso dos servios e conseqente liberao do sistema ou instalaes eltricas por parte do responsvel pelo servio, rea funcional responsvel coordenar o retorno configurao normal de operao, retirando toda a documentao vinculada execuo do servio.

LIBERAO PARA SERVIOS ObjetivoDefinir procedimentos bsicos para liberao da execuo de atividades/trabalhos em circuitos e instalaes eltricas desenergizadas.

mbito de aplicaoAplica-se s reas envolvidas direta ou indiretamente no planejamento, programao, liberao, coordenao e execuo de servios no sistema ou instalaes eltricas.

Conceitos bsicosFalhairregularidade total ou parcial em um equipamento, componente da rede ou instalao, com ou sem atuao de dispositivos de proteo, superviso ou sinalizao, impedindo que o mesmo cumpra sua finalidade prevista em carter permanente ou temporrio.

DefeitoIrregularidade em um equipamento ou componente do circuito eltrico, que impede o seu correto funcionamento, podendo acarretar sua indisponibilidade.

Interrupo Programadainterrupo no fornecimento de energia eltrica por determinado espao de tempo, programado e com prvio aviso aos clientes envolvidos.

Interrupo No ProgramadaInterrupo no fornecimento de energia eltrica sem prvio aviso aos clientes.

Procedimentos geraisConstatada a necessidade da liberao de determinado equipamento ou circuito, dever ser obtido o maior nmero possvel de informaes para subsidiar o planejamento. No planejamento ser estimado o tempo de execuo dos servios, adequao dos materiais, previso de ferramentas especficas e diversas, nmero de empregados, levando-se em considerao o tempo disponibilizado na liberao.

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As equipes sero dimensionadas e alocadas, garantindo a agilidade necessria obteno do restabelecimento dos circuitos com a mxima segurana no menor tempo possvel. Na definio das equipes e dos recursos alocados sero considerados todos os aspectos, tais como: comprimento do circuito, dificuldade de acesso, perodo de chuvas, existncia de cargas e clientes especiais. Na definio e liberao dos servios, sero considerados os pontos estratgicos dos circuitos, tipo de defeito, tempo de restabelecimento, importncia do circuito, comprimento do trecho a ser liberado, cruzamento com outros circuitos, seqncia das manobras necessrias para liberao dos circuitos envolvidos. Na liberao dos servios, para minimizar a rea a ser atingida pela falta de energia eltrica durante a execuo dos servios, a rea funcional responsvel dever manter os cadastros atualizados de todos os circuitos. Antes de iniciar qualquer atividade o responsvel pelo servio deve reunir os envolvidos na liberao e execuo da atividade e: A. Certificar-se de que os empregados envolvidos na liberao e execuo dos servios esto munidos de todos os EPIs necessrios; B. Explicar aos envolvidos as etapas da liberao dos servios a serem executados e os objetivos a serem alcanados; C. Transmitir claramente as normas de segurana aplicveis, dedicando especial ateno execuo das atividades fora de rotina; D. Certificar de que os envolvidos esto conscientes do que fazer, onde fazer, como fazer, quando fazer e porque fazer.

Procedimentos bsicos para liberaoO programa de manobra deve ser conferido por um empregado diferente daquele que o elaborou. Os procedimentos para localizao de falhas, depende especificamente da filosofia e padres definidos por cada empresa, e devem ser seguidos na ntegra conforme procedimentos homologados, impedindo as improvisaes do restabelecimento. Em caso de qualquer dvida quanto a execuo da manobra para liberao ou trabalho o executante dever consultar o responsvel pela tarefa ou a rea funcional responsvel sobre quais os procedimentos que devem ser adotados para garantir a segurana de todos. A liberao para execuo de servios (manuteno, ampliao, inspeo ou treinamento) no poder ser executada sem que o empregado responsvel esteja de posse do documento especfico, emitido pela rea funcional responsvel, que autorize a liberao do servio. Havendo a necessidade de impedir a operao ou condicionar as aes de comando de determinados equipamentos, deve-se colocar sinalizao especifica para esta finalidade, de modo a propiciar um alerta claramente visvel ao empregado autorizado a comandar ou acionar os equipamentos. As providncias para retorno operao de equipamentos ou circuitos liberados para manuteno no devem ser tomadas sem que o responsvel pelo servio tenha devolvido todos os documentos que autorizavam sua liberao.58 - COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

SINALIZAO DE SEGURANAA sinalizao de segurana consiste num procedimento padronizado destinado a orientar, alertar, avisar e advertir as pessoas quanto aos riscos ou condies de perigo existentes, proibies de ingresso ou acesso e cuidados e identificao dos circuitos ou parte dele. de fundamental importncia a existncia de procedimentos de sinalizao padronizados, documentados e que sejam conhecidos por todos os trabalhadores (prprios e prestadores de servios). Os materiais de sinalizao constituem-se de cone, bandeirola, fita, grade, sinalizador, placa, etc.

Exemplos de Placas:PLACA: perigo de morte alta tenso FinalidadeDestinada advertir as pessoas quanto ao perigo de ultrapassar reas delimitadas onde haja a possibilidade de choque eltrico, devendo ser instalada em carter permanente.

PLACA: no operar trabalhos FinalidadeDestinada a advertir para o fato do equipamento em referncia estar includo na condio de segurana, devendo a placa ser colocada no comando local dos equipamentos.

PLACA: equipamento energizado FinalidadeDestinada a advertir para o fato do equipamento em referncia, mesmo estando no interior da rea delimitada para t